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Vacinação: um outro olhar - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva ...

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tecnologias médico-sanitárias e, no seu âmbito específico, os sentidos <strong>de</strong>eqüida<strong>de</strong> e universalização, tão caros às proposições do SUS, po<strong>de</strong>m servisl<strong>um</strong>brados (T<strong>em</strong>porão, 2003b). O que, se por <strong>um</strong> lado é <strong>um</strong> dado altamentepositivo da realida<strong>de</strong> sanitária do país, por <strong>outro</strong>, coloca <strong>em</strong> evidência asinsuficiências que o SUS apresenta <strong>em</strong> outras ações.A segunda discussão colocada refere-se ao entendimento <strong>de</strong>“conhecimento”. Teriam as mães pouco conhecimento sobre vacinas, como foia conclusão <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> pesquisa anteriormente citados <strong>em</strong> 1981 e 1998?Po<strong>de</strong>-se conjecturar que <strong>em</strong> 1981, com <strong>um</strong> nível <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entação doPNI ainda incipiente, <strong>um</strong>a experiência ainda restrita com imunização, as mãestivess<strong>em</strong> ainda poucos conhecimentos sobre o assunto. Porém, <strong>um</strong> dosel<strong>em</strong>entos fundamentais à baixa cobertura no início da implantação do PNI eraainda a sua limitada abrangência, a incipiente re<strong>de</strong> básica difundida no paísque limitava o acesso e a oferta <strong>de</strong> imunobiológicos.Mas <strong>em</strong> 1998, com níveis <strong>de</strong> cobertura próximos a 90%, os“conhecimentos” po<strong>de</strong>riam ser consi<strong>de</strong>rados restritos?O conhecimento, o saber popular é essencialmente prático. Um saberque orienta o cotidiano das pessoas, fruto <strong>de</strong> sua experiência <strong>de</strong> vida, mas quetambém busca guardar <strong>um</strong>a relação com o saber erudito, na medida <strong>em</strong> queessa relação interfira no seu dia-a-dia.No caso das ações <strong>de</strong> imunização, chegou-se à conclusão neste estudoque os el<strong>em</strong>entos “prevenção” e “proteção”, utilizados pelas mães, são muitopróximos aos do saber acadêmico, no caso, da Epi<strong>de</strong>miologia. Perceber que asvacinas proteg<strong>em</strong> as crianças, previn<strong>em</strong> doenças, certamente não é <strong>um</strong>processo que envolva elevado nível <strong>de</strong> abstração, ao contrário, e ainda com aexperiência ac<strong>um</strong>ulada pelas mães nesse período, é algo altamente objetivo,plausível, <strong>de</strong> fácil assimilação. E não estiveram <strong>em</strong> discussão os fundamentosimunológicos <strong>de</strong>sse processo. Seria necessário? Quais os “conhecimentos”que a mãe <strong>de</strong>ve ter?Para orientar sua prática – garantir a vacinação <strong>de</strong> seus filhos, hánecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber qual o intervalo entre <strong>um</strong>a dose e outra se a data dapróxima vacina está apontada no Cartão da Criança? As mães <strong>de</strong>veriam saber

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