30menos fatigado e hilarida<strong>de</strong>, enquanto que outras pessoas sentem angústia, ficamaturdidas, temerosas <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o autocontrole e ansiosas, com tremores e sudorese. Há<strong>um</strong>a perturbação na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calcular o tempo e o espaço, além <strong>de</strong> <strong>um</strong> prejuízo<strong>de</strong> memória e <strong>de</strong> atenção. Com doses maiores ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da sensibilida<strong>de</strong>individual, po<strong>de</strong>m ocorrer perturbações mais evi<strong>de</strong>ntes do psiquismo, compredominância <strong>de</strong> <strong>de</strong>lírios e alucinações. 64Os efeitos físicos agudos são hiperemia conjuntival (vermelhidão no olho),diminuição da produção da saliva (o que faz com que a boca fique seca) e taquicardia(po<strong>de</strong>ndo-se chegar a freqüências <strong>de</strong> 140 batimentos por minuto ou mais). 65Em termos <strong>de</strong> efeitos físicos crônicos, são comuns problemas respiratórios,<strong>um</strong>a vez que a f<strong>um</strong>aça produzida pela maconha é muito irritante, além <strong>de</strong> conter altoteor <strong>de</strong> alcatrão (maior que no caso do tabaco) e nele existir <strong>um</strong>a substância chamadabenzopireno, que é <strong>um</strong> conhecido agente cancerígeno. Ocorre ainda <strong>um</strong>a diminuição(<strong>de</strong> até 50-60%) na produção <strong>de</strong> testosterona dos homens, po<strong>de</strong>ndo haver infertilida<strong>de</strong>.Há também relatos <strong>de</strong> efeitos psíquicos crônicos da maconha, cujo usocontinuado interfere com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizado e memorização, po<strong>de</strong>ndoinduzir <strong>um</strong> estado <strong>de</strong> diminuição da motivação, ou seja, a pessoa não sente vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça, per<strong>de</strong>r a importância, na assim chamadasíndrome amotivacional. 66No V Levantamento Nacional <strong>sobre</strong> o cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> drogas psicotrópicas entreestudantes <strong>de</strong> Ensino Fundamental e Médio da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino a maconhamostrou-se muito cons<strong>um</strong>ida entre os estudantes. 5,9% foram a porcentagem <strong>de</strong> uso navida, nas 27 capitais. 67 A título <strong>de</strong> comparação, em 2001 o uso na vida para a faixa64 ADOLESCÊNCIA E TÓXICOS. VIVER. Revista <strong>de</strong> Psicologia. São Paulo, EditoraVoar, n. 22, 1987.65 CURSO DE FORMAÇÃO DE PALESTRANTES ..., op. cit.66 Id.67 GALDURÓZ, op. cit.
31etária entre 12 a 17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 3,5% 68 , ou seja, houve <strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> mais<strong>de</strong> 2,0%.O percentual <strong>de</strong> crianças na faixa etária entre 10 e 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> quefizeram uso na vida foi <strong>de</strong> 0,6%, saltando para 3,9% entre 13 e 15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Outrodado também revelador foi a utilização, no mês, <strong>de</strong> 48.155 estudantes, cerca <strong>de</strong> 3,2%.A capital que apresentou maior índice <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>o foi Boa Vista/RR com 8,5%seguida por Porto Alegre/RS com 8,3%.2.2.3.2 AlucinógenosDesignação dada a diversas drogas que possuem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> provocar<strong>um</strong>a série <strong>de</strong> distorções do funcionamento normal do cérebro, trazendo comoconseqüência <strong>um</strong>a variada gama <strong>de</strong> alterações psíquicas, entre as quais alucinações e<strong>de</strong>lírios, sem que haja <strong>um</strong>a estimulação ou <strong>de</strong>pressão da ativida<strong>de</strong> cerebral. 69Várias <strong>de</strong>ssas drogas são capazes <strong>de</strong> produzir seus efeitos psíquicos em dosesque praticamente não alteram qualquer outra função no organismo: são osalucinógenos propriamente ditos ou alucinógenos primários. Outras drogas, por suavez, apenas são capazes <strong>de</strong> induzir efeitos alucinógenos em doses que afetam <strong>de</strong>maneira importante diversas outras funções, sendo consi<strong>de</strong>radas alucinógenossecundários, como no caso dos anticolinérgicos. 70Diversas plantas possuem proprieda<strong>de</strong>s alucinógenas como, por exemplo,alguns cog<strong>um</strong>elos (Psylocibe mexicana, que produz a psilocibina), a jurema (Mimosahostilis, que sintetiza a dimetiltriptilina) e outras plantas eventualmente utilizadas naforma <strong>de</strong> chás ou beberagens aluncinógenas. Há também substâncias alucinógenas68 CARLINI, E. A. et al. I levantamento domiciliar <strong>sobre</strong> o uso <strong>de</strong> drogas psicotrópicas noBrasil. São Paulo: CEBRID – Centro Brasileiro <strong>de</strong> Informações <strong>sobre</strong> Drogas Psicotrópicas, 2001.69 CURSO DE FORMAÇÃO DE PALESTRANTES ..., op. cit.70 CURSO DE FORMAÇÃO DE PALESTRANTES ..., op. cit.
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