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Turismo religioso – uma área em desenvolvimento - Jornal de Sintra

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Em nome <strong>de</strong> Távora,soluções para o futuroJoão Cachado[Com insignificantes alterações, oartigo que se segue reproduz umoutro que subscrevi, publicado naedição <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2005 do‘<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>’. Em simultâneo,com esta renovada homenag<strong>em</strong> aFernando Távora, igualmentepretendo aproveitar a oportunida<strong>de</strong>da entrada no período eleitoral, paratentar suscitar o <strong>de</strong>bate da questãodo estacionamento e circulaçãoautomóvel no centro histórico.Trata-se <strong>de</strong> matéria a resolver, <strong>de</strong>forma integrada, com outrasigualmente tão importantes como,por ex<strong>em</strong>plo, o acesso e estacionamentona Serra, transportespúblicos e <strong>de</strong> turismo, entre outras.Tudo está diagnosticado, as soluçõesconhecidas. Apenas falta o compromissoe o financiamento que,mesmo <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> vacas magras,será criminoso adiar.]m 3 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2005, fezhá poucos dias oito anos,faleceu Fernando Távora.Arquitecto extr<strong>em</strong>amenteinovador, com <strong>uma</strong> como-Evente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção noscascos históricos dos espaços urbanos,figura <strong>de</strong> absoluta referênciae pai da Escola <strong>de</strong> Arquitectura doPorto, era um gran<strong>de</strong> senhor daCultura Portuguesa, a qu<strong>em</strong> Portugalmuito <strong>de</strong>ve, s<strong>em</strong> que a universal inculturados portugueses sequer suspeite.O mais mo<strong>de</strong>rno dos mo<strong>de</strong>rnos,<strong>de</strong>ixou o nome ligado a projectos quese tornaram paradigmáticos, como oda Pousada <strong>de</strong> Santa Marinha daCosta e a reabilitação do centro histórico<strong>de</strong> Guimarães, Escola Primáriado Cedro (V.N. Gaia), Mercado Municipal<strong>de</strong> Santa Maria da Feira,Pavilhão do Ténis <strong>de</strong> Matosinhos ouaquele fabuloso po<strong>em</strong>a que é a Casados 24 no terreiro da Sé do Porto.Em termos da recuperação do património,o Arq. Fernando Távora éincontornável e tutelar. Para além <strong>de</strong>Guimarães, o seu trabalho no edifíciose<strong>de</strong> do Círculo Universitário doPorto é <strong>uma</strong> autêntica lição, <strong>de</strong> visitaindispensável, por ex<strong>em</strong>plo, aestudantes <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escola como aProfissional <strong>de</strong> Recuperação doPatrimónio <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>.Távora e a Volta do DucheA história recente <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>, convéml<strong>em</strong>brar, ficará para s<strong>em</strong>pre ligada aFernando Távora na medida <strong>em</strong> queaqui nos recusámos a concretizar umseu projecto. Avivando a m<strong>em</strong>ória,tratava-se do estacionamento subterrâneona Volta do Duche. Lamenta-Arq. Fernando Távora(1923-2005)velmente, a contrario do que <strong>de</strong>terminamos mais doutos, pertinentes elógicos pareceres relativamente aosfluxos <strong>de</strong> trânsito e ao estacionamentonos centros históricos, FernandoTávora foi induzido a apresentar<strong>uma</strong> solução que traria maisautomóveis para o centro histórico <strong>de</strong><strong>Sintra</strong>.O anterior executivo, enfrentandodificulda<strong>de</strong>s na concretização daatitu<strong>de</strong> a que estava obrigado – <strong>em</strong>função da escala, dos valores patrimoniaisenvolvidos e das verbas <strong>em</strong>consi<strong>de</strong>ração – apresentou um factopraticamente cons<strong>uma</strong>do, s<strong>em</strong> estudo<strong>de</strong> impacto ambiental, n<strong>uma</strong> rápidasessão matinal no CCOC, perantereduzidíssima assistência <strong>de</strong> cidadãos<strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>.Seguiu-se a história que se conhece.Petições ao Presi<strong>de</strong>nte da República,ao Director da UNESCO <strong>em</strong> Paris, asmais <strong>de</strong>stacadas personalida<strong>de</strong>s dacultura portuguesa assinando umdocumento com mais <strong>de</strong> seis milassinaturas, no contexto <strong>de</strong> um dosmovimentos cívicos mais conhecidosa nível nacional, com a cobertura <strong>de</strong>todos os canais <strong>de</strong> televisão e dosjornais <strong>de</strong> maior circulação.Naturalmente, perante a vonta<strong>de</strong>inequívoca dos sintrenses, b<strong>em</strong> espaldadapor test<strong>em</strong>unhos tão inequívocosdos mais conhecidos artistas,arquitectos paisagistas, historiadorese críticos <strong>de</strong> Arte, filósofos,escritores, jornalistas, académicos(gran<strong>de</strong> parte do corpo docente daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> Lisboa a<strong>de</strong>riu à causa) políticos,etc, o projecto foi abandonado.Questão adiadaA proposta não foi avante e ninguémme convence <strong>de</strong> que esta não foimesmo a melhor solução e, inclusive,a melhor e maior prova <strong>de</strong> respeitopor Fernando Távora que, <strong>de</strong>ste modo,afinal, não viu o seu nomeapoucado por um polémico e controversoprojecto cujos difusoscontornos nada se conjugavam n<strong>em</strong>com o seu altíssimo gabarito eprestígio nacional e internacional n<strong>em</strong>com os reais interesses <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>.Mas, meus senhores, a história nãopodia ter terminado <strong>em</strong> 2001 porquepermanecia – e permanece tão pertinentecomo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início – anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estacionamento quese revela imperioso resolver acontento. É verda<strong>de</strong> que a radicalatitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um Movimento Cívico, comtanto êxito, con<strong>de</strong>nou a solução. Narealida<strong>de</strong>, o acto político subsequenteda Ass<strong>em</strong>bleia Municipal sancionoua.Entretanto, seria <strong>de</strong> esperar quefoss<strong>em</strong> apresentadas e concretizadasas competentes alternativas.Ora b<strong>em</strong>, isso não aconteceu. N<strong>em</strong>um centímetro <strong>de</strong> parque periféricodissuasor, que funcionasse <strong>em</strong>articulação com um expedito sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> transportes públicos afins. Nãovimos o aproveitamento <strong>de</strong> pequenasbolsas <strong>de</strong> estacionamento. Não vimosconcretizado, ou sequer anunciada,a construção <strong>de</strong> qualquer autosilo.Nenh<strong>uma</strong> via foi cortada aotrânsito. Nenhum civilizado regime <strong>de</strong>horário <strong>de</strong> cargas e <strong>de</strong>scargas se impl<strong>em</strong>entoupara que fosse inapelavelmentecumprido.A cultura do <strong>de</strong>sleixoNada, absolutamente nada foi feitominimamente análogo a esta re<strong>de</strong> <strong>de</strong>soluções que, <strong>de</strong> facto, constitu<strong>em</strong>as alternativas ao que se pretendiafazer na Volta do Duche. E, assimtendo acontecido, os carros arr<strong>uma</strong>mseon<strong>de</strong> é possível, <strong>de</strong> qualquer maneira,inclusive <strong>em</strong> cima dos passeios.Paradigmático? Pois esta é apenas<strong>uma</strong> das inúmeras soluções <strong>de</strong>terceiro mundo que, à falta <strong>de</strong> melhor,Portugal tanto t<strong>em</strong> promovido… É oresultado da pouca vergonha, é o<strong>de</strong>sleixo à solta, a falta <strong>de</strong> nível, a consequência<strong>de</strong> más opções e <strong>de</strong> mausinvestimentos, os compromissos, ooportunismo, a falta do exercício daautorida<strong>de</strong> d<strong>em</strong>ocrática.É escusado procurar culpados nos<strong>de</strong>cisores políticos mais ou menosrecentes porque se trata <strong>de</strong> muito sériaend<strong>em</strong>ia, <strong>uma</strong> questão geracional e,mesmo que nos custe a admitir, coisapraticamente genética… Há excepções,claro que sim. Fernando Távora,por ex<strong>em</strong>plo, nada tinha a ver comesta cultura da ordinarice institucionalizada.Respeitosamente,curvo-me perante a sua m<strong>em</strong>ória.[João Cachado escreve <strong>de</strong> acordocom a antiga ortografia]JORNAL DE SINTRASEXTA-FEIRA 6 DE SETEMBRO DE 20137OPINIÃODo que eles não falam…É chegado o momento dos eleitores, antes <strong>de</strong> votar<strong>em</strong>, reflectir<strong>em</strong>seriamente sobre a conduta e a praxis política dos agentes que nosgovernaram localmente nos últimos quatro anos. Socorramo-nos <strong>de</strong>um caso prático e objectivo que não foi imposto pela troika e queatingiu todos os eleitores – o aumento médio <strong>de</strong> 20% no tarifário daágua.Com a <strong>de</strong>gradação do regime d<strong>em</strong>ocrático é sabido que todos ospartidos e/ou coligações, mesmo os ditos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>itam amão ao que encontram para encher<strong>em</strong> as listas e, se eleitos,“governar<strong>em</strong>” <strong>Sintra</strong>. Governantes e oposição “esquec<strong>em</strong>-se” <strong>de</strong>,chegados ao fim <strong>de</strong> mais um mandato, prestar<strong>em</strong> contas do poucoque fizeram <strong>de</strong> bom (sejamos benévolos) e do muito que fizeram d<strong>em</strong>au. Apostar naqueles que nada fizeram po<strong>de</strong> não ser <strong>uma</strong> má escolha.A coisa muda <strong>de</strong> figura quando os que não causaram estragos chegamao po<strong>de</strong>r mesmo que este seja só <strong>uma</strong> nesga. V<strong>em</strong> isto a propósito dosexagerados aumentos protagonizados pelo PSD, CDU e CDS no ano<strong>de</strong> 2011, no que concerne ao tarifário praticado pelos SMAS <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong>.Repare o eleitor no requinte <strong>de</strong>sta situação: durante o ano <strong>de</strong> 2011todas as facturas tinham apostas a publicida<strong>de</strong> enganosa <strong>de</strong> que onovo tarifário <strong>de</strong>corria <strong>de</strong> <strong>uma</strong> orientação da Entida<strong>de</strong> Reguladorados Serviços <strong>de</strong> Águas e Resíduos (ERSAR); já no boletim dapropaganda dos SMAS/CMS <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2013 é referido na primeirapágina, mas também na segunda e na terceira que “<strong>em</strong> 2013, <strong>de</strong>vido a<strong>uma</strong> gestão eficaz e eficiente, o valor da água e do saneamento não iráaumentar para os utilizadores dos SMAS/<strong>Sintra</strong>”. Inconscient<strong>em</strong>ente,PSD, CDU e CDS estão a reconhecer que os aumentos <strong>de</strong> 2011 se<strong>de</strong>veram a <strong>uma</strong> má gestão. Esta publicida<strong>de</strong> (o dia das eleições está àporta) coli<strong>de</strong> com o silêncio protagonizado pelos promotores dosaumentos do tarifário <strong>em</strong> 2011. Os mesmos intervenientes, silenciaramaumentos imputando-os à ERSAR e actualmente tranquilizam-nosdizendo que não os haverá <strong>em</strong> 2013.Que não rest<strong>em</strong> dúvidasa) Que compete à Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Sintra</strong> fixar as tarifas da águae preços dos serviços prestados;b) Que PSD, CDU e CDS tinham o <strong>de</strong>ver e a obrigação <strong>de</strong> explicarquais os critérios para <strong>de</strong>terminação das tarifas;c) Que a ERSAR reconhece que não dispõe <strong>de</strong> meios para <strong>uma</strong> eficaze eficiente fiscalização;d) Que o aumento das tarifas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão adoptado.A reforçar estas informações acrescente-se que PSD, CDU e CDS nãoapresentaram <strong>uma</strong> fundamentação racional dos aumentos das tarifas,não acautelaram mecanismos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ração tarifária e mais <strong>uma</strong> vez,suger<strong>em</strong> que as tarifas sociais praticadas relativamente a agregadosfamiliares numerosos e/ou carenciados constitui <strong>uma</strong> medida dainiciativa dos SMAS/CMS, quando na verda<strong>de</strong>, esta sim, é <strong>uma</strong>orientação da ERSAR.Cabe perguntar que credibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> merecer gente que tentaenganar os eleitores e finge não perceber por que razões os cidadãosse afastam <strong>de</strong>les. Uma coisa são os políticos s<strong>em</strong> ética, s<strong>em</strong> princípios,s<strong>em</strong> valores e outra coisa é o exercício nobre da política. É consabidoque PSD e CDS <strong>de</strong>fend<strong>em</strong>, por razões i<strong>de</strong>ológicas, a privatização daágua; a CDU por <strong>uma</strong> nesga <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r alinhou e/ou promoveu osaumentos. Que fará esta força política se futuramente os seuscompanheiros não os acolher<strong>em</strong> no conselho <strong>de</strong> administração dosSMAS ou se tiver<strong>em</strong> condições políticas para privatizar a água ou aaumentar<strong>em</strong> novamente.E o que fizeram PS e Bloco <strong>de</strong> Esquerda? Denunciaram e votaramcontra. É muito, mas po<strong>de</strong>riam ter feito mais. Po<strong>de</strong>riam, por ex<strong>em</strong>plo,ter a iniciativa política <strong>de</strong>, no órgão próprio – Ass<strong>em</strong>bleia Municipal –propor a reposição das tarifas <strong>de</strong> 2010 e/ou aumentos mo<strong>de</strong>rados.Não o fizeram. São cúmplices! Consultados os seus programas,constata-se que já se esqueceram do assunto.É chegado o momento <strong>de</strong> o eleitor se socorrer <strong>de</strong> <strong>uma</strong> armapo<strong>de</strong>rosíssima – o voto. No dia 29 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro, pelo respeito que<strong>de</strong>ve a si próprio não vote nestes partidos e/ou coligações. No dia 29<strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro socorra-se do voto <strong>em</strong> branco ou, se preferir, inutilize-o– voto nulo. Chega <strong>de</strong> ser enganado por uns políticos menores que otentam enganar. Na política não po<strong>de</strong> valer tudo. Imagine, caro eleitor,o que seria <strong>de</strong>stes candidatos se no dia 29 <strong>de</strong> Set<strong>em</strong>bro houvesse<strong>uma</strong> maioria <strong>de</strong> votos brancos e nulos. S<strong>em</strong> dúvida que se enten<strong>de</strong>riam,formariam alianças e acordos mas estariam feridos <strong>de</strong> morte, isto é,não teriam legitimida<strong>de</strong> para nos <strong>de</strong>sgovernar. Pense nisto. Não seindigne. Resista. A Constituição que eles <strong>em</strong> surdina juraram respeitarassim o exige. Resista. Resista s<strong>em</strong>pre.João Vasconcelos – Algueirão

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