Vacinação: um outro olhar - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva ...

Acho que ficava maluca, preocupada, não é? (24 anos, cearense, 5ª série do ensinofundamental, pr. dom) – 68A idéia lhes trazia aflição, algumas relutavam ao responder, mas amaioria garantia que daria um jeito de garantir as vacinas.A maioria não ia dar porque não tem condições de pagar. Eu daria, para ver meu filhobem. (20 anos, fluminense, 8ª série do ensino fundamental, manicure) – 32Tinha que juntar dinheiro para pagar a clínica. Porque pro governo não adianta pedirporque não dá pra ninguém. Se não tivesse dinheiro pra juntar ia morrer todomundo. (28 anos, carioca, 7ª série do ensino fundamental, pr. dom) – 102Tinha que dar um jeito ou então ninguém podia ter filho porque não ia poder pagar.(33 anos; paraibana há 18 anos no Rio; 7ª série do ensino fundamental,faxineira) – 97Aí seria complicado porque nem todo mundo pode pagar. Eu ia trabalhar muito paraconseguir. Já pensou... acho que tinha que trabalhar o ano inteiro. (21 anos,baiana, há 6 anos no Rio, 1ª série do ensino médio, auxiliar de montagem, n) –49Percebeu-se, neste trabalho, pouca expressão de conteúdoreivindicatório, ou de consciência do direito que todos têm à saúde, garantidopelo artigo 196 da Constituição: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”(Brasil,1988). Ou como alerta a inscrição no verso do “Cartão da Criança”: “sãodireitos constitucionais da criança – ser amamentada, ser bem alimentada,vacinada e receber acompanhamento do crescimento e desenvolvimento...”.Diferentemente do que acontecia há cerca de três décadas, as mobilizaçõespopulares, de associações de bairro, de trabalhadores, por melhorias dascondições de saúde têm apresentado expressividade reduzida atualmente,prejudicadas pela forte tendência à institucionalização que se observa emmovimentos populares.Teria que ser em local pago. Só que é importante os postosoferecerem. (35 anos, fluminense, ensino médio completo, pr.dom, n) – 20