Boletim SBH Setembro/2013 - Sociedade Brasileira de Hepatologia

jovem de uma beleza afro-brasileiraestonteante, encanta, e a decoraçãodo salão, embora convencional,mostra a sua classe. A carta devinhos é um espetáculo à parte. Orestaurante está a cargo de LucianoBoseggia, famoso chef italiano quepilotava o Fasano de São Paulo. Acomida é excelente. O carpaccio, assaladas, as massas com frutos domar, os risotos, grandes experiências.Na sobremesa, nada bate osfigos com mascarpone, simples edivinos. Já que estamos em hotéis,falemos em outros dois. Ali nafrente do Forte de Copacabanaestá um dos melhores restaurantesdo país. Dentro do Sofitel, o estreladoLe Pré-Catelan traz o encantoe a sofisticação da culinária francesaem um ambiente bonito esimpático. A comida é excelente,e os queijos vão lhe transportar,ao primeiro contato, aos prazeresmais secretos da França. Fecheos olhos – e sinta. Tipo do restauranteonde tudo vale a pena,não dispense nem os pãezinhos,espetaculares. Não é barato, masvale cada centavo. Recomendo osqueijos na sobremesa. Comme ilfault! Hotel mais badalado do Riode Janeiro no momento, o Fasano,no início de Ipanema, reúne ascelebridades internacionais. Senenhuma delas estiver hospedadapor ali, com montes de paparazzie hordas de fãs na redondeza,como costuma ocorrer, vale visitaro Fasano Al Mare. Mas vá comcautela: ali eu comi um dos pioresrisotos da minha vida. Desperdíciode bons camarões e belos limõessicilianos. O atendimento, surpreendentementenervoso, os garçonsparecendo em treinamento. Aindabem que havia um bom champagne- e a companhia era excelente.Ah, os grissinis do couvertsão muito bons! A experiência noTérèze, em Santa Tereza, foi muitomelhor. O charme do Hotel SantaTereza, da rede Relais & Châteaux,ex-Hotel dos Descasados, é arrebatador.A vista, deslumbrante, oatendimento, discreto e eficiente, acomida pouca, mas deliciosa! Nãodeixe de pedir uma mesa junto àjanela e prove o o cevi-tchê, tartarede salmão com erva mate e frutascítricas. Há quem diga que o Aprazível,no mesmo bairro, é melhor.Nas minhas incursões gastronômicascariocas recentes eu nãoconsegui achar tempo para experimentarsua comida. É famosoe bem falado. Vá por sua contae risco. Celebridades nacionais,atores da Globo, banhistas, meninasjovens e belas e senhoras em buscada juventude eterna costumamreunir-se no Leblon, no Celeiro. Éum quilo chique – e ponto. Muitobadalado, serve para quem gostade ficar em fila, se servir em bufê,pesar comida, comer em um lugarapertado, e pagar caro. Não fazmeu estilo. As famosas saladas,supercriativas é o que dizem,não seriam servidas em qualquerrestaurantezinho de esquina emSão Paulo (certo, em Porto Alegreaté seriam). Então, se o negócio forum almoço leve e sem sofisticação,vá. Se não, evite. Não tomei ossucos, mas deu vontade: suas coresvivas, nos copos espalhados pelasmesas, enchem o lugar de alegria.Neste segmento verde, ouvi falarmuito bem do almoço de sábado doPurani Veg, cozinha vegetarianaartesanal, sem álcool e sem cartãode crédito, escondido em VargemGrande. Há que reservar para nãoperder a (longa) viagem. Mesmogaúcho e carnívoro, ainda quero irlá. Aliás, gaúcho e carnívoro, passobatido nas churrascarias cariocasda vida. Churrascaria deve servircarne. Arroz deve ficar longe!Peixes e sushis, então! E caipiroscade morango, convenhamos,não deveria nem passar perto daporta! Porcão Rio’s e similares nãoreceberiam meu selo de autenticidadesulina. Mas há quem goste.Na verdade, a carne não é ruim.Troquemos de assunto. Na Casade Cultura Julieta de Serpa, noFlamengo, beleza, história e sofisticação.O palacete, belíssimo, abrigao restaurante Paris. Pães deliciosos,pastas delicadas, atendimento deprimeira. Vale muito, nem que sejapara viajar no Paris Express, maissimples, um menu com couvert,prato principal e sobremesa. Indulgênciano ponto máximo? Vá decardápio especial Paris Privê 3,com trufas de verão. Pra quem nãotem fome, que o álcool tira, vale aomenos visitar o palacete e beber umDry Martini ou, vá lá, uma caipirinhade morango! Prezado leitor,devo confessar, as pesquisas decampo para este Boletim (sim, umsacrifício que fiz pela sociedade),em uma bela noite de sexta-feiralevaram-me ao ponto máximo. Onome, muito adequado, Olympe,o restaurante de Claude Troisgros,na Lagoa. A casa é pequena, adecoração espartana, a iluminaçãopontual e discreta. Não há enfeitesà mesa, as paredes são quase nuas,as mesas são próximas umas àsoutras, não há onde esperar. Àesquerda de quem entra, ao fundo,a cozinha, envidraçada. O atendimentoé muito bom, uma equipeinteira se reveza na atenção àmesa, simpática e elegante, nadainvasiva. Provei o menu confianceharmonizado. Sem palavras! Doamuse bouche à sobremesa, umafesta sensorial. Como sempre,a mistura com temperos e detalhesbem brasileiros. A melanciacom gengibre e laranja servida naentrada, o salmonete com tucupi e,por fim, o aipim folhado do pratoprincipal, inesquecíveis, delicadose ultradeliciosos. Impossível nãofalar na cheesecake desestruturadade goiaba, uma sucessão dediferentes texturas, cores e saboresde uma mesma… goiaba. Ao final,vindos com o café, macarons decupuaçu – que achado espetacular!Grande restaurante, recomendofortemente. Reserve commuita antecedência. Na dúvida deonde ir, ao menos tome uma águade coco em um fim de tarde nocalçadão, bem perto da ponta doLeme. É uma experiência barata – edefinitivamente gourmet. •28 | Boletim SBHBoletim SBH | 29