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Uma contribuição para a história das Ciências Sociais na Saúde ...

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P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z auniversal right. In this sce<strong>na</strong>rio, we also deal on the formation of ABRASCO andthe establishment of its directories, with emphasis on the Social and Human Sciencesin Health committee. The research made possible the a<strong>na</strong>lysis of the association’sdirectory boards, the identification of the professio<strong>na</strong>l graduation and institutio<strong>na</strong>laffiliation of its members, and also mapped the representatio<strong>na</strong>l level of these professio<strong>na</strong>lsin the scientific community. The a<strong>na</strong>lysis of the 6035 abstracts shows aconsiderable quantitative increase on scientific production and in the scope of thestudies presented at these congresses.Key wordsCongresses, Social Sciences, ABRASCO, Public Health1. IntroduçãoEste artigo resulta de uma pesquisa exploratória e descritiva sobre o percurso<strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>. Recupera a constituição <strong>das</strong> Comissões de <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> (CCSS) da Associação Brasileira de <strong>Saúde</strong> Coletiva (ABRASCO),bem como os congressos realizados da área.Partimos da incorporação <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> e suas implicações econtribuições <strong>para</strong> a constituição e o desenvolvimento do campo da <strong>Saúde</strong> Coletiva.Realizamos um breve resgate histórico e o entendimento do que seja a <strong>Saúde</strong> Coletiva<strong>para</strong>, então, adentrarmos <strong>na</strong> coleta de dados, investigando alguns aspectos da ABRASCO:sua estrutura, seu papel <strong>na</strong> consolidação da <strong>Saúde</strong> Coletiva e a importância <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> neste processo. Por fim, realizamos uma breve análise da produção científicados Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> da ABRASCO.Para compreender o campo da <strong>Saúde</strong> Coletiva é necessário conhecer sua <strong>história</strong>e significado que, segundo Everardo Nunes (1994), vai se estruturando a partir dos anos80, como uma abordagem de dimensão tripla – como corrente de pensamento, comomovimento social e como prática teórica. Sua gênese situa-se em meados dos anos 50,quando o projeto preventivista, expresso <strong>na</strong> chamada Medici<strong>na</strong> Comunitária, pretendeuinserir o aluno <strong>na</strong> realidade, com o objetivo de ampliar a sua noção dos processos desaúde e adoecimento <strong>das</strong> populações, tendo em vista a mudança da prática médica.Jairnilson Paim (2007, p. 2522) define <strong>Saúde</strong> Coletiva da seguinte forma:“<strong>Saúde</strong> Coletiva é, simultaneamente, um campo científico e um âmbito de práticas,contribuindo com a Reforma Sanitária Brasileira mediante produção de conhecimentose sua socialização junto aos movimentos sociais. Como campo científico, distancia-seda saúde pública institucio<strong>na</strong>lizada e, como práxis, tem a possibilidade de radicalizarseus compromissos históricos com o povo, com as pessoas, com as classes domi<strong>na</strong><strong>das</strong>”.604 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Neste contexto, ganham espaço, no plano do conhecimento, alguns conceitossociológicos, antropológicos, políticos, demográficos, epidemiológicos e ecológicos.De acordo com Sarah Escorel (1998), depois dos anos 60 a OrganizaçãoPan-America<strong>na</strong> de <strong>Saúde</strong> (OPAS) também estimularia, <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, autilização <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> aplica<strong>das</strong> à <strong>Saúde</strong>, tendo como marco a reuniãode Cuenca, Equador, em 1972.Na década de 1970 aparecem algumas críticas ao modelo médico preventivista.É o momento da retomada da Medici<strong>na</strong> Social, entendida como umcampo de práticas médicas e conhecimentos em saúde, que tem como foco asdinâmicas da sociedade.Os anos 70, marcaram, também, uma época política peculiar não só noBrasil como inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente; foi um período fértil <strong>para</strong> reflexões sobre as relaçõessaúde-sociedade. Num contexto de embate entre forças do autoritarismoe da democratização, definiu-se como meta, <strong>para</strong> o Estado, a garantia da saúdecomo um direito da população. Partiu-se de uma concepção ampla do processosaúde-doença, enfatizando seus determi<strong>na</strong>ntes socioeconômicos, considerando ascondições de vida e de trabalho <strong>das</strong> populações.A redefinição <strong>das</strong> políticas e dos serviços de saúde exigiam, entretanto, umareestruturação e reformulação da política de formação de recursos humanos. Anecessidade de uma instância que congregasse os interesses <strong>das</strong> instituições deformação como um espaço de reflexão política e ideológica sobre as práticasmédicas e, simultaneamente, instância de formulação/proposição de políticaspúblicas de saúde, culminou com a criação da ABRASCO, fundada em 1979,que tinha como objetivos principais: o aprimoramento do ensino e da pesquisa;a captação de apoio fi<strong>na</strong>nceiro e técnico; a cooperação e a valorização dos programasde ensino; a promoção e a dissemi<strong>na</strong>ção dos conhecimentos da <strong>Saúde</strong>Coletiva, dentre outros.O termo <strong>Saúde</strong> Coletiva, genui<strong>na</strong>mente brasileiro (Costa, 1992; Canesqui,1995), advém da noção do coletivo como produto da dinâmica <strong>das</strong> relaçõessociais. Para esse entendimento, foi fundamental a <strong>contribuição</strong> <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>ao campo da <strong>Saúde</strong>, que forneceram as bases <strong>para</strong> a construção do objetoda <strong>Saúde</strong> Coletiva. Nunes (1994, p. 19) aponta que, a partir dos anos 80, “novasmarcas <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> Coletiva foram impressas, como resultante direta <strong>das</strong> transformações sociais.[...] Assim novas tendências, práticas e subáreas são incorpora<strong>das</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> Coletiva”.A <strong>Saúde</strong> Coletiva configurou-se, também, como movimento de oposiçãopolítica e ideológica, com forte caráter de denúncia decorrente da constataçãode que a lógica do capitalismo atingira a Medici<strong>na</strong> (Don<strong>na</strong>ngelo & Pereira, 1976).Confrontando-se com a privatização da Medici<strong>na</strong> e a precarização <strong>das</strong> condições devida da população, a <strong>Saúde</strong> Coletiva levantou a bandeira da responsabilidade estatalC a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 605


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z ae da necessidade de instituir políticas sociais consistentes (Burlandy & Bodstein, 1998).Neste cenário, o campo adquiriu uma complexidade que abarcou, tanto <strong>na</strong> esferateórica como <strong>na</strong> do âmbito <strong>das</strong> práticas, múltiplos objetos e áreas de saberes, correspondentestanto às <strong>Ciências</strong> Biológicas quanto às <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>. A inserção <strong>das</strong><strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> contribuiu, ainda, com outras dimensões da compreensãodos processos de saúde e adoecimento como aquelas relativas aos universos simbólicoe cultural. Este constructu reformulou, em grande medida, o discurso eminentemente“biologicista” (Gonçalves, 1990), predomi<strong>na</strong>nte até então <strong>na</strong>s práticas médicas.Reconhecendo, portanto e nesse sentido, a importância <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>no cenário da <strong>Saúde</strong> Coletiva, e o seu protagonismo <strong>na</strong> constituição dos objetos epráticas do campo, reconstituímos a trajetória da sua estruturação e consolidaçãono interior da ABRASCO, por meio do estudo <strong>das</strong> Comissões de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> eHuma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> e dos Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em<strong>Saúde</strong>, no período de 1995 a 2007.2. MetodologiaPor tratar-se de um estudo de recorte histórico, o desenvolvimento da pesquisaexigiu a recuperação <strong>das</strong> informações sobre a constituição da ABRASCO, <strong>das</strong> Comissõesde <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> por ela instituí<strong>das</strong> e <strong>das</strong> comissõescientíficas e organizadoras dos congressos brasileiros da área.Emilia Viotti da Costa afirma que toda <strong>história</strong> é ao mesmo tempo individual ecoletiva, uma visão do passado e um retrato do presente. Assim, as obras também são“[...] expressão de determi<strong>na</strong><strong>das</strong> condições de trabalho, <strong>das</strong> tendências da historiografia, dos debatesteórico-metodológicos e <strong>das</strong> lutas políticas existentes <strong>na</strong> época de sua elaboração” (Costa, 1989 apudFerreira et al., 2008, p. 8).Para realizar a análise documental utilizamos como fontes prioritárias os Livrosde Resumos de todos os Congressos de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> (Anexo1); os documentos oficiais produzidos pela ABRASCO como a ata de Fundaçãoda ABRASCO; o I Plano Diretor <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>; o Plano Diretor doII Congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>; o relatório do II Congresso de <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> e o relatório da Ofici<strong>na</strong> do III Congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> eHuma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>.Foram coletados, ainda, dados complementares a partir de informantes-chave daSecretaria Executiva da Associação.Com o objetivo de organizar as informações recolhi<strong>das</strong>, foi construídoum banco de dados posteriormente sistematizado em tabelas (Tabelas 1 a 5).Partiu-se da recuperação <strong>das</strong> várias diretorias da ABRASCO, seguida da composição<strong>das</strong> diferentes Comissões de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> e<strong>das</strong> Comissões Organizadoras dos Congressos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da área. A produçãocientífica dos Congressos foi sistematizada por meio dos resumos dos trabalhos606 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007científicos, classificados segundo modalidade de apresentação e por númerototal por congresso.Esta sistematização permitiu reconstituir a trajetória dos congressos e suaevolução, a dimensão da produção científica ao longo da realização dos mesmos,bem como a trajetória da Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>. Possibilitou, também,identificar, <strong>na</strong>s várias diretorias da ABRASCO, a participação de membros comformação <strong>na</strong> área de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s e suas instituições de origem.3. Resultados e discussão3.1. As diretorias da ABRASCO 1Organizada em 1979, durante a I Reunião sobre Formação e Utilização dePessoal de Nível Superior <strong>na</strong> Área de <strong>Saúde</strong> Coletiva, realizada em Brasília, aABRASCO surge como um espaço de institucio<strong>na</strong>lização da <strong>Saúde</strong> Coletiva noBrasil.Sua criação ocorre no período de transição política, momento marcado pelamobilização popular e pela emergência de várias instituições volta<strong>das</strong> <strong>para</strong> aredemocratização do país. Essas transformações apontavam, fortemente, <strong>para</strong> anecessidade de se (re)pensar as políticas públicas no país e dentre elas as de <strong>Saúde</strong>.A ABRASCO veio ao encontro dessas expectativas, reunindo um grupode profissio<strong>na</strong>is da área disposto a implementar novas estratégias <strong>para</strong> a <strong>Saúde</strong>Pública e respondendo, em parte, ao que havia sido preconizado pela Declaraçãoda Alma-Ata em 1978, que propug<strong>na</strong>va a <strong>Saúde</strong> como direito essencial dosindivíduos e <strong>das</strong> coletividades; a obrigação do Estado em assegurar esse direito;a responsabilidade e o direito <strong>das</strong> comunidades de participar da proteção erecuperação da <strong>Saúde</strong>, bem como da gestão dos serviços; e, ainda, o direito àequidade e à universalidade no acesso aos serviços.Nessa perspectiva, segundo Cristi<strong>na</strong> M. O. Fonseca (2006, p. 22):“[...] A <strong>história</strong> da ABRASCO espelha a inter-relação entre três campos. Oprimeiro diz respeito ao conjunto de interesses políticos divergentes que vigoravam<strong>na</strong>quele contexto da <strong>história</strong> brasileira. O segundo trata <strong>das</strong> novas concepçõesque orientavam reformulações <strong>na</strong> área da <strong>Saúde</strong> condensa<strong>das</strong> <strong>na</strong> proposta de umnovo campo denomi<strong>na</strong>do de <strong>Saúde</strong> Coletiva. E, por fim, o terceiro preocupa-secom a formação de novos quadros, por meio da diversificação e da especializaçãoprofissio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>, responsável pelo ingresso de novos atores no cenárioinstitucio<strong>na</strong>l da <strong>Saúde</strong>”Nesse sentido, portanto, pode-se afirmar que a Associação se constituiu econsolidou institucio<strong>na</strong>lmente em torno do eixo de interligação entre a formaçãoprofissio<strong>na</strong>l e a ação política, desempenhando importante papel <strong>na</strong> articulação1Ao Fi<strong>na</strong>l do artigo encontra-se um anexo com as siglas e nomes <strong>das</strong> instituições por extenso.C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 607


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z aentre formação teórica e a atuação prática, formulando proposições políticas<strong>para</strong> a <strong>Saúde</strong> Pública no Brasil e participando ativamente da área acadêmica.Do ponto de vista organizacio<strong>na</strong>l, desde a sua fundação, a ABRASCOconta com presidentes, vice-presidentes, tesoureiros, secretários executivos e adjuntos,todos eleitos pelos associados. A instituição possui, ainda, Comissõese Grupos de Trabalho (GTs) que respondem por áreas e subáreas específicasdentro da <strong>Saúde</strong> Coletiva – setores estes que di<strong>na</strong>mizam as atividades da Associaçãoatravés de eventos, reuniões, ofici<strong>na</strong>s de trabalho e publicações comoforma de contemplar a complexidade intrínseca às questões da <strong>Saúde</strong> Coletivae sua multidiscipli<strong>na</strong>ridade.A<strong>na</strong>lisando o quadro de diretorias, nestes 30 anos de existência, vimos quea Associação teve 12 gestões, sendo que a última terá seu término em 2009.Durante este período a ABRASCO contou com cerca de 40 membros diretores,nos cargos de presidente e vice-presidente. Alguns ocupantes desses cargos compuseramdiretorias em mais de uma gestão (Tabela 1).Dos membros envolvidos <strong>na</strong> composição <strong>das</strong> diretorias da ABRASCO, 11são graduados em cursos da área <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> ou Huma<strong>na</strong>s, representandoquase 30% do corpo de diretores do período. Nota-se que esses membrosencontram-se concentrados, em sua maioria, <strong>na</strong>s últimas gestões: três deles noperíodo de 1996-2000 e outros três no período de 2003-2006 (Tabela 1).Durante os 30 anos de existência, o cargo de presidente da Associação foiocupado ape<strong>na</strong>s duas vezes por membros oriundos <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>. Forameles, Arlindo Fabio Gómez de Souza (também médico sanitarista), gestão 1991-1993, e Maria Cecília de Souza Mi<strong>na</strong>yo, gestão 1994-1996, o que reflete umarepresentatividade ainda restrita dos cientistas sociais <strong>na</strong> presidência da Associação,a despeito da relevância dessa área <strong>na</strong> constituição e configuração docampo da <strong>Saúde</strong> Coletiva (Tabela 1).No quadro geral <strong>das</strong> diretorias, ao considerar os membros formados <strong>na</strong> áreade Huma<strong>na</strong>s, verifica-se que a maioria é originária <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>, representadapor cinco membros, seguidos da Filosofia (dois) e Psicologia (dois),Economia (um) e História (um) (Tabela 1).Quanto à origem regio<strong>na</strong>l e institucio<strong>na</strong>l do conjunto de diretores daABRASCO, há o predomínio da região Sudeste, <strong>na</strong> seguinte ordem decrescente:Rio de Janeiro, São Paulo, Mi<strong>na</strong>s Gerais e Espírito Santo; seguidada região Nordeste __ - exclusivamente a Bahia __ , que conta com váriosmembros; e depois as regiões Sul e Centro-Oeste (Tabela 1).Nota-se que, da totalidade dos membros, 16 são do estado do Rio deJaneiro, sendo 12 deles vinculados à FIOCRUZ, três ao IMS/UERJ, e umà FGV/RJ. Provenientes do estado de São Paulo são 13: oito da USP, dois608 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Tabela 1M e m b r o s d a s d i r e t o r i a s d a A s s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d e P ó s - g r a d u a ç ã o e m S a ú d eColetiva (ABRASCO) suas instituições e especificação <strong>das</strong> formações básicas emC i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s , s e g u n d o c a r g o s e g e s t õ e s – P e r í o d o : 1 9 7 9 - 2 0 0 9Cargos197919811981198319831985198519871987198919891991199119931994199619962000200020032003-2006Presidência Vice- Presidência TesourariaFrederico SimõesBarbosa - in memorian(UNB e ENSP)Benedictus Philadelphode Siqueira (UFMG)Hésio Cordeiro (Expresidente INAMPS)Sebastião Loureiro(DMP/UFBA)Guilherme Rodrigues daSilva (DMP/USP)José da Silva Guedes(FCMSCSP)Arlindo F. Gómez deSousa- Sociologia(CANAL SAÚDE/FIOCRUZ)Maria Cecília de SouzaMi<strong>na</strong>yo – <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> (ENSP/FIOCRUZ)Rita de Cássia Barra<strong>das</strong>Barata (FCMSCSP)José Carvalho deNoronha (FIOCRUZ)Moisés Goldbaum(DMP/USP)Er<strong>na</strong>ni de Paiva Ferreira Braga – inmemorian.(FIOCRUZ); GuilhermeRodrigues da Silva ( DMP/USP)Er<strong>na</strong>ni de Paiva Ferreira Braga – inmemorian.; Jaimilson da Silva Paim(ISC/UFBA)José da Rocha Carvalheiro (DMS/FMUSP/RP)Sônia Fleury – psicologia (FGV- RJ);Moisés Goldbaum (DMP/USP)Eleutério Rodrigues Neto (UNB); LuizCordoni Junior ( UEL)Nilson do Rosário Costa – ciênciassociais(FIOCRUZ); Carmen FontesTeixeira. A. Souza (ISC/UFBA)José da Rocha Carvalheiro (DMS/FMUSP/RP); Maria Cristi<strong>na</strong> L. G. deMendonça (DMPS/FM/UFMG)Marilisa Berti Barros (FCM/UNICAMP);Pedro Miguel dos Santos Neto (FIOCRUZ)Eduardo Navarro Stotz – ciências sociais(ENSP/FIOCRUZ); Everardo D. Nunes –ciências sociais ( FCM/ UNICAMP); MarioRoberto Dal’ Poz ( IMS/ UERJ); MariaElizabeth Diniz de Barros-psicologia(UFES) Oswaldo Yoshimi Ta<strong>na</strong>ka (FSP/USP)Francisco Eduardo Campos (UFMG);Jaimilson da Silva Paim (ISC/UFBA);Márcia Furquim de Almeida (FSP/USP);Paulo Marchiori Buss (FIOCRUZ); PauloEduardo Mangeon Elias (DMP/USP)Paulo Er<strong>na</strong>ni Gadelha Vieira (FIOCRUZ);Júlio S. Muller Neto (ISC/UFMT e CEBES);Madel T. Luz – filosofia ( IMS/ UERJ);Rômulo Maciel T. Luz – filosofia (IMS/UERJ); Rômulo Maciel Filho- economia (FIOCRUZ); Soraya Maria Vargas Côrtes –<strong>história</strong> (NIPESC/UFRGS)José S.GuedesTânia C.NunesEduardoM.F. deCarvalhoAli<strong>na</strong> Mariade A. SouzaJúlio S.Muller NetoRe<strong>na</strong>to P.VerasSecretariaExecutivaPéricles S.da CostaÁlvaroHideyoshiMatildaSec. Exec.adjuntaJoão C.CanossaMôniaMariani2006-2009José da RochaCarvalheiro (DMS/FMUSP/RP)Armando Martinho B. Raggio (CONASS);Luiz Augusto Facchini ( UFPEL); Madel T.Luz – filosofia (IMS/UERJ);Maurício LimaBarreto (ISC/UFBA); Paulo Er<strong>na</strong>ni GadelhaVieira (FIOCRUZ)ÁlvaroHideyoshiMatildaMargarethPessanhaFonte: Site da ABRASCO: (último acesso:26/10/2008)C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 609


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z ada DMS/FCM/UNICAMP e três da DMS/FCMSCSP. De Mi<strong>na</strong>s Geraissão quatro, todos da UFMG. Do estado do Espírito Santo houve somenteum, da UFES. Da Bahia, somam-se cinco, todos do ISC/UFBA. Representantesde Brasília são três, dois da UnB e um ex-presidente do INAMPS.O Paraná comparece com ape<strong>na</strong>s um membro da UEL, e do Rio Grande doSul, há ape<strong>na</strong>s dois representantes, um de Pelotas, da UFPEL, e outro de PortoAlegre, da UFRGS (Tabela 1).3.2. As Comissões de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> da ABRASCONo contexto de articulação inter<strong>na</strong> e fortalecimento da ABRASCO, emmeados dos anos 80, a instituição direcionou suas atenções <strong>para</strong> o processo deredemocratização do país, participando ativamente da formulação <strong>das</strong> políticas de<strong>Saúde</strong>. Nesta fase fortaleceram-se áreas inter<strong>na</strong>s da Associação e organizaram-secomissões próprias, como foi o caso dos diferentes Grupos de Trabalho, além <strong>das</strong>diferentes Comissões, demarcando as identidades <strong>das</strong> diversas áreas.Nesta estrutura geral da Associação identificamos o segmento representativo <strong>das</strong><strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>: a Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> (CCSHS).Segundo Canesqui (2008, p. 216), a organização desta comissão dentro daABRASCO“[...] responde simultaneamente às atribuições fixa<strong>das</strong> pela Abrasco e ao consenso einiciativas dos cientistas sociais sobre a necessidade de marcar a identidade da subáreade conhecimento, de desenvolvê-la e aprimorá-la, uma vez constituinte e integrante da<strong>Saúde</strong> Coletiva, onde se entrecruzam distintos saberes e práticas”.A Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> (CCSS) foi oficializada em 1986,sob responsabilidade de Everardo Duarte Nunes e Amélia Cohn, tendo sido criadaconcomitantemente à Comissão de Políticas de <strong>Saúde</strong>. Esta, como aponta Canesqui(2008), teve prioridade, já que suas ações estavam volta<strong>das</strong> ao momento político,formulando as propostas <strong>para</strong> a <strong>Saúde</strong> Pública defendi<strong>das</strong> pelo movimento sanitáriobrasileiro 2 .Antes da criação da CCSS, algumas iniciativas foram feitas no intuito de aprofundarquestões concernentes às <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>. Em julho de 1982 aconteceu aI Reunião Nacio<strong>na</strong>l sobre Ensino e Pesquisa de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> área da <strong>Saúde</strong>Coletiva, promovida pela ABRASCO e pelo DMS/FCMSCSP, que visava à melhoriada formação de profissio<strong>na</strong>is e especialistas, além de promover a ampliaçãode bolsas de pesquisa e sistematizar o ensino de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>.2Sobre a Reforma Sanitária e a 8ª Conferência Nacio<strong>na</strong>l de <strong>Saúde</strong>, ve PAIM, Jairnilson S. Reforma SanitáriaBrasileira: <strong>contribuição</strong> <strong>para</strong> a compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008.610 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Em 1983, realizou-se um curso de atualização dos docentes e pesquisadoresda área. Este curso propunha articular os diferentes centros de pós-graduaçãoem <strong>Saúde</strong> Coletiva no país e o conjunto dos docentes dos programas de ensino,bem como estimular a investigação <strong>na</strong> área de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>.Propuseram-se, ali, também, a organização e o aperfeiçoamento da residênciamédica e da especialização em <strong>Saúde</strong> Pública. Canesqui (2008, p. 222) ressaltaalgumas <strong>das</strong> resoluções advin<strong>das</strong> deste curso:“Esboçou-se uma proposta <strong>para</strong> uniformizar os propósitos, conteúdos e metodologia doensino <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> que conduzisse o aluno a tomar consciência do contexto emque se insere e dos limites do saber e <strong>das</strong> práticas médicas tradicio<strong>na</strong>is; capacitá-lo aelaborar uma descrição distinta da realidade, incorporando a visão crítica do social e nãoape<strong>na</strong>s ideológica, e produzir conhecimentos sobre a conjuntura de saúde. A metodologiade ensino deveria partir de textos de Medici<strong>na</strong> Social e não <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> discipli<strong>na</strong>res.Os debates sobre a proposta recusaram uniformizar aquele ensino em torno doprojeto da corrente de Medici<strong>na</strong> Social, em função da diversidade <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>e de sua desejada articulação com as demais discipli<strong>na</strong>s (Planejamento em <strong>Saúde</strong> eEpidemiologia) <strong>na</strong> redefinição <strong>das</strong> práticas de <strong>Saúde</strong> Coletiva”.Novas iniciativas <strong>para</strong> articular as <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> no âmbito da <strong>Saúde</strong> eagregar os cientistas sociais da área foram feitas por volta dos anos 90, marcandouma década de intensos esforços <strong>para</strong> o fortalecimento desse campo. Em 1990, oGT <strong>Saúde</strong> e Sociedade organizou o I Encontro de Cientistas <strong>Sociais</strong> do Rio deJaneiro, <strong>na</strong> UERJ. Outro GT foi criado, no mesmo ano, <strong>para</strong> traçar um programade trabalho <strong>para</strong> as ciências sociais, e foi composto por Madel Therezinha Luz(IMS/UERJ), filósofa; Péricles da Silveira (secretaria executiva da associação),e demais profissio<strong>na</strong>is oriundos <strong>das</strong> ciências sociais, como Amélia Cohn (USP/CEDEC), Nísia Trindade Lima (COC/FIOCRUZ), Regi<strong>na</strong> Cele de AndradeBodstein (ENSP), Rubens Adorno (FSP/USP), Fabíola Zioni (FSP/USP), EverardoDuarte Nunes (DMS/FCM/UNICAMP) e Nilson do Rosário Costa (ENSP).Em 1993 foi realizado o I Encontro Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>em Belo Horizonte, Mi<strong>na</strong>s Gerais. A proposta foi congregar os profissio<strong>na</strong>is <strong>das</strong><strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> em um fórum próprio e específico <strong>para</strong> a discussãode trabalhos e a luta por reconhecimento e identidade profissio<strong>na</strong>l. O tema doencontro era “A Contribuição dos Cientistas <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> Construção do Campo da<strong>Saúde</strong>” e contou com ofici<strong>na</strong>s de trabalho sobre interdiscipli<strong>na</strong>ridade no campoda <strong>Saúde</strong>, o ensino <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> e a <strong>Saúde</strong> Mental. As discussõesrevelaram o interesse desses profissio<strong>na</strong>is em repensar a área e recuperar oconjunto da produção <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>. A comissão organizadoraC a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 611


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z ado evento forneceu os nomes <strong>para</strong> a nova composição da CCSS no ano seguinte.Foram eles, A<strong>na</strong> Maria Canesqui, formada em Serviço Social (DMS/FCM/UNICAMP), os filósofos Madel Therezinha Luz e Paulo César Alves (UFBA), eos sociólogos Nísia Trindade Lima (COC/FIOCRUZ), Eduardo Stotz (ENSP/FIOCRUZ), Rosa Maria Quadros Nehmy (DMPS/FM/UFMG) e Mercês Somarriba(UFMG). Esta comissão permaneceu atuando nos anos seguintes, tendosido reformulada ape<strong>na</strong>s em fins de 1996 (Tabela 2). Foi, portanto, esta comissãoque liderou os trabalhos de realização do I Congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em<strong>Saúde</strong>, tendo sido a pioneira <strong>na</strong> organização dos Congressos da área.Em 1995, realiza-se o I Congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> <strong>na</strong> cidadede Curitiba, Paraná, que contou com a colaboração de uma comissão organizadora,predomi<strong>na</strong>ntemente local. Com a proposição de constituir um espaço decooperação e compartilhamento de experiências e ideias, o evento abordou váriospontos da <strong>Saúde</strong> Coletiva e definições deste campo, os rumos <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>em <strong>Saúde</strong> no Brasil, a inserção <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> no ensino e suas relaçõescom os serviços de <strong>Saúde</strong>, dentre outras questões. O tema do congresso foi“Cidade e <strong>Saúde</strong>”.No mesmo ano, uma ofici<strong>na</strong> foi organizada no Rio de Janeiro <strong>para</strong>mapear e discutir a inserção <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>. As discussõesdesta ofici<strong>na</strong> e de mais duas subsequentes – em Campi<strong>na</strong>s (1996) e emÁguas de Lindoia (1997) – constituíram as bases do I Plano Diretor <strong>das</strong><strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, formalizado e divulgado em 1997. A formulaçãodo Plano Diretor correspondeu às necessidades dos profissio<strong>na</strong>is<strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>, identificando seus problemas e definindoestratégias e metas <strong>para</strong> suas resoluções, tendo em vista a consolidação eo fortalecimento do papel <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> construção dos saberese práticas da <strong>Saúde</strong> Coletiva.Este foi um período conturbado <strong>na</strong> área, com reflexos <strong>na</strong> CCSS, recompostaduas vezes em dois anos. De fins de 1996 a fins de 1997, a Comissãocontou com a coorde<strong>na</strong>ção de A<strong>na</strong> Maria Canesqui, Paulo César Alves,Madel Therezinha Luz, Regi<strong>na</strong> Maria Giffoni Marsíglia (DMS/FMSCSP),Mercês Somarriba, Regi<strong>na</strong> Cele de Andrade Bodstein e Cristi<strong>na</strong> MariaOliveira Fonseca (COC/FIOCRUZ). <strong>Uma</strong> nova alteração ocorreu emdezembro de 1997, quando, de acordo com Canesqui, Paulo César Alvesassume a coorde<strong>na</strong>ção junto com demais membros (Tabela 2).O II Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> da ABRAS-CO ocorreu, em 1999, no estado de São Paulo, capital, sob a presidênciada cientista social Paulete Goldenberg (UNIFESP), quando foi sugeridoum mandato provisório <strong>para</strong> a CCSS. Integraram a Comissão provisó-612 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Tabela 2Composiçôes da Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s da Associação Brasileira de Pósgraduaçãoem <strong>Saúde</strong> Coletiva – ABRASCO, segundo funções. Período: 1994-2007.AnoMembros da Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> da ABRASCO1994-1996 Coorde<strong>na</strong>ção A<strong>na</strong> Maria Canesqui – Serviço Social (DPMS/FCM/UNICAMP)Demais membrosMadel T. Luz – Filosofia (IMS/UERJ); Nísia Trindade Lima – Sociologia(UFMG); Paulo César Alves – Filosofia (ISC/UFBA); Eduardo Stotz –<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (ENSP/FIOCRUZ); Mercês Somarriba – Sociologia(UFMG); Rosa Maria Q. Nehmy – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (DMPS/FM/UFMG)1996-1997 Coorde<strong>na</strong>ção A<strong>na</strong> Maria Canesqui – Serviço Social (DPMS/FCM/UNICAMP)Demais membrosPaulo César Alves – Filosofia (ISC/UFBA). Madel T. Luz – Filosofia(IMS/UERJ); Regi<strong>na</strong> C. Marsiglia – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FMSCSP);Mercês Somarriba – Sociologia (UFMG); Regi<strong>na</strong> C. Bodstein –Sociologia (ENSP);Cristi<strong>na</strong> M. O. Fonseca – História (COC-FIOCRUZ);1997-1999 Coorde<strong>na</strong>ção Paulo César Alves – Filosofia (ISC/UFBA);Demais membros Regi<strong>na</strong> C. Bodstein – Sociologia (ENSP); Regi<strong>na</strong> C. Marsiglia –<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FMSCSP); Cristi<strong>na</strong> M. O. Fonseca – História(COC-FIOCRUZ) e demais membros não informados.19992002(?)Coorde<strong>na</strong>çãoPaulete Goldenberg - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (UNIFESP);Demais membrosRegi<strong>na</strong> C. Bodstein – Sociologia (ENSP); Regi<strong>na</strong> C. Marsiglia – <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> (FMSCSP); Cristi<strong>na</strong> M. O. Fonseca; Everardo D. Nunes –<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FCM/UNICAMP); Eduardo Stotz – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>( ENSP/FIOCRUZ); Luiz Antônio de Castro Santos - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong>(UERJ); Nísia Trindade Lima – Sociologia (COC/FIOCRUZ); Mara Hele<strong>na</strong>A. Gomes – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (UNIFESP);2002-2003 Coorde<strong>na</strong>çãoDemais membrosNísia Trindade Lima – Sociologia (COC/FIOCRUZ)Não informado03/2003 Coorde<strong>na</strong>ção Madel T. Luz – Filosofia (IMS/UERJ);07/2003 Demais membros Silvia Gershman - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (DASP/ENSP/FIOCRUZ);GilbertoHochman – Administração Pública (FIOCRUZ); Kenneth CamargoJr. (IMS/UERJ); Tânia Fer<strong>na</strong>ndes – Fámacia (COC/FIOCRUZ); RoseniPinheiro – Enfermagem (IMS/UERJ); Maria Hele<strong>na</strong> Mendonça –Sociologia(FIOCRUZ); Jussara Calmon – Farmácia; André PereiraNeto; Ilara Hammerli – Comunicação (ENSP)07/2003-2005Coorde<strong>na</strong>çãoSilvia Gershman - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (DASP/ENSP/FIOCRUZ)C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 613


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z aTabela 2 (Continuação...)Demais membrosGilberto Hochman – Administração Pública (FIOCRUZ); MadelT. Luz – Filosofia (IMS/UERJ); Maria Hele<strong>na</strong> Mendonça –Sociologia(FIOCRUZ); Roseni Pinheiro – Enfermagem (IMS/UERJ);Tânia Fer<strong>na</strong>ndes – Farmácia (COC/FIOCRUZ); Ilara Hammerli –Comunicação (ENSP); Kenneth Camargo Jr. (IMS/UERJ);EverardoD. Nunes - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FCM/UNICAMP); Jussara Calmon –Farmácia; André Martins – Comunicação2005-2007 Coorde<strong>na</strong>ção Silvia Gershman - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (DASP/ENSP/FIOCRUZ)Sub-Coorde<strong>na</strong>çãoDemais membrosKenneth Camargo Jr. (IMS/UERJ);Everardo D. Nunes - <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FCM/UNICAMP);Gilberto Hochman – Administração Pública (FIOCRUZ); MadelT. Luz – Filosofia (IMS/UERJ); Maria Hele<strong>na</strong> Mendonça –Sociologia(FIOCRUZ); Roseni Pinheiro – Enfermagem (IMS/UERJ);Tânia Fer<strong>na</strong>ndes – Farmácia (COC/FIOCRUZ); Le<strong>na</strong>ura Lobato (NAP/UFF); Mara Hele<strong>na</strong> A. Gomes – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (UNIFESP).2007 Coorde<strong>na</strong>ção Kenneth Camargo Jr. (IMS/UERJ);Demais membrosLeny Trad – Psicologia (ISC/ UFBA); Sandra Caponi – Filosofia(UFSC); Rubens Adorno – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (FSP/USP); e demaismembros ainda não confirmados.Fontes: Livros de Resumos dos I, II, III e IV Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>.ABRASCO, 1995 - 2007.Canesqui, A<strong>na</strong> M. As <strong>Ciências</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> <strong>na</strong> Associação Brasileira dePós Graduação em <strong>Saúde</strong> Coletiva. Physis. Rio de Janeiro, v.18, n.2, 2008.Comissão de <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s e<strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>. Relatório, Ofici<strong>na</strong> de Trabalho <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s e <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>. Rio de Janeiro: 29 a30 de julho.ria: Regi<strong>na</strong> Bodstein, Regi<strong>na</strong> Giffoni Marsíglia, Cristi<strong>na</strong> Maria OliveiraFonseca, Everardo Duarte Nunes, Eduardo Stotz, Nísia Trindade Lima, LuizAntônio de Castro Santos (UERJ) e Mara Hele<strong>na</strong> de Andréa Gomes (UNI-FESP) (Tabela 2).A perspectiva de ampliar a representação <strong>das</strong> instituições de ensino epesquisa, bem como a representatividade dos estados, era uma preocupaçãopresente <strong>na</strong> ABRASCO, à época, já que a Associação almejava umarepresentação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e o maior número possível de instituições vincula<strong>das</strong>.Outra inquietação era ampliar o entendimento sobre as <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong><strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> – visando à integração do conjunto <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>sao campo <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, o que, <strong>na</strong>s palavras de Canesqui(2008, p. 229), “não se tratava ape<strong>na</strong>s de abordar, <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> Coletiva, o social, oeconômico e o político, mas outras dimensões como a ética, emocio<strong>na</strong>l, filosófica, históricae antropológica”.Estas preocupações refletiram <strong>na</strong> organização da área que, nos anos2000, decidiu alterar o nome da Comissão <strong>para</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s614 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007em <strong>Saúde</strong> (CCSHS). Também os Congressos Brasileiros passaram, desdeentão, a incluir o termo Huma<strong>na</strong>s. Em 2002, no Rio de Janeiro, foi realizadoo Seminário de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, promovido pelaFIOCRUZ e pela CCSHS – sob coorde<strong>na</strong>ção de Nísia Trindade Lima – como objetivo de refletir sobre a <strong>contribuição</strong> recente <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>para</strong>os estudos do campo da <strong>Saúde</strong> Coletiva (Tabela 2).Em 2003, uma Ofici<strong>na</strong> de Trabalho foi convocada <strong>para</strong> atualizar o PlanoDiretor da área, reestruturar a CCSHS e estabelecer as bases <strong>para</strong> um SimpósioNacio<strong>na</strong>l. Como resultado, foi constituída uma nova Comissão, que já seencontrava, desde o começo do ano, em processo de reformulação. Tor<strong>na</strong>ramsemembros da nova CCSHS: Sílvia Gerschman (DAPS/ENSP/FIOCRUZ)<strong>na</strong> coorde<strong>na</strong>ção, Maria Hele<strong>na</strong> Mendonça (FIOCRUZ) e Everardo DuarteNunes, Gilberto Hochman (COC/FIOCRUZ), Madel Therezinha Luz, RoseniPinheiro (IMS/UERJ); Tânia Fer<strong>na</strong>ndes (COC/FIOCRUZ), Ilara Hammerli(ENSP), Kenneth Camargo Jr. (IMS/UERJ), Jussara Calmon (UFF) e AndréMartins (IESC/UFRJ) (Tabela 2).O Congresso previsto <strong>para</strong> 2004 não foi realizado, prejudicado por problemasfi<strong>na</strong>nceiros e pelas dificuldades de agenda dos organizadores. Aindaassim, se conseguiu realizar, neste mesmo ano, o Simpósio Nacio<strong>na</strong>l de <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, no IMS/UERJ e o II Encontro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em<strong>Saúde</strong> (<strong>na</strong> fase pré-Congresso do VII Congresso Brasileiro de <strong>Saúde</strong> Coletiva,em Brasília, Distrito Federal).O III Congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> realizou-se emFlorianópolis, Santa Catari<strong>na</strong>, em 2005. Foi presidido por Madel TherezinhaLuz, e ganhou grande expressão, pois contou com um número de participantesbem maior do que os anteriores. Segundo Silvia Gershman (2009), entãocoorde<strong>na</strong>dora da CCSHS, o objetivo principal deste Congresso foi discutira crise sanitária desencadeada pelo processo de globalização da economia eos seus reflexos <strong>na</strong> dinâmica de exclusão social, <strong>na</strong> fragilização da vida e <strong>das</strong>ituação de saúde <strong>das</strong> populações.Gershman permaneceu como coorde<strong>na</strong>dora da CCSHS até 2006, tendosido substituída por Kenneth Camargo Jr.Por ocasião do IV Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>sem <strong>Saúde</strong>, realizado simultaneamente ao XIV Congresso da AssociaçãoInter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de Políticas de <strong>Saúde</strong> e ao X Congresso Latino-americano deMedici<strong>na</strong> Social _ todos eles ocorridos em Salvador em co-realização com aUFBA _ , elegeu-se a nova CCSHS, que passou a ter a seguinte composição:Kenneth Camargo Jr. <strong>na</strong> coorde<strong>na</strong>ção, Leny Trad (ISC/UFBA), SandraCaponi (UFSC) e Rubens Adorno (Tabela 2).C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 615


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z aAtualmente é esta comissão que coorde<strong>na</strong> os trabalhos da área de <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> ABRASCO, sendo, provavelmente, a responsável pelos pre<strong>para</strong>tivosdo próximo congresso de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s, com data prevista derealização <strong>para</strong> o ano 2010.Este breve resgate histórico e análise da trajetória <strong>das</strong> CCSHS evidenciou quehouve o predomínio de coorde<strong>na</strong>dores vinculados a instituições acadêmicas do eixoRio de Janeiro (5 coorde<strong>na</strong>ções) – São Paulo (3 coorde<strong>na</strong>ções), destacandosea participação da UNICAMP e da FIOCRUZ, respectivamente. Nesteperíodo, ape<strong>na</strong>s uma coorde<strong>na</strong>ção foi exercida fora desse eixo, e esteve soba responsabilidade do ISC, da Bahia.Nos anos recentes, mais especificamente desde a gestão de 2002,observou-se que as coorde<strong>na</strong>ções <strong>das</strong> CCSHS estiveram vincula<strong>das</strong> a duasinstituições, FIOCRUZ e UERJ, ambas do Rio de Janeiro, revelando umapolarização geográfica, considerado o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.No que se refere à totalidade dos membros integrantes da Comissão <strong>na</strong>sdiferentes gestões, verificou-se uma reprodução do cenário detectado <strong>na</strong>scoorde<strong>na</strong>ções, ou seja, no conjunto dos membros <strong>das</strong> CCSHS, a concentraçãode representantes do eixo Rio – São Paulo se atualiza. O estado da Bahiaesteve representado <strong>na</strong>s três primeiras gestões, retor<strong>na</strong>ndo <strong>na</strong> última, Mi<strong>na</strong>sGerais participou <strong>na</strong>s duas primeiras e Santa Catari<strong>na</strong> ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> última.Vale destacar que a composição da Comissão nunca contou com representantes<strong>das</strong> regiões norte e centro-oeste do país, evidenciando que aABRASCO deve envidar esforços <strong>para</strong> ampliar a representatividade <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>le a rotatividade <strong>das</strong> instituições coorde<strong>na</strong>doras e de seus membros, estimulandouma maior representatividade dessas regiões do país.3.3. Os Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>Os Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>constituíram o outro objeto da presente pesquisa. Somente a partir dosanos 90 é que os congressos específicos dessa área se tor<strong>na</strong>ram realidade,embora a CCSS fosse uma <strong>das</strong> mais antigas da ABRASCO. O I CongressoBrasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> foi realizado ape<strong>na</strong>s em 1995, cercade 16 anos depois da formação da Comissão.Durante o período de 12 anos, ou seja, entre 1995 e 2007, foram realizadosquatro congressos (Tabela 3). Enquanto o intervalo entre o I e o IICongresso foi de quatro anos, entre o II e o III o intervalo foi de seis anos,reduzindo-se a dois entre o III e o IV; evidenciando-se uma periodicidadebastante irregular. Isto talvez se justifique pela realização de outros eventosda área, intercalados aos congressos, como simpósios, reuniões e ofici<strong>na</strong>s que616 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007demandaram a atenção dos profissio<strong>na</strong>is e ocu<strong>para</strong>m, com outras atividades,as lacu<strong>na</strong>s do período.Tabela3Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> da ABRASCO,segundodata, local e tema. Período 1993-2007Congresso Data Local TemaI Congresso Brasileiro de<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>1995 Curitiba “ Cidade e <strong>Saúde</strong>”II Congresso Brasileiro de<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>1999 São Paulo“<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Saúde</strong>: Tendências,Objetos e Abordagens”III Congresso Brasileiro de<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>IV Congresso Brasileiro de<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>; XCongresso Latinoamericano deMedici<strong>na</strong> Social; XIV Congressoof the Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Associationof Health Policy2005 Florianópolis2007 Salvador“<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Saúde</strong> Coletiva:Desafios da Fragilidade da Vida <strong>na</strong>Sociedade Contemporânea”“Equidade, Ética e Direito à <strong>Saúde</strong>:Desafios à <strong>Saúde</strong> Coletiva Fragilidadeda Vida <strong>na</strong> Mundialização”Fonte: A<strong>na</strong>is dos I,II,III e IV Congressos de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>. 1995-2007.Os temas dos congressos expressam bem os contextos histórico-sociais conjunturaisdo país e a situação <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> no cenário da <strong>Saúde</strong> Coletiva.Para o I Congresso foi definido o tema “Cidade e <strong>Saúde</strong>”, aparentemente umtema específico e circunscrito, mas que revela as tensões concretas do viver emcidades e as reflexões sobre as condições de vida e a situação de saúde <strong>das</strong> populações<strong>na</strong>s sociedades contemporâneas.O tema do II Congresso “<strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Saúde</strong>: tendências, objetos e abordagens”parece indicar a intenção de ampliar as temáticas que envolvem as <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> e a <strong>Saúde</strong>. Si<strong>na</strong>liza um esforço em expandir e aprofundar essas abordagens,demonstrando que os cientistas sociais da saúde estão sintonizados comas discussões em pauta <strong>na</strong> teoria social, já que esses temas têm sido largamentediscutidos, ressoando as profun<strong>das</strong> mudanças ocorri<strong>das</strong> <strong>na</strong>s sociedades moder<strong>na</strong>sa partir da segunda metade do século XX (Tabela 3).Nos III e IV Congressos, a ampliação da área, já si<strong>na</strong>lizada no congressoanterior, ocorre acrescida da incorporação <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s. O III Congressobrasileiro, agora denomi<strong>na</strong>do <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s, realizou-secom o tema “Ciência e <strong>Saúde</strong> Coletiva: Desafios da Fragilidade da Vida <strong>na</strong> SociedadeContemporânea”, procurando ressaltar os problemas vivenciados pelos sujeitosno contexto atual de individualização e as relações dessa dinâmica social maisC a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 617


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z aTabela 4Membros do I,II,III e IV Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s, segundopresidência, comissão científica e organizadoras dos congressos. Curitiba, São Paulo, Florianópolise Salvador, respectivamente. Período: 1995-2007.CargosPresidente doI CongressoComissão Científica doI CongressoComissãoOrganizadora doI CongressoPresidente doII CongressoComissão Científica doII CongressoComissãoOrganizadora doII CongressoPresidente do IIICongressoComissão Científica doIII CongressoComissãoOrganizadora doIII CongressoPresidente do IVCongressoMembrosA<strong>na</strong> Maria Canesqui – Serviço Social (DPMS/FCM/UNICAMP)Eduardo Stotz – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (ENSP/FIOCRUZ); Madel T. Luz – Filosofia (IMS/UERJ); Nísia Trindade Lima – Sociologia (UFMG); Paulo César Alves – Filosofia (ISC/UFBA); Rosa Maria Q. Nehmy – <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> (DMPS/FM/UFMG)A<strong>na</strong> Maria Canesqui – Serviço Social (DPMS/FCM/UNICAMP); Ar<strong>na</strong>ldo Agenor Bertone (SESA/PR); João Carlos Canossa Mendes (ABRASCO);Sônia Lafoz (Nesco/PR – coorde<strong>na</strong>dora); Sylvio Gevaerd (SESA/PR)Paulete Goldenberg – (DMP/UNIFESP);Paulete Goldenberg –presidente – (DMP/UNIFESP); Regi<strong>na</strong> C. Marsiglia – vicepresidente(DMS/FCM/UNICAMP); Àlvaro Roberto C. Merlo (DMS/FM/UFRGS); AméliaCohn (DMP/FMUSP); A<strong>na</strong> Maria Canesqui (DPMS/FCM/UNICAMP); Cristi<strong>na</strong> Fonseca(COC/FIOCRUZ); Eduardo Stotz (ENSP/FIOCRUZ); Eleonora M. de Oliveira (DPM/UNIFESP); Everardo D. Nunes (FCM/UNICAMP); Fabiola Zioni (FSP/USP);José IvoPedrosa (CCS/UFPI); José da Rocha Carvalheiro (FMUSP/RP); Luciano Junqueira(FEA/PUCSP); Luiz Antônio de Castro Santos (IMS/UERJ) ; Madel T. Luz (IMS/UERJ);Mara Hele<strong>na</strong> Oliva Augusto (FFLCH/USP); Massako Ida(FMB/UNESP); Marcos Fereira,Myriam Bru<strong>na</strong> Debert Ribeiro (DMP/ UNIFESP); Nilson Alves de Moraes( DSC/UFRJ);Paulo Elias (DMP/FMUSP); Oviromar Flores (DSC/UnB); Regi<strong>na</strong> C. Bodstein (ENSP/FIOCRUZ); Regi<strong>na</strong> Maria Barbosa (NEP/UNICAMP); Rubens Adorno (FSP/USP); SarahEscorel (Nupes/ DASP/ENSP/FIOCRUZ); Umberto Catarino Pessoto (IS/SES-SP)Regi<strong>na</strong> M.G. Marsíglia (FMSCSP); Diva Maria Brunieri (DPMUNIFESP); Amélia Cohn(DMP/FMUSP); A<strong>na</strong> Maria Canesqui (DPMS/FCM/UNICAMP); Cristi<strong>na</strong> Fonseca (COC/FIOCRUZ); Eduardo Stotz (ENSP/FIOCRUZ); Eleonora M. de Oliveira (DPM/UNIFESP);Everardo D. Nunes (FCM/UNICAMP); Luiz Antônio de Castro Santos (IMS/UERJ) ; MaraHele<strong>na</strong> A. Gomes (DPM/UNIFESP); Péricles Siveira da Costa (ABRASCO); Regi<strong>na</strong> C.Bodstein (ENSP/FIOCRUZ); Rubens Adorno (FSP/USP).Madel T. Luz (IMS/UERJ);Alberto Groisman , Álvaro Hideoshi Matilda, Cynthia Andersen Sarti, Elia<strong>na</strong> Diehl, FabíolaRohden, Fátima Buchele, Gilberto Hoschman, Kenneth Camargo Jr. , Lúcia GuimarãesBlank,Maria Cristi<strong>na</strong> Calvo, Maria Elizabeth Barros, Maria Hele<strong>na</strong> Machado, Maria Hele<strong>na</strong>Mendonça , Madel T. Luz , Marta Verdi, Myrianm Mitjavila, Mönia Mariani, Re<strong>na</strong>ta PalandriSigolo, Ricardo Ceccim, Roseni Pinheiro,Sandra Caponi, Silvia Gershman, Tânia Fer<strong>na</strong>ndes,Vera, Walter F. de Oliveira, Yara de CarvalhoAlberto Groisman, Elia<strong>na</strong> Diehl, Elza Berger Salema Coelho, Fátima Buchele ,FlávioMagajewsky, Maria Cristi<strong>na</strong> Calvo, Marta Verdi, Myriam Mitjavila, Rosangela Goulart ,Sandra Caponi, Vera Lúcia BlankSoraya Vargas Cortes (ABRASCO)José Joaquim O’ Sha<strong>na</strong>ham (IAHP)618 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Tabela 4 (Continuação...)CargosComissão Científica doIV CongressoComissãoOrganizadora doIV CongressoComissãoOrganizadora Localdo IV CongressoComissãoOrganizadoraInter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l doIV CongressoComissão de Honrado IV CongressoMembrosComposta por 101 membros <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e estrangeiros. Dentre eles, 10 são representantesde diversas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidades, tais como: Aléxis Benos (Grécia); AliciaStolkiner (Argenti<strong>na</strong>); Bárbara McPake ( Escócia); Débora Tajer (Argenti<strong>na</strong>); SteveIlife (Grã- Bretanha); Tulio Seppilli (Itália); Letícia Artiles (Cuba); Gomes Marc Re<strong>na</strong>ud(Ca<strong>na</strong>dá); Marciano Sanchez-Bayle (Espanha); Rutilia Calderon (Honduras).Álvaro Matilda(ABRASCO), A<strong>na</strong> L. Villas-Boas (ISC/UFBA), Cecci Noronha (ISC/UFBA), Maria da Glória C. Teixeira (ISC/UFBA),Mönia Mariani (ABRASCO)Eduardo Mota (ISC/UFBA), Isabela Cardoso (ISC/UFBA), Jorge Iriart(ISC/UFBA)Leny Trad (ISC/ UFBA), Lígia Rangel(ISC/UFBA), Mônica Nunes (ISC/UFBA)Madel T. Luz (IMS/UERJ), Maurício Torres (ALAMES), José Joaquim O’ Sha<strong>na</strong>ham(IAHP), Sebastião Loureiro (PEC/ISC/UFBA), Soraya Vargas Cortes (ABRASCO),Cristi<strong>na</strong> Laurel (México), David Sanders ( África do Sul), Edmundo Granda(Equador), Francisco Rojas Ochoa (Cuba), Giovanni Berlinguer (Itália), HansUlrich Deppe ( Alemanha), Jaime Breilh (Equador), Maria Cecília Mi<strong>na</strong>yo (Brasil),Maria Urbaneja (Venezuela), Naemar Almeida Filho (Brasil), Paulo Machiori Buss(Brasil), Saul franco(Colômbia)Fontes: A<strong>na</strong>is dos I, II, III, IV Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, ABRASCO,1995-2007 e Lima, Nisia Maria T. Santa<strong>na</strong>, José Pora<strong>na</strong>guá (Orgs.). “<strong>Saúde</strong> Coletiva como compromisso: atrajetória da ABRASCO”. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2006.geral com as questões de <strong>Saúde</strong> (Tabela 3).O IV Congresso, ocorrido juntamente com dois Congressos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,apresentou um aumento expressivo do número de participantes e de trabalhoscientíficos e teve por tema “Equidade, ética e direito à <strong>Saúde</strong>: Desafios à <strong>Saúde</strong> Coletiva<strong>na</strong> Mundialização” (Tabela 3). A amplitude do tema revela a preocupação coma dimensão do evento, buscando contemplar interesses teóricos, de pesquisase de práticas bastante diversificados, porém catalisados numa pauta em queo direito, a ética e a equidade têm sido propug<strong>na</strong>dos pela agenda da saúdepública global.O número de membros envolvidos <strong>na</strong> organização dos Congressos, seja <strong>na</strong>sComissões Científicas ou <strong>na</strong>s Comissões Organizadoras, confirma a dimensãoe o crescimento contínuo dos eventos. Se no I Congresso, realizado em 1995,estas comissões contaram com seis e cinco membros, respectivamente, no III Congresso,ocorrido em 2005, a Comissão Científica funcionou com a colaboração de 25 profissio<strong>na</strong>is,composição esta que expressa não ape<strong>na</strong>s o aumento da demanda de trabalho,bem como o crescimento do interesse dos pares pelo evento (Tabela 4).Observou-se, no geral, que as Comissões Científicas dos Congressos reproduziam,quase que integralmente, a composição <strong>das</strong> CCSH, agregan do membros <strong>das</strong> instituiçõesparceiras locais onde os eventos foram realizados. No caso do IV Congresso __C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 619


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z acom a característica de um (mega)evento __ , esta prática foi observada, agregando-se aincorporação de representantes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>na</strong> composição da ComissãoCientífica (Tabela 4).Quanto às Comissões Organizadoras dos Congressos, em sua maioria, tiverama participação de membros locais, já que este é o grupo que acaba por viabilizar,<strong>na</strong> localidade, a produção e realização do evento, o que facilita a organização geral.Ape<strong>na</strong>s no IV Congresso observaram-se algumas diferenças: a Comissão Organizadorafoi composta por uma Comissão Organizadora Local e outra Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, com representaçãode diferentes instituições __ com certeza, uma iniciativa que buscou atenderà dinâmica e às exigências de um evento desse porte (Tabela 4).No que se refere aos trabalhos científicos dos quatro congressos, o que se destacaé o crescimento significativo no número de trabalhos ao longo do período (Tabela 5).Em sua primeira edição contou-se um total de 398 trabalhos. Na segunda edição,foram 437, <strong>na</strong> terceira 2.032 e <strong>na</strong> quarta 3.168. O II Congresso, com 39 trabalhoscientíficos a mais que o I, apresentou um acréscimo de quase 10% sobre o anterior.Pode-se perceber a diferença mais expressiva de trabalhos por ocasião do III Congresso –1.595 trabalhos a mais –, volume superior a 300% do total do II. Alguns fatores podemexplicar este aumento, como o intervalo entre a realização do II e do III Congressos,e a incorporação da área de <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s. Entretanto, outros fatores podem terinfluenciado esse fenômeno e devem ser aprofundados em outra oportunidade, requerendouma análise mais detalhada desse material (Tabela 5).Em 2007, no IV Congresso houve um acréscimo de 1.136 trabalhos sobre onúmero de trabalhos apresentados no congresso anterior, um aumento de quaseTabela 5Total de trabalhos científicos dos I, II, III, IV Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>sem <strong>Saúde</strong>, realizados em Curitiba, São Paulo, Florianópolis e Salvador, respectivamente,no período entre 1995-2007, segundo modalidades de apresentação..CongressoModalidade de I Congresso II Congresso III Congresso IV Congresso TotalapresentaçãoComunicação170 256 443 575 1444Coorde<strong>na</strong>daPôster 228 181 1589 2332 4330Painel* - - - 132 132Forum* - - - 124 124Palestra* - - - 5 5Total 389 437 2032 3168 6035* Modalidade de atividades realiza<strong>das</strong> ape<strong>na</strong>s no IV Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em<strong>Saúde</strong>. Apresentados como trabalhos científicos, com numeração de trabalho inscrito. Fontes: A<strong>na</strong>is dos I, II,III, IV Congressos Brasileiros de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, ABRASCO, 1995-2007 e Lima, NisiaMaria T. Santa<strong>na</strong>, José Pora<strong>na</strong>guá (Orgs.). “<strong>Saúde</strong> Coletiva como compromisso: a trajetória da ABRASCO”. Riode Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2006.620 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z asões da vida huma<strong>na</strong>, refletindo aspectos sociais, políticos, econômicos eculturais, ancorados sempre, e cada vez mais, nos referenciais advindos <strong>das</strong><strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s.ReferênciasBurlandy, L.; Bodstein, R. C. A. Política e <strong>Saúde</strong> Coletiva: reflexão sobre aprodução científica (1976-1992). Cadernos de <strong>Saúde</strong> Pública. Rio de Janeiro, v. 14, n.3, p. 543 - 554, 1998.Canesqui, A. M. (Org.). Dilemas e desafios <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong> Coletiva. SãoPaulo - Rio de Janeiro: Hucitec/ABRASCO, 1995._______. As <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong> <strong>na</strong> Associação Brasileira dePós-graduação em <strong>Saúde</strong> Coletiva. Physis. Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 215 -250, 2008.Conferência Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l sobre Cuidados Primários de <strong>Saúde</strong>, 1978, Alma-Ata, URSS. Declaração de Alma-Ata. Brasília (DF): Ministério da <strong>Saúde</strong>; 2001. p. 15Costa, N. R. <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Saúde</strong>: considerações sobre o <strong>na</strong>scimento do campoda <strong>Saúde</strong> Coletiva no Brasil. <strong>Saúde</strong> em Debate. Rio de Janeiro, v. 36, p. 58 - 65,1992.Curso de Atualização <strong>para</strong> docentes e pesquisadores da área de <strong>Ciências</strong><strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> , 1, 1984, Rio de Janeiro. Relatório Fi<strong>na</strong>l. In: Ensino da <strong>Saúde</strong>Pública, Medici<strong>na</strong> Preventiva e Social no Brasil. Rio de Janeiro: ABRASCO ,1984. v. 3, p. 143–157.Don<strong>na</strong>ngelo, M. C.; Pereira, L. <strong>Saúde</strong> e sociedade. São Paulo: Livraria Duas Cidades,1976. p.97-124,Escorel, S. Reviravolta <strong>na</strong> saúde: origem e articulação do Movimento Sanitário.Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1998. 208p.Ferreira, A. C.; Bezerra, H. G.; Luca, T. R. O historiador e seu tempo.São Paulo: Editora Unesp, 2008. 236p.622 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007Fonseca, C. M. O. A <strong>história</strong> da ABRASCO: política, ensino e <strong>Saúde</strong> noBrasil. In: Lima, N. T.; Santa<strong>na</strong>, J. P. (Org.). <strong>Saúde</strong> Coletiva como compromisso:a trajetória da ABRASCO. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ABRASCO, 2006.p. 21 - 41.Gershman, S. Entrevista ao ENSP Notícias. Disponível em: http://cedoc.ensp.fiocruz.br/informe/materias.cfm?mat=6072. Acesso em: 6 fev. 2009.Gonçalves, R. B. M. Reflexão sobre a articulação entre a investigaçãoepidemiológica e a prática médica a propósito <strong>das</strong> doenças crônico-degenerativas.In: Costa, D. C. (Org.). Epidemiologia: teoria e objeto. São Paulo:HUCITEC - ABRASCO, 1990. p. 39 - 86.Nunes, E. D. <strong>Saúde</strong> Coletiva: <strong>história</strong> de uma idéia e de um conceito.<strong>Saúde</strong> e Sociedade. São Paulo, v. 3, n. 2, p. 5 - 21, 1994._______. As <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong> no Brasil: um estudo sobre suatrajetória. In: Nunes, E. D. Sobre a sociologia da saúde. São Paulo: HUCI-TEC, 1999. p. 153 - 170.Ofici<strong>na</strong> de Trabalho <strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s e <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, 2000, Riode Janeiro. Relatório. Rio de Janeiro: Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>sem <strong>Saúde</strong>, 2003. 4p.Paim, J. S. <strong>Saúde</strong> Coletiva como compromisso: a trajetória da ABRAS-CO. Cadernos de <strong>Saúde</strong> Pública. Rio de Janeiro, v. 23, n. 10, p. 2521 – 2522,2007.Plano Diretor <strong>das</strong> <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, 1, 1997, Rio de Janeiro. Comissão de<strong>Ciências</strong> Huma<strong>na</strong>s e <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, Rio de Janeiro: ABRASCO, 1997.10p.Reunião Nacio<strong>na</strong>l sobre Ensino e Pesquisa de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> <strong>na</strong> <strong>Saúde</strong>Coletiva, 1, 1983, Rio de Janeiro. Relatório. In: Ensino da <strong>Saúde</strong> Pública, Medici<strong>na</strong>Preventiva e Social no Brasil. Rio de Janeiro: ABRASCO,1983. v. 2, p147–161.Recebido em: 19/02/2009Aprovado em: 21/09/2009C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 623


P a t r í c i a d e S o u z a R e z e n d e , A u r e a M a r i a Z ö l l n e r I a n n i ,O l g a S o f i a F a b e r g é A l v e s , R e n a t o B a r b o z aAnexo1Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, 1, 1995, Curitiba.A<strong>na</strong>is. Curitiba: ABRASCO, 1995.Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, 2, 1999, São Paulo.Relatório Científico. São Paulo: ABRASCO, 2000. 26p.Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> em <strong>Saúde</strong>, 2, 1999, São Paulo.A<strong>na</strong>is. São Paulo: ABRASCO, 1999.Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, 3, 2005, Florianópolis.A<strong>na</strong>is. Florianópolis: ABRASCO, 2005.Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, 3, 2005, Florianópolis.Documento resultante da ofici<strong>na</strong>. Florianópolis: Comissão de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> eHuma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, 2006. 4p.Congresso Brasileiro de <strong>Ciências</strong> <strong>Sociais</strong> e Huma<strong>na</strong>s em <strong>Saúde</strong>, 4, 2007, Salvador.A<strong>na</strong>is. Salvador: ABRASCO, 2007.Anexo 2Lista de siglas <strong>das</strong> instituiçõesCOC/FIOCRUZ: Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz;DAPS/ENSP/FIOCRUZ: Departamento de Administração e Planejamentoem <strong>Saúde</strong>/ Escola Nacio<strong>na</strong>l de <strong>Saúde</strong> Pública/Fundação Oswaldo Cruz;DMS/FCMSCSP: Departamento de Medici<strong>na</strong> Social da Faculdade de <strong>Ciências</strong>Médicas Santa Casa de São Paulo;DMS/FCM/UNICAMP: Departamento de Medici<strong>na</strong> Social da Faculdadede <strong>Ciências</strong> Médicas da Universidade Estadual de Campi<strong>na</strong>s;DMP/FMUSP: Departamento de Medici<strong>na</strong> Preventiva/Faculdade de Medici<strong>na</strong>da Universidade de São Paulo;DMPS/FM/UFMG: Departamento de Medici<strong>na</strong> Preventiva e Social/ Faculdadede Medici<strong>na</strong>/Universidade Federal de Mi<strong>na</strong>s Gerais;ENSP: Escola Nacio<strong>na</strong>l de <strong>Saúde</strong> Pública Sérgio Arouca;FCM/UNICAMP: Faculdade de <strong>Ciências</strong> Médicas da Universidade Estadualde Campi<strong>na</strong>s;624 – Cad. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626, 2009


U m a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a h i s t ó r i a d a s C i ê n c i a s S o c i a i s n a S a ú d e C o l e t i v a – O s C o n g r e s s o s B r a s i l e i r o sd e C i ê n c i a s S o c i a i s e H u m a n a s e m S a ú d e d a ABRASCO e s u a s p r o d u ç õ e s c i e n t í f i c a s, 1995 – 2007FIOCRUZ: Fundação Oswaldo Cruz;FSP/USP: Faculdade de <strong>Saúde</strong> Pública da Universidade de São Paulo;IESC/UFRJ: Instituto de Estudos em <strong>Saúde</strong> Coletiva da Universidade Federal doRio de Janeiro;IMS/UERJ: Instituto de Medici<strong>na</strong> Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro;INAMPS: Instituto Nacio<strong>na</strong>l de Assistência Médica da Previdência Social;ISC/UFBA: Instituto de <strong>Saúde</strong> Coletiva da Universidade Federal da Bahia;UEL:Universidade Estadual de Londri<strong>na</strong>;UERJ: Universidade do Estado do Rio de Janeiro;UFBA: Universidade Federal da Bahia;UFPEL:Universidade Federal de Pelotas;UFF: Universidade Federal Fluminense;UFMG: Universidade Federal de Mi<strong>na</strong>s Gerais;UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul;UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro;UFSC: Universidade Federal de Santa Catari<strong>na</strong>;USP: Universidade de São Paulo;USP/CEDEC: Universidade de São Paulo/Centro de Estudos de Cultura contemporânea;UNICAMP: Universidade Estadual de Campi<strong>na</strong>s;UNIFESP: Universidade Federal de São Paulo.C a d. <strong>Saúde</strong> Colet., Rio de Janeiro, 17 (3): 603 - 626 , 2009 – 625

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