12.07.2015 Views

Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

| Seção Placa Ductal |HEPATOLOGIA PEDIÁTRICAMERCADO E PERSPECTIVAS<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong> entrevistaThemis Reverbel da Silveira (RS) e Luciana Rodrigues Silva (BA)<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Hepatologista pediátricoé um médico para gran<strong>de</strong>scentros. Concordam com essa afirmativa?Themis: Sim, para centros <strong>de</strong> atendimentoterciário, sobretudo on<strong>de</strong> existamprogramas <strong>de</strong> transplante <strong>de</strong> fígado eoutros órgãos.Luciana: Sim, pois essa é uma especialida<strong>de</strong>ainda não reconhecida como tal.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Nos últimos anos, osresi<strong>de</strong>ntes saídos <strong>de</strong> seu serviço estãoatuando como hepatologistas, oucomo gastroenterologistas pediátricos?Themis: Na imensa maioria dos casos nãohá condições <strong>de</strong> exercer apenas a <strong>Hepatologia</strong>.A exceção é se houver núcleos <strong>de</strong>Transplantes que estejam já capacitados,o que só ocorre em poucas cida<strong>de</strong>s (geralmentenas capitais) do país.Luciana: Na maioria das vezes comogastroenterologistas pediátricos. Algunstêm maior interesse em hepatologia, masainda não há a especialida<strong>de</strong> nem a residênciaespecífica em hepatologia pediátrica.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Como é a oferta <strong>de</strong>empregos para hepatologistas pediátricosem sua cida<strong>de</strong>?Themis: No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, apenas noHospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre estásendo aberto concurso para 1 vaga – e queinclui cuidados em transplante hepático.Luciana: Há pacientes mas não há aindaMário Reis Álvares-da-Silva (RS)como disse anteriormente uma especialida<strong>de</strong><strong>de</strong>finida e, portanto, oferta <strong>de</strong>empregos.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: O Transplante Hepáticoainda atrai o hepatologista pediátrico?Como tem sido a remuneração?Themis: Não estou atualizada sobre remuneração.Luciana: Na Bahia, encaminhamospacientes para serem transplantados emSão Paulo.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Como estamos emrelação à cobertura vacinal da populaçãopediátrica para as hepatites A eB no Brasil?Themis: Em relação à hepatite A, extremamentecarentes; apesar <strong>de</strong> muitaspromessas não há disponibilida<strong>de</strong> noprograma do Ministério. Vacina, apenasem clínicas privadas. Em relação à B, afaixa que não está bem (menos <strong>de</strong> 70%) éa dos adolescentes.Luciana: Com relação a Hepatite B, nafaixa etária pediátrica, acho que bem. Comrelação à hepatite A, precisamos lutarainda para colocar no calendário <strong>de</strong> rotina.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: A pediatria é umaespecialida<strong>de</strong> que vem sendo cadavez menos disputada. Essa tendênciaé brasileira ou mundial? Comorevertê-la?Themis: Essa tendência, sim, é mundial,sobretudo como “intensivistas” e “emergencistas”,pois trabalham muito, em situações<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, e são remunerados<strong>de</strong> maneira insuficiente. Comorevertê-la? Uma das estratégias para aPediatria Geral seria incluir a Pediatria(como especialida<strong>de</strong>) nos Programas <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da Família e não consi<strong>de</strong>rar, <strong>de</strong>uma maneira simplista, que os problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> “das crianças” possam ser atendidospelos “generalistas”.Luciana: Penso que a pediatria temsido mais estimulada nos últimos anos,mas ainda precisa um outro olhar paraser mais bem remunerada e reconhecida,tanto a pediatria geral como a pediatria <strong>de</strong>especialida<strong>de</strong>s. O investimento na saú<strong>de</strong>da infância e na adolescência é absolutamentenecessário num país que <strong>de</strong>sejaser <strong>de</strong>senvolvido; os gestores precisamenxergar este fato.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: A <strong>Hepatologia</strong> e aGastroenterologia <strong>de</strong> adultos têmtrilhado caminhos diferentes, porvezes antagônicos. Como é a convivênciacom a Gastroenterologia Pediátrica?Themis: Minha experiência pessoal éexitosa, sempre com a mais absolutaharmonia.Luciana: Caminhamos ainda para<strong>de</strong>finir mais a <strong>Hepatologia</strong> pediátricacomo especialida<strong>de</strong>.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Medicina <strong>de</strong> transição:como tem sido trabalhada em seucentro?Themis: Não tem sido trabalhada, emboraseja <strong>de</strong> absoluta necessida<strong>de</strong>, sobretudo emcaso <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> doenças crônicasque necessitam acompanhamento prolongado,por exemplo, Fibrose Cística, Transplantes,Doenças Inflamatórias Intestinas.Em diversos estágios no exterior (França,EUA e Canadá, sobretudo) já constatei anotória importância do assunto. A partirdos 10 a 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, os pacientestransplantados são acompanhadospor equipes que incluem pelo menos 1médico “não pediatra” que seguirá com opaciente.Luciana: A transição da Medicina doadolescente para a Medicina do adultoainda requer mais investimento emequipes multidisciplinares para que ocorraa transição i<strong>de</strong>al para os pacientes crônicoscomo ocorre no primeiro mundo, aindaestamos precisando olhar essa questãomelhor, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> resolvermos outrasquestões mais básicas no país,sobretudo porque hámuitas diferençasaserem resolvidas ente o norte e o sul dopaís.<strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong>: Quais as perspectivasnos próximos 10 anos na prática da<strong>Hepatologia</strong> Pediátrica no Brasil?Themis: Vejo com relutância. Acreditoexistir espaço apenas em gran<strong>de</strong>s centros,constituindo equipes multidisciplinaresem hospitais que trabalham com altacomplexida<strong>de</strong>.Luciana: Para mim, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m doempenho e das alianças entre os gestorespúblicos, as universida<strong>de</strong>s, o sistemas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e a educação e formação <strong>de</strong> especialistas,a Residência Médica, a infraestruturados Serviços <strong>de</strong> <strong>Hepatologia</strong> e ainterlocução entre a <strong>Hepatologia</strong> <strong>de</strong> adultoe a pediátrica, e a integração entre associeda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pediatria e <strong>de</strong><strong>Hepatologia</strong>. •40 | <strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong><strong>Boletim</strong> <strong>SBH</strong> | 41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!