32sintetizadas artificialmente, sendo a principal <strong>de</strong>las a dietilamida do ácido lisérgico(LSD), que será discutido como droga protótipo <strong>de</strong>sse grupo. 71Para o V Levantamento Nacional <strong>sobre</strong> o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> drogas psicotrópicasentre estudantes <strong>de</strong> Ensino Fundamental e Médio da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino apontouque, no Brasil, diferentemente <strong>de</strong> outros países, o uso <strong>de</strong> alucinógenos, na vida, foibaixo: 1,0% em todas as regiões. 722.2.3.3 LSD-25 (ácido) e ÊxtaseConhecidos também como alucinógenos sintéticos são substâncias fabricadasem laboratórios, não sendo, portanto, <strong>de</strong> origem natural.O LSD (abreviação <strong>de</strong> dietilamina do ácido lisérgico) é, talvez a mais potentedroga alucinógena existente, com ação psicotrópica que se conhece (doses <strong>de</strong> 20 a 50milionésimos <strong>de</strong> grama produzem efeitos com duração <strong>de</strong> 4 a 12 horas).Seus efeitos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito da sensibilida<strong>de</strong> da pessoa às ações da droga, <strong>de</strong>seu estado <strong>de</strong> espírito no momento da utilização e também do ambiente em que se <strong>de</strong>ua experiência. Assim, as distorções perceptivas (cores, formas e contornos alterados), afusão <strong>de</strong> sentidos (por exemplo, a impressão <strong>de</strong> que os sons adquirem forma ou cor),perda da discriminação <strong>de</strong> tempo e espaço (minutos parecendo horas ou metrosassemelhando-se a quilômetros) e as alucinações (visuais ou auditivas) po<strong>de</strong>m servivenciadas como sensações agradáveis, mas também po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar o usuárioextremamente amedrontado. Dessa forma, tanto estados <strong>de</strong> exaltação como <strong>de</strong> muitaansieda<strong>de</strong>, angústia e pânico são relatados (as boas ou más viagens). 73Outra repercussão psíquica da ação do LSD <strong>sobre</strong> o cérebro são os <strong>de</strong>lírios, ouseja, falsos juízos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>: há <strong>um</strong>a realida<strong>de</strong>, <strong>um</strong> fato qualquer, mas a pessoa<strong>de</strong>lirante não é capaz <strong>de</strong> fazer avaliações corretas a seu respeito. Assim sendo, são71 NICASTRI, op. cit.72 GALDURÓZ, op. cit.73 CURSO DE FORMAÇÃO DE PALESTRANTES ..., op. cit.
33comuns <strong>de</strong>lírios <strong>de</strong> grandiosida<strong>de</strong> (quando o sujeito julga-se com capacida<strong>de</strong>s ouforças extraordinárias, sendo capaz <strong>de</strong>, por exemplo, atirar-se <strong>de</strong> janelas, acreditandoque po<strong>de</strong> voar; avançar mar a<strong>de</strong>ntro, crendo que po<strong>de</strong> caminhar <strong>sobre</strong> a água; ficarparado em frente a <strong>um</strong> carro n<strong>um</strong>a estrada, julgando ter força mental suficiente parapará-lo) e <strong>de</strong>lírios persecutórios (como por exemplo, o sujeito acreditando ver à suavolta indícios <strong>de</strong> <strong>um</strong>a conspiração contra si, po<strong>de</strong>ndo até agredir outras pessoas n<strong>um</strong>atentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se da perseguição). 74Ainda no campo dos efeitos tóxicos <strong>de</strong>ssa substância, há <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> pessoasque experimentam sensações <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> muito intensa, <strong>de</strong>pressão e até quadrospsicóticos por longos períodos após o cons<strong>um</strong>o do LSD. Uma variante <strong>de</strong>sse efeito é o“flashback”, quando após semanas ou meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>um</strong>a experiência com LSD, osujeito volta a apresentar repentinamente todos os efeitos psíquicos da experiênciaanterior, sem ter voltado a cons<strong>um</strong>ir a droga novamente, com conseqüênciasimprevisíveis, <strong>um</strong>a vez que tais efeitos não estavam sendo esperados, po<strong>de</strong>ndo surgirem ocasiões bastante impróprias. O LSD provoca poucos efeitos no resto doorganismo, po<strong>de</strong>ndo haver <strong>um</strong>a aceleração do pulso, dilatação pupilar e, maisraramente, episódios <strong>de</strong> convulsão já foram relatados. 75O fenômeno da tolerância <strong>de</strong>senvolve-se muito rapidamente com o LSD, mastambém há <strong>um</strong> <strong>de</strong>saparecimento rápido do mesmo com a interrupção do uso dasubstância. Não há <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a síndrome <strong>de</strong> abstinência se <strong>um</strong> usuário crônico<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>ir a substância, mas ainda assim po<strong>de</strong> ocorrer a <strong>de</strong>pendência (quando,por exemplo, as experiências com o LSD ou outros perturbadores do SNC sãoencaradas como respostas aos problemas da vida ou formas <strong>de</strong> encontrar-se, quefazem com que a pessoa tenha dificulda<strong>de</strong>s em <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>ir a substância,freqüentemente ficando à <strong>de</strong>riva no dia-a-dia, sem <strong>de</strong>stino ou objetivos que venhamenriquecer sua vida pessoal). O Ministério da Saú<strong>de</strong> do Brasil não reconhece nenh<strong>um</strong>74 NICASTRI, op. cit.75 Id.
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