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Anais da Conferência - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e AmbientalConselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política UrbanaANAIS DAII CONFERÊNCIA MUNICIPALDE POLÍTICA URBANA2001 - 2002


<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>ANAIS DA II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANAConferência realiza<strong>da</strong> pelo Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana e pelaSecretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental,em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a Lei n. o 7.165, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1996,que instituiu o Plano Diretor do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> - Minas Gerais2001 - 2002


ANAIS DA II CONFERÊNCIA MU NICIPAL DE POLÍTICA URBA NASecretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e AmbientalSecretário Murilo <strong>de</strong> Campos Vala<strong>da</strong>resAv. do Contorno, 5454 - 8º an<strong>da</strong>r CEP: 30110-100Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação UrbanaSecretária Gina Beatriz Ren<strong>de</strong>Av. Afonso Pena, 4000 - 5º an<strong>da</strong>r CEP: 30130-009BELO HORIZO NTE MG200 3


APRESENTAÇÃOTexto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto doprefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito edo secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e dosecretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretáriotexto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto doprefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito edo secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e dosecretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretáriotexto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto doprefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito edo secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e dosecretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretáriotexto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto doprefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito edo secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e dosecretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretáriotexto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto doprefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito e do secretário texto do prefeito edo secretário texto do prefeito e do secretárioFernando Damata PimentelPrefeito <strong>Municipal</strong>Murilo <strong>de</strong> Campos Vala<strong>da</strong>resSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental


Equipe do Governo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>à época <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política UrbanaFernando Damata PimentelPrefeito <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, em exercícioMurilo <strong>de</strong> Campos Vala<strong>da</strong>resSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Política Urbana e AmbientalPaulo <strong>de</strong> Souza DuarteSecretário <strong>Municipal</strong> Administrativo e Financeiro<strong>da</strong> Política Urbana e AmbientalCláudio José VilelaSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza UrbanaPaulo Maciel JúniorSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambientee Saneamento UrbanoPaulo Roberto TakahashiSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Estrutura UrbanaJosé Abílio <strong>Belo</strong> PereiraSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação UrbanaMaria Gezica Vala<strong>da</strong>resSecretária <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoRicardo Men<strong>da</strong>nha La<strong>de</strong>iraEmpresa <strong>de</strong> Transporte e Trânsito<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> S.A. – BHTRANSNeusa SantosSecretária <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional BarreiroEuler João Geraldo <strong>da</strong> SilvaSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosAntônio Carlos Ramos PereiraSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional Centro-SulNil<strong>da</strong> Maria Xavier PiresSecretária <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosDalva Stela Rodrigues Me<strong>de</strong>irosSecretária <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional LestePaulo BastosSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosLuzia Maria FerreiraSecretária <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional Nor<strong>de</strong>steLuiz Gustavo Fortini Martins TeixeiraSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosCarlos Henrique Cardoso Me<strong>de</strong>irosSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional NoroesteCláudius Vinícius Leite PereiraSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosCarlos Roberto Alcântara <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>Secretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional NorteLuiz Eduardo PereiraSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosJosé Flávio GomesSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional OesteRoberto Rafael Guidugli FilhoSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosMaria Christina RodriguesSecretária <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional PampulhaGetúlio Te<strong>de</strong>schiSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços UrbanosGene<strong>de</strong>mpsey Bicalho CruzSecretário <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional Ven<strong>da</strong> NovaSílvio MaltaSecretário <strong>Municipal</strong> Regional <strong>de</strong> Serviços Urbanos


SUMÁRIO▪ LISTA DE QUADROS, TABELAS, FIGURAS, GRÁFICOS E MAPAS...................................................... 11I - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 15II - PROCESSO ............................................................................................................................................... 17III - PARTICIPANTES...................................................................................................................................... 29IV - PRODUTOS.............................................................................................................................................. 40▪ ANEXO I - REGIMENTOS APROVADOS................................................................................................. 303▪ ANEXO II - MAPAS TEMÁTICOS DE APOIO ÀS DISCUSSÕES............................................................ 311▪ ANEXO III - TEXTO DE APOIO ÀS DISCUSSÕES DOS DELEGADOS ................................................. 353▪ ANEXO IV - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS TEMÁTICAS ........................... 379▪ ANEXO V - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS REGIONAIS............................. 427▪ ANEXO VI - ÍNTEGRA DAS PROPOSTAS APROVADAS ...................................................................... 513▪ LISTA DE SIGLAS..................................................................................................................................... 551▪ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................... 555▪ ÍNDICE ....................................................................................................................................................... 557


11▪ LISTA DE QUADROS, TABELAS, FIGURAS, GRÁFICOS E MAPASQuadro 01 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – Programa ........................................................... 20Quadro 02 - Temas <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas ...................................................................................... 23Quadro 03 - Temas <strong>da</strong>s pré-conferências regionais ....................................................................................... 23Quadro 04 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – Participantes e <strong>de</strong>legados ................................. 24Quadro 05 - Resumo <strong>da</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 E ZEIS 3 - Lei nº 8137/00 ........................................ 105Quadro 06 - Extensão <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stras, por região administrativa .......................... 135Quadro 07 - Parâmetros Urbanísticos........................................................................................................... 142Quadro 08 - Parques já implantados e em fase <strong>de</strong> implantação .................................................................. 165Quadro 09 - Zoneamento <strong>da</strong> região do Barreiro ........................................................................................... 201Quadro 10 - Zoneamento <strong>da</strong> região Centro-Sul............................................................................................ 210Quadro 11 - Zoneamento <strong>da</strong> região Leste .................................................................................................... 220Quadro 12 - Zoneamento <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste............................................................................................... 230Quadro 13 - Zoneamento <strong>da</strong> região Noroeste............................................................................................... 238Quadro 14 - Zoneamento <strong>da</strong> região Norte .................................................................................................... 248Quadro 15 - Zoneamento <strong>da</strong> região Oeste.................................................................................................... 256Quadro 16 - Zoneamento <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Pampulha........................................................................................ 264Quadro 17 - Zoneamento <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova .................................................................................... 274Tabela 01 - Distribuição <strong>da</strong> população na RMBH (1990-1991-2000) ............................................................. 99Tabela 02 - Situação <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras quanto à pavimentação ................................................ 134Tabela 03 - Fundo municipal <strong>de</strong> habitação popular: retorno <strong>de</strong> recursos financiados (2000-2001)............. 184Tabela 04 - Fundo municipal <strong>de</strong> habitação popular: captação <strong>de</strong> recursos (1995-2001)............................. 184Tabela 05 - Produção <strong>de</strong> novas moradias: número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais (1995-2001)....................... 186Tabela 06 - Produção <strong>de</strong> novas moradias: número <strong>de</strong> conjuntos habitacionais (1995-2001)...................... 186Tabela 07 - Atendimentos através do PROAS (1995-2001) ......................................................................... 186Tabela 08 - Produção <strong>de</strong> planos globais específicos (PGE) (1995-2001) .................................................... 186Tabela 09 - Regularização fundiária: famílias beneficia<strong>da</strong>s (até 2001) ........................................................ 186Tabela 10 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais produzi<strong>da</strong>s através do PAR (até 2001)................................................ 187Tabela 11 - Percentual <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lotes vagos e número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais,segundo região administrativa....................................................................................................................... 194Tabela 12 - Crescimento do número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais, segundo regiõesadministrativas............................................................................................................................................... 194Tabela 13 - Área <strong>de</strong> lotes na região do Barreiro – 2000 ............................................................................... 200Tabela 14 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região do Barreiro – 1996 e 2000....................... 200Tabela 15 - População resi<strong>de</strong>nte na região do Barreiro, segundo UP – 1991 e 2000 ................................. 200Tabela 16 - Área <strong>de</strong> lotes na região Centro-Sul – 2000................................................................................ 209Tabela 17 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Centro-Sul – 1996 e 2000 ....................... 209Tabela 18 - População resi<strong>de</strong>nte na região Centro-Sul, segundo UP – 1991 e 2000 .................................. 209Tabela 19 - Área <strong>de</strong> lotes na região Leste – 2000 ........................................................................................ 219Tabela 20 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Leste – 1996 e 2000................................ 219Tabela 21 - População resi<strong>de</strong>nte na região Leste, segundo UP – 1991 e 2000........................................... 219Tabela 22 - Área <strong>de</strong> lotes na região Nor<strong>de</strong>ste – 2000 .................................................................................. 229Tabela 23 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Nor<strong>de</strong>ste – 1996 e 2000 .......................... 229Tabela 24 - População resi<strong>de</strong>nte na região Nor<strong>de</strong>ste, segundo UP – 1991 e 2000..................................... 229Tabela 25 - Área <strong>de</strong> lotes na região Noroeste – 2000 .................................................................................. 237Tabela 26 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Noroeste – 1996 e 2000 .......................... 237


12Tabela 27 - População resi<strong>de</strong>nte na região Noroeste, segundo U P – 1991 e 2000.................................... 237Tabela 28 - Área <strong>de</strong> lotes na região Norte – 2000 ........................................................................................ 247Tabela 29 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Norte – 1996 e 2000................................ 247Tabela 30 - População resi<strong>de</strong>nte na região Norte, segundo U P – 1991 e 2000.......................................... 247Tabela 31 - Área <strong>de</strong> lotes na região Oeste – 2000 ....................................................................................... 255Tabela 32 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Oeste – 1996 e 2000 ............................... 255Tabela 33 - População resi<strong>de</strong>nte na região Oeste, segundo UP – 1991 e 2000.......................................... 255Tabela 34 - Área <strong>de</strong> lotes na região <strong>da</strong> Pampulha – 2000............................................................................ 263Tabela 35 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região <strong>da</strong> Pampulha – 1996 e 2000 ................... 263Tabela 36 - População resi<strong>de</strong>nte na região <strong>da</strong> Pampulha, segundo UP – 1991 e 2000 .............................. 263Tabela 37 - Área <strong>de</strong> lotes na região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – 2000 ........................................................................ 273Tabela 38 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região <strong>de</strong> <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – 1996 e 2000........... 273Tabela 39 - População resi<strong>de</strong>nte na região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, segundo UP – 1996/2000 ............................. 273Figura 01 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> propostas............. 19Figura 02 - Pré-Conferência Regional do Barreiro – Distribuição dos participantes por UP ........................ 204Figura 03 - Pré-Conferência Regional Centro-Sul – Distribuição dos participantes por UP......................... 213Figura 04 - Pré-Conferência Regional Leste – Distribuição dos participantes por UP ................................. 223Figura 05 - Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>ste – Distribuição dos participantes por UP ........................... 232Figura 06 - Pré-Conferência Regional Noroeste – Distribuição dos participantes por UP ........................... 240Figura 07 - Pré-Conferência Regional Norte – Distribuição dos participantes por UP ................................. 249Figura 08 - Pré-Conferência Regional Oeste – Distribuição dos participantes por UP................................. 258Figura 09 - Pré-Conferência Regional <strong>da</strong> Pampulha – Distribuição dos participantes por UP..................... 267Figura 10 - Pré-Conferência Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – Distribuição dos participantes por UP ................. 277Gráfico 01 - Evolução <strong>da</strong> população na RMBH (1990-1991-2000)................................................................. 99Gráfico 02 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (1991-2000) ............................................ 101Gráfico 03 - Acréscimo populacional por região administrativa (1980-1991 e 1991-2000) .......................... 102Gráfico 04 - Taxas <strong>de</strong> crescimento populacional, por região administrativa................................................. 103Gráfico 05 - Vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stras, por região administrativa (%) .......................................... 134Gráfico 06 - I<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s ...................................................................... 135Gráfico 07 - Condição <strong>de</strong> conforto <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s ............................................. 136Mapa 01 - Pré-conferências regionais – Distribuição dos participantes por região e UP............................. 191Mapa 02 - Pré-conferência regional do Barreiro – Percepção dos participantes.......................................... 207Mapa 03 - Pré-conferência regional Centro-Sul – Percepção dos participantes .......................................... 217Mapa 04 - Pré-conferência regional Leste – Percepção dos participantes................................................... 227Mapa 05 - Pré-conferência regional Nor<strong>de</strong>ste – Percepção dos participantes............................................. 235Mapa 06 - Pré-conferência regional Noroeste – Percepção dos participantes............................................. 245Mapa 07 - Pré-conferência regional Norte – Percepção dos participantes................................................... 253Mapa 08 - Pré-conferência regional Oeste – Percepção dos participantes.................................................. 261Mapa 09 - Pré-conferência regional <strong>da</strong> Pampulha – Percepção dos participantes ...................................... 271Mapa 10 - Pré-conferência regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – Percepção dos participantes .................................. 281ANEXO II - MAPAS TEMÁTICOS DE APOIO ÀS DISCUSSÕESMapa II. 01 - Ocupação urbana na RMBH .................................................................................................... 313Mapa II. 02 - Evolução <strong>da</strong> ocupação urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>................................................................... 315Mapa II. 03 - Taxa <strong>de</strong> crescimento populacional – 1191-2000 ..................................................................... 317


13Mapa II. 04 - Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 1991 ............................................................................................... 319Mapa II. 05 - Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 2000 ............................................................................................... 321Mapa II. 06 - Taxa <strong>de</strong> lotes vagos por quadra............................................................................................... 323Mapa II. 07 - Índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva (IDC) ..................................................................................... 325Mapa II. 08 - Zoneamento e e hierarquização do sistema viário .................................................................. 327Mapa II. 09 - Assentamentos habitacionais não aprovados.......................................................................... 329Mapa II. 10 - Principais elementos <strong>da</strong> estrutura urbana................................................................................ 331Mapa II. 11 - Sistema viário e <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte coletivo municipal (BHBUS).................................. 333Mapa II. 12 - Sistema viário municipal........................................................................................................... 335Mapa II. 13 - Espaços <strong>de</strong> referência simbólica.............................................................................................. 337Mapa II. 14 - Conjuntos urbanos tombados .................................................................................................. 339Mapa II. 15 - Recursos hídricos..................................................................................................................... 341Mapa II. 16 - Áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental .................................................................................... 343Mapa II. 17 - Sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário........................................................................................... 345Mapa II. 18 - Ocorrênica <strong>de</strong> escorpião x recursos hídricos x atendimento por coleta <strong>de</strong> lixo em vilas ........ 347Mapa II. 19 - Doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica x re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto ...................................................... 349Mapa II. 20 - Incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue x <strong>de</strong>posição clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> entulho...................................................... 351ANEXO III - TEXTO DE APOIO ÀS DISCUSSÕES DOS DELEGADOSQuadro III. 1- Indicador <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> espera no ponto – Dia útil .................................................................. 375Tabela III. 1 - População <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, RMBH e Minas Gerais – Taxas anuais <strong>de</strong> crescimento eparticipação (%) <strong>da</strong> RMBH no Estado, 1970 - 2000 ..................................................................................... 356Tabela III. 2 - Acréscimo populacional e taxas <strong>de</strong> crescimento na RMBH, por grupos <strong>de</strong> municípios, 1980,1991 - 2000.................................................................................................................................................... 357Tabela III. 3 - População <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> por Região Administrativa – 1980/1991/2000 ......................... 358Tabela III. 4 - Área parcela<strong>da</strong> vaga, índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva (IDC), crescimento (%) <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais – 1996/2000 e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s não resi<strong>de</strong>nciais em 2000............... 360Gráfico III. 1 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (1991) .................................................. 361Gráfico III. 2 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (2000) .................................................. 361Gráfico III. 3 - Distribuição do acréscimo populacional por região administrativa (1980-1991).................... 362Gráfico III. 4 - Distribuição do acréscimo populacional por região administrativa (1991-2000).................... 362


15I - INTRODUÇÃOEste documento constitui os <strong>Anais</strong> <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, tendo por objetivo,basicamente, registrar seu processo e seus resultados. O volume está estruturado em três partes principais:- processo, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>screve as etapas e os eventos através dos quais se <strong>de</strong>senvolveu a Conferência,assim como as regras <strong>de</strong> funcionamento e as dinâmicas utiliza<strong>da</strong>s para as discussões e os momentos<strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação;- participantes, on<strong>de</strong> estão listados todos os que estiveram <strong>de</strong> alguma forma envolvidos no processo <strong>da</strong>Conferência, seja na organização, no apoio técnico ou administrativo, como palestrantes ou professorese, principalmente, como ci<strong>da</strong>dãos que contribuíram diretamente para as discussões e <strong>de</strong>finições acerca<strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS e <strong>da</strong> CIDADE QUE QUEREMOS;- produtos, on<strong>de</strong> se encontra o registro <strong>da</strong>s palestras proferi<strong>da</strong>s, do material utilizado no apoio àsdiscussões e a síntese <strong>de</strong> seus resultados.Fazem parte também do documento os anexos que apresentam: os regimentos <strong>da</strong>s Pré-Conferências e <strong>da</strong>Conferência (Anexo I); um conjunto <strong>de</strong> mapas temáticos produzidos especialmente para apoiar asdiscussões (Anexo II); o texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados (Anexo III); a integra dos produtos <strong>da</strong>sPré-Conferências Temáticas (Anexo IV) e Regionais (Anexo V); e a íntegra <strong>da</strong>s propostas finais aprova<strong>da</strong>s(Anexo VI).


17II - PROCESSO1 - INTRODUÇÃOEm 1996, a Lei do Plano Diretor criou o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana (COMPUR) e estabeleceuque a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana será convoca<strong>da</strong> por ele a ca<strong>da</strong> quatro anos, com osseguintes objetivos:– avaliar a condução e os impactos <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s normas conti<strong>da</strong>s na Lei do Plano Diretor e naLei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo;– sugerir alteração, a ser aprova<strong>da</strong> por lei, <strong>da</strong>s diretrizes estabeleci<strong>da</strong>s nessas leis;– sugerir alteração no cronograma <strong>de</strong> investimentos prioritários em obras.A primeira Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, realiza<strong>da</strong> em 1999, foi um momento marcante nahistória <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, pois reuniu vários segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para uma ampla discussão sobre aci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Embora, naquele momento, os efeitos <strong>da</strong>s Leis do Plano Diretor e <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação eUso do Solo sobre o espaço urbano ain<strong>da</strong> não pu<strong>de</strong>ssem ser avaliados <strong>de</strong>vido ao pequeno prazo <strong>de</strong>vigência <strong>de</strong>ssas leis, a Conferência foi <strong>de</strong>cisiva para o processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocraciaparticipativa, <strong>de</strong>finindo alterações necessárias no aperfeiçoamento <strong>da</strong> legislação.Por outro lado, a aprovação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, em 2001, <strong>de</strong>finiu com maior precisão as diretrizes e osinstrumentos para a política urbana no país, colocando na or<strong>de</strong>m do dia dos municípios a discussão sobre oplanejamento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e suas leis. A Conferência é, portanto, um espaço privilegiado <strong>de</strong> participação <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil para a realização <strong>de</strong>sta discussão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, reunindo enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ci<strong>da</strong>dãos, querepresentam as diversas visões que a população tem sobre os <strong>de</strong>safios urbanos para discutir a nossaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A partir <strong>da</strong> intenção <strong>de</strong> estruturar um sistema <strong>de</strong> monitoramento do <strong>de</strong>senvolvimento urbano, concebido apartir <strong>de</strong> pressupostos <strong>da</strong> gestão participativa, a idéia que norteou a organização <strong>de</strong>ssa última Conferênciaé a <strong>de</strong> incorporá-la <strong>de</strong> modo mais efetivo ao processo <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, até mesmo por suaimportância como lugar <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo entre os produtores do espaço urbano. Nessa linha, a IIConferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana realizou-se <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001 a agosto <strong>de</strong> 2002, tendo porobjetivo geral construir coletivamente um diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, consi<strong>de</strong>rando o quadro atual <strong>da</strong>reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e suas tendências e, baseado nesse amplo conhecimento, elaborar umaproposta <strong>da</strong> CIDADE QUE QUEREMOS, <strong>de</strong>finindo os encaminhamentos necessários para efetivá-la, tais comoalterações na legislação, execução <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s intervenções urbanas estruturantes e mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> açãogovernamental na área urbana.Algumas diretrizes principais foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s quando do planejamento do processo <strong>da</strong> II Conferência<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana:– resguar<strong>da</strong>r o caráter processual <strong>de</strong> forma a garantir que as <strong>de</strong>finições sejam efetivamente fruto <strong>de</strong> umaconstrução coletiva, partilha<strong>da</strong> pelas categorias e setores envolvidos, e propiciar a manifestação dosdiversos olhares e interesses presentes na construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– consi<strong>de</strong>rar a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana como parte integrante <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma“Agen<strong>da</strong> Urbana” para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, articulando e compatibilizando a sua realização com os outrosprocessos relevantes <strong>de</strong> planejamento e gestão urbana existentes no âmbito municipal, como porexemplo a elaboração dos planos regionais, as conferências setoriais urbanas e a Conferência <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– garantir que a atuação <strong>de</strong> todos os participantes se dê <strong>da</strong> forma mais efetiva e igualitária possível,através <strong>de</strong> ações como a capacitação dos participantes, o fornecimento <strong>de</strong> material <strong>de</strong> apoio a<strong>de</strong>quadoe a utilização <strong>de</strong> pequenos grupos na dinâmica <strong>de</strong> discussão;– estimular a abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong>s discussões, tendo como referência legal o Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e como pano <strong>de</strong> fundo a Agen<strong>da</strong> Habitat e a Agen<strong>da</strong> 21.Durante quase onze meses, a II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana se <strong>de</strong>senvolveu através <strong>de</strong> umrico e complexo processo <strong>de</strong> construção que incluiu: palestras, discussões temáticas e regionais paradiagnosticar a CIDADE QUE SOMOS, cursos <strong>de</strong> capacitação dos <strong>de</strong>legados e, finalmente, a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>spropostas para a CIDADE QUE QUEREMOS. Ao longo <strong>de</strong> todo esse processo estiveram presentesrepresentantes do po<strong>de</strong>r público municipal e dos setores empresarial, técnico e popular <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Coube ao COMPUR as gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finições sobre programação e calendário, dinâmica, temário, critérios <strong>de</strong>participação, critérios <strong>de</strong> eleição <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados e a proposição <strong>da</strong>s minutas <strong>de</strong> regimento aprecia<strong>da</strong>s eaprova<strong>da</strong>s pela plenária <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados (ver Anexo I). A organização geral e a coor<strong>de</strong>nação técnica foi <strong>da</strong>


18 ProcessoSecretaria <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental, contando para isso com o apoio <strong>da</strong>ssecretarias temáticas <strong>da</strong> área urbana e <strong>da</strong>s secretarias <strong>da</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> gestão regional.Após a abertura oficial dos trabalhos, no dia 8 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001, a II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> PolíticaUrbana se <strong>de</strong>senvolveu em quatro etapas:– ciclo <strong>de</strong> palestras;– Pré-Conferências Temáticas e Regionais, que envolveram quase três mil participantes e discutiram aCIDADE QUE SOMOS;– curso <strong>de</strong> capacitação dos 244 <strong>de</strong>legados eleitos na etapa anterior;– a etapa final <strong>da</strong> Conferência, que <strong>de</strong>finiu as propostas para a CIDADE QUE QUEREMOS.A Figura 01 apresenta, esquematicamente, o processo, e o Quadro 01, o programa geral <strong>da</strong> Conferência.


Processo 19Figura 01 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> propostasPRÉ-CONFERÊNCIASREGIONAISGRUPOS DEDELEGADOSGRUPOS DEDELEGADOSGRUPOS DEDELEGADOSCONSOLIDAÇÃODODIAGNÓSTICOFORMULAÇÃODEDIRETRIZESFORMULAÇÃODEPROPOSTASCURSO DECAPACITAÇÃODOS DELEGADOSDIAGNÓSTICOSEGUNDO OSPARTICIPANTESAPROVAÇÃODODIAGNÓSTICOAPROVAÇÃODEDIRETRIZESAPROVAÇÃODEPROPOSTASPRÉ-CONFERÊNCIASREGIONAISPLENÁRIA DOSDELEGADOSPLENÁRIA DOSDELEGADOSPLENÁRIA DOSDELEGADOSA CIDADE QUE SOMOSA CIDADE QUE QUEREMOS


20 ProcessoQuadro 01 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – ProgramaP A L E S T R A SP R É-CONF E R Ê N C I A SD A T A E V E N T O L O C A L08/10/01 ▪ Soleni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura ▪ Palestras: Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>10/10/01 ▪ Agen<strong>da</strong> 21 ▪ Agen<strong>da</strong> Habitat18/10/0124/10/01Palestras: temas transversais▪ Estatuto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e instrumentos <strong>de</strong> política urbana▪ Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e gestão <strong>de</strong>mocrática▪ Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e financiamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ Desenvolvimento econômico e inclusão25/10/01 ▪ Espaço público e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia31/10/01 ▪ Questão metropolitanaPré-Conferências Temáticas10 e 11/11/01 ▪ Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sistema viário e transporte coletivo23 a 25/11/01 ▪ Controle urbano e patrimônio histórico30/11/01 a02/12/01▪ Meio ambiente, recursos hídricos e saneamentoTeatroFrancisco NunesEscola <strong>de</strong>Engenharia <strong>da</strong>UFMG(EE-UFMG)EE-UFMG07 a 09/12/02 ▪ Habitação, vilas e favelas Col. Dom Silvério01 e 02/02/02 ▪ Noroeste22 e 23/02/02 ▪ Norte e Pampulha01 e 02/03/02 ▪ Barreiro e Oeste08 e 09/03/02 ▪ Ven<strong>da</strong> Nova e Leste15 e 16/03/02 ▪ Nor<strong>de</strong>ste e Centro-SulPré-Conferências RegionaisPrédio escolar narespectiva regiãoadministrativa25/03/02 a17/04/2002▪ Curso <strong>de</strong> capacitação dos <strong>de</strong>legados eleitos nas pré-conferências<strong>Prefeitura</strong><strong>Municipal</strong>Diagnóstico: A C I D A D E Q U E S O M O S ▪ Diretrizes para A CI D A D E Q U E Q U E R E M O SC O N F E R Ê N C I A20/04/0227/04/02▪ Apresentação e discussão <strong>da</strong> síntese do DIAGNÓSTICO▪ Proposição <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s▪ Apresentação e discussão <strong>da</strong>s DIRETRIZES ▪ Proposição <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s▪ Votação do DIAGNÓSTICO: propostas e emen<strong>da</strong>s06/05/02 ▪ Aprovação <strong>da</strong>s DIRETRIZES29/04/02 a02/05/0208 a 16/05/0218/05/0208 a 24/05/0225/05/0230/05/02 a14/06/0220/07, 03 e24/08/02Propostas: A C I D A D E Q U E Q U E R E M O S▪ Inscrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados nos Grupos Trabalho para formulação <strong>de</strong>PROPOSTAS▪ Discussão e formulação <strong>de</strong> PROPOSTAS nos Grupos <strong>de</strong> Trabalho:Intervenções urbanas estruturantes e Gestão <strong>da</strong>s políticas setoriaisurbanas▪ Apresentação <strong>da</strong>s PROPOSTAS <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong>s políticas setoriais urbanasem reunião plenária dos <strong>de</strong>legados▪ Discussão e formulação <strong>de</strong> PROPOSTAS nos Grupos <strong>de</strong> Trabalho:Legislação urbanística e ambiental▪ Apresentação <strong>da</strong>s PROPOSTAS <strong>de</strong> Legislação urbanística e ambiental emreunião plenária dos <strong>de</strong>legados▪ Apresentação pelos <strong>de</strong>legados <strong>de</strong> EMENDAS às Propostas <strong>de</strong>Intervenções urbanas estruturantes, Gestão <strong>da</strong>s políticas setoriais eLegislação urbanística e ambiental▪ Votação <strong>da</strong> PROPOSTAS e EmEn<strong>da</strong>s: Legislação urbanística e ambiental,Intervenções urbanas estruturantes e Gestão <strong>da</strong>s políticas setoriaisurbanasColégio ArnaldoSecretaria doCOMPURPrédios <strong>de</strong>órgãosmunicipaisColégio ArnaldoPrédios <strong>de</strong>órgãosmunicipaisColégio ArnaldoSecretaria doCOMPUREE-UFMG eCREA-MG


Processo 212 - CICLO DE PALESTRASFoi uma etapa aberta, que dispensou a inscrição dos interessados, on<strong>de</strong> os participantes tiveram aoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofun<strong>da</strong>r seu conhecimento sobre questões importantes que subsidiaram a discussãoem to<strong>da</strong>s as etapas seguintes. Os eventos se realizaram sempre em dias <strong>de</strong> semana, à noite, durante omês <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2001, e em ca<strong>da</strong> um aconteceram palestras – transcritas no ítem IV <strong>de</strong>ste documento - e<strong>de</strong>bates sobre um dos seguintes assuntos:– Agen<strong>da</strong> 21 e Agen<strong>da</strong> Habitat;– Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, instrumentos urbanísticos e gestão <strong>de</strong>mocrática;– sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e financiamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– <strong>de</strong>senvolvimento econômico e inclusão;– espaço público e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia;– questão metropolitana.3 - PRÉ-CONFERÊNCIASOs objetivos <strong>da</strong>s Pré-Conferências foram:– eleger os <strong>de</strong>legados para a etapa final <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana; esses seriamtambém <strong>de</strong>legados natos para a II Conferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que ocorreria em segui<strong>da</strong> à <strong>de</strong> PolíticaUrbana;– construir, a partir <strong>da</strong> percepção e conhecimento dos participantes, um diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUESOMOS, enfocando o quadro <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> atual <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e suas tendências.As quatro Pré-Conferências Temáticas aconteceram no período <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> novembro a 09 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>2001, e as nove Pré-Conferências Regionais no período <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> fevereiro a 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2002, sendoque essas últimas correspon<strong>de</strong>ram à terceira ro<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> plenárias dos Conselhos Regionais Populares.To<strong>da</strong>s aconteceram em finais <strong>de</strong> semana e foram organiza<strong>da</strong>s com a participação <strong>da</strong>s respectivassecretarias temáticas ou regionais.A participação nas Pré-Conferências aconteceu <strong>da</strong> seguinte maneira:– nas Pré-Conferências Temáticas <strong>de</strong> “Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana, sistema viário, transporte coletivo e trânsito”,“Controle urbano e patrimônio histórico” e “Meio ambiente, recursos hídricos e saneamento” qualquerci<strong>da</strong>dão interessado pô<strong>de</strong> se inscrever;– na Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> “Habitação, vilas e favelas” foram inscritos somente representantes <strong>de</strong>enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s envolvi<strong>da</strong>s com a questão <strong>da</strong> moradia;– nas Pré-Conferências Regionais pu<strong>de</strong>ram se inscrever representantes <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que integram oplenário dos Conselhos Regionais Populares, por ser esse um fórum representativo <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civilorganiza<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, espelhando em sua composição os diversos grupos e setoresexistentes, assim como a correlação <strong>de</strong> forças entre eles.Tanto as Pré-Conferências Temáticas como as Pré-Conferências Regionais discutiram a CIDADE QUE SOMOS,contribuindo para a construção coletiva <strong>de</strong> um diagnóstico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a partir do olhar, <strong>da</strong> percepçãoe <strong>da</strong> bagagem <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos participantes. A discussão se estruturou sempre em tornodos seguintes aspectos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>:– dinâmica do crescimento urbano;– condições <strong>de</strong> habitação;– distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanos;– espaços públicos, referencial simbólico e patrimônio histórico;– mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito;– condições ambientais.Além <strong>da</strong> discussão geral <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência Temática ou Regional <strong>de</strong>dicou-separte dos trabalhos a uma discussão específica, construindo também diagnósticos sobre os respectivostemas ou regiões (Quadros 02 e 03). Esse rico material produzido será utilizado posteriormente parasubsidiar o planejamento setorial <strong>da</strong>s políticas públicas urbanas correspon<strong>de</strong>ntes, no caso <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas, assim como os processos <strong>de</strong> planejamento regional no caso <strong>da</strong>s Pré-Conferências


22 ProcessoRegionais.A dinâmica proposta para a discussão geral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> nas Pré-Conferências envolveu momentos <strong>de</strong>trabalho não só em plenária, mas também em grupos e subgrupos, <strong>de</strong> modo a facilitar e estimular aparticipação efetiva <strong>de</strong> todos. Po<strong>de</strong>-se dividir o processo em três principais etapas: plenária <strong>de</strong> abertura,discussão em grupos e plenária <strong>de</strong> fechamento.As plenárias <strong>de</strong> abertura abriam oficialmente os trabalhos com uma apresentação sobre o processo geral <strong>da</strong>Conferência e sobre a dinâmica <strong>da</strong>s Pré-Conferências. Em segui<strong>da</strong>, os participantes se dividiam em grupos<strong>de</strong> até quarenta pessoas para as discussões, que envolviam também momentos <strong>de</strong> trabalho em subgrupos<strong>de</strong> oito pessoas.Os grupos e subgrupos eram compostos <strong>da</strong> forma mais heterogênea possível <strong>de</strong> maneira a fomentar umavisão mais integra<strong>da</strong>, mesclando participantes <strong>da</strong>s várias Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP) que compoem aregião, no caso <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais, e <strong>da</strong>s categorias, no caso <strong>da</strong>s Temáticas. A <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (PBH) coor<strong>de</strong>nou os trabalhos nos grupos e subgrupos, através <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong> técnicostreinados para essa função, e subsidiou to<strong>da</strong>s as discussões com textos e mapas contendo as informaçõesdisponíveis sobre os assuntos em pauta. Os resultados dos trabalhos em grupo eram registrados emcartelas, visando estimular a objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s discussões e facilitar sua sistematização, sendoposteriormente apresentados na plenária <strong>de</strong> fechamento por relatores eleitos entre os participantes.Em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência Temática po<strong>de</strong>riam ser elegeitos trinta <strong>de</strong>legados, sendo no máximo <strong>de</strong>z <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>categoria – popular, empresarial e técnica – mais um a ca<strong>da</strong> cinqüenta participantes cre<strong>de</strong>nciados, até umnúmero máximo <strong>de</strong> três. Em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência Regional po<strong>de</strong>riam ser elegeitos até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados,geralmente no mínimo um <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> UP, mais um a ca<strong>da</strong> cinqüenta participantes cre<strong>de</strong>nciados. No total,foram eleitos 244 <strong>de</strong>legados, dos quais 115 pelas Pré-Conferências Regionais e 129 pelas Pré-Conferências Temáticas, todos <strong>de</strong>legados natos para a II Conferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. No Quadro 04, apresentaseum resumo quantitativo <strong>da</strong> participação, subdividido em Pré-Conferências Temáticas, Regionais e total<strong>de</strong> participantes e <strong>de</strong>legados. Nesse quadro, os números correspontentes a “cre<strong>de</strong>nciados” e “convi<strong>da</strong>dos”correspon<strong>de</strong>m à efetiva participação <strong>de</strong>ntre os “inscritos” previamente.


Processo 23Quadro 02 - Temas <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasPRÉ-CONFERÊNCIA TEMAS GERAIS DA CIDADE TEMAS ESPECÍFICOSMobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sistema viárioe transporte coletivoControle urbanoe patrimônio culturalMeio ambiente,recursos hídricose saneamentoHabitação, vilas e favelas▪ Crescimento urbano e inclusão▪ Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s/centros▪ Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito▪ Espaço público/patrimônio cultural▪ Condições ambientaisos mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>os mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>os mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ A questão metropolitana▪ Gestão <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ Manutenção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ Financiamento do transporte▪ Zoneamento e ADE▪ Parcelamento do solo▪ Ocupação do solo▪ Licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s▪ Patrimônio histórico urbano▪ Áreas <strong>de</strong> especial interesseambiental, flora e fauna▪ Poluição ambiental▪ Recursos hídricos e drenagem▪ Abastecimento <strong>de</strong> água eesgotamento sanitário▪ Resíduos sólidos e controle <strong>de</strong>vetores▪ Habitação e política urbana▪ Balanço <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong>habitação▪ Participação e gestão <strong>de</strong>mocrática:po<strong>de</strong>r público e movimentos sociais▪ Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> habitaçãoQuadro 03 - Temas <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisPRÉ-CONFERÊNCIA TEMAS GERAIS DA CIDADE TEMAS ESPECÍFICOSNoroeste▪ Crescimento urbano e inclusão▪ Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s/centros▪ Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito▪ Espaço público/patrimônio cultural▪ Condições ambientais▪ Zoneamento e ocupação▪ Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas▪ Sistema viário e acessos▪ Espaços públicos/lazer/patrimônio▪ Condições ambientaisNorte ePampulhaBarreiro eOesteLeste eNor<strong>de</strong>steCentro-Sul eVen<strong>da</strong> Novaos mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>os mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>os mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>os mesmos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ Ocupação do solo e zoneamento▪ Distribuição ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s/centros urbanos▪ Tema livre▪ Ocupação do solo e zoneamento▪ Distribuição ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s/centros urbanos▪ Tema livre▪ Ocupação do solo e zoneamento▪ Distribuição ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s/centros urbanos▪ Sistema viário e acessos▪ Espaços públicos/lazer/patrimônio▪ Condições ambientais▪ Ocupação do solo e zoneamento▪ Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros▪ Sistema viário e acessos▪ Espaços públicos/lazer/patrimônio▪ Condições ambientais


24 ProcessoQuadro 04 - II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – Participantes e <strong>de</strong>legadosP R É-CONF E R Ê N C I A T E M Á T I C AP AR T I C I P A N T E SS E T O R I N S C R I T O S C R E D E N C I A D O SD E L E G A D O SMobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sistema viário e transporte coletivoMeio ambiente, recursos hídricos e saneamentoControle urbano e patrimônio históricoHabitação, vilas e favelasP R É-CO N F E R Ê N C I A S TE M Á T I C A S: TO T A L▪ Empresarial 64 19 10▪ Popular 238 188 12▪ Técnico 123 65 11▪ SOM A 425 272 33▪ Empresarial 28 15 8▪ Popular 256 162 12▪ Técnico 252 142 11▪ SOM A 536 319 31▪ Empresarial 53 15 10▪ Popular 189 53 11▪ Técnico 202 99 12▪ SOM A 444 167 33▪ Empresarial 13 9 9▪ Popular 949 513 13▪ Técnico 74 32 10▪ SOM A 1.036 554 32▪ Empresarial 158 58 37▪ Popular 1.632 916 48▪ Técnico 651 338 44▪ TOTAL 2.441 1.312 129P R É-CONF E R Ê N C I A R E G I O N A LC O N V I D A D O S ( 2 )P AR T I C I P A N T E S ( 1 )C R E D E N C I A D O SD E L E G A D O SBarreiro 30 157 13Centro-Sul 35 119 12Leste 42 203 14Nor<strong>de</strong>ste 30 160 13Noroeste 40 165 13Norte 20 217 14Oeste 20 101 12Pampulha 50 91 12Ven<strong>da</strong> Nova 55 111 12P R É-CO N F E R Ê N C I A S R E G IO N A I S: TO T A L 322 1.324 115( 1 ) Nas pré-conferências regionais, somente po<strong>de</strong>riam participar <strong>da</strong>s reuniões os representantes <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s nosrespectivos conselhos regionais populares; assim, não houve inscrição prévia. Os <strong>de</strong>mais interessados participaram como convi<strong>da</strong>dos.( 2 ) Estimativa.P R É-CO N F E R Ê N C I A S P AR T I C I P A N T E S D E L E G A D O ST E MÁ T I C A S 1.312 129R E G I O N A I S 1.646 115P R É-CO N F E R Ê N C I A S: T O T A L 2.958 244


Processo 254 - CAPACITAÇÃO DOS DELEGADOSNo período compreendido entre o final <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais e o início <strong>da</strong> etapa final <strong>da</strong>Conferência <strong>de</strong>senvolveu-se um processo <strong>de</strong> capacitação dos <strong>de</strong>legados. Seu objetivos foram:– nivelar minimamente o conhecimento dos <strong>de</strong>legados relativo às questões urbanas, tornando maisigualitárias as condições <strong>de</strong> atuação <strong>da</strong>s diversas categorias representa<strong>da</strong>s, ao longo <strong>da</strong> etapa final <strong>da</strong>Conferência;– fortalecer a consciência sobre como se dão os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano;– divulgar e disseminar entre os <strong>de</strong>legados diretrizes, princípios, programas e projetos implementadosatravés <strong>da</strong>s políticas públicas <strong>da</strong> área urbana como forma <strong>de</strong> contribuir para a construção <strong>de</strong> umaabor<strong>da</strong>gem mais integra<strong>da</strong> na discussão <strong>da</strong>s propostas;– fornecer noção básica sobre a legislação urbanística e ambiental existente e sua importância comoinstrumento <strong>de</strong> política urbana.O conteúdo trabalhado foi distribuído em quatro módulos, abor<strong>da</strong>ndo respectivamente os seguintes temas:– a história <strong>da</strong> evolução urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a importância <strong>da</strong> participação popular na históriarecente <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e o Sistema <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa;– noções gerais sobre o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Plano Diretor e a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso doSolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>;– aplicação prática <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>;– políticas públicas <strong>de</strong> meio ambiente e saneamento, mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito, espaço público epatrimônio e habitação.Foram abertas inscrições para quatro turmas. Ca<strong>da</strong> turma participaria do curso em dia diferente <strong>da</strong> semana,<strong>de</strong> forma a possibilitar a participação do maior número possível <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados. As vagas ofereci<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong>turma foram cui<strong>da</strong>dosamente distribuí<strong>da</strong>s entre as categorias e regiões representa<strong>da</strong>s pelos <strong>de</strong>legados,visando favorecer uma composição o mais heterogênea possível. Os 222 <strong>de</strong>legados participantes pu<strong>de</strong>ramse beneficiar <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> capacitação e, <strong>de</strong> maneira geral, avaliaram a iniciativa muito positivamente.


26 Processo5 - CONFERÊNCIAOs participantes <strong>da</strong> etapa final <strong>da</strong> Conferência foram os <strong>de</strong>legados eleitos nas Pré-Conferências. Essaetapa aconteceu <strong>de</strong> abril a agosto <strong>de</strong> 2002 e constituiu-se <strong>de</strong> três fases, que se <strong>de</strong>senvolveram ao longo <strong>de</strong>aproxima<strong>da</strong>mente quatro meses e meio, a partir <strong>da</strong> abertura, dia 19 <strong>de</strong> abril:– consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> síntese do diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, a partir dos resultados <strong>da</strong>s Pré-Conferências, e formulação <strong>de</strong> diretrizes para a elaboração <strong>de</strong> propostas para a CIDADE QUE QUEREMOS;– <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> propostas para a CIDADE QUE QUEREMOS em Grupos <strong>de</strong> Trabalho constituídos por<strong>de</strong>legados, a partir <strong>da</strong>s diretrizes aprova<strong>da</strong>s na fase anterior;– fechamento <strong>da</strong>s propostas construí<strong>da</strong>s nos Grupos <strong>de</strong> Trabalho.A primeira fase aconteceu durante todo o dia <strong>de</strong> dois sábados consecutivos, dias 20 e 27 <strong>de</strong> abril, e umanoite <strong>de</strong> terça-feira, dia 05 <strong>de</strong> maio. Esses eventos mesclaram momentos <strong>de</strong> trabalho em grupo, para asdiscussões mais aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, e momentos <strong>de</strong> plenária, on<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>legados presentes se reuniampara <strong>de</strong>liberar. Tanto a síntese do diagnóstico como as diretrizes foram discuti<strong>da</strong>s e aprova<strong>da</strong>s pelos<strong>de</strong>legados tendo como referência documentos <strong>de</strong> caráter preliminar, preparados pela equipe <strong>da</strong> PBH apartir dos resultados <strong>da</strong>s discussões <strong>da</strong>s Pré-Conferências.Do dia 29 <strong>de</strong> abril a 02 <strong>de</strong> maio foram abertas as inscrições para os <strong>de</strong>legados interessados em participardos Grupos <strong>de</strong> Trabalho, iniciando-se assim os preparativos para a segun<strong>da</strong> fase <strong>da</strong> etapa final <strong>da</strong>Conferência. Estabeleceu-se uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> composição para ca<strong>da</strong> Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> forma aestimular a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> representação entre as categorias e regiões representa<strong>da</strong>s pelos <strong>de</strong>legados,semelhante ao procedimento <strong>de</strong>scrito anteriormente para a composição <strong>da</strong>s turmas <strong>de</strong> capacitação.O objetivo <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> fase foi o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> propostas, a partir <strong>da</strong>s <strong>de</strong>finições aprova<strong>da</strong>s na faseanterior, visando contribuir com a construção <strong>da</strong> CIDADE QUE QUEREMOS. Essas propostas referiram-se a:– complementações ou alterações na legislação urbanística e ambiental;– execução <strong>de</strong> intervenções urbanas estruturantes;– mu<strong>da</strong>nças na gestão <strong>da</strong>s políticas setoriais urbanas.No âmbito <strong>de</strong>sses três gran<strong>de</strong>s campos, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s propostas se <strong>de</strong>u através <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadostemas específicos, ca<strong>da</strong> um correspon<strong>de</strong>ndo a um Grupo <strong>de</strong> Trabalho (GT). Os GT do campo <strong>da</strong>salterações <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong>senvolveram suas propostas ao longo do período <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> abril a 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong>2002. Já os GT que discutiram propostas relativas a intervenções estruturantes e gestão urbana atuaram dodia 06 <strong>de</strong> abril a 17 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2002. O apoio logístico e a coor<strong>de</strong>nação dos GT foi <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>PBH, e ca<strong>da</strong> grupo estabeleceu seu próprio programa <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ntro dos prazos <strong>de</strong>finidos.No campo <strong>da</strong> complementação ou alteração <strong>de</strong> legislação foram criados os GT <strong>de</strong> número 1 a 8, discutindoos seguintes temas específicos:– zoneamento e Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE);– parcelamento do solo;– ocupação e uso do solo;– instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– regularização <strong>de</strong> parcelamentos e edificações;– posturas e obras;– Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS);– legislação ambiental.Em função <strong>da</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong> dos temas, os GT <strong>de</strong> números 1 e 3 trabalharam <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong>, com adiscussão reorganiza<strong>da</strong> em dois subtemas, sendo um <strong>de</strong>les “zoneamento, ocupação e uso” e o outro “Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)”.No campo <strong>da</strong> execução <strong>de</strong> intervenções urbanas estruturantes foram criados os GT <strong>de</strong> número 9 e 10,discutindo os seguintes temas específicos:– obras viárias e <strong>de</strong> saneamento e revitalização <strong>de</strong> áreas;– programas habitacionais.No campo <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças na gestão <strong>da</strong>s políticas setoriais urbanas foram criados os GT <strong>de</strong> número 11, 12e13, discutindo os seguintes temas específicos:– gestão participativa;– <strong>de</strong>senvolvimento econômico;– gestão <strong>de</strong> políticas setoriais urbanas.


Processo 27No caso do GT <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> políticas setoriais urbanas, trabalhou-se com uma subdivisão em cinco temas:– política <strong>de</strong> controle urbano;– política ambiental e <strong>de</strong> saneamento;– política habitacional;– política <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito;– política <strong>de</strong> patrimônio histórico e espaço público.O objetivo <strong>da</strong> terceira fase foi discutir e aprovar com todo o conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados as propostas resultantes<strong>da</strong>s discussões nos GT. As propostas foram apresenta<strong>da</strong>s e discuti<strong>da</strong>s pelos <strong>de</strong>legados ao longo <strong>de</strong> duassemanas, em eventos que aconteceram durante o dia inteiro <strong>de</strong> dois sábados seguidos, dias 18 e 25 <strong>de</strong>maio. No primeiro evento foram apresenta<strong>da</strong>s as propostas relativas aos campos <strong>da</strong>s intervençõesestruturantes e <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong> políticas setoriais e no segundo, as propostas relativas ao campo <strong>da</strong>legislação.Por <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> plenária <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados foi aprova<strong>da</strong> uma alteração do regimento estabelecendo apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encaminhamento <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s às propostas produzi<strong>da</strong>s pelos GT. Tal <strong>de</strong>cisão visavaprincipalmente <strong>da</strong>r oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> aos <strong>de</strong>legados <strong>de</strong> se manifestarem também em relação aos temas dos GTdos quais não participaram. Para tanto, as emen<strong>da</strong>s, justifica<strong>da</strong>s e assina<strong>da</strong>s por no mínimo 14 <strong>de</strong>legados,<strong>de</strong>veriam ser protocola<strong>da</strong>s do dia 27 até o dia 14 <strong>de</strong> junho junto à Secretaria Executiva do COMPUR.Segundo a <strong>de</strong>liberação <strong>da</strong> plenária <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados, as emen<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>riam ser:– aditivas, no caso <strong>de</strong> apresentarem novas propostas;– supressivas ou substitutivas, se propusessem, respectivamente, a eliminação ou alteração <strong>de</strong> propostasexistentes.Nos dias 6 e 13 <strong>de</strong> junho, à noite, os coor<strong>de</strong>nadores e suas equipes <strong>de</strong> apoio – respectivamente, dos GTque discutiram temas relativos ao campo <strong>da</strong> legislação e dos GT que discutiram temas relativos aos campos<strong>da</strong> gestão <strong>de</strong> políticas setoriais e <strong>da</strong>s intervenções estruturantes – reuniram-se com os <strong>de</strong>legadosinteressados para:– apresentação <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> equipe <strong>da</strong> PBH sobre as propostas produzi<strong>da</strong>s pelos GT, i<strong>de</strong>ntificandocontradições e conflitos;– apresentação <strong>de</strong> sugestões <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s às propostas;– esclarecimentos <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s.Nesses eventos, aproveitando a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do encontro, alguns <strong>de</strong>legados coletaram assinaturas paraemen<strong>da</strong>s que estavam propondo. Ao final do período previsto, foram protocola<strong>da</strong>s 132 emen<strong>da</strong>s que,soma<strong>da</strong>s às mais <strong>de</strong> 500 propostas produzi<strong>da</strong>s pelos GT, constituíam a matéria a ser vota<strong>da</strong> pela plenáriados <strong>de</strong>legados como <strong>de</strong>liberações finais <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana. Tais votaçõesaconteceram, finalmente, ao longo <strong>da</strong>s manhãs e tar<strong>de</strong>s dos sábados, dias 29 <strong>de</strong> junho, 20 <strong>de</strong> julho, 3 e 24<strong>de</strong> agosto, quando aconteceu o encerramento oficial <strong>da</strong> Conferência.


28 Processo6 - ENCAMINHAMENTO DAS PROPOSTAS APROVADASEm geral, as propostas aprova<strong>da</strong>s estão em nível <strong>de</strong> diretriz, o que pressupõe um processo <strong>de</strong><strong>de</strong>talhamento antes <strong>de</strong> seu encaminhamento <strong>de</strong>finitivo aos órgãos do Executivo ou ao Legislativo <strong>Municipal</strong>,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> sua natureza. Esse processo será acompanhado pelo COMPUR, que apreciará os produtosdo <strong>de</strong>talhamento <strong>da</strong>s propostas com relação a conteúdo e forma, po<strong>de</strong>ndo para isso consultar os <strong>de</strong>legados<strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, em reuniões convoca<strong>da</strong>s especificamente para esse fim.Da mesma forma, consi<strong>de</strong>ra-se essencial que o COMPUR e os <strong>de</strong>legados acompanhem osencaminhamentos para implementação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>liberações finais <strong>da</strong> Conferência, que, em última instância,constituem o referencial para a CIDADE QUE QUEREMOS. A partir <strong>de</strong>sse referencial, será estruturado umsistema <strong>de</strong> monitoramento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que subsidiará futuras avaliações, especialmentepor ocasião <strong>da</strong>s próximas conferências municipais <strong>de</strong> política urbana.Os produtos resultantes <strong>da</strong>s discussões específicas <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas e Regionaisconstituem material consistente que representa a percepção <strong>da</strong> população em relação às políticas setoriaise regiões que foram discuti<strong>da</strong>s. Deverão subsidiar, por sua legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> e riqueza, respectivamente, osprocessos <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong>s políticas setoriais urbanas e <strong>de</strong> planejamento regional.Os resultados finais <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, cuja síntese foi apresenta<strong>da</strong> na IIConferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados pelo Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao longo <strong>de</strong> seus trabalhos,tornando-se referência na discussão dos gran<strong>de</strong>s temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


29III - PARTICIPANTES1 - EQUIPE DE APOIO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE• a<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> alves patrícia • a<strong>de</strong>lmo luiz • a<strong>de</strong>lson h. azeredo • a<strong>de</strong>rbal geraldo <strong>de</strong> freitas • adilza maria corrêa • adilza linhares • adrianaduval <strong>de</strong> araújo • adriana frança gomes • adriana miyoshi • adriana ribeiro gomes • adriana veloso ferreira biondi pinheiro • adriano e.silviera <strong>de</strong> assis • adônis pereira • aí<strong>da</strong> maria rezen<strong>de</strong> campos • alcilândia cristina <strong>da</strong>vid • alessandra <strong>de</strong> fátima g. oliveira • alfenir nunesfurtado • alice ap. pacheco cor<strong>de</strong>iro • aline almei<strong>da</strong> guerra • alessandro sperandio <strong>de</strong> sá • aline <strong>de</strong> fátima costa • almir josé caixeta •aloysio josé o. filho • alysson frankjlin martins moreira • aluísio rocha moreira • ana carolina marques • ana flávia martins machado • anakarla l. carneiro • ana louza<strong>da</strong> • ana lúcia <strong>de</strong> f. fonseca • ana lúcia m. araújo campos • ana luíza <strong>de</strong> lima veloso • ana maria alquimimramos • ana maria ramos • ana maria soares • ana paula barbosa <strong>de</strong> oliveira • ana paula machado • ana saraiva • ana zélia c. vale •an<strong>de</strong>rson brito • andré rocha • andréa narra g. pongelupe • andréa scalon • andréia leão coelho • angélica constantino <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> •angelita teixeira • ângelo vicentino <strong>da</strong> silva • anna claudya b. barbosa • antônio adónis pereira • antônio alves <strong>de</strong> araújo • antônio carlosraposo • antônio <strong>de</strong> pádua s. melo • antônio <strong>de</strong> pádua <strong>da</strong> silva nogueira • antônio dias vieira • antônio henrique drumond • antônioisauro caetano • arnaldo pedro lima • artur celso filho • augusto carlos • aurora m. castro d. silva • beatriz carvalho • beatriz penna •beatriz terraponi campos castro • bem-hur pereira • berna<strong>de</strong>te cássia nunes • berenice pinheiro • berna<strong>de</strong>te carvalho gomes • bernadocampos <strong>de</strong> faria • bernardo monteiro barbosa • breno serôa • bruno antônio • bruno barbosa • bruno oliveira • calixto pereira neto • carlagarófalo • carlindo josé fernan<strong>de</strong>s • carlos augusto <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> dias • carlos alberto • carlos peres caixeta • carmem elizabeth sal<strong>da</strong>nhasiqueira • carmem lúcia barbosa teixeira • cássia lafetá couto <strong>de</strong> carvalho • cássia rúbia toledo <strong>de</strong> lima • cássio luiz costa <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> •cacildo ramos <strong>da</strong> cunha • celeste cardoso • celeste jovita cardosa • celina marques <strong>de</strong> oliveira • célio barbosa silva • celso ferreira •celso g. souza judson • ceni silva alvarenga • cesaltina pereira dos santos • césar cota • césar <strong>de</strong> jesus ferreira santos • cintia pinheirotomichi • clarissa germana pereira <strong>de</strong> queiroz • claúdia azevedo • claúdia fernan<strong>de</strong>s bastos • claúdia gontijo • cláudia ribeiro <strong>de</strong>alvarenga • claúdia sanctis viana • cláudia valéria amorim • cleber maia • cleber ribeiro fontes • cleusa augusta ferreira • clotil<strong>de</strong> <strong>de</strong>pádua oliveira • crisnan<strong>da</strong> pane siscar • cristina <strong>de</strong> melo • cynteria mara <strong>de</strong> o. fraga • cyntia <strong>de</strong> souza santos • <strong>da</strong>ngela heloísa • <strong>da</strong>nielpoyanco bravo • <strong>da</strong>niela rodrigues me<strong>de</strong>iros • <strong>da</strong>nielle andra<strong>de</strong> cruz • <strong>da</strong>vidson fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> silva • <strong>da</strong>yson h. martins • déa regina v. <strong>de</strong>f. pereira • débora maria moreira <strong>de</strong> faria • <strong>de</strong>nise alvarenga • <strong>de</strong>nise machado • <strong>de</strong>nise pacheco • <strong>de</strong>nize <strong>da</strong> penha pessali • <strong>de</strong>rlio joycoelho • dirceu sas<strong>de</strong>lli perez • <strong>de</strong>ryan junkert • divânia cavalcante • dora alice monduzzi • dulce magalhães • edmilsom dos santos •edmilson eustáquio figueiredo •ednilson dos santos • edson fonseca júnior • edson ivan faria diniz • edson jacomino • eduardo josétolentino • eduardo henrique lopes • élcio gonçalves carneiro • eliana antunes vaz • eliana cleto • eliana marzulo ribeiro • eliane mariamaia alcamim • eliane paulo <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> • eliane soares bueno • elisângela p. men<strong>de</strong>s • elza cândi<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva souza • emilianagonçalves <strong>de</strong> souza • enei<strong>da</strong> vala<strong>da</strong>res pinto • euler joão geraldo silva • evaldo <strong>de</strong> souza lima • eveline trevisan • fábio ribeiro e silva •fabíola barbosa m. castro • fátima augusta <strong>de</strong> brito • fátima cristina gomes diniz cândido <strong>de</strong> araújo • fátima lúcia b. paiva • felíciomarteletto • felipe v. nacif • fernan<strong>da</strong> kellen salomãe • fernan<strong>da</strong> santos alves • fernan<strong>da</strong> vieira batista • fernando pimenta • fernandocarvalho • fernando césar bauer • fernando chiarini • fernando <strong>de</strong> pádua <strong>da</strong> silva fernan<strong>de</strong>s • fernando <strong>de</strong> oliveira pessoa • fernandosérgio miran<strong>da</strong> maia • flávia cal<strong>de</strong>ira mello • flávia <strong>de</strong> souza oliveira almei<strong>da</strong> • flávia mourão • flávio césar espezealli silveira • franciscobento <strong>de</strong> oliveira e silva • francisco bento francys bran<strong>de</strong>nberg • geraldo afonso corrêa • geraldo vicente viveiros • geraldo herzog•getúlio te<strong>de</strong>schi • gina silva • gisele rezen<strong>de</strong> <strong>de</strong> matos • giovanni braz • giovanini glusepp a. reis • glaúcia gatti queiroga cortes •guilherme soares • guilherme willer • gustavo lira meyer • hélcio m. borges • heleninício martins • helena marchisotti <strong>de</strong> souza • hélioviana • heloísa coutinho amaral • hênio gomes <strong>de</strong> oliveira • hil<strong>da</strong> maria carvalho aguiar • humberto correa • humberto p. júnior • iaraapareci<strong>da</strong> souza costa • ie<strong>da</strong> márcia <strong>da</strong> silva • ildéia otoni ribeiro • ilza conceição maurício • inês lustosa pereira • iris cabral <strong>da</strong> silva •isabel c. cardoso lima • isabel cupertino • isabel eustáquia queiroz volponi • isnard monteiro horta • ivana arru<strong>da</strong> saraiva • izabel <strong>de</strong>andra<strong>de</strong> • ja<strong>de</strong> souza • jairo andra<strong>de</strong> pereira • janaína dos r. resen<strong>de</strong> • janaína fernan<strong>da</strong> <strong>de</strong> macêdo • jane <strong>da</strong>s dores <strong>da</strong>ma • janiceschimidt novaes • jaqueline campos • jaqueline fernan<strong>da</strong> vieira • joab monteiro <strong>de</strong> souza • joão bosco gariglio • joão ferreira <strong>de</strong> oliveira •joão vicente mariano • joaquim vieira neto • johny júnior borges • jorge wan<strong>de</strong>r barbosa • josé antônio m. barbosa • josé antônio vieira •josé carlos costa • josé coelho • josé <strong>de</strong> oliveira costa • josé eustáquio <strong>de</strong> ávila machado • josé liberato <strong>de</strong> sá moraes • josé maria f.moreira neto • josé milson costa • josé rené olandim pereira • josé roberto g. ferreira • josé valter • josé walter g. vieira • joyce fernan<strong>da</strong> •jucélia dos santos soares • juliana <strong>de</strong> oliveira • juliana m. s. campos • juliana n. azevedo • júlio césar <strong>de</strong> oliveira • júlio césar felipe • júlio<strong>de</strong> marco • júlio dimas • june leroy • júnia naves nogueira • karina melo ribeiro • karla maria vilas marques • kate lilian <strong>de</strong> lima • katia •kelly apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> moreira pascoal • kleber martins <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> • klei<strong>de</strong> nea • laetícia reis veloso • laís bertola <strong>da</strong> fonseca • lázara lemos• lenio rodrigues cunha • lenir assunção • lenir <strong>de</strong> melo franco • letícia maria rezen<strong>de</strong> epaminon<strong>da</strong>s • liliana caixeta • lúcia capanema •luciana • luciana belli bigonha • luciana felicíssimo houri • luciana ribeiro milhomens • luciane souza cunha melo • lucivaldo porto silva •luiz augusto schmidt • luiz carlos régis loiola • luiz evânio <strong>da</strong> fonseca • luiz fernando • luiz maria ferreira • luiz henrique d. cal<strong>de</strong>ira • luizhenrique p. <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> silva • manoelinton gomes dos s. • marcelo amorim • marcelo antônio <strong>de</strong>rusi • marcelo camargo • marcelocandiotto • marcelo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> menicucci • marcelo lamounier <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> • marcelo thomaz sena • marcia abdo • márcia barroso •márcia junqueira • márcia mourão parreira vital • márcia nogueira <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> • marcílio rezen<strong>de</strong> santos • márcio césar gonçalves •márcio <strong>de</strong> oliveira brito • márcio josé viana reis • márcio rodrigues nunes • marco antônio <strong>de</strong> araújo • marco antônio baptista • marcoantônio gomes dos santos • marco antônio oliveira • marcos antônio <strong>de</strong> oliveira • marcos evêncio • marcos marinho <strong>de</strong> lima • marcuslourenço gonçalves • margarete pinto lara • margareth cássia nunes <strong>da</strong> silva • maria apareci<strong>da</strong> arantes silva • maria apareci<strong>da</strong> correiacampos • maria apareci<strong>da</strong> reis silva • maria apareci<strong>da</strong> vivas • maria auxiliadora <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> vieira • maria cal<strong>da</strong>s • maria conceiçãoamaral renan <strong>de</strong> menezes • maria conceição • maria cristina f. magalhães • maria christina rodrigues • maria <strong>de</strong> prado • maria geral<strong>da</strong><strong>de</strong> castro bahia • maria gezica vala<strong>da</strong>res • maria josé diamante • maria josé dos santos • maria haydée miran<strong>da</strong> <strong>de</strong> moraes • maria lúciasilva • maria lúcia veloso silveira • maria luísa carneiro chaves • maria luíza brugger iglesias • maria luíza belo moncorvo • maria luízacosta pinto • maria marta amaral lima • maria silvia <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> paz • maria terezinha moraes • maria vitória correa cavalieri • mariazulmira freitas • maria yamassaki • mariângela heloísa costa • maril<strong>da</strong> g. <strong>de</strong> souza justino • marilene consuelo <strong>de</strong> souza carvalho •marilene <strong>da</strong> conceição <strong>de</strong> souza • marília sholbi uflacker • marina portugal torres • maristela bruno <strong>de</strong> costa • maristela dos reis solano •marly conceição dos santos araújo • marsalina feliz dos santos • marta menezes • mary alice oliveira • matil<strong>de</strong> jaqueline <strong>de</strong> freitas •mauricéia aires rodrigues • maurício drumond • michelle arroyo • michele arru<strong>da</strong> lucas • milton lopes filho • miriam pereira duarte forcina• mônica álvares pires • mônica <strong>de</strong> oliveira franco latorre • mônica guisoli • mônica maria ca<strong>da</strong>val bedê • monir tahan sab • nara júlioribeiro • natália lima boncompagni • nei<strong>de</strong> maria ataí<strong>de</strong> peixoto • nelayne abdo • neli ferreira p. valente • nélio josé moraes • neusaapareci<strong>da</strong> santos • neuza rodrigues <strong>da</strong> silva xavier • nilton martins <strong>de</strong> brito • nívia cristina nascimento • neusa aganet • neuza costa •ney albert murtha • nilson josé <strong>da</strong> silva • nivia cristina nascimento • noemio a. <strong>de</strong> souza • norberto pieroni • normando <strong>da</strong>mascenoafonso • odília <strong>da</strong> cunha peixoto cançado • olavo antônio <strong>de</strong> souza lima • omar josé <strong>de</strong> freitas • onir josé <strong>de</strong> freitas • oscar duval • otiliemacedo pinheiro • palowa s. roberti • patrícia <strong>da</strong> gama barros • patrícia maria <strong>de</strong> souza • paula maria ferraz • paulo antoneli • paulo


30 Participantesroberto • paulo césar eulálio • paulo césar nogueira • paulo pires vieira • paulo roberto <strong>de</strong> padua • pedro fabiano alcântara • pio xiprocópio <strong>de</strong> alvarenga • raul guilherme • regina assumpção • regina <strong>de</strong> oliveira • regina félix cardoso • ricardo coutinho • ricardo <strong>de</strong>miran<strong>da</strong> aroeira • roberto carvalho • robson rosa motti • rosângela pastana • patrícia <strong>de</strong> castro batista • patrícia regina s. <strong>de</strong> oliviera •patrícia <strong>da</strong> silva ribeiro • patrícia maria <strong>de</strong> souza • patrícia sal<strong>da</strong>nha • pedro edson frança • pedro veríssimo neto • perpétua fernan<strong>de</strong>s •raimundo nonato • reginaldo magalhães <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> • renata lauar • renata rocha barbosa • reinaldo nunes • roberto martins ferreira •roberto rafael guidugle filho • robson eufrásio <strong>de</strong> morais • rodolfo guazi rodrigues • rodrigo g. b. neri • rodrigo rocha <strong>de</strong> assis • rogériopena siqueira • ronaro <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ferreira • ronaldo pereira • rosa amélia araújo chame • rosalva alves portella • rosa lour<strong>de</strong>s fernan<strong>de</strong>shenriques • rosângela olegaria bastos • rosemary neiva men<strong>de</strong>s • rosita humbertina vieira • roulo josé • rubens levi francisco • sabrinafernan<strong>de</strong>s vasconcelos oliveira • sandra canno • sandra magna santos • sandra mara chaves • saulo amaral • sebastião a. teixeira filho• selma mata machado alkmin bredt • selva maria morici • sérgio luís r. carvalho • silmara maxha<strong>da</strong> • silmara m. teixeira • silvana pontel<strong>de</strong> oliveira • silvana silva rodrigues • silvana trigueiro perez • silvio n. resen<strong>de</strong> • simão dos santos • simone inácio meireles • sinarainácio meireles chenna • meireles • sofia marta salomão alvarenga • sônia mara miran<strong>da</strong> knauer • sônia maria <strong>de</strong> assis • sônia rabelocoutinho • soraia rodrigues dos reis • stephanie varella • sueli prado cor<strong>de</strong>iro • suzana athay<strong>de</strong> augusto montandon • suzana rachidnunes • suzilene gonçalves ribeiro • tâmara f. chaves • tânia <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s viana • tânia fernan<strong>de</strong>s • tânia maria <strong>de</strong> araújo ferreira • tâniamaria do nascimento • tarcísio pereira <strong>de</strong> lima • téo moreira <strong>de</strong> souza • thatiany rodrigues morais • thomaz henrique generoso • tiagojosé <strong>da</strong> silva • ubirajara júnior • umberto antônio <strong>da</strong> silva júnior • val<strong>de</strong>te lima bontempo • valéria braga pena • valéria <strong>de</strong> cássia • valéria<strong>de</strong> seixas ferreira • valéria dias santos • valéria ferreira <strong>da</strong> silva • van<strong>da</strong> barroso gomes • van<strong>de</strong>r lúcio bras <strong>da</strong> silva • van<strong>de</strong>r luiz soares •vanessa ap. charles barros • vanessa <strong>da</strong> cruz trigueiro rocha • vanessa las casas • vanessa lúcia silva amorim • vanessa mara andra<strong>de</strong>homem • vânia apareci<strong>da</strong> pereira • vânia araújo con<strong>de</strong>ssa • vânia fátima <strong>de</strong> p. pinto • vera <strong>de</strong> johannes rad • vera lúcia magalhães •vera lúcia m. macedo • vera lúcia rodrigues • verônica <strong>da</strong> mata machado • verônica luzia martins • vicente marques <strong>de</strong> souza • vinicíusborges • vinícius dos santos • virgínia maria <strong>da</strong> silva ferreira • viviane apareci<strong>da</strong> dos santos • viviane <strong>de</strong> c. pedroso • wagner soares <strong>de</strong>souza • walitom alves dos santos • walmir antunes • walter amorim • wan<strong>da</strong> vaz motta miran<strong>da</strong> • walkyria morais segantini • wan<strong>da</strong>barroso gomes • wanja r. dos s. figueiras • washington rocha men<strong>de</strong>s • weber coutinho • weber dias <strong>de</strong> oliveira • weber pereira •welington <strong>da</strong> silveira • wellington leal peixoto • welton p. malta • william costa pereira • wilson santiago costa • wlamir freitas • gerência<strong>de</strong> comunicação e mobilização sociall <strong>da</strong> SCOMURBE • grupo gerencial <strong>de</strong> informática <strong>da</strong> SUDECAP • gerência <strong>de</strong> informações <strong>da</strong>SCOMURBE •2 - PARTICIPANTES DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS2.1 - Participantes <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> Urbana, Sistema Viário, Transporte Coletivo e Trânsito• a<strong>da</strong>ilton quintão filho ▪ a<strong>da</strong>ir lopes dos santos ▪ a<strong>da</strong>ir nicolau <strong>de</strong> sousa ▪ a<strong>de</strong>lson horta azeredo ▪ adilson soares <strong>de</strong> oliveira ▪ adrianojúnio marques ▪ afonso carneiro filho ▪ agenor vasconcelos s. neto ▪ agostinho alves ferreira ▪ ailton <strong>de</strong> pádua vieira ▪ alcebía<strong>de</strong>sfernan<strong>de</strong>s cavalcanti ▪ alexandre <strong>de</strong> carvalho ▪ alexandre eustáquio gomes <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ alexandre félix evangelista ▪ alfredo josé <strong>de</strong>assis ▪ aliete <strong>da</strong> conceição rangel ▪ aline rabelo assis ▪ alípio lamas martins ▪ alípio lamas martins ▪ almir cândido <strong>da</strong> silva ▪ américo <strong>da</strong>conceição martins ▪ ana maria gomes ▪ andressa tatiana <strong>da</strong> s. amaral ▪ anésia barbosa masferrer ▪ ângelo <strong>de</strong> paiva mansur ▪ angelovicentino silva ▪ antônio alves <strong>de</strong> araujo ▪ antônio celso ▪ antônio garcia <strong>da</strong> silva ▪ antônio gomes ramos ▪ antônio gonçalves do amaral ▪antônio joão ramos ▪ antônio lopes valeriano ▪ antônio m. <strong>da</strong> silva ▪ antônio maurício <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ antônio soares neto ▪ aristeu ferreira▪ benedito amaral pitorra ▪ camilo jesuíno neto ▪ carla xênia p. m. araújo ▪ carlos alberto ambrósio ▪ carlos alberto <strong>da</strong> silva ▪ carlosalberto menezes ▪ carlos henrique ferreira gonçalves ▪ célio bouza<strong>da</strong> ▪ célio celso cruz júnior ▪ celso afonso pereira ▪ cenira rochaviveiros ▪ césar teixeira lopes ▪ charles sírio coelho ▪ cláudia ribeiro <strong>de</strong> alvarenga ▪ cláudio antônio dos santos ▪ cláudio pereira <strong>de</strong> souza▪ creuza machado <strong>de</strong> castro gomes ▪ <strong>da</strong>lva bavaresco <strong>de</strong> nave<strong>da</strong> ▪ <strong>da</strong>mião dos reis ▪ <strong>da</strong>nielly borges garcia ▪ <strong>da</strong>rci silva ▪ <strong>de</strong>nisson silva▪ <strong>de</strong>usuite matos ▪ dilza <strong>de</strong> fátima a silva ▪ domingos justo alves ▪ dulce <strong>de</strong> lima soares ▪ edilane fátima souza ▪ edison pinto moreira ▪edite <strong>de</strong> abreu borges ▪ eduardo junqueira reis ▪ eduardo lima cal<strong>de</strong>ira ▪ eduardo lucas ferraz ▪ eduardo machado <strong>de</strong> f. tavares ▪ edygonçalves dos reis ▪ elcio andra<strong>de</strong> fonseca ▪ eliana marzulo ribeiro ▪ elmo andra<strong>de</strong> homem ▪ eloina men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> oliveira ▪ ercíliarodrigues martins ▪ érica <strong>de</strong> oliveira moreira ▪ érica ferreira ▪ erik prado martins ▪ euthymio salles <strong>de</strong> campos ▪ eva espírito santo silva ▪everaldo ávila cabral ▪ evi monteiro ▪ fabiano soares e soares ▪ fábio dos santos ▪ fabíola maria lima franca ▪ felipe palma lima ▪fernando <strong>de</strong> pinho tavares ▪ fernando lincoln <strong>de</strong> lima ▪ flávia cristina leão soares ▪ francelino ramos dos reis ▪ francisco eustáquio dossantos ▪ genésio batista simião ▪ gentil rosa ▪ geraldo magela <strong>de</strong> paula ▪ geraldo pedro samião ▪ geraldo pinto <strong>da</strong> silva ▪ geraldo serafimrodrigues ▪ geraldo vieira ▪ gilma pereira <strong>de</strong> oliveira ▪ gilson antônio lousa<strong>da</strong> ▪ gina ren<strong>de</strong> ▪ gisele <strong>de</strong> oliveira silva ▪ gladstone avelinobritto ▪ hélio baptista ▪ hélio chagas fernan<strong>de</strong>s ▪ hélio emiliano moreira ▪ heraldo alves mendonça ▪ hugo magalhães nunes ▪ humbertoalvim guimarães ▪ iê<strong>da</strong> milton ▪ ignês pereira martins ▪ iracema bhering ▪ irâne corrêa lima filho ▪ isaltino <strong>de</strong> oliveira castro ▪ itamarmoreira índio do brasil ▪ ivan mateus dutra ▪ ivone gonçalves dos santos ▪ jair <strong>de</strong> assis fraga ▪ jairo chaves <strong>de</strong> oliveira ▪ jakson robertocosta ▪ jesus ferreira ▪ joana coelho macedo ▪ joão batista dutra nicácio ▪ joão <strong>de</strong> <strong>de</strong>us dos reis ▪ joão <strong>de</strong> paula lima neto ▪ joão franciscobaeta costa ▪ joão geraldo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ joão luis dos reis ▪ joão rosa <strong>de</strong> moura ▪ joaquina eliane ramos ▪ jolson ta<strong>de</strong>u lopes vieira ▪jonas do carmo silva ▪ jorge eustáquio <strong>da</strong> silva ▪ josafá pereira ▪ josé antônio campbel ▪ josé arimatéia <strong>de</strong> oliveira ▪ josé carlos m. la<strong>de</strong>ira▪ josé carlos men<strong>da</strong>nha la<strong>de</strong>ira ▪ josé <strong>de</strong> fátima furbino ▪ josé domingos corsino ▪ josé ferreira neto ▪ josé francisco <strong>de</strong> morais ▪ joségabriel g. teixeira ▪ josé gonçalves pena ▪ josé marcílio oliveira ▪ josé profeta dos santos ▪ josé raimundo dos santos ▪ josé s. viveiros ▪josé silvestre <strong>da</strong> silva ▪ josé wan<strong>de</strong>rlei <strong>de</strong> paula ▪ josué cláudio <strong>de</strong> souza filho ▪ julio ca<strong>da</strong>val bedê ▪ júlio césar valério riccio ▪ junyrodoarte gontijo couto ▪ jurema beatriz figueiredo ▪ lázaro antônio vieira porto ▪ leandro vasconcelos soares ▪ leonardo barbosa <strong>de</strong>moraes ▪ leonel sebastião <strong>de</strong> moura ▪ levy fernando nunes tavares ▪ lídio dos santos costa ▪ lilian fagun<strong>de</strong>s ▪ lourival ferreira ▪ lúciahelena apolinário <strong>da</strong> silva ▪ lúcia maria diniz ▪ magali rodrigues alves ▪ mara maria venâncio <strong>de</strong> souza ▪ marcelino gonçalves pereira ▪marcelino ta<strong>de</strong>u ▪ marcos antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ marcus vinícius ribeiro ▪ maria adélia frágola coutinho ▪ maria apareci<strong>da</strong> bayão ▪ mariaapareci<strong>da</strong> prado ▪ maria apareci<strong>da</strong> vieira cardoso ▪ maria <strong>da</strong> penha pinto soares ▪ maria <strong>da</strong>s dores <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ maria <strong>da</strong>s dores santos▪ maria <strong>da</strong>s dores serra ▪ maria <strong>da</strong>s graças pereira ▪ maria <strong>de</strong> fátima <strong>da</strong> silva ▪ maria do carmo <strong>de</strong> noronha ▪ maria helena almei<strong>da</strong>xavier ▪ maria inês <strong>de</strong> oliva f.franco ▪ maria inês <strong>de</strong> paiva lima ▪ maria odila <strong>de</strong> matos ▪ maria teixeira <strong>de</strong> souza ▪ maria zil<strong>da</strong> gomesfurbino ▪ mário ferreira <strong>da</strong> silva ▪ mário lúcio ribeiro reis ▪ mário rosa silva ▪ marta helena <strong>da</strong> silva santos ▪ maurício augusto ▪ mérciainês pereira do nascimento ▪ messias antunes <strong>da</strong> silva ▪ michelle cristina silva ▪ miguel arcanjo vieira ▪ mônica mag<strong>da</strong> men<strong>de</strong>s ▪ natáliaaguiar mol ▪ natalício <strong>de</strong> jesus ▪ neuila silva ▪ neusa rodrigues <strong>da</strong> silva xavier ▪ nilce maciel car<strong>de</strong>al santos ▪ nilton santos barbosa ▪niura nice <strong>de</strong> oliveira silva ▪ nome ▪ olinto soares jardim ▪ onofra firmiano ferreira ▪ orelino cândido <strong>de</strong> oliveira ▪ orlando lobato <strong>de</strong> araújo▪ oscar ferreira <strong>da</strong> s. neto ▪ osvaldo martins <strong>de</strong> lima ▪ otália beatriz <strong>de</strong> m. lago ▪ otaviano josé vicente pessoa ▪ patrícia félix <strong>da</strong> silvaniemam ▪ patrocínia alves cruz fulgêncio ▪ paulo augusto dos santos ▪ paulo camelo ▪ paulo carvalho ▪ paulo roberto simões siqueira ▪paulo zuquim <strong>de</strong> figueiredo neves ▪ pedro josé neves ▪ raul pinto aires ▪ reginaldo jorge dória ▪ ricardo antônio <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ roberto <strong>de</strong>


Participantes 31oliveira rodrigues ▪ robson faria ▪ rogério <strong>de</strong> oliveira rezen<strong>de</strong> ▪ romélia rodrigues lima ▪ rosalvo fabiano frias ▪ rui brito <strong>de</strong> azevedo ▪sandra <strong>da</strong> conceição m. neves ▪ sandra maria orleans ▪ sandra maria penaforte ▪ sebastião ambrósio ▪ sebastião josé ambrósio ▪sebastião martins <strong>de</strong> sousa ▪ sérgio luiz manini <strong>de</strong> castro ▪ sérvulo batista alves ▪ sônia maria <strong>da</strong> silva niemam ▪ sueli lisboa ▪ táciofrancisco porto lemos ▪ tânia maria novais ▪ terezinha eva <strong>de</strong> a. santos ▪ valdir cardoso ▪ valéria gomes santos ▪ vera cristina <strong>de</strong> s. lima ▪vera lúcia borborema ▪ wagner veiga ▪ waldir margari<strong>da</strong> ▪ walter raymundo amorim ▪ washington rodrigues <strong>da</strong> silva ▪ welton antôniogomes ▪ wilson soares ▪ yuzo sato ▪ zélia marlene teixeira ▪▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio Histórico• adilson vieira <strong>de</strong> rezen<strong>de</strong> ▪ adilza maria linhares corrêa ▪ afonso eustáquio santiago ▪ alberto luís teixeira ▪ altamir josé <strong>de</strong> barros ▪ anacristina martins lages ▪ ana flavia martins machado ▪ ana flávia martins machado ▪ ana maria <strong>de</strong> alquimim ramos ▪ ana paola <strong>da</strong> silvaalves ▪ ana rennó ▪ andréa s.a silva ▪ andres werner césar l. campos ▪ ângela righi marco ▪ ângelo vicentino silva ▪ antônia <strong>da</strong> c. bezerra<strong>de</strong> souza ▪ antônio carlos <strong>de</strong> souza ▪ antônio carlos pereira ▪ antônio luiz tenulta ▪ antônio marcos t. pereira a<strong>de</strong>lino ▪ argentino costa <strong>de</strong>oliveira ▪ arnaldo fonseca filho ▪ beatriz morais ribeiro ▪ belchiolina cândi<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva ▪ benedita rodrigues pereira ▪ berenice ferreira <strong>de</strong>lima ▪ bernardo campos <strong>de</strong> faria ▪ carlos henrique bicalho ▪ cássio luiz c. almei<strong>da</strong> ▪ catherine fonseca alves horta ▪ césar <strong>de</strong> jesusferreira santos ▪ cláudia silveira ▪ clênio alberto argolo lopes ▪ <strong>da</strong>lva bavaresco <strong>de</strong> nave<strong>da</strong> ▪ <strong>da</strong>yson honorio martins ▪ décio chami ▪dênio rodrigues fernan<strong>de</strong>s ▪ <strong>de</strong>rcelis miran<strong>da</strong> nogueira mol ▪ dora alice monduzzi ▪ edicarlos luiz ▪ edir valente do carmo ▪ edna nunesgomes ▪ edson fonseca júnior ▪ edson fonseca júnior ▪ eduardo josé tolentino ▪ eduardo kupperman ▪ euthymio salles <strong>de</strong> campos ▪ evamaria vale <strong>da</strong> silva ▪ evaristo garcia <strong>de</strong> mattos ▪ fátima augusta <strong>de</strong> brito ▪ felipe palma lima ▪ fernan<strong>da</strong> vieira batista ▪ fernando c. bauer<strong>de</strong> assis ▪ fernando luiz do espírito santo ▪ flávio henrique verli ▪ flávio lúcio cardoso ▪ francisco antônio freitas costa ▪ francisco bento o.filho ▪ françois marie lew<strong>de</strong>n ▪ geraldo eustáquio <strong>de</strong> carvalho ▪ getúlio te<strong>de</strong>schi ▪ gilmar evangelista <strong>da</strong> silva ▪ gilmara <strong>de</strong> castro oc.francisquini ▪ gina ren<strong>de</strong> ▪ gislene gonçalves dos reis ▪ gladstone avelino britto ▪ gláucia e. <strong>de</strong> aguiar ▪ guilherme g. <strong>de</strong> mendonça ▪gustavo torres gazzinelli ▪ helena marchisotti ▪ hélio chagas fernan<strong>de</strong>s ▪ hermes pereira dias ▪ iraci miran<strong>da</strong> pereira ▪ izabel queirozvolponi ▪ joany machado ▪ joão bosco senra ▪ joão <strong>de</strong> paula lima neto ▪ joão geraldo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ joaquim gomes cupertino ▪ jorgefernando vilela ▪ josé amador ribeiro ubaldo ▪ josé antônio nunes <strong>da</strong> silva ▪ josé <strong>de</strong> fátima furbino ▪ josé eduardo begiatto ▪ jose gustavopena ▪ leandro lúcio a cunha ▪ leandro morais <strong>de</strong> carvalho pinto ▪ letícia mourão cerqueira ▪ liana valle ▪ lorelai schnei<strong>de</strong>r ▪ lúcia mariadiniz ▪ lucia men<strong>de</strong>s barbosa ▪ luciana conegun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> freitas ▪ luciana felicíssimo houri ▪ luciana monteiro carvalho ▪ lucivaldo portosilva ▪ luiz fernando carceroni ▪ luiz gustavo fortim m. teixeira ▪ luiz otávio fonseca ▪ luiz sinhorelli neto ▪ magali rodrigues alves ▪marcelo amorim ▪ márcio roberto lima ▪ márcio sollero filho ▪ marco antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ marco aurélio c. coelho ▪ marcos marinho <strong>de</strong>lima ▪ margarete pinto lara ▪ maria auxiliadora <strong>de</strong> m. moreira ▪ maria cristina rodrigues ▪ maria <strong>da</strong>s dores melo ▪ maria <strong>da</strong>s dores santos▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s s. <strong>de</strong> magalhães ▪ maria ferreira neto ▪ maria helena almei<strong>da</strong> xavier ▪ maria luísa carneiro chaves ▪ maria teixeira <strong>de</strong>souza ▪ mariana guimarães brandão ▪ marilene consuelo souza carvalho ▪ marinês beling <strong>da</strong> silva ▪ marsalina feliz dos santos ▪marsalina feliz dos santos ▪ maurêncio <strong>de</strong> carvalho assis ▪ maurilio eustáquio t.s.martins ▪ mércia inês pereira do nascimento ▪ miltonreis ▪ neila batista ▪ nerly pascoalina evangelista ▪ neusa dos santos gomes ▪ neusa rodrigues <strong>da</strong> s. xavier ▪ nicolau men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lima ▪norberto pieroni ▪ orelino cândido <strong>de</strong> oliveira ▪ paloma pessoa nogueira ▪ paulo henrique rodrigues ▪ paulo roberto l. fernan<strong>de</strong>s ▪ paulozuquim <strong>de</strong> figueiredo neves ▪ pedro josé neves ▪ pio procópio <strong>de</strong> alvarenga ▪ plácido pinto magalhães filho ▪ raul pinto aires ▪ reginagomes fernan<strong>de</strong>s ▪ regina lúcia rabelo e silva ▪ roberto carlos r alves ▪ robson <strong>da</strong> costa meira ▪ rodolfo nazareth junqueira fonseca ▪rodrigo peres ▪ rogério pena siqueira ▪ rômulo augusto drumond ▪ rubens ribeiro leite ▪ sandra pereira ▪ silvana juvelina dos santos ▪sônia maria petronilho magalhães ▪ suely frauches sollero ▪ surya noara januário ▪ tamara fraga r. chaves ▪ tereza bruzzi ▪ valériamarques lara ▪ vanessa <strong>de</strong> cassia viegas conrado ▪ vicente alves gue<strong>de</strong>s ▪ vladimir henrique scheid ▪ wan<strong>de</strong>rson luiz b. albuquerque ▪wanir notini pereira filho ▪ washington her<strong>de</strong>s figueiredo ▪ weber pereira ▪ wellington <strong>da</strong> silveira ▪ yuzo sato ▪▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento• a<strong>da</strong>ilton brandião ▪ a<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> apareci<strong>da</strong> lopes ▪ adilsa maria linhares correia ▪ adriane eustáquia a. carvalho ▪ afonso eustáquiosantiago ▪ aliete <strong>da</strong> conceição rangel ▪ altair roberto <strong>de</strong> carvalho ▪ amarildo vieira matheus ▪ ana cristina men<strong>de</strong>s barros ▪ ana mariavivas rocha ▪ ana paula tymburiba ferreira ▪ andréa fróes ▪ andréa pereira fróes ▪ângela mendonça evangelista ▪ angelo vicentino silva ▪antônio alves <strong>da</strong> silva ▪ antônio aniceto ▪ antônio carlos <strong>de</strong> souza (hom) ▪ antônio leite alves ▪ antônio nonato <strong>de</strong> oliveira ▪ antôniothomaz mata machado ▪ antônio victor <strong>de</strong> s. sobrinho ▪ antônio vitor <strong>de</strong> souza sobrinho ▪ antônio walter evangelista ▪ argentino costa <strong>de</strong>oliveira ▪ artur celso filho ▪ aurora pe<strong>de</strong>rzoli ▪ ayrton rocha ▪ beatriz ferreira campos ▪ beatriz maria costa penna ▪ belchiolina cândi<strong>da</strong> <strong>da</strong>silva ▪ berenice ferreira <strong>de</strong> lima ▪ bibiana ferreira <strong>de</strong> carvalho ▪ brasilina maria <strong>de</strong> oliveira ▪ camila moreira <strong>de</strong> assis ▪ carlos antônioligeiro ▪ carlos conrado pinto coelho ▪ carlos <strong>da</strong>masceno s. l. pereira ▪ carlos roberto serra ▪ carlúcia <strong>da</strong> costa corrêa ▪ carlyle men<strong>de</strong>scoelho ▪ carmem barbosa frança ▪ cassimiro josé <strong>de</strong> souza ▪ cássio h. versiani veloso ▪ catherine fonseca alves horta ▪ célia <strong>de</strong> fátimamachado ▪ charles martins dos santos ▪ cícero antônio a catapreta ▪ cinira íris <strong>de</strong> oliveira ▪ cláudia <strong>de</strong> s. viana ▪ cláudia júlio ribeiro ▪cleinis <strong>de</strong> faria e silva ▪ clemer natali <strong>de</strong> borba ▪ clênio alberto argolo lopes ▪ cleusa dos santos ferreira pinto ▪ clóvis barbosa ▪ <strong>da</strong>blodiaquines ▪ <strong>da</strong>lbo diáquenes ▪ <strong>da</strong>lva bavaresco <strong>de</strong> nave<strong>da</strong> ▪ <strong>da</strong>lva estela leite nascimento ▪ <strong>da</strong>lva imacula<strong>da</strong> <strong>de</strong> carvalho ▪ <strong>de</strong>nise felíciosilva ▪ <strong>de</strong>rcelis miran<strong>da</strong> nogueira mol ▪ diana oliveira pena ▪ dimas barreira furtado ▪ edicarlos luiz ▪ edina teixeira barbosa ▪ edmundomário menezes ferraz ▪ edna <strong>de</strong> fátima tomazilli ▪ edna nunes gomes ▪ efigênia maria santos xavier ▪ elina souza santos ▪ elizabetealves ferreira ▪ emerson freitas assis ▪ emilson miran<strong>da</strong> ▪ érica ferreira ▪ esdra almei<strong>da</strong> mota ▪ eugênio guimarães netto ▪ euthymiosalles <strong>de</strong> campos ▪ eva irena kurek ▪ evaldo <strong>de</strong> souza lima ▪ fabiana apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> jesus ▪ fabiana <strong>da</strong> silva batista ▪ felipe palma lima ▪fernan<strong>da</strong> márcia machado ▪ fernan<strong>da</strong> vieira batista ▪ fernando torres negreiros ▪ flávia lúcia coelho mota pinheiro ▪ flávio lúcio cardoso ▪francisco carlos <strong>de</strong> assis filho ▪ gabriela maria <strong>de</strong> lima ▪ geraldo eustáquio <strong>de</strong> carvalho ▪ geraldo magela carvalho <strong>da</strong> silva ▪ geraldomagela <strong>da</strong> silva ▪ gil<strong>da</strong> helena barbosa leal ▪ gilmara <strong>de</strong> castro o c.francisquini ▪ gislene gonçalves dos reis ▪ gladson <strong>de</strong> castro oliveiracampos ▪ gladstone avelino britto ▪ gláucia félix lopes ▪ graziele gonçalves nascimento ▪ gustavo varella amorim ▪ hélcio martins borges▪ hélio chagas fernan<strong>de</strong>s ▪ hélio emiliano moreira ▪ hélio marques <strong>de</strong> souza ▪ heloísa schmidt <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ henrique barreto dos santos▪ heron dos santos brito ▪ hugo magalhães nunes ▪ il<strong>da</strong> maria pereira ▪ ilma coelho <strong>de</strong> alencar ▪ iraci miran<strong>da</strong> pereira ▪ itamar <strong>de</strong> paulasantos ▪ izabel dias <strong>de</strong> oliveira melo ▪ izabel góes cupertino ▪ izaias p. costa ▪ jamir nunes coelho ▪ janaína jamarino rosa ▪ jeffersonbernar<strong>de</strong>s j. l. fratano ▪ jessica naiara soares oliveira ▪ joana <strong>da</strong> conceição c. paranhos ▪ joany machado ▪ joão ataí<strong>de</strong> torres vala<strong>da</strong>res ▪joão bosco senra ▪ joão geraldo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ joão henrique reis f. <strong>de</strong> melo ▪ joão pereira <strong>de</strong> mello neto ▪ joaquim góes cupertino ▪johnny júnior borges ▪ jorge lúcio diniz ▪ josé amador ribeiro ubaldo ▪ josé bertoldo neto ▪ josé carlos costa ▪ josé cláudio n. vieira ▪ josé<strong>de</strong> fátima furbino ▪ josé dias <strong>de</strong> carvalho ▪ josé geraldo bemfica ▪ josé milson pereira <strong>da</strong> costa ▪ josé roberto borges champs ▪ josianematos ▪ juliana corrêa maioli ▪ juliana <strong>de</strong> fátima dias ▪ juliana koeppel ▪ karla <strong>da</strong>nielle p. rocha ▪ karla maria vilas marques ▪ kátia <strong>da</strong>sgraças <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ lara cristina dos s. guimarães ▪ leandro parreiras <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ leonardo mattos ▪ lerival alves ribeiro ▪ levy fernandonunes tavares ▪ lidia batista moreira <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ lídia praça ▪ liliana arantes junqueira caixeta ▪ lin<strong>da</strong>ura rosa dos santos leal ▪ lúcia <strong>de</strong>fátima carvalho ▪ lúcia helena apolinário <strong>da</strong> silva ▪ lúcia maria diniz ▪ luciana felicíssimo houre ▪ lucio borges ▪ lucy conceição cal<strong>de</strong>iraferraz ▪ luiz cláudio <strong>da</strong> silva mayer ▪ luiz <strong>de</strong> moraes rezen<strong>de</strong> ▪ luiz márcio men<strong>de</strong>s ▪ luna elizabeth matos ▪ magali rodrigues alves ▪ maraa<strong>de</strong>lina m. mesquita ▪ marcelo antônio berussi ▪ marcelo antônio <strong>de</strong>russi ▪ marcelo ernesto silva ▪ marcelo luiz <strong>da</strong> cunha labruna ▪marcelo rezen<strong>de</strong> monteiro ▪ marcelo rocha matos ▪ márcia gonçalves <strong>da</strong> silva ▪ márcia rodrigues o moreira ▪ márcio antônio alves <strong>de</strong>


32 Participantesfreitas ▪ márcio cerqueira batittucci ▪ márcio roberto lima ▪ marcos alves evangelista ▪ marcus vinícius <strong>da</strong> silva ▪ margari<strong>da</strong> <strong>da</strong> soli<strong>da</strong>dsoares ▪ maria conceição neves carvalho ▪ maria crisóstoma ramos ▪ maria cristina venturini soares ▪ maria <strong>da</strong> consolação cunha ▪maria <strong>da</strong> penha pinto soares ▪ maria <strong>da</strong> pie<strong>da</strong><strong>de</strong> lima ▪ maria <strong>da</strong>s dores almei<strong>da</strong> ▪ maria <strong>da</strong>s dores l. <strong>da</strong> rocha ▪ maria <strong>da</strong>s dores melo ▪maria <strong>da</strong>s dores santos ▪ maria <strong>da</strong>s graças h. cassimiro ▪ maria <strong>da</strong>s graças pereira ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s fernan<strong>de</strong>s neto ▪ maria do carmomoreira ▪ maria edwirges <strong>de</strong> souza ▪ maria félix ▪ maria luísa carneiro chaves ▪ maria luiza tomé ▪ maria patrícia garcia e souza ▪ mariastella neves pereira ▪ maria teixeira <strong>de</strong> souza ▪ maria tereza <strong>de</strong> oliveira ▪ maria terezinha brandão ▪ mariluce bretas <strong>de</strong> o freitas ▪ máriolúcio silveira <strong>de</strong> queiroz ▪ marlúcio ferreira <strong>de</strong> jesus ▪ marsalina feliz dos santos ▪ marta auxiliadora ferreira ▪ maurício martins <strong>da</strong> costa ▪mércia inês p. do nascimento ▪ míriam <strong>de</strong> jesus coelho ▪ míriam figueiredo veloso ▪ monir tahan sab ▪ murilo carneiro pereira ▪ naviliafernan<strong>da</strong> gonçalves ▪ nei<strong>de</strong> peixoto ▪ neila batista ▪ neusa dos santos gomes ▪ neusânia rodrigues teles ▪ neusinha costa ▪ nísio <strong>de</strong>sousa armani ▪ norberto stephano irsigler ▪ orelino cândido <strong>de</strong> oliveira ▪ orion boncompagni júnior ▪ osvaldo machado ▪ otaviano josévicente pessoa ▪ paloma pessoa nogueira ▪ patrícia <strong>da</strong>yrell chernicharo ▪ paulo afonso barroso ▪ paulo henrique pereira <strong>de</strong> sá ▪ paulohenrique rodrigues ▪ paulo nélio rezen<strong>de</strong> ▪ paulo sérgio versiani <strong>de</strong> castro ▪ pedro alves <strong>de</strong> oliveira ▪ pedro francisco <strong>de</strong> souza ▪ pedropaulo ferreira dos santos ▪ poliana <strong>de</strong> castro ▪ rafael reis rocha ▪ raimundo machado filho ▪ raul pinto aires ▪ regina gomes fernan<strong>de</strong>s ▪regina lúcia rabelo e silva ▪ renata ferreira j. <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ reuter ferreira júnior ▪ ricardo <strong>de</strong> oliveira sepúlve<strong>da</strong> ▪ ricardo michel jeha ▪ rita<strong>de</strong> cássia m santana ▪ rita <strong>de</strong> cássia marques m. santana ▪ roberto dos santos ▪ roberto márcio <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ robson <strong>da</strong> costa meira ▪robson eufrásio <strong>de</strong> moraes ▪ robson ricardo machado ▪ rodolfo cascão inácio ▪ rodrigo a v. almei<strong>da</strong> ▪ rodrigo alves ▪ rodrigo fabiano said▪ romélia rodrigues lima ▪ ronaldo manassés ▪ rosa apareci<strong>da</strong> antunes ▪ rosângela mendonça teles ▪ roseli carlos brandão ▪ rosilenemartins januária ▪ rubens andra<strong>de</strong> ▪ sandra luzia rodrigues faria ▪ sandra machado fiúza ▪ sandra rodrigues c. valle ▪ sebastião marques<strong>da</strong> cunha ▪ selina <strong>da</strong> cunha elian ▪ sérgio augusto alves <strong>de</strong> oliveira ▪ seuza matos marques ▪ shirlene maria peixoto ▪ shirley novaesbacelar ▪ shirley valeria martins santos ▪ silvana maria bernar<strong>de</strong>s cal<strong>de</strong>ira ▪ silvana silva rodrigues ▪ sirone luz ferraz ▪ sônia <strong>de</strong> fátimarabelo coutinho ▪ sônia maria conceição ▪ sueli lisboa ▪ sueli silva dos reis ▪ sulamita j. rosa ▪ surya noara januário ▪ suzana viegasbatista ▪ telson emmanuel f. crespo ▪ terezinha <strong>de</strong> oliveira rocha ▪ terezinha frança ▪ va<strong>de</strong>s teresa oliveira ▪ val<strong>de</strong>te geral<strong>da</strong> <strong>de</strong> oliveira ▪valéria galvão rezen<strong>de</strong> sena ▪ vando eurípes silva ▪ vânia simão jorge ▪ vera cristina <strong>de</strong> s. lima ▪ vilma emerenciana <strong>de</strong> souza ▪ vilmaschiffinei <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> leão ▪ vilmar serafim costa ▪ vilmar souza paim ▪ viviane <strong>da</strong> silva cal<strong>de</strong>ira marques ▪ viviane lúcia carneiro ▪ walaceheron martins ▪ waldir margari<strong>da</strong> ▪ wan<strong>de</strong>rson luiz b. albuquerque ▪ wanir notini pereira filho ▪ weber coutinho ▪ weber <strong>de</strong> avelar silva ▪wilson lucas laurindo ▪▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas• adélia <strong>da</strong> conceição ▪ adilson marques fernan<strong>de</strong>s ▪ adir viera <strong>de</strong> lima ▪ adriana alves rubens ▪ adriana g. dos reis ▪ adriana lanza <strong>de</strong>oliveira ▪ adriana souza rosa ▪ adriano <strong>de</strong> moura ▪ adriano marlon candido ▪ adson pereira reis ▪ alci<strong>de</strong>s pereira <strong>da</strong> silva ▪ al<strong>da</strong>ir barbosa▪ al<strong>de</strong>ni santos pinheiro ▪ aldileuza rodrigues ferreira <strong>de</strong> jesus ▪ aleandro pereira santos ▪ alessandra lopes dos santos ▪ alex sandraferreira dos santos ▪ alexandra pereira <strong>da</strong> silva ▪ alexandre carneiro souto ▪ alexandre felix evangelista ▪ alfio conti ▪ alice <strong>da</strong> silvamoreira ▪ altamir josé <strong>de</strong> barros ▪ ana maria gomes ▪ ana maria m. campos ▪ ana men<strong>de</strong>s barbosa ▪ ana paula ferreira <strong>de</strong> oliveira ▪ anatania <strong>de</strong> lana silva ▪ anarey <strong>de</strong> jesus ▪ andreia gonçalves dos reis ▪ angela maria dos santos ▪ angela mendonça evangelista ▪ angelicalopes <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ angentino costa <strong>de</strong> oliveira ▪ antônia dos santos carvalho ▪ antônio aleano barbosa ▪ antônio alves <strong>da</strong> silva ▪ antôniocarlos rosa junior ▪ antônio carlos santos guimarães ▪ antônio cosme <strong>da</strong>mião pereira ▪ antônio <strong>de</strong> oliveira marcão barbosa ▪ antônionogueira ▪ apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> fátima ferreira costa ▪ apareci<strong>da</strong> luiza <strong>de</strong> paula ▪ apareci<strong>da</strong> maria rodrigues ▪ apareci<strong>da</strong> silva dos santos ▪apareci<strong>da</strong> soares ▪ arlete vitória marques <strong>de</strong> oliveira ▪ armando vignoli ▪ aurea cristina dias dos santos ▪ aurea mariza hott lacer<strong>da</strong> ▪ayna maura roldão gomes ▪ barbara kelly ▪ beatriz carvalho <strong>de</strong> souza ▪ beatriz lima bezerra ▪ beatriz machado <strong>da</strong> silva ▪ belchiorinacandi<strong>da</strong> ▪ berenice ferreira <strong>de</strong> lima ▪ berna<strong>de</strong>te prado v. alves ▪ branca teixeira perocco ▪ braulio <strong>de</strong> magalhães santos ▪ carla fabianarocha amaral ▪ carla xênia perdigão magalhães <strong>de</strong> araújo ▪ carlos alberto dias ▪ carlos augusto <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> dias ▪ carlos ferreira dossantos ▪ carlos peres caixeta ▪ carlos roberto florencio ▪ carolina ribeiro cruz ▪ carolina tavares guerra ▪ cassio ferreira borges ▪ céliasantos lima ▪ celio <strong>da</strong>vid <strong>da</strong> silva ▪ célio ferreira antunes ▪ celiomar porto <strong>de</strong> souza ▪ celso carlos patrocínio ▪ cintia miran<strong>da</strong> <strong>de</strong> carvalho▪ cláudia a.reis ▪ cláudia fonseca passos ▪ claudinéia ferreira jacinto ▪ claudio lúcio ferreira costa ▪ cláudio rezen<strong>de</strong> ribeiro ▪ claudomiriateresa <strong>de</strong> freitas ▪ clei<strong>de</strong> apareci<strong>da</strong> bento ▪ cleiton ricardo <strong>de</strong> oliveira ▪ cleusa maria <strong>de</strong> fátima nascimento ▪ coraci maria <strong>de</strong> oliveira ▪cornélia <strong>de</strong> souza pimenta ▪ crécia vala<strong>da</strong>res martins ▪ creusa gomes <strong>da</strong> cruz ▪ cristiane eliza <strong>de</strong> brito resen<strong>de</strong> ▪ cristiano lopes <strong>de</strong>miran<strong>da</strong> ▪ cristina apareci<strong>da</strong> neco<strong>de</strong>mos ▪ cristovão augusto s. junior ▪ <strong>da</strong>niel dos santos ▪ <strong>da</strong>niel rosa <strong>da</strong> cruz ▪ <strong>da</strong>niel vieira dos santos▪ <strong>da</strong>nielle duarte <strong>de</strong> oliveira ▪ <strong>da</strong>rci fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> freitas ▪ <strong>da</strong>rli euri<strong>de</strong>s <strong>de</strong> oliveira ▪ <strong>da</strong>vidson ferreira ▪ débora m. moreira <strong>de</strong> faria ▪<strong>de</strong>janira dos santos boldini ▪ <strong>de</strong>nise <strong>da</strong> penha pessali ▪ <strong>de</strong>nise <strong>de</strong> paula ribeiro menezes ▪ <strong>de</strong>rnival luiz dias ▪ dilma lopes <strong>de</strong> oliveira ▪dilma maria <strong>da</strong> silva ferreira ▪ divina pereira silva ▪ djalma silva ▪ doravania <strong>da</strong>s graças cal<strong>de</strong>ira dos santos ▪ dulceglei<strong>de</strong> cruz lor<strong>de</strong>llo ▪edileis <strong>de</strong> araujo dos santos ▪ edina teixeira barbosa ▪ edith morais pinto ▪ edna alves <strong>de</strong> oliveira ▪ edna apareci<strong>da</strong> gomes ▪ ednéiaapareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ edson bras ▪ edson ferreira <strong>de</strong> jesus ▪ edson nunes <strong>de</strong> jesus ▪ eduardo moreira reis ▪ eleni viana <strong>da</strong> silva ▪ elenir<strong>de</strong> fátima braga ▪ eliana dias <strong>de</strong> oliveira carlos ▪ eliana silva ▪ eliane m. maia alkmim ▪ eliane marques serafim ▪ elisangela apareci<strong>da</strong>sudré ▪ elisângela gonçalves dias ▪ elizabeth alves ferreira ▪ elizamara arru<strong>da</strong> gonçalves costa ▪ elizete martins coelho ▪ eloina men<strong>de</strong>s<strong>de</strong> oliveira ▪ elza luciana <strong>da</strong> silva ▪ elza pereira <strong>de</strong> souza ▪ emanoel teixeira <strong>de</strong> oliveira ▪ emerson bergh ▪ empilio massola ▪ eniapareci<strong>da</strong> pedro ▪ ercília <strong>da</strong> graça conceição ▪ erevsito garcia <strong>de</strong> matos ▪ eriberto josé lopes ▪ erica <strong>da</strong>niela augusta ▪ erlândia <strong>de</strong>oliveira lima ▪ érlia esteves benevi<strong>de</strong>s ▪ erolel<strong>de</strong>s pereira dos santos ▪ esmeraldo ribeiro ▪ estelita silva soares ▪ eulália regina pires <strong>de</strong>freitas men<strong>de</strong>s ▪ eunice regina brant ▪ eva juliana men<strong>de</strong>s ▪ evaristo pereira <strong>de</strong> souza ▪ fábio do santos ▪ fabio dos santos ▪ fátimaregina <strong>de</strong> castro ▪ felito martins <strong>de</strong> souza ▪ fernan<strong>da</strong> antônia candido ferreira ▪ fernan<strong>da</strong> apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> britto ▪ fernando pinheiro bastos ▪fernando rodrigues nascimento ▪ flavio ferreira <strong>de</strong> oliveira ▪ franci rozani abreu ▪ francisca mares ▪ françois marie lew<strong>de</strong>n ▪ francisconeto <strong>da</strong> silva ▪ geselane dos santos serafim ▪ geni lour<strong>de</strong>s pimenta men<strong>de</strong>s ▪ geral<strong>da</strong> amaral silva ▪ geral<strong>da</strong> maria <strong>da</strong> silva soares ▪geral<strong>da</strong> maria <strong>de</strong> souza ▪ geral<strong>da</strong> rodrigues <strong>da</strong> silva ▪ geraldo justino <strong>da</strong> trin<strong>da</strong><strong>de</strong> ▪ gilberto marques ▪ gilmar antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ gilsonsilva ▪ giorgio capitanio ▪ girlains henrique <strong>da</strong> silva ▪ gisela fatima <strong>de</strong> jesus paula ▪ gislene gonçalves dos reis ▪ gladis freitas oliveira ▪gláucia magalhães <strong>de</strong> souza ▪ gláucia regina <strong>da</strong> silva reis ▪ guiemberg fernan<strong>de</strong>s ▪ guilherme frança <strong>de</strong> souza ▪ hélcio borges ▪ helioemiliano moreira ▪ heloina alves <strong>de</strong> jesus ▪ heloisa cristina <strong>de</strong> souza ▪ heloísio antonio godino ▪ henrique junior <strong>de</strong> souza ▪ heveline dorosário melo santos ▪ hildionice martins <strong>de</strong> oliveira ▪ horizontina bernar<strong>de</strong>s <strong>da</strong> silva ▪ hudson salgado santos amaral ▪ i<strong>da</strong>lina gomes <strong>da</strong>silva ▪ ie<strong>da</strong> pereira <strong>da</strong> silva ▪ ionatos chaves ribeiro ▪ iranil<strong>de</strong>s pereira <strong>da</strong> silva ▪ irene gomes araujo ▪ irene lopes bitencout ▪ iris <strong>de</strong>souza almei<strong>da</strong> ▪ isabel cristina dias ▪ isabel <strong>de</strong> souza ferreira ▪ isabel men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> araujo ▪ itagório célio dos santos ▪ izabel apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong>mata santos ▪ izabel dias <strong>de</strong> oliveira melo ▪ jackson cardoso dos santos ▪ jackson roberto pereira costa ▪ jair caetano <strong>da</strong> silva ▪ jairpereira amaral ▪ janaina janarino rosa ▪ jaqueline rosas ▪ jean pierre henrique cardoso ▪ jeanne grazielle dos santos ▪ jeffersonbernar<strong>de</strong>s j. <strong>de</strong> lima ▪ jeni gomes ▪ jesus avelino <strong>de</strong> faria ▪ joana almei<strong>da</strong> santos ▪ joana coelho <strong>de</strong> macedo ▪ joão batista <strong>de</strong> souza ▪ joãobatista laudino ▪ joão batista neves ▪ joão geraldo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ joão paulino dias ▪ joão pereira dos santos ▪ joão vital <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪joaquim maurilio santos ▪ joeliza ramon <strong>da</strong> costa ▪ josé abílio belo pereira ▪ josé aparecido ferreira ▪ josé borges <strong>de</strong> oliveira ▪ josé <strong>da</strong>costa ▪ josé <strong>da</strong> costa santos ▪ josé <strong>de</strong>lfrangue rodrigues ▪ josé elidio cunha ▪ josé francisco oliveira silva ▪ josé geraldo <strong>da</strong> cruz ▪ joségeraldo nascimento ▪ josé luiz barbosa ▪ josé luiz camilo ▪ josé mário ▪ josé soares diniz neto ▪ josé tarcísio caixeta ▪ josé veríssimopinto ▪ joselia do nascimento lopes ▪ josiane gonçalves silva ▪ josiane suellen dos santos ▪ jucelina soares ▪ julanita jamario rosa ▪ júlialaura campos ▪ julia margari<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ juliana correa maioli ▪ juliana gonçalves ▪ júlio césar bernar<strong>de</strong>s ▪ julio cesar <strong>de</strong> souza ▪ júnia


Participantes 33naves nogueira ▪ jurandir dos santos a <strong>da</strong> silva ▪ karla apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva jardim ▪ katia campos ▪ katia moreira dos santos ▪ kellenvanete ▪ laura maria rodrigues ▪ leandro morais <strong>de</strong> carvalho pinto ▪ le<strong>da</strong> apareci<strong>da</strong> m. silva ▪ leila apareci<strong>da</strong> bernar<strong>de</strong>s ▪ leila vânia silvabrandão ▪ leonardo pericles ▪ leonel sebastião <strong>de</strong> moura ▪ leopoudina <strong>da</strong>niela sardinha ▪ letícia mourão cerqueira ▪ lilian von vollenger ▪lin<strong>da</strong>lva eleotério gonçalves ▪ luci pereira <strong>da</strong> cunha ▪ lucia beatriz leal ▪ lúcia do rosário ribeiro ▪ lúcia helena <strong>da</strong> silva ▪ luciana angélica<strong>de</strong> sá machado ▪ luciana nunes ferreira ▪ luciano fre<strong>da</strong> costa ▪ lúcio geraldo <strong>da</strong> silva ▪ luiz gonzaga ▪ luiz pereira <strong>de</strong> oliveira ▪ luiz rosa <strong>de</strong>lima ▪ luiza cristina p. moreira ▪ luzia coutinho ▪ luzia ferreira campos ▪ luzia maria alves <strong>de</strong> castro ▪ madir regina moreira <strong>de</strong> araujo ▪manuelito josé <strong>de</strong> souza ▪ manusa <strong>da</strong>lva <strong>da</strong> silva ▪ manzito amaral dias ▪ marcelo ferreira antunes ▪ marcelo ferreira <strong>da</strong> fonseca ▪ márciafernan<strong>de</strong>s ferreira ▪ márcia maria romero ▪ marcilene <strong>de</strong> souza ferreira ▪ marcio crivellari ▪ marcionilio pereira <strong>de</strong> souza ▪ marco aurélioluzia ▪ marcos antônio do santos ▪ marcos aurélio lopes florentino ▪ marcos oliveira tavares ▪ margarete ozana <strong>de</strong> barcelos rocha ▪margarette c. lacer<strong>da</strong> souza ▪ margari<strong>da</strong> paula <strong>da</strong> silva lau<strong>de</strong>lino ▪ maria alexandre mota ▪ maria almei<strong>da</strong> nascimento ▪ maria alves <strong>de</strong>souza ▪ maria amélia <strong>de</strong> jesus neta ▪ maria amélia tavares ▪ maria angélica franco pradis ▪ maria apareci<strong>da</strong> alves cordério ▪ mariaapareci<strong>da</strong> alves dos reis ▪ maria apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva ▪ maria apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva <strong>de</strong> souza ▪ maria apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ maria apareci<strong>da</strong>fernan<strong>de</strong>s ▪ maria apareci<strong>da</strong> ferreira almei<strong>da</strong> ▪ maria apareci<strong>da</strong> nicolau do prado ▪ maria apolônia do nascimento ▪ maria auxiliadorapereira ▪ maria conceição santos ▪ maria cristina alves santos <strong>da</strong> cruz ▪ maria cristina brant ▪ maria cristina dos santos cunha ▪ mariacristina villefortte ▪ maria <strong>da</strong> conceição alves ▪ maria <strong>da</strong> conceição pimenta ▪ maria <strong>da</strong> cruz albânia leite ▪ maria <strong>da</strong> glória batista ▪ maria<strong>da</strong> luz <strong>de</strong> freitas ▪ maria <strong>da</strong> penha ▪ maria <strong>da</strong> penha campos vieira lana ▪ maria <strong>da</strong> penha correa leborio ▪ maria <strong>da</strong> penha farias cruz ▪maria <strong>da</strong>s dores dos santos ▪ maria <strong>da</strong>s dores garandy pitorra ▪ maria <strong>da</strong>s dores gomes dos santos ▪ maria <strong>da</strong>s graças <strong>de</strong> araújo ▪maria <strong>da</strong>s graças ferreira ▪ maria <strong>da</strong>s graças ferreira ▪ maria <strong>da</strong>s graças moreira triunfo ▪ maria <strong>da</strong>s graças pereira ▪ maria <strong>de</strong> f. lopesfaria ▪ maria <strong>de</strong> fátima bastos ▪ maria <strong>de</strong> fátima marques soares ▪ maria <strong>de</strong> fátima reis andra<strong>de</strong> ▪ maria <strong>de</strong> jesus ferreira oliveira ▪ maria<strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s alfredo ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s ferreira ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s lima ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s neves ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s oliveira ▪ maria <strong>de</strong>lour<strong>de</strong>s pereira godoi ▪ maria do carmo silva ▪ maria do socorro rodrigues <strong>da</strong> cunha ▪ maria flor <strong>de</strong> maio ▪ maria flor <strong>de</strong> maio maresoliveira ▪ maria geral<strong>da</strong> motta ▪ maria gorete silva ▪ maria helena <strong>de</strong> <strong>de</strong>us ▪ maria helena <strong>de</strong> l. godinho ▪ maria henriqueta arantesferreira alves ▪ maria i<strong>de</strong>lma businatto tomas ▪ maria ines tavares ▪ maria josé soares ▪ maria lucia costa ▪ maria lúcia <strong>de</strong> fatima ▪ marialúcia ferreira <strong>de</strong> freitas ▪ maria lúcia pereira <strong>de</strong> loiola ▪ maria lúcia vitor ▪ maria luiza silva carmen ▪ maria ma<strong>da</strong>lena <strong>da</strong> silva ▪ mariama<strong>da</strong>lena felipe ▪ maria ma<strong>da</strong>lena guerra arcanjo ▪ maria nazaré <strong>da</strong> silva ▪ maria noberta s. <strong>da</strong> fonseca ▪ maria olina <strong>de</strong> jesus ▪ mariasalomé pereira rosa ▪ maria sebastiana <strong>de</strong> jesus santos ▪ maria teixeira <strong>de</strong> souza ▪ maria teotônia vilela <strong>da</strong> silva ▪ maria teresa <strong>de</strong> a g.nogueira ▪ maria thereza <strong>de</strong> oliveira ▪ maria vicentina <strong>de</strong> oliveira ▪ mariana prandini fraga assis ▪ marilene alves ▪ marileusa <strong>da</strong> silva luz ▪marilia <strong>da</strong> paz ▪ marilio vicente martins ▪ marinalva soares pereira ▪ mario lucio <strong>da</strong> costa ▪ marisa apareci<strong>da</strong> fonseca ▪ maristela <strong>de</strong>morais ▪ marlene rodrigues <strong>da</strong> silva ▪ marlucia <strong>da</strong> silva paixão ▪ marta maria <strong>da</strong> silva ▪ mary <strong>de</strong> padua ▪ massalina feliz dos santos ▪maura amaral ▪ mauricio a silva moreira ▪ mauricio martins <strong>da</strong> costa ▪ maurilio <strong>de</strong>olindo dos santos filho ▪ mirela ramos ▪ miriam dossantos orsine ▪ moizés josé <strong>de</strong> freitas ▪ monica aguiar <strong>de</strong> souza ▪ myrtô aúrea <strong>de</strong> lima machado ▪ nádia maria capanema ▪ nadir <strong>de</strong>jesus tiengos <strong>da</strong> silva ▪ naiara priscila <strong>da</strong> mata santos ▪ nativi<strong>da</strong><strong>de</strong> bertolino ▪ nei<strong>de</strong> maria <strong>de</strong>oliv. socoli ▪ nei<strong>de</strong> resen<strong>de</strong> <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪neli <strong>de</strong> souza silva me<strong>de</strong>iros ▪ nelson antônio <strong>de</strong> senna manta ▪ neusa apareci<strong>da</strong> teodoro ▪ nicea eduardo palmeira ▪ nilcélia men<strong>de</strong>speregrino ▪ nil<strong>da</strong> silva <strong>de</strong> oliveira ▪ nilton <strong>de</strong> oliveira ▪ noemi rita alves ▪ norivalina pereira dos santos ▪ norma lúcia <strong>da</strong> rocha barbosa ▪olga maria cândido ▪ olga miran<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva ▪ olivina apareci<strong>da</strong> dos santos ▪ ornei pereira borges ▪ otaviano josé vicente ▪ otavio augustolopes viana borges ▪ otilia <strong>de</strong> amorim ▪ patrícia campos cima ▪ paulo cesar carvalho men<strong>de</strong>s ▪ paulo roberto <strong>de</strong> souza lima ▪ pauloroberto silva ▪ penina arru<strong>da</strong> gonçalves ▪ perlina oliveira amaral ▪ porficio alves <strong>da</strong> silva ▪ rafael <strong>de</strong> oliveira alves ▪ raimundo batistaamaral ▪ raimundo eleotério <strong>da</strong> silva dias ▪ raimundo nonato <strong>de</strong> souza ▪ raimundo pereira <strong>de</strong> oliveira ▪ ralfo <strong>de</strong> souza almei<strong>da</strong> ▪ raquelguimarães nunes ▪ regina apareci<strong>da</strong> nepomuceno ▪ regina gomes fernan<strong>de</strong>s ▪ reinaldo diones barbosa <strong>da</strong> silva ▪ renan soares <strong>de</strong> sena▪ renata marques <strong>de</strong> oliveira ▪ renato alves ▪ renato godinho navarro ▪ reni teixeira diniz ▪ resiane patrícia assunção ▪ rita soares ▪roberta barbosa dias ▪ roberto dias santana ▪ roberto silvestre ▪ robson <strong>da</strong> costa ▪ rodolfo nazareth junqueira fonseca ▪ romney batista ▪romualdo marcos <strong>da</strong> silva ▪ ronaldo araujo pedron ▪ ronaldo josé pinto ▪ ronaldo willer ▪ rosa <strong>de</strong> jesus leão ▪ rosana gomes soares ▪rosana pereira <strong>da</strong> cruz ▪ rosane <strong>da</strong> silva costa rocha ▪ rosângela apareci<strong>da</strong> garandy pitora ▪ rosângela chaves dos santos ▪ rosângela<strong>de</strong> portugal santos ▪ rosângela natalia santana <strong>de</strong> castro ▪ roseana nicolau ▪ roseli bahia barbosa ▪ rosely c. augusta ▪ rosimeire dos reismarinho ▪ rosimeire gomes <strong>de</strong> jesus ▪ rosimeire hilario ▪ ruth dias pacheco ▪ salmira elma martins ▪ salustiana pereira pardinho ▪ san<strong>de</strong>rgrey <strong>da</strong> cunha ▪ sandra camargos alves <strong>de</strong> oliveira ▪ sandra <strong>da</strong> conceição ▪ sandra maria <strong>de</strong> oliveira ▪ sandra silar ▪ sebastiana rita dossantos ▪ sebastião francisco <strong>de</strong> oliveira ▪ sebastião josé ambrósio ▪ sebastião pereira dos santos ▪ sebastião pires ▪ selma cardoso ▪sérgio augusto a <strong>de</strong> oliveira ▪ shirlene dutra <strong>de</strong> souza ▪ shirlene maria nunes peixoto ▪ shirley lopes sergio ▪ shirley rocha <strong>de</strong> jesus ▪simael goes ▪ sirlene augusta santos ▪ sirlene queiroz serapião ▪ solange a. do espírito santo ▪ solange fonseca <strong>de</strong> araújo ▪ solangesilveira rosa ▪ sônia francisca <strong>de</strong> carvalho silva ▪ stela maria leão ▪ subanita januário rosa ▪ sueli <strong>de</strong> oliveira santos ▪ sueli dos santos ▪sueli lisboa ▪ sueli xavier <strong>de</strong> oliveira ▪ suely antônia xavier <strong>da</strong> conceição ▪ suzana valério ribeiro ▪ swya noara januário ▪ tânia mara <strong>de</strong>jesus assis ▪ tarcísio adriane cardoso ▪ terezinha <strong>de</strong> jesus cardoso ▪ terezinha <strong>de</strong> jesus cardoso ▪ terezinha pinheiro costa ▪ tiago pennabraga ▪ ultimonato vial ▪ val<strong>de</strong>te <strong>da</strong> silva cor<strong>de</strong>iro ▪ val<strong>de</strong>te lima bontempo ▪ valéria dos santos porto ▪ valéria fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> silva ▪ valériamaria leite ▪ valter malaquis rezen<strong>de</strong> ▪ van<strong>da</strong> chagas dos reis ▪ van<strong>da</strong> <strong>de</strong> oliveira ▪ van<strong>da</strong> lívia alves ▪ vania <strong>de</strong> fatima ferreira ▪ vânia <strong>de</strong>fátima guimarães ▪ vânia resen<strong>de</strong> <strong>de</strong>bier ▪ vera cristina <strong>de</strong> oliveira ▪ vera lucia vieira ▪ vicente josé fiuza ▪ vilma conceição <strong>de</strong> souza ▪virlane batista <strong>da</strong> silva ▪ vitória apareci<strong>da</strong> dos santos ▪ wagner xavier <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ walkiria campos ▪ walkiria <strong>da</strong> silva dias ▪ walkiriateofilo gomes ▪ waltea<strong>de</strong>s chaves dos santos ▪ walter muniz dos santos ▪ warley <strong>da</strong> cruz soares pereira ▪ warly <strong>de</strong> lima ▪ wedson gomes<strong>de</strong> souza ▪ welington <strong>de</strong> carvalho rezen<strong>de</strong> ▪ willer jabour <strong>de</strong> alvarenga ▪ zenith maria dos santos ▪ zil<strong>de</strong>leia oliveira nascimento ▪ zozinameira <strong>da</strong> silva ▪2.2 - Participantes <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais▪ Noroeste• adriana <strong>de</strong> jesus silva ▪ adriano lúcio dos santos ▪ agnelo josé felipe ▪ alberico josé <strong>de</strong> paula ▪ aloísio ozório santana ▪ ana cláudiafranhe <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ an<strong>de</strong>rson luiz pereira ▪ angela augusto soares ▪ antonio agnaldo gomes colen ▪ antônio amâncio <strong>de</strong> figueiredo ▪antônio arcanjo silva ▪ antonio carlos <strong>de</strong> castro ▪ antônio <strong>da</strong>s mercês ▪ argentino costa <strong>de</strong> oliveira ▪ ariadne lúcia lino ▪ aristi<strong>de</strong>s beirigod'anunciação ▪ arlindo dos anjos moreira ▪ arnaldo renê rodrigues ▪ beatriz <strong>de</strong> assis alves ▪ belchiolina cândi<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva ▪ camilo edson<strong>de</strong> oliveira lara ▪ camilo jesuino netto ▪ carlos antônio dos reis gomes ▪ carlos luiz rodrigues ▪ carlos vago ▪ carmem barbosa frança ▪celia alves pereira ▪ clau<strong>de</strong>miro teixeira carvalho ▪ cleber aleixo santos ▪ cristiano faria <strong>de</strong> melo ▪ <strong>da</strong>lbo diaquines g. dos santos ▪ <strong>da</strong>lvaestela do nascimento ▪ <strong>da</strong>niel martins silva ▪ <strong>da</strong>niel rossi ▪ <strong>da</strong>niel sanches <strong>de</strong> me<strong>de</strong>iros ▪ <strong>de</strong>ijamíra boldriní dos santos ▪ djalme josé bois▪ domício argeu <strong>da</strong> silva ▪ edmeia <strong>de</strong> oliveira faria ▪ edson zica <strong>de</strong> azevedo ▪ eliane arru<strong>da</strong> gonçalves men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ elma pereiracruz ▪ emerson rodrigues <strong>de</strong> assunção ▪ eraldo cota <strong>de</strong> oliveira ▪ euro frança mesquita ▪ evandro vieira dos santos ▪ fábio dos santos ▪fátima <strong>de</strong> oliveira ▪ francisco esutáquio dos santos ▪ francisco ribeiro <strong>da</strong> silva ▪ françois marie lew<strong>de</strong>n ▪ fre<strong>de</strong>rico motta <strong>de</strong> carvalho ▪geral<strong>da</strong> maria vieira ▪ geraldo m nascimento ▪ gilmar antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ gladston romão ▪ gláucia ursine santos ▪ guiomar ritaguimarães xavier ▪ helena silva men<strong>de</strong>s ▪ hérica rangel portela ▪ hil<strong>da</strong> frança talin ▪ hilton alves <strong>de</strong> souza ▪ inês leite <strong>de</strong> lima ▪ iraci


34 Participantescorreia ▪ ivanir josé vítor maciel ▪ jair caetano ▪ jair higino moreira ▪ jesus geraldo costa ▪ joão <strong>de</strong> araújo ▪ joão paulo bismotto tomain ▪joaquim josé <strong>da</strong> silva ▪ joelma nogueira ramos ▪ jorge <strong>de</strong> oliveira santos ▪ jorge jacó ▪ jorge vieira lara ▪ josé carlos lourenço ▪ josé carlosmachado <strong>da</strong> silva ▪ josé <strong>da</strong>s dores siqueira ▪ josé dias pinheiro ▪ josé domiciano pereira ▪ josé ferreira neto ▪ josé marcílio <strong>de</strong> oliveira ▪josé maria <strong>de</strong> souza ▪ josé silverio <strong>de</strong> viveiros ▪ josé soares sobrinho ▪ josé valdomiro <strong>da</strong> silva ▪ josé veríssimo pinto ▪ josécassimiroalves ▪ josefa franke <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ júnia fonseca <strong>da</strong> silva ▪ lauro men<strong>de</strong>s barbosa ▪ lídio dos santos costa ▪ luiz carlos xavier ▪ luiz cláudio<strong>da</strong> silva mayer ▪ luiz gonzaga germânio ▪ magno resen<strong>de</strong> lopes ▪ marcelus rodrigues dos santos ▪ marco aurélio moreira rocha ▪mar<strong>de</strong>lene cezar rodrigues <strong>de</strong> jesus ▪ maria apareci<strong>da</strong> martins dos santos ▪ maria apareci<strong>da</strong> santos lima ▪ maria apareci<strong>da</strong> soare zímersilva ▪ maria cristina santana ▪ maria <strong>da</strong> conceição rodrigues moreira ▪ maria <strong>da</strong>s dores lima rocha ▪ maria <strong>da</strong>s graças <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪maria <strong>da</strong>s graças pereira ▪ maria <strong>de</strong> fátima dos santos porto ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s ribeiro freitas ▪ maria do carmo moreira ▪ maria docarmo rocha ▪ maria do socorro duarte ▪ maria eugênia bracarense ▪ maria helena morais ▪ maria luisa gregorio ▪ mário <strong>da</strong>s graçaspimenta ▪ marizete ribeiro viana teles ▪ marlene beral<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ marly al<strong>da</strong> marçal fileto ▪ maurílio josé coelho ▪ miriam santos orsini▪ nadir oliveira ▪ ney fernan<strong>de</strong>s melo ▪ nilton jorge ▪ odilon gaspar <strong>da</strong> silva ▪ odilon silva araújo ▪ olga maria lemos almei<strong>da</strong> ▪ oswaldoborges <strong>da</strong> silva ▪ paulo amaro laporte ▪ paulo moreira ▪ pedro alves <strong>de</strong> oliveira ▪ potira pedreira lima ▪ raimundo machado filho ▪ renil<strong>da</strong>higina ramos pinto ▪ ricardo rodrigues loes ▪ roberto aureliano <strong>de</strong> melo ▪ robson <strong>da</strong> costa meira ▪ roosevelt nativi<strong>da</strong><strong>de</strong> brasil carmo ▪rosalba maria fiorini maia ▪ rosimeira pinto <strong>da</strong> silva ▪ rosimiro teixeira carvalho ▪ sebastiana maria reis ▪ sebastiana moraes ▪ selina <strong>da</strong>cunha elian ▪ silene moreiro camargos ▪ silvéria algusta santos ▪ sílvio marques <strong>de</strong> lacer<strong>da</strong> ▪ sudária <strong>de</strong> oliveira alves ▪ suely <strong>da</strong>s graças▪ sylvia moreira <strong>de</strong> oliveira ▪ tarcísio teixeira ▪ therezinha maria <strong>de</strong> limas santos ▪ valeria freitas dos reis ferreira ▪ vera regina marquessilva ▪ veríssimo moreira faria ▪ vicentina barbosa ▪ vilmar paim <strong>de</strong> souza ▪ vilsa barbosa soares ▪ viviane cristina fre<strong>de</strong>rico ▪ viviane dossantos nunes ▪ vladimir henrique scheid ▪ wagner heleno <strong>da</strong> silva ▪ waldir moreira rosa ▪ wil<strong>de</strong> rodrigues oliveira ▪ wladimir caricattisalles ▪ zenai<strong>de</strong> b. ferreira ▪ zulmira rolin <strong>de</strong> mendonça ▪▪ Norte• a<strong>da</strong>ilton brandião ▪ a<strong>da</strong>ir vicente teixeira ▪ a<strong>de</strong>nilton antunes <strong>de</strong> amorim ▪ adilson <strong>de</strong> jesus ▪ adilson eustáquio <strong>da</strong>niel junior ▪ adolfopru<strong>de</strong>ncini ▪ adriana gomes <strong>de</strong> souza ▪ agnaldo <strong>de</strong> jesus almei<strong>da</strong> ▪ alai<strong>de</strong> braga pereira ▪ alice lima men<strong>de</strong>s ▪ altamiro gomes ferreira] ▪amara viana <strong>da</strong> costa ▪ ana luiza <strong>de</strong> amorim ▪ andré moreira sobrinho ▪ angelino roque querino ▪ antônio paula ▪ antonio carlos santos ▪antônio <strong>da</strong> silva ▪ antônio florentino sobrinho ▪ antônio nascimento ▪ beatriz araújo gonçalves ▪ brasilina maria oliveira ▪ carlos alberto <strong>de</strong>rezen<strong>de</strong> ▪ carlos magno ferreira silva ▪ carlos marques faria ▪ cibele <strong>da</strong> p. r. <strong>da</strong> costa moreira ▪ clarindo <strong>de</strong> castro ▪ cláudia souza <strong>de</strong>queiroz ▪ cláudio márcio silva ▪ cláudio pereira <strong>de</strong> souza ▪ clécio josé muniz ▪ cleonil<strong>da</strong> san<strong>de</strong>r <strong>de</strong> morais ▪ cleudiane <strong>de</strong> souzanascimento ▪ cleuza maria dias jacob santiago ▪ conceição a. silva cruz ▪ cristiano dos santos ▪ <strong>da</strong>rci ferreira pinto ▪ <strong>da</strong>vid soares pereira▪ <strong>de</strong>valdo alberto <strong>de</strong> souza ▪ dioneu <strong>de</strong> oliveira ▪ edison pereira <strong>da</strong> silva ▪ eduardo pinheiro santos ▪ efigênia gonçalves pereira ▪ elbertrosa martins ▪ eliane candi<strong>da</strong> assis ▪ eliane gabrich moraes <strong>da</strong> pie<strong>da</strong><strong>de</strong> ▪ elizabeth azevedo franco ▪ erivelton souza rocha ▪ euláliaregina pires <strong>de</strong> freitas ▪ eulita matos jesus ▪ eva donato quirino ▪ eva maria <strong>da</strong> costa ▪ fábio junior dos santos ▪ fabrício adão mariano ▪faraí<strong>de</strong> alves <strong>de</strong> paula ▪ fernando pinho tavares ▪ francisca <strong>da</strong>masceno bezerra ▪ francisco carlos antunes ▪ francisco <strong>da</strong>s chagas silva ▪francisco v. silva ▪ frank <strong>de</strong> paula ribeiro ▪ geral<strong>da</strong> dias <strong>de</strong> oliveira ▪ geraldo fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> souza ▪ geraldo firmino costa ▪ gessy <strong>de</strong> paulados reis ▪ getulio rocha ferreira ▪ gilmar teixeira dos santos ▪ gilson alves <strong>de</strong> oliveira ▪ giselle firmino <strong>da</strong> silva ▪ gislene firmino <strong>da</strong> silva ▪gustavo augusto lomes <strong>de</strong> jesus ▪ heleonice do carmo faria ▪ hélio jacinto ▪ heloisa helena pereira ▪ il<strong>de</strong>u gonçalves pinto ▪ isabelmartins ▪ ismael <strong>de</strong> araújo rocha ▪ ismael vicente <strong>da</strong> silva ▪ itamar soares <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ ivone rodrigues silva martins ▪ izabel martins <strong>de</strong>oliveira ▪ jackson roberto pereira costa ▪ jair <strong>de</strong> freitas ▪ jefferson luiz felix ▪ joão alves <strong>da</strong> silva ▪ joão augusto <strong>da</strong> silva ▪ joão carlos dossantos ▪ joão <strong>de</strong> oliveira ▪ joão <strong>de</strong> paula faria ▪ joão tarcísio garcia ▪ joaquim francisco cruz ▪ jorge <strong>da</strong> silveira ▪ josé <strong>de</strong>lcio mota ▪ joséfrancisco <strong>de</strong> araújo ▪ josé marinho <strong>de</strong> oliveira ▪ josé nereu domingues ▪ josé perdigão ventura ▪ josé procópio <strong>da</strong> silva ▪ josé rodriguesdos santos ▪ jose texeira <strong>da</strong> c. ▪ josé tomas <strong>da</strong> cunha ▪ jozilene ferreira <strong>da</strong> cruz ▪ jucélia rodrigues souza gomes ▪ jucilene barbosa <strong>da</strong>silva ▪ julia graziele santos <strong>da</strong> silva ▪ júlio mário maia ▪ juracy serafim ▪ jurema beatriz figueiredo ▪ keila beatriz ▪ keila carine ovídio ▪lau<strong>de</strong>lina oliveira santos ▪ leni <strong>da</strong> conceição v. rocha ▪ lenice maria salgado ramos ▪ leonor monteito ▪ lidia praça ▪ lilian won<strong>da</strong>llinger ▪lúcia divina <strong>da</strong> silva ▪ luiz gomes <strong>da</strong> silva ▪ luiz ségio ianini ▪ ma<strong>da</strong>lena rocha do nascimento ▪ manoel ricardo teixeira senra ▪ manuelleonor neto ▪ márcio <strong>da</strong> silva ▪ marco antônio ▪ marco aurélio <strong>da</strong> silva ▪ maria annete <strong>da</strong> silva machado ▪ maria <strong>da</strong> gloria <strong>de</strong> lima e souza▪ maria <strong>da</strong> glória gomes ▪ maria <strong>da</strong>s graças souza p. anunciação ▪ maria <strong>de</strong> carvalho lage ▪ maria <strong>de</strong> fátima santos <strong>da</strong> silva ▪ mariadircéa <strong>da</strong> silva ▪ maria do carmo antônio soares ▪ maria emília dos santos ▪ maria helena <strong>de</strong> faria ▪ maria imacula<strong>da</strong> f. abreu ▪ mariajosé alves <strong>de</strong> melo ▪ maria josé clementino c. rocha ▪ maria josé s. carvalho ▪ maria josé zeferino vieira ▪ maria solange <strong>de</strong> oliveira ▪maria teixeira <strong>de</strong> souza ▪ maria val<strong>de</strong>vina santos ▪ marília <strong>da</strong> paz ▪ marinalva soares pereira ▪ marluci dos santos ▪ michelle <strong>da</strong> cunha ▪mônica maria <strong>de</strong> souza ▪ naime rodrigues pereira ▪ nazaré antunes maria ▪ neli soares fernan<strong>de</strong>s ▪ nelinho josé dos santos ▪ nelsonnunes dos santos ▪ nemias campos <strong>de</strong> souza ▪ neusa maria <strong>da</strong>s dores silva souza ▪ nicanor gonçalves <strong>de</strong> oliveira ▪ nilton dos santos ▪nilza nascimento mota ▪ olga maria cândido ▪ ornício <strong>de</strong> oliveira ▪ osvaldo césar dos santos ▪ oswaldo adão ▪ oswaldo murilo pinho ▪oziel luiz <strong>da</strong>niel ▪ paulo antônio barroso ▪ paulo cézar nogueira ▪ paulo <strong>da</strong> silva gomes ▪ paulo fernan<strong>de</strong>s cardoso ▪ paulo robertomoreira <strong>de</strong> souza ▪ paulo sergio santos ▪ paulo sérgio versiani <strong>de</strong> castro ▪ pedro francisco <strong>de</strong> souza ▪ raimundo josé <strong>de</strong> souza ▪raimundo pereira <strong>de</strong> oliveura ▪ reinaldo cunha ▪ reinaldo <strong>da</strong> conceição men<strong>de</strong>s ▪ reinaldo neves <strong>da</strong> silva ▪ rita costa <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ robertarenata teixeira guimarães ▪ roberta renata teixeira guimarães ▪ roberto márcio vieira ▪ romeu pires <strong>de</strong> araújo ▪ romney batista ▪ ronaldoadriano dos santos ▪ rosa <strong>de</strong> jesus leão ▪ rosa maria <strong>de</strong> lima ▪ rosângela <strong>de</strong> portugal santos ▪ rosemary rocha ▪ rozélia vilaça <strong>de</strong>andra<strong>de</strong> castro ▪ ruth marciel ▪ sandra maria moreira ▪ sebastião avelino pereira filho ▪ sebastião carlos m. ▪ sebastião do carmo dias ▪sebastião ferreira bastos ▪ sebastião jesuino <strong>da</strong> silva ▪ sergio tomaz aquino ▪ shirley <strong>de</strong> fátima gomes ▪ silvana silva dos santos ▪silvandino inésio dos reis ▪ silvino fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> cruz ▪ simone cristina francisca ▪ sirlene augusta ▪ sonia maria penha ▪ tarcísio márciomagalhães pinheiro ▪ valdilei donato santos ▪ valdinho ormentino lessa ▪ valmir ferreira <strong>da</strong> costa ▪ valquiria rodrigues dos santos ▪ van<strong>da</strong>maria <strong>de</strong> castro malaquias ▪ vando euripes <strong>da</strong> silva ▪ vania <strong>da</strong> silva ▪ vânia maria <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ wellington vicente <strong>de</strong> souza ▪ willianestevâo ▪ yvone pereira <strong>da</strong> silva ▪ zuita ferreira <strong>de</strong> souza ▪▪ Pampulha• acir borges ▪ a<strong>da</strong>lberto pastana pinheiro ▪ altino pereira ▪ amarildo vieira matheus ▪ antônia roza ▪ antônio alves <strong>da</strong> silva ▪ antôniomauricio <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ benedito laudino ▪ carla márcia finamori dos santos ▪ carlos magno ribeiro ▪ cássia <strong>de</strong> souza campos ▪ celinafrancisca ▪ claudiano pereira silava ▪ cláudio vitorino filipe ▪ conceição áurea vieira aguiar ▪ conceição siqueira ▪ cristiane <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪<strong>de</strong>vair rosa <strong>de</strong> lima ▪ dorgival mo<strong>de</strong>sto jorge ▪ edina teixeira barbosa ▪ edna <strong>de</strong> fátima tomazille ▪ edna nunes ▪ eduardo alves pereira ▪edwar ramos ▪ eliane alves <strong>de</strong> oliveira ▪ eloina olimpio ▪ elzeu cassemiro <strong>de</strong> campos ▪ eni <strong>da</strong>s graças <strong>da</strong> silva ▪ eunice tavares <strong>de</strong> paiva▪ evaristo garcia ▪ florisbela <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> santos ▪ gilmar dos santos ▪ gustavo moreira santos ▪ helena <strong>de</strong> souza gonçalves ▪ heltonteodoro rocha ▪ heraldo ferreira pinheiro ▪ heron santos brito ▪ homero rodrigues ▪ honória amália rocha ▪ jairo abrão <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪jefersson bernar<strong>de</strong>s jamorino frotari ▪ jésus <strong>da</strong> silva barcelos ▪ joana d'arc guimarães ▪ joão bosco favaro ▪ jonatam antonio moreiracopertino ▪ jorge alves pereira ▪ jorge amir <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ josé celestino <strong>da</strong> silva ▪ jose inácio <strong>de</strong> oliveira neto ▪ josé maria <strong>de</strong> souza ▪ josésimão miguel ▪ julio cesar barbosa ▪ lin<strong>da</strong>ura rosa dos santos ▪ luciana rodrigues <strong>da</strong> cruz ▪ luzia maria alves <strong>de</strong> castro ▪ magalyrodrigues alves ▪ manoel alves barbosa ▪ marcia elena ▪ marcos henrique dias <strong>de</strong> lima ▪ mari angela <strong>da</strong>ccache baleiro a ▪ maria


Participantes 35conceição neves carvalho ▪ maria <strong>da</strong> conceição ▪ maria <strong>da</strong>s dores <strong>da</strong> silva ▪ maria <strong>da</strong>s graças silva ferreira ▪ maria <strong>de</strong> souza me<strong>de</strong>iros ▪maria fausta marques rosa ▪ maria luiza pereira machado ▪ maria pie<strong>da</strong><strong>de</strong> ▪ maria rita rocha ▪ michele martins dos santos ▪ moisésramos <strong>da</strong> silva ▪ neimar gomes miran<strong>da</strong> ▪ nilza <strong>de</strong> oliveira castro ▪ nilza ferreira ▪ oswaldo martins <strong>da</strong> silva filho ▪ patricia silva duarte r. ▪paulo henrique ▪ raimundo nonato ribeiro vieira ▪ renata nazaré m. ▪ robson luiz morais ▪ rogério sena ▪ rosângela alves elói ▪ rosângelamendonça teles ▪ sara lúcia ferreira ▪ tania maria batista ▪ terezinha vicentina alberto ▪ valéria patricia ▪ walter miran<strong>da</strong> ▪ walter siqueira ▪wilton firmino ▪ zelia maria <strong>de</strong> oliveira fara ▪ zenóbio c . macedo •▪ Barreiro• adão caetano <strong>da</strong> silva ▪ a<strong>de</strong>ilton henrique dos reis ▪ a<strong>de</strong>vanil francisco soares ▪ aldileusa rodrigues ferreira <strong>de</strong> jesus ▪ alfredo martinsdos santos ▪ altamiro alves <strong>da</strong> silva ▪ américo cândido dias neto ▪ antônio boaventura valentin ▪ antônio brígido q, gonçalves ▪ antôniomiran<strong>da</strong> ▪ antônio olívio <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ carmen panadés rubió ▪ cléria justino ▪ creuzeni oliveira <strong>de</strong> paula ▪ <strong>da</strong>mião dos reis ▪ <strong>de</strong>nny biankmonteiro <strong>de</strong> padúa ▪ <strong>de</strong>uzo<strong>de</strong>te do carmo <strong>da</strong> silva ▪ dimas dias <strong>de</strong> frança ▪ domingos gatti bavuso ▪ duciane regina <strong>da</strong> silva ▪ edygonçalves dos reis ▪ efigênia maria dos santos ▪ xavier ▪ elviro ferreira sampaio ▪ eni carajá filho ▪ flávio lucio cardoso ▪ florisbela alvesmourão ▪ francisca paulina <strong>da</strong> silva ▪ francisco almei<strong>da</strong> dos santos ▪ francisco antônio <strong>de</strong> resen<strong>de</strong> ▪ geral<strong>da</strong> parreira viana ▪ geraldofilomeno <strong>de</strong> oliveira ▪ geraldo maria <strong>de</strong> souza ▪ geraldo vieira ▪ geremias <strong>de</strong> jesus goulart ▪ gil<strong>da</strong> rodrigues inácio ▪ gilson silva ▪ helenofrancisco <strong>de</strong> souza ▪ heloísa octaviano nunes malaco ▪ herica cristina florentino ▪ isaias ferreira <strong>da</strong> silva ▪ jésus <strong>de</strong> melo alves ▪ joanad'arc barbosa <strong>de</strong> souza ▪ joão batista dos reis ▪ joão dos reis vilaça ▪ joão pereira dos santos ▪ joaquim maurílio dos santos ▪ joaquimpaula moreira ▪ josé amaro dos santos ▪ josé aparecido cortes ▪ josé carlos rodrigues camargos ▪ josé dos santos teixeira ▪ josé ferreira<strong>de</strong> oliverira ▪ josé ferreira lopes ▪ josé geraldo nunes do nascimento ▪ josé mariano <strong>de</strong> lana ▪ josé marques pereira ▪ josé marquespereira ▪ josé nunes <strong>da</strong> silva ▪ josé ricalio silveira resen<strong>de</strong> ▪ josé rodrigues xavier ▪ joventina maria <strong>de</strong> souza ▪ jucélia eva do nascimentosilva ▪ jussara apareci<strong>da</strong> simplicio ▪ lauro felicio rodrigues ▪ leci moreira martins ▪ lilian apareci<strong>da</strong> nascimento faria ▪ ma<strong>da</strong>lena mariateixeira <strong>da</strong> silva ▪ manoel soares ▪ maria apareci<strong>da</strong> dias ▪ maria cleomacia ▪ maria <strong>da</strong>lva <strong>da</strong> silva ▪ maria <strong>da</strong>s graças marques ▪ martins ▪maria <strong>da</strong>s graças pereira ▪ maria <strong>da</strong>s graças souza ▪ maria <strong>de</strong> araujo souza gomes ▪ maria <strong>de</strong> fátima veloso goulart ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>sgomes matos ▪ maria dorotéia ▪ maria helena nascimento faria ▪ maria júlia ferraz trant ▪ maria ma<strong>da</strong>lena felipe ▪ maria o<strong>de</strong>th <strong>de</strong> oliveira▪ maria rodrigues dos santos ▪ maria rosa men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carvalho ▪ maria senhorinha <strong>de</strong> oliveira ▪ marilene saleth cal<strong>de</strong>ira ▪ marinacassiano <strong>da</strong>masceno ▪ mário alves pacheco ▪ messias pereira <strong>da</strong> silva ▪ milton <strong>de</strong> carvalho ▪ nei<strong>de</strong> martins <strong>da</strong> fonseca ▪ nilza rodrigues<strong>de</strong> sales ▪ nivaldo aparecido pedrosa ▪ renata ferreira jardim <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ rita campos <strong>de</strong> oliveira ▪ roberto lelis ▪ roberto rubens caetano▪ rogério bosco <strong>de</strong> faria ▪ rogério <strong>de</strong> souza ▪ romero gomes vieira ▪ rosilaine rosa <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ rosimeire brandão ▪ sandra mariamonteiro ▪ sebastiana prudêncio ▪ sebastião martins ▪ silviano geraldo <strong>da</strong> silva ▪ simone ferreira alves pereira ▪ sônia <strong>da</strong> pie<strong>da</strong><strong>de</strong> ferreira▪ talciano josé figueiredo silva ▪ vagner xavier <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ vicente caetano <strong>da</strong> silva ▪ walisson soares <strong>de</strong> oliveira ▪ walter <strong>de</strong> oliveirapaulo ▪ wan<strong>de</strong>rley andré <strong>da</strong> costa ▪ wânia ferreira duarte ▪▪ Oeste• a<strong>de</strong>mir carlos costa ▪ adilson josé dos santos ▪ almir cândido <strong>da</strong> silva ▪ amado valentim <strong>de</strong> amorim ▪ ana lúcia dias campos ▪ anadilbenedita ruhnau ▪ anízio pedro celestino ▪ antônio garcia <strong>da</strong> silva ▪ arabela maria lírio viana ▪ armando pacheco martins ▪ benedito <strong>de</strong>oliveira said ▪ bibiana ferreira <strong>de</strong> carvalho ▪ cândido berna<strong>de</strong>s lamounier ▪ claudia garcia ▪ clei<strong>de</strong>r ta<strong>de</strong>u barbosa ▪ conceição ferreiragonçalves ▪ creuza machado <strong>de</strong> castro gomes ▪ <strong>da</strong>rci albano <strong>de</strong> lima ▪ eduardo eutáquio galan ▪ eduardo machado <strong>de</strong> faria tavares ▪elaine ro<strong>da</strong>nte ▪ elizabete gonçalves pereira ▪ ercilia rodrigues martins ▪ ernani ferreira leandro ▪ fernando soares mira ▪ francisco lisboanonato ▪ geraldo rosa dos santos ▪ hamilton dias <strong>de</strong> moura ▪ hélio chagas fernan<strong>de</strong>s ▪ hélio <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> neves ▪ hélio emiliano moreira ▪hélio rodrigues <strong>de</strong> souza ▪ hil<strong>da</strong> maria pereira ▪ ivanil c.s.gomes ▪ ivone apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva malaquias ▪ jesus rosa <strong>de</strong> oliveira ▪ joãofirmino <strong>da</strong> silva ▪ joão lelis <strong>da</strong> silva ▪ josé afonso <strong>de</strong> oliveira ▪ josé <strong>de</strong> fátima furbino ▪ josé egídio do carmo ▪ josé ênio silva ▪ josé rinaldogontijo rabelo ▪ judith robbe ▪ julieta augusta ribeiro felipe ▪ laudy simões <strong>da</strong> silva ▪ liliane <strong>de</strong> fátima rodrigues amaral ▪ lúcia <strong>de</strong> fátimacorrêa ▪ lúcia helena apolinária <strong>da</strong> silva ▪ luil<strong>de</strong> maria <strong>de</strong> assis martins ▪ luís carlos cor<strong>de</strong>iro ▪ luiz ª lemos figueira ▪ luiz gonzaga <strong>de</strong>oliveira ▪ luiz morais rezen<strong>de</strong> ▪ márcia cristina domingues ▪ marcus josé vieira ▪ maria apareci<strong>da</strong> bayão ▪ maria auxiliadora <strong>de</strong> ▪ carvalhofernando ▪ maria <strong>da</strong> penha cabral ▪ maria <strong>da</strong> penha ferreira ▪ maria <strong>da</strong>s graças barbosa <strong>de</strong> souza ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s cheguri gonçalves▪ maria do socorro silva batista (faleci<strong>da</strong>) ▪ maria ferreira <strong>de</strong> oliveira ▪ maria lúcia dos dias ▪ maria luzia sidônio ▪ maria márcia pintocampos ▪ maria rosa rodrigues dos santos ▪ maria silva costa ▪ marlene rodrigues ▪ maurício <strong>da</strong> silva coelho ▪ maurício paceli machado▪ miguel pereira dos santos ▪ moacir gomes <strong>da</strong> silva ▪ moisés onório dos santos ▪ neusa <strong>de</strong> paula carvalho ▪ nil<strong>da</strong> martins m. ▪ nilzamaciel vi<strong>da</strong>l <strong>de</strong> melo ▪ niura nice <strong>de</strong> oliveira silva ▪ omorival amaro ▪ orelino cândido <strong>de</strong> oliveira ▪ paulo lúcio rodrigues ▪ ramil teixeira ▪renato santos vima ▪ renato veloso <strong>de</strong> oliveira ▪ ricardo alves camilo ▪ rodrigo félix <strong>da</strong> costa ▪ rodrigo josé <strong>de</strong> silva marques ▪ rosinéiamarques ▪ rubens eustáquio rocha ▪ silvia adriana dos santos ▪ sônia maria <strong>de</strong> oliveira ▪ sueli lisboa ▪ tertuliano lucas <strong>da</strong> silva ▪ valtermalaquias <strong>de</strong> rezen<strong>de</strong> ▪ vicente alves ▪ vicente cardoso ▪ vicente <strong>de</strong> souza ▪ vitor sérgio felipe <strong>de</strong> souza ▪ waldir margari<strong>da</strong> ▪ zenitemaria dos santos ▪ zilah ferreira <strong>de</strong> souza ▪ zil<strong>da</strong> gomes furbino ▪▪ Ven<strong>da</strong> Nova• A<strong>de</strong>mir Lima dos Santos ▪ Ag<strong>da</strong> Maria <strong>de</strong> Jesus Francisco ▪ Alair Pacheco ▪ Alex Roberto Corrêa ▪ Ana Apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lima ▪ AnaHumbelina <strong>da</strong> Silva Dittz ▪ An<strong>de</strong>rson Eustáquio Ferreira ▪ Andréia Gonçalves dos Reis ▪ Angela Maria Fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Cruz ▪ AntôniaLúcia <strong>de</strong> Oliveira Gomes ▪ Antônia Maria dos Santos ▪ Antônio Aniceto dos Santos ▪ Antônio Maciano ▪ Apareci<strong>da</strong> Cirilo Gonçalves ▪Apareci<strong>da</strong> Soares ▪ Arlete Soares <strong>da</strong> Silva ▪ Arnaldo Ferreira Fraga ▪ Artur N. dos Reis ▪ Carlos Antônio Guimarães ▪ Carlos RenatoSilva ▪ Creuza Moreira Teixeira ▪ Cristiano Lopes <strong>de</strong> Miran<strong>da</strong> ▪ Darly Soares <strong>da</strong> Silva ▪ Eduardo Augusto <strong>de</strong> Paula ▪ Egnaldo Rodrigues<strong>da</strong> Silva ▪ Elina Souza Santos ▪ Enilson José Pereira ▪ Erik <strong>de</strong> Carvalho Gonçalves ▪ Expedito Gonçalves Soares ▪ Fábio FranciscoMaia ▪ Fatima Lúcia Ricardo Carvalho ▪ Fatima Rodrigues Cerqueira ▪ Fernando Antônio Sampaio ▪ Gentil Evangelista Rodrigues ▪Geral<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Graças Morais ▪ Geraldo Magela Gonçalves Costa ▪ Geraldo Martins dos Santos ▪ Heloina Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira ▪ HeloisaPereira <strong>da</strong> Silva ▪ Hil<strong>da</strong> Maria Siqueira Ornelas ▪ Inêz Maria <strong>de</strong> Assis Carvalho ▪ Iracema Conceição Figueiredo ▪ Ivânia Augusta dosSantos Rodrigues ▪ Jesus do Nascimento Silva ▪ Jetro Campos ▪ João Maria <strong>da</strong> Silva ▪ João Teixeira <strong>de</strong> Souza ▪ Joaquim Luiz <strong>de</strong>Souza ▪ Joel Gonçalves Pereira ▪ José Geraldo do Nascimento ▪ José Lopes dos Reis ▪ José Moreira Alves ▪ José Ribeiro Santos ▪Juvenil Josué ▪ Lauro Men<strong>de</strong>s Souto ▪ Loi<strong>de</strong> Maria Ferreira Silva ▪ Lúcia César Santos ▪ Lúcia Maria Pereira Fernan<strong>de</strong>s ▪ Luiz Henrique<strong>de</strong> Sá ▪ Manoel Messias Rocha Viana ▪ Marata Rosa <strong>da</strong> Conceição ▪ Marcionílio Faria ▪ Marcos Aurelio Mazuche <strong>de</strong> Novais ▪ MarcosRodrigues <strong>da</strong> Silva ▪ Marcus José Silva ▪ Maria Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Azeredo ▪ Maria d` Apareci<strong>da</strong> Pereira Braga ▪ Maria <strong>da</strong> Glória Silva ▪ Maria<strong>da</strong>s Graças Marques ▪ Maria Eunice Pereira <strong>de</strong> Souza ▪ Maria Inês <strong>de</strong> Paiva Lima ▪ Maria José Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Jesus ▪ Maria José Queiroz▪ Maria Lúcia Machado Naciel ▪ Mauricio Rosario Caetano ▪ Maurílio Deolindo dos Santos Filho ▪ Mônica Aguiar <strong>de</strong> Souza ▪ Nazaré <strong>de</strong>Fátima <strong>de</strong> Souza ▪ Necilene Ferreira <strong>da</strong> Silva ▪ Ney Ritta <strong>de</strong> Freitas ▪ Nilce Maciel Car<strong>de</strong>al Santos ▪ Nilza Rosa <strong>de</strong> Lima ▪ Noeme MacielSantana ▪ Norma Regina Moreira Alves ▪ Osmar Pinto Ribeiro ▪ Raimun<strong>da</strong> Lima Santana Rodrigues ▪ Raquel Margari<strong>da</strong> <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> ▪Raquel Maria <strong>da</strong> Silva Machado ▪ Rodrigo Batista Baia ▪ Rogério Augusto <strong>de</strong> Assis ▪ Ronise Vala<strong>da</strong>res ▪ Rosemar Nunes Ferreira ▪Rosinei Neves dos Santos Moreira ▪ Rozinha <strong>de</strong> Jesus Gomes Fonseca ▪ Rufino Francisco do Carmo ▪ Sandra Rodrigues Gomes ▪


36 ParticipantesSilvia Maria Figueiredo Faria ▪ Sônia Lúcia Ferreira ▪ Sônia Maria do Nascimento ▪ Terezinha Jardim Lopes ▪ Wagner Rodrigues <strong>da</strong>Silva ▪ Waldir Aparecido <strong>de</strong> Oliveira ▪ Walquiria Laurino<strong>da</strong> <strong>de</strong> Castro ▪ Waltencir Santana <strong>de</strong> Araújo ▪ Wan<strong>de</strong>ck Machado <strong>de</strong> França ▪Washington Rodrigues <strong>da</strong> Silva ▪ Wastir Corra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moura ▪ Wilson José Paraiso ▪ Xandisval Alves <strong>da</strong> Silva ▪ Zélia Marlene Teixeira ▪Zenoria Rosa ▪▪ Leste• adão <strong>da</strong> silva ▪ afonso sérgio neves ▪ alci<strong>de</strong>s pereira <strong>de</strong> souza ▪ alcione a pereira ▪ alcione angelica m <strong>de</strong> castro ▪ aldino elias ▪ altairhipólito barbosa ▪ alysson perreira dos santos ▪ ana men<strong>de</strong>s barbosa ▪ ângela maria dos santos ▪ angelina ma<strong>da</strong>lena maia ▪ antoniojoarez antonio <strong>de</strong> castro ▪ antonio rodrigues <strong>da</strong> silva ▪ apareci<strong>da</strong> apolonia correa ▪ apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza costa ▪ apareci<strong>da</strong> julia <strong>da</strong> paixao▪ beneval alves santana ▪ carlos figueiredo <strong>de</strong> araujo ▪ carmem zeferina <strong>de</strong> oliveira ▪ cássio ferreira borges ▪ clarice rodrigues <strong>de</strong> souza ▪crelismil<strong>da</strong> maria evangelista <strong>de</strong> carvalho ▪ <strong>da</strong>lci gomes <strong>de</strong> vasconcelos men<strong>de</strong>s ▪ <strong>da</strong>niele cristiane <strong>de</strong> abreu ferreira ▪ <strong>da</strong>niele custodio ▪<strong>da</strong>rio g p neto ▪ edilaine fatima souza ▪ edilson <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ edmaire apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> silva ▪ edna <strong>de</strong>metrio ▪ edna gonçalves silva ▪ edneiaapareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ edson pereira ▪ edvan <strong>de</strong> jesus ▪ edvania natália <strong>da</strong> silva ▪ eli goulart <strong>de</strong> oliveira ▪ eliana <strong>de</strong> oliveira silva ▪ elianemaria moreira <strong>de</strong> paula ▪ elisangela pires batista ▪ elizabete soares silva ▪ elvécio tavares <strong>de</strong> carvalho ▪ enezila maria <strong>de</strong> moura campos▪ erci lourenço <strong>de</strong> carvalho ▪ erica luiza arantes vieira ▪ farley lino <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> siqueira ▪ fernando josé carneiro moreira ▪ fili<strong>de</strong> felipemen<strong>de</strong>s ▪ flavia maria pereira lisboa ▪ flavio <strong>de</strong> abreu lourenço ▪ francisca costa muniz ▪ francisca militani ▪ francisco ricardo viana varela▪ francisco solano <strong>de</strong> siqueira ▪ francislei henrique santos ▪ fre<strong>de</strong>rico eustaquio maciel ▪ georgina lucas <strong>da</strong> silva su<strong>da</strong>rio ▪ geraldomagela do nascimento ▪ gilameia ferreira campos ▪ gildásio rodrigues carvalho ▪ gisela fatima <strong>de</strong> jesus paula ▪ heloisa cristina <strong>de</strong> souza▪ heloisa helene arantes vieira ▪ henrique junior <strong>de</strong> souza ▪ homeria pereira <strong>da</strong> silva ▪ hudson oscar <strong>de</strong> magalhaes ▪ i<strong>da</strong>lina gomes <strong>da</strong>silva ▪ iranil<strong>de</strong>s perreira <strong>da</strong> silva ▪ ireny ciriaco <strong>da</strong>masceno ▪ ivan matheus dutra ▪ jesil ferreira dos santos ▪ josé geraldo <strong>da</strong> cruz ▪ joanague<strong>de</strong>s <strong>de</strong> oliveira ▪ joana maria <strong>de</strong> jesus villela ▪ joão carlos rodrigues alves ▪ joão felix sardinha ▪ joão fernan<strong>de</strong>s <strong>da</strong> silva ▪ joãogeraldo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ josé antonio alves rodrigues ▪ josé bernardo costa ▪ josé borges <strong>de</strong> oliveira ▪ josé ines batista ▪ josé maria dias <strong>da</strong>silva ▪ josé maria pereira ▪ josé maria pereira <strong>da</strong> costa ▪ josé pereira lima ▪ josé ronaldo <strong>da</strong> cruz ▪ jovina pereira dos santos ▪ juarezpereira <strong>da</strong> silva ▪ júlia margari<strong>da</strong> souza ▪ júlio cesar pereira souza ▪ justino <strong>da</strong> silva nascimento ▪ juvenal <strong>da</strong> silva melo ▪ lazarina <strong>de</strong> opereira ▪ lenir paulino ▪ leonardo dos santos ribeiro ▪ lilian vieira <strong>de</strong> carvalho ▪ lívio dos santos ▪ lorrayne amaral leão ▪ luciana valente ▪lúcio fernan<strong>de</strong>s papa ▪ lucy vieira <strong>de</strong> carvalho cota ▪ luiz fernando rocha ▪ luiz reis frança e silva ▪ lusimar ribeiro ▪ luzia coutinho santos ▪marcilio vicente martins ▪ marco aurélio alves <strong>da</strong> silva ▪ marconi roberto <strong>de</strong> paula ▪ marcos donizete <strong>da</strong> silva ▪ marcos dos santos <strong>de</strong>souza ▪ marcus guimaraes cota ▪ margari<strong>da</strong> silva sal ▪ maria apareci<strong>da</strong> polinário ▪ maria carolina paes cardoso ▪ maria celma soares ▪maria crispin <strong>da</strong> silva ▪ maria <strong>da</strong> cerva <strong>da</strong>s graças ferreira ▪ maria <strong>da</strong> conceição alves ▪ maria <strong>da</strong> conceição oliveira guimarães ▪ maria<strong>da</strong> conceiçao viana ▪ maria <strong>da</strong> paz <strong>de</strong> souza ▪ maria <strong>da</strong>s dores fernan<strong>de</strong>s sau<strong>da</strong>nha ▪ maria <strong>da</strong>s graças costa filho ▪ maria <strong>de</strong> fatima mbittencourt ▪ maria dularnes batista ▪ maria emília moura campos ▪ maria inez <strong>de</strong> queiroz garcia ▪ maria margari<strong>da</strong> miran<strong>da</strong> ▪ mariaperpetuo socorro ▪ maria sebastiana <strong>de</strong> souza ▪ marilene maria gomes ▪ mario antonio <strong>da</strong> silva ▪ maristela <strong>da</strong> silva ▪ marizete amaralleao ▪ mauricio barbosa brandão ▪ mercia inês p. do nascimento ▪ mirtes <strong>da</strong>miana angelo ▪ moacir dos santos ▪ nilo veríssimo <strong>de</strong>carvalho ▪ nívio nascimento ▪ o<strong>de</strong>te <strong>da</strong>s graças silva ▪ orlando pereira ▪ oseias gonçalves dutra ▪ palowa maria <strong>de</strong> assis men<strong>de</strong>s ▪pascoalina <strong>de</strong> fátima agostinho ▪ patrícia maria bueno <strong>de</strong> oliveira ▪ pedro augusto batista ▪ pedro henrique silva santos ▪ raimun<strong>da</strong>ribeiro soares lucas ▪ reginaldo <strong>da</strong> silva ▪ ricardo <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> pinto ▪ roberto <strong>de</strong> oliveira ▪ rogério rosa <strong>de</strong> oliveira ▪ romualdo marcos <strong>da</strong>silva ▪ ronnie c. n. rocha costa ▪ rosa marques ▪ rosa raimun<strong>da</strong> santana ▪ rosângela natalia santana ▪ rosária maria rodrigues <strong>da</strong> silva ▪rosilene graciano <strong>da</strong> silva ▪ rosilene nascimento ▪ sandra antonina e silva ▪ sandra apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> m martins ▪ sandra <strong>da</strong> conceiçaomunhoz neves ▪ santa augusta naves ▪ sebastiana flausina luisa ▪ sebastião francisco <strong>de</strong> oliveira ▪ sebastião gonçalves <strong>de</strong> oliveira ▪sérgio antonio oliveira ▪ shirlene maria nunes peixoto ▪ simon ferreira <strong>de</strong> jesus ▪ simone rogeria m martins ▪ tânia <strong>da</strong> conceição messias▪ teresinha <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s ribeiro andra<strong>de</strong> ▪ valci ferreira matos dos santos ▪ val<strong>de</strong>ci rodrigues <strong>de</strong> souza ▪ val<strong>de</strong>te <strong>da</strong> silva cor<strong>de</strong>iro ▪ vânia<strong>de</strong> fatima ferreira ▪ vera cristian <strong>de</strong> oliveira ▪ vera lúcia santana <strong>de</strong>metrio ▪ vilma <strong>da</strong> silva estevam ▪ waltolino luiz <strong>de</strong> carvalho ▪ wilhan <strong>de</strong>souza ▪ zélia catarina dos santos ▪ zilá soares ferreira ▪▪ Nor<strong>de</strong>ste• a<strong>da</strong>ilton brandão ▪ a<strong>da</strong>ir lopes dos santos ▪ a<strong>da</strong>ir lopes santos ▪ a<strong>da</strong>lberto gomes <strong>de</strong> mendonça ▪ adma pereira <strong>da</strong> silva ▪ adrianeevangelista marcon<strong>de</strong>s ▪ afrodite isabel do carmo ▪ agostinho a. pereira ▪ alaí<strong>de</strong> alves hoth ▪ alcione geral<strong>da</strong> dos santos cruz ▪ anafátima pires ▪ ana martha <strong>de</strong> sal<strong>da</strong>nha ▪ andréia cátia <strong>de</strong> freitas ▪ anita maria <strong>da</strong> silva ▪ antônio bezerra pastana ▪ antônio gomes ramos▪ antônio luiz gonçalves ▪ apareci<strong>da</strong> martins dos santos ▪ ariete <strong>da</strong> conceição rangel ▪ aristeu ferreira ▪ basílio r. pereira ▪ benedita luzia<strong>da</strong>s dores ▪ berenice cesar goecking ▪ brígi<strong>da</strong> fortunato cláudio ▪ carlos antônio jorge ▪ carlos antônio matoso men<strong>de</strong>s ▪ cassimiro alvesmiran<strong>da</strong> ▪ cláudio carlos dos santos ▪ conceição pena <strong>de</strong> souza ▪ <strong>de</strong>mosrenes kosli<strong>de</strong>s ▪ ébio luiz r. machado ▪ edivaldo sales simplicio ▪edna narciso ▪ edson josé alcantara silva ▪ eduardo antônio pereira ▪ edval<strong>da</strong> souza mo<strong>de</strong>sto ▪ elberth <strong>de</strong> pádua ferreira ▪ elienegonçalves pereira ▪ eliete maria <strong>da</strong> silva ▪ elvira cesar <strong>da</strong> silva ▪ eustáquio raimundo batista ▪ eva alves <strong>de</strong> souza ▪ fabrício alves oliveira▪ fernando hanssen noronha ▪ firmina maria diniz ▪ franci rozani abreu ▪ genoveva maria barbosa ▪ gentil rosa ▪ geral<strong>da</strong> leo<strong>da</strong>to santos ▪geral<strong>da</strong> silva sales simplicio ▪ geral<strong>da</strong> souza marques ▪ geraldo alves rosa ▪ geraldo edson martins ▪ geraldo francisco pereira ▪ geraldowagner fernan<strong>de</strong>s ▪ getúlio fauto correia ▪ girlene men<strong>de</strong>s pereira ▪ guiomar oliveira ▪ henrique pereira neto ▪ hermes ferreira campos ▪hil<strong>da</strong> teixeira gregório ▪ ilza silva <strong>de</strong> oliveira ▪ iracema fontani villarinhos s. <strong>de</strong> abreu ▪ isaias c. <strong>da</strong> costa ▪ iswaldo souza porto ▪ izabelcristina silva ▪ jésus murilo <strong>de</strong> aquino ▪ joão carlos honorato ▪ joão luiz dos santos ▪ johnny moreira soares ▪ jonas william pereira <strong>da</strong>costa ▪ josé <strong>da</strong> costa santos ▪ josé <strong>de</strong>lcio ▪ josé dos reis pereira ▪ josé francisco silva ▪ josé geraldo maciel ▪ josé maria <strong>de</strong> souza ▪ josémaria pereira ▪ josé rodrigues ▪ josé sérgio pereira neto ▪ josé vital <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ lau<strong>de</strong>nir guimarães martins ▪ le<strong>da</strong> <strong>de</strong> sousa costa ▪ luiscarneiro ▪ luisa do socorro assunção ▪ manoel <strong>de</strong> souza ▪ mara cristina rodrigues santos ▪ marcelo dias duarte ▪ márcia dias miran<strong>da</strong> ▪marcílio pereira rodrigues ▪ marcos antônio ferreira ▪ marcus césar ribeiro pereira ▪ maria angela domingos <strong>de</strong> jesus ▪ maria apareci<strong>da</strong>do carmo ▪ maria apareci<strong>da</strong> f. pereira ▪ maria auxiliadora evarista ▪ maria conceição <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ maria <strong>da</strong> conceição oliveira ▪ maria <strong>da</strong>consolação costa barreta ▪ maria <strong>da</strong> luz <strong>de</strong> freitas ▪ maria <strong>da</strong> paixão silva rodrigues ▪ maria <strong>da</strong> penha c. liborio ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s lima ▪maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s m. carvalho ▪ maria emília santos soares ▪ maria fátima bastos ▪ maria ferreira santos ▪ maria filomena ▪ maria geral<strong>da</strong>fernan<strong>de</strong>s ▪ maria hélia dos santos vieira silva ▪ maria imacula<strong>da</strong> pereira ramos ▪ maria ivany cardoso santos ▪ maria lúcia pereira loyola▪ maria neli barbosa paixão ▪ maria noberta soares <strong>da</strong> fonseca ▪ maria pereira <strong>de</strong> araújo ▪ maria salete ribeiro lopes ▪ maria sebastiana<strong>de</strong> jesus santos ▪ maurício dos reis corrêa ▪ moacir pereira coimbra ▪ nei<strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ neusa dos santos ▪ nicanor do santos ▪ nislenegomes silva ▪ noemia <strong>da</strong> silva neto ▪ olga b. p. fonseca torres ▪ onila patrício <strong>de</strong> novais ▪ onofre gonçalves <strong>da</strong> silva ▪ oscar balduinofelippe ▪ otacílio <strong>de</strong> oliveira ▪ paulo césar <strong>de</strong> oliveira ▪ paulo robson bueno ▪ pedro <strong>da</strong> trin<strong>da</strong><strong>de</strong> ferreira ▪ rafael <strong>de</strong> lima ▪ raimundomen<strong>de</strong>s costa ▪ raquel nascimento ribeiro ▪ raul pinto aires ▪ ricardo <strong>de</strong> souza zeferino ▪ rita <strong>de</strong> cássia martins batista ▪ rita marquesteixeira ▪ rogério márcio gonsalez mota ▪ ronaldo manassés ▪ rosilene cristalino ▪ sandra maria <strong>da</strong> costa ▪ sandro silva <strong>de</strong> oliveira ▪santa ferreira <strong>de</strong> siqueira ▪ sebastião marques <strong>da</strong> cunha ▪ selma <strong>de</strong> oliveira ▪ sidney gualberto <strong>da</strong> silva ▪ silmara julieta <strong>de</strong> castro amaral▪ silvana maria c. <strong>de</strong> souza martins ▪ silvia maciel gomes ▪ sônia maria picoreli ▪ terezinha moreira <strong>de</strong> moura ▪ urselino afonso <strong>da</strong> silva ▪úrsola maciel <strong>de</strong> oliveira ▪ vilma cândi<strong>da</strong> <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ walkiria teofilo gomes ▪ welliton rosa ▪ zenólia e. oliveira ▪


Participantes 37▪ Centro-Sul• A<strong>de</strong>ir Gomes ▪ Alaezio Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Moraes ▪ Alzira Barbosa <strong>de</strong> Oliveira ▪ Antônio João Ramos ▪ Apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Dores Salgados ▪Ariadina Cardoso D. Miran<strong>da</strong> ▪ Aureni Pereira <strong>da</strong> Silva ▪ Ayrton Rocha ▪ Cacil<strong>da</strong> Pereira Estevam ▪ Carlos Alberto Cesário ▪ CláudioMarcos Lopes ▪ Cléa <strong>da</strong> Mata Carvalho ▪ Cleusa Maria <strong>de</strong> O. Estevam ▪ Dalila Monteiro Barbosa ▪ Dilma Lopes <strong>de</strong> Oliveira ▪ DorcelinaFerreira <strong>de</strong> Souza ▪ Douglas Eduardo Nascimento ▪ Ediraci Rodrigues Machado ▪ Edna <strong>da</strong>s Graças Barbosa ▪ Eni <strong>da</strong> Conceição Rocha▪ Ênio Antônio Diniz Dutra ▪ Erudite Nunes Rodrigues ▪ Euzeli Ramos Gregório ▪ Evandro Barreto Ferreira ▪ Evandro S. <strong>de</strong> Oliveira ▪Fabiane Carla P. <strong>de</strong> Carvalho ▪ Faizer José Alfredo ▪ Feliciano Rodrigues Pereira ▪ Francisca Bezerra Filha ▪ Francisco <strong>da</strong>s C. Moreira ▪Fre<strong>de</strong>rico G. M. <strong>de</strong> Queirós ▪ Geisa Fernan<strong>de</strong>s do Prado ▪ Geny Gomes <strong>de</strong> Abreu ▪ Giovani Oliveira <strong>da</strong> Silva ▪ Helena Alves <strong>da</strong> Silva ▪Helenice Santos R. <strong>de</strong> Oliveira ▪ Horizontina Berna<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Silva ▪ Ignês Pereira Martins ▪ Inês Regina Ribeiro Soares ▪ Irene LopesBitencour ▪ Jar<strong>de</strong>l Luiz dos Santos ▪ Jesus Flavio Fabiano ▪ João Aparecido <strong>de</strong> Souza ▪ João Batista Moreira dos Santos ▪ JoséAgnaldo Carvalho Andra<strong>de</strong> ▪ José Cândido Martins ▪ José <strong>de</strong> Oliveira ▪ Joyce Clair Batista Silva ▪ Julmário Silva Ferraz ▪ Lauro César F.<strong>de</strong> Souza ▪ Leandro Soares Ribeiro (heavy) ▪ Lê<strong>da</strong> Ângela Vieira ▪ Lincoln Pereira Nascimento ▪ Lour<strong>de</strong>s Antônia <strong>de</strong> Souza ▪ Lour<strong>de</strong>sNeves <strong>de</strong> Macedo ▪ Luiz Antônio Fabiano ▪ Luiz Carlos Brava ▪ Luiz Gonzaga <strong>de</strong> Araújo ▪ Lúiz Mário Flores ▪ Luiz Maurício <strong>de</strong> AzevedoSette ▪ Luiza M. C. Vasconcelos ▪ Magnália Gonçalves Cruz ▪ Marcelo Pereira Lourenço ▪ Márcia A. <strong>de</strong> Assis Pereira ▪ Marcos Antônio<strong>da</strong> Silva ▪ Marcos José <strong>de</strong> V. Soares ▪ Margari<strong>da</strong> Maria <strong>de</strong> Paula ▪ Maria Alcântara Domingues ▪ Maria Claudia Bartolomeu ▪ Maria <strong>da</strong>Conceição Alves ▪ Maria <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong><strong>de</strong> Santos ▪ Maria <strong>da</strong>s Mercês <strong>da</strong> Silva ▪ Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Reis Gomes ▪ Maria Helena Gomes ▪Maria Isabel Batista Silva ▪ Maria Lúcia F. <strong>de</strong> Freitas ▪ Maria Luzia P. Santos ▪ Maria Terezinha Souza <strong>de</strong> Assis ▪ Maria Isa <strong>de</strong> PinhoRocha ▪ Marise Borges <strong>de</strong> M. Carneiro ▪ Marlene Gomes Pereira ▪ Marli Coura <strong>de</strong> Oliveira ▪ Maurílio Melo ▪ Miltes Maria <strong>de</strong> Jesus ▪Murilo Carneiro Pereira ▪ Naize Gomes Leal ▪ Natalício Norton <strong>de</strong> Jesus ▪ Nelson Saito ▪ Neusa Resen<strong>de</strong> <strong>da</strong> Fonseca ▪ Nilson Moreira ▪Nilza Dorotéia <strong>da</strong> Cunha ▪ Patrícia Silva e Santos Costa ▪ Patrícia Rodrigeus Correa ▪ Pedro Honorato <strong>da</strong> Costa ▪ Pedro Paulo Solano ▪Randolpho Lopes <strong>da</strong> Matta ▪ Robsom Caetano Dias ▪ Ronaldo Sergio Moura Santos ▪ Rosângela <strong>de</strong> Azevedo Sette ▪ RosângelaSoares <strong>de</strong> Souza ▪ Rosimary Liberato ▪ Rubens Benício Siqueira ▪ Rubens Ribeiro leite ▪ Sebastião Pedro Vieira ▪ Selma <strong>de</strong> Oliveira ▪Sueli Xavier <strong>de</strong> Oliveira ▪ Tereza dos Santos Silva ▪ Terezinha Vitas F. <strong>de</strong> Jesus ▪ Val<strong>de</strong>te Lourenço Rodrigues ▪ Val<strong>de</strong>vino AlvesMiran<strong>da</strong> ▪ Valdir Fernan<strong>de</strong>s ▪ Valdivino Pereira dos Santos ▪ Valéria Márcia Monteiro ▪ Valter Ribeiro <strong>da</strong> silva ▪ Vanir Teodoro M.Nascimento ▪ Vera Lúcia Dias dos Santos ▪ Vicente <strong>de</strong> Paula ▪ Vicente José <strong>da</strong> Silva ▪2.3 - Delegados▪ Delegados Efetivos• a<strong>da</strong>ilton brandião ▪ a<strong>da</strong>ir lopes dos santos ▪ a<strong>de</strong>mir lima dos santos ▪ adriano lúcio dos santos ▪ afonso carneiro filho ▪ alberto luísteixeira ▪ alci<strong>de</strong>s pereira <strong>de</strong> souza ▪ alexandre <strong>de</strong> carvalho ▪ alexandre gomes vieira ▪ alípio lamas martins ▪ aloísio ozório santana ▪américo <strong>da</strong> c. martins ▪ ana cristina ▪ andréa pereira fróes ▪ ângela mendonça evangelista ▪ antônia lúcia <strong>de</strong> oliveira gomes ▪ antôniapuertas ▪ antônio alves <strong>de</strong> araújo ▪ antônio amâncio <strong>de</strong> figueiredo ▪ antônio garcia <strong>da</strong> silva ▪ antônio joão ramos ▪ antônio leite alves ▪antônio luiz tenulta ▪ antônio marcos t. pereira a<strong>de</strong>lino ▪ antônio maurício <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ antônio walter evangelista ▪ ariadina cardosoduque miran<strong>da</strong> ▪ ariete <strong>da</strong> conceição rangel ▪ arlete soares <strong>da</strong> silva ▪ ayrton rocha ▪ beatriz araújo gonçalves ▪ belchiolina cândi<strong>da</strong> <strong>da</strong>silva ▪ berenice f. <strong>de</strong> lima ▪ bibiana ferreira <strong>de</strong> carvalho ▪ brasilina maria <strong>de</strong> oliveira ▪ bruno lafetá ▪ carla márcia finamori dos santos ▪carla xênia perdigão m. <strong>de</strong> araújo ▪ carlos antônio ligeiro ▪ cassimiro josé <strong>de</strong> souza ▪ cássio ferreira borges ▪ claudinéia ferreira jacinto ▪cléa <strong>da</strong> mata carvalho ▪ cleinis <strong>de</strong> faria e silva ▪ cristiano lopes <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ <strong>da</strong>lbo diaquines g. dos santos ▪ <strong>da</strong>lila monteiro barbosa ▪<strong>da</strong>lva bavaresco nave<strong>da</strong> ▪ <strong>da</strong>mião dos reis ▪ décio chami ▪ <strong>de</strong>vair rosa <strong>de</strong> lima ▪ dilza <strong>de</strong> fátima alves silva ▪ domingos gatti ▪ dorgivalmo<strong>de</strong>sto jorge ▪ edina teixeira barbosa ▪ edna nunes ▪ ednéia apareci<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ eduardo junqueira ▪ eduardo kupperman ▪ eduardolucas ferraz ▪ eduardo machado <strong>de</strong> faria tavares ▪ edy gonçalves dos reis ▪ efigênia mª dos santos xavier ▪ elberth <strong>de</strong> pádua ferreira ▪enezila maria <strong>de</strong> moura campos ▪ euthymio salles <strong>de</strong> campos ▪ evandro barreto ferreira ▪ evandro vieira dos santos ▪ everaldo ávilacabral ▪ expedito gonçalves soares ▪ fabrício cardoso ▪ felipe palma lima ▪ fernando godoy alves ▪ fernando torres negreiro ▪ fíli<strong>de</strong> felipemen<strong>de</strong>s ▪ flávia cristina leão soares ▪ flávio lucio cardoso ▪ franci rozani abreu ▪ francirozani abreu ▪ francisco a. <strong>de</strong> resen<strong>de</strong> ▪ franciscobento o l. filho ▪ francisco carlos assis filho ▪ françois marie lew<strong>de</strong>n – padre chico ▪ geral<strong>da</strong> magela <strong>de</strong> oliveira ▪ geraldo magela g. costa▪ gilmar evangelista <strong>da</strong> silva ▪ gilson silva ▪ gladstone avelino britto ▪ hélio baptista ▪ hélio chagas fernan<strong>de</strong>s ▪ hélio emiliano moreira ▪heloísa helena arantes vieira ▪ henrique júnior <strong>de</strong> souza ▪ irâne corrêa lima filho ▪ irene lopes bittencourt ▪ isabel goes ▪ itamar <strong>de</strong> paulasantos ▪ itamar m. índio do brasil ▪ ivanir jose vítor maciel ▪ jair caetano ▪ jair pereira dos santos ▪ jeferson bernar<strong>de</strong>s j. l. fratano ▪ joão<strong>de</strong> paula l. neto ▪ joão geraldo almei<strong>da</strong> ▪ joaquina eliane ramos ▪ jonas willian pereira <strong>da</strong> costa ▪ jorge alves parreira ▪ jorge amir <strong>de</strong>almei<strong>da</strong> ▪ jorge fernando vilela ▪ josé américo <strong>de</strong> souza ▪ josé antônio campbel ▪ josé carlos machado <strong>da</strong> silva ▪ josé celestino <strong>da</strong> silva ▪josé domingos cursino ▪ josé dos reis pereira ▪ josé eduardo begiatto ▪ josé ênio silva ▪ josé francisco morais ▪ josé henrique guimarãesbacelar ▪jose maria <strong>de</strong> souza ▪ josé neto ▪ josé profeta dos santos ▪ judith robbe ▪ juliana koeppel ▪ julieta augusta ribeiro felipe ▪ juliocésar valério riccio ▪ júlio mário maia ▪ kátia <strong>da</strong>s graças <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ lauro men<strong>de</strong>s barbosa ▪ leandro moraes <strong>de</strong> carvalho pinto ▪ letíciamourão cerqueira ▪ levy fernando nunes tavares ▪ lucas guerras martins ▪ lúcia helena apolinário <strong>da</strong> silva ▪ luciana valente ▪ luís <strong>de</strong>moraes rezen<strong>de</strong> ▪ luiz mauricio <strong>de</strong> a. sette ▪ mª <strong>da</strong> penha campos v. lana ▪ mª <strong>da</strong>s graças s. ferreira ▪ magali r. alves ▪ mara maria <strong>de</strong>souza ▪ marcelo antônio berussi ▪ márcio cerqueira batitucci ▪ márcio crivellari ▪ márcio ramos <strong>da</strong> silva ▪ márcio sollero filho ▪ marcoaurélio c. coelho ▪ marcos antônio ferreira ▪ marcos josé <strong>de</strong> v. soares ▪ marcus guimarães cota ▪ margarete pinto lara ▪ maria angélicafranco pradis ▪ maria <strong>da</strong> conceição alves ▪ maria <strong>da</strong> luz <strong>de</strong> freitas ▪ maria <strong>da</strong>s dores melo ▪ maria <strong>de</strong> lour<strong>de</strong>s reis gomes ▪ maria helenagomes ▪ maria henriqueta arantes f. alves ▪ maria lúcia ferreira <strong>de</strong> freitas ▪ maria luiza carneiro chaves ▪ maria luzia sidônio ▪ mariama<strong>da</strong>lena felipe ▪ maria neli barbosa paixão ▪ maria rosa rodrigues dos santos ▪ maria teixeira <strong>de</strong> souza ▪ maria tereza granha ▪ mariaterezinha souza <strong>de</strong> assis ▪ marilete alves ▪ marinalva pereira ▪ marinês bhering <strong>da</strong> silva ▪ mário lúcio silveira <strong>de</strong> queiroz ▪ marise b. <strong>de</strong>m. carneiro ▪ marizete amaral leão ▪ marluci dos santos ▪ mary <strong>de</strong> pádua ▪ maurício rosário caetano ▪ maurício a silva moreira ▪ mérciainez p. nascimento ▪ monir tahan sab ▪ nádia maria capanema ▪ necilene ferreira <strong>da</strong> silva ▪ neusa dos santos gomes ▪ ney rita <strong>de</strong> freitas▪ nicanor dos santos ▪ norma r. m. alves ▪ olinto soares jardim ▪ osmar pinto ribeiro ▪ osvaldo murilo pinho ▪ paloma pessoa nogueira ▪palowa maria <strong>de</strong> assis men<strong>de</strong>s ▪ patricia felix <strong>da</strong> silva ▪ paulo fernan<strong>de</strong>s cardoso ▪ paulo sércio verciani <strong>de</strong> castro ▪ paulo zuquim <strong>de</strong> f.neves ▪ pio procópio <strong>de</strong> alvarenga ▪ plácido p. m. filho ▪ raimundo machado filho ▪ raul pinto aires ▪ regina lúcia r. e silva ▪ reginaldojorge dória ▪ renata ferreira jardim <strong>de</strong> miran<strong>da</strong> ▪ ricardo michel jeha ▪ roberto lelis ▪ roberto márcio <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ robson <strong>da</strong> costa meira ▪robson rosa mote ▪ romero gomes vieira ▪ romney batista ▪ romualdo marcos <strong>da</strong> silva ▪ ronaldo manassés ▪ rosa <strong>de</strong> jesus leão ▪rosângela mendonça teles ▪ roseana nicolau ▪ rosimeire pinto <strong>da</strong> silva ▪ rui brito <strong>de</strong> azevedo ▪ sandra machado fiuza ▪ sandro silva <strong>de</strong>oliveira ▪ sebastião benigno duarte ▪ sebastião do carmo dias ▪ sebastião gonçalves <strong>de</strong> oliveira ▪ sebastião josé ambrósio ▪ selina <strong>da</strong>cunha elian ▪ sérgio augusto alves <strong>de</strong> oliveira ▪ silvana maria leal <strong>de</strong> assis ▪ silvana silva rodrigues ▪ sônia francisca <strong>de</strong> carvalho silva ▪suely frauches sollero ▪ tânia maria batista ▪ tatiana silva ▪ teodomiro diniz camargos ▪ tertuliano lucas <strong>da</strong> silva ▪ ultimonato vial ▪ veracristina <strong>de</strong> oliveira ▪ vicente <strong>de</strong> souza ▪ vilmar oliveira ▪ vladimir h. scheid ▪ walisson soares <strong>de</strong> oliveira ▪ walkira teófilo gomes ▪ waltencirsantana <strong>de</strong> araújo ▪ welton antônio gomes ▪ yuzo sato ▪ zelia marlene teixeira ▪ zilah ferreira <strong>de</strong> souza ▪


38 Participantes▪ Delegados Suplentes• alair pacheco <strong>da</strong> silva ▪ aldileusa rodrigues f. <strong>de</strong> jesus ▪ alexandre eustáquio g. miran<strong>da</strong> ▪ altamir josé <strong>de</strong> barros ▪ altamiro alves <strong>da</strong>silva ▪ ana maria <strong>de</strong> alquimim ramos ▪ andréia gonçalves dos reis ▪ ângela maria dos santos ▪ ângelo <strong>de</strong> paiva mansur ▪ anita ribeirosouza e silva ▪ antônio gomes ramos ▪ antônio nascimento ▪ antônio paula ▪ apareci<strong>da</strong> martins dos santos ▪ argentino costa <strong>de</strong> oliveira ▪arnaldo renê rodrigues ▪ artur celso filho ▪ belchiolina c. <strong>da</strong> silva ▪ benedito oliveira said ▪ beneval alves santana ▪ brasilina maria <strong>de</strong>oliveira ▪ camilo jenoíno netto ▪ carlos alberto <strong>da</strong> silva ▪ carlos ferreira dos santos ▪ cássio luiz costa <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ celina cunha lian ▪cláudio pereira <strong>de</strong> souza ▪ clei<strong>de</strong>r ta<strong>de</strong>u barbosa ▪ cleuza mª <strong>de</strong> nascimento ▪ conceição áurea vieira ▪ conceição ferreira gonçalves ▪conceição pena <strong>de</strong> souza ▪ <strong>da</strong>niel martins silva ▪ dênio rodrigues fernan<strong>de</strong>s ▪ dilma lopes <strong>de</strong> o. silva ▪ dimas dias <strong>de</strong> frança ▪ dorcelinaferreira <strong>de</strong> souza ▪ dorotéia souza messias ▪ edicarlos luiz ▪ edina teixeira ▪ edir valente do carmo ▪ edna <strong>de</strong> fátima tomazille ▪ ednaldoborges laurindo ▪ edson pereira <strong>da</strong> silva ▪ edval<strong>da</strong> souza mo<strong>de</strong>sto ▪ edvan <strong>de</strong> jesus ▪ eli goulart <strong>de</strong> oliveira ▪ elvécio tavares <strong>de</strong> carvalho▪ elviro ferreira sampaio ▪ erudite nunes rodrigues ▪ fernando <strong>de</strong> pinho tavares ▪ fernando luiz do espírito santo ▪ flávio henrique verli ▪francelino ramos dos reis ▪ fre<strong>de</strong>rico g. m. <strong>de</strong> queiroz ▪ fre<strong>de</strong>rico motta <strong>de</strong> carvalho ▪ generosa costa <strong>de</strong> o. braz ▪ geraldo edson martins▪ geremias <strong>de</strong> jesus goulart ▪ gilmar antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ gisela fátima <strong>de</strong> jesus paula ▪ giselle oliveira silva ▪ gislene gonçalves dos reis ▪gustavo moreira santos ▪ gustavo torres gazzinelli ▪ hélio <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> neves ▪ heloísa schmidt <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ hil<strong>da</strong> maria siqueira ornelas ▪honória amália rocha ▪ hugo magalhães nunes ▪ ildécio paulo vilela ▪ inês regina ribeiro soares ▪ iracema bhering ▪ itagório célio dossantos ▪ ivan matheus dutra ▪ jairo abrão <strong>de</strong> almei<strong>da</strong> ▪ jesus do nascimento silva ▪ joana maria <strong>de</strong> jesus vilela ▪ joão batista m. dossantos ▪ joão bosco favaro ▪ joão <strong>de</strong> <strong>de</strong>us dos reis ▪ joão luiz dos santos ▪ josé a. cortes ▪ josé amaro dos santos ▪ josé délcio mota ▪josé francisco <strong>de</strong> araújo ▪ josé inês batista ▪ josé marcílio <strong>de</strong> oliveira ▪ josé maria dos santos ▪ josé mariano <strong>de</strong> lana ▪ josé milton p. <strong>da</strong>costa ▪ josé rodrigues xavier ▪ juvenil josué ▪ keila beatriz ▪ lázaro porto ▪ le<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza costa ▪ leonel s. <strong>de</strong> moura ▪ lour<strong>de</strong>s antônio <strong>de</strong>souza ▪ luiz cláudio <strong>da</strong> silva mayer ▪ marcelo pereira lourenço ▪ márcia dias miran<strong>da</strong> ▪ márcio antônio a. freitas ▪ marcionílio faria ▪marco aurélio moreira rocha ▪ marcos marinho <strong>de</strong> lima ▪ marcos oliveira tavares ▪ marcos vinícius <strong>da</strong> silva ▪ marcus césar ribeiro pereira▪ marcus josé vieira ▪ maria cristina v. soares ▪ maria <strong>da</strong> glória silva ▪ maria <strong>da</strong> luz <strong>de</strong> freitas ▪ maria <strong>da</strong>s graças <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> ▪ maria <strong>da</strong>sgraças pereira ▪ maria <strong>da</strong>s mercês <strong>da</strong> silva ▪ maria <strong>de</strong> fátima santos <strong>da</strong> silva ▪ maria josé zeferino vieira ▪ maria lúcia <strong>da</strong> silva marques ▪maria luiza pereira machado ▪ maria ma<strong>da</strong>lena felipe ▪ maria márcia pinto campos ▪ maria salomé pereira rosa ▪ maria teixeira <strong>de</strong> souza▪ marilene saleth cal<strong>de</strong>ira ▪ mário antônio <strong>da</strong> silva ▪ marlene beral<strong>da</strong> <strong>de</strong> souza ▪ marli coura <strong>de</strong> oliveira ▪ marta rosa <strong>da</strong> conceição ▪miguel pereira dos santos ▪ milton reis ▪ mônica a. <strong>de</strong> souza ▪ neuza santos gomes ▪ nilza dorotéia <strong>da</strong> cunha ▪ nilza maciel v. <strong>de</strong> melo ▪nilza rosa <strong>de</strong> lima ▪ odilon silva araujo ▪ orlando pereira ▪ oswaldo martins <strong>de</strong> lima ▪ paulo césar <strong>de</strong> oliveira ▪ paulo josé martins ▪ pauloroberto <strong>de</strong> s. lima ▪ paulo roberto simões siqueira ▪ paulo zuquim <strong>de</strong> figueiredo neves ▪ pedro antônio ▪ pedro francisco souza ▪ pedrohonorato <strong>da</strong> costa ▪ pedro josé neves ▪ ricardo <strong>de</strong> souza zeferino ▪ rogério augusto assis ▪ rogério <strong>de</strong> oliveira resen<strong>de</strong> ▪ rogério penasiqueira ▪ ronaldo manassés ▪ rosa <strong>de</strong> jesus ▪ rosalba maria fiorini maia ▪ rosalvo fabiano frias ▪ rosemary o. rocha ▪ sara lúcia ferreira ▪sebastião ▪ francisco <strong>de</strong> oliveira ▪ sérgio antônio <strong>de</strong> oliveira ▪ shirlene m. peixoto ▪ sidney gualberto <strong>da</strong> silva ▪ sílvia adriana dos santos ▪sônia <strong>da</strong> pie<strong>da</strong><strong>de</strong> ferreira ▪ sônia maria <strong>de</strong> oliveira ▪ terezinha eva <strong>de</strong> andra<strong>de</strong> santos ▪ terezinha santana couto ▪ valter malaquiasrezen<strong>de</strong> ▪ vera cristina <strong>de</strong> oliveira ▪ vicente alves <strong>de</strong> oliveira ▪ vilma <strong>de</strong> a l. schiffinei ▪ wania ferreira duarte ▪ washington h. figueiredo ▪washington rodrigues <strong>da</strong> silva ▪ wellington <strong>da</strong> silveira ▪ wilson soares ▪ yuzo sato ▪ zélia maria <strong>de</strong> oliveira faria ▪


Participantes 393 - PALESTRANTES / EXPOSITORES / MEDIADORESAbertura Abertura OficialMurilo <strong>de</strong> Campos Vala<strong>da</strong>resSérgio FerraraCélio <strong>de</strong> Castro Processo Geral <strong>da</strong> II Conferência<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política UrbanaJosé Abílio <strong>Belo</strong> Pereira Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Nilmário Miran<strong>da</strong>Luiz César Queiroz RibeiroEspaço Público e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia:Manoel Teixeira <strong>de</strong> Azevedo JúniorEliana CominMarcos Túlio <strong>de</strong> MeloLeonardo CastriotaQuestão Metropolitana:Ana Clara Torres RibeiroJosé Moreira <strong>da</strong> SilvaSérgio FerraraCiclo <strong>de</strong> Palestras Agen<strong>da</strong> 21 e Agen<strong>da</strong> Habitat:Roberto Messias FrancoFlávia BrasilIracema Generoso Bhering Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, InstrumentosUrbanísticos e Gestão Democrática:Jupira Gomes <strong>de</strong> MendonçaNabil BoudukiLiana Portilho Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Financiamento <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> / Desenvolvimento Econômico eInclusão:Maurício BorgesAntônio Carlos BrandãoTeodoro LamounierPré-Conferências Temáticas Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito:Eduardo Alcântara <strong>de</strong> Vasconcelos Meio Ambiente, Recursos Hídricos eSaneamento:Luiz Roberto Santos MoraesCurso <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> Delegados Professores convi<strong>da</strong>dos:Sérgio <strong>de</strong> AzevedoOtilie Macedo PinheiroJupira gomes <strong>de</strong> MendonçaIracema Generoso <strong>de</strong> Abreu BheringEdgar Pontes Magalhâes


40IV - PRODUTOS1 - ABERTURAApresenta-se, abaixo, a transcrição <strong>da</strong> abertura oficial <strong>da</strong> Conferência, realiza<strong>da</strong> pelo prefeito Célio <strong>de</strong>Castro, precedi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s palavras do secretário municipal <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental,Murilo <strong>de</strong> Campos Vala<strong>da</strong>res, e do vereador Sérgio Ferrara; em segui<strong>da</strong>, a apresentação pelo secretáriomunicipal <strong>de</strong> Regulação Urbana, José Abílio <strong>Belo</strong> Pereira, <strong>da</strong> programação e do processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Conferência.Ain<strong>da</strong> na sessão <strong>de</strong> abertura, foram proferi<strong>da</strong>s palestras sobre o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ralNilmário Miran<strong>da</strong> e pelo professor Luiz César Queiroz Ribeiro, do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa e PlanejamentoUrbano <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, também transcritas.▪ MURILO DE CAMPOS VALADARES 1Nós vamos discutir aqui a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e ela não é isola<strong>da</strong> do mundo. Um princípiofun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> nossa discussão é a construção que a gente quer fazer para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, tendo em vistaa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira. Como iremos incluir a população pobre, a população <strong>de</strong> vilas <strong>de</strong>ssa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, comoiremos fazer um projeto <strong>de</strong> inclusão?Esse é um gran<strong>de</strong> passo que <strong>de</strong>vemos discutir na política urbana: como construir uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>, com o salário mínimo <strong>de</strong> R$.180,00? Como vamos urbanizar to<strong>da</strong>s asvilas com uma arreca<strong>da</strong>ção anual insuficiente? Como vamos cui<strong>da</strong>r do sistema viário se a arreca<strong>da</strong>çãoanual também não dá? Como vamos cui<strong>da</strong>r dos rios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, se o orçamento também não dá?Penso que <strong>de</strong>vemos construir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> junto com a população. Ter um planejamento urbano em que apopulação participe, que nos aju<strong>de</strong> a construir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que a gente quer. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que a gente quer é umaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>? Isso é muito genérico e não basta, por isso estamos aqui,discutindo, abrindo essa conferência e chamando as pessoas a participarem. Os empresários, os técnicos,a população e as regionais participarão com seus problemas específicos.Amanhã entrará em vigor o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> não é <strong>de</strong>sconhecido. <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> já elaborou seu Plano Diretor e <strong>de</strong>le constam vários pontos <strong>de</strong>sse Estatuto.Esta é a II Conferência <strong>de</strong> Política Urbana <strong>da</strong> capital mineira. A primeira, foi realiza<strong>da</strong> com gran<strong>de</strong> esforço,há quatro anos, pelo Secretário Maurício Borges e por to<strong>da</strong> a sua equipe. Nessa segun<strong>da</strong>, a gente quer <strong>da</strong>rum passo além. Queremos envolver o maior número possível <strong>de</strong> pessoas para discutir mu<strong>da</strong>nças no PlanoDiretor e fazer alterações na lei <strong>de</strong> uso e ocupação do solo.Nós queremos que os ci<strong>da</strong>dãos participem, para que quando nós mu<strong>da</strong>rmos a legislação, que seja paravaler, que a lei seja cumpri<strong>da</strong> e que ninguém seja prejudicado. Que as mu<strong>da</strong>nças sejam feitas pelaparticipação <strong>da</strong> população, dos bairros. Assim, o po<strong>de</strong>r público terá condições <strong>de</strong> fazer as liberações, aslicenças <strong>de</strong>ssa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que está sendo construí<strong>da</strong>, sem confrontos, sem divergências. Porque asdivergências ocorrem sim, as divergências são boas para o <strong>de</strong>bate <strong>da</strong> Política Urbana. Nós po<strong>de</strong>mosdivergir e chegar a uma proposta <strong>de</strong> consenso e com o apoio dos vereadores, <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Vereadores,nós po<strong>de</strong>remos construir uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor do que a que se tem hoje. Após essa II Conferência <strong>de</strong> PolíticaUrbana, a prefeitura <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> terá <strong>de</strong>finido um novo caminho e saberá para on<strong>de</strong> vamos crescer:se vamos verticalizar, se não vamos verticalizar.Aproveitando esse momento, gostaria <strong>de</strong> dizer ao prefeito Célio <strong>de</strong> Castro, que nos <strong>de</strong>u essa tarefa, que aprefeitura <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, na área urbana, tem feito gran<strong>de</strong>s intervenções na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao contrário do quemuita gente diz: hoje, com a participação <strong>de</strong> muitos companheiros, estamos executando sessenta e oitoobras do Orçamento Participativo. Estamos construindo uma obra reclama<strong>da</strong> há mais <strong>de</strong> vinte anos pelapopulação, que é a lagoa <strong>da</strong> Pampulha.Por acaso, ontem no jornal, um biólogo disse que nós não po<strong>de</strong>mos intervir na lagoa <strong>da</strong> Pampulha, porqueisso vai prejudicar a fauna. Então, ele quer a lagoa assorea<strong>da</strong>. A prefeitura faz um projeto <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>lagoa, <strong>de</strong> embelezamento <strong>da</strong>quela região, e a gente vê pessoas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, ci<strong>da</strong>dãos, nãoquerendo aquela intervenção, dizendo que vai atrapalhar. Nós vamos <strong>de</strong>sassorear, nós vamos salvar alagoa <strong>da</strong> Pampulha. E não basta, meus amigos, na Conferência <strong>de</strong> Política Urbana, dizer: "eu tenho umasolução mais barata." Qual é a solução mais barata? É necessário que se diga. Porque <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> estácansa<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates estéreis, que não levam a na<strong>da</strong>, que não constróem na<strong>da</strong>.Neste ano, já executamos cento e <strong>de</strong>zoito quilômetros <strong>de</strong> asfalto, estamos melhorando as vias, porque1 Engenheiro civil e secretário municipal <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Política Urbana e Ambiental <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


Produtos - Abertura 41melhorar as vias significa o ir e vir mais rápido, a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana. Nós temos que fazer a intervenção nosistema viário. Com to<strong>da</strong>s as diferenças existentes na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em que vivemos, nessa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>diferença <strong>de</strong> classes, eu acho que nós po<strong>de</strong>mos melhorar a vi<strong>da</strong> do povo, nós po<strong>de</strong>mos melhorar a vi<strong>da</strong> dopovo com <strong>de</strong>slocamento, nós po<strong>de</strong>mos melhorar a vi<strong>da</strong> do povo com a gestão participativa. Essa é adiferença <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> para as outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. As outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s também têm vilas, as outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>stêm pobres, as outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm problemas <strong>de</strong> transporte. Mas, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> nós temos uma gestãodiferencia<strong>da</strong>, porque o povo, nos últimos tempos, tem participado conosco, através do orçamentoparticipativo, através <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Transportes, do Conselho <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, e <strong>de</strong> vários outros Conselhos.Se nós somos iguais em vários aspectos, esse é o diferencial marcante <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.E hoje, estamos começando uma outra diferença, que é fazer gestão urbana, que é fazer planejamentourbano para a construção <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> muito melhor. Nós acreditamos na população e nos técnicos <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> que, juntamente com o prefeito Célio <strong>de</strong> Castro, têm competência para planejaressa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E é assim que nós queremos. Com a participação <strong>de</strong> vocês essa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vai ser construí<strong>da</strong> evai ser respeita<strong>da</strong>.▪ SÉRGIO FERRARA 2Há poucos dias, vivemos um momento ímpar na Câmara <strong>Municipal</strong>, quando o vice-prefeito FernandoPimentel lá esteve com a incumbência <strong>de</strong> levar o orçamento <strong>de</strong> 2002. Fizemos algumas reflexões juntos,avaliando esta peça: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem um orçamento superior a dois bilhões, um pouco mais do que doisbilhões, e, no mês passado, o governo fe<strong>de</strong>ral gastou oito bilhões para pagar os juros <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> externa.Quatro vezes mais do que o nosso orçamento anual, gastos <strong>de</strong> uma só caneta<strong>da</strong> abatendo juros <strong>de</strong> umadívi<strong>da</strong> infindável, <strong>de</strong> uma dívi<strong>da</strong> incessante. Discutimos mais sobre essa peça. Temos dois bilhões <strong>de</strong> reaispara cui<strong>da</strong>r não só <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> habitantes mas <strong>de</strong> quase quatro, porque não po<strong>de</strong>mos mais<strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> <strong>da</strong> região metropolitana, com mais <strong>de</strong> trinta e dois municípios e problemas quevêm <strong>de</strong>saguar aqui em nossa capital: saú<strong>de</strong>, educação, trânsito, segurança, <strong>de</strong>semprego. É uma situaçãocruel.As regiões metropolitanas passam, hoje, por uma situação <strong>de</strong> penúria. E fico imaginando a nossa missão <strong>de</strong>legislar, que é, na minha opinião, a busca <strong>da</strong> interlocução permanente <strong>da</strong> população com seusrepresentantes, para buscar uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, buscar uma melhor maneira <strong>de</strong> trazer ofomento, o <strong>de</strong>senvolvimento num momento tão grave, num momento cruel, em que estamos novamente emguerra. Num momento em que a economia balança novamente. O Brasil, aliás, é o único país do mundo, ébom que se registre, em que o dólar subiu em to<strong>da</strong> essa situação – a Europa comemora a alta do Euro, emrelação ao dólar. No Brasil, mais uma vez a especulação impera e isso gera mais crise, mais <strong>de</strong>semprego,um quadro recessivo, na<strong>da</strong> alentador.E essa conferência em boa hora vem, para que nós possamos discutir as mu<strong>da</strong>nças, os segmentospopulares, os setores que aqui se encontram, com a população <strong>de</strong> maneira geral. Como vamos trazer para<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> mais <strong>de</strong>senvolvimento, mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mais fomento?Isso tudo passa por aqui. O urbanismo, hoje, é a prova cabal <strong>de</strong> que planejando, discutindo, equacionando,po<strong>de</strong>mos trazer para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tudo isso. Mas <strong>de</strong>ixo aqui o meu breve alerta sobre as questõesmetropolitanas: não é mais possível pensar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> isola<strong>da</strong>mente, não é mais possível que a genteenxergue <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> isola<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses trinta e dois municípios, on<strong>de</strong> tantos problemas, que fisicamente,geograficamente não nos pertencem mas, aqui <strong>de</strong>ságuam todos os dias. E essa situação continuará pormuito tempo, até que se discuta novamente o pacto fe<strong>de</strong>rativo. Até que se discuta novamente a dívi<strong>da</strong>externa e até que se discuta novamente o que fazer com o dinheiro <strong>de</strong> todos os brasileiros. Quais aspriori<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a população quer?Que Deus nos ilumine a todos e que possamos, ao final <strong>de</strong> mais essa conferência, produzir uma peça quevenha a trazer bons frutos para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.▪ PREFEITO CÉLIO DE CASTROQuero cumprimentar os participantes <strong>de</strong>ssa sessão inaugural <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbanae dizer que é pensamento nosso que esse momento é muito importante para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aqui começa a IIConferência <strong>de</strong> Políticas Urbanas. A primeira, realiza<strong>da</strong> há cerca <strong>de</strong> quatro anos, foi um sucesso. Idéias,colaborações, diretrizes, conceitos sugiram <strong>da</strong>quela conferência. Eu estou certo que essa II Conferência <strong>de</strong>Políticas Urbanas, seguramente, produzirá igual ou maior resultado que a primeira. Nesse momento, areflexão que nos aco<strong>de</strong> é perguntar, como disse o secretário Murilo Vala<strong>da</strong>res: que ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos? Mas,antes é preciso perguntar: qual a CIDADE QUE SOMOS? Qual a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que temos?2 Advogado, cientista social, vereador e membro <strong>da</strong> Comissão Permanente <strong>de</strong> Política Urbana e Meio Ambiente <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


42 Produtos - Abertura<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> completa cento e quatro anos. É uma capital ain<strong>da</strong> jovem, centro <strong>de</strong> uma regiãometropolitana <strong>de</strong> vinte e seis municípios, que abriga mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> habitantes. Essa <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> apresenta vários aspectos e é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem suas belezas, seus encantamentos, suaternura. Principalmente agora, no <strong>de</strong>sabrochar <strong>da</strong> primavera, quando a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se enfeita, se engalana,cheia <strong>de</strong> flores, e retoma seu nome <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> jardim.Mas <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> também é a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos contrastes. É uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que precisamos conhecer melhor: aci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem trezentos e oitenta mil pessoas que vivem em favelas, vilas e conjuntos habitacionais. É aci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem quatrocentos mil <strong>de</strong>sempregados. É a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em que jovens perambulam sem rumo e sem<strong>de</strong>stino, porque estão <strong>de</strong>sempregados e não têm acesso ao mercado formal <strong>de</strong> trabalho. É a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em quefaltam alguns dos serviços essenciais, por exemplo o saneamento básico, direito <strong>de</strong> todo ci<strong>da</strong>dão. E <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> ain<strong>da</strong> tem gran<strong>de</strong> parcela <strong>da</strong> população sem esses direitos básicos. É a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que ain<strong>da</strong>apresenta <strong>de</strong>ficiências na habitação, embora o esforço seja muito gran<strong>de</strong> na prefeitura. É a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queapresenta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no transporte.Nós sabemos <strong>de</strong> tudo isso. Mas também é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que trabalha no seu dia-a-dia através <strong>de</strong> vocês,homens, mulheres, velhos e crianças, que labutam nessa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e que sonham com uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor.Então po<strong>de</strong>mos dizer, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fazermos essa breve radiografia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que somos a CIDADE QUEQUEREMOS.Seguramente, não queremos <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apenas engalana<strong>da</strong> pela primavera. Queremos que a justiçasocial seja também a marca <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e, para isso, precisamos dizer que a injustiça social não é<strong>de</strong>corrente só dos aspectos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ela vem <strong>de</strong> um país <strong>de</strong>vastado, <strong>de</strong> um país em que a <strong>de</strong>mocracia éapenas <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>, em que a <strong>de</strong>mocracia convive com o que eu costumo chamar <strong>de</strong> fascismo social.E na nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, como em to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Brasil, hoje se vê <strong>de</strong> maneira mais clara o <strong>de</strong>sastre socialque é o país, o <strong>de</strong>sastre <strong>da</strong> economia, o <strong>de</strong>sastre <strong>da</strong> política, o <strong>de</strong>sastre do administrativismo, o <strong>de</strong>sastre dofe<strong>de</strong>ralismo que está acabando. Então, eu preciso que nós pensemos A CIDADE QUE QUEREMOS <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssaperspectiva. Isso não nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> sonhar, pelo contrário, nos obriga a sonhar, nos obriga a buscar autopia <strong>da</strong> CIDADE QUE QUEREMOS. E a CIDADE QUE QUEREMOS, seguramente, é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> diferente <strong>de</strong>ssa.Será uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em que nós po<strong>de</strong>remos dizer, talvez: aqui não se tem mais fome. Será uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, nóssonhamos, em que um dia possamos dizer: aqui não tem mais <strong>de</strong>sempregados. Será a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> talvezum dia possamos, e é ousadia sonhar, ter saneamento para to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população. Nós sabemosmuito bem que temos que sonhar com isso, para que o nosso sonho se sustente e se transforme emreali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Eu lhes digo, com to<strong>da</strong> a sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong>, que o trabalho <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> governo na prefeitura tem sido nessesentido. Claro, com limitações, com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com insuficiências nossas <strong>de</strong> to<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m, mas quero dizerque a prefeitura <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, nesses oito anos e nove meses <strong>de</strong> man<strong>da</strong>to popular, tem feito muito poressa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E permitam-me dizer o que a prefeitura tem feito, recentemente:– só do orçamento participativo estão sendo concluí<strong>da</strong>s sessenta e oito obras, atualmente; estamos perto<strong>de</strong> alcançar seiscentas obras do orçamento participativo; são seiscentas obras que mu<strong>da</strong>ram,modificaram o perfil <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, combatendo as injustiças que eu mencionei há pouco;– nós po<strong>de</strong>mos dizer que a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem um programa habitacional que é omais avançado do Brasil e que tenta, a todo o custo, solucionar o déficit habitacional brutal que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>apresenta;– po<strong>de</strong>mos, ain<strong>da</strong>, dizer que estamos entregando à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> obras fun<strong>da</strong>mentais, feitas com recursospróprios, como a obra <strong>de</strong> recuperação do fundo do ribeirão Arru<strong>da</strong>s, agora totalmente recuperado comoa obra <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> galeria <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Uruguai, já concluí<strong>da</strong>;– po<strong>de</strong>mos dizer que a obra <strong>de</strong> contenção do Belve<strong>de</strong>re, a maior alça viária, vai beneficiar milhares <strong>de</strong>pessoas;– as obras <strong>da</strong> Pampulha, com o vertedouro já concluído, vão continuar em que pesem as falaspessimistas e as aves <strong>de</strong> mau agouro;– nós po<strong>de</strong>mos dizer que a obra <strong>da</strong> Pedro II, importantíssima para to<strong>da</strong> a região noroeste e a Pampulha,também continua sendo feita.Po<strong>de</strong>mos dizer mais: o vereador Sérgio Ferrara, presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong>, se referiu ao orçamento,à proposta orçamentária entregue pelo vice-prefeito, em nome do prefeito, à Câmara dos Vereadores e aliconsta a previsão <strong>de</strong> todos os recursos <strong>da</strong> prefeitura para o ano que vem. Observem bem, dois bilhões ecento e oitenta e quatro milhões <strong>de</strong> reais <strong>de</strong> recursos próprios. E é bom que se lembre rapi<strong>da</strong>mente:– 49,05% <strong>de</strong>sse montante foi <strong>de</strong>stinado para políticas sociais, para combater a injustiça, a miséria, o<strong>de</strong>samparo, os guetos <strong>da</strong> ignorância <strong>de</strong> criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>;– aproxima<strong>da</strong>mente 30% para a realização <strong>de</strong> obras.Isso significa que ano que vem nós teremos seiscentos e trinta milhões <strong>de</strong> recursos próprios para obras que


Produtos - Abertura 43realizaremos. Por exemplo: nas áreas <strong>de</strong> risco, esse ano nós empregamos trinta e cinco milhões <strong>de</strong> reais.Po<strong>de</strong>mos dizer com orgulho, presi<strong>de</strong>nte Sérgio Ferrara, que dos 49,05% do orçamento que será <strong>de</strong>stinadopara as políticas sociais iremos investir na saú<strong>de</strong>, com recursos próprios <strong>da</strong> prefeitura, 17,8%. Isso significaque nós fomos muito além do previsto pelo Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, queprevê 10% para essa área. Para a educação, área tão sensível, a lei <strong>de</strong> diretrizes básicas prevê 30% <strong>de</strong>aplicação e nós iremos empregar, <strong>de</strong> recursos próprios, 32,9% nessa área.Quero prestar contas, porque é importante que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> saiba, quando vamos discutir a CIDADE QUEQUEREMOS, a CIDADE QUE SOMOS, além <strong>de</strong> saber em que o seu dinheiro está sendo empregado, em queáreas o seu dinheiro do IPTU e do ISS está sendo empregado. Nós queremos que o orçamento <strong>da</strong>prefeitura seja <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> todos mas, mais do que o conhecimento do orçamento, é importanteque esse orçamento seja traduzido em obras, obras e intervenções sociais.Políticas sociais e obras se confun<strong>de</strong>m, tanto que na reforma administrativa <strong>da</strong> prefeitura, aprova<strong>da</strong> pelaCâmara <strong>Municipal</strong>, duas Secretarias <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação se <strong>de</strong>stacam pela visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que têm perante aci<strong>da</strong><strong>de</strong>: a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental, dirigi<strong>da</strong> por MuriloVala<strong>da</strong>res, e a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Políticas Sociais, dirigi<strong>da</strong> pelo Secretário MaurícioBorges. Nessas duas Secretarias, que são compostas <strong>de</strong> vários e valorosos companheiros aqui presentes,os Secretários Temáticos, juntamente com os coor<strong>de</strong>nadores e com o prefeito, vão tornar essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> umpouco mais alegre do que ela é no momento.Que nós possamos talvez, e continuamos com o sonho na utopia, fazer com que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>que a primavera encanta e enaltece, seja também a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> não haja mais pobreza, miséria, e guetos<strong>de</strong> exclusão social. Esses são os votos do prefeito. Essa é minha certeza ao abrir a II Conferência <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> Política Urbana. Tenho absoluta convicção <strong>de</strong> que os trabalhos que aqui vão se realizar serãopermeados pelo sonho, pela utopia e pelo <strong>de</strong>sejo permanente <strong>de</strong> fazermos uma <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> maior,melhor e mais bonita.O Processo Geral <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana▪ JOSÉ ABÍLIO PEREIRA 3Gostaria que, nessa nossa reflexão, nesse nosso processo <strong>de</strong> construir participativamente uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, agente pu<strong>de</strong>sse trazer, a ca<strong>da</strong> momento <strong>de</strong>ssa conferência, a ca<strong>da</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, a nossa bagagem,aquela bagagem que foi vivencia<strong>da</strong>, que foi senti<strong>da</strong> em múltiplos sentidos, bagagem que, às vezes, traz anossa vi<strong>da</strong> profissional, bagagem que traz a nossa vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> militância, bagagem <strong>de</strong> moradores <strong>de</strong> umpe<strong>da</strong>ço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então, eu queria convi<strong>da</strong>r a todos para que, durante esse processo <strong>da</strong> conferência, agente trouxesse o máximo possível <strong>de</strong>ssa bagagem que a vi<strong>da</strong> foi nos legando, para discutir a CIDADE QUESOMOS e a CIDADE QUE QUEREMOS.Vou fazer uma breve explanação sobre como vai ser a conferência. O Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> temalgumas gran<strong>de</strong>s diretrizes. A primeira é a gestão urbana participativa, comprometi<strong>da</strong> com a consoli<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e trabalhando um planejamento atento ao dinamismo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse é o <strong>de</strong>safio, o nosso ato<strong>de</strong> planejar <strong>de</strong>ve estar o tempo inteiro se espelhando no dinamismo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Uma outra gran<strong>de</strong> diretriz é a questão <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> buscarmos um <strong>de</strong>senvolvimento econômicocomprometido com o <strong>de</strong>senvolvimento social e ambiental, uma utilização do solo com garantia <strong>de</strong> conforto,segurança e salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos, uma utilização racional <strong>da</strong> infra-estrutura que a nossa história jáconstruiu, a valorização do patrimônio ambiental e cultural e o respeito e a valorização <strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>slocais, <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais.Outra gran<strong>de</strong> diretriz é a inclusão, o acesso à terra e à moradia digna para todos, especialmente os <strong>de</strong> baixaren<strong>da</strong>, a universalização dos serviços <strong>de</strong> saneamento, educação, saú<strong>de</strong>, abastecimento alimentar, esporte,lazer e a garantia <strong>de</strong> acesso aos centros <strong>de</strong> trabalho e consumo.O Plano Diretor tem uma concepção espacial centra<strong>da</strong> na questão <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização que, nesse sentido,traz uma contenção do crescimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> área central, um estímulo ao surgimento e reforço <strong>de</strong>centros e <strong>de</strong> novas centrali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a criação <strong>de</strong> alternativas ao sistema radioconcêntrico, que é osistema tradicional <strong>da</strong> nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outros aspectos <strong>de</strong>ssa concepção são: a valorização dos espaçospúblicos, enquanto espaços privilegiados <strong>de</strong> convivência social e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia; a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos doespaço urbano, com garantia <strong>de</strong> uma boa convivência dos diversos usos; um a<strong>de</strong>nsamento compatível coma infra-estrutura e as condições ambientais.Vou <strong>de</strong>stacar, nesses traços do Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a gestão urbana participativa, que estácentra<strong>da</strong> em dois gran<strong>de</strong>s elementos: a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana e o Conselho <strong>Municipal</strong>3 Arquiteto, professor <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Isabela Hendrix e secretário municipal <strong>de</strong>Regulação Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


44 Produtos - Abertura<strong>de</strong> Política Urbana. O Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana tem as seguintes atribuições:– monitorar a implementação <strong>da</strong>s normas conti<strong>da</strong>s na lei do Plano Diretor e na lei <strong>de</strong> parcelamento,ocupação e uso do solo, sugerindo modificações em seus dispositivos;– opinar sobre a compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s propostas <strong>de</strong> obras conti<strong>da</strong>s nos planos plurianuais e nosorçamentos anuais com as diretrizes <strong>de</strong>ssas leis;– realizar, quadrianualmente, a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana (e a II é a que se inicia aqui,hoje).A Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana que se dá, portanto, <strong>de</strong> quatro em quatro anos, é o gran<strong>de</strong>momento <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e tem como objetivos: avaliar a condução e osimpactos <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s normas do Plano Diretor e <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso doSolo; sugerir alterações nas diretrizes estabeleci<strong>da</strong>s nessas leis; sugerir alteração no cronograma <strong>de</strong>investimentos prioritários em obras.Fazendo um breve histórico, a primeira conferência aconteceu em 99. Como o Plano Diretor foi aprovadoem 96, entre a primeira conferência e a aprovação do Plano Diretor, tinham-se passado apenas três anos.Então, a primeira conferência, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, não tinha nem condições <strong>de</strong> fazer uma gran<strong>de</strong> avaliação doPlano, mas propôs ajustes na Lei do Plano Diretor e na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.Nesta segun<strong>da</strong> conferência, nós estamos tentando avançar mais: além <strong>de</strong> fazer uma gran<strong>de</strong> discussãosobre legislação urbana, queríamos fazer uma gran<strong>de</strong> discussão sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vista sobre múltiplosolhares. O gran<strong>de</strong> objetivo <strong>de</strong>ssa segun<strong>da</strong> Conferência <strong>de</strong> Política Urbana é construir, coletivamente, umdiagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, consi<strong>de</strong>rando o quadro atual <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e suastendências e, a partir <strong>de</strong>sse amplo conhecimento, elaborar uma proposta <strong>da</strong> CIDADE QUE QUEREMOS,<strong>de</strong>finindo os encaminhamentos necessários para efetivá-la, tais como alterações em lei, execução <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s obras estruturantes e mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> ação governamental.Estamos tendo, neste primeiro momento, a abertura <strong>da</strong> Conferência; <strong>de</strong>pois, teremos um ciclo <strong>de</strong> palestras<strong>de</strong> temas transversais, que são temas <strong>de</strong> interesse coletivo; em segui<strong>da</strong>, as Pré-Conferências Temáticas,num período que vai até o mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro; <strong>de</strong>pois, um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate sobre o <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, em fevereiro; logo em segui<strong>da</strong>, as Pré-Conferências Regionais. Nas Pré-Conferências Temáticas e nas Pré-Conferências Regionais vamos eleger os <strong>de</strong>legados que vão participar<strong>da</strong> Conferência propriamente dita, em abril. Vou <strong>de</strong>talhar um pouquinho ca<strong>da</strong> um.O Ciclo <strong>de</strong> Palestras visa fornecer, a todos nós, um aprofun<strong>da</strong>mento do conhecimento <strong>de</strong> temasimportantes, que vão subsidiar to<strong>da</strong> a discussão que vem pela frente e favorecer e reforçar uma visão maisintegra<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aí, elegemos como temas a serem discutidos: espaço público e ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e financiamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento econômico e inclusão, <strong>de</strong>mocracia e gestãourbana, Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, Agen<strong>da</strong> 21, Agen<strong>da</strong> Habitat e a questão metropolitana. Esse ciclo <strong>de</strong>ve se <strong>da</strong>rao longo do mês <strong>de</strong> outubro. Em segui<strong>da</strong>, nós entramos no período <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas, cujoobjetivo é construir, a partir <strong>da</strong> percepção e conhecimento dos participantes, um diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUESOMOS, enfocando o quadro <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> atual <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e suas tendências, e eleger os <strong>de</strong>legadospara a etapa final <strong>da</strong> Conferência.As Pré-Conferências Temáticas vão ser quatro: a primeira sobre mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana, sistema viário,transporte coletivo e trânsito; a segun<strong>da</strong> sobre controle urbano e patrimônio histórico; a terceira sobre meioambiente, recursos hídricos e saneamentos; a quarta sobre habitação, vilas e favelas.Depois, entramos no ciclo <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais. Estão lista<strong>da</strong>s aí as nove regionais, sendo quenós vamos iniciar os Planos Diretores regionais nessa etapa <strong>da</strong> conferência. Tem uma regional, que éVen<strong>da</strong> Nova, que já tem Plano Diretor, as <strong>de</strong>mais nós temos que fazer. Então vamos iniciá-los exatamentenesse ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, na Pré-Conferência Regional.Depois, só para <strong>de</strong>talhar um pouco essas Pré-Conferências, os participantes <strong>de</strong>verão se inscreverpreviamente, para ter direito a voto nas Pré-Conferências e po<strong>de</strong>rem se candi<strong>da</strong>tar a <strong>de</strong>legados. No ato <strong>da</strong>inscrição, os participantes <strong>de</strong>verão se colocar numa <strong>da</strong>s três categorias (popular, técnica ou empresarial),porque essas três categorias é que vão eleger os <strong>de</strong>legados <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas para aConferência. Nas <strong>de</strong>mais Pré-Conferências Temáticas qualquer ci<strong>da</strong>dão po<strong>de</strong> se candi<strong>da</strong>tar a <strong>de</strong>legado ese inscrever. A única exceção é no caso específico <strong>da</strong> Pré-Conferência <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas, on<strong>de</strong>vão ser inscritas somente enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porque a habitação está simultaneamente vivenciando o processo <strong>da</strong>Conferência <strong>de</strong> Habitação, que, em um <strong>de</strong>terminado momento, faz uma interseção com a Conferência<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana mas que tem todo um ritual específico por força <strong>de</strong> lei. Então, as pessoas quepo<strong>de</strong>m se inscrever e os candi<strong>da</strong>tos a <strong>de</strong>legados <strong>da</strong> Pré-Conferência <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas, têmque ser representantes <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s envolvi<strong>da</strong>s com a questão <strong>da</strong> moradia.Depois, nas Pré-Conferência Regionais, as pessoas po<strong>de</strong>m participar mas a inscrição, para ter direito avoto, ou seja, direito a ser <strong>de</strong>legado também, será restrita para representante <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que integram o


Produtos - Abertura 45plenário dos Conselhos Regionais Populares.Ca<strong>da</strong> Conferência Temática vai eleger trinta <strong>de</strong>legados, sendo <strong>de</strong>z do setor popular, <strong>de</strong>z do setorempresarial e <strong>de</strong>z do setor técnico, além <strong>de</strong> mais um <strong>de</strong>legado a ca<strong>da</strong> cinqüenta representantes, até ummáximo <strong>de</strong> três. Então, ca<strong>da</strong> Temática po<strong>de</strong> ter trinta e três <strong>de</strong>legados no máximo.Ca<strong>da</strong> Pré-Conferência Regional po<strong>de</strong> eleger <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados representantes <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e mais umrepresentante para ca<strong>da</strong> cinqüenta pessoas, no total máximo <strong>de</strong> quatro. Então, ca<strong>da</strong> Regional po<strong>de</strong> elegerno máximo quatorze <strong>de</strong>legados.As Pré-Conferências Temáticas vão se <strong>da</strong>r em novembro e <strong>de</strong>zembro e as Regionais <strong>de</strong> fevereiro a março.A etapa final <strong>da</strong>s Pré-Conferências vai ser no mês <strong>de</strong> março e a Conferência inicia-se aí, composta por<strong>de</strong>legados. Qualquer pessoa po<strong>de</strong> assistir mas só os <strong>de</strong>legados têm direito a voto, no mês <strong>de</strong> abril. Então,nessa primeira etapa <strong>da</strong>s Pré-Conferências, nós vamos <strong>de</strong>talhando mais o diagnóstico; na segun<strong>da</strong> etapa,na Conferência, estaremos <strong>de</strong>talhando mais A CIDADE QUE QUEREMOS.Nessa época <strong>da</strong> conferência, no mês <strong>de</strong> abril, nós vamos trabalhar com o conjunto dos <strong>de</strong>legados e vamoscompor, também, grupos <strong>de</strong> trabalhos para que possam ser encaminha<strong>da</strong>s as questões que têm que serencaminha<strong>da</strong>s para mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> legislação, ou que <strong>de</strong>vem ser encaminha<strong>da</strong>s ao governo, enquantopropostas <strong>de</strong> obras e <strong>de</strong> ações, ou então, enquanto propostas <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática. Essaspropostas que vão ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos grupos <strong>de</strong> trabalho serão submeti<strong>da</strong>s ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Política Urbana e, <strong>da</strong>í, em segui<strong>da</strong>, vão para a Câmara, para votação quando for o caso.Então, isso é mais ou menos uma síntese muito breve, muito rápi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> conferência. Queria, <strong>de</strong>novo, convi<strong>da</strong>r todo mundo a participar e dizer para trazer a mala <strong>da</strong> bagagem que ca<strong>da</strong> um tem na suavi<strong>da</strong>, na sua vivência.O regimento <strong>da</strong>s Pré-Conferências foi aprovado no COMPUR e o regimento <strong>da</strong> Conferência vai seraprovado no início <strong>da</strong> própria Conferência, pelos <strong>de</strong>legados eleitos nas Pré-Conferências Temáticas eRegionais.Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ DEPUTADO NILMÁRIO MIRANDA 4As nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s são injustas, porque nós somos um dos países mais injustos do mundo. Nós chegamosa ser a oitava economia do mundo e regredimos agora para a décima, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quase vinte anos semcrescimento econômico. Ao mesmo tempo, nós temos uma <strong>da</strong>s taxas mais perversas <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> do mundo. Então, um país injusto tem que ter ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s injustas também e um país <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>stem que ter, também, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s extremamente <strong>de</strong>siguais.Nós não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> falar algumas coisas que são óbvias, tem momentos em que se tem que falardo óbvio. Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lembrar que fomos, durante trezentos e vinte e dois anos colônia, umterritório para exploração pre<strong>da</strong>tória, um território que não tinha direito a ser Estado e em que havia saque etransferência <strong>da</strong>s nossas riquezas. Hoje nós estamos pagando o preço: 15 a 16% <strong>da</strong> população mundialtem 80% <strong>da</strong> riqueza gera<strong>da</strong> em todo o mundo. Gera<strong>da</strong> por nós, ao longo <strong>de</strong>sses séculos <strong>de</strong> transferência<strong>de</strong> riquezas do continente americano, <strong>da</strong> África, <strong>da</strong> Ásia, para produzir essa extraordinária concentração <strong>da</strong>riqueza, do po<strong>de</strong>r e do saber em alguns poucos países do hemisfério norte que, por sua vez, têm gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s também.E durante trezentos e sessenta e quatro anos nós mantivemos, aqui em nosso país, a forma mais cruel,penosa e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> exploração do homem pelo homem que era a escravidão – e os escravos eram amaioria do povo brasileiro. Quando a escravidão acabou, em 1888, havia treze milhões <strong>de</strong> brasileiros aqui eoito milhões eram negros e pardos. E pessoas que tiveram durante séculos o fruto integral do seu trabalhoapropriado, não tinham direito a um salário, nem sequer um salário <strong>de</strong> fome. Eram mantidos vivos comomercadorias, para no dia seguinte voltar a produzir riquezas, que eram integralmente apropria<strong>da</strong>s, 100%apropria<strong>da</strong>s. E um sistema que só podia se manter pelo exercício diário e permanente <strong>da</strong> violência já queninguém, obviamente, aceita ser escravo por vonta<strong>de</strong> própria, só por imposição.Assim como também tivemos em nossa história na<strong>da</strong> menos que cem etnias <strong>de</strong>struí<strong>da</strong>s aqui, emquinhentos anos <strong>de</strong> história do Brasil. Lá no Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça está tendo uma exposição muitointeressante, chama-se cinqüenta mil anos <strong>de</strong> Brasil. A história do Brasil tem um registro <strong>de</strong> pelo menoscinqüenta mil anos, a partir <strong>de</strong> pesquisas arqueológicas que mostram a existência <strong>de</strong> brasileiros hácinqüenta mil anos.E quando os portugueses chegaram, havia aqui cinco milhões <strong>de</strong> brasileiros. Nesse período, cem etniasforam <strong>de</strong>struí<strong>da</strong>s pela violência, ou por outras formas <strong>de</strong> violência política ou cultural. E, mesmo quandotivemos a in<strong>de</strong>pendência, ela não significou uma in<strong>de</strong>pendência e uma libertação para os brasileiros. A4 Jornalista e <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral.


46 Produtos - Aberturamaioria dos brasileiros só teve a in<strong>de</strong>pendência do estatuto colonial que aqui havia.A colônia foi um empreendimento privado e vinculado a uma gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> terra, <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>e os índios, negros e brancos não-proprietários, os brancos pobres, eram consi<strong>de</strong>rados classes perigosas,<strong>de</strong>pois <strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência. Durante o século XIX, havia muitas teorias que se expressavam em políticaspúblicas concretas, em nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s por exemplo, <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s classes perigosas, quer dizer, a maioriado nosso povo era consi<strong>de</strong>rado classe perigosa, pessoas que <strong>de</strong>viam ser segrega<strong>da</strong>s, separa<strong>da</strong>s.As gran<strong>de</strong>s reformas urbanas que tivemos no Brasil, eram reformas segregadoras, reformas para separaras classes perigosas <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que <strong>de</strong>viam ser preserva<strong>da</strong>s. Assim, para <strong>de</strong>sfrute dos proprietários, <strong>da</strong>sclasses dominantes, <strong>da</strong>s minorias, dos burocratas. Mesmo BH, que já foi construí<strong>da</strong> após a abolição <strong>da</strong>escravidão, já <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> República, na fase <strong>da</strong> República Velha, já como uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> planeja<strong>da</strong>, todomundo sabe que os operários construtores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> já foram para fora <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> do Contorno, para fora<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> planeja<strong>da</strong>, e também logo começamos a conhecer aqui as favelas, para nossas classesperigosas.Mas nosso povo sempre lutou. Naquele período <strong>da</strong> colônia, <strong>da</strong> escravidão, nós tivemos centenas, milhares<strong>de</strong> quilombos, dos negros que se opunham, que buscavam liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, que recusavam aquela forma cruel <strong>de</strong>exploração. Nós temos também a resistência indígena e os brasileiros que se formaram, os brancos pobres,junto com os índios e os negros e suas misturas étnicas, foram criando o povo brasileiro, que sempretambém lutara pela in<strong>de</strong>pendência nacional. E todos nós conhecemos essa luta, que atravessou séculos,dos brasileiros pela in<strong>de</strong>pendência.Quem não lembra aqui, <strong>da</strong> luta heróica <strong>da</strong> nossa primeira classe operária, para reduzir a jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong>quatorze horas, treze horas, doze horas? De uma forma <strong>de</strong> exploração, que permitia que crianças até <strong>de</strong>seis anos trabalhassem à noite e que as mulheres, inclusive grávi<strong>da</strong>s, pu<strong>de</strong>ssem trabalhar à noite também,em ambientes insalubres, em ambientes pesados. A luta sindical era consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma forma perigosa <strong>de</strong>subversão.Um presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> República Velha chegou a dizer que a questão social era uma questão <strong>de</strong> polícia.Chegaram a construir um presídio em São Paulo só para os lí<strong>de</strong>res sindicais imigrantes, para serem<strong>de</strong>portados <strong>de</strong>pois. Mas quem não se lembra também <strong>da</strong> luta heróica <strong>da</strong>s mulheres pelo direito ao voto? Oudos socialistas pelas reformas políticas, dos nacionalistas <strong>de</strong> todos os tempos, por um Estado NacionalBrasileiro? E <strong>da</strong> Coluna Prestes? Enfim, nosso povo sempre lutou.Minhas primeiras lembranças <strong>de</strong> participação política foram, já adolescente, em Teófilo Otoni. Era pelasreformas <strong>de</strong> base na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta, quer dizer, eu fui seduzido para a política pelas reformas <strong>de</strong>base. E o que eram as reformas <strong>de</strong> base?Eram basicamente, a reforma agrária. O Brasil é um país que sempre manteve uma gran<strong>de</strong> concentração<strong>da</strong> terra e o po<strong>de</strong>r concentrado, através <strong>de</strong> concentração <strong>da</strong> terra. A reforma urbana, lá em Teófilo Otoni agente não conseguia saber direito o que era a reforma urbana, porque não fazia parte <strong>da</strong> nossa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Mas quem vivia no Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Recife, sabia <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> reforma urbana, porque oque eram aquelas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s? São Paulo, veio a se saber <strong>de</strong>pois, que em 1970 só 1% <strong>da</strong> população vivia emvilas e favelas. E hoje 23%, 24% <strong>da</strong> população <strong>de</strong> São Paulo vive em vilas e favelas, vive em estado <strong>de</strong>segregação.Então, a outra era a reforma do ensino e a remessa <strong>de</strong> lucros, que era o Brasil querendo estabelecer suarelação <strong>de</strong> soberania, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com capital internacional. Se tivéssemos tido uma reformaurbana naquela época, e uma reforma agrária também, é claro que o Brasil teria sido outro, completamentediferente. Imagina, São Paulo era uma <strong>da</strong>s maiores ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do hemisfério e não tinha favelas ain<strong>da</strong>, até adéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta.Mas eu acho que o golpe veio para isso. O golpe militar aconteceu no Brasil para impedir as reformas <strong>de</strong>base, não tinha outro sentido. Impedir a reforma urbana, impedir a reforma agrária, impedir a lei <strong>da</strong> remessa<strong>de</strong> lucros e a reforma do ensino, que viabilizasse que o povo brasileiro tivesse o acesso pleno à educação eao <strong>de</strong>senvolvimento do incentivo tecnológico, para ter um <strong>de</strong>senvolvimento soberano. E as nossas classesdominantes optaram por outra forma, como sempre pelo autoritarismo e pela mo<strong>de</strong>rnização conservadora,exclu<strong>de</strong>nte e concentradora <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e <strong>da</strong> riqueza do po<strong>de</strong>r. Mas, como o povo continuava resistindo, pelasarmas ou pelas mobilizações, durante aquele período também, houve muita resistência arma<strong>da</strong> e muitaresistência não arma<strong>da</strong>, já no fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70: a ditadura já estava se enfraquecendo.Quais eram as gran<strong>de</strong>s questões <strong>de</strong>mocráticas que trouxeram o povo <strong>de</strong> novo à luta?A reforma urbana <strong>de</strong> novo, a reforma agrária <strong>de</strong> novo, ao lado <strong>da</strong> anistia, ao lado <strong>da</strong> reconquista <strong>da</strong><strong>de</strong>mocracia. E a reforma urbana veio novamente, veio pelas mãos <strong>da</strong>s classes segrega<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s classesperigosas, <strong>da</strong>s classes populares, <strong>da</strong>s classes trabalhadoras. A reforma urbana tem uma história no Brasil,<strong>de</strong>pois do golpe. Foi o movimento <strong>da</strong> carestia <strong>de</strong> São Paulo, a explosão do movimento comunitário <strong>de</strong> todoo Brasil, foram jornais populares surgindo em todo o Brasil, foi o novo sindicalismo, que teve sua expressãolá no ABC Paulista, mas que se esten<strong>de</strong>u por todo o país.


Produtos - Abertura 47Então, quando nós chegamos ao fim <strong>da</strong> ditadura, houve a convocação <strong>de</strong> uma Assembléia NacionalConstituinte, que não foi também do jeito que o povo queria, nós queríamos uma constituinte exclusiva, quese reunisse apenas para fazer uma constituição, não se confundisse com a eleição <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados esenadores pela forma tradicional. Porque a gente sabe que o modo como se faz eleições no Brasil leva aopredomínio <strong>da</strong>s classes burguesas, <strong>da</strong>s classes <strong>da</strong>s elites, no Congresso Nacional. Então, a gente queriauma constituinte que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um ano para o <strong>de</strong>bate do povo, elegesse <strong>de</strong>putados exclusivos, fizesse aconstituição e, <strong>de</strong>pois, voltaríamos a ter um congresso, já sob novas leis, inclusive, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma reformapolítica <strong>de</strong>mocrática.Mas nós per<strong>de</strong>mos. E ficou uma constituinte que compactuava com aquela correlação <strong>de</strong> força, favorecendoas classes proprietárias, as elites, essas classes que historicamente sempre se nutriram <strong>da</strong> segregação e<strong>da</strong> exclusão social <strong>da</strong> maioria do nosso povo. Então, o povo apelou para as emen<strong>da</strong>s populares, foi um dosmomentos mais bonitos <strong>da</strong> história <strong>de</strong>sse país. O povo brasileiro <strong>de</strong>senhou um projeto <strong>de</strong> nação diferente,uma nação <strong>de</strong>mocrático-popular, através <strong>da</strong>s emen<strong>da</strong>s populares. Nós levamos para lá milhões <strong>de</strong>assinaturas para a reforma agrária, a reforma do ensino, a luta <strong>da</strong>s mulheres, a luta <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. Nossa utopiapara a educação, tudo foi nas emen<strong>da</strong>s populares e também foi a reforma urbana. Mais <strong>de</strong> 300 mil pessoasassinaram uma emen<strong>da</strong> pela reforma urbana. E foi graças a isso que, pela primeira vez na história do Brasil,uma Carta Magna do país, uma Constituição, abrigou um capítulo sobre a reforma urbana, colocandoaquela palavra mágica, que tanto assustava nossas elites: a função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana e arelativização <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana foram coloca<strong>da</strong>s ali.Mas nós sabíamos, também, <strong>da</strong> correlação <strong>de</strong> forças que nós tínhamos naquela constituinte. E tudo o queera do interesse do capital, era auto aplicável, ou foi logo regulamentado. Mas, tudo que era do interesse docampo, do trabalho, <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong> população, <strong>de</strong> 90% <strong>da</strong> população brasileira, passou a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> leisregulamentadoras ordinárias ou complementares. Aí começa outra luta.O prefeito Célio <strong>de</strong> Castro se referiu muito a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> aqui. Que nós não po<strong>de</strong>mos mais querer direitosapenas no papel, direitos formais, mas foi isso que aconteceu. A Constituição <strong>de</strong> 88 é, talvez, uma <strong>da</strong>speças mais bonitas <strong>da</strong> nossa história. Todos os direitos ali estão: os direitos civis, os direitos políticos, osdireitos econômicos, os direitos sociais, os culturais, os direitos difusos, que incluem a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, odireito ao meio ambiente. Mas, passados 13 anos, nós po<strong>de</strong>mos dizer que talvez o momento que nósestamos vivendo não seja só o <strong>da</strong> luta pelos direitos, que já estão no papel, mas sim pela efetivação <strong>de</strong>ssesdireitos, pela implementação <strong>de</strong>sses direitos, que ficaram, na sua maior parte, no papel.E nós só conseguimos implementar os direitos on<strong>de</strong> se construiu a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, porque direitos humanos – adiferença <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é essa – direitos humanos todos têm, só por sermos humanos temos os direitos,todos os direitos. Mas, ci<strong>da</strong>dão é aquele que sabe que tem um direito e luta pela sua implementação. Essaé a diferença que passa <strong>de</strong> um estágio para outro. Então, on<strong>de</strong> nós conseguimos avançar, às vezesconseguimos transformar os direitos formais em direito <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia mas, infelizmente, essa é uma luta queain<strong>da</strong> está por se fazer.Quando eu fui eleito pela primeira vez, em 90, para <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral, e cheguei em Brasília eu me reuniexatamente com o Fórum Nacional <strong>de</strong> Reforma Urbana, que fez aquela emen<strong>da</strong> popular e era a minha área<strong>de</strong> atuação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os jornais dos bairros. Então, ali nós <strong>de</strong>cidimos o seguinte: há três priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a lutado povo brasileiro <strong>da</strong>s nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sem contar a luta como classe trabalhadora – também não estoucolocando aqui a luta maior do nosso país pelo direito ao <strong>de</strong>senvolvimento. Do ponto <strong>de</strong> vista do<strong>de</strong>senvolvimento popular urbano, eram três priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s: era o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, era uma política nacional<strong>de</strong> habitação popular, que enfrentasse o déficit habitacional que é terrível no nosso país e uma lei nacional<strong>de</strong> saneamento – tem-se que universalizar o saneamento. Estas são nossas priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nós passamos aarticular aqui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 1991.O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tinha sido aprovado no senado em <strong>de</strong>zembro, pelo senador Pompeu <strong>de</strong> Souza, foi oúltimo ato <strong>de</strong>le como senador, eu acho que ele tinha sido <strong>de</strong>rrotado. Ele se candi<strong>da</strong>tou e per<strong>de</strong>u no DistritoFe<strong>de</strong>ral e logo em 91 morreu. Ele foi um dos campeões <strong>da</strong>s lutas <strong>de</strong>mocráticas lá no Distrito Fe<strong>de</strong>ral. Foiuma pessoa, naquela época, muito reverencia<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve ser sempre lembrado. E foi ele que aprovou oEstatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 90. Foi então quando, cumprindo aquele compromisso ali com o Fórum<strong>da</strong> Reforma Urbana, com os movimentos sociais urbanos, eu batalhei para virar relator do Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> lá na Comissão <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e fiquei <strong>de</strong>s<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1991. O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> veioa ser aprovado em julho <strong>de</strong> 2001, onze anos <strong>de</strong>pois. Ele passou onze anos naquela Câmara, sendoboicotado, sendo sabotado, para ser aprovado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> onze anos.Acho que é importante dizer isso, porque quem, hoje, vai aos workshops promovidos pela Caixa EconômicaFe<strong>de</strong>ral, pelo governo fe<strong>de</strong>ral, tem a impressão que foram eles que criaram o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E não aluta histórica do povo brasileiro. É ótimo que a Caixa – e é papel <strong>da</strong> Caixa fazer isso – esteja cumprindouma função relevante em fazer isso, importantíssimo que faça. Mas, ela não conta nos seus folhetos comonós chegamos a isso, nem todo o sofrimento que pontuou a luta pelo Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, para a funçãosocial <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> virar lei, para nós po<strong>de</strong>mos dispor <strong>de</strong> instrumentos jurídicos, políticos, administrativos,


48 Produtos - Aberturaque estão no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e serão objetos do nosso <strong>de</strong>bate.Ter um fundo <strong>de</strong> moradia popular quer dizer criar uma política nacional <strong>de</strong> habitação. No dia quatro <strong>de</strong>novembro <strong>de</strong> 1991, mais <strong>de</strong> cinco mil pessoas levaram um milhão <strong>de</strong> assinaturas para o primeiro projeto <strong>de</strong>iniciativa popular feito no país. E o presi<strong>de</strong>nte do Congresso foi lá fora, emocionado, receber os lí<strong>de</strong>res dosgran<strong>de</strong>s partidos, receber em carrinhos <strong>de</strong> mão, assim, com aquelas montanhas <strong>de</strong> assinaturas recolhi<strong>da</strong>s.Imagina, um milhão <strong>de</strong> assinaturas, com título e tudo. Agora entrou na pauta <strong>da</strong> Câmara dos Deputados, háseis semanas que está na pauta, sendo transferido <strong>de</strong> uma semana para outra e não se vota. Mas entroufinalmente na pauta, <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>pois. Talvez até quatro <strong>de</strong> novembro não tenhamos votado ain<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong>vai para o senado.E a lei nacional <strong>de</strong> saneamento? Nós chegamos a fazer um gran<strong>de</strong> acordo nacional e no fim <strong>de</strong> 1994, senão me engano, e em novembro <strong>de</strong> 94 aprovamos a lei nacional <strong>de</strong> saneamento. Fiquei muito emocionadono dia, o ex-governador Antônio Brito tinha um projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> saneamento, o Mapassoni também tinhaum, eu fui relator <strong>de</strong>sse projeto. E então nós juntamos todos aqueles projetos, fizemos uma comissãoespecial, um acordo que envolveu os governos municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>ral, empresários, ecologistas etrabalhadores, trabalhadores do setor, todo mundo participou <strong>da</strong>quele acordo, centrais sindicais, e fizemos.Houve choros <strong>de</strong> alegria, <strong>de</strong> emoção quando se aprovou aquela lei. Mas Fernando Henrique Cardosoassumiu e, com quatro dias <strong>de</strong> governo, no dia quatro <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1995, fez o veto integral <strong>da</strong> PolíticaNacional <strong>de</strong> Saneamento, que universalizava o saneamento, garantia regras permanentes e duráveis parauma política nacional <strong>de</strong> saneamento.Então, é <strong>de</strong>sse modo que nós temos que discutir A CIDADE QUE QUEREMOS, que é indissociável do Brasil quequeremos, quer dizer, nós temos que mu<strong>da</strong>r esse país para ter A CIDADE QUE QUEREMOS. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> estáhá mais <strong>de</strong> vinte anos lutando pelo seu metrô, que vem em conta-gotas. Nós nunca vamos resolver nossodéficit habitacional sem ter uma política habitacional estável, duradoura, justa, <strong>de</strong>mocrática para habitaçãopopular, para erradicar o déficit <strong>de</strong> seis milhões <strong>de</strong> moradias. Mas conquistamos o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pelomenos isso nós po<strong>de</strong>mos bater no peito e dizer, com atraso mas conquistamos.Acho que era fun<strong>da</strong>mental fazer esse resgate e prestar uma homenagem ao povo brasileiro. Esse povo que,ao longo dos séculos, tem lutado por outro Brasil. Nós estamos num momento singular <strong>da</strong> nossa história.To<strong>da</strong> vez que nós tivemos mu<strong>da</strong>nça o povo mudou antes. Nós estamos vivendo um momento muitosemelhante à Revolução <strong>de</strong> 30, que foi uma <strong>da</strong>s maiores mu<strong>da</strong>nças na história <strong>de</strong>sse país, apesar <strong>de</strong> tersido também uma reforma conservadora e autoritária.Naquela época acho que quando Getúlio Vargas saiu <strong>de</strong> São Borges ele era um capiau, que saiu <strong>de</strong> lá paralutar contra a frau<strong>de</strong> eleitoral, pela eleição <strong>de</strong> Júlio Prestes e o rompimento dos acordos ali <strong>da</strong> RepúblicaVelha, <strong>da</strong>s oligarquias regionais. E quando ele chegou no Rio <strong>de</strong> Janeiro, jamais imaginou que seria lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>uma revolução nacional, que ia mu<strong>da</strong>r para sempre a história do país. Mas é que o povo tinha mu<strong>da</strong>doantes, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20: nossa heróica classe operária quando se constituiu, quando fez greves gerais, seorganizou como classe; as mulheres que lutaram pelo direito ao voto; os tenentes <strong>de</strong> 22, 24, 26 e 28; aColuna Prestes que por três anos rasgou esse país; a semana <strong>de</strong> arte mo<strong>de</strong>rna que colocou, pela primeiravez na história do Brasil, também, uma cultura nacional vincula<strong>da</strong> a um projeto <strong>de</strong> nação. Então, quandoGetúlio chegou, o Brasil já queria outro Brasil.Agora também é assim, nosso país não quer mais viver como vive, não quer mais viver na <strong>de</strong>pendência doFMI, dos capitais internacionais, não quer que o FMI diga quando <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> po<strong>de</strong> ter seu metrô, se asnossas vilas têm direito ao saneamento, se nosso povo tem direito a moradia, ou se nós po<strong>de</strong>mos ter,sonhar em ter uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mais justa em qualquer lugar <strong>de</strong>sse país. Nosso povo agora, eu creio, vai <strong>da</strong>r umoutro salto, assim como em gran<strong>de</strong>s momentos <strong>da</strong> nossa história, por uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais justa e, aí sim,nós vamos po<strong>de</strong>r discutir A CIDADE QUE QUEREMOS, <strong>de</strong>ntro do Brasil que queremos.Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>▪ LUIZ CÉSAR QUEIROZ RIBEIRO 5Em primeiro lugar, porque estou aqui presenciando que é possível ain<strong>da</strong> pensar que o po<strong>de</strong>r público temum papel importante na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira. Nesse momento, aqui em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, é uma satisfaçãomuito gran<strong>de</strong> fazer uma Conferência em torno do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que quer dizer em torno <strong>da</strong> idéia <strong>de</strong>um planejamento urbano, no momento em que impera a crença <strong>de</strong> que a virtu<strong>de</strong> do mercado e pela virtu<strong>de</strong>do mercado nós vamos resolver os graves problemas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira.E é uma satisfação, também, ouvir as palavras que ouvi na abertura, ouvir novamente a menção, a idéia <strong>de</strong>utopia, do sonho, principalmente por um carioca, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns man<strong>da</strong>tos <strong>de</strong> governo locais liberais,on<strong>de</strong> a idéia <strong>de</strong> planejamento foi substituí<strong>da</strong> completamente por essa crença <strong>de</strong> que espontaneamente o5 Graduado em Administração Pública, doutor em Planejamento Urbano, professor titular do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa e PlanejamentoUrbano <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro e coor<strong>de</strong>nador do Observatório <strong>de</strong> Políticas Urbanas e Gestão <strong>Municipal</strong>.


Produtos - Abertura 49mercado vai resolver nossos problemas.É uma satisfação presenciar que a idéia <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r público ain<strong>da</strong>encontra eco na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por ofício <strong>de</strong> profissão, já que eu sou professor <strong>de</strong> planejamento urbano, tenhoque acreditar nessa ferramenta e nessa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na sua função social na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mas eu acho que émais do que uma crença profissional, é uma crença basea<strong>da</strong> na percepção, absolutamente clara, <strong>de</strong> que asocie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira não enfrentará os seus graves problemas, a não ser através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong>soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> em que o estado, o po<strong>de</strong>r público, tem uma função muito importante na construção <strong>de</strong>ssesistema <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Tenho satisfação <strong>de</strong> encontrar companheiros aqui: companheiro Nilmário, companheiro Abílio, tivemosjuntos em algumas jorna<strong>da</strong>s em torno <strong>de</strong>sses i<strong>de</strong>ais <strong>da</strong> reforma urbana.O Nilmário sempre foi um parlamentar que, no primeiro momento, aceitou a discussão <strong>da</strong> idéia <strong>da</strong> reformaurbana. Isso é importante ser registrado, porque a impressão que eu tenho hoje do parlamentar brasileiro éque só se interessa por aquilo que é paroquial, aquilo que é local, regional. Os interesses nacionais não sãoaqueles que empolgam o parlamento a não ser com as exceções que nós conhecemos. Um dos problemas<strong>de</strong> passar essa discussão no parlamento é relaciona<strong>da</strong> a uma questão nacional: ela não produz clientelaimediata. Portanto, essa visão paroquial que hoje impera na política brasileira sempre fez com que estetema não ganhasse a empolgação no parlamento, a não ser com dura luta <strong>de</strong> vários companheiros,convencendo, às vezes, na base <strong>da</strong> razão sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> reforma urbana.Estive junto com o companheiro Abílio em Santo André, tentando lá também fazer, já <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> reformaconstitucional <strong>de</strong> 88, uma <strong>da</strong>s primeiras experiências <strong>de</strong> Plano Diretor orientado por essa concepção <strong>da</strong>reforma urbana.Eu gostaria <strong>de</strong> orientar a minha intervenção falando menos sobre o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> já que – pelo que eufui informado, vão acontecer várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no <strong>de</strong>correr aqui <strong>de</strong>ssa Conferência on<strong>de</strong> o Estatuto comseus instrumentos serão explicados em <strong>de</strong>talhes – mas falar sobre as questões que eu penso a partir <strong>da</strong>minha experiência <strong>de</strong> pesquisador e minha experiência <strong>de</strong> integrante e militante social-político <strong>de</strong>ssa causa<strong>da</strong> reforma urbana.Quais são as questões e os <strong>de</strong>safios que estão colocados para que essa seja uma lei que pegue, que nãoseja mais um exemplo <strong>de</strong> uma lei que não pega? Como alguém disse na abertura, uma <strong>da</strong>s características<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira: “as leis são como as vacinas, algumas pegam outras não pegam”. Acho que nóstemos que pensar como botar para frente esse projeto, que é um projeto que, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem uma históriamais longa ain<strong>da</strong> do que a história que o Nilmário mencionou e eu gostaria <strong>de</strong> começar falando sobre ela.Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, essa história do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> começa na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, no antigo CNPU, um órgão <strong>da</strong>ditadura mas composto por técnicos interessados no bem público, no interesse geral, e, vendo o queacontecia nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras naquela época, com a explosão <strong>da</strong> industrialização, ao lado docrescimento absolutamente <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s impulsionado pela especulação imobiliária,resolveram fazer um anteprojeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano. Esse anteprojeto foi objeto <strong>de</strong> discussãointerna e foram chamados técnicos progressistas para opinarem. E quando esse anteprojeto virou umdocumento e foi colocado na Presidência <strong>da</strong> República, imediatamente se percebeu que se tinha nas mãosum problema conflituoso e o anteprojeto foi vetado.Quem não participava <strong>da</strong> corte, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, só soube <strong>da</strong> existência <strong>de</strong>sse anteprojeto porque vazou para aimprensa e foi objeto <strong>de</strong> manchetes do Estado <strong>de</strong> São Paulo, <strong>da</strong> Folha <strong>de</strong> São Paulo e <strong>da</strong> revista Exame.Eu me lembro muito bem, a manchete dizia: “Querem estatizar o solo urbano no país, querem socializar osolo urbano”, quer dizer, como se fosse possível naquela ditadura preten<strong>de</strong>r esse tipo <strong>de</strong> intervenção. Masaquilo assustou enormemente os interesses <strong>da</strong>s elites do país, tanto assustou que esse anteprojeto foiabsolutamente escondido, ficou num fundo <strong>de</strong> uma gaveta, ninguém mais falava nele <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssadiscussão que ocorreu na imprensa.Esse anteprojeto volta em 1982, quando as primeiras eleições para governo do estado, levam ao governodo Rio <strong>de</strong> Janeiro o Brizola. E o Brizola faz uma trajetória meteórica porque ele saiu <strong>de</strong> 2,3% e conseguiuganhar as eleições. E tinha como carro chefe <strong>da</strong> campanha o programa chamado “Ca<strong>da</strong> Família Um Lote”,que pretendia fazer uma tal <strong>de</strong> reforma urbana. Isso assustou aos militares enormemente. A vitória doBrizola assustou, principalmente pelo fato <strong>da</strong>quela vitória ter sido fun<strong>da</strong><strong>da</strong>, entre outras, nessa proposta <strong>de</strong>um programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização do acesso ao solo urbano na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A idéia <strong>de</strong>le era pegar os vazios urbanos e, através <strong>de</strong> um programa, que hoje nós chamamos <strong>de</strong>regularização fundiária, urbanização <strong>de</strong> favela, ocupar essas áreas, facilitando para que as cama<strong>da</strong>spopulares, a classe trabalhadora empobreci<strong>da</strong>, pu<strong>de</strong>sse ter acesso a terra. É ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que nem chegou afazer muita coisa nesse programa mas o fato é que ele assustou aos militares <strong>da</strong> época. E o Golberi,estrategista militar, resolveu <strong>de</strong>sencavar esse anteprojeto e colocá-lo como um projeto, tentando ganhariniciativa <strong>da</strong>quilo que parecia ser um perigo para a manutenção do po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> época que era o po<strong>de</strong>r urbano.Então, essa história é muito mais antiga, vem <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70. E estou contando isso não por preciosismo


50 Produtos - Aberturahistórico mas para dizer que, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, nós temos uma história <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinteresse absoluto <strong>da</strong>s eliteseconômicas do país com relação à questão urbana. Essa história mostra isso mas outros eventos <strong>da</strong>história brasileira evi<strong>de</strong>nciam isso também, com muita clareza.Nilmário mencionou algumas reformas urbanas que foram feitas nesse país. Vou começar pela famosareforma urbana <strong>de</strong> Ferreira Passos, em que se tratava muito mais <strong>de</strong> embelezar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para construir ossímbolos <strong>da</strong> nova elite comercial, que nascia com o fim <strong>da</strong> economia escravista e o início <strong>da</strong> economiaagroexportadora, do que propriamente resolver o problema <strong>da</strong> moradia, o problema <strong>da</strong> circulação, enfim, osproblemas que a população <strong>da</strong> época vivia numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> absolutamente trunca<strong>da</strong>, <strong>de</strong>sorganiza<strong>da</strong>,congestiona<strong>da</strong>. A intervenção pública <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> foi muito mais guia<strong>da</strong> por interesses <strong>de</strong> produzir umsímbolo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, um símbolo <strong>de</strong> progresso. As próprias reformas feitas pelo Getúlio Vargas nessepaís também foram mais nesse sentido do que, propriamente, resolver o problema <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>população que crescia e se concentrava na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Esse <strong>de</strong>sinteresse <strong>da</strong>s elites econômicas com relação à questão urbana tem uma razão: é sobre essaprimeira questão que eu gostaria <strong>de</strong> falar, para trazer um pouco um dos pontos que me parece importantecomo o <strong>de</strong>safio para que esse Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> possa virar efetivamente uma lei que pegue. Qual é arazão do <strong>de</strong>sinteresse <strong>da</strong>s elites econômicas com relação a questão urbana nesse país?São duas razões. A primeira razão é que nós tivemos um processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização industrial, nós nostornamos um país industrial, um país mo<strong>de</strong>rno, sem precisar fazer qualquer coisa em termos <strong>de</strong>organização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é a se<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> industrialização. Algo que foi diferentequando nós olhamos a história dos países <strong>de</strong>senvolvidos. As ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos países <strong>de</strong>senvolvidos, as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>seuropéias, passaram por fases iguais às nossas, também tiveram seu problema <strong>de</strong> saneamento, <strong>de</strong> falta <strong>de</strong>moradia, <strong>de</strong> favela e <strong>de</strong> transporte. Acontece que na vira<strong>da</strong> do século, quando a gran<strong>de</strong> indústria nasce nospaíses europeus, a burguesia industrial compreen<strong>de</strong>u que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> indústria <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> umareforma <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Uma reforma que tornasse as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s numa força produtiva, com um meio ambientefavorável à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e que pu<strong>de</strong>sse integrar a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia a classe trabalhadora.É claro que isso não foi simplesmente uma compreensão filantrópica <strong>da</strong> burguesia industrial européia. Foitambém fruto <strong>da</strong>s lutas sociais, que se travaram nesse processo <strong>de</strong> industrialização, quando a gran<strong>de</strong>empresa apareceu nos países europeus. E essa reforma urbana significou naqueles países a criação <strong>de</strong> umsistema <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, que incorporasse a classe trabalhadora à gestão do governo. É ai que nasce oconceito que hoje é pedra <strong>de</strong> toque na discussão <strong>da</strong> questão urbana brasileira, do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: oconceito <strong>de</strong> direitos sociais. Quer dizer, não bastava apenas <strong>da</strong>r direitos civis e direitos políticos a classetrabalhadora mas era também fun<strong>da</strong>mental, para que o projeto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização industrial seguisse eproduzisse o que produziu e termos uma era <strong>de</strong> progressos <strong>da</strong>queles países, fazer com que a classetrabalhadora pu<strong>de</strong>sse participar <strong>da</strong> riqueza social inscrita, organiza<strong>da</strong> e distribuí<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi aincorporação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que produziu to<strong>da</strong> uma série <strong>de</strong> intervenções, <strong>de</strong> organização, <strong>de</strong> planejamento e<strong>de</strong> resolução dos problemas <strong>de</strong> transporte, habitação e saneamento, que produziu as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que nósconhecemos nos países europeus.Houve também uma segun<strong>da</strong> questão importante a ser resolvi<strong>da</strong> para que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse cumprir essepapel dos países europeus. Era necessário conter o apetite econômico <strong>da</strong>queles que ganhavam com aprodução e uso <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi preciso que a burguesia industrial se contrapusesse aos interesses dosproprietários <strong>de</strong> terra e <strong>da</strong>queles que exploravam priva<strong>da</strong>mente o transporte coletivo. Além <strong>da</strong> criação <strong>de</strong>leis <strong>de</strong> regulação <strong>da</strong> produção <strong>da</strong> moradia, submetendo a produção a <strong>de</strong>terminados critérios e padrões quegarantissem uma moradia sadia, <strong>de</strong> baixo custo, o po<strong>de</strong>r público produziu parte <strong>de</strong>ssas moradias na forma<strong>de</strong> moradia social.Então, a burguesia industrial teve que se contrapor aos interesses <strong>da</strong>quilo que nós chamamos <strong>de</strong>acumulação urbana, ou seja, esse conjunto <strong>de</strong> interesses econômicos que acumulam com a produção e uso<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Estamos falando <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> <strong>da</strong> terra, <strong>da</strong>s várias frações do capital imobiliário, docapital empreiteiro <strong>de</strong> obras públicas, dos vários tipos <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> serviços. Houve umaregulação social <strong>de</strong>sses interesses, coman<strong>da</strong><strong>da</strong> pela burguesia industrial, sem o que as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s européiasestariam muito igual ao que nós somos hoje, uma acumulação <strong>de</strong> problemas e injustiças e <strong>de</strong> contrastesocial absurdos, que são as marcas <strong>da</strong> nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.E por que isso não aconteceu aqui? Em primeiro lugar, porque essa industrialização foi feita com umaenorme concentração <strong>de</strong> uma população pobre, extraí<strong>da</strong> do campo, na gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> submeti<strong>da</strong> a ummercado <strong>de</strong> trabalho absolutamente aviltante como é até hoje. O Nilmário citou aqui o que é hoje orendimento médio <strong>de</strong> um trabalhador, que é herança <strong>de</strong>sse processo. Nós nos industrializamos com umamassa marginal na gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que foi muito benéfico para esse tipo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização industrial quetivemos.Mas há uma segun<strong>da</strong> razão, que é mais importante para o nosso tema: o fato <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira ter sidousa<strong>da</strong> pela burguesia industrial para fazer um acordo entre os interesses nacionais e os interesses docapital associado, sobretudo no pós guerra, para que os segmentos <strong>da</strong> economia tivessem rendimentos


Produtos - Abertura 51semelhantes, equiparados, para que houvesse uma harmonia <strong>de</strong>sses interesses.É isso que explica o laissez faire absoluto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira, esse absoluto abandono do Estado <strong>de</strong>qualquer pretensão <strong>de</strong> planejamento, que marca a história <strong>da</strong> nossa urbanização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre massobretudo nessa arranca<strong>da</strong> <strong>da</strong> industrialização <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> 2ª Guerra Mundial. É por isso que o Estadotolerou a ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> expansão do loteamento periférico e compactuou com a especulação mobiliária. Épor isso que estado interviu fazendo obras públicas, muitas vezes <strong>de</strong>snecessárias do ponto <strong>de</strong> vistaeconômico mas importante para garantir o mercado do setor <strong>de</strong> obras públicas <strong>de</strong>sse país.Lembro do caso <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> ponte Rio–Niterói, que foi construí<strong>da</strong> no governo do Andreazza. Ajustificativa para construir essa ponte, que custou uma enormi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dinheiro, ninguém até hoje sabequanto custou aquela obra, a justificativa <strong>da</strong><strong>da</strong> na época, foi que era necessário fazer uma integração dosdois lados, Rio e Niterói, que integravam a BR 101, que vem do Nor<strong>de</strong>ste, uma <strong>da</strong>s obras faraônicas dogoverno militar, até Porto Alegre. Imagina quantos quilômetros são?! A alternativa seria fazer um contornopela Baia <strong>de</strong> Guanabara, ou seja, a ponte Rio–Niterói economizava vinte quilômetros. Por vinte quilômetrosse fez um investimento fabuloso que, evi<strong>de</strong>ntemente, foi muito importante para segurar a expansão do valor<strong>de</strong> capital: obras públicas <strong>de</strong>ste país têm funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> no mínimo duvidosa. Essa obra po<strong>de</strong>ria muito bemter sido substituí<strong>da</strong> por intervenções em área <strong>de</strong> saneamento.Enquanto isso, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, se pegássemos a estatística sobre on<strong>de</strong> estão osinvestimentos <strong>de</strong> saneamento, iríamos ver que 80% dos investimentos <strong>de</strong> saneamento na regiãometropolitana estavam localizados nas áreas já abasteci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> saneamento, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> periferia.Mantendo, expandindo a re<strong>de</strong> em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> fazer com que a re<strong>de</strong> chegasse até as periferias pobres,que naquele momento já estavam absolutamente em expansão. Essa história certamente é repeti<strong>da</strong> em SP,<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Porto Alegre, Natal...Enquanto isso, o Estado ficou absolutamente ausente <strong>da</strong> regulação <strong>da</strong> expansão imobiliária nas áreascentrais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando que a expansão ocorresse <strong>da</strong> forma mais <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dora para o meio ambientecomo foi em várias ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Então, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, esse <strong>de</strong>sinteresse <strong>da</strong> burguesia industrial do país comrelação à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem um sentido histórico, tem uma razão. O resultado disso é que são os trabalhadores,são as cama<strong>da</strong>s populares, são as cama<strong>da</strong>s médias interessa<strong>da</strong>s em uma vi<strong>da</strong> com um pouco mais <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que estão com a tarefa <strong>de</strong> transformar essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Porque, pelo que nós estamosobservando agora, com a mu<strong>da</strong>nça econômica que estamos vivendo, com o novo padrão <strong>de</strong> economia queestamos vendo ser implantado no país, com a globalização, com o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, agoramesmo é que a burguesia industrial não tem interesse mais nenhum sobre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ela po<strong>de</strong> se refugiarnos guetos <strong>de</strong> alta ren<strong>da</strong> que são os Alpha Villes, que estão se reproduzindo nesse país em to<strong>da</strong> latitu<strong>de</strong>.Ao mesmo tempo, o tipo <strong>de</strong> organização econômica que está se produzindo, que não é mais um <strong>da</strong>donaquela gran<strong>de</strong> indústria, mas numa indústria que utiliza uma mão <strong>de</strong> obra muito qualifica<strong>da</strong>, também nãotem mais o interesse em ter uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que possa constituir uma força produtiva, como foram os casos <strong>da</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s européias no início do século. Então, vão ser os governos populares, as alianças populares, quevão po<strong>de</strong>r constituir uma força capaz <strong>de</strong> enfrentar os problemas que se acumularam nesse tipo <strong>de</strong>urbanização absolutamente pre<strong>da</strong>tória, <strong>de</strong> um mercado absolutamente livre.E aí o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> importante que se apresenta para essas forças. O Estatuto<strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mexe num ponto fun<strong>da</strong>mental que po<strong>de</strong> quebrar exatamente os interesses <strong>de</strong>ssa acumulaçãourbana, que é a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é a pedra <strong>de</strong> toque do Estatuto. É a partir <strong>da</strong><strong>de</strong>finição <strong>da</strong> função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> que vai ser possível submeter, eu digo vai ser possível, isto nãoestá garantido evi<strong>de</strong>ntemente na lei nem nos instrumentos que a lei contém, mas é possível pelosinstrumentos e pelo conceito que o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> hoje tem. Fazer com que o solo urbano, o uso eocupação do solo urbano finalmente sejam submetidos não aos interesses <strong>da</strong> acumulação urbana, mas simaos interesses <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> justiça social, às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> resolver o déficit habitacional e os problemas <strong>de</strong> saneamento, <strong>de</strong> transporte, e assim por diante. OEstatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, através dos instrumentos que contém, po<strong>de</strong> se apresentar como uma gran<strong>de</strong> via paraque forças como as que hoje governam pela segun<strong>da</strong> vez <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, possam <strong>da</strong>r um outro rumo ao<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nessa trajetória vejo alguns <strong>de</strong>safios que estão colocados para que essa lei não seja também uma leimorta. O primeiro <strong>de</strong>safio que vejo é o que está acontecendo na área dos serviços públicos <strong>de</strong>sse país coma privatização. Tem a muito a ver com o bloqueio, a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no governo fe<strong>de</strong>ral hoje <strong>de</strong> passar essa leisobre saneamento. É que hoje essa é uma <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> acumulação urbana, que antes estavamreserva<strong>da</strong>s ao capital nacional e hoje são do interesse dos gran<strong>de</strong>s capitais nacionais. As gran<strong>de</strong>smultinacionais estão interessa<strong>da</strong>s na eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, na água, no esgoto etc. Hoje, estão se constituindo nasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras novos atores que são candi<strong>da</strong>tos a essa acumulação urbana, sem que esses interessestenham efetivamente sido transformados através <strong>de</strong> um pacto entre as forças econômicas. Essas são forçasmuito po<strong>de</strong>rosas, capazes, inclusive, <strong>de</strong> embargar, limitar, bloquear leis como essa a nível do governofe<strong>de</strong>ral. Há interesses muitos po<strong>de</strong>rosos hoje, em torno dos serviços urbanos, que se constituem, portanto,


52 Produtos - Aberturano bloqueio.O segundo problema tem a ver com a questão <strong>da</strong> moradia, que é central no problema urbano brasileiro, naquestão do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. É do problema <strong>da</strong> moradia que resultam quase todos os problemas urbanosque vivemos. Por exemplo: o fato <strong>de</strong> que hoje as áreas <strong>de</strong> mananciais <strong>de</strong> SP estejam ocupa<strong>da</strong>s porinvasões ou por ocupações populares, tem a ver com esta questão, assim como o encarecimento <strong>da</strong> terra.E qual é a questão? Apenas 3% <strong>da</strong>s moradias feitas nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras são feitas através do mercado.O resto é ca<strong>da</strong> um se virando como po<strong>de</strong> para resolver seu problema <strong>da</strong> moradia. E por que isso? Pelaseguinte razão: apenas 10% <strong>da</strong> população brasileira tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar moradia através <strong>da</strong>sformas usuais do mercado. E isso tem a ver com a questão <strong>da</strong> ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras, com asfavelas, os loteamentos clan<strong>de</strong>stinos, os loteamento irregulares e as ocupações.Existe a seguinte máxima: quem está fora do mercado só tem acesso a moradia fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ou fora <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> nos cantões mais longínquos, nas periferias metropolitanas, como é o caso do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Asáreas on<strong>de</strong> as pessoas conseguem ter moradia hoje estão tão <strong>de</strong>sconecta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que estão nadireção <strong>de</strong> Itaboraí, <strong>de</strong> Itaguaí. As pessoas têm as suas casas lá mas elas não po<strong>de</strong>m ir e voltar todos osdias do trabalho, que continua nas áreas centrais. E muitas <strong>de</strong>ssas famílias estão na rua durante a semana,exatamente porque moram tão longe, e não só pela distância mas pelo custo; esse trajeto, essa mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>trabalho/casa torna-se inviável. Então, fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é possível ter acesso a moradia. Ou fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>que é na ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terra ou a ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbanística. É assim que está "resolvi<strong>da</strong>" aquestão <strong>da</strong> moradia nesse país.E por quê? Porque só 10% <strong>da</strong> população consegue ter, formar aquilo que os economistas chamam<strong>de</strong>man<strong>da</strong> solvável, ou seja, tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar moradia através do mercado. E por que issoacontece? Porque a oferta <strong>da</strong> moradia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> dois elementos básicos, sem os quais não hámercado <strong>de</strong> moradia. O primeiro elemento é o crédito: é <strong>da</strong> natureza <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> bem, é um bem <strong>de</strong> altovalor, que leva muito tempo para ser produzido. Em todos os países on<strong>de</strong> a questão <strong>da</strong> moradia foiminimamente resolvi<strong>da</strong> foi porque se produziu, através <strong>da</strong> intervenção pública, um sistema <strong>de</strong> crédito capaz<strong>de</strong> solvabilizar, como dizem os economistas, a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Ninguém tem dinheiro para comprar moradia <strong>de</strong>um dia para o outro. Só rico, e rico é 1% <strong>da</strong> população. Então, é preciso haver um sistema <strong>de</strong> crédito. Mas,esse crédito não aparece <strong>da</strong> noite para o dia. Nesses países on<strong>de</strong> o sistema <strong>de</strong> crédito foi construído, foiconstruído com subsídio. Não houve nenhum país do mundo, nem a Inglaterra, nem mesmo os EUA, que éum país liberal, nem a França, os países Escandinavos, ou a Itália com seu capitalismo periférico, que tenharesolvido o problema <strong>da</strong> moradia sem a montagem do sistema <strong>de</strong> crédito imobiliário com subsídio. Adiferença é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> subsídio e a fonte do subsídio. Sem isso não há mercado, é impossível.Como se resolve essa equação? Para se ter um sistema <strong>de</strong> crédito subsidiado, há dois condicionantes. Épreciso que o governo ou faça uma taxa <strong>de</strong> juros específica para o setor, ou que a taxa <strong>de</strong> juros em geralseja baixa. Hoje, o que está acontecendo nos países <strong>de</strong>senvolvidos é que houve uma diminuição enorme<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> juros, e a taxa <strong>de</strong> juros do mercado consegue fazer com que uma boa parte <strong>da</strong> população tenhaacesso ao sistema <strong>de</strong> crédito. Agora, como pensar isso num país que tem uma <strong>da</strong>s maiores taxas <strong>de</strong> jurosdo mundo por injunção absoluta <strong>da</strong> política econômica? Nós estamos pagando hoje, pelo menos, 20% <strong>de</strong>taxa <strong>de</strong> juros. Nesses países a taxa <strong>de</strong> juros, é <strong>de</strong> 6%, taxa <strong>de</strong> mercado mas, lá, as políticas sociais quecontinuam existindo têm crédito subsidiado, que ain<strong>da</strong> permite o acesso ao financiamento a taxas ain<strong>da</strong>menores. Esse é um primeiro problema complicado, que nós temos que resolver lá em cima.A outra condicionante é a estrutura <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse país. Enquanto tivermos 10% <strong>da</strong>população controlando 50% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> nacional e 40% controlando apenas 20%, será impossível se formar a<strong>de</strong>man<strong>da</strong> no mercado. Nós temos uma questão distributiva para resolver no país, sem o que a questão <strong>da</strong>moradia não se resolve <strong>de</strong> maneira plena. Esse é o primeiro problema, o <strong>de</strong>safio: temos que articular açõesno plano local, mas sem <strong>de</strong>slocar <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ações no plano fe<strong>de</strong>ral para resolver essepressuposto, esse obstáculo para que a gente possa colocar no mercado muita gente.O outro elemento que condiciona também a oferta <strong>da</strong> moradia no plano local é o solo urbano. As prefeituraspopulares po<strong>de</strong>m fazer muita coisa e se faz necessária a oferta <strong>de</strong> solo urbano para que a moradia possaser produzi<strong>da</strong>. Existe um paradoxo na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira: temos abundância <strong>de</strong> terra e escassez <strong>de</strong> solourbano. Explico: existe terra nas periferias mas terra sem equipamentos, sem serviço, sem saneamento,sem sistema <strong>de</strong> transporte, sem iluminação. Vai se produzir o quê? Moradia precária, não habitação. Osarquitetos urbanistas fazem muito essa distinção entre o conceito <strong>de</strong> moradia e o conceito <strong>de</strong> habitação.Moradia são as quatro pare<strong>de</strong>s, habitação são as quatro pare<strong>de</strong>s e tudo que é necessário para a vi<strong>da</strong>urbana. Sem saneamento, sem transporte, sem luz, sem tudo que faz a vi<strong>da</strong> urbana acontecer,evi<strong>de</strong>ntemente não se tem habitação, apenas moradia.Por que temos uma escassez <strong>de</strong> solo urbano? Porque os investimentos públicos que transformam a terraem solo urbano são concentrados espacialmente. Essa é a geografia <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira, não temexceção. Po<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r o grau em que estão concentrados os investimentos urbanos mas to<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>brasileira é marca<strong>da</strong> por essa profun<strong>da</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre áreas que têm o padrão <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> semelhante ao


Produtos - Abertura 53<strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do primeiro mundo e áreas absolutamente escassas em termos dos serviços maisfun<strong>da</strong>mentais, como o saneamento, para que a vi<strong>da</strong> urbana possa acontecer. Democratizar osinvestimentos urbanos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma peça fun<strong>da</strong>mental para aumentar a oferta <strong>de</strong> solo urbano e gerarum dos condicionantes para que a moradia possa ser produzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> maneira mais acessível para apopulação. E resolver esse problema <strong>de</strong> que quem está fora do mercado só tem acesso a moradia fora <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isso tem a ver com a questão <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> e com a questão ambiental, porque as pessoas queestão fora do mercado vão procurar moradia on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m, muitas vezes na beira do córrego e na área <strong>de</strong>mananciais.Uma boa política habitacional é uma política urbana capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratizar o solo urbano. E essa<strong>de</strong>mocratização passa tanto por uma vonta<strong>de</strong> política do governo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar os investimentos, fazercom que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> seja menos <strong>de</strong>sigual em termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mas também pela utilização dosinstrumentos que o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> prevê, que permitem cercear que o uso do solo baseadosimplesmente na lógica <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> <strong>da</strong> terra impeça que esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização ocorra.O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> está nas mãos dos governos locais, através <strong>de</strong> vários instrumentos que estãocolocados: direito <strong>de</strong> preempção, direito à superfície, parcelamento, edificação e utilização compulsórios.Todos os instrumentos que forçam a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> <strong>da</strong> terra a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> especular e colocar nomercado o solo urbano, que fica fora do mercado exatamente porque é muito valorizado. Trazem para opo<strong>de</strong>r público local uma força legal e técnica capaz <strong>de</strong> gerar uma política urbana nessa direção.Evi<strong>de</strong>ntemente, isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> também <strong>de</strong> expandir e consoli<strong>da</strong>r os direitos <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia nasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ou seja, isso na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> interessa às cama<strong>da</strong>s populares, à cama<strong>da</strong> trabalhadora, ao operariado eàs cama<strong>da</strong>s médias, interessa<strong>da</strong>s numa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, num outro tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que não seja essaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que oprime e que <strong>de</strong>gra<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. São essas forças que serão capazes <strong>de</strong> levar isso a diante.Porque as elites econômicas, já há muito, abandonaram a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira à sua própria sorte.O mais interessante é abrir a discussão sobre quais são os princípios que estão em jogo. O que está emdiscussão? Os instrumentos específicos do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e os <strong>de</strong>safios que ele vai trazer para nós.Tenho uma visão otimista do que tem acontecido em BH na última déca<strong>da</strong>. Um gran<strong>de</strong> exemplo quepo<strong>de</strong>mos citar <strong>de</strong> ter princípios <strong>de</strong> lei pegando é quando, por exemplo, a população do bairro 1º <strong>de</strong> Maiovem participar <strong>da</strong> I Conferência, do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Política Urbana e <strong>da</strong> II Conferência <strong>de</strong> PolíticaUrbana, trazendo essa discussão. Trata-se <strong>de</strong> um bairro em que os moradores gastaram déca<strong>da</strong>s paratransformar terra em solo urbano e, quando isso acontece, começam a chegar gran<strong>de</strong>s obras estruturantes,fazendo com que o bairro passe a ser objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo do empresariado imobiliário <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Essacomuni<strong>da</strong><strong>de</strong> vem trazer para a discussão do planejamento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como garantir a suapermanência, como fazer com que esse acesso seja garantido permanentemente.Nós que estamos vivendo na história <strong>de</strong> planejamento urbano recente <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com todos os problemasque a gente ain<strong>da</strong> tem, com todos os <strong>de</strong>safios que ain<strong>da</strong> estão pela frente, é uma história <strong>de</strong> algunsprincípios pegando. A lei <strong>de</strong> uso do solo e o Plano Diretor vêm, realmente, pegando, apesar <strong>de</strong> todos os<strong>de</strong>safios. E os princípios que foram discutidos aqui, esses princípios do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, vêm pegando.Vamos discutir nas conferências temáticas os <strong>de</strong>safios que estão postos e como os instrumentos doEstatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser utilizados, como po<strong>de</strong>mos nos apropriar <strong>de</strong>les nesse processo local.


54 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras2 - CICLO DE PALESTRASAgen<strong>da</strong> 21▪ ROBERTO MESSIAS FRANCO 6Vamos falar do significado, dos pontos importantes <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21, dos principais conceitos para umapolítica ambiental, para uma política urbana, para uma política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e,principalmente, vamos falar do que é essa Agen<strong>da</strong> 21. Afinal <strong>de</strong> contas, nunca é <strong>de</strong>mais retomar o que elasignifica, já que foi um processo preparatório para a conferência Rio 92, a Conferência <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>ssobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.Foi um processo <strong>de</strong> criação múltipla, <strong>de</strong> criação diplomática, do qual todos os cento e tantos paísespresentes na naquela Conferência participaram, através <strong>da</strong> representação <strong>de</strong> governos, <strong>de</strong> organizaçõesnão governamentais, <strong>de</strong> cientistas etc. O processo diplomático tem uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, e a Agen<strong>da</strong> 21teve um princípio básico, altamente arriscado na produção <strong>de</strong> um documento com algum conteúdocontextual, intelectual e i<strong>de</strong>ológico, que era, entre os diplomatas que estavam participando <strong>da</strong> conceituaçãoe <strong>da</strong> elaboração <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>, que qualquer ponto em relação ao qual uma única pessoa discor<strong>da</strong>sse, nãoentraria. Então, a Agen<strong>da</strong> teve que construir um consenso, um consenso <strong>de</strong> cento e tantos. Foi um exercíciomuito bom no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir os temas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma Agen<strong>da</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento parao século XXI, porque foi um processo <strong>de</strong>mocrático.Vamos passar alguns conceitos prévios, <strong>de</strong>pois um catálogo e uma itemização <strong>de</strong> temas que po<strong>de</strong>m serimportantes tanto para uma política municipal como estadual ou fe<strong>de</strong>ral, consi<strong>de</strong>rando meio ambiente,<strong>de</strong>senvolvimento e participação.Po<strong>de</strong>ríamos dizer que a Agen<strong>da</strong> é como as duas faces <strong>de</strong> uma mesma moe<strong>da</strong>, ou seja, pela primeira vez, setrabalhou conceitualmente num documento internacional on<strong>de</strong> o tema "<strong>de</strong>senvolvimento" não po<strong>de</strong> ser separado,não po<strong>de</strong> ser isolado <strong>da</strong> conservação <strong>de</strong> valores naturais e culturais: o que <strong>de</strong>strói um <strong>de</strong>strói o outro. Então,esse é um gran<strong>de</strong> aporte, um avanço no sentido <strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvimento não é uma coisa antagônica, separa<strong>da</strong>etc.Em que contexto apareceu essa Agen<strong>da</strong> 21 e como é que ela se fez? A Agen<strong>da</strong> 21 é uma <strong>da</strong>s três gran<strong>de</strong>s<strong>de</strong>liberações coletivas <strong>da</strong> Conferência Rio 1992, que vai ser reavalia<strong>da</strong> na Conferência Rio+10, emJoannesburgo, na África do Sul, em 2002. Vai chamar-se Rio+10 porque se vai avaliar o que foi proposto naAgen<strong>da</strong> 21: o que foi feito, o que se tornou reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que continua do jeito que estava antes e o que piorou,que países cumpriram os compromissos <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>, em quais <strong>de</strong>les houve avanços, em quais <strong>de</strong>les houveretrocessos. Por tudo isso é que a Agen<strong>da</strong> 21 é um marco importante na história do conceito, do i<strong>de</strong>ário para o<strong>de</strong>senvolvimento em meio ambiente na história mundial.Outro ponto importante também, reiterando mais uma vez a ligação com a Conferência <strong>de</strong> Política Urbana,é que tudo aquilo que é dito no nível global a gente po<strong>de</strong> aplicar localmente. Como se dá essa aplicaçãolocal dos pontos <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21, o que po<strong>de</strong>mos tirar como lição? Como ter na Agen<strong>da</strong> 21 uma referênciapara po<strong>de</strong>rmos avançar numa política urbana para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, com a integração na RegiãoMetropolitana e tudo mais?O primeiro ponto é um dos temas centrais que foram tratados na Conferência <strong>de</strong> 1992, que é a questão doambiente em <strong>de</strong>senvolvimento, ambiente em estilos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e a história <strong>da</strong> terra,principalmente no século XX.A primeira contribuição conceitual, teórica, foi a <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> cientistas <strong>de</strong> Massachussets, capitaneadopor Donella Meadows, uma cientista social importante. No mo<strong>de</strong>lo que o grupo <strong>da</strong> Donella Meadows fez apergunta básica era a seguinte: se o mundo continuasse parecido com os anos 80, quando globalizava-se aeconomia na medi<strong>da</strong> em que havia fluxos <strong>de</strong> recursos naturais, <strong>de</strong> comoddities <strong>de</strong> todos os países indopara as gran<strong>de</strong>s corporações, o que aconteceria? Então o grupo fez um mo<strong>de</strong>lo levando em conta cincoparâmetros: população, recursos naturais, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos per capita, produto industrial per capitae poluição produzi<strong>da</strong>.Nesse mo<strong>de</strong>lo, que estava pronto e elaborado na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 e <strong>de</strong>pois foi <strong>de</strong>talhado, o que acontecia? Sepegássemos os recursos naturais que existiam na terra, <strong>de</strong> maneira geral, nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 70, 80, essesrecursos estavam praticamente pouco usados: os estoques pesqueiros, os estoques <strong>de</strong> minerais, os estoques <strong>de</strong>terra, os estoques <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> solo fértil, <strong>de</strong> água etc. E se o <strong>de</strong>senvolvimento, o crescimento dos fluxoseconômicos mundiais continuassem naquele ritmo no século XXI até 2100, o que aconteceria? Haveria umaque<strong>da</strong>. E para a população, qual era a previsão? A população ia crescendo, até chegar por volta dos 10 ou 12bilhões <strong>de</strong> habitantes. No terceiro parâmetro – a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos per capita – haveria uma subi<strong>da</strong> inicial6 Geógrafo, doutor em Geografia e representante <strong>da</strong> União Mundial <strong>de</strong> Natureza <strong>da</strong> América do Sul.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 55com a melhor utilização <strong>de</strong> solo etc., <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sceria, com uma gran<strong>de</strong> fome, uma catástrofe <strong>de</strong> fome mundialpor volta <strong>de</strong> meados do século XXI. O produto industrial per capita também ia <strong>de</strong>spencar e chegar próximo <strong>de</strong>zero. Depois, viria a poluição, com uma <strong>de</strong>fasagem temporal em relação às outras variáveis, e cresceria porque aindústria ia se <strong>de</strong>senvolver muito, quer dizer, <strong>de</strong> novo, catástrofe/hecatombe por volta <strong>de</strong> meados do século XXI.Isso foi um quadro geral <strong>da</strong>s conclusões. E o que aconteceria em meados do século XXI? Uma gran<strong>de</strong> catástrofemundial, uma hecatombe. Então, temos que fazer alguma coisa, o que é?Já tinha havido, em 1972, a primeira Conferência sobre Meio Ambiente Humano, na Suécia, quando foi criado oPrograma <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o Meio Ambiente. Nessa época, a <strong>de</strong>legação brasileira foi lá <strong>da</strong>r vexame –um ministro chegou dizendo "bem vin<strong>da</strong>, poluição; venha para cá que aqui não tem problema, nós queremos écrescer e nos <strong>de</strong>senvolver " – mas, enfim, <strong>de</strong>pois disso, em 1973, o governo <strong>da</strong>qui reagiu e criou uma incipienteSecretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente, no nível nacional, que foi crescendo aos pouquinhos.Depois disso é que começou a ser construí<strong>da</strong> a idéia do que fazer. Era preciso mu<strong>da</strong>r os padrões <strong>de</strong>crescimento, era preciso levar em conta algumas variáveis, em especial a variável ambiental, o que seria,basicamente, uma racionalização do uso dos recursos, a diminuição <strong>da</strong> poluição e todo esse tipo <strong>de</strong> políticanova que, afinal, começou.E como é que se chamaria? qual seria o nome <strong>da</strong>do para isso? Para evitar um viés mais i<strong>de</strong>ológico, paraconseguir uma maior aceitação num universo <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, foi proposto o termo eco<strong>de</strong>senvolvimentoque, <strong>de</strong>pois, se consagrou finalmente no sistema <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s como <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.Esse termo, por um lado, tem a vantagem <strong>de</strong> colocar alguns valores adicionais à questão ambiental, como,por exemplo, a questão cultural e a questão social; por outro, <strong>de</strong>sconversa também, porque passa a sertudo, todo mundo é a favor do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, todo mundo acha ótimo: mas, e a prática, comoé que acontece?Aí já é uma coisa sobre a qual nós temos que, no nível local, nacional e global, também analisar e ver quaissão os tipos <strong>de</strong> avanço possíveis. Falar que é a favor <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável,hoje, todo mundo diz. Eu não conheço ninguém que diga que é contra o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nãoconheço ninguém contra o meio ambiente; ninguém diz isso, evi<strong>de</strong>ntemente, mas na hora <strong>da</strong>s práticaseconômicas, <strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong>senvolvimento é que nós temos que entrar na questão:quanto custa isso e quem é que paga? Como é que se sai <strong>de</strong> uma equação na qual qualquer empresa, equalquer empreendimento, interioriza o lucro e socializa o prejuízo para um mo<strong>de</strong>lo on<strong>de</strong>, se o lucro éprivatizado, então o custo também tem que ser?Entretanto, a Agen<strong>da</strong> 21 está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um marco. Eu coloquei alguns aqui que são interessantes paramostrar o seguinte: no mundo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1940, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1945, com o fortalecimento e o re<strong>de</strong>senho do sistema<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, existia uma série <strong>de</strong> marcos e convenções internacionais <strong>de</strong> caráter ambiental queeram específicos. Vários <strong>de</strong>sses marcos internacionais foram pan-americanos, como a criação <strong>da</strong>Organização Pan-americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que é anterior à própria Organização Mundial <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Depois,tem-se a Convenção sobre a Pesca <strong>da</strong> Baleia, a Proscrição <strong>de</strong> Experiências Nucleares, o Tratado <strong>de</strong>Cooperação Amazônica, no nosso âmbito aqui <strong>da</strong> América do Sul, o Protocolo <strong>de</strong> Montreal sobre a cama<strong>da</strong><strong>de</strong> ozônio, a Convenção <strong>de</strong> Basiléia sobre transportes e trânsito <strong>de</strong> resíduos perigosos e a questão <strong>da</strong>Antárti<strong>da</strong>, todos anteriores a 92. Ou seja, existiam vários tratados e convenções internacionais.Em 92, se <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ter tratados-marcos muito pontuais sobre temas específicos, e com poucos paísesinteressados, e se tentou chegar, então, a quais seriam os gran<strong>de</strong>s acordos internacionais que tinham quever com a questão do meio ambiente, a questão ambiental e o <strong>de</strong>senvolvimento, ao nível global. Portanto, aRio 92 teve três gran<strong>de</strong>s produtos. O primeiro <strong>de</strong>les é o convênio sobre a biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>biológica, em que os principais objetivos são a questão <strong>da</strong> conservação sustentável dos recursos genéticose o reconhecimento <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos países e dos lugares on<strong>de</strong> os recursos se encontravam, umanormatização <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isso tem a maior importância para o Brasil, um dos paísesmais biodiversos do mundo. Esse convênio foi aprovado em 92 e, posteriormente, passou por todo oprocesso <strong>de</strong> ser referen<strong>da</strong>do – assinaturas mínimas etc. – e, hoje, segue em marcha bastante razoável.Quando se reúnem as COPs , que são os “comitê <strong>da</strong>s partes” , <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>-se o que vai acontecer <strong>da</strong>qui para afrente, quais são as normas e os direitos sobre o uso <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> no nível mundial.Alguns países ficaram um pouco para trás: o Brasil, por exemplo, apesar <strong>de</strong> ter uma gran<strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>biológica ain<strong>da</strong> tem muito pouco <strong>de</strong> estratégia nacional para uso <strong>de</strong>ssa biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tivemos algumasiniciativas do próprio Governo Fe<strong>de</strong>ral, que criou um órgão para tratar <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Amazônica. Temcoisas, portanto, em que o Brasil <strong>de</strong>via estar muito mais adiantado e não está; e isso, no nível <strong>de</strong> estado, nonível <strong>da</strong> iniciativa local, é importante. A Costa Rica, por exemplo, pequeno e com pouca riqueza, criou uminstituto chamado INBIO para se relacionar com a MERCK ou qualquer outra gran<strong>de</strong> multinacional, o quenão é mesmo uma equação fácil, mas é melhor do que não ter nenhum marco legal anterior. Saber que abiodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica, pertence àquele lugar on<strong>de</strong> existe uma população que <strong>de</strong>ve terdireito a ela, direito ao recurso genético existente, como marco é uma coisa importante.Outro produto <strong>de</strong> 92, também, foi a Convenção <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre mu<strong>da</strong>nças climáticas. Agora o


56 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasgoverno Bush <strong>de</strong>u marcha ré, sendo contra o Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, apesar <strong>de</strong> o mundo inteiro reconhecerque é necessário diminuir a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono na atmosfera, que o que se gastava em1990, por exemplo, tinha que ser uma referência para começar a baixar e fazer com que a curva <strong>de</strong>mu<strong>da</strong>nças climáticas provoca<strong>da</strong>s pelo homem diminuísse. Então, o que aconteceu? No nível <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nçasclimáticas, o governo americano empacou, e está sendo prepara<strong>da</strong> uma reunião especial, porque chegounum nível em que os próprios EUA estão ficando sozinhos, vão ficar numa situação difícil do ponto <strong>de</strong> vistaeconômico, inclusive.Mas sobre as mu<strong>da</strong>nças climáticas, o que é importante? O combate, por termos uma menor queima <strong>de</strong>todos os tipos <strong>de</strong> combustível para fazer com que o clima não mu<strong>de</strong>, não aqueça as bolhas, como a “bolha<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>”, por exemplo. O uso racional dos energéticos é importante, os sistemas <strong>de</strong> transporte maiseconômicos são importantes porque nós somos parte <strong>de</strong> uma mu<strong>da</strong>nça climática global.Agora, evi<strong>de</strong>ntemente, o Brasil está numa situação cômo<strong>da</strong>, confortável, em termos <strong>de</strong> queimas <strong>de</strong>energéticos industriais. O nosso mo<strong>de</strong>lo energético é bom do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça climática, já quetem muito mais hidrelétrica do que termelétrica, mas é uma preocupação que temos que ter, e as naçõesindustrializa<strong>da</strong>s são, realmente, as que têm a maior responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nessa questão <strong>de</strong> queima <strong>de</strong>combustíveis fósseis. Mas o Brasil tem uma posição muito ruim, e é um dos vilões a nível mundial, quandose fala <strong>de</strong> queima <strong>de</strong> florestas e, portanto, <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> Monóxido <strong>de</strong> Carbono na atmosfera,provocando alterações. Nossa pequena contribuição, na questão <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas, começa a sergran<strong>de</strong> quando se queima a Amazônia, por exemplo.O terceiro documento foi a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> princípios sobre as florestas. A <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> princípios é umabeleza mas continuam queimando. Então, não tem muito valor.Então, <strong>de</strong>pois dos dois primeiros documentos citados, teve outro documento importante: a Agen<strong>da</strong> 21. Oque é a Agen<strong>da</strong> 21? Como eu disse no princípio, é um gran<strong>de</strong> livro, é uma gran<strong>de</strong> lista <strong>de</strong> temas, <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s temas ambientais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em geral, que se divi<strong>de</strong> em quatro gran<strong>de</strong>s blocos ousessões.Nos 40 capítulos, tem uma primeira sessão, que se chama <strong>de</strong> Dimensões Econômicas Sociais. Essa, docapitulo 2 até o capitulo 8, abor<strong>da</strong> os gran<strong>de</strong>s problemas que existem – combate a pobreza, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mu<strong>da</strong>nças – e o que é necessário – ações que seriam necessárias para se promover <strong>de</strong>senvolvimento,integração com o meio ambiente etc. A segun<strong>da</strong> sessão, a segun<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21, é aquela que falasobre os recursos. O que tem que ser protegido basicamente? Com quais problemas nós temos que nospreocupar? A terceira sessão é o fortalecimento dos grupos principais: quais são os grupos, quais são ossegmentos <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, no caso <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 no nível global, qual é o papel que ca<strong>da</strong> um tem.Depois, chegamos ao capítulo 4, que seria o dos meios <strong>de</strong> implementação: como fazer para implementar aAgen<strong>da</strong>?A Agen<strong>da</strong> 21 teve um problema evi<strong>de</strong>nte, e que era <strong>de</strong> se esperar na época: é que tem uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> tãogran<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas a serem corrigi<strong>da</strong>s, a serem arruma<strong>da</strong>s no contexto global, que, colocando os preços emca<strong>da</strong> ação prioritária, chegou-se a 80 bilhões. 80 bilhões: <strong>de</strong> on<strong>de</strong> tirar isso? Apareceu a seguinte proposta:ca<strong>da</strong> um dos países <strong>de</strong>senvolvidos, e mais ricos portanto, <strong>de</strong>stinasse 0,7% do seu PIB para apoio às ações<strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 nos países mais pobres ou em <strong>de</strong>senvolvimento. Foram cento e sessenta e tantos paísesque assinaram, mas apenas quatro cumpriram. Ou seja, quando tem um custo financeiro, fica bem maisdifícil, bem mais complicado.Quando se pensa no que fazer para aterrizar com essa Agen<strong>da</strong> 21 no nível local, quais os pontosinteressantes, importantes? O combate à pobreza, que é evi<strong>de</strong>nte, não é preciso dizer mais na<strong>da</strong>, é umacoisa que se auto explica, e a mu<strong>da</strong>nça nos padrões <strong>de</strong> consumo, que é liga<strong>da</strong> ao nosso consumoenergético.Nós temos um padrão <strong>de</strong> consumo que leva uma parte <strong>da</strong> população a ser extremamente <strong>de</strong>sperdiçadora eoutra parte a viver na miséria, e não somos capazes <strong>de</strong> fazer uma distribuição <strong>de</strong>sse gasto energético queé, afinal, um retrato, um indicador do impacto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> humana sobre o ambiente on<strong>de</strong> ela vive. Se nósvivemos em um ambiente e transformamos pouco esse ambiente, nós temos um gasto energético menor.Então, o crescimento <strong>de</strong>mográfico po<strong>de</strong> ser o principal responsável por um gran<strong>de</strong> impacto: o gasto <strong>de</strong> umapessoa po<strong>de</strong> eqüivaler a 30, 40, 50 em outras civilizações, em outros tipos <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>consumo.E é esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> consumo que nós <strong>de</strong>vemos questionar, em qualquer tipo <strong>de</strong> aglomeração, em qualquerpolítica pública, porque significa consumo <strong>de</strong> energia, <strong>de</strong> materiais, e temos que pensar em como fazer parareverter, para equacionar esse tipo <strong>de</strong> problema.Então, como é que uma política pública municipal, po<strong>de</strong> ter algum tipo <strong>de</strong> influência sobre o padrão <strong>de</strong>consumo?Quando nós pegamos, por exemplo, a política <strong>de</strong> transporte, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> transportepúblico eficiente, isso tem um efeito que atinge a questão <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong>


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 57consumo energético.Um pequeno parêntese: a única vantagem <strong>de</strong>ssa crise energética, <strong>de</strong>sse racionamento, foi que nós nos<strong>de</strong>mos conta <strong>de</strong> que <strong>de</strong>sperdiçávamos muita energia. Em compensação, passar o mo<strong>de</strong>lo energéticobrasileiro, que é baseado em hidrelétricas, para termelétricas, comprando gás e petróleo, é <strong>de</strong> umaestupi<strong>de</strong>z absur<strong>da</strong>.Na questão do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável dos assentamentos humanos, a Agen<strong>da</strong> 21 tem um capítulomuito interessante sobre o que são os assentamentos humanos do século XX, já que, no início <strong>de</strong>steséculo, não tinha elevador, não tinha bomba d’água, não tinha na<strong>da</strong> disso. Então, teve uma mu<strong>da</strong>nça muitogran<strong>de</strong>.Aqui, no caso <strong>da</strong> nossa Região Metropolitana, o que houve foi a explosão <strong>de</strong>mográfica, com a “inchação” <strong>de</strong>BH, e os problemas todos se refletem na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, hoje, por causa disso. Tem uma frase interessantetambém, <strong>de</strong> Ignacy Sachs, que eu cito, que é “as periferias, as regiões tão <strong>de</strong>ser<strong>da</strong><strong>da</strong>s, em muitos lugaresse tornam purgatórios”, quer dizer, nós temos que esvaziar esse purgatório, nós temos que transformaressas regiões to<strong>da</strong>s, to<strong>da</strong> a periferia <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em alguma coisa que tenha a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>que a gente quer no mo<strong>de</strong>lo proposto na Agen<strong>da</strong> 21.A gran<strong>de</strong> novi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 é que se tenta calcular a evolução do impacto ambiental, além do impactoeconômico puro.O que fala a Agen<strong>da</strong> 21 sobre a questão dos recursos para o <strong>de</strong>senvolvimento?Proteção <strong>da</strong> atmosfera: os mais velhos se lembram quando tinha a Manesmann, que poluiu, que era aquelafumaceira <strong>da</strong>na<strong>da</strong>, mas, mesmo sem isso hoje em BH, a questão <strong>da</strong> poluição do ar continua um problema.Quem é que nunca tomou uma bafora<strong>da</strong> boa <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas vans envenena<strong>da</strong>s, por exemplo? Isso é,portanto, uma coisa <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21 que po<strong>de</strong> ser trazi<strong>da</strong> para o nível local.Além disso, tem a abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres, douso do solo, do uso <strong>da</strong>s parcelas <strong>de</strong> solo que ain<strong>da</strong> existem.Depois, a gente chega no combate ao <strong>de</strong>sflorestamento; no caso <strong>de</strong> BH, no caso do município, eu acho quenós temos que ter uma visão um pouco maior, porque o nosso município, já está praticamente com o solourbano esgotado em termos <strong>de</strong> utilização, mas temos que integrar, fazer uma gran<strong>de</strong> integração <strong>da</strong> áreapreserva<strong>da</strong> do município com a região metropolitana, que ain<strong>da</strong> tem algumas riquezas, alguns patrimôniospreservados, inclusive, por exemplo, a APA Sul.Tem, ain<strong>da</strong>, o manejo <strong>de</strong> ecossistemas frágeis que não se aplica a nós. Depois, o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável <strong>de</strong> montanhas que vale para nós em Minas Gerais: aliás, 2002 é o ano mundial <strong>da</strong>s montanhas.Vamos fazer alguma coisa com a Serra do Curral, vamos fazer alguma coisa aqui, um evento que sejamarco do que significa montanha, serra, isso tudo para nós.O <strong>de</strong>senvolvimento agrícola e sustentável tem pouco a ver conosco, assim como a conservação <strong>da</strong>diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica, o manejo <strong>da</strong> biotecnologia e a proteção dos oceanos e mares.E chegamos, então, aos capítulos 18, 19 e 20, que tratam a questão dos recursos hídricos, dos critérios <strong>de</strong>manejo e uso dos recursos hídricos. A Agen<strong>da</strong> 21 é um manancial <strong>de</strong> boas idéias na questão <strong>de</strong> recursoshídricos, e BH tem um papel e uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental com a bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas, através<strong>de</strong>ssas duas contribuições que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dá, em esgoto, para o rio <strong>da</strong>s Velhas através do Pampulha/Onça edo Arru<strong>da</strong>s. A questão do PROPAM, a recuperação <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha, é complica<strong>da</strong>, envolve doismunicípios, BH e Contagem, mas é preciso usar os princípios do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>21, especialmente <strong>de</strong>vido à inserção <strong>de</strong> BH na bacia do Velhas, na bacia do São Francisco.Nos capítulos 20, 21 e 22, temos a questão dos resíduos sólidos. O esgoto é tratado <strong>de</strong> maneira muitosuperficial na Agen<strong>da</strong> 21, <strong>de</strong> maneira geral, e é um problema sério essa questão <strong>da</strong>s estações <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> esgoto, a carência disso, a carga <strong>de</strong> esgoto joga<strong>da</strong> in natura, e não há <strong>de</strong> ser uma estação <strong>de</strong>tratamento primário que vai resolver. Tem que ser mais sério isso e ver qual o efeito real. Hoje, em MinasGerais, o nível <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto é <strong>de</strong> 1%, quer dizer, 0,8%: 99% é lançado in natura nos rios. MinasGerais está entre os piores estados <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração, neste aspecto.O Paraná tem 27%, então, já é melhor. Chegar aos 100% não vai ser possível, mas tem que ser umapreocupação, inclusive <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> com os outros municípios: BH joga o esgoto todo em cima <strong>de</strong> Sabará,Santa Luzia... Está certo isso? Qual o mecanismo <strong>de</strong> compensação que tem que ser estabelecido? Como é queisso tem que ser colocado no preço do <strong>de</strong>senvolvimento, no preço do crescimento <strong>da</strong> própria capital, para nósexercermos soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> com as outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s?Quando a Agen<strong>da</strong> fala do manejo <strong>de</strong> resíduos perigosos, tem os resíduos sólidos perigosos e <strong>de</strong>pois omanejo <strong>de</strong> resíduos radioativos.De certa maneira, a reflexão que merece ser feita nessa Conferência <strong>de</strong> Política Urbana é a questão do lixo<strong>de</strong> BH e a aplicação dos três princípios do lixo: reduzir, reutilizar, reciclar. Como é que é tratado isso? Quaissão os avanços que se tem em todos os casos, na coleta seletiva e na própria opinião pública <strong>da</strong> coleta, do


58 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasreúso e, principalmente, que esforços têm sido feitos, em qualquer nível <strong>da</strong> população, para diminuir o nível<strong>de</strong> resíduos sólidos produzidos, <strong>de</strong> embalagens, por exemplo? Algum <strong>de</strong> nós faz alguma coisa paraminimizar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo que produz? A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem uma política <strong>de</strong> administração <strong>de</strong>ssesrecursos? Qual é a política para repensar e ampliar as políticas <strong>de</strong> reciclagem e <strong>de</strong> reúso?Não vamos entrar no <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> resíduos radioativos, mas se nós não temos Angra I, Angra II e Angra III,temos as pequenas microfontes que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as antenas e pára-raios radioativos, que foram , duranteuma época, produzidos e jogados fora.E <strong>de</strong>pois, então, chegamos ao papel dos grupos sociais, dos diferentes grupos sociais. Quem são, afinal, osatores, como é que são, para trabalhar em qualquer nível, do local até o global, para que a Agen<strong>da</strong> 21 sejaum instrumento <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça. O que é organização para a mu<strong>da</strong>nça? A mu<strong>da</strong>nça significa, por um lado,saber on<strong>de</strong> estamos e para on<strong>de</strong> queremos ir, e como fazer com que isso seja uma força, uma pressãosocial. Essa Conferência é uma excelente oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para esses grupos todos que estão aqui. A mulher:qual é a posição <strong>da</strong> mulher no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> BH? As organizações não governamentais sãoparceiras? Como torná-las parceiras? As iniciativas <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, o papel dos trabalhadores e dosseus sindicatos e, finalmente, indústria, comércio, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica e agricultores.Por último, vem a questão dos meios <strong>de</strong> implementação. Queremos implantar, realmente, uma Agen<strong>da</strong> 21,uma agen<strong>da</strong> com essas preocupações to<strong>da</strong>s que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s para BH? Quais seus recursos,quanto ela vai custar, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é que vamos tirar esses recursos? Isso é importante para não ficar só nonível do geral, <strong>da</strong> conversa, e para que, <strong>da</strong>qui a <strong>de</strong>z anos, não se diga que não aconteceu na<strong>da</strong>.Agen<strong>da</strong> Habitat▪ FLÁVIA BRASIL 7A palestra está estrutura<strong>da</strong> em três blocos diferentes:– primeiro, não há como falar <strong>da</strong> Habitat sem se remeter ao processo político, ao próprio processo <strong>da</strong>conferência, o processo preparatório e os <strong>de</strong>sdobramentos que, no caso <strong>da</strong> Habitat, já se teveIstambul+5 exatamente esse ano, em junho;– segundo ponto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse processo político, estaria abor<strong>da</strong>ndo a questão do conteúdo <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>,pinçando mais as coisas que teriam uma interface maior com a política urbana;– e em terceiro lugar, procurar fazer uma articulação com a questão <strong>da</strong> política urbana municipal, aarticulação dos temas <strong>da</strong> conferência com isso.Para introduzir o tema <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat a primeira questão é falar <strong>de</strong> um dos gran<strong>de</strong>s processos <strong>de</strong>transformação do século passado, que é exatamente o processo muito intenso, muito rápido, <strong>de</strong>urbanização. Na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do século o mundo se urbanizou em gran<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> – no casobrasileiro, em 1950 30% <strong>da</strong> população era urbana e chegamos ao final do século com 80% <strong>da</strong> populaçãovivendo nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A questão dos assentamentos humanos vira um tema global à medi<strong>da</strong> que, na época <strong>da</strong> Habitat 96, se tinhaum bilhão <strong>de</strong> pessoas, e isso consta <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>, sem moradia a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, que dizer, morando sem ter infraestruturae saneamento. Na época <strong>da</strong> conferência, Ana Clara Torres cunhou uma expressão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>valia, que po<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s periféricas, “urbanização sem urbani<strong>da</strong><strong>de</strong>”, vivencia<strong>da</strong> no nossocotidiano na falta <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, mas sobretudo, na exclusão silenciosa, nas várias formas <strong>de</strong>exclusão, na dimensão que a questão <strong>da</strong> pobreza toma nas nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e na própria segregaçãosocioespacial.O tema dos assentamentos humanos se configura sim como uma questão global, mais perversa no casobrasileiro em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> própria atuação fe<strong>de</strong>ral que, em algum momento dos anos 80, simplesmente fechaa porta e joga a chave pela janela. Quer dizer, tem-se um vácuo ai, na área fe<strong>de</strong>ral, em termos <strong>de</strong> políticasurbanas implicando, inclusive, no nosso processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização extremamente perverso, porquesimplesmente passou to<strong>da</strong>s as atribuições para os municípios sem ter conseguido estabelecer um impactosolidário entre as esferas <strong>de</strong> governo.Então, nesse contexto, o que é a Agen<strong>da</strong> Habitat?A lógica <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> é a mesma <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21: a Agen<strong>da</strong> habitat é o produto <strong>da</strong> conferência <strong>de</strong>assentamentos humanos que aconteceu em 96 – a segun<strong>da</strong> conferência, porque aconteceu uma primeiraem Vancouver em 76, quando a problemática urbana tinha outra dimensão e as Nações Uni<strong>da</strong>s,especialmente nos anos 90, adotaram essa estratégia <strong>de</strong> conferências temáticas globais sobre temascríticos.Uma questão fun<strong>da</strong>mental, e que no caso brasileiro tem certa relevância, é a questão do processo <strong>de</strong>7 Arquiteta, especialista em Urbanismo, professora <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Governo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção João Pinheiro e coor<strong>de</strong>nadora do Núcleo <strong>de</strong>Pesquisa do Curso <strong>de</strong> Arquitetura e Urbanismo <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Metodista isabela Hendrix.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 59preparação <strong>de</strong>ssas conferências. Na conferência já se chega com um esboço <strong>de</strong> documento que é o quevai constituir, <strong>de</strong>pois, a Agen<strong>da</strong>, ou seja, no caso <strong>da</strong> Habitat, tivemos um processo aqui <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> doisanos <strong>de</strong> preparação, tendo começado em agosto <strong>de</strong> 94. Nesse momento, em agosto <strong>de</strong> 94, o governobrasileiro constituiu um comitê <strong>de</strong> <strong>de</strong>z enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s não governamentais que teriam como incumbência adinâmica <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat, já que a Agen<strong>da</strong> Habitat é a agen<strong>da</strong> global, mas ca<strong>da</strong> governo teria quechegar em Istambul com o seu plano <strong>de</strong> ação para assentamentos humanos.Esse comitê, então, teria qual atribuição? A <strong>de</strong> elaborar esse plano global <strong>de</strong> ação, um plano <strong>de</strong> ação para10 anos. Esse momento preparatório foi um período bastante interessante, porque foi um momento <strong>de</strong> muitamobilização em torno <strong>de</strong>ssas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, além do próprio processo oficial que era articulado através <strong>de</strong>seminários; tinha-se uma série <strong>de</strong> eventos paralelos, dos quais, com certeza, alguns <strong>de</strong> vocês chegaram aparticipar ou <strong>da</strong>s ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s oficiais ou paralelas, para fazer o Plano <strong>de</strong> Ação.No saldo, o Plano <strong>de</strong> Ação que o governo apresentou ficou completamente aquém <strong>da</strong>s expectativas docomitê e não conseguiu incorporar as contribuições <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, <strong>da</strong>quelas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que integravamo comitê, <strong>de</strong> forma que foi rejeitado. Foi rejeitado, criou-se o impasse e, no fim, em face <strong>da</strong> mobilização quejá existia <strong>da</strong>ndo a maior visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a questão dos assentamentos humanos, o que ocorreu foi queacabou acontecendo uma gran<strong>de</strong> conferência, às vésperas <strong>da</strong> Habitat, no Rio, congregando sessentaenti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, associações, movimentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil. O plano foi recalibrado, foi melhorado, mas ain<strong>da</strong>assim ficou aquém.Na conferência em si, na Habitat, pela primeira vez, teve um fórum não governamental, oficialmenteinstituído ao lado do fórum oficial. Fórum oficial, então, é aquele momento em que você tem um documentobase e, no jogo diplomático que se segue, com uma série <strong>de</strong> rituais e <strong>de</strong> regras, no momento dos acertosfinais, se está negociando arestas e gran<strong>de</strong>s eixos <strong>de</strong> conflito.No caso <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat, para <strong>da</strong>r um exemplo, uma <strong>da</strong>s questões mais controversas foi a questão dodireito à moradia. E, vejam bem, o direito à moradia já estava estabelecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>claração dos direitoshumanos, em 1948, como direito humano.Na seqüência na própria Agen<strong>da</strong> 21 ele aparece como direito e na Habitat virou um tema <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>controvérsia com, exatamente, Japão e EUA batendo contra a referência <strong>de</strong>sse direito como um direito civil,porque, e aí vem um ponto muito importante, o grau <strong>de</strong> comprometimento que os países vão ter com aAgen<strong>da</strong> que é o produto <strong>da</strong>quela conferência. Tem gente que na<strong>da</strong> vai fazer; alguns países, como o própriocaso do Brasil, voltam para casa com a Agen<strong>da</strong>, colocam na gaveta, e assunto encerrado. Enfim, no casodo direito à moradia, a questão foi resolvi<strong>da</strong>, o conflito foi resolvido, colocando-se esse direito como direitosocial e <strong>de</strong>stacando a sua implementação progressiva.Bom, aí se po<strong>de</strong> perguntar: "Bem, se não tem um compromisso efetivo, qual a natureza do compromissodos países com o conteúdo <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong>, a natureza do compromisso ali assinado? O Brasil é signatário, ocompromisso ético e político é um compromisso legal, como acontece no caso <strong>de</strong> algumas convenções?”Ain<strong>da</strong> assim são muito importantes todos os avanços, porque a Agen<strong>da</strong> tem princípios, compromissos,metas e, no caso <strong>da</strong> Habitat, inclusive linhas <strong>de</strong> ação.Então é muito importante todo e qualquer avanço. O direito, a reafirmação dos direitos inclusive, são pontosimportantes, só que no caso brasileiro acabam se tornando simplesmente um ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>. Ou seja,eles não são um ponto <strong>de</strong> chega<strong>da</strong>, a questão não está acaba<strong>da</strong>, são a estaca zero. É o ponto <strong>de</strong>realmente começar a lutar, batalhar <strong>de</strong> alguma forma para essa concretização. E <strong>de</strong> fato, passaram-se 5anos e muito pouco foi feito em termos <strong>da</strong> execução, <strong>da</strong> implementação do Plano <strong>de</strong> Ação brasileiro.Agora, sintomaticamente, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tramitava <strong>de</strong> gaveta em gaveta, adormecido nasgavetas do Congresso por mais <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>, acabou sendo aprovado exatamente no mesmo momento,um mês após a sessão especial <strong>da</strong> ONU, a Stambul+5, em junho último.E qual foi a idéia <strong>de</strong>ssa sessão? De chegar em todos os países que assinaram esses compromissos, quesão signatários <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat e, <strong>de</strong> alguma maneira, prestar contas, avaliar como estavam seusprocessos nacionais, quer dizer, o que foi implementado <strong>de</strong> seus planos <strong>de</strong> ação.O processo preparatório, <strong>de</strong>ssa vez, foi rápido. Tinha-se um ano e meio mas o governo fe<strong>de</strong>ral optou porutilizar apenas cinco meses e instituiu <strong>de</strong> alguma forma um comitê com representação restrita <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>civil e, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a expectativa era simplesmente <strong>de</strong> encaminhar o mais rápido possível aquele relatório<strong>de</strong> revisão.Nesse workshop, o que ficou evi<strong>de</strong>nte é que foi um momento <strong>de</strong> críticas pesadíssimas à própria ausência<strong>de</strong> políticas urbanas fe<strong>de</strong>rais, <strong>de</strong> cobrança em relação ao Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: estávamos na etapa zero.Muitas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s tentaram implementar alguns instrumentos <strong>de</strong> política urbana previstos na constituição e àsvezes perdiam na justiça, como é o caso do IPTU progressivo <strong>de</strong> Porto Alegre. Então o momento <strong>de</strong>discussão do workshop foi exatamente o momento <strong>da</strong> cobrança e, também, <strong>de</strong> críticas muito pesa<strong>da</strong>s aorelatório <strong>de</strong> avaliação.


60 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasO relatório <strong>de</strong> avaliação era uma peça muito engraça<strong>da</strong>, porque efetivamente na<strong>da</strong> foi feito <strong>de</strong> cinco anospara cá, mesmo em relação ao precário Plano <strong>de</strong> Ação Governamental. De alguma forma o relatório teveque pinçar experiências municipais, <strong>de</strong> BH, inclusive, <strong>de</strong> Santo André etc., e encher <strong>de</strong> caixinhas: se o temaera habitação, em BH tinha um programa <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> favelas. Entretanto, no nível fe<strong>de</strong>ral se tinhaum vácuo. Então esse relatório foi recosturado e apresentado na Istambul+5.Nessa fase, essas poucas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s integrantes do comitê também se alinharam, se organizaram, inclusivepressionando o governo fe<strong>de</strong>ral em relação à aprovação do Estatuto, com um argumento bastante plausíveldo tipo "Espera ai, vocês vão chegar em Nova York para essa reunião <strong>de</strong> avaliação com as mãos vazias<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cinco anos: uma lei que estava no congresso, continua no congresso!". De alguma forma, isso éavaliado especialmente pelo fórum <strong>de</strong> reforma urbana, e pela OAB, como um dos elementos propulsores,querendo sair <strong>da</strong> gaveta – o que mostra, <strong>de</strong> alguma forma, que esses processos, às vezes, vão ter algumrebatimento nas dinâmicas e nos processos internos, nacionais.Passando à Agen<strong>da</strong> em si, vamos <strong>de</strong>stacar apenas os pontos <strong>de</strong>la.A Agen<strong>da</strong> tem uma estrutura um pouco diferente <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21, pegando três gran<strong>de</strong>s temas, três gran<strong>de</strong>seixos:– um <strong>de</strong>les é o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável para os assentamentos humanos num mundo emurbanização; quer dizer, falar em <strong>de</strong>senvolvimento sustentável articulando aquilo com o processo <strong>de</strong>urbanização;– tema 2, habitação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para todos;– e o tema 3, a questão <strong>da</strong> participação, junto com a capacitação dos diferentes atores exatamente paraessa participação, para a gestão compartilha<strong>da</strong>, para a co-gestão.Desses temas, vai se abor<strong>da</strong>r algumas coisas que vão ter uma interface maior, compromissos, metas eindicações <strong>de</strong> ações.Primeiro, a relação com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. O <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, na <strong>de</strong>finição queaparece na Agen<strong>da</strong> Habitat, pressupõe que você realmente tem que estar <strong>de</strong>ixando os recursos, tanto paraa geração que está hoje aqui, quanto para as gerações que virão <strong>de</strong>pois. Mas o foco <strong>da</strong> preocupação vaiser assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento econômico, as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego e o progresso social emharmonia com o meio ambiente. Então, em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável dos assentamentoshumanos, os compromissos estabelecidos no momento <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat foram, por exemplo,assentamentos socialmente integrados, o que pressupõe pensar inclusive em saú<strong>de</strong>, educação, assistênciasocial e todos esses serviços, acesso à infra-estrutura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, à uma infra-estrutura integra<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>sas suas dimensões.A urbanização dos assentamentos está canalizando investimentos para a produção. Um ponto importanteseria integrar os planejamentos, tanto o planejamento para moradia, para transporte, para emprego, para oambiente e para infra-estrutura. Então isso parte <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração entre as políticas.Combate à segregação e às formas <strong>de</strong> exclusão: <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse tema, um subtema seria a questão <strong>da</strong>erradicação <strong>da</strong> pobreza e o <strong>de</strong>senvolvimento social. Nesse caso as diretrizes, os compromissos, parte<strong>de</strong>les, vão estar transcen<strong>de</strong>ndo completamente a escala <strong>de</strong> atuação do po<strong>de</strong>r local, vão estar pressupondodiretrizes macroeconômicas, políticas fe<strong>de</strong>rais numa outra escala. Para o po<strong>de</strong>r local, a gente po<strong>de</strong>ria estarenfatizando a questão do fortalecimento <strong>da</strong>s pessoas que vivem em situação <strong>de</strong> pobreza, a redução <strong>da</strong>s<strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s e o aumento <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em todos os sentidos, <strong>de</strong> acesso aos recursos, a empregos eren<strong>da</strong>.A Agen<strong>da</strong> vai <strong>de</strong>stacar, em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos governos.Então, por exemplo, e puxando mais coisas aplicáveis aos governos locais, a questão <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong>sparcerias é muito enfatiza<strong>da</strong> na Agen<strong>da</strong> Habitat, nessas Agen<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, e aí parcerias com asocie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, com o setor privado, com as organizações não governamentais e com agênciasmultilaterais, por que a Agen<strong>da</strong> vai reconhecer o governo local como capaz <strong>de</strong> estabelecer parcerias. Para apromoção <strong>da</strong> integração social, e aí aparece novamente a questão <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os governos teriamque gerar oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso à terra, acesso ao crédito, acesso à educação, à formação, àtecnologia, aos serviços, à proteção dos direitos básicos dos trabalhadores e isso já vai lá para a esferafe<strong>de</strong>ral.Habitação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, que é outro eixo, é conceituado na Agen<strong>da</strong> em momentos diferentes e dá para puxarduas gran<strong>de</strong>s vertentes. De um lado, a habitação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> se refere às próprias condições construtivas:que tenha segurança, que tenha privaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que seja mais do que um teto. De outro lado, a dimensão quenos interessa bastante aqui, no âmbito <strong>de</strong>ssa conferência, que é a dimensão urbana: <strong>de</strong> acesso à infraestrutura,a saneamento. Habitação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> compreen<strong>de</strong> todos esses direitos.Outro ponto que está presente em vários momentos <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> é a questão <strong>da</strong> proteção dos gruposvulneráveis, com ênfase até para as mulheres e para os grupos que estão em alguma situação <strong>de</strong> risco, <strong>de</strong>


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 61fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, e a Agen<strong>da</strong> indica uma série <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s como, por exemplo, revisar normase regulamentos, para garantir um acesso mais fácil dos grupos vulneráveis às políticas e aos programaspúblicos.Outro item examinado à parte é a questão do acesso a terra e <strong>da</strong> segurança jurídica, on<strong>de</strong> vai-se apontar<strong>de</strong>s<strong>de</strong> campanhas educativas em relação aos direitos que a população tem <strong>de</strong> permanecer nos locais, até arevisão dos sistemas normativos <strong>da</strong> legislação, enfatizando a questão dos programas <strong>de</strong> regularização.Um ponto que é bem explorado é exatamente o <strong>de</strong> como intervir numa dinâmica do mercado <strong>de</strong> terras <strong>da</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Como intervir basicamente no funcionamento do mercado <strong>de</strong> terras e no uso e ocupação do solo.Vou pinçar, também, algumas questões que remetem aos instrumentos <strong>de</strong> planejamento.Vamos chamar a atenção para: <strong>de</strong>scentralizar as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, estabelecer programas <strong>de</strong> capacitação,promover inventários <strong>de</strong> terras públicas, porque as terras públicas nem sempre são conheci<strong>da</strong>s e utilizar omáximo <strong>da</strong> infra-estrutura existente. Isso já é uma diretriz aqui do Plano Diretor e <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso do Solo <strong>de</strong>BH, mas é uma recomen<strong>da</strong>ção: utilizem o máximo <strong>da</strong> infra-estrutura existente, a<strong>de</strong>nsando mais as áreas emque você tem maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura, pois isso garante um aproveitamento social <strong>da</strong> terraurbana.Finalmente, é <strong>de</strong>stacado o fortalecimento do po<strong>de</strong>r local, inclusive do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> recursos, do ponto<strong>de</strong> vista institucional, que é uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por exemplo, no nosso país, em que a <strong>de</strong>scentralização nãoocorreu <strong>de</strong> uma forma solidária, simplesmente passou-se a bola para o município, sem mecanismos <strong>de</strong>cooperação. Participação popular, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e transparência são assinalados como os princípiosfun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> atuação dos governos locais. A Agen<strong>da</strong> Habitat recomen<strong>da</strong> que os governos locais elaboremas suas próprias Agen<strong>da</strong>s Habitats locais. De fato, isso tem acontecido com a Agen<strong>da</strong> 21, com certafreqüência, às vezes, inclusive, com apoio, por exemplo, aqui em Minas, dos órgãos estaduais, que vãoestimular os municípios a fazerem as Agen<strong>da</strong>s 21 locais com a participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. No caso <strong>da</strong>Agen<strong>da</strong> Habitat, isso não está acontecendo.O que tem que ser <strong>de</strong>stacado é que, por exemplo, to<strong>da</strong> essa ro<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong> Conferência <strong>de</strong> Política Urbana, nãoseria radicalmente diferente <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma Agen<strong>da</strong> Habitat local. Esse processo guar<strong>da</strong> algumassemelhanças com o que seria o processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma Agen<strong>da</strong> Habitat local, embora, obviamente,a Agen<strong>da</strong> Habitat local tivesse que se centrar nos eixos temáticos <strong>da</strong> própria Agen<strong>da</strong>, mas o processo emsi, é por aí.Agora, quando se analisa como um todo as ações previstas na Agen<strong>da</strong> Habitat, os princípios, oscompromissos, no caso específico <strong>de</strong> BH e <strong>de</strong> outros governos locais, o que se vai se ter?Em termos <strong>de</strong> instrumentos postos no jogo, cinco anos <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> conferência, se a gente analisa quais sãoos instrumentos <strong>de</strong> gestão, quais são os programas colocados, eles são muito convergentes com o que aAgen<strong>da</strong> Habitat coloca, isso só para pinçar uma ou outra coisa.A questão <strong>da</strong> participação popular, que vai se <strong>da</strong>r em diferentes níveis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o OP, que é muito importantepor <strong>de</strong>finir recursos, até as conferências, conselhos etc. Isso é um dos “corações” <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat, umdos temas centrais e que <strong>de</strong> alguma maneira tensionam o planejamento.O outro ponto seria, por exemplo, o que BH já tem, que é um sistema <strong>de</strong> indicadores. Isso é uma coisamuito <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> na Agen<strong>da</strong>. Não basta simplesmente você implementar políticas públicas, você tem que,<strong>de</strong> alguma maneira, acompanhar para ver como aquilo está se processando. Aqui, em BH, já se tem tanto oIQVU quanto o IVS, além <strong>da</strong> legislação <strong>da</strong>qui, que já incorpora alguns compromissos, alguns instrumentosque, por exemplo, são recomen<strong>da</strong>dos como ações na Agen<strong>da</strong> Habitat. Existem <strong>de</strong>terminados instrumentosurbanísticos que aparecem ali, como recomen<strong>da</strong>ção, que aqui já são utilizados.O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para pensar a política urbana é muito menos pelos caminhos, pelos instrumentos. O<strong>de</strong>safio maior está muito mais no sentido <strong>da</strong> universalização, <strong>da</strong> extensão <strong>de</strong> todos esses direitos, dopróprio direito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com tudo que ele representa. Quer dizer, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio estaria no sentido <strong>da</strong>universalização, <strong>da</strong> ampliação o que acaba esbarrando na questão do limite <strong>de</strong> recurso dos po<strong>de</strong>res locais.O capítulo que finaliza a Agen<strong>da</strong> Habitat é sobre a questão <strong>da</strong> participação, que <strong>de</strong> alguma forma é umcaminho <strong>de</strong> mão dupla porque, do ponto <strong>de</strong> vista governamental, pressupõe que o governo crie espaços <strong>de</strong>participação, espaços efetivos em que você tenha, realmente, po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório mas, ao lado disso, do lado<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, pressupõe que essa participação aconteça <strong>de</strong> uma forma realmente propositiva,procurando avançar na busca <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais justas, mais <strong>de</strong>mocráticas, mais sustentáveis – o que era aplataforma <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> na ocasião do processo preparatório <strong>de</strong> fato.


62 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras▪ IRACEMA GENEROSO BHERING 8Mediadora <strong>da</strong> mesa “Agen<strong>da</strong> 21 / Agen<strong>da</strong> Habitat”A primeira coisa que seria interessante colocar é que, <strong>de</strong> acordo com as falas que nós tivemos, as nossasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s não vão ser as inimigas do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável mas a solução para a preservação do meioambiente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nós possamos mu<strong>da</strong>r a nossa maneira <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com a infra-estrutura e os recursosoferecidos pela natureza. Então talvez seja interessante discutir e concluir que seja exatamente essa aposição <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que, em última instância, o que a gente está tentando achar é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> que, há mais tempo atrás era algo como a gente sonhar com o campo, com a história <strong>de</strong>querer uma casa no campo.Hoje, a nostalgia <strong>de</strong>sse campo em que nós nunca vivemos, vai passar por uma situação que serápossivelmente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> periculosi<strong>da</strong><strong>de</strong> para as questões ambientais. Por que? Aí tem uma fala <strong>de</strong> JanesPelman, <strong>de</strong> quem vocês <strong>de</strong>vem ter ouvido falar, que diz que se ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós para ter quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>precisar <strong>de</strong> um lote <strong>de</strong> mil metros quadrados, que tem um laguinho e que tem um jardim, nós vamosparcelar to<strong>da</strong>s as áreas do mundo, inclusive as áreas agrícolas e as áreas <strong>de</strong> preservação ambiental. Então,a curto prazo, vamos ter um enorme subúrbio americano no mundo inteiro. Isso não seria a soluçãoenquanto assentamento humano. Essa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, se for muito espalha<strong>da</strong>, vai estar <strong>de</strong>sperdiçando recursos efugindo do compromisso com as gerações do futuro.Se ela for mais concentra<strong>da</strong>, ela po<strong>de</strong> causar menos poluição, até com relação, por exemplo, a um customenor <strong>de</strong> malha urbana, à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um tratamento mais racional do esgoto, além <strong>de</strong> outrasquestões como o aproveitamento <strong>de</strong> água, luz, eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong> e transporte público – transporte que, hoje emdia, é gerador <strong>de</strong> poluição, e seria um transporte movido a um combustível não-poluente.Nós teríamos a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter um lixo reciclado <strong>de</strong> maneira muito mais racional: o que faríamos seessa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> fosse espalha<strong>da</strong> pelo estado inteiro ou pelo mundo inteiro, como faríamos com a questão dolixo? Ca<strong>da</strong> um trataria o seu? Qual a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reciclagem se tivéssemos uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> absolutamenteespalha<strong>da</strong>? Eu coloco isso principalmente em cima <strong>de</strong> uma pesquisa que dizia que no lixo acumulado emNova York, em um mês, há muito mais cobre e ferro, do que em muitas minas que estão sendo explora<strong>da</strong>shoje em dia.Então, no momento, esse agrupamento humano, as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s para nós, em algum tempo representaram tudoo que era ruim, tudo o que era problemático, tudo o que era ambientalmente morto, mas, hoje em dia temosque pensar <strong>de</strong> outra maneira, temos que pensar nessa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> enquanto possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência <strong>da</strong>nossa espécie, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a gente mu<strong>de</strong> alguns paradigmas. E essa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e só a existência <strong>de</strong>ssa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,vai garantir que as outras áreas necessárias para nossa sobrevivência aconteçam.Neste momento é difícil e complicado ficar discutindo questões cruciais com relação às pessoas, àspossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> natureza e do habitat humano. Mas essa questão não po<strong>de</strong> mais se atrasar,a discussão <strong>de</strong>la não po<strong>de</strong> se atrasar. Nós chegamos num ponto <strong>de</strong> inflexão com relação aos nossosassentamentos.Nós temos, hoje em dia, o resultado <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a má utilização histórica dos recursos. Então, ou nósconstruímos uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais solidária, na qual se consiga retomar o sentido <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sentido<strong>de</strong> utilização racional, ou vamos acabar enquanto espécie. Ou então vamos mu<strong>da</strong>r para outro planeta,porque aqui já não vai ser possível. Portanto, se a gente conseguir pensar nesses pontos, em pouco tempovamos ter uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> viável, uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que reflita quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, que seja possível para esse planetae que garanta a nossa sobrevivência.Outra coisa super interessante é a respeito <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gases poluentes. É lógico que, se ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>nós pegar um carro e for morar em Macacos, nós vamos realmente ter um problema sério. Mas, se nóstivéssemos massa crítica suficiente para ter um transporte coletivo efetivo, seria um problema que nósconseguiríamos sanar. Se conseguirmos fazer essa infra-estrutura circular com reaproveitamento <strong>de</strong>recursos, provavelmente vamos ter uma questão resolvi<strong>da</strong> que é crucial para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s nossasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> nossa espécie.Outra questão é que tudo vira uma carta <strong>de</strong> boas intenções: a Agen<strong>da</strong> 21 é uma carta <strong>de</strong> boas intenções, oHabitat é uma carta <strong>de</strong> boas intenções e, como disse o Roberto, hoje se você perguntar, não vai terninguém contra o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, ninguém, to<strong>da</strong>s as pessoas serão a favor. Alguém vai sercontra o meio ambiente? Não, ninguém, vai ser impossível ouvir isso , a gente não acredita se ouvir.Mas tem uma questão que é incuti<strong>da</strong> na cabeça <strong>da</strong>s pessoas que é a questão <strong>da</strong>s leis, a questão <strong>da</strong>snormas, elas são antes <strong>de</strong> qualquer coisa, consensos sociais. Então, se elas são consensos sociais a partirdo momento que isso está na cabeça <strong>da</strong>s pessoas, ain<strong>da</strong> que sem muita reflexão, elas vão se tornar muitoimportantes, porque elas vão ser parte do comportamento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>; e só a partir do momento8 Arquiteta, mestre em Urbanismo e chefe do Departamento <strong>de</strong> Teoria e Urbanismo <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Arquitetura e Urbanismo do CentroUniversitário Isabela Hendrix.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 63em que ela se torna parte <strong>da</strong>quilo que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cobra, <strong>da</strong>quilo que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> acha justo e necessário,só neste momento to<strong>da</strong>s as práticas relaciona<strong>da</strong>s com a Agen<strong>da</strong> 21 e com a Habitat, po<strong>de</strong>rão acontecer.Aqui, no Brasil, quantas vezes a gente se ouve falando em lei que cola e lei que não cola. Por que aconteceisso?Porque essa questão <strong>da</strong> legislação, a questão <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21, do Habitat, <strong>da</strong> lei dos solos, to<strong>da</strong> a legislaçãoque, <strong>de</strong> alguma maneira, norteia a nossa maneira <strong>de</strong> viver e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apropriação que nós temosdos recursos e <strong>de</strong> tudo o mais, tem que estar na cabeça <strong>da</strong>s pessoas como uma regra <strong>de</strong> comportamento,com uma maneira <strong>de</strong> viver. Nossa civilização é urbana, ou seja, a solução <strong>de</strong>la vai estar <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s nossaspróprias ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e do nosso papel enquanto ci<strong>da</strong>dãos.Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e os Instrumentos Urbanísticos▪ JUPIRA GOMES DE MENDONÇA 9O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma etapa numa luta <strong>de</strong> déca<strong>da</strong>s pelo que a gente tem chamado <strong>de</strong> reformaurbana. Já foi feito um histórico <strong>de</strong> como se chegou a esse Estatuto, então vamos retomar só a questão <strong>da</strong>constituição <strong>de</strong> 88.Os art. 182 e 183 <strong>da</strong> Constituição foram resultado <strong>de</strong> uma negociação no congresso constituinte. Naquelemomento, houve uma união <strong>de</strong> movimentos populares e técnicos, sindicatos <strong>de</strong> arquitetos e engenheirosetc., buscando incorporar, na constituição, uma série <strong>de</strong> instrumentos que estavam sendo discutidos hámuitos anos, déca<strong>da</strong>s até. E buscando criar condições para os governos locais trabalharem no sentido <strong>de</strong><strong>de</strong>mocratizar o acesso à terra urbana, inibir o processo <strong>de</strong> especulação imobiliária, <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> lotesesperando valorização. E no congresso constituinte o resultado <strong>de</strong>ste movimento amplo foi a apresentação<strong>de</strong> uma emen<strong>da</strong> <strong>de</strong> iniciativa popular e, no final <strong>da</strong>s negociações, a incorporação <strong>de</strong> alguns dosinstrumentos que estavam sendo propostos. O que houve, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi <strong>de</strong> certa maneira a <strong>de</strong>legação aopo<strong>de</strong>r público municipal <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong>stes instrumentos e a própria prática do que se estava propondo.Neste sentido, o plano diretor foi incorporado na constituição como instrumento prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong> políticaurbana e o que foi criado <strong>de</strong> relevante foi o instrumento <strong>de</strong> usucapião urbano. Isto veio propiciar aregularização <strong>da</strong> posse urbana. Mas, a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar o usucapião até agora era o fato <strong>de</strong> que ca<strong>da</strong>ação era uma ação individual e isto dificultava a regularização <strong>da</strong> posse <strong>de</strong> terrenos ocupados em áreasparticulares.A outra questão importante que a constituição trouxe foi este instituto do parcelamento e edificaçãocompulsórios, o IPTU progressivo no tempo e a <strong>de</strong>sapropriação com títulos <strong>da</strong> divi<strong>da</strong> publica. Ou seja, seum proprietário tem uma área gran<strong>de</strong> no meio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e ele está retendo aquela área, esperando avalorização, isto está provocando um impacto negativo na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> crescendo mais pelaperiferia, porque estas áreas centrais não estão ocupa<strong>da</strong>s o proprietário está segurando aquelas áreas. Sesão áreas importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o po<strong>de</strong>r público, através do plano diretor, po<strong>de</strong><strong>da</strong>r um prazo para aquele proprietário parcelar a área. Depois, construir. Caso ele não parcele nemconstrua, começa-se a aplicar um IPTU ca<strong>da</strong> vez maior no tempo. Em última instância, se ain<strong>da</strong> assim elemantiver aquela área reti<strong>da</strong>, então há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação com pagamento através <strong>de</strong> títulos<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> pública, e esta questão ficou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> regulamentação fe<strong>de</strong>ral.Havia, durante todo este período, uma discussão jurídica, já que alguns advogados entendiam que aaplicação <strong>de</strong> todos estes instrumentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o parcelamento e a edificação compulsórios, até a<strong>de</strong>sapropriação por títulos, <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> regulamentação fe<strong>de</strong>ral. Em vários lugares, até mesmo aqui, em<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, este foi o entendimento <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong>, que não aprovou este instrumento quandoaprovou o Plano Diretor <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> veio fazer foi regulamentar estes doisartigos <strong>da</strong> constituição através <strong>de</strong> lei e incorporar uma série <strong>de</strong>stes instrumentos que vêm sendo discutidosDurante este período, entre 1988 e 1990, quando o projeto apareceu, foi aprovado o primeiro projetoregulamentando os artigos <strong>da</strong> constituição e, na Câmara Fe<strong>de</strong>ral, ficou 11 anos passeando entre ascomissões. Neste meio tempo, o que aconteceu foi que uma serie <strong>de</strong> municípios começaram a elaborar osplanos diretores e esses instrumentos começaram a ser discutidos e foram incorporados em vários <strong>de</strong>ssesplanos.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> aprovou, em 96, o Plano Diretor e uma nova lei do solo, incorporando então, por exemplo, atransferência do direito <strong>de</strong> construir, o consorcio imobiliário e uma série <strong>de</strong> instrumentos que já estavamsendo discutidos e que foram, <strong>de</strong>pois, incorporados no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que ele veio fazer foi ampliaralgumas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, consoli<strong>da</strong>r, em termos <strong>de</strong> princípios, alguns <strong>de</strong>stes princípios importantes que vêmsendo discutidos nos municípios e fun<strong>da</strong>mentalmente nos municípios on<strong>de</strong> há governos populares,buscando elaborar os planos diretores com estes objetivos. A partir <strong>da</strong>í, ele traz alguns instrumentos <strong>de</strong>política urbana, estabelece como instrumento os planos nacionais, estaduais e municipais, traz, para os9 Arquiteta, doutora em Urbanismo e professora <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Arquitetura <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.


64 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasmunicípios, a idéia do plano diretor como instrumento básico <strong>de</strong> política urbana e trata <strong>de</strong> maneira muitofrágil a questão metropolitana – o estatuto não tem nenhum instrumento importante que possa ser usadonessa questão. Neste momento é fun<strong>da</strong>mental a tarefa dos po<strong>de</strong>res locais e do estado <strong>de</strong> uma maneirageral, na busca <strong>da</strong> função social <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Vários instrumentos do Estatuto foram incorporados ao Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, outros estão aípara serem usados. Uma <strong>da</strong>s primeiras coisas que ele faz é regulamentar esse instrumento doparcelamento/edificação compulsórios. A partir <strong>de</strong> agora, eles são aplicáveis e, neste aspecto, <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> vai ter que rever o artigo no Plano Diretor que trata dissoNa época, foi proposto que aquelas áreas que foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento preferencial, com boatopografia, boa ligação viária e boa infra-estrutura, já começasse a valer por um prazo, se não me engano<strong>de</strong> cinco anos. Na Câmara, os vereadores enten<strong>de</strong>ram que esse mecanismo não po<strong>de</strong>ria ser aplicadoporque não havia regulamentação fe<strong>de</strong>ral. E foram além e disseram o seguinte: quando a lei fe<strong>de</strong>ralregulamentar o artigo 182 <strong>da</strong> constituição, esse instrumento passa a valer para terrenos com mais <strong>de</strong> 5000(cinco mil) m2. Então isto é algo que para se ter a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> efetivamente aplicar, vai ter que serrevisto. O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>u um prazo, então, <strong>de</strong> três anos, no mínimo, para parcelamento e mais trêspara edificação compulsórios, e o imposto progressivo no tempo. Durante cinco anos, ele vai subindo até oIPTU ficar valendo 15% do valor do lote e, se ain<strong>da</strong> assim o proprietário não cumprir o que foi <strong>de</strong>terminado,então ele po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sapropriado e os títulos têm que ter aprovação prévia no Senado.O outro instrumento é o usucapião especial <strong>de</strong> imóvel urbano e aqui eu acho que o impacto po<strong>de</strong> sersignificativo, com a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do usucapião coletivo, que dificultava ate a agora a regularização fundiáriaem áreas particulares. O resultado do usucapião especial é um condomínio, a área passa a seradministra<strong>da</strong> na forma <strong>de</strong> um condomínio.Outro mecanismo que po<strong>de</strong> também ser relevante é o direito <strong>de</strong> preempção que significa o seguinte: oPlano Diretor <strong>de</strong>fine algumas áreas sobre as quais, durante cinco anos, passa a ter direito <strong>de</strong> preferência <strong>de</strong>compra. Isto po<strong>de</strong> ser importante para política habitacional em alguns lugares, por exemplo loteamentosclan<strong>de</strong>stinos em que, muitas vezes, não há área para equipamentos – creche, escola, área ver<strong>de</strong> – e nãoexistem mais na região, ou ,se existem, não são mais do loteamento. Esse instrumento po<strong>de</strong> por exemploser usado para isto, é uma forma <strong>de</strong> reservar áreas para política habitacional, política <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>equipamentos etc.O outro é outorga onerosa do direito <strong>de</strong> construir, que é o famoso solo criado, também previsto no PlanoDiretor. Esse foi um instrumento muito discutido em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e a idéia básica é a seguinte: quandoalguém vai construir um edifício ele constrói uma área que é maior do que a área do terreno, porque vaiconstruindo para cima. O resultado disto, muitas vezes, é que a infra-estrutura <strong>da</strong>quela região passa a sermuito pressiona<strong>da</strong>, vai ter mais gente morando ali, mais carro na rua, mais água para chegar etc. Muitasvezes, o po<strong>de</strong>r público vai ter que refazer e/ou ampliar a infra-estrutura. A idéia é que quem fosse construirmais do que a área do lote teria que pagar por este direito. Em muitos lugares a proposta é que este recursofosse utilizado para programas habitacionais ou para investimentos em urbanização <strong>de</strong> áreas ou, às vezes,até na própria área que vai <strong>de</strong>man<strong>da</strong>r a maior infra-estrutura. Este instrumento, que não foi aprovado, foi ogran<strong>de</strong> pomo <strong>de</strong> discórdia no Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.As operações urbanas consorcia<strong>da</strong>s são a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma parceria do po<strong>de</strong>r publico com proprietáriose investidores imobiliários para recuperar e valorizar áreas. Este instrumento está no Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> e existe uma <strong>de</strong>finição no próprio Plano <strong>de</strong> como ele <strong>de</strong>ve ser usado. É um instrumento polêmicoporque po<strong>de</strong> servir para valorizar áreas, sem ganhos efetivos para o município ou para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Oque Plano Diretor <strong>de</strong> BH diz é que ca<strong>da</strong> operação urbana tem que ser objeto <strong>de</strong> lei, a lei terá que <strong>de</strong>finirqual que é a área <strong>de</strong> operação, quais serão os investimentos feitos ali. E quem faz o investimento temalguma coisa em troca, em geral uma maior permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para construir ou para utilizar a área e, nonosso caso, a lei que cria e que <strong>de</strong>fine a operação urbana tem que <strong>de</strong>finir quais são estes ganhos doinvestidor. O que talvez o Estatuto traga <strong>de</strong> novo no nosso caso, é reforçar a idéia <strong>da</strong> participação noprocesso <strong>de</strong> operação urbana e isto foi muito difícil <strong>de</strong> passar no Plano Diretor, através do qual foramcriados o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana e a Conferencia <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana. Na época,tudo o que dizia respeito à participação e à gestão <strong>de</strong>mocrática foi retirado do Plano e, entre essaspropostas, aquelas <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> vai se localizar a operação urbana. O Estatutoreforça isto e está na hora <strong>de</strong> reforçar <strong>de</strong> novo esta discussão. Uma outra questão que também é coloca<strong>da</strong>é a exigência <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico local e a idéia <strong>de</strong> se pensar no que vai acontecercom a população que mora naquela área. Ou seja, tudo o que está colocado no Estatuto são possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s,ele por si só não garante na<strong>da</strong> e nem é aplicável, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> são instrumentos que estão aí à disposiçãodos municípios e <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para a gente discutir e <strong>de</strong>finir quais são aqueles que a gente <strong>de</strong>velançar mão.A transferência do direito <strong>de</strong> construir também está no Plano Diretor <strong>de</strong> BH, já tem lei que regulamenta, jáestá até começando a funcionar. Este instrumento significa que se alguém tem, por exemplo, uma casa


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 65tomba<strong>da</strong> para preservação, ou uma área <strong>de</strong> preservação ambiental, ou uma área que o po<strong>de</strong>r público<strong>de</strong>finiu que será área para habitação <strong>de</strong> interesse social , então essa pessoa não po<strong>de</strong> construir tudo o quepo<strong>de</strong>ria naquela região, então este instrumento dá a este proprietário o direito <strong>de</strong> aquilo que ele nãoconseguir construir, ele ven<strong>de</strong> para alguém que vai construir a mais no outro lugar.Com relação à transferência do direito <strong>de</strong> construir, o que há <strong>de</strong> novo no Estatuto em relação ao PlanoDiretor <strong>de</strong> BH é que a transferência po<strong>de</strong> ser feita também no caso <strong>de</strong> imóvel para construção <strong>de</strong>equipamento comunitário e, <strong>de</strong> novo, esta coisa <strong>de</strong> se pensar em regularização <strong>de</strong> loteamentosclan<strong>de</strong>stinos e trabalhar as áreas on<strong>de</strong> não há área pública para equipamento. Isto po<strong>de</strong> ser negociado como proprietário <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> área, longe e pouco valoriza<strong>da</strong>, mas na qual ele po<strong>de</strong> verticalizar, eleven<strong>de</strong> ou usa aquele potencial numa área mais valoriza<strong>da</strong>. É a condição para a prefeitura adquirir, numpreço mais barato, áreas para equipamentos comunitários.A outra questão que foi objeto <strong>de</strong> discussão em BH é o estudo <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança naqueles usos,edificações gran<strong>de</strong>s, shoppings ou conjuntos habitacionais/loteamentos muito gran<strong>de</strong>s que provocamimpacto sobre as áreas vizinhas, geram maior pressão sobre a infra-estrutura, geram mais trafego etc. OPlano Diretor estabelecia estes empreendimentos <strong>de</strong> impacto e a proposta era fazer exatamente o estudo<strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança. Na Câmara, isto foi substituído pelo EIA-RIMA, que são o estudo e conseqüenterelatório <strong>de</strong> impacto ambiental. Isto é normatizado por lei fe<strong>de</strong>ral e é um estudo que, em geral, tem umacomplexi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito maior do que aquela necessária para o caso <strong>de</strong> um empreendimento urbano. É umaquestão que po<strong>de</strong> também estar sendo repensa<strong>da</strong>, retomar a idéia. Na época a gente chamava <strong>de</strong> RIU (Relatório <strong>de</strong> Impacto Urbano). A idéia é voltar a pensar num estudo <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança naquelescasos em que não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> impacto ambiental. Isso facilitaria e agilizaria osprocessos.Em geral não po<strong>de</strong>mos pensar que vamos resolver amanhã o problema <strong>da</strong> especulação imobiliária ou inibiras retenções especulativas. Em BH, especificamente, são poucas as áreas, as gran<strong>de</strong>s glebas comretenção especulativa, mas elas ain<strong>da</strong> existem e, mesmo tendo o prazo <strong>de</strong> três anos, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> a gentevai estar colocando estas áreas no mercado no prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos.A outra questão é que <strong>de</strong> novo temos o Plano Diretor como o gran<strong>de</strong> salvador <strong>da</strong> pátria, e isto estáeximindo o governo fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> pensar uma política urbana, o governo estadual <strong>de</strong> pensar uma políticaurbana e metropolitana. No nosso caso aqui, ficou claro que não dá mais para pensar em BH <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hámuito tempo sem pensar os municípios vizinhos, sem fazer um trabalho conjunto.Os impactos que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir como mais relevantes é a idéia do usucapião coletivo, que significa aregularização fundiária <strong>de</strong> vilas e favelas e já vem sendo feita há muito tempo: BH é pioneira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Leido Pró Favela, em 83. E a idéia <strong>de</strong> se ter uma área administra<strong>da</strong> em condomínio, é a questão do controleurbano nessas áreas e que ain<strong>da</strong> não se tem em BH, a prefeitura urbaniza a área e regulariza a posse, masa fiscalização ain<strong>da</strong> é precária. Este processo <strong>de</strong> fiscalização, <strong>de</strong>, enfim, incorporar o controle urbano nasvilas e favelas, este po<strong>de</strong> ser também o momento <strong>de</strong> se pensar nisto.Com relação ao nosso Plano Diretor, o que o Estatuto traz é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar alguns instrumentos– o direito <strong>de</strong> preempção é uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong> no nosso caso – e, em outros casos, revisar e ampliar o direito. AConferencia é um momento <strong>de</strong> revisar o Plano e propor modificações, é o momento também <strong>de</strong> revisarartigos que têm que estar ampliando para novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a Gestão Democrática▪ NABIL BOUDUKI 10A coisa mais importante do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é claro que tem instrumentos importantes, foi terprovocado, ter catalizado um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s no Brasil que nos permite <strong>de</strong>bater estaquestão em muitos fóruns e mobilizar muita gente para discutir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tradicionalmente no país isto nãotem sido colocado num primeiro plano <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s políticas públicas e eu espero e acho que temosum papel importante para evitar que este momento, que é um momento muito importante e muito rico, seperca, porque o Estatuto só cria alguns instrumentos, no mais está tudo para ser feito, ele não resolve por sisó, ele dá mais alguns instrumentos.Inclusive, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática, o que é que o Estatuto consegue? Ele consegue colocarnuma Lei Fe<strong>de</strong>ral, aprova<strong>da</strong> pelo Congresso Nacional, que é majoritariamente conservador. Permite,portanto, a partir <strong>da</strong> lei, que estas questões <strong>de</strong> gestão possam ser discuti<strong>da</strong>s nos mais diferentes fóruns,nas mais diferentes ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e estados brasileiros mas, <strong>de</strong> uma certa maneira, aquilo que ele traz comomecanismo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática em gran<strong>de</strong> parte já vem sendo praticado pelas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s comadministrações mais progressistas. Então, quando ele propõe, por exemplo, a nível nacional o ConselhoNacional <strong>de</strong> Política Urbana, que inclusive foi criado por medi<strong>da</strong> provisória e <strong>de</strong>ve ser transforma<strong>da</strong> em lei,10 Arquiteto, mestre em Estruturas Ambientais e Urbanas e vereador em São Paulo.


66 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasisto é muito importante. Se tiver uma Política Nacional Urbana, que ain<strong>da</strong> não temos , o Conselho vai ter umpapel fun<strong>da</strong>mental. Para se po<strong>de</strong>r ter uma política nacional, e também nas outras instâncias, estados emunicípios, <strong>de</strong>ve-se criar um conselho semelhante. Em alguns municípios, como é o caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, já existe um Conselho <strong>de</strong> Política Urbana. Em são Paulo ain<strong>da</strong> não tem, porque não tinha umgoverno e, quando teve, não conseguiu aprovar na Câmara, nós tivemos problemas seríssimos na Câmara<strong>Municipal</strong> na administração Erundina. O Estatuto coloca a conferência como um instrumento importante <strong>de</strong>participação popular na política urbana.Tem ain<strong>da</strong> uma série <strong>de</strong> outros mecanismos, alguns <strong>de</strong>les muito importantes mas também <strong>de</strong> uma maneiraque, pelo menos na lei orgânica <strong>de</strong> são Paulo, já estava previsto, por exemplo, o projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> iniciativapopular. Nós temos um projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> iniciativa popular que foi o do Fundo Nacional <strong>de</strong> Habitação, etambém a Constituição Fe<strong>de</strong>ral já tem este instrumento do projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> iniciativa popular. É claro que sea gente pensar em termos <strong>de</strong> Brasil (quase seis mil municípios) são poucos os municípios que utilizam esteinstrumento e o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> incorporou esses mecanismos <strong>de</strong>mocráticos <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> comoinstrumentos que <strong>de</strong>vem ser adotados no conjunto do país, então, nesse sentido, ele é muito importante.Aqui, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, talvez seja menos importante, porque estes instrumentos já existem. O que nãoquer dizer que eles funcionem a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente, ai é que eu quero entrar na questão.O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> certa maneira, transfere para o município a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma questão muitoimportante, que é: quando é que a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> cumpre com a sua função social? Então, se ele transferepara o município, e isto significa a limitação <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Estatuto realiza uma coisa muitoimportante do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> no país, porque o direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> sempre foi sagrado nopaís e foi sempre <strong>de</strong>finido por lei fe<strong>de</strong>ral. Hoje, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> transfere para o município pelo menosuma parte <strong>de</strong> uma limitação no direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, e muitos po<strong>de</strong>rão dizer que o zoneamento, ou a leido parcelamento do solo, e outras leis – o próprio código <strong>de</strong> obras – já são mecanismos <strong>de</strong> limitação <strong>de</strong>direitos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, porque o proprietário já não po<strong>de</strong> construir qualquer coisa, ele tem que construiralguma coisa <strong>de</strong> acordo com o código <strong>de</strong> obras. Algum tipo <strong>de</strong> limitação já existia, no entanto não existiana<strong>da</strong> que forçasse um proprietário a agir sobre o seu terrenoQuando o Estatuto fala dos imóveis que não estão cumprindo a função social, ele fala não só doparcelamento e <strong>da</strong> edificação compulsória mas também <strong>da</strong> utilização compulsória –que eu não sei comoesta aqui, em BH, mas, em SP, já temos um problema <strong>de</strong> alguns anos para cá, que são imóveis<strong>de</strong>socupados que, inclusive, já sofreram processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> moradia, ficavamdurante muito tempo aguar<strong>da</strong>ndo uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do mercado ou cobrando preços muito acima do que omercado queria pagar. O Estatuto cria esta possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o município.A questão que o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> traz, que é limitar o direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, vai ser <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> na Câmara<strong>Municipal</strong>, num fórum tradicional <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Deve ser interessante a gente travar um pouco adiscussão do que significa um conselho ou uma conferencia <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong>. De qualquer maneira,este é o principal elemento que o Estatuto traz para os municípios que quiserem avançar em termos <strong>de</strong>política urbana: criar áreas <strong>de</strong> reforma urbana, on<strong>de</strong> o direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> passar a ser violentamentelimitado. E aí, o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é a Câmara. Então uma questão para nós discutirmos é o quesignifica esta instância fun<strong>da</strong>mental para <strong>de</strong>finir as coisas mais importantes que estão presentes no Estatuto– operação urbana consorcia<strong>da</strong>, transferência do direito <strong>de</strong> construir, concessão onerosa e a maior partedos instrumentos novos criados. Isso levanta a seguinte questão: efetivamente o conselho é importante?Qual é o po<strong>de</strong>r que ele tem no novo cenário jurídico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>? Teve agora a primeira versão do orçamentoparticipativo enviado para a câmara sem os recursos.Um dos vários equívocos do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é que mostra esta falta <strong>de</strong> gestão metropolitana. Então fazparte <strong>da</strong> questão que está coloca<strong>da</strong> aqui, construir instâncias metropolitanas, e construir <strong>de</strong> maneira<strong>de</strong>mocrática, o que em geral é muito difícil. Em primeiro lugar, porque se tem municípios com pesos muitodiferentes. Então, se num conselho metropolitano ou num órgão gestor metropolitano você tiver umrepresentante <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> prefeitura, a prefeitura-núcleo – no caso aqui é <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, no caso <strong>de</strong> SãoPaulo é mais acintoso ain<strong>da</strong> – o núcleo tem uma participação insignificante frente ao seu peso. Então se omunicípio participa com um representante – como eram os antigos conselhos – acho que aqui <strong>de</strong>veria ser amesma coisa, mas em São Paulo, no conselho consultivo que tinha na região metropolitana, na épocaantiga, ca<strong>da</strong> município tinha um membro. Então São Paulo tinha um membro e, sei lá, Ibiritiba Mirim, porexemplo, que também fazia parte <strong>da</strong> região metropolitana, tinha um membro. Se for o contrário, também; sea representação for proporcional à população, aí vai acontecer o contrário: o município-núcleo vai ter,provavelmente, em São Paulo, por exemplo, 65% dos membros. Então o município-núcleo vai man<strong>da</strong>r, e sesabe que, muitas vezes, essas regiões metropolitanas têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se estruturar porque os outrosmunicípios querem manter a sua autonomia, e há uma tendência <strong>de</strong> o município principal ter um peso muitogran<strong>de</strong> e esmagar os outros. Por exemplo, lá em São Paulo é muito complica<strong>da</strong> essa questãometropolitana. O consórcio do ABC funciona razoavelmente porque os municípios têm um peso não muitodiferente uns dos outros; então é possível funcionar, mas eles têm o maior medo, por exemplo, <strong>de</strong> São


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 67Paulo chegar e querer man<strong>da</strong>r. Então já começam a falar coisas absur<strong>da</strong>s, do tipo: região metropolitana doABC, para se diferenciar <strong>de</strong> uma coisa <strong>da</strong> outra. Então construir um órgão <strong>de</strong> gestão, que primeiro consiga<strong>da</strong>r conta <strong>de</strong>sse problema dos municípios e <strong>de</strong>pois que consiga <strong>da</strong>r conta <strong>da</strong>s populações e <strong>da</strong>s suasrepresentações, é uma coisa em que <strong>de</strong>veríamos começar a pensar.Agora, lá na Câmara, a questão é, por exemplo, <strong>de</strong> um legislativo metropolitano para pegar uma <strong>da</strong>sinstâncias possíveis <strong>de</strong> representação mais ampla, que não só o executivo. É possível pensar um legislativometropolitano, uma câmara metropolitana que reunisse os vereadores, mas aí também o peso já é muitodiferente, porque o número <strong>de</strong> vereadores não é distrital. E se for para uma instância <strong>de</strong> participaçãopopular metropolitana, essa já seria uma outra questão importante que <strong>de</strong>veríamos pensar pelo ponto <strong>de</strong>vista <strong>de</strong> gestão, não só <strong>de</strong> gestão em primeiro lugar, mas gestão <strong>de</strong>mocrática.E, finalmente, temos que discutir o planejamento a partir <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática, porque o planejamento doBrasil foi o instrumento que nasceu, cresceu o morreu com o regime autoritário. E pensar assim: asprimeiras ações planejadoras que ocorreram no país, no Estado brasileiro, ocorreram quando? Na “DitaduraVargas”. A ditadura Vargas <strong>de</strong>u início aos primeiros embriões <strong>de</strong> planejamento econômico. Foi o momentoem que o Estado começou a planejar. Aí ela chegou no seu apogeu na ditadura militar. A ditadura militar é oapogeu do planejamento. Se criam todos os órgãos do planejamento, to<strong>da</strong>s as regiões metropolitanas. Amaior parte <strong>da</strong>s legislações urbanísticas são cria<strong>da</strong>s no período <strong>da</strong> ditadura, com um peso gran<strong>de</strong>.O planejamento ficou muito i<strong>de</strong>ntificado com o autoritarismo, com a tecnocracia e com uma ausênciaabsoluta <strong>da</strong> participação popular como instrumento por uma conjunção <strong>de</strong> três fatores. Primeiro, porque a<strong>de</strong>mocratização no Brasil coincidiu com o neoliberalismo, com o avanço do mercado, com a idéia do estadomínimo e com a idéia <strong>de</strong> que o mercado <strong>de</strong>veria regular as ações econômicas e assinar to<strong>da</strong>s as questões.Isso coincidiu com o processo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização do país e o início <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> idéia doestado único e do neoliberalismo, que iam contra o planejamento. Então tinha esse primeiro fator. Osegundo fator era o próprio fato <strong>de</strong> que, como era um instrumento que vinha <strong>da</strong> ditadura, havia umai<strong>de</strong>ntificação muito forte <strong>de</strong>le com a ditadura, e quando a ditadura acaba, seus vários instrumentosinstitucionais vão sendo <strong>de</strong>smontados, e vai-se <strong>de</strong>sestruturar o setor <strong>de</strong> planejamento com o fim <strong>da</strong>ditadura. E a terceira razão, porque do ponto <strong>de</strong> vista dos setores populares se reforçou muito a idéia <strong>da</strong>participação e <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização, que são algumas forças presentes nesse período, e muitas vezes eramuma reivindicação liga<strong>da</strong> a grupos específicos lutando por seus direitos <strong>de</strong> forma totalmente legítima. Mas,<strong>de</strong> certa forma também, <strong>de</strong> uma maneira muito geral, o planejamento traz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si uma idéia do geral,do global, do amplo. Então essa questão do geral muitas vezes se contrapunha à idéia do particular, do<strong>de</strong>scentralizado, do localizado, do particular, o que foi muito reforçado na idéia <strong>de</strong> garantir direitosespecíficos.Essa discussão to<strong>da</strong> sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a partir <strong>da</strong>í, <strong>de</strong>sses novos instrumentos que estão colocados, o planodiretor caiu muito em <strong>de</strong>suso, ficou muito <strong>de</strong>sprestigiado. Isso foi um pouco diferenciado <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> paraci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas, <strong>de</strong> qualquer maneira, hoje se coloca a questão do planejamento numa outra perspectiva: a <strong>de</strong>reforçar muito a questão <strong>da</strong> participação, dos instrumentos <strong>de</strong> participação e <strong>de</strong> planejamento para construirum planejamento participativo com uma razão muito objetiva e muito concreta. Aqueles problemas queforam enfrentados na aprovação do plano diretor <strong>de</strong> BH, a <strong>de</strong>sculpa que foi <strong>da</strong><strong>da</strong> naquele momento era <strong>de</strong>que não tinha uma lei específica mas, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o que o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> diz não tem na<strong>da</strong> <strong>de</strong>diferente, no que é importante, do que está na Constituição. Em gran<strong>de</strong> parte, ou os instrumentos já podiamser feitos, ou já estavam sendo feitos ou já estavam previstos na Constituição, e o que a regulamentaçãofala é muito pouco mais do que está lá. Fala <strong>de</strong> edificação e parcelamento compulsórios, impostoprogressivo no tempo, <strong>de</strong>sapropriação... Essas coisas essenciais ele já está falando. Operações urbanas jáse podia fazer e muitas já estavam sendo feitas, transferências <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> construir já estavam sendofeitas em São Paulo, assim como a concessão do direito <strong>de</strong> construir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aprovado pela Câmara.Lá, em São Paulo, estava sendo feita, sem aprovar na Câmara, uma operação interliga<strong>da</strong>, mas o MinistérioPúblico paralisou, dizendo que tinha que aprovar na Câmara. Aqui, também tem que ser aprovado pelaCâmara.A questão to<strong>da</strong> é a seguinte: esses instrumentos todos geram um processo <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Conflitos e interesses muito fortes. Então a gran<strong>de</strong> questão que vai-se enfrentar <strong>da</strong>qui para afrente é que esses interesses vão se estabelecer, sobretudo na Câmara, para evitar que sejam utilizadosa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente. Por isso é que hoje é fun<strong>da</strong>mental a mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em torno <strong>de</strong>ssas questões.A questão <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia passa por isso, passa pela criação <strong>de</strong> mecanismos que permitam que osinteresses populares possam predominar nesse <strong>de</strong>bate, possam ter espaço para predominar. Essa é umaquestão fun<strong>da</strong>mental na gestão <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>qui para a frente, porque, senão, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vaiser uma peça inócua no futuro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Estão acontecendo <strong>de</strong>bates em várias ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Brasil, nas capitais, promovidos pela Caixa EconômicaFe<strong>de</strong>ral. Lá, em São Paulo, teve com o SECOVI (Sindicato <strong>da</strong>s Empresas <strong>de</strong> Compra, Ven<strong>da</strong>, Locação eAdministração <strong>de</strong> Condomínios Resi<strong>de</strong>nciais e Comerciais), e, aí, todo mundo era a favor do Estatuto <strong>da</strong>


68 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasCi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tinham lutado por ele e achavam que era importante. E eu fiquei muito surpreso, fiquei meperguntando qual vai ser a estratégia <strong>de</strong>sses segmentos que foram e são contra alguns instrumentos queestão aí. Então, hoje, essa gestão <strong>de</strong>mocrática significa criar mecanismos para po<strong>de</strong>r fazer valer o Estatuto<strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.▪ LIANA PORTILHO 11Coor<strong>de</strong>nadora <strong>da</strong> mesa “Estatuto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, os instrumentos <strong>de</strong>mocráticos e a gestão <strong>de</strong>mocrática”Eu queria só endossar o que foi dito em relação a essa falha <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong>s regiõesmetropolitanas, nessa versão sanciona<strong>da</strong> do Estatuto. É importante que se diga que no projeto <strong>de</strong> leianterior existia um capítulo todo tratando disso, que podia não ser lá essas coisas, mas já era umaconquista, mais política do que técnica. Mas eu, pessoalmente, sou um pouco pessimista quanto a essaquestão <strong>de</strong> uma plena eficácia <strong>de</strong> planos diretores, principalmente para as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que fazem parte <strong>de</strong>regiões metropolitanas como <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e São Paulo, porque eu não acredito que planos diretoresisolados, sem estarem integrados, sem terem pontos <strong>de</strong> intercessão, <strong>de</strong> discussão conjunta, possamconseguir sucesso real na gestão <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma gestão <strong>de</strong>mocrática sobretudo.O capítulo <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática do estatuto é o mais <strong>de</strong>licado <strong>de</strong>sses artigos todos que foram trazidoscom a lei 10.257, porque por meio <strong>de</strong>les é que os instrumentos <strong>de</strong> política urbana vão ser, efetivamente,implementados e tornados vivos. Só assim, com a gestão <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> fato, abrindo a participação <strong>da</strong>população diretamente envolvi<strong>da</strong>, é que a gente vai po<strong>de</strong>r tirar a lei do papel.Ao mesmo tempo, há muitas coisas importantes do Estatuto e nesse capítulo <strong>da</strong> gestão é importante que sediga que ele ratifica o que já tinha sido dito pelo constituinte no artigo 14 <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral. O queisso quer dizer? Na constituição ficou ratificado que a soberania é popular e ela se expressa por umacombinação <strong>de</strong> representação parlamentar com mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia direta como referendo popular,plebiscito e iniciativa popular <strong>de</strong> leis. Infelizmente, esse inciso específico, que era previsto no capítulo <strong>da</strong>gestão <strong>de</strong>mocrática <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi vetado <strong>de</strong> maneira um tanto equivoca<strong>da</strong> já que existe uma lei fe<strong>de</strong>ral queregulamenta esses instrumentos. Ora, não havia prejuízo <strong>de</strong>ixar isso lá, quando se está tratandoespecificamente <strong>de</strong> gestão, <strong>de</strong> questão <strong>de</strong> política urbana, <strong>de</strong>ixar reforçando esses três mecanismos <strong>de</strong>participação direta.Por outro lado, outra falha do Estatuto, ain<strong>da</strong> nessa questão <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> gestão, é que ele sódispõe sobre instrumentos que, em governos populares, <strong>de</strong>mocráticos, já vinham sendo implementadoscomo os conselhos, as audiências e uma série <strong>de</strong> outras questões. Mas é uma questão que eu até <strong>de</strong>ixopara reflexão e para os <strong>de</strong>bates. Como implementar esses mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia semidireta comoreferendo popular, plebiscito, iniciativa popular <strong>de</strong> leis, participação efetiva em conselhos, enfim, com essaperspectiva ca<strong>da</strong> vez mais segregante <strong>da</strong>s nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s?E essa segregação é uma perspectiva, uma tendência mesmo, que vem se consoli<strong>da</strong>ndo. Ela é séria, éameaçadora, e vem se consoli<strong>da</strong>ndo ao longo do século. Po<strong>de</strong>-se dizer que sentimos isso todo dia, seja naca<strong>da</strong> vez maior presença <strong>de</strong> ruas fecha<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> condomínios fechados, essa privatização constante doespaço público.Finalizando, vou me permitir ler um trechinho <strong>da</strong> Jane Jacobs, uma urbanista clássica que impressiona coma atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ela disse em 1963: “Suponhamos que continuemos a construir ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s inseguras e areurbanizá-las <strong>de</strong>libera<strong>da</strong>mente. Como conviveremos com essa insegurança? Pelas evidências que temosaté hoje, parece haver três maneiras <strong>de</strong> conviver com ela. Talvez com o tempo sejam inventa<strong>da</strong>s outras,mas suspeito <strong>de</strong> que essas três venham a ser apenas aperfeiçoa<strong>da</strong>s. A primeira maneira é <strong>de</strong>ixar o perigoreinar absoluto e <strong>de</strong>ixar que os infelizes que se <strong>de</strong>frontarem com ele sofram as conseqüências. Essa é apolítica adota<strong>da</strong> atualmente com relação aos conjuntos habitacionais <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> e vários outros <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> média. A segun<strong>da</strong> maneira é refugiar-se em veículos. Esse recurso é utilizado nas gran<strong>de</strong>s reservas<strong>de</strong> animais selvagens <strong>da</strong> África, nas quais os turistas são advertidos a não sair do carro em hipótese algumaaté que cheguem ao alojamento. Essa prática é adota<strong>da</strong> também em Los Angeles. A terceira maneira foicria<strong>da</strong> por bandos <strong>de</strong> arruaceiros e abertamente adota<strong>da</strong> pelos criadores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> reurbaniza<strong>da</strong>. Essamo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> consiste em cultivar a instituição do território. Segundo a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> tradicional do sistema <strong>de</strong>território, uma gangue apropria-se <strong>de</strong> certas ruas e conjuntos habitacionais ou parques, geralmente umacombinação dos três. Os integrantes <strong>de</strong> outras gangues não po<strong>de</strong>m entrar nesse território sem a permissão<strong>de</strong> seus proprietários e, se o fizerem, correm o risco <strong>de</strong> serem espancados ou enxotados.” Isso foi escritoem 1963 e é um pouco do que a gente está vivendo cotidianamente na nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Financiamento <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>11 Advoga<strong>da</strong>, especialista em Análise Urbana e professora assistente do Curso <strong>de</strong> Direito Urbanístico <strong>da</strong> PUC Minas Virtual.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 69▪ MAURÍCIO BORGES 12Vou tentar <strong>de</strong>senvolver rapi<strong>da</strong>mente uma idéia, a idéia do financiamento do setor público. Há uma certa<strong>de</strong>scrença, porque do ponto <strong>de</strong> vista prático as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento são pequenas, o setorpúblico está tendo um constrangimento <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento muito gran<strong>de</strong> e as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s são muitorestritas etc. Mas o ponto <strong>de</strong> vista que vou <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r aqui é que as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>endivi<strong>da</strong>mento, com a economia brasileira estagna<strong>da</strong> e, portanto, a economia municipal estagna<strong>da</strong>, sãomuito pequenas. E a razão central é que existe uma correlação estreita entre taxa <strong>de</strong> juros real que vocêpaga por um financiamento e o crescimento econômico e <strong>da</strong> receita do município, do estado ou mesmo doGoverno Fe<strong>de</strong>ral. A grosso modo, se a economia cresce, e a economia <strong>da</strong>quele índice <strong>de</strong> governo cresce4%, a taxa aceitável, por uma série <strong>de</strong> razões <strong>de</strong>monstráveis matematicamente, é <strong>de</strong> 4% para umcrescimento <strong>de</strong> 4% <strong>da</strong>s receitas <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, do Estado ou do Governo Fe<strong>de</strong>ral. Há uma relação gran<strong>de</strong>entre taxa <strong>de</strong> juros real e taxa <strong>de</strong> crescimento econômico. Quanto maior a taxa <strong>de</strong> juros não correspondi<strong>da</strong>em crescimento real, o endivi<strong>da</strong>mento é crescente até a inadimplência do ente público. Então o queaconteceu com a economia brasileira nos anos 80 e com o setor público brasileiro é que nós tivemos umprocesso <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento externo, e este endivi<strong>da</strong>mento externo era estatal – agora, aliás, o governoFernando Henrique está conseguindo um milagre: fez o endivi<strong>da</strong>mento privado virar endivi<strong>da</strong>mento estatal –e naquela época, no final dos anos 70 e início dos 80, o endivi<strong>da</strong>mento era principalmente estatal. Nãohouve investimento estatal.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem dívi<strong>da</strong>s que até hoje a <strong>Prefeitura</strong> está pagando e que foram feitas no final dos anos 70 einício dos anos 80. Nós temos dívi<strong>da</strong>s pretéritas, que vêm <strong>de</strong> 20 anos atrás. Foram rola<strong>da</strong>s etc. O queaconteceu <strong>de</strong> fato é que o ritmo <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento feito para o conjunto do setor público e, especificamente,por exemplo, para a <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, e muito mais grave ain<strong>da</strong> para o estado <strong>de</strong> Minas Gerais,era um ritmo incompatível com o crescimento que acabou ocorrendo na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, <strong>de</strong> 2,2%. Então, nadéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, nós temos – e posso dizer que na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 se repetiu, apesar do Plano Real, ou talvezpor causa <strong>de</strong>le – um crescimento <strong>de</strong> 2,2% do PIB ao ano, com um crescimento na mesma proporção <strong>da</strong>sreceitas <strong>de</strong> estados, municípios e Governo Fe<strong>de</strong>ral. Este crescimento ficou incompatível com o processo <strong>de</strong>endivi<strong>da</strong>mento então gestado.Nós tivemos uma crise, que começou no início dos anos 80, e se prolonga até os dias <strong>de</strong> hoje. Claro que osjuros praticados neste endivi<strong>da</strong>mento foram juros inaceitáveis que geraram praticamente a falência <strong>da</strong>s trêsinstâncias <strong>de</strong> governo nestes vinte anos e uma redução muito gran<strong>de</strong> na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento. Aolado do crescimento baixo, nós temos uma espécie <strong>de</strong> crescimento vegetativo <strong>da</strong> <strong>de</strong>spesa. Aí, são váriasdívi<strong>da</strong>s implícitas, a dívi<strong>da</strong> previ<strong>de</strong>nciária etc., e, por fim, o crescimento vegetativo <strong>da</strong> população – leia-se ocrescimento vegetativo <strong>da</strong> pobreza – que, <strong>de</strong> um modo ou <strong>de</strong> outro, implica alguma <strong>de</strong>spesa por conta<strong>da</strong>quela população pobre, ten<strong>de</strong>ncialmente ca<strong>da</strong> vez mais pobre. Então a dinâmica brasileira é um círculovicioso que gera <strong>de</strong>spesa, tem um endivi<strong>da</strong>mento que não está resolvido, está sempre sendo postergado, egera uma incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento.Fazendo uma análise mais relativa a <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a região metropolitana cresceu 56%, <strong>de</strong> 85 a 97. Estecrescimento, pelo menos pelos <strong>da</strong>dos do IPEA, é o maior crescimento em termos <strong>de</strong> região metropolitana.Ficou na frente <strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong> Belém e <strong>de</strong> São Paulo. Até mesmo um pouquinho na frente <strong>da</strong> RegiãoMetropolitana <strong>de</strong> Campinas. Este crescimento <strong>de</strong> 56% em 12 anos se traduz num crescimento médio anual<strong>de</strong> 3,7%. Então a Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, estão na<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong>braça<strong>da</strong>? Quando se imagina que o crescimento <strong>de</strong>mográfico foi <strong>de</strong> 3,3 – 3,4% ao ano, se vê que a riquezalíqui<strong>da</strong> gera<strong>da</strong> por habitante praticamente não cresceu. E isso com os endivi<strong>da</strong>mentos colocados aí sobre osetor público <strong>da</strong> região metropolitana, sobre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os municípios e o Estado <strong>de</strong> Minas Gerais. Querdizer, apesar do crescimento diferenciado <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, mesmo em relaçãoao Brasil, nós tivemos um crescimento <strong>de</strong>mográfico – resultado, aliás, <strong>de</strong> uma estagnação, <strong>de</strong> problemasestruturais, econômicos no Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, no gran<strong>de</strong> bolsão <strong>de</strong> pobreza do Vale doJequitinhonha, em vários lugares <strong>da</strong> região Leste, na Zona <strong>da</strong> Mata e na região Norte. Então estaestagnação expulsou as pessoas para cá e acabou gerando problemas graves, urbanos e sociais, que aregião metropolitana já tinha e foram agravados. Então, mesmo o crescimento diferenciado, num contexto<strong>de</strong> crescimento muito baixo, não consegue resolver as coisas. Isso significa que a solução tem que sercoletiva, para o Brasil inteiro, tem que ser macro, e a gente <strong>de</strong>ntro disso, fazer a nossa parte. Seria esse ocaminho.Alguns <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. A receita em 92 era <strong>de</strong> 300 milhões <strong>de</strong> dólares. Se olhamosa receita e convertemos o real a um por um e olhamos hoje a receita <strong>de</strong> um bilhão e 100 milhões <strong>de</strong> reais,parece que o crescimento foi extraordinário; mas, se nós dolarizamos esta receita – a <strong>de</strong> 92 já estava –veremos que, usando o dólar médio <strong>de</strong> 2,5, não vai <strong>da</strong>r mais que 440 milhões <strong>de</strong> dólares. Ou seja, um12 Economista, doutor em Economia, professor titular do Departamento <strong>de</strong> Ciências Econômicas <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> MinasGerais e Secretário Municipaçl <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Política Social <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


70 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrascrescimento <strong>de</strong> 40% em dólares. Como o dólar tem uma <strong>de</strong>svalorização, tem uma inflaçãozinha americana<strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r aquisitivo, nós po<strong>de</strong>mos dizer que este crescimento não foi muito além <strong>de</strong> 30% nestesnove anos. E, portanto, não foi muito além <strong>de</strong> 2,5 – 3 % ao ano. Então é um crescimento diferenciado emrelação a outros municípios, sem dúvi<strong>da</strong>, mas muito baixo em função dos problemas, <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e doendivi<strong>da</strong>mento prévio que a <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tinha. O resultado não é muito diferente <strong>da</strong>queleagregado pelo Brasil. Nós temos excesso <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento, crescimento <strong>da</strong> pobreza.Mesmo que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tenha expulsado os seus problemas para a região metropolitana, a regiãometropolitana dá o troco com a maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong>. O sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que o diga, sem falar <strong>de</strong> outrasquestões e mazelas que nós temos vivido junto com nossa região metropolitana. Então a regiãometropolitana é solidária, e nós temos sofrido muito com to<strong>da</strong>s essas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s. E, mais uma vez, ficadifícil pensar que o crescimento isolado resolve quando você tem um conjunto ruim. Pensar em crescimentoisolado, po<strong>de</strong> servir para um município pequeno, por exemplo, que tem uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que dá certo, masquanto maior o município mais ele se encontra perto do macro, <strong>da</strong>s coisas maiores e, aí, crescer<strong>de</strong>sigualmente não resolve. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e sua região metropolitana cresceram <strong>de</strong>sigualmente e osproblemas se aprofun<strong>da</strong>ram. Aqui, a migração foi maior exatamente porque aqui era o único lugar on<strong>de</strong>tinha alguma luz no fim do túnel para muita gente, para muitas famílias, para muitos imigrantes.Em função disto, <strong>de</strong>sse círculo vicioso perverso, o financiamento a longo prazo – e os urbanistas, comrazão, têm que pensar a longo prazo – não é possível num contexto <strong>de</strong> estagnação. Ain<strong>da</strong> maisconjunturalmente quando você está ain<strong>da</strong> se esmigalhando num processo <strong>de</strong> crescimento geral. No caso <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> nós sabemos, por exemplo, que o endivi<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> longo prazo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> caiu. Ele era <strong>de</strong>– somando o <strong>de</strong> curto e o <strong>de</strong> longo prazos – quase 300 milhões <strong>de</strong> dólares, eqüivalendo à receita <strong>de</strong> umano, e hoje é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 600 milhões, com a receita <strong>de</strong> um bilhão e 100; dá menos <strong>de</strong> 60%. Caiu, portanto,mais ou menos à meta<strong>de</strong>. Mesmo assim, com crescimento baixo. Eu falei, o dinheiro vai acabar. E veio oapagão. Então nossa receita anualiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> seis meses, que estava em 12,5% ao ano – ou seja, 4 pontos epouco acima <strong>da</strong> inflação, caiu para um crescimento <strong>de</strong> 6,5, um ponto abaixo <strong>da</strong> inflação. Ou seja, estamosper<strong>de</strong>ndo, mensalmente, mais <strong>de</strong> 4 milhões <strong>de</strong> reais. Essa é a nossa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> junho, agosto esetembro, que <strong>de</strong>ve se repetir até o final do ano. Quer dizer, se se mantivesse o crescimento que aeconomia brasileira tinha no começo do ano, seria uma festa para todos nós. Para o Fernando Henrique, oCélio <strong>de</strong> Castro, o Maurício Borges, o Murilo Vala<strong>da</strong>res, mas....Todo o setor público estaria pensando em projetos etc., mas o real entrou em colapso por causa do apagãoe por causa do balanço <strong>de</strong> pagamentos. Tem uma dupla ação aí, que precisa ser melhor analisa<strong>da</strong>. Então aeconomia brasileira tem que voltar a crescer. Nós temos <strong>de</strong> gerar uma nova proposta econômica <strong>de</strong>crescimento. A proposta econômica que está aí não é <strong>de</strong> crescimento econômico. Nós temos <strong>de</strong> procurar eachar uma alternativa <strong>de</strong> crescimento, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> crescimento e voltar a crescer. Não precisa ser umcrescimento extravagante, po<strong>de</strong> ser um crescimento até baixo, <strong>de</strong> 4 – 4,...%. É possível o Brasil evoluir comum crescimento neste nível, mas não dá para crescer 2 – 1,5 – 1,7, como foi a média <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90.Então tem que ter uma solução macro.Além <strong>da</strong> solução macro, nós temos <strong>de</strong> caminhar <strong>da</strong> solução micro. A solução micro teria duas agen<strong>da</strong>s: a do<strong>de</strong>senvolvimento econômico específico e a do planejamento urbano. A primeira, no caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>,passa por incrementar mais ain<strong>da</strong> o número <strong>de</strong> incubadoras, especialmente aquelas liga<strong>da</strong>s à produção <strong>de</strong>tecnologia e até mesmo à criação do Parque Tecnológico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. São várias ações <strong>de</strong> parceria<strong>de</strong>ntro do setor público e do setor público com o setor privado. A segun<strong>da</strong>, especificamente urbana é aseguinte: nós temos <strong>de</strong> trabalhar o planejamento urbano <strong>da</strong> região metropolitana. Isso passa peloplanejamento urbano <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> município, no caso <strong>da</strong> região metropolitana. Não existe nenhuma dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong>que é necessário o planejamento urbano específico em ca<strong>da</strong> município.Loteamentos clan<strong>de</strong>stinos, esta expansão <strong>de</strong>mográfica irracional, estão gerando um passivo urbanoenorme. Nós precisamos <strong>de</strong> ter algum mecanismo coor<strong>de</strong>nado pelo governo estadual para isto, <strong>de</strong> imediato.Além <strong>da</strong> questão interna <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> município, nós temos <strong>de</strong> planejar um pouco a divisão territorial,espacial <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região metropolitana. Nós temos que pensar as gran<strong>de</strong>s vias, nós temos quepensar no rodoanel <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, não po<strong>de</strong>mos esquecer a Fernão Dias – a Fernão Dias, hoje, ain<strong>da</strong>não está duplica<strong>da</strong>, certo? Então esta infra-estrutura tem <strong>de</strong> ser planeja<strong>da</strong> e um problema nosso,gravíssimo, é a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um rodoanel, entre outras ligações rodoviárias. A via expressa, que seriaum acréscimo à Fernão Dias, até hoje está interrompi<strong>da</strong>, a obra não terminou. Então as questões <strong>da</strong> regiãometropolitana passam por pensar <strong>de</strong> uma forma sóli<strong>da</strong> o sistema viário, o sistema <strong>de</strong> saneamento, oplanejamento intramunicipal, o planejamento urbano intramunicipal. É muita coisa e essa funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>urbana vai dizer <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Então nós trabalharmos a questão econômica stricto sensu e, na questão urbana, nós vamos fazer a partenossa para crescer. Crescer, aju<strong>da</strong>r o Brasil mas também competir <strong>de</strong> forma amistosa com outras regiõesmetropolitanas do Brasil. Sem crescimento, não temos financiamento. Nós po<strong>de</strong>mos, por exemplo, pensarem alguns projetos específicos, alguns financiamentos específicos, mas eles significam, no momento,


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 71apenas gerar o problema do recurso futuro se nós não tivermos expansão <strong>da</strong> receita num nível compatívelcom as taxas reais <strong>de</strong> juros que <strong>de</strong>vem ser pagas.Então, basicamente, é isto. Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é crescer, então nós precisamos pensar em como crescer e,para pensar em como crescer, tem <strong>de</strong> resolver o problema do Brasil e resolver o problema <strong>da</strong> regiãometropolitana. É nestas duas instâncias que estão os dois nós. Sem isso nós temos que ficar muitopreocupados com o sofrimento por que todo mundo passa e que tem uma razão real, não tem jeito <strong>de</strong> fugir<strong>de</strong>sse circulo vicioso <strong>da</strong> pobreza em que estamos há mais <strong>de</strong> 20 anos.Desenvolvimento Econômico e Inclusão▪ ANTÔNIO CARLOS BRANDÃO 13Tenho pesquisado algumas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que eu chamo <strong>de</strong> “ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que estão à ven<strong>da</strong>”, e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que têmadotado mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão muito complicado, sempre buscando que o mercado sancione as suas <strong>de</strong>cisões,então não tenho estu<strong>da</strong>do <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, porque é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que, claramente, não se inclui nessa visão<strong>de</strong> mera gerência <strong>de</strong> crise e <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los neoliberais. Eu, infelizmente, não tenho acompanhadoa gestão <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> mas, sim, <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s como Campinas, por exemplo, que estão entregues agrupos que <strong>de</strong>struíram totalmente a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que estão se a<strong>de</strong>quando a mo<strong>de</strong>los, amodismos <strong>de</strong> marketing. Então tudo que vou dizer aqui tem muito pouco a ver com a experiência <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>.Sinto-me à vonta<strong>de</strong> para ser teórico, já que só recentemente tenho tido alguma experiência <strong>de</strong> assessorar,um pouco à distância ain<strong>da</strong>, a Região Metropolitana <strong>de</strong> Campinas, que é simplesmente o caos, on<strong>de</strong> não sefez ain<strong>da</strong> nenhuma discussão <strong>de</strong> proposta, por enquanto só se levantou problemas. Campinas tem umadívi<strong>da</strong> hoje <strong>de</strong> quase três anos <strong>de</strong> orçamento a ser paga, um bilhão e meio, e problemas seríssimos –violência, inclusive como a morte do próprio prefeito que tentou mexer em algumas questões.Existe uma visão do <strong>de</strong>senvolvimento que é alargar horizontes <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. É uma expressão bastantesimples mas que cabe também para o que significa <strong>de</strong>senvolvimento: alargar os horizontes <strong>de</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. E, para alargar os horizontes <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, você tem duas formas, duas faces: uma é olado <strong>da</strong> montagem, do arranjo, o lado <strong>de</strong> <strong>da</strong>r direção, <strong>de</strong> armar, <strong>de</strong> criar um novo ambiente <strong>de</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s: é o lado mais visível e mais fácil do <strong>de</strong>senvolvimento. (Vou falar um pouco <strong>de</strong> todo ocatálogo, um cardápio que existe <strong>de</strong> iniciativas exitosas e tudo o mais e <strong>de</strong> todo um certo modismo, umexagero muito gran<strong>de</strong> nas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento endógeno, um localismo muito forte, quetem tomado conta <strong>de</strong>sta discussão, infelizmente.) A outra face do <strong>de</strong>senvolvimento, que é muito poucotrabalha<strong>da</strong>, é a face do <strong>de</strong>smontar, é a face do <strong>de</strong>sarranjar, <strong>de</strong>sarranjar as estruturas e as coalizõestradicionais <strong>de</strong> dominação e <strong>de</strong> reprodução do po<strong>de</strong>r que tomaram conta <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras.Então a idéia é muito simples e está totalmente liga<strong>da</strong> à idéia <strong>da</strong> inclusão dos excluídos, dosmarginalizados, porque não basta só a primeira face, <strong>da</strong> construção e do arranjo e <strong>da</strong>s iniciativas to<strong>da</strong>s <strong>de</strong>atração <strong>de</strong> investimentos, <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> cooperativas, <strong>de</strong> micro crédito, e to<strong>da</strong> uma lista <strong>de</strong> experiências – émuito interessante esta área urbana, hoje, porque na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 as publicações tinham um título mais oumenos assim “50 experiências exitosas” e hoje tem assim “125 experiências exitosas”. Eu acabei <strong>de</strong> teracesso a uma tese que se chama “Mil experiências exitosas”, ou seja, to<strong>da</strong>s as experiências locais <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento têm sido muito trabalha<strong>da</strong>s, mas a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> envolver os marginalizados está muitomais na segun<strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e ela é muito mais difícil <strong>de</strong> ser feita para que realmente se caminhe nosentido do <strong>de</strong>senvolvimento.Qualquer boa teoria do <strong>de</strong>senvolvimento, qualquer autor, por exemplo Celso Furtado e FlorestanFernan<strong>de</strong>s, vai colocar alguns elementos no que se chama <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento – o <strong>de</strong>senvolvimentonecessariamente envolve algum grau <strong>de</strong> endogenia, <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>terminação, <strong>de</strong> autonomia, envolvenecessariamente algum nível mínimo <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, que Celso Furtado chama, por exemplo, <strong>de</strong>homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> social mínima, para que se possa construir estes horizontes e alargar os horizontes <strong>de</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O <strong>de</strong>senvolvimento, necessariamente, envolve também – todo bom autor vai colocar isso –vonta<strong>de</strong>, inventivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, autonomia, envolve trazer para um certo espaço centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Aliás, o CelsoFurtado está na mo<strong>da</strong> não só porque é um dos maiores pensadores sociais do Brasil mas porque ele temreforçado ca<strong>da</strong> vez mais a idéia <strong>de</strong> que não tem <strong>de</strong>senvolvimento sem centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Então não adiantaatrair investimentos simplesmente, porque o seu local vai ser uma mera plataforma local <strong>de</strong>stesinvestimentos quando os centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão estão em outro local.Gostaria <strong>de</strong> falar um pouco <strong>da</strong> primeira face, aquela liga<strong>da</strong> a prover suporte para alargar os horizontes <strong>de</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s mas fazendo uma coisa que o Celso Furtado chama <strong>de</strong> “subordinar o funcionamento <strong>da</strong>economia aos <strong>de</strong>sígnios do conjunto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”, ou seja, esta é uma frase bonita, parece muito simples,mas é extremamente complica<strong>da</strong>. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, existe to<strong>da</strong> uma mitologia, uma banalização, mas <strong>de</strong> uma13 Economista, doutor em Economia, professor e pesqisador <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas.


72 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasforma extremamente exagera<strong>da</strong>, e as pessoas que trabalham nestas áreas acham que estão construindoum <strong>de</strong>senvolvimento mais geral, inclusive nacional, em cima <strong>de</strong>stas experiências extremamente localiza<strong>da</strong>s.Isso é um discurso do realismo, do conformismo, é uma idéia <strong>de</strong> não ter o que fazer a não ser se conformar.Uma certa idéia, que os anos 90 trouxeram no <strong>de</strong>bate urbano, <strong>de</strong> que não há tempo para discutir porque acrise é muito pesa<strong>da</strong> e o tempo urge, então não só os horizontes temporais <strong>da</strong>s ações públicas sereduziram, e ficaram complicados pela questão do financiamento, como o próprio sistema capitalistaestreitou seus horizontes, a valorização é muito rápi<strong>da</strong> e a crise é muito profun<strong>da</strong>. A seletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> atual dosistema é muito forte, então poucas áreas, poucas pessoas, poucas regiões, são eleitas e, nesse sentido,todos proclamam o tempo todo que é preciso apenas se a<strong>de</strong>quar e se ajustarEntão gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro que tenho an<strong>da</strong>do bastante por aí e fico, às vezes preocupado quando tentofalar <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> face, porque não estou menosprezando a primeira, liga<strong>da</strong> a todos os processos virtuosose <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> regulação localiza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> crescimento. Ou seja, to<strong>da</strong>s as experiências <strong>de</strong>cooperativas solidárias e populares, to<strong>da</strong>s as experiências <strong>de</strong> micro crédito e bolsa escola, <strong>de</strong> programas <strong>de</strong>garantia <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, são muito interessantes, to<strong>da</strong> a idéia <strong>de</strong> revitalização urbana, a idéia <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>agências, <strong>de</strong> comitês, a novi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos anos 90, que é o crescimento dos consórcios intermunicipais, paratentar resolver os problemas comuns <strong>de</strong> uma certa área. Quer dizer, to<strong>da</strong>s são idéias muito interessantes,to<strong>da</strong>s as experiências <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego, to<strong>da</strong>s as idéias <strong>de</strong> tentar trabalhar uma economia solidária.Mas eu fico preocupado, conheço pessoas que trabalham nessa questão especificamente e acham que,com isso, vão resolver todos os problemas <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Construir re<strong>de</strong>s, essa é a palavra <strong>da</strong>mo<strong>da</strong>. Antigamente nós falávamos em países tigre, agora a gente está falando em regiões <strong>de</strong> paísesaranha, que tenham possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estar construindo re<strong>de</strong>s o tempo todo.Então o modismo é muito complicado, baseado no Castells, ex-marxista <strong>da</strong> área, que hoje ven<strong>de</strong> suasconsultorias <strong>de</strong> uma idéia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local que é bastante complica<strong>da</strong>, para não falar no jogo <strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s porque a maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s está em guerra, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, por localização – uma guerra sem peias,sem regras, para meramente criar externali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o capital, para atrair empresas e nãoatrair pobres. É to<strong>da</strong> uma idéia <strong>de</strong> administrar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como uma mera empresa que <strong>de</strong>ve oferecer esteconjunto <strong>de</strong> externali<strong>da</strong><strong>de</strong>s lojísticas, tributárias etc. Ou, uma outra palavra <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>, apenas uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>que é administra<strong>da</strong> às vezes apenas para melhorar o clima <strong>de</strong> negócios. É uma palavra também <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>. Eespera-se a participação <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas cívica. É como se a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> fosse apenas um time<strong>de</strong> futebol, então apenas se repete o tempo todo: “eu amo tal ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”, “venha participar” mas, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,os canais <strong>de</strong> participação foram <strong>de</strong>struídos, porque os anos 90 e os anos 80, <strong>de</strong>struíram a maioria dosespaços <strong>de</strong> participação.Não é preciso discutir todo este cardápio, este catálogo <strong>de</strong> iniciativas exitosas, a lista está aí, é uma <strong>da</strong>scoisas que mais tem no mundo hoje é site <strong>de</strong> experiências exitosas, entre no BNDES, entre na FGV, a lista<strong>de</strong> experiências é ca<strong>da</strong> vez maior, é salutar, e isto é interessante porque, às vezes, tem uma idéia nova, emque ninguém tinha pensado. Mas não basta só este lado que foi banalizado. Esse localismo é, mais umavez, uma importação <strong>de</strong> idéias dos países centrais que não cabem para o Brasil. Uma idéia extremamenteexagera<strong>da</strong>, porque na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> não encara que o local brasileiro não é um local <strong>da</strong> Espanha, e o localbrasileiro é o local do atraso, é o local <strong>da</strong>s coalizões <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, é o local <strong>da</strong> especulação, é o local do que euchamaria do padrão <strong>de</strong> acumulação usurário, mercantil, imediatista, patrimonialista, rentista e <strong>de</strong>acumulação <strong>de</strong> capital e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.Então esta é a segun<strong>da</strong> face do <strong>de</strong>senvolvimento, que é muito difícil, que é a idéia <strong>de</strong> se predispor o tempotodo com estas coalizões, porque quando se fala em a CIDADE QUE QUEREMOS, a minha idéia é <strong>de</strong> que,necessariamente, qualquer ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos, no sentido <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia, no sentido <strong>da</strong> participaçãopopular, no sentido <strong>da</strong> inclusão social, é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem que ser, num certo sentido, arranca<strong>da</strong> <strong>da</strong>coalizão do po<strong>de</strong>r que domina essas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Essa coalizão especulativa que domina essas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Às vezes, quando se fala em <strong>de</strong>senvolvimento econômico, a primeira idéia que vem é uma idéia <strong>de</strong> calma,<strong>de</strong> tranqüili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> equilíbrio, ou seja, é fácil falar em <strong>de</strong>senvolvimento. Mas, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o<strong>de</strong>senvolvimento, necessariamente, um bom conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, tem que ser um conceito <strong>de</strong>tensão. Tensão o tempo todo, <strong>de</strong> importunar, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarranjar, <strong>de</strong> mostrar as expectativas e as açõesespeculativas. Então, o tempo todo, as ações do <strong>de</strong>senvolvimento têm que ser também <strong>de</strong>strutivas, vamosdizer assim. Destrutiva <strong>de</strong>stes pactos <strong>de</strong> dominação que tomam conta <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Portanto, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>brasileira, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o urbano, é um espaço extremamente interessante para fazer esta <strong>de</strong>smontagem.Po<strong>de</strong>r-se-ia dizer que o local po<strong>de</strong> menos do que o modismo diz. O local não po<strong>de</strong> tanto quanto as pessoasque vão aí, e estu<strong>da</strong>m basicamente os autores espanhóis, os autores europeus, e se empolgam com aquelaforça <strong>de</strong> que o local po<strong>de</strong> tudo, e o local é o local <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia etc. Eles estão errados, o local não po<strong>de</strong>tanto assim, mas o local po<strong>de</strong> muito neste sentido, nesta segun<strong>da</strong> face do <strong>de</strong>senvolvimento. É o urbano, é olocal, que é o locus para a tentativa diária para tentar <strong>de</strong>smontar as forças que tornam o urbano brasileiroum dos urbanos mais caros do mundo.É uma pena que os economistas pararam, quase que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, a estu<strong>da</strong>r custos <strong>da</strong>


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 73urbanização, por exemplo. Então nós temos um urbano que é maluco. Ele não po<strong>de</strong>ria ser tão caro comoele é. É porque o urbano brasileiro está entregue a este capital patrimonialista, rentista, então as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>sque tiveram mais <strong>de</strong> uma gestão como é o caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, já arrancaram bastante a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stacoalizão. Já arrancaram, já tentaram construir – quando a gente está falando <strong>de</strong> inclusão social, a gente temque falar do direito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, à CIDADE QUE QUEREMOS. Só que não adianta. A CIDADE QUE SOMOS –qualquerci<strong>da</strong><strong>de</strong> – é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> presa pelo atraso estrutural, pelas oligarquias, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tamanho <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A gente está, às vezes, acostumado a usar esta palavra “oligarquia” para pensar... – minha família éto<strong>da</strong> do Vale do Jequitinhonha – então, quando a gente fala em Minas Gerais, em oligarquia, a gente pensano Vale do Jequitinhonha. Mas, as oligarquias, esta coalizão patrimonialista, rentista, especulativa, está em<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, está Uberlândia, está em Governador Vala<strong>da</strong>res, está em Diamantina. Ela toma conta <strong>da</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras. Portanto, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tem que ser a tentativa <strong>de</strong> distorcer estacorrelação <strong>de</strong> forças que trava o <strong>de</strong>senvolvimento e trava a inclusão e não adianta, infelizmente, adiscussão <strong>de</strong> inclusão social, que está to<strong>da</strong> neoliberaliza<strong>da</strong>, vamos dizer assim, e é uma discussão muitopensando o tempo todo em focalização, vamos focalizar o pobre, vamos fazer políticas compensatórias,vamos salvar as populações em situações <strong>de</strong> risco. To<strong>da</strong>s são palavras <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>. A idéia <strong>de</strong> cobertura. Ouseja, ex-colegas meus, que tinham uma visão muito crítica, e hoje estão no governo Fernando Henriquefalam assim: “olha só que beleza, em termos sociais.” E o tempo todo tenta mostrar a cobertura, ou seja,chegamos em mais um. O esgoto chegou em mais um. Quando na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> quando se fala em inclusãotem-se que pensar na idéia <strong>de</strong> universalização, têm questões básicas <strong>da</strong> reprodução humana que nãocabem numa idéia <strong>de</strong> focalização, <strong>de</strong> políticas compensatórias, assistencialistas, focalizas e tudo o mais.Inclusive, é preciso trabalhar os <strong>de</strong>siguais <strong>de</strong> forma extremamente <strong>de</strong>sigual.Então, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento é, o tempo todo, algo como um no cravo e um na ferradura. Umagestão não po<strong>de</strong> ser avalia<strong>da</strong> apenas pela face A, do arranjo, <strong>da</strong> montagem, <strong>da</strong> armação <strong>de</strong> um novoambiente, <strong>da</strong> reunião, <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> novos instrumentos e <strong>de</strong> <strong>da</strong>r coerência a esse processo <strong>de</strong> alargarhorizontes <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Uma administração tem que ser avalia<strong>da</strong> também pelo outro lado. Pelasegun<strong>da</strong> face, se ela está <strong>de</strong>smontando, se ela está importunando o ganho fácil, o ganho especulativo, oscapitais fluidos, que só vivem <strong>de</strong> um lado para o outro e não têm interesse nenhum produtivo. Então épreciso checar ca<strong>da</strong> administração neste sentido, se ela está frustrando expectativas, se ela estátranstornando, estes sujeitos que transformam o urbano brasileiro em um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro caos. Tem um texto <strong>da</strong>Maria <strong>da</strong> Conceição Tavares, um dos textos mais importantes dos últimos 20 anos, que é a tentativa <strong>de</strong>discussão <strong>da</strong>s elites brasileiras e ela as divi<strong>de</strong> entre elites territoriais e cosmopolitas. Ou seja, basicamente,o urbano brasileiro é o urbano entregue às elites territoriais, que fazem o tempo todo seus ganhos, sua fugapara a frente, em cima <strong>da</strong> apropriação pre<strong>da</strong>tória do território. Então quem tenta fazer inclusão social temque, necessariamente, estar frustrando, mexendo em caixas <strong>de</strong> marimbondo. Ser um gestor, em qualquerambiente, é, o tempo todo, estar mexendo em caixas <strong>de</strong> marimbondo. Isso é muito claro: estar mexendo emconflitos o tempo todo.Tudo isto que estou falando <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento o Brasil praticamente não conheceu. Claramente, nos anos90, o governo FHC é o anti<strong>de</strong>senvolvimento, é o “anti” até crescimento, ain<strong>da</strong> mais com alguma idéia <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento que, necessariamente, tem uma idéia <strong>de</strong> sentido, <strong>de</strong> direção e <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong> maioria. Osanos 90 trabalham o tempo todo com a idéia <strong>de</strong> população-alvo, então você está sempre procurando um“pobrinho” a mais quando, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento, necessariamente, tem que vir com essa idéia <strong>de</strong>construção <strong>da</strong>s condições mínimas <strong>de</strong> sobrevivência e, portanto, <strong>de</strong> arrancar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> aos que a controlamno sentido negativo. Como o <strong>de</strong>senvolvimento nunca é uma coisa tranqüila, política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentonunca po<strong>de</strong> ser no sentido <strong>de</strong> colocar band-aid, <strong>da</strong>r analgésico para o paciente. Desenvolvimento, é colocaro <strong>de</strong>do na feri<strong>da</strong> e mexer na feri<strong>da</strong>. Você po<strong>de</strong> fazer o outro lado, mas, necessariamente, se você não estámexendo em feri<strong>da</strong>s, mexendo em vespas, colocando o <strong>de</strong>do nas feri<strong>da</strong>s, mexendo no vespeiro, você nãoestá fazendo <strong>de</strong>senvolvimento. E esse segundo lado, este lado <strong>de</strong> se predispor o tempo todo contra essascoalizões, <strong>de</strong> distorcer a correlação <strong>de</strong> forças, é justamente a face mais inclusiva.Eu o<strong>de</strong>io a discussão que é feita no Brasil <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> pobreza. Aí, sai um economista semprefazendo contas do tipo: “se eu pego 8% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> dos 10% dos mais ricos do Brasil, vou erradicar a pobrezatotalmente.” Essa idéia é absur<strong>da</strong>. Pobreza, exclusão, são trabalha<strong>da</strong>s diariamente, o tempo todo, não éuma questão <strong>de</strong> gasto, não é uma questão <strong>de</strong> focalização, que você vai incluir. Porque se você raciocinarapenas neste sentido, você vai incluir e este incluído <strong>da</strong>qui há dois anos vai estar excluído <strong>de</strong> novo. Então adiscussão <strong>de</strong> exclusão não po<strong>de</strong> ser assim. Portanto, é preciso ter uma boa idéia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,consciência <strong>de</strong> que nós somos uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> massas, pobres, na periferia docapitalismo. Acho que todos os gran<strong>de</strong>s autores <strong>da</strong> visão crítica latino-americana ressaltam que o<strong>de</strong>senvolvimento, o sub<strong>de</strong>senvolvimento e o não <strong>de</strong>senvolvimento, não passam com o passar do tempo. Osub<strong>de</strong>senvolvimento é estrutural. Tem uma frase muito interessante do Celso Furtado que diz que “osub<strong>de</strong>senvolvimento é uma má-formação”. Portanto, não só não passa com o tempo, não só tempersistência, como é cumulativo.Então, sem ações muito po<strong>de</strong>rosas, e nas duas faces, o tempo todo, com o passar do tempo, esse


74 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrassub<strong>de</strong>senvolvimento, o caos social urbano, econômico, financeiro e tudo o mais, ten<strong>de</strong> a se agravar. Querdizer, o tempo não resolve o sub<strong>de</strong>senvolvimento. Só ação pesa<strong>da</strong>, potente, <strong>de</strong> muita briga, <strong>de</strong> colocar o<strong>de</strong>do em muita feri<strong>da</strong> e ao mesmo tempo usar band-aid, mas colocar o <strong>de</strong>do na feri<strong>da</strong>. Só assim é que seriapossível construir a CIDADE QUE QUEREMOS e construir o direito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E o resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia só po<strong>de</strong>ser feito se você arrancar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos gran<strong>de</strong>s controladores do urbano brasileiro. Portanto, a discussão dourbano tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser o que foi na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, com todos esses mo<strong>de</strong>linhos extremamenteexagerados, às vezes, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local, que <strong>de</strong>spolitizaram e tecnificaram o <strong>de</strong>bate que, nadéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, era extremamente politizado e hoje é apenas <strong>de</strong> “como que eu vendo minha ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.”É muito interessante porque, como eu disse aqui, separo as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s por esta visão. Em São Paulo foi<strong>de</strong>clarado “São Paulo não está à ven<strong>da</strong>” e acho que BH não está à ven<strong>da</strong>, Porto Alegre não está à ven<strong>da</strong>,Belém não está à ven<strong>da</strong>. São exemplos que eu conheço. Belém e Porto Alegre eu tenho acompanhadobastante. São ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que claramente não fazem a mera gerência <strong>da</strong> crise e a mera tentativa <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>ruma mercadoria a mais que seria a mercadoria “ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”.▪ TEODORO LAMOUNIER 14Mediador <strong>da</strong> mesa “Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Financiamento <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> / Desenvolvimento Econômico e Inclusão”Bom, realmente, eu acho que não há muito o que mediar nesse <strong>de</strong>bate, porque eu vejo uma certacoincidência entre as colocações do Maurício, gran<strong>de</strong> amigo <strong>de</strong> longa <strong>da</strong>ta, no sentido <strong>de</strong> ter essasubordinação <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong> financiamento e <strong>da</strong> receita – há um problema maior que é do crescimento <strong>da</strong>economia brasileira, quer dizer, numa situação <strong>de</strong> estagnação você realmente não podia ter o milagre <strong>de</strong> teruma receita crescente, uma receita pública crescente – e também na colocação do professor Antônio CarlosBrandão. Eu acho que o pressuposto fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>le é um pressuposto <strong>de</strong> macro política, é umpressuposto que implica uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong>finição institucional a nível mesmo do país, <strong>de</strong> instituiçõespolíticas que a nível nacional sejam propiciatórias <strong>de</strong>ssa participação. Uma modificação <strong>de</strong>ssa implica numamodificação do funcionamento do regime político do qual a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é um <strong>de</strong>sdobramento, porque essemesmo processo <strong>de</strong> especulação na terra urbana, se a gente ampliar o foco, você vai ver que ele existe emquase todos os outros campos que são sempre o objeto e o interesse econômico.Eu estou presentemente trabalhando no Instituto <strong>Horizonte</strong>s, que é uma ONG, é uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, quetem por pretensão chegar ao planejamento <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> BH – até evitamos a palavra “região metropolitana”porque ela está muito comprometi<strong>da</strong>, pois tem uma <strong>de</strong>finição institucional, <strong>da</strong><strong>da</strong> pela assembléia, que incluitrinta e três municípios, muitos dos quais na<strong>da</strong> têm a ver com BH. Então é um conceito queinstitucionalmente está já muito contaminado.O quê que é essa Gran<strong>de</strong> BH?Realmente é algo que a gente precisa <strong>de</strong>finir melhor e a idéia se aproxima muito do que foi muito criticadopelo professor Antônio Carlos Brandão – e eu acho que com uma certa razão, não inteira – <strong>da</strong> idéia <strong>de</strong>Planejamento Estratégico.Planejamento Estratégico em que sentido?No sentido <strong>de</strong> que você abre mão <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento integrado, compreensivo, abrangente –aquela idéia que vem <strong>da</strong> planificação que foi primeiramente aplica<strong>da</strong> na experiência soviética, o mo<strong>de</strong>losoviético <strong>de</strong> planificação, que tinha que tratar <strong>de</strong> todos os setores, <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas, uma coisa simétrica –para uma idéia <strong>de</strong> você se centrar naquelas variáveis que são as variáveis fun<strong>da</strong>mentais, as principais,atuar sobre o que é estratégico, atuar sobre aquilo pelo qual se preten<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nesse sentido ela tem muita similari<strong>da</strong><strong>de</strong> com o que fazem as empresas – você levantar pontos fortes epontos fracos <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> – e incumbiria esse tipo <strong>de</strong> pergunta: Que CIDADE QUE QUEREMOS? Quais sãoos pontos fracos para atingir essa CIDADE QUE QUEREMOS? Quais são os pontos fortes?Eu acho que quando o Maurício coloca a região metropolitana e faz um pouco o paralelismo com BH, agente tem que ir com cautela nisso, porque a região metropolitana – aí não propriamente a <strong>de</strong>finiçãoinstitucional, mas aquilo que a gente, com um pouco mais <strong>de</strong> rigor técnico, <strong>de</strong>finiria como regiãometropolitana – tem um índice <strong>de</strong> crescimento maior do que o município <strong>de</strong> BH, que está efetivamente, doponto <strong>de</strong> vista econômico, com uma certa per<strong>da</strong> <strong>de</strong> substância.Importante ain<strong>da</strong> é que temos aqui uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial. Se nós formos pensando nessa áreametropolitana – vou chamar assim – nós temos uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que não é dinâmica, pelo contrário. A baseeconômica principal <strong>de</strong>ssa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é essa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> real BH que abrange as vizinhas, está centra<strong>da</strong> numaindústria metal / mecânica, <strong>de</strong> base automobilística, uma indústria que a gente po<strong>de</strong> dizer que não temmuito futuro.Então, ain<strong>da</strong> que essa gran<strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> não esteja visivelmente numa crise, a gente compara BH com Rio <strong>de</strong>14 Graduado em Sociologia e Administração Pública e representante do Instituto <strong>Horizonte</strong>s.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 75Janeiro, digamos, <strong>de</strong> quinze anos atrás, que estava mergulhado numa crise completa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrédito. Aspessoas que moravam lá já tinham perdido aquela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como valor e nós mesmos, que íamos lá, íamoscom um temor <strong>da</strong>nado por problemas <strong>de</strong> segurança. Nós não estamos comparando BH a essas situaçõesvivi<strong>da</strong>s há quinze anos atrás no Rio <strong>de</strong> Janeiro – e que, digo, foram reverti<strong>da</strong>s até por algumas ações <strong>de</strong>ssecaráter que ele chama <strong>de</strong> localista, por isso eu não acharia tão negativo –, só acho que a situação do Riomudou significativamente por um tipo <strong>de</strong> intervenção que era planejamento estratégico e aí, evi<strong>de</strong>ntemente,não resolveu o problema <strong>de</strong> exclusão social mas, notoriamente, até fisicamente quem vai ao Rio...Hoje eu jávou ao Rio e fico no Rio com muito menos temor, diria assim, do que a quinze anos atrás.Mas a nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem umas coisas interessantes: BH é a capital <strong>de</strong> Minas, uma gran<strong>de</strong> coisa porque to<strong>da</strong>a capital normalmente tem uma importância, um papel muito gran<strong>de</strong> no Estado. Mas eu diria que ela é acapital <strong>da</strong> parte pobre <strong>de</strong> Minas: o Sul <strong>de</strong> Minas, o Triângulo, mesmo a Zona <strong>da</strong> Mata, que não é tão<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> assim, mas as regiões dinâmicas <strong>de</strong> crescimento, não se articulam com BH. Aqui é a capital<strong>da</strong> região do rio Doce, do Jequitinhonha, do Mucuri e <strong>de</strong>ssa área metalúrgica central. Ela não temcapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> articular todo o espaço mineiro.Mais ain<strong>da</strong>: BH, que talvez há vinte anos atrás estava situa<strong>da</strong> como um dos vértices do triângulo Rio / SP /BH e era um dos pontos dinâmicos <strong>de</strong>sse triângulo, ten<strong>de</strong> a – to<strong>da</strong>s as indicações que estão mostrando isso– per<strong>de</strong>r posição para Brasília. Isso é algo importante que já foi <strong>de</strong>tectado e, evi<strong>de</strong>ntemente, como Brasília éuma Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-Estado tem acesso a receitas <strong>de</strong> outro porte, <strong>de</strong> outras características, e é também a capitalfe<strong>de</strong>ral, a nossa posição competitiva...Acho que o Maurício tem razão <strong>de</strong> colocar a questão <strong>da</strong>competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, umas crescem mais do que outras, mesmo em tempos <strong>de</strong> crise. Se nósolharmos hoje o panorama do Brasil, nesta estagnação <strong>de</strong> vários anos já as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s se diferenciam.Algumas estão aproveitando algumas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento, mesmo não resolvendo cabalmente oproblema <strong>de</strong> inclusão social mas, pelo menos, não estão tendo um agravamento <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> exclusãosocial, como tem em várias partes.Então o outro ponto interessantíssimo também é que aqui é um centro produtor <strong>de</strong> cultura – se a gente foranalisar na área <strong>de</strong> artes, música, teatro, se produz muita cultura e muitos talentos etc. –, agora, não é umcentro consumidor <strong>de</strong> cultura. Todos esses talentos acabam imigrando, indo para o Rio ou para São Paulo.Então esse papel <strong>de</strong> centro cultural não é significativo do ponto <strong>de</strong> vista do consumo <strong>de</strong> cultura.Eu colocaria algumas questões para reflexão. Eu acho que nós não po<strong>de</strong>mos per<strong>de</strong>r a visão macro, mastambém não po<strong>de</strong>mos ficar aprisionados nela, porque po<strong>de</strong>mos cair naquele dilema: então vamos cruzar osbraços que na<strong>da</strong> é possível ser feito, não vamos fazer na<strong>da</strong> porque essa situação local já estápre<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelo envolvimento seja econômico, seja macro político.Entã, eu acho que a gente tem que ter essa consciência crítica <strong>de</strong>ssa inserção macro mas, ao mesmotempo, ver como é que você po<strong>de</strong> agir localmente ou no âmbito <strong>da</strong> região metropolitana, que transcen<strong>de</strong> jáo município <strong>de</strong> BH. Aí também é um problema, eu acho que a área que tem que ser trabalha<strong>da</strong> tem que serrealmente a área metropolitana porque ela é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> real que se confina ao município <strong>de</strong> BH, ain<strong>da</strong> que omunicípio <strong>de</strong> BH tenha, com razão, com justiça, um papel hegemônico, primordial, mas, para trabalhar esseplanejamento ele tem que ser trabalhado nesse horizonte <strong>de</strong> uma área metropolitana, ou regiãometropolitana – sabendo que não é a região metropolitana como foi <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela Assembléia Legislativa <strong>de</strong>MG, incluindo trinta e três municípios.Eu acho que a gente tem que combinar essas duas óticas para que o processo avance, porque tambémsem ação local, sobretudo – eu acho isso importante falando basicamente para um âmbito <strong>de</strong> ação em queas iniciativas são <strong>da</strong> prefeitura – sem essas iniciativas e ações do po<strong>de</strong>r público local, vai ser muito difícilreverter qualquer coisa pelo <strong>de</strong>scrédito. Se você não tiver sucesso, professor Antônio Carlos, no processo<strong>de</strong>mocrático, é difícil ser reeleito. E o sucesso po<strong>de</strong> estar no plano que você coloca, no plano <strong>de</strong> mobilizar apopulação, organizar a população para ter uma participação e, evi<strong>de</strong>ntemente, eu vejo muito maispossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> você ter para a população uma resposta mais concreta e afirmativa <strong>da</strong> participação noâmbito local, espacialmente <strong>de</strong>finido, do que num âmbito maior do país – fica muito difícil, com asinstituições políticas que nós temos, com um fe<strong>de</strong>ralismo que é só <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>. Você po<strong>de</strong> ter êxito, serreconhecido pela população, ter um projeto político, passar pelo crivo <strong>da</strong>s eleições e ser reeleito. Se vocênão conduzir bem a organização <strong>da</strong> população para que ela possa superar as suas limitações e participar eter iniciativa sempre, eu acho que muitas intervenções no plano espacial po<strong>de</strong>m acontecer: não vamosdizer, por exemplo, que nós não po<strong>de</strong>mos fazer na<strong>da</strong> no sistema <strong>de</strong> transporte para melhora-lo, para tornaresse transporte mais eficiente; eu estou plenamente convencido que po<strong>de</strong>mos.Não vamos imaginar que vamos abandonar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regulação do uso do solo porque seabandonarmos isso, aí sim , as forças especulativas é que vão dominar plenamente, com to<strong>da</strong>s asdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limitações que isso tem.São algumas questões que eu colocaria. Só uma última palavra: o Instituto <strong>Horizonte</strong>s, para esteplanejamento <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> BH, está buscando a parceria do setor privado e <strong>da</strong>s ONGs e dos municípios.Então é com muita satisfação que eu registro a <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> PBH em tomar parte do planejamento


76 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasestratégico na região metropolitana <strong>de</strong>ssa Gran<strong>de</strong> BH, porque ela é, sem dúvi<strong>da</strong>, extremamente importante,o po<strong>de</strong>r público tem o papel mais importante <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse processo!Espaço Público e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia▪ MANOEL TEIXEIRA DE AZEVEDO JÚNIOR 15Eu gostaria <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r a questão do espaço público enquanto espaço <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> coletiva, espaço <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> emsocie<strong>da</strong><strong>de</strong>. E começar pensando que a questão do espaço público mo<strong>de</strong>rno, quando se fala do espaçopúblico mo<strong>de</strong>rno, tem que situar que é o espaço público <strong>da</strong> cultura cristã, oci<strong>de</strong>ntal, capitalista. Elecorrespon<strong>de</strong>, basicamente, a uma progressiva valorização do indivíduo; é uma alteração dos fun<strong>da</strong>mentos<strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r político, no qual esse po<strong>de</strong>r, a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong>r, passa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong>vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria, o que é uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e passa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r também <strong>de</strong> um princípio no qual todos sãoiguais perante a lei. Há uma idéia <strong>de</strong> abolição dos privilégios, <strong>de</strong> que, a partir <strong>de</strong> um princípio <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>,todos teriam necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, precisariam participar <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> coisa pública. E esse princípio vai fazer,também, com que a representação política <strong>de</strong>pen<strong>da</strong> <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s que garantam esse processo <strong>de</strong>representação <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> maioria. Essa ampliação do sentido do espaço público, incluindo aresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do ci<strong>da</strong>dão na gestão <strong>da</strong> coisa pública, na escolha dos governantes, na liber<strong>da</strong><strong>de</strong> paracriticar os governantes e para se opor a eles, e todo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> idéia <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia e <strong>de</strong> direitosbásicos do ser humano, é que vai constituir a idéia do espaço público mo<strong>de</strong>rno, do espaço público <strong>da</strong>cultura cristã, oci<strong>de</strong>ntal e capitalista.Essa idéia <strong>da</strong> ligação entre ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e espaço público não é uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ela vem <strong>da</strong> Grécia, on<strong>de</strong> oprincípio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia estava ligado à idéia <strong>da</strong> participação nas <strong>de</strong>cisões políticas, a participação naassembléia dos ci<strong>da</strong>dãos. E esse é o sentido <strong>da</strong> Polis grega, o sentido <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> grega é exatamente apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação nas <strong>de</strong>cisões políticas, a participação na assembléia dos ci<strong>da</strong>dãos. Então,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, no sentido <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia instaura<strong>da</strong> na Grécia, há essa ligação estreita entre a política e aci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Só que, na Grécia, essa ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia era para poucos, era uma ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia para os proprietários <strong>de</strong>terra, os nascidos naquele lugar; os estrangeiros, os escravos e as mulheres eram excluídos <strong>da</strong> condição <strong>de</strong>ci<strong>da</strong>dãos. Mas a idéia <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e a participação no processo <strong>de</strong>mocrático, implicava numa idéia <strong>de</strong>igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que fosse uma igual<strong>da</strong><strong>de</strong> restrita. Mas há sempre essa idéia <strong>de</strong> que ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia eigual<strong>da</strong><strong>de</strong> são coisas que <strong>de</strong>vem caminhar pari passu.Essa ampliação do sentido do espaço público mo<strong>de</strong>rno, na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna, basicamente a partir <strong>da</strong>Revolução Francesa, faz com que o espaço público não seja compreendido apenas como lugar físico docontato com os outros e do contato com o mundo mas, também, como âmbito <strong>de</strong> participação nas <strong>de</strong>cisões,na vi<strong>da</strong> política, agora <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> e direitos entre os seres humanos. Não émais uma <strong>de</strong>mocracia, uma igual<strong>da</strong><strong>de</strong> para poucos, mas uma <strong>de</strong>mocracia e uma igual<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos.Essa ampliação do sentido do espaço público vem sendo acompanha<strong>da</strong>, no entanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XIX,na Europa, <strong>de</strong> um progressivo esvaziamento nos lugares tradicionais <strong>de</strong> exercício <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> pública; as ruas eas praças, vão sendo progressivamente esvaziados, a par <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ampliação do sentido doespaço público, <strong>da</strong> coisa pública. E isso basicamente por três motivos, <strong>de</strong> uma maneira bem genérica:– primeiro, porque, ca<strong>da</strong> vez mais, o contato com o mundo e com os outros <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> precisar do espaçopúblico, do espaço <strong>da</strong>s ruas e <strong>da</strong>s praças; o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> imprensa, do rádio, do telefone, <strong>da</strong>televisão e, mais recentemente, dos meios eletrônicos, <strong>da</strong> Internet, faz com que o contato com omundo, o saber o que acontece no mundo, e o contato com os outros, não necessite <strong>da</strong> permanência,do estar nas ruas, do estar nas praças etc.;– <strong>de</strong>pois, um segundo motivo é porque o porte <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, as relações <strong>de</strong> trabalho no mundo capitalista,as próprias tecnologias <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> contemporânea, têm feito com que a vi<strong>da</strong> nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s passe a se<strong>da</strong>r segundo um princípio <strong>de</strong> movimento constante, com veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que fazem do espaço público, <strong>da</strong>sruas, em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, apenas um espaço <strong>de</strong> circulação, um espaço <strong>de</strong> movimento, on<strong>de</strong> a para<strong>da</strong> émuito restrita;– e um terceiro motivo, muito especificamente no caso brasileiro, o espaço público não é mais um espaço<strong>de</strong> iguais mas é, basicamente, um espaço <strong>de</strong> conflito e um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>siguais, sendo totalmentecomprometido e <strong>de</strong>sbaratado na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira.Então, a partir <strong>de</strong>sse contexto do que é o espaço público mo<strong>de</strong>rno, po<strong>de</strong>mos pensar o espaço público apartir <strong>de</strong> duas idéias básicas: a idéia do contato e a idéia <strong>da</strong> atuação. De certa maneira essas duas idéias,contato e atuação, sintetizariam os sentidos básicos do espaço público: o contato com o outro e com omundo e o contato entre os diferentes, e as diferenças, e a ação no espaço.Enquanto contato, por um lado, o espaço público é lugar <strong>de</strong> absorção <strong>da</strong> própria ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, absorção do que a15 Arquiteto, mestre em Planejamento Urbano e Regional, professor do Curso <strong>de</strong> Arquitetura <strong>da</strong> PUC Minas e <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Arquiteturae Urbanismo do Centro Universitário Isabela Hendrix.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 77gente po<strong>de</strong>ria chamar do espetáculo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> suas paisagens construí<strong>da</strong>s e naturais, com tudo aquiloque elas carregam <strong>de</strong> história, <strong>de</strong> memórias individuais, coletivas, <strong>de</strong> belezas inespera<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> poesia, <strong>de</strong>simbologias diversas, simbologias <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>da</strong>s classes sociais, <strong>de</strong> valores etc. Então é um gran<strong>de</strong> prazere um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>leite absorver esse espetáculo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, o espaço público é o lugarprivilegiado do contato com os outros, do contato com os diferentes. O que se percebe hoje, a partir <strong>de</strong> umacrescente segregação do espaço <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, especialmente <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras, é aconstituição <strong>de</strong> guetos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> o contato entre os diferentes é ca<strong>da</strong> vez mais difícil. Essesguetos resi<strong>de</strong>nciais abolem o contato com o diferente, com as diferenças, e fazem com que ca<strong>da</strong> vez mais avi<strong>da</strong> social e os contatos inter-humanos se dêem entre iguais, o que empobrece enormemente esse caráterdiversificado do espaço público. E esses guetos, na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira ou em outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sãotanto guetos <strong>de</strong> ricos – condomínios fechados etc. – como são guetos <strong>de</strong> pobres também – as vilas, asfavelas, as periferias – e isso vem ca<strong>da</strong> vez mais se acentuando na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira – há, inclusive, umprocesso recente <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> “condomínios fechados” nas favelas, que colocam portões e seconstituem em guetos mesmo, em lugares on<strong>de</strong> o acesso é controlado <strong>da</strong> mesma forma que noscondomínios fechados dos ricos.Na situação atual, o contato entre os diferentes vem sendo marcado ca<strong>da</strong> vez mais por um crescentedistanciamento. Esse contato, muitas vezes, se dá apenas através do vidro fechado dos carros, <strong>da</strong>passagem rápi<strong>da</strong> pelas ruas, e ca<strong>da</strong> vez mais a distância, o estranhamento e o medo do outro se instaurana vi<strong>da</strong> do espaço público e o outro, o diferente, é tratado com <strong>de</strong>sconfiança e com distância e, em algunscasos, é tratado como inimigo potencial. No Brasil o que <strong>de</strong>fine outro, o que marca a separação, éfun<strong>da</strong>mentalmente a condição social, é a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>, que faz do espaço público mais um espaço <strong>de</strong>conflito do que <strong>de</strong> convívio. Um lugar mais <strong>de</strong> ameaça e <strong>de</strong> guerra social do que <strong>de</strong> interação entre valoresdiversos, entre experiências diversas, entre expressões individuais e coletivas diversas. Essa <strong>de</strong>veria ser agran<strong>de</strong> riqueza do espaço público: a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interação <strong>de</strong> experiências diversas. O que se vemconstatando no espaço público brasileiro é que ele se transforma, ca<strong>da</strong> vez mais, num lugar <strong>de</strong> conflito e <strong>de</strong>distanciamento, <strong>de</strong> estranhamento entre as pessoas.Nesse sentido, para além <strong>de</strong> um esvaziamento do espaço público provocado pela veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dostransportes, pelo ritmo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> contemporânea, sendo o contato com o mundo feito a partir do espaçoprivado, <strong>da</strong> televisão, dos computadores etc., o que se verifica é que não há espaço público que mantenhaa sua vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> em um ambiente <strong>de</strong> exclusão social, on<strong>de</strong> as ruas se tornam lugar <strong>de</strong> sobrevivência, lugaron<strong>de</strong> os marginalizados, os excluídos, revi<strong>da</strong>m e <strong>de</strong> certa maneira dão o troco <strong>da</strong> condição a que foramsubmetidos. Só é possível pensar em interação entre aqueles que têm garantidos os seus direitosfun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> seres humanos. Só entre ci<strong>da</strong>dãos, só quando a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é garanti<strong>da</strong> para o conjunto <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, é que po<strong>de</strong> se <strong>da</strong>r um ambiente possível <strong>da</strong> interação.O que vem ocorrendo no espaço público do Brasil, na maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras e principalmente nasgran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, é que ele vem sendo abandonado pelas classes médias e altas, que se excluem emguetos exclusivos, em espaços <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> exclusivos, e quem efetivamente ocupa as áreas centrais,as áreas públicas que seriam os gran<strong>de</strong>s lugares <strong>de</strong> convivência é a população mais pobre. E ocupaefetivamente: faz acontecer a sua vi<strong>da</strong> nesses espaços. Os projetos <strong>de</strong> revitalização urbana, <strong>de</strong>requalificação, principalmente <strong>de</strong> áreas centrais, têm buscado especialmente atrair as classes médias paraesses espaços, tentado criar diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> nesses espaços e tentado buscar investimentos nesses espaços.É isso o que tem pautado a maioria dos projetos <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> áreas públicas no Brasil.Mas esses tratamentos do espaço público, esses embelezamentos do espaço, se eles são importantescomo atratores <strong>de</strong> frequentação <strong>da</strong>s ruas, para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas voltarem a certas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,se eles são produtores <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> física, <strong>de</strong> maior beleza, <strong>de</strong> maior possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>leite do espaço, eles são inócuos ou são muito limitados se não se trabalha concomitantemente aquestão do espaço público como questão <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Esses projetos muitas vezes não sãoacompanhados pela vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em resgatar princípios <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia para todos e acabam,muitas vezes, gerando novas segregações, novas exclusões e novos espaços <strong>de</strong> exclusivismo social.As ações que seriam mais efetivas para uma transformação do espaço público são as ações que muitasvezes não se dão diretamente sobre esse espaço, mas se dão visando o resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia nos seusmais diversos âmbitos: na educação, na saú<strong>de</strong>, no acesso à informação, no lazer, nos trabalhos sobre amoradia, sobre as infra-estruturas necessárias para a moradia. É nesse resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia que se po<strong>de</strong><strong>da</strong>r, efetivamente, a transformação do espaço público, muito mais do que nos projetos <strong>de</strong> requalificação,que têm a sua importância mas que são inócuos quando não acompanhados <strong>de</strong>sse outro tipo <strong>de</strong> ação.Outra questão importante é que o esvaziamento do espaço público enquanto lugar <strong>de</strong> contato entre osdiferentes, vem comprometendo um dos sentidos primordiais <strong>de</strong>sse espaço, que é o aprendizado <strong>da</strong>civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, o aprendizado <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social. A civili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong> como o conjunto <strong>de</strong> regras quepossibilitam o respeito ao outro, que possibilitam estar no espaço público e permitir que o outro tambémesteja e se expresse com as suas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s.


78 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasO espaço público sempre foi, na tradição oci<strong>de</strong>ntal, e mesmo em outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o lugar privilegiadoon<strong>de</strong> se exercitava e se aprendia a li<strong>da</strong>r com as pessoas diferentes, a interagir com elas, a se proteger,muitas vezes, <strong>de</strong>las: apren<strong>de</strong>r a jogar com o diferente e a conviver com ele. Mas essa convivência, essainteração, esse aprendizado <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social, nunca se <strong>da</strong>va através do afastamento mas do que era possívelestabelecer na proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse aprendizado <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social, esse contato direto com o que é a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,vem sendo bloqueado ou vem sendo minimizado pelas tendências à segregação espacial, o que favorece aformação <strong>de</strong> visões distorci<strong>da</strong>s do que é a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, do que são os outros, e visões muitas vezesestereotipa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sses diferentes, <strong>de</strong>sses outros, em especial dos componentes <strong>de</strong> classes sociaisdiferentes – a visão que os ricos têm dos pobres, que os pobre têm dos ricos etc. Isso dificulta essa idéia <strong>da</strong>civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é um dos princípios fun<strong>da</strong>mentais para se estar no espaço público e para se conviver com osdiferentes.Com respeito à questão <strong>da</strong> atuação, há uma tendência contemporânea do usuário do espaço público <strong>de</strong> serca<strong>da</strong> vez mais um espectador, um consumidor passivo do que acontece no espaço, do que propriamenteum ator, um efetivo conformador <strong>da</strong>quilo que se dá naquele espaço. Há uma tendência <strong>da</strong>s pessoas seremmuito mais espectadores silenciosos <strong>da</strong> cena urbana, que percebem o que se passa, mas que temdificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir com os outros e atuar no próprio espaço.O espaço público <strong>de</strong>veria, numa situação i<strong>de</strong>al, ser um estimulador <strong>da</strong>s manifestações individuais eespecialmente <strong>da</strong>s manifestações coletivas. Um estimulador dos processos <strong>de</strong> criação, algo que propiciassea experiência <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong> informação, do acesso às manifestações <strong>da</strong> cultura, mas que estimulassetambém a manifestação dos ci<strong>da</strong>dãos e <strong>da</strong> sua criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sabrochasseefetivamente no isolamento. Mas esse criar no isolamento <strong>de</strong>veria sempre ser alimentado pelo contato nocoletivo.A idéia <strong>da</strong> atuação <strong>de</strong>veria ser pensa<strong>da</strong>, também, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sentido mais amplo, <strong>da</strong> participação na vi<strong>da</strong>social, do compromisso com aquilo que diz respeito ao interesse comum. E <strong>de</strong> novo se verifica um certoesvaziamento do interesse <strong>da</strong> população, especialmente dos setores mais abastados, em participar dosâmbitos <strong>de</strong> discussão coletiva sobre o interesse comum.A atuação no espaço público, nesse espaço público ampliado, <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r a um incremento e a umfortalecimento dos mecanismos <strong>de</strong> participação nas <strong>de</strong>cisões e na gestão <strong>da</strong> coisa pública. Para tal, asinstâncias <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>veriam ter efetivo po<strong>de</strong>r rescisório, evitando <strong>de</strong> se transformarem meras encenações <strong>de</strong> participação, que apenas referen<strong>da</strong>ssem a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> governos e gruposrestritos.Por outro lado, a idéia <strong>de</strong> espaço público na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> ganha uma amplitu<strong>de</strong> muito maior do quepropriamente aquele princípio <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong>s ruas, dos espaços comuns, <strong>de</strong> praças etc., e hoje essaidéia se amplia na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do contato em outros ambientes, nos ambientes <strong>de</strong> trabalho e nos outrosambientes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social, e também se <strong>de</strong>senvolve através dos contatos indiretos e através dos meioseletrônicos, especialmente do computador e <strong>da</strong> Internet. Isso tem ampliado enormemente as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> contato, <strong>de</strong> informação e <strong>de</strong> participação na produção coletiva, no saber coletivo, e mesmo nas <strong>de</strong>cisõescoletivas. De novo, porém, essa participação indireta no espaço público é algo distribuído <strong>de</strong>sigualmente nasocie<strong>da</strong><strong>de</strong>, é algo que não é para todos, é restrita a uma parcela <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, a vivência do espaçopúblico se dá <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>sigual, mesmo nesses âmbitos <strong>de</strong> uma participação indireta, media<strong>da</strong> por meioseletrônicos.Então o que era o espaço público no sentido <strong>de</strong>sse contato direto ou o que era o espaço público no sentidodo contato indireto <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> Internet só vai ganhar plenitu<strong>de</strong> como espaço <strong>da</strong>política, e aí a política em sentido amplo, como cortejamento com os diferentes, com o que pensa diferente,com o que tem interesses diferentes. Ele só vai ganhar plenitu<strong>de</strong> como espaço <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia se estiversustentado por um princípio <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos, se estiver embasado em umprincípio <strong>de</strong> garantia dos princípios fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Só há espaço público efetivo, espaçopúblico <strong>de</strong>mocrático, on<strong>de</strong> há ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.E a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia tem que ser para todos, senão nós estaremos produzindo apenas um espaço públicocoman<strong>da</strong>do pelo medo, pela vigilância, pela regulação policial do fazer e do como fazer. Um espaço on<strong>de</strong> ooutro, especialmente os mais pobres são tratados mais do que como estranhos, como inimigos potenciais,como uma população que <strong>de</strong>ve ser controla<strong>da</strong>, reprimi<strong>da</strong>, quando, para o seu pleno <strong>de</strong>senvolvimento,<strong>de</strong>veria se trabalhar com a idéia <strong>da</strong> sua liberação e não do seu controle. Mas a liberação, a manifestaçãolivre <strong>da</strong>s particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pessoas e dos grupos sociais só tem sentido se contrabalança<strong>da</strong> peloprincípio <strong>da</strong> civili<strong>da</strong><strong>de</strong>, do respeito pelo outro. E esse princípio só se sustenta a partir <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>direitos. Se é nega<strong>da</strong> à população o direito a uma moradia digna, à educação, ao consumo, à autoestima, aliberação que essa população irá manifestar no espaço público será sempre marca<strong>da</strong> ou pela submissão oupela violência, pela agressão ao outro.As questões fun<strong>da</strong>mentais do espaço público no Brasil são, assim, primeiro, aquelas liga<strong>da</strong>s à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, aodireito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a romper as exclusões, a romper as segregações. Muito se tem feito nesse sentido, em


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 79diversas administrações públicas no Brasil, mas ain<strong>da</strong> tem sido muito pouco – nos diversos âmbitos, <strong>da</strong>educação, <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong> moradia, o que domina é a idéia <strong>da</strong> exclusão. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, as populações excluí<strong>da</strong>stêm sido normalmente trata<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> um princípio <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> categoria, a partir <strong>de</strong> idéias<strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> classe, <strong>de</strong> subeducação, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> precária; se são <strong>da</strong>dos alguns direitos, elessão sempre direitos concedidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma idéia <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> precária.É preciso resgatar um princípio muito caro aos mo<strong>de</strong>rnistas em arquitetura e em urbanismo, <strong>de</strong> que todostem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas iguais e que esse patamar mínimo <strong>de</strong> direitos tem que ser oferecido com to<strong>da</strong> adigni<strong>da</strong><strong>de</strong> e com to<strong>da</strong> a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Quem é tratado com digni<strong>da</strong><strong>de</strong>, com respeito, ten<strong>de</strong> também a respon<strong>de</strong>rcom digni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Quem é excluído, ou é tratado como ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> categoria, ten<strong>de</strong> a respon<strong>de</strong>r coma agressão, a violência, a guerra.A reversão <strong>de</strong>sse quadro exige um esforço que ultrapassa a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um governo municipal, exigeuma interação <strong>da</strong>s diversas instâncias <strong>de</strong> governo e exige, especialmente, uma vonta<strong>de</strong> e um engajamento<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para a qual os governos municipais po<strong>de</strong>riam ter um papel fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> aglutinação, <strong>de</strong>articulação <strong>de</strong> iniciativas, <strong>de</strong> estímulo às ações <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> comando do processo <strong>de</strong>redistribuição <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong> benfeitorias urbanas no território. Esse engajamento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> exigeque, nesse processo <strong>de</strong> redistribuição <strong>de</strong> recursos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, existam mecanismos quegerem transferências substanciais <strong>de</strong> recursos financeiros <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s mais ricas, <strong>da</strong>quelas que lucramcom a produção do espaço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para o investimento em equipamentos públicos, urbanização emoradia, nas áreas ocupa<strong>da</strong>s pela população mais pobres.Essa é uma discussão difícil, uma discussão <strong>de</strong>mora<strong>da</strong>, especialmente porque a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira émarca<strong>da</strong> por uma tradição elitista que, embora mascara<strong>da</strong> por uma idéia <strong>de</strong> integração, por um princípio <strong>de</strong>aceitação do outro, em especial dos mais pobres, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que discrimina fortemente,que exclui fortemente. A idéia <strong>de</strong> reverter esse processo e <strong>de</strong> comprometer a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> numa espécie <strong>de</strong>pacto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, <strong>de</strong>veria ser um dos temas fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana,<strong>de</strong> fazer realmente com que aqueles que <strong>de</strong>têm po<strong>de</strong>r, que <strong>de</strong>têm recursos, redistribuam esses recursos,repassem esses recursos através <strong>de</strong> mecanismos a serem pensados para um início <strong>de</strong> processo <strong>de</strong>igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, um processo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia para o conjunto <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Só para complementar, só para não dizer que eu não falei <strong>de</strong> flores, nos projetos específicos para osespaços públicos, nos projetos <strong>de</strong> requalificação, <strong>de</strong> revitalização urbana, algumas idéias <strong>de</strong>veriam sertrabalha<strong>da</strong>s. Primeiro, a idéia <strong>de</strong> sempre possibilitar o contato entre os diferentes, para se romper todo oprincípio <strong>de</strong> segregação. Depois, trabalhar com a idéia <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>apropriação do espaço público, funções diferentes, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes, convivendo num mesmo espaço.Depois, trabalhar com o princípio <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> social: quanto mais reunir, possibilitar o contato <strong>de</strong> classessociais diferentes, melhor. E, por último, trabalhar com o estímulo, a informação, a disseminação <strong>da</strong>informação para todos, e com o estímulo e a manifestação <strong>da</strong>s particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dão e <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>grupo social.Espaço Público e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia▪ ELIANA COMIN 16A minha especialização é comércio e serviços varejistas, eu tenho estu<strong>da</strong>do isso há mais <strong>de</strong> 20 anos epenso a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com essa ótica, o meu olhar olha a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>da</strong>s relações do comércio. É estranho,porque são poucos os arquitetos urbanistas que estu<strong>da</strong>m a questão do comércio e serviços varejistas e euvou explicar por que que ele é tão importante – vou iniciar por isso, por ser muito importante para pensar aquestão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e a questão <strong>de</strong> espaço público.É só imaginarmos que o comércio tem uma relação umbilical com a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ela nasce com o comércio. E sea gente imaginar também que a troca para ela ser legítima, para ela acontecer, ela precisa acontecer emespaço público. Porque era o olhar <strong>da</strong>s pessoas que legitimava a troca, para que não houvesse engano,roubos e trapaças. Então a história do comércio começa com a questão <strong>de</strong> espaço público. Esse é umponto.O outro ponto é a questão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Se nós imaginarmos, como bem falou o Manoel aqui, que aci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é o exercício dos seus <strong>de</strong>veres e direitos, <strong>de</strong> você po<strong>de</strong>r reivindicar os seus direitos mas cumprirtambém os seus <strong>de</strong>veres, a gente po<strong>de</strong> perceber que o primeiro código que regula as relações entre aspessoas tem origem mercantil. Ele começa na Mesopotâmia e <strong>de</strong>u origem, <strong>de</strong>pois, a vários outros códigoscivis pela história <strong>da</strong> civilização. Então, a relação <strong>de</strong> regulação entre direitos e obrigações passa tambémpela questão do comércio.Eu iria um pouquinho mais além, numa citação <strong>de</strong> Montesquieu que diz que on<strong>de</strong> os costumes são polidos16 Arquiteta, economista, doutora em Arquitetura e Urbanismo e professora do Grupo <strong>de</strong> Disciplina <strong>de</strong> Planejamento Urbano e Regionalno Departamento <strong>de</strong> Projeto <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.


80 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasexiste o comércio, e on<strong>de</strong> existe o comércio os costumes são polidos. Se a gente olhar <strong>de</strong>ssa forma, vai verque o espaço público, ele é o locus <strong>de</strong>sse encontro. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, é isso que acontece e o comércio usufruido encontro.Por isso, é muito tranqüilo trazer esse foco <strong>da</strong> questão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e do espaço público através <strong>da</strong> leiturado comércio. Falando um pouco <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> a origem <strong>da</strong> palavra começa na Grécia com polis,que dá origem no português a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E quem eram os políticos? Eram quem cui<strong>da</strong>va dos negócios <strong>da</strong>polis, e, portanto, os ci<strong>da</strong>dãos passam a ser também as pessoas que <strong>de</strong>veriam cui<strong>da</strong>r dos negócios <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> que acontece na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um problema foi que, na Grécia, as diferenças <strong>de</strong>classes sociais muito fortes fazem até pensar se realmente existia <strong>de</strong>mocracia mas, quando as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>screscem muito, como as nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s hoje, a <strong>de</strong>mocracia representativa também começa a terproblemas, ou seja, a gente tem vivido uma crise <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Então como fazer com que todos assumamos a condição <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos, e portanto, participemos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>política <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como vamos consultar to<strong>da</strong> essa população, aqui são 2 milhões, em SP são 10. Comoisso vai acontecer? Essa é uma questão.O outro ponto é a afirmação <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, que <strong>de</strong>ve ser respeita<strong>da</strong> emsuas ações e opções. Não significa que ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>va viver isolado dos <strong>de</strong>mais. Elas po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem serpreserva<strong>da</strong>s em meio à coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, porém se a minha singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante, to<strong>da</strong>s <strong>de</strong>verão ser. E orespeito a essa diferença é o que fortalece a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eu manter a minha singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, asocie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> é aquela que consi<strong>de</strong>ra a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos diferentes e criativos. Então esseé um ponto, o <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>.Mas, se passarmos para a questão do espaço público e lembrarmos que viver é conviver, o lugar <strong>de</strong> maiorexpressão <strong>da</strong> convivência são os espaços públicos.Um outro ponto interessante com relação à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, informatiza<strong>da</strong>, globaliza<strong>da</strong>, e à qual nóstemos críticas bastante fortes, a essa homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> que ela promove, por outro lado a informatização temse mostrado também, como um gran<strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong> consulta, on<strong>de</strong> a gente po<strong>de</strong> se manifestar. E hojealgumas políticas, mesmo em SP, estão tentando levar a informatização aos lugares mais distantes, <strong>de</strong>forma que a população possa se comunicar, possa se informar e, portanto, participar efetivamente <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Esses são alguns pontos iniciais e um outro ponto importante seria: como <strong>de</strong>finimos espaço público, esseespaço <strong>de</strong> convivência?Agora, como arquiteta, não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> falar nas questões <strong>de</strong> espaço. Vou <strong>da</strong>r uma breve explicação<strong>de</strong> alguns conceitos, para <strong>de</strong>pois entrar diretamente na questão <strong>de</strong> espaço urbano e mostrar on<strong>de</strong> estão osconflitos <strong>de</strong>ssa apropriação <strong>de</strong>sse espaço público do qual falamos. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ríamos dividir oespaço público em espaço público e semipúblico e esse semipúblico tem tudo a ver com a questão <strong>da</strong>segurança.A questão do espaço público: como a gente <strong>de</strong>finiria espaço público? Muitas vezes a gente entra numshopping center e não sabe quem é o proprietário mas sabe que existe um proprietário; no espaço público,não, ele, o proprietário, não existe, sabemos que realmente ele é público. Acesso a todos em condiçõesidênticas, sem códigos específicos <strong>de</strong> comportamento. Logicamente que existem códigos <strong>de</strong>comportamento, os códigos morais que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> to<strong>da</strong> estabelece mas não existem em códigos específicos.Nós mesmos sabemos que quando vamos num espaço não público, tem-se que ter um comportamentodiferenciado. É um espaço do anonimato, do sem compromisso, em que as pessoas se sentem parte <strong>de</strong>le e,portanto, teriam vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> permanecer. Essa é uma <strong>de</strong>finição mais tradicional <strong>de</strong> espaço relaciona<strong>da</strong> aouso <strong>de</strong> espaço público.Depois, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse conceito, ain<strong>da</strong> teríamos os espaços públicos exteriores, compostos <strong>de</strong> ruas,calça<strong>da</strong>s, praças, parques e também o espaço aéreo, ou seja, o que está acontecendo nas nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>scom relação a essa mídia exterior, à apropriação <strong>de</strong>sse espaço que é público e pelo qual nem as prefeiturase nem os governos recebem.Depois, temos os interiores públicos que seriam estações <strong>de</strong> trem, metrô, ônibus, museus, quando sãoain<strong>da</strong> públicos, órgãos públicos, templos – nem todos – que não têm restrições <strong>de</strong> uso, que são abertos àmaioria <strong>da</strong>s pessoas. E que sempre tem no mínimo duas funções: por exemplo, se é um templo você não sópo<strong>de</strong> ir com essa finali<strong>da</strong><strong>de</strong> mas terá uma outra finali<strong>da</strong><strong>de</strong> também, a do encontro. A questão <strong>da</strong>s estações<strong>de</strong> trem também, tem a questão <strong>da</strong> estação mas tem também a questão do encontro.Eu fiz, aqui, uma divisão mostrando os espaços públicos, os cinco espaços públicos. E coloquei os agentes,os usos <strong>de</strong> origem, os usos adicionais e os problemas que a gente tem enfrentado hoje com relação a essadisputa pelo espaço público.As ruas, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem os proprietários, aqueles que moram, que têm os seus lotes, as suas casas, ospe<strong>de</strong>stres, veículos e, inclusive, os feirantes, o que é uma coisa muito antiga na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e que também já


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 81está oferecendo problemas em algumas áreas mais centrais. Os usos <strong>de</strong> origem são os dos acessos; osusos adicionais, estacionamentos, ambulantes, veículos, feirantes, pontos <strong>de</strong> taxi, perueiros, motobóis eguar<strong>da</strong>dores. Acho até que nós per<strong>de</strong>mos, quando achamos que com os guar<strong>da</strong>dores <strong>de</strong> carros tomandoconta <strong>da</strong> nossa rua, há 25 ou 30 anos, nós começamos a per<strong>de</strong>r o controle <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong> espaçopúblico, porque eles estavam usufruindo <strong>de</strong>sse espaço público com intimi<strong>da</strong>ção do ci<strong>da</strong>dão. Depois a genteteria problemas, congestionamento, apropriação do espaço público in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente, precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> sanitária –aliás, esse é um outro problema – <strong>de</strong>terioração urbana e insegurança. Aí, nas calça<strong>da</strong>s teremos tambémproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pe<strong>de</strong>stres e serviços públicos, postes, informações, lixeiras – tudo o que a gente tem nascalça<strong>da</strong>s, essa mistura e esse conflito, por falta <strong>de</strong> planejamento sistêmico. Era <strong>de</strong> acesso exclusivo aospe<strong>de</strong>stres e virou <strong>de</strong> ambulantes, vitrines – porque os comerciantes também usam as calça<strong>da</strong>s para exporsuas mercadorias, publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e bancas <strong>de</strong> jornais. Em São Paulo, realmente, nós estamos na mão <strong>da</strong>máfia, a máfia <strong>da</strong>s bancas <strong>de</strong> jornais, dos pontos <strong>de</strong> táxi, dos ambulantes e dos outdoors.A praça tem usuários e feirantes, feiras também liga<strong>da</strong>s à questão do turismo, ao artesanato. As praças,eram os pontos <strong>de</strong> encontro, lazer e recreação e estão virando local <strong>de</strong> comércio temporário. Se vocêsforem a São Paulo hoje, mesmo nos bairros <strong>de</strong> alta ren<strong>da</strong>, nos finais <strong>de</strong> semana, vocês vão ver exposiçõesnas praças, tapetes, móveis rústicos, ventiladores, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> escritórios, um gran<strong>de</strong> mercado. E tem outracoisa importante que é a utilização dos parques para a nova mídia. Os shows e eventos, são todospatrocinados por gran<strong>de</strong>s marcas que aproveitam essa comercialização, essa ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> imagem barata, jáque a televisão ficou quase que impossível e os shows nos espaços públicos são todos patrocinados esempre com a intenção <strong>de</strong> veicular a marca. Outro problema é a ven<strong>da</strong> do nosso espaço aéreo, com to<strong>da</strong>essa propagan<strong>da</strong> e publici<strong>da</strong><strong>de</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então esses são os usos hoje do nosso espaço público.Temos, ain<strong>da</strong>, os cinco agentes varejistas: os ambulantes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que são os pequenos lojistas, asgran<strong>de</strong>s lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, os shopping centers, que são empreendimentos imobiliários, e o e-comerce.O e-comerce, embora a gente não consiga percebê-lo fisicamente, promove na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e vai promover ca<strong>da</strong>vez mais, uma proliferação <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> entregas <strong>de</strong> mercadorias. Então não só os motobóis são claros emSP mas to<strong>da</strong>s as pequenas vans que vão aparecer; isso vai se transformar numa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> enorme <strong>de</strong>controle do aumento <strong>de</strong> fluxo. Então nós temos, hoje, o nosso espaço invadido <strong>de</strong> maneira geral pelasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços, e a gente precisa conhecer as causas reais para po<strong>de</strong>r controlar.Antes, tínhamos os sem-teto e os sem-terra, agora a gente tem o sem-loja, em SP. Ca<strong>da</strong> vez é maior onúmero <strong>de</strong> pessoas na rua, no Brasil como um todo. Então, hoje, em SP, ain<strong>da</strong> não existe uma fiscalizaçãoque esteja controlando essa situação. A rua era aquele espaço em que a gente saía na calça<strong>da</strong> econversava com o vizinho – hoje <strong>de</strong> forma alguma se consegue essa conversa. Nós estamos caminhandomuito rapi<strong>da</strong>mente para uma situação caótica. Nos EUA, ha ocupação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s também, só que commaquininhas <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. Não são os ambulantes, mas são as máquinas.A pergunta é: <strong>de</strong> quem que é nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>? É a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos oportunistas.Claro que temos também alguns exemplos <strong>de</strong> revitalização do uso do espaço público: em Praia Gran<strong>de</strong>, porexemplo, uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> praia, pró-ciclista, sem gran<strong>de</strong>s investimentos. Para se ter uma idéia, arevitalização <strong>da</strong> Praia Gran<strong>de</strong>, só <strong>da</strong> orla <strong>da</strong> praia com o ciclismo, valorizou todos os imóveis <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> emtrinta vezes.Em Madri, o uso do espaço público é <strong>da</strong> seguinte forma: ao meio dia são coloca<strong>da</strong>s as mesas e as pessoasse utilizam. É quase que um pacto, você po<strong>de</strong> usar para passar e, ao mesmo tempo, na hora do almoçotambém é do pe<strong>de</strong>stre.Não é só Brasil, no mundo inteiro existe a questão <strong>da</strong>s feiras, dos ambulantes e dos estacionamentos. Aspraças acabaram virando local <strong>de</strong> usos para os quais elas não foram pensa<strong>da</strong>s e cria<strong>da</strong>s. As gran<strong>de</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como Belém, por exemplo, também, viraram um gran<strong>de</strong> mercado, os fluxos são intensos e ocomércio vai atrás do fluxo. Então não importa se a praça está ali. Não é ali que vai acontecer.O comércio vai acontecer on<strong>de</strong> existe fluxo e, como nós somos gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, isso acontece na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>inteira. Então, em qualquer lugar que você resolver parar o carro para ven<strong>de</strong>r um café ou um cachorroquente, vai ter gente querendo comprar.Quando nós fazemos os nossos projetos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente o po<strong>de</strong>r público, ele prima pelo projetoruim, pelas coisas sem charme, e a gente também gosta <strong>de</strong> coisas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então, às vezes, umsimples cui<strong>da</strong>do faz com que os projetos sejam melhores. É importante a gente olhar a arquitetura queexiste para fazer propostas. Na rua Augusta, por exemplo, as casas são muito compri<strong>da</strong>s, então o pessoaltêm <strong>de</strong>molido cinco metros <strong>da</strong> frente <strong>da</strong>s casas, afasta a vitrine e usa para comércios que tem objetivo <strong>de</strong>compra: você pára o carro na farmácia, na pa<strong>da</strong>ria, e sai, não precisa estar com a vitrine passando perto <strong>de</strong>você como nas outras. Por exemplo, os <strong>de</strong> impulso são os <strong>de</strong> roupa. Então você passa olha e compra. Masesse caso não. Então tem pa<strong>da</strong>ria afastando e criando os seus próprios espaços <strong>de</strong> estacionamento. Sãosoluções que a arquitetura e a especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> do local permitem pensar e <strong>de</strong>senvolver.Agora entrando na questão <strong>da</strong> mídia, você tem o ambulante, a mídia, você não an<strong>da</strong> na calça<strong>da</strong> e nós


82 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasestamos fazendo um trabalho agora para tentar <strong>de</strong>mostrar que isso aqui não ven<strong>de</strong>, que não hánecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> colocar tanta imagem para convencer o seu consumidor. Ele não vai na sua loja porque temessas propagan<strong>da</strong>s. O que é diferente dos outdoors na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Porque os outdoors fixam a marca, eles nãoestão ven<strong>de</strong>ndo o produto, então a gente tem uma proliferação <strong>de</strong> imagens.Uma coisa que eu não sei se tem em BH é a questão <strong>da</strong>s próprias arquiteturas como vitrine, as casas setransformam e aí não precisa aprovar na prefeitura, não precisa pagar taxa etc., então, acaba virando a suaprópria vitrine. Brasília é a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mais didática, que eu conheço, para mostrar o que não se <strong>de</strong>ve fazer.Mas se a gente olhar as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que realmente a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia é mais forte a gente vai ver. Por exemplo,em Verona, não tem nem a cor do Mac Donald’s na lanchonete e na galeria Victória Manuelle: o “M”combina com a própria ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Enriquece inclusive. Na Bélgica, tem ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que você olha e vê muitomais o azul do que o símbolo do Mac Donald’s. Então é uma forma que a gente po<strong>de</strong> inserira<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente e cui<strong>da</strong>r do nosso espaço público.O gran<strong>de</strong> mercado. Isso não tem como negar, se o consumidor não vai ao mercado, o comerciante vem aele.Baixo crescimento econômico e altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego são outro problema. Com a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse número<strong>de</strong> trabalhadores, todo mundo acha que po<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r alguma coisa, então, vai todo mundo para a rua e nãoé só para ven<strong>de</strong>r não. Pessoa que conserta ca<strong>de</strong>ira também monta uma barraquinha lá e fica consertandoca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> palhinha na rua. Com o processo <strong>de</strong> terceirização, que vai <strong>de</strong>legando para outros, a questão <strong>da</strong>informali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> não pega só os ambulantes, ela pega também os profissionais liberais,consultores que são man<strong>da</strong>dos embora, abrem uma firma, trabalham dia e noite porque a Internet chega atéem casa. Então também existe um problema complicado para os outros trabalhadores terceirizados.A questão do trânsito. Falta <strong>da</strong> presença do estado. Quando você não tem a presença do estado, apopulação arruma outros meios <strong>de</strong> se proteger. Então to<strong>da</strong> essa máfia que está acontecendo em SP, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>os perueiros na questão <strong>de</strong> transporte, está diretamente relaciona<strong>da</strong> à falta <strong>da</strong> presença do estado.Uma outra coisa é a ausência <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. O espaço público é consi<strong>de</strong>rado nosso, é <strong>de</strong> todo mundo, e agente tem um problema sério com o próprio comerciante na relação do proprietário com o inquilino.Também existe esse problema <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. O proprietário é um especulador, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, elepassa isso e o inquilino tem problemas inclusive <strong>de</strong> tomar conta do seu espaço, porque ele não quer investirjá que não sabe quanto tempo vai ficar.A questão <strong>da</strong> mídia externa, é a falta <strong>de</strong> tempo <strong>da</strong>s pessoas e o tempo gasto no trânsito. Se a gente ficavana televisão duas horas, hoje todo mundo fica duas horas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no trânsito. E aí virou uma gran<strong>de</strong>mídia e é o que está acontecendo na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ela está sendo vendi<strong>da</strong>.Uma outra coisa importante, as pessoas estão indo muito mais aos espaços públicos, discordo <strong>de</strong> quem dizque as pessoas estão se separando, ficando isola<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>vido à informatização etc. Isso acontece, mas aomesmo tempo, as pessoas querem se encontrar pela falta do contato do encontro, então os espaçospúblicos são procurados, haja visto o próprio shopping center, que é uma alternativa <strong>de</strong> espaço público comsegurança. Então as pessoas têm necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encontro. Se a gente for olhar o que está acontecendoem SP, os clubes públicos e particulares ficam lotados, os parques <strong>de</strong> SP são impressionantes por causa <strong>da</strong>quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gente, em todos eles, em qualquer área <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Então nesse momento em que as pessoas estão relaxa<strong>da</strong>s é que as mensagens <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> epropagan<strong>da</strong> passam com mais facili<strong>da</strong><strong>de</strong>. E ai é que a mídia quer estar, então ela promove shows, masven<strong>de</strong> a sua marca e promove a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo com mais força.Outra coisa é o controle do espaço público em SP com relação aos outdoors etc. Um aprova, outro recebe areceita e outro fiscaliza, só que uma coisa não está liga<strong>da</strong> com a outra. Então não se fiscaliza, não seaprova, e só se recebe uma quantia <strong>de</strong> 50 reais por instalação <strong>de</strong> outdoors.E o que nós teríamos que rediscutir com relação ao espaço público? Primeiro, o que são? Isso vale para alegislação como um todo: que são ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s incômo<strong>da</strong>s?Se no passado era a indústria, hoje com certeza são os barzinhos noturnos que criam os maioresproblemas. Então como usar o espaço público, com essas áreas? Por outro lado também, e aí está aquestão <strong>da</strong> singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, nós todos queremos ficar sentados na calça<strong>da</strong>, tomando umchopinho, no happy hour etc., mas nós reclamamos também quando queremos circular e aquelas mesas nacalça<strong>da</strong> estão atrapalhando. Então é aquele exemplo que eu <strong>de</strong>i, talvez <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s seis horas <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>,realmente esteja todo mundo muito mais afim <strong>de</strong> curtir o barzinho na calça<strong>da</strong> do que reclamar disso.Uma outra coisa interessante foi que, quando nosso ex-prefeito proibiu os bares <strong>de</strong> abrirem <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> umahora, ele fez isso sem pensar no impacto que teria, inclusive, na questão do emprego. Hoje, nós somos ummundo 24 horas, as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s trabalham. Se a gente não está com os bares e os comércios abertos,com certeza as pessoas estão trabalhando em casa etc.Então o que é realmente trabalhar? A legislação trabalhista sem dúvi<strong>da</strong> tem que ser revista. O que é


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 83trabalho noturno, hora extra. Nós temos a opção <strong>da</strong> escolha <strong>de</strong> horário, o mundo está ai, nós estamos numacrise <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, como é que a gente trabalha essas questões <strong>da</strong> ampliação ou <strong>da</strong>s restrições que alegislação trabalhista coloca. Nós temos que rediscutir isso.Outra coisa é o conceito <strong>de</strong> espaço público, tratamento diferenciado para setores urbanos. A gente tem queolhar ca<strong>da</strong> um dos setores para ter soluções diferencia<strong>da</strong>s, a questão <strong>da</strong> arquitetura, <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Opessoal diz: “Poxa, mas o corredor <strong>de</strong> ônibus lá <strong>da</strong> Santo Amaro está todo <strong>de</strong>teriorado. Como é que a genterecupera?” É o ônibus, mas não é só o ônibus, porque a continuação <strong>da</strong> Santo Amaro, quando você entrana 9 <strong>de</strong> Julho, não é <strong>de</strong>teriora<strong>da</strong>. Nós temos outros corredores, como a Rebouças, que não tem umcorredor <strong>de</strong> ônibus mas passa ônibus também, e não é <strong>de</strong>teriora<strong>da</strong>. O que é isso? Por que é isso? Porqueas casas são maiores, têm espaço para estacionamento? O que acontece naquela área, que não acontecena outra?Tem algumas coisas como a questão <strong>de</strong> controlar o varejo na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, o que po<strong>de</strong>, o que não po<strong>de</strong>,o que são usos incômodos, o que é <strong>de</strong> interesse <strong>da</strong> população, o que não é, por aí vai.A questão <strong>da</strong> estrutura fundiária é fun<strong>da</strong>mental. Quando se fala em direitos <strong>de</strong> preempção, talvez sepu<strong>de</strong>sse pensar nisso para a revitalização <strong>de</strong> áreas centrais. Porque alguns estudos que eu conheço forado Brasil dizem o seguinte, que quando se faz uma política <strong>de</strong> aglutinar os varejistas e os proprietários,então os inquilinos têm priori<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas o estado po<strong>de</strong>ria ter priori<strong>da</strong><strong>de</strong> em comprar também e promoveruma revitalização e não são só nos imóveis para habitação. As nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s vivem do comércio, a áreacentral é importante, a revitalização também, e a gente <strong>de</strong>veria pensar no direito social também para osespaços <strong>de</strong> comércio e serviços.Como gostar <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>? A questão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia passa por isso. A gente tem preocupação com o espaço, agente toma conta, o que a coletivo é nosso também e, parodiando um pouco o pessoal <strong>da</strong> área <strong>de</strong>marketing, tem os quatro “P”: preço, promoção etc. A resposta que a gente <strong>de</strong>veria <strong>da</strong>r para essa confusãoé dizer: “não, eu não vou comprar, eu não vou usar o comércio <strong>de</strong> rua”. E é o mercado que respon<strong>de</strong> a isso.Vocês lembram quando a Nike estava usando mão <strong>de</strong> obra infantil e foi Internet inteira “não compre os tênis<strong>da</strong> Nike! etc., etc?” No fundo nós <strong>de</strong>mos uma resposta a isso e não comprar dos ambulantes, por exemplo,não compactuar com <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s situações, vai aju<strong>da</strong>r a <strong>da</strong>r outra resposta.Portanto, participação, um pacto entre todos esses agentes, todos nós na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e princípios, seriam ostrês “P” que eu recomen<strong>da</strong>ria como resposta para a gente resolver o problema <strong>de</strong> nossos espaços públicosatravés <strong>da</strong> questão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Espaço Público e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia▪ MARCOS TÚLIO DE MELO 17Em primeiro lugar, eu queria utilizar alguns <strong>da</strong>dos sobre acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa perspectiva <strong>da</strong>Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Políticas Urbanas <strong>de</strong> BH. Ao pensamos em inclusão, o que significa <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> acessível? Os nossos espaço e as nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s são acessíveis a quem?Se nós pudéssemos reduzir a população <strong>da</strong> terra para uma al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> exatamente 100 pessoas, com to<strong>da</strong>sas relações existentes permanecendo as mesmas, chegaríamos mais ou menos ao seguinte (os <strong>da</strong>dos são<strong>de</strong> um raciocínio do professor Philip Harther, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Stanfort): haveria 57 asiáticos, 21europeus, 14 do hemisfério oci<strong>de</strong>ntal do Norte e do Sul e 8 africanos; 52 pessoas seriam mulheres e 48seriam homens; 70 seriam não-brancos; 70 seriam não-cristãos; 89 seriam heterossexuais; 6 possuiriam59% <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a riqueza do mundo e todos os 6 seriam dos EUA; 80 habitariam moradias <strong>de</strong> baixo padrão; 70não saberiam ler; 50 sofreriam <strong>de</strong> subnutrição; um estaria próximo <strong>da</strong> morte e um estaria próximo <strong>de</strong>nascer; um teria educação universitária e um possuiria um computador.O Brasil possui 5.506 municípios, sendo 73% com menos <strong>de</strong> 20 mil habitantes, num total <strong>de</strong> 34 milhões <strong>de</strong>pessoas. Existem 63 mil loteamentos irregulares ca<strong>da</strong>strados distribuídos em 49% dos municípios e 30%dos municípios apresentam favelas ou cortiços. Dos municípios até 5 mil habitantes 12% <strong>de</strong>claram tercortiços e 100% dos municípios acima <strong>de</strong> 500 mil habitantes têm cortiços e loteamentos irregulares. Apenas15% dos municípios têm Plano Diretor, mesmo sabendo <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lei <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a constituição <strong>de</strong>1988. Outros <strong>da</strong>dos também são importantes para esse raciocínio e se referem à concentração urbana.Hoje nós temos em torno <strong>de</strong> 80% <strong>da</strong> população do nosso país vivendo em espaços urbanos – talvez umdos mais acelerados processos <strong>de</strong> urbanização do mundo. No nível mundial a concentração urbana é <strong>da</strong>or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 52%, enquanto no Brasil é <strong>de</strong> 82%. Em BH nós temos, em cerca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> habitantes, 380mil favelados em 174 favelas. O mapa <strong>da</strong> exclusão social <strong>de</strong> BH indica que 48% <strong>da</strong> população <strong>de</strong> BH viveem processo <strong>de</strong> exclusão.Então nós queremos buscar a inclusão num processo inclusivo, <strong>de</strong> organizar e planejar o espaço urbano,17 Engenheiro Civil e presi<strong>de</strong>nte do CREA MG.


84 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestraspara que todos usufruam mas, o que se percebe <strong>de</strong> fato, é essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica do nossopaís e do mundo como um todo e precisamos nos <strong>de</strong>bruçar sobre ela. Raciocinar inclusive, que BH careceagora, <strong>de</strong> voltar a fazer planejamento numa perspectiva mais metropolitana. Nós per<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aextinção do PLAMBEL um instrumento <strong>de</strong> pensar o espaço urbano no contexto <strong>da</strong> metrópole. Então oprimeiro raciocínio para po<strong>de</strong>rmos pensar e discutir a questão <strong>da</strong> inclusão do espaço urbano, neste contextomais geral, é que necessitaria certamente <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> equipes mais permanentescomo já existiu no passado.Nós tivemos, aqui, a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, também, <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater um tema que tem uma proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>, aquestão no espaço urbano <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a todos. E participamos do 2º Seminário Internacional <strong>de</strong>Acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>mos constatar que o espaço urbano raramente dá acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos.Primeira situação: se nós pensarmos nas pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, sejam elas permanentes outemporárias, ou, se quisermos ter um raciocínio maior ain<strong>da</strong>, em todos nós. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é acessível inclusiveao idoso? Ela dá essa condição?Não só no espaço urbano público mas no espaço urbano também privado. E aí existe um trabalho que nóstemos feito, junto com o Ministério Público, que indica a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> inclusive <strong>de</strong> que nós comecemos apensar, a repensar, a nossa legislação, para po<strong>de</strong>r garantir a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a todos. Nós presenciamos ummomento extremamente propício em que foi aprovado o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e nós precisamos, ,junto com adiscussão <strong>de</strong>sse Estatuto, rever também as leis <strong>de</strong> uso, ocupação e parcelamento do solo, os códigos <strong>de</strong>posturas, os códigos <strong>de</strong> obra, para po<strong>de</strong>rmos, inclusive, começar a pensar o espaço urbano para todos.Nós participamos, recentemente, <strong>de</strong> uma visita com o Ministério Público a alguns prédios <strong>de</strong> BH e, se nóspensarmos na questão <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos prédios públicos não dá condição <strong>de</strong>acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. E aí eu posso começar a falar inclusive pelo próprio prédio do CREA, em que só muitorecentemente tem-se buscado a sua a<strong>da</strong>ptação para essa condição. Se nós começarmos a pensar naspraças, no acesso aos passeios – e ontem foi usa<strong>da</strong> uma imagem extremamente interessante, porque paraum <strong>de</strong>ficiente, ou para aqueles que têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção, a subi<strong>da</strong> nos passeios com 18 cm <strong>de</strong><strong>de</strong>graus é muito semelhante àquela que nós po<strong>de</strong>mos imaginar numa corri<strong>da</strong> <strong>de</strong> obstáculos <strong>de</strong> 110 metros.É quase que a mesma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então, muitas vezes, a percepção do espaço urbano do lado <strong>da</strong> pessoaque tem algum tipo <strong>de</strong> limitação, e todos nós estamos afetos a isso, é uma outra questão que <strong>de</strong>veria serrepensa<strong>da</strong> agora, no processo <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>ssa Política Urbana.Na questão <strong>da</strong> inclusão como um todo, nós temos um outro projeto também, que é um programa quepossibilite a to<strong>da</strong>s as pessoas que não têm condição <strong>de</strong> pagar por serviços técnicos, o acesso aoconhecimento <strong>da</strong> técnica que nós chamamos <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> arquitetura pública. Nós temos 380 milfavelados mas temos um número infinitamente superior <strong>de</strong> pessoas que habitam uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais semas mínimas condições <strong>de</strong> salubri<strong>da</strong><strong>de</strong>. O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no seu artigo 4º, abre a perspectiva para queo po<strong>de</strong>r público estabeleça as condições necessárias para essa assistência técnica gratuita aos grupossociais que não po<strong>de</strong>m pagar .Então <strong>de</strong>ver-se-ia pensar também em programas que pu<strong>de</strong>ssem alavancar, não só a construção do espaçofuturo, numa condição tecnicamente melhor para todos, mas também na recuperação dos espaços hojeexistentes e que não aten<strong>de</strong>m a essas questões aí coloca<strong>da</strong>s.Existe, também, a questão do espaço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal e nós continuamos tratandosepara<strong>da</strong>mente os dois espaços, na própria legislação e no comportamento <strong>da</strong>s políticas públicas.Precisamos começar a pensar em como começar a discutir uma única ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e, com os guetos que seformam nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nós percebemos que essa situação se consoli<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais. Essa é umadiscussão essencial para o planejamento e a busca <strong>de</strong> uma outra alternativa para as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e no casotambém, para BH.Um último raciocínio é, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a questão <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> participação. Essa construção <strong>de</strong> um novoespaço urbano que respeite o direito <strong>de</strong> todos, que seja acessível a todos e que permita o <strong>de</strong>senvolvimentointegral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia precisa ser construído também, com a participação <strong>de</strong> todos. Nós temos já, aqui emBH, ha 9 anos seguidos, um processo <strong>da</strong> discussão do orçamento participativo, on<strong>de</strong> as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s seorganizam para reivindicar obras ou empreendimentos ou até, muitas vezes, a instalação <strong>de</strong> postos <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e outros na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Precisaríamos começar a pensar também nessa nossa discussão <strong>da</strong>qui, e me chamou muito a atenção terparticipado <strong>da</strong> conferência <strong>de</strong> Belém, on<strong>de</strong> essa participação se dá não só neste momento, <strong>de</strong> construção<strong>de</strong> uma reivindicação ou do acompanhamento <strong>da</strong> execução, mas se dá no seu conjunto como um todo. Eeu acredito que é o momento também <strong>de</strong> a gente refletir um passo além no processo <strong>de</strong> participaçãopopular que hoje já alcançamos em BH, on<strong>de</strong> a população possa também tomar nas mãos a coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados processos. Na discussão, por exemplo, <strong>de</strong> uma conferência municipal <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> comoesta inclusive está sendo implementa<strong>da</strong> agora, olhamos para o auditório e percebemos muito ain<strong>da</strong> que aparticipação não é <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as cama<strong>da</strong>s sociais que certamente têm um interesse muito gran<strong>de</strong> na


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 85construção <strong>de</strong>mocrática <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então essa é uma reflexão que precisamos fazer. Há uns três ou quatroanos atrás, nós tivemos um encontro <strong>da</strong>s COMFORÇAs que começava a discutir, inclusive, umaparticipação mais efetiva <strong>de</strong> outras esferas. E aí vem a discussão do orçamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, orçamentoparticipativo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, outras formas <strong>de</strong> participação que já estão em discussão que seria o orçamentoparticipativo dos jovens, alguma forma que pu<strong>de</strong>sse agregar.Em Belém, a conferência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> teve pré-conferências realiza<strong>da</strong>s por grupos sociais diferenciados. Láeles tiveram uma pré-conferência e tem isso na origem <strong>da</strong> formação inclusive, <strong>de</strong> Belém, dos índios – osíndios tiveram uma pré-conferência, discussão própria, no meio só <strong>de</strong>les. Teve na pré-conferência umadiscussão dos homossexuais, teve uma discussão separa<strong>da</strong> dos jovens, teve uma discussão separa<strong>da</strong> só<strong>da</strong>s vilas e cortiços.Então é preciso buscar uma participação <strong>de</strong> todos na construção do espaço urbano que vá garantir, paratodos, o mesmo direito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A integração <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem que passar por essa permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, por essadiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> social procurando, no seu planejamento, na sua organização, reduzir os guetos que se formam.Tem uma reflexão que, a nível mundial, muitos têm feito sobre a questão <strong>da</strong> violência que nós vivenciamosaí, através do terrorismo no EUA. Hoje aproxima<strong>da</strong>mente ¾ <strong>da</strong> população americana começa a refletir queos atos <strong>de</strong> violência são conseqüência <strong>da</strong> exclusão social que eles próprios incutiram em todo o mundo.Este é um contexto que certamente o planejamento nosso <strong>de</strong> BH, integrado num planejamentometropolitano, tem como <strong>de</strong>safio na discussão <strong>da</strong> sua política <strong>de</strong> planejamento.▪ LEONARDO CASTRIOTA 18Mediador <strong>da</strong> mesa “Espaço Público e Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia”Estive alinhavando dois pontos que são muito importantes e que eu queria colocar, mais como provocaçãopara o <strong>de</strong>bate do que propriamente alguma tese, ou coisa do gênero. São provocações.Refletindo, a ca<strong>da</strong> vez que o Manoel falava <strong>de</strong> espaço eu ficava pensando “a que ele está se referindo?”.Porque espaço é um conceito híbrido. Quando se fala <strong>de</strong> espaço urbano ou <strong>de</strong> espaço público você po<strong>de</strong>estar pensando no espaço público do ponto <strong>de</strong> vista social ou do ponto <strong>de</strong> vista espacial. É um conceitohíbrido. Tem um filósofo alemão, o Habermas, que um <strong>de</strong> seus livros principais é exatamente sobre aformação do espaço público e ele mostra como as socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas vão se constituindo, enquantoespaço, através <strong>da</strong> formação do espaço público, espaço público enquanto opinião pública, reunião <strong>de</strong>grupos. Mas nós, arquitetos urbanistas, nós já rebatemos isso imediatamente na base espacial. Lendo umlivro do Habermas sobre a perspectiva arquitetônica vai-se ver, por exemplo, que um dos lugares <strong>da</strong>emergência do espaço público na Europa foram os cafés, on<strong>de</strong> as pessoas começaram a se encontrar econversar.É interessante por que essa dupla inserção do termo vai acontecer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Grécia. Quando se pensa noespaço público grego, na idéia <strong>de</strong> polis, a gente vai ver que está implícito aí o conceito social. A polis émuito mais a reunião dos ci<strong>da</strong>dãos do que simplesmente a base física, mas a base física está lá presentetambém, tanto que o principal castigo para um grego não é a pena <strong>de</strong> morte, é aquilo que eles chamavam<strong>de</strong> ostracismo, a expulsão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pertencer àquele grupo, ser expulso <strong>de</strong> lá. Na Grécia, nessemomento, há uma distinção muito clara entre o que é político e o que é econômico. O espaço <strong>da</strong> polis não éo espaço do comércio. Existe, até, o espaço do comércio não na praça pública on<strong>de</strong> os ci<strong>da</strong>dãos, osgregos, fazem uma distinção que para nós é estranhíssima, do âmbito do privado, que é o que ele chama<strong>de</strong> oicos, casa – <strong>da</strong>í vem a economia, que é do âmbito <strong>da</strong> família, do direito, <strong>da</strong> dominação inclusive. Já apolis é a reunião dos iguais. Claro que os iguais são muito poucos, se a gente pegar percentualmente talveznão chegue a 10%, porque estão excluídos os estrangeiros, os sem-proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, as mulheres, os jovens, ascrianças etc.Nesse sentido, talvez o nosso conceito <strong>de</strong> espaço apareça mesmo na i<strong>da</strong><strong>de</strong> média, porque on<strong>de</strong> que nósvamos ter espaço público na i<strong>da</strong><strong>de</strong> média? Nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. As ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, lendo a história medieval se vê que asci<strong>da</strong><strong>de</strong>s são um espaço – tem até aquele velho provérbio alemão que fala que o ar <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s liberta.Liberta <strong>de</strong> quê? Liberta <strong>da</strong> condição feu<strong>da</strong>l, <strong>da</strong> subjugação dos servos que havia na zona rural. As pessoasinclusive, fugiam para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. E o espaço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é o espaço do mercado. É o espaço público,mercantil, é o espaço <strong>da</strong> burguesia, é o espaço <strong>da</strong>quela classe que aparece na i<strong>da</strong><strong>de</strong> média mas que vai terhegemonia na i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Então o nosso espaço aparece aí. Mas na i<strong>da</strong><strong>de</strong> média a coisa é maiscomplexa, porque tem um outro fator que permeia e que é muito bonito, que é muito interessante, que é ofator <strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> cristã, que existe <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> medieval. Lewis Mumford, por exemplo, que éum historiador <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem um capítulo belíssimo em que mostra que, diferentemente <strong>da</strong>quilo que seimagina, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> medieval era ecologicamente correta, era bastante boa para se viver porque estavam18 Arquiteto, doutor em Filosofia, professor <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Arquitetura e Urbanismo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais epresi<strong>de</strong>nte do IAB MG.


86 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasfuncionando ali os laços <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, cristãos e ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros, que <strong>de</strong>pois são <strong>de</strong>turpados com ofortalecimento, por paradoxal que pareça, <strong>da</strong> igreja enquanto instituição.Mas aí vamos para a mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> vai acontecer a ascensão dos dois aspectos doespaço público, o espacial e o social, com a ascensão à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>de</strong> um número ca<strong>da</strong> vez maior <strong>de</strong>pessoas e <strong>de</strong> grupos. É interessante na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna exatamente essa conjugação, o tratamento dosespaços ao mesmo tempo em que se vê a ascensão à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia ca<strong>da</strong> vez <strong>de</strong> grupos crescentes. Noentanto, tem um outro fator muito importante para analisar isso que é a transformação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnaem mercadoria. Aquilo que se vendia no mercado, essa idéia <strong>da</strong> mercadoria exposta ali ultrapassa o âmbitodo mercado e tudo vira mercado, inclusive a própria terra <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não que não houvesse o valormercantil nas formações anteriores mas ele não era o único predominante. Se a gente pega a história <strong>da</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a gente vai ver que há uma curva crescente <strong>de</strong> importância que é o valor mercantil <strong>da</strong> terra e isso éimportantíssimo, inclusive no uso do espaço público, na segregação. A gente vai ver, quando analisar aci<strong>da</strong><strong>de</strong> sob esse ponto <strong>de</strong> vista, que uma idéia que aparece muito na i<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna é a idéia <strong>da</strong>obsolescência. Por que certas partes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ficam obsoletas? Por que elas parecem obsoletas? Porquehá um <strong>de</strong>scompasso entre a estrutura física e até mesmo social, <strong>de</strong> uma nova emergência econômica.Por exemplo, na época <strong>da</strong> industrialização, com a ascensão <strong>da</strong> burguesia industrial, partes inteiras <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> absolutamente vitais e dinâmicas mas naquela conformação antiga <strong>de</strong> ruas estreitas, on<strong>de</strong> conviviamas diversas classes, on<strong>de</strong> havia artesãos, aquilo <strong>de</strong> repente parece, para o novo capitalismo industrial, umentrave. O que ele faz? Ele tem que intervir sobre aquele espaço público. E, a partir principalmente <strong>da</strong>segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do século XIX, essa intervenção se faz pelo Estado. E se a gente pega <strong>de</strong> lá para cá, agente vai ver pelo menos três mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> intervenção: um que mais ou menos correspon<strong>de</strong> ao século XIX,que a gente po<strong>de</strong>ria chamar, grosso modo, <strong>de</strong> embelezamento estético; o segundo que vai mais ou menosaté os anos 70 que eu chamaria <strong>de</strong> renovação urbana; e o terceiro que é uma tendência maiscontemporânea que eu chamo <strong>de</strong> requalificação urbana.O embelezamento estético, o que faz? Pega aquelas áreas que parecem obsoletas e as corta comaveni<strong>da</strong>s, com bulevares, e vai trabalhar. E por que embelezamento estético? Porque você vai fazer essescortes todos funcionais. Mas uma idéia muito importante é a <strong>de</strong> criar espaços visualmente interessantes ebonitos, usando, por exemplo, como eixos <strong>de</strong>ssas novas aveni<strong>da</strong>s, os monumentos existentes, as igrejas,os palácios. Então você vai criar uma cenografia urbana. É a Paris, do século XIX. É o Rio, <strong>da</strong> vira<strong>da</strong> doséculo.Esse processo é ambíguo como to<strong>da</strong> a nossa mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>. E é ambíguo por que? Porque por um lado eleé exclu<strong>de</strong>nte. Por exemplo, o que aconteceu no centro do Rio? Aquela área era ocupa<strong>da</strong> classes popularese foi expulso aquele povo todo. Tiraram-se <strong>da</strong>li populações inteiras. Como aconteceu em Paris, a populaçãooperária man<strong>da</strong><strong>da</strong> para fora <strong>da</strong>s muralhas, como aconteceu em Viena. No entanto, se a gente olha isso 20anos <strong>de</strong>pois, vê que aqueles espaços que foram criados ali tinham uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana e vão serreapropriados. A população volta e ocupa aqueles espaços como usuários – por exemplo, os bulevares <strong>de</strong>Paris são ocupados e viram espaço público <strong>de</strong> novo.Isso não vai acontecer, isso é uma coisa interessante, com os espaços criados no segundo mo<strong>de</strong>lo que é o<strong>da</strong> renovação urbana. O que esse segundo mo<strong>de</strong>lo pressupõe? Vamos transformar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sim, masvamos pensar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sob o ponto <strong>de</strong> vista quase que exclusivamente funcional, <strong>de</strong> trânsito. É aquela idéia<strong>de</strong> “vamos fazer uma tábula rasa”. O auge <strong>de</strong>ssa idéia, o protótipo <strong>de</strong>la, é aquele plano que Le Corbusierfaz para Paris, em 1923, que diz o seguinte: ci<strong>da</strong><strong>de</strong> velha é um horror, tá tudo misturado, tem carro, temgente, tem comércio. Solução: vamos <strong>de</strong>molir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> inteira, vamos preservar poucos edifícios, vamosseparar os fluxos, vamos fazer gran<strong>de</strong>s rodovias para os carros, vamos fazer caminhos para os pe<strong>de</strong>stres e,em lugar <strong>de</strong>ssa balbúrdia <strong>de</strong> Paris, vamos construir torres, a ca<strong>da</strong> 250 metros, torres <strong>de</strong> 25 metros, e todomundo vai morar num apartamento mais ou menos igual. A gente sabe no que <strong>de</strong>u esse mo<strong>de</strong>lo, bastaolhar. Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s novas planeja<strong>da</strong>s, como Brasília, ou intervenções sobre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes, <strong>da</strong>ndo essesgran<strong>de</strong>s minhocões, esse tipo <strong>de</strong> intervenção. Quer dizer, ignora as preexistências <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e, isso é umacoisa interessante para comparar, gera espaços que são praticamente inapropriáveis. Se os bulevares <strong>de</strong>Paris são apropriáveis, quem que vai apropriar <strong>de</strong> forma humana um espaço como esses criados pelosviadutos?E então o que acontece?A partir dos anos 70, começa a virar um consenso no mundo inteiro uma crítica a esse tipo <strong>de</strong> proposta, aessas propostas que ignoram completamente a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que existe. Esse mo<strong>de</strong>lo começa a mostrar que émuito mais disfuncional do que funcional. Ele cria problemas terríveis, todo mundo que estudou arquitetura,sabe o caso típico que é o <strong>da</strong>quele conjunto habitacional, em Sant Louis, nos EUA, que foi construído nosanos 50 e na época foi consi<strong>de</strong>rado o gran<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> habitação social. No entanto era aquelamassificação, aqueles blocos, e blocos, e blocos, e blocos iguais, sem nenhuma quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. E todo mundogosta e quer quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então, nos anos 70, aquele espaço estava tão <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>do que houve um estudofeito por arquitetos, sociólogos, psicólogos, que chegaram à conclusão que aquele espaço era


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 87inaproveltável, que não tinha jeito <strong>de</strong> você a<strong>da</strong>ptar aquilo e que o espaço causava gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>sdisfunções sociais. E resolveram que a solução mais barata era implodir aquelas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> prédios e issofoi feito.Nessa época, começou um movimento no mundo inteiro <strong>de</strong> revalorização do que havia nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Então,em vez <strong>de</strong> pensar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como uma tábula rasa, vamos pensar no que existe nela, enxergar o queexiste, e propor soluções menores, mais compatíveis com tecido urbano, com o tecido social, vamos intervircom mais cui<strong>da</strong>do, com mão mais leve sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, vamos preservar essa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que existe e vamosrequalificá-la.Esse é um mo<strong>de</strong>lo muito mais urbano, muito mais civilizado <strong>de</strong> se tratar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que começa a emergir nosanos 80. Então essa é a primeira reflexão, essa questão <strong>de</strong> como que os espaços públicos aparecem e sãotratados, e são requalificados ou são <strong>de</strong>struídos.O objetivo <strong>de</strong>sse encontro, aqui, é aju<strong>da</strong>r a pensar no que pensar lá na conferência, então vamos aproveitaressa oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e pensar como é que está BH nesse processo. BH foi uma <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s pioneiras noBrasil <strong>de</strong> pensar requalificação, lá em 88, quando foi feito um concurso <strong>de</strong> revitalização do centro. BH saiuna frente. E o que foi feito, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, nessa área em BH? É uma coisa para se pensar. Se se analisa osavanços – tem-se um governo progressista em BH há pelo menos 9 anos agora – quanto avançamos naspolíticas urbanas em BH? É uma pergunta difícil mas que eu não hesitaria em dizer, sem medo <strong>de</strong> ser umpouco impreciso, <strong>de</strong> ser talvez um pouco injusto, que avançamos pouco em relação às outras políticas.Agora, por que? Por que será que se avançou tão pouco nas políticas urbanas, quando comparado com osavanços que se teve na política social? E aí <strong>de</strong> novo, essa ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> do conceito <strong>de</strong> espaço públicopo<strong>de</strong> nos <strong>da</strong>r algumas pistas para pensar. Primeiro, há uma distinção que o Habermas faz entre críticai<strong>de</strong>ológica e crítica salvadora. Analisando os fatos <strong>da</strong> cultura, ele diz o seguinte: “A gente po<strong>de</strong> pensar emqualquer fato <strong>da</strong> cultura, plano urbanístico, obra <strong>de</strong> arte, <strong>de</strong> duas formas: como um documento e como umsímbolo <strong>de</strong> dominação”. Por exemplo, um palácio é um símbolo, por exemplo, <strong>da</strong> Pré-Revolução Francesa epo<strong>de</strong> ser visto como um símbolo representativo <strong>da</strong>quela classe dominante. Uma obra <strong>de</strong> arte, um projetopara uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser visto como uma imposição <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado grupo mas po<strong>de</strong> ser visto,também, mesmo que ele tenha <strong>de</strong>rivado, muitas vezes, <strong>da</strong>s classes dominantes, como imagens do sonho.Por que os bulevares, por exemplo, esses espaços criados no século XIX, por mais que eles fossemexclu<strong>de</strong>ntes, se permitiram ser reapropriáveis? Porque <strong>de</strong> certa forma, eles tinham <strong>de</strong> gerar <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong>quelapopulação, <strong>de</strong> remeter para uma vi<strong>da</strong> melhor, para uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor <strong>de</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja,po<strong>de</strong>-se pensar nos planos como um recorte i<strong>de</strong>ológico, um instrumento <strong>de</strong> dominação, mas po<strong>de</strong>-sepensar também como imagem <strong>de</strong> sonho, catalisador do <strong>de</strong>sejo, e essa dimensão é importantíssima. Asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas são iguais, mas os <strong>de</strong>sejos são diferentes.Então é muito importante pensar sobre risco <strong>de</strong> cair num neofuncionalismo perigosíssimo. Eu participei <strong>de</strong>um <strong>de</strong>bate com a Raquel Rolnik em que ela simplesmente <strong>de</strong>squalificava to<strong>da</strong>s as propostas <strong>de</strong>revitalização, chamando <strong>de</strong> maquiagem. Tem que ter cui<strong>da</strong>do. Nós estávamos fazendo um trabalho <strong>de</strong>levantamento <strong>de</strong> referência cultural <strong>de</strong> um bairro muito pobre <strong>de</strong> Betim e uma <strong>da</strong>s perguntas foi qual era areferência que eles tinham do governo. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tinha um governo progressista há duas gestões e<strong>de</strong>scobrimos que os mais velhos, que tinham visto qual era a situação antes, tinham uma boa imagem dogoverno. Por quê? Porque antes do governo progressista eles não tinham água trata<strong>da</strong>, eles não tinham luz,eles não tinham rua, nem to<strong>da</strong>s essas melhorias urbanas. No entanto, os jovens tinham uma péssimaimagem do governo e a gente ficou se interrogando por que isso. Porque os jovens já cresceram ali naquelebairro que tinha recebido as melhorias e, se a gente fica só no reino <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas, o reino <strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s é inesgotável. A gente não consegue suprir to<strong>da</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> nossasocie<strong>da</strong><strong>de</strong>. É preciso que a gente pense e trabalhe também o imaginário, o <strong>de</strong>sejo, o simbólico. Isso, agente correr o risco <strong>de</strong> ficar no neofuncionalismo, é o que eu acho que acontece com a política urbana <strong>de</strong>BH.Por exemplo, o Plano Diretor. BH aprovou um Plano Diretor progressista que trabalha em duas dimensões,uma macro e uma micro. A macro é to<strong>da</strong> funcionalista. Ela divi<strong>de</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>infra-estrutura. O plus está no micro com as ADEs, regulando caso a caso a questão ambiental, a questãocultural. No entanto, avançamos no macro mas não no micro: não conseguimos regulamentar nenhumaADE.Isso mostra o peso diferenciado que o governo dá a uma dimensão e a outra. Claro que as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>ssão prementes numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> injusta como a nossa mas, se a gente <strong>de</strong>scui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>sse aspecto do <strong>de</strong>sejo,esse aspecto simbólico, esse aspecto que permite que o espaço público seja um espaço <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia,corremos um risco seríssimo que é o <strong>de</strong> jogar pelo ralo todo esse trabalho.


88 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasQuestão Metropolitana▪ ANA CLARA TORRES RIBEIRO 19Preocupa-me o apagamento <strong>da</strong> questão metropolitana ao nível dos movimentos sociais, me preocupa comoparticipante do movimento nacional <strong>da</strong> reforma urbana, como professora e como pesquisadora. Quer dizer,existe uma estratégia que po<strong>de</strong> não ter um único responsável mas existe uma estratégia <strong>de</strong> ocultamentodos megaobjetos <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> periférica que são as metrópoles.E aí me pergunto, a quem interessa ocultar a metrópole? Para quem importam as metrópoles, afinal <strong>de</strong>contas?São megaobjetos socialmente construídos, historicamente construídos e extremamente relevantes para acompreensão e apreensão <strong>de</strong> qualquer futuro para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira e, no entanto, as metrópoles sãosecun<strong>da</strong>riza<strong>da</strong>s como questão política e são secun<strong>da</strong>riza<strong>da</strong>s como questão <strong>de</strong> planejamento. É realmentepreocupante. Lembro-me <strong>de</strong> ter tentado fazer algumas propostas no âmbito do movimento nacional <strong>da</strong>reforma urbana mas essas propostas não an<strong>da</strong>ram muito. Depois, na Assembléia Nacional Constituinte,várias propostas foram encaminha<strong>da</strong>s, mas também não foram adiante. Agora, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>também não trata. Enfim, o que acontece com relação às metrópoles que <strong>de</strong> fato não movimentam oimaginário político e não movimentam a concepção <strong>de</strong> futuro?Acredito que sem tratar a questão metropolitana no Brasil não há como proce<strong>de</strong>r a projetos que visem ajustiça social, que visem o <strong>de</strong>senvolvimento econômico, que visem a organização <strong>de</strong>mocrática do território ea soberania. As metrópoles são o epicentro <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> recursos, são o epicentro <strong>da</strong>s contradiçõessociais, são o epicentro dos <strong>de</strong>safios na fase contemporânea do capitalismo, são o epicentro <strong>da</strong>problemática societária, <strong>da</strong> problemática as integração social no Brasil. Ou bem nós tratamos a questãometropolitana, ou nós vamos assistir a dramatici<strong>da</strong><strong>de</strong> crescente <strong>da</strong>quilo que o professor Milton Santos, ofamoso geógrafo recém-falecido, <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> “involução metropolitana”. As nossas metrópoles estãoinvoluindo. Então existe um drama social envolvido nesta involução que ain<strong>da</strong> não foi consi<strong>de</strong>radosuficientemente pelos políticos e ain<strong>da</strong> não foi consi<strong>de</strong>rado suficientemente pelo nosso imaginário<strong>de</strong>mocrático.Portanto, eu vim feliz para cá, porque se move finalmente a consciência em torno <strong>da</strong> questão metropolitana.A metrópole não po<strong>de</strong> ser pensa<strong>da</strong> como um bando <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res locais, conectados mais ou menos uns aosoutros. Isso não tem o menor sentido. A metrópole é uma escala ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> coletiva que apresentaum <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gestão e nós temos que inventar a forma <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> administrá-la. Infelizmente, noBrasil nós só tivemos a experiência <strong>da</strong> ditadura. É necessário reinventar, criar alguma soluçãocompartilha<strong>da</strong>, <strong>de</strong>mocrática, generosa, solidária, para tratar o enigma, o enigma <strong>da</strong> metrópole hoje.Quero citar, aqui, um exemplo <strong>de</strong>ssa involução: Éctor Podiese, especialista em gestão urbana, nota,examinando a Região Metropolitana <strong>de</strong> Buenos Aires, que a involução metropolitana lá chegou a um pontoem que os municípios periféricos <strong>de</strong> Buenos Aires disputam entre si, numa concorrência <strong>de</strong>sespera<strong>da</strong>, qual<strong>de</strong>les vai abrigar os resíduos do núcleo. Então já chegamos a um ponto <strong>de</strong> involução metropolitana no qualos municípios disputam o direito a abrigar o lixo.É, portanto, um drama, especialmente mais sério para os países do 3º mundo e para a América Latina,on<strong>de</strong> se situam as maiores metrópoles do mundo. Não adianta adotar o paradigma <strong>da</strong>s Global Cities, nãoadianta olhar para NY; já não adiantava ontem, muito menos hoje. Temos que efetivamente nos imaginar <strong>de</strong>uma outra forma.Eu já tive a ousadia <strong>de</strong> escrever alguns estudos sobre as metrópoles brasileiras, on<strong>de</strong> eu falava um pouco<strong>de</strong> BH, mas, vindo para cá, tentei ver se eu conseguia abrir o meu imaginário para pensar BH não comomunicípio, mas como metrópole. E fiquei pensando o que BH po<strong>de</strong> ser, o que BH é, efetivamente, na re<strong>de</strong>urbana brasileira, na organização do território brasileiro. E fiquei imaginando: ela é a maior metrópoleinterfacedo país, ou seja, você tem um vértice construído por BH. Existe uma triangulação – a áreaconcentra<strong>da</strong> brasileira po<strong>de</strong> ser imagina<strong>da</strong> como triângulo, BH é o seu vértice, e vira-se para o interior, querdizer, no sentido <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do território brasileiro –. Se nós tivéssemos aqui alguns mapas dos fluxostelefônicos, nas pesquisas do IBGE <strong>de</strong> re<strong>de</strong> urbana, nós veríamos o impacto <strong>de</strong> BH, <strong>da</strong> metrópole como umtodo, no território brasileiro que é uma coisa extraordinária. E conseguiríamos ver o impacto <strong>de</strong> BH paraMato Grosso, chegando até beira<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Amazônia Oci<strong>de</strong>ntal, quer dizer, continuando um fluxo <strong>de</strong> relaçõesque é extremamente importante para a construção do território do país.Pensamos também, que BH é um lugar <strong>de</strong> memórias do planejamento. Estou convenci<strong>da</strong> <strong>de</strong> que oplanejamento não <strong>de</strong>ve ser dissolvido, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>mocratizado. O fun<strong>da</strong>mental é que nós vivemos, ao longodos anos 80 e os anos 90, ao invés <strong>de</strong> vivermos a <strong>de</strong>mocratização do planejamento nós vivemos adissolução do planejamento, em gran<strong>de</strong> parte. E isto é extremamente grave, porque gerir não é a mesma19 Socióloga, professora do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro ecoor<strong>de</strong>nadora do Grupo <strong>de</strong> Trabalho sobre Desenvolvimento Urbano do Conselho Latinoamericano <strong>de</strong> Ciências Sociais.


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 89coisa que planejar. Gerir está no imediato, planejar está para <strong>da</strong>qui vinte, cinqüenta e cem anos <strong>de</strong> projeçãodo imaginário coletivo. Não se trata <strong>de</strong> uma única gestão. Gerir é uma coisa, planejar é outra, e nós temosvivido uma crise <strong>de</strong> planejamento que se inicia com a re<strong>de</strong>mocratização do país, o que parece ser maiscruel.Por outro lado, BH tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> disputar funções hegemônicas mas, essas funções hegemônicas, emgran<strong>de</strong> parte, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, para sua disputa, <strong>de</strong> organização do território nacional, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> umavalorização ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira <strong>de</strong> uma metrópole que é simultaneamente regional e nacional. Por isso, o paradigma<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> global é ina<strong>de</strong>quado, principalmente para BH. Trata-se, sobretudo, <strong>de</strong> uma metrópole regional,nacional, com um fluxo <strong>de</strong> influência extraordinário na territoriali<strong>da</strong><strong>de</strong> do país e isso significa algoextremamente importante em termos <strong>da</strong> preservação <strong>da</strong> região concentra<strong>da</strong> do país, ao mesmo tempo emque essa região já reflete os processos <strong>de</strong> involução metropolitana, sobretudo <strong>de</strong> SP, mas também do RJ.Então, há uma dispersão <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Este é um território que po<strong>de</strong> ser pensado <strong>de</strong> maneira conexa, nãoé necessário pensar, como se pensou um pouco no IPEA, apenas uma conurbação RJ-SP, mas é possívelpensar uma territoriali<strong>da</strong><strong>de</strong> muito maior porque nós não estamos aqui para ven<strong>de</strong>r trem-bala para ninguém.Trata-se <strong>de</strong> uma conurbação muito maior, <strong>de</strong> uma área muito mais estendi<strong>da</strong>, que po<strong>de</strong> abrigar essasfunções, que estão sendo <strong>de</strong>slocaliza<strong>da</strong>s por conta exatamente dos movimentos <strong>de</strong> involução <strong>da</strong>s maioresmetrópoles.Esses movimentos estão, efetivamente, construindo uma nova territoriali<strong>da</strong><strong>de</strong> e essa construção temacontecido em gran<strong>de</strong> parte sem acompanhamento político, sem acompanhamento analítico, por conta <strong>da</strong>predominância <strong>de</strong> duas vertentes, uma conservadora e outra progressista, que valorizaram quase queexclusivamente o po<strong>de</strong>r local. A idéia <strong>de</strong> que a participação <strong>de</strong>mocrática acontece pura e exclusivamente nolocal <strong>de</strong> alguma maneira dificulta que tenhamos uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> propositiva para as escalas maisabrangentes <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> coletiva. Parece ser absolutamente fun<strong>da</strong>mental ultrapassar o local, para que esselocal possa ser <strong>de</strong>mocrático.É absolutamente importante que se pense que uma <strong>da</strong>s nossas tarefas é refazer o estado brasileiro e estáincluído nesta tarefa inventar uma maneira <strong>de</strong> ingerir as metrópoles, não apenas <strong>de</strong> planejar mas também<strong>de</strong> governar. E na<strong>da</strong> se resolve com governabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nem com governança, se resolve com projetos <strong>de</strong>médio e longo prazos, exatamente porque são totali<strong>da</strong><strong>de</strong>s extremamente complexas e difíceis. Nesse caso,se trata <strong>de</strong> instâncias <strong>de</strong> governo que precisam ser concebi<strong>da</strong>s – essas instâncias <strong>de</strong> governo nos aju<strong>da</strong>rãoa pensar que estado nós queremos finalmente.É importante ver que, do lado conservador, foi super valoriza<strong>da</strong> a questão local exatamente porque elacorrespon<strong>de</strong> à idéia <strong>de</strong> transpasse para os municípios <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que são do governo fe<strong>de</strong>ral; foisuper valorizado o espaço local exatamente porque se imaginou que assim a acumulação pu<strong>de</strong>sse corrermais facilmente, fazendo o seu próprio território, à revelia <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira e dos seus projetos <strong>de</strong>autonomia e soberania.Do lado <strong>de</strong>mocrático, houve, sim, uma hipervalorização do local, exatamente porque o objeto <strong>da</strong> nossacontestação foi o Estado Fe<strong>de</strong>ral, foi o governo fe<strong>de</strong>ral. Então, era impossível conceber um outro Estadonaquele momento e, por isso mesmo, era tão difícil imaginar as várias or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> governo <strong>de</strong> queefetivamente o Brasil mo<strong>de</strong>rnizado precisa. É um Brasil que foi altamente transformado durante a ditadura,foi feita uma mo<strong>de</strong>rnização conservadora do território brasileiro e isso foi brutalmente alterado; o maiorfenômeno <strong>da</strong> escala no mundo talvez seja a urbanização brasileira, e, no entanto, a violência <strong>de</strong>ssefenômeno é extraordinária apesar <strong>de</strong> o imaginário <strong>de</strong>mocrático ain<strong>da</strong> ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conceber como gerir,como governar, as várias escalas, porque a metrópole é uma simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escalas.A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que a metrópole é uma totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual e complexa e é também, hoje, um megaprojetosujeito a processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição e <strong>de</strong> fragmentação. Claro que um i<strong>de</strong>ário <strong>de</strong> planejamento que serestringe a dizer que as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm quer competir entre si quer dizer, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, trazer a competiçãoentre os lugares para <strong>de</strong>ntro do território metropolitano e nós vamos ter a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> fragmenta<strong>da</strong> – só que umamegaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fragmenta<strong>da</strong> e não apenas um município fragmentado. Esse tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ação do planejamento,seja o <strong>da</strong> metrópole ou o <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> global, seja outra i<strong>de</strong>ação <strong>da</strong> competição entre ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, não sustenta oenfrentamento do enigma metropolitano.Acredito que o Governo Fe<strong>de</strong>ral é responsável pelas metrópoles e não po<strong>de</strong> fugir <strong>da</strong> sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Esse nível <strong>de</strong> concentração que <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>correm <strong>da</strong>s políticas que atingiram o territórionacional, <strong>de</strong>correm <strong>da</strong> não implementação <strong>da</strong> reforma agrária, <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que são doGoverno Fe<strong>de</strong>ral e isso correspon<strong>de</strong> a dizer que não po<strong>de</strong> haver omissão Fe<strong>de</strong>ral com relação àmanutenção <strong>da</strong>s metrópoles. Não dá para repassar para os governos estaduais pura e exclusivamente. Nãoé possível. Quem po<strong>de</strong> imaginar, por exemplo, a manutenção <strong>da</strong> metrópole do RJ pelo estado do RJ? Issonão existe em termos <strong>de</strong> projeto sério.Então, <strong>da</strong> mesma maneira que não é possível admitir essa omissão com relação à preservação <strong>da</strong>smetrópoles, também que não é possível tratar a questão metropolitana a não ser que o município-núcleo


90 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasassuma gran<strong>de</strong>s responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Existe um papel protagônico a ser <strong>de</strong>senvolvido pelos municípiosnúcleo,os governos <strong>de</strong>sses municípios-núcleo têm aí uma belíssima tarefa a <strong>de</strong>senvolver e que po<strong>de</strong> seruma enorme plataforma política para um governo <strong>de</strong>mocrático e popular. Então, eu sugeriria que osgovernos <strong>de</strong> município-núcleo assumissem a tarefa, especialmente aqueles que po<strong>de</strong>m conversar com osgovernadores, assumissem a tarefa <strong>de</strong> trazer uma maneira <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> gerir, <strong>de</strong> governar asmetrópoles. Trazer propostas concretas. Ao invés <strong>de</strong> ser uma gestão <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, nóspo<strong>de</strong>ríamos pensar uma gestão <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> metrópole, que seria uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> também, <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r<strong>de</strong> escala.Uma outra possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> seria pensar um fórum metropolitano on<strong>de</strong> se tivesse os conselhos <strong>da</strong>s políticassociais, on<strong>de</strong> se tivesse os movimentos sociais, on<strong>de</strong> se tivesse os legislativos municipais, on<strong>de</strong> se tivesseos governos municipais representados. Um fórum metropolitano, uma câmara metropolitana diferente, nãosó forma<strong>da</strong> por políticos eleitos mas, numa nova forma <strong>de</strong> representação política, admitisse a co-gestão doespaço metropolitano. Eu creio que é possível criar uma proposta política, político-administrativa,<strong>de</strong>mocrático-popular, que <strong>de</strong> fato aju<strong>de</strong> a pensar a metrópole <strong>de</strong> uma maneira nova.Por que não, estimular a cooperação urbana na escala <strong>da</strong> metrópole? Por que não enfrentar conjuntamentea <strong>de</strong>sindustrialização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados municípios?O drama do ABC é total, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sindustrialização talvez seja observado, também, na RegiãoMetropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e isso não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> apenas <strong>da</strong>quele município, porqueas conseqüências sociais são enormes e rebatem sobretudo no município-núcleo.Então, a idéia <strong>de</strong> reter através <strong>da</strong> cooperação urbana, os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sindustrialização,<strong>de</strong>sassalariamento e, portanto, <strong>de</strong> agravamento <strong>da</strong> crise social, parece que é uma idéia e nesse caso sepo<strong>de</strong>ria imaginar até uma política tributária. Vamos cobrar menos <strong>da</strong>quelas empresas que acionamempresas <strong>da</strong> mesma região metropolitana, estimulando, <strong>de</strong> alguma maneira, a cooperação urbana. Vamosimaginar quais são os papeis protagônicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos municípios, vamos acabar com a idéia <strong>de</strong>município-dormitório, isso não existe – em município-dormitório, aliás a pessoa nem dorme direito, então,nem chega a ser um município-dormitório. Fico imaginando município societários, e po<strong>de</strong>ríamos, <strong>de</strong> algumaforma também, imaginar políticas sociais que fossem compartilha<strong>da</strong>s pelos vários governos e queprotegessem efetivamente esses municípios que exerceram funções relevantes para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial,hoje em crise. Creio que essas i<strong>de</strong>ações po<strong>de</strong>m efetivamente nos estimular e creio também que muitosestudos técnicos <strong>de</strong>vem ser transmitidos <strong>de</strong> uma maneira simples para que todos conheçam.Precisamos <strong>de</strong> uma antena metropolitana, precisamos <strong>de</strong> uma mídia metropolitana, precisamos <strong>de</strong> umaforma extremamente intensa <strong>de</strong> saber uns dos outros. Observando a metrópole do RJ, por exemplo, eu sóconsegui saber dos municípios que não são municípios-núcleo, <strong>de</strong>pois que eu mu<strong>de</strong>i <strong>de</strong> jornal, porque osprincipais jornais não comunicam na<strong>da</strong> com relação ao resto <strong>da</strong> metrópole. Então, você não sabe do lugaron<strong>de</strong> você vive. Sabe <strong>de</strong> Copacabana, Ipanema, chega no máximo até a zona Oeste do município do RJmas a enorme região metropolitana é ignora<strong>da</strong>.Precisamos <strong>de</strong> um fórum metropolitano, quem sabe <strong>de</strong> uma câmara metropolitana <strong>de</strong> outro tipo, <strong>de</strong> umamídia metropolitana, <strong>de</strong> uma antena metropolitana que diga o que está acontecendo, e <strong>de</strong>veríamos ter,como os japoneses têm em Tóquio, uma central <strong>de</strong> reflexão <strong>da</strong> crise <strong>da</strong> metrópole; ou seja, é absolutamentefun<strong>da</strong>mental sentarem os representantes para pensar, efetivamente, no que fazer. Não há receita prontapara uma crise <strong>de</strong>sta magnitu<strong>de</strong>.Po<strong>de</strong>ríamos começar muito mo<strong>de</strong>stamente levantando os atores metropolitanos: os sindicatos maisimportantes <strong>da</strong> região, as igrejas, os partidos, os movimentos sociais, as organizações empresariais, asenti<strong>da</strong><strong>de</strong>s estu<strong>da</strong>ntis, as instituições acadêmicas e científicas, enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s profissionais, organizaçõespolíticas, e os órgãos <strong>de</strong> imprensa. Para se imaginar esta reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que se torna extremamenteimportante, <strong>da</strong> mesma maneira <strong>de</strong>veria ser monitorado o processo <strong>de</strong> risco observado na metrópole. Temosque observar a entropia metropolitana e ver on<strong>de</strong> ela está acontecendo, compreen<strong>de</strong>r que violência não éapenas violência, é o sinal <strong>da</strong> entropia metropolitana. Nós temos que observar esses sinais, são sinaisextremamente graves <strong>da</strong> crise estrutural do espaço em que todos vivemos e criamos os nossos filhos, osnossos netos.É fun<strong>da</strong>mental, portanto, ter um monitoramento <strong>da</strong> entropia, um monitoramento <strong>da</strong> involução metropolitana,um monitoramento <strong>da</strong> periferização <strong>da</strong> periferia que está sendo observado agora. Eu tenho um mapa <strong>da</strong>Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> que mostra que o pobre, pobre, pobre, pobre, vai para periferia <strong>da</strong>periferia <strong>da</strong> periferia. Isso dissolve o tecido social e é um processo extremamente perverso. Então, há quecontrolar a involução, há que controlar e monitorar a entropia, impedindo que os processos <strong>de</strong><strong>de</strong>sestruturação se agravem.Temos direito, hoje, <strong>de</strong> sermos ci<strong>da</strong>dãos do mundo, ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós, até porque o mundo cai na nossacabeça, então nós temos direito também, <strong>de</strong> sermos várias escalas e vamos nos exercitar para estaci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia na escala <strong>da</strong> metrópole. Essa é uma enorme oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir o que é a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> que


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 91nós queremos, qual é a integração social necessária, este é um projeto urgente, e po<strong>de</strong>ríamos imaginar quevai favorecer muito as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, inclusive para a concorrência. Serão bons lugares aqueles que tiveremfelici<strong>da</strong><strong>de</strong>, serão bons lugares inclusive para investidores, aqueles lugares on<strong>de</strong> efetivamente se sejaoriginal, serão bons lugares aqueles que forem favoráveis ao tempo lento, chega <strong>de</strong> correria, serãofavoráveis os investimentos naqueles lugares on<strong>de</strong> você queira ficar e não sair correndo feito um fluxo,porque nós não somos fluxo, nós somos matéria.O tempo real, segundo Milton Santos, é o tempo <strong>da</strong>s máquinas. O nosso tempo real é o tempo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, nósqueremos comer <strong>de</strong>vagar, ser felizes, conversar muitíssimo, e po<strong>de</strong>r circular na nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para além doscondomínios e dos shoppings. É isso que nós queremos, queremos circular pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> maneira maisalegre possível e politicamente consciente.Questão Metropolitana▪ JOSÉ MOREIRA DA SILVA 20Quero começar com relatos que aproximem um pouco mais o espaço metropolitano <strong>de</strong> BH. Nós estamoselaborando, neste momento, a pesquisa origem-<strong>de</strong>stino, na qual estamos procurando saber dos fluxos <strong>da</strong>metrópole, e é muito interessante começar a examinar a relação que os pesquisadores passam a ter com oespaço metropolitano.Em primeiro lugar, a surpresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir que a região metropolitana tem 33 municípios. Quais são? On<strong>de</strong>é que estão? Por que estão? Tem sentido? Se são 33, <strong>de</strong> que maneira a região metropolitana arrumou 33municípios? Por que caminhos? Como é que eles ingressaram? Por que outros não estão? Quais estão quenão tem nenhum sentido estar? E por aí afora.Essas são as questões que as pessoas colocam, no processo <strong>de</strong> seleção, ou seja, são ci<strong>da</strong>dãosconvocados para conhecer o espaço metropolitano. Uma <strong>da</strong>s coisas que se coloca para as pessoas noprocesso seletivo é que o processo reflete exatamente como nós vivemos na metrópole, ou seja, nós a<strong>de</strong>sconhecemos, e se nós a <strong>de</strong>sconhecemos, se as pessoas que estão participando <strong>da</strong> pesquisa<strong>de</strong>sconhecem o espaço, elas são apenas uma amostra <strong>de</strong> como vive o ci<strong>da</strong>dão no espaço metropolitano.É extremamente interessante a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> que nós vemos do público universitário – todo o público <strong>da</strong>pesquisa é universitário – conviver com a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tal qual ela é, ou seja, além do barzinho, além <strong>da</strong> Savassi,além do clube, além <strong>da</strong>queles lugares que a classe <strong>de</strong>termina que seja o seu lugar. Por exemplo, noCaetano Furquim, a turma está exatamente aqui, próxima, na Caetés, ca<strong>da</strong> estranho que chega é umestranho que surpreen<strong>de</strong> e a primeira idéia é <strong>de</strong> convocar a polícia, porque a polícia é aquela que garante asegurança do ci<strong>da</strong>dão no espaço estranho. Então essa relação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com a segurança, essa relaçãodo ci<strong>da</strong>dão no espaço estranho garantido pela polícia é uma maneira do público universitário estar<strong>de</strong>scobrindo a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.E nós estamos preocupados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo; primeiro, nós, os pesquisadores, fizemos um teste. O testetinha como objetivo, quanto <strong>de</strong> investimento em treinamento na compreensão <strong>da</strong> pesquisa, nós teríamosque fazer para que a pesquisa pu<strong>de</strong>sse se <strong>de</strong>senvolver. Foram abertas as inscrições em to<strong>da</strong>s as escolas,algumas respon<strong>de</strong>ram, outras não, outras não tomaram suficientemente o conhecimento mas,compareceram pessoas <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a região metropolitana, ou pelo menos do aglomerado metropolitano.Os 20 primeiros lugares, on<strong>de</strong> estão localizados os pesquisadores?No núcleo central, na Zona Sul, na Pampulha, refletindo exatamente o <strong>de</strong>senho <strong>da</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>metropolitana: os mais qualificados, os mais habilitados, estão nas áreas afluentes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Conseqüentemente, não era <strong>de</strong> esperar que a gente não tivesse outras dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s a partir <strong>da</strong>í, ou seja,trata-se, não apenas <strong>de</strong> fazer pesquisa mas também <strong>de</strong> as pessoas que estão fazendo pesquisa<strong>de</strong>scobrirem a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que não conhecem, enten<strong>de</strong>rem a recusa, enten<strong>de</strong>rem a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem eenten<strong>de</strong>rem a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas com as quais elas jamais conviveram. Então, não se trata apenas <strong>de</strong><strong>da</strong>r um resultado <strong>de</strong> origem-<strong>de</strong>stino mas <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r como é que se dá todo o processo metropolitano,quando nós convocamos pessoas para atuarem e trabalharem com na gente.A outra dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> está em que ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 32 mil famílias convoca<strong>da</strong>s para a entrevista vai se <strong>de</strong>frontarcom essas situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> e a situação é muito interessante. Nós fizemos um primeiro pré-teste,em Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dormitório. Estou chamando a atenção para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-dormitório no sentido<strong>de</strong> que 66% dos moradores <strong>de</strong> Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, em 91, trabalhavam em BH com baixo salário, ou seja,a contribuição que BH recebe <strong>de</strong> Ribeirão <strong>da</strong>s Neves é levar para lá a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> e trazê-lospara cá para trabalhar com baixos salários.Essa população também vem buscar saú<strong>de</strong>. E por que não? Por que não po<strong>de</strong> buscar saú<strong>de</strong>? Ela também20 Sociólogo, mestre em Sociologia, pesquisador <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Governo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção João Pinheiro e coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> pesquisa e pósgraduação<strong>da</strong> UNI Centro Newton <strong>de</strong> Paiva.


92 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrascompra aqui.Então, há algumas questões aqui que são <strong>de</strong> gestão metropolitana e a gestão metropolitana é que viabilizao planejamento metropolitano. Sem uma gestão metropolitana a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> não se po<strong>de</strong> esperar planejamentometropolitano, visão <strong>de</strong> futuro. Essa é a questão que nós enfrentamos e que precisa ser amplamente<strong>de</strong>bati<strong>da</strong>.Nós, felizmente, vivemos hoje um acor<strong>da</strong>r para a questão metropolitana. Esse acor<strong>da</strong>r para a questãometropolitana vem em um momento em que os municípios se <strong>de</strong>ram conta <strong>de</strong> que a afirmação do seupeculiar interesse traz muito mais prejuízo do que a cooperação, do que a discussão. Não sei até on<strong>de</strong> essaquestão vai chegar a empolgar realmente, mas nós estamos assistindo uma maior preocupação dosmunicípios com a questão metropolitana.A pesquisa OD, na medi<strong>da</strong> em que coleta informações dos pesquisadores que chegam às casas, vaiencontrar os quadros mais variados. Primeiro, começamos lá por Ribeirão <strong>da</strong>s Neves. As pessoas estãoprontas para receber, você bateu na porta, explicou, não precisa explicar muito, elas conce<strong>de</strong>m a entrevista.Acontece que não se trata apenas <strong>de</strong> extrair informação. A extração <strong>da</strong> informação é tudo a que apopulação está acostuma<strong>da</strong> com pesquisas, ca<strong>da</strong> hora chega um extraindo informação.Afinal <strong>de</strong> contas, para que isso? Como isso retorna?O objetivo, nós estamos insistindo com os nossos pesquisadores, é <strong>de</strong> que não se trata <strong>de</strong> extrairinformação. Se trata <strong>de</strong> promover participação, essa informação tem que retornar, e não tem apenas para aprefeitura, não apenas para os órgãos encarregados <strong>da</strong> gestão. Tem que retornar para o ci<strong>da</strong>dão, sejaassociação comunitária, seja <strong>da</strong> maneira como ele estiver organizado, tem que retornar para que ele possacobrar ações conseqüentes e não simplesmente receber uma justificativa <strong>de</strong> que tais <strong>de</strong>cisões se baseiamem pesquisas. Assim, tem sido muito fácil abor<strong>da</strong>r as periferias.Para o núcleo central, o trabalho <strong>da</strong> pesquisa implica em ir, ligar, agen<strong>da</strong>r, ver a hora em que a pessoa está,dizer quem é que vai, como é que está i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> etc. e tal, porque a nossa classe média, é a classemédia aterroriza<strong>da</strong> com a questão <strong>da</strong> segurança. As portas ca<strong>da</strong> vez mais fecha<strong>da</strong>s, os espaços ca<strong>da</strong> vezmais segregados, por aí a fora. E a questão <strong>da</strong> segurança se reproduz pedindo sempre mais segurança ecriando medo.Essas são questões relevantes para discutirmos a questão do espaço metropolitano, então, eu queria dizer,aproveitando essa pesquisa origem-<strong>de</strong>stino que está em campo, que nós encontramos felizmente a<strong>de</strong>scentralização, ou seja, os diferentes municípios afirmando o seu peculiar interesse e, ao mesmo tempo,dispostos a discutir a questão metropolitana <strong>de</strong> alguma maneira.O que há, então, <strong>de</strong> específico, é que essa pesquisa não po<strong>de</strong> mais ser feita como as outras. A primeira, oPLAMBEL, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção João Pinheiro fez, sem nenhuma participação dos municípios; a segun<strong>da</strong>, oPLAMBEL fez, também sem a participação dos municípios; e a terceira, a TRANSMETRO, financiou juntocom o PLAMBEL, e a Fun<strong>da</strong>ção Cristiano Otoni realizou, também sem uma participação dos municípios.Desta vez, todos os municípios estão participando <strong>da</strong> pesquisa, ou seja, as informações <strong>da</strong>s pesquisasretornarão aos municípios imediatamente. Isso quer dizer que nós estamos facilitando a participação noprocesso metropolitano, e o sistema <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s espaciais <strong>da</strong> pesquisa reflete uma proposta que é <strong>de</strong> queca<strong>da</strong> um leia a forma <strong>de</strong> comprometimento do espaço local com o espaço metropolitano.Qual é o ônus e qual é o bônus?Como é que se diferencia o núcleo central, a área pericentral, <strong>de</strong>ntro do Anel Rodoviário, a Pampulha,Ven<strong>da</strong> Nova, Aarão Reis? Que tipo <strong>de</strong> comprometimento ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas áreas têm com o espaçometropolitano? Qual que é o ônus <strong>de</strong> morar lá e qual que é o bônus. Da mesma maneira, qual é o ônus <strong>de</strong>morar na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial, no Barreiro, qual que é o ônus <strong>de</strong> morar na fímbria <strong>da</strong> 040, qual que é o ônus <strong>de</strong>morar na expansão <strong>de</strong> Nova Contagem, para o Novo Retiro em Esmeral<strong>da</strong>s? Ou seja, é enten<strong>de</strong>r isso, aspessoas que moram lá enten<strong>de</strong>rem isso e não simplesmente sofrerem por estar lá e os prefeitos teremconsciência <strong>de</strong> que eles estão gerindo um espaço inserido na metrópole. E que a gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> morarnum espaço inserido na metrópole está na concepção <strong>da</strong> relação município-ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é a tradicional,existe uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para ca<strong>da</strong> município, essa velha concepção grega <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Na região metropolitana existem muitos municípios para uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> só e essa é a questão, esse é o<strong>de</strong>safio, porque nós temos uma gestão fragmenta<strong>da</strong> do espaço, afirmando peculiar interesse, tentando <strong>da</strong>rsoluções locais para problemas que não são locais. Ca<strong>da</strong> vez que se resolve um problema <strong>de</strong> uma maneiralocal, cria-se um problema no espaço como um todo. Então está canalizado o Arru<strong>da</strong>s. Aí, agora sofraSabará, sofra Santa Luzia...A solução local vai criar um problema mais na frente e ninguém tem na<strong>da</strong> a ver com isso. Por que não tem?Falta gestão metropolitana. A falta <strong>da</strong> gestão metropolitana cria exatamente esse problema: ca<strong>da</strong> um para sie ninguém para ninguém. A assembléia metropolitana é um <strong>de</strong>senho interessante <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> regiãometropolitana mas, uma vez cria<strong>da</strong>, o gran<strong>de</strong> problema é fazê-la funcionar. Esse é o <strong>de</strong>safio. Tem lá os


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 93prefeitos, aparentemente reunidos, tem lá os vereadores, aparentemente reunidos, tem umas câmarastécnicas compostas e que <strong>de</strong> fato só funciona a câmara <strong>de</strong> transporte e vai por aí.Para finalizar, coloco essas duas coisas. Uma que é a questão relaciona<strong>da</strong> ao planejamento metropolitanoque é viável a partir do momento em que a gente tenha processos favoráveis a uma gestão metropolitana.Sem uma gestão metropolitana não há como fazer planejamento metropolitano, ou seja, a gestãometropolitana consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> com a idéia <strong>de</strong> planejamento metropolitano.BH é ca<strong>da</strong> vez mais convoca<strong>da</strong>, na falta <strong>de</strong> gestão metropolitana, a ser a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> metropolitana e, queira ounão, paga o ônus <strong>de</strong> reproduzir a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> metropolitana. Isso é plenamente visível. Nos estudos quenós fizemos, pegando uma série histórica <strong>de</strong> 72 à 92, o que transparece é que as periferias que antes eram<strong>de</strong> BH, ca<strong>da</strong> vez estão indo mais para seus outros lugares e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> BH fica ca<strong>da</strong> vez mais elitiza<strong>da</strong>;nós chamávamos Ven<strong>da</strong> Nova <strong>de</strong> periferia e a OD <strong>de</strong> 2001 vai mostrar que a periferia <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova sereduziu ao mínimo. As favelas <strong>de</strong> BH, e a Serra é o gran<strong>de</strong> exemplo, ca<strong>da</strong> vez menos acolhem pessoasexternas. O favelamento está acontecendo em Santa Luzia, em Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, em Ibirité, estáacontecendo para lá. Quer dizer, há favela sim em BH, mas são as favelas nobres. Isso não quer dizer queBH não tenha que se preocupar com a favela não, tem que preocupar muito mas, como ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, comoci<strong>da</strong><strong>de</strong> que gere o espaço metropolitano, ela tem que prestar atenção nisso.A segun<strong>da</strong> coisa é pragmática: quero convocar to<strong>da</strong>s as pessoas aqui a fazerem a maior divulgaçãopossível <strong>da</strong> pesquisa OD, para que as pessoas possam receber bem os nossos pesquisadores e a gentepossa promover a participação. Essa pesquisa não está sendo feita com uma visão tecnicista <strong>de</strong> obterinformação, está sendo feita com a visão <strong>de</strong> promover a participação. Se nós conseguirmos isso, nóstambém estaremos respon<strong>de</strong>ndo a uma preocupação <strong>da</strong> gestão municipal <strong>de</strong> BH, que é a <strong>de</strong> ampliar aparticipação. Isso não é fácil porque pelos relatos <strong>de</strong> participação, essa questão to<strong>da</strong> <strong>de</strong> participação liga<strong>da</strong>à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, ficou no discurso e na hora <strong>da</strong> prática é muito difícil <strong>de</strong> ser implementa<strong>da</strong>.▪ SÉRGIO FERRARA 21Mediador <strong>da</strong> mesa “Questão Metropolitana”A Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana é um mecanismo fantástico <strong>de</strong> manter o Plano Diretor e,conseqüentemente, a legislação que o complementa, sempre viva, pulsante, ativa. Ela é o foro no qualtodos os segmentos sociais, técnicos, políticos <strong>de</strong> BH, se reúnem com o único objetivo <strong>de</strong> pensar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>como um todo, verificando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se modificar a legislação urbanística e a forma como essamu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>ve ocorrer.Exatamente para viver esta incrível oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação, muito bem coloca<strong>da</strong> agora pelo professorZé Moreira, e criação, que nos traz aqui sob o peso <strong>de</strong> uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>scritível <strong>de</strong> verificar qualtipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos para as nossas famílias nos próximos anos. Se a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é gran<strong>de</strong>,também é a sensação real <strong>de</strong> estarmos vivenciando um resgate, ain<strong>da</strong> que fracionário, do exercício dopo<strong>de</strong>r político <strong>de</strong> forma direta, tal como ocorreu na matriz <strong>de</strong>mocrática oci<strong>de</strong>ntal, a Grécia Antiga, e que<strong>de</strong>pois foi esquecido por quase to<strong>da</strong> a história universal.Afinal, aqui estão reunidos, nesta noite, pessoas que têm e pessoas que não têm man<strong>da</strong>to políticoinstitucional, to<strong>da</strong>s com o mesmo e único objetivo <strong>de</strong> formatar as normas que nortearão a política urbana emnossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, isto é, que ditarão os rumos do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, cultural e social <strong>de</strong> nosso povo.Por tudo isso é que po<strong>de</strong>mos, sem nenhuma sombra <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong> quanto ao acerto do que digo, afirmar queos próximos dias, os próximos meses, talvez sejam, sob a perspectiva <strong>de</strong> uma atuação ci<strong>da</strong>dã, os maisimportantes para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós envolvidos nessa questão.Para que isso, no entanto, efetivamente se realize, <strong>de</strong>vemos refletir intimamente sobre uma questão básica.Que tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos para nós, para os nossos familiares ? Que tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> será saudável osuficiente para nos propiciar uma vi<strong>da</strong> agradável? Que tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> estará apta a enfrentar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>sca<strong>da</strong> vez mais momentosas <strong>de</strong> um tempo sem barreiras e sem tempo, principalmente? Que tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>nos propiciará, a um só tempo, prazer, tranqüili<strong>da</strong><strong>de</strong>, conforto?Tais questionamentos, é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, não são privilégios nossos visto que estão na pauta do dia <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s asci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que não adormeceram, que não ficam apenas esperando inertes, inermes, a sucessão <strong>de</strong>alvoreceres e crepúsculos. BH, com to<strong>da</strong> a certeza, não é uma <strong>de</strong>ssas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e prova disso é o fato <strong>de</strong>estarmos aqui pensando, sonhando com e sobre ela. Mas não só sonhando, trabalhando também, criandotambém, questionando também. E é <strong>de</strong>stes questionamentos que chegam as primeiras respostas àsangústias <strong>de</strong> nosso cotidiano. Diariamente vemos o meio ambiente ser <strong>de</strong>negrido <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as formaspossíveis, vemos a história escoar-se pelo apagar dos testemunhos <strong>de</strong> tempos idos, vemos a populaçãomergulhar na miséria, na <strong>de</strong>sesperança, vemos as crianças e jovens per<strong>de</strong>rem o norte do futuro <strong>de</strong> suas21 Advogado, cientista social, verador e membro <strong>da</strong> Comissão Permanente <strong>de</strong> Política Urbana e Meio Ambiente <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


94 Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestrasvi<strong>da</strong>s.Os agentes produtivos particulares atuam <strong>de</strong> forma eficiente, produzindo o que <strong>de</strong>les se espera, mas ofazendo solitariamente, sem fixar na mente que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é um conjunto complexo <strong>de</strong> veios e que ca<strong>da</strong> um<strong>de</strong>les, necessariamente, interage com os outros, razão pela qual têm que atuar em parceria com os <strong>de</strong>mais.Enfim, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem que ser vista em seu conjunto <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e problemas e assim tem que ser vistapor todo o seu conjunto social. Lamentavelmente, isto não ocorre com a freqüência necessária. O que tornamomentos como estes, que estamos compartilhando, particularmente importantes.Pois bem, sendo essa a ambiência em que ocorre essa reunião, primogênita <strong>de</strong> várias outras que irão lhecompletar, faz-se necessário que façamos uma reflexão sobre que aquilo que disse antes: que tipo <strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos. Qual a convivência possível nesse aglomerado <strong>de</strong> trinta e três ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que se interagem<strong>de</strong> maneira, às vezes, <strong>de</strong>sproporcional, <strong>de</strong>sequilibra<strong>da</strong>.Os tempos contemporâneos são marcados por uma situação sui generis, qual seja, a <strong>de</strong> que os problemascitadinos não têm como ser enfrentados isola<strong>da</strong>mente, ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> uma vez. Realmente, as diversas eincontáveis facetas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> urbana interagem com to<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong> uma maneira tão íntima que nosimpe<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver apenas uma <strong>de</strong>las. Apenas para verificarmos a correção do que aqui se diz, o problema <strong>da</strong>segurança <strong>de</strong> nossas ruas passa pela certeza <strong>de</strong> que não estamos conseguindo alimentar e educar nossascrianças mas também passa pela falta <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que interrompe o ciclo natural <strong>da</strong>ságuas e gera problemas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia, como o que estamos vivenciando nestes últimos meses.Ou seja, a falta <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quado enfrentamento <strong>da</strong>s questões sociais e a absoluta irresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com omeio ambiente, temas aparentemente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes entre si, têm um só efeito: o aumento <strong>da</strong> insegurança.Afinal, são mais pessoas que praticam pequenos furtos ou atos criminosos <strong>de</strong> maior vulto. E também sãoca<strong>da</strong> vez mais as áreas <strong>de</strong> nossas ruas que precisam ser manti<strong>da</strong>s na penumbra, para cumprir metas <strong>de</strong>racionamento <strong>de</strong> energia elétrica. Estes e todos os <strong>de</strong>mais problemas que afligem nosso cotidiano sempretêm alguma conexão com outros problemas citadinos e sociais, ain<strong>da</strong> que nem sempre consigamosvisualizar esta interação.Essa natureza complexa dos problemas sociais, citadinos, é que faz com que o planejamento <strong>de</strong> nossasintervenções se torne ca<strong>da</strong> vez mais nosso maior conselheiro, <strong>de</strong> forma a preservarmos recursos, trabalho etempo. Assim, planejamento é, agora mais do que nunca e amanhã, seguramente, ain<strong>da</strong> mais, a palavra <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m <strong>da</strong> atuação pública e priva<strong>da</strong>. Sem planejamento não teremos um futuro promissor. Semplanejamento, não teremos como minorar as mazelas <strong>de</strong> amanhã. Sem planejamento, não teremos aquelaCIDADE QUE QUEREMOS. E é para planejarmos nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e nossa região metropolitana, que estamos aqui,analisando ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s várias facetas <strong>de</strong>la e sugerindo medi<strong>da</strong>s que aten<strong>da</strong>m aos reclames <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas com eficiência.Devemos, assim, buscar realizar em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sustentável. Isto é, <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> quesolucione seus vários e intrincados problemas com coerência e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. A sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong> numa forma equilibra<strong>da</strong> como ela enfrenta as questões inerentes aos direitosfun<strong>da</strong>mentais do homem, as questões inerentes à relação <strong>de</strong>stes mesmos homens com o espaço físico e asquestões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica.Os espaços urbanos multiplicam-se, diminuindo as áreas rurais. E o fazem pela dupla necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>produzir mais riquezas e para acomo<strong>da</strong>r ca<strong>da</strong> vez mais gente. Ao se agigantarem, os problemas sociaisaumentam até com maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, gerando outros problemas. E assim se repete o círculo vicioso, quemacera a vi<strong>da</strong> ao longo dos tempos. Interromper este círculo é nossa maior necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. E para tanto é que<strong>de</strong>vemos planejar o crescimento e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> nossa região metropolitana. E eis que <strong>de</strong> novovoltamos ao ponto referente ao planejamento. Este é mesmo um referencial do qual não po<strong>de</strong>mos nosafastar, sem dúvi<strong>da</strong> nenhuma. Temos que planejar e temos que planejar com os pés no chão e os olhosvoltados, a um só tempo, no passado e no futuro. No passado, para ver on<strong>de</strong> erramos e on<strong>de</strong> acertamos.Nos aconselhando com essas lições duramente vivi<strong>da</strong>s. No futuro, para sabermos aon<strong>de</strong> queremos chegarou, como já disse antes, para sabermos que tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos para nós, nossos filhos, nossos netos.Reunidos aqui, nessa conferência, nesse <strong>de</strong>bate, teremos oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>rmos um passo significativonesse rumo <strong>de</strong> discutir a política urbana <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a conseqüente proposta <strong>de</strong> alteração do teor <strong>da</strong>legislação que a contém. Essa conferência tem a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar idéias capazes <strong>de</strong> emprestarcoerência e eficácia às ações públicas e priva<strong>da</strong>s, exerci<strong>da</strong>s no meio urbano. Se <strong>de</strong> fato queremos umaci<strong>da</strong><strong>de</strong> sustentável, esta é a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> real <strong>de</strong> a revelarmos. Aqui será possível verificarmos como ca<strong>da</strong>fração dos problemas metropolitanos mantém a relação <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendência com os <strong>de</strong>mais, como antesme referi e frisei.Os técnicos <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, <strong>de</strong> setores produtivos e <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong>, aqui presentes, terão oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> mostrar essa complexa teia <strong>de</strong> problemas, e nós, ci<strong>da</strong>dãos comuns, teremos a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escolheros rumos que enten<strong>de</strong>mos os melhores para enfrentar esses problemas. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> nós, aqui, nãoé <strong>de</strong> técnicos urbanísticos – situação, entretanto, que não <strong>de</strong>ve enodoar nossa situação, não po<strong>de</strong>mos nosintimi<strong>da</strong>r por causa disso. Aliás, pelo contrário, se não somos técnicos especializados em urbanismo, temos


Produtos - Ciclo <strong>de</strong> palestras 95todos nós a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vermos diariamente os efeitos dos problemas que enfrentamos. Temos amedi<strong>da</strong> exata <strong>da</strong> extensão dos problemas, quando vemos que o canto dos pássaros está ca<strong>da</strong> vez maisraro, e que nossos filhos têm como amigos mais máquinas que outras crianças e jovens. Po<strong>de</strong>mos não sertécnicos mas somos nós que sofremos no dia-a-dia os efeitos <strong>da</strong> falta <strong>de</strong>ste planejamento. Sabendo on<strong>de</strong>nos dói o calo, sabemos on<strong>de</strong> temos que atuar. Nossa sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é que <strong>de</strong>verá nortear a atuaçãotécnica. Por isso, essa conferência não é composta apenas por engenheiros, arquitetos e ambientalistasmas também por pessoas comuns, estu<strong>da</strong>ntes, pessoas <strong>de</strong> todos os setores <strong>de</strong> atuação social eempresarial. E este é o perfil mais a<strong>de</strong>quado: parte técnica e parte não técnica, ca<strong>da</strong> um revelando suasexperiências, revelando suas expectativas, permitindo a produção <strong>de</strong> um resultado final possível <strong>de</strong> serimplementado e, também, principalmente, permitindo uma formatação <strong>de</strong> uma região metropolitana maissensível, mais humana.Queremos que a nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> seja responsável com o meio ambiente, que permita a contínua repetição dociclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>da</strong> água, do ar. Queremos uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável com a cultura, que preserve ostestemunhos <strong>de</strong> seu passado. Queremos uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva, que gere mais emprego e mais ren<strong>da</strong> paraca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós. Queremos uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> justa, que proteja todos os seus moradores e que dê a ca<strong>da</strong> um<strong>de</strong>les serviços sociais eficientes. Queremos uma região metropolitana limpa, queremos uma regiãometropolitana segura, queremos, enfim, uma região metropolitana sustentável.Ora, se assim queremos, vamos mostrar isso com to<strong>da</strong>s as nossas reflexões mais sinceras. Vamos noslembrar <strong>de</strong> quando nós aqui presentes éramos crianças e tínhamos à nossa disposição uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ver<strong>de</strong>,segura e agradável. Vamos <strong>de</strong>volver a <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> as condições prazerosas <strong>de</strong> viver. Tenhamos emmira uma visão <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> humana e eficiente. Analisemos os problemas quanto ao meio ambiente, quantoao trânsito, quanto à cultura, quanto a tudo, enfim, que ocorra na região metropolitana, sob a perspectiva<strong>da</strong>quele nosso objetivo. Construamos normas <strong>de</strong> planejamento que viabilizem isso, tornando compatíveisentre si a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento econômico e a preservação <strong>de</strong> direitos individuais e sociais.Esta é, como já disse várias vezes aqui, uma boa oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para que isso aconteça. Que <strong>de</strong>ssaconferência, <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>bate, saia um retrato, uma radiografia, e uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para que a gente possaaprofun<strong>da</strong>r essa discussão e trazer para cá, ca<strong>da</strong> vez mais, to<strong>da</strong>s as partes interessa<strong>da</strong>s, todos osmunicípios, todos os setores, e que a gente – conforme disse a nossa professora, primeira <strong>de</strong>batedora, e onosso professor, José Moreira – que a gente possa realmente integrar, entrosar, e não apenas estarmosdiscutindo através <strong>de</strong> bairrismos e <strong>de</strong> questões pessoais, ônus e bônus, mas sim analisar este tabuleiro, aparte geográfica que compõe a região metropolitana como um todo. E não adianta estarmos no norte, aosul, ao leste, a oeste, sem nos incomo<strong>da</strong>rmos com os vizinhos, mesmos aqueles mais distantes. Muitoobrigado a todos e façamos um bom <strong>de</strong>bate.


96 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3 - PRÉ-CONFERÊNCIAS: A CIDADE QUE SOMOS3.1 - Produtos Relativos à Discussão Geral sobre a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3.1.1 - Texto <strong>de</strong> Apoio à DiscussãoCa<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> TextosO presente ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>stina-se a subsidiar o primeiro momento <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas e regionais,quando os participantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicarão à discussão sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, contemplando aspectos fun<strong>da</strong>mentaispara avaliação dos resultados, no espaço urbano, <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s diretrizes do PlanoDiretor e <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.Está estruturado segundo os seguintes aspectos:crescimento urbano e inclusão,distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanos,mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito,espaços públicos e patrimônio cultural econdições ambientais.O ca<strong>de</strong>rno é um dos instrumentos <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong>s pré-conferências, tendo a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instigar e facilitaras discussões em grupos. Ca<strong>da</strong> tópico contém um pequeno texto, seguido <strong>de</strong> questões que servirão <strong>de</strong>referência <strong>da</strong> discussão, além <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conceitos básicos inseridos no tema e <strong>de</strong> informações gerais.É importante esclarecer que o texto que abre ca<strong>da</strong> tópico do ca<strong>de</strong>rno não preten<strong>de</strong> ser uma referênciateórica acaba<strong>da</strong> ou uma análise especializa<strong>da</strong> sobre o aspecto em discussão; tem por objetivo teceralgumas consi<strong>de</strong>rações, colocar alguns pontos (às vezes sem a conexão técnica espera<strong>da</strong>) e questões paraprovocar o <strong>de</strong>bate. Afinal, no contexto <strong>da</strong>s pré-conferências, a palavra, a opinião sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, está,principalmente, com a população, cabendo aos monitores o papel <strong>de</strong> facilitadores do trabalho dos grupos.Crescimento Urbano e InclusãoCONSIDERAÇÕESA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é um fenômeno vivo, em permanente expansão e transformação. É a obra <strong>de</strong> agentes ou atoressociais, que operam por impulsos sucessivos, formando, <strong>de</strong> maneira relativamente <strong>de</strong>scontínua, partes doespaço. As quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do espaço urbano resultam <strong>da</strong>s interações, estratégias, êxitos efracassos <strong>de</strong>sses atores. Resultam também <strong>da</strong>s formas como o crescimento e a vi<strong>da</strong> urbana interagem como meio natural.A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se constrói através <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, rupturas, transformações e, sobretudo, através <strong>de</strong>diferenças. A diferenciação do espaço urbano reflete também uma diferenciação social. Atuam naconstrução do espaço urbano empreen<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> loteamentos, empresários <strong>da</strong> construção civil e dos<strong>de</strong>mais setores econômicos, o po<strong>de</strong>r público nas diversas esferas <strong>de</strong> governo e, em especial, os moradores.O crescimento do espaço urbano envolve os processos <strong>de</strong> parcelamento e ocupação do solo. Mas a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>só se conforma e se realiza à medi<strong>da</strong> em que seu espaço é apropriado pelos ci<strong>da</strong>dãos, mediante o uso dosolo.O entendimento <strong>da</strong> apropriação do espaço começa pela abor<strong>da</strong>gem do uso resi<strong>de</strong>ncial, que ocupa a maiorextensão do espaço urbano. A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso à terra e à moradia para acolher o crescimento <strong>da</strong>população, e as condições <strong>de</strong> habitação são importantes indicadores <strong>de</strong> inclusão/ exclusão na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Na base do processo <strong>de</strong> crescimento urbano, estão o direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e o direito <strong>de</strong> construir, que nãosão absolutos, já que subordinados, o primeiro, à função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e o último ao direito <strong>de</strong>vizinhança e à legislação urbanística.O processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s no Brasil tem sido pautado pela privatização dos benefícios <strong>da</strong>urbanização e pela marginalização <strong>da</strong>s populações mais pobres, historicamente excluí<strong>da</strong>s dos bens eserviços produzidos pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.A ação dos agentes <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é regula<strong>da</strong> pela legislação urbanística, na qual se <strong>de</strong>stacamas leis <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo e os códigos <strong>de</strong> obras. No entanto, uma parcelasignificativa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é construí<strong>da</strong> à margem <strong>de</strong>ssa legislação: pela abertura e ocupação <strong>de</strong> loteamentosirregulares ou pela formação <strong>de</strong> vilas e favelas.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 97O processo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apresenta características semelhantes ao <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras. Como as principais capitais do país, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é o núcleo <strong>de</strong> uma RegiãoMetropolitana – a RMBH – que começou a ganhar forma na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, quando, <strong>de</strong>vido a um processo<strong>de</strong> parcelamento do solo marca<strong>da</strong>mente especulativo, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> passou a crescer ultrapassando os limitesdo município, estabelecendo-se um sistema <strong>de</strong> relações estreitas em um espaço que hoje abrange 33municípios, e <strong>da</strong>ndo origem a um espaço urbano contínuo, o Aglomerado Metropolitano.Internamente ao município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o processo <strong>de</strong> crescimento tem ocorrido freqüentemente pelaintensa verticalização <strong>de</strong> áreas, seja pela substituição <strong>de</strong> edificações em bairros tradicionais (p. ex., PadreEustáquio), seja pela ocupação verticaliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> novos bairros (p. ex., Buritis). Inclusive nas favelas observaserecentemente a presença do processo <strong>de</strong> verticalização.QUESTÕESDe modo geral, como você avalia o processo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?Dentro <strong>de</strong>sse processo, como é morar hoje em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?que você pensa sobre o processo <strong>de</strong> verticalização e suas conseqüências para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e para aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos moradores?que você pensa sobre o processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento (<strong>de</strong> construção e <strong>de</strong> população) e suasconseqüências para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos moradores?Para você, quem são os responsáveis pelo processo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>? Como elesatuam?Como a população interfere na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?CONCEITOS BÁSICOSFunção social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> – conceito pelo qual a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, um direito fun<strong>da</strong>mental a sergarantido, tem seu uso subordinado ao bem-estar social. A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 contém essanoção (art. 5.º, XXII e XXIII) e, sem especificar o que seja função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, atribui ao PlanoDiretor sua aplicação em ca<strong>da</strong> município (art. 182, § 2.º).Um dos avanços do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é justamente a explicitação, no art. 39, <strong>da</strong>s condições para quea proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> cumpra sua função social: “ ... assegurar o atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos ci<strong>da</strong>dãosquanto à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, à justiça social e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas ,respeita<strong>da</strong>s as diretrizes previstas no artigo 2.º ...” .Parcelamento do solo – subdivisão <strong>de</strong> um terreno (gleba) em lotes.Existem dois tipos <strong>de</strong> parcelamento: o loteamento e o <strong>de</strong>smembramento. O loteamento envolveabertura, prolongamento, modificação ou ampliação <strong>de</strong> vias ou praças (logradouros públicos). O<strong>de</strong>smembramento aproveita as vias existentes.Ocupação do solo – modo <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong>s edificações no território.Uso do solo – utilização dos terrenos ou edificações para o exercício <strong>da</strong>s funções urbanas: habitação(uso resi<strong>de</strong>ncial) e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio, serviços, indústria e serviços <strong>de</strong> uso coletivo (usos nãoresi<strong>de</strong>nciais).A<strong>de</strong>nsamento – intensificação <strong>da</strong> ocupação e/ou do uso do solo em uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> área ou terreno.É o aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que po<strong>de</strong> ser construtiva (aumento <strong>da</strong> área construí<strong>da</strong>), resi<strong>de</strong>ncial(aumento do número <strong>de</strong> residências) ou populacional (aumento <strong>da</strong> população).Em outras palavras, o a<strong>de</strong>nsamento acontece pela ocupação <strong>de</strong> lotes vagos, aumento do número <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais ou não resi<strong>de</strong>nciais, verticalização <strong>da</strong>s edificações, ocupação <strong>de</strong> vazios urbanos.O aumento do número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais em uma área leva ao a<strong>de</strong>nsamento populacional, quese me<strong>de</strong> em habitantes por hectare.Déficit habitacional – po<strong>de</strong> ser quantitativo ou qualitativo. O déficit quantitativo é a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>moradias para reposição total <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais precárias e produção <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s paraatendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> não resolvi<strong>da</strong> nas condições <strong>de</strong> mercado. O déficit qualitativo engloba asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m melhoria <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes ou do seu entorno.Legislação urbanística – conjunto <strong>de</strong> leis e normas que regem a expansão, o a<strong>de</strong>nsamento, o uso e ofuncionamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Compõem a legislação urbanística o Plano Diretor, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, aLei <strong>de</strong> Ocupação e Uso do Solo, o Código <strong>de</strong> Posturas, o Plano <strong>de</strong> Classificação Viária, o Código <strong>de</strong>Obras, as leis ambientais, as leis <strong>de</strong> proteção do patrimônio histórico e cultural.


98 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>INFORMAÇÕESÁrea total do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> = 330,23 km² (fonte: IGA)Lotes vagos em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, em 2001 (fonte: Ca<strong>da</strong>stro do IPTU):– número <strong>de</strong> lotes vagos = 75.836;– área total dos lotes vagos = 61.030.249 m² (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapa II.6). Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – RMBH com seus 33 municípios e ocupação urbana em 26municípios <strong>da</strong> região (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapas II.1 e II.2) Crescimento Populacional <strong>de</strong> BH e <strong>da</strong> RMBHOs <strong>da</strong>dos sobre população (Tabela 01 e Gráfico 01) mostram:– que<strong>da</strong> no ritmo <strong>de</strong> crescimento populacional <strong>de</strong> BH, indica<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> taxa geométrica <strong>de</strong>crescimento (1,15% ao ano entre 1980/91 e 1,12 % ao ano entre 91/2000);– <strong>de</strong>sconcentração interna na RMBH, com redução <strong>da</strong> participação <strong>de</strong> BH, aumento <strong>da</strong> participação dos<strong>de</strong>mais municípios que compõem o Aglomerado Metropolitano e, na última déca<strong>da</strong>, aumento discreto <strong>da</strong>participação dos municípios externos ao Aglomerado.Distribuição <strong>da</strong> População e Crescimento Populacional <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> por Regiões Administrativas(vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapas II.3, II.4 e II.5 e Gráficos 02 a 04).Informações sobre Vilas, Favelas e Conjuntos Habitacionais <strong>de</strong> Interesse SocialDa população total do município (2.232.747 habitantes), 22% (372.526 pessoas) moram em 174 vilas,favelas e em 27 conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social, ocupando 5% do território do Município(SMHAB, 2001).No período 1991/96, segundo <strong>da</strong>dos do IBGE, trabalhados pela PBH, a população <strong>de</strong>ssas áreas cresceuem média cinco vezes mais que a <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal.Esses <strong>da</strong>dos revelam uma gran<strong>de</strong> dispari<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> ocupação, indicando uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>populacional muito mais alta nessas formas <strong>de</strong> assentamento do que nas <strong>de</strong>mais áreas resi<strong>de</strong>nciais domunicípio.Assentamentos Habitacionais Não AprovadosEstima-se que cerca <strong>de</strong> 17% <strong>da</strong> área total do município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> sejam ocupados porassentamentos habitacionais não aprovados (vilas, favelas, conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social,loteamentos irregulares e clan<strong>de</strong>stinos). Vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapa II.9. Déficit HabitacionalO déficit quantitativo estimado para a RMBH é <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 99.100 moradias. concentrando-se 52% <strong>de</strong>ssedéficit, ou 50.000 moradias, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (FJP, 1995). Dados <strong>da</strong> SMHAB, até 2.000, apontam uma<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30.000 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, através do ca<strong>da</strong>stramento <strong>da</strong>s famílias integrantes doNúcleo dos Sem-Casa.LEGISLAÇÃO RELATIVA AOS TEMAS PROPOSTOS Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lei 10.257/01) Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7165/96 altera<strong>da</strong> pela Lei 8137/00)Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7166/96, altera<strong>da</strong> pela Lei8137/00) Regulamentação <strong>da</strong>s ZEISs (Lei 8137/00, Capítulo VI). (Quadro 05)


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 99Tabela 01 - Distribuição <strong>da</strong> população na RMBH 22 (1990-1991-2000)TERRITÓRIOPOPULAÇÃO(1.000 hab.)1980 1980 2000% DARMBHPOPULAÇÃO(1.000 hab.)% DARMBHPOPULAÇÃO(1.000 hab.)% DARMBHTAXA DE CRESCIMENTO(% a.a.)1980-1991 1991-2000<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> 1.781 66,5% 2.020 58,6% 2.233 51,4% 1,27 1,12AM 23 , excluído BH 662 24,7% 1.187 34,4% 1.698 39,1% 6,01 4,06RMBH, excluído o AM 233 8,7% 239 6,9% 413 9,5% 0,23 6,28RMBH - total 2.676 100,0% 3.446 100,0% 4.344 100,0% 2,56 2,61Fontes: População <strong>de</strong> 1980 e 1991 – PBH, Anuário estatístico 2000. População <strong>de</strong> 2000 – IBGE, Censo 2000, out/2001.Gráfico 01 - Evolução <strong>da</strong> população na RMBH (1990-1991-2000)70%60%66,5%<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>58,6%50%51,4%Participação na RMBH40%30%Aglomerado Metropolitano, sem BH34,4%39,1%20%24,7%10%RMBH, sem o Aglomerado Metropolitano8,7% 9,5%6,9%0%1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005Fontes: PBH, Anuário estatístico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, 2000. IBGE, Censo <strong>de</strong>mográfico, 2000.22 Municípios <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (RMBH): Baldim, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Betim, Brumadinho, Caeté, CapimBranco, Confins, Contagem, Esmeral<strong>da</strong>s, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itaguara, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos,Mateus Leme, Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, Rio Acima, Rio Manso,Sabará, S. Luzia, São Joaquim <strong>de</strong> Bicas, São José <strong>da</strong> Lapa, Sarzedo, Taquaraçu <strong>de</strong> Minas, Vespasiano.23 AM - Aglomerado Metropolitano: municípios com áreas urbaniza<strong>da</strong>s conurba<strong>da</strong>s: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Betim, Contagem, Ibirité, NovaLima, Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, Sabará, Santa Luzia, São José <strong>da</strong> Lapa, Sarzedo e Vespasiano.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 100


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 101Gráfico 02 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (1991-2000)População Resi<strong>de</strong>nte - 1991Participação no município (%)V en<strong>da</strong> Nova (10%)Barreiro (11% )Pampulha (5% )105.181198.794221.072Centro-Sul (12% )Oeste (12% )251.481249.350Norte (8%)154.028340.530249.693250.032Leste (12% )Noroeste (18%)Nor<strong>de</strong>ste (12%)<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 2.020.161 habitantes (100%)População Resi<strong>de</strong>nte - 2000Participação no município (%)V en<strong>da</strong> Nova (11,0%)Barreiro (11,8% )Pampulha (6,3% )245.263263.844Centro-Sul (11,7% )141.763261.654Oeste (11,9%)266.801193.590253.264Leste (11,3%)Norte (8,7%)334.423272.145Nor<strong>de</strong>ste (12,2%)Noroeste (15,0% )<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 2.232.747 habitantes (100% )Fontes: População <strong>de</strong> 1980 e 1991 – PBH, Anuário estatístico 2000. População <strong>de</strong> 2000 – IBGE, Censo 2000, resultados preliminaes, out/2001


102 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Gráfico 03 - Acréscimo populacional por região administrativa (1980-1991 e 1991-2000)A créscimo <strong>de</strong> População 1980-1991e participação no acréscimo (% )Leste: - 11.594 (-4%)V en<strong>da</strong> Nova (26% )Barreiro (26% )65.06466.32924.89712.510Centro-Sul (5% )Pampulha (10% )13.70038.55539.443Oeste (5% )2.765Nor<strong>de</strong>ste (15%)Norte (16%)Noroeste (1% )<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 251.669 habitantes (100%)A créscimo <strong>de</strong> População 1991-2000e participação no acréscimo (% )Noroeste: - 6.107 (-3%)V en<strong>da</strong> Nova (22% )Barreiro (20% )46.46942.772Centro-Sul (5%)Pampulha (17% )36.58217.45139.56210.1733.23222.452Leste: (1%)Nor<strong>de</strong>ste (11% )Oeste (8%)Norte (19%)<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 212.586 habitantes (100% )Fontes: População <strong>de</strong> 1980 e 1991 – PBH, Anuário estatístico 2000. População <strong>de</strong> 2000 – IBGE, Censo 2000, resultados preliminaes, out/2001


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 103Gráfico 04 - Taxas <strong>de</strong> crescimento populacional, por região administrativaTaxa média <strong>de</strong> crescimento anual 1980-1991V en<strong>da</strong> NovaBarreiro3,67%3,30%0,46%-0,41%Centro-SulLeste2,49%1,54%Pampulha0,52%2,73%0,07%Nor<strong>de</strong>steOesteNorteNoroeste<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 1,2% ao anoTaxa média <strong>de</strong> crescimento anual 1991-2000Noroeste: - 0,20%V en<strong>da</strong> NovaBarreiro2,36%1,98%0,44%0,96%Centro-SulLeste0,14%Nor<strong>de</strong>ste3,37%2,57%Pampulha0,75%NorteOeste<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 1,12%Fontes: População <strong>de</strong> 1980 e 1991 – PBH, Anuário estatístico 2000. População <strong>de</strong> 2000 – IBGE, Censo 2000, resultados preliminaes, out/2001


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 105I - PROFAVELAII- PLANOS GLOBAISESPECÍFICOS(PGE)Quadro 05 - Resumo <strong>da</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 E ZEIS 3 - Lei nº 8137/00Capítulo VI - Da Regularização Fundiária <strong>da</strong>s ZEIS-1 e ZEIS-3 (cria normas específicas para regularização fundiária e altera o Programa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Favelas - PROFAVELA)SEÇÃO CONTEÚDO ARTIGOIII - PARCELAMENTO DO SOLOIV - NORMAS ESPECÍFICAS DEOCUPAÇÃO E USO DO SOLOIV.1 - Usos permitidosIV.2 - Ocupação do SoloIV.3 - Edificações em geralV - ALIENAÇÃO DOS LOTESVI - GRUPO DE REFERÊNCIADAS ZEIS-1 E ZEIS-3VII - PENALIDADESPrograma <strong>de</strong>stinado a regular a urbanização e a regularização fundiária <strong>da</strong>s ZEIS 1 e ZEIS 3, estabelecendo critérios especiais <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo.A Regularização Fundiária compreen<strong>de</strong>: regularização urbanística e regularização jurídica do domínio <strong>da</strong> terra em favor dos ocupantes.Instituição do PGE para ca<strong>da</strong> ZEIS, que consi<strong>de</strong>ra três níveis <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem: físico-ambiental, jurídico-legal, sócio-organizativo.O PGE <strong>de</strong>verá conter no mínimo: levantamento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, diagnóstico integrado e proposta integra<strong>da</strong>, cronograma <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong>s ações, priorização, estimativa <strong>de</strong>custos e diretrizes para parcelamento, ocupação e uso do solo.Definição <strong>de</strong> parâmetros para vias veiculares e <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres (largura, <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, passeio, esca<strong>da</strong> etc.), para lotes (áreas e testa<strong>da</strong>s) e percentual <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> áreasinstitucionais.Definição <strong>de</strong> situações on<strong>de</strong> não é permitido o parcelamento.Definição <strong>de</strong> procedimentos e instrumentos para aprovação e modificação <strong>de</strong> parcelamentos (levantamento topográfico planialtimétrico ca<strong>da</strong>stral, pesquisa censitária, lotepadrão, documentação necessária).A aprovação do projeto <strong>de</strong> parcelamento e <strong>da</strong>s normas específicas <strong>de</strong> ocupação e uso do solo <strong>de</strong>verá se <strong>da</strong>r por <strong>de</strong>creto.O Decreto Específico <strong>da</strong>s Normas <strong>de</strong> Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong>verá:- assegurar padrões mínimos <strong>de</strong> segurança, acesso, higiene, salubri<strong>da</strong><strong>de</strong>, e conforto <strong>da</strong>s edificações;- orientar a regularização <strong>da</strong>s edificações já existentes;- orientar o projeto e a execução <strong>de</strong> reforma, ampliações e novas edificações;- orientar as categorias <strong>de</strong> uso permitidos, bem como sua localização;- evitar o processo <strong>de</strong> expulsão indireta dos moradores <strong>da</strong> ZEIS, provocado pela valorização do uso do solo, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Prepon<strong>de</strong>rância do uso resi<strong>de</strong>ncial.Exigência <strong>de</strong> alvará <strong>de</strong> funcionamento e localização para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.A área máxima permiti<strong>da</strong> para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não resi<strong>de</strong>nciais é <strong>de</strong> 125m², exceto para uso coletivo.Definição <strong>de</strong> procedimentos para a regularização <strong>de</strong> lotes multifamiliares (fração i<strong>de</strong>al).Utilização <strong>de</strong> parâmetros <strong>da</strong> ZEIS 2 para áreas acima <strong>de</strong> 1.000 m², <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a reassentamentos.Definição <strong>de</strong> normas gerais <strong>de</strong> ocupação do solo para reformas, ampliações e novas construções: afastamentos, nº <strong>de</strong> pavimentos e altura <strong>da</strong> edificação em relação aoeixo <strong>da</strong> via; aberturas; áreas <strong>de</strong> risco e/ou áreas necessárias à infra-estrutura; águas pluviais; obstrução <strong>de</strong> acessos <strong>de</strong> uso coletivo.Orientações sobre os materiais utilizados para execução, reforma ou ampliação <strong>de</strong> edificações.Procedimentos para aprovação do Ca<strong>da</strong>stro Técnico <strong>de</strong> Edificações para fins <strong>de</strong> averbação <strong>de</strong> edificação.Definição <strong>de</strong> parâmetros para o caso <strong>da</strong>s edificações <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a reassentamentos.Embasamento jurídico para alienação <strong>de</strong> lotes em áreas públicas municipais, pelo Executivo, com dispensa <strong>de</strong> licitação.Destinação dos recursos provenientes <strong>da</strong> alienação dos imóveis constantes nas ZEIS.Autorização para o Executivo <strong>de</strong>safetar áreas públicas em ZEIS-1 e ZEIS-3.Determinação <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação dos Grupos <strong>de</strong> Referência, que são grupos <strong>de</strong> trabalho responsáveis pelo acompanhamento <strong>da</strong> elaboração do Plano GlobalEspecífico e do posterior processo <strong>de</strong> regularização e urbanização <strong>da</strong> ZEIS em questão.Definição <strong>de</strong> parâmetros para a composição dos Grupos <strong>de</strong> Referência. Definição <strong>da</strong>s atribuições dos Grupos <strong>de</strong> Referência.Definição <strong>da</strong>s penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas a infração pelo <strong>de</strong>scumprimento do disposto nesta lei. Procedimentos para aplicação <strong>da</strong>s penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Determinação <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ampla divulgação e conscientização do conteúdo <strong>da</strong> legislação para a ZEIS-1 e ZEIS-3, junto às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>stas áreas, antes doinício <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>s penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s (seis meses).Capítulo VII - Disposições FinaisDefinição <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração dos diversos órgãos e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Administração <strong>Municipal</strong>, no que se refere às intervenções públicas volta<strong>da</strong>s a urbanização e regularização fundiária <strong>da</strong>s ZEIS-1 e 3.Competências entre órgãos <strong>da</strong> PBH, no que diz respeito à aplicação <strong>de</strong>sta Lei. Procedimentos relativos a : usos <strong>de</strong>sconformes; lotes não titulados; <strong>de</strong>limitação <strong>da</strong>s ZEIS; exclusão <strong>de</strong> áreas em ZEIS.Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> compatibilização dos Planos Globais Específicos com as diretrizes do Plano Estratégico <strong>de</strong> Diretrizes <strong>de</strong> Intervenção em Vilas, Favelas e Conjuntos Habitacionais <strong>de</strong> Interesse Social ("Planão").Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> submeter os casos omissos <strong>de</strong>sta Lei ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação - CMH.ANEXO XIIANEXO XIIIAnexos - Lei nº 8137/00Relação <strong>de</strong> documentos para aprovação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> parcelamento:- aprovação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> loteamento, reparcelamento e <strong>de</strong>smembramento nas ZEIS-1 e ZEIS-3;- aprovação <strong>da</strong>s modificações <strong>de</strong> parcelamento do solo nas ZEIS-1 e ZEIS -3.Normas e procedimentos para pedido <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> áreas em ZEIS-1 e ZEIS-3.art. 137 e 138art. 139 a 142art. 143 a 152art. 153art. 154 a 159art. 160 a 164art. 165 a 169art. 170 e 171art. 172 a 175art. 176 a 180art. 186 a 194


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 107Distribuição <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosCONSIDERAÇÕESUma questão básica do ser humano que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> precisa aten<strong>de</strong>r é o trabalho. Esta função urbana serealiza por meio <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas – comerciais, industriais e <strong>de</strong> serviços.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do espaço urbano e, ao mesmo tempo, <strong>de</strong>terminam o dinamismo<strong>de</strong>sse espaço: interferem no preço dos terrenos, influem no crescimento e na conformação do espaço epautam o cotidiano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.De fato, as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s se distribuem no espaço segundo critérios econômicos – em muitos casos, elas<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m umas <strong>da</strong>s outras e/ou se complementam – e também segundo critérios que consi<strong>de</strong>ram aaglomeração humana que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> oferece, os serviços e as infra-estruturas urbanas (por exemplo energiaelétrica, telefonia), entre outros fatores. Num processo <strong>de</strong> localização on<strong>de</strong> a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> torna-se fatorprepon<strong>de</strong>rante, inúmeras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, particularmente as <strong>de</strong> comércio e serviços, ten<strong>de</strong>m à centralização econformam os centros urbanos – pólos e lugares privilegiados do trabalho, do consumo e <strong>da</strong>s trocas, a partirdos quais se estrutura o ir e vir cotidiano <strong>da</strong>s pessoas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Além <strong>de</strong> importantes indicadores <strong>da</strong> apropriação ou utilização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos agentes econômicos e pelapopulação, a distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e a configuração dos centros são fatores <strong>de</strong> diferenciação einter<strong>de</strong>pendência dos lugares, revelando o grau <strong>de</strong> autonomia dos mesmos. Quanto maior a existência <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em uma área, maior in<strong>de</strong>pendência esta área terá em relação a outras. A ausência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sé uma <strong>da</strong>s características <strong>da</strong>s periferias urbanas, na maioria <strong>da</strong>s vezes sem condições <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> paraaten<strong>de</strong>r suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> caracteriza-se como centro político-administrativo e <strong>de</strong>comércio e serviços. Somos um núcleo urbano <strong>de</strong> base econômica industrial relativamente inexpressiva.É alta a concentração espacial <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas na área central <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (área interna aoperímetro <strong>da</strong> Av. do Contorno), conformando diversos centros (o centro tradicional, que correspon<strong>de</strong>,aproxima<strong>da</strong>mente, ao Hipercentro, o centro <strong>da</strong> Savassi/Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Santo Agostinho, aconcentração hospitalar <strong>de</strong> Santa Efigênia), que polarizam uma extensa área <strong>da</strong> Região Metropolitana.Fora <strong>da</strong> área central, a distribuição do comércio e dos serviços tem como referência o sistema viário e <strong>de</strong>transporte, conformando corredores <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao longo <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong> acesso ao centro.O Plano Diretor propõe a consoli<strong>da</strong>ção do município como centro <strong>de</strong> serviços e, quanto à localização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, recomen<strong>da</strong>:– <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,– multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos no território municipal, aproximando moradia e trabalho e reduzindo asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos, e– estímulo ao surgimento <strong>de</strong> centros fora do perímetro <strong>da</strong> Av. do Contorno.A Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo procura ampliar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> localização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com controle dos seus possíveis conflitos com o uso resi<strong>de</strong>ncial (as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possamcausar repercussões negativas estão sujeitas ao cumprimento <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s que minimizem essasrepercussões).A localização admissível <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos impactos <strong>de</strong>ssa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> no ambiente urbano e <strong>da</strong>função e largura <strong>da</strong> via on<strong>de</strong> ela preten<strong>de</strong> se instalar. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com maior potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>impacto negativo, como diversas formas <strong>de</strong> poluição, só po<strong>de</strong>m instalar-se ao longo <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> maiormovimento <strong>de</strong> veículos (vias coletoras, vias arteriais e vias <strong>de</strong> ligação regional).QUESTÕESQue você pensa sobre a forma como as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços estão distribuí<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?A localização atual <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população?Você percebe alguma mu<strong>da</strong>nça ocorri<strong>da</strong> ultimamente na localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio eserviços na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>? O que você pensa sobre isso?Que você pensa sobre as concentrações <strong>de</strong> comércio e serviço ao longo <strong>da</strong>s vias com gran<strong>de</strong>movimento <strong>de</strong> veículos: para os comerciantes, para a população e para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do lugar?Que você pensa do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?


108 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>CONCEITOS BÁSICOSCentro Diversificado – concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pertencentes a ramos diversificados do comércio eprestação <strong>de</strong> serviços. São centros diversificados o Hipercentro, os centros do Barreiro, <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova,<strong>da</strong> R. Padre Eustáquio, <strong>da</strong> Cabana, do Santa Inês, por exemplo.Centro Especializado – concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especializa<strong>da</strong>s em <strong>de</strong>terminado ramo do comércioou <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, como, por exemplo, a Av. Dom Pedro II, que apresenta trechosespecializados em serviços <strong>de</strong> reparação <strong>de</strong> automóveis ou em comércio <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, o<strong>da</strong> Av. Silviano Brandão, especializado em móveis, o do bairro São Francisco, especializado emserviços <strong>de</strong> apoio à produção (transportadoras, oficinas).Hipercentro – é o centro tradicional <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, compreen<strong>de</strong>ndo a área que contém a maiorconcentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> Região Metropolitana. Seu perímetro está <strong>de</strong>scrito no § 1.ºdo artigo 7.º do Plano Diretor.Via Coletora, Via Arterial Via <strong>de</strong> Ligação Regional – estas são algumas <strong>da</strong>s categorias em que se po<strong>de</strong>classificar o sistema viário, <strong>de</strong> acordo com as funções que as vias <strong>de</strong>sempenham na articulação <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Via <strong>de</strong> ligação regional é aquela que tem a função <strong>de</strong> fazer a ligação entre municípios vizinhos.Via arterial é a via com significativo volume <strong>de</strong> tráfego, utiliza<strong>da</strong> nos <strong>de</strong>slocamentos urbanos <strong>de</strong> maiordistância.Via coletora é aquela que tem a função <strong>de</strong> permitir a circulação <strong>de</strong> veículos entre as vias arteriais ou <strong>de</strong>ligação regional e as vias locais.INFORMAÇÕESCentros e Articulação Viária (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapa 10)LEGISLAÇÃO RELATIVA AOS TEMAS PROPOSTOS Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lei 10.257/01) Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7165/96 altera<strong>da</strong> pela Lei 8137/00) Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7166/96, altera<strong>da</strong> pela Lei8137/00)Regulamentação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s causadoras <strong>de</strong> impactos (Lei 8137/00, Capítulo III)


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 109Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoCONSIDERAÇÕESA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> – a vi<strong>da</strong> urbana – acontece, no dia-a-dia, por meio <strong>da</strong> interligação ou articulação entre os lugares<strong>de</strong> moradia, trabalho, estudo, negócios, culto, consumo, participação comunitária, lazer etc., enfim, entre oslugares que abrigam as mais varia<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas.O urbano requer a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população, ou seja, um “conjunto <strong>de</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que permitem às pessoaschegarem aos <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong>sejados” (ver Conceitos Básicos).A mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> tece o cotidiano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e afeta profun<strong>da</strong>mente o meio ambiente urbano, inclusive no quediz respeito à convivência <strong>da</strong>s diversas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento: se é <strong>de</strong>sejável a flui<strong>de</strong>z do trânsito <strong>de</strong>veículos ou o privilégio àqueles que realizam o transporte coletivo, é igualmente importante que o pe<strong>de</strong>strese sinta seguro na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m socioeconômica e urbanística.Um dos principais fatores <strong>de</strong> natureza socioeconômica é o financiamento do transporte coletivo. No Brasil, ofinanciamento do custo operacional do sistema é arcado, principalmente pelos usuários e, secun<strong>da</strong>riamente,pelos empregadores, através do Vale Transporte, em que pese a importância crucial <strong>de</strong>ste serviço para aeconomia urbana e os baixos níveis médios <strong>de</strong> rendimentos dos trabalhadores. (Obs.: esta questão serádiscuti<strong>da</strong> na seção específica <strong>da</strong> Pré Conferência <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e Transporte Coletivo).Entre os fatores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m urbanística, dois merecem <strong>de</strong>staque:– a forma como se distribuem no espaço a população e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas (uso do solo), que<strong>de</strong>termina as distâncias a percorrer, influenciando no tempo <strong>de</strong> percurso e na “escolha” <strong>da</strong> forma <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento (a pé, <strong>de</strong> automóvel ou táxi, <strong>de</strong> bicicleta ou moto, <strong>de</strong> ônibus, metrô);– a configuração do sistema viário e a estrutura do sistema <strong>de</strong> transporte coletivo, valendo lembrar que ofuncionamento do transporte coletivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> estrutura e <strong>da</strong>s condições do sistema viário.A estrutura <strong>da</strong> re<strong>de</strong> viária <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – basicamente radioconcêntrica, com poucas vias transversais,perimetrais e <strong>de</strong> contorno – conjuga<strong>da</strong> com a alta concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Área Central, <strong>de</strong>terminaque a maior parte <strong>da</strong>s viagens, inclusive do sistema <strong>de</strong> transporte coletivo, atinja essa área.Devido à estrutura radioconcêntrica, o tráfego <strong>de</strong> passagem afeta profun<strong>da</strong>mente a Área Central,sobrecarregando principalmente as vias do Hipercentro e do Complexo <strong>da</strong> Lagoinha, em função <strong>da</strong>articulação viária ali existente. Dos aproxima<strong>da</strong>mente 420 mil veículos que entram diariamente na ÁreaCentral, 40% não têm <strong>de</strong>stino nesta área, utilizando seu sistema viário apenas para atravessá-la ou comotrechos <strong>de</strong> viagens entre bairros e regiões externas,.Algumas regiões e bairros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> têm perdido quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana, em função do aumento geral do fluxo<strong>de</strong> veículos, do aumento <strong>da</strong> frota <strong>de</strong> veículos circulando em vias locais, do aparecimento e aumento <strong>da</strong>saturação do tráfego em <strong>de</strong>terminados trechos e interseções do sistema viário. Essa situação <strong>de</strong>ve-setambém à inexistência <strong>de</strong> ligações viárias perimetrais e transversais entre as várias regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o transporte coletivo é realizado, principalmente, pelo sistema <strong>de</strong> ônibus e,secun<strong>da</strong>riamente pelo trem metropolitano, mais conhecido como metrô.O sistema <strong>de</strong> transporte por ônibus caracteriza-se pela sua relativa radioconcentrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, baixasveloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s no Hipercentro e uma estrutura <strong>de</strong> linhas que ain<strong>da</strong> obriga uma parcela consi<strong>de</strong>rável dosusuários a trocarem <strong>de</strong> ônibus no centro, apesar <strong>da</strong>s melhorias implementa<strong>da</strong>s com as estações Diamantee Ven<strong>da</strong> Nova e <strong>da</strong>s alterações no sistema bairro a bairro (diametral).O baixo <strong>de</strong>sempenho do metrô é representado pela pouca oferta <strong>de</strong> trens em operação e baixa integraçãoocasiona<strong>da</strong> pelas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso às estações.O Plano Diretor prevê a reformulação <strong>da</strong> estrutura do sistema viário, para reduzir o caráter <strong>da</strong> área centralcomo principal articuladora do espaço urbano, melhorar a flui<strong>de</strong>z do trânsito e criar condições paraconsoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> novos centros.O Sistema <strong>de</strong> Transporte proposto e em implantação foi concebido com base no Plano Diretor e na LPOUS.Está planejado como um sistema integrado dos pontos <strong>de</strong> vista físico, tarifário e operacional e totalmenteintegrado ao metrô.Prevê um conjunto <strong>de</strong> estações (algumas junto ao metrô), localiza<strong>da</strong>s em regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para estimular osurgimento <strong>de</strong> novos centros regionais, e por um conjunto <strong>de</strong> linhas bairro a bairro <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a ampliar aspossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos <strong>da</strong>s pessoas. Ain<strong>da</strong> neste ano entra em funcionamento o sistema <strong>de</strong>bilhetagem eletrônica, para facilitar o embarque nos ônibus e a integração com o metrô.QUESTÕES:


110 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Como você avalia as condições para o <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s pessoas em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?– <strong>de</strong> metrô– <strong>de</strong> ônibus– <strong>de</strong> automóvel ou <strong>de</strong> táxi– a pé ou <strong>de</strong> bicicletaComo ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses modos <strong>de</strong> transporte interfere na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana?que mudou ultimamente nas condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong> população?Como os fatores abaixo relacionados influenciam nas condições do <strong>de</strong>slocamento?– traçado <strong>da</strong>s ruas– a<strong>de</strong>nsamento– concentração <strong>de</strong> comércio e serviçosCONCEITOS BÁSICOSEstrutura Viária Radioconcêntrica – estrutura <strong>da</strong> malha viária em que as vias principais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>convergem para o centro, <strong>de</strong> forma radial.Vias Radiais – vias convergentes para o centro, <strong>de</strong> forma radial, como, por exemplo, as aveni<strong>da</strong>sAmazonas e Antonio Carlos.Vias Transversais – vias que atravessam a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem passar pelo centro, como, por exemplo, a Av.Vilarinho.Vias Perimetrais – vias que contornam parcialmente regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em forma <strong>de</strong> arcos, ousemicírculos, como por exemplo o Anel Rodoviário.Vias <strong>de</strong> Contorno – vias que contornam totalmente regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, fechando círculos ou anéis.Exemplo: Av. do Contorno.Flui<strong>de</strong>z do Tráfego – capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do tráfego, mantendo veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamenteconstante, entre 30 e 60 km/h, <strong>de</strong> acordo com os caminhos percorridos no espaço urbano.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> – Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>da</strong> como fruto <strong>da</strong> relação existente entre o sistema <strong>de</strong>transporte, o sistema viário, o uso do automóvel, o uso do solo, as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento eacessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e as condições econômicas e sociais <strong>da</strong>s pessoas. O conceito mais tradicional <strong>de</strong>mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> está ligado à habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas em se movimentar, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> condiçõesfísicas e econômicas. Po<strong>de</strong> ser expressado matematicamente pela quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> viagens realiza<strong>da</strong>spor ca<strong>da</strong> pessoa. Quanto mais viagens realiza<strong>da</strong>s, maior a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>rar mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>staforma restrita tem levado as políticas <strong>de</strong> transporte a simplesmente visar o aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> semse preocupar como as pessoas a exercem. Se for associado este conceito tradicional ao conceito <strong>de</strong>acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se re<strong>de</strong>finir mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> como um conjunto <strong>de</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que permitem à pessoachegar aos <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong>sejados.INFORMAÇÕESSistema Viário e Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapas II.11 e II.12)Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, conforme <strong>da</strong>dos disponíveis, são realiza<strong>da</strong>s num dia útil cerca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> viagensmotoriza<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s quais 67% pelo sistema <strong>de</strong> transporte coletivo e 25% por transporte individual. Ocorremain<strong>da</strong> cerca <strong>de</strong> 700 mil viagens entre <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e os <strong>de</strong>mais municípios <strong>da</strong> região Metropolitana <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – RMBH, <strong>da</strong>s quais 500 mil utilizam o sistema <strong>de</strong> transporte coletivo.O sistema <strong>de</strong> transporte coletivo municipal está estruturado com duas estações <strong>de</strong> integração – Ven<strong>da</strong> Novae Diamante e por um conjunto <strong>de</strong> 279 linhas, oferecendo diversos tipos <strong>de</strong> serviço, opera<strong>da</strong>s por 2892ônibus. Do total <strong>de</strong> linhas, 90 operam o serviço diametral, 80 formam o serviço semi-expresso, 58constituem o serviço <strong>de</strong> alimentação às estações, 13 fazem o serviço radial. O serviço perimetral écomposto por 12 linhas, o serviço circular compreen<strong>de</strong> 10 linhas e o sistema troncal já conta com 10 linhas.As <strong>de</strong>mais linhas constituem os serviços auxiliares e <strong>de</strong> retorno.O metrô está operando entre as estações Eldorado (Contagem) – Minas Shopping (<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>) numtotal <strong>de</strong> 25 km, <strong>de</strong>vido a pouca oferta <strong>de</strong> trens em operação e à baixa integração ocasiona<strong>da</strong> pelasdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso às estações, aten<strong>de</strong>ndo a 100 mil passageiros/dia.O metrô está num processo <strong>de</strong> estadualização e municipalização, com conclusão prevista para 2003,quando então a nova empresa gestora assumirá integralmente seu planejamento e operação.A frota <strong>de</strong> automóveis é constituí<strong>da</strong> por cerca <strong>de</strong> 700 mil veículos e vem crescendo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991, a taxassuperiores a 2,5% ao ano.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 111O sistema viário compreen<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4500 km <strong>de</strong> extensão, dos quais 1300 km constituem o sistemaviário principal (vias arteriais e coletoras).No Brasil, a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> está fortemente vincula<strong>da</strong> à ren<strong>da</strong> familiar. As famílias <strong>de</strong> menor ren<strong>da</strong>,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do transporte por ônibus, realizam poucas viagens para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes do trabalho eescola, enquanto as famílias <strong>de</strong> maior ren<strong>da</strong>, que se <strong>de</strong>slocam basicamente por automóvel, realizam pelomenos quatro vezes mais viagens, com ampla diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos, englobando compras, lazer, saú<strong>de</strong> eoutras necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.LEGISLAÇÃO RELATIVA AOS TEMAS PROPOSTOS Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7165/96 altera<strong>da</strong> pela Lei 8137/00)Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7166/96, altera<strong>da</strong> pela Lei8137/00)Espaços Públicos e Patrimônio CulturalCONSIDERAÇÕESA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é lugar do encontro, <strong>da</strong> convivência, favorável à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aos vários olhares, aos contatospessoais, às trocas, celebrações e manifestações coletivas. É o lugar on<strong>de</strong> construímos nossos caminhos,nosso dia-a-dia: do trabalho para casa, <strong>da</strong> escola para a praça, do parque para o mercado, vamos criandolaços <strong>de</strong> afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o lugar on<strong>de</strong> vivemos.A dinâmica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, os costumes <strong>de</strong> seus habitantes, a paisagem urbana forma<strong>da</strong> pelas ruas, passeios,praças, jardins, prédios, casas, placas, monumentos, formam nossas referências neste espaço, nossai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>.Neste sentido os espaços públicos são os lugares on<strong>de</strong> nós ci<strong>da</strong>dãos <strong>de</strong>vemos ter assegurado o direito <strong>de</strong>vivenciarmos <strong>de</strong> forma privilegia<strong>da</strong> nossa cultura, nossa história, nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por ser a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> lugar doencontro e <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ela é também lugar <strong>da</strong>s diferenças e <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos, resultando emconflitos <strong>de</strong> interesses diversos, que se explicitam nesses mesmos espaços públicos.Nos últimos anos, a preservação <strong>da</strong>s imagens e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s construí<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vem ganhando forçacomo um dos fatores <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nos centros urbanos. A disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços públicosacolhedores, acessíveis, bem tratados e dotados <strong>de</strong> mobiliário urbano a<strong>de</strong>quado se constitui como fatorfun<strong>da</strong>mental para a garantia <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e do <strong>de</strong>senvolvimento urbano.O que dá sentido aos espaços públicos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vivências, <strong>de</strong> usos e percepções, ouseja a garantia <strong>da</strong> plurali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e simbólica <strong>de</strong>sses espaços, que <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>rados, não a partir <strong>da</strong>s singulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s práticas priva<strong>da</strong>s, mas sim, por sua plurali<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural esocial: espaço urbano como espaço do uso e direito coletivos.Torna-se fun<strong>da</strong>mental garantir a preservação <strong>da</strong>s marcas dos sujeitos (habitantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>) na formação<strong>da</strong> paisagem urbana, tendo o espaço público como suporte e expressão <strong>de</strong> memórias diferentes, <strong>de</strong>i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversifica<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> imagens plurais.A preservação <strong>da</strong> memória e do patrimônio histórico é um dos fatores que garantem a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>referência <strong>de</strong> que é composta nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. As casas, prédios e o traçado urbano contam a história <strong>da</strong>nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A serra do Curral, a Praça Sete, a Se<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, o Parque <strong>Municipal</strong>, a Praça <strong>da</strong>Estação, a Rua dos Caetés, a Rua <strong>da</strong> Bahia, constituem a nossa percepção do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, nossai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> comum <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que ca<strong>da</strong> um se aproprie <strong>de</strong> maneira diferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses lugares.Assim preservar o patrimônio histórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, seria preservar a ambiência formadora dos espaçospúblicos, espaços socialmente vividos, um dos objetivos principais não apenas do planejamento urbano,mas também <strong>da</strong> or<strong>de</strong>nação do território.Instrumentos urbanísticos estão previstos no Plano Diretor e na Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, como as ADEs – Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais, a Operação Urbana Integra<strong>da</strong> e a Transferênciado Direito <strong>de</strong> Construir. Outro fator importante são as instâncias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>ssas políticas públicas queconstituem fóruns <strong>de</strong> participação e <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, como a Conferência <strong>de</strong> Política Urbana, oOrçamento Participativo, os Conselhos Municipais, especialmente o Conselho Deliberativo do PatrimônioCultural do Município, o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana e o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente.A garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nos espaços públicos ain<strong>da</strong> se constitui em um <strong>de</strong>safio a ser atingido ou umsonho compartilhado que <strong>de</strong>ve ser alcançado.


112 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>QUESTÕESA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ter espaços públicos que possibilitem o encontro <strong>da</strong>s pessoas. Qual é sua avaliação <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> sob esse aspecto?Esses espaços, como estão hoje, facilitam a convivência <strong>da</strong>s pessoas?que você pensa sobre as condições <strong>de</strong> acesso a essas áreas?As ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s se diferenciam e têm memória e personali<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que você pensa <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> sobesse aspecto?Quem são os responsáveis pela preservação do patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?Como os belorizontinos cui<strong>da</strong>m do patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?CONCEITOS BÁSICOSMobiliário Urbano – conjunto dos equipamentos e instalações dispostas nos espaços públicos, para <strong>da</strong>rapoio a seus usuários, abrigar e <strong>da</strong>r suporte a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s permiti<strong>da</strong>s nesses espaços. Compõem omobiliário urbano: abrigos <strong>de</strong> passageiros, “orelhões” e cabines telefônicas, sanitários públicos, guaritaspoliciais, lixeiras, caixas <strong>de</strong> correio, bancas <strong>de</strong> revistas, caixas e quiosques eletrônicos, entre outros.Transferência Do Direito De Construir – Instrumento <strong>de</strong> política urbana que permite que o proprietário<strong>de</strong> imóvel urbano exerça em outro local ou transfira para terceiros seu direito <strong>de</strong> construir, quando seuimóvel for consi<strong>de</strong>rado necessário para fins <strong>de</strong> preservação histórica, ambiental, paisagística, social oucultural ou para implantação <strong>de</strong> equipamentos urbanos e comunitários ou projetos habitacionais <strong>de</strong>interesse social;Operação Urbana – instrumento <strong>de</strong> política urbana instituído pelo Plano Diretor correspon<strong>de</strong>ndo a “umconjunto integrado <strong>de</strong> intervenções, com prazo <strong>de</strong>terminado, coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s pelo Executivo, com aparticipação <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>, objetivando viabilizar projetos urbanísticos especiais emáreas previamente <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s”.INFORMAÇÕESAtualmente, existem tombados pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (leimunicipal 3.802/84) aproxima<strong>da</strong>mente 400 imóveis, o que representa 0,05% dos imóveis ca<strong>da</strong>stradosna PBH; 12 conjuntos urbanos protegidos na Área Central:– Alinhamento Montanhoso <strong>da</strong> serra do Curral,– Conjunto Urbano Av. Afonso Pena,– Conjunto Urbano Rua dos Caetés,– Conjunto Urbano Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e Av. João Pinheiro,– Conjunto Urbano Rua <strong>da</strong> Bahia,– Conjunto Urbano Boa Viagem,– Conjunto Urbano Av. Álvares Cabral,– Conjunto Urbano Praça <strong>da</strong> Estação,– Conjunto Urbano Bairro <strong>da</strong> Floresta,– Conjunto Urbano Praça Floriano Peixoto,– Conjunto Urbano Praça Hugo Werneck e– Conjunto Urbano Avs. Caran<strong>da</strong>í e Alfredo Balena.São atualmente áreas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s como <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> preservação o bairro Santo Antonio e asADEs Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> jardim, Santa Tereza, Pampulha e Lagoinha.Espaços <strong>de</strong> referência simbólica <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapa II.13)Conjuntos urbanos tombados pelo Município (vi<strong>de</strong> Anexo II: Mapa II.14)LEGISLAÇÃO RELATIVA AOS TEMAS PROPOSTOS Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lei 10.257/01) Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7165/96 altera<strong>da</strong> pela Lei 8137/00)Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7166/96, altera<strong>da</strong> pela Lei8137/00) Lei que organiza a proteção do patrimônio cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 3.802/84)


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 113 Decreto <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir (Decreto 9616/98) Código <strong>de</strong> Posturas do MunicípioCondições AmbientaisCONSIDERAÇÕESPara que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> seja consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma sustentável, é necessário que todos os agentesque nela atuam respeitem suas riquezas naturais e construí<strong>da</strong>s.Os elementos ambientais do território urbano <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados fonte <strong>de</strong> benefícios, a seremresguar<strong>da</strong>dos em proveito <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como fonte <strong>de</strong> riscos, nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção ouocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, que se traduzem em custos sociais, econômicos e ambientais.No meio urbano, os elementos ambientais <strong>de</strong>sempenham funções indispensáveis para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><strong>da</strong> população, para a manutenção do equilíbrio ambiental urbano e o bom funcionamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Destaca-se como elemento ambiental <strong>da</strong> paisagem <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a serra do Curral, eleita pelapopulação como símbolo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Pelos seus espaços ver<strong>de</strong>s, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> foi chama<strong>da</strong> por muitos anos “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim”, e, pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong>do ar, era indica<strong>da</strong> para o tratamento e recuperação <strong>de</strong> doenças respiratórias.Os espaços ver<strong>de</strong>s englobam: os ecossistemas naturais, as paisagens implanta<strong>da</strong>s com fins <strong>de</strong> lazer erecreação, a arborização <strong>da</strong>s ruas e praças, os quintais e jardins <strong>da</strong>s áreas resi<strong>de</strong>nciais. Destacamos entreas funções urbanas dos espaços ver<strong>de</strong>s:– a manutenção <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo, fator fun<strong>da</strong>mental para a infiltração <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuvas,contenção dos movimentos <strong>de</strong> terra, evitando assoreamentos e enchentes;– a absorção <strong>de</strong> parte dos ruídos sonoros, como fator <strong>de</strong> diminuição <strong>da</strong> poluição sonora;– a manutenção <strong>de</strong> um clima propício à habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong>;– a diminuição do impacto causado pelo a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong>s construções;– servir como local <strong>de</strong> convívio e lazer;– a absorção <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono (CO 2 ), melhorando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar;– a manutenção <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Outra riqueza <strong>da</strong> paisagem belorizontina são os ribeirões Arru<strong>da</strong>s e Onça e todos os seus afluentes:córregos, riachos, regos etc.. O conjunto vai <strong>de</strong>saguar no rio <strong>da</strong>s Velhas, que, por sua vez, vai <strong>de</strong>saguar noSão Francisco. Compõem também os recursos hídricos as nascentes, lagos e lagoas, sendo a maisexpressiva a lagoa <strong>da</strong> Pampulha.Os recursos hídricos, têm entre as suas funções urbanas:– atendimento às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> água potável;– a valorização <strong>da</strong> paisagem urbana;– a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização como áreas <strong>de</strong> acesso e lazer;– servir <strong>de</strong> habitat para organismos aquáticos como peixes e plantas;– ser elemento indispensável para assegurar a vi<strong>da</strong> e o funcionamento <strong>de</strong> todo o ecossistema.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é um município com 95% <strong>de</strong> área urbana e apenas 5% <strong>de</strong> área <strong>de</strong> preservação ambiental.Gran<strong>de</strong> parte dos recursos naturais estão comprometidos. A maioria dos córregos está canaliza<strong>da</strong> e poluí<strong>da</strong>por lixo e lançamento <strong>de</strong> esgotos, tornando <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> o maior poluidor do rio <strong>da</strong>s Velhas. Aimpermeabilização do solo, o <strong>de</strong>smatamento e a ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s margens contribuem paraagravar o quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.A preservação <strong>da</strong> vegetação, solo, cursos d’água, fauna e ar e o controle permanente <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong>poluição atmosférica, hídrica, visual, sonora, eletromagnética, do solo são ações indispensáveis para umaci<strong>da</strong><strong>de</strong> comprometi<strong>da</strong> com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.A legislação urbana (Plano Diretor, Lei <strong>de</strong> Uso do Solo, Lei Ambiental, Códigos <strong>de</strong> Posturas e <strong>de</strong> Obras etc.)tem sido prepon<strong>de</strong>rante neste sentido. É necessário, no entanto, assegurar as condições para que essalegislação seja aperfeiçoa<strong>da</strong> e cumpri<strong>da</strong> por todos. É necessário implementar as ações estruturais paraassegurar o saneamento ambiental, entendido como revitalização <strong>da</strong> natureza e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>população.A situação geográfica do município requer uma política <strong>de</strong> planejamento e gestão metropolitana <strong>de</strong>saneamento. O padrão <strong>de</strong> uso e ocupação do solo em Contagem reflete no regime e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>ságuas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>; <strong>da</strong> mesma forma, esse padrão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> influi fortemente no regime <strong>da</strong>ságuas dos municípios situados rio abaixo, como Sabará, Santa Luzia etc..


114 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>QUESTÕESOs elementos naturais também fazem parte do patrimônio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e precisam ser valorizados. Penseem nossas riquezas naturais. Quais as mais preserva<strong>da</strong>s? Quais as mais ameaça<strong>da</strong>s?Quais os maiores problemas ambientais <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, e suas causas?Quais os avanços e conquistas na melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?A quem você atribui responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s pelas condições ambientais em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?Quais as ações que ca<strong>da</strong> segmento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (população, empresários, técnicos,setor público) tem implementado para preservar o patrimônio ambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?CONCEITOS BÁSICOSDesenvolvimento Sustentável – <strong>de</strong>senvolvimento econômico, social e ambiental simultâneos.Agen<strong>da</strong> 21 – termo <strong>de</strong> compromisso assinado por 185 países para garantir o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável no século XXI.Ecossistema – conjunto formado por todos os organismos vivos e materiais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> área epela troca permanente <strong>de</strong> energia entre eles.Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> – conjunto dos organismos vivos – vegetais e animais – <strong>de</strong> um ecossistema, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ohomem até os fungos, bactérias etc..INFORMAÇÕESRecursos Hídricos <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: (ver Anexo II: Mapa II.15)Áreas <strong>de</strong> Especial Interesse Ambiental: (ver Anexo II: Mapa II.16)Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Esgotamento Sanitário: (ver Anexo II: Mapa II.17)Em termos percentuais, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apresenta índices elevados <strong>de</strong> atendimento pelos serviços <strong>de</strong>saneamento, quando comparados à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional. Mesmo assim, não se po<strong>de</strong> dizer que asituação é satisfatória:– dos 2,2 milhões <strong>de</strong> habitantes, 98% dispõem <strong>de</strong> sistema público <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, masrestam cerca <strong>de</strong> 48 mil pessoas ain<strong>da</strong> sem água trata<strong>da</strong> e 20 mil sofrem falta d’água– 83% são atendidos por coleta <strong>de</strong> esgoto, mas os 17% sem atendimento correspon<strong>de</strong>m a 340 milpessoas– 92% dispõem <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo, restando, no entanto, 200 mil habitantes sem esse atendimento,principalmente por dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso às casasOs déficits <strong>de</strong> atendimento por serviços <strong>de</strong> saneamento concentram-se na população mais pobre,moradora <strong>de</strong> vilas e favelas, Nas vilas e favelas vivem em situação <strong>de</strong> risco geotécnico ou <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção recorrente 75 mil pessoas.A maior parte dos córregos encontra-se canaliza<strong>da</strong>, estando todos poluídos por lançamento <strong>de</strong> efluentesdomésticos e industriais.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a poluição pelos veículos é a que mais contribui para a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar.Tanto os veículos movidos a diesel, como aqueles movidos a gasolina ou a álcool produzem gases, vaporese material particulado que são emitidos para o ar.LEGISLAÇÃO RELATIVA AOS TEMAS PROPOSTOS Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7165/96 altera<strong>da</strong> pela Lei 8137/00)Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei 7166/96, altera<strong>da</strong> pela Lei8137/00) Regulamentação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s causadoras <strong>de</strong> impactos (Lei 8137/00, Cap. III) Lei ambiental <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: Lei 4253/85, regulamenta<strong>da</strong> pelo Decreto 5893/98.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 1153.1.2 - Síntese do Diagnóstico AprovadoA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos: SínteseAprova<strong>da</strong> em reunião plenária dos <strong>de</strong>logados em 27/04/2002INTRODUÇÃOEste documento contém uma síntese <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> população expressa nas Pré-ConferênciasTemáticas e Regionais acerca dos temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, estrutura<strong>da</strong> nos seguintes capítulos:1. Dinâmica do Crescimento Urbano;2. Condições <strong>de</strong> Habitação;3. Distribuição <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos;4. Espaços Públicos, Referencial Simbólico e Patrimônio Histórico;5. Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito;6. Condições Ambientais;7. Legislação;8. Gestão.1- DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que cresceu <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente, com gran<strong>de</strong> interferência <strong>da</strong>s migrações <strong>de</strong>população em busca <strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na capital.Esse processo se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma não sustentável, ou seja, sem as infra-estruturas necessárias.Desconsi<strong>de</strong>rando a função social <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, gerou privatização <strong>de</strong> benefícios, gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s entrecentro e periferias (segregação social do espaço) e que<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo.Na maior parte <strong>da</strong>s vezes, a atuação especulativa do mercado imobiliário, movido pelo interesse econômicoe sem preocupação urbanística e social, inclusive contando com a conivência do po<strong>de</strong>r público, contribuiupara a expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com exclusão social e uma série <strong>de</strong> conflitos, inclusive <strong>de</strong> agressão ao meioambiente.Como conseqüência dos processos <strong>de</strong> exclusão e segregação social <strong>de</strong> seu espaço, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se apresentadividi<strong>da</strong> em duas: uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal e uma informal.Sem acesso à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal, as populações mais pobres vão alojar-se em vilas, favelas, loteamentosirregulares e áreas periféricas sem infra-estruturas e serviços e em áreas <strong>de</strong> risco.Este crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, aliado às condições socioeconômicas do país, tem contribuído paraaumentar a violência na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Contudo, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> ain<strong>da</strong> é um lugar bom para se viver, apesar do crescimento vertiginoso <strong>da</strong> violênciae <strong>da</strong> diminuição <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.O espaço urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> também é marcado pela concentração e centralização <strong>de</strong>equipamentos e serviços, pelo a<strong>de</strong>nsamento não compatível com as infra-estruturas, pela saturação <strong>de</strong>diversas áreas e por conflitos ambientais diversos.O a<strong>de</strong>nsamento e verticalização excessivos, <strong>de</strong> um lado, contrapondo-se aos vazios urbanos e ao gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> lotes vagos, <strong>de</strong> outro lado, bem como a sub-utilização <strong>da</strong> infra-estrutura existente, em virtu<strong>de</strong> docrescimento urbano atomizado, são traços característicos <strong>da</strong> dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.No tocante à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação dos espaços, enten<strong>de</strong>-se que a verticalização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>e em nível mo<strong>de</strong>rado, consi<strong>de</strong>rando as características ambientais e culturais <strong>da</strong> região, po<strong>de</strong> representarum melhor aproveitamento do solo, especialmente em áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a conjuntos resi<strong>de</strong>nciais ou emáreas próximas a equipamentos urbanos e propiciar melhores condições ambientais e <strong>de</strong> convivência navizinhança. To<strong>da</strong>via, o processo <strong>de</strong> verticalização excessiva tem contribuído para situações in<strong>de</strong>sejáveis,como vem acontecendo em diversos pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:– causando <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> bairros tradicionais e em bairros novos como Buritis e Belve<strong>de</strong>re;– verticalização sem planejamento <strong>da</strong>s infra-estruturas;– supera<strong>de</strong>nsamento construtivo, interferindo nas áreas ver<strong>de</strong>s, nas nascentes e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar,causando a proliferação <strong>de</strong> doenças;– supera<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> áreas mais centrais atraindo mais investimentos para estas áreas, em <strong>de</strong>trimento


116 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong>s periferias.Nesse aspecto, consi<strong>de</strong>ra-se como ponto positivo a não verticalização <strong>da</strong> orla <strong>da</strong> Pampulha.A Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, mesmo sendo um benefício para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> por propiciarum melhor controle urbano, é, to<strong>da</strong>via, muito permissiva em algumas áreas (favorece a especulaçãoimobiliária), principalmente no interior do perímetro <strong>da</strong> Av. do Contorno. Além <strong>de</strong> ser altamente<strong>de</strong>srespeita<strong>da</strong>, não está regulamenta<strong>da</strong> em diversos pontos, como algumas ADEs, especialmente a ADE <strong>da</strong>Pampulha.Consi<strong>de</strong>ra-se que a legislação “engessa” a região <strong>da</strong> Pampulha, não permitindo a implantação <strong>de</strong> certasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que possibilitariam sua auto sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Se, por um lado, se po<strong>de</strong> criticar a alta permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> legislação, por outro consi<strong>de</strong>ra-se negativa a falta<strong>de</strong> legislação para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal.O processo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado também contou com a atuação do Po<strong>de</strong>r Público, tanto pela falta<strong>de</strong> agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implementação do Plano Diretor e <strong>da</strong>s políticas urbana e social, sendo até mesmoconivente com a especulação, quanto pela falta <strong>de</strong> abrangência dos projetos estruturais públicos e ain<strong>da</strong>por não se empenhar no acompanhamento e controle <strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outros fatores relevantes sãoa morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na regularização <strong>de</strong> loteamentos e a concentração <strong>de</strong> recursos nas áreas mais nobres eabandono <strong>da</strong>s periferias. Impõe-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maior estrutura <strong>de</strong> fiscalização na aprovação <strong>de</strong>projetos <strong>de</strong> parcelamento, especialmente com relação às áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a equipamentos públicos eáreas ver<strong>de</strong>s.Com relação ao processo <strong>de</strong> metropolização merecem <strong>de</strong>staque: a insuficiência e má distribuição <strong>da</strong>s infraestruturasno contexto metropolitano e a <strong>de</strong>pendência dos moradores dos municípios vizinhos em relação a<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, quanto a emprego, saú<strong>de</strong>, educação, comércio e serviços.A falta <strong>de</strong> um planejamento integrado urbano e metropolitano assim como a falta <strong>de</strong> planejamento regionalsustentável agravaram o crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e estão relaciona<strong>da</strong>s com a atuação do po<strong>de</strong>rpúblico.O Orçamento Participativo e o OP Habitação são importantes mecanismos <strong>de</strong> gestão do crescimentourbano, porém o valor dos recursos envolvidos é reduzido, a conclusão <strong>da</strong>s obras tem <strong>de</strong>morado e ain<strong>da</strong>não há uma discussão dos temas estruturais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Há uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> participação popular na formatação dos critérios dos Orçamentos Participativos.Embora se reconheça que houve melhorias na ação do Po<strong>de</strong>r Público, ain<strong>da</strong> existem <strong>de</strong>ficiências naestrutura <strong>de</strong> fiscalização, no controle urbano e na própria lei <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo, queé permissiva e contraditória, privilegiando os <strong>de</strong>tentores do capital e/ou <strong>de</strong> cargos públicos.Por último, a pouca divulgação e esclarecimento <strong>da</strong>s leis e do processo <strong>de</strong> gestão são causa fun<strong>da</strong>mentaldo <strong>de</strong>scumprimento <strong>da</strong> legislação urbanística em todos os níveis: em relação ao uso do solo, em áreas<strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, parcelamentos do solo, áreas <strong>de</strong> interesse ambiental, áreas em processo <strong>de</strong> ocupação, áreas<strong>de</strong> ocupação irregular e construções em geral.2- CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO2.1 - Situação Habitacional do MunicípioÉ visível a dinâmica <strong>de</strong> exclusão sócio-territorial: a população mais pobre é excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s áreas com maiorrecurso e vai ocupar as áreas mais precárias – formando as favelas e os aglomerados – e as áreasperiféricas – acomo<strong>da</strong>ndo-se geralmente em “loteamentos clan<strong>de</strong>stinos”. Ou, ain<strong>da</strong>, é expulsa para osmunicípios vizinhos, “contribuindo” para o processo <strong>de</strong> metropolização. Contrapõe-se a isso, o nãoaproveitamento <strong>de</strong> áreas ociosas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para construção <strong>de</strong> novas moradias.De uma maneira geral, o êxodo rural e a omissão do po<strong>de</strong>r público são responsáveis pelo crescimento“<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado” <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, sempre vinculado à má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nosbairros periféricos, a má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> nas condições precárias <strong>de</strong> trânsito, policiamento,urbanização, serviços <strong>de</strong> saneamento e re<strong>de</strong>s públicas <strong>de</strong> ensino e saú<strong>de</strong>, entre outros aspectos. Já osprocessos <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, indicadores importantes <strong>de</strong> má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>urbana, são gerados pela má distribuição <strong>de</strong> riquezas, produzindo assentamentos irregulares, como“loteamentos clan<strong>de</strong>stinos” e favelas, e trazem conseqüências para to<strong>da</strong> a população.A precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas favelas se <strong>de</strong>ve a questões como: falta <strong>de</strong> infra-estrutura eurbanização, alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica causando insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong>, ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco, escassez <strong>de</strong>espaços públicos e crescimento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> violência e marginalização.2.2 - A Habitação <strong>de</strong> Interesse Social, o Plano Diretor e a LPOUSA Constituição Fe<strong>de</strong>ral, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Plano Diretor, a LPOUS, a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação e


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 117a legislação que cria e regulamenta as ZEIS são instrumentos importantes para controlar o crescimento <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a promoção <strong>da</strong> inclusão social, aliados a uma política <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>.Entretanto, é bem <strong>de</strong>marca<strong>da</strong> a existência <strong>de</strong> duas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s: uma formal e outra informal.A legislação existente volta<strong>da</strong> para a inclusão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal ou ilegal é insuficiente, além <strong>de</strong> seobservar falta <strong>de</strong> comprometimento do Po<strong>de</strong>r Público com o cumprimento <strong>de</strong>sse aparato legal,principalmente nas favelas. Outros fatores também concorrem para isso: ausência <strong>de</strong> discussão edivulgação sobre as ZEIS 1 e 3 com as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sobre as questões ambientais e ausência <strong>de</strong>audiências públicas.2.3 - Programas Habitacionais <strong>de</strong> Interesse SocialA existência <strong>de</strong> um sistema e uma política municipal <strong>de</strong> habitação é positiva, apesar <strong>da</strong> incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> doatendimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas à moradia.A falta <strong>de</strong> articulação entre a política habitacional e as outras políticas públicas, especialmente as <strong>da</strong> áreasocial, é um problema, que diz respeito à integração interna <strong>da</strong> administração pública municipal.As metodologias participativas dos programas habitacionais são positivas, como por exemplo, no caso <strong>da</strong>participação <strong>da</strong>s famílias beneficiárias nos processos <strong>de</strong> reassentamento, principalmente em programasautogestionários e no Orçamento Participativo, que é eficaz na promoção <strong>de</strong> melhorias urbanas nasperiferias, invertendo assim a tendência histórica <strong>de</strong> priorizar o investimento dos recursos públicos nasáreas mais nobres <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A administração municipal vem <strong>da</strong>ndo incentivos à criação, manutenção e fortalecimento dos movimentossociais, em especial ao Movimento dos Sem-Casa. Entretanto, a participação, a organização popular e osespaços <strong>de</strong>stinados ao controle social <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, tais como o Conselho <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> Habitação, as COMFORÇA e os Grupos <strong>de</strong> Referência, vinculados ao Plano Global Específico, sãoinsuficientes. E essa participação não é mais ampla, <strong>de</strong>vido ao incentivo insuficiente <strong>da</strong> administraçãomunicipal.Com relação ao Conselho, o seu caráter <strong>de</strong>liberativo é um ponto positivo, <strong>de</strong>vendo-se, to<strong>da</strong>via, ressalvar aausência <strong>de</strong> capacitação e conscientização <strong>da</strong> função dos seus membros.Agrega-se a isso a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> dos representantes <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em participar <strong>da</strong>s comissões <strong>de</strong>fiscalização, conselhos municipais etc., <strong>de</strong>vido à sobreposição <strong>de</strong> agen<strong>da</strong>s e falta <strong>de</strong> integração entre estasinstâncias <strong>de</strong> participação.Intervenções em Assentamentos ExistentesAo Po<strong>de</strong>r Público, principalmente, credita-se a precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições e a falta <strong>de</strong> recursos nas vilas efavelas, seja por omissão, seja por um planejamento <strong>de</strong>ficitário.A omissão acontece quando falta a fiscalização para coibir a ocupação <strong>de</strong> lugares ina<strong>de</strong>quados e oa<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong>scontrolado e quando falta manutenção <strong>da</strong>s obras implanta<strong>da</strong>s, implicando na sua<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção. Além disso, o <strong>de</strong>scaso <strong>da</strong>s “autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s” é consi<strong>de</strong>rado um dos principais responsáveis pelasituação <strong>de</strong> insegurança instaura<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo, em função <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> policiamento.Não é só o Po<strong>de</strong>r público, entretanto, que é criticado por omissão. Parte do setor privado também o é, pelaausência <strong>de</strong> iniciativas que envolvam uma contraparti<strong>da</strong> técnico-financeira e social ao setor habitacionalpopular.O planejamento <strong>de</strong>ficitário aparece na morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> urbanização e regularização fundiária<strong>da</strong>s vilas e favelas: na falta <strong>de</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> na elaboração dos Planos Globais Específicos – PGE, naimplementação <strong>da</strong>s intervenções para melhoria do sistema viário, na recuperação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco, naimplantação <strong>de</strong> obras e serviços <strong>de</strong> saneamento e na implantação <strong>de</strong> equipamentos públicos, entre outras.Talvez contribua para isso a falta <strong>de</strong> recursos para colocar em prática o que foi <strong>de</strong>finido no PGE, o queprovoca o agravamento dos problemas sociais e físico-ambientais.Soluções tecnológicas alternativas mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para as intervenções <strong>de</strong> saneamento nas vilas efavelas, ain<strong>da</strong> não utiliza<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>riam facilitar, agilizar e baratear a implementação <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong>ssetipo.Com relação aos investimentos públicos, a elaboração dos Planos Globais Específicos é um exemplopositivo, com diretrizes para intervenções estruturais em vilas e favelas, disciplinando o seu crescimento.Além do PGE, outras ações merecem <strong>de</strong>staque:– os projetos <strong>de</strong> urbanização e regularização <strong>de</strong> favelas, inibindo o processo <strong>de</strong> expulsão, proporcionadopelo crescimento urbano,– a melhoria no transporte <strong>de</strong> vilas e favelas,– a abertura <strong>de</strong> vias, que melhora a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aju<strong>da</strong> a combater a criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>,– a valorização dos bairros <strong>da</strong> periferia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,


118 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>– a “verticalização” nas vilas e favelas.A menção que se faz à “verticalização” <strong>da</strong>s favelas se refere ao processo <strong>de</strong> reassentamento <strong>de</strong> famílias nomesmo local, que têm que ser removi<strong>da</strong>s ao longo do processo <strong>de</strong> urbanização e regularização. Esseexpediente tem sido proposto pelos PGE e viabiliza a permanência <strong>de</strong>ssas famílias, que são removi<strong>da</strong>s emfunção <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> vias, implantação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infra-estrutura, situações <strong>de</strong> risco ou <strong>de</strong>sa<strong>de</strong>nsamento<strong>de</strong> quadras e <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental.Portanto, embora existam ações positivas por parte do Po<strong>de</strong>r Público, ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>ficitário o investimento quetem sido <strong>de</strong>stinado à melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população dos bairros periféricos, <strong>da</strong>s vilas efavelas.Produção <strong>de</strong> Novas MoradiasHouve uma ampliação do atendimento às famílias na linha <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> novas moradias. A implantação<strong>de</strong> conjuntos habitacionais <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> para população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, com recursos do OPH ou <strong>de</strong>fontes externas é positivo, sendo inclusive uma solução para parte <strong>de</strong> áreas com problemas <strong>de</strong> saneamentoe <strong>de</strong> ocupações precárias, que tiveram sua população reassenta<strong>da</strong>.Entretanto, apesar do investimento <strong>da</strong> administração municipal em programas habitacionais, a Política<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>ficiente no atendimento ao déficit <strong>de</strong> moradias em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.As críticas se referem ao volume <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais produzi<strong>da</strong>s, à ausência <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais eestaduais e ao baixo percentual <strong>de</strong> recursos que cabe ao OPH, como também a aspectos relativos àquali<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> produção e do produto: questiona-se, por exemplo, a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na conclusãodos conjuntos habitacionais e a falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> acompanhamento social no “pós morar”.Além disso, o planejamento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por equipamentos comunitários é consi<strong>de</strong>rado insatisfatório,existem falhas no ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> famílias do Movimento dos Sem-Casa, provocando distorções noatendimento <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, que po<strong>de</strong> beneficiar mais <strong>de</strong> uma vez uma mesma família,e as diferenças <strong>de</strong> subsídios em um mesmo conjunto habitacional geram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para administração docondomínio.Outro ponto negativo diz respeito à população <strong>de</strong> rua: não apenas à exclusão efetiva <strong>de</strong>sses moradores naimplementação <strong>da</strong> política habitacional, mas também à falta <strong>de</strong> investimentos sociais para esta população,tais como programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>.3- DISTRIBUIÇÃO DE ATIVIDADES E CENTRO URBANOSAs ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não estão distribuí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma equilibra<strong>da</strong> no espaço urbano, ocorrendo apenas em algunsbairros e não apresentando um atendimento que seja capaz <strong>de</strong> suprir a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população paracomércio e serviços, em termos <strong>de</strong> preço e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Os serviços públicos, tais como correio, PBH e aqueles <strong>de</strong> atendimento amplo, como bancos e cartórios sãoescassos nas regiões fora <strong>da</strong> Área Central. Quanto aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, é ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> a distribuição dosserviços hospitalares, bem como a concentração do atendimento <strong>de</strong> urgência e tecnologia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> noscentros, apesar <strong>de</strong> ser positiva a localização dos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> área hospitalar <strong>de</strong> Santa Efigênia,mesmo que essa última apresente dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso.Apesar <strong>de</strong> existir ain<strong>da</strong> uma relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> outras regiões do município em relação à ÁreaCentral, o início do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do comércio e serviços é positivo, gerando outros centrose trazendo uma maior diversificação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos bairros, assim como em algumas vilas e favelas.As estações do BHBUS são potenciais pólos atratores <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Este processo é reforçado pelo PlanoDiretor e pela Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.A <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s é positiva, especialmente pelo fato <strong>de</strong> significar uma menor <strong>de</strong>pendênciaem relação à Área Central, uma maior concorrência entre o comércio e também uma maior oferta <strong>de</strong>oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho nas regionais, além <strong>de</strong> significar <strong>de</strong>slocamentos mais curtos. To<strong>da</strong>via, esteprocesso é lento e não recebe os estímulos necessários pelos seguintes fatores: faltam incentivos fiscais einfra-estrutura para a <strong>de</strong>scentralização; não há planejamento e acompanhamento <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e equipamentos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que, às vezes, se dá <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>; a concentração doplanejamento e <strong>da</strong>s ações no Hipercentro dificultam ações que promovam e or<strong>de</strong>nem o processo <strong>de</strong><strong>de</strong>scentralização.A proibição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> lazer em torno <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como umponto negativo.Embora seja inegável a importância <strong>da</strong> Área Central como um espaço <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>comércio/serviços que oferece opções <strong>de</strong> compra, uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> trabalho eque se mantém ain<strong>da</strong> com uma certa vitali<strong>da</strong><strong>de</strong>, essa concentração gera <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, congestionamento,violência, estresse, poluição e custo <strong>de</strong> transporte. Outros aspectos negativos do centro são o seu aspecto


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 119<strong>de</strong>teriorado, a falta <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer, o seu esvaziamento, a insegurança geral existente e a exclusãosocial. Apesar e por causa <strong>de</strong> todos esses problemas, é importante a elaboração <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>revitalização no Hipercentro.A localização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos corredores viários é uma questão relevante que, embora facilite a vi<strong>da</strong> dosusuários e dos comerciantes, representa um conflito na utilização do espaço público, repercutindonegativamente na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> área, na preservação do patrimônio histórico e paisagístico, nospasseios, nas vias e nos fluxos <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e veículos. Por outro lado, a concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sespecíficas em <strong>de</strong>terminados corredores é um aspecto positivo (ex. peças <strong>de</strong> carro na av. D. Pedro II emóveis na av. Silviano Brandão).Os pontos negativos com relação aos shopping centers são, principalmente, os prejuízos causados nospequenos comércios locais e situações <strong>de</strong> discriminação social. Por outro lado, os shopping centersrepresentam uma concentração <strong>de</strong> comércio e serviços diversificados, que oferecem segurança, lazer parao usuário e geram empregos. Cabe mencionar que a questão <strong>da</strong> segurança é um fator importante <strong>de</strong>afastamento dos usuários do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e também um fator inibidor <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nosbairros.O comércio informal, representado, sobretudo, pelos camelôs, é negativo <strong>de</strong>vido à sua distribuição<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> no espaço urbano prejudicando os centros comerciais e gerando uma concorrência <strong>de</strong>slealcom os lojistas (provocando <strong>de</strong>semprego, fechamento <strong>de</strong> estabelecimentos e diminuindo a arreca<strong>da</strong>ção) eao conflito causado com o fluxo <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre (que está per<strong>de</strong>ndo seu espaço), sujando e prejudicando ocenário <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, do ponto <strong>de</strong> vista social, o comércio informal gera trabalho e oferecemercadorias por preços mais baixos. É positiva a existência <strong>de</strong> espaços específicos para os camelôs, comoas feiras nos bairros e outros locais que lhes dão condições <strong>de</strong> funcionamento.Quanto ao controle <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>staca-se a falta <strong>de</strong> política transparente do assentamento <strong>de</strong>camelôs para to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.No que se refere à legislação, fica prejudica<strong>da</strong> a expansão <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em função do rigor <strong>da</strong> leivigente. É negativo o fato <strong>da</strong> Lei não estabelecer o controle sobre a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s noscorredores viários. Enfatiza-se a falta <strong>de</strong> estrutura e a insuficiência <strong>de</strong> fiscalização, na aplicação <strong>da</strong> lei, comrelação a to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s implanta<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Com relação à política tributária, a falta <strong>de</strong> equalização tributária entre municípios <strong>da</strong> RMBH e a taxaçãoexcessiva em BH provocam a expulsão <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para outros municípios e a concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sem <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões.4- ESPAÇOS PÚBLICOS, REFERENCIAL SIMBÓLICO E PATRIMÔNIO HISTÓRICO4.1 - Espaços Públicos<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> possui espaços que favorecem a convivência <strong>da</strong>s pessoas: o Parque <strong>Municipal</strong>, o Parque<strong>da</strong>s Mangabeiras, a Pampulha, os quarteirões fechados <strong>da</strong> Praça Sete etc. O Parque <strong>Municipal</strong> é um ponto<strong>de</strong> encontro e <strong>de</strong>scanso que aju<strong>da</strong> as pessoas que moram e/ou usam a Área Central.Além <strong>de</strong>sses espaços existem parques, praças, áreas para a manifestação cultural e do artesanato mineiro,teatros, cinemas e centros <strong>de</strong> convenção.No entanto, é necessária a criação <strong>de</strong> mais espaços que favoreçam o encontro e o lazer <strong>da</strong>s pessoas, umavez que os espaços públicos são mal distribuídos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, estando, em gran<strong>de</strong> parte, concentrados naregião Centro-Sul. Existe uma má distribuição <strong>de</strong> investimentos para a aquisição, criação, construção emanutenção <strong>de</strong> espaços públicos e <strong>de</strong> convivência nos bairros periféricos, nas vilas e favelas.Essa centralização leva à dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos espaços públicos, <strong>de</strong>vido à distância e à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>transporte coletivo – sistema <strong>de</strong> transporte não integrado – e a fatores socioeconômicos – transporte caro ecobrança <strong>de</strong> tarifas em alguns espaços públicos (ex. Zoológico, Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras, Museu <strong>de</strong> ArteMo<strong>de</strong>rna etc.).Apesar <strong>da</strong> iniciativa do po<strong>de</strong>r público para a apropriação <strong>de</strong> espaços públicos, tais como o FIT, a Feira <strong>da</strong>Av. Afonso Pena, as ‘pistas <strong>de</strong> cooper’, ain<strong>da</strong> é pouca a divulgação dos eventos culturais e não existemespaços públicos em condições <strong>de</strong> receber gran<strong>de</strong>s realizações culturais e festivas.As ruas arboriza<strong>da</strong>s e ilumina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são um ponto positivo, embora estes espaços seapresentem congestionados, com muito trânsito, poluição – atmosférica e visual: apresentam uma ocupação<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e uso ina<strong>de</strong>quado. A apropriação por interesses privados, com a utilização <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s pormesas <strong>de</strong> bares, placas, mobiliário urbano, camelôs, bem como a invasão do espaço do recuo frontal,principalmente para o estacionamento <strong>de</strong> veículos, dificulta a sua utilização pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornando o<strong>de</strong>slocamento dos pe<strong>de</strong>stres difícil e inseguro.Além <strong>da</strong> precária manutenção dos passeios para o trânsito dos pe<strong>de</strong>stres, há pouca preocupação com as


120 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s nos espaços públicos para o <strong>de</strong>slocamento dos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física.Outros fatores são capazes <strong>de</strong> dificultar a utilização dos espaços públicos, tais como a infra-estruturainsuficiente (falta <strong>de</strong> banheiros públicos, por exemplo), a urbanização <strong>de</strong>ficiente e a questão <strong>da</strong> segurança,que é um dos fatores inibidores <strong>da</strong> apropriação e do uso a<strong>de</strong>quado dos espaços e <strong>da</strong> convivência <strong>da</strong>spessoas.Além <strong>da</strong> negligência dos órgãos públicos, responsáveis pelas condições precárias do espaço público,existem outras causas, como a <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção e o van<strong>da</strong>lismo – <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> ecompromisso do ci<strong>da</strong>dão com o espaço público – e também o aumento <strong>da</strong> poluição visual na paisagemurbana.É necessário melhorar a administração dos espaços públicos existentes, principalmente quanto àprecarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> manutenção, à insuficiência <strong>de</strong> investimento em mobiliário urbano, à manutenção econservação dos equipamentos públicos e à falta <strong>de</strong> segurança <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> uso coletivo. A fiscalizaçãoinsuficiente também é um fator negativo, o que propicia as invasões, as pichações e as placas que poluemos espaços.Contribuem também para a precária situação <strong>da</strong>s áreas públicas:– a não aplicação <strong>de</strong> legislação que regulamenta a localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais e a ocupação dosespaços públicos;– a não aplicação <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sendo que algumas são insuficientes para coibir as transgressões nosespaços públicos;– a escassez <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> conscientização para a preservação e a adoção dos espaçospúblicos;– a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> divulgação dos espaços e dos eventos públicos;– a insuficiência <strong>de</strong> políticas e ações educacionais articula<strong>da</strong>s e volta<strong>da</strong>s para a conservação dosespaços públicos.Por outro lado, a <strong>Prefeitura</strong> tem se empenhado na criação e a<strong>de</strong>quação dos espaços públicos, sendopositivos os seguintes pontos:– a existência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> preservação dos espaços públicos;– a existência <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong>s espaços públicos;– as parcerias entre a iniciativa pública, priva<strong>da</strong>, ONGs e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, na manutenção e preservação <strong>de</strong>uso coletivo;– os avanços nos canais <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na administração do espaço público;– a criação <strong>de</strong> mais espaços nos últimos anos;– a criação <strong>de</strong> programas gratuitos <strong>de</strong> lazer e cultura que promovem o uso do espaço público (ex.: feiras,ruas <strong>de</strong> lazer, música no parque etc.).4.2 - Referencial Simbólico e Patrimônio HistóricoApesar <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> consciência sobre essa questão, ultimamente tem crescido a preocupação e oreconhecimento à importância <strong>da</strong> preservação do patrimônio. Nesse sentido, são valoriza<strong>da</strong>s as iniciativasmunicipais <strong>de</strong> educação, mesmo consi<strong>de</strong>rando a ausência <strong>de</strong> políticas, a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> programas, a falta<strong>de</strong> alternativas para a participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na gestão dos espaços públicos e do patrimôniohistórico-cultural, a <strong>de</strong>sarticulação <strong>de</strong> ações empreendi<strong>da</strong>s e o não reconhecimento dos remanescentes <strong>de</strong>quilombos na política <strong>de</strong> preservação, como o “Quilombo Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s”, situado nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>rua Alves Pinto com av. Silva Lobo.Os Conselhos <strong>de</strong> Meio Ambiente e do Patrimônio são importantes, embora a participação popular e oatendimento às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população sejam muito <strong>de</strong>ficitárias. Por outro lado, há uma <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>divulgação <strong>da</strong> pauta e do calendário <strong>de</strong>stas instâncias e não existem conselhos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> espaçosculturais <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A serra do Curral e a Serraria Souza Pinto estão em primeiro lugar, como espaços <strong>de</strong> referência simbólica<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A Pampulha e o Museu <strong>de</strong> Arte ocupam o segundo lugar, seguidos do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> Feira<strong>da</strong> Av. Afonso Pena, Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras, Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Mercado <strong>da</strong> Lagoinha e Museu AbílioBarreto.O início do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e a promoção cultural nas periferias é positivo, mas é pouca aoferta <strong>de</strong> espaços culturais fora <strong>da</strong> Área Central, especialmente em vilas e favelas. É negativa a limitação <strong>da</strong>preservação à Área Central.Outros aspectos negativos na atuação pública municipal são: a <strong>de</strong>ficiente divulgação dos mecanismos <strong>de</strong>incentivo à preservação e <strong>de</strong> bens tombados, a conservação insatisfatória dos bens e a estrutura <strong>de</strong>fiscalização <strong>de</strong>ficiente. Além disso, a in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas claras, a <strong>de</strong>sarticulação entre os órgãos


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 121públicos, a <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> nas ações, a falta <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> acesso (transporte e custo), a baixavitali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços e prédios <strong>de</strong> interesse, bem como a falta <strong>de</strong> referência à cultura negra e indígenanos espaços públicos <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> configuram-se também como aspectos negativos <strong>da</strong> política pública<strong>de</strong> preservação do patrimônio.Em contraparti<strong>da</strong>, reconhece-se a importância dos vários instrumentos normativos <strong>de</strong> proteção aopatrimônio – existem bons exemplos recentes <strong>de</strong> restauração, havendo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, não só do incentivoàs feiras centrais e periféricas, mas também <strong>de</strong> maior agili<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> sua implantação.Não existe um domínio por parte <strong>da</strong> população, em geral, e nem divulgação por parte <strong>da</strong> gestão pública, <strong>de</strong>que patrimônio cultural não é apenas espaço físico construído, mas também manifestações culturais eétnicas, entre outros.5- MOBILIDADE, TRANSPORTE E TRÂNSITOOs projetos existentes merecem uma avaliação positiva, especialmente o BHBUS, com a estrutura troncoalimenta<strong>da</strong>estrutura<strong>da</strong> pelo metrô, a implantação <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> integração, o enfrentamento <strong>da</strong> questãodo transporte clan<strong>de</strong>stino, as linhas bairro a bairro, o atendimento às vilas e favelas com micro-ônibus, aimplementação do transporte suplementar, a adoção <strong>de</strong> ônibus com três portas e motor central, a adoção <strong>de</strong>ônibus <strong>de</strong> piso baixo, a implantação <strong>de</strong> abrigos nos pontos <strong>de</strong> ônibus e o início <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong>s pistasexclusivas para ônibus na Área Central.O transporte suplementar, embora positivo, é insuficiente no atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, evi<strong>de</strong>nciando-se anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação, além <strong>de</strong> necessitar <strong>de</strong> maior fiscalização. Faz-se necessário avaliar também asubstituição <strong>de</strong> algumas linhas <strong>de</strong> ônibus por linhas do transporte suplementar, sem a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>transporte suficiente.A política tarifária é outro ponto positivo <strong>da</strong> política <strong>de</strong> transporte, merecendo ser <strong>de</strong>stacados: a integraçãotarifária entre o BHBUS e o metrô, a tarifa subsidiando os bairros mais distantes, a existência do ValeTransporte, a Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária, o projeto <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong> Bilhetagem Eletrônica e obenefício <strong>da</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s categorias – <strong>de</strong>ficiente físico, idoso e outras garanti<strong>da</strong>s por leife<strong>de</strong>ral. Contudo a <strong>de</strong>ficiência ou mesmo inexistência <strong>de</strong> uma integração tarifária metropolitana é um pontonegativo.Outros aspectos relacionados à infra-estrutura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como a política <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> pavimentação e<strong>da</strong> sinalização estatigráfica (horizontal e vertical), a política <strong>de</strong> estruturação do sistema viário sob asdiretrizes do Plano Diretor e a implantação <strong>de</strong> soluções eficazes para problemas <strong>de</strong> trânsito sem anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s obras também são positivos. Entretanto, a permanência <strong>da</strong>Rodoviária na Praça Rio Branco é um fator negativo, pelos transtornos que provoca.Cabem ressalvas com relação aos mecanismos <strong>de</strong> participação popular existentes para discussão <strong>da</strong>squestões <strong>de</strong> transporte e trânsito, inclusive a participação <strong>de</strong> representante no Conselho Fiscal <strong>da</strong> Câmara<strong>de</strong> Compensação Tarifária: as ressalvas dizem respeito à efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encaminhamentos e propostas dosdiversos fóruns <strong>de</strong> participação, além <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> divulgação e <strong>de</strong>ficiência na centralização <strong>de</strong> informações.Os principais pontos negativos, porém, referem-se à lentidão na implementação <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> transportee trânsito, exemplifica<strong>da</strong> pela insuficiência <strong>de</strong> recursos, falta <strong>de</strong> integração na gestão municipal emetropolitana e <strong>de</strong>scompasso entre o “i<strong>de</strong>alizado” e o “viabilizado”.A imagem <strong>de</strong> que o transporte público é apenas para a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser justifica<strong>da</strong> pelapercepção <strong>de</strong> que existe <strong>de</strong>scumprimento dos quadros <strong>de</strong> horários dos ônibus, não há priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>circulação ao transporte coletivo, custos e tempos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos altos, insuficiência no quadro <strong>de</strong>horários dos ônibus, falta <strong>de</strong> fiscalização do transporte coletivo e do trânsito, morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no retorno <strong>da</strong>sreclamações feitas à BHTRANS, falta <strong>de</strong> segurança nos ônibus, <strong>de</strong>mora excessiva no atendimento <strong>da</strong>s<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong> integração e <strong>de</strong> melhoria do serviço <strong>de</strong> transporte público, falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> restrição ao uso<strong>de</strong> veículos privados, ausência <strong>de</strong> campanhas que estimulem a transferência do usuário <strong>de</strong> carro para otransporte coletivo etc. Além disso, não há política <strong>de</strong> circulação para motos e bicicletas. Oscongestionamentos provocados na Área Central e no entorno <strong>da</strong> Rodoviária, principalmente em dias <strong>de</strong>feriado, pelos ônibus intermunicipais e interestaduais completam o quadro referencial negativo.A estrutura viária é <strong>de</strong>ficiente, tanto para o atendimento do transporte coletivo como do trânsito em geral. Osinvestimentos no sistema viário são reduzidos e há falta <strong>de</strong> vias alternativas à Área Central e <strong>de</strong> viastransversais em algumas regiões, além dos equívocos <strong>de</strong> concepção do sistema viário implantado nosfundos <strong>de</strong> vale. Algumas vias com problemas <strong>de</strong> drenagem e a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> sinalização em algumasregiões completam o quadro referencial <strong>da</strong> estrutura viária.Um outro ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços públicos <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, percebi<strong>da</strong>na ausência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s como parte do sistema viário, uso irregular <strong>da</strong>scalça<strong>da</strong>s pelo comércio formal e informal, impedindo o livre tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, ausência <strong>de</strong> tratamentos


122 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>para os usuários portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais, falta <strong>de</strong> propostas específicas para orientação eeducação dos pe<strong>de</strong>stres, má utilização <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s (camelôs, botecos, bares, placas, estacionamentos),más condições <strong>de</strong> conservação, falta <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> fiscalização, falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> priorização dope<strong>de</strong>stre, falta <strong>de</strong> sanitários públicos na Área Central e nos bairros <strong>de</strong> periferia.O financiamento no setor <strong>de</strong> transporte é insuficiente e repartido <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sigual na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong>poucos segmentos contribuem. O sistema é onerado tributariamente, faltando outras fontes <strong>de</strong>financiamento e <strong>de</strong> uma discussão sobre o financiamento <strong>da</strong>s gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Algumas gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s comofuncionários dos correios, oficiais <strong>de</strong> justiça, policiais, funcionários do Ministério do Trabalho, Polícia Militar etrabalhadores do transporte <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> têm sua legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> contesta<strong>da</strong>.Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntre os principais pontos negativos <strong>de</strong>stacam-se a falta <strong>de</strong> capacitação dos profissionais, a falta <strong>de</strong>segurança, a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores e pedintes nos ônibus e a falta <strong>de</strong> meia passagem para os estu<strong>da</strong>ntes,cabendo, em relação às políticas e intervenções públicas <strong>de</strong> transporte e trânsito, utilizar termos comoinsuficiência, falhas, faltas, <strong>de</strong>ficiências, <strong>de</strong>mora, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, morosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.O planejamento existe mas não é colocado em prática.As principais causas relacionam-se à falta <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> gestão – nas esferas municipal, estadual emetropolitana – à pouca valorização <strong>da</strong>s Comissões Regionais e <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Transportes no processo <strong>de</strong>toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, inexistência <strong>de</strong> planejamento do transporte metropolitano, bem como à falta <strong>de</strong>recursos, financiamentos e investimentos.6- CONDIÇÕES AMBIENTAISQuestões Gerais<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem um gran<strong>de</strong> potencial em lugares ricos em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ambientais. No entanto, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>apresenta um crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, tornando-se um fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, haja vistoos loteamentos clan<strong>de</strong>stinos, a ocupação <strong>da</strong>s margens dos cursos d’água, a <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>nascentes, inclusive como conseqüência <strong>de</strong> falhas no parcelamento existente, a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ÁreaCentral e as vilas e favelas como áreas frágeis neste sentido.Quanto ao controle <strong>da</strong>s ações no meio urbano, há insuficiência <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> fiscalização na garantia <strong>da</strong>sregras <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s para a utilização do ambiente. Deve-se reconhecer que, tanto a legislação como o COMAM(Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente), apresentam pontos positivos, embora a tramitação dos processosseja morosa e ambos sejam falhos em <strong>de</strong>terminações e <strong>de</strong>liberações. Com relação especificamente àlegislação ambiental, ela nem sempre é cumpri<strong>da</strong> e, muitas vezes, <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e aspunições são bran<strong>da</strong>s em relação à gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s infrações cometi<strong>da</strong>s.Áreas Ver<strong>de</strong>sDe uma forma geral, são reconhecidos os benefícios gerados pelas áreas ver<strong>de</strong>s – tanto públicas quantopriva<strong>da</strong>s – a arborização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a existência <strong>de</strong> ações do po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> criação e manejo <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> proteção ambiental. Ao mesmo tempo, consi<strong>de</strong>ra-se que, em muitos casos, essas áreas não estãorecebendo tratamento a<strong>de</strong>quado por parte dos responsáveis.Mesmo com o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, há preocupação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> com a valorização e preservação <strong>de</strong>áreas ver<strong>de</strong>s, observando-se, inclusive, um aumento no número <strong>da</strong>s mesmas. Incluem-se nessas ações arequalificação <strong>de</strong> praças, parques e áreas ver<strong>de</strong>s e a existência <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s bem preserva<strong>da</strong>s. Já acarência <strong>de</strong> atenção <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> po<strong>de</strong> ser exemplifica<strong>da</strong> com a falta <strong>de</strong> controle <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong>smineradoras na serra do Curral, com a falta <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s praças e parques, falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong>reversão <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, preservando e aumentando a cobertura vegetal <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, falta <strong>de</strong>fiscalização e segurança nas áreas ver<strong>de</strong>s, existência <strong>de</strong> construções irregulares e invasões em espaçospúblicos, promovidos inclusive pela própria <strong>Prefeitura</strong> e falta <strong>de</strong> divulgação dos espaços disponíveis naci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Há que se reconhecer, porém, a existência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> proteção específicos (Proteção <strong>da</strong> Serra doCurral – Pró-Serra e Programa Adote o Ver<strong>de</strong>) e alguns parques e regiões protegidos (exemplo: Área Ver<strong>de</strong>do Conjunto Capitão Eduardo, mata do Morcego, Parque Ecológico do Aeroporto Carlos Prates, mata <strong>da</strong>Baleia, Parque <strong>Municipal</strong>, Parque <strong>da</strong>s Águas e Parques Serra Ver<strong>de</strong> e Vila Pinho, <strong>de</strong>ntre outras).O programa Adote o Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong>staca-se pela participação <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong> na preservação <strong>da</strong>s áreasver<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo-se citar, como exemplo, o projeto <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> mata do Morcego, sendo necessárioque se busque a ampliação do mesmo.Quanto à participação <strong>da</strong> população ou à ausência <strong>de</strong>la, na preservação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>-se dizerque “a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> aju<strong>da</strong> a preservar as áreas ver<strong>de</strong>s” e “falta acompanhamento <strong>da</strong> população napreservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>da</strong>ndo apoio a PBH e a polícia”, sendo necessária a criação <strong>de</strong> mecanismospara permitir a sua maior participação.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 123Ao mesmo tempo que se <strong>de</strong>ve reconhecer o interesse e a boa preservação por parte <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> dosjardins, praças e parques, po<strong>de</strong>-se acusar a <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> não promover a implantação <strong>de</strong> novas áreasver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> <strong>da</strong>r manutenção ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> às já existentes, num entendimento <strong>de</strong> que existe <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>manejo e distribuição <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental nas diversas regiões que formam o município.A região Centro-Sul é a mais bem equipa<strong>da</strong> em termos <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s ofereci<strong>da</strong>s ao uso público, em<strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que <strong>de</strong> certa forma confirmaria a má distribuição dosinvestimentos para implantação <strong>de</strong>stas áreas no resto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A arborização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante mas <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma políticaeficiente, sem conflito com os equipamentos urbanos e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura. A ineficiência dosmecanismos <strong>de</strong> fiscalização e gestão têm ocasionado gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontentamento e provocado problemas emto<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. É evi<strong>de</strong>nte a falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> arborização, principalmente nas áreas periféricas <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a ineficiência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> plantio e po<strong>da</strong> <strong>de</strong> árvores e a falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong>árvores con<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s.Poluição: Ações e MonitoramentoCom relação aos programas <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, merecem ser <strong>de</strong>stacados e comentados: a Operação Oxigênio,embora positiva, precisa ser melhor implementa<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong>. O Disque-Sossego, no entanto, recebeumuitas críticas <strong>de</strong>vido à insuficiência <strong>de</strong> sua estrutura.A poluição, em suas diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, e a <strong>de</strong>ficiência na fiscalização são muito presentes: as maisfreqüentes são a atmosférica, a sonora, a hídrica, a visual, a provoca<strong>da</strong> pelo lixo e esgoto dos hospitais enecrotérios, por resíduos sólidos e aquela causa<strong>da</strong> pela implantação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular e porradiações eletromagnéticas. Não há, porém, equipamentos na PBH para medição <strong>da</strong> poluiçãoeletromagnética.Além <strong>de</strong>ssas formas <strong>de</strong> poluição, <strong>de</strong>ve-se con<strong>de</strong>nar o lançamento <strong>de</strong> esgotos sem tratamento nos cursosd’água, po<strong>de</strong>ndo-se citar o exemplo dos Correios na rua Boaventura, no bairro Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como olançamento <strong>de</strong> metais pesados.As mineradoras também se constituem em fontes poluidoras e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>doras dos recursos naturais e, comrelação às condições dos recursos hídricos do município, há um equilíbrio entre os pontos positivos enegativos, embora os pontos negativos tenham maior peso.ConscientizaçãoDe modo geral, há falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população com relação às questões ambientais, mas, poroutro lado, já se iniciou um movimento <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas para os problemas nestaárea.Várias iniciativas são importantes para a consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> um processo educativo e a participação <strong>da</strong>população é relevante para a recuperação e preservação dos recursos naturais.A criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> Educação Ambiental (EA), a realização <strong>de</strong> campanhas e <strong>de</strong> projetos educativos emparques são importantes nesse sentido. As ações <strong>da</strong> SMMAS para a melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais<strong>de</strong>vem ser intensifica<strong>da</strong>s para que promovam a melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais. É importante que sejam<strong>de</strong>staca<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> EA promovi<strong>da</strong>s (cursos, oficinas, eventos) e o Expresso Ambiental, faltando aampliação <strong>da</strong> abrangência <strong>da</strong>s suas ações.Gestão AmbientalResumo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> ação or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong> intervenção no meio natural, a gestão ambiental é positiva quandocontextualiza<strong>da</strong>: na legislação ambiental em vigor na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>; na existência <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> MeioAmbiente e Saneamento Urbano (SMMAS), do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio ambiente (COMAM), doConselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município (CDPCM) e Comitês <strong>de</strong> Bacias; na gestão <strong>de</strong>Áreas Ver<strong>de</strong>s (implantação, recuperação, valorização, preservação e incentivo <strong>da</strong> participação <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>); na existência dos programas Adote o Ver<strong>de</strong>, Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong>Bacia <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM), Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Valedos Córregos em Leito Natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (DRENURBS), Manuelzão, Centro <strong>de</strong> Educação eMobilização Ambiental do PROPAM (CEMAP), <strong>de</strong>ntre outros; na fiscalização ambiental em geral, emespecial a Operação Oxigênio e o Disque Sossego; em trabalhos <strong>de</strong> educação ambiental <strong>da</strong> SMMAS e naimplementação <strong>de</strong> políticas para preservação <strong>da</strong> serra do Curral e dos córregos em seu leito natural.São fatores negativos o não cumprimento <strong>da</strong>s leis, a falta <strong>de</strong> informação e conscientização sobre alegislação; a falta <strong>de</strong> uma política para reversão <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental; a falta <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>spraças e parques e <strong>de</strong> um Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização; a poluição sonora, atmosférica, visual eeletromagnética, acentua<strong>da</strong> pela insuficiência <strong>de</strong> fiscalização e falta <strong>de</strong> aparelhagem; a ineficiência <strong>da</strong>política <strong>de</strong> educação ambiental do Município gerando a falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população, ocrescimento urbano sem planejamento e a falta <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> política ambiental com as <strong>de</strong>mais políticas<strong>da</strong> PBH. É necessário que se promova a revisão <strong>da</strong> legislação, em especial a <strong>de</strong> parcelamento, uso e


124 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>ocupação do solo.SaneamentoHá uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> razoável na prestação dos serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e limpeza urbana em <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, porém, ain<strong>da</strong> são pontos negativos a ineficiência <strong>de</strong> esgotamento sanitário e a inexistência doConselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento.Alguns esforços estão sendo empreendidos para a solução dos problemas que ain<strong>da</strong> persistem. A falta <strong>de</strong>esgotamento sanitário, em especial nas vilas, é uma gran<strong>de</strong> preocupação.A implantação <strong>da</strong> primeira fase <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotamento sanitário na bacia do ribeirãoArru<strong>da</strong>s é, porém, um ponto positivo.Mesmo sabendo dos problemas relativos à drenagem urbana, inclusive nas vias públicas, <strong>de</strong>ve serreconhecido o esforço <strong>da</strong> Administração <strong>Municipal</strong>, traduzido pelo Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem, DRENURBS,PROPAM e na parceria com o Projeto Manuelzão, no sentido <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça conceitual do tratamento dosfundos <strong>de</strong> vale, abandonando-se a receita ultrapassa<strong>da</strong> <strong>da</strong> canalização como solução única.De maneira geral, a limpeza urbana é <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, merecendo referências positivas e <strong>de</strong>staque <strong>da</strong>mesma no cenário nacional e a participação <strong>da</strong> Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e MaterialReaproveitável (ASMARE) na coleta seletiva do Município.Cabe, entretanto, ressaltar a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> pela criação <strong>de</strong> condições para a ampliação <strong>da</strong> coletaseletiva no município, que po<strong>de</strong> ser expressa pelos termos “falta <strong>de</strong> estrutura para reciclagem do lixo”, “falta<strong>de</strong> uma coleta seletiva eficiente”, “falta <strong>de</strong> incentivos à ampliação <strong>da</strong> reciclagem do lixo” e “falta <strong>de</strong>containers para coleta seletiva”.Além disso, há uma <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> bagulhos volumosos e animais mortos, sendo necessárioaumentar o número <strong>de</strong> instalações a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para recebimento <strong>de</strong> entulho. Outros fatores negativos são ainsuficiência <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> córregos e <strong>de</strong> varrição, principalmente na periferia, e a fiscalização.Outras preocupações evi<strong>de</strong>ntes estão relaciona<strong>da</strong>s com o final <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> útil do atual aterro sanitário, comouni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final dos resíduos sólidos gerados no Município. Estas preocupações refletem-se naexpectativa <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> população no processo <strong>de</strong> viabilização <strong>de</strong> nova uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como napreocupação com a futura utilização do terreno on<strong>de</strong> hoje existe o aterro sanitário. Além <strong>de</strong>ssas, há tambéma preocupação com a concessão <strong>de</strong>stes serviços para fora do município pela iniciativa priva<strong>da</strong>, <strong>de</strong>cisão estaanuncia<strong>da</strong> pela prefeitura sem discussão ampla e popular e sem uma prévia discussão metropolitana.No tocante à gestão dos serviços <strong>de</strong> saneamento, <strong>de</strong>stacam-se:– a in<strong>de</strong>finição do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> prestação dos serviços <strong>de</strong> água e esgoto;– a falta <strong>de</strong> políticas e ações integra<strong>da</strong>s entre os diversos órgãos municipais e a não-institucionalização<strong>da</strong> relação com a COPASA MG, inclusive percebendo-se como problema as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s operacionaisna realização <strong>de</strong> obras conjuntas com a concessionária;– a percepção <strong>de</strong> que é insuficiente o volume <strong>de</strong> recursos aplicados pela COPASA no Município;– a percepção <strong>da</strong> omissão <strong>da</strong> PBH tanto no que se refere à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão dosserviços <strong>de</strong> água e esgoto, quanto na fiscalização <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> água e principalmenteesgoto;– a falta <strong>de</strong> instâncias participativas <strong>de</strong> discussão e transparência na <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s,investimentos e tarifas <strong>de</strong> água e esgoto;– a falta <strong>de</strong> informações e conscientização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à legislação;– a falta <strong>de</strong> interesse do po<strong>de</strong>r público aplicando verbas para outras finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s menos prioritárias;– a inexistência <strong>de</strong> uma gestão metropolitana <strong>de</strong> saneamento;– a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> Lei n. o 8.260/01, que trata <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento,principalmente com relação ao Conselho e ao Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento;– a falta <strong>de</strong> soluções alternativas para o saneamento ambiental em vilas e favelas.Como aspecto positivo <strong>de</strong>staca-se a aprovação <strong>da</strong> Lei n. o 8.260/01 que instituiu a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento, apesar <strong>da</strong> não <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> composição e atribuições do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento).Por fim, é notória a relação entre as ações <strong>de</strong> Saneamento e a preservação e recuperação dos recursosambientais.Finalmente merece <strong>de</strong>staque a insuficiência <strong>da</strong>s campanhas <strong>de</strong> educação sanitária e ambiental e <strong>da</strong>s ações<strong>de</strong> mobilização, especialmente no tocante aos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana e a inexistência <strong>de</strong> centros <strong>de</strong>educação ambiental em to<strong>da</strong>s as regionais. Soma-se, ain<strong>da</strong>, a constante exigência por transparência e<strong>de</strong>mocratização dos processos <strong>de</strong>cisórios <strong>da</strong> Administração <strong>Municipal</strong>.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 1257- LEGISLAÇÃOUma observação <strong>de</strong> caráter geral que se <strong>de</strong>ve fazer acerca <strong>da</strong> legislação é <strong>de</strong> que ocorreu uma ruptura doconceito do direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> como um direito absoluto, valorizando-se a função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Neste sentido, o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma conquista, um instrumento que possibilitará o or<strong>de</strong>namento docrescimento urbano com inclusão.A legislação urbanística <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é positiva, seja pelos instrumentos urbanísticos que contém, sejapor conter leis e instrumentos <strong>de</strong> política urbana que permitem gerenciar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> priorizando a inclusão.Por outro lado é negativa a falta <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> legislação para a população.São leis benéficas para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: o Plano Diretor, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, a Lei <strong>de</strong>regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 e 3, além <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> ADE <strong>da</strong> Serra do Curral e a lei <strong>de</strong> incentivo à cultura.Ressalva-se que, com relação à ZEIS, apesar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> regulamentação, esta não tem sidoefetivamente implementa<strong>da</strong>. Além disso, a falta <strong>de</strong> fiscalização e controle após a regulamentação <strong>de</strong>algumas áreas e a falta <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> ZEIS 2 são pontos negativos.Entre as virtu<strong>de</strong>s do Plano Diretor apontam-se, além <strong>da</strong> implantação do zoneamento, as diretrizes querecomen<strong>da</strong>m a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, as diretrizes no sentido do crescimento urbano cominclusão e a previsão <strong>de</strong> Planos Regionais.No entanto, o não cumprimento do Plano Diretor, que po<strong>de</strong> ser atribuído à falta <strong>de</strong> recursos e ações efetivaspara sua implementação, tem trazido problemas para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Por sua vez, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo é um importante instrumento <strong>de</strong> controleurbano e <strong>de</strong> proteção ambiental.Não obstante seus benefícios, cabe apontar pontos negativos ou <strong>de</strong>ficiências <strong>da</strong> legislação:– sua complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ineficiência e difícil aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong>;– a alta permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo em algumas áreas,favorecendo a especulação imobiliária;– a não regulamentação <strong>de</strong> alguns pontos <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (p. ex., nãoregulamentação <strong>de</strong> algumas ADEs), impedindo sua implementação efetiva;– a não implantação <strong>da</strong> ADE <strong>da</strong> Serra do Curral e o não zoneamento <strong>da</strong> APA Sul;– a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão do Código <strong>de</strong> Obras e Posturas.Se, por um lado, po<strong>de</strong> ser critica<strong>da</strong> a alta permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> legislação, por outro consi<strong>de</strong>ra-se que alegislação existente volta<strong>da</strong> para a inclusão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal ou ilegal é insuficiente.Percebe-se o não acompanhamento <strong>de</strong> um projeto por parte do Po<strong>de</strong>r Público, após a liberação <strong>da</strong>aprovação até sua execução, originando obras sem baixa e irregulares, afrontando a legislação municipal.O início do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do comércio e serviços tem gerado outros centros e trazido umamaior diversificação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos bairros, processo que é reforçado pelo Plano Diretor e pela Lei <strong>de</strong>Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo. No entanto, essa lei é muito rigorosa em <strong>de</strong>terminados locais <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, prejudicando a expansão <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Por outro lado, não estabelece controle sobre a<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos corredores viários.Denota-se um <strong>de</strong>srespeito <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> no cumprimento <strong>da</strong>s leis e a existência <strong>de</strong> mecanismos jurídicosque permitem este <strong>de</strong>srespeito. Estes mecanismos jurídicos permitem ações basea<strong>da</strong>s em sentençasprovisórias e criam situações que são, na prática, irreversíveis, ocasionando gran<strong>de</strong>s problemas para apolítica urbana e graves prejuízos para a população.Contribuem também para esse <strong>de</strong>srespeito no cumprimento <strong>da</strong>s leis, a falta <strong>de</strong> comprometimento, o<strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong> lei por parte <strong>da</strong> população, a ineficácia do po<strong>de</strong>r público em fazê-las cumprir, a falta <strong>de</strong>fiscalização para sua aplicação, com relação a to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s implanta<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a não punição<strong>da</strong>s transgressões.São também pontos negativos a <strong>de</strong>mora na elaboração e aprovação <strong>de</strong> instrumentos legais,regulamentando matérias novas que afetam a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e prejudicam a correção <strong>de</strong> seus efeitos,como, por exemplo, as antenas <strong>de</strong> telefonia celular.Além disso, algumas contradições que ocorrem nas <strong>de</strong>cisões do COMAM também são pontos negativos.8- GESTÃO8.1- Gestão AdministrativaDescentralizaçãoDe maneira geral, a reforma administrativa <strong>da</strong> PBH que promoveu a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong>


126 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>serviços é positiva: traz agili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o atendimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s e aproxima a administração pública <strong>da</strong>população, facilitando seu acesso à informação e serviços. Além disso, fortalece e dá mais autonomia àsSCOMGERs e promove a integração interna <strong>da</strong> PBH, já que coloca diversos órgãos sob a mesmacoor<strong>de</strong>nação.Entretanto cabem algumas críticas à morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> implementação <strong>da</strong> reforma administrativa:a reforma administrativa não trouxe consigo a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões políticofinanceiras.Ressalta-se que não houve <strong>de</strong>bate público na formulação e implantação <strong>da</strong> lei que a instituiu. A<strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> alguns serviços ain<strong>da</strong> não se efetivou, como, por exemplo, a gestão do meio ambiente,o acompanhamento social aos conjuntos do OPH, <strong>de</strong>ixando hiatos no atendimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s. Emoutros casos a <strong>de</strong>scentralização aconteceu sem ser acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> capacitação e estruturação<strong>da</strong>s SCOMGERs, tornando ineficiente a prestação <strong>de</strong> alguns serviços.Controle urbanoO controle urbano é necessário para garantir boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, na medi<strong>da</strong> em que protege a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>contra dois gran<strong>de</strong>s vilões: o crescimento “<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado” e a especulação imobiliária. Dentre as ações queconstituem o controle urbano, <strong>de</strong>staca-se a importância <strong>da</strong> fiscalização. A fiscalização <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong>forma responsável e respeitosa em relação à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto, não é essa a avaliação que se tem arespeito <strong>da</strong> fiscalização promovi<strong>da</strong> pela administração pública municipal em B.H. Pelo contrário, a avaliaçãoé muito negativa e classifica a fiscalização <strong>da</strong> PBH como insuficiente e ineficaz. Ela não tem garantido ocumprimento <strong>da</strong> legislação urbanística nem o acompanhamento <strong>da</strong>s intervenções urbanas em geral.As causas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s para essa situação vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> instrumentos, <strong>de</strong> estrutura administrativa e<strong>de</strong> capacitação do quadro <strong>de</strong> fiscais até uma postura <strong>de</strong> omissão e conivência <strong>da</strong> administração públicamunicipal em relação às irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Políticas PúblicasHá uma ampliação <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> inclusão urbana, percebi<strong>da</strong> através <strong>de</strong> alguns exemplos como o IPTUdiferenciado, novos programas <strong>de</strong> assistência social, a adoção do Índice <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Urbana(IQVU) e o Orçamento Participativo. A avaliação do OP é muito positiva, sendo um importante instrumento<strong>de</strong> inversão <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s do investimento público. No entanto, a <strong>de</strong>stinação e o montante dos recursospara execução <strong>da</strong>s obras do OP não tem representado uma inversão <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s na administraçãopública, sendo que, muitas vezes, o cronograma do OP é atrasado <strong>de</strong>vido à realização <strong>de</strong> obras em áreasnobres.Por outro lado questiona-se a atuação <strong>da</strong> administração municipal no que diz respeito à execução <strong>da</strong>sações. Critica-se, por exemplo, a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> PBH na implementação <strong>de</strong> suas políticas públicas, como oOrçamento Participativo, o que distancia o planejamento e a regulamentação <strong>da</strong> ação efetiva. Além disso,embora se reconheça a disposição <strong>da</strong> PBH em promover a participação popular, critica-se a execução <strong>de</strong>ações em <strong>de</strong>sacordo com o que foi discutido com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, em alguns casos.É positivo também o fato <strong>da</strong> PBH ter mantido o controle sobre o gerenciamento dos serviços <strong>de</strong> transportecoletivo, não permitindo que o transporte clan<strong>de</strong>stino se alastrasse e minasse o sistema. Embora estapostura signifique uma aprovação <strong>da</strong> política <strong>de</strong> transporte em geral, há que se criticar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dosserviços prestados pela BHTRANS.Integração Institucional e PlanejamentoO nível <strong>de</strong> integração entre os órgãos municipais vem melhorando. Entretanto, embora a reformaadministrativa tenha facilitado a integração, ela ain<strong>da</strong> é insuficiente, não só entre os órgãos responsáveispelas políticas urbanas, mas também entre políticas urbanas e sociais. Um exemplo é o <strong>da</strong> <strong>de</strong>sarticulaçãoentre os órgãos responsáveis pela fiscalização na PBH.Enfatiza-se a falta <strong>de</strong> integração entre os três níveis <strong>de</strong> governo, especialmente entre PBH e instânciasestaduais como COPASA, CEMIG e DNER, por exemplo. A gestão metropolitana também preocupa,embora se reconheça a disposição e a abertura <strong>da</strong> PBH para discutir com os municípios vizinhos problemascomuns.Questiona-se, também, a ausência <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> planejamento mais global, do nível metropolitano aoregional. Entretanto, espera-se que se instale na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> planejamento urbano sobre novasbases.8.2 - Gestão ParticipativaReconhece-se a abertura e a disposição <strong>da</strong> administração municipal em promover a participação,principalmente através <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> inúmeros conselhos e processos amplos <strong>de</strong> discussão como asConferências e o OP, por exemplo. São espaços que representam conquistas e <strong>de</strong>vem ser valorizados. Apartir <strong>de</strong> todo esse estímulo, percebe-se que a mobilização e a participação <strong>da</strong> população têm crescidobastante, só não sendo maior em função do <strong>de</strong>sinteresse que prevalece em nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Entre os espaços <strong>de</strong> participação que merecem maior <strong>de</strong>staque estão os que têm surgido “com enfoque nos


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão geral sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> 127problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>” como, por exemplo, a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, os CRPs e até oDRENURBS. Eles representam uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> nova <strong>de</strong> participar <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões sobre o crescimento e o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Dentre todos, o espaço que <strong>de</strong>ve ser mais reconhecido e valorizado para discussão sobre as intervençõesna ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é, sem dúvi<strong>da</strong>, o Orçamento Participativo, pelo impacto no processo <strong>de</strong> inversão <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s e,conseqüentemente, na melhoria efetiva <strong>da</strong>s “periferias”.Observa-se que também os CRPs já se tornaram uma referência. Entretanto existe uma preocupação emrelação à in<strong>de</strong>finição do seu papel. Os CRPs, até o momento, não se firmaram, constatando-se, inclusive, aausência <strong>de</strong> vereadores.É baixa a participação dos representantes do legislativo nos conselhos, conferências e processosparticipativos em geral. Por outro lado, na legislação municipal, por exemplo, no Plano Diretor e na LeiOrgânica a participação é muito estimula<strong>da</strong>.Quanto aos espaços <strong>de</strong> participação, a falta <strong>de</strong> autonomia dos conselhos po<strong>de</strong> prejudicar sua relação tantocom a PBH como com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mesmo com a criação <strong>de</strong> novos espaços, a discussão sobre aspolíticas urbanas ain<strong>da</strong> é insuficiente, centraliza<strong>da</strong> e elitista, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> fora setores importantes. Alémdisso, a PBH executa, em alguns casos, intervenções em <strong>de</strong>sacordo com <strong>de</strong>cisões discuti<strong>da</strong>s com apopulação, <strong>de</strong>sestimulando uma maior participação popular e gerando <strong>de</strong>scrédito em relação ao Po<strong>de</strong>rPúblico.Apesar <strong>de</strong>ssas críticas, a avaliação geral sobre a gestão urbana participativa é muito positiva, valorizandosea possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, seus problemas e soluções, repensando o espaço urbano naperspectiva <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos e favorecendo o processo <strong>de</strong> inclusão urbana. A participaçãocontribui para que o planejamento urbano fique mais próximo <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população. A discussãopública <strong>da</strong>s questões gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> coloca os problemas individuais num contexto mais amplo,contribuindo <strong>de</strong>ssa forma para elevar o nível <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> população.Formação / InformaçãoI<strong>de</strong>ntifica-se uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> uma maior consciência em relação aos problemassociais e urbanos por parte <strong>da</strong> população em geral e, em especial, por parte dos movimentos populares ealguns setores empresariais. Entretanto, a PBH <strong>de</strong>ve ser questiona<strong>da</strong> por não investir o suficiente nadivulgação <strong>de</strong> informações e mesmo em processos educativos, visando ampliar o processo <strong>de</strong>conscientização e preparar melhor a população para o acompanhamento <strong>da</strong>s políticas públicas. Um dospoucos exemplos positivos é o <strong>da</strong> capacitação dos membros dos Conselhos Regionais Populares.


128 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas3.2 - Produtos Relativos à Discussão Específica <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas3.2.1 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> Urbana, Sistema Viário, Transporte Coletivo e TrânsitoA - Palestra <strong>de</strong> aberturaEduardo Alcântara <strong>de</strong> Vasconcelos 24É com gran<strong>de</strong> satisfação que eu estou aqui em nome <strong>da</strong> Associação Nacional <strong>de</strong> Transporte Público(ANTP) que é a maior organização não governamental brasileira que trabalha com transporte público etrânsito, com <strong>de</strong>senvolvimento urbano. Essa satisfação é dupla não só pelo lado <strong>da</strong> NTP, que tem insistidonas teses <strong>de</strong> que precisamos discutir o futuro <strong>da</strong>s nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s com a população e precisamos discutir aspolíticas <strong>de</strong> uma forma coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong> trânsito, que é só assimque a gente vai gerar uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor, mas também pelo lado pessoal. Como ci<strong>da</strong>dão brasileiro, eunasci em São Paulo, eu cresci em São Paulo, estou com 49 anos e fui, durante muito tempo, preso <strong>de</strong> umaimagem erra<strong>da</strong> <strong>de</strong> que São Paulo era a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r do Brasil. Eu não gostava muito disso, mas a genteouvia isso muito, e hoje tem-se que reconhecer, com humil<strong>da</strong><strong>de</strong>, que muitas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras estão àfrente <strong>de</strong> São Paulo. Dentre as gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Brasil eu citaria duas, às quais eu tenho ido com muitafreqüência, que são <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Porto Alegre, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s on<strong>de</strong>, realmente, o processo <strong>de</strong> discussão coma população está muito mais avançado que nos outros lugares do Brasil, inclusive na minha ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Eu digoisso com satisfação e com um pouco <strong>de</strong> inveja também. Então, parabéns a todos por esse processo eespero que agora eu consiga colaborar um pouquinho com alguns conceitos que eu tenho propagado, queeu tenho <strong>de</strong>fendido sobre o que acredito que seja a melhor forma <strong>de</strong> trabalhar com o transporte público,com o trânsito e com o <strong>de</strong>senvolvimento urbano, <strong>de</strong> tal modo que vocês possam usar algumas <strong>de</strong>ssasidéias nas discussões que se seguirão nos grupos <strong>de</strong> trabalho.Temos no Brasil numa crise urbana e a gente chama essa crise <strong>de</strong> urbana, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pela insatisfação<strong>da</strong>s pessoas com a sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas suas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Principalmente a maior parte<strong>da</strong> população que não tem acesso a<strong>de</strong>quado a todos os equipamentos públicos, ao transporte público eassim por diante. Estamos realmente numa gran<strong>de</strong> crise brasileira, não é só em Minas Gerais ou em SãoPaulo mas a maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Brasil passa por um processo muito complicado.O primeiro problema é o crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nos não temos, no Brasil, formas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<strong>de</strong> controlar esse crescimento, e esse, com certeza, é um dos objetivos que vocês estão perseguindo e queeu espero que consigam atingir. Temos uma ineficiência crescente nas nossas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Todo mundo, apartir <strong>de</strong> um certo ponto <strong>de</strong> congestionamento e <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, começa a sofrer esses impactos<strong>de</strong> ineficiência, não só a maior parte <strong>da</strong> população mas também as pessoas que têm mais recursos, e essaineficiência vai prejudicar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e a economia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e, consequentemente, a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>todos. Outro ponto muito importante é termos uma gran<strong>de</strong> iniqui<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma gran<strong>de</strong> diferença, uma gran<strong>de</strong>injustiça na distribuição dos recursos públicos – isso é muito importante <strong>de</strong> lembrar – recursos públicos nosentido mais extenso <strong>da</strong> palavra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as escolas, os hospitais, os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os parques, até ascalça<strong>da</strong>s como parte do sistema <strong>de</strong> circulação necessário para an<strong>da</strong>r a pé, e o sistema viário e o sistema <strong>de</strong>transporte público. Tanto as calça<strong>da</strong>s quanto o sistema viário não são distribuídos igualmente, as pessoasnão tem condições <strong>de</strong> utilizá-los nas mesmas condições <strong>de</strong> conforto e segurança, portanto a iniqui<strong>da</strong><strong>de</strong> éum dos gran<strong>de</strong>s obstáculo. Além disso, há uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental que prejudica a todos por sermuito rápi<strong>da</strong> e acontecer <strong>de</strong> uma forma muito violenta, e o custo para consertá-la ser muito elevado.Precisamos, portanto, fazer alguma coisa, partindo <strong>de</strong>ste princípio <strong>de</strong> que o Brasil precisa rever as suasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e perguntar que ci<strong>da</strong><strong>de</strong> somos, que ci<strong>da</strong><strong>de</strong> queremos ser. A pergunta central é: qual a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> quenós brasileiros queremos para o nosso país, qual ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que o mineiros querem para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Voupassar rapi<strong>da</strong>mente por alguns <strong>da</strong>dos e tentar transmitir alguns conceitos importantes que, eu acredito, osaju<strong>da</strong>rá na discussão posterior.O primeiro conceito é o conceito <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos que as pessoas fazem pordia. Essas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito <strong>da</strong>s coisas que as pessoas querem fazer, mas,também, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> que as pessoas têm, do custo do transporte público e <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ir aos vários lugares <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. As pessoas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> muito baixa, em São Paulo, fazem uma viagem pordia, no máximo uma viagem e meia, em oposição às pessoas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> muito alta que chegam a fazer <strong>de</strong> 3a 4 viagens por dia; então, se você pegar, por exemplo, um domicílio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> baixa em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>on<strong>de</strong> tem quatro pessoas, as pessoas vão fazer mais ou menos quatro <strong>de</strong>scolamentos num dia –provavelmente o adulto <strong>de</strong> sexo masculino vai trabalhar, as crianças vão com a mãe até a escola pública,acompanha<strong>da</strong>s – e acabou; praticamente não têm mais tempo nem recurso <strong>de</strong> fazer na<strong>da</strong>, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> não24 Engenheiro civil, doutor em Ciências Políticas e em Planejamento <strong>de</strong> Transportes, diretor <strong>da</strong> Associação Nacional <strong>de</strong> TransportesPúblicos (ANTP).


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 129está acessível para as pessoas. Num domicílio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> alta, você vai ter quatro pessoas, ca<strong>da</strong> umafazendo quatro <strong>de</strong>slocamentos – <strong>de</strong>zesseis <strong>de</strong>slocamentos saindo <strong>da</strong>quele domicílio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> alta, no qualas pessoas vão ter muito mais acesso à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Essa é a principal questão <strong>da</strong> iniqui<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um fator que eu queria citar é que todosos estudos mostram que a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mulher no Brasil ain<strong>da</strong> é melhor do que a do homem porque agente tem um tipo <strong>de</strong> divisão <strong>de</strong> tarefas em que os homens vão mais para a rua, mas as mulheres estãoentrando no mercado <strong>de</strong> trabalho e estão fazendo muito mais <strong>de</strong>slocamentos, então, no futuro, a gente vaiter tanto nas ruas, quanto nos ônibus ca<strong>da</strong> vez mais mulheres circulando, o que é muito bom para todomundo. Também teremos uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> muito maior <strong>de</strong> idosos, os idosos no Brasil estão ca<strong>da</strong> vezcirculando mais. Portanto, quem pensa no futuro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem que lembrar que a economia está mu<strong>da</strong>ndo,e ca<strong>da</strong> vez mais mulheres e ca<strong>da</strong> vez mais idosos estarão usando a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, tentando usar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e temosque prestar atenção a eles.O outro <strong>da</strong>do importante é o que acontece quando a gente faz intervenções sem o planejamento a<strong>de</strong>quado.Se eu construir uma gran<strong>de</strong> rodovia ligando o centro a um bairro, vou incentivar o crescimento <strong>de</strong>ste bairro;geralmente, no Brasil, quando se faz uma aveni<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas, quem <strong>de</strong>cidiu foi o pessoal que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> o sistemaviário, que não conhece quem trabalha com transporte público e não conhece quem trabalha com o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não é o caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, mas, infelizmente, ain<strong>da</strong> é o caso do Brasil. E,se eu faço isso, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>io um processo <strong>de</strong> crescimento tumultuado, sem condições, provavelmente nãovou ter um sistema <strong>de</strong> transporte a<strong>de</strong>quado, não vou ter escola, não vou ter hospital...Um outro <strong>da</strong>do importante é se eu tiver uma distância menor. Numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mais <strong>de</strong>nsa, eu posso, porexemplo, trabalhar com uma tarifa <strong>de</strong> R$ 0,60 se as casas estiverem a 4 km do centro; se as casasestiverem a 7 km do centro, eu posso ter que operar com uma tarifa muito mais cara, os ônibus vão ter quean<strong>da</strong>r um percurso muito maior, eu vou ter um custo muito maior; portanto, esticar <strong>de</strong>mais a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> traz umproblema grave para o transporte público se ele não for planejado a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente com o uso do solo. Umoutro exemplo muito importante para nós é o que acontece quando se per<strong>de</strong> o controle sobre as habitações<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobre a forma como a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> cresce. Em São Paulo, tem milhares <strong>de</strong> exemplos <strong>de</strong> uma casapequena, num bairro, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são feitas seis viagens por dia pelas pessoas que moram lá. Se eu <strong>de</strong>ixo queesta casa se transforme numa loja, e isso acontece com freqüência, esta mesma casa, do mesmo tamanho,sendo uma loja po<strong>de</strong> passar a gerar sessenta viagens por dia que são os funcionários que têm que chegarna loja e sair, os clientes todos que vão até lá. E se eu <strong>de</strong>ixo, num passo seguinte, essa construção viraruma escola, eu posso passar a ter seiscentas viagens por dia no mesmo lugar e na mesma rua, e,consequentemente, criando um problema gravíssimo. Ou seja, se eu não controlo o uso do solo, e gero umaquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> muito maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos, vai faltar ônibus, vai faltar ponto <strong>de</strong> ônibus, vai faltar faixa <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stre, vai faltar rua , vai criar uma situação muito ruim.O outro <strong>da</strong>do importante para nós é o que acontece no fenômeno do congestionamento: se vai aumentandoo fluxo dos veículos até um certo ponto, a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> não se altera muito; mas, se eu <strong>de</strong>ixar entrar muitomais veículos na rua <strong>de</strong> tal modo que eles comecem a atrapalhar os ônibus, vou ter um efeito dramáticosobre a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus. A veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus vai cair drasticamente para algo em torno <strong>de</strong> 10 kmpor hora, e neste caso aqui é que a iniqui<strong>da</strong><strong>de</strong> fica maior ain<strong>da</strong>: eu tenho uma pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pessoas <strong>de</strong>ntro dos automóveis prejudicando um monte <strong>de</strong> gente que está <strong>de</strong>ntro dos ônibus. Isso é umoutro aspecto <strong>da</strong> iniqui<strong>da</strong><strong>de</strong> que a gente tem no Brasil: o sistema viário, que <strong>de</strong>veria ser dividido pelonúmero <strong>de</strong> pessoas, acaba sendo dividido pelo número <strong>de</strong> veículos e, quem tem mais dinheiro, quem temmais automóvel, se apossa do sistema viário <strong>de</strong> um forma iníqua, prejudicando aqueles que precisam usar otransporte público. E a emissão <strong>de</strong> poluentes cresce rapi<strong>da</strong>mente à medi<strong>da</strong> em que o trânsito cresce;quanto mais veículos eu tenho na rua e quanto mais congestionamento eu tenho, mais rapi<strong>da</strong>mente crescea emissão <strong>de</strong> poluentes que prejudica a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. A mesma coisa acontece com a emissão <strong>de</strong>poluentes dos ônibus que também cresce muito em tráfego congestionado, e há um estudo do Instituto <strong>de</strong>Pesquisa Econômica Aplica<strong>da</strong> (IPEA) e ANTP, que mostra o custo do congestionamento, o impacto docongestionamento no custo do ônibus, no custo <strong>da</strong> operação, que acaba se refletindo na tarifa. Em SãoPaulo, o congestionamento causado pelos automóveis implica num custo adicional <strong>de</strong> 16% no sistema <strong>de</strong>ônibus, que é repassado para o bolso <strong>da</strong>s pessoas que têm que pagar a tarifa. Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, aestimativa era 6%, ou seja, quando congestiona o trânsito, as pessoas per<strong>de</strong>m muito mais tempo, o sistemaemite muito mais poluentes e se tem que gastar muito mais para an<strong>da</strong>r no transporte público.Outro problema: primeiro, a gente tem uma escola, com poucos veículos circulando, e as criançasatravessam <strong>de</strong> um lado para o outro com uma certa segurança, <strong>de</strong>pois, resolve-se, sem muitoplanejamento, duplicar esta rua, fazer uma aveni<strong>da</strong> em frente à escola; mu<strong>da</strong> completamente o ambiente <strong>de</strong>circulação, as pessoas não enten<strong>de</strong>m mais o que está acontecendo, as crianças não conseguem maisatravessar a rua, e começa a acontecer uma série <strong>de</strong> atropelamentos na porta <strong>da</strong> escola; em segui<strong>da</strong>, vêmos professores protestando, as mães dos alunos protestando, e tem que instalar uma lomba<strong>da</strong>, tem queinstalar um semáforo, e se inicia um processo <strong>de</strong> crise, <strong>de</strong> conflito, que mata muitas pessoas. Este tipo <strong>de</strong>


130 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasatitu<strong>de</strong> aconteceu milhares <strong>de</strong> vezes nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras, ou seja, uma ampliação do sistema viário semconversar com as pessoas do trânsito, do transporte público para ver como isto fazer <strong>de</strong> uma forma maisa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. E esse é um <strong>da</strong>do muito importante: o pior problema que nós temos no Brasil é o dos aci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> trânsito, causados pela gran<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos veículos, a dominação do automóvel nas ruas, o<strong>de</strong>srespeito e a falta <strong>de</strong> fiscalização. Em São Paulo, nós temos 60.000 vítimas <strong>de</strong> trânsito no ano, umrecor<strong>de</strong> mundial – 2.300 morriam em 1995 – e 58.000 feridos. Destes 58.000 feridos, 9.000 são sérios e6.000 ficam com <strong>de</strong>ficiências irreversíveis. Portanto, na minha ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, morrem milhares <strong>de</strong> pessoas emilhares ficam com <strong>de</strong>ficiências irreversíveis. O custo psicológico, social, familiar, é imenso, além <strong>de</strong> 11.000dias <strong>de</strong> hospital para um tratamento <strong>de</strong> 129.000 dias e mais <strong>de</strong> 1.000.000 dias <strong>de</strong> tratamento pós-hospitalar,a um custo enorme para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira.Por último, também se tem que prestar atenção no impacto que do trânsito sobre a nossa vi<strong>da</strong> cotidiana, anossa relação como seres humanos. Se eu <strong>de</strong>ixar uma rua em que as crianças brincam, que os idososatravessam e on<strong>de</strong> os pe<strong>de</strong>stres usam as bicicletas, se transformar numa rua <strong>de</strong> comércio, eu vou impediras pessoas <strong>de</strong> terem essas relações, eu vou cortar essa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, as pessoas vão se recolher, vão ficarem casa tendo uma falsa sensação <strong>de</strong> que na<strong>da</strong> aconteceu, mas, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, as pessoas se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram,se recolheram, as crianças não po<strong>de</strong>m mais sair, os idosos não po<strong>de</strong>m mais sair. Ao transformar esta ruanuma rua comercial ou para um trânsito mais rápido, essas pessoas têm que mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> lá, vão embora, e asamiza<strong>de</strong>s terminam e a vi<strong>da</strong> mu<strong>da</strong> e a gente tem a falsa sensação <strong>de</strong> que tudo está igual, mas, nareali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a gente abriu uma cicatriz naquela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> sem perceber. A gente não tomou cui<strong>da</strong>do com otipo <strong>de</strong> impacto que vai causar. Mais uma vez isto é causado pela falta <strong>de</strong> discussão <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e pela<strong>de</strong>scoor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s políticas. E quais são os fatores aos quais se precisa prestar atenção?Primeiro, vamos ter um aumento <strong>da</strong> população urbana no Brasil que po<strong>de</strong> chegar rapi<strong>da</strong>mente a 152milhões <strong>de</strong> pessoas, ca<strong>da</strong> vez mais gente nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, um aumento muito gran<strong>de</strong> <strong>da</strong> frota <strong>de</strong> automóveis, oque vai aumentar muito os congestionamentos, a poluição e o prejuízo que os automóveis causam aospe<strong>de</strong>stres e ao transporte público. Então, tem-se que perguntar mais uma vez: é esse tipo <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que agente quer?Vamos ter um aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>, é o que a gente espera que aconteça, mas, com isso, por exemplo, aspessoas vão sair mais à rua e vão usar mais o sistema, então eu vou ter mais gente na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, maisveículos e mais gente an<strong>da</strong>ndo. Outros fatores importantes são agravantes: o aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>smulheres e dos idosos e um aumento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviço. Então, aquela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial, em que <strong>de</strong>manhã cedo todo mundo ia para o trabalho e no fim do dia voltava, está mu<strong>da</strong>ndo muito. A própria <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> já é assim, você tem, com os serviços, uma movimentação <strong>da</strong>s pessoas o dia inteiro,representantes comerciais, ven<strong>de</strong>dores, profissionais ficam circulando, pessoas entregando carga inclusive,agora, em motocicletas. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mu<strong>da</strong> e durante o dia inteiro você tem muita ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Vou ter, ain<strong>da</strong>, umcrescimento <strong>de</strong>scontrolado porque a maior parte <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras não têm este processo <strong>de</strong>organização do crescimento; então vai ser, ain<strong>da</strong>, um crescimento caótico e a falta <strong>de</strong> transporte público, aque<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do transporte público, esses são os fatores agravantes.A ANTP, já há muitos anos, está propondo um projeto <strong>de</strong> transporte mais humano, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s com quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em que a gente propõe uma série <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s e mostra o que po<strong>de</strong> ser feito para o Brasil, no futuro.Nos temos que trabalhar, em primeiro lugar, por uma reconquista do espaço público – este é um conceitomuito importante: as vias são bens públicos do sistema viário principal, construí<strong>da</strong>s com recursos públicos eforam privatiza<strong>da</strong>s, ilegalmente, por um grupo <strong>de</strong> pessoas que têm acesso ao transporte individual. Nãodigo que as pessoas compraram, mas, sim, que se apossaram <strong>da</strong>s vias, porque estão senta<strong>da</strong>s numa lata<strong>de</strong> metal <strong>de</strong> dois metros <strong>de</strong> largura por cinco metros <strong>de</strong> comprimento e por isso acham que po<strong>de</strong>m tudo;mas, ao lado <strong>de</strong>las tem uma outra caixa metálica com cinqüenta pessoas <strong>de</strong>ntro, então a comparação a serfeita é <strong>de</strong> cinqüenta pessoas que estão no ônibus versus uma pessoa que está no automóvel. Esta é acomparação que, na <strong>de</strong>mocracia, tem-se que fazer e não dizer que tem um ônibus e um automóvel, esta éuma gran<strong>de</strong> ilusão.Temos, portanto, que reconquistar o espaço público, não só <strong>da</strong>s vias mas <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s para a maior parte<strong>da</strong> população, já que a maior parte <strong>da</strong> população an<strong>da</strong> a pé e usa o transporte público. Se as vias sãoconstruí<strong>da</strong>s com o dinheiro público, elas têm que ser dividi<strong>da</strong>s pela maioria <strong>da</strong> população, e, portanto,reconquistar este espaço público é uma tarefa muito importante; eu até inventei um nome novo que é“republicizar”, retornar o bem público ao público, à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> ao pe<strong>de</strong>stre e ao transportepúblico é <strong>de</strong>corrência natural disso. Uma pessoa que an<strong>da</strong> a pé é como se estivesse senta<strong>da</strong> num tapete <strong>de</strong>um metro quadrado, an<strong>da</strong>ndo pelo espaço público; uma pessoa que an<strong>da</strong> <strong>de</strong> ônibus, em média no Brasil,também é mais ou menos uma pessoa que se arrasta num tapetinho <strong>de</strong> um metro quadrado ao longo <strong>da</strong>svias. Uma pessoa <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> que resolver sair à rua e consumir esta rua com automóvel, vai estarnum tapete <strong>de</strong> seis metros quadrados – é mais ou menos esta a relação. É em cima disso que a gente temque pensar. E aquele domicílio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> baixa que eu citei no início, que faz aquelas quatro viagens por dia,se eu comparar no fim <strong>de</strong> um dia com um domicílio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> alta, as pessoas do domicilio <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> alta, ao


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 131circularem na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, terão consumido <strong>da</strong>s vias doze vezes mais naquele dia do que a mesma família <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> baixa que mora na outra rua.É isso que nos temos que questionar, quem <strong>de</strong>ve ter acesso ao uso público <strong>da</strong> via, quem <strong>de</strong>ve terpriori<strong>da</strong><strong>de</strong> e, por último, logicamente, a limitação do transporte individual. E é inevitável que, numa<strong>de</strong>mocracia, para discutir como é que o espaço <strong>da</strong> calça<strong>da</strong> e <strong>da</strong>s vias vai ser retornado ao público, a genteimponha limitações às pessoas que <strong>de</strong>sejam usar o sistema com seus próprios veículos; não é uma questão<strong>de</strong> proibir o uso do automóvel ou <strong>da</strong> motocicleta mas <strong>de</strong> discutir em que condições se <strong>da</strong>rá o uso <strong>da</strong>queleespaço público que é <strong>de</strong> todos. Em muitas situações, a pessoa no automóvel vai ter seu acesso restringidoa estas vias públicas para que se garanta o acesso do restante <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.B - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específicaA Questão Metropolitana1. HISTÓRICOA questão metropolitana começa a ser <strong>de</strong>bati<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 com a criação <strong>de</strong> regiões metropolitanasem várias partes <strong>de</strong> país. Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o PLAMBEL – Planejamento <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> efetiva o planejamento metropolitano, gerando uma série <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> transporte e trânsito queseriam implantados – parcialmente – pela empresa gestora cria<strong>da</strong> em 1980: METROBEL. Em 1982,enquanto a METROBEL implanta nova lógica no sistema <strong>de</strong> transportes com o PROBUS, é inicia<strong>da</strong> aimplantação do trem metropolitano e criado o DEMETRÔ (Departamento do Metrô). O primeiro trecho dometrô – Lagoinha/Eldorado – inicia operação em 1986.A METROBEL é substituí<strong>da</strong> pela autarquia TRANSMETRO, em 1987, mas, em 1988, a gestãometropolitana começa a ser <strong>de</strong>smonta<strong>da</strong>, quando a Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>fine a competência dosmunicípios para funções <strong>de</strong> interesse local, “inclusive o transporte coletivo <strong>de</strong> passageiros, que tem caráteressencial”. A BHTRANS, empresa gestora municipal, cria<strong>da</strong> em 1991, assume a gestão <strong>da</strong>s linhasmunicipais, em julho <strong>de</strong> 1993, no início <strong>da</strong> gestão Patrus Ananias. Logo em segui<strong>da</strong>, a TRANSMETRO éextinta e a gestão <strong>da</strong>s linhas intermunicipais <strong>da</strong> região metropolitana passa a ser realiza<strong>da</strong> peloDepartamento <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gem (DER).Seguindo o exemplo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o município <strong>de</strong> Betim cria, em 1993, a TRANSBETIM para gerenciaro transporte e trânsito <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>; Contagem implanta sua empresa em 1997 (TRANSCON); e,recentemente, os municípios <strong>de</strong> Santa Luzia e Ibirité passam a gerenciar seus sistemas.O sistema <strong>de</strong> transporte público <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é composto por cerca <strong>de</strong> 570linhas, opera<strong>da</strong>s por 5.000 ônibus, divididos em dois níveis formais <strong>de</strong> atendimento. Sistemas municipaisa) <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – cerca <strong>de</strong> 280 linhas e 2900 ônibusb) Contagem – 23 linhas e 128 veículosc) Betim – 26 linhas e 83 ônibusd) Santa Luzia – Sistema municipalizado recentemente, sob a gerência <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Transportese) Ibirité – Sistema municipalizado recentemente;f) Demais municípios – Sistemas gerenciados pelo Departamento <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gem do Estado <strong>de</strong>Minas Gerais (DER MG).Sistemas Metropolitanosa) Sistema Ônibus – 204 linhas e cerca <strong>de</strong> 1950 ônibus, incluindo as linhas municipais – gerenciado peloDER;b) Sistema Metroviário – gerenciado pelo DEMETRÔ e em fase <strong>de</strong> regionalização que passará a gestãopara a METROMINAS.2. ESTRUTURA INSTITUCIONALO sistema <strong>de</strong> transporte metropolitano carece <strong>de</strong> uma estrutura institucional que o abranja <strong>de</strong> formaintegra<strong>da</strong>. A Constituição Fe<strong>de</strong>ral explicitou a competência dos municípios <strong>de</strong>ixando as questõesmetropolitanas para serem institucionaliza<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong>s constituições estaduais.A Constituição Mineira, ao tratar o assunto, não foi clara. Define as competências do Estado, atribuindo-lhea gestão do transporte coletivo intermunicipal, ao mesmo tempo em que atribui ao Estado e aos municípiosa execução dos serviços comuns metropolitanos, entre os quais se coloca o transporte <strong>de</strong> passageiros.Criou também a Assembléia Metropolitana (AMBEL), colegiado <strong>de</strong> prefeitos e vereadores, mas que, pela


132 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasgestão <strong>de</strong> transporte, tem feito pouco, a não ser aprovar as tarifas metropolitanas.Um passo importante para esse equacionamento foi a criação do Comitê Gestor Metropolitano, em 1995,com intenção <strong>de</strong> ser um fórum <strong>de</strong> discussões para harmonizar as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> competência municipal,permitindo um direcionamento técnico mais a<strong>de</strong>quado em relação à divisão <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.3. QUESTÕES A SEREM DEBATIDAS3.1. A integração do sistema <strong>de</strong> transporte metropolitanoO Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apresenta objetivos gerais e específicos para integração metropolitana:promover a compatibilização <strong>da</strong> política urbana municipal com a metropolitana (Art. 3º, inciso V); aexpansão do sistema viário e sua integração com o <strong>da</strong> região metropolitana, viabilizando a sua participaçãona estruturação do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, <strong>da</strong> or<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> ocupação e do uso do solo (Art. 7º, incisoIII).A atuação em busca <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, construído com participação popular e que todos possamutilizar, é diretriz clara <strong>da</strong> gestão municipal e <strong>de</strong>ve ser acompanha<strong>da</strong> pelo gestor metropolitano. A integraçãodo sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ve ser garanti<strong>da</strong>, através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> transporte racionaise integrados, <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre sistemas <strong>de</strong> bilhetagem eletrônica, gestão <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s unifica<strong>da</strong> egestão <strong>de</strong> informações ao usuários, entre outros.3.2. Transporte X Urbanização – Política Tarifária e Sistemas IntegradosÉ fato que sistemas <strong>de</strong> transporte induzem à ocupação em áreas distantes dos centros dotados <strong>de</strong> infraestrutura.Porém, a política urbana, basea<strong>da</strong> em conjuntos habitacionais e loteamentos em áreas semiurbanas,também induz à expansão <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e antieconômica do transporte. A diretriz <strong>de</strong> ocupaçãometropolitana po<strong>de</strong> aproveitar a infra-estrutura instala<strong>da</strong> e garantir a<strong>de</strong>nsamento em regiões jáurbaniza<strong>da</strong>s?3.3. Transporte Clan<strong>de</strong>stinoA partir <strong>de</strong> 1997, os sistemas <strong>de</strong> transporte por ônibus começam a perceber uma contínua que<strong>da</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>man<strong>da</strong> e o aparecimento do transporte clan<strong>de</strong>stino. Em 2001, com <strong>de</strong>terminação judicial sãopraticamente extintos os transportadores clan<strong>de</strong>stinos no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.A metrópole não po<strong>de</strong> conviver com um sistema não regulamentado, sob risco <strong>de</strong> evoluir para um cenário<strong>de</strong> <strong>de</strong>sregulamentação total experimentado e rejeitado em países <strong>da</strong> América Latina. O perueiro trouxe àpauta o uso <strong>de</strong> veículos menores (vans e microônibus) e a melhoria <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> por atributos como tempo<strong>de</strong> espera, tempo <strong>de</strong> viagem e atendimento mais próximo ao <strong>de</strong>stino. Essas questões <strong>de</strong>vem ser pauta<strong>da</strong>s esua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> implantação dos sistemas racionalizados e integrados e do equacionamento dofinanciamento operacional.3.4. RodoviáriaO Plano Diretor já <strong>de</strong>finia a <strong>de</strong>scentralização do Terminal Rodoviário Interurbano (TERGIP) para áreasa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, integrando-o ao sistema metroviário e aos eixos viários, transformando-o em terminalmetropolitano integrado à estação do metrô (Art.19, inciso V).A localização <strong>da</strong> nova rodoviária <strong>de</strong>ve permitir integração ao metrô e acesso viário compatível, absorvendoo impacto em dias e épocas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> movimento.A atual Rodoviária, por sua localização central, <strong>de</strong>ve ser incorpora<strong>da</strong> ao sistema <strong>de</strong> transporte urbano,conforme prevê o Plano Diretor.3.5. Sistema Viário MetropolitanoAs gran<strong>de</strong>s vias <strong>da</strong> região metropolitana estão estrutura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma radial, com poucas vias perimetrais e<strong>de</strong> contorno, o que <strong>de</strong>termina que a maior parte <strong>da</strong>s viagens atinja a área central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>,sobrecarregando as vias do hipercentro e os corredores principais. Apenas quatro em ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>z veículosque circulam no centro têm <strong>de</strong>stino à região.As ligações transversais aos corredores, <strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>staca o Anel Rodoviário, <strong>de</strong>vem serprioriza<strong>da</strong>s, como questão <strong>de</strong> interesse metropolitano. O tratamento do Anel <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado paraminimizar a barreira física que impõe à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (construindo passarelas e travessias).A complementação do sistema viário <strong>de</strong>ve ter por objetivo criar novas opções para ligações entre municípiose bairros, sem passar pelo centro e por trechos mais utilizados dos corredores principais.Gestão <strong>da</strong> Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>Os congestionamentos provocados por um mo<strong>de</strong>lo baseado prioritariamente no espaço para o automóvelcomprometem duramente o <strong>de</strong>sempenho dos sistemas <strong>de</strong> Transporte Coletivo nas gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>sbrasileiras. Pesquisas indicam que, em São Paulo, há acréscimo na frota <strong>de</strong> ônibus e nos custos


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 133operacionais (30% e 16%, respectivamente, a mais do que seria necessário); além do aumento no tempogasto pelos passageiros, no consumo <strong>de</strong> combustível e na poluição ambiental.O crescimento do número <strong>de</strong> automóveis e, principalmente, o aumento no seu uso, somado à que<strong>da</strong> <strong>da</strong>performance nos serviços públicos <strong>de</strong> transporte, estão na origem do problema. As conseqüências sãomaiores custos sociais e ambientais.Para o bem <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong> seus moradores, <strong>de</strong>ve haver reorientação <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> em primeirolugar estaria a circulação dos pe<strong>de</strong>stres, <strong>de</strong>pois a do sistema <strong>de</strong> transporte público, <strong>de</strong>pois a <strong>de</strong>mercadorias e serviços e, por último, a dos transportes individuais.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a política <strong>de</strong> transporte e trânsito, em implantação, busca garantir o <strong>de</strong>terminado peloPlano Diretor: diretrizes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e ocupação do espaço articula<strong>da</strong>s ao sistema viário e<strong>de</strong> transporte e ampliar a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s o que po<strong>de</strong> contribuir para reduzir as distâncias<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos e os tempos <strong>de</strong> viagem com ganhos expressivos para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana.QUESTÕES A SEREM DEBATIDASPensar um novo projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano que <strong>de</strong>tenha a expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> estimulandoaumentar as moradias em locais já urbanizados – inclusive no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para evitar sua <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção– e promover uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que misture as suas funções.O objetivo é esten<strong>de</strong>r a todos o direito à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, reunindo um conjunto <strong>de</strong> direitos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia: casa,trabalho, ren<strong>da</strong>, educação, saú<strong>de</strong>, serviços públicos, lazer e cultura. A construção <strong>de</strong> uma nova ci<strong>da</strong><strong>de</strong>passa por uma nova visão:A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pensa<strong>da</strong> como espaço para o convívio dos homens e mulheres com urbani<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem exclusão porrazões sociais e com integração entre os espaços e suas diversas funções;O sistema <strong>de</strong> transporte público <strong>de</strong>ve ser planejado consi<strong>de</strong>rando também os usuários do automóvel e aspessoas hoje excluí<strong>da</strong>s do sistema <strong>de</strong> transporte por razões econômicas. Como po<strong>de</strong>m os usuários doautomóvel serem convencidos a mu<strong>da</strong>r seu modo <strong>de</strong> transporte?A circulação pensa<strong>da</strong> com priori<strong>da</strong><strong>de</strong> ao ser humano mas que garanta espaço para a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> modos.O sistema viário seguro e com pouco impacto no espaço urbano;A acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem estimular o usufruto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e acesso às oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A melhoria<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve contemplar todo o processo <strong>da</strong> viagem, ou seja, questões relativas a veículos, pontos <strong>de</strong>para<strong>da</strong>, passeios, informação, entre outras.1. Alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento viáveisO sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ve contemplar, além do metrô, do ônibus e dos automóveis, outras alternativas<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e sua integração com os modos principais: <strong>de</strong>slocamento a pé, por bicicletas ou até pormicroônibus. Estes modos alternativos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados para acesso às funções urbanas <strong>de</strong>trabalho, estudo e lazer.O impacto ambiental do transporte motorizado po<strong>de</strong> ser minimizado com adoção e estímulo <strong>de</strong> veículos menospoluentes e controle ambiental mais rigoroso.2. Limites à circulação dos automóveisOs sistemas <strong>de</strong> transporte coletivo e as novas alternativas <strong>de</strong>vem ser motivadores do <strong>de</strong>sestímulo ao usodo automóvel. Neste sentido <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s políticas visando promover um uso mais intenso dotransporte coletivo. A redução <strong>da</strong> participação <strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong> transporte é condição essencial para amelhoria <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> metrópole.O <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>ve contemplar questões polêmicas como pedágios urbanos (cobrar pelo uso do carro em<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões), rodízio (apenas alguns po<strong>de</strong>m usar em <strong>de</strong>terminados dias ou horas) ou até restriçãototal em ruas ou regiões específicas (circulação permiti<strong>da</strong> somente a pe<strong>de</strong>stres, ônibus, táxi e veículos <strong>de</strong>emergência). Os recursos possíveis são adoção <strong>de</strong> multas ou restrições <strong>de</strong> acesso com uma política quediminua estacionamentos em regiões específicas.3. Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s x aumento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>O transporte po<strong>de</strong> ser entendido como um gran<strong>de</strong> articulador <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os projetos <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rarintegração entre todos os modos, agregando valores ambientais, históricos e culturais.O papel do estado <strong>de</strong>ve passar <strong>de</strong> gestor <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> veículos para gestor <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoasatravés <strong>de</strong> uma atuação propositiva e estratégica, com formação <strong>de</strong> parcerias.4. Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> como instrumento <strong>de</strong> inclusão socialO atendimento às pessoas com mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> (pessoas com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> acesso) e apolítica <strong>de</strong> tarifas justa e compatível com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento dos usuários são temas relevantes.O transporte público <strong>de</strong>ve ain<strong>da</strong> assegurar o acesso a todos aqueles equipamentos <strong>de</strong> interesse coletivo


134 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticascomo universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, centro esportivos e culturais, museus e parques, além dos locais <strong>de</strong> trabalho.5. Transporte e a preservação ambiental e culturalO transporte público serve à vi<strong>da</strong> urbana ecologicamente sustentável. Ele po<strong>de</strong> ser um bom instrumentopara melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Deve haver a recuperação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s, hojecomprometi<strong>da</strong>s para estacionamentos, o aumento <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> às áreas centrais a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s e às áreas<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s exclusivamente aos pe<strong>de</strong>stres.Os equipamentos <strong>de</strong> apoio ao sistema <strong>de</strong> transporte – como estações e terminais – <strong>de</strong>vem estar integradosàs ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas, respeitando e resgatando o patrimônio histórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Manutenção <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> possui 4.127km <strong>de</strong> vias, sendo 3.952,90km pavimentados. As vias <strong>de</strong> maiorimportância na classificação funcional (arteriais e coletoras) são as que recebem mais atenção no que serefere à manutenção viária, uma vez que concentram os maiores volumes <strong>de</strong> tráfego e integram sempre oitinerário do transporte coletivo.Tabela 02 - Situação <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras quanto à pavimentaçãoBELO HORIZONTE LEVANTAMENTO (KM) PORCENTAGEMVias existentes 4.127,00 100%Vias pavimenta<strong>da</strong>s 3.952,90 96%Vias a pavimentar 174,10 4%Vias ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s 1.085,3 26%Gráfico 05 - Vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stras, por região administrativa (%)OESTE2%PAM PULHA9%VENDA NOVA10%BARREIRO8%NORTE11%CENTR0-SUL34%NOROESTE7%NORDESTE12%LESTE7%Foram ca<strong>da</strong>strados 1085,3km <strong>de</strong> vias arteriais e coletoras, sendo a distribuição, por região administrativa,<strong>de</strong>scrita a seguir. Os valores em quilômetros equivalentes às porcentagens anteriores são:


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 135Quadro 06 - Extensão <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stras,por região administrativaREGIÃO ADMINISTRATIVAVIAS CADASTRADAS (KM)Barreiro 83.5Centro-Sul 363,7Leste 77,3Nor<strong>de</strong>ste 131,7Noroeste 75,0Norte 121,8Oeste 23,3Pampulha 100,0Ven<strong>da</strong> Nova 109,0Total 1.085,3O ca<strong>da</strong>stro apresenta ain<strong>da</strong> o tempo <strong>de</strong> pavimentação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s vias ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s,indicando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação ao fim <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> útil. Nos gráficos a seguirestão indica<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos vários trechos ca<strong>da</strong>strados, bem como uma avaliação <strong>de</strong>seu estado <strong>de</strong> conservação.Gráfico 06 - I<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>sI > 20 ANOS14%I < 10 ANOS40%10 < I < 20 ANOS46%I: i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> via


136 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasGráfico 07 - Condição <strong>de</strong> conforto <strong>da</strong>s vias arteriais e coletoras ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>sRUIM19%PÉSSIMA0% ÓTIMA20%REGULAR18%BOA43%


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 1371. CALÇADAS/ TRAVESSIAS DE PEDESTRESConforme a legislação vigente, a manutenção <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s é <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do proprietário do lotelin<strong>de</strong>iro, que nem sempre tem maiores preocupações com essa obrigação. Por outro lado, muitas vezes, ospasseios são implantados sem o <strong>de</strong>vido respeito à legislação existente. A fiscalização <strong>da</strong> PBH nãoconsegue <strong>de</strong>tectar todos os problemas existentes e nem sempre dispõe dos instrumentos a<strong>de</strong>quados paraexigir as necessárias soluções.Além <strong>da</strong> circulação do pe<strong>de</strong>stre, a calça<strong>da</strong> é utiliza<strong>da</strong> também para a implantação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong>utili<strong>da</strong><strong>de</strong> pública e, muitas vezes, tem seu espaço privatizado, dificultando o caminhamento seguro econfortável.Por outro lado, é notável o progresso atingido nos últimos anos no que se refere ao aumento <strong>da</strong> segurançado pe<strong>de</strong>stre. Entre 1997 e 2001, o número <strong>de</strong> interseções com semáforos específicos para pe<strong>de</strong>streaumentou <strong>de</strong> 189 (48% do total <strong>de</strong> interseções semaforiza<strong>da</strong>s) para 384, perfazendo 68% do total <strong>de</strong>interseções com semáforos. Entretanto, ain<strong>da</strong> existem muitos locais sem a necessária sinalização e, muitasvezes, o tempo disponível para a travessia segura do pe<strong>de</strong>stre é insuficiente.2. ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIOA política <strong>de</strong> estruturação do sistema viário, que engloba não só na implantação <strong>de</strong> novas vias comotambém a complementação <strong>de</strong> trechos existentes e tratamento <strong>de</strong> interseções, tem como pessupostos:a) seguindo as diretrizes do Plano Diretor, seriam privilegia<strong>da</strong>s propostas que viessem a conformar rotasalternativas ao sistema radiocêntrico e às ligações transversais existentes – atualmente as maisimportantes concentram-se na Av. do Contorno e no Anel Rodoviário; as <strong>de</strong>mais constituem-sesegmentos <strong>de</strong>scontínuos e sem articulação com o sistema arterial;b) <strong>de</strong>ntre aquelas propostas, seriam seleciona<strong>da</strong>s as que se apresentassem com potencial <strong>de</strong> criação <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas e <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> centrosurbanos;c) outro importante fator que se sobreporia aos anteriores seria a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se maximizar trajetos <strong>de</strong>transporte coletivo, mediante ligações transversais (norte-sul e leste-oeste), sem passagem obrigatóriapela Área Central; consi<strong>de</strong>rar-se-ia também, nesse contexto, a maximização <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> estaçõesprevistas no BHBUS;d) por fim, seriam consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> alternativas que minimizassem efeitos negativos do tráfego externo<strong>de</strong> passagem pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que se utiliza <strong>de</strong> vias sobrecarrega<strong>da</strong>s.A partir <strong>de</strong>sses pressupostos, foram estabeleci<strong>da</strong>s diretrizes gerais visando priorizar os investimentosnecessários, tanto sob o foco <strong>da</strong> articulação do sistema como à luz do planejamento e do <strong>de</strong>senvolvimentourbano. As principais diretrizes consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s foram:a) possibilitar a criação <strong>de</strong> duas rotas alternativas arteriais, no sentido sul-norte:b) possibilitar a criação <strong>de</strong> rota alternativa arterial no sentido oeste-leste, externa ao Anel Rodoviário,consoli<strong>da</strong>do a articulação <strong>da</strong> região sul <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova com as Regiões Norte e Noroeste, através <strong>de</strong>ligações entre as aveni<strong>da</strong>s Dom Pedro I, Cristiano Machado, MG-020 (BH – Santa Luzia) e AnelRodoviário;c) possibilitar a criação <strong>de</strong> rota alternativa arterial articulando a região do Barreiro à Oeste/Noroeste,utilizando-se a Av. Tereza Cristina;d) minimizar os conflitos existentes na ligação entre as Regiões Centro-Sul e Oeste;e) solucionar transposições do Anel Rodoviário, seja através <strong>de</strong> melhorias e complementações <strong>de</strong>interseções existentes, seja mediante a criação <strong>de</strong> passagem inferior em pontos específicos;f) criar condições para melhoria ambiental urbana, especialmente para pe<strong>de</strong>stres.Financiamento do Transporte Público <strong>de</strong> PassageiroÉ uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> incontestável no cenário urbano brasileiro o papel estratégico que representam os sistemas<strong>de</strong> transporte público para o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O transporte também éfun<strong>da</strong>mental para a pessoa exercer sua ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, seu direito <strong>de</strong> ir e vir e ter acesso a lazer e aos benspúblicos colocados à sua disposição.Embora <strong>de</strong> extrema importância, o <strong>de</strong>bate sobre o transporte público tem sido colocado em segundo planona socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretudo a discussão <strong>de</strong> quem paga ou financia este transporte.O transporte público beneficia vários segmentos numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre os quais <strong>de</strong>stacamos os própriosusuários do sistema, os empregadores, (não se conhece caso <strong>de</strong> indústria que tenha se instalado emregiões que não tenha mão-<strong>de</strong>-obra ou meios <strong>de</strong> se fazer chegar esta mão-<strong>de</strong>-obra nas suas instalações), o


138 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticascomércio (pergunte aos comerciantes o quanto ven<strong>de</strong>m em épocas <strong>de</strong> greve dos rodoviários) e os usuáriosdo automóvel particular (pois se todos que an<strong>da</strong>m <strong>de</strong> ônibus circulassem <strong>de</strong> automóvel não haveria espaçopara todos).Dos beneficiários listados acima,apenas dois grupos arcam com os custos dos transportes: os usuários eos empregadores. Os empregadores arcam com parte do custo do transporte à medi<strong>da</strong> que fornecem ovale-transporte aos seus empregados e, os usuários, em dinheiro, na medi<strong>da</strong> que utilizam o transportepúblico.Na Europa e nos Estados Unidos, o transporte público é amplamente subsidiado pelos beneficiários dotransporte, e as fontes <strong>de</strong> financiamentos são as mais diversas. Listaremos algumas:– imposto sobre o combustível;– imposto sobre a folha <strong>de</strong> pagamento;– taxa pedágio para o automóvel particular;– imposto sobre a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana.Nesse sentido, algumas questões se colocam:– a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve discutir este tema e propor alternativas?– nós <strong>de</strong>sejamos mu<strong>da</strong>r esta situação on<strong>de</strong> o usuário arca com todo o custo?– como po<strong>de</strong>mos fazer isso?– que instrumentos o Estado <strong>de</strong>ve dispor para fazer isso acontecer?– como a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vai controlar a aplicação <strong>de</strong>sses recursos?Outros ingredientes <strong>de</strong>vem ser adicionados a este tema:– as gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s – quem <strong>de</strong>ve pagar estes benefícios?– a Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária ain<strong>da</strong> cumpre seu papel?– qual a política tarifária e o nível <strong>de</strong> conforto que <strong>de</strong>sejamos?– qual o risco do negócio do operador privado?Por último uma certeza: quando todos pagam, todos pagam menos, e quando todos pagam menos, maispessoas po<strong>de</strong>m utilizar o transporte público, o custo por passageiro reduz e, conseqüentemente, todosnovamente pagam menos.C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA Questão MetropolitanaUm ponto positivo é a proposta <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça e <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> estação rodoviária. O BHBUS também éum ponto positivo, principalmente <strong>de</strong>vido à integração com o metrô.A política tarifária <strong>da</strong>s câmaras <strong>de</strong> compensação é positiva, porque diminuiu as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais. Asci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região metropolitana estão implantando empresas gerenciadoras <strong>de</strong> transporte coletivo e existeuma Assembléia Metropolitana (AMBEL), com comitê gestor.Ain<strong>da</strong> na esfera metropolitana, são pontos negativos a <strong>de</strong>sarticulação <strong>da</strong>s políticas, a falta <strong>de</strong>: integração doDepartamento <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gem (DER) com a BHTRANS, integração do metrô com a regiãometropolitana e participação popular na construção do sistema metropolitano, mesmo existindo projetos <strong>de</strong>reestruturação do transporte público (METROPLAN) complementando o BHBUS.Gestão <strong>da</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>Como pontos positivos na gestão <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> temos a implantação <strong>de</strong> pistas exclusivas para o transportepúblico na área central, a criação <strong>de</strong> serviços diferenciados (linhas locais, perimetrais e suplementares), aexistência <strong>de</strong> serviços especiais para portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais (linha especial do Barreiro,rampas nas estações e ônibus com piso baixo), o metrô, o BHBUS e o táxi-lotação. A presença efetiva dopo<strong>de</strong>r público na gestão do transporte é percebi<strong>da</strong>.Como pontos positivos no trânsito temos a sincronização <strong>de</strong> semáforos e a On<strong>da</strong> Ver<strong>de</strong>, em <strong>de</strong>terminadoscorredores. Os pontos negativos relacionam-se à ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> restrição ao veiculo individual(rodízios, pedágios), com um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> veículos particulares circulando na área central. As açõesvolta<strong>da</strong>s para os pe<strong>de</strong>stres são tími<strong>da</strong>s e a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s nem sempre é obe<strong>de</strong>ci<strong>da</strong>: primeiro,pe<strong>de</strong>stres; segundo, transporte público; terceiro, carga e serviços; quarto, transporte individual. Não existemcampanhas que estimulem a transferência do usuário <strong>de</strong> carro para o transporte coletivo e a inexistência <strong>de</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 139transporte seletivo reduz as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>. A expansão <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem reflexosna mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e, em alguns locais, a falta <strong>de</strong> transposição sobre as linhas férreas prejudica a travessiasegura <strong>de</strong> veículos e pe<strong>de</strong>stres. Falta acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para pessoas mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>.Manutenção <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Como pontos positivos, po<strong>de</strong>m ser citados o gran<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> vias pavimenta<strong>da</strong>s (96%) e amanutenção asfáltica <strong>da</strong>s principais vias pela PBH, além <strong>da</strong> criação do serviço Disque "Tapa-Buraco".Percebe-se, além disso, a melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> travessia para pe<strong>de</strong>stres, com semáforo e dispositivospara acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência e a recuperação/conservação <strong>de</strong> praças públicas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>(ex.: Praça <strong>da</strong> Rodoviária). Existe uma legislação <strong>de</strong>terminando que novos loteamentos sejam implantadosjá com infra-estrutura.Como pontos negativos <strong>de</strong>stacam-se a falta <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> vias e calça<strong>da</strong>s por empresas (públicas epriva<strong>da</strong>s) prestadoras <strong>de</strong> serviços, com a recuperação pouco satisfatória dos pavimentos e a fiscalizaçãoinsuficiente, conivente com a irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> nos rebaixamentos <strong>de</strong> meios-fios e com a ocupação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong><strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s. Não existe uma política <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s como parte do sistema viário – observasea constante obstrução/reserva <strong>de</strong> vagas nas vias públicas com cavaletes “prisma <strong>de</strong> concreto”,<strong>de</strong>teriorando o espaço público. O uso irregular <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s (camelôs, botecos, placas, estacionamentos),dificulta o tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres; há também apropriação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, por parte do comércio, <strong>de</strong> áreas propíciasa estacionamento, impedindo o livre acesso <strong>de</strong> outros usuários.Operacionalmente, há carência <strong>de</strong> sinalização indicativa e vias com problemas <strong>de</strong> drenagem pluvial.Financiamento do TransporteO vale-transporte limita o custo para o trabalhador e a Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária contribui parasubsidiar o usuário <strong>de</strong> regiões periféricas, já que a tarifa é única. A Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária temparticipação popular (representação do usuário) e o financiamento do sistema <strong>de</strong> transporte aconteceapenas pelo usuário pagante, que fica com a maior parte, e pelo empregador – o Estado não dá suacontribuição. Além disso, a carga tributária inci<strong>de</strong>nte sobre o sistema é um fator <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> custo. Nãoexiste uma política tarifária racional e integra<strong>da</strong> do transporte público e individual – taxa <strong>de</strong> estacionamento,tarifa <strong>de</strong> transporte coletivo, pedágio etc. Poucos segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> repassam verbas para otransporte coletivo, além <strong>de</strong> faltar uma política que regulamente e fiscalize o financiamento do transporte,nos níveis municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral.As gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s para idosos, portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência e carentes são corretas, no entanto a evasão e acriação <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> sem previsão <strong>de</strong> receita para suprir o custo, encarecem o custo do transporte para ousuário pagante. A exploração <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> no transporte é um ponto positivo porque aumenta as receitasmas falta financiamento para as gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes (correios, oficiais <strong>de</strong> justiça e policiais etc.) e faltagratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para pessoas que não po<strong>de</strong>m pagar. Além disso, é in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> a concessão <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> paraalgumas categorias.A bilhetagem eletrônica com o agente <strong>de</strong> bordo é boa mas é exorbitante, para o usuário, o custo do cartãoeletrônico.A licitação <strong>da</strong>s empresas é positiva no sentido <strong>de</strong> propiciar maior controle, beneficiando o usuário.3.2.2 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio HistóricoA -Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específicaTema I – Zoneamento e as A<strong>de</strong>A Lei n. o 7.166/96, <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo estabelece diferentes zoneamentos para asdiversas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, em função <strong>de</strong> suas características e potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O zoneamento estabelecidovisa incentivar ou restringir o a<strong>de</strong>nsamento no local em função <strong>de</strong>ssas caraterísticas. A seguir estão<strong>de</strong>scritos os tipos <strong>de</strong> zonas previstos atualmente na legislação urbanística <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>..a) Zonas <strong>de</strong> Preservação e <strong>de</strong> Proteção:– ZPAM – Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental: áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à preservação e recuperação <strong>de</strong>ecossistemas naturais;– ZP-1 – Zona <strong>de</strong> Proteção 1: proteção paisagística ou risco geotécnico, nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> ZPAM ouparques, passíveis <strong>de</strong> receber construções com baixas taxas <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>;– ZP-2 – Zona <strong>de</strong> Proteção 2: áreas parcela<strong>da</strong>s ou não, <strong>de</strong> proteção ambiental, histórica, cultural,


140 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasarqueológica e paisagística – menor restrição que ZP-1;– ZP-3 – Zona <strong>de</strong> Proteção 3: em processo <strong>de</strong> ocupação que será controlado visando à proteçãoambiental e paisagística.– b) Zonas <strong>de</strong> Restrição:– ZAR-1 – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 1: baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong>saneamento, más condições geológicas e <strong>de</strong> topografia ou articulação viária satura<strong>da</strong>– ZAR-2 – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 2: <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> infra-estrutura e articulaçãoviária – restrição ao a<strong>de</strong>nsamento– ZA – Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>: controle do a<strong>de</strong>nsamento em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação e problemas<strong>de</strong> flui<strong>de</strong>z do tráfego.c) Zonas A<strong>de</strong>nsáveis (zonas centrais e áreas com disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura instala<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> épermiti<strong>da</strong> maior verticalização e a<strong>de</strong>nsamento):– ZAP – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial;– ZHIP – Zona Hipercentral;– ZCBH – Zona Central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>;– ZCBA – Zona Central do Barreiro;– ZCVN – Zona Central <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.– c) Zonas Especiais:– ZEIS 1 e 3 – Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social para urbanização e regularização fundiária;– ZEIS 2 – Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social para implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> produção habitacional;– ZE – Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos: áreas industriais, aeroportos, campi universitários, cemitériosetc.Conforme art. 111 <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96, o zoneamento somente será revisto mediante lei específica, sempreque aberta nova via regional ou arterial ou em qualquer parte do Município, <strong>de</strong> 4 em 4 anos. A Lei n. o8.137/00 incorporou alguns ajustes nos limites <strong>de</strong> zoneamentos <strong>de</strong>finidos em 1996.Para contemplar <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong> áreas que, por suas características e relevância para o Município,<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m políticas <strong>de</strong> intervenção e parâmetros urbanísticos e fiscais diferenciados foram cria<strong>da</strong>s algumasÁreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais – ADEs – que se sobrepõem aos do zoneamento e sobre eles prepon<strong>de</strong>ram.As ADEs existentes até o momento são:– Serra;– Bacia <strong>da</strong> Pampulha;– Resi<strong>de</strong>ncial Central;– Vale do Arru<strong>da</strong>s;– Estoril;– Mangabeiras;– Belve<strong>de</strong>re ;– São Bento;– Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim;– Santa Tereza;– Savassi;– Hospitalar;– Interesse Ambiental;– Ven<strong>da</strong> Nova;– Lagoinha;– Pampulha;– Trevo;– Buritis;– Primeiro <strong>de</strong> Maio.Algumas <strong>de</strong>ssas ADEs possuem parâmetros que vigoram provisoriamente, até a respectivaregulamentação: Bacia <strong>da</strong> Pampulha, Pampulha, Trevo e Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim. Outras ain<strong>da</strong> não têm <strong>de</strong>finidos osparâmetros diferenciados: Vale do Arru<strong>da</strong>s, Savassi, Interesse Ambiental, Ven<strong>da</strong> Nova e Lagoinha. Aregulamentação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, além do diagnóstico aprofun<strong>da</strong>do <strong>da</strong> área, <strong>de</strong> mobilização e participação <strong>da</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 141população envolvi<strong>da</strong>.Como instrumento, ain<strong>da</strong>, para o tratamento diferenciado <strong>de</strong> áreas específicas, o Plano Diretor instituiu as“Operações Urbanas”, também confirma<strong>da</strong>s pelo Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma Operação Urbana <strong>de</strong>ve seraprova<strong>da</strong> através <strong>de</strong> lei específica e consiste num conjunto integrado <strong>de</strong> intervenções, com prazo<strong>de</strong>terminado, coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s pelo Executivo, com a participação <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>,objetivando viabilizar projetos urbanísticos especiais em áreas previamente <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s. Envolveintervenções como:– tratamento urbanístico <strong>de</strong> áreas públicas;– abertura <strong>de</strong> vias ou melhorias no sistema viário;– implantação <strong>de</strong> programa habitacional <strong>de</strong> interesse social;– implantação <strong>de</strong> equipamentos públicos;– recuperação do patrimônio cultural;– proteção ambiental;– reurbanização;– regularização <strong>de</strong> edificações.Algumas leis <strong>de</strong> Operação Urbana já foram aprova<strong>da</strong>s, como a <strong>da</strong>s estações do BHBUS e a <strong>da</strong> área <strong>da</strong>Casa do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Marina. Outras, visando a regularização <strong>de</strong> edificações através <strong>de</strong> compensaçõesurbanísticas no entorno, estão em tramitação na Câmara <strong>Municipal</strong>.Perguntas para subsidiar as discussões:– em termos <strong>de</strong> zoneamento, seriam esses instrumentos suficientes para direcionar o <strong>de</strong>senvolvimentourbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?;– eles estão sendo corretamente aplicados?Tema II – OcupaçãoO atual quadro do conjunto <strong>de</strong> edificações existentes em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> reflete, em boa parte do território,as profun<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais do país. Des<strong>de</strong> o início do século foram ocupa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> forma<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, áreas sem infra-estrutura ou áreas <strong>de</strong> risco ou <strong>de</strong> importância ambiental. As áreas centrais,historicamente privilegia<strong>da</strong>s com a instalação <strong>de</strong> infra-estrutura, sofreram um processo <strong>de</strong> verticalização ea<strong>de</strong>nsamento excessivos; algumas <strong>de</strong>ssas áreas, especialmente o hipercentro, encontram-seurbanisticamente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.Des<strong>de</strong> 1940 são impostos limites às edificações como forma <strong>de</strong> garantir quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental interna e navizinhança. Atualmente, esses limites são diferenciados em função do zoneamento e se constituem dositens a seguir.Coeficiente <strong>de</strong> Aproveitamento: coeficiente que, multiplicado pela área do lote, <strong>de</strong>termina a área líqui<strong>da</strong>edifica<strong>da</strong>, admiti<strong>da</strong> no terreno.Taxa <strong>de</strong> Ocupação: é a relação entre a área <strong>de</strong> projeção horizontal <strong>da</strong> edificação e a área do terreno.Taxa <strong>de</strong> Permeabilização: parte <strong>de</strong>scoberta e permeável do terreno, dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> vegetação que contribuapara o equilíbrio climático e propicie alívio para o sistema público <strong>de</strong> drenagem urbana.Quota <strong>de</strong> Terreno por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Resi<strong>de</strong>ncial: instrumento que controla o nível <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento nasedificações <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao uso resi<strong>de</strong>ncial ou na parte resi<strong>de</strong>ncial <strong>da</strong>s <strong>de</strong> uso misto.Afastamento Frontal Mínimo: 4 m nas vias arteriais e <strong>de</strong> ligação regional e 3 m nas <strong>de</strong>mais vias.Recuo <strong>de</strong> Alinhamento:– exigido nos casos em que há revisão <strong>de</strong> alargamento futuro <strong>da</strong> via;– a área <strong>de</strong> recuo gera potencial construtivo mas não po<strong>de</strong> ser edifica<strong>da</strong>;– afastamento frontal é medido a partir do término <strong>da</strong> área <strong>de</strong> recuo <strong>de</strong> alinhamento.– Afastamentos Laterais e <strong>de</strong> Fundo:– proporcionais à altura <strong>da</strong> edificação;– para edificações com até 12 m <strong>de</strong> altura, é permitido o afastamento <strong>de</strong> 1,5 m– Altura Máxima na Divisa: 5 a 10,80 m (ver tabela abaixo)


142 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasZONACOEFICIENTE DEAPROVEITAMENTOQuadro 07 - Parâmetros UrbanísticosCOTA DE TERRENOPOR UNIDADEHABITACIONALTAXA DEOCUPAÇÃOTAXA DEPERMEABILIZAÇÃOALTURA MÁXIMA NA DIVISAZPAM 0,05 – 0,02 95% –ZP-1 0,3 2.500 m2/un 0,2 70% 5,0 mZP-2 1,0 1.000 m2/un 0,5 30%5,0 m(exceto nas ADEs <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim e <strong>da</strong>Pampulha)ZP-3 1,5 90 m2/un 0,5 30% 5,0 mZAR-1 1,0 180 m2/un – 20% 5,0 mZAR-2 1,0 45 m2/un – 20% 5,0 mZA 1,5 40 m2/un – 20% 5,0 mZAP 1,7 25 m2/un – 20% 5,0mZHIP 3,0 10 m2/un – 20%ZCBH 3,0 20 m2/un – 20%10,8 m(para a divisa <strong>de</strong> fundo)10,8 m(exceto na ADEResi<strong>de</strong>ncial Central)ZCBA 2,0 25 m2/un – 20% 9,0 mZCVN 2,0 25 m2/un – 20% 9,0 mZEISZEparâmetros <strong>de</strong>finidos em legislação específicaparâmetros <strong>de</strong>finidos em legislação específicaComo a maioria <strong>da</strong>s edificações existentes seguiu parâmetros <strong>da</strong>s legislações anteriores a 1996, é difícil,ain<strong>da</strong>, perceber o resultado, para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong>sses parâmetros.REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕESEstima-se que uma gran<strong>de</strong> parcela <strong>da</strong>s edificações existentes na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> possuam algum tipo <strong>de</strong>irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, que varia <strong>de</strong> pequenos acréscimos à total informali<strong>da</strong><strong>de</strong> e clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong>, com ocupação <strong>de</strong>áreas <strong>de</strong> risco ou <strong>de</strong> proteção ambiental. Para a regularização <strong>da</strong> edificação é exigido o atendimento àsnormas vigentes à época <strong>da</strong> construção ou <strong>da</strong>s atuais. Entretanto, são freqüentes as situações em que nãoé possível o enquadramento legal por problemas que vão <strong>da</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do terreno à falta <strong>de</strong> condições<strong>de</strong> salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> edificação, passando por invasão <strong>de</strong> recuos, excesso <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento,escassez <strong>de</strong> área permeável e <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso. A pergunta, portanto, é: o que se po<strong>de</strong> fazer parabuscar a regularização <strong>de</strong> um número tão significativo <strong>de</strong> edificações?CÓDIGO DE OBRASHá constantes mu<strong>da</strong>nças tecnológicas dos métodos e materiais <strong>de</strong> construção. Também os modos <strong>de</strong> viverse alteram na mesma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, estabelecendo novas exigências em relação à edificação. O Código <strong>de</strong>Obras <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1940, estabelece parâmetros relativos aos materiais a seremutilizados em construções, dimensões mínimas dos cômodos, dimensões mínimas <strong>de</strong> janelas e áreas <strong>de</strong>iluminação e ventilação e condições para licenciamento e execução <strong>de</strong> obras, entre outros.Alguns <strong>de</strong>sses parâmetros são consi<strong>de</strong>rados rigorosos <strong>de</strong>mais ou, até, incompatíveis com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> atual,segundo a leitura feita pelos representantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados segmentos. Muitos analisam que é precisosimplificar a legislação e flexibilizar alguns parâmetros. Por outro lado, é preciso garantir o direito à moradiadigna, segura e provi<strong>da</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura. As condições <strong>de</strong> conforto e salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> edificação foram abase para a <strong>de</strong>finição dos parâmetros constantes do Código <strong>de</strong> Obras. É preciso garantir a preservação <strong>de</strong>nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> nossos habitantes.Eis aqui uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s questões que se coloca: quais os parâmetros que, necessariamente, precisamser regulamentados e policiados pelo Município?ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCAOutra questão que, a ca<strong>da</strong> dia, ganha maior importância nas discussões sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, diz respeito àgarantia <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>da</strong>s pessoas portadoras <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> às diversas edificações.Ressalta-se que, com o aumento <strong>da</strong> expectativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, aumenta o número <strong>de</strong> idosos em nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong>e aumenta proporcionalmente a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por a<strong>da</strong>ptações nas edificações. Fica o questionamento: comoa<strong>de</strong>quar as edificações existentes? Que parâmetros <strong>de</strong>vem ser fixados com esse objetivo para as novasedificações? Como arcar com os custos <strong>de</strong> instalação e manutenção <strong>de</strong> equipamentos porventura


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 143necessários?Tema IIII– Licenciamento <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sLICENCIAMENTO DE USOS EM EDIFICAÇÕESA Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo classifica as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas em três grupos,conforme o grau <strong>de</strong> incômodo e a área ocupa<strong>da</strong>. Para o licenciamento <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em um<strong>de</strong>terminado local, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, além do grupo no qual está classifica<strong>da</strong>, a categoria <strong>da</strong> via (local,coletora, arterial ou ligação regional) e sua largura (menor que 10 metros, entre 10 e 15 metros ou maiorque 15 metros). As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais incômo<strong>da</strong>s são permiti<strong>da</strong>s apenas em vias coletoras, arteriais ou <strong>de</strong>ligação regional com largura superior a 10 metros.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não incômo<strong>da</strong>s (pertencentes ao Grupo I) são permiti<strong>da</strong>s em quase todos os locais (excetoem ADEs exclusivamente resi<strong>de</strong>nciais). As <strong>de</strong>mais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem observar, além dos critérios <strong>de</strong>localização, algumas condições específicas para o seu funcionamento, estabeleci<strong>da</strong>s na Lei n. o 8.137/00.A Lei n. o 7.166/96 confirma a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na residência <strong>de</strong> um dos sócios<strong>da</strong> empresa, conforme Lei n. o 6.831/95, conheci<strong>da</strong> como “Lei <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em Fundo <strong>de</strong> Quintal”.Infelizmente, essa lei tem sido utiliza<strong>da</strong> como forma <strong>de</strong> burlar as restrições <strong>de</strong> localização estabeleci<strong>da</strong>spela Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s anteriormente existentes que, a partir <strong>da</strong> vigência <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96, passaram a não maisser admiti<strong>da</strong>s no local, po<strong>de</strong>m permanecer ou ser substituí<strong>da</strong>s por outra <strong>de</strong> mesma classificação.Algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior porte ou incomodi<strong>da</strong><strong>de</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como empreendimentos <strong>de</strong> impactoe, por isso, têm seu licenciamento condicionado à análise <strong>de</strong> Estudo <strong>de</strong> Impacto Ambiental (EIA) peloConselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM). O licenciamento ambiental é regido pela Lei n. o 7.277/97e por <strong>de</strong>liberações do COMAM. Em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> análise do EIA, po<strong>de</strong>m ser fixa<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s mitigadorasdo impacto gerado.Tanto as condições fixa<strong>da</strong>s pela Lei n. o 8.137/00 para o funcionamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos Grupos II e IIIquanto as medi<strong>da</strong>s mitigadoras fixa<strong>da</strong>s no processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental têm por objetivo minimizaros efeitos negativos que essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s possam ter sobre a vizinhança, especialmente aqueles que sereferem ao trânsito e ao meio ambiente.Os critérios para localização e licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, conforme acima <strong>de</strong>scritos, procuram disciplinara distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no Município, flexibilizando a sua localização e controlando as repercussõesnegativas. No entanto, assistimos ain<strong>da</strong> a inúmeros conflitos que merecem ser analisados, tais como:a área utiliza<strong>da</strong> pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, muitas vezes é superior à licencia<strong>da</strong> ou permiti<strong>da</strong> no local. Por outro lado, oslimites estabelecidos para área ocupa<strong>da</strong> pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nem sempre são representativos do impacto queelas possam causar no entorno. Além disso, esses limites induzem à instalação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>em uma edificação existente, quando essa possui área superior ao permitido;nem sempre a largura <strong>da</strong> via on<strong>de</strong> se localiza uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é relevante para a avaliação do impacto sobreo trânsito; seria necessário avaliar mais profun<strong>da</strong>mente as condições <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e as características <strong>da</strong>malha viária no entorno, entretanto, isso tornaria bastante moroso, dispendioso e burocratizado o processo<strong>de</strong> licenciamento;as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior porte e, portanto, que geram maior atração <strong>de</strong> veículos, continuam sendo permiti<strong>da</strong>snas vias mais congestiona<strong>da</strong>s <strong>da</strong> malha viária, contribuindo para prejudicar a flui<strong>de</strong>z do trânsito.ATIVIDADES EM ÁREAS PÚBLICASA utilização <strong>de</strong> espaços públicos – em especial passeios e praças – para a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconômicas tem suscitado freqüentes <strong>de</strong>bates e conflitos, na medi<strong>da</strong> em que o problema social se agrava ea economia informal passa a ser uma válvula <strong>de</strong> escape <strong>da</strong> imensa população marginaliza<strong>da</strong> por políticasca<strong>da</strong> vez mais exclu<strong>de</strong>ntes.Ambulantes, pipoqueiros, mascates, fotógrafos e jornaleiros já eram personagens do cenário urbano <strong>de</strong>nossa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sua existência. Entretanto, com o passar dos anos, houve umexcessivo crescimento <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, disputando os mesmos espaços com pe<strong>de</strong>stres e veículos quetambém passaram por um contínuo processo <strong>de</strong> crescimento geométrico. Nas áreas centrais, on<strong>de</strong> oconflito é mais perceptível, as conseqüências são gritantes: aci<strong>de</strong>ntes com pe<strong>de</strong>stres, aumento <strong>da</strong>sdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção para os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do espaço urbano com redução<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong> limpeza pública, além do prejuízo trazido para os estabelecimentoscomerciais legalmente constituídos.A revitalização do Hipercentro e <strong>de</strong> outros centros comerciais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como Ven<strong>da</strong> Nova e Barreiro temcomo pedra angular o or<strong>de</strong>namento racional e o controle <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pelo Município, contudo assoluções a serem adota<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> ousadia e criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, exigem um intenso processo <strong>de</strong> negociação


144 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticascom todos os setores envolvidos.Entre as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que geram os principais conflitos, <strong>de</strong>stacam-se:– ambulantes;– camelôs;– mesas e ca<strong>de</strong>iras nas calça<strong>da</strong>s;– bancas <strong>de</strong> jornais e revistas;– feiras <strong>de</strong> abastecimento;– feiras <strong>de</strong> artes, artesanato, comi<strong>da</strong> típica etc.;– realização <strong>de</strong> eventos (shows, encontros religiosos, comícios etc.);– engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> (faixas, outdoors, pintura mural, tabuletas etc.) ;– pichação <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>s;– movimento <strong>de</strong> terra e entulho.CÓDIGO DE POSTURASO instrumento legal que trata <strong>da</strong> regulamentação <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s é o Código <strong>de</strong> Posturas. O Município <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> possui mais <strong>de</strong> 300 dispositivos legais – entre leis, <strong>de</strong>cretos e portarias – que abor<strong>da</strong>mmatérias referentes a posturas, mas não existe ain<strong>da</strong> a consoli<strong>da</strong>ção dos mesmos na forma <strong>de</strong> um Código,embora já tenha havido algumas tentativas nesse sentido. A falta <strong>de</strong>ssa consoli<strong>da</strong>ção faz com que ocorram,por um lado, algumas contradições e, por outro, algumas omissões e dificulta, além disso, a orientação <strong>da</strong>população e <strong>da</strong> ação fiscalizatória <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>. Atualmente está em discussão, na Câmara <strong>Municipal</strong>, umnovo projeto do Código <strong>de</strong> Posturas e várias audiências públicas serão realiza<strong>da</strong>s, a partir <strong>de</strong> 13/11.Tema IV– Parcelamento do SoloUma <strong>da</strong>s questões estritamente relaciona<strong>da</strong>s aos direitos <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia diz respeito ao acesso <strong>da</strong> populaçãoà moradia digna, que supõe a existência <strong>de</strong> terrenos passíveis <strong>de</strong> ocupação e providos dos serviços <strong>de</strong>infra-estrutura urbana. Para garantir que os terrenos sejam dotados <strong>de</strong>ssas características, a Lei <strong>de</strong>Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo estabelece, em consonância com a legislação fe<strong>de</strong>ral, parâmetrosa serem observados na produção <strong>de</strong> lotes.CONDIÇÕES GERAISAs diretrizes gerais estabeleci<strong>da</strong>s na legislação em vigor estão <strong>de</strong>scritas a seguir.Não é permitido o parcelamento do solo em terrenos:– alagadiços ou sujeitos a inun<strong>da</strong>ções, antes <strong>de</strong> serem toma<strong>da</strong>s providências que assegurem oescoamento <strong>da</strong>s águas;– que tenham sido aterrados com material nocivo à saú<strong>de</strong> pública, sem prévio saneamento;– com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> superior a 47% ;– em que seja tecnicamente comprovado que as condições geológicas não aconselham a edificação;– contíguos a mananciais, cursos d'água, represas e no entorno <strong>de</strong> nascentes;– em que a poluição impeça a existência <strong>de</strong> condições sanitárias suportáveis, até a correção doproblema.Os parcelamentos <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r às seguintes condições, <strong>de</strong>ntre outras:– os lados dos quarteirões não po<strong>de</strong>m ter extensão superior a 200 m, em ca<strong>da</strong> face;– os lotes <strong>de</strong>vem ter área mínima <strong>de</strong> 125 m² e máxima <strong>de</strong> 5.000 m² com, no mínimo, 5,00 m (cincometros) <strong>de</strong> frente e relação entre profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e testa<strong>da</strong> não superior a 5 (cinco);– são admitidos lotes com área superior a 5.000 m2 e quarteirões com extensão superior a 200 m,observados os critérios estabelecidos para o parcelamento vinculado;– <strong>de</strong>vem ser transferi<strong>da</strong>s áreas ao po<strong>de</strong>r público municipal para instalação <strong>de</strong> equipamentos urbanos ecomunitários, espaços livres <strong>de</strong> uso público e sistemas <strong>de</strong> circulação equivalente a, no mínimo (emrelação ao total do terreno que se parcela), 15% nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>smembramento (quando se aprovamlotes utilizando logradouros já oficializados), em terrenos com mais <strong>de</strong> 800 m², e 35% nos casos <strong>de</strong>Loteamento (quando, para se aprovar lotes, é necessário abrir, prolongar ou alargar logradouro público).LOTEAMENTOS CLANDESTINOSOs lotes produzidos em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com os padrões exigidos pela legislação têm custos um tantoelevados, uma vez que como componente do preço ao consumidor está o custo proporcional <strong>da</strong>implantação <strong>da</strong> infra-estrutura. Como <strong>de</strong>corrência, um problema que está sempre presente é a ven<strong>da</strong> ilegal


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 145<strong>de</strong> lotes não servidos <strong>de</strong> infra-estrutura e sem a regularização do loteamento junto à <strong>Prefeitura</strong> e aosserviços cartoriais.Esses lotes, simples porções <strong>de</strong> terrenos colocados à ven<strong>da</strong> no mercado, por não serem dotados <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> água, <strong>de</strong> esgoto, <strong>de</strong> iluminação e nem serem acessados por vias públicas calça<strong>da</strong>s,implantados em bairros em que não há reserva <strong>de</strong> áreas para implantação <strong>de</strong> equipamentos públicos(escolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, praças ou áreas ver<strong>de</strong>s) são ofertados no mercado por um preço mais baixo.Porém, o não cumprimento, pelos loteadores, <strong>da</strong>s exigências legais, <strong>de</strong>ixarão os custos nas mãos doscompradores. Esses, por sua vez, reivindicam esses serviços dos órgãos e empresas públicas que, além<strong>de</strong>, usualmente, não disporem dos recursos necessários, vêem-se legalmente impedidos <strong>de</strong> executar taisobras por se tratar <strong>de</strong> intervenções em áreas que ain<strong>da</strong> não foram repassa<strong>da</strong>s ao Município.Por outro lado, pelo fato <strong>de</strong> os lotes não serem oficialmente reconhecidos, seus compradores ficamimpedidos <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> financiamento dos órgãos e empresas governamentais, comofinanciamentos para construção ou reforma <strong>de</strong> moradias.No fim, para os compradores, a regularização <strong>da</strong> situação sai mais cara que se os lotes fizessem parte <strong>de</strong>loteamentos regulares <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.O <strong>de</strong>safio aqui é como proce<strong>de</strong>r à regularização dos loteamentos não oficiais existentes, inibindo acontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prática <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> empreendimento frente às alterações na legislação fe<strong>de</strong>ral. Parte<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>safio constitui a questão <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> padrões diferenciados <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> infraestruturapara populações <strong>de</strong> menor po<strong>de</strong>r aquisitivo.A questão <strong>da</strong> regularização vai mais longe que o tratamento do reconhecimento e registro dos lotes: há to<strong>da</strong>uma extensão <strong>de</strong> áreas públicas a serem reverti<strong>da</strong>s a bem <strong>da</strong> população. As vias públicas sendo calça<strong>da</strong>spermitem a circulação do transporte coletivo e a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população nos percursos entre os locais <strong>de</strong>residência, <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> serviços. Os locais <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong>,segurança etc., <strong>de</strong>vem se localizar próximo aos assentamentos. As vias <strong>de</strong>vem estar <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s e com placas indicativas <strong>de</strong> seus nomes e as edificações <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente numera<strong>da</strong>s, para queseus en<strong>de</strong>reços possam ser encontrados e para que os serviços <strong>de</strong> energia elétrica, água, esgoto, telefoniaetc., possam ser conectados.CONDOMÍNIOS FECHADOSUma outra questão que atualmente se coloca, fruto <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> moradia e <strong>de</strong> conceitos<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, é o popularmente chamado Condomínio Fechado. Apesar <strong>da</strong> figura do condomínio jáestar <strong>de</strong>scrita na legislação vigente, vários entraves nas questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> espaços públicos eprivados e <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s no tratamento <strong>de</strong>sses espaços não têm tornado possível a sua efetivação econsoli<strong>da</strong>ção.Essa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> existe tanto para os novos condomínios, cujo parcelamento ain<strong>da</strong> será aprovado, quantopara aqueles bairros anteriormente existentes que pleiteiam sua conversão em condomínio fechado. Aqui adificul<strong>da</strong><strong>de</strong> é ain<strong>da</strong> maior porque, mesmo que a área do bairro tenha uma conformação que não configure aobstaculização <strong>da</strong> circulação na região, o fechamento e privatização <strong>de</strong> vias implica em <strong>de</strong>safetação <strong>da</strong>smesmas como áreas <strong>de</strong> uso público e, consequentemente, na compensação ao Município com atransferência <strong>de</strong> outras áreas públicas <strong>de</strong> igual valor.A implantação <strong>de</strong> um condomínio fechado também implica em diferenciar áreas <strong>de</strong> uso comum do po<strong>de</strong>rpúblico e do condomínio, o que significa uma sensível diminuição <strong>de</strong> áreas a serem comercializa<strong>da</strong>s,tornando o empreendimento <strong>de</strong> difícil viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> financeira.ESPAÇOS PÚBLICOSTanto na discussão <strong>da</strong> regularização <strong>de</strong> condomínios como <strong>de</strong> loteamentos, a questão <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong>espaços efetivamente <strong>de</strong> uso público constitui or<strong>de</strong>m do dia. Não se trata <strong>de</strong> mera formali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas <strong>de</strong>áreas necessárias ao atendimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, em muitas regiões jáexistem áreas públicas, mas o equipamento não foi implantado e não existem condições para a prestaçãodo serviço. Sendo assim, há que se discutir tanto os percentuais <strong>de</strong> transferências quanto a efetivaimplantação do equipamento público (posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, escola, parques etc.). Que formas ou instrumentospo<strong>de</strong>riam ser pensados para garantir o atendimento a essas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s?Tema V – Patrimônio Histórico UrbanoAs questões em torno <strong>da</strong>s relações entre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e seu patrimônio cultural ca<strong>da</strong> vez mais têm chamado aatenção <strong>da</strong>s pessoas que, <strong>de</strong> maneiras diversas, constróem, discutem e vivenciam o espaço urbano. Em<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o movimento pela <strong>de</strong>fesa e preservação <strong>de</strong> seu patrimônio cultural – em especial <strong>de</strong>edificações que além <strong>da</strong> importância arquitetônica constituem referenciais históricos e afetivos para apopulação – iniciou-se contra a <strong>de</strong>molição do Cine Metrópole, antigo Teatro <strong>Municipal</strong>, em 1983. Embora omovimento não tenha sido bem sucedido a ponto <strong>de</strong> impedir tal <strong>de</strong>molição, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou a criação e


146 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasaprovação <strong>da</strong> Lei n.º 3.802/84, que organiza a proteção ao patrimônio cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>. Em 1990 foi instalado o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> – CDPCM-BH. Des<strong>de</strong> então, a <strong>Prefeitura</strong> vem progressivamente se estruturando para oferecer onecessário suporte técnico ao Conselho, realizando trabalhos <strong>de</strong> pesquisa e elaboração dos Dossiês <strong>de</strong>Tombamento.Atualmente, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, estão protegidos treze conjuntos urbanos com aproxima<strong>da</strong>mente 400 imóveis comtombamento específico (cerca <strong>de</strong> 0,05% dos imóveis ca<strong>da</strong>strados na <strong>Prefeitura</strong>). A preservação <strong>de</strong>stes bensculturais com tombamento específico não se efetivaria se não fossem estabeleci<strong>da</strong>s diretrizes <strong>de</strong> proteçãoque assegurassem sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando não apenas a sua importância arquitetônica mas tambéma história e evolução <strong>da</strong> ocupação do espaço urbano próximo <strong>de</strong> seu entorno.De 1994 a 2000 foram realizados trabalhos relativos à implantação <strong>de</strong> uma política pública <strong>de</strong> preservaçãopara <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, compreen<strong>de</strong>ndo os dossiês <strong>de</strong> tombamento e i<strong>de</strong>ntificação dos perímetros <strong>de</strong>proteção. Agora se faz necessário consoli<strong>da</strong>r essa política e a questão principal é como valorizar eassegurar a preservação dos marcos significativos <strong>de</strong> nossa história, que estão diretamente ligados àconstrução <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Já disseram que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que não respeita o seu passado não consegue construiro seu futuro. O direito à ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia inclui o direito à memória, ao patrimônio histórico, à comunicaçãosimbólica, à manutenção do espaço público, às celebrações, às festas, às manifestações artísticas, aoconvívio coletivo.Nesse sentido, a inclusão e a efetiva integração <strong>da</strong> política <strong>de</strong> patrimônio histórico entre as políticas urbanassão passos importantes nas discussões e na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ações relativas aos espaços públicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.O instrumento do tombamento não po<strong>de</strong> mais ser entendido como única forma <strong>de</strong> se alcançar apreservação. Além <strong>da</strong> busca <strong>de</strong> parcerias com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, a política pública <strong>de</strong> preservaçãopressupõe a utilização e criação <strong>de</strong> mecanismos que garantam a proteção <strong>da</strong> paisagem urbana e dosespaços e uso e convivência coletiva, básicos no processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE A POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE BELO HORIZONTE1- Conjuntos Urbanos TombadosO tombamento <strong>de</strong> conjuntos urbanos tem por objetivo a preservação <strong>de</strong> espaços referenciais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,com forte i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> interna e que represente uma parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s pessoas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O perímetro <strong>de</strong>proteção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> conjunto é estabelecido a partir <strong>da</strong> área polarizadora do mesmo.2- AltimetriaA fixação <strong>de</strong> limite <strong>da</strong> altura <strong>de</strong> edificações tem o objetivo <strong>de</strong> preservar e valorizar, a partir <strong>da</strong> situação atual,o patrimônio cultural edificado e preservar a paisagem urbana estabeleci<strong>da</strong> pela área polarizadora <strong>de</strong> um<strong>de</strong>terminado conjunto urbano. Há uma diferenciação <strong>da</strong> altimetria <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mesmo conjunto, em função<strong>da</strong> localização topográfica do imóvel ou <strong>da</strong> situação já consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> edificações em ca<strong>da</strong> trecho. Sãoconsi<strong>de</strong>rados dois parâmetros:– para a maioria <strong>da</strong>s quadras do conjunto urbano é fixa<strong>da</strong> uma altimetria máxima a ser observa<strong>da</strong> poruma nova construção, em função dos principais pontos <strong>de</strong> visa<strong>da</strong> e <strong>da</strong> ambiência <strong>da</strong> área polarizadora;a altimetria máxima é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> cota altimétrica média do respectivo alinhamento até a cota doteto <strong>da</strong> cobertura;– para algumas quadras é fixa<strong>da</strong>, também, uma altimetria básica, em função dos tombamentosespecíficos ou <strong>de</strong> imóveis com interesse <strong>de</strong> preservação.3- Diretriz Especial <strong>de</strong> ProjetoDentro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado conjunto, algumas situações pontuais <strong>de</strong>vem ser motivo <strong>de</strong> tratamento especial paragarantir as relações harmônicas entre os bens culturais protegidos e seu entorno imediato.4- Graus <strong>de</strong> Proteção1º Grau <strong>de</strong> Proteção: Interesse Cultural – De forma geral, to<strong>da</strong>s as edificações inseri<strong>da</strong>s no perímetrodo Conjunto Urbano tombado são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como “interesse cultural” e, portanto, estão sujeitas àsdiretrizes especiais <strong>de</strong> proteção do conjunto.2º Grau <strong>de</strong> Proteção: Registro Documental – São consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como <strong>de</strong> interesse para RegistroDocumental to<strong>da</strong>s as edificações com valor histórico urbanístico para a caracterização <strong>de</strong> uma fase <strong>da</strong>ocupação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do plano proposto por Aarão Reis e que, no entanto, não possuem,plasticamente, um apuro formal ou uma forte expressão no ambiente em que está construí<strong>da</strong>. Noscasos <strong>de</strong> modificação ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição <strong>de</strong>ssas edificações, <strong>de</strong>verá ser provi<strong>de</strong>nciado previamente oRegistro Documental, que integrará o acervo <strong>de</strong> fontes documentais para futuros estudos sobre aci<strong>da</strong><strong>de</strong>.3º Grau <strong>de</strong> Proteção: Tombamento Específico – Nessa categoria estão incluí<strong>da</strong>s tanto as edificações <strong>de</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 147caráter polarizador, que constituem símbolos para o espaço e memória belorizontinos, quanto aquelascom valor especial que apresentam relevância histórica e arquitetônica digna <strong>de</strong> incontestável proteção.Para as edificações incluí<strong>da</strong>s nesse grau <strong>de</strong> proteção existem as seguintes formas <strong>de</strong> tombamento:– tombamento integral, on<strong>de</strong> a proteção sobre o imóvel inci<strong>de</strong> tanto interna quanto externamente(planta, to<strong>da</strong>s as facha<strong>da</strong>s e volume);– tombamento parcial, on<strong>de</strong> a proteção ocorre sobre parte específica do imóvel, como facha<strong>da</strong>s evolume, por exemplo.5- Incentivos <strong>da</strong> Proteção CulturalO tombamento não retira o direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> uso do imóvel, não impedindo a sua ven<strong>da</strong> oulocação. Impe<strong>de</strong> apenas a <strong>de</strong>molição, visando a preservação <strong>da</strong> memória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que só se consoli<strong>da</strong>se for garantido o bom estado <strong>de</strong> preservação do bem cultural. Por isso, foram cria<strong>da</strong>s algumas formas <strong>de</strong>incentivo para os proprietários dos bens culturais tombados. São eles:– Isenção <strong>de</strong> IPTU – po<strong>de</strong>m ser isentos do IPTU os bens culturais com tombamento específico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que confirmado seu bom estado <strong>de</strong> conservação;– Transferência do direito <strong>de</strong> construir – consiste no direito <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r ou <strong>de</strong> exercer em outro local opotencial construtivo previsto na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo que, em função <strong>da</strong>sdiretrizes <strong>de</strong> proteção, não po<strong>de</strong> ser praticado no imóvel;– Fundo <strong>de</strong> Projetos Culturais (FPC) – po<strong>de</strong>m se candi<strong>da</strong>tar a uma parte dos recursos do fundo criadopela Lei n. o 6.498/93 qualquer projeto <strong>de</strong>stinado à preservação do patrimônio histórico, incluindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong>a restauração até a sua reabilitação e reconversão para um outro uso, diferente do original.C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesO gran<strong>de</strong> marco relativo ao controle urbano no Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> foi a aprovação do Plano Diretore <strong>da</strong> nova Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo em 1996. A nova legislação permite o crescimentoor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com redução progressiva <strong>de</strong> seus problemas críticos e melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>ambiental, através <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros objetivos e atuais relativamente a áreas <strong>de</strong> proteçãoambiental, áreas <strong>de</strong> equipamentos públicos e critérios <strong>de</strong> parcelamento e ocupação do solo. Entretanto, amaioria <strong>da</strong> população <strong>de</strong>sconhece a existência <strong>de</strong>ssas leis ou não possui informações suficientes sobre alegislação urbanística.O zoneamento e os parâmetros urbanísticos são indispensáveis ao controle do uso e ocupação do solo,especialmente nas áreas com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> infra-estrutura. Afastamentos laterais, taxa <strong>de</strong> permeabilização,quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial, coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento e taxa <strong>de</strong> permeabilização sãocondições que necessariamente <strong>de</strong>vem ser controla<strong>da</strong>s. Entretanto, os valores hoje fixados, embora járepresentem um ganho em relação à situação vigente até 1996, precisam ser revistos para melhora<strong>de</strong>quação às características, vocações locais e redução dos impactos gerados, como, por exemplo, naPampulha, na região <strong>da</strong> Av. Raja Gabaglia, no Belve<strong>de</strong>re e no Zoneamento ZP-2 em geral. Em muitoscasos, o zoneamento produz efeitos perversos como a supressão <strong>de</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, expulsão <strong>da</strong>população resi<strong>de</strong>nte, a<strong>de</strong>nsamento excessivo e formação <strong>de</strong> guetos para classes privilegia<strong>da</strong>s e exclusão<strong>de</strong> classes sociais <strong>de</strong> menor po<strong>de</strong>r aquisitivo. Não existem instrumentos que, a curto prazo, permitamcorrigir a situação local dos parâmetros, quando contata<strong>da</strong> alguma distorção.Por outro lado, a criação <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADEs) em áreas com especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>spreviamente <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s permite a a<strong>de</strong>quação e <strong>de</strong>talhamento do zoneamento para preservar ou induzirsituações diferencia<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> leis específicas. Como muitas ADEs foram apenas indica<strong>da</strong>s na Lei n. o7.166/96, a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou inexistência <strong>de</strong> sua regulamentação tem induzido usos e ocupações in<strong>de</strong>vidosou clan<strong>de</strong>stinos. Da mesma forma, outras áreas, como a serra do Curral, precisam urgentemente <strong>da</strong> criação<strong>de</strong> uma ADE e conseqüente <strong>de</strong>talhamento. Também os planos diretores regionais precisam ser agilizadospara a<strong>de</strong>quação às reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas e dinamização do <strong>de</strong>senvolvimento regional.As operações urbanas consistem outro instrumento introduzido pelo Plano Diretor e que permite aa<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> legislação genérica para tratamento <strong>de</strong> casos específicos. Entretanto, até o momento, tmsido pouco utilizado.Quanto à formação <strong>de</strong> novos espaços urbanizados, foi um avanço para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> o fato <strong>de</strong> se exigir aimplantação <strong>de</strong> loteamentos somente após a aprovação do projeto na <strong>Prefeitura</strong>, com a garantia <strong>de</strong>implantação <strong>da</strong> infra-estrutura (abastecimento <strong>de</strong> água, drenagem, esgotamento sanitário e iluminaçãopública), integração à malha viária já existente e observância <strong>de</strong> parâmetros específicos previstos em lei,entre os quais a reserva <strong>de</strong> área para implantação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> uso coletivo. Entretanto, a rigi<strong>de</strong>z <strong>da</strong>legislação torna o processo <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> parcelamento morosos, burocráticos,fragmentados e onerosos, induzindo à clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> e à exclusão. Não se tem conseguido impedir o


148 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticassurgimento <strong>de</strong> loteamentos clan<strong>de</strong>stinos que, além <strong>de</strong> prejuízos financeiros aos compradores, produzemáreas <strong>de</strong> risco e agri<strong>de</strong>m o meio ambiente. Os empreen<strong>de</strong>dores têm agido impunemente.Embora a <strong>Prefeitura</strong> já tenha um trabalho <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> assentamentos não aprovados e algumasações <strong>de</strong> regularização já implanta<strong>da</strong>s ou em an<strong>da</strong>mento, falta um programa <strong>de</strong> governo mais efetivo queviabilize a regularização dos assentamentos irregulares. Outras problemas diretamente relacionados à ação<strong>da</strong> administração pública dizem respeito à falta <strong>de</strong> uso imediato <strong>da</strong>s áreas transferi<strong>da</strong>s ao po<strong>de</strong>r público emimplantação <strong>de</strong> loteamentos (o que favorece a invasão <strong>da</strong>s mesmas) e à inexistência <strong>de</strong> programa <strong>de</strong>regularização <strong>de</strong> lotes lin<strong>de</strong>iros a vias implanta<strong>da</strong>s pelo po<strong>de</strong>r público (o que favorece a <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong>áreas que po<strong>de</strong>riam ter melhor aproveitamento econômico).Outra reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem marcado o processo <strong>de</strong> ocupação diz respeito a violência urbana. Como reação àfalta <strong>de</strong> segurança em conjuntos habitacionais, têm proliferado condomínios fechados clan<strong>de</strong>stinos, que seapropriam in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> vias públicas e geram segregação social. Embora a legislação urbanística jácontemple a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> loteamentos existentes em condomínios fechados, essafigura ain<strong>da</strong> é imprecisa, especialmente quando se trata <strong>de</strong> áreas com mais <strong>de</strong> 100.000 m². Além disso,trata-se <strong>de</strong> um processo extremamente burocrático e oneroso.Na área <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> assentamentos, <strong>de</strong>staca-se como positiva a política municipal <strong>de</strong> habitação,embora prejudica<strong>da</strong> pela ausência <strong>de</strong> programas habitacionais promovidos dos pelos governos fe<strong>de</strong>ral eestadual. Destaca-se, em especial, a regularização <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> vilas e favelas, classifica<strong>da</strong>s como Zonas<strong>de</strong> Especial Interesse Social – ZEIS, envolvendo a regulamentação introduzi<strong>da</strong> pela Lei n. o 8.137/00, aelaboração dos planos globais estratégicos, a regularização fundiária e a urbanização. O Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> também favorece a regularização. Essas iniciativas, no entanto, não induzem a redução gra<strong>da</strong>tivado crescimento <strong>da</strong>s vilas e favelas. Faltam também ações <strong>de</strong> fiscalização (preventiva, educativa ou punitiva)nas áreas <strong>de</strong> ZEIS e também em outras áreas que, uma vez ocupa<strong>da</strong>s, se transformam em áreas <strong>de</strong> risco.Aliás, a Fiscalização em geral tem sido objeto <strong>de</strong> freqüentes críticas e discussões. Algumas iniciativas sãoelogia<strong>da</strong>s, como o Programa <strong>de</strong> Fiscalização Integra<strong>da</strong> do qual participam diversos órgãos fiscalizadores <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong>. Outro ponto positivo é o caráter preventivo e educativo <strong>de</strong> algumas ações. No entanto, em geral,a falta <strong>de</strong> recursos, inclusive <strong>de</strong> pessoal, reflete diretamente na eficiência <strong>da</strong> fiscalização. Além disso, hámuita <strong>de</strong>sinformação por parte <strong>da</strong> população em geral sobre a legislação urbanística. Esse quadro, aliado àprecarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições socioeconômicas <strong>da</strong> população, à excessiva burocracia e morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> nosprocessos <strong>de</strong> licenciamento ou regularização, à eleva<strong>da</strong> carga tributária e à falta <strong>de</strong> instrumentos punitivosmais eficazes, produz um alto índice <strong>de</strong> clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo-se, inclusive, falar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> duasci<strong>da</strong><strong>de</strong>s: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal e a informal ou irregular. Há ain<strong>da</strong> aqueles que, embora tenham consciência <strong>da</strong>sexigências urbanísticas, aproveitam-se <strong>de</strong>ssa situação para burlar ou <strong>de</strong>scumprir a legislação,principalmente no que se refere a edificações e instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas. Isso se dá tanto emáreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular quanto em áreas públicas – <strong>de</strong>staca-se, inclusive, uma apropriaçãoindiscrimina<strong>da</strong> do espaço público para aten<strong>de</strong>r a interesses particulares.Dentro <strong>da</strong> legislação urbanística, a <strong>de</strong> posturas também merece uma atenção especial. Primeiro, pela falta<strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção em um código; segundo, pela falta <strong>de</strong> atualização <strong>de</strong> alguns dispositivos. Tramita naCâmara <strong>Municipal</strong> um projeto do Código <strong>de</strong> Posturas; embora tal iniciativa seja positiva, é precisopreocupar-se especialmente com a legislação relativa a licenciamento <strong>de</strong> camelôs, que atualmente é muitoburocratiza<strong>da</strong>. É positiva a organização dos mesmos em barracas <strong>de</strong> cores diferencia<strong>da</strong>s; é negativa aconcorrência exerci<strong>da</strong> com o comércio regularmente estabelecido. Também a legislação relativa acomunicação visual está ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, uma vez que a paisagem urbana vem sendo progressivamenteobstruí<strong>da</strong> pela colocação indiscrimina<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e pela falta <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ssa colocaçãopelo po<strong>de</strong>r público. Muitas vezes é prejudica<strong>da</strong> a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> imóvel tombado ou, pior ain<strong>da</strong>, a instalaçãoé feita no próprio bem tombado.Quanto à política <strong>de</strong> proteção do patrimônio histórico, <strong>de</strong>staca-se a recuperação <strong>de</strong> espaços e sua<strong>de</strong>stinação ao uso público (Mercado <strong>da</strong> Lagoinha, Casa do Con<strong>de</strong>, Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>). Tem sidoviabiliza<strong>da</strong> a efetiva proteção <strong>de</strong> edificações e referências simbólicas, o que contribui para preservação <strong>da</strong>memória e melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entre os incentivos, a transferência do direito <strong>de</strong>construir condiciona<strong>da</strong> à preservação do patrimônio tombado é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> positiva. A atuação doConselho Deliberativo do Patrimônio Cultural e a política <strong>de</strong> proteção adota<strong>da</strong> no Município, incluindo graus<strong>de</strong> proteção do bem, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conjuntos urbanos protegidos, critérios <strong>de</strong> tombamento e <strong>de</strong> preservação<strong>da</strong> paisagem, têm contribuído para um processo <strong>de</strong> valorização <strong>da</strong> conservação do patrimônio cultural.Entretanto, essas iniciativas o os incentivos existentes ain<strong>da</strong> não são suficientes para sensibilizar osproprietários; como resultado, tem-se um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> preservação em processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização e <strong>de</strong>terioração. Sente-se, ain<strong>da</strong>, a falta <strong>de</strong> um programa educativo, inclusive nas escolas,relacionado à preservação e valorização do patrimônio urbano, e a falta <strong>de</strong> divulgação dos instrumentos <strong>de</strong>incentivo à preservação; sente-se, também, uma <strong>de</strong>sarticulação dos órgãos públicos envolvidos com apreservação do patrimônio, em especial, em relação à política <strong>de</strong> turismo e à <strong>de</strong>stinação social e econômica


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 149dos imóveis tombados.Especificamente quanto a edificações em geral, além <strong>da</strong> já menciona<strong>da</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong>morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e burocratização do processo <strong>de</strong> licenciamento, <strong>de</strong>staca-se a ina<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong>obras à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> atual e ao conforto ambiental. Apesar <strong>de</strong> haver legislação municipal que prevê afacilitação do acesso <strong>de</strong> pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência às edificações, essa facilitação, na prática, nãotem ocorrido. Constata-se, também, a ausência <strong>de</strong> mecanismos e parâmetros urbanos que flexibilizem aregularização <strong>de</strong> construções clan<strong>de</strong>stinas.Quanto ao licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, constata-se, a ausência <strong>de</strong> uma política econômicamais eficaz que privilegie a criação <strong>de</strong> empregos e, também, uma certa ina<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> licenciamentoàs vocações do <strong>de</strong>senvolvimento urbano regional. Também falta uma interação maior do licenciamento <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com os <strong>de</strong>mais órgãos envolvidos. Como pontos positivos, cita-se a existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> “Fundo<strong>de</strong> Quintal”, como fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>, e o licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior portecondicionado à análise <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> impacto ambiental pelo Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente(COMAM), on<strong>de</strong> se prevê também a discussão com a população envolvi<strong>da</strong>. Ressalta-se, no entanto, o fato<strong>de</strong> ser a legislação municipal um pouco permissiva quanto a instalação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular.De forma geral, no que diz respeito à gestão <strong>da</strong> política urbana no Município, ain<strong>da</strong> não são percebidos osefeitos <strong>da</strong> reforma administrativa, que prevê a integração do planejamento e a <strong>de</strong>scentralização dolicenciamento e fiscalização. No entanto, sente-se uma progressiva abertura à participação popular,especialmente através dos diversos Conselhos <strong>da</strong> área urbana e <strong>de</strong> outras instâncias <strong>de</strong> discussão. Outroponto positivo refere-se ao Programa <strong>de</strong> Engenharia Pública, em fase <strong>de</strong> implantação. Entre os pontosnegativos, <strong>de</strong>staca-se falta <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> política tributária com a política urbana (o IPTU não reflete apolítica urbana <strong>de</strong> zoneamento do solo, e a excessiva carga tributária induz à informali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>econômica e reduz o volume <strong>de</strong> licenciamentos). Outro ponto que merece referência é a escassez <strong>de</strong>espaços a<strong>de</strong>quados na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, culturais, esportivas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.3.2.3 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente,Recursos Hídricos e SaneamentoA - Palestra <strong>de</strong> aberturaLUIZ ROBERTO SANTOS MORAES 25Trabalho com a relação saneamento, saneamento ambiental, meio ambiente e saú<strong>de</strong> e vim tentar colocaraqui algumas informações <strong>de</strong> caráter conceitual, puxando sempre para aplicações práticas. E aí vamos vercomo é que nós po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão que trabalhe a questão do meio ambiente, dosrecursos hídricos, do saneamento, em termos <strong>de</strong> ações integra<strong>da</strong>s e soluções integrais. Como é que agente po<strong>de</strong> trabalhar, por exemplo, num município do porte <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Vocês estão num estágiobem mais avançado do que o meu município, que é Salvador – Salvador não conseguiu realizar, até agora,nem a primeira conferência municipal <strong>de</strong> política urbana, ain<strong>da</strong> está extremamente atrasa<strong>da</strong> em <strong>da</strong>r ospassos para discutir.Na terça feira à noite, em Brasília, foi abertura <strong>da</strong> 3ª Conferência <strong>da</strong>s Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Na mesa forma<strong>da</strong> para asoleni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura estava o Ministro <strong>da</strong> Secretaria Especial <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano <strong>da</strong> Presidência<strong>da</strong> República convocando o Congresso Nacional e a platéia a aprovar o projeto <strong>de</strong> Lei n. o 4.147, <strong>de</strong> 2001,que é aquele que privatiza os serviços <strong>de</strong> água e esgoto no Brasil, serviços esses cuja titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> émunicipal, garantido pela Constituição brasileira. Então, a todo momento eles vão estar tentando aprovaruma lei que facilite a privatização dos serviços <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> esgoto e isso é extremamente <strong>da</strong>noso àpopulação brasileira. Vai dificultar o acesso e a luta.Tem um exemplo interessante <strong>de</strong> mobilização popular que é o <strong>da</strong> Bahia, on<strong>de</strong> ia acontecer a primeiraprivatização <strong>de</strong> uma companhia estadual <strong>de</strong> água e esgoto no país. O governo do estado já tinha feitocontrato com a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, ven<strong>de</strong>ndo 30% <strong>da</strong>s suas ações e recebendo, por isso, 450milhões <strong>de</strong> reais. Mas a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> baiana, em todos os recantos do estado, se mobilizou e conseguiu<strong>de</strong>rrubar leis que tinham sido aprova<strong>da</strong>s pelas Câmaras <strong>de</strong> vereadores, autorizando a privatização,autorizando o estado a privatizar os serviços <strong>de</strong> água e esgoto. E, pela primeira vez na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador,foi <strong>da</strong><strong>da</strong> entra<strong>da</strong> na Câmara um projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> iniciativa popular, com 92.750 assinaturas, para que serevertesse o processo na capital. Então, quando a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> se mobiliza, luta por algo que ela acha que éimportante, ela efetivamente consegue obter sucesso. A Igreja católica e as outras igrejas se juntaramnessa luta e quando o ex-senador Antônio Carlos Magalhães viu a per<strong>da</strong> política que ia ter, foi a uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>do interior, para as câmeras <strong>de</strong> televisão, dizer que não ia ter mais privatização, que nunca o governo doestado <strong>da</strong> Bahia tinha pensado em privatizar a água. E é sobre a água, tão importante que a gente vai falar25 XXXXXXXXXXX


150 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasum pouco do ponto <strong>de</strong> vista conceitual.O ambiente do ser humano é muito complexo, o ambiente natural, com outros seres vivos, plantas, animais,o ambiente físico, o ar, o solo, a água, o céu. Po<strong>de</strong>-se ver também que a cultura que as pessoas criam estáno ambiente, fazendo parte não mais do ambiente físico ou do ambiente biótico mas do ambiente antrópico,social <strong>da</strong>s pessoas; estão ali, a tecnologia e a ciência, a religião, a arte nas suas diferentes formas atuandosobre os seres humanos. Também as outras pessoas, através dos diferentes sentimentos, do amor do ódio,<strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> amiza<strong>de</strong>, <strong>da</strong> inveja, do ciúme, tudo isso conformando o ambiente, tudo isso interferindono equilíbrio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> enquanto ser humano. Tudo está aí para ser equilibrado, para gerar saú<strong>de</strong> e é <strong>de</strong> umacomplexi<strong>da</strong><strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> fazer a vi<strong>da</strong> melhor, mais saudável.Há três tipos <strong>de</strong> ambiente: o ambiente biológico, o ambiente físico, e o ambiente antrópico. Eles serelacionam entre si e todos eles interferem no nosso equilíbrio, ou seja, na nossa saú<strong>de</strong>. Então, interferir emca<strong>da</strong> ambiente <strong>de</strong>sses para po<strong>de</strong>r fazê-lo salubre, bem administrado, para que traga um resultado, uma<strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, visando o equilíbrio <strong>da</strong> pessoa, é o gran<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> todos nós. Como fazer isso?Ouve-se falar muito sobre recursos hídricos, mas eu gostaria <strong>de</strong> falar aqui mais sobre o elemento água,porque quando a gente fala recurso hídrico, a água passa a ser olha<strong>da</strong> como algo utilitário, enquanto queelemento água tem uma abrangência muito maior. Numa bacia hidrográfica existem o rio principal, os seusafluentes e as diferentes ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>quela área, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com interesses diferentes gerando conflitos nouso do espaço, do solo; gerando conflitos no uso <strong>da</strong> água; gerando diversos resíduos e <strong>de</strong>volvendo essesresíduos para o ambiente e isso precisa ser estu<strong>da</strong>do. Para isso existem os centros <strong>de</strong> pesquisa. Entãoprecisa ser estu<strong>da</strong>do, precisa ser negociado, precisa ser legislado, pra que efetivamente a ocupação <strong>de</strong>ssesolo, a gestão <strong>de</strong>sse solo, a gestão dos diferentes recursos, <strong>de</strong>ntre eles a água, seja feita <strong>de</strong> maneiraintegra<strong>da</strong>.Então já estou trazendo um primeiro conceito que é a integração. A gente tem, nas ciências, as ciênciasfragmenta<strong>da</strong>s. A gente tem nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s extremamente fragmenta<strong>da</strong>s e setoriza<strong>da</strong>s. Existe oórgão público e, muitas vezes, estado é organizado <strong>de</strong> tal maneira que fragmenta bastante as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Buscar a integração <strong>da</strong>s ações é extremamente importante, porque sem ela será óbvia a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> dosconflitos <strong>de</strong> interesses setorizados.Nós <strong>de</strong>senvolvemos, na periferia <strong>de</strong> Salvador, um projeto <strong>de</strong> ações integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> saneamento ambiental ehabitação, trabalhando numa comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 4 mil habitantes, num bairro que não era dotado <strong>de</strong> água. Apopulação não tinha acesso à água <strong>de</strong> maneira regular. 80% <strong>da</strong> população tinha ligação, extremamenteirregular e a água não era <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Coleta <strong>de</strong> esgoto não existia praticamente em lugar nenhum.Drenagem <strong>de</strong> águas <strong>de</strong> chuva também não existia. O manejo dos resíduos sólidos também não existianaquela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e diversos barracos eram extremamente precários. Pois bem, com os três níveis <strong>de</strong>governo, órgãos <strong>da</strong> prefeitura e do governo do estado e órgãos fe<strong>de</strong>rais relacionados a meio ambiente,recursos hídricos, saneamento e saú<strong>de</strong>, conseguimos formar um comitê gestor e <strong>de</strong>senvolver os projetoscom a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> do local discutindo, <strong>de</strong>liberando, participando. Depois se conseguiu buscar e administraros recursos e criar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> intervenção integra<strong>da</strong> para áreas <strong>de</strong> periferia, mostrando que não era umautopia, é algo real.E necessita do quê? Visão política, vonta<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>cisão política, participação social e capacitação <strong>de</strong>profissionais. Ou seja, buscar a integração é muito importante, tanto nas ações como entre as instituições emuitas vezes intra-instituição. A área <strong>de</strong> saneamento tem um exemplo: muitas vezes, o órgão <strong>de</strong>saneamento tem o pessoal <strong>da</strong> água e o pessoal do esgoto e há uma enorme dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na integração e nainteração <strong>de</strong>sse pessoal; como muitas vezes, somente na área <strong>da</strong> água existe o pessoal que projeta, faz osprojetos mas existe o pessoal que faz a construção e existe o pessoal que faz a operação. Quer dizer, énecessário a integração intra-instituição e entre as instituições, entaõ isso que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> estácolocando é um avanço. Eu tenho caminhado, an<strong>da</strong>do pelo Brasil, tenho participado <strong>de</strong> algumasconferências, a maioria <strong>de</strong>las volta<strong>da</strong>s para a área <strong>de</strong> saneamento, específicas – algumas são municipais,outras são metropolitanas e outras são estaduais – mas na hora em que eu vejo uma conferência que vaidiscutir política urbana, política <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e que incorpora uma área temática <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> o meioambiente, os recursos hídricos e o saneamento, pra mim vocês estão com uma riqueza no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> avançar, no sentido <strong>de</strong> integrar esses fatores. E é óbvio <strong>de</strong> que o estabelecimento <strong>de</strong> políticas públicas,<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> lei gerando leis específicas tem que ter sempre a visão <strong>da</strong> integração, para se ter umambiente com uma salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor, que traga um impacto na ampliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.Pensem na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma bacia. Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que usam o solo. Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que necessitam<strong>de</strong> água em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que <strong>de</strong>volvem para a água as suas impurezas e oelenco <strong>de</strong>ssas impurezas po<strong>de</strong> gerar diversas alterações na própria água. Então, é necessário que aspartes interessa<strong>da</strong>s sentem na mesa para discutir, negociar e buscar uma solução que possa ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>. Então, pensem nas duas bacias que existem no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com conflitossemelhantes em termos <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> água. Como a água do rio não é utiliza<strong>da</strong> para diversos usos, inclusivepara beber, e a COPASA capta longe, não <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> malha urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, esse conflito muitas


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 151vezes não aparece na intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ria aparecer.Então, como resolver isso?O Brasil <strong>de</strong>morou muito, mas, felizmente, a partir <strong>de</strong> 97, tem uma lei que estabelece a política nacional <strong>de</strong>recursos hídricos, um sistema nacional <strong>de</strong> gerenciamento. Hoje, ca<strong>da</strong> Estado tem uma lei <strong>de</strong> políticaestadual <strong>de</strong> gerenciamento, <strong>de</strong> recursos hídricos e também um sistema estadual <strong>de</strong> recursos hídricos e temque dialogar com o município. O domínio <strong>da</strong> água no Brasil é estadual ou fe<strong>de</strong>ral mas a titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> doserviço <strong>de</strong> saneamento é municipal.E aí muitas vezes o saneamento entra como usuário, ou seja, a área <strong>de</strong> saneamento, o serviço <strong>de</strong>saneamento entra como usuário <strong>da</strong> água. E ele tem que ter o cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> como vai captar aquela água, aquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> que vai captar, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>quela água pra ele, enquanto usuário e a <strong>de</strong>volução <strong>da</strong> água sujapor parte <strong>de</strong>le. Trabalhar isso aí é que se necessita integrar às políticas públicas. Isso não elimina apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar a existir, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa integração, as políticas específicas, municipais e setoriais.O conceito <strong>de</strong> salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental é relativamente recente aqui no nosso país, tem uns quinze anos, e agente tem tentado enten<strong>de</strong>r esse conceito no ambiente em que a gente an<strong>da</strong>, esse ambiente <strong>da</strong>qui, oambiente lá próximo <strong>da</strong> casa <strong>da</strong> gente, qualquer ambiente. É necessário que ele esteja num estado <strong>de</strong>salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> que não gere problemas <strong>de</strong> impacto na saú<strong>de</strong>, é um estado <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental capaz <strong>de</strong>prevenir a ocorrência <strong>de</strong> doenças relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente e <strong>de</strong> promover as condições favoráveis aopleno gozo à saú<strong>de</strong> e ao bem estar <strong>da</strong> população. E isso já está no projeto <strong>de</strong> lei que foi aprovado <strong>da</strong>qui.Outro conceito que eu acho importante é o do saneamento ambiental, um elenco <strong>de</strong> ações que visamexatamente melhorar a salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> do ambiente. Nós não temos que ficar preocupados apenas em ter águana nossa casa. Temos que nos preocupar com <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é que está vindo aquela água, com a proteção<strong>da</strong>quele manancial. E só <strong>de</strong>pois com a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> água até a casa <strong>da</strong> gente. E quando a água chega nointerior <strong>da</strong> casa <strong>da</strong> gente, qual é a ética que a gente tem com a água? Qual é a ética que a gente tem com aágua? Qual é a nossa relação com a água? A prefeitura assinou um contrato há muitos anos atrás <strong>de</strong>Concessão com a COPASA e a COPASA explora até hoje o sistema <strong>de</strong> água <strong>da</strong>qui <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Como é que a gente faz na hora em que lava as mãos? Nós, homens, na hora em que fazemos a barba? Ena hora em que a gente escova os <strong>de</strong>ntes, em que a gente <strong>de</strong>sperdiça uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> águafenomenal? Muitas vezes a gente vai no banheiro <strong>da</strong> casa <strong>da</strong> gente e faz cinqüenta, sessenta mililitros <strong>de</strong>xixi e a gente mete o <strong>de</strong>do na <strong>de</strong>scarga e com ca<strong>da</strong> <strong>de</strong><strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong>quela na <strong>de</strong>scarga, estamos jogando fora ali,pra levar para re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto, <strong>de</strong> doze a vinte litros <strong>de</strong> água potável. Po<strong>de</strong>ria pegar <strong>da</strong>li e beber. Isso é <strong>de</strong>uma irracionali<strong>da</strong><strong>de</strong> monstruosa. Aí você po<strong>de</strong>riam dizer assim: mas esse é um problema tecnológico. Porque que vocês engenheiros não <strong>de</strong>senvolvem uma tecnologia que gaste menos água? Isso já foi feito, já foifeito aqui no Brasil. Hoje já existem indústrias brasileiras que produzem o vaso que gasta apenas cinco litros<strong>de</strong> água. Mas qual é o programa <strong>de</strong> habitação popular e on<strong>de</strong> é que ele está sendo implantado? Quando eupego, num curso <strong>de</strong> especialização, uma turma inteira <strong>de</strong> engenheiros, os engenheiros nem conhecem, nemsabem que existe esse vaso <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga reduzi<strong>da</strong>, o VDR. A Deca, a Duratex, a Ci<strong>da</strong>mar, já produzem emescala industrial. Então a gente estaria gastando menos água, a gente estaria gerando menos esgoto, queprecisa ser coletado e tratado, pra ser reintegrado no ambiente. Então, e a ética <strong>da</strong> gente?Eu estou trazendo um exemplo, para que possamos refletir sobre isso, porque muitas vezes a gente passae vê o rio, os pontos <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> esgoto <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou <strong>da</strong>s indústrias e fica dizendo “puxa, estápoluído”. Sim, mas e a sua relação com a água, se dá <strong>de</strong> que maneira? Isso tem que ser trazido para o<strong>de</strong>bate. Por que não captar e utilizar água <strong>de</strong> chuva? São tecnologias disponíveis. Ah, a gente faz issoquando é no semi-árido, num lugar que chove pouco. Aí a gente capta água nos telhados <strong>da</strong>s casas, levapara uma cisterna e armazena a água que vai ser água <strong>de</strong> abastecimento, durante os oito ou nove mesesem que não vai chver. Por que que a gente não po<strong>de</strong>ria fazer isso na área urbana. Quem disse que issonão po<strong>de</strong> ser feito? Nós, simplesmente, adotamos uma única tecnologia, como é o caso do esgotamentosanitário também. Então essa questão tecnológica, tecnologias apropria<strong>da</strong>s, tecnologias ambientais oulimpas, são questões que têm que ser discuti<strong>da</strong>s no projeto <strong>da</strong>s ações e até mesmo na integração entrecomo manejar o ambiente, como manejar a água enquanto elemento dos recursos hídricos e como ofertarsaneamento para a população. São questões que muitas vezes passam <strong>de</strong>spercebi<strong>da</strong>s porque muitasvezes a gente acha <strong>de</strong> que tem que chegar ali e ter o vaso sanitário, não avalia quanto <strong>de</strong> água está sendogasto para <strong>de</strong>scarregar os poucos ml <strong>de</strong> xixi <strong>de</strong> que a gente faz.Então essas são questões também para o <strong>de</strong>bate, para a questão <strong>de</strong> como é que nós vamos pensar aintegração e a integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação dos serviços. São questões que hoje já são reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, já temprédio <strong>de</strong> apartamento que tem priva<strong>da</strong> a seco, que não usa água <strong>de</strong>ntro do prédio, ou seja, a matériaexcremental ela é armazena<strong>da</strong> ali, se <strong>de</strong>compõe e a pessoa reutiliza, óbvio que isso não tem que ser umapanacéia, mas é um sistema que po<strong>de</strong> ser analisado. O outro, um vaso sanitário que separa a urina <strong>da</strong>matéria excremental e ambas são reutiliza<strong>da</strong>s. Nós temos que romper essa ditadura tecnológica <strong>de</strong> colocarapenas re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto passando pelo meio <strong>da</strong> rua pra coletar to<strong>da</strong>s as águas sujas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s casas <strong>da</strong>gente. Em uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>, certamente essa seria a melhor solução, mas em outras áreas po<strong>de</strong>riam


152 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasser tecnologias diferentes. Então muitas vezes a gente padroniza uma tecnologia e acha que só é aquela eaquela tecnologia vem vem aten<strong>de</strong>r interesses outros, que po<strong>de</strong>m não ser interesses <strong>de</strong> oportunizar auniversalização do serviço <strong>de</strong> saneamento.A cobertura <strong>de</strong> água aqui em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é fantástica. A <strong>de</strong> esgoto já está excepcional também, emtermos do número <strong>de</strong> domicílios <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> liga<strong>da</strong> à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto mas é necessário universalizar, chegaraos 100%. É necessário diminuir o impacto que esses esgotos estão gerando nos córregos. E muitas vezeso rio tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para receber o esgoto e purificar o esgoto <strong>de</strong> maneira natural, sem precisar gran<strong>de</strong>stratamentos, então não po<strong>de</strong> ser algo para favorecer apenas os ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> equipamentos e <strong>de</strong>materias, os construtores. Tem que ser algo estu<strong>da</strong>do, a gente para <strong>de</strong>scobrir os gargalos, os nós, porquenós não somos os dono <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. A todo momento aparece uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> e a gente vai pesquisar prasaber como resolver aquela dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>.Então o saneamento é, fun<strong>da</strong>mentalmente, uma ação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, incorporando as cinco açõesprincipais, feitas <strong>de</strong> maneira integra<strong>da</strong> entre si e integra<strong>da</strong>s com a área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Tem ain<strong>da</strong> que buscar aintegração entre esses três segmentos: o meio ambiente, os recursos hídricos e o saneamento.Há dois tipos <strong>de</strong> mananciais diferentes: os rios e os poços do subsolo. Diversas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras já usamesse sistema, que pra elas é mais a<strong>de</strong>quado do ponto <strong>de</strong> vista ambiental. Então isso <strong>da</strong>qui tem que ser feito<strong>de</strong> uma forma integral e com a seguinte preocupação, que impacto isso vai gerar? Em Salvador, quando oscondomínios começaram a perceber o custo, após a implantação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto, eles pediram àconcessionária estadual para <strong>de</strong>sligar a água do condomínio, contrataram um profissional e perfuraram umpoço e hoje em Salvador tem mais <strong>de</strong> dois mil condomínios que pegam água diretamente do subsolo e nãousam a água <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública. Isso acaba gerando um impacto no ambiente, porque não está sendoestu<strong>da</strong><strong>da</strong> essa exploração <strong>da</strong> água, que <strong>da</strong>no está trazendo ao subsolo e, do ponto <strong>de</strong> vista sanitário, nãoestá sendo feito nenhum acompanhamento. Numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que até 4 anos atrás, só tinha 26% do esgotocoletado, hoje esse número subiu pra 48% <strong>da</strong> população. Ou seja, o grau <strong>de</strong> contaminação fecal que po<strong>de</strong>atingir o manancial subterrâneo com essa retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> água, abaixando o nível <strong>de</strong>baixo do subsolo epenetrando numa veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> maior as impurezas e muitas vezes acontece que a família vai indicar para asecretaria <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que está com problema e, quando vai se pesquisar, é exatamente a contaminação <strong>da</strong>água subterrânea que ele está consumindo sem nenhum controle. Essas coisas têm que ser feitas <strong>de</strong> formaintegral, controla<strong>da</strong> e não <strong>de</strong> maneira dispersa.Além disso, é necessário ter to<strong>da</strong> uma preocupação com as matas ciliares, com os tipos <strong>de</strong> lançamentosque existem na bacia hidrográfica e no reservatório. Isso tudo tem que estar envolvido, compondo aintegrali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema e não esquecido como sendo algo <strong>de</strong> terceiros porque compete, por exemplo aoórgão municipal ou estadual <strong>de</strong> meio ambiente fazer a fiscalização dos mananciais e acompanhamento.Trabalhar numa perspectiva que seja efetivamente integral, integral no sentido do todoUma conferência, ou uma pré-conferência como essa, oportuniza o diálogo, a discussão, o conhecimento ea formulação <strong>de</strong> políticas públicas que trazem ou que dizem respeito à maioria <strong>da</strong>s pessoas. Construir <strong>de</strong>maneira coletiva é o gran<strong>de</strong> ganho. Ontem, por exemplo, o prefeito do município <strong>de</strong> Alagoinhas, 130 milhabitantes no interior <strong>da</strong> Bahia, sancionou a política municipal <strong>de</strong> saneamento. Uma lei que foi construí<strong>da</strong>pelo povo. Uma conferência municipal <strong>de</strong> saneamento realiza<strong>da</strong> em julho agora, encaminha<strong>da</strong> ao po<strong>de</strong>rexecutivo, ao prefeito, que encaminhou à Câmara que, por sua vez, abriu uma outra discussão, melhorou eaprovou o projeto que foi, ontem, sancionado pelo prefeito. Passa a ser o primeiro município no estado <strong>da</strong>Bahia a ter uma política municipal instituí<strong>da</strong>, um arcabouço jurídico institucional que estabeleça como é que<strong>de</strong>ve ser organizado quais são os instrumentos. E a população continua a fazer o controle, a suaparticipação e o controle social. Então, isso é possível, só precisa vonta<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>cisão política,formação <strong>de</strong> técnicos e competência. Precisa <strong>de</strong> participação e controle social. Precisa <strong>de</strong> tecnologiasapropria<strong>da</strong>s, tecnologias ambientais para trabalhar essa questão <strong>de</strong> uma maneira que possa efetivamenteser adota<strong>da</strong> ali. E principalmente, precisa um esforço gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r a ética. E mu<strong>da</strong>r a ética, resgatandoa soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, resgatando a eqüi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Temos que ter agora a competência <strong>de</strong> buscar essa integração e pensar nas soluções <strong>de</strong> maneira queaten<strong>da</strong> ao todo, <strong>de</strong> forma integral.B - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específicaCa<strong>de</strong>rno 1TEMA 1: ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE AMBIENTAL, FLORA E FAUNA<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se instalou em uma região com excepcional varie<strong>da</strong><strong>de</strong> em sua constituição física, como ariqueza mineral e o relevo, com altitu<strong>de</strong>s que variam <strong>de</strong> 650 metros, na região nor<strong>de</strong>ste, a 1500 metros, notopo <strong>da</strong> serra do Curral. Com gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu território, <strong>de</strong> 330,23 km², ocupado por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas,


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 153poucas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mantêm suas características naturais. Para preservá-las é necessário i<strong>de</strong>ntificá-las,reconhecer suas relevâncias e estabelecer um pacto social comprometido com a instituição <strong>de</strong> práticasvolta<strong>da</strong>s para a sua perpetuação no espaço urbano.Na última déca<strong>da</strong>, houve um gran<strong>de</strong> esforço <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, assim como <strong>de</strong> ambientalistas e técnicos e <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral, para a ampliação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s e a proteção <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental,através <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> legislações específicas, <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> parques e praças, do aprimoramento <strong>da</strong>arborização urbana e <strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> uma ampla política <strong>de</strong> parcerias entre o po<strong>de</strong>r público e ainiciativa priva<strong>da</strong>. Este esforço tem trazido resultados. Até 1993 havia apenas 8 parques implantados e,hoje, são 39, distribuídos nas 9 regiões do Município. Mais 12 parques se encontram em fase <strong>de</strong>implantação, seja pela <strong>Prefeitura</strong>, seja por empresas particulares, como compensação ambiental.A legislação urbanística municipal – Plano Diretor e Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo – criouzoneamentos <strong>de</strong> preservação e proteção, com normas mais restritivas <strong>de</strong> ocupação, uso eimpermeabilização. Assim, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> possui as Zonas <strong>de</strong> Preservação Ambiental – ZPAMs, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>sà preservação e recuperação <strong>de</strong> ecossistemas, nas quais somente são aceitas ocupações <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s aoaprimoramento <strong>da</strong> própria área, encontrando-se assim classifica<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as áreas referentes aos parquese as ilhas <strong>da</strong> Pampulha. Foram também cria<strong>da</strong>s as Zonas <strong>de</strong> Proteção – ZPs, com objetivo <strong>de</strong> proteçãoambiental e preservação do patrimônio paisagístico, com maiores possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocupação e uso, e queviabiliza, economicamente, áreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular. São classifica<strong>da</strong>s como ZP-1, ZP-2 ou ZP-3,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do grau <strong>de</strong> ocupação e permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo. Áreas classifica<strong>da</strong>s como ZPAMs, quando <strong>de</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular, recebem, automaticamente, tratamento <strong>de</strong> ZP-1.O Plano Diretor também criou as Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais –ADEs, em locais que, pelas suascaracterísticas, <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m políticas diferencia<strong>da</strong>s, mais restritivas e prepon<strong>de</strong>rantes sobre aquelasreferentes aos zoneamentos. Do ponto <strong>de</strong> vista do interesse ambiental, as principais são: ADE Pampulha,ADE Trevo e ADE Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim. Encontra-se em estudo a criação <strong>da</strong> ADE <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Barragem SantaLúcia, assim como a relativa à serra do Curral, esta advin<strong>da</strong> <strong>de</strong> proposta <strong>da</strong> I Conferência <strong>de</strong> PolíticaUrbana.Ain<strong>da</strong> com relação à serra do Curral, marco geográfico do município, com gran<strong>de</strong> valor paisagístico,ambiental e simbólico para a população, teve esta o seu perímetro <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>finido em 1996, passandoas ocupações na mesma a serem submeti<strong>da</strong>s a diretrizes especiais.Através <strong>de</strong> legislação estadual, foram cria<strong>da</strong>s duas Áreas <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APAs): a chama<strong>da</strong> APASul-RMBH, localiza<strong>da</strong> nas encostas <strong>da</strong> serra do Curral, cria<strong>da</strong> em junho <strong>de</strong> 1994, para, principalmente,proteger os mananciais <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e a APA Fazen<strong>da</strong> Capitão Eduardo.O nome áreas ver<strong>de</strong>s abriga um amplo leque <strong>de</strong> categorias. Entre as situa<strong>da</strong>s em terrenos particulares<strong>de</strong>stacamos as áreas <strong>de</strong> preservação permanente, que <strong>de</strong>vem permanecer em seu estado natural, e asáreas non aedifican<strong>da</strong>e, on<strong>de</strong> não se po<strong>de</strong> construir, e que tem o objetivo <strong>de</strong> proteger nascentes, cursosd’água, topos <strong>de</strong> morro etc. A legislação municipal criou dois instrumentos <strong>de</strong> incentivo aos proprietários: aReserva Particular Ecológica e a Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir.Quanto às áreas ver<strong>de</strong>s públicas, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dispõe <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> praças, jardins e parques.Ain<strong>da</strong> nesta categoria se incluem os canteiros centrais <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>s e as áreas reserva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> loteamentos,mesmo quando ain<strong>da</strong> não receberam qualquer melhoria. A dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r público em conservar epromover o uso a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>stas áreas, associa<strong>da</strong> à falta <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> população com os espaços <strong>de</strong> usocoletivo, favorecem as <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ções e as invasões para os mais diversos usos.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> consi<strong>de</strong>rou em seu planejamento inicial, a valorização <strong>da</strong> arborização <strong>da</strong>s vias , no intuito <strong>de</strong>embelezar e melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua população. Entretanto, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30, novastendências <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e planejamento urbano colocaram em segundo plano o mo<strong>de</strong>lo tradicional<strong>de</strong> arborização. Os equipamentos urbanos e edificações não foram a<strong>de</strong>quados às árvores e o aceleradocrescimento do município gerou e ampliou os conflitos, ca<strong>da</strong> vez mais complexos, entre a arborização e osvários equipamentos urbanos instalados.Atualmente, o planejamento, a implantação e a manutenção <strong>da</strong> arborização passaram a exigir soluçõesca<strong>da</strong> vez mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s ao ritmo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, afim <strong>de</strong> compatibilizar o crescimento urbano com aarborização. Este processo <strong>de</strong> compatibilização envolve o plantio <strong>de</strong> espécies a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s às característicaslocais e intervenções nos espécimes existentes e/ou nos equipamentos instalados. A realização <strong>de</strong>intervenções na arborização mediante avaliação técnica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma sistemática e regular, comonas po<strong>da</strong>s periódicas, nos plantios <strong>de</strong> espécies a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e nas supressões <strong>de</strong> espécimes in<strong>de</strong>sejáveis,têm sido adota<strong>da</strong>s pela prefeitura como método padrão para minimizar os conflitos.A Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano (SMMAS) e as Secretarias Municipais <strong>da</strong>Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão Regional (SCOMGERs) divi<strong>de</strong>m a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo trato <strong>da</strong> arborização <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tanto uma como as outras enfrentam dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para realizar suas atribuições, uma vez que, empraticamente to<strong>da</strong>s as administrações regionais, a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população por intervenções envolvendo


154 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasarborização é superior a 60% do total <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> serviços. Esse fato gera uma <strong>de</strong>fasagem <strong>de</strong> tempomuito gran<strong>de</strong> no atendimento <strong>da</strong>s solicitações, causando um <strong>de</strong>scontentamento na população, manifestadoatravés <strong>de</strong> protestos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> vegetação em si.Em suma, a arborização urbana tem sofrido prejuízos ao longo dos anos e gerado <strong>de</strong>scontentamento napopulação, e é <strong>de</strong> competência <strong>da</strong> prefeitura criar mecanismos para melhorar essa situação. O PlanoDiretor <strong>de</strong> Arborização, que po<strong>de</strong>rá reverter este quadro, criando condições para uma melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> arborização, está sendo concebido pela SMMAS e <strong>de</strong>verá contar com a participação efetiva <strong>da</strong>sSCOMGERs para sua implantação plena.A fauna <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, para a sua sobrevivência, <strong>de</strong> condições naturais compatíveis com suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Oprocesso <strong>de</strong> urbanização foi responsável pelo <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> muitos animais silvestres. Das 178espécies cataloga<strong>da</strong>s como ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção em Minas Gerais, 80 têm <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> como suaárea <strong>de</strong> origem. Entre elas estão 24 mamíferos, 34 aves e o único tipo <strong>de</strong> onicóforo existente no estado. OJardim Zoológico <strong>de</strong>senvolve ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica, <strong>de</strong> educação ambiental e <strong>de</strong> conservação ereprodução <strong>da</strong>s espécies ameaça<strong>da</strong>s – como o lobo guará, o mico-leão dourado e o mutum.A gestão <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental e <strong>da</strong> flora (esta, com <strong>de</strong>staque para a arborização), encontra-sedividi<strong>da</strong> entre a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano e as Secretarias <strong>da</strong>Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão Regional. Competem à SMMAS planejamento, coor<strong>de</strong>nação, supervisão eavaliação <strong>da</strong> execução <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> política <strong>de</strong> meio ambiente do município e, àsSCOMGERs a manutenção <strong>da</strong> arborização <strong>de</strong> logradouros públicos e dos parques urbanos. A Fun<strong>da</strong>çãoZoo-botânica administra o Jardim Botânico e o Jardim Zoológico.As SCOMGERs, principalmente, vêm enfrentando dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais e financeiras para a realizaçãoplena <strong>de</strong> suas atribuições. Parte <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s está sendo soluciona<strong>da</strong> através <strong>de</strong> parcerias <strong>da</strong>administração municipal com a iniciativa priva<strong>da</strong>, a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral e concessionárias <strong>de</strong> serviçospúblicos, não se mostrando, no entanto, suficiente.Dentre os programas públicos e parcerias voltados para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e asensibilização e a mobilização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para cui<strong>da</strong>r melhor dos espaços públicos, <strong>de</strong>stacamos osProgramas “BH-Ver<strong>de</strong>”, “Adote o Ver<strong>de</strong>” e os “Centro <strong>de</strong> Vivência Agro Ecológica (CEVAEs)”, além <strong>de</strong>diversos cursos e oficinas <strong>de</strong> Educação Ambiental. Encontra-se em implantação um sistema <strong>de</strong> informaçõesambientais (SIG-Ambiental), um programa <strong>de</strong> gestão para os parques e o Sistema <strong>de</strong> Gestão para a áreatomba<strong>da</strong> <strong>da</strong> serra do Curral. Também está em elaboração o Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização.Perguntas para subsidiar as discussões:1. Você acha que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem uma boa política <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> suas áreas <strong>de</strong> especial interesseambiental?2. O que você acha <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> parceria para a manutenção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas?3. O número <strong>de</strong> parques é suficiente?4. As espécies arbóreas emprega<strong>da</strong>s no espaço urbano são compatíveis, bem distribuí<strong>da</strong>s e suficientes?5. Cerca <strong>de</strong> 80% <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s planta<strong>da</strong>s nos logradouros públicos <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são <strong>de</strong>pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s, assimcomo muitos dos equipamentos existentes nos parques e nas praças. A quem ou a quê você atribui estasações?6. Em que você po<strong>de</strong>ria contribuir para a melhoria dos espaços públicos <strong>de</strong> proteção e preservaçãoambiental?7. O que po<strong>de</strong> ser feito para que a população conheça melhor a fauna <strong>de</strong> BH?TEMA 2: POLUIÇÃO AMBIENTALPoluição é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como sendo qualquer alteração <strong>da</strong>s características dos elementos naturais (terra, ar eágua) que possa constituir prejuízo à saú<strong>de</strong>, à segurança e ao bem-estar <strong>da</strong> população, e que possa, ain<strong>da</strong>,comprometer a fauna, a flora, a paisagem natural e construí<strong>da</strong>. Ela acontece por uma intervenção in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>do homem ou por fatores climáticos (chuva, umi<strong>da</strong><strong>de</strong> e pressão do ar, temperatura e vento). A inversãotérmica dificulta a dispersão <strong>de</strong> poluentes na atmosfera.1. Poluição do ArA poluição do ar afeta <strong>de</strong> diversas formas a saú<strong>de</strong> humana, os ecossistemas e os materiais, provocando,inclusive, alterações climáticas no planeta – o efeito estufa e a contaminação <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> ozônio naestratosfera, por exemplo.Os veículos automotores são a principal fonte <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar na Região Metropolitana<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>( RMBH). Em segui<strong>da</strong>, vem a poluição industrial e <strong>de</strong>pois ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong> prestação<strong>de</strong> serviços.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 155O controle <strong>da</strong> poluição do ar em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é <strong>de</strong>senvolvido pela SMMAS e o monitoramento é realizadopela Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Meio Ambiente (FEAM) através <strong>de</strong> estação localiza<strong>da</strong> na Praça Rui Barbosa.Destacamos, ain<strong>da</strong>, o Programa Operação Oxigênio que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1988, efetuou mais <strong>de</strong> 50.000 vistoriaspreventivas em veículos movidos a diesel. O resultado é que 80% dos veículos <strong>de</strong>sse tipo já são equipadoscom motores que poluem menos. Encontra-se em tramitação, na Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> BH, lei que tornaráobrigatória a utilização do “diesel metropolitano”, que possui menos enxofre.A poluição <strong>da</strong>s águas afeta a saú<strong>de</strong> e o bem-estar <strong>de</strong> todos os seres vivos e compromete as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas, comerciais e recreativas. A água, além <strong>de</strong> poluí<strong>da</strong>, estará contamina<strong>da</strong> se veicular organismospatogênicos, como bactérias e vírus, que trazem doenças como a leptospirose, a cólera, o tifo e aesquistossomose.2- Poluição <strong>da</strong>s ÁguasAs principais causas <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental nos cursos d’água são a urbanização <strong>de</strong>scontrola<strong>da</strong> e a altataxa <strong>de</strong> impermeabilização <strong>da</strong>s áreas ocupa<strong>da</strong>s, a ina<strong>de</strong>quação ou inexistência <strong>da</strong>s coletas <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong>esgoto, a falta <strong>de</strong> investimentos em programas <strong>de</strong> educação ambiental, os bota-foras clan<strong>de</strong>stinos e, ain<strong>da</strong>,a chama<strong>da</strong> “chuva áci<strong>da</strong>”. As águas <strong>de</strong> chuva carreiam para os cursos d’água poluentes acumulados no are no solo.A forma como a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> trata seus fundos <strong>de</strong> vale po<strong>de</strong> também afetar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, porque favoreceos processos microbiológicos in<strong>de</strong>sejáveis. Des<strong>de</strong> Aarão Reis, a solução preferi<strong>da</strong> era transformar osfundos <strong>de</strong> vale em canais fechados <strong>de</strong> concreto para implantação <strong>de</strong> aveni<strong>da</strong>s sanitárias. Recentemente,tem-se buscado novas alternativas visando a preservação dos cursos d’água municipais.A partir <strong>de</strong> 1996, a lei <strong>de</strong> uso do solo passou a exigir taxas mínimas <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>m, noentanto, ser altera<strong>da</strong>s – como a utilização <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> vazão, que solucionam o problema dospicos <strong>de</strong> cheia, porém não permitem a recarga do lençol.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, não existe um programa <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong>s águas que englobe sequer os principaiscursos d’água, o que seria fun<strong>da</strong>mental para o planejamento <strong>de</strong> ações, a fiscalização e o controle; existemapenas programas pontuais em parcerias com órgãos estaduais, tais como: projeto Águas <strong>de</strong> Minas(estudos <strong>da</strong> foz dos ribeirões Arru<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> Onça); monitoramento <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha; análises dosaqüíferos do Parque <strong>Municipal</strong>; Programa BH Águas que visa o reenquadramento <strong>da</strong>s águas do Município.A SMMAS, através <strong>de</strong> sua Gerência <strong>de</strong> Licenciamento e Fiscalização Ambiental(GELF) atua no sentido <strong>de</strong>a<strong>de</strong>quar ambientalmente os empreendimentos sujeitos ao licenciamento.3. Poluição SonoraSegundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), as principais capitais brasileiras estão entre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>smais ruidosas do mundo. A ação maléfica do ruído está diretamente relaciona<strong>da</strong> às variáveis tempo <strong>de</strong>exposição, distância, intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ocorrências sonoras e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> auditiva, entre outros. A pessoaexposta a excesso <strong>de</strong> ruído po<strong>de</strong> apresentar, entre outros sintomas, agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>svios <strong>de</strong>personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, per<strong>da</strong>s auditivas, úlcera, neurose, insônia, redução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho e, sobretudo,o chamado estresse.A principal fonte <strong>de</strong> ruído em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é o tráfego <strong>de</strong> veículos automotores. Não obstante, apopulação tem <strong>de</strong>monstrado muito menos tolerância no tocante ao ruído advindo <strong>da</strong>s fontes fixas comoserralherias, marcenarias, pa<strong>da</strong>rias, bares e boates, marmorarias, templos religiosos, oficinas mecânicas,aca<strong>de</strong>mias, e quadras esportivas.O controle e monitoramento <strong>da</strong> poluição sonora é feito pela SMMAS. Foram medidos 800 pontos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,no biênio 98/99, com níveis médios <strong>de</strong> ruído consi<strong>de</strong>rados elevados nas vias mais movimenta<strong>da</strong>s. Os níveismédios na região hospitalar se encontravam totalmente acima dos padrões sonoros em todos os horários e,por isso, foi reduzido o número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus que circulam na região.Entre as principais ações para controlar ruídos no Município po<strong>de</strong>mos citar o “Disque Sossego”, olicenciamento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s potencialmente impactantes – que constituem ações <strong>de</strong> cunho preventivo – e,também, a fiscalização <strong>de</strong>stas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Recentemente, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> foi ain<strong>da</strong> contempla<strong>da</strong> com umalegislação volta<strong>da</strong> para o monitoramento do ruído, sendo que a metodologia e a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> dispositivosque a implementarão se encontram em fase final <strong>de</strong> elaboração pela SMMAS.4. Radiações EletromagnéticasCampos eletromagnéticos existem na natureza como a luz visível e a radiação ultravioleta emiti<strong>da</strong>s pelo sol.Eles também são produzidos pelas linhas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> corrente elétrica, pelas antenas <strong>da</strong>s emissoras<strong>de</strong> rádio e televisão e <strong>de</strong> transmissão e recepção <strong>de</strong> telefonia celular, pelos computadores, fornos <strong>de</strong>microon<strong>da</strong>s, aparelhos a laser etc.Com a popularização do uso <strong>de</strong> computadores e, principalmente, dos telefones celulares, as discussõessobre possíveis efeitos à saú<strong>de</strong> humana <strong>da</strong>s radiações eletromagnéticas emiti<strong>da</strong>s por esses aparelhos têmse tornado ca<strong>da</strong> vez mais uma questão científica e social <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância. Por isso, diversas pesquisas


156 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasestão em an<strong>da</strong>mento. Em BH, apenas recentemente foram iniciados os procedimentos <strong>de</strong> licenciamentoambiental <strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong> telefonia celular. A Lei n. o 8.201/01, referente a esse tipo <strong>de</strong> licenciamento, segueas diretrizes <strong>da</strong> Agência Nacional <strong>de</strong> Telecomunicações (ANATEL).É importante mencionar, entretanto, que, tanto a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que tem se pronunciado através <strong>de</strong>audiências públicas, como o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM) e a própria SMMAS têm seaprofun<strong>da</strong>do nas discussões dos diversos aspectos referentes às radiações eletromagnéticas. Ressaltamos,ain<strong>da</strong>, que as Estações <strong>de</strong> Rádio Base <strong>de</strong> Telefonia Celular (ERBs) – antenas <strong>de</strong> telefonia celular – sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, pela legislação municipal, como empreendimentos <strong>de</strong> impacto, estando, portanto, sujeitas aoprocesso integral <strong>de</strong> licenciamento ambiental junto ao COMAM.5. Poluição VisualA poluição visual está relaciona<strong>da</strong> a impactos negativos i<strong>de</strong>ntificáveis pela visão, que ocasionam<strong>de</strong>sconforto e impe<strong>de</strong>m a sensação <strong>de</strong> bem-estar. As conseqüências vêm na forma <strong>de</strong> estresse, fadiga,irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sentimento <strong>de</strong> distanciamento entre o ci<strong>da</strong>dão e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Po<strong>de</strong>-se elencar como geradores <strong>de</strong> poluição visual: a concentração excessiva <strong>de</strong> edificações, a ausência<strong>de</strong> vegetação, as edificações e equipamentos públicos <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos ou com baixo nível <strong>de</strong> manutenção, aproliferação <strong>de</strong> mensagens publicitárias, a presença <strong>de</strong> lixo, sujeira, pichações, e passeios mal conservadosou invadidos por ambulantes, a poluição dos cursos d’água, a supressão <strong>da</strong>s matas ciliares e a altaconcentração <strong>de</strong> pessoas e veículos automotores em <strong>de</strong>terminados espaços.As principais ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por diversos órgãos <strong>da</strong> PBH para atenuar a poluição visual no municípiosão: preservação/recuperação do patrimônio histórico e arquitetônico; preservação/ instituição <strong>de</strong> áreasver<strong>de</strong>s, praças e parques; saneamento básico e limpeza pública; programas <strong>de</strong> educação ambiental;programas <strong>de</strong> reassentamento que disponibilizem moradias com índices aceitáveis <strong>de</strong> conforto, segurança,acabamento, agra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong>; programa <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha; urbanização <strong>de</strong> vilas efavelas; programas voltados para a preservação/ recuperação <strong>de</strong> nascentes e cursos d’água;manutenção/recuperação <strong>da</strong> estrutura viária etc.Perguntas para subsidiar as discussões:1. Que tipos <strong>de</strong> poluição você i<strong>de</strong>ntifica no município?2. Quais os tipos <strong>de</strong> poluição que mais afetam a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?3. Que ações o Po<strong>de</strong>r Público e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvem para combater a poluição?4. Quais as regiões mais poluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>?5. A poluição ambiental é um fator preocupante no município?TEMA 3: RECURSOS HÍDRICOS E DRENAGEMA água é essencial para a manutenção <strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e é imprescindível para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas. Nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a água po<strong>de</strong> assumir usos diversos, tais como oabastecimento doméstico e industrial, a preservação <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora, a recreação e o lazer e a diluição<strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos. A valorização dos recursos hídricos <strong>de</strong>ntro do planejamento urbano, passa pela escolha dosusos mais a<strong>de</strong>quados, po<strong>de</strong>ndo representar um ganho direto <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na vi<strong>da</strong> dos ci<strong>da</strong>dãos, sobaspectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> lazer.Com uma área <strong>de</strong> 330,23 km², <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> está totalmente inseri<strong>da</strong> na bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas sendo,157,76 km² situados na bacia do ribeirão <strong>da</strong> Onça (incluindo o seu afluente, o córrego Isidoro) e 163,93 km²na bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s. Estes ribeirões nascem em Contagem e correm no sentido sudoeste-nor<strong>de</strong>ste,drenando as águas <strong>de</strong> chuva que caem em BH. Os principais mananciais <strong>de</strong> água subterrânea estãolocalizados a sul e su<strong>de</strong>ste do município.O município apresenta a maioria <strong>de</strong> seu território intensamente urbanizado. Com isto estão ca<strong>da</strong> vez maisreduzi<strong>da</strong>s as áreas permeáveis, que são responsáveis pela infiltração <strong>da</strong> águas <strong>de</strong> chuva, pela recarga doslençóis subterrâneos e pela redução <strong>de</strong> eventos, como transbor<strong>da</strong>mentos e inun<strong>da</strong>ções. Como a maiorparte <strong>da</strong> superfície do solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se encontra impermeabiliza<strong>da</strong>, as vazões dos cursos d’águanos períodos secos do ano estão severamente comprometi<strong>da</strong>s.Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planejamento, que <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a hidrografia, começou no final do século XIX. A ComissãoConstrutora <strong>da</strong> Capital, não aprovou a proposta <strong>de</strong> Saturnino <strong>de</strong> Brito, sanitarista, que apresentava umtraçado viário respeitando a topografia e preservando a sinuosi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos leitos dos córregos. O Eng.º AarãoReis, chefe <strong>da</strong> Comissão Construtora, optou por manter o projeto original com traçado rígido, inaugurando omo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> drenagem que via como principal função para os cursos d’água a contribuição para a circulaçãoe flui<strong>de</strong>z do tráfego, através <strong>da</strong> canalização <strong>de</strong> seus leitos. Este mo<strong>de</strong>lo prevaleceu até as últimas déca<strong>da</strong>sdo século XX, culminando na elaboração, em 1979, pela SUDECAP, do Plano <strong>de</strong> Urbanização eSaneamento Básico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (PLANURBS) que propôs a canalização <strong>de</strong> todos os córregos ain<strong>da</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 157em leito natural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e serviu <strong>de</strong> parâmetro para as intervenções em córregos que se tornaramaveni<strong>da</strong>s sanitárias.Três fatores <strong>de</strong>terminaram a crise <strong>de</strong>sse sistema tradicional <strong>de</strong> drenagem: o custo ambiental, o custofinanceiro e o funcionamento ina<strong>de</strong>quado <strong>da</strong>s canalizações <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> macrodrenagem. O custo ambientalporque excluiu os cursos d’água do cenário urbano e reduziu os níveis dos lençóis freáticos, gerandoper<strong>da</strong>s irreparáveis para a fauna e flora locais, <strong>de</strong>vido à modificação nas condições <strong>de</strong> escoamentohidráulico. O custo financeiro <strong>de</strong>stas intervenções que privilegiam soluções estruturais é consi<strong>de</strong>ravelmentemais elevado, e estas soluções ten<strong>de</strong>m a agravar os problemas a jusante (rio abaixo).O funcionamento ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>sses canais, que culmina em ocorrências <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ções, temcomo causa a metodologia <strong>de</strong> cálculo emprega<strong>da</strong> nos projetos e as interferências com outros componentes– re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgotos, adutoras, lançamentos in<strong>de</strong>vidos <strong>de</strong> resíduos sólidos, assoreamento,ocupação <strong>da</strong>s margens pela população etc.A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong> quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos córregos em leito natural no município encontra-secomprometi<strong>da</strong>. Mesmo os córregos canalizados se encontram <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos, com a presença <strong>de</strong> esgotos elixo comprometendo as suas estruturas. A lagoa <strong>da</strong> Pampulha, cartão postal <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é umlamentável retrato do nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s nossas coleções hídricas, encontrando-se assorea<strong>da</strong> pelossólidos carreados <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong> contribuição e completamente poluí<strong>da</strong> pelo lançamento <strong>de</strong> esgotosdomésticos e industriais.Os córregos <strong>da</strong> bacia do Isidoro são os que estão em melhor estado <strong>de</strong> conservação. Alguns <strong>de</strong>lesapresentam alguma contaminação, mas <strong>de</strong> fácil recuperação, através <strong>de</strong> algumas intervençõesestruturantes. Além <strong>de</strong>stes, o manancial do Cercadinho e o trecho <strong>de</strong> montante do córrego Capão <strong>da</strong>Posse, no Barreiro, apresentam-se em bom estado. Infelizmente estas são exceções numa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção dos aspectos qualitativos dos recursos hídricos <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Só recentemente, tem predominado uma abor<strong>da</strong>gem que consi<strong>de</strong>ra os aspectos ambientais <strong>da</strong> questão eprivilegia a manutenção do corpo d’água como importante componente urbanístico. Essa nova abor<strong>da</strong>gemencontra limites nos projetos <strong>de</strong> loteamentos já aprovados e na falta <strong>de</strong> recursos financeiros, já que aolongo dos anos a Política Nacional <strong>de</strong> Saneamento impunha maiores exigências para o financiamento <strong>da</strong>sobras <strong>de</strong> drenagem. Atualmente, embora o domínio <strong>da</strong>s águas seja do Estado, todo o ônus <strong>de</strong> implantaçãoe manutenção dos sistemas recai sobre o município.A prefeitura tem procurado abor<strong>da</strong>r esta questão através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> planos, como o PlanoDiretor <strong>de</strong> Drenagem, elaborado pela SUDECAP, que efetuou um diagnóstico do sistema existente eimplementará o monitoramento dos eventos chuvosos e respectivas vazões <strong>de</strong> escoamento no sistema <strong>de</strong>macrodrenagem, e o Serviço Hidrológico <strong>Municipal</strong>. Estão ain<strong>da</strong> previstos a gestão do serviço municipal <strong>de</strong>drenagem e a mo<strong>de</strong>lagem hidráulica <strong>da</strong> macrodrenagem. Outro programa em curso é o DRENURBS –Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Vales dos Córregos em Leito Natural<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, que abrange 83 córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Entre outros programas relativos à questão hídrica <strong>de</strong>stacamos ain<strong>da</strong> o Programa <strong>de</strong> Recuperação eDesenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Lagoa <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM), em consórcio com o município <strong>de</strong>Contagem; o BH Águas, programa que visa i<strong>de</strong>ntificar os principais usos <strong>da</strong>s águas em BH e <strong>de</strong>finir aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água para aten<strong>de</strong>r aos usos futuros propostos no reenquadramento, e o OrçamentoParticipativo, responsável por intervenções na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com recursos próprios.Para uma boa gestão dos recursos hídricos há que se integrar: a gestão do uso e ocupação do solo,garantindo a preservação <strong>da</strong>s margens, o controle <strong>da</strong>s erosões e áreas permeáveis; as ações <strong>de</strong>saneamento ambiental, como drenagem pluvial, abastecimento <strong>de</strong> água, esgotamento sanitário, resíduossólidos e controle <strong>de</strong> vetores, e a abor<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a bacia hidrográfica, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos limitesmunicipais. Não há uma legislação específica para a regulação <strong>da</strong> drenagem urbana mas existem leis eprogramas que regulam a ocupação do espaço urbano e o uso dos recursos hídricos, e que interferem como sistema <strong>de</strong> drenagem e com a utilização que se possa fazer <strong>da</strong> hidrografia natural. Constituem, portanto,ferramentas <strong>de</strong> gestão do po<strong>de</strong>r público para disciplinar a ocupação e o uso <strong>de</strong> áreas ribeirinhas e <strong>de</strong>cursos d’água.Perguntas para subsidiar as discussões:1. Como se encontram os córregos em leito natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, suas cabeceiras, margens, calhas equali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água? Quem é responsável por esta situação?2. Como os córregos ain<strong>da</strong> não canalizados <strong>de</strong>vem ser melhor utilizados no espaço urbano? Devem sercanalizados ou <strong>de</strong>spoluídos e revitalizados?3. O que você pensa sobre a ocupação <strong>da</strong>s margens dos cursos d’água e suas consequências? Por queisto ocorre?4. Qual a importância <strong>da</strong> <strong>de</strong>spoluição dos córregos e rios em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?


158 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas5. Po<strong>de</strong>-se dizer que as inun<strong>da</strong>ções são ain<strong>da</strong> problemas importantes em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?6. Quais são os principais usos <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?TEMA 4: ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO1- Consi<strong>de</strong>raçõesAten<strong>de</strong>r to<strong>da</strong> a população com abastecimento <strong>de</strong> água em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> paraassegurar a higiene e o conforto e coletar e tratar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente os esgotos são ações <strong>de</strong> saneamentocom evi<strong>de</strong>ntes impactos em relação à saú<strong>de</strong> pública e ao meio ambiente.O Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apresenta índices elevados <strong>de</strong> atendimento pelos serviços <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água e esgotamento sanitário quando comparados à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional. Cerca <strong>de</strong> 99% <strong>de</strong> seushabitantes têm acesso ao sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e aproxima<strong>da</strong>mente 85% são atendidos porcoleta <strong>de</strong> esgotos. Ain<strong>da</strong> assim, não se po<strong>de</strong> dizer que a situação seja satisfatória, uma vez que umaparcela <strong>da</strong> população ain<strong>da</strong> não recebe água trata<strong>da</strong>, ou sofre com a <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> do abastecimentod’água, e mais <strong>de</strong> 300.000 pessoas não têm seus esgotos coletados.Todos os córregos que cortam a região urbaniza<strong>da</strong> estão poluídos por <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos sanitários <strong>de</strong>origem domiciliar ou industrial e a gran<strong>de</strong> maioria dos esgotos gerados no município não é trata<strong>da</strong>. Aprimeira estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos, a ETE Arru<strong>da</strong>s, entrou em funcionamento em outubro <strong>de</strong>ste anocom tratamento primário, que remove apenas parcialmente a carga poluidora dos esgotos que chegam até aestação.2- Sistema <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> ÁguaO sistema é composto pelas fases <strong>de</strong> captação, tratamento, reservação e distribuição. Em to<strong>da</strong>s estas faseshá o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água segundo os padrões <strong>de</strong> potabili<strong>da</strong><strong>de</strong> fixados pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>.Os serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são gerenciados e operados pelaCOPASA MG, concessionária dos serviços na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> consome cerca <strong>de</strong> 55% <strong>da</strong> água <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à Região Metropolitana, que tem como principaisprodutores os sistemas rio <strong>da</strong>s Velhas, Serra Azul, rio Manso, Vargem <strong>da</strong>s Flores e Morro Redondo. Oprincipal sistema produtor é o rio <strong>da</strong> Velhas, em Nova Lima, responsável pelo abastecimento <strong>de</strong>aproxima<strong>da</strong>mente 60% <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. O sistema <strong>de</strong> abastecimento no município conta com um índice<strong>de</strong> per<strong>da</strong>s físicas <strong>de</strong> 32%.Os principais problemas referem-se à ausência <strong>de</strong> abastecimento a<strong>de</strong>quado a partir do sistema oficial paramais <strong>de</strong> 20.000 pessoas, particularmente nas vilas e favelas e em locais <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que não seenquadram nos critérios <strong>de</strong> crescimento vegetativo <strong>da</strong> Concessionária; à precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s instalaçõesprediais <strong>de</strong> água; à intermitência no abastecimento para aproxima<strong>da</strong>mente 20.000 pessoas e àcontaminação <strong>de</strong> outras fontes tais como poços, cisternas e minas utiliza<strong>da</strong>s para complementação doabastecimento.3- Sistema <strong>de</strong> Esgotamento SanitárioO Sistema <strong>de</strong> Esgotamento Sanitário compreen<strong>de</strong> as fases <strong>de</strong> coleta domiciliar, interceptação e tratamentodos esgotos, serviços também gerenciados e operados pela COPASA MG, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1973.Apesar <strong>de</strong> elevado, se comparado a outras reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o atendimento pelo sistema oficial <strong>de</strong> esgotamentosanitário não alcança cerca <strong>de</strong> 300.000 habitantes, concentrados principalmente em áreas <strong>de</strong> urbanizaçãoprecária, vilas e favelas.O mo<strong>de</strong>lo adotado pela COPASA MG aten<strong>de</strong>u bem à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formalmente constituí<strong>da</strong>, mas <strong>de</strong>ixou<strong>de</strong>sassistidos justamente os mais pobres, nos locais <strong>de</strong> maior incidência <strong>de</strong> doenças e óbitos relacionados àveiculação hídrica. A implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto nestes locais quase sempre <strong>de</strong>man<strong>da</strong>uma abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> do sistema <strong>de</strong> infra-estrutura local, requerendo intervenções no sistema viário e asolução <strong>da</strong>s situações <strong>de</strong> risco, sob pena <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sperdiçar recursos públicos.O sistema <strong>de</strong> interceptação cobre aproxima<strong>da</strong>mente 50% <strong>da</strong> extensão necessária na bacia do Onça e 75%na bacia do Arru<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ntro dos limites do município (valores baseados em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Concessionária, <strong>de</strong>1998). A bacia do Arru<strong>da</strong>s ocupa aproxima<strong>da</strong>mente 60% <strong>da</strong> área <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. As ligaçõesclan<strong>de</strong>stinas entre as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> esgoto e drenagem pluvial e a <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> interceptaçãocomprometem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> todos os cursos d’água e as estruturas dos canais.Em outubro <strong>de</strong>ste ano entrou em operação a ETE Arru<strong>da</strong>s, a primeira estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, cujas instalações permitem o tratamento primário (o tratamento primário permite a remoção<strong>de</strong> apenas 40% <strong>da</strong> carga orgânica dos esgotos tratados) dos esgotos interceptados na bacia do ribeirãoArru<strong>da</strong>s. Encontra-se ain<strong>da</strong> em estudo pela concessionária a implantação <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento doribeirão <strong>da</strong> Onça.A administração municipal apresentou ao Governo do Estado e à COPASA uma alternativa ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 159concessão em vigor para a gestão dos serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário. Pelonovo mo<strong>de</strong>lo o Município receberá diretamente parte <strong>da</strong> arreca<strong>da</strong>ção que será <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao Fundo<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento, viabilizando as ações integra<strong>da</strong>s (coleta e interceptação <strong>de</strong> esgoto, drenagem,urbanização <strong>de</strong> vilas etc.) que assegurem o atendimento a to<strong>da</strong> a população e criem condições para<strong>de</strong>spoluir os córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.No mo<strong>de</strong>lo atual a concessionária <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>, sem participação do município e <strong>da</strong> população, a <strong>de</strong>stinação dosrecursos obtidos com a prestação dos serviços. É condição para implementação <strong>de</strong>sta proposta, emnegociação com o Governo do Estado, que este mantenha o controle acionário e gerencial <strong>da</strong> COPASAMG.Deve-se ressaltar que as negociações bilaterais não avançaram e o prazo <strong>de</strong> prorrogação <strong>da</strong> concessãovenci<strong>da</strong> em maio <strong>de</strong> 2000 se encerra em 31/12/2001.Perguntas para subsidiar as discussões:1. O que tem impedido que to<strong>da</strong> a população tenha acesso aos serviços <strong>de</strong> saneamento?2. Quais as conseqüências <strong>da</strong> ausência <strong>de</strong> saneamento na saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população? E na quali<strong>da</strong><strong>de</strong>ambiental?3. Quais são os aspectos negativos e positivos <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> água e esgoto em BH?Quem tem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para assegurar estes serviços?Qual a relação e como integrar os serviços <strong>de</strong> água e esgoto com a drenagem <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva, osresíduos sólidos, e o controle <strong>de</strong> doenças provoca<strong>da</strong>s por animais (zoonoses)?TEMA 5: RESÍDUOS SÓLIDOS E CONTROLE DE VETORES1- Consi<strong>de</strong>raçõesNas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os processos <strong>de</strong> urbanização, ocupação e uso do solo, aliados ao permanente estímulo aoconsumismo são os principais fatores responsáveis pela multiplicação dos problemas <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>geração <strong>de</strong> lixo pela população.Na prestação dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana à população belo-horizontina, estão envolvidos cerca <strong>de</strong>5.000 trabalhadores, incluindo pessoal administrativo e operacional <strong>da</strong> PBH e <strong>da</strong>s prestadoras <strong>de</strong> serviço.Com a reforma administrativa, as ações do setor divi<strong>de</strong>m-se entre a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> LimpezaUrbana (SMLU) e as SCOMGERs, sendo estas últimas responsáveis pela execução dos serviços <strong>de</strong> coleta,varrição e capina.O atendimento com serviços <strong>de</strong> limpeza urbana atinge cerca <strong>de</strong> 91% <strong>da</strong> população (resi<strong>de</strong>nte e flutuante). Aparcela não atendi<strong>da</strong> é, basicamente, a que resi<strong>de</strong> em locais com características como falta <strong>de</strong> acessos,áreas <strong>de</strong> risco e/ou terrenos muito aci<strong>de</strong>ntados, que dificultam a prestação dos serviços.A limpeza e <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong> córregos é executa<strong>da</strong> em conjunto com outros órgãos <strong>da</strong> PBH, paraminimizar as doenças e os problemas relacionados com as enchentes.A maior parte dos resíduos coletados é encaminha<strong>da</strong> para a Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>da</strong>BR 040, na região Noroeste, que está em funcionamento há 25 anos e já apresenta sinais <strong>de</strong> esgotamento<strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> útil. A Central <strong>da</strong> BR 040 possui licença operacional para suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concedi<strong>da</strong> peloConselho Estadual <strong>de</strong> Política Ambiental (COPAM). Essa licença cre<strong>de</strong>ncia <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a receber partedo ICMS Ecológico <strong>de</strong> Minas Gerais.Das 4.550 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> resíduos coleta<strong>da</strong>s diariamente no município, cerca <strong>de</strong> 390 tonela<strong>da</strong>s sãodireciona<strong>da</strong>s para a reciclagem, <strong>da</strong>s quais:– 20 t/dia <strong>de</strong> papel, metal, vidro e plástico são provenientes <strong>da</strong> coleta seletiva e, através <strong>da</strong> parceria coma Santa Casa e com a Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material Reaproveitável(ASMARE), são classifica<strong>da</strong>s, enfar<strong>da</strong><strong>da</strong>s e comercializa<strong>da</strong>s para reciclagem;– 365 t/dia <strong>de</strong> entulho são recicla<strong>da</strong>s pela PBH e utiliza<strong>da</strong>s principalmente nas obras públicas <strong>de</strong>preparação <strong>de</strong> vias para pavimentação, e– 5 t/dia <strong>de</strong> resíduos são transformados em composto orgânico para uso em jardins, hortas escolares erevegetação <strong>de</strong> áreas urbanas.Nos últimos 8 anos, a coleta seletiva <strong>de</strong> papel, metal, plástico e vidro vem sendo implanta<strong>da</strong> no sistemaponto a ponto, ou seja, com a instalação <strong>de</strong> contêineres específicos em pontos <strong>de</strong>nominados Locais <strong>de</strong>Entrega Voluntária (LEVs), on<strong>de</strong> a população <strong>de</strong>posita os materiais recicláveis que são <strong>de</strong>stinados àASMARE, hoje com 360 catadores associados, e à Santa Casa. A coleta <strong>de</strong> recicláveis atingiu 6.750tonela<strong>da</strong>s em 2000.Inicia<strong>da</strong> em 1995, a reciclagem <strong>de</strong> resíduos <strong>da</strong> construção civil atingiu 95.000 tonela<strong>da</strong>s em 2000. Nessemesmo ano, chegou a 10 o número <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPVs)


160 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à captação <strong>de</strong> resíduos diversos como, entulho, pneus, móveis etc.Des<strong>de</strong> 1972 foi reserva<strong>da</strong> uma área para instalação do aterro sanitário <strong>de</strong> Capitão Eduardo. Com o passardo tempo, parte <strong>da</strong> área sofreu processos <strong>de</strong> ocupação populacional e, além disso, a AssembléiaLegislativa Estadual aprovou a transformação <strong>da</strong> região em Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APA), o quedificulta as ações <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> empreendimentos que promovam significativas interferênciasambientais – como é o caso <strong>de</strong> um aterro sanitário. Esse quadro levou a PBH a publicar em 2001, um aviso<strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> licitação para subconcessão do <strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> resíduos em aterro sanitário no município ouem local próximo à Região Metropolitana.2- Controle <strong>de</strong> ZoonosesZoonoses são doenças naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>controle <strong>de</strong> zoonoses têm como objetivo melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do homem, utilizando um conjunto <strong>de</strong>ações como educação em saú<strong>de</strong>, associado à execução <strong>de</strong> métodos físicos, químicos e biológicos paracontrolar as populações animais e as doenças a elas associa<strong>da</strong>s. A forma <strong>de</strong> ocupação do espaço, aestrutura <strong>de</strong> saneamento ofereci<strong>da</strong> e a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional <strong>da</strong>s diferentes regiões são fatores<strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong> ocorrência <strong>da</strong>s doenças.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Zoonoses são coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s na Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> pela Gerência<strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Zoonoses, e as ações são <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>s e executa<strong>da</strong>s pelas Gerências <strong>de</strong> Zoonoses dosDistritos Sanitários nas Secretarias <strong>de</strong> Gestão Regional.O maior envolvimento operacional entre as Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e as Secretarias liga<strong>da</strong>s à infra-estrutura eserviços urbanos po<strong>de</strong>rá melhorar a oferta <strong>de</strong> serviços e otimizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já realiza<strong>da</strong>s, mu<strong>da</strong>ndo oquadro <strong>de</strong>sses agravos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A leishmaniose visceral é uma doença transmiti<strong>da</strong> pelo mosquito flebótomo que afeta principalmente oscães po<strong>de</strong>ndo atingir o homem. Em BH, no ano 2001, foram notificados 31 casos humanos <strong>de</strong>Leishmaniose Visceral (LV) e 6 óbitos. Na avaliação histórica <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> LV feita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, trêsregionais foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s prioritárias para as ações em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: Leste, Nor<strong>de</strong>ste e Norte. Nesteano, já foram realiza<strong>da</strong>s 22.384 coletas <strong>de</strong> amostras caninas, e 39.065 imóveis foram borrifados.A raiva é uma doença transmiti<strong>da</strong> ao homem pela saliva <strong>de</strong> animais domésticos infectados pelo vírus. Estadoença está sob controle em BH, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983, o município realiza a campanha <strong>de</strong> vacinação animalcontra raiva, em dia único, que geralmente coinci<strong>de</strong> com o Dia Nacional <strong>de</strong> Vacinação contra a Raivainstituí<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. No ano <strong>de</strong> 2001, foram vacinados 259.093 animais. Além <strong>da</strong> campanhaanual, a SMSA realiza a vacinação contra a raiva durante todos os dias úteis <strong>da</strong> semana.A <strong>de</strong>ngue é uma doença febril, agu<strong>da</strong>, cuja forma mais grave é a hemorrágica e é transmiti<strong>da</strong> aos sereshumanos pela pica<strong>da</strong> do mosquito Ae<strong>de</strong>s Aegypti, que encontra nos reservatórios <strong>de</strong> água limpa (caixasd’água, água acumula<strong>da</strong> em vasos, pneus, latas etc.) condições i<strong>de</strong>ais para sua reprodução. Em <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, no ano <strong>de</strong> 2001, foram confirmados 4055 casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue em BH. Já foram feitas pesquisaslarvárias e concluídos quatro ciclos <strong>de</strong> tratamento censitário, representando 3.560.126 imóveis tratados,com média <strong>de</strong> 850.000 imóveis tratados por ciclo.As principais doenças transmiti<strong>da</strong>s por roedores são a leptospirose, o tifo Murino e a peste. A leptospirose étransmiti<strong>da</strong> ao homem através do contado direto ou indireto com a urina dos ratos, o Tifo Murino étransmitido pelas fezes contamina<strong>da</strong>s <strong>da</strong> pulga do rato e a peste através <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> <strong>de</strong> pulgas do ratoinfecta<strong>da</strong>s. No Programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> roedores, neste ano, foram atendi<strong>da</strong>s 86.253 solicitações e foramvisitados 62.430 domicílios em vilas e favelas. É realiza<strong>da</strong> todos os anos uma ação integra<strong>da</strong> entre aSecretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SMSA), a SMLU e a Su<strong>de</strong>cap na limpeza e <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong> córregos.Além dos córregos, outras áreas com alto índice <strong>de</strong> infestação <strong>de</strong> roedores são trabalha<strong>da</strong>s pela SMSA,intensificando as ações programa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle.A SMSA assumiu em 1982 a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> animais peçonhentos, suspen<strong>de</strong>ndo, em1992, o uso <strong>de</strong> produtos químicos <strong>de</strong>vido aos riscos no seu manuseio. O trabalho foi reformulado sob alógica <strong>da</strong> prevenção ao aci<strong>de</strong>nte incorporando a vigilância e promovendo a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comportamentopara a eliminação <strong>de</strong> abrigos e oferta <strong>de</strong> alimentos. Foram <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco para aci<strong>de</strong>ntes e foirealiza<strong>da</strong> intervenção planeja<strong>da</strong> nessas áreas (capturas, mutirões <strong>de</strong> limpeza e trabalhos educativos). Noano <strong>de</strong> 2000, foram registra<strong>da</strong>s 3.542 reclamações <strong>de</strong> aparecimento <strong>de</strong> escorpiões com 500 aci<strong>de</strong>ntes e5.610 vistorias para controle. Nos últimos <strong>de</strong>z anos, foi observado que os menores índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntessempre foram registrados no Barreiro e os maiores oscilam entre Noroeste, Nor<strong>de</strong>ste e Leste, compredominância <strong>da</strong> Noroeste.Perguntas para subsidiar as discussões:1. Como você avalia a situação <strong>da</strong> limpeza urbana em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?2. Como a população interfere nas condições <strong>de</strong> limpeza urbana em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?3. O que você sabe sobre o local para on<strong>de</strong> é levado o lixo coletado em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 1614. O que você sabe sobre as zoonoses <strong>de</strong> maior ocorrência em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>?5. O que você acha sobre a gestão Integra<strong>da</strong> entre as diferentes secretarias (Meio Ambiente e Saneamento,Limpeza Urbana e Saú<strong>de</strong>)?Ca<strong>de</strong>rno 2I – INTRODUÇÃOPercebe-se hoje que, felizmente, cresce dia a dia a preocupação <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> com a preservaçãoambiental, não só por causa do valor <strong>da</strong> própria natureza em si, mas porque o homem enten<strong>de</strong>u que se omeio ambiente for <strong>de</strong>struído, seu bem-estar e sua própria existência estarão comprometidos.A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estabeleceu o conceito mais amplo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando-a nãoapenas a ausência <strong>de</strong> doença ou <strong>de</strong> infecção, mas o bem estar físico, mental e social do Homem. Nesteâmbito, a política ambiental tem papel fun<strong>da</strong>mental na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e na saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas e,portanto, <strong>de</strong>ve ser trata<strong>da</strong> como ponto fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> política urbana.A <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção dos recursos naturais nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser verifica<strong>da</strong> através <strong>da</strong> eliminação <strong>da</strong>s áreasver<strong>de</strong>s, <strong>da</strong> <strong>de</strong>struição <strong>da</strong> vegetação, <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong>s nascentes, <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong>assoreamento/contaminação do solo, <strong>de</strong> enchentes, <strong>da</strong> impermeabilização dos córregos e do solo e <strong>da</strong>ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do território (encostas, margens <strong>de</strong> córregos e áreas públicas).Quando se sobrepõe, por exemplo, informações sobre sistemas <strong>de</strong> esgotamento sanitário à incidência <strong>de</strong>morte infantil por diarréia, constata-se a estreita relação dos serviços prestados <strong>de</strong> saneamento com asaú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Sendo, portanto, o saneamento ambiental, além <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> política urbana, tambémparte fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem estas duas políticas atuar integra<strong>da</strong>mente na busca <strong>de</strong>soluções e recursos.Diversas são as interações entre os temas abor<strong>da</strong>dos nesta conferência: meio ambiente, recursos hídricos esaneamento. O tema recursos hídricos foi <strong>de</strong>stacado do Meio Ambiente pois há um gran<strong>de</strong> esforço <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong> e <strong>de</strong> várias enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s civis organiza<strong>da</strong>s em preservar e recuperar os córregos e nascentes <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Des<strong>de</strong> o seu planejamento inicial, o município <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rou os cursos d’água do cenáriourbano e, hoje, como consenso mundial, a questão “água” passou a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como fator limitantepara o <strong>de</strong>senvolvimento econômico, social e ambiental. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> tornarsalubres os córregos ain<strong>da</strong> em leito natural, proporcionando este conforto urbano à população ecooperando na gestão mais ampla dos recursos hídricos, que transcen<strong>de</strong> a esfera municipal. To<strong>da</strong>s asações <strong>de</strong> saneamento ambiental e planejamento/gestão do meio ambiente e recursos hídricos <strong>de</strong>vem serintegra<strong>da</strong>s, para serem eficazes, não cabendo mais tratar isola<strong>da</strong>mente um ou outro assunto. E é isto quese coloca como proposta para a presente Pré-Conferência <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos eSaneamento. O momento é <strong>de</strong> agregar esforços e agir em conjunto. É importante praticar um<strong>de</strong>senvolvimento que não se faça a custos sociais e ambientais que não possam ser pagos.Cabe aqui ressaltar a interface e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração dos temas abor<strong>da</strong>dos nesta Pré-Conferência,com as outras três em discussão, quais sejam:– Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e Transporte Coletivo – estreita relação entre o planejamento viárioinicialmente previsto sobre vários córregos e hoje precisando ser revisto no que diz respeito aoscórregos ain<strong>da</strong> em leito natural do município. Relação, também, entre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar e o transporteautomotor;– Controle Urbano e Patrimônio Histórico – interface entre a disponibilização <strong>de</strong> áreas para crescimentourbano e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar as manchas ver<strong>de</strong>s ain<strong>da</strong> existentes no município;– Habitação, Vilas e Favelas – as vilas e favelas, além dos loteamento clan<strong>de</strong>stinos, são as áreas com aspiores condições ambientais no município e com maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento integral dos serviços<strong>de</strong> saneamento.São diversas as ações a serem implementa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma a perseguir a resolução dos problemas ecológicosurbanos e, entre elas, citaríamos como fun<strong>da</strong>mentais:– incremento do conforto ambiental proporcionado pela arborização urbana e pela existência <strong>de</strong> espaçosbem cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> uso público;– controle <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong> poluição;– a eficiência dos serviços prestados <strong>de</strong> saneamento ambiental: drenagem pluvial, abastecimento <strong>de</strong>água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e controle <strong>de</strong> vetores;– a valorização dos recursos hídricos;– a a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> utilização do solo, <strong>da</strong> água e do ar;– a preservação <strong>de</strong> áreas permeáveis, responsáveis pelo controle <strong>de</strong> enchentes e recarga dos lençóis


162 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasfreáticos;– a promoção <strong>da</strong> consciência ambiental;– a reabilitação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.Tudo isso só será possível através <strong>de</strong> uma forte integração entre os diversos órgãos e setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>e <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> uma política que consi<strong>de</strong>re a questão ambiental como parte integrante doplanejamento urbano.II – DIAGNÓSTICO E AÇÕESMeio Ambiente1. Áreas <strong>de</strong> Especial Interesse AmbientalAs áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental do município são aquelas que possuem características ambientaisimportantes, ou seja, on<strong>de</strong> existem recursos ambientais relevantes, como vegetação, nascentes e corposd’água. São também as áreas que constituem um espaço não ocupado que po<strong>de</strong> sofrer ações que asqualifiquem ambientalmente.Estas áreas, além <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentais para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no ambiente urbano, po<strong>de</strong>m constituirimportantes referências culturais, históricas e paisagísticas, interessando, a to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a suapreservação, <strong>de</strong> forma integral ou parcial.Genericamente, subdivi<strong>de</strong>m-se em dois gran<strong>de</strong>s grupos: as áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> prévioszoneamentos ambientais, geralmente estabelecidos através <strong>de</strong> legislação específica, como é o caso <strong>da</strong>sZonas <strong>de</strong> Preservação Ambienta ( ZPAMs), Zonas <strong>de</strong> Proteção (ZPs) e algumas Áreas <strong>de</strong> DiretrizesEspeciais (ADEs), <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pela legislação municipal, <strong>da</strong>s Áreas <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APAs), <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>spor legislação estadual, <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> tombamento específico (serra do Curral) e, finalmente, <strong>da</strong>s áreassimplesmente conheci<strong>da</strong>s como “áreas ver<strong>de</strong>s”, sejam públicas (geralmente áreas repassa<strong>da</strong>s ao po<strong>de</strong>rpúblico quando do parcelamento <strong>de</strong> uma gleba maior <strong>da</strong> qual faziam parte) ou priva<strong>da</strong>s (geralmenterepresenta<strong>da</strong>s por áreas <strong>de</strong> preservação permanente ou áreas non aedifican<strong>da</strong>e).a) Zoneamentos <strong>de</strong> Especial Interesse Ambiental, <strong>de</strong>finidos pela legislaçãoO Plano Diretor e a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> prevêema divisão do território em zonas, em função <strong>de</strong> diversas características ou potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas,<strong>de</strong>stacando-se entre elas, do ponto <strong>de</strong> vista do interesse ambiental, as ZPAMs e as ZPs.Zonas <strong>de</strong> Preservação Ambiental (ZPAMs)Áreas que, por suas características e/ou pela tipici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vegetação, <strong>de</strong>stinam-se à preservação e àrecuperação <strong>de</strong> ecossistemas, sendo nelas ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a ocupação do solo, exceto por edificações <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>sexclusivamente ao seu serviço <strong>de</strong> apoio e manutenção. Áreas particulares recebem tratamento menosrestritivo, sendo automaticamente classifica<strong>da</strong>s como ZP-1. Encontram-se classificados como ZPAMs asilhas <strong>da</strong> Pampulha, e os terrenos dos parques públicos municipais.Zonas <strong>de</strong> Proteção (ZPs)Áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a ocupação <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> maior taxa <strong>de</strong> permeabilização, <strong>de</strong>vido a interessepúblico na proteção ambiental e na preservação do patrimônio histórico, cultural, arqueológico oupaisagístico. Subdivi<strong>de</strong>m-se em:– ZPs-1: regiões predominantemente <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> proteção paisagística ou risco geotécnico,passíveis <strong>de</strong> receber construções com baixas taxas <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mediante condiçõesespeciais e aprovação do COMAM.– ZPs-2: regiões predominantemente ocupa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> proteção ambiental, histórica, cultural, arqueológicaou paisagística, com menores restrições do que as ZPs-1 para ocupação;– ZPs-3: regiões em processo <strong>de</strong> ocupação, a ser controlado, visando a proteção ambiental epreservação paisagística.Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADEs)Para contemplar, <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong>, áreas que, por suas características e relevância para o Município,<strong>de</strong>man<strong>de</strong>m políticas <strong>de</strong> intervenção diferencia<strong>da</strong>, foram cria<strong>da</strong>s algumas ADEs, cujas diretrizes <strong>de</strong>ocupação se sobrepõem às do zoneamento e sobre elas prepon<strong>de</strong>ram.Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> um especial interesse ambiental, são estas as ADEs já instituí<strong>da</strong>s pela LPOUS, não seencontrando, ain<strong>da</strong>, nenhuma <strong>de</strong>las regulamenta<strong>da</strong>:– ADE <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha: Objetiva a preservação e recuperação <strong>da</strong> bacia hidrográfica <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong>Pampulha.– ADE <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim: Objetiva a preservação paisagística, cultural e histórica do bairro.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 163– ADE <strong>de</strong> Interesse Ambiental: Objetiva a preservação ambiental, a ser incentiva<strong>da</strong> pela aplicação <strong>de</strong>mecanismos compensatórios (Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir).– ADE Trevo: Objetiva a preservação <strong>da</strong> paisagem <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha.Encontram-se em fase <strong>de</strong> proposição as ADEs <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Barragem Santa Lúcia e a <strong>da</strong> serra do Curral,esta advin<strong>da</strong> <strong>de</strong> proposta <strong>da</strong> I Conferência <strong>de</strong> Política Urbana.b) Áreas <strong>de</strong> Tombamento Específico: serra do CurralA serra do Curral é ti<strong>da</strong> como o marco geográfico mais representativo <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, apresentando-se com um gran<strong>de</strong> significado simbólico para a população <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, tanto doponto <strong>de</strong> vista ambiental, como histórico, cultural e paisagístico. No entanto, a serra vem sofrendo diversostipos <strong>de</strong> interferência, causa<strong>da</strong>s, principalmente, por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s extrativistas minerárias, e <strong>de</strong> ocupaçãourbana, que comprometem a sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> paisagística e ambiental.A serra do Curral teve o seu perímetro <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong>finido em 1996, passando as ocupações na mesma aserem submeti<strong>da</strong>s a diretrizes especiais. Além disso, a Lei <strong>Municipal</strong> n° 8.137/00 passou a exigir análi seprévia <strong>da</strong>s intervenções pela Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Cultura e <strong>de</strong>finiu como necessária a elaboração <strong>de</strong> umplano geral para a área, que <strong>de</strong>verá servir <strong>de</strong> base para a criação <strong>da</strong> ADE, e a i<strong>de</strong>ntificação dos ângulos <strong>de</strong>visa<strong>da</strong> privilegiados em trechos <strong>de</strong> significativa beleza, que <strong>de</strong>verão ser preservados.Além disso, encontra-se em fase <strong>de</strong> elaboração, pela Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e SaneamentoUrbano, o Sistema <strong>de</strong> Gestão Urbana para a Área Tomba<strong>da</strong> <strong>da</strong> Serra do Curral, com o objetivo <strong>de</strong> viabilizara recuperação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e a preservação <strong>da</strong>quelas ain<strong>da</strong> não ocupa<strong>da</strong>s.c) Áreas <strong>de</strong> Proteção Ambiental (APAs)APAs, segundo a legislação fe<strong>de</strong>ral, são as áreas do território nacional, <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública ou priva<strong>da</strong>,<strong>de</strong>clara<strong>da</strong>s pelo Po<strong>de</strong>r Executivo como <strong>de</strong> interesse para a proteção ambiental, a fim <strong>de</strong> conservar oumelhorar as condições ecológicas locais e assegurar a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso dos recursos naturaisexistentes. Suas ocupações e utilizações ficam sujeitas a restrições específicas, cabendo a sua fiscalizaçãoao órgão fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> meio ambiente.No Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> existem já <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s as APAs Sul RMBH e Fazen<strong>da</strong> Capitão Eduardo,cria<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> legislação estadual.d) Áreas Ver<strong>de</strong>sEspaços <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública ou particular, on<strong>de</strong> predomine ou <strong>de</strong>va predominar qualquer forma <strong>de</strong>vegetação. Têm por função <strong>da</strong>r abrigo à fauna, proteger mananciais, propiciar o controle <strong>da</strong>s erosões, <strong>da</strong>rsuporte às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas e manter a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, po<strong>de</strong>ndo ser provi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vegetação emprocesso <strong>de</strong> regeneração ou passíveis <strong>de</strong> receber cobertura vegetal complementar.Áreas Ver<strong>de</strong>s ParticularesTerrenos a serem preservados em seu estado natural ou a permanecerem não edificados, constituindoáreas <strong>de</strong> preservação permanente, conforme legislação fe<strong>de</strong>ral, e áreas non aedifican<strong>da</strong>e (on<strong>de</strong> não sepo<strong>de</strong> construir), conforme lei municipal, que estabelece também não serem elas parceláveis. São áreas quegeram bastante preocupação, uma vez que, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seus proprietários, se apresentam como<strong>de</strong> pouca importância econômica e financeira, já que não po<strong>de</strong>m ser edifica<strong>da</strong>s, e, principalmente, <strong>de</strong>vido adificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s do po<strong>de</strong>r público em garantir uma efetiva fiscalização sobre as mesmas. Estas duas questõesjuntas acabam por gerar inúmeras situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ou <strong>de</strong> ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, comprometendo,muitas vezes irreversivelmente, as suas finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s primordiais.Outros tipos <strong>de</strong> áreas particulares, também importantes para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental do município já são alvo<strong>de</strong> restrição direta com relação à sua ocupação, pela <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> zoneamentos <strong>de</strong> proteção epreservação, como citado anteriormente (ZPAMs, ZPs, ADEs e APAs).Como incentivo à preservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular, existe apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua transformação em Reservas Particulares Ecológicas, o que possibilita a obtenção <strong>de</strong>isenção parcial ou total do IPTU, assim como existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong> Transferência do Direito<strong>de</strong> Construir (no caso <strong>de</strong> ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental), o que permite ao proprietário alienar ou exercer emoutro local o potencial construtivo que não possa ser exercido em seu terreno.Áreas Ver<strong>de</strong>s PúblicasRepresenta<strong>da</strong>s, principalmente, pelos espaços <strong>de</strong>nominados como jardins, praças, parques, espaços livres<strong>de</strong> uso público e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação e áreas ver<strong>de</strong>s, propriamente ditas. Conceitualmente,consi<strong>de</strong>ram-se, também, os canteiros centrais <strong>de</strong> aveni<strong>da</strong>s, assim como outros espaços <strong>de</strong> vias públicas,mesmo não sendo estes assim consi<strong>de</strong>rados pela legislação relativa a parcelamento do solo.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> dispõe <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas, pulveriza<strong>da</strong>s por to<strong>da</strong> a suaextensão territorial, sendo ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconhecido o estado geral <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las. A dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>rpúblico em conservar e promover o uso a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>stas áreas, associa<strong>da</strong> à falta <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> população


164 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticascom os espaços <strong>de</strong> uso coletivo, favorecem a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e as invasões, tendo como conseqüência aposterior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em sua recuperação. Esses problemas são particularmente agravados na periferia <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> é maior a pressão social pela apropriação informal <strong>de</strong> espaços vazios, como resposta à<strong>de</strong>man<strong>da</strong> por habitação, e on<strong>de</strong> é mais comum o surgimento <strong>de</strong> loteamentos clan<strong>de</strong>stinos que, por sua vez,não seguem a <strong>de</strong>terminação legal <strong>da</strong> reserva <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao uso comunitário.Observa-se, também, como <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância para a preservação <strong>de</strong>stas áreas, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> ações efetivas e eficazes <strong>de</strong> Educação Ambiental junto às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A gestão <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se encontra hoje dividi<strong>da</strong> entre a Secretaria <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano (SMMAS) e as diversas Secretarias Municipais <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Gestão Regional (SCOMGERs), cabendo à primeira a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> atuação, planejamento eelaboração <strong>de</strong> planos, programas, projetos e normatizações referentes às intervenções, utilização,manutenção e manejo <strong>de</strong>stas áreas, e, às segun<strong>da</strong>s, a operacionalização propriamente dita <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s estasações.Com relação aos parques municipais, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, que possuía apenas 8, em 1993, apresenta, hoje, umtotal <strong>de</strong> 39 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s já implanta<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> outras 12, em fase <strong>de</strong> implantação.Principais planos e programas em an<strong>da</strong>mento, relativos às áreas ver<strong>de</strong>s públicas:– Programa BH-Ver<strong>de</strong>: programa <strong>de</strong> recuperação, preservação e aprimoramento <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>spúblicas do Município, consistindo <strong>de</strong> levantamento e ca<strong>da</strong>stramento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, elaboração <strong>de</strong>diagnósticos, proposição <strong>de</strong> estratégias e planos <strong>de</strong> manejo, ocupação e utilização <strong>da</strong>s mesmas além<strong>da</strong> execução <strong>de</strong> intervenções.– Centro <strong>de</strong> Vivência Agro-Ecológica (CEVAE): programa <strong>de</strong> parceria entre o po<strong>de</strong>r público, organizaçõesnão governamentais e grupos comunitários, on<strong>de</strong>, em sintonia com a Agen<strong>da</strong> 21, são <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>sações <strong>de</strong> educação ambiental e práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, segurança alimentar, agroecologia a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> aoambiente urbano e capacitação para a geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.– Programa “Adote o Ver<strong>de</strong>”: parceria entre a PBH e a iniciativa priva<strong>da</strong> para viabilizar a implantação e,principalmente, a manutenção <strong>de</strong> parques, praças, jardins, canteiros centrais <strong>de</strong> aveni<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>maisáreas ver<strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>– Compensações ambientais gera<strong>da</strong>s por empreendimentos <strong>de</strong> impacto: inclui medi<strong>da</strong>s para compensarimpactos sofridos ou mitigar impactos previsíveis quando <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> empreendimentos. Po<strong>de</strong>mincluir a doação e/ou implantação e/ou manutenção <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.e) Principais <strong>de</strong>safios relacionados às áreas <strong>de</strong> interesse ambiental• Definição <strong>de</strong> política municipal <strong>de</strong> incentivo à preservação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental doMunicípio.• Definição <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> planejamento e elaboração <strong>de</strong> planos, programas e projetos, além <strong>de</strong>normatizações referentes a intervenções em áreas ver<strong>de</strong>s, compatibilizando-as com as <strong>de</strong>mais políticas <strong>de</strong>ocupação e utilização do solo urbano.• Levantamento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar outras áreas que <strong>de</strong>vam ser preserva<strong>da</strong>s.• Aprofun<strong>da</strong>mento do conhecimento acerca <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s municipais e ca<strong>da</strong>stramento completo <strong>de</strong><strong>da</strong>dos a respeito <strong>da</strong>s mesmas.• Manutenção <strong>de</strong> padrão a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> preservação, conservação e utilização <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas.• Prevenção contra invasões e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas, assim como <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong>preservação permanente em geral.• Controle sobre a implantação <strong>de</strong> loteamentos, <strong>de</strong> forma a não permitir a implantação <strong>de</strong> empreendimentosclan<strong>de</strong>stinos.• Incremento do volume <strong>de</strong> recursos a serem aplicados na implantação, preservação, reabilitação emanutenção <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas, com priorização <strong>de</strong> regiões carentes <strong>de</strong>stas áreas.• Proposição <strong>de</strong> intervenções simples e <strong>de</strong> baixo custo para a abertura <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas àpopulação.• Criação e implantação <strong>de</strong> política a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> gestão e manejo dos recursos naturais existentes naci<strong>da</strong><strong>de</strong>, incorpora<strong>da</strong> a todos os setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil e órgãos públicos, incluindo capacitação dosagentes envolvidos.• Envolvimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente através <strong>da</strong> educação ambiental, nos programas <strong>de</strong>preservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental• Incremento dos incentivos à aplicação <strong>de</strong> políticas alternativas para a implantação e a manutenção <strong>de</strong>áreas ver<strong>de</strong>s públicas (parcerias com o setor privado).• Busca por questões mais eficazes para a questão <strong>da</strong> segurança dos usuários dos parques e <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 165áreas ver<strong>de</strong>s públicas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Elaboração <strong>de</strong> Planos <strong>de</strong> Manejo <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação.• Regulamentação, em curto prazo, <strong>da</strong>s ADEs cria<strong>da</strong>s.• Estímulo à criação <strong>de</strong> novas Reservas Particulares Ecológicas.• Estímulo à utilização <strong>da</strong> Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir, como instrumento <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> interesse ambiental.• Divulgação e controle <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>s seguintes diretrizes básicas nas intervenções em áreas ver<strong>de</strong>spúblicas:– preservação máxima possível do perfil natural do terreno;– preservação máxima possível <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo;– preservação <strong>da</strong> vegetação e dos <strong>de</strong>mais elementos naturais existentes;– utilização <strong>de</strong> materiais reciclados;– facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação e manutenção;– acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências.f) relação <strong>de</strong> parques já implantados e em fase <strong>de</strong> implantaçãoQuadro 08 - Parques já implantados e em fase <strong>de</strong> implantaçãoPARQUES LOCALIZAÇÃO (BAIRRO) ÁREA ANO DE IMPLANTAÇÃO / OBSERVAÇÕESVENDA NOVAParque Alexan<strong>de</strong>r Brandt Viscon<strong>de</strong> do Rio Branco 12.900 m 2 1992 / 1996Parque do ConjuntoHabitacional LagoaLagoa 18.000 m 2 1999 (Implantado parcialmente, pela URBEL)CEVAE Serra Ver<strong>de</strong> Serra Ver<strong>de</strong> — 1996Parque <strong>da</strong> Bacia <strong>de</strong>Retenção do córregoVilarinhoParque <strong>da</strong> Bacia <strong>de</strong>Detenção do córrego <strong>da</strong>Av. LiégeMaria Helena — (Em implantação pela SMEU / SUDECAP)Letícia — (Proposta <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Centro Cultural(OP/01)NORTEParque do Bairro Planalto Planalto 25.284m 2 1996PAMPULHAFun<strong>da</strong>ção Zoo-Botânica<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>Fun<strong>da</strong>ção Zoo-Botânica<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>Parque Munic. Ursulina <strong>de</strong>Andra<strong>de</strong> MelloParque <strong>Municipal</strong>Fazen<strong>da</strong> Lagoa do NadoPampulha 1.450.000m 2 1959Pampulha +/-300.000m 2 (Parque ecológico a ser implantado nas áreas<strong>da</strong>s ilhas)Castelo 242.000m 2 1996Itapoã 300.000m 2 1994Parque Ouro Preto Ouro Preto 7.210,71m 2 1998 (Implantado, por empresa particular,como compensação ambiental)Parque Fazen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Serra(Parque aberto)Paquetá 26.888,37 m 2 2000 (Implantado, por empresa particular,como compensação ambiental)Parque do Confisco Sarandi — 1999 (Implantado pela SUDECAP)Parque Fazen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Serra(Parque fechado)Paquetá 191.531,22m 2 (Em implantação, por empresa particular,como compensação ambiental)Parque Dona Clara Dona Clara 32.283 m 2 (Implantação paralisa<strong>da</strong>. Iniciado por empresaparticular, como compensação ambiental)Parque EngenhoNogueiraEngenho Nogueira/Manacás— (Implantação parcial. Término previsto, comocompensação ambiental, por empresaparticular)


166 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasPARQUES LOCALIZAÇÃO (BAIRRO) ÁREA ANO DE IMPLANTAÇÃO / OBSERVAÇÕESNORDESTEParque Ecológico eCultural <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> NovaParque Orlando <strong>de</strong>Carvalho SilveiraCi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova 20.000 m 2 1990Silveira 25.650 m 2 1996Parque <strong>da</strong> Matinha Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova/União 13.086 m 2 1991Parque Ecológico RenatoAzeredoParque Prof. GuilhermeLageParque Escola Jd.BelmonteParque Ismael <strong>de</strong> OliveiraFábregasPalmares 93.200 m 2 1996São Paulo 150.000 m 2 1982Belmonte 64.763 m 2 1996Nova Floresta 9.720 m 2 (Praça transforma<strong>da</strong> em parque em 02/03/99)CEVAE Capitão Eduardo Capitão Eduardo — 1996NOROESTEParque Ecológico e <strong>de</strong>Lazer do Bairro CaiçaraParque Maria do SocorroMoreira (ParqueEcológico do AeroportoCarlos Prates)LESTEParque Marcus Pereira <strong>de</strong>MeloParque Linear do Vale doArru<strong>da</strong>s (Parque doCentenário)Caiçara 12.446 m 2 1996Carlos Prates 100.000 m 2 2000 (1ª fase) (Implantação <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> faseem an<strong>da</strong>mento. Área pertencente àINFRAERO, cedi<strong>da</strong> em como<strong>da</strong>to à PBH)São Lucas 3.500 m 2 1982 / 1996Abadia / Vera Cruz — 1999 / 2000CEVAE Taquaril Taquaril — 1996Parque. <strong>da</strong> Baleia 1.021.767 m 2 (Área a ser anexa<strong>da</strong> ao Parque <strong>da</strong>sMangabeiras.)OESTEParque Aggeo PioSobrinhoBuritis 269.920 m 2 1996Parque <strong>da</strong> Vila Pantanal Estoril / Vila Pantanal 17.851 m 2 2000 (Implantado, como compensaçãoambiental, por empresa particular. Invasão emparte <strong>da</strong> área)Parque Halley AlvesBessaCEVAE Morro <strong>da</strong>s PedrasHavaí 2.180 m 2 1998 (Implantado, como compensaçãoambiental, por empresa particular)Nova Grana<strong>da</strong>/ Morro<strong>da</strong>s Pedras— 1996Parque do Lixão Vila São Jorge III 52.268 m 2 (Área referente ao antigo “Lixão”)Parque Jacques Cousteau Betânia 468.500 m 2 (Antigo horto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s <strong>da</strong>FZOO)Parque do ConjuntoEstrela DalvaCENTRO-SULParque <strong>Municipal</strong> AméricoRennée GiannettiParque Mun. <strong>da</strong>sMangabeirasHavaí — (Em implantação pela SUDECAP, como obrado Orçamento Participativo)Centro 180.000 m 2 1897 (Tombado pelo IEPHA MG em 1975)Mangabeiras 2.350.000 m 2 1982Parque Julien Rien Anchieta 14.300 m 2 1978Parque Mata <strong>da</strong>sBorboletasParque <strong>Municipal</strong>Juscelino KubitschekParque JornalistaEduardo CouriSion 32.000 m 2 1995Sion 23.500 m 2 1995Santa Lúcia 98.000 m 2 1996


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 167PARQUES LOCALIZAÇÃO (BAIRRO) ÁREA ANO DE IMPLANTAÇÃO / OBSERVAÇÕESParque Rosinha Ca<strong>da</strong>r Santo Agostinho 7.200 m 2 1994Parque Prof. AmílcarVianna MartinsÁrea ver<strong>de</strong> do vertedouro<strong>da</strong> Barragem Santa LúciaCruzeiro 14.400 m 2 2000 (Comporta a Caixa d’água do Cruzeiro.Proposta <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Centro <strong>de</strong>Referência em Educação Ambiental)Santa Lúcia — 2000 (Área implanta<strong>da</strong> pela Associação <strong>de</strong>Moradores do Bairro Santa Lúcia)Parque Tom Jobim Luxemburgo 15.675,03 m 2 2001 (Implantado por empresa particular,como compensação ambiental)Bosque São Bento II São Bento II 17.269 m 2 (Implantação pela Associação <strong>de</strong> Moradoresdo Bairro São Bento II)BARREIROParque Agro-EcológicoVila PinhoParque Estadual do Rola-MoçaParque Roberto BurleMarx (Parque <strong>da</strong>s Águas)Jatobá 77.068,46 m 2 2000 (Implantado pela SUDECAP)— 3.941 ha 1998 (Área estadual. Fazem parte <strong>de</strong> BH1.331 ha)Flávio Marques Lisboa /Urucuia178.500 m 2 (Em implantação pela SCOMGER-B)Parque Teixeira Dias Teixeira Dias 55.510 m 2 (Em implantação, como compensaçãoambiental, pela empresa CBTU/Demetrô)2- Flora e Faunaa) FloraAs plantas são elementos imprescindíveis na paisagem urbana, pois influenciam positivamente a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>do ar, a temperatura, a conservação do solo e <strong>da</strong> água e estimulam a presença <strong>da</strong> fauna. Esta, por sua vezcontrola as pragas urbanas e auxilia na reprodução e propagação <strong>de</strong> plantas – isto sem mencionar seuefeito confortador, relaxante e pacificador sobre o espírito e ânimo <strong>da</strong>s pessoas.A compatibilização entre a preservação e o incremento <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora e o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>pressupõe, entre outras coisas, a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e o comprometimento <strong>de</strong> todos os setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, aimplementação <strong>de</strong> programas tecnicamente a<strong>de</strong>quados e ações efetivas e eficientes <strong>de</strong> fiscalização porparte do po<strong>de</strong>r público municipal.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> chegou a ser conheci<strong>da</strong>, nas primeiras déca<strong>da</strong>s do século passado, como “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim”,em função <strong>da</strong> beleza <strong>de</strong> suas áreas ver<strong>de</strong>s, incrementa<strong>da</strong>s pelos projetos <strong>de</strong> arborização. No entanto, como crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> a sua cobertura vegetal foi <strong>de</strong>scaracteriza<strong>da</strong>. O que sobrou <strong>da</strong> vegetação originalapresenta-se diversificado, variando com o tipo <strong>de</strong> solo e altitu<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo ser observa<strong>da</strong>s matas ao longo<strong>de</strong> córregos ain<strong>da</strong> preservados, vegetação <strong>de</strong> cerrado, campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> e vestígios <strong>de</strong> mata atlântica.Uma série <strong>de</strong> fatores têm contribuído para a redução <strong>da</strong> cobertura vegetal como os projetos <strong>de</strong>parcelamento do solo, as construções, as obras <strong>de</strong> infra-estrutura urbana, a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong>logradouros públicos <strong>de</strong>vido a pragas, doenças, <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ções, conflitos com equipamentos urbanos eaci<strong>de</strong>ntes com veículos automotores.O número <strong>de</strong> árvores ao longo <strong>de</strong> ruas e aveni<strong>da</strong>s é estimado em aproxima<strong>da</strong>mente 220.000 e constitui,juntamente com as árvores existentes nas praças, parques, áreas <strong>de</strong> preservação, jardins e quintaisparticulares, uma importante massa ver<strong>de</strong>, essencial para o conforto ambiental e a presença <strong>da</strong> fauna. Adistribuição <strong>de</strong>sta arborização não é uniforme, sendo os bairros mais antigos mais privilegiados e os maisnovos quase <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> arborização. Áreas com uma vegetação arbórea expressiva, como na zona sul,constituem traços <strong>da</strong> antiga “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim”, mas uma parcela <strong>de</strong>ssa arborização já se encontra em estado<strong>de</strong> senescência ou <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>, necessitando <strong>de</strong> intervenções e renovações.A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em gran<strong>de</strong> parte, <strong>da</strong> existência <strong>da</strong>s diversas formas <strong>de</strong>vegetação, principalmente árvores frondosas, que possuem gran<strong>de</strong>s copas e formam <strong>de</strong>nsas sombras.Infelizmente, nos últimos anos, po<strong>de</strong>-se notar, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, um aumento exagerado do plantio <strong>de</strong>árvores <strong>de</strong> pequeno porte ao longo <strong>de</strong> ruas e aveni<strong>da</strong>s, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,buscando-se evitar conflitos com equipamentos e mobiliário urbano. Isto compromete a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dosespaços livres, visto que as árvores <strong>de</strong> pequeno porte não produzem o <strong>de</strong>vido conforto ambiental eprestam-se muito mais à ornamentação.A <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> realiza intervenções na arborização <strong>de</strong> forma sistemática e regular,através <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s periódicas, plantios <strong>de</strong> espécies a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e supressão <strong>de</strong> espécimes causadoras <strong>de</strong>conflitos impossíveis <strong>de</strong> serem contornados.Atualmente, competem à SMMAS o planejamento, a coor<strong>de</strong>nação, a supervisão e a avaliação <strong>da</strong>s


168 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> política <strong>de</strong> preservação e aprimoramento <strong>da</strong> vegetação do município e àsSCOMGERs a manutenção <strong>da</strong> vegetação nos logradouros públicos e parques urbanos, com exceção dosParques Américo Renné Gianetti e <strong>da</strong>s Mangabeiras, que continuam a cargo <strong>da</strong> SMMAS.Em praticamente to<strong>da</strong>s as secretarias regionais a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população por intervenções envolvendoarborização é superior a 60% do total <strong>de</strong> solicitações <strong>de</strong> serviços.Quanto às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio, elas têm sido geralmente viabiliza<strong>da</strong>s através do fornecimento <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>sdo Jardim Botânico, pertencente à Fun<strong>da</strong>ção Zoo-Botânica <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, assim como pelosmecanismos que exigem a doação <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s em caráter <strong>de</strong> reposição ambiental, quando são autorizadoscortes <strong>de</strong> árvores, e pelo plantio obrigatório em frente a novas edificações, como condicionante para aobtenção do respectivo “Habite-se”, entre outras iniciativas.b) FaunaFauna significa vi<strong>da</strong> animal, ou simplesmente o conjunto <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> um lugar. Normalmente, estapalavra é usa<strong>da</strong> em referência apenas aos animais silvestres, não envolvendo os domésticos. Por que não?Porque alguns animais foram domesticados pelo ser humano há séculos e as suas populações não estãomais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos processos e leis naturais que regulam a interação dos seres vivos no meio natural,como a competição e a pre<strong>da</strong>ção. Assim, não <strong>de</strong>vem ser envolvidos nesta discussão os bois, cavalos,cachorros, gatos, galinhas, patos, porcos, carneiros, cabras e coelhos, <strong>de</strong>ntre outros, pois no contextourbano eles são melhor tratados sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e vigilância sanitária.Minas Gerais possui 178 espécies animais reconheci<strong>da</strong>s oficialmente como ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção. Istosignifica que 178 tipos diferentes <strong>de</strong> animais que ocorrem naturalmente em Minas (ou seja, não foramintroduzidos na natureza pelo Homem) estão vivendo sob condições ecológicas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para a suasobrevivência e perpetuação. Se essas condições permanecerem ou piorarem, esses animais não maisserão vistos no estado, e, se forem espécies que só ocorrem em MG, elas não mais existirão no mundointeiro!Infelizmente, as condições capazes <strong>de</strong> exterminar uma espécie foram e continuam sendo gera<strong>da</strong>s peloHomem. Exemplos:– <strong>de</strong>struição do ambiente no qual o bicho vive ou do qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> (poluição <strong>da</strong> água, do ar e do solo,<strong>de</strong>smatamentos, queima<strong>da</strong>s, erosões, assoreamentos, expansões urbanas <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s, ocupações eusos ina<strong>de</strong>quados do solo);– perseguição <strong>de</strong>vido à caça (exceto para alimentação) e ao comércio clan<strong>de</strong>stinos;– soltura <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> outras regiões do Brasil e até <strong>de</strong> outros países, sem nenhum estudo prévio,comprometendo e prejudicando as espécies que já ocorriam na área antes <strong>da</strong> soltura.BH priorizou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início como capital do estado, a urbanização. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> cresceu e se <strong>de</strong>senvolveusem ter sua biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> (o conjunto dos seres vivos) como um dos pontos importantes para fornecerquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para a população e assim ficou por muitos anos.Sendo um núcleo populacional recente, isto significa que, na época em que ocorriam as expedições <strong>de</strong>pesquisa e <strong>de</strong>sbravamento do interior <strong>de</strong> Minas e do Brasil, BH não existia. Havia, no máximo, pequenascasas <strong>de</strong> fazen<strong>da</strong> isola<strong>da</strong>s entre si e longe <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s importantes <strong>da</strong> época. O então Curral <strong>de</strong>l Rei,antigo nome <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, não atraía as tropas <strong>da</strong>s expedições. Elas precisavam <strong>de</strong> uma vila ouci<strong>da</strong><strong>de</strong> que tivesse infra-estrutura para fornecer reabastecimento, <strong>de</strong>scanso para a equipe, troca e ouaquisição <strong>de</strong> novos animais <strong>de</strong> carga, meios <strong>de</strong> comunicação, aquisição <strong>de</strong> escravos, contratação <strong>de</strong> guiaslocais, consertos diversos e inúmeras outras coisas próprias <strong>da</strong>quele tipo <strong>de</strong> viagem.Muitos ban<strong>de</strong>irantes e pesquisadores, que fizeram importantíssimas contribuições para a ciência brasileira etornaram famosos os nomes dos arraiais, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e regiões por on<strong>de</strong> passaram (por exemplo, Peter Lun<strong>de</strong>m Lagoa Santa) atravessaram o que hoje é território do município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, mas não se<strong>de</strong>tiveram na região exatamente porque não havia na<strong>da</strong> aqui que lhes <strong>de</strong>spertasse o interesse.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> ain<strong>da</strong> não tem uma lista oficial <strong>de</strong> fauna ameaça<strong>da</strong> <strong>de</strong> extinção, nem uma lista oficial <strong>de</strong>fauna. E, apesar <strong>de</strong> ser um dos locais mais visitados e queridos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Zoológico é confundido àsvezes com um local a<strong>de</strong>quado para se conhecer a fauna do município. Porém, é possível ter uma noção dosanimais que ocorreram ou ocorrem na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> através dos esforços <strong>de</strong> algumas pessoas, <strong>de</strong>ntrepesquisadores, funcionários <strong>da</strong> própria PBH e ci<strong>da</strong>dãos interessados no assunto. Assim, existem algunstrabalhos sobre certos grupos animais <strong>de</strong> algumas áreas ver<strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente parques.– Para <strong>da</strong>r uma idéia <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> BH como local <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> espécies importantes, bastaolhar os <strong>da</strong>dos sobre as espécies dos 39 mamíferos ameaçados, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> tem 24 espécies(61,54 %);– <strong>da</strong>s 83 aves ameaça<strong>da</strong>s, BH tem 34 espécies (40,96 %);– dos 10 répteis ameaçados, BH tem 05 espécies (50,00 %);


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 169– dos 11 anfíbios ameaçados, BH tem 05 espécies (45,45 %);– dos 03 peixes ameaçados, BH tem 01 espécie (33,34 %);– dos 27 insetos ameaçados, BH tem 08 espécies (29,63 %);– BH tem a única espécie <strong>de</strong> onicóforo (um bicho que lembra uma minhoca com pernas e antenas)ameaçado (100,00 %);– dos 03 oligoquetas (minhocas e minhocuçus) ameaçados, BH tem 02 espécies (67%).ameaça<strong>da</strong>s <strong>de</strong> extinção em Minas. Pela bibliografia, pelo menos 80 espécies (44,94 %) <strong>da</strong>quelas 178indica<strong>da</strong>s, têm o território do município como sua área <strong>de</strong> ocorrência original 4 confirma<strong>da</strong> ou possível, ouocorreram próximo a ele. Elas estão assim dividi<strong>da</strong>s:c) Instrumentos <strong>de</strong> proteção à flora e faunaLeis fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais protegem os recursos naturais, entre outras coisas, estabelecendo assanções penais e administrativas aos causadores <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos ao meio ambiente, <strong>de</strong>finindo as áreas <strong>de</strong>preservação permanente, obrigando o licenciamento ambiental <strong>de</strong> empreendimentos que causam impactosambientais.Instrumentos no âmbito municipal:– dispositivos existentes no Plano Diretor <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e suas leis complementares;– dispositivos existentes na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo que estabelece as normas eas condições para execução <strong>de</strong> parcelamentos do solo, or<strong>de</strong>nando a ocupação do espaço;– Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir (TDC);– tombamento <strong>de</strong> árvores individuais ou em conjuntos: árvores localiza<strong>da</strong>s em áreas públicas ouparticulares po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>clara<strong>da</strong>s imunes <strong>de</strong> corte, através do tombamento, em função <strong>de</strong>características especiais;– Instituição <strong>da</strong> Reserva Particular Ecológica, por Decreto do Executivo, recebendo o particular isençãoparcial ou total do IPTU;– Fundos <strong>de</strong> Meio Ambiente, que financiam projetos <strong>de</strong> interesse ambiental;– Deliberações Normativas do que estabelecem normas relaciona<strong>da</strong>s ao plantio em logradouros públicos,à po<strong>da</strong> <strong>de</strong> árvores no município, à implantação <strong>de</strong> parques no município, à reposição ambiental emcasos <strong>de</strong> supressão <strong>de</strong> árvores e <strong>de</strong>mais formas <strong>de</strong> vegetação, e, finalmente, ao transplantio <strong>de</strong>árvores;– Programas e Ações;– elaboração do Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização Urbana: um documento que reunirá um conjunto <strong>de</strong>diretrizes a serem adotados na preservação, manejo e expansão dos espécimes arbóreos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> efornecerá subsídios para a implantação <strong>de</strong> políticas administrativas e programas <strong>de</strong> manejo <strong>da</strong>arborização. Inclui o inventário <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a arborização <strong>de</strong> logradouros públicos do Município;– Programas <strong>de</strong> Educação Ambiental <strong>de</strong>senvolvidos pela SMMAS;– parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong> e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral na adoção <strong>de</strong> praças, parques e canteiroscentrais;– <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> atribuições <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m ambiental, antes exerci<strong>da</strong>s pela SMMAS para asSCOMGERs;– terceirização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong> arborização, canteiros centrais e praças, visando agilizar oatendimento às solicitações <strong>da</strong> população;– Desafios;– envolver todos os setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nas ações <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> fauna e flora;– <strong>de</strong>senvolver pesquisas sobre a vegetação remanescente na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como sobre a vegetação <strong>da</strong>região em que <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> está inseri<strong>da</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> levantar as espécies mais apropria<strong>da</strong>spara plantio nas condições atuais, e antes <strong>de</strong> introduzir o seu uso, iniciar a sua produção em escalapara evitar a exploração pre<strong>da</strong>tória na natureza;– realizar e divulgar estudos sobre a fauna e flora dos parques, remanescentes <strong>de</strong> vegetação em áreasparticulares e sobre a composição e manutenção <strong>da</strong> arborização dos logradouros públicos;– melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços que envolvem manejo <strong>da</strong> arborização urbana, como po<strong>da</strong>s;– agilizar o atendimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s dos ci<strong>da</strong>dãos, evitando transtornos para os mesmos;– Incrementar o plantio <strong>de</strong> árvores na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, especialmente as <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, viabilizando meios paraseu a<strong>de</strong>quado crescimento e condução;– realizar estudos e implantar programas <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong> material proveniente <strong>de</strong> po<strong>da</strong>s e


170 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticassupressões para programas <strong>de</strong> cunho social e ambiental;– estimular a criação <strong>de</strong> novas reservas particulares;– criar corredores <strong>de</strong> fauna;– aprimorar programas <strong>de</strong> parceria com a iniciativa priva<strong>da</strong>;– controlar <strong>de</strong> forma mais efetiva os serviços realizados pelas concessionárias <strong>de</strong> serviço público;– implantar projetos <strong>de</strong> arborização e paisagismo priorizando espécies nativas, sobretudo aquelas úteis àfauna;– intensificar a fiscalização sobre a flora e a fauna do Município.3- Poluição AmbientalPoluição é qualquer alteração <strong>da</strong>s características dos elementos naturais terra, ar e água que possaconstituir prejuízo à saú<strong>de</strong>, à segurança e ao bem-estar <strong>da</strong> população e, ain<strong>da</strong>, comprometer a fauna, aflora e a paisagem natural e construí<strong>da</strong>. Ela acontece através <strong>de</strong> intervenções in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s do homem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s ações <strong>de</strong> impacto até pequenos atos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana, que vão agravar os problemas ambientais:a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar e <strong>da</strong> água; os assoreamentos, as inun<strong>da</strong>ções etc.<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, com seus mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> habitantes, foi projeta<strong>da</strong> para 200 mil moradores. Ocrescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado marcou a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> até meados dos anos 90, trazendo consigo todos osprejuízos possíveis às condições ambientais.A SMMAS é responsável pela fiscalização, licenciamento ambiental, e implementação <strong>da</strong> política ambientaldo município, objetivando garantir quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, ar e solo, <strong>de</strong> acordo com a legislação vigente e,ain<strong>da</strong>, juntamente com outras ações e programas <strong>de</strong>senvolvidos em outros órgãos e secretarias <strong>da</strong> PBH,minimizando e compensando os impactos inerentes ao <strong>de</strong>senvolvimento urbano e econômico.Para a gestão do solo, ar e água é fun<strong>da</strong>mental que as ações transcen<strong>da</strong>m os limites municipais e sejam<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong> a região metropolitana, para que efetivamente aten<strong>da</strong>m ao objetivo, que é amelhoria <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todos estes aspectos em discussão. Isto fica muito claro quando, por exemplo, nocontexto <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, temos Contagem e Betim com gran<strong>de</strong>s parques industriais, responsáveistambém pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, nas áreas adjacentes a estes municípios. Quanto à água,<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> integra a bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas e apresenta duas bacias hidrográficas principais: Arru<strong>da</strong>s eOnça. Ambas começam no município <strong>de</strong> Contagem, sendo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas fruto também <strong>da</strong>sações sanitárias e preservacionistas, ou não, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s neste município. Da mesma forma <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> é o maior responsável pela poluição <strong>da</strong> bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas, comprometendo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>ambiental <strong>de</strong> todos os municípios que se encontram a jusante.Os fatores climáticos – chuva, umi<strong>da</strong><strong>de</strong> e pressão do ar, temperatura e vento – além <strong>da</strong> topografia, vãotambém influenciar as condições <strong>de</strong> poluição, particularmente do ar.O clima <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> po<strong>de</strong> ser dividido em duas estações predominantes: uma estação quente echuvosa que compreen<strong>de</strong>, normalmente, o período <strong>de</strong> outubro a abril, e outra estação seca e comtemperaturas mais baixas, que vai <strong>de</strong> maio a setembro, quando o clima é particularmente influenciado pelapassagem rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong> frentes frias provenientes do sul do continente. Esta estação é caracteriza<strong>da</strong> tambémpela ocorrência <strong>de</strong> períodos <strong>de</strong> inversão térmica, que dificultam a dispersão <strong>de</strong> poluentes na atmosfera.a) Poluição do ArA poluição do ar tem sido um tema muito pesquisado nas últimas déca<strong>da</strong>s, pois seus efeitos afetam <strong>de</strong>diversas formas a saú<strong>de</strong> humana, os ecossistemas e os materiais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o impacto na vizinhança <strong>da</strong>s áreasindustriais, até as alterações climáticas do planeta, provoca<strong>da</strong>s pelo efeito estufa e a contaminação <strong>da</strong>cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> ozônio na estratosfera.A Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (RMBH) já apresenta uma <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do arcaracterística <strong>da</strong> maior parte dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos. Os poluentes presentes na atmosfera <strong>da</strong> RMBHestão principalmente relacionados à gran<strong>de</strong> emissão proveniente dos veículos automotores, vindo, emsegui<strong>da</strong>, a poluição origina<strong>da</strong> em processos industriais e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço (marmorarias,lavan<strong>de</strong>rias, oficinas mecânicas, restaurantes, serralherias, torrefação <strong>de</strong> grãos, hospitais, ourivesaria,galvanoplastia etc.).A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é monitora<strong>da</strong> na estação <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Meio Ambiente(FEAM) situa<strong>da</strong> na Praça Rui Barbosa. Essa região caracteriza-se pelo fluxo intenso <strong>de</strong> veículos, sendo ,portanto, influencia<strong>da</strong>, predominantemente, por esse tipo <strong>de</strong> poluição. Nesta uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento sãomedidos: Material Particulado Inalável (PM-10); Dióxido <strong>de</strong> Enxofre (SO2), Monóxido <strong>de</strong> Carbono (CO),Dióxido <strong>de</strong> Nitrogênio (NO2), Ozônio (O3) e parâmetros meteorológicos (veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e direção dos ventos,temperatura e umi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa do ar).b) Parâmetros Monitorados na Estação <strong>de</strong> BHApesar <strong>da</strong> poluição atmosférica na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ser principalmente <strong>de</strong> origem veicular, é importante levar em


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 171consi<strong>de</strong>ração a contribuição <strong>da</strong> poluição atmosférica <strong>de</strong> origem industrial <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s próximas <strong>de</strong> BH,principalmente Contagem e Betim, cuja influência, além <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>, é favoreci<strong>da</strong> por fatores climáticos.c) Operação OxigênioO Programa Operação Oxigênio foi criado em l988, através <strong>de</strong> convênio firmado entre a PBH e o Governodo Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, com o objetivo <strong>de</strong> controlar a emissão <strong>de</strong> fumaça preta dos veículos movidos aóleo diesel, que trafegam <strong>de</strong>ntro do municípioO controle <strong>da</strong> fumaça preta tem sido feito através <strong>de</strong> teste, que utiliza a Escala <strong>de</strong> Ringelmann Reduzi<strong>da</strong> ouo aparelho dosador <strong>de</strong> fumaça. Ao longo dos <strong>de</strong>z anos em que vem atuando sistematicamente, a OperaçãoOxigênio já efetuou mais <strong>de</strong> 50.000 vistorias em veículos movidos a diesel.d) Poluição <strong>da</strong>s águasA poluição <strong>da</strong>s águas afeta a saú<strong>de</strong> e o bem-estar <strong>de</strong> todos os seres vivos e compromete as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas, comerciais e recreativas. A água, além <strong>de</strong> poluí<strong>da</strong>, estará contamina<strong>da</strong> se veicular organismospatogênicos como bactérias e vírus, trazendo doenças como a <strong>de</strong>ngue, a leptospirose, a cólera, o tifo e aesquistossomose.As principais causas <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental nos cursos d’água são: a urbanização <strong>de</strong>scontrola<strong>da</strong> eausência <strong>de</strong> cobertura vegetal, causando assoreamento; a alta taxa <strong>de</strong> impermeabilização <strong>da</strong>s áreasocupa<strong>da</strong>s; a disposição ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do lixo e dos esgotos sanitários; o lançamento <strong>de</strong> esgotos domésticos eindustriais sem tratamento prévio e a falta <strong>de</strong> investimento em programas <strong>de</strong> educação. Além disto, aschuvas e o escoamento superficial que atingem o solo urbano, carregam para os cursos d’água ospoluentes acumulados na superfície, se tornando fonte <strong>de</strong> poluição, tanto maior quanto mais <strong>de</strong>ficiente for acoleta <strong>de</strong> esgotos e/ou a limpeza pública.A impermeabilização excessiva <strong>de</strong> solo associa<strong>da</strong> às estruturas convencionais <strong>de</strong> drenagem provocamsérios problemas nos córregos, em época <strong>de</strong> estiagem; <strong>de</strong>vido à baixa permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo econseqüente falta <strong>de</strong> recarga do lençol, os córregos encontram-se com vazões mínimas, ocasionandomaiores concentrações <strong>de</strong> poluentes e comprometimento <strong>da</strong> biota existente – do mesmo modo, nas cheiasa impermeabilização e estrutura <strong>de</strong> drenagem convencional aceleram o fluxo <strong>de</strong> escoamento provocando asinun<strong>da</strong>ções e todo o seu flagelo.A partir <strong>de</strong> 1996 a lei <strong>de</strong> uso do solo passou a exigir uma taxa <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, permitindo, entretanto, asubstituição <strong>de</strong> áreas permeáveis por caixas <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> vazão, que, apesar <strong>de</strong> minimizar o problemados picos <strong>de</strong> cheia, não permitem a recarga do lençol.Encontra-se em vias <strong>de</strong> implementação, no Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, programa <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong>ságuas que engloba os principais mananciais, questão fun<strong>da</strong>mental para o planejamento <strong>de</strong> ações, afiscalização e o controle. Existem, para monitoramento e controle <strong>de</strong> águas, os seguintes programas emparcerias com órgãos estaduais: projeto Águas <strong>de</strong> Minas, que monitora a foz dos ribeirões Arru<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>Onça; monitoramento <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha e análises dos aqüíferos do Parque <strong>Municipal</strong>.É notório o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção em que se encontram as águas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, comprometi<strong>da</strong>s,principalmente, por problemas nos sistemas <strong>de</strong> esgotamento sanitário e <strong>de</strong> resíduos sólidos e no controle<strong>de</strong> erosões.e) Poluição SonoraAs ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s ca<strong>da</strong> vez mais têm sido alvo <strong>de</strong> relevante <strong>de</strong>sconforto ambiental no que concerne ao ruído, fatoque, contribui significativamente para a <strong>de</strong>terioração <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Segundo a Organização Mundial<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), as principais capitais brasileiras estão entre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais ruidosas do mundo.A poluição sonora é percebi<strong>da</strong> imediatamente pela população em comparação com as outras formas <strong>de</strong><strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção, como as poluições do ar, <strong>da</strong> água e do solo. A ação maléfica do ruído está diretamenterelaciona<strong>da</strong> às seguintes e principais variáveis: tempo <strong>de</strong> exposição, distância, intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ocorrênciassonoras e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> auditiva. Experiências com animais mostram que estes se tornam altamenteirritados, se expostos a altas doses <strong>de</strong> ruídos.A principal fonte <strong>de</strong> ruído, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, é o tráfego <strong>de</strong> veículos automotores. Não obstante apopulação tem <strong>de</strong>monstrado muito menos tolerância no tocante ao ruído advindo <strong>da</strong>s fontes fixas como :serralherias, marcenarias, pa<strong>da</strong>rias, bares e boates, marmorarias, templos religiosos, oficinas mecânicas,aca<strong>de</strong>mias e quadras esportivas. Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> as on<strong>da</strong>s sonoras provenientes do tráfego serem<strong>de</strong> ruído alternado, que proporciona momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso ao ouvido humano, e as dos empreendimentosfixos serem <strong>de</strong> ruído contínuo, que estressa intensamente parte ou todo espectro audível do homem. Ohomem exposto, por <strong>de</strong>terminado tempo, a excesso <strong>de</strong> ruído, po<strong>de</strong> apresentar, entre outros sintomas,agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> personali<strong>da</strong><strong>de</strong>, per<strong>da</strong>s auditivas, úlcera, neurose, insônia, redução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> trabalho e, sobretudo, o chamado estresse.Como parâmetros norteadores, a OMS e outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s internacionais estabelecem como valoresmáximos permitidos, 60 e 70 dB(A), em horários noturno e diurno, respectivamente.


172 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasDes<strong>de</strong> a sua criação, em 1993, a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente vem tentando minimizar osproblemas sobre a poluição sonora em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, através <strong>da</strong>s Leis 4.253, <strong>de</strong> 04/12/85, 9139/97 e8204/01. Foram medidos 800 pontos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no biênio 98/99, com níveis médios <strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> 70 <strong>de</strong>cibéise máximos <strong>de</strong> 102 <strong>de</strong>cibéis, nas vias mais movimenta<strong>da</strong>s, como as aveni<strong>da</strong>s Amazonas, Antônio Carlos ePedro II e a rua Padre Eustáquio.Os níveis médios na região hospitalar se encontravam totalmente acima dos padrões sonoros em todos oshorários e por isso foi reduzido o número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus que circulam na região.Entre as principais ações <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> ruídos se encontra o Programa “Disque Sossego”, que consta <strong>de</strong>plantões <strong>de</strong> fiscalização.f) Radiações EletromagnéticasO que são radiações eletromagnéticas? Campos eletromagnéticos existem na natureza, como a luz visível ea radiação ultravioleta emiti<strong>da</strong>s pelo sol. Eles também são produzidos pelas linhas <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong>corrente elétrica, pelas antenas <strong>de</strong> emissoras <strong>de</strong> rádio e televisão, que enviam os sinais aos aparelhosreceptores, pelo forno doméstico <strong>de</strong> microon<strong>da</strong>s e pelas antenas <strong>de</strong> transmissão e recepção <strong>de</strong> telefoniacelular.Nos últimos anos, entretanto, com a popularização do uso <strong>de</strong> alguns aparelhos elétricos, como oscomputadores pessoais e, sobretudo, os telefones celulares, as discussões sobre possíveis efeitos à saú<strong>de</strong>humana <strong>da</strong>s radiações eletromagnéticas emiti<strong>da</strong>s e/ou absorvi<strong>da</strong>s por esses aparelhos, têm se tornadoca<strong>da</strong> vez mais uma questão científica e social <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância. Por isso, diversas pesquisas estão eman<strong>da</strong>mento, visando aprofun<strong>da</strong>r o conhecimento dos possíveis efeitos biológicos <strong>da</strong>s radiações nãoionizantes sobre a saú<strong>de</strong> humana. Um outro tipo <strong>de</strong> radiação eletromagnética, que tem se tornado ca<strong>da</strong> vezmais popular e que po<strong>de</strong> ter efeitos <strong>da</strong>nosos à saú<strong>de</strong>, é o laser, que po<strong>de</strong> significar risco para a visão <strong>de</strong>milhares <strong>de</strong> pessoas.Apesar <strong>de</strong> as pesquisas científicas sobre os efeitos biológicos <strong>da</strong>s radiações não ionizantes já estaremsendo conduzi<strong>da</strong>s há bastante tempo, elas são contraditórias. Em relação às radiações ionizantes, como osseus efeitos são mais intensos e mais facilmente observáveis, a legislação sobre os limites <strong>de</strong> exposiçãoocupacional e para o público em geral, já se encontra estabeleci<strong>da</strong> há mais tempo.No caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, já se encontram implementados os procedimentos <strong>de</strong> licenciamento ambiental<strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong> telefonia celular. A proliferação <strong>de</strong>ssas instalações na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a maior conscientização <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação aos possíveis efeitos negativos à saú<strong>de</strong> humana têm fomentado a discussão sobreo tema. Não é possível, ain<strong>da</strong>, estabelecer um quadro dos aspectos qualitativos e, menos ain<strong>da</strong>,quantitativos, a respeito <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong> radiação não ionizantes em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Em relação àsradiações ionizantes, o monitoramento e acompanhamento <strong>da</strong>s normas vigentes é feito pela VigilânciaSanitária <strong>Municipal</strong> e pelo Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> Tecnologia Nuclear (CDTN). O uso do laser éregulamentado por uma portaria fe<strong>de</strong>ral, <strong>de</strong> 1978. Em relação ao seu emprego em eventos públicos, nãoexiste, tanto quanto sabemos, legislação a respeito.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a Lei n. o 8.201/01 <strong>de</strong>termina parâmetros referentes à distância para locação <strong>de</strong> torres eantenas <strong>de</strong> telefonia celular. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las, implanta<strong>da</strong> anteriormente à promulgação <strong>da</strong> lei, nãoaten<strong>de</strong> aos parâmetros estabelecidos e encontra-se em processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental corretivo naSMMAS.É importante mencionar, entretanto, que, tanto a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que tem se pronunciado através <strong>de</strong>audiências públicas, como o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM) e a própria SMMAS, têm seaprofun<strong>da</strong>do nas discussões dos diversos aspectos referentes às radiações eletromagnéticas.g) Poluição visualA poluição visual está relaciona<strong>da</strong> a impactos negativos i<strong>de</strong>ntificáveis pela visão, que ocasionam<strong>de</strong>sconforto e impe<strong>de</strong>m a sensação <strong>de</strong> bem-estar, se expressa na forma <strong>de</strong> fadiga e irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e causaum sentimento <strong>de</strong> distanciamento entre o ci<strong>da</strong>dão e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo o grau <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do incômododiferente para ca<strong>da</strong> grupo social ou ci<strong>da</strong>dão.Não há um diagnóstico sistêmico <strong>da</strong> poluição visual no município. Mais precisamente, não dispomos <strong>de</strong> umconjunto <strong>de</strong> parâmetros amplamente discutidos e consensados para que possamos construir umdiagnóstico. Como sabemos, a produção <strong>de</strong> um diagnóstico supõe uma níti<strong>da</strong> <strong>de</strong>marcação <strong>da</strong>s variáveisenvolvi<strong>da</strong>s. Neste sentido, torna-se urgente um amplo <strong>de</strong>bate social acerca dos fatores que ocasionam apoluição visual, para posteriormente assumirmos a tarefa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificá-los, mensurá-los e, sobretudo,propormos um conjunto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s para erradicá-los.Como a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana po<strong>de</strong>ria ser um rico momento para que os diversossegmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> apresentem e discutam suas perspectivas <strong>de</strong> avaliação/conhecimento <strong>de</strong>steassunto, catalogamos uma lista <strong>de</strong> possíveis conjuntos e eventos causadores <strong>de</strong> poluição visual, com oobjetivo <strong>de</strong> alavancar estas discussões:


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 1731. concentração excessiva <strong>de</strong> edificações (incluindo neste tópico o processo <strong>de</strong> verticalização e as barreirasvisuais que promove, a reduzi<strong>da</strong> distância entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a supressão acentua<strong>da</strong> do ambiente natural ea escassez <strong>de</strong> elementos atenuadores tais como praças, áreas livres e parques);2. ausência <strong>de</strong> cobertura vegetal, favorecendo o surgimento <strong>de</strong> processos erosivos visualmenteimpactantes;3. edificações e equipamentos públicos e privados <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos ou com baixo nível <strong>de</strong> manutenção;4. poluição dos cursos d’água e supressão <strong>da</strong>s matas ciliares;5. presença <strong>de</strong> lixo e sujeira em locais ina<strong>de</strong>quados;6. proliferação <strong>de</strong> mensagens publicitárias em suas mais diversas manifestações (outdoors, letreiros, faixas,cartazes etc.);7. vias públicas em <strong>de</strong>ficiente estágio <strong>de</strong> conservação e ausência <strong>de</strong> padronização / conservação dospasseios, sem consi<strong>de</strong>rar sua dimensão estética e <strong>de</strong> conforto ambiental;8. alta concentração <strong>de</strong> pessoas e veículos automotores em <strong>de</strong>terminados espaços;9. ocupação irregular do espaço;10. pichações generaliza<strong>da</strong>s nas edificações e equipamentos públicos;11. ausência <strong>de</strong> uma cultura estético/paisagística/arquitetônica que dote equipamentos funcionais eestruturais, tais como viadutos, canalizações, estações <strong>de</strong> metrô etc., <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> agra<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> econforto ambiental;12. alta concentração <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong> ambulantes em passeios.A legislação existente sobre este assunto se restringe à regulamentação para a instalação <strong>de</strong> engenhos <strong>de</strong>divulgação <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> em logradouros públicos (outdoors), além <strong>de</strong> normatização <strong>de</strong> letreiros <strong>de</strong>empreendimentos comerciais localizados em conjuntos urbanos tombados.4- Recursos HídricosA água é essencial para a manutenção <strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e é imprescindível para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas. Da<strong>da</strong> a sua importância e o contexto on<strong>de</strong> se encontra, seja pelaescassez, pela abundância ou pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, torna-se indispensável gerir a água, isto é, assegurar aconservação do ambiente e dos recursos naturais e articular a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente a utilização <strong>da</strong> água requeri<strong>da</strong>pelas diferentes ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas. A gestão <strong>da</strong> água é <strong>de</strong>terminante na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e no nível<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s populações e não se po<strong>de</strong> limitá-la a um conjunto <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão pararespon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma avulsa a ca<strong>da</strong> problema, seja <strong>de</strong> excesso (inun<strong>da</strong>ção), seja <strong>de</strong> poluição e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção,seja <strong>de</strong> proteção ambiental. Pelo contrário, a gestão do recurso água, para ser eficaz, terá <strong>de</strong> ser basea<strong>da</strong>em soluções integra<strong>da</strong>s, eficazes em face dos diferentes objetivos que se preten<strong>de</strong> atingir.No contexto urbano a água po<strong>de</strong> ter diversos usos, tais como:– abastecimento doméstico,– abastecimento industrial;– preservação <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora;– recreação e lazer; e– diluição <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos.A valorização dos recursos hídricos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um planejamento urbano garante a sua subsistência e umganho direto <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> aos ci<strong>da</strong>dãos, seja ligado à saú<strong>de</strong> ou à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer erecreação.As áreas permeáveis são responsáveis pela infiltração <strong>da</strong> água <strong>de</strong> chuva e, por conseguinte, pelo controle<strong>de</strong> enchentes e recarga dos lençóis freáticos. É importante ain<strong>da</strong>, na gestão dos recursos hídricos, asensibilização <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos <strong>de</strong>finidos na lei <strong>de</strong> uso e ocupação do solo, para uma melhorintegração <strong>da</strong> urbanização com os efeitos <strong>da</strong> chuva.Para uma boa gestão dos recursos hídricos há que se integrar:– gestão do solo, garantindo controle <strong>de</strong> erosões, margens dos córregos e áreas permeáveis ;– ações <strong>de</strong> saneamento ambiental – drenagem pluvial, abastecimento <strong>de</strong> água, esgotamentosanitário, resíduos sólidos e controle <strong>de</strong> vetores;– to<strong>da</strong> a bacia hidrográfica, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos limites municipais.A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é banha<strong>da</strong> por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> córregos que serve <strong>de</strong> escoadouro natural para aságuas pluviais. Estes córregos fazem parte <strong>da</strong>s bacias hidrográficas dos ribeirões Arru<strong>da</strong>s e Onça,tributários diretos do rio <strong>da</strong>s Velhas, integrante <strong>da</strong> bacia hidrográfica do rio São Francisco. Os municípios


174 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasque dispõem <strong>de</strong> áreas coinci<strong>de</strong>ntes com estas bacias, são: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem, na bacia do Onça,e <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Contagem e Sabará, na bacia do Arru<strong>da</strong>s.Com uma área <strong>de</strong> 330,23 km², <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>tem 157,76 km² situados na bacia do ribeirão <strong>da</strong> Onça (incluindo o seu afluente, o córrego Isidoro) e 163,93km² na bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s. Apenas 9,54 km² estão diretamente na bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas.A bacia do ribeirão do Onça abrange uma área total <strong>de</strong> 212 km² , dos quais 78% estão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, oque representa 50% <strong>da</strong> superfície do Município, sendo que os 22% restantes estão em Contagem. Oribeirão do Onça tem uma extensão <strong>de</strong> 38 km, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nascente do córrego Sarandi até sua foz no rio <strong>da</strong>sVelhas. Os problemas relacionados com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na Pampulha têm estreita relação com<strong>de</strong>ficiências existentes no sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário do município <strong>de</strong> Contagem. Por sua vez, aausência <strong>de</strong> tratamento dos esgotos gerados em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é responsável por gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> poluiçãodo rio <strong>da</strong>s Velhas, comprometendo as condições ambientais dos municípios localizados a jusante <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>.A bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s cobre uma área total <strong>de</strong> 206,70 km², dos quais 79% estão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>,correspon<strong>de</strong>ndo a cerca <strong>de</strong> 48% <strong>da</strong> superfície do Município. Os restantes 13% e 8% situam-se,respectivamente, em Contagem e em Sabará. O ribeirão Arru<strong>da</strong>s tem uma extensão <strong>de</strong> 58 km, contados<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nascente do córrego Jatobá até sua foz no rio <strong>da</strong>s Velhas.As áreas permeáveis são responsáveis pela infiltração <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva, pela recarga dos lençóissubterrâneos e pela redução <strong>de</strong> eventos, como transbor<strong>da</strong>mentos e inun<strong>da</strong>ções. Como gran<strong>de</strong> parcela <strong>da</strong>ssuperfícies do solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> encontra-se impermeabiliza<strong>da</strong>, as vazões dos cursos d’água nosperíodos secos do ano estão severamente comprometidos. Os principais mananciais <strong>de</strong> água subterrâneaestão localizados a sul / su<strong>de</strong>ste do município, constituídos pela porção porosa do solo, cujas espessurasvariam normalmente entre 20 e 30 metros, po<strong>de</strong>ndo atingir até mais <strong>de</strong> 50 metros.A intensa urbanização, a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s margens dos córregos e <strong>da</strong>s encostas, a ausência <strong>de</strong>correta <strong>de</strong>stinação dos esgotos sanitários e ain<strong>da</strong> a locação <strong>de</strong> lixos nas calhas dos córregos têm comoconseqüência a poluição dos corpos d’água, com repercussões econômicas, sociais, ambientais e políticas.A maioria dos córregos em leito natural no município encontra-se comprometido no aspecto qualitativo sejapelo lançamento <strong>de</strong> esgotos sanitários <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> interceptores, seja pela disposição <strong>de</strong> lixo emsua calha, seja pela ocupação <strong>de</strong> suas margens.Com relação às nascentes, a SMMAS <strong>de</strong>senvolve hoje programas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stas. Têm sido feitoslevantamentos principalmente nas bacias <strong>da</strong> Pampulha, nas áreas ver<strong>de</strong>s públicas e nos locais on<strong>de</strong> exista<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> licenciamento e fiscalização. A SMMAS apresenta registro <strong>de</strong> 127 nascentes, <strong>de</strong>vendo, paramelhor gestão e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> incentivo à preservação, prosseguir a procura e ca<strong>da</strong>stro<strong>de</strong> outras existentes no município. Este levantamento consistirá em importante instrumento para as áreas <strong>de</strong>preservação permanente localiza<strong>da</strong>s ao redor <strong>de</strong>stas nascentes, evitando impermeabilização e ocupaçãoin<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> nas mesmas.A bacia do Isidoro possui área remanescente <strong>da</strong> ocupação urbana on<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> existem córregos em bomestado <strong>de</strong> conservação. Alguns <strong>de</strong>les, em número <strong>de</strong> 8 (oito), apresentam alguma contaminação, mas <strong>de</strong>fácil recuperação, com algumas intervenções estruturantes. Além <strong>de</strong>stes, o manancial do Cercadinho e otrecho <strong>de</strong> montante do córrego Posse do Manancial do Barreiro apresentam-se também em bom estado.1. Programas e AçõesBH Águas, programa <strong>de</strong> proposta para reenquadramento <strong>da</strong>s águas no municípioEste é um importante instrumento <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong>s águas pois fixa objetivo <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, ao mesmotempo em que estabelece os padrões <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>ntes.1ª Etapa – Bacia do Isidoro, consistindo no levantamento dos cursos d’água e na caracterização <strong>da</strong>bacia, com conseqüente proposta <strong>de</strong> classificação <strong>da</strong>s águas.2ª Etapa – Outras bacias hidrográficas do município <strong>de</strong> BH.A gestão dos recursos hídricos dá-se por bacia hidrográfica, sendo que os planos e ações municipais <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> agregam o planejamento do Comitê do Rio <strong>da</strong>s Velhas.2. Desafiosa) recuperar e preservar os córregos em leito natural;b) criar instrumentos <strong>de</strong> incentivo à preservação dos recursos hídricos;c) <strong>de</strong>spoluir os cursos d’água;d) i<strong>de</strong>ntificar os consumidores do manancial subterrâneo e <strong>de</strong> superfície para subsidiar as ações <strong>de</strong>cobrança pelo uso <strong>da</strong> água;e) proce<strong>de</strong>r a gestão por bacia hidrográfica;f) implementar ações <strong>de</strong> educação ambiental para <strong>de</strong>senvolver a consciência preservacionista napopulação;


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 175g) inserir a água como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recreação e lazer no cenário <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Saneamento Ambiental1. Drenagem UrbanaA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> foi projeta<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando a hidrografia e portanto excluindo os córregos docenário urbano. O plano <strong>de</strong> Urbanização e Saneamento Básico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – PLANURBS, elaboradoem 1979 pela então SUDECAP, propôs a canalização <strong>de</strong> todos os córregos ain<strong>da</strong> em leito natural <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Este plano tem sido base para to<strong>da</strong>s as intervenções em córregos e ain<strong>da</strong> para o planejamentoviário.O sistema <strong>de</strong> drenagem implantado em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> teve por princípio básico o rápido escoamento <strong>da</strong>ságuas <strong>de</strong> chuva. Assim, dos 330 km <strong>de</strong> cursos d’água perenes, 210 km encontram-se canalizados emgalerias celulares, feitas em concreto. Do total <strong>de</strong> cursos d’água canalizados, apenas 27 km foram feitos emcanais abertos, os <strong>de</strong>mais em canais fechados.A re<strong>de</strong> tubular <strong>de</strong> drenagem é composta <strong>de</strong> manilhas <strong>de</strong> concreto com diâmetros variando <strong>de</strong> 600 mm a1.500 mm, po<strong>de</strong>ndo ser encontrados trechos com menor dimensão, porém em número poucorepresentativo. Não existem <strong>da</strong>dos sobre a extensão <strong>da</strong> re<strong>de</strong> tubular.A maior parte <strong>de</strong> seu leito, bem como <strong>de</strong> seus tributários, encontra-se canaliza<strong>da</strong>. Estas canalizaçõesapenas atenuaram os problemas sanitários advindos <strong>da</strong> insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong> dos chamados “fundos <strong>de</strong> vale” que,via <strong>de</strong> regra, recebem em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> os resíduos e <strong>de</strong>spejos produzidos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto, ain<strong>da</strong>ocorrem enchentes regularmente em algumas sub-bacias em razão do mau funcionamento do sistema <strong>de</strong>drenagem ou por inexistência <strong>de</strong>ste.Apesar do sistema separador absoluto (separação <strong>da</strong> água pluvial dos esgotos sanitários e industriais) serestabelecido legalmente, po<strong>de</strong>-se afirmar que todos os cursos d’água <strong>da</strong>s bacias do Arru<strong>da</strong>s, situados emregiões urbaniza<strong>da</strong>s, recebem <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos sanitários, <strong>de</strong> origem domiciliar ou industrial. Estasituação tem provocado <strong>da</strong>nos nas estruturas dos canais <strong>de</strong> concreto além <strong>de</strong> contribuir para suainsalubri<strong>da</strong><strong>de</strong>.A bacia do ribeirão do Onça vem sendo urbaniza<strong>da</strong> em período mais recente, e seus córregos encontramse,em gran<strong>de</strong> parte, sem canalização.São freqüentes os problemas <strong>de</strong> enchentes nos vales dos córregos tributários do ribeirão do Onça,<strong>de</strong>stacando-se as sub-bacias dos córregos Vilarinho, Ressaca, Engenho Nogueira e Cachoeirinha, todoscanalizados e situados em regiões <strong>de</strong>nsamente urbaniza<strong>da</strong>s.Os resíduos sólidos e os <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> entulho e esgotos sanitários e industriais são comuns em todos oscursos d’água que compõem a malha hidrográfica <strong>da</strong> bacia.Três fatores <strong>de</strong>terminam a crise do sistema tradicional <strong>de</strong> drenagem: (1) o custo ambiental, (2) o custofinanceiro e (3) o funcionamento ina<strong>de</strong>quado <strong>da</strong>s canalizações <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> macrodrenagem.O custo ambiental do sistema tradicional <strong>de</strong> drenagem está na exclusão dos cursos d’água do cenáriourbano.Diversas gran<strong>de</strong>s obras <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> cheias em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras foram planeja<strong>da</strong>s e executa<strong>da</strong>scom recursos <strong>da</strong> União, on<strong>de</strong> o extinto Departamento Nacional <strong>de</strong> Obras <strong>de</strong> Saneamento (DNOS)<strong>de</strong>sempenhou papel <strong>de</strong>stacado. Há pouco mais <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>, os municípios ain<strong>da</strong> podiam contar comfinanciamentos para drenagem oriundos <strong>da</strong> União através <strong>de</strong> programas geridos pela Caixa EconômicaFe<strong>de</strong>ral. Mais recentemente, o programa PROSANEAMENTO, <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Política Urbana (SEPURB)do Ministério do Planejamento, impunha maiores exigências para financiamento <strong>de</strong> programas municipais<strong>de</strong> drenagem urbana em comparação com outros tipos <strong>de</strong> empreendimentos <strong>de</strong> saneamento. O tratamentohierárquico seguia a seguinte or<strong>de</strong>m: esgotamento sanitário; abastecimento <strong>de</strong> água; resíduos sólidos e, porúltimo, a drenagem urbana. A taxa <strong>de</strong> juros anual para a drenagem era <strong>de</strong> 8%, enquanto para os outrosprogramas era <strong>de</strong> 5%. Do mesmo modo discriminava-se também quanto à contraparti<strong>da</strong> do município,sendo <strong>de</strong> 20% para a drenagem e <strong>de</strong> 10% para os outros sistemas. As condições para análise <strong>de</strong>engenharia <strong>da</strong>s solicitações <strong>de</strong> financiamento também eram mais exigentes para a drenagem. Foi, pois,com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que já se disse que a drenagem urbana, no Brasil, é a filha bastar<strong>da</strong> do saneamento.Desse modo, recai atualmente sobre as administrações municipais o fardo mais pesado do ônus financeirodos custos <strong>de</strong> implantação e manutenção dos sistemas <strong>de</strong> prevenção e controle <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ções. O queagrava ain<strong>da</strong> mais esta situação é o fato dos municípios não disporem <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> tributação pelaprestação <strong>de</strong>stes serviços. Assim, as prefeituras ficam <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> condições financeiras para arcar comos elevados custos <strong>da</strong>s novas obras e <strong>da</strong> manutenção do serviço municipal <strong>de</strong> drenagem.Apesar <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s somas <strong>de</strong> recursos financeiros investidos em seu sistema <strong>de</strong> drenagem, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>continua pa<strong>de</strong>cendo com as inun<strong>da</strong>ções. Muitos dos canais implantados funcionam <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,


176 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasnão comportando as vazões para as quais foram projetados e recebendo cargas <strong>de</strong> entulhos que obstruema passagem <strong>da</strong>s águas. Entre as causas <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>sses canais, estão ametodologia <strong>de</strong> cálculo emprega<strong>da</strong> originalmente em seus projetos e as interferências com outroscomponentes <strong>da</strong> infra-estrutura urbana tais como a re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos, adutoras, lançamentosin<strong>de</strong>vidos <strong>de</strong> resíduos sólidos, assoreamento, ocupação <strong>da</strong>s margens pela população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> etc.Novos métodos <strong>de</strong> cálculo baseados em meios informáticos – os chamados mo<strong>de</strong>los matemáticos –permitiram que outros elementos intervenientes no ciclo <strong>da</strong> água pu<strong>de</strong>ssem ser incorporados nos critériospara dimensionamento <strong>da</strong>s estruturas do sistema <strong>de</strong> macrodrenagem. O fato é que as dimensões <strong>da</strong>scanalizações já implanta<strong>da</strong>s revelaram-se insuficientes para o escoamento <strong>da</strong>s cheias <strong>de</strong> projeto quandorealiza<strong>da</strong> análise mais acura<strong>da</strong> através <strong>de</strong>sses novos procedimentos <strong>de</strong> cálculo. A gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos efeitos<strong>da</strong>s inun<strong>da</strong>ções po<strong>de</strong> ser exemplifica<strong>da</strong> pela comunicação feita pela Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> DefesaCivil <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (COMDEC) em janeiro <strong>de</strong> 1991, on<strong>de</strong>, durante aquele mês, registraram-se 709ocorrências <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos <strong>de</strong>vido às chuvas, sendo 112 inun<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> residências e 102 <strong>de</strong>sabamentos.a) Programas e AçõesPlano Diretor <strong>de</strong> Drenagem 1 ª Etapa: Ca<strong>da</strong>stramento <strong>da</strong> macro e <strong>da</strong> microdrenagem, caracterização <strong>da</strong>s bacias elementares,implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> informações geográficas, caracterização <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural e plano<strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong>s galerias pluviais.Justificativa: Representa o mais importante acervo <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos e informações sobre a infra-estrutura <strong>de</strong>drenagem existente na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Situação: Levantamentos <strong>de</strong> campo concluídos em janeiro <strong>de</strong> 2001 e atualmente em fase <strong>de</strong> ajustes finais. 2 ª Etapa: Monitoramento hidrométrico do sistema <strong>de</strong> macrodrenagem e implantação do ServiçoHidrológico <strong>Municipal</strong>.Justificativa: Com uma campanha <strong>de</strong> monitoramento dos eventos chuvosos e respectivos cau<strong>da</strong>is doescoamento, po<strong>de</strong>r-se-á conhecer o regime <strong>de</strong> chuvas ocorrentes na região <strong>de</strong> BH e seus efeitos nasgalerias e canais <strong>de</strong> drenagem e assim será possível dimensionar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente as estruturas <strong>de</strong> todo osistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ções.Situação: A iniciar em janeiro <strong>de</strong> 2002 e prazo <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> 14 meses. 3 ª Etapa: Estudos e proposições sobre gestão do serviço municipal <strong>de</strong> drenagem, mo<strong>de</strong>lagemhidráulica <strong>da</strong> macrodrenagem e planos <strong>de</strong> ação.Justificativa: Será possível propor uma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> estrutura <strong>de</strong> gestão para o serviço <strong>de</strong> drenagem. Com amo<strong>de</strong>lagem conhecer-se-á a dinâmica <strong>de</strong> funcionamento do sistema <strong>de</strong> drenagem existente, sendo possívela simulação <strong>de</strong> projeções para seu aperfeiçoamento e <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s ações necessárias ao controle <strong>da</strong>scheias na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Situação: A iniciar em janeiro <strong>de</strong> 2003 e prazo <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> 12 meses.2. Abastecimento <strong>de</strong> Água e Esgotamento SanitárioO Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> apresenta índices elevados <strong>de</strong> atendimento pelos serviços <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água e esgotamento sanitário quando comparados à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nacional. Cerca <strong>de</strong> 99% <strong>de</strong> seus 2,3milhões <strong>de</strong> habitantes têm acesso ao sistema público <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e aproxima<strong>da</strong>mente 85%são atendidos por coleta <strong>de</strong> esgotos.Ain<strong>da</strong> assim, até que todos estejam atendidos, não se po<strong>de</strong> dizer que a situação seja satisfatória. Estima-seque mais <strong>de</strong> 20.000 pessoas ain<strong>da</strong> não recebam água trata<strong>da</strong>, outros 20.000 sofram com a <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong>do abastecimento d’água e que 350.000 não tenham seus esgotos coletados.A maioria dos córregos que cortam a região urbaniza<strong>da</strong> encontra-se canaliza<strong>da</strong> e todos estão poluídosporque recebem <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos sanitários <strong>de</strong> origem domiciliar ou industrial. Contribuem para issouma incompleta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> interceptores e ligações clan<strong>de</strong>stinas no sistema <strong>de</strong> drenagem pluvial. A primeiraestação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos, a ETE Arru<strong>da</strong>s, entrou em funcionamento em outubro <strong>de</strong>ste ano, apenascom tratamento primário, que remove parcialmente a carga poluidora dos esgotos que chega até a estação.a) Sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> águaUm sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água potável é composto pelas fases <strong>de</strong> captação (nos mananciais),tratamento, reservação e distribuição. Em to<strong>da</strong>s as fases é efetuado o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, <strong>de</strong>acordo com o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>.Os serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são gerenciados e operados pelaCompanhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>de</strong> Minas Gerais (COPASA MG), concessionária dos serviços municipais .Mananciais e produção <strong>da</strong> água: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> consome 55% <strong>da</strong> água <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à Região Metropolitana,


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 177produzi<strong>da</strong> nos sistemas rio <strong>da</strong>s Velhas, Serra Azul, rio Manso, Vargem <strong>da</strong>s Flores, Morro Redondo, Ibirité,(Água Bruta) Barreiro e (Água Bruta) Catarina. O principal sistema produtor <strong>da</strong> região metropolitana é o rio<strong>da</strong> Velhas, responsável pelo abastecimento <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 60% do volume <strong>de</strong>stinado a <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>. Os sistemas <strong>de</strong> água bruta <strong>de</strong>stinam-se ao uso industrial na região do Barreiro e o único sistemaque abastece exclusivamente <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é o Morro Redondo.Distribuição <strong>de</strong> água: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> conta hoje com cerca 4.800 km <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s distribuidoras implanta<strong>da</strong>s. Ovolume anual produzido é <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 235 milhões <strong>de</strong> m 3 , dos quais são efetivamente faturados cerca <strong>de</strong>176 milhões <strong>de</strong> m 3 . O sistema conta com 99% <strong>de</strong> hidrometração, contabilizando um índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> física<strong>de</strong> 32%.Reservação: o sistema integrado <strong>da</strong> Região Metropolitana é composto <strong>de</strong> 34 reservatórios <strong>de</strong>macrodistribuição, possuindo volume total <strong>de</strong> 218.745m 3 e por 103 reservatórios <strong>de</strong> microdistribuição, comcapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>de</strong> 22.401m 3 .A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água dos cursos d’água utilizados para abastecimento é monitora<strong>da</strong> através <strong>de</strong> 52 estaçõese <strong>de</strong> 27 parâmetros <strong>de</strong> controle. O controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água já trata<strong>da</strong> é feito segundo as normas epadrões <strong>de</strong> potabili<strong>da</strong><strong>de</strong> exigidos pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, através <strong>da</strong> Portaria 036/90 modifica<strong>da</strong> pelaPortaria 1469/00.Os principais problemas referem-se à:– ausência <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água particularmente em partes <strong>de</strong> vilas e favelas on<strong>de</strong> a urbanização éprecária e em locais <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que não se enquadram nos critérios <strong>de</strong> crescimento vegetativo<strong>da</strong> concessionária;– precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s instalações prediais <strong>de</strong> água;– intermitência no abastecimento <strong>de</strong> água para aproxima<strong>da</strong>mente 20.000 pessoas;– contaminação por organismos patogênicos ou substâncias químicas <strong>de</strong> outras fontes tais como poços,cisternas e minas utiliza<strong>da</strong>s como solução individual para complementação do abastecimento.b) Sistema <strong>de</strong> Esgotamento SanitárioO Sistema <strong>de</strong> Esgotamento Sanitário compreen<strong>de</strong> as fases <strong>de</strong> coleta domiciliar, interceptação e tratamentodos esgotos. É gerenciado e operado pela COPASA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1973.Coleta <strong>de</strong> esgoto domésticoCerca <strong>de</strong> 85% <strong>da</strong> população <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> conta com o serviço <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgotos. O volumecoletado anualmente é <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 182 milhões <strong>de</strong> m3, sendo o volume faturado igual a 150 milhões <strong>de</strong>m3.Apesar <strong>de</strong>sse percentual ser alto, se comparado a outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, cerca <strong>de</strong> 350.000 habitantes não têmacesso ao sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário oficial. Este número é equivalente à quinta maior ci<strong>da</strong><strong>de</strong> doEstado <strong>de</strong> Minas Gerais! Esta carência se concentra em áreas <strong>de</strong> urbanização precária e áreas queapresentam dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a execução <strong>de</strong> obras com técnicas convencionais ou que não tenhamviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômico-financeira para a Concessionária <strong>de</strong>ntro dos atuais critérios do crescimentovegetativo. Po<strong>de</strong>-se citar como áreas críticas: vilas e favelas e loteamentos irregulares ou áreas com baixa<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outros problemas relativos ao sistema <strong>de</strong> coleta são a ausência ou precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instalaçõesprediais <strong>de</strong> esgoto sanitário, locais com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para viabilizar a a<strong>de</strong>são dos moradores e ain<strong>da</strong> ainsuficiência na manutenção dos sistemas públicos <strong>de</strong> esgotamento sanitário, especialmente vilas e favelas.O mo<strong>de</strong>lo adotado pela COPASA MG aten<strong>de</strong>u bem à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formalmente constituí<strong>da</strong>, mas <strong>de</strong>ixou<strong>de</strong>sassistidos justamente os mais pobres, nos locais <strong>de</strong> maior incidência <strong>de</strong> óbitos e doenças relacionados àveiculação hídrica. Para aten<strong>de</strong>r os 15% <strong>da</strong> população que estão à margem dos serviços, é preciso priorizarinvestimentos que garantam intervenções estruturais. A implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto nesteslocais quase sempre <strong>de</strong>man<strong>da</strong> uma abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> do sistema <strong>de</strong> infra-estrutura local, requerendointervenções no sistema viário e solução <strong>da</strong>s situações <strong>de</strong> risco, sob pena <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sperdiçar recursospúblicos.InterceptoresO sistema <strong>de</strong> interceptação cobre aproxima<strong>da</strong>mente 50% <strong>da</strong> extensão necessária na bacia do Onça e 75%na bacia do Arru<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ntro dos limites do município, valores baseados em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> concessionária, <strong>de</strong>1998.A alta incidência <strong>de</strong> ligações clan<strong>de</strong>stinas <strong>de</strong> esgoto na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem pluvial (tanto pela população,quanto pela própria COPASA MG); o lançamento <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> chuva nos esgotos sanitários e a<strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> interceptação comprometem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> todos os cursosd’água e as estruturas dos canais <strong>de</strong> concreto. Entre os cursos d’água <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem interceptação<strong>de</strong>stacamos o ribeirão Isidoro, afluente do Onça em sua margem esquer<strong>da</strong>. Sua sub-bacia correspon<strong>de</strong> à


178 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasmaior parte <strong>da</strong>s regiões <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e Norte e a uma população superior a 300.000 habitantes. Tambémnão foram executados os interceptores <strong>de</strong> sub-bacias importantes como as dos córregos EngenhoNogueira, na bacia do Onça, e as do Bonsucesso, Cercadinho e Jatobá, na bacia do Arru<strong>da</strong>s.Tratamento <strong>de</strong> esgotosA ausência <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos no município tem implicado, ao longo <strong>de</strong>sses anos, em impactosextremamente negativos para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população e para os cursos d’água <strong>da</strong> bacia do rio <strong>da</strong>sVelhas. Em outubro <strong>de</strong>ste ano entrou em operação a Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgotos do Arru<strong>da</strong>s (ETEArru<strong>da</strong>s), a primeira <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. As instalações permitem o tratamento primário dos esgotosinterceptados na bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s, o que significa que vai ser retira<strong>da</strong> apenas 40% <strong>da</strong> poluiçãoorgânica.A bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s representa 60% <strong>da</strong> área do município e seu nível <strong>de</strong> interceptação, com<strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong>, é <strong>de</strong> 75% <strong>da</strong> extensão dos cursos d’água. Segundo a COPASA MG, em 2002 seráimplantado o tratamento secundário na ETE Arru<strong>da</strong>s. Não há previsão <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong> ETE Onça. Acomplementação do sistema <strong>de</strong> tratamento possibilitará um significativo ganho ambiental para as bacias dorio <strong>da</strong>s Velhas e do rio São Francisco. É fun<strong>da</strong>mental que seja prioriza<strong>da</strong>.3 . Resíduos SólidosDes<strong>de</strong> 1973, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> passou a contar com estrutura administrativa própria para a gestão <strong>da</strong>sdiversas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> limpeza urbana.Constituem serviços <strong>de</strong> limpeza urbana as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> resíduos, <strong>de</strong> varrição e capina <strong>de</strong> viaspúblicas, além do tratamento e disposição final dos resíduos sólidos coletados, entre outras.Durante 27 anos, a Superintendência <strong>de</strong> Limpeza Urbana – SLU foi a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável pela limpeza <strong>da</strong>capital mineira. Além <strong>de</strong> administrar, planejar, operacionalizar e fiscalizar os serviços <strong>de</strong> sua competência,passou também a cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> minimização dos efeitos ambientais negativos <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> geração <strong>de</strong>resíduos e, ain<strong>da</strong> praticar uma política pe<strong>da</strong>gógica <strong>de</strong> comunicação e mobilização, com objetivo <strong>de</strong>conscientizar a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> no tocante à limpeza e à participação social no equilíbrio do meio ambiente.Com a reforma administrativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000, a gestão dos resíduos sólidos, está sob aresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Superintendência <strong>de</strong> Limpeza Urbana (SLU), no que diz respeito ao gerenciamento <strong>de</strong>pessoal e <strong>da</strong> frota própria; <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza Urbana (SMLU), nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>tratamento e disposição final dos resíduos, planejamento dos serviços, mobilização social e elaboração <strong>da</strong>sdiretrizes e normas <strong>da</strong> limpeza urbana; e <strong>da</strong>s Secretarias <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Gestão Regional, nafiscalização para limpeza urbana e na execução operacional dos serviços.Na prestação dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana à população belo-horizontina estão envolvidos cerca <strong>de</strong> 5.000trabalhadores, incluindo pessoal administrativo e operacional <strong>da</strong> PBH e <strong>da</strong>s prestadoras <strong>de</strong> serviço.Estima-se o atendimento com serviços <strong>de</strong> limpeza urbana a cerca <strong>de</strong> 91% <strong>da</strong> população (resi<strong>de</strong>nte eflutuante). A parcela não atendi<strong>da</strong> é, basicamente, a que resi<strong>de</strong> em locais que dificultam a prestação dosserviços seja pela falta <strong>de</strong> acessos, seja por caracterizar áreas <strong>de</strong> risco ou terrenos muito aci<strong>de</strong>ntados,.Cerca <strong>de</strong> 78% do total <strong>de</strong> ruas pavimenta<strong>da</strong>s são regularmente atendi<strong>da</strong>s com serviços <strong>de</strong> varrição e acapina <strong>de</strong> vias públicas tem atendido satisfatoriamente à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.A limpeza e <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong> córregos é executa<strong>da</strong> em conjunto com outros órgãos <strong>da</strong> PBH visandominimizar as doenças e os problemas relacionados com as enchentes.A maior parte dos resíduos é encaminha<strong>da</strong> para um único aterro sanitário localizado às margens <strong>da</strong> BR-040, na região Noroeste do município. A Central <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos <strong>da</strong> BR 040 ocupa umaárea <strong>de</strong> 132 hectares, está em funcionamento há cerca <strong>de</strong> 25 anos e já apresenta sinais <strong>de</strong> esgotamento <strong>de</strong>sua vi<strong>da</strong> útil.A Central <strong>da</strong> BR 040 possui licença operacional para suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concedi<strong>da</strong> pelo Conselho Estadual <strong>de</strong>Política Ambiental (COPAM). Essa licença cre<strong>de</strong>ncia <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a receber parte do ICMS Ecológico <strong>de</strong>Minas Gerais.Apesar <strong>de</strong> a maior parte do total <strong>de</strong> resíduos gerados pela população ser coleta<strong>da</strong> pelo sistema público,uma parcela não integra os números apurados pela municipali<strong>da</strong><strong>de</strong> por fazerem parte <strong>de</strong> iniciativasparticulares, como, por exemplo, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> entulho nos bota-foras <strong>de</strong> terrenos particulares e a coletaseletiva realiza<strong>da</strong> pelo Hospital Mário Pena. Das 4.550 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> resíduos coleta<strong>da</strong>s diariamente nomunicípio, cerca <strong>de</strong> 390 tonela<strong>da</strong>s são direciona<strong>da</strong>s para a reciclagem, <strong>da</strong>s quais:– 20 t/dia <strong>de</strong> papel, metal, vidro e plástico são provenientes <strong>da</strong> coleta seletiva e, através <strong>da</strong> parceria coma Santa Casa e com a Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material Reaproveitável(ASMARE), classifica<strong>da</strong>s, enfar<strong>da</strong><strong>da</strong>s e comercializa<strong>da</strong>s para reciclagem;– 365 t/dia <strong>de</strong> entulho são recicla<strong>da</strong>s pela PBH e utiliza<strong>da</strong>s principalmente nas obras públicas <strong>de</strong>preparação <strong>de</strong> vias para pavimentação, e


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 179– 5 t/dia <strong>de</strong> resíduos que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser aterrados para se transformarem em composto orgânico para usoem jardins, hortas escolares e revegetação <strong>de</strong> áreas urbanas.A cobrança pelos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana é efetua<strong>da</strong> mediante a Taxa <strong>de</strong> Coleta inseri<strong>da</strong> na guia doIPTU e cobre parte do custo total <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> limpeza urbana. A complementação dos recursos parasuprir os gastos é feita por meio <strong>de</strong> repasse do tesouro municipal.Nos últimos anos, o orçamento <strong>da</strong> limpeza urbana representou aproxima<strong>da</strong>mente 5 % do orçamento <strong>da</strong>PBH. O acréscimo <strong>da</strong> geração <strong>de</strong> resíduos e também a crescente pavimentação <strong>de</strong> ruas e urbanização <strong>de</strong>vilas e favelas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m, porém, um aumento nos recursos <strong>de</strong>stinados à limpeza urbana.Para a ampliação dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana são necessários investimentos para incremento ea<strong>de</strong>quação do número <strong>de</strong> trabalhadores, <strong>da</strong> frota e dos diversos programas e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A prestação dos diversos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana continua sendo expandi<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as regiões domunicípio, buscando-se a universalização do atendimento a to<strong>da</strong> a população <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, alia<strong>da</strong> àcontínua melhoria <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A gestão integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos abrange não só aexecução eficiente dos serviços essenciais, mas, também, ações volta<strong>da</strong>s para seus trabalhadores e para aparticipação social na busca e implementação <strong>de</strong> soluções.Essas ações são integrantes <strong>da</strong> política municipal, que tem como premissa fun<strong>da</strong>mental o ManejoDiferenciado dos Resíduos Sólidos, consubstanciado no conjunto <strong>de</strong> ações que abrange o tecnológico, osocial e o político em um só sistema cuja gestão <strong>de</strong>ve ser necessariamente integra<strong>da</strong>.A política atualmente em curso baseia-se no Plano <strong>de</strong> Gerenciamento dos Resíduos Sólidos para o período2000-2004, referen<strong>da</strong>do inclusive pelo Plano Plurianual <strong>de</strong> Ação Governamental <strong>de</strong>sta administração.Os aspectos essenciais do Plano são a Redução <strong>da</strong> geração <strong>de</strong> resíduos na fonte, a Maximização <strong>da</strong>separação <strong>de</strong> resíduos para reciclagem, com inclusão social e geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e o Tratamento do restantedos resíduos num sistema integrado.a) Redução <strong>da</strong> geração <strong>de</strong> resíduos na fonteEste aspecto está diretamente relacionado à mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> valores e comportamentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> emgeral, <strong>de</strong> forma a reduzir o <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> materiais. As estratégias fun<strong>da</strong>mentais para se alcançar estameta são a educação ambiental, a mobilização social e o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias.A articulação <strong>de</strong>ssas ações vem sendo coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> pela Gerência <strong>de</strong> Mobilização Social <strong>da</strong> SMLU através<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação para a limpeza urbana e em programas <strong>de</strong> reciclagem em vários segmentossociais, como, escolas, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, instituições religiosas, organizações comunitárias e iniciativa priva<strong>da</strong>,entre outros.b) Maximização <strong>da</strong> separação <strong>de</strong> resíduos para reciclagemPara o alcance <strong>de</strong>ssa premissa, foi estabeleci<strong>da</strong> a ampliação e otimização dos três programas <strong>de</strong>reciclagem em <strong>de</strong>senvolvimento — coleta seletiva, compostagem <strong>da</strong> matéria orgânica e reciclagem doentulho <strong>da</strong> construção civil.Nos últimos 8 anos, a coleta seletiva <strong>de</strong> papel, metal, plástico e vidro vem sendo implanta<strong>da</strong> no sistemaponto a ponto, ou seja, com a instalação <strong>de</strong> contêineres específicos em pontos <strong>de</strong>nominados Locais <strong>de</strong>Entrega Voluntária (LEVs), on<strong>de</strong> a população <strong>de</strong>posita os materiais recicláveis que são <strong>de</strong>stinados àASMARE, hoje com 360 catadores associados, e à Santa Casa. A coleta <strong>de</strong> recicláveis atingiu 6.750tonela<strong>da</strong>s em 2000 e ser amplia<strong>da</strong> no município não só com o aumento do número <strong>de</strong> LEVs, mas, também,com a intensificação <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> mobilização social e com a diversificação <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> execução, o queinclui a coleta porta a porta com a utilização <strong>de</strong> veículos diferenciados para o recolhimento <strong>de</strong>sses materiais.A reciclagem <strong>de</strong> resíduos <strong>da</strong> construção civil, inicia<strong>da</strong> em 1995, atingiu 95.000 tonela<strong>da</strong>s em 2000. Nessemesmo ano, chegou a 10 o número <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPVs)<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à captação <strong>de</strong> resíduos diversos com, ca<strong>da</strong> vez maior, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> social por essas instalações emdiferentes regiões do município. Estão previstas também novas Estações <strong>de</strong> Reciclagem uma <strong>da</strong>s quais naárea <strong>da</strong> Central BR 040 cujo processo <strong>de</strong> licitação para instalação está em an<strong>da</strong>mento. O caráter social doPrograma espelha-se na parceria do po<strong>de</strong>r público com os carroceiros que transportam esses resíduos,viabilizando o benefício <strong>de</strong> grupos sociais <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>. Atualmente, o Programa abrange um grupo <strong>de</strong>aproxima<strong>da</strong>mente 2.000 carroceiros.O programa <strong>de</strong> compostagem realiza a coleta diferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> matéria orgânica em cerca <strong>de</strong> 50 sacolões,supermercados e mercados e produz composto pelo sistema simplificado, em uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> existente naCentral <strong>da</strong> BR040. O composto produzido com essa matéria orgânica mistura<strong>da</strong> com parte <strong>da</strong> po<strong>da</strong> <strong>da</strong>arborização pública é utilizado em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plantio e na manutenção <strong>de</strong> espécies vegetais paraajardinamento, paisagismo e proteção ambiental. Além <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong>s instalações existentes e <strong>da</strong> coletadiferencia<strong>da</strong> <strong>da</strong> matéria orgânica, é necessário também implantar novas áreas para processamento <strong>da</strong>matéria orgânica.


180 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasc) Tratamento do restante dos resíduos num sistema integradoApesar <strong>da</strong> atuação na redução e na reciclagem <strong>de</strong> resíduos, não é possível prescindir <strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação finala<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em aterros sanitários para uma gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos. Estava prevista a instalação doaterro <strong>de</strong> Capitão Eduardo numa área reserva<strong>da</strong> para tal finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1972.Com o passar do tempo parte <strong>da</strong> área sofreu processos <strong>de</strong> ocupação populacional, e os moradores doentorno passaram a se opor a implantação <strong>de</strong> novo aterro na Fazen<strong>da</strong> Capitão Eduardo. Além disso, emjulho <strong>de</strong> 2001 foi aprova<strong>da</strong> na Assembléia Legislativa Estadual a Lei nº 13.958 que cria a Área <strong>de</strong> ProteçãoAmbiental – APA no terreno <strong>da</strong> antiga Fazen<strong>da</strong> Capitão Eduardo, dificultando as ações <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>empreendimentos que promovam significativas interferências ambientais – como é o caso <strong>de</strong> um aterrosanitário.4. Controle <strong>de</strong> VetoresZoonoses são doenças naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos. Entre as zoonoses, asdoenças transmiti<strong>da</strong>s ao homem por vetores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um animal invertebrado que transfere <strong>de</strong> formaativa o agente etiológico <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> infecção a um novo susceptível.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Zoonoses no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são relata<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1943 e a partir<strong>de</strong> 1968 amplia<strong>da</strong>s para o controle <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Controle são coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s na Secretaria<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SMSA) pela Gerência <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Zoonoses e as ações são <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>s eexecuta<strong>da</strong>s pelas Gerências <strong>de</strong> Zoonoses dos Distritos Sanitários nas Secretarias <strong>de</strong> Gestão Regional.Estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm como objetivo melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do homem, utilizando um conjunto <strong>de</strong>ações como educação em saú<strong>de</strong>, associado à execução <strong>de</strong> métodos físicos, químicos e biológicos paracontrolar a fauna sinantrópica e doenças, agressões e injúrias que a ela são atribuí<strong>da</strong>s. A forma <strong>de</strong>ocupação do espaço, a estrutura <strong>de</strong> saneamento ofereci<strong>da</strong> nas regiões e a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional porDistrito têm se apresentado como fatores <strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong> ocorrência <strong>da</strong>s doenças. O maior envolvimentooperacional entre as Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Regulação Urbana po<strong>de</strong>rá melhorar a oferta <strong>de</strong> serviços eotimizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já realiza<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>ndo o quadro <strong>de</strong>stes agravos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.a) Programa <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> leishmaniose visceralO Programa <strong>de</strong> Controle <strong>da</strong> L.V. é baseado na tría<strong>de</strong> controle do vetor, diagnóstico do reservatório eeliminação do cão positivo e tratamento <strong>de</strong> casos humanos.No município, em 2001, já foram notificados 31 casos humanos <strong>de</strong> Leishmaniose Visceral (L.V.) e 6 óbitos.Avaliando-se historicamente a ocorrência <strong>de</strong> L.V. <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, três regionais foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s prioritáriaspara as ações em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: Leste, Nor<strong>de</strong>ste e Norte. Neste ano já foram realiza<strong>da</strong>s 22.384 coletas <strong>de</strong>amostras caninas e 39.065 imóveis foram borrifados.As ações que o município realiza são:– inquéritos sorológicos (amostral e censitário)– inquéritos entomológicos– controle químico do vetor– orientação à população– atendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> espontânea– sacrifício <strong>de</strong> cães com leishmaniose visceral (1.880 cães em 2001)b) Controle <strong>da</strong> raivaA raiva está sob controle no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. O último caso <strong>de</strong> raiva humano ocorreu em 1984e o último caso canino autóctone em 1989. Des<strong>de</strong> 1983 o município realiza a campanha <strong>de</strong> vacinaçãoanimal, em dia único, que geralmente coinci<strong>de</strong> com o Dia Nacional <strong>de</strong> Vacinação contra a Raivapreconiza<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. No ano <strong>de</strong> 2001, foram vacinados 259.093 animais. Além <strong>da</strong>campanha anual, o CCZ realiza a vacinação contra a raiva durante todos os dias úteis <strong>da</strong> semana. As açõesconstam <strong>de</strong>:– vacinação <strong>de</strong> cães e gatos– apreensão <strong>de</strong> animais errantes– observação clínica <strong>de</strong> cães e gatos– diagnóstico laboratorial <strong>da</strong> raiva animal– educação em saú<strong>de</strong>– sacrifício <strong>de</strong> cães errantes (3.506 em 2001)c) Programa <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngueNo município, em 2001 foram confirmados 4055 casos autóctones. Os sorotipos <strong>de</strong> vírus circulantes são oDEN-1 e DEN-2. Em 2001, foram feitas 3 pesquisas larvárias e quatro ciclos <strong>de</strong> tratamento censitário no ano


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 181(5 0 ciclo em curso) representando 3.560.126 imóveis tratados, com média <strong>de</strong> 850.000 imóveis tratados porciclo. Na última pesquisa larvária realiza<strong>da</strong> por meio do levantamento <strong>de</strong> índice predial (LI) realizado emmaio/2001, o índice predial bruto foi <strong>de</strong> 1,04%.Para facilitar o acompanhamento e avaliação dos trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos, foi construído um sistema <strong>de</strong>informações em re<strong>de</strong>, pela Pro<strong>da</strong>bel e o Serviço <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Zoonoses.As ações que o município realiza são:– pesquisa larvária (LI) – realizado <strong>de</strong> forma amostral em 6,6% <strong>de</strong> seus imóveis.– tratamento focal – aplicação bimensal <strong>de</strong> larvici<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro dos criadouros dos mosquitos em 100% doterritório no município.– perifocal – aplicação <strong>de</strong> insetici<strong>da</strong>, adultici<strong>da</strong>, nas pare<strong>de</strong>s dos criadouros, como medi<strong>da</strong> complementarao tratamento focal.– espacial – feito somente em época <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia como forma complementar para interromper atransmissão <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, visando a eliminação <strong>da</strong>s formas adultas do vetor.– monitoramento vetorial com armadilhas <strong>de</strong> ovoposição (ovitrampas)– orientação à populaçãoe)Programa <strong>de</strong> controle do cúlex(realizado somente pelo Distrito Sanitário <strong>da</strong> Pampulha)As ações realiza<strong>da</strong>s são:– vistoria e monitoramento nas coletas <strong>de</strong> água;– inquérito entomológico;– tratamento químico e biológico.f) Programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> roedoresNeste ano foram atendi<strong>da</strong>s 86.253 solicitações e foram visitados 62.430 domicílios em vilas e favelas. Aação integra<strong>da</strong> entre a SMSA/GECOZoonoses, SMLU e Su<strong>de</strong>cap, para limpeza e <strong>de</strong>ssassoreamento <strong>de</strong>córregos é realiza<strong>da</strong> todos os anos. Além <strong>de</strong>stes córregos, outras áreas com alto índice <strong>de</strong> infestação <strong>de</strong>roedores são trabalha<strong>da</strong>s pela GECOZoonoses, retomando <strong>de</strong> forma mais impactante as açõesprograma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle.As ações que o município realiza são:– i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> focos;– controle químico;– atendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>;– orientação à população.f) Controle <strong>de</strong> animais peçonhentosA SMSA assumiu, em 1982, a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ste agravo. Em 1992 o controle químico foisuspenso <strong>de</strong>vido aos riscos no uso do produto e o trabalho foi reformulado sob a lógica <strong>da</strong> prevenção aoaci<strong>de</strong>nte, incorporando a vigilância e promovendo a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comportamento para a eliminação <strong>de</strong>abrigos e oferta <strong>de</strong> alimentos, <strong>de</strong>finindo áreas <strong>de</strong> risco para aci<strong>de</strong>ntes e realizando a intervenção planeja<strong>da</strong>nestas áreas (capturas, mutirões <strong>de</strong> limpeza e trabalhos educativos).No ano <strong>de</strong> 2000 foram registra<strong>da</strong>s 3.542 reclamações quanto ao aparecimento <strong>de</strong> escorpiões com 500aci<strong>de</strong>ntes e 5.610 vistorias para controle. Acompanhando o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nos últimos <strong>de</strong>z anos,observamos que os menores índices sempre foram registrados no Barreiro e os maiores oscilam entreNoroeste, Nor<strong>de</strong>ste e Leste, com predominância <strong>da</strong> Noroeste.As ações que o serviço realiza são:– i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> focos, captura e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> espécie;– vigilância epi<strong>de</strong>miológica ao aci<strong>de</strong>ntado;– monitoramento em áreas trata<strong>da</strong>s;– atendimento às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s;– orientação à população quanto as medi<strong>da</strong>s preventivas e orientação quanto ao tratamento doaci<strong>de</strong>ntado.g) Programas e Ações Especiais IntegradosA busca <strong>de</strong> um enfoque integrado e multisetorial gerou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> programas especiais,com ações multisetoriais integra<strong>da</strong>s, quais sejam:– Planos Globais – Intervenções Estruturais em Vilas e Favelas;


182 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas– DRENURBS – Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Vale e dosCórregos em Leito Natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. A ser realizado em etapa única, mediante diagnósticossanitários e ambientais; estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e projetos básicos para o saneamento ambiental <strong>de</strong> 135km <strong>de</strong> cursos d’água, situados em to<strong>da</strong>s as nove regionais, abrangendo 83 córregos. Iniciado em 13 <strong>de</strong>agosto <strong>de</strong> 2001, com prazo <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> 10 meses;– PROPAM – Programa <strong>de</strong> Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha. Consórcioentre os municípios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem, contemplando intervenções em to<strong>da</strong> a baciahidrográfica, objetivando impactos positivos na sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha. Prevê a coleta einterceptação <strong>de</strong> todos os esgotos gerados na bacia, em Contagem e <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>;– Orçamento Participativo – Mecanismo <strong>da</strong> prefeitura, responsável por intervenções na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> comrecursos próprios. É <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>mocrática, conforme <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;– Projeto Sanear BH – trata-se <strong>da</strong> elaboração <strong>de</strong> diagnóstico e soluções técnicas para assegurar auniversalização dos serviços <strong>de</strong> esgotamento sanitário. Estão concluídos os estudos <strong>de</strong> 4 baciashidrográficas: dos córregos Cardoso, Bonsucesso, Embira e Ressaca;– Pró-Cercadinho – Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental <strong>da</strong> bacia do córrego Cercadinho;– Pró-Serra – Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental <strong>da</strong> Serra do Curral.C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesRecursos Hídricos e SaneamentoDe uma maneira geral os programas <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> relacionados à questão ambiental sãosatisfatórios, existindo esforços para a melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais. Apesar disso, i<strong>de</strong>ntifica-se aausência ou insuficiência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s ações nesta área.Com relação à política <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s do Município é ponto positivo a implantação <strong>de</strong> novos parques naci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A existência <strong>de</strong> programas como o BH Ver<strong>de</strong> e o Adote o Ver<strong>de</strong> e <strong>de</strong> políticas e ações públicasvolta<strong>da</strong>s para a preservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental é conheci<strong>da</strong> e aprova<strong>da</strong>. O Adote o Ver<strong>de</strong>,assim como a abertura em geral <strong>da</strong> PBH para a busca <strong>de</strong> parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong> são muitoaprovados, sendo necessária a efetiva participação <strong>da</strong> participação para a obtenção <strong>de</strong> bons resultadosnesta área. Já se apresenta como solução <strong>de</strong> problemas estruturais <strong>da</strong> PBH nas ações <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>espaços públicos a ampliação <strong>de</strong>ste programa.Com relação às diversas formas <strong>de</strong> poluição ambiental, não <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica problemas <strong>de</strong> maior gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, com exceção, apenas, para as poluições sonora e visual. Com relação à primeira observasea falta <strong>de</strong> integração dos setores envolvidos, e, com relação à segun<strong>da</strong>, questiona-se a poluição causa<strong>da</strong>pelo próprio po<strong>de</strong>r público. Ain<strong>da</strong> como ponto negativo po<strong>de</strong>-se citar a insuficiência do Programa Disque-Sossego, e, como ponto positivo, a Operação Oxigênio, entrando-se, aqui, na questão <strong>da</strong> poluiçãoatmosférica.Sobre a questão <strong>da</strong> preservação dos recursos hídricos do Município, é conheci<strong>da</strong> não apenas a existência<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> córregos e fundos <strong>de</strong> vale, como o Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambientale Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Vales dos Córregos em Leito Natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (DRENURBS) e oPrograma <strong>de</strong> Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM). Estes sãopontos positivos, ressaltando-se, no entanto, como ponto negativo, a insuficiência <strong>de</strong> recursos financeiros<strong>de</strong>stinados aos mesmos. A existência <strong>de</strong> comitês <strong>de</strong> bacia é também positiva, reforçando-se assim anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> população nas questões ambientais.A falta <strong>de</strong> políticas e programas <strong>de</strong> educação e mobilização ambientais é um ponto negativo,particularmente a inexistência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> educação e conscientização volta<strong>da</strong> para a preservação<strong>de</strong> espaços públicos. Os Centros <strong>de</strong> Vivência Agro-Ecológica (CEVAEs) são reconhecidos pela população eseu enfraquecimento é questionável; a criação do Centro <strong>de</strong> Educação e Mobilização Social <strong>da</strong> Pampulha,por sua vez, é positiva.Com relação à legislação urbanística e ambiental do Município é reconhece positivamente, <strong>de</strong> uma maneirageral. No entanto, a sua aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é precária, o acompanhamento do po<strong>de</strong>r público é pouco efetivo e aocorreu uma predominância do interesse econômico, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> preocupação ambiental, quando <strong>da</strong>elaboração <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.De uma maneira genérica é negativa a “não implantação <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental Sul (APA-Sul)”,embora a existência dos Conselhos Deliberativos do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>(CDPCM) e o <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM) sejam pontos positivos.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 183SaneamentoEstão sendo empreendidos esforços para a solução dos problemas que ain<strong>da</strong> persistem, mas a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>da</strong> prestação dos serviços <strong>de</strong> saneamento em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é razoável, principalmente no que diz respeitoao abastecimento <strong>de</strong> água e à limpeza urbana. A falta <strong>de</strong> esgotamento sanitário, em especial nas vilas, épreocupante mas, em compensação, está sendo implanta<strong>da</strong> a primeira fase <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong>Esgotos <strong>da</strong> bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s. Além disso, a mu<strong>da</strong>nça conceitual do tratamento dos fundos <strong>de</strong> vale,abandonando-se a canalização como solução única, e a parceria com o Projeto Manuelzão traduzem umavanço <strong>da</strong> Administração em relação aos problemas <strong>de</strong> drenagem urbana.A participação <strong>da</strong> Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE), nacoleta seletiva do Município é excelente. O abandono, porém, <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Capitão Eduardo como soluçãopara o <strong>de</strong>stino final dos resíduos sólidos <strong>de</strong> BH e a busca <strong>de</strong> outra alternativa, sem que nenhuma <strong>de</strong>ssasduas <strong>de</strong>cisões tenha passado por uma discussão ampla e popular é questionável.No tocante à gestão dos serviços <strong>de</strong> saneamento, <strong>de</strong>stacam-se:– a in<strong>de</strong>finição do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> prestação dos serviços <strong>de</strong> água e esgoto e a omissão <strong>da</strong> PBH no quese refere à fiscalização <strong>de</strong>sses serviços;– a falta <strong>de</strong> soluções alternativas para o saneamento ambiental em vilas e favelas.Como aspecto positivo <strong>de</strong>staca-se a aprovação <strong>da</strong> Lei n. o 8.260/01, que instituiu a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento.Por fim, é clara a relação entre as ações <strong>de</strong> saneamento e a preservação e recuperação dos recursosambientais e há uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> muito visível para que sejam incrementa<strong>da</strong>s as campanhas <strong>de</strong> educaçãosanitária e ambiental.3.2.4 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e FavelasA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específicaBalanço <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoA instalação do Sistema <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, em 1994, significou um passo importante do po<strong>de</strong>r públicomunicipal na busca <strong>de</strong> soluções para os problemas relacionados à moradia popular na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foiformatado a partir <strong>de</strong> proposta construí<strong>da</strong> em conjunto com os movimentos populares organizados em torno<strong>da</strong> questão <strong>da</strong> moradia e é constituído por: um órgão gestor, que inicialmente foi estabelecido como sendo aCompanhia Urbanizadora <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (URBEL) e recentemente passou a ser a Secretaria <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> Habitação (SMHAB); o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (CMH); o Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoPopular (FMPH).A partir <strong>da</strong> reforma administrativa que vem sendo implanta<strong>da</strong> na administração municipal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000, aSMHAB é a responsável pelo planejamento geral dos programas <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, pelasações <strong>de</strong> acompanhamento social e <strong>de</strong> regularização fundiária <strong>de</strong> todos os empreendimentos e pelaexecução <strong>da</strong>s obras relativas à produção <strong>de</strong> novas moradias. As obras <strong>de</strong> urbanização em assentamentoshabitacionais existentes estão hoje sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s Secretarias Municipais <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>Gestão Regional (SCOMGER), numa tentativa <strong>de</strong> agilizar o atendimento através <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralizaçãooperacional.1. FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO1.1 Política <strong>de</strong> Financiamento e SubsídioUma <strong>da</strong>s diretrizes <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação é a criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento e subsídioregi<strong>da</strong>s por critérios sociais, objetivando o acesso <strong>da</strong>s famílias à moradia digna e o retorno <strong>de</strong> recursos aoFMHP para reinvestimento em programas habitacionais. Em 1996, o CMH aprovou uma resolução contendoas normas para o financiamento e concessão <strong>de</strong> subsídios aos beneficiários dos programas habitacionais<strong>de</strong>senvolvidos com recursos do FMHP, constituindo assim uma política que vem sendo implanta<strong>da</strong>, estandoprevisto até o final <strong>de</strong> 2004 o financiamento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4.600 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais. Recentemente, foicriado pelo CMH um grupo temático <strong>de</strong> financiamento, que tem avaliado e elaborado propostas <strong>de</strong> ajustes ea<strong>de</strong>quações necessárias para o aprimoramento <strong>da</strong> política <strong>de</strong> financiamento e subsídio.


184 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasTabela 03 - Fundo municipal <strong>de</strong> habitação popular: retorno <strong>de</strong> recursos financiados (2000-2001)NÚMERO DECONJUNTOSHABITACIONAISUH*RETORNO DE RECURSOSPREVISTO SEM APOLÍTICA DE SUBSÍDIO%RETORNO DE RECURSOS(PRESTAÇÃO PAGASPELAS FAMÍLIAS)%TOTAL DE SUBSÍDIO DAPBH/FMHP7 648 R$ 1.056.231,19 100 R$ 356.961,19 34 R$ 699.267,00 66* UH: uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais%1.2 Captação <strong>de</strong> Recursos e Financiamento <strong>da</strong> PMHO Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação Popular tem como principal fonte <strong>de</strong> recursos parcela do orçamentomunicipal que é a ele <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>, anualmente, <strong>de</strong> forma sistemática, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994. Entretanto, apesar <strong>de</strong>ssecompromisso que a <strong>Prefeitura</strong> vem <strong>de</strong>monstrando ter em relação à Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, essesrecursos não são suficientes para aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s habitacionais do Município.Dentro <strong>de</strong>ste contexto, a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação procura ampliar os recursos do FMHP e suacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento a partir <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ações na busca <strong>de</strong> parcerias com outras esferas dopo<strong>de</strong>r público e fontes <strong>de</strong> financiamento internacionais.Tabela 04 - Fundo municipal <strong>de</strong> habitação popular: captação <strong>de</strong> recursos (1995-2001)PROGRAMAUHPRODUZIDASVILASURBANIZADASFONTES*:FGTS/MPO/OGU/BID/ESTADO MGVALORES (R$)CONTRAPARTIDADA PBHTOTALPró-moradia 768 2 6.712.189,21 8.078.516,60 14.790.705,81PASS 0 1 81.641,25 57.353,11 138.994,36Pró-Infra 0 2 120.876,20 36.503,69 157.379,89Habitar-Brasil 227 1 1.499.585,11 963.895,64 2.463.480,758Habitar-Brasil/BID 88 1 1.055.559,49 1.599.591,14 5.655.150,63PAR 1.762 – 34.733.486,65 – 34.733.486,65Crédito Associativo 96 – 1690.000,32 – 1.690.000,32SEHAB/MG 166 – 450.000,00 – 450.000,00TOTAL 3.107 7 49.434.338,23 – 60.079.198,41*FGTS: Fundo <strong>de</strong> Garantia por Tempo <strong>de</strong> Serviço. *MPO: Ministério do Planejamento e Orçamento. *OGU: Orçamento Geral <strong>da</strong> União*BID: Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento.2- PROGRAMAS HABITACIONAIS E AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTOEm 1994, o CMH aprovou uma Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação que adota como conceito <strong>de</strong> habitação amoradia inseri<strong>da</strong> no contexto urbano, provi<strong>da</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura básica, serviços urbanos e equipamentosurbanos básicos.Segundo a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, po<strong>de</strong>rão ser utiliza<strong>da</strong>s três formas <strong>de</strong> gestão na implementaçãodos programas habitacionais:– gestão pública: a <strong>Prefeitura</strong> gerencia todo o processo <strong>de</strong> implantação do programa habitacional, sendorepassado ao beneficiários o produto final;– co-gestão: há uma divisão <strong>de</strong> atribuições <strong>de</strong> gerenciamento <strong>da</strong> implantação do programa habitacionalentre a <strong>Prefeitura</strong> e os beneficiários, sendo repassados a esses os insumos, como por exemplo omaterial <strong>de</strong> construção;– autogestão: o movimento popular organizado gerencia todo o processo <strong>de</strong> implantação do programahabitacional, sendo repassados aos beneficiários os recursos financeiros necessários.Uma <strong>da</strong>s principais diretrizes <strong>de</strong>ssa política é a que propõe a <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> gestão, o que vem sendoimplementado através <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instâncias e processos participativos, tais como opróprio CMH, os Grupos <strong>de</strong> Referência, as COMFORÇA, o Orçamento Participativo Regional e o <strong>da</strong>Habitação, assim como as metodologias participativas implementa<strong>da</strong>s sistematicamente através dosprogramas <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.Todos esses programas aten<strong>de</strong>m sempre <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s coletivas e organiza<strong>da</strong>s, exceto nos casos <strong>de</strong> famílias<strong>de</strong>sabriga<strong>da</strong>s, removi<strong>da</strong>s para execução <strong>de</strong> obras públicas e aquelas encaminha<strong>da</strong>s pelos órgãos <strong>da</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 185<strong>Prefeitura</strong> responsáveis por programas <strong>de</strong> reintegração social.A Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação aprova<strong>da</strong> prioriza o atendimento à população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> (famíliascom ren<strong>da</strong> familiar <strong>de</strong> até 5 salários mínimos) através <strong>da</strong> atuação em duas frentes:– intervenção em assentamentos existentes, aten<strong>de</strong>ndo à população que mora em vilas, favelas econjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social;– produção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais e <strong>de</strong> novos assentamentos, para aten<strong>de</strong>r à população organiza<strong>da</strong>do Movimento dos Sem-Casa e à população a ser reassenta<strong>da</strong> por motivos <strong>de</strong> obras públicas, risco etc.Na implementação <strong>da</strong>s ações, a Política Habitacional vem <strong>de</strong>finindo programas e ações que visam, antes <strong>de</strong>tudo, a redução do déficit habitacional – quantitativo e qualitativo. Dessa forma, os programas jáimplantados e os propostos têm sua atuação dirigi<strong>da</strong> à população moradora nos assentamentos existentese/ou à população que <strong>de</strong>man<strong>da</strong> a ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais.Intervenções em Assentamentos Existentes(principais tipos <strong>de</strong> intervenção) Intervenção estruturalConsiste no planejamento integrado <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> sistema viário, <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água, esgoto, drenageme eletrificação, no reassentamento <strong>de</strong> famílias, na promoção <strong>de</strong> melhorias habitacionais, no reparcelamentodo solo, na consoli<strong>da</strong>ção geotécnica, na regularização fundiária e em programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentocomunitário. Tratamento <strong>de</strong> áreas remanescentesConsiste no tratamento <strong>de</strong> áreas <strong>da</strong>s quais foram removi<strong>da</strong>s famílias.Melhorias habitacionaisConsiste em melhorias, reformas e/ou ampliações <strong>da</strong>s moradias existentes.ManutençãoConsiste em serviços <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> infra-estrutura e consoli<strong>da</strong>ção geotécnica nos assentamentosexistentes.Produção <strong>de</strong> novas moradias(principais tipos <strong>de</strong> intervenção)Produção <strong>de</strong> conjuntos habitacionaisConsiste no parcelamento e/ou urbanização <strong>de</strong> terreno, quando for o caso, e construção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>shabitacionais. Produção lotes urbanizadosConsiste no parcelamento e urbanização <strong>de</strong> gleba.Construção <strong>de</strong> moradiasConsiste na produção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais em lotes urbanizados.As intervenções são viabiliza<strong>da</strong>s atualmente através do <strong>de</strong>senvolvimento dos programas listados a seguir.Programas Municipais Programa Estrutural para Áreas <strong>de</strong> Risco (PEAR), que objetiva implementar ações <strong>de</strong> prevenção erecuperação <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> risco, incluindo o atendimento emergencial durante o período chuvoso.Orçamento Participativo Regional, que discute a aplicação dos investimentos municipais <strong>de</strong>stinados aobras <strong>de</strong> urbanização.Orçamento Participativo <strong>da</strong> Habitação, que discute a aplicação dos investimentos municipais <strong>de</strong>stinadosao atendimento dos movimentos dos sem-casa.Programa <strong>de</strong> Reassentamento <strong>de</strong> Famílias Removi<strong>da</strong>s em Função <strong>de</strong> Obras Públicas ou Vítimas <strong>de</strong>Calami<strong>da</strong><strong>de</strong>s (PROAS).Plano Global Específico (PGE), que objetiva o planejamento <strong>de</strong> intervenções integra<strong>da</strong>s em favelas.Autogestão, que objetiva a produção <strong>de</strong> novas moradias através <strong>de</strong> processos autogestionáriosenvolvendo associações ou cooperativas habitacionais.Regularização Fundiária, que objetiva a regularização urbanística e jurídica <strong>de</strong> assentamentoshabitacionais novos ou existentes.Programas em parceria com o Governo Fe<strong>de</strong>ralCrédito Associativo – Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral (CEF), linha <strong>de</strong> crédito para associações oucooperativas habitacionais, utilizando recursos do FGTS, visando financiar a implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>produção habitacional.


186 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasMelhorias Habitacionais – CEF, linha <strong>de</strong> crédito individual visando financiar melhorias habitacionais.Habitar-Brasil – BID, que repassa recursos do BID e do OGU a municípios, objetivando financiar ações<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento institucional e <strong>de</strong> intervenção em assentamentos existentes.Pró-moradia – CEF, que repassou recursos a municípios, financiando intervenções para melhoria <strong>da</strong>scondições <strong>de</strong> moradia <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.Pró-infra e PASS – CEF, que repassaram recursos do OGU a municípios para intervenções em infraestrutura.Habitar-Brasil – EMG, que repassou recursos do OGU a municípios através dos governos estaduais eCEF (no caso <strong>de</strong> BH, através do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais) para produção <strong>de</strong> moradias parareassentamento <strong>de</strong> famílias em situação <strong>de</strong> risco.PAR – CEF, linha <strong>de</strong> crédito para empresas construtoras, utilizando recursos do FGTS, visandofinanciar projetos <strong>de</strong> produção habitacional a serem comercializa<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> leasing.Tabela 05 - Produção <strong>de</strong> novas moradias: número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais (1995-2001)UNIDADES HABITACIONAISPROGRAMASCONCLUÍDAS EM ANDAMENTO PROJETOSOPH 1.651 752 2.172Outros programas 815 0 0Subtotal 2466 752 2.172Total 5390Tabela 06 - Produção <strong>de</strong> novas moradias: número <strong>de</strong> conjuntos habitacionais (1995-2001)NÚMERO DE EMPREENDIMENTOSPROGRAMASCONCLUÍDOS EM ANDAMENTO PROJETOSOPH 18 3 12Outros programas 9 0 0Subtotal 27 3 12Total 42Tabela 07 - Atendimentos através do PROAS (1995-2001)PERÍODO N . O ATENDIMENTOS1995-1996 2211997-2000 9632001 205Total 1.389Tabela 08 - Produção <strong>de</strong> planos globais específicos (PGE) (1995-2001)SITUAÇÃO N. O DE VILAS POPULAÇÃO FAMÍLIASElaborados 11 66.595 15.546Em elaboração 43 173.483 48.264Previstos 17 23.327 5.554Total 71 263.405 69.364Tabela 09 - Regularização fundiária: famílias beneficia<strong>da</strong>s (até 2001)FAMÍLIAS BENEFICIADAS 4.778


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 187Tabela 10 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais produzi<strong>da</strong>s através do PAR (até 2001)FASE DON . O DE UNIDADESEMPREENDIMENTOConcluído 1.234Em an<strong>da</strong>mento 528Total 1.7623. ACOMPANHAMENTO SOCIAL NOS DIVERSOS PROGRAMAS GERIDOS PELA SMHABAo logo <strong>da</strong> implementação dos diversos programas, o acompanhamento social se faz sempre presente,promovendo a participação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s envolvi<strong>da</strong>s, diretamente ou através <strong>de</strong> seus representantesem conselhos, comissões ou fóruns, assim como sua inserção socioeconômica, através <strong>da</strong> articulação comprogramas <strong>da</strong> área social <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>.4. AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO (COOPERATIVAS)Consi<strong>de</strong>rando que a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos para a construção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais é insuficientepara suprir a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, o movimento popular pela moradia propôs como alternativa a criação <strong>de</strong> umprograma visando apoiar empreendimentos <strong>de</strong> iniciativa <strong>da</strong>s cooperativas habitacionais.A implementação <strong>de</strong>sse programa surge como um avanço <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Habitação e consiste noapoio técnico para a elaboração <strong>de</strong> estudos e projetos executivos <strong>de</strong> parcelamentos e edificações, visandoo planejamento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> assentamentos habitacionais regulares promovidos por cooperativas. Esseapoio técnico processa-se através <strong>da</strong> autogestão ou gestão pública, e os recursos para esse benefício vêmdo OPH.5. NOVAS TECNOLOGIAS E MAXIMIZAÇÃO DOS RECURSOSUma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s preocupações <strong>da</strong> SMHAB é com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s intervenções que são realiza<strong>da</strong>s naimplementação <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação. Nesse sentido, vem sendo implantado recentemente o“Sistema <strong>de</strong> Gestão pela Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Obras”, ain<strong>da</strong> em evolução, que tem como objetivo melhorar ascondições para a execução dos seus empreendimentos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção dos projetos até a finalização eentrega <strong>da</strong>s obras.Em função do alto custo dos terrenos mais a<strong>de</strong>quados à implantação <strong>de</strong> programas habitacionais,implicando portanto na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior aproveitamento <strong>da</strong>s áreas, a SMHAB vem adotando averticalização <strong>da</strong>s edificações, sejam unifamiliares ou multifamiliares, e buscando um nível mínimo <strong>de</strong>padronização <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais, visando a otimização dos recursos disponíveis.6. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA / ZEIS-1, ZEIS-2 E ZEIS-3A Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> <strong>de</strong>dica atenção especial ao problemahabitacional ao <strong>de</strong>finir as Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS), <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à promoção <strong>de</strong> programashabitacionais <strong>de</strong> interesse social:– em áreas em relação às quais há interesse público em or<strong>de</strong>nar a ocupação existente por meio <strong>de</strong>urbanização e regularização fundiária (ZEIS-1 e ZEIS-3);– em áreas não edifica<strong>da</strong>s, subutiliza<strong>da</strong>s ou não utiliza<strong>da</strong>s, em relação às quais há interesse público naprodução <strong>de</strong> novas moradias ou <strong>de</strong> terrenos urbanizados <strong>de</strong> interesse social (ZEIS-2).Na regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 e 3 foram cria<strong>da</strong>s normas específicas para regularização fundiária –urbanística e jurídica – <strong>de</strong>ssas áreas e foi alterado o Programa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Favelas(PROFAVELA), estabelecendo critérios especiais <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo e incorporandonovos instrumentos, procedimentos e mecanismos ao processo <strong>de</strong> intervenção nos assentamentosexistentes, como por exemplo:– instituição do Plano Global Específico como instrumento <strong>de</strong> planejamento e or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>sintervenções nesses assentamentos, abor<strong>da</strong>ndo sempre <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> as questões físicoambientais,sócio-organizativas e jurídico-legais;– <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação dos Grupos <strong>de</strong> Referência para acompanhamento <strong>da</strong>sintervenções;– autorização para alienação <strong>de</strong> lotes e <strong>de</strong>safetação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública municipal;– <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em casos <strong>de</strong> infração <strong>da</strong>s normas estabeleci<strong>da</strong>s, e <strong>de</strong> procedimentos parasua aplicação.A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong> procedimentos para sua aplicação possibilitou a atuação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> nafiscalização <strong>da</strong>s ZEIS, reivindicação antiga <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>sses assentamentos. Nesse sentido, a SMHAB


188 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasjá está realizando uma primeira experiência juntamente com a SCOMGER - Ven<strong>da</strong> Nova.A expectativa, quando <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> ZEIS-2, era <strong>de</strong> que sua utilização em gran<strong>de</strong> escala contribuísse paraa ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> novas moradias para a população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>, tanto pela formação <strong>de</strong>uma reserva significativa <strong>de</strong> áreas com essa finali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como também pela flexibilização <strong>de</strong> normas eparâmetros urbanísticos visando o barateamento <strong>da</strong> produção habitacional. Hoje, temos pouquíssimasZEIS-2 <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s, e não estão regulamentados os parâmetros, as normas e os procedimentos especiaisque <strong>de</strong>verão prevalecer para essas áreas. Não conhecemos ain<strong>da</strong>, portanto, os efeitos <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>sseinstrumento na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Criado a partir <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, o usucapião <strong>de</strong> imóvel urbano vem sendo utilizado pela<strong>Prefeitura</strong> nos processos <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> favelas em áreas particulares, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. O Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> aperfeiçoou o instrumento, abrindo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> propositura <strong>de</strong> ações coletivas, o que po<strong>de</strong>facilitar operacionalmente sua aplicação e agilizar os processos judiciais.Participação e Gestão Democrática: Po<strong>de</strong>r Público e Movimentos SociaisUma <strong>da</strong>s principais diretrizes implementa<strong>da</strong>s pelo governo <strong>de</strong>mocrático popular é a <strong>da</strong> participação popular,através <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> conselhos, comissões, fóruns e conferências que possibilitam a construção <strong>de</strong>parcerias entre a <strong>Prefeitura</strong> e as organizações sociais.A criação do Orçamento Participativo (OP), processo que promove a discussão pública <strong>da</strong> distribuiçãoorçamentária municipal, possibilitou realmente uma inversão <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos investimentos emurbanização, favorecendo inclusive a política habitacional no que diz respeito às intervenções emassentamentos existentes. Da mesma forma, o Orçamento Participativo <strong>da</strong> Habitação (OPH), que discute adistribuição <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>stinados ao atendimento do Movimento dos Sem-Casa, representou umainiciativa pioneira até mesmo no cenário nacional. Para acompanhar e fiscalizar a execução <strong>da</strong>s<strong>de</strong>liberações dos OP foram cria<strong>da</strong>s as COMFORÇA, cuja atuação aju<strong>da</strong> a legitimar e consoli<strong>da</strong>r o processo<strong>de</strong> discussão pública do orçamento.O Conselho e a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, em níveis diferentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação, representam osprincipais mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> política habitacional no Município, incorporandorepresentação dos principais setores e categorias <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil envolvi<strong>da</strong>s na questão habitacional.Inserem-se em um sistema maior <strong>de</strong> gestão urbana participativa através do qual <strong>de</strong>vem se relacionar comoutras instâncias participativas, tais como o Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana eos Conselhos Regionais Populares.Há que se <strong>de</strong>stacar que os programas através dos quais se implanta a Política Habitacional do Municípioincorporam em sua metodologia processos participativos, on<strong>de</strong> os principais interlocutores são os Grupos<strong>de</strong> Referência, no caso <strong>da</strong>s intervenções em assentamentos existentes, e os Núcleos do Movimento dosSem-Casa, no caso <strong>da</strong>s intervenções relativas à produção <strong>de</strong> novas moradias.Após as experiências <strong>de</strong> participação dos últimos anos, é o momento <strong>de</strong> se avaliar as instâncias eprocessos participativos assim como as representações do po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, <strong>de</strong> maneira aaprofun<strong>da</strong>r a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática no município.Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> HabitaçãoA Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Habitação consiste num plano <strong>de</strong> ação que tem duas dimensões: a geral, que <strong>de</strong>ve tratar dosproblemas e potenciais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação a diversos aspectos, e a específica, que <strong>de</strong>ve avaliar maisdiretamente o problema <strong>da</strong> moradia no município e a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação. As <strong>de</strong>liberações se<strong>da</strong>rão a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates realizados em grupo, tendo como referência o Projeto Moradia e o Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Deverão ser previstas ações <strong>de</strong> curto, médio e longo prazo, com indicações dos responsáveis,recursos e parcerias.B - Sintese <strong>da</strong> percepção dos participantesPontuam-se vários aspectos relevantes a respeito <strong>da</strong> política habitacional, a saber:– indubitavelmente, a política habitacional <strong>de</strong>ve ser trata<strong>da</strong> globalmente, em um contexto mais amplo, ouseja, em nível <strong>da</strong> política municipal urbana;– as questões sociais gera<strong>da</strong>s em função do empobrecimento econômico <strong>da</strong> população merecemtratamento especial quando <strong>da</strong>s <strong>de</strong>finições políticas;– a participação é valoriza<strong>da</strong> nos processos políticos (a importância <strong>da</strong> “consciência política”), comotambém nos modos <strong>de</strong> produção <strong>da</strong> habitação (por exemplo: autogestão <strong>de</strong> empreendimentos) masessa participação popular na discussão <strong>da</strong> política urbana é insuficiente, centraliza<strong>da</strong> e elitista;


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 189– a população sabe que os programas habitacionais têm como priori<strong>da</strong><strong>de</strong> o atendimento à população <strong>de</strong>baixa ren<strong>da</strong>;– é necessário o retorno dos recursos investidos na população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> ao Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong>Habitação Popular, com o fito <strong>de</strong> minimizar os impactos do déficit habitacional (por exemplo: através <strong>de</strong>sistemas <strong>de</strong> subsídio e financiamento);– incremento <strong>de</strong> novas tecnologias e sistemas construtivos po<strong>de</strong> ampliar o atendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>habitacional;– instrumentos <strong>de</strong> participação popular como o Orçamento Participativo <strong>da</strong> Habitação – OPH e oConselho <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Habitação – CMH são bastante conhecidos <strong>da</strong> popujlação;– leis municipais e fe<strong>de</strong>rais como por exemplo o Plano Diretor e o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> são conheci<strong>da</strong>spela população, sendo que <strong>de</strong>vem ser emprega<strong>da</strong>s <strong>de</strong> modo a garantir a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><strong>da</strong> população, nas vilas e favelas; com a aprovação <strong>da</strong> Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.257, o “Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”,há uma ruptura do conceito absoluto <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a valorização <strong>da</strong> função social<strong>de</strong>sta, que por sua vez implicará em um processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> cultura;– é necessário existir programas educativos (educação sanitária e ambiental) e <strong>de</strong> formação profissionalagregados às ações <strong>da</strong> política habitacional, assim como a política precisa ser amplia<strong>da</strong> e integra<strong>da</strong> aoutros setores <strong>de</strong> atendimento (saú<strong>de</strong>, transportes, cultura e lazer);– há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior controle social nos diversos Programas Habitacionais.É mister mencionar a importância do sistema <strong>de</strong> financiamento <strong>da</strong> habitação, apesar <strong>de</strong> insatisfatório, além<strong>de</strong> burocrático, no que diz respeito ao atendimento à população. É praticamente nula a intervenção doestado e do governo fe<strong>de</strong>ral no que diz respeito a investimentos no setor habitacional.Tratando-se dos processos <strong>de</strong> legalização <strong>de</strong> imóveis, o sistema <strong>de</strong> regularização é burocrático e <strong>de</strong> difícilequacionamento. Este fato se <strong>de</strong>ve tanto à exigência <strong>de</strong> documentações, quanto à dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integraçãodos vários setores e órgãos do po<strong>de</strong>r público, o que provoca a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, a legislação,sendo pouco flexível, também corrobora para dificultar ain<strong>da</strong> mais esse processo. A legislação <strong>de</strong>veriaprovocar um processo <strong>de</strong> indução <strong>da</strong> inclusão social, o que na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> não vem ocorrendo.O setor <strong>de</strong> fiscalização e controle urbano é <strong>de</strong>ficiente (“a Lei sozinha não consegue regular”) e, portanto,são um problema <strong>de</strong> difícil solução os processos <strong>de</strong> invasão <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, tanto nas áreas públicas(ver<strong>de</strong>s, institucionais, <strong>de</strong> preservação e proteção ambiental) como <strong>da</strong>s áreas priva<strong>da</strong>s subutiliza<strong>da</strong>s. Outrasituação vincula<strong>da</strong> ao problema <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiente fiscalização é o crescimento <strong>de</strong> loteamentos irregulares.A gran<strong>de</strong> rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho dos funcionários públicos normalmente cria dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no avanço dosprocessos.Outro aspecto importante diz respeito à ausência <strong>de</strong> políticas agrárias que estimulem as ocupações emáreas rurais, pois se existissem maiores investimentos públicos nas áreas rurais teríamos, possivelmente,uma redução dos processos <strong>de</strong> invasão nas gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A<strong>de</strong>mais, tais investimentos provocariam o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> áreas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s não urbanas e pouco utiliza<strong>da</strong>s.As comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vilas e favelas valorizam a elaboração dos planos globais, uma vez que têm ciência quetal documento contém as diretrizes para as intervenções estruturais, além <strong>de</strong> auxiliar na utilização dosinvestimentos <strong>de</strong> forma hierárquica. Entretanto, é necessário um acompanhamento do setor social maisabrangente, ou seja, este <strong>de</strong>ve ocorrer antes, durante e posterioriormente às intervenções realiza<strong>da</strong>s pelopo<strong>de</strong>r público. Além disso, os planos <strong>de</strong>veriam <strong>da</strong>r mais ênfase a programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego eren<strong>da</strong>.A falta <strong>de</strong> equalização tributária entre os municípios vizinhos <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>vem provocando a concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões.Enfim, a política habitacional apresenta avanço em alguns aspectos (processos participativos, sistemas <strong>de</strong>financiamento e subsídio, elaboração <strong>de</strong> planos globais específicos) mas, no entanto, necessita reavaliarsuas ações <strong>de</strong> forma a atualizar suas referências diante <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças sociais, econômicas, culturais eurbanas.


190 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais3.3- Produtos Relativos à Discussão Específica <strong>da</strong>s Pré-Conferências RegionaisTo<strong>da</strong>s as nove regiões administrativas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> <strong>de</strong>veriam se representar na <strong>de</strong>legação querealizaria a II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana. Essa era uma nova proposta em relação à IConferência: além <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados dos setores que se representam no Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana(COMPUR), a segun<strong>da</strong> teria representação espacial <strong>de</strong> modo a abranger todo o território municipal. Os<strong>de</strong>legados seriam eleitos entre representantes <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s inscritas nos respectivos conselhos regionaispopulares (CRP). Esses representantes estavam automaticamente inscritos para participar <strong>da</strong>s préconferências.Outros interessados participariam na condição <strong>de</strong> convi<strong>da</strong>dos e apenas não teriam direito avoto.Para a realização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência regional, procurou-se formar grupos heterogêneos com relaçãoao local <strong>de</strong> moradia dos participantes para que as discussões não focassem apenas partes específicas doterritório. Nesse sentido, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar o participante segundo a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP) <strong>de</strong>sua origem, <strong>de</strong> forma a distribuir entre os diversos grupos <strong>de</strong> trabalho representantes <strong>de</strong> uma mesma UP.A distribuição <strong>da</strong> origem dos participantes no território municipal, por região administrativa e, internamente,por UP, po<strong>de</strong> ser visualiza<strong>da</strong> no Mapa 1.Buscava-se, no primeiro momento <strong>da</strong> realização <strong>da</strong>s pré-conferências regionais, a percepção dosparticipantes sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, segundo os mesmos aspectos gerais <strong>de</strong>finidos nas pré-conferênciastemáticas.No segundo momento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência regional, os participantes se <strong>de</strong>dicaram a avaliar sua própriaregião. Procurava-se, nesse momento, subsídios para o planejamento regional e para a gestãoadministrativa regional, por meio <strong>da</strong> participação direta <strong>de</strong> moradores na avaliação. A temática adota<strong>da</strong> nãofoi exatamente a mesma em to<strong>da</strong>s as regiões: em algumas, utilizaram-se temas semelhantes aos adotadosna discussão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>; em outras, tema livre; houve, ain<strong>da</strong>, casos em que se utilizou forma mista, comalguns subgrupos discutindo temas pre<strong>de</strong>finidos, outros, tema livre. (Ver Quadro 03 - Temas <strong>da</strong>s préconferênciasregionais)O processo <strong>de</strong> discussão foi semelhante ao adotado no primeiro momento <strong>da</strong> pré-conferência, a partir <strong>da</strong>divisão dos participantes em grupos e subgrupos. Acrescentou-se, no segundo momento, para ca<strong>da</strong>subgrupo, um mapa <strong>da</strong> região, apenas com informações básicas (vias nomea<strong>da</strong>s, nomes <strong>de</strong> bairros,hidrografia, indicação <strong>de</strong> alguns equipamentos comunitários) para que se procurasse localizar os pontosobjeto <strong>de</strong> discussão.Foi distribuído aos participantes um texto <strong>de</strong> apoio constituído <strong>de</strong> duas seções: a primeira, apresentandoconceitos relativos a ca<strong>da</strong> tema; a segun<strong>da</strong>, contendo <strong>da</strong>dos sobre ocupação do solo, distribuição <strong>da</strong>população, zoneamento, sistema viário e indicadores <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana, sob o título <strong>de</strong>Informações complementares sobre a região. Apresenta-se, a seguir, a primeira seção <strong>da</strong>quele ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>textos, que, por ser comum a to<strong>da</strong>s as pré-conferências, é reproduzido uma única vez, no início.Seguem-se os produtos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência regional, sob a seguinte forma:Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região (a segun<strong>da</strong> seção: Informações complementares sobre a região);Distribuição dos participantes por UP – figura com as divisas <strong>de</strong> UP, juntamente com um gráfico querepresenta a participação <strong>de</strong> representantes por UP no total <strong>da</strong> região;Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes;Mapa <strong>da</strong> percepção – localiza no espaço, esquematicamente, os principais pontos discutidos.A síntese apresenta<strong>da</strong> em texto e mapa foi elabora<strong>da</strong> por equipe técnica <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, utilizando tanto osresultados escritos nas cartelas quanto os mapas <strong>de</strong> trabalho produzidos durante as discussões, com aconstante preocupação <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> às conclusões dos participantes em seu diagnóstico regional, ain<strong>da</strong>que, por vezes, se mostrem contraditórias em alguns pontos. o Anexo V contém a transcrição integral dos pontos positivos e negativos formulados pelosparticipantes, por tema (texto apresentado nas cartelas utiliza<strong>da</strong>s para registro dos resultados dosgrupos <strong>de</strong> trabalho).


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 191Mapa 01 - Pré-conferências regionais – Distribuição dos participantes por região e UPSerra Ver<strong>de</strong>%Mantiqueira/SescVEND A N OV APiratiningaJardim EuropaJaquelineIsidoro NorteCéu AzulVen<strong>da</strong> NovaSão João BatistaCopacabanaPlanaltoNORTEFurquim WerneckCapitão EduardoCamargosSanta MariaGarças/BraúnasConfiscoSarandiGlóriaPampulhaP AM PULH ACasteloAbílioMachadoNOROES TEPUCCabanaSanta AméliaOuro PretoJardimMontanhêsCaiçaraPadre EustáquioOESTEJ. AméricaUFMGSão BernardoS. Francisco CachoeirinhaBarrocaMorro <strong>da</strong>sPedrasJaraguáAntônioCarlosP. LopesBarro PretoTupi/FloramarPrimeiro <strong>de</strong> MaioCristianoMachadoSão Paulo/GoiâniaLESTEConcórdiaInst. AgronômicoCentroSavassiSanto AntônioFloresta/Santa TerezaFr. SalesCENTR O-SULBarragemSerraRibeiro <strong>de</strong> AbreuNORDESTEBelmonteSanta InêsS. EfigêniaMangabeirasCafezalBoa VistaBaleiaTaquarilGordurasBairro <strong>da</strong>sIndústriasBetâniaSão Bento/Sta. LúciaBelve<strong>de</strong>reEstoril/BuritisLindéiaBarreiro <strong>de</strong> BaixoBarreiro <strong>de</strong> CimaPilar OesteJatobáCardosoOlhos D'ÁguaB AR REIRODivisa <strong>de</strong> Região AdministrativaRegião AdministrativaB AR REIROBarreiro-SulCardoso▪Divisa <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> PlanejamentoUm ponto = um participante(dispersão aleatória <strong>de</strong> pontos na UP)Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação Urbana, 2002<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> - MGFonte: inscrições e cre<strong>de</strong>nciamentos <strong>da</strong>s pré-conferências


192 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais3.3.1 - Texto Geral <strong>de</strong> Apoio à Discussão RegionalCa<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> TextosNas Pré-Conferências Regionais, as discussões sobre a CIDADE QUE SOMOS serão realiza<strong>da</strong>s em doismomentos.No primeiro, serão discutidos temas gerais relativos à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo.No segundo momento, serão discuti<strong>da</strong>s questões relativas ao espaço <strong>da</strong> região.O presente ca<strong>de</strong>rno apresenta <strong>da</strong>dos e informações que po<strong>de</strong>rão contribuir para a reflexão sobre a região,bem como questões que po<strong>de</strong>rão estimular essa reflexão.Está estruturado nos itens:ocupação do solo e zoneamento,distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanos,mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sistema viário e transporte,espaços públicos, áreas <strong>de</strong> lazer e patrimônio histórico,condições ambientais einformações complementares sobre a região.I – Ocupação do Solo e ZoneamentoA formação dos diversos lugares <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> resulta <strong>da</strong> ação do homem sobre o meio natural, a forma comoele divi<strong>de</strong> o terreno (parcelamento do solo) e como ele constrói (ocupação do solo)As condições com que essa ocupação se processa em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> são dita<strong>da</strong>s pelo mercado imobiliárioe pela legislação urbanística, mas também por estratégias <strong>da</strong> população, que interferem significativamentena dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, na oferta <strong>de</strong> moradias e na distribuição espacial <strong>da</strong> população, nascondições ambientais e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos moradores e usuários dos lugares. É por isso que<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões se tornam mais resi<strong>de</strong>nciais, outras têm mais comércios, outras, indústrias; algumasse valorizam enquanto outras se tornam <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s; aqui se constróem prédios, lá só casas térreas; <strong>de</strong> umlado mansões, do outro favelas e cortiços; abrem-se ruas, implantam-se parques, escolas, espaços <strong>de</strong>lazer.O Plano Diretor é a lei que dá a direção para o <strong>de</strong>senvolvimento urbano do município, e inclui entre suasdiretrizes: a a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> ocupação e do uso do solo à função social <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>; a a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>distribuição <strong>da</strong> população, conciliando-a às diversas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas instala<strong>da</strong>s (trabalho, lazer, estudo);a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente e do patrimônio cultural, histórico e paisagísticomunicipal.Visando assegurar o cumprimento <strong>da</strong>s diretrizes do Plano Diretor, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Usodo Solo (Lei n.º 7.166/96) estabelece normas e critérios urbanísticos que levam em consi<strong>de</strong>ração,especialmente, as condições <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong>s diversas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>parte <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> receber mais ou menos moradores, <strong>de</strong> receber indústrias ou gran<strong>de</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais.Para tanto, a lei diferencia o território municipal em zonas, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong>s características físicoambientaise urbanas dos lugares.Essa Lei instituiu quatro grupos <strong>de</strong> zonas, a saber:– zonas <strong>de</strong> preservação (ZPAM) e <strong>de</strong> proteção ambiental (ZP-1, ZP-2 e ZP-3), abrangendo áreas <strong>de</strong>interesse <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s características ambientais, históricas e culturais, sujeitas às mais baixas<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocupação;– zonas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento restrito (ZAR-1, ZAR-2 e ZA), compreen<strong>de</strong>ndo áreas com problemas <strong>de</strong> infraestrutura,topografia e acesso, nas quais é permitido um a<strong>de</strong>nsamento bastante limitado;– zonas a<strong>de</strong>nsáveis (ZAP e ZC), compreen<strong>de</strong>ndo áreas em que as condições favoráveis <strong>de</strong> infra-estruturae topografia permitem um maior a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong>mográfico e maior verticalização <strong>da</strong>s edificações;– zonas especiais: (ZEIS-1, ZEIS-2 e ZEIS-3), compreen<strong>de</strong>ndo áreas ocupa<strong>da</strong>s ou <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s aassentamentos <strong>de</strong> interesse social, e (ZE), abrangendo áreas ocupa<strong>da</strong>s ou <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a gran<strong>de</strong>sequipamentos <strong>de</strong> interesse municipal.Algumas áreas, <strong>de</strong>vido às suas peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, têm uma importância especial para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, seja noaspecto ambiental, paisagístico ou histórico cultural. Trata-se <strong>da</strong>s Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADEs),sujeitas a normas e critérios diferenciados <strong>de</strong> ocupação e uso do solo, que prevalecem sobre os do


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 193zoneamento.Pense na ocupação do solo <strong>da</strong> região e nas normas e critérios que a legislação estabelece para ela (mapae informações complementares em anexo 26 ).QUESTÕESPense na sua região. Observe on<strong>de</strong> se concentra mais população, on<strong>de</strong> se localiza o comércio, <strong>de</strong> queserviços dispõe.Que modificações ela vem sofrendo ao longo dos anos? E mais recentemente? On<strong>de</strong> você acha que oprocesso <strong>de</strong> crescimento e a<strong>de</strong>nsamento está acontecendo <strong>de</strong> forma mais intensiva na região? Isso ébom para os lugares on<strong>de</strong> está ocorrendo?Você acha que o zoneamento e ADEs estão a<strong>de</strong>quados à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>de</strong>sses lugares? Essesinstrumentos propiciam um bom nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para a população?Você acha que existem áreas que não estejam crescendo como <strong>de</strong>veriam? O que você acha que estáimpedindo o crescimento <strong>de</strong>ssas áreas?Você acha que tem alguma parte <strong>da</strong> região que mereceria ter legislação especial pela sua importânciahistórica, cultural ou ambiental?26 Trata-se do material anexo ao ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> textos fornecido aos participantes <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência regional: um mapa <strong>da</strong> LPOUScorrespon<strong>de</strong>nte à região e as informações complementares que estão reproduzi<strong>da</strong>s neste documento, nos itens 3.3.2 a 3.3.10.


194 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisINFORMAÇÕES SOBRE OCUPAÇÃO E ZONEAMENTO EM BELO HORIZONTEREGIÃOTabela 11 - Percentual <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lotes vagos e número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciaise não resi<strong>de</strong>nciais, segundo região administrativaÁREA DELOTES VAGOS%<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, <strong>de</strong>z/2000TOTAL DE UNIDADES UNIDADES RESIDENCIAIS UNIDADES NÃO RESIDENCIAISN.º % N.º % N.º %Barreiro 37 37.091 100,0 32.669 88,1 4.422 11,9Centro 04 80.790 100,0 37.422 46,3 43.368 53,7Sul 37 56.950 100,0 48.149 84,5 8.801 15,5Leste 17 49.475 100,0 43.925 88,8 5.550 11,2Nor<strong>de</strong>ste 28 49.742 100,0 44.300 89,1 5.442 10,9Noroeste 20 73.988 100,0 64.751 87,5 9.237 12,5Norte 31 22.153 100,0 19.590 88,4 2.563 11,6Oeste 39 58.339 100,0 51.243 87,8 7.096 12,2Pampulha 46 38.790 100,0 34.310 88,5 4.480 11,5Ven<strong>da</strong> Nova – – – – – – –Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTU.REGIÃOTabela 12 - Crescimento do número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais,segundo regiões administrativasCRESCIMENTO TOTAL DE UNIDADESCRESCIMENTO DE UNIDADESRESIDENCIAIS<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, <strong>de</strong>z/1996 a <strong>de</strong>z/2000CRESCIMENTO DE UNIDADES NÃORESIDENCIAISN.º % N.º % N.º %Barreiro 2.848 8,3 2.365 7,8 483 12,3Centro 6.837 9,2 3.916 11,7 2.921 7,2Sul 7.719 15,7 5.254 12,2 2.465 38,9Leste 3.597 7,8 3.312 8,2 285 5,4Nor<strong>de</strong>ste 4.954 11,1 4.719 11,9 235 4,5Noroeste 5.253 7,6 4.760 7,9 493 5,6Norte 3.370 17,9 3.116 18,9 254 11,0Oeste 9.208 18,7 7.631 17,5 1.577 28,6Pampulha 9.573 32,8 8.941 35,2 632 16,4Ven<strong>da</strong> Nova – – – – – –Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTU.Caracterização Sumária <strong>da</strong>s Zonas Instituí<strong>da</strong>s pela Lei 7166/96Zonas <strong>de</strong> Preservação e Proteção Ambiental:– ZPAM – Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental ;– ZP-1, ZP-2 e ZP-3 – Zonas <strong>de</strong> Proteção 1, 2 e 3, compreen<strong>de</strong>ndo áreas <strong>de</strong> proteção cultural,paisagística ou ambiental.ZPAM: zona em que é proibi<strong>da</strong> a ocupação do solo, exceto por edificações <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a serviço <strong>de</strong>apoio e manutenção <strong>de</strong> parques e similares.loteamento só po<strong>de</strong> originar um único lote, do qual 95% <strong>de</strong>ve ficar livre <strong>de</strong> qualquer elemento queimpeça a infiltração <strong>de</strong> água no solo. Na ZPAM, assim como na ZP.1 e na ZP.2, loteamentos eedificações têm <strong>de</strong> ser aprovados ao mesmo tempo e passando pelo Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> MeioAmbiente (COMAM); sujeitam-se a exigências especiais quanto à área mínima dos lotes.ZP-1: nesta zona, o lote mínimo é <strong>de</strong> 10.000 m². A área <strong>da</strong>s edificações po<strong>de</strong> ser, no máximo, = 30% <strong>da</strong>área do lote. No lote <strong>de</strong> 10.000 m², po<strong>de</strong>m ser construí<strong>da</strong>s até 4 moradias, cujas áreas po<strong>de</strong>m somar,


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 195no máximo, 3.000 m².ZP-2: nesta zona, o lote mínimo é <strong>de</strong> 1.000 m².A área máxima permiti<strong>da</strong> para as edificações é <strong>de</strong> 1 vez a área do lote.Para ca<strong>da</strong> 1.000m² <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lote só po<strong>de</strong> ser construí<strong>da</strong> 1 moradia.ZP-3: sem exigência especial em relação ao lote mínimo, a área construí<strong>da</strong> po<strong>de</strong> chegar a 1,5 vez aárea do lote. Se este tiver 360 m², a edificação po<strong>de</strong> ter até 540 m² e isto já implica em verticalização(ex: Belve<strong>de</strong>re III). Em um lote <strong>de</strong> 360 m², po<strong>de</strong>m ser construí<strong>da</strong>s até 4 moradias. Se o lote tiver1.000m², ele po<strong>de</strong> receber até 12 moradias.Zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito:– ZAR-1 e ZAR-2 – Zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 1 e 2, compreen<strong>de</strong>ndo áreas com condiçõesprecárias <strong>de</strong> infra-estrutura– ZA – Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>, abrangendo áreas on<strong>de</strong> já está esgota<strong>da</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s infra-estruturas. ZAR-1: este zoneamento, <strong>de</strong> caráter mais elitizado, só existe na zona sul <strong>de</strong> BH. A área construí<strong>da</strong>po<strong>de</strong> chegar a 1 vez a área do lote.Em um lote <strong>de</strong> 360 m², po<strong>de</strong>m ser construí<strong>da</strong>s no máximo 2 moradias. No lote <strong>de</strong> 1.000m², po<strong>de</strong>m serconstruí<strong>da</strong>s até 6 moradias.ZAR-2: também aqui, as construções po<strong>de</strong>m ter área = 1 vez a área do lote. Se este tiver 360 m², aedificação <strong>de</strong> 360 m² po<strong>de</strong>ria comportar até 8 moradias. Mas o predinho mais provável nesse lote é o <strong>de</strong>6 apartamentos.ZA: nesta zona, os prédios resi<strong>de</strong>nciais po<strong>de</strong>m ter área construí<strong>da</strong> <strong>de</strong> até 1,5 vez a área do lote – issoimplica em verticalização (ex. Coração Eucarístico).No lote <strong>de</strong> 400 m², a edificação <strong>de</strong> 600 m² po<strong>de</strong>ria ter até 10 apartamentos.Se o lote tiver área maior ou = 800 m², a edificação po<strong>de</strong> chegar a 2 vezes a área do lote, mas o n.ºpossível <strong>de</strong> moradias não sobe na mesma proporção. Assim, no lote <strong>de</strong> 800m², uma edificação <strong>de</strong> 1600m² po<strong>de</strong>ria ter no máximo 11 apartamentos.Zonas A<strong>de</strong>nsáveis:– ZAP – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial– ZCs – Zonas Centrais, correspon<strong>de</strong>ntes aos centros tradicionais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: o Hipercentro (ZHIP),a Área Central (ZCBH), o centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova (ZCVN) e o centro do Barreiro (ZCBA).ZAP: nesta zona, as edificações po<strong>de</strong>m ter área construí<strong>da</strong> <strong>de</strong> até 1,7 vez a área do lote (ex. PadreEustáquio). No lote <strong>de</strong> 400 m², em prédio <strong>de</strong> 680 m², po<strong>de</strong>riam ser construí<strong>da</strong>s até 16 apartamentos <strong>de</strong>aproxima<strong>da</strong>mente 40 m².ZHIP e ZCBH: nestas zonas centrais são permitidos os maiores índices <strong>de</strong> utilização dos terrenos: emambas, a área construí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s edificações po<strong>de</strong> chegar a 3 vezes a área do lote, havendo uma diferençaquanto ao número máximo <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais. Se o lote tiver 400 m², uma edificação <strong>de</strong> 1200 m²po<strong>de</strong>ria conter até 40 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s na ZHIP e até 20 na ZCBH. ZCVN e ZCBA: nestas zonas centrais os índices <strong>de</strong> utilização dos terrenos são relativamente menores:em ambas, a área construí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s edificações po<strong>de</strong> chegar a 2 vezes a área do lote. Se este tiver 400m², uma edificação <strong>de</strong> 800 m² po<strong>de</strong>ria conter até 16 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Obs.: em to<strong>da</strong>s as zonas a<strong>de</strong>nsáveis, a área construí<strong>da</strong> máxima acima cita<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ter um acréscimo <strong>de</strong>20%, mediante utilização <strong>da</strong> Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir.Zonas Especiais:ZEIS-1 – Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 1: vilas e favelas on<strong>de</strong> há interesse público em promover aregularização urbanística e fundiáriaZEIS-2 – Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 2: áreas sub ou não utiliza<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> há interesse <strong>de</strong>implantar programas habitacionais <strong>de</strong> interesse socialZEIS-3 – Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 3: conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social implantados<strong>de</strong> forma precária pelo ExecutivoZE – Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos.A ocupação do solo nessas zonas está sujeita a legislações específicas.


196 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisII– Distribuição <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosAs áreas urbanas ten<strong>de</strong>m a se diversificar, com a instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para atendimento àsnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população. Quanto maior o número <strong>de</strong> pessoas vivendo no mesmo espaço,maiores são as chances <strong>de</strong> surgimento <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong> comércio e serviços que ten<strong>de</strong>m àconcentração e à conformação <strong>de</strong> centros urbanos – lugares <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> compra, <strong>de</strong> lazer e pontos <strong>de</strong>referência para o encontro <strong>da</strong> população.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, verifica-se gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na área central, observando-se, ain<strong>da</strong>,centros <strong>de</strong> comércio e serviços <strong>de</strong> menor escala em diversos locais do município. Quanto maiores e maisdiversificados esses centros, menor é a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong> população para a área central.O Plano Diretor inclui entre seus objetivos a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas, <strong>de</strong> modo a aproximarmoradia e trabalho, reduzir a <strong>de</strong>pendência e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento para a área central. Nessesentido, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (Lei 7166/96) procura ampliar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com controle dos seus possíveis conflitos com o uso resi<strong>de</strong>ncial.Com o objetivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento e a<strong>de</strong>quação dos diversos usos, a Lei 7166/96 classifica as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconômicas em três grupos, conforme a área ocupa<strong>da</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o tipo <strong>de</strong> impacto que po<strong>de</strong> causar aoambiente. O licenciamento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s está vinculado ao grupo a que pertence, à função e à largura <strong>da</strong>via on<strong>de</strong> se localiza.Assim, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto não po<strong>de</strong>m ser instala<strong>da</strong>s em vias locais; ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possamprovocar um incômodo médio, como bar, restaurante, oficina mecânica, por exemplo, po<strong>de</strong>m localizar-se emqualquer local, exceto vias com menos <strong>de</strong> 10 m <strong>de</strong> largura, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não causem ruído, poluição do ar eoutros tipos <strong>de</strong> transtorno para a vizinhança.Algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior porte ou incomodi<strong>da</strong><strong>de</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como empreendimentos <strong>de</strong> impactoe, por isso, têm seu licenciamento condicionado à análise <strong>de</strong> Estudo <strong>de</strong> Impacto Ambiental (EIA) peloConselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM).QUESTÕESO que você pensa sobre a forma como as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços estão distribuí<strong>da</strong>s naregião? On<strong>de</strong> essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão concentra<strong>da</strong>s?O que você pensa dos centros <strong>de</strong> comércio e serviços na região? Eles são áreas atraentes eagradáveis? São lugares <strong>de</strong> fácil acesso? Por quê?Você percebe alguma mu<strong>da</strong>nça ocorri<strong>da</strong> ultimamente na localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio eserviços na região? O que você pensa sobre isso?Você acha que a região tem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que trazem gran<strong>de</strong> incômodo para a população? On<strong>de</strong>? Por queisso estaria acontecendo?Na sua opinião, a legislação atual é capaz <strong>de</strong> controlar os incômodos provocados pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s?As irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s encontra<strong>da</strong>s na região são realmente fator <strong>de</strong>terminante na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>quem ali resi<strong>de</strong> e/ou transita?Você acha que a região contém ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s suficientes para empregar sua população?III - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteO sistema viário e o transporte po<strong>de</strong>m ser entendidos como gran<strong>de</strong>s articuladores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, viabilizando amobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas: interligando as áreas <strong>de</strong> moradia, <strong>de</strong>terminando as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e condições <strong>de</strong>acesso aos locais <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> compras e aos equipamentos <strong>de</strong> interesse coletivo como universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,centros esportivos e culturais, serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, parques etc.Por sua importância na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o sistema viário e <strong>de</strong> trânsito e o transporte coletivo são elementosessenciais <strong>da</strong> economia urbana, influenciando <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva na instalação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e na formaçãoe consoli<strong>da</strong>ção dos centros comerciais. Muitas vezes a implantação <strong>de</strong> vias estruturantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (comouma via expressa) po<strong>de</strong> produzir prejuízos à região: <strong>de</strong>sarticulando os espaços regionais, criando barreirasque dificultam ou impe<strong>de</strong>m as ligações entre os bairros, <strong>de</strong>struindo espaços <strong>de</strong> encontro, ou ain<strong>da</strong>dificultando a sua articulação com as regiões vizinhas e/ou com o resto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Entre as diretrizes para a política <strong>de</strong> transporte, cabe salientar a que prevê a integração dos modosprincipais (metrô, ônibus, automóvel) com outras formas alternativas como a população se <strong>de</strong>sloca(microônibus, bicicleta e a pé).O BHBUS propõe um conjunto <strong>de</strong> linhas bairro a bairro <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a ampliar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s pessoas e um conjunto <strong>de</strong> estações localiza<strong>da</strong>s nas regiões para estimular o surgimento<strong>de</strong> novos centros regionais.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 197QUESTÕESConsi<strong>de</strong>rando a localização <strong>da</strong> região na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, as principais vias <strong>de</strong> acesso à região, as áreas e bairrosque a integram e as vias que fazem ligações internas,Como a sua região está liga<strong>da</strong> à estrutura viária <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>? É um acesso fácil ou tem gran<strong>de</strong>sbarreiras?Como você avalia o sistema viário <strong>da</strong> sua região? As vias <strong>de</strong> articulação interna têm condições ecapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para realizar as ligações entre os bairros e facilitar o acesso a equipamentos importantes(escolas, hospitais, parques etc.)? Você i<strong>de</strong>ntifica algum ponto ou trecho <strong>de</strong> estrangulamento dosistema viário? Qual (is)?Como você avalia as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s pessoas (pe<strong>de</strong>stres, ciclistas, usuários <strong>de</strong>coletivos, motoristas) na região e com o resto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>? Existe alguma barreira que dificulte essamobili<strong>da</strong><strong>de</strong>?Como você avalia a oferta e as condições do transporte coletivo na região?IV–Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é lugar do encontro, <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>s trocas, <strong>da</strong> memória, referência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>,pertencimento e afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, valores que são forjados nas práticas cotidianas dos ci<strong>da</strong>dãos no espaçourbano. A memória é representa<strong>da</strong> pelas edificações, mas, sobretudo, pela história <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e pelomovimento urbano que ela carrega, conformando as ruas, os cruzamentos, os lugares e os trajetos repletos<strong>de</strong> imagens, vivências e símbolos.A disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços públicos acolhedores, acessíveis e em condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> uso é fatoressencial <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana, tendo em vista a sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento humano.Alguns espaços, edificações e monumentos ganham importância especial como bens significativos <strong>da</strong>i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> memória e <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo do interesse público a sua preservação e valorização.Diversas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas, tais como ambulantes, camelôs, feirantes, lavadores <strong>de</strong> carro, bancas <strong>de</strong>jornal e revista, são exerci<strong>da</strong>s em espaços públicos como passeios e praças. Essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s estãotambém sujeitas ao processo <strong>de</strong> licenciamento e fiscalização, cabendo <strong>de</strong>stacar que, nestes casos, aautorização para a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> licitação para uso do espaço público. Na medi<strong>da</strong> em que oproblema social se agrava e a economia informal passa a ser uma válvula <strong>de</strong> escape <strong>da</strong> imensa populaçãomarginaliza<strong>da</strong> por políticas ca<strong>da</strong> vez mais exclu<strong>de</strong>ntes, o aumento <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no espaço público temsuscitado freqüentes <strong>de</strong>bates e conflitos. As soluções a serem adota<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong> ousadia e criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>,exigem um intenso processo <strong>de</strong> negociação com todos os setores envolvidos.A questão <strong>da</strong> poluição visual provoca<strong>da</strong> pelo crescente número <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> tem <strong>de</strong>spertadocalorosas discussões. São faixas, pinturas em facha<strong>da</strong>s, outdoors, painéis luminosos etc. ca<strong>da</strong> vez maiorese mais vistosos que, mesmo instalados fora do espaço público, são <strong>de</strong>le visíveis e impactam diretamente apaisagem urbana.Além <strong>de</strong>sses, a pichação <strong>de</strong> facha<strong>da</strong>s e monumentos também consiste num gran<strong>de</strong> problema a serenfrentado pela administração pública.O instrumento legal que trata <strong>da</strong> regulamentação <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s é o Código <strong>de</strong> Posturas.O Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> possui mais <strong>de</strong> 300 dispositivos legais – entre leis, <strong>de</strong>cretos e portarias – queabor<strong>da</strong>m matérias referentes a posturas, mas não existe ain<strong>da</strong> a consoli<strong>da</strong>ção dos mesmos na forma <strong>de</strong> umCódigo, embora já tenha havido algumas tentativas nesse sentido. A falta <strong>de</strong>ssa consoli<strong>da</strong>ção faz com queocorram, por um lado, algumas contradições e, por outro, algumas omissões. Além disso, dificulta aorientação <strong>da</strong> população e <strong>da</strong> ação fiscalizatória <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>. Atualmente está em discussão, na Câmara<strong>Municipal</strong>, um novo projeto do Código <strong>de</strong> Posturas.QUESTÕESA ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ter espaços públicos que possibilitem o encontro <strong>da</strong>s pessoas. Avalie a região sob esseaspecto.I<strong>de</strong>ntifique os espaços públicos <strong>de</strong> especial importância na região.que você pensa sobre as condições <strong>de</strong> acesso a esses espaços? Os espaços públicos na região estãoconservados e tratados <strong>de</strong> modo a facilitar a permanência e convivência <strong>da</strong>s pessoas? Por quê?Como você avalia as áreas <strong>de</strong> lazer existentes na região?Ao longo do processo <strong>de</strong> formação <strong>da</strong>s regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, alguns espaços ganham <strong>de</strong>staque e se tornamreferências importantes, com as quais as populações i<strong>de</strong>ntificam sua vivência naquelas partes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


198 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisNa sua opinião, quais são os principais espaços <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>sta região? Que significado essesespaços têm para a população? Eles são tratados <strong>de</strong> forma a reforçá-los como referências para apopulação?V– Condições AmbientaisA legislação urbanística (O Plano Diretor e a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>) em conjunto com a legislação ambiental existente, tem como preocupação fun<strong>da</strong>mental amelhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do meio ambiente, na medi<strong>da</strong> em que estabelecem políticas, diretrizes e normas parao <strong>de</strong>senvolvimento urbano.A Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong>fine, entre outras, as Zonas <strong>de</strong> Preservação Ambiental –ZPAMs e as Zonas <strong>de</strong> Proteção – ZPs, áreas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s significativas para a proteção e recuperação dosecossistemas. Uma <strong>da</strong>s áreas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s ZPAM é a mata <strong>da</strong> Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica – PUC.Além dos espaços com vegetação natural, são também consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s os parques, as praças,os jardins em frente às edificações, os quintais <strong>da</strong>s residências e a arborização <strong>da</strong>s ruas, que contribuemsignificativamente para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área urbana.Com relação aos córregos do município, po<strong>de</strong>-se dizer, que todos eles, canalizados ou não, encontram-sepoluídos por lançamentos <strong>de</strong> esgotos e lixo. Existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ligações clan<strong>de</strong>stinas elançamentos in<strong>de</strong>vidos <strong>de</strong> esgoto na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem, tanto efetua<strong>da</strong>s pela população quanto pela própriaCOPASA.Cerca <strong>de</strong> 99% dos habitantes <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> têm acesso ao sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água eaproxima<strong>da</strong>mente 85% são atendidos por coleta <strong>de</strong> esgotos. Ain<strong>da</strong> assim, não se po<strong>de</strong> dizer que a situaçãoseja satisfatória, uma vez que uma parcela <strong>da</strong> população não recebe água trata<strong>da</strong> e mais <strong>de</strong> 300.000pessoas não têm seus esgotos coletados. Esta reali<strong>da</strong><strong>de</strong> torna-se mais crítica na região <strong>da</strong>s vilas e favelas,<strong>de</strong>vido à inexistência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora e <strong>de</strong> interceptores <strong>de</strong> esgotos.O serviço <strong>de</strong> limpeza urbana aten<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 91% <strong>da</strong> população do município. A parcela não atendi<strong>da</strong>resi<strong>de</strong> principalmente em áreas <strong>de</strong> risco e/ou terrenos muito aci<strong>de</strong>ntados, ou locais on<strong>de</strong> a falta <strong>de</strong> acessodificulta a prestação dos serviços. A maior parte dos resíduos sólidos coletados em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> são<strong>de</strong>stinados ao aterro sanitário <strong>da</strong> BR-040, localizado na região Noroeste.Com relação às áreas <strong>de</strong> risco, tanto do ponto <strong>de</strong> vista do risco geológico quanto o relativo a áreasalagáveis, o Programa Estrutural em Áreas <strong>de</strong> Risco foi criado com o objetivo <strong>de</strong> diagnosticar, prevenir,controlar e minimizar estas situações <strong>de</strong> risco, estruturando e recuperando estas áreas, no âmbito <strong>de</strong>atuação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>.QUESTÕESO que você acha <strong>da</strong>s condições ambientais <strong>da</strong>s diversas áreas <strong>da</strong> região?Quais os maiores problemas ambientais na região? On<strong>de</strong> eles se localizam?Quais os avanços e conquistas na melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais? On<strong>de</strong> eles ocorrem?Que ações o po<strong>de</strong>r público e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> vêm implementando no sentido <strong>de</strong> conseguir melhorias nascondições ambientais <strong>da</strong> região?Qual a situação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas na região?Qual a situação dos córregos, em geral, que se localizam na região?Como você avalia a situação <strong>da</strong> limpeza urbana na região?Qual a situação mais crítica com relação às áreas <strong>de</strong> risco <strong>da</strong> sua região? O que está sendo feito paramelhorar essa situação?INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESCom uma área <strong>de</strong> 335 Km², <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> está inseri<strong>da</strong> na bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas, que se subdivi<strong>de</strong>nas bacias dos ribeirões do Onça e do Arru<strong>da</strong>s, que nascem em Contagem e correm no sentidosudoeste-nor<strong>de</strong>ste, drenando as águas <strong>de</strong> chuva que caem em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.A primeira estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos, a ETE Arru<strong>da</strong>s, que entrou em funcionamento em outubro<strong>de</strong> 2001, remove parcialmente a carga poluidora dos esgotos que chegam até a estação, através <strong>de</strong>tratamento primário.A prefeitura vem <strong>de</strong>senvolvendo o Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem, que efetuou um diagnóstico do sistemaexistente e implementará o monitoramento do mesmo. Outro programa em curso é o DRENURBS –Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos 135 Km <strong>de</strong> cursos d’água, abrangendo 73


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 199córregos em leito natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Antes do aterro sanitário, o lixo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> era <strong>de</strong>positado a céu aberto no lixão do Morro <strong>da</strong>s Pedras,local conhecido como “Boca do Lixo”, on<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 300 pessoas moravam e sobreviviam <strong>da</strong> catação <strong>de</strong><strong>de</strong>tritos em condições subumanas. Com o aterro sanitário <strong>da</strong> BR-040, <strong>da</strong>s 4.550 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> resíduoscoleta<strong>da</strong>s diariamente no município, cerca <strong>de</strong> 390 tonela<strong>da</strong>s são direciona<strong>da</strong>s para a reciclagem, <strong>da</strong>squais:– 20 t/dia <strong>de</strong> papel, metal, vidro e plástico são provenientes <strong>da</strong> coleta seletiva e <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s àAssociação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE) e à SantaCasa;– 365 t/dia <strong>de</strong> entulho são recicla<strong>da</strong>s pela PBH e utiliza<strong>da</strong>s principalmente nas obras públicas <strong>de</strong>preparação <strong>de</strong> vias para pavimentação, e– 5 t/dia <strong>de</strong> resíduos são transformados em composto orgânico para uso em jardins, hortasescolares e revegetação <strong>de</strong> áreas urbanas.A PBH, através <strong>da</strong> SMMA, tem <strong>de</strong>senvolvido programas públicos e parcerias voltados para melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, mobilizando a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a participar dos projetos. Destaca-se o “BH-Ver<strong>de</strong>”,“Adote o Ver<strong>de</strong>” e o “Centro <strong>de</strong> Convivência Ecológica – CEVAE”.O volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> conflitos gerados pela falta <strong>de</strong> compatibilização <strong>da</strong>s espéciesarbóreas com as características <strong>da</strong>s ruas e edificações representa cerca <strong>de</strong> 60% <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> recebi<strong>da</strong>nas regionais.Em 1994, a partir <strong>da</strong> criação do Programa Estrutural em Áreas <strong>de</strong> Risco, foi realizado um diagnóstico,i<strong>de</strong>ntificando e <strong>de</strong>finindo as áreas <strong>de</strong> risco e o nível <strong>de</strong> suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (iminente, alto, médio, baixo). Noentanto, constatou-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> um Plano Global com estudos e diretrizes <strong>de</strong>intervenções específicas para ca<strong>da</strong> vila e favela, consi<strong>de</strong>rando três níveis <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem: físicoambiental,jurídico-legal e sócio-organizativo.


200 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais3.3.2 - Pré-Conferência Regional do BarreiroA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO DO BARREIROOcupação do Solo e ZoneamentoTabela 13 - Área <strong>de</strong> lotes na região do Barreiro – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 23.119.641 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 8.489.891 36,7Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 14 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região do Barreiro – 1996 e 2000TIPO DE UNIDADEN.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 30.304 32.669 2.365 7,8Não resi<strong>de</strong>ncial 3.939 4.422 483 12,3Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 15 - População resi<strong>de</strong>nte na região do Barreiro, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Bairro <strong>da</strong>s Indústrias 12.757 10.805 -1.952 -1,83Barreiro <strong>de</strong> Baixo 39.463 40.918 1.455 0,40Barreiro <strong>de</strong> Cima 44.229 55.203 10.974 2,49Barreiro Sul 1.322 2.750 1.428 8,48Cardoso 27.282 32.687 5.405 2,03Jatobá 49.808 65.212 15.404 3,04Lindéia 45.082 50.631 5.549 1,30Olhos d’Água 1.129 5.638 4.509 19,56Total Barreiro 221.072 263.844 42.772 1,98Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIONAL BARREIROO território <strong>da</strong> regional Barreiro apresenta um zoneamento em que predominam as zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamentoRestrito 2 (ZAR-2) e <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP), observando-se ain<strong>da</strong> uma gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>ZPAM, ao sul <strong>da</strong> região.Destacam-se na região uma Zona Central, a ZCBA, correspon<strong>de</strong>nte ao centro do Barreiro <strong>de</strong> Baixo, e trêsgran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> uso industrial - a Mannesmann, o DI do Jatobá e uma área no Pilar/Olhos d’Água, to<strong>da</strong>sna categoria Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos (ZE).O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região do Barreiro, apontando o zoneamento predominantenos bairros <strong>da</strong> região.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 201Quadro 09 - Zoneamento <strong>da</strong> região do BarreiroZONABAIRROS / ÁREASZCBAZAPZAR-2ZP-1ZPAMZEZEIS-1ZEIS-2ZEIS-3Centro do BarreiroDurval <strong>de</strong> Barros, Regina, Lindéia, Washington Pires, Tirol, CH Átila <strong>de</strong> Paiva, Santa Margari<strong>da</strong>,Barreiro <strong>de</strong> Baixo (trechos), Maldonado, Santa Helena (parte), Santa Cruz, Cardoso,Milionários, Araguaia, Flávio Marques Lisboa, Urucuia, Getúlio VargasBairro <strong>da</strong>s Indústrias, Barreiro <strong>de</strong> Cima (parte), Santa Helena (parte), Teixeira Dias, Diamante,Olaria, Jatobá (trechos), Vale do Jatobá, CH Vale do Jatobá, In<strong>de</strong>pendência, Santa Cecília,Pilar/Olhos d’ÁguaPongelupe (parte) e diversas áreas não ocupa<strong>da</strong>sPongelupe (parte) e diversas áreas, havendo uma concentração ao sul <strong>da</strong> região, em áreapertencente ao Parque do Rola-MoçaMannesmann, ZE Pilar, trechos do DI do Jatobá e estações do BHBUS – Barreiro e DiamenteVilas Alta Tensão, Alta Tensão I, Antenas, Átila <strong>de</strong> Paiva, Berna<strong>de</strong>te, Cemig, Copasa,Corumbiara, In<strong>de</strong>pendência I, II, III e IV, Marieta I e II, Piratininga, Tirol, Vila Formosa, Vila Novados Milionários, Vila PinhoTrês áreasConjuntos Bonsucesso, Esperança, Jatobá I, II, III e IVADES NA REGIÃO DO BARREIRONo Barreiro, diversas áreas estão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental.Questão HabitacionalA questão habitacional no Barreiro tem características comuns às ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s brasileiras, ou seja, a ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>e a integração incompleta com o tecido urbano. Encontra-se uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> morar <strong>de</strong>s<strong>de</strong>moradias <strong>de</strong> padrão médio até favelas e loteamentos clan<strong>de</strong>stinos.Para as famílias pobres a localização urbana e a própria residência é investimento e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>negócio como aluguéis e comércio. O loteamento clan<strong>de</strong>stino tem sido a principal alternativa <strong>de</strong>assentamento popular e também um gran<strong>de</strong> negócio imobiliário que se aproveitou <strong>da</strong> valorização <strong>da</strong> terra edos benefícios <strong>da</strong> ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>.O mercado <strong>de</strong> lotes e construções irregulares po<strong>de</strong> produzir uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com menores custos, pois reduz ogasto com obras <strong>de</strong> infra estrutura e não cumpre as exigências <strong>da</strong> Lei. O resultado <strong>de</strong>sta situação é umagran<strong>de</strong> carência <strong>de</strong> serviços básicos, equipamentos e muitas vezes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.Alguns locais <strong>da</strong> região estão em acelerado processo <strong>de</strong> ocupação através <strong>de</strong> assentamentos precários,como Bonsucesso, Olhos D’água, Cardoso e Tirol, acarretando um crescimento sem infra estrutura, comriscos e insegurança para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s na região têm sido utiliza<strong>da</strong>s para a implantação <strong>de</strong> conjuntos habitacionais<strong>de</strong>stinados à população carente, sem no entanto preparar o território para abrigar as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s por serviçose ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s resultantes do acréscimo populacional.Localização <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosAs ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio, serviços e entretenimento estão distribuí<strong>da</strong>s em Centros Urbanos localizadosnos principais eixos viários, a saber, hipercentro Barreiro, Jatobá, Vila Pinho, Vale do Jatobá, Barreiro <strong>de</strong>Cima (praça <strong>da</strong> Febem), Lindéia e Bairro <strong>da</strong>s Industrias. Estes centros têm o importante papel <strong>de</strong> promovero atendimento às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s locais, criando uma integração social com a oferta <strong>de</strong> serviços básicos, bemcomo a geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>.Alguns centros mais consoli<strong>da</strong>dos têm seu papel <strong>de</strong> pólo atrator <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s expandido a to<strong>da</strong> a região,com oferta <strong>de</strong> serviços e comércio mais qualificados e a realização <strong>de</strong> eventos e festas tradicionais.O centro do Barreiro passa atualmente por um processo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> implantação do


202 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisProjeto Pólo Vaz <strong>de</strong> Melo que conta com a instalação <strong>da</strong> Estação BHBUS, obras <strong>de</strong> melhoria e interligaçãoviária, tratamento dos espaços públicos e a construção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s equipamentos culturais, <strong>de</strong> lazer eserviços como o restaurante popular, se<strong>de</strong> do INSS, e campus <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> PUC. Com o objetivo <strong>de</strong>construir a Estação <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> transporte rodoviário urbano foi instituí<strong>da</strong> a Operação Urbana BHBUSe <strong>de</strong>senvolvido o Projeto <strong>de</strong> Requalificação Urbana do hipercentro.Os centros localizados nos limites <strong>da</strong> região aten<strong>de</strong>m as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, como também <strong>de</strong> bairrospertencentes a outros municípios. Sua localização acarreta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no controle urbano, pela diferença<strong>de</strong> legislações e administrações dos municípios envolvidos.O crescimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> economia informal motivado pela crise econômicaacarreta interferências no uso dos logradouros públicos e conflitos com as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s formais.A instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sem consi<strong>de</strong>rar as exigências <strong>da</strong> legislação urbanística muitas vezes impossibilitaa regularização <strong>de</strong>sses usos.O Barreiro se consolidou como a região industrial <strong>de</strong> BH com a implantação do Distrito Industrial Jatobá e aimplantação <strong>da</strong> Mannesmann. A região do Pilar e Olhos d’Água tem se transformado em mais uma área <strong>de</strong>concentração <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com a substituição <strong>da</strong>s antigas residências por instalações industriais.Estes bairros estão situados entre a BR, o Anel Rodoviário e a área <strong>de</strong> preservação ambiental adjacente,<strong>de</strong>monstrando um isolamento viário e com características físicas que apresentam restrições à regularizaçãoMobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteEm virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua posição no Aglomerado Metropolitano e <strong>de</strong> suas relações históricas com a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>Industrial, o sistema viário principal que articula a região do Barreiro é constituído, basicamente, por vias <strong>de</strong>ligação <strong>de</strong> áreas diversas do Aglomerado Metropolitano com <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>:– eixo formado pela Av. Olinto Meireles/ Av. Tito Fulgêncio liga o Barreiro <strong>de</strong> Cima ao Barreiro <strong>de</strong> Baixo,chegando até a Via dos Minérios, também articulando a Mannesmann com a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial, oMunicípio <strong>de</strong> Contagem e o vetor noroeste do Aglomerado;– eixo Av. Afonso Vaz <strong>de</strong> Melo/ Av. Nélio Cerqueira/ Av. Júlio Mesquita realiza a articulação do município<strong>de</strong> Ibirité com <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, passando pelo centro do Barreiro;– a Via dos Minérios faz a ligação <strong>da</strong> região do Barreiro com a região Oeste, passando pela Rua ÚrsulaPaulino na Betânia, e com a região Sul, passando pelo Anel Rodoviário e pela BR-040.Ain<strong>da</strong> merece <strong>de</strong>staque a Av. Senador Levindo Coelho, que articula todos os bairros situados no Vale doJatobá.Entre as propostas <strong>de</strong> sistema viário, <strong>de</strong>staca-se o prolongamento <strong>da</strong> Av. Teresa Cristina.Uma estação do BHBUS encontra-se em implantação junto ao centro do Barreiro, prevista como estação <strong>de</strong>integração com o metrô proposto.Espaços Públicos e Patrimônio CulturalGran<strong>de</strong>s áreas públicas foram reserva<strong>da</strong>s durante o parcelamento do solo do Barreiro em cumprimento àexigência legal <strong>de</strong> dotar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços para abrigar serviços públicos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comunitárias, comoescolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, praças, parques etc.Equipamentos como o Parque <strong>da</strong>s Águas, Parque Ecológico <strong>da</strong> Vila Pinho, escolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,URPV para a coleta <strong>de</strong> entulhos, Praças, entre outros, são exemplos <strong>da</strong> implantação correta <strong>de</strong>sses usosem áreas <strong>de</strong> convívio coletivo proporcionando o equilíbrio necessário à vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.As vias públicas além <strong>da</strong>s funções <strong>de</strong> transporte e infra estrutura se constituem em espaços com umagran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos, como eventos, instalação <strong>de</strong> mobiliário urbano, serviços <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> pública,economia informal.Fazendo parte <strong>da</strong> história <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, o patrimônio cultural do Barreiro é formado, em gran<strong>de</strong> parte,por suas áreas públicas e pelo sítio natural em que está inserido compreen<strong>de</strong>ndo a serra do Curral e serrado Rola-Moça, lembrando ain<strong>da</strong> os pontos <strong>de</strong> referência e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> local como a Praça do Cristo eaveni<strong>da</strong>s principais.A falta <strong>de</strong> consciência <strong>da</strong> população e dos usuários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre seus espaços e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> coletivas setraduz numa <strong>de</strong>svalorização do patrimônio <strong>de</strong> todos. Historicamente os espaços públicos têm sido alvos <strong>de</strong><strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo e, no Barreiro, isto se evi<strong>de</strong>ncia nas várias áreas invadi<strong>da</strong>s, nasinstalações <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, na <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção dos equipamentos e mobiliário (lixeiras, bancos,pontos <strong>de</strong> ônibus etc.), na ação dos pixadores, entre outros.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 203Condições AmbientaisCom o <strong>de</strong>stino nobre <strong>de</strong> ser a “Caixa d’Água” <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a região do Barreiro se <strong>de</strong>senvolveu em meio agran<strong>de</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s corta<strong>da</strong>s por córregos e tendo como cenário a serra do Curral e serra do Rola-Moça.A região tem sido <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong> com aterros e bota foras irregulares, <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> lixo clan<strong>de</strong>stinos, invasão <strong>de</strong>áreas públicas e <strong>de</strong> preservação ambiental, assoreamento e poluição <strong>da</strong>s nascentes e cursos d’água,<strong>de</strong>smatamentos, ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, poluição industrial e o <strong>de</strong>scuido com o patrimônio comum.A 2ª maior região <strong>de</strong> BH, com 80 vilas e bairros, gran<strong>de</strong> nº <strong>de</strong> industrias instala<strong>da</strong>s e aproxima<strong>da</strong>mente 260mil moradores, traz o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> preservar suas nascentes ain<strong>da</strong> cristalinas que aju<strong>da</strong>m a formar o rioArru<strong>da</strong>s. Os córregos Jatobá e Barreiro aqui nascem e irão formar o principal ribeirão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Arru<strong>da</strong>s.No entanto, as nascentes sofrem e as águas já não fluem limpas e livres, o ver<strong>de</strong> <strong>da</strong> vegetação fica ca<strong>da</strong>vez mais raro e por outro, a região sofre com a falta <strong>de</strong> equipamentos e estruturas que a fariam maisagradável. O alto índice <strong>de</strong> urbanização, a ocupação irregular nas encostas e às margens <strong>de</strong> cursos d’águaé incompatível com a preservação ambiental e traz sérios problemas à saú<strong>de</strong> dos moradores.Comprometem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, o sistema <strong>de</strong> cheias e vazão, provocam assoreamento <strong>da</strong>s nascentese aumentam a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> doenças.O córrego do Barreiro nasce no Parque <strong>da</strong>s Águas, que já foi a casa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso do Prefeito e atravessouuma forte <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção nos últimos anos. Este parque <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2001 tem sido recuperado através<strong>de</strong> obras <strong>de</strong> drenagem, esgotamento sanitário e revegetação <strong>da</strong>s encostas para evitar erosões eassoreamento <strong>de</strong> nascentes.A nascente que dá origem ao córrego Jatobá está em rápido processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção com a ocupaçãoirregular, o <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> lixo, entulho, esgoto e movimentos <strong>de</strong> terra ina<strong>de</strong>quados.Com a complementação <strong>de</strong> obras e implantação <strong>de</strong> equipamentos os Parque <strong>da</strong>s Águas e ParqueEcológico <strong>da</strong> Vila Pinho serão transformados em espaços <strong>de</strong> lazer, cultura e turismo, bem como aten<strong>de</strong>rãoaos objetivos <strong>de</strong> preservação ambiental.Com dois parques implantados, 14 córregos, uma área repleta <strong>de</strong> olhos d’água, matas ciliares, gran<strong>de</strong>sáreas vegeta<strong>da</strong>s, um rico patrimônio ambiental e quase 50% <strong>de</strong> seu território reservado para preservaçãoambiental, o Barreiro <strong>de</strong>sempenha um importante papel no equilíbrio ambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e um potencialpara o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo ecológico.Nos últimos anos a preferência tem sido por escon<strong>de</strong>r os rios em canais <strong>de</strong> concreto para evitar mau cheiroe criar aveni<strong>da</strong>s sanitárias, o que tem agravado os problemas ambientais. A recuperação <strong>da</strong>s várzeaspreserva o ecossistema natural, contém os problemas <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ção e ain<strong>da</strong> proporciona espaços <strong>de</strong> lazer erecreação para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.È imprescindível reconciliar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas com as leis naturais com uma responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>compartilha<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> todos serão beneficiados.


204 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisFigura 02 - Pré-Conferência Regional do Barreiro – Distribuição dos participantes por UP%Bairro <strong>da</strong>s IndústriasLindéiaBarreiro <strong>de</strong> BaixoBarreiro <strong>de</strong> CimaCardosoOlhos D'ÁguaJatobáBarreiro-SulRegião do BarreiroUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)40,0%35,0%36,3%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)30,0%% sobre o toral <strong>de</strong> participantes25,0%20,0%15,0%19,1%18,5%10,0%8,3% 8,3% 8,3%5,0%1,3%0,0%Barreiro <strong>de</strong> Cima Jatobá Cardoso Barreiro <strong>de</strong> Baixo Bairro <strong>da</strong>s Indústrias Lindéia Barreiro SulNome <strong>da</strong> UP


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 205B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesO Barreiro possui uma gran<strong>de</strong> bacia hidrográfica com extensas áreas ver<strong>de</strong>s e significativa ocorrência <strong>de</strong>nascentes e mananciais. Devido à presença <strong>da</strong>s serras do Curral e Rola-Moça, contém gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong>preservação ambiental, o que contribui positivamente para a paisagem urbana e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.Destaca-se como uma região economicamente forte, possuindo o maior parque industrial e a maior fonte <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> do município. Devido à presença <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, sobressaindo-se a Mannesmann, constituisignificativo pólo gerador <strong>de</strong> empregos. Sua localização estratégica, lin<strong>de</strong>ira ao Anel Rodoviário, contribuipara o fortalecimento do papel econômico <strong>da</strong> região no município.No entanto, mesmo sendo importante centro <strong>de</strong> absorção <strong>da</strong> mão <strong>de</strong> obra local, não oferece oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> emprego suficientes para os moradores <strong>da</strong> região; essa situação é agrava<strong>da</strong> pelo fechamento <strong>de</strong>algumas indústrias.O Barreiro possui amplo centro comercial e <strong>de</strong> serviços, dinâmico e diversificado, que lhe confere relativain<strong>de</strong>pendência do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s se distribuem também ao longo <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong>acesso e em centros locais; por não se esten<strong>de</strong>rem para o interior dos bairros, contribuem para que essessejam preservados <strong>da</strong> poluição sonora e visual. A retira<strong>da</strong> dos camelôs do centro principal possibilitou amelhoria <strong>da</strong> circulação dos pe<strong>de</strong>stres. Os centros dos bairros Tirol, Jatobá, In<strong>de</strong>pendência e Cardoso sãobastante diversificados, mas <strong>de</strong>sorganizados e com muita poluição. Em outras áreas, como vilas CEMIG ePinho e conjunto Esperança, o comércio é <strong>de</strong>ficiente.Estão presentes no Barreiro equipamentos <strong>de</strong> referência municipal – o Hospital Júlia Kubitschek e a EscolaSindical – mas faltam serviços importantes, como cartórios, equipamentos culturais e <strong>de</strong> lazer, como teatro,cinema, centro esportivo. A re<strong>de</strong> bancária é insuficiente e está instala<strong>da</strong> apenas no centro principal.A estrutura viária é satisfatória, possibilitando relativa facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao centro do Barreiro e a outroscentros <strong>da</strong> região. Mas a articulação com outras áreas <strong>da</strong> região e do município e com o município <strong>de</strong>Contagem apresenta <strong>de</strong>ficiências.Com relação à sua ligação com o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e com outras regiões, os acessos principais pelasaveni<strong>da</strong>s Tito Fulgêncio, Tereza Cristina e Via do Minério mostram-se insuficientes, sendo necessária acontinuação <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina. Não há boa articulação entre o bairro Olhos d’Água e aregião Oeste.Os bairros <strong>da</strong>s Indústrias e Vila Mangueiras, fronteiriços ao município <strong>de</strong> Contagem, apresentam-seisolados.Internamente, há dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ligação dos bairros Olhos d’Água, Lindéia, Novo <strong>da</strong>s Indústrias e <strong>da</strong>sIndústrias com o restante <strong>da</strong> região, e entre bairros, como Lindéia, Bairro <strong>da</strong>s Indústrias, Vila Berna<strong>de</strong>te e osconjuntos Esperança e João Paulo II. A linha férrea configura-se como um divisor <strong>da</strong> região, faltando pontos<strong>de</strong> transposição que ofereçam segurança para veículos e pe<strong>de</strong>stres. Acrescente-se ain<strong>da</strong> a sobrecarga nasprincipais vias <strong>da</strong> região – aveni<strong>da</strong>s Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ibituruna, Sinfrônio Brochado, Olinto Meireles – e a falta <strong>de</strong>recapeamento <strong>da</strong>s vias públicas <strong>de</strong> modo geral. Como ponto positivo, <strong>de</strong>staca-se a construção do viadutoligando o bairro Santa Margari<strong>da</strong> ao centro do Barreiro.A região é bem atendi<strong>da</strong> por transporte coletivo, ressaltando-se as linhas convencionais que aten<strong>de</strong>mrazoavelmente à população, mas há <strong>de</strong>ficiências no transporte interno à região, especialmente nos bairrosCardoso, Lindéia e In<strong>de</strong>pendência.A implementação do BHBUS, com a construção <strong>da</strong>s estações Diamante e Barreiro e com a criação <strong>da</strong> linha<strong>de</strong> ônibus ligando a Estação Diamante à área hospitalar <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, é fator positivo na prestação do serviço<strong>de</strong> transporte coletivo. Há, porém, muita <strong>de</strong>mora na implantação do metrô para o Barreiro.Quanto à ocupação do solo, a região caracteriza-se pelo crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, pela presença <strong>de</strong>conjuntos habitacionais (Pongelupe, Teixeira Dias, Vila Pinho, João Paulo II etc.) e pelo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>áreas já ocupa<strong>da</strong>s com carência <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> uso coletivo e sem a a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> infra-estrutura (SantaRita, Vitória <strong>da</strong> Conquista, Vila Pinho, Vila CEMIG). Constatam-se ocupações ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s em: áreas <strong>de</strong>risco (Vila Mangueiras), áreas sob re<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta tensão, áreas <strong>de</strong> nascentes, áreas públicas (Praça <strong>de</strong>Esportes Petrópolis) e áreas comunitárias (conjunto Teixeira Dias, Vila Pinho e Vila CEMIG).A região necessita <strong>de</strong> maior controle <strong>da</strong> ocupação do solo, <strong>de</strong>vendo ser evitado o assentamentohabitacional sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> infra-estrutura e em áreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s. É necessário, ain<strong>da</strong>, assegurar apreservação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s existentes.Destaca-se na região a presença <strong>de</strong> parques <strong>de</strong> referência municipal e regional: Rola-Moça (patrimônioambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>), Parque <strong>da</strong>s Águas (espaço ecológico-social e <strong>de</strong> preservação ambiental) e ParqueEcológico <strong>da</strong> Vila Pinho. Faltam, contudo, espaços <strong>de</strong> lazer e cultura na região, particularmente nos bairrosTirol, In<strong>de</strong>pendência e <strong>da</strong>s Indústrias; os existentes têm manutenção precária.


206 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisÉ marcante o conflito entre o meio natural e a ocupação e uso do solo: <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s,<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e poluição dos córregos causa<strong>da</strong>s pelo lançamento <strong>de</strong> esgoto doméstico e industrial e <strong>de</strong> lixo,favorecendo o aparecimento <strong>de</strong> focos <strong>de</strong> doenças endêmicas. A ausência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem em quaseto<strong>da</strong> a região vem agravar ain<strong>da</strong> mais a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, especialmente em alguns pontos críticos,como no conjunto João Paulo, no bairro Lindéia, na Vila Pinho.Há, também, conflitos entre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e uso resi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>vido à poluição do ar, provoca<strong>da</strong>sobretudo pela Mannesmann. Acrescentam-se problemas como os altos índices <strong>de</strong> poluição sonora, nosbares e na Praça Cristo Re<strong>de</strong>ntor, e a presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais clan<strong>de</strong>stinas (por exemplo,<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> gás) que, sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> fiscalização, trazem perigo à vizinhança.A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>sses problemas e conflitos, o Barreiro, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua localização geográfica e <strong>da</strong>disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s espaços favoráveis à instalação <strong>de</strong> empresas – área do Distrito Industrial Jatobáe <strong>da</strong> Mannesmann –, constitui uma região privilegia<strong>da</strong> para receber investimentos. Some-se a isso o gran<strong>de</strong>potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do turismo ecológico graças aos recursos naturais <strong>de</strong> que dispõe.A existência do Plano Diretor e <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo é positiva. No casoespecífico <strong>da</strong> região, a legislação urbanística estabeleceu áreas classifica<strong>da</strong>s como Zona <strong>de</strong> PreservaçãoAmbiental (ZPAM) – serras do Rola-Moça e do Curral – e Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos (ZE) – estaçãodo BHBUS Barreiro. A legislação propicia a organização do uso do solo e maior controle <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Noentanto, a <strong>de</strong>ficiência em seu cumprimento acarreta irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s e, conseqüentemente, incômodos àpopulação.Quanto à gestão, <strong>de</strong>stacam-se alguns pontos:– a reforma administrativa foi positiva, assim como as políticas e programas implementados pelo Executivo<strong>Municipal</strong>: política habitacional e <strong>de</strong> limpeza urbana, revitalização <strong>da</strong>s escolas públicas, operação tapaburacoe melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviços na região. No entanto, notam-se falhas relativas àimplementação <strong>de</strong> políticas públicas, principalmente no que diz respeito à segurança (não há policiamentosuficiente), à integração entre elas e à estrutura <strong>de</strong> atendimento dos equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;– há um <strong>de</strong>scaso do po<strong>de</strong>r público com a preservação do meio ambiente – principalmente quanto aoparcelamento <strong>de</strong> áreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, à implementação e manutenção <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> lazer – e com adivulgação e realização <strong>de</strong> cursos e eventos.– falta ação <strong>de</strong> fiscalização mais efetiva <strong>da</strong> ocupação e uso do solo e <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> poluição;– não existe plano diretor regional, tampouco Plano Global Específico (PGE) para muitas <strong>da</strong>s vilas e favelas<strong>da</strong> região.Finalmente, percebe-se um <strong>de</strong>scaso com a história e a cultura do Barreiro. A região foi palco <strong>de</strong> importantesmovimentos sociais, a partir <strong>da</strong> mobilização e organização <strong>da</strong> população, que possibilitaram significativasconquistas para solução <strong>de</strong> problemas e atendimento <strong>de</strong> reivindicações. Faltam espaços para manifestação<strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong> arte dos moradores <strong>da</strong> região.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 207Mapa 02 - Pré-conferência regional do Barreiro – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2093.3.3 - Pré-Conferência Regional Centro-SulA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO CENTRO-SULOcupação do Solo e ZoneamentoA região <strong>de</strong>staca-se como espaço <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> parcela <strong>da</strong> população quecorrespon<strong>de</strong> às classes mais privilegia<strong>da</strong>s <strong>da</strong> estrutura social metropolitana. To<strong>da</strong>via, a região apresentaalto contraste social, abrigando gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vilas e favelas, <strong>de</strong>stacando-se os aglomerados <strong>da</strong> Serrae <strong>de</strong> Santa Lúcia. As tabelas abaixo contêm <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> ocupação dos terrenos <strong>da</strong> região, segundo asuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que se distingue seu espaço – Área Central (interna à Av. do Contorno) e a Zona Sul.Tabela 16 - Área <strong>de</strong> lotes na região Centro-Sul – 2000SUBREGIÃO DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área CentralZona SulÁrea total <strong>de</strong> lotes 4.580.687 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 185.031 4,0Área total <strong>de</strong> lotes 11.384.997 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 4.213.122 37,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 17 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Centro-Sul – 1996 e 2000ÁREA CENTRALZONA SULN.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/00 N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/001996 2000 N.º % 1996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 33.506 37.422 3.916 11,7 42.895 48.149 5.254 12,2Não resi<strong>de</strong>ncial 40.447 43.368 2.921 7,2 6.336 8.801 2.465 38,9Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 18 - População resi<strong>de</strong>nte na região Centro-Sul, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% ao ano)Anchieta Sion 41.187 42.932 1.745 0,46Barragem 13.352 14.878 1.526 1,21Barro Preto 7.410 7.082 -328 -0,50Belve<strong>de</strong>re 2.560 6.373 3.813 10,66Cafezal 30.837 32.122 1.285 0,45Centro 18.571 14.392 -4.179 -2,79Francisco Sales 10.565 8.384 -2.181 -2,54Mangabeiras 5.786 6.971 1.185 2,09Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais 18.522 17.417 -1.105 -0,68Santo Antônio 30.620 28.450 -2.170 -0,81Savassi 39.862 46.520 6.658 1,73São Bento/Santa Lúcia 9.548 13.188 3.640 3,65Serra 22.661 22.945 284 0,14Total Centro-Sul 251.481 261.654 10.173 0,44Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.


210 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIONAL CENTRO-SULO quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Centro-Sul, apontando o zoneamento predominantenos bairros <strong>da</strong> região.Quadro 10 - Zoneamento <strong>da</strong> região Centro-SulZONABAIRROS / ÁREASZHIPZCBHZAZAR-2ZAR-1ZP-3ZP-2ZP-1ZPAMZEIS-1ZEHipercentroÁrea Central (interior do perímetro <strong>da</strong> Av. do Contorno), exceto HipercentroSerra, São Lucas, Cruzeiro, Anchieta, Carmo, Sion, São Pedro, Santo Antônio, Coração <strong>de</strong>Jesus (parte), Vila Paris (parte)Luxemburgo (parte), Vila Paris (parte), Coração <strong>de</strong> Jesus (parte)Santa Lúcia, São Bento, Estoril, Luxemburgo (parte)Belve<strong>de</strong>re IIICi<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim, Mangabeiras, Belve<strong>de</strong>reDiversas áreas na encosta <strong>da</strong> serra do CurralParque <strong>da</strong>s Mangabeiras e diversas áreas na serra do CurralAglomerado <strong>da</strong> Serra (vilas Marçola, N. Sra. Apareci<strong>da</strong>/ Pau Comeu, N. Sra. <strong>da</strong> Conceição, N.Sr. <strong>de</strong> Fátima e Cafezal). Aglomerado Santa Lúcia (vilas Estrela, Santa Lúcia, Sta. Rita <strong>de</strong>Cássia/ Papagaio) e vilas Acaba Mundo, Ápia, Ban<strong>de</strong>irantes, Fumec, Mala e Cuia, São José(Morro do Querosene), Pindura Saia, Santa Isabel, Santa MariaEstação Belve<strong>de</strong>re do BHBUSADES NA REGIÃO CENTRO-SULA Lei N.º 7166/96 instituiu diversas Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais na região Centro-Sul:– ADE <strong>da</strong> Savassi, prevista como área a ser revitaliza<strong>da</strong>;– ADE Hospitalar, área que, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser objeto <strong>de</strong>medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a inibir a constante especialização, bem como <strong>de</strong> reestruturação do sistema viário,redução dos índices <strong>de</strong> poluição sonora e atmosférica, a<strong>da</strong>ptação dos espaços e equipamentospúblicos às condições <strong>de</strong> seus usuários, em especial os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência;– ADE Vale do Arru<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a projetos <strong>de</strong> reurbanização, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua localização estratégicae <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e subutilização. Essa ADE esten<strong>de</strong>-se ao longo do ribeirão, ocupando,na região Centro-Sul o trecho entre o ribeirão Arru<strong>da</strong>s e a linha férrea inserido no perímetro <strong>da</strong>Contorno;– ADE Resi<strong>de</strong>ncial Central, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a controle especial <strong>de</strong> uso, para garantir a permanência do usoresi<strong>de</strong>ncial na Área Central. É constituí<strong>da</strong> <strong>de</strong> diversas poligonais distribuí<strong>da</strong>s no interior do perímetro <strong>da</strong>Av. do Contorno;– ADE <strong>da</strong> Serra, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a limitar em 15,00 metros a altura <strong>da</strong>s edificações;– ADE <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser adota<strong>da</strong>s políticas específicas visando à preservaçãopaisagística, cultural e histórica;– ADEs do Mangabeiras, do Belve<strong>de</strong>re e do São Bento, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao uso exclusivamente resi<strong>de</strong>ncialunifamiliar;– ADE do Belve<strong>de</strong>re III, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao uso exclusivamente resi<strong>de</strong>ncial, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> aosbairros Belve<strong>de</strong>re I e II;– diversas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, verificando-se uma concentração ao longo <strong>da</strong> Av. RajaGabaglia, na altura dos bairros Luxemburgo e São Bento.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 211Distribuição <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosA região Centro-Sul <strong>de</strong>tém a maior concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do município, configurando-se em seuinterior, especialmente na Área Central, uma re<strong>de</strong> articula<strong>da</strong> <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> comércio e serviços, <strong>de</strong>abrangência metropolitana, em que se distinguem: o Hipercentro, o Barro Preto, a Savassi/ Praça <strong>da</strong>Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Santo Agostinho e a concentração hospitalar <strong>de</strong> Santa Efigênia. Esta re<strong>de</strong> expan<strong>de</strong>-se para aZona Sul, formando corredores <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao longo <strong>de</strong> suas vias principais vias, como as aveni<strong>da</strong>sBan<strong>de</strong>irantes, Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais e Raja Gabaglia.Consi<strong>de</strong>rando como traço negativo <strong>da</strong> estrutura urbana a alta concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Área Central, oPlano Diretor estabeleceu entre suas principais diretrizes <strong>de</strong> organização territorial a <strong>de</strong>scentralização, comestímulo à formação <strong>de</strong> centros fora do perímetro <strong>da</strong> Av. do Contorno.Nos últimos anos, intensificou-se, <strong>de</strong> forma significativa, o crescimento <strong>de</strong> usos não resi<strong>de</strong>nciais na ZonaSul (ver tabela 17).Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteTambém neste aspecto, é fun<strong>da</strong>mental consi<strong>de</strong>rar a região Centro-Sul segundo sua subdivisão em ÁreaCentral e Zona Sul.A Área Central constitui a Zona Urbana do Plano Original <strong>de</strong> Aarão Reis, apresentando um traçado peculiare uma posição especial na estrutura viária <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo o espaço referencial do sistema viárioradioconcêntrico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Como espaço <strong>de</strong> convergência dos principais eixos viários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e também <strong>de</strong>vido à alta concentração<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que abriga, a maior parte <strong>da</strong>s viagens realiza<strong>da</strong>s no município e no aglomerado metropolitano,inclusive por transporte coletivo, atinge a Área Central.Além disto, o tráfego <strong>de</strong> passagem atinge profun<strong>da</strong>mente esta área, sobrecarregando principalmente asvias do Hipercentro, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> circulação e <strong>de</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental. Dos 420 milveículos que entram diariamente na Área Central, 40% não têm <strong>de</strong>stino nesta área.Quanto à Zona Sul, o sistema viário se enquadra na estrutura radioconcêntrica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesta área, oseixos viários encontram-se sobrecarregados, <strong>de</strong>vido ao a<strong>de</strong>nsamento populacional, conjugado com o altoíndice <strong>de</strong> motorização <strong>da</strong> população, motivo pelo qual o zoneamento <strong>da</strong> Lei 7166/96 (Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> – ZA),impõe restrição ao a<strong>de</strong>nsamento.O sistema viário proposto no Plano Diretor prevê a ruptura do sistema viário radioconcêntrico, mediante aimplantação vias <strong>de</strong> ligação entre as regiões do município, sem atravessar a Área Central.Na região Centro-Sul, é prevista a implantação <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> ligação entre a Zona Sul e a região Leste domunicípio (Av. Parque <strong>da</strong> Serra).Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoA região Centro-Sul é o espaço <strong>de</strong> mais alta centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> do município.Sua centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> é conferi<strong>da</strong> pela alta concentração <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, instituições culturais,instituições financeiras, se<strong>de</strong>s dos po<strong>de</strong>res executivo, legislativo e judiciário do estado e do município,se<strong>de</strong>s dos principais órgãos e empresas públicas e priva<strong>da</strong>s.Aí acontecem os mais importantes eventos do calendário cívico, religioso e artístico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, assim comoas mais expressivas manifestações populares <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> política.Nesta região, <strong>de</strong>staca-se a Área Central, que tem como principal marca <strong>da</strong> sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> a gran<strong>de</strong>complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e simbólica do seu espaço urbano, que lhe confere múltipla significação naestrutura metropolitana como centro político-administrativo, centro cultural, centro financeiro e <strong>de</strong> negócios,centro <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> bens e serviços.Essa complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> teve origem no processo <strong>de</strong> formação, por compreen<strong>de</strong>r a zona urbana original <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, i<strong>de</strong>aliza<strong>da</strong> como um marco <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> República. Tirando partido do relevo, o traçado viárioe o uso do solo proposto no Plano <strong>de</strong> Aarão Reis <strong>de</strong>finem uma or<strong>de</strong>m espacial em que se expressa,sobretudo, a hierarquização simbólica dos espaços públicos. Assim é que a se<strong>de</strong> do governo estaduallocalizou-se em um ponto elevado, em posição paisagisticamente dominante.Na região Centro-Sul encontram-se as principais referências simbólicas e culturais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e importantesespaços públicos e áreas <strong>de</strong> recreação e lazer.Além do traçado original <strong>da</strong> Área Central, localizam-se aí os espaços mais significativos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, como:Praça <strong>da</strong> Estação, Rodoviária, Av. Afonso Pena, Praça 7, Igreja São José, <strong>Prefeitura</strong>, Parque <strong>Municipal</strong>,Palácio <strong>da</strong>s Artes, Rua <strong>da</strong> Bahia, Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Praça <strong>da</strong> Boa Viagem, Mercado Central, MinasCentro, Praça Raul Soares, Museu Abílio Barreto, Praça <strong>da</strong> Assembléia, Praça do Papa, Parque <strong>da</strong>s


212 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisMangabeiras, Parque <strong>da</strong> Barragem <strong>de</strong> Santa Lúcia, serra do Curral.Na Área Central existem 12 conjuntos urbanos protegidos.Estão sendo <strong>de</strong>senvolvidos diversos projetos integrados na Área Central, <strong>de</strong>stacando-se:– Projeto Praça 7 – O projeto irá recuperar os 4 quarteirões fechados. A praça vai ganhar espaços <strong>de</strong>convivência, novos equipamentos urbanos, iluminação especial para realçar a arquitetura, tratamento<strong>de</strong> piso e rea<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s placas publicitárias, visando a <strong>de</strong>spoluição visual.– Faixas exclusivas para ônibus – Com a <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> priorizar o Transporte Coletivo, serãoimplantados 13 rotas para ônibus na região central, equivalente a 23 KM, que irão aumentar aveloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus. Projeto em <strong>de</strong>senvolvimento.– Projeto 4 Estações – Tem o objetivo <strong>de</strong> requalificar a região <strong>da</strong> Praça <strong>da</strong> Estação, na área que vai<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a atual estação rodoviária até a Aveni<strong>da</strong> Francisco Sales. As propostas <strong>de</strong> requalificaçãopreten<strong>de</strong>m levar em consi<strong>de</strong>ração a vocação e os usos <strong>da</strong> região. A requalificação engloba,principalmente, os aspectos urbanístico-ambiental, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e <strong>de</strong>sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica– Savassi Viva – A Câmara <strong>de</strong> Dirigentes Lojistas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, juntamente com a Associação <strong>de</strong>Lojistas e Moradores <strong>da</strong> Savassi, vem realizando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano reuniões e <strong>de</strong>bates acerca dosproblemas e potenciais <strong>da</strong> região. A iniciativa reúne os mais diversos setores ligados à área, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>empresários dos ramos <strong>da</strong> hotelaria e <strong>da</strong> construção civil até representantes <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong> e <strong>da</strong>sconcessionárias <strong>de</strong> serviços, como a CEMIG. Em fase <strong>de</strong> diagnóstico, os grupos <strong>de</strong> trabalho têmcontado com o apoio técnico <strong>de</strong> vários órgãos <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, <strong>de</strong>ntre eles a RegionalCentro-Sul e a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação Urbana. O objetivo dos trabalhos é formular um planoabrangente para a Savassi, que <strong>de</strong>verá ser entregue às autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s municipais em meados <strong>de</strong>ste ano.– Eixo Cultural Rua <strong>da</strong> Bahia Viva – O Projeto do Eixo Cultural <strong>da</strong> Rua <strong>da</strong> Bahia Viva abrange a Rua <strong>da</strong>Bahia em to<strong>da</strong> a sua extensão bem como suas transversais e preten<strong>de</strong> fomentar o <strong>de</strong>senvolvimentocultural e <strong>de</strong> entretenimento do eixo, por meio <strong>da</strong> <strong>de</strong>spoluição visual e <strong>de</strong> intervenções urbanísticas.Condições AmbientaisA região Centro-Sul apresenta uma concentração <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental:– gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu território, situa<strong>da</strong> nas encostas <strong>da</strong> serra do Curral, é classifica<strong>da</strong> como ZPAMe Zonas <strong>de</strong> Proteção ZP-1, ZP-2 e ZP-3;– outra ADE <strong>de</strong> interesse ambiental/ paisagístico é a <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim;– além <strong>de</strong>ssas áreas, situam-se na região uma parte <strong>da</strong> área <strong>de</strong> tombamento <strong>da</strong> serra do Curral,bem como parte <strong>da</strong> APA Sul;– <strong>de</strong>stacam-se, ain<strong>da</strong>, o Parque <strong>Municipal</strong> e o Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras, importantes espaços <strong>de</strong>lazer e referências para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo, assim como outros parques <strong>de</strong> menor porte.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 213Figura 03 - Pré-Conferência Regional Centro-Sul – Distribuição dos participantes por UPBarro PretoCentroFrancisco Sales%SavassiCafezalSanto AntônioSerraPru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> MoraisAnchieta/SionMangabeirasSão Bento/Sta. LúciaBelve<strong>de</strong>reRegião Centro-SulUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)60,0%50,0%50,4%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)% sobre o total <strong>de</strong> participantes40,0%30,0%20,0%10,0%Centro/Francisco Sales---Aglom. <strong>da</strong> Serra---17,6%Barragem S. Lúcia---10,9%Anchieta/Serra/Sion---8,4%Barro Preto/Savassi---5,9%S. Antônio /S. Bento/S. Lúcia---3,4%Mangabeiras/Belve<strong>de</strong>re---2,5%Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Moraes---0,8%0,0%Nome <strong>da</strong> UP


214 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisB - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região Centro-Sul é caracteriza<strong>da</strong> pela concentração <strong>de</strong> serviços e comércio em todo seu território,<strong>de</strong>stacando-se o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que apresenta um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> estabelecimentos com atendimentoamplo à população. O centro é também o lugar preferido para a prática do comércio informal, mesmo queparte dos problemas causados pelos camelôs nas calça<strong>da</strong>s tenha sido resolvi<strong>da</strong> com minifeiras. Essas,como as feiras formais <strong>de</strong> artesanato, alimentos ou antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, são geradoras <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e emprego eincentivam o turismo. Tudo isso faz <strong>da</strong> região um lugar com gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> emprego, apesar <strong>de</strong> não suprira <strong>de</strong>man<strong>da</strong> principalmente para jovens e idosos <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> uma política específica. Os centrosespecializados, como promotores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico, e os shopping centers, como resultado<strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, são marcantes na região.Os principais espaços <strong>de</strong> referência do município estão localizados nesta região, inclusive aqueles <strong>de</strong>relevância histórica que são objeto <strong>da</strong> política <strong>de</strong> preservação do patrimônio, com <strong>de</strong>staque para o museuAbílio Barreto.A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos na área central – Restaurante Popular, estações rodoviária e <strong>de</strong> metrô,Serraria Souza Pinto, Parque <strong>Municipal</strong>, Palácio <strong>da</strong>s Artes, bancos, teatros, hospitais, Colégio Dom Pedro II,ginásio do Minas Tênis Clube, Mercado Central – promove gran<strong>de</strong> vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> à região.A saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, no entanto, como cinemas e comércio atacadista, significou prejuízo para aárea central. Acrescenta-se, também, a ina<strong>de</strong>qüabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> localização <strong>da</strong> área hospitalar, <strong>de</strong>vido ànecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso fácil por veículos <strong>de</strong> emergência.A região Centro-Sul, por sua natureza, é um lugar privilegiado em espaços públicos, sobretudo parques(Mangabeiras e <strong>Municipal</strong>) e praças (<strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Floriano Peixoto, Raul Soares, <strong>da</strong> Estação). Apesar <strong>de</strong>alguns espaços apresentarem boa conservação, outros <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m cui<strong>da</strong>dos – manutenção e segurança –do po<strong>de</strong>r público e <strong>da</strong> população, como, por exemplo, as calça<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s aarborização, a iluminação e a construção <strong>de</strong> banheiros públicos. Muitos eventos, públicos e privados,promovidos nesses espaços valorizam seu uso, <strong>de</strong>stacando-se os programas e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>spela <strong>Prefeitura</strong>: feiras <strong>de</strong> artesanato e <strong>de</strong> alimentação, serestas, teatros, projeto “Bahia-viva”, entre outros.São incentivos à vocação cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, mas alguns <strong>de</strong>sses eventos culturais e <strong>de</strong> lazer nãosão acessíveis a to<strong>da</strong> a população, sendo ofereci<strong>da</strong>s poucas opções gratuitas e direciona<strong>da</strong>s à população<strong>de</strong> vilas e favelas.O centro é o ponto <strong>de</strong> confluência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> vias alternativas<strong>de</strong> ligação entre regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem passar por esta área – o que, por um lado, representa uma gran<strong>de</strong>facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento para as regiões <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (embora se registrem reclamações quanto àdistribuição <strong>da</strong>s linhas para diversos bairros), mas, por outro, provoca sobrecarga no trânsito e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>çãodo ambiente urbano. A situação é agrava<strong>da</strong> pelo sistema viário do centro, que não comporta o volume <strong>de</strong>veículos, e pela presença <strong>da</strong> Rodoviária. A Empresa <strong>de</strong> Transporte e Trânsito <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>(BHTRANS) tem investido no planejamento <strong>da</strong> área, através do Plano <strong>de</strong> Circulação <strong>da</strong> Área Central(PACE), significando uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> minimização dos problemas. Outros serviços oferecidos naregião – táxi-lotação, linhas suplementares, microônibus em vilas e favelas – estão melhorando suaquali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas o trânsito em locais críticos, como em frente às escolas, e alguns aspectos internos aosônibus, como segurança, conforto, lugares para <strong>de</strong>ficientes e idosos, ain<strong>da</strong> merecem atenção <strong>da</strong>BHTRANS. A sinalização nas vias também não é satisfatória.O a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> construções na área central esten<strong>de</strong>-se por outros bairros <strong>da</strong> região, resultando emlugares com verticalização excessiva <strong>da</strong>s edificações (permiti<strong>da</strong> por lei), sobrecarregando o sistema viário eprovocando a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ambiente; são exemplos os bairros Belve<strong>de</strong>re, Santo Agostinho eLour<strong>de</strong>s.Outro tipo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento que tem conseqüências ain<strong>da</strong> piores é o dos gran<strong>de</strong>s aglomerados <strong>de</strong> vilas efavelas <strong>da</strong> Serra e <strong>da</strong> Barragem Santa Lúcia, on<strong>de</strong> as condições socioeconômicas – falta <strong>de</strong> emprego,moradia digna, educação e saú<strong>de</strong> – e a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> infra-estrutura viária e <strong>de</strong> saneamento agravam aviolência. Na visão dos participantes <strong>da</strong> Pré-Conferência, a ação dos policiais em vilas e favelas é maisviolenta que no restante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O quadro ten<strong>de</strong> a se agravar ain<strong>da</strong> mais com a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo<strong>de</strong> titulação em vilas e favelas, a falta <strong>de</strong> solução para os problemas em área <strong>de</strong> risco, a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>acesso dos moradores <strong>de</strong>sses lugares a uma casa nos conjuntos habitacionais construídos pela PBH.A serra do Curral é uma referência <strong>de</strong> patrimônio natural e apresenta-se, <strong>de</strong> modo geral, ain<strong>da</strong> preserva<strong>da</strong>;suas nascentes, entretanto, já estão comprometi<strong>da</strong>s, e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mineração provocam graves <strong>da</strong>nosà área.A região apresenta problemas ambientais <strong>de</strong> poluição <strong>da</strong>s águas, atmosférica, sonora e, sobretudo, visual.Essa é provoca<strong>da</strong> pelos engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> (outdoors, faixas) e pelas pichações nas edificações. A


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 215legislação atual não consegue controlar os incômodos provocados pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já aprova<strong>da</strong>s e emfuncionamento, como escolas e hospitais.A infra-estrutura básica <strong>de</strong> saneamento na região é boa e funcional, exceto em vilas e favelas. O serviço <strong>de</strong>limpeza urbana está bem estruturado e tem uma boa atuação em suas varia<strong>da</strong>s funções – varrição, coleta<strong>de</strong> lixo etc.A segurança pública é um gran<strong>de</strong> problema na região, prejudicando a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas e o uso doespaço público e dos equipamentos. Apesar <strong>da</strong> implantação dos Postos <strong>de</strong> Observação e Vigilância (POV),o policiamento ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>ficiente e, muitas vezes, os policiais têm comportamento ina<strong>de</strong>quado,principalmente com moradores <strong>de</strong> vilas e favelas.Dentre as ações <strong>da</strong> PBH, algumas, <strong>de</strong> âmbito mais geral, são reconheci<strong>da</strong>s, como os programas ABasteCere o Bolsa-Escola, por exemplo. A fiscalização é vista como positiva em sua atuação menos agressiva <strong>de</strong>controle <strong>da</strong>s vias públicas. Ain<strong>da</strong> assim, nota-se <strong>de</strong>scaso pelo controle do trabalho <strong>da</strong>s concessionárias nasvias públicas, pelo funcionamento do comércio e minifeiras, pelo tratamento <strong>de</strong> lotes vagos (limpeza, murose calça<strong>da</strong>s). A mesma visão negativa é direciona<strong>da</strong> à liberação <strong>de</strong> usos comerciais em áreas resi<strong>de</strong>nciais, àpermissão <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telecomunicações, à lentidão do processo <strong>de</strong> aprovação elegalização <strong>de</strong> obras.Atualmente, existe maior integração entre a PBH e a população carente. Ain<strong>da</strong> se constata, contudo, anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um esforço maior para inclusão <strong>de</strong> certos grupos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, como as pessoas comdificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção ou sem qualificação profissional e as crianças e adolescentes moradores <strong>de</strong> rua.A atuação do Conselho Tutelar com relação a esses últimos é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> ineficiente.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 217Mapa 03 - Pré-conferência regional Centro-Sul – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2193.3.4 - Pré-Conferência Regional LesteA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO LESTEOcupação do Solo e ZoneamentoTabela 19 - Área <strong>de</strong> lotes na região Leste – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 16.440.663 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 2.848.041 17,3Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 20 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Leste – 1996 e 2000N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 40.613 43.925 3.312 8,2Não resi<strong>de</strong>ncial 5.275 5.560 285 5,4Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 21 - População resi<strong>de</strong>nte na região Leste, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Baleia 3.331 8.474 5.143 10,93Boa vista 49.220 45.774 -3.446 -0,80Floresta Santa Tereza 36.602 33.943 -2.659 -0,83Instituto Agronômico 43.607 44.327 720 0,18Mariano <strong>de</strong> Abreu 4.167 5.249 1.082 2,60Pompéia 28.194 26.486 -1.708 -0,69Santa Efigênia 39.475 40.096 621 0,17Santa Inês 10.739 9.319 -1.420 -1,56Taquaril 34.698 39.596 4.898 1,48Total leste 250.032 253.264 3.232 0,14Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIONAL LESTEO território <strong>da</strong> regional Leste apresenta um zoneamento em que predominam as zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamentoRestrito 2 (ZAR-2) e <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP).O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Leste, apontando o zoneamento predominante nosbairros <strong>da</strong> região.


220 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisQuadro 11 - Zoneamento <strong>da</strong> região LesteZONAZAPZAR-2ZP-2ZP-1ZPAMZEZEIS-1ZEIS-2ZEIS-3BAIRROS / ÁREASNovo São Lucas, Santa Efigênia, Paraíso (parte), Pompéia, Esplana<strong>da</strong>, Santa Tereza*,Floresta, Colégio Batista, Sagra<strong>da</strong> Família, Horto, Instituto Agronômico (parte), Santa Inês,Nova Vista (parte), Boa Vista (parte), São Geraldo (parte)Paraíso (a leste <strong>da</strong> Rua Fluorina), Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, Casa Branca, São Geraldo (a leste <strong>da</strong> Rua FernãoDias), Jonas Veiga, Nova Vista (a leste <strong>da</strong>s ruas Estância e Silva Reis), Boa Vista (a leste <strong>da</strong>sruas Geraldo Dias e Guariba), Bairro Vera Cruz, Granja <strong>de</strong> Freitas (parte)Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim Taquaril (Pirineus)Diversas áreas em Caetano Furquim e nas regiões <strong>da</strong> Baleia e do Taquaril, parte do InstitutoAgronômico, entre outras áreasParte do Instituto Agronômico, áreas nas regiões <strong>da</strong> Baleia, do Taquaril e Granja <strong>de</strong> Freitas,área ao longo do ribeirão Arru<strong>da</strong>s e outrasCemitério <strong>da</strong> Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, oficinas <strong>da</strong> RFFSAVila Alto Vera Cruz, Vila Belém, Vila Boa Vista, Vila Dias, Vila Souza Aguiar, Vila CônegoPinheiro, Vila Beco <strong>da</strong> Pedreira, Vila Grota, Vila João Alfredo, Vila N. Sra. do Rosário, Vila NovoSão Lucas (parte), Vila Rock in Rio, Vila Olaria, Vila São Rafael, Vila São Vicente, Vila União,Vila <strong>da</strong> ÁreaÁreas ao sul do Alto Vera Cruz e em Granja <strong>de</strong> FreitasCH Taquaril, CH João Pio <strong>de</strong> Souza/ Vila Fazendinha, CH Mariano <strong>de</strong> Abreu* Para este bairro, os parâmetros urbanísticos são os <strong>de</strong>finidos pela Lei 8137/00, que regulamentou a ADE <strong>de</strong> Santa Tereza.ADES NA REGIÃO LESTEA Lei 7166/96 criou algumas Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais na região Leste:– a ADE <strong>de</strong> Santa Tereza, que, em função <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> ocupação, seria objeto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>proteção e manutenção do uso predominantemente resi<strong>de</strong>ncial. Essa ADE foi regulamenta<strong>da</strong> pela Lei8137/00;– a ADE Vale do Arru<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a projetos <strong>de</strong> reurbanização, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua localizaçãoestratégica e <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e sub utilização. Essa ADE, que se esten<strong>de</strong> ao longo doribeirão, ocupando, na região Leste, áreas dos bairros Floresta, Santa Efigênia, Santa Tereza, Horto,Esplana<strong>da</strong>, Pompéia, Vera Cruz e Caetano Furquim, ain<strong>da</strong> precisa ser regulamenta<strong>da</strong>;– pequenas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, a serem regulamenta<strong>da</strong>s: uma quadra lin<strong>de</strong>ira à Av. JoséCândido <strong>da</strong> Silveira, no bairro Santa Inês e uma área lin<strong>de</strong>ira à R. Juramento, Av. Belém, R. D. MariaManoela e Túnel do Taquaril, próxima ao cemitério <strong>da</strong> Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteDelimita<strong>da</strong> pela Av. Cristiano Machado / Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira, eixo viário que constitui um dos seusacessos principais, a região Leste é atravessa<strong>da</strong> por importantes vias <strong>de</strong> ligação intra e intermunicipal.Destacam-se, pela sua importância histórica no processo <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ssa região: a Rua Niquelina, eixo<strong>de</strong> ligação com Sabará e Nova Lima, via <strong>de</strong> articulação dos bairros situados na margem direita do Arru<strong>da</strong>s,e as Ruas Pouso Alegre, Pitangui e Conselheiro Lafaiete, principais articuladoras dos bairros situados namargem esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse ribeirão.Mais recentemente, a Av. Dos Andra<strong>da</strong>s, aberta até Caetano Furquim, tornou-se um eixo <strong>de</strong> ligação e <strong>de</strong>distribuição do sistema viário interno à região, articulando-a <strong>de</strong> forma mais direta ao centro metropolitano eao vetor oeste do Aglomerado Metropolitano.Reforçando esta ligação com o centro e o vetor oeste, a linha do metrô intercepta a região, interligando-a,ain<strong>da</strong>, com as regiões Nor<strong>de</strong>ste, Norte e Ven<strong>da</strong> Nova. Cinco estações estão implanta<strong>da</strong>s no interior <strong>da</strong>região Leste: as estações Santa Efigênia, Santa Tereza, Horto, Santa Inês e Cândido <strong>da</strong> Silveira, integra<strong>da</strong>ao BHBUS.O sistema viário proposto para o Município, visando criar alternativas à estrutura radioconcêntrica, prevê aimplantação <strong>da</strong> Via 710, passando pela região Leste. Esta via é parte do primeiro anel externo à Av. doContorno, ligando a Av. dos Andra<strong>da</strong>s à Av. Antonio Carlos.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 221Internamente, é importante salientar no sistema viário <strong>da</strong> região Leste o ponto <strong>de</strong> interseção viária no centrodo Horto, para on<strong>de</strong> convergem, indo ao encontro <strong>da</strong> Rua Conselheiro Rocha, na altura <strong>da</strong> estação dometrô: Rua Pouso Alegre, Av. Silviano Brandão, que alcança a Av. dos Andra<strong>da</strong>s, a Rua JoãoCarlos/Genoveva <strong>de</strong> Souza, a Av. Petrolina e o eixo R. Salinas/ R. Capitão Bragança.Essa interseção, por on<strong>de</strong> passam diversas linhas <strong>de</strong> ônibus que servem a um gran<strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> bairros,tanto em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> quanto em Sabará, <strong>de</strong>tém um forte potencial <strong>de</strong> centrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouco explorado.Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoEntre as referências históricas <strong>da</strong> região <strong>de</strong>stacam-se a Praça Duque <strong>de</strong> Caxias e a Praça Comen<strong>da</strong>dorNegrão <strong>de</strong> Lima.O bairro Santa Tereza possui medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> proteção, instituí<strong>da</strong>s na regulamentação <strong>da</strong> ADE pela Lei8137/00.O bairro Floresta constitui um conjunto urbano protegido pelo Conselho Deliberativo do PatrimônioCultural do Município (CDPCM).parte <strong>de</strong>ste bairro compreendi<strong>da</strong> entre a Av. do Contorno e a linha férrea pertence ao Conjunto Urbano<strong>da</strong> Praça <strong>da</strong> Estação, também protegido pelo CDPCM.Parte do bairro Santa Efigênia está inseri<strong>da</strong> no Conjunto Urbano <strong>da</strong> Praça Floriano Peixoto eAdjacências, também protegido pelo CDPCM.Condições AmbientaisCom extensão <strong>de</strong> 37,28 km², quase to<strong>da</strong> a região Leste encontra-se na bacia do Arru<strong>da</strong>s, à exceção <strong>de</strong>uma pequena parte <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> Família, pertencente à bacia do ribeirão do Onça. Vários cursos d’água <strong>da</strong>margem esquer<strong>da</strong> do Arru<strong>da</strong>s foram canalizados e capeados, constituindo aveni<strong>da</strong>s como Av. SilvianoBrandão, Petrolina, Itaituba. A maior parte dos afluentes <strong>da</strong> margem direita encontram-se a céu aberto.Os córregos Taquaril e Maria Carmem Vala<strong>da</strong>res estão contemplados no DRENURBS, com execuçãoprevista para a primeira etapa <strong>de</strong> realização do programa. A respeito <strong>da</strong> recuperação <strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> vales esaneamento <strong>de</strong> córregos, cabe ressaltar que a região Leste é pioneira, com o “Projeto <strong>de</strong> RecuperaçãoAmbiental do Córrego Santa Terezinha”, no bairro Taquaril, viabilizado mediante em parceria comorganizações não governamentais, aprovado em fórum popular, e aguar<strong>da</strong>ndo recursos financeiros paraimplantação.Assim como na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo, observam-se na região Leste altos índices <strong>de</strong> atendimento pelosserviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário. Também aqui não se po<strong>de</strong> dizer que asituação seja satisfatória, já que uma parcela consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong> população (cerca <strong>de</strong> 2250 pessoas) não temseus esgotos coletados.A regional apresenta alto índice <strong>de</strong> atendimento com os serviços <strong>de</strong> limpeza urbana, inclusive nas áreas <strong>de</strong>UF, sendo que tais serviços só <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser prestados quando não existe acesso ao local ou outroimpedimento.Na região Leste estão instalados 78 contêineres distribuídos em 23 Locais para Entrega Voluntária (LEVs)<strong>de</strong> materiais recicláveis (papel, metal, vidro e plástico) e 2 Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes(URPVs) para entrega <strong>de</strong> resíduos não abrangidos pela coleta convencional, como entulho, po<strong>da</strong>, pneus,móveis e carcaças <strong>de</strong> eletrodomésticos.As principais solicitações <strong>de</strong> serviços encaminhados ao SAC – Serviço <strong>de</strong> Atendimento ao Ci<strong>da</strong>dão em2001 foram: <strong>de</strong>sratização, po<strong>da</strong>, corte e vigilância sanitária, nesta or<strong>de</strong>m.Levantamento realizado em 1999 verificou que as principais doenças atendi<strong>da</strong>s pela re<strong>de</strong> pública municipalforam: as respiratórias, do aparelho circulatório, os transtornos mentais e comportamentais, as doençasinfecciosas e parasitárias e do aparelho geniturinário.No combate à Dengue, a regional apresentou o lixo domiciliar como principal criadouro para o vetor, seguido<strong>de</strong> vasos e jarros <strong>de</strong> plantas, principalmente nos bairros Sagra<strong>da</strong> Família e Horto, que apresentaram asmaiores incidências <strong>de</strong> casos confirmados, 219 dos 449 notificados até outubro <strong>de</strong> 2001. Assim como ovetor <strong>da</strong> Dengue, o lixo domiciliar mal acondicionado po<strong>de</strong> atrair, também, roedores como ratos ecamundongos, transmissores em potencial <strong>de</strong> leptospirose. Em 2001, foram atendi<strong>da</strong>s 3029 solicitações <strong>de</strong><strong>de</strong>sratização, em <strong>de</strong>corrência do aparecimento <strong>de</strong>sses animais.De acordo com os indicadores do IQVU publicados em 1996, as condições <strong>de</strong> habitação (disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>habitação e conforto ambiental) do bairro Mariano <strong>de</strong> Abreu e Conjunto Habitacional Taquaril situam-se nomais baixo índice, no mesmo nível <strong>da</strong> favela do Cafezal.Quanto à infra-estrutura urbana (limpeza urbana, saneamento, energia elétrica, telefonia, transporte


222 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaiscoletivo), os índices mais baixos são os apresentados pelos mesmos bairros, situados próximo à divisa comSabará.De acordo com a Carta Geotécnica do Município, as áreas <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> erosão encontram-se,principalmente, na porção leste do bairro Mariano <strong>de</strong> Abreu, no Conjunto Habitacional Taquaril e seuentorno na região do Taquaril.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 223Figura 04 - Pré-Conferência Regional Leste – Distribuição dos participantes por UPSanta Inês%Instituto AgronômicoBoa VistaFloresta/Santa TerezaPompéiaTaquarilSanta EfigêniaBaleiaRegião LesteUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)30,0%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)25,0%24,0%23,2%% sobre o total <strong>de</strong> participantes20,0%15,0%10,0%17,2%11,6%9,4%6,4%5,0%3,0% 3,0%2,1%0,0%Boa vista Taquaril (Baleia) Mariano <strong>de</strong>AbreuPompéia Santa Efigênia Floresta/SantaTerezaSanta InêsInstitutoAgronômicoNome <strong>da</strong> UP


224 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisB - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região leste é conheci<strong>da</strong> pela oferta <strong>de</strong> cultura, lazer e vi<strong>da</strong> noturna e pelos espaços <strong>de</strong> referência para aci<strong>da</strong><strong>de</strong> – o Campo do In<strong>de</strong>pendência, a Câmara <strong>Municipal</strong>, a Praça Duque <strong>de</strong> Caxias, o Museu <strong>de</strong> HistóriaNatural, o Teatro do Grupo Galpão, a Rua Niquelina, o bairro Santa Teresa, patrimônio histórico e cultural<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> –, praças e áreas <strong>de</strong> lazer. É, por outro lado, uma região <strong>de</strong> contrastes: existem bairros commaior <strong>de</strong>senvolvimento econômico e áreas extremamente carentes, como o Taquaril.Importantes vias <strong>de</strong> tráfego facilitam a entra<strong>da</strong> e a saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> região. A Av. dos Andra<strong>da</strong>s constitui um dosprincipais corredores que corta o centro <strong>da</strong> região, facilita o acesso e permite o <strong>de</strong>senvolvimento dosbairros.A articulação interna, no entanto, é prejudica<strong>da</strong> pela falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> ligação entre bairros, vilas, favelas econjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social com o restante <strong>da</strong> região. O bairro Santa Inês, por exemplo, nãodispõe <strong>de</strong> boa ligação com a região. A linha férrea, nos bairros Boa Vista e Caetano Furquim, representauma barreira, agrava<strong>da</strong> pela travessia constante <strong>de</strong> máquinas com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vagões, prejudicandoo trânsito na área.A região caracteriza-se também pela presença <strong>de</strong> serviços e comércio especializados, localizados emalgumas ruas e aveni<strong>da</strong>s; a Av. Silviano Brandão, on<strong>de</strong> se concentra o comércio <strong>de</strong> móveis, é um marconão só para a região, mas para to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. É positiva a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do hipercentropara outros bairros (Floresta, Santa Efigênia, Sagra<strong>da</strong> Família), on<strong>de</strong> o comércio é forte e influente,oferecendo empregos a seus moradores. Pequenos centros <strong>de</strong> bairro se <strong>de</strong>senvolveram ao longo <strong>da</strong> Av.Contagem, no Santa Inês, e <strong>da</strong>s ruas Porto Seguro, no Nova Vista, e Desembargador Bráulio, no Alto VeraCruz. Nesse, existe uma gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> serviços e comércio <strong>de</strong> produtos variados, e, embora parte<strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s seja clan<strong>de</strong>stina, o bairro conseguiu certa autonomia, pois 90% dos negócios são dospróprios moradores. Existem outros pequenos centros locais que aten<strong>de</strong>m à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> do seu entornoimediato. Alguns bairros com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> acesso viário, no entanto, não atraem investimentos <strong>de</strong>comércio: Boa Vista, São Geraldo, Pompéia.O <strong>de</strong>senvolvimento econômico, to<strong>da</strong>via, é <strong>de</strong>sigual, havendo dispari<strong>da</strong><strong>de</strong> entre bairros; por exemplo: SantaEfigênia, <strong>de</strong> um lado, Alto Vera Cruz e Taquaril <strong>de</strong> outro. A<strong>de</strong>mais, a região não oferece ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>scomerciais e <strong>de</strong> serviços para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> emprego.Tem havido uma relativa melhoria nas áreas comerciais dos bairros, vilas e favelas, através <strong>de</strong> melhoroferta e maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos e serviços para a população, com a presença do sacolão doprograma Alimentação a Baixo Custo (ABC), supermercados e feiras livres. Faltam, contudo, centroscomerciais em algumas regiões, enquanto há concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos gran<strong>de</strong>s corredores viários(Av. Silviano Brandão, Rua Niquelina, Av. dos Andra<strong>da</strong>s). A precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agências bancárias em algunsbairros prejudica as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio. Não há shopping centers na região.Falta integração dos equipamentos públicos com a população carente que está nos aglomerados. Asescolas estão mal distribuídos na região, implicando gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos <strong>da</strong> população. Os bairros AltoVera Cruz, Taquaril, conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas e São Geraldo não possuem escolas <strong>de</strong> ensino médio. Oconjunto Granja <strong>de</strong> Freitas e áreas mais precárias <strong>da</strong> região, Cruzeirinho (Alto Vera Cruz) e Taquaril, nãodispõem <strong>de</strong> equipamentos públicos, comércio e serviços. São escassos os espaços públicos quepossibilitem a implantação <strong>de</strong> serviços próximos às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como escolas profissionalizantes, centrosculturais, creches, escolas etc.Muitas <strong>da</strong>s principais vias são estreitas, com tráfego intenso <strong>de</strong> ônibus e veículos (Niquelina, LeopoldoGomes, Conselheiro Lafaiete, Fluorina, Tebas, Silviano Brandão, Conselheiro Rocha, próximo à estação <strong>de</strong>metrô do Horto, Gustavo <strong>da</strong> Silveira, Desembargador Bráulio) e apresentam estrangulamentos (Niquelina,Gustavo <strong>da</strong> Silveira, Silviano Brandão). A sinalização geral é <strong>de</strong>ficiente (ruas Juramento, DesembargadorBráulio, Leopoldo Gomes, Iara, Av. Alphonsus <strong>de</strong> Guimarães e Av. dos Andra<strong>da</strong>s com Rua Itamar, na ponte<strong>de</strong> Caetano Furquim). Outras vias <strong>de</strong> acesso possuem traçado sinuoso, são estreitas, com gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong>tráfego. A Rua Niquelina é uma via <strong>de</strong> baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para absorver o trânsito e o comércio existente; émuito utiliza<strong>da</strong> pelo transporte coletivo, enquanto a Av. dos Andra<strong>da</strong>s é subutiliza<strong>da</strong>.Quanto ao transporte coletivo, o metrô é mal aproveitado na região <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> integração metrô–ônibus, ain<strong>da</strong> que as estações sejam acessíveis. A região é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ônibus que possibilitam fácilacesso ao centro e propiciam os <strong>de</strong>slocamentos internos (ônibus bairro-a-bairro). O acesso aosequipamentos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região melhorou, principalmente com a implantação <strong>de</strong> mais linhas <strong>de</strong> ônibus elinhas suplementares. No entanto, falta transporte coletivo para os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o Posto <strong>de</strong>Atendimento Médico (PAM) <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> Família e as escolas <strong>de</strong> segundo grau (colégios Tira<strong>de</strong>ntes, PedroAmérico etc.). Algumas áreas são bem atendi<strong>da</strong>s por transporte coletivo: Pompéia, Esplana<strong>da</strong> e,principalmente, o conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 225A região apresenta a maior área no município classifica<strong>da</strong> como Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP),permitindo a verticalização. O a<strong>de</strong>nsamento ina<strong>de</strong>quado tem acontecido em alguns bairros (Taquaril, AltoVera Cruz, Castanheira, Vila Belém, Mariano <strong>de</strong> Abreu), causando impactos negativos no meio ambiente,ocupando áreas <strong>de</strong> risco. Algumas <strong>de</strong>ssas áreas e mais outras, como o Alto Boa Vista e Rock in Rio, nãopossuem infra-estrutura, sequer têm condições mínimas para receber mais moradores. Invasões <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> preservação, beiras <strong>de</strong> córregos, áreas remanescentes <strong>de</strong> obras públicas vêm provocam poluição <strong>de</strong>mananciais e aumento <strong>de</strong> erosão.Por outro lado, é positiva a elaboração <strong>de</strong> Plano Global Específico (PGE) para vilas e favelas (embora aregião apresente carência <strong>de</strong> áreas para receber famílias que precisam ser retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s favelas). Oconjunto Granja <strong>de</strong> Freitas é exemplo <strong>de</strong> empreendimento <strong>de</strong> interesse social implantado com planejamentoe quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Outras iniciativas positivas são os serviços realizados em algumas áreas <strong>de</strong> risco e aimplementação <strong>da</strong> urbanização <strong>de</strong> vias do Taquaril.No nível metropolitano, há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma discussão <strong>de</strong>vido à expansão dos loteamentos em direçãoa outros municípios e à existência <strong>de</strong> problemas nas áreas limítrofes.A região leste é rica em espaços e movimentos culturais. Além <strong>da</strong>s espaços <strong>de</strong> referência municipal,encontram-se espaços culturais e <strong>de</strong> lazer regionais e locais: o Centro Cultural e o Centro <strong>de</strong> ApoioComunitário do Alto Vera Cruz, o Campo do Pompéia, a escola <strong>de</strong> Circo (Circo <strong>de</strong> Todo Mundo). Omovimento cultural é intenso: grupos <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça (Negros <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Consciente – NUC), grupos <strong>de</strong> hip-hop,grupos <strong>de</strong> teatro, rádios comunitárias (Dinâmica do Casa Branca, Santa Luzia, do Paraíso/Santa Efigênia),eventos culturais organizados pelas igrejas católicas.Outros espaços <strong>de</strong> uso público também são importantes na região: praças reforma<strong>da</strong>s e revitaliza<strong>da</strong>s (José<strong>de</strong> Magalhães, Duque <strong>de</strong> Caxias, São Geraldo); Praça <strong>de</strong> Esporte Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, praça do Alto Vera Cruz,campos <strong>de</strong> futebol e áreas <strong>de</strong> lazer ao longo <strong>da</strong> Av. dos Andra<strong>da</strong>s, com pistas <strong>de</strong> Cooper; vias para ciclistase parques <strong>de</strong> lazer em áreas remanescentes <strong>da</strong>s canalizações; vias públicas utiliza<strong>da</strong>s como área <strong>de</strong> lazer,a exemplo <strong>da</strong> Av. Belém.No entanto, há falta <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong>ssa natureza em alguns bairros e aglomerados <strong>de</strong> vilas e favelas; osexistentes necessitam <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> acesso, infra-estrutura (equipamentos <strong>de</strong> diversão e esportes,sanitários, arborização), manutenção e segurança para melhor aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Nota-se o abandono <strong>de</strong>espaços públicos bons para a realização <strong>de</strong> eventos, lazer e cultura (Galpão <strong>da</strong> Casa do Rádio, Mercado <strong>de</strong>Santa Tereza, área <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Bem Estar do Menor – FEBEM). Nos últimos anos, ocorreuuma redução <strong>de</strong> feiras nos bairros, como a <strong>da</strong> praça <strong>de</strong> Santa Tereza.É <strong>de</strong>ficiente a divulgação dos locais, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e eventos públicos (as oficinas do Horto Florestal, porexemplo). A manutenção <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s, áreas ver<strong>de</strong>s e jardins é precária, o que vem se somar aocrescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e sem critério do comércio, invadindo as calça<strong>da</strong>s e ruas.A região Leste possui uma boa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>stacando-se o Instituto Agronômico e a mata<strong>da</strong> Baleia. Falta, porém, ação política para coibir a invasão <strong>de</strong> outras áreas. Para tanto, é necessário que opo<strong>de</strong>r público estabeleça como priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a construção <strong>de</strong> moradias para pessoas <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.A <strong>Prefeitura</strong> criou o programa <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong> córregos e aprovou o projeto <strong>de</strong>recuperação ambiental do córrego Santa Terezinha; ain<strong>da</strong> assim, as nascentes <strong>da</strong> região encontram-sepoluí<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, ocorrendo assoreamento <strong>de</strong> córregos (Baleia, Mem <strong>de</strong> Sá, Cardoso). A falta <strong>de</strong> re<strong>de</strong><strong>de</strong> esgotamento sanitário (Vila São Vicente, Vila Dias, Mariano <strong>de</strong> Abreu, Alto Boa Vista, Castanheiras,Granja <strong>de</strong> Freitas, Vila Fazendinha, Vila Belém) contribui para agravar a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental e ainsalubri<strong>da</strong><strong>de</strong>. A carência <strong>de</strong> infra-estrutura torna-se mais grave nas áreas mais pobres e a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s doTaquaril e do Alto Vera Cruz. Há também, graves problemas <strong>de</strong> drenagem na região, o que dificulta oacesso e o uso <strong>de</strong> equipamentos públicos.O prolongamento <strong>da</strong> canalização do leito do ribeirão Arru<strong>da</strong>s e a construção <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong>Esgoto (ETE) foram importantes; entretanto, essa estação, <strong>de</strong>vido à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas resi<strong>de</strong>nciais, temcausado incômodos aos moradores dos bairros Casa Branca e Caetano FurquimA implantação <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV) foi uma medi<strong>da</strong> bem aceita,mas há carência <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos em algumas regiões (Taquaril, Mariano <strong>de</strong> Abreu, CasaBranca, São Geraldo); essa situação, soma<strong>da</strong> ao <strong>de</strong>srespeito <strong>da</strong> população pelas áreas <strong>de</strong> "ponto limpo"(antigos bota-foras) e pelos horários e dias <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo, resulta em outros bota-foras irregulares emlotes vagos, aveni<strong>da</strong>s, leitos <strong>de</strong> córregos, causando incômodos à vizinhança. A <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>prestação dos serviços pela PBH dificultou a coleta <strong>de</strong> lixo na região.Acrescentam-se a esses problemas ambientais, a poluição sonora e visual nas principais ruas e aveni<strong>da</strong>s(Niquelina, Andra<strong>da</strong>s, Gustavo <strong>da</strong> Silveira, Silviano Brandão), e a poluição sonora nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s doshospitais.A construção <strong>de</strong> presídio prevista na área <strong>da</strong> Casa do Rádio (Av. Belém) po<strong>de</strong> provocar impacto negativo na


226 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisvizinhança, principalmente com relação à segurança; o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> presídios já existentes na regiãotraz problemas quando acontecem rebeliões.Quanto à legislação, é positiva a criação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo que estabelecezoneamentos especiais e instrumentos que tornam possível a preservação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> proteção ambiental(mata <strong>da</strong> Baleia), mas não garantem a preservação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas <strong>de</strong> interesse ambiental (fazen<strong>da</strong>Carvalho <strong>de</strong> Brito, serra do Curral).Foi importante a regulamentação <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE) <strong>de</strong> Santa Tereza, mas existamoutras que necessitam <strong>de</strong> regulamentação, como a ADE Vale do Arru<strong>da</strong>s. Além disso, torna-se necessária arevisão <strong>da</strong> legislação quanto às Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS), Zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamentoPreferencial (ZAP) e Zonas <strong>de</strong> Proteção (ZP). Há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> também <strong>de</strong> uma regulamentação específicapara as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais e a coibição <strong>de</strong> ações pre<strong>da</strong>tórias do patrimônio público e privado.O po<strong>de</strong>r público tem estabelecido parcerias com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, organizações não governamentais (ONG) einiciativa priva<strong>da</strong>. Tem havido investimentos no ensino fun<strong>da</strong>mental, embora ain<strong>da</strong> insuficientes pois hásuperlotação nas escolas. O Centro Cultural do Alto Vera Cruz (CCAVC) e o Centro <strong>de</strong> Ação Comunitária(CAC) oferecem cursos profissionalizantes. É necessário, entretanto, criar mais: cursos paraencaminhamento direto ao emprego; cooperativas e conselhos comunitários nos bairros, vilas e favelas;feiras livres para divulgação dos trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos por artistas <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. É necessária tambéma educação para a conservação <strong>da</strong>s praças públicas.Com relação ao patrimônio histórico, existe boa conservação do patrimônio público na região, mas osproprietários <strong>de</strong> bens tombados não recebem auxílio para a preservação <strong>da</strong>s edificações.Quanto à gestão do trânsito e transporte, tem havido mais diálogo entre usuários e a Empresa <strong>de</strong>Transporte e Trânsito <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (BHTRANS) através <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Transportes. Diversas outrasações trouxeram bons resultados: implantação dos controladores <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> que reduziram o número <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito; criação <strong>da</strong>s linhas 9250 e 9550; capacitação dos motoristas <strong>de</strong> ônibus e <strong>de</strong> táxi;instalação <strong>de</strong> lixeiras nos coletivos; melhorias no sistema <strong>de</strong> transporte escolar; regulamentação do sistema<strong>de</strong> transporte por carroça. Por outro lado, é preciso divulgar melhor as mu<strong>da</strong>nças dos trajetos dos ônibus,assim como aumentar a fiscalização do cumprimento dos horários dos ônibus. É necessário implantar maisabrigos em pontos <strong>de</strong> ônibus na região.No sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, houve uma melhora no atendimento médico nos bairros Esplana<strong>da</strong>, Pompéia eBaleia, especialmente para a população mais carente. O posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Alto Vera Cruz é um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>espaço físico, atendimento e conforto para o usuário, que precisa ser expandido para outras áreas.É positiva a iniciativa do po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> construir novos conjuntos habitacionais voltados para a baixaren<strong>da</strong>, como o conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas, por exemplo, on<strong>de</strong> foi também implantado o Centro <strong>de</strong> VivênciaAgro-Ecológica (CEVAE). Outras ações positivas incluem as obras <strong>de</strong> contenção em áreas <strong>de</strong> risco e aurbanização <strong>de</strong> vias do bairro Taquaril; mas há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> urbanização e <strong>de</strong> regularização<strong>de</strong> imóveis nas favelas.Vários outros programas e projetos importantes vêm, também, sendo implementados: Projeto Curumim,Meninas <strong>de</strong> Sinhá, Projeto Páscoa.A fiscalização é <strong>de</strong>ficiente com relação à ocupação dos passeios públicos e às construções não aprova<strong>da</strong>snos bairros, vilas e favelas.A forte organização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s tem possibilitado conquistas significativas: utilização do OrçamentoParticipativo (OP) como instrumento <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais na região (Plano Diretor Taquarile Mariano <strong>de</strong> Abreu, além <strong>de</strong> obras em vias em to<strong>da</strong>s as áreas); construção do Granja <strong>de</strong> Freitas 2 e 3através do Orçamento Participativo <strong>da</strong> Habitação (OPH); melhoria <strong>da</strong> consciência ambiental através <strong>de</strong>mobilização social, projetos culturais e movimentos populares, resultando na criação <strong>de</strong> comitês <strong>de</strong> baciashidrográficas; apoio do movimento paroquial do Alto Vera Cruz, Pompéia, São Geraldo e Santa Efigênia àpopulação <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 227Mapa 04 - Pré-conferência regional Leste – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2293.3.5 - Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>steA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO NORDESTEOcupação do Solo e ZoneamentoTabela 22 - Área <strong>de</strong> lotes na região Nor<strong>de</strong>ste – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 18.736.197 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 5.198.155 27,7Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 23 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Nor<strong>de</strong>ste – 1996 e 2000N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 39.581 44.300 4.719 11,9Não resi<strong>de</strong>ncial 5.207 5.442 235 4,5Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 24 - População resi<strong>de</strong>nte na região Nor<strong>de</strong>ste, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Belmonte 35.102 42.193 7.091 2,07Cachoeirinha 33.591 33.482 -109 -0,04Capitão Eduardo 2.266 2.891 625 2,75Concórdia 20.388 17.652 -2.736 -1,59Cristiano Machado 68.227 73.337 5.110 0,81Gorduras 11.803 14.615 2.812 2,40Ribeiro <strong>de</strong> Abreu 20.146 26.964 6.818 3,29São Paulo Goiânia 58.171 61.011 2.840 0,53Total Nor<strong>de</strong>ste 249.693 272.145 22.452 0,96Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.


230 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO NORDESTEO quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste, apontando o zoneamento predominantenos bairros <strong>da</strong> região.Quadro 12 - Zoneamento <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>steZONAZAR-2ZAPZAZP-1ZPAMZEZEIS-1ZEIS-2ZEIS-3BAIRROS / ÁREASLagoinha, São Cristóvão, Concórdia (parte), Renascença (parte), Cachoeirinha (parte), NovaCachoeirinha, São João Batista (parte), Santa Cruz (parte), Maria Virgínia, Eymard (parte),Alvora<strong>da</strong> (parte), Vila Ipê, São Marcos, Pirajá, Maria Goretti, Vila Brasília, Pousa<strong>da</strong> SantoAntônio, Jardim Vitória, Gorduras (parte), Providência, São Gabriel, Dom Silvério, Ribeiro <strong>de</strong>Abreu, Gorduras <strong>de</strong> Cima/ Capitão Eduardo (parte não ocupa<strong>da</strong>), Paulo VIColégio Batista, Concórdia (parte), Bairro <strong>da</strong> Graça, Renascença (parte), Cachoeirinha (parte),São João Batista (parte, Santa Cruz (parte), Palmares, União, Dom Joaquim, Fernão Dias, SãoPaulo, Eymard (parte), Alvora<strong>da</strong> (parte)Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> NovaDiversas áreas, observando-se concentrações ao longo do ribeirão do Onça e, sobretudo, aolongo do rio <strong>da</strong>s Velhas nas regiões do Gorduras e <strong>de</strong> Capitão EduardoDiversas áreas, correspon<strong>de</strong>ntes a parques urbanos, observando-se ain<strong>da</strong> concentrações <strong>de</strong>áreas <strong>de</strong> maior porte nas regiões do Gorduras e <strong>de</strong> Capitão EduardoEstação São Gabriel e áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à implantação <strong>da</strong> ETE (estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>esgotos) do Onça, aterro sanitário <strong>de</strong> Capitão Eduardo e terminal <strong>de</strong> cargasVilas Aarão Reis, Antonio Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Carioca, Coqueiro <strong>da</strong> Paz, Corococó, Dom Silvério,Esplana<strong>da</strong> A, Grotinha, Guanabara, Inestan, Nova Cachoeirinha III e IV, São Benedito, SãoGabriel, São Paulo (Mo<strong>de</strong>lo), São Paulo (Praça <strong>da</strong> Associação), Tira<strong>de</strong>ntes, Três Marias, Triba,Universitários, Vila <strong>da</strong> Paz, Vila <strong>de</strong> Sá, Vila do Pombal, Vila Ipiranga, Vila MariaÁrea junto ao bairro Pousa<strong>da</strong> Santo AntonioConjuntos Capitão Eduardo e Paulo IVADES NA REGIÃO NORDESTEAlém <strong>de</strong> diversas pequenas áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, na região Nor<strong>de</strong>ste situaseum pequeno trecho <strong>da</strong> ADE <strong>da</strong> Lagoinha, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à proteção do patrimônio cultural e <strong>da</strong> paisagemurbana, à revitalização <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou estagna<strong>da</strong>s e ao incremento do <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteDuas vias <strong>de</strong>ram suporte à ocupação inicial <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste: a Rua Jacuí, ligação do centro <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> com Santa Luzia, e a Rua Itapetinga, ligando a área central à Pampulha. Esses eixos viários,especialmente a Rua Jacuí, ao longo <strong>da</strong> qual formou-se um corredor <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversifica<strong>da</strong>s,estruturaram a ocupação ocorri<strong>da</strong> entre as aveni<strong>da</strong>s Antonio Carlos e Cristiano Machado, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacamos bairros Renascença, Cachoeirinha, Concórdia e Bairro <strong>da</strong> Graça. Ain<strong>da</strong> hoje essas vias têm gran<strong>de</strong>importância na articulação interna e externa <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste.Posteriormente, a Av. Antonio Carlos e, mais tar<strong>de</strong>, a Cristiano Machado, vieram substituir esses eixoscomo os gran<strong>de</strong>s estruturantes <strong>de</strong>ssa parte <strong>da</strong> região. Hoje estas duas aveni<strong>da</strong>s estão interliga<strong>da</strong>s pela Av.Bernardo <strong>de</strong> Vasconcelos, ao longo <strong>da</strong> qual vem se irradiando um processo <strong>de</strong> transformação do padrão <strong>de</strong>ocupação iniciado com a implantação do Minas Shopping e empreendimentos complementares (MinasCasa, conjunto resi<strong>de</strong>ncial, Hotel Ouro Minas).A linha do metrô constitui outro acesso importante, <strong>de</strong>stacando-se a estação Minas Shopping, que dásuporte à mo<strong>de</strong>rna centrali<strong>da</strong><strong>de</strong> existente na região, e a estação São Gabriel, integra<strong>da</strong> ao BHBUS.O Anel Rodoviário, implantado na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60, intercepta a região, seccionando-a.A porção extrema <strong>da</strong> região, situa<strong>da</strong> ao norte do Anel Rodoviário, ain<strong>da</strong> se encontra bastante <strong>de</strong>sarticula<strong>da</strong>.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 231Condições AmbientaisAlém <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação e <strong>de</strong> proteção ambiental, existem na região Nor<strong>de</strong>ste sete parques urbanos,a saber:– Parque Ecológico e Cultural <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova, com 20.000 m²;– Parque Orlando <strong>de</strong> Carvalho Silveira, no bairro Silveira, com 25.650 m²;– Parque <strong>da</strong> Matinha, no bairro Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova/ União, com 13.086 m²;– Parque Ecológico Renato Azeredo, no Palmares, com 93.200 m²;– Parque Prof, Guilherme Lage, no bairro São Paulo, com 150.000 m²;– Parque Escola Jardim Belmonte, no bairro Belmonte, com 64.763 m²;– Parque Ismael <strong>de</strong> Oliveira Fábregas, no bairro Nova Floresta, com 9.720 m²;– Localiza-se na região o CEVAE Capitão Eduardo, implantado em 1996.– Uma parte <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Capitão Eduardo, nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do rio <strong>da</strong>s Velhas, constitui uma Área <strong>de</strong>Proteção Ambiental, a APA Capitão Eduardo.


232 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisFigura 05 - Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>ste – Distribuição dos participantes por UPCapitão Eduardo%Ribeiro <strong>de</strong> AbreuBelmonteGordurasSão Paulo/GoiâniaCachoeirinhaCristiano MachadoConcórdiaRegião Nor<strong>de</strong>steUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)35,0%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)30,0%28,8%% sobre o total <strong>de</strong> participantes25,0%20,0%15,0%10,0%17,5%11,9%11,3%9,4% 9,4%6,9%5,0%5,0%0,0%S. Paulo/Goiânia Cachoeirinha Gorduras Belmonte Ribeiro <strong>de</strong> Abreu Cristiano Machado Concórdia Capitão EduardoNome <strong>da</strong> UP


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 233B- Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região Nor<strong>de</strong>ste tem como referências importantes a igreja São Ju<strong>da</strong>s Ta<strong>de</strong>u, o mercado do bairro SãoPaulo, a Av. Cristiano Machado, a Feira dos Produtores, o Minas Shopping. A região é marca<strong>da</strong> pelocontraste entre as partes norte e a sul, dividi<strong>da</strong>s pelo Anel Rodoviário e rodovia MG-050: ao norte,precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, ausência <strong>de</strong> centros urbanos significativos, ocupações irregulares; ao sul,acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços.Existe facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação externa <strong>da</strong> região Nor<strong>de</strong>ste com as <strong>de</strong>mais; internamente, parte região é<strong>de</strong>sarticula<strong>da</strong>. Duas barreiras dificultam os <strong>de</strong>slocamentos internos: o Anel Rodoviário e o metrô implantadona faixa central <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado. A inexistência <strong>de</strong> passarelas sobre as vias principais agrava asituação.Pequenos centros comerciais e prestadores <strong>de</strong> serviços estão espalhados por to<strong>da</strong> a região, mas é a partesul que apresenta maior concentração e oferece mais empregos. Essa é também a parte mais bem servi<strong>da</strong><strong>de</strong> vias que facilitam o acesso interno, embora os corredores arteriais estejam comprometidos <strong>de</strong>vido à altaconcentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A construção do Minas Shopping teve como conseqüências a expansão docomércio, a geração <strong>de</strong> empregos e a valorização imobiliária <strong>da</strong>s imediações, ain<strong>da</strong> que tenha causado aevasão <strong>de</strong> antigos moradores. Posteriormente, a implantação <strong>da</strong> Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica (PUC) edo Hotel Ouro Minas também contribuíram para a geração <strong>de</strong> emprego. Há uma expectativa positiva comrelação à criação <strong>de</strong> uma facul<strong>da</strong><strong>de</strong> na antiga fábrica <strong>da</strong> Renascença.Além do Minas Shopping e do Minas Casa, o comércio ocorre nos principais corredores viários, como a Av.Cristiano Machado e Rua Jacuí. A Igreja <strong>de</strong> São Ju<strong>da</strong>s Ta<strong>de</strong>u e outros templos religiosos, atraem pessoas<strong>de</strong> outras regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A boa distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em parte <strong>da</strong> região gera empregos, incentiva a concorrência e facilita oacesso <strong>da</strong> população. Por outro lado, nem sempre os centros <strong>de</strong> comércio e serviços se localizam próximodos moradores, exigindo gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos a pé. A má distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas áreas acima doAnel rodoviário exclui a população e estimula as viagens ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Os moradores dos bairrosDom Silvério e Fernão Dias, por exemplo, são prejudicados pela falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços. Além disso,não existem na região muitas <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s disponíveis no centro, o que obriga os moradores a se<strong>de</strong>slocarem: bancos, fórum, cartórios, agências do Instituto Nacional <strong>de</strong> Previdência Social (INSS), correios,creches, Posto <strong>de</strong> Serviços Integrados Urbanos (PSIU).O Plano Diretor busca incentivar a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação eUso do Solo não permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como supermercados em áreas resi<strong>de</strong>nciais, oque prejudica os moradores. A Lei <strong>de</strong> “Fundo <strong>de</strong> Quintal”, por sua vez, possibilita à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> algumageração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.A parte norte carece também <strong>de</strong> estrutura para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas; e o Minas Shopping, o Minas Casa e oOuro Minas não oferecem contraparti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> lazer para os moradores.Outro problema constatado é a concentração <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s – bares, por exemplo – quetrazem transtornos para os moradores: poluição sonora, tumulto e violência. As feiras não licencia<strong>da</strong>strazem discórdia entre moradores e feirantes, a exemplo <strong>da</strong> situa<strong>da</strong> na Rua Macaé, no bairro <strong>da</strong> Graça.A re<strong>de</strong> escolar, no entanto, é bem distribuí<strong>da</strong>, especialmente a <strong>de</strong> primeiro grau, como também o são osCentros <strong>de</strong> Apoio Comunitário (CAC) dos bairros União, São Paulo e São Gabriel; esses, porém, são maldivulgados.Quanto ao transporte coletivo, <strong>de</strong>staca-se a existência <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> metrô do São Gabriel, com tarifa <strong>de</strong>integração mais barata e maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso <strong>da</strong> população aos shopping Del Rey e Minas, à regiãohospitalar e, principalmente, ao hospital Sofia Feldman. Mas ain<strong>da</strong> há carência <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong>integração. Outras medi<strong>da</strong>s foram importantes: a implantação do sistema bairro-a-bairro e do transportesuplementar, a introdução <strong>da</strong> faixa exclusiva para ônibus e <strong>da</strong> on<strong>da</strong> ver<strong>de</strong> na Av. Cristiano Machado.Alguns bairros ain<strong>da</strong> apresentam características <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do interior, com vias <strong>de</strong> acesso e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>dos centros locais <strong>de</strong> comércio e serviços. Mas a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do solo, caracteriza<strong>da</strong> porextensas áreas invadi<strong>da</strong>s e ocupações irregulares – sobretudo nas margens do ribeirão <strong>da</strong> Onça, em áreas<strong>de</strong> preservação, ao longo <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> ligação regional, em áreas próximas a viadutos, torres <strong>de</strong> energiaelétrica – traz <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ao meio ambiente.A região conta com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> parques (Belmonte, Professor Guilherme Azeredo Lage, Matinha,Nova Floresta) e outros espaços públicos que po<strong>de</strong>m ser utilizados para lazer (praças, campos <strong>de</strong> futebol,pistas <strong>de</strong> cooper etc.); ain<strong>da</strong> assim, são mal distribuídos, ficando a área ao norte totalmente <strong>de</strong>satendi<strong>da</strong>também com relação a cultura e espaços <strong>de</strong> uso social. Alguns bairros nessa área não possuem espaços<strong>de</strong> lazer: Jardim Vitória, Capitão Eduardo, conjunto Paulo VI, Beija Flor, Nazaré, Belmonte, Ipê; quandoexistem, são mal divulgados, apresentam-se em precárias condições <strong>de</strong> conservação, sem sinalização,


234 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisinfra-estrutura e segurança, o que dificulta sua utilização. Espaços com potencial <strong>de</strong> lazer, sobretudo aonorte do Anel Rodoviário, são subvalorizados, possibilitando invasões.A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>sses problemas, foram realiza<strong>da</strong>s ações importantes: implantação <strong>de</strong> pistas para caminha<strong>da</strong>,arborização e sinalização na Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira, arborização <strong>da</strong> Cristiano Machado e iluminação<strong>de</strong>sta e do Anel Rodoviário. A Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira, nesse aspecto, é um exemplo a ser seguido. AAv. Bernardo <strong>de</strong> Vasconcelos oferece infra-estrutura <strong>de</strong> lazer, mas apenas para os moradores nas suasproximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A população congrega diferentes grupos culturais que precisam ser reconhecidos e valorizados. Aquermesse <strong>da</strong> Igreja São Ju<strong>da</strong>s Ta<strong>de</strong>u e a <strong>da</strong> Feira dos Produtores são boas referências no nível municipal.Existem outras feiras e festas, mas faltam espaços públicos para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais e para comercialização<strong>de</strong> artesanato; os existentes estão mal localizados.As diferenças <strong>de</strong> condições ambientais e <strong>de</strong> infra-estrutura também são marcantes entre bairros <strong>da</strong> região:Vista do Sol, Beija-Flor, Beira-Linha, ao norte, em situação bem mais precária que Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova, União eoutros, ao sul. A carência <strong>de</strong> saneamento básico, com esgoto a céu aberto (Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Vista do Sol),coloca em risco a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população. Esse problema é agravado pela falta <strong>de</strong> tratamento dos fundos <strong>de</strong>vale, com mau cheiro oriundo dos córregos, principalmente Onça e Gorduras, comprometendo as condições<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população ribeirinha. Acrescenta-se a isso o acúmulo <strong>de</strong> lixo em terrenos e imóveis nãoocupados, causando doenças como a <strong>de</strong>ngue. As nascentes encontram-se <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e precisam <strong>de</strong>monitoramento.Contudo, a pouca presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s poluidoras, em especial indústrias, é um fator positivo na região.A criação do programa estrutural <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco é positiva, apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> existirem problemas como osdo Alto Campo Pitangui e do Campo Galo <strong>de</strong> Ouro.Outras ações <strong>de</strong> cunho ambiental merecem <strong>de</strong>staque: Projeto Manuelzão, projeto <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos<strong>da</strong> bacia do ribeirão <strong>da</strong> Onça; implantação <strong>da</strong> coleta sistemática do lixo, <strong>da</strong> coleta seletiva, com a instalaçãodos Locais <strong>de</strong> Entrega Voluntária (LEV), e <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV) nobairro São Gabriel; melhoria <strong>da</strong> drenagem na Av. Bernardo <strong>de</strong> Vasconcelos; a não implantação do aterrosanitário <strong>de</strong> Capitão Eduardo, com a conseqüente <strong>de</strong>stinação <strong>da</strong> área para parque.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 235Mapa 05 - Pré-conferência regional Nor<strong>de</strong>ste – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2373.3.6 - Pré-Conferência Regional NoroesteA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO NOROESTEOcupação do Solo ZoneamentoTabela 25 - Área <strong>de</strong> lotes na região Noroeste – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 24.406.091 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 5.130.096 20,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 26 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Noroeste – 1996 e 2000N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 59.991 64.751 4.760 8,0Não resi<strong>de</strong>ncial 8.774 9.237 493 6,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 27 - População resi<strong>de</strong>nte na região Noroeste, segundo U P – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Glória 67.908 67.754 -154 -0,03Abílio Machado 50.687 48.238 -2.449 -0,55Jardim Montanhês 15.182 17.214 2.032 1,41Caiçara 34.987 37.018 2.031 0,63Antônio Carlos 62.875 58.251 -4.624 -0,85Padre Eustáquio 52.105 47.630 -4.475 -0,99Camargos 2.433 3.047 614 2,53PUC 32.444 30.915 -1.529 -0,54Santa Maria 11.724 15.170 3.446 2,90Prado Lopes 10.185 9.186 -999 -1,14Total região Noroeste 340.530 334.423 -6.107 -0,20Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO NOROESTEO território <strong>da</strong> regional Noroeste se encontra predominantemente inserido em áreas zonea<strong>da</strong>s como <strong>de</strong>A<strong>de</strong>nsamento Restrito 2 (ZAR-2) e <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP). Ocorrem, ain<strong>da</strong>, Zonas A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s(ZA) , Zonas <strong>de</strong> Proteção 1 (ZP1), Zonas <strong>de</strong> Equipamentos (ZE), ZEIS e Zonas <strong>de</strong> Preservação Ambiental(ZPAM) – Ver mapa <strong>da</strong> LPOUS. O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Noroeste, apontandoo zoneamento predominante nos bairros <strong>da</strong> região.


238 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisQuadro 13 - Zoneamento <strong>da</strong> região NoroesteZONAZPAMZP-1ZAR-2ZAZAPZEZEISBAIRROS / ÁREAS“Mata <strong>da</strong> PUC”, entre o Dom Cabral e o Minas BrasilTrechos <strong>da</strong> área entre o Conj. Califórnia e o Água BrancaAeroclube do Carlos PratesÁreas no Alto dos PinheirosLagoinha, Bonfim, Santo André, Bom Jesus, Apareci<strong>da</strong>, Nova Cachoeirinha, Ermelin<strong>da</strong>,Caiçaras, Alto dos Caiçaras, J. Montanhês,J. Alvora<strong>da</strong>, São José, Inconfidência, Ipanema, Frei Eustáquio, Primavera, Alípio <strong>de</strong> Melo,Conjunto Celso Machado, Pindorama, Filadélfia, Dom Cabral, CamargosCoração EucarísticoCarlos Prates, Pedro II, Monsenhor Messias, Padre Eustáquio, Minas Brasil, Vila Oeste, JoãoPinheiro, Alto dos Pinheiros, Califórnia, Conjunto Califórnia, Dom Bosco, Álvaro Camargos,Glória, Coqueiros, São Salvador, SerranoCemitérios do Bonfim e <strong>da</strong> PazCampus <strong>da</strong> PUC no Dom CabralAterro Sanitárioárea entre o Alto dos Pinheiros e o bairro Água Branca (Contagem)ZEIS-1: Vilas e Favelas <strong>da</strong> regiãoZEIS-3: Conjunto Jardim FiladélfiaADES NA REGIÃO NOROESTENa região Noroeste existem 21 pequenas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, abrangendo inclusive áreassitua<strong>da</strong>s na bacia hidrográfica <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha, <strong>de</strong> expressiva importância ambiental para o município<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Existe, ain<strong>da</strong> na região a ADE <strong>da</strong> Lagoinha, uma área <strong>de</strong> importância histórico cultural e também <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>ao incremento do <strong>de</strong>senvolvimento econômico, que envolve trechos dos bairros Lagoinha e Bonfim.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteA região Noroeste é atravessa<strong>da</strong> por importantes vias integrantes <strong>da</strong> estrutura radioconcêntrica <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> e Região Metropolitana:– a Av. Antonio Carlos, que limita a região a leste;– a Av. Carlos Luz, que interliga a Pampulha ao centro, passando pela Av. Pedro II;– a Av. Dom Pedro II, que, quando interliga<strong>da</strong> à Av. Tancredo Neves, ampliará as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>acesso <strong>da</strong> Pampulha ao centro;– o eixo R. Padre Eustáquio / Av. Abílio Machado, importante ligação do centro com a regiãoNoroeste do Aglomerado Metropolitano em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem;– a Via Urbana Leste Oeste (Via Expressa), que interliga o centro Metropolitano com Contagem eBetim.Além <strong>de</strong>stas, parte <strong>da</strong> região é atravessa<strong>da</strong> pela BR-040.Uma estação do BHBUS está prevista no interior <strong>da</strong> região: a estação Alípio <strong>de</strong> Melo.As propostas e priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas a sistema viário e transporte estão representa<strong>da</strong>s nos Mapaselaborados para subsidiar essa discussão 27 .Condições AmbientaisCom extensão <strong>de</strong> 37,28 km², a região Noroeste representa aproxima<strong>da</strong>mente 10% <strong>da</strong> área total domunicípio. A região encontra-se nas bacias <strong>da</strong> Pampulha/Onça e do Arru<strong>da</strong>sNa região Noroeste, existem dois Parques: o Parque Ecológico do Caiçara, com área <strong>de</strong> 12.446m², e o27 Constam do Anexo II.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 239Parque <strong>de</strong> Lazer Maria do Socorro Moreira, com 100.000m², no bairro Carlos Prates. Há ain<strong>da</strong>, projeto paraimplantação do Parque Francesli Firmino, no bairro Alípio <strong>de</strong> Melo, que terá 21.300 m². Dentre as 96 praças<strong>da</strong> região Noroeste, 3 são adota<strong>da</strong>s informalmente, 5 formalmente e 7 estão em processo <strong>de</strong> adoção. Já oscanteiros centrais, apenas 2 dos 18 existentes são adotados.Assim como na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo, observam-se na região Noroeste altos índices <strong>de</strong> atendimento pelosserviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário. Também aqui não se po<strong>de</strong> dizer que asituação seja satisfatória, já que uma parcela consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong> população (cerca <strong>de</strong> 30.000 pessoas) nãotem seus esgotos coletados.Na região Noroeste estão instalados 43 contêineres distribuídos em 12 Locais para Entrega Voluntária(LEVs) <strong>de</strong> materiais recicláveis (papel, metal, vidro e plástico) e 2 Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> PequenosVolumes (URPVs) para entrega <strong>de</strong> resíduos não abrangidos pela coleta convencional, como entulho, po<strong>da</strong>,pneus, móveis e carcaças <strong>de</strong> eletrodomésticos.Na região Noroeste as áreas <strong>de</strong> risco mais críticas localizam-se nas vilas São José, Jardim Alvora<strong>da</strong>,Montanhês, Antena e Sumaré. Em algumas vilas, o processo <strong>de</strong> urbanização vem minimizando as situações<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong> solo, solapamentos e inun<strong>da</strong>ções.


240 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisFigura 06 - Pré-Conferência Regional Noroeste – Distribuição dos participantes por UP%Jardim MontanhêsAbílio MachadoCaiçaraAntônio CarlosPrado LopesGlóriaPadre EustáquioCamargosPUCSanta MariaRegião NoroesteUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)18,0%17,0%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)16,0%14,5% 14,5%% sobre o total <strong>de</strong> participantes14,0%12,0%10,0%8,0%6,0%4,0%2,0%Glória---Prado Lopes---S. Maria/Camargos---13,3%C. Machado/Montanhês---12,7% 12,7%Antônio Carlos---Pe. Eustáquio---9,1%Caiçara---6,1%PUC---0,0%Nome <strong>da</strong> UP


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 241B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região Noroeste caracteriza-se pela existência <strong>de</strong> vários corredores viários <strong>de</strong> interligação com as <strong>de</strong>maisregiões do município, especialmente a Av. Dom Pedro II, a Rua Padre Eustáquio e o Anel Rodoviário; esseconstitui uma barreira que divi<strong>de</strong> a região. O comércio concentrado nesses gran<strong>de</strong>s eixos viários torna aregião relativamente autônoma em relação ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, contribuindo para a comodi<strong>da</strong><strong>de</strong> e amelhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população local à medi<strong>da</strong> que evita gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos. Além disso,essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s constituem fontes geradoras <strong>de</strong> emprego para os moradores <strong>da</strong> região.A área <strong>da</strong> Lagoinha, o aeroporto Carlos Prates, as vias Dom Pedro II e Padre Eustáquio e o Shopping DelRey são importantes referências <strong>da</strong> região Noroeste.Os centros urbanos não aten<strong>de</strong>m à maioria <strong>da</strong> população, e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços não sedistribuem <strong>de</strong> forma equilibra<strong>da</strong>; nas vilas e áreas periféricas faltam não só essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como tambémequipamentos <strong>de</strong> lazer. Em algumas áreas ocorre concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em ruas estreitas, on<strong>de</strong> ogran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> ônibus e os estacionamentos dificultam o trânsito <strong>de</strong> veículos e pe<strong>de</strong>stres – a RuaPadre Eustáquio é um exemplo. Em outras, a falta <strong>de</strong> alternativa para estacionamento e a falta <strong>de</strong>segurança dos comerciantes são fatores inibidores <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Não há interesse dogoverno nem vonta<strong>de</strong> empresarial para investir no comércio <strong>da</strong> periferia. O projeto <strong>de</strong> prolongamento <strong>da</strong> Av.Dom Pedro II causa gran<strong>de</strong> expectativa, e espera-se que irá interferir no crescimento <strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong>centros urbanos <strong>da</strong> região lin<strong>de</strong>ira.A <strong>de</strong>scentralização do setor bancário para os bairros e a localização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>porte ao longo do Anel Rodoviário são fatores positivos na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região, ao contrário <strong>da</strong> instalaçãoem áreas predominantemente resi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e comerciais incompatíveis com ahabitação.Quantos aos serviços <strong>de</strong> uso coletivo, a região Noroeste é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> escolas públicas e priva<strong>da</strong>s,igrejas etc.Existe um número significativo <strong>de</strong> vias que facilitam o acesso a shoppings, cemitérios, facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s,aeroportos, interna e externamente à região. A implantação <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>s Avaí, Briga<strong>de</strong>iroEduardo Gomes e Pandiá Calógeras, juntamente com as obras executa<strong>da</strong>s pelo Orçamento Participativo(OP), como a ponte <strong>de</strong> acesso ao conjunto Celso Machado, no Serrano, contribuem para o aumento <strong>de</strong>ssaacessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Entretanto, existem barreiras físicas, além do Anel Rodoviário, entre alguns bairros <strong>da</strong> região(Santa Maria, Camargos, Vila Oeste) e entre a região e bairros <strong>da</strong> região Oeste (Calafate, Prado). Sãopoucas as passarelas para pe<strong>de</strong>stre; as que existem estão, às vezes, mal localiza<strong>da</strong>s, tornando-seperigosas para a segurança <strong>da</strong>s pessoas.O trânsito <strong>de</strong> veículos sofre estrangulamento em diversos pontos <strong>da</strong>s principais vias: aveni<strong>da</strong>s Dom PedroII, Antônio Carlos e Tereza Cristina, Rua Padre Eustáquio, Anel Rodoviário, complexo <strong>da</strong> Lagoinha, PraçaSão Vicente. Falta sinalização e sincronização <strong>de</strong> semáforos nos corredores e em alguns pontos críticos,como no cruzamento <strong>da</strong>s ruas Brás Baltazar com Barão <strong>de</strong> Coroman<strong>de</strong>l. Algumas ruas carecem <strong>de</strong>conservação, iluminação e infra-estrutura (Martins Alves, Itaguaí, Padre Eustáquio).Quanto ao transporte coletivo, a região é bem atendi<strong>da</strong> por ônibus, alguns <strong>de</strong> interligação entre bairros,outros suplementares; mas ain<strong>da</strong> é necessário implantar mais linhas <strong>de</strong> ônibus. A existência <strong>de</strong> quatroestações do metrô favorece a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população, apesar <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> integração ônibus–metrô. Onúmero insuficiente <strong>de</strong> linhas e a má distribuição no quadro <strong>de</strong> horários acarretam superlotação dos ônibus;há também <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> atendimento no horário noturno e ina<strong>de</strong>quação dos veículos para <strong>de</strong>ficientesfísicos. Alguns corredores, como a Rua Padre Eustáquio, estão sobrecarregados <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus.O crescimento e o a<strong>de</strong>nsamento na região vêm acontecendo. Existem alguns bairros que apresentam nítidopotencial; outros po<strong>de</strong>riam ser a<strong>de</strong>nsados, mas falta-lhes infra-estrutura. O crescimento é positivo à medi<strong>da</strong>que atrai serviços e investimentos e cria novos centros urbanos. O Shopping Del Rey, por exemplo,contribuiu significativamente para a concentração resi<strong>de</strong>ncial, o surgimento <strong>de</strong> novos serviços e valorização<strong>da</strong> área, como no caso do bairro Caiçara.Por outro lado, o crescimento também aconteceu <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, “<strong>de</strong>srespeitando as áreas ver<strong>de</strong>s”,não consi<strong>de</strong>rando as condições ambientais. Áreas <strong>de</strong> risco foram ocupa<strong>da</strong>s por vilas e favelas, commoradias improvisa<strong>da</strong>s. Bairros como Caiçara e Coração Eucarístico já apresentam “alto índice <strong>de</strong>verticalização”. Por conseqüência, a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e o a<strong>de</strong>nsamento sobrecarregaram a infraestruturae os sistemas <strong>de</strong> saneamento básico, reduziram áreas ver<strong>de</strong>s, prejudicando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.A Noroeste é uma <strong>da</strong>s regiões mais antigas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, apresenta gran<strong>de</strong> potencial histórico, culturale econômico e contém um valioso patrimônio histórico que contribui para a preservação <strong>da</strong> memória <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. São promovidos eventos populares importantes como carnaval, festa junina, feiras.A revitalização <strong>da</strong> Lagoinha, especialmente a restauração do mercado como um equipamento <strong>de</strong> referência


242 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais<strong>de</strong>sta área, significou importante iniciativa para a recuperação <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor histórico,embora o mercado não tenha sido transformado em centro cultural.A <strong>Prefeitura</strong> tem realizado parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong> para a preservação do patrimônio; no entanto,a poluição visual, sonora e radioativa e a falta <strong>de</strong> fiscalização levam à sua <strong>de</strong>scaracterização.A existência <strong>de</strong> muitos espaços públicos é um traço marcante <strong>da</strong> região Noroeste e constituem pontos <strong>de</strong>referência para a população, ain<strong>da</strong> que não se tenham consoli<strong>da</strong>do como áreas <strong>de</strong> lazer ou tenham, porvezes, utilização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. A <strong>de</strong>speito <strong>da</strong> construção e restauração <strong>de</strong> parques, praças – como o parqueecológico do Aeroporto Carlos Prates e a pista <strong>de</strong> cooper <strong>da</strong> Av. Briga<strong>de</strong>iro Eduardo Gomes – os espaçospúblicos ain<strong>da</strong> são insuficientes consi<strong>de</strong>rando-se a extensão <strong>da</strong> região e as poucas opções <strong>de</strong> lazer,cultura, convivência, esporte. Os já implantados apresentam-se subutilizados, com manutenção <strong>de</strong>ficiente,<strong>de</strong>scaracterizados, com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, sem segurança para os usuários, dificultando sua utilização– são exemplos as praças conquista<strong>da</strong>s através do Orçamento Participativo, Praça Uruguaiana, no bairroBom Jesus, e as do bairro São José.Problemas semelhantes ocorrem com os passeios <strong>da</strong>s vias públicas, on<strong>de</strong> a ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, emmuitos casos por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s irregulares, e a má conservação refletem a não priorização do pe<strong>de</strong>stre,dificultando o trânsito <strong>da</strong>s pessoas e provocando aci<strong>de</strong>ntes. Alguns corredores não possuem sequer largurasuficiente para comportar o tráfego, como a Av. Presi<strong>de</strong>nte Antônio Carlos e a Rua Padre Eustáquio.A proporção entre áreas ver<strong>de</strong>s e a população <strong>da</strong> região é baixa, não atingindo doze metros quadrados porhabitante. Além disso, as áreas existentes estão sem condições <strong>de</strong> acesso e uso, insalubres e, em muitoscasos, ociosas, agravando a segurança dos usuários.No tocante ao saneamento, observa-se poluição dos córregos (Vila São José, Av. Avaí), esgotos correndo acéu aberto (vilas São José, Pindorama, Sumaré, Califórnia e Cachoeirinha).Problemas <strong>de</strong> drenagem pluvial também estão presentes na região em razão <strong>de</strong> algumas ocupações teremocorrido sem projeto <strong>de</strong> drenagem e infra-estrutura, como é o caso dos conjuntos habitacionais.O aterro sanitário, além <strong>da</strong> insuficiência e ina<strong>de</strong>quação do tratamento do lixo, está localizado em árearesi<strong>de</strong>ncial, o que prejudica a valorização dos imóveis e compromete as condições sanitárias, <strong>de</strong> higiene esaú<strong>de</strong>, ocasionando péssima quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> aos moradores do entorno. Esse aterro representa, poroutro lado, um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> se tornar área ver<strong>de</strong>, o mesmo acontecendo com o aeroporto <strong>de</strong> CarlosPrates.Na limpeza urbana, <strong>de</strong>stacam-se como pontos positivos a coleta sistemática do lixo e a regularização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos carroceiros com a inauguração <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV)na Av. João XXIII; as obras <strong>de</strong> interceptação <strong>de</strong> esgotos <strong>da</strong> bacia do Onça, o tratamento <strong>de</strong> esgoto noParque Caiçaras e a urbanização <strong>da</strong> Vila Senhor dos Passos.As condições ambientais são comprometi<strong>da</strong>s pela poluição visual e sonora provoca<strong>da</strong> por fontes diversas:aterro sanitário, aeroporto, gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> corredores e eixos <strong>de</strong> transporte, bares, shows.Quanto à legislação, tanto o Plano Diretor quanto a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo sãoinstrumentos positivos para o <strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>da</strong> região; a existência <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> DiretrizesEspeciais (ADE) aju<strong>da</strong> a preservar a história <strong>de</strong> alguns bairros e <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, como a ADE Lagoinha,volta<strong>da</strong> para a preservação do patrimônio histórico e cultural.Observa-se que a verticalização <strong>da</strong>s edificações vem comprometendo a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do patrimônio histórico,cultural e ambiental.Falta aplicação <strong>da</strong> lei nas Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS) – na região Noroeste encontram-se<strong>de</strong>zenove vilas e favelas.Com relação à gestão metropolitana, é necessário <strong>de</strong>finir uma política uniforme para o zoneamento eocupação do solo.No tocante à gestão municipal, a educação <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças comunitárias para preservação e manutenção dopatrimônio histórico e as parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong> são medi<strong>da</strong>s importantes que vêm sendotoma<strong>da</strong>s pela administração.Da mesma forma são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s a ação conjunta <strong>da</strong>s secretarias <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Gestão RegionalNoroeste e Pampulha para a recuperação <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha e a existência <strong>de</strong> programas e projetosvoltados para a região, apesar <strong>da</strong> lentidão e <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s na sua execução: DRENURBS, HABITARBRASIL, PGE e OP; esse último apresenta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s com relação à priorização e continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>sconquistas alcança<strong>da</strong>s.Outras ações estão volta<strong>da</strong>s para a regionalização <strong>da</strong>s discussões sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, incluindo-se aí aConferência <strong>de</strong> Política Urbana, a regionalização <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos dos agentes<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.É positiva também a realização <strong>de</strong> trabalhos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em prol <strong>da</strong> cultura e do lazer, como os Eventos


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 243<strong>da</strong> Terceira I<strong>da</strong><strong>de</strong>.Por outro lado, verifica-se que alguns projetos, como o Arena Cultural, não são implementados <strong>de</strong> formasatisfatória, e que a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> não participa <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem implanta<strong>da</strong>s na região.É necessário realizar o acompanhamento social <strong>da</strong>s famílias reassenta<strong>da</strong>s e um ca<strong>da</strong>stro municipal queimpeça o seu retorno para local <strong>de</strong> origem.A fiscalização, <strong>de</strong> modo geral, é <strong>de</strong>ficiente, abrangendo posturas municipais, construções, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sirregulares, patrimônio, trânsito. A<strong>de</strong>mais, utilizam-se critérios diferenciados, na aprovação, licenciamento efiscalização, para pequenos e gran<strong>de</strong>s empreendimentos.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 245Mapa 06 - Pré-conferência regional Noroeste – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2473.3.7 - Pré-Conferência Regional NorteA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO NORTEOcupação do Solo e ZoneamentoA região Norte encontra-se inteiramente na bacia do ribeirão do Onça.Tabela 28 - Área <strong>de</strong> lotes na região Norte – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 14.539.064 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 4.507.110 31,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 29 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Norte – 1996 e 2000N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 16.474 19.590 3.116 19,0Não resi<strong>de</strong>ncial 2.309 2.563 254 11,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 30 - População resi<strong>de</strong>nte na região Norte, segundo U P – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Furquim Werneck 409 4.706 4.297 31,20Isidoro Norte 5.425 5.844 420 0,83Jaqueline 17.381 29.811 12.431 6,18Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong> 13.035 17.624 4.589 3,41Planalto 13.228 15.792 2.564 1,99Primeiro <strong>de</strong> Maio 37.501 35.901 -1.600 -0,48São Bernardo 26.345 30.063 3.718 1,48Tupi/Floramar 40.675 53.849 13.174 3,17Total Norte 154.028 193.590 39.562 2,57Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> região Norte, particularmente em seus limites leste (áreas junto ao ribeirão do Onça) e nadivisa com o gran<strong>de</strong> vazio na bacia do ribeirão do Isidoro, (Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong> e Tupi) éconstituí<strong>da</strong> por assentamentos habitacionais irregulares.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO NORTEO território <strong>da</strong> regional Norte tem um zoneamento on<strong>de</strong> predomina a ZP-1, categoria atribuí<strong>da</strong> à gran<strong>de</strong> áreaain<strong>da</strong> <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong> situa<strong>da</strong> na bacia do ribeirão do Isidoro (área <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> região do Isidoro).


248 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisEntre as áreas ocupa<strong>da</strong>s, predomina o zoneamento ZAR-2.O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Norte, apontando o zoneamento predominante nosbairros <strong>da</strong> região.Quadro 14 - Zoneamento <strong>da</strong> região NorteZONABAIRROS / ÁREASZAPZAR-2ZEIS-1ZEIS-3ZP-1ZP-2ZPAMZESão Bernardo, Heliópolis, Floramar, Guarani, Planalto, Via Clóris, LaranjeirasCanaã, Jacqueline, Juliana, Frei Leopoldo, Etelvina Carneiro, Marize, JardimGuanabara, Tupi, Solimões, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Monte Azul / Industrial Rodrigues <strong>da</strong>Cunha, Minaslândia, Providência, 1.º <strong>de</strong> Maio, Aarão Reis, Campo AlegreAglomerado São Tomaz e <strong>de</strong>mais favelas <strong>da</strong> regiãoConjuntos Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, Novo Aarão Reis, Mariquinhas eZilah SpositoÁreas ao longo do ribeirão do OnçaMaior parte <strong>da</strong> região do IsidoroDiversas áreas na região do IsidoroCemitério Bosque <strong>da</strong> EsperançaMobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteO Anel Rodoviário e o eixo viário formado pela Av. Antonio Carlos / Av. Dom Pedro I / MG-10 constituemimportantes vias <strong>de</strong> acesso para a região, interligando-a a outras regiões <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> bem como aoutros municípios <strong>da</strong> Região Metropolitana. A região é atravessa<strong>da</strong> pela Av. Cristiano Machado, em cujoeixo corre a linha do metrô.Nesta região estão implanta<strong>da</strong>s ou em fase final <strong>de</strong> implantação 5 estações do metrô: Estação São Gabriel,que já se encontra em operação, Estação 1.º <strong>de</strong> Maio, Estação Valdomiro Lobo, Estação Floramar eEstação Vilarinho, <strong>de</strong> integração com o BHBUS.As propostas e priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas a sistema viário e transporte estão representa<strong>da</strong>s nos Mapaselaborados para subsidiar a discussão sobre a região. 28Condições AmbientaisConsi<strong>de</strong>rando as características <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> região Norte, as informações sobre as condiçõesambientais referem-se, fun<strong>da</strong>mentalmente, aos assentamentos resi<strong>de</strong>nciais existentes na região:– <strong>de</strong> acordo com os indicadores do IQVU publicados em 1996, as condições <strong>de</strong> habitação (disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> habitação e conforto habitacional) <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> região Norte situam-se nos mais baixos índices,<strong>de</strong>stacando-se o Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, cujo índice situa-se no mesmo nível <strong>de</strong> alguns aglomerados <strong>de</strong>favelas.– quanto à infra-estrutura urbana (limpeza urbana, saneamento, energia elétrica, telefonia, transportecoletivo) também são baixos os índices <strong>da</strong> região, com exceção <strong>de</strong> sua parte mais consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>(conjunto <strong>de</strong> bairros ao sul <strong>da</strong> região do Isidoro), que apresenta índices satisfatórios.– no que diz respeito à variável Meio Ambiente consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pelo IQVU (conforto acústico, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do are área ver<strong>de</strong>), também são baixos os índices apresentados pela região Norte, especialmente no JardimFelici<strong>da</strong><strong>de</strong>.– <strong>de</strong> acordo com a Carta Geotécnica do Município, as áreas <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> erosão mais críticas na regiãoNorte localizam-se nos bairros Tupi, Heliópolis e Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, verificando-se ain<strong>da</strong> diversas áreascom risco iminente <strong>de</strong> erosão na região do Isidoro.Embora a região não disponha <strong>de</strong> áreas significativas formalmente <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a parques, ela constitui uma<strong>da</strong>s poucas áreas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> que apresentam gran<strong>de</strong>s áreas com cobertura vegetal <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>preservação, com potencial <strong>de</strong> se tornarem parques urbanos relevantes para o município como um todo28 Constam do Anexo II.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 249Figura 07 - Pré-Conferência Regional Norte – Distribuição dos participantes por UP%Região NorteUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)JaquelineIsidoro NorteFurquim WerneckPlanaltoJardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>Tupi/FloramarSão BernardoPrimeiro <strong>de</strong> Maio30,0%27,2%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)25,0%% sobre o total <strong>de</strong> participantes20,0%15,0%10,0%19,4%13,8%12,4%12,0%8,8%6,5%5,0%0,0%Tupi/Floramar São Bernardo Isidoro NorteF. WerneckPrimeiro <strong>de</strong> Maio Jaqueline Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong> PlanaltoNome <strong>da</strong> UP


250 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisB - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesAs características <strong>da</strong> região Norte são a fragmentação <strong>da</strong> área, com a presença <strong>de</strong> bolsões <strong>de</strong> ocupaçãosem articulação entre os bairros, o crescimento e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados, principalmente em áreas <strong>de</strong>risco, e a multiplicação acelera<strong>da</strong> dos assentamentos clan<strong>de</strong>stinos.As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas estão distribuí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma pulveriza<strong>da</strong>, não se consoli<strong>da</strong>ndo centros queestruturem a região, limitando, conseqüentemente a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>. Serviçosbancários, por exemplo, são encontrados apenas no bairro Planalto, uma área muito periférica <strong>da</strong> região e<strong>de</strong> acesso difícil para outros bairros. Para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento regional, a oferta é satisfatória. AAv. Cristiano Machado apresenta, atualmente, potencial para se configurar um lugar <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Essa aveni<strong>da</strong> é o principal acesso <strong>da</strong> região Norte ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, compondo com o Anel Rodoviário, are<strong>de</strong> viária que articula a região com o restante do município. Parte <strong>de</strong>ssas vias faz a ligação com outrosmunicípios <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e com as rodovias estaduais MG 20 e MG 10, querepresentam, também, uma fonte <strong>de</strong> problemas, <strong>de</strong>vido ao risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Se a articulação externa <strong>da</strong>região é satisfatória para os moradores, a interna é <strong>de</strong>ficiente. A falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> ligação e as condiçõesprecárias <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las, como falta <strong>de</strong> pavimentação e <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, dificultam a integração entreos bairros.A implantação do metrô e as estações do BHBUS, sobretudo a estação <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> São Gabriel,melhoram a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região. Mas a implantação do metrô na faixa central <strong>da</strong> Av. CristianoMachado criou obstáculo <strong>de</strong> difícil transposição, mesmo com as obras realiza<strong>da</strong>s nessa via – passarela ealargamento <strong>da</strong> pista.O serviço <strong>de</strong> transporte coletivo por ônibus apresenta falhas, principalmente consi<strong>de</strong>rando a integraçãoentre os bairros e o atendimento a pontos importantes como estações do metrô e alguns equipamentos.Entre os equipamentos encontrados na região, que servem a todo o município, <strong>de</strong>stacam-se a Materni<strong>da</strong><strong>de</strong>Sofia Fieldman, a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> Caminhos para Jesus e o Centro <strong>de</strong> Ação Comunitária Providência (CAC), sem<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar outros estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pronto Atendimento (UPA) no 1º <strong>de</strong>Maio, <strong>de</strong> educação (escolas públicas), <strong>de</strong> assistência (creches públicas, Núcleo <strong>de</strong> Assistência Familiar) e<strong>de</strong> abastecimento, <strong>de</strong> abrangência mais restrita. Os bairros localizados nas bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> malha urbana, comoo Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, apresentam carência <strong>de</strong> equipamentos sociais, mesmo com projetos sociais como oFundo Cristão, projeto Curumim e projeto Recriar.O crescimento urbano é caracterizado por uma ocupação <strong>de</strong>scontrola<strong>da</strong> e em terrenos ina<strong>de</strong>quados aoassentamento humano. Loteamentos clan<strong>de</strong>stinos têm se tornado freqüentes nas áreas ain<strong>da</strong> vazias <strong>da</strong>região Norte, sobretudo na área <strong>da</strong> antiga fazen<strong>da</strong> <strong>da</strong> família Souza Lima, implantando-se ruas eedificações em terrenos <strong>de</strong> preservação ambiental que têm alta <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nascentes ecursos d’água e/ou presença <strong>de</strong> vegetação significativa. O risco está presente, também, nas ocupações <strong>da</strong>faixa <strong>de</strong> domínio <strong>da</strong> rodovia MG 20.Na região do córrego Isidoro está o Recanto Nossa Senhora <strong>da</strong> Boa Viagem (antigo sanatório) que, além <strong>de</strong>se constituir num local histórico-cultural, é uma referência à memória do lugar e <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Há umagran<strong>de</strong> carência <strong>de</strong> espaços para aten<strong>de</strong>r às manifestações e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais que se <strong>de</strong>senvolvemintensamente na região.Não obstante a presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas não ocupa<strong>da</strong>s, i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s principalmente como uma gran<strong>de</strong>área ver<strong>de</strong>, a escassez <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer é um problema constatado em to<strong>da</strong> a região. Este fato aumenta opotencial <strong>da</strong>s terras <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s Isidoro ou Fazen<strong>da</strong> dos Werneck como área <strong>de</strong> lazer, além <strong>de</strong> reforçarcom seus atributos naturais sua importância para a preservação ambiental. Esta área merece <strong>de</strong>staqueespecial, consi<strong>de</strong>rando que é uma <strong>da</strong>s maiores áreas contínuas sem ocupação e com alto grau <strong>de</strong>preservação, apesar <strong>da</strong> poluição <strong>da</strong>s águas do córrego do Isidoro. Por tudo isto, o cui<strong>da</strong>do com o lugar <strong>de</strong>veser gran<strong>de</strong> e justifica a preocupação com a implantação <strong>da</strong> via 540, com trajeto ao longo do curso d’água eatravessando a área, apesar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> legislação específica para a região (Lei <strong>da</strong> Operação Urbanado Isidoro). Mesmo com todos esses problemas, a região Norte, <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreasvazias, apresenta gran<strong>de</strong> potencial para a implantação <strong>de</strong> parques, áreas <strong>de</strong> lazer e indústrias.Vale ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>stacar as questões relativas ao esgotamento sanitário, pois a região apresenta muitas ruassem re<strong>de</strong> coletora, e é marca<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> cursos d’água poluídos, como os ribeirões do Isidoro e <strong>da</strong>Onça.Nesse contexto, os programas referentes aos cursos d’água, como o DRENURBS, o Projeto Manuelzão, oprojeto <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Estação Tratamento <strong>de</strong> Esgotos (ETE) <strong>da</strong> bacia do Onça são bem acolhidos erepresentam a valorização dos atributos naturais <strong>da</strong> região.A falta dos Planos Globais Específicos (PGE) para as vilas e favelas <strong>da</strong> região é, porém, um ponto negativo.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 251Os serviços relacionados à limpeza urbana são satisfatórios, seja a varrição e a coleta domiciliar, seja pelaUni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV).A população reconhece que a participação popular está se ampliando, facilita<strong>da</strong> pela administraçãomunicipal que estabelece espaços para discussão com representantes comunitários. A administraçãoregional e a do Parque do Nado são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s eficientes.Um gran<strong>de</strong> problema é a carência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas que possam <strong>de</strong>senvolver a região e criarpossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para a população local. Esse fato é agravado pelo baixo nível <strong>de</strong> ren<strong>da</strong><strong>da</strong>s famílias que habitam as áreas mais pobres <strong>da</strong> região e que necessitam <strong>de</strong> um apoio mais efetivo doEstado. Nesse sentido, a ausência <strong>de</strong> cursos profissionalizantes na região é fator agravante do quadro.O po<strong>de</strong>r público falha, ain<strong>da</strong>, na oferta e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos, sobretudo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educação esegurança. São também <strong>de</strong>ficientes os programas <strong>de</strong> assistência social, mesmo com algumas iniciativascomo o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família e do BH Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia cuja falta <strong>de</strong> divulgação, no entanto,compromete a eficácia do atendimento. Além disso, os jovens e os <strong>de</strong>ficientes físicos são gruposconsi<strong>de</strong>rados excluídos <strong>de</strong>sses investimentos. Embora o elenco <strong>de</strong> problemas seja gran<strong>de</strong>, a segurançapública merece <strong>de</strong>staque, sendo que a falta <strong>de</strong> policiamento é aponta<strong>da</strong> como o fator principal.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 253Mapa 07 - Pré-conferência regional Norte – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2553.3.8 - Pré-Conferência Regional OesteA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO OESTEOcupação do Solo e ZoneamentoTabela 31 - Área <strong>de</strong> lotes na região Oeste – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 19.632.715 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 7.576.136 38,6Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTIPO DE UNIDADETabela 32 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região Oeste – 1996 e 2000N.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 43.612 51.243 7.631 17,6Não resi<strong>de</strong>ncial 5.519 7.096 1.577 28,6Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 33 - População resi<strong>de</strong>nte na região Oeste, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Barroca 50.908 46.757 -4.151 -0,94Betânia 35.942 40.292 4.350 1,28Cabana 67.599 69.516 1.917 0,31Estoril/Buritis - Pilar Oeste 4.286 18.799 14.513 17,85Jardim América 69.676 70.142 466 0,07Morro <strong>da</strong> Pedras 20.938 21.295 357 0,19Total Oeste 249.350 266.801 17.451 0,75Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO OESTEO território <strong>da</strong> regional Oeste apresenta um zoneamento em que predominam as zonas A<strong>de</strong>nsamentoRestrito 2 (ZAR-2) e <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP).Uma parte significativa do território <strong>da</strong> região é ocupa<strong>da</strong> ZEIS-1, <strong>de</strong>stacando-se, por sua extensão, oAglomerado Morro <strong>da</strong>s Pedras e as vilas Cabana Pai Tomás, Vista Alegre e Ventosa.O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região Oeste, apontando o zoneamento predominante nosbairros <strong>da</strong> região.


256 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisQuadro 15 - Zoneamento <strong>da</strong> região OesteZONAZAPZAZAR-2ZAR-1ZEZPAMZEIS-1ZEBAIRROS / ÁREASBarroca, Prado, Calafate, Glalijá, Jardinópolis, Nova Gameleira (parte), Nova Suíça,Salgado Filho, Jardim América, Nova Grana<strong>da</strong>, Havaí, Betânia (parte),Cinqüentenário, Estrela D’Alva (parte), BuritisAlto Barroca, Gutierrez, GrajaúNova Gameleira (parte), Patrocínio, Nova Cintra, Vista Alegre, Magnesita, Marajó,Nova Barroca, Betânia (parte), Palmeiras, Estrela D’Alva (parte), Parque São João,áreas ao sul e leste do BuritisEstoril, Bairro <strong>da</strong>s MansõesGameleira, Cemitério Parque <strong>da</strong> Colina, Olhos D’Água, Estação Gameleira do metrôParque <strong>da</strong> Betânia, Parque Aggeo Pio Sobrinho e mata do CercadinhoAglomerado Morro <strong>da</strong>s Pedras (vilas Antena, Cascalho, Leonina , Chácara Leonina,Santa Sofia, São Jorge I, II e III), vilas Barão Homem <strong>de</strong> Melo I, II, IV, V e VI,Betânia, Cabana Pai Tomás, Guaratã, Imbaúbas, Imperial, , Madre Gertru<strong>de</strong>s I, II,III, IV, V e VI, Nova Gameleira I e II, Nova Paraíso, Pantanal, Spart Club, Ventosa,Vila Oeste/ Nova Gameleira, Virgínia, Vista Alegre,Cemitério Bosque <strong>da</strong> EsperançaADES NA REGIÃO OESTEExistem na região Oeste diversas Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADEs), a saber:– a ADE do Estoril, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao uso resi<strong>de</strong>ncial unifamiliar e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s conviventes com o usoresi<strong>de</strong>ncial (ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Grupo I);– a ADE do Buritis, instituí<strong>da</strong> pela Lei 8137/00, com o objetivo <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> inibição doa<strong>de</strong>nsamento crescente, <strong>de</strong>vido à precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> articulação viária;– diversas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, concentra<strong>da</strong>s na região do bairro Palmeiras– a ADE Vale do Arru<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a projetos <strong>de</strong> reurbanização, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua localizaçãoestratégica e <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e sub utilização. Essa ADE, que se esten<strong>de</strong> ao longo doribeirão, ocupando, na região Oeste, áreas dos bairros Betânia, Salgado Filho, Nova Suíça, Calafate ePrado, ain<strong>da</strong> precisa ser regulamenta<strong>da</strong>.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteA região Oeste é <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> por importantes vias <strong>de</strong> ligação intermunicipal (Av. do Contorno e Av. RajaGabaglia) e <strong>de</strong> ligação regional (Anel Rodoviário, BR-040 e Av. Tereza Cristina/Via Expressa Leste Oeste.No sistema viário <strong>da</strong> região <strong>de</strong>stacam-se, pela sua importância no processo <strong>de</strong> ocupação, dois eixosintegrantes <strong>da</strong> estrutura radioconcêntrica <strong>da</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: a Rua Platina (eixo <strong>de</strong> acesso <strong>da</strong> área <strong>de</strong>ocupação mais antiga <strong>da</strong> região, o bairro Calafate) e, posteriormente, a Av. Amazonas.As vias <strong>de</strong> penetração mais recentes cortam a região no sentido norte/sul, a partir <strong>da</strong> Av. amazonas,contrariando a estrutura radioconcêntrica, uma vez que interligam regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem passar pelocentro. Trata-se <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>s <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale Francisco Sá, Silva Lobo/Barão Homem <strong>de</strong> Melo e o trecho<strong>da</strong> Av Tereza Cristina entre a Gameleira e o Anel Rodoviário.No interior <strong>da</strong> região é proposta a Via 681, em fundo <strong>de</strong> vale, interligando as aveni<strong>da</strong>s Barão Homem <strong>de</strong>Melo e Tereza Cristina.Uma estação do BHBUS é prevista no interior <strong>da</strong> região Oeste, a estação Salgado Filho.A linha do metrô atravessa a região em seu limite norte, on<strong>de</strong> estão implanta<strong>da</strong>s as estações Calafate eGameleira.A proposta <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong> nova rodoviária na Gameleira e do ramal do metrô entre a Gameleira e oBarreiro, seguindo a Av. Teresa Cristina, implicará na implantação <strong>de</strong> uma estação <strong>de</strong> integração junto à


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 257referi<strong>da</strong> rodoviária.Condições AmbientaisTo<strong>da</strong> a região Oeste situa-se na bacia do ribeirão Arru<strong>da</strong>s, sendo a maior parte do território regionalintercepta<strong>da</strong> por afluentes <strong>da</strong> margem direita, entre os quais se <strong>de</strong>stacam os córregos Piteiras e Marinho,que foram canalizados e capeados, constituindo as aveni<strong>da</strong>s Barão Homem <strong>de</strong> Melo e Silva Lobo, e ocórrego do Cercadinho, que corre a céu aberto, separando os bairros Havaí e São José, Estoril e Buritis.Consi<strong>de</strong>rando as características <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> região Oeste, as informações sobre condições ambientaisreferem-se, fun<strong>da</strong>mentalmente, aos assentamentos resi<strong>de</strong>nciais existentes:– <strong>de</strong> acordo com os indicadores do IQVU publicados em 1996, as condições <strong>da</strong> região Oeste são bemdiferencia<strong>da</strong>s, ocorrendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> áreas com altos índices, semelhantes aos <strong>da</strong> região Centro-Sul,correspon<strong>de</strong>ntes aos bairros Gutierrez, Grajaú, Prado e Barroca, até áreas com os mais baixos índicesverificados no Município, como o Aglomerado Morro <strong>da</strong>s Pedras;– quanto à infra-estrutura urbana (limpeza urbana, saneamento, energia elétrica, telefonia, transportecoletivo), os índices também são variados, com predominância dos níveis médios e <strong>de</strong>stacando-se oAglomerado Morro <strong>da</strong>s Pedras com o mais baixo índice;– com relação à dimensão Meio Ambiente consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pelo IQVU (conforto acústico, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar eárea ver<strong>de</strong>), as áreas dos bairros Estoril/Buritis apresentam o mais alto índice <strong>da</strong> região;– <strong>de</strong> acordo com a Carta Geotécnica do Município, as áreas <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> erosão localizam-se junto àsnascentes dos córregos <strong>da</strong> sub-bacia do córrego do Cercadinho e nas encostas que têm como linha <strong>de</strong>cumea<strong>da</strong> a Av. Raja Gabaglia.– A região Oeste dispõe <strong>de</strong> dois parques urbanos: Aggeo Pio Sobrinho, localizado no Buritis, e o Parque<strong>da</strong> Betânia. Também se <strong>de</strong>staca na região uma gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong>, a mata do Cercadinho.


258 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisFigura 08 - Pré-Conferência Regional Oeste – Distribuição dos participantes por UP%BarrocaCabanaJardim AméricaMorro <strong>da</strong>s PedrasBetâniaEstoril/BuritisPilar OesteRegião OesteUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)30,0%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)25,0%24,8%23,8%% sobre o total <strong>de</strong> participantes20,0%15,0%10,0%16,8%14,9%10,9%8,9%5,0%0,0%Cabana Betânia Jardim América Morro <strong>da</strong>s Pedras Buritis/Estoril - Pilar Oeste BarrocaNome <strong>da</strong> UP


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 259B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região Oeste apresenta centros <strong>de</strong> comércio e serviços consoli<strong>da</strong>dos, em constante crescimento, comuma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> que proporciona atendimento satisfatório aos moradores e, em algumas áreas, uma certain<strong>de</strong>pendência em relação ao centro <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Contudo, a distribuição <strong>de</strong>stas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não estámuito equilibra<strong>da</strong> no território, i<strong>de</strong>ntificando-se alguns bairros sem um centro expressivo. Verifica-se, ain<strong>da</strong>,que os centros existentes estão localizados em vias importantes <strong>da</strong> região e, com isso, sofrem sobrecargano trânsito (Av. Barão Homem <strong>de</strong> Melo, Silva Lobo, Úrsula Paulino). O espaço público dos centros émarcado pelo uso ina<strong>de</strong>quado dos passeios, dificultando o trânsito dos pe<strong>de</strong>stres, e os problemas <strong>de</strong>poluição visual e sonora, associados a uma fiscalização ineficiente, comprometem, também, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>sses locais.A articulação entre a região Oeste e o restante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> eficiente, principalmenteapós a implantação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina. Internamente, a situação é diferente, e a região mostra-sefragmenta<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> ligação entre os bairros e à presença <strong>de</strong> barreiras <strong>de</strong> difíciltransposição, como a linha ferroviária e alguns cursos d’água.O transporte coletivo, inclusive o suplementar, embora reconhecido como um bom serviço na região,apresenta falhas no atendimento – <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ligação entre centros regionais – e concentrao trajeto em vias principais, sem circular no interior dos bairros. Constata-se, ain<strong>da</strong>, que a implantação <strong>da</strong>Estação Salgado Filho do BHBUS está muito lenta.A região é caracteriza<strong>da</strong> por bairros on<strong>de</strong> predominam residências unifamiliares, o que concentra nesseaspecto os conflitos relacionados tanto ao uso como à ocupação do solo. A instalação do Centro <strong>de</strong>Recuperação <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública (CERESP) foi um fator <strong>de</strong> incômodo para a vizinhançaresi<strong>de</strong>ncial, causando, inclusive, <strong>de</strong>preciação dos imóveis na área do entorno. Da mesma forma, averticalização excessiva <strong>de</strong> alguns bairros, como o Buritis, por exemplo, provoca impactos negativos nainfra-estrutura e na paisagem geral <strong>da</strong> região.O processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento populacional se consolidou não apenas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal, mas também nasáreas <strong>da</strong>s vilas e favelas, on<strong>de</strong> falta infra-estrutura e o crescimento atinge áreas <strong>de</strong> risco, como as margensdo córrego Cercadinho.As áreas e os equipamentos <strong>de</strong> lazer, principalmente os parques (Betânia, Cercadinho), são valorizadospela população, embora o número, a manutenção e o acesso sejam insatisfatórios. Apesar <strong>de</strong> implantaçãorecente do parque ecológico do Havaí, no conjunto Estrela Dalva, nem to<strong>da</strong> a população <strong>da</strong> região estásendo beneficia<strong>da</strong>. Essa <strong>de</strong>ficiência se <strong>de</strong>ve, algumas vezes, ao funcionamento pouco a<strong>de</strong>quado àsnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população, às questões relativas ao horário e à falta <strong>de</strong> infra-estrutura implanta<strong>da</strong>, além <strong>da</strong>falta <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>sses equipamentos. No aglomerado do Morro <strong>da</strong>s Pedras, por exemplo, faltamespaços <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais.A região ain<strong>da</strong> apresenta exemplares <strong>de</strong> áreas preserva<strong>da</strong>s, como a serra do Curral e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seuslimites, a mata do Cercadinho; no entanto, apesar <strong>de</strong> regista<strong>da</strong>s algumas iniciativas <strong>de</strong> preservação, sãovisíveis os conflitos na utilização do espaço urbano, com nascentes e áreas ver<strong>de</strong>s sendo ocupa<strong>da</strong>sina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente.O impacto do DRENURBS é muito positivo e tem trazido uma maior i<strong>de</strong>ntificação dos moradores com apreservação dos recursos hídricos. Esse fato é reforçado pela presença, na região, <strong>de</strong> cursos d’água emleito natural, ficando, assim, visível a <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>sses e <strong>de</strong> suas nascentes, com o lançamento <strong>de</strong>esgotos, lixo e entulho, além <strong>da</strong> ocupação legal ou ilegal do solo. Esses problemas são causados pelo setorimobiliário, pelo po<strong>de</strong>r público, pela população e por falhas na legislação. A falta <strong>de</strong> obras nos córregos(Cercadinho, Ponte Queima<strong>da</strong> etc.) e <strong>de</strong> saneamento básico na região contribuem para agravar a situação.A relação <strong>da</strong> administração regional com as associações, conselhos e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s tem se mostradoprodutiva, sendo que, no caso <strong>da</strong>s vilas e favelas, o resultado <strong>de</strong>ssa boa interlocução foi a melhoria <strong>da</strong> infraestruturageral <strong>de</strong>sses locais, com a implantação <strong>de</strong> pavimentação nas ruas, coleta <strong>de</strong> esgoto, transportecoletivo etc. O Orçamento Participativo e a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> estrutura administrativa municipal são doisfatores que favoreceram este processo, mas a legislação e a fiscalização, assim como a educaçãoambiental, ain<strong>da</strong> são muito <strong>de</strong>ficientes.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 261Mapa 08 - Pré-conferência regional Oeste – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2633.3.9 - Pré-Conferência Regional <strong>da</strong> PampulhaA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO DA PAMPULHAOcupação do Solo e ZoneamentoA região <strong>da</strong> Pampulha encontra-se inteiramente na bacia do ribeirão do Onça.Tabela 34 - Área <strong>de</strong> lotes na região <strong>da</strong> Pampulha – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 24.896.783 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 11.452.520 46,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 35 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região <strong>da</strong> Pampulha – 1996 e 2000TIPO DE UNIDADEN.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 25.369 34.310 8.941 35,0Não resi<strong>de</strong>ncial 3.848 4.480 632 16,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 36 - População resi<strong>de</strong>nte na região <strong>da</strong> Pampulha, segundo UP – 1991 e 2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Castelo 1.098 9.210 8.112 26,66Confisco 2.102 3.949 1.847 7,26Garças/Braúnas 2.423 5.005 2.582 8,40Jaraguá 25.065 30.525 5.460 2,21Ouro Preto 11.568 15.976 4.408 3,65Pampulha 12.060 11.647 -413 -0,39Santa Amélia 24.051 31.488 7.437 3,04São Francisco 6.430 7.738 1.308 2,08Sarandi 20.355 26.183 5.828 2,84UFMG 30 42 12 3,79Total Pampulha 105.181 141.763 36.582 3,37Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO PAMPULHAO território <strong>da</strong> regional Pampulha tem um zoneamento bastante diversificado, on<strong>de</strong> predomina a ZP-2,concentra<strong>da</strong> em torno <strong>da</strong> lagoa. A região apresenta gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> ZE e, ain<strong>da</strong>, gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong>ZAP e <strong>de</strong> ZAR-2.O quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Pampulha, apontando o zoneamento


264 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaispredominante nos bairros <strong>da</strong> região.Quadro 16 - Zoneamento <strong>da</strong> região <strong>da</strong> PampulhaZONAZP-2ZP-1ZPAMZEZAR-1ZAR-2ZAPZEIS-1ZEIS-3ZEIS-2BAIRROS / ÁREASTrevo, Braúnas, Garças, Nova Pampulha, Jardim Atlântico (sul <strong>da</strong> Av. Portugal, SãoLuis, Ban<strong>de</strong>irantesDiversas áreas dispersasJardim Zoológico, Parque Ursulina <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Melo, Parque Lagoa do Nado ediversas áreas ver<strong>de</strong>sCampus <strong>da</strong> UFMG, Aeroporto, bairro São FranciscoXangri-láSão José, Jardim Atlântico (norte <strong>da</strong> Av. Portugal), Copacabana, Irapoã (sul <strong>da</strong> Av.Portugal), Ouro Preto, Novo Ouro Preto, Engenho Nogueira, Paquetá, CH Lagoa,Universitário, Santa RosaSanta Branca, Santa Amélia, Itapoã (norte <strong>da</strong> Av. Portugal), Santa Terezinha,Sarandi, Serrano, Castelo, Manacás, Jaraguá, Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Dona Clara, AerooportoVila São José (parte) e outras favelas <strong>da</strong> regiãoConjunto ConfiscoÁreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao reassentamento <strong>da</strong> Vila São JoséADES NA REGIÃO DA PAMPULHANa região <strong>da</strong> Pampulha existem três Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais, que recobrem a gran<strong>de</strong> maioria doterritório <strong>da</strong> região:– a ADE <strong>da</strong> Pampulha, correspon<strong>de</strong>nte ao entorno <strong>da</strong> lagoa, sujeita ao uso exclusivamente resi<strong>de</strong>ncial e aparâmetros <strong>de</strong> ocupação restritivos, até que seja elaborado plano <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> represa;– a ADE <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha, compreen<strong>de</strong>ndo a área <strong>da</strong> bacia hidrográfica <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulhasitua<strong>da</strong> no Município, estando sujeita, em função <strong>da</strong> preservação ambiental <strong>da</strong> lagoa, a diretrizesespeciais <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso, <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> terra e <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreaserodi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cobertura vegetal;– a ADE Trevo, sujeita a condições especiais <strong>de</strong> ocupação e uso, <strong>de</strong> forma a garantir e a preservar apaisagem <strong>da</strong>s proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha, criando alternativa <strong>de</strong> ocupação e mantendo apredominância do uso resi<strong>de</strong>ncial <strong>da</strong> região até que seja aprovado o plano <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> represa.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteA região <strong>da</strong> Pampulha é atravessa<strong>da</strong> por importantes vias integrantes <strong>da</strong> estrutura radioconcêntrica <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> e Região Metropolitana:– a Av. Antonio Carlos / Dom Pedro I, ligação do centro <strong>de</strong> BH com o vetor Norte <strong>da</strong> RegiãoMetropolitana, constituindo o limite leste <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Pampulha;– a Av. Presi<strong>de</strong>nte Carlos Luz, que interliga a Pampulha ao centro, passando pela Av. Pedro II;– as aveni<strong>da</strong>s Tancredo Neves e Heráclito Mourão <strong>de</strong> Miran<strong>da</strong>, que ligam as regiões Pampulha eNoroeste, no prolongamento do eixo Dom Pedro II / Padre Eustáquio.O projeto <strong>de</strong> prolongamento <strong>da</strong> Av. Dom Pedro II ten<strong>de</strong> a melhorar sensivelmente as condições <strong>de</strong>acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> regiãoUma estação do BHBUS está prevista no interior <strong>da</strong> região: a Estação PampulhaAs propostas e priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas a sistema viário e transporte estão representa<strong>da</strong>s nos Mapas


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 265elaborados para subsidiar a discussão sobre a região. 29Condições AmbientaisA BACIA DA PAMPULHA: PROCESSO DE OCUPAÇÃONo início dos anos 40, o po<strong>de</strong>r público concebeu um novo plano para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e realizou gran<strong>de</strong>sintervenções no espaço urbano. Os pontos focais do plano então <strong>de</strong>senhado foram a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Industrial, aoeste e afasta<strong>da</strong> do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e o complexo <strong>da</strong> Pampulha, constituído por um conjunto <strong>de</strong>equipamentos <strong>de</strong> lazer e cultura na orla <strong>de</strong> um lago artificial – um marco <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a capital.Com uma extensão territorial <strong>de</strong> 97 km², a bacia <strong>da</strong> represa <strong>da</strong> Pampulha esten<strong>de</strong>-se sobre os territóriosdos municípios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem.A ocupação nobre do entorno <strong>da</strong> represa foi estimula<strong>da</strong> pela legislação urbanística municipal que, inspira<strong>da</strong>na tipologia “ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-jardim” e visando garantir menor <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> paisagística na área <strong>de</strong>contribuição direta do lago, previa o lote mínimo <strong>de</strong> 1.000 m² e afastamentos especiais <strong>da</strong>s edificações,entre outros parâmetros especiais.Tais parâmetros <strong>de</strong> ocupação do solo, ao lado dos atributos paisagísticos que valorizaram esses bairros,tornando-os acessíveis somente a populações <strong>de</strong> alta ren<strong>da</strong>, contribuíram para a formação <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>região do entorno <strong>da</strong> lagoa como espaço nobre <strong>de</strong> moradia, marcado pela lagoa, pelos equipamentosculturais e <strong>de</strong> lazer e pelo aeroporto vizinho.A posterior implantação do CAMPUS <strong>da</strong> UFMG e do complexo Mineirão / Mineirinho viria consoli<strong>da</strong>r ai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Pampulha como pólo cultural e <strong>de</strong> lazer <strong>de</strong> alcance metropolitano, estadual e nacional.A ocupação <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha não se restringe, to<strong>da</strong>via, a este mo<strong>de</strong>lo, estando inscrita no processo<strong>de</strong> formação do aglomerado urbano <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, que, em linhas gerais, secaracteriza como um processo <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> periferias. Esse processo, que eclodiu no final dos anos 40/início dos 50, quando a atuação especulativa do mercado imobiliário provocou o espraiamento doparcelamento do solo, através <strong>de</strong> loteamentos <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> infra-estruturas, introduziu um padrão bemmais precário <strong>de</strong> ocupação na região <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, situam-se na bacia <strong>da</strong> Pampulha:no território sob jurisdição <strong>da</strong> administração regional Pampulha:– a região constituí<strong>da</strong> pela lagoa, equipamentos na orla (igreja, museu <strong>de</strong> arte, cassino, casa do baile, iateclub, Jardim Zoológico) e bairros nobres do entorno (São Luís, Ban<strong>de</strong>irantes, Jardim Atlântico);– a região ao sul <strong>de</strong>ssa área nobre, constituí<strong>da</strong> pelos bairros Sarandi, Santa Terezinha, Ouro Preto,Paquetá, Engenho Nogueira, Castelo e Manacás;– a região a oeste <strong>da</strong> lagoa (bairros Garças, Braúnas, Trevo, Xangri-la, Nova Pampulha e parte do CéuAzul);no território sob jurisdição <strong>da</strong> administração regional Noroeste: Jardim Montanhês, bairro e vila SãoJosé, Inconfidência, Alípio <strong>de</strong> Melo, Conj. Celso Machado, Conj. Itacolomi, Serrano, Coqueiros, Glória,Pindorama, Conjunto e Vila Califórnia, além do aterro sanitário <strong>da</strong> SLU.Na parte <strong>da</strong> bacia pertencente a Contagem, encontram-se: a região <strong>da</strong> Ressaca, que dá continui<strong>da</strong><strong>de</strong> àárea <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> a noroeste do Anel, on<strong>de</strong> se encontra um conjunto <strong>de</strong> bairros referenciados pelaCEASA; a região do Nacional, que dá seqüência à área constituí<strong>da</strong> a oeste <strong>da</strong> lagoa e no fundo doZoológico; e um trecho <strong>da</strong> bacia que integra a região industrial <strong>de</strong> Contagem, on<strong>de</strong> estão situados doisdistritos industriais e diversos bairros <strong>de</strong> ocupação irregular e ambientalmente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos.O acelerado processo <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong> represa, aliado à precária situação dos serviços <strong>de</strong> saneamento, temprovocado sérios problemas ambientais na bacia. Os vários bolsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção existentes, a ameaça àprópria existência <strong>da</strong> lagoa e à integri<strong>da</strong><strong>de</strong> do conjunto histórico (já que o espelho d’água constitui seuelemento paisagístico fun<strong>da</strong>mental) impe<strong>de</strong>m que a lagoa cumpra os objetivos para os quais foi cria<strong>da</strong>.O PROPAMO problema <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha exige a integração <strong>de</strong> múltiplas ações,especialmente a participação do município <strong>de</strong> Contagem, co-responsável pela referi<strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção.É com esta preocupação que o Plano Diretor <strong>de</strong>termina, em seus artigos 44 e 45, a elaboração <strong>de</strong> um plano<strong>de</strong> ação visando a recuperação <strong>da</strong> represa, o qual se constitui em pré requisito para a regulamentação <strong>da</strong>sADEs Pampulha, Bacia <strong>da</strong> Pampulha e Trevo.Visando a recuperação ambiental <strong>da</strong> bacia, foi elaborado pelo Executivo <strong>Municipal</strong> o Programa <strong>de</strong>Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha – PROPAM, em processo <strong>de</strong>29 Constam do Anexo II.


266 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisimplementação. Esse programa tem como objetivo principal a <strong>de</strong>spoluição <strong>da</strong> bacia através <strong>de</strong> açõesintegra<strong>da</strong>s volta<strong>da</strong>s para a preservação <strong>da</strong>s nascentes, <strong>de</strong>spoluição <strong>da</strong>s águas, melhoriua <strong>da</strong>s condiçõessanitáriase tratamento <strong>da</strong>s áreas urbanas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e sob ameaça <strong>de</strong> erosão e inun<strong>da</strong>ção.Outra questão fun<strong>da</strong>mental contempla<strong>da</strong> no PROPAM é a gestão intermunicipal, viabiliza<strong>da</strong> através <strong>da</strong>criação do Consórcio Intermunicipal, já em funcionamento.Na região <strong>da</strong> Pampulha, existem 3 importantes Parques: o Zoológico e os Parques Lagoa do Nado eUrsulina <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Neves.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 267Figura 09 - Pré-Conferência Regional <strong>da</strong> Pampulha – Distribuição dos participantes por UP%Garças/BraúnasSanta AméliaPampulhaJaraguáConfiscoSarandiUFMGOuro PretoSão FranciscoCasteloRegião <strong>da</strong> PampulhaUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)30,0%25,0%25,3%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)% sobre o total <strong>de</strong> participantes20,0%15,0%10,0%19,8%17,6%9,9% 9,9%8,8%6,6%5,0%2,2%0,0%Santa Amélia Jaraguá Sarandi-Confisco Pampulha Garças/Trevo São Francisco Ouro Preto CasteloNome <strong>da</strong> UP


268 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisB - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA região <strong>da</strong> Pampulha <strong>de</strong>staca-se pela presença <strong>da</strong> lagoa e sua área <strong>de</strong> entorno, que configuram umareferência nacional e mundial pelo significativo patrimônio arquitetônico, urbanístico e cultural. Apresenta-se,assim, com gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> pólo turístico e <strong>de</strong> lazer. Possui também a maior concentração <strong>de</strong>equipamentos públicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais – UFMG, Zoológico, parquesecológicos, Mineirão), que, junto com os clubes e restaurantes, são responsáveis por abrigar gran<strong>de</strong>seventos culturais e esportivos. Dentre esses, ressalta-se a Maratona Internacional que traz visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> paraa lagoa, criando, inclusive, um maior interesse do po<strong>de</strong>r público para investir em melhorias.As condições ambientais ain<strong>da</strong> possibilitam boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> aos moradores. A região é rica emrecursos naturais, apresentando gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, nascentes e córregos. Entretanto,faltam ações para a recuperação <strong>de</strong>ssas nascentes, afeta<strong>da</strong>s, entre outras causas, pela gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> solo coberto pelo asfalto que impe<strong>de</strong> a absorção <strong>da</strong>s águas e, conseqüentemente, a recarga dos lençóisfreáticos.Também provoca <strong>de</strong>terioração do meio natural a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> saneamento básico – faltam interceptores etratamento <strong>de</strong> esgotos – e <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> erosões. Esses problemas são <strong>de</strong>tectados especialmente aolongo dos córregos Sarandi e Ressaca, na orla <strong>da</strong> lagoa, nos bairros Santa Terezinha, Braúnas, Ensea<strong>da</strong><strong>da</strong>s Graças, Jardim Atlântico, Dona Clara, Confisco e ao longo <strong>da</strong> Av. Sebastião <strong>de</strong> Brito. São fatores quecontribuem para aumentar a poluição e o assoreamento <strong>da</strong> lagoa. Falta, ain<strong>da</strong>, a complementação <strong>da</strong> re<strong>de</strong><strong>de</strong> drenagem pluvial nos bairros São José, Ouro Preto e Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por outro lado, contribuíram para amelhoria ambiental a criação do Centro <strong>de</strong> Educação e Mobilização Ambiental <strong>da</strong> Pampulha (CEMAP) e ainstalação <strong>da</strong> Usina <strong>de</strong> Reciclagem e <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV). Acoleta <strong>de</strong> lixo resi<strong>de</strong>ncial é eficiente, mas é necessária a ampliação <strong>da</strong> coleta seletiva.O Carrefour e o Via Brasil são consi<strong>de</strong>rados centros comerciais bem estruturados. A região, porém,apresenta má distribuição <strong>de</strong> serviços médicos, <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais básicas e <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> formaçãoprofissional. Faltam serviços públicos essenciais, como postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, policlínica 24h e escolas. Acarência <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> segundo grau e <strong>de</strong> escolas profissionalizantes para pessoas carentes é <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>principalmente nos bairros Santa Terezinha, Confisco, Paquetá e São Mateus.A Pampulha apresenta problemas <strong>de</strong> articulação interna e com outras regiões. As aveni<strong>da</strong>s Presi<strong>de</strong>nteAntônio Carlos e Dom Pedro I, que constituem importantes eixos <strong>de</strong> ligação com os municípios e regiões aonorte, apresentam estreitamentos, como o do trecho <strong>da</strong> barragem, que dificultam o fluxo <strong>de</strong> veículos,provocando congestionamento <strong>da</strong>s principais vias. A <strong>de</strong>ficiência do sistema viário é mais evi<strong>de</strong>nte nos dias<strong>de</strong> realização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos. A <strong>de</strong>mora <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> continuação do complexo <strong>da</strong> Av. Dom Pedro II e<strong>da</strong> ligação <strong>da</strong> Av. Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves com a Av. Presi<strong>de</strong>nte Carlos Luz (Av. Catalão), através dobairro Ouro Preto, agrava a situação. Como ação positiva é aponta<strong>da</strong> a construção <strong>da</strong> Av. Professor ClóvisSalgado, ao longo do córrego Sarandi, que melhorou a articulação com os municípios <strong>de</strong> Contagem eBetim.O sistema <strong>de</strong> transporte coletivo é precário com relação a horários, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus.Houve uma melhora em alguns bairros (Copacabana, Suzana e Ouro Preto), mas faltam ain<strong>da</strong> linhas <strong>de</strong>integração com outras regiões do município, linhas <strong>de</strong> ligação bairro-a-bairro, rotas alternativas, linhasdiametrais e <strong>de</strong> integração com o metrô. Por outro lado, é positiva a implantação dos ônibus circulares e <strong>da</strong>slinhas suplementares.Em geral, a ocupação na região é or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e bem distribuí<strong>da</strong>, predominando as residências unifamiliarescom baixas taxas <strong>de</strong> ocupação. Em alguns bairros (Santa Rosa, Dona Clara, Jaraguá, São José), noentanto, ocorrem a<strong>de</strong>nsamento com verticalização excessiva. Nos casos dos bairros Ouro Preto e Castelo,esse tipo <strong>de</strong> ocupação é indicado como causador <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental e social. Além disso, oparcelamento do solo e o rápido processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento populacional não estão consi<strong>de</strong>rando asnascentes e os córregos, principalmente nos bairros Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Jaraguá e Ban<strong>de</strong>irantes.É constatado, ain<strong>da</strong>, um crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> áreas ocupa<strong>da</strong>s por população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, semgarantia <strong>de</strong> acesso aos serviços básicos que proporcionam quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. A situação <strong>da</strong>s vilas e favelase dos moradores <strong>de</strong> rua está numa dimensão que ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser reverti<strong>da</strong>, se houver investimento. Aconstrução do conjunto resi<strong>de</strong>ncial no Urca, com planejamento e em regime <strong>de</strong> mutirão, foi uma medi<strong>da</strong>positiva.Outro problema é a ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> orla <strong>da</strong> lagoa por proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s particulares, invadindo a áreapública on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser pista <strong>de</strong> trânsito <strong>da</strong> Av. Otacílio Negrão <strong>de</strong> Lima.Embora a região possua uma concentração significativa <strong>de</strong> espaços públicos, faltam espaços <strong>de</strong> usogratuito (no Zoológico, por exemplo, o ingresso é pago) e melhor conservação dos espaços já existentes,principalmente nos bairros mais a<strong>de</strong>nsados. Ocorre um subaproveitamento <strong>de</strong> espaços culturais (Casa do


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 269Baile, Museu <strong>de</strong> Arte), além do relativo abandono do acervo arquitetônico do patrimônio histórico no entorno<strong>da</strong> lagoa. O po<strong>de</strong>r público é responsabilizado por não promover, na região, a construção <strong>de</strong> outrosequipamentos comunitários, embora alguns esforços já tenham sido feitos nesse sentido, como aconstrução do Centro Cultural Pampulha e dos parques Lagoa do Nado e Ursulina <strong>de</strong> Melo. Sãoimportantes, também, o incentivo e a criação dos centros culturais e <strong>de</strong> lazer para a população carente,como a biblioteca itinerante e as feiras culturais. É pouca, entretanto, a divulgação dos espaços eequipamentos <strong>de</strong> lazer e cultura existentes.Quanto à legislação para a região, o zoneamento e os parâmetros urbanísticos relativos à ocupação e usodo solo <strong>da</strong> área no entorno <strong>da</strong> lagoa são a<strong>de</strong>quados. No entanto, a falta <strong>de</strong> flexibilização <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong>Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (LPOUS) relativamente ao uso impe<strong>de</strong> a instalação tanto <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que promoveriam o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social, sobretudo no setor <strong>da</strong> cultura, lazer,esporte e turismo, como as que aten<strong>de</strong>riam às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s imediatas e básicas <strong>da</strong> população local,dificultando, inclusive, a geração <strong>de</strong> empregos. Para melhorar a situação é necessária a regulamentação <strong>da</strong>Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais <strong>da</strong> Pampulha (ADE Pampulha).No entanto, a instalação <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como bares, aca<strong>de</strong>mias e igrejas, <strong>de</strong>srespeita a LPOUS,além <strong>de</strong> provocar conflito com o uso resi<strong>de</strong>ncial, principalmente <strong>de</strong>vido à poluição sonora.Apesar <strong>de</strong>sses problemas, a região apresenta um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Nesse sentido,existe uma política <strong>da</strong> administração <strong>de</strong> resgatar a intenção <strong>de</strong> Juscelino Kubistchek e fazer <strong>da</strong> Pampulhaum gran<strong>de</strong> pólo <strong>de</strong> lazer e turismo. Atestam isso a implementação <strong>de</strong> projetos como o Programa <strong>de</strong>Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM), os investimentos nosparques, o Consórcio <strong>da</strong> Pampulha, as ações <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong>s nascentes e a obra do vertedouro <strong>da</strong>represa. O po<strong>de</strong>r público vem realizando parcerias com o setor privado para a promoção <strong>de</strong> eventosesportivos e culturais que favorecem o turismo local – maratonas, festas <strong>de</strong> Iemanjá, réveillon, eventosesportivos na lagoa do Nado.Por outro lado, falta um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que norteie as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, aten<strong>de</strong>ndo àvocação <strong>da</strong> região, bem como planejamento para sustentar um <strong>de</strong>senvolvimento voltado para o turismo.São insuficientes as políticas <strong>de</strong> proteção ambiental e <strong>de</strong> urbanização que visem à preservação dosrecursos naturais; faltam ações preservacionistas e incentivos para a efetiva proteção <strong>de</strong> nascentes e áreasver<strong>de</strong>s.A fiscalização é <strong>de</strong>ficiente com relação às áreas não parcela<strong>da</strong>s, áreas <strong>de</strong> risco, imóveis clan<strong>de</strong>stinos,possibilitando ocupações ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e invasões. Há uma conivência do setor público com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>silegais e um <strong>de</strong>scaso com a fiscalização do esgotamento clan<strong>de</strong>stino, <strong>da</strong> poluição sonora e do lixo.Constata-se falta <strong>de</strong> policiamento, gerando insegurança na região <strong>da</strong> Pampulha, principalmente por ser umaregião turística.Aponta-se também falha <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão Regional <strong>da</strong> Pampulha nocomprometimento em relação às obras do Orçamento Participativo dos bairros Universitário e Suzana.Com relação ao envolvimento dos moradores <strong>da</strong> região com as questões locais, existe uma maiorconscientização <strong>da</strong> população na <strong>de</strong>fesa do meio ambiente e no exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia; é gran<strong>de</strong> aparticipação popular e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças comunitárias em organizações não governamentais, em associaçõesque promovem ações para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região e em eventos promovidos pelo po<strong>de</strong>r público, comoa Conferência.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 271Mapa 09 - Pré-conferência regional <strong>da</strong> Pampulha – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 2733.3.10 - Pré-Conferência Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> NovaA - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> regiãoINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A REGIÃO DE VENDA NOVAOcupação do Solo e ZoneamentoA área urbana <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova apresenta uma continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação ao norte e a oeste com as áreasocupa<strong>da</strong>s pertencentes aos municípios <strong>de</strong> Vespasiano e Ribeirão <strong>da</strong>s Neves; ao sul não existe um limitemarcante com a região Pampulha apresentando continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação ao norte <strong>da</strong> Av. Portugal; e aleste, a Aveni<strong>da</strong> Dom Pedro I constitui um corredor <strong>de</strong> tráfego constante que separa Ven<strong>da</strong> Nova <strong>da</strong> regiãoNorte.Tabela 37 - Área <strong>de</strong> lotes na região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – 2000DISCIMINAÇÃO ÁREA (m²) %Área total <strong>de</strong> lotes 16.769.407 100,0Área total <strong>de</strong> lotes vagos 4.384.327 26,1Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 38 - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais na região <strong>de</strong> <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – 1996 e 2000TIPO DE UNIDADEN.º DE UNIDADES CRESCIMENTO 1996/20001996 2000 N.º %Resi<strong>de</strong>ncial 40.584 35.567 5.017 16,0Não resi<strong>de</strong>ncial 3.848 3.515 309 10,0Fonte: PBH, Ca<strong>da</strong>stro do IPTUTabela 39 - População resi<strong>de</strong>nte na região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, segundo UP – 1996/2000UNIDADE DE PLANEJAMENTO (UP)POPULAÇÃO (HABITANTES)1991 2000ACRÉSCIMO1991/2000TAXA MÉDIA DECRESCIMENTO(% AO ANO)Céu Azul 20.569 27.160 6.591 3.14Copacabana 39.072 51.379 12.307 3,09Jardim Europa 25.097 27.027 1.930 0,83Mantiqueira 35.140 44.439 9.299 2,64Piratininga 37.850 47.180 9.330 2,48São João Batista 12.574 14.055 1.481 1,24Serra Ver<strong>de</strong> 14.603 17.148 2.545 1,80Ven<strong>da</strong> Nova 13.888 16.875 2.987 2,19Total Ven<strong>da</strong> Nova 198.794 245.263 46.469 2,36Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.ZONEAMENTO DO TERRITÓRIO DA REGIÃO DE VENDA NOVAO quadro a seguir especifica o zoneamento <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, apontando o zoneamentopredominante nos bairros <strong>da</strong> região.


274 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisQuadro 17 - Zoneamento <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> NovaZONABAIRROS / ÁREASZCVNZAPZAR-2ZEZP-1ZEIS-1ZEIS-2ZEIS-3Centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> NovaVen<strong>da</strong> Nova/ Can<strong>de</strong>lária/ São Pedro, Santa Mônica, Rio Branco (parte), São Paulo/Piratininga (parte), Letícia, São João Batista, Europa (parte), Jardim Europa (parte),Maria Helena (parte), Mantiqueira/ Nova América (parte), Lagoinha, Paraúna,Lagoa, Minas Caixa (parte)Copacabana, Leblon, Céu Azul, Rio Branco (parte), São Paulo/ Piratininga (parte),Europa (parte), Jardim Europa (parte), Maria Helena (parte), Mantiqueira/ NovaAmérica (parte), Minas Caixa (parte), Jardim dos Comerciários/ Nova York, SerraVer<strong>de</strong> (parte)Hipódromo Serra Ver<strong>de</strong> e áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao Distrito Industrial do Serra Ver<strong>de</strong>SESC e outras áreasVilas Apolônia, Copacabana, Flamengo, Jardim Leblon, Laranjeiras, Mantiqueira,Mantiqueira A, Mantiqueira II, Minas Caixa, N. Sra. Apareci<strong>da</strong>, Nova América,Piratininga A, Santa Mônica, São João Batista, São José/ Céu Azul, Satélite, SerraVer<strong>de</strong>, SESC, Universo, Várzea <strong>da</strong> PalmaÁrea junto ao Bairro <strong>da</strong> LagoaConjunto Minas CaixaVen<strong>da</strong> Nova já tem o seu Plano Diretor Regional o qual tem como principal papel orientar os investimentos eintervenções urbanas na região. O Plano Diretor Regional abor<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma direta, o or<strong>de</strong>namento territoriallocal, o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e a gestão urbana regional.Quanto à habitação, o Plano, no sentido <strong>de</strong> requalificar os assentamentos resi<strong>de</strong>nciais precariamenteinstalados, <strong>de</strong>fine os seguintes programas: Programa <strong>de</strong> Tratamento <strong>da</strong>s Áreas <strong>de</strong> Risco, Programa <strong>de</strong>Regularização <strong>da</strong>s Vilas e Conjuntos <strong>de</strong> Interesse Social, Programa <strong>de</strong> Tratamento dos LoteamentosPrecários, Programa <strong>de</strong> Incentivo ao Loteamento Popular e o Programa <strong>de</strong> Assessoria Técnica Pública.ADES NA REGIÃO DE VENDA NOVAAlém <strong>de</strong> diversas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, a Lei 7166/96 instituiu na região a ADE <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova,<strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, por meio <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>,regularização urbanística e fundiária dos terrenos, bem como implantação <strong>de</strong> incubadoras <strong>de</strong> empresas e<strong>de</strong> equipamentos visando à mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> processos produtivos e otimização <strong>da</strong> distribuição dosprodutos. Existe uma proposta <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> ADE, que propõe alterações urbanísticaspara a área do centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e entorno. Essa proposta, entre outras medi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>limita o CentroTradicional que, em função <strong>de</strong> suas características ambientais e históricas, requer parâmetros urbanísticosdiferenciados com os objetivos <strong>de</strong> proteger, preservar o patrimônio cultural e paisagístico e minimizar osconflitos urbanos existentes.Distribuição <strong>da</strong>s Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosA região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova possui várias concentrações <strong>de</strong> comércio e serviço sendo que é na região central,no binário constituído pela Rua Padre Pedro Pinto e Aveni<strong>da</strong> Vilarinho on<strong>de</strong> localiza-se o maior número <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Ao longo <strong>da</strong> Rua Padre Pedro Pinto surgiu o primeiro núcleo urbano e atualmente concentra o maiorconjunto <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços sobretudo os serviços coletivos, <strong>de</strong> maior porte e <strong>de</strong>atendimento com abrangência regional, tais como bancos, correios. Ao longo <strong>da</strong> Rua Padre Pedro Pintopo<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados três trechos <strong>de</strong> maior concentração: Ven<strong>da</strong> Nova, Letícia e Lagoinha/Santa Helena.A Aveni<strong>da</strong> Vilarinho constitui eixo <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s estabelecimentos como o Shopping Norte.Ao norte – Serra Ver<strong>de</strong>, Jardim dos Comerciários, Jardim Europa e Mantiqueira – encontram-se centros


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 275pequenos, que oferecem serviços e comércios do tipo “local”, com alguma variação no setor mobiliário ealimentício <strong>de</strong> maior porte (supermercados).Na região localiza<strong>da</strong> ao sul <strong>da</strong> Rua Padre Pedro Pinto – Lagoa, Céu Azul, Rio Branco e Santa Mônica –, oscentros são mais diversificados.As ações e programas contidos no Plano Diretor Regional visam o fortalecimento <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> centrosregional, especialmente do centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, sendo esta a meta mais importante para aimplementação <strong>da</strong> diretriz <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização conti<strong>da</strong> no Plano Diretor <strong>Municipal</strong>.O Plano Diretor Regional busca compatibilizar, no centro principal, as condições <strong>de</strong> pólo regional, interessehistórico e assentamento resi<strong>de</strong>ncial e busca também resgatar o referencial simbólico do centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>Nova, protegendo as características originais <strong>de</strong> seu parcelamento e ocupação e tornando-o atrativo comoespaço <strong>de</strong> cultura e lazer.Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e TransporteA Aveni<strong>da</strong> Vilarinho juntamente com a Rua Padre Pedro Pinto representam as principais ligações com eixos<strong>de</strong> articulação externa como a Av. Antônio Carlos/Dom Pedro I e a Rodovia Estadual MG-10 que liga omunicípio <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com os municípios situados ao norte <strong>da</strong> Região Metropolitana: Vespasiano,Lagoa Santa e Pedro Leopoldo; com a Aveni<strong>da</strong> Brasília, que articula a região com o São Benedito e aAveni<strong>da</strong> Cristiano Machado que articula a região com bairros situados na região leste. A Rua Padre PedroPinto/MG15 é responsável pela articulação <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e Justinópolis em Ribeirão <strong>da</strong>s Neves.A acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para os diversos bairros se dá através <strong>de</strong> poucas vias <strong>de</strong> penetração. Da Aveni<strong>da</strong> Vilarinhosaem as principais vias coletoras <strong>de</strong> acesso aos bairros situados ao norte <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e <strong>da</strong>Padre Pedro Pinto as vias <strong>de</strong> acesso aos bairros ao sul <strong>da</strong> região, tais como Aveni<strong>da</strong> Salamanca, Aveni<strong>da</strong>Liège ao norte e Aveni<strong>da</strong> Antônio Elias Issa e Rua José Benevi<strong>de</strong>s Silveira ao sul.A proposta <strong>de</strong> implementação do trem Metropolitano em Ven<strong>da</strong> Nova <strong>de</strong>verá reforçar a articulação <strong>da</strong> áreacom o Centro Metropolitano e <strong>de</strong>mais áreas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. a A implementação do projeto <strong>de</strong>alargamento <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Antônio Carlos e o projeto <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Dom Pedro II irão reforçar também aarticulação <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova com as áreas mais centrais do município. Já a implementação <strong>da</strong> via 220 criaráuma outra alternativa <strong>de</strong> articulação com a área oeste do aglomerado metropolitano, com o município <strong>de</strong>Contagem e mais ao sul do município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com a região do Barreiro.O Plano Diretor Regional estabelece diretrizes para as ações que visam melhorar as condições <strong>de</strong>integração viária <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova com outras regiões municipais e com municípios do seu entorno. Alémdisso busca propiciar novas alternativas <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> passagem entre <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Ribeirão <strong>da</strong>sNeves, hoje concentrado na Rua Padre Pedro Pinto e na Av. Vilarinho bem como garantir a máximaarticulação intra-regional, minimizando a segmentação entre o norte e o sul <strong>da</strong> região.As diretrizes do Plano visam também maximizar a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos centros urbanos locais e priorizar ope<strong>de</strong>stre e o transporte coletivo no uso do espaço urbano.Além disso, o Plano Diretor Regional visando melhorar a integração viária <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova com outrasregiões municipais e com municípios do seu entorno, <strong>de</strong>fine os seguintes projetos e programas : ProjetoIntegrado Via 220, Projeto Integrado Via 590 e Programa <strong>de</strong> Complementação Viária.O Plano propõe a adoção <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> média capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> na aveni<strong>da</strong> Vilarinho. No sentido <strong>de</strong>evitar que esses transporte <strong>de</strong> massa funcione como uma barreira entre o norte e o sul <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong>, estãosendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e discuti<strong>da</strong>s com a população, propostas urbanísticas com o objetivo <strong>de</strong> compatibilizar avocação aglutinadora <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> com a função viária e visando aumentar o seu papel como pólo integrador<strong>da</strong>s áreas situa<strong>da</strong>s ao norte e ao sul <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong>.Além disso, o Plano <strong>de</strong>fine o Programa <strong>de</strong> Intervenções Urbanísticas na Área Central que, entre outros, temcomo objetivo estabelecer uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, com passeios <strong>de</strong> largura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> aovolume <strong>de</strong> pessoas e como o mínimo <strong>de</strong> obstruções ao fluxo, medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> reforço <strong>da</strong>s passagenspreferenciais através <strong>da</strong> pavimentação e iluminação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e o estabelecimento <strong>de</strong> ligações segurascom os principais pontos <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> pessoas na área central.Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoA ausência <strong>de</strong> equipamentos culturais institucionais não impediu que outros espaços fossem, ao longo dotempo, consoli<strong>da</strong>ndo-se como tal. A Aveni<strong>da</strong> Vilarinho, além <strong>da</strong> sua função <strong>de</strong> corredor viário, exerce opapel significativo <strong>de</strong> abrigar eventos marcantes na região: Carnaval Popular, Festa do Trabalhador, festasjuninas, além <strong>de</strong> contar com as quadras que, também, promovem shows.Para os eventos mais localizados, conta-se, ain<strong>da</strong>, com a Praça do Letícia (Praça Alfredo AlvesMartins/Bairro Letícia), Pracinha do Madona (Bairro Céu Azul) e a Pracinha <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> (Praça Amintas <strong>de</strong>


276 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisBarros).Em termos institucionais, o SESC é o único espaço cultural <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova. Nele ocorremeventos <strong>de</strong> natureza musical, teatral etc., além <strong>de</strong> contar com uma biblioteca para aten<strong>de</strong>r ao público emgeral.Em 1997, com a instalação do Shopping Norte, Ven<strong>da</strong> Nova ganhou duas salas <strong>de</strong> cinema e vemrealizando, periodicamente, eventos culturais.O Plano Diretor Regional reforça o aumento dos espaços para o uso público através <strong>da</strong> proposta <strong>de</strong>calçadão na aveni<strong>da</strong> Vilarinho, contíguo aos passeios, como espaço <strong>de</strong> uso múltiplo <strong>de</strong>stinadopreferencialmente ao lazer e à ocorrência <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> caráter transitório.O Plano <strong>de</strong>fine ain<strong>da</strong> o Programa <strong>de</strong> Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural que tem como objetivosassegurar a proteção dos imóveis <strong>de</strong> especial interesse <strong>de</strong> preservação bem como as características doparcelamento <strong>da</strong> área <strong>de</strong> interesse histórico-cultural e preservar a ambiência, especialmente no trecho <strong>da</strong>rua Padre Pedro Pinto.Condições AmbientaisLocaliza<strong>da</strong> numa região aon<strong>de</strong> existem elevações com vertentes íngremes que se <strong>de</strong>stacam em meio àscolinas <strong>da</strong> <strong>de</strong>pressão <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a área constituí<strong>da</strong> pela Regional Ven<strong>da</strong> Nova esten<strong>de</strong>-se na região<strong>de</strong> três bacias hidrográficas: Floresta, Nado e Vilarinho.Os cursos d’água que interceptam a área e que constituem barreiras em alguns lugares, contribuem para oseu aspecto fragmentado. Essa fragmentação é visível ao norte aon<strong>de</strong> uma topografia mais íngreme eravina<strong>da</strong> gera alguma <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> na ocupação, bem como dificulta a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a área.Com relação às áreas ver<strong>de</strong>s, o Plano Diretor Regional <strong>de</strong>fine os seguintes projetos e programas a serem<strong>de</strong>senvolvidos e implementados: Projeto Integrado Serra Ver<strong>de</strong>, Programa <strong>de</strong> Implantação <strong>de</strong> Áreas Ver<strong>de</strong>sPúblicas, Programas <strong>de</strong> Preservação <strong>de</strong> Áreas Ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> Particular, e o Programa <strong>de</strong>Manutenção <strong>de</strong> Praças.Em Ven<strong>da</strong> Nova foram <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s áreas que apresentam situações <strong>de</strong> alto risco como as áreas localiza<strong>da</strong>sao norte do bairro Mantiqueira, Esplendor, Jardim dos Comerciários e principalmente no Nova York. Além<strong>de</strong>ssas áreas, foram levanta<strong>da</strong>s também as áreas <strong>de</strong> risco com interface com vilas e conjuntoshabitacionais, especialmente as situa<strong>da</strong>s junto ao córrego Várzea <strong>da</strong> Palma. O Programa <strong>de</strong> Tratamento<strong>da</strong>s Áreas <strong>de</strong> Risco tem como objetivo básico promover a recuperação físico-ambiental <strong>de</strong>ssas áreas<strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s e sujeitas ao risco.


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 277Figura 10 - Pré-Conferência Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – Distribuição dos participantes por UPRegião <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> NovaUni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento (UP)%Mantiqueira/SescSerra Ver<strong>de</strong>PiratiningaJardim EuropaVen<strong>da</strong> NovaCéu AzulSão João BatistaCopacabana25,0%21,4%Distribuição dos participantes por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)20,0%% sobre o total <strong>de</strong> participantes15,0%10,0%16,5% 16,5%11,7% 11,7%8,7%6,8% 6,8%5,0%0,0%Copacabana Piratininga Jardim Europa Mantiqueira/SESC Serra Ver<strong>de</strong> S. João Batista Ven<strong>da</strong> nova Céu AzulNome <strong>da</strong> UP


278 Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisB - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantesA principal principal referência <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova é o centro histórico que se <strong>de</strong>senvolve ao longo <strong>da</strong> RuaPadre Pedro Pinto. Possui um comércio diversificado que aten<strong>de</strong> satisfatoriamente à região e a algunsmunicípios vizinhos. O centro está se expandindo em direção à Av. Vilarinho, on<strong>de</strong> vêm se instalandoativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais importantes, como shopping center. Essa expansão induz o a<strong>de</strong>nsamento, e osimóveis adjacentes à aveni<strong>da</strong> estão se valorizando.O centro precisa, to<strong>da</strong>via, <strong>de</strong> atenção com relação a alguns problemas: a Rua Padre Pedro Pinto é limita<strong>da</strong>,as caça<strong>da</strong>s são estreitas, não há estacionamento, e o trânsito intenso causa transtornos a comerciantes epe<strong>de</strong>stres. Parte do trânsito po<strong>de</strong> ser remanejado para a Vilarinho, e, para tanto, é necessário um projetopara aproveitar o potencial comercial <strong>de</strong>ssa aveni<strong>da</strong>. Nesse contexto, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a revitalização<strong>da</strong> Feira <strong>da</strong> Vilarinho.A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é saudável, as pessoas se encontram, se divertem, dispõem <strong>de</strong> comércio e serviçossem precisar sair <strong>da</strong> região. Esta é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma região menos violenta no universo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Há, contudo, uma questão relevante: o patrimônio histórico arquitetônico vem sendo <strong>de</strong>struído, semqualquer consi<strong>de</strong>ração à memória <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova. A região carece <strong>de</strong> incentivos à cultura, <strong>de</strong> espaçospúblicos com essa finali<strong>da</strong><strong>de</strong>, merecendo a construção <strong>de</strong> um centro cultural (foi negociado um centro coma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ain<strong>da</strong> não implantado).Os subcentros urbanos estão bem distribuídos pela região, com boa acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, aten<strong>de</strong>ndosatisfatoriamente à população pela diversificação do comércio e dos serviços; alguns, porém <strong>de</strong>ixam a<strong>de</strong>sejar, sobretudo por insuficiência <strong>de</strong> serviços bancários, dos correios, <strong>de</strong> postos <strong>da</strong> companhia telefônica(que foram fechados). Outra <strong>de</strong>man<strong>da</strong> constata<strong>da</strong> é a <strong>de</strong> feiras livres nos bairros.Por outro lado, não há ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas suficientes para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> emprego dosmoradores, tampouco políticas volta<strong>da</strong>s para qualificação profissional. Foi planejado um pólo industrial aonorte <strong>da</strong> região, o Parque Industrial Serra Ver<strong>de</strong>, mas ain<strong>da</strong> não foi implementado. É necessário<strong>de</strong>senvolver programas para geração <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>, investir no projeto Primeiro Emprego, criar umcentro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualifica<strong>da</strong>. Caso contrário, a marginalização <strong>da</strong> região ten<strong>de</strong> a seagravar.Ven<strong>da</strong> Nova possui boa articulação com o restante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser melhora<strong>da</strong> mediante aimplantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte para ligação <strong>da</strong> parte sul <strong>da</strong> região (Santa Mõnica, Jardim Leblon,Céu Azul) com a Aveni<strong>da</strong> Presi<strong>de</strong>nte Carlos Luz. A estação do BHBUS Ven<strong>da</strong> Nova facilita o <strong>de</strong>slocamentoao centro, e o funcionamento <strong>da</strong> Estação Vilarinho, com a chega<strong>da</strong> do metrô, é aguar<strong>da</strong><strong>da</strong> com expectativapara melhorar ain<strong>da</strong> mais a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.No entanto, aquela estação do BHBUS não está bem localiza<strong>da</strong>, e sua operação precisa ser melhora<strong>da</strong>:mais linhas po<strong>de</strong>m ser integra<strong>da</strong>s, o tempo <strong>de</strong> espera do usuário pelo transporte é muito longo, énecessário criar mais linhas para o hipercentro.Internamente, o acesso aos bairros é facilitado pela boa estrutura viária e pelos serviços <strong>de</strong> transportecoletivo do BHBUS. Há porém, <strong>de</strong>ficiências operacionais quanto ao quadro <strong>de</strong> horário e à disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ônibus <strong>de</strong> piso baixo; os ônibus suplementares não aten<strong>de</strong>m a to<strong>da</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> alguns bairros comoMaria Helena, Mantiqueira, Lagoinha, Landi. Da parte dos usuários, não há respeito pelos lugaresreservados para <strong>de</strong>ficientes, idosos e gestantes.A caraterística <strong>da</strong> ocupação do solo predominante na região – baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> edificações, residências<strong>de</strong> um ou dois pavimentos, preservação <strong>de</strong> quintais arborizados – propicia boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental aosbairros resi<strong>de</strong>nciais. O zoneamento do solo, no entanto, permite o a<strong>de</strong>nsamento populacional e averticalização <strong>de</strong> edificações, o que já preocupa os moradores <strong>de</strong> algumas áreas. No centro, por exemplo, oa<strong>de</strong>nsamento vem acontecendo sem consi<strong>de</strong>rar as limitações <strong>da</strong> estrutura viária. Situações como essaten<strong>de</strong>m a prejudicar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.A expansão urbana vem ocorrendo sem controle, com loteamentos irregulares ou clan<strong>de</strong>stinos ocupandoáreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, reduzindo as áreas ver<strong>de</strong>s, provocando um crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado. Por outro lado,faltam conjuntos habitacionais para população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>. Em conseqüência, áreas ver<strong>de</strong>s e áreas <strong>de</strong>risco que <strong>de</strong>veriam ser preserva<strong>da</strong>s estão sendo invadi<strong>da</strong>s.Tudo isso ocorre apesar <strong>da</strong>s leis do Plano Diretor e <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo que nãoestão sendo respeita<strong>da</strong>s por falta <strong>de</strong> fiscalização. E mais: foi elaborado um Plano Diretor Regional paraVen<strong>da</strong> Nova – pouco conhecido <strong>da</strong> população por falta <strong>de</strong> divulgação – que visa ao or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>expansão urbana, mas cujas propostas não estão sendo implementa<strong>da</strong>s, como a <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> DiretrizesEspeciais (ADE Ven<strong>da</strong> Nova).Há carência generaliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> uso público <strong>de</strong> lazer, como parques, áreas ver<strong>de</strong>s, centros <strong>de</strong>


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 279convivência, praças. O Parque Serra Ver<strong>de</strong> foi criado por <strong>de</strong>creto há tempos, mas não foi implantado.A região possui gran<strong>de</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevante interesse ambiental e recursos hídricos significativos.Esses, to<strong>da</strong>via, não têm suas nascentes monitora<strong>da</strong>s e estão poluídos. As re<strong>de</strong>s coletoras existenteslançam os esgotos sanitários diretamente nos cursos d’água por falta <strong>de</strong> interceptores ao longo doscórregos. Alguns bairros carecem <strong>de</strong> saneamento básico (Jardim Leblon, Jardim Europa, Jardim dosComerciários, Copacabana). Também não há estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos.Muitos córregos foram canalizados, como os <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>s Liege e Cristiano Muniz e o <strong>da</strong> Rua 124. Emoutros estão previstas aveni<strong>da</strong>s sanitárias, com canalização, que não foram construí<strong>da</strong>s (Baleares, Landi,La<strong>de</strong>ira, Mantiqueira, Lagoinha, Vila do Índio, Camões, Marimbondo, Rua Cel. Manoel Assunção). Aimpermeabilização, provoca<strong>da</strong> também pelo excesso <strong>de</strong> vias asfalta<strong>da</strong>s, reduz a infiltração, aumentando asenxurra<strong>da</strong>s e os riscos <strong>de</strong> enchentes. Para aliviar esses problemas no córrego do Vilarinho, foramconstruí<strong>da</strong>s bacias <strong>de</strong> retenção que <strong>de</strong>ram resultados positivos. Com tudo isso, é importante incrementar aeducação ambiental para que não se jogue lixo nas ruas e córregos e para que se promova a arborizaçãodos espaços no sentido <strong>de</strong> evitar problemas <strong>de</strong>ssa natureza. Nesse sentido, o Projeto Manuelzão e oDRENURBS, que tratam do assunto, são bem recebidos pela população.Os serviços <strong>de</strong> limpeza urbana são consi<strong>de</strong>rados eficientes, especialmente após a implantação <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong>lixo porta-a-porta em vilas e favelas, e é importante evoluir nesse processo mediante a implantação nosbairros <strong>de</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes (URPV) e <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> coleta seletivacomo os Locais <strong>de</strong> Entrega Voluntária (LEV).Os serviços públicos <strong>de</strong> educação aten<strong>de</strong>m razoavelmente à região, com boa distribuição dosequipamentos, mas ain<strong>da</strong> faltam escolas para o ensino fun<strong>da</strong>mental em alguns bairros, e as vagas não sãobem distribuí<strong>da</strong>s. Os bairros que necessitam <strong>de</strong> mais atenção nesse aspecto são Jardim Leblon, SantaMônica e Jardim Europa. A maior <strong>de</strong>ficiência, contudo, está no ensino médio, cujas vagas não aten<strong>de</strong>m à<strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Outra carência é a <strong>de</strong> creches: muitas foram fecha<strong>da</strong>s, e o convênio entre a PBH e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>sfilantrópicas foi encerrado.Os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> avançaram com a construção do Hospital <strong>de</strong> Pronto-Socorro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, mas oatendimento é insuficiente. Nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existentes há <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> quadros técnicos eadministrativos.Os centros comerciais precisam <strong>de</strong> mais policiamento para <strong>da</strong>r tranqüili<strong>da</strong><strong>de</strong> às pessoas e ao comércio emgeral, através <strong>de</strong> agentes bem preparados. É necessário investir também na instalação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>legaciaespecializa<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher.É importante implementar a fiscalização <strong>da</strong>s áreas públicas e do uso <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s nas áreas centrais parafacilitar o trânsito <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.Com a reforma administrativa, o atendimento público pela administração regional foi melhorado e ampliado;a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Gestão Regional (SCOMGER Ven<strong>da</strong> Nova) paralocal mais apropriado contribuiu nesse sentido.Os recursos do Orçamento Participativo para Ven<strong>da</strong> Nova são insuficientes, acarretando ca<strong>da</strong> vez maisexclusão social. Os prazos estipulados para execução <strong>da</strong>s obras não são cumpridos. Adicionalmente, aPBH po<strong>de</strong>ria mobilizar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com a implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> baixo custo para melhoriasnos bairros através <strong>de</strong> mutirão.A participação popular na luta por melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> tem sido efetiva, como também a ação <strong>da</strong>sComissões <strong>de</strong> Fiscalização do Orçamento Participativo (COMFORÇA).


Pré-conferências: a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos - Discussão específica <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 281Mapa 10 - Pré-conferência regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova – Percepção dos participantes[entrar com o Mapa <strong>da</strong> Percepção aqui]


2834 - CONFERÊNCIA: CIDADE QUE QUEREMOS4.1 - Diretrizes Aprova<strong>da</strong>s(em reunião plenária em 06/05/02)A - Dinâmica do crescimento urbano1-Incorporar a dimensão metropolitana no tratamento <strong>da</strong>s questões relativas ao <strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.2- Controlar o a<strong>de</strong>nsamento construtivo e habitacional, respeitando as vocações e característicasambientais e locais, <strong>de</strong> acordo com a infra-estrutura urbana, promovendo as <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a<strong>de</strong>quações aosíndices construtivos estabelecidos pela Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPOUS) e alegislação que a regulamenta.3- Simplificar, a<strong>de</strong>quar, consoli<strong>da</strong>r e divulgar a legislação urbanística, visando facilitar sua apropriação pelapopulação, aumentando sua eficácia e eliminando possíveis conflitos entre a legislação municipal, aestadual e a fe<strong>de</strong>ral.4- Promover a apropriação <strong>da</strong> legislação urbanística pela população, adotando linguagem acessível edivulgando documentos <strong>de</strong> fácil compreensão e operacionalização.Implantar processo <strong>de</strong> monitoramento permanente <strong>da</strong> dinâmica do <strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>.5- I<strong>de</strong>ntificar, reestruturar e recuperar áreas urbanas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, com estudo para regularização doexistente.6- Estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que visem a integração social <strong>de</strong> forma sustenta<strong>da</strong> eequilibra<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro do plano <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.7- Simplificar, <strong>de</strong>sonerar e divulgar procedimentos burocráticos para aplicação <strong>da</strong> legislação urbanística,visando facilitar sua apropriação pela população, diferenciando os padrões construtivos.8- Promover um processo <strong>de</strong> regularização que vise a inclusão urbanística, respeita<strong>da</strong>s as condições <strong>de</strong>segurança e a legislação ambiental e a <strong>de</strong> posturas e os registros cartoriais.9- Criar mecanismos que tornem obrigatória a consulta direta às populações envolvi<strong>da</strong>s e/ou vizinhas <strong>da</strong>intervenção pretendi<strong>da</strong>.B - Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanosOr<strong>de</strong>nar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong> modo a:1- Garantir a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a melhor distribuição <strong>de</strong> usos no espaçourbano, respeita<strong>da</strong>s as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área;2- Promover a consoli<strong>da</strong>ção e a vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos centros existentes, otimizando sua acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>,atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>;3- Estimular, viabilizar e garantir a formação <strong>de</strong> novos centros, preservando as características ambientais,culturais, sociais e vocações específicas <strong>da</strong> região, priorizando a manutenção do uso resi<strong>de</strong>ncial;4- Aproveitar, na formação <strong>de</strong> novos centros, as tendências e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região, e que nãoprejudiquem os centros existentes.5- Área Central5.1- Estabelecer tratamento diferenciado para a área central, com vistas à sua requalificação, revitalização e<strong>de</strong>senvolvimento, consi<strong>de</strong>rando a gran<strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e simbólica <strong>de</strong> seu espaço, sua múltiplasignificação na estrutura metropolitana e, ain<strong>da</strong>, a importância <strong>da</strong> ampliação e/ou manutenção do usoresi<strong>de</strong>ncial.5.2- Estabelecer tratamento especial para a área central, consi<strong>de</strong>rando, além dos aspectos citados acima, oseu significado como centro político-administrativo, cultural, financeiro, <strong>de</strong> negócios e <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> bens eserviços.6- HipercentroPromover a requalificação e reabilitação do hipercentro, consi<strong>de</strong>rando não apenas sua condição <strong>de</strong> centroeconômico metropolitano mas também sua ain<strong>da</strong> existente condição <strong>de</strong> moradia e ponto <strong>de</strong> encontro,ampliando-a através <strong>de</strong> incentivos urbanísticos e econômicos.C - Condições habitacionais1- Articular a política habitacional com as políticas ambiental e social e com as <strong>de</strong>mais políticas urbanas,nos níveis municipal, estadual e metropolitano, garantidos o <strong>de</strong>bate com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o controle social.2- Destacar a política <strong>de</strong> ocupação e geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>, no que se refere à política social.


284 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s3- Promover a ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> moradia e lotes urbanizados, em especial à população <strong>de</strong> mais baixaren<strong>da</strong>, minimizando o déficit quantitativo e qualitativo, através do estímulo à produção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>shabitacionais <strong>de</strong> interesse social e <strong>da</strong> garantia <strong>de</strong> acesso ao estoque existente <strong>de</strong> moradias e aos serviços,equipamentos e infra-estrutura instalados.4- Elevar o padrão <strong>de</strong> habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em assentamentos habitacionais <strong>de</strong> interesse social, <strong>de</strong> formaplaneja<strong>da</strong> e com participação dos moradores, visando minimizar o déficit qualitativo através <strong>da</strong> promoção <strong>de</strong>regularização fundiária, urbanização, melhoria qualitativa <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais, recuperaçãoambiental e controle <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> proteção ambiental, estabelecendo um prazo coma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.5- Buscar a eliminação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco e promover o uso e ocupação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco recupera<strong>da</strong>s.6- Promover o acesso e a conscientização <strong>da</strong> população, especialmente a <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, aos serviços <strong>de</strong>assistência técnica aos processos <strong>de</strong> produção habitacional <strong>de</strong> forma a assegurar condições mínimas <strong>de</strong>conforto e segurança, <strong>de</strong>ntro dos marcos <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> e dos princípios <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat.7- Reforçar, priorizar e garantir, na política habitacional do município, os serviços <strong>de</strong> assistência social,especialmente ao pós-morar, provendo condições para integração dos beneficiados ao entorno e à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,assegurando o exercício pleno <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.8- Acompanhar o processo <strong>de</strong> ocupação, nos serviços <strong>de</strong> assistência ao pós-morar, e elaborar ca<strong>da</strong>stros <strong>de</strong>beneficiados pela política habitacional do município, <strong>de</strong> forma a evitar a negociação <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.9- Fortalecer a política <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>stinados à implantação <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong>habitação, buscando e articulando a participação dos governos estadual e fe<strong>de</strong>ral, <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong> e <strong>de</strong>organizações não governamentais.10- Garantir o subsídio nos programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social11- Incentivar a criação <strong>de</strong> cooperativas populares para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> habitacional.12- Incentivar, com fiscalização, a ampliação do controle social e o estabelecimento <strong>de</strong> parcerias do po<strong>de</strong>rpúblico com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, priorizando o atendimento à população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>, organiza<strong>da</strong> nosmovimentos pela moradia.13- Garantir linhas <strong>de</strong> crédito para a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, para reforma e melhoria <strong>da</strong>s moradias jáexistentes em Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 1 e 3 (ZEIS 1 e 3).14- Implantar política <strong>de</strong> controle social articula<strong>da</strong> com outros municípios.15- Promover os processos <strong>de</strong> pesquisa e produção <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, com utilização <strong>de</strong> mão <strong>de</strong>obra ociosa no município, visando a redução dos custos <strong>da</strong> moradia popular e a ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong>trabalho.D - Espaço público1- A<strong>de</strong>quar e valorizar os espaços públicos <strong>de</strong>stinados aos <strong>de</strong>slocamentos e à permanência <strong>da</strong>s pessoas,assegurando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana e ambiental a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas áreas, na dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.2- Promover e maximizar o acesso e a busca <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conforto e segurança para apermanência <strong>da</strong>s pessoas nos espaços com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> polarização/centrali<strong>da</strong><strong>de</strong>.3- Buscar condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conforto, em especial no que diz respeito à poluição sonora.4- Garantir o uso público do espaço público, priorizando o pe<strong>de</strong>stre, solucionando ou minimizando conflitosexistentes entre trânsito a pé e <strong>de</strong> veículos e garantindo quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na orientação e no tratamentourbanístico <strong>de</strong> áreas preferenciais para o seu <strong>de</strong>slocamento.5- Ampliar a oferta <strong>de</strong> espaços que favoreçam o encontro e o lazer <strong>da</strong>s pessoas fora <strong>da</strong> área central, emespecial em periferias, vilas e favelas, assegurando a manutenção dos existentes e aproveitando áreaspúblicas <strong>de</strong> interesse ambiental.6- Incentivar a formação <strong>de</strong> parcerias entre po<strong>de</strong>r público, iniciativa priva<strong>da</strong>, organizações nãogovernamentais, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>mais enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong> forma a promover a criação, preservação emanutenção <strong>de</strong> espaços e equipamentos <strong>de</strong> uso público.7- Criar e garantir ou otimizar as condições <strong>de</strong> segurança e salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> nos espaços <strong>de</strong> uso público <strong>de</strong>forma igualitária, divulgando essas condições para a população.8- Garantir a manutenção dos espaços que favorecem o encontro e o lazer <strong>da</strong>s pessoas com a substituição<strong>de</strong>ssas áreas quando sua <strong>de</strong>stinação for altera<strong>da</strong> para outros usos.9- Promover a aplicação ou ampliação conveniente <strong>da</strong> legislação que regulamenta a utilização dos espaçospúblicos, em especial <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 285E - Patrimônio histórico e cultural1- Garantir a proteção, preservação, recuperação, sinalização, i<strong>de</strong>ntificação, fiscalização, indicação,<strong>de</strong>limitação e localização <strong>de</strong> marcos, referências e espaços <strong>de</strong> importância histórica, cultural, paisagística eturística, valorizando i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um planejamento global.2- Promover e incentivar a revitalização <strong>de</strong> áreas e edificações <strong>de</strong> valor especial, particularmente através <strong>de</strong>incentivo ao uso resi<strong>de</strong>ncial na área central e em centros regionais, assim como <strong>de</strong> incentivo a usoscompatíveis com os imóveis e a vocação <strong>da</strong>s áreas que constituem patrimônio cultural e urbano domunicípio.3- Criar e reforçar iniciativas <strong>de</strong> informação, educação e divulgação, assim como garantir ou buscar maiorvisualização <strong>de</strong> edificações, conjuntos urbanos e paisagens <strong>de</strong> valor histórico-cultural, ampliando aconscientização e o reconhecimento <strong>da</strong> importância <strong>de</strong> sua preservação pela população.4- Estabelecer medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> incentivo à formação <strong>de</strong> parcerias entre po<strong>de</strong>r público, iniciativa priva<strong>da</strong>,organizações não governamentais, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>mais enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong> forma a recuperar, preservar,proteger e manter o patrimônio cultural, histórico, arquitetônico, paisagístico, artístico e arqueológico domunicípio5- Estabelecer instrumentos mais efetivos <strong>de</strong> incentivo econômico, urbanístico e outros que permitam ao<strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> bem tombado a sua manutenção em bases satisfatórias.6- Implementar ações para a efetiva preservação do símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a serra do Curral, inclusivecom gestões junto aos outros municípios on<strong>de</strong> ela se insere.7- Criar novos mecanismos, e reforçar e divulgar os existentes, <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia para o ci<strong>da</strong>dão, dos infratores eresponsáveis pela prática <strong>de</strong> crimes contra o patrimônio histórico, junto aos órgãos competentes.8- Assegurar a proteção <strong>da</strong> paisagem urbana como parâmetro <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> preservação do patrimôniohistórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.9- Incrementar os instrumentos <strong>de</strong> incentivos compensatórios.F- Sistema viário e transporte1- Reformular a estrutura viária radioconcêntrica, principalmente através <strong>de</strong> interligações transversais queintegrem os elementos estruturais do município.2- Implantar obras e a<strong>de</strong>quações viárias para priorização do atendimento ao sistema <strong>de</strong> transporte coletivoe sua interação com a circulação <strong>de</strong> automóveis, em consonância com as diretrizes ambientais, em especialas <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vales.3- Implantar obras e a<strong>de</strong>quações viárias para priorização também dos meios <strong>de</strong> transporte não motorizados.4- Implementar programas e projetos que favoreçam a circulação segura e confortável, preferencialmentedos pe<strong>de</strong>stres, priorizando grupos específicos tais como idosos, gestantes, pessoas com mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>reduzi<strong>da</strong>, pessoas com criança no colo e crianças, conforme parâmetros <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.5- Reduzir o impacto ambiental <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> circulação dos veículos, mediante restrição do uso <strong>de</strong>automóveis e do estacionamento em vias <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> transporte coletivo, principalmente na áreacentral.6- Viabilizar e efetivar alternativas <strong>de</strong> financiamento <strong>da</strong> infra-estrutura e produção do transporte e promovera revisão do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> remuneração <strong>da</strong>s subconcessionárias <strong>de</strong> transporte coletivo, incorporandoinstrumentos <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> receita e eficiência econômica, com garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços.7- Promover a ampliação do sistema metroviário, privilegiando sua inserção na área central e nos vetores<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica e/ou maior <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.8- Promover e agilizar a integração do sistema viário e <strong>de</strong> transporte municipal no âmbito metropolitano,inclusive quanto à sua gestão ou co-gestão, buscando a municipalização <strong>da</strong>s rodovias estaduais e fe<strong>de</strong>rais<strong>de</strong>ntro do município.9- Criar mecanismos <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> transporte individual, inclusive no que diz respeito à suaparticipação na gestão do sistema <strong>de</strong> transporte.10- Rever as gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s no acesso ao sistema <strong>de</strong> transporte público municipal.11- Utilizar o sistema <strong>de</strong> transporte coletivo como mecanismo <strong>de</strong> fomento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais, compriori<strong>da</strong><strong>de</strong> às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já estabeleci<strong>da</strong>s.12- Implementar política para manutenção e reconstituição <strong>da</strong>s vias com pavimentação poliédrica e criação<strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> consulta popular para modificação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> calçamento.13- Investir na fiscalização do sistema <strong>de</strong> transporte.14- Implementar política <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga no município, com <strong>de</strong>staque para a área central.


286 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sG - Condições ambientais1- Formular e implementar políticas públicas integra<strong>da</strong>s e compatíveis com os princípios do<strong>de</strong>senvolvimento sustentável <strong>de</strong>finido na Agen<strong>da</strong> 212- Promover a articulação <strong>da</strong> gestão ambiental <strong>de</strong>mocrática, integra<strong>da</strong> e compartilha<strong>da</strong> na RegiãoMetropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (RMBH), consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro do Sistema Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente(SISNAMA), visando a busca <strong>de</strong> soluções para problemas ambientais <strong>de</strong> interesse comum, especialmentequanto à ocupação do espaço.3- Garantir a valorização, recuperação e preservação dos recursos naturais, especialmente dos recursoshídricos, e dos corredores <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, integrando-os à paisagem urbana e associando-os à criação<strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer, recreação e turismo, evitando a canalização dos cursos d’água4- Consi<strong>de</strong>rar bacia ou sub-bacia hidrográfica como uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento para a gestãourbanística e ambiental, bem como os comitês <strong>de</strong> bacia como instâncias <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civilna gestão ambiental.5- Criar e implementar políticas municipais <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> nascentes e arborização, <strong>de</strong> controle, uso emonitoramento <strong>da</strong>s condições ambientais, em especial as <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo, e <strong>de</strong> educaçãoambiental.6- Implementar as políticas municipais <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e arborização, volta<strong>da</strong>s, em especial, para as áreasperiféricas.7- Consi<strong>de</strong>rar nas políticas ambientais municipais a preocupação com novos fatores que interferem naquali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental do município, como, por exemplo, as radiações eletromagnéticas.8- Promover a gestão pública municipal e integra<strong>da</strong> dos serviços <strong>de</strong> saneamento, com controle social,garantindo-se a participação popular e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação dos serviços, e estabelecendomecanismos <strong>de</strong> controle e <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> pontos críticos.9- Promover a articulação com o governo do estado e com os <strong>de</strong>mais municípios <strong>da</strong> região para a solução<strong>da</strong>s interfaces <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong> saneamento, especialmente as relativas à drenagem, recursos hídricos,produção <strong>de</strong> água, tratamento <strong>de</strong> esgotos, disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos e controle <strong>de</strong> vetores.10- Promover a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos.11- Criar e implementar políticas municipais, visando o controle <strong>da</strong> poluição provoca<strong>da</strong> pelas on<strong>da</strong>seletromagnéticas.12- Promover a universalização dos serviços <strong>de</strong> varrição, coleta e reciclagem <strong>de</strong> resíduos sólidos.13- Promover a universalização dos serviços <strong>de</strong> saneamento.14- Promover a racionalização e diminuição dos <strong>de</strong>sperdícios <strong>de</strong> energia e recursos naturais.15- O po<strong>de</strong>r público municipal assumir seu papel constitucional <strong>de</strong> titular e po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte dos serviços<strong>de</strong> saneamento, fiscalizando a atuação <strong>da</strong>s concessionárias prestadoras <strong>de</strong> serviço.16- Compatibilizar o crescimento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com a preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.H - Gestão1- Diretriz GeralPromover a estruturação <strong>de</strong> um sistema municipal e metropolitano <strong>de</strong> planejamento e gestão urbana<strong>de</strong>mocrática, <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e integra<strong>da</strong>.2- Gestão Administrativa2.1- Estimular o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e autonomia administrativa como forma <strong>de</strong> aproximar aadministração pública <strong>da</strong> população e melhorar a agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação dos serviços,reduzindo o controle político-financeiro centralizado e garantindo recursos para sua efetivação.2.2- Reduzir a <strong>de</strong>fasagem entre planejamento e execução <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> administração municipal, emespecial as obras aprova<strong>da</strong>s do Orçamento Participativo.2.3- Reformular, mo<strong>de</strong>rnizar, integrar e agilizar o sistema e os processos <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>surbanas, investindo na divulgação <strong>da</strong> legislação urbanística vigente.2.4- Investir na melhoria <strong>da</strong> estrutura dos serviços <strong>de</strong> monitoramento e fiscalização, inclusive <strong>da</strong> infraestruturahumana e material, para dotar suas ações <strong>de</strong> maior eficiência e eficácia.2.5- Reforçar, efetivar e divulgar a integração entre órgãos <strong>da</strong> administração municipal e <strong>de</strong>stes com os <strong>da</strong>sesferas estadual e fe<strong>de</strong>ral.2.6- Reforçar o planejamento no nível <strong>da</strong>s regiões administrativas, do município e metropolitano.2.7- Investir no estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos sistematizados no an<strong>da</strong>mento dos processos no âmbitomunicipal, <strong>de</strong> modo a garantir atendimento equânime aos ci<strong>da</strong>dãos.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 2872.8- Criar mecanismo <strong>de</strong> publicização <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mentação legal nos casos <strong>de</strong> intervenções urbanísticas queprovoquem clamor popular.2.9- Criar mecanismos para arcar com os custos <strong>de</strong> participação por parte dos munícipes, principalmente noque diz respeito ao transporte.3- Gestão Participativa3.1- Estimular e divulgar o funcionamento <strong>de</strong> um sistema participativo <strong>de</strong> gestão metropolitana que incluainstâncias <strong>de</strong> discussão temática e <strong>da</strong>s <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s locais, estabelecendo-se critérios <strong>de</strong> participação.3.2- Estabelecer uma re<strong>de</strong> constituí<strong>da</strong> pelas instâncias <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> âmbito municipal, regional oulocal <strong>de</strong> forma a favorecer sua integração e melhor <strong>de</strong>finir suas atribuições e caráter.3.3- Investir na mobilização social, na divulgação <strong>de</strong> informações e na promoção <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>capacitação para melhor preparar a população para a participação.3.4- Promover a integração do sistema <strong>de</strong> gestão participativa <strong>da</strong>s políticas urbanas e sociais.3.5- Aperfeiçoar os mecanismos <strong>de</strong> funcionamento dos conselhos municipais, valorizando seu caráter<strong>de</strong>liberativo e a participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil em sua composição.4.2 - Síntese <strong>da</strong>s Propostas Aprova<strong>da</strong>sApresenta-se aqui uma síntese comenta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s principais propostas aprova<strong>da</strong>s, elabora<strong>da</strong> por equipe <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong>. Acrescentam-e algumas observações sobre pontos do diagnóstico e <strong>da</strong>s diretrizes relativos àspropostas. A íntegra <strong>da</strong>s propostas encontra-se no Anexo VI.4.2.1- Legislação UrbanísticaA - Zoneamento e ocupação do soloO processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é consi<strong>de</strong>rado como “<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado” e “não sustentável”, regido pelointeresse econômico e pela especulação imobiliária, tendo resultado em concentração e centralização <strong>de</strong>bens e serviços urbanos, saturação ambiental <strong>de</strong> diversas áreas e que<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>como um todo.O a<strong>de</strong>nsamento excessivo <strong>de</strong> algumas áreas, em contraste com a existência <strong>de</strong> áreas vazias e <strong>de</strong> umgran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> lotes vagos, é outro conflito i<strong>de</strong>ntificado. O supera<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong> áreas mais centrais évisto como um fator <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> investimentos em serviços e infra-estruturas urbanas para estas áreas,prejudicando as periferias.Processos igualmente <strong>de</strong>saprovados são o supera<strong>de</strong>nsamento construtivo, consi<strong>de</strong>rado como fator <strong>de</strong><strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, a “verticalização excessiva”, que vem causando <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> bairrostradicionais, e a verticalização sem planejamento <strong>da</strong>s infra-estruturas em bairros novos como Buritis eBelve<strong>de</strong>re.Essas constatações fun<strong>da</strong>mentaram diretrizes traça<strong>da</strong>s para a formulação <strong>de</strong> propostas relativas à dinâmicado crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacando-se as que recomen<strong>da</strong>m:“Controlar o a<strong>de</strong>nsamento construtivo e habitacional, respeitando as vocações e característicasambientais e locais, <strong>de</strong> acordo com a infra-estrutura urbana, promovendo-se as <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a<strong>de</strong>quaçõesaos índices construtivos estabelecidos pela Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (LPOUS) 30 ea legislação que a regulamenta.”“Compatibilizar o crescimento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com a preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.”As propostas formula<strong>da</strong>s em cumprimento às diretrizes levaram em conta que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> vem sendosubmeti<strong>da</strong> a altos índices construtivos. Face a esses problemas e às diretrizes <strong>da</strong> Conferência foi aprovadoum conjunto <strong>de</strong> propostas que buscam reverter o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do espaço urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, a<strong>de</strong>quando os parâmetros construtivos <strong>de</strong>finidos na LPOUS. Foram propostas alterações nosparâmetros do zoneamento, revisão <strong>de</strong> parâmetros construtivos não relacionados ao zoneamento, adoção<strong>de</strong> critério único para cálculo dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> zoneamento.B - Parâmetros do zoneamentoCom o objetivo <strong>de</strong> reduzir o diferencial <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento construtivo e populacional entre as áreas maiscentrais e as periferias, as propostas mais relevantes <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> zoneamento referemseàs zonas: Zona <strong>de</strong> Proteção (ZP-3) 31 , Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> (ZA), Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP),30 Lei n.º 7.166, <strong>de</strong> 27/08/1996, que estabelece normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no município.31 “Art. 7º - São ZPs as regiões sujeitas a critérios urbanísticos especiais, que <strong>de</strong>terminam a ocupação com baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e maiortaxa <strong>de</strong> permeabilização, tendo em vista o interesse público na proteção ambiental e na preservação do patrimônio histórico, cultural,arqueológico ou paisagístico, e que se subdivi<strong>de</strong>m nas seguintes categorias:


288 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sZona Central <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova (ZCVN) e Zona Central do Barreiro (ZCBA). Seu objeto é o rebaixamento dopotencial construtivo, mediante redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (CA), e do potencial <strong>de</strong>a<strong>de</strong>nsamento resi<strong>de</strong>ncial, mediante aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional (QT). Além<strong>de</strong>stas, foi proposta a alteração dos parâmetros <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental(ZPAM), especialmente as <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular.Para as áreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública situa<strong>da</strong>s na ZPAM, foi proposto o resgate <strong>da</strong>s restrições originaisestabeleci<strong>da</strong>s pela Lei N. O 7.166/96, ve<strong>da</strong>ndo-se, inclusive o parcelamento dos terrenos. Para as áreas <strong>de</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular, que pela lei vigente po<strong>de</strong>m ser ocupa<strong>da</strong>s com os parâmetros <strong>da</strong> ZP-1, forampropostos parâmetros <strong>de</strong> ocupação mais permissivos que os <strong>da</strong> ZPAM propriamente dita e mais restritivosque os <strong>da</strong> ZP-1, quais sejam:– coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento = 0,1;– taxa <strong>de</strong> ocupação = 0,05;– taxa <strong>de</strong> permeabilização = 80 %;– quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional = 5.000 m².Para a ZP-3, que correspon<strong>de</strong> ao bairro Belve<strong>de</strong>re III, bairro inteiramente verticalizado junto à serra doCurral, a proposta visa conter o agravamento <strong>da</strong> interferência do volume <strong>da</strong>s edificações na paisagemnatural <strong>da</strong> serra, propiciar um a<strong>de</strong>nsamento resi<strong>de</strong>ncial condizente com uma zona <strong>de</strong> proteção, assim comoreduzir o impacto <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional no sistema viário <strong>da</strong> região.Também foi proposto estudo <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> altimetria, com vistas à redução do impacto <strong>da</strong> verticalização<strong>da</strong>s edificações na paisagem <strong>da</strong> serra do Curral, escolhi<strong>da</strong> pela população como símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Alterações propostas:– redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (1,5 para 1,2);– aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional ( 90 para 200 m²).A ZA é uma área muito a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> que correspon<strong>de</strong> a bairros como Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova, Coração Eucarístico, AltoBarroca, Gutierrez, Santo Antônio, São Pedro, Carmo, Sion, Cruzeiro, Anchieta, Serra e São Lucas. Seua<strong>de</strong>nsamento fica ca<strong>da</strong> vez mais incompatível com o sistema viário (trata-se <strong>de</strong> bairros cuja populaçãoapresenta uma alta taxa <strong>de</strong> motorização). Nos últimos anos, essa zona sofreu um ritmo acelerado <strong>de</strong>construção, agravando sua saturação ambiental. Concebi<strong>da</strong> como zona <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento contido, ela temíndices construtivos mais permissivos do que o <strong>da</strong> zona a<strong>de</strong>nsável, o que justifica a redução proposta.Alterações propostas:– redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (1,5 para 1,2);– aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional ( 40 para 60 m²).A ZAP é a zona correspon<strong>de</strong>nte a áreas com condições <strong>de</strong> infra-estrutura e geológicas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>spropícias ao a<strong>de</strong>nsamento. Pertencem à ZAP, por exemplo, os bairros Buritis, Carlos Prates, PadreEustáquio, Sta. Efigênia, Pompéia, Floresta, Sagra<strong>da</strong> Família, , Planalto, Guarani, Heliópolis, João Pinheiro,Glória, Serrano, Santa Amélia, Jaraguá, Rio Branco, Letícia, Lindéia, Milionários. Alterações propostas:– redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (1,7 para 1,5);– aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional ( 25 para 40 m²).Seu CA (1,7) é um coeficiente relativamente alto e enseja um nível <strong>de</strong> verticalização muito criticado pelosparticipantes, pela <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> bairros tradicionais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Outro exemplo <strong>de</strong> ZAP fortementerepudiado pelos participantes <strong>da</strong> Conferência é o do Buritis.Temendo a difusão mo<strong>de</strong>lo Buritis <strong>de</strong> ocupação por to<strong>da</strong> a extensão <strong>da</strong> ZAP, a proposta aprova<strong>da</strong> <strong>de</strong>redução dos parâmetros construtivos tem caráter preventivo.Além disso, em diversos bairros, como Sagra<strong>da</strong> Família, Carlos Prates ou Santa Efigênia, aincompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as dimensões do sistema viário e o a<strong>de</strong>nsamento potencializado pelos índicesatuais é fator <strong>de</strong> saturação ambiental, o que constitui outra justificativa <strong>da</strong> proposta.Para a ZCVN e ZCBA, que correspon<strong>de</strong>m, respectivamente, às zonas centrais <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e doBarreiro, foi proposto estudo com vistas à redução dos índices <strong>de</strong> ocupação. No caso do centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>Nova, a proposta em curso no Executivo <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE) jácontempla redução <strong>de</strong>sses índices, consi<strong>de</strong>rando as características do centro histórico e seu sistema viárioacanhado para o a<strong>de</strong>nsamento propiciado pelos índices atualmente permitidos.I - ZP-1, regiões, predominantemente <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> proteção ambiental e preservação do patrimônio histórico, cultural,arqueológico ou paisagístico ou em que haja risco geológico, nas quais a ocupação é permiti<strong>da</strong> mediante condições especiais;II - ZP-2, regiões, predominantemente ocupa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> proteção ambiental, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística ou em queexistam condições topográficas ou geológicas <strong>de</strong>sfavoráveis, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser mantidos baixos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica;III - ZP-3, regiões em processo <strong>de</strong> ocupação, que será controlado visando à proteção ambiental e preservação paisagística.” (Lei n.º7166, <strong>de</strong> 27/08/96)


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 289Para a Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito - 2 (ZAR-2) 32 , a proposta visou a amenização do impacto doa<strong>de</strong>nsamento provocado pelos “empreendimentos resi<strong>de</strong>nciais, comerciais (clubes, aca<strong>de</strong>mias, templosetc.), os quais representem riscos impactantes na ZAR-2, exigir-se á em contraparti<strong>da</strong>, dos empreen<strong>de</strong>dorese/ou responsáveis, medi<strong>da</strong>s compensatórias que priorizem questões como: educação, esportes e cultura,saú<strong>de</strong> pública, saneamento básico, preservação/recuperação do meio ambiente, segurança, sempre embenefício <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> diretamente afeta<strong>da</strong> e em função <strong>da</strong> carência observa<strong>da</strong> na mesma área.” Aproposta justifica-se por ser a ZAR-2 uma zona sem condições propícias ao a<strong>de</strong>nsamento, e por isto sujeitaa índices <strong>de</strong> ocupação relativamente baixos, on<strong>de</strong> o a<strong>de</strong>nsamento em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empreendimentosacaba sobrecarregando os equipamentos <strong>de</strong> uso coletivo e a infra-estrutura existentes, prejudicando tantoos novos como os antigos moradores.C - Afastamento <strong>da</strong>s edificaçõesNa LPOUS existe uma fórmula que <strong>de</strong>fine a variação dos valores dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundosexigidos <strong>da</strong>s edificações, <strong>de</strong> acordo com a altura <strong>da</strong>s mesmas. A ZA e a ZCBH têm tratamento especialnessa fórmula: para elas são <strong>de</strong>finidos afastamentos muito menores do que os exigidos no resto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,resultando em piores condições <strong>de</strong> conforto ambiental (ventilação, insolação, iluminação, privaci<strong>da</strong><strong>de</strong>)nessas zonas. A proposta que foi aprova<strong>da</strong> consiste, pois, em eliminar essa diferenciação <strong>de</strong> tratamento,adotando-se critério único para cálculo dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundos.D - Parâmetros construtivos não vinculados ao zoneamentoQuanto aos parâmetros gerais <strong>de</strong> ocupação, as propostas mais relevantes que foram aprova<strong>da</strong>s referem-seà altimetria e à taxa <strong>de</strong> permeabilização.Tendo em vista atenuar os impactos negativos do processo <strong>de</strong> verticalização, foi proposto estudo <strong>da</strong>altimetria na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando as características e peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos lugares.O parâmetro taxa <strong>de</strong> permeabilização tem o objetivo <strong>de</strong> propiciar infiltração <strong>de</strong> água no solo e tambémmelhoria climática. Para tanto, a área resultante <strong>de</strong>ssa taxa <strong>de</strong>veria ser manti<strong>da</strong> livre e vegeta<strong>da</strong>. To<strong>da</strong>via, épermitido por lei que essa área seja substituí<strong>da</strong> por uma caixa <strong>de</strong> captação e drenagem, o que diminui osbenefícios <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> permeabilização. Propôs-se revogar essa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição, para que oparâmetro cumpra plenamente sua função.Consi<strong>de</strong>rando, to<strong>da</strong>via, que caixas <strong>de</strong> captação e drenagem têm importante função no retar<strong>da</strong>mento doescoamento <strong>da</strong>s águas pluviais, foi proposto o estímulo à sua utilização, simultaneamente com a área <strong>de</strong>permeabilização exigi<strong>da</strong>. Para viabilizar essas medi<strong>da</strong>s, propôs-se que seja estu<strong>da</strong><strong>da</strong> a redução dos valores<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> permeabilização, especialmente para lotes menores que 200 m².E - Mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> zoneamentoForam propostas a<strong>de</strong>quações e revisões pontuais no zoneamento, visando, na maioria dos casos, efetuarcorreções <strong>de</strong> mapeamento.Em casos como o dos novos parques, as mu<strong>da</strong>nças que foram propostas consistem em atualização dozoneamento.A proposta aprova<strong>da</strong> <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> zoneamento do Buritis <strong>de</strong> ZAP para ZA po<strong>de</strong> também ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>como atualização, já que este bairro encontra-se em situação <strong>de</strong> zona a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>, com precárias condições<strong>de</strong> acesso.A proposta aprova<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> novas Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS-2) 33 visa à aplicação<strong>de</strong> critérios mais eficazes <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> áreas para programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social, uma vezque as áreas <strong>de</strong> ZEIS-2 indica<strong>da</strong>s na Lei n. o 7.166/96 não se efetivaram.32 “Art. 8º - São ZARs as regiões em que a ocupação é <strong>de</strong>sestimula<strong>da</strong>, em razão <strong>de</strong> ausência ou <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água ou <strong>de</strong> esgotamento sanitário, <strong>de</strong> precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou saturação <strong>da</strong> articulação viária interna ou externa ou <strong>de</strong>adversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições topográficas, e que se subdivi<strong>de</strong>m nas seguintes categorias:I - ZARs-1, regiões com articulação viária precária ou satura<strong>da</strong>, em que se faz necessário manter baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica;II - ZARs-2, regiões em que as condições <strong>de</strong> infra-estrutura e as topográficas ou <strong>de</strong> articulação viária exigem a restrição <strong>da</strong> ocupação.”(i<strong>de</strong>m)33 “Art. 12 - São ZEISs as regiões nas quais há interesse público em or<strong>de</strong>nar a ocupação, por meio <strong>de</strong> urbanização e regularizaçãofundiária, ou em implantar ou complementar programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social, e que se sujeitam a critérios especiais <strong>de</strong>parcelamento, ocupação e uso do solo, subdivindo-se nas seguintes categorias:I - ZEISs-1, regiões ocupa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente por população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, nas quais existe interesse público em promoverprogramas habitacionais <strong>de</strong> urbanização e regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à promoção <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> seus habitantes e a sua integração à malha urbana;II - ZEISs-2, regiões não edifica<strong>da</strong>s, subutiliza<strong>da</strong>s ou não utiliza<strong>da</strong>s, nas quais há interesse público em promover programashabitacionais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> moradias, ou terrenos urbanizados <strong>de</strong> interesse social;III - ZEISs-3, regiões edifica<strong>da</strong>s em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social.” (i<strong>de</strong>m)


290 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sF - Uso do soloEmbora se observe um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização em curso, a concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércioe serviços na área central 34 ain<strong>da</strong> é excessiva, resultando em gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação aessa área conforme registrado no diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> “centros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> éprecária, observando-se ocupação “<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>” dos corredores <strong>de</strong> comércio e serviços.As propostas formula<strong>da</strong>s em relação ao uso do solo basearam-se nas diretrizes:“Garantir a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a melhor distribuição <strong>de</strong> usos no espaçourbano, respeita<strong>da</strong>s as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área.”“Estimular, viabilizar e garantir a formação <strong>de</strong> novos centros, preservando as características ambientais,culturais, sociais e vocações específicas <strong>da</strong> região, priorizando a manutenção do uso resi<strong>de</strong>ncial.”“Estabelecer tratamento diferenciado para a área central, com vistas à sua requalificação, revitalizaçãoe <strong>de</strong>senvolvimento, que consi<strong>de</strong>re a gran<strong>de</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional e simbólica <strong>de</strong> seu espaço, suamúltipla significação na estrutura metropolitana e, ain<strong>da</strong>, a importância <strong>da</strong> ampliação e/ou manutençãodo uso resi<strong>de</strong>ncial.”No atendimento a essas diretrizes, consi<strong>de</strong>rou-se que a legislação vigente oferece condições para amultiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos, mas permite que, embora obriga<strong>da</strong>s à implantação <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s mitigadoras, asativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s potencialmente geradoras <strong>de</strong> impactos negativos se disseminem na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo competir <strong>de</strong>forma não <strong>de</strong>sejável pelo espaço dos centros a serem estimulados.Tendo em vista a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo e dos centros em particular, foramaprova<strong>da</strong>s diversas propostas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a avaliar e, se necessário, rever o critério <strong>de</strong> localização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Grupo III 35 . Complementarmente, foi proposta a elaboração <strong>de</strong> planos locais para os centrosmais significativos na estruturação <strong>da</strong>s regiões.Quanto à área central, a proposta relativa ao uso do solo foi a supressão do impedimento <strong>de</strong> investimentospúblicos na construção e ampliação <strong>de</strong> se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> órgãos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais e outrosequipamentos impedidos nesta área pela Lei do Plano Diretor 36 .Além do monitoramento permanente do impacto <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foi proposta a revisão <strong>da</strong> classificação dosusos e <strong>da</strong>s normas relativas às medi<strong>da</strong>s mitigadoras <strong>de</strong> seus impactos, a partir <strong>de</strong> avaliação <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>Lei 8137/00 37 .Visando à agili<strong>da</strong><strong>de</strong> na aplicação <strong>da</strong>s normas relativas à localização admissível <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, foi propostoatribuir ao Executivo a competência para efetuar a classificação viária <strong>da</strong>s vias implanta<strong>da</strong>s pelo po<strong>de</strong>rpúblico.G - Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE) é um mecanismo <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Plano Diretor (<strong>de</strong>talhado na LPOUS, quepermite tratamento diferenciado para regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que, por suas características, <strong>de</strong>man<strong>de</strong>m normasdiversas <strong>da</strong>quelas atribuí<strong>da</strong>s ao zoneamento. Apresenta-se como uma forma <strong>de</strong> respeito às diferenças <strong>de</strong>algumas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que são importantes para a população local e para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>vem servaloriza<strong>da</strong>s.A maior parte <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s diz respeito à criação <strong>de</strong> ADEs e à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios para aregulamentação <strong>de</strong> outras existentes. No entanto, o tema mais polêmico foi a diversificação dos usos naregião <strong>da</strong> Pampulha, condiciona<strong>da</strong> a um estudo vocacional, mais precisamente na área <strong>da</strong> bacia <strong>de</strong>contribuição direta <strong>da</strong> represa.Quanto ao estabelecimento <strong>de</strong> novas ADEs, seja a ADE Floresta, as <strong>de</strong> Referência Simbólica e Histórica ea <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Barragem Santa Lúcia, seja novas ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, constata-se uma intençãocomum a to<strong>da</strong>s: maior restrição nas normas <strong>de</strong> construção. Os argumentos po<strong>de</strong>m apresentar aspectosdiferentes: para as duas primeiras, a questão histórica é o fator mais forte; para as duas últimas, no cui<strong>da</strong>docom os recursos naturais consiste o fun<strong>da</strong>mento. No entanto, um fator foi o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ador <strong>da</strong>s propostasaprova<strong>da</strong>s <strong>de</strong> criação e regulamentação <strong>da</strong>s ADEs: a ocupação do solo com altas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s construtiva epopulacional atualmente presentes na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A síntese <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS i<strong>de</strong>ntificou os conflitos, já mencionados, na utilização do solo urbano –“<strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> bairros tradicionais e <strong>de</strong> bairros novos” pela “verticalização excessiva” –, que34 Correspon<strong>de</strong> à ZCBH - Zona Central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: compreen<strong>de</strong> a área <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pela AV. do Contorno e contém a ZHIP -Zona Hipercentral.35 “Art. 64 - Ficam estabeleci<strong>da</strong>s as seguintes categorias <strong>de</strong> uso: I - resi<strong>de</strong>ncial; II - não resi<strong>de</strong>ncial; III - misto.Art. 65 - Os usos referidos nos incisos II e III do artigo anterior, conforme a repercussão produzi<strong>da</strong> pela ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> no ambiente urbano,classificam-se em: I - Grupo I; II - Grupo II; III - Grupo III.” (i<strong>de</strong>m)36 Lei n.º 7.165, <strong>de</strong> 27/08/1996, que Institui o Plano Diretor do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.37 Lei n. o 8137, <strong>de</strong> 21/12/2000, que altera as leis n. os 7.165 e 7.166, ambas <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1996, e dá outras providências.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 291fun<strong>da</strong>mentaram diretrizes como a <strong>de</strong> “Controlar o a<strong>de</strong>nsamento construtivo e habitacional, respeitando asvocações e características ambientais e locais...’.Para efetivar este controle a ADE apresenta-se como uma opção muito pertinente, aten<strong>de</strong>ndo a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>speculiares <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> lugar.A essa diretriz agrega-se mais uma que reforça a criação <strong>da</strong>s ADEs quando associa<strong>da</strong> à <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> umai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> local que se <strong>de</strong>seja preservar, tal como as ADEs <strong>de</strong> Referência Histórica e Simbólica e Floresta:“Garantir a proteção, preservação, recuperação, sinalização, i<strong>de</strong>ntificação, fiscalização, indicação,<strong>de</strong>limitação e localização <strong>de</strong> marcos, referências e espaços <strong>de</strong> importância histórica, cultural,paisagística e turística, valorizando i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> umplanejamento global.”Para a regulamentação <strong>da</strong>s ADEs <strong>de</strong> interesse ambiental – que já existem, mas sem normas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s – aspropostas aprova<strong>da</strong>s seguem, também, a idéia do controle e restrição, reforçados pela própria natureza doobjeto, relacionado diretamente com os recursos naturais.Para a serra do Curral, que envolve os dois argumentos acima <strong>de</strong>scritos – a preservação <strong>de</strong> um elementonatural e <strong>de</strong> uma referência simbólica – foram formula<strong>da</strong>s propostas que <strong>de</strong>vem ser contemplados naelaboração do plano que <strong>de</strong>finirá a ADE. Entre as diretrizes, como respaldo para estas propostas, aConferência já havia recomen<strong>da</strong>do: “Implementar ações para a efetiva preservação do símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a serra do Curral,inclusive com gestões junto aos outros municípios on<strong>de</strong> ela se insere.”As questões relativas à Pampulha apareceram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a síntese <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, refletindo uma tensão<strong>de</strong>vido à pressão para a liberação dos parâmetros <strong>de</strong> ocupação e diversificação do uso para a região. Noentanto, os <strong>de</strong>legados limitaram-se a indicar como negativa a restrição à implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nãoresi<strong>de</strong>nciais, enquanto continuaram con<strong>de</strong>nando a “verticalização”. As diretrizes <strong>da</strong> Conferência tambémrespal<strong>da</strong>ram as mu<strong>da</strong>nças com o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas “respeita<strong>da</strong>s asespecifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área”.As propostas para a localização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na ADE Pampulha indicaram regras mais permissivas. Valeexplicar, entretanto, que o contexto tem suas peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, já que a região ain<strong>da</strong> é “protegi<strong>da</strong>”, ou seja, alegislação urbanística sempre <strong>de</strong>terminou parâmetros muito restritivos para a área. Atualmente, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>ADE, são permiti<strong>da</strong>s apenas residências unifamiliares. Assim, a Pampulha, sob forte controle, não sentiu aforça do agressivo processo <strong>de</strong> exploração imobiliária, o que tornou possível a preservação dos atributosambientais e históricos que fazem <strong>de</strong>la uma referência <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Por outro lado, a região seencontra em estado <strong>de</strong> estagnação e <strong>de</strong>cadência, e a solução seria o estímulo à vocação turística, cultural e<strong>de</strong> lazer <strong>da</strong> área. A partir disso, a Conferência aprovou a liberação <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicasque respeitem o caráter especial <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Pampulha, e pelo qual foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma ADE.H - Parcelamento do soloAs propostas aprova<strong>da</strong>s referem-se, sobretudo, a ajustes <strong>da</strong> LPOUS e <strong>de</strong> procedimentos adotados pela<strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (PBH) no tratamento do parcelamento <strong>de</strong> terrenos, em suas váriasformas, no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitar mais claramente as normas e proteger a intenção <strong>da</strong> Lei. Preocupou-se,ain<strong>da</strong>, em reforçar a idéia <strong>de</strong>, por um lado, evitar a irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, e, por outro, promover a regularizaçãodos parcelamentos implantados sem aprovação.I - Instrumentos urbanísticosUm dos principais conflitos do crescimento <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é a exclusão social, evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pelo gran<strong>de</strong>contingente <strong>de</strong> pessoas leva<strong>da</strong>s a morar em vilas, favelas, loteamentos irregulares e áreas periféricas seminfra-estruturas e serviços. Ou ain<strong>da</strong> pela expulsão <strong>da</strong> população para os municípios vizinhos, “contribuindo”para o processo <strong>de</strong> metropolização. Está bem <strong>de</strong>marca<strong>da</strong> a existência <strong>de</strong> duas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s – uma formal e umainformal.Diante <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> registra<strong>da</strong> na síntese do diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, coloca-se como negativoo não aproveitamento <strong>de</strong> áreas ociosas do município para construção <strong>de</strong> novas moradias. Por outro lado, alegislação existente volta<strong>da</strong> para a inclusão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> insuficiente.To<strong>da</strong>via, o Plano Diretor e o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> contêm instrumentos importantes <strong>de</strong> controle docrescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e promoção <strong>da</strong> inclusão social.Parcelamento, edificação e utilização compulsóriosEste instrumento <strong>de</strong>stina-se a combater a retenção especulativa <strong>de</strong> imóveis, aumentando sua oferta ereduzindo seu preço. Estabelece que, para áreas não parcela<strong>da</strong>s, não edifica<strong>da</strong>s ou subutiliza<strong>da</strong>si<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no Plano Diretor, po<strong>de</strong> ser exigido, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo estipulado por lei, que o proprietário <strong>de</strong>


292 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sterreno promova seu a<strong>de</strong>quado parcelamento, edificação ou utilização, sob pena <strong>de</strong> aumento crescente noImposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Permanecendo a ociosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o terreno fica sujeito a<strong>de</strong>sapropriação pelo município, com pagamento em títulos <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> pública, resgatados no prazo <strong>de</strong> até 10anos.O Plano Diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> contém normas relativas a esse instrumento, limitando sua aplicação aterrenos com mais <strong>de</strong> 5.000 m² situados em zonas passíveis <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento.As propostas aprova<strong>da</strong>s estabelecem diretrizes para regulamentação <strong>de</strong>sse instrumento, <strong>de</strong>finindo seuscritérios <strong>de</strong> aplicação. Prevê como zonas passíveis <strong>de</strong> sua aplicação a ZAP e a ZEIS-2, esten<strong>de</strong>ndo apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua aplicação a edificações abandona<strong>da</strong>s ou obras paralisa<strong>da</strong>s há mais <strong>de</strong> cinco anossitua<strong>da</strong>s em quaisquer zonas.Direito <strong>de</strong> PreempçãoPor esse instrumento, o Município tem preferência na compra <strong>de</strong> imóvel urbano situado em áreapreviamente <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> por lei municipal.A proposta aprova<strong>da</strong> prevê a inserção <strong>de</strong>ste instrumento no Plano Diretor e <strong>de</strong>fine como áreas passíveis <strong>de</strong>sua aplicação: as três categorias <strong>de</strong> ZEIS, as áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a projetos viários prioritários e as áreas <strong>de</strong>interesse ambiental ou cultural.Operações urbanas consorcia<strong>da</strong>sOperação urbana é um conjunto integrado <strong>de</strong> intervenções coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s pelo Município com participaçãodos proprietários, moradores, usuários e investidores privados, operando transformação urbanística em<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> área <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para atingir melhorias sociais e ambientais. Este instrumento já existe no PlanoDiretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.A proposta aprova<strong>da</strong> amplia as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua aplicação, sugerindo possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização dooperações urbanas para regularização <strong>de</strong> edificações ou <strong>de</strong> uso. Sugere também que os benefícios <strong>da</strong>alteração dos parâmetros urbanísticos em uma área possam ser compensados em outra.Outorga onerosa do direito <strong>de</strong> construirÉ um instrumento que visa reverter para a coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong> parte <strong>da</strong> valorização que os terrenos adquirem emvirtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos públicos e <strong>da</strong> legislação urbanística. Com ele, fica facultado, mediante pagamentoaos cofres públicos, construir acima <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento, em locais e <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> limites estabelecidos em lei.A proposta aprova<strong>da</strong> recomen<strong>da</strong> a inserção <strong>da</strong> outorga onerosa entre os instrumentos <strong>de</strong> política urbana doPlano Diretor e fornece um conjunto <strong>de</strong> diretrizes para sua regulamentação. Deve ser ressalta<strong>da</strong> a idéia <strong>de</strong>isentar os programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social e os equipamentos coletivos <strong>de</strong> interesse público dopagamento que envolve este instrumento.Transferência do direito <strong>de</strong> construir (TDC)Este instrumento visa assegurar a utilização <strong>de</strong> imóvel no interesse coletivo, sem prejudicar o proprietário.Por ele, o proprietário <strong>de</strong> imóvel urbano po<strong>de</strong>rá construir em outro local ou alienar esse direito a outrapessoa, mediante escritura pública. O imóvel precisa ser consi<strong>de</strong>rado necessário para fins <strong>de</strong> implantação<strong>de</strong> equipamentos urbanos e comunitários, <strong>de</strong> preservação (imóvel tombado), programa <strong>de</strong> regularizaçãofundiária, urbanização <strong>de</strong> área ocupa<strong>da</strong> por população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> e habitação <strong>de</strong> interesse social.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a TDC foi prevista na Lei Orgânica, instituí<strong>da</strong> no Plano Diretor e regulamenta<strong>da</strong> por<strong>de</strong>creto. A proposta aprova<strong>da</strong> amplia as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste instrumento, abre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> geração <strong>da</strong> TDC a partir <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental indica<strong>da</strong>s pelo Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> MeioAmbiente (COMAM) e propõe simplificação e correção na fórmula <strong>de</strong> cálculo <strong>da</strong> transferência.Estudo <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança (EIV)Este estudo aplica-se a empreendimentos que possam trazer modificações expressivas em uma região,<strong>de</strong>vendo ser discutidos com a vizinhança em seus aspectos positivos e negativos.A proposta aprova<strong>da</strong> recomen<strong>da</strong> a inserção <strong>de</strong>ste instrumento no Plano Diretor, formula diretrizes para suaregulamentação, merecendo <strong>de</strong>staque a proposta <strong>de</strong> indicação dos limites e diferenças entre o EIV e oestudo <strong>de</strong> impacto ambiental (EIA).P - Fundo municipal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbanoFoi proposta a criação <strong>de</strong>ste fundo, <strong>de</strong>stinado a regularização fundiária, habitação <strong>de</strong> interesse social,constituição <strong>de</strong> reserva fundiária, or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> expansão urbana, implantação <strong>de</strong> equipamentos urbanose comunitários, espaços públicos <strong>de</strong> lazer e áreas ver<strong>de</strong>s, uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação e outras áreas <strong>de</strong>interesse ambiental e proteção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse histórico, cultural ou paisagístico.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 293Q - Regularização <strong>de</strong> parcelamentos e edificaçõesA “ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>” na ocupação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é associa<strong>da</strong> à segregação socioespacial e à negação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Decorrente <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> crescimento on<strong>de</strong> a terra urbana é uma mercadoria valorosa, os loteamentosirregulares ou clan<strong>de</strong>stinos nasceram <strong>de</strong> uma ação do setor imobiliário, muitas vezes <strong>de</strong> forma perversapara o conjunto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foram implantados lotes a qualquer custo, sem preocupações com a legislação,com a oferta <strong>de</strong> infra-estrutura ou com os aspectos fisicoambientais. A população com menor po<strong>de</strong>raquisitivo encontra nesses loteamentos irregulares a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> morar, mesmo que precariamente. Énecessário reverter este quadro e o movimento i<strong>de</strong>ntificado é o <strong>da</strong> inclusão, que está nos fun<strong>da</strong>mentos doPlano Diretor e <strong>da</strong> Conferência.Na síntese <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, foram registra<strong>da</strong>s as seguintes afirmativas: “Como conseqüência dos processos <strong>de</strong> exclusão e segregação social <strong>de</strong> seu espaço, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> seapresenta dividi<strong>da</strong> em duas: uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal e uma informal.”“É visível a dinâmica <strong>de</strong> exclusão sócio-territorial: a população mais pobre é excluí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s áreas commaior recurso e vai ocupar as áreas mais precárias – formando as favelas e os aglomerados – e asáreas periféricas – acomo<strong>da</strong>ndo-se geralmente em ‘loteamentos clan<strong>de</strong>stinos’.”Uma diretriz para a CIDADE QUE QUEREMOS confirma este propósito: “Promover um processo <strong>de</strong> regularização que vise a inclusão urbanística, respeita<strong>da</strong>s as condições <strong>de</strong>segurança e a legislação ambiental, <strong>de</strong> posturas e registros cartoriais.”A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> trabalho específico para tratar a regularização <strong>de</strong> loteamentos e edificações<strong>de</strong>monstrou a relevância do assunto para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. As propostas indicaram, então, a forma como isto <strong>de</strong>veocorrer, em linhas gerais, <strong>de</strong> modo que o alvo seja a população que realmente necessita e que o processoseja factível, tornando-o simples, pouco oneroso e com assistência técnica, se necessário. As preocupaçõestambém se direcionaram a criar uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> edificações para as cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ren<strong>da</strong> mais alta, através <strong>de</strong> multas, mas com muito controle do tipo <strong>de</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> a ser atendi<strong>da</strong>.R - Posturas e código <strong>de</strong> obrasAs discussões do grupo <strong>de</strong> trabalho que tratou esse tema foram marca<strong>da</strong>s pela presença <strong>de</strong> representantesdos chamados “toureiros”, camelôs não licenciados pela <strong>Prefeitura</strong>, o que contribuiu para o gran<strong>de</strong> peso queessa questão tomou ao longo dos trabalhos. O uso do espaço público já foi um tema muito presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong>o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> síntese <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS e <strong>da</strong>s diretrizes para a CIDADE QUE QUEREMOS,sobretudo com relação à maneira como os passeios têm sido utilizados, especialmente do ponto <strong>de</strong> vista dope<strong>de</strong>stre. Neste caso, não é possível dissociar os passeios dos camelôs. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> circulação dope<strong>de</strong>stre, não só as barracas dos camelôs mas outros obstáculos como engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesas emercadoria do comércio formal e veículos estacionados foram consi<strong>de</strong>rados dificultadores do trânsito <strong>de</strong>pessoas no passeio. E ain<strong>da</strong> reforçam:“Contribuem também, para a precária situação <strong>da</strong>s áreas públicas, a não aplicação <strong>de</strong> legislação queregulamenta a localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais e a ocupação dos espaços públicos.”Contudo, aspectos positivos também são atribuídos aos “trabalhadores <strong>da</strong> economia informal”, na síntese<strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS: o comércio informal, entendido como camelôs (sem distinção com os toureiros) éapontado como negativo quanto se consi<strong>de</strong>ra sua localização, prejudicando comércio e pe<strong>de</strong>stres, mas foivalorizado seu papel como alternativa <strong>de</strong> compra.As diretrizes aprova<strong>da</strong>s para nortear a elaboração <strong>da</strong>s propostas <strong>de</strong>stacam a preocupação com as calça<strong>da</strong>sao recomen<strong>da</strong>rem: “Promover a aplicação ou ampliação conveniente <strong>da</strong> legislação que regulamenta a utilização dosespaços públicos, em especial <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.”Nas propostas aprova<strong>da</strong>s, não só os camelôs foram citados como obstáculos à circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nosespaços públicos mas também o mobiliário urbano, mesas e ca<strong>de</strong>iras. Outro ponto abor<strong>da</strong>do refere-se àsquestões relativas aos equipamentos <strong>de</strong> segurança nas vias públicas, no sentido <strong>de</strong> normatizar suainstalação.S - Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS)As propostas, em geral, <strong>de</strong>talharam as normas existentes direciona<strong>da</strong>s às áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como ZEIS,<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à moradia <strong>de</strong> população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>. As propostas para ZEIS-2 – áreas vazias <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s àimplantação <strong>de</strong> novos assentamentos – fornecem indicativos para sua regulamentação. Discorrem,principalmente, sobre a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> novas ZEIS-2 e a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> parâmetros menos rígidospara os loteamentos a serem implantados nessas áreas. Quanto à ZEIS 1 e 3, as propostas apontam paraum aperfeiçoamento <strong>da</strong> legislação existente, buscando a<strong>de</strong>quar, ain<strong>da</strong> mais, as normas à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> peculiar<strong>da</strong>s vilas e favelas.


294 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sAssim, po<strong>de</strong>-se dizer que todo o trabalho está em consonância com a síntese <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, on<strong>de</strong>apareceram entre outras as seguintes constatações:“A legislação existente volta<strong>da</strong> para a inclusão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal ou ilegal é insuficiente, além <strong>de</strong> seobservar falta <strong>de</strong> comprometimento do Po<strong>de</strong>r Público com o cumprimento <strong>de</strong>sse aparato legal,principalmente nas favelas.”“São leis benéficas para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: o Plano Diretor, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, aLei <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 e 3, além <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> ADE <strong>da</strong> serra do Curral e a lei <strong>de</strong> incentivo àcultura. Ressalva-se que, com relação à ZEIS, apesar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> regulamentação, esta não temsido efetivamente implementa<strong>da</strong>. Além disso, a falta <strong>de</strong> fiscalização e controle após a regulamentação<strong>de</strong> algumas áreas e a falta <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong> ZEIS-2 são pontos negativos.”Quanto às diretrizes, sem citar diretamente a legislação, a Conferência, ao indicar a “ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong>moradia e lotes urbanizados, em especial à população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>...” e a elevação do “padrão <strong>de</strong>habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em assentamentos habitacionais <strong>de</strong> interesse social....”, estabeleceu a direção para aspropostas sobre ZEIS. A resposta veio com as propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> novas áreas em ZEIS-2 e comas normas <strong>de</strong> urbanização mais aprimora<strong>da</strong>s para as vilas e favelas (ZEIS 1 e 3).O problema <strong>da</strong> fiscalização nessas áreas, trabalho que é dificultado pelas características e leisdiferenciados, também foi contemplado com uma proposta específica:“Desenvolvimento, por parte <strong>da</strong> PBH, <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s leis específicas <strong>de</strong> fiscalização, <strong>de</strong> forma a acabarcom os impedimentos que existem nas referi<strong>da</strong>s leis para se atuar nas ZEIS-1 e ZEIS-3 (posturas,vigilância sanitária, limpeza urbana, obras etc.).”T - Legislação ambientalA <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental é, geralmente, associa<strong>da</strong> ao crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forma pouco controla<strong>da</strong>,principalmente na ocupação <strong>de</strong> áreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s ou como gerador <strong>de</strong> poluição generaliza<strong>da</strong>. Apreocupação com a questão ambiental foi revela<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma ampla, quando a Conferência apresentou noDiagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS:“Foram apontados como fatores negativos, o não cumprimento <strong>da</strong>s leis, a falta <strong>de</strong> informação econscientização sobre a legislação; a falta <strong>de</strong> uma política para reversão <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental e anecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong> legislação, em especial a <strong>de</strong> parcelamento, uso e ocupação do solo; a falta<strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s praças e parques e <strong>de</strong> um plano diretor <strong>de</strong> arborização; a poluição sonora,atmosférica, visual e eletromagnética, acentua<strong>da</strong> pela insuficiência <strong>de</strong> fiscalização e falta <strong>de</strong>aparelhagem; a ineficiência <strong>da</strong> política <strong>de</strong> educação ambiental do Município gerando a falta <strong>de</strong>conscientização <strong>da</strong> população, o crescimento urbano sem planejamento...”A legislação e a fiscalização contribuem para o agravamento <strong>da</strong> situação. Assim, foi registrado no mesmoDiagnóstico que a população tem “a percepção <strong>da</strong> insuficiência <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> fiscalização na garantia <strong>da</strong>sregras <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s para a utilização do ambiente”. Depois, foi aprova<strong>da</strong> como diretriz para a formulação <strong>de</strong>propostas: “Criar e implementar políticas municipais <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> nascentes e arborização, <strong>de</strong> controle, usoe monitoramento <strong>da</strong>s condições ambientais, em especial as <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo, e <strong>de</strong> educaçãoambiental.”As propostas aprova<strong>da</strong>s vão ao encontro <strong>de</strong>ssa diretriz quando estabelecem:– normas e procedimentos para aperfeiçoar a fiscalização ambiental, sobretudo com relação àspenali<strong>da</strong><strong>de</strong>s;– justes nas questões relativas ao licenciamento ambiental;– controle e monitoramento <strong>da</strong> poluição ambiental por meio <strong>de</strong> ações e legislação mais efetivas;– procedimentos para a recuperação e preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e nascentes.Um assunto mais específico, mas muito presente, foi o <strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong> telefonia celular, que teve em to<strong>da</strong>sas fases <strong>da</strong> Conferência sua marca grava<strong>da</strong>, sempre no sentido <strong>de</strong> garantir um controle mais rigoroso <strong>de</strong>sua instalação.Outro ponto que permaneceu no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong>s discussões sobre a CIDADE QUE SOMOS e a CIDADE QUEQUEREMOS foi a inclusão <strong>da</strong> bacia hidrográfica como referência territorial para o planejamento urbano.4.2.2- Intervenções EstruturantesA - Conceitos e pressupostosIntervenções Estruturantes são ações positivas que causam impacto significativo em uma região ou em todoo município, com aplicação a curto, a médio e a longo prazo, e que têm uma conotação <strong>de</strong> irreversibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Nesse sentido, são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s estruturantes ações relaciona<strong>da</strong>s à mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre regiões <strong>de</strong> <strong>Belo</strong>


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 295<strong>Horizonte</strong> ou entre esse e outros municípios, à acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (aos centros polarizadores, a gran<strong>de</strong>sequipamentos urbanos), ao saneamento, à preservação <strong>de</strong> recursos naturais, especialmente recursoshídricos, à recuperação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.Inclui-se ain<strong>da</strong> a requalificação <strong>de</strong> áreas, mediante intervenções no espaço público para assegurar suavitali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sua apropriação pela população, em condições <strong>de</strong> conforto e segurança, reforçando referências<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s regionais.Intervenções estruturantes resultam, <strong>de</strong> maneira geral, <strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong>correntes do planejamento urbanoque visam qualificar ou requalificar o espaço segundo diretrizes do Plano Diretor <strong>Municipal</strong>. O planejamentourbano municipal produziu ao longo do tempo programas especiais, consi<strong>de</strong>rados em seu todo comoestruturantes, que implicam intervenções públicas localiza<strong>da</strong>s, com graus <strong>de</strong> impacto positivos variadossobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Destacam-se os seguintes:– Plano <strong>de</strong> Reestruturação do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (BHBUS): propostaspara integração dos serviços municipais, intermunicipais e do trem metropolitano para a região <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>;– Programa <strong>de</strong> Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM): propostas<strong>de</strong> intervenções físicas <strong>de</strong> saneamento ambiental e <strong>de</strong> gestão integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> bacia hidrográfica;– Plano Global Específico (PGE): diretrizes integra<strong>da</strong>s para to<strong>da</strong>s as ações necessárias à regularização eurbanização <strong>de</strong> vilas favelas e conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social;– Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Vale e dos Córregos em LeitoNatural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (DRENURBS);– Programa <strong>de</strong> Reestruturação e Integração do Sistema Viário do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (VIURBS):propostas <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> vias prioritárias do Plano <strong>de</strong> Classificação Viária <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.B - DiagnósticoNão foi apresentado aos participantes <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas e regionais o tema intervençõesestruturantes. No entanto, nas discussões <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS, as gran<strong>de</strong>s intervenções estruturantesimplanta<strong>da</strong>s nos últimos anos foram avalia<strong>da</strong>s positivamente pelos participantes ou foram constata<strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> outras. Algumas <strong>de</strong>las foram vincula<strong>da</strong>s a programas municipais (os <strong>de</strong>maior conhecimento do público), outras foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s como importantes na estruturação <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> infra-estrutura urbana.Assim, no sistema <strong>de</strong> transporte, o BHBUS, cuja proposta possui maior visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi amplamentediscutido em to<strong>da</strong>s as pré-conferências. Sua aceitação é geral, e a maior crítica ao programa está centra<strong>da</strong>na <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> sua implantação. As estações do BHBUS já em operação são avalia<strong>da</strong>s positivamente,embora com ressalvas volta<strong>da</strong>s para aspectos operacionais. O metrô também foi aprovado, sendo<strong>de</strong>man<strong>da</strong><strong>da</strong> sua extensão para diversas regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e sua maior integração com o sistema <strong>de</strong>transporte coletivo por ônibus.O sistema viário foi objeto <strong>de</strong> avaliação pelos participantes, constatando-se a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suareestruturação e complementação em razão <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência tanto do atendimento do transporte coletivocomo do trânsito em geral. Os investimentos na estrutura viária foram consi<strong>de</strong>rados insuficientes. Foramaponta<strong>da</strong>s a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas vias coletoras e arteriais e a falta <strong>de</strong> vias alternativas à ligação nortesul<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sem passar pela área central. Da mesma forma, verificou-se a inexistência <strong>de</strong> viastransversais, em algumas regiões, fazendo ligações na direção leste–oeste.O saneamento, nos aspectos relativos aos esgotos, teve dois pontos principais <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem: um, macro,diz respeito aos gran<strong>de</strong>s equipamentos do sistema <strong>de</strong> esgotos sanitários, como interceptores e estações <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> esgotos, cuja ausência é percebi<strong>da</strong> amplamente pela visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong>insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> poluição <strong>de</strong> cursos d’água; o outro, localizado em áreas específicas, refere-se à ausência<strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto sanitário, sobretudo em vilas e favelas, alia<strong>da</strong> à <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong> urbanização emgeral nessas áreas.Quanto à drenagem <strong>de</strong> águas pluviais, sem prejuízo <strong>da</strong> menção a pontos específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência nosistema <strong>de</strong> macrodrenagem, a nova concepção <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vales, evitando-se a tradicionalcanalização <strong>de</strong> córregos e implantação <strong>de</strong> vias sanitárias, foi amplamente aceita, mesmo que não se tenhaain<strong>da</strong> percebido ações concretas nesse sentido. O programa DRENURBS foi citado como ponto positivo emto<strong>da</strong>s as pré-conferências.Os espaços públicos foram consi<strong>de</strong>rados mal distribuídos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, estando, em gran<strong>de</strong> parte,concentrados e mais bem tratados na área central, existindo pouca oferta nas <strong>de</strong>mais regiões. Algunsfatores foram enfatizados como capazes <strong>de</strong> dificultar a utilização <strong>de</strong>sses espaços: a infra-estruturainsuficiente, a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiente, a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e o uso ina<strong>de</strong>quado. Por outro lado,houve reconhecimento <strong>de</strong> que a <strong>Prefeitura</strong> tem se empenhado na criação e a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>ssas áreas.


296 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sConstatou-se, porém, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> mais espaços que favoreçam o encontro, a convivênciae o lazer <strong>da</strong>s pessoas.Quanto aos espaços públicos <strong>de</strong>stinados à circulação <strong>da</strong>s pessoas, mereceu <strong>de</strong>staque a atenção especialpreferencial que <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> aos pe<strong>de</strong>stres, incluindo tratamento <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s, segurança, conforto,sinalização a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.As maiores <strong>de</strong>ficiências em urbanização foram constata<strong>da</strong>s, evi<strong>de</strong>ntemente, em vilas e favelas. Emborareconhecendo a evolução do processo <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong>ssas áreas e a utilização <strong>de</strong> PGE comoinstrumento <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> orientação <strong>da</strong>s intervenções, os participantes reclamaram <strong>da</strong> falta <strong>de</strong>agili<strong>da</strong><strong>de</strong> tanto na sua elaboração quanto na implantação <strong>de</strong> suas propostas. Incluem-se nessas propostasobras e serviços <strong>de</strong> melhoria do sistema viário e <strong>de</strong> saneamento, recuperação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco,implantação <strong>de</strong> equipamentos públicos, entre outras.Quanto aos programas <strong>de</strong> recuperação e <strong>de</strong>senvolvimento ambiental, foi <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> a importância <strong>de</strong> serecuperar a lagoa <strong>da</strong> Pampulha e <strong>de</strong> se investir na preservação <strong>de</strong> sua bacia hidrográfica <strong>de</strong> modo apossibilitar a revitalização <strong>de</strong>sse importante patrimônio cultural, <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> turismo. Assim, o PROPAM foiconsi<strong>de</strong>rado positivo e indispensável.C - DiretrizesAs principais diretrizes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano, formula<strong>da</strong>s a partir do diagnóstico e que se relacionamcom intervenções estruturantes, são:Sistema viário e transporte:“Reformular a estrutura viária radioconcêntrica, principalmente através <strong>de</strong> interligações transversais queintegrem os elementos estruturais do município.”“Implantar obras e a<strong>de</strong>quações viárias para priorização do atendimento ao sistema <strong>de</strong> transportecoletivo e sua interação com a circulação <strong>de</strong> automóveis, em consonância com as diretrizes ambientais,em especial as <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vales.” “Promover a ampliação do sistema metroviário, privilegiando sua inserção na área central e nos vetores<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica e/ou <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.”Condições ambientais:“Garantir a valorização, recuperação e preservação dos recursos naturais, especialmente dos recursoshídricos, e dos corredores <strong>de</strong> biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, integrando-os à paisagem urbana e associando-os àcriação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer e recreação e turismo, evitando a canalização dos cursos d’água.”“Consi<strong>de</strong>rar bacia ou sub-bacia hidrográfica como uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento para a gestãourbanística e ambiental...”“Promover a articulação com o governo do estado e com os <strong>de</strong>mais municípios <strong>da</strong> região para a solução<strong>da</strong>s interfaces <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong> saneamento, especialmente as relativas à drenagem, recursos hídricos,produção <strong>de</strong> água, tratamento <strong>de</strong> esgotos, disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos e controle <strong>de</strong> vetores.”“Promover a universalização dos serviços <strong>de</strong> saneamento.” “Compatibilizar o crescimento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com a preservação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.”Espaço público:“A<strong>de</strong>quar e valorizar os espaços públicos <strong>de</strong>stinados aos <strong>de</strong>slocamentos e à permanência <strong>da</strong>s pessoas,assegurando quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana e ambiental a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas áreas na dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.”“Promover e maximizar o acesso e busca <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conforto e segurança para apermanência <strong>da</strong>s pessoas nos espaços com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> polarização/centrali<strong>da</strong><strong>de</strong>.” “Garantir o uso público do espaço público, priorizando o pe<strong>de</strong>stre, solucionando ou minimizandoconflitos existentes entre trânsito a pé e <strong>de</strong> veículos e garantindo quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na orientação e notratamento urbanístico <strong>de</strong> áreas preferenciais para o seu <strong>de</strong>slocamento.”Condições habitacionais:“Articular a política habitacional com as políticas ambiental e social e com as <strong>de</strong>mais políticas urbanas,nos níveis municipal, estadual e metropolitano, garantidos o <strong>de</strong>bate com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o controlesocial.”“Elevar o padrão <strong>de</strong> habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em assentamentos habitacionais <strong>de</strong> interesse social, <strong>de</strong> formaplaneja<strong>da</strong> e com participação dos moradores, visando minimizar o déficit qualitativo através <strong>da</strong>promoção <strong>de</strong> regularização fundiária, urbanização, melhoria qualitativa <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais,recuperação ambiental e controle <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> proteção ambiental,estabelecendo um prazo com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.”


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 297“Fortalecer a política <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>stinados à implantação <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong>habitação, buscando e articulando a participação dos governos estadual e fe<strong>de</strong>ral, <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>e <strong>de</strong> organizações não governamentais.”D - PropostasAs propostas aprova<strong>da</strong>s relativas às intervenções estruturantes manifestam sua aprovação aos programasmunicipais BHBUS, VIURBS, PROPAM, DRENURBS e PGE e recomen<strong>da</strong>m sua implantação <strong>de</strong> formaintegra<strong>da</strong>. Destacam-se as intervenções abaixo.Intervenções viárias e <strong>de</strong> saneamento:– saneamento <strong>da</strong>s bacias do Vilarinho e do Baraúnas e implantação <strong>da</strong> Via 220 (Av. Navegantes) notrecho Av. Civilização–Av. Otacílio Negrão <strong>de</strong> Lima;– saneamento do córrego do Navio e complementação <strong>da</strong> Av. Belém;– projeto integrado <strong>da</strong> bacia do Isidoro e Via 540 no trecho Av. Cristiano Machado– MG 20: implantação<strong>de</strong> vias, intercessões, vias coletoras, saneamento e implantação <strong>de</strong> parques;– implementação do PROPAM (especialmente a implantação do interceptor <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong>represa <strong>da</strong> Pampulha e o <strong>de</strong>sassoreamento <strong>da</strong> lagoa);– saneamento <strong>de</strong> sub-bacia <strong>de</strong> contribuição direta do ribeirão Arru<strong>da</strong>s e complementação <strong>da</strong> Via 206 (Av.Tereza Cristina, na divisa com o município <strong>de</strong> Contagem);– saneamento <strong>da</strong>s bacias do ribeirão Pampulha e dos córregos Cachoeirinha e Engenho Nogueira:saneamento com implantação <strong>de</strong> macro e microdrenagem;– bacia do Nado / Via 590: saneamento <strong>da</strong> bacia e implantação <strong>de</strong> via;– saneamento <strong>da</strong>s bacias dos córregos Jatobá, Olaria, Camarões e Túnel – Interseção Rua AntônioEustáquio Piazza (Via 700)/ Av. Nélio Cerqueira (Via 680);– saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego <strong>de</strong> Cercadinho e implantação <strong>da</strong> Via 681 (Av. Cercadinho);– saneamento <strong>da</strong> bacia do Cardoso (Av. Mem <strong>de</strong> Sá): Rua Maria Carmem Vala<strong>da</strong>res;– saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego do Bonsucesso e do córrego São José e complementação <strong>da</strong>s Vias210 e 980;– saneamento e complementação <strong>da</strong> via 260 (Av. dos Andra<strong>da</strong>s).Intervenções em saneamento:– <strong>de</strong>finição e implantação <strong>da</strong> área <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> resíduos sólidos;– saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego do Bonsucesso.Intervenções viárias:– complementação <strong>da</strong>s vias 710 e 800 (trecho compreendido entre Av. dos Andra<strong>da</strong>s/Av. CristianoMachado e Av. Presi<strong>de</strong>nte Carlos Luz/Av. Tereza Cristina);– Via 810 (Av. Presi<strong>de</strong>nte Antônio Carlos);– solução <strong>de</strong> intercessão <strong>da</strong> Via 230 (Av. Cristiano Machado)/Rua Jacuí/Av. Silviano Brandão;– implantação <strong>de</strong> interseções com Av. Heráclito Mourão (Via 700 - Av. Atlânti<strong>da</strong>): implantação <strong>de</strong>interseções <strong>da</strong> Av. Heráclito Mourão (Av. Atlânti<strong>da</strong>) com as aveni<strong>da</strong>s Prof. Clóvis Salgado (Av. Sarandi),Av. Presi<strong>de</strong>nte Tancredo Neves e Av. Aminthas Jaques <strong>de</strong> Morais.Intervenções previstas no BHBUS:– estações do BHBUS: implantação <strong>da</strong>s estações Alípio <strong>de</strong> Melo, Salgado Filho, Pampulha, Lagoinha,Sau<strong>da</strong><strong>de</strong> e Céu Azul ;– área central: a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> área central e dos corredores existentes para priorização do transportecoletivo.Requalificação <strong>de</strong> áreasQuanto à requalificação <strong>de</strong> áreas, foram <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>s as intervenções abaixo.Requalificação do hipercentro:– Praça Sete;– 4 Estações: implantar o projeto que compreen<strong>de</strong> a área <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pela Rodoviária, via férrea, Av.Francisco Sales e Rua dos Caetés;– tratamento <strong>da</strong>s áreas públicas dos conjuntos urbanos protegidos, segundo as diretrizes <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s peloConselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (CDPCM-BH);– Av. Afonso Pena;


298 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s– Rua <strong>da</strong> Bahia.Outras áreas indica<strong>da</strong>s para requalificação:– centro do Barreiro, incluindo o entorno <strong>da</strong> estação do BHBUS Barreiro ;– centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, incluindo o entorno <strong>da</strong> estação Vilarinho;– Lagoinha;– centro do Horto;– Cristiano Machado, entorno e canteiros centrais;– Abílio Machado, entorno e canteiros centrais;– orla <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha: apropriação do espaço previsto no parcelamento existente na Av. OtacílioNegrão <strong>de</strong> Lima, e implantação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, pista <strong>de</strong> cooper e ciclovia, junto à lagoa.Conjuntos urbanos protegidos – tratamento <strong>da</strong>s áreas públicas dos conjuntos urbanos protegidos, segundoas diretrizes <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelo CDPCM-BH:– Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>/ Av. João Pinheiro;– Praça Floriano Peixoto;– Praça Hugo Werneck;– Av. Caran<strong>da</strong>í/Av. Alfredo Balena.Estações– Tratamento urbanístico nas áreas <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong>s estações do BHBUS e do metrô;– parques;– implantação do Parque Serra Ver<strong>de</strong>.– criação dos parques <strong>da</strong> Baleia e <strong>da</strong> serra do Curral, integrando-os ao Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras.Gestão interinstitucionalForam propostas ações <strong>de</strong> gestão junto a órgãos fe<strong>de</strong>rais e estaduais, tendo em vista a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>implantação <strong>de</strong> importantes obras <strong>de</strong> infra-estrutura viária e <strong>de</strong> saneamento: na esfera fe<strong>de</strong>ral, extensão <strong>da</strong>linha do metrô ao Barreiro e melhorias no Anel Rodoviário (passarelas, interseções, vias marginais); naestadual, remanejamento do terminal rodoviário, melhorias na MG 20 e, quanto ao saneamento,complementação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s e implantação <strong>da</strong> ETE Onça.4.2.3- Gestão <strong>de</strong> Políticas UrbanasA questão <strong>da</strong> gestão metropolitana foi trata<strong>da</strong> com muita ênfase nas discussões <strong>de</strong> quase to<strong>da</strong>s as políticassetoriais urbanas, <strong>de</strong>monstrando que essa tem sido uma gran<strong>de</strong> preocupação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o diagnóstico e as diretrizes aprova<strong>da</strong>s na Conferência, foi proposto que <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> induza um processo <strong>de</strong> planejamento metropolitano a partir <strong>de</strong> discussões <strong>de</strong> problemas comunscom os municípios vizinhos. Propôs-se também a estruturação <strong>de</strong> um órgão <strong>de</strong> planejamento metropolitanodo qual participem os municípios e o estado, sugerindo-se seu funcionamento através <strong>de</strong> câmarastemáticas. Além <strong>de</strong> sugerir os temas que <strong>de</strong>veriam ser tratados no âmbito metropolitano, a propostaaprova<strong>da</strong> prevê ain<strong>da</strong> a compatibilização dos planos diretores municipais com diretrizes a serem fixa<strong>da</strong>spara a Região Metropolitana.Com relação à gestão administrativa <strong>de</strong> maneira geral, avaliou-se que a reforma administrativa realiza<strong>da</strong>pela PBH favoreceu a integração entre os órgãos e promoveu a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> prestação dosserviços. Em função disso, foi avalia<strong>da</strong> positivamente, embora a percepção geral tenha sido a <strong>de</strong> que suaimplantação está muito morosa. Segundo a Conferência, por exemplo, o nível <strong>de</strong> integração entre os órgãosmunicipais, e <strong>de</strong>stes com os órgãos <strong>da</strong>s esferas estadual e fe<strong>de</strong>ral, ain<strong>da</strong> é insuficiente.A ausência <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> planejamento mais global, do nível metropolitano ao <strong>da</strong>s regiões, foibastante questiona<strong>da</strong>. A partir disso, foi aprova<strong>da</strong> uma proposta <strong>de</strong> se instalar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>planejamento sobre novas bases através <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> um amplo sistema <strong>de</strong> monitoramento do<strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse sistema alimentaria o processo <strong>de</strong> planejamento com informaçõese avaliações sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto ao crescimento urbano, à distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, àscondições ambientais e <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, à situação <strong>de</strong> moradia, assim como a outros aspectos relevantes <strong>da</strong>reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Observou-se um sentimento generalizado <strong>de</strong> aprovação em relação às políticas públicas <strong>da</strong> área urbana.Houve também um reconhecimento <strong>de</strong> que efetivamente são realiza<strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> planejamento setorial, ouseja, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas políticas. Entretanto, segundo a Conferência, a execução do que éplanejado é muito morosa. As propostas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssa constatação apontaram para a estruturação <strong>da</strong>PBH e para a ampliação dos recursos municipais.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 299I<strong>de</strong>ntificou-se uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população em geral no sentido <strong>de</strong> uma maior consciênciaem relação aos problemas sociais e urbanos. Entretanto, a PBH foi questiona<strong>da</strong> por não investir o suficientena divulgação <strong>de</strong> informações e mesmo em processos educativos visando ampliar o nível <strong>de</strong>conscientização e preparar melhor a população para o acompanhamento <strong>da</strong>s políticas públicas na áreaurbana. Essa preocupação generaliza<strong>da</strong> gerou, no âmbito <strong>da</strong> discussão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> política setorial urbana aolongo <strong>da</strong> Conferência, inúmeras propostas aprova<strong>da</strong>s no sentido <strong>de</strong> solucionar essa falha.A - Gestão participativaA dimensão participativa <strong>da</strong> gestão urbana no âmbito metropolitano foi muito discuti<strong>da</strong>. Foram aprova<strong>da</strong>spropostas <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> órgãos e instâncias participativas voltados para a discussão <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s questõesurbanas com repercussão metropolitana, como crescimento urbano, saneamento, meio ambiente,habitação, transporte e outras.No âmbito municipal, ao longo <strong>da</strong>s discussões sobre as políticas setoriais urbanas, a existência dosinúmeros espaços <strong>de</strong> participação ligados à administração pública (conferências, conselhos, comissões eprocessos como o do Orçamento Participativo) foi sempre consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um aspecto positivo e valoriza<strong>da</strong>como conquista <strong>da</strong> população. Entretanto, i<strong>de</strong>ntificou-se uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sarticulação entre essas instâncias,o que gera problemas, como a superposição <strong>de</strong> pautas e calendários, e expressa o anseio <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong>participação na discussão <strong>da</strong>s questões estruturais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma mais ativa e integra<strong>da</strong>.Nesse sentido, a Conferência propôs a criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa constituídopelas instâncias existentes e coor<strong>de</strong>nado por um conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano, que substituiria comatribuições mais amplas o atual Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana. Nesse sistema, as instâncias <strong>de</strong>participação liga<strong>da</strong>s às políticas setoriais urbanas como meio ambiente, saneamento, habitação, patrimônioe transporte estariam articula<strong>da</strong>s com os Conselhos Regionais Populares, os CRP, e o conselho <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento urbano a ser criado se articularia também com as áreas social e econômica. Desta forma,segundo o que foi aprovado na Conferência, garantir-se-ia uma ampliação do espaço <strong>de</strong> participação e ummínimo <strong>de</strong> articulação e integração entre conselhos, conferências e comissões.Além <strong>de</strong>ssa proposta mais geral, observou-se gran<strong>de</strong> ênfase na proposição <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novas instâncias<strong>de</strong> participação <strong>de</strong> âmbito mais local, como comissões volta<strong>da</strong>s para a gestão <strong>de</strong> operações urbanas ouliga<strong>da</strong>s às ADE. Também foi forte a preocupação com o acompanhamento mais efetivo <strong>da</strong> população nosprocessos <strong>de</strong> licenciamento dos gran<strong>de</strong>s empreendimentos <strong>de</strong> impacto, gerando propostas como arealização <strong>de</strong> audiências, a exigência do Estudo <strong>de</strong> Impacto <strong>de</strong> Vizinhança e a divulgação <strong>de</strong> informaçõessobre o empreendimento no local <strong>de</strong> sua implantação.B - Política <strong>de</strong> controle urbanoUm aspecto abor<strong>da</strong>do com muito <strong>de</strong>staque na discussão <strong>de</strong> todos os temas foi o controle urbano, tantoquanto aos processos <strong>de</strong> licenciamento como quanto à fiscalização. A avaliação geral foi <strong>de</strong> que afiscalização promovi<strong>da</strong> pela PBH é ineficaz, principalmente por insuficiência <strong>de</strong> instrumentoslegais/administrativos e do quadro <strong>de</strong> fiscais. A falta <strong>de</strong> uma fiscalização mais eficiente foi aponta<strong>da</strong> comouma <strong>da</strong>s principais responsáveis pelos processos existentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção urbana e ambiental. Comrelação aos processos <strong>de</strong> licenciamento, a morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi a maior queixa.Tanto em relação aos processos <strong>de</strong> licenciamento quanto à fiscalização, as propostas aprova<strong>da</strong>s sãobasicamente no sentido <strong>da</strong> estruturação <strong>da</strong> PBH, principalmente através <strong>da</strong> informatização, capacitação <strong>da</strong>sequipes e a<strong>de</strong>quação dos instrumentos. Foram propostas, por exemplo, a manutenção e a disponibilização<strong>de</strong> informações urbanísticas em nível <strong>de</strong> lote, <strong>de</strong> forma a permitir a leitura e compatibilização <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos.Essas propostas visam não só à agilização dos processos <strong>de</strong> licenciamento como à viabilização <strong>da</strong>aplicação dos instrumentos urbanísticos. No que diz respeito ao licenciamento, foi proposto também que setornem mais simplificados e mais integrados os procedimentos.Em relação especificamente à fiscalização, foi proposta a criação <strong>de</strong> um corpo jurídico para assessorar essaativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a criação <strong>de</strong> juntas <strong>de</strong> recurso fiscal, visando aumentar a eficácia e a transparência na prestaçãodos serviços.C - Política habitacionalDe maneira geral, observou-se uma confirmação e aprovação dos princípios, diretrizes e programas <strong>da</strong>Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, <strong>de</strong>stacando-se entre eles o subsídio nos financiamentos, a priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>atendimento à população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong> organiza<strong>da</strong> no movimento pela moradia, a elaboração eimplantação dos Planos Globais Específicos para as favelas e os processos autogestionários na produção<strong>de</strong> novas moradias.A gran<strong>de</strong> preocupação – e o principal questionamento – foi quanto à insuficiência <strong>de</strong> recursos. Assim, sãomuitas as propostas aprova<strong>da</strong>s que buscam soluções para esse problema, como intensificação <strong>da</strong> captação<strong>de</strong> recursos externos, potencialização dos recursos existentes através do estabelecimento <strong>de</strong> parcerias e


300 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>slevantamento <strong>de</strong> recursos através <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> instrumentos urbanísticos e do cumprimento <strong>de</strong>exigências relativas a processos <strong>de</strong> licenciamento, tais como medi<strong>da</strong>s compensatórias e transferências <strong>de</strong>percentual <strong>de</strong> áreas.Boa parte <strong>da</strong>s diretrizes e propostas aprova<strong>da</strong>s dizem respeito ao período posterior ao atendimento atravésdos programas existentes na Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, como, por exemplo: a ampliação eintensificação do acompanhamento social no pós-morar, em conjuntos habitacionais; a linha <strong>de</strong> crédito parareforma e ampliação <strong>de</strong> residências com apoio <strong>da</strong> engenharia pública nas favelas já urbaniza<strong>da</strong>s eregulariza<strong>da</strong>s; e, por ultimo, a manutenção <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> urbanização implanta<strong>da</strong>s em favelas e conjuntoshabitacionais.Finalmente, outra preocupação que apareceu com <strong>de</strong>staque foi com relação à não utilização <strong>de</strong> recursostecnológicos disponíveis mais a<strong>de</strong>quados às intervenções <strong>de</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.Curiosamente, as propostas aprova<strong>da</strong>s liga<strong>da</strong>s ao assunto, que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o incentivo à pesquisa eutilização <strong>de</strong>sses recursos até a sua divulgação, relacionam-se, às vezes, com o estimulo à geração <strong>de</strong>ren<strong>da</strong>, também uma forte preocupação <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong>.D - Política <strong>de</strong> espaços públicos e patrimônioA principal constatação foi <strong>de</strong> que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> possui muitos espaços públicos que favorecem a permanência eo encontro <strong>da</strong>s pessoas, mas eles estão concentrados na área central e se tornam mais escassos norestante do município, especialmente nas regiões mais periféricas, mesmo consi<strong>de</strong>rando iniciativas recentes<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos espaços. Esse fator aliado ao custo do transporte e <strong>de</strong> tarifas cobra<strong>da</strong>s em algunscasos tornaram o acesso a esses espaços um gran<strong>de</strong> problema para a maioria <strong>da</strong> população. Para reverteressa situação, as diretrizes foram <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos espaços e <strong>de</strong> facilitação do acesso aos espaçosexistentes.Com relação à situação geral dos espaços existentes, foram aponta<strong>da</strong>s as condições ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> insegurança, <strong>da</strong> manutenção insuficiente, <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> van<strong>da</strong>lismo e do <strong>de</strong>sconforto pelafalta <strong>de</strong> banheiros públicos. Em especial no caso dos passeios, foram avaliados como aspectos negativos aocupação e o uso ina<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>sses espaços em razão <strong>de</strong> sua utilização como área para colocação <strong>de</strong>mesas por bares e restaurantes, estacionamento <strong>de</strong> veículos, funcionamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais, comoas exerci<strong>da</strong>s pelos camelôs, e localização <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> propagan<strong>da</strong>. As diretrizes resultantes <strong>de</strong>ssasavaliações apontaram principalmente para o reforço <strong>da</strong> fiscalização e para a intensificação doestabelecimento <strong>de</strong> parcerias como forma <strong>de</strong> viabilizar a manutenção e garantir quali<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana nessesespaços.No que diz respeito à política <strong>de</strong> patrimônio, a principal constatação foi <strong>de</strong> que são insuficientes asiniciativas <strong>de</strong> divulgação sobre seus principais conceitos, assim como sobre os bens tombados e osmecanismos existentes <strong>de</strong> incentivo à sua preservação. Ressaltou-se a importância <strong>da</strong> participação <strong>da</strong>população na gestão dos espaços públicos e <strong>de</strong> valor histórico-cultural, reconhecendo-se como positivas asiniciativas <strong>da</strong> administração municipal <strong>de</strong> promoção cultural que contribuem para o processo <strong>de</strong> apropriação<strong>de</strong>sses espaços. Nesse sentido, a Conferência propôs como diretriz “Criar e reforçar iniciativas <strong>de</strong>informação, educação e divulgação, assim como garantir ou buscar maior visualização <strong>de</strong> edificações,conjuntos urbanos e paisagens <strong>de</strong> valor histórico-cultural, ampliando a conscientização e o reconhecimento<strong>da</strong> importância <strong>de</strong> sua preservação pela população.”Segundo a Conferência, segundo diretriz já menciona<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ve-se garantir a preservação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong>importância histórica, cultural e paisagística, valorizando i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais e regionais. Para tanto, essesespaços <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificados e estu<strong>da</strong>dos a fim <strong>de</strong> se <strong>de</strong>finir que intervenções urbanas e quais osparâmetros <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo são os mais a<strong>de</strong>quados para sua preservação. Aliadoa isso, <strong>de</strong>vem ser criados novos mecanismos, além <strong>de</strong> reforçar e divulgar os existentes, tanto <strong>de</strong> incentivoaos <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> bens tombados como <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> crimes contra o patrimônio histórico.Por último, <strong>de</strong>stacou-se nas discussões a preocupação com a serra do Curral, símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Oque se propôs foi a implementação <strong>de</strong> ações para sua efetiva preservação, inclusive com gestões junto aosoutros municípios on<strong>de</strong> ela se insere.E - Política <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsitoFicou clara a aprovação dos projetos existentes na área do transporte coletivo, especialmente o BHBUS.Apesar <strong>de</strong> algumas críticas pontuais, as melhorias operacionais foram também reconheci<strong>da</strong>s. As duasmaiores preocupações coloca<strong>da</strong>s foram a ausência <strong>de</strong> integração do transporte coletivo no nívelmetropolitano e a falta <strong>de</strong> priorização efetiva do transporte coletivo; essa, segundo as discussões <strong>da</strong>Conferência, <strong>de</strong>veria se traduzir em a<strong>de</strong>quações viárias necessárias, numa política <strong>de</strong> restrição ao uso <strong>de</strong>veículos privados e em campanhas <strong>de</strong> estímulo à transferência <strong>de</strong>sses usuários para o transporte coletivo.Com relação à questão metropolitana, propôs-se a criação <strong>de</strong> um sistema integrado <strong>de</strong> transporte coletivometropolitano, envolvendo inclusive a integração tarifária.


Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>s 301Os avanços <strong>da</strong> política tarifária foram bastante reconhecidos, com <strong>de</strong>staque para alguns pontos como aintegração BHBUS–metrô, o vale-transporte, a Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária e a bilhetagemeletrônica. A gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> foi também avalia<strong>da</strong> positivamente no caso <strong>de</strong> algumas categorias, tendo sido,entretanto, questiona<strong>da</strong> no caso <strong>de</strong> outras como a dos funcionários dos Correios, <strong>da</strong> Polícia Militar e outras.A questão mais preocupante, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, pareceu ser a inexistência <strong>de</strong> integração tarifária metropolitana.A estrutura viária foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiente tanto para o atendimento do transporte coletivo como do trânsitoem geral, embora tenham sido reconhecidos alguns pontos positivos, como a manutenção <strong>da</strong>pavimentação, a sinalização horizontal e vertical, embora precise ser reforça<strong>da</strong>, e a resolução <strong>de</strong> problemas<strong>de</strong> trânsito sem gran<strong>de</strong>s obras.A preocupação com o congestionamento <strong>da</strong> área central foi fortemente coloca<strong>da</strong>. A permanência <strong>da</strong>Rodoviária na Praça Rio Branco, por exemplo, foi questiona<strong>da</strong> pelos transtornos que provoca, o que geroupropostas como a construção <strong>de</strong> novo terminal rodoviários fora <strong>da</strong> área central. Duas diretrizes aprova<strong>da</strong>spela Conferência traduzem com muita clareza outros aspectos <strong>da</strong> mesma preocupação. A primeira, tambémjá menciona<strong>da</strong>, refere-se à reformulação <strong>da</strong> estrutura viária radioconcêntrica, a segun<strong>da</strong> propõe:“Reduzir o impacto ambiental <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> circulação dos veículos, mediante restrição do uso <strong>de</strong>automóveis e do estacionamento em vias <strong>de</strong> circulação do transporte coletivo, principalmente na áreacentral.”Um ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque entre as <strong>de</strong>ficiências aponta<strong>da</strong>s foi a precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços públicos <strong>de</strong>circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, em especial <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s. Como diretriz diretamente vincula<strong>da</strong> ao assunto, tem-se“implementar programas e projetos que favoreçam a circulação segura e confortável, preferencialmente dospe<strong>de</strong>stres, priorizando grupos específicos tais como idosos, gestantes, pessoas com mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>,pessoas com criança no colo e crianças, conforme parâmetros <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.” A partir disso,foram inúmeras as propostas aprova<strong>da</strong>s visando garantir que as calça<strong>da</strong>s se mantenham conserva<strong>da</strong>s,<strong>de</strong>simpedi<strong>da</strong>s, bonitas e seguras.Questionou-se também a inexistência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> circulação para motos e bicicletas. As discussõesapontaram, então, para a criação <strong>de</strong> estacionamentos e faixas <strong>de</strong> circulação exclusivas para motos,mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte individual ca<strong>da</strong> vez mais presente no trânsito.F - Política <strong>de</strong> meio ambiente e saneamentoA Conferência ressaltou o potencial <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> como possuidora <strong>de</strong> “lugares ricos em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>sambientais”. No entanto, na ótica dos participantes, “a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta um crescimento urbano<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, tornando-se um fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental”, e citaram “os loteamentos clan<strong>de</strong>stinos, aocupação <strong>da</strong>s margens dos cursos d’água, a <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> nascentes,... a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>área central e as vilas e favelas” como áreas frágeis nesse sentido. Além disso, foram <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>s a falta <strong>de</strong>controle sobre a ação <strong>da</strong>s mineradoras na serra do Curral, símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, e as diversasmo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> poluição que vêm se manifestando na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre elas a sonora e a atmosférica.As principais causas aponta<strong>da</strong>s para o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção foram a fiscalização insuficiente e o baixonível <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população em geral. Daí a razão <strong>de</strong> a maior parte <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sestar relaciona<strong>da</strong> com a intensificação <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> fiscalização e monitoramento, a implantação <strong>de</strong> umapolítica municipal <strong>de</strong> educação ambiental, a ampliação <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> população nos diversosmecanismos <strong>de</strong> gestão ambiental e a uma maior divulgação <strong>de</strong> informações, conceitos, programas eprojetos <strong>da</strong> política ambiental. Destacou-se entre as propostas aprova<strong>da</strong>s a <strong>de</strong> criação do agente socialambiental, nos mol<strong>de</strong>s do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Os aspectos <strong>da</strong> política ambiental <strong>de</strong> conhecimento <strong>da</strong> população foram avaliados positivamente, como alegislação ambiental, o COMAM, os programas e projetos existentes. As discussões se <strong>de</strong>ram, em geral, nosentido <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong> abrangência dos programas e projetos e <strong>da</strong>s atribuições doCOMAM.Ficou clara a constatação <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> no manejo e na distribuição <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesseambiental no município. No que diz respeito a áreas ver<strong>de</strong>s, por exemplo, a região Centro-Sul foifreqüentemente cita<strong>da</strong> como a mais bem equipa<strong>da</strong> em relação às <strong>de</strong>mais regiões; isso, <strong>de</strong> certa forma,<strong>de</strong>monstra a má distribuição <strong>de</strong> investimentos na implantação e manutenção <strong>de</strong>ssas áreas.Apareceu com <strong>de</strong>staque a preocupação com a preservação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental <strong>de</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular. Foram aprova<strong>da</strong>s propostas dos grupos <strong>de</strong> trabalho no sentido <strong>de</strong> criar ouaperfeiçoar mecanismos ágeis e eficazes <strong>de</strong> estímulo à preservação <strong>de</strong>ssas áreas por parte <strong>de</strong> seusproprietários.No que diz respeito aos recursos hídricos e suas respectivas áreas <strong>de</strong> preservação, foi coloca<strong>da</strong> umapreocupação com sua integração e inserção na paisagem urbana. Nesse sentido, foram aprova<strong>da</strong>spropostas <strong>de</strong> elaboração e implantação <strong>de</strong> planos e programas que os vincule à criação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong>lazer e recreação, favorecendo sua preservação.


302 Conferência - Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que queremos: diretrizes aprova<strong>da</strong>sCom relação à drenagem, é reconhecido “o esforço <strong>da</strong> administração municipal, traduzido pelo Plano Diretor<strong>de</strong> Drenagem, DRENURBS, PROPAM e parceria com o Projeto Manuelzão, no sentido <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nçaconceitual do tratamento dos fundos <strong>de</strong> vale, abandonando-se a receita ultrapassa<strong>da</strong> <strong>da</strong> canalização comosolução única.” Propôs-se, então, garantir a efetiva implantação do Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem <strong>de</strong> BH,reconhecendo-se, assim, a importância <strong>de</strong> uma ação do po<strong>de</strong>r público nessa área, orienta<strong>da</strong> por umprocesso <strong>de</strong> monitoramento e planejamento global e integrado. Ain<strong>da</strong> no mesmo assunto, aprovou-se umaproposta que coloca uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong> em discussão, sugerindo o “estabelecimento <strong>de</strong> política <strong>de</strong>pavimentação <strong>de</strong> vias públicas que preveja uma taxa mínima obrigatória <strong>de</strong> pavimentação permeável (a serexigi<strong>da</strong> para a implantação <strong>de</strong> novas vias ou para a reforma <strong>de</strong> vias existentes).”A percepção dos participantes foi <strong>de</strong> que há uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na prestação dos serviços <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> limpeza urbana, com algumas ressalvas, especialmente com relação ànecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar a estrutura para recebimento e reciclagem <strong>de</strong> entulho e fortalecimento <strong>da</strong> coletaseletiva.Uma gran<strong>de</strong> preocupação que ficou evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> diz respeito ao final <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> útil do aterro sanitário e àiminência <strong>de</strong> concessão dos serviços <strong>de</strong> disposição/tratamento final <strong>de</strong> resíduos sólidos à iniciativa priva<strong>da</strong>que, para tanto, <strong>de</strong>verá utilizar instalações fora do município; outra preocupação foi com o <strong>de</strong>stino a ser<strong>da</strong>do ao terreno <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Capitão Eduardo, originalmente <strong>de</strong>stinado para aquela finali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A propostaaprova<strong>da</strong> na Conferência é <strong>de</strong> se promover amplo <strong>de</strong>bate público sobre o assunto, assim como aelaboração <strong>de</strong> um plano diretor <strong>de</strong> limpeza urbana para o município.Apesar <strong>de</strong> se ter <strong>de</strong>stacado como aspecto positivo a aprovação <strong>de</strong> lei instituindo a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento e criando o Conselho e o Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento, ficou clara a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> imediata<strong>de</strong> sua regulamentação, recomen<strong>da</strong>ção que foi aprova<strong>da</strong> como proposta. Foram apontados algunsquestionamentos importantes com relação à ineficiência <strong>da</strong> coleta, <strong>da</strong> interceptação e do tratamento doesgoto sanitário, assim como à in<strong>de</strong>finição do novo arranjo institucional <strong>de</strong> gestão e do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> água e esgoto. As propostas aprova<strong>da</strong>s apontam no sentido <strong>de</strong> ampliar o <strong>de</strong>batesobre o assunto, inclusive através <strong>da</strong> realização <strong>da</strong> I Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento. Também comouma proposta importante <strong>de</strong>staca-se a que recomen<strong>da</strong> a elaboração do plano <strong>de</strong> saneamento municipal.G - Política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômicoA ênfase nas discussões sobre esse assunto foi em relação a emprego e ren<strong>da</strong>. Boa parte <strong>da</strong>s propostasaprova<strong>da</strong>s são <strong>de</strong> incentivo ao empreen<strong>de</strong>dorismo popular, como a priorização <strong>da</strong> aplicação dos recursosdo Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico na instalação <strong>de</strong> micro e pequenas empresas, criação<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>, promoção <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> qualificação, fomento e assessoriatécnica para criação <strong>de</strong> pequenos empreendimentos comunitários e individuais e incentivo aocooperativismo. Nessa linha, i<strong>de</strong>ntificou-se também a preocupação com alternativas possíveis para oscamelôs e com a ampliação <strong>da</strong> representação popular no Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> DesenvolvimentoEconômico.Outra questão que inspirou gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s propostas foi a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do processo<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico do município e, conseqüentemente, <strong>de</strong> uma distribuição mais pulveriza<strong>da</strong><strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas pelo território <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na mesma linha, foram aprova<strong>da</strong>s propostas como, porexemplo, <strong>de</strong> implementação <strong>da</strong> Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e criação <strong>de</strong> câmaras regionaisliga<strong>da</strong>s a ela. Caberia a esses órgãos elaborar planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico locais e regionais,criar pólos regionais <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong> e incentivar o associativismo empresarial comoestratégia <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> centros locais e regionais.


303▪ ANEXO I - REGIMENTOS APROVADOSREGIMENTO INTERNO DAS PRÉ-CONFERÊNCIASDA II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANACAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES INICIAISArt. 1º - A Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, instituí<strong>da</strong> pelo Plano Diretor, Lei 7165/96, capítulo VI,tem por objetivo avaliar a condução e os impactos <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s normas conti<strong>da</strong>s no Plano Diretore na legislação <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo, sugerir alterações, a ser aprova<strong>da</strong> por lei, <strong>da</strong>sdiretrizes estabeleci<strong>da</strong>s nessas leis, bem como sugerir alterações no cronograma <strong>de</strong> investimentosprioritários em obras.Art. 2º - A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, tem por diretrizes:I. Resguar<strong>da</strong>r o caráter processual <strong>da</strong> Conferência, <strong>de</strong> forma a:a) garantir que as <strong>de</strong>finições sejam efetivamente fruto <strong>de</strong> uma construção coletiva, partilha<strong>da</strong> pelascategorias e setores envolvidos;b) propiciar a manifestação dos diversos olhares e interesses presentes na construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.II. Envolver no processo <strong>da</strong> Conferência as instâncias <strong>de</strong> participação que discutem temas ligados `aquestão urbana e constituem o Sistema <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa, estimulando através <strong>de</strong> ampladivulgação a participação <strong>da</strong>s bases <strong>de</strong> categorias e setores nelas representados.III. Consi<strong>de</strong>rar a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana como parte integrante <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma“Agen<strong>da</strong> Urbana” para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, articulando e compatibilizando a sua realização com os outrosprocessos relevantes <strong>de</strong> planejamento e gestão urbana existentes no âmbito municipal, como por exemplo aelaboração dos Planos Regionais, a Conferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação;IV. Garantir que a participação dos diversos setores e categorias se dê <strong>da</strong> forma mais efetiva possível;V. Estimular a abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong>s discussões, tendo como referência legal o Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e como pano <strong>de</strong> fundo a Agen<strong>da</strong> Habitat e a Agen<strong>da</strong> 21.Art. 3º - A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se realizará no período <strong>de</strong> 08/10/01a 30/04/02 e terá como Comissão Organizadora, coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> pelo Secretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>Política Urbana e Ambiental, os seguintes representantes:I. três membros do COMPUR, dos quais pelo menos um será representante do Executivo e um doLegislativo;II. um membro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> instância <strong>de</strong> caráter setorial, a saber: Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente,Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, Comissão <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Transporte e o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza Urbana;III. o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Conselho Regional Popular.§1º - A Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Política Urbana e Ambiental <strong>da</strong>rá o suporte operacional eapoio administrativo necessário ao <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos <strong>de</strong> organização <strong>da</strong> Conferência.§2º - Participará ain<strong>da</strong> como membro <strong>de</strong>sta comissão um representante do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,que atuará especificamente nas questões pertinentes à organização <strong>da</strong> Pré- Conferência <strong>de</strong> Meio Ambiente,Recursos Hídricos e Saneamento.Art. 4º- A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> realizar-se-á conforme as seguintesetapas:a) Etapa I: Abertura;b) Etapa II: Ciclo <strong>de</strong> Palestras;c) Etapa III: Pré-Conferências Temáticas;d) Etapa IV: Pré-Conferências Regionais;e) Etapa V: Conferência.Parágrafo único - O regimento <strong>da</strong> etapa V <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana será aprovadopelos <strong>de</strong>legados eleitos.


304 Anexo I - RegimentosCAPÍTULO IIDA REALIZAÇÃO DAS PRÉ-CONFERÊNCIASSeção I – Da finali<strong>da</strong><strong>de</strong>Art. 5º - As Pré-Conferências têm como objetivo:I. Construir, a partir <strong>da</strong> percepção dos participantes, o diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS enfocando o quadroatual e suas tendências;II. Indicar <strong>de</strong>legados para a etapa V <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, constante do artigo 4º<strong>de</strong>ste Regimento, conforme critério nele estabelecido.Art. 6º - Serão realiza<strong>da</strong>s quatro Pré-Conferências Temáticas, a saber:– Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e Transporte Coletivo;– Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas, que acontecerá junto à II Conferência<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação;– Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento;– Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio Histórico.Parágrafo único - As <strong>da</strong>tas, locais e horários serão <strong>de</strong>finidos e publicitados até o dia 10/10/01.Art. 7º - Serão realiza<strong>da</strong>s nove Pré-Conferências Regionais, a saber:– Pré-Conferência Regional Barreiro– Pré-Conferência Regional Norte– Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>ste– Pré-Conferência Regional Ven<strong>da</strong> Nova– Pré-Conferência Regional Pampulha– Pré-Conferência Regional Oeste– Pré-Conferência Regional Noroeste– Pré-Conferência Regional Leste– Pré-Conferência Regional Centro-SulParágrafo único - As <strong>da</strong>tas, locais e horários serão <strong>de</strong>finidos e publicitados até o dia 10/10/01.Seção II – Das inscriçõesArt. 8º - Os interessados em participar <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário eTransporte Coletivo, <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento, <strong>de</strong> Controle Urbano e PatrimônioHistórico, e <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais, <strong>de</strong>verão se inscrever pelos telefones 3277-9450 e 3277-9451ou nos seguintes locais:a) Aveni<strong>da</strong> do Contorno, 5454, 8º an<strong>da</strong>r – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana eAmbiental.b) Aveni<strong>da</strong> Afonso Pena, 4000, 5º an<strong>da</strong>r – Secretaria <strong>de</strong> Regulação Urbanac) Aveni<strong>da</strong> Afonso Pena, 4000, 6º an<strong>da</strong>r – Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano.d) Nas administrações Regionais, a saber:Regional BarreiroRegional NorteRegional Nor<strong>de</strong>steRegional Ven<strong>da</strong> NovaRegional PampulhaRegional OesteRegional NoroesteRegional LesteRegional Centro-Sul


Anexo I - Regimentos 305§1º - A inscrição cita<strong>da</strong> no caput será:a) Nas Pré-Conferências temáticas no período <strong>de</strong> 10/10/01 até o limite <strong>de</strong> duas horas após o início dostrabalhos no respectivo sábado, exceto na Pré-Conferência <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas;b) Para as Pré-Conferências Regionais no período <strong>de</strong> 07/01/02 até o limite <strong>de</strong> duas horas no respectivosábado.§ 2º - Po<strong>de</strong>rão participar <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas qualquer ci<strong>da</strong>dão, <strong>de</strong>vendo i<strong>de</strong>ntificar, no ato <strong>da</strong>inscrição, por qual categoria se fará representar, <strong>de</strong>ntre as seguintes: popular, empresarial e técnico .§ 3º - Po<strong>de</strong>rão participar <strong>da</strong>s Pré-conferências Regionais os representantes <strong>da</strong>s Plenárias dos ConselhosRegionais Populares – CRPs, titulares ou suplentes.Art. 9º - A Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas ocorrerá junto à II Conferência <strong>Municipal</strong><strong>de</strong> Habitação, <strong>de</strong>vendo seguir uma dinâmica especial, a saber.§ 1º - Os interessados <strong>de</strong>verão se inscrever nos seguintes locais:a) Aveni<strong>da</strong> do Contorno, 6664 – 1º an<strong>da</strong>rb) Nas Administrações Regionais:– Regional Barreiro– Regional Norte– Regional Nor<strong>de</strong>ste– Regional Ven<strong>da</strong> Nova– Regional Pampulha– Regional Oeste– Regional Noroeste– Regional Leste– Regional Centro-Sul§ 2º - As inscrições <strong>da</strong> Pré-Conferência Temática<strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas se <strong>da</strong>rão no período <strong>de</strong>15/10/01 a 09/11/01;§ 3º - Po<strong>de</strong>rão participar os representantes dos respectivos segmentos afins, discriminados no art.2º <strong>da</strong> leimunicipal 6508/93, <strong>de</strong>vendo indicar quando <strong>da</strong> sua inscrição a categoria a qual representará, <strong>de</strong>ntre asseguintes: popular, empresarial e técnica.Seção III – Das Pré-ConferênciasArt. 10º - As Pré-Conferências serão coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s pelo Secretário <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> PolíticaUrbana e Ambiental ou representante por ele indicado.Art. 11 - O cre<strong>de</strong>nciamento será efetuado nas três primeiras horas a partir do horário previsto para o início<strong>da</strong>s Pré-Conferências, conforme <strong>de</strong>scriminado no art. 6º <strong>de</strong>sse Regimento.§ 1º - Terão direito a voto somente os participantes <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente cre<strong>de</strong>nciados.§ 2º - O cre<strong>de</strong>nciamento nas Pré-Conferências Regionais, encerrará duas horas após o início dos trabalhosno respectivo sábado <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Pré Conferência.Art. 12- Durante as Pré-Conferências serão instalados grupos <strong>de</strong> trabalho, ca<strong>da</strong> qual com o número limite<strong>de</strong> participantes na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 40 pessoas, sendo que todos os grupos discutirão a mesma pauta, ou seja, odiagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS.§ 1º - Os grupos <strong>de</strong> trabalho serão coor<strong>de</strong>nados por técnicos indicados pela <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.§ 2º - Ca<strong>da</strong> grupo nomeará um relator que será responsável pela apresentação do documento contendo asconclusões sobre a CIDADE QUE SOMOS, que <strong>de</strong>verá ser apreciado pela plenária final <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Pré-Conferência.§ 3º - Ca<strong>da</strong> Pré-conferência Temática po<strong>de</strong>rá promover discussões sobre assuntos específicos <strong>da</strong> área <strong>de</strong>atuação do setor em questão.Seção IV- Dos <strong>de</strong>legadosArt. 13 - Nas Pré-Conferências Temáticas serão eleitos os <strong>de</strong>legados que participarão <strong>da</strong> etapa V <strong>da</strong> IIConferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política, prevista no artigo 4º <strong>de</strong>ste Regimento, assim distribuídos em setores ecategorias:


306 Anexo I - RegimentosI- Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário e Transporte Coletivo:– Empresarial: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Técnico: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Popular: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados.– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até três <strong>de</strong>legadosII. Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas:– Empresarial: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Técnico: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Popular: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados.– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até três <strong>de</strong>legadosIII. Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento– Empresarial: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Técnico: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Popular: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados.– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até três <strong>de</strong>legadosIV. Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio Histórico– Empresarial: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Técnico: até <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– Popular: <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados.– mais um um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até três <strong>de</strong>legados§ 1º - Serão eleitos três suplentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados por setor em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência.§2º - Ca<strong>da</strong> categoria (empresarial, técnica e popular) elegerá, entre os presentes, seus respectivos<strong>de</strong>legados e suplentes na plenária <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Pré-Conferência, exceto na Pré-Conferência Temática <strong>de</strong>Habitação, Vilas e Favelas cuja regra está estabeleci<strong>da</strong> no parágrafo seguinte .§3º - Para a Pré-Conferência temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas ca<strong>da</strong> categoria (empresarial, técnica epopular) elegerá seus respectivos <strong>de</strong>legados e suplentes, <strong>de</strong>ntre os <strong>de</strong>legados presentes na II Conferência<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.Art. 14 - Em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência Regional serão eleitos, <strong>de</strong>ntre os presentes, os <strong>de</strong>legados queparticiparão <strong>da</strong> etapa V <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, conforme estabelecido no artigo 4º<strong>de</strong>ste Regimento, assim distribuídos:I. Pré-Conferência Regional Barreiro– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.II. Pré-Conferência Regional Norte– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.III. Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>ste– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.IV. Pré-Conferência Regional Ven<strong>da</strong> Nova– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.V. Pré-Conferência Regional Pampulha– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.VI. Pré-Conferência Regional Oeste– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.VII. Pré-Conferência Regional Noroeste– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;


Anexo I - Regimentos 307– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.VIII. Pré-Conferência Regional Leste– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.IX. Pré-Conferência Regional Centro-Sul– <strong>de</strong>z <strong>de</strong>legados;– mais um <strong>de</strong>legado para ca<strong>da</strong> 50 participantes até quatro <strong>de</strong>legados.§ 1º- Serão eleitos três suplentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados em ca<strong>da</strong> Pré-Conferência.Art. 15 - A escolha <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados obe<strong>de</strong>cerá os seguintes critérios:I. os candi<strong>da</strong>tos a <strong>de</strong>legados <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente cre<strong>de</strong>nciados;II. apenas po<strong>de</strong>rão se candi<strong>da</strong>tar a <strong>de</strong>legados os participantes presentes na Pré-Conferência <strong>da</strong> qualpleiteia uma vaga, tendo como comprovação as listas <strong>de</strong> presença a serem assina<strong>da</strong>s no início e final dostrabalhos;III. ca<strong>da</strong> candi<strong>da</strong>to po<strong>de</strong>rá ser eleito <strong>de</strong>legado em apenas uma Pré-Conferência.Seção V - Do encerramentoArt. 16 - Casos omissos neste regimento serão apreciados pela coor<strong>de</strong>nação dos trabalhos.REGIMENTO DA II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA(relativo à etapa final <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana)CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES INICIAISArt. 1º - A Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, instituí<strong>da</strong> pelo Plano Diretor, Lei 7165/96, capítulo VI,tem por objetivo avaliar a condução e os impactos <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s normas conti<strong>da</strong>s no Plano Diretore na legislação <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo, sugerir alterações, a serem aprova<strong>da</strong>s por lei,<strong>da</strong>s diretrizes estabeleci<strong>da</strong>s nessas leis, bem como sugerir alterações no cronograma <strong>de</strong> investimentosprioritários em obras.Art. 2º - A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, tem por diretrizes:I. Resguar<strong>da</strong>r o caráter processual <strong>da</strong> Conferência, <strong>de</strong> forma a garantir que as <strong>de</strong>finições sejamefetivamente fruto <strong>de</strong> uma construção coletiva, partilha<strong>da</strong> pelas categorias e setores envolvidos, e propiciara manifestação dos diversos olhares e interesses presentes na construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;II. Envolver no processo <strong>da</strong> Conferência as instâncias <strong>de</strong> participação que discutem temas ligados àquestão urbana e constituem o Sistema <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa, estimulando através <strong>de</strong> ampladivulgação a participação <strong>da</strong>s bases <strong>de</strong> categorias e setores nelas representados;III. Consi<strong>de</strong>rar a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana como parte integrante <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma“Agen<strong>da</strong> Urbana” para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, articulando e compatibilizando a sua realização com os outrosprocessos relevantes <strong>de</strong> planejamento e gestão urbana existentes no âmbito municipal, como por exemplo aelaboração dos Planos Regionais, a Conferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação;III. Garantir que a participação dos diversos setores e categorias se dê <strong>da</strong> forma mais efetiva possível;IV. Estimular a abor<strong>da</strong>gem integra<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong>s discussões, tendo como referência legal o Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e como pano <strong>de</strong> fundo a Agen<strong>da</strong> Habitat e a Agen<strong>da</strong> 21.Art. 3º - A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se realizará no período <strong>de</strong> 08/10/01a 08/06/02 e será presidi<strong>da</strong> pelo Presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana, e, na sua ausênciaou eventual impedimento, pelo seu suplente.CAPÍTULO IIDA REALIZAÇÃO DA II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA


308 Anexo I - RegimentosArt. 4º - A II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é constituí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s seguintes etapas:a) Etapa I: Abertura;b) Etapa II: Ciclo <strong>de</strong> Palestras;c) Etapa III: Pré-conferências Temáticas e Regionais;d) Etapa IV: Etapa Final <strong>da</strong> Conferência.Art. 5º - A etapa IV prevista na alínea “d” do artigo 4º <strong>de</strong>ste regimento se constituirá em:I. Abertura, no dia 19/04/02;II. Primeira fase, nos dias 20 e 27/04/02, com o objetivo <strong>de</strong> fechar o diagnóstico <strong>da</strong> CIDADE QUE SOMOS euma proposta <strong>de</strong> diretrizes e princípios gerais para a CIDADE QUE QUEREMOS;III. Segun<strong>da</strong> fase, do dia 06 à 24/05/02, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver, em Grupos <strong>de</strong> Trabalho (GT),propostas <strong>de</strong> alterações na legislação urbanística e ambiental, alterações na gestão urbana e intervençõesestruturantes, a partir <strong>da</strong> proposta <strong>de</strong> diretrizes e princípios aprova<strong>da</strong> para a CIDADE QUE QUEREMOS na faseanterior;IV. Terceira fase, nos dias 18 e 25/05 e 08/06/02, com o objetivo <strong>de</strong> fechar as propostas dos Grupos <strong>de</strong>Trabalho.Art. 6º - Po<strong>de</strong>rão participar <strong>da</strong> Etapa Final <strong>da</strong> Conferência:I. Os <strong>de</strong>legados eleitos nas Pré-Conferências Temáticas e Regionais, ou na sua ausência os respectivossuplentes, com direito a voto e voz;II. Na Primeira e na Terceira Fase os <strong>de</strong>legados eleitos nas Pré-Conferências Temáticas e Regionais, ou nasua ausência os respectivos suplentes, que se cre<strong>de</strong>nciarem, com direito a voto e voz;III. Qualquer ci<strong>da</strong>dão, como ouvinte, <strong>de</strong>vendo se i<strong>de</strong>ntificar no cre<strong>de</strong>nciamento, quando houver;IV. Os técnicos cre<strong>de</strong>nciados como equipe <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação dos trabalhos <strong>da</strong> Conferência, com direito a voz.Art. 7º - O cre<strong>de</strong>nciamento será efetuado até duas horas após o início previsto <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> evento <strong>da</strong> Primeira e<strong>da</strong> Terceira Fase, sendo entregue ao <strong>de</strong>legado o crachá <strong>de</strong> votação.Parágrafo Primeiro: Após o término do cre<strong>de</strong>nciamento e na terceira hora após o início previsto <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>evento, será entregue aos suplentes cre<strong>de</strong>nciados e presentes o crachá <strong>de</strong> votação dos respectivos<strong>de</strong>legados que estiverem ausentes.Parágrafo Segundo - Somente o crachá garantirá ao participante o direito a voto na Primeira e na TerceiraFase. Ocorrendo o afastamento do <strong>de</strong>legado ou <strong>de</strong> seu suplente durante a realização dos trabalhos ocrachá <strong>de</strong> votação <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>volvido à secretaria dos trabalhos.Parágrafo Terceiro - Somente haverá reunião do Plenário com a presença <strong>da</strong> maioria simples dos<strong>de</strong>legados ou suplentes com direito a voto.Parágrafo Quarto - As <strong>de</strong>cisões serão aprova<strong>da</strong>s por maioria simples dos votos dos <strong>de</strong>legados presentes.Art. 8º - As inscrições nos Grupos <strong>de</strong> Trabalho <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Fase serão realiza<strong>da</strong>s, segundo critérios <strong>de</strong>composição a serem estabelecidos na Primeira Fase, entre os dias 29/04 e 02/05/02, na SecretariaExecutiva do COMPUR, situa<strong>da</strong> a Av. Afonso Pena, 4000 – 5º an<strong>da</strong>r – Mangabeiras, pessoalmente ou pelostelefones 3277.9450 ou 3277.9452, no horário <strong>de</strong> 08:00 às 17:00 horas.Parágrafo Primeiro - As reuniões dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Fase realizar-se-ão <strong>de</strong>ntro doperíodo <strong>de</strong>finido no artigo 5º <strong>de</strong>ste Regimento, em local e <strong>da</strong>tas a serem <strong>de</strong>finidos por ca<strong>da</strong> Grupo <strong>de</strong>Trabalho.Parágrafo Segundo - Os setores que compõem o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana (COMPUR) –Executivo, Legislativo, técnico, popular e empresarial – po<strong>de</strong>rão apresentar na Segun<strong>da</strong> Fase propostas aserem analisa<strong>da</strong>s pelos Grupos <strong>de</strong> Trabalho.Art. 9º - O processo <strong>de</strong> apresentação, discussão e votação <strong>de</strong> propostas e emen<strong>da</strong>s seguirá o seguintetrâmite:Parágrafo Primeiro - os <strong>de</strong>legados que <strong>de</strong>sejarem pautar a discussão <strong>de</strong> propostas, já apresenta<strong>da</strong>s pelosGT ou mesmo novas, na plenária do dia 29 <strong>de</strong> junho próximo (<strong>da</strong>ta a ser confirma<strong>da</strong>), <strong>de</strong>verão encaminharpor escrito,do dia 27/05/02 até o dia 14/06/02, à Secretaria Executiva do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> PolíticaUrbana (COMPUR), localiza<strong>da</strong> no quinto an<strong>da</strong>r do número 4000 <strong>da</strong> Av. Afonso Pena:I. Emen<strong>da</strong>s encaminhando novas propostas (emen<strong>da</strong>s aditivas) para discussão e votação em plenária;II. Emen<strong>da</strong>s encaminhando sugestões <strong>de</strong> supressão (emen<strong>da</strong>s supressivas) ou alteração (emen<strong>da</strong>ssubstitutivas) <strong>de</strong> propostas já apresenta<strong>da</strong>s.Parágrafo Segundo - As emen<strong>da</strong>s <strong>de</strong>verão ser justifica<strong>da</strong>s e assina<strong>da</strong>s por no mínimo 14 (quatorze)<strong>de</strong>legados e <strong>de</strong>verão indicar claramente:


Anexo I - Regimentos 309a) quando se tratar <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s supressivas ou substitutivas , nome do Grupo <strong>de</strong> Trabalho que apresentoua proposta original, assim como subtítulo, número e/ou parágrafo on<strong>de</strong> ela se localiza;b) quando se tratar <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s aditivas, junto a quais temas e subtemas dos Grupos <strong>de</strong> Trabalhopreten<strong>de</strong>-se incluí-las.Parágrafo Terceiro - A Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Conferência proce<strong>de</strong>rá à organização <strong>da</strong>s propostas e emen<strong>da</strong>spara votação, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>stacar para discussão na Plenária do dia 29 <strong>de</strong> junho (<strong>da</strong>ta a confirmar) os casosem que se verificar a existência <strong>de</strong>:I. Propostas complementares entre si;II. Propostas contraditórias entre si;III. Propostas que contrariem diretrizes aprova<strong>da</strong>s na II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana.Parágrafo Quarto - O processo <strong>de</strong> votação <strong>da</strong>s propostas e emen<strong>da</strong>s na plenária prevista para realizar-seno dia 29 <strong>de</strong> junho seguirá o seguinte trâmite:I. As emen<strong>da</strong>s apresenta<strong>da</strong>s serão discuti<strong>da</strong>s e vota<strong>da</strong>s uma a uma ;II. As propostas apresenta<strong>da</strong>s pelos Grupos <strong>de</strong> Trabalho que não forem objeto <strong>de</strong> emen<strong>da</strong>s, tal como oestipulado no parágrafo primeiro, serão li<strong>da</strong>s e vota<strong>da</strong>s em bloco, por tema, sem discussão prévia naPlenária.Parágrafo Quinto - Os <strong>de</strong>legados que tiverem interesse em esclarecer dúvi<strong>da</strong>s sobre propostasapresenta<strong>da</strong>s e/ou articular-se com <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>legados para apresentação <strong>de</strong> novas propostas ou emen<strong>da</strong>s,po<strong>de</strong>rão se reunir nos dias 06 e 13 <strong>de</strong> junho, com o apoio dos coor<strong>de</strong>nadores dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho erespectivas equipes.I. No dia 06/06/02, o encontro será reservado para os temas dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> GestãoParticipativa, Políticas Públicas, Desenvolvimento Econômico e Obras Viárias e acontecerá no Circomontado para o Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> na Praça <strong>da</strong> Estação, <strong>de</strong> 19:00 hs às 21:00 hs.II. No dia 13/06/02, o encontro estará reservado para os temas dos Grupos <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Legislação eacontecerá no auditório do Centro Cultural <strong>da</strong> UFMG <strong>da</strong>s 19:00h às 21:00h.Art. 10 - Casos omissos neste regimento serão apreciados pela coor<strong>de</strong>nação dos trabalhos.


311▪ ANEXO II - MAPAS TEMÁTICOS DE APOIO ÀS DISCUSSÕESForam produzidos algumas coleções <strong>de</strong> mapas temáticos especialmente para subsidiar as discussões naspré-conferências. A primeira, abrangendo os temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi utiliza<strong>da</strong> no primeiro momento <strong>de</strong>to<strong>da</strong>s as pré-conferências, temáticas e regionais, referente à percepção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: ca<strong>da</strong> subgrupo se reuniaem círculo tendo os mapas relativos a seu tema <strong>de</strong> discussão afixados na pare<strong>de</strong> ao lado. A essa coleçãosomaram-se outros mapas e informações, produzidos pelos órgãos municipais <strong>de</strong> habitação, transporte,meio ambiente e patrimônio, que compuseram uma exposição monitora<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> durante a abertura<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência regional. Uma outra coleção constituiu-se <strong>de</strong> mapas-base <strong>da</strong>s regiõesadministrativas do município que foram utilizados como suporte para as discussões dos temas regionais.Apresenta-se neste Anexo II a reprodução dos mapas <strong>da</strong> primeira coleção, acrescidos <strong>da</strong>queles queconstaram do ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> textos para a discussão geral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (reproduzido no item IV.3.1 - ProdutosRelativos à Discussão Geral sobre a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>) e <strong>da</strong> versão preliminar do documento “A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que somos:síntese”, apresentado aos <strong>de</strong>legados para discussão e aprovação do diagnóstico (reproduzindo no Anexo III- Texto <strong>de</strong> Apoio às Discussões dos Delegados). São os seguintes mapas:N. O DO MAPA TÍTULOII.01 Ocupação urbana na RMBHII.02 Evolução <strong>da</strong> ocupação urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>II.03 Taxa <strong>de</strong> crescimento populacional – 1991-2000II.04 Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 1991II.05 Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 200II.06 Taxa <strong>de</strong> lotes vagos por quadraII.07 Índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva (IDC)II.08 Zoneamento e e hierarquização do sistema viárioII.09 Assentamentos habitacionais não aprovadosII.10 Principais elementos <strong>da</strong> estrutura urbanaII.11 Sistema viário e <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte coletivo municipal (BHBUS)II.12 Sistema viário municipalII.13 Espaços <strong>de</strong> referência simbólicaII.14 Conjuntos urbanos tombadosII.15 Recursos hídricosII.16 Áreas <strong>de</strong> especial interesse ambientalII.17 Sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitárioII.18 Ocorrência <strong>de</strong> escorpião x recursos hídricos x atendimento por coleta<strong>de</strong> lixo em vilasII.19 Doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica x re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotoII.20 Incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue x <strong>de</strong>posição clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> entulho


Mapa II. 01 - Ocupação urbana na RMBH313


Mapa II. 02 - Evolução <strong>da</strong> ocupação urbana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>315


Mapa II. 03 - Taxa <strong>de</strong> crescimento populacional – 1191-2000317


Mapa II. 04 - Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 1991319


Mapa II. 05 - Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica – 2000321


Mapa II. 06 - Taxa <strong>de</strong> lotes vagos por quadra323


Mapa II. 07 - Índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva (IDC)325


Mapa II. 08 - Zoneamento e e hierarquização do sistema viário327


Mapa II. 09 - Assentamentos habitacionais não aprovados329


Mapa II. 10 - Principais elementos <strong>da</strong> estrutura urbana331


Mapa II. 11 - Sistema viário e <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> transporte coletivo municipal (BHBUS)333


Mapa II. 12 - Sistema viário municipal335


Mapa II. 13 - Espaços <strong>de</strong> referência simbólica337


Mapa II. 14 - Conjuntos urbanos tombados339


Mapa II. 15 - Recursos hídricos341


Mapa II. 16 - Áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental343


Mapa II. 17 - Sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário345


Mapa II. 18 - Ocorrênica <strong>de</strong> escorpião x recursos hídricos x atendimento por coleta <strong>de</strong> lixo em vilas347


Mapa II. 19 - Doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica x re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto349


Mapa II. 20 - Incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue x <strong>de</strong>posição clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> entulho351


353▪ ANEXO III - TEXTO DE APOIO ÀS DISCUSSÕES DOS DELEGADOSEste Anexo contém textos que foram apresentados aos <strong>de</strong>legados como subsídio à discussão. Sãoresultados parciais <strong>de</strong> estudos em elaboração visando a construção <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> monitoramento do<strong>de</strong>senvolvimento urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, bem como informações disponíveis em órgãos técnicos <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong>.Está assim organizado:1 - A RMBH E A GESTÃO METROPOLITANA2 - DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO2.1 - Crescimento Demográfico Recente <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e <strong>da</strong> RMBH2.2 - Indicadores <strong>da</strong> Dinâmica <strong>de</strong> Ocupação do Solo3 - EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO3.1 - Uma Abor<strong>da</strong>gem Histórica3.2 - Evolução Recente do Mercado Imobiliário4 - CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO4.1 - Situação Habitacional do Município4.2 - A Habitação <strong>de</strong> Interesse Social e a Legislação Urbanística4.3 - Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação5 - ESPAÇOS DE REFERÊNCIA SIMBÓLICA6 – MOBILIDADE, TRANSPORTE E TRÂNSITO6.1 - O Sistema Viário e a Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> – Situação Existente6.2 - Propostas Existentes <strong>de</strong> Alteração <strong>de</strong>ssa Estrutura6.3 - Estrutura do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo: o BHBUS e o Metrô6.4 - Gestão <strong>de</strong> Transporte e Trânsito


355INFORMAÇÕES E ESTUDOS BÁSICOS1 - A RMBH E A GESTÃO METROPOLITANAA Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (RMBH) começou a configurar-se a partir dos anos 50, com aindustrialização ocorri<strong>da</strong> nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> capital. A partir <strong>de</strong> então, no contexto do processo ocorrido nopaís, polarizado pelos principais centros urbanos, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou-se aqui um intenso crescimento<strong>de</strong>mográfico, com predominância do componente migratório.Os traços estruturais do espaço urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e os conflitos a eles relacionados, já <strong>de</strong>lineados<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> sua ocupação, foram acentuados e amplificados com crescimento urbano e ametropolização, que se mostra como uma <strong>da</strong>s faces do processo <strong>de</strong> exclusão social.De fato, o crescimento do tecido urbano, marcado pelo caráter especulativo do mercado imobiliário,caracteriza-se como um processo <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> periferias, que nascem como áreas <strong>de</strong>scontínuas e ca<strong>da</strong>vez mais distantes do núcleo central, carentes <strong>de</strong> infra-estruturas e serviços urbanos, ocupa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> formadispersa por populações <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.O crescimento periférico “ten<strong>de</strong> a ocorrer em regiões e municípios com pequeno po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> acumulação,reforçando o que tem sido chamado <strong>de</strong> metropolização <strong>da</strong> pobreza.” 38Atualmente, a RMBH é integra<strong>da</strong> por 33 municípios. Segundo os <strong>da</strong>dos do Censo Demográfico do IBGE, aregião abrigava no ano 2000 uma população <strong>de</strong> 4.339.317 habitantes, ou 24,3% <strong>da</strong> população <strong>de</strong> MinasGerais.A área mais dinâmica <strong>da</strong> região é o Aglomerado Metropolitano, a gran<strong>de</strong> área urbana contínua queevi<strong>de</strong>ncia a expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> sobre os territórios dos municípios vizinhos 39 . OAglomerado é um espaço em permanente expansão, on<strong>de</strong> estão os principais centros propulsores doprocesso <strong>de</strong> metropolização e on<strong>de</strong> se verificam relações cotidianas mais intensas com esses centros,especialmente <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. (Mapa II.1)O processo <strong>de</strong> metropolização é marcado pela repartição <strong>de</strong>sigual, entre os municípios envolvidos, doscustos e dos benefícios <strong>da</strong> urbanização. Para os municípios periféricos, que recebem os contingentespopulacionais “expulsos” dos municípios centrais, tornam-se praticamente incontornáveis as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>provimento <strong>de</strong> serviços e infra-estruturas urbanas <strong>de</strong>man<strong>da</strong>dos por um crescimento populacional muitosuperior àquele suportado pelas finanças municipais.To<strong>da</strong>via, esse processo (e a concentração que o tem caracterizado) não vem apresentando efeitosperversos só para os municípios periféricos. A carência acentua<strong>da</strong> <strong>de</strong> serviços nesses municípios, além <strong>de</strong>representar um baixo nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para suas populações, acaba impondo uma estreita relação<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência com <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> – afinal, trata-se <strong>de</strong> uma única ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a “Gran<strong>de</strong> BH”, com partespertencentes a municípios distintos.Essa <strong>de</strong>pendência vai provocar uma enorme sobrecarga nos serviços prestados, relativamenteconcentrados no município central, com per<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do atendimento, bem como ocongestionamento dos centros principais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (o hipercentro e o centro hospitalar, p. ex.) e do sistemaviário principal, resultando em comprometimento ambiental <strong>de</strong>sses espaços.A RMBH foi oficialmente instituí<strong>da</strong> em 1973 pela Lei Fe<strong>de</strong>ral Complementar n. o 14, que não só criou outrasoito regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Salvador, Recife, Fortaleza,Belém), como também <strong>de</strong>legou ao Estado a competência <strong>de</strong> legislar sobre a criação <strong>de</strong> ConselhosDeliberativos e Consultivos. Foi atribuído a esses conselhos estabelecer as políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentometropolitano, contando com o apoio técnico <strong>de</strong> órgão <strong>de</strong> planejamento a ser criado pelos governosestaduais.Em Minas Gerais, a Lei Estadual n. o 6.303, <strong>de</strong> 1974, regulamentou a RMBH e instituiu seu sistema <strong>de</strong>planejamento e gestão, ficando o planejamento a cargo do PLAMBEL. Foi garanti<strong>da</strong> no ConselhoDeliberativo ampla maioria <strong>da</strong> representação Estadual, o que comprometeu uma possível gestãocompartilha<strong>da</strong> com os municípios (FJP, CEURB, FAFICH, 1998). Tendo florescido na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, nocontexto do regime autoritário e centralizador <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong>cisões na esfera fe<strong>de</strong>ral, o planejamentometropolitano entrou em <strong>de</strong>cadência já no início dos anos 80, com o <strong>de</strong>smonte dos aparatos <strong>de</strong>planejamento em todos os níveis, inclusive dos organismos fe<strong>de</strong>rais que atuavam na promoção do<strong>de</strong>senvolvimento urbano. Essas mu<strong>da</strong>nças ocorreram no bojo do processo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização política nopaís que culminou com a promulgação <strong>da</strong> nova Constituição Fe<strong>de</strong>ral em 1988.A Constituição <strong>de</strong> 88 <strong>de</strong>u um tratamento genérico à questão metropolitana e <strong>de</strong>legou aos estados a38 Gestão e Desigual<strong>da</strong><strong>de</strong> Social na Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, FJP, CEURB, FAFICH, 1998.39 Municípios participantes do Aglomerado: <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Contagem, Betim, Ibirité, Sarzedo, Nova Lima, Sabará, Santa Luzia,Ribeirão <strong>da</strong>s Neves, Vespasiano e São José <strong>da</strong> Lapa.


356 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadoscompetência para instituir regiões metropolitanas, bem como atribuições antes concentra<strong>da</strong>s na União.A Constituição do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais, promulga<strong>da</strong> 1989, criou, como plenário <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> RMBH,em substituição aos Conselhos Deliberativo e Consultivo, a Assembléia Metropolitana (AMBEL), tendo entresuas atribuições elaborar e aprovar o plano diretor metropolitano, bem como fiscalizar e controlar suaimplantação.Culminando um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativação iniciado na 2ª meta<strong>de</strong> dos anos 80, o PLAMBEL foi extinto em1995.A AMBEL foi cria<strong>da</strong> em 1995 e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, não vem tendo uma atuação significativa, limitando-se adiscutir e resolver questões relaciona<strong>da</strong>s a tarifas do transporte coletivo. Uma <strong>da</strong>s fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> AMBEL équanto aos critérios <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>: o município central tem a mesma representação do Po<strong>de</strong>rExecutivo que o menor município <strong>da</strong> região e apenas o Legislativo tem uma participação proporcional àpopulação, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> em lei complementar. Outra fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> e que explica em parte o imobilismo <strong>da</strong> AMBELé a ausência <strong>de</strong> um braço <strong>de</strong> apoio técnico, como era o PLAMBEL. (Jupira Gomes <strong>de</strong> Mendonça, 1996).2 - DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO2.1 - Crescimento Demográfico Recente <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e <strong>da</strong> RMBHDes<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, a RMBH vem sofrendo que<strong>da</strong> no ritmo <strong>de</strong> crescimento populacional. No entanto, naúltima déca<strong>da</strong> a que<strong>da</strong> foi muito mais suave do que se esperava 40 . Continua crescendo a participação <strong>da</strong>RMBH na população <strong>de</strong> Minas Gerais (24,3%), evi<strong>de</strong>nciando o peso <strong>da</strong> imigração na dinâmica <strong>de</strong>mográfica<strong>da</strong> Região Metropolitana. (tabela abaixo)Tabela III. 1 - População <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, RMBH e Minas Gerais – Taxas anuais <strong>de</strong> crescimento eparticipação (%) <strong>da</strong> RMBH no Estado, 1970 - 2000ANOBELO HORIZONTE RMBH MINAS GERAISPOPULAÇÃOTAXA ANUAL(%)POPULAÇÃOTAXA ANUAL(%)POPULAÇÃOTAXA ANUAL(%)PARTICIPAÇÃO DA RMBHEM MINAS GERAIS1970 1.235.030 1.605.306 11.645.095 13,83,7 4,7 1,61980 1.780.855 2.540.130 13.651.852 18,61,2 2,8 1,31991 2.020.161 3.436.060 15.743.152 21,81,1 2,6 1,42000 2.232.747 4.339.317 17.835.488 24,3Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1970, 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.Com uma taxa <strong>de</strong> crescimento bem inferior à <strong>da</strong> Região Metropolitana, <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> continua per<strong>de</strong>ndoparticipação na população regional, <strong>da</strong> qual hoje representa pouco mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong>. Isto indicaincapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> capital <strong>de</strong> reter migrantes. Mesmo assim, o acréscimo populacional <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> entre1991/00 foi ain<strong>da</strong> muito importante em termos absolutos (212.586 pessoas).Dinâmica Populacional no Interior <strong>da</strong> RMBHExaminando o interior <strong>da</strong> RMBH por grupos <strong>de</strong> municípios (tabela abaixo), verifica-se que o AglomeradoMetropolitano (AM) 41 é a área <strong>de</strong> maior dinamismo <strong>de</strong>mográfico <strong>da</strong> RMBH, não obstante a inferiori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>staxas <strong>de</strong> crescimento populacional dos dois maiores municípios – <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem – em relaçãoà taxa média regional. Estes <strong>da</strong>dos indicam que a tendência <strong>de</strong> redução <strong>da</strong> migração para o núcleo central(<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>) esten<strong>de</strong>-se também a Contagem. Em contraparti<strong>da</strong>, alguns municípios do Aglomerado vêmmantendo altas taxas <strong>de</strong> crescimento ao longo <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stacando-se, no período entre 1991e 2000: Betim (6,7%), Ribeirão <strong>da</strong>s Neves (6,2%), Ibirité (6,1%) e Vespasiano (5,3%). Os novos municípiossurpreen<strong>de</strong>m: São José <strong>da</strong> Lapa , com 9,1% contra -0,35% entre 1980/91, quando era distrito <strong>de</strong>Vespasiano, e Sarzedo, que se <strong>de</strong>smembrou <strong>de</strong> Ibirité na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, com 6,9 contra 1,54 entre 1980/91.40 Entre 1996 e 2000, as regiões metropolitanas voltaram a crescer em ritmo mais acelerado que a média nacional, apontando umatendência <strong>de</strong> reconcentração <strong>da</strong> população nos gran<strong>de</strong>s centros urbanos. As explicações para o fenômeno estão calca<strong>da</strong>s no fim <strong>da</strong>spolíticas regionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e na alta concentração espacial <strong>da</strong> riqueza. (Andra<strong>de</strong> e Serra, “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s Médias Brasileiras”,IPEA, 2001).41 Na análise do Aglomerado, tomaram-se as populações totais dos municípios que participam <strong>de</strong>ste espaço.


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 357Nos anos 80, 43% do acréscimo populacional <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a RMBH ocorreu nos municípios do Aglomerado, fora<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem; nos anos 90, essa participação subiu para 51%.A população dos municípios não incluídos no Aglomerado representa apenas 9,5 % do total <strong>da</strong> região, massua taxa <strong>de</strong> crescimento média elevou-se <strong>de</strong> 2,41% na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 para 3,28% na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90. Nestegrupo <strong>de</strong> municípios, <strong>de</strong>stacam-se, pelas taxas <strong>de</strong> crescimento na última déca<strong>da</strong>: Esmeral<strong>da</strong>s, MateusLeme e Igarapé, que ten<strong>de</strong>m a incorporar-se ao Aglomerado em pouco tempo. Esmeral<strong>da</strong>s, além <strong>da</strong> altataxa apresenta<strong>da</strong>, (7,3%), teve um acréscimo <strong>de</strong> quase 30 mil pessoas.GRUPO DEMUNICÍPIOSTabela III. 2 - Acréscimo populacional e taxas <strong>de</strong> crescimento na RMBH,por grupos <strong>de</strong> municípios, 1980, 1991 - 2000ACRÉSCIMO DE POPULAÇÃO% DO ACRÉSCIMO EM RELAÇÃO À RMBHTAXA MÉDIA ANUAL1980 - 1991 1991 - 2000 1980 - 1991 1991 - 2000 1991/2000<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> 239.306 212.586 28,66 25,71 1,12Contagem 169.111 88.218 20,25 10,67 2,01AM, fora BH eContagem355.436 421.930 42,57 51,03 5,16Municípios42 71.118 104.019 8,52 12,58 3,28externos ao AMRMBH 834971 826.753 100,00 100,00 2,37Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1970, 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.(%)Em resumo, os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> 1980, 1991 e 2000 revelam que está em curso um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentraçãopopulacional interna na RMBH, evi<strong>de</strong>nciado pela redução gra<strong>da</strong>tiva <strong>da</strong> participação <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> eContagem e aumento <strong>da</strong> participação dos <strong>de</strong>mais municípios do Aglomerado Metropolitano.Com base nas populações dos distritos administrativos que compõem os municípios, constata-se que omaior dinamismo <strong>de</strong>mográfico está ocorrendo nas bor<strong>da</strong>s do Aglomerado – áreas recentemente conurba<strong>da</strong>sou em vias <strong>de</strong> serem anexa<strong>da</strong>s.Distribuição <strong>da</strong> População no Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>Distribuição <strong>da</strong> população por Regiões AdministrativasNo período entre 1980 e 1991, tal como na Região Metropolitana, o crescimento <strong>de</strong>mográfico do município<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> concentrou-se nos vetores norte e oeste. As Regiões administrativas ao norte (Ven<strong>da</strong>Nova, Norte e Pampulha) apresentaram taxas <strong>de</strong> crescimento muito superiores à média do município,acumulando cerca <strong>de</strong> 41,4% do acréscimo populacional municipal. No vetor oeste <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a região do Barreiro, com a segun<strong>da</strong> mais alta taxa entre as Regiões administrativas (3,3%),concentrou cerca <strong>de</strong> 26,4% do acréscimo <strong>da</strong> população municipal. As Regiões Leste e Noroeste sofreramper<strong>da</strong> <strong>de</strong> população, as regiões Centro-Sul e Oeste cresceram muito pouco.Entre 1991 e 2000, manteve-se o crescimento <strong>da</strong> população nos vetores norte e oeste, to<strong>da</strong>via comalterações significativas no crescimento <strong>da</strong>s diversas regiões administrativas (Gráficos III.1 a III.4).Ocorreu uma concentração muito maior do crescimento no vetor norte, sendo mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do acréscimopopulacional do município absorvido pelas regiões <strong>da</strong> Pampulha, Norte e Ven<strong>da</strong> Nova. Nota-se que<strong>da</strong> nataxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e <strong>da</strong> região Norte e aceleração no ritmo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> região <strong>da</strong>Pampulha, a que apresentou a maior dinâmica <strong>de</strong>mográfica <strong>de</strong>sta déca<strong>da</strong>.No vetor oeste <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Barreiro, embora tenha mantido um crescimento maior do que amédia municipal, reduziu bastante seu ritmo <strong>de</strong> crescimento, per<strong>de</strong>ndo participação no incremento <strong>da</strong>população municipal.Por sua vez, a região Oeste, embora tenha crescido pouco, aumentou ligeiramente seu ritmo <strong>de</strong>crescimento.O Noroeste, que estava estagnado, per<strong>de</strong>u uma população expressiva.O Centro-Sul está praticamente estagnado e o Leste <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r população, embora apresente umataxa muito pequena (0,14%).42 Municípios não integrantes do Aglomerado: Baldim, Brumadinho, Caeté, Capim Branco, Confins, Esmeral<strong>da</strong>s, Florestal, Igarapé,Itaguara, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme, Matozinhos, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, RioAcima, Rio Manso, São Joaquim <strong>de</strong> Bicas, Taquaraçu <strong>de</strong> Minas.


358 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosREGIÃOTabela III. 3 - População <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> por Região Administrativa – 1980/1991/2000POPULAÇÃO1980(hab.)POPULAÇÃO 1991 TAXA DEPOPULAÇÃO 2000CRESC. 80-91(hab.) %(% a.a.)(hab.) %TAXA DECRESC. 91-00(% a.a.)Barreiro 154.743 221.072 10,9 3,30 263.844 11,8 1,98Centro-Sul 238.971 251.481 12,4 0,46 261.654 11,7 0,44Leste 261.626 250.032 12,4 -0,41 253.264 11,3 0,14Nor<strong>de</strong>ste 211.138 249.693 12,4 1,54 272.145 12,2 0,96Noroeste 337.765 340.530 16,9 0,07 334.423 15,0 -0,20Norte 114.585 154.028 7,6 2,73 193.590 8,7 2,57Oeste 235.650 249.350 12,3 0,52 266.801 11,9 0,75Pampulha 80.284 105.181 5,2 2,49 141.763 6,3 3,37Ven<strong>da</strong> Nova 133.730 198.794 9,8 3,67 245.263 11,0 2,36<strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>1.768.492 2.020.161 100,0 1,22 2.232.747 100,0 1,12Fonte: IBGE, Censos Demográficos <strong>de</strong> 1970, 1980 e 1991; <strong>da</strong>dos preliminares do Censo Demográfico <strong>de</strong> 2000, fornecidos em outubro <strong>de</strong> 2001.Distribuição <strong>da</strong> População por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento (UP)Com o foco nas 81 Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, po<strong>de</strong>-se constatar, <strong>de</strong> início, que já nadéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 a baixa taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong> 1.1% ao ano escondia um processo muitodinâmico <strong>de</strong> redistribuição <strong>da</strong>s pessoas no espaço <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um número expressivo <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s maiscentrais apresentava per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> população.Na última déca<strong>da</strong>, 21 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s sofreram per<strong>da</strong>s expressivas que, juntas, chegam a quase 50 mil habitantes.Essas per<strong>da</strong>s atingiram, principalmente, áreas situa<strong>da</strong>s nas regiões Noroeste (principalmente as UPs PadreEustáquio, Antônio Carlos, Abílio Machado e PUC), Centro-Sul (UPs Centro, Francisco Sales, Santo Antônioe Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais, principalmente) e Leste (UPs Boa Vista, Floresta/Santa Tereza, Pompéia e SantaInês). Enquanto isso, mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s UPs apresentou taxas superiores à média municipal, sendo que10 <strong>de</strong>las, situa<strong>da</strong>s nas diversas regiões, em especial na região <strong>da</strong> Pampulha, apresentaram taxas muitoeleva<strong>da</strong>s, no nível do crescimento <strong>da</strong>s áreas mais dinâmicas <strong>da</strong> Região Metropolitana.Estudo realizado para o Plano Diretor constatou que o crescimento <strong>da</strong> população estava se <strong>da</strong>ndo naperiferia. Na área pericentral o crescimento era menor e as per<strong>da</strong>s se <strong>da</strong>vam especialmente nas áreas maiscentrais. Isto continua ocorrendo, com algumas variações. O maior crescimento ocorre nas áreas menosocupa<strong>da</strong>s que se encontram nas periferias. No entanto, diversas áreas que na déca<strong>da</strong> anterior tiveram umcrescimento muito expressivo diminuíram seu ritmo, na medi<strong>da</strong> em que atingiram uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> alta <strong>de</strong>ntrodo padrão unifamiliar <strong>de</strong> ocupação.Entre as UPs que per<strong>de</strong>ram população, várias se localizam na área pericentral, inclusive em áreas bastanteafasta<strong>da</strong>s do centro (Mapa II.3). Diversas UPs já vêm per<strong>de</strong>ndo população há várias déca<strong>da</strong>s e em umaquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> muito expressiva. A área central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> havia perdido até 1991 perto <strong>de</strong> 26 milpessoas e continuou per<strong>de</strong>ndo população nesta déca<strong>da</strong>, embora em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> bem inferior à <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>spassa<strong>da</strong>s. No Centro propriamente dito houve per<strong>da</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4 mil, cabendo salientar que istocorrespon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> sua população. A região <strong>da</strong> Av. Francisco Sales e Santo Antônio tambémper<strong>de</strong>ram população expressiva. Na área central, além <strong>da</strong> competição <strong>de</strong> usos econômicos que vemtomando o lugar <strong>da</strong> população, vem diminuindo muito o número <strong>de</strong> pessoas por domicílio, sendo que nocentro há um gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> domicílios com um único morador. Neste ponto é interessante notarque a Savassi apresentou uma taxa <strong>de</strong> crescimento superior à média do município. Neste caso, sabe-seque a região tem perdido o dinamismo <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que têm sofrido concorrência <strong>de</strong> outros centrosemergentes como o do Belve<strong>de</strong>re e, por outro lado, tem ocorrido um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro boom <strong>de</strong> construçõesresi<strong>de</strong>nciais. Estes dois fatores – competição <strong>de</strong> usos e que<strong>da</strong> no número <strong>de</strong> pessoas por domicílio – emmaior ou menor proporção <strong>de</strong>vem explicar a maioria dos <strong>de</strong>mais casos <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> população. Em váriasáreas há uma renovação do uso resi<strong>de</strong>ncial com <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> barracões on<strong>de</strong> moravam famílias maiorespor apartamentos para on<strong>de</strong> vêm famílias menores. Em alguns casos estes fatores são muito fortes, namedi<strong>da</strong> em que mesmo com acréscimo muito expressivo <strong>de</strong> domicílios, houve que<strong>da</strong> <strong>da</strong> população. É ocaso <strong>da</strong>s UPs Antônio Carlos, Padre Eustáquio, Barroca, Santo Antônio e Abílio MachadoEm alguns casos, como na UP Antônio Carlos, as <strong>de</strong>sapropriações para obras públicas po<strong>de</strong>riam terexplicar a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> população. Também explicaria o crescimento <strong>de</strong>mográfico menor do que o esperado a


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 359quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> domicílios vagos, fechados e <strong>de</strong> uso ocasional. É o caso <strong>da</strong>s UPs Castelo (30%), Savassi(25%), Buritis (25%), Antônio Carlos, Padre Eustáquio, Centro, Barro Preto, Francisco Sales, e Belve<strong>de</strong>re.As áreas que mais cresceram são, em sua gran<strong>de</strong> maioria, áreas que se encontravam ain<strong>da</strong> bastantevazias, como a UP Furquim Werneck, que receberam acréscimos populacionais não tão gran<strong>de</strong>s,apresentando, to<strong>da</strong>via, taxas muito eleva<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>do o pequeno número <strong>de</strong> pessoas resi<strong>de</strong>ntes no ano base.Neste caso, há dois tipos <strong>de</strong> áreas: por um lado áreas periféricas que vêm sendo ocupa<strong>da</strong>s por população<strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> parece haver um impacto razoável <strong>da</strong> política habitacional do município no início dosanos 90 (Taquaril, Jardim Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>). Apenas duas UPs periféricas com ocupação <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> que nadéca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 tiveram um ritmo acelerado <strong>de</strong> crescimento, encontrando-se já bastante ocupa<strong>da</strong>s no final<strong>da</strong>quela déca<strong>da</strong>, continuaram crescendo muito na déca<strong>da</strong> atual: Piratininga e Jaqueline.O outro caso é o <strong>da</strong>s novas áreas <strong>de</strong> classes médias que vêm se ocupando muito rapi<strong>da</strong>mente: Castelo,Buritis e Belve<strong>de</strong>re, bem como o <strong>de</strong> algumas áreas mais antigas que já vinham crescendo e quecontinuaram a crescer dinamiza<strong>da</strong>s pela mu<strong>da</strong>nça na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação unifamiliar paramultifamiliar, por exemplo o Ouro Preto, Santa Amélia e Jaraguá e, em menor escala, Copacabana eSarandi. É provavelmente também este fator que vem provocando crescimento <strong>de</strong>mográfico em várias UPs<strong>da</strong> Pampulha (Santa Amélia, p. ex.) e mesmo <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova (Copacabana).Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s DemográficasAs <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mográficas por Setores Censitários em 1991 e 2000 são representa<strong>da</strong>s no Anexo II:Mapas 4 e 5.É interessante observar que as mais altas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concentram-se nas favelas e no hipercentro.Pequenas áreas <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> se distribuem <strong>de</strong> forma muito dispersa por todo o tecido urbano,correspon<strong>de</strong>ndo a favelas e a conjuntos resi<strong>de</strong>nciais, verticalizados ou não.2.2 - Indicadores <strong>da</strong> Dinâmica <strong>de</strong> Ocupação do SoloAs informações constantes <strong>da</strong> Tabela III.4 são utiliza<strong>da</strong>s em ensaios em elaboração, com o objetivo <strong>de</strong>construir indicadores <strong>de</strong> monitoramento do <strong>de</strong>senvolvimento urbano. Têm origem no Ca<strong>da</strong>stro Imobiliário doCa<strong>da</strong>stro Técnico <strong>Municipal</strong> (CTM) <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> no período <strong>de</strong> <strong>de</strong>z/1996 a <strong>de</strong>z/2000.Esses <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>vem ser tratados com ressalvas, pois refletem a característica tributária do CTM, sendomais confiáveis na área central, na área pericentral, nas regiões Oeste e Pampulha, bem como em regiõesmais consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s (Leste, p. ex.).No caso <strong>da</strong>s áreas vagas, a tendência nas <strong>de</strong>mais regiões é estarem superestima<strong>da</strong>s. Entretanto,consi<strong>de</strong>ramos que as concentrações espaciais <strong>de</strong> áreas vagas e as proporções entre regiões sejamsuficientemente próximas do real para permitir comparações em escala macro.Esses <strong>da</strong>dos servem <strong>de</strong> base para a construção <strong>de</strong> mapas relativos à dinâmica <strong>da</strong> ocupação e do solo <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> após a entra<strong>da</strong> em vigor <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96. São utilizados como indicadores <strong>de</strong>:– Grau <strong>de</strong> Consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> espaços, aferido pela relação entre área <strong>de</strong> lotes vagos/ área total parcela<strong>da</strong>por quadra (Mapa II.6);– Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ocupação, medi<strong>da</strong> pelo IDC – Índice <strong>de</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Construtiva (Mapa II.7), e– Dinâmica do Uso do Solo, avalia<strong>da</strong> pelo crescimento <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais.Índice <strong>de</strong> Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Construtiva (IDC) é a relação área construí<strong>da</strong>/área do terreno, consi<strong>de</strong>rando tanto oslotes vagos como os construídos. É expresso em metros quadrados construídos por hectare <strong>de</strong> área <strong>de</strong>quadra. Ex.: um acréscimo do IDC <strong>de</strong> 5000 m 2 /ha/quadra significa que na área base <strong>de</strong> cálculo (a quadra)houve um acréscimo <strong>de</strong> 5000 m2 por ha.


360 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosTabela III. 4 - Área parcela<strong>da</strong> vaga, índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva (IDC), crescimento (%) <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais – 1996/2000 e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s não resi<strong>de</strong>nciais em 2000REGIÃOÁreaCentralREDUÇÃONA ÁREAVAGA DE1996RELAÇÃOÁREA VAGA/ÁREA TOTAL(%)ÍNDICE DEDENSIDADECONSTRUTIVAIDCCRESCIMENTO DE UNIDADESCADASTRADAS(%)(%) 1996 2000 1996 2000 TOTAL RESIDENCIALNÃORESIDENCIALDISTRIBUIÇÃOUNIDADESNÃORESIDENCIAIS44,5 7,1 3,98 23.806 26.816 12 8 30 45,9Sul 15,7 42,5 37,00 8.088 9.415 13 11 26 9,3Barreiro 31,0 51,3 37,17 1.781 1.971 5 5 5 4,7Leste -10,0 23,0 19,78 3.890 4.219 6 7 3 5,9Nor<strong>de</strong>ste 8,3 36,0 31,81 3.428 3.827 8 10 2 5,8Noroeste 24,2 27,0 21,02 4.340 4.693 9 10 5 9,8Norte 20,3 42,5 33,18 1.904 2.190 6 6 3 2,7Oeste 5,5 42,6 39,32 3.721 4.369 16 16 16 7,5Pampulha 13,6 52,4 40,58 1.991 2.491 16 18 7 4,7Ven<strong>da</strong>Nova13,5 35,0 29,71 2.202 2.517 9 10 3 3,7Total 16,2 39,3 31,75 3.800 4.309 100 100 100 100,0Fonte: PBH, CTM, Ca<strong>da</strong>stro Imobiliário.2000


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 361Gráfico III. 1 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (1991)Gráfico III. 2 - Distribuição <strong>da</strong> população por região administrativa (2000)População Resi<strong>de</strong>nte - 1991Participação no município (%)V en<strong>da</strong> Nova (10%)Barreiro (11% )Pampulha (5% )105.181198.794221.072Centro-Sul (12% )Oeste (12% )251.481249.350Norte (8%)154.028340.530249.693250.032Leste (12% )Noroeste (18%)Nor<strong>de</strong>ste (12%)<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 2.020.161 habitantes (100%)População Resi<strong>de</strong>nte - 2000Participação no município (%)V en<strong>da</strong> Nova (11,0%)Barreiro (11,8% )Pampulha (6,3% )245.263263.844Centro-Sul (11,7% )141.763261.654Oeste (11,9%)266.801193.590253.264Leste (11,3%)Norte (8,7%)334.423272.145Nor<strong>de</strong>ste (12,2%)Noroeste (15,0% )<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 2.232.747 habitantes (100% )


362 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosGráfico III. 3 - Distribuição do acréscimo populacional por região administrativa (1980-1991)Gráfico III. 4 - Distribuição do acréscimo populacional por região administrativa (1991-2000)A créscimo <strong>de</strong> População 1980-1991e participação no acréscimo (% )Leste: - 11.594 (-4%)V en<strong>da</strong> Nova (26% )Barreiro (26% )65.06466.32924.89712.510Centro-Sul (5% )Pampulha (10% )13.70038.55539.443Oeste (5% )2.765Nor<strong>de</strong>ste (15%)Norte (16%)Noroeste (1% )<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 251.669 habitantes (100%)A créscimo <strong>de</strong> População 1991-2000e participação no acréscimo (% )Noroeste: - 6.107 (-3%)V en<strong>da</strong> Nova (22% )Barreiro (20% )46.46942.772Centro-Sul (5%)10.1733.232Leste: (1%)Pampulha (17% )36.58222.45217.45139.562Nor<strong>de</strong>ste (11% )Oeste (8%)Norte (19%)<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>: 212.586 habitantes (100% )


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 3633 - EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIONo Brasil, o mercado imobiliário apresenta características bastante peculiares, que vêm sendo salienta<strong>da</strong>spor vários autores:– é regido pela lógica dos investimentos alternativos, tendo um caráter especulativo;– é um mercado competitivo: os empreen<strong>de</strong>dores entram com tudo nas novas alternativas que se abrem,criando altos e baixos constantes, levando à existência <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras safras <strong>de</strong> imóveis. São ciclosmuito curtos, que o mercado chama <strong>de</strong> “efeito sanfona”;é muito segmentado, com muitos agentes, que atuam com lógicas diferencia<strong>da</strong>s, constituindo diferentesfaixas <strong>de</strong> mercado: gran<strong>de</strong>s investidores/incorporadores, construtoras gran<strong>de</strong>s, médias e pequenas,investidores avulsos ligados ao capital mercantil, o Estado produtor <strong>de</strong> moradias, os grupos<strong>de</strong>man<strong>da</strong>tários <strong>da</strong> moradia;– é muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do financiamento público e/ou <strong>da</strong> ação regulatória e investidora dos agentespúblicos urbanos.A combinação <strong>de</strong>ssas especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s conjunturas econômicas e políticas gera momentosmuito diferenciados do mercado, com impactos no espaço urbano, e diferentes formas e níveis <strong>de</strong>apropriação priva<strong>da</strong> <strong>da</strong>s condições coletivas que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> constitui: seja pela abertura <strong>de</strong> novas frentes <strong>de</strong>expansão urbana, através <strong>de</strong> loteamentos ou <strong>de</strong> conjuntos resi<strong>de</strong>nciais para abrigar diversos segmentossociais, levando a uma ocupação extensiva e <strong>de</strong>scontínua, com gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção dosserviços urbanos; seja através <strong>de</strong> ocupação intensiva e <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que ten<strong>de</strong> à super utilização <strong>da</strong>sinfra-estruturas e/ou à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.Constituem-se, assim, tipos e níveis diferentes <strong>de</strong> segregação social no espaço.3.1 - Uma Abor<strong>da</strong>gem HistóricaO estudo feito para o Plano Diretor fez uma abor<strong>da</strong>gem histórica <strong>da</strong> questão imobiliária, tendo i<strong>de</strong>ntificadotrês momentos eminentemente especulativos e <strong>de</strong> valorização intensa, que levaram à abertura <strong>de</strong> novasfrentes <strong>de</strong> expansão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e na Região Metropolitana: a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30 (em torno dos anos 35-37), o início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 e a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70.A déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50Sem voltar muito no passado, sabe-se que o processo <strong>de</strong> loteamento massivo dos anos 50 já preparava oAglomerado Metropolitano dos anos 70. 43 Foi um boom especulativo que <strong>de</strong>ixou uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> enorme <strong>de</strong>lotes vagos até os anos 70.O mercado <strong>de</strong> terrenos foi dominado pelos loteamentos irregulares, que avançaram sobre a periferia, comocupação muito rápi<strong>da</strong>. Foi o período dos “loteamentos clan<strong>de</strong>stinos” em várias frentes em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>,como, por exemplo: ao norte, Ven<strong>da</strong> Nova e Aarão Reis; a oeste, Betânia e Barreiro; a noroeste, a região doGlória; a nor<strong>de</strong>ste, a região do São Gabriel. Estas várias frentes penetraram nos municípios vizinhos.A déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70Este período foi marcado pelo lançamento <strong>de</strong> muitos loteamentos com infra-estrutura, que avançaraminclusive sobre áreas caracteriza<strong>da</strong>s como periferia urbana.Foram implantados muitos loteamentos <strong>de</strong>ste padrão em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e também em Betim, on<strong>de</strong>inclusive foram relançados loteamentos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, e muitos loteamentos para condomínios em NovaLima.Paralelamente, ocorreu uma gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> apartamentos com financiamento do BNH para as classesmédias então em expansão. Essa oferta se expandiu até 1976, quando começou a esfriar <strong>de</strong>vido áproibição do duplo financiamento.Saliente-se ain<strong>da</strong> neste período a ausência do Estado na oferta <strong>de</strong> habitação <strong>de</strong> interesse social e umaagressiva política <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfavelamento em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, os loteamentos irregulares per<strong>de</strong>ram espaço em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e nos municípios mais<strong>de</strong>senvolvidos <strong>da</strong> Região Metropolitana. Verificou-se, to<strong>da</strong>via, uma oferta enorme <strong>de</strong> loteamentos popularesirregulares em Ribeirão <strong>da</strong>s Neves e, em menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, em Ibirité.O final dos anos 70/início dos 80 foi dominado por gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> apartamentos para classe média baixa,em função <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito fácil. Foram abertas muitas novas frentes <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>stascama<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo aprova<strong>da</strong> em1976, e também em Contagem e Betim.43 Cf. PLAMBEL, “O Mercado <strong>da</strong> Terra na Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>”, 1987.


364 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosEssa fase acabou <strong>de</strong>ixando atrás <strong>de</strong> si, além <strong>de</strong> novos espaços ocupados por este segmento <strong>da</strong> população,muitos conjuntos não vendidos, vários <strong>de</strong>les invadidos.A déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980Após 1982 e, em particular <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1984, ocorreu um esfriamento geral do mercado, que acabou sendoain<strong>da</strong> maior com a <strong>de</strong>sativação do BNH.Sem condições <strong>de</strong> financiamento, a oferta se dirigiu para os setores <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> mais alta.A déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 foi um período <strong>de</strong> expansão do processo <strong>de</strong> favelização. Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, foraminvadi<strong>da</strong>s, inclusive, partes <strong>de</strong> loteamentos ain<strong>da</strong> vazios vendidos nos anos 50, como Leblon eCopacabana.Entre 1984 e 1990, numa reação antiBNH, foram criados programas habitacionais altamente subsidiados,nos quais as prefeituras construíam as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com recursos do Governo Fe<strong>de</strong>ral e as distribuíam àsfamílias. O primeiro conjunto <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo na Região Metropolitana foi Nova Contagem, com cerca <strong>de</strong> 3400uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Esse mo<strong>de</strong>lo foi transferido para o Estado quando o prefeito <strong>de</strong> Contagem se tornou governador,sendo criado o Pró-Habitação. Como os recursos eram limitados por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> construí<strong>da</strong>, muitos conjuntosnão alcançaram o número previsto <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou se implantaram com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> muito baixa <strong>de</strong>construção e <strong>de</strong> infra-estrutura urbana.A <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> implantou segundo o mesmo mo<strong>de</strong>lo, sem maiores cui<strong>da</strong>dos nos projetos,alguns conjuntos muito precários e em situações irregulares. Vários <strong>de</strong>stes conjuntos sofreram invasão <strong>de</strong>suas áreas públicas (ver<strong>de</strong>s e institucionais), bem como no entorno, criando-se enormes bolsões <strong>de</strong>pobreza.3.2 - Evolução Recente do Mercado ImobiliárioA déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 e o início <strong>de</strong>sta déca<strong>da</strong> não têm apresentado um mercado muito dinâmico. As condições domercado financeiro e acionário, bem como o aumento dos ônus <strong>de</strong> manter terrenos vagos, vêm reduzindo oespaço para a atuação imobiliária como investimento, inclusive para os aluguéis.Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> vem caindo a proporção <strong>de</strong> imóveis alugados, bem como o valor dos aluguéis emrelação ao preço dos imóveis.Diante disto, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> não vem ocorrendo na<strong>da</strong> <strong>de</strong> muito grandioso. Nos últimos anos, osempreendimentos inovadores do gran<strong>de</strong> capital incorporador foram: o complexo Minas Shopping/MinasCasa/Ouro Minas/Jardins, o Belve<strong>de</strong>re e o empreendimento <strong>da</strong> lagoa dos Ingleses, além do dinamismo <strong>da</strong>ocupação no Centro-Sul. Agreguem-se a isto dois loteamentos convencionais que se ocuparam muitorapi<strong>da</strong>mente: o Castelo/Manacás e o Buritis.A indústria <strong>de</strong> construção capitaliza<strong>da</strong> se dualiza: um grupo <strong>de</strong> empresas se especializa no mercado <strong>de</strong> altae média ren<strong>da</strong> e outro grupo se especializa no mercado dito popular, que na prática se volta para as classesmédias baixas.O mercado <strong>de</strong> alta e média ren<strong>da</strong>Este mercado segue as direções tradicionais e acompanha as inovações dos gran<strong>de</strong>s incorporadores.Afetado pela limitação dos créditos imobiliários, tem se voltado para os segmentos <strong>de</strong> mais alta ren<strong>da</strong> aolongo dos últimos quinze anos.Periodicamente empresas “quebram” por dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> financiamento.Nos últimos anos, ocorre uma concentração do mercado em um número menor <strong>de</strong> empresas. As pequenase médias empresas e os empreen<strong>de</strong>dores avulsos têm perdido espaço.Este é um mercado <strong>de</strong> apartamentos, muito centrado na região Centro-Sul. Frente à alteração <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> usodo solo em 1996, houve um boom construtivo (maior para os imóveis comerciais) para aproveitamento dosíndices <strong>da</strong> lei anterior, após o que reduziram-se muito os novos empreendimentos.Agentes <strong>de</strong>ste mercado se preocupam com o baixo potencial <strong>de</strong> expansão <strong>da</strong>s regiões atraentes para suaatuação, a região Centro-Sul e a Pampulha, <strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já altas <strong>da</strong> Centro-Sul, aos preços dosterrenos que continuam altos, não tendo absorvido o rebaixamento do potencial construtivo imposto pela Lein. o 7.166/96, além <strong>da</strong> restrição ao aproveitamento dos imóveis <strong>de</strong> interesse histórico cultural.As limitações à expansão <strong>de</strong> seus espaços <strong>de</strong> atuação po<strong>de</strong>m levar à busca <strong>de</strong> outras alternativas,dinamizando a extensão <strong>da</strong> zona sul em Nova Lima, ou mesmo outros espaços.O mercado <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> média baixaEste mercado é dominado por dois tipos <strong>de</strong> empresas: algumas poucas que conseguiram criar mecanismospróprios <strong>de</strong> financiamento (oligopolização do mercado) e empresas que controlam o acesso ao créditoassociativo (Cooperativas).Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> localização dos empreendimentos, as empresas <strong>de</strong>ste submercado vinham buscando


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 365áreas já consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s.A partir <strong>de</strong> 1997 dois fatores afetam este mercado: a liberação <strong>de</strong> volume maior <strong>de</strong> crédito pela CaixaEconômica Fe<strong>de</strong>ral e a mu<strong>da</strong>nça na legislação <strong>de</strong> uso do solo. Empresas liga<strong>da</strong>s ao mercado <strong>de</strong> alta emédia ren<strong>da</strong> criaram subsidiárias para atuar nesta fatia do mercado, resultando em aumento expressivo <strong>da</strong>oferta.Apesar <strong>de</strong> algumas tentativas <strong>de</strong> atuação através <strong>de</strong> casas gemina<strong>da</strong>s, inviabiliza<strong>da</strong>s pelas restrições àescala dos empreendimentos, este é um mercado <strong>de</strong> apartamentos.A partir <strong>da</strong> aprovação <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96, as empresas passaram a buscar regiões <strong>de</strong> ZAP, que antes eramZR-3, especialmente ao norte <strong>da</strong> Pampulha, para seus empreendimentos.A produção <strong>de</strong> habitação <strong>de</strong> interesse socialApós a problemática atuação em mol<strong>de</strong>s empresariais <strong>da</strong> COHAB no início dos anos 80 e o fracasso domo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> doação <strong>de</strong> meados <strong>da</strong> mesma déca<strong>da</strong>, a produção estatal <strong>de</strong> interesse social em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>viveu uma retração quase completa. Só recentemente, a partir <strong>de</strong> 1997, é retoma<strong>da</strong> pela <strong>Prefeitura</strong>, <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> uma política habitacional muito bem estrutura<strong>da</strong> em termos <strong>de</strong> organização e âmbito <strong>de</strong> atuação.Existe um conselho atuante que <strong>de</strong>fine a política, um órgão executivo com tradição <strong>de</strong> atuação, um fundo <strong>de</strong>recursos e uma ação articula<strong>da</strong> com os movimentos reivindicatórios.O âmbito <strong>da</strong> ação não se limita à construção <strong>da</strong> moradia. Ao contrário é uma priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> política aregularização e urbanização <strong>da</strong>s ocupações ilegais, on<strong>de</strong> a atuação é inovadora.A atuação não é maior em função <strong>da</strong> escassez dos recursos, tanto os recursos fe<strong>de</strong>rais subsidiados, quantoos recursos próprios <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>. Os financiamentos têm se mostrado bastante difíceis. Também limitam ovolume <strong>de</strong> construções o nível <strong>de</strong> subsídios e o valor <strong>da</strong>s construções, que são altos, além <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>obtenção <strong>de</strong> terrenos a<strong>de</strong>quados.Dentro <strong>da</strong> produção estatal subsidia<strong>da</strong>, recentemente foi criado o Programa <strong>de</strong> Arren<strong>da</strong>mento Resi<strong>de</strong>ncial(PAR), que visa oferecer moradias para as faixas <strong>de</strong> 3 a 6 salários mínimos em sistema tipo leasing. 44É uma articulação <strong>da</strong> Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral (CEF) com empresas particulares, tendo realizado umaoferta expressiva <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Ao final do ano <strong>de</strong> 2001 estavam prontas ou em obra8.104 uni<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>nciais na RMBH, sendo 1.362 no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. A participação <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> é pequena (16,8%) se compara<strong>da</strong> com a sua participação na população metropolitana (51%).A implementação <strong>de</strong>ste programa tem apresentado limitações, como: construção <strong>de</strong> imóveis no limitesuperior <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> atendimento (vinte mil reais); preferência <strong>da</strong>s associações <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>tários <strong>da</strong>habitação para os programas subsidiados <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>; restrições ao aluguel, em função do risco <strong>de</strong> per<strong>da</strong>do que se gastou com o imóvel.O mercado informal <strong>da</strong> habitaçãoNão existem informações objetivas para dimensionar o mercado informal <strong>de</strong> moradias nem em <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> nem na Região Metropolitana. No entanto, po<strong>de</strong>-se afirmar sem medo <strong>de</strong> errar que nesta últimadéca<strong>da</strong> foi um mercado altamente dinâmico.Em primeiro lugar, como já se viu e como tem ocorrido em outras regiões metropolitanas brasileiras 45 , aprodução empresarial <strong>de</strong> habitações na última déca<strong>da</strong> per<strong>de</strong>u participação no mercado, em função <strong>da</strong>que<strong>da</strong> nos financiamentos públicos.Por outro lado, a produção estatal vem se reestruturando, mas não apresentou escala significativa no caso<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Abre-se, assim, espaço para o amplo mercado chamado <strong>de</strong> informal.De fato, enquanto na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 houve um acréscimo no município <strong>de</strong> 133.232 domicílios pelos <strong>da</strong>dosdo Censo Demográfico, o Ca<strong>da</strong>stro Técnico <strong>Municipal</strong> registrou cerca <strong>de</strong> 124 mil imóveis resi<strong>de</strong>nciais novos.Já na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 o acréscimo <strong>de</strong> domicílios foi <strong>de</strong> 167 mil, enquanto o Ca<strong>da</strong>stro i<strong>de</strong>ntifica não mais doque 90 mil novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais construí<strong>da</strong>s. A diferença entre estes dois números aumentoubastante nesta déca<strong>da</strong>, passando <strong>de</strong> 9 mil para 77 mil uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais não ca<strong>da</strong>strados. Este número<strong>de</strong> habitações po<strong>de</strong>ria ser enquadrado como o resultado <strong>da</strong> produção informal.Cabe, no entanto, fazer várias consi<strong>de</strong>rações sobre este número.Em primeiro lugar, há diferenças entre o conceito <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial do Ca<strong>da</strong>stro e o <strong>de</strong> domicílio doIBGE.O conceito <strong>de</strong> domicílio se refere ao espaço ocupado por um conjunto articulado <strong>de</strong> pessoas, enquanto auni<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial se refere a uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva fisicamente <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>. Po<strong>de</strong> haver mais <strong>de</strong> umdomicílio em uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial, como em certos casos <strong>de</strong> cortiços. No entanto, as diferenças44 Os programas menos onerados do sistema habitacional exigem uma prestação <strong>de</strong> 1,2% do valor.do imóvel, no programa <strong>de</strong> arren<strong>da</strong>mento o valor do aluguel é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 0,7% do valor.45 Cf. CARDOSO, 1999.


366 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosconcretas não são tão gran<strong>de</strong>s e os dois números <strong>de</strong>veriam ser bem mais parecidos.Por outro lado, o assim chamado “mercado informal” certamente comportaria situações muito diferencia<strong>da</strong>s,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s construí<strong>da</strong>s pelo capital comercial com diferentes graus <strong>de</strong> formalização documental atéa autoconstrução em lotes irregulares e em favelas com diferentes graus <strong>de</strong> reconhecimento social.Quanto ao número propriamente dito, em primeiro lugar aquela diferença po<strong>de</strong>ria até ser maior. Das cerca<strong>de</strong> 90 mil novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s, cerca <strong>de</strong> 75% são apartamentos construídos em boaparte pela indústria <strong>da</strong> construção e, po<strong>de</strong>-se dizer, na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a ser regulariza<strong>da</strong> tendo emvista o acesso ao crédito na ven<strong>da</strong>. Dos <strong>de</strong>mais, cerca <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> casas e 5% <strong>de</strong> barracões, uma partepo<strong>de</strong> perfeitamente ter sido construí<strong>da</strong> em diferentes níveis <strong>de</strong> informali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Das 77 mil novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s resi<strong>de</strong>nciais não ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s, há um número gran<strong>de</strong> que correspon<strong>de</strong> aosimóveis em favelas, não se dispondo <strong>de</strong> informação atual sobre o número <strong>de</strong> domicílios nessas áreas.Estudos cui<strong>da</strong>dosos feitos para a URBEL estimam o acréscimo <strong>de</strong> domicílios nas favelas <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>entre 1991 e 1996 em 15.000 domicílios e cerca <strong>de</strong> 5.000 em conjuntos populares. Se tivesse sido mantidoo ritmo <strong>de</strong> crescimento, teríamos um acréscimo na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 27.000 domicílios nas favelas e 9.000 nosconjuntos populares.Os <strong>da</strong>dos dos cinco maiores aglomerados <strong>de</strong> favelas e dos três maiores conjuntos sugerem que nos últimosanos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> o ritmo <strong>de</strong> crescimento foi muito menor. Por outro lado, é certo que não há em <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> um crescimento periférico com base em loteamentos irregulares novos. Este processo extravasou<strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> já na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então o que tem ocorrido é a ocupação <strong>da</strong>queles loteamentos.Esta ocupação tem levado a um crescimento expressivo, embora <strong>de</strong>crescente, <strong>da</strong> população <strong>da</strong>s periferias,como se po<strong>de</strong> ver em Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento seleciona<strong>da</strong>s 46 , on<strong>de</strong> ocorreu um crescimento acentuadodo número <strong>de</strong> domicílios. Entre 1980 e 1991, estas UPs tiveram um acréscimo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 47.512domicílios; entre 1991 e 2000 o acréscimo foi <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 60.967. A este aumento correspon<strong>de</strong>u que<strong>da</strong> noacréscimo <strong>de</strong> população <strong>de</strong> cerca 157 mil para 130 mil.Isto representou, sem dúvi<strong>da</strong>, um enorme esforço <strong>da</strong> população na construção <strong>de</strong> novos domicílios,certamente por mecanismos informais.O enorme consumo <strong>de</strong> cimento ocorrido na meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>, quando não houve atuação expressiva dosgran<strong>de</strong>s consumidores <strong>de</strong> cimento (gran<strong>de</strong>s obras públicas, gran<strong>de</strong>s investimentos industriais ou programashabitacionais públicos <strong>de</strong> porte), só po<strong>de</strong> ser explicado pela dinamização do mercado informal <strong>da</strong> habitação.Quanto aos loteamentos, há uma dinamização do processo <strong>de</strong> loteamento irregular em várias frentes <strong>da</strong>Região Metropolitana na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 47 , tendo ocorrido, inclusive, o retorno a estemercado <strong>de</strong> várias empresas que no passado haviam empreendido este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> loteamentos, bem comoproprietários imobiliários capitalizados.O processo <strong>de</strong> loteamento foi também apoiado por municípios, que permitiram 48 e, em alguns casos,estimularam a produção <strong>de</strong> lotes pequenos (<strong>de</strong> até 200 metros quadrados). Financiados pela CaixaEconômica Fe<strong>de</strong>ral, eles geraram uma ocupação imediata que apresenta a mesma característica <strong>da</strong>ocupação dos loteamentos irregulares.Todo este processo foi dinamizado a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado momento por associações <strong>de</strong> moradores ecooperativas que executaram uma ocupação nos mol<strong>de</strong>s dos loteadores irregulares e nas mesmas frentes<strong>de</strong> ocupação.Neste caso, tem havido ocupações irregulares <strong>de</strong>ntro do município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, existindo várias áreascompra<strong>da</strong>s para este fim por associações e cooperativas 49 , várias <strong>de</strong>las com sérias limitações para suaocupação. Já existe inclusive uma mobilização <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Habitação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> para racionalizar eapoiar este processo.4 - CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO4.1 - Situação Habitacional do MunicípioO conceito <strong>de</strong> déficit habitacional que tem sido adotado incorpora a dimensão quantitativa e a qualitativa,46 As UPs seleciona<strong>da</strong>s foram: Jaqueline, Piratininga, Tupi/Floramar, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Gorduras, Céu Azul, Barreiro <strong>de</strong> Cima,Mantiqueira, Jatobá, Copacabana, Cardoso, Lindéia, Belmonte/São Gabriel, São Paulo/Goiânia. Estas UP’s têm percentuais muitobaixos <strong>de</strong> imóveis ca<strong>da</strong>strados, um máximo <strong>de</strong> 56% e um número muito pequeno <strong>de</strong> apartamentos construídos. A gran<strong>de</strong> maioria dosimóveis aí construídos o são certamente pelo mercado informal.47 São frentes dinâmicas: para além <strong>de</strong> Nova Contagem e ao longo <strong>da</strong> Br 040 rumo a Sete Lagoas, em Esmeral<strong>da</strong>s, em Lagoa Santa,no limite <strong>de</strong> Santa Luzia e Sabará ao longo <strong>da</strong> BR 262.48 São conhecidos casos em Ribeirão <strong>da</strong>s Neves e Santa Luzia.49 Glebas <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s Souza Lima e Capitão Eduardo foram vendi<strong>da</strong>s para associações e cooperativas que têm mais <strong>de</strong> 3.000associados.


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 367enten<strong>de</strong>ndo-se:– déficit quantitativo como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> moradias para reposição total <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionaisprecárias e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais para atendimento à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> não resolvi<strong>da</strong>nas condições convencionais <strong>de</strong> mercadodo;– déficit qualitativo englobando as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m melhorias <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sexistentes ou do seu entorno.O déficit habitacional qualitativo em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> engloba os assentamentos com carência <strong>de</strong> infraestrutura,<strong>de</strong> equipamentos, <strong>de</strong> serviços urbanos e em situação <strong>de</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> jurídico-legal. Nessassituações estão incorpora<strong>da</strong>s as favelas, conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social e os loteamentosclan<strong>de</strong>stinos e ilegais, que ocupam, juntos, cerca <strong>de</strong> 15% do território municipal (Mapa II.9).No que diz respeito às favelas e conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social, segundo o Censo <strong>de</strong> 1991,resi<strong>de</strong>m em mais <strong>de</strong> 100.000 domicílios localizados nesses assentamentos cerca <strong>de</strong> 22% <strong>da</strong> população <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Isto significa uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 4,20 habitantes/domicílio, índice superior ao <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, quese situa no patamar <strong>de</strong> 3,80 habitantes/domicílio (URBEL, 2000). Esse contingente populacional se distribuiem 174 vilas e favelas e 27 conjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social, ocupando aproxima<strong>da</strong>mente 5% doterritório municipal.Ao analisar os <strong>da</strong>dos do Censo Demográfico <strong>de</strong> Minas Gerais <strong>de</strong> 1991 e a Contagem Populacional <strong>de</strong> 1996,trabalhados pelo CEURB/UFMG, observa-se que a população <strong>da</strong>s vilas, favelas e conjuntos habitacionais<strong>de</strong> interesse social cresceu 5 vezes mais que a população <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>ssas áreas tem sido marca<strong>da</strong> por um processo intenso <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento everticalização, principalmente nas ocupações mais antigas e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s, e também pelo surgimento <strong>de</strong>novos assentamentos. O mesmo estudo aponta que famílias <strong>de</strong> outros bairros <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> têmmigrado para essas áreas, tornando-se o principal fator <strong>de</strong>sse crescimento.O déficit habitacional quantitativo estimado para a RMBH é <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 99.100 moradias, concentrando-se52% <strong>de</strong>sse déficit, ou 50.000 moradias, em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (FJP, 1995). Dados <strong>da</strong> SMHAB, até o ano <strong>de</strong>2000, apontam concretamente, através <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>stramento <strong>da</strong>s famílias integrantes do Movimento dos Sem-Casa, uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> pelo menos 30.000 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> para as faixas <strong>de</strong>mais baixa ren<strong>da</strong>.Conforme <strong>da</strong>dos apresentados anteriormente no ítem IV – 3.1.1, o número <strong>de</strong> lotes e <strong>de</strong> domicílios vagos noMunicípio é muito significativo e, mesmo consi<strong>de</strong>rando que parte <strong>de</strong>sse estoque po<strong>de</strong> não ser passível <strong>de</strong>utilização para fins habitacionais, indicam não só a existência <strong>de</strong> comportamentos especulativos mastambém tornam mais evi<strong>de</strong>nte um dos lados mais perversos <strong>da</strong> exclusão urbana: a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>acesso por parte <strong>da</strong>s milhares <strong>de</strong> famílias que constituem a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> habitacional do Município a essesterrenos e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> oferece.Trata-se <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s contradições <strong>da</strong> dinâmica urbana, que na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> refletem causas estruturais queextrapolam o âmbito municipal. Entretanto, apontam também, em parte, para falhas do processo <strong>de</strong>or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que talvez possam ser reverti<strong>da</strong>s.4.2 - A Habitação <strong>de</strong> Interesse Social e a Legislação UrbanísticaO Plano Diretor do Município, como instrumento básico <strong>da</strong> política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano, buscaassegurar o acesso à moradia digna por parte <strong>de</strong> todos os seus moradores, mediante o estabelecimento <strong>de</strong>diretrizes para o or<strong>de</strong>namento do solo urbano, visando o aumento <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> moradia <strong>de</strong> interesse social ea melhoria <strong>da</strong>s condições dos assentamentos habitacionais existentes. Também em relação aosinstrumentos urbanísticos previstos no nosso Plano Diretor, todos po<strong>de</strong>m favorecer, direta ou indiretamente,a questão habitacional.Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social – ZEISA partir <strong>de</strong>ssas diretrizes, a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> <strong>de</strong>dicaatenção especial ao problema habitacional ao <strong>de</strong>finir as Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS),<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à promoção <strong>de</strong> programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social:– em áreas em relação às quais há interesse público em or<strong>de</strong>nar a ocupação existente por meio <strong>de</strong>urbanização e regularização fundiária (ZEIS-1 e ZEIS-3);– em áreas não edifica<strong>da</strong>s, subutiliza<strong>da</strong>s ou não utiliza<strong>da</strong>s, em relação às quais há interesse público naprodução <strong>de</strong> novas moradias ou <strong>de</strong> terrenos urbanizados <strong>de</strong> interesse social (ZEIS-2).Na regulamentação <strong>da</strong>s ZEIS 1 e 3 foram cria<strong>da</strong>s normas específicas para regularização fundiária –urbanística e jurídica – <strong>de</strong>ssas áreas e foi alterado o Programa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Favelas(PROFAVELA), estabelecendo critérios especiais <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo e incorporandonovos instrumentos, procedimentos e mecanismos ao processo <strong>de</strong> intervenção nos assentamentos


368 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosexistentes, como, por exemplo:– instituição do Plano Global Específico como instrumento <strong>de</strong> planejamento e or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong>sintervenções nesses assentamentos, abor<strong>da</strong>ndo sempre <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> as questões físicoambientais,sócio-organizativas e jurídico-legais;– <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criação dos Grupos <strong>de</strong> Referência para acompanhamento <strong>da</strong>sintervenções;– autorização para alienação <strong>de</strong> lotes e <strong>de</strong>safetação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> pública municipal;– <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em casos <strong>de</strong> infração <strong>da</strong>s normas estabeleci<strong>da</strong>s, e <strong>de</strong> procedimentos parasua aplicação.A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong> procedimentos para sua aplicação possibilitou a atuação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> nafiscalização <strong>da</strong>s ZEIS, reivindicação antiga <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>sses assentamentos. Nesse sentido, a SMHABjá está realizando uma primeira experiência juntamente com a SCOMGER - Ven<strong>da</strong> Nova.A expectativa, quando <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> ZEIS-2, era <strong>de</strong> que sua utilização em gran<strong>de</strong> escala contribuísse paraa ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> novas moradias para a população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>, tanto pela formação <strong>de</strong>uma reserva significativa <strong>de</strong> áreas com essa finali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como também pela flexibilização <strong>de</strong> normas eparâmetros urbanísticos visando o barateamento <strong>da</strong> produção habitacional. Hoje, temos pouquíssimasZEIS-2 <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s e não estão regulamentados os parâmetros, as normas e os procedimentos especiaisque <strong>de</strong>verão prevalecer para essas áreas. Não conhecemos ain<strong>da</strong>, portanto, os efeitos <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>sseinstrumento na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Para regularização <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais áreas irregulares – “loteamentos clan<strong>de</strong>stinos e ilegais” – os instrumentosdisponíveis na LPOUS, atualmente, não conseguem viabilizar a regularização <strong>de</strong> todo este universo. Estauma importante lacuna <strong>da</strong> legislação urbanística municipal, já que esse tipo <strong>de</strong> assentamento habitacionalrepresenta uma <strong>da</strong>s principais estratégias que vêm sendo utiliza<strong>da</strong>s pela população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>para resolver seus problemas <strong>de</strong> moradia.Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir (TDC)No caso <strong>de</strong>sse instrumento, o Plano Diretor prevê que os imóveis <strong>de</strong>stinados à implantação <strong>de</strong> programashabitacionais <strong>de</strong> interesse social po<strong>de</strong>m originar a transferência do direito <strong>de</strong> construir, o que sem dúvi<strong>da</strong>representa uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> recursos para o Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação Popular. Porindicação do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana – COMPUR, o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> regulamentação doinstrumento contempla sua utilização em casos <strong>de</strong> imóveis tombados ou incluídos em conjuntos urbanostombados por seu valor histórico e cultural, <strong>de</strong> imóveis classificados como ZEIS-2 e nos casos <strong>de</strong> imóveisdotados <strong>de</strong> cobertura vegetal, classificados como ADE Ambiental. Dessa forma, atualmente, o instrumentonão po<strong>de</strong> ser aplicado nas ZEIS 1 e 3, como previsto no Plano Diretor e no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Operação UrbanaSegundo o Plano Diretor, as operações urbanas a serem realiza<strong>da</strong>s em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> po<strong>de</strong>rão incluir,entre as intervenções envolvi<strong>da</strong>s, a implantação <strong>de</strong> programas habitacionais <strong>de</strong> interesse social. Sãoimensas as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que se abrem, portanto, <strong>de</strong> utilização do instrumento no sentido <strong>de</strong> viabilizaralternativas que favoreçam a minimização dos problemas na área habitacional.Convênio Urbanístico <strong>de</strong> Interesse SocialEsse instrumento foi previsto no Plano Diretor com a intenção <strong>de</strong> estimular a participação <strong>da</strong> iniciativapriva<strong>da</strong> na ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> moradia para a população <strong>de</strong> mais baixa ren<strong>da</strong>. Entretanto até hoje nãochegou a ser utilizado.Existe uma avaliação <strong>de</strong> que a utilização do Convênio Urbanístico <strong>de</strong> Interesse Social po<strong>de</strong> se tornar maisviável em áreas <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s como ZEIS-2. Dessa forma, os dois instrumentos conjugados, um fornecendo apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parceria público/privado e o outro oferecendo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parâmetros e normasurbanísticas mais flexíveis, possam tornar mais interessante a utilização do Convênio Urbanístico <strong>de</strong>Interesse Social.Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios / IPTU Progressivo / Desapropriação com Títulos<strong>da</strong> Dívi<strong>da</strong> PúblicaA aplicação <strong>de</strong>sse instrumento po<strong>de</strong>, a longo prazo, contribuir muito para a ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong>moradias, combatendo os processos especulativos que implicam no encarecimento <strong>da</strong> produçãohabitacional e dificultam o acesso aos lotes urbanizados e às uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais através do mercadoconvencional. Também po<strong>de</strong> gerar insumos para a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação, a partir <strong>da</strong> aquisição <strong>de</strong>terrenos através <strong>da</strong> <strong>de</strong>sapropriação com títulos <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> pública, última etapa <strong>da</strong> aplicação do instrumento.Porém, a forma como ele está previsto no Plano Diretor, atualmente, restringe as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> suaaplicação com relação à Política Habitacional.Usucapião Especial <strong>de</strong> Imóvel Urbano


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 369Criado a partir <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988, vem sendo utilizado pela <strong>Prefeitura</strong> nos processos <strong>de</strong>regularização <strong>de</strong> favelas em áreas particulares <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. O Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> aperfeiçoou oinstrumento, abrindo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> propositura <strong>de</strong> ações coletivas, o que po<strong>de</strong> facilitaroperacionalmente sua aplicação e agilizar os processos judiciais.4.3 - Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoA partir <strong>de</strong> 1994, foi instalado o Sistema <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação constituído por:– um órgão gestor / executor, que inicialmente foi estabelecido como sendo a Companhia Urbanizadora<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (URBEL) e recentemente passou a ser a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação(SMHAB);– o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (CMH);– o Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação Popular (FMPH).Em 1994, o CMH aprovou uma Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação que adota como conceito <strong>de</strong> habitação amoradia inseri<strong>da</strong> no contexto urbano, provi<strong>da</strong> <strong>de</strong> infra-estrutura básica, serviços urbanos e equipamentosurbanos básicos.Uma <strong>da</strong>s principais diretrizes <strong>de</strong>ssa política é a que propõe a <strong>de</strong>mocratização <strong>da</strong> gestão, o que vem sendoimplementado através <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instâncias e processos participativos, tais como opróprio CMH, os Grupos <strong>de</strong> Referência, as COMFORÇA, o Orçamento Participativo Regional e o <strong>da</strong>Habitação, assim como as metodologias participativas implementa<strong>da</strong>s sistematicamente através dosprogramas <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.Todos esses programas aten<strong>de</strong>m sempre <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s coletivas e organiza<strong>da</strong>s, exceto nos casos <strong>de</strong> famílias<strong>de</strong>sabriga<strong>da</strong>s, removi<strong>da</strong>s para execução <strong>de</strong> obras públicas e aquelas encaminha<strong>da</strong>s pelos órgãos <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong> responsáveis por programas <strong>de</strong> reintegração social.A Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação aprova<strong>da</strong> prioriza o atendimento à população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> (famíliascom ren<strong>da</strong> familiar <strong>de</strong> até 5 salários mínimos) através <strong>da</strong> atuação em duas frentes:– intervenção em assentamentos existentes, aten<strong>de</strong>ndo à população que mora em vilas, favelas econjuntos habitacionais <strong>de</strong> interesse social;– produção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais e <strong>de</strong> novos assentamentos, para aten<strong>de</strong>r à população organiza<strong>da</strong>do Movimento dos Sem-Casa e à população a ser reassenta<strong>da</strong> por motivos <strong>de</strong> obras públicas, risco etc.Na implementação <strong>da</strong>s ações, a Política Habitacional vem <strong>de</strong>finindo programas e ações que visam, antes <strong>de</strong>tudo, a redução do déficit habitacional – quantitativo e qualitativo. Dessa forma, os programas jáimplantados e os propostos têm sua atuação dirigi<strong>da</strong> à população moradora nos assentamentos existentese/ou à população que <strong>de</strong>man<strong>da</strong> a ampliação <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais.Entre as ações nos assentamentos existentes, <strong>de</strong>stacam-se:– intervenção estrutural, que consiste no planejamento integrado <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> sistema viário, <strong>de</strong>re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água, esgoto, drenagem e eletrificação, no reassentamento <strong>de</strong> famílias, na promoção <strong>de</strong>melhorias habitacionais, no reparcelamento do solo, na consoli<strong>da</strong>ção geotécnica, na regularizaçãofundiária e em programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento comunitário;– tratamento <strong>de</strong> áreas remanescentes, que consiste no tratamento <strong>de</strong> áreas <strong>da</strong>s quais foram removi<strong>da</strong>sfamílias;– melhorias habitacionais, que consiste em melhorias, reformas e/ou ampliações <strong>da</strong>s moradias existentes;– manutenção, que consiste em serviços <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> infra-estrutura e consoli<strong>da</strong>ção geotécnica nosassentamentos existentes.Entre as ações para a produção <strong>de</strong> novas moradias, <strong>de</strong>stacam-se:– produção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais, que consiste no parcelamento e/ou urbanização <strong>de</strong> terreno,quando for o caso, e construção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais;– produção <strong>de</strong> lotes urbanizados, que consiste no parcelamento e urbanização <strong>de</strong> gleba;– construção <strong>de</strong> moradias, que consiste na produção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais em lotes urbanizados.Em função do alto custo dos terrenos mais a<strong>de</strong>quados à implantação <strong>de</strong> programas habitacionais,implicando portanto na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um maior aproveitamento <strong>da</strong>s áreas, a SMHAB vem adotando averticalização <strong>da</strong>s edificações, sejam unifamiliares ou multifamiliares.Segundo a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação po<strong>de</strong>rão ser utiliza<strong>da</strong>s três formas <strong>de</strong> gestão na implementaçãodos programas habitacionais:– gestão pública: a <strong>Prefeitura</strong> gerencia todo o processo <strong>de</strong> implantação do programa habitacional, sendorepassado ao beneficiários o produto final;


370 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados– co-gestão: há uma divisão <strong>de</strong> atribuições <strong>de</strong> gerenciamento <strong>da</strong> implantação do programa habitacionalentre a <strong>Prefeitura</strong> e os beneficiários, sendo repassados a estes os insumos, como por exemplo omaterial <strong>de</strong> construção;– autogestão: o movimento popular organizado gerencia todo o processo <strong>de</strong> implantação do programahabitacional, sendo repassados aos beneficiários os recursos financeiros necessários.Programas Habitacionais <strong>de</strong> Interesse SocialAs intervenções são viabiliza<strong>da</strong>s através do <strong>de</strong>senvolvimento dos programas listados a seguir. Programas Municipais:– Programa Estrutural para Áreas <strong>de</strong> Risco (PEAR), que objetiva implementar ações <strong>de</strong> prevenção erecuperação <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> risco, incluindo o atendimento emergencial durante o período chuvoso;– Orçamento Participativo Regional, que discute a aplicação dos investimentos municipais <strong>de</strong>stinados aobras <strong>de</strong> urbanização;– Orçamento Participativo <strong>da</strong> Habitação, que discute a aplicação dos investimentos municipais <strong>de</strong>stinadosao atendimento dos movimentos dos sem-casa;– Programa <strong>de</strong> Reassentamento <strong>de</strong> Famílias Removi<strong>da</strong>s em Função Obras Públicas ou Vitima<strong>da</strong>s porCalami<strong>da</strong><strong>de</strong> (PROAS);– Plano Global Específico (PGE), que objetiva o planejamento <strong>de</strong> intervenções integra<strong>da</strong>s em favelas;– Autogestão, que objetiva a produção <strong>de</strong> novas moradias através <strong>de</strong> processos autogestionáriosenvolvendo associações ou cooperativas habitacionais;– Regularização Fundiária, que objetiva a regularização urbanística e jurídica <strong>de</strong> assentamentoshabitacionais novos ou existentes.Programas em parceria com o Governo Fe<strong>de</strong>ral:– Crédito Associativo – Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral (CEF), linha <strong>de</strong> crédito para associações oucooperativas habitacionais, utilizando recursos do FGTS, visando financiar a implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>produção habitacional;– Melhorias Habitacionais – CEF, linha <strong>de</strong> crédito individual visando financiar melhorias habitacionais;– Habitar-Brasil – BID, que repassa recursos do BID e do OGU a municípios, objetivando financiar ações<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento institucional e <strong>de</strong> intervenção em assentamentos existentes;– Pró-moradia – CEF, que repassou recursos a municípios, financiando intervenções para melhoria <strong>da</strong>scondições <strong>de</strong> moradia <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>;– Pró-infra e PASS – CEF, que repassaram recursos do OGU a municípios para intervenções em infraestrutura;– Habitar-Brasil – EMG, que repassou recursos do OGU a municípios através dos governos estaduais eCEF (no caso <strong>de</strong> BH, através do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais) para produção <strong>de</strong> moradias parareassentamento <strong>de</strong> famílias em situação <strong>de</strong> risco;– PAR – CEF, linha <strong>de</strong> crédito para empresas construtoras, utilizando recursos do FGTS, visandofinanciar projetos <strong>de</strong> produção habitacional a serem comercializa<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> leasing.Cooperativas HabitacionaisConsi<strong>de</strong>rando que a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos para a construção <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais é insuficientepara suprir a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, o movimento popular pela moradia propôs como alternativa a criação <strong>de</strong> umprograma visando apoiar empreendimentos <strong>de</strong> iniciativa <strong>da</strong>s cooperativas habitacionais.A implementação <strong>de</strong>sse programa surge como um avanço <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Habitação e consiste nopoio técnico para a elaboração <strong>de</strong> estudos e projetos executivos <strong>de</strong> parcelamentos e edificações, visando oplanejamento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> assentamentos habitacionais regulares promovidos por cooperativas. Esseapoio técnico processa-se através <strong>da</strong> autogestão ou gestão pública, e os recursos para esse benefício vêmdo OPH.Política <strong>de</strong> Financiamento e SubsídioUma <strong>da</strong>s diretrizes <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação é a criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> financiamento e subsídioregi<strong>da</strong>s por critérios sociais, objetivando o acesso <strong>da</strong>s famílias à moradia digna e o retorno <strong>de</strong> recursos aoFundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação Popular (FMHP) para reinvestimento em programas habitacionais. Em 1996,o CMH aprovou uma resolução contendo as normas para o financiamento e concessão <strong>de</strong> subsídios aosbeneficiários dos programas habitacionais <strong>de</strong>senvolvidos com recursos do FMHP, constituindo assim umapolítica que vem sendo implanta<strong>da</strong>, estando previsto até o final <strong>de</strong> 2004 o financiamento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 4.600uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais. Recentemente, foi criado pelo CMH um grupo temático <strong>de</strong> financiamento, que temavaliado e elaborado propostas <strong>de</strong> ajustes e a<strong>de</strong>quações necessárias para o aprimoramento <strong>da</strong> política <strong>de</strong>


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 371financiamento e subsídio.5 - ESPAÇOS DE REFERÊNCIA SIMBÓLICAAo vivermos numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixamos marca<strong>da</strong> em seus espaços nossa história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> individual e coletiva.Nossos costumes cotidianos, nossas percepções, nossa relação com o que gostamos e não gostamos enossas referências espaciais e afetivas constróem o imaginário e a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> do que enten<strong>de</strong>mos por <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>. As nossas lembranças e esquecimentos tecem a memória, ou seja, os sentimentos e aspercepções que temos dos lugares e <strong>da</strong>s pessoas. E as relações socialmente constituí<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>remontam à casa, à rua, ao jardim, à praça, ao bairro. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é, então, por excelência, o lugar que guar<strong>da</strong>memória, com a qual os habitantes constróem e alimentam sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, sua história.Em uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> existem várias ci<strong>da</strong><strong>de</strong>las: o fazer humano nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s é múltiplo, é resultado <strong>de</strong> uma trocae apreensão plural do homem em relação ao espaço vivido. As relações estabeleci<strong>da</strong>s entre as pessoas noseu cotidiano, nos caminhos percorridos, nas festas e no trabalho e as múltiplas trocas materiais esimbólicas estabeleci<strong>da</strong>s conformam nosso patrimônio histórico. Através <strong>da</strong> relação do homem com oespaço no tempo é que os símbolos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> são constituídos. Assim, nossa apreensão do espaçourbano, nossas referências na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, nosso sentimento <strong>de</strong> pertencimento ao lugar se solidificam com apreservação <strong>da</strong> simbologia e <strong>da</strong> paisagem constituí<strong>da</strong> por nosso patrimônio urbano. O homem se reconhecena ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que constrói, pois atribui significado aos espaços produzidos por ele no dia a dia. E os lugaresincorporam intenções e <strong>de</strong>vem ser compreendidos no que lhes dá sentido, como espaços que foram, são eserão vividos e rememorados.Com o processo <strong>de</strong> globalização, temos a sensação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r transitar pelo mundo: conhecer lugares,museus e até ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Por outro lado, esse fenômeno <strong>de</strong>sperta nas pessoas, ca<strong>da</strong> vez mais, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> se auto-afirmarem, <strong>de</strong> valorizarem suas raízes, suas tradições e sua cultura, para que se situem diantedo restante do mundo. Afinal, é na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que nos reconhecemos, que nos relacionamos, que vivemos, queestabelecemos os vínculos mais fortes entre o tempo já vivido e nosso presente. Assim, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao longo<strong>de</strong> sua história, ganha as marcas <strong>de</strong> seus sujeitos – negros, imigrantes, fazen<strong>de</strong>iros, industriais, operários,políticos, engenheiros, comerciantes, artistas, poetas, cronistas – que a constróem.O crescimento veloz dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos muitas vezes nos distancia <strong>da</strong> nossa interação com oespaço vivido. Os compromissos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana fazem com que as pessoas passem pelas ruas ouentrem e saiam <strong>de</strong> edifícios sem perceber sua simbologia e sem conhecer efetivamente os inúmerostrajetos, cruzamentos e lugares, repletos <strong>de</strong> imagens, vivências e símbolos. Ca<strong>da</strong> vez mais, o moradorsente que aquele lugar não lhe pertence, per<strong>de</strong> os laços <strong>de</strong> afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, per<strong>de</strong> a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Mais do quenunca, nas gran<strong>de</strong>s metrópoles do trabalho, dos negócios e do capital, a busca <strong>da</strong>s imagens, signos,referências e <strong>da</strong> memória se faz necessária.As ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s nunca são iguais. Elas são singulares e suas diferenças são estabeleci<strong>da</strong>s por suascaracterísticas geográficas particulares e pelas relações específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma com a história e a cultura.É importante ressaltar que, especialmente nas últimas déca<strong>da</strong>s, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> consciênciapreservacionista tem enfatizado não apenas as questões estritas do patrimônio cultural, mas também dopatrimônio natural, sob a justificativa <strong>de</strong> que a preservação <strong>de</strong>va garantir o direito à memória e à fruição dosbens naturais e culturais.Vários espaços já são reconhecidos como patrimônio <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e pelo ConselhoDeliberativo do Patrimônio Cultural do Município (CDPCM-BH), criado pela Lei n. o 3.802, <strong>de</strong> 1984. Po<strong>de</strong>mser <strong>de</strong>stacados como referências fun<strong>da</strong>mentais reveladoras <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que a distinguem <strong>de</strong> qualquer outra,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira vista: a serra do Curral, o ribeirão Arru<strong>da</strong>s, a Av. do Contorno e a Pampulha. (Mapa II.13)A serra do Curral, alinhamento montanhoso alongado, na direção leste–oeste, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dosfatores <strong>de</strong>terminantes do traçado urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo, afetivamente, reverencia<strong>da</strong> como símbolo<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, eleito pela população em 1995.O ribeirão Arru<strong>da</strong>s, com seus cinqüenta e oito quilômetros <strong>de</strong> extensão, atravessando inclusive a partecentral <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, é certamente o curso d’água mais conhecido do município. Se consi<strong>de</strong>ramos, noentanto, suas condições atuais <strong>de</strong> conservação e preservação, o Arru<strong>da</strong>s talvez seja mais referênciatópica que patrimônio, já que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no seu processo <strong>de</strong> crescimento, enxergou pouco o rio e hojeencontra gran<strong>de</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para se reconciliar com ele.A Av. do Contorno, antiga Av. 17 <strong>de</strong> Dezembro, é um limite, e ao mesmo tempo, liga as regiõespericentrais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Delimitava a Zona Urbana <strong>da</strong> “nova capital”, assenta<strong>da</strong> em área <strong>de</strong> topografiaamena. Refletindo i<strong>de</strong>ais positivistas e racionalistas, contém um espaço milimetricamente calculado,com ruas paralelas conformando quarteirões quadrados perfeitos. Nos cruzamentos <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>sperpendiculares superpostas a essa malha, as gran<strong>de</strong>s praças foram os primeiros espaços <strong>de</strong>sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos belo-horizontinos.


372 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosNa área interna à Av. do Contorno, alguns espaços se <strong>de</strong>stacam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>de</strong> inauguração <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,em 1897:– o centro tradicional, que tem como referências principais a Estação Ferroviária; a Rodoviária (antigoMercado <strong>Municipal</strong>); o Parque <strong>Municipal</strong> e a Av. Afonso Pena, gran<strong>de</strong> eixo que articula a Rodoviária àserra do Curral, passando pela Praça Sete – coração <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– a Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, situa<strong>da</strong> no alto <strong>de</strong> uma colina, era e permanece como centro cívico eadministrativo <strong>de</strong> Minas;– a Rua <strong>da</strong> Bahia, palco <strong>da</strong> história <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e <strong>da</strong>s lutas <strong>de</strong> seus moradores, articula o centrohistórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> à Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>;– o Bairro dos Funcionários, área <strong>de</strong> residência do funcionalismo público transferido <strong>de</strong> Ouro Preto,guar<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong>, algumas casas construí<strong>da</strong>s pela Comissão Construtora <strong>da</strong> Nova Capital.A Pampulha, que compreen<strong>de</strong> o lago artificial e o conjunto arquitetônico, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1940 e éresultado <strong>da</strong> somatória <strong>de</strong> esforços <strong>de</strong> três gran<strong>de</strong>s artistas brasileiros – arquitetura <strong>de</strong> Niemayer,paisagismo <strong>de</strong> Burle Max e pintura <strong>de</strong> Portinari – que se propuseram à construção <strong>de</strong> um complexo <strong>de</strong> lazer<strong>de</strong> tendência mo<strong>de</strong>rnista na tradicional capital mineira.Além <strong>de</strong>sses espaços que se constituem em gran<strong>de</strong>s marcas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, alguns bairros distinguem-se comolugares especiais, privilegiados como referência <strong>da</strong> história <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Eles são reconhecidos ei<strong>de</strong>ntificados por sua ambiência física e social:– bairros remanescentes <strong>de</strong> antigos povoados, que antece<strong>de</strong>ram a própria ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e on<strong>de</strong>, anteriormente,a agricultura se estendia. São o Barreiro (que pertencia à antiga Colônia Vargem Gran<strong>de</strong>) e Ven<strong>da</strong>Nova (antigo povoado <strong>de</strong> Santo Antônio dos Clementes);– bairros que pertenciam à Zona Suburbana, situa<strong>da</strong> no entorno imediato <strong>da</strong> Av. do Contorno, em pontos<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, habitados por famílias menos abasta<strong>da</strong>s, no início <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. São a Lagoinha,Floresta, Santa Efigênia, Santa Teresa, Prado, Calafate e ain<strong>da</strong> o Carlos Prates, inicialmente integrante<strong>da</strong> Zona Rural, rapi<strong>da</strong>mente incorporado à Zona Suburbana;– bairro Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim, concebido <strong>de</strong>ntro dos princípios do urbanismo mo<strong>de</strong>rno, ocupado pela eliteeconômica, também a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1940, vindo, juntamente com a Pampulha, consoli<strong>da</strong>r aarquitetura mo<strong>de</strong>rnista na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.O Museu Abílio Barreto, único prédio remanescente do Curral D’El Rei, situado hoje na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Jardim, éoutra referência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na história e na memória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A Lei Orgânica do Município (1990) e o Plano Diretor (1996), reconhecendo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> proteção dosespaços e elementos <strong>de</strong> valor simbólico na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, contêm diretrizes e inserem na legislação urbanamunicipal formas <strong>de</strong> acautelamento e preservação que vão além do tombamento para proteção dopatrimônio. São os instrumentos, previstos inclusive recentemente no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e jáconsubstanciados na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo. Na Lei Orgânica (Título VI, cap. V, art.168 e 224) e Plano Diretor (art. 15) está <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como atribuição do po<strong>de</strong>r público municipal garantir aosci<strong>da</strong>dãos a preservação dos marcos referenciais, culturais, históricos e arquitetônicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A Lei <strong>de</strong>Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, apesar <strong>de</strong> não reconhecer, ain<strong>da</strong>, as áreas já protegi<strong>da</strong>s peloMunicípio e lista<strong>da</strong>s no Plano Diretor, institui instrumentos importantes que <strong>de</strong>verão se associar aoinstrumento do tombamento, a exemplo <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE), <strong>da</strong> Operação Urbana e dopróprio Zoneamento.A gestão <strong>da</strong> política pública <strong>de</strong> preservação do patrimônio em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> se apoia principalmente noConselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município (CDPCM-BH), órgão <strong>de</strong> participação <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil organiza<strong>da</strong> e <strong>de</strong> outros setores <strong>da</strong> administração pública. A Gerência <strong>de</strong> Patrimônio HistóricoUrbano (GEPH/SMRU) atua como secretaria executiva do Conselho, <strong>da</strong>ndo suporte técnico e administrativopara a preservação dos Conjuntos Urbanos, bem como dos imóveis com tombamento específico. Nosúltimos anos, o trabalho <strong>de</strong>ssa Gerência foi ampliado em três vertentes:– prestar assessoria técnica aos proprietários <strong>de</strong> imóveis tombados, através <strong>de</strong> atendimentos que visamconciliar as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> modificações com a preservação dos elementos históricos e arquitetônicosque motivaram o tombamento. Um Ateliê <strong>de</strong> Acompanhamento elabora projetos <strong>de</strong> restauraçãoconforme a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do interessado e instrui a melhor maneira <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos para aobra, <strong>de</strong>ntre elas po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar a isenção <strong>de</strong> IPTU, a transferência do direito <strong>de</strong> construir e o Fundo<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Incentivo à Cultura;– integrar as equipes <strong>de</strong> planejamento urbano <strong>da</strong> administração municipal;– acompanhar as intervenções nas áreas já preserva<strong>da</strong>s e realizar o monitoramento através <strong>de</strong> vistorias<strong>da</strong>s áreas, em to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> valor simbólico para as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Neste sentido, preten<strong>de</strong>-se que o patrimônio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> não esteja representado apenas na área central,


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 373mas também em ca<strong>da</strong> bairro, em ca<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Está em realização um gran<strong>de</strong> inventário parai<strong>de</strong>ntificar, juntamente com os moradores, os principais espaços com referencial simbólico em ca<strong>da</strong> região.Este é um conhecimento fun<strong>da</strong>mental para a elaboração dos planos urbanos diretores regionais.Vê-se, então, que ca<strong>da</strong> vez mais a política <strong>de</strong> preservação do patrimônio se insere no planejamento urbano<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, que busca a requalificação dos lugares indo, além <strong>da</strong> proteção do patrimônio natural econstruído, à valorização <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, em respeito à história e aos valores <strong>da</strong>s pessoas quecontinuamente estão construindo a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O que se preten<strong>de</strong> é alcançar um processo <strong>de</strong> crescimentomenos <strong>de</strong>scaracterizador <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> seus lugares, mas mais comprometido com os significados que aspessoas incorporam no espaço que ocupam. Cabe ao planejamento urbano, além disso, favorecer oambiente comunitário, a fruição coletiva e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s celebrações que mantêm viva a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,propiciando, ca<strong>da</strong> vez mais, a apropriação criadora dos espaços públicos por seus habitantes.6 - MOBILIDADE, TRANSPORTE E TRÂNSITO6.1 - O Sistema Viário e a Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> – Situação ExistenteO sistema viário <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é fortemente condicionado pela topografia aci<strong>de</strong>nta<strong>da</strong> <strong>da</strong> região, bemcomo pelas bacias dos ribeirões Arru<strong>da</strong>s, Onça e seus afluentes. Constituem-se barreiras importantes aslinhas férreas <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Ferroviária Fe<strong>de</strong>ral S./A (RFFSA) e Companhia Brasileira <strong>de</strong> Trens Urbanos S/A(CBTU), o Anel Rodoviário e o conjunto formado pelo Aeroporto/lagoa <strong>da</strong> Pampulha/Jardim Zoológico, queimpe<strong>de</strong>m uma boa articulação entre regiões adjacentes, limitando as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> transposição.Dentre as principais características do sistema viário <strong>de</strong>stacam-se:– as freqüentes ina<strong>de</strong>quações dos traçados <strong>da</strong>s vias à topografia, mesmo no caso <strong>de</strong> vias que<strong>de</strong>sempenham funções <strong>de</strong> importantes ligações <strong>de</strong>ntro do sistema;– a existência <strong>de</strong> duas malhas distintas:• a correspon<strong>de</strong>nte ao plano original <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, conti<strong>da</strong> pela Av. do Contorno, constituí<strong>da</strong> pelasuperposição a 45 graus <strong>de</strong> duas malhas ortogonais, forma<strong>da</strong>s uma pelas ruas e a outra pelasaveni<strong>da</strong>s, com larguras <strong>de</strong> 20 m e 35 m <strong>de</strong> caixa, respectivamente. São vias que dispõem <strong>de</strong> boacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tráfego, embora reduzi<strong>da</strong> pelo número elevado e pela complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s interseções;• a correspon<strong>de</strong>nte as regiões externas à Av. do Contorno, constituí<strong>da</strong>, em geral, por vias <strong>de</strong> largurasmais reduzi<strong>da</strong>s, articula<strong>da</strong>s precariamente entre si e com a malha anterior, e <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s basicamente pelasucessiva implantação <strong>de</strong> loteamentos, sem qualquer planejamento.As ligações transversais são, <strong>de</strong> modo geral, precárias e os vários trechos existentes são geralmente curtos.Esses trechos po<strong>de</strong>riam constituir-se em segmentos <strong>de</strong> vias perimetrais, mas foram implantados semarticulação entre si, visando mais a solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> saneamento, sem uma estratégia global <strong>de</strong>melhoria do sistema viário.As ligações transversais mais importantes são a Av. do Contorno e o Anel Rodoviário, que constitui tambémuma importante via <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> tráfego urbano. Em conseqüência, todo o sistema viário radial ésobrecarregado pelo tráfego que po<strong>de</strong>ria utilizar-se <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> ligação transversal, se existentes. Essaconjugação compromete também a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema viário <strong>da</strong> área central, o qual tem função <strong>de</strong>principal articulador do sistema viário urbano. Como ilustração, apenas quatro em ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>z veículos quecirculam na área central têm <strong>de</strong>stino à região.A extensão do sistema viário do município é <strong>de</strong> 4.127 km, dos quais 3.953 km são pavimentados. Quanto àfunção, as vias classifica<strong>da</strong>s como <strong>de</strong> ligação regional (basicamente os trechos <strong>da</strong>s rodovias fe<strong>de</strong>rais eestaduais que cortam o município) perfazem um total <strong>de</strong> 74 km, as arteriais, 246 km e as coletoras, 982 km.A articulação do sistema viário municipal com o sistema <strong>de</strong> ligação regional e intermunicipal é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>satisfatória.Estima-se em 2.300.000 o número <strong>de</strong> viagens – excluindo modo a pé – por dia útil no município, <strong>da</strong>s quais70% são realiza<strong>da</strong>s por transporte coletivo, 20% por automóvel, 1 % pelo metrô e o restante por outrosmodos.Sendo <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> o principal pólo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Região Metropolitana, parte significativa dos fluxos<strong>de</strong> transporte e tráfego é proveniente dos <strong>de</strong>mais municípios <strong>da</strong> RMBH. Esses fluxos chegam a representar34% do volume <strong>de</strong> ônibus que circulam na Av. Amazonas e 24% na Av. Presi<strong>de</strong>nte Antônio Carlos.Um dos principais problemas do sistema viário arterial (aveni<strong>da</strong>s Presi<strong>de</strong>nte Antônio Carlos, CristianoMachado, Dom Pedro II, Amazonas, entre outras) diz respeito ao a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong> ocupação e o usointensivo não resi<strong>de</strong>ncial existente nestes corredores. A função principal ou primeira dos corredores é oescoamento, a flui<strong>de</strong>z do tráfego. Na medi<strong>da</strong> que a Lei <strong>de</strong> Parcelamento anterior à Lei n. o 7.166/96privilegiava a instalação <strong>de</strong> usos não resi<strong>de</strong>nciais e o a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong> ocupação nos corredores, a flui<strong>de</strong>z


374 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosfica comprometi<strong>da</strong> em função do conflito que passa a existir entre as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> estacionamento,manobras, operação <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga etc. com o tráfego <strong>de</strong> passagem, afetando, por exemplo,diretamente o tempo <strong>de</strong> viagem do transporte coletivo.A legislação <strong>de</strong> parcelamento atual, Lei n. o 7.166/96, amenizou essa situação ao flexibilizar o uso nãoresi<strong>de</strong>ncial em outras vias <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao impor restrições ao uso lin<strong>de</strong>iro em vias arteriais e <strong>de</strong> ligaçãoregional. Destacam-se as exigências relativas à área mínima dos lotes, afastamento frontal mais extenso,quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> vagas e, em alguns casos, áreas para carga e <strong>de</strong>scarga e <strong>de</strong> embarque e<strong>de</strong>sembarque.A Lei <strong>de</strong> Licenciamento Ambiental (Lei n. o 7.277/97) representou também uma contribuição importante, aoobrigar a internalização <strong>da</strong>s repercussões dos empreendimentos mais impactantes.To<strong>da</strong>via, apesar <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s, observa-se ain<strong>da</strong> uma concentração excessiva <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas vias<strong>de</strong> ligação regional e arterial. No médio e longo prazo, essa situação po<strong>de</strong>rá levar à <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção precoce<strong>de</strong>ssas vias, à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> onerosas ampliações e prejuízos às próprias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s lin<strong>de</strong>iras. Ressalteseque essas conseqüências já são reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em vários casos. Sob o ponto <strong>de</strong> vista do trânsito, seria<strong>de</strong>sejável a alteração <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos, tais como a redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento, <strong>da</strong>taxa <strong>de</strong> ocupação e do aumento dos afastamentos frontais. As observações acima, em menor grau, valempara as vias coletoras.As condições <strong>da</strong> circulação para o pe<strong>de</strong>stre são ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, em que pese o aumento do número <strong>de</strong>interseções com semáforos específicos para pe<strong>de</strong>stres. De um total <strong>de</strong> 579 cruzamentos semaforizados,68% possuem algum tempo específico para travessia dos pe<strong>de</strong>stres. Entretanto, ain<strong>da</strong> existem muitoslocais sem a necessária sinalização e, muitas vezes, o tempo disponível para a travessia segura dope<strong>de</strong>stre é insuficiente.Na área central, on<strong>de</strong> é muito elevado o número <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres em circulação, conseqüência <strong>da</strong> excessivaconcentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> estruturação do sistema <strong>de</strong> transporte coletivo, o espaço a eles <strong>de</strong>stinadovem sendo reduzido. A calça<strong>da</strong> e o passeio (parte <strong>da</strong> calça<strong>da</strong> <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres) vêmper<strong>de</strong>ndo sua condição <strong>de</strong> espaço público, sendo ca<strong>da</strong> vez mais privatizados, dificultando o caminhamentoseguro e confortável. Também ao longo dos corredores e nos centros <strong>da</strong>s diversas regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> hácarência <strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> travessia.6.2 - Propostas Existentes <strong>de</strong> Alteração <strong>de</strong>ssa EstruturaA política municipal <strong>de</strong> estruturação do sistema viário engloba não só a implantação <strong>de</strong> novas vias comotambém a complementação <strong>de</strong> trechos existentes e o tratamento <strong>de</strong> interseções. Seus pressupostos são:– privilegiar propostas, seguindo as diretrizes do Plano Diretor, que venham a conformar rotas alternativasao sistema radioconcêntrico e às ligações transversais existentes;– construir alternativas que minimizem o efeito negativo do tráfego externo <strong>de</strong> passagem pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– propor vias que apresentem potencial <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas e <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> centros urbanos;– propor vias que possibilitem novas ligações do transporte coletivo, assim como vias que maximizem autilização <strong>da</strong>s estações previstas no BHBUS.A partir <strong>de</strong>stes pressupostos foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> a seguinte proposta <strong>de</strong> alteração <strong>da</strong> estrutura viária existente(Mapa II.11):– criação <strong>de</strong> duas rotas alternativas arteriais, no sentido sul–norte: a primeira, a oeste <strong>da</strong> área central,tendo por eixo básico Av. Barão Homem <strong>de</strong> Melo, Av. Tereza Cristina, Av. Carlos Luz; a segun<strong>da</strong>, aleste, tendo por eixo básico Via 710, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Av. dos Andra<strong>da</strong>s, na região dos bairros Esplana<strong>da</strong>/SãoGeraldo, até a Av. Cristiano Machado. Esses eixos conectam-se na região entre Av. do Contorno e oAnel Rodoviário, através <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> ligação entre Av. Carlos Luz e Av. Cristiano Machado;– criação <strong>de</strong> rota alternativa arterial no sentido oeste–leste, externa ao Anel Rodoviário, consoli<strong>da</strong>do aarticulação <strong>da</strong> região sul <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova com as regiões Norte e Noroeste, através <strong>de</strong> ligações entre asaveni<strong>da</strong>s Dom Pedro I, Cristiano Machado, MG 020 (BH–Santa Luzia) e Anel Rodoviário;– criação <strong>de</strong> rota alternativa arterial articulando a região do Barreiro à Oeste/Noroeste, utilizando-se a Av.Tereza Cristina;– minimização dos conflitos existentes na ligação entre as regiões Centro-Sul e Oeste, concentradossobretudo nas interseções sob influência <strong>da</strong>s aveni<strong>da</strong>s Raja Gabaglia e Barão Homem <strong>de</strong> Melo;– resolução dos problemas <strong>de</strong> transposições do Anel Rodoviário, seja através <strong>de</strong> melhorias ecomplementações <strong>de</strong> interseções existentes, seja mediante a criação <strong>de</strong> passagem inferior em pontosespecíficos;– criação <strong>de</strong> condições para melhoria ambiental urbana, especialmente para pe<strong>de</strong>stres, mediante a


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 375implantação <strong>de</strong> projetos urbanísticos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho urbano, em áreas impacta<strong>da</strong>s pela construção <strong>da</strong>linha norte do metrô (Av. Cristiano Machado, entre as estações São Gabriel e Floramar); em centrosurbanos impactados por estações do BHBUS e/ou metrô (área central do Barreiro, <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e doHorto).6.3 - Estrutura do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo: o BHBUS e o MetrôA <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> vem empreen<strong>de</strong>ndo e implementando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 uma política <strong>de</strong> transporteque aponta no sentido <strong>de</strong> construir uma nova lógica para o sistema. Essa política busca garantir as<strong>de</strong>terminações do Plano Diretor: articulação <strong>da</strong>s diretrizes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano e ocupação doespaço com o sistema viário e <strong>de</strong> transporte, bem como a ampliação <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nosentido <strong>de</strong> reduzir as distâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos e os tempos <strong>de</strong> viagem, com ganhos expressivos para aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana.O sistema <strong>de</strong> transporte público em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é operado essencialmente por ônibus que transportadiariamente cerca <strong>de</strong> 70% <strong>da</strong> população. O metrô faz a conexão <strong>da</strong>s regiões que apresentam maior<strong>de</strong>man<strong>da</strong> (norte/nor<strong>de</strong>ste/leste com oeste/noroeste), tangenciando a área central, sendo uma opção <strong>de</strong>transporte <strong>de</strong> alta capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vital importância para ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando suas características técnicas eoperacionais e o investimento público já realizado.No entanto, o metrô <strong>de</strong>sempenha um papel secundário no atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> (1%), <strong>de</strong>vido à própriaconcepção <strong>de</strong> seu traçado, restrições <strong>da</strong> localização <strong>da</strong> linha existente, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso às estações,além <strong>da</strong> morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> em sua implantação e <strong>da</strong> precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integração com o sistema <strong>de</strong> ônibus.O BHBUS – Programa <strong>de</strong> Reestruturação do Transporte Coletivo, em implantação, adota o mo<strong>de</strong>lo troncoalimentadortendo como espinha dorsal o metrô. É constituído por um conjunto <strong>de</strong> estações para possibilitara integração, troncalização e racionalização do sistema, pelo serviço bairro a bairro, complementado porcorredores com circulação prioriza<strong>da</strong> para o ônibus, além do sistema <strong>de</strong> Bilhetagem Eletrônica, que visapropiciar, entre outros benefícios, alternativas <strong>de</strong> política tarifária. Sua concepção é volta<strong>da</strong> para a busca <strong>da</strong>melhoria <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> conforto, segurança, pontuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e eficiência do sistema.Gran<strong>de</strong> parte do sistema bairro-a-bairro e duas rotas <strong>de</strong> priorização do transporte coletivo já foramimplantados. As estações <strong>de</strong> integração ônibus–ônibus, Ven<strong>da</strong> Nova e Diamante estão operandoplenamente e, recentemente, foi inicia<strong>da</strong> a operação <strong>da</strong> primeira estação metrô–ônibus, a Estação SãoGabriel. Ain<strong>da</strong> em 2002, será inicia<strong>da</strong> a operação <strong>da</strong> Estação Barreiro e a conclusão <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong>Bilhetagem Eletrônica. Prevê-se a conclusão <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais estações ônibus–ônibus e <strong>de</strong> outras rotas <strong>de</strong>priorização do transporte coletivo até o final <strong>de</strong> 2004, concluindo assim o BHBUS.O sistema <strong>de</strong> transporte coletivo por ônibus, em operação, é constituído por 271 linhas (março <strong>de</strong> 2002),possuindo a seguinte distribuição <strong>de</strong> serviços: 14 linhas troncais, 87 linhas diametrais (bairro-a-bairro), 75linhas do serviço semi-expresso, 51 linhas alimentadoras e 44 linhas operando os <strong>de</strong>mais serviços,totalizando uma frota <strong>de</strong> 2886 ônibus. O tempo médio <strong>de</strong> viagem é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 55 minutos, e o tempomédio <strong>de</strong> espera nos pontos, num dia útil, varia <strong>de</strong> 8 minutos, no pico <strong>da</strong> manhã, para 11 minutos, fora dopico, e 16 minutos, no período <strong>da</strong> noite. O sistema <strong>de</strong> atendimento a vilas e favelas, composto <strong>de</strong> 7 linhas edo transporte suplementar, com 30 linhas, completam o sistema <strong>de</strong> transporte por ônibus.O quadro a seguir apresenta os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> espera nos pontos para diversos intervalos <strong>de</strong> espera.Quadro III. 1- Indicador <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> espera no ponto – Dia útilINTERVALO DEESPERA(min)PICO(6h30m - 7h29m)% DE PASSAGEIROSFORA PICO(13h -16h:29m)NOITE0 - 07,0 38,20 12,84 0,857,1 - 10,0 35,52 30,96 4,8310,1 - 15,0 22,71 32,98 30,7115,1 - 20,0 2,82 13,57 26,2020,1 - 30,0 0,69 9,12 32,2230,1 - 40,0 - 0,20 3,00> 40,0 0,05 0,33 2,20Intervalo Médio 7,30 10,50 16,10Fonte: BHTRANS, março/2002O sistema <strong>de</strong> transporte escolar compreen<strong>de</strong> 1045 veículos licenciados, e o sistema <strong>de</strong> táxi possui umafrota <strong>de</strong> 6011 veículos.


376 Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legadosCom a implantação do sistema BHBUS, o acesso ao hipercentro dos moradores <strong>da</strong>s regiões atendi<strong>da</strong>spelas linhas integra<strong>da</strong>s será feito preferencialmente pelo metrô. Como o traçado do metrô apenas tangenciao hipercentro, as estações Central e Lagoinha <strong>de</strong>verão fazer o papel <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, buscandoos menores <strong>de</strong>slocamentos a pé possíveis para os usuários, privilegiando as condições <strong>de</strong> conforto esegurança.Estima-se que 80% <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por transporte coletivo se <strong>de</strong>sloque até a área central, seja porque alitenha seu <strong>de</strong>stino, seja para complementar sua viagem, com transbordo para outras linhas. Especialmentena área central, on<strong>de</strong> se concentra o maior número <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos a pé, <strong>de</strong>verá ser priorizado otratamento <strong>de</strong> rotas para o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, propiciando-lhes conforto, rapi<strong>de</strong>z e segurança, semprejuízo aos espaços referenciais, <strong>de</strong> circulação e convívio.Concentrar esforços em requalificar os espaços públicos <strong>de</strong> circulação e concentração <strong>de</strong> pessoas,principalmente na área central, e em garantir um transporte público <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,minimizando investimentos em obras viárias direciona<strong>da</strong>s exclusivamente para o tráfego <strong>de</strong> veículosparticulares, são princípios que vêm norteando as políticas públicas no setor.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong>s ações que vem sendo estrutura<strong>da</strong>s no nível municipal, o setor <strong>de</strong> transporteurbano, <strong>de</strong> maneira geral, está a exigir, pela sua importância econômica, pelo papel que <strong>de</strong>sempenha epelas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, uma maior participação <strong>de</strong> investimentos <strong>da</strong>s esferasfe<strong>de</strong>ral e estadual, principalmente no âmbito metropolitano.É fun<strong>da</strong>mental a implantação <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento para o setor que possibilite tantoinvestimentos em infra-estrutura como também subsidie parte <strong>da</strong> operação. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ve ser construídoconsi<strong>de</strong>rando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> contribuição do setor produtivo, ao mesmo tempo que<strong>de</strong>sonere os segmentos mais pobres <strong>da</strong> população.6.4 - Gestão <strong>de</strong> Transporte e TrânsitoA gestão <strong>de</strong> transporte e trânsito no município é realiza<strong>da</strong> pela Empresa <strong>de</strong> Transportes e Trânsito <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> S/A (BHTRANS), cria<strong>da</strong> pela Lei <strong>Municipal</strong> n. o 5.953/91, sendo <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como concessionáriaexclusiva do Sistema <strong>de</strong> Transporte Público do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.No Art. 3º do Estatuto Social <strong>da</strong> empresa foi estabelecido o objeto <strong>de</strong> sua ação: organizar, coor<strong>de</strong>nar,executar, <strong>de</strong>legar, efetivar o planejamento operacional e controle <strong>da</strong> prestação dos serviços públicosrelativos a transporte coletivo e individual <strong>de</strong> passageiros, trânsito e sistema viário municipal. Ou seja, aempresa é responsável pelo gerenciamento do transporte público – ônibus, táxi, transporte escolar,transporte fretado –, e pelo gerenciamento <strong>de</strong> trânsito.O gerenciamento do serviço <strong>de</strong> táxi e do transporte escolar começou a partir <strong>de</strong> 1992; o gerenciamento dotransporte coletivo e o gerenciamento integral do sistema viário e <strong>da</strong> sinalização do município foi iniciado apartir <strong>de</strong> 1993. Em 1998, estabeleceu-se um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão para o transporte coletivo por ônibus,através <strong>de</strong> contrato com as subconcessionárias (empresas <strong>de</strong> ônibus) <strong>de</strong> prestação do serviço <strong>de</strong> transportecoletivo, no qual o po<strong>de</strong>r público passou a ter maior controle sobre o serviço e as empresas. Em 2001, otransporte clan<strong>de</strong>stino foi extinto e, paralelamente, foi implantado o transporte suplementar, através <strong>de</strong>licitação pública.O novo Código <strong>de</strong> Trânsito Brasileiro (CTB), vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, <strong>de</strong>terminou aos municípios, acima <strong>de</strong>20.000 habitantes, organizarem os respectivos órgãos e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s executivos <strong>de</strong> trânsito, para exercerempleno controle sobre o trânsito. No caso <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, a <strong>Prefeitura</strong>, através <strong>da</strong> BHTRANS, passou, apartir <strong>de</strong> 1998, a efetivamente exercer essa obrigação legal integrando-se ao Sistema Nacional <strong>de</strong> Trânsito.A gestão do transporte e trânsito no município tem buscado continua<strong>da</strong>mente a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dosserviços a partir <strong>de</strong> projetos técnicos, mas, também, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> participação populare <strong>da</strong> relação com os usuários e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil. Esta premissa, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma visãopolítico-administrativa calca<strong>da</strong> em princípios <strong>de</strong>mocráticos <strong>de</strong> participação, levou à criação e instituição <strong>de</strong>vários canais <strong>de</strong> participação e atendimento ao usuário que vêm sendo fortalecidos e inovados. O Fórum<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Trânsito, o Fórum <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Táxi, o Fórum <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Transportadores Escolares, oConselho Fiscal <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária, as Jorna<strong>da</strong>s Participativas e as ComissõesRegionais <strong>de</strong> Transporte e Trânsito são os principais espaços <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong>pretendi<strong>da</strong> para o transporte e o trânsito <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Des<strong>de</strong> o inicio <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a BHTRANS vem procurando a<strong>da</strong>ptar sua estrutura organizacional efuncional à complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> sempre crescente dos problemas <strong>de</strong> transporte e trânsito urbano. Assim sendo, epara aten<strong>de</strong>r as diretrizes <strong>da</strong> recente reforma administrativa <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, os serviços <strong>de</strong>operação e fiscalização <strong>de</strong> transporte e trânsito foram regionalizados, no sentido <strong>de</strong> agilizar o atendimento àpopulação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.A reforma <strong>da</strong> empresa buscou ain<strong>da</strong> resolver problemas <strong>de</strong> gestão, relacionados ao planejamento <strong>de</strong> suas


Anexo III - Texto <strong>de</strong> apoio às discussões dos <strong>de</strong>legados 377ações, <strong>de</strong>stacando-se: a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> romper a divisão transporte x trânsito e planejamento x operação;priorizar o foco no cliente/usuário; criar estruturas <strong>de</strong> acompanhamento dos projetos estratégicos;fortalecer/criar estruturas regionais e incorporar programas <strong>de</strong> gestão pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre outros.Com a reforma administrativa <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, a BHTRANS passou a integrar a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong>Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e Ambiental (SCOMURBE), que tem como responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> acoor<strong>de</strong>nação geral <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ações <strong>de</strong> política urbana e ambiental.No âmbito municipal, po<strong>de</strong> ser apontado que existem três gran<strong>de</strong>s principais <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> gestão eplanejamento do transporte urbano: a construção necessária <strong>da</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação do transportecoletivo, visando à melhoria <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho operacional e a redução <strong>de</strong> custos do sistema; oequacionamento do financiamento <strong>da</strong> operação do serviço, incluindo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> remuneração<strong>da</strong>s empresas, com vistas à manutenção e mesmo melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço e, por fim, aimplementação <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> restrição ao uso indiscriminado do automóvel, no sentido <strong>de</strong> garantir o<strong>de</strong>sempenho do transporte público e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços públicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Outro gran<strong>de</strong> problema <strong>de</strong> gestão a ser equacionado diz respeito à questão metropolitana. A ConstituiçãoFe<strong>de</strong>ral explicitou a competência dos municípios <strong>de</strong>ixando as questões metropolitanas para sereminstitucionaliza<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong>s constituições estaduais. A Constituição Mineira, ao tratar o assunto não foiclara. Define as competências do estado atribuindo-lhe a gestão do transporte coletivo intermunicipal, aomesmo tempo que atribui ao Estado e aos municípios a execução dos serviços comuns metropolitanos,entre os quais se coloca o transporte <strong>de</strong> passageiros. Criou também a Assembléia Metropolitana (AMBEL),colegiado <strong>de</strong> prefeitos e vereadores, mas que, pela gestão <strong>de</strong> transporte, tem feito pouco, a não ser aprovaras tarifas metropolitanas.Os municípios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Contagem, Betim, Santa Luzia, Ibirité e Nova Lima possuem sistemas <strong>de</strong>transporte gerenciados localmente, enquanto os sistemas locais dos <strong>de</strong>mais municípios <strong>da</strong> regiãometropolitana e o sistema metropolitano são gerenciados pelo Departamento <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gem doEstado <strong>de</strong> Minas Gerais (DER MG), estando o sistema Metroviário a cargo do DEMETRÔ – órgão dogoverno fe<strong>de</strong>ral, e em fase <strong>de</strong> regionalização para a empresa Trem Metropolitano <strong>de</strong> Minas Gerais S/A(METROMINAS), que conta com participação acionária dos municípios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e Contagem (35%e 10%, respectivamente) e do estado <strong>de</strong> Minas Gerias (55%).A forma como o transporte metropolitano vem sendo gerenciado tem trazido conseqüências ao transportemunicipal, seja sob o aspecto do planejamento e operação <strong>da</strong>s linhas intermunicipais, que em <strong>de</strong>terminadoslocais são concorrentes <strong>da</strong>s linhas municipais, seja sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> integração no metrô e/ou nasestações do sistema BHBUS, ou mesmo na instituição do benefício <strong>da</strong>s gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A integração metropolitana do sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ve ser garanti<strong>da</strong>, através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>planos <strong>de</strong> transporte racionais e integrados, <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre sistemas <strong>de</strong> bilhetagem eletrônica,gestão <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s unifica<strong>da</strong>, gestão <strong>de</strong> informações aos usuários, entre outros. Enten<strong>de</strong>-se que aMETROMINAS <strong>de</strong>veria cumprir essa tarefa, não apenas por gerenciar o metrô (principal modo <strong>de</strong> transportemetropolitano) como também pelo fato do DER MG estar mais afeto às questões <strong>da</strong> malha rodoviária doestado e do transporte intermunicipal <strong>de</strong> passageiros.


379▪ ANEXO IV - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIASTEMÁTICASEste Anexo contém os resultados <strong>da</strong>s discussões realiza<strong>da</strong>s pelos participantes <strong>da</strong>s pré-confêrenciastemáticas, abrangendo os temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e os temas específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pré-conferência.Estão aqui apresentados todos os pontos positivos e negativos, relativos a ca<strong>da</strong> tema, obtidos porconsenso, primeiro, em subgrupos, <strong>de</strong>pois, discutidos e complementados em conjunto pelos componentesdos cinco subgrupos que compunham ca<strong>da</strong> sala <strong>de</strong> trabalho.É a seguinte a organização <strong>de</strong>ste Anexo:1 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MOBILIDADE, SISTEMA VIÁRIOE TRANSPORTE COLETIVO1.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>1.2 - Temas específicos2 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE CONTROLE URBANOE PATRIMÔNIO HISTÓRICO2.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>2.2 - Temas específicos3 - PRÉ CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MEIO AMBIENTE,RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO3.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3.2 - Temas específicos4 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE HABITAÇÃO, VILAS E FAVELAS4.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>4.2 - Temas específicos


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 3811 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MOBILIDADE,SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTE COLETIVO1.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>1.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Aumento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> no contexto do país, <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográficametropolitana.• Discussão pública possibilita levar a uma esfera mais ampla os problemas individuais.• Maiores investimentos nos espaços e serviços públicos e criação <strong>de</strong> novos pólos comerciais.• Urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• BH ain<strong>da</strong> é um bom lugar para se viver e uma <strong>da</strong>s capitais menos violentas.• Ações integra<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> no sentido <strong>de</strong> melhorar o planejamento urbano e econômico, juntamentecom a população.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> população nas <strong>de</strong>cisões <strong>da</strong> administração municipal.• Os serviços básicos <strong>de</strong> transporte, energia, água e coleta <strong>de</strong> lixo funcionam, apesar <strong>de</strong> algumasdificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Melhores condições <strong>de</strong> convivência nas regiões <strong>de</strong> verticalização reduzi<strong>da</strong>.• Aprovação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços urbanos.• Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, alimentação e políticas públicas mais consistentes.• Maiores oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> indústria e do comércio.• Reassentamentos com a participação popular, favorecendo a inclusão.• IPTU diferenciado como fator <strong>de</strong> inclusão e redistribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Verticalização, facilitando o acesso a serviços e lazer.• Urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• A população, hoje, participa <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões e discussões políticas e sociais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. (Ex. OP,Comissões <strong>de</strong> Transporte, etc.).• A não verticalização <strong>da</strong> Lagoa <strong>da</strong> Pampulha e outras áreas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Plano Diretor e o Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> são instrumentos positivos para o crescimento e inclusão <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A existência dos parques favorece o crescimento urbano.• Revitalização urbana no centro <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Ex.: praças e reformas nas vias urbanas.• Descentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (comércio, serviços públicos, etc.).• Influência do orçamento participativo na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos moradores.• Desenvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais.• Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Participação popular no processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (OP, OPH).PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> planejamento global, inclusive em nível metropolitano.• Aumento <strong>da</strong> violência urbana.• Aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por recursos para aplicação na infra-estrutura.• Ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> espaços públicos.• Ausência <strong>de</strong> transporte público eficiente.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado.• Falta <strong>de</strong> financiamentos e subsídios para o setor <strong>de</strong> transporte público, ocasionando a exclusão dousuário.


382 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Verticalização <strong>de</strong>scontrola<strong>da</strong> em alguns pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> é muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> região central.• É uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> dividi<strong>da</strong> entre uma formal e uma informal.• Discriminação dos moradores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados bairros até para procurar emprego.• Latifúndios urbanos que excluem o ci<strong>da</strong>dão.• Excesso <strong>de</strong> concentração e congestionamento (trânsito, pessoas, edificações, poluição e saneamento).• Falta <strong>de</strong> segurança pela apropriação dos espaços pelos marginais e pela falta <strong>de</strong> policiamento.• Custo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é alto.• Deficiência no atendimento à saú<strong>de</strong> e educação; digni<strong>da</strong><strong>de</strong> nestes itens.• Crescimento urbano gerando segregação espacial e exclusão social.• Programas habitacionais <strong>de</strong>ficientes.• Parcelamentos e assentamentos irregulares; fiscalização <strong>de</strong>ficiente.• Verticalização sem o <strong>de</strong>vido planejamento <strong>da</strong> infra-estrutura.• Má distribuição e insuficiência <strong>de</strong> infra-estrutura no contexto metropolitano.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado não sustentável (falta <strong>de</strong> infra-estrutura) com pouca aplicação <strong>da</strong> Lei do Usodo Solo pela PBH.• A irresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos agentes imobiliários que atuam sem a menor preocupação urbanística esocial.• Ausência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição política patrimonial para <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Negligência dos órgãos públicos com relação às áreas públicas disponíveis, favorecendo invasões.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> regularização fundiária nas vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> integração metropolitana (leis, serviços, operacionalização).• Falta <strong>de</strong> planejamento integrado <strong>da</strong>s políticas urbanas.• Especulação do mercado, forçando a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos e serviços públicos e <strong>de</strong>srespeitando omeio ambiente.• Alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica em áreas irregulares.• Fiscalização insuficiente dos novos bairros e <strong>da</strong>s construções em geral.• Interferência do po<strong>de</strong>r econômico no <strong>de</strong>scumprimento <strong>da</strong> legislação (especulação).• Construções irregulares e invasões em espaços públicos.• Construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com diferença social (espaço urbano).• Falta <strong>de</strong> informações e apoio técnico à população.1.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Redução do <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s pessoas com melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Redução do número <strong>de</strong> pessoas no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Maior oferta <strong>de</strong> espaços comerciais, aumentando a concorrência do comércio.• Diversificação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urbanas por regionais.• In<strong>de</strong>pendência maior em relação ao hipercentro.• Maior participação popular nos fóruns <strong>de</strong> discussão.• As pessoas acreditam no local on<strong>de</strong> moram para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Comércio e serviços variados em locais <strong>de</strong> muito trânsito facilitam a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que setenha regras claras e controle do espaço público e <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Gostar do centro como local <strong>de</strong> encontro e lazer (com a volta do carnaval na Aveni<strong>da</strong>).• Descentralização dos serviços públicos essenciais.• Centros: referenciais simbólicos e culturais.• Centros geradores <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.• Inversão <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> políticas públicas (bem comum e interesses comunitários).• Integração do transporte coletivo (BHBUS).


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 383• Lei <strong>de</strong> uso e ocupação do solo orientando e <strong>de</strong>scentralizando fluxos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Melhoria <strong>da</strong> integração dos órgãos municipais.• A <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas comerciais é satisfatória no município.• Centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> oferece gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> trabalho, comércio e serviços.• Descentralização <strong>da</strong> administração pública municipal.• Reforma administrativa municipal.• Com um <strong>de</strong>slocamento po<strong>de</strong>-se realizar e resolver várias coisas.• Existe planejamento (Plano Diretor) no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar.• Existência <strong>de</strong> pequenos pontos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> serviços nos bairros.• Descentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Valorização <strong>da</strong> regionalização por especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais.• Aumento <strong>da</strong> oferta dos serviços.PONTOS NEGATIVOS• Prédios resi<strong>de</strong>nciais com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comercias, gerando insegurança para os moradores.• Policiamento ineficiente, não acompanhando a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Camelôs distribuídos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente.• Ausência do espaço <strong>de</strong>stinado especificamente ao comércio informal.• Falta <strong>de</strong> planos/planejamento regional, provocando a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do comércio, comimpactos negativos para a região, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scentralização.• Sobrecarga <strong>de</strong> vias satura<strong>da</strong>s por comércio.• Jogo <strong>de</strong> interesse na distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanos.• Conflito <strong>de</strong> interesses: o popularmente possível com o tecnicamente viável e com o politicamenterealizável.• Aumento indiscriminado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s shoppings centers.• Gran<strong>de</strong>s construções e áreas comerciais sem uma área <strong>de</strong> estacionamento para usuário/cliente.• Falta <strong>de</strong> equipamentos e serviços na periferia (banco, correio, serviços públicos, posto telefônico ecomércio).• Muitas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s concentra<strong>da</strong>s no centro.• Insegurança do pe<strong>de</strong>stre <strong>de</strong> usar o centro por medo e ocupação dos passeios.• Os shoppings têm impacto negativo para o pequeno comércio e não compram na indústria local.• Concentração em escala e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s essenciais só no centro, gerando má distribuiçãodo investimento público.• Deslocamento até o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> gera per<strong>da</strong> <strong>de</strong> tempo e stress.• Centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: insegurança e má aparência.• Impactos ambientais graves.• Alocação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> certos equipamentos e empreendimentos.• Falta <strong>de</strong> planejamento e acompanhamento do setor público na implantação <strong>de</strong> equipamentos.• Inexistência <strong>de</strong> incentivo fiscal para instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em áreas periféricas.• Falta estruturar melhor os Centros Regionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.• Transporte muito voltado para o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Taxação excessiva sobre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, expulsando-as para outros municípios.• Centralização obriga ir ao centro com custo <strong>de</strong> transporte.• Não foi ain<strong>da</strong> percebi<strong>da</strong> ação <strong>de</strong>scentralizadora do Plano Diretor.• Falta <strong>de</strong> orientação, incentivo e fiscalização <strong>da</strong> PBH nos pontos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos bairros, gerandotranstornos para a população.• Falta <strong>de</strong> conscientização/educação por parte <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres/motoristas, gerando trânsito violento nocentro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização dos serviços públicos.• Comércio informal ocupando o espaço público com a conivência do po<strong>de</strong>r público.• Alteração <strong>de</strong>sorganiza<strong>da</strong> do uso e ocupação do solo.


384 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos corredores.• Falta <strong>de</strong> incentivo e manutenção do uso resi<strong>de</strong>ncial e <strong>de</strong> lazer na área central.• Falta <strong>de</strong> um política <strong>de</strong> verticalização mista, <strong>de</strong> uso comercial, <strong>de</strong> serviços e moradias, perto <strong>da</strong>sestações <strong>de</strong> Metrô e BHBUS e em outros locais com disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e infra-estrutura.1.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Integração popular/comunitária com os órgãos públicos na discussão <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, trânsito etransporte.• Implantação do sistema <strong>de</strong> bilhetagem eletrônica, trazendo benefícios para mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> do trânsito etransporte.• Projeto <strong>de</strong> integração do BHBUS.• Existência do metrô.• Existência <strong>de</strong> uma empresa gerenciadora do transporte coletivo e trânsito (BHTRANS), com gran<strong>de</strong>capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> intervenção.• Algumas linhas prestam um bom serviço à população.• A inclusão do transporte suplementar no sistema <strong>de</strong> transporte coletivo (preenchendo lacunas).• A implantação <strong>da</strong> estação Diamante (Barreiro).• Projeto BHBUS.• Investimentos <strong>de</strong> recursos em transporte e trânsito.• Incentivo à participação popular nas discussões.• BHBUS.• Enfrentamento do transporte clan<strong>de</strong>stino.• Metrô/BH.• Formação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Trânsito: melhoria <strong>da</strong> operação e fiscalização do sistema viário.• Abertura por parte do po<strong>de</strong>r público, através <strong>de</strong> mecanismos para participação popular, na construçãodo sistema <strong>de</strong> transportes.• Início do sistema <strong>de</strong> troncalização do transporte coletivo e implantação <strong>de</strong> faixas exclusivas.• Melhoria <strong>da</strong> articulação viária com a finalização <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Vilarinho, alargamento <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> AntônioCarlos e outras vias.• Atual crescimento e o investimento no transporte coletivo urbano.• A participação popular nas ações <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação e fiscalização do sistema <strong>de</strong> transporte.• A integração através <strong>da</strong>s estações, possibilitando a melhoria do trânsito nos corredores.• Houve melhoria na qualificação dos profissionais <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviço em transporte público.• Fim do transporte clan<strong>de</strong>stino e a implantação <strong>de</strong> transporte suplementar.• Participação comunitária no sistema <strong>de</strong> transporte.• Melhorias físicas do sistema <strong>de</strong> transporte (ônibus, bilhetagem eletrônica, sistema viário).• Benefícios advindos com licitação do transporte coletivo.PONTOS NEGATIVOS• Insuficiência <strong>de</strong> investimentos para a ampliação do sistema viário, <strong>de</strong> acordo com o Plano Diretor <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para o transporte coletivo.• Falta <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> educação para o trânsito.• Atraso na implantação do metrô e BHBUS.• Falta <strong>de</strong> integração entre os sistemas <strong>de</strong> transporte, no âmbito metropolitano, inclusive.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência ou com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção.• Falta <strong>de</strong> planejamento <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> acesso e sistema viário pelos órgãos competentes, a<strong>de</strong>quando-os aocrescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• A <strong>de</strong>mora na implantação do BHBUS e do metrô.• A ausência <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> piso baixo no atendimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> planejamento metropolitano do transporte e trânsito.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 385• Concentração <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamentos nos mesmos horários <strong>de</strong>vido à coincidência <strong>da</strong>s jorna<strong>da</strong>s <strong>de</strong> trabalho.• Falta <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> do transporte coletivo.• Falta <strong>de</strong> educação para o trânsito.• Descumprimento do quadro <strong>de</strong> horários.• Demora na conclusão do metrô.• BHBUS e metrô/BH incompletos.• Uso irrestrito do automóvel.• A imagem pública <strong>de</strong> que o transporte público é apenas para população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Projeto <strong>de</strong>senvolvido em trechos sem intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>: metrôs e trens vazios.• Falta <strong>de</strong> transporte coletivo integrando os bairros limítrofes <strong>da</strong>s regionais (circulares regionais).• Falta <strong>de</strong> novas vias para diminuir o fluxo <strong>de</strong> veículos que passam pela área central.• Centralização <strong>da</strong> estação rodoviária.• Falta <strong>de</strong> linhas integra<strong>da</strong>s para diminuir custos e tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento.• Ausência <strong>de</strong> subsídios <strong>de</strong> outras esferas do governo para cobrir a gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> no transporte municipal.• Falta estrutura viária para possibilitar maior mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Os diversos meios <strong>de</strong> transporte coletivo ain<strong>da</strong> não estão totalmente integrados.• Mal planejamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> não possibilita boas condições <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e melhoria do trânsito.• Falta <strong>de</strong> fiscalização para garantir a segurança e conforto dos usuários em transporte público.• Há uma <strong>de</strong>mora excessiva no atendimento <strong>de</strong> transporte público à periferia.• Falta <strong>de</strong> planejamento geral, com pouco sistema <strong>de</strong> integração bairro-a-bairro.• Falta <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> ao pe<strong>de</strong>stre.• Falta <strong>de</strong> fiscalização dos ônibus coletivos.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> restrição do uso do carro particular e priorização do transporte coletivo.• Linha única do metrô, não atingindo a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forma abrangente.• Falta <strong>de</strong> integração entre o sistema <strong>de</strong> transporte <strong>da</strong> RMBH.• Falta <strong>de</strong> integração entre os diversos sistemas <strong>de</strong> transporte com o metrô.• Falta <strong>de</strong> liberação e a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s para uso exclusivo dos pe<strong>de</strong>stres em geral, incluindo<strong>de</strong>ficientes.• Falta <strong>de</strong> incentivo ao transporte cicloviário.• Falta <strong>de</strong> investimento em novos trechos viários para suporte ao transporte coletivo.1.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> “alguns” espaços públicos.• Reconhecimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> preservação <strong>de</strong> espaços públicos e patrimônio pela população.• Potencial <strong>de</strong> uso dos espaços públicos pelas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Iniciativa <strong>da</strong> discussão com participação popular – fóruns.• Existência <strong>de</strong> muitos espaços públicos.• Aumento com preocupação em recuperar o patrimônio cultural.• Valorização <strong>da</strong>s raízes e todos os credos do povo brasileiro e gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> eventos nesse sentido.• Programas gratuitos <strong>de</strong> lazer e cultura que promovem o uso do espaço público (ex.: feiras).• Programas culturais <strong>de</strong> lazer: ruas <strong>de</strong> lazer; música no parque; feiras <strong>de</strong> arte e alimentação.• Ruas bem arboriza<strong>da</strong>s e ilumina<strong>da</strong>s.• Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> participativa, <strong>de</strong>spertando uma consciência <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> participação popular <strong>de</strong>lega<strong>da</strong> pelos órgãos competentes, <strong>de</strong>spertando na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>estímulos e interesse para com a coisa pública.• A prefeitura tem se empenhado para criar e a<strong>de</strong>quar espaços públicos.• Preservação <strong>da</strong> memória <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (ex.: revitalização do Museu Abílio Barreto).• Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços públicos.


386 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Espaços públicos são pontos <strong>de</strong> referência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Iniciativa <strong>de</strong> regionalizar feiras e eventos.• BH possui bons espaços <strong>de</strong> convivência coletiva.• BH possui boas leis <strong>de</strong> regulamentação <strong>de</strong> espaços públicos.• PBH tem recuperado e preservado o patrimônio cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Parceria entre iniciativa pública e priva<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma progressiva na preservação <strong>de</strong> espaços públicos.• Reabilitação e criação <strong>de</strong> espaços culturais.• Transporte como parceiro do patrimônio histórico, viabilizando o acesso e a inclusão.PONTOS NEGATIVOS• Depre<strong>da</strong>ção e van<strong>da</strong>lismo dos espaços públicos.• Desinformação sobre a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços públicos e patrimônios.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> interferências e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> no espaço público dificultam a sua utilizaçãopela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> espaços públicos em condições <strong>de</strong> receber gran<strong>de</strong>s eventos culturais e festivos.• Escassez <strong>de</strong> sanitários públicos.• Falta <strong>de</strong> segurança, impedindo a apropriação dos espaços e convivência <strong>da</strong>s pessoas.• Falta <strong>de</strong> divulgação dos espaços públicos e do patrimônio.• Condições precárias dos espaços públicos (passeios, praças, parques), <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção eapropriação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s praças e parques.• Apropriação dos espaços públicos pela especulação imobiliária e pelas igrejas evangélicas.• Centralização dos espaços públicos e em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> insuficiente.• Falta <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> com os espaços públicos <strong>de</strong>vido ao pensamento comum <strong>de</strong> que tais espaços nãopertencem a ninguém (espaço público não tem dono).• Ausência <strong>de</strong> programas educativos e policiamento voltados para a preservação do patrimônio urbano epara a boa utilização dos espaços públicos.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos principais espaços públicos <strong>de</strong>vido sobretudo ao sistema <strong>de</strong> transporte nãointegrado (torna-se caro chegar aos espaços).• Uso ina<strong>de</strong>quado dos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> campanhas educativas <strong>de</strong> conscientização e preservação; divulgação <strong>de</strong> como usar.• Falta <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>; falta <strong>de</strong> segurança e iluminação <strong>de</strong>sses espaços.• Falta <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> áreas públicas e escassez <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer.• Alguns espaços públicos são segregacionistas.• Falta <strong>de</strong> afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ci<strong>da</strong>dãos em relação ao bem e espaço público.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura (inclusive banheiro) e segurança nos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e penalização a quem <strong>da</strong>nifica o espaço público.• Uso ina<strong>de</strong>quado do passeio público.• Depre<strong>da</strong>ção dos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> segurança.• Falta <strong>de</strong> integração Estado e PBH.• Desconsi<strong>de</strong>ração ao pe<strong>de</strong>stre quanto à utilização dos passeios e calça<strong>da</strong>s ou espaços a ele <strong>de</strong>stinados.• Falta <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> conscientização para preservação e adoção dos espaços públicos.• Falta criar mais espaços públicos.• Falta maior fiscalização dos espaços públicos ocupados.• Uso privado dos espaços públicos por particulares com inércia <strong>da</strong> população em mantê-los públicos.• Pouca oferta <strong>de</strong> espaços públicos e referenciais fora <strong>da</strong> área central e sua inexistência em vilas efavelas.• Uso ina<strong>de</strong>quado <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> um plano diretor <strong>de</strong> arborização.• Falta <strong>de</strong> tratamento nas áreas residuais públicas.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 387• Falta <strong>de</strong> sanitários públicos, especialmente no hipercentro.1.1.5 - Condições ambientaisPONTOS POSITIVOS• “Reforma administrativa”, possibilitando a união <strong>de</strong> diversos órgãos sob uma mesma coor<strong>de</strong>nação,aproximando a prefeitura <strong>da</strong> população.• Participação popular através <strong>de</strong> conferências e conselhos setoriais e regionais.• Criação e manutenção <strong>de</strong> parques e áreas ver<strong>de</strong>s.• Existência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> saneamento multisetoriais (Projeto Manuelzão, PROPAM, etc.).• Existência <strong>de</strong> legislação ambiental criteriosa e mo<strong>de</strong>rna.• Urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• Aumento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> parques e jardins.• Blitz <strong>de</strong> poluição automotiva.• Expresso ambiental (cursos, eventos, oficinas, passeios) promovidos pela SMMAS, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras aulas<strong>de</strong> preservação.• Mu<strong>da</strong>nça provoca<strong>da</strong> pela adoção <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> transferência (BHBUS) e sistema metropolitano.• Adoção, em parceria, <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e parques públicos para sua preservação, pelas empresaspriva<strong>da</strong>s.• Implantação pela COPASA MG <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto na região leste.• Maior participação e a<strong>de</strong>são <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong> na preservação <strong>de</strong> áreas ambientais.• Preservação <strong>de</strong> parques e <strong>de</strong> pequenas áreas <strong>de</strong>ntro do perímetro urbano.• Existência <strong>de</strong> vários órgãos e legislações volta<strong>da</strong>s para a preservação do meio ambiente.• Projetos: Projeto Manuelzão; Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água; Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto;Orçamentos Participativos.• Legislação vigente.• Instalação <strong>da</strong> ETE.• Implantação <strong>de</strong> parques e áreas <strong>de</strong> lazer.• Política <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> córregos em seu leito natural.• Maior participação e compromisso individual e comunitário, em parceria com a PBH. e suas Regionais,nas questões ambientais.• Abastecimento <strong>de</strong> água potável <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e que aten<strong>de</strong> a to<strong>da</strong> a população.• Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço <strong>de</strong> limpeza pública urbana.• Existência <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong> serra do Curral – Pró-Serra.• Parceria <strong>da</strong> PBH com o projeto Manuelzão para revitalização <strong>da</strong>s bacias hidrográficas dos córregos <strong>de</strong>BH.• Campanhas educativas.• Despoluição <strong>de</strong> bacias hidrográficas.• Reciclagem do lixo.• Empenho <strong>da</strong> PBH em <strong>da</strong>r oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação nas políticas públicas.• Valorização e preservação dos parques.• Execução dos projetos para reciclagem <strong>de</strong> esgotos.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> reversão <strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, preservando e aumentando a coberturavegetal.• Falta <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> conscientização ambiental.• Ineficiência <strong>de</strong> fiscalização por parte do po<strong>de</strong>r público no controle <strong>da</strong> poluição sonora, visual,atmosférica e radioativa <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> educação ambiental.• Não cumprimento <strong>da</strong>s leis.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


388 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Pouca divulgação <strong>de</strong> audiências públicas para discutir os gran<strong>de</strong>s empreendimentos que causamimpacto ambiental.• Degra<strong>da</strong>ção do centro histórico e <strong>da</strong> serra do Curral pela inexistência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> renovação urbana eambiental.• Degra<strong>da</strong>ção do ar pelo atual sistema <strong>de</strong> transporte.• Degra<strong>da</strong>ção do rio Arru<strong>da</strong>s, córrego do Onça e lagoa <strong>da</strong> Pampulha, <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> falta <strong>da</strong> educaçãoambiental e investimentos na conclusão <strong>de</strong> obras.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura sanitária; existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco e poluição ambiental.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> integração dos diversos órgãos e estrutura ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para a preservação do meio ambiente.• Poluição sonora e atmosférica provoca<strong>da</strong> pelo tráfego e instalação <strong>de</strong> som em veículos.• Existência <strong>de</strong> arborização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e em conflito com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> infra-estrutura.• Falta <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s nascentes/bacias hidrográficas.• Degra<strong>da</strong>ção do meio ambiente causa<strong>da</strong> pelas mineradoras e outros agentes poluidores.• Falta <strong>de</strong> educação e conscientização.• Poluição por gases <strong>de</strong> veículos.• Pichação.• Impermeabilização excessiva do solo (edificações, vias e áreas públicas).• Falta <strong>de</strong> educação ambiental (escola, família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Poluição visual excessiva (outdoors, placas, faixas e pichações).• Os nossos cursos d’água estão poluídos por esgotos e lixo.• Falta fiscalização e segurança nas áreas ver<strong>de</strong>s (parques, praças e áreas <strong>de</strong> proteção ambiental).• Infra-estrutura precária do saneamento básico, faltando tratamento <strong>de</strong> esgotos e preservação <strong>de</strong>córregos e fundo <strong>de</strong> vales.• Falta <strong>de</strong> educação/informação <strong>da</strong> população.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> construção civil.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura para a reciclagem do lixo.• Falta política <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> parques e pouca fiscalização/ampliação <strong>de</strong> novos parques.• Falta <strong>de</strong> conscientização quanto à poluição: sonora, visual, recursos hídricos, tratamento <strong>de</strong> lixo.• Falta <strong>de</strong> fiscalização eficiente nas políticas ambientais tais como: poluição, fauna, flora, espaçospúblicos (inclusive calça<strong>da</strong>s), limpeza urbana e uso e ocupação do solo.• Falta <strong>de</strong> projetos que minimizem os impactos ambientais através do <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e <strong>de</strong>recursos humanos.1.2 - Temas específicos1.2.1 - A Questão MetropolitanaPONTOS POSITIVOS• Anel rodoviário, facilitando a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> na região metropolitana.• Proposta <strong>da</strong> rodoviária <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>.• Conforto e segurança dos ônibus para os passageiros através <strong>de</strong> renovação <strong>da</strong> frota.• BHBUS integrado com o metrô.• Regularização do transporte alternativo.• Manutenção <strong>da</strong>s vias do itinerário dos coletivos.• Desenvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> reestruturação do transporte público (METROPLAN), complementandoo BHBUS.• Evolução histórica do sistema <strong>de</strong> transporte metropolitano mostra melhorias.• Existência do metrô.• Implantação/criação <strong>da</strong>s empresas gerenciadoras do transporte coletivo nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> regiãometropolitana.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 389• Existência <strong>de</strong> assembléia metropolitana (AMBEL) e do seu comitê gestor metropolitano.• Extinção do transporte clan<strong>de</strong>stino.• A LPOUS <strong>de</strong> BH prevê uma distribuição <strong>da</strong> população em áreas com infra-estrutura existente ouproposta.• Estudo <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locais para implantação do novo terminal rodoviário.• A PBH está integrando as áreas lin<strong>de</strong>iras ao anel com passarelas e ligações viárias.• Bilhetagem eletrônica.• Melhoria no padrão dos ônibus do transporte coletivo.• Criação <strong>de</strong> faixas exclusivas para ônibus e táxi.• Ampliação do transporte suplementar para incentivo do menor fluxo <strong>de</strong> carros <strong>de</strong> passeios nas viasurbanas e melhor atendimento à população.• Surgimento do sistema <strong>de</strong> integração entre as regiões metropolitanas.• Surgimento do metrô.• Melhoria do atendimento ao usuário por parte <strong>da</strong>s empresas (operadores).• Melhoria dos corredores <strong>de</strong> acesso e ligação entre os municípios <strong>da</strong> RMBH.• Política tarifária <strong>de</strong> diminuição <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais através <strong>da</strong>s câmaras <strong>de</strong> compensação.• A municipalização do trânsito e do transporte forçou a capacitação técnica <strong>da</strong>s prefeituras <strong>da</strong> RMBH.PONTOS NEGATIVOS• Anel rodoviário ser fiscalizado por órgãos fe<strong>de</strong>rais.• Política <strong>de</strong>sarticula<strong>da</strong> nas questões metropolitanas que não aten<strong>de</strong>m aos anseios <strong>da</strong> população.• Falta <strong>de</strong> integração do DER com a BHTRANS.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> em torno <strong>da</strong>s marginais do anel rodoviário.• Demora <strong>de</strong> implantação do novo anel rodoviário.• Falta <strong>de</strong> financiamento e subsídios para o sistema <strong>de</strong> transporte coletivo, falta <strong>de</strong> política eplanejamento metropolitano.• Rodoviária no centro <strong>de</strong> BH.• Passe-livre para funcionários dos correios e militares em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros trabalhadores.• Sistema <strong>de</strong> transporte financiado exclusivamente pelas tarifas dificulta o funcionamento <strong>da</strong>s linhas queservem a bairros <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.• Falta vonta<strong>de</strong> política para a integração entre diversos órgãos gestores do transporte público <strong>da</strong> RMBH.• Inexistência <strong>de</strong> uma Câmara <strong>de</strong> Compensação única que inclua todos os modos <strong>de</strong> transporte, evitandoa concorrência entre eles.• Falta <strong>de</strong> integração entre os vários sistemas <strong>de</strong> transporte.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus metropolitanos (DER) e superlotação dos mesmos.• Falta <strong>de</strong> um órgão gestor nos municípios <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> BH. Em alguns existe, em outros, não.• Falta <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong> recursos para os municípios para a implementação <strong>da</strong> política <strong>de</strong> transportes.• Falta realizar Conferência Metropolitana Urbana.• Falta <strong>de</strong> um organismo <strong>de</strong> gestão técnica na RMBH.• Falta atualização do PDIES RMBH (<strong>de</strong>stacando-se o plano <strong>de</strong> transporte, classificação viária e PDmunicipais).• Ineficiência na fiscalização <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> novos parcelamentos e na punição dos responsáveis.• Localização atual TERGIP - Terminal Rodoviário.• Falta <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração dos usuários com o transporte coletivo entendido como bem público.• Impasse político entre o Estado e o Município. Ex.: Estação Rodoviária / Estação José Cândido <strong>da</strong>Silveira.• Falta <strong>de</strong> integração do metrô com RMBH.• A gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> é onerosa ao bolso do usuário do transporte.• Falta <strong>de</strong> integração nas questões <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> transporte entre as regiões metropolitanas(planejamento, operacionalização, etc.).• Ineficiência do transporte público.• Poucas vias <strong>de</strong> acesso às regiões metropolitanas.


390 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Falta <strong>de</strong> participação popular na construção do sistema metropolitano.• Falta <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo viabilizando a ampliação do anel rodoviário que seria básico paraimplantação <strong>de</strong> terminais rodoviários.• Falta <strong>de</strong> estruturação do planejamento metropolitano, após a municipalização do trânsito e transporte.• Falta <strong>de</strong> controle efetivo <strong>da</strong> regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> transporte coletivo metropolitano.• Inexistência <strong>de</strong> uma política metropolitana <strong>de</strong> transporte.1.2.2 - Gestão <strong>da</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>PONTOS POSITIVOS• Mu<strong>da</strong>nças no transporte coletivo, criando novas formas <strong>de</strong> integração.• Transporte suplementar e taxi-lotação.• Faixa exclusiva para ônibus e taxi no centro.• Implantação <strong>de</strong> pistas exclusivas, na área central, para o transporte coletivo.• Regulamentação do transporte suplementar.• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong> táxi, escolar, ônibus <strong>de</strong> piso baixo e abrigos para passageiros.• Existência <strong>de</strong> serviços especiais para portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais (ex. linha especial doBarreiro, rampas nas estações, etc.).• Implantação <strong>de</strong> faixas exclusivas para ônibus no hipercentro.• Criação <strong>de</strong> serviços diferenciados (linhas locais, perimetrais e suplementares).• Sincronização <strong>de</strong> semáforos e On<strong>da</strong> Ver<strong>de</strong> em <strong>de</strong>terminados corredores.• Implantação dos abrigos nos pontos <strong>de</strong> ônibus, apesar dos critérios ina<strong>de</strong>quados utilizados para a suaexecução.• Existência do metrô, BHBUS, taxi-lotação, ônibus <strong>de</strong> piso baixo.• Sistema <strong>de</strong> ônibus e taxis.• Sistema viário.• Obras <strong>de</strong> redução dos canteiros centrais – maior mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> para os veículos.• Criação <strong>de</strong> faixas exclusivas para veículos.• Descentralização dos serviços essenciais, com a participação popular (transporte, saú<strong>de</strong>, etc.).• Priorização do transporte coletivo sobre o transporte particular (automóvel).• Estações BHBUS.• Trânsito melhorou, menos congestionamentos.• Metrô.• Presença efetiva do po<strong>de</strong>r público na gestão do transporte.• Rotas exclusivas para ônibus no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Retira<strong>da</strong> dos perueiros agrega<strong>da</strong> à implantação do serviço suplementar.• A participação popular na orientação do transporte.• Implantação <strong>da</strong> bilhetagem eletrônica.• Implantação <strong>da</strong> política do BHBUS.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> uma política alternativa para o combustível.• Expansão <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com reflexos na mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> veículos particulares circulando na área central.• Não existência <strong>de</strong> faixas exclusivas para o transporte coletivo em corredores nos bairros, limita<strong>da</strong>sapenas à área central.• Timi<strong>de</strong>z nas ações volta<strong>da</strong>s para pe<strong>de</strong>stres.• Forma <strong>de</strong> remuneração <strong>da</strong>s empresas <strong>de</strong> transporte coletivo por produção quilométrica.• Demora na implantação <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do BHBUS.• Falta <strong>de</strong> um rodoanel para retira<strong>da</strong> dos veículos <strong>de</strong> passagem no Anel Rodoviário.• A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s nem sempre é obe<strong>de</strong>ci<strong>da</strong>: (1. Pe<strong>de</strong>stres; 2. Transporte público; 3. Carga eserviços; 4. Transporte individual).


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 391• Ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> restrição ao veiculo individual (rodízios, pedágios).• Ausência <strong>de</strong> campanhas que estimulem a transferência do usuário <strong>de</strong> carro para o transporte coletivo.• Atraso na implementação <strong>da</strong>s estações do BHBUS (ex.: Alípio <strong>de</strong> Melo).• Redução <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> inexistência <strong>de</strong> transporte seletivo.• Falta <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para pessoas com mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>.• Ausência <strong>de</strong> modo <strong>de</strong> transporte alternativo aos veículos individuais.• Excesso <strong>de</strong> carros individuais.• Concentração dos serviços essenciais.• Esvaziamento do centro; Violência urbana, faltam opções <strong>de</strong> lazer; Transformação <strong>de</strong> residência emuso comercial.• Falta <strong>de</strong> ciclovias, como incentivo ao transporte, serviços e lazer.• Falta <strong>de</strong> segurança nas travessias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre (algumas vias e Anel Rodoviário).• Falta <strong>de</strong> confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos horários dos ônibus com frota reduzi<strong>da</strong> nos finais <strong>de</strong> semana.• Falta <strong>de</strong> sincronismo dos semáforos.• Excesso <strong>de</strong> automóveis nos corredores <strong>da</strong> área central.• Falta infra-estrutura viária para uso <strong>de</strong> outros modos (ex.: bicicleta).• Custo do transporte limita o acesso ao sistema <strong>de</strong> transporte coletivo e os <strong>de</strong>slocamentos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ineficiência na integração dos transportes.• Não existe restrição para uso <strong>de</strong> veículos privados.• Invasão do espaço público pelo uso privado, dificultando a circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.• Ineficiência <strong>de</strong> quadro <strong>de</strong> horários dos ônibus.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> comércio, serviços e trabalho gerando o “não transporte”.• Falta <strong>de</strong> garagens nos edifícios do centro induz a migração para os bairros e a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do centro.• Falta <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s seguras, <strong>de</strong>simpedi<strong>da</strong>s e atrativas para os pe<strong>de</strong>stres não favorece os <strong>de</strong>slocamentosa pé.• Falta <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> locomoção dos idosos e portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, nas calça<strong>da</strong>s na área central.1.2.3 - Manutenção <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>PONTOS POSITIVOS• A recuperação/conservação <strong>de</strong> praças públicas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (ex.: Praça <strong>da</strong> Rodoviária).• A manutenção/conservação <strong>da</strong> sinalização tanto veicular como para pe<strong>de</strong>stre.• Um gran<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> vias pavimenta<strong>da</strong>s (96%).• Implantação do Projeto PACE – com criação <strong>de</strong> pista exclusiva <strong>de</strong> ônibus.• Início <strong>da</strong> execução do projeto <strong>de</strong> ligação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina ao Barreiro.• Manutenção asfáltica <strong>da</strong>s principais vias pela PBH.• Projetos <strong>de</strong> ligações transversais, evitando-se a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> passagem pela área central.• Manutenção asfáltica.• Calça<strong>da</strong>s largas na área central.• Melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> travessia para pe<strong>de</strong>stres, com semáforo e dispositivos para acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.• Existência <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong>terminando que novos loteamentos sejam implantados já com infra-estrutura.• Abertura <strong>de</strong> vias, possibilitando novas opções <strong>de</strong> acesso.• Início <strong>da</strong> implantação do projeto PACE.• Número <strong>de</strong> vias pavimenta<strong>da</strong>s é satisfatório.• Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s através do orçamento participativo.• Criação do serviço Disque "Tapa-Buraco".• Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com boa sinalização estatigráfica.• Crescimento <strong>de</strong> investimento na sinalização viária.• Boa área <strong>de</strong> pavimentação (96%).


392 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Disque Buraco (telefone do "Tapa-Buraco" - 3277-8000).• Existência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> manutenção.• Existência <strong>da</strong>s CRTT (participação popular).• Parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong>.• Alto índice <strong>de</strong> vias pavimenta<strong>da</strong>s com boa média <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> útil.• Esforço do po<strong>de</strong>r público na semaforização <strong>da</strong>s travessias e na realização <strong>de</strong> campanhas educativas.• Política <strong>de</strong> estruturação do sistema viário sob as diretrizes do Plano Diretor.PONTOS NEGATIVOS• A obstrução/reserva <strong>de</strong> vagas nas vias públicas com cavaletes “prisma <strong>de</strong> concreto”, <strong>de</strong>teriorando oespaço público.• Falta <strong>de</strong> planejamento/manutenção <strong>de</strong> vias e calça<strong>da</strong>s por empresas (públicas e priva<strong>da</strong>s) prestadoras<strong>de</strong> serviços com a recuperação satisfatória.• Fiscalização insuficiente, conivente com a irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> nos rebaixamentos <strong>de</strong> meios-fios, inclusivecom a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.• Ausência <strong>de</strong> calça<strong>da</strong> como parte do sistema viário na política <strong>de</strong> manutenção.• Ausência <strong>de</strong> incentivo à política ambiental na manutenção <strong>de</strong> espaços <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> priorizando aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Uso irregular <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s pelo comércio formal e informal, impedindo livre tráfego <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.• Apropriação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> por parte do comércio <strong>de</strong> áreas propícias a estacionamento, impedindo livreacesso <strong>de</strong> outros usuários.• Regiões em local <strong>de</strong> transição (divisão <strong>de</strong> municípios) não têm atendimento satisfatório naimplantação/manutenção <strong>de</strong> vias.• A não conclusão do projeto <strong>de</strong> ligação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina ao Barreiro.• Faltam melhorias na sinalização indicativa.• Tratamento mais a<strong>de</strong>quado fora <strong>da</strong> área central, consi<strong>de</strong>rando os usuários portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sespeciais.• Falta <strong>de</strong> propostas especificas para a educação e orientação dos pe<strong>de</strong>stres, visando sua segurança.• Má utilização <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s (camelôs, botecos, placas, estacionamentos...).• Vias com problemas <strong>de</strong> drenagem pluvial.• Más condições <strong>de</strong> conservação e utilização <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s, por falta <strong>de</strong> padronização e fiscalizaçãoa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, além <strong>da</strong> ocupação excessiva por camelôs.• Falta <strong>de</strong> transposição sobre as linhas férreas, em alguns trechos, prejudicando a travessia segura efacilita<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos e pe<strong>de</strong>stres.• Carência no tratamento <strong>da</strong>s vias, interseções e passeios dos bairros que não sejam <strong>da</strong> área central.• Falta <strong>de</strong> priorização <strong>de</strong> projetos financeiramente viáveis – retórica i<strong>de</strong>alismo x viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> enfoque nas questões <strong>de</strong> maiores conflitos: educação para o trânsito e obstáculos físicos jáexistentes (paredões em trincheiras, muretas e alças viárias).• Deficiência na manutenção do sistema <strong>de</strong> drenagem.• Não é respeita<strong>da</strong> a sinalização pelos pe<strong>de</strong>stres e condutores <strong>de</strong> veículos.• Falta <strong>de</strong> reavaliação <strong>da</strong>s ações executa<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> integração entre ações/idéias entre PBH, DER e CBTU.• Baixo índice <strong>da</strong>s vias ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s na PBH.• Baixo índice <strong>de</strong> manutenção preventiva e corretiva.• Apropriação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s, tanto na forma quanto no uso.• Há falta <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> vias na periferia.• Obstáculos que dificultam a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais.• Deficiência na manutenção <strong>de</strong> parques e praças.• Falta <strong>de</strong> eficiência/agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na manutenção <strong>da</strong>s vias, causando baixo conforto nas vias.• Falta política <strong>de</strong> priorização do pe<strong>de</strong>stre.• Falta fiscalização para cumprimento <strong>da</strong> legislação vigente.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> compatibilização na execução <strong>de</strong> serviços públicos.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 393• Falta <strong>de</strong> sanitários públicos na área central.1.2.4 - Financiamento do TransportePONTOS POSITIVOS• Integração tarifária metrô–ônibus e estações BHBUS.• Vale-transporte, limitando o custo para o trabalhador.• Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária, contribuindo para subsidiar o usuário <strong>de</strong> regiões periféricas.• Existência <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária (CCT).• Participação <strong>de</strong> vários segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> tarifa.• Financiamento do transporte pelo empregador.• Existência <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária.• Integração metrô–ônibus, em um sistema tronco alimentado, com tarifa integra<strong>da</strong> e redução <strong>de</strong> custos.• Criação <strong>de</strong> uma empresa gerenciadora <strong>de</strong> transporte e trânsito.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para idosos e <strong>de</strong>ficientes.• Tarifa única, subsidiando os bairros mais distantes.• Participação popular (representação do usuário) na Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária.• Bilhetagem eletrônica com o agente <strong>de</strong> bordo.• Financiamento pelo empregador <strong>de</strong> parte do transporte.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s categorias como a terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Implantação do transporte suplementar.• Implantação <strong>da</strong> bilhetagem eletrônica, contribuindo na melhoria do sistema.• Licitação <strong>da</strong>s empresas, provocando maior controle, beneficiando o usuário.• Implantação do sistema <strong>de</strong> bilhetagem eletrônica.• Instituição <strong>da</strong> lei do vale-transporte.• Existência do sistema <strong>de</strong> integração metrô–ônibus, com baixo custo.• Exploração <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> no transporte.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> nas passagens para idosos, portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, carentes.• A regionalização do sistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> metrô.• Renovação <strong>da</strong> frota: veículos com 10 anos <strong>de</strong> uso saem do sistema.PONTOS NEGATIVOS• Financiamento apenas pelo usuário pagante e pelo empregador. O Estado não dá sua contribuição.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s e evasão encarecem o custo <strong>de</strong> transporte para o usuário pagante.• Carga tributária inci<strong>de</strong>nte sobre o sistema é um fator <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> custo.• Custo unitário “exorbitante” do cartão eletrônico para o usuário do transporte coletivo.• Demora do repasse <strong>de</strong> verba para complementar o metrô.• Criação <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> sem previsão <strong>de</strong> receita para suprir o custo.• Participação <strong>de</strong> vários segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> tarifa.• Usuário arca com a maior parte do financiamento do sistema <strong>de</strong> transporte.• Falta <strong>de</strong> segurança pública (assaltos, van<strong>da</strong>lismo).• Inexistência <strong>de</strong> política tarifária racional e integra<strong>da</strong> ao transporte público e individual. (ex.: taxa <strong>de</strong>estacionamento, tarifa <strong>de</strong> transporte coletivo).• Oneração tributária do transporte coletivo.• usuário arca com todo o custo do transporte coletivo.• Falta <strong>de</strong> fiscalização no cumprimento dos horários <strong>de</strong> ônibus.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> financia<strong>da</strong> pelos <strong>de</strong>mais usuários dos ônibus.• Falta <strong>de</strong> financiamento para as gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s (correios, oficiais <strong>de</strong> justiça e policiais, etc.).• Apenas usuários e empregadores pagam o transporte público.• Ausência <strong>de</strong> subsídio público para o transporte.• Falta <strong>de</strong> outras fontes <strong>de</strong> financiamento.


394 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Falta <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para pessoas que não po<strong>de</strong>m pagar.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para categorias que po<strong>de</strong>m arcar com o custo do transporte.• Falta <strong>de</strong> política para financiamento <strong>da</strong>s gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Evasão no transporte provoca déficit <strong>da</strong> Câmara <strong>de</strong> Compensação Tarifária, provocando aumento nastarifas.• No custo <strong>da</strong> passagem a maior parte é paga pelo usuário.• Falta <strong>de</strong> mecanismos financiadores para subsidiar o sistema.• Concessão <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> para algumas categorias.• Falta <strong>de</strong> políticas para melhor aproveitamento dos impostos já existentes no transporte público.• Falta <strong>de</strong> políticas para redução dos preços <strong>da</strong>s passagens.• Poucos segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> repassam verbas para o transporte coletivo.• Repasse aos usuários <strong>da</strong> cota dos isentos (idosos, portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, etc.) e <strong>da</strong> cota relativa aoaumento do petróleo e seus <strong>de</strong>rivados.• Falta <strong>de</strong> uma política que regulamente e fiscalize o financiamento do transporte (nos níveis municipal,estadual e fe<strong>de</strong>ral).• Existência <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s custea<strong>da</strong>s pelo sistema, excetuando-se as dos idosos, portadores <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiência, carentes.• Ausência <strong>de</strong> subsídio financeiro ao sistema.2 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE CONTROLE URBANOE PATRIMÔNIO HISTÓRICO2.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>2.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• A existência <strong>de</strong> planos globais aju<strong>da</strong> a disciplinar o crescimento <strong>da</strong>s vilas.• A legislação e os instrumentos urbanísticos (Plano Diretor, leis <strong>da</strong>s ZEIS, Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>) são bons.• A existência do Orçamento Participativo e a participação popular são instrumentos fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong>política urbana.• Existência <strong>de</strong> participação popular.• Existência <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> política urbana na legislação.• Projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização administrativa <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>.• Abertura/conquista <strong>de</strong> espaço para a participação popular (conselhos municipais, COMPUR).• Plano Diretor, Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e Conferências.• "Potencial ambiental" <strong>de</strong> BH - diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaços a serem valorizados.• Ruptura do conceito absoluto <strong>de</strong> direito <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, valorizando a função social, num processo <strong>de</strong>mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> cultura.• Processos participativos <strong>de</strong> discussão em vários âmbitos, como Orçamento Participativo, Conferências,etc.• Valorização <strong>de</strong> características regionais culturais.PONTOS NEGATIVOS• A participação popular na discussão <strong>da</strong> política urbana é insuficiente, centraliza<strong>da</strong> e elitista.• Falta <strong>de</strong> planejamento no nível metropolitano.• Pressão especulativa do setor imobiliário <strong>de</strong>sequilibra o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• A verticalização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e o a<strong>de</strong>nsamento populacional prejudicam a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Há falta <strong>de</strong> recursos para a implementação dos planos globais <strong>da</strong>s vilas e favelas.• Crescimento <strong>da</strong> exclusão pelo processo <strong>de</strong> metropolização e a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong>s vilas e favelas.• Concentração/centralização <strong>de</strong> equipamentos e serviços.• Desorganização, <strong>de</strong>scontrole e clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 395• Crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> atomizado, causando a subutilização <strong>da</strong> estrutura já existente.• Adormecimento <strong>da</strong> diretriz coloca<strong>da</strong> como número 1 pela Administração atual: inversão <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Especulação imobiliária gera a<strong>de</strong>nsamento excessivo, verticalização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e exclusão social(vilas e favelas).• Informação e conscientização <strong>de</strong>ficientes <strong>da</strong>s pessoas e empresariado, além <strong>de</strong> pouca publici<strong>da</strong><strong>de</strong> porparte do po<strong>de</strong>r público.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprimorar a coor<strong>de</strong>nação entre os diversos agentes públicos.• Crescimento <strong>de</strong> loteamentos clan<strong>de</strong>stinos por falta <strong>de</strong> fiscalização.• Falta ação governamental a um planejamento urbano e metropolitano que consi<strong>de</strong>re os váriosproblemas <strong>da</strong> conurbação.• Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> legislação.• Não inclusão dos diversos setores <strong>da</strong> população na discussão <strong>da</strong>s políticas urbanas.• Processo especulativo <strong>de</strong> ocupação do solo.• Legislação ineficiente e <strong>de</strong> difícil aplicação.2.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Reforma administrativa, com a implementação <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização dos serviços.• Abertura do diálogo com outros municípios para discussão dos problemas comuns <strong>da</strong> RegiãoMetropolitana.• Existência <strong>de</strong> centros comerciais geograficamente distribuídos, com ênfase na multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso.• Previsão no Plano Diretor <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Setorização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões.• Nossa legislação urbanística contempla o <strong>de</strong>senvolvimento regional, permitindo a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Início <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o surgimento <strong>de</strong> shoppings,hipermercados e comércios especializados nas regiões.• Alteração no padrão cultural <strong>da</strong> população que começa a compreen<strong>de</strong>r e apreen<strong>de</strong>r a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com outroolhar.• Existência <strong>de</strong> Plano Diretor e planos diretores regionais e regulamentação <strong>de</strong> leis.• Evolução na abrangência do processo <strong>de</strong> licenciamento ambiental, bem como o caráter <strong>de</strong>licenciamento corretivo.• A proposta e o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> Administração em an<strong>da</strong>mento.PONTOS NEGATIVOS• A extrema concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> serviços no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> um plano diretor para ca<strong>da</strong> regional.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> fiscalização para to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A falta <strong>de</strong> equalização tributária entre municípios <strong>da</strong> RMBH provoca concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões.• Ausência <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> controle e incentivo para a <strong>de</strong>scentralização.• Concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> serviços nos corredores acarreta baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>ambiental e congestionamento.• Não há licenciamento corretivo para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços instala<strong>da</strong>s nos corredoresviários.• Ina<strong>de</strong>qüabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso do solo na área central que conjugue área comercial, resi<strong>de</strong>ncial e serviços.• Não há controle <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio ou serviços nos corredores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> fluxo<strong>de</strong> veículos.• Falta <strong>de</strong> planejamento urbano e metropolitano.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> indução ao <strong>de</strong>senvolvimento econômico casado com o planejamento urbano e coma vocação <strong>da</strong>s regiões, incluindo as áreas ver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> lazer como indutoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.• Falta <strong>de</strong> legislação que contemple as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais e a ocupação dos espaços públicos.


396 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• A concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas vias principais sem espaço <strong>de</strong> convivência e condições <strong>de</strong>acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> coletiva.• Hiato entre planejamento e regulamentações e as ações efetivas, bem como falta <strong>de</strong> otimização doatendimento por parte do po<strong>de</strong>r público ao ci<strong>da</strong>dão.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> na distribuição dos pontos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no que se refere ao todo <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Planejamento e ações centra<strong>da</strong>s no hipercentro sem abranger <strong>de</strong> forma efetiva as regionais e os limitesmetropolitanos.2.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Melhores alternativas para o usuário do transporte coletivo.• Implantação parcial <strong>da</strong>s estações do BHBUS e metrô.• Bom <strong>de</strong>sempenho do órgão gerenciador <strong>de</strong> trânsito e transporte.• Melhoria no sistema viário/criação <strong>de</strong> novas aveni<strong>da</strong>s.• Mobilização e participação popular em espaços legitimados na elaboração <strong>de</strong> diretrizes relativas àci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> plano <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> transporte e trânsito para BH e Região Metropolitana (BHBUS).• <strong>Municipal</strong>ização do transporte coletivo.• Aprovação <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> bilhetagem eletrônica.• A implantação <strong>da</strong>s estações do BHBUS e as intervenções viárias no hipercentro.• Funcionamento dos fóruns populares <strong>de</strong> discussão sobre transporte e trânsito.• Iniciativas <strong>de</strong> participação popular, inclusive as parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong>, permitem umplanejamento mais próximo <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população.• Planejamento <strong>de</strong>scentralizador já é reali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Ven<strong>da</strong> Nova / Barreiro).• Há soluções criativas na aplicação <strong>de</strong> intervenções <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> tráfego que não necessitam <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s investimentos, mas possibilitam vários benefícios.• Instalação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> veículos.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> participação popular na <strong>de</strong>finição do sistema <strong>de</strong> transporte.• Falta <strong>de</strong> investimento público e vonta<strong>de</strong> política no setor <strong>de</strong> transporte coletivo.• Ina<strong>de</strong>quação dos passeios ao trânsito <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, principalmente dos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.• Ausência <strong>de</strong> estudos, proposições e projetos para a <strong>de</strong>sconcentração do fluxo viário nas gran<strong>de</strong>s vias<strong>de</strong> articulação existentes.• Representante popular nem sempre expressa a vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> nas comissões <strong>de</strong> transporte.• Falta <strong>de</strong> integração entre o planejamento viário e questões ambientais e sociais.• Desequilíbrio na priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>da</strong> aos veículos em <strong>de</strong>trimento dos pe<strong>de</strong>stres.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implementação do projeto BHBUS e metrô com inclusão <strong>da</strong> região metropolitana.• Insuficiência <strong>de</strong> estacionamentos no hipercentro e região <strong>da</strong> Savassi.• Deficiência do transporte coletivo, <strong>de</strong>vido, inclusive, à não conclusão do metrô.• A não utilização do transporte coletivo pela população, com os conseqüentes elevados números <strong>de</strong>veículos particulares em circulação e não flui<strong>de</strong>z do trânsito.• Serviço precário ou inexistente <strong>de</strong> integração ferroviária e intermo<strong>da</strong>l na região metropolitana.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação do Projeto BHBUS.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e caráter paliativo na implantação <strong>da</strong>s soluções por parte do po<strong>de</strong>r público.• Transporte público ineficiente sob os aspectos <strong>da</strong> segurança e econômico/financeiro.• Falta <strong>de</strong> investimento para o transporte coletivo, incentivando o uso do transporte individual ou doalternativo.• Acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.• Ocupação <strong>de</strong> vias públicas em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 3972.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> mecanismos legais que favorecem a preservação do patrimônio, tais como a transferênciado direito <strong>de</strong> construir, os conselhos, etc.• Parcerias entre iniciativa pública e priva<strong>da</strong> para recuperar áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s (como ocorreu com aPraça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Existência, ain<strong>da</strong> que <strong>de</strong> maneira tími<strong>da</strong>, <strong>de</strong> programas que divulguem espaços públicos emanifestações culturais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A <strong>de</strong>finição dos conjuntos urbanos tombados <strong>da</strong> área central.• Investimento nos espaços públicos por parte do po<strong>de</strong>r público.• Avanço nos canais <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na administração do espaço público.• Criação dos Conselhos Deliberativos do Patrimônio e do Meio Ambiente.• Centro <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> está vivo, ain<strong>da</strong>.• Requalificação <strong>de</strong> praças, parques, e criação <strong>de</strong> parques.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar intervenções através <strong>de</strong> operação urbana no hipercentro.• Recentemente, o po<strong>de</strong>r público tem investido em espaços públicos.• Já existem bons exemplos <strong>de</strong> preservação na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A população está começando a se conscientizar.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> espaços públicos que ofereçam boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e proporcionem atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Pichações excessivas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> política que combata esse ato, contribuindo para a<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do espaço público e do patrimônio urbano.• A não divulgação do patrimônio urbano e a falta <strong>de</strong> educação patrimonial prejudicam a afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ai<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> do belorizontino com os espaços públicos.• Pressão econômica dita as regras <strong>de</strong> ocupação e evolução urbana, fazendo com que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> percamuito facilmente e rapi<strong>da</strong>mente suas referências originais.• A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> não tem sentimento <strong>de</strong> pertence: per<strong>da</strong> dos valores coletivos.• Insuficiência dos mecanismos <strong>de</strong> incentivo à preservação.• A ação do po<strong>de</strong>r público é <strong>de</strong>ficiente para garantir a preservação do espaço público.• Conflito entre a LPOUS (Lei do Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo), e as diretrizes do CDPMC–BH(Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>).• Poluição visual conflita com a valorização dos bens tombados.• Priorização equivoca<strong>da</strong> do automóvel x ci<strong>da</strong>dão no centro.• Descontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> política, <strong>de</strong> fato, e administrativa <strong>da</strong> integração <strong>da</strong> política urbana com a <strong>de</strong>preservação cultural.• Privatização <strong>de</strong> espaços (e usos) <strong>de</strong> interesse público (ex.: serra do Curral, poluição visual, etc.).• Falta <strong>de</strong> requalificação do uso do patrimônio, consi<strong>de</strong>rando sua preservação.• Deficiência do controle do patrimônio público e cultural.• Processo <strong>de</strong> tombamento é consi<strong>de</strong>rado muito impositivo.• Falta <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> divulgação e conscientização em relação à importância <strong>da</strong> preservação dopatrimônio cultural.• Regulamentação e i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> preservação.• Reduzido número <strong>de</strong> espaços culturais públicos nas periferias para preservação e fomento <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.2.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Legislação ambiental em vigor.• Tratamento <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale e áreas ver<strong>de</strong>s.• Melhoria dos investimentos em saneamento.• Implementação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s.


398 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Política <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> praças e canteiros (Programa "Adote o Ver<strong>de</strong>").• Ação fiscal no controle à poluição sonora, visual e do ar.• Nova legislação municipal para áreas públicas <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, evitando com isto a ocupação<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Boa conservação e criação <strong>de</strong> novos parques e jardins na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Nova política <strong>de</strong> implantação do sistema <strong>de</strong> canalização dos córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e criação <strong>da</strong>s estações<strong>de</strong> tratamento.• Projeto Manuelzão.• Legislação Ambiental.• Preservação dos parques públicos.• Parcerias (ONG, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>, setor privado, etc.).• Política <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduos.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> consciência ambiental, causando poluição generaliza<strong>da</strong>.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> fiscalização.• Desigual<strong>da</strong><strong>de</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental entre regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Marginalização <strong>da</strong> população mais pobre, excluí<strong>da</strong> dos bens e serviços produzidos pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong>(água, esgoto, lixo, drenagem, saú<strong>de</strong>), causa gran<strong>de</strong> impacto e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção no ambiente ocupado e nãoproporciona condições <strong>de</strong> nele intervir positivamente.• Falta <strong>de</strong> tratamento dos esgotos coletados na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> área central.• A população não é suficientemente conscientiza<strong>da</strong>, gerando <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção ambiental (nascentes, rios,córregos, etc.).• Excesso <strong>de</strong> veículos/congestionamentos, gerando poluição sonora, do ar e visual, com fiscalizaçãoinsuficiente.• Deficiência na legislação que beneficia gran<strong>de</strong>s causadores <strong>de</strong> impacto ambiental.• Especulação imobiliária nas áreas <strong>de</strong> preservação ambiental.• Estrutura <strong>de</strong> saneamento básico ineficiente, especialmente em vilas e favelas, com assoreamento dosrios e córregos.• Poluição dos córregos e nascentes.• Legislação <strong>de</strong> supressão arbórea ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> ação eficaz no combate às poluições sonora e visual.• Falta <strong>de</strong> uma coleta seletiva eficiente e falta <strong>de</strong> incentivos à ampliação <strong>da</strong> reciclagem do lixo.• Falta <strong>de</strong> informação e conscientização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação à legislação.• Exclusão <strong>da</strong>s vilas e favelas no que toca à política <strong>de</strong> saneamento básico.• Falta <strong>de</strong> fiscalização.• Política <strong>de</strong> arborização, principalmente nas áreas periféricas.• Reduzido número <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> reciclagem.2.2 - Temas específicos2.2.1 - Zoneamento e ADEPONTOS POSITIVOS• Regulação <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong>s ZEIS 1 e 3.• Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como instrumento que favorece a regularização fundiária.• A nova Lei <strong>de</strong> uso e ocupação do solo, que permite o crescimento or<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência na lei atual <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento.• Instrumentos <strong>da</strong>s ADE e zoneamentos permitem tratar situações especiais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação ambiental.• Existência do Plano Diretor, <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo e <strong>de</strong>mais leis


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 399urbanísticas.• Existência dos conselhos <strong>de</strong> participação popular, ex.: COMPUR, COMAM, do Patrimônio e outros.• Afastamentos na atual legislação melhoraram em relação à Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso doSolo <strong>de</strong> 1976.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correções e <strong>de</strong>talhamento do zoneamento com a criação <strong>de</strong> ADE.• Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> promovi<strong>da</strong> pela Operação Urbana no tratamento <strong>de</strong> casos específicos.• Zoneamento enquanto instrumento indispensável do uso e ocupação do solo.• Zoneamento tem servido para inibir a ocupação <strong>de</strong> áreas com problema <strong>de</strong> acesso viário.PONTOS NEGATIVOS• IPTU não reflete a política urbana <strong>de</strong> zoneamento do solo.• Falta <strong>de</strong> fiscalização (educativa, orientativa e punitiva) para a Lei <strong>da</strong>s ZEIS.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>da</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ADE.• A falta <strong>de</strong> instrumentos para ajustes locais <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, a curto prazo.• Indução <strong>da</strong> clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso e ocupação por in<strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s ADE e Planos Diretores Regionais.• Integração <strong>da</strong>s ações e políticas urbanas não efetiva<strong>da</strong>s na prática.• ZEIS não prevê a redução gra<strong>da</strong>tiva do crescimento <strong>de</strong> vilas e favelas.• Pouco aproveitamento do instrumento "Operação Urbana".• Falta <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ADE existentes.• Não a<strong>de</strong>quação do zoneamento com relação às características, <strong>de</strong>senvolvimento urbano e vocaçõesespecíficas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> área. Ex.: Pampulha, Raja Gabáglia.• Zoneamentos aprovados que não levam em conta os impactos em termos <strong>de</strong> trânsito, transporte, meioambiente, entre outros. Ex.: Belve<strong>de</strong>re.• Índices <strong>de</strong> área <strong>de</strong> permeabilização na atual legislação são baixos nas ZP-2.• Inexistência <strong>de</strong> uma ADE para a serra do Curral.• Zoneamento traz imposições estabelecendo padrões que acabam suprimindo características locais.• Reduzido número <strong>de</strong> ADE em relação a extensão do território do município e as diferenças <strong>de</strong>características locais.• Zoneamento enquanto instrumento <strong>de</strong> expulsão e exclusão social.• Zoneamento estabelece coeficientes muito permissivos incentivando o a<strong>de</strong>nsamento indistinto.• Zoneamento promovendo reserva <strong>de</strong> mercado para classes privilegia<strong>da</strong>s gerando guetos.2.2.2 - Parcelamento do SoloPONTOS POSITIVOS• As leis em vigor são atuais e claras ao <strong>de</strong>finirem questões <strong>de</strong> proteção ambiental, implantação <strong>de</strong>equipamentos públicos e áreas mínimas e máximas <strong>de</strong> parcelamento.• Urbanização e planos globais estratégicos para a regularização e melhoria <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> vilas efavelas.• Loteamento regular (aprovado) é gerador <strong>de</strong> receita para o município.• Existência do Plano Diretor que trata do parcelamento e LPOUS.• I<strong>de</strong>ntificação dos assentamentos não aprovados.• Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (regulamentação <strong>da</strong> ZEIS 1 e ZEIS 3, PGE e OPH).• Garantia <strong>de</strong> infra-estrutura ( água, luz, etc.).• Loteamento com planta aprova<strong>da</strong> na PBH, conforme a legislação (legali<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Consulta à SMRU do loteamento acessível à população em geral.• Exigência <strong>de</strong> compatibilização <strong>da</strong> malha urbana proposta com a existente.• Plano Diretor (<strong>de</strong>finição <strong>da</strong> política urbana).• Existência dos programas <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> áreas.• Existência <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos que <strong>de</strong>finem as condições <strong>de</strong> parcelamento do solo.• Existência <strong>de</strong> percentuais <strong>de</strong> áreas transferi<strong>da</strong>s ao po<strong>de</strong>r público para equipamentos.PONTOS NEGATIVOS


400 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• A rigi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> legislação torna o processo <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> parcelamento morosos eburocráticos, induzindo à clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> e à exclusão.• A precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fiscalização proporciona ocupação irregular, levando o po<strong>de</strong>r público a per<strong>de</strong>r osespaços <strong>de</strong> equipamentos e áreas ver<strong>de</strong>s.• A existência <strong>de</strong> condomínios fechados clan<strong>de</strong>stinos causando segregação social e manutençãoonerosa.• Processo <strong>de</strong> aprovação fragmentado, lento e oneroso.• Impuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em relação às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos empreen<strong>de</strong>dores quanto aos loteamentos clan<strong>de</strong>stinos.• Falta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> governo para regularizar assentamentos clan<strong>de</strong>stinos (diagnóstico, legislação,atuação).• Loteamento legalizado torna-se oneroso para o munícipe.• Loteamento irregular forma área <strong>de</strong> risco e agri<strong>de</strong> o meio ambiente (falta fiscalização).• Conjunto habitacional sem segurança a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.• Desconhecimento, por parte <strong>da</strong> população em geral, <strong>da</strong> Lei do Plano Diretor e <strong>de</strong>mais leis urbanísticas.• Figura imprecisa do condomínio fechado em áreas <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem mil m².• Ausência <strong>de</strong> uma legislação que responsabilize a administração pública e os empreen<strong>de</strong>dores pelos<strong>da</strong>nos causados por uma ocupação clan<strong>de</strong>stina.• Falta <strong>de</strong> uso imediato <strong>da</strong>s áreas transferi<strong>da</strong>s ao po<strong>de</strong>r público em implantação <strong>de</strong> loteamentos.• Falta <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> lotes lin<strong>de</strong>iros a obras implanta<strong>da</strong>s pelo po<strong>de</strong>r público.• Ausência <strong>de</strong> fiscalização eficaz inibindo a ocupação <strong>de</strong> áreas públicas.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> condomínios fechados regularizados.2.2.3 - OcupaçãoPontos Positivos• Legislação existente (ex.: afastamentos, taxa <strong>de</strong> permeabilização, quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong>resi<strong>de</strong>ncial, etc.).• Iniciativa para a implementação <strong>da</strong> engenharia pública.• Exigência dos cartórios <strong>da</strong> planta aprova<strong>da</strong>.• Conceito <strong>da</strong> reforma administrativa que prevê a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> atribuição <strong>de</strong> licenciamento.• A Lei <strong>Municipal</strong> n.º 1989 que prevê a facilitação do acesso <strong>de</strong> pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência àsedificações.• A Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo em vigor.• A nova legislação urbanística minimizou problemas críticos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, possibilitando a melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental, bem como dos parâmetros urbanísticos.• Gestão participativa <strong>da</strong>s políticas urbanas.• Criação do Plano Diretor a partir <strong>de</strong> 1996.• A taxa <strong>de</strong> permeabilização exigi<strong>da</strong> na lei para edificações.• Existência <strong>de</strong> legislação e o nível <strong>de</strong> discussão que a população vem fazendo com o Po<strong>de</strong>r Público.PONTOS NEGATIVOS• Insuficiência <strong>de</strong> informação <strong>da</strong> população em relação à legislação urbana.• Falta <strong>de</strong> recursos, inclusive humanos, para a fiscalização.• Descumprimento <strong>da</strong> legislação urbanística, <strong>de</strong> forma consciente e intencional no que tange àsedificações.• A rigi<strong>de</strong>z na legislação torna o processo <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> edificação moroso e burocrático,induzindo à clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> e à exclusão.• Legislação municipal permissiva na instalação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular.• Existência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> irregular <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>sinformação <strong>da</strong> população sobre a Lei e a falta <strong>de</strong> estrutura<strong>de</strong> fiscalização.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> aprovação dos projetos <strong>de</strong> edificações.• Ina<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong> obras à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> atual no tocante às edificações.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência às edificações públicas e priva<strong>da</strong>s.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 401• Os afastamentos laterais previstos na Lei são insuficientes para aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> iluminaçãoe ventilação <strong>da</strong>s edificações.• Excessiva burocracia municipal, gerando irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> uma política habitacional estadual e fe<strong>de</strong>ral compromete a política habitacional do Município.• Falta <strong>de</strong> conforto ambiental na maioria <strong>da</strong>s edificações.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> do exercício do controle urbano em relação às áreas públicas passíveis <strong>de</strong> ocupaçãoirregular.• Falta <strong>de</strong> mecanismos e parâmetros urbanos que flexibilizem a regularização <strong>da</strong>s construçõesclan<strong>de</strong>stinas.• A crescente irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> nas construções clan<strong>de</strong>stinas em áreas <strong>de</strong> risco.• Falta <strong>de</strong> divulgação do projeto <strong>de</strong> planta popular (construções populares).• Excesso <strong>de</strong> burocracia para a regularização <strong>de</strong> edificações.• Falta <strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> fiscais para atendimento <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.2.2.4 - Licenciamento <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sPONTOS POSITIVOS• A legislação urbanística atual <strong>de</strong>scentraliza as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.• A participação popular na implantação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empreendimentos.• A concorrência dos ambulantes e camelôs no mercado, em barracas padroniza<strong>da</strong>s e organiza<strong>da</strong>s.• Existência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>liberação do CDPCM-BH que <strong>de</strong>fina diretrizes <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> engenhospublicitários nos conjuntos urbanos tombados.• Vigência <strong>da</strong> Lei 7166/96 (Licenciamento <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s).• Existência <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> lei na Câmara <strong>Municipal</strong> que institui o Código <strong>de</strong> Posturas.• Abertura do COMPUR à participação popular.• "Lei <strong>de</strong> Fundo <strong>de</strong> Quintal", como fator <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong>.• Licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior porte condicionado à análise <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> impacto ambientalpelo COMAM (Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente).• Interação do licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com os <strong>de</strong>mais órgãos envolvidos.• Fiscalização atuante, integra<strong>da</strong> e com caráter educativo.• "Programa Fiscalização Integra<strong>da</strong>", permitindo interação e maior eficiência dos órgãos fiscalizadores.PONTOS NEGATIVOS• Burocratização do processo <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> licenças para camelôs, ambulantes e realização <strong>de</strong> feiras.• Ausência <strong>de</strong> uma política econômica mais eficaz que privilegie a criação <strong>de</strong> empregos.• Poluição visual excessiva na publici<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Inexistência <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong> posturas em um código.• A excessiva carga tributária induz à informali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica e reduz o volume <strong>de</strong>licenciamento.• Falta <strong>de</strong> instrumentos punitivos mais eficazes.• Apropriação indiscrimina<strong>da</strong> do espaço público para interesses particulares.• Destruição <strong>da</strong> paisagem urbana pela colocação indiscrimina<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e pela falta<strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ssa colocação pelo po<strong>de</strong>r público.• Escassez <strong>de</strong> espaços a<strong>de</strong>quados na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, culturais, esportivas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>porte.• Burla <strong>da</strong>s restrições <strong>de</strong> localização estabeleci<strong>da</strong>s.• Burocracia e <strong>de</strong>sarticulação <strong>da</strong>s instâncias <strong>de</strong> licenciamento e ineficiência <strong>da</strong> fiscalização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sdo Município.• Abertura <strong>de</strong> prece<strong>de</strong>ntes na própria lei.• Permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lei nas zonas <strong>de</strong> preservação e proteção ambiental (ZPAM, ZP-1, ZP-2 e ZP-3).• Ina<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> licenciamento às vocações do <strong>de</strong>senvolvimento urbano regional e alto custo <strong>da</strong>taxa <strong>de</strong> fiscalização.• A aplicação <strong>da</strong> legislação torna-se difícil face à insuficiência do po<strong>de</strong>r coercitivo <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s.


402 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e burocratização nos processos <strong>de</strong> licenciamento e fiscalização, facilitando e estimulando aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ilegal.• Falta <strong>de</strong> programas educativos por parte do po<strong>de</strong>r público, <strong>da</strong>ndo conhecimento à população dos seusdireitos e <strong>de</strong>veres, buscando atitu<strong>de</strong>s mais inventivas que corretivas.• Interlocução ineficiente com a população sobre os impactos causados por eventos em vias públicas.• Descumprimento <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> causando poluição visual.2.2.5 - Patrimônio Histórico UrbanoPONTOS POSITIVOS• A criação/<strong>de</strong>finição dos conjuntos urbanos protegidos, que estimula a discussão sobre o patrimônio e aaplicação <strong>de</strong> sua legislação.• A efetiva proteção <strong>de</strong> edificações/referências simbólicas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> viabiliza<strong>da</strong> pelas políticas <strong>de</strong>proteção.• A preservação do patrimônio histórico urbano contribui para melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Preservação <strong>da</strong> memória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com a revitalização <strong>de</strong> edificações e acervos.• Recuperação <strong>de</strong> espaços, <strong>de</strong>stinando-os ao uso público (Mercado <strong>da</strong> Lagoinha, Casa do Con<strong>de</strong>, Praça<strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Transferência do direito <strong>de</strong> construir.• Avanço <strong>da</strong> lei: preservação <strong>da</strong> paisagem urbana.• Transferência do direito <strong>de</strong> construir condiciona<strong>da</strong> à preservação do patrimônio.• Definição <strong>de</strong> graus <strong>de</strong> proteção e critérios <strong>de</strong> tombamento.• Atuação do Conselho Deliberativo.• Incentivos <strong>de</strong> proteção cultural oferecidos.• Evolução do processo <strong>de</strong> valorização <strong>da</strong> conservação do Patrimônio Cultural.• Existência <strong>de</strong> um patrimônio <strong>de</strong> alto valor.PONTOS NEGATIVOS• A política <strong>de</strong> proteção ain<strong>da</strong> não é capaz <strong>de</strong> sensibilizar os proprietários dos bens culturais.• A tími<strong>da</strong> divulgação dos incentivos para a preservação dos bens culturais.• Ausência <strong>de</strong> um programa educativo, inclusive nas escolas, relacionado à preservação e valorização dopatrimônio urbano.• Ausência <strong>de</strong> articulação entre as políticas <strong>de</strong> turismo e <strong>de</strong> preservação do patrimônio histórico.• Existência <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> interesse histórico e cultural em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração.• Desarticulação dos órgãos públicos envolvidos na questão do patrimônio.• Desvalorização dos bens <strong>de</strong> patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> política que promova uma maior i<strong>de</strong>ntificação do ci<strong>da</strong>dão com sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> inclusão social - <strong>de</strong>stinação social e econômica aos imóveis tombados.• Poluição visual agredindo o patrimônio tombado.• Desconhecimento <strong>da</strong> legislação e do patrimônio.• Falta <strong>de</strong> uma cultura <strong>de</strong> preservação do patrimônio cultural.• Falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> informação (divulgação) sobre os bens tombados.• Falta <strong>de</strong> um quadro técnico permanente para gerenciar os conselhos e <strong>de</strong> técnicos para fiscalizar.• Falta <strong>de</strong> visão que o patrimônio cultural não é só o imóvel e sim aquilo que tenha referência simbólicaou histórica.• Falta <strong>de</strong> política educativa <strong>de</strong> acesso <strong>da</strong> população a bens culturais.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 4033 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MEIO AMBIENTE,RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO3.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3.1.1 - Crescimento urbano e inclusãoPONTOS POSITIVOS• Metropolização possibilita a otimização e universalização dos serviços e infra-estrutura.• Leis, planos e programas que permitem ao po<strong>de</strong>r público gerenciar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> priorizando a inclusão.• Participação popular.• Mesmo com o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, há preocupação com a preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.• Participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Acesso aos serviços públicos tem sido melhor distribuído para as populações periféricas e carentes.• Participação popular.• A existência <strong>da</strong> política habitacional do município.• A existência do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.• Crescimento <strong>da</strong> participação e a existência <strong>de</strong> conselhos municipais.• Aprovação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação do Plano Diretor.• Repensar o espaço urbano – ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para todos.• Participação popular.• Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e novo Plano Diretor.• Orçamento Participativo.• Descentralização administrativa.PONTOS NEGATIVOS• Inexistência <strong>de</strong> órgão metropolitano, como o PLAMBEL, que possa gerenciar o município <strong>de</strong> forma maisampla.• Deficiência dos mecanismos <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong>s leis (ex.: ausência <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para os <strong>de</strong>ficientesfísicos).• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> privatização dos serviços urbanos.• Ausência <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> qualificação profissional continua<strong>da</strong> para os técnicos do Controle Urbano.• Ausência <strong>de</strong> informação por parte do Controle Urbano no processo <strong>de</strong> construir.• Há infra-estrutura básica não igualitária nas diversas regiões <strong>de</strong> BH.• Verticalização em áreas <strong>de</strong>nsamente habita<strong>da</strong>s.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> planejamento integrado.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, ambientais, em construção e <strong>de</strong> ocupação clan<strong>de</strong>stina.• Inexistência <strong>da</strong> política <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> articulação dos diversos órgãos <strong>da</strong>s administrações municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral.• Carência <strong>de</strong> uma gestão integra<strong>da</strong> <strong>da</strong> RMBH, em relação às questões urbanas, cujo alcance extrapoleos limites dos municípios.• Mau funcionamento do Disque-Sossego, <strong>de</strong>vido à estrutura insuficiente.• Crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, sem planejamento e infra-estrutura a<strong>de</strong>quados.• Legislação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e permissiva, favorecendo, inclusive, a especulação imobiliária.• Verticalização e favelização acentua<strong>da</strong>s, com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social.• Planejamento não integrado com os municípios <strong>da</strong> RMBH, principalmente nas áreas limítrofes.• Política socioeconômica historicamente causa exclusão.• Interesses econômicos prevalecem sobre interesses sociais.• Exclusão <strong>de</strong> parte significativa <strong>da</strong> população.• Falta <strong>de</strong> integração metropolitana.


404 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Não implantação <strong>da</strong> APA Sul e Plano <strong>de</strong> Manejo do Rio <strong>da</strong>s Velhas.• Falta <strong>de</strong> fiscalização urbana.3.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• A <strong>de</strong>scentralização administrativa por regionais, como estímulo maior à <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sem geral.• Criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus inter-regionais.• Atual LPOUS (7166/96) incentiva e facilita a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.• Descentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviço.• Conjunto arquitetônico <strong>de</strong> BH tem gran<strong>de</strong> potencial para o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo.• OP, DRENURBS, PROPAM, Adote o Ver<strong>de</strong> e outros programas <strong>da</strong> PBH possibilitam uma melhordistribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.• Existência <strong>de</strong> projetos que estimulam usos diferenciados do hipercentro. Ex.: "4 Estações".• Existência do Plano Diretor: a) planejamento; b) execução; c) participação popular.• Descentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e dos serviços.• Abertura por parte do po<strong>de</strong>r público do processo <strong>da</strong> participação popular.• Existência <strong>de</strong> uma legislação urbanística ambiental bem fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>.• Desenvolvimento e implantação pelo po<strong>de</strong>r público dos planos: BHBUS, serra do Curral, PROPAM,Manuelzão, BH-Ver<strong>de</strong>.• Descentralização político-administrativa do po<strong>de</strong>r público.• Há uma relativa <strong>de</strong>scentralização dos serviços.• Povo participa mais: Conselhos; Fóruns; OP; movimentos sociais.• Existe um maior controle <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Plano Diretor que prevê a <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> serviços.PONTOS NEGATIVOS• Comércio informal provoca esvaziamento econômico dos centros comerciais.• Falta <strong>de</strong> planejamento metropolitano.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento do comércio e outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos gran<strong>de</strong>scorredores e hipercentro.• Ausência <strong>de</strong> uma fiscalização mais agressiva quanto à utilização dos espaços públicos para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconômicas.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento com o uso <strong>de</strong> transporte público, entre os centros locais <strong>de</strong> comércio eserviço.• Degra<strong>da</strong>ção do hipercentro: insegurança e esvaziamento (<strong>de</strong>sestímulo à moradia e às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>scomerciais noturnas).• Ausência <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong> LPOUS e <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> estímulo inibe o <strong>de</strong>senvolvimento e fomento <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> turismo e lazer.• Infra-estrutura precária <strong>de</strong> vias on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços.• Concentração, no hipercentro, dos serviços, comércio e estação rodoviária, causando colapso.• Fiscalização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> por parte <strong>da</strong> PBH com relação às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saneamento.• Falta <strong>de</strong> consulta à população quanto à implantação <strong>de</strong> áreas comerciais em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões.• Distribuição <strong>de</strong>sequilibra<strong>da</strong> do comércio e serviços.• Aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> precária <strong>de</strong> leis urbanísticas e ambientais com o acompanhamento pouco efetivo dopo<strong>de</strong>r público.• Deterioração urbanístico-ambiental, comercial e <strong>da</strong> segurança do hipercentro.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> política pública <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico e geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Concentração <strong>de</strong> serviços ain<strong>da</strong> gran<strong>de</strong>.• Violência em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s áreas provoca<strong>da</strong> pela concentração <strong>de</strong> serviços.• Inexistência <strong>de</strong> um fundo metropolitano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 4053.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Participação popular nas discussões dos problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação do Plano Diretor.• Criação do projeto BHBUS.• Desmantelamento do transporte clan<strong>de</strong>stino em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Existência do Anel Rodoviário e <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> ampliação.• Descentralização do comércio.• Implantação <strong>da</strong> bilhetagem eletrônica.• Recentes melhorias no sistema <strong>de</strong> transporte coletivo com a colocação <strong>de</strong> novos ônibus, mais ágeis e<strong>de</strong> piso baixo.• Criação <strong>de</strong> mais instâncias para se fazer reclamações sobre o transporte coletivo nas regionais.• Implantação <strong>de</strong> novos abrigos <strong>de</strong> passageiros nos pontos <strong>de</strong> ônibus, <strong>de</strong> lixeiras, “Jornal do Ônibus” epainéis artísticos nos ônibus.• Regulamentação do transporte alternativo.• Sistema <strong>de</strong> gerenciamento municipal (ex.: criação do BHBUS).• Participação popular através <strong>da</strong>s comissões regionais.• Inclusão social e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>: microônibus em vilas e favelas.• Combate ao transporte clan<strong>de</strong>stino.• Regulamentação do uso <strong>de</strong> carroças na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A existência <strong>da</strong>s comissões (regionais e municipal) do transporte coletivo.• A existência <strong>da</strong> empresa BHTRANS, para a gestão <strong>da</strong> política <strong>de</strong> transporte.• A existência do projeto <strong>de</strong> ampliação do metrô.• Sistema <strong>de</strong> transporte bairro-a-bairro e criação do BHBUS.• Firmeza <strong>da</strong> PBH na implantação e regulamentação do transporte suplementar.PONTOS NEGATIVOS• Melhorias não proporcionais ao crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Metrô inacessível, com falta <strong>de</strong> integração com os ônibus e carros e insuficiente para a maior parte <strong>da</strong>população.• Falta <strong>de</strong> respeito recíproco entre os ci<strong>da</strong>dãos.• Ausência <strong>de</strong> programas especiais para os jogos no Mineirão ou eventos <strong>de</strong> massa.• Predomínio <strong>de</strong> interesses econômicos entre empresas <strong>de</strong> ônibus e BHTRANS em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong>benefícios para os usuários.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus; superlotação.• Não integração dos meios <strong>de</strong> transporte.• Metrô não aten<strong>de</strong> às regiões mais populosas.• Localização <strong>da</strong> estação rodoviária no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação do BHBUS.• Despreparo <strong>da</strong> maioria dos motoristas e trocadores no trato com passageiros e na condução do veículo.• Insuficiência <strong>de</strong> investimentos para a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>de</strong>ficientes físicos no centro e, principalmente,nos bairros.• Má condição <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nos passeios públicos (camelôs, buracos).• Falta <strong>de</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação <strong>da</strong>s estações do BHBUS.• Falta <strong>de</strong> placas indicativas com <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> bairros / ônibus.• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do atual transporte coletivo (ônibus) que é oferecido à população.• Desarticulação do sistema viário para aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do sistema <strong>de</strong> transporte.• Cultura do uso <strong>de</strong> transporte individual, aumentando congestionamentos, consumo <strong>de</strong> combustíveis epoluentes.• Investimento reduzido em soluções viárias mais consistentes e a longo prazo.


406 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Não conclusão <strong>da</strong> obra do metrô.• Implantação lenta do BHBUS e <strong>da</strong> renovação <strong>da</strong> frota – itens: conforto, portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sespeciais, poluição sonora/ar.• Inexistência <strong>de</strong> conselho municipal <strong>de</strong>liberativo <strong>de</strong> transporte e trânsito.• Falta <strong>de</strong> estacionamentos para veículos particulares junto às estações do BHBUS.• Falta <strong>de</strong> integração na busca <strong>de</strong> solução para o transporte coletivo <strong>de</strong> massa – metrô; inexistência <strong>de</strong>um sistema <strong>de</strong> transporte ferroviário metropolitano.• Inexistência <strong>de</strong> fiscalização do transporte suplementar e que não aten<strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.3.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> políticas públicas volta<strong>da</strong>s para a preservação.• Participação popular inseri<strong>da</strong> na gestão pública.• Manutenção <strong>da</strong> habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação <strong>da</strong> lei <strong>de</strong> incentivo cultural.• Existência do projeto "Arena <strong>da</strong> Cultura".• Início <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização e <strong>de</strong>sconcentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais.• Investimento em programas <strong>de</strong> reformas e preservação (praças), culturais (FIT) e conjuntosarquitetônicos.• Esforço para manutenção e preservação <strong>da</strong> participação popular nessa área. Ex. Conselho doPatrimônio.• Existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s com boa manutenção e a política <strong>de</strong> revitalização <strong>de</strong> córregos e fundo <strong>de</strong>vale. Ex.: DRENURBS.• Valorização e regionalização <strong>de</strong> eventos culturais e <strong>de</strong> lazer com emprego <strong>de</strong> espaços públicos.• Criação <strong>da</strong>s ADE e resistência <strong>de</strong> diversos conjuntos urbanos com gran<strong>de</strong> valor <strong>de</strong> referência, apesardo intenso processo <strong>de</strong> verticalização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> preservação nos espaços públicos (ex.: adoção <strong>de</strong> praças).• Participação popular na preservação <strong>de</strong> espaços públicos e áreas ver<strong>de</strong>s.• Sensibilização do po<strong>de</strong>r público para a preservação e valorização do patrimônio e áreas ver<strong>de</strong>s.• Projeto “Ruas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>” integrado ao PACE e ao BHBUS, promovendo inserção <strong>de</strong>stes planos aosespaços públicos.• Legislação existente.• Criação <strong>de</strong> mais espaços públicos ao longo dos últimos anos.• Recente restauração <strong>de</strong> edificações <strong>de</strong> valor histórico/espaços públicos.• Programa "Adote o Ver<strong>de</strong>".• Existência dos Conselhos Deliberativos do Patrimônio e do Meio Ambiente.PONTOS NEGATIVOS• Ausência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com o patrimônio cultural.• Insuficiência <strong>de</strong> projetos e recursos integrados (po<strong>de</strong>r público, iniciativa priva<strong>da</strong>, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Inoperância dos órgãos públicos quanto à proteção do patrimônio público.• Não tombamento <strong>da</strong>s roças <strong>de</strong> candomblé e umban<strong>da</strong> e <strong>de</strong> terreiros <strong>de</strong> congados.• Falta <strong>de</strong> espaços públicos para manifestações culturais diversas (ex.: quadras <strong>de</strong> escola <strong>de</strong> samba eblocos caricatos).• Inexistência <strong>de</strong> programas para capacitar, incentivar a preservação, o conhecimento, o acesso aos bensculturais, patrimoniais e ambientais.• Timi<strong>de</strong>z no processo <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s aos bens culturais.• Acesso diferenciado <strong>da</strong> população aos bens culturais.• Carência <strong>de</strong> uma gestão do espaço público que englobe a participação popular.• Inexistência <strong>de</strong> uma política para a educação e conscientização <strong>da</strong> população, visando a preservaçãodos espaços públicos no seu dia-a-dia.• Apropriação do espaço público por interesses individuais em <strong>de</strong>trimento do coletivo e ineficiência <strong>da</strong>


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 407fiscalização no que concerne a essa questão.• Falta <strong>de</strong> recursos para a implantação do DRENURBS e dispari<strong>da</strong><strong>de</strong> na distribuição dos recursos<strong>de</strong>stinados ao espaço público.• Poluição visual provoca<strong>da</strong> pelo próprio po<strong>de</strong>r público.• Pouco investimento <strong>de</strong> programas culturais, educativos e <strong>de</strong> divulgação dos espaços públicos eculturais <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Fiscalização insuficiente dos espaços públicos, gerando invasões.• Centralização e difícil acesso <strong>da</strong> população aos espaços públicos.• A criação / implantação <strong>da</strong> ADE Serra do Curral.• "Adote o Ver<strong>de</strong>" precisa ser ampliado (várias praças estão abandona<strong>da</strong>s).• Fiscalização insuficiente.• Utilização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dos espaços públicos/patrimônio cultural pela população: falta <strong>de</strong>conscientização e apropriação do espaço.• Problemas gerais <strong>de</strong> manutenção/segurança dos espaços públicos.• Não implantação <strong>da</strong> ADE para a serra do Curral.• Falta <strong>de</strong> investimento na manutenção e conservação <strong>de</strong> equipamentos públicos.3.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Aprovação pela Câmara <strong>Municipal</strong> do PL 169 (institui a política municipal <strong>de</strong> saneamento).• Projeto DRENURBS.• Convênio <strong>da</strong> PBH com o projeto Manuelzão.• Implantação <strong>da</strong> ETE do Arru<strong>da</strong>s.• Criação do Centro <strong>de</strong> Educação e Mobilização Ambiental <strong>da</strong> Pampulha.• Há esforço para melhorar as condições ambientais, inclusive implantando mais parques.• Ações positivas tais como revitalização e reassentamento <strong>de</strong> populações resi<strong>de</strong>ntes em áreas <strong>de</strong> risco;ONG e COMAM na preservação ambiental.• Referência <strong>da</strong> ASMARE enquanto projeto social e <strong>de</strong> reciclagem.• Incentivo à participação popular na discussão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> – DRENURBS e CRP.• Construção <strong>da</strong> ETE (Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgotos) ARRUDAS.• Melhoria <strong>da</strong>s estruturas e manutenção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.• Participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e órgãos do po<strong>de</strong>r público na conservação e manutenção <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.• Implantação <strong>de</strong> parte do programa PROPAM <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha.• Vonta<strong>de</strong> política <strong>da</strong> atual administração pública associa<strong>da</strong> à legislação existente (PD, LPOUS, Código<strong>de</strong> Obras, Lei Ambiental), bem como a existência <strong>de</strong> conselhos municipais (COMPUR, COMAM).• Enorme potencial ambiental existente, associado a uma crescente sensibilização por parte <strong>da</strong>população.• Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> existe tecnologia para recuperação <strong>de</strong> ecossistemas.• Referência nacional no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão dos resíduos sólidos urbanos.• Operação oxigênio.• Aprovação <strong>da</strong> LPOUS com valorização dos espaços públicos e privados.• Extinção dos lixões via coleta seletiva.• Existência dos comitês <strong>de</strong> bacias.• Aprovação do projeto <strong>de</strong> lei n.º 169, na Câmara <strong>Municipal</strong>, <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento.• Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem.PONTOS NEGATIVOS• Concessão do <strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> resíduos sem discussão ampla e popular.• In<strong>de</strong>finição <strong>da</strong> relação COPASA MG x PBH.• Falta <strong>de</strong> políticas: Meio ambiente, Saneamento e Controle Urbano.• Inexistência do OP Setorial.


408 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Enfraquecimento dos centros <strong>de</strong> vivência agroecológicos.• Ausência <strong>de</strong> consciência e pouco incentivo à educação ambiental nas escolas e socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> modogeral.• Degra<strong>da</strong>ção ambiental, atingindo até as áreas remanescentes(5%): Arru<strong>da</strong>s, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu,Pampulha.• Falta ação integra<strong>da</strong> quanto aos problemas metropolitanos, à ocupação territorial e à poluição sonora.• Comprometimento dos programas estruturais como PROPAM, DRENURBS e outros, por ausência <strong>de</strong>recursos <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong> e dos governos estadual e fe<strong>de</strong>ral.• Predominância do interesse econômico em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> preocupação ambiental na elaboração <strong>da</strong>sLeis <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.• Falta <strong>de</strong> soluções alternativas e tecnológicas para o saneamento ambiental <strong>da</strong>s vilas e favelas.• Degra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha, córregos e nascentes.• Falta <strong>de</strong> controle <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong>s mineradoras na serra do Curral.• Falta <strong>de</strong> envolvimento <strong>da</strong> população na ampliação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> lazer. Ex.: Aeroporto Carlos Prates,Mata do Morcego.• Planejamento e integração <strong>da</strong>s políticas públicas é <strong>de</strong>ficiente.• Muitas vezes os interesses políticos e econômicos na gestão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> sobrepõem o bem comum.• Predominância <strong>de</strong> uma cultura utilitarista, impedindo a valorização do meio ambiente, levando ao<strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> prática <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção.• Em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, as tecnologias <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> ecossistemas não estão sendo utiliza<strong>da</strong>s acontento.• Falta <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong> esgoto com lançamentos nos rios.• Educação ambiental <strong>de</strong>ficitária.• Poluição generaliza<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e cumprimento <strong>da</strong>s leis ambientais.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico em vilas e favelas.• Sistema <strong>de</strong> transporte baseado no diesel e edificações basea<strong>da</strong>s na iluminação artificial.3.2 - Temas específicos3.2.1 - Áreas <strong>de</strong> Especial Interesse Ambiental, Flora e FaunaPONTOS POSITIVOS• Implantação <strong>de</strong> programas que visam a melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais <strong>da</strong> bacia do rio <strong>da</strong>s Velhas.Ex.: PROPAM, PROSAM.• Iniciativas volta<strong>da</strong>s para a área <strong>de</strong> educação ambiental. Ex.: Escolas, Expresso Ambiental, CEMAP.• Parcerias do po<strong>de</strong>r público com a iniciativa priva<strong>da</strong>.• Melhoria na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> arborização.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental a serem preserva<strong>da</strong>s. (Ex.: região do Isidoro)• Existência <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica.• Existência <strong>de</strong> ações integra<strong>da</strong>s entre o po<strong>de</strong>r público e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, visando a preservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>interesse ambiental.• Existem ações <strong>de</strong> educação ambiental em alguns parques como Parque <strong>da</strong>s Águas (Roberto BurleMarx) no Barreiro.• Parceria com socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e iniciativa priva<strong>da</strong>.• Educação ambiental (PROPAM, Secretaria, CEVAE, Parque Mangabeiras - Meninos no parque).• Plano Diretor.• Estruturas <strong>da</strong> PBH para produção <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s para arborização.• Interesse crescente <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> priva<strong>da</strong> em investir em ações na área ambiental.• Gran<strong>de</strong> receptivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população para ações educativas relaciona<strong>da</strong>s ao meio ambiente.• Existência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> preservação ambiental como o Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização Urbana (em


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 409fase <strong>de</strong> elaboração).• Criação <strong>da</strong>s ADE, APA, ZPAM, parques, praças e jardins.• Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização.• Catalogação <strong>de</strong> to<strong>da</strong> fauna <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Implantação dos programas BH-Ver<strong>de</strong> e “Adote Um Ver<strong>de</strong>”.• Preservação dos parques e <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica.• Criação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e incentivo à Zoobotânica e outras, para preservação dos mananciais, <strong>da</strong>biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.• O início do processo <strong>de</strong> educação ambiental nas escolas e em outras áreas.• A criação e ação do PROPAM – Programa <strong>de</strong> Recuperação <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha.• Aumento <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para a <strong>de</strong>fesa do meio ambiente.• Existência <strong>de</strong> ADE e áreas <strong>de</strong> proteção ambiental no Plano Diretor.PONTOS NEGATIVOS• A população não assume o que é <strong>de</strong> uso público por falta <strong>de</strong> formação e informação.• Ausência <strong>de</strong> instrumentos que privilegiem a função social <strong>da</strong> terra.• Falta <strong>de</strong> investimentos para a implementação <strong>da</strong>s proposições ambientais.• Insuficiência <strong>da</strong> estrutura operacional <strong>da</strong>s regionais, para atendimento às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s, na fiscalização eações <strong>de</strong> manutenção do meio ambiente.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos canais <strong>de</strong> participação popular na <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s políticas ambientais.• Divulgação <strong>de</strong>ficiente sobre a existência e importância <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental.• Insuficiência <strong>de</strong> políticas educacionais volta<strong>da</strong>s para a preservação ambiental.• Insegurança, <strong>de</strong>ficiência na manutenção e ausência <strong>de</strong> fiscalização nos parques existentes.• Deficiência na a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> espécies planta<strong>da</strong>s em algumas áreas públicas. Ex.: poucas árvoresfrutíferas.• Falta <strong>de</strong> recursos (questões ambientais).• A falta <strong>de</strong> um plano diretor <strong>de</strong> arborização que contemple a seleção <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s, o plantio, o controle <strong>de</strong>pragas e a manutenção <strong>da</strong>s árvores.• Ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> educação ambiental e municipal.• Falta compromisso por parte <strong>da</strong> população na conservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental.• Impacto visual negativo causado pela propagan<strong>da</strong> excessiva nas gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>splanta<strong>da</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Desconhecimento, pela maioria <strong>da</strong> população, <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, bem como <strong>da</strong>importância e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s zonas <strong>de</strong> preservação e proteção, especialmente as localiza<strong>da</strong>s noentorno.• As atuais áreas <strong>de</strong> interesse ambiental encontram-se carentes <strong>de</strong> investimentos, gerando dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> manutenção (invasões) minimizando seus potenciais (lazer, preservação).• Deficiência na integração <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> educação ambiental e <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> inserção <strong>da</strong> população nautilização <strong>de</strong> áreas reserva<strong>da</strong>s em loteamentos e aquelas <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s.• Priorização por empresas e <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> BH na adoção ou implantação <strong>de</strong> projetos em áreasver<strong>de</strong>s centrais.• Não criação / implantação <strong>da</strong> ADE Serra do Curral.• Insuficiência <strong>de</strong> educação ambiental <strong>da</strong> população.• Insuficiência <strong>de</strong> fiscalização e preservação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> interesse ambiental.• Reduzido número <strong>de</strong> parcerias (comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, empresas, ONG e outros órgãos governamentais).• Falta <strong>de</strong> segurança nos parques e praças <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Não regionalização dos CEVAE (Centros <strong>de</strong> Vivência Agro Ecológicas)• Depre<strong>da</strong>ção do meio ambiente em que vivemos.• O <strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> fauna e flora municipais e nacionais.• A falta <strong>de</strong> educação e conscientização por parte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A não criação <strong>da</strong> ADE Serra do Curral e a não regulamentação <strong>da</strong>s ADE.• A não aplicação do Código Florestal e <strong>da</strong> Lei Ambiental, por mineradoras, loteamentos, condomínios e


410 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasmunicípios na RMBH.3.2.2 - Poluição AmbientalPONTOS POSITIVOS• Iniciativas para a recuperação, preservação e proteção <strong>da</strong>s nascentes. Ex.: Projetos Manuelzão eDRENURBS.• Existência <strong>de</strong> uma política urbana <strong>de</strong> controle dos resíduos sólidos.• Parcerias do po<strong>de</strong>r público e iniciativa priva<strong>da</strong> no ajardinamento dos canteiros. Ex.: Projetos “Adote oVer<strong>de</strong>” e “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Viva’.• Legislação ambiental <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> é avança<strong>da</strong>.• Criação do “Disque Sossego”.• Projeto DRENURBS (preservação dos cursos naturais hídricos).• Projeto <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> entulho (evita bota-foras).• Programa <strong>de</strong> educação ambiental (cursos e oficinas <strong>da</strong> SMMAS).• Foram reduzidos os números <strong>de</strong> linhas coletivas que transitam na região hospitalar.• O <strong>de</strong>spertar <strong>da</strong> consciência ecológica.• Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço prestado pela SMLU (Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza Urbana) na coleta <strong>de</strong>lixo.• Implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> controle ambiental (Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, “Disque Sossego”, Reciclagem doentulho, Coleta seletiva, etc.).• Existência e criação <strong>de</strong> novas leis que permitem maior controle dos agentes poluentes.• A oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que a população está tendo nos diversos encontros populares, <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>batendo econhecendo esses problemas.• Existência <strong>de</strong> tecnologia que já permite o aproveitamento e reciclagem do lixo.• Elaboração do projeto “Ruas <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>” integrado aos planos PACE e BHBUS, promovendo asustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses planos através <strong>da</strong> minimização <strong>da</strong> poluição ambiental.• Conscientização <strong>da</strong> população no uso <strong>de</strong> antipoluentes em seus veículos (catalisador).• Educação ambiental nas escolas municipais e associações comunitárias, etc.• Projeto <strong>da</strong> utilização do diesel metropolitano que possui menos enxofre (polui menos).• Existência dos programas <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> poluição: “Disque Sossego”, “Operação Oxigênio”.• Existência <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> planejamento e fiscalização.• Coleta seletiva e reciclagem do papel, com a criação <strong>da</strong> ASMARE, e a existência do Aterro Sanitário.• Existência <strong>da</strong> “Operação Oxigênio”, “Disque Sossego” e Programa <strong>de</strong> Proteção <strong>da</strong>s Nascentes eRecuperação <strong>da</strong>s Lagoas.PONTOS NEGATIVOS• Excesso <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>ficiência na aplicação <strong>da</strong> legislação por falta <strong>de</strong> fiscalização e liminaresjudiciais.• Ocupações irregulares, causando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do solo, <strong>da</strong>s águas, bota-foras, assoreamento e riscogeológico.• Verticalização causando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> paisagem urbana.• Insuficiência no monitoramento <strong>de</strong> poluição ambiental (sonora, atmosférica, radiação, etc.).• Desinformação do povo com relação aos efeitos <strong>da</strong> radiação eletromagnética.• Lançamento <strong>de</strong> esgoto nos cursos d’água.• Altos níveis <strong>de</strong> poluição sonora e atmosférica <strong>de</strong>vido ao excesso <strong>de</strong> veículos em circulação.• A legislação permite a instalação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular próximo a residências.• Ineficiência <strong>da</strong> operação “Disque Sossego”.• Alto índice <strong>de</strong> poluição visual <strong>de</strong>vido a um processo <strong>de</strong>sarticulado <strong>de</strong> políticas específicas sobre o tema.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> implementação <strong>da</strong> coleta seletiva.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implementação <strong>de</strong> políticas preventivas <strong>de</strong> controle ambiental envolvendo: coletaseletiva ampla, inspeção veicular, etc.• Ineficácia no processo <strong>de</strong> aplicação e cobrança <strong>de</strong> multas.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 411• Poluição visual excessiva na área central, <strong>de</strong>scaracterizando o espaço urbano e retirando <strong>de</strong>le oaspecto estético agradável necessário.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado do comércio ambulante, causando gran<strong>de</strong> prejuízo ao meio ambiente.• Falta <strong>de</strong> educação (conscientização <strong>da</strong> população para questões ambientais).• A pouca conscientização e conhecimento por parte <strong>da</strong> população dos malefícios provenientes <strong>de</strong> todotipo <strong>de</strong> lixo (resi<strong>de</strong>ncial, comercial, industrial e hospitalar).• Campanhas educativas fora do alcance e entendimento <strong>da</strong> população, não atingindo o objetivo <strong>de</strong>sensibilizar sobre as conseqüências negativas <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> poluição.• Aumento do stress, violência urbana, distúrbios na saú<strong>de</strong>, etc., causados pela poluição sonora e visuale, como conseqüência, a baixa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.• Negligência e omissão <strong>de</strong> órgãos públicos na fiscalização e punição dos empreendimentos que tenhamfonte <strong>de</strong> poluição sonora, radioativa, etc.• Ausência <strong>de</strong> coleta seletiva.• Implantação <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> telefonia celular em áreas já habita<strong>da</strong>s.• Fiscalização insuficiente para controle <strong>da</strong> poluição ambiental, por exemplo: colocação <strong>de</strong> outdoors,faixas, banners, etc.• Transporte coletivo ina<strong>de</strong>quado para as dimensões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (metrô insuficiente).• O não atendimento do telefone do “Disque Sossego”.• Urbanização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> causando impacto ambiental e social.• Educação ambiental insuficiente, ausência <strong>de</strong> informação.• Aumento <strong>da</strong> poluição sonora generaliza<strong>da</strong>.• Deficiência /insuficiência <strong>da</strong> coleta seletiva em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Aumento generalizado <strong>da</strong> poluição visual.3.2.3 - Recursos Hídricos e DrenagemPONTOS POSITIVOS• Criação do projeto DRENURBS.• Projeto Manuelzão.• Criação do CEMAP/PROPAM.• Mu<strong>da</strong>nça cultural dos técnicos <strong>da</strong> prefeitura sobre a política <strong>de</strong> drenagem urbana.• Existência <strong>de</strong> programas como PROPAM, BH Águas, Manuelzão e DRENURBS que promovem osaneamento e a recuperação ambiental.• A proposta <strong>de</strong> manutenção dos córrego em leito natural viabiliza a preservação do ecossistema.• Implantação <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgotos – ETE Arru<strong>da</strong>s.• Preocupação <strong>da</strong> PBH ao elaborar o Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem, o DRENURBS e o PROPAM, bemcomo a implantação do PROSAM.• Trabalho <strong>da</strong>s ONG, órgãos públicos e escolas na conscientização dos ci<strong>da</strong>dãos quanto à questão <strong>da</strong>ságuas.• A solução <strong>da</strong>s enchentes do Arru<strong>da</strong>s na área central.• Início <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s nascentes nos parques.• Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem e DRENURBS.• Programas que incentivam a conscientização e mobilização social: CEMAP, Manuelzão, MovimentoCi<strong>da</strong><strong>da</strong>nia Pelas Águas.• Existência <strong>de</strong> planos e programas que objetivam promover a recuperação dos cursos d’água existentes,em especial: PROPAM, DRENURBS, PDDBH, Resíduos sólidos, Manuelzão.• A ETE Arru<strong>da</strong>s, apesar <strong>de</strong> tardia, é importante para <strong>de</strong>spoluição do rio <strong>da</strong>s Velhas.• Existe um processo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental <strong>da</strong> população quanto à preservação dosrecursos hídricos.• A existência <strong>de</strong> legislação em relação aos recursos hídricos tanto em âmbito fe<strong>de</strong>ral como estadual emunicipal.• A mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> política municipal, frente aos recursos hídricos, consi<strong>de</strong>rando a bacia hidrográfica como


412 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento e priorizando a revitalização em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> canalização dos cursos d’água.• Apesar <strong>da</strong> poluição, a lagoa <strong>da</strong> Pampulha serve <strong>de</strong> reservatório <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> cheias, impedindoque haja inun<strong>da</strong>ções a jusante <strong>de</strong>ssa barragem.• Implantação do programa BH Água.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> uma política correta na utilização dos lençóis freáticos.• Falta <strong>de</strong> educação ambiental <strong>da</strong> população em relação ao <strong>de</strong>stino final do lixo.• Falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> importância dos recursos hídricos e <strong>de</strong>sperdício na utilização <strong>da</strong> águatrata<strong>da</strong>, tanto pelo setor público quanto pela população.• Redução crescente <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo urbano.• Pouco envolvimento dos órgãos <strong>de</strong> ensino superior na solução dos problemas ambientais.• Ausência <strong>de</strong> ações e investimentos a nível <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a bacia hidrográfica <strong>da</strong> Pampulha, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte doslimites municipais.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e movimentação <strong>de</strong> terra sem controle, provocando erosão e conseqüenteassoreamento dos recursos hídricos e sistema <strong>de</strong> drenagem.• Lançamento <strong>de</strong> lixo, entulho e esgoto nos cursos d’água causando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental e inun<strong>da</strong>ções.• Excesso <strong>de</strong> impermeabilização do solo (inclusive do sistema viário).• Inexistência <strong>de</strong> incentivo ao reaproveitamento <strong>da</strong>s águas pluviais.• Falta <strong>de</strong> visão e <strong>de</strong>cisão por uma gestão por bacias hidrográficas <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> com as <strong>de</strong>maisáreas, levando em conta os recursos hídricos.• Falta <strong>de</strong> regulamentação/classificação dos recursos hídricos e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> seu uso (fontes, córregos,águas subterrâneas).• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> viabilização <strong>de</strong> recursos para implantar os programas (PROPAM, DRENURBS e BHÁguas).• Falta <strong>de</strong> estudos / pesquisas para aproveitamento <strong>de</strong> recursos hídricos subterrâneos paraabastecimento <strong>de</strong> água em BH.• Falta intercâmbio entre as prefeituras próximas à BH, quanto às mineradoras e a poluição dos rios eseu assoreamento.• Manutenção <strong>da</strong> cultura higienista <strong>de</strong> exclusão <strong>da</strong> água.• Baixa conscientização e mobilização <strong>de</strong> todos os segmentos sociais em relação aos recursos hídricos.• Políticas tími<strong>da</strong>s <strong>de</strong> aproveitamento <strong>da</strong>s águas pluviais e mau funcionamento do atual sistema <strong>de</strong>drenagem.• Ações antrópicas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas <strong>de</strong> bacias e nascentes <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (ex.:Isidoro e Pampulha).• A falta <strong>de</strong> educação ambiental faz com que os rios sejam utilizados como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo.• Os canais fechados impe<strong>de</strong>m que a população, principalmente as crianças, conheçam a existência doscursos d’água e percebam a poluição: “A sujeira <strong>de</strong>baixo do tapete”.• A tecnologia utiliza<strong>da</strong> na construção <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s, com concentração do esgoto, elimina volumed’água no ribeirão Arru<strong>da</strong>s, aumenta o consumo <strong>de</strong> energia e beneficia apenas parte <strong>da</strong> população.• As políticas e programas <strong>de</strong> saneamento não têm garantia <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong> execução, na maioria doscasos.• Soterramento <strong>de</strong> nascentes e loteamentos irregulares.• As leis <strong>de</strong> recursos hídricos não vigoram por falta <strong>de</strong> implementação e fiscalização eficientes.• Ausência <strong>de</strong> educação ambiental acessível a todos os níveis <strong>da</strong> população.• Crescimento e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> dos fundos <strong>de</strong> vales, <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> nascentes e regiões <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> risco geológico.• Pavimentação asfáltica em ruas com menor volume <strong>de</strong> trânsito aumentando a impermeabilização.• Aumento dos níveis dos metais pesados nos cursos d’água.3.2.4 - Abastecimento <strong>de</strong> Água e Esgotamento SanitárioPONTOS POSITIVOS• Alto índice <strong>de</strong> atendimento e boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no abastecimento <strong>de</strong> água.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 413• Inauguração <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgotos: ETE Arru<strong>da</strong>s.• Aprovação do projeto <strong>de</strong> Lei 169/01 que institui a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso telefônico à COPASA MG pela população.• Índice <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à população é satisfatório (99%).• A ETE Arru<strong>da</strong>s, apesar <strong>de</strong> oferecer tratamento primário, é um avanço no sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>esgotos.• A boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.• Há um <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> consciência <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> água <strong>da</strong> preservação do ambiente.• Existência <strong>de</strong> um grupo técnico <strong>de</strong> saneamento na PBH.• Apesar do tratamento <strong>de</strong> esgoto ser primário, foi implantado após um século a primeira ETE (Estação<strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgotos).• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água forneci<strong>da</strong> à população.• Projeto <strong>de</strong> Lei 169/01 que institui a política <strong>de</strong> saneamento do Município.• Início do tratamento <strong>de</strong> esgoto. Ex.: ETE Arru<strong>da</strong>s.• A aprovação <strong>da</strong> lei <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong> saneamento.• A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água e o alto índice <strong>de</strong> abastecimento e coleta <strong>de</strong> esgoto na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Integração existente na prefeitura no trato <strong>da</strong> questão <strong>de</strong> saneamento.• Preservação <strong>de</strong> alguns mananciais por parte <strong>da</strong> COPASA MG.• Padrão <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água.• Implantação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s e Projeto <strong>da</strong> ETE Onça.• Implantação do programa “Caça-esgoto”, <strong>da</strong> COPASA MG.• Criação do programa Sanear BH.PONTOS NEGATIVOS• Ineficiência operacional <strong>da</strong> COPASA MG, traduzi<strong>da</strong> pelo número elevado <strong>de</strong> ligações clan<strong>de</strong>stinas <strong>de</strong>esgoto na re<strong>de</strong> pluvial e pelo alto índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> água pela mesma (30%).• Falta <strong>de</strong> autonomia municipal na gestão dos serviços <strong>de</strong> água e esgoto.• Poluição dos córregos <strong>de</strong>vido a ausência <strong>de</strong> interceptação e tratamento <strong>de</strong> esgotos.• Acesso restrito ao esgotamento sanitário: 300 mil pessoas sem coleta <strong>de</strong> esgoto.• Falta <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle social e participação popular na gestão dos serviços.• Alto índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong> no processo <strong>de</strong> abastecimento, <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>ficiências namanutenção e fiscalização <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s em geral e outros.• Lançamento <strong>de</strong> esgoto in natura nos córregos e rios <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, provocando inclusive contaminação <strong>da</strong>água trata<strong>da</strong> e poluição ambiental.• Desarticulação entre os diversos órgãos/instituições prestadoras <strong>de</strong> serviços à população (COPASAMG/ CEMIG/TELEMAR/URBEL/SLU).• Intermitência no abastecimento <strong>de</strong> água para um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> usuários.• Ausência <strong>da</strong> COPASA MG nas discussões com a PBH e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para solução dos problemas <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário.• Intermitência no fornecimento d’água.• Falta <strong>de</strong> interceptores <strong>de</strong> esgoto, com o seu lançamento nos cursos d’água.• Falta <strong>de</strong> uma política transparente e ofensiva sobre a concessão <strong>da</strong> água e esgotos evitando umimpasse entre a PBH e a COPASA MG.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação do programa “Caça- esgoto”.• Ter implantado a ETE Arru<strong>da</strong>s sem se completar as re<strong>de</strong>s coletoras e interceptores na bacia.• Prorrogação <strong>da</strong> concessão <strong>da</strong> COPASA MG – que tem <strong>de</strong>monstrado uma política negligente eineficiente.• O município não ter gestão/controle sobre o superávit que a COPASA MG tem na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> –aproxima<strong>da</strong>mente R$120 milhões/ano.• 300 mil ci<strong>da</strong>dãos e ci<strong>da</strong>dãs sem atendimento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> esgoto e 20 mil sem abastecimento <strong>de</strong> água.• Lançamento <strong>de</strong> esgoto sem tratamento nos cursos d’água, pela COPASA MG.• A ausência <strong>de</strong> uma parceria mais efetiva <strong>da</strong> COPASA MG com a PBH.


414 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Cerca <strong>de</strong> 40.000 habitantes sofrem por falta ou escassez <strong>de</strong> água e 350.000 adoecem por não teremesgotos coletores.• Poluição dos cursos d’água por ligações clan<strong>de</strong>stinas e pela falta <strong>de</strong> interceptores e tratamento doesgoto.• Moradores <strong>da</strong> Bacia do Isidoro são <strong>de</strong>sfavorecidos na prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saneamento.• Falta <strong>de</strong> uma política metropolitana para tratamento dos problemas <strong>de</strong> saneamento e recursos hídricos.• Falta <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório do Município e população na política <strong>de</strong> saneamento.• Atendimento insuficiente pelos serviços <strong>da</strong> concessionária, principalmente em relação a esgoto einterceptores.3.2.5 - Resíduos Sólidos e Controle <strong>de</strong> VetoresPONTOS POSITIVOS• Criação <strong>da</strong> ASMARE e Cooperativa <strong>de</strong> Carroceiros.• Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos.• Programa <strong>de</strong> combate a <strong>de</strong>ngue e outras zoonoses.• Trabalho <strong>de</strong> mobilização social e educação ambiental <strong>de</strong>senvolvido pelo po<strong>de</strong>r público municipal.• Início <strong>da</strong> valorização dos servidores <strong>da</strong> limpeza pública.• Resultados comparativamente positivos no controle <strong>de</strong> zoonoses, especialmente nos casos <strong>da</strong> <strong>de</strong>nguee <strong>da</strong> leishmaniose.• Resultados positivos do incentivo público à reciclagem, ain<strong>da</strong> que com pequeno percentual <strong>de</strong> resíduostratados.• Eficiência dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana e controle <strong>de</strong> zoonose.• Existência <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> entrega voluntária <strong>de</strong> materiais recicláveis.• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados pela limpeza urbana.• Implantação <strong>de</strong> coleta porta-a-porta em vilas e favelas.• Erradicação <strong>da</strong> raiva no município.• Mobilização social <strong>da</strong> PBH e corpo-a-corpo eficiente, visando a educação para a limpeza urbana.• Política <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dos resíduos sólidos do município.• Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>da</strong> SLU (consistência tecnológica, valorizaçãodo servidor e participação social).• Integração entre os diversos órgãos <strong>da</strong> PBH nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas aos resíduos sólidos e controle <strong>de</strong>vetores.• Mobilização social.• Atuação dos agentes sanitários <strong>da</strong> zoonoses em 90% dos domicílios <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Adoção <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> reciclagem: inclusão social e geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Política <strong>de</strong> limpeza urbana adota<strong>da</strong> contribui para o controle <strong>de</strong> vetores mais efetivo.• Atuação <strong>de</strong> agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> resíduos sólidos.• Parceria PBH/ASMARE com vistas à economia solidária.• Educação ambiental promovi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> ASMARE.• Atuação <strong>da</strong> área <strong>de</strong> zoonose <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> PBH.PONTOS NEGATIVOS• A concessão do <strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> resíduos sólidos e a falta <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>sta solução com a população.• Ineficiência do serviço <strong>de</strong> zoonoses na apreensão <strong>de</strong> animais.• Ausência <strong>de</strong> uma gestão integra<strong>da</strong> entre as Secretarias <strong>de</strong> Meio Ambiente, Saú<strong>de</strong>, Limpeza Urbana esetor popular.• Crescente terceirização com má qualificação dos agentes sanitários.• Falta <strong>de</strong> compromisso <strong>da</strong> população e <strong>da</strong> PBH com a redução, reciclagem e <strong>de</strong>stinação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dosresíduos sólidos.• Ausência <strong>de</strong> uma ação político-administrativa articula<strong>da</strong> metropolitana ou intermunicipal para tratamentodos resíduos e <strong>de</strong>stinação final.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 415• Ausência <strong>de</strong> coleta seletiva resi<strong>de</strong>ncial.• Ausência <strong>de</strong> uma cultura ci<strong>da</strong>dã quanto à produção do lixo e a relação com o espaço público.• Insuficiência <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> entrega voluntária <strong>de</strong> materiais recicláveis.• Muitas pessoas jogam lixo no chão (papéis, plásticos e restos <strong>de</strong> alimentos).• Ausência <strong>de</strong> campanhas educativas permanentes na mídia referentes à saú<strong>de</strong>/saneamento.• Descompromisso com o projeto <strong>de</strong> gestão integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> resíduos sólidos 2002/2004.• Deficiência na integração dos diversos órgãos envolvidos com os resíduos sólidos.• Ação ineficiente <strong>da</strong> fiscalização municipal, que permite a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> áreas<strong>de</strong> topografia aci<strong>de</strong>nta<strong>da</strong> <strong>de</strong> difícil acesso para ações <strong>de</strong> limpeza.• Iminência <strong>de</strong> colapso <strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação final com a não implantação do aterro projetado <strong>de</strong> CapitãoEduardo.• In<strong>de</strong>finição do local para o novo aterro sanitário <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• 9% <strong>da</strong> população não é atingi<strong>da</strong> pelos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana.• Fiscalização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> pela SLU em horários extraordinários após as 18:00, fins <strong>de</strong> semana eferiados.• Problemas relacionados à enorme quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> entulhos dispostos irregularmente, especialmente emvilas e favelas.• Participação tími<strong>da</strong> <strong>da</strong> área <strong>de</strong> educação junto aos serviços <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> vetores.• Insuficiência no atendimento à população por programas <strong>de</strong> reciclagem.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> concessão <strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação final do lixo para a iniciativa priva<strong>da</strong> sem ampla discussãocom os técnicos <strong>da</strong> PBH e a população.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior investimento em educação ambiental.• Faltam banheiros públicos e bebedouros no centro <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Integração <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e infra-estrutura urbana é insuficiente.• Coleta seletiva <strong>de</strong>ficitária e inexistência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> incentivo à implantação <strong>de</strong> indústriasrecicladoras.• Proposta <strong>de</strong> privatização dos aterros sanitários.• Pouca integração e pouca ação efetiva na gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos/zoonoses.• A não implantação do aterro do Capitão Eduardo.• Esvaziamento <strong>da</strong> Superintendência <strong>de</strong> Limpeza Urbana.4 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE HABITAÇÃO, VILAS E FAVELAS4.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>4.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Existência do Sistema <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.• Espaço <strong>de</strong> participação popular.• Promulgação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto instrumento para garantia <strong>da</strong> função social <strong>de</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Crescimento <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> inclusão urbana.• Melhoria <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nos bairros e áreas existentes.• Existência <strong>de</strong> vários conselhos <strong>de</strong> participação popular.• Atendimento, pela Secretária <strong>de</strong> Assistência Social – PBH, dos moradores <strong>de</strong> rua.• Orçamento participativo e PGE.• Surgimento <strong>de</strong> novos espaços para a participação popular, com enfoque nos problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Conquista <strong>de</strong> uma legislação que busca a inclusão: (Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso eOcupação do Solo, etc.).• A existência <strong>de</strong> Planos Globais Específicos com diretrizes para intervenções estruturais em vilas e


416 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasfavelas.PONTOS NEGATIVOS• Incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> política habitacional municipal <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r to<strong>da</strong>s as situações <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>,principalmente falta <strong>de</strong> articulação entre os níveis <strong>de</strong> governo incluí<strong>da</strong> uma atuação metropolitana.• Participação e organização popular insuficientes nos espaços <strong>de</strong> formulação e controle <strong>da</strong> políticahabitacional.• Pouca articulação <strong>da</strong> política habitacional com as outras políticas sociais (educação, trabalho, saú<strong>de</strong>,assistência social, cultura, lazer, etc.).• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> no atendimento nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> efetivo apoio e articulação entre os po<strong>de</strong>res estadual e fe<strong>de</strong>ral com <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e entre asinstâncias públicas municipais. Ex.: a SMAS não está articula<strong>da</strong> com a SMHAB; a SMHAB não faz partedo Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.• Faltam políticas e financiamentos <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> moradores <strong>de</strong> rua nas políticas habitacionais.• Aumento do <strong>de</strong>semprego em função <strong>da</strong> redução <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s gerando insegurança e agravando adiscriminação social.• Falta <strong>de</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas ações <strong>da</strong> SMHAB.• Falta política <strong>de</strong> ações que facilitem a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos <strong>de</strong>ficientes.• Deficiência na fiscalização e no controle urbano.• Acompanhamento social insuficiente nos novos conjuntos habitacionais.• Deficiência <strong>de</strong> integração dos setores envolvidos no planejamento urbano <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong><strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> reassentamentos (PROAS).• Insuficiência no atendimento à população <strong>de</strong> vilas e favelas, no que se refere aos serviços <strong>de</strong>saneamento básico.4.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Integração viária <strong>da</strong>s regiões Ven<strong>da</strong> Nova, Centro , Barreiro .• Plano Diretor (existência).• Plano Diretor e a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.• Participação popular.• Descentralização dos serviços públicos (essenciais) para as regionais.• Existência <strong>de</strong> legislação municipal para distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e busca <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação conformeimpactos no ambiente urbano.• Descentralização <strong>da</strong> Administração Pública <strong>Municipal</strong> (regionais).• Existência <strong>de</strong> legislação municipal para distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e busca <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação conformeimpactos no ambiente urbano.PONTOS NEGATIVOS• Aglomeração do comércio na área central.• Atendimento <strong>de</strong> baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (burocracia) na PBH, SCOMGER, TELEMAR, COPASA MG, INSS,BHTRANS.• Segurança pública.• Desarticulação <strong>da</strong>s políticas urbanas <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> RMBH.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do comércio informal em alguns locais.• Policiamento ineficiente , não acompanhando a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> equipamentos e serviços na periferia (serviços públicos e comércio).• Concentração em massa <strong>de</strong> escolas, hospitais e comércio num único local.• Não efetivação prática <strong>da</strong> reforma administrativa, causando retrocesso em alguns serviços prestados.Ex.: a URBEL tinha acompanhamento social nos conjuntos habitacionais e a regional não tem.• Falta <strong>de</strong> política social <strong>de</strong> pós-morar e planejamento <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> equipamentos comunitários nosnovos conjuntos.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 417• Falta <strong>de</strong> aplicação e aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> legislação.4.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Metrô – com continui<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Estações bairro a bairro (ex.: Diamante e Ven<strong>da</strong> Nova).• Ônibus suplementares.• Melhoria <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> tráfego.• Definição <strong>de</strong> pista para transporte <strong>de</strong> emergência.• Conclusão do plano diretor para melhor mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Atendimento do transporte coletivo bairro a bairro.• Atuação <strong>da</strong> empresa BHTRANS.• Existência <strong>de</strong> coletivos e microônibus para atendimento a vilas e conjuntos habitacionais recentementeinaugurados.• Participação popular na formação <strong>de</strong> comissões locais <strong>de</strong> transporte, trânsito e comissão municipal.• Manutenção <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> ônibus bairro a bairro, aliviando o trânsito no centro e proporcionando umcusto menor para o usuário.• Substituição <strong>da</strong> frota <strong>de</strong> ônibus velho por frota mo<strong>de</strong>rna e inclusão <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> capacitação para osfuncionários <strong>da</strong>s empresas <strong>de</strong> coletivos.• Implantação <strong>da</strong>s catracas eletrônicas com a garantia do emprego dos funcionários que exercem afunção <strong>de</strong> cobradores.• Criação <strong>da</strong>s estações Diamante (Barreiro) e em Ven<strong>da</strong> Nova – integração ônibus / metrô.• A importância e manutenção <strong>da</strong> BHTRANS – órgão <strong>de</strong> trânsito <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> – pela execução <strong>de</strong> seusserviços.PONTOS NEGATIVOS• Traçado <strong>da</strong>s ruas: mão única para ônibus no centro; falta <strong>de</strong> sinalização; falta <strong>de</strong> passarela e etc.• BHTRANS : falta <strong>de</strong> um bom gerenciamento.• Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>: camelôs/comércio etc.• Deficiência no atendimento do transporte coletivo: horários, preço, limpeza, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bairros,manutenção, acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, pontos <strong>de</strong> para<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> integração dos projetos <strong>da</strong> BHTRANS com outros projetos urbanos.• Redução/suspensão <strong>de</strong> linhas que aten<strong>de</strong>m bairro a bairro.• Catraca eletrônica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que gere <strong>de</strong>semprego.• Transporte suplementar que não aten<strong>de</strong> os portadores <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais e idosos.• Ausência <strong>de</strong> reestruturação <strong>da</strong>s linhas dos conjuntos habitacionais, aten<strong>de</strong>ndo à nova <strong>de</strong>man<strong>da</strong>causa<strong>da</strong> pelos novos moradores.• Deficiência do transporte coletivo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> no que se refere a segurança, conservação, acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>a <strong>de</strong>ficientes, mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> e idosos.• Estrangulamento do sistema viário (vias <strong>de</strong> trânsito).• Aumento <strong>da</strong> fiscalização no quadro <strong>de</strong> horários dos coletivos (pelo órgão responsável), bem como <strong>da</strong>sinalização <strong>da</strong>s ruas e interseções <strong>de</strong> aveni<strong>da</strong>s, inclusive nos horários noturnos.• Deficiência no transporte <strong>de</strong> trens urbanos (metrô), pois aten<strong>de</strong> à minoria <strong>da</strong> população.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no funcionamento do projeto BHBUS.• Falta <strong>de</strong> ônibus a<strong>da</strong>ptados para o transporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes físicos.• Ocupação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s por camelôs e outros pontos <strong>de</strong> comércio.4.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Conservação dos espaços.• Abertura à discussão.


418 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Existência <strong>de</strong> projetos para criação <strong>de</strong> novos espaços.• Parceria po<strong>de</strong>r público e iniciativa priva<strong>da</strong>.• Patrimônio cultural reconhecido como i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Socialização e conscientização (comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s organiza<strong>da</strong>s, associação).• Aumento dos espaços públicos / áreas <strong>de</strong> lazer.• Existência <strong>de</strong> sanitários públicos no parque municipal.• Restauração e tombamentos <strong>de</strong> prédios antigos.• Orçamentos participativos – fonte <strong>de</strong> recursos para melhorias nos equipamentos existentes eimplantação <strong>de</strong> novos espaços públicos.• Utilização dos centros culturais com projetos voltados para a infância e a 3º i<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Participação popular nos conselhos <strong>de</strong>liberativos.• A participação <strong>de</strong> empresas , ONG e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na manutenção dos espaços públicos e do patrimôniocultural.PONTOS NEGATIVOS• Valorização <strong>da</strong> região Centro/Sul.• Poucos espaços e mal divulgados.• Poluição visual.• Falta <strong>de</strong> compromisso do ci<strong>da</strong>dão com o espaço público.• Má conservação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.• Má utilização dos espaços públicos.• Desarticulação <strong>de</strong> ações educacionais volta<strong>da</strong>s para conservação dos espaços públicos e patrimônio.• Falta <strong>de</strong> conservação e segurança nas praças públicas.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente com relação aos “pichadores” e placas comerciais que sujam e escon<strong>de</strong>m osespaços públicos e patrimônios.• Ina<strong>de</strong>quação na implantação dos espaços públicos, inclusive não contemplando vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> segurança nos espaços públicos e equipamentos <strong>de</strong> lazer, impedindo o uso a<strong>de</strong>quado.• Faltam educação e mobilização urbana: conscientização e respeito pelo espaço público.• Faltam projetos e previsão <strong>de</strong> espaços públicos no planejamento (ex.: conjuntos habitacionais, bairrospopulares).• Falta <strong>de</strong> conselhos <strong>de</strong> gestão para administrar os espaços culturais <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que ficaminviabiliza<strong>da</strong>s pelo uso político dos cargos.• A reforma administrativa <strong>da</strong> PBH colocou pessoas sem qualificação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> na gestão dos espaçosculturais.4.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Tratamento <strong>de</strong> esgoto com implantação <strong>de</strong> interceptores e estação <strong>de</strong> tratamento.• Criação <strong>de</strong> PGE e OP (obra/habitação) possibilitando o assentamento <strong>da</strong> população <strong>de</strong> formaplaneja<strong>da</strong>, com infra-estrutura.• Canalização dos cursos d’água.• Existência do Plano Diretor.• Atuação do PEAR.• Trabalho informativo por parte <strong>da</strong> prefeitura.• Coleta <strong>de</strong> lixo e limpeza dos córregos nas vilas e favelas.• Reassentamentos <strong>de</strong> famílias moradoras em áreas <strong>de</strong> risco por parte <strong>da</strong> URBEL.• Existência <strong>da</strong> ASMARE, com estímulo ao aproveitamento do lixo (confecção <strong>de</strong> roupas, brinquedos,etc.).• Desentupimento <strong>de</strong> bueiros <strong>da</strong>s áreas urbanas, bairros e vilas por causa <strong>de</strong> enchentes que <strong>de</strong>rrubamcasas.• Um <strong>de</strong>spertar <strong>da</strong> preocupação com o meio ambiente (reciclagem, coleta seletiva, coleta porta a porta,etc.).


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 419• Recuperação <strong>da</strong>s águas (rios, nascentes e mananciais) em parceria com o projeto Manuelzão e com ainauguração <strong>da</strong> ETE (setor oeste <strong>da</strong> capital).• Regulamentação <strong>da</strong> legislação urbana (ZEIS, código <strong>de</strong> posturas, etc.).• A conquista dos PGE e OP.• Abastecimento <strong>de</strong> água na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.PONTOS NEGATIVOS• Poluição dos cursos d’água; nascentes e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> matas.• Não cumprimento <strong>da</strong> legislação e suas conseqüências.• Insuficiência <strong>de</strong> infra-estrutura.• Metodologia <strong>de</strong> elaboração dos PGE.• Demora na implementação dos PGE.• Poucas áreas <strong>de</strong> lazer e preservação ambiental (praças, jardins, etc.).• Falta <strong>de</strong> esclarecimento <strong>da</strong> população em relação á poluição eletromagnética (antenas <strong>de</strong> celulares,microon<strong>da</strong>s , etc.).• Poluição sonora e ambiental acima dos padrões aceitáveis, principalmente em áreas hospitalares,causa<strong>da</strong> principalmente por veículos particulares e coletivos.• Falta <strong>de</strong> conscientização popular para a preservação dos rios, matas e animais.• Falta <strong>de</strong> efetivação <strong>de</strong> coleta seletiva <strong>de</strong> lixo, bem como <strong>de</strong> industrias para reciclagem.• Campanha educativa ain<strong>da</strong> tími<strong>da</strong>.• Deficiência no cumprimento <strong>da</strong> normatização <strong>da</strong>s leis urbanas com déficit <strong>de</strong> estrutura <strong>da</strong> fiscalizaçãodo Município.• Descaso do governo fe<strong>de</strong>ral com as questões ambientais e sociais.• Falta <strong>de</strong> containers para coleta seletiva.• Inexistência <strong>de</strong> um conselho municipal <strong>de</strong> saneamento.• Deficiência <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.4.2 - Temas específicos4.2.1 - Balanço <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoSubtemas :2.1.1 - Questão Metropolitana/ Financiamento <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação2.1.2 - Programas <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação2.1.3 - Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s Obras/ Novas Tecnologias/ Processos ConstrutivosPONTOS POSITIVOS• Incentivo à participação enquanto gestores públicos e não como mensageiros <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s.• Retorno <strong>de</strong> recursos ao Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação para reinvestimento, através <strong>da</strong> política <strong>de</strong>financiamento e subsídio, com uma conscientização dos contemplados do OPH, <strong>de</strong> que o pagamento<strong>da</strong>s prestações amplia as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Implementação do programa <strong>de</strong> autogestão como instrumento <strong>de</strong> controle do processo produtivo pelosbeneficiados foi um ganho social.• Programas habitacionais <strong>da</strong> PBH com critérios sociais (OPH) e parcerias (PAR / MelhoriasHabitacionais, etc.).• Implantação <strong>de</strong> um padrão gerencial <strong>da</strong> SMHAB a partir <strong>da</strong> adoção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> gestão pelaquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a etapa <strong>de</strong> projetos até a conclusão <strong>da</strong> obra. Ex.: Tipologia embrião/sobrados.• A Política Habitacional está sendo trata<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro do contexto <strong>da</strong> Política Urbana <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, tratandoinclusive <strong>da</strong> questão social.• Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terras na região metropolitana.• Maior controle social promovendo a conscientização <strong>da</strong> população.• Os programas que compõem a PMH tem como priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suasespecifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• A implantação <strong>de</strong> novas tecnologias e sistemas construtivos no processo <strong>de</strong> verticalização, visando


420 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasmaior aproveitamento do terreno, aten<strong>de</strong>ndo um maior número <strong>de</strong> famílias.• Programa <strong>de</strong> cooperativas: avanço <strong>da</strong> PMH.• Plano Global Específico: importante na organização <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> comunitária.• A criação do grupo temático <strong>de</strong> financiamento <strong>da</strong> PMH.• Existência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> financiamento e subsídio em implementação.• PBH tem instrumentos <strong>de</strong> participação popular: OPH, Conselho <strong>Municipal</strong>, Fundo <strong>Municipal</strong>, PlanoDiretor para região metropolitana sendo formulado e Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.PONTOS NEGATIVOS• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong> financiamento e subsídio sobretudo pelo nãoatendimento satisfatório dos grupos em situação <strong>de</strong> risco social, havendo necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vinculá-los àspolíticas sociais.• Falta <strong>de</strong> sistematização ao atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por moradia gerando uma longa espera.• Baixo recurso financeiro <strong>de</strong>stinado ao Sistema <strong>de</strong> Habitação diminui o número <strong>de</strong> contemplados ecausa morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no atendimento à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Burocracia <strong>da</strong> PBH para legalização dos imóveis.• Ausência <strong>de</strong> Política <strong>de</strong> Habitação nos níveis fe<strong>de</strong>ral, estadual e metropolitano para a população <strong>de</strong>baixa ren<strong>da</strong>.• Ausência <strong>da</strong> Política Metropolitana <strong>de</strong> Habitação: Órgão Gestor, Fundo e Conselho responsável pelodiagnóstico e plano diretor metropolitano, bem como <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição do banco <strong>de</strong> terras.• Insuficiência do trabalho educativo com o público beneficiado com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s verticaliza<strong>da</strong>s quanto aouso e manutenção <strong>da</strong>s instalações e equipamentos, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> convivência entre moradores<strong>de</strong>man<strong>da</strong>ndo um acompanhamento técnico social pós-morar.• Os critérios <strong>da</strong> política <strong>de</strong> financiamento em to<strong>da</strong>s as esferas <strong>de</strong> governo.• Projetos <strong>de</strong>veriam ser mais simplificados e <strong>de</strong>mocratizados.• Falta <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sempenho dos projetos, comuma análise crítica dos projetos.• Conjuntos Habitacionais: verticalização implica em <strong>de</strong>spesas condominiais que somam-se aofinanciamento.• Manutenção em vilas: funcionou bem no primeiro ano, atualmente não está aten<strong>de</strong>ndo.• Falta <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas e gerenciamento <strong>de</strong> recursos financeiros do OPH (ex.: cooperativas).• Falta <strong>de</strong> investimento em novas tecnologias.• No PGE há poucas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos para execução do mesmo.• Inexistência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e ina<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> serviços, <strong>de</strong> comércios, infra-estrutura e saneamentobásico nos novos conjuntos.• Ausência <strong>de</strong> agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> na construção <strong>de</strong> parcerias institucionais, envolvendo a questãohabitacional.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente do projeto e obra.4.2.2 - Participação e Gestão Democrática: Po<strong>de</strong>r Público e Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>Subtema 2.2.1 - Reforma Administrativa e os Mecanismos <strong>de</strong> Participação PopularPONTOS POSITIVOS• Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.• Estatuto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Participação popular na política municipal <strong>da</strong> habitação e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos empreendimentos.• A criação <strong>de</strong> mecanismos para participação popular.• A oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para conquista <strong>da</strong> moradia.• A <strong>de</strong>scentralização aproximou a <strong>Prefeitura</strong> <strong>da</strong> população.• Algumas famílias já obtiveram benefícios reais.• Aproximação <strong>de</strong> alguns serviços ao ci<strong>da</strong>dão.• Maior acesso <strong>da</strong>s Associações dos bairros atuantes <strong>da</strong>s COMFORÇA.• A participação popular melhorou com a criação <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Habitação.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 421• Descentralização do fluxo <strong>de</strong> serviços para as Regionais.PONTOS NEGATIVOS• A reforma não foi construí<strong>da</strong> com a participação do movimento organizado e funcionalismo público.• Criou mais etapas para acompanhamento e fiscalização do OPH, enfraquecendo os Conselhos eComissões populares.• A <strong>de</strong>mora na realização <strong>da</strong>s obras no Orçamento Participativo.• A falta <strong>de</strong> transparência na utilização dos recursos e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos esclarecimentos <strong>de</strong> repasse <strong>da</strong>sinformações.• A <strong>de</strong>scentralização criou divergências partidárias <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s Regionais, dificultando o an<strong>da</strong>mento dosprocessos.• Empecilhos e <strong>de</strong>sinteresse quanto à participação e direito <strong>de</strong> voz <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, até mesmo para os<strong>de</strong>legados por meio do público.• Distanciamento hierárquico entre o po<strong>de</strong>r público e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> entrosamento entre os órgãos e a falta <strong>de</strong> capacitação dos funcionários dos órgãos públicospara aten<strong>de</strong>r o público.• Os recursos disponibilizados para a PMBH são insuficientes para atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.• É insuficiente a ligação entre a Secretaria <strong>de</strong> Habitação e os Núcleos <strong>de</strong> sem-casa.• A reforma não inibe a ocupação irregular <strong>de</strong> terrenos vazios ou <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco.• A Secretaria não aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> moradia – o déficit continua aumentando.• Falta <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> reforma administrativa. Ela possibilitaria uma maior participação e o acesso <strong>da</strong>população ao órgão público.• Falta <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças relativas à reforma administrativa. Exemplo: explicação sobre assiglas.• A ausência <strong>de</strong> equipamentos públicos (creches, escolas,...) diminuindo as parcerias e o número <strong>de</strong>agentes envolvidos.Subtema 2.2.2 - Ação e Parceria dos Agentes envolvidos e que po<strong>de</strong>m se envolver naQuestão HabitacionalPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> auxílio <strong>de</strong> ONGs e 3.º Setor às associações e grupos <strong>de</strong> sem-casa.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> possíveis parceiros e agentes envolvidos com a questão habitacional. Ex.: ASA,CASA, Núcleos <strong>de</strong> Moradias, URBEL, CEF.• Permitir a organização <strong>de</strong> grupos para participação nos movimentos e lutas sociais e políticas.• A discussão <strong>da</strong> representação <strong>da</strong> “Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Assistência Social” e Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Habitação.• Agili<strong>da</strong><strong>de</strong> que vem sendo <strong>da</strong><strong>da</strong> no processo <strong>de</strong> reassentamento habitacional <strong>da</strong> “população <strong>de</strong> rua” - foicontesta<strong>da</strong> e proposta a eliminação <strong>de</strong>ste item.• Gestão compartilha<strong>da</strong> <strong>de</strong> políticas públicas.• Ain<strong>da</strong> que dispersos, os movimentos comunitários têm fortes convicções na luta e inabalável ação paraconquistar seus objetivos.• Consciência <strong>de</strong> que para ser ci<strong>da</strong>dão pleno é necessário conquistar direitos já instituídos em lei eampliação dos mesmos.• Elaboração <strong>de</strong> projetos alternativos e complementares <strong>de</strong> habitação em parceria com os órgãospúblicos.• As associações estão começando a perceber que a questão <strong>da</strong> habitação não é exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos semcasa.• Os órgãos públicos sempre trabalham com os núcleos e associações.• Participação do “Movimento dos Sem-Casa”.• Busca <strong>de</strong> novas parcerias.• Parceria entre o movimento popular e governo municipal.PONTOS NEGATIVOS• Participação restrita, ou seja, a população tem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para participar <strong>de</strong>ntro dos grupos legitimados.


422 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Os <strong>de</strong>legados participam <strong>da</strong>s discussões dos problemas, mas no momento <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão e execução elesnão têm voz.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na organização e conscientização dos grupos comunitários.• Manipulação, <strong>de</strong>sorganização e interesses pessoais no Po<strong>de</strong>r Público e nos Movimentos.• Redução dos recursos do Po<strong>de</strong>r Público disponíveis para Programas Sociais.• Movimento Comunitário ain<strong>da</strong> não consegue garantir a atuação mais eficiente <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> naquilo quefoi aprovado pela política <strong>de</strong> habitação.• Falta maior conhecimento técnico e orçamentário <strong>da</strong> máquina pública por parte do movimento.• Falta maior coesão e ação unitária dos mais diversos setores reivindicados <strong>da</strong> habitação, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong>lado outras esferas do governo: União e Governo Estadual.• Falta parceria entre município, estado e governo fe<strong>de</strong>ral.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> parceria entre ONGs e o Po<strong>de</strong>r Público em <strong>da</strong>r diretrizes aos programas <strong>da</strong> PMBH comsoluções inovadoras.• Falta <strong>de</strong> parceria entre PMBH e concessionárias (COPASA MG, CEMIG,...) e clareza do papel <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>um.• A <strong>de</strong>mora <strong>da</strong> liberação <strong>da</strong> verba do OPH para as obras <strong>de</strong> habitação.• Os filiados dos núcleos <strong>de</strong> moradia não conseguem ter acesso às informações sobre empreendimentos.• Falta <strong>de</strong> atendimento à população <strong>de</strong> rua que tem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para se organizar (que não tem en<strong>de</strong>reçofixo, estão dispersos etc.).• Demora no an<strong>da</strong>mento do processo <strong>de</strong> solução <strong>da</strong>s situações em área <strong>de</strong> risco e no processo <strong>de</strong>implantação dos projetos aprovados.• Diferenças partidárias dificultam a viabilização <strong>da</strong>s parcerias.• Aplicação <strong>da</strong>s verbas não prioriza<strong>da</strong>s pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Participação insuficiente <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> nas <strong>de</strong>cisões e propostas apresenta<strong>da</strong>s aos Órgãos Públicos.• Não utilização dos terrenos fe<strong>de</strong>rais no nosso município, que po<strong>de</strong>riam ser utilizados para obraspúblicas.Subtema 2.2.3 - Participação nos Programas e Instrumentos Fiscalizadores <strong>da</strong> PMBHPONTOS POSITIVOS• Autogestão como forma <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> casas populares.• Participação popular nas <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s nos programas.• Criação dos CRPs.• Criação do OPH, <strong>da</strong>s COMFORÇA e PROAS.• To<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong> incentivo à participação direta dos ci<strong>da</strong>dãos, como a 2ª Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Habitação, são fatores positivos <strong>de</strong> política pública.• A política <strong>de</strong> habitação <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> representa um gran<strong>de</strong> avanço <strong>de</strong> concepção e <strong>de</strong>representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> por estar afeto ao CMH.• Instâncias colegia<strong>da</strong>s com representação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é avanço na implementação <strong>de</strong> políticaspúblicas.• COMFORÇA e CRP são espaços <strong>de</strong> participação popular nos quais o setor governamental dáimportância às propostas <strong>da</strong> população.• COMFORÇA é uma fiscalização positiva para os núcleos dos sem-casa.• Cobrança <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças.PONTOS NEGATIVOS• Recurso insuficiente para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> municipal.• Falta <strong>de</strong> política habitacional estadual e fe<strong>de</strong>ral.• As famílias reassenta<strong>da</strong>s não têm acompanhamento social (PROAS) e é insuficiente nos conjuntos.• Falta <strong>de</strong> informações e <strong>de</strong>bates para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> social sobre os temas e resoluções toma<strong>da</strong>s pelosfiscalizadores.• Demora no processo administrativo e executivo por parte do Po<strong>de</strong>r Público gerando <strong>de</strong>scrença eafastamento <strong>da</strong> população.• As informações não são viabiliza<strong>da</strong>s à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> (somente aos <strong>de</strong>legados que mesmo assim têm


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 423dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s). Esse fato dificulta a participação.• Os CRP estão pouco representados.• Na nova estrutura administrativa as obras serão executa<strong>da</strong>s pelas administrações regionais. O órgãocolegiado encarregado <strong>de</strong> fiscalização (CRP) está vinculado ao secretário municipal <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<strong>da</strong> gestão regional.• Desencontro dos cronogramas entre o OPH bianual e orçamento anual provoca um <strong>de</strong>scasamento:alguém ganha, alguém per<strong>de</strong>.• CMH: órgão colegiado <strong>de</strong>liberativo sem autonomia operacional.• Os órgãos <strong>de</strong> participação popular não <strong>de</strong>verão privilegiar a participação informal.• Falta <strong>de</strong> capacitação técnica para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, provocando uma ineficiente fiscalização.• Pouca/fraca divulgação e informação sobre os organismos <strong>de</strong> participação popular e <strong>da</strong>s políticasurbanas <strong>da</strong> PBH.• Falta a participação <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Assistência Social no Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Habitação.• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> precária <strong>de</strong> atendimento na PBH.• Falta <strong>de</strong> conhecimento e <strong>de</strong> preparo e critério <strong>de</strong> escolha dos representantes <strong>da</strong> população.Subtema 2.2.4 - Capacitação dos Gestores ComunitáriosPONTOS POSITIVOS• A reunião/conferência para troca <strong>de</strong> informações.• Alguns lí<strong>de</strong>res comunitários têm mais acesso ao Po<strong>de</strong>r Público e aos movimentos sociais paraesclarecer as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Coor<strong>de</strong>nadores honestos que passam as informações para a população.• Boa vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong> população para apren<strong>de</strong>r.• Participação.• Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ampliação <strong>da</strong> percepção dos movimentos sociais que parte <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter soluções quevisam o bem comum.• Cooperativas habitacionais e o Projeto Mel (esporte) são exemplos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças bem organiza<strong>da</strong>s.• Conselhos regionais bem organizados que contam com a participação dos moradores.• Envolvimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com os órgãos culturais e sociais que resgatam crianças e adolescentesvisando <strong>de</strong>senvolvimento, melhoramento e ampliação <strong>da</strong> autoestima.• Forma <strong>de</strong> participação em habitação através <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> cooperativas, autogestão.PONTOS NEGATIVOS• Uso dos termos técnicos dificultam o entendimento pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Insuficiência <strong>da</strong> capacitação – formação e instrumentalização – por meio do po<strong>de</strong>r público dos gestorescomunitários.• Falta <strong>de</strong> uma política para participação em capacitação para gestor comunitário.• Pouco envolvimento <strong>da</strong> população nas discussões públicas.• Trabalho social pouco eficaz no pré e pós morar.• Falta <strong>de</strong> incentivo e investimentos dos governos fe<strong>de</strong>ral e estadual.• Falta <strong>de</strong> investimentos dos governos fe<strong>de</strong>ral e estadual.4.2.3 - Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> habitação, uma contribuição à agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Subtema 2.3.1 - Diagnóstico – Esfera Fe<strong>de</strong>ralPONTOS POSITIVOS• Programa PAR – Dando alívio à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> dos núcleos <strong>de</strong> sem-casa.• Governo Fe<strong>de</strong>ral possui recursos para a Habitação.• Liberação <strong>de</strong> verbas pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral.• Liberação do FGTS para comprar moradias.• Criação do Fundo Nacional <strong>de</strong> Habitação com recursos do FGTS e outras fontes: Projeto transitando,


424 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticasem vias <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>r no Congresso.• Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Lei que regulamenta Cooperativas.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> interesse do Governo Fe<strong>de</strong>ral.• As conquistas são adquiri<strong>da</strong>s com muita luta e manifestações.• Falta <strong>de</strong> acesso às políticas fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> habitação.• Falta <strong>de</strong> interesse para aju<strong>da</strong>r e orientar o contribuinte.• Burocracias para alcançar os recursos.• Programa PAR/CEF não aten<strong>de</strong> às famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Programa PAR: é uma forma <strong>de</strong> aluguel disfarçado, já que não há seguro, não aten<strong>de</strong> as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sdo povo, a exigência é <strong>de</strong> 03 a 06 salários mínimos para entrar no programa, mesmo assim correndo orisco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o imóvel no caso <strong>de</strong> inadimplência.• Falta <strong>de</strong> divulgação dos Programas Habitacionais.• Falta <strong>de</strong> uma Política Urbana Habitacional.• Desvio <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> FGTS para outros programas visando lucro.• FGTS não contempla a política habitacional <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Os recursos são poucos e mal distribuídos.• Centralização <strong>de</strong> recursos, sendo repassados e concentrados como política econômica ao IMVR <strong>de</strong>repassá-los com política social.• A dívi<strong>da</strong> externa interferindo na política habitacional.• Descaso com o Programa <strong>de</strong> Reforma AgráriaSubtema 2.3.2 - Diagnóstico - Esfera EstadualPONTOS POSITIVOS• Programa COHAB.• Existência <strong>da</strong> Secretaria Estadual <strong>de</strong> Habitação.• Existência <strong>de</strong> uma política estadual <strong>de</strong> habitação ain<strong>da</strong> que insuficiente.• Estado possui recursos financeiros para habitação.• É uma espécie <strong>de</strong> ponte para buscar recursos.PONTOS NEGATIVOS• Governo do Estado dá mais importância às disputas políticas com o governo Fe<strong>de</strong>ral do queimplementar políticas públicas habitacionais.• Estado gasta R$0,25 por ano por habitante em políticas habitacionais e R$0,10 por habitante no Estadopara manter a moradia <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>putados.• Política habitacional estadual é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>.• Falta política habitacional popular.• Inoperância <strong>da</strong> Secretaria Estadual <strong>de</strong> Habitação.• Faltam verbas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à habitação que cubram a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. É possível que se faça um levantamentodo n.º <strong>de</strong> pessoas sem-casa no Estado e, a partir <strong>da</strong>í, criar um plano em ca<strong>da</strong> município.• Ausência <strong>de</strong> parcerias dos governos Estadual e <strong>Municipal</strong>.• Terrenos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Estado na RMBH são vendidos, quando po<strong>de</strong>riam ser usados parahabitação popular.• Falta investimento em saneamento.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong> COPASA MG.Subtema 2.3.3 - Diagnóstico: Esfera MetropolitanaPONTOS POSITIVOS• Entrosamento buscando soluções.• Acolher as pessoas sem distinção.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas 425• Intensificação <strong>da</strong>s discussões em relação à moradia.• Crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s fortalecendo as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> investimento na urbanização e saneamento.• Ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> habitação causando um <strong>de</strong>slocamento para outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> planejamento urbano (integração <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s).• Déficit <strong>de</strong> moradia causado pela falta <strong>de</strong> política habitacional metropolitana.• Falta <strong>de</strong> política habitacional causando um crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado.Subtema 2.3.4 - Diagnóstico: Esfera <strong>Municipal</strong>PONTOS POSITIVOS• IPTU progressivo previsto pelo Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação e do Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.• Canais Institucionais <strong>de</strong> participação <strong>de</strong>mocrática: OP, OPH, COMFORÇAs Regionais e COMFORÇA<strong>de</strong> Habitação e Núcleos <strong>de</strong> sem-casa, que têm possibilitado a ampliação <strong>da</strong> mobilização e participaçãopopular.• Critérios preestabelecidos para adquirir moradia.• Criação <strong>de</strong> um Plano Diretor.• Elaboração e votação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> ZEIS 1 e 3.• Elaboração <strong>de</strong> Planos Globais específicos.• Existência <strong>de</strong> um Programa <strong>de</strong> Urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• A Política <strong>de</strong> Habitação favorece as famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Política <strong>de</strong> financiamento do orçamento participativo <strong>da</strong> habitação é condizente com as condições <strong>da</strong>sfamílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Rápido processo <strong>de</strong> construção <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais.• Construção média <strong>de</strong> uma casa por dia.• As casas do Conjunto Dom Silvério têm padrão construtivo <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Iniciativa <strong>da</strong> PBH em implantar o Programa <strong>de</strong> Arren<strong>da</strong>mento Resi<strong>de</strong>ncial – PAR <strong>da</strong> Caixa EconômicaFe<strong>de</strong>ral.PONTOS NEGATIVOS• A reforma administrativa foi extremamente prejudicial às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vilas nesse 1º ano <strong>de</strong>implantação.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos externos.• Falta uma maior luta junto aos órgãos fe<strong>de</strong>rais (pressionar mesmo).• Falta <strong>de</strong> parceria entre o Estado e o Município para a melhoria <strong>da</strong> política habitacional.• Custo operacional do órgão responsável pela habitação (SMHAB) é muito elevado.• Os recursos são insuficientes para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.• Insuficiência <strong>de</strong> moradia e albergues para a população <strong>de</strong> rua.• Plano diretor não contempla a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> porque não <strong>de</strong>fine os zoneamentos.• Não existe controle urbano eficiente para vilas e favelas.• A Lei (8137) <strong>de</strong> ZEIS 1 e 3 não foi aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sanciona<strong>da</strong>.• Proposta <strong>de</strong> modificação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> ZEIS sem participação popular e antes <strong>de</strong> ser divulga<strong>da</strong> e aplica<strong>da</strong>.• Desrespeito e <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração com o grupo <strong>de</strong> referência no plano global <strong>da</strong> Pedreira Prado Lopes.• Falta <strong>de</strong> investimento nas áreas <strong>de</strong> risco/saneamento.• Falta <strong>de</strong> planejamento/previsão orçamentária para assentamento monitorado <strong>da</strong>s famílias <strong>da</strong> área <strong>de</strong>risco e conjuntos habitacionais.• Situação <strong>de</strong> conflito em conjuntos implantados pela <strong>Prefeitura</strong> junto à população já resi<strong>de</strong>nte no local.• Conjuntos com muitas moradias.• Não existe controle e/ou fiscalização dos conjuntos.• Descaso ocasionado após a entrega <strong>da</strong> moradia.


426 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências temáticas• Programa pós-morar por somente um ano é insuficiente. E <strong>de</strong>pois?.• Não há um acompanhamento permanente <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> no social, cultural, psicológico e ren<strong>da</strong>s no pósmoradia.• Demora no atendimento.• Pouca construção: uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s insuficientes.• Demora para construir.• Projetos inseguros (ex.: Conjunto USIMIX).• Falta <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos novos moradores comprometendo o uso <strong>da</strong> moradia.• Falta divulgação do Programa Habitacional para a População.• Desarticulação do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.• Falta <strong>de</strong> capacitação dos coor<strong>de</strong>nadores dos núcleos <strong>de</strong> habitação.


427▪ ANEXO V - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIASREGIONAISEste Anexo contém os resultados <strong>da</strong>s discussões realiza<strong>da</strong>s pelos participantes <strong>da</strong>s pré-confêrenciasregionais, abrangendo os temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e os temas específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região.Estão aqui apresentados todos os pontos positivos e negativos, relativos a ca<strong>da</strong> tema, obtidos porconsenso, primeiro, nos subgrupos, <strong>de</strong>pois, discutidos e complementados em conjunto pelos componentesdos cinco subgrupos que compunham ca<strong>da</strong> sala <strong>de</strong> trabalho.É a seguinte a organização <strong>de</strong>ste Anexo:1 - PRÉ-CONFERÊNCIA DO BARREIRO1.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>1.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região2 - PRÉ-CONFERÊNCIA CENTRO-SUL2.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>2.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região3 - PRÉ-CONFERÊNCIA LESTE3.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região4 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORTE4.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>4.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região5 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORDESTE5.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>5.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região6 - PRÉ-CONFERÊNCIA NOROESTE6.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>6.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região7 - PRÉ-CONFERÊNCIA OESTE7.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>7.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região8 - PRÉ-CONFERÊNCIA DA PAMPULHA8.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>8.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região9 - PRÉ-CONFERÊNCIA DE VENDA NOVA9.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>9.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 4291 - PRÉ-CONFERÊNCIA DO BARREIRO1.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>1.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Orçamento participativo, beneficiando a população para melhor distribuição <strong>de</strong> recursos e estruturas.• BH é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> boa <strong>de</strong> se morar <strong>de</strong>vido à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos culturais e regionais.• verticalização or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> é uma forma que beneficia a população <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> espaços urbanos(conjuntos habitacionais).• Verticalização quando bem planeja<strong>da</strong> gera melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Conquista do espaço <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> junto à <strong>Prefeitura</strong> para discutir problemas, orçamento participativo.Ex.: associações <strong>de</strong> bairro, conselhos etc.• <strong>Prefeitura</strong> dividi<strong>da</strong> em regiões.• Valorização dos bairros <strong>de</strong> periferia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ex.: urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• Melhoria no saneamento básico e pavimentação.• BH cresceu, apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Melhoria urbana na periferia via orçamento participativo.• governo municipal está possibilitando a participação popular para melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Crescimento está possibilitando a ampliação dos meios <strong>de</strong> transporte favorecendo a população.• BH é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> muito boa <strong>de</strong> se morar pois apresenta menos problemas que as outras gran<strong>de</strong>smetrópoles.PONTOS NEGATIVOS• Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física, obesos e comdificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção.• Falta <strong>de</strong> segurança pública <strong>de</strong>vido à alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional e <strong>de</strong>scaso <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos equipamentos <strong>de</strong> cultura e lazer.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e mecanismos regulatórios <strong>de</strong> crescimento por parte <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>, gerando umaocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura nas vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> informação <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> a respeito <strong>de</strong> loteamentos clan<strong>de</strong>stinos.• Omissão do po<strong>de</strong>r público e falta <strong>de</strong> planejamento nos assentamentos nas periferias, acarretando<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> equipamentos públicos.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, acarretando gran<strong>de</strong>s impactos ambientais.• Falta <strong>de</strong> moradias e serviços básicos principalmente para as populações carentes.• Descontrole do a<strong>de</strong>nsamento para a construção <strong>de</strong> residências.• Falta <strong>de</strong> fiscalização na abertura <strong>de</strong> loteamentos irregulares e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado provoca a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> pois faltam equipamentos urbanos.• As leis não são cumpri<strong>da</strong>s, com isso o crescimento é <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e há muita especulação imobiliária.• ci<strong>da</strong><strong>de</strong> recebe pessoas do interior <strong>de</strong> outros estados, contribuindo para o aumento do <strong>de</strong>semprego.• aumento <strong>da</strong> violência na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Os conjuntos habitacionais construídos pela PBH e reassentamento carecem <strong>de</strong> infra-estrutura.1.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• As áreas ambientais e praças para a população.• Existe uma tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para outras regiões.• área hospitalar tem boa localização.• Potencial <strong>de</strong> área para implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas (mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> m²).


430 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Boa distribuição espacial <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais, industriais e resi<strong>de</strong>nciais.• Bons corredores <strong>de</strong> escoamento do hipercentro para a periferia (vias arteriais).• Existência <strong>de</strong> shopping centers nas diversas regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (comércio, segurança, lazer).• concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera comodi<strong>da</strong><strong>de</strong>, diminui o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e gera in<strong>de</strong>pendênciapara a população.• <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s administrativas permitiu o crescimento e a in<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong>sRegionais.• concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em vias com gran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> veículos favorece os comerciantes e apopulação que passa a an<strong>da</strong>r menos (ônibus passa nessas vias).• Os shoppings populares favorecem a população <strong>da</strong> periferia, apesar do alto custo operacional.• As "feiras-shopping" são uma boa opção que surgiu ultimamente.• Ocupação social dos espaços públicos mal utilizados, revertendo os benefícios para comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• As tentativas <strong>de</strong> solução através <strong>da</strong> participação popular.• gestão <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> (administração e serviço regionais).PONTOS NEGATIVOS• Alta concentração <strong>de</strong> comércio e serviços no centro e áreas nobres.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas e industriais (poluentes) são localiza<strong>da</strong>s em função <strong>de</strong> interesses políticos eeconômicos.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e comerciais não absorvem a mão <strong>de</strong> obra local, exigindo <strong>de</strong>slocamento.• Manutenção precária <strong>da</strong>s praças.• Permissivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r público (constituído) com a ilegali<strong>da</strong><strong>de</strong> (ex.: Vila Pinho e assentamento dos"sem-casa - Cardiominas").• Parque industrial reduzido, provocando <strong>de</strong>semprego (falta <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> emprego).• Concentração <strong>de</strong> camelôs nos "centros" piora a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas (lixo, poluição visual esonora) direito <strong>de</strong> ir e vir.• Re<strong>de</strong> bancária concentra<strong>da</strong> no hipercentro (<strong>de</strong>slocamentos, filas).• Insuficiência <strong>de</strong> áreas e equipamentos <strong>de</strong> lazer nas periferias <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Má distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• distribuição não organiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois ain<strong>da</strong> não há boa distribuição, as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sain<strong>da</strong> estão concentra<strong>da</strong>s no centro e a distribuição não aten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.• concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em centros gera tumulto, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, congestionamento, violência, per<strong>da</strong> <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e aumento do <strong>de</strong>semprego pela valorização <strong>de</strong> serviço e espaços.• concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em vias movimenta<strong>da</strong>s gera insegurança para pe<strong>de</strong>stre (risco <strong>de</strong>atropelamento), poluição (sonora e visual), lixo e aumento <strong>de</strong> assaltos.• Falta <strong>de</strong> estacionamento junto aos locais com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas.• Concentração <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s provoca poluição sonora e ambiental.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas e serviços estão distribuí<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente e encontra<strong>da</strong>s em algunslugares on<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r aquisitivo é melhor.• periferia e as vilas estão sendo joga<strong>da</strong>s à margem <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> pela falta <strong>de</strong> emprego, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>seconômicas, culturais e serviços.• existência <strong>de</strong> espaços públicos mal utilizados ou abandonados.1.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Metrô favorece na rapi<strong>de</strong>z do transporte <strong>de</strong> massa <strong>da</strong> população favoreci<strong>da</strong>.• Deslocamento melhorou com a implantação do BHBUS e suplementar.• Descentralização e integração do transporte urbano.• Controle <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> do transporte coletivo pelo po<strong>de</strong>r público.• Modificações do sistema viário no hipercentro.• Taxi-lotação.• Criação <strong>de</strong> Estações BHBUS e linhas suplementares.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 431• Existência do metrô.• Existência <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> piso baixo, o metrô e o melhoramento nas frotas <strong>de</strong> táxi.• Sistema BHBUS.• Regulamentação do transporte alternativo.• Linha circular bairro à área hospitalar.• Sistema <strong>de</strong> metrô.• Implantação do BHBUS.Pontos Negativos• Falta <strong>de</strong> uma malha viária suficiente.• Concentração do comércio no hipercentro.• Falta <strong>de</strong> planejamento na implantação do transporte urbano.• Falhas no atendimento ao usuário do transporte coletivo.• Superlotação no horário <strong>de</strong> "pique" nos coletivos.• A não liberação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>liberações <strong>da</strong>s CRTT.• Insuficiência <strong>de</strong> linhas nas periferias e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar "suplementares".• Deficiência <strong>de</strong> integração tarifária <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> ônibus e metrô e alto custo <strong>da</strong>s tarifas.• Metrô não aten<strong>de</strong> a to<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, principalmente por ocupação <strong>de</strong> camelôs e os passeiosirregulares.• Preço abusivo <strong>da</strong>s passagens <strong>de</strong> ônibus.• Demora dos horários <strong>de</strong> ônibus, principalmente em finais <strong>de</strong> semana e feriados (inclusive linhas <strong>de</strong>ramal).• Falta <strong>de</strong> um transporte <strong>de</strong> massa que aten<strong>da</strong> parcela maior <strong>da</strong> população.• Falta <strong>de</strong> segurança no transporte público, acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física,treinamento <strong>de</strong> motoristas e cobradores.• Metrô não aten<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e a linha <strong>de</strong> integração é <strong>de</strong>ficiente.• Aumento abusivo <strong>da</strong>s passagens.• Ônibus noturno <strong>de</strong>ficiente.• Melhor a<strong>de</strong>quação dos fluxos <strong>da</strong>s linhas.• Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> no transporte coletivo para PMMG, Correios, Oficiais <strong>de</strong> Justiça e trabalhadores dotransporte <strong>de</strong> BH.1.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Paisagem urbana bonita.• Existência <strong>de</strong> espaços públicos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Melhoria na acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população aos espaços públicos através <strong>da</strong>s estações do BHBUS(Diamante, Ven<strong>da</strong> Nova, S. Gabriel).• Existência do Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras.• Existência do Zoológico.• Existência do Parque <strong>Municipal</strong>.• Tombamentos <strong>de</strong> patrimônios histórico-culturais (ex.: Mercado <strong>da</strong> Lagoinha e outros).• Criação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer (ex.: Parque <strong>da</strong> Vila Pinho).• Gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> do patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Museu <strong>de</strong> Arte <strong>da</strong> Pampulha e o Parque <strong>da</strong> Mangabeiras são exemplos <strong>de</strong> administração municipaleficiente.• Preservação dos espaços públicos através <strong>de</strong> convênios com a iniciativa priva<strong>da</strong>.• Existem manifestações culturais na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e nas regionais.• Existem espaços públicos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo.• A Administração <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> tem incentivado e se preocupado em preservar a memória e o patrimônio


432 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionaishistórico <strong>de</strong> BH.• Lei <strong>de</strong> incentivo à cultura, municipal, estadual, fe<strong>de</strong>ral.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> segurança <strong>da</strong> população para freqüentar os espaços públicos.• Faltam espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer nas periferias.• Falta <strong>de</strong> concentração e divulgação para o uso dos espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• Falta <strong>de</strong> investimento e <strong>de</strong>scaso do Po<strong>de</strong>r Público <strong>Municipal</strong> em relação ao Parque <strong>da</strong>s Águas.• Falta <strong>de</strong> segurança para garantir acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> conscientização sobre os espaços públicos e patrimônio cultural.• Falta <strong>de</strong> fiscalização do po<strong>de</strong>r público na ocupação <strong>da</strong>s nascentes.• Depre<strong>da</strong>ção e pichações nos espaços públicos e patrimônio.• Os espaços públicos reconhecidos pela <strong>Prefeitura</strong> são centralizados, elitizados e <strong>de</strong> difícil acesso.• Falta <strong>de</strong> divulgação dos espaços e dos eventos nele realizados.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura nos espaços existentes e nos eventos públicos (acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, segurança,orientação para a utilização, sanitários).• Falta <strong>de</strong> área para esportes e centros culturais, regionais ou locais.• Recuperação e reconhecimento <strong>da</strong>s áreas públicas regionais, inclusive manutenção e fiscalização.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar a administração dos espaços públicos existentes.• Falta conscientização cultural <strong>da</strong> população (educação, divulgação e cursos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> carga horária <strong>da</strong>sescolas: línguas, computação, músicas e outros).• Falta maior investimento nos espaços existentes (vonta<strong>de</strong> política, investimentos, verba, divulgação).• Falta <strong>de</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultura negra (a não implementação <strong>da</strong>s quadras <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> samba e otombamento e valorização dos terreiros <strong>de</strong> candomblé e congado).• Faltam equipamentos culturais (cinema, teatro, centros poliesportivos), principalmente nas periferias.1.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• O po<strong>de</strong>r público aten<strong>de</strong> razoavelmente o saneamento básico no município.• A socie<strong>da</strong><strong>de</strong> está se conscientizando para a questão ambiental.• A existência <strong>de</strong> praças e parques bem conservados em áreas com maior visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (Centro-Sul).• Criação do programa "Caça-esgoto", construção <strong>de</strong> interceptores e a Estação <strong>de</strong> Tratamento ETEArru<strong>da</strong>s.• Existência <strong>de</strong> novas concepções ambientais através do Projeto Manuelzão, Plano Diretor, DRENURBSe outros.• A existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do solo e a área <strong>de</strong> proteção ambiental (APA Sul).• Utilização do gás natural veicular e industrial, reduzindo poluição do ar.• Campanha do po<strong>de</strong>r público com relação à gasolina adultera<strong>da</strong>.• Inicio <strong>da</strong> discussão dos problemas ambientais na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: leva à conscientização.• Implantação <strong>da</strong>s estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto.• Os serviços <strong>de</strong> limpeza urbana em geral são bons.• A eficiência <strong>da</strong> SLU nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> limpeza urbana.• Po<strong>de</strong>r público mais atento às questões ambientais.• População e po<strong>de</strong>r público começam a ter ações mais pontuais para a preservação ambiental.• Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.PONTOS NEGATIVOS• A coleta seletiva não aten<strong>de</strong> a população como um todo.• Po<strong>de</strong>r público e privado são cúmplices pela <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>de</strong>vido a ocupação <strong>de</strong> reservas.• Desfavorecimento <strong>de</strong> áreas com potencial para serem preserva<strong>da</strong>s e conserva<strong>da</strong>s nas <strong>de</strong>mais regiões.• Córregos poluídos.• Canalização e poluição dos corpos d'água por esgotos domésticos, principalmente industriais.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 433• Falta <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> educação ambiental nas escolas, parques, igrejas, associações e outros.• A não implementação efetiva e fiscalização <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo e o não zoneamento <strong>da</strong>APA Sul.• Falta <strong>de</strong> entendimento entre COPASA MG e <strong>Prefeitura</strong>, gerando conflito na implementação <strong>da</strong>s ações eobras <strong>de</strong> saneamento ambiental.• Insuficiência <strong>da</strong> conscientização e educação ambiental <strong>da</strong> população e que se reflete no lixo nas ruas,bota-fora em áreas in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s, corte <strong>de</strong> árvores, impermeabilização <strong>de</strong> terrenos etc.• Falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> reciclagem mais efetiva, incluindo divulgação e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> URPV.• Conflito do posteamento com arborização.• Falta <strong>de</strong> parques ecológicos.• Ausência <strong>de</strong> combate rigoroso aos agentes poluidores, através <strong>de</strong> leis e fiscalização.• Falta <strong>de</strong> planejamento do uso e ocupação do solo traz problemas graves para o meio ambiente.• Faltam programas <strong>de</strong> educação ambiental para a população e maior eficácia na fiscalização <strong>de</strong> forma aevitar os crimes ambientais.• As ações <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela população e po<strong>de</strong>r público ain<strong>da</strong> são insuficientes para solucionar todosos problemas ambientais.1.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região1.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> zoneamento ambiental na regional.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> zoneamento para gran<strong>de</strong>s equipamentos (ex.: estação do BHBUS Barreiro,parcelamento <strong>da</strong> V & M).• Criação <strong>de</strong> núcleos habitacionais regulares (ex.: PONGELUPE).• Zona <strong>de</strong> preservação ambiental (ex.: Serra do Rola Moça e Serra do Curral).• Zona industrial - geração <strong>de</strong> empregos (ex.: Mannesmann).• Área comercial (ex.: Centro do Barreiro).• Conjunto habitacional: ocupação or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Administração Regional Barreiro.• Estação BHBUS do Barreiro e construção do restaurante popular.• A região é bem atendi<strong>da</strong> por serviços <strong>de</strong> transporte coletivo e estrutura viária (Vila Pinho).• Parque ecológico <strong>da</strong> Vila Pinho gerou impacto positivo na população - quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Oferta <strong>de</strong> empregos nos distritos industriais para trabalhadores <strong>da</strong> região.• Parque <strong>da</strong>s Águas gerou impacto positivo na região do Barreiro <strong>de</strong> Cima - quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Comércio bem diversificado (ex.: Centro, Tirol, Jatobá, In<strong>de</strong>pendência, Cardoso).• A proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o Anel Rodoviário, promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento econômico <strong>da</strong> região (criação <strong>de</strong>empregos).• Gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> preservação ambiental que proporciona quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> à população local.• Sinalização e iluminação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina.• Região do Tirol - João Paulo (Conjunto).• Linha <strong>de</strong> ônibus ligando Estação Diamante/Hospitais, Jatobá/Hospitais.PONTOS NEGATIVOS• Descaso por parte dos órgãos públicos que regulamentam as políticas públicas urbanas: coniventescom a especulação imobiliária.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamentos irregulares em to<strong>da</strong> regional.• Maior número <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamentos na áreas limítrofes <strong>da</strong> região <strong>da</strong> APA Sul sem infra-estrutura esaneamento básico.• Inexistência <strong>de</strong> plano diretor regional especifico.• Pequeno número <strong>de</strong> ADE existentes na regional.


434 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Má distribuição do comércio e prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>ficiente (ex.: faltam cartório e bancos no centrodo Barreiro).• Vila CEMIG, Vila Pinho, Conjunto Esperança: comércio <strong>de</strong>ficiente.• Ocupação <strong>de</strong> área <strong>de</strong> risco e em áreas públicas (ex.: Praça <strong>de</strong> Esportes Petrópolis).• Descaso com a cultura e a história do Barreiro.• Falta <strong>de</strong> espaços culturais, <strong>de</strong> lazer, arte, cinema, teatro.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong>s zonas sem infra-estrutura e equipamentos públicos (ex.: Santa Rita,Vitória <strong>da</strong> Conquista, Vila Pinho e Vila CEMIG.• Ocupação irregular nas áreas comunitárias dos conjuntos habitacionais (ex.: Teixeira Dias, Vila Pinho,Vila Cemig).• Conjuntos habitacionais na ZEIS 2 implantados sem os <strong>de</strong>vidos equipamentos sociais e sem discussãocom as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região.• Construções resi<strong>de</strong>nciais em áreas <strong>de</strong> nascentes, sem tratamento a<strong>de</strong>quado e com lançamento <strong>de</strong>esgotos (córrego paralelo á Rua Nascimento).• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais clan<strong>de</strong>stinas que levam perigo à vizinhança (<strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> gás) - diminuição <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Falta fiscalização.• Isolamento viário <strong>de</strong> alguns bairros fronteiriços com outros municípios - Bairro <strong>da</strong>s Industrias e VilaMangueiras.• Permanência <strong>de</strong> residências em áreas <strong>de</strong> risco na Vila Mangueiras.• Precisam ser implantados mais equipamentos urbanos pois os que existem são insuficientes; com isso,quem precisa <strong>de</strong> atendimento médico vai para UPA Tirol.• Governo <strong>Municipal</strong> está <strong>da</strong>ndo moradia, mas não oferece infra-estrutura para quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Melhorar acessos ao Barreiro (ex.: continuação <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina, pois as únicas opções são a Viado Minério e Tito Fulgêncio).• Criação <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer e cultura (não existe em quase todos os bairros). Ex.: Tirol, Bairro <strong>da</strong>sIndústrias, In<strong>de</strong>pendência.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar cooperativas para apoiar o comércio local; necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> também <strong>de</strong> cartório eTelemar.1.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Há facili<strong>da</strong><strong>de</strong> para acesso aos centros <strong>de</strong> comércio e serviço, bem como escoamento <strong>de</strong> produtos.• Região com potencial para instalação <strong>de</strong> indústrias e comércio.• Melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> serviços na região.• A Lei do Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo propicia um controle <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• A locação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra na própria região melhora a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> para acessar o centro comercial do Barreiro (transporte coletivo).• Centro comercial do Barreiro com circulação facilita<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>slocamento dos camelôs (Av. Viscon<strong>de</strong><strong>de</strong> Ibituruna).• Presença marcante <strong>de</strong> um pólo industrial (Jatobá e Mannesmann).• Melhoria do transporte coletivo (Estação Diamante e do Barreiro em construção).• Gran<strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão distribuí<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong> acesso e não atinge o interior dosbairros, preservando-os.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais (comi<strong>da</strong> e bebi<strong>da</strong>) estão distribuí<strong>da</strong>s em pequenos centros locais, permitindo efacilitando o acesso à população.• A existência <strong>de</strong> centros na região evita o <strong>de</strong>slocamento ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Houve aumento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços e produtos na região.• A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> bancos correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> regional.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Escola Sindical.• Estação Diamante.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 435• UPA Barreiro 24h.• Região Forte economicamente e politicamente.• Banco e comércio bons no centro comercial.PONTOS NEGATIVOS• A indústria e comércio <strong>da</strong> região não absorvem a mão <strong>de</strong> obra local (Olhos D' Água não tem mão <strong>de</strong>obra).• Os recursos (impostos) arreca<strong>da</strong>dos na região não são aplicados totalmente no Barreiro.• Existem vários locais com altos índices <strong>de</strong> poluição sonora (ex.: bares, Praça do Cristo).• Não existe policiamento ostensivo na região, (provocando) causando assaltos e violência urbana.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais comprometem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região.• A região não aten<strong>de</strong> à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> emprego para a população do Barreiro (300 mil).• A re<strong>de</strong> bancária <strong>da</strong> região não aten<strong>de</strong> à população.• Ausência dos serviços (cartórios, lazer, cinema).• Presença <strong>de</strong> indústria poluidora (Mannesmann).• Ausência <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> infra-estrutura nos bairros Itaipu e Novo <strong>da</strong>s Indústrias (galeria e passarelas) efalta <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> veículos ao conjunto João Paulo II.• Falta <strong>de</strong> fiscalização sanitária nos centros <strong>de</strong> serviços e comércio na região <strong>de</strong> forma geral.• Os centros locais são <strong>de</strong>sorganizados e com muita poluição sonora e visual.• Falta o cumprimento rigoroso <strong>da</strong> legislação para evitar irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> e incômodos por algumasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na região (ex.: ocupação dos passeios por bares e lojas).• Ausência <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> cartório.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais causam gran<strong>de</strong> incômodo à população, diminuindo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar (poluição)(ex.: Mannesmann).• Indústrias fecha<strong>da</strong>s.• Desemprego.• Área <strong>de</strong> lazer, saú<strong>de</strong> e educação insuficientes.• Praças mal cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> metrô.1.2.3 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• Gran<strong>de</strong> participação e organização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> no orçamento participativo (OP), alcançandosignificativas conquistas (ex.: escolas, asfalto, drenagem, restaurante popular e BHBUS).• Comércio dinâmico e diversificado.• Maior fonte <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> do município e maior parque industrial.• Restaurante popular, BHBUS, transporte suplementar.• Maior potencial <strong>de</strong> nascentes e maior bacia hidrográfica do município, área ver<strong>de</strong> disponível.• Existência <strong>de</strong> áreas públicas para implantação dos equipamentos públicos sem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> parabenefício <strong>da</strong> população. (sic)• A conquista <strong>de</strong> várias reivindicações: PC Barreiro, BHBUS, Estação Barreiro, restaurante popular.• Barreiro pronto para ser conhecido - portal <strong>da</strong> nascente do Arru<strong>da</strong>s - como ponto turístico.• Obras do parque Burle Marx (Parque <strong>da</strong>s Águas), como gran<strong>de</strong> espaço ecológico, social e <strong>de</strong>preservação ambiental permanente.• Parque Rola Moça como patrimônio ambiental do Barreiro e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e referência <strong>de</strong> lazer futura.• Bom atendimento na parte <strong>de</strong> comércio e prestação <strong>de</strong> serviços (bancos, hospitais, SEBRAE etc.).• Transporte coletivo <strong>da</strong>s linhas convencionais aten<strong>de</strong> razoavelmente a população.• Presença <strong>da</strong> PUC-MG e do ensino fun<strong>da</strong>mental.• Estação Diamante e Estação BHBUS Barreiro.• Centro comercial do Barreiro.• Operação tapa-buraco, limpeza urbana.


436 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Área <strong>de</strong> Preservação Ambiental Sul (APA Sul).• Extensão <strong>da</strong> linha 3050, esten<strong>de</strong>ndo até a BR 262, com acesso a Olhos D'água/Pilar.• Região tem gran<strong>de</strong> potencial em áreas ver<strong>de</strong>s, reservas ambientais, parques, nascentes (Parque <strong>da</strong>sÁguas).• Reforma administrativa, Plano Diretor (ex.: Subprefeitura).• Revitalização <strong>da</strong>s escolas públicas.• Existência <strong>de</strong> bons centros comerciais.• Implantação do BHBUS e transporte suplementar.• Potencial histórico e cultural: lutas, conquistas, mobilizações, arte, música, <strong>da</strong>nça, teatro, juventu<strong>de</strong>.• Aprovação <strong>da</strong> ampliação do posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através do OP Tirol.• Existência <strong>de</strong> potencial (áreas ver<strong>de</strong>s, recursos hídricos) para construção <strong>de</strong> parques ecológicos eaproveitamento para turismo ecológicos.• Construção do restaurante popular na área on<strong>de</strong> funciona a Regional.• Construção <strong>de</strong> viaduto ligando Santa Margari<strong>da</strong> ao Barreiro.• Retira<strong>da</strong> dos camelôs <strong>da</strong> ruas do centro comercial do Barreiro, melhorando o trânsito <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.• O Barreiro possui amplo centro comercial e <strong>de</strong> serviços.• Em razão <strong>de</strong> suas inúmeras nascentes, o Barreiro po<strong>de</strong> ser utilizado como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> paraprogramas <strong>de</strong> saneamento, para drenagem, meio ambiente etc.• O Barreiro possui uma localização geográfica privilegia<strong>da</strong> para receber investimentos <strong>de</strong> indústrias.• A existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proteção ambiental e reservas ecológicas que inibem a especulaçãoimobiliária.• Hospital Júlia Kubitschek (atendimento para to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Paisagem <strong>da</strong> Serra.• Centro do Barreiro.• Muito espaço para instalação <strong>de</strong> novas empresas (Jatobá, Mannesmann).• Gran<strong>de</strong>s reservas ver<strong>de</strong>s.• Área industrial geradora <strong>de</strong> empregos (Mannesmann e CDI).• CAC utilizado como área <strong>de</strong> lazer (Pinheiro Chagas).• Implantação do BHBUS na Av. Afonso Vaz <strong>de</strong> Mello e a Estação Diamante.• Hipercentro do Barreiro é um forte centro comercial e nos bairros o comércio local é satisfatório.• Áreas ver<strong>de</strong>s e manancial d'água (Parque Serra do Rola Moça, Vila Pinho, Parque <strong>da</strong>s Águas).• Área ver<strong>de</strong> privilegia<strong>da</strong> e preserva<strong>da</strong>.• O centro industrial é importante e tem perspectivas <strong>de</strong> ampliação.• Centro comercial do Barreiro é um dos melhores <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A PBH tem uma política habitacional, com assentamento <strong>de</strong> população <strong>de</strong> risco e sem-casas noBarreiro.• Participação ativa <strong>da</strong> população junto à Regional Barreiro para solucionar problemas <strong>da</strong> região.• Otimização dos serviços prestados pela SCOMGER-B (PUC Barreiro, BHBUS, Restaurante popular).• Comércio e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços eficientes.• Gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, nascentes e córregos.• Distrito industrial - gerador <strong>de</strong> empregos e ren<strong>da</strong>.• População organiza<strong>da</strong> e participativa.PONTOS NEGATIVOS• Carência <strong>de</strong> equipamentos na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ensino fun<strong>da</strong>mental, superior e profissionalizante.• Carência <strong>de</strong> equipamentos que aten<strong>da</strong>m os eventos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s concentrações (ex.: exposições, feiras,shows etc.).• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> em áreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s (ex.: encostas, baixa<strong>da</strong>s, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta tensão etc.).• Falta <strong>de</strong> planejamento do sistema viário. Ex.: falta ramal <strong>de</strong> escoamento, metrô único, acesso ao bairroIn<strong>de</strong>pendência).• Falta <strong>de</strong> drenagem, criando pontos críticos (ex.: Conjunto João Paulo, Lindéia, Vila Pinho etc.).


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 437• Falta conscientização sobre a preservação <strong>da</strong>s praças, parques, controle do lixo e <strong>de</strong>spoluição doscórregos.• Faltam centros culturais.• Espaços <strong>de</strong> lazer têm manutenção precária.• Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população está afeta<strong>da</strong>, tendo em vista a falta <strong>de</strong> integração dos serviços hospitalares,ambulatórios (públicos e privados), escassez <strong>de</strong> recursos humanos.• Transporte coletivo insuficiente, tendo em vista a população muito numerosa.• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido à aglomeração excessiva <strong>de</strong> pessoas.• Falta <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> atendimento nos hospitais e postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - UPA tem espaço pequeno <strong>de</strong>atendimento.• Conflitos entre usos resi<strong>de</strong>nciais e industriais, gerando poluição e incômodos à população por falta <strong>de</strong>atuação mais firme do po<strong>de</strong>r público.• Falta <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>vido a crise social, <strong>de</strong>semprego, falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e crescimento<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> população.• Faltam reservas <strong>de</strong> área para cemitério.• Falta plano global especifico para to<strong>da</strong>s as vilas e favelas.• Falta criação <strong>de</strong> programa conjunto <strong>de</strong> fiscalização e controle <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação ambiental.• Isolamento dos bairros Olhos D'Água e Das Indústrias em relação à regional Barreiro como um todo.• Descaso <strong>da</strong> Regional Barreiro com o meio ambiente: áreas florestais, nascente, praças, Parque VilaPinho, controle <strong>da</strong> poluição.• A não circulação <strong>da</strong> linha 3050 (Diamante–Hospitais) nos dias <strong>de</strong> domingo, não permitindo acesso aoOlhos D'Água/Pilar.• Degra<strong>da</strong>ção e canalização dos corpos d'água (sub-bacias dos córregos Jatobá, Barreiro e Bonsucesso).• Má vonta<strong>de</strong> política e <strong>de</strong>scaso em relação ao Parque <strong>da</strong>s Águas (<strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> dos cursosprofissionalizantes, ausência <strong>de</strong> transportes e não divulgação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s).• Falta planejamento, investimento, conscientização para manutenção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s <strong>da</strong> regional.• Inclusão urbana <strong>de</strong> população carente gerou "exclusão social" (ex.: Vila Esperança, Corumbiara,CARDIOMINAS, Tirol).• Depre<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> escolas e do patrimônio público (ex.: Praça do Cristo e Praça <strong>da</strong> FEBEM).• Segurança pública: não há polícia suficiente tampouco infra-estrutura.• Atendimento <strong>da</strong> linha 100.• Falta <strong>de</strong> participação popular na escolha dos administradores regionais e gerentes dos equipamentospúblicos.• Falta <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos equipamentos urbanos e serviços para os <strong>de</strong>ficientes físicos.• Falta <strong>de</strong> recapeamento <strong>da</strong>s vias públicas.• Inexistência <strong>de</strong> centros culturais, espaço <strong>de</strong> lazer em to<strong>da</strong> região Barreiro.• Demora na implantação do metrô Barreiro.• Construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais com carência <strong>de</strong> infra estrutura e equipamentos comunitários.• Falta <strong>de</strong> incremento, <strong>de</strong> conservação e ampliação <strong>de</strong> parques ecológicos.• Desarticulação viária entre Olhos d'água e região do Barreiro e bairros <strong>da</strong> regional Oeste. I<strong>de</strong>m Lindéia–Barreiro.• Existe uma <strong>de</strong>sarticulação no transporte público <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região do Barreiro (Cardoso, Lindéia,In<strong>de</strong>pendência etc.) e <strong>de</strong>sta com as <strong>de</strong>mais.• A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal tem mais privilégios (pavimentação, linhas <strong>de</strong> ônibus, saneamento etc.) do que aci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal.• Ausência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas <strong>de</strong> chuva em quase to<strong>da</strong> região.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e punição para indústrias poluentes (Mannesmann, Sical, Colortextil) e bota-forasirregulares.• A região não comporta mais a implantação <strong>de</strong> conjuntos habitacionais <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> (e/ou invasões)sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> infra-estrutura.• Meio ambiente - <strong>de</strong>smatamento, poluição <strong>da</strong>s fábricas (ar), poluição dos córregos.• Emprego - não há oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s suficientes para os moradores <strong>da</strong> região.


438 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Saú<strong>de</strong> - faltam: prevenção, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pronto-socorro geral, profissionais.• Segurança - falta policiamento, ocupação e educação <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong>.• Faltam espaços <strong>de</strong> lazer e cultura.• A linha férrea é um divisor <strong>da</strong> região; faltam pontos <strong>de</strong> transposição segura.• O planejamento habitacional <strong>de</strong>ve priorizar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> região, através dos setores organizados.• Falta conexão Lindéia–Barreiro.• Falta <strong>de</strong> segurança: Lindéia, Vila Cemig, Vila Pinho, Novo <strong>da</strong>s Indústrias e Vale Jatobá.• Sistema viário sobrecarregado: Av. Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ibituruna, Sinfrônio Brochado, Olinto Meireles, Via doMinério, Tereza Cristina.• Acesso <strong>de</strong>ficitário para o bairro Novo <strong>da</strong>s Indústrias para veículos e pe<strong>de</strong>stres.• Poluição e falta <strong>de</strong> parceria <strong>da</strong> Mannesmann para criação e manutenção <strong>de</strong> parques, jardins e praças.• Inexistência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer; áreas ver<strong>de</strong>s não aproveita<strong>da</strong>s (parques): Novo <strong>da</strong>s Indústrias, AfonsoVaz <strong>de</strong> Mello - BHBUS, Parque <strong>da</strong>s Águas.• Falta <strong>de</strong> programa para controle dos assentamentos clan<strong>de</strong>stinos ameaçando as áreas ver<strong>de</strong>s.• Ligação Barreiro–Centro <strong>de</strong> BH: acesso através <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina. Necessária negociação com aMannesmann.• Ligações viárias internas <strong>de</strong>ficientes: Pilar/Olhos D'água e Lindéia.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mais ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que gerem empregos, visando absorver a mão <strong>de</strong> obra <strong>da</strong> região(cooperativas, monitores ambientais e culturais, indústrias etc.).• Os pontos <strong>de</strong> lazer e referência <strong>da</strong> região (Cristo, Serra do Rola Moça, Parque <strong>da</strong>s Águas, Mirante etc.)não são reforçados pelo transporte, projetos educativos, estrutura <strong>de</strong> lazer, monitores etc.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> algumas UP em receber novos moradores <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>ficiência na infra-estrutura(saneamento, transporte, saú<strong>de</strong>, educação, segurança, inclusão). Ex.: Lindéia.• Há <strong>de</strong>ficiências na área <strong>de</strong> lazer e cultura na região.• Inexistência <strong>de</strong> ação mais efetiva na implementação dos Parques <strong>da</strong>s Águas e Vila Pinho.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso entre os bairros - sistema viário insuficiente (Olhos D'água, Bairro <strong>da</strong>s Indústrias,Vila Berna<strong>de</strong>te, Conj. Esperança).• Falta <strong>de</strong> urbanização nos núcleos habitacionais existentes no bairro.• Córregos extremamente poluídos - lançamento clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> esgoto doméstico e industrial e lixo: foco<strong>de</strong> doenças endêmicas.• Descaso com a população ribeirinha: omissão do po<strong>de</strong>r público, problemas na ocupação, poluição,,enchentes.• Não existe contraparti<strong>da</strong> <strong>da</strong> Mannesmann pela utilização dos recursos hídricos <strong>da</strong> região.• A população não se apropria direta ou indiretamente <strong>da</strong>s nascentes.• Falta <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> cursos, lazer e acontecimentos na região por parte <strong>da</strong> Regional Barreiro.• Não cumprimento do artigo 157, inciso 8º, Lei Orgânica <strong>Municipal</strong>, com relação ao passe escolar.2 - PRÉ-CONFERÊNCIA CENTRO-SUL2.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>2.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Existem projetos voltados para a Habitação.• Existência <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação popular.• Existe hoje uma presença mais efetiva do Po<strong>de</strong>r Público.• Aumento <strong>da</strong> área atendi<strong>da</strong> pelo transporte coletivo.• Apesar <strong>de</strong> não ser uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> pequena existe uma boa relação interpessoal <strong>de</strong> seus habitantes.• Existência <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> discussão <strong>da</strong>s políticas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A existência <strong>de</strong> vários pólos <strong>de</strong> comércio atraindo a população.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 439• Melhoria no transporte e construção <strong>de</strong> moradias para população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Parcerias do po<strong>de</strong>r público com a iniciativa priva<strong>da</strong> para revitalizar espaços públicos (ex.: Rua dosCaetés).• Existência <strong>de</strong> espaços culturais e <strong>de</strong> lazer na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> ocupação e uso do solo.Preservação <strong>da</strong> Serra do Curral, parques e jardins em geral.PONTOS NEGATIVOS• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado sem infra-estrutura e serviços.• Processo <strong>de</strong> regulação muito lento, chegando a ficar inviável.• Falta <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> dos projetos <strong>da</strong> PBH.• Permissão excessiva <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ntro do perímetro <strong>da</strong> Av. Contorno e seu entorno.• O <strong>de</strong>scumprimento <strong>da</strong> legislação urbanística tem provocado uma ocupação e uso do solo<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados.• O crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado juntamente com as condições socioeconômicas do pais tem contribuídopara aumentar a violência na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A baixa atuação do po<strong>de</strong>r publico nas vilas e favelas na área central e nas adjacências.• Falta <strong>de</strong> planejamento do po<strong>de</strong>r público para atuação em vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> controle urbano nos becos e ruas, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> urbanizados.• O crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e ocupação do solo em áreas <strong>de</strong> risco <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se <strong>da</strong>ndo emconseqüência do êxodo rural, sem nenhuma providência para contê-lo (o êxodo).• A invasão <strong>de</strong> área comercial na área resi<strong>de</strong>ncial, sobretudo na Centro-Sul, trazendo poluição sonora.• A inobservância <strong>da</strong> Lei do Uso do Solo e outras pertinentes ao assunto.• Invasão dos espaços públicos e falta <strong>de</strong> fiscalização dos mesmos.• Falta planejamento urbano (a nível <strong>da</strong> região metropolitana).2.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> legislação que regulamenta o comércio informal.• Em algumas regiões como Barro Preto, aglomeração organiza<strong>da</strong> do comércio atrai as pessoas.• Criação e organização <strong>de</strong> minifeiras para o comércio informal.• A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos nos centros <strong>de</strong> comércios e serviços.• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas vias principais dos bairros preserva a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s áreasresi<strong>de</strong>nciais.• O surgimento <strong>de</strong> comércio local <strong>de</strong>ntro dos bairros e nas vias é bom, pois evita <strong>de</strong>slocamentos e<strong>de</strong>sperdícios.• A legislação atual que permite a instalação <strong>de</strong> comércios e serviços nos bairros.• A proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s facilita a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas.• A existência <strong>de</strong> centros como Barreiro e Ven<strong>da</strong> Nova.• Diversificação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.PONTOS NEGATIVOS• Algumas regiões estão carentes <strong>de</strong> comércio/serviço, aumentando os <strong>de</strong>slocamentos.• Falta cumprimento <strong>de</strong> legislação que regulamenta o comércio informal.• Falta maior <strong>de</strong>scentralização dos comércios e serviços.• O policiamento é <strong>de</strong>ficiente.• Apesar <strong>de</strong> existir comércio local nos bairros, os preços ain<strong>da</strong> não são competitivos e as pessoasacabam se <strong>de</strong>slocando para o centro.• Os <strong>de</strong>slocamentos para o centro causam aumento <strong>de</strong> trânsito nas vias principais e per<strong>da</strong> <strong>de</strong> tempo<strong>de</strong>snecessária.• O custo com o transporte para o hipercentro é elevado.• Os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação são insuficientes na periferia (não são priorizados).


440 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Comércio e serviços na periferia são incompletos, <strong>de</strong> pior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e mais caros.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> serviços na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (ausência <strong>de</strong> alvarás), assimcomo falta <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns administradores.• Falta <strong>de</strong> planejamento quanto à distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.2.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Criação <strong>de</strong> taxi-lotação e ônibus suplementar.• O metrô aten<strong>de</strong> suficientemente à população (rápido, seguro, barato).• Trânsito mais eficiente com medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> BHTRANS (mais econômico e mais rápido). Ex.: Projeto PACE.• Adoção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> trânsito ao invés <strong>de</strong> obras físicas.• Existência <strong>de</strong> canal <strong>de</strong> participação aberto pela <strong>Prefeitura</strong>, envolvendo a população.• Existência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> organização dos camelôs e toureiros.• Existência do serviço <strong>de</strong> metrô integra<strong>da</strong> ao ônibus.• Implantação <strong>de</strong> ruas em vilas e favelas, com serviços <strong>de</strong> microônibus on<strong>de</strong> existiam ravinas.• Implantação dos espaços reservados para ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong> e ônibus <strong>de</strong> piso baixo foi ótimo.• Sistema <strong>de</strong> trânsito é bom para os moradores do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• O transporte <strong>de</strong> metrô é viável, rápido, seguro e eficiente. Sugestão: <strong>de</strong>ve-se ampliar as linhas <strong>de</strong>metrô.• Obras viárias realiza<strong>da</strong>s pela BHTRANS, inclusive quarteirões fechados, facilitando o convívio e trânsitodos pe<strong>de</strong>stres.• Presença <strong>de</strong> controladores <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>, diminuindo as mortes por aci<strong>de</strong>nte e atropelamentos.• O traçado atual do metrô aten<strong>de</strong> somente a uma pequena parte <strong>da</strong> população.PONTOS NEGATIVOS• Faltam vias transversais e perimetrais para evitar a passagem pelo centro.• Despreocupação com pe<strong>de</strong>stre: tempo dos sinais, não sincronia nos cruzamentos <strong>de</strong> aveni<strong>da</strong>s einsegurança.• Tolerância com carga/<strong>de</strong>scarga e para<strong>da</strong>s irregulares (estacionamento proibido). Ex.: caminhões <strong>de</strong>bebi<strong>da</strong>.• Anistia <strong>de</strong> multas com muita tolerância.• O metrô não aten<strong>de</strong> as muitas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Gran<strong>de</strong> conflito <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e equipamentos na área central.• O sistema <strong>de</strong> transporte coletivo (ônibus) não oferece quadro <strong>de</strong> horários que aten<strong>da</strong> ao usuário.• A Administração não conseguiu negociar com os perueiros, i<strong>de</strong>ntificando os que teriam condições <strong>de</strong>prestar o serviço.• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> acesso, principalmente as mais utiliza<strong>da</strong>s, e má colocação dos pontos finaisdos ônibus.• Não existe bom relacionamento e respeito entre os usuários do transporte coletivo e os funcionários <strong>da</strong>sempresas <strong>de</strong> transporte.• Sistema <strong>de</strong> ônibus precário sob os aspectos <strong>de</strong> segurança, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> (período <strong>de</strong> pico,noturno, feriados e finais <strong>de</strong> semana).• Nos enfoques: tempo <strong>de</strong> travessia, abertura e fechamento dos semáforos, falta maior atuação <strong>da</strong>BHTRANS.• Falta <strong>de</strong> fiscalização na utilização <strong>da</strong>s vias públicas.• Faixa <strong>de</strong> estacionamento em frente aos hotéis, condomínios, escolas, hospitais etc.2.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Há valorização do patrimônio cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Ex.: Serra do Curral.• Existem espaços que refletem a vocação e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Ex.: Feira <strong>da</strong> Av.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 441Afonso Pena.• Existem espaços <strong>de</strong> convivência bem cui<strong>da</strong>dos e apropriados pela população. Ex.: Praça JK, BarragemSanta Lúcia, Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Assembléia.• Parceria <strong>da</strong> PBH com a iniciativa priva<strong>da</strong> para a manutenção dos espaços públicos.• Transferência do direito <strong>de</strong> construir como instrumento <strong>de</strong> incentivo à preservação dos imóveis <strong>de</strong>interesse cultural.• CRP e Conferência <strong>de</strong> Política Urbana como instrumentos <strong>de</strong> participação popular.• Voluntariado com participação <strong>da</strong> população na solução dos problemas comuns.• Há um esforço por parte do po<strong>de</strong>r público em <strong>de</strong>mocratizar os espaços <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Maior interesse do po<strong>de</strong>r público em reformar praças e parques.• Há um esforço por parte <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> em aumentar a segurança nos espaços públicos.• Existência <strong>da</strong> Lei <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> apoio à cultura.• Tombamento <strong>de</strong> edificações do nosso patrimônio histórico e cultural e isenção do IPTU visando suapreservação.PONTOS NEGATIVOS• Existência <strong>de</strong> espaços públicos sujos, poluídos, mal cui<strong>da</strong>dos, feios e pichados. Ex.: Área <strong>da</strong>Rodoviária, Av. Amazonas, Antônio Carlos, Hipercentro.• Não há conscientização para formação <strong>de</strong> laços afetivos com a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Sinalização insuficiente nos monumentos históricos e nas ruas.• Espaços públicos <strong>de</strong> convivência encontram-se <strong>de</strong>struídos. Ex.: barracas <strong>de</strong> camelôs, bancas <strong>de</strong>revistas.• Poucas parcerias entre o po<strong>de</strong>r público e a iniciativa priva<strong>da</strong> para utilização <strong>de</strong> espaços públicos:necessário incentivar.• Faltam campanhas educativas (pichação , lixo etc. ) Ex.: "Sujismundo".• Falta <strong>de</strong> policiamento nos espaços públicos.• Inexistência <strong>de</strong> sanitários.• Falta <strong>de</strong> espaço público para lazer e cultura <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta investimento nos espaços públicos para transformar praças em locais <strong>de</strong> lazer e cultura.• Ocupação irregular em ruas e áreas <strong>de</strong> preservação: falta fiscalização.• Há um "supera<strong>de</strong>nsamento" nos passeios e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses espaços (excesso <strong>de</strong>equipamentos, ambulantes, poluição visual).• Falta segurança, limpeza, sanitários públicos e condições <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>ficientes nosespaços públicos.• Fiscalização dos espaços públicos é <strong>de</strong>ficiente, possibilitando a ocupação in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>.. Ex.: lei paratoureiros é mais rigorosa que para os camelôs.• Falta <strong>de</strong> uma política para a utilização dos espaços públicos, culturais, assim como dos imóveistombados.• Destruição do nosso patrimônio cultural, assim como falta <strong>de</strong> fiscalização.2.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo eficiente (reciclagem <strong>de</strong> lixo) em <strong>de</strong>senvolvimento.• Posicionamento geográfico privilegiado (BH está <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Serra do Curral).• Existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s (parques, praças e áreas <strong>de</strong> lazer).• Investimentos <strong>da</strong> PBH e Estado em vilas e favelas (tratamento <strong>de</strong> esgotos, coleta <strong>de</strong> lixo, saneamento<strong>de</strong> córregos e ravinas etc.).• No transporte e trânsito, melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> com: ampliação <strong>da</strong> linha do metrô, integraçãometrô ônibus, controle inteligente dos semáforos com diminuição dos congestionamentos.• Existem áreas preserva<strong>da</strong>s no centro e nos bairros (Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Assembléia, Barragem SantaLúcia, Parque <strong>Municipal</strong> e <strong>da</strong>s Mangabeiras etc.).• Presença <strong>da</strong> Serra do Curral no espaço urbano <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.


442 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Revitalização <strong>da</strong>s praças e áreas ver<strong>de</strong>s.• Preservação do Parque <strong>Municipal</strong> na área central.• Implantação do DRENURBS, criação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s, projeto Manuelzão.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> lixeiras <strong>de</strong> limpeza, sanitários públicos (Pipi-Móvel - apoio PBH e Polícia Militar).• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e omissão <strong>da</strong> PBH na conscientização e educação <strong>da</strong> população para preservação elimpeza.• Falta <strong>de</strong> acompanhamento <strong>da</strong> própria população na preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s (apoio PBH epoliciamento).• Existem poucas áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequeno porte e mais disseminação na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. (sic)• Falta fiscalização na ocupação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s: Invasão por moradias e outdoors.• Em bairros, vilas, favelas e conjuntos recém construídos: invasão <strong>de</strong> becos e ruas recém urbaniza<strong>da</strong>spor falta <strong>de</strong> fiscalização, falta <strong>de</strong> iluminação e coleta <strong>de</strong> lixo (Conjunto Serrano, Granja <strong>de</strong> Freitas etc.),falta <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> alguns bairros centrais (Barro Preto).• Degra<strong>da</strong>ção e poluição dos "Cartões postais ambientais" <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: praça Raul Soares, assoreamento<strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha, poluição do rio <strong>da</strong>s Velhas e ribeirão Arru<strong>da</strong>s etc.• Falta <strong>de</strong> educação ambiental (van<strong>da</strong>lismo, <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção, falta <strong>de</strong> respeito coletivo). Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>incluir a educação ambiental no curriculum escolar e promover eventos culturais voltados para aquestão ambiental em praças e parques <strong>de</strong> to<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Poluição ambiental gera<strong>da</strong> por veículos, em geral pesados e mal conservados, comprometendo aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar.• A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> não <strong>de</strong>senvolveu a tempo um planejamento e controle <strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong> telefonia celular(poluição eletromagnética).• Falta limpeza dos bueiros, becos, córregos e <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha.• A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto <strong>da</strong>s vilas e favelas é <strong>de</strong>ficitária.• Carência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pouca permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> replantio <strong>de</strong> árvores no Município.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> conscientização ambiental <strong>da</strong> população.• Poluição sonora, atmosférica e visual.2.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região2.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPontos Positivos• Boa infra-estrutura <strong>de</strong> bens e serviços: hospitais, escolas, transporte coletivo, bancos, espaços <strong>de</strong> lazere cultura.• A existência <strong>da</strong>s feiras livres e <strong>de</strong> artesanato, <strong>da</strong>ndo oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ao artesão, gerando empregos,ren<strong>da</strong> e promovendo turismo.• Boa manutenção <strong>da</strong> SLU na região.• Criação <strong>de</strong> linhas suplementares e taxi-lotação, favorecendo a população.• Trabalho <strong>da</strong> BHTRANS, favorecendo o trânsito com economia e inteligência.• A região apresenta uma maior oferta <strong>de</strong> trabalho.• Existência do comércio formal e informal que dão oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego para muitos.• Existência <strong>da</strong>s campanhas culturais <strong>de</strong>veriam, no entanto, ter preços mais acessíveis.• Existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, praças, parques (Mangabeiras, <strong>Municipal</strong>).• Infra-estrutura básica <strong>de</strong> saneamento boa e funcional, com exceção <strong>de</strong> vilas e dos aglomerados.• Existência <strong>de</strong> nascentes <strong>de</strong> água (Mata <strong>da</strong> Borboleta, Vila Fátima, Marçola e Barragem Santa Lúcia).• Centralização do comércio na regional Centro-Sul.• Existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso do Solo - 7166/96.PONTOS NEGATIVOS• Falta segurança para população na região central.• Exploração do trabalho infantil nas ruas do centro.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 443• Poluição visual, pichações, letreiros etc.• Vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres ocupa<strong>da</strong>s por comércio e outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que dificultam a circulação.• A malha viária não comporta o trânsito, causando congestionamento em diversos pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>(região Centro-Sul).• Infra-estrutura está satura<strong>da</strong> (re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto, água, luz).• Inexistência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> segurança em to<strong>da</strong> a regional.• Existência do <strong>de</strong>semprego, principalmente para a juventu<strong>de</strong> e para a i<strong>da</strong><strong>de</strong> madura.• Demora na titulação <strong>de</strong> vilas e favelas.• Não aproveitamento, com a conseqüente contaminação e abandono, <strong>da</strong>s nascentes existentes naregião Centro-Sul.• Permissão <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> prédios muito altos, comprometendo o meio ambiente e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Concessão indiscrimina<strong>da</strong> <strong>de</strong> alvarás comerciais em áreas resi<strong>de</strong>nciais.• Existência <strong>de</strong> 2 gran<strong>de</strong>s aglomerados (Serra, Santa Lúcia), gerando violência pela falta <strong>de</strong> emprego emoradia digna, educação, saú<strong>de</strong> etc.• Ação <strong>da</strong>s mineradoras, <strong>de</strong>struindo a Serra do Curral (<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental).2.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• A regional tem uma iluminação pública suficiente.• Transporte coletivo na região aten<strong>de</strong> à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.• Boa oferta <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> lazer em espaços públicos.• Trabalho <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo e varrição <strong>de</strong> ruas é eficaz.• Resgate do corpo <strong>de</strong> bombeiros é "nota mil".• A região Centro-Sul é a mais bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos (comércio e serviços) <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A região Centro-Sul é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer (praças e parques) e ain<strong>da</strong> tem gran<strong>de</strong> potencial.• A presença <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> Corpo <strong>de</strong> Bombeiro e várias companhias <strong>de</strong> polícia <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região.• A <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s criou os shopping centers que possibilitam segurança e conforto.• Parque <strong>Municipal</strong>: aten<strong>de</strong> a um maior n.º <strong>de</strong> visitantes que o Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras.• Bem atendido por equipamentos: parques, Minas Tênis (ginásio novo), Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Mercado Central: quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço e boa localização.• Restaurante Popular: quali<strong>da</strong><strong>de</strong> boa confiável.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s promovi<strong>da</strong>s pela PBH ao ar livre: feiras, serestas, Serraria Souza Pinto, teatros.PONTOS NEGATIVOS• Falta mais segurança e atenção do po<strong>de</strong>r público com as praças (ex.: Praça Floriano Peixoto, PraçaRaul Soares).• Falta <strong>de</strong> respeito e van<strong>da</strong>lismo <strong>da</strong> população com as praças e equipamentos urbanos.• As calça<strong>da</strong>s estão em péssima condição <strong>de</strong> uso (ex.: <strong>de</strong>graus e caixas eleva<strong>da</strong>s).• Comércio informal no hipercentro está totalmente <strong>de</strong>sorganizado.• Poucas áreas ver<strong>de</strong>s na região.• A saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> causou o seu sucateamento, tornando-o inseguro(ex.: cinemas).• Localização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> Rodoviária que causa transtornos para o trânsito, principalmente emvésperas <strong>de</strong> feriado.• A localização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> área hospitalar que dificulta o acesso <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> emergência.• A forma atual <strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque nas gran<strong>de</strong>s escolas causa gran<strong>de</strong>s transtornos para o seuentorno e para o trânsito.• A legislação atual não consegue controlar os incômodos provocados pelas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s já aprova<strong>da</strong>s eem funcionamento, como escolas e hospitais.• Poluição visual, faixas, pichações.


444 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Má conservação do Palácio <strong>da</strong>s Artes.• Falta sinalização <strong>de</strong> orientação na vias públicas.• Degra<strong>da</strong>ção dos espaços <strong>da</strong> periferia do hipercentro (má iluminação).• Desorganização nas portas <strong>da</strong>s escolas - fila dupla. Ausência <strong>de</strong> sinalização <strong>de</strong> segurança nas escolaspúblicas (ex.: Promove, EM Pedro Aleixo, na Av. Ban<strong>de</strong>irantes).2.2.3 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• Projetos <strong>de</strong> intervenção no trânsito <strong>da</strong> região realizados pela BHTRANS. Ex.: PACE.• Presença <strong>de</strong> centros comerciais especializados, criando a "vocação" <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e promovendo acirculação do dinheiro e a criação <strong>de</strong> empregos. Ex.: Barro Preto.• Organização do comércio informal em minifeira, liberando as calça<strong>da</strong>s e melhorando a estética urbana.• Redução do número <strong>de</strong> menores infratores nas ruas do centro e bolsa escola.• Há um bom número <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, praças e parques na região.• Concentração <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> serviços e produtos no centro.• Existência <strong>de</strong> espaços públicos bem conservados. Ex.: Afonso Pena e Augusto <strong>de</strong> Lima.• Revitalização do patrimônio natural e histórico. Ex.: Serra do Curral e prédios históricos.• Concentração <strong>de</strong> espaços culturais e <strong>de</strong> lazer. Ex.: Museu Abílio Barreto.• Transporte público <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ex.: ônibus amarelinho.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e boa oferta <strong>de</strong> comércio e serviços prestados (Ex.: shoppings, Mercado Central, feiras eRestaurante Popular).• Existência <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer. Ex.: Parque <strong>Municipal</strong> e Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação <strong>de</strong> microônibus, aten<strong>de</strong>ndo à população que mora em lugares <strong>de</strong> difícil acesso.• Concentração do patrimônio histórico-cultural na Centro-Sul. Ex.: Praça <strong>da</strong> Estação, Museu AbílioBarreto.• Criação <strong>de</strong> policiamento <strong>de</strong> vias urbanas (cabines "POV").• Criação do Restaurante Popular.• Existência <strong>de</strong> planejamento do sistema viário pela empresa <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> trânsito.• Implantação <strong>de</strong> espaço próprio para <strong>de</strong>ficiente no transporte coletivo.• Implantação <strong>de</strong> guaritas <strong>da</strong> Polícia Militar.• Existência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> preservação do patrimônio histórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Fiscalização <strong>de</strong> vias públicas agindo <strong>de</strong> forma mais educativa - menos agressiva.• Microônibus em aglomerados.• Instalação <strong>de</strong> receptadores para a coleta seletiva <strong>de</strong> lixo.• Criação do sistema <strong>de</strong> taxi-lotação.• Não exigência <strong>de</strong> passagem dos moradores <strong>de</strong>ntro dos aglomerados, por questão <strong>de</strong> segurança.• Restaurante Popular.• Boa oferta <strong>de</strong> equipamentos urbanos <strong>de</strong>vido à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área central (parques, escolas, hospitais,comércios e serviços).• Programas <strong>de</strong> abastecimento popular nos bairros, centro e vilas (Programa ABC).• Áreas <strong>de</strong> lazer, quadras, rádios comunitárias, teatros, esportes e manifestações culturais nascomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, bairros e vilas.• Metrô como serviço <strong>de</strong> primeira quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Seria bom ter mais linha e estações.• A presença do Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras e Serra do Curral como forma <strong>de</strong> preservação do meioambiente.• Integração BHBUS: centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com os bairros vizinhos.• Trabalho prestado pela SLU na Centro-Sul é digno, inclusive a criação <strong>da</strong> ASMARE.• Implementação do eixo cultural " Bahia é Viva".• Implantação do comitê Manuelzão no córrego Acaba Mundo.• A existência <strong>da</strong> Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong> (bem cui<strong>da</strong><strong>da</strong>).


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 445• Boa organização do trânsito.• Presença <strong>da</strong> Rodoviária na Centro-Sul.• Presença <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> convívio.• Presença do patrimônio histórico na região Centro-Sul.• Maior integração entre a PBH e a população carente.• A vocação cultural <strong>de</strong> BH foi mais incentiva<strong>da</strong> nos últimos anos (ex.: mais cinemas, teatros, estádios).• Restaurante popular melhorou preço e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> comi<strong>da</strong>.• A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> está mais bonita e mais limpa (reformas <strong>de</strong> praças e parques). As vilas estão mais cui<strong>da</strong><strong>da</strong>s.• Manutenção <strong>da</strong> Feira <strong>de</strong> Artesanato e <strong>da</strong> Feira <strong>de</strong> Alimentação.• Existência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> parceria entre o po<strong>de</strong>r público e privado para manutenção <strong>da</strong>s praças ejardins.PONTOS NEGATIVOS• A<strong>de</strong>nsamento e verticalização do Belve<strong>de</strong>re, gerando pressão/sobrecarga na BR 040 / Nossa Senhorado Carmo.• Caos no trânsito na região hospitalar em virtu<strong>de</strong> do atendimento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a RMBH e do Estado.• Falta <strong>de</strong> segurança na região. Ex.: gran<strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> pequenos furtos no hipercentro.• Ineficiência no trabalho <strong>de</strong> limpeza e <strong>de</strong>sobstrução <strong>da</strong>s bocas-<strong>de</strong>-lobo <strong>da</strong> região central.• Arborização <strong>de</strong>ficiente e mal distribuí<strong>da</strong> (centro). Ex.: Rua Caetés.• Falta fiscalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> concessionárias em vias públicas (COPASA MG, telefone, luz etc.).• Degra<strong>da</strong>ção urbana do hipercentro.• Falta urbanização: drenagem, esgoto, luz, principalmente em vilas e favelas.• Falta segurança em to<strong>da</strong> região.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> (verticalização excessiva). Ex.: Santo Agostinho, Lour<strong>de</strong>s, Belve<strong>de</strong>re.• Má distribuição <strong>de</strong> transporte coletivo pela BHTRANS. Ex.: poucas linhas com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>usuários e vice versa; bairros privilegiados e outros quase sem transporte.• Falta <strong>de</strong> planejamento e fiscalização a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em relação à especulação imobiliária, prejudicando oecossistema. Ex.: Belve<strong>de</strong>re III.• Gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ônibus no hipercentro <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> vias alternativas que não passem naárea central (provocando congestionamento e poluição).• Gran<strong>de</strong> poluição atmosférica e <strong>de</strong>ficiência na limpeza urbana. Ex.: mal cheiro <strong>da</strong> Santa Casa; Aveni<strong>da</strong>dos Andra<strong>da</strong>s e Rodoviária (área central).• Falta <strong>de</strong> fiscalização e manutenção <strong>da</strong>s vias públicas, inclusive em obras realiza<strong>da</strong>s no espaço públicopor outras empresas.• Lentidão na aprovação/legalização <strong>de</strong> obras.• A carga do IPTU é muito pesa<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>rando a situação <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s classes baixa e média e a<strong>de</strong>preciação dos imóveis, inclusive em ZP e ZPAM.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> inclusão para portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> empregos para jovens carentes.• Falta <strong>de</strong> investimento do po<strong>de</strong>r público para as iniciativas culturais e <strong>de</strong> lazer em vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> atendimento aos problemas <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco.• Falta <strong>de</strong> segurança, prejudicando a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Instalação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong> telecomunicações.• Investimentos ina<strong>de</strong>quados em obras <strong>de</strong> trânsito (trevo do Belve<strong>de</strong>re e Aveni<strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>irantes) e falta <strong>de</strong>investimentos.• Falta <strong>de</strong> integração do transporte metropolitano (PBH x DER).• Taxi-lotação: inexistência <strong>de</strong> passe livre; fila dupla (Av. Afonso Pena e Contorno).• Praças, parques, ruas: falta <strong>de</strong> segurança, falta <strong>de</strong> manutenção.• Falta <strong>de</strong> equipamentos, precarie<strong>da</strong><strong>de</strong>, no espaço físico; pouca sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> no atendimento e falta <strong>de</strong>medicamentos nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Falta melhorar política <strong>de</strong> habitação, facilitando acesso ao preten<strong>de</strong>nte a uma casa nos conjuntos <strong>da</strong><strong>Prefeitura</strong>, inclusive para os moradores <strong>de</strong> vilas.


446 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Vagas escolares para o ensino fun<strong>da</strong>mental público, no 3º turno, são prejudiciais por motivo <strong>de</strong>segurança.• Falta <strong>de</strong> opção <strong>de</strong> lazer gratuito, apoio, capacitação profissional para crianças, adolescentes e adultos(inclusão social).• Nos ônibus: falta <strong>de</strong> segurança (assalto); falta <strong>de</strong> conforto (ônibus lotados); discriminação com idosos eportadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência (motoristas, passageiros e cobradores).• Falta fazer cumprir a lei para a limpeza <strong>de</strong> lotes e construção <strong>de</strong> muros e calça<strong>da</strong>s.• A atuação do Conselho Tutelar é <strong>de</strong>ficiente em relação às crianças e adolescentes <strong>de</strong> rua, no centro <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A poluição visual provoca<strong>da</strong> pelos outdoors e pichações na região sul <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> urbanização <strong>da</strong>s vilas e favelas na Centro-Sul.• Violência policial nas vilas, favelas, no centro, sendo maior nas vilas e favelas.• As intervenções <strong>da</strong> COPASA MG executa<strong>da</strong>s na Centro-Sul tornam-se obras ineficientes e inacaba<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> fiscalização no comércio, inclusive nas vilas e favelas, e falta <strong>de</strong> legalização <strong>da</strong>s minifeiras.• Faltam manutenção e preservação <strong>da</strong>s praças e dos parques <strong>da</strong> Centro-Sul.• Falta <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong> preparo <strong>da</strong> polícia na ação com relação às favelas.• Praça <strong>da</strong> Estação tem gran<strong>de</strong> importância na malha urbana <strong>de</strong> BH (necessita urgentemente sercui<strong>da</strong><strong>da</strong>).• Soluções eficientes para as vilas e favelas.• Organização <strong>da</strong> ocupação dos espaços públicos, do trânsito, do comércio ambulante e limpeza urbana.• Organização <strong>da</strong>s minifeiras, <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> trabalho, saú<strong>de</strong> e segurança.• Número <strong>de</strong> ambulantes licenciados é insuficiente (há mais <strong>de</strong> 8 anos não há licitação - rever oscritérios).• Espaço <strong>de</strong>ntro dos ônibus para pessoas <strong>de</strong>ficientes e idosos é insuficiente. O transporte alternativoain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>ficitário.• Deman<strong>da</strong>m maior atenção por parte <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>: calçamentos (vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre), limpeza pública,,manutenção <strong>de</strong> equipamentos, como escolas (ex.: Colégio Pedro II), praças, árvores (ex.: na Tupisto<strong>da</strong>s as árvores estão doentes), banheiros públicos e conservação dos córregos (ex.: o Arru<strong>da</strong>s usadocomo <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo).• Comércio ficou prejudicado com a saí<strong>da</strong> dos comerciantes atacadistas.• Policiamento é insuficiente. Sugestão: criação <strong>de</strong> sentinelas policiais a ca<strong>da</strong> 200 metros.• Falta conscientização e educação <strong>da</strong> população sobre limpeza urbana e fiscalização dos "mosquitinhos"distribuídos no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta divulgação dos parques existentes na Centro-Sul.3 - PRÉ-CONFERÊNCIA LESTE3.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>3.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Participação popular nas discussões sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Melhoria <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> dos assentamentos <strong>de</strong> famílias.• Melhoria do acesso <strong>da</strong> população, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scentralização (regionalização) <strong>da</strong> PBH.• A participação popular na discussão <strong>da</strong>s regras para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do pequeno comércio nas áreas resi<strong>de</strong>nciais.• A verticalização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam garanti<strong>da</strong>s as condições necessárias.• Aprovação e implantação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Pré-Conferência <strong>de</strong> Política Urbana com "participação popular" na construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Incentivo público à política habitacional.• Criação do Plano Diretor <strong>de</strong> BH e Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 447• Adoção do "Índice <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana" (IQVU) que permite analisar as condições <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> população.• Orçamento Participativo e Conferências facilitam a inclusão <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s menos favoreci<strong>da</strong>s.• Projetos <strong>de</strong> urbanização e regularização <strong>da</strong>s favelas estão inibindo o processo <strong>de</strong> expulsão,proporcionado pelo crescimento urbano.• Abertura <strong>de</strong> ruas em favelas aju<strong>da</strong> a combater a criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Metrô: facilitou e melhorou o transporte público.• Implantação dos zoneamentos <strong>de</strong> BH.• OP Moradias e OP obras <strong>de</strong> infra-estrutura.• Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s moradias - conquista<strong>da</strong>s no OP.• Plano Global Específico <strong>da</strong>s Vilas e Favelas.PONTOS NEGATIVOS• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados à população. A população tem aumentado e os serviços(transporte, saú<strong>de</strong>, educação, segurança etc.) continuam <strong>de</strong>ficitários.• Falta <strong>de</strong> planejamento integrado na infra-estrutura metropolitana.• Falta <strong>de</strong> comprometimento dos políticos (Executivo e Legislativo) na execução <strong>da</strong>s leis sobrecrescimento urbano, planejamento e inclusão.• Existência <strong>de</strong> duas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a formal e a informal. Inexistência <strong>de</strong> leis para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> informal.• Exclusão <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> por falta <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> acesso à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal.• Ineficácia do po<strong>de</strong>r público em fazer cumprir as leis.• O <strong>de</strong>srespeito <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> no cumprimento <strong>da</strong>s leis, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> não punição.• A não regulamentação <strong>da</strong>s leis.• Verticalização acelera<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (inclusive em favelas), diminuindo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana.• Ausência <strong>de</strong> contraparti<strong>da</strong> técnico-financeira do setor privado ao déficit habitacional.• Crescimento <strong>de</strong>mográfico e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, com centralização dos serviços em função <strong>da</strong> falta<strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> região metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Gran<strong>de</strong> BH).• Falta um melhor planejamento para melhoria <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> acesso, principalmente em vilas e favelas.• Invasão <strong>de</strong> terrenos públicos, por particulares, com o objetivo <strong>de</strong> exploração financeira ("grileiros").• O crescimento urbano é feito sem planejamento eficiente.• O centro é importante, mas ele sempre recebeu mais investimentos em infra-estrutura urbana, o queatrai até hoje mais gente para essa área.• Há falha <strong>de</strong> investimentos públicos nas áreas periféricas.• Falta conclusão dos conjuntos e integração com saú<strong>de</strong>, lazer, educação, abastecimento e segurança.• A<strong>de</strong>nsamento em conseqüência <strong>da</strong> verticalização.• Aumento <strong>da</strong> criminali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> violência.• Especulação imobiliária traz a <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong> áreas tradicionais.• Por falta <strong>de</strong> manutenção e fiscalização do controle do crescimento urbano as obras do OP estão ficando<strong>de</strong>teriora<strong>da</strong>s (especialmente em vilas e favelas).• As áreas mais nobres <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> têm preferência no uso dos recursos públicos.3.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Riqueza e varie<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural muito gran<strong>de</strong>: existem muitos artesãos e artistas locais, talentos latentes.• Existem espaços que po<strong>de</strong>m ser ocupados nas regionais (áreas livres).• Nos últimos anos, houve algumas melhorias na distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (prefeitura, comércio eserviços).• A localização dos camelôs em um local específico.• Presença <strong>de</strong> pólos comerciais e <strong>de</strong> serviços nos bairros, <strong>de</strong>safogando o hipercentro (ex.: Barreiro,Floresta, Sagra<strong>da</strong> Família etc.).• A existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.


448 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• A participação popular na discussão dos temas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A <strong>de</strong>scentralização na administração <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (administrações regionais).• Historicamente, já vem se <strong>da</strong>ndo a <strong>de</strong>scentralização do comércio <strong>da</strong> área central (atacado e varejo)apesar <strong>de</strong> ser insuficiente.• Espaço <strong>da</strong> PMBH <strong>de</strong> discutir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forma metropolitana.• Descentralização dos serviços públicos para aten<strong>de</strong>r aos usuários locais.• Participação popular aju<strong>da</strong> no crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Gran<strong>de</strong>s eventos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> BH favorecem geração <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>s.• Criação <strong>de</strong> shoppings regionais (Del Rey, Minas, Norte etc.) como marcos para o comércio local.• Crescimento, mesmo que lento, do comércio / serviço nas vias coletoras.• Gran<strong>de</strong> crescimento do comércio do Barro Preto (comércio especializado).• Descentralização dos serviços administrativos <strong>da</strong> prefeitura para as Regionais.PONTOS NEGATIVOS• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão mal distribuí<strong>da</strong>s, concentra<strong>da</strong>s em poucos bairros. Alguns bairros não têmcomércio, indústria e serviços locais.• Não existem espaços <strong>de</strong> trabalho nas áreas periféricas (oficinas, reciclagem, núcleos <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>arte e artesanato).• Falta infra-estrutura para aproveitar as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais (oficinas, cooperativas, capacitação,profissionalização, maquinário etc.).• Os órgãos públicos <strong>de</strong>vem fomentar áreas para os pequenos negócios <strong>de</strong>scentralizados, com recursos,,empréstimos, treinamento, verba e valorização. É necessário incrementar emprego on<strong>de</strong> o povo está.• Falta garantir que as gran<strong>de</strong>s empresas paguem os impostos para serem revertidos em benefício <strong>da</strong>população: melhor fiscalização com orientação e divulgação.• Presença <strong>de</strong> comércio informal (camelôs) no hipercentro, fora <strong>de</strong> locais <strong>de</strong>terminados para estecomércio.• Forte concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais no hipercentro, trazendo congestionamento no trânsito.• Falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços (principalmente <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>) para aten<strong>de</strong>r à populaçãoque freqüenta os hospitais.• Falta <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos (principalmente os <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>).• Os serviços <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> urgência são concentrados na área central.• Nem todos os bairros têm uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> ensino médio.• A concentração do comércio, serviços e atendimento no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Descentralização ágil dos serviços públicos.• Falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio, cursos profissionalizantes e frente <strong>de</strong> trabalho nos bairros e periferias.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nos bairros periféricos (condições <strong>de</strong> trânsito, policiamento,urbanização, escolas e outras).• Falta criação <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong> baixo custo como alternativa para comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> dos bairros periféricos(ABC, Armazém <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> e outros).• Falta <strong>de</strong> incentivo ao pequeno comerciante e à produção cultural.• A distribuição do comércio / serviço ain<strong>da</strong> é muito irregular. Em algumas regiões, o comércio é carentee não é diversificado.• Geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> / emprego na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> fica comprometi<strong>da</strong> por excluir "<strong>da</strong>s regiões" alguns tipos <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, principalmente <strong>de</strong>vido à 'restrição <strong>da</strong> legislação" (ex.: ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> marcenaria - poluiçãosonora).• A localização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não aten<strong>de</strong> à população na medi<strong>da</strong> em que estas ain<strong>da</strong> são muitodistantes <strong>da</strong> moradia e o empregador não está disposto a pagar o <strong>de</strong>slocamento.• Os serviços médicos continuam centralizados. Os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> regionais não aten<strong>de</strong>m à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.3.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Criação <strong>da</strong>s linhas bairro a bairro, implantação do metrô, integração ônibus / metrô.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 449• Criação <strong>da</strong> passagem livre para idosos e <strong>de</strong>ficientes, do curso para os motoristas e para os cobradores<strong>de</strong> ônibus.• Criação do corredor para ônibus (vias <strong>de</strong> acesso para ônibus).• Melhorou asfalto e sinalização.• Piso baixo, facilitando para os <strong>de</strong>ficientes e idosos.• A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do transporte coletivo (ônibus e metrô): limpos; motoristas, trocadores e passageirosmelhoraram o relacionamento.• Ônibus "bairro-a-bairro" foi uma melhoria para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Criação <strong>de</strong> BHBUS foi uma excelente solução para o transporte coletivo <strong>de</strong> BH.• A política adota<strong>da</strong> pela prefeitura <strong>de</strong> BH quanto ao transporte alternativo ("peruas" e taxi).• Intervenções feitas pela BHTRANS para melhorar o trânsito na área central e imediações.• Implantação do metrô e os projetos <strong>de</strong> ampliação.• Implantação <strong>da</strong>s estações <strong>de</strong> integração.• Renovação <strong>da</strong> frota.• Linhas perimetrais e suplementares aten<strong>de</strong>m à população.• Criação <strong>da</strong>s linhas diametrais (bairro-a-bairro).• O metrô - apesar <strong>de</strong> não aten<strong>de</strong>r, ain<strong>da</strong>, à gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong> população.• Projeto BHBUS (ex.: criação <strong>da</strong>s Estações Diamante, São Gabriel e Ven<strong>da</strong> Nova).• Criação do transporte suplementar e <strong>da</strong>s linhas circulares regionais.• Criação <strong>da</strong>s comissões locais <strong>de</strong> transporte.PONTOS NEGATIVOS• Desrespeito ao usuário do ônibus no espaço reservado a idosos, <strong>de</strong>ficientes, grávi<strong>da</strong>s.• Falta política <strong>de</strong> financiamento para o transporte público (hoje só usuário é quem paga a passagem). Hágratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s sem o repasse para o sistema municipal.• Má conservação, atraso, superlotação dos ônibus e sinalização <strong>de</strong>ficitária <strong>da</strong>s vias.• Falta <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para os <strong>de</strong>ficientes físicos.• Ausência <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong>ntro dos ônibus <strong>de</strong>vido à violência urbana (assaltos).• Sinalização - <strong>de</strong>ixar funcionários nos pontos estratégicos para po<strong>de</strong>r solucionar os problemas <strong>de</strong>"apagão".• Falta <strong>de</strong> comunicação dos itinerários dos coletivos e pontos <strong>de</strong> ônibus.• Falta <strong>de</strong> integração do metrô com o transporte coletivo por ônibus em to<strong>da</strong>s as estações <strong>de</strong> metrô.• Congestionamento na área central: excesso <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus em <strong>de</strong>terminadostrajetos e horários.• Falta <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> população nas <strong>de</strong>cisões liga<strong>da</strong>s às questões <strong>de</strong> trânsito.• Frota <strong>de</strong> ônibus pequena para sábados e domingos.• Falta <strong>de</strong> integração ônibus/metrô (ex.: Taquaril e Vera Cruz não têm ônibus para chegar ao metrô).• Falta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s corredores para facilitar o trânsito <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> BH, sobrecarregando as vias existentes(ex.: ruas Platina e Niquelina).• Gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> tráfego, em geral, no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (carros, táxis, ônibus).• Trajeto dos coletivos nas ruas dos bairros: planejamento ina<strong>de</strong>quado.• Desorganização <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação dos coletivos.• Demora nos pontos <strong>de</strong> ônibus e nas viagens, promovendo superlotação.• Faltam ônibus integrados às estações do metrô.• Tarifa do transporte coletivo é alta, consi<strong>de</strong>rando a linha bairro-a-bairro (diametral), sendo que a maioria<strong>da</strong> população se locomove até o centro (radial).• Linha <strong>de</strong> metrô é restrita à ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> BH e não aten<strong>de</strong> à Região Metropolitana.• O trânsito na área central fica muito sobrecarregado <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ônibus queconvergem para o centro.• Falta integração do ônibus com o metrô nas estações.• Concentração do tráfego do transporte coletivo em vias que não têm capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


450 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais3.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Instrumentos urbanísticos e instâncias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> políticas públicas.• Há espaços públicos e acesso livre a eles.• Boa infra-estrutura, preservação, manutenção e conservação <strong>de</strong> alguns espaços públicos.• O interesse <strong>de</strong> parcerias que aju<strong>da</strong>m no processo <strong>de</strong> conscientização e valorização dos espaçosculturais e sua preservação.• Há praças e áreas públicas em alguns bairros <strong>da</strong> Região Leste.• Boa arborização e boa ventilação.• Aproveitamento <strong>de</strong> áreas lin<strong>de</strong>iras para construção <strong>de</strong> parques (ex.: Parque do Centenário).• Bons espaços públicos <strong>de</strong> convivência social e <strong>de</strong> lazer (ex.: Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras, Parque<strong>Municipal</strong>, Jardim Zoológico).• Manutenção e ampliação do patrimônio cultural (ex.: Serraria Souza Pinto, Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna).• Conservação <strong>da</strong>s vias públicas (ex.: Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s, Av. Paraná).• Manutenção e incentivo à preservação <strong>da</strong>s feiras <strong>de</strong> artesanato, alimentação e lazer (ex.: cultural eturístico).• <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, hoje, incluí<strong>da</strong> no circuito turístico e cultural, viabilizou, em seus espaços públicos, oacesso <strong>da</strong> população à cultura.• Parceria nas ações entre o po<strong>de</strong>r público, a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e a iniciativa priva<strong>da</strong>.• Incentivo <strong>da</strong>s escolas à visitação dos espaços públicos e patrimônios culturais.• Equilíbrio geográfico dos espaços públicos.• Promoção <strong>da</strong> cultura local nas periferias.• Visitação aos espaços públicos aumenta a autoestima <strong>da</strong> população.• Restauração e conservação <strong>de</strong> prédios públicos (ex.: Mercado <strong>da</strong> Lagoinha, Serraria Souza Pinto etc.).• Aumento <strong>de</strong> eventos, exposições, festivais, shows nos espaços públicos com oferta <strong>de</strong> "cortesias" àpopulação carente em eventos pagos.• Parceria entre iniciativa pública e priva<strong>da</strong> na manutenção e conservação <strong>de</strong> praças e jardins.• Criação do CEVAE e Centro Cultural <strong>de</strong> Santa Tereza.• Criação do Conselho do Patrimônio.PONTOS NEGATIVOS• A taxação <strong>de</strong> espaços públicos dificulta o acesso dos pobres.• Falta maior investimento e planejamento para criar e melhorar, nos bairros, o uso <strong>de</strong> espaços públicos,<strong>de</strong>stinados a esporte, lazer etc.• Falta divulgação ampla dos espaços existentes e <strong>da</strong> programação dos eventos.• Ausência <strong>de</strong> segurança nos espaços públicos.• Não há sincronia entre os diversos órgãos públicos na execução <strong>de</strong> obras, <strong>de</strong>scaracterizando o espaçoe o patrimônio público.• Falta policiamento e assistência ao munícipe.• Faltam mobiliários, como banheiros e bebedouros, nos pontos estratégicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Cobrança <strong>de</strong> ingressos em espaços públicos e culturais (ex.: Zoológico, Parque Mangabeiras e Museu<strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna).• Falta <strong>de</strong> segurança nos espaços públicos (ex.: Parques <strong>Municipal</strong> e Mangabeiras).• Carência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> educação para a conservação dos espaços públicos (ex.: cursos etreinamentos).• A exploração <strong>de</strong> campos <strong>de</strong> futebol amador, públicos, por particulares.• A centralização <strong>da</strong>s feiras <strong>de</strong> artesanatos e alimentação na área central <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Poluição visual.• Má conservação <strong>da</strong>s praças - falta <strong>de</strong> equipamentos. (ex.: sanitários, aparelhos <strong>de</strong> recreação).• Divulgação e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta fiscalização e conservação dos patrimônios públicos pela PBH.• Falta conscientização <strong>da</strong> população na conservação do patrimônio.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 451• Falta <strong>de</strong> segurança nos espaços públicos: existe violência, van<strong>da</strong>lismo, pichação, <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ção dosmonumentos públicos.• Espaços culturais e <strong>de</strong> lazer concentrados na região Centro-Sul e em menor número - com tratamentodiferenciado - em outras regiões.• Desativação dos cinemas <strong>da</strong> área central com transferência para os shoppings.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura e equipamentos nos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> controle, fiscalização, manutenção e sustentação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões do Conselho do Patrimônio.3.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Criação <strong>da</strong> SEMAD (Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Naturais Sustentáveis).• Existência <strong>da</strong> ASMARE.• Inauguração <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s.• Criação do DRENURBS, atuação do projeto Manuelzão e OP.• Escolha e preservação <strong>da</strong> Serra do Curral como símbolo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Existência <strong>de</strong> nascentes limpas em áreas ambientais (Mata <strong>da</strong> Baleia, Serra do Rola Moça).• Existência <strong>de</strong> várias áreas <strong>de</strong> preservação (ex.: Parque <strong>Municipal</strong>, Parque Mangabeiras, Parque Lagoado Nado, Mata do Sanatório).• Existência <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> lixo <strong>da</strong> SLU (BR 040) e <strong>da</strong> ETE (Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong>Esgotos).• Recuperação <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha e bacia do Onça.• Recuperação <strong>de</strong> parques, praças e jardins (canteiros centrais).• Limpeza urbana (melhoria) (ex.: Aterro Sanitário Metropolitano, inclusive).• Programas <strong>de</strong> tratamento e recuperação <strong>da</strong>s bacias hídricas (Pampulha, Arru<strong>da</strong>s, córregos).• Parceria com empresas priva<strong>da</strong>s para preservação <strong>de</strong> praças e criação <strong>de</strong> canteiros centrais.• Urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.• Integração entre parques e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (divulgação <strong>de</strong> preservação, cursos etc.).• Recolhimento e coleta <strong>de</strong> lixo.• Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recolhimento <strong>de</strong> pequenos volumes.• Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água potável.• Criação dos novos parques e áreas <strong>de</strong> proteção ambiental em BH.• Criação <strong>de</strong> programas ambientais como o DRENURBS e o Projeto Manuelzão.PONTOS NEGATIVOS• Loteamentos ina<strong>de</strong>quados, com ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do solo.• Ausência <strong>de</strong> educação ambiental na gra<strong>de</strong> curricular <strong>da</strong>s escolas.• Falta <strong>de</strong> fiscalização ambiental.• Insegurança nos parques.• Falta implementação <strong>da</strong> coleta seletiva <strong>de</strong> lixo, com reaproveitamento dos resíduos para diminuir oimpacto ambiental e ampliar a geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Exploração pre<strong>da</strong>tória <strong>da</strong> Serra do Curral pelas mineradoras.• Poluição geral dos córregos (ex.: Arru<strong>da</strong>s).• Falta <strong>de</strong> saneamento básico em diversas regiões (Taquaril, Alto Vera Cruz, Cruzeirinho etc.).• Loteamentos causando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental (áreas <strong>de</strong> risco, assoreamentos, doenças, sujeira).• Falta <strong>de</strong> cultura ambiental dos ci<strong>da</strong>dãos e falta <strong>de</strong> comprometimento <strong>da</strong> classe política com a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>niasustentável.• Insuficiência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> lazer (arborização).• Existência crescente <strong>da</strong> poluição ambiental (visual, sonora, atmosférica etc.).• Sistema <strong>de</strong> esgotamento sanitário insuficiente, não aten<strong>de</strong>ndo ao crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> educação urbana por parte <strong>da</strong> população em relação ao lixo produzido por ela (ex.: reciclagemdo lixo).


452 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Falta <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s nascentes e áreas ver<strong>de</strong>s em geral.• Falta <strong>de</strong> praças e áreas <strong>de</strong> lazer nos bairros.• Falta <strong>de</strong> fiscalização ambiental, sonora (nascentes, ruídos em geral, fumaça etc.).• Falta saneamento básico nas áreas periféricas.• Falta colorir a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Diminuição do trabalho <strong>de</strong> mobilização <strong>da</strong> limpeza urbana em termos <strong>de</strong> informação e conscientização<strong>da</strong> população.• Ausência do tratamento <strong>de</strong> esgoto.• Ausência <strong>da</strong> conscientização <strong>da</strong> população em educação ambiental.• Ausência do empenho do po<strong>de</strong>r público na política <strong>de</strong> controle ambiental.• Política pública na área <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> lixo é ineficiente.3.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região3.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Movimento cultural Intenso (Alto Vera Cruz) Ex.: rádio comunitária.• Existem duas importantes áreas ver<strong>de</strong>s (Instituto Agronômico / Mata <strong>da</strong> Baleia).• Apoio do movimento paroquial (Alto Vera Cruz, Pompéia, São Geraldo e Santa Efigênia) à população<strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Forte organização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Melhoria no atendimento médico (Esplana<strong>da</strong>, Pompéia, Baleia) para a população mais carente.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar espaços na região <strong>de</strong>stinados à proteção ambiental.• Participação popular tem possibilitado à população <strong>da</strong> região avançar nas questões <strong>de</strong> meio ambiente.• Existência <strong>de</strong> via <strong>de</strong> articulação municipal (Av. dos Andra<strong>da</strong>s) cortando o centro <strong>da</strong> região leste,,permitindo o <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento dos bairros.• Po<strong>de</strong>r público municipal investindo em áreas culturais e <strong>de</strong> lazer, inclusive em vilas e favelas. (ex.: AltoVera Cruz e Taquaril).• Implantação <strong>de</strong> empreendimento <strong>de</strong> interesse social com planejamento e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. (ex.:Conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas).• Iniciativa do po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> serviços em algumas áreas <strong>de</strong> risco. (ex.: contenções no bairro Taquaril).• Regulamentação <strong>da</strong> ADE <strong>de</strong> Santa Tereza.• Conquistas para a região através <strong>de</strong> intervenção, via orçamento participativo, <strong>da</strong>s obras.• Realização <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> urbanização <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s melhorou a região ao longo <strong>de</strong>la.• Implementação <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> vias do Taquaril.• Criação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas (planejado e executado <strong>de</strong> acordo com a lei).• Bairro Santa Inês (planejamento urbanístico a<strong>de</strong>quado).• Preservação do bairro Santa Tereza (patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>).PONTOS NEGATIVOS• Má distribuição <strong>da</strong> economia, dispari<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre as regiões <strong>de</strong> Santa Efigênia etc. e Alto Vera Cruz,Taquaril etc.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso, falta <strong>de</strong> segurança, saú<strong>de</strong> e educação em áreas mais a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s (Alto VeraCruz, Cruzeirinho, Taquaril).• Faltam escolas <strong>de</strong> ensino médio (Alto Vera Cruz, Taquaril, Conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas, São Geraldoetc.).• Falta <strong>de</strong> infra infra-estrutura para aten<strong>de</strong>r à população (saú<strong>de</strong>, educação, segurança, transporte,comércio etc.), principalmente no conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas.• Áreas mais precárias <strong>da</strong> região. As piores são: Cruzeirinho (Alto Vera Cruz) e Taquaril 14 e A (sic).• Falta <strong>de</strong> espaços públicos que possibilitem as implantações <strong>de</strong> serviços públicos próximos àscomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (ex.: escolas profissionalizantes, centros culturais, creche, escolas etc.).• Existência <strong>de</strong> maior área na região com classificação <strong>de</strong> zoneamento ZAP, permitindo a verticalização.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 453• Falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> penetração que viabilizem a articulação viária entre os bairros, vilas, favelas econjuntos <strong>de</strong> interesse social, bem como o esgotamento pluvial e sanitário em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> região(ex.: Av. Belém, Jequitinhonha e Santa Terezinha).• Falta <strong>de</strong> articulação viária ligando o bairro Santa Inês com o restante <strong>da</strong> região.• Problemas <strong>de</strong> esgotamento pluvial na região, tendo em vista principalmente a consoli<strong>da</strong>ção dosbairros,, vilas e favelas e conjuntos <strong>de</strong> interesse social, implantados <strong>de</strong> forma irregular.• Verticalização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, sem conhecimento técnico, gerando moradias <strong>de</strong> alto risco e a<strong>de</strong>nsamentonas vilas (Alto Vera Cruz e Taquaril).• Não regulamentação <strong>da</strong>s outras ADE ( Vale do Arru<strong>da</strong>s e outras).• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente, permitindo construção não aprova<strong>da</strong> nos bairros, vilas e favelas.• Invasão <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação e beiras <strong>de</strong> córregos, inclusive com ligações precárias <strong>de</strong> esgoto,,poluindo os córregos, mananciais e causando aumento <strong>de</strong> erosões no solo (região do bairroCastanheiras).• Falta <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong> legislação na região (ex.: ZEIS, ZAP e ZP).• Faltam centros comerciais na região como um todo.• Falta infra-estrutura e condições mínimas para as áreas que têm recebido mais gente; Ex.: Taquaril,,Rock in Rio, Alto Vera Cruz, Alto Boa Vista, o que contribui para a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.• Falta implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> urbanização e regularização <strong>de</strong> imóveis nas favelas,comprometendo o crescimento <strong>de</strong>ssas áreas.• A região apresenta carência <strong>de</strong> áreas que possam receber famílias retira<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s vilas e favelas.• O zoneamento atual não está garantindo a preservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ex.:Fazen<strong>da</strong> Carvalho <strong>de</strong> Brito, Serra do Curral.• Construção sem planejamento legal <strong>da</strong> Vila Ponta Porã, causando insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Previsão <strong>de</strong> construção do presídio na área <strong>da</strong> Casa do Rádio (Av. Belém) - impacto na vizinhança.• A<strong>de</strong>nsamento ina<strong>de</strong>quado do Taquaril, Alto Vera Cruz, Castanheira, Mariano <strong>de</strong> Abreu etc.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong> PBH nas construções.• Decretar como "ZEIS" áreas <strong>de</strong> vias públicas ocupa<strong>da</strong>s.3.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Melhorou a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos equipamentos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região, em alguns bairros, na medi<strong>da</strong> em quemelhorou o ir e vir. Ex.: linhas 9105, 9550, 9250 e 901.• Centro moveleiro <strong>da</strong> Av. Silviano Brandão e centro <strong>de</strong> comércio e <strong>de</strong> serviços na Floresta.• Pequenos centros <strong>de</strong> bairro já <strong>de</strong>senvolvidos. Ex.: Av. Contagem no Santa Inês, Rua Porto Seguro noNova Vista, Rua Desembargador Bráulio no Alto Vera Cruz etc.• Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Vera Cruz, como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> espaço físico, atendimento e conforto para ousuário. Até uma praça <strong>de</strong> lazer foi construí<strong>da</strong> junto ao posto.• Acesso fácil à prefeitura (administrações regionais).• Comércio generalizado <strong>da</strong> rua Desembargar Bráulio (Alto Vera Cruz), com oferta <strong>de</strong> muitos serviços eprodutos.• Descentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio do hipercentro para bairros (Floresta, Santa Efigênia,Sagra<strong>da</strong> Família etc.).• Presença <strong>de</strong> serviços e comércios especializados em algumas ruas e aveni<strong>da</strong>s (ex.: Av. SilvianoBrandão - móveis).• Existência <strong>da</strong> feira do Abastecer (conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas III), aos domingos.• Construção <strong>de</strong> novos conjuntos habitacionais foi positiva para a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> beneficia<strong>da</strong>(ex.: Granja <strong>de</strong> Freitas).• Alguns bairros <strong>da</strong> região são bem servidos pelo transporte coletivo (Vera Cruz e Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Existem investimentos <strong>da</strong> PBH no Ensino Fun<strong>da</strong>mental, mas estes ain<strong>da</strong> são insuficientes.• Melhoria nas áreas comercias dos bairros, vilas e favelas, que oferecem uma maior diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>produtos e serviços para a população (ex.: feiras livres, sacolão ABC e supermercados).• Implantação do CEVAE no Conjunto Granja <strong>de</strong> Freitas.


454 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Implantação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no bairro Alto Vera Cruz.• Implantação <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s.• Criação dos planos globais específicos em vilas e favelas.• O comércio é forte e influente nos bairros próximos à Centro-Sul (Floresta, Santa Efigênia etc.) eoferece emprego aos seus moradores.• A Av. Silviano Brandão é um marco comercial não só para a região mas para to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existem pequenos centros comercias locais que aten<strong>de</strong>m à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> do seu entorno imediato.• A região é conheci<strong>da</strong> pela oferta <strong>de</strong> lazer, cultura e vi<strong>da</strong> noturna.• O Alto Vera Cruz conseguiu uma certa autonomia por possuir um forte comércio, on<strong>de</strong> 90% dosnegócios são dos próprios moradores.PONTOS NEGATIVOS• Falta expandir o atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>u certo, para os <strong>de</strong>mais postos <strong>da</strong> região. Ex.: Posto <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Alto Vera Cruz.• Faltam áreas <strong>de</strong> lazer em todos os bairros <strong>da</strong> região. Poucas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pouco divulga<strong>da</strong>s. Ex.: oficinasdo Horto Florestal, que inclusive são cobra<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong>finir ocupação <strong>de</strong> áreas vazias para lazer ou geração <strong>de</strong> emprego. Ex.: Alto do Boa Vista.• Alguns equipamentos, como escola, estão mal distribuídos, implicando em gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>população para ter acesso aos serviços.• Faltam serviços e comércio básicos na região (bancos, restaurantes, açougues etc.), que encontram-semuito centralizados na Floresta e Sagra<strong>da</strong> Família.• Comércio clan<strong>de</strong>stino e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado na rua Desembargador Bráulio e Tebas (Alto Vera Cruz)ocupando os passeios públicos.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agências bancárias em alguns bairros <strong>da</strong> região, prejudicando as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>comércio.• Falta <strong>de</strong> policiamento ostensivo e PPO nas áreas <strong>de</strong> comércio <strong>da</strong> região (principalmente regiõesperiféricas).• A legislação em vigor, às vezes, impe<strong>de</strong> a instalação <strong>de</strong> novos comércios e serviços na região.• Falta <strong>de</strong> segurança policial tem prejudicado a expansão do comércio na região.• Alguns bairros <strong>da</strong> região, com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> acesso viário, não atraem investimentos do comércio (ex.:Boa Vista, São Geraldo e Pompéia).• Alguns bairros não são bem atendidos pelo transporte coletivo (ex.: Pompéia, Esplana<strong>da</strong> etc.).• Carência <strong>de</strong> serviços públicos e comércio local: serviço público e comércio para atendimento imediatonão são <strong>de</strong>scentralizados, sendo concentrados nos gran<strong>de</strong>s corredores viários (ex.: Aveni<strong>da</strong> SilvianoBrandão, Niquelina e Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s).• Falta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> feiras livres, para divulgação dos trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos por artistas <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> cooperativas e conselhos comunitários nos bairros, vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> recursos e cursos profissionalizantes, para encaminhamento direto ao emprego.• Comércio com crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e sem critérios, invadindo as calça<strong>da</strong>s e ruas.• A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga <strong>da</strong> FCA causa transtornos à população.• A região não oferece ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> serviços suficientes para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong>emprego.• A rua Niquelina é uma via <strong>de</strong> baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para absorver o trânsito e o comércio existente.• O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> presídios traz problemas, quando acontecem rebeliões.• Ausência <strong>de</strong> shopping center na região.3.2.3 - Sistema Viário e AcessosPONTOS POSITIVOS• Ônibus bairro-a-bairro facilita o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> região para região.• Região bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ônibus, fácil acesso ao centro, assim como às estações do metrô.• A existência <strong>de</strong> boas vias <strong>de</strong> tráfego que facilitam a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> região.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 455• Quase to<strong>da</strong>s as vias são pavimenta<strong>da</strong>s.• A Comissão <strong>de</strong> Transportes.• Abertura <strong>de</strong> diálogo entre usuários e BHTRANS.• A instalação <strong>de</strong> lixeiras nos coletivos.• O treinamento dos profissionais <strong>de</strong> coletivo.• A capacitação dos motoristas, tanto <strong>de</strong> ônibus quanto <strong>de</strong> taxi, melhorou consi<strong>de</strong>ravelmente.• Implantação e fiscalização do quadro <strong>de</strong> horários.• Melhoria no sistema <strong>de</strong> transporte escolar e regulamentação do sistema <strong>de</strong> transporte por carroças.• A existência <strong>de</strong> via para ciclistas na Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s.• Os controladores <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> reduziram o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito.• Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s, corredor que corta a regional <strong>da</strong>ndo acesso aos bairros.• Alteração do traçado <strong>da</strong> curva <strong>da</strong> Rua Erasmo Magalhães.• Expansão <strong>da</strong> Av. dos Andra<strong>da</strong>s.• Metrô.• Criação <strong>da</strong>s linhas 9250 e 9550, além <strong>da</strong>s linhas suplementares.PONTOS NEGATIVOS• A Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s é pouco utiliza<strong>da</strong> pelo transporte coletivo, enquanto a rua Niquelina é muitoutiliza<strong>da</strong>.• Deficiência <strong>de</strong> sinalização em algumas vias <strong>da</strong> região (rua Juramento, Av. Afonso Guimarães, ruaDesembargador Bráulio, rua Leopoldo Gomes em frente <strong>da</strong> escola, rua Iara na Pompéia etc.).• Não cumprimento do quadro <strong>de</strong> horário.• Constantes assaltos e uso <strong>de</strong> drogas em alguns ônibus na região (falta segurança).• Falta <strong>de</strong> transporte coletivo que liga os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ao PAM Sagra<strong>da</strong> Família e às escolas <strong>de</strong>segundo grau (Colégios Tira<strong>de</strong>ntes, Pedro Américo etc.).• Má utilização <strong>da</strong> Av. dos Andra<strong>da</strong>s.• Construção <strong>da</strong> linha <strong>da</strong> Vale do Rio Doce na Av. Elísio <strong>de</strong> Brito.• Cruzamento perigoso na Av. Mem <strong>de</strong> Sá com rua Euclásio.• Abrigos foram pedidos e não atendidos.• Falta manutenção <strong>da</strong>s vias internas (ex.: Niquelina, Conselheiro Lafaiete e outras).• Falta <strong>de</strong> informação nas mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> trânsito e trajeto <strong>de</strong> ônibus com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Estrangulamento <strong>da</strong>s vias internas nos bairros.• Falta <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> tráfego nos bairros.• O mal aproveitamento do metrô <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> integração ônibus/metrô <strong>da</strong> Região Leste.• Não cumprimento do quadro <strong>de</strong> horários <strong>de</strong> ônibus; não há fiscalização <strong>da</strong> BHTRANS.• Vias <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> traçado sinuoso, estreitas, com gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> tráfego.• Sinalização geral <strong>de</strong>ficiente, principalmente na Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s com rua Itamar (Ponte CaetanoFurquim).• Estrangulamento do sistema viário: Niquelina, Gustavo <strong>da</strong> Silveira, Silviano Brandão etc.• Falta <strong>de</strong> ônibus integração e frota velha.• O atendimento do transporte coletivo não é suficiente em algumas áreas, principalmente no ConjuntoGranja <strong>de</strong> Freitas.• Não existe integração entre ônibus e metrô na região.• As principais vias são estreitas e com tráfego intenso <strong>de</strong> ônibus e veículos. Ex.: Niquelina, LeopoldoGomes, Conselheiro Lafaiete, Fluorina, Tebas, Silviano Brandão, Conselheiro Rocha (estação do MetrôHorto), Gustavo <strong>da</strong> Silveira e Desembargador Bráulio.• Linha férrea nos bairros Boa Vista e Caetano Furquim, com a travessia <strong>de</strong> máquinas com gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> vagões, prejudica o trânsito <strong>da</strong> região.3.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoPONTOS POSITIVOS


456 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Preservação do Museu <strong>de</strong> História Natural <strong>da</strong> UFMG.• Centros culturais, CAC (Centro <strong>de</strong> Apoio Comunitário) do Alto Vera Cruz.• Praças revitaliza<strong>da</strong>s e reforma<strong>da</strong>s. Ex.: Praça José <strong>de</strong> Magalhães, no Boa Vista, Duque <strong>de</strong> Caxias, emSanta Tereza, Flamengo, no Alto Vera Cruz.• "Pista <strong>de</strong> Cooper" <strong>da</strong> Av. dos Andra<strong>da</strong>s.• As rádios comunitárias (Dinâmica do Casa Branca, Santa Luzia do Paraíso/Santa Efigênia).• O transporte possui bons meios <strong>de</strong> acesso para <strong>de</strong>slocamentos na região.• Existe boa conservação dos patrimônios públicos existentes.• A Região Leste possui boa oferta <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong>.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer (ex.: praça esporte Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>, campos <strong>de</strong> futebol CCAVC e projetoCIAME).• Cursos profissionalizantes oferecidos pelo CCAVC e CAC (digitação, costura etc.).• Apresentação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça, teatro (ex.: FIT).• Eventos culturais organizados pelas igrejas católicas para integrar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Espaços <strong>de</strong> referência para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: Campo do In<strong>de</strong>pendência, Câmara <strong>Municipal</strong>, Campo doPompéia, Centro Cultural Alto Vera Cruz, Praça Duque <strong>de</strong> Caxias, Museu <strong>de</strong> História Natural, RuaNiquelina.• Utilização <strong>de</strong> vias públicas como área <strong>de</strong> lazer (ex.: Aveni<strong>da</strong> Belém).• Parceria do Po<strong>de</strong>r Público com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ONG e iniciativa priva<strong>da</strong>.• Incentivo <strong>da</strong>s escolas à visitação dos espaços públicos.• Existência <strong>de</strong> programas e projetos importantes (ex.: Projeto Curumim, Meninas <strong>de</strong> Sinhá e ProjetoPáscoa).• Existência <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> cultura e esportes (ex.: Museu <strong>de</strong> História Natural, Teatro do GrupoGalpão, Estádio In<strong>de</strong>pendência, Pista <strong>de</strong> Cooper <strong>da</strong> Andra<strong>da</strong>s etc.).• Existência <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Circo e Centro Cultural. (ex.: Circo <strong>de</strong> Todo Mundo, Centro Cultural do AltoVera Cruz).• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s (ex.: Mata <strong>da</strong> Baleia, Instituto Agronômico).• Existência <strong>de</strong> inúmeros grupos <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça (ex.: NUC - Negros <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Consciente, Grupos <strong>de</strong> Hip-Hop etc.).PONTOS NEGATIVOS• Inexistência <strong>de</strong> uma legislação específica para regulamentação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais e a coibição <strong>de</strong>ações <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>tórias do patrimônio público e privado.• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura na "Pista <strong>de</strong> Cooper" <strong>da</strong> Av. dos Andra<strong>da</strong>s (ex.: banheiros).• Falta <strong>de</strong> espaços públicos para eventos culturais e equipamentos <strong>de</strong> lazer para crianças e terceirai<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Fiscalização e a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> passeios públicos.• Reforma e a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s praças para aten<strong>de</strong>r melhor à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> uso pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. (ex.: PraçaSão Geraldo).• Falta aplicação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, prejudicando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> integração dos equipamentos públicos com a população carente que está nos aglomerados.• Não tornar público o Horto Florestal para visitação por todos os ci<strong>da</strong>dãos.• Patrimônio público tombado, sem que os proprietários recebam auxílio para preservação.• Falta priorizarão <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> moradia para famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, implicando em ocupação emáreas <strong>de</strong> preservação.• Carência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para crianças (ex.: oficinas <strong>de</strong> lazer e arte).• Educação para a conservação <strong>de</strong> praças públicas (Praça do Che Guevara).• Carência <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> ensino médio (ex.: bairros Taquaril e Alto Vera Cruz).• Falta contratação <strong>de</strong> professores para formação <strong>de</strong> músicos para ban<strong>da</strong>s <strong>de</strong> instrumentos musicais.• Difícil acesso aos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> eventos e condições <strong>de</strong> segurança para estimular a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a utilizar os espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> manutenção, equipamentos <strong>de</strong> diversão e esportes, sanitários e arborização, para tornar oambiente mais agradável.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 457• Faltam praças, centros <strong>de</strong> diversões e culturais nos bairros.• Falta divulgação dos locais públicos e dos eventos.• Falta <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s e jardins existentes.• Falta <strong>de</strong> arborização, áreas ver<strong>de</strong>s e praças nos bairros. (ex.: Santa Efigênia, Taquaril, São Geraldo eMariano <strong>de</strong> Abreu).• Redução do número <strong>de</strong> feiras nos bairros (ex.: Feira <strong>da</strong> Praça <strong>de</strong> Santa Tereza).• Abandono <strong>de</strong> espaços públicos bons para realização <strong>de</strong> eventos, lazer e cultura (ex.: Galpão <strong>da</strong> Casado Rádio e Mercado <strong>de</strong> Santa Tereza).• Problema <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas pluviais, dificultando o uso e acesso aequipamentos públicos (ex.: Cemitério <strong>da</strong> Sau<strong>da</strong><strong>de</strong>).3.2.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Conquista do OP Habitação: Construção do Granja <strong>de</strong> Freitas 2 e 3.• Aprovação do projeto do córrego Santa Terezinha, <strong>de</strong> recuperação ambiental, pela PBH.• Mobilização social, resultando na criação <strong>de</strong> comitês <strong>de</strong> bacias hidrográficas.• Conquista, através do OP 2001/2002, para drenagem do fundo <strong>de</strong> vale do córrego <strong>da</strong> Av. Belém.• Melhoria <strong>da</strong> consciência ambiental através <strong>da</strong> mobilização social, projetos culturais e movimentospopulares <strong>da</strong> região.• Construção <strong>da</strong> ETE (Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto) do Arru<strong>da</strong>s e canalização do leito do ribeirão.• Existência <strong>da</strong> Mata <strong>da</strong> Baleia, gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> preserva<strong>da</strong>.• Existência do Museu <strong>de</strong> História Natural - Área <strong>de</strong> preservação, lazer e cultura.• Parques <strong>de</strong> lazer construídos ao longo <strong>da</strong> Av. Andra<strong>da</strong>s, em áreas remanescentes <strong>da</strong> canalização.• Implantação <strong>da</strong> coleta seletiva (ex.: bairro Santa Inês).• Existência do Museu <strong>de</strong> História Natural como referência ambiental cultural.• A construção <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s (Sabará).• OP, como instrumento <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e ambientais na regional (ex.: Plano DiretorTaquaril e Mariano <strong>de</strong> Abreu, além <strong>de</strong> obras em vias em várias áreas).• "Pista <strong>de</strong> Cooper" e Parque Centenário na Aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s.• Atuação do projeto Manuelzão em alguns córregos na Regional.• Distribuição <strong>de</strong> diversas praças na regional.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas ver<strong>de</strong> (Baleia, Horto Florestal, Mata do Inferno) e clubes com matas.• Existência do CEVAE nesta Regional.• Cursos ministrados no Instituto Agronômico - educação ambiental.• Existência <strong>de</strong> várias nascentes na região.• Implantação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes.• Criação do programa <strong>de</strong> limpeza ou <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong> córregos.• Criação <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto (mesmo que <strong>de</strong>ficiente).• Ampliação <strong>da</strong> canalização do Arru<strong>da</strong>s.• Preservação do Instituto Agronômico.• Implantação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s.• Criação <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> ônibus regionais.PONTOS NEGATIVOS• Poluição e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s nascentes dos córregos <strong>da</strong> regional Leste.• Poluição sonora e visual <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s ruas e aveni<strong>da</strong>s <strong>da</strong> regional Leste (ex.: rua Niquelina, Av.Andra<strong>da</strong>s, Av. Silviano Brandão).• Descaso com as praças e outras áreas ver<strong>de</strong>s por parte <strong>da</strong> Regional - Parques e Jardins.• Alto a<strong>de</strong>nsamento populacional em áreas <strong>de</strong> risco iminente (Ex.: Taquaril, Vila Belém), com negligência<strong>da</strong> PBH.• Desrespeito <strong>da</strong> população pelas áreas <strong>de</strong> "ponto limpo" (antigos bota-foras) e pelos horários e dias <strong>da</strong>


458 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionaiscoleta <strong>de</strong> lixo.• Falta <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem pluvial em diversas áreas <strong>da</strong> região (ex.: bairro Santa Inês).• Falta completar a obra <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s, o que tem causado incômodos à população dos bairros CasaBranca e Caetano Furquim.• Ocupação <strong>de</strong> áreas remanescentes, causando problemas <strong>de</strong> saneamento, áreas <strong>de</strong> risco, drenagem.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico em áreas <strong>da</strong> região (Mariano <strong>de</strong> Abreu, Vila São Vicente, Vila Dias, bairrosTaquaril, Alto Vera Cruz, Castanheiras, Granja <strong>de</strong> Freitas, Vila Fazendinha e Vila Belém) - esgotohospitalar -, no leito do metrô - área <strong>de</strong> domínio suja com entulhos e lixo).• Bota-fora irregular em lotes vagos, aveni<strong>da</strong>s, leito <strong>de</strong> córregos, causando incômodos à vizinhança.• Áreas ocupa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente que causam impacto gran<strong>de</strong> no ambiente (ex.: Taquaril).• Apesar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s naturais, a carência <strong>de</strong> uma ação política <strong>de</strong> preservação ecriação <strong>de</strong> parques. (ex.: Mata <strong>da</strong> Baleia).• A ETE Arru<strong>da</strong>s construí<strong>da</strong> junto a área urbana <strong>de</strong> BH tem trazido problemas ambientais na região, comreflexo na saú<strong>de</strong>.• Poluição sonora e visual (ex.: Silviano Brandão, Niquelina e Gustavo <strong>da</strong> Silveira).• O CEVAE não alcança os objetivos propostos (Obs.: temos que valorizar aquilo que é nosso).• Vilas, aglomerados e favelas sem ponto <strong>de</strong> convivência.• Falta <strong>de</strong> conscientização ambiental <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Assoreamento: Santa Terezinha, Cachorro Magro e córrego Taquaril.• Alto índice <strong>de</strong> poluição sonora nas proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos hospitais.• Descentralização <strong>da</strong> PBH dificultou a coleta <strong>de</strong> lixo na regional.• Poluição dos córregos, tais como: Santa Terezinha, Da Baleia, Mem <strong>de</strong> Sá, Cardoso etc.• Carência <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos em algumas regiões, tais como Taquaril, Mariano <strong>de</strong> Abreu,Casa Branca, São Geraldo.• Ausência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgotos em alguns bairros.• Inexistência <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> educação volta<strong>da</strong> para a região.• Falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população em relação ao meio ambiente.3.2.6 - Tema LivrePONTOS NEGATIVOS• Superlotação <strong>da</strong>s escolas <strong>de</strong> ensino fun<strong>da</strong>mental e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inaugurar mais escolas.• Falta ampliar e reativar os centros <strong>de</strong> apoio comunitário existentes (ex.: o CAC Esplana<strong>da</strong> está<strong>de</strong>sativado).• Retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha São Geraldo–Centro através <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> dos Andra<strong>da</strong>s. Diminuição <strong>da</strong> linha 9205.• Integração metrô/ônibus <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as linhas que passam na Niquelina (passarela <strong>da</strong> estação SantaTereza).• Não <strong>de</strong>stinação <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> Casa do Rádio (Av. Belém com Av. dos Andra<strong>da</strong>s) e <strong>da</strong> antiga FEBEM(junto ao Museu <strong>de</strong> História Natural) para o uso público, <strong>de</strong> acordo com os interesses <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> discussão metropolitana sobre os loteamentos e ocupação nos limites <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s (BH eSabará).• Posição incisiva contra a verticalização acima <strong>de</strong> três an<strong>da</strong>res, em <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,refletindo no meio ambiente.• Falta saneamento básico nas vilas e favelas.• A <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong> terreno e a não implantação <strong>da</strong> Via 710 têm incentivado novas invasões nestaárea.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação do Anel <strong>da</strong> Serra.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 4594 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORTE4.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>4.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Criação do DRENURBS e outros projetos para melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.• Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> população nos processos <strong>de</strong> crescimento urbano.• Descentralização <strong>da</strong> prefeitura, fortalecendo a aproximação <strong>da</strong> população com a Regional.• Ação dos agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Participação popular na conferência.• Apoio <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> ao esporte amador.• Programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> família.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental com programas <strong>de</strong> parceria no po<strong>de</strong>r público ecomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Participação popular na discussão dos problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (conferencias e conselhos).• Crescimento urbano com preocupação com os cursos d'água (DRENURBS).• Criação do OP Habitação como um dos gerenciadores dos programas <strong>de</strong> crescimento urbano.• Existência <strong>da</strong> participação <strong>da</strong> população, soma<strong>da</strong> às ONG e a enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s em geral.• Existência <strong>da</strong> esperança do morador <strong>de</strong> BH, confiando no futuro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Despertar do po<strong>de</strong>r público municipal em co-administrar a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (OP, Conselhos e a Conferência).• A existência <strong>de</strong> uma legislação urbanística na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência do COMPUR (Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana).• Descentralização.• Participação <strong>da</strong> população através do Orçamento Participativo.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento social.PONTOS NEGATIVOS• O Plano Diretor ain<strong>da</strong> não funciona plenamente e acarreta o crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> população.• Falta <strong>de</strong> fiscalização intensiva para coibir a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> estrutura e urbanização nas vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> planejamento e agili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ações para as áreas <strong>de</strong> risco.• O sistema <strong>de</strong> transporte integrado não aten<strong>de</strong> satisfatoriamente ao conjunto <strong>da</strong> população.• Má distribuição do policiamento na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Faltam infra-estruturas em muitos bairros <strong>da</strong> periferia.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado como assentamentos irregulares, trazendo má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, com<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental, insegurança.• Impermeabilização do solo, criando problemas ambientais (inun<strong>da</strong>ção, calor).• O <strong>de</strong>slocamento seguro dos pe<strong>de</strong>stres pelos passeios é impossibilitado pela existência <strong>de</strong> váriosobstáculos.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> e morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implementação <strong>da</strong>s ações pela PBH.• Migração <strong>da</strong>s populações <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do interior, sobrecarregando a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> BH.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, verticalização <strong>de</strong>sregula<strong>da</strong>, aliados à especulação imobiliária.• O crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado aliado à falta <strong>de</strong> consciência <strong>da</strong> população, provocando agressões ao meioambiente.• Política <strong>de</strong>sumana e anti-social do governo fe<strong>de</strong>ral gerando má distribuição <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong>semprego.• Saturação <strong>de</strong> algumas áreas, com má distribuição dos espaços ocupados.• A<strong>de</strong>nsamento urbano, causando problemas a to<strong>da</strong> infra-estrutura <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Que<strong>da</strong> na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Falta <strong>de</strong> planejamento.• Especulação imobiliária.


460 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Falta <strong>de</strong> fiscalização.• Crescimento <strong>de</strong> loteamentos clan<strong>de</strong>stinos sem infra-estrutura.4.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em centros facilita a utilização do comércio e serviços.• O crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> permitiu a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do centro e crescimento nasperiferias.• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em vias com gran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> carros facilita a utilização do comércioe serviços.• Boa distribuição <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> telefonia.• Descentralização dos serviços bancários, através <strong>da</strong>s casas lotéricas.• Maior número <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> lazer distribuídos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (praças, parques, quadras etc.).• Criação do Orçamento Participativo.• Criação <strong>da</strong>s estações do BHBUS.• Aprimoramento <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Inicio <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização dos postos <strong>de</strong> trabalho e serviços públicos <strong>da</strong> área do hipercentro.• Início <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comercias e <strong>de</strong> serviços em direção aos bairros.• A localização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e hospitalares em locais apropriados.• A concentração do comércio facilita o acesso e estimula a concorrência.• Existência <strong>de</strong> centrais <strong>de</strong> abastecimento na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>da</strong>s feiras e shoppings como opção popular.• Mais opções <strong>de</strong> serviços e compras.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização planeja<strong>da</strong>.• A <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> serviços proporcionará a valorização <strong>da</strong> região.PONTOS NEGATIVOS• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em vias com gran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> carros prejudica o funcionamento<strong>de</strong>ssas vias e piora a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e a segurança dos usuários.• O "esgotamento" do centro reflete o crescimento <strong>de</strong>sorganizado <strong>da</strong>s periferias que não estavamprepara<strong>da</strong>s e nem possuíam estrutura para receber as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ain<strong>da</strong> estão concentra<strong>da</strong>s no centro, piorando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no centro e dificultandoo acesso <strong>da</strong> população <strong>de</strong>vido às distâncias.• Ausência <strong>de</strong> centros diversificados distribuídos pelas regionais.• Centralização dos equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte (hospitais).• Má distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que garantem a segurança pública.• Acúmulo <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, causando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção (poluição, sujeira etc.).• Número <strong>de</strong> creches insuficientes para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>.• Concentração <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho e serviços na área central.• Carência <strong>de</strong> saneamento básico e <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer na periferia.• Descumprimento <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo.• Ausência <strong>de</strong> programas e projetos <strong>de</strong> amparo ao trabalhador informal.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pelo po<strong>de</strong>r público.• Falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer.• Localização <strong>de</strong> comércio em vias <strong>de</strong> tráfego intenso.• Falta <strong>de</strong>scentralização e maior estruturação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer em BH.• Falta atenção e organização por parte do po<strong>de</strong>r público com relação à economia informal na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Segurança geral, segurança pública, segurança no trânsito etc.• Concorrência entre camelô e comerciante.• Sujeira <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> um modo geral.• Falta conscientização <strong>da</strong> população para manter as calça<strong>da</strong>s limpas.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 461• Os centros estão congestionados nos horários <strong>de</strong> pico.4.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Redução <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes com on<strong>da</strong> ver<strong>de</strong> e ra<strong>da</strong>r nas aveni<strong>da</strong>s.• Fim do transporte clan<strong>de</strong>stino.• Integração ônibus-metrô.• Criação do transporte suplementar.• Coberturas em pontos <strong>de</strong> ônibus e passarelas.• Implantação <strong>da</strong>s linhas e estação do trem metropolitano.• Reestruturação do sistema viário e do transporte implantado pela BHTRANS.• Criação do Conselho Local <strong>de</strong> Transporte.• Existência <strong>de</strong> transporte coletivo aos domingos e feriados para áreas <strong>de</strong> lazer e cultura (linhasespecíficas).• A reformulação do transporte coletivo melhorou a integração entre bairros (criação <strong>de</strong> novas linhas).• Implantação do metrô.• Criação <strong>da</strong> BHTRANS para o gerenciamento do trânsito.• A implantação <strong>da</strong>s estações do metrô já existentes.• Implantação do sistema <strong>de</strong> integração bairro-a-bairro.• Segurança ofereci<strong>da</strong> na mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas através <strong>da</strong> utilização do metrô.• Existência <strong>de</strong> linhas regulares e suplementares aten<strong>de</strong>ndo a vilas e favelas.• Integração do transporte coletivo, inclusive com metrô.• Criação <strong>da</strong> "via preferencial".• Melhora <strong>da</strong> sinalização <strong>da</strong>s vias urbanas.• Ônibus <strong>de</strong> 03 portas com motor no meio.• Táxi-lotação indo a bairros.PONTOS NEGATIVOS• Ônibus superlotados e condições dos veículos.• Pouca integração <strong>da</strong>s esferas <strong>Municipal</strong>/Estadual/Fe<strong>de</strong>ral no planejamento metropolitano.• Excesso <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s para categorias específicas, com ônus para o sistema <strong>de</strong> transporte.• Aumento injustificado <strong>da</strong>s passagens.• Incompetência <strong>da</strong> fiscalização <strong>da</strong> BHTRANS.• Obras <strong>de</strong> infra-estrutura para melhorar o acesso aos corredores <strong>de</strong> tráfego.• Transporte coletivo: segurança, integração com o metrô e itinerário <strong>de</strong>ficitários.• Deficiência na prestação dos serviços do comércio como: preço, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e higiene.• Insegurança e distância <strong>da</strong> região hospitalar e comercial às estações do metrô localiza<strong>da</strong>s no centro.• Desequilíbrio na freqüência <strong>da</strong>s linhas que utilizam o mesmo trajeto, principalmente no horário <strong>de</strong> pico.• Carência <strong>de</strong> passarelas para transposição <strong>da</strong> linha do metrô.• Falta <strong>de</strong> transporte gratuito para aten<strong>de</strong>r aos grupos culturais, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e enterros.• Número escasso <strong>de</strong> veículos para atendimento aos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física.• Transporte coletivo é <strong>de</strong>ficitário (frota reduzi<strong>da</strong>, mal atendimento aos <strong>de</strong>ficientes físicos, redução quadro<strong>de</strong> horários).• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no funcionamento <strong>da</strong>s estações do metrô previstas.• Sistema <strong>de</strong> integração ônibus-metrô e transporte suplementar não aten<strong>de</strong>m à maioria <strong>da</strong> população(falta ampliação, inclusive na área hospitalar).• Falta integração entre os po<strong>de</strong>res municipal e estadual para aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais <strong>da</strong>população.• Faltam melhorias viárias em vilas e favelas.• Alto custo do transporte coletivo para usuários.


462 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Transporte coletivo não aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pessoas com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção.• Falta <strong>de</strong> planejamento urbano.• Falta <strong>de</strong> segurança nos ônibus, taxi, transportes no geral.• Falta <strong>de</strong> integração com a Gestão <strong>de</strong> Transporte Metropolitano.4.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Aumento <strong>da</strong> preocupação do po<strong>de</strong>r público com os espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• Aumento dos cui<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> PBH com os espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• PBH abriu a discussão junto à população a respeito dos espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como o projeto <strong>de</strong> popularização do teatro.• Projetos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais gratuitos nos parques públicos.• Ampliação <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação cultural.• Divulgação dos equipamentos e o incentivo à sua utilização.• Criação do programa Arena Cultural.• Revitalização <strong>de</strong> praças, parques e áreas <strong>de</strong> lazer.• Efervescência cultural (popularização do teatro, FIT etc.).• BH é um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> referências simbólicas.• Valorização <strong>de</strong> espaços através <strong>de</strong> revitalização.• Descentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> localização <strong>da</strong> feira <strong>de</strong> artesanato (praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong> para Av. Afonso Pena).• Construções <strong>de</strong> prédios para escolas públicas com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e beleza.• Parceria <strong>de</strong> empresas e comércio na adoção <strong>de</strong> um espaço público para preservação do mesmo.• Criação <strong>de</strong> novas praças na periferia.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> segurança <strong>da</strong> população para utilização dos espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• Má distribuição, estruturação e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos espaços públicos e áreas <strong>de</strong> lazer.• Falta <strong>de</strong> conscientização e i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> população para a utilização do espaço público.• Os espaços públicos ain<strong>da</strong> não utilizados não são <strong>de</strong>stinados às associações comunitárias para criação<strong>de</strong> oficinas <strong>de</strong> qualificação profissional.• Espaço público mal utilizado (ex.: Praça <strong>da</strong> Estação).• A falta <strong>de</strong> segurança inibe o uso dos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> acesso <strong>da</strong> população carente aos espaços <strong>de</strong> lazer, tais como Zoológico, Palácio <strong>da</strong>s Artesetc.• Falta <strong>de</strong> espaços culturais na periferia e pouca divulgação dos existentes.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos espaços públicos e patrimônio <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>ficiência do transporte coletivo efatores socioeconômicos.• Falta i<strong>de</strong>ntificação entre os adolescentes e o patrimônio público em face <strong>da</strong> insuficiência na orientaçãopor parte <strong>da</strong> escola, <strong>da</strong> família e <strong>de</strong> outros setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> sanitários públicos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> manutenção e segurança dificulta o acesso.• Falta política <strong>de</strong> valorização <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> (divulgação, projetos integrados).• Cobrança para acesso a alguns espaços públicos.• Faltam espaços públicos (praças e outros) <strong>de</strong>scentralizados.• Falta maior preocupação por parte do po<strong>de</strong>r público com o patrimônio cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> segurança e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos espaços públicos e aos patrimônios históricos.• Discriminação e <strong>de</strong>satenção aos espaços públicos <strong>da</strong> periferia.• Falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população em geral, no sentido <strong>de</strong> preservar o espaço público.• Faltam espaços públicos <strong>de</strong> lazer e cultura nos bairros.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 463• Os espaços públicos não são abertos para trabalhos voluntários <strong>da</strong>/com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.4.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Trabalho <strong>de</strong> orientação e lazer ambientais <strong>de</strong>senvolvidos em parques, tais como Lagoa do Nado,Mangabeiras e outros.• Parcerias com a iniciativa priva<strong>da</strong> para a adoção <strong>de</strong> canteiros, jardins, parques e outros.• Boa distribuição <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Nova visão <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e do po<strong>de</strong>r público com relação à <strong>de</strong>fesa do meio ambiente.• Parceria entre po<strong>de</strong>r público, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e associações, como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão (ex.: Manuelzão).• A legislação ambiental em vigor e a criação <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente.• Descentralização <strong>da</strong> PBH, permitindo maior participação comunitária nas discussões sobre questõesambientais.• Criação <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto no Arru<strong>da</strong>s.• A eficiência <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> lixo (ex.: coleta seletiva).• A preservação <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.• A parceria <strong>da</strong> prefeitura com a iniciativa priva<strong>da</strong> para manutenção <strong>da</strong>s praças e jardins. Ex.: ProjetoManuelzão.• Existência <strong>de</strong> leis que <strong>de</strong>finem a utilização e/ou proteção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.• Com surgimento <strong>de</strong> parcerias houve melhoria <strong>da</strong>s praças e canteiros <strong>da</strong> região Centro-Sul.• Instalação <strong>da</strong>s URPV (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> pequenos volumes).• Melhora na coleta <strong>de</strong> lixo e varrição.• Existência do DRENURBS e <strong>da</strong>s ETE.• Em BH existem recursos naturais (recursos hídricos, áreas ver<strong>de</strong>s) que po<strong>de</strong>m ser aproveitados.• Existem programas <strong>de</strong> preservação ambiental, como o programa "Adote o Ver<strong>de</strong>" e revitalização <strong>da</strong>Pampulha.• Algumas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s têm tido cui<strong>da</strong>do em preservar praças/jardins entregues pela prefeitura.• Distribuição <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> educação ambiental nas escolas e <strong>de</strong> campanhas educativas, com maior divulgação.• Falta <strong>de</strong> manutenção do sistema <strong>de</strong> limpeza urbana (capina e varrição) em alguns pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e monitoramento em áreas <strong>de</strong> preservação, lotes vagos e espaços públicos <strong>de</strong>lazer.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> saneamento básico.• Demora na implantação <strong>da</strong>s estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto (ETE).• Lançamento <strong>de</strong> esgotos nos córregos sem tratamento.• Aumento <strong>da</strong> poluição atmosférica, causa<strong>da</strong> pela emissão <strong>de</strong> gases poluentes <strong>de</strong> veículos e indústrias.• Descomprometimento <strong>da</strong> população com a preservação ambiental.• Poluição visual na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> gera<strong>da</strong> por cartazes, outdoor, pichações etc.• A poluição sonora e visual através <strong>da</strong>s pichações, faixas e propagan<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> usina <strong>de</strong> reciclagem, locais <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> entulhos e lixeiras.• A ineficiência <strong>da</strong> fiscalização em relação à construção <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> telefonia celular.• Falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população em relação à limpeza urbana.• Crescimento urbano sem planejamento, ocasionando morte dos pequenos rios e nascentes ain<strong>da</strong> nãohabita<strong>da</strong>s. Ex.: bacia do Isidoro.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, como a principal causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.• Falta informação maciça sobre: coleta seletiva, reciclagem, educação ambiental, poluição sonora evisual e estruturação do processo.• Falta <strong>de</strong> ações e políticas <strong>de</strong> controle ambiental e <strong>de</strong> fiscalização na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (insuficiência <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong>esgoto em BH).


464 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Falta <strong>de</strong>finição por parte do po<strong>de</strong>r público com relação a políticas urbanas junto à COPASA (contrato <strong>de</strong>intenções).• Deficiência <strong>de</strong> recursos para bacia do Onça.• Falta um programa <strong>de</strong> educação ambiental permanente, que não aconteça apenas em épocas <strong>de</strong>eleição.• Inexistência <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> saneamento básico em várias áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A fiscalização por parte do po<strong>de</strong>r público é ineficiente e falta punição para quem polui a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> coleta seletiva.• Falta <strong>de</strong> arborização.4.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região4.2.1 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> córregos e nascentes.• Área <strong>de</strong> comércio bem distribuí<strong>da</strong> e <strong>de</strong> fácil acesso.• Participação popular efetiva.• Obra do novo vertedouro, beneficiando a região.• Região <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> manifestação e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural (festa junina, carnaval etc.).• A construção <strong>da</strong>s novas estações <strong>de</strong> metrô que ligam a regional às <strong>de</strong>mais regiões <strong>de</strong> BH.• Existência <strong>de</strong> campanhas e agentes <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> trabalhando junto à população.• Abertura <strong>da</strong> Administração Regional para a população e associações que passaram a po<strong>de</strong>r contribuir.• Existência <strong>de</strong> comércio na regional, evitando o translado ao centro.• Existência <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> (Isidoro) que po<strong>de</strong>rá ser transforma<strong>da</strong> em parques e áreas <strong>de</strong>lazer.• Existência <strong>de</strong> uma vasta área ver<strong>de</strong> na regional Norte: Granja Werneck (Isidoro).• Ponto cultural histórico: Recanto Nossa Senhora <strong>da</strong> Boa Viagem (Sanatório).• Implantação do metrô.• Programa <strong>de</strong> recuperação ambiental e saneamento: DRENURBS.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento pelas favoráveis condições viárias.• Implantação do DRENURBS (tratamento/recuperação <strong>de</strong> córregos e vales).• Extensa área <strong>de</strong> córregos não canalizados passíveis <strong>de</strong> preservação e <strong>de</strong>spoluição.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> (Granja Werneck) propícia à preservação.• Linha <strong>de</strong> metrô, com atendimento à população através <strong>de</strong> 5 estações.• Existência <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> pequenos volumes (coleta <strong>de</strong> resíduos).• Concentração <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> (Isidoro).• Existência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> proteção e recuperação <strong>da</strong>s nascentes e rios (DRENURBS e Manuelzão).• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento do comércio.• Região bem abasteci<strong>da</strong> <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong>.• Mobilização popular na luta pelas questões urbanas.• A limpeza urbana.• Administração eficiente <strong>da</strong> regional.• Implantação do BHBUS.• Pavimentação em bom estado nos bairros Planalto, São Bernardo, Guarani e outros.• Excelente administração do parque Lagoa do Nado.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> área ver<strong>de</strong>.• Administração participativa.• Existência <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong>, telefonia e iluminação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.• Coleta <strong>de</strong> lixo suficiente.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 465• Passarelas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres nas vias <strong>de</strong> maior movimento (Av. Cristiano Machado etc.).• Preservação dos córregos através do programa do DRENURBS a ser implantado.• Construção <strong>de</strong> algumas escolas, com utilização <strong>de</strong> quadras nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas.• Verifica-se bairros com bom atendimento no uso e ocupação do solo.• Implantação do trem metropolitano.• Incrementação/iniciação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais em alguns bairros <strong>da</strong> regional.• Área ver<strong>de</strong> na Granja Werneck.• Parque <strong>de</strong> lazer no bairro Planalto.• Centro cultural do bairro São Bernardo.• Estações do metrô e estação do BHBUS São Gabriel.• Implantação dos programas ACS (Agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) e Médico <strong>de</strong> família.• Existência <strong>de</strong> praças públicas em alguns bairros <strong>da</strong> regional Norte.• Existência <strong>de</strong> muitas áreas ver<strong>de</strong>s e nascentes na regional (ex.: Fazen<strong>da</strong> Furquim Werneck, ParqueLagoa do Nado).• A futura implantação do metrô e as obras <strong>de</strong> transposição (passarelas e viadutos).• A <strong>de</strong>scentralização administrativa <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>.• Região <strong>de</strong> maior número <strong>de</strong> nascentes <strong>de</strong> BH.• Maior reserva <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> BH (Granja Werneck).• Sistema metroviário cobrindo gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> regional.• Pouca poluição atmosférica industrial.• Região <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencial cultural.• Estação BHBUS São Gabriel.• Transporte escolar fornecido pela PBH.• Escola Mo<strong>de</strong>lo Florestan Fernan<strong>de</strong>s.• A maior área ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> BH (fazen<strong>da</strong> dos Werneck).• Hospital Sofia Feldman e Policlínica 1º <strong>de</strong> Maio.• Implantação <strong>da</strong>s estações do metrô e BHBUS.• Gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> área do Isidoro.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> nascentes passíveis <strong>de</strong> preservação.• Existência <strong>de</strong> fóruns <strong>de</strong> discussão que permitem a participação popular.• Cobertura significativa <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino público.• Existência <strong>de</strong> equipamento social importante (CAC Providência).• Asilo Boa Viagem na Granja Werneck representa a memória <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> regional Norte (Sanatório).• Presença <strong>de</strong> importante área ver<strong>de</strong> (Fazen<strong>da</strong> Werneck).• Hospital e Materni<strong>da</strong><strong>de</strong> Sofia Feldman.• Entra<strong>da</strong> em operação do metrô em futuro próximo.• A implantação <strong>da</strong> ETE Onça no bairro Monte Azul.• A presença do Projeto Manuelzão - ONG.• A implantação <strong>da</strong>s estações do DEMETRÔ e BHBUS São Gabriel.• A implantação <strong>da</strong> 3ª faixa <strong>de</strong> trânsito na Av. Cristiano Machado nos dois sentidos, bairro-centro ecentro-bairro, entre Av. Sebastião <strong>de</strong> Brito e Av. Waldomiro Lobo.• Existência <strong>de</strong> legislação que prevê a ocupação e preservação <strong>da</strong> área do Isidoro.• Existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s especialmente áreas ZPAM / ZP que merecem atenção especial.• Bom acesso viário.• Existência <strong>de</strong> creches, do Núcleo Caminhos para Jesus e NAF – Conjunto Zilah Spósito.• Existência do Fundo Cristão e Projeto Curumim.• Existência <strong>da</strong> biblioteca do conjunto Zilah Spósito e Projeto Recriar no Conjunto Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A existência <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, materni<strong>da</strong><strong>de</strong>, abrigos, CAC Providência.• A existência dos CONSEP, dos Comitês do Projeto Manuelzão e do CRP.


466 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Área ver<strong>de</strong> existente na região do Isidoro, com gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos hídricos.• A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação histórico-cultural do Sanatório (Asilo Nossa Sra. <strong>da</strong> Boa Viagem).• Implantação do metrô.• Existência do grupo <strong>de</strong> 3º i<strong>da</strong><strong>de</strong> em vários centros sociais.• Existência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais aten<strong>de</strong>ndo a uma boa parte <strong>da</strong> população <strong>da</strong> regional.• Conjuntos habitacionais bem urbanizados (São Tomás e Vila Clóris).• Existência do Centro Social Frei José Renato, contribuindo com vários projetos (Toriba e Educar).• Existência do Centro Cultural 1º <strong>de</strong> Maio.• Gran<strong>de</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.• Estações <strong>de</strong> metrô e integração.• Hospital Sofia Feldman.• UPA Primeiro <strong>de</strong> Maio.• Recanto Boa Viagem.• Existência <strong>da</strong> área <strong>de</strong> preservação ambiental (Fazen<strong>da</strong> Werneck e Isidoro Norte).• Existência do "Abastecer" <strong>da</strong> Av. Saramenha.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> varrição e coleta seletiva na regional são satisfatórias.• Instalação <strong>da</strong> nova se<strong>de</strong> <strong>da</strong> regional próximo à Av. Cristiano Machado.• Estações do metrô na regional.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> uma área ambiental gran<strong>de</strong>.• Extensão <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado favoreceu o <strong>de</strong>senvolvimento do comércio.• Trabalho do Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus.• Trabalho do Projeto Manuelzão.• Chega<strong>da</strong> do metrô.• Integração do BHBUS.• Área do Isidoro possibilitará implantação diversifica<strong>da</strong> (escolas, parques, indústrias).• Não existe poluição atmosférica acentua<strong>da</strong>.• Existência <strong>de</strong> muitas áreas ver<strong>de</strong>s conserva<strong>da</strong>s.• Espaço <strong>de</strong> discussão.• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento social.• Espaços <strong>de</strong> referência: Hospital Sofia Feldman e Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus.• Representação comunitária.• Potencial "Ver<strong>de</strong>" na área do Isidoro.• Crescimento global <strong>da</strong> regional.• Canalização <strong>de</strong> córregos ou trechos <strong>de</strong> córregos.• Implantação do Minas Shopping, melhoria no aspecto visual, geração <strong>de</strong> empregos etc.• Coleta <strong>de</strong> lixo satisfatória.• Criação <strong>de</strong> estação do metrô / pista para caminha<strong>da</strong>.• Coleta <strong>de</strong> lixo eficiente.• Implantação <strong>da</strong>s novas estações do metrô.• Implantação do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família (PSF).• Construção <strong>de</strong> escolas.• A região está bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> comércio / serviço nas principais vias dos bairros.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> saneamento básico (esgotos e córregos).• Loteamento clan<strong>de</strong>stino, invasão e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Insuficiência do transporte coletivo.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> imóveis com irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e na edificação.• Falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, esportes e recreação.• Falta <strong>de</strong> ações e planejamento em áreas <strong>de</strong> risco junto aos córregos a céu aberto (ex.: MG 20, com


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 467muitos aci<strong>de</strong>ntes).• Falta <strong>de</strong> segurança nas vias com concentração <strong>de</strong> comércio.• A regional não é bem atendi<strong>da</strong> pelos equipamentos públicos (escolas, centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, creches etc.).• A circulação <strong>de</strong> ônibus não tem um quadro <strong>de</strong> horários compatível com as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> população<strong>da</strong> região.• Faltam áreas <strong>de</strong> lazer e praças na regional.• Poluição dos córregos pela ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Ocupação do solo com infra-estrutura <strong>de</strong>ficiente.• Falta <strong>de</strong> integração – isolamento <strong>de</strong> alguns bairros em relação ao resto <strong>da</strong> regional.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco por to<strong>da</strong> a região.• Falta <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> apoio para recebimento <strong>de</strong> profissionais do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família e do BHCi<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.• Falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer.• Deficiência no atendimento à população em geral, especialmente na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico na região.• Transporte coletivo péssimo.• Falta <strong>de</strong> segurança pública e violência.• Falta <strong>de</strong> segurança em geral.• Falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> saneamento.• Serviço <strong>de</strong> limpeza urbana <strong>de</strong>ficiente (capina e varrição).• Crescimento <strong>da</strong> especulação imobiliária sem a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> fiscalização.• Má distribuição do transporte coletivo.• Risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes na MG 20 (atropelamento).• Córrego sem saneamento no bairro Tupi e São Tomás (ribeirão Pampulha).• Córrego sem saneamento no bairro Guarani (Av. Nossa Sra. Pie<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Esgoto a céu aberto no Monte Azul e bairro Júlio Maria.• Falta <strong>de</strong> tratamento, limpeza e canalização do córrego Bacuraus (Campo Alegre).• Poluição dos córregos, esgoto a céu aberto.• Ausência <strong>de</strong> infra-estrutura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> (saneamento, esgoto, pavimentação etc.).• Ausências <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> lazer.• Falta <strong>de</strong> homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> na distribuição do policiamento e ausência <strong>de</strong> ron<strong>da</strong>.• Existência <strong>de</strong> muitos lotes vagos sem manutenção (muro, capina etc.) que causam problemas comosujeira e doenças.• Pouco investimento do po<strong>de</strong>r público em saneamento, educação e saú<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> investimentos do po<strong>de</strong>r público nas áreas urbanas <strong>da</strong> regional.• Poucos bairros apresentam áreas <strong>de</strong> lazer e patrimônio histórico.• Segurança e integração dos ônibus com sistema do trem metropolitano.• A regional apresenta gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua área mal ocupa<strong>da</strong>/zonea<strong>da</strong>, numa margem <strong>de</strong> 70%.• Falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> ligação entre os bairros.• Carência no transporte coletivo <strong>de</strong> Tupi a Ven<strong>da</strong> Nova.• Carência <strong>de</strong> parque ecológico na fazen<strong>da</strong> Furquim Werneck.• Córregos a céu aberto (Tamboril, Cândido Martins e córrego Baronesa).• Infra-estrutura <strong>da</strong> Av. Cândido Martins e bairro Júlio Maria.• Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional e áreas <strong>de</strong> risco.• Falta <strong>de</strong> segurança e policiamento.• Deficiência no sistema <strong>de</strong> transporte coletivo em vários bairros.• Esgoto sanitário lançado nos córregos <strong>da</strong> região norte (falta <strong>de</strong> saneamento básico).• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> região (ex.: faixa <strong>de</strong> domínio DER na MG 20).• Falta <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> transporte suplementar até a área hospitalar em algumas linhas (<strong>de</strong>ficiente).• Serviços <strong>de</strong> atendimento ao ci<strong>da</strong>dão estão <strong>de</strong>fasados.


468 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• O Recanto <strong>da</strong> Boa Viagem, local indicado para tombamento.• Poluição dos córregos <strong>da</strong> região, com criação <strong>de</strong> animais no entorno (Nossa Senhora <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong><strong>de</strong> ePampulha).• Deficiência na prestação <strong>de</strong> serviços bancários e hospitalares.• Saneamento básico <strong>de</strong>ficiente.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bolsões <strong>de</strong> problemas.• Inexistência <strong>de</strong> pólos <strong>de</strong> formação profissional.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transposição <strong>da</strong> linha do metrô.• Carência <strong>de</strong> centros comerciais e serviços.• Carência <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho.• Carência <strong>de</strong> planos globais específicos (PGE).• Carência <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer e espaços culturais.• Proliferação acelera<strong>da</strong> dos assentamentos clan<strong>de</strong>stinos, gerando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> esgotos a céu aberto, com lançamento nos cursos d'água, causandodoenças.• Ausência <strong>da</strong> participação popular na discussão dos projetos urbanísticos e ambientais do Isidoro.• Carência <strong>de</strong> equipamentos públicos que possibilitem o lazer, a cultura e a preservação ambiental.• Insuficiência dos pontos <strong>de</strong> travessia <strong>da</strong> linha do metrô (Av. Cristiano Machado).• Carência <strong>de</strong> equipamentos sociais distribuídos pela região.• Desenvolvimento insuficiente do comércio aliado à baixa procura por parte <strong>da</strong> população, que prefere irao centro ou Shopping.• Falta serviço bancário.• Crescimento e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados, principalmente em áreas <strong>de</strong> risco e cursos d'água, dificultandoa urbanização.• Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos públicos insuficientes (escolas e centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>).• Ausência <strong>de</strong> PPO (Postos <strong>de</strong> Policiamentos) em locais <strong>de</strong> maiores conflitos sociais.• Problemas <strong>de</strong> fronteira Norte/Nor<strong>de</strong>ste sobrecarregam o bairro Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, na Nor<strong>de</strong>ste.• Escassez <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e espaços para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais.• A não municipalização <strong>da</strong> Rodovia MG 20 e MG 10 no trecho urbano.• O esgoto do Hospital Sofia Feldman é jogado no córrego do Onça.• Deficiência do transporte coletivo interligando a região norte com outras regionais e ao posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>do bairro Campo Alegre.• Ausência <strong>de</strong> divulgação, comprometendo a integração dos programas, ações e projetos existentes.• Gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> córregos poluídos.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> gerando áreas <strong>de</strong> risco.• Falta <strong>de</strong> segurança.• Falta assistência ao <strong>de</strong>ficiente físico.• Carência <strong>de</strong> escolas profissionalizantes e creches na regional.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e irregular <strong>de</strong> áreas.• Precário atendimento nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Degra<strong>da</strong>ção ambiental <strong>da</strong> área do Isidoro.• Falta urbanização e saneamento básico e tratamento <strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> vale.• Não funcionamento e falta <strong>de</strong> integração <strong>da</strong> regional com as estações do metrô, bem como oseccionamento <strong>da</strong> regional pela linha do metrô.• Intervenção <strong>da</strong> regional no CAC Providência (projeto "Se me <strong>de</strong>ixam falar").• Ausência <strong>de</strong> maior investimento nos centros sociais e políticas volta<strong>da</strong>s para os jovens.• Ausência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e esporte.• Policiamento ineficiente na regional.• Falta <strong>de</strong> canalização dos córregos e esgotos com <strong>de</strong>tritos <strong>de</strong> origem hospitalar que estão a céu aberto,causando doenças e inun<strong>da</strong>ções.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 469• Escolas acima <strong>da</strong> 8º série.• Falta segurança.• Faltam áreas <strong>de</strong> lazer.• Falta posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; quando tem, falta pessoal.• Invasões.• Falta <strong>de</strong> calçamento e pavimentação <strong>de</strong> algumas ruas, trazendo prejuízos aos estabelecimentos eresidências.• Saneamento básico: esgotamento sanitário na maioria <strong>da</strong> regional é a céu aberto.• Falta <strong>de</strong> estabelecimentos bancários no entorno dos bairros: Guarani, Minaslândia, 1º <strong>de</strong> maio,Providência, Aarão Reis, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu e outros.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco (principalmente no Conjunto Felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, Conjunto Novo Aarão Reis, SãoTomás e outros).• A falta <strong>de</strong> políticas e programas sociais na região contribui com o aumento <strong>da</strong> violência.• Várias linhas <strong>de</strong> ônibus não estão indo até o centro.• Loteamentos clan<strong>de</strong>stinos entre a Rodovia MG 20 e o córrego do Onça.• Preocupação com o projeto <strong>de</strong> construção <strong>da</strong> Via 540 atravessando a área do Isidoro.• Obstrução freqüente <strong>da</strong> Rodovia MG 20 (a última aconteceu em <strong>de</strong>zembro e até agora não foiresolvi<strong>da</strong>).• Poluição dos córregos.• Falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e cultura.• Carência <strong>de</strong> infra-estrutura no extremo norte <strong>da</strong> região: falta posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, escola e pavimentação.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> no sistema <strong>de</strong> transporte: falta ligação com a região hospitalar e falta ligação entre osbairros <strong>da</strong> região.• Alguns bairros são atendidos somente por um corredor através do transporte coletivo.• A concentração dos serviços bancários no bairro Planalto dificulta acesso <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Segurança precária.• Falta <strong>de</strong> espaços públicos para lazer/esporte e cultura.• Saú<strong>de</strong>.• Contraste socioeconômico.• Transporte e trânsito precários.• Conclusão <strong>de</strong> obras/pequenas intervenções relaciona<strong>da</strong>s a infra-estrutura (ex.: bairros AarãoReis/Laranjeiras/Providência).• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais (Frigorífico Uberaba), causando incômodo na vizinhança.• Esgotos a céu aberto em vários pontos (ex.: rua Bacuraus - bairro Campo Alegre).• Falta segurança/iluminação pública/po<strong>da</strong> <strong>de</strong> árvores/capina em vários locais (ex.: Parque próximo àEscola Estadual Maria Luiza - Rua A<strong>de</strong>lina Sales Pereira - bairro Planalto).• Falta moradia popular para Asilo <strong>de</strong> pessoas do Conjunto Zilah Spósito (Sem-Casa bairro Jaqueline).• Por falta <strong>de</strong> fiscalização e punição, os córregos são esgotos que correm a céu aberto.• Invasão <strong>da</strong> rodovia MG 20 e <strong>da</strong>s margens dos córregos: o po<strong>de</strong>r público não tem <strong>da</strong>do a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>importância para solucionar o problema.• Sistema viário: ruas sem pavimentação ou sem saí<strong>da</strong>, o que dificulta a locomoção e o acesso.• Postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: atendimento precário (pessoas) e falta <strong>de</strong> remédios.• Negligência dos órgãos competentes quando se solicita alguma fiscalização.• Inexistência <strong>de</strong> equipamentos/dispositivos que facilitem o acesso <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>.• Sistema <strong>de</strong> drenagem pluvial ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.


470 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais5 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORDESTE5.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>5.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Ampliação do metrô até Ven<strong>da</strong> Nova.• Criação do orçamento participativo, embora <strong>de</strong>ficitário.• Implantação do sistema BHBUS e criação dos corredores <strong>de</strong> transporte.• A existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.• Criação do Plano Diretor.• Construção <strong>de</strong> moradias em parceria <strong>da</strong> PBH com movimentos sociais, como os programas OPH ePAR.• Existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Regularização Fundiária.• Verticalização organiza<strong>da</strong> permitindo melhor ocupação do solo.• Projetos <strong>de</strong> recuperação ambiental <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e mananciais.• Construção <strong>de</strong> conjuntos habitacionais, resolvendo alguns problemas <strong>de</strong> saneamento e ocupaçõesprecárias.• Construção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> centros culturais na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (inclusão).PONTOS NEGATIVOS• inexistência <strong>de</strong> espaços para cultura e lazer.• Verticalização em bairros tradicionais e a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com loteamento irregulares.• Falta <strong>de</strong> integração entre os órgãos para controle do crescimento urbano (PBH, DNER, CEMIG etc.).• Ineficiência <strong>da</strong> fiscalização nas edificações irregulares e lotes vagos.• Ausência <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>stro único por parte <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> para o controle <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> invasões.• Baixo percentual do orçamento participativo <strong>de</strong>stinado à habitação popular.• Expulsão <strong>da</strong> população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> para periferias ou municípios vizinhos.• Especulação imobiliária não indo <strong>de</strong> encontro aos interesses <strong>da</strong> população.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> estrutura urbana, levando à ocupação <strong>de</strong>espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> saneamento e problemas ambientais.• Exclusão <strong>da</strong> população mais pobre <strong>da</strong>s áreas com maior recurso, formando favelas e aglomerados.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e regulamentação <strong>de</strong> loteamentos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.5.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• O ci<strong>da</strong>dão prefere utilizar o comércio e serviços <strong>da</strong> região.• A existência dos centros comerciais nos bairros estimula a concorrência e gera empregos.• A <strong>de</strong>scentralização organiza<strong>da</strong> e próxima aos gran<strong>de</strong>s corredores facilita o acesso <strong>da</strong>s pessoas aoserviço.• A criação do Pronto Socorro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Criação <strong>de</strong> posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - ex.: Alci<strong>de</strong>s Lins.• Plano Diretor e o incentivo à criação <strong>de</strong> centros urbanos regionais.• A existência <strong>de</strong> várias ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> induz à competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> preços.• Controle ambiental <strong>da</strong>s novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que estão surgindo na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• SHOPPING concentra todos os produtos, oferece segurança e lazer.• Camelô gera trabalho, mercadoria diversifica<strong>da</strong> e a baixo preço. Po<strong>de</strong> ser distribuído em outros bairros<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Pivetes: os centros <strong>de</strong> reabilitação estão aju<strong>da</strong>ndo a recuperar os jovens e crianças droga<strong>da</strong>s - ex.:Projeto Vere<strong>da</strong>s.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 471• Descentralização do comércio.PONTOS NEGATIVOS• A concentração <strong>de</strong> alguns serviços na área central dificulta o acesso <strong>da</strong>s pessoas - ex. justiça, cartórios,INSS, hospitais.• A ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s do hipercentro atrapalha o trânsito <strong>da</strong>s pessoas, facilita aviolência e <strong>de</strong>sestimula a concorrência - ex.: Praça <strong>da</strong> Rodoviária, Rua Carijós com Paraná.• A insegurança na área central <strong>de</strong>sestimula a utilização.• A ausência <strong>de</strong> uma política social que aten<strong>da</strong> à economia informal e inexistência <strong>de</strong> área a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>para instalação dos camelôs.• Centralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> cultura e lazer.• Concentração excessiva <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Política <strong>de</strong> investimentos públicos concentra<strong>da</strong> nos centros, em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais regiões.• Sistema <strong>de</strong> transporte não favorece o acesso a serviços e comércios entre várias regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> incentivo às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s turísticas nos centros urbanos regionais.• Concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ambulantes, dificultando a locomoção <strong>da</strong>s pessoas no centro.• Shopping: discriminação <strong>de</strong> classes e exploração do consumidor.• Camelôs tomam os espaços dos passeios, concentram num mesmo local sujeira e barulho, atrapalhama locomoção <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e prejudicam os lojistas.• Pivetes: a concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas atrai pivetes e aumenta a insegurança.• Colocação irregular <strong>de</strong> mesas e ca<strong>de</strong>iras nos passeios (bares e restaurantes).• Carência <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> pólos <strong>de</strong> pequenas indústrias.5.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Metrô: seguro, rápido, confortável, tarifa a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.• Melhoria na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> com a implantação do transporte suplementar.• Criação do BHBUS.• Criação do Sistema Interbairros.• A implantação do busway <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado.• Abrigo nos pontos <strong>de</strong> ônibus.• Pista exclusiva <strong>de</strong> ônibus na Aveni<strong>da</strong> Cristiano Machado.• Metrô seguro, rápido e barato, principalmente quando integrado à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte coletivo.• Ônibus <strong>de</strong> piso baixo para idosos e <strong>de</strong>ficientes.• Implantação do BHBUS.• Ônibus bairro-a-bairro.• Curso preparatório para motoristas (ônibus, táxi, suplementar) e trocadores.• Bilhetagem eletrônica.• Jornal do ônibus.PONTOS NEGATIVOS• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do transporte coletivo, segurança, respeito ao usuário.• Falta <strong>de</strong> integração dos órgãos para exercer operações em conjunto: DNER, COPASA, PBH etc.• Rodoviária no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, dificultando o trânsito.• Falta maior número <strong>de</strong> linhas circulares integra<strong>da</strong>s na área central.• Má distribuição dos atendimentos <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> transporte coletivo.• Pouca integração do usuário <strong>de</strong> ônibus com o metrô.• Tarifa alta para os usuários.• Número <strong>de</strong> ônibus insuficiente em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s linhas e horários.• Transporte suplementar sem acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nem gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> a idosos e <strong>de</strong>ficientes.• Inexistência <strong>de</strong> gestão participativa <strong>de</strong> transporte.


472 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Abandono do anel rodoviário e rodovias estaduais que cortam o Município.• Má informação ao usuário sobre os serviços <strong>de</strong> transportes.• Quadro <strong>de</strong> horários dos ônibus não é satisfatório.• Desrespeito ao usuário por parte <strong>de</strong> alguns operadores.• Transporte escolar gratuito insuficiente.5.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Criação <strong>de</strong> espaços públicos e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> usos (ex.: OP).• Manutenção do patrimônio cultural (ex.: transferência do direito <strong>de</strong> construir).• Divulgação <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais e participação popular (ex.: cinema na praça, campanha <strong>de</strong>popularização do teatro).• Melhoria na conservação <strong>da</strong>s escolas públicas <strong>da</strong> PBH.• Os espaços públicos existem e possuem leis <strong>de</strong> preservação do patrimônio.• Os patrimônios já tombados representam a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> BH.• A divulgação na mídia tem sido eficiente, divulgando campanhas e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Boa oferta <strong>de</strong> espaços públicos.• Preocupação com a preservação e conservação do patrimônio histórico-cultural.• Restaurante popular.• Projeto <strong>de</strong> Popularização do Teatro (ex.: Palácio <strong>da</strong>s Artes).PONTOS NEGATIVOS• Degra<strong>da</strong>ção e falta <strong>de</strong> manutenção e segurança em praças e parques, que muitas vezes viram abrigos<strong>de</strong> marginais.• Má distribuição dos espaços públicos <strong>de</strong> lazer e entretenimento. O próprio texto que lemos retrata isso(eles se concentram na Centro-Sul).• Falta <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, gerando a exclusão <strong>de</strong> alguns (o SESC é um exemplo que<strong>de</strong>veria ser seguido).• Ausência <strong>de</strong> velórios e banheiros públicos para atendimento <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Insuficiência <strong>de</strong> bibliotecas públicas municipais.• Os espaços públicos existentes <strong>de</strong>vem ser melhor aproveitados para cultura e lazer.• Falta <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> investimentos para manutenção, aquisição, construção, criação e reformas <strong>de</strong>espaços públicos nos bairros periféricos.• Os espaços públicos <strong>de</strong>vem ser mais preservados através <strong>de</strong> educação e conscientização <strong>da</strong>população, investimento em serviços <strong>de</strong> manutenção.• Mau dimensionamento <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> provisão <strong>de</strong> espaços para ensino <strong>de</strong> 2° grau.• Falta <strong>de</strong> levantamento dos bens patrimoniais e sua a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> divulgação junto à população para facilitare incentivar o controle.• Insuficiência <strong>de</strong> investimentos públicos nos espaços culturais e <strong>de</strong> lazer na periferia.• Insuficiência do po<strong>de</strong>r público em relação a preservação e manutenção do patrimônio cultural e históricono Município.• Carência <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> menos favoreci<strong>da</strong> nos eventos culturais.• Cobrança <strong>de</strong> tarifas em alguns espaços públicos. Ex.: Zoológicos.• Carência <strong>de</strong> popularização dos espaços públicos na periferia.5.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• A eficiência <strong>da</strong> varrição <strong>da</strong>s ruas públicas e coleta <strong>de</strong> lixo.• A parceria <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> com a iniciativa priva<strong>da</strong> na adoção <strong>de</strong> praças e canteiros.• As campanhas educativas realiza<strong>da</strong>s sobre as questões ambientais.• Criação do Projeto Manuelzão e DRENURBS.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 473• A implantação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s e a licitação em fase <strong>de</strong> aprovação <strong>da</strong> ETE Onça.• Criação do projeto Manuelzão.• Implantação do DRENURBS.• Licitação ETE (Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto) do Onça.• Projeto <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha.• Implantação ETE Arru<strong>da</strong>s/Onça.• Diretrizes <strong>de</strong> DRENURBS/Manuelzão.• Parques Florestais. Ex.: Horto, Mangabeiras etc.• Destinação <strong>da</strong> área ver<strong>de</strong> do Conj. Capitão Eduardo para parque.• Criação <strong>da</strong> ASMARE.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> fiscalização e acompanhamento <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> com relação ao serviço <strong>de</strong> água e esgoto.• Poluição sonora gera<strong>da</strong> por lojas <strong>de</strong> discos, empresas, camelôs, igrejas e bares.• Falta <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> tratamento e <strong>de</strong> manutenção <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> esgoto.• Saneamento básico ineficiente nas vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> fiscalização na poluição do ar por veículos pesados (ônibus, caminhões etc.).• Arborização concentra<strong>da</strong> nas áreas centrais.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação e <strong>de</strong> risco.• Não existência <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong> esgotos nos rios e córregos.• Não aproveitamento <strong>de</strong> áreas ociosas para construção <strong>de</strong> moradias que não prejudiquem o meioambiente.• Mau dimensionamento <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem.• Falta <strong>de</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e o <strong>de</strong>vido treinamento <strong>da</strong> fiscalização (agentes).• Falta <strong>de</strong> zelo dos órgãos públicos bem como <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para com a Pampulha.• Destino final do esgoto/lixo <strong>de</strong> BH.• Não conclusão <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s coletoras <strong>de</strong> esgoto que chegam a ETE Arru<strong>da</strong>s/Onça.• Carência <strong>de</strong> captação e drenagem <strong>de</strong> águas <strong>de</strong> chuvas.5.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região5.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Implantação <strong>de</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (PUC, UNI-BH E UEMG).• Construção do Minas Shopping tendo como conseqüência a expansão do comércio <strong>da</strong> região comgeração <strong>de</strong> empregos.• Implantação <strong>da</strong> Estação São Gabriel do BHBUS.• Construção <strong>da</strong> ETE Onça.• Implantação <strong>da</strong> lei <strong>da</strong>s ZPAM, tendo como exemplo a não construção do aterro sanitário do CapitãoEduardo, luta do movimento comunitário.• Presença <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> proteção e preservação ambiental (Cap. Eduardo).• Boa distribuição <strong>da</strong> re<strong>de</strong> escolar na região.• Existência do Minas Shopping servindo como ponto <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> comércio / serviços e comoponto <strong>de</strong> referência <strong>da</strong> região.• Boa distribuição <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> tráfego, permitindo acesso direto às <strong>de</strong>mais regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Implantação do Minas Shopping, PUC, Hotel Ouro Minas geraram emprego, lazer, cultura para a região.• Implantação <strong>de</strong> obras (OP), promoveram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alguns bairros <strong>da</strong> região. Ex.: FernãoDias.• Verticalização mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> em alguns bairros promovendo a reabilitação <strong>de</strong> áreas públicas antes<strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.• A verticalização valorizou muitas áreas <strong>da</strong> Regional. Ex.: Fernão Dias / Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova.


474 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Existência <strong>de</strong> vários conjuntos populares conquistados através do Orçamento Participativo.• Existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Existência <strong>de</strong> sete parques ecológicos na região.• Regularização <strong>de</strong> alguns conjuntos habitacionais (ex.: Conjunto Paulo VI e Capitão Eduardo).PONTOS NEGATIVOS• Extensas áreas invadi<strong>da</strong>s e ocupações irregulares.• Verticalização <strong>de</strong> bairros tradicionais em favorecimento <strong>da</strong> especulação imobiliária (ex.: Cachoeirinha,Renascença, Palmares e União).• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco às margens do Ribeirão do Onça.• Concentração <strong>de</strong> centros comerciais somente nos corredores <strong>de</strong> transporte e trânsito.• Comprometimento do sistema viário <strong>de</strong>vido ao alto a<strong>de</strong>nsamento nos corredores arteriais.• Infra-estrutura <strong>de</strong> atendimento à saú<strong>de</strong> é <strong>de</strong>ficiente: postos mal distribuídos, mau atendimento, ausência<strong>de</strong> uma UPA (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pronto Atendimento).• Terrenos e imóveis não ocupados, provocando acúmulo <strong>de</strong> lixo, entulhos e causando doenças(<strong>de</strong>ngue).• Concentração excessiva e ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços em vias coletoras/arteriais, comincômodos `a população (ruídos, congestionamentos). Ex. Rua Princesa Leopoldina.• Má distribuição do crescimento e <strong>da</strong> infra-estrutura urbana (arruamento, saneamento etc.) com carência<strong>de</strong> comércio e serviços em parte <strong>da</strong> Regional (creches, bancos, correios, INSS etc.).• Centralização <strong>de</strong> comércio e serviços em ponto único <strong>da</strong> Regional (Ex.: Região do Minas Shopping, Av.Cristiano Machado, Jacuí...).• Ocupação irregular próximo à área ver<strong>de</strong> do Bairro Capitão Eduardo, vias <strong>de</strong> ligação regional, viadutose próximo a torres <strong>de</strong> energia elétrica. Ex.: Conjunto Paulo VI, Capitão Eduardo.• Falta <strong>de</strong> divulgação dos programas <strong>de</strong> habitação realizados pela URBEL/ PBH.• Falta <strong>de</strong> fiscalização por parte <strong>da</strong> PBH em relação às construções <strong>da</strong> região.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong> região (ex.: Vista do Sol, Paulo VI, Capitão Eduardo, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu).• Implantação <strong>de</strong> loteamentos irregulares trazendo <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ao meio ambiente (ex.: área ao lado doConjunto Paulo VI).• Especulação imobiliária e interesses políticos.5.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• A existência <strong>de</strong> leis possibilita a geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (fábricas <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> quintal,empresas familiares).• A existência <strong>da</strong> Feira dos Produtores e do Mercado do bairro São Paulo.• A boa distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera emprego, incentiva a concorrência e o acesso <strong>da</strong> população (ex.:Centro Comercial do bairro São Paulo).• Os moradores do bairro Paulo VI são favorecidos pela diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Rua AntônioMariano <strong>de</strong> Abreu.• Po<strong>de</strong>r Público incentivou o <strong>de</strong>senvolvimento do Minas Shopping e bairro São Paulo (mercado<strong>Municipal</strong>).• Pouca presença <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s poluidoras (industrial).• Sistema viário facilita acesso às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s localiza<strong>da</strong>s na parte sul <strong>da</strong> Regional.• Concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e empregos na parte sul <strong>da</strong> Regional.• Plano Diretor busca incentivar <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Existem diversos pequenos centros comerciais espalhados para to<strong>da</strong> a região, bem como prestadores<strong>de</strong> serviços.• Existem nichos <strong>de</strong> mercado a serem explorados.• A exposição <strong>de</strong> pássaros é uma referência em BH no bairro Fernão Dias.• A vin<strong>da</strong> do Minas Shopping valorizou a região e trouxe lazer e entretenimento.• Os bairros são tranqüilos, com características do interior, com boa infra-estrutura, vias <strong>de</strong> acesso,


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 475coletivos e proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos centros <strong>de</strong> comércio e serviços.• Existência do Minas Shopping como centro <strong>de</strong> referência, comércio e serviços <strong>da</strong> região nor<strong>de</strong>ste.• A existência do metrô e linhas <strong>de</strong> ônibus na região permite acesso <strong>da</strong> população aos Shoppings DelRey e Minas Shopping.• Existência <strong>de</strong> CAC - Centro <strong>de</strong> Apoio Comunitário do Bairro São Paulo e União.• Existência <strong>da</strong> Feira dos Produtores na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova e Feira do Bairro São Paulo.• A Região Nor<strong>de</strong>ste é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong> 1º. Grau.PONTOS NEGATIVOS• A má distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas áreas acima <strong>da</strong> BR 262 excluem a população e estimulam o<strong>de</strong>slocamento para o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A legislação municipal não permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, prejudicando osmoradores (ex.: supermercados em áreas resi<strong>de</strong>nciais).• Os moradores do bairro Dom Silvério e Fernão Dias são prejudicados pela falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ouserviços.• A gran<strong>de</strong> concentração e a má distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s causam transtornos aos moradores (ex.: baresem excesso, poluição sonora, tumulto e violência).• As feiras não licencia<strong>da</strong>s causam discórdia entre moradores e feirantes (ex.: feira Rua Macaé, Bairros<strong>da</strong> Garça e Dom Joaquim).• Apesar <strong>da</strong> Lei Ambiental aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a estrutura <strong>de</strong> fiscalização é precária.• Parte Norte <strong>da</strong> Regional não tem acesso.• Fácil acesso ao centro <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na parte sul <strong>da</strong> Regional.• Centro <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> parte norte <strong>da</strong> Regional é <strong>de</strong>ficiente.• A parte norte <strong>da</strong> Regional não possui estrutura para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas.• A falta <strong>de</strong> empregos na parte norte provoca o <strong>de</strong>slocamento dos trabalhadores para outras áreas.• Nem sempre os centros <strong>de</strong> comércio e serviços estão próximos <strong>de</strong> todos os moradores dos bairros,exigindo gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos a pé.• Falta infra-estrutura para atrair investimentos privados em outras áreas dos bairros, promovendo adiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e preços mais competitivos.• Os empresários não oferecem oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho para os moradores dos bairros <strong>da</strong> Nor<strong>de</strong>ste.• Falta divulgação dos espaços públicos <strong>de</strong>stinados à comercialização <strong>de</strong> artesanatos.• Faltam espaços públicos para comercialização <strong>de</strong> artesanatos e os existentes estão mal localizados.• Não existem to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que tem na região Centro-Sul ex.: Bancos, Fórum, Cartórios, INSS,Casas Lotéricas, Posto PSIU e Lazer.• A falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços e comércio gera <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong>snecessários eonerosos (ex.: gastos com mais <strong>de</strong> uma passagem <strong>de</strong> ônibus).• A região Nor<strong>de</strong>ste tem pouca oferta <strong>de</strong> emprego para a população <strong>da</strong> própria regional.• A falta <strong>de</strong> infra-estrutura do tipo esgoto e drenagem dificulta a instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais, <strong>de</strong>serviços e lazer (ex.: Vila Humaitá).• A parte norte <strong>da</strong> regional Nor<strong>de</strong>ste não é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> comércio e serviços como a parte sul <strong>da</strong>regional.5.2.3 - Sistema Viário e AcessosPONTOS POSITIVOS• Jornal do ônibus é muito informativo.• Bom atendimento pelos motoristas e trocadores (educação).• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> conforto e segurança dos ônibus.• Implantação do cartão eletrônico.• Reserva <strong>de</strong> lugares para idosos e <strong>de</strong>ficientes.• Melhoria no tratamento dos passageiros pelo pessoal <strong>de</strong> operação.• Pontos <strong>de</strong> ônibus com abrigo e iluminação, <strong>da</strong>ndo segurança aos usuários.• Implantação <strong>de</strong> linhas suplementares.


476 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Pista central para ônibus na aveni<strong>da</strong> Cristiano Machado.• Estação do metrô São Gabriel e tarifa mais barata <strong>de</strong> integração.• Existência <strong>de</strong> assentos reservados para gestantes, idosos e <strong>de</strong>ficientes.• Ligação entre as Regionais é satisfatório (transporte coletivo).• Estação São Gabriel.• Implantação <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado.• Via exclusiva para ônibus na Av. Cristiano Machado.• On<strong>da</strong> Ver<strong>de</strong> na Av. Cristiano Machado.• Criação <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> táxi próximo às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Serviços <strong>de</strong> transporte para região hospitalar.• Sistema <strong>de</strong> transporte bairro a bairro e suplementar.• Trem metropolitano melhor com integração (ex.: Estação São Gabriel).• Existência <strong>de</strong> vários corredores <strong>de</strong> acesso ao hipercentro.PONTOS NEGATIVOS• Acesso ao metrô ain<strong>da</strong> está ruim.• Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> itinerário (1203) sentido bairro a bairro prejudicou bairro Cachoeirinha, sem ponto final(PC).• Falta <strong>de</strong> melhor segurança para motoristas e trocadores.• Preço <strong>da</strong> passagem para percurso curto está alto.• Intervalo dos horários entre 11:00h e 15:00h está muito longo.• BHTRANS faz alteração em geral sem consultar e informar ao usuário.• Redução do número <strong>de</strong> ônibus nos feriados, sábados e domingos.• Inexistência e segurança na travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres em alguns trechos. Ex. BR 262, Cristiano Machadocom Av. Silviano Brandão.• Tempo curto para travessia <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.• Retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ligação à área hospitalar.• Inexistência <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transporte suplementar em algumas regiões.• Insuficiência <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> acesso aos bairros ( Ex.: São Paulo, Jardim Vitória, Nazaré, Ribeiro <strong>de</strong> Abreu -complexo viário).• Carência <strong>de</strong> passarelas nas vias principais.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte coletivo até a área hospitalar (Ex.: Sofia Feldman).• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong> "Educação no trânsito" como matéria obrigatória.• Ampliação <strong>da</strong> largura <strong>da</strong>s vias on<strong>de</strong> há passagem <strong>de</strong> transporte coletivo. (Ex. Bairros São Paulo eRibeiro <strong>de</strong> Abreu).• Carência <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus integra<strong>da</strong>s ao metrô.• Tarifa eleva<strong>da</strong> para transporte coletivo <strong>de</strong> ônibus.• Insuficiência <strong>de</strong> ônibus fora dos horários <strong>de</strong> pico.• Melhor distribuição dos horários dos ônibus nos corredores locais.• Falta <strong>de</strong> respeito dos operadores dos ônibus com o usuário (principalmente idosos e crianças).5.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoPONTOS POSITIVOS• A iniciativa <strong>de</strong> trazer a PUC para a regional, bem como o projeto que vai tornar a fábrica <strong>da</strong> Renascençaex.: Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>. (sic)• A quermesse <strong>da</strong> Igreja São Ju<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> Feira dos Produtores são boas referências <strong>da</strong> Regional a nívelmunicipal.• Minas Shopping trouxe valorização imobiliária para as imediações (se bem que isso gerou evasão dosantigos moradores).• Minas Shopping e o Minas Casa valorizam a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial, aten<strong>de</strong>ndo as imediações.• Boa distribuição dos CAC (União, São Paulo e São Gabriel), embora mal divulgados.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 477• Existência <strong>de</strong> espaços públicos disponíveis para utilização: parques, praças, campo <strong>de</strong> futebol, pista <strong>de</strong>cooper.• Existência <strong>da</strong> Feira dos Produtores, Mercado Distrital do Bairro São Paulo, Igreja <strong>de</strong> São Ju<strong>da</strong>s Ta<strong>de</strong>u.• Existência do Minas Shopping que possibilita ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas, culturais, lazer etc.• Existência <strong>de</strong> festas populares. Ex.: Feiras, carnaval.• Acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> aos espaços públicos.• Existência <strong>da</strong> área ver<strong>de</strong> no Capitão Eduardo e do Parque Guilherme Lage.• Feiras Livres. Ex.: <strong>da</strong> Igreja São Ju<strong>da</strong>s Ta<strong>de</strong>u e do Bairro São Paulo.• Existência <strong>de</strong> algumas áreas <strong>de</strong> lazer. Ex.: Praça do Lago, Campo <strong>de</strong> futebol Santa Cruz, Concórdia,Saga , Ica, do Nazaré, Matadouro.• A estrutura <strong>da</strong> Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira com pista <strong>de</strong> cooper, arborização, sinalização é umexemplo a ser seguido para as <strong>de</strong>mais aveni<strong>da</strong>s <strong>da</strong> região.• A região possui muitas áreas ociosas/potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser criados e construídos pólos,centros culturais, esportivos, lazer, pronto atendimento etc.• A população <strong>da</strong> região congrega diferentes grupos culturais oriundos <strong>de</strong> diversas colônias a serem<strong>de</strong>scobertas e valoriza<strong>da</strong>s.• Templos religiosos que atraem pessoas <strong>de</strong> outras regionais <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> etc.PONTOS NEGATIVOS• Má sinalização e pouca divulgação dos espaços públicos. Ex.: CAM, CAC, Parque Guilherme Lage,Parque <strong>da</strong> Matinha, Parque Nova Floresta.• Espaços com potencial <strong>de</strong> lazer são subvalorizados, gerando invasões (sobretudo acima do anelrodoviário). Ex.: Conjunto Capitão Eduardo só tem uma escola e uma praça.• Minas Shopping, Minas Casa e o Ouro Minas não oferecem em contraparti<strong>da</strong> ações públicas <strong>de</strong> lazerpara os moradores.• A linha do metrô dividiu os bairros União, São Paulo e São Gabriel, isolando acesso entre eles.• A Av. Bernardo Vasconcelos não oferece infra-estrutura <strong>de</strong> lazer para os moradores <strong>da</strong> regional, senãoàqueles imediatos à ela.• Ausência <strong>de</strong> respaldo político para conscientização e conservação dos espaços públicos.• Precárias condições <strong>de</strong> conservação e manutenção dos parques e praças, bem como falta <strong>de</strong>segurança dos mesmos.• Má distribuição dos espaços públicos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Regional Nor<strong>de</strong>ste. Há bairros que não possuemespaços <strong>de</strong>stinados às áreas <strong>de</strong> lazer: Ex.: Bairro Jardim Vitória, Bairro Capitão Eduardo, ConjuntoPaulo VI, Bairro Beija-Flor.• Presença <strong>de</strong> cães e ciclistas que interferem na prática <strong>de</strong> cooper na Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira.• Falta <strong>de</strong> sinalização (placas indicativas) para os espaços públicos.• Inexistência <strong>de</strong> praças. Ex.: Nazaré, Acaiaca, Belmonte e Ipê.• Cobrança <strong>de</strong> taxas em alguns espaços públicos. Ex.: Quadra do Capitão Eduardo.• Deficiência no gerenciamento <strong>de</strong> algumas praças e <strong>de</strong> alguns parques na região.• Carência <strong>de</strong> espaços públicos para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais. Ex.: teatros.• Carência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e centros culturais.• Os parques existentes não são utilizados pela população <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> segurança e infra-estrutura.• Região acima do Anel Rodoviário é totalmente <strong>de</strong>satendi<strong>da</strong> à cultura, lazer, espaços sociais etc.• Falta <strong>de</strong> sinalização nos espaços públicos <strong>da</strong> regional.• Não há registro dos fatos históricos que mostrem a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> do bairro.5.2.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• A existência <strong>de</strong> parques na região, ex.: Parque Belmonte, Professor Guilherme Azeredo Lage.• Projeto <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto ETE - do Ribeirão <strong>da</strong> Onça.• A existência do projeto Manuelzão.• A revitalização <strong>de</strong> parques e jardins (ex.: Praça do Médico).


478 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• A iluminação do Anel Rodoviário e Aveni<strong>da</strong> Cristiano Machado.• Melhoria <strong>da</strong> circulação <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado/Jacuí.• Melhoria <strong>da</strong> drenagem <strong>da</strong> Av. Bernardo Vasconcelos.• Implantação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s como o Parque Escola do Belmonte.• Ausência <strong>de</strong> indústrias poluentes.• Existência <strong>da</strong> URPV - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> pequenos volumes, no bairro São Gabriel.• Mobilização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> periferia <strong>da</strong> SCOMGER-NE na busca <strong>de</strong> melhorias na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>.• Implantação <strong>de</strong> pistas <strong>de</strong> caminha<strong>da</strong> na Av. José Cândido <strong>da</strong> Silveira.• Arborização <strong>da</strong> Av. Cristiano Machado.• Destinação <strong>da</strong> área do Capitão Eduardo para criação <strong>de</strong> um parque.• Implantação <strong>da</strong> coleta seletiva com a instalação dos LEV em vários locais e recolhimento sistemático.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> parques e praças (apesar <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> incentivo para um maior aproveitamento dosmesmos).• Criação do programa estrutural <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco.• Coleta sistemática do lixo doméstico.• Manutenção preventiva diminuiu número <strong>de</strong> ocorrência na época <strong>da</strong> chuva.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> fiscalização nas áreas ver<strong>de</strong>s remanescentes dos loteamentos que acabam sendo invadidos.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico gerando risco na saú<strong>de</strong> pública por causa do esgoto a céu aberto. Ex.:Ribeiro <strong>de</strong> Abreu, Vista do Sol.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco, por exemplo: Alto Campo Pitangui, Barranco do Campo Galo <strong>de</strong> Ouro.• Projeto <strong>de</strong> implantação do aterro sanitário no bairro Capitão Eduardo.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong>s vias ocupa<strong>da</strong>s por lixo e entulho.• Loteamento em área ver<strong>de</strong> promovi<strong>da</strong> pela COHABITA.• Carência <strong>de</strong> saneamento básico em áreas periféricas.• Ocorrência <strong>de</strong> bota-fora pelos órgãos <strong>da</strong> prefeitura e outros com ausência <strong>de</strong> fiscalização.• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s nascentes.• Deficiência <strong>da</strong> fiscalização para assegurar o cumprimento <strong>da</strong> legislação.• A ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> em áreas <strong>de</strong> preservação e sua vizinhança. Ex.: Paulo VI.• Poluição atmosférica causa<strong>da</strong> pelo mau cheiro oriundo dos córregos <strong>da</strong> região. Ex.: Onça, Velha.• Estado ambiental e sanitário a que são submeti<strong>da</strong>s as populações ribeirinhas do córrego do Onça.• Diferença <strong>de</strong> infra-estrutura e condições ambientais <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> região. Ex.: Vista do Sol, Beija-Flor eBeira-Linha em comparação com os bairros Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova, União etc.• Carência <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong>s nascentes <strong>da</strong> região.• Falta <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> fundos <strong>de</strong> vales e canalização <strong>de</strong> córregos (principalmente do Onça eGorduras).• Manutenção insuficiente para os parques, praças e canteiros centrais.• Ain<strong>da</strong> falta varrição em alguns bairros.• Falta investimento nas áreas <strong>de</strong> risco às margens dos córregos (regiões inundáveis).• Pouca divulgação dos LEV e pouco incentivo e explicação sobre a utilização dos mesmos.6 - PRÉ-CONFERÊNCIA NOROESTE6.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>6.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Verticalização permite um número maior <strong>de</strong> pessoas numa área.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 479• As pessoas concentra<strong>da</strong>s ficaram mais próximas aos serviços que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem.• A <strong>de</strong>sconcentração do centro criou outros centros nos bairros com melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Investimentos em vilas e favelas.• Atração <strong>de</strong> novas empresas e investimentos para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Planos globais <strong>de</strong> vilas e favelas.• Descentralização e administração pública facilitando a vi<strong>da</strong> social.• Lei <strong>de</strong> ZEIS.• Atuação <strong>da</strong> PBH promovendo as Conferências e o Orçamento Participativo.• Estudos <strong>da</strong> PBH e planos globais.• Mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> políticos e <strong>da</strong> população.• Criação do CRP.• A existência <strong>da</strong> lei <strong>da</strong>s ZEIS .• Verticalização que tira pessoas <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco, possibilitando maior organização parareivindicações.• Plano Diretor, gerando priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção e obras.• Crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, gerando empregos na área <strong>da</strong> construção civil.• Maior fiscalização: segurança em obras <strong>de</strong> construção vertical.PONTOS NEGATIVOS• A privatização <strong>de</strong> benefícios não atinge a população carente e dificulta o acesso a moradia.• A falta <strong>de</strong> legislação para vilas, <strong>de</strong> fiscalização e participação <strong>da</strong>s associações favorecem o<strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong>s leis, a irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s casas, o <strong>de</strong>srespeito e baixa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• A concentração em núcleos, <strong>de</strong>vido a verticalização <strong>de</strong>sorganiza<strong>da</strong>, evita os investimentos em áreasmais afasta<strong>da</strong>s do centro, com aumento <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> pessoas. (sic)• Verticalização <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> compromete a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Migração para o centro urbano compromete a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na capital.• Falta <strong>de</strong> planejamento para controle do crescimento.• Falta <strong>de</strong> segurança em função do crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado.• Verticalização <strong>de</strong> um modo geral, especialmente em vilas e favelas.• Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mobilização para participar do OP e conquistar PGE.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> edificações, ocasionando ocupação irregular, inclusive edificações <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> porte.• A PBH <strong>de</strong>ixa nascer e crescer vilas e favelas - omissão.• Demora na implantação <strong>de</strong> obras do OP pela PBH (urbanizações <strong>de</strong> vilas/favelas).• Regionalização ain<strong>da</strong> não atingiu seus objetivos práticos.• Deficiência na implantação e controle dos planos <strong>de</strong> ocupação do solo.• Deficiência na divulgação e conscientização <strong>da</strong> população.• Verticalização sem infra estrutura.• Orçamentos para saú<strong>de</strong>, educação e CAC <strong>de</strong>veriam ser diversos do orçamento <strong>da</strong> infra-estrutura (ex.:ruas e pequenos benefícios para vilas e favelas).• Participação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> do legislativo e in<strong>de</strong>finição do papel do conselheiro do CRP.• Falta <strong>de</strong> planejamento integrado com os municípios vizinhos.• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco que foram <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s.• Especulação imobiliária, gerando alto índice <strong>de</strong> loteamentos vagos e crescimento sem controle.• Insuficiência <strong>de</strong> fiscalização, gerando o aparecimento <strong>de</strong> construções irregulares, não prioritárias e<strong>de</strong>scontínuas.• Pouco investimento nos projetos <strong>de</strong> moradia popular.• Falta <strong>de</strong> controle do crescimento <strong>de</strong> vilas e favelas, especialmente em áreas <strong>de</strong> risco.6.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS


480 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas <strong>de</strong> comércio em diversas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas em <strong>de</strong>terminados corredores (ex.: peças <strong>de</strong> carros na Av. Dom Pedro II e móveisna Av. Silviano Brandão).• Descentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais dos gran<strong>de</strong>s centros para os bairros.• Incentivo dos programas <strong>de</strong> feiras livres, comboio do trabalhador.• Existência <strong>da</strong> Lei do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.• A implantação <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais/industriais nos bairros gera empregos e valorizaçãodos imóveis.• A diversificação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais em <strong>de</strong>terminados centros estimula a concorrência.• Shoppings e estação BHBUS contribuem para <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hospitalares.• Crescimento <strong>de</strong> áreas comerciais em função <strong>da</strong> integração do sistema viário.• Descentralização dos serviços públicos <strong>de</strong> forma que aten<strong>da</strong> o usuário.• Existência <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> excelência em educação.• A <strong>de</strong>scentralização do comércio melhora a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• A <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> prefeitura em regionais melhora o acesso para a população.• A participação popular aju<strong>da</strong> no crescimento do bairro.• Início <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio/serviços (<strong>da</strong> área central para outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s).• Concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões, gerando maior concorrência emelhor atendimento ao consumidor.• Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população <strong>de</strong> expressar suas carências, necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e sugestões em eventospúblicos.PONTOS NEGATIVOS• Há locais com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e outros com carência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais.• Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e respeito dos órgãos municipais para com a população <strong>de</strong> BH, no cumprimento <strong>da</strong>sleis <strong>de</strong> fiscalização que resultem em quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• A poluição visual, sonora e atmosférica.• Implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas sem pesquisa <strong>da</strong> opinião pública.• Reavaliação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas para efeito <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong>vido ao comprometimento <strong>da</strong>malha viária.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hospitalares centraliza<strong>da</strong>s num único ponto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Santa Efigênia).• É péssima a fiscalização <strong>de</strong> uso e ocupação do solo (comércios, moradias).• Falta <strong>de</strong> segurança e infra-estrutura nas regiões inibe a implantação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Centralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> cartório.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e policiamento nos ferros velhos.• Os gran<strong>de</strong>s estabelecimentos se sobrepõem aos pequenos comerciantes.• Prioriza-se o automóvel e, consequentemente, se dificultam as ações comerciais, sociais, culturais e <strong>de</strong>lazer na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (centro).• A <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem uma política <strong>de</strong> planejamento, também <strong>de</strong>scentraliza todos osproblemas, inclusive os sociais.• Falta uma política pública <strong>de</strong> inclusão e aproximação com as universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> critério na feira <strong>da</strong> Afonso Pena para a participação do ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro artesão.• A maioria dos bairros ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do comércio do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A falta <strong>de</strong> segurança nos centros comerciais prejudica a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços, principalmente na região central, gerandosaturação e aumento <strong>da</strong> violência.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado do comércio informal no hipercentro, gerando gran<strong>de</strong>s incômodos àpopulação.• Infra-estrutura insuficiente (condições <strong>de</strong> trânsito, policiamento etc.), próximo <strong>de</strong> regiões com gran<strong>de</strong>concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços.• Falta <strong>de</strong> fiscalização para assentamento <strong>de</strong> camelôs.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 4816.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Metrô garante gran<strong>de</strong> conforto e segurança.• BHBUS criou novas alternativas <strong>de</strong> linhas e novas a<strong>de</strong>quações nos ônibus.• Criação <strong>de</strong> abrigos nos pontos <strong>de</strong> ônibus.• Implantação do sistema <strong>de</strong> ônibus bairro a bairro.• Fim do transporte dos perueiros.• Implantação do metrô.• Implantação <strong>de</strong> vias locais.• Interligação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus (evitando o centro).• Criação <strong>da</strong>s estações do BHBUS (<strong>de</strong>scentralizando).• Ação enérgica e corajosa <strong>da</strong> PBH/BHTRANS em relação aos perueiros.• Sinalização <strong>da</strong>s vias.• Metrô/BHBUS.• Preocupação com o sistema viário <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (PBH).• O metrô é rápido. O preço do metrô é baixo.• Criação/implantação do BHBUS.• Implantação dos microônibus nas vilas e favelas.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> preparo e respeito do motorista com os usuários, principalmente com os idosos.• Existe maior priorização para os veículos em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> largura dos passeios para os pe<strong>de</strong>stres.• O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> veículos nas vias acaba gerando gran<strong>de</strong>s congestionamentos, causando a <strong>de</strong>moraentre as viagens e <strong>de</strong>slocamentos.• Falta <strong>de</strong> divulgação, implantação e fiscalização no cumprimento <strong>da</strong> legislação, a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> espaços emeios <strong>de</strong> transportes para portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física, incluindo os idosos.• Falta <strong>de</strong> fiscalização e oferta <strong>de</strong> serviços para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> do transporte coletivo.• Anel rodoviário funciona como via urbana.• Falta <strong>de</strong> alternativas para pe<strong>de</strong>stres e ciclistas.• Localização in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> rodoviária.• Falta <strong>de</strong> integração entre os níveis municipal e estadual no que diz respeito ao transporte coletivo,especialmente quanto à circulação dos ônibus intermunicipais em BH.• Deficiência no planejamento do transporte suplementar.• Falta <strong>de</strong> opção <strong>de</strong> fluxo nos principais corredores (ex.: Praça São Vicente, Pedro II).• Centralização <strong>de</strong> serviços na área central (rodoviária, cartórios).• Insuficiência <strong>de</strong> transporte coletivo.• O pe<strong>de</strong>stre não é priorizado no trânsito.• A BHTRANS age <strong>de</strong> forma autoritária (não ouve a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Falta <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> ao pe<strong>de</strong>stre (passeio).• Malha viária restrita, com fluxo direcionado para o centro (quase sempre ).• Falta <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema viário para suportar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> do trânsito.• Pouca oferta <strong>de</strong> ônibus. Horário não cumpre a tabela.• Centralização dos serviços no centro. Tiraram os perueiros e colocaram poucas alternativas.• Falta integração do metrô com o ônibus. O sistema bairro a bairro utiliza o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ineficiência <strong>da</strong> fiscalização para o cumprimento <strong>da</strong> lei que beneficia pessoas idosas e portadores <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiência.• Priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para os carros em relação aos pe<strong>de</strong>stres, nas políticas <strong>de</strong> transporte.


482 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais6.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> leis <strong>de</strong> preservação.• Existem bons espaços públicos com ótimos eventos realizados.• Existência <strong>de</strong> bons acessos viários.• Campanha <strong>de</strong> popularização do teatro.• Preservação do patrimônio público e cultural <strong>da</strong> Pampulha com a não verticalização.• Parceria entre governo e iniciativa priva<strong>da</strong> na preservação dos espaços públicos.• Preservação <strong>da</strong>s praças e dos parques municipais.• Intenção e esforço <strong>da</strong> luta do po<strong>de</strong>r público, pela preservação do patrimônio histórico, através <strong>da</strong> lei dotombamento.• O conjunto dos pontos culturais, hospitalares, clima e tradição.• Maior conscientização dos li<strong>de</strong>res comunitários pelas causas sociais e culturais.• Manutenção facilita<strong>da</strong> pelos convênios com iniciativa priva<strong>da</strong>.• Manifestações culturais existentes em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Preços populares dos eventos culturais (campanha <strong>de</strong> popularização do teatro).• BH é bem servi<strong>da</strong> <strong>de</strong> espaços públicos.• Já está havendo conscientização <strong>da</strong> população para a preservação.• Conservação dos imóveis antigos tombados.• Existência <strong>de</strong> legislação específica para espaços públicos e patrimônio.• Existência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> incentivo à adoção <strong>de</strong> espaços públicos (ex.: Adote o Ver<strong>de</strong>).• Criação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (Lei <strong>Municipal</strong> 3.802/84).PONTOS NEGATIVOS• Má administração pública dos espaços públicos e <strong>de</strong> lazer.• Falta <strong>de</strong> divulgação externa e informações internas dos espaços e eventos realizados.• Falta <strong>de</strong> segurança para os usuários.• Abandono dos lotes vagos e ocupação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.• Interesses particulares criam barreiras à aplicação <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Preservação do Patrimônio Histórico.• Quando surge o novo uso para o espaço cultural, a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> não é ouvi<strong>da</strong> (ex.: Mercado <strong>da</strong>Lagoinha).• Descaracterização dos eventos e festas populares e falta <strong>de</strong> incentivos.• Van<strong>da</strong>lismo pela falta <strong>de</strong> cultura.• Faltam maiores incentivos para preservação <strong>de</strong> imóveis tombados.• Má divulgação dos eventos, espaços etc.• Insegurança, uso e preservação.• Ausência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e cultura.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se investir na implantação, manutenção e conservação <strong>de</strong> praças, parques e jardins.• Não existem espaços e apoio para trabalhos com crianças e adolescentes.• Nas praças faltam segurança, conservação, conscientização <strong>de</strong> uso, or<strong>de</strong>m.• Falta fiscalização do uso e <strong>da</strong>s condições físicas <strong>da</strong>s vias públicas, praças, conservação, etc.• Falta mais divulgação, informação e condições <strong>de</strong> acesso aos bens culturais.• Faltam espaços públicos e culturais na periferia <strong>de</strong> BH.• Inexistência <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais com o objetivo <strong>de</strong> conscientização e valorização dos espaçospúblicos e patrimônio.• Descontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> preservação e manutenção dos espaços públicos e patrimônio namu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> governo.• Inexistência <strong>de</strong> espaços públicos humanizados (mobiliário urbano, banheiros, segurança, conservação)nas regiões fora <strong>da</strong> área central.• Atos <strong>de</strong> van<strong>da</strong>lismo nos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> espaços para a realização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 4836.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Aumento <strong>da</strong> consciência ambiental.• Alto índice <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> esgoto e água.• Iniciativas do po<strong>de</strong>r público municipal como a <strong>de</strong>scentralização, criação <strong>de</strong> parques regionais, programaAdote o Ver<strong>de</strong> etc.• Criação <strong>da</strong> ETE (Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto) do Arru<strong>da</strong>s.• A existência dos parques ecológicos (Mangabeiras, <strong>Municipal</strong> e outros).• Participação popular na conscientização <strong>da</strong> preservação do meio ambiente.• A existência do PROPAM.• Existência <strong>de</strong> aterro sanitário.• Existência <strong>de</strong> parques e áreas ver<strong>de</strong>s no município.• Projetos <strong>de</strong> arborização e Adote o Ver<strong>de</strong>.• Campanhas: <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, revitalização <strong>de</strong> nascentes, coleta <strong>de</strong> lixo.• Coleta <strong>de</strong> lixo eficaz.• Existem programas <strong>de</strong> proteção ambiental.• Monitoramento <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco.• Existem programas voltados para preservação <strong>da</strong>s nascentes dos rios e dos córregos.• Existência do Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem, Coleta Seletiva e Disque Sossego.PONTOS NEGATIVOS• Legislação ambiental não é cumpri<strong>da</strong> e há falha na fiscalização.• Destruição <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, nascentes e córregos.• Poluição sonora e visual.• Existência <strong>de</strong> população sem serviços <strong>de</strong> saneamento básico.• Falta <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> árvores.• Poluição do ar, sonora e <strong>de</strong> trânsito, lixões e bota-foras clan<strong>de</strong>stinos e aterro sanitário.• Lançamento <strong>de</strong> esgoto, lixão, entulho nos recursos hídricos naturais.• A falta <strong>de</strong> áreas disponíveis para implantação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vido à especulação imobiliária einvasões por falta <strong>de</strong> fiscalização (comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r público) em áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s para este fim.• Falta <strong>de</strong> investimento <strong>da</strong> COPASA MG em BH, principalmente no que diz respeito a interceptores <strong>de</strong>esgoto e esgotamento <strong>de</strong> vilas e favelas.• Falta <strong>de</strong> fiscalização ambiental.• Falta <strong>de</strong> conscientização - moradores responsáveis pelo cui<strong>da</strong>do com praças e calça<strong>da</strong>s - lixo.• Esgoto a céu aberto em muitos bairros, vilas e favelas.• Poluição sonora, visual e atmosférica.• Especulação imobiliária, <strong>de</strong>srespeitando as áreas ambientais e públicas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> investimento em saneamento público (captação <strong>de</strong> água e novo aterro sanitário).• Ausência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação ambiental e conscientização.• Há maior preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s na Região Centro-Sul, enquanto nas <strong>de</strong>mais regiões a presença<strong>de</strong> novas áreas é menor.• Falta empenho do po<strong>de</strong>r público na preservação dos recursos hídricos.• Abandono <strong>da</strong>s áreas públicas gerando acúmulo <strong>de</strong> lixos e entulhos.• Falta articulação entre o serviço <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo e varrição <strong>de</strong> rua.• Falta <strong>de</strong> abrangência nos projetos estruturais públicos e na aprovação dos projetos particulares.• Falta <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e um projeto mais enérgico para combater a poluição visual.• Falta <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular.• Falta <strong>de</strong> fiscalização, priorização e <strong>de</strong>mora na implementação dos projetos ligados à preservação <strong>de</strong>nascentes e córregos.


484 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais6.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região6.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Implantação do Shopping Del Rey serviu como atrativo para a concentração resi<strong>de</strong>ncial e o surgimento<strong>de</strong> novos serviços e valorização <strong>da</strong> área.• A existência <strong>de</strong> Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais aju<strong>da</strong> a preservar a história <strong>de</strong> alguns bairros e <strong>de</strong> BH.• Crescimento e a<strong>de</strong>nsamento atraem serviços e investimentos para a Regional, criando novos centrosurbanos.• Alargamento <strong>da</strong> Av. Dom Pedro II, infra-estrutura <strong>da</strong>s Av. Avaí, Briga<strong>de</strong>iro Eduardo Gomes e PandiáCalógeras.• A<strong>de</strong>nsamento na região do Caiçara com a instalação do Shopping Del Rey.• Revitalização <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Lagoinha.• A conquista através do OP <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> uma ponte <strong>de</strong> acesso ao conjunto Celso Machado(Serrano).• Proposta <strong>de</strong> reassentamento <strong>da</strong> vila São José em área próxima <strong>da</strong> futura estação Alípio <strong>de</strong> Melo doBHBUS.• 1ª Conferência <strong>de</strong> Política Urbana alcançou resultados com alteração <strong>da</strong> lei 7166/96, através <strong>da</strong> lei8137/00.• Plano Diretor e a Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo são avanços.• Existência do Plano Diretor.• Criação <strong>da</strong> ADE (ex.: Lagoinha).• Criação do Parque Carlos Prates.• Existência do Plano Diretor e Orçamento Participativo.• Proposta <strong>de</strong> criação do parque na área do aeroclube do Padre Eustáquio.• Planos Globais para vilas e favelas.PONTOS NEGATIVOS• A<strong>de</strong>nsamento e a ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> reduziram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, a infra-estrutura e osaneamento básico, além do número <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.• Aterro sanitário em área resi<strong>de</strong>ncial prejudica a valorização e compromete as condições sanitárias, <strong>de</strong>higiene, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e é uma poluição visual.• Relevo e as péssimas condições do terreno prejudicam a ocupação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> risco, que acabamsendo ocupa<strong>da</strong>s por favelas e vilas, com gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> moradias improvisa<strong>da</strong>s.• Permissão <strong>da</strong> construção <strong>de</strong> aeroporto agravando a poluição sonora.• Falta <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> vilas e favelas e fiscalização.• Falta infra-estrutura em algumas áreas que po<strong>de</strong>riam ser a<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>s.• Região dos córregos no Bairro Caiçaras, Bairro Apareci<strong>da</strong>, Conjunto Califórnia, <strong>de</strong>vido ao número <strong>de</strong>favelas, cemitérios e aterro sanitário.• Falta <strong>de</strong> acompanhamento social para famílias reassenta<strong>da</strong>s e falta <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>stro a nível municipal paraimpedir o retorno <strong>da</strong>s mesmas ao local <strong>de</strong> origem.• Verticalização <strong>de</strong> áreas não autoriza<strong>da</strong>s.• Priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s não são plenamente obe<strong>de</strong>ci<strong>da</strong>s, não há continui<strong>da</strong><strong>de</strong> nas priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s e nas conquistas doOP.• Não são implanta<strong>da</strong>s ações nas áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como ZEIS.• Ausência <strong>de</strong> plano regional para habitação popular <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.• Obstrução <strong>de</strong> vias públicas e praças por ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s irregulares.• Na região Noroeste existem áreas que estão crescendo <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong>srespeitando as áreasver<strong>de</strong>s.• Por não haver integração dos municípios, falta política uniforme quanto ao zoneamento e ocupação dosolo na Região Metropolitana.• Com o surgimento <strong>de</strong> comércios e indústrias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, algumas regiões <strong>da</strong> Regional nãorecebem investimentos suficientes para a<strong>de</strong>quar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população, como empregos,áreas <strong>de</strong> lazer etc.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 485• Falta <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> Lei <strong>da</strong> ZEIS: a Regional tem 19 vilas e favelas.• A verticalização <strong>da</strong>s edificações tem comprometido a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do patrimônio histórico, cultural eambiental.• Com pouco tempo do Plano Diretor, algumas ocupações foram feitas sem projetos <strong>de</strong> drenagem, infraestrutura<strong>de</strong> re<strong>de</strong> pluvial (ex.: os conjuntos habitacionais).• Maior crescimento e a<strong>de</strong>nsamento em vilas e favelas comprometendo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Alto índice <strong>de</strong> verticalização nos bairros Caiçara e Coração Eucarístico.• Ineficiência <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong>s leis (código <strong>de</strong> obras, posturas etc.), gerando riscos à população.• Ocupação e crescimento dos bairros Santa Maria e Camargos sem a correspondência <strong>de</strong> uma infraestruturaa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.6.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização do comércio e repartições públicas que facilitam o cotidiano.• Comodi<strong>da</strong><strong>de</strong> do comércio no bairro.• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s emprega moradores <strong>da</strong> região.• Utilização <strong>de</strong> áreas comerciais para prestação <strong>de</strong> serviços púbicos (áreas <strong>de</strong> lazer).• Regionalização <strong>da</strong>s discussões sobre a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Regionalização <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>.• Regularização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos carroceiros, com a inauguração <strong>da</strong> URPV - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento<strong>de</strong> Pequenos Volumes - <strong>da</strong> Av. João XXIII.• Trabalho dos Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Localização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> impacto, ao longo do Anel Rodoviário.• Nos últimos anos houve melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>scentralização.• A abertura <strong>da</strong> Pedro II vai interferir no crescimento <strong>de</strong> serviços e centros urbanos <strong>da</strong> região lin<strong>de</strong>ira.• Existência <strong>de</strong> bairros com possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento.• Localização a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviço e comércio em alguns locais (Av. Pedro II, porexemplo).• A Regional Noroeste é bem servi<strong>da</strong> por escolas públicas e priva<strong>da</strong>s.• Construção do Parque Ecológico Aeroporto Carlos Prates.PONTOS NEGATIVOS• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais em <strong>de</strong>terminados locais são concentra<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> segurança doscomerciantes.• Concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em ruas estreitas, on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> ônibus eestacionamentos <strong>de</strong> veículos nas esquinas, impedindo o tráfego.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais e comerciais que são incompatíveis com as áreas resi<strong>de</strong>nciais.• Falta <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem implanta<strong>da</strong>s.• Passeios ocupados e mal conservados provocam insegurança para pe<strong>de</strong>stres nas áreas comerciais.• Falta <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong> posturas causa insegurança no trânsito <strong>da</strong>s áreas comerciais.• Ausência <strong>de</strong> banheiros públicos e <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> estacionamento inibem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, serviços, comércio e lazer nas áreas periféricas e vilas.• Po<strong>de</strong>r público não <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> junto com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas.• Falta fiscalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s irregulares.• Prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informação por meio <strong>de</strong> informática, na Regional, ain<strong>da</strong> é ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.• Os centros urbanos <strong>da</strong> Regional não aten<strong>de</strong>m à maioria <strong>da</strong> população.• A prefeitura não tem sido enérgica o suficiente para controlar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s incômo<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> interesse do governo e vonta<strong>de</strong> empresarial para investir no comércio <strong>da</strong> periferia.• Má distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços com concentração em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s regiões, em<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras.• Infra-estrutura precária/ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> Rua Padre Eustáquio que é incompatível com a concentração <strong>de</strong>


486 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionaisativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços na região.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> bares e casas <strong>de</strong> shows, causando incômodos.• Fechamento <strong>de</strong> algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do projeto "Abastecer" do bairro Pindorama.• Critérios diferenciados para a aprovação, licenciamento e fiscalização para pequenos e gran<strong>de</strong>sempreendimentos.6.2.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário TransportePONTOS POSITIVOS• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vias facilita o acesso <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> Regional e fora <strong>da</strong> mesma, por exemplo, quanto aos<strong>de</strong>slocamentos aos shoppings, cemitérios, facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, aeroportos etc.• Várias opções <strong>de</strong> linhas aten<strong>de</strong>ndo quase to<strong>da</strong> a Regional.• Comércio centralizado nos gran<strong>de</strong>s corredores <strong>de</strong> tráfego evitam gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos (ex.: Av.Abílio Machado, Rua Padre Eustáquio).• Projeto <strong>da</strong> Av. Dom Pedro II.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a várias regiões.• A região é servi<strong>da</strong> por quatro estações <strong>de</strong> metrô.• A manutenção <strong>da</strong> malha viária é feita constantemente pela PBH.• BHBUS.• Obra <strong>da</strong> Pedro II.• Melhoria e abertura <strong>de</strong> vias (ex.: Av. Pedro II e Av. Eduardo Gomes).• Linhas <strong>de</strong> ônibus fazendo interligação <strong>de</strong> bairros (Del Rey, BH Shopping).• Semáforos <strong>de</strong> auxílio ao pe<strong>de</strong>stre.• Implantação <strong>da</strong>s linhas suplementares.• Descentralização do setor comercial bancário para os bairros.• Existência <strong>de</strong> vários corredores <strong>de</strong> trânsito, facilitando a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> do usuário.• Várias vias dão acesso à região.• Existem várias linhas que aten<strong>de</strong>m à região.PONTOS NEGATIVOS• Os passeios estreitos em alguns corredores <strong>de</strong> tráfego acabam dificultando o trânsito dos pe<strong>de</strong>stres eprovocando aci<strong>de</strong>ntes (ex.: Rua Pe. Eustáquio, Av. Pres. Antônio Carlos etc.).• Apresenta poucas passarelas para pe<strong>de</strong>stre, e as que existem, às vezes, foram construí<strong>da</strong>s em locaisina<strong>de</strong>quados tornando-se perigosas para a segurança <strong>da</strong>s pessoas.• Tráfego intenso gerado pela ligação aos bairros <strong>da</strong> Regional e a outras regionais acabam diminuindo avi<strong>da</strong> útil <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> asfáltica.• Falta <strong>de</strong> sinalização e sincronia <strong>de</strong> sinais nos principais corredores.• Gargalo <strong>da</strong> Praça São Vicente sentido centro-bairro.• Anel Rodoviário funciona como uma barreira, dificultando a interligação dos bairros <strong>da</strong> região.• Pontos <strong>de</strong> estrangulamento <strong>de</strong> trânsito (ex.: Av. Pedro II com Anel Rodoviário, Praça São Vicente, Av.Américo Vespúcio c/ Av. Antônio Carlos, Teresina com Praça Bom Jesus).• Falta sinalização em alguns pontos críticos. (ex.: Brás Baltazar com Barão <strong>de</strong> Coroman<strong>de</strong>l).• Aumento <strong>da</strong> passagem do transporte público.• Insuficiência <strong>de</strong> conservação e iluminação nas vias públicas e <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> infra-estrutura <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong>trânsito intenso (ex.: Rua Martins Alves, Itaguaí e Padre Eustáquio).• Concentração <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus em um corredor (ex.: Padre Eustáquio).• Falta <strong>de</strong> interligação entre bairros e acesso ao metrô com número insuficiente <strong>de</strong> linhas e horários.• Estrangulamento <strong>de</strong> acessos nas gran<strong>de</strong>s vias (ex.: Pedro II, Anel, Praça São Vicente, Complexo <strong>da</strong>Lagoinha).• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s irregulares na Regional estão invadindo os espaços públicos (calça<strong>da</strong>s).• Pe<strong>de</strong>stre não é priorizado (passeios ina<strong>de</strong>quados, rampas <strong>de</strong> garagem, acesso ao transporte coletivoetc.).• Má distribuição <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> ônibus que aten<strong>de</strong>m aos bairros.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 487• Demora na implantação <strong>da</strong>s outras linhas BHBUS / Metrô para a regional.• Afunilamento do trânsito (Praça. S. Vicente e complexo <strong>da</strong> Lagoinha).• Má distribuição no quadro <strong>de</strong> horários <strong>da</strong>s linhas que aten<strong>de</strong>m a Regional e a frota é insuficiente, o quecausa a superlotação.• Estrangulamento <strong>da</strong>s principais vias (ex.: Pedro II, Padre Eustáquio, Lagoinha, Antônio Carlos, TerezaCristina, Anel, Praça São Vicente).• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s barreiras físicas separando alguns bairros (ex.: Santa Maria, Camargos, VilaOeste, Região Noroeste com Calafate e Prado).• Falta integração do metrô com ônibus.• Transporte coletivo: - má quali<strong>da</strong><strong>de</strong>; - <strong>de</strong>ficiência no horário noturno; - ina<strong>de</strong>quação para <strong>de</strong>ficientefísico; - falta ônibus suplementar.• Falta <strong>de</strong> fiscalização viária e engenharia <strong>de</strong> tráfego.6.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio HistóricoPONTOS POSITIVOS• Existência <strong>de</strong> espaços públicos disponíveis para utilização.• Existência <strong>de</strong> patrimônio histórico, preservando a memória <strong>de</strong> BH.• Existência <strong>de</strong> políticas educacionais <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>ranças comunitárias volta<strong>da</strong>s para preservação emanutenção do patrimônio histórico.• Iniciativa <strong>de</strong> transformar o Aeroporto Carlos Prates em área <strong>de</strong> lazer.• Parceria do po<strong>de</strong>r público e a iniciativa priva<strong>da</strong>.• Existência <strong>de</strong> festas populares: carnaval, festa junina e feiras.• Conquista <strong>de</strong> espaço para a 3ª i<strong>da</strong><strong>de</strong> na Vila Oeste e Shopping Del Rey.• Pista <strong>de</strong> Cooper <strong>da</strong> Av. Briga<strong>de</strong>iro Eduardo Gomes.• Construção e restauração <strong>de</strong> praças e parques.• Trabalhos feitos pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em prol <strong>da</strong> cultura e do lazer.• Eventos <strong>da</strong> terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Revitalização <strong>da</strong> Lagoinha.• Potencial histórico, por se tratar <strong>de</strong> uma área antiga.• Presença <strong>de</strong> igrejas para melhor orientação à população.• Existência <strong>da</strong> ADE Lagoinha (preservação do patrimônio histórico e cultural).• Gran<strong>de</strong> potencial histórico, cultural e econômico.• Parcerias entre PBH e iniciativa priva<strong>da</strong> para preservação do patrimônio (IAPI).• Recuperação do Mercado <strong>da</strong> Lagoinha.PONTOS NEGATIVOS• Insuficiência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, consi<strong>de</strong>rando o tamanho <strong>da</strong> regional.• Ausência <strong>de</strong> respaldo político para conscientização e conservação <strong>da</strong>s áreas públicas.• Má administração dos espaços públicos e <strong>da</strong> única área <strong>de</strong> lazer existente (Parque Ecológico AeroclubeCarlos Prates).• Carência <strong>de</strong> espaços públicos <strong>de</strong> lazer na Regional.• Falta <strong>de</strong> segurança dos espaços públicos, principalmente praças.• Os espaços públicos são mais pontos <strong>de</strong> referência do que áreas <strong>de</strong> lazer.• Parque do aeroporto Carlos Prates: ineficiência <strong>da</strong> administração, carência <strong>de</strong> áreas sombrea<strong>da</strong>s ecobertas, falta <strong>de</strong> divulgação.• Deficiência <strong>da</strong> manutenção e conservação dos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> parques <strong>de</strong> lazer e cultura.• Apoio à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para exercer os trabalhos culturais.• Falta <strong>de</strong> conservação e segurança.• Propostas <strong>da</strong> Arena <strong>da</strong> Cultura, do Po<strong>de</strong>r Público, não foram implanta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma satisfatória.• Não implantação <strong>de</strong> projetos culturais e <strong>de</strong> lazer existentes para a região.


488 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Carência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e as poucas existentes são subutiliza<strong>da</strong>s e necessitam <strong>de</strong> manutenção.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso <strong>da</strong> população às poucas áreas <strong>de</strong> lazer existentes, o que dificulta a suautilização.• Patrimônio está sendo <strong>de</strong>scaracterizado por falta <strong>de</strong> fiscalização e interesse do órgão público e <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Fato <strong>de</strong> o Mercadinho <strong>da</strong> Lagoinha não ser um centro cultural.• Praça São Vicente: quebra <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> geográfica e cultural pelo crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> acesso ao setor oeste <strong>da</strong> regional.• Poucas opções <strong>de</strong> lazer, cultura, convivência e esporte e utilização ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s opções existentes(Mercado <strong>da</strong> Lagoinha).• Descaracterização do patrimônio e espaços públicos pela poluição visual, sonora e radioativa (antenas<strong>de</strong> telefonia celular).• A não conclusão <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> construção do Parque Ecológico do Aeroporto Carlos Prates.• Falta investimento, manutenção e conservação <strong>da</strong>s praças, CAC e parques, principalmente osconquistados no OP (Orçamento Participativo): "Praça Uruguaiana no Bairro Bom Jesus e praças dobairro São José".6.2.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Tratamento <strong>de</strong> esgoto no Parque Caiçaras.• A<strong>de</strong>são <strong>de</strong> empresas na preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s.• Parceria <strong>da</strong>s Regionais Noroeste e Pampulha para recuperação <strong>da</strong> bacia <strong>da</strong> Pampulha.• Existência <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Meio Ambiente.• Programas <strong>da</strong> PBH que assistem a Regional Noroeste: PROPAM, DRENURBS, HABITAR BRASIL ePGE.• Existência <strong>de</strong> áreas do aterro e do aeroporto para possíveis futuras áreas ver<strong>de</strong>s.• Obra <strong>da</strong> Av. Pedro II.• Urbanização <strong>da</strong> Vila Senhor dos Passos.• Implantação dos planos <strong>de</strong> ação global nas vilas e favelas.• Execução <strong>da</strong>s obras do OP.• Obras <strong>de</strong> interceptores <strong>de</strong> esgoto <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Bacia do Onça.• Há melhorias em áreas pontuais em relação à infra-estrutura básica.• Programas ambientais existentes na regional (PROPAM, Habitar Brasil, Áreas <strong>de</strong> Risco, Pedro II...).• Coleta sistemática do lixo.PONTOS NEGATIVOS• Áreas livres e ver<strong>de</strong>s ociosas, trazendo riscos à segurança pública.• Aterro Sanitário ocasionando péssima quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> aos moradores do entorno.• Esgoto a céu aberto na Vila São José, Pindorama, Sumaré, Califórnia, Vila Cachoeirinha e outras.• Lentidão na implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> saneamento básico e melhoria nas condições ambientais.• A região não apresenta doze metros quadrados <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> por habitante nem preserva as áreasexistentes.• Aterro é problema para os moradores dos bairros próximos e o tratamento do lixo é insuficiente eina<strong>de</strong>quado.• Pouca área ver<strong>de</strong> se comparando com o tamanho <strong>da</strong> Regional.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> eixos <strong>de</strong> transporte compromete as condições ambientais e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s sem condições <strong>de</strong> acesso, <strong>de</strong> uso e insalubres.• Existem lentidão e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na execução dos programas existentes para a região.• Poluição sonora e visual nos gran<strong>de</strong>s corredores.• Poluição dos córregos (córrego São José, Avaí etc.).• Falta área ver<strong>de</strong>, com <strong>de</strong>staque para a Mata do Morcego.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 4897 - PRÉ-CONFERÊNCIA OESTE7.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>7.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Abertura <strong>da</strong> imprensa para expor problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a luta do povo e as buscas <strong>de</strong> soluções <strong>da</strong> PBH.• Fortalecimento e criação <strong>de</strong> grupos tais como "Sem-Casa", para efetivação e busca <strong>de</strong> soluções paramoradia.• Predisposição <strong>da</strong> PBH e outros órgãos públicos para informar e buscar soluções com associações emovimentos populares que estão buscando melhorias para seus bairros e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> centros comunitários, proporcionando uma melhor integração dos moradores do bairro.• Participação popular e ações conjuntas com a prefeitura.• A existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• A execução <strong>de</strong> obras (em geral) através do Orçamento Participativo.PONTOS NEGATIVOS• Comodismo: falta <strong>de</strong> participação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta efetiva participação e interesse <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas no acompanhamento e controle naexpansão dos bairros.• Ausência <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e comunicação dos órgãos competentes na fiscalização <strong>de</strong> construções naci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Verticalização <strong>de</strong> bairros como Buritis e Belve<strong>de</strong>re, <strong>de</strong>scaracterizando a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e o bairro.• Baixa participação do Po<strong>de</strong>r Legislativo nas reuniões <strong>da</strong> Pré-Conferência.• Ina<strong>de</strong>quação e não cumprimento <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo; processo <strong>de</strong> verticalização geradopela legislação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> vilas e favelas gerando conseqüências para to<strong>da</strong> a população.• Projeto <strong>da</strong> reforma agrária é <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> forma ineficaz, causando a<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong> população nasgran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Ausência <strong>de</strong> integração entre BH e municípios <strong>da</strong> região metropolitana.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na conclusão <strong>de</strong> obras e falta <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> temas estruturais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do OP.7.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Redução <strong>da</strong> concentração dos serviços essenciais no hipercentro (shopping e supermercado).• Reforma administrativa na <strong>Prefeitura</strong>.• Educação e treinamento que vêm sendo <strong>da</strong>do aos membros dos CRP.• Sistema viário atual beneficia o acesso aos serviços e comércio (gran<strong>de</strong>s vias).• Shoppings com concentração <strong>de</strong> comércio e serviços diversificados e com segurança para os usuários.• Criação <strong>de</strong> taxi-lotação, favorecendo o acesso <strong>de</strong> serviços e comércio.• Descentralização administrativa <strong>da</strong>s regionais.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> integração dos gestores públicos <strong>de</strong> diferentes ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Ineficiência dos serviços públicos <strong>de</strong>scentralizados.• Existência ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no hipercentro, <strong>de</strong>ixando algumas regiõescarentes.• Falta <strong>de</strong> planejamento na distribuição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços, dificultando o acesso dosusuários.• A <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong> fiscalização na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comércio e serviços (bares e restaurantes que nãorespeitam os locais públicos - mesas nos passeios).• Serviço hospitalar é mal distribuído e os gran<strong>de</strong>s hospitais públicos são insuficientes para aten<strong>de</strong>r à<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.


490 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Não implementação <strong>de</strong> serviços e equipamentos públicos em vilas e favelas.• Falta sanitário público na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.7.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• A implantação do projeto <strong>da</strong> rodoviária <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> e do metrô vai melhorar ain<strong>da</strong> mais o trânsito.• A implantação do transporte suplementar e linhas bairro-a-bairro facilitaram o trânsito <strong>da</strong>s pessoas.• A BHTRANS melhorou o seu funcionamento, aten<strong>de</strong>ndo melhor a população e o trânsito.• Os sistemas <strong>de</strong> BHBUS e metrô são bons.• A implantação <strong>da</strong>s rotas <strong>de</strong> taxi-lotação foi positiva, porém insuficiente.• A criação do transporte suplementar.PONTOS NEGATIVOS• Faltam investimentos em obras que melhorem as condições <strong>de</strong> trânsito (manutenção <strong>de</strong> vias, linhas <strong>de</strong>transporte suplementar e metrô etc.).• Falta melhorar rotas e horários <strong>da</strong>s linhas <strong>de</strong> ônibus (tradicional e suplementar), como, por exemplo,aos sábados.• Falta respeito com os usuários especiais (idosos, <strong>de</strong>ficientes e gestantes), tanto pelos ci<strong>da</strong>dãos quantopelos funcionários dos ônibus.• Má fiscalização do transporte público.• Os pe<strong>de</strong>stres têm seu <strong>de</strong>slocamento prejudicado pela apropriação dos passeios por bares, camelôs,veículos etc. e má manutenção dos mesmos.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na conclusão do metrô e sistema BHBUS.• Desrespeito ao pe<strong>de</strong>stre: calça<strong>da</strong>s em más condições, tempo dos semáforos insuficientes.• Preço <strong>da</strong>s passagens é alto.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> transporte e trânsito (principalmente em vilas e favelas).• A BHTRANS não aten<strong>de</strong> às reais <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> população e a prestação do serviço <strong>de</strong> ônibus ain<strong>da</strong> é<strong>de</strong>ficiente.7.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• Recuperação <strong>de</strong> edifícios, como a Serraria Souza Pinto.• Iniciativas públicas para apropriação do espaço público, tais como o FIT, o Carnaval, a Feira <strong>da</strong> Av.Afonso Pena e a Campanha <strong>de</strong> Popularização do Teatro.• Valorização <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer, como o Jardim Zoológico, que é bem utilizado pela população.• Projetos como a "Arena <strong>da</strong> Cultura" , "Campanha <strong>de</strong> popularização do teatro", permitindo o acesso àcultura pela população em geral.• "Pista <strong>de</strong> Cooper" nos gran<strong>de</strong>s corredores incentivando esporte, lazer e saú<strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer regionais: Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras e Lagoa do Nado.PONTOS NEGATIVOS• Espaços públicos já existentes na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com potencial para aten<strong>de</strong>r a população, estão mal cui<strong>da</strong>dos(ex.: Praça <strong>da</strong> Estação, Parque <strong>Municipal</strong>, Praça Raul Soares).• Mau uso/apropriação do espaço público por interesses particulares: ocupação <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s por mesas<strong>de</strong> bares, placas, outdoor, mobiliário urbano e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.• Insuficiência <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> lazer nos bairros, gerando pouca convivência social. Os poucos espaços <strong>de</strong>lazer existentes não proporcionam segurança para os possíveis usuários, incentivando a procura porshopping.• Falta <strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> para a divulgação <strong>de</strong> eventos públicos.• Abandono <strong>de</strong> espaços públicos, privados e <strong>de</strong> interesse ambiental e cultural.• Má distribuição, centralização dos espaços e equipamentos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> - carência <strong>de</strong>sses locais nosbairros.• Mau funcionamento dos espaços existentes nos bairros, dificultando seu uso pela população:


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 491problemas <strong>de</strong> manutenção, segurança e horários <strong>de</strong> funcionamento.• Os espaços públicos existentes não estão abertos às manifestações populares.• Faltam espaços públicos e incentivos culturais em vilas e favelas (bibliotecas, quadras, centros sociais eculturais).• Grupos culturais e folclóricos existentes nos bairros estão acabando ou não se <strong>de</strong>senvolvem: faltainvestimento para sua manutenção e <strong>de</strong>senvolvimento.7.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Implantação do Plano Diretor.• Bom atendimento dos parques e praças como área <strong>de</strong> lazer.• Implantação do trabalho <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> lixo.• Criação do DRENURBS.• Criação <strong>da</strong> ETE Arru<strong>da</strong>s.• Abastecimento <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong>.• Implantação <strong>da</strong>s URPV (uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para recolhimento e reciclagem <strong>de</strong> entulhos).• Criação <strong>de</strong> parques na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Existência <strong>de</strong> DRENURBS e Manuelzão.• Existência <strong>de</strong> audiências públicas para discussão sobre impactos ambientais.PONTOS NEGATIVOS• Reciclagem <strong>de</strong> lixo: centralização, insuficiência <strong>de</strong> cooperativas e falta <strong>de</strong> sustentação.• Política <strong>de</strong> coleta seletiva não aten<strong>de</strong> à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Áreas ver<strong>de</strong>s não recebem tratamento a<strong>de</strong>quado (visitação, manutenção). Ex. : mata do Cercadinho ePampulha.• Degra<strong>da</strong>ção ambiental provoca<strong>da</strong> por empreendimentos imobiliários e ocupações irregulares em áreas<strong>de</strong> preservação ambiental (omissão em relação à Mata do Cercadinho – COPASA MG).• Falta <strong>de</strong> fiscalização ambiental (poluição sonora e ambiental, lotes vagos etc.).• Falta <strong>de</strong> interlocução entre o po<strong>de</strong>r público municipal e estadual para <strong>de</strong>finir as priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>saneamento básico.• Crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado: Deficiência do po<strong>de</strong>r público para fiscalizar e coibir.• Falta <strong>de</strong> conscientização, fiscalização, orientação <strong>da</strong> população no sentido <strong>de</strong> contribuir para apreservação ambiental.• Falta <strong>de</strong> priorização para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> córregos, ações <strong>de</strong> saneamento básico (vilas efavelas) e falta abaixar tarifas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água.7.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região7.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Implantação do Parque Ecológico do Havaí, no Conjunto Estrela Dalva.• Gran<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> comércio e sua multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Regularização fundiária <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Barão Homem <strong>de</strong> Melo.• Implantação <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Tereza Cristina, saneamento do ribeirão Arru<strong>da</strong>s.• Preservação do parque Betânia e Cercadinho.• Existência <strong>de</strong> vários bairros com predominância <strong>de</strong> residências unifamiliares (casas).• Existência <strong>de</strong> algumas áreas <strong>de</strong> lazer; mas po<strong>de</strong>m ser aumenta<strong>da</strong>s.• Facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso às áreas fora <strong>da</strong> região.• Boa distribuição do comércio <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> regional.• Bom atendimento do transporte coletivo (ônibus passam em pequenos intervalos <strong>de</strong> tempo).PONTOS NEGATIVOS


492 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Ocupação irregular <strong>de</strong> regiões por falta <strong>de</strong> fiscalização, como as margens do córrego do Cercadinho eáreas remanescentes <strong>da</strong> prefeitura, que po<strong>de</strong>riam ser ocupa<strong>da</strong>s como bens públicos (parques).• Especulação imobiliária, ocupando a área ambiental situa<strong>da</strong> no Bairro Buritis, <strong>de</strong>teriorando nascentes,fauna e flora.• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> favelas, para que estas não sofram pressão porespeculação imobiliária.• Falta <strong>de</strong> legislação e políticas específicas para a preservação <strong>de</strong> patrimônios históricos e culturais dosbairros.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado pela falta <strong>de</strong> controle do po<strong>de</strong>r público sobre as empresas imobiliárias ecomércio para favorecer a publici<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> segurança policial.• Gran<strong>de</strong> processo <strong>de</strong> verticalização em vários bairros.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação na parte interna <strong>da</strong> regional.• Falta <strong>de</strong> um hospital geral (público) na regional.• Nas vilas e favelas a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é ruim.7.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Abertura <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> lazer para a região (ex. : "pista <strong>de</strong> Cooper" na aveni<strong>da</strong> Tereza Cristina).• Criação <strong>de</strong> novos serviços <strong>de</strong>scentralizados, gerando novos empregos (supermercados).• Centralização do atendimento <strong>da</strong> COPASA MG na região.• Construção <strong>de</strong> novos centros urbanos como a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Newton Paiva, a Expominas e parquespúblicos.• Abertura <strong>de</strong> novas vias, <strong>da</strong>ndo acesso a outros bairros (ex.: aveni<strong>da</strong> D. João VI e aveni<strong>da</strong> MárioWerneck).• Boa interlocução entre as associações, conselhos e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s com as Regionais.• Bom trabalho <strong>de</strong> limpeza urbana.• Melhora dos serviços <strong>de</strong> segurança pública na região (ex.: 10ª Cia, Batalhão Bairro Palmeiras).• Boa distribuição <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e escolas municipais e estaduais na região.PONTOS NEGATIVOS• Desconforto dos pe<strong>de</strong>stres nas áreas comerciais : invasão do comércio nas calça<strong>da</strong>s / excesso <strong>de</strong>poluição visual.• Construção do CERESP, trazendo insegurança aos moradores e <strong>de</strong>svalorização dos imóveis.• Falta <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e má preservação <strong>da</strong>s já existentes.• Deficiência na distribuição dos serviços em algumas áreas, como bancos, escolas e supermercados.• As vias não têm porte para o número <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e serviços (Av. Mário Werneck, R. Úrsula Paulino,Av. Barão Homem <strong>de</strong> Melo e R. Pie<strong>da</strong><strong>de</strong> Campos).• Falta <strong>de</strong> planejamento para distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Falta <strong>de</strong> espaços para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais e profissionais para crianças eadolescentes carentes no Aglomerado Morro <strong>da</strong>s Pedras.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente para a instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços (poluição ambiental esonora).• Instalação do ca<strong>de</strong>ião CERESP junto à área resi<strong>de</strong>ncial.7.2.3 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• Utilização do Parque <strong>da</strong> Gameleira como área <strong>de</strong> lazer.• Abertura <strong>de</strong> vias ligando bairros a diversos locais (ex. : Av. D. João VI ligando à Av. Mário Werneck).• Canalização do ribeirão Arru<strong>da</strong>s e a construção <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina facilitaram a ligação entre váriasregiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, melhorando o <strong>de</strong>slocamento dos moradores.• Existência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> parques (Estrela Dalva e Morro <strong>da</strong>s Pedras) e boa


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 493manutenção do Parque <strong>da</strong> Betânia.• Vilas: maior integração entre comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>Prefeitura</strong> trouxe melhoria para transporte, saneamento,pavimentação e outros (ex.: Morro <strong>da</strong>s Pedras, Cabana, Paraíso).• Existência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> melhoria no sistema viário (ex.: Estação Salgado Filho).• Projeto DRENURBS.• A regional Oeste não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> área central <strong>de</strong> BH quanto aos aspectos básicos (serviços principais).• Bom serviço <strong>de</strong> transporte suplementar.• Projetos <strong>de</strong> implantação, manutenção e conservação dos parques e praças.• Urbanização <strong>da</strong> Av. Tereza Cristina.• OP: habitação e saneamento.• Descentralização <strong>da</strong> administração <strong>da</strong> PBH, com o fortalecimento <strong>da</strong>s regionais, no novo or<strong>de</strong>namentoadministrativo.• Existência <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> comércio e serviços em algumas regiões (ex.: Betânia) evita <strong>de</strong>slocamentospara o Centro.• Projeto <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> integração metrô/BHBUS do Salgado Filho.• Ausência <strong>de</strong> indústrias poluentes.• Existência <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> preservação e recuperação do córrego do Cercadinho (DRENURBS /Manuelzão).• Existência do Parque <strong>da</strong> Betânia.• Existência <strong>de</strong> parques na região.• Existência do programa "Adote o Ver<strong>de</strong>” pelas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Iniciativas exemplares: plantio <strong>de</strong> plantas ornamentais no leito do rio Cercadinho (Bairro Havaí), mutirão<strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> praça (Vista Alegre), Criação <strong>da</strong> COOPEMAR - Cooperativa <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong>Materiais Recicláveis (bairro Marajó).• Preservação do ver<strong>de</strong> com nascentes, bairro Olhos d'Água.• Existência dos pontos <strong>de</strong> limpeza estratégicos (URPV - Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> PequenosVolumes / Entulho).• Tentativa do po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> incentivar o resgate <strong>da</strong> cultura, esporte e lazer na região.• Presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s na região ain<strong>da</strong> que mal utiliza<strong>da</strong>s (ex.: Mata do Cercadinho).• Criação <strong>de</strong> linhas integra<strong>da</strong>s a diversos pontos na região.• Crescimento do comércio na região.• Revitalização e sinalização <strong>da</strong>s vias públicas <strong>da</strong> região.• Preservação <strong>da</strong> Serra do Curral na região.PONTOS NEGATIVOS• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado em vias, causando problemas <strong>de</strong> tráfego, principalmente para pe<strong>de</strong>stres, einvasão <strong>de</strong> espaço público (ex.: Av. Barão Homem <strong>de</strong> Melo, Silva Lobo e Úrsula Paulino).• Falta <strong>de</strong> obras : córrego do Cercadinho, Henrique Ba<strong>da</strong>ró, Portugal.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado em vilas (áreas <strong>de</strong> risco).• Falta <strong>de</strong> política <strong>de</strong> educação ambiental e fiscalização por parte do po<strong>de</strong>r público.• Inexistência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer em vilas e favelas.• Concentração do sistema <strong>de</strong> transporte nas vias principais, <strong>de</strong>ixando o interior dos bairros carentes (mádistribuição).• Carência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e praças (áreas <strong>de</strong> lazer).• Falta <strong>de</strong> planejamento urbano para áreas que sofrem hoje gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento populacional.• Concentração <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s vias, causando poluição visual e ambiental.• Falta infra-estrutura na Vila Pantanal, Morro <strong>da</strong>s Pedras e outras áreas / falta planejamento, iniciativas esaneamento básico.• Falta <strong>de</strong> plano diretor ambiental que oriente ocupações e usos <strong>de</strong> forma a não <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>r os bairros e amelhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos moradores (evitando o crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado).• Falha no plano diretor (privilegiou o mercado imobiliário).• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para implantar corredores <strong>de</strong> ligação entre os bairros <strong>da</strong> região.


494 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Existência <strong>de</strong> bairros sem estrutura <strong>de</strong> comércios e serviços.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente quanto ao número <strong>de</strong> fiscais, sua capacitação e planejamento <strong>de</strong> ações, emconjunto com a legislação "beneplácita".• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio e serviços estão mal distribuí<strong>da</strong>s (ex.: gran<strong>de</strong> concentração na Betânia,carência no Salgado Filho).• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> integração do Salgado Filho (BHBUS/Metrô).• Atendimento <strong>de</strong>ficiente por ônibus: faltam ligações com centros regionais, ônibus para o centro <strong>de</strong> BH<strong>de</strong>moram e passam cheios, implantação do suplementar é lenta.• Os cursos d'água <strong>da</strong> região estão <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos pelo lançamento <strong>de</strong> esgotos, lixo, entulho e ocupação <strong>de</strong>suas margens.• Complexo do Parque <strong>da</strong> Betânia tem áreas sendo invadi<strong>da</strong>s e seu acesso pela população é difícil: nãoabre nos fins <strong>de</strong> semana, campo <strong>de</strong> futebol não po<strong>de</strong> ser usado pela população.• Descaso com nascentes dos bairros Havaí, Palmeiras e bairro Cinqüentenário.• Esgoto a céu aberto: R. Carlos Muzzi e R. Alfredo Caporalli.• Parques sem infra-estrutura completa e alguns não funcionam nos fins <strong>de</strong> semana.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico na região.• Gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lotes vagos e má conservação dos mesmos.• Não aproveitamento e abandono dos equipamentos existentes (CEVAE, parques ecológicos, quadrasetc.).• Há pouca divulgação dos parques <strong>da</strong> região.• Difícil acesso aos parques <strong>de</strong>vido às suas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Diminuição do comércio em vilas e favelas <strong>de</strong>vido à violência.• A não aplicação correta <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo na região.• Existência <strong>de</strong> lixão que está matando a nascente na Ventosa.• Má divulgação dos projetos <strong>de</strong>senvolvidos pela Regional para a população.8 - PRÉ-CONFERÊNCIA DA PAMPULHA8.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>8.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Administração pública regionaliza<strong>da</strong>, <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>.• Participação social na discussão dos problemas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com o surgimento do OP e ConselhosPopulares.• Aumento do número <strong>de</strong> ONG <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong>s condições ambientais e <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>população.• Existência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s como ADE, favorecendo o crescimento inclusivo.• Construção <strong>de</strong> obras (ex.: vertedouro).• Criação <strong>de</strong> programas assistenciais (ex.: BH Vi<strong>da</strong>).• Orçamento Participativo gerando integração popular.• Mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> junto ao po<strong>de</strong>r público (ex.: PROPAM, OP).• Verticalização <strong>de</strong> vilas e favelas - melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Preocupação ambiental (ex.: Projeto Manuelzão, nascentes).PONTOS NEGATIVOS• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e ausência <strong>de</strong> infra-estrutura básica na mesma proporção.• Deficiência do po<strong>de</strong>r público na formação social e educacional <strong>da</strong> população, sem campanhaseducativas e ações eficientes para diminuir a marginalização e não ofertando oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>emprego e melhoria <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Deficiência <strong>de</strong> política habitacional, déficit <strong>de</strong> moradias, aumento <strong>de</strong> favelas, violência e marginalização.• Falta <strong>de</strong> política integra<strong>da</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Região Metropolitana e do Município.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 495• Falta <strong>de</strong> compromisso <strong>da</strong> Administração <strong>Municipal</strong> com as áreas públicas <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s.• Falta <strong>de</strong> respeito ao ecossistema, gerando conseqüências diretas no presente e futuro.• Falta <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, prejudicando a saú<strong>de</strong>.• Verticalização excessiva, prejudicando nascentes e córregos.• Fiscalização <strong>de</strong> má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> com relação ao controle urbano.• Engessamento <strong>da</strong> lei do uso e ocupação do solo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Má distribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Aglomeração em áreas não urbaniza<strong>da</strong>s, em especial a inexistência <strong>de</strong> programas para crianças <strong>de</strong>baixa ren<strong>da</strong>.• Sistema viário <strong>de</strong>ficiente.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado - omissão do po<strong>de</strong>r público, em especial com relação à ocupação <strong>de</strong> lugaresina<strong>de</strong>quados.• Falta <strong>de</strong> ação <strong>da</strong> PBH para regularizar os loteamentos irregulares e clan<strong>de</strong>stinos.8.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Leis e políticas regulatórias que possibilitam a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais, <strong>de</strong> serviçossociais e lazer.• As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Descentralização valoriza imóveis e gera emprego.• A existência <strong>de</strong> centros comerciais regionais e centros especializados.• Linhas complementares e alternativas <strong>de</strong> transportes favorecem a ligação entre o comércio.• A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> conseguir estabelecer novas bases para o planejamento urbano, garantindoquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Existência <strong>de</strong> um Plano Diretor que regula a instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Descentralização.• O centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> oferece opções <strong>de</strong> compra, diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.PONTOS NEGATIVOS• Concentração do atendimento <strong>de</strong> urgência e <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos centros <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Deficiência <strong>de</strong> equipamentos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, cultura, esporte e entretenimento na periferia.• A concentração no centro gera insegurança, trânsito difícil e poluição.• Falta <strong>de</strong> cumprimento <strong>da</strong> legislação relativa ao comércio informal (ex.: camelôs).• Deficiência <strong>de</strong> fiscalização em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais e <strong>de</strong> lazer.• A concentração excessiva dos serviços <strong>da</strong> administração pública no centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• BH está per<strong>de</strong>ndo sua vocação turística, cultural e ambiental pois não tem diretrizes para nortear seu<strong>de</strong>senvolvimento.• Ausência <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e segurança <strong>de</strong>vido ao crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, em função <strong>da</strong> falta <strong>de</strong>planejamento, regulamentação e fiscalização.• Desrespeito às leis <strong>de</strong> proteção ambiental, uso e ocupação do solo.• Fiscalização ineficaz - falta <strong>de</strong> instrumentação e capacitação.• Os passeios nos centros ocupados, dificultando a passagem dos pe<strong>de</strong>stres.• Falta <strong>de</strong> fiscalização sanitária nas zonas <strong>de</strong> prostituição.8.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Ampliação <strong>da</strong>s estações do metrô e BHBUS (ex.: estações São Gabriel e 1º <strong>de</strong> Maio).• Sistema diametral <strong>de</strong> transporte.• Implantação do transporte suplementar e <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> retorno.• Melhoria <strong>da</strong> sinalização e dos acessos viários.


496 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Construção <strong>da</strong>s estações do BHBUS.• Implantação <strong>da</strong>s linhas bairro-a-bairro.• Implantação <strong>da</strong>s linhas ao metrô.• Criação <strong>de</strong> Comissões <strong>de</strong> Transportes nas Regionais.• Existência <strong>de</strong> órgão municipal responsável pelo trânsito (BHTRANS).• Trem Metropolitano.• Estação BHBUS.• Linhas Suplementares.• Participação popular e a criação <strong>da</strong>s Comissões Regionais e Municipais <strong>de</strong> Transporte.PONTOS NEGATIVOS• A frota <strong>de</strong> ônibus em más condições, a <strong>de</strong>ficiência do quadro <strong>de</strong> horários dos mesmos e a poucafiscalização ocasionam má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> urbana.• Deficiência do gerenciamento público, alia<strong>da</strong> à falta <strong>de</strong> cooperação <strong>da</strong> população favorecem osproblemas <strong>de</strong> tráfego e transporte.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> planejamento para implantação <strong>de</strong> transportes suplementares, metrô, ciclovias.• Falta <strong>de</strong> ônibus integrando em várias regiões.• A utilização dos vales <strong>da</strong>s bacias hidrográficas para implementação <strong>de</strong> ruas.• Linhas <strong>de</strong> tráfego mal planeja<strong>da</strong>s, estrangula<strong>da</strong>s e ineficientes.• Má quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ônibus, falta <strong>de</strong> macro e micro ônibus (principalmente no horário <strong>de</strong> pico).• Acesso às linhas <strong>de</strong> metrô: não aten<strong>de</strong> à população.• Má a<strong>de</strong>quação dos ônibus às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos usuários e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência.• Preço abusivo <strong>da</strong>s passagens dos ônibus coletivos.• Inexistência <strong>de</strong> vias alternativas (em geral).• Ineficiência <strong>de</strong> fiscalização.• Congestionamento dos passeios (ambulantes, bares etc.).• Desrespeito ao quadro <strong>de</strong> horário dos transportes coletivos e carência <strong>de</strong> ônibus.• Falta <strong>de</strong> transparência <strong>da</strong> BHTRANS e falta <strong>de</strong> autonomia <strong>da</strong>s Comissões, causando ineficácia no seufuncionamento.8.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• BH é bem dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> referências cultural, arquitetônica e urbanística, sendo, inclusive, referênciamundial.• Já existe uma <strong>de</strong>mocratização nas discussões <strong>da</strong> utilização do espaço público.• Existe um potencial (áreas públicas disponíveis) para ampliação e diversificação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• A participação popular para resgatar a utilização dos espaços públicos e patrimônios culturais.• A criação <strong>de</strong> novos espaços públicos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (parques, praças e centros culturais).• A manutenção <strong>de</strong> alguns espaços públicos e patrimônio cultural.• Programa "Adote o Ver<strong>de</strong>".• A PBH oferece eventos culturais variados à população (ex.: Domingo no Parque, FIT, feiras <strong>de</strong>artesanato e eventos).• Parceria entre a iniciativa pública e priva<strong>da</strong> (ex.: jardim em frente à Igreja <strong>da</strong> Pampulha).• Boas iniciativas <strong>de</strong> preservação do patrimônio público, feitas pela PBH, incentivam a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia (ex.:Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Serraria Souza Pinto etc.).• Construção <strong>de</strong> restaurantes populares.• Construção <strong>de</strong> centros culturais <strong>de</strong>scentralizados.PONTOS NEGATIVOS• Faltam campanhas e ações <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população, com relação à utilização e conservaçãodos espaços públicos.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 497• Falta manutenção, segurança e conservação <strong>da</strong>s áreas públicas existentes e do patrimônio cultural.• Falta implantar novos equipamentos nas áreas públicas que se encontram abandona<strong>da</strong>s.• Falta uma política <strong>de</strong> integração <strong>da</strong>s diversas áreas: social, educacional, saú<strong>de</strong> e urbana, a médio elongo prazo.• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> população aos espaços públicos e patrimônio cultural (transporte,cobrança).• Divulgação, sinalização e manutenção <strong>de</strong>ficitária dos patrimônios culturais e espaços públicos.• Segurança precária nos espaços públicos, ocasionando pouca utilização e preservação <strong>de</strong>stesespaços, por parte <strong>da</strong> população.• Falta <strong>de</strong> investimento na área <strong>de</strong> turismo - conscientização, divulgação e acessos (ex.: Casa do Baile,Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna, Museu Abílio Barreto).• Falta <strong>de</strong> fiscalização e segurança nos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> manutenção dos espaços públicos e referências simbólicas.• Falta <strong>de</strong> acesso aos espaços públicos, em especial na Pampulha (sinalização ineficiente).• Falta <strong>de</strong> discussão entre a população / po<strong>de</strong>r público sobre projetos <strong>de</strong> intervenção.8.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• Presença, ain<strong>da</strong> que pequena, <strong>de</strong> recursos ambientais (ex.: praças, áreas ver<strong>de</strong>s e nascentes).• Criação <strong>da</strong>s pré-conferências para discussão dos assuntos ambientais.• Criação <strong>de</strong> órgãos populares para preservação <strong>da</strong>s nascentes (PROPAM, Manuelzão, DRENURBS).• Boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço <strong>de</strong> limpeza urbana.• Ações <strong>da</strong> SMMAS, contribuindo para melhoria <strong>da</strong>s condições ambientais.• Início <strong>da</strong>s obras <strong>da</strong> DLD (dragagem a longa distância) na Pampulha.• Envolvimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na preservação <strong>da</strong>s nascentes (Projeto Manuelzão e outros grupos <strong>de</strong>preservação).• BH ain<strong>da</strong> tem um patrimônio hídrico significativo a ser preservado.• Criação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> esgoto e água.• Criação <strong>de</strong> educação ambiental nas escolas (temas transversais).• Projetos <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (ex.: DRENURBS, Manuelzão, Aterro Sanitário, BH Vi<strong>da</strong>, PROPAM).• Projetos <strong>de</strong> educação ambiental são bons (ex.: Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica, CEVAE), mas pouco divulgadospela mídia).• Organização <strong>da</strong> população na luta pelo meio ambiente.PONTOS NEGATIVOS• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r público no <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s questões ambientais.• Carência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s, praças, parques, bem como a falta <strong>de</strong> manutenção e fiscalização <strong>da</strong>s jáexistentes.• Ausência <strong>de</strong> espaços para recebimento do lixo urbano.• A ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e o atual parcelamento do solo, não respeitando as nascentes, os córregos eas áreas ver<strong>de</strong>s, em algumas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> compromisso <strong>da</strong> população na preservação do meio ambiente.• Falta <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> políticas educacionais que abor<strong>de</strong>m questão ambiental.• A não regulamentação <strong>da</strong>s ADE gerando problemas no <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.• Conivência <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> com irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> fiscalização.• Excessiva poluição sonora e visual.• Excessivo gasto do po<strong>de</strong>r público com recuperação e não com a preservação.• Não inclusão nas políticas urbanas <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar o curso natural dos córregos, em lugar<strong>de</strong> canalizar.• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s nascentes e córregos (canalização, lixo, esgoto, assoreamento).• Especulação imobiliária, <strong>de</strong>struindo a vegetação nativa, nascentes, montanhas.


498 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Ineficiência <strong>da</strong> política <strong>de</strong> educação ambiental do Município.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implementação <strong>da</strong>s ações em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos caros e ineficientes.• Falta <strong>de</strong> rigor na cobrança <strong>da</strong>s penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas questões ambientais.• Desrespeito à legislação <strong>da</strong>s antenas celulares.8.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região8.2.1 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• PROPAM e o Consórcio <strong>de</strong> Recuperação <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha, integrando BH e Contagem.• O gran<strong>de</strong> potencial turístico, lazer, comercial e ambiental <strong>da</strong> região (Zôo, parques, áreas ver<strong>de</strong>s,nascentes, estádios etc.).• Conscientização <strong>da</strong> população na <strong>de</strong>fesa ecológica e participação popular e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças comunitáriasem ONG, com conquistas importantes (ex.: Confisco, Santa Terezinha, Ouro Preto).• Referência nacional - chamando a atenção <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a recuperação <strong>da</strong> lagoa.• Início <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha e a esperança <strong>da</strong> concretização dos nossossonhos.• Parâmetros relativos à legislação atual <strong>de</strong> uso e ocupação do solo <strong>da</strong> região UP1 são a<strong>de</strong>quados.• Melhoria do serviço <strong>de</strong> transporte coletivo em to<strong>da</strong> regional (ex.: bairros Copacabana, Suzana, OuroPreto etc.).• Localização <strong>da</strong> SCOMGER-Pampulha.• A obra do novo vertedouro <strong>da</strong> represa.• A Pampulha abriga a maior concentração <strong>de</strong> equipamentos públicos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>: clubes, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>,Zôo, parques ecológicos etc.• Região com potencial cultural turístico e esportivo muito gran<strong>de</strong>.• Existência atual <strong>de</strong> resgatar a intenção <strong>de</strong> JK <strong>de</strong> fazer <strong>da</strong> Pampulha um gran<strong>de</strong> polo <strong>de</strong> lazer e turismo.• A região <strong>da</strong> Pampulha concentra maior número <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> área ver<strong>de</strong> e lazer.• Gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> empregos e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região.• Implantação do SAC Pampulha, <strong>de</strong>scentralizando o atendimento ao ci<strong>da</strong>dão.• Existe na região Pampulha um patrimônio arquitetônico, urbanístico e cultural, mo<strong>de</strong>lo mundial.• A região é rica em recursos naturais (áreas ver<strong>de</strong>s, nascentes e córregos), propiciando melhorescondições ambientais.• Existência <strong>de</strong> associações organiza<strong>da</strong>s com participação popular promovendo ações, eventos e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região.• A orla <strong>da</strong> lagoa é propícia a <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas e culturais.• Existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação e lazer.• Instalação do PROPAM, do Consórcio <strong>da</strong> Lagoa e a recuperação <strong>da</strong>s nascentes.• Participação popular através dos: OP, COMFORÇA, CRTT e Conselhos.• Manutenção <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação ambiental e manutenção dos zoneamentos.• Criação <strong>da</strong> Usina <strong>de</strong> Reciclagem e <strong>da</strong>s URPV.• Construção <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Professor Clóvis Salgado.• Construção do Centro Cultural Pampulha.• Projeto <strong>de</strong> saneamento e recuperação <strong>da</strong> bacia hidrográfica <strong>da</strong> Pampulha.• Construção do conjunto resi<strong>de</strong>ncial no Bairro Urca, pela PBH, com o planejamento e em regime <strong>de</strong>mutirão.• Construção <strong>de</strong> centros comerciais com infra-estrutura e planejamento (ex.: Carrefour e Via Brasil).• Criação do PROPAM e início <strong>da</strong>s obras.• Existência <strong>de</strong> mananciais <strong>de</strong> água e preservação <strong>de</strong> nascentes.• CEMAP (Centro Educação e Mobilização Ambiental <strong>da</strong> Pampulha).• Realização <strong>de</strong> conferências regionais, permitindo a participação popular em espaço <strong>de</strong>mocrático para


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 499críticas e propostas.• Construção dos interceptores e tratamento <strong>de</strong> esgoto.• Região <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s garantindo ain<strong>da</strong> uma boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> naregião.• A construção do vertedouro e os programas PROPAM e PROSAM, que são ações importantes para osaneamento <strong>da</strong> região.• A mobilização comunitária na integração <strong>da</strong> região.• A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (UFMG) está zelando pelas áreas ver<strong>de</strong>s e segurança.• Construção <strong>de</strong> parques (ex.: Parque Lagoa do Nado e Ursulina <strong>de</strong> Melo).• As várias ONG que sempre estão lutando pela Pampulha e seu acervo cultural.• Existência <strong>de</strong> linhas suplementares.• Região é rica em áreas ver<strong>de</strong>s, nascentes, patrimônio histórico e cultural.• A situação <strong>de</strong> vilas, favelas e moradores <strong>de</strong> rua estão numa dimensão que ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser reverti<strong>da</strong> sehouver investimento.• A existência do PROPAM, com a participação <strong>de</strong> BH e Contagem, além do trabalho do CEMAP,comitês <strong>de</strong> nascentes e Consórcio <strong>da</strong> Pampulha.• A participação <strong>da</strong> população na re<strong>de</strong>finição <strong>da</strong> legislação do uso e ocupação do solo.• Concentração <strong>de</strong> espaços públicos <strong>de</strong> lazer, cultura e turismo.• PROPAM e Consórcio <strong>de</strong> Recuperação <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha.• Realização <strong>de</strong> obras na lagoa: DLD, vertedouro.• Investimentos no Parque Lagoa do Nado e na Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica.• Evento Maratona Internacional que traz visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lagoa, criando maior interesse do po<strong>de</strong>r públicoem investir em melhorias.• Realização <strong>de</strong> eventos pelo po<strong>de</strong>r público e parcerias.• Projeto PROPAM.• Gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s (maior <strong>de</strong> BH).• A Pampulha é pólo turístico e <strong>de</strong> lazer (complexo arquitetônico).• Gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> nascentes.• Área <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s eventos artísticos e esportivos (UFMG, Mineirão, clubes, Zôo, parques, Redondo).• A maioria <strong>da</strong>s residências é unifamiliar, com taxa <strong>de</strong> ocupação pequena.• Conjunto arquitetônico como cartão postal.• Existência <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.• Ocupação or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e bem distribuí<strong>da</strong>.• O PROPAM - Programa <strong>de</strong> Preservação Ambiental.• A existência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s na região e os programas <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s nascentes, Manuelzão ePROPAM.• O complexo arquitetônico e paisagístico <strong>da</strong> Pampulha, cultural e esportivo.• Reconhecimento <strong>da</strong> população <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha como cartão postal <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>.• O processo <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> lixo resi<strong>de</strong>ncial nos bairros <strong>da</strong> região, via caminhões.• PBH tem feito manutenção do asfaltamento <strong>da</strong>s vias e passeios (ex.: Av. Antônio Carlos e Catalão).• Manutenção dos jardins <strong>da</strong> Igreja São Francisco.• PBH tem incentivado e realizado eventos esportivos e culturais, o que favorece o turismo <strong>da</strong> região (ex.:Corri<strong>da</strong>s, Festa <strong>de</strong> Iemanjá, Reveillon etc.).• PBH tem realizado eventos esportivos no parque <strong>da</strong> Lagoa do Nado e parceria com empresas priva<strong>da</strong>s.• Participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> na Conferencia <strong>de</strong> Política Urbana.• Área <strong>da</strong> Pampulha é uma região <strong>de</strong> lazer, um patrimônio turístico e cultural significativo.• O incentivo e a criação dos centros culturais e <strong>de</strong> lazer à população carente (ex. biblioteca itinerante,feiras culturais, shows).• Existência <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s preserva<strong>da</strong>s (UFMG, Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica, Lagoa do Nado, Ursulina eoutros).


500 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• PROPAM.• Implantação dos ônibus circulares e suplementares.PONTOS NEGATIVOS• Deficiência na revitalização <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha, faltando saneamento básico, ações pararecuperação <strong>de</strong> nascentes, tratamento <strong>de</strong> esgotos, contenção <strong>de</strong> erosões, ampliação <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> lixoseletiva, abertura e melhoria do sistema viário.• Falta <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso do solo e regulamentação <strong>da</strong> ADE - Pampulha.• Insuficiência <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> proteção ambiental visando a preservação <strong>de</strong> matas, nascentes e cursosd'água, combate a erosões, bem como poluição sonora e visual e ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> do solo.• Transporte insuficiente e falta <strong>de</strong> integração bairro-a-bairro, com uma frota mal conserva<strong>da</strong>.• Faltam condições ambientais para sustentação do lazer e turismo, necessários para a implantação dosequipamentos inerentes e necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico (emprego-ren<strong>da</strong>).• A falta <strong>de</strong> saneamento (esgotos e tratamento dos córregos nos bairros <strong>de</strong> periferia) e a atualina<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> política <strong>de</strong> educação ambiental estão prejudicando o combate <strong>de</strong> <strong>de</strong>spoluição <strong>da</strong> lagoaprovocando inun<strong>da</strong>ções e doenças.• Má distribuição <strong>de</strong> serviços médicos e <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais básicas, como farmácia, centro <strong>de</strong>formação profissional, lazer etc.• Parcelamento do solo e o rápido processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento populacional não estão consi<strong>de</strong>rando asnascentes e os córregos (ex.: nascentes dos bairros Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, Jaraguá e Ban<strong>de</strong>irantes).• O zoneamento e a legislação <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> Pampulha, em algumas áreas, não estão permitindo o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais, culturais e turísticas.• Descomprometimento <strong>da</strong> SCOMGER-Pampulha com os bairros Universitário e Suzana em relação àsobras do OP: inun<strong>da</strong>ção do córrego Suzana e plano global.• Falta <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> urbanização que contemplem e preservem os recursos hídricos e naturais <strong>da</strong>região.• Limites na legislação (ADE), impedindo ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que aten<strong>de</strong>riam às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s imediatas e básicas<strong>da</strong> população local.• Fiscalização <strong>de</strong>ficiente <strong>da</strong>s áreas não parcela<strong>da</strong>s, áreas <strong>de</strong> risco, incentivando invasões públicas,provocando evasão <strong>de</strong> verbas municipais (in<strong>de</strong>nizações).• As restrições <strong>da</strong> legislação atual impe<strong>de</strong>m geração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que propiciariam ren<strong>da</strong>, empregos,resgatando assim as características <strong>de</strong> lazer, cultura, turismo e esporte.• Política <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong> saneamento para a região, inclusive com falta <strong>de</strong> esgotos sanitários (ex.: Braúnas,Ensea<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Garças, Jardim Atlântico).• Falhas no transporte público (ausência <strong>de</strong> rotas e pontos alternativos, ônibus diametral, <strong>de</strong>mora dosônibus, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> frota, integração com metrô e implantação do BHBUS).• Falta dotar áreas periféricas <strong>de</strong> serviços e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas (escolas, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, policlínica24h).• Faltam ações preservacionistas para efetiva proteção <strong>da</strong>s nascentes e áreas ver<strong>de</strong>s (públicas epriva<strong>da</strong>s).• Falta fiscalização para o cumprimento <strong>da</strong> legislação (ex.: imóveis clan<strong>de</strong>stinos, ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,invasões).• Especulação imobiliária em função <strong>de</strong> falhas na legislação (parâmetros urbanísticos) - ex.: ADE doTrevo.• Difícil acesso aos bairros <strong>da</strong> zona norte, congestionando as vias principais <strong>da</strong> regional Pampulha.• Carência do sistema <strong>de</strong> transporte que liga os bairros <strong>da</strong> região a outras regiões.• Engessamento <strong>da</strong>s leis quanto aos parâmetros econômicos dificultam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região egeração <strong>de</strong> empregos.• Desinteresse do po<strong>de</strong>r público em promover na região a construção <strong>de</strong> equipamentos comunitários.• Descaso com relação às áreas <strong>de</strong> risco e suas contenções.• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na execução <strong>da</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do complexo <strong>da</strong> Av. Pedro II, essencial para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Pampulha.• Demora na implantação <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong> ligação <strong>da</strong> Av. Tancredo Neves com Ouro Preto até a Catalão.• Falta <strong>de</strong> policiamento e segurança na região <strong>da</strong> Pampulha, principalmente por ser uma região turística.• Falta <strong>de</strong> aproveitamento nos espaços culturais (Casa do Baile e Museu <strong>de</strong> Arte) e cobrança para


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 501visitação ao Zoológico.• Conivência do setor público com a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> prostituição na região.• Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo engessando, não permitindo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> região no seuaspecto econômico e social sustentável com setores que priorizam a cultura, lazer, esporte e turismo(no entorno <strong>da</strong> lagoa).• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha e política <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população para a utilização <strong>de</strong>espaços públicos.• Transporte público ineficaz, falta <strong>de</strong> respeito dos operadores, má conservação dos veículos, passagenscaras.• Ocupação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> orla - invasão <strong>da</strong> área que <strong>de</strong>veria ser pista <strong>de</strong> trânsito por proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sparticulares (impossibilita duplicação <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong>).• Má utilização dos equipamentos <strong>de</strong> lazer e turismo situados na orla <strong>da</strong> lagoa.• Verticalização <strong>da</strong> Pampulha ocasionando <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção ambiental e social (ex.: Ouro Preto, Castelo).• Fiscalização <strong>de</strong>ficitária.• Falta <strong>de</strong> regulamentação específica para a orla.• A canalização e o tratamento dos esgotos para que eles não sejam diretamente jogados nos ribeirões,que trazem também a poluição e assoreamento para a Pampulha.• O transporte na região, que tem função <strong>de</strong> interligar os bairros, é insuficiente, principalmente no horário<strong>de</strong> 23:00 até 05:00 horas.• A gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> solo coberto pelo asfalto impe<strong>de</strong> a absorção <strong>da</strong>s águas pelo solo,exterminando as nascentes existentes na região.• A pouca atuação <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A não regulamentação <strong>da</strong>s ADE. São necessárias, sem modificar a área <strong>de</strong> zoneamento.• O transporte coletivo é precário, com relação aos horários, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ônibus e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A população não tem acesso à riqueza cultural e histórica <strong>da</strong> região.• Aumento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, sem garantia <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> acesso aosserviços básicos para garantir quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Falta um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para nortear as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas aten<strong>de</strong>ndo à vocaçãoturística e cultural <strong>da</strong> região.• Descaso do po<strong>de</strong>r público com a fiscalização, com relação a esgoto clan<strong>de</strong>stino, poluição sonora, lotesvagos, lixo.• Falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios, disciplinamento e fiscalização no entorno <strong>da</strong> lagoa.• Pouca divulgação dos espaços (equipamentos) públicos <strong>de</strong> lazer e cultura.• Deficiência do sistema viário, principalmente em dias <strong>de</strong> eventos (jogos, festas).• A <strong>de</strong>mora na regulamentação <strong>da</strong> ADE Pampulha.• Má conservação dos espaços públicos existentes.• Falta <strong>de</strong> fiscalização para cumprimento <strong>da</strong> LPOUS.• Falta <strong>de</strong> segurança na região.• Falta <strong>de</strong> incentivo para preservação <strong>de</strong> nascentes.• Falta <strong>de</strong> regulamentação <strong>da</strong>s ADE.• Falta <strong>de</strong> política mais eficiente <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong>s nascentes.• Poluição <strong>da</strong> lagoa.• Falta <strong>de</strong> segurança na região <strong>da</strong> Pampulha, principalmente em dias <strong>de</strong> jogos e eventos.• Subaproveitamento dos espaços culturais.• Falta <strong>de</strong> planejamento para sustentar o <strong>de</strong>senvolvimento turístico na região.• Saneamento básico <strong>da</strong> regional Pampulha: Sarandi, Orla <strong>da</strong> lagoa, os córregos <strong>da</strong> Ressaca, SantaTerezinha, Dona Clara, Av. Sebastião <strong>de</strong> Brito, Confisco.• Falta <strong>de</strong> escola <strong>de</strong> segundo grau e escolas profissionalizantes para pessoas carentes (nos bairrosSanta Terezinha, Confisco, Paquete, São Mateus etc.).• Regulamentação <strong>da</strong>s ADE <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Pampulha.• Estreitamento <strong>da</strong>s vias Antônio Carlos e Pedro l, na barragem, dificultando o fluxo <strong>de</strong> veículosprovenientes <strong>da</strong> Região Metropolitana.


502 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Não há um sistema <strong>de</strong> transporte coletivo que integre com eficiência a região.• O potencial turístico, cultural, esportivo e <strong>de</strong> lazer <strong>da</strong> região é pouco explorado pela população.• Falta <strong>de</strong> flexibilização na Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo não permitindo o crescimento <strong>da</strong> região.• Poucos investimentos em programas sociais para o atendimento a crianças e adolescentes.• Ineficiência do po<strong>de</strong>r público para a concretização do PROPAM.• A<strong>de</strong>nsamento e verticalização excessiva em alguns bairros (ex.: Santa Rosa, Dona Clara, Jaraguá, SãoJosé, Ban<strong>de</strong>irantes e Av. Fleming com Novata).• Falta <strong>de</strong> espaços públicos <strong>de</strong> uso gratuitos e melhoria dos já existentes nos bairros a<strong>de</strong>nsados.• Falta complementação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> água pluvial nos bairros São José, Ouro Preto,Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Poluição e assoreamento <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha.• Abandono dos equipamentos arquitetônicos do patrimônio histórico ao longo <strong>da</strong> lagoa.• Poluição <strong>da</strong> lagoa (lixo, entulho, assoreamento) em <strong>de</strong>corrência do transbor<strong>da</strong>mento dos córregos efalta <strong>de</strong> tratamento a<strong>de</strong>quado <strong>da</strong>s bacias que a compõem.• Ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> risco.• Tentativa <strong>de</strong> alteração <strong>da</strong> LPOUS na questão <strong>da</strong> verticalização no entorno <strong>da</strong> lagoa e bairros próximos,on<strong>de</strong> o a<strong>de</strong>nsamento é menor.• Poluição (sonora, hídrica e uso <strong>de</strong> residências que viraram bares, aca<strong>de</strong>mias, igrejas e outros) em<strong>de</strong>srespeito à lei LPOUS, que precisa ser melhor discuti<strong>da</strong>.• Áreas <strong>de</strong> vilas com infra-estrutura ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> ou sem infra-estrutura.• Cobrança do Zoológico.• Flexibilização <strong>da</strong> LPOUS, sem consulta aos moradores do bairro.• Áreas com conflitos relacionados a limite <strong>de</strong> municípios.9 - PRÉ-CONFERÊNCIA DE VENDA NOVA9.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>9.1.1 - Crescimento Urbano e InclusãoPONTOS POSITIVOS• Melhoria <strong>da</strong> educação, saú<strong>de</strong> (tratamentos e exames <strong>de</strong> ponta) e concentração <strong>de</strong> áreas culturais,conseqüência <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> populacional.• Aprovação <strong>da</strong> Lei Orgânica e do Plano Diretor <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Programa habitacional <strong>da</strong> PBH.• A existência <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (proteção aos córregos e nascentes).• A <strong>de</strong>scentralização permitiu o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s regiões periféricas.• Aumento <strong>da</strong> participação popular nas discussões sobre o crescimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Aprovação do Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• O aumento <strong>da</strong> população.• A existência <strong>de</strong> uma legislação <strong>de</strong> uso e ocupação do solo e <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> habitação e <strong>de</strong> infraestrutura.• A <strong>de</strong>pendência dos moradores vizinhos, em relação à BH, em emprego, saú<strong>de</strong>, educação e comérciotem diminuído, mas po<strong>de</strong> ser reduzi<strong>da</strong>.• Acesso fácil ao comércio local.• Criação <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nadoria do Idoso.• Boa localização geográfica e boa estrutura física <strong>de</strong> alguns postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Participação popular como política <strong>de</strong> inclusão social.PONTOS NEGATIVOS• Má distribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, gerando injustiça social.• Migração interna em busca <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> condição <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 503• Loteamentos clan<strong>de</strong>stinos sem fiscalização dos órgãos competentes.• Falta <strong>de</strong> equipamentos públicos (escolas e postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>).• Falta <strong>de</strong> recursos e ações efetivas para implantação <strong>da</strong> Lei Orgânica e do Plano Diretor.• O po<strong>de</strong>r econômico rege o crescimento <strong>de</strong>sorganizado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, superando a função social <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>e gerando privatização <strong>de</strong> benefícios (favorece os mais ricos).• O crescimento não contempla as áreas ver<strong>de</strong>s e reduz a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Falta fiscalização direta do po<strong>de</strong>r público nas intervenções urbanas (públicas e/ou priva<strong>da</strong>s).• Falta <strong>de</strong> políticas públicas para reduzir os impactos <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> conjuntos populareshabitacionais.• Falta <strong>de</strong> discussão <strong>da</strong> prefeitura com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a ZEIS-3 e outras questões <strong>de</strong> interessegeral.• A falta <strong>de</strong> cumprimento <strong>da</strong> política urbana e <strong>de</strong> ocupação do solo remete ao aparecimento <strong>de</strong>loteamentos clan<strong>de</strong>stinos.• A verticalização interfere na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar, áreas ver<strong>de</strong>s, proliferação <strong>de</strong>doenças).• O crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> remete a uma ausência <strong>de</strong> políticas urbanas (globais e sociais).• Não cumprimento <strong>da</strong> legislação e políticas <strong>de</strong> habitação existentes.• Pouca segurança nos bairros.• A estrutura física <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e os serviços públicos discriminam pessoas idosas e <strong>de</strong>ficientes.• Insuficiência <strong>de</strong> investimentos sociais nas áreas: saú<strong>de</strong>, educação, cultura e terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> atenção para áreas <strong>de</strong> risco.9.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• A diversificação do comércio do centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A <strong>de</strong>scentralização do comércio, serviços bancários e públicos nas regionais.• A concentração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais levando à melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços (ex.: Av. SilvianoBrandão, Av. Pedro II).• As feiras <strong>de</strong> artesanato e feiras livres em vários bairros (Av. Afonso Pena, Av. Vilarinho).• O surgimento <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> comércio e serviços (estações do BHBUS).• Descentralização do comércio, apesar <strong>de</strong> carência em alguns bairros.• Descentralização <strong>de</strong> serviços.• A concentração <strong>de</strong> serviços e comércio facilita a organização <strong>da</strong> segurança.• Acesso fácil aos centros comerciais.• O planejamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Existência dos corredores (quarteirões) para os camelôs (comércio informal).• Centro tradicional como referência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.• Criação <strong>de</strong> centros regionais - <strong>de</strong>scentralização.• Espaço criado para manifestação cultural e artesanal mineiro.PONTOS NEGATIVOS• Em algumas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> faltam serviços, principalmente o atendimento ao ci<strong>da</strong>dão (ex.: correios,casa lotérica etc.).• O comércio nas vias com gran<strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> veículos, prejudicando o fluxo normal do trânsito.• Melhor a<strong>de</strong>quação do serviço local, como por exemplo, a má distribuição do comércio ambulante.• Falta <strong>de</strong> segurança no centro, afastando a população.• Má distribuição <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> lazer e cultura.• Redução <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> nas vias <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> comércio, serviços e trânsito.• A especialização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, forçando maior <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>pessoas.• A implantação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>de</strong> shoppings centers prejudica o comércio local.


504 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Falta incentivo para as cooperativas populares (economia solidária).• Falta <strong>de</strong> infra-estrutura nos bairros <strong>de</strong> periferia, para formação <strong>de</strong> centros comerciais.• A sujeira dos centros comerciais <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> conscientização <strong>da</strong> população.• A falta <strong>de</strong> segurança.• A inexistência <strong>de</strong> pólos industriais "não poluentes" em BH e nos centros comerciais dos bairros.• A <strong>de</strong>ficiência do sistema viário para o atendimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial.• Os centros urbanos <strong>de</strong> BH não oferecem segurança, afastando as pessoas.• Os centros regionais não aten<strong>de</strong>m às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• O crescimento urbano <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado está causando poluição, transtorno no trânsito, sujeira nas ruas eviolência no centro <strong>de</strong> BH, <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> política social.9.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoPONTOS POSITIVOS• Implantação dos corredores <strong>de</strong> ônibus.• A concentração do comércio oferece segurança para os lojistas.• Metrô oferece transporte seguro e tarifa barata.• Implantação do sistema <strong>de</strong> ônibus bairro-a-bairro.• Implantação <strong>da</strong>s estações do BHBUS.• O metrô - rápido, eficiente e barato.• Implantação <strong>da</strong>s estações do BHBUS.• Organização dos conselhos <strong>de</strong> transporte e o gerenciamento pelo Município.• A criação <strong>da</strong>s linhas suplementares.• Integração BHBUS é boa, pois com uma passagem dá para ir para vários bairros mais distantes.• "On<strong>da</strong> ver<strong>de</strong>" na aveni<strong>da</strong> Cristiano Machado facilita o fluxo <strong>de</strong> veículos.• Tratamento dos motoristas e trocadores para com o usuário melhorou muito.• A implantação <strong>de</strong> estações do BHBUS.• A criação <strong>de</strong> corredores centrais <strong>de</strong> ônibus.• Implantação do metrô.• Existência <strong>de</strong> transporte coletivo que interliga os bairros (sem passar pelo centro) facilita o<strong>de</strong>slocamento.• Criação <strong>da</strong> terceira faixa <strong>de</strong> trânsito na aveni<strong>da</strong> Antônio Carlos, entre o viaduto São Francisco e aLagoinha, melhorou um pouco a flui<strong>de</strong>z.PONTOS NEGATIVOS• Estações centrais do metrô não aten<strong>de</strong>m à população.• Ônibus.• Transporte suplementar não aceita gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> acesso rápido <strong>de</strong> um bairro a outro.• Quadro <strong>de</strong> horário <strong>de</strong>ficiente não aten<strong>de</strong>ndo à população.• Falta <strong>de</strong> conscientização do usuário <strong>de</strong> transporte coletivo.• Gerenciamento do metrô pelo governo fe<strong>de</strong>ral.• Falta <strong>de</strong> otimização e materiali<strong>da</strong><strong>de</strong> nas estações do BHBUS.• Falta <strong>de</strong> autonomia dos conselhos, causando sérios transtornos, dificultando a relação do conselho,instituição e movimentos.• Falta tratamento específico aos idosos e portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física no sistema <strong>de</strong> transportepúblico.• Aumento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado e abusivo <strong>da</strong>s tarifas sem a participação dos conselhos.• BHBUS - estação: ônibus só sai lotado (horário <strong>de</strong> pique), faltando mais ônibus.• Planejamento existe mas não é colocado em prática. Ex.: trincheira perto do Mineirão e Via Brasil -promessa <strong>de</strong> campanha Hélio Garcia e Tancredo Neves.• Estrangulamento <strong>da</strong>s vias, por exemplo: Jacuí com Cristiano Machado (túnel), José Cândido com


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 505Cristiano Machado, região do Minas Shopping, Antônio Carlos (IAPI).• Sinalização (placas indicativas) é <strong>de</strong>ficiente ou não existe.• A eliminação <strong>de</strong> viagens (corte <strong>de</strong> horários) em to<strong>da</strong>s as linhas, sem apresentar alternativas, comenorme prejuízo para os usuários.• Deficiência <strong>da</strong> renovação <strong>da</strong> frota <strong>de</strong> ônibus e <strong>da</strong> higienização dos ônibus.• Desconforto causado pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> ônibus para efetuar um <strong>de</strong>slocamento (BHBUS).• As <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> não são implementa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com a discussão (que houve) <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Deficiência <strong>da</strong> programação (sincronismo) semafórica <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Antônio Carlos.• Localização <strong>da</strong> estação do BHBUS em Ven<strong>da</strong> Nova é muito distante <strong>da</strong> última estação prevista para ometrô <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Vilarinho.9.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio CulturalPONTOS POSITIVOS• BH tem espaços públicos interessantes (ex.: Parque <strong>Municipal</strong>, Mangabeiras).• BH tem espaços públicos que facilitam a convivência <strong>da</strong>s pessoas (ex.: Praça Sete).• Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo.• Existência <strong>de</strong> cinemas, teatros, centros <strong>de</strong> convenções.• Existência <strong>de</strong> bons parques e praças na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Há espaços culturais suficientes para aten<strong>de</strong>r a população.• O paisagismo e iluminação são bons nos espaços públicos.• O Parque <strong>Municipal</strong> é um ponto <strong>de</strong> encontro e <strong>de</strong>scanso que aju<strong>da</strong> as pessoas que moram e usam aárea central.• O Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras é um pulmão para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Muito agradável, brinquedos a<strong>de</strong>quados e é <strong>de</strong>graça.• A infra-estrutura do Zoológico é muito boa e propicia uma ótima área <strong>de</strong> lazer.• A existência <strong>de</strong> movimentos e centros culturais em BH (ex.: Culturarte, Lagoa do Nado, Alto Vera Cruzetc.).• Manutenção do restaurante popular, tendo em vista sua ampliação para o Barreiro e Ven<strong>da</strong> Nova.• PROPAM vai possibilitar a valorização dos espaços públicos e <strong>de</strong> lazer.• Bacias hidrográficas como espaços públicos <strong>de</strong> preservação do patrimônio natural - DRENURBS.PONTOS NEGATIVOS• Carência <strong>de</strong> espaços públicos nas periferias (ex.: lazer cultural).• Falta <strong>de</strong> preservação por parte <strong>da</strong> população dos espaços públicos.• Carência <strong>de</strong> fiscalização <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo e <strong>da</strong> Lei Orgânica.• Carência <strong>da</strong> fiscalização do patrimônio histórico e cultural <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> incentivo à cultura nas escolas.• Falta divulgação e preservação (tanto <strong>da</strong> administração pública como <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>) dos espaçospúblicos.• Nos espaços públicos faltam segurança e infra-estrutura, principalmente sanitários.• Os programas culturais são centralizados e <strong>de</strong> alto custo (pagos) para a população.• Má conservação do patrimônio cultural do município e histórico também.• Os espaços públicos estão longe <strong>da</strong>s periferias e são <strong>de</strong> difícil acesso (ex.: pegar até três ônibus).• Cobrança <strong>de</strong> passes (ou entra<strong>da</strong>s) para entrar nos espaços públicos <strong>de</strong> lazer, afastando a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>mais carente (ex.: Jardim Zoológico).• Falta <strong>de</strong> segurança e manutenção dos espaços públicos, impossibilitando a utilização dos mesmos pelacomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Inexistência <strong>de</strong> sanitários públicos, aliado à falta <strong>de</strong> fiscalização e manutenção dos existentes.• Deficiência na divulgação dos eventos culturais produzidos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (ex.: festival internacional, teatro,<strong>da</strong>nça etc.).• Limitação <strong>da</strong> preservação dos espaços e patrimônios públicos à área central <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


506 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Inexistência <strong>de</strong> interceptores <strong>de</strong> esgotos nos córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s.• Espaços públicos não a<strong>da</strong>ptados para atendimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes.• Não implantação do Parque Serra Ver<strong>de</strong>.9.1.5 - Condições AmbientaisPONTOS POSITIVOS• A boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água que nos é forneci<strong>da</strong>.• A coleta <strong>de</strong> lixo domiciliar beneficia 98% <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Implantação <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto (ETE Arru<strong>da</strong>s).• Coleta especial <strong>de</strong> lixo nos hospitais e centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Implantação do DRENURBS (programa para drenagem e urbanização dos córregos).• A coleta <strong>de</strong> lixo eficiente.• A canalização <strong>de</strong> córregos e ribeirões traz benefícios à população.• A conservação e melhorias <strong>da</strong>s praças e parques.• Existência <strong>de</strong> fóruns on<strong>de</strong> a população possa se manifestar (ex.: OP, CRP (Conselho Regional Popular)e Conferência <strong>de</strong> Política Urbana).• Excelente trabalho <strong>de</strong> limpeza pública nas vilas e favelas (ex.: Favela do Índio e Combate à <strong>de</strong>ngue).• Repasse <strong>de</strong> verbas, ain<strong>da</strong> que insuficientes, por parte <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> aoMunicípio.• Existência <strong>da</strong> Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Esgoto do ribeirão Arru<strong>da</strong>s (ETE Arru<strong>da</strong>s).• Existência <strong>da</strong> ASMARE (Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material Reaproveitável).• Presença do projeto Manuelzão.• Acompanhamento <strong>da</strong> PBH <strong>da</strong>s associações, no que se refere aos diversos trabalhos realizados emconjunto com a população.• A reciclagem como fator <strong>de</strong> reaproveitamento dos recursos industriais e redução do impacto ambientaldo lixo.PONTOS NEGATIVOS• O aumento <strong>da</strong> poluição sonora e atmosférica.• O mau uso <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pluvial e <strong>de</strong> esgoto.• A falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um local para <strong>de</strong>stinação final dos resíduos sólidos <strong>da</strong>qui a dois anos.• Falta <strong>de</strong> centrais <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto nas regionais.• Deficiência <strong>de</strong> capina e varrição, principalmente nas beiras <strong>de</strong> córregos.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> compromete a fauna e flora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• A revitalização <strong>da</strong>s lagoas é feita somente nos pontos turísticos.• A falta <strong>de</strong> colaboração <strong>da</strong> população prejudica a coleta <strong>de</strong> lixo.• Falta trabalho <strong>de</strong> educação ambiental junto à população assim como falta divulgação e incentivo <strong>da</strong>coleta seletiva.• O trabalho <strong>de</strong> conscientização <strong>de</strong>veria ser feito nos lugares <strong>de</strong> focos poluentes (ex.: nas vilas e favelas,a questão <strong>de</strong> água e esgoto; nas áreas comerciais, a questão <strong>de</strong> faixas, outdoor e megafones).• Pouco investimento, na área <strong>de</strong> saneamento básico, <strong>da</strong>s verbas a serem repassa<strong>da</strong>s ao Município.• Depre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s e equipamentos <strong>de</strong> lazer (ex.: Matinha Umuarama e Praça do Letícia).• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na efetivação <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões por parte <strong>da</strong> PBH (ex.: DRENURBS e Manuelzão).• Falta <strong>de</strong> fiscalização na aplicação dos recursos do saneamento.• A inexistência <strong>de</strong> Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento.• Falta <strong>de</strong> tratamento dos córregos e ribeirões que provocam, inclusive, problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> canalização <strong>da</strong>s águas pluviais, dificultando o <strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong>s pessoas a pé e <strong>de</strong> transportes(ex.: em Ven<strong>da</strong> Nova).• Falta <strong>de</strong> conscientização com o trabalho <strong>da</strong> equipe técnica que trabalha com o saneamento e outros e<strong>de</strong> material técnico para <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 507• A canalização dos córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> diminui a captação <strong>de</strong> água, aumenta os riscos <strong>de</strong> enchentes ereduz as áreas <strong>de</strong> lazer.• Inexistência <strong>de</strong> interceptores <strong>de</strong> esgoto nos córregos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.9.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região9.2.1 - Ocupação do Solo e ZoneamentoPONTOS POSITIVOS• Drenagem e pavimentação <strong>de</strong> vários córregos (ex.: R.124, Av. Liege, Av. Crisanto Muniz etc.).• Preservação do Parque Ecológico Serra Ver<strong>de</strong>.• Aproveitamento do terreno ocioso para construção <strong>da</strong> estação BHBUS.• Investimento comercial e cultural (ex.: Shopping Norte, facul<strong>da</strong><strong>de</strong>, clínicas, cartórios etc.).• Execução do Plano Diretor <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• A permissão <strong>de</strong> comércio induz ao a<strong>de</strong>nsamento e valoriza os imóveis situados próximos aos centroscomerciais.• O crescimento <strong>da</strong> região ao longo <strong>da</strong> Av. Vilarinho permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s áreas adjacentes àaveni<strong>da</strong>.• O crescimento populacional <strong>da</strong> região aumentou a implantação <strong>de</strong> infra-estrutura urbana (re<strong>de</strong> <strong>de</strong> águae esgoto).• A não verticalização na região permite a preservação <strong>de</strong> pequenas áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> quintal.• A existência do Plano Diretor Regional irá permitir um crescimento or<strong>de</strong>nado e planejamento regional,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja fiscalização eficiente.• Atendimento escolar satisfatório (ex.: Escola Geraldo Teixeira <strong>da</strong> Costa).• Canalização parcial <strong>de</strong> córrego. (ex.: Bairro Nova América).• Bom controle ambiental <strong>de</strong> zoonozes. (ex.: Bairro Nova América).• Ausência <strong>de</strong> favelas na região do Bairro Nova York.• A situação <strong>da</strong> urbanização melhorou <strong>de</strong> forma geral.• Comércio diversificado nos bairros.• Existência <strong>de</strong> um Plano Diretor aprovado e <strong>de</strong> uma ADE <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica em expansão (ex.: shopping, gran<strong>de</strong>s comércios etc.).• Existência do Decreto <strong>de</strong> Criação do Parque Serra Ver<strong>de</strong>.• Existência do metrô.PONTOS NEGATIVOS• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação do projeto do parque ecológico do Serra Ver<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> recursos para canalização dos córregos (ex.: Av. Liege, R. Cel. Manoel Assunção etc.).• Áreas ver<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>riam ser conserva<strong>da</strong>s estão sendo comercializa<strong>da</strong>s ou invadi<strong>da</strong>s.• Patrimônio histórico arquitetônico sendo <strong>de</strong>struído sem a menor consi<strong>de</strong>ração.• Falta <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> implantação do comércio em to<strong>da</strong> extensão <strong>da</strong> Av. Vilarinho.• Falta <strong>de</strong> divulgação do Plano Diretor Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• A permissão <strong>da</strong> instalação <strong>de</strong> comércio em algumas áreas diminui o potencial resi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>ssas áreas,diminuindo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e a segurança.• As modificações, com relação ao a<strong>de</strong>nsamento populacional, vêm ocorrendo intensamente semconsi<strong>de</strong>rar a estrutura viária (corredor Pe. Pedro Pinto e Av. Vilarinho).• O zoneamento em áreas com concentração comercial acentua o processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento everticalização, prejudicando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>de</strong> infra-estrutura.• Pavimentação asfáltica excessiva <strong>de</strong> vias diminui a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aumenta as enxurra<strong>da</strong>s e osriscos <strong>de</strong> enchentes (apenas nas ruas com inclinação acentua<strong>da</strong>!).• Falta <strong>de</strong> canalização <strong>de</strong> córregos e aveni<strong>da</strong>s sanitárias (ex.: córregos Baleares, Landi, Lareira,Mantiqueira, Lagoinha).• Falta <strong>de</strong> transporte geral e para <strong>de</strong>ficientes (ex.: retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> linha 5515, bairro Nova América e bairroJardim Europa).


508 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Falta <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> educação, comércio, transporte, creche, pavimentação,cooperativa (ex.: bairro Nova York, rua 80).• Falta <strong>de</strong> policiamento e postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ex.: bairro Nova York (acesso ruim) e bairro Nova América).• Falta <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> transporte, pavimentação e abastecimento <strong>de</strong> água (ex.: Bairro Jardim Europa,rua Vadus).• Trânsito na rua Padre Pedro Pinto <strong>de</strong>ficiente e com falta <strong>de</strong> estacionamento.• Crescimento <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>da</strong> região, propiciando empobrecimento <strong>de</strong> sua população.• Invasão <strong>de</strong> espaços públicos.• Saneamento precário.• Loteamento irregular e clan<strong>de</strong>stino, propiciando ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.9.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros UrbanosPONTOS POSITIVOS• Uma distribuição comercial que aten<strong>de</strong> aos moradores, valorizando os imóveis.• As áreas comerciais possuem boa acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Poucas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s incômo<strong>da</strong>s na região.• Ter o Plano Diretor regional aprovado.• Áreas estritamente resi<strong>de</strong>nciais on<strong>de</strong> a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é razoável.• Comércio variado na rua Pe. Pedro Pinto.• Existência <strong>de</strong> áreas para implantação <strong>de</strong> parques e áreas <strong>de</strong> lazer.• Inexistência <strong>de</strong> indústrias poluentes.• HPS - Ven<strong>da</strong> Nova.• Boa localização <strong>da</strong>s escolas.• A interligação regional através do transporte coletivo favorece o acesso aos serviços e comércio (ex.:transporte suplementar).• A expansão do comércio periférico planejado.• A instalação <strong>de</strong> shoppings na região central <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Ampliação dos serviços <strong>de</strong> atendimento prestados pela SCOMGER - VN.• Atuação <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong> no que diz respeito a combustíveis poluentes (CPI dos combustíveis).• O principal centro comercial <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> Nova aten<strong>de</strong> favoravelmente à sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Os subcentros <strong>da</strong>s periferias aten<strong>de</strong>m razoavelmente à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Fácil acesso aos centros urbanos (principal e subcentros).• O principal centro comercial <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova atrai população <strong>de</strong> municípios vizinhos, gerando<strong>de</strong>senvolvimento econômico.PONTOS NEGATIVOS• Falta <strong>de</strong> serviços bancários e prestadores <strong>de</strong> serviços (ex.: Extinção <strong>da</strong> TELEMAR, Correios etc.).• Falta <strong>de</strong> estacionamento, calça<strong>da</strong>s, sinalização nas áreas comerciais.• Carência <strong>de</strong> pólos geradores <strong>de</strong> empregos.• Falta <strong>de</strong> serviços públicos tais como parques, praças, centro <strong>de</strong> convivência, escola, creches, buscandoo bem estar <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Pouca divulgação do Plano Diretor.• O comércio nos bairros é insuficiente; é necessária a abertura <strong>de</strong> novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a expansão docomércio.• Falta divulgação do Plano Diretor <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova para a população.• Existência <strong>de</strong> um único parque e inexistência <strong>de</strong> equipamentos para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais.• Número insuficiente <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Número insuficiente <strong>de</strong> escolas e creches, assim como equipamentos nas mesmas.• Falta <strong>de</strong> incentivos para instalação <strong>de</strong> indústrias na região.• Falta <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s suficientes para empregar a população na região.• Saí<strong>da</strong> do atendimento <strong>da</strong> TELEMAR <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 509• Falta <strong>de</strong> segurança na região central e na periferia <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Carência <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na região <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Falta setor industrial planejado e or<strong>de</strong>nado para geração <strong>de</strong> mais empregos.• O principal centro comercial está localizado em via estreita (rua Padre Pedro Pinto), trazendotranstornos para os lojistas, pe<strong>de</strong>stres e veículos.• A Regional Ven<strong>da</strong> Nova não apresenta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s suficientes para empregar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Está precário o atendimento na saú<strong>de</strong>, educação e na segurança, gerado pela má administração.• Falta <strong>de</strong> fiscalização na economia informal (ex.: camelôs, carros <strong>de</strong> cachorro-quente), gerandoincômodo à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.9.2.3 - Tema LivrePONTOS POSITIVOS• Coleta <strong>de</strong> lixo porta-a-porta nas vilas e favelas.• Serviços <strong>de</strong> recapeamento nas principais vias.• Gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> ônibus.• Mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> Regional <strong>de</strong> local, abrangendo uma área maior <strong>de</strong> atendimento.• Criação do BHBUS.• Descentralização <strong>da</strong> área <strong>de</strong> comércio <strong>da</strong> Rua Padre Pedro Pinto (ex.: Shopping Norte).• Preservação do Parque Serra Ver<strong>de</strong>.• Feiras livres (ex.: Lazer, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas).• Estação BHBUS Ven<strong>da</strong> Nova.• Metrô - Estação Vilarinho.• Coleta porta-a-porta em vilas e favelas.• Projeto Manuelzão, revitalização dos córregos.• Baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional.• Criação <strong>da</strong> estação BHBUS.• Centro comercial próprio e satisfatório (ex.: bancos, hospitais, farmácias etc.).• A existência do Plano Diretor <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• O comércio diversificado e <strong>de</strong>scentralizado aten<strong>de</strong> e beneficia à população.• Espaços públicos bem cui<strong>da</strong>dos em alguns bairros <strong>da</strong> região.• O BHBUS Ven<strong>da</strong> Nova aten<strong>de</strong> bem parte <strong>da</strong> população <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Existe bom sistema <strong>de</strong> escolas em Ven<strong>da</strong> Nova.• Revitalização (tentativa) <strong>da</strong> Feira <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Vilarinho.• A extensão <strong>da</strong> área territorial <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Criação do Plano Diretor <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Implantação do BHBUS (Estação Ven<strong>da</strong> Nova).• Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comerciais diversifica<strong>da</strong>s nos centros.• A implantação <strong>da</strong> Estação BHBUS.• A implantação do metrô.• Implantação do Projeto DRENURBS.• A infra-estrutura <strong>da</strong>s escolas aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.• Projeto <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um parque ecológico no Serra Ver<strong>de</strong>.• Ven<strong>da</strong> Nova é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma região menos violenta no universo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Áreas Santa Amélia, Santa Mônica, São João Batista, são mais bem equipa<strong>da</strong>s com escolas,arborização e ruas asfalta<strong>da</strong>s.• Ain<strong>da</strong> é saudável a vi<strong>da</strong> em Ven<strong>da</strong> Nova (as pessoas se encontram, se divertem, rezam, sem precisarsair <strong>da</strong>qui).• Acesso aos bairros é bom, no que diz respeito às vias <strong>de</strong> ligação e às linhas <strong>de</strong> ônibus.• Área comercial <strong>da</strong> região é suficiente e bem distribuí<strong>da</strong> (tem comércio em Ven<strong>da</strong> Nova inteira).


510 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais• Construção <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> lazer e esportes (ex.: Jardim Leblon, Campo do Tricolor - Vila Apareci<strong>da</strong>).• Obra do Vilarinho (bacias <strong>de</strong> retenção acabando com as enchentes <strong>da</strong> região).• Melhoria e manutenção nas praças públicas.• Estação do BHBUS.• Predominância <strong>de</strong> casas com 1 e 2 pavimentos, garantindo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> região.• A existência <strong>de</strong> um Plano Diretor <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, buscando a não expansão <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>.• Preservação dos fundos <strong>de</strong> quintais arborizados.• A manutenção <strong>da</strong>s residências unifamiliares, cooperando para uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• A participação popular.• A inexistência <strong>de</strong> indústrias poluentes.• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> saudável.• Existência <strong>de</strong> recursos hídricos significativos.• Existência <strong>de</strong> um centro comercial diversificado.• Efetiva participação comunitária na luta pela melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.• Implantação <strong>da</strong> coleta <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong> porta-a-porta nas vilas.• A distribuição geográfica dos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é boa.• O atendimento público em Ven<strong>da</strong> Nova melhorou após a reforma administrativa.• Tanto o centro comercial <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova quanto os regionalizados aten<strong>de</strong>m às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s e geramemprego e ren<strong>da</strong>.• Presença <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevante interesse ambiental.• As COMFORÇA têm executado um trabalho efetivo.• Implantação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> saneamento básico, como por exemplo, o <strong>da</strong> rua Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Cruz.• Criação do Pronto Socorro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• In<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova em relação ao centro <strong>de</strong> BH, nas questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e comércio.• Projeto do metrô chegando a Ven<strong>da</strong> Nova.• Implantação <strong>de</strong> projetos sociais (ex.: Projeto BH Vi<strong>da</strong>).PONTOS NEGATIVOS• Deficiência no quadro <strong>de</strong> horário <strong>de</strong> ônibus.• Deficiência na fiscalização e monitoramento <strong>de</strong> trânsito (ex.: Lagoa, Céu Azul, R. Padre Pedro Pinto).• Ausência <strong>de</strong> polo industrial.• Falta <strong>de</strong> área <strong>de</strong> lazer.• Deficiência <strong>de</strong> drenagem pluvial (ex.: Vilarinho).• Carência <strong>de</strong> saneamento básico em algumas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s (ex.: Jardim Leblon, Jardim Europa, Jardimdos Comerciários).• Falta <strong>de</strong> implementação do Parque Industrial Serra Ver<strong>de</strong>.• Carência <strong>de</strong> centro <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra qualifica<strong>da</strong>.• Carência <strong>de</strong> investimento no projeto "1º Emprego".• Morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no trânsito na Rua Padre Pedro Pinto no horário <strong>de</strong> pico, prejudicando o transporte coletivo.• Falta <strong>de</strong> URPV (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos Volumes) na região.• Falta <strong>de</strong> integração entre to<strong>da</strong>s as linhas <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova e a estação BHBUS.• Falta <strong>de</strong> espaço público e área <strong>de</strong> lazer para crianças e adultos.• Falta <strong>de</strong> colocação dos equipamentos <strong>de</strong> coleta seletiva nos bairros (LEV - Local <strong>de</strong> EntregaVoluntária).• Falta <strong>de</strong> feiras livres nos bairros.• Os espaços públicos praticamente inexistem e, quando existem, são poucos divulgados, assim como osprogramas culturais.• Sistema viário mal cui<strong>da</strong>do, com bocas <strong>de</strong> lobo entupi<strong>da</strong>s e esgoto a céu aberto.• Inexistência <strong>de</strong> política <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e qualificação profissional.• O processo <strong>de</strong> implantação do BHBUS é lento, assim como o metrô.• Faltam programas <strong>de</strong> baixo custo que mobilizem a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a melhoria dos bairros (ex.:


Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionais 511Mutirão coor<strong>de</strong>nado pela <strong>Prefeitura</strong>).• Re<strong>de</strong>finição interna nas áreas <strong>de</strong> abrangência.• Falta <strong>de</strong> uma política para geração <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>.• Redistribuição <strong>da</strong> política quanto às áreas <strong>de</strong> risco, priorizando vilas e bairros mais carentes.• Inexistência <strong>de</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto (ETE).• Falta <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e praças, bem como inexistência <strong>de</strong> parques e monitoramento<strong>da</strong>s nascentes.• Espaço público e cultural não aten<strong>de</strong> à população regional.• Deficiência na segurança pública nas áreas comerciais.• Falta <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> piso baixo para circular na regional.• Arborização e paisagismo <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• A implantação <strong>de</strong> um pólo industrial no Serra Ver<strong>de</strong>.• Falta <strong>de</strong> ampliação e melhoria do saneamento básico nas áreas <strong>de</strong> risco.• As creches fecha<strong>da</strong>s e convênio <strong>de</strong> creches entre PBH e as filantrópicas foi cortado.• Falta <strong>de</strong> investimentos para a instalação <strong>de</strong> <strong>de</strong>legacia especializa<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher.• Ausência <strong>de</strong> equipamentos públicos (postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, escolas, ruas urbaniza<strong>da</strong>s) na região dos bairrosJardim Leblon, Nova York, Esplendor e outros.• A ausência <strong>de</strong> estacionamento no centro comercial <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• A ausência <strong>de</strong> remanejamento <strong>de</strong> tráfego <strong>da</strong> rua Padre Pedro Pinto para a Aveni<strong>da</strong> Vilarinho, causandoengarrafamentos, enchentes etc.• Precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> na área do saneamento (faltando interceptores <strong>de</strong> esgotos), on<strong>de</strong> tudo é encaminhadopara córregos, poluindo as nascentes.• Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s públicas para o lazer.• Não cumprimento <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Uso e Ocupação do Solo, gerando carência <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e ocupação <strong>de</strong>áreas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s (Jardim Leblon).• Os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não comportam a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> região.• Falta <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, o que propicia o aumento <strong>da</strong> marginalização <strong>da</strong> região.• Falta <strong>de</strong> saneamento básico gerando poluição dos córregos (ex.: Vila do Índio, córrego dos Camões,córrego Maribondo etc.).• Falta <strong>de</strong> urbanização e infra-estrutura nos bairros Jardim Comerciários, Copacabana etc.• Falta <strong>de</strong> divulgação do Plano Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova.• Inexistência <strong>de</strong> um pólo industrial na regional Ven<strong>da</strong> Nova.• Recursos insuficientes <strong>de</strong>finidos no OP para a regional Ven<strong>da</strong> Nova, acarretando ca<strong>da</strong> vez maisexclusão social.• Deficiência <strong>de</strong> conjuntos habitacionais <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> (quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>).• Insuficiência do saneamento básico na regional Ven<strong>da</strong> Nova.• Os prazos <strong>de</strong>finidos no OP para a execução <strong>da</strong>s obras não são cumpridos.• Deficiência na fiscalização quanto à legislação <strong>de</strong> passeios públicos (não existem ou estão irregulares,gerando insegurança para o pe<strong>de</strong>stre).• Ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.• Carência <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> cultura (ex.: implantação do Centro Cultural negociado com aComuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>da</strong> COMFORÇA).• Deficiência <strong>da</strong> re<strong>de</strong> física do quadro técnico e administrativo dos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Ausência <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para os portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência nos equipamentos públicos.• Má distribuição <strong>da</strong>s vagas e dos equipamentos do Ensino Fun<strong>da</strong>mental e a falta <strong>de</strong> vagas do EnsinoMédio (ex.: acelerar a construção <strong>da</strong> Escola no Bairro Jardim Leblon e iniciar a construção <strong>da</strong> escola dobairro Jardim Europa).• Existe muito córrego a céu aberto em Ven<strong>da</strong> Nova.• Ausência <strong>de</strong> Saneamento Básico (ex.: Bacia do Vilarinho).• Segurança Pública insuficiente e <strong>de</strong>sprepara<strong>da</strong>.• O Sistema <strong>de</strong> transporte não aten<strong>de</strong> à <strong>de</strong>man<strong>da</strong>: começou excelente e caiu nos últimos anos; 60% do


512 Íntegra dos produtos <strong>da</strong>s pré-conferências regionaissistema viário não aten<strong>de</strong> à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Poucas áreas ver<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> lazer em Ven<strong>da</strong> Nova.• Ausência <strong>de</strong> escola municipal em algumas regiões (ex.: Santa Mônica e Jardim Europa).• O Sistema <strong>de</strong> ônibus suplementar nos bairros Maria Helena, Mantiqueira, Lagoinha, Landi não aten<strong>de</strong>mà gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> usuários.• Espera <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> ônibus na Estação Ven<strong>da</strong> Nova é gran<strong>de</strong>. Falta <strong>de</strong> linha <strong>da</strong> estação ao hipercentro.• Localização <strong>da</strong> Estação BHBUS.• Falta <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> reeducação ambiental no sentido <strong>de</strong> não jogar lixo nas ruas e córregos e nosentido <strong>de</strong> ampliar a arborização nos espaços públicos.• Falta <strong>de</strong> incentivo à cultura em Ven<strong>da</strong> Nova (ex.: Construção <strong>de</strong> um centro cultural).• Falta <strong>de</strong> respeito dos usuários em relação aos bancos <strong>de</strong>stinados a <strong>de</strong>ficientes, idosos e gestantes nosônibus.• Insuficiência do atendimento no Pronto Socorro e na UPA.Ausência <strong>de</strong> transporte coletivo com acesso à Av. Carlos Luz, ligando a região Sul <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova (ex.:Santa Mônica, Jardim Leblon, Céu Azul e outros).


513▪ ANEXO VI - ÍNTEGRA DAS PROPOSTAS APROVADASNeste Anexo estão reproduzi<strong>da</strong>s na íntegra as propostas finais <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> PolíticaUrbana, segundo a seguinte organização:▪ PROPOSTAS PARA A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL• Zoneamento, Ocupação e Uso do Solo ▪ Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)• Parcelamento do Solo• Instrumentos Urbanísticos• Regularização <strong>de</strong> Parcelamentos e Edificações• Posturas e Código <strong>de</strong> Obras• Legislação Específica para ZEIS• Legislação Ambiental <strong>Municipal</strong>▪ PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES ESTRUTURANTES• Obras Viárias, Obras <strong>de</strong> Saneamento e Revitalização <strong>de</strong> Áreas• Programas Habitacionais▪ PROPOSTAS DE GESTÃO URBANA• Desenvolvimento Econômico• Gestão Participativa• Gestão <strong>de</strong> Políticas Setoriais Urbanas◦ Gestão <strong>da</strong> Política do Controle Urbano◦ Gestão <strong>da</strong> Política Ambiental e <strong>de</strong> Saneamento◦ Gestão <strong>da</strong> Política Habitacional◦ Gestão <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito◦ Gestão <strong>da</strong> Política do Patrimônio Histórico e Espaço Público


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 515▪ PROPOSTAS PARA A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTALZoneamento, Ocupação e Uso do Solo • Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)Grupos <strong>de</strong> Trabalho 1 e 3Relatora: Edna Nunes GomesCoor<strong>de</strong>nadoras:M.ª Auxiliadora <strong>de</strong> M. Vieira e Tânia M.ª <strong>de</strong> A. FerreiraI - Zoneamento1 - Parâmetros e critérios <strong>de</strong> ocupação referentes às zonas1.1 - Resgate dos parâmetros e <strong>da</strong>s restrições impostas à Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental (ZPAM)originalmente <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s na Lei n. o 7.166/96, impedindo o parcelamento dos terrenos situados nessa zona.1.2 - Para as áreas particulares classifica<strong>da</strong>s como ZPAM, possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong>ocupação menos restritivos que os <strong>de</strong>sta zona e mais restritivos que os <strong>da</strong> Zona <strong>de</strong> Proteção 1 (ZP-1). Paratanto, criação <strong>da</strong> “ZP-1.A”, com os parâmetros:a) coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento = 0,1 (um décimo);b) taxa <strong>de</strong> ocupação = 0,05 (cinco centésimos);c) taxa <strong>de</strong> permeabilização = 80% (oitenta por cento);d) quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional = 5.000m² (cinco mil metros quadrados).1.3 - Manutenção dos parâmetros <strong>da</strong> Zona <strong>de</strong> Proteção 2 (ZP-2).1.4 - Permissão <strong>da</strong> adoção dos parâmetros <strong>da</strong> ZP-2 nos lotes já aprovados na ZP-1 com área inferior a2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados).1.5 - A<strong>de</strong>quação dos parâmetros urbanísticos <strong>da</strong> Zona <strong>de</strong> Proteção 3 (ZP-3):a) Redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento – <strong>de</strong> 1,5 (um e meio) para 1,2 (um inteiro e dois décimos);b) Aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional <strong>de</strong> 90 m² (noventa metros quadrados) para 200 m²(duzentos metros quadrados);c) Estudo do controle <strong>de</strong> altimetria na ZP-3 em conjunto com o estudo <strong>de</strong> altimetria para to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.1.6 - Para empreendimentos resi<strong>de</strong>nciais, comerciais ou <strong>de</strong> uso diverso (clubes, aca<strong>de</strong>mias, templos etc.),os quais apresentem riscos impactantes na Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 2 (ZAR-2), exigir-se-á emcontraparti<strong>da</strong>, dos empreen<strong>de</strong>dores e/ou responsáveis, medi<strong>da</strong>s compensatórias que priorizem questõescomo: educação, esportes e cultura, saú<strong>de</strong> pública, saneamento básico, preservação/recuperação do meioambiente, segurança, sempre em benefício <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> diretamente afeta<strong>da</strong> e em função e <strong>da</strong> carênciaobserva<strong>da</strong> na mesma área.Fica obrigatória a exposição no local pretendido pelos empreen<strong>de</strong>dores e/ou responsáveis, <strong>de</strong> placascontendo informações completas sobre o empreendimento, as quais <strong>de</strong>verão ser coloca<strong>da</strong>s antes <strong>de</strong>qualquer obra <strong>de</strong> preparação, na pretensa área.1.7 - Parâmetros <strong>da</strong> Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> (ZA):a) Aumento dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundos, adotando na fórmula <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong>sses afastamentos ovalor do divisor “b” = 4 (o mesmo <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais zonas);b) Redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong> 1,5 (um e meio) para 1,2 (um inteiro e dois décimos)c) Aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional <strong>de</strong> 40 m² (quarenta metros quadrados) para 60 m²(sessenta metros quadrados).1.8 - Parâmetros <strong>da</strong> Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP):a) Redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong> 1,7 (um inteiro e sete décimos) para 1,5 (um e meio);b) Aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional <strong>de</strong> 25 m 2 (vinte e cinco metros quadrados) para 40m² (quarenta metros quadrados).1.9 - Parâmetros <strong>da</strong> Zona Central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (ZCBH):Aumento dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundos, adotando na fórmula <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong>sses afastamentos ovalor <strong>de</strong> “b” = 4 (o mesmo <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais zonas).1.10 - Zona Hipercentral (ZHIP):Manutenção dos parâmetros urbanísticos <strong>da</strong> ZHIP.1.11 - Parâmetros <strong>da</strong> Zona Central <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova (ZCVN):


516 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sa) Redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (a ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>);b) Aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional (a ser estu<strong>da</strong>do).1.12 - Parâmetros <strong>da</strong> Zona Central do Barreiro (ZCBA):a) Redução do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento (a ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>);b) Aumento <strong>da</strong> quota <strong>de</strong> terreno por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional (a ser estu<strong>da</strong>do).1.13 - Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos (ZE):Regulamentação <strong>da</strong>s ZEs instituí<strong>da</strong>s pela Lei n. o 7.166/96.1.14 - Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social 2 (ZEIS-2):Definição <strong>de</strong> parâmetros especiais <strong>de</strong> parcelamento e ocupação do solo nas ZEIS-2.2. Mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> Zoneamento2.1 - Revisão <strong>da</strong>s manchas <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental (ZPAM) e Zona <strong>de</strong> Proteção 1 (ZP-1), apartir <strong>de</strong> estudo técnico efetuado pelo Executivo e aprovado pelo Conselho <strong>de</strong> Política Urbana (COMPUR) –(ou pelo Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano (COMDUR), caso seja criado –, ouvidos os órgãoscompetentes.2.2 - Alteração para ZPAM do zoneamento dos novos parques.2.3 - Revisão dos limites <strong>da</strong>s Zonas <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos (ZEs).2.4 - Definição, por grupo técnico do Executivo, <strong>de</strong> novas áreas como Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 2(ZEIS-2), segundo critérios a serem aprovados na Conferência.2.5 - Manutenção, na região <strong>da</strong> Pampulha, do zoneamento Zona <strong>de</strong> Proteção 2 (ZP-2).2.6 - Alteração do Zoneamento do Buritis, <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP) para ZonaA<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong> (ZA), com a ampliação dos valores dos afastamentos laterais e <strong>de</strong> fundos prevista para a ZA noitem 1.7 <strong>da</strong> proposta aprova<strong>da</strong> nos Grupos <strong>de</strong> Trabalho 1 e 3, relativa a parâmetros urbanísticos <strong>da</strong>s zonas.2.7 - Alteração do zoneamento do bairro Santa Margari<strong>da</strong>, na região do Barreiro, <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamentoPreferencial (ZAP) para Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 2 (ZAR-2).2.8 - Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> zoneamento <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> Proteção 1 (ZP-1) para Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial(ZAP) em área no bairro Jaraguá, reiterando resolução do COMPUR.2.9 - Manutenção como Zona <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s Equipamentos (ZE) a área às margens <strong>da</strong> Av. Alfredo Camarate,indica<strong>da</strong> no art. 14, § 3º, inciso VI, alínea “a”, revendo a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>stinação e regulamentando-a.2.10 - Alteração do zoneamento do Carlos Prates e Padre Eustáquio <strong>de</strong> Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial(ZAP), para Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito 2 (ZAR-2).II - Ocupação do Solo(Parâmetros gerais)1 - Controle <strong>da</strong> altimetria1.1 - Elaboração <strong>de</strong> estudo visando a regulação <strong>da</strong> altimetria na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ecaracterísticas diferencia<strong>da</strong>s dos lugares.1.2 - Utilização do estudo <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança (EIV), com consulta popular, para aprovação <strong>de</strong>empreendimentos que possam causar impacto na ambiência e na paisagem urbana dos lugares.2 - Taxa <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>2.1 - Manutenção <strong>da</strong> exigência <strong>de</strong> área <strong>de</strong> permeabilização, livre e vegeta<strong>da</strong>, vetando sua substituição pelacaixa <strong>de</strong> captação e drenagem.2.2 - Estudo <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> variar a taxa <strong>de</strong> permeabilização em função <strong>da</strong> área do lote, reduzindo-apara lotes <strong>de</strong> até 200 m².2.3 - Estímulo à utilização simultânea <strong>da</strong> área <strong>de</strong> permeabilização e <strong>da</strong> caixa <strong>de</strong> captação e drenagem.3 - Vagas <strong>de</strong> estacionamento3.1 - Redução do número <strong>de</strong> vagas para estacionamento <strong>de</strong> automóveis e aumento <strong>de</strong> número <strong>de</strong> vagaspara estacionamento <strong>de</strong> caminhões e/ou carretas, conforme seja a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial ou comercial <strong>de</strong>médio ou gran<strong>de</strong> porte.3.2 - Definição <strong>de</strong> proporção máxima <strong>de</strong> vagas presas em relação ao número mínimo exigido.4 - Afastamento frontal nos corredores viários (vias arteriais e coletoras)4.1 - Regulamentação do uso do afastamento frontal em continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao passeio.4.2 - Implementação <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong> para o uso ina<strong>de</strong>quado <strong>da</strong> calça<strong>da</strong> para manobra e estacionamento <strong>de</strong>veículos.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5175 - Recomen<strong>da</strong>ções5.1 - Desenvolvimento <strong>de</strong> estudos visando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir o parâmetro ocupacional do “módulomínimo” para edificações multifamiliares, comerciais ou mistas, nas ADEs/ci<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral, como mais uminstrumento <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento.5.2 - Definição através <strong>de</strong> dispositivo legal a ser inserido na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo,dos empreendimentos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s priva<strong>da</strong>s ou públicas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> estudo prévio <strong>de</strong>impacto <strong>de</strong> vizinhança (EIV) para obtenção <strong>de</strong> licenças construção, ampliação ou funcionamento.III - Uso do Solo1 - Elaboração <strong>de</strong> estudo no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir critérios e alternativas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> localização <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Grupo III.2 - Revisão <strong>da</strong> classificação <strong>de</strong> usos do Grupo III, distinguindo as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior impacto.3 - Desenvolvimento <strong>de</strong> estudos com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> áreas com concentração <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Grupo III, tendo em vista a regularização <strong>da</strong>s mesmas, com a utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong>política urbana.4 - Implantação no Executivo <strong>de</strong> processo permanente <strong>de</strong> monitoramento dos impactos <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sinstala<strong>da</strong>s.5 - Efetuação, a partir <strong>de</strong> estudo técnico elaborado pelo Executivo e aprovado pelo COMPUR (ou peloCOMDUR, caso seja criado), ouvidos os órgãos competentes, <strong>de</strong> correções pontuais nos Anexos V e VI <strong>da</strong>Lei n. o 8.137/00, que estabelecem, respectivamente, a classificação dos usos e as medi<strong>da</strong>s mitigadoras dosimpactos <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s causadoras <strong>de</strong> repercussões negativas.6 - Inclusão, entre os tipos <strong>de</strong> repercussão possíveis <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>:a) geração <strong>de</strong> resíduos sólidos, prevendo como medi<strong>da</strong> mitigadora a aprovação <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong>Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos;b) radiações não ionizantes, com as medi<strong>da</strong>s mitigadoras previstas na legislação ambiental.7 - Atribuição ao Executivo <strong>da</strong> competência <strong>de</strong> estabelecer a classificação viária.8 - Condicionamento <strong>da</strong> permanência <strong>de</strong> usos não conformes à a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s instalações às normasambientais, <strong>de</strong> posturas e <strong>de</strong> segurança (compatibilização do § 2.º do art. 72 ao § 6.º do mesmo artigo).9 - Impedimento <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> obras que aumentem a <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas edificações utiliza<strong>da</strong>s porusos <strong>de</strong>sconformes.10 - Restrição <strong>de</strong> usos na área centralNa área central, supressão do impedimento <strong>de</strong> investimentos públicos na construção e ampliação <strong>de</strong>: se<strong>de</strong>s<strong>de</strong> órgãos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais e outros serviços <strong>de</strong> uso coletivo citados no art. 11 do PlanoDiretor.11 - Manutenção <strong>da</strong> diversificação <strong>de</strong> usos no hipercentro.12 - Elaboração <strong>de</strong> planos locais para os centros mais significativos na estruturação <strong>da</strong>s regiões.13 - Região <strong>da</strong> Pampulha: os usos não resi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong>vem ser aqueles relacionados com o lazer e turismo,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que compatíveis com o caráter ambiental, paisagístico, histórico e cultural <strong>da</strong> Pampulha, com o usoresi<strong>de</strong>ncial presente na área e com as características urbanísticas locais.14 - Empreendimentos no entorno <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação ambientalPara empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental localizados junto a áreas <strong>de</strong> preservaçãoambiental, exigência, no EIA/RIMA ou no EIV, <strong>de</strong> inclusão <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> visa<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> paisagem urbanacontemplando a relação do empreendimento com a área <strong>de</strong> preservação adjacente.15 - Licenciamento <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telefonia celular:O órgão responsável pelo licenciamento <strong>da</strong>s antenas <strong>de</strong>ve assegurar o pleno cumprimento <strong>da</strong>s exigências econdicionantes para a instalação <strong>da</strong>s mesmas, especialmente os procedimentos relativos à divulgação,garantindo que as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s inseri<strong>da</strong>s no raio <strong>de</strong> influência <strong>da</strong>s antenas sejam efetivamente informa<strong>da</strong>ssobre a proposta <strong>de</strong> sua instalação.IV - Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)1 - ADE FlorestaCriação <strong>da</strong> ADE Floresta, contemplando as seguintes diretrizes:a) Controlar o a<strong>de</strong>nsamento, construtivo e populacional, no sentido <strong>de</strong> reduzir a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> atual;b) Controlar a altimetria, com parâmetros que proporcionem a redução <strong>da</strong> altura <strong>da</strong>s edificações;c) Definir parâmetros que indiquem restrições à ocupação do lote;


518 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sd) Definir mecanismos que incentivem a preservação <strong>da</strong>s edificações.e) controle <strong>da</strong> instalação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comércio, serviços e indústrias no sentido <strong>de</strong> preservação do usoresi<strong>de</strong>ncial do bairro.2 - ADE <strong>de</strong> Referência Simbólica e HistóricaCriação <strong>de</strong> ADE <strong>de</strong> Referência Simbólica e Histórica, contemplando as seguintes diretrizes:a) Controlar a altimetria <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> ADE;b) Condicionar a análise <strong>da</strong>s intervenções em áreas <strong>de</strong> ADE à anuência prévia do Conselho Deliberativo doPatrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (CDPCM-BH).3 - ADE Bacia <strong>da</strong> Barragem Santa LúciaCriação <strong>da</strong> ADE Bacia <strong>da</strong> Barragem Santa Lúcia, contemplando as seguintes diretrizes e propostas:a) Incentivar a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e cobertura vegetal;b) Definir restrições e normas direciona<strong>da</strong>s à ocupação e à intervenção em áreas públicas;c) Garantir a taxa mínima <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, não se aceitando a sua substituição pela caixa <strong>de</strong> captação;d) Definir altimetria máxima para o perímetro abaixo <strong>da</strong> Av. Raja Gabaglia e permitir apenas a ocupaçãounifamiliar para a área situa<strong>da</strong> entre a Av. Raja Gabaglia e a Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental <strong>da</strong> Mata doCercadinho, do trevo <strong>da</strong> BR 040 e Rua Agena até a Rua José Rodrigues Pereira.e) Consi<strong>de</strong>rar os objetivos básicos <strong>da</strong> ADE na elaboração dos Planos Globais Específicos <strong>da</strong>s ZEISexistentes.4 - ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental4.1 - Regulamentação <strong>da</strong>s ADEs <strong>de</strong> Interesse Ambiental, contemplando as seguintes diretrizes:Condicionar a análise <strong>da</strong>s intervenções nas ADEs à anuência do COMAM.Definir parâmetros <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> forma a garantir taxa <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> área,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do zoneamento, e a preservação dos elementos mais significativos;Definir a área permeável do terreno coinci<strong>de</strong>nte com a presença <strong>de</strong> vegetação expressiva;Definir incentivos à aplicação <strong>de</strong> mecanismos compensatórios;Os mecanismos compensatórios estabelecidos nas ADEs <strong>de</strong> natureza ambiental só po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> naturezaambiental ou <strong>de</strong> preservação do patrimônio histórico <strong>da</strong> mesma ADE.Garantir a taxa mínima <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, não se aceitando a sua substituição pela caixa <strong>de</strong> captação.4.2 - Criação <strong>de</strong> ADE <strong>de</strong> Interesse Ambiental nas seguintes regiões:a) Cercadinho;b) Brejinho;c) Belve<strong>de</strong>re (área ver<strong>de</strong> iniciando-se no fim <strong>da</strong> Rua Haiti/rotatória do Belve<strong>de</strong>re e margeando pelaesquer<strong>da</strong>, as aveni<strong>da</strong>s Eurico Gaspar Dutra, Celso Porfírio, Prof. Cristovam dos Santos, a Via <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stresem nome, até a Rua Jorge Marine, tudo conforme <strong>de</strong>lineado nas folhas 47 e 54 – anexos II, IV e XII <strong>da</strong> Lei<strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>.d) Trevo (área correspon<strong>de</strong>nte a duas nascentes do córrego Olhos d’Água, revitaliza<strong>da</strong>s pela PBH).e) Noroeste (área ver<strong>de</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> mata do Morcego, situa<strong>da</strong> entre os bairros João Pinheiro, Camargos eSanta Maria, com acesso pela via expressa na altura do número 6000, à esquer<strong>da</strong>, no sentido BH–Contagem.4.3 - Elaboração <strong>de</strong> estudo para i<strong>de</strong>ntificação e inclusão <strong>de</strong> novas áreas como ADEs <strong>de</strong> InteresseAmbiental.5 - ADEs Pampulha e TrevoRegulamentação <strong>da</strong>s ADEs, contemplando as diretrizes abaixo relaciona<strong>da</strong>s.5.1 - Quanto ao uso e ocupação:a) Flexibilizar, nas ADEs Pampulha e Trevo, a implantação <strong>de</strong> usos comerciais, <strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>uso coletivo para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos Grupos I, II e III volta<strong>da</strong>s ao <strong>de</strong>senvolvimento e incremento do turismo,lazer, eventos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais, <strong>de</strong> acordo com estudos e planejamento sobre a vocação <strong>da</strong> região querespeitem as características paisagísticas, arquitetônicas e culturais, conforme tabela a ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.b) Condicionar a liberação <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não resi<strong>de</strong>nciais na orla <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha a relatório <strong>de</strong>impacto ambiental que contemple também a vocação para o esporte, lazer e turismo;c) Permitir o uso comercial, <strong>de</strong> serviços e serviços <strong>de</strong> uso coletivo nas casas existentes na orla <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong>Pampulha, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que manti<strong>da</strong>s as áreas, a taxa <strong>de</strong> permeabilização e os afastamentos originais;d) Manter o coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento, taxa <strong>de</strong> ocupação, área mínima <strong>de</strong> lote e afastamentos <strong>de</strong>finidos


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 519na Lei n.º 7.166, <strong>de</strong> 27/08/96.5.2 - Quanto às posturas municipais:a) Ve<strong>da</strong>r a colocação <strong>de</strong> engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> na orla <strong>da</strong> represa <strong>da</strong> Pampulha, exceto aqueles relativosa indicativos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no local, obe<strong>de</strong>cendo a parâmetros estabelecidos pelo Instituto Estadual doPatrimônio Histórico e Artístico <strong>de</strong> Minas Gerais (IEPHA) e pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico eArtístico (IPHAN).5.3 Quanto à gestão, planejamento, controle e instalação <strong>de</strong> equipamentos:a) acionar o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM) e/ou Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana(COMPUR), em casos <strong>de</strong> empreendimentos que provocarem maior impacto ambiental.b) Obe<strong>de</strong>cer ao planejamento inicial <strong>da</strong> Av. Otacílio Negrão <strong>de</strong> Lima, recuperando o espaço público hojeocupado ilegalmente para implantação <strong>de</strong> uma 2ª pista e que a pista junto à lagoa inclua a construção <strong>de</strong>calçadão;c) Criar um parque ecológico na ADE Trevo, com instrumentos e mecanismos <strong>de</strong> controle social voltadospara a gestão e educação ambiental;6 - ADE Bacia <strong>da</strong> Pampulha6.1 - Criação <strong>de</strong> mecanismos para a coleta <strong>de</strong> “bagulho volumoso” em to<strong>da</strong> a bacia <strong>da</strong> Pampulha, evitandoassim que ele seja jogado clan<strong>de</strong>stinamente na lagoa.6.2 - Manutenção <strong>da</strong> norma <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96 que <strong>de</strong>fine a taxa <strong>de</strong> permeabilização mínima <strong>de</strong> 30% (trintapor cento) na ADE Bacia <strong>da</strong> Pampulha.7 - ADE Belve<strong>de</strong>re IIIRegulamentação <strong>da</strong> ADE Belve<strong>de</strong>re III, aten<strong>de</strong>ndo à seguinte diretriz: maior controle <strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong> ADEatravés do estabelecimento <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos mais restritivos.8 - Plano <strong>da</strong> Serra do CurralO plano <strong>de</strong> recuperação, preservação, conservação, ocupação e uso <strong>da</strong> serra do Curral <strong>de</strong>verá entre outros:Respeitar as diretrizes <strong>de</strong> proteção atinentes ao tombamento <strong>da</strong> serra do Curral, promovendo sua gestãointegra<strong>da</strong> pelos órgãos colegiados <strong>de</strong> meio ambiente e patrimônio cultural, garanti<strong>da</strong> a ampla participaçãodos setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil;Definir a implantação e o aperfeiçoamento <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong> preservacionista, <strong>de</strong>vendo a áreaser <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a usos tais como: turismo ecológico, recreação, lazer, cultura, educação, ciência e tecnologia;Promover a articulação física <strong>da</strong> infra-estrutura <strong>de</strong> finali<strong>da</strong><strong>de</strong> preservacionista <strong>de</strong> modo garantir o acesso esua fruição pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> belorizontina;Estabelecer política fiscal específica, volta<strong>da</strong> para o monumento natural, diferenciando-a <strong>da</strong>quela relativaaos bens culturais edificados <strong>de</strong> valor histórico-arquitetônico, condicionando-se a concessão <strong>de</strong>ssesbenefícios à comprovação <strong>de</strong> perpetui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua preservação pelos proprietários-beneficiários;Estimar os custos <strong>de</strong> execução do plano <strong>de</strong> recuperação, preservação, conservação, ocupação e uso <strong>da</strong>serra do Curral, bem como <strong>de</strong>finir mecanismos para o seu financiamento.Criar o fundo <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, mantido financeiramente e <strong>de</strong> forma proporcional pelosresponsáveis por sua <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção.9 - ADE Santa Lúcia - PonteioCriação <strong>da</strong> ADE Santa Lúcia - PonteioV - Recomen<strong>da</strong>ções Gerais1 - Utilização do enquadramento dos cursos d’água como critério para futura revisão <strong>de</strong> zoneamento,condições <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong> uso do solo.2 - A mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> zoneamento <strong>de</strong> qualquer área <strong>de</strong>ve incluir análise dos impactos na região, levando emconta a opinião <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> afeta<strong>da</strong>.3 - Tratamento em âmbito metropolitano <strong>da</strong> questão do a<strong>de</strong>nsamento nas regiões limítrofes <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>.4 - Revitalização do hipercentro, passando pela promoção <strong>de</strong> segurança, solução dos problemas <strong>de</strong>estacionamento <strong>de</strong> veículos, inclusive como estímulo ao uso resi<strong>de</strong>ncial.5 - Resgate do espaço público na região do hipercentro.6 - Criação <strong>de</strong> comissões forma<strong>da</strong>s por representantes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para acompanhamento <strong>de</strong>regulamentações <strong>de</strong> ADE.7 - Que a <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (PBH) estabeleça mecanismos <strong>de</strong> reinserção do Iate Tênis


520 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sClube no patrimônio municipal, assim como <strong>de</strong> remoção <strong>da</strong> obra irregular e ilegal que inviabiliza oreconhecimento do conjunto arquitetônico como Patrimônio Mundial pela Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>spara a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).Parcelamento do SoloGrupo <strong>de</strong> Trabalho 2Relator: José Henrique Guimarães BacelarCoor<strong>de</strong>nador: Marcelo CandiottoI - Loteamento1 - Transferência ao po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> percentual correspon<strong>de</strong>nte a, no mínimo, 15% (quinze por cento) <strong>da</strong>gleba objeto do parcelamento, <strong>de</strong>stinados à implantação <strong>de</strong> equipamentos urbano e comunitário e espaçoslivres <strong>de</strong> uso público, acrescidos do percentual <strong>da</strong> gleba necessário à implantação e/ou a<strong>de</strong>quação dosistema viário. Determinação pelo Po<strong>de</strong>r Executivo <strong>da</strong> localização <strong>da</strong>s áreas a serem transferi<strong>da</strong>s.2 - Delimitação <strong>de</strong> áreas não parceláveis como área <strong>de</strong> preservação/non aedifican<strong>da</strong>e <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>particular, com incentivos para sua manutenção, bem como estabelecimento <strong>de</strong> critérios para utilização epenali<strong>da</strong><strong>de</strong>s (ex. <strong>de</strong> incentivo: IPTU).3 - Desenvolvimento <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> urbanização diferenciados (pavimentação, drenagem e contenção etc.),com estabelecimento <strong>de</strong> critérios para sua aplicação.4 - Admissão <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> espaços livres <strong>de</strong> uso público como separadores <strong>de</strong> quarteirões, para ocumprimento <strong>da</strong> exigência <strong>de</strong> extensão máxima <strong>de</strong> quarteirão nos parcelamentos.II - Parcelamento para Condomínio1 - Reavaliação do percentual <strong>de</strong> áreas públicas a serem transferi<strong>da</strong>s ao Município, com o objetivo <strong>de</strong>viabilizar o empreendimento.2 - Estabelecimento do limite máximo <strong>de</strong> área para condomínios em 100.000 m² (cem mil metrosquadrados), sendo que, entre 50.000 m² (cinqüenta mil metros quadrados) e 100.000 m² (cem mil metrosquadrados), a aprovação do parcelamento fica condiciona<strong>da</strong> à anuência do COMPUR (ou do COMDUR,caso seja criado).3 - Manutenção, <strong>de</strong>ntro do condomínio, do mesmo padrão <strong>de</strong> ocupação do zoneamento do entorno.4 - Aplicação dos parâmetros urbanísticos à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial.III - Reparcelamento1 - Revisão dos procedimentos <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> área ao Município.2 - Autorização ao Po<strong>de</strong>r Executivo para <strong>de</strong>safetação do domínio público no caso <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> traçadoviário.IV - Modificação <strong>de</strong> Parcelamento1 - Regulamentação do art. 39 <strong>da</strong> Lei n. o 7.166/96 para tornar-se automática por parte do Po<strong>de</strong>r Executivo aregularização <strong>da</strong> parte remanescente <strong>da</strong> <strong>de</strong>sapropriação parcial <strong>de</strong> lote.2 - Com relação à regularização <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong>sapropriados e áreas remanescentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação,recomen<strong>da</strong>-se ao Executivo:a) Informar à população quanto ao seu direito <strong>de</strong> regularização, conforme o art. 39 <strong>da</strong> LPOUS;b) Efetuar ca<strong>da</strong>stro, levantamento <strong>de</strong> situação, regularização dos lotes <strong>de</strong>sapropriados e <strong>da</strong>s áreasremanescentes e registro.V - Desmembramento1 - Aprovação <strong>de</strong> lote lin<strong>de</strong>iro a via arterial cujo registro em cartório <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> imóvel comprove áreainferior a 2.000m² (dois mil metros quadrados).2 - Revisão dos critérios no sentido <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> área mínima <strong>da</strong> gleba a ser parcela<strong>da</strong>, para efeito <strong>de</strong>transferência ao Município do percentual <strong>de</strong> 15% (quinze por cento).3 - Ampliação do limite <strong>da</strong> área <strong>da</strong> gleba para efeito <strong>de</strong> conversão em pagamento em espécie <strong>da</strong>transferência dos 15% (quinze por cento) <strong>da</strong> área <strong>da</strong> gleba.4 - Não serão computados no percentual <strong>de</strong> 15% (quinze por cento) as áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a sistema viário.V Recomen<strong>da</strong>ções1 - Criação <strong>de</strong> parques lineares em áreas lin<strong>de</strong>iras a córregos como soluções compatibiliza<strong>da</strong>s a outras


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 521soluções urbanísticas <strong>da</strong> região (ex.: sistema viário, campo <strong>de</strong> várzea).2 - Criação <strong>de</strong> instrumentos para impedir novos loteamentos irregulares, tais como:a) impedimento <strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> água, luz e telefone;b) impedimento <strong>de</strong> participação no orçamento participativo (OP);c) fiscalização;d) aplicação <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s previstas em lei;e) campanhas educativas.3 - Utilização <strong>de</strong> novas tecnologias para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> urbanização diferencia<strong>da</strong>s (ex.:pavimentação, drenagem, contenção etc.)4 - Estímulos à regularização <strong>de</strong> novos parcelamentos:a) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> apoio e incentivo à regularização <strong>de</strong> novos parcelamentos;b) reavaliação dos procedimentos para facilitar a tramitação <strong>de</strong> processos;c) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> parcerias para elaboração <strong>de</strong> projetos;d) assessoria técnica e jurídica ao ci<strong>da</strong>dão.5 - Alteração <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong> modo a permitir que todos os logradouros públicos integrantes do ca<strong>da</strong>strotécnico municipal e existentes <strong>de</strong> fato possam receber <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong>finitiva e oficial com participação <strong>da</strong>população na escolha <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> <strong>de</strong>nominação.6 - Verificação <strong>de</strong> atribuições com relação à mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> bairros, sugerindo ao Legislativo que apopulação envolvi<strong>da</strong> participe, quando houver mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> nome.a) Recomen<strong>da</strong>ção ao Executivo que seja informado aos órgãos públicos, autarquias e concessionáriassobre o novo nome e limite do bairro, quando <strong>de</strong> sua alteração.Instrumentos UrbanísticosGrupo <strong>de</strong> Trabalho 4Relator: Leandro Morais <strong>de</strong> Carvalho PintoCoor<strong>de</strong>nadoras: Flávia Mourão Parreira do Amaral e Júnia NavesI - Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios1 - Aplicação do instrumento “parcelamento, edificação ou utilização compulsórios” com a mesma seqüênciae prazos previstos no Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.257, <strong>de</strong> 10/07/01) nas áreas inseri<strong>da</strong>s nasseguintes zonas:1.1 - Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Preferencial (ZAP);1.2 - Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social 2 (ZEIS-2).2 - Isenção <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> do parcelamento nos casos <strong>de</strong>:2.1 - inexistência <strong>de</strong> acesso à gleba através <strong>de</strong> logradouro pavimentado, constante em parcelamentoaprovado;2.2 - impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento pelos sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, energia elétrica ouesgotamento sanitário;2.3 - impedimento <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m legal ou ambiental;2.4 - existência <strong>de</strong> interesse do Município em realizar operação urbana ou consórcio imobiliário envolvendoo terreno;2.5 - áreas inferiores a 5.000 m² (cinco mil metros quadrados).3 - Previsão <strong>de</strong> edificação e utilização compulsórias:3.1 - em ZAP, conforme critérios a serem estu<strong>da</strong>dos em função <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e do período <strong>de</strong> existênciado loteamento;3.2 - em qualquer zona, quando se tratar <strong>de</strong> edificação abandona<strong>da</strong> há mais <strong>de</strong> 05 (cinco) anos(estabelecer caracterização <strong>de</strong> edificação abandona<strong>da</strong>);3.3 - em qualquer zona, quando se tratar <strong>de</strong> obra paralisa<strong>da</strong> por mais <strong>de</strong> 05 (cinco) anos após o vencimentodo alvará (estabelecer prazos e condições a serem aceitas como reinício <strong>da</strong>s obras).4 - Isenção <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> edificar e/ou utilizar nos casos <strong>de</strong>:4.1 - estar a posse ou domínio pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão testamentária ou judicial;4.2 - estar o imóvel sujeito a estudos ou pareceres <strong>de</strong> órgão ou enti<strong>da</strong><strong>de</strong> pública que possam implicar emedificação ou uso diferentes;


522 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s4.3 - estar o terreno em utilização para fins comerciais (estabelecer critérios).II - Direito <strong>de</strong> Preempção1 - Introdução do instrumento entre os previstos no Plano Diretor (PD)2 - Definição <strong>da</strong>s seguintes áreas como sujeitas ao direito <strong>de</strong> preempção:2.1 - ZEIS-2;2.2 - ZEIS-1 e ZEIS-3;2.3 - Áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a implantação <strong>de</strong> projetos viários prioritários (constantes do Anexo II do PlanoDiretor);2.4 - Áreas <strong>de</strong> interesse ambiental ou cultural (<strong>de</strong>finir em lei específica).III - Operações Urbanas Consorcia<strong>da</strong>s1 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se trabalhar com áreas distintas na mesma operação urbana (ou seja,previsão <strong>de</strong> que os benefícios <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong> parâmetros urbanísticos em uma área possam sercompensados por intervenções em outra área).2 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização do instrumento para regularização <strong>de</strong> edificações ou <strong>de</strong> uso.3 - Previsão <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> outorga onerosa <strong>de</strong> potencial construtivo.IV - Outorga Onerosa do Direito <strong>de</strong> Construir1 - Introdução do instrumento entre os previstos no Plano Diretor, compatibilizando-o ao disposto na LeiOrgânica <strong>Municipal</strong>.2 - Avaliação <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong> outorga em áreas com potencial <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento compatível aos aspectosestruturais e ambientais, atendido o interesse público.3 - Previsão <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong> outorga onerosa em Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE) somente on<strong>de</strong> forconveniente, conforme respectiva regulamentação.4 - Proibição <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> outorga quando houver acréscimo <strong>de</strong> número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em relação aolimite permitido para a zona.5 - Restrição <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> outorga nos casos em que houver a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aumento do potencialconstrutivo pela recepção <strong>da</strong> transferência do direito <strong>de</strong> construir (TDC) <strong>de</strong> outro imóvel.6 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização simultânea <strong>da</strong> outorga e <strong>da</strong> recepção <strong>de</strong> TDC, limitando oacréscimo total a 20% (vinte por cento) do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento.7 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> outorga onerosa para regularização ou alteração <strong>de</strong> uso,conforme critérios a serem estabelecidos em legislação específica que po<strong>de</strong>rá condicionar a outorga àanálise do estudo <strong>de</strong> impacto <strong>de</strong> vizinhança.8 - Definição clara e objetiva do cálculo <strong>da</strong> outorga, <strong>de</strong> forma a facilitar a sua compreensão e aplicação,utilizando como critérios:8.1 - valor proporcional ao valor venal real (valor <strong>de</strong> mercado);8.2 - valor conveniente para ambas as partes (Município e interessado).9 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conversão do valor <strong>da</strong> contraparti<strong>da</strong> em obras ou serviços, conformecritérios a serem estabelecidos na regulamentação.10 - Isenção <strong>da</strong> contraparti<strong>da</strong> para:10.1 - programas habitacionais <strong>de</strong> interesse público;10.2 - equipamentos <strong>de</strong> uso coletivo <strong>de</strong> interesse público.V - Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir (TDC)1 - Ampliação <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recepção <strong>da</strong> transferência do direito <strong>de</strong> construir (revisão do Decreto n. o9.616).2 - Avaliação dos critérios vigentes aplicáveis à transferência origina<strong>da</strong> <strong>de</strong> ZEIS-2.3 - Simplificação <strong>da</strong> fórmula <strong>de</strong> cálculo <strong>da</strong> TDC, com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a sua compreensão e aplicação.4 - Previsão <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>da</strong> TDC a partir <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse ambiental indica<strong>da</strong>s peloConselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM).5 - Estruturação <strong>de</strong> instância <strong>da</strong> administração municipal para:5.1 - gerenciar as transferências e intermediar negociações entre proprietários <strong>de</strong> imóveis geradores eproprietários <strong>de</strong> imóveis receptores;


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5235.2 - manter e disponibilizar <strong>da</strong>dos relativos à TDC.VI - Estudo <strong>de</strong> Impacto <strong>de</strong> Vizinhança (EIV)1 - Introdução do instrumento entre os previstos no Plano Diretor.2 - Previsão <strong>de</strong> que o EIV analise os efeitos do empreendimento, no mínimo, em relação aos aspectos jáprevistos no art. 37 <strong>da</strong> Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.257, <strong>de</strong> 10/07/01 (Estatuto <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>):a) a<strong>de</strong>nsamento populacional;b) equipamentos urbanos e comunitários;c) uso e ocupação do solo;d) valorização imobiliária;e) geração <strong>de</strong> tráfego e <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por transporte público;f) ventilação e iluminação;g) paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.3 - Regulamentação do EIV em lei específica, após estudos, <strong>de</strong>finindo, no mínimo:a) Tipologias <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e edificações sujeitas ao EIV;b) Forma <strong>de</strong> participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> no licenciamento;c) Procedimentos para apresentação e análise do EIV;d) Instância <strong>de</strong> recurso.4 - Estabelecimento dos limites e caracterização <strong>da</strong>s diferenças entre o EIV e o estudo <strong>de</strong> impactoambiental (EIA).VII - Planejamento Metropolitano1 - Indução <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> planejamento metropolitano a partir <strong>da</strong> discussão <strong>de</strong> problemas comuns comos municípios envolvidos.2 - Estruturação <strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> intermunicipal, <strong>da</strong> qual participe também o estado, para coor<strong>de</strong>nar asações <strong>de</strong> planejamento metropolitano. Sugere-se o seu funcionamento baseado na constituição <strong>de</strong> câmarastemáticas e setoriza<strong>da</strong>s (com participação dos municípios afins) que abor<strong>de</strong>m problemas específicos <strong>de</strong>forma sistêmica, ou seja, consi<strong>de</strong>rando as causas e conseqüências dos problemas e <strong>da</strong>s soluçõesindica<strong>da</strong>s.3 - Definição <strong>de</strong> temas a serem abor<strong>da</strong>dos sob a ótica metropolitana, conforme área <strong>de</strong> abrangência, <strong>de</strong>ntreos quais:a) saneamento e meio ambiente:a.1) produção <strong>de</strong> água;a.2) <strong>de</strong>stinação final e tratamento <strong>de</strong> esgoto;a.3) macrodrenagem;a.4) <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> resíduos sólidos;a.5) proteção <strong>de</strong> recursos hídricos, áreas ver<strong>de</strong>s, flora e fauna;a.6) controle e monitoramento dos diversos tipos <strong>de</strong> poluição;b) habitação;c) transporte e interligações viárias;d) organização territorial;e) <strong>de</strong>senvolvimento econômico;f) saú<strong>de</strong>;g) educação;h) segurança pública.4 - Compatibilização dos planos diretores municipais às diretrizes a serem fixa<strong>da</strong>s para a RegiãoMetropolitana.VIII - Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano1 - Criação <strong>de</strong> fundo municipal para aplicação dos recursos arreca<strong>da</strong>dos pelo município através <strong>da</strong>utilização dos instrumentos urbanísticos que <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>stinados a:a) regularização fundiária;b) execução <strong>de</strong> programas e projetos habitacionais <strong>de</strong> interesse social;


524 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sc) constituição <strong>de</strong> reserva fundiária;d) or<strong>de</strong>namento e direcionamento <strong>da</strong> expansão urbana;e) implantação <strong>de</strong> equipamentos urbanos e comunitários;f) criação <strong>de</strong> espaços públicos <strong>de</strong> lazer e áreas ver<strong>de</strong>s;g) criação <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação ou proteção <strong>de</strong> outras áreas <strong>de</strong> interesse ambiental;h) proteção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> interesse histórico, cultural ou paisagístico;i) Melhoria e expansão <strong>da</strong> infra-estrutura urbana.2 - Aplicação dos recursos arreca<strong>da</strong>dos através <strong>da</strong> aplicação dos instrumentos segundo priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s a seremestabeleci<strong>da</strong>s pelo COMPUR (ou pelo COMDUR, caso seja criado).IX - Outras Propostas – GestãoManutenção e disponibilização <strong>da</strong>s informações urbanísticas em base digital, utilizando o sistema <strong>de</strong>geoprocessamento, <strong>de</strong> forma a permitir a leitura e a compatibilização dos <strong>da</strong>dos em nível <strong>de</strong> lote. Previsão<strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong>sse sistema com as informações <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> aplicação dos instrumentos urbanísticos(p. ex.: terreno sujeito a parcelamento, edificação e utilização compulsória, imóvel receptor ou doador <strong>da</strong>transferência do direito <strong>de</strong> construir etc.).Regularização <strong>de</strong> Parcelamentos e EdificaçõesGrupo <strong>de</strong> Trabalho 5Relator: Marcos Antônio FerreiraCoor<strong>de</strong>nadoras: M. Cristina F. <strong>de</strong> Magalhães e Sofia Salomão AlvarengaI - Princípios BásicosReconhecendo que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> está irregular, consi<strong>de</strong>ra-se:– que é importante incluir essa população na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formal;– que os procedimentos <strong>de</strong> regularização não <strong>de</strong>vem ferir direitos <strong>de</strong> vizinhança e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;– que os procedimentos <strong>de</strong>vem ser simples e pouco onerosos;– que é necessário um processo paralelo <strong>de</strong> assistência técnica, <strong>de</strong> orientação e <strong>de</strong> uma fiscalizaçãoeficiente.II - Regularização <strong>de</strong> Parcelamentos1 - Elaboração <strong>de</strong> legislação específica para regularização <strong>de</strong> parcelamentos, abrangendo situaçõesirregulares, tais como:a) parcelamentos clan<strong>de</strong>stinos implantados anteriormente a 1979;b) parcelamentos ilegais já implantados após 1979;c) parcelamentos implantados em <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a planta aprova<strong>da</strong>.2 - Incorporação, na legislação, <strong>de</strong> procedimentos para regularização <strong>de</strong> situações pontuais, tais como:a) lotes e/ou parte <strong>de</strong> lotes urbano, suburbano ou colonial;b) lotes industriais, lotes rurais, chácaras (Decreto n.º 54);c) loteamentos <strong>de</strong>stinados a conjuntos habitacionais, implantados através <strong>da</strong> Lei n.º 1.487/68;d) lotes aprovados e implantados diferentemente no local;e) lotes aprovados em outros municípios cuja área foi incorpora<strong>da</strong> à <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>;f) lotes aprovados na Pampulha, sem observar limites <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>;g) áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s equipamentos públicos (fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais);h) lotes <strong>de</strong>sapropriados pelo po<strong>de</strong>r público.3 - Elaboração <strong>de</strong> plano <strong>de</strong> reurbanização para estudo prévio <strong>de</strong> parcelamentos que não for passível <strong>de</strong>imediata regularização, a ser elaborado pelos interessados, para viabilizar a ocupação:a) o plano po<strong>de</strong>rá conter cronograma físico-financeiro, com os estudos e propostas que viabilizem aimplantação <strong>da</strong>s intervenções;b) os recursos para a implementação <strong>da</strong>s obras po<strong>de</strong>rão ser obtidos através do OP, <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong>melhorias etc.;c) as obras po<strong>de</strong>rão também ser executa<strong>da</strong>s pelos moradores, mediante acordo com a <strong>Prefeitura</strong>.Recomen<strong>da</strong>-se um estudo prévio pelo Executivo, para diminuição ou isenção temporária do IPTU até opagamento <strong>da</strong>s melhorias executa<strong>da</strong>s por eles.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5254 - Flexibilização <strong>de</strong> parâmetros tais como: <strong>de</strong>limitação e extensão <strong>de</strong> quarteirões, largura <strong>de</strong> vias,<strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, transferência <strong>de</strong> áreas, permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.5 - Elaboração <strong>de</strong> parecer técnico-jurídico para reurbanização e regularização <strong>de</strong> ocupações em fundo <strong>de</strong>vales em parcelamentos implantados em <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com os CPs já aprovados.6 - Aplicação <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong> para quem efetuou o parcelamento, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do an<strong>da</strong>mento doprocesso <strong>de</strong> regularização no Executivo.III- Regularização <strong>de</strong> Edificações1 - Elaboração <strong>de</strong> legislação específica para regularização <strong>de</strong> edificações.2 - Definição <strong>de</strong> que a regularização <strong>de</strong> edificação só po<strong>de</strong> ser efetiva<strong>da</strong> em lote aprovado.3 - Comprovação <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, por exemplo, com foto aérea. Recomen<strong>da</strong>-se ao Executivoa realização <strong>de</strong> novas fotos aéreas, se necessário.4 - Verificação <strong>da</strong> concordância <strong>de</strong> vizinhos e condôminos, quando necessário.5 - Flexibilização <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, buscando aproximação com a exigi<strong>da</strong> pelo zoneamentoexistente.6 - Com relação à edificação resi<strong>de</strong>ncial unifamiliar e multifamiliar horizontal – neste último caso, com atédois pavimentos: flexibilização <strong>de</strong> parâmetros, tais como afastamento lateral, afastamento frontal – comrestrições – e altura máxima na divisa.7 - Regularização <strong>de</strong> edificação <strong>de</strong> uso misto, com restrições <strong>de</strong> área.8 - Com relação à edificação resi<strong>de</strong>ncial multifamiliar vertical: regularização <strong>de</strong> acréscimo em áreasprivativas e/ou comuns, com concordância unânime <strong>de</strong> condôminos e vizinhos.9 - Regularização <strong>de</strong> prédio público, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aten<strong>da</strong> a critérios <strong>de</strong> locomoção e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>ficientes físicos e, on<strong>de</strong> indicado, com solicitação <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> impacto.10 - Previsão <strong>de</strong> encargo para regularização <strong>de</strong> edificação, proporcional ao valor do imóvel, tomando comobase, por exemplo, o IPTU, a ren<strong>da</strong> familiar.10.1 - Estudo <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do encargo ser substituído, no todo ou em parte, por prestação <strong>de</strong> serviçopelo proprietário <strong>da</strong> edificação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong> interesse e acor<strong>da</strong>do com o Executivo.11 - Introdução <strong>de</strong> multas na LPOUS, para regularizar situações provoca<strong>da</strong>s por erros, visando minimizarilegali<strong>da</strong><strong>de</strong>s futuras em edificações, consi<strong>de</strong>rando:a) multa expressiva, proporcional à <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> e ao valor do empreendimento;b) avaliação do impacto <strong>da</strong> <strong>de</strong>sconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.13 - Promoção <strong>de</strong> regularização <strong>da</strong> numeração <strong>da</strong>s edificações.13.1 - Sugestão <strong>de</strong> que seja utilizado o ca<strong>da</strong>stro do IPTU, quando pertinente, para facilitar a regularização<strong>da</strong> numeração <strong>da</strong>s edificações.IV - Rotinas e Procedimentos1 - Simplificação <strong>de</strong> rotinas, procedimentos e custos dos processos <strong>de</strong> regularização, em especial os queaten<strong>da</strong>m à população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>.2 - Descentralização dos procedimentos <strong>de</strong> regularização.3 - Capacitação dos técnicos <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> para atendimento.4 - Investimentos na informatização dos procedimentos e <strong>da</strong>dos, visando maior eficiência do atendimento aopúblico, do planejamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ações e do controle urbano.5 - Simplificação dos processos <strong>de</strong> licenciamento, aprimorando o atendimento e o acompanhamento <strong>da</strong>sedificações em fase <strong>de</strong> regularização.V - Assistência e Assessoria Técnica1 - Prestação <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> assistência e assessoria técnica e jurídica <strong>de</strong>scentralizado nas regionais,simples, rápido, barato e/ou gratuito.2 - Implementação do Programa <strong>de</strong> Engenharia e Arquitetura Públicas, incorporando, na proposta, ações <strong>de</strong>gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.2.2 - Promoção <strong>de</strong> ações in loco do Programa, como, por exemplo, plantão <strong>de</strong> regularização, postoavançado, ônibus <strong>de</strong> atendimento.VI - Divulgação1 - Incorporação <strong>da</strong>s associações comunitárias e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais na divulgação do programa <strong>de</strong>


526 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sassistência e assessoria técnica e jurídica.2 - Utilização <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> PBH, principalmente as escolas, para divulgação.3 - Promoção <strong>de</strong> política <strong>de</strong> regularização em uma área-piloto, investindo na regularização do parcelamento,edificações e posturas nesta área, tornando-a exemplo para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.3.1 - Promoção <strong>da</strong> divulgação dos resultados alcançados na área-piloto, <strong>de</strong> forma ampla e maciça, a fim <strong>de</strong>gerar na população a consciência e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> experimentar este novo olhar na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.4 - Conscientização <strong>da</strong>s “Informações básicas” do processo <strong>de</strong> construir, utilizando canais que acessemdiretamente ao ci<strong>da</strong>dão <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as classes sociais (p. ex.: contas <strong>de</strong> águas, luz, telefone, IPTU). Promoção<strong>de</strong> campanhas educativa.VII - Controle e Monitoramento1 - Sugestão para que seja incluído nas propostas do grupo <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Políticas Setoriais Urbana,subgrupo <strong>de</strong> Controle Urbano, o seguinte: “Desenvolver e implantar um banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos que permitaexercer um controle do crescimento urbano, inclusive com imagens <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>”.Posturas e Código <strong>de</strong> ObrasGrupo <strong>de</strong> Trabalho 6Relator: Alexandre Eustáquio Gomes <strong>de</strong> Miran<strong>da</strong>Coor<strong>de</strong>nadora: Ana SaraivaI - Movimentação <strong>de</strong> Terra e Entulho1 - Ampliação do tempo máximo <strong>de</strong> permanência <strong>da</strong> caçamba em via pública para 24 horas, exceto na áreacentral.2 - Definição <strong>de</strong> normas para colocação <strong>de</strong> caçambas na pista <strong>de</strong> rolamento coerentes com as normas paraestacionamento <strong>de</strong> veículos.II - Ocupação do Espaço Público pelos Trabalhadores <strong>da</strong> Economia Informal1 - Trabalhadores <strong>da</strong> economia informal1.1 - Permitir que trabalhem na área central apenas o número <strong>de</strong> trabalhadores <strong>da</strong> economia informalca<strong>da</strong>strados na <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998.1.2 - Manutenção <strong>da</strong> fiscalização para inibir novas ocupações do espaço público por trabalhadores <strong>da</strong>economia informal.1.3 - Provimento <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> trabalho à fiscalização para inibir novas ocupações do espaço público portrabalhadores <strong>da</strong> economia informal.1.4 - Manutenção do diálogo <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (PBH) com os trabalhadores <strong>da</strong> economiainformal.1.5 - Criação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> capacitação profissional em conjunto com os trabalhadores <strong>da</strong> economiainformal visando a sua migração <strong>da</strong> informali<strong>da</strong><strong>de</strong> para a formali<strong>da</strong><strong>de</strong>.2 - Camelôs e toureiros2.1 - Criação <strong>de</strong> shoppings populares em locais centrais e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres.2.2 - Realização <strong>da</strong> concessão <strong>de</strong> uso dos shoppings populares <strong>de</strong> forma não gratuita.2.3 - Transferência dos camelôs e toureiros ca<strong>da</strong>strados na PBH, que estão nas ruas, para shoppingspopulares, sem permitir que sejam feitas novas ocupações.2.4 - Manutenção do projeto <strong>de</strong> organização adotado a partir <strong>de</strong> 1998 pela PBH até que seja encontra<strong>da</strong>uma solução <strong>de</strong>finitiva para os camelôs e toureiros.2.5 - Assim como outros segmentos, a regulamentação <strong>da</strong> profissão do camelô.3 - AmbulantesAlteração <strong>da</strong> legislação que se refere ao comércio exercido por ambulantes, objetivando a fixação doexercício <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.III - Engenhos <strong>de</strong> Publici<strong>da</strong><strong>de</strong>1 - Manutenção <strong>da</strong> política <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> mobiliário urbano e adoção <strong>de</strong> canteiros epraças através <strong>da</strong> permissão <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> no mobiliário urbano.2 - Alteração <strong>da</strong> legislação vigente, i<strong>de</strong>ntificando como co-responsáveis pelo engenho <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>instalado, o proprietário do imóvel, o anunciante e o dono do empreendimento.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5273 - I<strong>de</strong>ntificação pública dos engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> instalados irregularmente, <strong>de</strong> forma a impedir alegibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do anúncio veiculado, informando à população sobre a irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>quele anúncio.4 - Fica ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a instalação <strong>de</strong> outdoors em lotes vagos, públicos ou privados, <strong>de</strong> uso exclusivamenteresi<strong>de</strong>ncial.IV - Ocupação <strong>da</strong>s Calça<strong>da</strong>s por Mobiliário Urbano1 - Mobiliário urbano1.1 - Melhoria <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> fiscalização para que seja respeita<strong>da</strong> a legislação <strong>de</strong> mobiliário urbano.1.2 - A<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s normas <strong>de</strong> ocupação do espaço público, respeitando as características <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local edos diferentes tipos <strong>de</strong> mobiliário urbano.1.3 - Priorização do alargamento <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s, ocupando, sempre que possível, as faixas <strong>de</strong>estacionamento e circulação <strong>de</strong> veículos.1.4 - Implementação <strong>de</strong> política <strong>de</strong> conscientização para a adoção <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e/ou espaço público poraqueles que o utilizam.1.5 - Construção <strong>de</strong> estacionamento para bicicletas, motocicletas e veículos nas estações do BHBUS emetrô.1.6 - A ocupação <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s por mobiliário urbano nas áreas <strong>de</strong> preservação ambiental e <strong>de</strong> patrimôniohistórico estará sujeita a avaliação pela Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (SMMA) e pelo InstitutoEstadual do Patrimônio Histórico e Artístico <strong>de</strong> Minas Gerais (IEPHA).2 - Mesas e ca<strong>de</strong>iras2.1 - Implementação <strong>da</strong> política <strong>de</strong> fiscalização do uso <strong>de</strong> calça<strong>da</strong> com mesas e ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> formaigualitária.2.2 - Liberação <strong>da</strong> renovação <strong>de</strong> alvará com maior agili<strong>da</strong><strong>de</strong>, impedindo que haja a aplicação <strong>de</strong>penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s pela fiscalização no período necessário para a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> aprovação ou não <strong>da</strong> renovação. Orequisitante não po<strong>de</strong> ser penalizado pela morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> administração pública.2.3 - Incorporação <strong>da</strong> distinção clara dos conceitos <strong>de</strong> “calça<strong>da</strong>” e “passeio”, <strong>de</strong> acordo com o Código <strong>de</strong>Trânsito Brasileiro.2.4 - Adoção <strong>de</strong> políticas públicas, garantindo a liberação dos passeios para a circulação dos pe<strong>de</strong>stres.3 - Instalação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> segurança3.1 - Criação <strong>de</strong> normas para instalação e utilização <strong>de</strong> cercas elétricas <strong>de</strong> modo a garantir a segurança dostranseuntes, estabelecendo altura mínima para a sua instalação.3.2 - Criação <strong>de</strong> incentivos à colocação <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o em locais públicos <strong>de</strong> maior incidência <strong>de</strong>ocorrências policiais, visando o aumento <strong>da</strong> vigilância e a redução <strong>da</strong> criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>.3.3 - Criação <strong>de</strong> normas para instalação e utilização <strong>de</strong> câmaras <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o por particulares <strong>de</strong> modo a coibira invasão <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e outras distorções do seu uso alheias ao controle <strong>da</strong> segurança.V - Penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s1 - Definição <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s como sendo notificação, autuação e apreensão, <strong>de</strong> modo afacilitar a execução <strong>da</strong> fiscalização, excluindo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação para os casos <strong>de</strong> obstrução doespaço público.2 - Definição <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> multas e penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> modo a coibir efetivamente as infrações.VI - Campanhas Educativas1 - Promoção e incentivo à realização <strong>de</strong> campanhas educativas, principalmente junto às crianças,conscientizando-as sobre a conservação do meio ambiente e dos espaços públicos, sobre os direitos dospe<strong>de</strong>stres, normas <strong>de</strong> segurança na ocupação <strong>de</strong> espaços públicos, no trânsito etc.2 - Priorização <strong>de</strong> campanhas nas escolas e nas ruas.3 - Promoção <strong>de</strong> campanha educativa com o objetivo <strong>de</strong> divulgar a legislação municipal.4 - Elaboração e divulgação <strong>de</strong> cartilha <strong>de</strong> mobiliário urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, com o objetivo <strong>de</strong>informar, <strong>de</strong> forma didática, sintética e ilustrativa, os parâmetros <strong>da</strong> legislação.Legislação Específica para ZEISGrupo <strong>de</strong> Trabalho 7Relator: Gilmar Evangelista <strong>da</strong> SilvaCoor<strong>de</strong>nadora: Ivana Arru<strong>da</strong> Silveira Saraiva


528 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sI - Fiscalização1 - Integração e diálogo permanente dos grupos <strong>de</strong> referência com as gerências <strong>de</strong> fiscalização, apoiando einformando a maior <strong>de</strong>man<strong>da</strong> e hierarquização para estes atendimento nas vilas, favelas e conjuntoshabitacionais <strong>de</strong> interesse social.2 - Desenvolvimento, por parte <strong>da</strong> PBH, <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s leis específicas <strong>de</strong> fiscalização, <strong>de</strong> forma a acabarcom os impedimentos que existem nas referi<strong>da</strong>s leis para se atuar nas ZEIS-1 e ZEIS-3 (posturas, vigilânciasanitária, limpeza urbana, obras etc.).3 - Aplicação <strong>da</strong>s normas específicas <strong>de</strong> ocupação e uso do solo nas áreas já regulariza<strong>da</strong>s.4 - A<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> Lei n.º 8.137/00 (ZEIS -1 e ZEIS -3) no que se refere à fiscalização, com revisão <strong>da</strong>s<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s competências.5 - Definição <strong>de</strong> fluxos internos à PBH para a fiscalização, bem como <strong>de</strong> prazos para o atendimento às<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s (sugestão <strong>de</strong> se utilizar o <strong>de</strong>creto para informações básicas como referência paraestabelecimento <strong>de</strong> prazos e <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>finições.6 - Definição <strong>de</strong> prazo para as secretarias <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão Regional (SCOMGERs) seinstrumentalizarem com todo material necessário para o trabalho em ZEIS (mapas, CPs, PGEs etc.).7 - Definição <strong>de</strong> responsáveis/competências pela a divulgação <strong>da</strong> Lei nas ZEIS-1 e ZEIS-3 e pela campanhaeducativa nestas áreas.8 - Previsão <strong>de</strong> dotação orçamentária <strong>da</strong> PBH para fiscalização, em especial para sua estruturação(recursos humanos, equipamentos etc.), bem como para capacitação dos fiscais para atuar em ZEIS.II - Assessoria Técnica1 - Inserção na Lei 8.137/00, art. 144, § 1º – que dispõe sobre a construção, ampliação ou reforma <strong>de</strong>edificações – e art. 168 – que dispõe sobre aprovação <strong>de</strong> Ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> Edificações no interior <strong>da</strong>s ZEIS-1 eZEIS-3 – do assessoramento técnico gratuito previsto na legislação <strong>da</strong> engenharia pública municipal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que respeitados os parâmetros específicos para as ZEIS, bem como dos instrumento <strong>de</strong> planejamentopertinentes (PGE, plantas <strong>de</strong> parcelamento, normas específicas <strong>de</strong> ocupação e uso do solo).2 - Inserção na lei <strong>da</strong> engenharia pública municipal, caso ain<strong>da</strong> não exista, <strong>da</strong> previsão <strong>de</strong> convênios comas universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para elaboração <strong>de</strong> projetos urbanístico-ambientais, paisagísticos, arquitetônicos etc., paraos PGEs, áreas remanescentes e <strong>de</strong>mais áreas livres, conforme sua <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> ocupação e uso.III - ZEIS-21 - Ampliação do conceito <strong>de</strong> ZEIS-2, incluindo as áreas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ocupa<strong>da</strong>s – fazer referência na lei paraZEIS-2, do conceito <strong>de</strong> ZEIS-2 constante <strong>da</strong> Lei n.º 7166/96 e inserir um parágrafo único, <strong>de</strong>finindo que asáreas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ocupa<strong>da</strong>s continuam sendo regi<strong>da</strong>s pela legislação para ZEIS-2.2 - Banco <strong>de</strong> terra: criação <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> terras, com inclusão <strong>de</strong> novas áreas em ZEIS-2; o Executivo <strong>de</strong>veráencaminhar à Câmara, juntamente com <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>liberações <strong>da</strong> II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação,<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> áreas para mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> zoneamento, enquadrando-as como ZEIS-2.3 - Definição na lei para ZEIS-2 dos parâmetros <strong>de</strong> inclusão <strong>de</strong> áreas nesse zoneamento, observados:a) zoneamento compatível com uso habitacional proposto;b) infra-estrutura existente, com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento à população a ser assenta<strong>da</strong> ou compossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão;c) presença e/ou previsão <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> equipamentos públicos comunitários que aten<strong>da</strong>m àpopulação;d) avaliação <strong>da</strong> compatibilização do uso proposto às condições do entorno, assim como sua integração atal;e) existência <strong>de</strong> vegetação ou espécimes arbóreas <strong>de</strong> porte significativo que comprometam a implantaçãodo conjunto habitacional;f) avaliação física do terreno, contemplando as condições topográficas;g) avaliação <strong>da</strong>s condições geológico-geotécnicas;h) situação jurídica <strong>da</strong> área;i) avaliação <strong>da</strong> relação custo-benefício;j) <strong>de</strong>mais restrições legais à ocupação, bem como a existência <strong>de</strong> projetos/programas especiais para a áreaem questão.4 - Inserção na lei para ZEIS-2 <strong>de</strong> autorização para o Executivo alienar lotes e áreas públicas municipais emZEIS-2, com dispensa <strong>de</strong> licitação, aos moradores e às cooperativas habitacionais legalmente constituí<strong>da</strong>s,atendidos os critérios <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5295 - Definição na lei para ZEIS-2 <strong>da</strong> flexibilização <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> parcelamento no que se refere a:a) largura <strong>de</strong> vias (vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre, vias mistas, vias locais e vias coletoras) e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s máximas paraas mesmas;b) <strong>de</strong>limitações <strong>de</strong> quarteirões – sugestões <strong>de</strong> parâmetros:b.1) Vias <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s apenas à circulação <strong>de</strong>stes, sem acesso aos lotes, com largura mínima<strong>de</strong> 4,00 m (quatro metros), extensão máxima <strong>de</strong> 100,00 m (cem metros);b.2) Vias mistas, conforme art. 27, inciso V <strong>da</strong> Lei n.º 7.166/96, com largura mínima <strong>de</strong> 6,00 m (seis metros),extensão máxima <strong>de</strong> 100,00 m (cem metros), com circulação eventual <strong>de</strong> veículos, possibilitando tambémacesso aos lotes e com pista pavimenta<strong>da</strong> <strong>de</strong>, no mínimo, 3,20 m (três metros e vinte centímetros) <strong>de</strong>largura;b.3) Vias locais com largura mínima <strong>de</strong> 11,00 m (onze metros), sendo 7,00 m (sete metros) <strong>de</strong> pista <strong>de</strong>rolamento e 2,00 m (dois metros) <strong>de</strong> passeio para ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> via e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 30% (trinta porcento);b.4) Vias coletoras com largura mínima <strong>de</strong> 15,00 m (quinze metros), sendo 9,00 m (nove metros) <strong>de</strong> pista <strong>de</strong>rolamento, 3,00 m (três metros) <strong>de</strong> passeio para ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> via e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 18% (<strong>de</strong>zoito porcento);c) Tamanho <strong>de</strong> lote inferior a 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), somente para parcelamentovinculado, associado a estudo geológico-geotécnico e <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quando <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> tipologia paracasas gemina<strong>da</strong>s, estabelecendo-se um padrão máximo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> referenciado em número <strong>de</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais por área; sugere-se lote mínimo <strong>de</strong> 80 m² (oitenta metros quadrados).6 - Definição na lei para ZEIS-2 dos parâmetros <strong>de</strong> edificação, referenciados nos parâmetros para ZAR-2,consi<strong>de</strong>rando-se:a) otimização do coeficiente <strong>de</strong> aproveitamento, observando estudos urbanísticos e ambientais – indicativo:1,2 (um inteiro e dois décimos);b) <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> número máximo <strong>de</strong> pavimentos – indicativo <strong>de</strong> 4 (quatro), embora a legislação e práticasatuais apontem para 5 (cinco) pavimentos;c) <strong>de</strong>finição do número <strong>de</strong> vagas: 1 (uma) vaga para ca<strong>da</strong> 3 (três) uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s habitacionais.7 - Utilização em ZEIS-2 do instrumento urbanístico “parcelamento, edificação ou utilização compulsórios”.IV - ZEIS-1 e ZEIS-31 - Execução <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição narrativa do polígono <strong>da</strong>s ZEIS.2 - A<strong>de</strong>quação do conteúdo <strong>da</strong> Lei n. o 8.137/00 – Capítulo VI (ZEIS-1 e ZEIS-3) à reforma administrativa eàs aspirações <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s na II Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política Urbana.3 - Revisão do título do Capítulo VI <strong>da</strong> Lei <strong>Municipal</strong> N.º 8.137/00, referente à Regularização Fundiária <strong>da</strong>sZEIS-1 e ZEIS-3, introduzindo referência à alteração do Programa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> Favelas(PROFAVELA).4 - Definição, para o processo <strong>de</strong> regularização e urbanização <strong>da</strong>s ZEIS-1 e ZEIS-3, <strong>de</strong> um horizonte claro<strong>de</strong> eliminação progressiva <strong>de</strong> edificações e condições ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> habitação, <strong>de</strong> acordo com osprincípios <strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> Habitat.5 - Ênfase, no texto <strong>da</strong> Lei n. o 8.137/00, no tratamento e abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> dimensão econômica nos PlanosGlobais Específicos.6 - Ênfase, no texto <strong>da</strong> Lei n. o 8.137/00, na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> monitoramentodos Planos Globais Específicos e <strong>de</strong> sua execução.7 - Detalhamento <strong>da</strong>s exigências relativas a passeios:a) em via <strong>de</strong> mão dupla a pista <strong>de</strong> rolamento <strong>de</strong>verá ter largura mínima <strong>de</strong> 6,00 m (seis metros) e passeiocom, no mínimo, 1,00 m (um metro) <strong>de</strong> largura, em um dos lados, e faixa <strong>de</strong> proteção com, no mínimo, 0,50m (cinqüenta centímetros), do lado oposto;b) em via <strong>de</strong> mão única a pista <strong>de</strong> rolamento <strong>de</strong>verá ter largura mínima <strong>de</strong> 3,00 m (três metros) e passeiocom, no mínimo, 0,85 m (oitenta e cinco centímetros) <strong>de</strong> largura, em um dos lados, e faixa <strong>de</strong> proteção com,no mínimo, 0,50 m (cinqüenta centímetros), do lado oposto;c) em via <strong>de</strong> mão única com pista <strong>de</strong> rolamento com largura entre 3,00 m (três metros) e 5,00 m (cincometros), quando não houver cruzamentos com outras vias veiculares, <strong>de</strong>verão ser previstas baias <strong>de</strong>acostamento no mínimo a ca<strong>da</strong> 100,00 m (cem metros) <strong>de</strong> extensão <strong>da</strong> via, bem como passeio com, nomínimo, 0,85 m (oitenta e cinco centímetros) <strong>de</strong> largura, em um dos lados, e faixa <strong>de</strong> proteção com, nomínimo, 0,50 m (cinqüenta centímetros), do lado oposto.8 - Criação <strong>de</strong> nova categoria <strong>de</strong> via, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> viabilizar situações existentes, com os seguintes


530 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sparâmetros:a) <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 35% (trinta e cinco por cento);b) largura <strong>da</strong> pista <strong>de</strong> rolamento igual ou superior a 5,00 m (cinco metros);c) extensão <strong>da</strong> via igual ou inferior a 100,00 m (cem metros);d) passeio provido <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus em pelo menos um dos lados <strong>da</strong> via, com largura mínima <strong>de</strong> 0,85 m (oitentae cinco centímetros), com guar<strong>da</strong>-corpo, e faixa <strong>de</strong> proteção com, no mínimo, 0,50 m (cinqüentacentímetros), do lado oposto;e) execução <strong>de</strong> pavimentação rugosa na via, para <strong>de</strong>saceleração;f) adoção <strong>de</strong> procedimentos para aplicação <strong>de</strong> traffic-calming ou outros dispositivos <strong>de</strong> sinalização esegurança;g) nas vias com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> até 30% (trinta por cento) po<strong>de</strong>r-se-á adotar sentido <strong>de</strong> tráfego em mão dupla;h) nas vias com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 30% (trinta por cento) e 35% (trinta e cinco por cento) só será permiti<strong>da</strong>mão única e sentido obrigatório <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>;i) esta categoria <strong>de</strong> via só po<strong>de</strong>rá ser adota<strong>da</strong> nos locais on<strong>de</strong> houver saí<strong>da</strong> ou ligação com o sistema viárioexistente.9 - Garantia <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> legislação relativa à engenharia pública, visando elevar os padrões <strong>de</strong>habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> construção, ampliação ou reforma <strong>de</strong> edificações, bem como nos ca<strong>da</strong>stros<strong>de</strong> edificações visando o registro imobiliário para fins <strong>de</strong> averbação <strong>da</strong> edificação.10 - Garantia do apoio dos Grupos <strong>de</strong> Referência também nos casos <strong>de</strong>:a) dúvi<strong>da</strong>s em relação à <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> posse;b) acompanhamento dos processos <strong>de</strong> regularização fundiária, opinando sempre que solicitado.11 - Maior rigor técnico por parte <strong>da</strong> PBH para a liberação <strong>de</strong> terrenos com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> igual ou superior a47% (quarenta e sete por cento).12 - Aumento <strong>da</strong> área mínima do lote para 60 m 2 (sessenta metros quadrados), visando promover o<strong>de</strong>sa<strong>de</strong>nsamento <strong>da</strong>s vilas.13 - Viabilização <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> lotes originalmente implantados pelo po<strong>de</strong>r público em ZEIS-3, comárea superior aos 250 m 2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados) previstos em Lei, condiciona<strong>da</strong> àavaliação técnica específica realiza<strong>da</strong> por comissão técnica <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (SMHAB).14 - Ampliação do conceito <strong>de</strong> “padrão <strong>de</strong> segurança” abrangendo as situações <strong>de</strong> risco social, visandogarantir a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> física e social dos moradores.15 - Definição <strong>de</strong> parâmetros para cálculo <strong>de</strong> frações i<strong>de</strong>ais em lotes condominiais:a) os lotes com ocupação multifamiliar distribuí<strong>da</strong> horizontalmente po<strong>de</strong>rão ser alienados a to<strong>da</strong>s as famíliasque o ocupam e a ca<strong>da</strong> família correspon<strong>de</strong>rá uma fração i<strong>de</strong>al calcula<strong>da</strong> pela proporção entre a parcela dolote ocupa<strong>da</strong> individualmente e a área total do lote;b) os lotes com ocupação multifamiliar vertical po<strong>de</strong>rão ser alienados a to<strong>da</strong>s as famílias que o ocupam e aca<strong>da</strong> família correspon<strong>de</strong>rá uma fração i<strong>de</strong>al calcula<strong>da</strong> pela proporção entre a soma <strong>da</strong> área edifica<strong>da</strong> coma sua respectiva área livre e a área <strong>de</strong> ocupação total do lote, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assegurados os parâmetrosmínimos <strong>de</strong> segurança, salubri<strong>da</strong><strong>de</strong>, conforto e acesso.16 - A<strong>de</strong>quação do Capítulo VI <strong>da</strong> Lei n. o 8.137/00, referente às ZEIS, à nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> administrativa <strong>da</strong>PBH, acrescentando no que diz respeito a competências e <strong>de</strong>veres:a) compete à SMHAB a coor<strong>de</strong>nação do processo <strong>de</strong> regularização fundiária;b) compete às secretarias municipais <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão Regional (SCOMGERs) as ações <strong>de</strong>divulgação <strong>da</strong> Lei 8.137/00 e <strong>de</strong> suas alterações junto às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, com o apoio <strong>da</strong> SMHAB.17 - Estabelecimento <strong>de</strong> critérios para <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> novas áreas como ZEIS-1.Po<strong>de</strong>rão ser incluí<strong>da</strong>s como ZEIS-1 as áreas constantes do levantamento <strong>de</strong> 1999, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que:a) não sejam áreas que estejam predominantemente inseri<strong>da</strong>s em faixas <strong>de</strong> domínio e/ou servidão;b) não sejam áreas que estejam predominantemente inseri<strong>da</strong>s em áreas <strong>de</strong> risco;c) não sejam áreas que estejam predominantemente inseri<strong>da</strong>s em áreas <strong>de</strong> preservação histórica e/ouambiental;d) não sejam áreas que estejam predominantemente inseri<strong>da</strong>s em áreas com <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 47%(quarenta e sete por cento).Legislação Ambiental <strong>Municipal</strong>Grupo <strong>de</strong> Trabalho 8


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 531Relator: Raimundo Machado FilhoCoor<strong>de</strong>nadora: Van<strong>da</strong> Barroso GomesEquipe Técnica: Cláudia Valéria, Andréia, Inês e Ana Louza<strong>da</strong>I - Gestão Ambiental1 - Revisão <strong>da</strong> legislação para que a Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano(SMMAS) volte a presidir o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM).2 - Alteração do Regimento do COMAM, <strong>de</strong> forma participativa, visando:a) revisão <strong>da</strong> representação do Executivo, contemplando os órgãos que estejam diretamente envolvidos nasavaliações <strong>de</strong> impacto, mas sem alteração do número <strong>de</strong> membros;b) revisão <strong>da</strong> representação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, contemplando o setor popular no sentido <strong>de</strong> aumentar suaparticipação;c) inclusão <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> substituição do conselheiro titular que se ausente por 03 (três) reuniõesconsecutivas ou 05 (cinco) alterna<strong>da</strong>s, sem justificativa;d) fixação <strong>de</strong> prazo para a publicação <strong>da</strong>s atas <strong>da</strong>s reuniões do COMAM;e) os conselheiros do COMAM e seus suplentes que não comparecerem às audiências públicas ficamimpedidos <strong>de</strong> participar e <strong>de</strong> votar, nas reuniões do COMAM que forem <strong>de</strong>libera<strong>da</strong>s, sobre o tema.3 - Criação <strong>de</strong> agente social ambiental nos mol<strong>de</strong>s do agente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.4 - Divulgação <strong>da</strong> legislação ambiental no município através <strong>de</strong> instrumentos mais populares, visando aconsciência ambiental.5 - Criação <strong>de</strong> incentivos e mecanismos para:a) coleta seletiva, reutilização e reciclagem <strong>de</strong> resíduos;b) redução <strong>da</strong> geração <strong>de</strong> resíduos.6 - Utilização <strong>de</strong> bacia hidrográfica como uma <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento para gestão urbanística eambiental.7 - Estabelecimento <strong>de</strong> trabalho educativo para eliminação <strong>da</strong> pichação na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.8 - Criação <strong>de</strong> ouvidoria na Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento Urbano para atendimento<strong>da</strong> população nas questões ambientais.II - Fiscalização Ambiental1 - Previsão legal <strong>de</strong> “interdição <strong>da</strong> fonte poluidora” na legislação ambiental.2 - Redução do número <strong>de</strong> autuações para a aplicação <strong>da</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.3 - Redimensionamento dos valores <strong>da</strong>s multas a fim <strong>de</strong> coibir novas transgressões.4 - Alteração dos dispositivos legais, buscando redução do número <strong>de</strong> etapas administrativas a seremcumpri<strong>da</strong>s até a efetiva penalização <strong>de</strong> infrações ambientais.5 - Fiscalização ativa através <strong>de</strong> parceria com setores econômicos, acadêmicos, <strong>de</strong> serviços e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>scomunitárias, promovendo também a disponibilização <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s móveis equipa<strong>da</strong>s e conduzi<strong>da</strong>s poragentes ambientais capacitados.6 - Implementação <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> penalização específicas para transgressões ambientais flagrantes emquestões <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelo COMAM, permitindo uma ação fiscal mais efetiva.7 - Inserção <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s para empreendimentos <strong>de</strong> impacto irregulares quanto ao licenciamento semprejuízo <strong>da</strong>quelas que estão cita<strong>da</strong>s na Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (LPOUS).8 - Previsão <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas e gradua<strong>da</strong>s para <strong>de</strong>scumprimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>terminações <strong>da</strong> SMMASe do COMAM e também para o cometimento <strong>de</strong> infração à legislação ambiental, <strong>de</strong> forma a inibir condutas eativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s lesivas ao meio ambiente, principalmente <strong>da</strong>quelas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como crime por Lei Fe<strong>de</strong>ral.9 - Aprimoramento <strong>da</strong> legislação com <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> prazo, punição financeira expressiva, medi<strong>da</strong>scompensatórias ou recomposição ambiental proporcional aos <strong>da</strong>nos ambientais reversíveis ou irreversíveispara aqueles empreendimentos que, em qualquer fase <strong>de</strong> licenciamento, instalação ou funcionamento,<strong>de</strong>scumprirem a legislação ambiental ou compromissos assumidos com a SMMAS ou com o COMAM.10 - Inclusão, no art. 9º do Decreto n. o 10.942, <strong>de</strong> 24/01/2002, que institui o sistema <strong>de</strong> planejamento,avaliação e monitoramento <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> fiscalização urbanística no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e dáoutras providências, do seguinte conceito:“IV – Fiscalização Ativa e Permanente – FAP.§ 4º - Fiscalização ativa e permanente para <strong>de</strong>tecção e autuação imediata <strong>de</strong> fontes poluidoras fixas ou


532 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>smóveis, transgredindo o que dispõe a Lei <strong>Municipal</strong> n. o 4.253, <strong>de</strong> 04/12/85, seja por <strong>de</strong>núncia ou por ação<strong>de</strong> fiscais, ficando o agente poluidor sujeito às penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s previstas mesma Lei – Capítulo IV, art. 11.”III - Licenciamento Ambiental1 - Inclusão na regulamentação <strong>da</strong> legislação <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> percepçãoambiental.2 - Criação, através <strong>de</strong> instrumento legal, <strong>de</strong> prazo para a apresentação <strong>de</strong> impugnação aoempreendimento <strong>de</strong> impacto ambiental.3 - Preservação <strong>da</strong> distância mínima <strong>de</strong> 500 m (quinhentos metros) entre as antenas <strong>de</strong> telefonia celularinstala<strong>da</strong>s em torres, revogando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aprovação <strong>da</strong> licença ambiental mediante apresentação<strong>de</strong> laudo <strong>de</strong> órgão idôneo para torres com distâncias inferiores (revogação do parágrafo único do art. 5º <strong>da</strong>Lei <strong>Municipal</strong> n. o 8.201/01).4 - Revogação <strong>da</strong> exceção prevista em Lei que reduziu <strong>de</strong> 60 (sessenta) para 45 (quarenta e cinco) dias oprazo para outorga <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> licença prévia nos casos <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telecomunicações que sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s empreendimentos <strong>de</strong> impacto ambiental.5 - Previsão <strong>de</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s empresas <strong>de</strong> telefonia celular custearem o monitoramento permanenteou contínuo <strong>da</strong>s intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> radiação eletromagnética visando enquadrá-las nos limites permitidos.6 - Previsão na legislação ambiental <strong>de</strong> tratamento específico para Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social(ZEIS).7 - Introdução, na Lei n.º 8.201/01, <strong>de</strong> previsão para que a instalação <strong>de</strong> qualquer antena <strong>de</strong> Estação RádioBase (ERB) em ZAR-1, ZAR-2 e ADE (Zonas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento Restrito e Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais)seja precedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> anuência expressa <strong>de</strong> todos os moradores e proprietários no raio <strong>de</strong> 100 (cem) metros dolocal on<strong>de</strong> será instala<strong>da</strong> a antena.8 - Proibição <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> antenas <strong>de</strong> telecomunicações, microcélulas para reprodução <strong>de</strong> sinal eequipamentos afins instala<strong>da</strong>s sobre torres tubulares, treliça<strong>da</strong>s ou outras similares ao lado <strong>de</strong> imóveisresi<strong>de</strong>nciais, escolas, creches e hospitais, <strong>de</strong>vido aos efeitos térmicos e não térmicos <strong>da</strong> radiação nãoionizanteemiti<strong>da</strong> pelas antenas sobre a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população.9 - Alteração dos prazos <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s licenças ambientais constantes na legislação municipal <strong>de</strong> 60(sessenta) para 120 (cento e vinte) dias, para licença prévia, e <strong>de</strong> 30 (trinta) para 60 (sessenta) dias, paralicença <strong>de</strong> implantação e para licença <strong>de</strong> operação, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA, comrealização <strong>de</strong> audiência pública, quando o prazo será <strong>de</strong> 180 (cento e oitenta) dias.10 - Inclusão no item IV do art. 16 <strong>da</strong> Lei 8.201: “Fica ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a implantação <strong>de</strong> Estações <strong>de</strong> Rádio Base <strong>de</strong>Telefonia Celular (ERBS) em área <strong>de</strong> proteção ambiental, escolas, creches, hospitais e clínicas, on<strong>de</strong> seinternem pacientes ou locais on<strong>de</strong> se verifique gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> pessoas."IV - Poluição Ambiental1 - Compatibilização dos limites <strong>de</strong> ruído permitidos pela legislação ambiental municipal àqueles <strong>de</strong> origemveicular, através <strong>da</strong> restrição do uso <strong>de</strong> veículos particulares, basea<strong>da</strong> em monitoramento contínuo, e doestímulo ao transporte coletivo.2 - Criação <strong>de</strong> parâmetros para ampliação <strong>da</strong> fiscalização <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gases por veículos automotores.3 - Implantação imediata do programa <strong>de</strong> inspeção veicular anual prevista pelo Código Nacional <strong>de</strong> Trânsito(CONTRAN).4 - Implantação imediata <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do ar a partir <strong>da</strong> regulamentação <strong>da</strong> Lein. o 8.262, <strong>de</strong> 04/12/01, que dispõe sobre o monitoramento e controle do ar no município.5 - Aprimoramento dos conceitos, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> limites e <strong>de</strong> penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a poluição visual <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>engenhos <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>, protegendo o entorno <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> preservação ambiental assim <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s nozoneamento.6 - Criação <strong>de</strong> regulamentação permanente a fim <strong>de</strong> limitar a iluminação <strong>de</strong> anúncios em facha<strong>da</strong>s <strong>de</strong>edifícios, outdoors, marquises etc., aten<strong>de</strong>ndo à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso racional <strong>de</strong> energia.V - Arborização e Áreas Ver<strong>de</strong>s1 - Criação <strong>de</strong> mecanismos para o monitoramento <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s e nascentes no município, objetivandosua recuperação e preservação.2 - Utilização <strong>da</strong>s áreas públicas contíguas aos cursos d’água como áreas <strong>de</strong> reserva e, quando estasestiverem ocupa<strong>da</strong>s ou <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s, tratá-las e recuperá-las para lazer e socialização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> (ex.:parques lineares, praças etc.).3 - Incentivo a parcerias para criação <strong>de</strong> jardins e quintais naturais nas residências ou em áreas disponíveis


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 533do po<strong>de</strong>r público.4 - Revogação imediata <strong>da</strong> Lei <strong>Municipal</strong> n.º 8.327, <strong>de</strong> 07/02/02, uma vez que esta implica em retrocesso <strong>da</strong>política <strong>de</strong> arborização do município e conseqüente prejuízo ambiental.5 - Ca<strong>da</strong>stramento <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s remanescentes no município para que estas possam ser objeto <strong>de</strong>diretrizes específicas para sua preservação.6 - Desenvolvimento <strong>de</strong> estudos para criação <strong>de</strong> parâmetros para investimentos em áreas ver<strong>de</strong>s, no que serefere a medi<strong>da</strong>s compensatórias.7 - Priorização, através dos insumos necessários e <strong>da</strong> participação popular, <strong>da</strong> elaboração do Plano Diretor<strong>de</strong> Arborização e do Programa BH Ver<strong>de</strong>, objetivando o aprimoramento <strong>da</strong>s questões legais relativas aomanejo <strong>da</strong> arborização urbana e <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s.8 - Proposição <strong>de</strong> mecanismos que, ao mesmo tempo, <strong>de</strong>sonerem os proprietários <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>sparticulares, <strong>de</strong> qualquer tamanho, <strong>de</strong> imposto predial e territorial urbano, total ou parcialmente, e osobriguem à concreta manutenção <strong>da</strong>s mesmas, sob fiscalização <strong>da</strong> SMMAS.9 - Estabelecimento <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> parceria com o setor privado, buscando a arborização <strong>de</strong> todos osbairros periféricos.VI - Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo1 - Criação <strong>de</strong> parâmetros específicos para ocupação e licenciamento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> impacto no entorno<strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação ambiental.2 - Eliminação <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição <strong>da</strong> taxa mínima <strong>de</strong> permeabilização por caixa <strong>de</strong> contenção.3 - Enquadramento <strong>da</strong> mata do Morcego, situa<strong>da</strong> na região Noroeste, em Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais <strong>de</strong>Interesse Ambiental.4 - Preservação <strong>da</strong>s vocações ambientais, culturais, sociais, e habitacionais específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região.▪ PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES ESTRUTURANTESObras Viárias, Obras <strong>de</strong> Saneamento e Revitalização <strong>de</strong> ÁreasGrupo <strong>de</strong> Trabalho 9Relator: Everaldo Ávila Cabral Coor<strong>de</strong>nadora: Cláudia Ribeiro <strong>de</strong> AlvarengaI - Conceitos e PressupostosIntervenções estruturantes são ações positivas que causam impacto significativo na região ou em todo omunicípio, com aplicação a curto, a médio e a longo prazo, e que têm conotação <strong>de</strong> irreversibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Foi proposta a alteração do termo “revitalização” para “requalificação” <strong>de</strong> áreas: são intervenções no espaçopúblico que buscam assegurar sua vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sua apropriação pela população, em condições <strong>de</strong> confortoe segurança, reforçando referências <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais. Nortearam essa mu<strong>da</strong>nça asconcepções <strong>de</strong> “ci<strong>da</strong><strong>de</strong>” – como lugar do encontro e <strong>da</strong> convivência humana, <strong>de</strong>vendo ser favorável àdiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aos vários olhares, aos contatos pessoais, às trocas, celebrações e manifestações coletivas – e<strong>de</strong> “espaço público” – como o conjunto <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à apropriação coletiva, seja para a circulação<strong>de</strong> pessoas e mercadorias, seja para o encontro <strong>da</strong>s pessoas, constituindo-se, neste caso, em palcosprivilegiados <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a convivência e múltiplos eventos po<strong>de</strong>m ocorrer, <strong>de</strong> forma permanenteou não.Assim sendo, no ato <strong>de</strong> planejar, ao se buscar uma janela para o futuro, há que se compartilhar as açõesque foram propostas, seguindo os seguintes critérios: o saneamento, a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> entreregiões, a importância ambiental, a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>s, as áreas com PGE e/ou projetosexecutivos concluídos ou em an<strong>da</strong>mento e população beneficia<strong>da</strong>.II - Propostas <strong>de</strong> Ações Estruturantes2.1 Promoção <strong>da</strong> valorização <strong>da</strong> escala humana e <strong>da</strong> vivência cotidiana, reforçando as i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais eproporcionando a participação <strong>da</strong> população e a promoção <strong>de</strong> parcerias2.2 Respeito aos recursos naturais, <strong>de</strong>svinculando o <strong>de</strong>senho dos córregos do <strong>de</strong>senho <strong>da</strong>s vias, ajustandointerferências.2.3 Implementação <strong>da</strong> educação pré e pós-implantação do empreendimento.2.4 Revisão e a<strong>de</strong>quação do zoneamento e <strong>da</strong> ocupação do solo impactado pela intervenção.2.5 Criação <strong>de</strong> estrutura permanente <strong>de</strong> monitoramento e <strong>de</strong> planejamento, visando a integração do sistemaviário, do transporte e do saneamento, adotando critérios uniformes no tratamento <strong>da</strong>s intervenções,


534 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>senvolvendo os municípios vizinhos, na busca <strong>de</strong> uma ação metropolitana e compartilha<strong>da</strong>.2.6 Priorização do tratamento <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vales que tenham projetos executivos concluídos ou eman<strong>da</strong>mento.2.7 Integração dos programas estruturantes, tais como Programa <strong>de</strong> Recuperação e DesenvolvimentoAmbiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> Pampulha (PROPAM), Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dosFundos <strong>de</strong> Vales dos Córregos em Leito Natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (DRENURBS), Programa <strong>de</strong>Reestruturação e Integração do Sistema Viário do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (VIURBS) e Planos GlobaisEspecíficos, compatibilizando-os ao Plano Diretor, <strong>de</strong>vendo ser respeitados os parâmetros aí <strong>de</strong>finidos,assegurando os recursos e viabilizando sua aplicação <strong>de</strong> forma também integra<strong>da</strong>. Deverão ser incluídosnestes programas o tratamento, através <strong>de</strong> projetos complementares, <strong>de</strong> áreas remanescentes, oriun<strong>da</strong>s<strong>da</strong>s implementações <strong>de</strong>sses.2.8 - Implementação <strong>da</strong>s propostas elabora<strong>da</strong>s no Seminário Manuelzão, realizado em 13/04/2002, com<strong>de</strong>staque para:2.8.1 - Promoção <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na Pampulha/orla, através <strong>da</strong> flexibilização <strong>de</strong> uso, conservando asrestrições dos parâmetros <strong>de</strong> ocupação.2.8.2 - Promoção do uso <strong>de</strong> alternativas para:a) pavimentação <strong>de</strong> vias que permitam uma maior permeabilizaçãob) tratamento localizado <strong>de</strong> resíduos sólidosc) tratamento localizado <strong>de</strong> esgoto2.8.3 - Capacitação <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para coleta binária (secos e molhados ) ou seletiva.2.8.4 - Possibilitar a instalação <strong>de</strong> indústrias <strong>de</strong> material reciclável em to<strong>da</strong>s as Regionais.2.8.5 - Implementação <strong>da</strong> proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente(SMMAS).2.8.6 - Reforço e capacitação <strong>da</strong> fiscalização no tocante ao controle urbano e meio ambiente, numa visãomultidisciplinar.2.9 Criação <strong>de</strong> programas para:2.9.1 - Recuperação e manutenção <strong>de</strong> estruturas (galerias, viadutos, pontes etc.).2.9.2 - Monitoramento hidrológico.2.9.3 - Monitoramento com elaboração <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> atualização contínua, para o sistema <strong>de</strong> macro emicrodrenagem e <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s existentes no subsolo, envolvendo os pontos críticos <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> esgotona re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem e nos cursos d’água.2.9.4 - Tratamento preferencial do pe<strong>de</strong>stre, objetivando:a) privilegiá-lo nas soluções <strong>de</strong> trânsito, assegurando-lhe acesso com segurança, conforto e orientação,especialmente nos centros e nas áreas com potencial <strong>de</strong> polarização;b) i<strong>de</strong>ntificar rotas preferenciais, priorizando nas mesmas o tratamento <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s e travessias <strong>da</strong>s vias,garantindo a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental.2.9.5 - Educação urbana visando:a) possibilitar que a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> se constitua em espaço <strong>de</strong> formação, ampliando as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>informação, <strong>de</strong> participação e <strong>de</strong> exercício <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, para que as pessoas se sintam principalmentesujeitos <strong>de</strong> direitos e não consumidores <strong>de</strong> serviços;b) buscar co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong> gestão do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;c) consistir as iniciativas <strong>de</strong> educação existentes (ambiental, <strong>de</strong> trânsito, patrimonial etc.) e integrá-las anovas iniciativas pertinentes à concepção <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> educadora, assegurando a construção <strong>de</strong> umaconsciência mais universal quanto a valores e princípios básicos.2.9.5.1 - Para tanto, entre outras medi<strong>da</strong>s, é necessário:a) Promover campanhas publicitárias maciças para divulgação dos parâmetros urbanísticos, i<strong>de</strong>ntificando oque são e para que servem.b) Promover campanhas <strong>de</strong> educação urbana específicas bairro a bairro, elegendo priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>local.c) Fornecer agentes urbanísticos junto à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, capacitando as pessoas a difundirem os conceitos <strong>de</strong>


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 535legislação e suas finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.d) Promover nas escolas cotidianamente a educação urbana, ensinando o conteúdo e os objetivos <strong>da</strong>legislação, trabalhando a criança e o adolescente.2.10 Assegurar a efetiva implementação <strong>da</strong> política para estacionamentos e para cargas/<strong>de</strong>scargas.2.11 Incluir em programa <strong>de</strong> saneamento (DRENURBS) o tratamento <strong>da</strong>s bacias dos córregos Olaria eMarzagânia no bairro Taquaril – necessário convênio com o Município <strong>de</strong> Sabará;2.12 Estu<strong>da</strong>r a inclusão <strong>da</strong>s seguintes intervenções, quando <strong>da</strong> elaboração dos planos regionais:a) tratamento do córrego Santa Terezinha e implantação <strong>de</strong> via;b) R. In<strong>de</strong>pendência: a<strong>de</strong>quação viária;c) Av. Dep. Sebastião Nascimento: implantação <strong>de</strong> via;d) Av. Mário Werneck: correção <strong>da</strong> macro e microdrenagem e a<strong>de</strong>quação viária;e) R. Correias: implantação <strong>de</strong> via.III - Propostas <strong>de</strong> Intervenções EstruturantesImplantação e integração dos programas estruturantes DRENURBS, VIURBS, Planos Globais Específicos ePROPAM, <strong>de</strong>stacando-se:3.1 - Intervenções viárias e <strong>de</strong> saneamento3.1.1 - Saneamento <strong>da</strong>s bacias do Vilarinho e do Baraúnas e implantação <strong>da</strong> Via 220 (Av. Navegantes) notrecho Av. Civilização–Av. Otacílio Negrão <strong>de</strong> Lima;3.1.2 - Saneamento do córrego do Navio e complementação <strong>da</strong> Av. Belém;3.1.3 - Projeto integrado <strong>da</strong> bacia do Isidoro e Via 540 no trecho Av. Cristiano Machado– MG 20:implantação <strong>de</strong> vias, intercessões, vias coletoras, saneamento e implantação <strong>de</strong> parques.3.1.4 - Implementação do PROPAM <strong>de</strong>stacando:a) implantação do interceptor <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha;b) <strong>de</strong>sassoreamento <strong>da</strong> lagoa através <strong>da</strong> dragagem a longa distância (DLD);3.1.5 - Saneamento <strong>da</strong> bacia elementar n.º 4110001, do ribeirão Arru<strong>da</strong>s, e complementação <strong>da</strong> Via 206(Av. Tereza Cristina) – necessário convênio com o Município <strong>de</strong> Contagem.3.1.6 - Saneamento <strong>da</strong>s bacias do ribeirão Pampulha e dos córregos Cachoeirinha e Engenho Nogueira:saneamento com implantação <strong>de</strong> macro e microdrenagem.3.1.7 - Saneamento <strong>da</strong> bacia do Nado e implantação <strong>da</strong> Via 590:3.1.8 - Saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego Jatobá (n.º 4110100) – Interseção Rua Antônio Eustáquio Piazza(Via 700)/Av. Nélio Cerqueira (Via 680):3.1.9 - Saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego <strong>de</strong> Cercadinho e implantação <strong>da</strong> Via 681 (Av. Cercadinho):3.1.10 - Saneamento <strong>da</strong> bacia do Cardoso (Av. Mem <strong>de</strong> Sá): Rua Maria Carmem Vala<strong>da</strong>res:3.1.11 - Saneamento do córrego São José e complementação <strong>da</strong>s Vias 210 e 980:3.1.12 - Saneamento e complementação <strong>da</strong> via 260 (Av. dos Andra<strong>da</strong>s):3.2 - Intervenções em Saneamento3.2.1 - Definição e implantação <strong>da</strong> área <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final <strong>de</strong> resíduos sólidos3.2.2 - Saneamento <strong>da</strong> bacia do córrego do Bonsucesso3.3 - Intervenções viárias3.3.1 - Complementação <strong>da</strong>s Vias 710, entre Av. Itaituba e Av. Cristiano Machado, e 800, entre Av.Presi<strong>de</strong>nte Carlos Luz e Av. Tereza Cristina;3.3.2 - Via 810 (Av. Presi<strong>de</strong>nte Antônio Carlos): complementação do complexo <strong>da</strong> Lagoinha, interseção comas aveni<strong>da</strong>s Américo Vespúcio e Bernardo Vasconcelos (Via 710), alargamento <strong>da</strong> Av. Presi<strong>de</strong>nte AntônioCarlos, entre as Ruas Rio Novo e Marabá, e a<strong>de</strong>quação viária <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> para circulação <strong>de</strong> transportecoletivo, no trecho Anel Rodoviário–Av. Dom Pedro I. Criação <strong>de</strong> uma passarela sobre a Av. Presi<strong>de</strong>nteAntônio Carlos, <strong>de</strong>fronte a UFMG.3.3.3 - Solução <strong>de</strong> intercessão <strong>da</strong> Via 230 (Av. Cristiano Machado)/Rua Jacuí/Av. Silviano Brandão.3.3.4 - Implantação <strong>de</strong> interseções com Av. Heráclito Mourão (Via 700 – Av. Atlânti<strong>da</strong>): implantação <strong>de</strong>interseções <strong>da</strong> Av. Heráclito Mourão (Av. Atlânti<strong>da</strong>) com aveni<strong>da</strong>s Santa Terezinha, Prof. Clóvis Salgado(Av. Sarandi), Av. Pres. Tancredo Neves e Av. Aminthas Jaques <strong>de</strong> Morais.


536 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s3.3.5 - Implantação <strong>de</strong> elevados sobre as principais aveni<strong>da</strong>s (p. ex.: Rua Jacuí, bairro Floresta, sobre a Av.Cristiano Machado).3.4 - Intervenções previstas no Plano <strong>de</strong> Reestruturação do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> (BHBUS):3.4.1 - Estações BHBUS: implantação <strong>da</strong>s estações Alípio <strong>de</strong> Melo, Salgado Filho, Pampulha, Lagoinha,Sau<strong>da</strong><strong>de</strong> e Céu Azul;3.4.2 - Área central: a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> área central e dos corredores existentes para priorização do transportecoletivo.3.5 - Requalificação <strong>da</strong>s áreas:3.5.1 - Tratamento urbanístico <strong>de</strong> espaços públicos no hipercentro;a) Praça Sete:b) implantação do projeto 4 Estações, que compreen<strong>de</strong> a área <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pela Rodoviária, via férrea, Av.Francisco Sales e Rua dos Caetés;c) tratamento <strong>da</strong>s áreas públicas dos conjuntos urbanos protegidos <strong>da</strong> Av. Afonso Pena e <strong>da</strong> Rua <strong>da</strong> Bahia,segundo as diretrizes <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> (CDPCM-BH).3.5.2 - Outras áreas indica<strong>da</strong>s para tratamento urbanístico <strong>de</strong> seus espaços públicos:a) centro do Barreiro, incluindo o entorno <strong>da</strong> estação do BHBUS Barreiro;b) centro <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova, incluindo o entorno <strong>da</strong> estação Vilarinho;c) Lagoinha;d) centro do Horto;d) Cristiano Machado, entorno e canteiros centrais;e) Abílio Machado, entorno e canteiros centrais;f) orla <strong>da</strong> lagoa <strong>da</strong> Pampulha: apropriação do espaço previsto no parcelamento existente na Av. OtacílioNegrão <strong>de</strong> Lima e implantação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer, pista <strong>de</strong> cooper e ciclovia, junto à lagoa.3.5.3 - Requalificação <strong>da</strong>s áreas públicas dos <strong>de</strong>mais conjuntos urbanos protegidos, segundo as diretrizes<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelo CDPCM-BH:a) Praça <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong>/Av. João Pinheiro;b) Praça Floriano Peixoto;c) Praça Hugo Werneck;Av. Caran<strong>da</strong>í/Av. Alfredo Balena;3.5.4 - Tratamento urbanístico nas áreas <strong>de</strong> entorno <strong>da</strong>s estações do BHBUS e metrô;3.5.5 - Implantação do Parque Serra Ver<strong>de</strong>;3.5.6 - Criação dos parques <strong>da</strong> Baleia e <strong>da</strong> serra do Curral integrando-os ao Parque <strong>da</strong>s Mangabeiras.3.6 - Ações para gestão interinstitucional:3.6.1 - Retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong>s negociações sobre o remanejamento do terminal rodoviário do centro comapropriação do estudo que <strong>de</strong>fine a área entre a Av. Silva Lobo, Via Urbana Leste–Oeste (VULO), Av.Tereza Cristina e via férrea, possibilitando o acesso ao novo terminal e com o reaproveitamento do terminalantigo, requalificando-o;3.6.2 - Duplicação e melhoria viária <strong>da</strong> MG 20;3.6.3 - Implantação <strong>da</strong> linha do metrô Oeste–Barreiro.3.6.4 - Recuperação e complementação do Anel Rodoviário: com implantação <strong>de</strong> passarelas, marginais,interseções e re<strong>de</strong>finição do uso do solo <strong>da</strong> área lin<strong>de</strong>ira ;3.6.5 - Implantação <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos do Onça (ETE Onça);3.6.6 - Implantação do tratamento secundário <strong>da</strong> estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos do Arru<strong>da</strong>s (ETEArru<strong>da</strong>s).Programas HabitacionaisGrupo <strong>de</strong> Trabalho 101 - Consi<strong>de</strong>rar a implantação dos Planos globais Específicos (PGE) dos gran<strong>de</strong>s aglomerados comointervenções estruturantes prioritárias para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 537▪ PROPOSTAS DE GESTÃO URBANADesenvolvimento EconômicoGrupo <strong>de</strong> Trabalho 11Relator: Domingos Gatti Coor<strong>de</strong>nador: Paulo <strong>de</strong> Souza DuarteI - Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico (CODECOM)1 - Alteração do art. 8º <strong>da</strong> Lei n. o 7.638/99 e do art. 3º do Decreto n. o 10.053/99, garantindo a participaçãona composição do CODECOM <strong>de</strong> representantes <strong>da</strong> economia informal, cooperativa <strong>de</strong> produção etrabalho, Sindicato dos Economistas e/ou Conselho Regional <strong>de</strong> Economia, Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong>s Indústrias doEstado <strong>de</strong> Minas Gerais, centrais sindicais e um representante do setor popular <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região.2 - Reformulação do objetivo do CODECOM para que, além <strong>de</strong> estabelecer a política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico do município <strong>de</strong> forma geral, passe a estabelecê-la também <strong>de</strong> forma regionaliza<strong>da</strong>, conforme avocação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região a ser <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> através <strong>de</strong> diagnóstico econômico regional e elaboração <strong>de</strong> umprograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico para o município.3 - Priorização <strong>da</strong> aplicação dos recursos do Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico na instalação<strong>de</strong> micro e pequenas empresas e cooperativas populares.4 - Atribuição <strong>de</strong> competência ao CODECOM para análise <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos com observância <strong>de</strong>seu impacto no Índice <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Urbana (IQVU).5 - Criação <strong>de</strong> conselhos regionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico, com composição semelhante à doCODECOM.II - Desenvolvimento Econômico Regionalizado1 - Realização <strong>de</strong> diagnóstico econômico em to<strong>da</strong>s as regiões, visando a elaboração <strong>de</strong> planos regionais elocais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento motivando a <strong>de</strong>scentralização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.2 - Criação e implementação <strong>de</strong> pólos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as regiões com vistas à<strong>de</strong>scentralização do <strong>de</strong>senvolvimento econômico do município.III - Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico1 - Implementação <strong>da</strong> Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> com gestão pública eparticipação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil.2 - Criação <strong>de</strong> câmaras regionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico vincula<strong>da</strong>s a agências regionais <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento econômico.3 - Promoção pelas câmaras regionais <strong>de</strong> cursos e seminários <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo.4 - Criação <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> informação para a geração <strong>de</strong> pessoas jurídicas associativas, <strong>de</strong> produção ecomerciais incentivando os empreen<strong>de</strong>dores a participar dos cursos promovidos pelas câmaras, visandoaprimorar seus conhecimentos para garantir o sucesso dos empreendimentos.5 - Celebração <strong>de</strong> convênios entre a Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e os governos fe<strong>de</strong>ral,estadual, municipal e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s afins, com vistas a executar um reca<strong>da</strong>stramento <strong>de</strong> pessoas jurídicas nomunicípio.IV - Incentivo ao Cooperativismo1 - Incentivo à aproximação <strong>de</strong> pessoas e/ou grupos <strong>de</strong> uma mesma região, possuidoras <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>vocacional com vistas à criação <strong>de</strong> cooperativas.V - Desenvolvimento Econômico Sustentável como Base para Decisões1 - Que as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as esferas <strong>da</strong> administração municipal, fóruns e conselhos consi<strong>de</strong>ram como<strong>de</strong>terminante a questão do <strong>de</strong>senvolvimento econômico sustentado e a criação e manutenção <strong>de</strong> empregoe ren<strong>da</strong>.VI - Índice <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Urbana (IQVU)1 - Acompanhamento e análise <strong>de</strong> todos os projetos propostos e em execução no município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong> observando o impacto passado, presente e futuro no IQVU, buscando a otimização dos projetos,sua sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e perenização.VII - Centros Regionais e Locais <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas1 - Incentivo ao associativismo empresarial em nível local (exemplo <strong>da</strong> Associação dos Comerciantes doBarro Preto) envolvendo o setor empresarial local nas estratégias <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> centros locais eregionais <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas.VIII - Incentivo ao Empreen<strong>de</strong>dorismo Popular1 - Consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> trabalho, emprego e ren<strong>da</strong> para a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>através <strong>da</strong> promoção <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> qualificação, fomento e assessoria técnica para criação <strong>de</strong> pequenos


538 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sempreendimentos comunitários e individuais.IX - Economia Informal1 - Criação <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> trabalho visando estu<strong>da</strong>r alternativas para o problema <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong><strong>de</strong> camelôs no hipercentro, que garanta melhorias <strong>de</strong> acesso nos passeios públicos e que gere alternativas<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para os camelôs.2 - Incentivo, orientação e facilitação <strong>da</strong> legalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais, buscando melhorar aarreca<strong>da</strong>ção do município.X - Incentivo à Vin<strong>da</strong> <strong>de</strong> Empresas para o Município1 - Desburocratização, orientação, incentivo e facilitação do cumprimento <strong>da</strong>s normas legais por parte <strong>de</strong>empresas e empresários <strong>de</strong> outros municípios que <strong>de</strong>sejem se instalar em <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, com o intuito <strong>de</strong>abrir mais postos <strong>de</strong> trabalho e aumentar a arreca<strong>da</strong>ção.2 - Efetivação <strong>de</strong> uma política tributária que incentive a instalação <strong>de</strong> indústrias no municípioXI - Programa Habitacional1 - Efetivação <strong>de</strong> uma política habitacional como exponencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e geração <strong>de</strong>emprego e ren<strong>da</strong>.2 - As obras precisam ser agiliza<strong>da</strong>s e baratas – que a PBH tenha produção própria <strong>de</strong> tijolos, manilhas,cimento etc. e empregue os próprios moradores <strong>de</strong>sempregados para a produção <strong>de</strong>sses materiais.Gestão ParticipativaGrupo <strong>de</strong> Trabalho 12Relatora: Andréa Fróes Coor<strong>de</strong>nadoras: Maria Cal<strong>da</strong>s, Mônica Bedê, SinaraI - Sistema Metropolitano <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa1 - Propor ao governo estadual a criação <strong>de</strong> câmaras metropolitanas liga<strong>da</strong>s a conselhos, existentes ou aserem criados, responsáveis na esfera estadual por políticas setoriais urbanas, como por exemplo oConselho <strong>de</strong> Política Ambiental <strong>de</strong> Minas Gerais (COPAM) e o Conselho Estadual <strong>de</strong> Habitação (CMH). Porsua vez, esses conselhos <strong>de</strong>vem se vincular a um conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano, <strong>de</strong> caráter maisgeral. Essa proposta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria, certamente, <strong>da</strong> iniciativa do governo estadual.2 - Criação <strong>de</strong> instâncias temáticas metropolitanas <strong>de</strong> participação a partir <strong>da</strong> iniciativa dos própriosmunicípios, num caráter talvez mais informal. No caso <strong>da</strong> RMBH, a recomen<strong>da</strong>ção é <strong>de</strong> que a PBH seja oarticulador <strong>de</strong>ssas iniciativas.3 - Recomen<strong>da</strong>-se o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> discussão sobre o peso e/ou proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> representaçãodos municípios nas instâncias cita<strong>da</strong>s nas duas alternativas anteriores.II - Sistema <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Gestão Urbana ParticipativaDecidiu-se por um mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> sistema, <strong>de</strong>ixando a cargo <strong>da</strong> administração pública municipal aavaliação <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua implantação total ou parcial. Para <strong>de</strong>finir esse mo<strong>de</strong>lo foram discutidos osseguintes aspectos: estrutura geral do sistema e composição, papéis/atribuições, caráter e funcionamento<strong>da</strong>s instâncias que o constituem.2.1 - Estrutura geral2.1.1 - Criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa composto <strong>da</strong>s seguintes instâncias:a) um conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano (COMDUR) e sua respectiva conferência, instâncias <strong>de</strong> carátermais geral, a serem cria<strong>da</strong>s;b) conselhos setoriais <strong>de</strong> habitação, meio ambiente, transporte, saneamento e patrimônio cultural e suasrespectivas conferências, instâncias existentes e/ou a serem cria<strong>da</strong>s.2.1.2 - Consoli<strong>da</strong>ção do Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> como a instância <strong>de</strong> participação mais geral do município,tendo em sua composição peso igual para a representação <strong>da</strong>s áreas urbana e social.2.1.3 - Criação <strong>de</strong> câmaras urbanas e câmaras sociais liga<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> Conselho Regional Popular (CRP),com o objetivo <strong>de</strong> facilitar a articulação <strong>de</strong>ssas instâncias regionais com os conselhos setoriais. Ca<strong>da</strong>conselho setorial urbano <strong>de</strong>ve ter, segundo a proposta, um membro <strong>da</strong> câmara urbana <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> CRP, comoreferência.2.1.4 - Articulação do sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa a um sistema similar <strong>da</strong> área social. Para isso,recomen<strong>da</strong>-se a criação <strong>de</strong> um conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social, <strong>de</strong> caráter mais geral, como oCOMDUR, que articule os conselhos <strong>de</strong> políticas setoriais sociais.2.1.5 - Aplicação e utilização dos instrumentos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong>mocrática <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> previstos no Estatuto <strong>da</strong>Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.257, <strong>de</strong> 10/07/01):


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 539a) <strong>de</strong>bates, audiências e consultas públicas;b) conferências sobre assuntos <strong>de</strong> interesse urbano;c) iniciativa popular <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei e <strong>de</strong> planos, programas e projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano.2.2 - CaráterConsoli<strong>da</strong>ção do caráter <strong>de</strong>liberativo para todos os conselhos do sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa,ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu objeto específico.2.3 - Composição2.3.1 - Estabelecimento do número máximo <strong>de</strong> 20 (vinte) membros para todos os conselhos do sistema <strong>de</strong>gestão urbana participativa.2.3.2 - Estabelecimento <strong>de</strong> composição paritária entre socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil e po<strong>de</strong>r público para todos osconselhos do sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa.2.3.3 - Definição <strong>de</strong> que o COMDUR <strong>de</strong>ve ter em sua composição a representação <strong>de</strong> todos os conselhossetoriais urbanos e pelo menos uma representação do conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento social, se vier a sercriado conforme proposta do item anterior, ou <strong>de</strong> outro conselho <strong>da</strong> área social.2.3.4 - Definição <strong>de</strong> que o secretário <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana eAmbiental (SCOMURBE) <strong>de</strong>ve presidir o COMDUR e o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (COMUSA); nocaso <strong>de</strong>ste último, por estar vinculado a mais <strong>de</strong> uma secretaria temática.2.3.5 - Definição <strong>de</strong> que os respectivos secretários temáticos <strong>de</strong>vem presidir os <strong>de</strong>mais conselhos setoriaisurbanos.2.4 - Papéis e atribuiçõesTransferência <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as atuais atribuições do COMPUR para o COMDUR, acresci<strong>da</strong>s no mínimo <strong>de</strong>:a) articulação dos diversos conselhos setoriais urbanos;b) articulação do sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa com o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> DesenvolvimentoEconômico;c) articulação do sistema <strong>de</strong> gestão urbana participativa com a área social e com o Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>;d) avaliação dos aspectos urbanísticos e socioeconômicos <strong>de</strong> empreendimentos <strong>de</strong> impactos.2.5 - Funcionamento2.5.1 - Inclusão <strong>de</strong> cláusula no regimento <strong>de</strong> todos os conselhos setoriais urbanos estabelecendo:a) fornecimento obrigatório <strong>de</strong> informações aos CRP e a suas respectivas câmaras urbanas sobre pauta,calendário e ata <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as reuniões dos conselhos setoriais urbanos;b) convocação obrigatória dos membros <strong>da</strong>s câmaras urbanas que são referência para ca<strong>da</strong> conselhosetorial urbano para discussões que envolvam as respectivas regiões.2.5.2 - Criação <strong>de</strong> fórum informal constituído pelas câmaras urbanas e pelos conselhos setoriais urbanosque <strong>de</strong>verá se reunir no mínimo três vezes ao ano com o objetivo <strong>de</strong> trocar informações e discutir pautas <strong>de</strong>interesse mais geral.2.5.3 - Investimento contínuo na capacitação dos conselheiros <strong>da</strong> área urbana através <strong>de</strong>:a) curso básico integrado obrigatório, quando <strong>da</strong> eleição do conselheiro;b) outros cursos mais específicos ao longo do man<strong>da</strong>to do conselheiro.2.5.4 - Criação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> trabalho interconselhos para apreciação e emissão <strong>de</strong> pareceres conjuntossobre matérias mais complexas.2.5.5 - Criação <strong>de</strong> fluxo permanente <strong>de</strong> informações através <strong>de</strong> um jornal, por exemplo, entre os conselhos<strong>da</strong> área urbana, os CRP e respectivas câmaras urbanas e Conselho <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> divulgando notícias,eventos, informações, textos e agen<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s diversas instâncias.2.5.6 - Fornecimento sistemático <strong>de</strong> apoio logístico e técnico <strong>da</strong> PBH aos conselheiros para informação ediscussão sobre matérias importantes a serem trata<strong>da</strong>s nos conselhos.2.5.7 - Estabelecimento <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>de</strong> cláusula regimental, <strong>da</strong> apresentação a ca<strong>da</strong>semestre por parte dos conselheiros <strong>de</strong> ata <strong>de</strong> assembléia <strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong> ou setor que representa.2.5.8 - Articulação <strong>de</strong> agen<strong>da</strong>s e man<strong>da</strong>tos dos diversos conselhos e conferências <strong>da</strong> área urbana.2.5.9 - Estruturação <strong>de</strong> secretarias executivas em ca<strong>da</strong> conselho <strong>da</strong> área urbana com equipe,equipamentos, mobiliário e local a<strong>de</strong>quados para apoiar o funcionamento <strong>da</strong>s instâncias.2.5.10 - Eleição dos conselheiros <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> conselho durante a realização <strong>de</strong> suas respectivas conferências.2.5.11 - Criação <strong>de</strong> câmaras técnicas permanentes liga<strong>da</strong>s aos conselhos para apreciação <strong>de</strong> propostas ecasos específicos, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aliviar a agen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s plenárias para discussões mais conceituais.


540 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s2.5.12 - Estabelecimento <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inclusão, no início dos processos <strong>da</strong>s conferências, do tema“representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>” entre os que serão discutidos.III - Quanto ao COMAMRevisão <strong>da</strong> sua composição visando:a) na representação do Executivo, contemplar órgãos mais diretamente envolvidos nas avaliações <strong>de</strong>impacto ambiental, sem com isso alterar o número total <strong>de</strong> membros;b) na representação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, ampliar a participação do setor popular.IV - Quanto ao COMPUR (ou ao COMDUR, caso seja criado)a) ampliar seu caráter <strong>de</strong>liberativo nas seguintes atribuições:b) avaliar a compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s propostas <strong>de</strong> obras conti<strong>da</strong>s nos planos plurianuais e nos orçamentosanuais com as diretrizes do Plano Diretor;c) estabelecer classificação viária para novas vias implanta<strong>da</strong>s pela PBH.V - Quanto ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento EconômicoIncorporar a representação do setor popular em sua composição.VI - Quanto ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (COMUSA)6.1 - Composição do plenário do COMUSA, será <strong>de</strong> 16 (<strong>de</strong>zesseis) membros e paritária entre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>civil organiza<strong>da</strong> e representantes do po<strong>de</strong>r público;6.2 - Integrarão o COMUSA, representando o po<strong>de</strong>r público:a) representante <strong>de</strong> órgãos municipais direta ou indiretamente relacionados com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saneamento;b) representante <strong>da</strong> Câmara <strong>Municipal</strong>;c) representantes <strong>de</strong> órgãos estaduais cujas ações tenham impacto no município.6.3 - Integrarão o COMUSA, representando a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil:a) representante dos trabalhadores do setor;b) representantes do setor técnico;c) representantes do setor popular.6.4 - A presidência do COMUSA caberá à Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana eAmbiental, através <strong>de</strong> seu titular;6.5 - Os membros do COMUSA <strong>de</strong>verão ser eleitos em Conferência a ser realiza<strong>da</strong> no próximo ano;6.6 - Compete ao COMUSA:a) regular, fiscalizar, controlar e avaliar a execução <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento;b) estabelecer diretrizes, fiscalizar e <strong>de</strong>liberar sobre a aplicação dos recursos do Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento (FMS), incluindo aprovação <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> contas;c) aprovar o Plano <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento e fiscalizar sua implementação;d) apreciar e opinar sobre a composição <strong>de</strong> tarifas ou taxas inci<strong>de</strong>ntes sobre os serviços <strong>de</strong> saneamento,seus reajustes e revisões;e) fiscalizar a atuação dos órgãos municipais responsáveis pela gestão dos serviços, inclusive atuandocomo instância <strong>de</strong> recurso <strong>da</strong> população e <strong>de</strong>liberando sobre conflitos com os concessionários ouprestadores <strong>de</strong> serviços;f) apreciar propostas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> lei e programas <strong>de</strong> saneamento, inclusive aqueles referentes aconvênios <strong>de</strong> cooperação ou contratos <strong>de</strong> concessão e <strong>de</strong> permissão dos serviços <strong>de</strong> saneamento;g) articular-se com os <strong>de</strong>mais conselhos municipais cujas funções tenham interfaces com as ações <strong>de</strong>saneamento, nota<strong>da</strong>mente os <strong>da</strong> área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, meio ambiente e habitação;h) aprovar e publicar o relatório “Situação <strong>de</strong> Salubri<strong>da</strong><strong>de</strong> Ambiental do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>”;i) <strong>de</strong>cidir sobre os casos omissos <strong>da</strong> legislação, concernentes à Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento, noslimites se suas atribuições e competências.VII - Comitê <strong>de</strong> Acompanhamento <strong>da</strong> Operação Urbana do IsidoroRecompor o Comitê <strong>de</strong> Acompanhamento <strong>da</strong> Operação Urbana do Isidoro, com as mesmas atribuições,to<strong>da</strong>via com a presença <strong>de</strong> igual número <strong>de</strong> componentes já existentes, representando a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil(ex.: um representante <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local (região Norte), um representante <strong>de</strong> organizações nãogovernamental (ONGs) <strong>de</strong>fensoras <strong>da</strong> preservação do meio ambiente, um representante <strong>da</strong> Comissão Local


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 541<strong>de</strong> Transporte, um representante <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong> Fiscalização do Orçamento Participativo (COMFORÇA)<strong>da</strong> região Norte.Gestão <strong>de</strong> Políticas Setoriais UrbanasGestão <strong>da</strong> Política do Controle UrbanoGrupo <strong>de</strong> Trabalho 13 – Subgrupo: Controle UrbanoRelator: Cassimiro José <strong>de</strong> SouzaCoor<strong>de</strong>nadora: Fátima Cristina Gomes Diniz Cândido <strong>de</strong> Araújo1 - Licenciamento1.1 - Informatização <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> licenciamento (prestação <strong>de</strong> informação, formulários, análise earquivo).1.2 - Simplificação dos formulários utilizados nos processos <strong>de</strong> licenciamento.1.3 - Implantação <strong>de</strong> procedimento integrado para análise <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> obras eativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.1.4 - Promoção <strong>de</strong> treinamento e capacitação dos agentes <strong>da</strong> PBH <strong>de</strong> forma a propiciar uma posturasempre crítica quanto aos procedimentos adotados e dotá-los <strong>de</strong> uma visão mais volta<strong>da</strong> para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,colocando o profissionalismo acima <strong>de</strong> todos os interesses.1.5 - Estabelecimento <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, consi<strong>de</strong>rando a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> do empreendimentoproporcionalmente às exigências para o licenciamento, <strong>de</strong> forma a simplificar os procedimentos para olicenciamento <strong>da</strong>s pequenas intervenções.2 - Fiscalização2.1 - Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> legislação <strong>de</strong> postura na forma <strong>de</strong> código.2.2 - Discussão <strong>de</strong> uma nova política <strong>de</strong> fiscalização, através <strong>de</strong> seminários, congressos etc., com o objetivo<strong>de</strong> aprofun<strong>da</strong>r temas, tais como:2.2.1 - Criação <strong>da</strong>s juntas <strong>de</strong> recurso fiscal, que são instrumentos <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> transparência nosjulgamentos dos recursos administrativos.2.2.2 - Reestruturação operacional <strong>da</strong> fiscalização mediante investimento em informática, aquisição <strong>de</strong>equipamentos, veículos e no quadro <strong>de</strong> apoio administrativo.2.2.3 - Inserção <strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação como instrumento <strong>de</strong> planejamento emonitoramento <strong>da</strong> fiscalização. Incentivo à participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> ótica <strong>da</strong> informática pública,aprimorando o “portal” <strong>da</strong> PBH no que se refere à área fiscal.2.2.4 - Criação <strong>de</strong> um corpo jurídico exclusivo <strong>da</strong> área fiscal para que possa assessorar <strong>de</strong> forma ágil eeficiente o exercício do po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> política administrativa.2.2.5 - Promoção <strong>da</strong> eficácia <strong>da</strong> fiscalização em todo o município, principalmente para evitar a ocupação<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, em especial na região do Isidoro e no entorno <strong>de</strong> nascentes e ao longo <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> proteçãodos cursos d’água, e a utilização dos passeios como estacionamento <strong>de</strong> veículos.2.2.6 - Promoção <strong>da</strong> fiscalização <strong>da</strong> construção mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> “projeto aprovado”, evitando assim aexistência <strong>de</strong> obras inviáveis, que causem transtornos e <strong>da</strong>nos à vizinhança e impossíveis <strong>de</strong> seremregulariza<strong>da</strong>s.2.2.7 - Garantia <strong>de</strong> mais autonomia à fiscalização. Criação <strong>de</strong> mecanismos para garantir que a PBH possapenalizar o infrator reinci<strong>de</strong>nte com a “<strong>de</strong>molição”, quando se tratar <strong>de</strong> obra nova.Gestão <strong>da</strong> Política Ambiental e <strong>de</strong> SaneamentoGrupo <strong>de</strong> Trabalho 13 – Subgrupo: Meio ambiente e SaneamentoRelatora: Marise Borges <strong>de</strong> M. CarneiroCoor<strong>de</strong>nadora: Márcia Mourão Parreira Vital1 - Organização e estruturação <strong>da</strong> PBH1.1 - A<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> infra-estrutura e do quadro <strong>de</strong> pessoal <strong>da</strong>s secretarias municipais <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>Gestão Regional <strong>de</strong> maneira a viabilizar o disposto no programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> PBHe garantindo-se a interação e integração <strong>da</strong>s ações.1.2 - Busca <strong>de</strong> mecanismos adicionais que garantam um melhor atendimento dos pleitos coletivos.2 - Políticas <strong>de</strong> arborização e <strong>de</strong> preservação e proteção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> especial interesse ambiental, <strong>da</strong> florae <strong>da</strong> fauna2.1 - Fortalecimento, divulgação e promoção <strong>de</strong> melhor estruturação dos programas BH-Ver<strong>de</strong> e Pró-Fauna


542 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>se do Plano Diretor <strong>de</strong> Arborização, em execução pela SMMAS.2.2 - Implementação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> áreas ver<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular (áreas<strong>de</strong> preservação permanente e áreas non aedifican<strong>da</strong>e), com participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.2.3 - Criação <strong>de</strong> mecanismo que garanta ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente (COMAM) apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> indicação <strong>de</strong> áreas passíveis <strong>de</strong> utilização do instrumento <strong>da</strong> transferência do direito <strong>de</strong>construir, com o objetivo <strong>de</strong> incentivar a preservação <strong>de</strong> características ambientais relevantes existentes nasmesmas, tendo-se em vista o fato <strong>de</strong>, hoje, sob o aspecto <strong>da</strong> preservação ambiental, apenas as áreaspreviamente mapea<strong>da</strong>s como ADE <strong>de</strong> Interesse Ambiental serem passíveis <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>ste instrumento.2.4 - Estabelecimento <strong>de</strong> política <strong>de</strong> pavimentação <strong>de</strong> vias públicas que preveja uma taxa mínimaobrigatória <strong>de</strong> pavimentação permeável (a ser exigi<strong>da</strong> para a implantação <strong>de</strong> novas vias ou para a reforma<strong>de</strong> vias existentes).2.5 - Definição <strong>de</strong> estratégias e instrumentos que garantam a preservação <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> matas <strong>de</strong>significativa importância ambiental existente na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> mesmo quando localiza<strong>da</strong>s em áreas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>particular, como por exemplo as matas <strong>da</strong> Baleia, do Morcego, do Cercadinho e as existentes na região <strong>da</strong>bacia do córrego do Isidoro, entre outras, assim como <strong>de</strong> outras áreas <strong>de</strong> relevante importância ambientalcomo a serra do Curral, o Parque do Rola-Moça, o Parque Burle Marx etc.2.6 - Criação <strong>de</strong> mecanismo para integração <strong>de</strong> ações ambientalistas e sanitárias compartilha<strong>da</strong>s entre aPBH e os municípios vizinhos, visando a preservação <strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong>s matas e <strong>da</strong> fauna existentes nos limites<strong>de</strong>stes municípios, tais como a mata do Inferno.2.7 - Criação <strong>de</strong> estratégia alternativa <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s públicas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong>possibilitar a obtenção <strong>de</strong> melhores índices <strong>de</strong> eficiência nas ações administrativo-financeiras, <strong>de</strong>planejamento e <strong>de</strong> operacionalização necessárias ao aprimoramento <strong>de</strong>stas áreas, garantindo-se aparticipação popular, através <strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> instância específica, com representação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s asregiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, à qual caberia, também, a discussão <strong>de</strong> outras questões pertinentes ao meio ambiente.2.8 - Previsão, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s estratégias <strong>de</strong> compensações ambientais hoje adota<strong>da</strong>s pelo Município, <strong>de</strong>mecanismos que agreguem a estas a questão social. Exemplos: criação <strong>de</strong> cursos para jardineiros,capacitação <strong>de</strong> guar<strong>da</strong>s florestais, capacitação para briga<strong>da</strong>s <strong>de</strong> incêndio, campanhas <strong>de</strong> educaçãoambiental etc.2.9 - Definição <strong>de</strong> política <strong>de</strong> segurança aos usuários <strong>de</strong> parques, praças e <strong>de</strong>mais áreas ver<strong>de</strong>s <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,prevendo-se a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> no controle e fiscalização <strong>de</strong>ssas ações.2.10 - Promoção <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> educação ambiental com os usuários <strong>da</strong>s áreas ver<strong>de</strong>s e população <strong>de</strong> seuentorno.2.11 - Criação <strong>de</strong> um plantão <strong>de</strong> fiscalização permanente nos finais <strong>de</strong> semana, para coibir e penalizarinfratores que cortam árvores e promovem queima<strong>da</strong>s em lotes vagos, quintais e áreas urbanas.3 - Propostas relaciona<strong>da</strong>s ao licenciamento <strong>de</strong> empreendimentos:3.1 - Criação <strong>de</strong> mecanismo que garanta à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir a implantação emodificação <strong>de</strong> empreendimentos, mesmo quando <strong>de</strong> baixo impacto. Tornar obrigatória a publicização <strong>da</strong>sintervenções pretendi<strong>da</strong>s, por meio <strong>de</strong> placas padroniza<strong>da</strong>s, afixa<strong>da</strong>s em locais <strong>de</strong> garanti<strong>da</strong> visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> àpopulação a ser atingi<strong>da</strong>, concomitantemente à entra<strong>da</strong> dos respectivos pedidos <strong>de</strong> licença nos órgãoscompetentes, contribuindo para a divulgação <strong>da</strong> intervenção e para o controle <strong>de</strong> elementos naturais e <strong>de</strong>outras características existentes no local a serem preservados.3.2 - Definição <strong>de</strong> obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> publicização <strong>da</strong> execução <strong>de</strong> compensações ambientais, por meio <strong>de</strong>placas padroniza<strong>da</strong>s, afixa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma visível, nos respectivos locais <strong>de</strong> intervenção.4 - Política <strong>de</strong> preservação e recuperação dos cursos d’água do município4.1 - Previsão <strong>de</strong> utilização do enquadramento dos córregos do município como uma <strong>da</strong>s diretrizes a seremconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s para uma futura revisão dos zoneamentos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo o Executivo promover oenquadramento <strong>de</strong> todos os cursos d’água em prazo a ser previamente estabelecido.4.2 - Elaboração e implantação <strong>de</strong> planos e programas voltados para a integração e inserção dos recursoshídricos e <strong>de</strong> suas respectivas áreas <strong>de</strong> preservação na paisagem urbana, associando-os à criação <strong>de</strong>espaços <strong>de</strong> lazer e recreação.4.3 - Elaboração <strong>de</strong> estudos para a busca e criação <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> viabilização econômica para apreservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservação permanente <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> particular relativas à proteção <strong>de</strong>recursos hídricos (margens <strong>de</strong> córregos e lagos e áreas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> nascentes).4.4 - Promoção <strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> estruturação <strong>da</strong> PBH para garantir a atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do PlanoDiretor <strong>de</strong> Drenagem <strong>de</strong> BH e a implementação <strong>da</strong> 2ª etapa do mesmo, a qual inclui o monitoramentohidrometereológico dos córregos.5 - Política <strong>de</strong> controle e monitoramento <strong>da</strong> poluição ambiental


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5435.1 - Criação e implementação <strong>de</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Controle e Monitoramento <strong>da</strong>s CondiçõesAmbientais do Município (ar, água, solo, flora, fauna e ruído), visando a efetivação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong>acompanhamento sistemático <strong>da</strong>s mesmas e <strong>da</strong> eficácia <strong>da</strong>s respectivas ações <strong>de</strong> controle, oaperfeiçoamento <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> licenciamento e fiscalização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s poluidoras e a geração <strong>de</strong>subsídios para o planejamento amplo <strong>da</strong> gestão ambiental do município.5.2 - Promoção <strong>de</strong> ações preventivas e criação <strong>de</strong> estrutura multidisciplinar <strong>de</strong> orientação e conscientização<strong>da</strong> população a respeito <strong>da</strong> poluição sonora.5.3 - Promoção <strong>de</strong> reforço <strong>da</strong> estrutura existente na PBH para controle e fiscalização <strong>da</strong> poluição sonora.5.4 - Busca <strong>de</strong> apoio e parcerias para o Programa Disque-Sossego.5.5 - Revisão <strong>da</strong> legislação existente relativa ao controle <strong>da</strong> poluição sonora, buscando agilização doprocesso <strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s poluidoras e a contemplação <strong>de</strong> etapa educativa no mesmo.5.6 - Implantação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> controle <strong>da</strong>s fontes móveis causadoras <strong>da</strong> poluição sonora.5.7 - Promoção <strong>de</strong> campanhas educativas para conscientização <strong>da</strong> população a respeito <strong>da</strong> poluiçãoveicular.5.8 - Sensibilização, integração e participação efetiva <strong>de</strong> outros organismos públicos, assim como <strong>de</strong>organizações populares, na política <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> poluição atmosférica.5.9 - Ampliação <strong>da</strong> estrutura existente para o controle <strong>da</strong> poluição atmosférica causa<strong>da</strong> por veículosautomotores, com o objetivo <strong>de</strong> reforçar as ações <strong>de</strong> licenciamento e fiscalização <strong>da</strong>s fontes poluidoras.5.10 - Promoção <strong>de</strong> fiscalização mais efetiva, visando a coibição <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong> efluentes poluidoresnos cursos d’água do município.5.11 - Implantação <strong>de</strong> política <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> questões diversas relativas à poluição causa<strong>da</strong> pelaemissão <strong>de</strong> radiações eletromagnéticas.5.12 - Criação <strong>de</strong> amplo fórum <strong>de</strong> discussão para <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> conceituações e a construção <strong>de</strong> parâmetros<strong>de</strong> medição, coibição e controle relativos à poluição visual no município.5.13 - Implantação <strong>de</strong> aparelhamento <strong>de</strong> proteção acústica para os equipamentos religiosos e sociais quepromovem cultos, missas e eventos em geral.6 - Política <strong>de</strong> promoção <strong>da</strong> consciência ambiental (educação ambiental)6.1 - Criação e implementação <strong>de</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental, conforme as seguintesdiretrizes específicas:a) inserção <strong>da</strong> educação ambiental na gra<strong>de</strong> curricular como prática integra<strong>da</strong>, contínua e permanente <strong>de</strong>todos os níveis <strong>de</strong> ensino formal.b) promoção <strong>da</strong> educação ambiental não formal através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> educaçãoambiental, <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> centro municipal <strong>de</strong> referência e <strong>de</strong> centros regionais <strong>de</strong> educação ambiental e doincremento e aprimoramento <strong>da</strong>s estruturas já existentes;c) capacitação <strong>de</strong> agentes ambientais voluntários;d) difusão <strong>da</strong> educação ambiental através dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.6.3 - Promoção <strong>de</strong> garantia <strong>da</strong> participação <strong>de</strong> representante <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente eSaneamento Urbano, no Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação, objetivando subsidiar e acompanhar aimplementação <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Educação Ambiental no tocante à efetivação <strong>da</strong> inserção <strong>da</strong>educação ambiental nos diversos níveis <strong>da</strong> educação formal.7 - Saneamento7.1 - Viabilização <strong>de</strong> imediato <strong>de</strong>bate público, acerca <strong>da</strong> proposta <strong>da</strong> PBH para implementação do novomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão dos serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário, proposta esta que<strong>de</strong>verá se orientar pelos seguintes princípios básicos:a) completa implementação <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento, traduzi<strong>da</strong> pela Lei n.º 8.260/01;b) superação dos obstáculos para universalizar o atendimento por saneamento em BH, em particular o <strong>da</strong>população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, com a <strong>de</strong>finição contratual <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos tarifários ao Fundo<strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento;c) <strong>de</strong>spoluição dos córregos <strong>de</strong> BH e a priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para o tratamento <strong>de</strong> esgotos;d) garantia <strong>da</strong> gestão pública e municipal dos serviços <strong>de</strong> água e esgotos em BH;e) gestão compartilha<strong>da</strong> dos serviços com o governo do estado, consoli<strong>da</strong>ndo-se, institucionalmente, aexecução <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> interesse comum na RMBH, com o Município assumindo suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s noplano local, inclusive no que se refere ao planejamento <strong>da</strong>s ações e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>investimentos;f) efetiva participação do Município na <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s tarifas dos serviços, garantindo-se os investimentos <strong>de</strong>


544 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>sinteresse <strong>de</strong> BH e a manutenção <strong>da</strong> política <strong>de</strong> subsídio aos municípios mais carentes;g) exigência por <strong>de</strong>mocratização, transparência e controle social na alocação dos recursos e na execução<strong>da</strong> Política Estadual <strong>de</strong> Saneamento pela operacionalização do Conselho Estadual e pela a<strong>de</strong>quação doFundo Estadual <strong>de</strong> Saneamento.7.2 - Definição <strong>de</strong> planejamento que culmine, até 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003, na toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que viabilize aimplementação, ain<strong>da</strong> pela atual administração municipal, do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão dos serviços <strong>de</strong>abastecimento <strong>de</strong> água e esgotamento sanitário.7.3 - Imediato encaminhamento <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei ao Legislativo <strong>Municipal</strong>, dispondo sobre aRegulamentação do Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (COMUSA), em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o disposto naLei n.º 8.260/01, <strong>de</strong>finindo sua composição como paritária entre po<strong>de</strong>r público e socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, assegura<strong>da</strong>a participação dos principais segmentos <strong>de</strong> usuários dos serviços <strong>de</strong> saneamento, cujas atribuiçõesincluirão:– a) regular, fiscalizar, controlar e avaliar a execução <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento;– b) fiscalizar e <strong>de</strong>liberar sobre a aplicação dos recursos do Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (FMS),incluindo aprovação <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> contas;– c) aprovar o Plano <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (PMS) e fiscalizar a sua implementação;– d) apreciar e opinar sobre a composição <strong>de</strong> tarifas ou taxas inci<strong>de</strong>ntes sobre os serviços <strong>de</strong>saneamento, seus reajustes e revisões;– e) fiscalizar a atuação dos órgãos municipais responsáveis pela gestão dos serviços, inclusive atuandocomo instancia <strong>de</strong> recurso <strong>da</strong> população e <strong>de</strong>liberando sobre conflitos com os concessionários ouprestadores <strong>de</strong> serviços;– f) apreciar propostas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> lei e programas <strong>de</strong> saneamento, inclusive aqueles referentes aconvênios <strong>de</strong> cooperação ou contratos <strong>de</strong> concessão e <strong>de</strong> permissão dos serviços <strong>de</strong> saneamento;– g) articular-se com os <strong>de</strong>mais conselhos municipais cujas funções tenham interfaces com as ações <strong>de</strong>saneamento, nota<strong>da</strong>mente os <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, meio ambiente e habitação.7.4 - Imediata regulamentação do Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento, por <strong>de</strong>creto municipal, com <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>suas normas gerais <strong>de</strong> funcionamento, em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o disposto na Lei n.º 8.260/01, inclusive tendoem vista o término do prazo para regulamentação <strong>de</strong>sta, em 04/06/02.7.5 - Definição do novo arranjo institucional na PBH, estabelecendo as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e competênciasdos diversos órgãos e instituições municipais responsáveis pela implementação <strong>da</strong>s ações e serviços <strong>de</strong>saneamento, em consonância com os princípios <strong>da</strong> reforma administrativa e com a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Saneamento.7.6 - Elaboração do 1º Plano <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento até o final do ano <strong>de</strong> 2003, a partir <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição donovo arranjo institucional <strong>da</strong> PBH para a gestão dos serviços <strong>de</strong> saneamento, e <strong>de</strong> acordo com os princípiose diretrizes constantes <strong>da</strong> Lei n.º 8.260/01.7.7 - Realização <strong>da</strong> 1ª Conferencia <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento no primeiro semestre do ano <strong>de</strong> 2003, <strong>de</strong>acordo com os princípios e diretrizes constantes <strong>da</strong> Lei n.º 8.260/01.7.8 - Priorização <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> “convênios intermunicipais” para solução <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> interesse comumcom municípios <strong>da</strong> RMBH;7.9 - Viabilização <strong>de</strong> imediato <strong>de</strong>bate público acerca <strong>da</strong> proposta <strong>da</strong> PBH para solução <strong>da</strong> disposição final<strong>de</strong> resíduos sólidos.7.10 - Atualização do Regulamento <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza Urbana, em consonância com os princípios <strong>da</strong>reforma administrativa <strong>da</strong> PBH.7.11 - Elaboração do Plano Diretor <strong>de</strong> Limpeza Urbana, fun<strong>da</strong>mentado nos princípios <strong>da</strong> redução,reutilização e reciclagem, o qual <strong>de</strong>verá contemplar:a) os princípios, objetivos e instrumentos <strong>da</strong> gestão dos resíduos sólidos;b) as alternativas tecnológicas <strong>de</strong> manejo diferenciado dos resíduos sólidos, em função <strong>de</strong> sua natureza,contemplando as respectivas etapas <strong>de</strong> acondicionamento, coleta, tratamento e disposição final;c) as formas <strong>de</strong> participação social na gestão <strong>da</strong> limpeza urbana;d) a universalização dos serviços <strong>de</strong> limpeza urbana.7.12 - Implantação do programa <strong>de</strong> coleta seletiva porta-a-porta, em todo o município.7.13 - Promoção <strong>de</strong> estímulos à criação <strong>de</strong> cooperativas <strong>de</strong> trabalhadores autônomos <strong>de</strong>dicados à coleta eseparação <strong>de</strong> materiais recicláveis, com o objetivo <strong>de</strong> impulsionar a coleta seletiva e <strong>de</strong> possibilitar ageração <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>.7.14 - Avaliação <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> exploração energética do aterro sanitário <strong>da</strong> BR 040.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5457.15 - Elaboração <strong>de</strong> estudos e implantação <strong>de</strong> Plano Diretor <strong>de</strong> Bota Fora.7.16 - Incrementação do Programa <strong>de</strong> Reciclagem <strong>de</strong> Entulho <strong>de</strong> BH.7.17 - Promoção <strong>de</strong> incentivos ao uso <strong>de</strong> resíduo reciclado advindo do entulho <strong>da</strong> construção civil, comênfase para a sua utilização em obras públicas.7.18 - Elaboração <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica para a implantação <strong>de</strong> um pólo <strong>de</strong> reciclagem naárea correspon<strong>de</strong>nte à antiga fazen<strong>da</strong> Capitão Eduardo.7.19 - Planejamento <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> outras Estações <strong>de</strong> Reciclagem <strong>de</strong> Entulho, com a participação <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.7.20 - Incrementação <strong>de</strong> programas educativos relacionados à limpeza urbana, em consonância com osfun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> educação ambiental.7.21 - Promoção <strong>de</strong> incentivo à capacitação e ao aprimoramento técnico dos profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong>limpeza urbana.7.22 - Criação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> minimização <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> resíduos <strong>da</strong> construção civil.7.23 - Implementação do Programa <strong>de</strong> Compostagem em BH, priorizando-se áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s para a suainstalação.7.24 - Criação <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> discussão para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> mecanismos que visem minimizar o uso <strong>de</strong>embalagens não bio<strong>de</strong>gradáveis.8 - Recomen<strong>da</strong>ções ao Executivo8.1 - Priorização do cumprimento <strong>da</strong> Lei n. o 4.253, <strong>de</strong> 04/12/85, que dispõe sobre a política <strong>de</strong> proteção docontrole e <strong>da</strong> conservação do meio ambiente e <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no município <strong>de</strong> BH.8.2 - Viabilização <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> comissão permanente <strong>de</strong> caráter consultivo junto à Câmara <strong>Municipal</strong>,integra<strong>da</strong> por profissionais <strong>de</strong> formação acadêmica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, a fim <strong>de</strong> apresentar ao Legislativo <strong>Municipal</strong>a assessoria necessária para <strong>de</strong>liberações concernentes às questões <strong>de</strong> meio ambiente no município <strong>de</strong>BH.8.3 - Os empreendimentos <strong>de</strong> impacto ambiental em funcionamento irregularmente <strong>de</strong>vem passar por todo oprocesso <strong>de</strong> licenciamento como um novo empreendimento, não <strong>de</strong>vendo ser beneficiados por processo <strong>de</strong>licenciamento corretivo, que é mais simples e rápido.8.4 - Exigência do respeito à resolução do Conselho Nacional <strong>de</strong> Meio Ambiente (CONAMA) – Resolução01/86, no tocante à obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> localização para implantação <strong>de</strong>empreendimentos <strong>de</strong> impacto no estudo <strong>de</strong> impacto ambiental (EIA).8.5 - Envio <strong>de</strong> proposta ao CONAMA, objetivando a redução dos limites vigentes para ruídos produzidos porveículos novos, utilizados para o transporte coletivo.Gestão <strong>da</strong> Política HabitacionalGrupo <strong>de</strong> Trabalho 13 – Subgrupo: HabitaçãoRelatora: Silvana Maria LealCoor<strong>de</strong>nadores: Cláudia Viana, Patrícia Castro, Haydée Miran<strong>da</strong>, Antônio <strong>de</strong> Pádua, A<strong>de</strong>rbal Geraldo1 - Para assentamentos existentes1.1 - Destinação <strong>de</strong> percentual <strong>da</strong> receita <strong>de</strong> impostos municipais para o Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (p.ex.: ITBI).1.2 - Mobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e do po<strong>de</strong>r público na construção <strong>de</strong> políticas habitacionais nos níveisestadual e fe<strong>de</strong>ral.1.3 - Promoção <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e ren<strong>da</strong> vinculado às obras do OP, introduzindo oformato autogestionário.1.4 - Ampliação <strong>de</strong> esforços para captação <strong>de</strong> recursos externos voltados para a Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong>Habitação.1.5 - Promoção <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> operação urbana em áreas habita<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> não é possível consoli<strong>da</strong>ção.1.6 - Utilização do instrumento “medi<strong>da</strong>s compensatórias”, <strong>de</strong> licenciamento ambiental, para promover aurbanização <strong>de</strong> vilas e favelas.1.7 - Melhoria <strong>da</strong> divulgação dos Planos Globais Específicos (PGEs) junto à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> beneficia<strong>da</strong>,instituições acadêmicas <strong>da</strong> região e outros órgãos <strong>de</strong> governo.1.8 - Criação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> melhorias habitacionais, com financiamento subsidiado <strong>de</strong> material <strong>de</strong>construção para famílias <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>, e utilização do programa <strong>de</strong> engenharia pública para oassessoramento técnico.


546 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s1.9 - Envi<strong>da</strong>r esforços no sentido <strong>de</strong> captar o exce<strong>de</strong>nte dos lucros <strong>da</strong> concessionária <strong>de</strong> saneamento eabastecimento <strong>de</strong> água para obras <strong>de</strong> saneamento em vilas e favelas.1.10 - Criar o Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento.1.11 - Criação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> manutenção para as obras executa<strong>da</strong>s em vilas e favelas.1.12 - Promoção <strong>da</strong> integração <strong>da</strong>s intervenções físico-ambientais (obras / reassentamento) com aspolíticas sociais, através do mo<strong>de</strong>lo proposto pelo Programa BH Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e precedido pelo Plano GlobalEspecífico.1.13 - Aperfeiçoamento do instrumento <strong>de</strong> planejamento urbano para as vilas e favelas – Plano GlobalEspecífico – com a solicitação do produto “projeto básico”.2 - Para novos assentamentos2.1 - Destinação <strong>de</strong> percentuais <strong>da</strong>s áreas institucionais previstas nos parcelamentos para finshabitacionais, utilizando-se <strong>de</strong> instrumentos <strong>da</strong> Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (LPOUS)para agrupar essas áreas em terrenos maiores.2.2 - Incorporação do Programa <strong>de</strong> Apoio às Cooperativas Habitacionais (PAC) ao orçamento participativo<strong>da</strong> habitação (OPH), potencializando os recursos <strong>de</strong>stinados à produção <strong>de</strong> novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.2.3 - Normatização do PAC para que o atendimento seja <strong>da</strong>do <strong>de</strong>ntro dos parâmetros legais adotados peloMunicípio, prevendo mecanismos <strong>de</strong> controle e fiscalização a ser feito por agentes do Executivo e comaprovação no Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação (CMH)2.4 - Implantação <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em re<strong>de</strong> central <strong>de</strong> informações para unificação dos <strong>da</strong>dos sobreca<strong>da</strong>stro <strong>da</strong> PBH.2.5 - A produção <strong>de</strong> novas moradias <strong>de</strong>ve priorizar às famílias, sem excluir o atendimento a pessoassozinhas;2.6 - Promoção <strong>de</strong> eventos, seminários, com assessoria técnica <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que<strong>de</strong>senvolvem trabalho semelhantes ao <strong>de</strong>sempenhado no programa <strong>de</strong> autogestão.2.7 - Divulgação dos programas habitacionais: apoio técnico às cooperativas, autogestão, a fim <strong>de</strong>sensibilizar e incentivar as assessorias técnicas.2.8 - Intensificação do acompanhamento social nos conjuntos habitacionais, após o assentamento <strong>da</strong>sfamílias, em parcerias com li<strong>de</strong>ranças locais, no prazo mínimo <strong>de</strong> um ano.2.9 - Desenvolvimento <strong>de</strong> programas educativos e preventivos com a população jovem dos conjuntoshabitacionais e <strong>da</strong>s vilas e favelas, visando afastá-los do envolvimento com o crime e organizaçõescriminosas, com o tráfico <strong>de</strong> drogas.2.10 - Que todos os conjuntos habitacionais sejam providos <strong>de</strong> coletor solar para aquecimento e distribuiçãocomunitária <strong>de</strong>ssa água (quente) a todos os moradores;2 - 11 - Mais em moradias, tirando as famílias em áreas <strong>de</strong> risco, e respeitar mais o orçamento participativo,concluindo to<strong>da</strong>s as obras <strong>da</strong> habitação popular e incentivando a participação.Gestão <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e TrânsitoGrupo <strong>de</strong> Trabalho 13 – Subgrupo: Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>Relator: Ney Ritta <strong>de</strong> FreitasCoor<strong>de</strong>nador: Rogério Carvalho1 - Diretriz l – Implantação <strong>de</strong> infra-estrutura viária1.1 - Promoção <strong>de</strong> gestões junto aos governos fe<strong>de</strong>ral e estadual, visando a implantação do projeto <strong>de</strong>reforma do anel rodoviário, que prevê a criação <strong>de</strong> marginais e implantação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> nove transposições,visando promover sua integração à malha urbana e aumento <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>. O projeto está pronto e foi elaborado em acordo com a BHTRANS.1.2 - Priorização <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> complementação <strong>da</strong> Av. Dom Pedro II, com a remoção <strong>da</strong> Vila São Josée reassentamento <strong>de</strong> seus moradores;1.3 - Promoção <strong>de</strong> estudos, visando o melhor aproveitamento <strong>da</strong> infra-estrutura viária existente, viabilizandoou facilitando novas ligações (exemplo: viaduto José Viola)1.4 - Utilização dos resultados <strong>da</strong> pesquisa origem–<strong>de</strong>stino, em fase <strong>de</strong> conclusão, para reestu<strong>da</strong>r o sistemaviário e priorizar as intervenções;1.5 - Viabilização <strong>de</strong> ligação viária direta entre Ven<strong>da</strong> Nova e a região Oeste;1.6 - Implantação <strong>de</strong> nova via perimetral entre a Av. do Contorno e o Anel Rodoviário existente.


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 5472 - Diretriz 2 – A<strong>de</strong>quações viárias2.1 - Tratamento do sistema viário <strong>de</strong> acesso às estações do BHBUS;2.2 - A elaboração <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> novas vias <strong>de</strong>ve contemplar a priori<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> circulação para o transportecoletivo;2.3 - Os corredores <strong>de</strong> transporte já existentes <strong>de</strong>vem ser tratados visando a priorização do transportecoletivo, seja pela implantação <strong>de</strong> faixas exclusivas, seja através <strong>de</strong> outros dispositivos;2.4 - Incentivo ao uso <strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> propulsão para o transporte público, nota<strong>da</strong>mente com autilização <strong>de</strong> veículos híbridos e combustíveis que não afetem o meio ambiente;2.5 - Utilização <strong>da</strong> sinalização semafórica <strong>de</strong> advertência (amarelo piscante) nos locais e áreas on<strong>de</strong> istonão comprometa as condições <strong>de</strong> segurança, no período noturno;2.6 - Ampliação e reforço <strong>da</strong> sinalização, inclusive a referente à existência <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> controle;2.7 - Melhoraria <strong>da</strong> sinalização indicativa, inclusive revendo a colocação <strong>de</strong> placas mal posiciona<strong>da</strong>s;2.8 - Estudo <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> faixas exclusivas para motos nos corredores <strong>de</strong> transporte;2.9 - Tratamento <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> vilas e favelas, possibilitando o tráfego <strong>de</strong> ônibus e veículos <strong>de</strong> serviço;2.10 - Instalação <strong>de</strong> semáforos antiofuscantes nos locais necessários.2.11 - As ruas e aveni<strong>da</strong>s <strong>de</strong> bairros que tenham gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> trânsito pesado <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>scomo tal, receber sinalização específica e tratamento especial, como manutenções periódicas.3 - Diretriz 3 – Circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres3.1 - Melhoraria <strong>da</strong> capacitação dos operadores do transporte coletivo, inclusive quanto à função <strong>de</strong>“educadores” dos usuários;3.2 - Coibição <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> ambulantes e pedintes no serviço <strong>de</strong> transporte público;3.3 - Fazer cumprir a legislação vigente, exigindo dos proprietários a manutenção <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s;3.4 - Revisão do posicionamento e dimensões do mobiliário urbano, <strong>de</strong> modo a não prejudicar o fluxo <strong>de</strong>pe<strong>de</strong>stres;3.5 - Controle <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s pelos ambulantes, redirecionando-os para áreas previamente<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s, em locais acessíveis e atrativos;3.6 - Fiscalização <strong>de</strong> bares que fecham totalmente as calça<strong>da</strong>s com mesas e ca<strong>de</strong>iras, churrasqueiras, sometc., privatizando o espaço público, impedindo a circulação <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres;3.7 - Liberação dos poucos espaços públicos para a apropriação pelas pessoas. Muitas vezes eles sãoprivatizados (Praça Floriano Peixoto cerca<strong>da</strong> por caminhões <strong>de</strong> aluguel, por exemplo);3.8 - Ampliação <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos espaços públicos, <strong>de</strong>senvolvendo projetos mais arrojados,privilegiando o convívio e a permanência <strong>de</strong> pessoas;3.9 - A PBH <strong>de</strong>ve ser mais atuante na busca <strong>de</strong> parcerias para manutenção dos espaços públicos;3.10 - Consi<strong>de</strong>ração dos Postos <strong>de</strong> Observação e Vigilância (POVs) <strong>da</strong> Polícia Militar como mobiliáriourbano e promoção <strong>de</strong> seu tratamento como tal;3.11 - Viabilização <strong>da</strong> manutenção dos espaços públicos existentes;3.12 - Definição <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>, para as diversas áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, padronizando materiais e<strong>de</strong>senhos;3.13 - Além <strong>de</strong> seguras e <strong>de</strong>simpedi<strong>da</strong>s as calça<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vem ser bonitas;3.14 - Calça<strong>da</strong>s com gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres <strong>de</strong>vem receber tratamento especial;3.15 - Elaboração <strong>de</strong> “manual <strong>de</strong> projeto e implantação <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>s”, didático, compreensível para to<strong>da</strong> apopulação, contendo resumo <strong>da</strong> legislação e padrões <strong>de</strong> calça<strong>da</strong>;3.16 - As faixas <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre <strong>de</strong>vem ter largura compatível com o volume <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres que <strong>de</strong>las se utilizam.4 - Diretriz 4 – Redução <strong>de</strong> impactos <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> circulação <strong>de</strong> veículos4.1 - Criação <strong>de</strong> novos terminais rodoviários, fora do centro, interligados ao metrô;4.2 - Fazer cumprir a rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos estacionamentos rotativos, ampliando a fiscalização4.3 - Melhor fiscalização <strong>da</strong> privatização <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> estacionamento pelos “flanelinhas”;4.4 - O congestionamento influi muito no custo do transporte, aumentando a poluição e os tempos <strong>de</strong>viagem, por isso é necessário priorizar o transporte coletivo no trânsito;4.5 - Ampliação <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> estacionamento para motos.5 - Diretriz 5 – Financiamento do sistema <strong>de</strong> transporte5.1 - Promoção <strong>de</strong> gestões junto ao governos fe<strong>de</strong>ral e estadual e Congresso Nacional no sentido <strong>de</strong> que


548 Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>ssejam criados incentivos ao transporte coletivo urbano tais como: isenção <strong>de</strong> IPI e ICMS para os veículos dotransporte coletivo público (a exemplo do que ocorre com táxis e vans), isenção <strong>de</strong> impostos para o óleodiesel;5.2 - Busca <strong>de</strong> aumento <strong>da</strong> parcela dos municípios no “imposto ver<strong>de</strong>” e utilização <strong>de</strong>sse recurso nofinanciamento do sistema;5.3 - Comercialização do vale-transporte e cartões magnéticos pelo órgão gestor;5.4 - Consi<strong>de</strong>ração do número <strong>de</strong> passageiros transportados na planilha <strong>de</strong> remuneração <strong>da</strong>sconcessionárias;5.5 - Racionalização <strong>de</strong> itinerários e serviços para se alcançar um serviço mais produtivo;5.6 - Consi<strong>de</strong>ração dos táxis e micros do serviço suplementar como “uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio”, possibilitandoque o mesmo tenha mais <strong>de</strong> um proprietário, reduzindo o investimento inicial dos proprietários e permitindoum aproveitamento mais eficiente do equipamento;5.7 - Sem implicar tratamento exclu<strong>de</strong>nte, revisão <strong>da</strong> política <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao transporte público para osportadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, criando serviços alternativos especializados.6 - Diretriz 6 – Sistema metroviário6.1 - Metrô <strong>de</strong>ve ser integrado a estacionamento <strong>de</strong> veículos e ser subterrâneo na área central;6.2 - Planejamento <strong>de</strong> novas linhas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> massa <strong>de</strong>ve ser utilizado como indutor do crescimentourbano;6.3 - Ampliação <strong>da</strong> integração metrô–ônibus, possibilitando integrações em to<strong>da</strong>s as estações do metrô;6.4 - Promoção <strong>de</strong> gestões para que o metrô faça seguro para seus usuários;6.5 - Promoção <strong>de</strong> gestões para que haja gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> para o <strong>de</strong>ficiente físico no metrô.7 - Diretriz 7 – Integração metropolitana7.1 - Promoção <strong>de</strong> gestões para reativar as antigas linhas <strong>de</strong> subúrbio para Betim, Brumadinho, Santa Luziae Rio Acima, integrando-as ao metrô;7.2 - Busca <strong>da</strong> criação <strong>de</strong> um sistema integrado <strong>de</strong> transporte coletivo metropolitano;7.3 - Incentivo ao uso do transporte coletivo através <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong>.8 - Diretriz 8 – Gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s8.1 - Promoção <strong>de</strong> para a eliminação <strong>da</strong>s gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos funcionários dos correios, oficiais <strong>de</strong> justiça epoliciais militares;8.2 - Não permitir novas gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sem antes se <strong>de</strong>finir fonte segura <strong>de</strong> recursos;8.3 - Ampliação <strong>da</strong> fiscalização para coibir evasão.9 - Diretriz 11 – Fiscalização9.1 - Aprimoramento do sistema <strong>de</strong> fiscalização do transporte coletivo através <strong>da</strong> inclusão <strong>de</strong> novosdispositivos e mecanismos <strong>de</strong> controle.10 - Outras Propostas10.1 - Reativação do Museu Ferroviário, resgatando seu acervo e o <strong>da</strong> Biblioteca Ferroviária, hojeestocados nos porões do prédio <strong>da</strong> RFFSA, na Rua Sapucaí, reinstalando-os em um dos edifíciosferroviários <strong>da</strong>s imediações <strong>da</strong> Praça <strong>da</strong> Estação, incluindo a maquete <strong>de</strong> ferromo<strong>de</strong>lismo <strong>da</strong> AMFM;10.2 - Ampliação <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> trânsito e busca <strong>da</strong> redução do número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes;10.3 - Ampliação dos programas <strong>de</strong> educação para o trânsito10.4 - Promoção <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong> participação do táxi, do transporte escolar e do suplementar no transporteurbano;10.5 - Criação <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transporte seletivo, on<strong>de</strong> couber;6 - Integração do transporte suplementar nas estações do BHBUS;10.7 - Estudo <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interromper, quando possível, linhas <strong>de</strong> ônibus na Av. do Contorno,articulando-as com as linhas circulares que aten<strong>de</strong>m o Centro, <strong>de</strong>scongestionando a área central.10.8 - Permissão para o taxi-lotação trafegar com quatro passageiros e criação <strong>de</strong> novas rotas em locaison<strong>de</strong> haja necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>.10.9 - Diretriz: cessão <strong>de</strong> transporte coletivo para gran<strong>de</strong>s eventosDeterminação <strong>de</strong> Contrato entre BHTRANS/PBH e instituições esportivas, participantes, promotoras edivulgadoras dos eventos, <strong>de</strong>finindo normas <strong>de</strong> procedimento e co-responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, as quais <strong>de</strong>verão<strong>de</strong>sonerar a população dos prejuízos que até aqui tem bancado, <strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>pre<strong>da</strong>ções em ônibus que são<strong>de</strong>sviados <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s normais para servirem aos interesses financeiros <strong>da</strong>s instituições favoreci<strong>da</strong>s,


Anexo VI - Íntegra <strong>da</strong>s propostas aprova<strong>da</strong>s 549direta ou indiretamente, com ganhos financeiros oriundos <strong>da</strong>s arreca<strong>da</strong>ções aferi<strong>da</strong>s pelas cobranças <strong>de</strong>ingresso <strong>de</strong> acesso aos locais dos eventos, ou por meio <strong>de</strong> transmissão dos mesmos por canais <strong>de</strong>comunicação.Gestão <strong>da</strong> Política do Patrimônio Histórico e Espaço PúblicoGrupo <strong>de</strong> Trabalho 13 – Subgrupo: PatrimônioCoor<strong>de</strong>nadora: Michele ArroyoRelator: Eduardo Begiatto1 - Da i<strong>de</strong>ntificação gestão e monitoramento <strong>da</strong>s áreas polarizadoras1.1 - Plano Diretor1.1.1 - As áreas polarizadoras são espaços com vocação ou que já possuem valor simbólico para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>ou para uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> tanto por suas características histórico-urbanísticas, quanto por sua apropriaçãocoletiva ou por seus espaços edificados que, ao longo do tempo são incorpora<strong>da</strong>s no imaginário coletivo, naconfiguração <strong>da</strong> cena urbana e no cotidiano dos moradores. Como tal as áreas polarizadoras <strong>de</strong>vem serpreserva<strong>da</strong>s no sentido <strong>de</strong> garantir sua valorização, acesso, conforto e segurança garantindo assim suaapropriação pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.1.1.2 - Coor<strong>de</strong>nação pelo Po<strong>de</strong>r Executivo dos trabalhos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas polarizadoras <strong>da</strong>sregiões, buscando a participação <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.1.1.3 - Incorporação pelo planos diretores regionais <strong>da</strong> listagem <strong>da</strong>s áreas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s como polarizadoras.1.1.4 - Realização pelo Po<strong>de</strong>r Executivo <strong>de</strong> estudos urbanísticos específicos para o entorno <strong>da</strong>s áreaspolarizadoras, para possíveis a<strong>de</strong>quações dos parâmetros <strong>de</strong> parcelamento, ocupação e uso do solo.1.1.5 - Priorização pelo po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> iniciativas para intervenções <strong>de</strong> impacto nas áreas polarizadoras.1.1.6 - As intervenções <strong>de</strong>vem ser precedi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> planejamento que envolva diagnóstico, diretrizes e metas,com a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> interlocução junto aos órgãos <strong>de</strong> representação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil.1.2 - Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo1.2.1 - Deve ser incorporado o mapeamento <strong>da</strong>s áreas polarizadoras do centro e regiões, bem como osparâmetros urbanísticos específicos para as mesmas e seu entorno.2 - Da atuação do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município2.1 - Plano Diretor2.1.1 - O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> (CDPCM-BH) <strong>de</strong>veintegrar um programa <strong>de</strong> gestão dos conselhos setoriais vinculados à política urbana e ambiental.2.1.2 - Cabe ao CDPCM-BH, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberar a partir do instrumento do tombamento, discutir eencaminhar diretrizes <strong>de</strong> proteção para as áreas <strong>de</strong> preservação, sugerir a instrumentalização <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> recuperação do patrimônio histórico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,2.1.3 - Cabe á Gerência <strong>de</strong> Patrimônio Histórico Urbano <strong>da</strong> Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação Urbanasecretariar técnica e administrativamente o CDPCM-BH, implementar a política setorial <strong>de</strong> patrimôniohistórico junto ao planejamento urbano <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e acompanhar as aprovações <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> intervençãonas áreas <strong>de</strong> importância histórico-urbana conforme as diretrizes <strong>de</strong> proteção.3 - Recomen<strong>da</strong>ção ao Executivo3.1 - Criação <strong>de</strong> fundo para recuperação <strong>de</strong> bens públicos e privados reconhecidos como <strong>de</strong> interessehistórico-simbólico para a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> através dos recursos advindos <strong>da</strong> pontuação do ICMS.3.2 - Promoção <strong>de</strong> gratui<strong>da</strong><strong>de</strong> do acesso à Fun<strong>da</strong>ção Zoobotânica, buscando alternativas para sua autosustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,como cobrança <strong>de</strong> estacionamento, praça <strong>de</strong> alimentação e parcerias com o setor privado.Proposta aprova<strong>da</strong> sem tema específicoAbertura <strong>de</strong> Comissão Parlamentar <strong>de</strong> Inquérito (CPI) para apurar as baixarias <strong>da</strong>s polícias envolvi<strong>da</strong>s como tráfico <strong>de</strong> drogas, usando os menores.


551▪ LISTA DE SIGLASABC – Alimentação a Baixo CustoACS – Agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>ADE – Área <strong>de</strong> Diretrizes EspeciaisAMBEL – Assembléia <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>APA SUL RMBH – Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental Sul <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>ASA – Ação Social ArquidiocesanaASMARE – Associação dos Catadores <strong>de</strong> Papel, Papelão e Material ReaproveitávelBH – <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>BH-Águas – Programa para Reenquadramento <strong>da</strong>s Águas no MunicípioBH-Ver<strong>de</strong> – Programa <strong>de</strong> Recuperação, Preservação e Aprimoramento <strong>da</strong>s Áreas Ver<strong>de</strong>sPúblicasBHBUS – Plano <strong>de</strong> Reestruturação do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>BHTRANS – Empresa <strong>de</strong> Transportes e Trânsito <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>BID Banco Interamericano <strong>de</strong> DesenvolvimentoBNDES – Banco Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e SocialCAC – Centro <strong>de</strong> Apoio ComunitárioCAM – Central <strong>de</strong> Abastecimento <strong>Municipal</strong>CASA – Central <strong>de</strong> Apoio aos Sem-CasaCBTU – Companhia Brasileira <strong>de</strong> Trens UrbanosCCAVC – Centro Cultural do Alto Vera CruzCCT – Câmara <strong>de</strong> Compensação TarifáriaCDI – Companhia <strong>de</strong> Distritos Industriais <strong>de</strong> Minas GeraisCDPCM-BH – Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>CEF – Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ralCEMAP – Centro <strong>de</strong> Educação e Mobilização Ambiental <strong>da</strong> PampulhaCEMIG – Companhia Energética <strong>de</strong> Minas GeraisCERESP – Centro <strong>de</strong> Recuperação <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Segurança PúblicaCEVAE – Centro <strong>de</strong> Vivência Agro-EcológicaCIAME – Centro <strong>de</strong> Integração e Atendimento ao MenorCMH – Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoCODECOM – Conselho <strong>de</strong> Desenvolvimento EconômicoCOHAB – Companhia <strong>de</strong> Habitação do Estado <strong>de</strong> Minas GeraisCOHABITA – Cooperativa Habitacional Metropolitana Limita<strong>da</strong>CMH Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoCOMHAB – Conferência <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoCOMAM – Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio AmbienteCOMFORÇA – Comissão <strong>de</strong> Fiscalização do Orçamento ParticipativoCOMPUR – Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Política UrbanaCOMUSA – Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> SaneamentoCONAMA – Conselho Nacional <strong>de</strong> Meio AmbienteCONSEP – Conselho Comunitário <strong>de</strong> Segurança PúblicaCONTRAN – Conselho Nacional <strong>de</strong> TrânsitoCOOPEMAR – Cooperativa <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Materiais RecicláveisCOPAM – Conselho <strong>de</strong> Política Ambiental <strong>de</strong> MinasCOPASA MG – Companhia <strong>de</strong> Saneamento <strong>de</strong> Minas GeraisCP – Ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> Planta (<strong>da</strong> PBH)


552 Lista <strong>de</strong> siglasCPI – Comissão Parlamentar <strong>de</strong> InquéritoCRP – Conselho Regional PopularCRTT – Comissão Regional <strong>de</strong> Transporte e TrânsitoDEMETRÔ – Superintendência <strong>de</strong> Trens Urbanos <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>DER MG – Departamento <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gem do Estado <strong>de</strong> Minas GeraisDI – Distrito IndustrialDLD – Dragagem a Longa DistânciaDNER – Departamento Nacional <strong>de</strong> Estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Ro<strong>da</strong>gemDRENURBS – Programa <strong>de</strong> Recuperação Ambiental e Saneamento dos Fundos <strong>de</strong> Vale dosCórregos em Leito Natural <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>EIA – Estudo <strong>de</strong> Impacto AmbientalEIV – Estudo <strong>de</strong> Impacto na VizinhançaEM – Escola <strong>Municipal</strong>ERB – Estação <strong>de</strong> Rádio Base <strong>de</strong> Telefonia CelularETE – Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> EsgotosFCA – Ficha Ca<strong>da</strong>stral <strong>de</strong> AutônomosFEBEM – Fun<strong>da</strong>ção Estadual do Bem Estar do MenorFGTS – Fundo <strong>de</strong> Garantia por Tempo <strong>de</strong> ServiçoFIT – Festival Internacional <strong>de</strong> TeatroFMHP Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação PopularFMS – Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> SaneamentoFGV Fun<strong>da</strong>ção Getúlio VargasHPS – Hospital Pronto-SocorroIBGE Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e EstatísticaIAPI – Instituto <strong>de</strong> Aposentadoria e Pensão dos IndustriáriosICMS – Imposto sobre Operações Relaciona<strong>da</strong>s à Circulação <strong>de</strong> Mercadorias e sobrePrestação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Transporte Interestadual e Intermunicipal <strong>de</strong> comunicaçãoIEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico <strong>de</strong> Minas GeraisINSS – Instituto Nacional <strong>de</strong> Seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> SocialIPI – Imposto sobre Produtos IndustrializadosIPTU – Imposto Predial e Territorial UrbanoIQVU – Índice <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> UrbanaITBI – Imposto <strong>de</strong> Transmissão <strong>de</strong> Bens Inter VivosITBI – Imposto sobre Transmissão <strong>de</strong> Bens Imóveis por Ato Oneroso Inter VivosJK – Juscelino KubistchekLEV – Local <strong>de</strong> Entrega VoluntáriaLPOUS – Lei <strong>de</strong> Parcelamento, Ocupação e Uso do SoloMETROMINAS – Trem Metropolitano <strong>de</strong> Minas Gerais S/AMETROPLAN – Plano Metropolitano <strong>de</strong> TransporteMPO – Ministério do Planejamento e OrçamentoNAF – Núcleo <strong>de</strong> Apoio à FamíliaNUC – Negros <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> ConscienteOGU – Orçamento Geral <strong>da</strong> UniãoONG – Organização Não GovernamentalOP – Orçamento ParticipativoOPH – Orçamento Participativo <strong>da</strong> HabitaçãoPACE – Plano <strong>de</strong> Circulação <strong>da</strong> Área CentralPAM – Posto <strong>de</strong> Atendimento MédicoPAR – Programa <strong>de</strong> Arren<strong>da</strong>mento Resi<strong>de</strong>ncial


Lista <strong>de</strong> siglas 553PBH – <strong>Prefeitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PC – Posto <strong>de</strong> ControlePD – Plano DiretorPDDBH – Plano Diretor <strong>de</strong> Drenagem <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PDIES RMBH – Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Integrado, Econômico e Social <strong>da</strong> Região Metropolitana<strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PEAR – Programa Estrutural para Áreas <strong>de</strong> RiscoPGE – Plano Global EspecíficoPL – Projeto <strong>de</strong> LeiPLAMBEL – Planejamento <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PM, PMMG – Polícia Militar <strong>de</strong> Minas GeraisPMBH – <strong>Prefeitura</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PMH – Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoPMS – Plano <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> SaneamentoPOV – Posto <strong>de</strong> Observação e Vigilância <strong>da</strong> Polícia MilitarPPO – Posto PolicialPROAS – Programa <strong>de</strong> Reassentamento <strong>de</strong> Famílias Removi<strong>da</strong>s em Função <strong>de</strong> Obras Públicasou Vítimas <strong>de</strong> Calami<strong>da</strong><strong>de</strong>sPRODABEL – Empresa <strong>de</strong> Informática e Informação do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PRODECOM – Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sPROFAVELA – Programa <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regularização <strong>de</strong> FavelasPrograma ABC – Programa Alimentação a Baixo CustoPROPAM – Programa <strong>de</strong> Recuperação e Desenvolvimento Ambiental <strong>da</strong> Bacia <strong>da</strong> PampulhaPROSAM – Programa <strong>de</strong> Saneamento Ambiental <strong>da</strong> Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>PSF – Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> FamíliaPSIU – Posto <strong>de</strong> Serviço Integrado UrbanoPUC MG – Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Minas GeraisRFFSA – Re<strong>de</strong> Ferroviária Fe<strong>de</strong>ral S. A.RIMA – Relatório <strong>de</strong> Impacto AmbientalRMBH – Região Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>SAC – Sistema <strong>de</strong> Atendimento ao Ci<strong>da</strong>dãoSCOMGER – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão RegionalSCOMURBE – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Política Urbana e AmbientalSEBRAE – Serviço <strong>de</strong> Apoio às Micro e Pequenas EmpresasSEMAD – Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentávelSESC – Serviço Social do ComércioSLU – Superintendência <strong>de</strong> Limpeza UrbanaSMAS – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Assistência SocialSMEU – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Estrutura UrbanaSMHAB – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> HabitaçãoSMLU – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Limpeza UrbanaSMMAS – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Meio Ambiente e Saneamento UrbanoSMRU – Secretaria <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Regulação UrbanaSUDECAP – Superintendência <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>da</strong> CapitalTDC – Transferência do Direito <strong>de</strong> ConstruirTELEMAR – Tele Norte Leste ParticipaçõesTERGIP – Terminal Rodoviário Governador Israel PinheiroUEMG – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais


554 Lista <strong>de</strong> siglasUFMG – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas GeraisUNESCO – Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para a Educação, a Ciência e a CulturaUNI-BH – Centro Universitário <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>UH Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> HabitacionalUP – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> PlanejamentoUPA – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pronto-AtendimentoURBEL – Companhia Urbanizadora <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>URPV – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Recebimento <strong>de</strong> Pequenos VolumesV & M – Vallourec & MannesmannVIURBS – Programa <strong>de</strong> Reestruturação e Integração do Sistema Viário do Município <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>VULO – Via Urbana Leste–OesteZA – Zona A<strong>de</strong>nsa<strong>da</strong>ZAP – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento PreferencialZAR – Zona <strong>de</strong> A<strong>de</strong>nsamento RestritoZCBA – Zona Central do BarreiroZCBH – Zona Central <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>ZCVN – Zona Central <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> NovaZE – Zonas <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>s EquipamentosZEIS – Zona <strong>de</strong> Especial Interesse SocialZEIS-1 – Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 1ZEIS-2 – Zona <strong>de</strong> Especial Interesse Social 2ZEIS-3 – Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social 3ZHIP – Zona do HipercentroZP-1 – Zona <strong>de</strong> Proteção 1ZP-2 – Zona <strong>de</strong> Proteção 2ZP-3 – Zona <strong>de</strong> Proteção 3ZPAM – Zona <strong>de</strong> Preservação Ambiental


555▪ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASANDRADE E SERRA. Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s médias brasileiras. IPEA, 2001.CARDOSO, A<strong>da</strong>lto Lúcio. Mercado imobiliário e segregação: ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, In: RIBEIRO L. C.Queiroz. O futuro <strong>da</strong>s metrópoles e governabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Ed. Revam, 2000.FJP/FAFICH/CEURB – Fun<strong>da</strong>ção João Pinheiro/Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia e Ciências Humanas <strong>da</strong>UFMG/Centro <strong>de</strong> Estudos Urbanas. Gestão e <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> social na região metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>. 1998.IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000. Agregado <strong>de</strong> setoresCensitários. Municípios que tinham mais <strong>de</strong> 25.000 habitantes em 1991. 2001.GUIMARÃES, Berenice M. Gestão urbana, o novo formato <strong>da</strong> política e a situação habitacional na RMBH.FAFICH/CEURB/FAPEMIG, 1999.PLAMBEL – Planejamento <strong>da</strong> RMBH. O Mercado <strong>da</strong> terra na região metropolitana <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, 1987.PREFEITURA <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Anuário estatístico <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> - 2000. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>,2001._____________. Ca<strong>da</strong>stro do IPTU, 2000._____________. Plano diretor <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, Lei <strong>de</strong> uso e ocupação do solo – estudos básicos. <strong>Belo</strong><strong>Horizonte</strong>, 1995.URBEL – Companhia Urbanizadora <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>. Plano estratégico <strong>de</strong> diretrizes <strong>de</strong> intervenção naszonas <strong>de</strong> especial interesse social. <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong>, 2001.


557▪ ÍNDICE▪ LISTA DE QUADROS, TABELAS, FIGURAS, GRÁFICOS E MAPAS...................................................... 11I - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 15II - PROCESSO ............................................................................................................................................... 171 - INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 172 - CICLO DE PALESTRAS ........................................................................................................................ 213 - PRÉ-CONFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 214 - CAPACITAÇÃO DOS DELEGADOS ..................................................................................................... 255 - CONFERÊNCIA ..................................................................................................................................... 266 - ENCAMINHAMENTO DAS PROPOSTAS APROVADAS ..................................................................... 28III - PARTICIPANTES...................................................................................................................................... 291 - EQUIPE DE APOIO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE ..................................... 292 - PARTICIPANTES DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS.................................................................................... 302.1 - Participantes <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas ............................................................................. 30▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> Urbana, Sistema Viário, Transporte Coletivo e Trânsito30▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio Histórico .......................................... 31▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento ......................... 31▪ Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas .............................................................. 322.2 - Participantes <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais.............................................................................. 33▪ Noroeste ........................................................................................................................................... 33▪ Norte................................................................................................................................................. 34▪ Pampulha ......................................................................................................................................... 34▪ Barreiro............................................................................................................................................. 35▪ Oeste ................................................................................................................................................ 35▪ Ven<strong>da</strong> Nova...................................................................................................................................... 35▪ Leste................................................................................................................................................. 36▪ Nor<strong>de</strong>ste ........................................................................................................................................... 36▪ Centro-Sul ........................................................................................................................................ 372.3 - Delegados....................................................................................................................................... 37▪ Delegados Efetivos .......................................................................................................................... 37▪ Delegados Suplentes ....................................................................................................................... 383 - PALESTRANTES / EXPOSITORES / MEDIADORES........................................................................... 39IV - PRODUTOS.............................................................................................................................................. 401 - ABERTURA............................................................................................................................................ 402 - CICLO DE PALESTRAS ........................................................................................................................ 543 - PRÉ-CONFERÊNCIAS: A CIDADE QUE SOMOS................................................................................ 963.1 - Produtos Relativos à Discussão Geral sobre a Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ................................................................. 963.1.1 - Texto <strong>de</strong> Apoio à Discussão.................................................................................................... 963.1.2 - Síntese do Diagnóstico Aprovado......................................................................................... 1153.2 - Produtos Relativos à Discussão Específica <strong>da</strong>s Pré-Conferências Temáticas ........................... 1283.2.1 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> Urbana, Sistema Viário, Transporte Coletivo eTrânsito............................................................................................................................................. 128A - Palestra <strong>de</strong> abertura ............................................................................................................... 128B - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específica................................................................................... 131C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 138


558 Índice3.2.2 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Controle Urbano e Patrimônio Histórico ............................... 139A -Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específica.................................................................................... 139C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 1473.2.3 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento .............. 149A - Palestra <strong>de</strong> abertura ............................................................................................................... 149B - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específica................................................................................... 152C - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 1823.2.4 - Pré-Conferência Temática <strong>de</strong> Habitação, Vilas e Favelas ................................................... 183A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão específica................................................................................... 183B - Sintese <strong>da</strong> percepção dos participantes................................................................................. 1883.3- Produtos Relativos à Discussão Específica <strong>da</strong>s Pré-Conferências Regionais ............................. 1903.3.1 - Texto Geral <strong>de</strong> Apoio à Discussão Regional ........................................................................ 1923.3.2 - Pré-Conferência Regional do Barreiro .................................................................................. 200A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 200B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2053.3.3 - Pré-Conferência Regional Centro-Sul................................................................................... 209A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 209B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2143.3.4 - Pré-Conferência Regional Leste ........................................................................................... 219A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 219B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2243.3.5 - Pré-Conferência Regional Nor<strong>de</strong>ste ..................................................................................... 229A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 229B- Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................. 2333.3.6 - Pré-Conferência Regional Noroeste ..................................................................................... 237A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 237B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2413.3.7 - Pré-Conferência Regional Norte ........................................................................................... 247A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 247B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2503.3.8 - Pré-Conferência Regional Oeste .......................................................................................... 255A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 255B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2593.3.9 - Pré-Conferência Regional <strong>da</strong> Pampulha............................................................................... 263A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 263B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2683.3.10 - Pré-Conferência Regional <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> Nova ......................................................................... 273A - Texto <strong>de</strong> apoio à discussão <strong>da</strong> região.................................................................................... 273B - Síntese <strong>da</strong> percepção dos participantes ................................................................................ 2784 - CONFERÊNCIA: CIDADE QUE QUEREMOS .................................................................................... 2834.1 - Diretrizes Aprova<strong>da</strong>s .................................................................................................................... 283A - Dinâmica do crescimento urbano ........................................................................................... 283B - Distribuição <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e centros urbanos......................................................................... 283C - Condições habitacionais......................................................................................................... 283D - Espaço público ....................................................................................................................... 284E - Patrimônio histórico e cultural................................................................................................. 285F- Sistema viário e transporte ...................................................................................................... 285G - Condições ambientais ............................................................................................................ 286H - Gestão .................................................................................................................................... 286


Índice 5594.2 - Síntese <strong>da</strong>s Propostas Aprova<strong>da</strong>s ............................................................................................... 2874.2.1- Legislação Urbanística ........................................................................................................... 287A - Zoneamento e ocupação do solo ........................................................................................... 287B - Parâmetros do zoneamento ................................................................................................... 287C - Afastamento <strong>da</strong>s edificações.................................................................................................. 289D - Parâmetros construtivos não vinculados ao zoneamento...................................................... 289E - Mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> zoneamento ..................................................................................................... 289F - Uso do solo ............................................................................................................................. 290G - Área <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE) ....................................................................................... 290H - Parcelamento do solo............................................................................................................. 291I - Instrumentos urbanísticos ........................................................................................................ 291P - Fundo municipal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano........................................................................ 292Q - Regularização <strong>de</strong> parcelamentos e edificações..................................................................... 293R - Posturas e código <strong>de</strong> obras.................................................................................................... 293S - Zonas <strong>de</strong> Especial Interesse Social (ZEIS) ............................................................................ 293T - Legislação ambiental .............................................................................................................. 2944.2.2- Intervenções Estruturantes .................................................................................................... 294A - Conceitos e pressupostos ...................................................................................................... 294B - Diagnóstico ............................................................................................................................. 295C - Diretrizes................................................................................................................................. 296D - Propostas................................................................................................................................ 2974.2.3- Gestão <strong>de</strong> Políticas Urbanas.................................................................................................. 298A - Gestão participativa ................................................................................................................ 299B - Política <strong>de</strong> controle urbano..................................................................................................... 299C - Política habitacional................................................................................................................ 299D - Política <strong>de</strong> espaços públicos e patrimônio ............................................................................. 300E - Política <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, transporte e trânsito .......................................................................... 300F - Política <strong>de</strong> meio ambiente e saneamento............................................................................... 301G - Política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico................................................................................ 302▪ ANEXO I - REGIMENTOS APROVADOS................................................................................................. 303▪ ANEXO II - MAPAS TEMÁTICOS DE APOIO ÀS DISCUSSÕES............................................................ 311▪ ANEXO III - TEXTO DE APOIO ÀS DISCUSSÕES DOS DELEGADOS ................................................. 3531 - A RMBH E A GESTÃO METROPOLITANA ........................................................................................ 3552 - DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO ......................................................................................... 3562.1 - Crescimento Demográfico Recente <strong>de</strong> <strong>Belo</strong> <strong>Horizonte</strong> e <strong>da</strong> RMBH ............................................ 3562.2 - Indicadores <strong>da</strong> Dinâmica <strong>de</strong> Ocupação do Solo .......................................................................... 3593 - EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO ........................................................................................ 3633.1 - Uma Abor<strong>da</strong>gem Histórica............................................................................................................ 3633.2 - Evolução Recente do Mercado Imobiliário................................................................................... 3644 - CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO............................................................................................................ 3664.1 - Situação Habitacional do Município ............................................................................................. 3664.2 - A Habitação <strong>de</strong> Interesse Social e a Legislação Urbanística....................................................... 3674.3 - Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação ................................................................................................... 3695 - ESPAÇOS DE REFERÊNCIA SIMBÓLICA......................................................................................... 3716 - MOBILIDADE, TRANSPORTE E TRÂNSITO...................................................................................... 3736.1 - O Sistema Viário e a Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> – Situação Existente ................................................................ 3736.2 - Propostas Existentes <strong>de</strong> Alteração <strong>de</strong>ssa Estrutura .................................................................... 3746.3 - Estrutura do Sistema <strong>de</strong> Transporte Coletivo: o BHBUS e o Metrô............................................. 375


560 Índice6.4 - Gestão <strong>de</strong> Transporte e Trânsito.................................................................................................. 376▪ ANEXO IV - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS TEMÁTICAS ........................... 3791 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MOBILIDADE, SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTE COLETIVO................................................................................................................................................................... 3811.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 3811.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 3811.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 3821.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 3841.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 3851.1.5 - Condições ambientais ........................................................................................................... 3871.2 - Temas específicos........................................................................................................................ 3881.2.1 - A Questão Metropolitana....................................................................................................... 3881.2.2 - Gestão <strong>da</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> ........................................................................................................... 3901.2.3 - Manutenção <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ......................................................................................................... 3911.2.4 - Financiamento do Transporte ............................................................................................... 3932 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE CONTROLE URBANO E PATRIMÔNIO HISTÓRICO........... 3942.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 3942.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 3942.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 3952.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 3962.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 3972.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 3972.2 - Temas específicos........................................................................................................................ 3982.2.1 - Zoneamento e ADE............................................................................................................... 3982.2.2 - Parcelamento do Solo ........................................................................................................... 3992.2.3 - Ocupação .............................................................................................................................. 4002.2.4 - Licenciamento <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s................................................................................................. 4012.2.5 - Patrimônio Histórico Urbano ................................................................................................. 4023 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO................................................................................................................................................................... 4033.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 4033.1.1 - Crescimento urbano e inclusão............................................................................................. 4033.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4043.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4053.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4063.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4073.2 - Temas específicos........................................................................................................................ 4083.2.1 - Áreas <strong>de</strong> Especial Interesse Ambiental, Flora e Fauna........................................................ 4083.2.2 - Poluição Ambiental................................................................................................................ 4103.2.3 - Recursos Hídricos e Drenagem ............................................................................................ 4113.2.4 - Abastecimento <strong>de</strong> Água e Esgotamento Sanitário................................................................ 4123.2.5 - Resíduos Sólidos e Controle <strong>de</strong> Vetores .............................................................................. 4144 - PRÉ-CONFERÊNCIA TEMÁTICA DE HABITAÇÃO, VILAS E FAVELAS .......................................... 4154.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 4154.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4154.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4164.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4174.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4174.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 418


Índice 5614.2 - Temas específicos........................................................................................................................ 4194.2.1 - Balanço <strong>da</strong> Política <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Habitação ......................................................................... 4194.2.2 - Participação e Gestão Democrática: Po<strong>de</strong>r Público e Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ........................................ 4204.2.3 - Agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> habitação, uma contribuição à agen<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. ............................................. 423▪ ANEXO V - ÍNTEGRA DOS PRODUTOS DAS PRÉ-CONFERÊNCIAS REGIONAIS............................. 4271 - PRÉ-CONFERÊNCIA DO BARREIRO ................................................................................................ 4291.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 4291.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4291.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4291.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4301.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4311.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4321.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região........................................................................................................ 4331.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4331.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4341.2.3 - Tema Livre............................................................................................................................. 4352 - PRÉ-CONFERÊNCIA CENTRO-SUL.................................................................................................. 4382.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 4382.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4382.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4392.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4402.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4402.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4412.2 - Temas específicos <strong>da</strong> região........................................................................................................ 4422.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4422.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4432.2.3 - Tema Livre............................................................................................................................. 4443 - PRÉ-CONFERÊNCIA LESTE.............................................................................................................. 4463.1 - Temas gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................................... 4463.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4463.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4473.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4483.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4503.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4513.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 4523.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4523.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4533.2.3 - Sistema Viário e Acessos...................................................................................................... 4543.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio Histórico ................................................... 4553.2.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4573.2.6 - Tema Livre............................................................................................................................. 4584 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORTE............................................................................................................. 4594.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................................................. 4594.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4594.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4604.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito........................................................................................ 4614.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4624.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4634.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 464


562 Índice4.2.1 - Tema Livre............................................................................................................................. 4645 - PRÉ-CONFERÊNCIA NORDESTE ..................................................................................................... 4705.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................................................. 4705.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4705.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos..................................................................... 4705.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito........................................................................................ 4715.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural .............................................................................. 4725.1.5 - Condições Ambientais.......................................................................................................... 4725.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 4735.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4735.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4745.2.3 - Sistema Viário e Acessos...................................................................................................... 4755.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio Histórico ................................................... 4765.2.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4776 - PRÉ-CONFERÊNCIA NOROESTE ..................................................................................................... 4786.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................................................. 4786.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4786.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4796.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4816.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4826.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4836.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 4846.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4846.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4856.2.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Sistema Viário Transporte ................................................................................. 4866.2.4 - Espaços Públicos, Áreas <strong>de</strong> Lazer e Patrimônio Histórico ................................................... 4876.2.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4887 - PRÉ-CONFERÊNCIA OESTE ............................................................................................................. 4897.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................................................. 4897.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4897.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4897.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4907.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4907.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4917.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 4917.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 4917.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4927.2.3 - Tema Livre............................................................................................................................. 4928 - PRÉ-CONFERÊNCIA DA PAMPULHA ............................................................................................... 4948.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................................................. 4948.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 4948.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 4958.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 4958.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 4968.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 4978.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 4988.2.1 - Tema Livre............................................................................................................................. 4989 - PRÉ-CONFERÊNCIA DE VENDA NOVA............................................................................................ 5029.1 - Temas Gerais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>............................................................................................................... 502


Índice 5639.1.1 - Crescimento Urbano e Inclusão............................................................................................ 5029.1.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 5039.1.3 - Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito......................................................................................... 5049.1.4 - Espaços Públicos e Patrimônio Cultural ............................................................................... 5059.1.5 - Condições Ambientais........................................................................................................... 5069.2 - Temas Específicos <strong>da</strong> Região...................................................................................................... 5079.2.1 - Ocupação do Solo e Zoneamento......................................................................................... 5079.2.2 - Distribuição <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e Centros Urbanos...................................................................... 5089.2.3 - Tema Livre............................................................................................................................. 509▪ ANEXO VI - ÍNTEGRA DAS PROPOSTAS APROVADAS ...................................................................... 513▪ PROPOSTAS PARA A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL............................................. 515Zoneamento, Ocupação e Uso do Solo • Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE).............................. 515I - Zoneamento ............................................................................................................................. 515II - Ocupação do Solo................................................................................................................... 516III - Uso do Solo............................................................................................................................ 517IV - Áreas <strong>de</strong> Diretrizes Especiais (ADE)..................................................................................... 517V - Recomen<strong>da</strong>ções Gerais ......................................................................................................... 519Parcelamento do Solo ...................................................................................................................... 520I - Loteamento .............................................................................................................................. 520II - Parcelamento para Condomínio ............................................................................................. 520III - Reparcelamento..................................................................................................................... 520IV - Modificação <strong>de</strong> Parcelamento ............................................................................................... 520V - Desmembramento .................................................................................................................. 520V Recomen<strong>da</strong>ções ....................................................................................................................... 520Instrumentos Urbanísticos................................................................................................................ 521I - Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios ........................................................... 521II - Direito <strong>de</strong> Preempção ............................................................................................................. 522III - Operações Urbanas Consorcia<strong>da</strong>s........................................................................................ 522IV - Outorga Onerosa do Direito <strong>de</strong> Construir.............................................................................. 522V - Transferência do Direito <strong>de</strong> Construir (TDC).......................................................................... 522VI - Estudo <strong>de</strong> Impacto <strong>de</strong> Vizinhança (EIV)................................................................................ 523VII - Planejamento Metropolitano................................................................................................. 523VIII - Fundo <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano.................................................................... 523IX - Outras Propostas – Gestão ................................................................................................... 524Regularização <strong>de</strong> Parcelamentos e Edificações .............................................................................. 524I - Princípios Básicos.................................................................................................................... 524II - Regularização <strong>de</strong> Parcelamentos ........................................................................................... 524III- Regularização <strong>de</strong> Edificações................................................................................................. 525IV - Rotinas e Procedimentos....................................................................................................... 525V - Assistência e Assessoria Técnica .......................................................................................... 525VI - Divulgação ............................................................................................................................. 525VII - Controle e Monitoramento .................................................................................................... 526Posturas e Código <strong>de</strong> Obras ............................................................................................................ 526I - Movimentação <strong>de</strong> Terra e Entulho........................................................................................... 526II - Ocupação do Espaço Público pelos Trabalhadores <strong>da</strong> Economia Informal........................... 526III - Engenhos <strong>de</strong> Publici<strong>da</strong><strong>de</strong> ...................................................................................................... 526IV - Ocupação <strong>da</strong>s Calça<strong>da</strong>s por Mobiliário Urbano.................................................................... 527V - Penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ............................................................................................................................ 527VI - Campanhas Educativas......................................................................................................... 527


564 ÍndiceLegislação Específica para ZEIS...................................................................................................... 527I - Fiscalização.............................................................................................................................. 528II - Assessoria Técnica ................................................................................................................. 528III - ZEIS-2 .................................................................................................................................... 528IV - ZEIS-1 e ZEIS-3 .................................................................................................................... 529Legislação Ambiental <strong>Municipal</strong> ....................................................................................................... 530I - Gestão Ambiental..................................................................................................................... 531II - Fiscalização Ambiental ........................................................................................................... 531III - Licenciamento Ambiental....................................................................................................... 532IV - Poluição Ambiental ................................................................................................................ 532V - Arborização e Áreas Ver<strong>de</strong>s................................................................................................... 532VI - Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo ................................................................................ 533▪ PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES ESTRUTURANTES ................................................................. 533Obras Viárias, Obras <strong>de</strong> Saneamento e Revitalização <strong>de</strong> Áreas .................................................... 533I - Conceitos e Pressupostos ....................................................................................................... 533II - Propostas <strong>de</strong> Ações Estruturantes ......................................................................................... 533III - Propostas <strong>de</strong> Intervenções Estruturantes.............................................................................. 535Programas Habitacionais.................................................................................................................. 536▪ PROPOSTAS DE GESTÃO URBANA ............................................................................................... 537Desenvolvimento Econômico ........................................................................................................... 537Gestão Participativa.......................................................................................................................... 538I - Sistema Metropolitano <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa .......................................................... 538II - Sistema <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Gestão Urbana Participativa................................................................ 538III - Quanto ao COMAM................................................................................................................ 540IV - Quanto ao COMPUR (ou ao COMDUR, caso seja criado) ................................................... 540V - Quanto ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico.......................................... 540VI - Quanto ao Conselho <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Saneamento (COMUSA)................................................ 540Gestão <strong>de</strong> Políticas Setoriais Urbanas............................................................................................. 541Gestão <strong>da</strong> Política do Controle Urbano ....................................................................................... 541Gestão <strong>da</strong> Política Ambiental e <strong>de</strong> Saneamento ......................................................................... 541Gestão <strong>da</strong> Política Habitacional ................................................................................................... 545Gestão <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, Transporte e Trânsito .......................................................... 546Gestão <strong>da</strong> Política do Patrimônio Histórico e Espaço Público..................................................... 549▪ LISTA DE SIGLAS..................................................................................................................................... 551▪ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................... 555▪ ÍNDICE ....................................................................................................................................................... 557

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