para os europeus e o Japão. Os EUA estavam situados isoladamente nessegrupo <strong>de</strong>vido a seus baixos índices <strong>de</strong> vacinação. O Brasil encontrava-se <strong>em</strong>G2, que junto com G3 eram os grupos intermediários. Os <strong>de</strong> piores condiçõeseconômicas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil formavam o G4, compaíses como a Bolívia, Camarões, República Centro Africana, Paquistão, Índiae Bangla<strong>de</strong>sh.Os custos envolvidos com a prevenção <strong>de</strong> doenças imunopreveníveissão consi<strong>de</strong>rados relativamente baixos e <strong>de</strong> enorme impacto no<strong>de</strong>senvolvimento infantil se comparados a gastos com tratamentos dasseqüelas <strong>de</strong>ssas doenças. Em relatório do Banco Mundial (1993, p.22) foiavaliado queCálculos feitos para as Américas antes da erradicação da pólio na regiãomostraram que <strong>um</strong> investimento <strong>de</strong> US$ 220 milhões <strong>em</strong> 15 anos paraeliminar a doença evitaria 220 mil casos e representaria <strong>um</strong>a economia <strong>de</strong>US$ 320 milhões a US$ 1,3 bilhão nos gastos com tratamento (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndodo número <strong>de</strong> pessoas tratadas).Na gestão dos recursos <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, conseqüent<strong>em</strong>ente, é levado <strong>em</strong>consi<strong>de</strong>ração o fato <strong>de</strong> que muitas doenças, evitáveis com poucas doses <strong>de</strong>vacinas, originam com suas seqüelas gastos <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> dólares, além dasperdas relativas à freqüência na escola e queda da produtivida<strong>de</strong>.No mesmo doc<strong>um</strong>ento (Banco Mundial, 1993), os custos estimados são“inferiores a US$ 10 por AVAI 7 ganho” <strong>em</strong> relação à imunização contra osarampo e “menos <strong>de</strong> US$ 25” para a combinação <strong>de</strong> vacina antipoliomielite ea DPT, contra difteria, tétano e coqueluche (p.77). Como explicita literalmente orelatório, “os gastos <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> também se justificam <strong>em</strong> termos puramenteeconômicos” (p. 19).Há, portanto e efetivamente, interesse expresso através <strong>de</strong> fóruns eorganismos internacionais, como OPAS, OMS, UNICEF 8 , Banco Mundial, noplanejamento <strong>de</strong> ações coor<strong>de</strong>nadas internacionalmente para que se ampli<strong>em</strong>as ações <strong>de</strong> vacinação.7 Anos <strong>de</strong> Vida Ajustados por Incapacida<strong>de</strong>, indicador que “agrega medidas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e morbida<strong>de</strong><strong>em</strong> <strong>um</strong> único valor, calculado pela soma dos anos <strong>de</strong> vida perdidos <strong>em</strong> função das mortes pr<strong>em</strong>aturas edos anos <strong>de</strong> vida com alg<strong>um</strong>a incapacida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não fatais”. (Rouquayrol, 2003,p.651)8 OPAS:Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>; OMS: Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; Unicef: Fundo dasNações Unidas para a Infância.
Em 1974, foi aprovado na Ass<strong>em</strong>bléia Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> o PAI –Programa Ampliado <strong>de</strong> Imunização (Expan<strong>de</strong>d Programan on Imunization –EPI) que visava à cooperação da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> erepresentantes governamentais <strong>de</strong> programas nacionais <strong>de</strong> imunização, comênfase na vigilância e monitorização dos níveis <strong>de</strong> imunização dos paísesm<strong>em</strong>bros (Jekel, 1999).No Brasil, como <strong>em</strong> diversos países da América Latina, as ações <strong>de</strong>imunização são <strong>de</strong>senvolvidas através <strong>de</strong> Programas Nacionais <strong>de</strong>Imunizações que, além da vacinação <strong>de</strong> rotina (Todo dia é dia <strong>de</strong> vacina),inclu<strong>em</strong> campanhas nacionais <strong>de</strong> imunização, que se constitu<strong>em</strong> <strong>em</strong> momentos<strong>de</strong> mobilização mais geral da socieda<strong>de</strong>.O Brasil recebeu da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>em</strong> 1973, oCertificado <strong>de</strong> Erradicação da Varíola e toda a mobilização institucional, políticae técnica, con<strong>de</strong>nsadas no sucesso da campanha <strong>de</strong> erradicação envolveram oprocesso <strong>de</strong> implantação do PNI (T<strong>em</strong>porão, 2003). O PNI, formulado no Brasil<strong>em</strong> 1973 9 por técnicos do Ministério da Saú<strong>de</strong>, sanitaristas e infectologistas(Brasil, 2004) tinha com objetivo <strong>de</strong> controlar doenças como o sarampo,tuberculose, difteria, tétano coqueluche e poliomielite, além <strong>de</strong> mantererradicada a varíola e, assim, contribuiria para a queda da mortalida<strong>de</strong> infantil.Entre os <strong>de</strong>safios para a sua impl<strong>em</strong>entação, levantados pelo Ministério daSaú<strong>de</strong> à época, estava o <strong>de</strong> “promover a educação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> para a<strong>um</strong>entar areceptivida<strong>de</strong> da população aos programas <strong>de</strong> vacinação” (Benchimol, 2001,p.320).O PNI que, portanto, prece<strong>de</strong>u o Programa Ampliado <strong>de</strong> Imunização daOPAS foi impl<strong>em</strong>entado progressivamente. Em 1980, quando ainda seobservavam epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> vulto <strong>de</strong> poliomielite (3.205 casos notificados <strong>em</strong>9 No país, o governo Médici. Um dos filmes do programa, veiculado na televisão e <strong>em</strong> cin<strong>em</strong>as(Benchimol, 2001), trazia personagens como o Dr. Prevenildo que estimulava Sugismundo a se vacinar.Este se recusava, alegando não estar doente.“Dr. Prevenildo: Pois é por estar sadio que você precisa se vacinar. A vacina é <strong>um</strong> preparadoque protege contra as doenças. Quando seu filho recebe <strong>um</strong>a dose <strong>de</strong> vacina, o líquido estimulaas <strong>de</strong>fesas naturais do organismo, tornando-as muito mais fortes para combater os germenscausadores da doença.Sugismundo pai: Pôxa... é isso que a vacina faz?”Ao final o narrador alertava:“- Atenção! A partir <strong>de</strong> primeiro <strong>de</strong> julho a vacinação é obrigatória no Brasil. Se o seufilho não for vacinado até completar <strong>um</strong> ano, per<strong>de</strong>rá o direito ao salário família até o momentoque o senhor o vacine e apresente o atestado instituído por lei. O Brasil é feito por nós.”
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