Válvulas no processo de fabricação de celulose e ... - Revista O Papel

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Nota TécnicaTechnical NoteVálvulas no processo de fabricação decelulose e papelAutor/Author*: Artur Cardozo MathiasIntroduçãoO PAPEL - Abril 201062De modo geral, todos os processos químicos utilizamválvulas para uma operação correta e eficiente,permitindo, assim, o máximo aproveitamento docapital investido, com retorno em lucratividade da produção.No ramo de celulose e papel isso não é diferente e a escolhaincorreta de um equipamento ou acessório pode fazer comque o tempo de retorno do capital seja longo, podendo mesmoinviabilizar a continuidade da operação. Tal situaçãopode exigir a substituição de determinado equipamentoou acessório, para que seja estabelecida a produtividadenecessária esperada. Este texto trata especificamente deválvulas, componentes de tubulações amplamente utilizadosem processos químicos, por isso, também nos processos defabricação de celulose e papel. Esse setor é um dos maioresusuários de válvulas de variados tipos, projetos e tamanhosexistentes no mercado. Desde o início do processo, a picagemda madeira, passando depois pelas fases de cozimentodos cavacos, recuperação e evaporação da lixívia, lavageme branqueamento da polpa, até a produção final do papel, autilização de válvulas é imprescindível.Esses dispositivos podem ter diversas característicasconstrutivas, que se diferenciam conforme sua aplicação noprocesso. Sendo assim, podem ser válvulas de acionamentomanual ou automático, quando para aplicações em controleon-off, ou controle modulante. O controle on-off é aqueleem que a válvula deve operar a maior parte do tempo naposição totalmente aberta ou totalmente fechada. Em outrasaplicações pode ser exigido que a pressurização de um equipamentoseja mantida nos limites de um valor consideradoseguro para o próprio equipamento ou sistema.TIPOS DE VÁLVULASVálvulas manuais e automáticasAs válvulas de acionamento manual - válvulas industriais- podem ser dos tipos gaveta, globo, diafragma, guilhotina,esfera, macho, borboleta, e outros. Nessas válvulas a ope-A figura acima mostra uma válvula automática decontrole tipo gaiola com a denominação de seuscomponentes.ração é feita por um operador, portanto, o posicionamentocorreto do obturador - sede móvel que veda contra umasede fixa, estando a válvula na posição fechada -, dependetotalmente da experiência de quem opera. Assim, uma intervençãoerrada devido a falta de conhecimento pode causarprejuízos ao processo e, em casos mais extremos, acidentesao próprio operador.Para o processo não depender apenas da experiência dooperador e prover a segurança de maior precisão no controlede fluxos, foram desenvolvidas as válvulas automáticas decontrole. Essas válvulas permitem que determinada variável*Referências do autor/Author’s reference: Técnico mecânico industrial da Suzano Papel e Celulose. É também consultor em válvulas, tendo ministrado cursose palestras sobre o tema em empresas, universidades e escolas técnicas.E-mail: dinizmathias@uol.com.br

Nota TécnicaTechnical NoteVálvulas <strong>no</strong> <strong>processo</strong> <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong><strong>celulose</strong> e papelAutor/Author*: Artur Cardozo MathiasIntroduçãoO PAPEL - Abril 201062De modo geral, todos os <strong>processo</strong>s químicos utilizamválvulas para uma operação correta e eficiente,permitindo, assim, o máximo aproveitamento docapital investido, com retor<strong>no</strong> em lucrativida<strong>de</strong> da produção.No ramo <strong>de</strong> <strong>celulose</strong> e papel isso não é diferente e a escolhaincorreta <strong>de</strong> um equipamento ou acessório po<strong>de</strong> fazer comque o tempo <strong>de</strong> retor<strong>no</strong> do capital seja longo, po<strong>de</strong>ndo mesmoinviabilizar a continuida<strong>de</strong> da operação. Tal situaçãopo<strong>de</strong> exigir a substituição <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado equipamentoou acessório, para que seja estabelecida a produtivida<strong>de</strong>necessária esperada. Este texto trata especificamente <strong>de</strong>válvulas, componentes <strong>de</strong> tubulações amplamente utilizadosem <strong>processo</strong>s químicos, por isso, também <strong>no</strong>s <strong>processo</strong>s <strong>de</strong>fabricação <strong>de</strong> <strong>celulose</strong> e papel. Esse setor é um dos maioresusuários <strong>de</strong> válvulas <strong>de</strong> variados tipos, projetos e tamanhosexistentes <strong>no</strong> mercado. Des<strong>de</strong> o início do <strong>processo</strong>, a picagemda ma<strong>de</strong>ira, passando <strong>de</strong>pois pelas fases <strong>de</strong> cozimentodos cavacos, recuperação e evaporação da lixívia, lavageme branqueamento da polpa, até a produção final do papel, autilização <strong>de</strong> válvulas é imprescindível.Esses dispositivos po<strong>de</strong>m ter diversas característicasconstrutivas, que se diferenciam conforme sua aplicação <strong>no</strong><strong>processo</strong>. Sendo assim, po<strong>de</strong>m ser válvulas <strong>de</strong> acionamentomanual ou automático, quando para aplicações em controleon-off, ou controle modulante. O controle on-off é aqueleem que a válvula <strong>de</strong>ve operar a maior parte do tempo naposição totalmente aberta ou totalmente fechada. Em outrasaplicações po<strong>de</strong> ser exigido que a pressurização <strong>de</strong> um equipamentoseja mantida <strong>no</strong>s limites <strong>de</strong> um valor consi<strong>de</strong>radoseguro para o próprio equipamento ou sistema.TIPOS DE VÁLVULASVálvulas manuais e automáticasAs válvulas <strong>de</strong> acionamento manual - válvulas industriais- po<strong>de</strong>m ser dos tipos gaveta, globo, diafragma, guilhotina,esfera, macho, borboleta, e outros. Nessas válvulas a ope-A figura acima mostra uma válvula automática <strong>de</strong>controle tipo gaiola com a <strong>de</strong><strong>no</strong>minação <strong>de</strong> seuscomponentes.ração é feita por um operador, portanto, o posicionamentocorreto do obturador - se<strong>de</strong> móvel que veda contra umase<strong>de</strong> fixa, estando a válvula na posição fechada -, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>totalmente da experiência <strong>de</strong> quem opera. Assim, uma intervençãoerrada <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> conhecimento po<strong>de</strong> causarprejuízos ao <strong>processo</strong> e, em casos mais extremos, aci<strong>de</strong>ntesao próprio operador.Para o <strong>processo</strong> não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r apenas da experiência dooperador e prover a segurança <strong>de</strong> maior precisão <strong>no</strong> controle<strong>de</strong> fluxos, foram <strong>de</strong>senvolvidas as válvulas automáticas <strong>de</strong>controle. Essas válvulas permitem que <strong>de</strong>terminada variável*Referências do autor/Author’s reference: Técnico mecânico industrial da Suza<strong>no</strong> <strong>Papel</strong> e Celulose. É também consultor em válvulas, tendo ministrado cursose palestras sobre o tema em empresas, universida<strong>de</strong>s e escolas técnicas.E-mail: dinizmathias@uol.com.br


- taxa <strong>de</strong> fluxo, pressão, temperatura, pH, volume, nível eoutras -, seja controlada com precisão <strong>de</strong>ntro dos parâmetrosexigidos pelas características do <strong>processo</strong>. A automação<strong>de</strong>ssas válvulas é feita mediante atuadores, que po<strong>de</strong>m serpneumáticos, hidráulicos, elétricos ou eletropneumáticos, além<strong>de</strong> sensores, controladores e posicionadores; esses últimospo<strong>de</strong>ndo ser do tipo convencional ou do tipo “inteligente”.Todavia, em um <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>celulose</strong> e papel a produção<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> fluidos portadores <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>sfísicas e químicas distintas, o que exige variação<strong>de</strong> projeto não só da válvula como tal, mas também <strong>de</strong> seuscomponentes inter<strong>no</strong>s e dos materiais com que é construída.Uma das características físicas dos fluidos é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. Emuma planta <strong>de</strong> <strong>celulose</strong>, fluidos com maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> sãoencontrados, por exemplo, na fase <strong>de</strong> recuperação do licornegro. Depen<strong>de</strong>ndo do valor <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> certos tipos<strong>de</strong> válvulas não po<strong>de</strong>m ser utilizados, tais como as <strong>de</strong> globoou <strong>de</strong> gaveta. Para essas aplicações a válvula tipo machoautolubrificada é uma das opções mais apropriadas. Entreas fases da <strong>celulose</strong> pronta e a linha <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> papel, a<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da massa e a baixa pressão do <strong>processo</strong> consentemo uso <strong>de</strong> válvulas do tipo guilhotina.Ainda uma característica física do fluido po<strong>de</strong>rá ser atemperatura, caso em que a escolha da válvula po<strong>de</strong> serlimitada por materiais não metálicos e <strong>de</strong> baixa dureza, taiscomo elastômeros (borrachas) ou fluorpolímeros (PTFE)utilizados em sua construção, elementos aptos para umavedação estanque e com baixo torque, porém com possíveisrestrições <strong>de</strong> uso impostas por pressão ou temperatura dofluido, além da bitola da válvula. Nessa categoria são <strong>de</strong> lembrara válvula macho, a válvula <strong>de</strong> esfera, a válvula borboleta,a válvula <strong>de</strong> diafragma, entre outras mais. De ressaltar, <strong>no</strong>caso, que as válvulas <strong>de</strong> movimento rotativo mencionadas,tais como esfera, macho e borboleta, vedam somente porposicionamento, não por torque.Válvulas <strong>de</strong> segurança e alívioDentre os fluxos do sistema está também o vapor d’águautilizado para a geração <strong>de</strong> energia elétrica, principalmentenas plantas que produzem <strong>celulose</strong> e operam cal<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>recuperação química dotadas <strong>de</strong> superaquecedores. A energiacontida nesse fluido é proporcional a seu volume, pressão etemperatura. Para que essa energia seja mantida em níveisseguros para o <strong>processo</strong> são obrigatoriamente utilizadasválvulas <strong>de</strong> segurança e/ou alívio. A principal característica<strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> válvulas é a <strong>de</strong> utilizar a energia contida <strong>no</strong>fluido para sua atuação, portanto, é um componente consi<strong>de</strong>radocomo último recurso quanto à segurança <strong>de</strong> um<strong>processo</strong>, obviamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esteja corretamente selecionada,dimensionada, instalada, inspecionada e conservada,<strong>de</strong> acordo com as <strong>no</strong>rmas vigentes.Toda cal<strong>de</strong>ira ou vaso <strong>de</strong> pressão exige a instalação <strong>de</strong>válvulas <strong>de</strong> segurança e/ou alívio para sua proteção e, maisprincipalmente, para a do pessoal envolvido com aquelesequipamentos. Para pressões positivas são utilizadas válvulas<strong>de</strong> segurança sempre que os fluidos forem compressíveis,tais como vapor d’água saturado ou superaquecido, ar comprimido,gases e vapores. Para os fluidos incompressíveis(líquidos) são utilizadas as válvulas <strong>de</strong> alívio. A diferençabásica está principalmente <strong>no</strong> projeto <strong>de</strong> seus componentesinter<strong>no</strong>s. Nos vasos sujeitos a pressões negativas, como, porexemplo, aqueles para água <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras, sãoutilizadas válvulas <strong>de</strong> alívio para vácuo. Resulta evi<strong>de</strong>nte queas diferentes aplicações exigem diferentes tipos e projetos<strong>de</strong> válvulas.Materiais <strong>de</strong> construçãoOs materiais <strong>de</strong> construção também exigem atenção especial,tanto para o corpo e castelo quanto, e principalmente,para os componentes inter<strong>no</strong>s e superfícies <strong>de</strong> vedação. Essescomponentes inter<strong>no</strong>s po<strong>de</strong>m se constituir em pontos críticosda válvula, principalmente quanto ao material selecionado;componentes que po<strong>de</strong>m ser fixados ao corpo ou castelo daválvula como po<strong>de</strong>m ser móveis, nesse caso quando fixadosna haste da válvula. Móveis são aqueles que se movimentam<strong>de</strong>ntro da corrente do fluxo, sujeitos, portanto, às variaçõescausadas na pressão e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento do fluidoimpostas pelo próprio fluido. Com isso, os ataques erosivose abrasivos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> o fluido conter umida<strong>de</strong> ouparticulados mais duros que o material selecionado, respectivamente,além <strong>de</strong> sua localização <strong>no</strong> interior da válvula,po<strong>de</strong>m induzir a maior ou me<strong>no</strong>r velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento.Por exemplo, o fluido que escoa pela se<strong>de</strong> fixa da válvula teráessa velocida<strong>de</strong> proporcional à posição do obturador quandoa válvula estiver próxima da posição fechada, porém, quandoaberta, essa velocida<strong>de</strong> será proporcionalmente reduzida.Próximo da pare<strong>de</strong> do corpo da válvula a velocida<strong>de</strong> serápraticamente constante quando comparada com a velocida<strong>de</strong>produzida entre o obturador móvel e o anel se<strong>de</strong>. Numafábrica <strong>de</strong> <strong>celulose</strong> a planta <strong>de</strong> branqueamento, por exemplo,exige que as válvulas utilizadas sejam construídas com materiaisresistentes à corrosão <strong>de</strong>vido aos valores <strong>de</strong> pH dosfluidos envolvidos <strong>no</strong> <strong>processo</strong>, tais como aços i<strong>no</strong>xidáveisAISI 304, 316, 317, monel ® , hastelloy ® , titânio, entre outros.Algumas das válvulas utilizadas nessa planta, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndodo mo<strong>de</strong>lo, pressão e temperatura envolvidos, também po<strong>de</strong>mser <strong>de</strong> ferro fundido ou aço carbo<strong>no</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que internamenterevestidas com PTFE ou outros polímeros e termoplásticostambém resistentes à corrosão.Depen<strong>de</strong>ndo da pressão, temperatura e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>escoamento em causa, po<strong>de</strong>rá ser necessária a aplicação <strong>de</strong>materiais específicos que ofereçam durezas superficiais maiselevadas (Stellite® 6, por exemplo), principalmente na regiãoda vedação da válvula, ou seja, na área <strong>de</strong> contato entre oO PAPEL - Abril 201063


obturador móvel e a se<strong>de</strong> fixa quando a válvulaestiver na posição fechada. Desgastes prematurosnessa região po<strong>de</strong>m ser evitados mediante autilização <strong>de</strong>sses materiais mesmo após váriosciclos operacionais.Resulta, portanto, que a aplicação po<strong>de</strong> permitiro uso <strong>de</strong> materiais mais simples e baratos,tais como ferro fundido e bronze; materiais umpouco mais caros como o aço carbo<strong>no</strong>; aços ligaà base <strong>de</strong> cromo e molibdênio para altas temperaturas;aços liga à base <strong>de</strong> níquel para baixastemperaturas; aços i<strong>no</strong>xidáveis para fluidosmo<strong>de</strong>radamente corrosivos ou até extremamentecorrosivos. Isso contribui para a redução do custofinal da instalação. Assim, a seleção correta domaterial, tanto para o corpo e castelo quanto paraos componentes inter<strong>no</strong>s, é primordial para ocorreto funcionamento da válvula.Equações para o cálculo do CV da válvula <strong>de</strong>acordo com o fluidoEquação 1. Para líquidos (limitada a 50% ou me<strong>no</strong>s da pressão<strong>de</strong> entrada)Equação 2. Para gases e vaporesSe a pressão diferencial for (condição <strong>de</strong> fluxo crítico), aequação 2 po<strong>de</strong> ser simplificada para:Equação 3. Para vapor d’água saturadoO PAPEL - Abril 201064DimensionamentoA área <strong>de</strong> passagem da válvula selecionadasegue, em muitas aplicações, apenas o dimensionamentoda tubulação na qual será instalada,<strong>de</strong> modo que, na maioria das vezes, a falta <strong>de</strong>conhecimentos específicos por parte do usuárioou <strong>de</strong> quem projetou o equipamento ou tubulaçãoleva à aplicação <strong>de</strong> válvula ina<strong>de</strong>quada. A seleçãoda área <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> uma válvula para <strong>de</strong>terminadaaplicação irá <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r primeiramente <strong>de</strong>sua função <strong>no</strong> <strong>processo</strong>, principalmente naquelasaplicações em que a válvula <strong>de</strong>ve operar sempretotalmente aberta ou totalmente fechada (controleon-off ) ou para controle modulante (posiçõesparciais <strong>de</strong> abertura).Nas aplicações que exijam apenas o controleon-off, a área <strong>de</strong> passagem a adotar para umamesma taxa <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> <strong>processo</strong> será me<strong>no</strong>rdo que aquela para um controle modulante,seja em t/h, m³/h, L/min, etc. Somente paraefeito <strong>de</strong> comparação prática, on<strong>de</strong> uma aplicaçãorequeira controle on-off com válvula tipogaveta ou esfera <strong>de</strong> 2”, se for utilizada válvulaglobo para controle <strong>de</strong> fluxo e para a mesma“massa” envolvida, a bitola <strong>de</strong>ssa válvula será<strong>de</strong> 6”. Isto significa que para a mesma bitolaenvolvida a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão <strong>de</strong> uma válvulagaveta ou esfera será três vezes maior doque a <strong>de</strong> uma válvula globo. Com isso po<strong>de</strong>-seincorrer em erro, cujas conseqüências iniciaisresultarão em maior custo da instalação, poispo<strong>de</strong>ria ser utilizada válvula com bitola trêsvezes me<strong>no</strong>r (ou até mais).Se a pressão diferencial for (condição <strong>de</strong> fluxo crítico), aequação 3 po<strong>de</strong> ser simplificada para:Equação 4. Para vapor d’água superaquecidoSe a pressão diferencial for (condição <strong>de</strong> fluxo crítico), aequação 4 po<strong>de</strong> ser simplificada para:On<strong>de</strong>:CV = coeficiente <strong>de</strong> vazão através da válvula (adimensional);Q = taxa <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> água, em galões america<strong>no</strong>s por minuto (GPM);G = gravida<strong>de</strong> específica do fluido, (água = 1 a 15,56°C; ar = 1 a15,56°C);∆P = (P1 – P2) queda <strong>de</strong> pressão ou pressão diferencial, em psi;P1 = pressão <strong>de</strong> entrada absoluta, em psia;P2 = pressão <strong>de</strong> saída absoluta, em psia;V= vazão do gás, em pés cúbicos por hora (SCFH);T = temperatura absoluta do gás, em °F (°F + 460);W = vazão <strong>de</strong> vapor d’água saturado, em libras por hora (lbs/h);Tsa = temperatura <strong>de</strong> superaquecimento em relação à temperatura<strong>de</strong> saturação para a mesma pressão, em °F.OBS: Com a aplicação <strong>de</strong>stas equações é possível <strong>de</strong>terminar a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> vazão efetiva <strong>de</strong> válvulas dos tipos gaveta, globo, esfera, por exemplo,além das válvulas automáticas <strong>de</strong> controle. Essas equações são abrangidaspelo FCI (Fluid Controls Institute). Para as válvulas <strong>de</strong> segurança e/ou alívio,as equações utilizadas são elaboradas pela <strong>no</strong>rma ASME Seção I paracal<strong>de</strong>iras e ASME Seção VIII e API RP 520 parte 1 para os vasos <strong>de</strong> pressão.


Isso é <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>sconhecido por muitos e que é encontrado em todo segmento industrial.O usuário final ou o projetista do equipamento acabam selecionando, assim,a válvula pela área <strong>de</strong> passagem dos flanges apenas e não pela área <strong>de</strong> passagem queé disponibilizada pela geometria e posicionamento do obturador. Para que isso sejaevitado <strong>de</strong>vem ser envolvidos dois parâmetros iniciais, principalmente: a pressãodiferencial (P1 – P2) através da válvula e a taxa <strong>de</strong> fluxo requerida, além da própriafunção da válvula <strong>no</strong> <strong>processo</strong>. Através <strong>de</strong>sses parâmetros, <strong>de</strong> fórmulas especificase <strong>de</strong> acordo com o estado físico do fluido será encontrado um valor <strong>de</strong><strong>no</strong>minado CV(coeficiente <strong>de</strong> vazão) da válvula. Esse valor é diferente para cada projeto e função daválvula - controle on-off ou modulante -, e é informado em tabelas pelos fabricantes.InstalaçãoA instalação da válvula <strong>no</strong> sistema é outro fator importante a ser analisado.As válvulas <strong>de</strong> segurança, por exemplo, <strong>de</strong>vem obrigatoriamente ter instalaçãoem posição vertical. Para válvulas automáticas <strong>de</strong> controle também <strong>de</strong>ve serevitada a instalação em posição fora da vertical, isso para evitar que os componentesinter<strong>no</strong>s sejam <strong>de</strong>slocados <strong>de</strong> seu equilíbrio natural. Esses dois tipos<strong>de</strong> válvulas não precisam da ação humana para sua operação, mas naquelas <strong>de</strong>acionamento manual a intervenção do operador é obrigatória. No caso, problemascomo travamento e/ou vazamento po<strong>de</strong>m ocorrer, pois é frequentemente visadoapenas o acesso para operação e a possível eco<strong>no</strong>mia com projeto e instalação <strong>de</strong>plataformas, que facilitariam o controle e evitariam haver componentes móveis <strong>de</strong>válvulas fora do mencionado equilíbrio natural <strong>de</strong>corrente da força <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>.Consi<strong>de</strong>rações finaisA produtivida<strong>de</strong> e lucrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma planta industrial po<strong>de</strong>m estar reduzidassimplesmente porque uma válvula foi inicialmente especificada <strong>de</strong>forma incorreta. Isso po<strong>de</strong> causar perdas na eficiência <strong>de</strong> um <strong>processo</strong>, além <strong>de</strong>vazamentos in<strong>de</strong>sejáveis <strong>de</strong> fluidos valiosos que, <strong>no</strong> caso, po<strong>de</strong>m até resultar empoluição ambiental <strong>de</strong>vida a perdas <strong>de</strong> líquidos eventualmente tóxicos.Tal situação po<strong>de</strong> parar toda uma planta ou até uma fábrica inteira, comprejuízos que po<strong>de</strong>m somar milhões <strong>de</strong> dólares em vista <strong>de</strong> um custo irrisório<strong>de</strong> aquisição da válvula. A própria válvula correta po<strong>de</strong>, em certos casos, serconsi<strong>de</strong>rada “cara” por ter projeto mais sofisticado e/ou construção com materiaismais <strong>no</strong>bres, além <strong>de</strong> bitola e classe <strong>de</strong> pressão mais elevadas, porém, tambémtem custo irrisório se comparado ao prejuízo <strong>de</strong> uma fábrica parada.Maiores <strong>de</strong>talhes quanto à parte técnica e <strong>de</strong>talhamentos dos principais tipos<strong>de</strong> válvulas utilizados em <strong>processo</strong>s industriais, seu funcionamento, os materiais<strong>de</strong> construção, as características construtivas, sua seleção e especificação, instalaçãocorreta, cálculos para o dimensionamento do tamanho correto segundoa aplicação, além das principais <strong>no</strong>rmas e padrões <strong>de</strong> construção (atualizados),po<strong>de</strong>m ser vistos <strong>no</strong> livro Válvulas: Industriais, Segurança e Controle, <strong>de</strong> ArturCardozo Mathias - Artliber Editora. Esse livro é reputado como o mais completo<strong>no</strong> assunto já publicado <strong>no</strong> País. Livro que possui 464 páginas em tamanho A4e vem a ser uma ferramenta muito útil para todos os que especificam, comprame utilizam os diversos tipos <strong>de</strong> válvulas, pois foi redigido por um usuárioespecializado em válvulas e com experiência superior a 25 a<strong>no</strong>s nesse tipo <strong>de</strong>equipamento em plantas <strong>de</strong> <strong>celulose</strong> e papel.22 a 25 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2010Local:Men<strong>de</strong>s Convention CenterAv. Gen. Francisco Glicério, 206 - 2 o andarSantos / SPNovos <strong>de</strong>safios tec<strong>no</strong>lógicos e a visãoprática <strong>de</strong> especialistas da área <strong>de</strong> ensaiosnão <strong>de</strong>strutivos e inspeção serão objeto<strong>de</strong> apresentações e discussões.Eventos Paralelos:- 4° Encontro <strong>de</strong> ProfissionaisCertificados Nível 3;- Exames Teóricos e Específicos;- 3° Encontro Nacional <strong>de</strong> ProfissionaisCertificados;- X Encontro Mercosul <strong>de</strong> Normalizaçãoem Ensaios Não Destrutivos;- Reunião da Comissão Técnica<strong>de</strong> Inspeção <strong>de</strong> Fabricação;- Reunião da Comissão Setorial<strong>de</strong> Fabricantes;- 3º Encontro <strong>de</strong> Auditores <strong>de</strong> Sistema<strong>de</strong> Gestão;- Reunião da Comissão Setorial<strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Inspeção;- Minicursos17ª EXPOENDExposição Técnica<strong>de</strong> Equipamentos, Produtose Serviços <strong>de</strong> Ensaios NãoDestrutivos e InspeçãoVisite as principais empresas do setor!Entrada gratuita.De 23 a 24 <strong>de</strong> junho – 10h às 19h25 <strong>de</strong> junho – 8h às 14hInscrições promocionaisaté 31 <strong>de</strong> maio.Profissionais em busca<strong>de</strong> conhecimento, atualização,relacionamentos e bons negócios.Acesse o sitewww.abendi.org.br/conaend2010e participe.Copa 2010 <strong>no</strong> CONAEND&IEV:Transmitiremos o jogoBrasil x Portugal.Venha torcer co<strong>no</strong>sco!Promoção:Apoio Oficial:Apoios Institucionais:Apoios Promocionais:Patrocínio Ouro:O PAPEL - Abril 2010Patrocínio Prata:Agência Oficial:65Secretaria do Evento:ABENDI – Associação Brasileira <strong>de</strong> Ensaios Não Destrutivos e InspeçãoRua Guapiaçu, 5 - Vila Clementi<strong>no</strong> - Cep: 04024-020(11) 5586 3161 - eventos@abendi.org.br - www.abendi.org.br/conaend2010

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