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Vacinação: um outro olhar - Instituto de Estudos em Saúde Coletiva ...

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condições <strong>de</strong> nutrição, <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> trabalho era responsável por mais mortesdo que outras doenças epidêmicas do período. Mesmo assim, <strong>de</strong>cisõespolíticas que envolviam a reurbanização, o saneamento da cida<strong>de</strong>, nãoestavam comprometidas com a melhoria das condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>para gran<strong>de</strong> parte da população – pobre – da cida<strong>de</strong>. E até meados do séculoXX, a tuberculose seria <strong>um</strong> fator <strong>de</strong> “seleção natural dos mais aptos aomercado <strong>de</strong> trabalho” (Silva, 1999, p. 458).Critérios diferenciados pelo peso <strong>de</strong> vários fatores e interesses <strong>em</strong> jogocontinuam a existir <strong>em</strong> nossos dias no momento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobreinvestimentos para o combate a <strong>um</strong>a ou outra doença, que ating<strong>em</strong> amplasparcelas <strong>de</strong> população.Garrafa (2002) ressalta que “o <strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológicot<strong>em</strong> sido amargamente exclu<strong>de</strong>nte” (p.3). Ao se r<strong>em</strong>eter aos ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong>pesquisa <strong>em</strong> malária e AIDS, <strong>de</strong>staca que, mesmo com o fato <strong>de</strong> as duasdoenças ter<strong>em</strong> causado igual número <strong>de</strong> óbitos – dois milhões <strong>de</strong> pessoas <strong>em</strong>1999, os investimentos <strong>em</strong> pesquisa com malária tiveram o equivalente a 2%do que foi <strong>de</strong>stinado à AIDS naquele ano.E <strong>em</strong> relação à AIDS, no início da epi<strong>de</strong>mia, como esclarece Quadros 2(Salgado, 2003), maiores aportes <strong>de</strong> recursos foram <strong>de</strong>stinados a trabalhos <strong>de</strong>pesquisa <strong>de</strong> drogas terapêuticas,à busca <strong>de</strong> <strong>um</strong>a cura, pois as drogas são mais lucrativas do que as vacinas.As vacinas representam apenas cerca <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> todo o mercadofarmacêutico mundial. É por isso que exist<strong>em</strong> tão poucos fabricantes <strong>de</strong>vacinas. No início da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> AIDS, <strong>de</strong> todos os recursos investidos naluta contra a doença, apenas cerca <strong>de</strong> 1 a 2% foram <strong>de</strong>stinados à pesquisa<strong>de</strong> vacinas. Hoje isso está mudando, e vários testes vêm sendo realizadospara aperfeiçoar <strong>um</strong>a vacina contra o HIV. (p.141)Portanto, comparado ao <strong>de</strong> medicamentos, o mercado <strong>de</strong> vacinas ésensivelmente mais restrito <strong>em</strong>bora não <strong>de</strong>sprezível pelo vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong> itensenvolvidos, potencial <strong>de</strong> crescimento, pelos avanços tecnológicos que vêmsendo incorporados ao setor, assim como pela sua relevância na redução <strong>de</strong>morbimortalida<strong>de</strong> (T<strong>em</strong>porão, 2003). Conforme dados do autor, <strong>em</strong> artigo sobreo mercado privado <strong>de</strong> vacinas no Brasil enquanto o mercado mundial <strong>de</strong>2 Ex-diretor da Divisão <strong>de</strong> Vacinas e Imunização da Organização Pan-Americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.

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