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Relação do Volume Plaquetário Médio com Troponina ... - NewsLab

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ArtigoRelação <strong>do</strong> <strong>Volume</strong> Plaquetário Médio <strong>com</strong> <strong>Troponina</strong> Positivaem Pacientes <strong>com</strong> Infarto Agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Miocárdio Atendi<strong>do</strong>s em umLaboratório Particular <strong>do</strong> Município de Barbalha, CEAmanda Kelly Ferreira Landim 1 , Alexsandra Laurin<strong>do</strong> Leite 21 – Estudante de Biomedicina, Faculdade Leão Sampaio, CE2 – Professora Especialista, Faculdade Leão Sampaio, CEResumoSummaryRelação <strong>do</strong> volume plaquetário médio <strong>com</strong> troponinapositiva em pacientes <strong>com</strong> infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdioatendi<strong>do</strong>s em um laboratório particular <strong>do</strong> municípiode Barbalha, CEO Infarto Agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Miocárdio (IAM) consiste na morte <strong>do</strong> músculo<strong>do</strong> coração resultan<strong>do</strong> de uma isquemia. A avaliação laboratorial<strong>do</strong> IAM baseia-se na quantificação de macromoléculas que sãoextravasadas das células lesadas <strong>do</strong> coração, dentre estas se incluemas troponinas cardíacas. As plaquetas desempenham importantefunção no desenvolvimento de trombo intravascular. Após ruptura deuma placa aterosclerótica há ativação de eventos pró- trombóticos,levan<strong>do</strong> ao infarto <strong>do</strong> miocárdio. Sen<strong>do</strong> assim, o <strong>Volume</strong> PlaquetárioMédio (VPM) é um índice de avaliação importante no diagnóstico <strong>do</strong>IAM. O objetivo deste estu<strong>do</strong> foi relacionar o VPM <strong>com</strong> a troponinapositiva em pacientes <strong>com</strong> IAM. A meto<strong>do</strong>logia consiste no estu<strong>do</strong>retrospectivo, descritivo de caráter quantitativo. Realizou-se em umlaboratório particular, no município de Barbalha, Ceará, situa<strong>do</strong>em um hospital de referência em patologia cardíaca. Obedeceu àsnormas da resolução 196/96 <strong>do</strong> Conselho Nacional de Saúde. Ogrupo de estu<strong>do</strong> foi <strong>com</strong>posto por 40 prontuários <strong>do</strong> ano de 2011.Os da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s foram analisa<strong>do</strong>s no programa SPSS 17.0,quan<strong>do</strong> se observou alteração <strong>do</strong> tamanho das plaquetas em 41%<strong>do</strong>s prontuários analisa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pacientes que sofreram IAM, <strong>com</strong>troponina positiva, a partir da avaliação <strong>do</strong> VPM.Palavras-chave: Infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, troponina,volume plaquetário médioRelation of medium platelet volume withpositive troponin in patients with acute myocardialinfarction treated in a private laboratory atBarbalha City, CEThe Acute Myocardial Infarction (AMI) is the death of heartmuscle resulting from a stroke. Laboratory evaluation of AMIis based on the quantification of poured out macromoleculesthat are damaged heart cells, among them includes the cardiacTroponins. Platelets play an important role in the developmentof intravascular thrombus after rupture of an atheroscleroticplaque for activation of prothrombotic events leading tomyocardial infarction. Thus, the mean platelet volume (MPV) isan important indicator for evaluating the diagnosis of AMI. Theobjective of this study was to <strong>com</strong>pare the MPV with positivetroponin in patients with AMI. The metho<strong>do</strong>logy consists ofretrospective, descriptive quantitative character. Held in aprivate laboratory in the city of Barbalha, Ceará, located ina referral hospital for heart disease. It obeys the rules of theresolution 196/96 of the National Health Council. The studygroup consisted of 40 medical records of 2011. The dataprovided were analyzed using SPSS 17.0 was observed thatchanging the size of platelets in 41% of records reviewed ofpatients who suffered AMI, with troponin positive, based onthe evaluation of the MPV.Keywords: Acute myocardial infarction, troponin, volumeplatelet eastIntroduçãoOinfarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio,também conheci<strong>do</strong> <strong>com</strong>oataque cardíaco, consiste namorte <strong>do</strong> músculo cardíaco resultantede uma isquemia. Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,cerca de 1,5 milhões de pessoassofrem infarto anualmente e aproximadamenteum terço delas morre (1).No Brasil, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ministérioda Saúde (2005), o aparelhocirculatório foi responsável por 31,46%<strong>do</strong>s óbitos, sen<strong>do</strong> que a maior das causasé superior à soma das duas seguintes(neoplasias e causas externas) (2).Atualmente, por critérios defini<strong>do</strong>spela Organização Mundial de Saúde(OMS), os testes bioquímicos são parteda investigação para análise diferencial<strong>do</strong> Infarto Agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Miocárdio (3).Os marca<strong>do</strong>res cardíacos de lesãomiocárdica são proteínas liberadasna circulação pelo músculo cardíacolesiona<strong>do</strong>. A troponina é o marca<strong>do</strong>rcardíaco mais importante atualmente,pois ela é proveniente unicamente <strong>do</strong>músculo cardíaco. Apesar da CK total,a CK-MB atividade, AST e a desidrogenaseláctica possuírem seu significa<strong>do</strong>histórico, não devem ser usa<strong>do</strong>s <strong>com</strong>omarca<strong>do</strong>res de diagnóstico <strong>do</strong> infarto<strong>do</strong> miocárdio por terem baixa especi-110<strong>NewsLab</strong> - edição 118 - 2013


ficidade para lesão cardíaca, uma vezque já estão disponíveis marca<strong>do</strong>resde necrose mais específicos (4).Por isto a <strong>com</strong>issão conjunta paraa redefinição <strong>do</strong> IAM formada pela SociedadeEuropeia de Cardiologia e peloColégio Americano da Cardiologia, em2000, determinou as troponinas <strong>com</strong>oos marca<strong>do</strong>res de escolha na Avaliaçãoda Síndrome Coronariana Aguda,devi<strong>do</strong> a sua maior sensibilidade eespecificidade quan<strong>do</strong> <strong>com</strong>para<strong>do</strong>s<strong>com</strong> outros marca<strong>do</strong>res (5).Os eventos isquêmicos agu<strong>do</strong>s estãoem geral associa<strong>do</strong>s à ruptura de placasfibrolipídicas, que origina reaçõesque, ao tentarem bloqueá-las, acabaminduzin<strong>do</strong> a formação de trombos nolocal lesa<strong>do</strong>. Esse acontecimento leva àobstrução total <strong>do</strong> vaso, <strong>com</strong> interrupção<strong>do</strong> fluxo sanguíneo e consequentemanifestação aguda da <strong>do</strong>ença, deacor<strong>do</strong> <strong>com</strong> território atingi<strong>do</strong> (6).Por este fato, quan<strong>do</strong> o vaso sofreagravo por forças mecânicas oudevi<strong>do</strong> a placas ateroscleróticas, asplaquetas são acionadas e aderem aestes sítios danifica<strong>do</strong>s. A ativação dasplaquetas mais a exibição <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>ssuben<strong>do</strong>teliais procedem na ativaçãoda cascata de coagulação, levan<strong>do</strong>ao convertimento <strong>do</strong> fibrinogênio emfibrina. Forma-se o coágulo sanguíneo<strong>com</strong>posto de plaquetas, células <strong>do</strong>sangue e fibrina, poden<strong>do</strong> ocupar olúmen <strong>do</strong> vaso. Este processo é conheci<strong>do</strong><strong>com</strong>o trombose (7).Assim sen<strong>do</strong>, admite-se que ovolume plaquetário seja um indica<strong>do</strong>rsensível de patogenias coronarianasagudas e que seu tamanho é determinantena formação <strong>do</strong> trombo intracoronarianoem presença de extrusãoda placa aterosclerótica (8).As plaquetas são definidas <strong>com</strong>ofragmentos citoplasmáticos <strong>do</strong>s megacariócitos,origina<strong>do</strong>s na medula ósseaa partir da stem cell. Esta não apresentanúcleo e a sua morfologia consiste emuma forma discoide, <strong>com</strong> diâmetro varian<strong>do</strong>de 1,5 a 3 mm, espessura emmédia de 1.0 mm e volume de 8.0 fl (9).Em condições fisiológicas normais,a sua concentração no sangue periféricopode ser de 150.000 a 450.000/mm 3 , já que da quantidade total noorganismo, 70% estão na circulaçãosanguínea e 30% no baço (10).Antes da automação o plaquetogramaera <strong>com</strong>posto, através da microscopia,por contagem de plaquetase avaliação morfológica das mesmas.A contagem das plaquetas era feitapor duas meto<strong>do</strong>logias, o méto<strong>do</strong>direto ou Rees-Ecker, que empregavaa câmara de Neubauer e visualizaçãomicroscópica para a contagem de plaquetas.Ou méto<strong>do</strong> indireto, de Fônio,que utilizava esfregaço cora<strong>do</strong> <strong>com</strong>panótico e obtinha a contagem emrelação ao número de hemácias. Emcada campo microscópico <strong>com</strong> 1.000eritrócitos calculava as plaquetas erealiza-se uma regra de três em relaçãoao número global de hemácias (7).Com o aparecimento <strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>reshematológicos de segunda geração,na década de 1980 foi possível a avaliaçãoautomática de diversos parâmetros,entre eles o volume plaquetáriomédio (VPM), o índice de amplitude dedistribuição <strong>do</strong> tamanho das plaquetas(PDW), <strong>do</strong> inglês platelet distributionwidth e o plaquetócrito (PCT) (11).Entre os novos parâmetros, o VPMvem merecen<strong>do</strong> destaque, por se tratarde uma variável biológica que definea função e a atividade plaquetária.Além de estar <strong>com</strong>umente disponívelna maioria <strong>do</strong>s laboratórios modernose poder ser medi<strong>do</strong> rapidamente abaixos custos (10).Em virtude <strong>do</strong> aumento no índice deocorrências de infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio(IAM) e das informações citadassobre a importância das plaquetas naformação de trombos intravascular, ocasionan<strong>do</strong>isquemia cardíaca, foi realiza<strong>do</strong>o estu<strong>do</strong> de prontuários de pacientes quetiveram infarto agu<strong>do</strong>, para análise <strong>do</strong>VPM e contagem de plaquetas.O objetivo deste estu<strong>do</strong> foi relacionaro volume plaquetário médio <strong>com</strong> atroponina positiva em pacientes <strong>com</strong>infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio atendi<strong>do</strong>sem um laboratório particular <strong>do</strong> municípiode Barbalha, Ceará.Meto<strong>do</strong>logiaFoi realiza<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> retrospectivo,descritivo, de caráter quantitativo,o qual se desenvolveu em um laboratórioparticular, no município de Barbalha,Ceará, situa<strong>do</strong> em um hospitalde referência em patologia cardíaca.O grupo de estu<strong>do</strong> foi <strong>com</strong>postopor 40 prontuários <strong>do</strong> ano de 2011,que incluiu to<strong>do</strong>s os cadastros depacientes que obtiverem solicitação<strong>do</strong> exame de troponina e hemograma<strong>com</strong>pleto, <strong>com</strong> resulta<strong>do</strong> positivo parao exame de troponina, realiza<strong>do</strong>s entrejaneiro a novembro de 2011.A coleta de da<strong>do</strong>s foi realizadaatravés <strong>do</strong> programa de cadastro deexames <strong>do</strong> laboratório, que pode serobti<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s os exames realiza<strong>do</strong>sno perío<strong>do</strong> de janeiro a novembro de2011, <strong>do</strong>s quais foram extraí<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>sos registros que obtinham solicitaçãode troponina mais o hemograma<strong>com</strong>pleto. Destes, foram excluí<strong>do</strong>sto<strong>do</strong>s os cadastros onde o resulta<strong>do</strong>da troponina foi negativo.Para a obtenção <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong> VPMe contagem de plaquetas, foi necessárioutilizar as planilhas arquivadasno laboratório, <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>spelo aparelho Penta 120 (ABX), dasquais também se pode avaliar o sexoe idade <strong>do</strong>s pacientes que sofreram oinfarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio.Na análise estatística, por se tratarde um trabalho descritivo, foramutiliza<strong>do</strong>s gráficos e tabelas, além dealguns parâmetros <strong>com</strong>o: média, desviopadrão e porcentagem, realiza<strong>do</strong>sno programa SPSS 17.0.Para classificação <strong>do</strong> VPM (µm³)foram utiliza<strong>do</strong>s os seguintes valores,segun<strong>do</strong> Santos, Galvão & Oliveira (7):• Microcitose plaquetária = VPM


= VPM de 8.0 a 9.6 µm³, grupo REFER• Macrocitose plaquetária = VPM >9.7 µm³, grupo MACROResulta<strong>do</strong>sDas 40 amostras analisadas, 22foram <strong>do</strong> sexo masculino e 18 <strong>do</strong>feminino. Destas, observou-se que amédia geral de idade em que ocorreuo infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio é de 75anos. No entanto, a média de idadeem que ocorreu o evento nas mulheresera de 78 anos e, nos homens, de 73anos (Figura 1).O estu<strong>do</strong> da distribuição <strong>do</strong> VPM,em relação ao valor de referênciada literatura, apresentou alteraçãoem 42% <strong>do</strong>s prontuários estuda<strong>do</strong>s,sen<strong>do</strong> uma amostra <strong>com</strong> macrocitoseplaquetária, 16 <strong>com</strong> microcitoseplaquetária e 23 <strong>com</strong> plaquetas devolume normal (Tabela 1 e Figura 2).O grupo de pacientes <strong>com</strong> microplaquetasapresentou uma média <strong>do</strong>VPM de 7,45 e desvio padrão 0,4. Nogrupo <strong>com</strong> plaquetas normais foi observadauma média <strong>do</strong> VMP de 8,71e desvio padrão de 0,3. O grupo demacroplaquetas apresentou uma média<strong>do</strong> VPM de 10 µm 3 e desvio padrão0,0 (Tabela 2).A média geral <strong>do</strong> VPM apresentou8,1 µm 3 e da contagem de plaquetasfoi de 233.000/mm³. A relação da contagemde plaquetas e o VPM apresentaram-seinversamente proporcional,ten<strong>do</strong> um maior pico de VPM entre 7,0– 7,5 µm 3 <strong>com</strong> número de contagem deplaquetas em torno de 470 x10 3 /mm 3 .E sen<strong>do</strong> o menor pico <strong>com</strong> VPM de 10µm 3 e contagem de plaquetas de 130x10 3 /mm 3 (Figura 3).DiscussãoAs troponinas cardíacas são consideradas<strong>com</strong>o indica<strong>do</strong>res maioresde lesão miocárdica, devi<strong>do</strong> a suasequência única de aminoáci<strong>do</strong>s, altasTabela 1. Frequência de casos nos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas(MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), nos prontuários de pacientes quesofreram infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, analisa<strong>do</strong>s em um laboratório particular no municípiode Barbalha, CE, no perío<strong>do</strong> de janeiro a novembro de 2011Pacientes(n)<strong>Volume</strong> Plaquetário Médio(µm 3 )1 MACRO16 MICRO23 REFERIDADE E SEXO DOS PACIENTES QUE SOFRERAM IAMFigura 1. Número de pacientes <strong>do</strong> sexo feminino e masculino, <strong>com</strong> a média da idadeem que ocorreu o infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio em ambos os sexos, analisa<strong>do</strong>s nosprontuários de um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no perío<strong>do</strong> dejaneiro a novembro de 2011Figura 2. Frequência relativa (%) de casos <strong>do</strong>s grupos de macroplaquetas (MACRO),microplaquetas (MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), <strong>do</strong>s prontuários de pacientesque sofreram infarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, analisa<strong>do</strong>s em um laboratório particular nomunicípio de Barbalha, CE, no perío<strong>do</strong> de janeiro a novembro de 2011.Tabela 2. Média e desvio padrão <strong>do</strong>s grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas(MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER) <strong>do</strong>s prontuários de pacientes que sofreraminfarto agu<strong>do</strong> <strong>do</strong> miocárdio, analisa<strong>do</strong>s em um laboratório particular no município deBarbalha, CE, no perío<strong>do</strong> de janeiro a novembro de 2011VPM (µm3) Média (µm 3 ) Desvio PadrãoMicro 7,45 0,4Referência 8,71 0,3Macro 10 0,05112<strong>NewsLab</strong> - edição 118 - 2013

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