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Osteotomia Le Fort I modificada tipo “alta”: introdução da ... - ABCCMF

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Ribeiro HT et al.INTRODUÇÃOPacientes com deformi<strong>da</strong>des dentoesqueléticas do terço médio<strong>da</strong> face possuem uma ampla varie<strong>da</strong>de de alterações nos ossosmaxilar e zigomático, sendo necessários estudos e tratamentosindividualizados para ca<strong>da</strong> caso. Desde os primeiros trabalhosde Martin Wassmund e Hugo Obwegeser 1 , inúmeras técnicascirúrgicas foram descritas até hoje, ca<strong>da</strong> uma com suas indicações,vantagens e desvantagens. Obwegeser e Kufner 1 descreveramosteotomias amplia<strong>da</strong>s que incluíam parte do rebordo orbitário.Brusati 1 , Keller & Sather 2,3 , Abubaker & Sotereanos 4 , Kaminishi etal. 5 e Norholt et al. 6 desenvolveram modificações nas osteotomias<strong>Le</strong> <strong>Fort</strong> I, incluindo parte do zigoma, visando à projeção destaestrutura ou ao aumento do contato ósseo e rigidez <strong>da</strong>s osteossínteses.Bennett & Wolford 7 e Reyneke & Masureik 8 alteraram aosteotomia, incluindo degraus e rampas com intuito semelhante.Contudo, em pacientes com oclusão classe III, devido àhipoplasia maxilar com importante deficiência <strong>da</strong> parede anteriordo seio maxilar e rebordos orbitários normais ou próximos aonormal, causando um perfil côncavo, não se obtém a harmoniafacial deseja<strong>da</strong> com osteotomias <strong>Le</strong> <strong>Fort</strong> I clássicas (LFIC) e, porvezes, não se deseja a realização de osteotomias mais extensasdevido ao aumento do tempo cirúrgico e às possíveis complicaçõesrelaciona<strong>da</strong>s à cirurgia. Desta forma, desenvolvemos umaosteotomia <strong>Le</strong> <strong>Fort</strong> I <strong>modifica<strong>da</strong></strong> “alta” (LFIMA) que permiteavançar to<strong>da</strong> parede anterior do seio maxilar, com objetivo deproduzir maior convexi<strong>da</strong>de do terço médio <strong>da</strong> face. A osteotomiaLFIMA vem sendo executa<strong>da</strong> com sucesso desde 2002 e tem semostrado confiável, segura e reprodutível, podendo, com mínimotreinamento, ampliar as possibili<strong>da</strong>des do cirurgião de corrigiras deformi<strong>da</strong>des hipoplásicas do terço médio <strong>da</strong> face.Com o objetivo de verificarmos a real projeção <strong>da</strong> paredeanterior do seio maxilar que ocorre na osteotomia LFIMA,analisamos e comparamos o ganho dos tecidos moles <strong>da</strong> regiãomaxilar na LFIMA e LFIC.A partir do delineamento dessas estruturas, foram obtidosos seguintes pontos e linhas de referência:• Ponto Sela (S): localizado no centro do contorno <strong>da</strong> selatúrcica;• Ponto Násio (N): localizado na parte anterior <strong>da</strong> suturafrontonasal;• Linha S-N: linha forma<strong>da</strong> pela união dos pontos S e N.As medi<strong>da</strong>s cefalométricas utiliza<strong>da</strong>s para este estudoforam obti<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> diferença de posicionamento pré epós-operatório de três pontos localizados nos tecidos molesdo terço médio <strong>da</strong> face visualizados nas radiografias lateraispadroniza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> face.Esses pontos foram obtidos na intersecção dos tecidos molesdo terço médio <strong>da</strong> face com linhas paralelas obti<strong>da</strong>s a partir deuma horizontal construí<strong>da</strong> 7° acima <strong>da</strong> linha S-N e localiza<strong>da</strong>sno nível do rebordo orbitário inferior, do plano palatal e nametade <strong>da</strong> distância entre as duas anteriores. Nomeamos ospontos de Alto (A) para o nível do rebordo orbitário, Baixo(B) para o nível palatal e Médio (M) para o ponto encontradoentre A e B (Figura 1).A diferença de posicionamento dos pontos A, M e Bmensura<strong>da</strong> em milímetros no pré-operatório e pós-operatóriofoi então considera<strong>da</strong> como avanço <strong>da</strong>s partes moles, sendo amédia destas medi<strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong> para análise.Figura 1 – Pontos cefalométricos.MÉTODOForam avaliados, retrospectivamente, vinte pacientes comdeformi<strong>da</strong>de dentofacial, oclusão classe III devido à hipoplasiamaxilar e projeção deficiente do terço médio <strong>da</strong> face com perfilcôncavo. Todos os pacientes tinham indicação para realizaçãode cirurgia ortognática para avanço <strong>da</strong> maxila e submeteram-sea preparo ortodôntico pré-operatório. Os movimentos <strong>da</strong> maxilaforam apenas de avanço, sendo descartados os casos em quehouve intrusão ou rotação, e não houve cirurgia mandibularassocia<strong>da</strong>. Foram realizados traçados preditivos, cirurgia demodelo e confecção de guias cirúrgicos. Registros fotográficose radiográficos (telerradiografia em perfil) foram obtidos nopré-operatório e seis meses após a cirurgia. Dez pacientes (6 dosexo masculino e 4 do sexo feminino), com i<strong>da</strong>des entre 16 e53 anos, foram submetidos a osteotomia LFIMA. Os outros dezpacientes (4 do masculino e 6 do sexo feminino) foram tratadoscom osteotomia LFIC, sendo considerado grupo controle.Análise cefalométricaFoi realizado traçado em folha de papel acetato fixadosobre a telerradiografia, no qual foram copia<strong>da</strong>s as estruturasanatômicas, obtendo-se um desenho anatomo-radiográfico.S: Ponto Sela. N: Ponto Násio. Em vermelho: paralelas obti<strong>da</strong>sa partir de uma horizontal construí<strong>da</strong> 7° acima <strong>da</strong> linha S-N.A: Intersecção <strong>da</strong>s partes moles com linha horizontal ao níveldo rebordo orbitário. B: Intersecção <strong>da</strong>s partes moles comlinha horizontal ao nível do palato duro. M: Intersecção <strong>da</strong>spartes moles com linha horizontal no ponto médio entre A e B.Rev Bras Cir Craniomaxilofac 2011; 14(1): 7-118

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