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Repertório de Recomendações Práticas da OIT sobre o HIV/Aids e o ...

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<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong><strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong><strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong><strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e oMundo do Trabalho


<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong><strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong><strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong><strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e oMundo do TrabalhoEscritório <strong>da</strong> Organização Internacional do TrabalhoBrasil


Copyright © Organização Internacional do Trabalho 20103ª edição 2010As publicações <strong>da</strong> Organização Internacional do Trabalho gozam <strong>da</strong> proteção dos direitos autorais sob o Protocolo2 <strong>da</strong> Convenção Universal do Direito do Autor. Breves extratos <strong>de</strong>ssas publicações po<strong>de</strong>m, entretanto, serreproduzidos sem autorização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que menciona<strong>da</strong> a fonte. Para obter os direitos <strong>de</strong> reprodução ou <strong>de</strong> tradução,as solicitações <strong>de</strong>vem ser dirigi<strong>da</strong>s ao Departamento <strong>de</strong> Publicações (Direitos do Autor e Licenças), InternationalLabour Office, CH-1211 Geneva 22, Suíça, ou por email: pubdroit@ilo.org Os pedidos serão bem-vindos.As bibliotecas, instituções e outros usuários registrados em uma organização <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> reproduçãopo<strong>de</strong>m fazer cópias, <strong>de</strong> acordo com as licenças emiti<strong>da</strong>s para este fim. A instituição <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> reproduçãodo seu país po<strong>de</strong> ser encontra<strong>da</strong> no site www.ifrro.orgDados <strong>de</strong> catalogação <strong>da</strong> <strong>OIT</strong><strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o mundo do trabalho / OrganizaçãoInternacional do Trabalho, [Programa <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/AIDS e o Mundo do Trabalho].—3ªed. - Brasília: <strong>OIT</strong>, 2010124 p.ISBN: 9789228234442;9789228234459 (web pdf)Organização Internacional do Trabalho; Escritório no Brasil<strong>Repertório</strong>s <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> / <strong>HIV</strong> / aids / trabalhador com <strong>de</strong>ficiência / direitos<strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência / direitos dos trabalhadores / igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego/ saú<strong>de</strong> ocupacional15.04.2Publicado também em outros idiomas. Consulte no:http://www.ilo.org/public/english/protection/trav/aids/publ/co<strong>de</strong>language.htmAs <strong>de</strong>signações emprega<strong>da</strong>s nas publicações <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>, segundo a praxe adota<strong>da</strong> pelas Nações Uni<strong>da</strong>s,e a apresentação <strong>de</strong> material nelas incluí<strong>da</strong>s não significam, <strong>da</strong> parte <strong>da</strong> Organização Internacional doTrabalho, qualquer juízo com referência à situação legal <strong>de</strong> qualquer país ou território citado ou <strong>de</strong> suasautori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, ou à <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> suas fronteiras.A responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por opiniões conti<strong>da</strong>s em artigos assinados, estudos e outras contribuições recai exclusivamente<strong>sobre</strong> seus autores, e sua publicação pela <strong>OIT</strong> não significa endosso às opiniões nelas expressa<strong>da</strong>s.Referências a firmas e produtos comerciais e a processos não implicam qualquer aprovação pela SecretariaInternacional do Trabalho, e o fato <strong>de</strong> não se mencionar uma firma em particular, produto comercialou processo não significa qualquer <strong>de</strong>saprovação.As publicações <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s nas principais livrarias ou no Escritório <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> no Brasil: Setor<strong>de</strong> Embaixa<strong>da</strong>s Norte, Lote 35, Brasília - DF, 70800-400, tel.: (61) 2106-4600, ou no International LabourOffice, CH-1211. Geneva 22, Suíça. Catálogos ou listas <strong>de</strong> novas publicações estão disponíveis gratuitamentenos en<strong>de</strong>reços acima, ou por email: ven<strong>da</strong>s@oitbrasil.org.brVisite nosso site: www.oit.org.brTraduzido do original inglês: ILO Co<strong>de</strong> of Practice on <strong>HIV</strong>/AIDS and the world of work. Geneva: ILO, 2001Impresso no Brasil


SumárioPrefácio....................................................................................................121. Objetivo...................................................................................................152. Utilização................................................................................................193. Alcance e terminologia utiliza<strong>da</strong> no <strong>Repertório</strong><strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas................................................................. 233.1. Alcance............................................................................................. 253.2. Terminologia utiliza<strong>da</strong> no <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ções práticas.................................................................. 254. Princípios-chave.................................................................................... 314.1. Reconhecimento do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> como questãorelaciona<strong>da</strong> com o local <strong>de</strong> trabalho................................................. 334.2. Não-discriminação............................................................................ 334.3. Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros....................................................................... 334.4. Ambiente <strong>de</strong> trabalho saudável........................................................ 344.5. Diálogo social................................................................................... 344.6. Screening para fins <strong>de</strong> exclusão do emprego ou<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho................................................................. 344.7. Confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>.............................................................................. 354.8. Continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> emprego.............................................. 354.9. Prevenção......................................................................................... 354.10. Assistência e apoio......................................................................... 365. Direitos e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s gerais.................................................... 395.1. Governos e suas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes.................................... 41


5.2. Empregadores e suas organizações................................................ 455.3. Trabalhadores e suas organizações.................................................. 506. Prevenção............................................................................................... 556.1. Campanhas <strong>de</strong> informação e conscientização................................. 576.2. Programas educacionais.................................................................. 586.3. Programas específicos <strong>de</strong> gênero................................................... 606.4. Relação com programas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>............................ 616.5. Medi<strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong> apoio à mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comportamento............ 626.6. Programas Comunitários................................................................. 627. Treinamento............................................................................................ 657.1. Treinamento <strong>de</strong> gerentes, supervisores e pessoal<strong>de</strong> recursos humanos....................................................................... 677.2. Treinamento <strong>de</strong> educadores <strong>de</strong> pares............................................... 687.3. Treinamento <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> trabalhadores............................ 697.4. Treinamento <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong> ocupacional............ 697.5. Treinamento <strong>de</strong> inspetores do trabalho............................................ 707.6. Treinamento <strong>de</strong> trabalhadores que têm contato comsangue humano e outros fluidos corpóreos..................................... 718. Testagem................................................................................................ 758.1. Proibição na seleção e no emprego................................................. 778.2. Proibição para fins <strong>de</strong> seguro........................................................... 778.3. Vigilância epi<strong>de</strong>miológica................................................................. 788.4. Testagem voluntário......................................................................... 788.5. Testagem e tratamento após a exposição a risco ocupacional........ 799. Assistência e apoio............................................................................... 819.1. Pari<strong>da</strong><strong>de</strong> com outras doenças graves............................................... 839.2. Orientação........................................................................................ 84


9.3. Saú<strong>de</strong> no trabalho e outros serviços médicos................................ 859.4. Ligações com grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong> e grupos comunitários............ 869.5. Benefícios......................................................................................... 869.6. Cobertura <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social........................................................ 879.7. Privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>........................................................ 879.8. Programas <strong>de</strong> assistência ao trabalhador e à família....................... 88Apêndices................................................................................................... 91I. Fatos básicos <strong>sobre</strong> a epi<strong>de</strong>mia e suas implicações........................... 93II. Controle <strong>da</strong> infecção no local <strong>de</strong> trabalho......................................... 101III. Lista <strong>de</strong> verificação para planejamento e aplicação<strong>de</strong> política <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho............................. 103IV. Documentos <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>......................................................................... 105V. Diretrizes internacionais e nacionais <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>......................... 110VI. <strong>Repertório</strong>s, manuais, diretrizes e informações setoriais................. 114VII. Seleção <strong>de</strong> materiais didáticos e <strong>de</strong> formaçãoe outras informações...................................................................... 120


ApresentaçãoNo momento em que a Organização Internacional do Trabalhodiscute a adoção <strong>de</strong> uma nova norma laboral, a Recomen<strong>da</strong>ção<strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho, é com satisfação queo Escritório <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> no Brasil apresenta uma nova edição <strong>de</strong> umdos mais importantes instrumentos existentes para auxiliar nocombate à epi<strong>de</strong>mia no ambiente <strong>de</strong> trabalho.O <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho, lançado em 2001, continua sendoum referencial importante na luta que <strong>de</strong>ve ser trava<strong>da</strong> cotidianamentepara <strong>de</strong>ter o avanço <strong>da</strong> doença. E isto assume particularimportância quando se trata do mundo do trabalho.Atualmente, mais <strong>de</strong> 33 milhões <strong>de</strong> pessoas em todo o mundovivem com o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e mais <strong>de</strong> 90 por cento <strong>de</strong>las são adultosem plena i<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva. No Brasil, estima-se que 630 milpessoas vivem com <strong>HIV</strong>. A <strong>OIT</strong>, fiel aos seus princípios <strong>de</strong> promoção<strong>da</strong> justiça social, apoia as estratégias que visam ampliaras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego e trabalho <strong>de</strong>cente para homens emulheres. Nesse sentido, consi<strong>de</strong>ra que eliminar o estigma e adiscriminação relacionados com o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no mundo do traba-


lho é fun<strong>da</strong>mental para assegurar adigni<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho e dostrabalhadores. Contar com instrumentos que auxiliem a implementação<strong>de</strong> políticas e estratégias <strong>de</strong> prevenção e tratamento,assim como a construção <strong>de</strong> um ambiente laboral saudável e <strong>de</strong>respeito aos direitos humanos, faz parte <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> quea <strong>OIT</strong> tem com trabalhadores e trabalhadoras, abrangendo aquelese aquelas incluídos na economia informal e no setor rural.A <strong>OIT</strong>, único organismo tripartite <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, compostapor governos, organizações <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> empregadores,trabalha em estreita colaboração com o UNAIDS e outrosorganismos internacionais, além <strong>de</strong> interlocutores nacionais, paraalcançar mulheres e homens em seus locais <strong>de</strong> trabalho, promovendoo acesso à informações e fortalecendo as bases para aplena observância dos seus direitos .A adoção <strong>da</strong> nova Recomen<strong>da</strong>ção <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo doTrabalho irá reforçar o compromisso <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> contra a discriminaçãono mundo do trabalho, consoli<strong>da</strong>ndo assim o caminho iniciado comeste <strong>Repertório</strong> e evi<strong>de</strong>nciando, mais uma vez, o empenho <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>na promoção dos direitos humanos e dos direitos no trabalho.Brasilia, abril <strong>de</strong> 2010Laís AbramoDiretora do Escritório <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> no Brasil


PrefácioA epi<strong>de</strong>mia do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> já atingiu já atingiu proporção <strong>de</strong> umacrise mundial e representa, atualmente, um dos maiores <strong>de</strong>safiosao <strong>de</strong>senvolvimento e ao progresso social. Nos países mais afetados,ela está acabando com déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ganhos em <strong>de</strong>senvolvimento,minando economias, ameaçando a segurança e <strong>de</strong>sestabilizandoas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a crise gerou um estado <strong>de</strong> emergência.Além do sofrimento que impõe às pessoas e às suas famílias, aepi<strong>de</strong>mia está afetando profun<strong>da</strong>mente a estrutura social e econômica<strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Ela é uma gran<strong>de</strong> ameaça ao mundo do trabalho:está afetando o setor mais produtivo <strong>da</strong> força <strong>de</strong> trabalho, reduzindosalários e impondo altos custos a empresas <strong>de</strong> todos os setores, poisdiminui a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aumenta os custos trabalhistas e a per<strong>da</strong> <strong>de</strong>capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>de</strong> experiência. Além do mais, o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> está afetandoos direitos fun<strong>da</strong>mentais no trabalho, especialmente no quediz respeito à discriminação e estigmatização <strong>de</strong> empregados e <strong>da</strong>spessoas que vivem com o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, ou são por ele afetados. A epi<strong>de</strong>miae seu impacto têm efeitos mais graves <strong>sobre</strong> grupos vulneráveis,inclusive mulheres e crianças, aumentando, assim, as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> gênero já existentes e exacerbando o problema do trabalho infantil.É por isso que a <strong>OIT</strong> está comprometi<strong>da</strong> em lançar um repertório<strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o mundo do trabalho.O repertório constitui um instrumental para aju<strong>da</strong>r a evitar o alastramento<strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia, mitigar seu impacto <strong>sobre</strong> os empregados eseus familiares, e oferecer proteção social para aju<strong>da</strong>r a li<strong>da</strong>r com adoença. Ele cobre princípios-chave, tais como o reconhecimento doproblema do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> como uma questão do local <strong>de</strong> trabalho, a nãodiscriminação no emprego, a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero, a testagem anti-<strong>HIV</strong> e a confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o diálogo social, a prevenção, a assistênciae o apoio, como bases para li<strong>da</strong>r com a epi<strong>de</strong>mia no local <strong>de</strong> trabalho.12


Este repertório <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções é o produto <strong>de</strong> uma colaboraçãotripartite entre a <strong>OIT</strong> e seus constituintes, bem como <strong>da</strong>cooperação com seus parceiros internacionais. Ele oferece umainestimável orientação prática para os elaboradores <strong>de</strong> políticas,para as organizações patronais e <strong>de</strong> empregados, bem como paraoutros parceiros sociais, na formulação e implementação <strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>política <strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> prevenção eassistência, e para estabelecer estratégias direciona<strong>da</strong>s aos empregadosdo setor informal. Esta é uma importante contribuição<strong>da</strong> <strong>OIT</strong> para o esforço mundial <strong>de</strong> combate ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.O repertório <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas aju<strong>da</strong>rá a garantir condições<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>cente diante uma gran<strong>de</strong> crise humanitária e<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Já foram aprendi<strong>da</strong>s valiosas lições na tentativa<strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com essa crise. Alguns poucos países atingiram um nível <strong>de</strong>sucesso na diminuição do ritmo <strong>de</strong> propagação <strong>da</strong> infecção e na mitigação<strong>de</strong> seus efeitos <strong>sobre</strong> as pessoas e suas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Dentreas melhores práticas, estão a li<strong>de</strong>rança comprometi<strong>da</strong>, as abor<strong>da</strong>gensmultissetoriais, a parceiria com a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil, inclusive pessoasportadoras <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, e a educação. Esses elementos estão refletidosnos princípios-chaves <strong>de</strong>ssas recomen<strong>da</strong>ções e em sua confiançana mobilização dos parceiros sociais para sua efetiva implementação.Este é um documento abrangente e pioneiro, que li<strong>da</strong> comproblemas atuais e antecipa as conseqüências futuras <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia,bem como seu impacto <strong>sobre</strong> o mundo <strong>de</strong> trabalho. Por meio <strong>de</strong>ssasrecomen<strong>da</strong>ções, a <strong>OIT</strong> fortalecerá seu apoio aos compromissosnacionais e internacionais, visando proteger os direitos e a digni<strong>da</strong><strong>de</strong>dos empregados e to<strong>da</strong>s as pessoas que convivem com o <strong>HIV</strong>/ <strong>Aids</strong>.Genebra, junho <strong>de</strong> 2001.Juan SomaviaDiretor Geral<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho13


ObjetivoDepartamento <strong>de</strong> DST, <strong>Aids</strong> e Hepatites Virais do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>


1 ObjetivoO objetivo <strong>de</strong>ste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas éoferecer um conjunto <strong>de</strong> diretrizes relativas à epi<strong>de</strong>mia do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no mundo do trabalho e no marco <strong>de</strong> promoção do trabalho<strong>de</strong>cente. As diretrizes cobrem as seguintes áreas-chave <strong>de</strong> ação:A) prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;B) administração e atenuação do impacto do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> nomundo do trabalho;C) assistência e apoio aos trabalhadores infectados e afetadospelo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;D) eliminação do estigma e <strong>da</strong> discriminação com base emreal ou suposta infecção pelo <strong>HIV</strong>.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho17


UtilizaçãoAcervo <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>


2 UtilizaçãoEste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas <strong>de</strong>ve ser usadopara:A) <strong>da</strong>r respostas concretas nos níveis empresarial, comunitário,regional, setorial, nacional e internacional;B) promover processos <strong>de</strong> diálogo, consultas, negociações eto<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong> cooperação entre governos, empregadorese trabalhadores e seus representantes, pessoal <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> profissional, especialistas em questões do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>e todos os relevantes parceiros sociais (que po<strong>de</strong>m incluirorganizações comunitárias e organizações não governamentais– ONGs);C) aplicar seus conteúdos em consulta com parceiros sociais:••na legislação nacional, nas políticas e nos programas<strong>de</strong> ação;••no local <strong>de</strong> trabalho/em acordos <strong>de</strong> empresa e••em políticas e planos <strong>de</strong> ação no local <strong>de</strong> trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho21


Alcance e terminologiautiliza<strong>da</strong> no <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ções práticasBanco <strong>de</strong> Imagens – UNFPA Brasil


3 Alcance e terminologia utiliza<strong>da</strong> No <strong>Repertório</strong><strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas3.1 AlcanceEste <strong>Repertório</strong> aplica-se:A) a todos os empregadores e trabalhadores (inclusive candi<strong>da</strong>tosa emprego) nos setores público e privado eB) a todos os tipos <strong>de</strong> trabalho, formal e informal.3.2 Terminologia utiliza<strong>da</strong> no <strong>Repertório</strong><strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas<strong>HIV</strong>: Vírus <strong>da</strong> Imuno<strong>de</strong>ficiência Humana (Human Immuno<strong>de</strong>ficiencyVirus), vírus que enfraquece o sistema imunológicodo corpo, causando, por fim, a aids.Pessoas afeta<strong>da</strong>s: pessoas cujas vi<strong>da</strong>s são mu<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong> algumaforma pelo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, <strong>de</strong>vido ao impacto abrangente <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia.<strong>Aids</strong> (Acquired Immune Deficiency Syndrome): Síndrome <strong>da</strong>Imuno<strong>de</strong>ficiência Adquiri<strong>da</strong> é um conjunto <strong>de</strong> condições clínicas,relaciona<strong>da</strong>s com o aparecimento <strong>de</strong> infecções oportunistas e algunstipos <strong>de</strong> câncer, para os quais ain<strong>da</strong> não há cura.Discriminação: é utiliza<strong>da</strong> neste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>çõesconforme a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong><strong>da</strong> na Convenção nº 111, <strong>de</strong>1958, <strong>sobre</strong> Discriminação (Emprego e Ocupação) para incluira condição <strong>de</strong> infectado pelo <strong>HIV</strong>. Compreen<strong>de</strong> também a discriminaçãocom base numa suposta condição <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> positivo<strong>de</strong> um trabalhador, inclusive discriminação com base em orientaçãosexual.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho25


Pessoas com <strong>de</strong>ficiência: é utilizado neste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>çõespráticas conforme a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong><strong>da</strong> na Convençãonº 159, <strong>de</strong> 1983, <strong>sobre</strong> Reabilitação Profissional e Emprego (pessoascom <strong>de</strong>ficiência), a saber, pessoas cujas perspectivas <strong>de</strong>conseguir emprego a<strong>de</strong>quado, nele se manter e se promover sãosubstancialmente reduzi<strong>da</strong>s em consequência <strong>de</strong> limitação físicaou mental <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente reconheci<strong>da</strong>.Empregador: pessoa ou organização que emprega trabalhadoresmediante contrato <strong>de</strong> emprego – escrito ou verbal –, queestabelece direitos e obrigações <strong>da</strong>s duas partes, em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>com a lei e a prática nacionais. Governos, autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas,empresas priva<strong>da</strong>s e pessoas po<strong>de</strong>m ser empregadores.Serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ocupacional (Occupational Health Services- OHS): é utilizado neste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticasconforme a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong><strong>da</strong> na Convenção nº 161, <strong>de</strong> 1985,<strong>sobre</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ocupacional, a saber, serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>que têm função essencialmente preventiva e são responsáveis pororientar o empregador, bem como os trabalhadores e seus representantes,<strong>sobre</strong> os requisitos para criar e manter um ambiente<strong>de</strong> trabalho seguro e saudável, assim como <strong>sobre</strong> os métodos <strong>de</strong>serviço para facilitar a ótima saú<strong>de</strong> física e mental para o trabalho.O serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ocupacional também oferece aconselhamentocom relação à a<strong>da</strong>ptação do trabalho às capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos trabalhadores<strong>de</strong> acordo com o seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física e mental.A<strong>da</strong>ptação racional do trabalho: to<strong>da</strong> modificação ou ajustea uma tarefa ou a local <strong>de</strong> trabalho, racionalmente viável, quepossibilite a uma pessoa que vive com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> acesso à participaçãoou à promoção no trabalho.Screening: investigação, por meios diretos (teste anti-<strong>HIV</strong>),indiretos (avaliação <strong>de</strong> comportamentos <strong>de</strong> risco) ou perguntas<strong>sobre</strong> testes já realizados e medicação.26


Sexo e gênero: há diferenças tanto biológicas quanto sociaisentre homens e mulheres. O termo “sexo” refere-se a diferençasbiologicamente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s, enquanto o termo “gênero”se refere a diferenças em papéis sociais e relações entre homense mulheres. Os papéis <strong>de</strong> gênero são aprendidos por meio <strong>da</strong> socializaçãoe variam muito nas culturas e entre elas. Os papéis <strong>de</strong>gênero são afetados por i<strong>da</strong><strong>de</strong>, classe, raça, etnia e religião, bemcomo pelo ambiente geográfico, econômico e político.DST: sigla <strong>de</strong> “doença (s) sexualmente transmissível (eis)”,doenças provoca<strong>da</strong>s por infecções sexualmente transmissíveis(IST), por exemplo, sífilis, clamídia, gonorréia, tricomoníase, cancromole, herpes genital, condiloma acuminado.Término <strong>de</strong> contrato: tem o significado atribuído na Convençãonº 158, <strong>de</strong> 1982, <strong>sobre</strong> Término <strong>de</strong> Contrato, a saber, <strong>de</strong>missãopor iniciativa do empregador.Precauções universais: são simples normas práticas <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> infecção a serem utiliza<strong>da</strong>s para minimizar o risco <strong>de</strong> patogeniastransmiti<strong>da</strong>s pelo sangue (veja explicação <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> no Apêndice II).Trabalhadores em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais (também conhecidopor setor informal): essa expressão é <strong>de</strong>scrita no Apêndice I.Representantes <strong>de</strong> trabalhadores: conforme a Convençãonº 135, <strong>de</strong> 1971, <strong>sobre</strong> Representantes <strong>de</strong> Trabalhadores, sãopessoas assim reconheci<strong>da</strong>s pela lei ou pela prática nacional,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam:A) representantes <strong>de</strong> sindicatos, a saber, representantes nomeadosou eleitos por sindicatos ou por membros <strong>de</strong>ssessindicatos ouB) representantes eleitos, isto é, representantes livrementeeleitos pelos trabalhadores <strong>da</strong> classe, conforme disposto<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho27


em leis ou regulamentos nacionais, ou acordos coletivos, ecujas funções não incluem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s reconheci<strong>da</strong>s comoprerrogativas exclusivas <strong>de</strong> sindicatos no país em questão.Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>: refere-se à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r socioeconômicoe ao contexto cultural, a situações <strong>de</strong> trabalho que tornam os trabalhadoresmais suscetíveis ao risco <strong>de</strong> infecções e a situaçõesque expõem crianças a maior risco <strong>de</strong> se envolverem no trabalhoinfantil (para mais <strong>de</strong>talhes, consulte o Apêndice I).28


Princípios-ChaveBanco <strong>de</strong> Imagens – UNFPA Brasil


4 Princípios-chave4.1 Reconhecimento do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> como questãorelaciona<strong>da</strong> com o local <strong>de</strong> trabalhoO <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> é questão relaciona<strong>da</strong> com o local <strong>de</strong> trabalho e<strong>de</strong>ve ser tratado como qualquer outra doença/problema grave nolocal <strong>de</strong> trabalho. Isso é necessário não só porque afeta a força <strong>de</strong>trabalho, mas também porque o local <strong>de</strong> trabalho, sendo parte <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, tem papel a <strong>de</strong>sempenhar na gran<strong>de</strong> luta paraconter a disseminação e os efeitos <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia.4.2 Não-discriminaçãoNo espírito <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>cente e em respeito aos direitoshumanos e à digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa infecta<strong>da</strong> ou afeta<strong>da</strong> pelo<strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, não <strong>de</strong>ve haver discriminação <strong>de</strong> trabalhadores combase em situação real ou presumi<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>. A discriminação ea estigmatização <strong>de</strong> pessoas que vivem com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> inibemos esforços para a promoção <strong>da</strong> prevenção contra o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.4.3 Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gênerosAs dimensões <strong>de</strong> gênero do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> <strong>de</strong>ve ser reconheci<strong>da</strong>s.As mulheres têm mais probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem infecta<strong>da</strong>se, em geral, ten<strong>de</strong>m mais a ser adversamente afeta<strong>da</strong>spela epi<strong>de</strong>mia do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> que os homens, <strong>de</strong>vido a fatoresbiológicos, socioculturais e econômicos. Quanto maior a discriminação<strong>de</strong> gênero nas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e quanto mais baixa acondição <strong>da</strong> mulher, mais negativamente é ela afeta<strong>da</strong> pelo<strong>HIV</strong>. Relações mais igualitárias entre gêneros e o fortalecimen-<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho33


to <strong>da</strong> condição <strong>da</strong> mulher são, portanto, vitais para conter oalastramento <strong>da</strong> infecção do <strong>HIV</strong> e capacitá-la para li<strong>da</strong>r como <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.4.4 Ambiente <strong>de</strong> trabalho saudávelO ambiente <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ve ser o mais saudável e seguropossível, para to<strong>da</strong>s as partes envolvi<strong>da</strong>s, e, assim, evitar a transmissãodo <strong>HIV</strong>, conforme dispõe a Convenção nº 155, <strong>de</strong> 1981,<strong>sobre</strong> Segurança e Saú<strong>de</strong> Ocupacional.Um ambiente <strong>de</strong> trabalho saudável facilita a ótima saú<strong>de</strong> físicae mental em relação ao trabalho e a a<strong>da</strong>ptação do trabalho às capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>sdo trabalhador do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>física e mental.4.5 Diálogo socialA implementação bem-sucedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> política e programa parao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> requer cooperação e confiança entre empregadores,trabalhadores, e seus representantes, e governo, quando conveniente,com o ativo envolvimento <strong>de</strong> trabalhadores infectados eafetados pela epi<strong>de</strong>mia.4.6 Screening para fins <strong>de</strong> exclusão doemprego ou <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhoO screening <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> não <strong>de</strong>ve ser exigido <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tosa emprego ou <strong>de</strong> pessoas já emprega<strong>da</strong>s.34


4.7 Confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>Na<strong>da</strong> justifica que se peça a candi<strong>da</strong>tos a emprego ou a trabalhadoresque <strong>de</strong>em informações pessoais <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>; tampouco<strong>de</strong>vem colegas <strong>de</strong> trabalho ser obrigados a revelar essa informaçãopessoal <strong>sobre</strong> outros colegas. O acesso a <strong>da</strong>dos pessoais relativos àsituação <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> <strong>de</strong> um trabalhador <strong>de</strong>ve ser sujeito às regras <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>constantes no repertório <strong>de</strong> práticas <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>, <strong>de</strong> 1997,<strong>sobre</strong> a proteção <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos pessoais <strong>de</strong> trabalhadores.4.8 Continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> empregoA infecção pelo <strong>HIV</strong> não é motivo para término <strong>de</strong> contrato.Como acontece com outros tantos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, as pessoascom doenças relaciona<strong>da</strong>s com o <strong>HIV</strong> <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>r trabalharenquanto estejam clinicamente em condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhartrabalho viável e a<strong>de</strong>quado.4.9 PrevençãoA infecção por <strong>HIV</strong> po<strong>de</strong> ser evita<strong>da</strong>. A prevenção <strong>de</strong> to<strong>da</strong>sas formas <strong>de</strong> transmissão po<strong>de</strong> ser feita por diversas estratégiasque se ajustem às condições nacionais e sejam sensíveis a questõesculturais.A prevenção po<strong>de</strong> ser promovi<strong>da</strong> com mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> comportamento,conhecimento, tratamento e criação <strong>de</strong> ambiente nãodiscriminatório.Os parceiros sociais estão em condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> envi<strong>da</strong>resforços <strong>de</strong> prevenção, especialmente com relação à mu<strong>da</strong>nça<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> comportamentos, por meio <strong>de</strong> informações,educação e consi<strong>de</strong>rando fatores socioeconômicos.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho35


4.10 Assistência e apoioSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, assistência e apoio <strong>de</strong>vem orientar a respostaao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no mundo do trabalho. Todos os trabalhadores, inclusiveportadores do <strong>HIV</strong>, têm direito a serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disponíveis.Não <strong>de</strong>ve haver discriminação contra eles e seus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntescom relação a acesso e usufruto <strong>de</strong> benefícios <strong>de</strong> planosoficiais e suplementares <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social.36


Direitos eresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>sgeraisAcervo <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>


5 Direitos e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s gerais5.1. Governos e suas autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentesA) Coerência. Os governos <strong>de</strong>vem manter coerência na estratégiae nos programas nacionais <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, reconhecendoa importância <strong>da</strong> inclusão do mundo do trabalho nosplanos nacionais. Por exemplo, assegurar que a composiçãodos conselhos nacionais <strong>de</strong> aids inclua representantes<strong>de</strong> empregadores, trabalhadores, pessoas portadoras do<strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e dos ministérios responsáveis por questões sociaise <strong>de</strong> trabalho.B) Participação multissetorial. As autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes<strong>de</strong>vem mobilizar e apoiar amplas parcerias para proteçãoe prevenção, que incluam órgãos públicos, setor privado,organizações <strong>de</strong> empregadores e trabalhadores e todos osatores sociais interessados, abrangendo, assim, o maiornúmero possível <strong>de</strong> parceiros no mundo do trabalho.C) Coor<strong>de</strong>nação. Os governos <strong>de</strong>vem facilitar e coor<strong>de</strong>nar to<strong>da</strong>sas intervenções no âmbito nacional que criem um ambientefavorável a intervenções no mundo do trabalho e envolvamos parceiros sociais e todos os atores sociais relevantes. Acoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>ve ser estabeleci<strong>da</strong> com base em medi<strong>da</strong>s eserviços <strong>de</strong> apoio já existentes.D) Prevenção e promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. As autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes<strong>de</strong>vem estimular e trabalhar em parceria com outrosparceiros sociais para promover programas <strong>de</strong> conscientizaçãoe prevenção, especialmente no local <strong>de</strong> trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho41


E) Diretrizes clínicas. Nos países on<strong>de</strong> os empregadoresassumem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> primária <strong>de</strong> prestar serviçosdiretos <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong> dos trabalhadores, os governos<strong>de</strong>vem baixar diretrizes para aju<strong>da</strong>r os empregadores nogerenciamento assistencial e clínico do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Essas diretrizes<strong>de</strong>vem levar em conta os serviços existentes.F) Proteção social. Os governos <strong>de</strong>vem assegurar que osbenefícios garantidos por leis e regulamentos nacionaissejam aplicáveis aos trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> <strong>de</strong> formanão menos favorável do que a trabalhadores com outrasdoenças graves. Ao formularem e implementarem planos<strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social, os governos <strong>de</strong>vem levar em consi<strong>de</strong>raçãoa natureza progressiva e intermitente <strong>da</strong> doença epreparar planos a<strong>de</strong>quados, por exemplo, disponibilizandobenefícios à medi<strong>da</strong> que sejam necessários e aten<strong>de</strong>ndoprontamente às solicitações.G) Pesquisa. As autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes <strong>de</strong>vem estimular,apoiar e fazer pesquisas, e publicar os resultados doscensos <strong>de</strong>mográficos, estudos <strong>de</strong> incidência e prevalênciae estudos <strong>de</strong> caso <strong>sobre</strong> melhores práticas, com vistas aalcançar a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> coerência com os planos nacionais <strong>de</strong>aids, mobilizar os parceiros sociais, avaliar os custos <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mianos locais <strong>de</strong> trabalho, para o sistema <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong>social e para a economia, bem como facilitar o planejamentopara atenuar o impacto socioeconômico <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia.Os governos <strong>de</strong>vem se empenhar em criar uma estruturainstitucional normativa para lograr esses objetivos. A pesquisa<strong>de</strong>ve incluir análises <strong>de</strong> gênero, que utilize pesquisae <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> suas organizações, bem42


como <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong> trabalhadores. A coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<strong>de</strong>ve, até on<strong>de</strong> seja possível, ser específica do setor e separa<strong>da</strong>por sexo, raça, orientação sexual, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, empregoe condição ocupacional. Deve ser também feita <strong>de</strong> modoa<strong>da</strong>ptado às culturas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo. Quando possível, <strong>de</strong>vehaver mecanismos permanentes <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impacto.H) Recursos financeiros. Os governos, sempre que possívele em consulta com os parceiros sociais e outros atoressociais relevantes, <strong>de</strong>vem estimar as implicações financeirasdo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e buscar mobilizar recursos, local e internacionalmente,para seus planos estratégicos referentes àaids, inclusive, quando seja o caso, para seus sistemas <strong>de</strong>seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social.I) Legislação. Para eliminar a discriminação no local <strong>de</strong> trabalho,bem como para garantir a prevenção e a proteçãosocial no local <strong>de</strong> trabalho, os governos, em consulta comos parceiros sociais e especialistas em <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, <strong>de</strong>vemoferecer pertinente infra-estrutura reguladora e, quandonecessário, rever leis trabalhistas e outros instrumentoslegais.J) Condições para apoio do governo. Quando os governosconce<strong>de</strong>rem financiamento inicial e incentivos a empreendimentosnacionais e internacionais, <strong>de</strong>vem exigir queseus usuários observem as leis nacionais e <strong>de</strong>vem incentivá-losa seguir este <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas,bem como códigos e políticas que <strong>de</strong>em força a suasdisposições.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho43


K) Aplicação <strong>da</strong> legislação. As autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes <strong>de</strong>vemoferecer informações técnicas e conselhos a empregadorese trabalhadores no que diz respeito à forma maiseficiente <strong>de</strong> aplicar a legislação e regulamentos referentesao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e ao mundo do trabalho. Devem fortalecer asestruturas e os procedimentos para o cumprimento <strong>da</strong>s leis,como inspeção do trabalho e justiça trabalhista.L) Trabalhadores em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais (também conheci<strong>da</strong>scomo setor informal). Os governos <strong>de</strong>vemesten<strong>de</strong>r e a<strong>da</strong>ptar seus programas <strong>de</strong> prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> a esses trabalhadores, inclusive programas <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e <strong>de</strong> proteção social. Os governos <strong>de</strong>vemtambém conceber e <strong>de</strong>senvolver novas abor<strong>da</strong>gens, utilizandocomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, quando conveniente.M) Lenitivo. Os governos <strong>de</strong>vem promover assistência e apoiopor meio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, sistemas <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong>social e/ou outras iniciativas governamentais pertinentes.Os governos também <strong>de</strong>vem lutar para assegurar acessoa tratamento e, quando seja o caso, ao trabalho, em parceriacom organizações <strong>de</strong> empregadores e trabalhadores.N) Crianças e jovens. Nos programas para eliminação do trabalhoinfantil, os governos <strong>de</strong>vem assegurar que seja <strong>da</strong><strong>da</strong>a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> atenção ao impacto <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>sobre</strong> crianças ejovens cujos pais estejam doentes ou tenham morrido emconsequência do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> .O) Cooperação regional e internacional. Os governos <strong>de</strong>vempromover e apoiar a cooperação em níveis regional e44


internacional, por meio <strong>de</strong> órgãos intergovernamentais e<strong>de</strong> todos interlocutores relevantes, para enfocar a atençãointernacional no <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e nas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mundodo trabalho.P) Assistência internacional. Quando seja o caso, os governos<strong>de</strong>vem mobilizar a assistência internacional em apoioa programas nacionais. Devem estimular as iniciativas quevisem apoiar campanhas internacionais para reduzir o custo<strong>da</strong>s drogas antirretrovirais e para melhorar o acesso aesses medicamentos.Q) Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os governos <strong>de</strong>vem adotar to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>spossíveis para i<strong>de</strong>ntificar os grupos <strong>de</strong> trabalhadoresvulneráveis à infecção e adotar estratégias para superar osfatores que venham a tornar esses trabalhadores suscetíveis.Os governos também <strong>de</strong>vem se esforçar para assegurarque sejam criados programas a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> prevenção,voltados para esses trabalhadores.5.2 Empregadores e suas organizaçõesA) Política para o local <strong>de</strong> trabalho. Os empregadores <strong>de</strong>vemconsultar os trabalhadores e seus representantes paraformular e implementar uma política a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em seu local<strong>de</strong> trabalho, para evitar a disseminação <strong>da</strong> infecção eproteger todos os trabalhadores <strong>da</strong> discriminação contrao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. O Apêndice III oferece uma lista <strong>de</strong> verificaçãopara planejamento e implementação <strong>de</strong> política para o local<strong>de</strong> trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho45


B) Acordos nacionais, setoriais e <strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho/empresa.Os empregadores <strong>de</strong>vem seguir a lei e a prática nacionaispara negociação <strong>de</strong> termos e condições <strong>de</strong> emprego com ostrabalhadores e seus representantes, no que tange a questõesdo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Devem também esforçar-se para incluir nosacordos nacionais, setoriais e <strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho/empresadisposições <strong>sobre</strong> proteção e prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.C) Educação e treinamento. Os empregadores e suas organizações,em consulta aos trabalhadores e seus representantes,<strong>de</strong>vem iniciar e apoiar programas em seus locais<strong>de</strong> trabalho para informar, educar e treinar os trabalhadoresem prevenção do <strong>HIV</strong>, assistência e apoio, bem como napolítica <strong>da</strong> empresa <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Esses programas <strong>de</strong>vemincluir medi<strong>da</strong>s para reduzir a discriminação <strong>de</strong> pessoasinfecta<strong>da</strong>s ou afeta<strong>da</strong>s pelo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, e benefícios edireitos específicos dos trabalhadores.D) Impacto econômico. Empregadores, trabalhadores e suasorganizações <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver, conjuntamente, estratégiasa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para avaliar e a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente respon<strong>de</strong>rao impacto econômico do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> <strong>sobre</strong> seu local <strong>de</strong> trabalhoe setores específicos.E) Políticas <strong>de</strong> pessoal. Os empregadores não <strong>de</strong>vem praticarnem tampouco permitir qualquer política <strong>de</strong> pessoal ouprática que discrimine empregados infectados ou afetadospelo <strong>HIV</strong>/ <strong>Aids</strong>. Devem especialmente:• • não exigir screenings ou testagens <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, excetonas formas especifica<strong>da</strong>s na seção 8 <strong>de</strong>ste <strong>Repertório</strong>;46


••assegurar que o trabalho seja <strong>de</strong>sempenhado livre <strong>de</strong>discriminação ou estigmatização basea<strong>da</strong> em situaçõesreais ou supostas <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>;••estimular pessoas com doenças relaciona<strong>da</strong>s com o<strong>HIV</strong> e aids a trabalharem enquanto estiverem clinicamenteaptas para o trabalho;••dispor que, no caso <strong>de</strong> o trabalhador com problema relativoà aids estar doente <strong>de</strong>mais para continuar a trabalhare se esgotarem alternativas trabalhistas, inclusivelicença médica prolonga<strong>da</strong>, a relação <strong>de</strong> emprego possacessar em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as leis trabalhistas e antidiscriminatórias,respeitados os procedimentos geraise a integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos benefícios.F) Procedimentos disciplinares. Os empregadores <strong>de</strong>vemter procedimentos que possam ser utilizados pelos trabalhadorese seus representantes para reclamações relativasao trabalho. Esses procedimentos <strong>de</strong>vem especificar emque circunstâncias po<strong>de</strong>m ser iniciados procedimentos disciplinarescontra qualquer pessoa do quadro funcional quediscrimine um trabalhador real ou supostamente infectadopelo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, ou que viole a política do local <strong>de</strong> trabalhoem relação ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.G) Confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>. To<strong>da</strong> informação <strong>de</strong> um trabalhador,<strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, <strong>de</strong>ve ser manti<strong>da</strong> em rigoroso sigilo e exclusivamentenos prontuários médicos, cujo acesso <strong>de</strong>veobe<strong>de</strong>cer ao disposto na Recomen<strong>da</strong>ção 171, <strong>de</strong> 1985,<strong>sobre</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ocupacional e a leis e práticasnacionais. O acesso a essa informação <strong>de</strong>ve ser rigorosamentelimitado ao pessoal médico, e a informação só<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho47


po<strong>de</strong>rá ser revela<strong>da</strong> se legalmente exigi<strong>da</strong> ou com o consentimento<strong>da</strong> pessoa concernente.H) Administração e redução <strong>de</strong> risco. Os empregadores <strong>de</strong>vemproporcionar um ambiente <strong>de</strong> trabalho seguro e saudável,inclusive a aplicação <strong>da</strong>s precauções universais e <strong>de</strong>medi<strong>da</strong>s tais como fornecimento e manutenção <strong>de</strong> equipamentos<strong>de</strong> proteção e primeiros socorros. Para apoiara mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comportamento <strong>da</strong>s pessoas, os empregadorestambém <strong>de</strong>vem disponibilizar, quando possível,preservativos masculinos e femininos, aconselhamento,assistência, serviços <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong> encaminhamento médico.Quando consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> dimensão e custo tornaremdifíceis essas providências, os empregadores e/ou suas organizações<strong>de</strong>vem buscar o apoio do governo e <strong>de</strong> outrasinstituições relevantes.I) Locais <strong>de</strong> trabalho on<strong>de</strong> os trabalhadores têm contatosregulares com sangue humano e fluidos corpóreos.Nesses locais <strong>de</strong> trabalho, os empregadores <strong>de</strong>vem adotarmedi<strong>da</strong>s adicionais para assegurar que todos os trabalhadoressejam treinados em precauções universais, estejamcientes dos procedimentos a serem seguidos em caso <strong>de</strong>inci<strong>de</strong>nte ocupacional e as precauções universais sejamsempre observa<strong>da</strong>s. Devem ser providos os meios necessáriospara a adoção <strong>de</strong>ssas medi<strong>da</strong>s.J) Ajustes razoáveis. Os empregadores, em consulta com o(s)trabalhador(es) e seus representantes, <strong>de</strong>vem adotar medi<strong>da</strong>spara ajustar razoavelmente o(s) trabalhador(es) com doençasrelaciona<strong>da</strong>s com a aids. Entre essas medi<strong>da</strong>s, estão a re-48


organização do horário <strong>de</strong> trabalho, equipamentos especiais,oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervalo para <strong>de</strong>scanso, tempo livre paraconsultas médicas, licença médica flexível, trabalho em tempoparcial e acordos <strong>de</strong> volta ao trabalho.K) Promoção. No espírito <strong>de</strong> boa ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia corporativa, osempregadores e suas organizações <strong>de</strong>vem, quando cabível,estimular seus colegas empregadores a contribuírempara a prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho. Devemtambém incentivar os governos a adotarem to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>snecessárias para conter a disseminação do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> eatenuar seus efeitos. Outras parcerias po<strong>de</strong>m apoiar esseprocesso, como organização <strong>de</strong> conselhos conjuntos <strong>de</strong>sindicatos e empresas <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.L) Apoio a consultas e teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> confi<strong>de</strong>nciais e voluntários.Empregadores,trabalhadores e seus representantes<strong>de</strong>vem estimular apoio e acesso a consultas e testesvoluntários e confi<strong>de</strong>nciais, oferecidos por serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>qualificados.M) Trabalhadores em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais (também conheci<strong>da</strong>spor setor informal). Empregadores <strong>de</strong> trabalhadoresem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais <strong>de</strong>vem conhecer o assunto e,quando seja o caso, criar programas <strong>de</strong> prevenção e assistênciapara esses trabalhadores.N) Parcerias internacionais. Empregadores e suas organizações<strong>de</strong>vem contribuir, quando possível, com parceriasinternacionais na luta contra o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho49


5.3 Trabalhadores e suas organizaçõesA) Política <strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho. Trabalhadores e seus representantes<strong>de</strong>vem consultar seus empregadores <strong>sobre</strong> aimplementação <strong>de</strong> uma política a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> a seu local <strong>de</strong>trabalho, concebi<strong>da</strong> para prevenir a disseminação <strong>da</strong> infecçãoe proteger todos os trabalhadores contra a discriminaçãoem relação ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. O Apêndice III oferece umalista <strong>de</strong> verificação para planejamento e implementação <strong>de</strong>política para o local <strong>de</strong> trabalho.B) Acordos nacionais, setoriais e <strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho/empresa.Trabalhadorese suas organizações <strong>de</strong>vem obe<strong>de</strong>cerà lei e à prática nacionais, ao negociarem termos e condições<strong>de</strong> emprego, no que tange a questões <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>e se esforçarem para incluir disposições <strong>sobre</strong> proteção eprevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> nos acordos nacionais, setoriais e<strong>de</strong> local <strong>de</strong> trabalho/empresa.C) Informação e educação. Trabalhadores e suas organizações<strong>de</strong>vem utilizar as estruturas sindicais existentes, bem como outrasestruturas e meios, para prestar informações <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho e preparar material educativo e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sapropria<strong>da</strong>s para trabalhadores e suas famílias, inclusive<strong>da</strong>dos atualizados <strong>sobre</strong> seus direitos e benefícios.D) Impacto econômico. Trabalhadores e suas organizações<strong>de</strong>vem atuar junto com empregadores para <strong>de</strong>senvolverestratégias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para avaliar o impacto econômicodo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> em seu local <strong>de</strong> trabalho e setores específicose reagir a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente.50


E) Promoção. Trabalhadores e suas organizações <strong>de</strong>vem atuarcom empregadores, suas organizações e governos na sensibilizaçãoe prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.F) Políticas <strong>de</strong> pessoal. Trabalhadores e seus representantes<strong>de</strong>vem apoiar e incentivar os empregadores na criação eaplicação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> pessoal e práticas não discriminatóriascontra trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.G) Acompanhamento <strong>da</strong> aplicação. Os representantes dostrabalhadores têm o direito <strong>de</strong> levantar questões <strong>de</strong> discriminação,por meio <strong>de</strong> queixas e procedimentos disciplinarese/ou relatando às autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes os casos<strong>de</strong> discriminação com base no <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.H) Capacitação. Organizações <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolvere realizar cursos para seus representantes <strong>sobre</strong>questões cria<strong>da</strong>s no local <strong>de</strong> trabalho pela epi<strong>de</strong>mia e<strong>sobre</strong> as respostas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s e as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s gerais<strong>da</strong>s pessoas que vivem com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e <strong>da</strong>s pessoas que<strong>de</strong>las cui<strong>da</strong>m.I) Administração e redução do risco. Trabalhadores e suasorganizações <strong>de</strong>vem propor e, nesse aspecto, cooperarcom os empregadores pela manutenção <strong>de</strong> um ambiente<strong>de</strong> trabalho seguro e saudável, inclusive mediante a corretaaplicação e manutenção <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> proteçãoe primeiros socorros. Trabalhadores e suas organizações<strong>de</strong>vem avaliar a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do ambiente <strong>de</strong> trabalho epromover programas a<strong>da</strong>ptados às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos trabalhadores,quando conveniente.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho51


J) Confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Trabalhadores <strong>de</strong>vem ter o direito <strong>de</strong>acesso a seus prontuários médicos e fichas pessoais. As organizações<strong>de</strong> trabalhadores não <strong>de</strong>vem ter acesso a <strong>da</strong>dospessoais <strong>sobre</strong> a situação <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> dos trabalhadores. No <strong>de</strong>sempenho<strong>de</strong> funções e atribuições sindicais, <strong>de</strong>vem vigorarsempre as regras <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> consentimentoprévio <strong>da</strong> pessoa em causa, conforme previsto na Recomen<strong>da</strong>ção<strong>sobre</strong> os Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ocupacional, 1985 (171).K) Trabalhadores em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s informais (também conheci<strong>da</strong>como setor informal). Trabalhadores e suas organizações<strong>de</strong>vem esten<strong>de</strong>r suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a esses trabalhadores, emparceria, quando for o caso, com todos os interlocutores sociaisrelevantes e apoiar novas iniciativas que aju<strong>de</strong>m a prevenira disseminação do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e a atenuar seu impacto.L) Vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Trabalhadores e suas organizações <strong>de</strong>vemassegurar que fatores que agravem o risco <strong>de</strong> infecçãosejam tratados em consulta com empregadores.M) Apoio a consultas e teste voluntários e confi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong><strong>HIV</strong>. Trabalhadores e suas organizações <strong>de</strong>vem atuar comempregadores para estimular e apoiar o acesso a consultase testes voluntários confi<strong>de</strong>nciais.N) Parcerias internacionais. Organizações <strong>de</strong> trabalhadores<strong>de</strong>vem esten<strong>de</strong>r a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> para além <strong>da</strong>s fronteirasnacionais, promovendo para tanto a realização <strong>de</strong> reuniõessetoriais, regionais e internacionais para enfatizar o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o mundo do trabalho, e incluir a questão em campanhaspelos direitos dos trabalhadores.52


PrevençãoAcervo <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>


6 PrevençãoOs programas <strong>de</strong> informação e educação no local <strong>de</strong> trabalhosão essenciais para conter a disseminação <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia e promovermaior tolerância para com os trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Uma educaçãoefetiva po<strong>de</strong> contribuir para capacitar os trabalhadores a se protegeremcontra a infecção pelo <strong>HIV</strong>. Po<strong>de</strong> também reduzir significativamentea ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a estigmatização relativas ao <strong>HIV</strong>, minimizar otranstorno no local <strong>de</strong> trabalho e propiciar mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong>comportamento. Os programas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidos por meio<strong>de</strong> consultas entre governos, empregadores e trabalhadores e seusrepresentantes, para assegurar o apoio nos níveis mais altos, bemcomo a participação integral <strong>de</strong> todos os envolvidos. A informaçãoe a educação <strong>de</strong>vem ser ministra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> várias formas, não se limitandoa textos escritos e se recorrendo ao ensino a distância quandonecessário. Os programas <strong>de</strong>vem ter alvos e ser a<strong>da</strong>ptados à i<strong>da</strong><strong>de</strong>,ao gênero, à orientação sexual, às características setoriais e aos fatores<strong>de</strong> risco comportamental <strong>da</strong> força <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> seu contextocultural. Os programas <strong>de</strong>vem ser conduzidos por pessoas confiáveise respeita<strong>da</strong>s. A educação conduzi<strong>da</strong> por pessoas do mesmo grupotem-se revelado particularmente eficiente, uma vez que conta com ocomprometimento <strong>de</strong> pessoas que vivem com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> na elaboraçãoe na implementação dos programas.6.1 Campanhas <strong>de</strong> informação e conscientizaçãoA) Os programas <strong>de</strong> informação, sempre que possível, <strong>de</strong>vemser vinculados a campanhas mais abrangentes <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, o setor, a região ou o país. Devemser baseados em informação correta e atualiza<strong>da</strong> <strong>sobre</strong>como é ou não transmitido o <strong>HIV</strong>, <strong>de</strong>sfazer mitos <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho57


<strong>Aids</strong>, como o <strong>HIV</strong> po<strong>de</strong> ser evitado, os aspectos médicos <strong>da</strong>doença, o impacto <strong>da</strong> aids <strong>sobre</strong> as pessoas e as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> assistência, apoio e tratamento.B) Se possível, programas, cursos e campanhas informativos<strong>de</strong>vem ser integrados a políticas e programas existentes<strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> educação e recursos humanos, bem comoa estratégias <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong> no trabalho e antidiscriminatórias.6.2 Programas educacionaisA) As estratégias educacionais <strong>de</strong>vem basear-se em consultasentre empregadores e trabalhadores e seus representantese, quando seja o caso, o governo e outros interlocutoressociais relevantes com especialização em educação,aconselhamento e assistência aos portadores <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.Os métodos <strong>de</strong>vem ser, na medi<strong>da</strong> do possível, interativose participativos.B) Deve-se consi<strong>de</strong>rar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> os programas educacionaisocorrerem durante o horário <strong>de</strong> trabalho remunerado,bem como a criação <strong>de</strong> materiais educativos a seremutilizados pelos empregados fora do local <strong>de</strong> trabalho.Quando os cursos forem oferecidos, a presença <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> parte <strong>da</strong>s obrigações <strong>de</strong> trabalho.C) Quando viável e conveniente, os programas <strong>de</strong>vem:• • incluir ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> às pessoas para avaliarem osriscos que enfrentam pessoalmente (como indivíduos e58


como membros <strong>de</strong> um grupo) e reduzir esses riscos pormeio <strong>de</strong> capacitação em toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, negociaçãoe comunicação, bem como <strong>de</strong> programas educativos,preventivos e <strong>de</strong> aconselhamento;••<strong>da</strong>r ênfase especial ao comportamento <strong>de</strong> alto risco e aoutros fatores <strong>de</strong> risco, como mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> ocupacional,que expõem <strong>de</strong>terminados grupos <strong>de</strong> empregados amaior risco <strong>de</strong> infecção por <strong>HIV</strong>;••informar <strong>sobre</strong> a transmissão do <strong>HIV</strong> pelo uso <strong>de</strong> drogasinjetáveis e <strong>sobre</strong> os modos <strong>de</strong> reduzir o risco <strong>de</strong>ssatransmissão;••intensificar o diálogo entre governos e organizaçõespatronais e <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong> países vizinhos e emnível regional;••promover a conscientização <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> em programas<strong>de</strong> formação profissional realizados por governos e empresas,em colaboração com organizações <strong>de</strong> trabalhadores;••promover campanhas para trabalhadores jovens e mulheres;••<strong>da</strong>r ênfase especial à vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s mulheres comrelação ao <strong>HIV</strong> e a estratégias <strong>de</strong> prevenção que possamdiminuir essa vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (veja a seção 6.3);••enfatizar que não se contrai o <strong>HIV</strong> por contato casual eque pessoas com <strong>HIV</strong> positivo não precisam ser evita<strong>da</strong>sou estigmatiza<strong>da</strong>s, pelo contrário, <strong>de</strong>vem ser apoia<strong>da</strong>se ajusta<strong>da</strong>s no local <strong>de</strong> trabalho;••explicar os efeitos <strong>de</strong>bilitantes do vírus e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> solidária e não discriminatória <strong>de</strong> todos ostrabalhadores para com o trabalhador com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••<strong>da</strong>r aos trabalhadores a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expressar e discutirsuas reações e emoções causa<strong>da</strong>s pelo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho59


••instruir trabalhadores (especialmente os que trabalhamna área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>) <strong>sobre</strong> o uso <strong>de</strong> precauções universaise informá-los <strong>sobre</strong> procedimentos a serem seguidosem caso <strong>de</strong> exposição;••informar <strong>sobre</strong> prevenção <strong>de</strong> DSTs e <strong>da</strong> tuberculose,não só por causa do risco associado à infecção por <strong>HIV</strong>,mas também porque esses casos são tratáveis, melhorandoassim a saú<strong>de</strong> e a imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> geral do trabalhador;••promover a higiene e a nutrição a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>;••informar <strong>sobre</strong> práticas <strong>de</strong> sexo seguro, inclusive instruções<strong>sobre</strong> o uso <strong>de</strong> preservativos masculinos efemininos;••estimular a educação por pessoas <strong>de</strong> um mesmo grupoe as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação informal;••ser regularmente monitorados, avaliados, analisados erevistos quando necessário.6.3 Programas específicos <strong>de</strong> gêneroA) Todos os programas <strong>de</strong>vem ser sensíveis a gênero, bemcomo a raça e a orientação sexual. Isso inclui ter expressamentecomo alvo homens e mulheres, ou orientá-lossepara<strong>da</strong>mente, em reconhecimento dos diferentes tipose graus <strong>de</strong> risco para homens e mulheres trabalhadores.B) A informação para as mulheres precisa alertá-las para seumaior risco <strong>de</strong> infecção, particularmente a especial vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> mulheres jovens.C) A educação <strong>de</strong>ve aju<strong>da</strong>r tanto as mulheres quanto os homensa enten<strong>de</strong>rem e tomarem atitu<strong>de</strong>s diante <strong>da</strong>s rela-60


ções <strong>de</strong>siguais <strong>de</strong> força entre eles, tanto no trabalho comoem situações pessoais, principalmente em casos específicos<strong>de</strong> assédio e violência.D) Os programas <strong>de</strong>vem aju<strong>da</strong>r as mulheres a enten<strong>de</strong>remseus direitos, tanto no local <strong>de</strong> trabalho quanto fora <strong>de</strong>le, elhes proporcionar condições <strong>de</strong> se protegerem.E) A educação para homens <strong>de</strong>ve incluir conscientização, avaliação<strong>de</strong> risco e estratégias para promover suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>scom a prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.F) Programas <strong>de</strong> prevenção especialmente voltados parahomens homossexualmente ativos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidosem consulta com esses trabalhadores e seus representantes.6.4 Relação com programas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Sempre que possível, os programas educacionais no local<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vem ter relação com programas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> que tratem <strong>de</strong> questões tais como abuso no consumo <strong>de</strong>drogas, estresse e saú<strong>de</strong> reprodutiva. Conselhos <strong>de</strong> trabalho oucomitês <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança são pontos <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para campanhas<strong>de</strong> conscientização <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e para programaseducativos. Essa relação <strong>de</strong>ve ressaltar o maior risco <strong>de</strong> infecçãono uso <strong>de</strong> agulhas contamina<strong>da</strong>s em injeções intravenosas <strong>de</strong>drogas. Deve também ressaltar que a intoxicação por álcool edrogas po<strong>de</strong> levar a um comportamento que aumenta o risco <strong>de</strong>infecção por <strong>HIV</strong>.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho61


6.5 Medi<strong>da</strong>s práticas <strong>de</strong> apoio à mu<strong>da</strong>nça<strong>de</strong> comportamentoA) Os trabalhadores <strong>de</strong>vem receber educação sensível, precisae atualiza<strong>da</strong> <strong>sobre</strong> estratégias <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> risco e, sepossível, preservativos masculinos e femininos <strong>de</strong>vem serdisponibilizados.B) Sempre que possível, ou se <strong>de</strong>ve facilitar o diagnóstico etratamento precoces <strong>de</strong> DST e <strong>da</strong> tuberculose, bem comoprogramas <strong>de</strong> agulhas esteriliza<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> seringas,ou <strong>da</strong>r informações <strong>sobre</strong> os lugares on<strong>de</strong> esses serviçospossam ser prestados.C) No caso <strong>de</strong> mulheres trabalhadoras com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s financeiras,a educação <strong>de</strong>ve incluir estratégias <strong>de</strong> suplementação<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, por exemplo, oferecendo informações <strong>sobre</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s geradoras <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, benefícios fiscais e subsídiosalarial.6.6. Programas comunitáriosEmpregadores, trabalhadores e seus representantes <strong>de</strong>vemestimular e promover programas <strong>de</strong> informação e educação paraprevenção e monitoração do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, especialmentenas escolas. Deve ser incentiva<strong>da</strong> a participação emprogramas comunitários para <strong>da</strong>r às pessoas a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>expressarem seus pontos <strong>de</strong> vista e melhorar o bem-estar dostrabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, diminuindo seu isolamento e ostracismo.Esses programas <strong>de</strong>vem ser realizados em parceria comenti<strong>da</strong><strong>de</strong>s nacionais ou locais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s.62


TreinamentoBanco <strong>de</strong> Imagens – UNFPA Brasil


7 TreinamentoO treinamento <strong>de</strong>ve ser voltado e a<strong>da</strong>ptado para os diferentesgrupos <strong>de</strong> treinandos: gerentes, supervisores e pessoal <strong>de</strong> recursoshumanos, trabalhadores e seus representantes, instrutores <strong>de</strong>instrutores (tanto homens quanto mulheres), educadores <strong>de</strong> pares;pessoal <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong> ocupacional e inspetores do trabalho.Abor<strong>da</strong>gens inovadoras <strong>de</strong>vem ser experimenta<strong>da</strong>s para diminuiros custos. Por exemplo, as empresas po<strong>de</strong>m buscar apoio externo<strong>de</strong> programas nacionais <strong>de</strong> aids ou <strong>de</strong> outros parceiros relevantes,utilizando seus instrutores ou treinando os próprios instrutores. Osmateriais <strong>de</strong> treinamento po<strong>de</strong>m variar muito, conforme os recursosdisponíveis. Po<strong>de</strong>m ser a<strong>da</strong>ptados aos costumes locais e às diferentessituações <strong>de</strong> mulheres e <strong>de</strong> homens. Os instrutores <strong>de</strong>vem sertambém treinados para li<strong>da</strong>r com preconceitos contra as minorias,especialmente com relação à origem étnica ou à orientação sexual.Devem apoiar-se em estudos <strong>de</strong> caso e informações disponíveis<strong>sobre</strong> boas práticas. Os melhores instrutores geralmente são os própriostrabalhadores, portanto, a educação <strong>de</strong> pares é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>em todos os níveis. Deve fazer parte <strong>de</strong> um plano anual <strong>de</strong> treinamentono local <strong>de</strong> trabalho, a ser <strong>de</strong>senvolvido em consulta com representantesdos trabalhadores.7.1 Treinamento <strong>de</strong> gerentes, supervisores epessoal <strong>de</strong> recursos humanosAlém <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> informação e educaçãopara todos os empregados, o pessoal <strong>de</strong> supervisão e gerência<strong>de</strong>ve receber treinamento para:••capacitá-los para expor <strong>sobre</strong> a política do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho67


<strong>de</strong> trabalho e respon<strong>de</strong>r a questões a esse respeito;••estar bem-informados <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, para aju<strong>da</strong>r outrostrabalhadores a superar seus preconceitos <strong>sobre</strong> a disseminaçãodo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho;••propor opções razoáveis <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong> trabalhadorescom o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> para lhes propiciar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> continuaremtrabalhando por maior tempo possível;••i<strong>de</strong>ntificar e gerir comportamentos, conduta ou práticas nolocal <strong>de</strong> trabalho que discriminem ou alienem os trabalhadorescom <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••capacitá-los para <strong>da</strong>r assessoria em serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ebenefícios sociais disponíveis.7.2 Treinamento <strong>de</strong> educadores <strong>de</strong> paresOs educadores <strong>de</strong> pares <strong>de</strong>vem receber treinamento especializadopara:••ter bastante conhecimento do conteúdo e métodos <strong>de</strong> prevençãodo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, <strong>de</strong> modo que possam conduzir, integralou parcialmente, programas <strong>de</strong> informação e educaçãopara a força <strong>de</strong> trabalho;••ser sensíveis à raça, à orientação sexual, a gênero e culturaquando estiverem <strong>de</strong>senvolvendo e conduzindo os treinamentos;••coor<strong>de</strong>nar e complementar políticas existentes para o local<strong>de</strong> trabalho, como as relativas a assédio sexual ou a pessoascom <strong>de</strong>ficiência;••capacitar seus colegas <strong>de</strong> trabalho para i<strong>de</strong>ntificar em suasvi<strong>da</strong>s fatores que envolvam maior risco <strong>de</strong> infecção;••serem capazes <strong>de</strong> orientar trabalhadores que vivem com68


o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> <strong>sobre</strong> o modo como enfrentar a situação esuas implicações.7.3. Treinamento <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> trabalhadoresOs representantes dos trabalhadores <strong>de</strong>vem receber treinamento,durante o horário <strong>de</strong> trabalho remunerado, para:••capacitá-los para expor <strong>sobre</strong> a política <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local<strong>de</strong> trabalho e respon<strong>de</strong>r a questões a esse respeito;••capacitá-los para treinar outros trabalhadores em programas<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> instrutores;••i<strong>de</strong>ntificar comportamento, conduta ou práticas individuais nolocal <strong>de</strong> trabalho que discriminem ou alienem trabalhadores com<strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, para combater efetivamente esse tipo <strong>de</strong> conduta;••aju<strong>da</strong>r e representar trabalhadores com doenças relaciona<strong>da</strong>scom a aids para conseguir, se necessário, razoávela<strong>da</strong>ptação no trabalho;••po<strong>de</strong>r orientar trabalhadores para i<strong>de</strong>ntificar e reduzir fatores<strong>de</strong> risco em suas vi<strong>da</strong>s pessoais;••estar bem instruídos <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> para informar os trabalhadores<strong>sobre</strong> a disseminação do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••assegurar que to<strong>da</strong> informação que venham a obter <strong>sobre</strong>trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> sua função<strong>de</strong> representante, seja manti<strong>da</strong> em sigilo.7.4 Treinamento <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> segurança esaú<strong>de</strong> ocupacionalAlém <strong>de</strong> se familiarizar com os programas <strong>de</strong> informação eeducação para todos os trabalhadores, o pessoal <strong>de</strong> segurança e<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho69


saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve receber treinamento especial para:••conhecer suficientemente o conteúdo e métodos <strong>de</strong> prevençãodo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, <strong>de</strong> modo que possam conduzir programas<strong>de</strong> informação e educação <strong>de</strong> trabalhadores;••ser capazes <strong>de</strong> avaliar o ambiente <strong>de</strong> trabalho e i<strong>de</strong>ntificarmétodos ou condições <strong>de</strong> trabalho que possam ser mu<strong>da</strong>dosou melhorados para diminuir a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••verificar se o empregador oferece e mantém ambiente esistemas <strong>de</strong> trabalho saudáveis e seguros para os trabalhadores,inclusive procedimentos <strong>de</strong> primeiros socorros;••assegurar que <strong>da</strong>dos relativos a <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, se houver, sejammantidos sob rigoroso sigilo, bem como outros <strong>da</strong>dosmédicos relativos a trabalhadores; esses <strong>da</strong>dos só po<strong>de</strong>rãoser revelados em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o “<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong><strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> Proteção <strong>de</strong> DadosPessoais <strong>de</strong> Trabalhadores”;••po<strong>de</strong>r orientar trabalhadores para i<strong>de</strong>ntificar e reduzir fatores<strong>de</strong> risco em suas vi<strong>da</strong>s pessoais;••po<strong>de</strong>r encaminhar trabalhadores a serviços médicos internosou fora do local <strong>de</strong> trabalho que possam aten<strong>de</strong>r efetivamentea suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.7.5 Treinamento <strong>de</strong> inspetores do trabalhoA autori<strong>da</strong><strong>de</strong> competente <strong>de</strong>ve assegurar que os inspetores dotrabalho disponham <strong>de</strong> meios suficientes para <strong>de</strong>sempenhar suasfunções <strong>de</strong> supervisão, <strong>de</strong> cumprimento <strong>da</strong> legislação e assessoramento,especialmente com relação à prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> nasempresas. Para tanto, <strong>de</strong>vem receber treinamento especializado70


em estratégias <strong>de</strong> prevenção e proteção contra <strong>HIV</strong>/ <strong>Aids</strong> no local<strong>de</strong> trabalho. O treinamento <strong>de</strong>ve incluir:••informação <strong>sobre</strong> relevantes normas internacionais do trabalho,especialmente a Convenção nº 111, <strong>de</strong> 1958, <strong>sobre</strong>a Discriminação (Emprego e Ocupação) e leis e regulamentosnacionais;••o modo como levar trabalhadores e administração a seconscientizarem <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••meios <strong>de</strong> incorporar tópicos do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> em instruçõesregulares <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong> ocupacional e em treinamentosno local <strong>de</strong> trabalho;••maneiras <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r os trabalhadores a ter acesso a benefíciosdisponíveis (por exemplo, preencher formulários <strong>de</strong>benefícios) e a exercer outros direitos legais;••meios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar violações <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> trabalhadores,ou falta <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>sses direitos, no caso <strong>de</strong> contraíremo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••capacitação para coletar e analisar <strong>da</strong>dos relativos ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho para estudos epi<strong>de</strong>miológicos ou<strong>de</strong> impacto social, em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com este <strong>Repertório</strong>.7.6 Treinamento <strong>de</strong> trabalhadores que têm contatocom sangue humano e outros fluidos corpóreosTodos os trabalhadores <strong>de</strong>vem receber treinamento <strong>sobre</strong>procedimentos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> infecção no contexto <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntesno local <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> primeiros socorros. Os programas <strong>de</strong>vemoferecer treinamento:••na prestação dos primeiros socorros;<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho71


TestagemBanco <strong>de</strong> Imagens – UNFPA Brasil


8 TestagemO teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> não <strong>de</strong>ve ser feito no local <strong>de</strong> trabalho, excetoem casos especificados neste <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções. É<strong>de</strong>snecessário e põe em risco direitos humanos e a digni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> trabalhadores; os resultados do teste po<strong>de</strong>m ser revelados eusados incorretamente e o consentimento <strong>da</strong>do pelos trabalhadorespo<strong>de</strong> nem sempre ser plenamente livre ou baseado numaavaliação <strong>de</strong> todos os fatos e implicações do teste. Mesmo forado local <strong>de</strong> trabalho, o teste confi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> <strong>de</strong>ve ser resultado<strong>de</strong> um consentimento esclarecido e só realizado por pessoal<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente qualificado, em condições <strong>de</strong> rigoroso sigilo.8.1 Proibição na seleção e no empregoO teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> não <strong>de</strong>ve ser exigido na ocasião <strong>de</strong> seleção oucomo condição para continui<strong>da</strong><strong>de</strong> no emprego. Todo exame médico<strong>de</strong> rotina, como o <strong>de</strong> aptidão feito antes do início do contratoou regularmente para os trabalhadores, não <strong>de</strong>ve incluir testeobrigatório <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>.8.2 Proibição para fins <strong>de</strong> seguroA) O teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> não <strong>de</strong>ve ser exigido como condição <strong>de</strong>admissão em planos nacionais <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social, empolíticas gerais <strong>de</strong> seguro, em planos ocupacionais e seguro<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.B) As seguradoras não <strong>de</strong>vem exigir teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> para <strong>da</strong>rcobertura a um <strong>de</strong>terminado local <strong>de</strong> trabalho. Devem basearsuas estimativas <strong>de</strong> custos e receitas e seus cálculos<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho77


atuariais em <strong>da</strong>dos epi<strong>de</strong>miológicos disponíveis para a populaçãoem geral.C) Os empregadores não <strong>de</strong>vem facilitar qualquer teste parafins <strong>de</strong> seguro e to<strong>da</strong> informação <strong>de</strong> que disponham <strong>de</strong>veser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> confi<strong>de</strong>ncial.8.3 Vigilância epi<strong>de</strong>miológicaVigilância anônima, <strong>de</strong>scompromissa<strong>da</strong>, ou teste epi<strong>de</strong>miológico<strong>de</strong> <strong>HIV</strong> po<strong>de</strong>m ser feitos no local <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quese observem os princípios éticos <strong>da</strong> pesquisa científica, <strong>da</strong> éticaprofissional e <strong>da</strong> proteção dos direitos individuais e <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>.Caso tal pesquisa seja feita, trabalhadores e empregadores<strong>de</strong>vem ser consultados e informados <strong>de</strong> sua ocorrência. Osresultados obtidos não po<strong>de</strong>m ser usados para discriminar pessoasou grupos <strong>de</strong> pessoas. O teste não será consi<strong>de</strong>rado anônimose houver razoável possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>duzir dos resultados acondição sorológica <strong>de</strong> uma pessoa.8.4. Testagem voluntáriaPo<strong>de</strong> haver situações em que trabalhadores queiram fazer oteste por iniciativa própria, inclusive como parte <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> testagem voluntária. O teste voluntário normalmente <strong>de</strong>veser realizado por serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e não no local<strong>de</strong> trabalho. Quando houver serviços médicos a<strong>de</strong>quados, oteste voluntário po<strong>de</strong> ser realizado a pedido e com o expressoconsentimento, por escrito, do trabalhador, com assessoria <strong>de</strong>seu representante, se assim for solicitado. O teste <strong>de</strong>ve ser feitopor pessoal <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente qualificado, respeitados os requisitos78


<strong>de</strong> rigoroso sigilo e divulgação. O aconselhamento sensível aogênero, antes e <strong>de</strong>pois do teste, que facilite a compreensão <strong>da</strong>natureza e finali<strong>da</strong><strong>de</strong> do teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>, suas vantagens e <strong>de</strong>svantagense o efeito do resultado <strong>sobre</strong> o trabalhador <strong>de</strong>ve ser parteessencial <strong>de</strong> todo o procedimento <strong>de</strong> testagem.8.5 Testagem e tratamento após exposiçãoa risco ocupacionalA) Quando houver risco <strong>de</strong> exposição a sangue humano, afluidos ou tecidos corpóreos, o local <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ve dispor<strong>de</strong> procedimentos in loco para reduzir o risco <strong>de</strong>ssaexposição e <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho.B) Em segui<strong>da</strong> ao risco <strong>de</strong> exposição a material potencialmenteinfectado (sangue humano, fluidos, tecidos corpóreos)no local <strong>de</strong> trabalho, o trabalhador <strong>de</strong>ve ser imediatamenteaconselhado <strong>sobre</strong> o modo como enfrentar o inci<strong>de</strong>nte, esuas consequências médicas, informado <strong>sobre</strong> a importânciado teste <strong>de</strong> <strong>HIV</strong> e a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> profilaxiaspós-exposição e encaminhado à <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> assistência médica.Feita a avaliação do risco, mais orientações <strong>de</strong>vem ser<strong>da</strong><strong>da</strong>s ao trabalhador, tais como <strong>sobre</strong> seus direitos legais,inclusive <strong>sobre</strong> o direito à in<strong>de</strong>nização e os procedimentosnecessários para recebê-la.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho79


Assistência e apoioBanco <strong>de</strong> Imagens – UNFPA Brasil


9 Assistência e apoioSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, assistência e apoio são elementos críticosque <strong>de</strong>vem reger a resposta ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> em um local <strong>de</strong> trabalho.Deve-se criar mecanismos para estimular abertura, aceitaçãoe apoio a trabalhadores que revelem sua condição <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>e garantia <strong>de</strong> não serem discriminados ou estigmatizados. Paraatenuar o impacto <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> no local <strong>de</strong> trabalho,esforços <strong>de</strong>vem ser feitos para oferecer aconselhamentoe outras formas <strong>de</strong> apoio social a trabalhadores infectados eafetados por <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. On<strong>de</strong> houver serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no local<strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>ve ser feito o <strong>de</strong>vido tratamento. Na falta <strong>de</strong>ssesserviços, os trabalhadores <strong>de</strong>vem ser informados <strong>sobre</strong> o en<strong>de</strong>reço<strong>de</strong> serviços externos disponíveis. Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ssa naturezatêm a vantagem <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r não só aos trabalhadores, mas tambéma suas famílias e, especialmente, seus filhos. A parceria entregovernos, empregadores, trabalhadores e suas organizaçõese outros interlocutores sociais relevantes assegura tambémuma efetiva prestação <strong>de</strong> serviços e redução <strong>de</strong> custos.9.1 Pari<strong>da</strong><strong>de</strong> com outras doenças gravesA) Infecções por <strong>HIV</strong> e aids clínica não <strong>de</strong>vem ser trata<strong>da</strong>s nolocal <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> forma menos favorável que qualquerdoença ou problema grave <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.B) Trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> não <strong>de</strong>vem ser tratados <strong>de</strong>forma menos favorável do que trabalhadores com outrasdoenças graves no que diz respeito a benefícios, compensaçãoe ajustes razoáveis no trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho83


C) Todos os trabalhadores em condições clínicas para <strong>de</strong>terminadoemprego <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sfrutar estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> no trabalhoe oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s normais <strong>de</strong> transferência e promoção.9.2 AconselhamentoA) Os empregadores <strong>de</strong>vem estimular trabalhadores com<strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> a recorrerem à aju<strong>da</strong> especializa<strong>da</strong> e assistênciafora <strong>da</strong> empresa para orientação ou, quando disponível, àprópria uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> segurança e saú<strong>de</strong> ou a outro programano local <strong>de</strong> trabalho, que ofereçam aconselhamento especializadoe confi<strong>de</strong>ncial.B) Para isso, os empregadores <strong>de</strong>vem levar em consi<strong>de</strong>raçãoas seguintes providências:••i<strong>de</strong>ntificar profissionais, grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong> e serviçosna comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local ou na região, especializados emorientação <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e seu tratamento;••i<strong>de</strong>ntificar organizações na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, tanto médicasquanto não médicas, que possam ser úteis a trabalhadorescom <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>;••sugerir que o trabalhador procure seu médico ou médica ouserviços qualificados <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong>, para avaliaçãoinicial e tratamento, caso ain<strong>da</strong> não esteja sendo tratado,ou aju<strong>da</strong>r o trabalhador a encontrar serviço qualificado <strong>de</strong>assistência à saú<strong>de</strong>, caso ain<strong>da</strong> não o tenha.C) Os empregadores <strong>de</strong>vem <strong>da</strong>r licenças especiais a trabalhadorescom <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> para orientação e tratamento, emconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as mínimas exigências nacionais.84


D) Serviço <strong>de</strong> aconselhamento <strong>de</strong>ve ser gratuitamente oferecidoaos trabalhadores e a<strong>da</strong>ptado às diferentes necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>se circunstâncias <strong>de</strong> mulheres e homens. Talvez sejaconveniente conjugar esforços com governo, trabalhadorese suas organizações e outros interlocutores sociais relevantespara criar e oferecer esse apoio.E) Representantes <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>vem, se solicitados,aju<strong>da</strong>r um trabalhador com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> a obter orientaçãoprofissional.F) Serviços <strong>de</strong> aconselhamento <strong>de</strong>vem informar todos os trabalhadores<strong>sobre</strong> seus direitos e benefícios com relação aplanos públicos <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social e a planos profissionaiscomplementares, e quaisquer programas <strong>de</strong> capacitaçãoque possam ajudá-los a enfrentar o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.G) Em caso <strong>de</strong> exposição ocupacional ao <strong>HIV</strong>, os empregadores<strong>de</strong>vem <strong>da</strong>r aos trabalhadores razoável período <strong>de</strong> licençaremunera<strong>da</strong> para fins <strong>de</strong> aconselhamento.9.3 Saú<strong>de</strong> no trabalho e outros serviços médicosA) Alguns empregadores po<strong>de</strong>m estar em condições <strong>de</strong> auxiliarseus trabalhadores a ter acesso a medicamentos antirretrovirais.On<strong>de</strong> houver, os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no local <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vemoferecer, em cooperação com o governo e todos os <strong>de</strong>maisinterlocutores sociais relevantes, a maior varie<strong>da</strong><strong>de</strong> possível <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em prevenção e tratamento do <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, eassistir os trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho85


B) Esses serviços po<strong>de</strong>m incluir o fornecimento <strong>de</strong> medicamentosantirretrovirais, tratamento para aliviar os sintomasdo <strong>HIV</strong>, orientação e suplementos nutricionais, redução <strong>de</strong>estresse e tratamento <strong>da</strong>s infecções oportunistas mais comuns,inclusive DST e tuberculose.9.4 Ligações com grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong> egrupos comunitáriosQuando conveniente, empregadores, organizações <strong>de</strong> trabalhadorese pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no trabalho <strong>de</strong>vem facilitar a criação<strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong> na empresa, ou o encaminhamento <strong>de</strong>trabalhadores afetados por <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> a grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong> e aorganizações <strong>de</strong> apoio na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local.9.5 BenefíciosA) Os governos, em consulta com os parceiros sociais, <strong>de</strong>vemassegurar que os benefícios previstos pela legislaçãonacional sejam aplicados a trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong><strong>de</strong> forma não menos favorável do que a trabalhadorescom outras doenças graves. Devem também explorar asustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novos benefícios que li<strong>de</strong>m especificamentecom a natureza progressiva e intermitente do<strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.B) Empregadores e organizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadores<strong>de</strong>vem buscar, com os governos, a a<strong>da</strong>ptação<strong>de</strong> mecanismos existentes <strong>de</strong> benefícios às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, inclusive planos <strong>de</strong> subsídiosalarial.86


9.6 Cobertura <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> socialA) Governos, empregadores e organizações <strong>de</strong> trabalhadores<strong>de</strong>vem adotar to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s necessárias para assegurarque trabalhadores com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e suas famíliasnão sejam excluídos <strong>da</strong> proteção e dos benefícios integraisdos programas <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social e planos profissionais.Isso aplica-se também a trabalhadores e suas famílias que,por motivos profissionais ou sociais, são consi<strong>de</strong>rados grupos<strong>de</strong> risco com relação ao <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.B) Esses programas e planos <strong>de</strong>vem oferecer a trabalhadorescom <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> benefícios semelhantes aos <strong>de</strong> trabalhadorescom outras doenças graves.9.7 Privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>A) Governos, seguradoras priva<strong>da</strong>s e empregadores <strong>de</strong>vem assegurarque informações a respeito <strong>de</strong> orientação, assistência,tratamento e recebimento <strong>de</strong> benefícios sejam manti<strong>da</strong>s emsigilo, assim como outros <strong>da</strong>dos clínicos pertencentes a trabalhadores.Devem também assegurar que o acesso a essasinformações só seja admitido nos termos <strong>da</strong> Recomen<strong>da</strong>ção171, <strong>de</strong> 1985, <strong>sobre</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Ocupacional.B) Outros tais como curadores e administradores <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social e planos profissionais <strong>de</strong>vemmanter to<strong>da</strong> informação <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> em caráter sigiloso,assim como <strong>da</strong>dos médicos dos trabalhadores, conformeo <strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> Sobrea Proteção <strong>de</strong> Dados Pessoais dos Trabalhadores.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho87


9.8 Programas <strong>de</strong> assistência ao trabalhador e à famíliaA) Tendo em vista a natureza <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia, po<strong>de</strong> ser necessáriocriar programas <strong>de</strong> assistência ao trabalhador ou mesmoampliá-los, para incluir uma série <strong>de</strong> serviços para trabalhadores,como membros <strong>de</strong> famílias e <strong>de</strong> apoio a seusfamiliares. Isso <strong>de</strong>ve ser feito em consulta com os trabalhadorese seus representantes e em cooperação com o governoe outros interlocutores sociais relevantes, <strong>de</strong> acordocom os recursos e as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.B) Esses programas <strong>de</strong>vem reconhecer que, normalmente,são as mulheres que assumem a maior parte <strong>da</strong> assistênciae do cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> pessoas com doenças relaciona<strong>da</strong>scom a aids. Devem também reconhecer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sparticulares <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s. Devem aten<strong>de</strong>r àsnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> crianças que percam o pai ou a mãe ouambos, <strong>de</strong>vido à aids e que, portanto, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar a escola,ser força<strong>da</strong>s a trabalhar e se tornarem ca<strong>da</strong> vez maisvulneráveis à exploração sexual. Os programas po<strong>de</strong>m serorganizados na própria empresa ou em colaboração comoutras empresas ou contratados serviços <strong>de</strong> empresa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.C) O programa <strong>de</strong> assistência à família po<strong>de</strong> incluir:••licença por razões humanitárias;••convites para participar <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> informação eeducação;••encaminhamento a grupos <strong>de</strong> apoio, inclusive grupos <strong>de</strong>autoaju<strong>da</strong>;88


••assistência às famílias para conseguirem emprego alternativopara o trabalhador ou para membros <strong>da</strong> família, contantoque o trabalho não interfira nos estudos;••medi<strong>da</strong>s específicas, como apoio à educação formal, formaçãoe aprendizagem profissionais, para aten<strong>de</strong>r às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> crianças e jovens que per<strong>de</strong>ram o pai ou amãe ou ambos <strong>de</strong>vido à aids;••coor<strong>de</strong>nação com todos os interlocutores sociais relevantese organizações comunitárias, inclusive escolas frequenta<strong>da</strong>spor filhos <strong>de</strong> trabalhadores;••aju<strong>da</strong> financeira direta ou indireta;••administração <strong>de</strong> questões financeiras relativas à doença eàs necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;••informação, assessoria e assistência jurídica;••assistência para a compreensão dos processos legais <strong>de</strong>doença e morte, como administrar questões financeirasrelativas à doença, preparação <strong>de</strong> testamentos e planos <strong>de</strong>herança;••aju<strong>da</strong>r as famílias a li<strong>da</strong>r com programas <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> sociale planos profissionais;••adiantamento <strong>de</strong> pagamentos <strong>de</strong>vidos ao trabalhador;••orientar as famílias <strong>sobre</strong> as competentes autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s jurídicase <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ou oferecer uma lista <strong>de</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>srecomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho89


ApêndicesAcervo do Departamento <strong>de</strong> DST, <strong>Aids</strong> e Hepatites Virais do Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>


APÊNDICESApêndice I — Fatos básicos <strong>sobre</strong> a epi<strong>de</strong>miae suas implicaçõesFatos <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong> e aidsO vírus <strong>da</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência humana (Human Immuno<strong>de</strong>ficiencyVírus – <strong>HIV</strong>) que causa a aids é transmitido por fluidoscorpóreos – especialmente sangue, sêmen, secreções vaginais eleite materno. Está provado que a transmissão ocorre <strong>de</strong> quatroformas: relação sexual com parceiro infectado e sem proteção (aforma mais comum); sangue e produtos <strong>de</strong> sangue, por exemplo,por meio <strong>de</strong> transfusões contamina<strong>da</strong>s e implantes <strong>de</strong> órgãos outecidos, ou uso <strong>de</strong> seringa contamina<strong>da</strong> ou outro equipamento queperfure a pele; transmissão <strong>de</strong> mãe infecta<strong>da</strong> para o filho ain<strong>da</strong> noútero ou durante o parto e amamentação. O <strong>HIV</strong> não é transmitidopor contato físico casual, tosse, espirro e beijo, por dividir banheiroe artigos <strong>de</strong> higiene pessoal, por usar talheres ou consumir alimentose bebi<strong>da</strong>s manuseados por portadores <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>; não étransmitido por mosquitos ou outras pica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> inseto.O <strong>HIV</strong> enfraquece o sistema imunológico do corpo humano,dificultando a reação a infecções. Uma pessoa po<strong>de</strong> viver como vírus por <strong>de</strong>z ou mais anos, sem que apareçam sintomas oudoenças, apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r transmitir a infecção a outras pessoas.Os primeiros sintomas <strong>da</strong> aids incluem: fadiga crônica,diarréia, febre, mu<strong>da</strong>nças mentais como per<strong>da</strong> <strong>de</strong> memória,per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso, tosse persistente, graves e recorrentes erupçõesna pele, herpes e infecções na boca e inchaço dos nóduloslinfáticos. Doenças oportunistas como câncer, meningite, pneumoniae tuberculose também po<strong>de</strong>m tirar vantagem do siste-<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho93


ma imunológico enfraquecido do corpo. Apesar <strong>de</strong> períodos <strong>da</strong>doença po<strong>de</strong>rem ser intercalados por períodos <strong>de</strong> melhoria, aaids quase sempre é fatal. Atualmente, pesquisas vêm sendofeitas visando ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vacinas, mas nenhuma<strong>de</strong>las até agora é viável. Há drogas antirretrovirais que retar<strong>da</strong>ma evolução <strong>da</strong> doença e prolongam a vi<strong>da</strong>; atualmente são muitocaras e, consequentemente, inacessíveis para muitos dos quesofrem <strong>da</strong> doença, mas a situação está mu<strong>da</strong>ndo rapi<strong>da</strong>mente.O <strong>HIV</strong> é um vírus frágil, que só po<strong>de</strong> <strong>sobre</strong>viver em uma gamarestrita <strong>de</strong> condições. Só po<strong>de</strong> entrar no corpo através <strong>de</strong> locaisnaturalmente úmidos e não po<strong>de</strong> penetrar em pele íntegra (semferi<strong>da</strong>s, cortes...). Portanto, a prevenção envolve assegurar-se<strong>de</strong> que haja uma barreira para o vírus, por exemplo, preservativosou equipamentos <strong>de</strong> proteção como luvas e máscaras(quando conveniente), e o equipamento perfurante não estejacontaminado; o vírus torna-se inativo pelo uso <strong>de</strong> água sanitária,<strong>de</strong>tergentes fortes e água muito quente (veja Apêndice II).Impacto <strong>de</strong>mográfico e força <strong>de</strong> trabalhoAo final <strong>de</strong> 2000, mais <strong>de</strong> 36 milhões <strong>de</strong> pessoas estavam vivendocom <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, dois terços <strong>da</strong>s quais na África Subsaariana.Aproxima<strong>da</strong>mente 22 milhões <strong>de</strong> pessoas morreram <strong>de</strong> aids; houvequase três milhões <strong>de</strong> mortes no mundo inteiro no ano <strong>de</strong> 2000.To<strong>da</strong>s as regiões foram afeta<strong>da</strong>s: adultos e crianças com<strong>HIV</strong>/ <strong>Aids</strong> chegam a mais <strong>de</strong> 25 milhões na África Subsaariana;mais <strong>de</strong> seis milhões na Ásia; quase dois milhões na AméricaLatina e no Caribe; um pouco menos <strong>de</strong> um milhão na Américado Norte; meio milhão na Europa Oci<strong>de</strong>ntal; quase 350 mil naEuropa Oriental e Ásia Central; quase meio milhão na África doNorte e no Oriente Médio. Apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r mu<strong>da</strong>r o modo pre-94


dominante <strong>de</strong> transmissão, as regiões estão vivenciando taxascrescentes <strong>de</strong> infecção.As consequências <strong>da</strong>s mortes por aids <strong>sobre</strong> o número total<strong>da</strong> população na África são claras: em 2010, 29 países com taxas<strong>de</strong> ocorrência superior a dois por cento terão uma população total<strong>de</strong> 50 milhões a menos do que teriam sem a aids. Há tambémconsequências <strong>de</strong> sexo e i<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma vez que, em muitos países,as mulheres geralmente se infectam mais jovens do que oshomens; na África, mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s novas infecções é <strong>de</strong>mulheres. A faixa etária mais afeta<strong>da</strong>, em to<strong>da</strong> a parte, é a <strong>de</strong>15 a 49 anos, a população ativa, cuja contribuição para a família,a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a economia está assim sendo perdi<strong>da</strong>. A <strong>OIT</strong> estimaque mais <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> trabalhadores no mundo estãovivendo com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Em 2020, a força <strong>de</strong> trabalho, em paísescom alta incidência, será 10 a 30 por cento menor do que seriasem a aids; 14 milhões <strong>de</strong> crianças per<strong>de</strong>ram um dos pais, ouos dois, <strong>de</strong>vido à aids, e muitas <strong>de</strong>las serão força<strong>da</strong>s a sair <strong>da</strong>escola e entrar no mercado <strong>de</strong> trabalho, exacerbando o problemado trabalho infantil.O <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> tem um enorme impacto <strong>sobre</strong> as pessoas infecta<strong>da</strong>se suas famílias, bem como <strong>sobre</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral.As implicações são graves para <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes idosos e jovens dosmembros infectados <strong>da</strong> família. O impacto em nível individual edoméstico é espelhado no nível <strong>da</strong> empresa e, ca<strong>da</strong> vez mais,na economia nacional. A epi<strong>de</strong>mia manifesta-se no mundo dotrabalho <strong>de</strong> várias formas: <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção, discriminaçãono emprego, agravamento <strong>da</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneroe crescente incidência <strong>de</strong> trabalho infantil; outras manifestaçõessão o esgotamento do capital humano, pressão <strong>sobre</strong> os sistemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> social e ameaça à segurança e àsaú<strong>de</strong> no trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho95


Condições que contribuem para a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>— Fatores gerais —A aids prospera on<strong>de</strong> os direitos econômicos, sociais e culturaissão violados, bem como on<strong>de</strong> normas civis e políticas são ignora<strong>da</strong>s.Do ponto <strong>de</strong> vista econômico, a pobreza merece <strong>de</strong>staque comofator principal: o analfabetismo e a marginalização tornam os pobresmais vulneráveis à infecção, e a pobreza pressiona as mulheres a <strong>sobre</strong>vivereme sustentarem suas famílias pela prática do sexo inseguro.Uma dieta pobre, habitação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e falta <strong>de</strong> higiene tornamas pessoas infecta<strong>da</strong>s por <strong>HIV</strong> ain<strong>da</strong> mais vulneráveis às doençasrelaciona<strong>da</strong>s à aids. Do ponto <strong>de</strong> vista cultural e social, a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>nas relações pessoais e <strong>de</strong> trabalho leva a sexo in<strong>de</strong>sejado emcondições <strong>de</strong> risco. As atitu<strong>de</strong>s e os comportamentos <strong>de</strong>vem sertambém reconhecidos como fatores que po<strong>de</strong>m aumentar o risco.O <strong>HIV</strong> po<strong>de</strong> ser transmitido por injeção <strong>de</strong> drogas intravenosas comequipamento contaminado. Há também evidências <strong>de</strong> que o abuso<strong>de</strong> drogas e álcool po<strong>de</strong> inibir a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pessoa <strong>de</strong> praticarsexo seguro e <strong>de</strong> se injetar com segurança. A estigmatização <strong>da</strong>spessoas que vivem com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> alimenta disposição natural <strong>de</strong> nãofalar <strong>da</strong> infecção, aju<strong>da</strong>ndo assim sua disseminação. As pressõesculturais e a negação mascaram o alcance <strong>da</strong> infecção, tanto localquanto nacionalmente, dificultando assim o planejamento <strong>de</strong> umareação efetiva tanto para as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s como para os indivíduos.No contexto civil e político, situações <strong>de</strong> conflito, violações<strong>da</strong> lei e <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m, estruturas legais precárias e mecanismos <strong>de</strong>aplicação <strong>da</strong> lei, juntamente com a negação dos direitos sindicaise <strong>de</strong> negociação coletiva, impe<strong>de</strong>m o <strong>de</strong>senvolvimento em gerale minam as medi<strong>da</strong>s essenciais <strong>de</strong> proteção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> em particular.Em muitos países, sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com poucos recursos,96


já enfraquecidos por dívi<strong>da</strong>s e por ajustes estruturais, têm sidoincapazes <strong>de</strong> prestar assistência ou fazer a prevenção necessária.Em suma, um clima <strong>de</strong> discriminação e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> respeitopelos direitos humanos torna os trabalhadores mais vulneráveis àinfecção e menos capazes <strong>de</strong> enfrentar a aids, pois lhes é difícilbuscar testes voluntários, orientação, tratamento ou apoio; alémdisso, não estão em condições <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong>prevenção.Fatores que aumentam o risco <strong>da</strong> infecção para<strong>de</strong>terminados grupos <strong>de</strong> trabalhadoresCertos tipos <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> trabalho são mais suscetíveis ao risco<strong>de</strong> infecção do que outras, apesar <strong>de</strong> a principal questão ser a docomportamento e não a <strong>da</strong> ocupação. A seguir, uma lista indicativa:••trabalho que envolve mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, especialmente a obrigação<strong>de</strong> viajar regularmente e viver longe <strong>de</strong> cônjuges eparceiros;••trabalho em ambientes geograficamente isolados com limita<strong>da</strong>interação social e poucos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;••trabalho e convivência entre homens exclusivamente;••situações em que o trabalhador não po<strong>de</strong> se proteger contraa infecção;••trabalho dominado por homens, em que as mulheres sãopequena minoria;••trabalho que envolve riscos ocupacionais como contatocom sangue humano, produtos <strong>de</strong> sangue e outros fluidoscorpóreos, ferimento com agulhas e exposição a sanguecontaminado, quando as precauções universais não sãosegui<strong>da</strong>s e/ou o equipamento é ina<strong>de</strong>quado.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho97


Po<strong>de</strong>ríamos acrescentar a essa lista situações como a “falta<strong>de</strong> trabalho”, para cobrir situações em que trabalhadores <strong>de</strong>sempregados,concentrados em áreas urbanas, na esperança <strong>de</strong> conseguirqualquer tipo <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, são expostos a pressões suscetíveisao <strong>HIV</strong>, ou pessoas <strong>de</strong>sloca<strong>da</strong>s e habitantes <strong>de</strong> campos <strong>de</strong>refugiados, também <strong>de</strong>socupa<strong>da</strong>s, que, se sentindo abandona<strong>da</strong>s,po<strong>de</strong>m se voltar para o sexo, ou serem para ele compeli<strong>da</strong>s,especialmente muitas mães solteiras nessas situações.Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais do setor informal 1Trabalhadores informais estão especialmente sujeitos a sofreras consequências <strong>da</strong> aids, em primeiro lugar porque normalmentenão têm acesso a estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nem a benefícios<strong>de</strong> proteção social disponíveis para trabalhadores em empregosformais; em segundo lugar, porque suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s raramente sebaseiam na segurança financeira, ou a ela conduzem e, em terceirolugar, porque a natureza transitória e vulnerável do trabalho significaque qualquer falta ao trabalho resulta provavelmente em per<strong>da</strong> dosmeios <strong>de</strong> produção ou comercialização. No caso do comércio infor-1 De acordo com o Relatório do Diretor-Geral <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> à Conferência Internacional do Trabalho, em 1991, otermo “setor informal” [é] entendido como se referindo a uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> escala muito pequena que produzeme distribuem bens e serviços, compostas em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, autônomos emáreas urbanas <strong>de</strong> países em <strong>de</strong>senvolvimento, algumas <strong>da</strong>s quais também empregam mão-<strong>de</strong>-obra familiare/ou alguns trabalhadores ou aprendizes; operam com muito pouco capital, ou sem capital algum; utilizambaixo nível <strong>de</strong> tecnologia e qualificações; operam, portanto, com baixo nível <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, em geralproduzem ren<strong>da</strong>s muito baixas e irregulares, bem como emprego muito instável para os que trabalham.São informais no sentido <strong>de</strong> que, na maioria, não são registra<strong>da</strong>s ou ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s em estatísticas oficiais;ten<strong>de</strong>m a ter pouco ou nenhum acesso a mercados organizados, a instituições <strong>de</strong> créditos, a instituições <strong>de</strong>educação e treinamento formais, ou a muitos serviços e utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicos; não são reconheci<strong>da</strong>s, apoia<strong>da</strong>sou regulariza<strong>da</strong>s pelo governo; geralmente são leva<strong>da</strong>s por força <strong>da</strong>s circunstâncias a funcionar fora <strong>da</strong>estrutura <strong>da</strong> lei, e mesmo quando registra<strong>da</strong>s e em respeito a <strong>de</strong>terminados aspectos <strong>da</strong> lei, quase sempreestão fora do âmbito <strong>da</strong> proteção social, <strong>da</strong> legislação trabalhista e <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> proteção no ambiente<strong>de</strong> trabalho. Os produtores e trabalhadores do setor informal geralmente não são organizados (apesar <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r haver associações locais informais dos que exercem ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s específicas) e, na maioria <strong>da</strong>s vezes,estão fora do campo <strong>de</strong> ação dos sindicatos e <strong>da</strong>s organizações <strong>de</strong> empregadores (veja ILC: The dilemmaof the informal sector, 78.ª Sessão (1991), Relatório I (1), p. 4 (texto em inglês).98


mal, a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> um ou mais empregados po<strong>de</strong> ter graves consequências,que causam o colapso <strong>da</strong> empresa. Se o proprietário contrai<strong>HIV</strong>, adoece e morre, o <strong>de</strong>svio do capital <strong>da</strong> empresa, para cobrircustos do tratamento, <strong>de</strong> assistência e funeral, po<strong>de</strong> arruinar futurosreinvestimentos, causar falência, e <strong>de</strong>ixar empregados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntese suas famílias na miséria. No setor informal rural, as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sassistenciais levam normalmente a <strong>de</strong>sviar o trabalho <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas, enquanto as per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vido à aids geram menorprodução <strong>de</strong> alimentos e, em longo prazo, levam à própria escassez<strong>de</strong> alimentos. De forma geral, a espiral econômica <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nteafeta seriamente, <strong>sobre</strong>tudo, o comércio informal quando se verificaa seguinte situação: contração <strong>de</strong> mercados quando consumidoresmorrem ou dispõem <strong>de</strong> mínima ren<strong>da</strong> disponível por causa dos custos<strong>de</strong> assistência e tratamento médicos.Dimensão <strong>de</strong> gêneroO <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> afeta homens e mulheres <strong>de</strong> formas diferentesem termos <strong>de</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e impacto. Há fatores biológicosque fazem com que as mulheres sejam mais vulneráveis à infecçãodo que os homens, bem como <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais nacondição <strong>da</strong>s mulheres que lhes torna mais difícil adotar medi<strong>da</strong>spara evitar a infecção e intensifica também o impacto <strong>da</strong> aids.••Muitas mulheres sofrem subordinação sexual e econômicaem seus casamentos ou relacionamentos e, por isso, nãotêm condições <strong>de</strong> negociar sexo seguro ou recusar sexoinseguro.••A <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r no local <strong>de</strong> trabalho expõe as mulheresà ameaça <strong>de</strong> assédio sexual.••A pobreza é conhecido fator que contribui para a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>à aids e as mulheres são a maioria dos pobres do<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho99


mundo; nas situações <strong>de</strong> pobreza há mais probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>uma menina ser tira<strong>da</strong> <strong>da</strong> escola ou vendi<strong>da</strong> para trabalhoforçado ou exploração sexual.••O acesso <strong>da</strong>s mulheres às mensagens <strong>de</strong> prevenção éimpedido pelo analfabetismo, situação que afeta mais mulheresdo que homens no mundo todo – em alguns países,chega ao dobro.••As mulheres representam uma parcela substancial <strong>de</strong> migrantese, junto com as crianças, representam mais <strong>de</strong> trêsquartos dos refugiados; esses dois fatores são associadosa riscos <strong>de</strong> infecção por <strong>HIV</strong> mais altos do que a média. Emsituações <strong>de</strong> conflito, há crescente incidência <strong>de</strong> estuprosistemático <strong>de</strong> mulheres pelas facções em guerra.••O ônus <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> membros <strong>da</strong> família ou <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>infectados por <strong>HIV</strong> recai geralmente <strong>sobre</strong> mulheres emeninas, aumentando assim a carga <strong>de</strong> trabalho e diminuindoas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e <strong>de</strong> estudo.••Leis sexistas <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, herança, custódia e sustentosignificam que as mulheres que vivem com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>,que per<strong>de</strong>ram parceiros ou foram abandona<strong>da</strong>s porque são<strong>HIV</strong> positivas, são priva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> segurança financeira ou <strong>de</strong>oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas; isso, por sua vez, as obriga arecorrerem ao sexo para <strong>sobre</strong>vivência; a menina é particularmentevulnerável à exploração comercial do sexo.••Estudos mostram a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> intensifica<strong>da</strong> <strong>da</strong>s mulheres,compara<strong>da</strong>s aos homens, ao estigma social e aoostracismo associados à aids, especialmente em áreasrurais, tornando-as assim evita<strong>da</strong>s e marginaliza<strong>da</strong>s; maisuma vez aumenta a pressão para que <strong>sobre</strong>vivam do sexo.••O trabalho que as mulheres <strong>de</strong>sempenham – remuneradoou não reconhecido – é mais facilmente interrompido pela100


aids: por exemplo, as mulheres dominam o setor informalon<strong>de</strong> os empregos não são cobertos nem pela seguri<strong>da</strong><strong>de</strong>social nem por quaisquer benefícios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ocupacional.••Há menos mulheres do que homens cobertos pela seguri<strong>da</strong><strong>de</strong>social ou por benefícios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> relacionados ao trabalho.••Os homens, muitas vezes, são vítimas <strong>de</strong> estereótipos enormas <strong>sobre</strong> o comportamento masculino que po<strong>de</strong>m levarao sexo inseguro e/ou ao sexo não consensual.••Os homens são super-representados em algumas categorias<strong>de</strong> trabalhadores vulneráveis e po<strong>de</strong>m também se verem situações <strong>de</strong> trabalho que os exponham ao sexo inseguroentre homens.••Da<strong>da</strong>s as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dominantes entre homens e mulheres,os homens têm importante papel a <strong>de</strong>sempenhar naadoção e no estímulo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s responsáveis na prevençãodo <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e nos mecanismos para li<strong>da</strong>r com o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>.Apêndice II — Controle <strong>da</strong> infecção no local <strong>de</strong> trabalhoA. Precauções universais com relação a sanguee a fluidos corpóreosAs precauções universais com relação a sangue e fluidoscorpóreos (conheci<strong>da</strong>s como precauções universais ouprecauções padrão) foram originalmente elabora<strong>da</strong>s, em 1985,por United States Centers for Disease Control and Prevention– Centros dos Estados Unidos para Controle e Prevenção <strong>de</strong>Doenças (CDC), em gran<strong>de</strong> parte por causa <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e <strong>da</strong> premente necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novas estratégias paraproteger pessoal <strong>da</strong> área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> contra infecções causa<strong>da</strong>s porcontato com sangue. A nova abor<strong>da</strong>gem enfatizou pela primeira<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho101


vez a adoção <strong>de</strong> precauções universais com relação a sangue ea fluidos corpóreos <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>sua suposta condição <strong>de</strong> contamina<strong>da</strong>s.As precauções universais são simples norma <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>infecção a ser adota<strong>da</strong> na assistência a todos os pacientes, e emqualquer tempo, para minimizar o risco <strong>de</strong> patogenias originárias<strong>de</strong> sangue. As precauções universais consistem em:••cui<strong>da</strong>doso manuseio e <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> materiais afiados (agulhasou outros objetos pontiagudos);••hábito <strong>de</strong> lavar as mãos antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um procedimento;••uso <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> proteção – como luvas, roupões,máscaras – no contato direto com sangue e outros fluidoscorpóreos;••<strong>de</strong>scarte seguro <strong>de</strong> tudo o que tenha sido contaminado porfluidos corpóreos e sangue;••a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> instrumentos e outros equipamentoscontaminados e••a<strong>de</strong>quado manuseio <strong>de</strong> roupas <strong>de</strong> cama usa<strong>da</strong>s.B. Diretrizes seleciona<strong>da</strong>s e precauções universaisno controle <strong>da</strong> infecçãoBednarsh, H. S.; Eklund, K. J.: “Infection control: UniversalPrecautions reconsi<strong>de</strong>red”, em American Dental Hygienists’Association: Access (Chicago, 1995) vol. 11, n. 1.Centers for Disease Control and Prevention (CDC)/NationalCenter for <strong>HIV</strong>, STD and TB Prevention/Division of <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>Prevention: Preventing occupational <strong>HIV</strong> transmission tohealth care workers (atualizado em junho <strong>de</strong> 1999).102


South African Law Comission: Aspects of the law relating toAIDS (Projeto n° 85): Universal Workplace infection controlmeasures (Universal Precautions) (1977).OMS: WHO gui<strong>de</strong>lines on AIDS and first aid in the workplace,WHO AIDS série 7 (Genebra, 1990).OMS/UNAIDS/International Council of Nurses (ICN): <strong>HIV</strong> and theworkplace and Universal Precautions, Fact sheets on <strong>HIV</strong>/AIDS for nurses and midwives (Genebra, 2000).Apêndice III — Lista <strong>de</strong> verificação para planejamentoe aplicação <strong>de</strong> política <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> nolocal <strong>de</strong> trabalhoEmpregadores, trabalhadores e suas organizações <strong>de</strong>vem cooperar<strong>de</strong> forma positiva e conscienciosa para <strong>de</strong>senvolver umapolítica <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> que aten<strong>da</strong> e equilibre as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> empregadores e trabalhadores. Basea<strong>da</strong> em compromissosdo mais alto nível, a política <strong>de</strong>ve <strong>da</strong>r exemplo para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>em geral <strong>sobre</strong> a maneira como li<strong>da</strong>r com o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>. Os elementoscentrais <strong>de</strong>ssa política, <strong>de</strong>senvolvidos nas seções 6-9 <strong>de</strong>ste<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas, incluem informação <strong>sobre</strong>o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o modo como é transmitido; medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> educaçãopara aumentar a compreensão do risco pessoal e promoverestratégias <strong>de</strong> capacitação; medi<strong>da</strong>s práticas que estimulem eapóiem mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> comportamento; medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> assistência eapoio a trabalhadores infectados, sejam eles próprios, seja um <strong>de</strong>seus familiares que esteja vivendo com <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o princípio <strong>de</strong>tolerância zero <strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> estigmatização ou discriminaçãono local <strong>de</strong> trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho103


As seguintes providências po<strong>de</strong>m ser toma<strong>da</strong>s como umalista <strong>de</strong> verificação para <strong>de</strong>senvolver uma política e um programa:cria-se um comitê <strong>de</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> com representantes <strong>da</strong> altaadministração, supervisores, trabalhadores, sindicatos, <strong>de</strong>partamento<strong>de</strong> recursos humanos, <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> formação,uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> relações industriais, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>no trabalho, comitê <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança e pessoas quevivem com aids, se concor<strong>da</strong>rem;o comitê <strong>de</strong>fine seus termos <strong>de</strong> referência, competência eresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s;revisão <strong>de</strong> leis nacionais e suas implicações para a empresa;o comitê avalia o impacto <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia do <strong>HIV</strong> no local <strong>de</strong>trabalho e as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhadores infectadose afetados por <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>, conduzindo um estudo básicoconfi<strong>de</strong>ncial;o comitê estabelece quais serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e informaçãojá estão disponíveis – tanto no local <strong>de</strong> trabalho quanto nacomuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local;o comitê formula uma minuta <strong>de</strong> política que é distribuí<strong>da</strong>para comentários e posterior revisão e adoção;o comitê faz um orçamento, buscando, se necessário, fundosfora <strong>da</strong> empresa e i<strong>de</strong>ntifica recursos existentes nacomuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local;o comitê cria um plano <strong>de</strong> ação, com cronograma e atribuições<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, para execução <strong>de</strong> política;a política e o plano <strong>de</strong> ação são amplamente divulgados,por exemplo, no quadro <strong>de</strong> avisos, em informativos, maladireta,nos contracheques, em reuniões especiais, em cursos<strong>de</strong> iniciação, em aulas <strong>de</strong> formação;o comitê monitora o impacto <strong>da</strong> política;104


o comitê revê periodicamente a política à luz <strong>da</strong> monitoraçãointerna e <strong>de</strong> informação externa <strong>sobre</strong> o vírus e suasimplicações no local <strong>de</strong> trabalho.Ca<strong>da</strong> medi<strong>da</strong> acima <strong>de</strong>scrita <strong>de</strong>ve ser incorpora<strong>da</strong> em umapolítica geral <strong>da</strong> empresa, que é planeja<strong>da</strong>, implementa<strong>da</strong> e monitora<strong>da</strong><strong>de</strong> forma contínua e sustentável.Apêndice IV — Documentos <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>A. Resoluções, conferências, reuniões e relatóriosHodges-Aeberhard, J.: Policy and legal issues relating to <strong>HIV</strong>/AIDS and the world of work (ILO, Geneva,1999).____. An outline of recent <strong>de</strong>velopments concerning equalityissues in employment for labour court judges and assessors(ILO, Geneva, 1997), see “Specific <strong>de</strong>velopments concerning<strong>HIV</strong>/AIDS discrimination”, pp. 27-31.ILO: The role of the organized sector in reproductive healthand AIDS prevention, Report of a tripartite workshop forAnglophone Africa held in Kampala, Ugan<strong>da</strong>, 29 Nov.-1 Dec. 1994(Geneva, 1995).____. Report of the Meeting of Experts on Workers’ HealthSurveillance, 2-9 Sep. 1997, doc. GB.270/6 (Geneva,1998).____. Decent work, Report of the Director-General, InternationalLabour Conference, 87th Session, Geneva, 1999.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho105


____. Action against <strong>HIV</strong>/AIDS in Africa: An initiative in thecontext of the world of work, based on the Proceedings of theAfrican Regional Tripartite Workshop on Strategies to Tackle theSocial and Labour Implications of <strong>HIV</strong>/AIDS, Windhoek, Namibia, 11-13 Oct. 1999 (Geneva, 1999).____. Resolution concerning <strong>HIV</strong>/AIDS and the world of work,International Labour Conference, 88th Session, Geneva, 2000.____. Special High-Level Meeting on <strong>HIV</strong>/AIDS and the Worldof Work, Summary of Proceedings of the Tripartite Technical Panel,Geneva, 8 June 2000.____. SIDA et milieu <strong>de</strong> travail: collecte <strong>de</strong> données au Togo(Lomé, Sep. 2000).____. The extent and impact of the <strong>HIV</strong>/AIDS pan<strong>de</strong>mic and itsimplications for the world of work in Tanzania, Resource paperfor ILO mission to the United Republic of Tanzania (Dar es Salaam,Sep. 2000).____. Conclusions and recommen<strong>da</strong>tions of the ILO pre-forumtripartite event on <strong>HIV</strong>/AIDS and the world of work, AfricanDevelopment Forum 2000, Addis Ababa, Dec. 2000.____. Platform for action on <strong>HIV</strong>/AIDS in the context of the worldof work: Panel discussion, Report and conclusions of the NinthAfrican Regional Meeting (Abidjan, 8-11 Dec. 1999), Governing Body,277th Session, Geneva, 2000.106


____. <strong>HIV</strong>/AIDS: A threat to <strong>de</strong>cent work, productivity and<strong>de</strong>velopment, Document for discussion at the Special High-LevelMeeting on <strong>HIV</strong>/AIDS and the World of Work (Geneva, 2000).____. <strong>HIV</strong>/AIDS in Africa: The impact on the world of work(Geneva, 2000).ILO/Ministry of Labour and Youth Development, United Republicof Tanzania: Report for the national tripartite seminar for chiefexecutives on strengthening workplace management in tacklingemployment implications of STI/<strong>HIV</strong>/AIDS (Dar es Salaam, 2000).N’Daba, L.; Hodges-Aeberhard, J.: <strong>HIV</strong>/AIDS and employment(ILO, Geneva, 1998).Report on OATUU/UNAIDS/ILO Seminar on Tra<strong>de</strong> Union Actionagainst <strong>HIV</strong>/AIDS in Africa, Accra, 26-28 July, 2000.B. Convenções, recomen<strong>da</strong>ções, repertórios <strong>de</strong>recomen<strong>da</strong>ções práticas e diretrizes relevantes <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>Convenção nº 111, <strong>de</strong> 1968, <strong>sobre</strong> Discriminação no Empregoe na Ocupação, ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº 62.150, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 1968.Convenção nº 159, <strong>de</strong> 1983, <strong>sobre</strong> Rea<strong>da</strong>ptação Profissional eo Emprego (Deficientes Físicos), ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº 129,<strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1991.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho107


Convenção nº 158, <strong>de</strong> 1982, <strong>sobre</strong> Término <strong>da</strong> Relação <strong>de</strong> Trabalhopor Iniciativa do Empregador, ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº1.855, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1996. Denuncia<strong>da</strong> pelo Decreto 2.100, <strong>de</strong>20 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996, e Recomen<strong>da</strong>ção nº 166.Convenção nº 98, <strong>de</strong> 1949, <strong>sobre</strong> Direito <strong>de</strong> Sindicalização eNegociação Coletiva, ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto Legislativo nº 49,<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1952.Convenção nº 154, <strong>de</strong> 1981, <strong>sobre</strong> Negociação Coletiva, ratifica<strong>da</strong>pelo Decreto nº 1.256, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1994.Convenção nº 155, <strong>de</strong> 1981, <strong>sobre</strong> Segurança e Saú<strong>de</strong> dos Trabalhadores,ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº 1.254, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> setembro<strong>de</strong> 1994 e Recomen<strong>da</strong>ção nº 164.Convenção nº 164, <strong>de</strong> 1985, <strong>sobre</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Trabalho,ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto n° 127, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1991, eRecomen<strong>da</strong>ção nº 171.Convenção nº 121, <strong>de</strong> 1964, <strong>sobre</strong> Prestação em Caso <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> Trabalho e Doenças Profissionais, não ratifica<strong>da</strong> pelo Brasil.Convenção nº 102, <strong>de</strong> 1952, <strong>sobre</strong> Seguri<strong>da</strong><strong>de</strong> Social (normamínima), não ratifica<strong>da</strong> pelo Brasil.Convenção nº 149, <strong>de</strong> 1977, <strong>sobre</strong> Pessoal <strong>de</strong> Enfermaria, nãoratifica<strong>da</strong> pelo Brasil.Convenção nº 97, <strong>de</strong> 1949 (revista em 1949), <strong>sobre</strong> TrabalhadoresMigrantes, ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº 58.819, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1966.108


Convenção nº 148, <strong>de</strong> 1975, <strong>sobre</strong> Trabalhadores Migrantes(Disposições Complementares), rejeita<strong>da</strong> pelo Decreto Legislativonº 86, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1989.Convenção nº 175, <strong>de</strong> 1994, <strong>sobre</strong> Trabalho em tempo parcial,não ratifica<strong>da</strong> pelo Brasil.Convenção nº 182, <strong>de</strong> 1999, <strong>sobre</strong> Proibição <strong>da</strong>s Piores Formas<strong>de</strong> Trabalho Infantil e a Ação Imediata para sua Eliminação,ratifica<strong>da</strong> pelo Decreto nº 3.597, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2000,e Recomen<strong>da</strong>ção nº 190.Tratamiento <strong>de</strong> cuestiones relaciona<strong>da</strong>s com el alcohol y lasdrogas en el lugar <strong>de</strong> trabajo. Repertorio <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>cionesprácticas <strong>de</strong> la <strong>OIT</strong>, Genebra : <strong>OIT</strong>, 1996. 71 p.Protección <strong>de</strong> los <strong>da</strong>tos personales <strong>de</strong> los trabajadores.Repertorio <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ciones prácticas <strong>de</strong> la <strong>OIT</strong>, Genebra: <strong>OIT</strong>, 1997. 53 p.Directrices relativas a los sistemas <strong>de</strong> gestión <strong>de</strong> la seguri<strong>da</strong>dy la salud en el trabajo. ILO-OSH 2001, Genebra : <strong>OIT</strong>, 2002. 33 p.Gestão <strong>de</strong> questões relativas a <strong>de</strong>ficiência no local <strong>de</strong> trabalho.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções práticas <strong>da</strong> <strong>OIT</strong>. Brasília : <strong>OIT</strong>,2004, (1ª edição revisa<strong>da</strong>) ix, 50 p.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho109


Apêndice V — Diretrizes internacionais enacionais <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong>A. InternacionaisCouncil of Europe, European Health Committee: Medicalexaminations preceding employment and/or privateinsurance: A proposal for European gui<strong>de</strong>lines (Estrasburgo,maio <strong>de</strong> 2000).Family Health Internacional: Private sector AIDS policy,businesses managing <strong>HIV</strong>/AIDS: A gui<strong>de</strong> for managers(Research Triangle Park, NC, 1999).Office of the High Commissioner for Human Rights (OHCHR):<strong>HIV</strong>/AIDS and human rights: Internacional gui<strong>de</strong>lines (NovaIorque e Genebra, 1998).Southern African Development Community (SADC): Co<strong>de</strong>on <strong>HIV</strong>/AIDS and employment in the Southern AfricanDevelopment Community (Zâmbia, 1997).UNAIDS: Gui<strong>de</strong>lines for studies of the social and economicimpact of <strong>HIV</strong>/AIDS (Genebra, 2000).UNAIDS: AIDS and <strong>HIV</strong> infection, information for UnitedNations employees and their families (Genebra, 1999).UNAIDS/IPU: (Inter-Parlamentary Union): Handbook forlegislators on <strong>HIV</strong>/AIDS, law and human rights (Genebra,1999), consulte “Annotated international gui<strong>de</strong>lines”.110


Nações Uni<strong>da</strong>s: Resolução 54/283 <strong>sobre</strong> a análise do problema dovírus <strong>da</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência humana/síndrome <strong>de</strong> imuno<strong>de</strong>ficiênciaadquiri<strong>da</strong> em todos os seus aspectos, adota<strong>da</strong> pela AssembleiaGeral, na 54.ª Sessão, Nova Iorque, 14 <strong>de</strong> set. <strong>de</strong> 2000.Nações Uni<strong>da</strong>s: Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos: Discriminationagainst <strong>HIV</strong> – infected people or people with AIDS. Relatório finalapresentado pelo Sr. Varela Quiros (Genebra, 28 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1992).OMS: Gui<strong>de</strong>lines on AIDS and first aid in the workplace, Série<strong>da</strong> OMS <strong>sobre</strong> AIDS Série 7 (Genebra, 1990).OMS/<strong>OIT</strong>: Statement from the Consultation on AIDS and theworkplace (Genebra, 27 a 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1988).B. Nacionais— Governo —Centers for Disease Control and Prevention (CDC): “1999 USPHS/IDSA Gui<strong>de</strong>lines for the prevention of opportunistic infectionin persons infected with human immuno<strong>de</strong>ficiency virus”, emMorbidity and Mortality Weekly Report (MMWR) (Atlanta),consulte o Apêndice: “Environmental and ocupational exposures”,20 ago. 1999, vol. 48, n. RR-10, p. 62-64.Citizen’s Comission on AIDS: Responding to AIDS: Ten principlesfor the workplace (Nova Iorque e Nova Jersey do Norte, 1988).Minister of Public Service, Labour and Social Welfane, Zimbábue:Labour relations (<strong>HIV</strong> and AIDS) regulations (Zimbábue, 1998).<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho111


Ministério do Trabalho <strong>da</strong> Namíbia: Gui<strong>de</strong>lines forimplementation of national co<strong>de</strong> on <strong>HIV</strong>/AIDS in employment(Namíbia, 1998), n.º 78.Ministério do Trabalho <strong>da</strong> Namíbia: Co<strong>de</strong> of good practice: keyaspects of <strong>HIV</strong>/AIDS and employment (Namíbia, 1998, n. R. 1298).South African Department of Health/CASE – Community Agencyfor Social Enquiry: Gui<strong>de</strong>lines for <strong>de</strong>veloping a workplacepolicy programme on <strong>HIV</strong>/AIDS and STDs (mar. 1997).United States Department of Health and Human Services:Small-business gui<strong>de</strong>lines: How AIDS can affect your business(Washington, DC, sem <strong>da</strong>ta).Western Australia Commission: Co<strong>de</strong> of practice on themanagement of <strong>HIV</strong>/AIDS and hepatitis at workplaces (WestPerth, set. 2000).— Organizações patronais —Caribbean Employers’ Confe<strong>de</strong>ration: A wake up call to employersin the Caribbean, Apresentação <strong>da</strong> Conferência <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/AIDSno local <strong>de</strong> trabalho (Suriname, abr. 1997).Christie, A.: Working with AIDS: A gui<strong>de</strong> for businesses andbusiness people (Bradford e San Francisco, Employers’ AdvisoryService on AIDS & <strong>HIV</strong>, 1995).Fe<strong>de</strong>ration of Kenya Employers (FKE): Co<strong>de</strong> of conduct on <strong>HIV</strong>/AIDS in the workplace (Quênia, 2000).112


Loewenson, R. (ed.): Company level interventions on <strong>HIV</strong>/AIDS– 1. What can companies do? (Harare, Organization of AfricanTra<strong>de</strong> Union Unity, 1997).South African Motor Corporation (Pty.) Lt<strong>da</strong>.: SAMCOR Policy/Letter on <strong>HIV</strong>/AIDS (1999).UNAIDS/The Global Business Council on <strong>HIV</strong> & AIDS/The Princeof Wales BusinessLea<strong>de</strong>rs Forum (PWBLF): The businessresponse to <strong>HIV</strong>/AIDS: Impact and lessons learned (Genebrae Londres, 2000).UNAIDS: PHILACOR Corporation: Private sector <strong>HIV</strong>/AIDSresponse (Philippines), Coleção Best Practice Collection(Genebra, 1999).United States Office of Personnel Management: <strong>HIV</strong>/AIDS policygui<strong>de</strong>lines (Washington, DC, 1995).— Organizações <strong>de</strong> trabalhadores —American Fe<strong>de</strong>ration of Labor and Congress of Industrial Organizations(AFL-CIO): Resolutions on <strong>HIV</strong>/AIDS (1991 e 1993).Canadian Labour Congress: National policy statement on AIDSand the workplace. A gui<strong>de</strong> for unions and union members(Ottawa, 1990).Caribbean Congress of Labour: Role of tra<strong>de</strong> unions in AIDSawareness, objectives and strategies. Declaração <strong>de</strong> um semináriocaribenho <strong>sobre</strong> sindicatos comerciais e <strong>HIV</strong>/AIDS, set. 1990.<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho113


International Confe<strong>de</strong>ration of Free Tra<strong>de</strong> Union (ICFTU):Congress statement on fighting <strong>HIV</strong>/AIDS (revisto) (doc.17GA/8.14, abr. 2000).ICFTU/Botsuana Fe<strong>de</strong>ration of Tra<strong>de</strong> Unions: The Gaborone tra<strong>de</strong>union <strong>de</strong>claration on involving workers in fighting <strong>HIV</strong>/AIDS inthe workplace (Gaborone, set. 2000).National Amalgamated Local and Central Government andParastatal Manual Worlers’ Union (NALCGPMWU), Botsuana:Policy and workplace gui<strong>de</strong>lines (sem <strong>da</strong>ta).Service Employees International Union: Fighting AIDSdiscrimination through union action (Washington, DC, 1996).Apêndice VI — <strong>Repertório</strong>s, manuais, diretrizese informações setoriaisAgriculturaBarnett, T.: “Subsistence agriculture”, em Barnett, A.; Blas,E.; Whitesi<strong>de</strong>, A. (eds.): AIDS brief for sectoral planners andmanagers (Genebra, GPA/UNAIDS, 1996).J. du Guerny, J.: AIDS and agriculture in Africa: can agriculturalpolicy make a difference?, Departamento <strong>de</strong> DesenvolvimentoSustentável <strong>da</strong> FAO (Roma, 1999).Schapink, D. e outros: Strategy to involve rural workers in thefight against <strong>HIV</strong>/AIDS through community mobilisationprograms, draft for review. Documento discutido em workshop114


egional <strong>sobre</strong> a participação comunitária e o <strong>HIV</strong>/AIDS, junho <strong>de</strong>2000, República Uni<strong>da</strong> <strong>da</strong> Tanzânia (Washington, DC, World BankRural <strong>HIV</strong>/AIDS Initiatives, 2000).Southern African AIDS Information Dissemination Service (SAFAIDS):AIDS and African smallhol<strong>de</strong>r agriculture (Zimbábue, 1999).EducaçãoEducation Internacional: AIDS: Save the children and teachers,resolução do Conselho Executivo <strong>sobre</strong> <strong>HIV</strong>/AIDS e Educação(Bruxelas, 2000).Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Internacional <strong>da</strong> Flóri<strong>da</strong> (FIU) Centro <strong>de</strong> Assistência àSaú<strong>de</strong> e Bem-Estar/Comitê <strong>da</strong> FIU para AIDS: Action gui<strong>de</strong>lines forFIU employees, <strong>HIV</strong>/AIDS information (Flóri<strong>da</strong>, 1999).FIU Health Care and Wellness Center e outros: Action gui<strong>de</strong>linesfor stu<strong>de</strong>nts, <strong>HIV</strong>/AIDS information (Flóri<strong>da</strong>, 1999).Kelly, M. J.: “What <strong>HIV</strong>/AIDS can do to education, and whateducation can do to <strong>HIV</strong>/AIDS” (Lusaka, 1999), em Best PracticeDigest, página <strong>de</strong> web <strong>da</strong> UNAIDS.Sexuality Information and Education Council of the United States(SIECUS): <strong>HIV</strong>/AIDS peer education: New York City schools, emSHOP Talk (School Health Opportunities and Progress) Bulletin(Brooklyn), 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1996, vol. 1, n. 5.UNAIDS: School health to prevent AIDS and STD: a resourcepackage for curriculum planners (Genebra, 1999).<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho115


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American Fe<strong>de</strong>ration of Theachers: <strong>HIV</strong>/AIDS education project(Washington, DC, sem <strong>da</strong>ta).Canadian AIDS Society/Canadian Union of Public Employees:ACT NOW: Managing <strong>HIV</strong>/AIDS em the Canadian workplace – Apolicy <strong>de</strong>velopment and education manual (1990).Canadian Union of Public Employees: Information kit on <strong>HIV</strong>/AIDS and the workplace (Ontário, 2000).Communications Workers of America: CWA and US Westrespond to AIDS (1994).Leather, S.: “Why AIDS is a tra<strong>de</strong> union issue”, em ScientificWorld, vol. 36, n. 2.National Union of Namibian Workers (NUMW): <strong>HIV</strong>/AIDS basictraining manual (Namibia, 1995).Rosskam, E.: AIDS and the workplace, um módulo <strong>de</strong> Yourhealth and safety at work: A modular training package (Genebra:<strong>OIT</strong>, 1996).Public Services International: Focus (Ferney-Voltaire), vol. 8, n. 1.Service Employees International Union: AIDS education project(sem <strong>da</strong>ta).Service Employees International Union: <strong>HIV</strong>/AIDS book:Information for workers (1991).<strong>Repertório</strong> <strong>de</strong> <strong>Recomen<strong>da</strong>ções</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>da</strong> <strong>OIT</strong> <strong>sobre</strong> o <strong>HIV</strong>/<strong>Aids</strong> e o Mundo do Trabalho121


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