combustores da il<strong>um</strong>inação danificados e 700 inutilizados. Tropas <strong>de</strong> SãoPaulo e Minas foram convocadas para auxiliar<strong>em</strong> a <strong>de</strong>belar o movimento(Carvalho, 1987).Foi <strong>um</strong>a revolta fragmentada, palco <strong>de</strong> vários <strong>em</strong>bates. Oficiais militares,positivistas, inconformados com os “<strong>de</strong>scaminhos” da jov<strong>em</strong> República,financiados por monarquistas, tentaram assaltar o po<strong>de</strong>r e jogaram lenha nainsatisfação popular, que fugiu ao seu “comando”, ass<strong>um</strong>indo formasespontâneas <strong>de</strong> luta. Locatários prejudicados com a sanha <strong>de</strong>molidora doprefeito Pereira Passos, o “Bota-Abaixo”, que interessou, <strong>de</strong> forma muitoespecial, aos grupos <strong>de</strong> construtoras. O acirramento da atuação do po<strong>de</strong>rpúblico, alicerçada na i<strong>de</strong>ologia dos higienistas, contra as práticas econcepções populares sobre doença e cura (Chalhoub, 2001). Um conjunto <strong>de</strong>contradições que se mostrou explosivo naquele momento e que t<strong>em</strong> sido t<strong>em</strong>a<strong>de</strong> cativantes textos <strong>de</strong> historiadores brasileiros 5 .Após a revolta, com punição severa aos manifestantes das classespopulares, o governo brasileiro suspen<strong>de</strong> a obrigatorieda<strong>de</strong> da vacina.A varíola, internacionalmente, seria erradicada <strong>em</strong> finais da década <strong>de</strong>1970 6 . Em alg<strong>um</strong>as áreas rurais da África oci<strong>de</strong>ntal, on<strong>de</strong> ainda na década <strong>de</strong>1960 a prática da variolização era corrente e realizada por religiosos,fetichistas, as equipes da OMS encontraram enormes dificulda<strong>de</strong>s nas ações<strong>de</strong> vacinação. Lograram êxito quando <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> recorrer às autorida<strong>de</strong>spoliciais e conseguiram convencer as li<strong>de</strong>ranças religiosas dos benefícios davacinação (Chalhoub, 2001).Simoes (1997) assinala que “a experiência com a varíola mostrou que aerradicação <strong>de</strong> <strong>um</strong>a doença é possível quando é atingida e mantida amplacobertura com <strong>um</strong>a vacina eficaz” (p. 196).A atual ênfase, portanto, nas ações envolvendo a vacinação e o<strong>em</strong>penho com a erradicação <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as doenças imunopreveníveis têm sidocolocados não somente no sentido <strong>de</strong> minorar o sofrimento e mesmo a morte5 No início do século XX, a Revolta obteve da historiografia da época <strong>um</strong>a versão limitada e distorcida,reduzida “a <strong>um</strong> choque entre as massas incivilizadas e brutas, açuladas por espíritos retrógrados eignorantes, contra a imposição irreversível da ciência e do progresso” (Benchimol, 1992, p.299).6 Os últimos casos da doença foram verificados <strong>em</strong> 1977, a OMS consi<strong>de</strong>rou-a erradicada <strong>em</strong> 1980(Brasil, 1993).
<strong>de</strong> crianças <strong>em</strong> países periféricos, on<strong>de</strong> até hoje há índices <strong>de</strong> vacinação<strong>de</strong>siguais <strong>em</strong> relação aos alcançados <strong>em</strong> países centrais. As ações,preconizadas e coor<strong>de</strong>nadas <strong>em</strong> âmbito internacional, são <strong>de</strong>fendidas tambémpara que sejam garantidos, estrategicamente, o controle e a erradicação <strong>de</strong>stasdoenças nas populações dos países centrais, que po<strong>de</strong>m se tornar suscetíveis<strong>em</strong> face <strong>de</strong> fatores como <strong>em</strong>igração, migração, viagens, convívio social, etc.Jekel (1999) consi<strong>de</strong>ra queos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> vigilância para alcançar a erradicação ou a eliminaçãoregional <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser excelentes e qualquer programa <strong>de</strong> erradicação oueliminação necessitaria consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong> mais recursos e t<strong>em</strong>po, b<strong>em</strong>como <strong>um</strong>a política geral e <strong>um</strong> apoio popular, do que necessitaria <strong>de</strong> <strong>um</strong>programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> doenças. (p.231)Outros dados significativos são apresentados por Simoes (1997) queapontam para índices <strong>de</strong> vacinação diferenciados para diferentes estratos dapopulação, mesmo <strong>em</strong> <strong>um</strong> país central, como os EUA. Ali, níveis <strong>de</strong> cobertura<strong>de</strong> vacinação <strong>de</strong> crianças próximos a 97-98% são atingidos quando estasingressam na escola. Porém, o autor afirma que “até 37% a 56% dos 7,8milhões <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> dois anos naquele país não são totalmente imunizadas”(p. 196). Para <strong>de</strong>terminados grupos sociais, como as camadas mais pobres e<strong>de</strong>terminados grupos raciais e étnicos, ainda segundo o autor, existe <strong>um</strong>adificulda<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e no caso, também àsimunizações, que <strong>em</strong> alguns casos estão disponíveis por <strong>um</strong> “preço mínimo”(p.197).Os baixos níveis <strong>de</strong> imunização <strong>em</strong> crianças pré-escolares nos EUAimplicaram no estabelecimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> programa especial <strong>de</strong> vacinação paraaten<strong>de</strong>r crianças <strong>em</strong> locais privados <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, incluindo índiosamericanos, crianças no Medicaid e aquelas que não contam com segurosaú<strong>de</strong>para cobrir imunizações (Jekel, 1999; Pereira, 2003).Os índices <strong>de</strong> cobertura vacinal já foram <strong>de</strong>stacados entre aquelesconsi<strong>de</strong>rados para a avaliação das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil. Rugolo et al.(1990) analisaram <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil <strong>em</strong> 30 países,caracterizando quatro grupos.Nesse estudo, G1 abrangia 18 países com satisfatória condição <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> infantil. Eram países predominant<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>senvolvidos, com <strong>de</strong>staque
- Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANE
- Page 4: Vacinação: um outro olhar - Mães
- Page 9: SUMÁRIOLista de tabelas e quadros
- Page 12 and 13: RESUMOA pesquisa procurou levantar
- Page 15 and 16: INTRODUÇÃOA vacinação, particul
- Page 17 and 18: condições de nutrição, de vida
- Page 19: doença. Verificou que não adoecia
- Page 23 and 24: Em 1974, foi aprovado na Assembléi
- Page 25 and 26: 2002, respectivamente, que represen
- Page 28 and 29: descritor específico, não mais av
- Page 30 and 31: Ao analisar o financiamento do sist
- Page 33 and 34: REFERENCIAL TEÓRICONão tem doutor
- Page 35 and 36: na elaboração de suas condutas, n
- Page 37 and 38: suscetíveis a mudanças, à intera
- Page 39 and 40: Discutir em que sentido a experiên
- Page 41 and 42: se logrou com o conjunto dos funcio
- Page 43 and 44: Frente à analise do processo de ob
- Page 45 and 46: espostas dadas (Brasil, 1998). Foi
- Page 47: Houve um incremento de 26% na gravi
- Page 51 and 52: Ao lado de outros procedimentos, es
- Page 53 and 54: sua modificação implica em mudan
- Page 55 and 56: ... Melhor prevenir do que remediar
- Page 57 and 58: Em ação há mais de 30 anos, o PN
- Page 59 and 60: cognição “prevenção” incorp
- Page 61 and 62: Para Sá (1996), é no sistema peri
- Page 63 and 64: Durante a fase de observação foi
- Page 65 and 66: A imensa maioria das mães foi orie
- Page 67 and 68: A imensa maioria (96,82%) das mães
- Page 69 and 70: Tb/BCG 09 08Tétano 15 07Meningite
- Page 71 and 72:
Gestantes e mães segundo a possibi
- Page 73 and 74:
Novamente, elementos como “preven
- Page 75 and 76:
CONSIDERAÇÕES FINAISO núcleo cen
- Page 77 and 78:
Como foi observado acima, o sistema
- Page 79 and 80:
Atualmente, a descontextualização
- Page 81 and 82:
tecnologias médico-sanitárias e,
- Page 83:
Camadas da população secularmente
- Page 86 and 87:
BENCHIMOL, J. L. (coord.) Febre ama
- Page 88 and 89:
DUARTE, E.C. et al. Epidemiologia d
- Page 90 and 91:
OPAS, Organización Panamericana de
- Page 92 and 93:
VERGÈS, P. Evocation de l’argent
- Page 94 and 95:
ANEXO 1Calendário básico de vacin
- Page 96 and 97:
ANEXO 2“Minotaurização”Gravur
- Page 98 and 99:
Oswaldo Cruz e seu exército de mat
- Page 102 and 103:
ANEXO 5Teste de Evocação e Questi
- Page 104:
ANEXO 6Carta de apresentação às