64Assim, consi<strong>de</strong>rando que a socieda<strong>de</strong> capitalista vem passando por <strong>um</strong>a criseestrutural, o capital vê-se na necessida<strong>de</strong> extrema <strong>de</strong> buscar outras formas e fontes para<strong>sobre</strong>viver, nesse sentido as drogas psicotrópicas aparecem como <strong>um</strong>a mina <strong>de</strong> ouro,pois sua produção <strong>de</strong>manda matéria-prima <strong>de</strong> fácil aquisição, extremamente barata,<strong>de</strong>vido ao baixo valor da mão <strong>de</strong> obra (<strong>de</strong>squalificada) e baixo preço (enorme exército<strong>de</strong> reserva <strong>de</strong>corrente do <strong>de</strong>semprego), dispõe <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>idores fiéis e permanentes eainda produzem alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> lucro, graças à relação <strong>de</strong>manda e oferta.O tráfico <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> fornecer seu produto (droga) <strong>um</strong>a únicavez e terá para sempre <strong>um</strong> cons<strong>um</strong>idor fiel, insaciável e sôfrego, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>qualquer coisa.Henrique S. CARNEIRO 114 , referindo-se ao álcool, acrescentou:O Comércio <strong>de</strong> álcool dá <strong>um</strong>a característica prototípica ao sistema comercial mo<strong>de</strong>rno, que éo <strong>de</strong> buscar a difusão das drogas, <strong>de</strong> mercadorias que multiplica a sua <strong>de</strong>manda,constituindo-se n<strong>um</strong>a espécie <strong>de</strong> paradigma mesmo da forma-mercadoria, <strong>um</strong> produto cujovalor <strong>de</strong>riva <strong>de</strong>le se tornar insubstituível, <strong>um</strong>a mercadoria que agarra e se apossa <strong>de</strong> seucons<strong>um</strong>idor, metáfora máxima da condição reificante <strong>de</strong> todas as mercadorias na épocacontemporânea. A droga é a mercadoria máxima. O fetiche supremo.O comércio legal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da economia do país, do c<strong>um</strong>primento <strong>de</strong> metas <strong>de</strong>produção e venda, etc., no intuito <strong>de</strong> manter-se vivo no mercado. A lógica do tráfico<strong>de</strong> drogas seria a mesma do comércio legal, se não fosse a <strong>de</strong>manda crescente efi<strong>de</strong>digna <strong>de</strong> seus cons<strong>um</strong>idores, porque o mercado do tráfico <strong>de</strong> drogas tem comomercadoria vendável <strong>um</strong> produto com alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vício e <strong>de</strong>pendência, portanto,excessivamente cons<strong>um</strong>ido, o que gera lucros na mesma proporção. Não vigora para omercado do tráfico <strong>de</strong> drogas a lei da oferta e <strong>de</strong>manda, porque a <strong>de</strong>manda sempre vaiexistir mesmo que a oferta esteja em baixa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> qualquer coisa.114 CARNEIRO, Pequena enciclopédia ..., op. cit. pg. 08.
3.2.2 O Mercado da Droga e suas Implicações Econômicas e Geopolíticas65Não é <strong>de</strong>mais lembrar que o tráfico internacional <strong>de</strong> drogas vem crescendo <strong>de</strong>forma espetacular, principalmente nas duas últimas décadas, atingindo valoresexorbitantes, superior a 500 bilhões <strong>de</strong> dólares 115 . Esses valores superam em muito ocomércio mundial <strong>de</strong> petróleo, ficando aquém apenas do tráfico internacional <strong>de</strong>armas.Estes são índices concretos que reafirmam a <strong>de</strong>composição das relações <strong>de</strong>produção hegemônicas, bem <strong>de</strong>finidas por COGGIOLA “o mercado mundial,expressão mais elevada da produção capitalista, está dominado, primeiro, por <strong>um</strong>comércio da <strong>de</strong>struição e, segundo, por <strong>um</strong> tráfico <strong>de</strong>claradamente ilegal.” 116Ao se referir ao tema, COGGIOLA acrescentou:Na base do fenômeno [da <strong>de</strong>corrência do capital] encontra-se a explosão do cons<strong>um</strong>o e apopularização da droga, especialmente nos países capitalistas <strong>de</strong>senvolvidos, que é <strong>um</strong>sintoma da sua própria <strong>de</strong>composição. O tráfico <strong>de</strong> droga foi sempre <strong>um</strong> negóciocapitalista, por ser organizado como <strong>um</strong>a empresa, estimulada pelo lucro. Na medidaem que a sua mercadoria é a auto<strong>de</strong>struição da pessoa, o cons<strong>um</strong>o expressa a <strong>de</strong>smoralização<strong>de</strong> setores inteiros da socieda<strong>de</strong>. Os setores mais afetados são precisamente os maisgolpeados pela falta <strong>de</strong> perspectivas: a juventu<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nada ao <strong>de</strong>semprego crônico e à falta<strong>de</strong> esperanças e, no outro exemplo, os filhos das classes abastadas que sentem a<strong>de</strong>composição social e moral. 117Como se percebe, para movimentar o comércio ilegal <strong>de</strong> drogas, milhões <strong>de</strong>pessoas estão, diretamente e indiretamente, envolvidas na produção, distribuição econs<strong>um</strong>o <strong>de</strong>las. As drogas psicotrópicas passaram a fazer parte do cotidiano daeconomia mundial, ainda que às escondidas. Países e regiões inteiras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m quaseque exclusivamente do tráfico <strong>de</strong> drogas, isto é, do reinvestimento do dinheiro lavado.115 COGGIOLA, op.cit.116 Id.117 Id.
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