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Alvenaria de vedação GT Projetos e GT Interação Alvenaria-E

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Comunida<strong>de</strong> da Construção – CampinasPrograma <strong>de</strong> Melhorias : <strong>Alvenaria</strong> <strong>de</strong> vedação<strong>GT</strong> <strong>Projetos</strong> e <strong>GT</strong> Interação <strong>Alvenaria</strong>-EstruturaManual <strong>de</strong> <strong>Projetos</strong> <strong>de</strong> <strong>Alvenaria</strong> <strong>de</strong> VedaçãoEste relatório é a conclusão dos trabalhos dos grupos acima , que fazem parte doprograma elaborado pela Comunida<strong>de</strong> da Construção <strong>de</strong> Campinas, com base nas respostasda pesquisa realizada com 25 construtoras da cida<strong>de</strong>. Nas respostas, foi <strong>de</strong>tectada umagran<strong>de</strong> preocupação com as patologias <strong>de</strong> fissuras na alvenaria e sua interface com aestrutura <strong>de</strong> concreto. Assim , foram estudadas as melhores práticas construtivas utilizadasatualmente e <strong>de</strong>talhado como representá-las em um Projeto <strong>de</strong> <strong>Alvenaria</strong> <strong>de</strong> Vedação (PAV).1. Condições IniciaisDevemos inicialmente reunir todo o material existente, verificando se cada um doselementos contém todas as informações necessárias para a correta execução do projeto <strong>de</strong>alvenaria. Em seguida , <strong>de</strong>vemos analisar a compatibilida<strong>de</strong> entre as informações e provocar,se necessário, uma reunião entre as partes, incluindo a construtora. Devemos incentivar queo projeto <strong>de</strong> alvenaria seja feito concomitantemente aos <strong>de</strong>mais para chegarmos aos projetosexecutivos já compatibilizados.Os principais pontos <strong>de</strong> cada projeto, a serem observados são:a) Projeto ArquitetônicoComposto do conjunto dos projetos : pré-executivo, legal, material <strong>de</strong> vendas.Deve conter todos os elementos já compatibilizados e apresentar os eixos <strong>de</strong> locação daobra.! Pare<strong>de</strong>s em plantaLocação das alvenarias brutas (sem revestimento), com suas espessuras eposicionamento em relação aos pilares. Normalmente as alvenarias externas faceiam ospilares (po<strong>de</strong> ser para <strong>de</strong>ntro ou para fora) e as internas estão nos eixos dos pilares. Se asalvenarias não forem centradas nas vigas, fazer a observação em <strong>de</strong>talhe.


A tendência é a utilização <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> 14 cm com vigas <strong>de</strong> 14 cm (largura i<strong>de</strong>alpela nova Norma). As pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 9 cm normalmente são empregadas sob lajes e não sobvigas. Quando existirem espessuras diferentes, elas <strong>de</strong>vem ser bem <strong>de</strong>finidas.A locação <strong>de</strong>ve ser feita também em relação aos eixos <strong>de</strong> locação da obra.


! AberturasA localização das aberturas <strong>de</strong>ve ser bem <strong>de</strong>talhada. A posição <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finidaem relação às duas extremida<strong>de</strong>s da pare<strong>de</strong> e tendo a sua medida bem <strong>de</strong>terminada. Nocaso <strong>de</strong> portas <strong>de</strong>vemos ter a altura total e espessuras <strong>de</strong> batentes, <strong>de</strong> preferência com um<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe. No caso <strong>de</strong> janelas, <strong>de</strong>finir as dimensões e material e espessura doparapeito. Não esquecer <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhar outras aberturas como ar condicionado, exaustor ,ventilações fixas, etc.! RevestimentoO revestimento interno e externo <strong>de</strong>ve ser especificado nos <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>acabamento e se necessário em algum <strong>de</strong>talhe padrão. Nesta etapa é necessário umagran<strong>de</strong> integração com o construtor, para a <strong>de</strong>finição das espessuras do revestimento <strong>de</strong>pare<strong>de</strong>s, piso e teto. Detalhes <strong>de</strong> forros <strong>de</strong> gesso <strong>de</strong>vem ser bem <strong>de</strong>finidos quanto ao tipo ealtura.


) Projeto EstruturalTodo este trabalho partiu da premissa que o projeto estrutural obe<strong>de</strong>ceu àsprescrições da NBR 6118:2003 , com todo <strong>de</strong>talhamento que se fizer necessário.! Planta <strong>de</strong> formas completaA planta <strong>de</strong> formas <strong>de</strong>ve conter todos os elementos estruturais, com seustamanhos e locação também em relação aos eixos <strong>de</strong> obra. Não esquecer <strong>de</strong> colocar asaberturas <strong>de</strong> shafts ou outros <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> laje.


! Deformações previstas para a estruturaPara po<strong>de</strong>rmos adotar as folgas necessárias entre a alvenaria e a estrutura,precisamos saber em quanto as peças vão <strong>de</strong>formar, no início da colocação da alvenaria e<strong>de</strong>pois da execução da mesma. Assim <strong>de</strong>vemos ter no projeto a indicação <strong>de</strong> dois valores <strong>de</strong><strong>de</strong>formação para os centros <strong>de</strong> vãos <strong>de</strong> vigas e lajes, e qual a <strong>de</strong>formação lateral dos pilares.Normalmente as <strong>de</strong>formações são indicadas como positivas no sentido dagravida<strong>de</strong> (para baixo) . Havendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contraflechas , as mesmas <strong>de</strong>vem serindicadas como <strong>de</strong>formações negativas.


c) Projeto <strong>de</strong> instalaçõesPrecisamos ter informações sobre todos os elementos que existirem nas pare<strong>de</strong>s,com a indicação da locação em planta e altura <strong>de</strong> posicionamento :! Elétrica, telefone, interfone, ...! Posicionamento das caixinhas elétricas com tamanho e altura (verificar queem cada elevação <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> , po<strong>de</strong>remos ter caixinhas dos dois lados dapare<strong>de</strong>)! Indicação <strong>de</strong> caminhamento <strong>de</strong> eletrodutos! Posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>mais elementos como caixas <strong>de</strong> distribuiçãoEstes elementos <strong>de</strong>verão sofrer pequenas alterações <strong>de</strong> posição, para a<strong>de</strong>quá-losà modulação.


! Hidráulica/sanitária/gás


Da mesma maneira que na elétrica, precisamos conhecer todos os elementos emplanta e altura. Deverá ser dada especial atenção aos elementos que estão <strong>de</strong>ntro ou foradas pare<strong>de</strong>s. Muitas vezes os shafts se encontram entre dois banheiros e algumastubulações precisarão atravessar a pare<strong>de</strong> , fato este que <strong>de</strong>verá estar indicado na elevação.


d) Projeto <strong>de</strong> caixilhosEste projeto po<strong>de</strong>rá estar integrado com o executivo da arquitetura. Deverá serdada atenção especial à fixação dos elementos , principalmente das esquadrias nas pare<strong>de</strong>sexternas (<strong>de</strong>talhes para garantir a estanqueida<strong>de</strong> dos elementos)


e) Projeto <strong>de</strong> formas e escoramentoO projeto <strong>de</strong> formas e escoramento está intimamente ligado à velocida<strong>de</strong> docronograma <strong>de</strong> obras. Afeta diretamente as <strong>de</strong>formações da estrutura , principalmente a<strong>de</strong>formação lenta, que é um dos dados mais importantes para o bom funcionamento daalvenaria e sua interação com a estrutura.A fixação do número <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong> forma e do esquema <strong>de</strong> re-escoramento vai serum dos elementos que <strong>de</strong>finirão o cronograma <strong>de</strong> execução das alvenarias.f) Diretrizes para a obra• Antes do início da obra <strong>de</strong>ve ser verificado se todos os projetos (arquitetura,estrutura, instalações, ar condicionado, etc) foram compatibilizados;• A execução da estrutura <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a NBR 14931 (Norma para execução<strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> concreto);• Deve haver um competente controle tecnológico da obra, ensaios <strong>de</strong> aço , <strong>de</strong>concreto (resistência e módulo) e <strong>de</strong>mais materiais (argamassa , cimento , areia, aditivos,blocos , etc);• É fundamental haver um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>sforma da estrutura;• A mão <strong>de</strong> obra a ser utilizada <strong>de</strong>ve saber interpretar <strong>de</strong>senhos do PAV e ocorpo técnico <strong>de</strong> obra (engenheiro, mestre , encarregado) <strong>de</strong>vem efetuar a competenteverificação;• O assentamento das alvenarias <strong>de</strong>ve ocorrer somente em estruturas já<strong>de</strong>sformadas e sem escoramento.2. Condições TécnicasTendo em vista que o CDC (Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor) impe<strong>de</strong> autilização <strong>de</strong> produtos e serviços fora das especificações técnicas da ABNT, faz-senecessário atentarmos para que os tópicos abaixo sejam atendidos:a) Especificação técnica do BlocoO bloco <strong>de</strong> concreto é um elemento normalizado (NBR 7173) , com dimensõespadronizadas e resistência mínima e média <strong>de</strong>finidas. Os blocos <strong>de</strong> concreto precisam terresistência média <strong>de</strong> 2,5 MPa e resistência mínima <strong>de</strong> 2 MPa . A <strong>de</strong>formação da pare<strong>de</strong>


<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encunhada não po<strong>de</strong>rá induzir nos blocos tensão maior que a especificada. Setivermos tensões maiores, necessitamos especificar um bloco estrutural.Outras características importantes <strong>de</strong> um bom bloco são a sua uniformida<strong>de</strong>geométrica, baixa retração higroscópica e boa condição <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. A linha <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong>veter elementos com diferentes comprimentos para po<strong>de</strong>r fazer a amarração.b) Definição <strong>de</strong> juntas! EspessuraPara obtermos uma alvenaria perfeitamente modulada, utilizamos as juntashorizontal e vertical <strong>de</strong> 1 cm : bloco <strong>de</strong> 19 cm , módulo <strong>de</strong> 20 cm (ou suas variaçõesfracionadas até 5 cm , mas sempre com número inteiro). Para algum ajuste necessário,po<strong>de</strong>mos variar a junta horizontal menos 3 mm ou mais 5 mm, dando um valor final <strong>de</strong> 7 a 15mm. Já a junta vertical permite maior flexibilida<strong>de</strong> , po<strong>de</strong>ndo trabalhar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a junta seca (naverda<strong>de</strong> com um mínimo teórico <strong>de</strong> 3 mm em virtu<strong>de</strong> da variabilida<strong>de</strong> do comprimento dobloco), até aproximadamente 20 mm . No caso <strong>de</strong> juntas muito largas <strong>de</strong>vemos estudar ométodo <strong>de</strong> preenchimento posterior <strong>de</strong> maneira a permitir um bom assentamento dorevestimento.! ArgamassaA argamassa <strong>de</strong> assentamento <strong>de</strong>ve ter uma boa trabalhabilida<strong>de</strong> poisexecutaremos cordões bem <strong>de</strong>finidos. É necessário termos um baixo módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formaçãoe uma alta resistência <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência (maior que 0,3 MPa ). A argamassa é o elemento <strong>de</strong>ligação e acomodação do sistema e portanto não <strong>de</strong>ve ser muito forte.! Juntas argamassadas obrigatóriasExiste uma controvérsia bastante gran<strong>de</strong> entre diferentes especialistas arespeito da colocação ou não <strong>de</strong> cordões <strong>de</strong> argamassa na junta vertical (encabeçamento dobloco). Com a não utilização <strong>de</strong> junta vertical, o painel <strong>de</strong> alvenaria fica mais flexível eabsorve melhor a movimentação da estrutura. Mas a ausência <strong>de</strong>sta junta (junta seca) po<strong>de</strong>causar um potencial risco <strong>de</strong> fissura na argamassa <strong>de</strong> revestimento, tanto em função das<strong>de</strong>formações impostas como em <strong>de</strong>corrência da retração da argamassa <strong>de</strong> revestimento.Recomenda-se a utilização <strong>de</strong> juntas secas <strong>de</strong> no máximo 3 mm ou , se utilizado o padrãomodular <strong>de</strong> 10 mm , que elas sejam preenchidas posteriormente (no mínimo 15 dias) comargamassa <strong>de</strong> cal para dar “apoio” ao revestimento.Se estivermos utilizando juntas verticais sem argamassa (junta seca), <strong>de</strong>vemostomar cuidado com algumas juntas obrigatoriamente preenchidas : as da primeira fiada (<strong>de</strong>marcação), a última fiada, e as 2 primeiras juntas dos blocos ao lado dos pilares. Observe-


se que os blocos sob as telas <strong>de</strong> amarração <strong>de</strong>vem ser meio-blocos colocados na horizontal ,<strong>de</strong> maneira a dar maior área <strong>de</strong> contato.c) Vergas e ContravergasDeve-se prever vergas (parte superior) e contravergas (parte inferior) dasaberturas na alvenaria . Elas <strong>de</strong>vem ser contínuas e passar 40 cm para cada lado daabertura. No caso <strong>de</strong> aberturas próximas (até 1,2 m) <strong>de</strong>ve-se utilizar peças únicas para asduas aberturas. No caso <strong>de</strong> portas e janelas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões (acima <strong>de</strong> 2,0 m) asvergas <strong>de</strong>vem ser dimensionadas como vigas. Nestes casos <strong>de</strong>ve-se verificar também anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar a alvenaria na lateral das aberturas <strong>de</strong> maneira a absorver oaumento da carga no local.


d) Fixação LateralA ligação alvenaria-pilar está intimamente ligada à <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> dos elementos<strong>de</strong> suporte ( viga e pilares ), e portanto as <strong>de</strong>formações máximas <strong>de</strong>stes elementos <strong>de</strong>vemser respeitadas.A maioria das publicações técnicas, mostra que o tradicional ferro-cabelo , semdobra, é solução ineficiente para evitar trincas na interface pare<strong>de</strong>-pilar.A melhor opção é o uso <strong>de</strong> tela galvanizada <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> 1,65 mm , malha <strong>de</strong> 15x15mm e em largura compatível com a alvenaria em questão. Estas telas po<strong>de</strong>m ser compradasem caixas , já nos tamanhos indicados no projeto, em conjunto com as cantoneiras e pinos<strong>de</strong> fixação, procurando reduzir as operações no canteiro e racionalizando o serviço.


Os tamanhos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da largura da pare<strong>de</strong> , estimando-se uma largura 20 mminferior ao da largura do bloco, po<strong>de</strong>ndo-se utilizar nas pare<strong>de</strong>s com blocos <strong>de</strong> 19 cm , duastelas <strong>de</strong> 60 mm <strong>de</strong> largura. O comprimento padrão total é <strong>de</strong> 50 cm , ficando 10 cm dobradapara cima junto ao pilar e 40 cm colocada na junta entre os blocos. No caso <strong>de</strong> se necessitartamanhos especiais, cortar telas maiores com tesourão ou guilhotina, observando-se ostamanhos indicados no PAV.Largura do bloco Dimensão da tela19 2 x 60 x 50014 120 x 5009 75 x 500Como regra geral, as telas são colocadas a cada 2 fiadas , lembrando-senovamente que, se possível , o bloco abaixo da tela <strong>de</strong>ve ser assentado com o furo nahorizontal ( utilizar meio-bloco , que tem comprimento e altura igual , 19 cm )e) Fixação em vigas e lajesEsta fixação é o tradicional encunhamento . Ele <strong>de</strong>ve ser diferenciado ,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da rigi<strong>de</strong>z e do funcionamento da alvenaria. Hoje, muito raramente se utiliza aalvenaria como contraventamento da estrutura, pelo menos como escopo <strong>de</strong> projeto. Paraeste caso , muito raro, são 3 os procedimentos clássicos ( em todos eles precisaremos <strong>de</strong>uma boa superfície <strong>de</strong> apoio , pelo que se recomenda a execução da última fiada com umacanaleta virada para baixo ):• Cunhas <strong>de</strong> concreto pré-fabricadas: permitem maior aperto na alvenariafazendo com que trabalhe rigidamente ligada à estrutura. Neste e nopróximo caso a distância a ser <strong>de</strong>ixada entre a última fiada e a estrutura é<strong>de</strong> 10 a 15 cm


• Encunhamento por meio <strong>de</strong> tijolos maciços inclinados; possuem resultadosimilar aos do item anterior , mas causam muito problema na execução <strong>de</strong>um revestimento racionalizado ( 2 materiais diferentes, <strong>de</strong> espessurasdiferentes )• Preenchimento com argamassa expansiva: <strong>de</strong>ixado uma distância entre aúltima fiada e a estrutura <strong>de</strong> 2 a 3 cm, preenchido posteriormente comargamassa aditivada com expansor. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aditivo <strong>de</strong>ve sercuidadosamente dosada. Este processo po<strong>de</strong> causar pontos comexecuções diferenciadas, trazendo concentração <strong>de</strong> tensões à alvenaria.


Para as alvenarias <strong>de</strong> vedação, sem função <strong>de</strong> contraventamento, principalmenteas que estão envoltas por uma estrutura <strong>de</strong>formável, a fixação <strong>de</strong>ve-se dar com material <strong>de</strong>elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver <strong>de</strong>formações. Duas alternativas são recomendadas : aplicarespuma <strong>de</strong> poliuretano ou argamassa fraca, rica em cal e com baixo teor <strong>de</strong> cimento. Po<strong>de</strong>ainda ser usada argamassa industrializada , pronta para assentamento, comumenteaditivada com polímeros, mas com baixo módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação.Se a estrutura for pouco <strong>de</strong>formável, é possível utilizar a mesma argamassa doassentamento.Tendo em vista que a maioria das patologias é causada pela temperatura,recomenda-se o não encunhamento do último pavimento, até que seja provi<strong>de</strong>nciado umisolamento térmico permanente. Este isolamento <strong>de</strong>ve ser executado em até 48 horas após aconcretagem da laje, para não permitir o início das fissurações. Deve ser perene , seja comtelhado ou com laje impermeabilizada protegida termicamente. Só encunhar após 30 dias dotérmino da elevação e da proteção térmica.f) Elementos especiaisestruturas:Os <strong>de</strong>talhes abaixo <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidos em conjunto com o projetista <strong>de</strong>! Cintas e pilaretes – <strong>de</strong>vem ser utilizados em painéis muito gran<strong>de</strong>s em alturaou comprimento. Por exemplo , painéis com altura superior a 3,5 m <strong>de</strong>vemter cinta intermediária ( em canaleta ou barras , telas , treliças planas nafiada ) . Comprimentos acima <strong>de</strong> 7 m , <strong>de</strong>vem ter pilarete intermediário ( umferro <strong>de</strong> 10 mm grauteado )


! Balanços – todas as alvenarias apoiadas em balanços ( vigas ou lajes )<strong>de</strong>vem ser previstas com um pilarete nos cantos ( extremo do balanço ) parauniformizar as <strong>de</strong>formações e evitar fissurações em 45º. Este <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>veser <strong>de</strong>finido e <strong>de</strong>talhado no projeto estrutural.


! Juntas <strong>de</strong> controle – alvenarias muito longas e expostas a variaçõestérmicas significativas <strong>de</strong>vem prever juntas <strong>de</strong> dilatação na alvenaria ,comumente chamadas <strong>de</strong> juntas <strong>de</strong> controle .g) Recomendações para laje da coberturaA incidência <strong>de</strong> fissuras no último pavimento é muito gran<strong>de</strong>. Isto se <strong>de</strong>ve amovimentação térmica da laje <strong>de</strong> cobertura. Para diminuir esta patologias, <strong>de</strong>vemos adotarprovidências em vários sentidos :• Diminuir o calor na lajeo Utilizar telhado , <strong>de</strong> preferência , com telhas <strong>de</strong> barroo Ventilar embaixo do telhadoo Utilizar telhas claras ou pintar com cor claro Utilizar submantas reflexivaso Utilizar proteção térmica da laje ( argila expandida solta ou plaxas <strong>de</strong>isopor )• Juntas <strong>de</strong> dilataçãoo Juntas verticais <strong>de</strong> dilatação da laje ( diminuir os panos <strong>de</strong> laje )o Juntas horizontais entre vigas e laje ( concretagem separada )o Juntas <strong>de</strong> controle na alvenaria• Enrijecimentoo Aumentar a rigi<strong>de</strong>z da estrutura ( platibandas <strong>de</strong> concreto armado )o Utilizar canaletas armadas nas últimas fiadas da alvenaria


h) Recomendações para revestimentoO revestimento <strong>de</strong>ve ser o mais flexível possível


o Utilizar argamassas e pinturas flexíveiso Utilizar telas metálicas ou plásticas na região das interfaceshorizontais e verticais )3. Produção dos <strong>de</strong>senhos em plantaa) Escolha da família <strong>de</strong> Bloco! Dimensão básicaTemos , basicamente, duas famílias <strong>de</strong> comprimentos para os blocos <strong>de</strong> concreto.Uma família modular com módulo <strong>de</strong> 15 cm ( peças <strong>de</strong> 11, 29 e 44 cm ) e a linha nãomodular com dimensão básica <strong>de</strong> 20 cm ( peças <strong>de</strong> 19 , 39 e 34 ) . Junta-se a estes tipos <strong>de</strong>blocos uma pastilha <strong>de</strong> 4 cm ( bolacha, ... ).


! Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tamanhosQuanto maior a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças, po<strong>de</strong>ndo-se inclusive misturar as famílias,mais fácil é acertar a modulação , mas para a obra, uma quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças é difícil<strong>de</strong> administrar! Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças (canaleta, bloco elétrico, bloco hidráulico, bloco 45º... )Para complementar o <strong>de</strong>talhamento precisamos <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> blocosespeciais , sendo fundamental os blocos canaleta , para execução <strong>de</strong> vergas e contra-vergas<strong>de</strong> uma maneira econômica. Alguns produtores fabricam outros blocos especiais que apesar<strong>de</strong> não essenciais ajudam bastante a racionalização da obra


) Ajuste em relação à estrutura! Dimensão ( pilares, vigas ) para ajuste da modulaçãoComo temos uma quantida<strong>de</strong> fixa <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> alvenaria , uma outra maneira<strong>de</strong> ajustar a modulação é trabalhar na estrutura com peças <strong>de</strong> dimensões não padronizadas,por exemplo um pilar <strong>de</strong> 18 x 57 ou uma viga com 53 cm <strong>de</strong> altura. Isto vai levar a um ganho<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> na alvenaria , mas per<strong>de</strong>ndo produtivida<strong>de</strong> e modulação na estrutura.! Localização da pare<strong>de</strong> em relação às faces dos pilares e vigasUm elemento que <strong>de</strong>ve ser bem trabalhado é a coor<strong>de</strong>nação das faces daalvenaria com as vigas e os pilares, principalmente fazendo-se um bom estudo dasespessuras <strong>de</strong> revestimento.c) Definição da amarração entre pare<strong>de</strong>sAlém do <strong>de</strong>talhamento dos encontros da alvenaria com as peças <strong>de</strong> concretoarmado , <strong>de</strong>ve ser bem estudado e <strong>de</strong>talhado o encontro entre as pare<strong>de</strong>s. Deve-se, sempreque possível, utilizar uma amarração bloco a bloco, ou seja, intercalando-se os blocos fiada afiada. Quando não for possível , utilizamos o mesmo <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong> amarração com telasmetálicas que já usamos no encontro com pilares


d) Lançamento da primeira fiadaIniciamos o lançamento analisando o comprimento total entre pilares ou entrepare<strong>de</strong>s. Descontamos o espaço necessário nas laterais , conforme especificação ( ver item2d ) e comparamos com nosso módulo básico ( por exemplo 20 cm ) . Assim, verificamos anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças ( pastilha ) ou blocos especiais ( 14 cm , 34 cm , ... ) . Fazemos adistribuição procurando usar o mínimo possível <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> blocos.Neste ponto , necessitamos realizar uma certa compatibilização entre o projeto<strong>de</strong> arquitetura com o <strong>de</strong> estrutura. Às vezes, uma pequena mudança <strong>de</strong> dimensão naarquitetura ou em uma peça estrutural, resulta em um gran<strong>de</strong> aumento na racionalização damodulação. Temos também que verificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhar juntas verticais <strong>de</strong>tamanho diferente do padrão ( 1 cm ).Fazemos, em seguida, o ajuste necessário para o espaço <strong>de</strong> portas ou outrainterferência.Na seqüência , completamos cada uma das pare<strong>de</strong>s , compatibilizando amodulação entre elas.


Na planta <strong>de</strong> primeira fiada geral ( do pavimento ) , as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem sernumeradas e também <strong>de</strong>ve ser indicado o sentido <strong>de</strong> vizualização ( com um triangulo )e) Definição <strong>de</strong> blocos estratégicosBlocos estratégicos são os blocos que <strong>de</strong>finem totalmente a posição da pare<strong>de</strong>em planta. Eles são cotados em relação a estrutura e aos eixos principais. São os primeirosblocos a serem assentados. Só <strong>de</strong>pois é que completamos os restantes. Desta maneira, comesta planta, evitamos que erros se acumulem durante o assentamento <strong>de</strong> blocos sucessivos.Os principais blocos estratégicos são :


! Ao lado dos pilares! Cruzamento <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s! Laterais das portasf) Definição dos eixos <strong>de</strong> locação globalTodos os <strong>de</strong>senhos em planta <strong>de</strong>vem ser produzidos com eixos <strong>de</strong> locaçãoglobal que sejam os mesmos em todos os projetos : arquitetura , estrutura, instalações ealvenaria. Estes eixos <strong>de</strong>vem passar por pontos que permitam <strong>de</strong>pois a sua livre marcaçãona obra. Deve-se evitar eixos <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s ( <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> construída a pare<strong>de</strong>, não há mais comomarcar o eixo ) e trechos vazios ( poços <strong>de</strong> elevador ou caixa <strong>de</strong> escada ).g) Cotas entre peças e em relação aos eixos globaisTodos os elementos que servirem <strong>de</strong> base para a locação têm <strong>de</strong> ser cotadostambém em relação aos eixos globais , sendo os mais importantes uma face <strong>de</strong> cada umadas pare<strong>de</strong>s e os blocos estratégicos.


4. Produção dos <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> elevaçãoa) Localização <strong>de</strong> blocos e juntas! AmarraçãoA primeira fase <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s é <strong>de</strong>finir a amarração, ouseja, a maneira <strong>de</strong> colocar os blocos na segunda fiada <strong>de</strong> maneira que nenhuma junta fiquea menos <strong>de</strong> 15 cm <strong>de</strong> outra existente na fiada inferior . O valor 15 cm representa o módulo<strong>de</strong> 20 cm com uma folga <strong>de</strong> 5 cm . Em situações excepcionais, on<strong>de</strong> não tivermos umfabricante no local com uma varieda<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> blocos, po<strong>de</strong>mos admitir alguns casoscom junta <strong>de</strong>fasada <strong>de</strong> 10 cm . Caso necessitarmos um valor ainda menor será necessário acolocação <strong>de</strong> telas metálicas nas fiadas ( a cada 2 fiadas ) para evitar o aparecimento <strong>de</strong>fissuras.! Juntas secas e juntas argamassadasConforme especificação técnica


) Interface vertical! Espaço da primeira juntaÉ a primeira junta , junto ao pilar . Ela <strong>de</strong>ve ter um valor mínimo ( 1,5 a 2,5 cm )e po<strong>de</strong> ser utilizada para pequenos ajustes da modulação! Posicionamento <strong>de</strong> telas<strong>de</strong>terminadoAs telas se posicionam nas juntas com um espaçamento e comprimentoc) Interface horizontal! Espaço da ultima fiadaÉ o espaço <strong>de</strong>ixado entre a última fiada e a estrutura <strong>de</strong> concreto ( viga ou laje). Ele <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do material e modo <strong>de</strong> encunhamento que por sua vez <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do modo <strong>de</strong>interação entre a alvenaria e a estrutura.! Material e modo <strong>de</strong> encunhamentoVer item 2.e


d) Posicionamento e <strong>de</strong>talhe das aberturas (vergas, contravergas, peças pré-moldadas)Depois <strong>de</strong> executadas as elevações cheias ( totalmente preenchidas ) , vamos<strong>de</strong>talhar as aberturas ( portas , janelas , ... ). Retiramos os blocos da região e refazemos amodulação nos espaços laterais às aberturas.Devemos marcar cuidadosamente o tamanho e o modo <strong>de</strong> execução dasvergas e contravergas. Se elas forem executadas no local , <strong>de</strong>vem ser marcados os blocoscanaleta . Se forem utilizadas peças pré-moldadas , elas <strong>de</strong>vem ser cuidadosamenteposicionadas e novamente ajustada a modulação. Toda e qualquer peça pré-moldada ououtro <strong>de</strong>talhe construtivo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senhada <strong>de</strong>ntro da modulação, fazendo-se osnecessários ajustes.e) Posicionamento <strong>de</strong> juntas <strong>de</strong> controle, reforços internosHavendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes especiais em função <strong>de</strong> tensões internas,eles <strong>de</strong>vem ser posicionados e também <strong>de</strong>talhada a ferragem . Os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>vem serfornecidos pelo projetista <strong>de</strong> estruturasf) Posicionamento das instalações elétricasAs instalações elétricas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong>ntro da modulação. Sãomostradas as caixas <strong>de</strong> passagem ( em linha cheia se estiverem do lado visualizado e emlinha tracejada se estiverem na face oposta ), e a posição dos conduites <strong>de</strong>ntro dos blocos.g) Posicionamento das instalações hidráulicasO posicionamento das instalações hidráulicas já é um pouco mais complicadoem virtu<strong>de</strong> dos diâmetros das canalizações. As <strong>de</strong> menor diâmetro po<strong>de</strong>m passar pelo furodos blocos , mas as maiores <strong>de</strong>vem passar em vazios . Para tanto <strong>de</strong>ixamos um espaço sembloco como se fosse uma abertura. Normalmente o conjunto <strong>de</strong> prumadas passa por umshaft externo à parte, mas isto não é regra geral e portanto <strong>de</strong>vemos compatibilizaratentamente o projeto hidráulico, o projeto <strong>de</strong> alvenaria e as especificações da construtora.h) Quantificacao dos materiaisUma vez terminado o projeto <strong>de</strong> todas as pare<strong>de</strong>s , <strong>de</strong>vemos quantificar todosos materiais, com especial atenção para os diferentes tipos <strong>de</strong> blocos e peças pré-moldadas.


5. Especificações para a obra5.1. Preparação do localAs faces <strong>de</strong> pilares, fundos <strong>de</strong> vigas e lajes <strong>de</strong>vem ser bem limpas nos pontos <strong>de</strong>contato com a alvenaria. Esta limpeza visa remover sujeiras e resto <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoldantes (remoção por lixamento, apicoamento, escovação, etc. ). Limpo o conjunto, ume<strong>de</strong>cer oconcreto e aplicar o chapisco, o qual po<strong>de</strong> ser convencional ( <strong>de</strong> colher ) , industrializado (<strong>de</strong>sempena<strong>de</strong>ira ) ou rolado ( rolo <strong>de</strong> textura alta ). Quando o chapisco for do tipoconvencional ou industrializado ( não usam aditivos com polímeros ) , o mesmo <strong>de</strong>ve seraplicado pelo menos 3 dias antes do início da alvenaria. Quando for do tipo rolado ( aditivadocom resina vinílica ou acrílica ), recomenda-se que a aplicação seja feita imediatamenteantes da elevação da alvenaria.5.2. Início do assentamentoA situação i<strong>de</strong>al ( executar as alvenarias <strong>de</strong> cima para baixo ) é conflitante com anecessida<strong>de</strong> das obras ( cronograma físico-financeiro ), precisando-se <strong>de</strong> uma acomodaçãointermediária a qual é assim recomendada:• Ter executado a estrutura <strong>de</strong> pelo menos 4 pavimentos acima do ponto ainiciar a alvenaria, iniciando a elevação das mesmas do pavimento maisalto para o mais baixo• A concretagem do pavimento ter sido executada a pelo menos 45 dias• A retirada do escoramento ter sido executada a pelo menos 15 dias• Carregamento da laje com todos os blocos a serem utilizados,imediatamente após a retirada do escoramento do local• Ter sido retirado completamente o escoramento da laje dos 4 pavimentossuperiores• Realização do chapisco com os prazos <strong>de</strong> aplicação corretos ( conformeitem anterior )Os prazos mínimos aqui apresentados têm como meta que a estrutura tenha amaior <strong>de</strong>formação possível antes do assentamento , reduzindo o efeito sobre a alvenaria5.3. Assentamento das alvenariasÉ recomendado que a locação da alvenaria <strong>de</strong>va ser feita com o próprio bloco queserá empregado na elevação. Não <strong>de</strong>vem ser utilizados tijolos comuns ( maciços ) paralocação <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> concreto <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> seu material e suas dimensões não seremcompatíveis entre si , com características <strong>de</strong> textura e <strong>de</strong>formação muito diferentes.


A argamassa <strong>de</strong> assentamento da primeira fiada <strong>de</strong>ve ser a mesma da elevaçãoda alvenaria , po<strong>de</strong>ndo a sua espessura variar <strong>de</strong> 1 a 3 cm para que eventuaisirregularida<strong>de</strong>s na concretagem da laje sejam absorvidas.Os blocos situados junto ao encontro entre pilar e alvenaria <strong>de</strong>verão serassentados com a argamassa na junta vertical já colocada neles, <strong>de</strong> modo a ser comprimidafortemente conta o pilar já chapiscado. Não se <strong>de</strong>ve permitir o preenchimento posterior dajunta pilar/alvenaria, pois isto cria uma ligação fraca e sujeita a fissuração.A elevação <strong>de</strong>ve ser feita até meia altura e neste ponto , se necessário e<strong>de</strong>terminado no PAV, ser colocado o reforço previsto (canaleta, ferro na fiada, tela ou treliça).Se a alvenaria funcionar como elemento <strong>de</strong> travamento da estrutura, o que <strong>de</strong>veser informado pelo projetista estrutural, é necessário que exista uma ligação efetiva e rígidaentre elas. As alvenarias <strong>de</strong>vem apresentar características <strong>de</strong> resistência mecânicacompatíveis com as solicitações.A execução <strong>de</strong>ve parar na altura prevista em projeto, com a folga necessária parao posterior encunhamento. Para que não ocorra transmissão <strong>de</strong> carregamento entresucessivos pavimentos, recomenda-se o retardamento do encunhamento com a colocaçãoda maior parte possível das cargas no andar superior ( contrapiso , materiais <strong>de</strong> revestimento, etc. ) Transcorrido pelo menos 15 a 20 dias da elevação, po<strong>de</strong>-se adotar o encunhamentoem pavimentos alternados ( ou fazendo dois e pulando um ) <strong>de</strong> maneira a não acumulartensões, sempre <strong>de</strong> cima para baixo. Recomenda-se que estejam executados pelo menos 3pavimentos <strong>de</strong> alvenaria sobre o que se vai encunhar e o pavimento superior tenha sidoencunhado a pelo menos 24 horas.5.4. Colocação das telas nos pilaresInicialmente verificamos cuidadosamente a posição das telas indicadas no PAV (normalmente nas fiadas pares ), marcando sua posição nos pilares através <strong>de</strong> nível em todosos pontos ou galga <strong>de</strong> um para outro. A posição exata da marcação é fundamental paracentralizar a tela na junta horizontal.Fixamos a tela já cortada no tamanho correto à estrutura através <strong>de</strong> cantoneiracom dimensões mínimas <strong>de</strong>: largura 20 mm , espessura 2 mm , comprimento conformetabela abaixo:Bloco Tela Cantoneira19 2 x 60 2 x 50


14 120 1009 75 60A cantoneira <strong>de</strong> 100 mm <strong>de</strong>ve ser colocada com dois pinos <strong>de</strong> aço zincado comdiâmetro <strong>de</strong> 6 a 8 mm , penetração mínima <strong>de</strong> 20 mm e afastamento entre pinos <strong>de</strong> 50 mm.Deve-se garantir uma força <strong>de</strong> arrancamento <strong>de</strong> 300N para um concreto <strong>de</strong> 20 MPa. Asoutras cantoneiras são fixadas com um pino centralizado.Cuidados <strong>de</strong> segurança :• Para a cravação dos pinos, usar finca-pinos <strong>de</strong> baixa velocida<strong>de</strong> ( a pistão )acionado com cartucho <strong>de</strong> pólvora• É obrigatório uso <strong>de</strong> óculos pelo operário , que <strong>de</strong>ve ser bem treinado nestaoperação• Deixar a tela sem dobrar, encostada no pilar, até o momento <strong>de</strong> sua dobrasobre a argamassa, para evitar aci<strong>de</strong>ntes com as pontas dos arames . Senecessário pendurar pequenas tiras <strong>de</strong> pano vermelho na ponta da tela5.5. Colocação da tela na pare<strong>de</strong>A colocação da tela no interior da junta horizontal <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer cuidadosessenciais para obtenção do maior <strong>de</strong>sempenho possível da ligação. O que tentamos obter éuma ligação que não permita o <strong>de</strong>slocamento da alvenaria em relação ao pilar, portanto atela tem que ficar perfeitamente dobrada ( sem arredondamentos ) e a<strong>de</strong>rida na argamassa.


O posicionamento da tela já <strong>de</strong>ve estar estabelecido quando da colocação dasmesmas com as cantoneiras no pilar. Devemos agora checar se a posição correspon<strong>de</strong> aocentro da junta horizontal.Primeiramente, vamos colocar o primeiro ( ou último ) bloco contra o pilar, comuma junta <strong>de</strong> 15 a 25 mm, sendo que a argamassa <strong>de</strong>ve ter sido colocado no bloco em todaa sua face e este pressionado fortemente contra o pilar. A largura final da junta é aestabelecida no PAV. Este <strong>de</strong>talhe tem importância fundamental para o bom funcionamentoda ancoragem.As juntas verticais entre os primeiros blocos também <strong>de</strong>vem estar preenchidas,conforme indicação no PAV. Elas vão permitir a transferência dos esforços da região entremais blocos adjacentes , reduzindo as tensões no local.Após a colocação dos cordões <strong>de</strong> argamassa no bloco inferior, abaixamos a telacontra a cantoneira , fazendo um ângulo <strong>de</strong> 90º penetrando bem nos cordões <strong>de</strong> argamassa.Se necessário po<strong>de</strong>mos bater com um martelo sobre pedaço <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira par garantir quenão fique uma curvatura no local. Isto é essencial para não permitir que a posteriorretificação da tela no local cause a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fissura entre a alvenaria e o pilar.5.6. Colocação <strong>de</strong> tela <strong>de</strong> amarração entre duas pare<strong>de</strong>sNo caso <strong>de</strong> amarração entre pare<strong>de</strong>s que não for feita com os próprios blocos (junta a prumo entre as pare<strong>de</strong>s ), necessitamos colocar telas a cada duas fiadas , com aposição e os tamanhos indicados pelo PAV. A tela <strong>de</strong>ve ficar a 2 cm da face externa dapare<strong>de</strong> contínua e pelo menos 30 cm na pare<strong>de</strong> transversal.


A argamassa <strong>de</strong>ve ser aplicada sobre os blocos inferiores e a tela colocada daforma mais reta e plana possível, comprimindo-a contra a argamassa até a tela ficar bemcentralizada na junta. Se necessário, complementar com mais argamassa e pressionar obloco superior contra o conjunto.6. ConclusãoAs patologias das alvenarias <strong>de</strong> vedação geram altos custos <strong>de</strong> recuperação nãoprevistos, <strong>de</strong>sgaste da imagem da empresa , <strong>de</strong>sconforto e insatisfação do usuário. Umarecuperação eficiente, <strong>de</strong> qualquer modo, quase sempre <strong>de</strong>manda técnicas complexas eonerosas.Os limites <strong>de</strong> flechas <strong>de</strong> vigas e lajes tradicionalmente estabelecidos pelanormalização brasileira ( L / 300 e L / 500 ) não são suficientes para evitar problemas emparte consi<strong>de</strong>rável das alvenarias hoje empregadas para a construção das vedações <strong>de</strong>nossos edifícios, principalmente quando se estabelecem prazos e seqüências ina<strong>de</strong>quadas<strong>de</strong> execução.Por outro lado, se consi<strong>de</strong>rarmos o estabelecimento <strong>de</strong> critérios para evitar asfissuras <strong>de</strong>ssas alvenarias <strong>de</strong> baixa capacida<strong>de</strong> suportante, chegaremos a valores quetornarão nossas estruturas economicamente inviáveis. Assim, a saída mais racional pareceser, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Sabbatini ( 1998 ), a recomposição do equilíbrio entre <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> daalvenaria e da estrutura.Para isso , temos que ter uma boa coor<strong>de</strong>nação entre o projetista da estrutura e oprojetista da alvenaria, procurando adotar soluções racionais que minimizem os riscos <strong>de</strong>ocorrência <strong>de</strong> problemas.


Devemos alertar também que o conjunto dos projetos executivos <strong>de</strong> obra secomplementa com o projeto <strong>de</strong> revestimento, principalmente quando não conseguirmosacompanhar todas as orientações dadas pelas melhores práticas construtivas. Neste caso , orevestimento <strong>de</strong>verá resistir a uma parcela <strong>de</strong> esforços e portanto <strong>de</strong>ve ser planejado paraisso.Gostaríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar os seguintes aspectos entre os mais importantes aserem consi<strong>de</strong>rados para minimizar a ocorrência <strong>de</strong> fissuras nas pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vedação:• Realizar e compatibilizar todos os projetos executivos , inclusive com aparticipação da construtora• Minimizar as <strong>de</strong>formações na estrutura• Detalhar, para cada caso , a melhor técnica <strong>de</strong> ligação da alvenaria com aestrutura• Executar a obra <strong>de</strong> acordo com as premissas aqui colocadas⇒ Realizar a elevação da alvenaria dos pavimentos superiores para osinferiores, ou pelo menos, em grupos <strong>de</strong> pavimentos seguindo estadireção⇒ Postergar ao máximo o encunhamento das alvenarias• Executar um bom controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material e execução⇒ Controlar a resistência <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência entre blocos e argamassa⇒ Controlar o preenchimento pleno das juntas verticais entre pare<strong>de</strong> epilar e da junta <strong>de</strong> fixação entre a fiada <strong>de</strong> respaldo e o fundo da vigaou laje⇒ Controlar a manutenção da espessura das juntas horizontaisFinalmente, <strong>de</strong>vemos salientar que a solução <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>stes problemas exigeinvestimento para <strong>de</strong>senvolvimento e disseminação <strong>de</strong> tecnologia construtiva a<strong>de</strong>quada ànossa realida<strong>de</strong>. O meio produtivo e as instituições <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>vem unir esforços nosentido <strong>de</strong> ampliar o conhecimento disponível para melhorar o <strong>de</strong>sempenho das alvenarias eestruturas em serviço. Investir em tecnologia é condição necessária para melhorar aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas construções.


7. Ações FuturasImplementação:Curso : Como fazer um bom Projeto <strong>de</strong> <strong>Alvenaria</strong> <strong>de</strong> Vedação , <strong>de</strong>stinado aarquitetos e engenheiros projetistasCurso : Como ler um Projeto <strong>de</strong> <strong>Alvenaria</strong> <strong>de</strong> Vedação , <strong>de</strong>stinado a engenheiros <strong>de</strong>obras, mestres e encarregadosEstudos futuros :Comportamento térmico e higroscópico das pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alvenariaComportamento mecânico das interfaces ao longo do tempoEstudo da a<strong>de</strong>quação da argamassa <strong>de</strong> assentamento8. Bibliografia• ABCI – Manual técnico da <strong>Alvenaria</strong>, 1990• Alberto Casado Lordsleem Junior – Execução e Inspeção <strong>de</strong> <strong>Alvenaria</strong>Racionalizada, 2001• Ercio Thomaz/Paulo Helene – Qualida<strong>de</strong> no projeto e na execução <strong>de</strong> alvenariaestrutural e <strong>de</strong> alvenarias <strong>de</strong> vedação em edifícios• Monserrat Dueñas Pena – Dissertação <strong>de</strong> mestrado – Método para aelaboração <strong>de</strong> projetos para produção <strong>de</strong> vedações verticais em alvenaria• Thomaz,E – Trincas em edifícios – Causas, prevenção e recuperação, 1989• Me<strong>de</strong>iros, Jonas Silvestre / Franco, Luiz Sérgio – Prevenção <strong>de</strong> trincas emalvenarias através do emprego <strong>de</strong> telas soldadas como armadura e ancoragem, 1999• Pimenta da Cunha, Albino Joaquim – Aci<strong>de</strong>ntes Estruturais na Construção Civil, 1996


9. Grupos <strong>de</strong> trabalho<strong>GT</strong> <strong>Projetos</strong>Coor<strong>de</strong>nador : Afonso Castro – arqafonsocastro@terra.com.brParticipantes : João Manuel Ver<strong>de</strong>João JanniniAna Paula SoccaFabio MuzettiIvy Smits RebouçasRita Paschoal Homem <strong>de</strong> MeloArnoldo WendlerRodolfo A. MarqueziOsmar SimionattoAbsolon SoaresMário Para<strong>de</strong>llaDenis PerezEdson SomeraFi<strong>de</strong>lis Asta<strong>GT</strong> Interação <strong>Alvenaria</strong> – EstruturaCoor<strong>de</strong>nador: Wagner <strong>de</strong> Carvalho – waeng@waengenharia.com.brParticipantes: Wilson MartinsSergio LattaroArnoldo WendlerGil ChinelattoRelator : Arnoldo Augusto Wendler Filho – franca@wendlerprojetos.com.br

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