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um estudo sobre políticas públicas - Programa de Pós-Graduação ...

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13ao Domingo, porque causam enorme prejuízo às famílias operárias.” 18 A questãotornou-se <strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro manifesto, intitulado: “Abaixo a Taberna! Abaixo oAlcoolismo!” 19Por outro prisma, Karl Marx em passagem do Capital 20 ao <strong>de</strong>screver a durarealida<strong>de</strong> da classe trabalhadora i<strong>de</strong>ntificou no álcool o papel <strong>de</strong> <strong>um</strong> consoloinevitável, a única maneira <strong>de</strong> se suportar a dor <strong>de</strong> <strong>um</strong>a estressante jornada <strong>de</strong> trabalho,que ao passar dos tempos <strong>de</strong>gradava cada vez mais a infância e o tempo <strong>de</strong> vida doproletariado “É impossível passar <strong>um</strong>a criança pelo purgatório <strong>de</strong> <strong>um</strong>a olaria sem<strong>de</strong>gradar-se moralmente... A linguagem baixa que cost<strong>um</strong>am ouvir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mais tenraida<strong>de</strong>, os hábitos obscenos, sórdidos e impu<strong>de</strong>ntes em meio aos quais cresceminconscientes e meio selvagens, tornam-nas, para o futuro, marginais, vis e dissolutas.É natural, portanto, que a embriaguez reine nesta classe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância.”Em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, publicado em 1843,Engels observou a importância do álcool como praticamente o único lazer operário.Em Introdução à Crítica da Filosofia do Direito em Hegel, na qual Karl Marx escreveua famosa frase a respeito da religião como “ópio do povo”, ambos os fenômenos –religião e droga – são vistos como meios <strong>de</strong> fugir à cruelda<strong>de</strong> da dor da exploração dotrabalho, verda<strong>de</strong>iros remédios contra o sofrimento. 21O uso do álcool pela força <strong>de</strong> trabalho sempre foi <strong>um</strong>a prática com<strong>um</strong> nasocieda<strong>de</strong> capitalista, pois garantia a manutenção dos níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> exigidosa todo custo pelos proprietários dos meios <strong>de</strong> produção.As bebidas alcoólicas consolidaram-se como mercadorias <strong>de</strong> primeiraimportância na economia mundial. O vinho teve <strong>um</strong>a superprodução mundial, nos18 CORREIA, João Carlos. O Espaço público e a questão operária: o testemunho do JornalA Estrela. Portugal: Univ. da Beira Interior, 1998.19 CORREIA, op. cit.20 MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política: livro I. Tradução: ReginaldoSant’Anna. 16. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Civilização Brasileira, 1998, p. 527.21 CARNEIRO, Henrique S. Bebidas alcoólicas e outras drogas na época mo<strong>de</strong>rna (2003).Agência Baiana <strong>de</strong> Notícias, jul. 2004.

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