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Vacinação: um outro olhar - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva ...

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<strong>de</strong>scritor específico, não mais avaliando o nível <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o nível <strong>de</strong> vidada comunida<strong>de</strong> (p. 38-39).Vale ressaltar que n<strong>um</strong> país marcado pela <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social,verificam-se importantes diferenças regionais nos índices <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>e também <strong>de</strong> cobertura vacinal. Duarte et al. (2002) observaram que <strong>em</strong> mais<strong>de</strong> 70% dos municípios <strong>de</strong> estados como Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, EspíritoSanto, Tocantins e Sergipe foram alcançadas coberturas vacinais para DTPacima <strong>de</strong> 95% <strong>em</strong> 2000. Em estados como Pará, Maranhão e Amazonasmenos <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> seus municípios apresentaram cobertura <strong>de</strong> DPT superior a95%.Mesmo com os progressos alcançados na redução da mortalida<strong>de</strong>infantil no país, com a significativa contribuição da ampliação <strong>de</strong> coberturavacinal, a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social se expressa com força dramática no número <strong>de</strong>óbitos que ainda ocorr<strong>em</strong>. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> comparações com índices <strong>de</strong><strong>outro</strong>s países, se todas as regiões brasileiras alcançass<strong>em</strong> a taxa <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong> infantil da região sul (<strong>de</strong> 17,1 por 1.000 nascidos vivos),consi<strong>de</strong>rada a melhor entre as regiões do país 18 , “haveria <strong>um</strong>a redução <strong>de</strong>46,2% das mortes <strong>em</strong> menores <strong>de</strong> <strong>um</strong> ano, o que representaria não ocorrência<strong>de</strong> 43.439 óbitos infantis a cada ano 19 ” (Duarte et al., 2002, p.66).Dados apresentados no Relatório “La salud <strong>em</strong> las Américas” indicamque cerca <strong>de</strong> 80 a 90% da população dos países da América Latina e Caribetêm acesso aos seus respectivos Programas Nacionais <strong>de</strong> Imunização. O que18Internamente, a cada região e mesmo nos limites <strong>de</strong> <strong>um</strong>a mesma cida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> muitos casos, ocorr<strong>em</strong>padrões marcadamente assimétricos <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, <strong>em</strong> 2002, segundodados da prefeitura, a diferença entre o melhor e o pior índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil a<strong>um</strong>entou, sendoque o do bairro Perus era 2,8 maior que o <strong>de</strong> Pinheiros, que apresenta valores próximos aos da Suécia eJapão (Folha <strong>de</strong> S. Paulo. Cotidiano. 16 fev, 2004 Em São Paulo, <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> cresce na saú<strong>de</strong>.). Em2001, segundo o relatório Índice <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Situação dos Distritos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> São Paulo,enquanto Perus apresentava índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>de</strong> 17,6 por 1.000 nascidos vivos, no bairroCida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes era <strong>de</strong> 18,3; <strong>em</strong> Parelheiros era <strong>de</strong> 19,3, enquanto <strong>em</strong> Pinheiros era 9,4 (São Paulo,2002). Na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, as diferenças também estão presentes e marcantes. É necessáriolevar <strong>em</strong> conta as características <strong>de</strong> distribuição geográfica, espacial, da população mais pobre na cida<strong>de</strong>e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados por área programática (n<strong>um</strong> total <strong>de</strong> <strong>de</strong>z AP na cida<strong>de</strong>) e não por distritossanitários ou bairros. Segundo dados da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>em</strong> 2001, a diferença entre o pioríndice (o da AP.5.3): 19,2 por 1.000 nascidos vivos e o melhor (AP 2.2): 11,2 foi <strong>de</strong> 8 pontos percentuais,ou <strong>um</strong> valor 1,71 maior. Em 2002, a diferença esteve entre 16,7 (AP 1.0) e 12,8 (AP 2.1), ou <strong>de</strong> 3,9percentuais, equivalendo a <strong>um</strong> valor 1,3 maior. (Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002; 2001). No Rio, a AP 5.3 abrangebairros distantes da zona oeste: Santa Cruz, Cesarinho, Sepetiba, Paciência. A AP 2.2, os bairros Tijuca,Vila Isabel, Maracanã, Alto da Boa Vista, Praça da Ban<strong>de</strong>ira, Andaraí; AP 1.0: Centro, Rio Comprido,Mangueira, São Cristóvão, Paquetá, Santo Cristo, Caju, Cida<strong>de</strong> Nova, Santa Tereza; enquanto a AP 2.1engloba Leblon, Gávea, Botafogo, Flamengo, Copacabana, Rocinha, Vidigal, Jardim Botânico, Ipan<strong>em</strong>a,H<strong>um</strong>aitá.19 Destaques da pesquisadora.

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