<strong>de</strong> crianças menores <strong>de</strong> cinco anos, observaram que a principal causa <strong>de</strong> nãovacinação foi a falta <strong>de</strong> imunobiológicos nos ambulatórios. Desnutrição,infecção ou afecções alérgicas <strong>de</strong> vias respiratórias altas, diarréia leve o<strong>um</strong>o<strong>de</strong>rada, doenças <strong>de</strong> pele (impetigo, escabiose), pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong>, internaçãohospitalar (salvo exceções), esqu<strong>em</strong>as com corticosterói<strong>de</strong> inferior a duass<strong>em</strong>anas (Brasil, 2001b) têm sido fatores que erroneamente levam médicos acontra-indicar<strong>em</strong> a vacinação 37 .Rey (1996) aponta que as principais causas <strong>de</strong> OPI <strong>em</strong> 20 estudos porele analisados foram: falsas contra-indicações (a causa mais freqüente), nãoi<strong>de</strong>ntificação da criança suscetível (por negligência do pessoal da saú<strong>de</strong>);barreira institucionais, como não disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinas diariamente,horários para imunização diferentes do atendimento, longa espera na fila,restrição do número <strong>de</strong> crianças e dificulda<strong>de</strong>s logísticas: estoquesinsuficientes; frascos <strong>de</strong> várias doses e que não são abertos para poucascrianças; não aplicação <strong>de</strong> várias vacinas n<strong>um</strong> mesmo dia. O autor refere que<strong>em</strong> alguns países a recusa materna é causa importante <strong>de</strong> OPI, porém <strong>em</strong><strong>outro</strong>s, se houver indicação do profissional a mãe aceita vacinar. Em seuestudo, avaliou que, <strong>em</strong> nosso meio, a recusa pelos familiares não ésignificativa e houve aceitação <strong>de</strong> 92 a 95% quando a vacinação era indicadapelo pediatra.Tabela 15Mães segundo informações sobre a campanha.MultíparasInformação f %Mídia 60 83,33Família / amiza<strong>de</strong> 07 9,72Instituição / entida<strong>de</strong> 05 6,9437 Em Editorial do Jornal <strong>de</strong> Pediatria, Martins (1996) l<strong>em</strong>brava:“Não há muito t<strong>em</strong>po... <strong>um</strong> pouco mais <strong>de</strong> 30 anos....Favelas da Saú<strong>de</strong>, Gamboa, da Maré. Nesta, aliás, ocorreu o último caso <strong>de</strong> varíola doBrasil. Todas as crianças estão com tosse, ou asma, ou com parasitoses, ou com pio<strong>de</strong>rmites,ou com diarréia, forte ou leve, quase todas com alg<strong>um</strong> grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição. A or<strong>de</strong>m é só vacinaras crianças sadias. Não há crianças sadias, constata o pediatra <strong>em</strong> <strong>de</strong>sespero, que tenta a tarefaimpossível <strong>de</strong> conciliar as <strong>de</strong>terminação vigentes com a realida<strong>de</strong>.” (p.3)
A imensa maioria (96,82%) das mães levou seus filhos à vacinação <strong>em</strong>Dias Nacionais <strong>de</strong> <strong>Vacinação</strong> contra a poliomielite. A divulgação através <strong>de</strong>cartazes, anúncios <strong>em</strong> rádios, canais <strong>de</strong> televisão, jornais têm apresentado <strong>um</strong>efeito amplificador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencial, e foi apontada por quase todas asentrevistadas (Tabela 15). A cada ano, novas peças publicitárias são realizadaspara sensibilizar e motivar famílias a vacinar<strong>em</strong> as crianças. No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>todos esses anos <strong>de</strong> campanhas, os veículos e estratégias <strong>de</strong> comunicaçãosofreram mudanças <strong>em</strong> sua abordag<strong>em</strong>, como aponta estudo <strong>de</strong> Porto e Ponte(2003) refletindo matizes diversos nas políticas <strong>de</strong> imunização no país.Ao “Cartão da Criança” foi atribuído o status <strong>de</strong> doc<strong>um</strong>ento (Tabela 16).No início da década <strong>de</strong> 1990, <strong>em</strong> editorial <strong>de</strong> Pediatria (São Paulo), publicaçãodo Departamento <strong>de</strong> Pediatria da FMUSP, Marcon<strong>de</strong>s (1991) assim ocaracterizou. Avaliou que o cartão era <strong>um</strong> instr<strong>um</strong>ento valioso para oacompanhamento da criança e conclamou os colegas médicos a prestigiá-locom as anotações pertinentes.Tabela 16Gestantes e mães segundo informações sobre solicitação<strong>de</strong> apresentação do Cartão da Criança <strong>em</strong> circunstâncias diversas.Nulíparas MultíparasNão sabe, não foi 28 09Na escola 20 42Programa do governo 38 11 30No trabalho / salário família 11 30No posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> / pediatra - 03Outro 01 02Atualmente, a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Pediatria faz gestões junto aoMinistério da Saú<strong>de</strong> para a implantação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que seprestará ao acompanhamento da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento até aadolescência, <strong>em</strong> substituição ao Cartão da Criança.38 Programas como o do leite, cheque-cidadão.Tabela 17Gestantes e mães ao ser<strong>em</strong> solicitadasa citar três doenças evitadas por vacinas.Nulíparas Multíparas Total
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