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Tese _ASR - Biblioteca do Instituto de Química - Unicamp

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iUniversida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> QuímicaPrograma <strong>de</strong> Pós-graduação em QuímicaDESENVOLVIMENTO DE UM ATOMIZADOR DE QUARTZO COMFILAMENTO DE TUNGSTÊNIO PARA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃOATÔMICA COM GERAÇÃO DE HIDRETO EM SISTEMA DE FLUXOAn<strong>de</strong>rson Schwingel Ribeiro<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> apresentada aoPrograma <strong>de</strong> Pós-graduação em Químicada Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinascomo requisito parcial para obtenção <strong>do</strong>título <strong>de</strong> Doutor em Química na área <strong>de</strong>Química AnalíticaOrienta<strong>do</strong>r: Profa. Dra. Solange Ca<strong>do</strong>reCo-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaCampinas2003


vDedico esta tese a minha mãe, Enilda, pelo apoio constante.A minha Noiva Mariana, pelo incentivo.Aos meus irmãos Emerson e Vamerson.


viiAgra<strong>de</strong>cimentos#1 DEUS;À minha mãe Enilda Schwingel Ribeiro, que sempre esteve presente e me apoiouem to<strong>do</strong>s os momentos e ao meu pai Val<strong>de</strong>mar Pereira Ribeiro (in memorian);Aos meus irmãos Emerson Schwingel Ribeiro (Erm) e Vamerson Schwingel Ribeiro(Varm), que, assim como a minha mãe, sempre estiveram presentes;À minha noiva Mariana Antunes Vieira, que sempre torceu para concluir o curso omais rápi<strong>do</strong> possível, para que eu pu<strong>de</strong>sse “voltar”;Às minhas avós Marinta Rosa Schwingel (in memorian) e Estefânia TernovinskRibeiro (in memorian) e <strong>de</strong>mais parentes;À Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas;Ao Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq);Aos meus orienta<strong>do</strong>res Solange e Marco, por acreditarem na idéia e peloacompanhamento pontual e competente;Aos servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Química, em especial a Helena da Central Analítica eao pessoal da oficina <strong>de</strong> vidraria e mecânica fina (Marco, Fontana e Mário), queconfeccionaram todas as peças empregadas nesta tese;Aos colegas <strong>do</strong> laboratório (Aloísia, Antenor, Bell, Gisele, Helena, Júlio, Nival<strong>do</strong>,Vilarinho, Paulo, Rafael, Teresa);Aos colegas <strong>do</strong> IQ (Fernan<strong>do</strong>, Marcelo, Odair, Sílvio, Vanusa);E a to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong> alguma forma contribuíram na realização <strong>de</strong>sta tese.Arn.


ixO Silêncio(Arnal<strong>do</strong> Antunes/Carlinhos Brown)antes <strong>de</strong> existir computa<strong>do</strong>r existia a tevêantes <strong>de</strong> existir tevê existia luz elétricaantes <strong>de</strong> existir luz elétrica existia bicicletaantes <strong>de</strong> existir bicicleta existia enciclopédiaantes <strong>de</strong> existir enciclopédia existia alfabetoantes <strong>de</strong> existir alfabeto existia a vozantes <strong>de</strong> existir a voz existia o silêncioo silênciofoi a primeira coisa que existiuo silêncio que ninguém ouviuastro pelo céu em movimentoe o som <strong>do</strong> gelo <strong>de</strong>rreten<strong>do</strong>o barulho <strong>do</strong> cabelo em crescimentoe a música <strong>do</strong> ventoe a matéria em <strong>de</strong>composiçãoa barriga digerin<strong>do</strong> o pãoexplosão <strong>de</strong> semente sobre o chãodiamante nascen<strong>do</strong> <strong>do</strong> carvãohomem pedra planta bicho florluz elétrica tevê computa<strong>do</strong>rbate<strong>de</strong>ira liquidifica<strong>do</strong>rvamos ouvir esse silêncio meu amoramplifica<strong>do</strong> no amplifica<strong>do</strong>r<strong>do</strong> estetoscópio <strong>do</strong> <strong>do</strong>utorno la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong> peito esse tambor


xiResumoDesenvolvimento <strong>de</strong> um atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênio paraespectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com geração <strong>de</strong> hidreto em sistema <strong>de</strong> fluxoAluno: An<strong>de</strong>rson Schwingel RibeiroOrienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Solange Ca<strong>do</strong>reCo-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaFoi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstêniopara espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com geração <strong>de</strong> hidreto (HG) em sistema<strong>de</strong> injeção em fluxo (FI), com secagem contínua <strong>do</strong> gás a ser conduzi<strong>do</strong> para oatomiza<strong>do</strong>r. Para isso, um sistema <strong>de</strong> secagem <strong>do</strong> gás foi construí<strong>do</strong> com oemprego <strong>de</strong> uma membrana <strong>de</strong> Nafion ® , fornecen<strong>do</strong> uma remoção contínua <strong>de</strong> 4,2mg min -1 <strong>de</strong> água, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma eficiência <strong>de</strong> 92,7 %. O comportamento<strong>de</strong> filamentos com diferentes características foram avalia<strong>do</strong>s. As variáveisenvolven<strong>do</strong> os sistemas <strong>de</strong> FI e HG foram otimizadas e a eficiência e <strong>de</strong>sempenho<strong>do</strong> sistema foram <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi. O sistemaapresentou estabilida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> funcionamento sem perda nasensibilida<strong>de</strong>, obten<strong>do</strong>-se uma ampla faixa <strong>de</strong> calibração (até 500 µg L -1 para o Ase até 750 µg L -1 para o Bi) com R = 0,999 e limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção absoluto <strong>de</strong> 1,5 ngpara o As e 1,9 ng para o Bi, com freqüência analítica <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>terminações porhora. Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> interferência mostraram que os níveis <strong>de</strong> concomitantespresentes nas amostras avaliadas não afetam o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sistema. Osresulta<strong>do</strong>s das análises para amostras <strong>de</strong> água, urina, sedimento, materiaisbiológicos e metalúrgicos, <strong>de</strong>monstraram uma boa exatidão, precisão erecuperação <strong>do</strong>s valores espera<strong>do</strong>s, com RSD menores que 6 %.


xiiiAbstractDevelopment of a quartz tube atomizer with tungsten coil using a flow injectionhydri<strong>de</strong>generation atomic absorption spectrometry systemAuthor: An<strong>de</strong>rson Schwingel RibeiroAdvisor: Profa. Dra. Solange Ca<strong>do</strong>reCo-adviser: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi ArrudaA quartz tube atomizer with tungsten coil for atomic absorptionspectrometry with hydri<strong>de</strong> generation (HG) and a flow injection (FI) system,including a gas drying module was <strong>de</strong>veloped. The gas drying module wasmanufactured using a Nafion ® membrane that provi<strong>de</strong>d the continuous removal of4.2 mg min -1 of water, corresponding to a 92.7 % efficiency. The behaviour oftungsten filaments having different characteristics was evaluated. The parametersinvolved in the FI and HG system were optimized. The efficiency and theperformance of this system were <strong>de</strong>monstrated for the <strong>de</strong>termination of As and Bi.The proposed system shows long term stability, without loss in sensitivity. Thecalibration range was (up to 500 µg L -1 for As and up to 750 µg L -1 for Bi) with R =0.999. The limit of <strong>de</strong>tection was calculated as 1.5 ng for As and 1.9 ng for Bi, withan analytical frequency of 60 <strong>de</strong>terminations per hour. Interference studiesshowed that the levels of contaminants present in the samples evaluated did notaffected the performance of the system. The results for analysis of water, urine,sediment, biological and metallurgical materials showed accuracy, precision andrecoveries of the expected values, with RSD lower than 6 %.


xvCURRICULUM VITAEFORMAÇÃO ACADÊMICA1999 – 2003 Doutora<strong>do</strong> em Química Analítica.Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas, UNICAMP, São Paulo, Brasil.Título: Desenvolvimento <strong>de</strong> um Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Quartzo com Filamento <strong>de</strong>Tungstênio para Espectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com Geração <strong>de</strong>Hidreto em Sistema <strong>de</strong> Fluxo.Orienta<strong>do</strong>ra: Profa. Dra. Solange Ca<strong>do</strong>re.Co-orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi Arruda.Bolsista <strong>do</strong> CNPq.1997 – 1999 Mestra<strong>do</strong> em Química Analítica.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, UFSC, Santa Catarina, Brasil.Título: Determinação <strong>de</strong> Elementos Traço em Amostras <strong>de</strong> Cabelo Humano porEspectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica em Forno <strong>de</strong> Grafite.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Adilson José Curtius.Bolsista <strong>do</strong> CNPq.1993 – 1996 Graduação em Química Bacharela<strong>do</strong>.Fundação Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá, UEM, Paraná, Brasil.Bolsista <strong>do</strong> CNPq.ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS1 – A.S. Ribeiro, A.L. Moretto, M.A.Z. Arruda et al. Analysis of Pow<strong>de</strong>red Coffee and Milk by ICPOES after Sample Treatment with Tetramethylammonium Hydroxi<strong>de</strong>, Microchim. Acta (2003) articlein press.2 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. A Quartz Tube Atomizer with Tungsten Coil: A NewSystem for Vapor Atomization in Atomic Absorption Spectrometry, J. Anal. At. Spectrom. 17 (2002)1516-1522.3 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Determination of Bismuth in Metallurgical MaterialsUsing a Quartz Tube Atomizer with Tungsten Coil and Flow Injection Hydri<strong>de</strong> Generation AtomicAbsorption Spectrometry. Spectrochim. Acta Part B 57 (2002) 2113-2120.4 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Espectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica com AtomizaçãoEletrotérmica em Filamento <strong>de</strong> Tungstênio. Uma Re-Visão Crítica. Quim. Nova 25 (2002) 396-405.5 - A.S. Ribeiro, A.J. Curtius, D. Pozebon. Determination of As, Cd, Ni and Pb in Human Hair byElectrothermal Atomic Absorption Spectrometry after Sample Treatment withTetramethylammonium Hydroxi<strong>de</strong>. Microchem. J. 64 (2000) 105-110.PATENTE1 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Sistema <strong>de</strong> Atomização com Filamento para AnáliseQuímica por Espectrometria Atômica. Relatório protocoliza<strong>do</strong> no <strong>Instituto</strong> Nacional da Proprieda<strong>de</strong>Industrial (INPI), em 13/03/02, às 10:50 horas e recebeu o n 0 201.124-7 (Patente Requerida).


xviTRABALHOS RESUMIDOS EM EVENTOS1 - A.S. Ribeiro, S.G. Moraes, M.I.M.S. Bueno, Análise <strong>de</strong> Cabelo Humano por Fluorescência <strong>de</strong>Raios-X (FRX). In: 25A. REUNIÃO ANUAL DA SBQ, Poços <strong>de</strong> Caldas - MG. Livro <strong>de</strong> Resumos (2002)QA-45.2 – V.S.O. Ruiz, A.S. Ribeiro, C. Airoldi, Determinação <strong>de</strong> Arsênio e Titânio por ICP OES paraCaracterização <strong>de</strong> Fenilarsenato <strong>de</strong> Titânio. In: XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA ECIÊNCIA DOS MATERIAIS, Natal - RN. Cd-Rom <strong>do</strong> CBECIMAT (2002) Código <strong>do</strong> trabalho: 401-079.3 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Determinação <strong>de</strong> Bismuto em Urina Utilizan<strong>do</strong>Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Quartzo com Filamento <strong>de</strong> Tungstênio e Sistema FI-HG AAS. In: VIII ENCI(ENCONTRO NACIONAL SOBRE CONTAMINANTES INORGÂNICOS), Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ. Livro <strong>de</strong>Resumos (2002) 139-140.4 – V.S.O. Ruiz, A.S. Ribeiro, C. Airoldi, Determinação <strong>de</strong> P e Ti por ICP OES para Caracterização<strong>de</strong> Fenilfosfonato <strong>de</strong> Titânio. In: 25A. REUNIÃO ANUAL DA SBQ, Poços <strong>de</strong> Caldas - MG. Livro <strong>de</strong>Resumos (2002) QI-101.5 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Determination of Arsenic in Environmental andBiological Samples Using an Electrothermal Cell with Tungsten Coil in a Hydri<strong>de</strong> Generation-AtomicAbsorption Spectrometry-Flow System. In: A GLOBAL TECHNICAL CONFERENCE & EXPOSITION(PITTCON) New Orleans - LA. Abstracts (2002) 235.6 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Determination of Bismuth in Metallurgical MaterialsUsing a Quartz Tube Atomizer with Tungsten Coil and FI-HG AAS. In: VII RIO SYMPOSIUM ONATOMIC SPECTROMETRY, Florianópolis - SC. Book of Abstracts (2002) 35 O-03.7 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Estu<strong>do</strong> Comparativo entre Diferentes Filamentos <strong>de</strong>Tungstênio para ser Emprega<strong>do</strong> em QTAW com Sistema FI-HG AAS. In: 25A. REUNIÃO ANUAL DASBQ, Poços <strong>de</strong> Caldas - MG. Livro <strong>de</strong> Resumos (2002) QA-46.8 – T.M.F.F. Men<strong>de</strong>s, A.S. Ribeiro, N. Baccan et al. Study of Mineralization of Honey for theDetermination of Macro and Micro-elements by ICP OES. In: VII RIO SYMPOSIUM ON ATOMICSPECTROMETRY, Florianópolis - SC. Book of Abstracts (2002) 196 FR-16.9 - A.S. Ribeiro, J.B.B. Silva. Uso <strong>de</strong> Rutênio como Modifica<strong>do</strong>r Permanente na Determinação <strong>de</strong>Cobre em Amostras Biológicas Solubilizadas com Hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tetrametilamônio por Espectrometria<strong>de</strong> Absorção Atômica em Forno <strong>de</strong> Grafite. In: VIII ENCI (ENCONTRO NACIONAL SOBRECONTAMINANTES INORGÂNICOS), Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ. Livro <strong>de</strong> Resumos (2002) 133-134.10 - A.S. Ribeiro, M.A.Z. Arruda, S. Ca<strong>do</strong>re. Determinação <strong>de</strong> Arsênio em Águas Utilizan<strong>do</strong> Célula<strong>de</strong> Quartzo com Filamento <strong>de</strong> Tungstênio e Sistema FIA-HG-AAS. In: ENCONTRO NACIONAL DEQUÍMICA ANALÍTICA, Campinas - SP. Livro <strong>de</strong> Resumos (2001) EA-14.11 - A.S. Ribeiro, A.L. Moretto, M.A.Z. Arruda et al. Determinação Rápida <strong>de</strong> Macro e MicroElementos em Amostras <strong>de</strong> Café Solúvel e Leite em Pó por ICP OES Após Tratamento da Amostracom TMAH. In: VII ENCI (ENCONTRO NACIONAL SOBRE CONTAMINANTES INORGÂNICOS),Campinas - SP. Livro <strong>de</strong> Resumos (2000) 49-51.


xvii12 - A.S. Ribeiro, A.L. Moretto, M.A.Z. Arruda et al. Determination of Arsenic Using anElectrothermal Cell With Tungsten Coil in a Hydri<strong>de</strong> Generation-Atomic Absorption Spectrometry-Flow System. In: SIXTH RIO SYMPOSIUM ON ATOMIC SPECTROMETRY, Concepcion/Pucon - Chile.Book of Abstract (2000) 208 WP-130.13 - A.S. Ribeiro, A.L. Vilatinho, J.C.J. Silva et al. Determination of Major and Minor Elements inHuman Hair by ICP OES after Sample Treatrament with Tetramethylammonium Hydroxi<strong>de</strong> andSodium Dietrhyldithiocarbamate. In: SIXTH RIO SYMPOSIUM ON ATOMIC SPECTROMETRY,Concepcion/Pucon - Chile. Book of Abstract (2000) 123 TP-57.14 - A.S. Ribeiro, A.L. Moretto, M.A.Z. Arruda et al. Development of a New Electrothermal CellEmploying Tungsten Coil for Determination of Arsenic by Hydri<strong>de</strong> Generation-Atomic AbsorptionSpectrometry-Flow System. In: 8TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON FLOW ANALYSIS, Warsaw -Poland. Book of Abstracts (2000) 79 P104.15 - A.S. Ribeiro, D. Pozebon, A.J. Curtius. Determinação <strong>de</strong> As, Cd, Ni e Pb em Cabelo Humanopor ETAAS após Tratamento da Amostra com TMAH. In: VII ENCONTRO DE QUÍMICA DA REGIÃOSUL, Tubarão - SC. Livro <strong>de</strong> Resumos (1999) QA-36.16 - A.S. Ribeiro, D. Pozebon, A.J. Curtius. Determinação <strong>de</strong> Elementos Traço em Amostras <strong>de</strong>Cabelo Humano por Espectrometria <strong>de</strong> Absorção Atômica em Forno <strong>de</strong> Grafite. In: 22A. REUNIÃOANUAL DA SBQ, Poços <strong>de</strong> Calda - MG. Livro <strong>de</strong> Resumos (1999) QA-25.17 - A.S. Ribeiro, M.A.M. Silva, S.M. Maia et al. Estu<strong>do</strong> Comparativo Entre os Nebuliza<strong>do</strong>res Ultra-Sônico e Pneumático para Análise <strong>de</strong> Cabelo Humano por ICP-MS. In: VII ENCONTRO DE QUÍMICADA REGIÃO SUL, Tubarão - SC. Livro <strong>de</strong> Resumos (1999) QA-35.18 - D. Pozebon, V. Dressler, A.S. Ribeiro et al. Determinação <strong>de</strong> Mo, U e B por ETV-ICP-MS. In:VI ENCONTRO DE QUÍMICA DA REGIÃO SUL, Maringá - PR. Livro <strong>de</strong> Resumos (1998) QA-06.19 – J.E. Gonçalvez, A.S. Ribeiro, A.M. Lazarin et al. Determinação Potenciométrica dasConstantes <strong>de</strong> Formação Condicional <strong>de</strong> Complexos <strong>de</strong> Cobre(II) com Substâncias Húmicas <strong>do</strong> Solo<strong>de</strong> Maringá, Paraná. In: 19A. REUNIÃO ANUAL DA SBQ, Poços <strong>de</strong> Calda - MG. Livro <strong>de</strong> Resumos(1996) QA-123.20 - A.S. Ribeiro, R.L. Sernáglia, W.F. Costa. Estu<strong>do</strong> das Interações <strong>de</strong> Íons Cobre(II) comSubstâncias Húmicas com Variação <strong>de</strong> pH. In: V ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA:CNPQ - UEL - UEM - UEPG - UNIOESTE, Londrina - PR. Livro <strong>de</strong> Resumos (1996) 109.


xixSumárioLista <strong>de</strong> Figuras...........................................................................................p.xxiLista <strong>de</strong> Tabelas..........................................................................................p.xxvPrincipais Abreviaturas...............................................................................p.xxvii1 – Introdução...............................................................................................p.12 – Objetivos e justificativas..........................................................................p.123 – Experimental..........................................................................................p.133.1 - Instrumentação..........................................................................p.133.2 – Amostras, reagentes e soluções..................................................p.143.3 – Preparação das amostras............................................................p.173.3.1 – Águas...........................................................................p.173.3.2 – Amostras biológicas.......................................................p.173.3.3 – Sedimento.....................................................................p.193.3.4 – Urina............................................................................p.203.3.5 – Liga <strong>de</strong> estanho.............................................................p.213.3.6 – Aço...............................................................................p.223.4 – Sistema <strong>de</strong> injeção em fluxo.......................................................p.223.4.1 – Reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong>..........................................p.253.4.2 – Desumidifica<strong>do</strong>r.............................................................p.273.4.3 – Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênio........p.314 – Resulta<strong>do</strong>s e discussões..........................................................................p.344.1 – Estu<strong>do</strong>s preliminares..................................................................p.344.2 – Efeito da temperatura na atomização...........................................p.374.3 – Efeito da concentração e <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>....................................p.404.4 – Efeito da concentração <strong>de</strong> NaBH 4 e KOH......................................p.43


xx4.5 – Influência da bobina <strong>de</strong> reação e <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> injeção.................p.454.6 – Influência da vazão <strong>do</strong> gás carrega<strong>do</strong>r.........................................p.484.7 – Efeito <strong>do</strong>s diferentes filamentos na curva <strong>de</strong> calibração.................p.494.8 – Efeito da vazão <strong>do</strong>s reagentes na curva <strong>de</strong> calibração...................p.524.9 – Eficiência <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> secagem <strong>do</strong> gás.....................................p.544.10 – Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> possíveis interferentes...............................................p.555 – Aplicações..............................................................................................p.625.1 – Determinação <strong>de</strong> As em água, material biológico e sedimento.......p.625.2 – Determinação <strong>de</strong> Bi em urina e matérias metalúrgicos..................p.656 – Conclusões.............................................................................................p.697 – Referências............................................................................................p.718 – Apêndice................................................................................................p.838.1 – Sinais transientes obti<strong>do</strong>s pelo gráfico contínuo <strong>do</strong> sinal durante a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi em solução <strong>de</strong> referência.......................................p.838.2 – Artigo 1: Espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com atomizaçãoeletrotérmica em filamento <strong>de</strong> tungstênio. Uma re-visão crítica…..……….p.838.3 – Artigo 2: A quartz tube atomizer with tungsten coil: a new system forvapor atomization in atomic absorption spectrometry………………..………..p.838.4 – Artigo 3: Determination of bismuth in metallurgical materials using aquartz tube atomizer with tungsten coil and flow injection-hydri<strong>de</strong>generation-atomic absorption spectrometry…………………………..…………..p.839 – Anexos………………………………………………………………...............................…p.839.1 – Certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análises das amostras <strong>de</strong> aço...............................p.83


xxiLista <strong>de</strong> FigurasFigura 1 – (A) Diagrama e fotografia <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> injeção em fluxo;(B) Fotografia <strong>do</strong> sistema estuda<strong>do</strong>......................................................p.23Figura 2 – Fotografias <strong>do</strong>s diferentes filamentos <strong>de</strong> tungstênio utiliza<strong>do</strong>s noQTAW................................................................................................p.24Figura 3 – (a) Diagrama esquemático e fotografias <strong>do</strong> reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong>utiliza<strong>do</strong> no sistema proposto; (b) visão interna <strong>do</strong> GLS; (c) visão lateral <strong>do</strong>GLS...................................................................................................p.27Figura 4 – (A) Sistema <strong>de</strong> acrílico com membrana <strong>de</strong> Nafion ® emprega<strong>do</strong> parasecagem <strong>do</strong> gás; (B) fotografia <strong>do</strong> DN.................................................p.30Figura 5 – Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênio; (A) visão superior;(B) visão lateral; (C) e (D) Fotografias <strong>do</strong> QTAW..................................p.32Figura 6 – (A) Primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> QTAW estuda<strong>do</strong> na atomização on-line <strong>de</strong> vaporquímico; (B) primeiro reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> no sistemaFI-HG AAS com QTAW........................................................................p.35Figura 7 – Primeira curva <strong>de</strong> calibração obtida num sistema FI-HG AAS comQTAW................................................................................................p.36Figura 8 – Primeiros sinais transientes para o As, obti<strong>do</strong>s por um QTAW comsistema FI-HG AAS.............................................................................p.36Figura 9 – Efeito da voltagem aplicada no filamento <strong>de</strong> tungstênio para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio e bismuto......................................................p.38


xxiiFigura 10 – Temperaturas obtidas nas superfícies <strong>do</strong>s diferentes filamentosestuda<strong>do</strong>s no QTAW em função da voltagem aplicada...........................p.39Figura 11 – Efeito das concentrações <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s.............................................p.42Figura 12 – [As:1 e Bi: 3] Efeito da concentração <strong>de</strong> NaBH 4 em 0,5 % m/v <strong>de</strong> KOHemprega<strong>do</strong> para geração <strong>do</strong> hidreto em diferentes concentrações <strong>de</strong> As eBi; [As:2 e Bi:4] efeito da concentração <strong>de</strong> KOH emprega<strong>do</strong> para estabilizaro NaBH 4 na geração <strong>do</strong> hidreto com diferentes concentrações <strong>de</strong> As eBi......................................................................................................p.44Figura 13 – Efeito <strong>do</strong> comprimento da bobina <strong>de</strong> reação na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As eBi......................................................................................................p.46Figura 14 – Efeito <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> amostra e redutor na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>As e Bi...............................................................................................p.47Figura 15 – Efeito da vazão <strong>de</strong> Ar como gás carrega<strong>do</strong>r na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bipara diferentes concentrações <strong>do</strong>s analitos...........................................p.49Figura 16 – Efeito <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> filamentos <strong>de</strong> tungstênio na curva <strong>de</strong>calibração <strong>de</strong> As e Bi...........................................................................p.51Figura 17 – Efeito da vazão <strong>de</strong> reagentes nas curvas <strong>de</strong> calibração para o sistemaproposto............................................................................................p.53Figura 18 – Efeito <strong>de</strong> outros elementos gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hidretos na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>150 µg L -1 <strong>de</strong> As ou Bi.........................................................................p.56Figura 19 – Efeito <strong>de</strong> concomitantes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi.....................p.59


xxiiiFigura 20 – Efeito da presença <strong>de</strong> agentes mascarantes nos sinais transientesobti<strong>do</strong>s na solução coquetel das ligas <strong>de</strong> aço........................................p.61


xxvLista <strong>de</strong> TabelasTabela 1 – Programa <strong>de</strong> potência e tempo emprega<strong>do</strong> na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microondas<strong>de</strong> sistema fecha<strong>do</strong>.............................................................................p.20Tabela 2 – Eficiência <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> acrílico com membrana <strong>de</strong> Nafion ® parasecagem <strong>do</strong> gás.................................................................................p.55Tabela 3 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para As em amostras <strong>de</strong> águas naturaisenriquecidas.......................................................................................p.64Tabela 4 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para As em cinco materiais <strong>de</strong> referênciacertifica<strong>do</strong>s........................................................................................p.65Tabela 5 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos encontra<strong>do</strong>s na análise das amostras <strong>de</strong> urinaenriquecidas com Bi............................................................................p.68Tabela 6 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para cinco materiais <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> Bi.........p.68


xxviiPrincipais AbreviaturasAAS: <strong>do</strong> inglês “atomic absorption spectrometry” (espectrometria <strong>de</strong> absorçãoatômica);DN: <strong>do</strong> inglês “<strong>de</strong>humidification by Nafion ® ” (<strong>de</strong>sumidifica<strong>do</strong>r com membrana <strong>de</strong>Nafion ® );ETA: <strong>do</strong> inglês “electrothermal atomization” (atomização eletrotérmica);ET AAS: <strong>do</strong> inglês “electrothermal atomic absorption spectrometry”(espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com atomização eletrotérmica);ETAW: <strong>do</strong> inglês “electrothermal atomization with tungsten coil” (atomizaçãoeletrotérmica com filamento <strong>de</strong> tungstênio);FAAS: <strong>do</strong> inglês “flame atomic absorption spectrometry” (espectrometria <strong>de</strong>absorção atômica com atomização em chama);FI: <strong>do</strong> inglês “flow injection” (injeção em fluxo);GLS: <strong>do</strong> inglês “gas-liquid reactor-separator” (separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong>);HG: <strong>do</strong> inglês “hydri<strong>de</strong> generation” (geração <strong>de</strong> hidreto);ICP-MS: <strong>do</strong> inglês “inductively coupled plasma mass spectrometry”(espectrometria <strong>de</strong> massas com fonte <strong>de</strong> plasma indutivamente acopla<strong>do</strong>);


xxviiiICP OES: <strong>do</strong> inglês “inductively coupled plasma optical emission spectrometry”(espectrometria <strong>de</strong> emissão óptica com fonte <strong>de</strong> plasma indutivamente acopla<strong>do</strong>);QTA: <strong>do</strong> inglês “quartz tube atomizer” (atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo);QTAW: <strong>do</strong> inglês “quartz tube atomizer with tungsten coil” (atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzocom filamento <strong>de</strong> tungstênio);RSD: <strong>do</strong> inglês “relative standard <strong>de</strong>viation” (<strong>de</strong>svio padrão relativo).


Introdução 11 – IntroduçãoA espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica (AAS) revolucionou a <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> elementos metálicos durante as décadas <strong>de</strong> 1950 e 1960. Essa técnica, queconsistia na introdução <strong>de</strong> uma solução da amostra num atomiza<strong>do</strong>r com chama(FAAS), através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> nebulização, foi <strong>de</strong>senvolvida e proposta noinício <strong>do</strong>s anos 50 por Alan Walsh, que publicou os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seu trabalho narevista Spectrochimica Acta, em 1955, sob o título: The application of atomicabsorption spectra to chemical analysis [1]. No princípio, houve certa <strong>de</strong>scrençaentre os espectroscopistas da época que, até então, só utilizavam o espectro <strong>de</strong>emissão atômica para as análises químicas. Entretanto, a utilização <strong>do</strong> espectro <strong>de</strong>absorção atômica, que prometia ser tão promissora, segun<strong>do</strong> o seu cria<strong>do</strong>r,chamou a atenção <strong>do</strong> russo Boris V. L'vov, que não só confirmou a valida<strong>de</strong> <strong>do</strong>sexperimentos realiza<strong>do</strong>s por Walsh, mas acreditou na potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa novatécnica e <strong>de</strong>dicou-se com afinco à sua utilização e aperfeiçoamento.O conceito <strong>de</strong> atomização eletrotérmica (ETA) foi introduzi<strong>do</strong> por L'vov em1959, mas tornou-se bem conheci<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> uma publicação em 1961 [2].Nesse trabalho, a amostra era <strong>de</strong>positada na superfície <strong>de</strong> um eletro<strong>do</strong> móvel <strong>de</strong>grafite e, em seguida, introduzida em um tubo <strong>de</strong> grafite revesti<strong>do</strong> com uma folha<strong>de</strong> tântalo, o qual era aqueci<strong>do</strong> eletricamente. Esse sistema possibilitava aatomização da amostra em uma única etapa, fornecen<strong>do</strong> uma nuvem atômica maisconcentrada e, <strong>de</strong>ssa maneira, uma melhor sensibilida<strong>de</strong> era alcançada, commenor consumo da amostra.


Introdução 2Em 1969, Holak [3] introduziu o conceito da técnica <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidreto(HG), no qual a amostra acidificada ao se misturar com um agente redutor reage eforma hidretos voláteis <strong>de</strong> algumas espécies.As principais vantagens <strong>do</strong> emprego da geração <strong>de</strong> vapor químico são: oaumento da eficiência <strong>de</strong> transporte para o atomiza<strong>do</strong>r, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> chegar a 100 %e com um vapor homogêneo; o analito é separa<strong>do</strong> da matriz, o que resulta namelhora da precisão; a seletivida<strong>de</strong> aumenta <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à redução significativa <strong>do</strong>sinterferentes; os limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção (LDs) são melhora<strong>do</strong>s, satisfazen<strong>do</strong> osinteresses para estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> elementos traço e estu<strong>do</strong>s ambientais; a automação<strong>do</strong>s sistemas po<strong>de</strong> facilmente ser alcançada; além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>especiação com acoplamentos <strong>de</strong> diferentes técnicas [4-6].Atualmente, o atomiza<strong>do</strong>r mais emprega<strong>do</strong> para geração <strong>de</strong> hidretos é oatomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo (QTA), confecciona<strong>do</strong> na forma <strong>de</strong> um tubo T, posiciona<strong>do</strong>no caminho óptico <strong>do</strong> espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica. Seu aquecimentogeralmente é realiza<strong>do</strong> por resistência elétrica ou em chama <strong>de</strong> ar-acetileno e,<strong>de</strong>ssa maneira, as temperaturas internas <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r se restringem entre 700 a1100 o C. Por outro la<strong>do</strong>, o quartzo tem uma temperatura <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong>aproximadamente 1665 o C, o que significa que esses atomiza<strong>do</strong>res não po<strong>de</strong>matingir tal temperatura.O QTA fornece um eleva<strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong>s átomos no caminhoóptico e conseqüentemente uma alta sensibilida<strong>de</strong> é encontrada, com baixo ruí<strong>do</strong>,sinal <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> e excelentes LDs. Porém, algumas <strong>de</strong>svantagens são inerentes ao


Introdução 3QTA: é susceptível à interferência durante a etapa <strong>de</strong> atomização; a faixa lineardas curvas <strong>de</strong> calibração nem sempre é satisfatória e apresenta instabilida<strong>de</strong> aolongo <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> funcionamento com perda na sensibilida<strong>de</strong>. As reações <strong>de</strong>atomização ocorrem preferencialmente na superfície <strong>do</strong> quartzo e, <strong>de</strong>ssa maneira,a sensibilida<strong>de</strong> é diretamente controlada pela qualida<strong>de</strong> da superfície interna <strong>do</strong>atomiza<strong>do</strong>r.Na tentativa <strong>de</strong> contornar alguns <strong>de</strong>sses inconvenientes Matousek et al. [7-8] propuseram o uso <strong>de</strong> um atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> QTA com múltiplas micro-chamas, oqual além <strong>de</strong> melhorar a sensibilida<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>u a faixa linear <strong>de</strong> calibração paraAs, Se e Sb, além <strong>de</strong> suportar uma quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> interferentes.Recentemente, Luna et al. [9] realizaram estu<strong>do</strong>s para geração <strong>de</strong> espéciesvoláteis <strong>de</strong> Ag, Au, Cu e Zn, à temperatura ambiente, com borohidreto <strong>de</strong> sódio esoluções ácidas <strong>de</strong>stes elementos, utilizan<strong>do</strong> a AAS e a técnica <strong>de</strong> espectrometria<strong>de</strong> massas com fonte <strong>de</strong> plasma indutivamente acopla<strong>do</strong> (ICP-MS). A baixasensibilida<strong>de</strong> encontrada para AAS foi atribuída à baixa temperatura fornecida peloQTA com resistência elétrica, a qual impediu a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s diferentes metaiscomo Ag, Au, Cu, Zn e Cd. De acor<strong>do</strong> com os autores, o emprego <strong>de</strong> atomiza<strong>do</strong>resque operam com temperaturas mais elevadas po<strong>de</strong>ria solucionar esse problema,uma vez que o processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> vapor foi eficiente, chegan<strong>do</strong> a atingir 92% para o Au, com ICP-MS. O uso <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r eletrotérmico com tubo <strong>de</strong> grafitepo<strong>de</strong>ria contornar este problema, uma vez que po<strong>de</strong> atingir temperaturas maiselevadas <strong>do</strong> que a empregada (1000 o C). Por outro la<strong>do</strong>, esse atomiza<strong>do</strong>r gera um


Introdução 4fun<strong>do</strong> muito eleva<strong>do</strong>, uma vez que o hidrogênio presente no sistema reage com ografite e forma acetileno, aumentan<strong>do</strong> a absorção <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> com o aumento datemperatura, além <strong>de</strong> reduzir significativamente a vida útil <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> grafite.No entanto, se o vapor químico for reti<strong>do</strong> com o auxílio <strong>de</strong> modifica<strong>do</strong>resquímicos [10-12] ou <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> eletrostaticamente [13], o tubo <strong>de</strong> grafite po<strong>de</strong> seremprega<strong>do</strong> para a atomização <strong>de</strong> hidretos ou vapor frio, pois o sistema se torna<strong>de</strong>scontínuo e o programa <strong>de</strong> temperatura e tempo <strong>do</strong> forno <strong>de</strong> grafite somente éativa<strong>do</strong> após a retenção <strong>do</strong> hidreto, evitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma a presença <strong>de</strong>hidrogênio durante as etapas <strong>de</strong> aquecimento e conseqüentemente formação <strong>de</strong>acetileno. Esses sistemas fornecem uma melhora nos limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção, pois préconcentramo analito <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r, mas apresentam uma baixa freqüênciaanalítica.Uma alternativa aos tubos <strong>de</strong> grafite vem sen<strong>do</strong> proposta para aespectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com atomização eletrotérmica (ET AAS), naqual são utiliza<strong>do</strong>s atomiza<strong>do</strong>res eletrotérmicos com filamento <strong>de</strong> tungstênio(ETAW), para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> diversos elementos em solução [14-15].Entre as vantagens da técnica <strong>de</strong> ETAW, <strong>de</strong>stacam-se [14-18] : (a) o baixocusto <strong>de</strong> cada filamento <strong>de</strong> tungstênio, pois o mesmo é utiliza<strong>do</strong> emretroprojetores e projetores fotográficos, resultan<strong>do</strong> numa alta <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>fabricação; (b) o baixo consumo <strong>de</strong> energia elétrica, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 150 ou 250 W (ofilamento opera a 15 V e 10 A ou 25 V e 10 A, respectivamente); (c) alcançatemperaturas <strong>de</strong> aproximadamente 3200 o C, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a voltagem


Introdução 5aplicada; (d) não tem efeito <strong>de</strong> memória, pois a superfície <strong>do</strong> filamento não éporosa, (e) não necessita <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> refrigeração, (f) dispensa o uso <strong>de</strong>amostra<strong>do</strong>r automático, (g) não ocorre a formação <strong>de</strong> carbetos refratários, o quepossibilita a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> alguns elementos que formam carbetos emsuperfícies <strong>de</strong> grafite (como os lantaní<strong>de</strong>os).O emprego <strong>de</strong> filamentos como alternativa para a ET AAS teve início nadécada <strong>de</strong> 70, apresentan<strong>do</strong> imediatamente uma limitação: a inexistência <strong>de</strong>espectrômetros <strong>de</strong> absorção atômica com eletrônica a<strong>de</strong>quada [19].Em atomização eletrotérmica, a eficiência <strong>de</strong> formação da nuvem atômicaestá associada à taxa <strong>de</strong> aquecimento <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r, sen<strong>do</strong> essa diretamenteproporcional à potência da fonte <strong>de</strong> aquecimento e inversamente proporcional àmassa <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r e ao calor específico <strong>do</strong> material. A taxa <strong>de</strong> aquecimentomáxima no forno <strong>de</strong> grafite convencional é <strong>de</strong> 2 K ms -1 , po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atingir valorescomo 30 K ms -1 no filamento <strong>de</strong> tungstênio [19]. Essa alta taxa <strong>de</strong> aquecimentoapresenta vantagens, permitin<strong>do</strong> a separação <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> absorção atômica enão atômica. Com isso, o problema <strong>de</strong> isotermicida<strong>de</strong> é minimiza<strong>do</strong> uma vez que aespécie <strong>de</strong> interesse e os concomitantes da matriz são atomiza<strong>do</strong>s e vaporiza<strong>do</strong>sem tempos diferentes, permitin<strong>do</strong> a obtenção separada <strong>do</strong>s sinais, principalmentepara os elementos mais voláteis. Berndt e Schaldach [15] observaram essefenômeno durante a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> cádmio e níquel em amostras <strong>de</strong> urina. Osinal <strong>de</strong> absorção atômico para o cádmio (mais volátil) aparece antes <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong>


Introdução 6absorção não atômica, enquanto o sinal <strong>de</strong> absorção atômica para o níquelaparece posteriormente.Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>res com filamento <strong>de</strong> tungstênio sãousa<strong>do</strong>s, o espectrômetro precisa <strong>de</strong> um <strong>de</strong>tector eletrônico rápi<strong>do</strong> para a leitura<strong>do</strong>s sinais transientes. Na ausência <strong>de</strong>ssa condição observa-se discrepância entreos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por diferentes pesquisa<strong>do</strong>res, levan<strong>do</strong> a conclusões nemsempre a<strong>de</strong>quadas para justificar o mau funcionamento <strong>do</strong>s filamentos. A medida<strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> curta duração, entretanto, somente se tornou menos crítica nosequipamentos produzi<strong>do</strong>s a partir da década <strong>de</strong> 80, com constantes <strong>de</strong> tempoinferiores a 50 ms [19].Apesar <strong>de</strong>ssa limitação imposta pelos equipamentos no início <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s daET AAS com filamentos, alguns trabalhos foram realiza<strong>do</strong>s na década <strong>de</strong> 70, nosquais não somente diferentes características físicas <strong>do</strong>s sistemas, mas também acomposição <strong>do</strong>s filamentos foi avaliada. Assim, foram feitos estu<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong>filamentos <strong>de</strong> platina, tântalo, tungstênio e uma liga metálica composta por umamistura <strong>de</strong> tungstênio 97 % m/m e rênio 3 % m/m [19].Os filamentos <strong>de</strong> platina foram pouco utiliza<strong>do</strong>s e não foi encontra<strong>do</strong>nenhum trabalho recente que o empregasse como atomiza<strong>do</strong>r. Isso se <strong>de</strong>ve aobaixo ponto <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong>sse metal (1768 °C), restringin<strong>do</strong> seu uso para aatomização <strong>de</strong> elementos mais voláteis, além <strong>de</strong> não permitir a etapa <strong>de</strong> limpezada superfície por meio <strong>de</strong> aquecimento, que é realiza<strong>do</strong> em temperaturas acimadas empregadas na atomização [19-23].


Introdução 7No entanto, os filamentos menos utiliza<strong>do</strong>s foram os construí<strong>do</strong>s comtântalo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s somente <strong>do</strong>is trabalhos na literatura [24-25].Apesar <strong>do</strong> seu funcionamento não ser a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>elementos refratários e, além disso, formar compostos intermetálicos, a maiordificulda<strong>de</strong> encontrada para o seu emprego <strong>de</strong>ve-se à sua baixa vida útil (o tântalotorna-se quebradiço após sucessivos ciclos <strong>de</strong> aquecimento e resfriamento) etambém por se tratar <strong>de</strong> um filamento não industrializa<strong>do</strong>.Os filamentos <strong>de</strong> liga metálica <strong>de</strong> tungstênio e rênio também foram poucoutiliza<strong>do</strong>s. Os autores que os utilizaram argumentaram que essa liga, apesar <strong>de</strong> terum ponto <strong>de</strong> fusão menor (3300 °C), era mais dúctil e mais resistente à oxidação<strong>do</strong> que os filamentos <strong>de</strong> tungstênio puro. Esse tipo <strong>de</strong> filamento também não écomercializa<strong>do</strong> e sua construção é feita em laboratório [26-27].Dentre to<strong>do</strong>s os metais emprega<strong>do</strong>s na fabricação <strong>de</strong> filamentos e queforam utiliza<strong>do</strong>s para estu<strong>do</strong>s em ET AAS, o tungstênio é aquele que apresenta omaior ponto <strong>de</strong> fusão (3407 °C) e a menor pressão <strong>de</strong> vapor. Além disso, essemetal se caracteriza por uma elevada resistência química, sen<strong>do</strong> ataca<strong>do</strong>significativamente apenas pela mistura <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s fluorídrico e nítrico ou através <strong>de</strong>fusão alcalina oxidante [19]. A popularização <strong>do</strong> tungstênio ocorreu principalmente<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> possuir boas proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas, mas, além disso,também contribui o fato <strong>de</strong> tratar-se <strong>de</strong> um componente fabrica<strong>do</strong> industrialmente,o que lhe assegura uma boa precisão na fabricação, além <strong>do</strong> baixo custo e dafacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição. Cabe ressaltar, ainda, o empenho e a persistência <strong>do</strong>s


Introdução 8grupos <strong>de</strong> pesquisa que acreditaram na potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste material para oprocesso <strong>de</strong> atomização.Os primeiros trabalhos que empregaram ETAW para AAS foram feitos noinício da década <strong>de</strong> 70, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por Piepmeier e colabora<strong>do</strong>res [14,28].Entretanto, estes e outros trabalhos [29-30] realiza<strong>do</strong>s até a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s anos 80,não apresentaram subsídios convincentes, como a análise <strong>de</strong> amostras reais, quepu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>spertar um maior interesse na comunida<strong>de</strong> científica.Isto só aconteceu após a publicação feita por Berndt e Schaldach [14], em1988, na qual apresentaram um sistema aberto para operação com filamento <strong>de</strong>tungstênio. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> referência mostraram apotencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse atomiza<strong>do</strong>r para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Ba, Cd, Co, Cr, Eu, Mn,Ni, Pb, Sn e V, quan<strong>do</strong> foi utilizada uma mistura <strong>de</strong> 90 % <strong>de</strong> argônio e 10 % <strong>de</strong> H 2como gás <strong>de</strong> purga. A presença <strong>do</strong> hidrogênio nos processos <strong>de</strong> evaporação e <strong>de</strong>atomização em superfícies metálicas aumenta a sensibilida<strong>de</strong> da medida a qualqual, em alguns casos, é proporcional à concentração <strong>de</strong> hidrogênio e oxigênio.Por outro la<strong>do</strong>, algumas espécies não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas na ausência <strong>de</strong>hidrogênio, mostran<strong>do</strong> a sua importância nos processos <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>s átomosda espécie <strong>de</strong> interesse. A composição <strong>do</strong> gás proposta (90 % Ar + 10 % H 2 )fornece um ambiente redutor que evita a formação <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tungstênio, osquais po<strong>de</strong>m recombinar-se com a espécie <strong>de</strong> interesse na fase gasosa, diminuin<strong>do</strong>a sensibilida<strong>de</strong>, uma vez que interfere nos mecanismos <strong>de</strong> atomização. Além disso,a presença <strong>de</strong> hidrogênio evita o <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reação com o


Introdução 9oxigênio, durante a atomização, aumentan<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> vida útil <strong>do</strong> mesmo.Quan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> foi aplica<strong>do</strong> para amostras certificadas <strong>de</strong> urina sintética, asconcentrações encontradas para Cd, Cr, Ni e Pb, foram concordantes com osvalores certifica<strong>do</strong>s. Esses resulta<strong>do</strong>s mostraram que esse tipo <strong>de</strong> sistema po<strong>de</strong>riaser emprega<strong>do</strong> para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> outros elementos, assim como em outrostipos <strong>de</strong> amostras. Des<strong>de</strong> então, o filamento <strong>de</strong> tungstênio em ET AAS vem sen<strong>do</strong>emprega<strong>do</strong> com sucesso, por diversos grupos <strong>de</strong> pesquisa.Alguns trabalhos po<strong>de</strong>m ser cita<strong>do</strong>s para mostrar o crescente sucesso datécnica <strong>de</strong> ETAW em AAS, como a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Cd [16,31] e Pb [31] emmaterial biológico, Ba [32] em amostras <strong>de</strong> águas e Se [33] com modificaçãopermanente <strong>do</strong> filamento com irídio. Além disso, po<strong>de</strong> estar associa<strong>do</strong> a sistema<strong>de</strong> pré-concentração em mini-colunas [34-35] ou eletroquimicamente [36], emsistemas <strong>de</strong> injeção em fluxo. Um artigo <strong>de</strong> revisão, no qual são apresenta<strong>do</strong>s ohistórico, os conceitos, as vantagens, as aplicações, suas limitações e o<strong>de</strong>senvolvimento instrumental <strong>de</strong>ssa técnica foi publica<strong>do</strong> por Ribeiro et al. [17].Os recentes avanços instrumentais mostram que o emprego <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong>tungstênio permite a confecção <strong>de</strong> equipamento com <strong>de</strong>tecção multielementar [37-38] e portátil [39-40], que funciona com suprimento <strong>de</strong> energia com bateria e uso<strong>de</strong> laser <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> como fonte <strong>de</strong> radiação [41].Recentemente, Barbosa et al. [42] realizaram a retenção <strong>do</strong> hidreto <strong>de</strong>selênio no ETAW com modificação permanente com ródio. Para isso, empregaramum sistema <strong>de</strong> injeção em fluxo com zonas coalescentes na geração <strong>do</strong> vapor


Introdução 10químico, que posteriormente é transporta<strong>do</strong> para a cela <strong>de</strong> atomização e, com oauxílio <strong>de</strong> um pequeno capilar <strong>de</strong> quartzo, posiciona<strong>do</strong> a 1 mm <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong>tungstênio, é arremessa<strong>do</strong> sobre a superfície <strong>do</strong> filamento no qual ocorre suaretenção. O sistema proposto pelos autores forneceu um fator <strong>de</strong> enriquecimento<strong>de</strong> 200 vezes, para 60 s <strong>de</strong> retenção contínua durante a geração <strong>do</strong> hidreto, comum limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> 50 ng L -1 .Cankur et al. [43] também empregaram o ETAW para retenção <strong>de</strong> bismutinaapós a geração <strong>de</strong> hidreto, no qual o analito foi pré-concentra<strong>do</strong> no filamento <strong>de</strong>tungstênio sem modificação química, a uma temperatura <strong>de</strong> 270o C.Posteriormente, o bismuto foi re-volatiliza<strong>do</strong> em uma temperatura <strong>de</strong> 1200 o C econduzi<strong>do</strong> para um tubo <strong>de</strong> sílica na forma <strong>de</strong> T, sem aquecimento externo, e foirealizada a medida <strong>do</strong> sinal analítico, fornecen<strong>do</strong> um limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> até 2,7ng L -1 .A literatura mostra que a técnica <strong>de</strong> AAS passa atualmente por uma“re<strong>de</strong>scoberta”. Recentemente, um espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica com novatecnologia, usan<strong>do</strong> uma lâmpada <strong>de</strong> arco <strong>de</strong> xenônio como fonte <strong>de</strong> radiaçãocontínua <strong>de</strong> alta intensida<strong>de</strong> (ao invés <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> linha individual para cadaelemento), com um monocroma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> alta resolução <strong>de</strong> duplo echelle (~ 0,002nm) ao invés <strong>de</strong> um monocroma<strong>do</strong>r Littrow ou Czerny-Turner (~ 0,2 nm) e um<strong>de</strong>tector <strong>de</strong> arranjo linear <strong>de</strong> dio<strong>do</strong>s (ao invés <strong>de</strong> tubo fotomultiplica<strong>do</strong>r ou <strong>de</strong> um<strong>de</strong>tector <strong>de</strong> esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> non resolving), foi planeja<strong>do</strong> e construí<strong>do</strong> pelo grupo <strong>do</strong>Dr. H. Becker-Ross no ISAS, Berlin, Alemanha [44-45], e melhora<strong>do</strong> nos últimos


Introdução 11anos. Além da vantagem óbvia <strong>de</strong> requerer apenas uma fonte <strong>de</strong> radiação, esteinstrumento fornece uma terceira dimensão para a avaliação <strong>do</strong> sinal. Além dasmedidas convencionais <strong>de</strong> absorvância ao longo <strong>do</strong> tempo, o instrumento forneceinformação <strong>de</strong>talhada sobre o ambiente espectral em torno <strong>de</strong> 150 pm em ambosos la<strong>do</strong>s da linha analítica, oferecen<strong>do</strong> possibilida<strong>de</strong>s únicas para a correção <strong>do</strong>fun<strong>do</strong> e para a prevenção <strong>de</strong> interferências espectrais. Um artigo <strong>de</strong> revisão sobreesse assunto foi escrito por Welz et al. [46].Welz [47], em outro artigo <strong>de</strong> revisão sobre os 45 anos da técnica <strong>de</strong> AAS,relatou que os recentes avanços <strong>de</strong>ssa técnica alia<strong>do</strong>s à introdução das novasfontes <strong>de</strong> radiação como lasers <strong>de</strong> dio<strong>do</strong> ou fonte contínua, fornecem um novoconceito instrumental para a AAS, que propicia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminaçãosimultânea para vários elementos, inclusive a <strong>de</strong> não-metais.Esses fatos mostram que a técnica <strong>de</strong> AAS, ao contrário <strong>do</strong> que algunspesquisa<strong>do</strong>res da área <strong>de</strong> espectrometria atômica imaginavam, ainda tem muitaspossibilida<strong>de</strong>s a serem estudadas, tanto no campo da pesquisa, quanto nasaplicações rotineiras.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a importância clínica, metalúrgica e ambiental, espécies comoarsênio e bismuto necessitam ser <strong>de</strong>terminadas e a melhor forma <strong>de</strong> fazê-lo éutilizan<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidretos. Neste trabalho, procurou-se aliar asvantagens da HG com a atomização em filamento <strong>de</strong> tungstênio.


Objetivos e Justificativas 122 – Objetivos e justificativasNeste trabalho são apresenta<strong>do</strong>s o <strong>de</strong>senvolvimento e as primeirasaplicações <strong>de</strong> um atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênio (QTAW)para espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica (AAS) com geração <strong>de</strong> hidreto (HG) emsistema <strong>de</strong> injeção em fluxo (FI).Os QTAs são aqueci<strong>do</strong>s externamente e a região central, através da qualpassa a radiação, é justamente uma região mais fria que a superfície <strong>do</strong> quartzo.Com o uso <strong>do</strong> QTAW, a temperatura é mais elevada justamente na região central,na qual se encontra posiciona<strong>do</strong> o filamento <strong>de</strong> tungstênio e, com isso, algumasmelhorias na <strong>de</strong>terminação das espécies voláteis são esperadas.Os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> otimização e <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> sistema são <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>s paraa <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi em amostras <strong>de</strong> águas, urinas, sedimento, materiaisbiológicos e metalúrgicos.O enfoque <strong>do</strong> trabalho foi o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r, porém issoimplicou no <strong>de</strong>senvolvimento e/ou adaptação <strong>de</strong> outras partes <strong>do</strong> sistema. Dessaforma, optou-se por a<strong>do</strong>tar uma estratégia diferenciada daquela normalmenteusada na confecção <strong>de</strong> uma <strong>Tese</strong> <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>, isto é, a Parte Experimental foiampliada, incluin<strong>do</strong> uma breve revisão bibliográfica pertinente a cada item, paramelhor contextualizar o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>. Da mesma forma, alguns aspectosrelevantes associa<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio e bismuto, estão discuti<strong>do</strong>s nocapitulo <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s e Discussões.


Experimental 133 – Experimental3.1 – InstrumentaçãoA geração e a atomização da arsina e da bismutina foram realizadas comum sistema FI-HG e com o QTAW acopla<strong>do</strong> ao espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômicaAAnalyst 300 (Perkin Elmer, Norwalk, CT, EUA), equipa<strong>do</strong> com corretor <strong>de</strong> fun<strong>do</strong><strong>de</strong> lâmpada <strong>de</strong> arco <strong>de</strong> <strong>de</strong>utério. As condições operacionais recomendadas pelofabricante <strong>do</strong> equipamento foram utilizadas. As leituras <strong>de</strong> absorvância corrigidas<strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> foram empregadas para monitorar o sinal analítico, obti<strong>do</strong> pelográfico contínuo <strong>do</strong> sinal, o qual é gerencia<strong>do</strong> por microcomputa<strong>do</strong>r com oprograma AA Winlab em ambiente Win<strong>do</strong>ws. O gás utiliza<strong>do</strong> no sistema foi oargônio, com pureza <strong>de</strong> 99,996 % da White Martins (São Paulo, SP, Brazil).Lâmpadas <strong>de</strong> cáto<strong>do</strong> oco para o Bi e <strong>de</strong> EDL (electro<strong>de</strong>less discharge lamp) para oAs, ambas da Perkin Elmer, foram empregadas como fonte <strong>de</strong> radiação.A corrente elétrica aplicada na lâmpada <strong>de</strong> Bi foi 12 mA, o comprimento <strong>de</strong>onda utiliza<strong>do</strong> foi a linha ressonante <strong>de</strong> 223,1 nm com uma resolução espectral <strong>de</strong>0,2 nm. Já para o As, a corrente elétrica <strong>de</strong> 380 mA foi empregada na lâmpada e ocomprimento <strong>de</strong> onda utiliza<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong> 193,7 nm com uma resolução espectral <strong>de</strong>0,7 nm.Uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microondas <strong>de</strong> sistema fecha<strong>do</strong> Qwave-3000 (QuestronCo., Canadá), equipada com controle <strong>de</strong> temperatura e pressão, com ummagnetron que opera a 2450 MHz e com uma potência nominal <strong>de</strong> 1200 W, foi


Experimental 14utilizada para o tratamento da amostra <strong>de</strong> sedimento. O tratamento das amostrasbiológicas foi realiza<strong>do</strong> em uma mufla da Forlabo Ltda (São Paulo, SP, Brasil) e a<strong>de</strong>composição das amostras metalúrgicas foi realizada em uma chapa <strong>de</strong>aquecimento da Tecnal (Piracicaba, SP, Brasil).Quatro diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> filamentos foram avalia<strong>do</strong>s para seremutiliza<strong>do</strong>s no QTAW, sen<strong>do</strong>:A: 64633 HLX, é <strong>de</strong> 15 V e atinge 150 W (Osram GmbH, Munich).B: 64655 HLX, é <strong>de</strong> 24 V e atinge 250 W (Osram GmbH).C: T3 Halogen, é <strong>de</strong> 20 V e atinge 150 W (Osram Sylvania, SP, Brasil).D: T3.15 DLL, é <strong>de</strong> 20 V e atinge 150 W (Osram Sylvania).Para as medidas <strong>de</strong> temperaturas nos filamentos <strong>de</strong> tungstênio foiemprega<strong>do</strong> um pirômetro óptico Ultimax - Infrared Thermometer (Incon, Niles,Illinois, EUA), equipa<strong>do</strong> com lente Close-up VX-CL1.3.2 – Amostras, reagentes e soluçõesTo<strong>do</strong>s os reagentes emprega<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong> grau analítico. A água utilizadano preparo das soluções foi <strong>de</strong>sionizada a partir <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> purificação <strong>de</strong> águaMilli-Q da Millipore (Bedford, MA, EUA) que produz água com resistivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18MΩ cm. O áci<strong>do</strong> nítrico (Nuclear, SP, Brasil) e áci<strong>do</strong> clorídrico (Carlo Erba, Milan,Itália) foram <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>s abaixo <strong>do</strong> seu ponto <strong>de</strong> ebulição, em um <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>r <strong>de</strong>quartzo (Marconi, Piracicaba, SP). O H 2 SO 4 (Merck, Darmstadt, Alemanha) tambémfoi utiliza<strong>do</strong> para avaliar o efeito <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> na sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s analitos estuda<strong>do</strong>s.


Experimental 15O HF (Carlo Erba) e o peróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> hidrogênio (Suprapur®, Merck) foramemprega<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>composição da amostra <strong>de</strong> sedimento.Uma membrana Nafion ® 117 (Número no catálogo da Aldrich: 27,467-4) foiempregada no sistema construí<strong>do</strong> em acrílico para secagem <strong>de</strong> gás.A solução <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> 1000 mg L -1 <strong>de</strong> As(III) foi prepara<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong>seu óxi<strong>do</strong>, As 2 O 3 (Carlo Erba), sen<strong>do</strong> que 1 g <strong>do</strong> óxi<strong>do</strong> foi dissolvi<strong>do</strong> em 25 mL <strong>de</strong>NaOH a 20 % (m/v), segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> 2 gotas <strong>de</strong> fenolftaleína e neutraliza<strong>do</strong>com HCl 20 % (v/v). Posteriormente, o volume foi eleva<strong>do</strong> a 1000 mL em meio <strong>de</strong>HCl a 1 mol L -1 . A solução <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> 1000 mg L -1 <strong>de</strong> Bi(III) foi prepara<strong>do</strong> apartir da forma metálica (J.T. Baker, 99,99 %), sen<strong>do</strong> que aproximadamente 1 g<strong>do</strong> metal foi dissolvi<strong>do</strong> com aproximadamente 20 mL <strong>de</strong> água régia (3:1 HClconcentra<strong>do</strong>:HNO 3 concentra<strong>do</strong>) e, posteriormente, avoluma<strong>do</strong> a 1000 mL emmeio <strong>de</strong> HCl a 1 mol L -1 . O armazenamento <strong>do</strong>s padrões foi realiza<strong>do</strong> em frasco<strong>de</strong> polietileno, sob refrigeração e as subseqüentes diluições foram realizadasdiariamente, em meio <strong>de</strong> HCl a 1 mol L -1 , <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cadaestu<strong>do</strong>. As soluções <strong>de</strong> borohidreto <strong>de</strong> sódio foram preparadas a partir dadissolução <strong>de</strong> NaBH 4 em pó (Nuclear), em meio <strong>de</strong> KOH (Nuclear), foramestocadas em frascos plásticos e armazenadas sob refrigeração. Io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> potássioneutro (Merck) e áci<strong>do</strong> ascórbico (Nuclear) foram utiliza<strong>do</strong>s nas amostras paragarantir que to<strong>do</strong> o arsênio se encontrasse no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> oxidação (III) para<strong>de</strong>terminação por geração <strong>de</strong> hidreto.


Experimental 16Foi emprega<strong>do</strong> Mg(NO 3 ) 2 (Merck) durante o tratamento das amostrasbiológicas, para garantir a estabilida<strong>de</strong> térmica durante o processo <strong>de</strong> calcinaçãoem mufla.Soluções <strong>do</strong>s possíveis interferentes foram preparadas por dissoluçãoapropriada <strong>de</strong> seus respectivos sais ou da sua forma metálica, com áci<strong>do</strong>s ou água<strong>de</strong>sionizada.Para validação <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, além das análises <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong>água e urina, pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> adição e recuperação, também foram emprega<strong>do</strong>s<strong>de</strong>z materiais <strong>de</strong> referência certifica<strong>do</strong>s, proce<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> NIST (National Institute ofStandards an Technology, Gaithersburg, MD, EUA) e <strong>do</strong> BCR (Bureau Communityof Reference, Brussels, Bélgica), sen<strong>do</strong>:- BCR CRM (Certified reference materials) 422: músculo <strong>de</strong> bacalhau;- BCR CRM 278R: teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> mexilhão;- NIST SRM (Standard reference material) 1566a: teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> ostra;- BCR CRM 414: plâncton;- BCR CRM 320: sedimento <strong>de</strong> rio;- NIST SRM 54D: liga <strong>de</strong> estanho;- NIST SRM 361, 362, 363 e 364: ligas <strong>de</strong> aço (certifica<strong>do</strong>s nos anexos).


Experimental 173.3 – Preparação das amostras3.3.1 – ÁguasA amostra <strong>de</strong> água <strong>de</strong> mar, coletada convenientemente em frasco plásticona praia Ponta <strong>do</strong> Lessa (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil), foi transportada sobrefrigeração <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> caixa <strong>de</strong> isopor com gelo, filtrada sob gravida<strong>de</strong>imediatamente ao chegar no laboratório, em papel <strong>de</strong> filtro <strong>de</strong> grau quantitativo(Whatman) e acidificada a 1,0 mol L -1 com HCl. A amostra <strong>de</strong> água mineral foiadquirida no comércio local e também acidificada a 1,0 mol L -1 com HCl. Oarmazenamento das amostras foi realiza<strong>do</strong> sob refrigeração e, para a análise,foram enriquecidas com concentrações conhecidas <strong>de</strong> arsênio, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>-se assuas recuperações.Essa meto<strong>do</strong>logia proposta eliminou o uso <strong>do</strong> HNO 3 para a preservação daságuas em baixos pHs, sen<strong>do</strong> que seu uso po<strong>de</strong> resultar em interferência na técnica<strong>de</strong> HG, maiores <strong>de</strong>talhes são apresenta<strong>do</strong>s no item 4.3. Assim, o HCl naconcentração empregada, além <strong>de</strong> preservar as amostras, fornece condiçõesa<strong>de</strong>quadas para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As pela técnica <strong>de</strong> HG.3.3.2 – Amostras biológicasOs procedimentos analíticos normalmente utiliza<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>arsênio total em amostras <strong>de</strong> origem biológica requerem a <strong>de</strong>struição das espéciesorgânicas. A digestão ácida convencional é freqüentemente empregada com


Experimental 18sucesso para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio. No entanto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à resistência <strong>de</strong>alguns compostos orgânicos, como por exemplo, a arsenobetaína, <strong>de</strong>composiçõesmais efetivas se fazem necessárias para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio pela técnica <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> hidreto. Deste mo<strong>do</strong>, <strong>de</strong>composições com um efetivo ataque áci<strong>do</strong> emesmo sob altas pressões freqüentemente se fazem necessárias para garantir acompleta mineralização da amostra. Méto<strong>do</strong>s que fazem uso <strong>de</strong> misturas ácidascomo HNO 3 -H 2 SO 4 -HClO 4 são satisfatórios, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser emprega<strong>do</strong>s com sucessoem sistemas <strong>de</strong> microondas focaliza<strong>do</strong> [48].Uma alternativa é a calcinação em mufla, a combustão da amostra leva à<strong>de</strong>struição das substâncias orgânicas. No entanto, esse méto<strong>do</strong> necessita <strong>do</strong>emprego <strong>de</strong> um agente estabilizante térmico, a fim <strong>de</strong> garantir que não haja perda<strong>do</strong> arsênio por volatilização e, quan<strong>do</strong> bem conduzi<strong>do</strong>, o méto<strong>do</strong> fornece boaprecisão e excelente recuperação nos materiais biológicos.Com base nas consi<strong>de</strong>rações apresentadas, as amostras biológicas forampreparadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o méto<strong>do</strong> sugeri<strong>do</strong> por Leblanc e Jackson [49], comalgumas adaptações, conforme segue: 250 mg da amostra biológica e 1,5 g <strong>de</strong>Mg(NO 3 ) 2 foram pesa<strong>do</strong>s em béquer Pyrex ® <strong>de</strong> 50 mL e, após a adição <strong>de</strong> 10 mL<strong>de</strong> HNO 3 , foi realiza<strong>do</strong> um aquecimento lento, em chapa elétrica, até a secura. Omaterial resultante foi posteriormente conduzi<strong>do</strong> para mufla com a temperaturainicial <strong>de</strong> 200 o C e, gradualmente, a temperatura foi aumentada 50 o C a cada 30min até atingir a temperatura máxima <strong>de</strong> 450 o C, permanecen<strong>do</strong> nessatemperatura por, no mínimo, 30 min. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> material, um tempo maior


Experimental 19po<strong>de</strong> ser necessário. O final da calcinação foi indica<strong>do</strong> pela obtenção <strong>de</strong> uma cinzatotalmente branca que, após resfriada, é ume<strong>de</strong>cida com água. A soluçãoresultante foi quantitativamente transferida para um balão volumétrico <strong>de</strong> 50 mL,com a adição <strong>de</strong> 4,2 mL <strong>de</strong> HCl e o volume foi completa<strong>do</strong> com água <strong>de</strong>sionizada.3.3.3 – SedimentoForam transferi<strong>do</strong>s 250 mg da amostra <strong>de</strong> sedimento para o frasco digestor<strong>do</strong> forno <strong>de</strong> microondas e adiciona<strong>do</strong>s 5 mL <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> água régia,permanecen<strong>do</strong> em repouso por 20 min. Em seguida, foram adiciona<strong>do</strong>s 2,5 mL <strong>de</strong>HF e os frascos foram fecha<strong>do</strong>s e coloca<strong>do</strong>s no carrossel, que foi introduzi<strong>do</strong> nacavida<strong>de</strong> <strong>do</strong> forno <strong>de</strong> microondas. O programa <strong>de</strong> potência e tempo foi aciona<strong>do</strong>com o auxílio <strong>de</strong> um computa<strong>do</strong>r portátil, conforme apresenta<strong>do</strong> na Tabela 1, oqual também controlava a temperatura e pressão limite. Após a <strong>de</strong>composição dasamostras, os frascos digestores foram aqueci<strong>do</strong>s em chapa <strong>de</strong> aquecimento comtemperatura máxima <strong>de</strong> 75 o C, até a redução mínima possível <strong>do</strong> volume e, porfim, a solução foi transferida quantitativamente para balão <strong>de</strong> 50 mL e adiciona<strong>do</strong>s4,2 mL <strong>de</strong> HCl, completan<strong>do</strong>-se o volume com água.Para as análises das amostras biológicas e <strong>de</strong> sedimento, 6,0 mL da solução<strong>de</strong> amostra resultante da <strong>de</strong>composição foram transferidas para um balão <strong>de</strong> 10mL, conten<strong>do</strong> 200 mg <strong>de</strong> KI e 400 mg <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> ascórbico. Foram adiciona<strong>do</strong>s 2,8mL <strong>de</strong> HCl e, após o volume ser completa<strong>do</strong> com água, essa solução foi conduzidapara a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio.


Experimental 20Tabela 1 – Programa <strong>de</strong> potência e tempo emprega<strong>do</strong> na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microondas<strong>de</strong> sistema fecha<strong>do</strong>. Temperatura limite: 190 o C, Pressão limite: 350 Psi.Etapa Potência (W) Tempo (min)1 200 32 400 53 600 54 700 205 80 2A adição <strong>de</strong>sses reagentes às soluções das amostras para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>arsênio é uma adaptação <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Nielsen e Hansen [50], sen<strong>do</strong>que a combinação <strong>de</strong>sses reagentes torna a mistura a<strong>de</strong>quada para garantir queto<strong>do</strong> As(V) seja reduzi<strong>do</strong> e preserva<strong>do</strong> como As(III), além <strong>de</strong> ser um méto<strong>do</strong>bastante tolerante aos interferentes. Os testes feitos com soluções <strong>de</strong> referênciamostraram que a presença <strong>do</strong>s reagentes nessas concentrações não influenciaramna estabilida<strong>de</strong> e sensibilida<strong>de</strong> para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio.3.3.4 – UrinaAs amostras <strong>de</strong> urina foram coletas no perío<strong>do</strong> da manhã em uma únicacoleta e para a mineralização das amostras, alíquotas <strong>de</strong> 80 mL <strong>de</strong>ssas amostrasforam colocadas em béqueres <strong>de</strong> 250 mL e adicionaram-se 80 mL da solução <strong>de</strong>água régia. Os béqueres foram coloca<strong>do</strong>s sobre uma chapa <strong>de</strong> aquecimento, a


Experimental 21uma temperatura <strong>de</strong> aproximadamente 90 o C. Após a redução <strong>do</strong> volume, asolução resultante foi transferida quantitativamente para frascos volumétricos <strong>de</strong>25 mL e o volume foi completa<strong>do</strong> com solução <strong>de</strong> HCl a 1 mol L -1 . Devi<strong>do</strong> às baixasconcentrações <strong>de</strong> bismuto na urina, alíquotas <strong>de</strong> 20 mL das soluções resultantesforam transferidas para balões volumétricos <strong>de</strong> 25 mL e quantida<strong>de</strong>s conhecidas<strong>de</strong> bismuto foram adicionadas, cujas recuperações foram <strong>de</strong>terminadas. Oprocedimento emprega<strong>do</strong> para o preparo da amostra forneceu uma préconcentração<strong>de</strong> 2,5 vezes, com a redução <strong>do</strong> volume.3.3.5 – Liga <strong>de</strong> estanhoAproximadamente 100 mg <strong>de</strong> amostra da liga <strong>de</strong> estanho foi dissolvida com5 mL <strong>de</strong> HNO 3 em um béquer <strong>de</strong> 50 mL, sob aquecimento a 80 o C.Posteriormente, a solução foi filtrada sob gravida<strong>de</strong> em papel <strong>de</strong> filtro <strong>de</strong> grauquantitativo, para separar o precipita<strong>do</strong> forma<strong>do</strong> (áci<strong>do</strong> meta-estânico), enovamente aquecida com adições sucessivas <strong>de</strong> HCl (3 a 4 adições <strong>de</strong>aproximadamente 5 mL cada) para minimizar ao máximo a presença <strong>de</strong> HNO 3residual. A solução final da dissolução foi transferida quantitativamente eavolumada em frasco volumétrico <strong>de</strong> 100 mL com HCl 1,0 mol L -1 . Para a análise,uma alíquota <strong>de</strong> 5 mL da <strong>de</strong>ssa solução foi transferida a um balão <strong>de</strong> 10 mLconten<strong>do</strong> 1000 mg <strong>de</strong> KI e 200 mg <strong>de</strong> tiouréia. O volume foi completa<strong>do</strong> com HCla 1,0 mol L -1 e a solução foi conduzida para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> bismuto.


Experimental 223.3.6 – AçoQuantida<strong>de</strong>s apropriadas das amostras <strong>de</strong> aço (massas entre 500 e 1000mg) foram dissolvidas com 20 mL <strong>de</strong> água régia em um béquer <strong>de</strong> 100 mL, sobaquecimento a 80 o C. Após a completa dissolução, as soluções resultantes foramtransferidas para frascos volumétricos <strong>de</strong> 100 mL, o volume foi completa<strong>do</strong> comsolução <strong>de</strong> HCl a 1,0 mol L -1 e, posteriormente, foram filtradas sob gravida<strong>de</strong> empapel <strong>de</strong> filtro <strong>de</strong> grau quantitativo. Essas soluções filtradas foram analisadasdiretamente com o sistema proposto para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> bismuto.3.4 – Sistema <strong>de</strong> injeção em fluxoAs Figuras 1A e 1B apresentam o sistema FI-HG AAS com configuração <strong>de</strong>zonas coalescentes, que faz uso <strong>do</strong> QTAW. Os valores apresenta<strong>do</strong>s no rodapéforam otimiza<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>s para calibração e análise. As alças <strong>de</strong>amostragem, a bobina <strong>de</strong> reação e as linhas <strong>de</strong> transmissão foram feitas comtubos <strong>de</strong> Teflon ® (Masterflex ® , 0,8 mm id). Além <strong>de</strong> uma fonte elétrica variável(Anacom Científica, SP, Brasil) <strong>de</strong> controle manual ou via acoplamento commicrocomputa<strong>do</strong>r para alimentar o filamento <strong>de</strong> tungstênio, também foiemprega<strong>do</strong> um multímetro (UNI-T ® ) para monitorar a voltagem aplicada aofilamento, uma bomba peristáltica <strong>de</strong> oito canais (Ismatec ® , Zurich, Suíça) comtubos <strong>de</strong> Tygon ® (Masterflex ® , EUA), com fluxo apropria<strong>do</strong> para cada solução, uminjetor comuta<strong>do</strong>r [51], um separa<strong>do</strong>r gás-liqui<strong>do</strong> (GLS) e um <strong>de</strong>sumidifica<strong>do</strong>r commembrana <strong>de</strong> Nafion ® (DN), fabrica<strong>do</strong>s em acrílico. Na Figura 2 são mostra<strong>do</strong>s os


Experimental 23diferentes tipos <strong>de</strong> filamentos <strong>de</strong> tungstênio que foram avalia<strong>do</strong>s e emprega<strong>do</strong>s noQTAW.(A)(B)Fig. 1 – (A) Diagrama <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> injeção em fluxo. [IC] injetor comuta<strong>do</strong>r;[RC] bobina <strong>de</strong> reação (As: 60 e Bi: 30 cm <strong>de</strong> comprimento por 0,8 mm <strong>de</strong>diâmetro interno); [GLS] separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong>; [DN] <strong>de</strong>sumidifica<strong>do</strong>r commembrana <strong>de</strong> Nafion ® ; [QTAW] atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong>tungstênio (Filamento A, As: 4,5 e Bi: 4,0 V); [1] HCl (4,5 mL min -1 ; As: 0,3 eBi: 0,5 mol L -1 ); [2] NaBH 4 em 0,5 % m/v KOH (4,5 mL min -1 ; As: 0,3 e Bi: 0,4 %m/v); [3] amostra; [4] NaBH 4 em 1,0 % m/v KOH (As: 0,7 e Bi: 0,8 % m/v);[5] volume <strong>de</strong> injeção (As: 1000 e Bi: 500 µl); [6] recirculação; [7] <strong>de</strong>scarte;[8] confluência; [9] Ar (As: 250 e Bi: 450 mL min -1 ); [10] fluxo <strong>do</strong> gás; [11] gásume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>; [12] Ar (As: 400 e Bi: 600 mL min -1 ); [13] feixe <strong>de</strong> radiação <strong>do</strong> AAS.(B) Fotografia <strong>do</strong> sistema estuda<strong>do</strong>.


Experimental 24Fig. 2 – Fotografias <strong>do</strong>s diferentes filamentos <strong>de</strong> tungstênio utiliza<strong>do</strong>s no QTAW.[A] 15V e 150W; [B] 24V e 250W; [C] e [D] 20V e 150W.Após um volume conheci<strong>do</strong> <strong>de</strong> reagente e amostra se misturarem no ponto<strong>de</strong> confluência, a solução percorre a bobina <strong>de</strong> reação que garante o tempoa<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a formação <strong>do</strong> hidreto, que é separa<strong>do</strong> no GLS com o auxílio <strong>de</strong>uma vazão conhecida <strong>de</strong> gás carrega<strong>do</strong>r e, <strong>de</strong>ssa maneira, o hidreto é conduzi<strong>do</strong>para o DN através <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> polietileno (14 cm x 3 mm), o qual removevapores <strong>de</strong> água presente na fase gasosa. Em seguida, o hidreto é introduzi<strong>do</strong> porum tubo <strong>de</strong> polietileno (10 cm x 3 mm), no QTAW, é atomiza<strong>do</strong>.A presença <strong>do</strong> hidrogênio nos processos <strong>de</strong> evaporação e <strong>de</strong> atomização emsuperfícies metálicas apresenta um aumento na sensibilida<strong>de</strong> da análise o qual, emalguns casos para atomização eletrotérmica com filamento <strong>de</strong> tungstênio (ETAW),é proporcional à concentração <strong>de</strong> hidrogênio [17]. Por outro la<strong>do</strong>, algumasespécies não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>terminadas na ausência <strong>de</strong> hidrogênio, mostran<strong>do</strong> a suaimportância nos processos <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>s átomos da espécie <strong>de</strong> interesse. Acomposição <strong>do</strong> gás comumente empregada em ETAW (90 % Ar + 10 % H 2 ) geraum ambiente redutor que evita a formação <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tungstênio, os quais


Experimental 25po<strong>de</strong>m recombinar-se com a espécie <strong>de</strong> interesse na fase gasosa, diminuin<strong>do</strong> asensibilida<strong>de</strong>, uma vez que interfere nos mecanismos <strong>de</strong> atomização. Além disso, apresença <strong>de</strong> hidrogênio evita o <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reação com ooxigênio, durante a atomização, aumentan<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> vida útil <strong>do</strong> mesmo [17].Na técnica <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidretos é intrínseca a formação <strong>de</strong> hidrogênio, oqual mistura-se ao gás <strong>de</strong> arraste e torna o ambiente redutor a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> ao perfeitofuncionamento <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> QTAW. Entretanto, para queo filamento fique permanentemente liga<strong>do</strong>, o carrega<strong>do</strong>r da amostra é prepara<strong>do</strong>com solução <strong>de</strong> HCl e a <strong>do</strong> reagente redutor é a própria solução em concentraçãomenor. Isso propicia uma geração contínua <strong>de</strong> hidrogênio que é arrasta<strong>do</strong> junto aogás carrega<strong>do</strong>r (Ar + H 2 ), fornecen<strong>do</strong> o ambiente sempre redutor <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>atomiza<strong>do</strong>r. Essas concentrações foram otimizadas, verifican<strong>do</strong>-se que nestascondições um perfeito funcionamento <strong>do</strong> QTAW é obti<strong>do</strong> e o filamento po<strong>de</strong> sermanti<strong>do</strong> liga<strong>do</strong> constantemente, fornecen<strong>do</strong> um ambiente mais isotérmico, comuma elevada vida útil para cada filamento, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atingir algumas centenas <strong>de</strong>horas <strong>de</strong> funcionamento. Condições diferentes daquelas otimizadas levam àqueima <strong>do</strong> filamento.3.4.1 – Reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong>O reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong> (GLS) tipo varredura baseia-se naqueleutiliza<strong>do</strong> para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi [4] e, para este trabalho, foi modifica<strong>do</strong> sen<strong>do</strong>construí<strong>do</strong> em três peças <strong>de</strong> acrílico e com a superfície interna perfeitamente lisa e


Experimental 26uniforme. Quan<strong>do</strong> monta<strong>do</strong>, fornece três compartimentos internos conformeapresenta<strong>do</strong> na Figura 3. No primeiro compartimento, a solução em reação(amostra e redutor) ao entrar no GLS é borbulhada pelo gás carrega<strong>do</strong>r, quesepara o hidreto da fase líquida para fase gasosa. Logo em seguida, as bolhasformadas entram no segun<strong>do</strong> compartimento que possui um diâmetro maior,per<strong>de</strong>m a<strong>de</strong>rência com a pare<strong>de</strong> e rompem, fazen<strong>do</strong> com que o líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong>cantecom maior facilida<strong>de</strong> para o último compartimento, o <strong>de</strong> drenagem. A eficiência <strong>de</strong>drenagem da fração líquida é elevada, e a pequena perda <strong>de</strong> gás na drenagem nãoé significativa, pois o compartimento <strong>de</strong> reação e separação, o qual apresenta umamaior concentração <strong>de</strong> hidreto, está distante <strong>do</strong> compartimento <strong>de</strong> drenagem.Este novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> GLS, que tem um volume interno <strong>de</strong> 10 mL, permitiuutilizar uma vazão total <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> até 16 mL min -1 , com um sistema bastanteeficiente <strong>de</strong> drenagem da solução <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte e separação gás-líqui<strong>do</strong>, semnenhuma introdução da fase líquida no DN, o que levaria a uma diminuição daeficiência na secagem <strong>do</strong> gás a ser introduzi<strong>do</strong> no QTAW.A gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong>sse separa<strong>do</strong>r para os mo<strong>de</strong>los em U, geralmenteusa<strong>do</strong>s na geração <strong>de</strong> hidretos, é o fato <strong>de</strong> que, além <strong>de</strong> sair espontaneamente dafase líquida o hidreto é também força<strong>do</strong> pelo gás carrega<strong>do</strong>r para uma melhorseparação, com elevada eficiência, resultan<strong>do</strong> numa excelente sensibilida<strong>de</strong> ereprodutibilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> apresentar baixo volume morto <strong>de</strong>ntro da câmera, queminimiza o efeito <strong>de</strong> memória. Por se tratar <strong>de</strong> um sistema compacto, a fração


Experimental 27líquida é periodicamente substituída e uma menor diluição <strong>do</strong> hidreto ocorre nafase gasosa [4].(a)(b)(c)Fig. 3 – (a) Diagrama esquemático <strong>do</strong> reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> nosistema proposto. [A] bloco central; [B] encaixe superior; [C] encaixe inferior;[1] anel <strong>de</strong> borracha; [2] vidro sinteriza<strong>do</strong>; [3] entrada <strong>do</strong> hidreto + H 2 + fraçãolíquida; [4] saída <strong>do</strong> gás; [5] entrada <strong>do</strong> gás <strong>de</strong> arraste; [6] <strong>de</strong>scarte. (b) visãointerna <strong>do</strong> GLS. (c) visão lateral <strong>do</strong> GLS.3.4.2 – Desumidifica<strong>do</strong>rAo longo <strong>do</strong>s anos, vários sistemas para secagem da fase gasosa foramestuda<strong>do</strong>s, nos quais foi avalia<strong>do</strong> o emprego <strong>de</strong> reagentes como cloreto <strong>de</strong> cálcio,


Experimental 28áci<strong>do</strong> sulfúrico, metanol e sílica gel, entre outros. No entanto, Sundin et al. [52]relataram que esses sistemas per<strong>de</strong>m eficiência ao longo <strong>do</strong> seu funcionamento,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apresentar problemas <strong>de</strong> contaminação, efeito <strong>de</strong> memória e perda <strong>de</strong>sensibilida<strong>de</strong> e, periodicamente, <strong>de</strong>vem ser substituí<strong>do</strong>s. No entanto, o uso <strong>de</strong>membranas tem se mostra<strong>do</strong> uma alternativa viável para a secagem <strong>do</strong> gás semesses inconvenientes, permitin<strong>do</strong> uma secagem extremamente eficiente, atémesmo com elevadas cargas <strong>de</strong> vapores úmi<strong>do</strong>s, tanto para vapores <strong>de</strong> água,como para solventes orgânicos. Tais características possibilitaram que asmembranas fossem empregadas em sistemas com nebuliza<strong>do</strong>res ultra-sônico [53-54], aerossol térmico [55] e pneumáticos [56-58] para técnicas <strong>de</strong> espectrometria<strong>de</strong> emissão óptica com fonte <strong>de</strong> plasma indutivamente acopla<strong>do</strong> (ICP OES) e porICP-MS.Dentre as membranas utilizadas na secagem contínua <strong>de</strong> gás, a <strong>de</strong> Nafion ®já foi utilizada com sucesso em sistemas <strong>de</strong> HG-FI AAS, com uma eficiênciasuperior a 90 % e tempo <strong>de</strong> vida útil in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. A membrana <strong>de</strong> Nafion ® éum polímero semelhante ao Teflon ® e sua diferença está na presença <strong>de</strong> grupos<strong>de</strong> áci<strong>do</strong> sulfônico ao longo <strong>de</strong> sua ca<strong>de</strong>ia polimérica, o que lhe dá a característica<strong>de</strong> alta afinida<strong>de</strong> por moléculas <strong>de</strong> água, sen<strong>do</strong> que cada grupo <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> sulfônicochega a atrair até 13 moléculas <strong>de</strong> água. Assim sen<strong>do</strong>, a Nafion ® po<strong>de</strong> absorveraté 22 % <strong>do</strong> seu peso em água. Além disso, sua estrutura semelhante ao Teflon ®lhe assegura uma alta resistência a substâncias químicas e a áci<strong>do</strong>s. Como se trata<strong>de</strong> uma membrana microporosa, as moléculas <strong>de</strong> águas que são absorvidas em um


Experimental 29ambiente interno permeiam para o ambiente externo e, ao passar por um gásseco, faz com que as moléculas <strong>de</strong> água sejam continuamente removidas <strong>do</strong>ambiente interno [52].Dessa maneira, um sistema <strong>de</strong> secagem <strong>de</strong> gás que emprega a membrana<strong>de</strong> Nafion ® foi projeta<strong>do</strong> e confecciona<strong>do</strong> com duas placas acrílicas, conformeapresenta<strong>do</strong> na Figura 4. Como se observa, as placas são constituídas <strong>de</strong> canaispor on<strong>de</strong> o gás percorre, com 1 mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> que entre as placas écolocada a membrana <strong>de</strong> Nafion ® . Dessa maneira, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> da membrana passaum fluxo <strong>de</strong> gás úmi<strong>do</strong> e <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> gás seco, propician<strong>do</strong> ao gás úmi<strong>do</strong> umasecagem contínua. Esse sistema permitiu que uma unida<strong>de</strong> da membrana <strong>de</strong>Nafion ® comercializada fornecesse 32 pequenas membranas com dimensões <strong>de</strong>aproximadamente 3,2 X 5,8 cm 2 , o que torna o sistema barato.Esse mo<strong>de</strong>lo foi utiliza<strong>do</strong> nos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> As,que teve a vazão ótima <strong>do</strong> gás carrega<strong>do</strong>r em 250 mL min -1 . Para o Bi, a vazãoficou em torno <strong>de</strong> 450 mL min -1 , sen<strong>do</strong> necessário o emprego <strong>de</strong> um sistema parasecagem <strong>do</strong> gás com o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> percurso, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 25 cm para 50 cm, <strong>de</strong>ntroda unida<strong>de</strong>, para que fosse mantida a eficiência na secagem <strong>do</strong> gás que sai <strong>do</strong>GLS. Para isso, uma outra unida<strong>de</strong> foi construída com o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> tamanho e amembrana <strong>de</strong> Nafion ® teve a sua dimensão aumentada para aproximadamente 6,5X 5,5 cm 2 (Figura 4B).


Experimental 30(A)(B)Fig. 4 – (A) Sistema <strong>de</strong> acrílico com membrana <strong>de</strong> Nafion ® emprega<strong>do</strong> parasecagem <strong>do</strong> gás. [1] bloco <strong>de</strong> acrílico com canal <strong>de</strong> 0,1 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>;[2] bloco superior; [3] membrana <strong>de</strong> Nafion ® ; [4] bloco inferior; [5] sistemafecha<strong>do</strong> na forma <strong>de</strong> um sanduíche; [6] entrada <strong>de</strong> gás seco; [7] saída <strong>de</strong> gásúmi<strong>do</strong>; [8] entrada <strong>de</strong> gás úmi<strong>do</strong>; [9] saída <strong>de</strong> gás seco. (B) Fotografia <strong>do</strong> DN.Eventuais limpezas da membrana <strong>de</strong> Nafion ®também po<strong>de</strong>m serrealizadas com uma solução <strong>de</strong> 15 % v/v <strong>de</strong> H 2 SO 4 por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 48 h, àtemperatura ambiente. Posteriormente, <strong>de</strong>ve ser lavada por 5 vezes com água<strong>de</strong>sionizada e pré-seca em estufa à 70 o C, por 1 h, sen<strong>do</strong> que a secagem finalpo<strong>de</strong> ser realizada em sistema <strong>de</strong> vácuo em um <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r à temperaturaambiente. Essa limpeza po<strong>de</strong> ser realizada após um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 ou 2 meses <strong>de</strong>


Experimental 31uso, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da perda na eficiência em função da freqüência <strong>de</strong> uso. Asmembranas po<strong>de</strong>m ser guardadas no <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r e a durabilida<strong>de</strong> é alta, sen<strong>do</strong>que um mesmo pedaço da membrana foi utiliza<strong>do</strong> com eficiência por um perío<strong>do</strong><strong>de</strong> um ano. No entanto, cabe ao analista optar em regenerar a membrana outrocá-la por outra nova.3.4.3 – Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênioO QTAW foi confecciona<strong>do</strong> em quartzo, conten<strong>do</strong> 3 tubos conecta<strong>do</strong>s entresi, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>is coloca<strong>do</strong>s com ângulo <strong>de</strong> 90 o entre si e no eixo óptico, conformeapresenta<strong>do</strong> na Figura 5. As conexões foram construídas em Teflon ® . A janelas <strong>de</strong>quartzo asseguram que não haja difusão <strong>de</strong> oxigênio <strong>do</strong> ar para <strong>de</strong>ntro da cela, oque resultaria em oxidação <strong>do</strong> filamento, levan<strong>do</strong> a um <strong>de</strong>sgaste e diminuin<strong>do</strong> asua vida útil. Dessa maneira, foi possível construir <strong>do</strong>is pequenos orifícios noencaixe <strong>de</strong> Teflon ® , para saída <strong>do</strong> gás, o que permitiu manter um ambienteredutor <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r até mesmo sob baixas vazões <strong>de</strong> gás, possibilitan<strong>do</strong>um perfeito funcionamento <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio. Além disso, as eventuaissubstituições <strong>do</strong> filamento são facilitadas, pois o mesmo é conecta<strong>do</strong> no eletro<strong>do</strong><strong>de</strong> cobre. O atomiza<strong>do</strong>r é encaixa<strong>do</strong> sob uma estrutura confeccionada em alumínioe Teflon ® , e posiciona<strong>do</strong> no lugar <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> chama, com alinhamentoperfeito ao caminho óptico <strong>do</strong> AAS.


Experimental 32(A)(C)(B)(D)Fig. 5 – Atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo com filamento <strong>de</strong> tungstênio. [1]: cela <strong>de</strong> quartzo;[2]: filamento <strong>de</strong> tungstênio; [3]: entrada <strong>do</strong> gás; [4]: saída <strong>de</strong> gás; [5]: janela<strong>de</strong> quartzo; [6]: tubo <strong>de</strong> quartzo; [7]: encaixes <strong>de</strong> Teflon ® ; [8]: feixe <strong>de</strong>radiação; [9]: eletro<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cobre; [10]: fonte <strong>de</strong> tensão; (A) visão superior; (B)visão lateral; (C) e (D) Fotografias <strong>do</strong> QTAW.Eventuais limpezas <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> quartzo foram realizadas com soluçãoa 10 % v/v <strong>de</strong> HF por 15 min, enquanto as janelas <strong>de</strong> quartzo eram lavadas com


Experimental 33<strong>de</strong>tergente e permaneciam em repouso numa solução <strong>de</strong> 10 % v/v <strong>de</strong> HNO 3 , por48 h. Posteriormente, eram lava<strong>do</strong>s com água <strong>de</strong>sionizada e a secagem erarealizada em estufa a 110 o C, por 1 h. Em seguida, o atomiza<strong>do</strong>r e as janelas <strong>de</strong>quartzo eram trata<strong>do</strong>s com solução silanizante <strong>de</strong> diclorodimetil-silano a 5 % v/vem tolueno, por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> no mínimo 2 h e, novamente, coloca<strong>do</strong>s, parasecar na estufa. A limpeza e o tratamento são necessários, porque após um longoperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> uso po<strong>de</strong> ocorrer perda na sensibilida<strong>de</strong>, uma vez que o hidreto gera<strong>do</strong>po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>positar nas pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r ou, então, recombinar-se com outrasespécies presentes na cela <strong>de</strong> atomização.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 344 – Resulta<strong>do</strong>s e discussões4.1 – Estu<strong>do</strong>s preliminaresO uso <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio em ET AAS se restringe a <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>fornos, ambos sistemas são abertos, sen<strong>do</strong> um aberto ao ambiente e o outroencapsula<strong>do</strong>. O sistema encapsula<strong>do</strong> é mais emprega<strong>do</strong> atualmente, pois fornecemelhores condições <strong>de</strong> atomização <strong>do</strong>s analitos e para o funcionamento <strong>do</strong>filamento, até mesmo sob baixas vazões <strong>do</strong> gás <strong>de</strong> purga.O QTAW apresenta<strong>do</strong> neste trabalho, à primeira vista parece semelhantequan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o ETAW <strong>de</strong> sistema fecha<strong>do</strong>. No entanto, um olhar mais<strong>de</strong>talha<strong>do</strong> mostra que apesar <strong>de</strong> uma geometria semelhante, cada atomiza<strong>do</strong>r temsuas próprias características, sen<strong>do</strong> um a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para análise <strong>de</strong> soluções e ooutro para atomização em linha <strong>de</strong> vapores químicos.No início <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> QTAW, a idéia eraatomizar os hidretos voláteis no filamento <strong>de</strong> tungstênio, posiciona<strong>do</strong> fora <strong>do</strong>caminho óptico. Assim, no primeiro mo<strong>de</strong>lo avalia<strong>do</strong>, que é apresenta<strong>do</strong> na Figura6, o filamento <strong>de</strong> tungstênio foi solda<strong>do</strong> aos eletro<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cobre e o seu encaixe noatomiza<strong>do</strong>r era feito por um tubo <strong>de</strong> quartzo solda<strong>do</strong> na parte inferior <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong>quartzo na forma <strong>de</strong> um T, em um ângulo <strong>de</strong> 90 o . Devi<strong>do</strong> à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizara substituição <strong>do</strong> filamento, quan<strong>do</strong> necessária, optou-se por parafusar o filamentocom um Sindal o que levou, inevitavelmente, a um aumento no diâmetro <strong>do</strong> tubo<strong>de</strong> quartzo. Esse sistema, aberto nas extremida<strong>de</strong>s, permitia a entrada <strong>de</strong> oxigênio


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 35<strong>do</strong> ar para as baixas vazões <strong>do</strong> gás carrega<strong>do</strong>r, resultan<strong>do</strong> na oxidação <strong>do</strong>filamento.(A)(B)Fig. 6 – (A) Primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> QTAW estuda<strong>do</strong> na atomização on-line <strong>de</strong> vaporquímico. (B) Primeiro reator separa<strong>do</strong>r gás-líqui<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> no sistema FI-HGAAS com QTAW.Apesar das dificulda<strong>de</strong>s encontradas na utilização <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, os testesiniciais foram realiza<strong>do</strong>s com o GLS apresenta<strong>do</strong> na Figura 6, que foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>por Ca<strong>do</strong>re e Baccan [4], em um sistema FI-HG AAS, o sistema <strong>de</strong>monstrou que ofilamento <strong>de</strong> tungstênio po<strong>de</strong>ria ser emprega<strong>do</strong> na atomização em linha <strong>de</strong>vapores químicos, pois forneceu uma resposta linear à concentração <strong>de</strong> arsênio,como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 7. Esses estu<strong>do</strong>s preliminares auxiliaram no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> QTAW apresenta<strong>do</strong> neste trabalho, como a <strong>de</strong>finição damelhor posição <strong>do</strong> filamento, a entrada e saída <strong>do</strong> gás no atomiza<strong>do</strong>r, o uso dasjanelas <strong>de</strong> quartzo e a necessida<strong>de</strong> da secagem <strong>do</strong> gás, condições essas que


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 36propiciaram o perfeito funcionamento contínuo <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio <strong>de</strong>ntro<strong>do</strong> QTA.Absorvância normalizada1008060402000 30 60 90 120 150Concentração <strong>de</strong> As, µg L -1Fig. 7 – Primeira curva <strong>de</strong> calibração obtida num sistema FI-HG AAS com QTAW.Na Figura 8 são apresenta<strong>do</strong>s os primeiros sinais transientes obti<strong>do</strong>s por umsistema FI-HG AAS com um QTAW, que levou ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho.Os sinais foram obti<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> um espectrômetro <strong>de</strong> absorção atômica GeminiAA 12/1475 da Varian, equipa<strong>do</strong> com corretor <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> lâmpada <strong>de</strong> arco <strong>de</strong><strong>de</strong>utério.Fig. 8 – Primeiros sinais transientes para o As, obti<strong>do</strong>s por um QTAW com sistemaFI-HG AAS (27/07/1999).


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 374.2 – Efeito da temperatura na atomizaçãoConsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que para cada voltagem aplicada, uma temperatura ótima <strong>de</strong>trabalho po<strong>de</strong> ser obtida na superfície <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio, um estu<strong>do</strong> foirealiza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar a voltagem que fornece a melhor temperatura <strong>de</strong>atomização da arsina e da bismutina. A Figura 9 mostra que o máximo sinal <strong>de</strong>absorvância para o As, empregan<strong>do</strong> o filamento A, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da concentração <strong>do</strong>analito e foi obtida em 4,5 V. O estu<strong>do</strong> para os <strong>de</strong>mais filamentos foi realiza<strong>do</strong>para uma única concentração <strong>de</strong> As, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong>-se a voltagem ótima <strong>de</strong>trabalho <strong>de</strong> 6,5 V para os filamentos B e C e <strong>de</strong> 7,0 V para o filamento D. Já para oBi, em estu<strong>do</strong> semelhante, a voltagem ótima <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> filamento A foi <strong>de</strong> 4,0V, para os filamentos B e C foi <strong>de</strong> 5,0 V e para o filamento D, 5,5 V.Para <strong>de</strong>terminar quais são as temperaturas obtidas nos filamentos com osistema otimiza<strong>do</strong> em função das voltagens aplicadas, fez-se uso <strong>de</strong> um pirômetroóptico e o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> é apresenta<strong>do</strong> na Figura 10. O estu<strong>do</strong> mostrouque to<strong>do</strong>s os filamentos fornecem temperaturas ótimas <strong>de</strong> atomização da or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> 1610 ± 50 o C para o As e 1460 ± 70 o C para o Bi.Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na literatura, a temperatura <strong>de</strong> atomização<strong>do</strong>s hidretos estuda<strong>do</strong>s é algo em torno <strong>de</strong> 900 o C [59] e sabe-se que atemperatura na fase gasosa (a 3 mm <strong>de</strong> distância <strong>do</strong> filamento) para o filamento Acai 35 % quan<strong>do</strong> a voltagem <strong>de</strong> 15 V é aplicada e em alguns casos po<strong>de</strong> chegar a60 %, como por exemplo, para a voltagem <strong>de</strong> 3 V [17].


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 38Absorvância Normalizada100806040200100806040200As0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Bi(a)(b)(c)(g)(h)(i)(d)(f)(j)(k)(l)(e)0 1 2 3 4 5 6 7 8 9Voltagem, VFig. 9 – Efeito da voltagem aplicada no filamento <strong>de</strong> tungstênio para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio e bismuto. [As] (a) 160 µg L -1 com o filamento A; (b) 80µg L -1 com o filamento A; (c) 30 µg L -1 com o filamento A; (d) 100 µg L -1 com ofilamento D; (e) 100 µg L -1 com o filamento C; (f) 100 µg L -1 com o filamento B.[Bi] (g) 250 µg L -1 com o filamento A; (h) 160 µg L -1 com o filamento A; (i) 70 µgL -1 com o filamento A; (j) 250 µg L -1 com o filamento C; (l) 250 µg L -1 com ofilamento D; (m) 250 µg L -1 com o filamento B.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 39Esses resulta<strong>do</strong>s indicam que, provavelmente, se a atomização <strong>de</strong>sseshidretos ocorre <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mecanismo aceito para o atomiza<strong>do</strong>rconvencional, isto é, formação <strong>do</strong>s átomos da espécie <strong>de</strong> interesse a partir dareação com radicais <strong>de</strong> hidrogênio, a etapa <strong>de</strong> atomização po<strong>de</strong> estar ocorren<strong>do</strong>preferencialmente em regiões da fase gasosa próximas ao filamento e não sobre asua superfície. Dessa maneira, são justificáveis as pequenas flutuações <strong>de</strong>temperatura ótima para cada filamento em função da voltagem aplicada, poiscertamente a geometria <strong>de</strong> cada filamento <strong>de</strong> tungstênio influencia diretamente atransferência <strong>de</strong> calor para o ambiente, uma vez que a máxima sensibilida<strong>de</strong> daatomização <strong>do</strong>s hidretos é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura na fase gasosa.Temperatura, o C2500200015001000500(a)(b)(c)(d)00 2 4 6 8 10 12 14 16Voltagem, VFig. 10 – Temperaturas obtidas nas superfícies <strong>do</strong>s diferentes filamentosestuda<strong>do</strong>s no QTAW em função da voltagem aplicada. (a) Filamento A;(b) Filamento B; (c) Filamento C; (d) Filamento D.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 40Por outro la<strong>do</strong>, o mecanismo <strong>de</strong> atomização po<strong>de</strong> não ser o mesmo <strong>do</strong>ssistemas convencionais, uma vez que alguns autores comentam que os processos<strong>de</strong> atomização com temperaturas em torno <strong>de</strong> 900 o C envolvem a participação <strong>de</strong>radicais H que são produzi<strong>do</strong>s pela reação com o oxigênio [59]. No entanto, comoa presença <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> oxigênio no QTAW resulta na queima <strong>do</strong> filamento, amenor quantida<strong>de</strong> possível <strong>de</strong>ve ser utilizada, diminuin<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> radicais H para participar <strong>do</strong> mecanismo <strong>de</strong> atomização. Assim,possivelmente, a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> emprego <strong>de</strong> maiores temperaturas para manter aeficiência <strong>de</strong> atomização faz com que o QTAW opere com temperaturas superioresàquelas <strong>do</strong>s atomiza<strong>do</strong>res convencionais.4.3 – Efeito da concentração e <strong>do</strong> tipo <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>A presença <strong>de</strong> HCl fornece o meio a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a formação <strong>do</strong> hidrogêniocom o agente redutor, no caso o borohidreto <strong>de</strong> sódio, necessário para geração eatomização da arsina [60]. A Figura 11 apresenta o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> daconcentração ótima <strong>de</strong> HCl necessária para a reação <strong>de</strong> geração <strong>do</strong>s hidretos etambém como a presença <strong>de</strong> outros áci<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> afetar a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênioe bismuto. Como se observa pelas Figuras 11.1 e 11.3, a concentração <strong>de</strong> HCl parageração da arsina e da bismutina não é um fator crítico, sen<strong>do</strong> possível obter umbom sinal <strong>de</strong> absorvância já na concentração <strong>de</strong> 0,2 mol L -1 , passan<strong>do</strong> pelo ótimoem 1,0 mol L -1 , ocorren<strong>do</strong> uma pequena diminuição <strong>do</strong> sinal <strong>do</strong> arsênio com 2,5


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 41mol L -1 . Com base neste estu<strong>do</strong> selecionou-se concentração <strong>de</strong> 1,0 mol L -1 comosen<strong>do</strong> a mais a<strong>de</strong>quada para os estu<strong>do</strong>s subseqüentes.O estu<strong>do</strong> da presença <strong>de</strong> outros áci<strong>do</strong>s, que são bastante emprega<strong>do</strong>s nas<strong>de</strong>composições <strong>de</strong> diversas amostras, está apresenta<strong>do</strong> nas Figuras 11.2 e 11.4.Observa-se que a presença <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s oxidantes afeta o sinal <strong>de</strong> absorvância <strong>do</strong>arsênio, sen<strong>do</strong> mais crítico para o HNO 3 , segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> H 2 SO 4 e quase nenhum efeitoé observa<strong>do</strong> para o HClO 4 . Isto sugere que em meio mais oxidante a redução <strong>do</strong>metal é comprometida e esses áci<strong>do</strong>s consomem o agente redutor, afetan<strong>do</strong> ageração da arsina, efeito este que se torna crítico principalmente para altasconcentrações <strong>de</strong>sses áci<strong>do</strong>s.Dessa maneira, quan<strong>do</strong> algumas amostras são <strong>de</strong>compostas com HNO 3 ouH 2 SO 4 para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> arsênio, <strong>de</strong>ve-se reduzir o volume da soluçãoresidual ao mínimo possível e retomar a amostra em meio <strong>de</strong> HCl, eliminan<strong>do</strong> apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer algum tipo <strong>de</strong> interferência por áci<strong>do</strong>s residuais. Já para oBi, observa-se que a presença <strong>de</strong> outros áci<strong>do</strong>s não afeta os sinais <strong>de</strong> formasignificativa, mas para efeito da <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> traços <strong>de</strong> bismuto, sugere-se autilização cautelosa <strong>de</strong>sses áci<strong>do</strong>s, empregan<strong>do</strong> o menor volume possível.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 42AsBi100801(a)100803(g)60(b)60(h)Absorvância Normalizada40200120100806040(c)0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,52(d)(e)(f)402001101009080(i)0 1 2 3 4 54(j)(l)(m)20700,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0Concentração <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>, mol L -1Fig. 11 – Efeito das concentrações <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s. [As: 1] Efeito da concentração <strong>de</strong>HCl na eficiência da formação da arsina em diferentes concentração <strong>de</strong> As. (a) 160µg L -1 ; (b) 80 µg L -1 ; (c) 30 µg L -1 . [As: 2] Influência da presença <strong>de</strong> outrosáci<strong>do</strong>s na sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100 µg L -1 <strong>de</strong> As em 1,0 mol L -1 <strong>de</strong> HCl. (d) HClO 4 ;(e) H 2 SO 4 ; (f) HNO 3 . [Bi: 3] Efeito da concentração <strong>de</strong> HCl na eficiência daformação da bismutina em diferentes concentração <strong>de</strong> Bi. (g) 250 µg L -1 ; (h) 160µg L -1 ; (i) 70 µg L -1 . [Bi: 4] Influência da presença <strong>de</strong> outros áci<strong>do</strong>s nasensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 250 µg L -1 <strong>de</strong> Bi em 1,0 mol L -1 <strong>de</strong> HCl. (j) HClO 4 ; (l) HNO 3 ;(m) H 2 SO 4 .


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 434.4 – Efeito da concentração <strong>de</strong> NaBH 4 e KOHA Figura 12 apresenta o estu<strong>do</strong> da concentração <strong>de</strong> borohidreto <strong>de</strong> sódiousa<strong>do</strong> para geração <strong>do</strong>s hidretos e como a concentração <strong>do</strong> agente estabilizantepo<strong>de</strong> afetar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> As e <strong>do</strong> Bi. Como se observa pelas Figuras 12.1 e12.3, a concentração <strong>de</strong> 0,7 e 0,8 % m/v <strong>de</strong> NaBH 4 fornece o máximo sinal <strong>de</strong>absorvância para as concentrações estudadas <strong>de</strong> As e Bi, respectivamente, sen<strong>do</strong>que em concentrações mais baixas há uma falta <strong>de</strong> reagente e a reação não écompleta, uma vez que nem to<strong>do</strong> analito é converti<strong>do</strong> para a forma <strong>de</strong> hidreto.Para altas concentrações não ocorre um ganho significativo no sinal <strong>de</strong>absorvância e a reação se torna mais turbulenta pela geração <strong>de</strong> maior quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> hidrogênio, o que causa um aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> águaconduzida ao DN.O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> efeito causa<strong>do</strong> pela concentração <strong>de</strong> KOH é apresenta<strong>do</strong> nasFiguras 12.2 e 12.4, se observa que o arsênio não é afeta<strong>do</strong> pela concentração <strong>do</strong>mesmo. Para o bismuto ocorre uma leve diminuição <strong>do</strong> sinal, especialmente paraconcentrações maiores <strong>do</strong> analito. A concentração <strong>de</strong> 1 % m/v <strong>de</strong> KOH mostrou-sea mais a<strong>de</strong>quada, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a repetibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sinais, pois em concentraçõesmais baixas a reação <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> GLS era mais turbulenta e maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vapor era conduzida ao DN.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 4412090As1201 3(a)90Bi(d)Absorvância Normalizada60300120906060(b)30(c)0,4 0,6 0,8 1,001202 4(a)90(b)60(e)(f)0,5 1,0 1,5 2,0 2,5(d)(e)30(c)30(f)000,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0 1 2 3 4 5Concentração <strong>de</strong> reagente, % m/vFig. 12 – [As: 1 e Bi: 3] Efeito da concentração <strong>de</strong> NaBH 4 em 0,5 % m/v <strong>de</strong> KOHemprega<strong>do</strong> para geração <strong>do</strong> hidreto em diferentes concentrações <strong>de</strong> As e Bi.[As: 2 e Bi: 4] Efeito da concentração <strong>de</strong> KOH emprega<strong>do</strong> para estabilizar oNaBH 4 na geração <strong>do</strong> hidreto com diferentes concentrações <strong>de</strong> As e Bi,respectivamente. (a) 160 µg L -1 As; (b) 80 µg L -1 As; (c) 30 µg L -1 As; (d) 250 µgL -1 Bi; (e) 160 µg L -1 Bi; (f) 70 µg L -1 Bi.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 454.5 – Influência da bobina <strong>de</strong> reação e <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> injeçãoO tempo <strong>de</strong> reação necessário para garantir que to<strong>do</strong> As e Bi sejaconverti<strong>do</strong> para suas formas <strong>de</strong> hidretos, antes da etapa <strong>de</strong> separação no GLS, é<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelo comprimento da bobina <strong>de</strong> reação, o qual foi otimiza<strong>do</strong> para esteestu<strong>do</strong> e cujos resulta<strong>do</strong>s estão apresenta<strong>do</strong>s na Figura 13. Como se po<strong>de</strong>observar, o comprimento da bobina <strong>de</strong> reação não influencia significativamente osinal <strong>de</strong> absorvância, o que mostra que a reação <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>sses hidretos érápida. Os comprimentos <strong>de</strong> 60 e 30 cm foram escolhi<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>spara serem utiliza<strong>do</strong>s no sistema FI proposto para <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> As e Bi,respectivamente.A escolha <strong>do</strong> comprimento da bobina <strong>de</strong> 30 cm para o Bi <strong>de</strong>ve-se ao fatoque a zona reacional mais curta reduz a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferênciasocasionadas por metais <strong>de</strong> transição [59]. Como o objetivo é <strong>de</strong>terminar bismutoem amostras metalúrgicas, que contêm eleva<strong>do</strong>s teores <strong>de</strong>sses possíveisinterferentes, este fato foi <strong>de</strong>terminante para a otimização <strong>de</strong>ste parâmetro.Os volumes <strong>de</strong> inseri<strong>do</strong>s da solução <strong>de</strong> amostra e reagente redutor nosistema FI são <strong>de</strong> extrema importância, pois po<strong>de</strong>m afetar significativamente oslimites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção. Esse estu<strong>do</strong> é apresenta<strong>do</strong> na Figura 14, observan<strong>do</strong>-se queapesar <strong>de</strong> bons sinais serem obti<strong>do</strong>s para os menores volumes estuda<strong>do</strong>s, ainclinação melhorava à medida que o volume <strong>de</strong> injeção aumentava. Destamaneira, volumes <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> 1000 e 500 µL da solução <strong>de</strong> amostra e reagenteredutor foram escolhi<strong>do</strong>s com sen<strong>do</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi no


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 46sistema FI proposto. A partir <strong>de</strong>sses volumes, a inclinação da curva já nãoaumentava significativamente com o aumento <strong>do</strong> volume. Também nesse caso,optou-se por empregar o menor volume para o Bi, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as altasconcentrações <strong>de</strong> metais nas soluções resultantes da digestão das amostras <strong>de</strong>origem metalúrgica, minimizan<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precipitação <strong>de</strong> algumconcomitante no sistema FI-HG.10080As(a)60(b)Absorvância normalizada4020010080604020Bi20 40 60 80(c)(d)(e)(f)020 40 60 80 100Comprimento da bobina<strong>de</strong> reação, cmFig. 13 – Efeito <strong>do</strong> comprimento da bobina <strong>de</strong> reação na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi.(a) 160 µg L -1 As; (b) 80 µg L -1 As; (c) 30 µg L -1 As; (d) 250 µg L -1 Bi; (e) 160 µgL -1 Bi; (f) 70 µg L -1 Bi.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 47AsConcentração, µg L -1 BiAbsorvânciaNormalizada100806040201(a)(b)(c)100806040203(i)(j)(l)00200 400 600 800 1000Volume injeta<strong>do</strong>, µL0 200 400 600 800 1000Absorvância0,200,150,100,052(d)(g)(e)(f)(h)250200150100504(m)(n)(o)(p)(q)(r)0,0030 60 90 120 150080 120 160 200 240Fig. 14 – Efeito <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> injeção <strong>de</strong> amostra e redutor na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>As e Bi. [As: 1 e Bi: 3] Efeito <strong>de</strong> diferentes concentrações <strong>do</strong>s analitos. (a) 160µg L -1 As; (b) 80 µg L -1 As; (c) 30 µg L -1 As; (i) 250 µg L -1 Bi; (j) 160 µg L -1 Bi;(l) 70 µg L -1 Bi. [As: 2 e Bi: 4] Efeito <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> injeção na inclinação da curva<strong>de</strong> calibração para As e Bi. (d) 1000 µL; (e) 800 µL; (f) 600 µL; (g) 400 µL;(h) 200 µL; (m) 1000 µL; (n) 700 µL; (o) 500 µL; (p) 300 µL; (q) 200 µL;(r) 100 µL.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 484.6 – Efeito da vazão <strong>do</strong> gás carrega<strong>do</strong>rNeste estu<strong>do</strong>, o gás emprega<strong>do</strong> foi o argônio, uma vez que a mistura <strong>de</strong> Ar(90 %) e H 2 (10 %) forneceu o ambiente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para o funcionamento <strong>do</strong>filamento <strong>de</strong> tungstênio em ETAW para análise <strong>de</strong> soluções por AAS [17]. Sen<strong>do</strong>que o gás carrega<strong>do</strong>r influencia significativamente os sinais analíticos, isso ocorre<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a alguns fatores que afetam diretamente a atomização <strong>do</strong> hidreto, uma vezque em vazão <strong>de</strong> gás relativamente baixa uma maior concentração <strong>de</strong> hidrogênioestará presente na fase gasosa, dificultan<strong>do</strong> a atomização e favorecen<strong>do</strong> asrecombinações <strong>do</strong>s átomos <strong>do</strong> analito com o hidrogênio. Além disso, a bismutina éinstável e quan<strong>do</strong> é utiliza<strong>do</strong> um percurso longo no transporte entre a etapa <strong>de</strong>separação e a atomização, vazões mais elevadas são necessárias para garantir queto<strong>do</strong> o hidreto forma<strong>do</strong> chegue ao atomiza<strong>do</strong>r. No entanto, sob altas vazões, a<strong>de</strong>tectabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser afetada, pois o tempo <strong>de</strong> residência <strong>do</strong> analito noatomiza<strong>do</strong>r é reduzi<strong>do</strong> e, <strong>de</strong>ssa forma, o tempo necessário para atomização eabsorção da radiação po<strong>de</strong> não ser a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Além disso, po<strong>de</strong>m ocorrer tambémdiluição <strong>do</strong> gás e resfriamento <strong>do</strong> filamento. Dessa forma, <strong>de</strong>ve-se buscar umcompromisso para aten<strong>de</strong>r to<strong>do</strong>s esses parâmetros e obter o máximo sinalpossível. Como se observa na Figura 15, a melhor vazão em todas asconcentrações estudadas foi <strong>de</strong> aproximadamente 250 e 450 mL min -1 <strong>do</strong> gáscarrega<strong>do</strong>r para o As e Bi, respectivamente.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 491008060As(a)Absorvância normalizada402001008060Bi(b)100 200 300 400(d)(e)40(f)2000 100 200 300 400 500Vazão <strong>de</strong> gás, mL min -1 (c)Fig. 15 – Efeito da vazão <strong>de</strong> Ar como gás carrega<strong>do</strong>r na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bipara diferentes concentrações <strong>do</strong>s analitos. (a) 160 µg L -1 As; (b) 80 µg L -1 As;(c) 30 µg L -1 As; (d) 250 µg L -1 Bi; (e) 160 µg L -1 Bi; (f) 70 µg L -1 Bi.4.7 – Efeito <strong>do</strong>s diferentes filamentos na curva <strong>de</strong> calibraçãoDurante o <strong>de</strong>senvolvimento da ETAW, vários filamentos <strong>de</strong> diferentes metaischegaram a ser estuda<strong>do</strong>s para o atomiza<strong>do</strong>r, no entanto os filamentosconstituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> tungstênio se consagraram como os mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 50alguns fatores, entre os quais <strong>de</strong>staca-se a elevada resistência química, o altoponto <strong>de</strong> fusão (3407 o C) e a baixa pressão <strong>de</strong> vapor. Além disso, os filamentos <strong>de</strong>tungstênio são fabrica<strong>do</strong>s industrialmente, o que lhes assegura uma boa precisão<strong>de</strong> fabricação, com baixo custo e fácil aquisição [17].Atualmente, <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> filamentos <strong>de</strong> tungstênio (filamentos A e B,apresenta<strong>do</strong>s anteriormente) são emprega<strong>do</strong>s pelos diversos autores que estudama ETAW, sen<strong>do</strong> o filamento A o mais difundi<strong>do</strong>. No entanto, alguns autores dãopreferência ao mo<strong>de</strong>lo B, justifican<strong>do</strong> o seu uso pelo fato <strong>de</strong> possuir maior áreasuperficial disponível, a qual propicia a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> um volume maior da soluçãoda amostra e, <strong>de</strong>ssa maneira, melhores LDs são alcança<strong>do</strong>s [17].Dessa forma, um estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> para avaliar qual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> filamento<strong>de</strong> tungstênio seria o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a QTAW. Foram construídas curvas <strong>de</strong>calibração <strong>do</strong> sistema com os diferentes filamentos apresenta<strong>do</strong>s anteriormente,fazen<strong>do</strong> uso <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> calibração na faixa <strong>de</strong> concentração até 360 µg L -1para o As e 250 µg L -1 para o Bi. Utilizaram-se os parâmetros otimiza<strong>do</strong>s e<strong>de</strong>scritos na Figura 1, exceto as voltagens ótimas <strong>de</strong> cada filamento, que sãoaquelas apresentadas durante a discussão da Figura 9.O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> está apresenta<strong>do</strong> na Figura 16, observan<strong>do</strong>-se queto<strong>do</strong>s os filamentos apresentaram uma ótima resposta linear à calibração <strong>do</strong>sistema, com pequenas diferenças na sensibilida<strong>de</strong> e com LDs próximos. Dessamaneira, conclui-se que o QTAW não é tão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da geometria <strong>do</strong> filamento<strong>de</strong> tungstênio quanto a ETAW, uma vez que o analito é conduzi<strong>do</strong> para


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 510,50,40,30,2As(a)(d)(b)(c)Absorvância0,10,00,200,150,100,050,000 50 100 150 200 250 300 350Bi(e)(f)(g)(h)0 50 100 150 200 250Concentração, µg L -1Fig. 16 – Efeito <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> filamentos <strong>de</strong> tungstênio na curva <strong>de</strong>calibração <strong>de</strong> As e Bi. [As] (a) Filamento A (R = 0,9999; Y = 0,00142 X; LD = 2,1µg L -1 ); (b) Filamento C (R = 0,9998; Y = 0,00133 X; LD = 2,3 µg L -1 );(c) Filamento B (R = 0,9999; Y = 0,00124 X; LD = 2,4 µg L -1 ); (d) Filamento D(R = 0,9999; Y = 0,00111 X; LD = 2,7 µg L -1 ). [Bi] (e) Filamento A (R = 1;Y = 0,000784 X; LD = 3,8 µg L -1 ); (f) Filamento C (R = 0,9999; Y = 0,000755 X;LD = 4,0 µg L -1 ); (g) Filamento B (R = 0,9999; Y = 0,000679 X; LD = 4,4 µg L -1 );(h) Filamento D (R = 0,9998; Y = 0,000622 X; LD = 4,8 µg L -1 ).


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 52<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r na forma <strong>de</strong> vapor e a atomização é realizada pelo ambienteaqueci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r. A pequena variação da sensibilida<strong>de</strong> entre osfilamentos provavelmente é gerada pelas diferenças na transferência <strong>de</strong> calor quecada filamento po<strong>de</strong> fornecer ao ambiente interno <strong>do</strong> atomiza<strong>do</strong>r, portanto,observa-se que os mo<strong>de</strong>los estuda<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>do</strong>s com sucesso emQTAW.4.8 – Efeito da vazão <strong>do</strong>s reagentes na curva <strong>de</strong> calibraçãoA vazão <strong>do</strong>s carrega<strong>do</strong>res afeta a sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema FI. Vazõesbaixas, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o sistema com uma baixa freqüência analítica, nãooferecem bons sinais <strong>de</strong> absorvância, por outro la<strong>do</strong>, vazões altas po<strong>de</strong>m fornecerum tempo curto para a completa reação <strong>de</strong> formação <strong>do</strong> hidreto. A fim <strong>de</strong> avaliareste efeito sobre a curva <strong>de</strong> calibração, as vazões <strong>de</strong> 3,0; 4,5 e 6,0 mL min -1foram testadas para uma ampla faixa <strong>de</strong> concentração, com uso <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong>calibração <strong>de</strong> 5 a 1000 µg L -1 para o As e 10 a 1250 µg L -1 para o Bi.Como se po<strong>de</strong> observar pela Figura 17, à medida que a vazão aumenta,uma maior inclinação da curva e melhores LDs são obti<strong>do</strong>s, mas a faixa linear vaidiminuin<strong>do</strong> para o As. Também foi observa<strong>do</strong> que para a vazão <strong>do</strong>s carrega<strong>do</strong>resem 6,0 mL min -1 , uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor úmi<strong>do</strong> é conduzida para o DN,<strong>de</strong>ssa maneira a vazão <strong>do</strong>s carrega<strong>do</strong>res <strong>de</strong> 4,5 mL min -1 foi consi<strong>de</strong>rada a maisa<strong>de</strong>quada para o sistema proposto, uma vez que o ganho no LD não foi tãosignificativo para a vazão mais alta e obteve-se uma freqüência <strong>de</strong> até 60


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 531,51,2As(a)(b)0,9(c)0,60,3Absorvância0,00,600,450 200 400 600 800 1000Bi(d)(e)0,30(f)0,150,000 200 400 600 800 1000 1200Concentração, µg L -1Figura 17 – Efeito da vazão <strong>de</strong> reagentes nas curvas <strong>de</strong> calibração para o sistemaproposto. [As] (a) vazão <strong>de</strong> 6,0 mL min -1 (R = 0,9999 para 0 até 320 µg L -1 ;Y = 0,00195 X; LD = 1,5 µg L -1 ); (b) vazão <strong>de</strong> 4,5 mL min -1 (R = 0,9999 para 0até 320 µg L -1 ; Y = 0,00157 X; LD = 1,9 µg L -1 ); (c) vazão <strong>de</strong> 3,0 mL min -1(R = 0,9995 para 0 até 500 µg L -1 ; Y = 0,00103 X; LD = 2,9 µg L -1 ).[Bi] (d) vazão <strong>de</strong> 6,0 mL min -1 (R = 0,9992 para 0 até 500 µg L -1 ;Y = 0,000564 X; LD = 5,3 µg L -1 ); (e) vazão <strong>de</strong> 4,5 mL min -1 (R = 0,9990 para 0até 750 µg L -1 ; Y = 0,000426 X; LD = 7,0 µg L -1 ); (f) vazão <strong>de</strong> 3,0 mL min -1(R = 0,9991 para 0 até 500 µg L -1 ; Y = 0,000308 X; LD = 9,7 µg L -1 ).


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 54<strong>de</strong>terminações por hora. No entanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das vazões empregadas para oscarrega<strong>do</strong>res, o sistema po<strong>de</strong> fornecer uma ampla faixa <strong>de</strong> calibração (até 500 µgL -1 para o As e até 750 µg L -1 para o Bi) com baixo LD (1,5 µg L -1 para o As e 5,3µg L -1 para o Bi) caben<strong>do</strong> ao analista julgar qual é a mais conveniente, conforme atarefa analítica em questão.4.9 – Eficiência <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> secagem <strong>do</strong> gásO <strong>de</strong>sumidifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> foi a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a secagem <strong>do</strong> gás a serconduzi<strong>do</strong> ao QTAW, sem perda na sensibilida<strong>de</strong>, e nenhum efeito <strong>de</strong> memória foiobserva<strong>do</strong>, eliminan<strong>do</strong> as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> queimas <strong>do</strong> filamento, queconseqüentemente sujava o atomiza<strong>do</strong>r pela formação <strong>de</strong> óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> tungstênio,ocasionan<strong>do</strong> instabilida<strong>de</strong> nos sinais analíticos.Para avaliar a eficiência <strong>de</strong> secagem <strong>do</strong> gás, foram colocadas pequenascolunas <strong>de</strong> vidro com cloreto <strong>de</strong> cálcio para reter o vapor <strong>de</strong> água que saía <strong>do</strong> GLSou <strong>do</strong> DN, sen<strong>do</strong> cada estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> separadamente. A diferença <strong>de</strong> massaadquirida entre cada coluna fornecia a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secagem <strong>do</strong> gás pelo DN. Oresulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> é apresenta<strong>do</strong> na Tabela 2 e po<strong>de</strong>-se observar que o DNefetuou a secagem <strong>do</strong> gás continuamente e sem perdas significativas da eficiênciaem função <strong>do</strong> tempo. Obteve-se uma eficiência <strong>de</strong> 92,7 % na secagem <strong>do</strong> gás, emmassa, para um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1 h <strong>de</strong> funcionamento com o sistema otimiza<strong>do</strong>, comuma remoção contínua <strong>de</strong> 4,2 mg min -1 <strong>de</strong> água. Esses resulta<strong>do</strong>s são próximos


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 55aos obti<strong>do</strong>s por Sundin et al. [52], para o sistema comercial que faz uso da mesmamembrana.Tabela 2 – Eficiência <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> acrílico com membrana <strong>de</strong> Nafion ® parasecagem <strong>do</strong> gás.Tempo, minAntes da secagemMassa, mgApós a secagemEficiência, %10 48,4 3,0 93,820 95,9 6,7 93,030 128,6 10,3 92,060 272,9 20,0 92,74.10 – Estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> possíveis interferentesAs interferências na técnica <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidreto po<strong>de</strong>m ser classificadasem <strong>do</strong>is grupos, as interferências na fase líquida e na fase gasosa, essageralmente ocasionada por elementos que geram vapor químico e também sãotransporta<strong>do</strong>s ao atomiza<strong>do</strong>r [61]. Além disso, elementos que geram vaporesquímicos também consomem o reagente redutor e competem com o analito,ocasionan<strong>do</strong> uma interferência na fase líquida.Dessa forma, um estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> para avaliar o nível da possívelinterferência <strong>do</strong>s elementos que também geram hidretos, a concentração <strong>de</strong> As ou<strong>de</strong> Bi foi fixada em 150 µg L -1e os possíveis interferentes tiveram suas


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 56concentrações aumentadas em até 100 vezes a <strong>do</strong>s analitos. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sseestu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m ser observa<strong>do</strong>s na Figura 18.100Absorvância normalizada8060402010080604020As0 20 40 60 80 100Bi0 20 40 60 80 100Concentração <strong>de</strong> interferentes(x 150 µg L -1 )TeBiSbSnSeSbAsTeSeSnFig. 18 - Efeito <strong>de</strong> outros elementos gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hidretos na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>150 µg L -1 <strong>de</strong> As ou Bi.Como po<strong>de</strong> se verificar, o sistema FI-HG AAS com QTAW também apresentaproblemas <strong>de</strong> interferência, assim como os <strong>de</strong>mais sistemas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> hidreto.


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 57No entanto, para esses elementos não po<strong>de</strong>mos afirmar se essa interferência égerada na fase gasosa ou na líquida, pois o comportamento semelhante entre osinterferentes mostra que, à medida que as suas concentrações aumentam, o sinal<strong>de</strong> absorvância diminui, sen<strong>do</strong> que em nenhum caso foi observa<strong>do</strong> efeito <strong>de</strong>memória, ou seja, ao injetar novamente a solução livre <strong>de</strong> interferente, o sinalretornava ao mesmo valor inicial. Esse fato indica que, provavelmente, essasinterferências ocorrem principalmente na fase líquida, pois gera uma competiçãoentre o interferente e o analito no consumo <strong>do</strong> reagente redutor para a geração <strong>do</strong>hidreto [4].Um outro estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s possíveis interferentes foi realiza<strong>do</strong> com base nosmateriais que se pretendia analisar, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminada a razão entre o arsênio eos possíveis interferentes que po<strong>de</strong>riam estar presentes nas amostras, indicadapelo certifica<strong>do</strong> das mesmas ou com base na composição das amostras <strong>de</strong> águamineral e <strong>de</strong> mar. Dessa forma, a concentração <strong>de</strong> arsênio foi fixada em 100 µg L -1em meio <strong>de</strong> HCl a 1 mol L -1 e foram adiciona<strong>do</strong>s os possíveis interferentes, sen<strong>do</strong>:Ca (1,65 g L -1 ), Mg (5,2 g L -1 ), K (1,55 g L -1 ), Na (43,0 g L -1 ), Sn (20 µg L -1 ),Mn (4,4 mg L -1 ), Cu (500 µg L -1 ), P (80 mg L -1 ), Zn (6,0 mg L -1 ), Fe (60 mg L -1 ),Se (30 µg L -1 ), Pb (600 µg L -1 ), Sr (32 mg L -1 ), Mo (20 µg L -1 ), Ti (6,5 mg L -1 ),V (150 µg L -1 ), Ni (300 µg L -1 ), Co (30 µg L -1 ), Cr (350 µg L -1 ), Ba (700 µg L -1 ),Al (110 mg L -1 ), Cd (30 µg L -1 ), Ag (20 µg L -1 ), Sc (20 µg L -1 ) e La (60 µg L -1 ). Osinal analítico foi medi<strong>do</strong> em cada solução com o possível interferente ecompara<strong>do</strong> com aquele da solução conten<strong>do</strong> somente o analito, observan<strong>do</strong>-se


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 58que os valores foram recupera<strong>do</strong>s entre 97 a 103 % em todas as condições, comomostra a Figura 19. Dessa maneira, conclui-se que o sistema não apresentouinterferência para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As nas amostras que se pretendia analisar.No entanto, para a análise das amostras certificadas foi necessárioempregar o uso <strong>de</strong> KI (2 % m/v) e áci<strong>do</strong> ascórbico (4 % m/v) com HCl a 4 mol L -1 ,pois a combinação <strong>de</strong>sses reagentes garante que to<strong>do</strong> As(V) seja reduzi<strong>do</strong> epreserva<strong>do</strong> como As(III), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os sistemas FI-HG discriminamcineticamente As(V) e o As(III) é preferencialmente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, uma vez que avelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração da arsina é bem menor para o As(V).O mesmo estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> para o bismuto, fixan<strong>do</strong>-se uma concentração<strong>de</strong> 150 µg L -1 em meio <strong>de</strong> HCl a 1 mol L -1 e foram adiciona<strong>do</strong>s os possíveisinterferentes sen<strong>do</strong>: Mn (150 mg L -1 ), P (6 mg L -1 ), Cu (42 mg L -1 ), Ni (150 mgL -1 ), Cr (150 mg L -1 ), V (59 mg L -1 ), Mo (83 mg L -1 ), Co (26 mg L -1 ), Ti (41 mg L -1 ),As (9 mg L -1 ), Sn (150 mg L -1 ), Al (45 mg L -1 ), Pb (4 mg L -1 ), Zr (14 mg L -1 ),Sb (24 mg L -1 ), Ag (7 mg L -1 ), Se (1,5 mg L -1 ) e Fe (150 mg L -1 ). O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sseestu<strong>do</strong> também está apresenta<strong>do</strong> na Figura 19 e po<strong>de</strong>-se observar que para amaioria <strong>do</strong>s analitos não ocorrem interferências. O uso <strong>de</strong> uma mistura <strong>de</strong> io<strong>de</strong>to<strong>de</strong> potássio (10 % m/v) e tiouréia (1 % m/v), como agente mascarante, eliminou ainterferência <strong>de</strong> algumas espécies, como po<strong>de</strong> ser verifica<strong>do</strong> para Cu, Co e Ag,porém em outros casos propicia o aparecimento <strong>de</strong> interferência, como no caso <strong>do</strong>Mo e Fe. A interferência mais grave foi observada para o Ni e Sn, os quais


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 59suprimem significativamente o sinal <strong>de</strong> Bi em ambas as condições, na ausência ena presença <strong>do</strong> mascarante.120As90Absorvância normalizada603001209060Ca K Sn Cu Zn Se Sr Ti Ni Cr Al Ag LaMg NaMnP Fe Pb Mo V Co Ba Cd ScBisem mascarantecom mascarante300Mn Cu CrP NiMo Ti Sn Pb Sb SeV Co As Al Zr Ag FePossível interferenteFig. 19 - Efeito <strong>de</strong> concomitantes na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi.Durante a etapa <strong>de</strong> preparo da amostra <strong>de</strong> liga <strong>de</strong> estanho, o áci<strong>do</strong> nítricoutiliza<strong>do</strong> propiciou a precipitação <strong>do</strong> Sn na forma <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> metaestânico, que é


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 60separa<strong>do</strong> por filtração, mas mesmo assim foi necessária a mistura mascarantemencionada acima, pois sem o seu uso o valor certifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bi não po<strong>de</strong> serrecupera<strong>do</strong>. Já para amostras <strong>de</strong> aços, observou-se que o sinal da amostra eraidêntico quan<strong>do</strong> foram utiliza<strong>do</strong>s, ou não, alguns mascarantes ou misturas <strong>de</strong>les,sen<strong>do</strong> que em certos casos ocorria supressão <strong>do</strong> sinal, como no caso datiosemicarbazida, conforme apresenta<strong>do</strong> na Figura 20. Dessa maneira, <strong>de</strong>cidiu-seanalisar as amostras <strong>de</strong> aço sem uso <strong>de</strong> mascarante uma vez que, apesar <strong>de</strong> seobservar a presença <strong>de</strong> alguns interferentes separadamente, o mesmocomportamento não foi observa<strong>do</strong> na amostra. Isso sugere possíveis interaçõesentre as diferentes espécies presentes na amostra, diminuin<strong>do</strong> o efeitointerferente, ou mesmo que a presença <strong>de</strong> Fe(III) po<strong>de</strong> ter suprimi<strong>do</strong> essasinterferências, uma vez que há relatos na literatura <strong>de</strong> que este íon age como umagente estabilizante controlan<strong>do</strong> o potencial <strong>do</strong> meio na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi e, emalguns casos, já foi utiliza<strong>do</strong> com sucesso como mascarante para eliminarinterferências <strong>de</strong> Ni e Cu [62-64], pois permite a formação <strong>do</strong> hidreto, mas não<strong>de</strong>ixa que o potencial <strong>de</strong> redução <strong>do</strong> interferente seja alcança<strong>do</strong>.Para realizar o estu<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong> na Figura 20, aproximadamente 6 g dasamostras <strong>de</strong> aço (~ 1,5 g <strong>de</strong> cada amostra) foram preparadas conforme o méto<strong>do</strong><strong>de</strong>scrito no item 3.3.6. Após a dissolução, uma solução coquetel das ligas <strong>de</strong> açofoi obtida e as condições <strong>de</strong> análise foram variadas conforme os procedimentosapresenta<strong>do</strong>s abaixo, sen<strong>do</strong> que após a adição da solução coquetel e <strong>do</strong>s


Resulta<strong>do</strong>s e discussões 61reagentes no balões volumétricos <strong>de</strong> 10 mL, os volumes foram completa<strong>do</strong>s comágua e a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi nessas soluções foi realiza<strong>do</strong>.Condições <strong>de</strong> análise: [1] 2,5 mL da solução coquetel + 0,8 mL <strong>de</strong> HCl; [2]2,5 mL da solução coquetel + 0,5 g <strong>de</strong> KI + 0,5 g <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> ascórbico + 4 mL <strong>de</strong>HCl; [3] 2,5 mL da solução coquetel + 0,1 g <strong>de</strong> tiouréia + 0,2 g <strong>de</strong> L-cisteína + 2mL <strong>de</strong> HCl + 0,2 mL <strong>de</strong> HNO 3 ; [4] 2,5 mL da solução coquetel + 0,5 g <strong>de</strong> EDTA +0,8 mL <strong>de</strong> HCl; [5] 2,5 mL da solução coquetel + 0,2 g <strong>de</strong> tiosemicarbazida + 0,8mL <strong>de</strong> HCl; [6] 2,5 mL da solução coquetel + 0,1 g <strong>de</strong> DDTP + 1 mL v/v HCl; [7]2,5 mL da solução coquetel + 3 mL <strong>de</strong> HNO 3 + 2 mL <strong>de</strong> HCl.Absorvância normalizada1008060402001 2 3 4 5 6 7Condição <strong>de</strong> análiseFig. 20 - Efeito da presença <strong>de</strong> agentes mascarantes nos sinais transientes <strong>de</strong> Biobti<strong>do</strong>s na solução coquetel das ligas <strong>de</strong> aço.


Aplicações 625 – AplicaçõesO méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> foi avalia<strong>do</strong> na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As em amostras <strong>de</strong>água, sedimento e materiais biológicos e <strong>de</strong> Bi em amostras <strong>de</strong> urina emetalúrgicas. As amostras <strong>de</strong> água mineral, água <strong>de</strong> mar e urina foramenriquecidas com diferentes concentrações <strong>de</strong> As ou Bi e <strong>de</strong>terminaram-se as suasrecuperações, enquanto que as <strong>de</strong>mais são materiais <strong>de</strong> referência certifica<strong>do</strong>s,cujos resulta<strong>do</strong>s da análise foram compara<strong>do</strong>s com aqueles forneci<strong>do</strong>s pelasagências.5.1 – Determinação <strong>de</strong> As em água, material biológico e sedimentoO arsênio está amplamente distribuí<strong>do</strong> na biosfera, sen<strong>do</strong> que a água <strong>de</strong>mar não poluída apresenta uma concentração entre 2 e 3 µg L -1 , a crosta terrestrepossui uma concentração média <strong>de</strong> 2 µg kg -1 e a concentração em organismosmarinhos varia <strong>de</strong> 1 a 30 µg g -1 . Os <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> resíduos industriais são asprincipais fontes <strong>de</strong> contaminação das águas <strong>do</strong>s rios com metais pesa<strong>do</strong>s.Indústrias como as metalúrgicas, fabricantes <strong>de</strong> tintas, cloro e plásticos entreoutras, utilizam metais em suas linhas <strong>de</strong> produção e acabam lançan<strong>do</strong> parte <strong>de</strong>lesnos cursos <strong>de</strong> água. Outra fonte importante <strong>de</strong> contaminação <strong>do</strong> ambiente pormetais pesa<strong>do</strong>s é a incineração <strong>do</strong>s lixos urbanos e industriais, que provocam avolatilização e formam cinzas ricas em metais. A queima <strong>de</strong> carvão, para geração<strong>de</strong> energia, o esgoto urbano, a mineração e ainda ativida<strong>de</strong>s relacionadas àagricultura também são fontes <strong>de</strong> contaminação [65-66].


Aplicações 63Os metais pesa<strong>do</strong>s não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s e são altamente reativos <strong>do</strong>ponto <strong>de</strong> vista químico, o que explica a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrá-los em esta<strong>do</strong> purona natureza. Normalmente, apresentam-se em concentrações pequenas,associa<strong>do</strong>s a outros elementos químicos, forman<strong>do</strong> minerais em rochas. Quan<strong>do</strong>lança<strong>do</strong>s na água, como resíduos industriais, po<strong>de</strong>m ser absorvi<strong>do</strong>s pelos teci<strong>do</strong>sanimais e vegetais [66].Uma vez que os rios <strong>de</strong>ságuam no mar, esses poluentes po<strong>de</strong>m alcançar aságuas salgadas e, em parte, <strong>de</strong>positar-se no leito oceânico. Além disso, os metaisconti<strong>do</strong>s nos teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s organismos vivos que habitam os mares acabam tambémse <strong>de</strong>positan<strong>do</strong>, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong>s anos, nos sedimentos, o que representa umestoque permanente para a contaminação da fauna e flora aquática. Assim, osmetais pesa<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m se acumular em to<strong>do</strong>s os organismos que constituem aca<strong>de</strong>ia alimentar <strong>do</strong> homem. Estima-se que, anualmente, morrem cerca <strong>de</strong> 10milhões <strong>de</strong> pessoas no mun<strong>do</strong> por beber água contaminada, sen<strong>do</strong> que setentapor cento da população mundial resi<strong>de</strong> nas regiões costeiras. Embora as águascosteiras sejam responsáveis por somente cerca <strong>de</strong> 0,5 % <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> toda aágua <strong>do</strong> oceano, elas oferecem o habitat para meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s peixes no mun<strong>do</strong>[66-69].Esses aspectos levam à necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> emprego <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s analíticosa<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para o controle das ativida<strong>de</strong>s industriais e <strong>do</strong> impacto ambiental. O<strong>de</strong>senvolvimento e o uso correto <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s analíticos confiáveis se fazemnecessários, para auxiliar na geração <strong>de</strong> informações que indiquem as fontes


Aplicações 64polui<strong>do</strong>ras e oriente as indústrias para que busquem uma produção limpa, assimcomo o monitoramento <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> águas e alimentos, paraminimizar o risco da flora e da fauna e da vida <strong>do</strong> homem.Dessa maneira, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> foi emprega<strong>do</strong> na análise <strong>de</strong>algumas amostras <strong>de</strong> água, materiais biológicos e sedimento. Os resulta<strong>do</strong>s das<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> As são apresenta<strong>do</strong>s nas Tabelas 3 e 4, para as amostras <strong>de</strong>água e materiais <strong>de</strong> referência certifica<strong>do</strong>s, respectivamente. Como se po<strong>de</strong>observar, to<strong>do</strong>s os valores encontra<strong>do</strong>s foram concordantes com os valoresespera<strong>do</strong>s e os <strong>de</strong>svios padrão relativos (RSD) foram menores que 6 %, paratodas as amostras.Tabela 3 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para As em amostras <strong>de</strong> águas naturaisenriquecidas. n= 9.Adiciona<strong>do</strong>(µg L -1 )Água mineralRecupera<strong>do</strong>RSD, %(µg L -1 )Água <strong>de</strong> marRecupera<strong>do</strong>RSD, %(µg L -1 )0 < 1,5* --- < 1,5* ---25 24,8 ± 1,5 6,0 25,4 ± 1,0 3,950 50,8 ± 1,0 2,0 50,8 ± 1,6 3,175 75,1 ± 1,5 2,0 76,9 ± 1,7 2,2*Limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>.Portarias: 36 <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong> (MS) (até 2002) - Água potável (máximo <strong>de</strong> 50 µg As L -1 );1469 <strong>do</strong> MS (a partir <strong>de</strong> 2003) – Água potável (máximo <strong>de</strong> 10 µg As L -1 );82 da ANVISA – Água <strong>de</strong> hemodiálise (máximo <strong>de</strong> 5 µg As L -1 ).


Aplicações 65Tabela 4 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para As em cinco materiais <strong>de</strong> referênciacertifica<strong>do</strong>s. n = 9.AmostraN o dareferênciaCertifica<strong>do</strong>,mg g -1Obti<strong>do</strong>,mg g -1RSD,%Músculo <strong>de</strong> bacalhau CRM 422 21,1 ± 0,5 20,7 ± 0,9 4,3Teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> mexilhão CRM 278R 9,2 ± 0,7 8,5 ± 0,3 3,5Teci<strong>do</strong> <strong>de</strong> ostra SRM 1566a 14,0 ± 1,2 13,2 ± 0,4 3,0Plâncton CRM 414 6,82 ± 0,28 6,83 ± 0,16 2,3Sedimento <strong>de</strong> rio CRM 320 76,7 ± 3,4 77,0 ± 2,0 2,65.2 – Determinação <strong>de</strong> Bi em urina e materiais metalúrgicosAs análises <strong>de</strong> urina po<strong>de</strong>m fornecer informações relevantes para acompreensão <strong>do</strong> metabolismo no organismo humano, como a taxa <strong>de</strong> passagem<strong>do</strong>s metais pelo organismo. O bismuto po<strong>de</strong> ser encontra<strong>do</strong> em diversosmedicamentos, como por exemplo, para o tratamento <strong>de</strong> hiperaci<strong>de</strong>z gástrica eúlceras, no entanto o seu uso indiscrimina<strong>do</strong> po<strong>de</strong> resultar em reações adversas,como hipercalcemia e disfunção renal grave. Como a maior parte <strong>do</strong> bismutoingeri<strong>do</strong> é elimina<strong>do</strong> através das fezes e, mais rapidamente, pela urina, se faznecessário o uso <strong>de</strong> técnicas com baixos limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção para ummonitoramento eficaz <strong>do</strong> mesmo [5].Já a presença <strong>de</strong> bismuto em materiais metalúrgicos, mesmo ao nível <strong>de</strong>traços, influencia severamente as características <strong>do</strong> material, afetan<strong>do</strong> suas


Aplicações 66proprieda<strong>de</strong>s magnéticas, físicas e mecânicas. A produção <strong>de</strong> ligas <strong>de</strong> composiçãoconhecida, fez com que a análise <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> material em indústrias metalúrgicasse tornasse um procedimento rotineiro [4, 70-71].A técnica <strong>de</strong> ET AAS é amplamente utilizada para a <strong>de</strong>terminação ao nível<strong>de</strong> traços para diversos elementos. Porém, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da composição <strong>do</strong> materiala ser analisa<strong>do</strong>, uma separação da matriz se faz necessária para a <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> Bi, para minimizar os efeitos <strong>do</strong>s interferentes, causa<strong>do</strong>s pelos concomitantesda amostra, que também reduzem a vida útil <strong>do</strong>s tubos <strong>de</strong> grafite [70, 72-73]. Ouso <strong>do</strong> reagente DDTP (dithiophosphoric acid o,o-diethyl ester) foi emprega<strong>do</strong> comsucesso para a separação da matriz <strong>de</strong>pois da complexação e adsorção em carvãoativa<strong>do</strong> em sistema <strong>de</strong> batelada [70], sistema <strong>de</strong> fluxo [72] ou automatiza<strong>do</strong> [73].Embora tais méto<strong>do</strong>s sejam eficientes, eles não são simples e po<strong>de</strong>m implicar embaixa freqüência analítica.A técnica <strong>de</strong> HG AAS apresenta a sensibilida<strong>de</strong> apropriada para a análise <strong>de</strong>materiais metalúrgicos [74] com menor possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interferências na etapa <strong>de</strong>atomizacão, se comparada à ET AAS. Por outro la<strong>do</strong>, o sistema utiliza<strong>do</strong> parageração <strong>do</strong> hidreto influencia o nível das interferências e po<strong>de</strong> não se reproduzirentre um sistema e outro. Quan<strong>do</strong> se observa a presença da interferência, umasimples etapa <strong>de</strong> adição <strong>do</strong> agente mascarante muitas vezes é suficiente paraeliminar a interferência e, neste senti<strong>do</strong>, io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> potássio [75], tiouréia [4],tiosemicarbazida [76], EDTA [77], ferro (III) [62-64], além <strong>de</strong> altas concentrações


Aplicações 67<strong>de</strong> áci<strong>do</strong> e reagente redutor [62, 71], já foram emprega<strong>do</strong>s com sucesso parasuprimir as interferências sobre o Bi.Além disso, o uso <strong>de</strong> sistema FI fornece pequenas zonas <strong>de</strong> reação eseparação <strong>do</strong> hidreto da fase líquida, antes da atuação das espécies interferentes.Uma vez que, a zona <strong>de</strong> reação <strong>de</strong>termina o tempo em que o hidreto gera<strong>do</strong> ficaem contato com os concomitantes presentes na amostra, e as reduções <strong>de</strong>ssasespécies po<strong>de</strong>m causar interferência na fase líquida. Esses efeitos cinéticos, alia<strong>do</strong>sao emprego <strong>de</strong> atomiza<strong>do</strong>res que fornecem temperaturas semelhantes às obti<strong>do</strong>spelos fornos <strong>de</strong> grafites, po<strong>de</strong>m minimizar as interferências [59].Desse mo<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s objetivos <strong>de</strong>sse trabalho foi verificar como o méto<strong>do</strong>proposto se comportava na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi em amostras <strong>de</strong> urina e materiaismetalúrgicos. A Tabela 5 apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para a recuperação <strong>de</strong>bismuto em amostras <strong>de</strong> urina e, como se po<strong>de</strong> observar, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral osvalores <strong>de</strong> concentração estão próximos <strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s, apresentan<strong>do</strong>recuperações entre 98 e 106 % e, em to<strong>do</strong>s os casos, os RSDs foram menores que5 %. Já para os materiais metalúrgicos, conforme apresenta<strong>do</strong> na Tabela 6,observa-se uma boa concordância entre os valores obti<strong>do</strong>s e os espera<strong>do</strong>s e osRSDs foram menores que 5 %. Os valores obti<strong>do</strong>s para as amostras 363 e 364afastam-se daqueles forneci<strong>do</strong>s, mas valores semelhantes a esses foram obti<strong>do</strong>spor outros autores, como mostra a literatura [70-71].Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para os diferentes tipos <strong>de</strong> amostras,conclui-se que o atomiza<strong>do</strong>r eletrotérmico (QTAW) proposto é a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a


Aplicações 68análise <strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> amostras por AAS com o acoplamento <strong>do</strong> sistema FI<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, especialmente para as espécies que geram espécies gasosas, comoAs e Bi.Tabela 5 - Resulta<strong>do</strong>s analíticos encontra<strong>do</strong>s na análise das amostras <strong>de</strong> urinaenriquecidas com Bi. To<strong>do</strong>s os valores em µg L -1 e n = 9.Recuperação nas amostrasAdiciona<strong>do</strong>A B C D0 < 1,3* < 1,3* < 1,3* < 1,3*20 20,2 ± 0,5 20,2 ± 0,6 19,9 ± 0,2 20,6 ± 1,040 39,3 ± 0,4 41,7 ± 1,5 40,4 ± 1,1 42,2 ± 0,960 58,8 ± 0,6 61,8 ± 0,9 63,6 ± 0,5 61,4 ± 0,6*Limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>.Tabela 6 – Resulta<strong>do</strong>s analíticos para cinco materiais <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> Bi. n = 9.Amostra Certifica<strong>do</strong>, % Obti<strong>do</strong>, % RSD, %Estanho, SRM 54D 0,044 ± 0,005 0,044 ± 0,001 2,3Aço, SRM 361 (0,0004)* 0,00044 ± 0,00002 4,5Aço, SRM 362 (0,002)* 0,00233 ± 0,00003 1,3Aço, SRM 363 (0,0008)* 0,00060 ± 0,00002 3,3Aço, SRM 364 (0,0009)* 0,00131 ± 0,00002 1,5* Valor <strong>de</strong> referência, não certifica<strong>do</strong>.


Conclusões 696 – ConclusõesO sistema FI proposto para geração <strong>de</strong> hidreto acopla<strong>do</strong> ao AAS com QTAW<strong>de</strong>monstrou ótimo <strong>de</strong>sempenho para geração e atomização da arsina e dabismutina, fornecen<strong>do</strong> um tempo <strong>de</strong> residência a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s átomos no caminhoóptico, com boa sensibilida<strong>de</strong> e baixo ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>.O ambiente interno <strong>do</strong> QTAW é perfeitamente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para ofuncionamento <strong>do</strong> filamento <strong>de</strong> tungstênio, pois o sistema <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> permitiu ageração contínua <strong>de</strong> hidrogênio, o que dispensou o emprego <strong>de</strong> um cilindro com amistura <strong>de</strong> gás (Ar + H 2 ) para o gás carrega<strong>do</strong>r, o qual é geralmente utiliza<strong>do</strong> emETAW como gás <strong>de</strong> purga.Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> interferência mostraram que o sistema não é tão susceptível ainterferência na etapa <strong>de</strong> atomização, uma vez que o filamento permite que aregião mais quente esteja justamente no caminho <strong>do</strong> feixe óptico; além disso, osestu<strong>do</strong>s mostraram que o QTAW po<strong>de</strong> atingir temperaturas superiores àsencontradas nos QTAs.O sistema para secagem <strong>do</strong> gás com a membrana <strong>de</strong> Nafion ® é <strong>de</strong> fácilconstrução e <strong>de</strong> alta durabilida<strong>de</strong>, apresentan<strong>do</strong> um baixo custo, se compara<strong>do</strong>aos sistemas comercializa<strong>do</strong>s, além <strong>de</strong> se mostrar a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à secagem <strong>do</strong> gás nosistema proposto, sem apresentar efeito <strong>de</strong> memória ou perda <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>.O GLS <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> mostrou um <strong>de</strong>sempenho ótimo, propician<strong>do</strong> oemprego <strong>de</strong> altas vazões <strong>de</strong> reagentes e gás carrega<strong>do</strong>r, com uma excelente


Conclusões 70drenagem. Esse sistema permitiu uma geração contínua <strong>de</strong> hidrogênio e, em todascondições <strong>de</strong> trabalho, não foi observada a condução <strong>de</strong> frações líquidas na linha.O sistema apresentou uma ampla faixa linear das curvas <strong>de</strong> calibração, comestabilida<strong>de</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> operação, sem perdas na sensibilida<strong>de</strong>.Os resulta<strong>do</strong>s das análises para amostras <strong>de</strong> água, urina, sedimento,materiais biológicos e metalúrgicos, <strong>de</strong>monstraram uma boa exatidão, precisão erecuperação na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi.Certamente, o sistema po<strong>de</strong>rá ser emprega<strong>do</strong> com sucesso para outroselementos que geram hidretos ou outras espécies <strong>de</strong> vapor, assim como para a<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> As e Bi em outras amostras. Possivelmente, melhores LDspo<strong>de</strong>rão ser alcança<strong>do</strong>s para os elementos que necessitam <strong>de</strong> maiorestemperaturas <strong>de</strong> atomização, como por exemplo, Ag, Au e Cu. No entanto, aspeças confeccionadas em Teflon ® <strong>de</strong>vem ser substituídas por outras, <strong>de</strong> materialcerâmico, pois assim o QTAW po<strong>de</strong>rá suportar maiores temperaturas com umfuncionamento contínuo.Além disso, o QTAW permite a sua miniaturização, fornecen<strong>do</strong>equipamentos mais compactos e portáteis, além <strong>de</strong> abrir a perspectiva <strong>de</strong> seu usoaté mesmo como <strong>de</strong>tector para a cromatografia gasosa.


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Apêndices 838 – Apêndice8.1 – Sinais transientes obti<strong>do</strong>s pelo gráfico contínuo <strong>do</strong> sinal durantea <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bi em solução <strong>de</strong> referência8.2 – Artigo 1: Espectrometria <strong>de</strong> absorção atômica com atomizaçãoeletrotérmica em filamento <strong>de</strong> tungstênio. Uma re-visão crítica ∗8.3 – Artigo 2: A quartz tube atomizer with tungsten coil: a newsystem for vapor atomization in atomic absorption spectrometry ∗8.4 – Artigo 3: Determination of bismuth in metallurgical materialsusing a quartz tube atomizer with tungsten coil and flow injectionhydri<strong>de</strong>generation-atomic absorption spectrometry ∗9 – Anexos9.1 – Certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> análises das amostras <strong>de</strong> aço*∗ Disponível somente no formato impresso.


Sinais transientes obti<strong>do</strong>s pelo gráfico contínuo <strong>do</strong> sinal durante a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong>Bi em solução <strong>de</strong> referência.

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