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PDF PM - Sema-MT - Governo do Estado de Mato Grosso

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSODante Martins <strong>de</strong> OliveiraGOVERNADORJosé Rogério SallesVICE-GOVERNADORFre<strong>de</strong>rico Guilherme <strong>de</strong> Moura MüllerSECRETÁRIO ESPECIAL DO MEIO AMBIENTEE PRESIDENTE DA FEMAPaulo César Vieira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>DIRETOR ADMINISTRATIVO FINANCEIROIvan Delamônica FreireDIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOSDailor Luiz RomioDIRETOR TÉCNICOPaulo <strong>do</strong>s Santos LeiteDIRETOR DE RECURSOS DE FAUNA E FLORAFátima SonodaCOORDENADORIA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


EQUIPE EXECUTORAConsultoresBiÄlogo Edson <strong>de</strong> Souza Lima – FloraBiÄloga Jane Dilvana Lima – FaunaDr.Ç GeÄloga AndrÉia MÑrcia Cassiano – Meio FÖsicoEngenheiro AgrÜnomo Clo<strong>do</strong>al<strong>do</strong> Carvalho Queiroz – SÄcio EconomiaColabora<strong>do</strong>resGeÄlogo MSc Amintas Nazareth RosseteEcÄlogo Dr. Cesar Enrique <strong>de</strong> MeloEcÄloga MSc Teresa Cristina S. AnacletoTÄcnicos da Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ConservaÅÇo – FEMA/<strong>MT</strong>.GeÄgrafa Vera Lucia Noriko KuroyanagiGeÄloga Magda Men<strong>de</strong>s da SilvaArquiteto El<strong>de</strong>r Monteiro AntunesBiÄloga MSc. Eliani Mezzalira Pena <strong>de</strong> Araájo GoÉsAdministra<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra AzulCerilo Ramos da Silva NetoFUNDAàâO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEMACONVäNIO MMA/FNMA/FEMA Nã02000.001893/00-44


SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO 011 - MEIO FÍSICO 041.1 - INTRODUÇÃO 041.2 - METODOLOGIA 051.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 061.3.1 - Geologia 061.3.2 - Geomorfologia 161.3.3 - Clima 191.3.4 - Solos 201.3.5 - Sítios Arqueológicos 231.3.6 - Hidrografia 241.3.7 - Aspectos Morfope<strong>do</strong>lógico 272 - FLORA 292.1 - INTRODUÇÃO 292.2 - METODOLOGIA 302.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 322.3.1 - Situação geral <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul 322.3.2 - Levantamento florístico 342.3.3 - Plantas especiais 732.3.4 - Espécies ameaçadas ou em extinção 752.3.5 - Aspectos ecológicos 753 - FAUNA 823.1 - ICTIOFAUNA 823.1.1 - Introdução 823.1.2 - Meto<strong>do</strong>logia 83


3.1.3 - Resulta<strong>do</strong>s e Discussåo 833.2 - FAUNA DE LAGARTOS 893.2.1 - Introduçåo 893.2.2 - Meto<strong>do</strong>logia 903.2.3 – Resulta<strong>do</strong>s e Discussåo 903.3 - AVIFAUNA 973.3.1 - Introduçåo 973.3.2 - Meto<strong>do</strong>logia 983.3.3 - Resulta<strong>do</strong>s e Discussåo 993.4 - MASTOFAUNA 1093.4.1 - Introduçåo 1093.4.2 - Meto<strong>do</strong>logia 1103.4.3 - Resulta<strong>do</strong>s e Discussåo 1144 - SéCIO ECONOMIA 1224.1 - INTRODUàâO 1224.2 - METODOLOGIA 1234.3 - RESULTADOS E DISCUSSâO 1244.3.1 - Caracterizaçåo GeogrÑfica 1244.3.2 - Estrutura PolÖtica 1244.3.3 - Aspectos HistÄricos 1244.3.4 - Populaçåo Resi<strong>de</strong>nte 1254.3.5 - Infraestrutura 1264.3.6 - Equipamentos Culturais e <strong>de</strong> Lazer 1294.3.7 - Aspectos SÄcio e Cultural 1304.3.8 - PatrimÜnio HistÄrico e Natural 1304.3.9 - Saá<strong>de</strong> 134


4.3.10 - Educação 1374.3.11 - Comunicação 1394.3.12 - Área Indígena 1394.3.13 - Ativida<strong>de</strong>s Produtivas 1424.3.14 - Análise <strong>do</strong> Questionário 1555 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 173


APRESENTAÇÃOO cerra<strong>do</strong> brasileiro é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma das áreas <strong>de</strong> maior biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e ao mesmotempo, uma das mais ameaçadas pelo avanço das ativida<strong>de</strong>s humanas MITTERMEIER et al. (1999). Nãoobstante o imenso esforço <strong>de</strong> algumas organizações nacionais e internacionais no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> preservar opouco que resta <strong>de</strong>ste bioma, apenas 20% <strong>de</strong> sua área ainda está intacta (DIAS, 1993), e é representadaprincipalmente pelas reservas indígenas e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação. Mesmo áreas ainda cobertas porvegetação nativa, atualmente são utilizadas em larga escala para pastejo direto pelo ga<strong>do</strong> bovino cujopisoteio, a longo prazo, po<strong>de</strong> provocar sérias alterações nas áreas atingidas.O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> abrange uma área <strong>de</strong> 90.606.806 ha <strong>do</strong>s quais, 28,48% já estão<strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s, o que representa 25.805.238 ha <strong>de</strong> habitats <strong>de</strong>struí<strong>do</strong>s (FEMA, 1999).Entre os componentes da Amazônia legal, <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> é o Esta<strong>do</strong> que mais <strong>de</strong>smata. Entre 1998 e2000 foram <strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s em média 300.000 ha/ano (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). O avanço acelera<strong>do</strong>da fronteira agropecuária neste Esta<strong>do</strong>, coloca seus ecossistemas entre os mais ameaça<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil.A maior ameaça à diversida<strong>de</strong> biológica é a perda <strong>de</strong> habitat. Portanto, a melhor forma <strong>de</strong> protegeresta diversida<strong>de</strong> é preservar os hábitats (PRIMACK & RODRIGUES, 2001).Segun<strong>do</strong> informações da Fundação Estadual <strong>do</strong> Meio Ambiente (FEMA/CUCO), o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong><strong>Grosso</strong> conta com 29 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação (Maio/2002), que abrangem uma área total <strong>de</strong> 2.174.435,29ha. Até 1999, 13,88% <strong>de</strong>stas áreas estavam <strong>de</strong>smatadas, o que representa 228.235 ha. Além <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s,existem 57 reservas indígenas que totalizam 12.379.737 ha, cujas áreas <strong>de</strong>smatadas até 1999 eram <strong>de</strong> 283.389ha e representam apenas 2,29% <strong>de</strong>sse total. O conjunto <strong>de</strong>stas áreas <strong>de</strong> proteção ambiental, representamaproximadamente 31% <strong>do</strong> território <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.O Parque Estadual da Serra Azul - PESA, embora em área relativa seja pouco representativo noEsta<strong>do</strong>, reveste-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> principalmente a sua localização nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um<strong>do</strong>s pólos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento agroindustrial <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.A localização privilegiada, junto a uma das mais importantes portas <strong>de</strong> acesso ao Esta<strong>do</strong>, o contatocom gran<strong>de</strong>s centros por vias asfaltadas e a boa infra-estrutura propiciada por Barra <strong>do</strong> Garças, dão ao PESAum conjunto <strong>de</strong> características raras em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação. Além <strong>de</strong> atuar como importante refúgiopara gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> espécies da fauna e flora <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> ser explora<strong>do</strong> com ecoturismo para os maisvaria<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> exigências.O envolvimento da população local com esta área, remonta à década <strong>de</strong> 50, quan<strong>do</strong> em 1954 surgiua primeira lei municipal que criava a Reserva Florestal da Serra da Barra <strong>do</strong> Garças. Esta lei visava protegerprincipalmente o córrego Avoa<strong>de</strong>ira, um <strong>do</strong>s principais córregos <strong>do</strong> Parque e que naquela época era a fonte<strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água para Barra <strong>do</strong> Garças.Em 1975 o mesmo córrego foi novamente trata<strong>do</strong> em lei municipal quan<strong>do</strong> se <strong>de</strong>terminou novoslimites para a reserva e se tornou nulo os títulos <strong>de</strong> posse da terra nas proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> mesmo, ten<strong>do</strong> osproprietários comprova<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> a lei, direito a ato in<strong>de</strong>nizatório <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público.Em maio <strong>de</strong> 1984, outra lei municipal torna o platô da serra, bem como sua área <strong>de</strong> formação, emReserva Ecológica Turística <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças e proíbe qualquer tipo <strong>de</strong> loteamento ou outrasformas <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação nesta área.Em Agosto <strong>de</strong> 1984 nova lei proíbe o uso <strong>de</strong> fogo nas áreas florestadas da Serra da Barra, atual PESA.


Em abril <strong>de</strong> 1988, a lei nº 1088 proíbe a construção, <strong>de</strong>smatamento e <strong>de</strong>spejos <strong>de</strong> esgotos e lavagem<strong>de</strong> automóveis no córrego Avoa<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o clube da Maçonaria (localiza<strong>do</strong> na base da encosta da SerraAzul), até sua foz no rio Araguaia.Além <strong>de</strong>stas, outras leis neste perío<strong>do</strong> ou posteriormente trataram <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar a utilização <strong>de</strong> recursosassocia<strong>do</strong>s à Serra on<strong>de</strong> se localiza o PESA.Assim, ao contrário da maioria das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e até mesmo <strong>do</strong> país, on<strong>de</strong> ainiciativa <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação geralmente cabe a grupos <strong>de</strong> técnicos ou organizaçõesgovernamentais ou não, o PESA foi cria<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a um forte apelo popular, cultiva<strong>do</strong> durante décadas.Desta forma, logo após a criação <strong>do</strong> PESA em 1994, pela Lei Estadual nº 6439, iniciou-se oprocesso <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> Parque, com a formação <strong>do</strong> Conselho Administrativo, com representantes <strong>de</strong>vários segmentos da socieda<strong>de</strong>, ONGs, Universida<strong>de</strong>, Secretarias <strong>de</strong> Meio Ambiente Municipal e Estadual.No entanto, <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong> até o presente foram tomadas poucas medidas para a implantação <strong>de</strong>finitiva <strong>do</strong>PESA, embora a FEMA, alguns membros isola<strong>do</strong>s da Universida<strong>de</strong> e algumas ONGs tenham realiza<strong>do</strong>ações <strong>de</strong> divulgação, educação ambiental e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação na área.Neste contexto, o presente diagnóstico abre uma nova etapa na consolidação <strong>de</strong>ste processo,permitin<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong>stes da<strong>do</strong>s a elaboração <strong>de</strong> um Plano <strong>de</strong> Manejo, critério básico para a implantação<strong>de</strong>finitiva <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul.Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>O Parque Estadual da Serra Azul abrangen<strong>do</strong> parte das áreas urbanas e rurais, localiza-se nomunicípio <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças (Figura 01), região leste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, entre as coor<strong>de</strong>nadas15º52S e 51º16W, e ocupa uma área aproximada <strong>de</strong> 11.002,4450 hectares. Maia (1996) cita que a área <strong>do</strong>Parque, inserida no contexto <strong>do</strong> bioma Cerra<strong>do</strong>, faz parte <strong>do</strong> Planalto <strong>do</strong>s Guimarães, limitan<strong>do</strong>-se ao Nortecom a Depressão <strong>do</strong> Paranatinga, a leste com a Depressão <strong>do</strong> Araguaia e a Nor<strong>de</strong>ste com o Planalto <strong>do</strong>sParecis e está localizada na Bacia Tocantins-Araguaia. O Parque possui belas cachoeiras e vários córregos:Córrego Avoa<strong>de</strong>ira, Peixinho, Lontra, Barreirinho, Onça, Areia, Barreiro, Al<strong>de</strong>ia, Fogaça, Ouro Fino,Pitomba, Fun<strong>do</strong>, Buritirana e Água Quente, sen<strong>do</strong> a Serra Azul cabeceira <strong>de</strong> vários que ocorrem <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>Parque.


Figura 01: Localização <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.1.1 - INTRODUÇÃOA Lei 9985, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2000, que institui o Sistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação daNatureza <strong>de</strong>fine como unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação o espaço territorial e seus recursos naturais relevantes,legalmente instituí<strong>do</strong> pelo Po<strong>de</strong>r Público, com objetivos <strong>de</strong> conservação e limites <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, sob regimeespecial <strong>de</strong> administração ao qual se aplicam garantias a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> proteção.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação como instrumentos <strong>de</strong> conservação e preservação <strong>de</strong>áreas naturais relativamente naturais, os planos <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong>vem estabelecer o seu zoneamento e as normasque <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar o uso da área e o manejo <strong>de</strong> seus recursos naturais, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os objetivos <strong>de</strong> cadacategoria <strong>de</strong> manejo.Para Milano (1993) o Plano <strong>de</strong> Manejo contém o or<strong>de</strong>namento das ativida<strong>de</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvidasna unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação, constituin<strong>do</strong>-se o principal instrumento <strong>de</strong> trabalho da administração local.De acor<strong>do</strong> com Brito (2000) o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> apresenta 2% <strong>de</strong> seu território protegi<strong>do</strong>s emunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, nos âmbitos fe<strong>de</strong>ral, estadual, em sua gran<strong>de</strong> maioria situadas na região noroeste esu<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, avaliada pela autora como <strong>de</strong> implementação regular à ina<strong>de</strong>quada.As questões <strong>do</strong> meio ambiente tem si<strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> preocupação da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças<strong>de</strong>s<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 50, com inúmeros atos em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s recursos naturais localiza<strong>do</strong>s na Serra Azul, osquais culminaram com a criação <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul em 31/05/1994, pela Lei no 6.439, o qual


tem como finalida<strong>de</strong> assegurar a integral proteção <strong>do</strong>s ecossistemas, cachoeiras, córregos e sítiospaleontológicos e arqueológicos ali conti<strong>do</strong>.Este trabalho faz parte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas no plano <strong>de</strong> manejo <strong>do</strong> Parque Estadual SerraAzul e tem como objetivo caracterizar e <strong>de</strong>limitar os principais elementos <strong>do</strong> meio físico, bem como <strong>de</strong>finirunida<strong>de</strong>s homogêneas <strong>do</strong> terreno basea<strong>do</strong> em características <strong>de</strong> relevo, solos, substrato rochoso, geran<strong>do</strong> umacompartimentação morfope<strong>do</strong>lógicas <strong>do</strong> parque.


1.2 - METODOLOGIAPara elaboração <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio físico no Parque Estadual da Serra Azul, foramrealizadas cinco etapas <strong>de</strong>scritas a seguir:A) um levantamento bibliográfico sobre os principais trabalhos já realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> meio físico (geologia,pe<strong>do</strong>logia, geomorfologia, entre outros aspectos), na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e imediações.B) Uma caracterização prévia <strong>do</strong>s principais elementos estruturais <strong>do</strong> meio físico através dainterpretação e análise da carta topográfica SD-22-Y-D-IV na escala 1:100.000 e da carta-imagemcomposição 345, na escala <strong>de</strong> 1:100.000 <strong>do</strong> satélite Landsat 5 TM, órbita 224/071, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>1995.C) Levantamento e reconhecimento <strong>de</strong> campo, com a realização <strong>de</strong> transectos e caminhadas pelastrilhas e estrada existentes <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> parque on<strong>de</strong> procurou chegar e mapear as principais unida<strong>de</strong>s<strong>do</strong> terreno e seus elementos forma<strong>do</strong>res relaciona<strong>do</strong>s e i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> as características <strong>do</strong> relevo,solos, <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, substrato rochoso.D) Elaboração <strong>de</strong> um relatório síntese com os principais da<strong>do</strong>s levanta<strong>do</strong>s em campo e na pesquisabibliográficaE) Geração <strong>de</strong> um mapa morfope<strong>do</strong>lógico na escala 1:50.000 levan<strong>do</strong>-se em conta os aspectos <strong>de</strong>relevo, solos, substrato rochoso.


1.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO1.3.1 - GeologiaOs trabalhos <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica em conjunto com o mapeamento e caracterização litológicano Parque Estadual da Serra Azul permitiram <strong>de</strong>finir a seguinte distribuição litoestratigráfica para a área <strong>de</strong>estu<strong>do</strong>.GRUPO CUIABÁHennies (1966) foi o primeiro pesquisa<strong>do</strong>r a utilizar o termo Grupo Cuiabá, para o pacote <strong>de</strong>metamorfitos <strong>de</strong> baixo grau (fácies xisto-ver<strong>de</strong>), com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> filitos e micaxistos, e subordinadamentequartzitos, metagrauvacas, mármores calcíticos/<strong>do</strong>lomíticos e metaconglomera<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> neoproterozóicoencontra<strong>do</strong>s na baixada cuiabana e <strong>de</strong>scritas na região entre a serra Azul e a <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r por Almeida(1948).Na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> são encontra<strong>do</strong>s metassedimentos: filitos folia<strong>do</strong>s, ricos em sericita e quartzo, <strong>de</strong>granulação fina a muito fina, com colorações variadas e alternadas <strong>de</strong> cinza claro a avermelha<strong>do</strong>, o quemuitas vezes <strong>de</strong>nota o acamamento reliquiar (figura 02).BACIA DO PARANÁAs unida<strong>de</strong>s basais da Bacia <strong>do</strong> Paraná encontradas no parque são formadas pelo Grupo Rio Ivaí <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> or<strong>do</strong>vício-siluriana que inclui as formações Alto Garças, Iapó e Vila Maria, e pelo Grupo Paraná <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>voniana com as formações Furnas e Ponta Grossa (Alvarenga et al. 1998.).SEQÜÊNCIA ORDOVÍCIO-SILURIANAGRUPO RIO IVAÍOs afloramentos <strong>de</strong>ssa seqüência incluem arenitos grossos, diamictitos, folhelhos fossilíferos earenitos finos micáceos que estão dispostos <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua e com espessuras variáveis sobre oembasamento proterozóico. Em termos litoestratigráficos correspon<strong>de</strong>m respectivamente ás formações AltoGarças, Iapó e Vila Maria, que formam o Grupo Rio Ivaí (Alvarenga et al. op. cit.).


Figura 02: Vista com direção NW mostran<strong>do</strong> ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> contato entre os estratos horizontaliza<strong>do</strong>s daFormação Ponta Grossa e o relevo côncavo-convexo das rochas <strong>do</strong> Grupo Cuiabá Área localizada na parteleste <strong>do</strong> parque.FORMAÇÃO ALTO GARÇASA primeira <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> afloramentos <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong> foi feita por Assine et al. (1994) paracaracterizar os arenitos que ocorrem abaixo <strong>do</strong>s diamictitos na região <strong>do</strong> Rio Peixinho, Barra <strong>do</strong> Garças(estrada para o Cindacta I).Nesta unida<strong>de</strong> litoestratigráfica <strong>do</strong>minam os arenitos grossos avermelha<strong>do</strong>s, com grânulos e seixosdispersos, e conten<strong>do</strong> estratos e lentes conglomeráticas. Estes arenitos têm muitas vezes aspecto maciço eo acamamento po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> pelas linhas e/ou camadas <strong>de</strong> seixos. Conglomera<strong>do</strong>s ricos em seixos<strong>de</strong> quartzo aparecem como estruturas canalizadas <strong>de</strong> topo erodi<strong>do</strong>, em meio a arenitos maciços.De acor<strong>do</strong> com Alvarenga et al. (op. cit.) a seqüência or<strong>do</strong>vício-silurianaestá exposta em blocos soergui<strong>do</strong>s por falhas. A Formação Alto Garças alcançaespessuras em torno <strong>de</strong> 20 metros no Balneário <strong>do</strong> Córrego Avoa<strong>de</strong>ira -Piscinas da Loca. Neste local os arenitos são grosso, brancos, ou avermelha<strong>do</strong>s,com grânulos, seixos e até calhaus. Mostram estruturas canalizadas e <strong>de</strong>escorregamento e são recobertas por uma camada <strong>de</strong> aproximadamente 2 metros<strong>de</strong> folhelhos vermelhos, posiciona<strong>do</strong>s logo abaixo da Formação Furnas. Aausência da Formação Iapó evidência o caráter lateralmente <strong>de</strong>scontínuo dasfácies glaciais.FORMAÇÃO IAPÓDiamictitos sotopostos à Formação Furnas forma inicialmente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s, no su<strong>do</strong>este <strong>de</strong> Goiás,por Faria et al. (1975) e atribuí<strong>do</strong>s à Formação Vila Maria. Assine & Soares (1989) correlacionaram as fácies<strong>de</strong> diamictitos <strong>do</strong> flanco norte da Bacia com os diamictitos glaciogênicos <strong>do</strong> flanco leste e aplicaram-lhes a


<strong>de</strong>nominaçåo <strong>de</strong> Formaçåo IapÄ (Maack 1947; 1951), relacionan<strong>do</strong>-os com a glaciaçåo neo-or<strong>do</strong>vicianaeossiluriana.De acor<strong>do</strong> com Alvarenga et al. (op. cit.) os diamictitos <strong>de</strong>sta formaçåo såo polimÖticos, maciços,pobremente estrutura<strong>do</strong>s, com matriz varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> arenosa a argilo-siltosa. Na base da unida<strong>de</strong> såo comunsseixos, blocos e mataçèes <strong>de</strong> composiçåo semelhante ao embasamento prÄximo (rochas filÖticas) enquantopara o topo <strong>do</strong>minam os fragmentos <strong>de</strong> quartzo e quartzito. Alguns clastos mostram evidência <strong>de</strong> abrasåoglacial com formas facetadas e estriadas. Esses diamictitos såo normalmente maciços, entretanto po<strong>de</strong>m serobserva<strong>do</strong>s acamamentos <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s pela variaçåo granulomÉtrica da matriz (arenosa, siltosa, etc.) e porintercalaçèes <strong>de</strong> arenitos grossos e mÉdios, com seixos, geralmente <strong>de</strong> natureza lenticular. Arenitos comseixos såo mais freqëentes nas porçèes inferiores, enquanto que os diamictitos com matriz sÖltico-argilosa såomais comuns para o topo. Quan<strong>do</strong> såo pobres em seixos, estes áltimos po<strong>de</strong>m estar representa<strong>do</strong>s por fÑcies<strong>de</strong> pelitos com ocasionais seixos e grínulos. Presença <strong>de</strong> fÄsseis <strong>de</strong> Orbiculoi<strong>de</strong>a po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>do</strong>snesta fÑcies <strong>de</strong> pelitos.As espessuras mÑximas para esta unida<strong>de</strong>, obtidas em afloramentos, eståo em torno <strong>de</strong> 20 metros,com o contato superior com os folhelhos da Formaçåo Vila Maria ocorren<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma abrupta ou gradual.Quan<strong>do</strong> gradual, os pelitos com ocasionais grínulos transitam para os pelitos da Formaçåo Vila Maria.FORMAÇÃO VILA MARIAFaria (1982) individualizou uma unida<strong>de</strong> estratigrÑfica com espessura <strong>de</strong> 50 metros constituÖda prdiamictitos, folhelhos fossilÖferos e arenitos lamina<strong>do</strong>s o qual <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> Formaçåo Vila Maria.Esta unida<strong>de</strong> inicia-se com pelitos transgressivos que recobrem os diamictitos e caracteriza-se porapresentar para o topo uma granocrescência ascen<strong>de</strong>nte. Os folhelhos cinza escuros ou avermelha<strong>do</strong>s nabase da unida<strong>de</strong> passam gradativamente para siltitos lamina<strong>do</strong>s micÑceos com ondulaçèes e laminaçèescruzadas truncadas por ondas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer arenitos mÉdios a grossos em bancos <strong>de</strong> atÉ 1 metro.De acor<strong>do</strong> com Alvarenga et al. (1998) foram observa<strong>do</strong>s fÄsseis <strong>de</strong> braquiÄpo<strong>de</strong>s orbiculÄi<strong>de</strong>s earqueogastropo<strong>de</strong>s.SEQÜÊNCIA DEVONIANAGRUPO PARANÁNa Ñrea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> a seqëência <strong>de</strong>voniana estÑ representada pelos arenitos brancos e caulÖniticos daFormaçåo Furnas e pelos arenitos, folhelhos e siltitos avermelha<strong>do</strong>s da Formaçåo Ponta Grossa.FORMAÇÃO FURNASA primeira mençåo a esta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se verda<strong>de</strong>iramente a Derby (1878), que ao percorrer aescarpa da Serrinha, cerca <strong>de</strong> 50 km a oeste <strong>de</strong> Curitiba, <strong>de</strong>screveu “leitos horizontais – mÑssicos <strong>de</strong> grÉsbranco, grosso e friÑvel”. Mais tar<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>nominaçåo <strong>de</strong> “GrÉs das Furnas” <strong>de</strong> Oliveira (1912) figurou poralgum tempo, atÉ que outros pesquisa<strong>do</strong>res chegassem a chamÑ-la <strong>de</strong> “Formaçåo Furnas”, passan<strong>do</strong> antes,simplesmente, pela <strong>de</strong>signaçåo <strong>de</strong> “Arenito Furnas”.


Almeida (1948 ) consi<strong>de</strong>rou os arenitos Furnas da “SÉrie” ParanÑ semelhantes aos arenitosgrosseiros brancos ou avermelha<strong>do</strong>s, com estratificaçèes cruzadas, que se esten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o sul <strong>de</strong> <strong>Mato</strong><strong>Grosso</strong>, nas imediaçèes <strong>de</strong> Rio Ver<strong>de</strong>, atÉ o rio Mortes, e da Chapada <strong>do</strong>s Guimaråes, surgin<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois a lestesustentan<strong>do</strong> a serra Azul, na regiåo <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças.Chaman<strong>do</strong> <strong>de</strong> “SÉrie chapada” o conjunto sedimentar pre<strong>do</strong>minantemente marinho que constituiparte da Chapada <strong>do</strong>s Guimaråes, Almeida (1954) distinguiu ali duas “FÑcies”. No que chamou <strong>de</strong> “FÑciesFurnas” incluiu espesso pacote <strong>de</strong> arenito que repousa sobre filitos e quartzitos da “SÉrie CuiabÑ”. Verificou,na parte basal <strong>de</strong>sta, seixos <strong>de</strong> quartzo leitoso “que po<strong>de</strong>m constituir lentes e líminas com carÑterconglomerÑtico, dispostos em matriz arenosa friÑvel”. Subin<strong>do</strong> na coluna, constatou que os horizontespsefÖticos gradam para arenitos, os quais exibem estratificaçåo cruzada aquosa ou raramenteparalela.Afirmou, ainda, que “as camadas basais nåo såo propriamente conglomerÑticas, mas, antes arenitosgrosseiros com seixos subangulares”. Ao Pacote superior pre<strong>do</strong>minantemente pelÖtico chamou “FÑcies PontaGrossa”.Segun<strong>do</strong> Bigarella, Salamuni e Marques Filho (1966), a Formaçåo Furnas caracteriza-se por arenitosvia <strong>de</strong> regra grosseiros e conglomerÑticos, alÉm <strong>de</strong> textura variÑvel. No pacote arenÖtico verificamintercalaçèes <strong>de</strong> clÑsticos mais finos, sÖltico-argilosos, bem como camadas <strong>de</strong> argilitos com atÉ 1 metro <strong>de</strong>espessura, preenchen<strong>do</strong> geralmente canais <strong>de</strong> erosåo, abertos na estratificaçåo cruzada <strong>do</strong> mesmo. Para essesautores, a formaçåo apresenta uma “complexida<strong>de</strong> estrutural” representada por três tipos principais <strong>de</strong>estratos cruza<strong>do</strong>s aparentemente sem critÉrio <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>. Aceitaram, entretanto, um agente comum <strong>de</strong>transporte e <strong>de</strong>posiçåo para as Formaçèes Furnas e Ponta Grossa, porÉm lembraram que as modificaçèesfaciolÄgicas foram produzidas unicamente sob condiçèes diversas em um ambiente marinho ánico.No centro-norte mato-grossense, Hennies (1966) citou a ocorrência da Formaçåo Furnas exposta asu<strong>de</strong>ste da regiåo, em Ñrea restrita, encobrin<strong>do</strong> as estruturas eocambrianas, e on<strong>de</strong> constitui a atual bordanoroeste <strong>do</strong>s sedimentos da Bacia <strong>do</strong> ParanÑ. Apesar <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> trabalho objetivar principalmente as rochasprÉ-<strong>de</strong>vonianas, importantes observaçèes foram dispensadas ïs rochas <strong>de</strong>vonianas. Tanto É que o autorcorrelacionou as camadas <strong>de</strong>vonianas i<strong>de</strong>ntificas nos Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Såo Paulo e ParanÑ com aquelas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> por possuÖrem perfeita concordíncia entre a fauna e a litologia, mesmo nåo se verifican<strong>do</strong> aexistência <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> geogrÑfica entre as duas Ñreas <strong>de</strong> ocorrência.Arenitos <strong>de</strong>vonianos pertencentes ao “Grupo Chapada” foram estendi<strong>do</strong>s por Almeida & Hennies(1969) a serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r, cujo reverso É sustenta<strong>do</strong> pelos referi<strong>do</strong>s litÄtipos. Verificaram estes autoresgran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssas camadas na alta bacia <strong>do</strong> rio das Mortes, acima da cachoeira da Fumaça e daÖesten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se para o norte, constituin<strong>do</strong> estreita e longa cobertura tabular sobre aquela entida<strong>de</strong> geomÄrfica.PrÄximo ïs nascentes <strong>do</strong> rio SuiÑ-Missu, observaram paredèes <strong>de</strong> arenito argilosos, brancos comestratificaçåo cruzada e atitu<strong>de</strong> subhorizontal, semelhantes ïqueles da alta bacia <strong>do</strong> rio PindaÖba e da serraFogaça prÄximo a Aragarças. Os referi<strong>do</strong>s arenitos tambÉm foram verifica<strong>do</strong>s no trajeto Garapu-Xavantina,cobrin<strong>do</strong> discordantemente os arcÄseos da Formaçåo Diamantino.Lançan<strong>do</strong> måo principalmente <strong>de</strong> critÉrios fotointerpretativos, Gonçalves & Schnei<strong>de</strong>r (1970)i<strong>de</strong>ntificaram a Formaçåo Furnas pela vegetaçåo (cerra<strong>do</strong> ralo), solo <strong>de</strong>lga<strong>do</strong> ou inexistente,fraturamentos que regulam a drenagem <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> profun<strong>do</strong>s vales (“canyons”). No campo,caracterizam-na por um pacote <strong>de</strong> sedimentos essencialmente arenosos, <strong>de</strong> coloraçåo avermelhada eesbranquiçada, com um conglomera<strong>do</strong> basal. Consi<strong>de</strong>raram a mesma <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>voniana, basea<strong>do</strong>s napassagem gradual <strong>do</strong>s seus sedimentos para aqueles pertencentes ï Formaçåo Ponta Grossa, a qual Émuito bem conhecida pela sua rica fauna fÄssil.


Forman<strong>do</strong> escarpas <strong>de</strong> erosåo, “<strong>de</strong>grau”, na borda leste da serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r e topos <strong>de</strong> morrostestemunhos, os sedimentos componentes da Formaçåo Furnas foram tambÉm i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e caracteriza<strong>do</strong>spor Costa et al. (1975). Verificam que os cita<strong>do</strong>s sedimentos acunham-se na direçåo oeste, <strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong> nasimediaçèes <strong>do</strong> rio Sete <strong>de</strong> Setembro, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> entåo a Formaçåo Ponta Grossa diretamente sobre a formaçåoDiamantino.Em regièes localizadas no centro-sul e centro-leste <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> atÉ as imediaçèes <strong>de</strong> Xavantina,Ribeiro Filho et al. (1975) reconheceram sedimentos pertencentes ï formaçåo Furnas, constituin<strong>do</strong> relevo <strong>de</strong>chapadas, com escarpas abruptas <strong>de</strong> “aspecto ruiniforme”. Para os autores, a citada ocorrência inicia-se porum conglomera<strong>do</strong> basal (grínulos e seixos <strong>de</strong> quartzo, quartizito e arenito silicifica<strong>do</strong>), que passa paraarenitos cada vez mais finos, e gradativamente para sedimentos marinhos mais profun<strong>do</strong>s epre<strong>do</strong>minantemente peltÖcos, pertencentes ï Formaçåo Ponta Grossa.Comentan<strong>do</strong> ainda sobre a unida<strong>de</strong> ora em discussåo, Schnobbenhaus Filho et al. (1975) observaramrelevos da chapada com escarpas abruptas na referida unida<strong>de</strong> que, por ser mais resistente que a FormaçåoPonta Grossa, constitui “<strong>de</strong>grau” e morros testemunhos na borda leste da serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r. Para os autores,a aludida formaçåo É possui<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> caracterÖsticas semelhantes em toda a Bacia <strong>do</strong> ParanÑ, apresentan<strong>do</strong>-secom sedimentos essencialmente arenosos, conglomera<strong>do</strong> basal polimÖtico, nÖveis <strong>de</strong> conglomera<strong>do</strong>s e sÖltitosargilosos. As referidas camadas apresentam ainda estratificaçèes plano-paralelas e cruzadas <strong>de</strong> “poucosmetros”.No flanco nor<strong>de</strong>ste da Bacia <strong>do</strong> ParanÑ, Andra<strong>de</strong> & Camargo (1980) caracterizaram como pertencentes ïFormaçåo Furnas uma seqëência sedimentar composta por um conglomera<strong>do</strong> basal polimÖtico (seixos ematacèes <strong>de</strong> quartzo, quartzito e ocasionalmente rochas Ögneas e metamÄrficas), gradan<strong>do</strong> para arenitosesbranquiça<strong>do</strong>s mal classifica<strong>do</strong>s, caulÖnicos, com estratificaçåo cruzada planar e acanalada.Nos <strong>do</strong>mÖnios <strong>do</strong> trabalho ora <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, a Formaçåo Furnas constitui-se fundamentalmente <strong>de</strong> arenitosfinos, mÉdios, grosseiros e conglomerÑticos monomÖticos, matriz arenosa, feldspÑtica e argilosa;intercalaçèes <strong>de</strong> argilitos e silititos vermelho micromicÑceos (figura 03).


Figura 03: Vista com direção Norte mostran<strong>do</strong> escarpa sustentada pelos arenitos da Formação Furnas. Pontolocaliza<strong>do</strong> na porção central <strong>do</strong> parque.A Formação Furnas recobre em discordância a seqüência or<strong>do</strong>vício-siluriana, bem como rochas <strong>do</strong>embasamento neoproterozóico.O contato basal da Formação Furnas é feito por um conglomera<strong>do</strong> polimítico,com 20 a 40 cm, recobrin<strong>do</strong> o embasamento da Bacia <strong>do</strong> Paraná ou os folhelhos e arenitos da Formação VilaMaria. Aos conglomera<strong>do</strong>s seguem arenitos brancos grossos, mal seleciona<strong>do</strong>s, com seixos e grânulosdispersos e estratos <strong>de</strong> conglomera<strong>do</strong>s. O contato superior da Formação Furnas com a Formação PontaGrossa é marca<strong>do</strong> por uma mudança brusca para arenitos vermelhos finos.FORMAÇÃO PONTA GROSSAOs sedimentos da Formação Ponta Grossa foram <strong>de</strong>scritos pela primeira vez por Derby (1878) nasimediações da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ponta Grossa, Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná.Referin<strong>do</strong>-se à seqüência sedimentar <strong>de</strong>voniana, Almeida (1948) citou apenas os termos <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>sem mar mais profun<strong>do</strong>, os quais constituem-se por folhelhos e arenitos, e que recobririam os arenitos Furnas.Utilizan<strong>do</strong>-se critérios <strong>de</strong> campo e fotointerpretativos, Gonçalves & Schnei<strong>de</strong>r (1970) verificaram quea Formação Ponta Grossa apresenta-se fundamentalmente constituí<strong>do</strong>s por folhelhos, siltitos e arenitos finos<strong>de</strong> cores cinza a cinza-esver<strong>de</strong>a<strong>do</strong>. Mencionaram que os referi<strong>do</strong>s clásticos, via <strong>de</strong> regra apresentam-sealtera<strong>do</strong>s superficialmente por intensa laterização, forman<strong>do</strong>, muitas vezes, espessa capa laterítica.Para Schobbenhaus Filho et all. (1975) a Formação Ponta Grossa é constituída <strong>de</strong> folhelhos ver<strong>de</strong>s acinza-esver<strong>de</strong>a<strong>do</strong>, conten<strong>do</strong> intercalações <strong>de</strong> arenitos finos, cimenta<strong>do</strong>s, às vezes, por óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> ferro e comníveis piritosos, e com uma rica fauna <strong>de</strong> trilobitas, braquiópo<strong>do</strong>s e quitinozóarios com ida<strong>de</strong> Devoniana.Em geral as rochas da Formação Ponta Grossa recobrem os arenitos da Formação Furnas, entretantopo<strong>de</strong>m suas rochas po<strong>de</strong>m ser encontradas diretamente sobre o embasamento neoproterozóico. Na área <strong>de</strong>estu<strong>do</strong> foram encontra<strong>do</strong>s pacotes <strong>de</strong> rochas da Formação Ponta Grossa constituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sedimentos clásticosfinos: argilitos, siltitos e arenitos muito finos que se intercalam. Esses litótipos são em geral micromicáceos eapresentam tonalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cores variadas. São vermelho-arroxea<strong>do</strong>s, marrom-avermelha<strong>do</strong>s ou amarela<strong>do</strong>s.As estruturas sedimentares singenéticas mais comuns observadas em campo são as estratificações planoparalelas(Figura 04).


Figura 04: Afloramentos <strong>de</strong> siltitos da Formação Ponta Grossa. Localizada na porção Leste <strong>do</strong> Parque.Deve-se <strong>de</strong>stacar aqui a abundante fauna <strong>de</strong> fósseis <strong>de</strong>vonianos encontra<strong>do</strong>s na Formação PontaGrossa em contraste com a falta <strong>de</strong>ste na Formação Furnas. Trilobitas, braquiópo<strong>do</strong>s e quitinozoários sãoamplamente encontra<strong>do</strong>s nos sedimentos finos da Formação Ponta Grossa.O relevo associa<strong>do</strong> à Formação Ponta Grossa é geralmente disseca<strong>do</strong>, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> com formasonduladas a tabulares, com elevações <strong>de</strong> topo aplana<strong>do</strong>s e drenagem <strong>de</strong>ntrítica, caso <strong>do</strong> Córrego Avoa<strong>de</strong>iraem seu curso superior.


1.3.2 - GeomorfologiaA feiçåo geomorfolÄgica mais conspÖcua <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul É o Planalto <strong>do</strong>sGuimaråes que constitui um conjunto <strong>de</strong> relevo <strong>de</strong> aspecto geralmente tabular, com altitu<strong>de</strong>s mÉdias entre600 a 700 metros, refletin<strong>do</strong> sua estrutura horizontal e/ou subhorizontal. ñ constituÖ<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>minantementepor sedimentos or<strong>do</strong>vÖcio-siluriana <strong>do</strong> grupo IvaÖ e por sedimentos <strong>de</strong>vonianos <strong>do</strong> grupo ParanÑ e localmentepor cobertura <strong>de</strong>trÖtico-latÉritica <strong>do</strong> TerciÑrio-QuaternÑrio. O relevo É suave, com amplas formas tabulares.Da superfÖcie aplanada, eventualmente emergem relevos residuais <strong>de</strong> topo tabular, geralmente contorna<strong>do</strong> porescarpas erosivas, on<strong>de</strong> se nota o acamamento horizontal da estrutura. No sopÉ ocorrem <strong>de</strong>pÄsitos <strong>de</strong> tÑlus.De acor<strong>do</strong> com Brasil (1981) a Serra Azul faz parte <strong>do</strong> subconjunto oriental da Chapada <strong>do</strong>sGuimaråes e no seu compartimento superior e constitui um bloco maciço <strong>de</strong> topo conserva<strong>do</strong> e disseca<strong>do</strong>,apresenta-se falha<strong>do</strong> e bascula<strong>do</strong>, com seu topo trunca<strong>do</strong> pela erosåo. Localmente ocorrem cristas alongadasa NE, com uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> feiçèes erosivas <strong>de</strong> direçåo NW-SE, com ocorrências <strong>de</strong> ravinamentos,vales estreitos forman<strong>do</strong> pequenos “canyons” (figura 05).Figura 05: Vista para NE mostran<strong>do</strong> compartimento geomorfolÄgico da Chapada <strong>do</strong>s Guimaråes, comintenso processo <strong>de</strong> erosåo com formaçèes <strong>de</strong> ravinamentos.As feiçèes <strong>do</strong> relevo associadas a Chapada <strong>do</strong>s Guimaråes possuem suas altitu<strong>de</strong>s mais elevadas naregiåo sul da Serra Azul e possui uma inclinaçåo topogrÑfica na direçåo norte.Outra feiçåo regional relevante na Serra Azul e a Depressåo <strong>do</strong> Araguaia (Brasil 1981) que bor<strong>de</strong>ja oPlanalto <strong>do</strong>s Guimaråes, com uma morfologia <strong>de</strong> topos convexos a estreitos, com vertentes Öngremes,<strong>de</strong>senvolvidas em rochas <strong>do</strong> Grupo CuiabÑ. Na parte mais a su<strong>do</strong>este esta superfÖcie rebaixada se conectacom o nÖvel topograficamente mais baixo <strong>do</strong> Planalto <strong>do</strong>s Guimaråes, acompanhan<strong>do</strong> a bacia <strong>do</strong> rio dasGarças, on<strong>de</strong> se encontra mais disseca<strong>do</strong>. Este processo ocorre tambÉm a norte da Serra Azul (figura 06)


Figura 06: Vista para NE mostran<strong>do</strong> drenagem próximo as cabeceiras <strong>do</strong> Ribeirão Insula mostran<strong>do</strong> ao fun<strong>do</strong>área rebaixada da Depressão <strong>do</strong> Araguaia.


1.3.3 - ClimaDe acor<strong>do</strong> com Brasil (1981) o clima na regiåo <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul e caracteriza<strong>do</strong> porapresentar um regime <strong>de</strong> clima tropical com duas estaçèes bem <strong>de</strong>finidas, com um perÖo<strong>do</strong> seco <strong>de</strong> 4-6meses. As precipitaçèes anuais såo da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1.200 a 1.8000 mm, sen<strong>do</strong> o inÖcio das chuvas em setembrooutubroe se prolongan<strong>do</strong> atÉ março-abril. A temperatura mÉdia anual É <strong>de</strong> 22 a 25 o C com uma umida<strong>de</strong>relativa em torno <strong>de</strong> 70%, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> chegar ate menos <strong>de</strong> 30% nos meses <strong>de</strong> maio a setembro.De acor<strong>do</strong> com a classificaçåo <strong>de</strong> Kóppen o clima <strong>do</strong>minante É <strong>do</strong> tipo tropical chuvoso, pertencenteao Grupo A, tipo Aw – clima quente e ámi<strong>do</strong>, com veråo ámi<strong>do</strong> e inverno seco – possui uma estaçåo secabem acentuada, coincidin<strong>do</strong> com o inverno, com precipitaçåo mÉdia anual em torno <strong>de</strong> 1.200 – 1.600 mm etemperatura mÉdia em torno <strong>de</strong> 22 o C. o perÖo<strong>do</strong> <strong>de</strong> outubro a abril registra as maiores precipitaçèespluviomÉtricas.1.3.4 - SolosAs principais classes <strong>de</strong> solos caracterizadas em campo såo <strong>de</strong>scritas abaixo:Latossolos – ocorrem associa<strong>do</strong>s a Ñreas <strong>de</strong> relevo plano a suave ondula<strong>do</strong>, aparecem nas porçèes centrais <strong>do</strong>parque, såo classifica<strong>do</strong>s como latossolo vermelho-amarelo distrÄfico, com horizonte A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, texturaargilosa. Ocorrem associa<strong>do</strong>s com os latossolos os solos concrecionÑrios distrÄficos com B latossÄlico,horizonte A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura indiscriminada, assim como localmente ocorrem areias quartzosas (figura 07).Ponto <strong>de</strong>scrito: 15 o 51’09” Sul e 52 o 15’58”Oeste.


Figura 07: Latossolo com exposiçåo <strong>do</strong> B latÄssolico.Neossolos – ocorrem associa<strong>do</strong>s aos relevos mo<strong>de</strong>radamente ondula<strong>do</strong>s a fortemente ondula<strong>do</strong>s, representama classe com a maior distribuiçåo areal no parque, sen<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong>s como solos litÄlicos, distrÄficos, <strong>de</strong>horizonte A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a fraco, textura mÉdia a indiscriminada (figura 08). Eståo intimamente associa<strong>do</strong>s comafloramentos rochosos, localmente passam a cambissolos. Ponto <strong>de</strong>scrito: 15 o 50’50” Sul e 52 o 16’17”Oeste.


Figura 08: Solos litÄlicos com cobertura <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> ralo, em meia encosta.Gleissolos – ocorrem associa<strong>do</strong>s a zonas mais ámidas e <strong>de</strong> relevo plano na Ñrea <strong>do</strong> parque, classifica<strong>do</strong> comosolos glei pouco hámico, distrÄfico, com argila <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> baixa, horizonte A mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, textura mÉdia aindiscriminada. Localmente passam a hidromÄrficos. Ponto <strong>de</strong>scrito: 15 o 49’13” Sul e 52 o 12’17” Oeste.1.3.5 - Sítios ArqueológicosAtÉ o presente momento apenas um local foi caracteriza<strong>do</strong> como sÖtio arqueolÄgico no ParqueEstadual da Serra Azul. Localiza-se nos limites nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> parque <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma caverna, formada porrochas da formaçåo Ponta Grossa, e É caracteriza<strong>do</strong> por uma sÉrie <strong>de</strong> impressèes na rocha com a forma <strong>de</strong> pÉsinverti<strong>do</strong>s, e outras figuras geomÉtricas.Conhecida como Gruta <strong>do</strong>s Pezinhos (Figura 09) este sÖtio arqueolÄgico tem si<strong>do</strong> motivo <strong>de</strong>curiosida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> visitaçåo por parte da populaçåo local e turistas, sem no entanto ter si<strong>do</strong> feito atÉ o presentemomento nenhum trabalho mais aprofunda<strong>do</strong> para relacionar possÖveis relaçèes antropolÄgicas <strong>de</strong> suasinscriçèes, bem como a <strong>de</strong>terminaçåo <strong>de</strong> novas ocorrências <strong>de</strong> interesse arqueolÄgico <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> parque.


Figura 09: Vista parcial da entrada da Gruta <strong>do</strong> Pezinho, mostran<strong>do</strong> as diversas inscriçèes rupestres napare<strong>de</strong>.1.3.6 - HidrografiaO Parque Estadual da Serra Azul É uma importante zona <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> aqëÖfero tanto em superfÖciecomo subterríneos e tambÉm uma importante Ñrea <strong>de</strong> formaçåo <strong>de</strong> drenagens <strong>de</strong> 1 a e 2 a or<strong>de</strong>m, com padrèesgeralmente <strong>de</strong>ntrÖticos e tributÑrios da Bacia HidrogrÑfica <strong>do</strong> rio Araguaia. A açåo <strong>do</strong>s processos erosivossobre a chapada que forma o parque propiciou a geraçåo <strong>de</strong> inámeras formas <strong>de</strong> dissecaçåo <strong>do</strong> relevo e oconseqëente aparecimento <strong>de</strong> inámeras minas e olhos d’Ñgua.Os principais corpos <strong>de</strong> Ñgua que se formam na Ñrea <strong>do</strong> parque såo:Córrego Avoa<strong>de</strong>ira – corpo d’Ñgua com aproximadamente 11.700 metros <strong>de</strong> extensåo, que se forma nasporçèes centrais <strong>do</strong> parque e sain<strong>do</strong> pelo limite sul <strong>do</strong> parque, cortan<strong>do</strong> parte da zona urbana <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong>Garças e in<strong>do</strong> <strong>de</strong>sembocar na margem esquerda <strong>do</strong> rio Araguaia. Principal forma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cachoeiras <strong>do</strong> parque,o cÄrrego possui cerca <strong>de</strong> 11 cachoeiras, sen<strong>do</strong> que as mais conhecidas recebem as seguintes <strong>de</strong>nominaçèes:PÉ da Serra, da Usina, <strong>do</strong>s Gnomos, <strong>do</strong> Amor e da Prefeitura (Figura 10). Estas cachoeiras såo muitoutilizadas para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer e turismo, on<strong>de</strong> os visitantes percorrem uma trilha <strong>de</strong> aproximadamente2.350 metros. A trilha segue paralelamente ao curso d’Ñgua, começa na parte plana <strong>do</strong> parque e continua pelaem gran<strong>de</strong> parte em um terreno Öngreme atÉ chegar <strong>de</strong> novo a parte plana, com um <strong>de</strong>snÖvel <strong>de</strong>aproximadamente 280 metros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>. A trilha estÑ instalada em rochas da Formaçåo Furnas, o quegarante uma certa estabilida<strong>de</strong>, apesar da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> existente.Córrego Peixinho – corpo d’Ñgua com aproximadamente 4.300 metros <strong>de</strong> extensåo, que se forma nasporçèes su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> parque e sain<strong>do</strong> pelo limite su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> parque, cortan<strong>do</strong> parte da zona urbana <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong>


Garças e in<strong>do</strong> <strong>de</strong>sembocar na margem direita <strong>do</strong> CÄrrego Fun<strong>do</strong>, tributÑrio da margem esquerda <strong>do</strong> rioAraguaia. O cÄrrego Fun<strong>do</strong> É um importante manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> Ñgua da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong>Garças. As Ñguas <strong>do</strong> cÄrrego <strong>do</strong> Peixinho såo utilizadas para recreaçåo e lazer.Córrego Pitomba – corpo d’Ñgua com aproximadamente 16.500 metros <strong>de</strong> extensåo, nasce nas porçèes leste<strong>do</strong> parque, sain<strong>do</strong> pelo limite leste <strong>do</strong> parque, cortan<strong>do</strong> parte da zona rural <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, in<strong>do</strong><strong>de</strong>sembocar na margem esquerda <strong>do</strong> rio Araguaia.Ribeirão Ìnsula – corpo d’Ñgua com aproximadamente 40.700 metros <strong>de</strong> extensåo, nasce nas porçèesnoroeste, sain<strong>do</strong> pelo limite norte <strong>do</strong> parque, e in<strong>do</strong> fazer parte <strong>do</strong>s tributÑrios das margens esquerda <strong>do</strong>AraguaiaFigura 10: Vista da cachoeira que se forma no percurso <strong>do</strong> cÄrrego Avoa<strong>de</strong>ira.AlÉm <strong>do</strong>s cÄrregos e ribeirèes cita<strong>do</strong>s acima, o parque forma inámeras nascente e drenagensmenores que iråo abastecer <strong>de</strong> Ñgua os cÄrregos: Fun<strong>do</strong>, Fogaça, Ouro Fino, Gran<strong>de</strong>, ôgua Quente, Lajinha.Foram realizadas 6 anÑlises fÖsico-quÖmicos <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> Ñgua (Tabela 01), <strong>do</strong>s CÄrregos ôguasQuentes (duas amostras) e CÄrrego Avoa<strong>de</strong>ira (quatro amostras), as quais indicaram que as Ñguas såo Ñcidasa neutras, condutivida<strong>de</strong> baixa,. Estes po<strong>de</strong>m ser classificadas como Ñguas <strong>do</strong>ces, e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aresoluçåo CONAMA 20/86 o cÄrrego Avoa<strong>de</strong>ira esta enquadrada como classe 3 e o cÄrrego ôgua Quentecomo classe 2, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> estas Ñguas passarem por tratamento no caso <strong>de</strong> consumo humano, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>principalmente ï presença <strong>de</strong> coliformes fecais e totais.


Tabela 01: AnÑlise FÖsico QuÖmica <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> ÑguaParÑmetroAmostras1 2 3 4 5 6Temp. Ar 27.8 30.5 30.8 31.1 31.9 23.3(ãC)Temp. ôgua ãC 25.9 26.3 23.4 27.7 27.1 24.1O. D.ND ND ND ND ND NDMg/l O 2pH 4.85 6.65 6.30 7.07 6.30 5.78Cond.7.0 6.8 1.5 1.7 4.9 1.2(s/cm)Turbi<strong>de</strong>z0.5 2.8 5.0 9.4 2.0 7.0NTUAlcalinida<strong>de</strong> ZERO 3 7 17 2 3Mg/l CaCO 3DQO18 12 12 38 8 12mg/l O 2D.B.O2 2 1 6 1 2mg/l O 2Res. Total10 13 43 33 34 46mg/lNitrato


<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> ralo. Ocorrem localmente “canyons” e ravinamentos. EstÑ unida<strong>de</strong> apresenta umpre<strong>do</strong>mÖnio <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> dissecaçåo, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada a forte suscetibilida<strong>de</strong> a erosåo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> apresença <strong>de</strong> solos rasos.Colinas Amplas – localizada na parte sul e central da Ñrea, possui Ñrea planas, com solos mais profun<strong>do</strong>s -latossolos, presença <strong>de</strong> rochas <strong>do</strong> Grupo IvaÖ e rochas da Formaçåo Ponta Grossa, com morros amplos econvexos, localmente contato com bordas escarpadas. Esta unida<strong>de</strong> apresenta uma mo<strong>de</strong>rada suscetibilida<strong>de</strong>a erosåo, com pre<strong>do</strong>mÖnio <strong>de</strong> processos pe<strong>do</strong>genÉticos.Sopé da Serra – localizada na porçåo sul <strong>do</strong> parque, É caracteriza<strong>do</strong> por Ñreas planas no sopÉ da escarpa,com pre<strong>do</strong>mÖnio <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> pe<strong>do</strong>gênese É Ñrea <strong>de</strong> acumulaçåo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos, Ñrea com baixasuscetibilida<strong>de</strong> a erosåo.Morros alonga<strong>do</strong>s - situada nas bordas sul, leste e norte <strong>do</strong> parque, É <strong>de</strong>finida pelo contato entre as rochasmetamÄrficas <strong>do</strong> Grupo CuiabÑ com as rochas sedimentares da Bacia <strong>do</strong> ParanÑ. Possui morros alonga<strong>do</strong>scom direçèes NW-SE com topos estreitos, vertentes Öngremes e com ravinamentos. Vigora os processos <strong>de</strong>dissecaçåo, com alta suscetibilida<strong>de</strong> a erosåo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alto gradiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e a presença <strong>de</strong> solosrasos.


– FLORA2.1 - INTRODUáàOSegun<strong>do</strong> EITEN (1994), a ProvÖncia Central <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> É uma regiåo <strong>do</strong> Brasil Central que cobre cerca<strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> territÄrio brasileiro e faz parte <strong>de</strong> uma das cinco gran<strong>de</strong>s provÖncias vegetacionais <strong>do</strong> Brasil.FERRI (1980), <strong>de</strong>fine a vegetaçåo <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> como ‘Campos <strong>do</strong> Planalto Central’, as quais ocupamprincipalmente os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> GoiÑs, Minas Gerais e <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, se esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ainda por Såo Paulo,ParanÑ, regiåo <strong>de</strong> tabuleiros (planÖcies baixas) <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste e imensas ‘ilhas <strong>de</strong> vegetaçåo’ na AmazÜnia,recobrin<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 23% <strong>do</strong> territÄrio brasileiro com aproximadamente <strong>do</strong>is milhèes <strong>de</strong> quilÜmetrosquadra<strong>do</strong>s.O Cerra<strong>do</strong> É visto <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral como uma vegetaçåo savínica cujas particularida<strong>de</strong>s incluemuma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fisionomias, incluin<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um tipo totalmente aberto (sem Ñrvores) <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>‘Campo Limpo’ atÉ Cerradåo, no qual as Ñrvores formam um <strong>do</strong>ssel mais ou menos fecha<strong>do</strong> (EITEN 1972;COUTINHO 1978; OLIVEIRA-FILHO & RATTER 1995; RATTER et al. 1997). A situaçåo geral que<strong>do</strong>mina na paisagem da formaçåo savínica É na realida<strong>de</strong> uma mistura <strong>de</strong> gradientes entre <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s davegetaçåo. Segun<strong>do</strong> COUTINHO (1978), o mais usual em termos <strong>de</strong> nomenclatura <strong>de</strong>stas variaçèes É ogradiente clÑssico <strong>de</strong> cinco fisionomias <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong>: (1) campo sujo, (2) campo cerra<strong>do</strong>, (3) cerra<strong>do</strong> sensustricto (s.s.), (4) cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong>nso e (5) cerradåo, ressalvan<strong>do</strong> que este áltimo É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma forma florestalda vegetaçåo. RIBEIRO & WALTER (1998) <strong>de</strong>screveram onze tipos fitofisionÜmicos gerais <strong>do</strong> biomaCerra<strong>do</strong>, enquadra<strong>do</strong>s em formaçèes florestais (Mata Ciliar, <strong>de</strong> galeria, Seca e Cerradåo), savínicas (Cerra<strong>do</strong>senti<strong>do</strong> restrito, Parque <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong>, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campos Sujo, Rupestre e Limpo),muitos <strong>do</strong>s quais apresentan<strong>do</strong> subtipos.Dentre as fisionomias caracterÖsticas <strong>do</strong> bioma Cerra<strong>do</strong>, o cerra<strong>do</strong> sensu stricto (s.s.) ocupa cerca <strong>de</strong>70% da Ñrea total (EITEN 1976). EITEN (1994), <strong>de</strong>screve tambÉm a ocorrência <strong>de</strong> matas mesofÖticas e <strong>de</strong>galeria, bem como, as formaçèes <strong>de</strong> buritizais e veredas, campos ámi<strong>do</strong>s, campos <strong>de</strong> murunduns, brejospermanentes e pantanais, que ocupam 15% da Ñrea total <strong>do</strong> bioma.A flora <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> caracteriza-se pela gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>. Uma lista com 6.389 taxa, pertencentes a6.062 espÉcies fanerogímicas <strong>de</strong> formaçèes florestais, savínicas e campestres, foi compilada porMENDONàA et al. (1998) e confirma a elevada riqueza <strong>do</strong> bioma Cerra<strong>do</strong>.Em março <strong>de</strong> 1998, especialistas em diferentes Ñreas (fauna, flora e meio fÖsico) reuniram-se emBrasÖlia - DF para propor Açèes PrioritÑrias para a Conservaçåo da Biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> e Pantanal,basean<strong>do</strong> a urgência das açèes <strong>de</strong> conservaçåo, principalmente, nas pressèes das ativida<strong>de</strong>s antrÄpicas e navulnerabilida<strong>de</strong> natural das Ñreas analisadas. De acor<strong>do</strong> com o relatÄrio, produzi<strong>do</strong> pelos especialistas(CONSERVATION INTERNATIONAL 1999), a regiåo leste matogrossense foi classificada em duascategorias: Ñreas <strong>de</strong> importíncia biolÄgica extremamente alta (com recomendaçèes <strong>de</strong> açèes voltadas para acriaçåo <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservaçåo e Manejo Sustenta<strong>do</strong>) e Ñreas com informaçèes insuficientes (comrecomendaçèes para inventÑrios). A regiåo leste mereceu <strong>de</strong>staque para estu<strong>do</strong>s da fauna <strong>de</strong> invertebra<strong>do</strong>s,rÉpteis e anfÖbios, aves, mamÖferos, biota aquÑtica e botínica. AlÉm disso, observan<strong>do</strong>-se o mapa comindicaçèes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservaçåo (UCõs) existentes, evi<strong>de</strong>ncia-se apenas uma (<strong>de</strong>ntre todas ascategorias <strong>de</strong> UCõs) na regiåo leste matogrossense, o Parque Estadual da Serra Azul, reforçan<strong>do</strong> ainda mais anecessida<strong>de</strong> urgente na <strong>de</strong>finiçåo <strong>de</strong> estratÉgias para a manutençåo da biodiversida<strong>de</strong> regional.Poucos estu<strong>do</strong>s dan<strong>do</strong> ênfase ï vegetaçåo <strong>do</strong> Parque Estadual <strong>de</strong> Serra Azul foram realiza<strong>do</strong>s(CELVA 1993; MAIA 1996; SILVA NETO 1998; HERNANDES 2000; LIMA 2000).Esse trabalho teve como objetivos: efetuar levantamento florÖstico, gerar listagens <strong>de</strong> espÉciesvegetais por fitofisionomia, verificar a abundíncia (subjetiva) das espÉcies, caracterizar e georeferenciar


fitofisionomias e i<strong>de</strong>ntificar áreas <strong>de</strong>gradadas e/ou perturbadas. Visan<strong>do</strong> contribuir para o conhecimento dacomposição florística e na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> manejo para o Parque.2.2 - METODOLOGIAA partir <strong>de</strong> análise prévia <strong>de</strong> imagem <strong>de</strong> satélite LANDSAT 7, composição RGB 543 <strong>de</strong> 24/06/2000,on<strong>de</strong> foram observadas as respostas espectrais da cobertura vegetal em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e localização naárea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> reconhecimento da área, foram selecionadas fitofisionomias representativas. Em cadafitofisionomia, foram estabeleci<strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> amostragem. Para cada ponto amostral consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, efetuou-seo levantamento <strong>de</strong> todas as espécies lenhosas e algumas herbáceas no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> 1 hora integral e contínua.Este tempo era dividi<strong>do</strong> em blocos <strong>de</strong> 15 minutos, durante os quais eram i<strong>de</strong>ntificadas e anotadas todas asespécies novas encontradas. Optou-se por este sistema visan<strong>do</strong> alcançar o achatamento da curva Espécie-Tempo e garantir uma amostragem satisfatória. Quan<strong>do</strong>, no término <strong>de</strong> 1 hora, ou seja, no quarto blococonsecutivo <strong>de</strong> 15 minutos, o número <strong>de</strong> espécies novas tivesse aumenta<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ravelmente, utilizavam-se15 minutos adicionais até que a curva Espécie-Tempo apresentasse relevante tendência à estabilização, foramseleciona<strong>do</strong>s pontos estratégicos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong> campo.Cada espécie foi subjetivamente quantificada em uma hierarquia <strong>de</strong> abundância, sen<strong>do</strong> A=abundante (espécie pre<strong>do</strong>minante em to<strong>do</strong>s os locais), C= comum (espécie encontrada em to<strong>do</strong>s os locais semser pre<strong>do</strong>minante), O= ocasional (espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ouraramente encontrada).De acor<strong>do</strong> com MORI et al. (1989) e FERRI et al. (1981) as espécies foram consi<strong>de</strong>radas comrelação ao hábito: árvore, toda planta lenhosa com altura superior a 5 m, tronco bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e <strong>de</strong>spi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ramos na parte inferior (neste trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da fitofisionomia (cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> restrito) consi<strong>de</strong>rou-seárvore indivíduos com altura <strong>de</strong> 3 m acima); arbusto, planta lenhosa com altura entre 1 e 5 m e geralmenteramifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a base; sub-arbusto, planta geralmente inferior a 1 m <strong>de</strong> altura, normalmente herbácea elenhosa somente na base <strong>do</strong> caule; erva, planta geralmente <strong>de</strong> pequeno porte, cujo caule não possui ouapresenta pouco teci<strong>do</strong> lenhoso (neste trabalho levou-se em consi<strong>de</strong>ração o porte); liana, vegetal com teci<strong>do</strong>slignifica<strong>do</strong>s e caule compri<strong>do</strong> que sobe, geralmente, apoia<strong>do</strong> em árvores, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ou não possuir órgãos <strong>de</strong>fixação; epífita, planta que vive sobre outra, utilizan<strong>do</strong>-a apenas como suporte e, parasita, planta que senutre da seiva <strong>de</strong> outra.Em cada ponto <strong>de</strong> observação seleciona<strong>do</strong> foi preenchi<strong>do</strong> alguns formulários <strong>de</strong> campo propostopelo The Nature Conservancy (SOBREVILA & BATH 1992). Um GPS (Garmim 12) foi utiliza<strong>do</strong> para obteras coor<strong>de</strong>nadas geográficas <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> observação e <strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> interesse adicional e um binóculo(Nikon 7X35) com o intuito <strong>de</strong> facilitar a i<strong>de</strong>ntificação das plantas principalmente nas matas.Foram efetuadas coletas botânicas <strong>de</strong> algumas espécies em floração para garantir a <strong>do</strong>cumentação<strong>do</strong>s trabalhos e possíveis confirmações posteriores quanto à i<strong>de</strong>ntificação. As coletas foram incorporadas naColeção Zoobotânica James Alexan<strong>de</strong>r Ratter <strong>do</strong> Campus Universitário <strong>de</strong> Nova Xavantina - UNEMAT.Os espécimes foram agrupa<strong>do</strong>s em famílias <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o sistema <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong>CRONQUIST (1993).


2.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO2.3.1 - Situação geral <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra AzulDe forma geral o Parque encontra-se conserva<strong>do</strong> em quase sua totalida<strong>de</strong>. Pequenos trechos em fazendassituadas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Parque foram <strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s e cultivadas com pastagens. Estas até o momento estãosen<strong>do</strong> bem manejadas, das quais os fazen<strong>de</strong>iros retiram periodicamente os remanescentes naturais(rebrota) conservan<strong>do</strong> somente o capim exótico para a criação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> bovino. Outros locais foram<strong>de</strong>smata<strong>do</strong>s para construções <strong>de</strong>stinadas a outros fins como por exemplo o Cristo, o CINDACTA e a pista<strong>de</strong> motocross, esta hoje <strong>de</strong>sativada. Porém, nenhum trabalho <strong>de</strong> recuperação foi inicia<strong>do</strong>, embora sejanecessário.Existem vestígios <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamentos, principalmente, nas Matas (córrego Avoa<strong>de</strong>ira), estes emestágios diferencia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recuperação. Em uma das cachoeiras na cabeceira <strong>de</strong>ste córrego foi feita,recentemente, a remoção da vegetação que segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, o intuito era <strong>de</strong> explorar olocal para banho <strong>de</strong> sol e piquenique (Figura 11). Um <strong>de</strong>smatamento recente foi efetua<strong>do</strong> na Fazenda Seriemaem uma área <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong> Típico, o solo ainda permanece <strong>de</strong>snu<strong>do</strong> (Figura 12). Em <strong>do</strong>is locais distintos nocerra<strong>do</strong> também foi removida toda a vegetação herbácea e arbustiva por capina (Figura 13).Figura 11: Vista parcial <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento recente em uma das cachoeiras <strong>do</strong> CórregoAvoa<strong>de</strong>ira na Fazenda Seriema Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.


Figura 12: Vista geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento recente em um Cerra<strong>do</strong> Típico ainda com o acúmulo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (noalto à direita) na Fazenda Seriema Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.Figura 13: Vista parcial <strong>de</strong> um trecho on<strong>de</strong> houve a retirada da vegetaçãoherbácea e arbustiva por capina na Fazenda Seriema. Parque Estadual da SerraAzul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.visita<strong>do</strong>s.A presença <strong>de</strong> fogo parece ser bastante comum, sen<strong>do</strong> verifica<strong>do</strong> vestígios em to<strong>do</strong>s os ambientesConstatamos também a presença estaleiros (espera) indican<strong>do</strong> caçadas freqüentes. Além disso,<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res confirmam este tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Cães <strong>do</strong>mésticos são manti<strong>do</strong>s pelos mora<strong>do</strong>res<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Parque, os quais passeiam e caçam livremente na Unida<strong>de</strong>.


2.3.2 - Levantamento FlorísticoA flora <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> é consi<strong>de</strong>rada a mais rica entre as savanas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, especialmenteconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se as espécies lenhosas (WWF & PRÓ-CER 1995) é característica e diferenciada <strong>do</strong>s biomasadjacentes, embora muitas fisionomias compartilhem as mesmas espécies com outros biomas (RATTER1992; 1996).De acor<strong>do</strong> com RIBEIRO & WALTER (1998) o Cerra<strong>do</strong> abrange diferentes fisionomias queenglobam formações florestais, savânicas e campestres.As Formações florestais englobam os tipos <strong>de</strong> vegetação com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> espécies arbóreas eformação <strong>de</strong> <strong>do</strong>ssel (Mata Ciliar, Mata <strong>de</strong> Galeria, Mata Seca e Cerradão). A Mata <strong>de</strong> Galeria e a Mata Ciliarestão associadas a cursos <strong>de</strong> água, que po<strong>de</strong>m ocorrer em terrenos bem drena<strong>do</strong>s ou mal drena<strong>do</strong>s. A Mata <strong>de</strong>Galeria apresenta <strong>do</strong>is subtipos: não-Inundável e Inundável. A Mata Seca e o Cerradão ocorrem nosinterflúvios, terrenos bem drena<strong>do</strong>s. A Mata Seca em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> solo, da composição florística e, emconseqüência, da queda <strong>de</strong> folhas no perío<strong>do</strong> seco, po<strong>de</strong> ser subdividida em três subtipos: Sempre-Ver<strong>de</strong>,Semi<strong>de</strong>cídua e Decídua. O Cerradão po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> como Mesotrófico (solos mais ricos) ou Distrófico(solos pobres), cada qual possuin<strong>do</strong> espécies características adaptadas a esses ambientes.As Formações savânicas englobam quatro tipos fitofisionômicos principais (Cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>restrito, o Parque <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong>, o Palmeiral e a Vereda. O Cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> restrito caracteriza-se pelaspresenças <strong>de</strong> estratos arbóreo e arbustivo-herbáceo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, com árvores distribuídas aleatoriamente sobre oterreno em diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s. De acor<strong>do</strong> com a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (estrutura) arbóreo-arbustiva, ou <strong>do</strong> ambienteem que se encontram, o Cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> restrito apresenta quatro subtipos: Cerra<strong>do</strong> Denso, Cerra<strong>do</strong> Típico,Cerra<strong>do</strong> Ralo e Cerra<strong>do</strong> Rupestre. No Parque <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> árvores é concentrada em locaisespecíficos <strong>do</strong> terreno. No Palmeiral, que po<strong>de</strong> ocorrer tanto em áreas bem drenadas quanto em áreas maldrenadas, há a presença marcante <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada espécie <strong>de</strong> palmeira arbórea, e as árvores <strong>de</strong> outras espécies(dicotiledôneas) não tem <strong>de</strong>staque. O Palmeiral po<strong>de</strong> ter vários subtipos, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pela espécie<strong>do</strong>minante. A Vereda também caracteriza-se pela presença <strong>de</strong> uma única espécie <strong>de</strong> palmeira, o buriti, masessa ocorre em menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> que em um Palmeiral. Além disso, a Vereda é sempre circundada por umestrato arbustivo-herbáceo característico.As Formações campestres englobam três tipos fitofisionômicos principais (Campo Sujo, CampoRupestre e Campo Limpo). O Campo Sujo caracteriza-se pela presença marcante <strong>de</strong> arbustos e subarbustosentremea<strong>do</strong>s no extrato herbáceo. O Campo Sujo po<strong>de</strong> apresentar três subtipos: Campo Sujo Seco, CampoSujo Úmi<strong>do</strong> e Campo Sujo com Murundus. O Campo Rupestre possui estrutura similar ao Campo Sujo,diferencian<strong>do</strong>-se pelo substrato composto por afloramentos <strong>de</strong> rocha, quanto pela composição florística, queinclui en<strong>de</strong>mismos. No Campo Limpo a presença <strong>de</strong> arbustos e subarbustos é insignificante. Este assim comoo Campo Sujo apresenta três subdivisões: Campo Limpo Seco, Campo Limpo Úmi<strong>do</strong> e Campo Limpo comMurundus.As fisionomias caracterizadas e selecionadas para estu<strong>do</strong> foram: Mata <strong>de</strong> Galeria não-Inundável(vale), Mata Seca Semi<strong>de</strong>cídua (encosta); Cerra<strong>do</strong> Típico; Cerra<strong>do</strong> Ralo; Cerra<strong>do</strong> Rupestre e Vereda,cujos pontos <strong>de</strong> observações encontram-se sumariza<strong>do</strong>s no Tabela 02. Trechos <strong>de</strong> Campo Sujo e Limpotambém po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>do</strong>s, principalmente, no topo ou encosta <strong>do</strong>s morros, porém são fitofisionomias


pouco representativas. Por apresentarem estas caracterÖsticas e o inventÑrio ter da<strong>do</strong> ênfase ï vegetaçåolenhosa nåo se fez nenhuma amostragem nesse tipo <strong>de</strong> formaçåo (Mapa 5).No Parque Estadual <strong>de</strong> Serra Azul foram i<strong>de</strong>ntificadas 347 espÉcies, pertencentes a 118 gêneros e 81famÖlias. As famÖlias que apresentaram maior riqueza em espÉcies foram Caesalpiniaceae e Fabaceae (20),seguidas <strong>de</strong> Myrtaceae (19), Melastomataceae e Mimosaceae (15), esses da<strong>do</strong>s em parte corroboram comaqueles obti<strong>do</strong>s por Men<strong>do</strong>nça et al. (1998) ao compilarem a flora vascular <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.Os gêneros que apresentaram o maior námero <strong>de</strong> espÉcies foram Miconia (11), Myrcia (09),Bauhinia e Aspi<strong>do</strong>sperma (08). O gênero Miconia talvez tenha si<strong>do</strong> super estima<strong>do</strong> em funçåo da dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçåo por falta <strong>de</strong> material fÉrtil po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ter si<strong>do</strong> incluÖ<strong>do</strong> neste gênero outros, como por exemplo,Tibouchina.Tabela 02: Pontos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas geogrÑficas extraÖ<strong>do</strong>s no Parque Estadual da Serra Azul - PESA, Barra <strong>do</strong>Garças, <strong>MT</strong>.Pontos Coor<strong>de</strong>nadasgeográficas01 15ã 50` 59” S52ã 15` 56" W02 15ã 51` 12" S52ã 16` 03" W03 15ã 52` 08" S52ã 15` 04" W04 15ã 51` 02" S52ã 14` 53" W05 15ã 50` 54" S52ã 14` 39” W06 15ã 50` 20" S52ã 12` 59" W07 15ã 50` 16" S52ã 13` 03" W08 15ã 49` 25” S52ã 13` 12” W09 15ã 49` 13” S52ã 12` 54” W10 15ã 51` 19” S52ã 16` 37” W11 15ã 49` 50” S52ã 13` 39” W12 15ã 50` 58,7” S52ã 16` 00,2” W13 15ã 51` 52,8” S52ã 15` 37,0” W14 15ã 50` 44,2” S52ã 13` 40,1” W15 15ã 49` 38,8” S52ã 12` 54,4” W16 15ã 50` 15,2” S52ã 12` 24,1” W17 15ã 50` 17,0” S52ã 12` 22,8” W18 15ã 50` 20,0” S52ã 12` 08,9” W19 15ã 49` 13,0” S52ã 12` 21,2” WFitofisionomias caracterizadas e Pontos amostraisCerra<strong>do</strong> TÖpicoôrea <strong>de</strong>gradada – pista <strong>de</strong> moto crossMata <strong>de</strong> GaleriaBorda <strong>de</strong> Mata alto <strong>de</strong> morroMata <strong>de</strong> encostaPastagem exÄtica (Brachiaria sp.)Pastagem exÄtica (Brachiaria sp.)Cerra<strong>do</strong> ralo em encostaCerra<strong>do</strong> TÖpicoCerra<strong>do</strong> RaloMata <strong>de</strong> Galeria (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> ss mais ou menos <strong>de</strong>nso (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> TÖpico <strong>de</strong> encosta (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> TÖpico (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> TÖpico (ponto <strong>de</strong> amostragem)Solo exposto no alto <strong>do</strong> morro (Cerra<strong>do</strong> Ralo)Cerra<strong>do</strong> Ralo (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> Rupestre (ponto <strong>de</strong> amostragem)Buritizal cerca <strong>de</strong> 40 m <strong>de</strong> largura la<strong>de</strong>ada por Cerra<strong>do</strong> TÖpico.


20 15ã 49` 42,0” S52ã 13` 55,7” W21 15ã 49` 05,7” S52ã 13` 46,5” W22 15ã 48` 49,8” S52ã 13` 58,5” W23 15ã 48` 14,7” S52ã 14` 10,6” W24 15ã 50` 59,8” S52ã 14õ 41,0” W25 15ã 51` 21,6” S52ã 14` 51,7” W26 15ã 49` 17,5” S52ã 12` 49,5” W27 15ã 48` 49,0” S52ã 11` 50,3” W28 15ã 48` 13,0” S52ã 10` 17,1” W29 15ã 48` 06,4" S52ã 10` 32,0" W30 15ã 48` 14,6" S52ã 11` 41,8" W31 15ã 48` 09,6" S52ã 12` 10,2" W32 15ã 48` 16,3" S52ã 12` 29,6" W33 15ã 48` 36,7" S52ã 11` 34,7" W34 15ã 51` 08,4" S52ã 14` 20,3" W35 15ã 50` 57,8" S52ã 15` 08,5" WCerra<strong>do</strong> Ralo (encosta) (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> RupestreCerra<strong>do</strong> Rupestre (Ponto <strong>de</strong> amostragem)Mata <strong>de</strong> Galeria (vale) (ponto <strong>de</strong> amostragem)Mata Seca <strong>de</strong> Encosta (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> TÖpicoCerra<strong>do</strong> tÖpicoCerra<strong>do</strong> RupestreCerra<strong>do</strong> RaloCerra<strong>do</strong> TÖpicoCampo úmi<strong>do</strong> (cabeceira <strong>de</strong> cÄrrego) (ponto <strong>de</strong> amostragem)Cerra<strong>do</strong> TÖpico baixo (4m)Cerra<strong>do</strong> ralo com gramÖnea <strong>de</strong>nsaCerra<strong>do</strong> TÖpico componente <strong>do</strong> mosaico com Cerra<strong>do</strong> RupestreMata <strong>de</strong> EncostaMata <strong>de</strong> Galeria (CÄrrego Avoa<strong>de</strong>ira) (ponto <strong>de</strong> amostragem)Mata <strong>de</strong> Galeria não-InundávelAs matas que ocorrem no Parque em sua maioria eståo situadas em vales e acompanham cursosd’Ñgua. Dessa forma, concordam com as <strong>de</strong>scriçèes feitas por EITEN (1994), o qual consi<strong>de</strong>ra formaçèes<strong>de</strong>ssa natureza como floresta <strong>de</strong> galeria e floresta <strong>de</strong> encosta associadas, on<strong>de</strong> os <strong>do</strong>is tipos estariamadjacentes em uma encosta <strong>de</strong> vale e graduam uma para outra, as quais juntas po<strong>de</strong>m ser chamadas <strong>de</strong>“floresta <strong>de</strong> vale”.RIBEIRO & WALTER (1998) cita que a Mata <strong>de</strong> Galeria nåo-InundÑvel É uma formaçåo florestalque acompanha um curso d’Ñgua, on<strong>de</strong> o lençol freÑtico nåo estÑ prÄximo ou sobre a superfÖcie <strong>do</strong> terreno namaior parte <strong>do</strong>s trechos o ano to<strong>do</strong>, mesmo na estaçåo chuvosa. Apresenta trechos longos com topografiaaci<strong>de</strong>ntada, sen<strong>do</strong> pouco os locais planos. Possui solos bem drena<strong>do</strong>s e uma linha <strong>de</strong> drenagem (leito <strong>do</strong>cÄrrego) bem <strong>de</strong>finida.A Mata <strong>de</strong> Galeria nåo-InundÑvel <strong>do</strong> Parque apresenta o estrato arbÄreo com altura varian<strong>do</strong> entre20 e 30 metros, apresentan<strong>do</strong> uma sobreposiçåo <strong>de</strong> copas que fornecem cobertura arbÄrea <strong>de</strong> 70 a 95%,circundada por faixas <strong>de</strong> vegetaçåo nåo florestal em ambas as margens e em geral ocorre uma transiçåobrusca com formaçèes savínicas ou campestres (Figura 14).


Figura 14: Vista geral <strong>de</strong> uma Mata <strong>de</strong> Galeria não Inundável em um vale no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.As Matas <strong>de</strong> Galeria <strong>do</strong> Parque em sua maioria apresentam trechos longos com topografiafortemente aci<strong>de</strong>ntada, sen<strong>do</strong> poucos os locais planos. Possui solos bem drena<strong>do</strong>s e uma linha <strong>de</strong> drenagembem <strong>de</strong>finida. A maioria <strong>de</strong>stas matas está situadas em vales separadas por formações savânicas nas encostase cristas <strong>do</strong>s morros. Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pontos forman<strong>do</strong> uma série (Figura 15).Nos pontos amostrais o estágio sucessional foi caracteriza<strong>do</strong> como primário com algumasperturbações. Apresenta três estratos pouco <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s com presença <strong>de</strong> clareiras. A gran<strong>de</strong> maioria dasárvores é ereta, o estrato <strong>do</strong>minante atinge cerca 20 metros com alguns indivíduos emergentes chegan<strong>do</strong> a 30m <strong>de</strong> altura. O estrato arbustivo é in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> (contínuo com o estrato arbóreo) atingin<strong>do</strong> até cinco metros <strong>de</strong>altura <strong>de</strong> forma geral mais ou menos <strong>de</strong>nso. O estrato herbáceo é praticamente nulo.


Figura 15: Vista geral <strong>de</strong> uma sÉrie <strong>de</strong> Matas <strong>de</strong> Galeria nåo InundÑvel em vales (tributÑrios <strong>do</strong> cÄrregoInsula), na parte inferior a esquerda um Cerra<strong>do</strong> Ralo no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.O assoalho da mata encontrava-se recoberto com serrapilheira propician<strong>do</strong> uma consi<strong>de</strong>rÑvelcamada <strong>de</strong> hámus e dan<strong>do</strong> condiçèes ï propagaçåo <strong>de</strong> fogo. A textura <strong>do</strong> solo É areno-argilosa comrochosida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> entre 10-50%. A coloraçåo <strong>do</strong> solo varia <strong>de</strong> amarelo a preta. As principais ameaças såofogo, estradas, visitaçåo <strong>de</strong>scontrolada, retirada <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, barramento, lixo e remoçåo da vegetaçåo.Um total <strong>de</strong> 187 espÉcies distribuÖdas em 140 gêneros e 69 famÖlias foi registra<strong>do</strong> para as Matasnåo-InundÑveis <strong>do</strong> Parque. O eleva<strong>do</strong> námero <strong>de</strong> espÉcies <strong>de</strong>ve ter si<strong>do</strong> em funçåo <strong>de</strong> se ter consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> noinventÑrio espÉcies <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os portes, nåo levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>raçåo somente ï vegetaçåo lenhosa como É ocaso na maioria <strong>do</strong>s trabalhos fitossociolÄgicos, nos quais listam em torno <strong>de</strong> 90 espÉcies lenhosas para asMatas <strong>de</strong> Galeria. OLIVEIRA-FILHO (1989) estudan<strong>do</strong> a vegetaçåo lenhosa <strong>de</strong> uma Floresta <strong>de</strong> Galeria <strong>do</strong>cÄrrego Paciência em CuiabÑ listou 89 espÉcies , 72 gêneros e 44 famÖlias. Pinto et al. (1997) analisan<strong>do</strong> avegetaçåo lenhosa em um trecho <strong>de</strong> Floresta <strong>de</strong> Galeria da queda d’Ñgua VÉu-<strong>de</strong>-Noiva no Parque NacionalChapada <strong>do</strong>s Guimaråes registrou 97 espÉcies, 65 gêneros e 40 famÖlias.As famÖlias com o maior námero <strong>de</strong> espÉcies foram: Caesalpiniaceae e Fabaceae (12), Myrtaceae(09), Melastomataceae e Mimosaceae (08), Annonaceae e Rubiaceae (07), Apocynaceae, Chrysobalanaceae,Sapindaceae e Sapotaceae (06).Silva Jánior et al. (1998) ao fazer uma anÑlise florÖstica em 15 Matas <strong>de</strong> Galeria <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ralobservaram que Anacardiaceae, Annonaceae, Leguminosae e Rubiaceae ocorreram em 100% da matas e quea sub-famÖlia Caesalpinioidae (=Caesalpiniaceae), Mimosoidae (=Mimosaceae) e Papilionoidae (=Fabaceae)e, as famÖlias Lauraceae, Euphorbiaceae, Annonaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Melastomataceae eVochysiaceae foram as que mais se <strong>de</strong>stacaram em námero <strong>de</strong> gêneros e espÉcies.Os gêneros com maior námero <strong>de</strong> espÉcies foram: Miconia (08), Aspi<strong>do</strong>sperma e Bauhinia (05),Licania e Protium (03).


As espécies que se <strong>de</strong>stacaram em abundância foram Bauhinia sp.1, Cheiloclinum cognatum, Clusiasellowiana, Connarus perrottetti, Coussarea hydrangeaefolia, Protium pilosissimum, cf. Callichlamys,Casearia arborea, Chaetocarpus echinocarpus, Chrysophyllum sp., Clavija sp., Guarea gui<strong>do</strong>nia, Lacistemaaggregatum, Licania blackii, Licania sp., Lygodium sp., Luehea candicans, Mabea fistulifera, Machaeriumsp., Marantaceae in<strong>de</strong>t. 1, Marantaceae in<strong>de</strong>t. 2, Miconia holosericea, Miconia cf. pirifolia, Nectandra sp. 1,Ocotea sp., Physocalyma scaberrimum, Unonopsis sp., Protium heptaphyllum, Piper sp., Rheedia sp.Siparuna guianensis, Tetragastris balsamifera e Virola urbaniana.O Quadro 1 apresenta as espécies i<strong>de</strong>ntificadas e a respectiva abundância para cada uma <strong>de</strong>las.Quadro 1 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas no levantamento da Mata <strong>de</strong> Galeria não-Inundável (furna) <strong>do</strong>PESA, Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A=abundante (espécie pre<strong>do</strong>minante nos locais), C= comum (espécie encontrada nos locais sem serpre<strong>do</strong>minante), O= ocasional (espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ouraramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAbuta selloanaOAcanthaceae In<strong>de</strong>t.RAcosmium dasycarpumOAcosmium sp.OAcrocomia aculeataRAgonandra brasiliensisOAioea salignaRAlbizia samanRAlibertia edulisRAlibertia ellipticaOAna<strong>de</strong>nanthera colubrinaO


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAna<strong>de</strong>nanthera peregrinaOAndira vermifugaRAnnona coriaceaOAnnona sp.OApeiba tibourbouRApuleia leiocarpaRAspasia cf. variegataOAspi<strong>do</strong>sperma discolorOAspi<strong>do</strong>sperma nitidumOAspi<strong>do</strong>sperma sp. 1OAspi<strong>do</strong>sperma sp. 2OAspi<strong>do</strong>sperma subincanumOAstrocarium sp.RAstronium fraxinifoliumOAttalea phalerataOBambusa sp.RBanara sp.OBauhinia cupulataOBauhinia outimoutaCBauhinia sp. 1ABauhinia sp. 2OBauhinia sp. 3OBowdichia virgilioi<strong>de</strong>sRBromelia sp.Brosimum rubescensOByrsonima intermediaOCallisthene fasciculataRCampomanesia eugenioi<strong>de</strong>sRCariniana rubraRCasearia arboreaCCecropia pachystachyaRCedrella sp.OCeltis brasiliensisOcf. AndiraRcf. CallichlamysCChaetocarpus echinocarpusCCheiloclinum cognatumAChrysophyllum sp.CClavija sp.CClusia sellowianaACoccoloba mollisRCochlospermum regiumRCombretum sp.RConnarus perrottettiACopaifera langs<strong>do</strong>rfiiOCordia sellowianaO


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaCostus spiralisRCouepia sp.RCoussarea hydrangeaefoliaACroton urucuranaRCupania cf. vernalisODalbergia miscolobiumRDendropanax cuneatumRDidymopanax morototoniRDilo<strong>de</strong>ndron bipinnatumRDimorphandra mollisRDioscorea sp. 1RDiospyros hispidaRDiospyros sericeaODipteryx alataRDiptychandra aurantiacaRDoleocarpus sp.ODuguetia marcgravianaOEcclinusa sp.OEmmotum nitensREndhlicheria paniculataCEnterolobium contortisiliquumOEphedranthus parviflorusREpi<strong>de</strong>ndrum <strong>de</strong>nsiflorumOEriotheca gracilipesRErythrina sp.RErythroxylum engleriREugenia aurataRFicus sp.RGuarea gui<strong>do</strong>niaCGuarea sp.OGuettarda sp.RHeliconia sp.OHimathantus bracteatusOHirtella glandulosaRHirtella gracilipesRHymenaea courbarilRInga sp. 1RInga sp. 2OInga thibaudianaOJacaranda cuspidifoliaRKielmeyera rubrifloraRLacistema aggregatumCLicania apetalaOLicania blackiiCLicania sp.CLuehea candicansC


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaLygodium sp.CMabea fistuliferaCMachaerium acutifoliumRMachaerium sp.CMagonia pubescensRMansoa sp.RMaprounea guianensisOMarantaceae in<strong>de</strong>t. 1CMarantaceae in<strong>de</strong>t. 2CMarcgravia sp.RMatayba guianensisOMaytenus floribundaRMiconia albicansOMiconia cf. pirifoliaCMiconia holosericeaCMiconia sp. 1RMiconia sp. 2RMiconia sp. 3OMiconia sp. 4OMiconia sp. 5OMyracrodruon urun<strong>de</strong>uvaOMyrcia amazonicaOMyrcia floribundaOMyrcia lanuginosaOMyrcia sellowianaOMyrcia sp. (casca <strong>de</strong> psidium)OMyrtaceae In<strong>de</strong>t.RNectandra sp. 1CNectandra sp. 2OOcotea sp.COeoceocla<strong>de</strong>s maculataROuratea castaneaefoliaOOuratea spectabilisRPhilo<strong>de</strong>ndron sp.OPhysocalyma scaberrimumCPiper sp.CPlathymenia reticulataRPlatypodium elegansRPouteria sp. 1RPouteria sp. 2OPouteria tortaOProtium heptaphyllumCProtium pilosissimumAProtium spruceanumRPseu<strong>do</strong>bombax sp.RPseu<strong>do</strong>bombax tomentosumOPseu<strong>do</strong>lmedia laevigataR


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaPsicotrea sp. 1RPsicotria sp. 2OPsidium sp.RQualea multifloraRRapanea guianensisRRheedia sp.CRoupala montanaORourea indutaOSapotaceae In<strong>de</strong>t.OSclerolobium paniculatum var. paniculatum OSclerolobium paniculatum var.subvelutinum OSerjania erectaRSerjania sp.OSimarouba amaraRSiparuna guianensisCSloanea sinemariensisOSorocea klotzschianaOStyrax sp.RSwartizia sp.RSyagrus flexuosaOSymplocos sp.RTabebuia impetiginosaOTabebuia roseoalbaOTapirira guianensisRTapura amazonicaRTerminalia sp.RTetragastris balsamiferaCUncaria sp.OUnonopsis sp.CVirola sebiferaRVirola urbanianaCVitex panchinianaRVochysia haenkeanaOXylopia aromaticaOXylopia sericeaOZanthoxylum rhoifoliumRZanthoxylum sp.O


Mata Seca Semi<strong>de</strong>cídua (encosta)RIBEIRO E WALTER (1998) afirma que a Mata Seca Semi<strong>de</strong>cídua é o subtipo mais comum <strong>de</strong>Mata Seca. Na época chuvosa as copas tocam-se fornecen<strong>do</strong> uma cobertura arbórea <strong>de</strong> 70 a 95%. Na épocaseca a cobertura varia <strong>de</strong> 50 a 60%. O <strong>do</strong>ssel fecha<strong>do</strong> na época chuvosa <strong>de</strong>sfavorece a presença <strong>de</strong> muitasplantas arbustivas, enquanto a diminuição da cobertura na época seca não possibilita a presença <strong>de</strong> muitasespécies epífitas. Estas ocorrem em menor quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que na Mata <strong>de</strong> Galeria.No ponto amostral o estágio sucessional é parcialmente primário com algumas perturbações (fogo e<strong>de</strong>smate antigo). Um pequeno trecho ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste ponto amostra<strong>do</strong>, provavelmente, foi ocupa<strong>do</strong> pormora<strong>do</strong>res, on<strong>de</strong> a vegetação se encontra recuperan<strong>do</strong> em estágio avança<strong>do</strong>, porém ainda com presença <strong>de</strong>cajueiros e mangueiras.Apresenta três estratos pouco <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s com presença <strong>de</strong> clareiras. A gran<strong>de</strong> maioria das árvores sãoeretas, o estrato <strong>do</strong>minante atinge 15 metros com alguns indivíduos emergentes chegan<strong>do</strong> a 25 m <strong>de</strong> altura. Oestrato arbustivo é in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> (contínuo com o estrato arbóreo) atingin<strong>do</strong> cinco metros <strong>de</strong> altura <strong>de</strong> formageral esparso fican<strong>do</strong> mais a<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>s em alguns pontos, on<strong>de</strong> estes é representa<strong>do</strong> principalmente porIchnanthus bambusiflorus (taboca). O estrato herbáceo é praticamente nulo.A superfície <strong>do</strong> solo da mata encontrava-se recoberto com serrapilheira dan<strong>do</strong> condições àpropagação <strong>de</strong> fogo. A textura <strong>do</strong> solo é areno-argilosa com rochosida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> entre 2-10%. A coloração<strong>do</strong> solo é preta.As principais ameaças são fogo, estradas, visitação <strong>de</strong>scontrolada e retiradas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.Um total <strong>de</strong> 78 espécies distribuídas em 68 gêneros e 39 famílias foram registradas para a MataSemi<strong>de</strong>cídua <strong>do</strong> Parque. As famílias com o maior número <strong>de</strong> espécies foram: Caesalpiniaceae (07),Fabaceae (06), Sapindaceae (05), Arecaceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae, Myrtaceae e Rubiaceae (04).MARIMON et al. (2001) ao estudarem uma Floresta Mono<strong>do</strong>minante que também é um tipo <strong>de</strong>mata seca na Fazenda El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Nova Xavantina listaram 44 espécies <strong>de</strong> árvores e observaramque as principais famílias foram Moraceae, Rubiaceae, Burseraceae, Hippocrateaceae e Leguminosae-Caesalpinioidae.Os gêneros com maior número <strong>de</strong> espécies para o Parque foram: Tabebuia, Bauhinia, Mabea,Machaerium, Byrsonima, Eugenia e Serjania (02).As espécies que se <strong>de</strong>stacaram em abundância foram Ana<strong>de</strong>nanthera peregrina, Casearia arborea,Chaetocarpus echinocarpus, Cheiloclinum cognatum, Coussarea hydrangeaefolia, Ephedrantus parviflorus,Machaerium acutifolium e Platypodium elegans, Bauhinia sp.1, Connarus suberosus, Copaifera langs<strong>do</strong>rfii,Cordia sellowiana, Cupanea sp, Ecclinusa sp., Eschweilera nana, Guarea sp., Ichnanthus bambusiflorus,Leguminosae in<strong>de</strong>t.. Mabea pohliana, Matayba guianensis, Miconia sp., Qualea multifora, Siparunaguianensis e Xylopia aromatica.FELFILI et al. (1998) estudan<strong>do</strong> uma Mata Seca na Região <strong>de</strong> Nova Xavantina, citam comoespécies pre<strong>do</strong>minantes Brosimum rubescens e duas espécies <strong>de</strong> Protium. É possível que as espécies <strong>de</strong>Protium citadas por estes autores sejam Protium pilosissimum e Tetragastris balsamifera, pois, MARIMOMet al. (2001) estudan<strong>do</strong> uma mata similar no município <strong>de</strong> Nova Xavantina citam Brosimum rubescens,Amaioua intermedia, Cheiloclinium cognatum, Tetragastris balsamifera e Protium pilosissimum como asespécies <strong>de</strong> maior importância ecológica. MARIMOM & FELFILI (2000) ao estudarem uma florestaMono<strong>do</strong>minante no município <strong>de</strong> Água Boa constataram que Brosimum rubescens, Protium pilosissimum,Inga sp., Ephedranthus parviflorus e Amaioua intermedia foram as espécies que mais se <strong>de</strong>stacaram emimportância ecológica.


O Quadro 2 apresenta as espécies listadas e a respectiva abundância para cada uma <strong>de</strong>las.Quadro 2 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas no levantamento da Mata Seca Semi<strong>de</strong>cídua (encosta) <strong>do</strong> PESA,Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A=abundante (espécie pre<strong>do</strong>minante nos locais), C= comum (espécie encontrada nos locais sem serpre<strong>do</strong>minante), O= ocasional (espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ouraramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAcrocomia aculeataRAgonandra brasiliensisRAlibertia ellipticaRAna<strong>de</strong>nanthera peregrinaAAnanas ananassoi<strong>de</strong>sRAndira vermifugaOApeiba tibourbouOApulea leicocarpaRArrabidaea cf. coralinaOAspi<strong>do</strong>sperma macrocarpumRAttalea phalerataRBauhinia cupulataRBauhinia sp. 1CBuchenavia capitataByrsonima basilobaByrsonima intermediaCampomanesia eugenioi<strong>de</strong>sCasearia arboreaCecropia sp.RRRRAR


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaChaetocarpus echinocarpusACheiloclinum cognatumAConnarus suberosusCCopaifera langs<strong>do</strong>rfiiOCordia sellowianaCCoussarea hydrangeaefoliaACupanea sp.CCuratella americanaRDelostoma sp.RDidymopanax morototoniRDilo<strong>de</strong>ndron bipinnatumRDiospyros hispidaODipteryx alataREcclinusa sp.CEphedranthus parviflorusAEschweilera nanaCEugenia geminiflora O REugenia sp.RGenipa americanaRGuarea sp.CHeteropteris sp.OHimatanthus bracteatusOHymenaea courbarilRIchnanthus bambusiflorusCInga sp.RLeguminosae In<strong>de</strong>t.CLygodion sp.OLuehea divaricataOMabea fistuliferaRMabea pohlianaCMachaerium acutifoliumAMachaerium sp.OMaclura tinctoriaRMaprounea guianensisOMarantaceae in<strong>de</strong>t.OMatayba guianensisCMiconia sp.CMimosa pteridifoliaRMyracrodruon urun<strong>de</strong>uvaRMyrcia sellowianaRNectandra sp.ROcotea sp. 2RPlatypodium elegansAPouteria tortaRProtium heptaphyllumOQualea multifloraCSerjania erectaRSerjania sp.O


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaSimarouba amaraRSiparuna guianensisCStryphno<strong>de</strong>ndron adstringensRSwartsia sp.OTabebuia aureaOTabebuia impetiginosaRVirola sebiferaOVitex panshinianaRVochysia rufaOXylopia aromaticaCZanthoxylum sp.RCerra<strong>do</strong> TípicoPara RIBEIRO E WALTER (1998) o Cerra<strong>do</strong> Típico é um subtipo <strong>de</strong> vegetaçãopre<strong>do</strong>minantemente arbóreo-arbustiva, com cobertura arbórea <strong>de</strong> 20 a 50% e altura média <strong>de</strong> três a seismetros. Trata-se <strong>de</strong> uma forma comum e intermediária entre o Cerra<strong>do</strong> Denso e o Cerra<strong>do</strong> Ralo. O Cerra<strong>do</strong>Típico ocorre em Latossolos Vermelho-Escuro, Vermelho-Amarelo, Cambissolos, Areias Quartzosas, SolosLitólicos ou Concrecionários, <strong>de</strong>ntre outros. Esta fitofisionomia no Parque po<strong>de</strong> ser encontrada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> locaisplanos a inclina<strong>do</strong>s (encostas).Nos pontos amostrais o estágio sucessional foi caracteriza<strong>do</strong> como primário com pouca perturbação.Apresenta três estratos bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, o arbóreo varian<strong>do</strong> entre 4-8 m <strong>de</strong> altura, o arbustivo aberto chegan<strong>do</strong>a 4 m e o herbáceo <strong>de</strong>nso com cerca <strong>de</strong> 0,5 m, constituí<strong>do</strong> principalmente <strong>de</strong> gramíneas (Figura 16).A textura <strong>do</strong> solo varia <strong>de</strong> areno-argilosa a argilosa com rochosida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> entre 10-50%. Opercentual <strong>de</strong> solo exposto está entre 1 a 30%. A coloração <strong>do</strong> solo vai <strong>do</strong> amarelo ao vermelho.As principais ameaças são fogo, estradas, visitação <strong>de</strong>scontrolada, retiradas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, lixo eremoção da vegetação.Um total <strong>de</strong> 143 espécies distribuídas em 106 gêneros e 51 famílias foram registradas para osCerra<strong>do</strong>s Típico <strong>do</strong> Parque. As famílias com o maior número <strong>de</strong> espécies foram: Caesalpiniaceae (13),Fabaceae (10), Myrtaceae (09), Annonaceae e Malpighiaceae (08), Sapindaceae (07), Mimosaceae eVochysiaceae (06).FELFILI & SILVA JÚNIOR (1993) realizan<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> comparativo na Região <strong>do</strong> Brasil Centralrelatam que as famílias mais importantes em número <strong>de</strong> espécies, indivíduos e IVI foram Leguminosae eVochysiaceae.


Figura 16: Vista geral <strong>de</strong> um Cerra<strong>do</strong> Típico no Parque Estadual da Serra Azul,Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.Os gêneros com maior número <strong>de</strong> espécies foram: Byrsonima (06), Annona (05), Erythroxylum,Eugenia e Myrcia (04).As espécies que se <strong>de</strong>stacaram em abundância foram Davilla elliptica, Syagrus comosa, Velloziasp., Anacardium pumilum, Bauhinia sp. 1, Bromelia sp., Campamonesia sp., Casearia sylvestris, Connarussuberosus, Copaifera martii, Duguetia furfuracea, Eugenia punicifolia, Hancornia speciosa, Lafoensiapacari, Matayba guianensis, Mouriri elliptica, Myrcia lanuginosa, Ouratea hexasperma, Piptocarpharotundifolia, Pouteria ramiflora, Qualea parviflora e Xylopia aromatica.FELFILI & SILVA JÚNIOR (1993) no mesmo estu<strong>do</strong> supra cita<strong>do</strong> <strong>de</strong>screveram como espéciescomuns para to<strong>do</strong>s os sítios <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s Aspi<strong>do</strong>sperma tomentosum, Dydimopanax macrocarpum, Tabebuiaochrassea e Tabebuia caraiba entre outras. Marimom et al. (1998) ao estudarem um Cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta emNova Xavantina, <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, verificaram que Davilla elliptica, Qualea parviflora foram as espécies queapresentaram maior importância ecológica. FELFILI et al. (1998), citaram Qualea parviflora e Qualeagrandiflora como as espécies mais abundantes. GUARIM NETO et al. (1994) analisan<strong>do</strong> a composiçãoflorística <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> na Região <strong>de</strong> Cuiabá, <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, cita Curatella americana, Lafoensiapacari e Connarus suberosus como as espécies <strong>de</strong> maior valor <strong>de</strong> importância.O Quadro 3 apresenta as espécies listadas e a respectiva abundância para cada uma <strong>de</strong>las.


Quadro 3 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas no levantamento <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> Típico <strong>do</strong> PESA, Parque Estadual daSerra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A= abundante (espéciepre<strong>do</strong>minante nos locais), C= comum (espécie encontrada nos locais sem ser pre<strong>do</strong>minante), O= ocasional(espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ou raramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAcosmium dasycarpumRAegiphila sp.RAlibertia edulisRAlibertia sessilisOAnacardium humileOAnacardium pumilumCAndira cuyabensisOAnnona coriaceaRAnnona crassifloraRAnnona dioicaRAnnona monticolaRAnnona pigmeaRArrabidaea sp.RAspi<strong>do</strong>sperma macrocarpumRAspi<strong>do</strong>sperma nobileRAspi<strong>do</strong>sperma tomentosumRAstrocaryum campestreRAstronium fraxinifoliumOAustroplenckia populneaRBanisteriopsis sp.RBauhinia rufaBauhinia sp. 1Bowdichia virgilioi<strong>de</strong>sBromelia sp.Brosimum gaudichaudiiBuchenavia tomentosaBulbostylis para<strong>do</strong>xaByrsonima basilobaByrsonima cocolobifoliaByrsonima crassaByrsonima intermediaByrsonima sp.Byrsonima verbascifoliaCaliandra sp.Campomanesia sp.Cardiopetalum calophyllumCaryocar brasilienseCasearia sylvestrisCassia sp.Cecropia sp.Chamaecrista <strong>de</strong>svauxiiCoccoloba sp.OOOORROORRCROOCOCOCROO


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaConnarus suberosusCCopaifera langs<strong>do</strong>rfiiRCopaifera martiiCCopaifera sp.OCouepia grandifloraOCrotalaria sp.OCuratella americanaODalbergia miscolobiumRDavilla ellipticaADidymopanax sp.ODimorphandra mollisODiospyros burchelliODipteryx alataODiptychadra aurntiacaODuguetia furfuraceaCEmmotum nitensOEnterolobium gummiferumREremanthus glomerulatusREriotheca gracilipesOErythroxilum engleriOErythroxylum sp.OErythroxylum suberosumOErythroxylum tortuosumOEschweilera nanaCEugenia aurataREugenia dysentericaOEugenia gemmifloraOEugenia punicifoliaCFerdinandusa ellipticaRFicus sp.RGuapira noxiaRHancornia speciosaCHeisteria ovataRHimatanthus obovatusOHirtella glandulosaRHymenaea stigonocarpaOKielmeyera speciosaOKilmeyera rubrifloraOLabiatae in<strong>de</strong>t.OLafoensia pacariCLicania sclerophyllaOLuetzelburgia praecoxRMachaerium acutifoliumRMatayba guianensisCMezilaurus crassirameaOMiconia albicansOMimosa sp. 1OMimosa sp. 2R


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaMouriri ellipticaCMyrcia camapuanensisOMyrcia lanuginosaCMyrcia linguaOMyrcia pallensONeea theiferaROuratea hexaspermaCOuratea sp.OOuratea spectabilisOPalicourea rigidaOPeixotoa reticulataRPiptocarpha rotundifoliaCPlathymenia reticulataRPouteria ramifloraCProtium heptaphyllumRPseu<strong>do</strong>bombax longiflorumRPsittacanthus sp.RPtero<strong>do</strong>n pubescensOQualea grandifloraOQualea multifloraRQualea parvifloraCRoupala montanaRRourea indutaOSalacia crassifoliaOSalvertia convallario<strong>do</strong>raRSchefflera (Didymopanax) macrocarpaRSclerolobium aureumRSclerolobium paniculatum subvelutinum RSclerolobium paniculatum paniculatum RSerjania erectaRSimarouba versicolorRSmilax fluminensisRSmilax sp.RSpiranthera o<strong>do</strong>ratissimaOSterculia sp.RStilpnopappus speciosusCStrycnos pseu<strong>do</strong>quinaOStryphno<strong>de</strong>ndron adstringensOSyagrus cf. petreaCSyagrus comosaATabebuia aureaOTabebuia ochraceaRTalisia cf. subalbensRTocoyena formosaRTontelea brachypodaRToulicia tomentosaOVatairea macrocarpaOVellozia sp.A


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaVerbenaceae in<strong>de</strong>t.OVirola sebiferaOVochysia nanaOVochysia rufaOXylopia aromaticaCCerra<strong>do</strong> RaloRIBEIRO & WALTER (1998) cita que o Cerra<strong>do</strong> Ralo é um subtipo <strong>de</strong> vegetação pre<strong>do</strong>minantementearbóreo-arbustiva, com cobertura arbórea <strong>de</strong> 5 a 20% e altura média <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a três metros. Representa aforma mais baixa e menos <strong>de</strong>nsa <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> restrito. O estrato arbustivo-herbáceo é mais<strong>de</strong>staca<strong>do</strong> que no Cerra<strong>do</strong> Denso e Cerra<strong>do</strong> Típico. Ocorre principalmente em Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolos, Areias Quartzosas, Solos Concrecionários, Hidromórficos e Litólicos.Nos pontos amostrais o estágio sucessional foi caracteriza<strong>do</strong> como primário com pouca perturbação.Apresenta três estratos bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, o arbóreo varian<strong>do</strong> entre 3-5 m <strong>de</strong> altura, o arbustivo aberto chegan<strong>do</strong>a 3 m e o herbáceo algo aberto com cerca <strong>de</strong> 0,5 m, constituí<strong>do</strong> principalmente <strong>de</strong> gramíneas, apresentan<strong>do</strong>manchas consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>snu<strong>do</strong>s atingin<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 30%.O solo é argilo-arenoso com rochosida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> entre 10-28%. A coloração é amarela. Asprincipais ameaças são fogo, estradas, visitação <strong>de</strong>scontrolada, retiradas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, pecuária extensiva. Estafitofisionomia no Parque é encontrada geralmente em locais inclina<strong>do</strong>s e no alto <strong>do</strong>s morros (Figura 17)fisionomia.Um total <strong>de</strong> 64 espécies distribuídas em 52 gêneros e 32 famílias foram registradas para estaAs famílias com o maior número <strong>de</strong> espécies foram: Caesalpiniaceae e Fabaceae (07),Malpighiaceae (06) e Vochysiaceae (05). Os gêneros com maior número <strong>de</strong> espécies foram: Byrsonima (04),Erythroxylum (03) e Ouratea (03).As espécies que se <strong>de</strong>stacaram em abundância foram Bauhinia sp. 1, Bromelia sp., Byrsonimacrassa, Davilla elliptica, Kilmeyera speciosa, Pouteria ramiflora e Syagrus cf. petrea, Anacardium pumilum,Bulbostylis para<strong>do</strong>xa, Byrsonima verbascifolia, Copaifera martii, Erythoxylum suberosum, Hancorniaspeciosa, Kielmeyera rubriflora, Myrcia lanuginosa, Qualea grandiflora, Qualea parviflora, Spirantherao<strong>do</strong>ratissima, Vochysia nanae vochysia rufa. AIOKI & SANTOS apud RIBEIRO & WALTER (1998)consi<strong>de</strong>ram o Cerra<strong>do</strong> Ralo diferente em estrutura <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> Denso e Cerra<strong>do</strong> Típico, mas semelhante nacomposição florística.


Figura 17: Vista geral <strong>de</strong> um Cerra<strong>do</strong> Ralo no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.O Quadro 4 apresenta as espécies listadas e a respectiva abundância para cada uma <strong>de</strong>las.Quadro 4 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas no levantamento <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> Ralo <strong>do</strong> PESA, Parque Estadual daSerra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A= abundante (espéciepre<strong>do</strong>minante nos locais), C= comum (espécie encontrada nos locais sem ser pre<strong>do</strong>minante), O= ocasional(espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ou raramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAcosmium dasycarpumRAnacardium pumilumCAndira cuyabensisOAnnona coriaceaRAspi<strong>do</strong>sperma macrocarpon RStilpnopappus speciosusOBauhinia rufaRBauhinia sp. 1ABowdichia vigilioi<strong>de</strong>sOBromelia sp.ABrosimum gaudichaudiiRBuchenavia tomentosaRBulbostylis para<strong>do</strong>xaCByrsonima basilobaO


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaByrsonima cocolobifoliaOByrsonima crassaAByrsonima verbascifoliaCCasearia sylvestrisOCassia sp.RCoccoloba sp.RCopaifera martiiCCrotalaria sp.OCuratella americanaRDavilla ellipticaADimorphandra mollisODiospyros burchelliiREriotheca gracilipesOErythroxylum sp.RErythroxylum suberosumCErythroxylum tortuosumRHancornia speciosaCHeteropteris byrsonimifoliaOHymenaea stigonocarpaOKielmeyera rubrifloraCKielmeyra speciosaALafoensia pacariRLicania sclerophyllaRMezilaurus crassirameaRMiconia albicansOCalliandra sp.OMimosa sp. 2OMyrcia lanuginosaCMyrcia linguaROuratea hexaspermaOOuratea sp.ROuratea spectabilisRPeixotoa sp.RPiptocarpha rotundifoliaOPouteria ramifloraAPsittacanthus sp.RPtero<strong>do</strong>n pubescensRQualea grandifloraCQualea parvifloraCRourea indutaOSalacia crassifoliaRSalvertia convallario<strong>do</strong>raRSclerolobium aureumRSolanum lycocarpumRSpiranthera o<strong>do</strong>ratissimaCStryphno<strong>de</strong>ndron adstringens OSyagrus cf. petreaAVatairea macrocarpaO


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaVochysia nanaCVochysia rufaCCerra<strong>do</strong> RupestreRIBEIRO & WALTER (1998) consi<strong>de</strong>ra que o Cerra<strong>do</strong> Rupestre é um subtipo <strong>de</strong> vegetaçãoarbóreo-arbustiva que ocorre em ambientes rupestres (Litólicos ou rochosos). Possui cobertura arbóreavariável <strong>de</strong> 5 a 20%, altura média <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a quatro, e estrato arbustivo-herbáceo <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong> ocorrer emtrechos contínuos, mas geralmente aparece em mosaicos, incluí<strong>do</strong> em outros tipos <strong>de</strong> vegetação. Emborapossua estrutrura semelhante ao Cerra<strong>do</strong> Ralo, o substrato é um critério <strong>de</strong> fácil diferenciação, pois comportapouco solo entre afloramentos <strong>de</strong> rocha. Os solos, Litólicos, são origina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>composicão <strong>de</strong> arenitos equartzitos, pobres em nutrientes, áci<strong>do</strong>s e apresentam baixos teores <strong>de</strong> matéria orgânica. No Cerra<strong>do</strong>Rupestre os indivíduos arbóreos concentram-se nas fendas entre as rochas, e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é variável e<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> solo. Há casos em que as árvores po<strong>de</strong>m <strong>do</strong>minar a paisagem, enquanto em outrosa flora arbustivo-herbácea po<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>minar; mas ainda assim com árvores presentes.Nos pontos amostrais o estágio sucessional foi caracteriza<strong>do</strong> como primário com pouca perturbação.Apresenta três estratos bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, o arbóreo aberto varian<strong>do</strong> entre 3-6 m <strong>de</strong> altura, o arbustivo abertochegan<strong>do</strong> a 3 m e o herbáceo muito aberto com cerca <strong>de</strong> 0,5 m e estrato graminoso escasso. A vegetação emgeral apresenta aspecto xerofítico.O solo é arenoso com abundante rochosida<strong>de</strong> 50 a 90%. A coloração é cinza. As principais ameaçassão fogo e pecuária extensiva.Esta fitofisionomia no Parque é encontrada em locais extremamente aci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong>s(Figura 18).Um total <strong>de</strong> 87 espécies distribuídas em 70 gêneros e 39 famílias foram registradas para os Cerra<strong>do</strong>sRupestre <strong>do</strong> Parque. As famílias com o maior número <strong>de</strong> espécies foram Caesalpiniaceae (09), Fabaceae eMyrtaceae (06) Rubiaceae (05). Os gêneros com maior número <strong>de</strong> espécies foram Copaifera e Myrcia (03).RIBEIRO & WALTER (1998) citam como <strong>de</strong>staques no estrato subarbustivo-herbáceo <strong>de</strong>steCerra<strong>do</strong> as famílias Myrtaceae e Rubiaceae entre outras.As espécies que se <strong>de</strong>stacaram em abundância foram Sclerolobium panicultatum var. subvelutinum,Mouriri pusa, Vochysia tucanorum, Bromelia sp., Cassia sp., Davilla elliptica, Myrtaceae in<strong>de</strong>t. 1 e 2,Vellozia sp. e Bauhinia sp. 1, Byrsonima crassa, Erythoxylum suberosum, Hancornia speciosa, Mimosa sp.,Myrcia sp., Pouteria ramiflora, Syagrus comosa e Syagrus cf. petrea. As espécies Davilla elliptica ePouteria ramiflora são consi<strong>de</strong>radas por RIBEIRO & WALTER (1998) como freqüentes nessa fisionomia.


Figura 18: Vista geral <strong>de</strong> um Cerra<strong>do</strong> Rupestre no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.O Quadro 5 apresenta as espécies listadas e a respectiva abundância para cada uma <strong>de</strong>las.Quadro 5 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas no levantamento <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> Rupestre <strong>do</strong> PESA, Parque Estadualda Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A= abundante (espéciepre<strong>do</strong>minante nos locais), C= comum (espécie encontrada nos locais sem ser pre<strong>do</strong>minante), O= ocasional(espécie esporadicamente encontrada) e R= rara (espécie só uma vez ou raramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaAcanthaceae In<strong>de</strong>t.OAcosmium dasycarpumRAlibertia sessilisOAnacardium pumilumOAndira cuyabensisRAntonia ovataOAspi<strong>do</strong>sperma macrocarponRAspi<strong>do</strong>sperma tomentosumRAstrocaryum campestreRBauhinia rufaOBauhinia sp. 1CBowdichia virgilioi<strong>de</strong>sR


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaBromelia sp.AByrsonima cocolobifoliaOByrsonima crassaCCalliandra sp.OCasearia sylvestrisOCassia sp.AChrysophyllum marginatumOCopaifera langs<strong>do</strong>rfiiRCopaifera martiiRCopaifera sp.RCouepia grandifloraOCouepia sp.RCroton sp.OCuphea sp.OCyrtopodium sp.RDalbergia miscolobiumRDalechanpia sp.ODavilla ellipticaADidymopanax sp.RDimorphandra mollisRDioscorea sp.RDiospyros burchelliiRDuguetia furfuraceaOEmmotum nitensREremanthus glomerulatusOEriotheca gracilipesRErythroxylum suberosumCEugenia punicifoliaRFerdinandusa ellipticaRGuapira gracilifoliaOGuettarda sp.RHancornia speciosaCHeisteria ovataRHeteropteris byrsonimifoliaOHeteropteris sp.OHimathantus obovatusOHymenaea stigonocarpaOKielmeyera rubrifloraRKielmeyera speciosaOMezilaurus crassirameaRMiconia albicansOMimosa sp. 2CMouriri ellipticaRMouriri pusaAMyrcia camapuanensisOMyrcia pallensOMyrcia sp.CMyrtaceae in<strong>de</strong>t. 1A


Cont.Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaMyrtaceae In<strong>de</strong>t. 2CNeea theiferaONoranthea sp.OOrchidaceae In<strong>de</strong>t.OOuratea hexaspermaOOuratea spectabilisOPalicourea rigidaRPlatymenia reticulataRPouteria ramifloraCPouteria sp.OPsittacanthus sp.RPtero<strong>do</strong>n pubescensOQualea parvifloraORoupala montanaORourea indutaOSalvertia convallario<strong>do</strong>raOSclerolobium paniculatum var. subvelutinum AStilpnopappus speciosusOStryphno<strong>de</strong>ndron adstringensRSyagrus comosaCSyagrus cf. petreaCTabebuia aureaRTocoyena formosaRVatairea macrocarpaOVellozia sp.AVochysia tucanorumAVeredaVereda É a fitofisionomia com a palmeira arbÄrea Mauritia flexuosa emergente, em meio aagrupamentos mais ou menos <strong>de</strong>nsos <strong>de</strong> espÉcies arbustivo-herbÑceas. As veredas såo circundadas porCampo Limpo, geralmente ámi<strong>do</strong>, e os buritis nåo formam <strong>do</strong>ssel como ocorre no Buritizal. Na Vereda osburitis caracterizam-se por altura mÉdia <strong>de</strong> 12 a 15 metros e a cobertura varia <strong>de</strong> 5% a 10%. As Veredas såoencontradas em solos HidromÄrficos, satura<strong>do</strong>s durante a maior parte <strong>do</strong> ano. Geralmente ocupam os valesou Ñreas planas acompanhan<strong>do</strong> linhas <strong>de</strong> drenagem mal <strong>de</strong>finidas, em geral sem murundus. TambÉm såocomuns em uma posiçåo intermediÑria <strong>do</strong> terreno, prÄximas ïs nascentes (olhos d’Ñgua), ou na borda dasMatas <strong>de</strong> Galeria.No ponto amostral o estÑgio sucessional foi caracteriza<strong>do</strong> como primÑrio sem perturbaçåo.Apresenta três estratos bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, o arbÄreo parcialmente aberto varian<strong>do</strong> entre 5-15 m <strong>de</strong> altura, oarbustivo algo aberto chegan<strong>do</strong> a 5 m e o herbÑceo aberto com cerca <strong>de</strong> 1,0 m. A faixa que compèe o estratoarbÄreo e estreita (5 m) e la<strong>de</strong>ada por um Campo Limpo sazonalmente ámi<strong>do</strong> rico em gramÖneas e espÉcies<strong>de</strong> Eriocaulaceae <strong>de</strong> pequeno porte (Figura 19).O solo É arenoso sem rochosida<strong>de</strong> com coloraçåo cinza. As principais ameaças såo fogo e pecuÑriaextensiva. Esta fitofisionomia no Parque É encontrada nas cabeceiras <strong>do</strong>s cÄrregos (nascentes).Um total <strong>de</strong> 14 espÉcies distribuÖdas em 13 gêneros e 11 famÖlias foram registradas para estafitofisionomia. As famÖlias com o maior námero <strong>de</strong> espÉcies foram Melastomataceae (03) e Araceae (02). Ogênero Miconia obteve duas espÉcies e os <strong>de</strong>mais somente uma. AlÉm <strong>do</strong> gênero Miconia Ribeiro e Walter(1998) citam Leandra, Trembleya e Lavoisiera como comuns. A espÉcie Mauritia flexuosa foi a ánicaespÉcie comum nessa fisionomia.


Figura 19: Vista geral <strong>de</strong> um pequeno trecho <strong>de</strong> Vereda no Parque Estadual daSerra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.Esta baixa riqueza, provavelmente, se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong>ssas formaçèes serem <strong>de</strong> pequenas dimensèes(< 3 ha) e algumas <strong>de</strong>las nåo formarem uma vereda tÖpica. Constituin<strong>do</strong> apenas uma estreita faixa (cerca <strong>de</strong> 8m) <strong>de</strong> vegetaçåo lenhosa e arbustiva ao longo <strong>do</strong> curso d’Ñgua quase sempre la<strong>de</strong>ada por um Campo Limposazonalmente ámi<strong>do</strong>. Esta formaçåo (Campo Limpo sazonalmente ámi<strong>do</strong>) nåo foi trabalhada em funçåo <strong>de</strong>sua pouca representativida<strong>de</strong> e o levantamento ter si<strong>do</strong> enfatiza<strong>do</strong> com a vegetaçåo lenhosa.O Quadro 6 apresenta as espÉcies listadas e a respectiva abundíncia para cada uma <strong>de</strong>las.


Quadro 6 - Lista <strong>de</strong> espécies encontradas na Vereda <strong>do</strong> PESA, Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong>Garças, <strong>MT</strong>. A abundância é representada pelas letras: A= abundante (espécie pre<strong>do</strong>minante nos locais), C=comum (espécie encontrada nos locais sem ser pre<strong>do</strong>minante), O= ocasional (espécie esporadicamenteencontrada) e R= rara (espécie só uma vez ou raramente encontrada).Nome Científico Árvore Arbusto Sub-Ar. Erva Liana EpífitaCallophylum brasilienseOCespe<strong>de</strong>sia spathulataRDoleocarpus sp.RIlex cf. affinisRLudwigia sp.OMauritia flexuosaCMauritiella armataCMiconia sp 5Miconia sp 6OPaepalanthus sp.ORoupala montanaOTococa formicariaOVochysia pyramidalisOXylopia emarginataOO Quadro 7 apresenta a lista geral <strong>de</strong> plantas encontradas no PESA.Quadro 7 - Lista Geral das espécies <strong>de</strong> Plantas encontradas no PESA, Parque Estadual da Serra Azul, Barra<strong>do</strong> Garças, <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.EspéciesAcanthaceaeAcanthaceae In<strong>de</strong>t.AnacardiaceaeAnacardium humile St. Hil.Anacardium pumilum St. Hil.Astronium fraxinifolium Schott.Myracrodruon urun<strong>de</strong>uva Fr. Allem.Tapirira guianensis Aubl.AnnonaceaeAnnona coriacea Mart.Annona crassiflora Mart.Annona dioica St. Hil.Annona monticola Mart.* Annona pygmaea Bartr.Annona sp.Cardiopetalum calophyllum Schltdl.Duguetia furfuracea (St. Hil.) Benth. & Hook.Duguetia marcgraviana Mart.Ephedranthus parviflorus S. MooreUnonopsis sp.Xylopia aromatica Lam.Xylopia emarginata Mart.Xylopia sericea St. Hil.Apocynaceae


Aspi<strong>do</strong>sperma sp. 1Aspi<strong>do</strong>sperma sp. 2Aspi<strong>do</strong>sperma discolor A. DC.Aspi<strong>do</strong>sperma macrocarpon Mart.Aspi<strong>do</strong>sperma nitidum Benth.Aspi<strong>do</strong>sperma nobile M. Arg.Aspi<strong>do</strong>sperma subincanum Mart.Aspi<strong>do</strong>sperma tomentosum Mart.Hancornia speciosa Nees & Mart.Himatanthus bracteatus (A. DC.) WoodsonHimatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson* Macrosiphonia velame (St. Hil.) M. Arg.AquifoliaceaeIlex cf. affinis Gard.AraceaePhilo<strong>de</strong>ndron sp.AraliaceaeDidymopanax morototoni (Aubl.) B. Maguire, Steyerm & D.C. FrodinDidymopanax sp.Dendropanax cuneatum DC. Decne & Planch.Schefflera (Dydimopanax) macrocarpa (Seem.) D. C. Frodin.ArecaceaeAcrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.Astrocaryum sp.Astrocaryum campestre Mart.Attalea phalerata Mart. ex Spreng.Mauritia flexuosa L. f.Mauritiella armata (Mart.) Burret.Syagrus comosa (Mart.) Becc.Syagrus flexuosa L. f.Syagrus petrea (Mart.) Becc.Asteraceae* Dasyphyllum sprengelianum (Gard.) CabreraEremanthus glomerulatus Less.Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker.Stilpnopappus speciosus BakerBignoniaceaeArrabidaea cf. coralinaCallichlamys sp.Delostoma sp.Jacaranda cuspidifolia Mart.Mansoa sp.Tabebuia aurea Benth. & Hook.Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.Tabebuia ochracea (Cham.) Standl.Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandw.BombacaceaeEriotheca gracilipes (Shum.) RobynsPseu<strong>do</strong>bombax longiflorum (Mart. & Zucc.) Robyns


Pseu<strong>do</strong>bombax tomentosum (Mart. & Zucc.) RobynsPseu<strong>do</strong>bombax sp.BoraginaceaeCordia sellowiana Cham.BromeliaceaeAnanas ananassoi<strong>de</strong>s (Baker) L. B. SmithBromelia sp.BurseraceaeProtium spruceanum (Benth.) Engl.Protium heptaphyllum (Aubl.) March.Protium pilosissimum Engl.Tetragastris balsamifera (Swartz.) O. KuntzeCaesalpiniaceaeApuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.* Bauhinia brevipes Vog.Bauhinia rufa (Bong.) Steud.Bauhinia sp. 1Bauhinia sp. 2Bauhinia sp. 3Bauhinia cupulata Benth.Bauhinia sp. 4Copaifera langs<strong>do</strong>rfii Desf.Copaifera martii HayneCopaifera sp.Dimorphandra mollis Benth.Diptychandra aurantiaca (Mart.) Tul.Hymenaea courbaril L.Hymenaea stigonocarpa Mart. ex HayneLeguminosae In<strong>de</strong>t.Sclerolobium aureum (Tul.) Benth.Sclerolobium paniculatum Vog. var. paniculatum Benth.Sclerolobium paniculatum Vog. var. subvelutinum Benth.CaryocaraceaeCaryocar brasiliense Cambess.CecropiaceaeCecropia pachystachya Tréc.Cecropia sp.CelastraceaeAustroplenckia populnea (Reiss.) Lun<strong>de</strong>ll.Maytenus floribunda Reiss.ChrysobalanaceaeCouepia sp.Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth.Hirtella glandulosa Spreng.Hirtella gracilipes (Hook. f.) PranceLicania apetala (E. Meyer.) Fritsch.Licania blackii PranceLicania sclerophylla (Mart. ex Hook. f.) Fritsch.


Licania sp.ClusiaceaeCallophylum brasiliense Cambess.Clusia sellowiana Schlecht.Kielmeyera rubriflora St. Hil.Kielmeyra speciosa St. Hil.Rheedia sp.CochlospermaceaeCochlospermum regium (Schrank) Pilg.CombretaceaeBuchenavia capitata (vahl.) Eichl.Buchenavia tomentosa EichlerCombretum sp.* Terminalia argentea Mart. & Zucc.Terminalia sp.ConnaraceaeConnarus perrottetti (DC.) Planch.Connarus suberosus Planch.Rourea induta Planch.CostaceaeCostus spiralis (Jacq.) RoscoeCyatheaceaeLygodium sp.CyperaceaeBulbostylis para<strong>do</strong>xa (Spreng.) Lindm.DicapetalaceaeTapura amazonica Peopp. & Endl.DilleniaceaeCuratella americana L.Doliocarpus sp.Davilla elliptica St. Hil.DioscoreaceaeDioscorea sp. 1EbenaceaeDiospyros burchelli HiernDiospyros hispida DC.Diospyros sericea DC.ElaiocarpaceaeSloanea sinemariensis Aubl.EriocaucalaceaePaepalanthus sp.Erythroxylaceae


Erythroxylum engleri O. E. Schulz.Erythroxylum sp.Erythroxylum suberosum St. Hil.Erythroxylum tortuosum Mart.EuphorbiaceaeBanara sp.Chaetocarpus echinocarpus (Baill.) DuckeCroton urucurana Baill.Dalechanpia sp.Mabea fistulifera Mart.Mabea pohliana (Benth.) M. Arg.Maprounea guianensis Aubl.FabaceaeAcosmium dasycarpum (Vogel) YakovlevAcosmium sp.Andira cuyabensis Benth.Andira vermifuga Mart.Bowdichia vigilioi<strong>de</strong>s Kunth (= B. major Mart.)Cassia sp. 1Cassia sp. 2cf. Andira sp.Chamaecrista <strong>de</strong>svauxii (Collad.) Killip.Crotalaria sp.Dalbergia miscolobium Benth.Dipteryx alata VogelErythrina sp.Luetzelburgia praecox (Harms.) Harms.Machaerium sp.Machaerium acutifolium VogelPlatypodium elegans VogelPtero<strong>do</strong>n pubescens Benth.Swartzia sp.Vatairea macrocarpa (Benth.) DuckeFlacourtiaceaeCasearia arborea (L. C. Rich.) UrbanCasearia sylvestris Sw.HeliconiaceaeHeliconia sp.HippocrateaceaeCheiloclinum cognatum (Miers) A. C. Smith.Salacia crassifolia (Mart.) Peyr.* Tonteleia brachypoda Miers.IcacinaceaeEmmotum nitens (Benth.) Miers.LabiataeLabiatae in<strong>de</strong>t.LacistemataceaeLacistema aggregatum (O. Berg.) Rusby


LauraceaeAioea saligna MeissnerMezilaurus crassiramea (Meissn.) Taub.Nectandra sp. 1Nectandra sp. 2Endlicheria paniculata (Spreng.) Macbr.Ocotea sp. 1Ocotea sp. 2LecytidaceaeCariniana rubra Miers.Eschweilera nana (Berg.) Miers.LoganiaceaeAntonia ovata Pohl.Strycnos pseu<strong>do</strong>quina St. Hil.LoranthaceaePsittacanthus sp.LythraceaeCuphea sp.Lafoensia pacari St. Hil.Physocalyma scaberrimum Pohl.MalpighiaceaeBanisteriopsis sp.Byrsonima basiloba A. Juss.Byrsonima cocolobifolia KunthByrsonima crassa Nied.Byrsonima intermedia A. Juss.Byrsonima sp.Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss.Heteropteris byrsonimifolia A. Juss.Heteropteris sp.Peixotoa reticulata Griseb.Peixotoa sp.MarantaceaeMarantaceae in<strong>de</strong>t. 1Marantaceae in<strong>de</strong>t. 2MarcgraviaceaeMarcgravia sp.Noranthea sp.Melastomataceae* Macairea radula (Bonpl.) DC.Miconia sp. 1Miconia sp. 2Miconia holosericea (L.) DC.Miconia sp. 3Miconia sp. 4Miconia tomentosa (D. Don.)Miconia sp. 5


Miconia sp. 6Miconia albicans (Sw.) TrianaMiconia cf. pyrifolia Naud.Miconia sp. 7Mouriri elliptica Mart.Mouriri pusa GardnerTococa formicaria Mart.MeliaceaeCedrella sp.Guarea gui<strong>do</strong>nia (L.) SleumerGuarea sp.MenispermaceaeAbuta selloana (Benth.) Eichl.MimosaceaeAlbizia samanAna<strong>de</strong>nanthera colubrina (Vell.) BrenanAna<strong>de</strong>nanthera peregrina (Benth.) Speg.Calliandra sp.Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong.Enterolobium gummiferum (Mart.) J. Macbr.Inga sp.Inga thibaudiana DC.Calliandra sp.Mimosa sp. 1Mimosa sp. 2Plathymenia reticulata Benth.Stryphno<strong>de</strong>ndron adstringens (Mart.) Cov.Siparuna guianensis Aubl.MoraceaeBrosimum gaudichaudii TréculBrosimum rubescens Taub.Ficus sp.Maclura tinctoria (L.) Don. ex Steu<strong>de</strong>lPseu<strong>do</strong>lmedia laevigata Tréc.Sorocea klotzschiana BailMyristicaceaeVirola sebifera Aubl.Virola urbaniana Warb.MyrsinaceaeRapanea guianensis Aubl.MyrtaceaeCampomanesia eugenioi<strong>de</strong>s (Camb.) Legr.Campomanesia sp.Eugenia aurata O. Berg.Eugenia dysenterica DC.Eugenia punicifolia (H. B. & K.) DC.Eugenia sp.Myrcia amazonica DC.Myrcia camapuanensis N. F. E. Silveira


Myrcia floribunda Miq.Eugenia gemmiflora O. Berg - <strong>de</strong>t. C. ProençaMyrcia lanuginosa DC.Myrcia lingua Berg.Myrcia pallens DC.Myrcia sellowiana Berg.Myrcia sp. 1Myrcia sp. 2Myrtaceae in<strong>de</strong>t. 1Myrtaceae In<strong>de</strong>t. 2Psidium sp.NyctanigaceaeGuapira graciliflora (Mart. ex. Schimidt) Lund.Guapira noxia (Netto) Lund.Neea theifera Oerst.OchnaceaeCespe<strong>de</strong>sia spathulata (Ruiz. & Pav.) Planch.Ouratea castaneaefolia Engl.Ouratea hexasperma (St. Hil.) Benth.Ouratea sp.Ouratea spectabilis (Mart.) Endl.Heisteria ovata Benth.OnagraceaeLudwigia sp.OpiliaceaeAgonandra brasiliensis MiersOrchidaceaeAspasia cf. variegata Lindl.Cyrtopodium sp.Epi<strong>de</strong>ndrum <strong>de</strong>nsiflorum Lindl.Oeoceocla<strong>de</strong>s maculata (Lindl.) Lindl.Orchidaceae In<strong>de</strong>t.PiperaceaePiper sp.PoaceaeBambusa sp.Ichnanthus bambusiflorus (Trin.) DoellPolygonaceaeCoccoloba mollis Casar.Coccoloba sp.ProteaceaeRoupala montana Aubl.RubiaceaeAlibertia edulis (L. Rich.) A. Rich.Alibertia elliptica (Cham.) K. Schum.Alibertia sessilis (Vell.) K. Schum.


* Augusta longifolia (Spreng.) Reh<strong>de</strong>rCoussarea hydrangeaefolia Benth. & Hook. f.Ferdinandusa elliptica PohlGenipa americana L.Guettarda sp.Palicourea rigida Kunth.Psychotria sp.Tocoyna formosa (Cham. & Schltdl.) Schum.Uncaria sp.RutaceaeSpiranthera o<strong>do</strong>ratissima A. St. Hil.Zanthoxylum rhoifolium Lam.Zanthoxylum sp.SapindaceaeCupania vernalis Camb.Dilo<strong>de</strong>ndron bipinnatum Radlk.Magonia pubescens St. Hil.Matayba guianensis Aubl.Serjanea erecta Radlk.Serjanea sp.Talisia cf. subalbens Radlk.Toulicia tomentosa Radlk.SapotaceaeChrysophyllum sp.Chrysophylum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk.Ecclinusa sp.Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk.Pouteria sp. 1Pouteria sp. 2Pouteria torta (Mart.) Rallk.Sapotaceae In<strong>de</strong>t.SimaroubaceaeSimarouba amara Aubl.Simarouba versicolor St. Hil.SimplocaceaeSimplocus sp.SmilacaceaeSmilax fluminensis Steud.Smilax spSolanaceaeSolanum lycocarpum St. Hil.SterculiaceaeSterculia sp.StyracaceaeStyrax sp.Theophastaceae


Clavija sp.TiliaceaeApeiba tibourbou Aubl.Luehea candicans Mart.Luehea paniculata Mart. & Zucc.UlmaceaeCeltis brasiliensis Lam.VelloziaceaeVellozia sp.VerbenaceaeAegiphila sp.Verbenaceae in<strong>de</strong>t.Vitex panshiniana Mold.VochysiaceaeCallisthene fasciculata (Spreng.) Mart.Qualea grandiflora Mart.Qualea multiflora Mart.Qualea parviflora Mart.Salvertia convallario<strong>do</strong>ra St. Hil.Vochysia haenkeana Mart.Vochysia nanaVochysia rufa Mart.Vochysia tucanorum (Spreng.) Mart.Vochysia pyramidalis Mart.


2.3.3 - Plantas especiaisDe acor<strong>do</strong> com PEREIRA (1996) muitas das plantas áteis <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> såo comuns, bem conhecidas<strong>do</strong> povo <strong>do</strong> interior, e seus usos fazem parte das tradiçèes e costumes regionais, e muitas <strong>de</strong>las chegam a serobjeto <strong>de</strong> comÉrcio nas cida<strong>de</strong>s.VÑrias espÉcies <strong>de</strong> plantas encontradas no Parque Estadual da Serra Azul såo utilizadas pelacomunida<strong>de</strong> local como: 1) alimentar - espÉcies que såo consumidas pelas famÖlias (frutos, sementes,temperos, lÑtex, raÖzes e bebidas); 2) construçåo - espÉcies que fornecem ma<strong>de</strong>ira utilizada na construçåo <strong>de</strong>casas, canoas, pontes, folhas utilizadas para cobrir as casas; 3) tecnolÄgico - espÉcies utilizadas para aconfecçåo <strong>de</strong> sabåo, colas, carvåo e etc.; e 4) medicinal - enquadraram-se as espÉcies utilizadas no tratamento<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. Estes da<strong>do</strong>s foram adquiri<strong>do</strong>s atravÉs <strong>de</strong> entrevistas com mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Parque e com o auxÖlio daliteratura (SILVA 1998; MAIA 1996; PEREIRA 1996).O Quadro 8 apresenta uma lista <strong>de</strong> espÉcies das plantas especiais e os respectivos usos.Quadro 8 - EspÉcies <strong>de</strong> plantas utilizadas pelos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul e por outrascomunida<strong>de</strong>s.Nome Científico Nome vulgar UsoAcrocomia aculeata macaába alimentarAgonandra brasiliensis pau-marfim medicinal, tecnolÄgicoAlibertia sessilis marmelo alimentarAnacardium humile cajuzinho-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> alimentarAnacardium pumilum cajuzinho-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> alimentarAna<strong>de</strong>nanthera colubrina angico medicinal, tecnolÄgico, construçåoAna<strong>de</strong>nanthera peregrina angico medicinalAnanas ananassoi<strong>de</strong>s abacaxi-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> alimentarAndira vermifuga angelim construçåoAnnona crassiflora araticum alimentar, medicinalApuleia leiocarpa garapa construçåoAspi<strong>do</strong>sperma subincanum guatambá tecnolÄgicoAstrocarium sp. tucum alimentarAstronium fraxinifolium guaritÑ construçåoBauhinia rufa mirorÄ medicinalBowdichia virgilioi<strong>de</strong>s sucupira preta construçåoBrosimum gaudichaudii mama-<strong>de</strong>-ca<strong>de</strong>la medicinalBrosimum rubescens pau-brasil construçåo, tecnolÄgicoBulbostylis para<strong>do</strong>xa barba-<strong>de</strong>-bo<strong>de</strong> medicinalByrsonima verbascifolia murici alimentarCallisthene fasciculata jacarÉ construçåoCallophyllum brasiliense landim construçåoCariniana rubra cachimbeiro medicinalCont.Nome Científico Nome vulgar UsoCaryocar brasiliense pequi alimentarCasearia sylvestris såo-gonçalo medicinalCecropia pachystachya embaába medicinalChamaecrista <strong>de</strong>svauxii vassourinha tecnolÄgicaCochlospermum regium algodåo-<strong>do</strong>-campo medicinalCopaifera langs<strong>do</strong>rfii pau-d’Äleo medicinalCostus spiralis canafiche medicinalCroton urucurana sangra d’Ñgua medicinalCuratella americana lixeira medicinal


Davilla elliptica sambaibinha medicinalDidymopanax morototoni mandiocão construçãoDimorphandra mollis faveira-<strong>de</strong>-anta medicinalDipteryx alata barú alimentar, medicinalDiptychandra aurantiaca balsimim construçãoDuguetia furfuracea bela-<strong>do</strong>na alimentar, medicinalEmmotum nitens sobre tecnológicoEnterolobium contortisiliquum tamboril construçãoEriotheca gracilipes paineira tecnológicoEugenia dysenterica cagaita medicinal, tecnológicoGenipa americana genipapo alimentar, medicinalHancornia speciosa mangaba alimentar, tecnológicoHimatanthus obovatus pau-<strong>de</strong>-leite medicinalHymenaea courbaril jatobá alimentar, medicinal, construçãoHymenaea stigonocarpa jatobá alimentar, medicinalJacaranda cuspidifolia jacaranda medicinalKielmeyera speciosa pau-santo medicinalLafoensia pacari pacarí medicinalMagonia pubescens tingui tecnológicoMaprounea guianensis curti<strong>de</strong>ira medicinalMezilaurus crassiramea combuquinha construçãoMouriri elliptica croadinha alimentarMouriri pusa puçá alimentarMyracrodruon urun<strong>de</strong>uva aroeira construção, medicinalOuratea hexasperma curti-seco tecnológico, medicinalPeixotoa reticulata - medicinalPhysocalyma scaberrimum cega-macha<strong>do</strong> construçãoPlathymenia reticulata vinhatico construçãoPouteria ramiflora curriola alimentar, medicinalPtero<strong>do</strong>n pubescens sucupira branca construção, medicinalQualea grandiflora pau-terra construção, medicinalSalvertia convallario<strong>do</strong>ra pau-<strong>de</strong>-arara medicinalSclerolobium aureum pau-bosta medicinalSclerolobium paniculatumcarvoeiromedicinalsubvelutinumSclerolobium paniculatumcarvoeiromedicinalpaniculatumSerjania erecta - medicinalCont.Nome Científico Nome vulgar UsoSimarouba versicolor pau-<strong>de</strong>-perdiz medicinalSpiranthera o<strong>do</strong>ratissima manacá medicinalStrycnos pseu<strong>do</strong>quina quina-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> medicinalStryphno<strong>de</strong>ndron adstringens barbatimão medicinalSyagrus comosa guerobinha medicinal, alimentarSyagrus flexuosa coco-babão alimentoTabebuia aurea paratu<strong>do</strong> medicinalTabebuia impetiginosa ipê-roxo medicinal, construção, tecnológicoTabebuia roseoalba taipoca tecnológicoTerminalia argentea capitão tecnológicoTontelea brachypoda bacuparí alimentarXylopia aromatica pimenta-<strong>de</strong>-macaco alimentar, medicinal


2.3.4 - Espécies ameaçadas ou em extinçãoDe acor<strong>do</strong> com BRASIL (1998) por intermÉdio da portaria nã 06/92 <strong>do</strong> IBAMA foram listadas 106espÉcies vegetais brasileiras raras ou ameaçadas <strong>de</strong> extinçåo. Destas somente uma (Miracrodruon urun<strong>de</strong>uva,= Astronium urun<strong>de</strong>uva) foi i<strong>de</strong>ntificada para o PESA.De acor<strong>do</strong> com FELFILI & SILVA-JúNIOR (1996) muitas espÉcies <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> alto valorcomercial como a aroeira, as perobas, a copaÖba, os jatobÑs, o gonçaleiro-alves e o landim eståo<strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong> na regiåo, principalmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ï exploraçåo que É intensa e seletiva, sen<strong>do</strong> retira<strong>do</strong>s apenasalgumas espÉcies e seus melhores indivÖduos, restan<strong>do</strong> nas poucas matas ainda existentes aquelas <strong>de</strong> forma equalida<strong>de</strong> mais baixa.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a lista disponibilizada pelo IBAMA É nacional e que muitas espÉcies importantes<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista exploratÄrio apresentam distribuiçåo restrita e ainda, a intensida<strong>de</strong> da expansåoagropecuÑria, ressalta-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> especilistas em vegetaçåo se reunirem em “Workshop” paraproduzirem uma lista <strong>de</strong> espÉcies raras e ameaçadas <strong>de</strong> extinçåo para o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>.2.3.5 - Aspectos ecológicosDe acor<strong>do</strong> com HAY & MOREIRA (1996) o processo <strong>de</strong> polinizaçåo representa a transferência <strong>do</strong>pÄlen produzi<strong>do</strong> nas flores masculinas atÉ as flores femininas e sua subseqëente fertilizaçåo. Ressaltamainda, que a polinizaçåo das plantas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> É feita por vÑrios agentes poliniza<strong>do</strong>res, como o vento ealguns animais, principalmente insetos.Dispersåo É a transferência <strong>do</strong> fruto ou semente <strong>do</strong> local on<strong>de</strong> foi produzi<strong>do</strong> atÉ outro local on<strong>de</strong>ocorrerÑ, ou nåo, o processo <strong>de</strong> germinaçåo e estabelecimento. Assim como a polinizaçåo, o processo <strong>de</strong>dispersåo É efetua<strong>do</strong> atravÉs <strong>de</strong> vetores biÄticos ou abiÄticos, sen<strong>do</strong> que, nos cerra<strong>do</strong>s, a zoocoria (dispersåopor animais) É apontada como o tipo pre<strong>do</strong>minanante <strong>de</strong> dispersåo, principalmente nas matas e cerradèes, eanemocoria (dispersåo pelo vento) nas Ñreas savínicas e campestres (HAY & MOREIRA 1996).Comentar sobre importíncia direta <strong>de</strong> plantas para fauna silvestre nåo É uma tarefa fÑcil, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aescassez <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre fenologia e ecologia <strong>de</strong> espÉcies <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, alÉm <strong>de</strong> exigir um amploconhecimento por parte <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res. Dessa forma, a lista aqui apresentada foi baseada em estu<strong>do</strong>sespecÖficos para alguns grupos ou espÉcies da fauna <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> SCARIOT et al. (1991), SCARIOT et al.(1995), AZEVEDO & GASTAL (1997), MATEUS (1998), SILBERBAUER-GOTTSBERGER &GOTTSBERGER (1998), DALPONTE E LIMA (1999), RODRIGUES (2001) e atravÉs <strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong>campo <strong>do</strong>s responsÑveis pelo trabalho.Um total <strong>de</strong> 229 espÉcies foram consi<strong>de</strong>radas como importantes para a fauna <strong>do</strong> Parque, sejam elasrelacionadas ï produçåo <strong>de</strong> nÉctar, pÄlen ou frutos (Tabela 03). Destas 81,7 % såo polonizadas por insetos(entomofilia), 7,4 % por aves (ornitofilia) e 2,6 % por mamÖferos (principalmente quiropterofilia),benefician<strong>do</strong>-os com pÄlen ou nÉctar e as vezes outras substíncias. Um percentual <strong>de</strong> 34,5 % beneficiam aavifauna com frutos e 36,7 % a mastofauna, as quais contribuem com a dispersåo <strong>de</strong> suas sementes (Tabela03). SILBERBAUER-GOTTSBERGER & GOTTSBERGER (1988) ao estudarem a polinizaçåo <strong>de</strong> plantas<strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Såo Paulo, <strong>Mato</strong> Grossso (regiåo <strong>de</strong> Vale <strong>do</strong>s Sonhos) e Minas Gerais verificaramque das 241 espÉcies <strong>de</strong> plantas polinizadas por animais 95,9 % foram por entomofilia, 2,1 % por ornitofilia e


2,1 % por quiropterofilia. HAY & MOREIRA (1996) relataram que na maioria <strong>do</strong>s trabalhos realiza<strong>do</strong>s sobrea polinização das espécies <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> 83 % são polinizadas por insetos.Embora, não se tenha obti<strong>do</strong> informações sobre as <strong>de</strong>mais espécies i<strong>de</strong>ntificadas para a Unida<strong>de</strong> emquestão, certamente elas contribuem direta ou indiretamente com a fauna local. As plantas oferecem semdúvida muitos outros recursos como abrigo, refúgio, resinas, óleos, castanhas, fibras para construção <strong>de</strong>ninhos, entre outros. Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar também, a relevância das gramíneas e ervas,abundantes nos cerra<strong>do</strong>s, para manutenção energética <strong>do</strong>s herbívoros pasta<strong>do</strong>res e insetos.Tabela 03: Espécies <strong>de</strong> plantas <strong>do</strong> PESA, Parque Estadual <strong>de</strong> Serra Azul, diretamente relacionadas com afauna silvestre.Espécie Entomofauna Avifauna MastofaunaAcosmium dasycarpum x*Acosmium sp. x*Acrocomia aculeata x*Aioea saligna x*Albizia saman x*Alibertia edulis x* xAlibertia elliptica x* xAlibertia sessilis x* xAnacardium humile x* x xAnacardium pumilum x* x xAna<strong>de</strong>nanthera colubrina x*Ana<strong>de</strong>nanthera peregrina x*Ananas ananassoi<strong>de</strong>s x* x* xAndira cuyabensis x* x xAndira vermifuga x* x xAnnona coriacea x* xAnnona crassiflora x* xAnnona dioica x* xAnnona monticola x* xAnnona pygmaea x* xAnnona sp. x* xAntonia ovata x*Apuleia leiocarpa x*Arrabidaea cf. coralina x* xAspasia cf. variegata x*Aspi<strong>do</strong>sperma discolor x*Aspi<strong>do</strong>sperma macrocarpon x*Aspi<strong>do</strong>sperma nitidum x*Aspi<strong>do</strong>sperma nobile x*Aspi<strong>do</strong>sperma sp. 1 x*Aspi<strong>do</strong>sperma sp. 2 x*Aspi<strong>do</strong>sperma subincanum x*Aspi<strong>do</strong>sperma tomentosum x*Astrocaryum campestre x* xAstrocaryum sp. x* xAstronium fraxinifolium x*Attalea phalerata x* xAugusta longifolia x*Austroplenckia populnea x*Banisteriopsis sp. x*Bauhinia rufa x*Bauhinia brevipes x*Bauhinia cupulata x*


Bauhinia sp. 1 x*Bauhinia sp. 2 x*Bauhinia sp. 3 x*Bauhinia sp. 4 x*Bowdichia vigilioi<strong>de</strong>s x*Cont.Espécie Entomofauna Avifauna MastofaunaBromelia sp. x*Brosimum gaudichaudiixBrosimum rubescensxBuchenavia capitata x* xBuchenavia tomentosa x* xBulbostylis para<strong>do</strong>xa x*Byrsonima basiloba x* xByrsonima cocolobifolia x* xByrsonima crassa x* xByrsonima intermedia x* xByrsonima sp. x* xByrsonima verbascifolia x* xCalliandra sp. x*Calliandra sp. x*Callichlamys sp. x*Callisthene fasciculata x*Campomanesia eugenioi<strong>de</strong>s x*Campomanesia sp. x*Cariniana rubra x*Caryocar brasiliense x* x*Casearia arborea x* x xCasearia sylvestris x* x xCassia sp. 1 x*Cassia sp. 2 x*Cecropia pachystachya x xCecropia sp. x xcf. Andira sp. x* xChamaecrista <strong>de</strong>svauxii x*Chrysophyllum sp. x*Chrysophylum marginatum x*Coccoloba mollisxCoccoloba sp.xCochlospermum regium x*Combretum sp.xConnarus perrottetti x*Connarus suberosus x*Copaifera langs<strong>do</strong>rfii x* xCopaifera martii x* xCopaifera sp. x* xCostus spiralis x*Couepia grandiflora. x*Couepia sp. x*Coussarea hydrangeaefolia x* xCrotalaria sp. x*Curatella americana x* xDalbergia miscolobium x*Dalechanpia sp. x*Davilla elliptica x* xDidymopanax morototonixDimorphandra mollis x* x x


Cont.Espécie Entomofauna Avifauna MastofaunaDiospyros burchelli x* xDiospyros hispida x* xDiospyros sericea x*Dipteryx alata x* x xDuguetia furfuracea x* xDuguetia marcgraviana x*Ecclinusa sp. x*Emmotum nitens x* xEnterolobium contortisiliquum x* x xEriotheca gracilipes x*Erythrina sp. x*Erythroxylum engleri x* xErythroxylum sp. x* xErythroxylum suberosum x* xErythroxylum tortuosum x* xEschweilera nana x*Eugenia aurata x*Eugenia dysenterica x* xEugenia gemmiflora x*Eugenia punicifolia x*Eugenia sp. x*Ferdinandusa elliptica x*Ficus sp. x* xGenipa americana x* x xGuapira gracilifloraxGuapira noxiaxHancornia speciosa x* x xHeisteria ovataxHeteropteris byrsonimifolia x*Heteropteris sp. x*Himatanthus bracteatus x*Himatanthus obovatus x*Hirtella glandulosa x* x xHirtella gracilipes x* x xHymenaea courbaril x* x xHymenaea stigonocarpa x* x xInga sp. x* x xInga thibaudiana x* x xJacaranda cuspidifolia x*Kielmeyera rubriflora x*Kielmeyra speciosa x*Lacistema aggregatumxLafoensia pacari. x*Licania apetala x*Licania blackii PrancexLicania sclerophylla x*Licania sp. x*Luehea candicans x*Luehea paniculata x*Luetzelburgia praecox. x*


Cont.Espécie Entomofauna Avifauna MastofaunaMabea fistulifera x*Mabea pohliana x*Macairea radula x*Machaerium acutifolium x*Machaerium sp. x*Maclura tinctoriaxMagonia pubescens x*Marcgravia sp. x*Matayba guianensis x*Mauritia flexuosa x* xMauritiella armata x* xMezilaurus crassiramea. x * xMiconia albicans x* x xMiconia cf. pyrifolia x* x xMiconia holosericea x* x xMiconia sp. 1 x* x xMiconia sp. 2 x* x xMiconia sp. 3 x* x xMiconia sp. 4 x* x xMiconia sp. 5 x* x xMiconia sp. 6 x* x xMiconia sp. 7 x* x xMiconia tomentosa x* x xMouriri ellipticaxMouriri pusaxMyracrodruon urun<strong>de</strong>uva x*Myrcia floribunda x*Myrcia lingua x*Noranthea sp.xOuratea castaneaefolia x*Ouratea spectabilis x*Palicourea rigida x* x*Peixotoa reticulata x*Peixotoa sp. x*Pouteria ramiflora x* xPouteria sp. 1 x* xPouteria sp. 2 x* xPouteria torta x* xProtium heptaphyllum x* xPseu<strong>do</strong>bombax longiflorum x*Pseu<strong>do</strong>bombax sp.Pseu<strong>do</strong>bombax tomentosum x*Psidium sp. x*Ptero<strong>do</strong>n pubescens x*Qualea grandiflora x*Qualea multiflora x*Qualea parviflora x*Rheedia sp. x xRoupala montana x*Sclerolobium aureum x*


Cont.Espécie Entomofauna Avifauna MastofaunaSclerolobium paniculatum paniculatum x*Sclerolobium paniculatum subvelutinum x*Serjanea erecta x*Serjanea sp. x*Solanum lycocarpum x* xStrycnos pseu<strong>do</strong>quina x*Stryphno<strong>de</strong>ndron adstringens x*Styrax sp. x* xSyagrus comosa x* x xSyagrus flexuosa x* x xSyagrus petrea x* x xTabebuia aurea x*Tabebuia impetiginosa. x*Tabebuia ochracea x*Tabebuia roseo-alba x*Talisia cf. subalbens x* xTapirira guianensis x* xTerminalia argentea x*Terminalia sp. x*Tocoyna formosa x*Unonopsis sp.xVatairea macrocarpa x*Vitex panshiniana x* x xVochysia haenkeana. x*Vochysia nana x*Vochysia pyramidalis x*Vochysia rufa x*Vochysia tucanorum x*Xylopia aromatica . x* xXylopia emarginata.xXylopia sericea .xx= dispersores/preda<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sementes x*= poliniza<strong>do</strong>res


3 - FAUNAPara caracterizar a fauna que ocorre no Parque Estadual Serra Azulforam inventaria<strong>do</strong>s os seguintes grupos: peixes, lagartos, aves emamíferos.3.1 - ICTIOFAUNA3.1.1 - IntroduçåoNas áltimas dÉcadas, a fauna <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> Ñgua <strong>do</strong>ce sul americana tem <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> especial interesse, embora aindapermaneça bastante <strong>de</strong>sconhecida, a ponto <strong>de</strong> nem mesmo os peixes mais comuns, <strong>de</strong> valor comercial, terem uma <strong>de</strong>scriçåo taxonÜmicaconfiÑvel (BùHLKE et al. 1978). Segun<strong>do</strong> estes mesmos autores, essa falta <strong>de</strong> conhecimento É agravada pelo fato das amostragens nåoacompanharem o ritmo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econÜmico da regiåo, o que acarreta, como consequência principal, alteraçèes <strong>do</strong> ambienteprovocadas, entre outros fatores, por <strong>de</strong>smatamentos e construçåo <strong>de</strong> barragens, causan<strong>do</strong> muitas vezes a extinçåo <strong>de</strong> espÉcies.O Brasil possui cinco gran<strong>de</strong>s tipos <strong>de</strong> vegetaçåo que cobrem extensas Ñreas <strong>do</strong> paÖs: a florestaamazÜnica <strong>de</strong> terra firme no Norte; o cerra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil Central; a caatinga <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste; a floresta Atlíntica eas pradarias <strong>de</strong> campo graminoso no Sul (EITEN 1993). Destas, o cerra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil Central atualmente É aque sofre o maior processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastaçåo, inicia<strong>do</strong> na dÉcada <strong>de</strong> sessenta, quan<strong>do</strong> se tornou a principalfronteira agrÖcola <strong>do</strong> paÖs (NOVAES PINTO 1993). De acor<strong>do</strong> com a mesma autora, extensas Ñreas contÖnuaseståo sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>smatadas para a implantaçåo <strong>de</strong> monoculturas, sem reservas <strong>de</strong> amostras <strong>do</strong>s ecossistemasnaturais que possam funcionar como banco genÉtico e refágio da fauna e flora.Essa intensa ativida<strong>de</strong> humana tem leva<strong>do</strong> a uma sÉria <strong>de</strong>gradaçåo <strong>do</strong> ecossistema <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> e, emconsequência <strong>de</strong>gradaram-se tambÉm vÑrios corpos d'Ñgua, principalmente aqueles <strong>de</strong> pequeno porte, cujosvolumes d'Ñgua, em muitos casos, såo insuficientes para promover a auto<strong>de</strong>puraçåo, em funçåo das gran<strong>de</strong>squantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resÖduos que recebem (ROCHA 1993). Estes resÖduos chegam aos cÄrregos carrea<strong>do</strong>sprincipalmente pela Ñgua <strong>de</strong> escoamento superficial, que É promovi<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> Ñguas originÑriasda precipitaçåo pluvial atravÉs <strong>de</strong>stes ambientes modifica<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> carrear para os cursos d'Ñgua gran<strong>de</strong>squantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos polui<strong>do</strong>res originÑrios das ativida<strong>de</strong>s antrÄpicas <strong>do</strong>mÉsticas, industriais ouagropastoris, nåo raro, eutrofizan<strong>do</strong>-os a ponto <strong>de</strong> se tornarem inviÑveis ï vida (ESTEVES 1988).Estes cursos d'Ñgua, embora <strong>de</strong> pequeno porte, po<strong>de</strong>m abrigar uma fauna <strong>de</strong> pequenos peixes muitodiversa, que se utilizam <strong>de</strong> recursos alimentares basicamente <strong>de</strong> origem alÄctone (LOWE-McCONNELL1987).Embora a fauna <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong> cÄrregos tenha relativa elasticida<strong>de</strong> adaptativa em relaçåo ïs variaçèesna qualida<strong>de</strong> quÖmica e fÖsica das Ñguas, modificaçèes muito severas a curto prazo, principalmente artificiais,que afetem <strong>de</strong> forma acentuada o regime hidrolÄgico <strong>de</strong> um curso d’Ñgua, po<strong>de</strong>m levar ao <strong>de</strong>saparecimento<strong>de</strong> espÉcies, afetan<strong>do</strong> seus padrèes migratÄrios ou estoques <strong>de</strong> alimentos, alÉm <strong>de</strong> provocar alteraçèes nasrelaçèes espÉcie/abundíncia <strong>de</strong>ntro das comunida<strong>de</strong>s (AGOSTINHO et al. 1994a; AGOSTINHO et al.1994b).O ambiente aquÑtico, principalmente em cÄrregos, É um mosaico <strong>de</strong> condiçèes biolÄgicas eestruturais, cujas funçèes ainda såo pouco compreendidas, em relaçåo ï histÄria <strong>de</strong> vida da maioria dasespÉcies que compèem a fauna <strong>de</strong>stes locais. Assim, É necessÑrio o quanto antes analisar as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>peixes, o que permitirÑ fornecer subsÖdios para futuras açèes <strong>de</strong> preservaçåo e recuperaçåo <strong>de</strong> ambientesaquÑticos <strong>de</strong>grada<strong>do</strong>s.


3.1.2 - Meto<strong>do</strong>logiaTo<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s no presente diagnÄstico se baseiam em resulta<strong>do</strong>s secundÑrios,originÑrios <strong>de</strong> trabalhos realiza<strong>do</strong>s em cÄrregos <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul e ôrea <strong>de</strong> ProteçåoAmbiental PÉ da Serra Azul.3.1.3 - Resulta<strong>do</strong>s e DiscussãoPouco se conhece sobre a bacia <strong>do</strong> mÉdio rio Araguaia, såo raras as publicaçèes referentes a fauna<strong>de</strong> peixes e condiçèes ambientais <strong>do</strong>s rios e cÄrregos. Especificamente para o Parque Estadual da Serra Azul,foram realiza<strong>do</strong>s trabalhos por MELO & BATISTELLA (1999); BATISTELLA et al. (1999).Uma das principais caracterÖsticas <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul É o gran<strong>de</strong> námero <strong>de</strong>cachoeiras em vÑrios pequenos cursos d’Ñgua que <strong>de</strong>scem da encosta da serra. Em 1996 foram inicia<strong>do</strong>s oslevantamentos das espÉcies <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong>stes ambientes, <strong>de</strong>scritos nos trabalhos acima cita<strong>do</strong>s. Foramrealizadas coletas nos cÄrregos ûnsula, Fogaça, Ouro Fino, Pitomba, Voa<strong>de</strong>ira, Fun<strong>do</strong>, Laginha, ôguasQuentes e Peixinho.Foram i<strong>de</strong>ntificadas 45 espÉcies <strong>de</strong> peixes (Tabela 04), na maioria <strong>de</strong> pequeno porte, distribuÖdasnas seguintes famÖlias: Characidae (15); Erythrinidae (2); Ctenoluciidae (1); Anostomidae (1); Curimatidae(1); Paro<strong>do</strong>ntidae (1); Lebiasinidae (1); Sternopygidae (1); Gymnotidae (1); Pimelodidae (5);Trichomycteridae (1); Loricariidae (7); Callichthyidae (3); Rivulidae (1); Cichlidae (3) e Symbranchidae (1).A totalizaçåo <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, Characiformes representou 46,6% das espÉcies coletadas e Siluriformes 35,55%.Uma espÉcie <strong>de</strong> Astyanax É endêmica <strong>de</strong>ste Parque enquanto que outra <strong>de</strong> Leporinus estÑ sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritacomo espÉcie nova.Entre os cÄrregos <strong>de</strong> maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacam-se ûnsula e Fogaça, com diversida<strong>de</strong>s entre 3,533 e 4,907, medidas paradistintos perÖo<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ano. Por se tratarem <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> cabeceira, portanto com volumes <strong>de</strong> Ñgua reduzi<strong>do</strong>s, estes cÄrregos po<strong>de</strong>m serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> altas diversida<strong>de</strong>s especÖficas, o que evi<strong>de</strong>ncia a imediata necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> conservaçåo dasÑreas <strong>de</strong> entorno, jÑ que a mesma vem sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>gradada acentuadamente nos áltimos anos, colocan<strong>do</strong> em risco eminente <strong>de</strong><strong>de</strong>saparecimento uma fauna ictiolÄgica que sequer É conhecida da ciência.A anÑlise <strong>de</strong> cluster (Figura 20) produziu um <strong>de</strong>ndrograma com quatro agrupamentos bemconsistentes, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que as ictiofaunas eståo associadas em funçåo das distíncias entre os cursosd’Ñgua (Lajinha e Fun<strong>do</strong>, ôguas quentes e Peixinho, ûnsula e Fogaça e Pitomba e Ouro Fino).Eucli<strong>de</strong>an distances0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4LAGFUNAGAPEXAVOINSFOGPITOURFigura 20: Dendrograma da anÑlise <strong>de</strong> cluster (UPGMA) com base nas distíncias Euclidianas, para a ictiofauna da ôrea <strong>de</strong> Proteçåo0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4Ambiental PÉ da Serra Azul.Tabela 04 – Ocorrência das espÉcies coletadas nos cÄrregos <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul. Laginha-LAG; Fun<strong>do</strong>-FUN; ôguasquentes-AGA; Peixinho-PEX; Avoa<strong>de</strong>ira-AVO; ûnsula-INS; Pitomba-PIT; Ouro Fino-OUR; Fogaça-FOG.


ESPÉCIELOCALLAG FUN AGA PEX AVO INS PIT OUR FOGAcestrorhynchus sp.xAequi<strong>de</strong>ns x x xAequi<strong>de</strong>ns sp.xAphyocharax sp.xAspi<strong>do</strong>ras sp. x x x x x xAstyanax aff. scabripinnisxAstyanax sp. 1 x x xAstyanax bimaculatus x x x x x x x xBryconamericus sp. x x x x x x xBryconops melanurusxCharacidium sp. x x x x x xCori<strong>do</strong>ras sp. x Creagrutus sp.xCrenicichla sp. x x xCurimata amazonicaxCurimata sp.xEigenmannia sp. x x xFarlowella sp.xGeophagus sp.xGymnotus carapo x xHemiancistrus sp. 2xHemigrammus sp. x x x x xHemigrammus sp. 2 x x xHemigrammus sp. 3xHolplerithrinusxHoplias malabaricus x x xHypostomus sp. x x x x x xHypostomus sp. 2xHypostomus sp. 8xImparfinis sp. x x xLeporinus sp. x x xLoricaria sp.xMoenkhausia sp. x xO<strong>do</strong>ntostilbe sp. x x xO<strong>do</strong>ntostilbe sp. 2xParo<strong>do</strong>n sp. x xPhenacogaster sp. x xPhenacorhamdia sp. x xPimelo<strong>de</strong>lla cristata x x xPseu<strong>do</strong>loricaria sp.xPyrrulina sp. x xRhamdia sp.xRivulus sp.xSteindachnerina aff. elegansxTrichomycterus sp.xTOTAL 3 4 6 2 9 32 13 9 26Dois agrupamentos menos consistentes, agrupam <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> os córregos Lajinha, Fun<strong>do</strong>, ÁguasQuentes, Peixinho e Avoa<strong>de</strong>ira, que drenam a porção sul <strong>do</strong> Parque e os Córregos Pitomba, Ouro Fino,Fogaça e Ínsula que drenam as porções leste e norte.


O córrego Avoa<strong>de</strong>ira foi o único que não apresentou agrupamento consistente com nenhum outrocórrego em particular. Além <strong>de</strong>ste fato <strong>de</strong>monstrar que este córrego possui ictiofauna bastante particular, éneste ambiente que ocorre uma espécie <strong>do</strong> complexo Astyanax scabripinnis, que <strong>de</strong>ve ser uma espécieendêmica <strong>do</strong> Parque (Figura 21).Figura 21: Astyanax aff. scabripinnis, uma espécie endêmica <strong>do</strong> PESA.De forma geral, os valores <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> entre estes córregos foram baixos (Tabela 05) e apenasAstyanax bimaculatus (Figura 22) está amplamente distribuída pelos córregos da região, exceto córregoAvoa<strong>de</strong>ira, indican<strong>do</strong> alto grau <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> para cada ambiente, o que caracteriza uma elevadadiversida<strong>de</strong> Beta. Desta forma, a manutenção da diversida<strong>de</strong> da ictiofauna <strong>de</strong>sta área, implica na conservação<strong>de</strong> to<strong>do</strong> um ecossistema, com ênfase principalmente nas várias microbacias que drenam as encostas <strong>do</strong>Parque.Tabela 05: Índices <strong>de</strong> Similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sorensen (Krebs, 1989) da Ictiofauna <strong>de</strong> nove córregos da Área <strong>de</strong>Proteção Ambiental Pé da Serra Azul.LAG FUN AGA PEX AVO INS PIT OUR FOGLAG 1.000 0.857 0.444 0.571 0.333 0.171 0.308 0.167 0.207FUN 1.000 0.400 0.333 0.462 0.222 0.353 0.308 0.214AGA 1.000 0.500 0.267 0.316 0.375 0.400 0.343PEX 1.000 0.182 0.118 0.267 0.364 0.143AVO 1.000 0.244 0.364 0.222 0.229INS 1.000 0.400 0.390 0.690PIT 1.000 0.455 0.462OUR 1.000 0.457FOG 1.000


Figura 22: Astyanax bimaculatus, espécie com gran<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição em córregos <strong>do</strong> entorno <strong>do</strong> PESA.3.2 - FAUNA DE LAGARTOS3.2.1 - Introdução1999).No cerra<strong>do</strong> existem 120 espécies <strong>de</strong> répteis, sen<strong>do</strong> que 24 são endêmicas (MITTERMEIER et al.A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos existentes sobre as assembléias <strong>de</strong> lagartos no cerra<strong>do</strong> brasileiro ésurpreen<strong>de</strong>ntemente pequena, quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra a extensa distribuição <strong>de</strong>ste ecossistema na América <strong>do</strong>Sul (VITT 1991).O número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> lagartos <strong>de</strong>scritas para as formações abertas <strong>do</strong> Brasil, como caatingas,campos rupestres, restingas e cerra<strong>do</strong>s é <strong>de</strong> aproximadamente 40 espécies (VANZOLINI 1988).Os cerra<strong>do</strong>s são ricos em espécies <strong>de</strong> lagartos das famílias Tropiduridae, Teiidae eGymnophthalmidae, porém possuem poucas espécies da família Gekkonidae (ARAÚJO 1992).De forma geral, lagartos são bons indica<strong>do</strong>res ambientais, e comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> organismosestão sen<strong>do</strong> estudadas amplamente nas últimas décadas. As estrutura das comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m variaramplamente, em função das condições ambientais, seja <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às variações provocadas pela sazonalida<strong>de</strong> ouem função <strong>de</strong> distúrbios <strong>de</strong> outras origens (CRAIG 1994). O mesmo autor comenta que comunida<strong>de</strong>s muitopróximas po<strong>de</strong>m apresentar similarida<strong>de</strong>s muito baixas, sugerin<strong>do</strong> que pequenas diferenças no habitat po<strong>de</strong>mser <strong>de</strong>terminantes para a composição das comunida<strong>de</strong>s.O cerra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil Central é um <strong>do</strong>s ecossistemas mais severamente altera<strong>do</strong>s no Brasil(MITTERMEIER et al. 1999) e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste processo vem fragmentan<strong>do</strong> <strong>de</strong> tal forma esteecossistema que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> pouco tempo, continuan<strong>do</strong> a atual taxa <strong>de</strong> alteração, muitas das espécies presentesterão <strong>de</strong>sapareci<strong>do</strong>. Neste contexto, a falta <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s sobre as populações <strong>de</strong> lagartos é ainda maispreocupante, pois um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>ste grupo po<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer sem sequer ser registrada pelaciência.


3.2.2 - Meto<strong>do</strong>logiaA obtenção <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s primários para conclusão <strong>do</strong> presente diagnóstico foi realiza<strong>do</strong> com base emobservações visuais em 4 áreas com padrões vegetacionais amplamente distribuídas pelo Parque Estadual daSerra Azul. Totalizan<strong>do</strong> oito horas <strong>de</strong> observação por área.Para cada indivíduo observa<strong>do</strong> era anota<strong>do</strong> a espécie e o tipo <strong>de</strong> microhabitat ocupa<strong>do</strong>.3.2.3 - Resulta<strong>do</strong>s e DiscussãoConsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que para todas as áreas abertas <strong>do</strong> Brasil, até recentemente foram <strong>de</strong>scritas 40espécies <strong>de</strong> lagartos, o número <strong>de</strong> espécies encontradas até o momento no Parque é bastante representativo. Otrabalho mais consistente sobre ecologia <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> répteis, nesta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação, foi realiza<strong>do</strong>entre 1991 e 1992, por HERNANDES et al. 1992; quan<strong>do</strong> foram i<strong>de</strong>ntificadas 13 espécies (Tropidurus cf.itambere, T. oreadicus, Anolis meridionalis, Ophryoessoi<strong>de</strong>s tricristatus, Mabuya bistriata, Micrablepharusmaximiliani, Pantodactylus schreibersii, Colobosaura mentalis, Cnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer, Ameiva ameiva,Kenthropix paulensis, Tupinambis nigropunctatus e Gymnodactylus geckoi<strong>de</strong>s). Uma das característicasimportantes cita<strong>do</strong>s no mesmo trabalho é as gran<strong>de</strong>s diferenças <strong>de</strong> riqueza e abundância das espécies entrehábitats.Araújo (1992) i<strong>de</strong>ntificou 22 espécies <strong>de</strong> lagartos no cerra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil Central, incluin<strong>do</strong> Brasília,Chapada <strong>do</strong>s Guimarães e Pirinópolis. Além <strong>de</strong>stas espécies, também foi confirmada a ocorrência <strong>de</strong>Hoplocercus spinosus (Hoplocercidae) na região <strong>de</strong> Brasília, através <strong>de</strong> um indivíduo <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na coleçãodidática da UF<strong>MT</strong> (Cuiabá). O mesmo autor afirma que esta espécie vive normalmente em barrancos noCerra<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> cava seu próprio buraco e usa a cauda espinhosa para fechar a entrada, dificultan<strong>do</strong> o acesso<strong>de</strong> preda<strong>do</strong>res.Esta espécie <strong>de</strong> lagarto foi i<strong>de</strong>ntificada nas encostas <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, ambienteforma<strong>do</strong> por barrancos, além disso, esta espécie <strong>de</strong> lagarto é relativamente comum em áreas <strong>de</strong>gradadas daAPA, principalmente em locais on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>positam restos <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, entre os quais se abriga.A distribuição das espécies <strong>de</strong> lagartos no Cerra<strong>do</strong> é bastante heterogênea, uma vez que a altaespecificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitat <strong>de</strong>stas espécies limita sua distribuição a <strong>de</strong>terminadas fisionomias <strong>de</strong> vegetação egeomorfologia (ROCHA et al. 1993).VITT (1991) sugere que embora a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lagartos em uma única área uniforme <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong>seja baixa, esta po<strong>de</strong> aumentar consi<strong>de</strong>ravelmente com o aumento da área amostral neste mesmo ecossistema.Nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com o presente levantamento <strong>de</strong> répteis no parque, embora tenham si<strong>do</strong>i<strong>de</strong>ntificadas poucas espécies, o padrão <strong>de</strong> distribuição segregada se repetiu, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que esta áreapo<strong>de</strong> ser um importante mosaico <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> répteis.Na área 1, representada por campo sujo com afloramentos <strong>de</strong> rochas foi observa<strong>do</strong> apenasTropidurus itambere (Figura 23) com 13 indivíduos, o que representou 18,84% <strong>de</strong>sta espécie e 12,74% <strong>do</strong>total <strong>de</strong> lagartos observa<strong>do</strong>s no Parque.Figura 23: Tropidurus itambere, espécie amplamente <strong>do</strong>minante nas áreas rochosas <strong>do</strong> PESA.


A área 2 representada por cerra<strong>do</strong> alto com afloramentos rochosos (Figura 24) foi a mais importanteem abundância <strong>de</strong> lagartos e representou 63,72% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> lagartos avista<strong>do</strong>s.Neste tipo <strong>de</strong> ambiente Tropidurus itambere foi a espécie <strong>do</strong>minante e representou 81,53% dasobservações (Figura 25). No total T. itambere representou 67,64% <strong>do</strong>s lagartos observa<strong>do</strong>s no Parque.Figura 24: Vista parcial da área 2. Cerra<strong>do</strong> com afloramentos rochosos.15.38%3.08%TropidurusitambereCnemi<strong>do</strong>phorusocelliferMicrablepharusmaximiliani81.54%Figura 25: Freqüência relativa das espécies <strong>de</strong> lagartos observa<strong>do</strong>s na área 2.Na área 3, com cerra<strong>do</strong> alto, solo arenoso e plano (Figura 26), a <strong>do</strong>minância foi <strong>de</strong> Cnemi<strong>do</strong>phorusocellifer, que representou 85,71% neste tipo <strong>de</strong> ambiente (Figura 27) e 29,41% no total das áreas amostradas.A amostragem da área 4, região constituída por <strong>de</strong> mata, foi a menos importante em ocorrência <strong>de</strong>lagartos. Apenas 3 indivíduos foram encontra<strong>do</strong>s, um Mabuya bistriata e <strong>do</strong>is Cnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer,mesmo assim, to<strong>do</strong>s nas áreas <strong>de</strong> bordas da mata.


A maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> lagartos na área 4 está associada a duas adaptações comunsaos lagartos <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> vegetação: a vida entre a serapilheira e o hábito arborícola. Comportamentos quedificultam a observação e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes organismos.Figura 26: Cerra<strong>do</strong> alto e solo arenoso, on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>mina C. ocellifer.14.29%Cnemi<strong>do</strong>phorusocelliferTropidurusitambere85.71%Figura 27:- Freqüência relativa das espécies observadas na área 3.As espécies <strong>de</strong> lagartos no Cerra<strong>do</strong> são altamente específicas em relação ao seu hábitat,característica que possibilita a previsão <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> certas espécies através <strong>de</strong> análises <strong>do</strong>s componentesda paisagem, como os afloramentos <strong>de</strong> rocha, barrancos, matas <strong>de</strong> galeria, bem como outros tipos <strong>de</strong>fisionomias (ROCHA et al. 1993).No levantamento realiza<strong>do</strong> no Parque da Serra Azul, as espécies Tropidurus itambere eCnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer foram as mais bem distribuídas, com ocorrência em três das quatro áreasamostradas. T. itambere esteve ausente na área 4, enquanto que C. ocellifer não foi observa<strong>do</strong> na área 1.Em ralação ao hábitat, T. itambere foi observa<strong>do</strong> principalmente associada as rochas, segui<strong>do</strong> portroncos, cupinzeiros e solo com capim (Figura 28). Na área 1, composta por morros rochosos, T. itambere foia única espécie observada, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua maior adaptação ao hábito saxícola. A pre<strong>do</strong>minância<strong>de</strong> rochas no terreno ilustra a importância <strong>de</strong>stas na seleção <strong>de</strong> espécies exclusivas (ARAÚJO 1992).


13.04%Tropidurus itambere1.45% 4.35%cupinzeirorochastroncossolo c/ capim81.16%Figura 28: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> Tropidurus itambere por tipo <strong>de</strong> habitat.A espécie Cnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer foi observada quase que exclusivamente associada comgramíneas (Figura 29). Sua maior ocorrência foi observada em área <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> sensu stricto, on<strong>de</strong> suaspopulações isoladas pre<strong>do</strong>minam (ROCHA et al. 1993), embora também tenha si<strong>do</strong> observada em área <strong>de</strong>vegetação mais alta (área 4).A alta especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitat <strong>de</strong>monstrada neste levantamento confirma a gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>se estudar este grupo <strong>de</strong> organismos o mais rápi<strong>do</strong> possível, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> forma maisprecisa suas necessida<strong>de</strong>s e importância ecológica, visan<strong>do</strong> a conservação <strong>de</strong> lagartos no ecossistema <strong>de</strong>cerra<strong>do</strong>.Cnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer10.00%6.67%solo c/ capimfolhiçorocha c/ capim83.33%Figura 29: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> Cnemi<strong>do</strong>phorus ocellifer por tipo <strong>de</strong> habitat.


3.3 - AVIFAUNA3.3.1 - IntroduçãoO número <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves no mun<strong>do</strong> ultrapassa 9.000. WILSON (1997) cita 9040 espécies eSIBLEY & MONROE (1990) 9700 espécies. Estes últimos autores citam 3200 espécies para a América <strong>do</strong>Sul e SICK (1997) cita 2645 para este continente e 1677 para o Brasil, distribuídas em 86 famílias e 23or<strong>de</strong>ns. É a terceira maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves <strong>do</strong> Planeta (MMA 1998)O Cerra<strong>do</strong> brasileiro possui 837 espécies <strong>de</strong> aves, sen<strong>do</strong> que 29 (3,5%) são endêmicas. Segun<strong>do</strong>MITTERMEIER et al (1999) o Cerra<strong>do</strong> está entre as cinco regiões mais ricas e ameaçadas (hotspots) <strong>de</strong>maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves no mun<strong>do</strong>.Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto <strong>de</strong> Ações Prioritárias para Conservação <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Pantanal mostram que4,34% das espécies que se reproduzem no cerra<strong>do</strong> e 48,27% das espécies endêmicas <strong>de</strong>ste bioma estãoameaçadas <strong>de</strong> extinção (CONSERVATION INTERNATIONAL DO BRASIL 1999).A região <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Araguaia, embora não tenha si<strong>do</strong> incluída na lista <strong>de</strong> áreas prioritárias por jápossuir unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, foi consi<strong>de</strong>rada como <strong>de</strong> interesse extraordinário para a conservação daavifauna <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.Espécies como Rhea americana (ema) e Cariama cristata (seriema) são consi<strong>de</strong>radas espéciesban<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> brasileiro. Sua distribuição é muito ampla neste bioma, mas infelizmente o habitatdisponível para estas espécies tem si<strong>do</strong> severamente reduzi<strong>do</strong>.O Parque Estadual da Serra Azul po<strong>de</strong> se constituir em importante reserva para a conservação <strong>de</strong>aves <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>. Estimativas indicam que reservas com menos <strong>de</strong> 7.000 ha po<strong>de</strong>m ser pouco funcionais paraconservar parte significativa da sua diversida<strong>de</strong> original <strong>de</strong> aves (CONSERVATION INTERNATIONALDO BRASIL 1999). No entanto, os 11.000 ha <strong>do</strong> Parque, mais aproximadamente 5.000 ha <strong>de</strong> APA, po<strong>de</strong>mrepresentar importante refúgio para a avifauna, em uma região on<strong>de</strong> pre<strong>do</strong>minam as ativida<strong>de</strong>s agropecuáriase que poucos fragmentos <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> ainda permanecem com suas características naturais.3.3.2 - Meto<strong>do</strong>logiaA coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre a avifauna foi realiza<strong>do</strong> entre 18 e 20 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001, em áreas pré<strong>de</strong>terminadascom base em visualização com auxílio <strong>de</strong> binóculos e registros <strong>de</strong> vocalizações. Durante otrabalho, as áreas foram distribuídas em paisagens representativas <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> vegetação <strong>do</strong>Parque. No entanto, após o primeiro dia <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, os incêndios interferiram nos resulta<strong>do</strong>s, ouporque o incêndio já estava muito próximo e a fumaça dispersa pela área assustava e afugentava as aves ou asáreas <strong>de</strong> amostragem já haviam si<strong>do</strong> queimadas (Figuras 30 e 31).Figura 30: Início <strong>de</strong> incêndio na área <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> aves no PESA.


Figura 31: Área totalmente queimada após incêndio no PESA.3.3.3 - Resulta<strong>do</strong>s e DiscussãoOs inventários sobre avifauna no Parque Estadual da Serra Azul, incluin<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s secundários(Tabela 06) e primários (Tabela 07), indicaram a presença <strong>de</strong> 82 espécies, o que equivale a aproximadamente10% <strong>do</strong> número total <strong>de</strong> aves citadas para o Cerra<strong>do</strong>. Estes da<strong>do</strong>s confirmam o Parque Estadual da Serra Azulcomo um importante refúgio para espécies <strong>de</strong> aves <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, principalmente se consi<strong>de</strong>ramos que oslevantamentos até o momento foram feitos em curtos espaços <strong>de</strong> tempo. Além <strong>do</strong> mais, durante o presenteinventário o Parque sofreu uma gran<strong>de</strong> queimada, que prejudicou visivelmente o levantamento da avifauna.


Tabela 06: EspÉcies observadas no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>, em inventÑrio realiza<strong>do</strong> pela equipe <strong>do</strong> CentroEtno-EcolÄgico Vale <strong>do</strong> Araguaia – CELVA.FamÖlia Nome Científico Nome vulgarRheidae Rhea americana emaTinamidae Rhynchotus rufescens perdiz, perdigãoCathartidae Sarcoramphus papa urubu-reiCoragyps atratusurubu-comumCathartes auraurubu-<strong>de</strong>-cabeça-vermelhaAccipitridae Gampsonyx swainsonii gaviåozinhosoviIctinia plumbeaRupornis magnirostris gaviåo-carijÄFalconidae Herpetotheres cachinnans acauåPolyborus plancus caracarÑFalco sparveriusquiriquiriCariamidae Cariama cristata seriemaCharadriidae Vanellus chilensis quero-queroColumbidae Columbina talpacoti rolinhaPsittacidae Ara ararauna arara canidÉAra macaoarara-cangamaracanå-nobreDiopsittacanobilisBrotogeris versicolurus periquito-<strong>de</strong>-asa-brancaAmazona aestivapapagaio-verda<strong>de</strong>iroCuculidae Piaya cayana alma-<strong>de</strong>-gatoCrotophaga anianu-pretoGuira guiraanu-brancoStrigidae Glaucidium brasilianum caburÑSpeotyto cunicularia buraqueiraTrochilidae Phaetornis superciliosus besouråo-<strong>de</strong>-rabo-brancotesouråoEupetomenamacrouraColibri serrirostris beija-flor-<strong>de</strong>-orelha-violetaThalurania furcata beija-flor-<strong>de</strong>-tesoura-ver<strong>de</strong>Amazilia fimbriata beija-flor-<strong>de</strong>-garganta-ver<strong>de</strong>Momotidae Momotus momota udu-<strong>de</strong>-coroa-azul


Cont.Família Nome Científico Nome vulgarBuccoridae Bucco chacuruMonasa nigrifrons bico-<strong>de</strong>-brasaCheli<strong>do</strong>ptera tenebrosa urubuzinho, an<strong>do</strong>rinha-<strong>do</strong>-matoRamphastidae Pteroglossus castanotis araçarí-castanhoRamphastos tocotucanuçuPicidae Picumnus sp pica-pauColaptes campestris pica-pau-<strong>do</strong>-campoDryocopus lineatus pica-<strong>de</strong>-banda-brancaVeniliornis passerinus pica-pauzinho-anãoDedrocolaptidae Sittasomus griseicapillus arapaçu-ver<strong>de</strong>Lepi<strong>do</strong>colaptesarapaçu-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong>angustirostrisXiphorhynchus guttatus arapaçu-<strong>de</strong>-garganta-amarelaFurnariidae Furnarius rufus joão-<strong>de</strong>-barroFormicariidae Taraba major choró-boiFormicivora grisea papa-formigas-par<strong>do</strong>Myrmeciza atrothorax formigueiro-<strong>de</strong>-peito-pretoTyrannidae Pyrocephalus rubinus verão, príncipeTyrannus melancholicus suiririMegarynchus pitangua neinei, bentevi-<strong>de</strong>-bico-chatoMyiodynastes maculatus bentevi-raja<strong>do</strong>Pitangus sulphuratus bentevi, bentevi-<strong>de</strong>-coroaCasiornis rufacaneleiroCorvidae Cyanocorax cristatellus gralha-<strong>do</strong>-campoMimidae Mimus saturninus sabiá-<strong>do</strong>-campoTurdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeiraTurdus ama urochalinus sabiá-pocaEmberezidae Molothrus bonariensis chopim, maria-pretaEuphonia sppTangara cayanasaíra-amareloThraupis sayacasanhaço-cinzentoThraupis palmarum sanhaço-<strong>do</strong>-coqueiroRamphocelus carbo pipira vermelhaPiranga flavasanhaço-<strong>de</strong>-fogoHemithraupis guira saíra-papo-pretoSaltator atricollis bico-<strong>de</strong>-pimentaVolatinia jacarina tiziuCharitospza eucosma mineirinhoCoryphospingus cucullatus tico-tico-reiAmmodramus taciturnus


Tabela 07: Distribuição das espécies observadas no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>,em inventário realiza<strong>do</strong> entre os dias 18, 19 e 20/08/2001.ESPÉCIELOCALÁrea 1 Área 2 Área 3 Área 4Amazona aestiva 1Ara ararauna 3Arami<strong>de</strong>s cajanea 1Brotogeris versicolurus 8Cariama cristata 4 2 2Celeus sp. 1Columba cf. picazuro 3Crotophaga ani 5 1Cyanocorax cyanopogon 5 2 5Dryocopus lineatus 1 1Eucometis penicillata 4Eupetomena macroura 3Formicivora cf. rufa 1Furnarius rufus 1Galbula sp. 1Gnorimopsar chopi 4Guira guira 4Hemithraupis guira 2 2Lepi<strong>do</strong>colaptes angustirostris 2Leptotila verreauxi 1Monasa nigrifrons 3Myiodynastes maculatus 1 4Piranga flava 2Pitangus sulphuratus 6Polyborus plancus 1Pteroglossus castanotis 1Scaradafella squammata 1Sporophila castaneiventris 5Tersina viridis 4Thraupis palmarum 3 1 8Thraupis sayaca 1Trochilidae n. i. 1 1Turdus amaurochalinus 1 2Xiphorhynchus sp. 1TOTAL 13 37 15 52Nas quatro paisagens amostradas foram observa<strong>do</strong>s 117 indivíduos <strong>de</strong> 34 espécies, conforme lista<strong>do</strong>na Tabela 7. Analisan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s secundários observa-se que um número maior <strong>de</strong> famílias foi registra<strong>do</strong>.Provavelmente esta diferença po<strong>de</strong> estar relacionada com a presença <strong>de</strong> fogo durante a amostragem <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s primários (Figura 32).A maior riqueza (S = 19) e abundância (N = 52) foram encontrada na área <strong>de</strong> mata ciliar (Figura 33),<strong>de</strong>scrita como área 4 , o que representou 44,44% <strong>do</strong> total. A segunda área mais abundante foi a <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong>alto com solo arenoso (área 2) on<strong>de</strong> foram observa<strong>do</strong>s 37 indivíduos <strong>de</strong> 14 espécies, representan<strong>do</strong> 31,62%.O cerra<strong>do</strong> aberto (área 1) e cerra<strong>do</strong> com afloramento <strong>de</strong> rochas (área 3) estiveram muito próximos, tanto emrelação à riqueza (7 e 6) quanto em relação ao número <strong>de</strong> indivíduos (13 e 15) e representaram 11,11% e12,82% respectivamente. Neste local foram observa<strong>do</strong>s 37 indivíduos distribuí<strong>do</strong>s em 14 espécies (Figura34).


TyrannidaeTurdidaeTrochilidaeTinamidaeStrigidaeprimáriosecundárioRheidaeRhamphastidaeRalloidaeP sittacidaeP icidaeM uscicapidaeM o m otidaeM im idaeFurnaridaeForm icaridaeFalconidaeEmberezidaeDendrocolaptidaeCuculidaeCorvidaeColumbidaeCharadriidaeCathartidaeCariamidaeB ucconidaeA ccipitridae0 3 6 9 12 15 18 21 24 27número <strong>de</strong> espéciesFigura 32: Representativida<strong>de</strong> das principais famílias <strong>de</strong> aves em número <strong>de</strong> espécies nas observações <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s primários e secundários, no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.A maior riqueza <strong>de</strong> espécies verificada na mata <strong>de</strong> galeria e cerra<strong>do</strong> alto po<strong>de</strong> ser atribuída à maiordiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitat. Segun<strong>do</strong> WILSON (1997), vegetação <strong>de</strong> maior porte produz maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nichos espaciais, o que conduz ao aumento da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> animais nestes ambientes. Além <strong>do</strong>mais, este tipo <strong>de</strong> vegetação po<strong>de</strong> ser importante como abrigo para nidificação <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> aves, jáque permite maior proteção contra preda<strong>do</strong>res terrestres. Durante o trabalho constatou-se que estas áreas sãoas menos afetadas pelas queimadas, já que as copas das árvores estão mais distantes <strong>do</strong> solo, além <strong>de</strong>possuírem maior umida<strong>de</strong> relativa que inibe incêndios <strong>de</strong> menor intensida<strong>de</strong>.


Figura 33: Vista parcial da mata <strong>de</strong> galeria <strong>do</strong> córrego Avoa<strong>de</strong>ira.44.44%11.11%área 1área 2área 3área 431.62%12.82%Figura 34: Freqüência relativa <strong>do</strong> número <strong>de</strong> indivíduos por paisagem amostrada, no Parque Estadual daSerra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.Em alguns ambientes estuda<strong>do</strong>s foi comum a observação <strong>de</strong> ban<strong>do</strong>s <strong>de</strong> aves multiespecíficos emativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrageamento. Isto ocorreu principalmente nas regiões <strong>de</strong> matas <strong>de</strong> galeria. Segun<strong>do</strong> ROCHA etal. (1993) este padrão comportamental é comum no cerra<strong>do</strong>, e po<strong>de</strong> ter gran<strong>de</strong> importância como atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa contra preda<strong>do</strong>res. Portanto estes ambientes po<strong>de</strong>m ser importantes refúgios para as aves, não apenaspor um, mas por um conjunto <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong>terminantes na manutenção das espécies <strong>de</strong> aves no Cerra<strong>do</strong>.Atualmente já é comum o fluxo <strong>de</strong> turistas nesta área <strong>do</strong> Parque, com o intuito <strong>de</strong> observar aves.Em ambientes <strong>de</strong> bordas <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> com áreas <strong>de</strong>gradadas foram encontra<strong>do</strong>s espécies como o anubrancoGuira guira, anu-preto Crotophaga ani, bem-te-vi Pitangus sulphuratus, pássaro-preto, Gnorimopsarchopi, to<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s por ROCHA et al. (1993), como espécies freqüentes nestes ambientes. Além <strong>de</strong>stes, a


olinha fogo-pagou Scardafela squammata, o joão-<strong>de</strong>-barro, Furnarius rufus e o bico-<strong>de</strong>-brasa Monasanigrifrons, também são comuns nestes tipos <strong>de</strong> hábitats.Uma das espécies observadas no Parque foi Amazona aestiva (papagaio), espécie que segun<strong>do</strong>MITTERMEIER et al.(1999), tem sofri<strong>do</strong> impacto antrópico, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao contraban<strong>do</strong> por comerciantes ilegais<strong>de</strong> aves. A seriema, Cariama cristata (Figura 35) também foi comum em algumas áreasOs resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em relação a ocorrência das espécies nas 4 áreas analisadas, <strong>de</strong>monstrou umaforte segregação <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> aves em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> habitat. Um <strong>de</strong>ndrograma com base nas distânciaseuclidianas (UPGMA) (Figura 36), <strong>de</strong>monstra que apenas as áreas 2 e 4 apresentaram maior similarida<strong>de</strong> emrelação às suas avifaunas. Estas duas são exatamente aquelas cuja vegetação atinge maior porte, formadas porcerra<strong>do</strong> alto e mata <strong>de</strong> galeria.Embora as áreas 2 e 4 sejam mais similares, esta é relativamente baixa entre to<strong>do</strong>s os paresobserva<strong>do</strong>s (Tabela 08). O cálculo <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> quantitativo <strong>de</strong> Morisita-Horn (MAGURRAN1988), indica que os maiores valores não ultrapassaram 0,340. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que estes valores po<strong>de</strong>m variarentre 0 (zero), que significa nenhuma semelhança ecológica e 1 (um) que significa semelhança total, osvalores obti<strong>do</strong>s são relativamente baixos.Dois fatores, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes ou não, po<strong>de</strong>m estar associa<strong>do</strong>s a esta condição: no primeiro caso ocorrerealmente uma segregação forte em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> hábitat, indican<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>-se elevar substancialmentea diversida<strong>de</strong> específica pelo aumento <strong>de</strong> amostragem em outras unida<strong>de</strong>s paisagísticas <strong>do</strong> Parque. O segun<strong>do</strong>fator é que em função <strong>do</strong> curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> amostragem, não se esgotou todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> observaçãodas espécies presentes, e como estas estão distribuídas aleatoriamente, a chance <strong>de</strong> se repetirem naamostragem num perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo restrito é pequena. Uma relação <strong>do</strong>s táxons encontra<strong>do</strong>s e suasrespectivas áreas <strong>de</strong> ocorrência encontra-se nas tabelas 09, 10, 11 e 12.Figura 35: A seriema (Cariama cristata), espécie ban<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> brasileiro.


Distâncias Euclidianas0.9 0.95 1 1.05 1.1 1.15 1.2 1.25ÁREA 1ÁREA 2ÁREA 4ÁREA 3Figura 36: Dendrograma das distâncias euclidianas entre a avifauna das quatro paisagens amostradas noPESA.Tabela 08: Matriz <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> da avifauna entre as quatro paisagens amostradas no PESA. Índice <strong>de</strong>Morisita-Horn (MAGURRAN, 1988).Área 1 Área 2 Área 3 Área 4Área 1 1,000 0,128 0,l55 0,281Área 2 1,000 0,142 0,340Área 3 1,000 0,130Área 4 1,000Tabela 09: Descrição <strong>do</strong>s taxa <strong>de</strong> aves, número <strong>de</strong> indivíduos (n) que ocorreram em áreas <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> abertono Parque Estadual da Serra Azul.Espécie Família/Subfamília Or<strong>de</strong>m nAmazona aestiva Psittacidae Psittaciformes 1Cariama cristata Cariamidae Gruiformes 4Columba cf. picazuro Columbidae Columbiformes 3Dryocopus lineatus Picidae Piciformes 1Formicivora cf. rufa Formicariidae Passeriformes 1Myiodynastes maculatus Tyrannidae Passeriformes 1Piranga flava Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 2Tabela 10: Descrição <strong>do</strong>s taxa <strong>de</strong> aves e número <strong>de</strong> indivíduos (n) que ocorreram em cerra<strong>do</strong> rochosoqueima<strong>do</strong> no Parque Estadual da Serra Azul.Espécie Família/Subfamília Or<strong>de</strong>m nCariama cristata Cariamidae Gruiformes 2Cyanocorax cyanopogon Corvidae Passeriformes 2Thraupis palmarum Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 1Trochilidae Trochilidae Apodiformes 1Turdus amaurochalinus Muscicapidae/Turdinae Passeriformes 1Brotogeris versicolurus Psittacidae Psittaciformes 8


Tabela 11: Descrição <strong>do</strong>s taxa <strong>de</strong> aves, número <strong>de</strong> indivíduos (n) que ocorreram em cerra<strong>do</strong> alto arenoso noParque Estadual da Serra Azul.Espécie Família/Subfamília Or<strong>de</strong>m nCariama cristata Cariamidae Gruiformes 2Crotophaga ani Cuculidae Cuculiformes 5Cyanocorax cyanopogon Corvidae Passeriformes 5Dryocopus lineatus Picidae Piciformes 1Furnarius rufus Furnariidae Passeriformes 1Gnorimopsar chopi Emberezidae/Icterinae Passeriformes 4Guira guira Cuculidae Cuculiformes 4Hemithraupis guira Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 2Lepi<strong>do</strong>colaptes angustirostris Dendrocolaptidae Passeriformes 2Polyborus plancus Falconidae Falconiformes 1Scaradafella squammata Columbidae Columbiformes 1Sporophila castaneiventris Emberezidae/Emberezinae Passeriformes 5Thraupis palmarum Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 3Thraupis sayaca Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 1Tabela 12: Descrição <strong>do</strong>s taxa <strong>de</strong> aves, número <strong>de</strong> indivíduos (n) que ocorreram na mata <strong>de</strong> galeria <strong>do</strong>córrego Avoa<strong>de</strong>ira no Parque Estadual da Serra Azul. (*Mata da estrada da Fazenda Seriema)Espécie Família/Subfamília Or<strong>de</strong>m nAra ararauna Psittacidae Psittaciformes 3Arami<strong>de</strong>s cajanea Rallidae Gruiformes 1Celeus sp. Picidae Piciformes 1Crotophaga ani Cuculidae Cuculiformes 1Cyanocorax cyanopogon Corvidae Passeriformes 5Eucometis penicillata Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 4Eupetomena macroura Trochilidae Apodiformes 3Galbula sp. Galbulidae Piciformes 1Hemithraupis guira Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 2Leptotila verreauxi Columbidae Columbiformes 1Monasa nigrifrons Bucconidae Piciformes 3Myiodynastes maculatus Tyrannidae Passeriformes 4Pitangus sulphuratus Tyrannidae Passeriformes 6Pteroglossus castanotis Ramphastidae Piciformes 1*Tersina viridis Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 4Thraupis palmarum Emberezidae/Thraupinae Passeriformes 8Trochilidae n. i. Trochilidae Apodiformes 1*Turdus amaurochalinus Muscicapidae/Turdinae Passeriformes 2Xiphorhynchus sp. Dendrocolaptidae Passeriformes 1


3.4 - MASTOFAUNA3.4.1 - IntroduçãoA crise mundial <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> representa um <strong>de</strong>safio para os estu<strong>do</strong>s ecológicos. A catalogação dadiversida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma a permitir seu estu<strong>do</strong> científico, <strong>de</strong>ve ser priorida<strong>de</strong> da pesquisa em conservação(EDWARDS 1984).O Brasil é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o país <strong>de</strong> maior megadiversida<strong>de</strong> no planeta (MITTERMEIER et al. 1997).Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa riqueza estão os sérios problemas resultantes da alteração <strong>do</strong> ambiente e da falta <strong>de</strong> pesquisas.O Cerra<strong>do</strong> brasileiro, a maior savana sul americana, abrange 25% <strong>do</strong> território nacional, <strong>de</strong>staca-se pelainsuficiência <strong>de</strong> conhecimentos sobre ecossistemas e espécies. Pesquisas sobre mamíferos iniciaram há mais<strong>de</strong> 100 anos, quan<strong>do</strong> foram realiza<strong>do</strong>s alguns trabalhos <strong>de</strong>scritivos (COPE 1889; THOMAS 1903;MIRANDA RIBEIRO 1914; VIEIRA 1945 e 1951), e hoje a mastofauna <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> ainda é poucoconhecida.Das 524 espécies d e mamíferos que ocorrem no Brasil, distribuídas em 11 or<strong>de</strong>ns, 46famílias e 213 gêneros, 37% (195) ocorrem n o Cerra<strong>do</strong> (MMA 1998), sen<strong>do</strong> 18 endêmicas(CONSERVATION INTERNATIONAL 1999). A fragmentação <strong>do</strong>s hábitats <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> temaltera<strong>do</strong> significativamente a composição das espécies <strong>de</strong> sua fauna, levan<strong>do</strong> a o<strong>de</strong>saparecimento ou à rarida<strong>de</strong> os mamíferos que são topo da ca<strong>de</strong>ia trófica, como a onça(Panthera onca) e outros preda<strong>do</strong>res que necessitam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> vida (ALHO 1994).A fauna <strong>de</strong> vertebra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> tem baixo grau d e en<strong>de</strong>mismo (VANZOLINI 1963;S ICK 1965) e é fortemente influenciada pelos biomas adjacentes. Com relação aosmamíferos, 51% ocorrem na Floresta Amazônica, 38% na Caatinga , 49% n o Chaco e 58% n aMata Atlântica (MARINHO-F ILHO & REIS 1989). A idéia <strong>de</strong> uma fauna generalista ecomum à outras regiões ten<strong>de</strong> a reduzir as ações conservacionistas e po<strong>de</strong> sugerir que umpequeno número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação possa ser suficiente para representar o bioma(CONSERVATION INTERNATIONAL 1999). Isto reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se intensificar osestu<strong>do</strong>s em áreas naturais e analisar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong>ssas áreas.O Parque Estadual da Serra Azul - PESA, uma área com 11.000 ha, localiza<strong>do</strong>próximo ao centro urbano <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças é u m fragmento <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>representar a manutenção <strong>de</strong> algumas espécies <strong>de</strong> mamíferos. As espécies d e gran<strong>de</strong> portenecessitam <strong>de</strong> áreas com no mínimo 80.000 ha, no entanto áreas menores po<strong>de</strong>m refugiarespécies <strong>de</strong> menor porte (WWF / PRO-CER 1995)Neste trabalho proce<strong>de</strong>u-se uma Avaliação Ecológica Rápida (AER) no PESA visan<strong>do</strong> reunirinformações ambientais que possam subsidiar um Plano <strong>de</strong> Manejo. Os esforços concentraram-se na<strong>de</strong>terminação da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos em diferentes fitofisionomias <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.3.4.2 - Meto<strong>do</strong>logiaNo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> julho a 02 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001 foram coleta<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong> PESA. Oesforço amostral diário foi <strong>de</strong> nove horas durante o dia e <strong>de</strong> cinco horas durante a noite. Os exemplarescoleta<strong>do</strong>s (marsupiais, roe<strong>do</strong>res e morcegos) foram taxi<strong>de</strong>rmiza<strong>do</strong>s ou conserva<strong>do</strong>s em álcool à 70% o GL,


apÄs fixaçåo em formol ï 10% e incorpora<strong>do</strong>s ï Coleçåo CientÖfica <strong>de</strong> MamÖferos da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, Campus <strong>de</strong> Nova Xavantina-<strong>MT</strong>.Para coletar pequenos mamÖferos nåo voa<strong>do</strong>res foram instaladas 140 armadilhas (Sherman,Tomahawk e ratoeiras) em três transectos lineares <strong>de</strong> 250m, eqëidistantes 50m, nos seguintes ambiente: mataciliar, cerra<strong>do</strong> sensu stricto (ss) e cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta (Figuras 37 e 38). Em cada transecto, foram distribuÖdas25 armadilhas, distantes 10m entre si. Na mata as armadilhas, exceto ratoeiras, foram instaladasalternadamente no chåo e nas Ñrvores, numa altura mÉdia <strong>de</strong> 2m. Foi utiliza<strong>do</strong> como isca uma mistura <strong>de</strong>peixe em conserva, banana, bacon e ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> mandioca. As armadilhas foram iscadas no final da tar<strong>de</strong> everificadas na manhå <strong>do</strong> dia seguinte.Na coleta <strong>de</strong> morcegos foram instaladas duas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> neblina (mist nets) em trilhas na mata ciliar(Figura 39), no cerra<strong>do</strong> ss, no cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta e em Ñreas antropizadas, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> centro <strong>de</strong> visitantes enum pomar aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, prÄximo ao curral (proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. Alcy Borges Lira, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> PESA). As re<strong>de</strong>spermaneceram abertas no horÑrio <strong>de</strong> 18 ïs 23 horas.Evidências sobre mamÖferos <strong>de</strong> mÉdio e gran<strong>de</strong> porte foram obtidas atravÉs <strong>de</strong> observaçèes diretasou indiretas: pegadas (Figura 40), fezes, vocalizaçèes, tocas e fuça<strong>do</strong>s. Esses da<strong>do</strong>s foram coleta<strong>do</strong>sdiariamente, percorren<strong>do</strong> as trilhas <strong>do</strong> Parque, durante o dia, envolven<strong>do</strong> os seguintes ambientes: mata ciliar,cerra<strong>do</strong> ss, cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta, campo sujo e pasto.A i<strong>de</strong>ntificaçåo das espÉcies foi feita com auxÖlio <strong>de</strong> bibliografia especÖfica (EMMONS 1990;NOWAK 1991; BECKER & DALPONTE 1991). A nomenclatura foi baseada em WILSON & REEDER(1993) e a caracterizaçåo <strong>de</strong> ameaçadas, endêmicas e freqëentes estÑ <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a UICN (UniåoInternacional para a Conservaçåo da Natureza) e EMMONS (1990). O material coleta<strong>do</strong> foi tomba<strong>do</strong> naColeçåo CientÖfica <strong>de</strong> MamÖferos da UNEMAT – N. Xavantina.Figura 37: Transectos em mata ciliar com armadilhas para coleta <strong>de</strong> pequenos mamÖferos nåo voa<strong>do</strong>res, noParque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>. Em <strong>de</strong>staque uma armadilha Sherman pequena presa no tronco daÑrvore,E.Rocha


Figura 38: Área <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> senso strictu on<strong>de</strong> foram <strong>de</strong>marca<strong>do</strong>s os transectos para coleta <strong>de</strong> pequenosmamíferos não voa<strong>do</strong>res, no Parque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>.E.Rocha


Figura 39: Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> neblina para coleta <strong>de</strong> morcegos instalada na borda damata ciliar, no Parque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>. Em <strong>de</strong>staque ossuportes que sustentam as re<strong>de</strong>s.E.RochaFigura 40: Registro <strong>de</strong> observações indiretas (pegadas) <strong>de</strong> mamíferos <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte que ocorrem no Parque Estadual da SerraAzul, <strong>MT</strong>E.Rocha


3.4.3 – Resulta<strong>do</strong>s e DiscussÇoEm onze sÖtios amostrais foram registradas 35 espÉcies <strong>de</strong> mamÖferos,pertencentes a nove or<strong>de</strong>ns e 24 famÖlias. Destas espÉcies, 14 coinci<strong>de</strong>m com osda<strong>do</strong>s secundÑrios coleta<strong>do</strong>s pela equipe <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Etno-Ecologia Vale <strong>do</strong>Araguaia – CELVA (1994) (Tabela 13).A diferença na riqueza <strong>de</strong> espÉcies entre os da<strong>do</strong>s secundÑrios e osprimÑrios <strong>de</strong>ve-se principalmente ï coleta <strong>de</strong> pequenos mamÖferos (marsupiais,roe<strong>do</strong>res e morcegos).Das 35 espÉcies registradas, foram coletadas nove <strong>de</strong> morcegos, cinco <strong>de</strong>roe<strong>do</strong>res e uma <strong>de</strong> marsupial (Tabela 14). Um roe<strong>do</strong>r foi ataca<strong>do</strong> por formigas,a anÑlise <strong>do</strong>s fragmentos indica ser <strong>do</strong> gênero Oecomys (Muridae), ai<strong>de</strong>ntificaçåo exata serÑ feita atravÉs <strong>do</strong> crínio que foi envia<strong>do</strong> para o INPA –Instituto <strong>de</strong> Pesquisas da AmazÜnia. Um morcego da famÖlia Emballonuridaefoi envia<strong>do</strong> para o Dr. Marcelo L. Reis (ZoolÄgico <strong>de</strong> BrasÖlia) parai<strong>de</strong>ntificaçåo.A mata ciliar e o cerra<strong>do</strong> ss foram os ambientes com maior riqueza <strong>de</strong>espÉcies (19 e 16) enquanto a Ñrea alterada (10), o cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta (9) e ocampo sujo (3) apresentaram menor riqueza. A complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> hÑbitataumenta a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nichos e suporta maior riqueza <strong>de</strong> espÉcies (AUGUST1983). A mata fornece aos animais alimento, abrigo e, segun<strong>do</strong> ALHO (1981),serve <strong>de</strong> refágio temporÑrio durante as freqëentes queimadas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.Estu<strong>do</strong>s com pequenos mamÖferos realiza<strong>do</strong>s no Cerra<strong>do</strong> sensu lato (MOOJEN1952; 1965; MELLO E MOOJEN 1979; ALHO 1981; DIETZ 1983; FONSECA& REDFORD 1984) tambÉm indicam a mata como o ambiente com maiordiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espÉcies. O gênero Bolomys foi coleta<strong>do</strong> na mata e no cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong>encosta e Thrichomys (Figura 41) apenas neste áltimo ambiente. AlgumasespÉcies como Bolomys usam a mata para nidificar e våo para Ñrea abertas paraforragear enquanto outras (Trichomys) ocorrem em Ñreas abertas (FONSECA &REDFORD 1984). EspÉcies <strong>de</strong> mÉdio e gran<strong>de</strong> porte tambÉm ocorrempreferencialmente na mata. Os animais distribuem-se em diferentes extratos. Ascatitas como a Mono<strong>de</strong>lphis <strong>do</strong>mestica (Figura 42) forrageiam em Ñreas abertas,no solo, a procura <strong>de</strong> pequenos animais, mas hÑ registros <strong>de</strong> coleta emarmadilhas instaladas no alto das Ñrvores, distantes cerca <strong>de</strong> três metros <strong>do</strong> solo(SANTOS-FILHO 2000). Os macacos como o Cebus apella (Figura 43)limitam-se ïs Ñrvores e raramente våo a outro ambiente. Os quatis (Nasuanasua) procuram frutas, insetos e pequenos vertebra<strong>do</strong>s no solo o no alto dasÑrvores (Figura 44). O tamanduÑ-mirim (Tamandua tetradactyla) ocupa asÑrvores como abrigo mas mantÉm-se em Ñreas abertas para forragear. Eirabarbara, Pecari tajacu e Myrmecophaga tridactyla såo usuÑrios facultativosdas matas, procuram seu alimento no solo e ocorrem tanto em ambientesfecha<strong>do</strong>s como Ñreas abertas.O tatu-canastra (Prio<strong>do</strong>ntes maximus) utiliza preferencialmente o cerra<strong>do</strong>ss (ANACLETO & MARINHO-FILHO 2001), É uma espÉcie difÖcil <strong>de</strong> observardiretamente, no entanto suas tocas såo inconfundÖveis (Figura 45), permitin<strong>do</strong>registrar a ocorrência da espÉcie no ambiente estuda<strong>do</strong>. Para o Tapirusterrestris, que forrageia em vÑrios ambientes, a mata oferece Ñgua e para oSylvigulagus brasiliensis É um local <strong>de</strong> refágio (FONSECA & REDFORD1984), o mesmo acontece com Euphractus, Dasypus, Cabassous e Pecari. EssasespÉcies cinegÉticas procuram Ñreas abertas para forragear, inclusiveplantaçèes, o que favorece a captura por parte <strong>de</strong> caça<strong>do</strong>res e agricultores.


Figura 41: Roe<strong>do</strong>r (Thrichomys apereoi<strong>de</strong>s) captura<strong>do</strong> e solto em área <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta, no ParqueEstadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>E.RochaFigura 42: Catita (Mono<strong>de</strong>lphis <strong>do</strong>mestica) coleta<strong>do</strong> e solto no Parque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>E.Rocha


Figura 43: Macaco-prego (Cebus apella) observa<strong>do</strong> na mata ciliar <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>E.RochaFigura 44: Quati (Nasua nasua) avista<strong>do</strong> na mata ciliar <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>E.Rocha


Tabela 13: Mamâferos registra<strong>do</strong>s no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> GarÅas-<strong>MT</strong>. Da<strong>do</strong>s secundärios <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Etno-Ecologia Vale <strong>do</strong> Araguaia – CELVA (1994) ed o presente trabalho (Atual).Or<strong>de</strong>mFamíliaNome Científico OcorrênciaconfirmadaDi<strong>de</strong>lphimorphia CELV AtualDi<strong>de</strong>lphidaeDi<strong>de</strong>lphis albiventrisMono<strong>de</strong>lphis <strong>do</strong>mesticaXenarthraDasypodidae Euphractus sexcinctusDasypus novemcinctusPrio<strong>do</strong>ntes maximusMyrmecopha Myrmecophaga tridactylaTamanduá tetradactylaChiropteraEmballonuri não i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>Molossidae Molossus spp.PhyllostomidArtibeus spp.Glossophaga spp.Vespertilioni Eptesicus spp.Histiotus spp.Myotis spp.PrimatesCallitrichida Callitrix jacchusCebidae Alouatta carayaCebus apellaCarnivoraCanidae Cer<strong>do</strong>cyon thousLycalopex vetulusSpeothos venaticusProcyonidae Nasua nasuaProcyon cancrivorusMustelidaeEira barbaraGalictis cujaFelidae Herpailurus yaguarondiLeopardus pardalisLeopardus tigrinusLeopardus wiediiPanthera concolorPanthera oncaPerissodactylaTapiridae Tapirus terrestrisArtiodactylaTayassuidaeCervidaeRo<strong>de</strong>ntiaMuridaePecari tajacuMazama americanaMazama gouazoupiraOzotoceros bezoarticusBolomys sp1Bolomys sp2nÇo i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>Thrichomys apereoi<strong>de</strong>sCoen<strong>do</strong>u prehensilisnÇo i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>HydrochaerisAgouti pacaDasyprocta azaraeEchimyidaeErethizontidCaviidaeHydrochaeriAgoutidaeDasyproctidLagomorphaLeporidae Sylvilagus brasiliensisTotal <strong>de</strong> espécies registradas 24 35


Tabela 14: Distribuição <strong>do</strong>s mamíferos nos ambientes amostra<strong>do</strong>s: mata ciliar (MC), cerra<strong>do</strong> sensu stricto(CS), cerra<strong>do</strong> <strong>de</strong> encosta (CE), campo sujo (CJ) e área alterada (AA), no Parque Estadual da Serra Azul,Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>, baseada nas seguintes evidências: (a) avistamento, (r) rastro, (c) coleta e (f) fezes.E spéciesNome vulgarAmbientesMC CS CE CJ AADi<strong>de</strong>lphis albiventris gambá rMono<strong>de</strong>lphis <strong>do</strong>mestica catita cEuphractus sexcinctus tatu-peba rDasypus novemcinctus tatu-galinha r rPrio<strong>do</strong>ntes maximus tatu-canastra rMyrmecophaga tridactyla tamanduá-ban<strong>de</strong>ira r r r r 2Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim r rEmbalonuridae (ñ i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>) morcego c 1Molossus spp. morcego c 1Artibeus spp. morcego c 1Glossophaga spp. morcego c c 1Eptesicus spp. morcego c 1Histiotus spp. morcego c 1Myotis spp. morcego c c 1Cebus apella macaco-prego aCer<strong>do</strong>cyon thous cachorro-<strong>do</strong>-mato r r r 2Lycalopex vetulus raposinha r 2Nasua nasua quati r / aEira barbara irara r r rHerpailurus yaguarondi gato-mourisco rLeopardus tigrinus gato-<strong>do</strong>-mato-pequeno r rPanthera concolor suçuarana, onça parda rPanthera onca onça-pintada rTapirus terrestris anta r / f r r r / fPecari tajacu cateto r r rMazama americana vea<strong>do</strong>-mateiro rMazama gouazoupira vea<strong>do</strong>-catingueiro rBolomys sp1 rato-d o-mato c cBolomys sp2 rato-d o-mato cMuridae (ñ i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>) rato-d o-mato c c cT hrichomys apereoi<strong>de</strong>s punaré-rabu<strong>do</strong> cCaviidae (ñ i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>) preá rAgouti paca paca rDasyprocta azarae cutia r rSylvilagus brasiliensis tapeti f / r rTotal (35 espécies) 19 16 9 3 10(1) pomar; (2) pasto


Os gran<strong>de</strong>s carnívoros foram registra<strong>do</strong>s apenas na mata, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aoreduzi<strong>do</strong> esforço amostral. Panthera concolor é o felino mais generalista em termos d erequerimento <strong>de</strong> hábitats (EMMONS 1990) enquanto a Panthera onca é normalmenteencontrada em ambientes próximo à água, on<strong>de</strong> captura suas presas (EMMONS 1990), aexistência <strong>de</strong>ssa espécie numa área pequena como o Parque po<strong>de</strong> indicar que a população nãoestá estável.A riqueza da área alterada <strong>de</strong>ve-se basicamente à coleta <strong>de</strong> morcegos, as espécies capturadas visitamambientes antropiza<strong>do</strong>s e a dieta é composta por frutos, néctar, pólen e insetos, itens abundantes em pomares.A importância <strong>do</strong> PESA se reflete no número <strong>de</strong> espécies que abriga e principalmentenas espécies que se encontram <strong>de</strong> alguma forma ameaçadas como Prio<strong>do</strong>ntes maximus,Herpailurus yaguarondi e Lycalopex vetulus (Tabela 15). Com exceção da região <strong>do</strong> RibeirãoÍnsula, que aparentemente é a área mais íntegra <strong>do</strong> Parque, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àdificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, foram encontradas pegadas <strong>de</strong> cachorro <strong>do</strong>méstico. Esses animais sãovetores <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e competem na captura <strong>de</strong> presas com os carnívoros silvestres.Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s provenientes <strong>de</strong> u m esforço preliminar para a compreensão d adiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos no PESA, indicam a significativa riqueza <strong>de</strong> espécies encontradasnesse pequeno fragmento <strong>de</strong> Cerra<strong>do</strong>. Esses resulta<strong>do</strong>s revelam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s mais<strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s sobre a ecologia da mastofauna que ocorre no Parque.Figura 45: Toca <strong>de</strong> tatu-canastra (Prio<strong>do</strong>ntes maximus), em área <strong>de</strong> cerra<strong>do</strong> sensu stricto, noParque E stadual da Serra Azul, <strong>MT</strong>Tabela 15: Classificação d os mamíferos d o P arque E stadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>, conforme a União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN (1994) eEMMONS (1990).E.Rocha


Or<strong>de</strong>mClassificaçãoNome Científico Nome vulgarFamíliada IUCNDi<strong>de</strong>lphimorphiaDi<strong>de</strong>lphidae Di<strong>de</strong>lphis albiventris gambá comumMono<strong>de</strong>lphis <strong>do</strong>mestica catita comumXenarthraDasypodidae Euphractus sexcinctus tatu-peba comumDasypus novemcinctus tatu-galinha comumPrio<strong>do</strong>ntes maximus tatu-canastra em perigoMyrmecophagid Myrmecophaga tridactyla tamanduá-ban<strong>de</strong>ira vulnerávelaeTamandua tetradactyla tamanduá-mirim comumChiropteraEmballonuridae não i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> morcego -Molossidae Molossus spp. morcego -Phyllostomidae Artibeus spp. morcego -Glossophaga spp. morcego -VespertilionidaeEptesicus spp. morcego -Histiotus spp. morcego -Myotis spp. morcego -PrimatesCebidae Cebus apella macaco-prego comumCarnivoraCanidae Cer<strong>do</strong>cyon thous cachorro-<strong>do</strong>-mato comumLycalopex vetulus raposinha raraP rocyonidae Nasua nasua quati comumMustelidae Eira barbara irara comumFelidae Herpailurus yaguarondi gato-mourisco em perigoLeopardus tigrinus gato-<strong>do</strong>-matopequenoem perigoP anthera concolor suçuarana, onça em perigopardaPanthera onca onça-pintada em perigoPerissodactylaTapiridae Tapirus terrestris anta comumArtiodactylaTayassuidae Pecari tajacu cateto comumCervidae Mazama americana vea<strong>do</strong>-mateiro comumMazama gouazoupira vea<strong>do</strong>-catingueiro comumRo<strong>de</strong>ntiaMuridae Bolomys sp1 rato-<strong>do</strong>-mato -Bolomys sp2 rato-<strong>do</strong>-mato -não i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> rato-<strong>do</strong>-mato -Echimyidae Thrichomys apereoi<strong>de</strong>s punaré-rabu<strong>do</strong> -Caviidae não i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> preá -Agoutidae Agouti paca paca comumDasyproctidae Dasyprocta azarae cutia comumLagomorphaLeporidae Sylvilagus brasiliensis tapeti comum


4 – SÅCIO ECONOMIA4.1 - INTRODUÇÃO“A atuaçåo <strong>do</strong> homem junto ao seu ambiente sempre foi no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>moldÑ-lo segun<strong>do</strong> seus padrèes e anseios, transforman<strong>do</strong> a paisagem natural empaisagem cultural” (DUTRA & HERCULANI 1990). Assim, o usoindiscrimina<strong>do</strong> <strong>do</strong> potencial ecolÄgico em resposta ïs complexas priorida<strong>de</strong>s dasocieda<strong>de</strong> tem leva<strong>do</strong> o homem a repensar melhor sobre a sua posiçåo nocontexto ambiental.O territÄrio brasileiro, com 8,5 milhèes <strong>de</strong> Km 2 , abrange diversas unida<strong>de</strong>s ecolÄgicas. Na sua regiåocentral encontra-se o Cerra<strong>do</strong>, com cerca <strong>de</strong> 2 milhèes <strong>de</strong> Km 2 , caracteriza<strong>do</strong> por fitofisionomia prÄpria.No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> preservar as Ñreas naturais, foram criadas vÑrias categorias <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçåo e,na maioria <strong>de</strong>ssas unida<strong>de</strong>s, existe algum tipo <strong>de</strong> problema relaciona<strong>do</strong> ï presença <strong>do</strong> homem.Barra <strong>do</strong> Garças, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, possui um Parque Estadual, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Serra Azul euma ôrea <strong>de</strong> Proteçåo Ambiental, a APA <strong>do</strong> PÉ da Serra Azul, ambas totalizam cerca <strong>de</strong> 16.000 ha. Apesar<strong>do</strong> municÖpio nåo contar atualmente com um crescimento eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua populaçåo humana, existe fortepressåo sobre as Ñreas <strong>de</strong> entorno <strong>do</strong> Parque para a obtençåo <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> moradias. Nestes processos, emmuitos casos <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s e mesmo promovi<strong>do</strong>s por gran<strong>de</strong>s invasèes, dificilmente se tem controle sobre amanutençåo da qualida<strong>de</strong> ambiental e a APA <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, jÑ sofreu severo impacto<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>vastaçåo <strong>de</strong> certas regièes mais prÄximas ao centro urbano para a instalaçåo <strong>de</strong> moradias.A habitaçåo humana na Ñrea <strong>de</strong> entorno e no interior <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçåo tem gera<strong>do</strong> polêmicasao longo <strong>do</strong>s tempos. Atualmente parece haver quase um consenso <strong>de</strong> que a melhor forma <strong>de</strong>gerenciamento <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s É a manutençåo <strong>de</strong> populaçèes humanas tradicionais na Ñrea, <strong>de</strong> forma queas mesmas se sintam integradas a nova realida<strong>de</strong> apÄs a criaçåo das Ñreas protegidas. Na maioria dasunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçåo estas populaçèes humanas eståo distantes <strong>de</strong> centros urbanos e sua subsistênciase baseia principalmente em ativida<strong>de</strong>s diretamente ligadas ï exploraçåo <strong>do</strong>s recursos da Ñrea on<strong>de</strong>resi<strong>de</strong>m, seja na forma <strong>de</strong> exploraçåo mais primitiva, como coleta, caça e pesca, seja na forma maistecnificada como agricultura e pecuÑria intensivas.O Parque Estadual da Serra Azul - PESA, difere <strong>de</strong>stas caracterÖsticasgerais, por ser uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservaçåo que abriga populaçèes humanasdistribuÖdas pela periferia <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> com mais <strong>de</strong> 47.000 habitantes nase<strong>de</strong> municipal, alÉm <strong>de</strong> bairros inteiros inseri<strong>do</strong>s em sua APA.Uma APA tem por objetivos conciliar as ativida<strong>de</strong>s humanas com a preservaçåo da vida silvestre, aproteçåo <strong>do</strong>s recursos naturais e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da populaçåo, atravÉs <strong>de</strong> um trabalhoconjunto entre Ärgåos <strong>do</strong> governo e a participaçåo ativa da comunida<strong>de</strong>.Para diagnosticar as condiçèes sÄcio-econÜmicas e o grau <strong>de</strong> conhecimento e envolvimentoambiental da populaçåo que vive no PESA e na APA, a Fundaçåo Estadual <strong>do</strong> Meio Ambiente – FEMApromoveu um levantamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sistemÑticos. Essas informaçèes iråo compor o Plano <strong>de</strong> Manejo queserÑ elabora<strong>do</strong> para o PESA.


4.2 - METODOLOGIAPara obter da<strong>do</strong>s sobre aspectos sÄcio-econÜmicos e ambientais da comunida<strong>de</strong> foram entrevista<strong>do</strong>s33 mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> entorno <strong>do</strong> Parque, a ôrea <strong>de</strong> Proteçåo Ambiental, com cerca <strong>de</strong> 5.000 ha. A relaçåo <strong>do</strong>smora<strong>do</strong>res foi fornecida pela Fundaçåo Estadual <strong>do</strong> Meio Ambiente, agilizan<strong>do</strong> a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s.O questionÑrio aplica<strong>do</strong>, elabora<strong>do</strong> pela FEMA- DUCO – DEAM, possui 15 grupos <strong>de</strong> perguntassobre: i<strong>de</strong>ntificaçåo, composiçåo familiar, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas por resi<strong>de</strong>ntes e por nåo resi<strong>de</strong>ntes,histÄrico <strong>do</strong>s progenitores, roteiro migratÄrio <strong>do</strong> chefe, morada, viagens, alimentaçåo, agropecuÑria, pesca,extraçåo – fauna e flora, outras ativida<strong>de</strong>s e perspectivas.Juntamente com a aplicaçåo <strong>do</strong>s questionÑrios proce<strong>de</strong>u-se um levantamento <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s secundÑrios <strong>do</strong> MunicÖpio sobre: da<strong>do</strong>s geogrÑficos, aspectos histÄricos, infraestrutura,saá<strong>de</strong>, educaçåo e turismo, entre outros da<strong>do</strong>s que eståo menciona<strong>do</strong>s em“Resulta<strong>do</strong>s e Discussåo”.


4.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO4.3.1 - Caracterização GeográficaBarra <strong>do</strong> Garças é o centro Geodésico (ponto central) <strong>do</strong> Brasil. Localiza-se no Médio Araguaia, aleste <strong>do</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, no Vale <strong>do</strong> Araguaia. Latitu<strong>de</strong> sul <strong>do</strong> distrito se<strong>de</strong> 15º89'00", Longitu<strong>de</strong> oeste52º25'67". Possui extensão territorial <strong>de</strong> 8.730 Km 2 (IBGE 2000), altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 342m e pertence a mesorregião128 e microrregião 528 e a vegetação característica é o cerra<strong>do</strong> lato sensu (GEOCITES 2000).O clima pre<strong>do</strong>minante é o Tropical quente e sub-úmi<strong>do</strong>, com 4 meses <strong>de</strong> seca, <strong>de</strong> maio a setembro.Precipitação anual <strong>de</strong> 1.750mm e temperatura média anual <strong>de</strong> 24 o C (CENTRO-OESTE 2000).O município faz limite com Nova Xavantina, Araguaiana, General Carneiro, Novo São Joaquim, Pontal<strong>do</strong> Araguaia e o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás.A formação geológica é <strong>de</strong> coberturas não <strong>do</strong>bradas <strong>de</strong> Fanerozóico, bacia Quaternária <strong>do</strong> Alto e MédioAraguaia e sub-bacia oci<strong>de</strong>ntal da bacia <strong>do</strong> Paraná. Coberturas <strong>do</strong>bradas <strong>do</strong> Proterozóico com granitói<strong>de</strong>sassocia<strong>do</strong>s (CENTRO-OESTE 2000).4.3.2 - Estrutura PolíticaPrefeito Wan<strong>de</strong>rlei Farias <strong>do</strong>s Santos, tomou posse em 01/01/1997, pertencia ao PSDB. Foi reeleitoem 2000, seu parti<strong>do</strong> atual é o PFL.4.3.3 - Aspectos HistóricosAs primeiras notícias da região datam d o século XVII, quan<strong>do</strong> o imenso quadriláterobarra-garcense era habita<strong>do</strong> <strong>de</strong> cima para baixo por povos indígenas das nações boróro exavánte. A região teve efetivo início povoa<strong>do</strong>r com a navegação <strong>do</strong> Rio Araguaia, durante aGuerra <strong>do</strong> Paraguai, quan<strong>do</strong> houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligar as bacias hidrográficas <strong>do</strong> Prata eTocantins, unin<strong>do</strong> o sul ao norte pelo centro <strong>do</strong> país.A riqueza mineral da região teve início em 1897, quan<strong>do</strong> Antonio Cândi<strong>do</strong> <strong>de</strong>Carvalho encontrou diamantes no Rio das Garças. A notícia culminou no aumento d ocontingente populacional araguaiano. A economia girava em torno da garimpagem e daextração <strong>do</strong> látex da mangabeira.E m 1914 estoura a guerra garimpeira d o Garças entre José M obeck, chefe d osgarimpos <strong>do</strong> leste e Antonio C. Carvalho. Após a guerra, Antonio Cristino Côrtes, <strong>de</strong>dicou-sea formar a cida<strong>de</strong>. Alinhou ruas e avenidas. A primeira rua leva seu nome. E m 1924 surge aprimeira empresa e em 1932 a primeira escola. Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1935 o Decreto n o 32 criou oDistrito <strong>de</strong> Paz <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças.Na década <strong>de</strong> quarenta Barra <strong>do</strong> Garças tornou-se pólo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com a chegada daFundação Brasil Central. A base era Aragarças e Barra era o ponto <strong>de</strong> passagem para os membros daFundação. Em 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1948 a Lei n o 121 criou o município <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, que pertencia aomunicípio <strong>de</strong> Araguaiana. O nome Barra <strong>do</strong> Garças se originou quan<strong>do</strong> os pioneiros (na maioriagarimpeiros) começaram a colonização nas margens <strong>do</strong> rio Garças (confluência com o rio Araguaia). Barra


significa porto, portanto, Barra <strong>do</strong> Garças ou Porto <strong>do</strong> rio Garças. Esse porto é conheci<strong>do</strong> hoje como Porto<strong>do</strong>s Pioneiros e se localiza ao término da rua Cel. Antônio Cristino Cortes, a mais antiga da cida<strong>de</strong>(GEOCITES 2000) .O progresso <strong>do</strong> município foi rápi<strong>do</strong> e, a partir da década <strong>de</strong> sessenta, nasceram muitas colonizaçõese fazendas e a população tanto urbana como rural está aumentan<strong>do</strong>.4.3.4 - População Resi<strong>de</strong>nteSegun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (2000) a população aumentou <strong>de</strong> 47.133 (Censo <strong>de</strong> 1996) para 52.136habitantes (Censo <strong>de</strong> 2000). Desse total <strong>de</strong> habitantes, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s Barra-garcenses, 47.890 resi<strong>de</strong>m naregião urbana (Tabela 16) e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica <strong>do</strong> município é <strong>de</strong> 5,97 hab./Km 2 . A maioria dapopulação é constituída por jovens (Tabela 17). O número <strong>de</strong> mulheres é superior ao <strong>de</strong> homens (Tabela 18)e a mortalida<strong>de</strong> masculina é superior (67.5%) à feminina.Tabela 16: População Resi<strong>de</strong>nte por Situação <strong>do</strong> Domicílio, Barra <strong>do</strong> Garças/<strong>MT</strong>.árean o <strong>de</strong> pessoas1996 2000urbana 42943 47890rural 4190 4246Total 47.133 52.136Fonte: IBGE, Contagem da População 1996 e Malha MunicipalDigital <strong>do</strong> Brasil 1997; Pesquisa <strong>de</strong> Informações Básicas Municipais2000.Tabela 17: População Resi<strong>de</strong>nte por Faixa Etária, Barra <strong>do</strong> Garças/<strong>MT</strong>.faixa etária (anos)n o <strong>de</strong> pessoas0 a 4 46535 a 9 485410 a 14 542915 a 19 536720 a 24 475225 a 29 415430 a 34 396435 a 39 341940 a 44 277845 a 49 210550 a 54 160555 a 59 121560 a 64 91965 ou mais 1919Total 47133Fonte: IBGE, Contagem da População 1996 e Malha Municipal Digital <strong>do</strong> Brasil1997.


Tabela 18: Populaçåo Resi<strong>de</strong>nte por Sexo, Barra <strong>do</strong> Garças/<strong>MT</strong>.sexon o <strong>de</strong> pessoasmasculino 23469feminino 23664Total 47133Fonte: IBGE, Contagem da Populaçåo 1996 eMalha Municipal Digital <strong>do</strong> Brasil 1997.4.3.5 - Infra-estruturaAbastecimento <strong>de</strong> águaA regiåo É rica em recursos hÖdricos, engloba a gran<strong>de</strong> bacia d o Tocantins. Para estabacia contribui a Bacia <strong>do</strong> Rio Araguaia que recebe pela esquerda os rios Garças e d asMortes. Os serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> Ñgua e esgotamento sanitÑrio da cida<strong>de</strong> såorealiza<strong>do</strong>s atravÉs <strong>de</strong> uma concessåo da Prefeitura ï uma empresa, a Novacon Engenharia <strong>de</strong>Concessèes S/C Ltda. A Ñgua captada d o Rio Garças É conduzida atravÉs <strong>de</strong> uma adutora paraa Estaçåo <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> ôgua. Em 1999 a concessionÑria aten<strong>de</strong>u 31 bairros <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong>Garças, com aproximadamente 12.500 ligaçèes cadastradas, o consumo per capita É <strong>de</strong> 150litros/habitantes/dia (SIQUEIRA 1999). O Centro <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s da Prefeituraindica que, em 2001, 100% da populaçåo É abastecida com Ñgua tratada e existem 16.000ligaçèes d’Ñgua.E ntre as ameaças ï qualida<strong>de</strong> da Ñgua <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças que necessitam d e anÑlisestÉcnicas freqëentes eståo o Curtume <strong>de</strong> que lança seus <strong>de</strong>jetos com metais pesa<strong>do</strong>s no Rio dasGarças e a concentraçåo da populaçåo na Ñrea urbana e a falta <strong>de</strong> esgoto sanitÑrio, que po<strong>de</strong>contaminar o lençol freÑtico.Energia ElétricaA empresa CEMAT aten<strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças. Segun<strong>do</strong> SIQUEIRA (1999),no ano <strong>de</strong> 1998 a empresa aten<strong>de</strong>u 14.722 <strong>do</strong>micÖlios (Tabela 19).


Tabela 19: Estabelecimentos atendi<strong>do</strong>s pela Centrais Elétricas <strong>Mato</strong>grossense S. A. na cida<strong>de</strong><strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, em 1998.área local atendi<strong>do</strong> quantida<strong>de</strong>Urbanaindústrias 116residências 12.101comércio 1.596outros 528Rural <strong>do</strong>micílios 381Total 14.722Esgoto SanitárioBarra <strong>do</strong> Garças possui <strong>do</strong>is sistemas sanitários: fossa e sumi<strong>do</strong>uro e re<strong>de</strong> separa<strong>do</strong>ra.O esgoto vai para uma estação <strong>de</strong> tratamento, no Bairro Anchieta e o efluente final é lança<strong>do</strong>no Rio Araguaia.Da<strong>do</strong>s da Prefeitura (<strong>PM</strong>BG/CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS 2001)indicam que, 45.78% da população é servida com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto. Este é um benefíciorestrito à área urbana. Na área rural as instalações sanitárias são na sua maioria inexistentes.O sistema individual tipo fossa e sumi<strong>do</strong>uro e os lançamentos clan<strong>de</strong>stinos contaminam olençol freático e consequentemente, os córregos e rios da região (SIQUEIRA 1999).Coleta <strong>de</strong> lixoA coleta <strong>de</strong> lixo em Barra <strong>do</strong> Garças não é terceirizada. A Prefeitura Municipal éresponsável pela coleta <strong>do</strong> lixo gera<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong>, d e cerca <strong>de</strong> 60,2 tonelada/dia (SIQUEIRA1999). A população (100%) é servida com a coleta regular <strong>de</strong> lixo (<strong>PM</strong>BG/CENTRO DEPROCESSAMENTO DE DADOS 2001). A limpeza urbana é feita por funcionáriosvincula<strong>do</strong>s à prefeitura. O lixo urbano coleta<strong>do</strong> é <strong>de</strong>speja<strong>do</strong> em um aterro sanitário, a céuaberto, on<strong>de</strong> proliferam ratos e moscas entre outros agentes patogênicos e po<strong>de</strong> inclusivecontaminar os mananciais <strong>de</strong> água da regiãoS IQUEIRA (1999) sugere ações básicas para minimizar os impactos ambientais <strong>do</strong>lixo como: separar os aterros <strong>de</strong> lixo <strong>do</strong>méstico e lixo hospitalar; construir uma usina <strong>de</strong>reciclagem e compostagem <strong>de</strong> lixo e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong>Educação Ambiental sobre a reciclagem <strong>do</strong> lixo.


Estradas e TransporteA cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, distante 510 km <strong>de</strong> CuiabÑ e 411 km <strong>de</strong> Goiínia, os d oisgran<strong>de</strong>s centros mais prÄximos, tem situaçåo privilegiada em relaçåo ïs vias <strong>de</strong> acesso.Situada na fronteira entre <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> e GoiÑs, liga-se, por vias asfaltadas, com CuiabÑ pelaBR 070 e com Goiínia pela BR 158 e eixo para Såo Paulo e BrasÖlia. Goiínia com fortecomÉrcio varejista exerce influência econÜmica e social sobre a cida<strong>de</strong>.A Avenida Ministro Joåo Alberto <strong>de</strong>staca-se na zona urbana por cortar a cida<strong>de</strong> no senti<strong>do</strong> norte-sul.As ro<strong>do</strong>vias fe<strong>de</strong>rais e estaduais (BR 070, BR 158, BR 163 e GO 060) possibilitam o transporte <strong>de</strong>cargas para as principais capitais ou portos <strong>do</strong> paÖs.HÑ um projeto para a implantaçåo da Hidrovia, com um porto no Rio Araguaia. Segun<strong>do</strong><strong>do</strong>cumentos como o <strong>do</strong> IBAMA (nota informativa 145/2001 – Diretoria <strong>de</strong> Licenciamento e Qualida<strong>de</strong>Ambiental) e o relatÄrio da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> GoiÑs (sob a orientaçåo <strong>do</strong> prof. Edgar<strong>do</strong> Latrubesse) ahidrovia acarretarÑ prejuÖzos financeiros e ecolÄgicos ao municÖpio e regiåo <strong>do</strong> entorno.O aeroporto, administra<strong>do</strong> pela INFRAERO, recebe apenas aeronaves particulares. A ánica empresaaÉrea, a TAM, suspen<strong>de</strong>u seus vÜos em 1999.O Terminal Ro<strong>do</strong>viÑrio LÖdio Pereira, inaugura<strong>do</strong> em 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2001, oferece vÑrias opçèes <strong>de</strong>linhas <strong>de</strong> Ünibus estaduais e três linhas interestaduais, que saem diariamente da cida<strong>de</strong>. As empresas locaiscomercializam passagens <strong>de</strong> empresas conveniadas para outros esta<strong>do</strong>s. Para o transporte intermunicipalexistem seis linhas <strong>de</strong> Ünibus, taxi, moto-tÑxi e, para aten<strong>de</strong>r grupos maiores hÑ o transporte alternativoparticular, com Ünibus, micro-Ünibus e outros veÖculos menores que transportam <strong>de</strong> 10 a 15 pessoas.JustiçaSegun<strong>do</strong> a pesquisa <strong>de</strong> Informaçèes BÑsicas Municipais, realizada em 1999 pelo IBGE, Barra <strong>do</strong>Garças dispèes <strong>do</strong>s seguintes recursos páblicos <strong>de</strong> justiça:Juiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> pequenas causasSe<strong>de</strong> <strong>de</strong> comarcaJuÖzes <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>sConselho tutelarNåo existe uma comissåo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.Segurança PúblicaBarra <strong>do</strong> Garças conta com uma efetiva segurança composta por 466 policiais e cinco viaturas,pertencentes aos seguintes serviços (IBGE 1999; SIQUEIRA 1999):Delegacia da PolÖcia Fe<strong>de</strong>ralDelegacia Regional da PolÖcia CivilDelegacia Municipal da PolÖcia CivilDelegacia Especializada <strong>de</strong> Roubos e FurtosDelegacia Especializada da Mulher


Delegacia Especializada da Infíncia e da Juventu<strong>de</strong>Delegacia <strong>do</strong> Bairro Santo AntÜnioPolÖcia Militar – 01 unida<strong>de</strong>Corpo <strong>de</strong> Bombeiros – 02 unida<strong>de</strong>s4.3.6 - Equipamentos Culturais e <strong>de</strong> LazerBarra <strong>do</strong> Garças possui um (01) ginÑsio poliesportivo e uma (01) biblioteca páblica (IBGE 1999).Nåo hÑ cinema, museu e teatro. A realizaçåo <strong>de</strong> eventos e shows artÖsticos acontece na concha acástica<strong>de</strong>nominada Complexo TurÖstico SalomÉ JosÉ Rodrigues.4.3.7 - Aspectos Social e CulturalBarra <strong>do</strong> Garças tem uma populaçåo hospitaleira formada por imigrantes <strong>de</strong> todas as regièes <strong>do</strong> paÖs,forman<strong>do</strong> um quadro humano interessante e diversifica<strong>do</strong> nos aspectos social e cultural (SIQUEIRA 1999).A temporada <strong>de</strong> praia É uma gran<strong>de</strong> atraçåo e a cida<strong>de</strong> que tem fama <strong>de</strong> vida noturna agitadapromove vÑrios eventos para receber os turistas, como shows artÖsticos, feiras <strong>de</strong> artesanato e exposiçèes.Muitos cantores, compositores, artistas plÑsticos, dançarinos e atores <strong>de</strong>senvolvem seus trabalhosressaltan<strong>do</strong> as riquezas culturais <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças. Ativida<strong>de</strong>s festivas såo freqëentemente promovidascomo forrÄs, catiras, cateretês, canzil e bumba-meu-boi (SIQUEIRA 1999).A comemoraçåo da emancipaçåo polÖtica administrativa <strong>do</strong> municÖpio acontece no dia 15 <strong>de</strong>setembro, com realizaçåo <strong>de</strong> eventos esportivos e <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong> estudantes.As festivida<strong>de</strong>s såo lucrativas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a participaçåo <strong>de</strong> visitantes <strong>de</strong> outros municÖpios. A Tabela 20apresenta as principais festas regionais (SIQUEIRA 1999).Tabela 20: Festas regionais realizadas em Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.EventoCarnaval <strong>de</strong> Rua<strong>Sema</strong>na SantaMirante <strong>do</strong> CristoMotorcycleSanto Antonio - Padroeiro da Cida<strong>de</strong>Festival <strong>do</strong> VinhoExposiçåo AgropecuÑriaTemporada <strong>de</strong> PraiaFesta <strong>do</strong> CajuDia Municipal <strong>do</strong> CiclistaSeptemberfest <strong>do</strong> Centro-OesteAniversÑrio da Cida<strong>de</strong>Mêsfevereiro / marçoabrilabrilabriljunhojunhojunhojulhosetembrosetembrosetembrosetembro


4.3.8 - Patrimônios Histórico e NaturalO municÖpio nåo possui locais oficialmente tomba<strong>do</strong>s pelo PatrimÜnio HistÄrico da Uniåo, mas osmora<strong>do</strong>res mais antigos têm suas indicaçèes para os locais interessantes que contam um pouco da histÄria daregiåo, como:- a Praça <strong>do</strong>s Garimpeiros (Figura 46), consi<strong>de</strong>rada o marco inicial da cida<strong>de</strong>, o monumento histÄrico –o homem com a bateia - simboliza a existência <strong>de</strong> garimpeiros na regiåo quan<strong>do</strong> da evasåo em 1924,sen<strong>do</strong> os primeiros <strong>de</strong>scobri<strong>do</strong>res <strong>do</strong> diamante no vilarejo da regiåo leste (SIQUEIRA 1999).Figura 46: Praça <strong>do</strong>s Garimpeiros, no centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças – <strong>MT</strong>- a pedra com o sÖmbolo S.S. Arraia 1871 (Figura 47), estÄria <strong>de</strong> uma garrafa cheia <strong>de</strong> diamantes quefoi enterrada por Simeåo da Silva Arraia, em um lugar situa<strong>do</strong> na foz <strong>do</strong> rio Garças com Araguaiaque temen<strong>do</strong> nåo encontrÑ-lo posteriormente marcou-o com uma pedra para servir <strong>de</strong> orientaçåo,colocan<strong>do</strong> a inscriçåo S.S. Arraia 1871 (SIQUEIRA 1999).


Figura 47: Pedra com o símbolo S.S. Arraia 1871, em Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.A Praça São Benedito (Figura 48), localizada às margens <strong>do</strong> Rio Garças, é uma construção recente,que atrai os freqüenta<strong>do</strong>res pela <strong>de</strong>coração que mostra a fauna mato-grossense. O local é i<strong>de</strong>al para a prática<strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s esportivas.Figura 48: Praça <strong>de</strong> São Benedito <strong>de</strong>corada com motivos faunísticos regionais, em Barra d oGarças-M T.


Com relaçåo ao patrimÜnio natural <strong>do</strong> municÖpio <strong>de</strong>staca-se o Parque Estadual da Serra Azul (Figura49) – PESA. A implantaçåo <strong>do</strong> Parque foi fruto <strong>de</strong> movimentos da socieda<strong>de</strong> civil e leis municipais <strong>de</strong>conservaçåo ambiental. Na dÉcada <strong>de</strong> 50 É aprovada a Lei n o 92 <strong>de</strong> 30.12.54, crian<strong>do</strong> a Reserva Florestal <strong>de</strong>Barra <strong>do</strong> Garças. Na dÉcada <strong>de</strong> 70 a faixa <strong>de</strong> terreno ao longo das margens <strong>do</strong> CÄrrego Voa<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> assuas nascentes, É <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> páblica atravÉs da lei n o 556, <strong>de</strong> 22.10.75. Na dÉcada <strong>de</strong> 80 essa faixaÉ ampliada, preservan<strong>do</strong> toda a extensåo <strong>do</strong> CÄrrego Voa<strong>de</strong>ira e <strong>do</strong> CÄrrego da Loca – lei n o 1088, <strong>de</strong>11.04.88.A. RossetiFigura 49: E ntrada <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azu l- PESA, u m patrimÜnio n atural <strong>de</strong> Barra<strong>do</strong> Garças - M T.Em 1991 É aprovada a lei n o 1363 que cria duas zonas ambientais <strong>de</strong> interesse páblico. A primeirazona localiza-se ïs margens <strong>do</strong>s Rios Garças e Araguaia, a segunda zona compreen<strong>de</strong> a Ñrea abrangente <strong>do</strong>maciço da Serra Azul, constante <strong>do</strong> platÜ principal e secundÑrios, sub-<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s Serra <strong>do</strong> CÄrrego Fun<strong>do</strong>,Serra <strong>do</strong> Lajinha, Serra <strong>do</strong> Pitomba e Serra <strong>do</strong> Areia.A Ñrea <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> PESA on<strong>de</strong> funciona o Centro Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> Defesa AÉrea e Controle <strong>de</strong> TrÑfegoAÉreo - CINDACTA, com 274.432.72 m 2 , foi <strong>do</strong>ada ï Uniåo Fe<strong>de</strong>ral atravÉs da lei n o 1401, <strong>de</strong> 16.09.91, parauso <strong>do</strong> MinistÉrio da AeronÑutica.A bacia <strong>do</strong> CÄrrego ôguas Quentes foi <strong>de</strong>clarada Ñrea <strong>de</strong> preservaçåo na lei n o 670, <strong>de</strong> 02.05.80. Olocal, conheci<strong>do</strong> como Cachoeira <strong>do</strong> BNH, foi palco <strong>de</strong> vÑrias confusèes e <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a manifestaçèes <strong>de</strong>ambientalistas e da populaçåo foram impedidas açèes <strong>de</strong> loteamento. Em 1988, a lei n o 1094, <strong>de</strong> 02.05.88,proibiu o loteamento nas proximida<strong>de</strong>s da Cachoeira <strong>do</strong> BNH. No entanto, ainda hÑ tentativas <strong>de</strong> invasåo<strong>de</strong>ssa Ñrea.O Centro ñtnico-EcolÄgico Vale <strong>do</strong> Araguaia em conjunto com outras entida<strong>de</strong>sgovernamentais ou nåo apresentaram u ma proposta <strong>de</strong> criaçåo d o Parque. E m maio <strong>de</strong> 1994såo criadas duas leis: uma criou o Parque Estadual da Serra Azul (lei n o 6439) e a outra crioua ôrea <strong>de</strong> Proteçåo Ambiental PÉ da Serra (lei n o 6435).


4.3.9 - Saú<strong>de</strong>E m relaçåo a saá<strong>de</strong>, Barra <strong>do</strong> Garças atua como o mais importante polo regional, comhospitais páblicos, convenia<strong>do</strong>s e particulares, laboratÄrios e centro o<strong>do</strong>ntolÄgico entreoutros (Tabela 21), quatro postos <strong>de</strong> saá<strong>de</strong> e sete centros <strong>de</strong> saá<strong>de</strong> nos seguintes bairros:Santo Antonio, Vila Maria, Jardim Nova Barra, Recanto das AcÑcias, Såo S ebastiåo, Barra d oGarças e Piracema.Tabela 21: Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviços MÉdicos – O<strong>do</strong>ntolÄgicos <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>ServiçoQuantida<strong>de</strong>Hospital Páblico Municipal 02Hospital convenia<strong>do</strong> - Sistema único <strong>de</strong> Saá<strong>de</strong> 04Hospital Particular 03Centro O<strong>do</strong>ntolÄgico Regionaliza<strong>do</strong> 01ConsultÄrios O<strong>do</strong>ntolÄgicos 12Centro <strong>de</strong> Fisioterapia e Reabilitaçåo 01Banco <strong>de</strong> Sangue 01Central <strong>de</strong> Vagas (para internaçåo hospitalar e 01acompanhamento <strong>do</strong>s pacientes interna<strong>do</strong>s)LaboratÄrios Páblicos 02LaboratÄrios Particulares 06LaboratÄrio Particular convenia<strong>do</strong> com o SUS 01Fonte: <strong>PM</strong>BG/DIVISâO DE E STATûSTICA 2000.AtravÉs <strong>de</strong> convênios firma<strong>do</strong> com a Secretaria <strong>de</strong> E sta<strong>do</strong> da Saá<strong>de</strong>, o municÖpioaprimorou os procedimentos <strong>de</strong> atençåo bÑsica ï saá<strong>de</strong>. Foi habilita<strong>do</strong> junto ao MinistÉrio daSaá<strong>de</strong> no regime <strong>de</strong> Geståo Plena da Atençåo BÑsica, segun<strong>do</strong> a Norma OperacionalBÑsica/96, isto significa um auxÖlio financeiro para o municÖpio efetuar açèes bÑsicas <strong>de</strong>saá<strong>de</strong> como: consulta mÉdica e açèes <strong>de</strong> vigilíncia epi<strong>de</strong>miolÄgica. HÑ um Serviço d eVigilíncia SanitÑria e um <strong>de</strong> Vigilíncia Epi<strong>de</strong>miolÄgica e Controle <strong>de</strong> E n<strong>de</strong>mias. OsindÖgenas dispèem <strong>de</strong> u ma Unida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Distrito TÉcnico da Saá<strong>de</strong> IndÖgena. EstÑ em processo<strong>de</strong> implantaçåo o Centro <strong>de</strong> Atençåo Psico-Social – CAPS.A populaçåo dispèe <strong>de</strong> um Programa <strong>de</strong> Agentes ComunitÑrios <strong>de</strong> Saá<strong>de</strong> (PACS), com28 agentes <strong>de</strong> saá<strong>de</strong> e 1 enfermeiro supervisor, o que garante a atençåo ï 5.600 famÖlias(SAúDE 2000). Outros serviços såo <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s no municÖpio:Programa <strong>de</strong> Saá<strong>de</strong> da FamÖlia (implanta<strong>do</strong>s em sete bairros)Programa <strong>de</strong> E ducaçåo em Saá<strong>de</strong>Programa <strong>de</strong> Saá<strong>de</strong> MentalPrograma <strong>de</strong> Dermatologia SanitÑriaPrograma <strong>de</strong> Pneumologia SanitÑria


Programa da Mulher e da CriançaPrograma Preventivo <strong>de</strong> Câncer <strong>de</strong> Colo <strong>de</strong> Útero e MamaPrograma <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> BucalPrograma <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da MulherPrograma DST / HIV / AIDSPrograma <strong>de</strong> E rradicação <strong>do</strong> Ae<strong>de</strong>s aegyptiPrograma <strong>de</strong> HanseníasePrograma <strong>de</strong> ImunizaçãoPrograma <strong>de</strong> TuberculosePrograma <strong>de</strong> Combate às Carências NutricionaisA população conta com recursos humanos habilita<strong>do</strong>s para atuar em áreas diversascomo: Sistemas <strong>de</strong> Informações sobre M ortalida<strong>de</strong> e Nasci<strong>do</strong>s Vivos; Sistema <strong>de</strong> Auditoria;Capacitação <strong>de</strong> Conselheiros para atuação no Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; Capacitação d egestores d o SUS para a habilitação <strong>do</strong> município pela Norma Operacional Básica/96 eelaboração <strong>do</strong> Plano Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Além disso, a Escola Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> formou 72auxiliares <strong>de</strong> enfermagem e outros 25 através <strong>do</strong> Projeto Qualificar.Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, Barra <strong>do</strong> Garças faz parte <strong>do</strong> Consórcio Intermunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da regiãoGarças - Araguaia, <strong>do</strong> qual o município é referência para o atendimento hospitalar e ambulatorial <strong>de</strong> média ealta complexida<strong>de</strong> da população <strong>do</strong>s municípios consorcia<strong>do</strong>s. O Hospital-dia atua numa proposta inova<strong>do</strong>ra,prestan<strong>do</strong> atendimento a pacientes porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> distúrbios mentais em regime aberto, manten<strong>do</strong> os vínculossociais <strong>do</strong> paciente (SAÚDE 2000).Recentemente foi reformada e equipada uma área <strong>de</strong> 664,49 m2 <strong>do</strong> Complexo Hospitalar GarçasAraguaia (Figura 50). Foram amplia<strong>do</strong>s e reforma<strong>do</strong>s a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tratamento Intensivo (UTI) e o centrocirúrgico <strong>do</strong> Complexo Hospitalar (SAÚDE 2000). O quadro <strong>de</strong> 122 profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> nível superior(Figura 51) precisa ser amplia<strong>do</strong>. A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) recomenda um médico para cada1.000 habitantes; o município tem 1 médico para cada 1.250 habitantes (SIQUEIRA 1999).


Figura 50: Complexo Hospitalar Garças Araguaia, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.To<strong>do</strong>s os avanços na área da saú<strong>de</strong> transformaram Barra <strong>do</strong> Garças num referencial para a região e amaioria <strong>do</strong>s casos que antes eram transferi<strong>do</strong>s para Goiânia estão sen<strong>do</strong> resolvi<strong>do</strong>s no município.enfermeiros5terapeutas27médicos36<strong>de</strong>ntistas54Figura 51: Profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> nível superior que atuam em Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>4.3.10 - EducaçãoBarra <strong>do</strong> Garças dispõe <strong>de</strong> boa estrutura educacional, com 21 estabelecimentos <strong>de</strong> ensino préescolar, 50 <strong>de</strong> ensino fundamental, 13 <strong>de</strong> ensino médio, uma instituição pública e uma particular <strong>de</strong> ensinosuperior (Tabela 22). A população que freqüenta a escola é constituída basicamente por crianças ea<strong>do</strong>lescentes (Tabela 23). As mulheres (51%) freqüentam mais a escola que os homens (48%) e estudam emmédia 5.28 anos enquanto os homens possuem cerca <strong>de</strong> 4.91 anos.O ensino fundamental possui o maior número <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes (Figura 52) e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Secretariada Educação, 13 profissionais atuam nas al<strong>de</strong>ias indígenas.


Tabela 22: Estabelecimentos <strong>de</strong> ensino e número <strong>de</strong> alunos matricula<strong>do</strong>s em Barra <strong>do</strong> Garças,<strong>MT</strong>.Nível <strong>de</strong> Escolarida<strong>de</strong>Categoria(n o <strong>de</strong> estabelecimentos)N o MatrículasPré-escolaPública Estadual (02) 237Pública Municipal (07) 439Particular(12)538Total 1.214Fundamental Pública Estadual (17) 7.910Pública Municipal (21) 2.969Particular(12)1.355Total 1.234Médio Pública Estadual (09) 2.298Particular242(04)Total 2.540SuperiorPública Fe<strong>de</strong>ral(01)Particular(01)180477Total 657Fonte: Ministério da Educação e <strong>do</strong> Desporto 1996Tabela 23: Percentual da População Resi<strong>de</strong>nte que freqüenta a Escola, em Barra <strong>do</strong> Garças,<strong>MT</strong>.Faixa Etária (anos) Pessoas resi<strong>de</strong>ntes (%)4 a 6 537 a 9 9410 a 14 9315 a 19 6420 a 24 29Fonte: IBGE, Contagem da População 1996 e Malha Municipal Digital <strong>do</strong> Brasil1997.


6004002000pré-escola ensino fundamental ensino médioFigura 52: Número <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes que atuam no município <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.Na cida<strong>de</strong> vizinha <strong>de</strong> Pontal <strong>do</strong> Araguaia, existe um campus universitário da UF<strong>MT</strong>, que oferececinco cursos regulares e mais três para turmas especiais. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s alunos <strong>de</strong>sta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ensino superior é originária <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças. Segun<strong>do</strong> informações <strong>de</strong> ex-alunos e professores daquelecampus, sua instalação em Pontal <strong>do</strong> Araguaia <strong>de</strong>u-se em função <strong>de</strong> divergências políticas entre o prefeito <strong>de</strong>Barra <strong>do</strong> Garças e o então governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> campus. A faculda<strong>de</strong>particular aten<strong>de</strong> 477 alunos (SIQUEIRA 1999).4.3.11 - ComunicaçãoNa imprensa escrita o município <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças conta com <strong>do</strong>is jornais, A Gazeta <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong>Araguaia e o Correio da Fronteira, com tiragens regulares, on<strong>de</strong> são veicula<strong>do</strong>s notícias regionais(SIQUEIRA 1999). O município recebe sete jornais diários e <strong>do</strong>is semanais (IBGE 1999).Há duas estações <strong>de</strong> rádio AM: Rádio Aruanã e Rádio Difusora, três re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> televisões: Re<strong>de</strong>Ban<strong>de</strong>irantes, Re<strong>de</strong> Record e Re<strong>de</strong> SBT e um prove<strong>do</strong>r da Internet. A TELEMAT é a empresa responsávelpelos serviços telefônicos fixo e móvel. A Empresa Brasileira <strong>de</strong> Correios e Telégrafos possui agências noMunicípio.4.3.12 - Área indígenaBarra <strong>do</strong> Garças possui reservas das tribos <strong>do</strong>s Xavantes e <strong>do</strong>s Bororós. O comércio da cida<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>o artesanato indígena, inclusive uma das lojas comercializa artesanato <strong>de</strong> tribos <strong>do</strong> Xingu (Figura 53).


Figura 53: Loja <strong>de</strong> artesanatos indÖgenas em Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>De acor<strong>do</strong> com SILVA (1992) “os Xavante somam hoje cerca <strong>de</strong> 9.602 pessoas, habitan<strong>do</strong> mais <strong>de</strong>70 al<strong>de</strong>ias nas oito Ñreas que constituem seu territÄrio atual, na regiåo compreendida pela Serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>re pelos vales <strong>do</strong>s rios das Mortes, Culuene, Couto <strong>de</strong> Magalhåes, Botovi e Garças, no leste matogrossense. ATI Maråiwatse<strong>de</strong>, embora homologada recentemente, nåo abrigava, atÉ <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000, nenhum Xavante.A experiência Xavante <strong>de</strong> convÖvio com outros povos indÖgenas e, principalmente com nåo-Öndios,vem sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>do</strong> sÉculo XVIII. O que mais chama a atençåo nesta sua histÄria - eque dÑ a ela sua singularida<strong>de</strong> - såo três pontos essenciais. Em primeiro lugar, trata-se <strong>de</strong> um povo força<strong>do</strong> amigraçèes constantes, sempre em busca <strong>de</strong> novos territÄrios on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>ssem refugiar-se e, neste percurso, emchoque ou alianças circunstanciais com outros povos com quem se encontraram no trajeto que os trouxe atÉsua localizaçåo atual. Em segun<strong>do</strong> lugar, trata-se <strong>de</strong> um povo que, ten<strong>do</strong> aceito e experimenta<strong>do</strong> o convÖviocotidiano com os nåo-Öndios no sÉculo XIX (quan<strong>do</strong> viveram, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> outros povos da regiåo, emal<strong>de</strong>iamentos oficiais manti<strong>do</strong>s pelo governo da provÖncia <strong>de</strong> GoiÑs e controla<strong>do</strong>s pelo ExÉrcito e pela Igreja),rejeitou o contato e optou por distanciar-se <strong>do</strong>s regionais migran<strong>do</strong> em algum momento entre 1830 e 1860,em direçåo ao atual esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong>, on<strong>de</strong> viveram sem serem intensivamente assedia<strong>do</strong>s atÉ a dÉcada<strong>de</strong> 30 <strong>de</strong>ste sÉculo. A partir <strong>de</strong>sta Época, fecha-se o cerco e aumenta o interesse <strong>de</strong> particulares e <strong>do</strong> governofe<strong>de</strong>ral sobre suas terras. Expressan<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>logia getulista <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Integraçåo Nacional em 1946, umprimeiro grupo local Xavante É alcança<strong>do</strong> pelo SPI que os ren<strong>de</strong>, ïs margens <strong>do</strong> rio das Mortes; atÉ 1957 os<strong>de</strong>mais tambÉm foram força<strong>do</strong>s a aceitar o contato, exauri<strong>do</strong>s por epi<strong>de</strong>mias, perseguiçèes e massacres. Emterceiro lugar, os Xavante ocuparam, ao longo <strong>de</strong> sua histÄria recente, um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque junto ï opiniåopáblica na dÉcada <strong>de</strong> 50 como ferozes e belicosos, ao resistirem ao contato que lhes era imposto; napassagem da dÉcada <strong>de</strong> 70 para a <strong>de</strong> 80, representa<strong>do</strong>s por lÖ<strong>de</strong>res como Celestino e Mario Juruna (o ex<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>fe<strong>de</strong>ral), cristalizaram a imagem <strong>de</strong> Öndios conhece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> seus direitos e dispostos a reivindicÑlosïs autorida<strong>de</strong>s responsÑveis pela garantia da sobrevivência <strong>do</strong>s povos indÖgenas no paÖs.


Na literatura antropolÄgica, os Xavante såo conheci<strong>do</strong>s principalmente por sua organizaçåo social <strong>de</strong>tipo dualista, ou seja, trata-se <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> em que a vida e o pensamento <strong>de</strong> seus membros eståoconstantemente permea<strong>do</strong>s por um princÖpio diÑdico, que organiza sua percepçåo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, da natureza, dasocieda<strong>de</strong> e <strong>do</strong> prÄprio cosmos como estan<strong>do</strong> permanentemente dividi<strong>do</strong>s em meta<strong>de</strong>s opostas ecomplementares. Trata-se, na verda<strong>de</strong>, da chave da elaboraçåo cultural <strong>do</strong>s Xavante, construÖda ereconstruÖda atravÉs <strong>do</strong>s tempos e das variadas experiências histÄricas, mas sempre mantida comofundamento <strong>de</strong> sua maneira original <strong>de</strong> ser, pensar e viver” .Segun<strong>do</strong> NOVAES (1992) “as primeiras notÖcias sobre os Bororo datam <strong>de</strong> 1719. Homens queintegravam a ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Antonio Pires <strong>de</strong> Campos perceberam, nas imediaçèes <strong>do</strong> rio CuiabÑ, em <strong>Mato</strong><strong>Grosso</strong>, Öndios enfeita<strong>do</strong>s com um metal amarelo. AtraÖ<strong>do</strong>s pelo ouro, que os Bororo utilizavam em seusbrincos, iniciou-se o contato, marca<strong>do</strong> por muitas lutas e profundas transformaçèes.Os Bororos per<strong>de</strong>ram gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu territÄrio tradicional. Calcula-se que ocupavam cerca <strong>de</strong>350.000 km 2 , hoje reduzi<strong>do</strong>s a cerca <strong>de</strong> 132.500 ha, distribuÖ<strong>do</strong>s em cinco Ñreas nåo contÖguas, nem todasjuridicamente <strong>de</strong>marcadas. Em termos <strong>de</strong>mogrÑficos, a reduçåo foi igualmente drÑstica. No inÖcio <strong>de</strong>stesÉculo, calcula-se o total <strong>de</strong> sua populaçåo entre cinco e <strong>de</strong>z mil indivÖduos. Hoje såo aproximadamente 800.Eles mesmos se chamam <strong>de</strong> boe, termo que significa gente, pessoa humana. Nesses quase 300 anos <strong>de</strong>contato os Bororos pu<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>monstrar que, apesar da enormes perdas sofridas, eles resistem e procuram seafirmar como um povo diferencia<strong>do</strong>.Po<strong>de</strong> parecer para<strong>do</strong>xal mas É exatamente por meio <strong>do</strong> funeral que a socieda<strong>de</strong> Borororeafirma a vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua cultura. este É um momento especial na socializaçåo <strong>do</strong>s jovens,nåo sÄ porque É nessa Época que muitos <strong>de</strong>les såo formalmente inicia<strong>do</strong>s, mas tambÉm porqueÉ por meio <strong>de</strong> sua participaçåo n os cantos, danças, caçadas e pescarias coletivas, realiza<strong>do</strong>snessa ocasiåo, que eles têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pren<strong>de</strong>r e perceber a riqueza <strong>de</strong> sua cultura.mas porque fazer <strong>de</strong> um momento <strong>de</strong> perda, como a morte <strong>de</strong> u ma pessoa, um momento d ereafirmaçåo cultural e, atÉ mesmo <strong>de</strong> recriaçåo da vida?Para os Bororo, a morte É o resulta<strong>do</strong> da açåo <strong>do</strong> bope, uma entida<strong>de</strong> sobrenatural envolvida emto<strong>do</strong>s os processos <strong>de</strong> criaçåo e transformaçåo, como o nascimento, a puberda<strong>de</strong> e a morte. Quan<strong>do</strong> umapessoa morre, sua alma, que os Bororo <strong>de</strong>nominam aroe, passa a habitar o corpo <strong>de</strong> certos animais, como aonça pintada, a onça parda ou a jaguatirica. O corpo <strong>do</strong> morto É envolto em esteiras e enterra<strong>do</strong> em cova rasa,aberta no pÑtio central da al<strong>de</strong>ia circular. Diariamente, esta cova É regada, para acelerar a <strong>de</strong>composiçåo <strong>do</strong>corpo, cujos ossos <strong>de</strong>veråo, ao final <strong>de</strong>ste processo, ser ornamenta<strong>do</strong>s. Entre a morte <strong>de</strong> um indivÖduo e aornamentaçåo <strong>de</strong> seus ossos, que seråo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>finitivamente enterra<strong>do</strong>s, passam-se <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a três meses.Um tempo longo, em que os gran<strong>de</strong>s rituais såo realiza<strong>do</strong>s. Um homem serÑ escolhi<strong>do</strong> para representar omorto e to<strong>do</strong> ornamenta<strong>do</strong>, seu corpo É inteiramente recoberto <strong>de</strong> penugens e pinturas, ten<strong>do</strong> em sua cabeçaum enorme cocar <strong>de</strong> penas e a face coberta por uma viseira <strong>de</strong> penas amarelas. No pÑtio da al<strong>de</strong>ia jÑ nåo É umhomem que dança e sim o aroemaiwu, literalmente, a alma nova que, com suas evoluçèes, se apresenta aomun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s vivos.Dentre as vÑrias tarefas que cabem ao representante <strong>do</strong> morto, a mais importante serÑ a <strong>de</strong> caçar umgran<strong>de</strong> felino, cujo couro serÑ entregue aos parentes <strong>do</strong> morto, num ritual que envolve to<strong>do</strong>s os membros daal<strong>de</strong>ia. A caçada <strong>de</strong>sse animal assegura a vingança <strong>do</strong> morto, por meio daquele que o representa, sobre obope, entida<strong>de</strong> causa<strong>do</strong>ra da morte. Esse momento marca o fim <strong>do</strong> luto e indica a vitÄria da vida sobre a


morte. Esses rituais criam e recriam a socieda<strong>de</strong> Bororo, revelan<strong>do</strong> os mistÉrios <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> que faz damorte um momento <strong>de</strong> reafirmaçåo da vida”.4.3.13 - Ativida<strong>de</strong>s ProdutivasAgricultura e P ecuáriaA sustentaçåo econÜmica <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças concentra-se nas intensas ativida<strong>de</strong>s pecuÑrias eextensas plantaçèes <strong>de</strong> soja. A regiåo agroecolÄgica on<strong>de</strong> o municÖpio estÑ inseri<strong>do</strong> É <strong>de</strong>nominada “savanas ecampos <strong>do</strong> MÉdio Araguaia” e a exploraçåo indicada É a pecuÑria e a cultura branca (FERREIRA 1997).As principais ativida<strong>de</strong>s econÜmicas agrÖcolas såo: soja, arroz, milho e banana. NapecuÑria se <strong>de</strong>staca a criaçåo <strong>de</strong> bovinos para “corte”, suÖnos, avicultura e apicultura(<strong>PM</strong>BG/CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS 2001). Existem <strong>do</strong>is abate<strong>do</strong>urosmunicipais e 02 frigorÖficos industriais com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estocagem a frio <strong>de</strong> 3.600 ton.,abaten<strong>do</strong> 1.555 cabeças/dia (SIQUEIRA 1999).O municÖpio possui 526 estabelecimentos agropecuÑrios que ocupam uma Ñrea <strong>de</strong>577.220 ha e empregam 1923 pessoas. O valor da produçåo animal e vegetal estÑ estimadaem cerca <strong>de</strong> 15 milhèes <strong>de</strong> reais (IBGE 1997)IndustriaO setor industrial estÑ localiza<strong>do</strong> em Ñrea estadual e tem como referência a Pontesobre o Rio Araguaia, ïs margens da BR 070.Segun<strong>do</strong> o cadastro <strong>de</strong> alvarÑs da Prefeitura e da<strong>do</strong>s d o MinistÉrio <strong>do</strong> trabalho,compila<strong>do</strong>s por (SIQUEIRA 1999) o setor É u ma fonte gera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> empregos, cerca <strong>de</strong> 1300pessoas, receben<strong>do</strong> em mÉdia <strong>do</strong>is salÑrios mÖnimos. As indástrias atuam nos seguintes ramos<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s:Produtos minerais nåo metÑlicosMetalurgiaMaterial <strong>de</strong> transportePapel, papelåo editoraçåo e grÑficaQuÖmica, produtos farmacêuticos, veterinÑrios e perfumariaTêxtilAlimentos e bebidasBorracha, fumo, couro e pelesMa<strong>de</strong>ira e mobiliÑrioComércio e Prestação <strong>de</strong> ServiçosO námero <strong>de</strong> empresas constituÖdas na Junta Comercial É <strong>de</strong>crescente com o passar<strong>do</strong>s anos. S IQUEIRA (1999) informa a reduçåo <strong>de</strong> 320 empresas quan<strong>do</strong> comparou o ano <strong>de</strong>1996 com 1990. No entanto, os d a<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Cadastro Central <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> 1996 <strong>do</strong> IBGE,såo diferentes. Indicam que entre 1990 e 1994 foram fundadas 523 empresas com CGC,


significan<strong>do</strong> uma mÉdia <strong>de</strong> 104.6 empresas ao ano; e entre 1995 e 1996, 297 empresas, u mamÉdia <strong>de</strong> 148.5 empresas ao ano.De acor<strong>do</strong> com os alvarÑs da Prefeitura, em fevereiro <strong>de</strong> 1997 o municÖpio possuÖa2422 empresas, sen<strong>do</strong> 52.13% (1.263) comÉrcio atacadista e 31.85% (772) <strong>de</strong> prestaçåo <strong>de</strong>serviços, caracterizadas principalmente por serviços <strong>de</strong> funilaria, mecínicos e elÉtricos emgeral, cabeleireiros/estÉtica pessoal e conta<strong>do</strong>res/<strong>de</strong>spachantes (SIQUEIRA 1999).A Prefeitura (<strong>PM</strong>BG/CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS 2001) indica 911estabelecimentos <strong>de</strong> prestaçåo <strong>de</strong> serviços no ano <strong>de</strong> 2001 (Tabela 24). O comÉrcio É varia<strong>do</strong>,com livrarias, lojas especializadas em discos/fitas/cds, vi<strong>de</strong>oloca<strong>do</strong>ras, um pequeno shoppingCenter (IBGE 1999), magazines e agências bancÑrias: Banco AmazÜnia, <strong>do</strong> Brasil, Bra<strong>de</strong>sco,Itaá, HSBC Bamerindus Caixa EconÜmica Fe<strong>de</strong>ral, Cooperativas <strong>de</strong> CrÉdito Rural -Crediaraguaia e SICRED.Tabela 24: Estabelecimentos <strong>de</strong> prestaçèes <strong>de</strong> serviços instala<strong>do</strong>s em Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.Órgãos PúblicosAtivida<strong>de</strong>n oestabelecimentos HotÉis 22 Restaurantes 536 Panifica<strong>do</strong>ras 24 CartÄrios 02 Casas FunerÑrias 03 CemitÉrios 02 Abate<strong>do</strong>uros (frigorÖficos) 05 Supermerca<strong>do</strong>s e 193mercearias LaticÖnios 02 Drogarias 34 Açougues 76 éticas 12No municÖpio <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças encontram-se as seguintes representaçèes páblicas: FEMA – FUNDAàâO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTEérgåo responsÑvel pela proteçåo da diversida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s ecossistemas d o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong><strong>Grosso</strong> e atravÉs <strong>do</strong> Sistema Estadual <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservaçåo – SEUC estÑ<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> açèes para a criaçåo e implantaçåo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçåo. EMPAER - EMPRESA MATOGROSSENSE DE PESQUISA, ASSISTäNCIA EEXTENSâO RURALInstituiçåo que aten<strong>de</strong> os interesses da socieda<strong>de</strong> matogrossense e tem os seguintesobjetivos: assessorar os Ärgåos governamentais na <strong>de</strong>finiçåo e formulaçåo das polÖticasagrÖcolas, agrÑrias e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sen volvimento <strong>de</strong> tecnologia agropecuÑria; implementaçåo d e


açèes governamentais, relativas ïs ativida<strong>de</strong>s econÜmicas ou serviços d e interessecoletivo outorga<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> pelo E sta<strong>do</strong> no ímbito da pesquisa, assistência tÉcnica,extensåo rural e fomento agropecuÑrio, levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>raçåo a preservaçåo econservaçåo <strong>do</strong> meio ambiente; <strong>de</strong>senvolver programas <strong>de</strong> pesquisas, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ageraçåo, adaptaçåo e validaçåo <strong>de</strong> tecnologias, relacionadas aos diferentes sistemas d eproduçåo agropecuÑria; <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> assistência tÉcnica, <strong>de</strong> extensåorural com ensinamentos em tecnologias <strong>de</strong> produçåo agropecuÑria e programas <strong>de</strong>comercializaçåo, manejo florestal, motomecanizaçåo, agroindustrializaçåo, produçåo <strong>de</strong>sementes, mudas e animais melhora<strong>do</strong>s, visan<strong>do</strong> o fomento agropecuÑrio. INDEA - INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUôRIA DO ESTADO DE MATOGROSSOEsse instituto tem por objetivos formais a consecuçåo das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vigilíncia e<strong>de</strong>fesa sanitÑria animal e vegetal, inspeçåo, fiscalizaçåo, padronizaçåo e a classificaçåo<strong>do</strong>s produtos e subprodutos <strong>de</strong> origem vegetal; inspeçåo e a fiscalizaçåo <strong>do</strong>s produtos esubprodutos <strong>de</strong> origem animal. PDA - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZüNIAInstituiçåo que substituiu a SUDAM e propugna pela implantaçåo <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentÑvel para a AmazÜnia legal, que contemple o crescimento econÜmico, a geraçåo <strong>de</strong> emprego e amelhoria das condiçèes <strong>de</strong> vida da populaçåo, asseguran<strong>do</strong> a conservaçåo <strong>do</strong>s recursos naturais e asustentabilida<strong>de</strong>, a longo prazo, da utilizaçåo econÜmica <strong>de</strong>sses recursos. IBAMA - Instituto Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e Recursos Naturais RenovÑveisérgåo fe<strong>de</strong>ral responsÑvel pela proteçåo d os recursos naturais <strong>do</strong> paÖs. Como adiversida<strong>de</strong> biolÄgica É responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os setores da socieda<strong>de</strong> e nåosimplesmente u ma açåo <strong>de</strong> governo, conforme explicita a Constituiçåo Fe<strong>de</strong>ral, oIBAMA atua em conjunto com a FEMA. INCRA - Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonizaçåo e Reforma AgrÑriaérgåo fe<strong>de</strong>ral responsÑvel pela reforma agrÑria no paÖs. No perÖo<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1986 atÉ 2000 oINCRA criou u m projeto <strong>de</strong> assentamento em Barra <strong>do</strong> Garças/A. Em 1996 o imÄvelSabia, com 330.000 ha, iria beneficiar 12 famÖlias (SEPLAN, 2000). No entanto o projetonåo foi implanta<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> informaçèes <strong>do</strong> INCRA (JOâO LEAO inf. pessoal –INCRA/Barra <strong>do</strong> Garças) nåo hÑ assentamentos em Barra <strong>do</strong> Garças e as terrasclassificadas como <strong>de</strong>volutas foram incorpora<strong>do</strong>s ao patrimÜnio da Uniåo e futuramenteseråo utilizadas em programas <strong>de</strong> reforma agrÑria.No PESA foram emiti<strong>do</strong>s 28 tÖtulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s localizadas na Ñrea <strong>do</strong> Parque ealgumas se esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atÉ a Ñrea <strong>do</strong> entorno (Tabela 25). A regiåo d o Vale <strong>do</strong> Araguaiafoi titulada em sua maioria, mais <strong>de</strong> 90%, pelo Departamento <strong>de</strong> Terras e Colonizaçåo d oEsta<strong>do</strong> – DCT, que foi extinto em fevereiro <strong>de</strong> 1966 e substituÖ<strong>do</strong>, em 1979, pelo Instituto<strong>de</strong> Terras <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Mato</strong> <strong>Grosso</strong> – INTERMAT. Atualmente o Ärgåo estÑ empenha<strong>do</strong>em elaborar e acompanhar processos <strong>de</strong> regularizaçåo fundiÑria, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as Ñreasaban<strong>do</strong>nadas (capoeiras) adquiridas pelo Esta<strong>do</strong>, para assentar pequenos produtores. Asaçèes fundiÑrias visam fixar o pequeno produtor rural nas Ñreas <strong>de</strong> maior potencial


produtivo e agrÖcola e em terras <strong>de</strong>gradadas jÑ recuperadas, assim como contribuir naproteçåo <strong>de</strong> Ñreas nåo exploradas e na regularizaçåo das Ñreas indÖgenas (SEPLAN 2000).OrganizaÄÅes nÇo governamentais - ONG’SPara o <strong>de</strong>senvolvimento econÜmico, social e ambiental, Barra <strong>do</strong> Garças conta com aparticipaçåo <strong>de</strong> Ärgåos nåo governamentais como:1. ARARA: Associaçåo Regional Amigos <strong>do</strong> Araguaia2. CELVA: Centro ñtnico-EcolÄgico Vale <strong>do</strong> Araguaia3. APV: Associaçåo PrÄ-Vespertina – Ecologia Humana4. IESCBAG: Instituto EcolÄgico SÄcio-Cultural <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças5. UNIRHMA: Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos Humanos <strong>do</strong> meio Ambiente6. Fundaçåo E co-Cultural Guardièes da Terra7. Guardièes da Natureza9. Re<strong>de</strong> Araguaia <strong>de</strong> Organizaçèes EcolÄgicas


Tabela 25: TÖtulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s localizadas na Ñrea <strong>do</strong> Parque e/ou na Ñrea <strong>do</strong> entorno.GLEBA: PARQUE ESTADUAL DA SERRA AZULCÓDIGO NOME DO PROPRIETÁRIO ÁREA USO ATUAL DOMÍNIO(há)000.266-6 Adalto <strong>de</strong> Freitas Filho 892,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.267-4 Antonio <strong>de</strong> Farias 5.330,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.269-0 Nilo Rezen<strong>de</strong> Rodrigues 569,80 AGRICULTOR PROPRIETôRIO000.270-4 Harri Stiegemeir 811,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.272-0 Espolio – Jose Martins Da Silva 746,00 OUTRA PROPRIETôRIO000.274-7 Joaquim Davi <strong>do</strong>s Santos 2311,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.275-5 Antonio Farias 851,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.276-3 MinistÉrio da AeronÑutica 274,00 OUTRA PROPRIETôRIO000.280-1 Jose Miranda Delmon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira 60,32 PECUARISTA PROPRIETôRIO000..282-8 Jose Alves <strong>de</strong> Carvalho 200,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.283-6 Antonio Polizeli 65,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.285-2 Deuzina Ribeiro da Silva 65,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.286-0 Maria Aparecida Oliveira Almeida 65,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.287-9 Francisco H. Costa 3225,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.293-3 Benedito Rezen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Albuquerque 9,00 OUTRA PROPRIETôRIO000.294-1 Assoc. <strong>do</strong>s Serv. Páblicos Municipal 2,00 OUTRA PROPRIETôRIO000. 296-8 ProprietÑrio nåo i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> 84,00 OUTRA PROPRIETôRIO000. 298-4 Carlos 111,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.299-2 Jose Carlos Martins <strong>do</strong> Pra<strong>do</strong> 125,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.300-0 Osmar 624,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.301-8 Jose Antonio da Silva 3,00 AGRICULTOR PROPRIETôRIO000.302-6 Apeli<strong>do</strong> Zizao 50,00 AGRICULTOR PROPRIETôRIO000.303-4 ZÉlia <strong>do</strong>s Santos Dinis 16,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.309-3 Dr. Daphinis Oliveira 100,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.310-7 Marcone George Ribeiro da Silva 184,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.311-5 ProprietÑrio nåo i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> 50,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.313-1 Jose Maria 20,00 PECUARISTA PROPRIETôRIO000.315-8 Associaçåo da Telemat 1,50 OUTRA PROPRIETôRIOFonte: RelatÄrio <strong>de</strong> Cadastramento. INTERMAT 1995Segun<strong>do</strong> d a<strong>do</strong>s d a Secretaria <strong>de</strong> Planejamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (SEPLAN 2000), existemseis sindicatos laborais, três cooperativas filiadas a OCEMAT (Tabela 26).Tabela 26: Cooperativas e associa<strong>do</strong>s filiadas a OCEMAT, existentes em Barra <strong>do</strong> Garças.CooperativaSÄciosAgropecuÑria 30CrÉdito (SICREDI) 388Educacional(COPEMA)129Saá<strong>de</strong> 55


DesenvolvimentoDa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (1996) <strong>de</strong>monstram que entre 1991 e 1996, Barra <strong>do</strong> Garças apresentou baixo grau<strong>de</strong> expansão <strong>de</strong> sua base populacional e também da taxa <strong>de</strong> urbanização, seu ritmo <strong>de</strong> crescimento anual,neste perío<strong>do</strong> foi <strong>de</strong> 0,6% ao ano, inferior à média <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Em 1996 a taxa <strong>de</strong> urbanização era <strong>de</strong> 91,01%ou seja <strong>do</strong>s 47.133 habitantes 42.900 viviam na cida<strong>de</strong>, taxa que teve um pequeno aumento, chegan<strong>do</strong> em91,85% em 2000 (Censo/2000). A atração <strong>do</strong> centro urbano sobre a população <strong>do</strong> município po<strong>de</strong> seratribuída a <strong>do</strong>is fatores: o primeiro é a substituição da agricultura por pecuária, o que gera menos empregosna zona rural; o segun<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> à boa estrutura das principais funções urbanas, como educação,saú<strong>de</strong>, fornecimento <strong>de</strong> água tratada e esgoto.TurismoAlém da sustentabilida<strong>de</strong> agroindustrial, Barra <strong>do</strong> Garças atualmente é um importante polo turísticoda região leste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Localizada aos pés da Serra Azul e da Serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r, o município é umconvite ao turismo. A crescente ativida<strong>de</strong> turística é notória, a cada ano observa-se o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong>turistas tanto regionais quanto <strong>do</strong> centro-sul e oeste, que visitam os diversos pontos turísticos da região,<strong>de</strong>ntre os quais po<strong>de</strong>m ser cita<strong>do</strong>s: formações rochosas e cavernas, praias, tribos indígenas, mirante <strong>do</strong> Cristo,cachoeiras, nascentes <strong>de</strong> água-quente, locais propícios à pratica <strong>de</strong> esporte radicais (Figura 54), mergulho,porto fluvial com restaurante flutuante (Figura 55), antigos garimpos <strong>de</strong> diamantes on<strong>de</strong> ainda se percebe asáreas <strong>de</strong> lavra (Figura 56), trilhas ecológicas, lojas <strong>de</strong> souvenirs, comunida<strong>de</strong>s esotéricas quer mantêm suasse<strong>de</strong>s em pontos significativos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com suas crenças (Figura 57), complexo turístico Salomé JoséRodrigues - Porto <strong>do</strong> Baé, que inclui um anfiteatro on<strong>de</strong> são realiza<strong>do</strong>s varia<strong>do</strong>s eventos (Figura 58)Figura 54: Paredões rochosos utiliza<strong>do</strong>s na prática <strong>de</strong> esportes radicais, Barra <strong>do</strong> Garças -<strong>MT</strong>.


Figura 55: Restaurante flutuante <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.Figura 56: Área alterada on<strong>de</strong> aconteceu a exploração <strong>de</strong> diamantes, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>


Figura 57: ôrea utilizada por uma comunida<strong>de</strong> exotÉrica, Barra <strong>do</strong> Garças – <strong>MT</strong>.Figura 58: Complexo turÖstico SalomÉ JosÉ Rodrigues -anfiteatro on<strong>de</strong> såo realiza<strong>do</strong>s varia<strong>do</strong>s eventos, Barra <strong>do</strong> Garças – <strong>MT</strong>.Porto <strong>do</strong> BaÉ, que inclui umExistem pontos turÖsticos que ainda nåo foram explora<strong>do</strong>s, tanto em Barra <strong>do</strong> Garças como nosmunicÖpios vizinhos. No entanto, o gran<strong>de</strong> atrativo såo as praias que se formam no perÖo<strong>do</strong> da seca(junho asetembro).A praia <strong>de</strong> Aragarças, que embora esteja conectada ï vizinha cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> GoiÑs, trazevi<strong>de</strong>ntes lucros para Barra <strong>do</strong> Garças, durante a temporada <strong>de</strong> Praia, no mês <strong>de</strong> julho, quan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> námero<strong>de</strong> turistas, principalmente <strong>de</strong> GoiÑs e Såo Paulo se direcionam para esta regiåo. Barra <strong>do</strong> Garças oferece


melhor estrutura em hotÉis e vida noturna, gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stes turistas freqëentam as praias no la<strong>do</strong> goiano <strong>do</strong>rio, mas se estabelecem durante este perÖo<strong>do</strong> em Barra <strong>do</strong> Garças.O turista tem opçèes <strong>de</strong> escolha na regiåo, como: praia <strong>do</strong> Ouro Fino, praia da Arara, complexo <strong>de</strong>cachoeiras <strong>do</strong> BatÉia e da Fazenda Cristal e a Serra <strong>do</strong> Ronca<strong>do</strong>r; esta áltima opçåo É um atrativo para osamantes <strong>do</strong> misticismo. Pessoas <strong>de</strong> outras regièes e <strong>de</strong> outros paÖses såo atraÖdas pelas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> seitasbaseadas nos conceitos espirituais <strong>do</strong> Oriente.Outra atraçåo importante É o Parque Estadual da Serra Azul, distante 4 km <strong>do</strong> centro e com acessoatÉ o alto da serra por via asfaltada. O local on<strong>de</strong> estÑ instalada uma gran<strong>de</strong> estÑtua <strong>do</strong> Cristo Re<strong>de</strong>ntor(Figura 59) atua como mirante, on<strong>de</strong> o turista tem uma visåo da cida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s rios Garças e Araguaia,inclusive permitin<strong>do</strong> ver o encontro <strong>do</strong>s mesmos, com suas Ñguas contrastantes (Figura 60). O discoporto,uma obra polêmica e ousada, <strong>de</strong>sperta a curiosida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s turistas (Figura 61). Outro ponto bastante visita<strong>do</strong> noParque É o cÄrrego Avoa<strong>de</strong>ira, com pelo menos 15 cachoeiras (Figuras 62) importantes e uma das quedas,conta com boa infra-estrutura ao turista e É explorada pelo clube maçÜnico <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garças.A. RossetiFigura 59: EstÑtua <strong>do</strong> Cristo Re<strong>de</strong>ntor, ponto turÖstico <strong>do</strong> Parque E stadual da Serra Azul,Barra <strong>do</strong> Garças – <strong>MT</strong>.


C.E.MeloFigura 60: Vista <strong>do</strong> Mirante <strong>do</strong> Cristo em Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>. À esquerda a praia <strong>do</strong> Rio Araguaia eabaixo, à direita o encontro <strong>do</strong>s Rios Garças e Araguaia.Figura 61: Discoporto instala<strong>do</strong> no Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>


C.E.MeloFigura 62: Cachoeiras <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, Barra <strong>do</strong> Garças-M TA “indástria <strong>do</strong> turismo” É u ma ativida<strong>de</strong> econÜmica que mais cresce no mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong>labeneficiam-se comunida<strong>de</strong> e comÉrcio S IQUEIRA (1999). Para o turismo <strong>de</strong> Barra <strong>do</strong> Garçasser um pilar <strong>de</strong> sustentaçåo econÜmica É necessÑrio o dimensionamento <strong>do</strong> potencial <strong>de</strong>utilizaçåo, um estu<strong>do</strong> sobre o impacto da exploraçåo <strong>do</strong>s recursos naturais para visitaçåo eestabelecer parcerias com municÖpios vizinhos, empresÑrios e a comunida<strong>de</strong>.Outro fator importante para “indástria <strong>do</strong> turismo” É uma anÑlise <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> turista que visita omunicÖpio. Dentre os pontos turÖsticos <strong>do</strong> municÖpio, apenas o Parque da Serra Azul tem da<strong>do</strong>s consistentes.SILVA (2001) entrevistou 101 visitantes e informa que o visitante É <strong>do</strong> municÖpio, tem entre 11 e 20 anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>, vai ao parque <strong>de</strong> carro particular ou a pÉ, leva trajes <strong>de</strong> banho, mÑquina fotogrÑfica e lanche e o maioratrativo såo as cachoeiras (Figura 63).


Figura 63: Grupo <strong>de</strong> jovens visitan<strong>do</strong> as cachoeiras <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, Barra<strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>


4.3.14 - Análise <strong>do</strong> QuestionárioAs respostas obtidas fornecem uma visåo geral <strong>do</strong>s aspectos sÄcio-econÜmico e cultural das famÖliasque resi<strong>de</strong>m no interior e no entorno <strong>do</strong> PESA.I<strong>de</strong>ntificaçåo e Ativida<strong>de</strong>sForam aplica<strong>do</strong>s 33 questionÑrios em proprieda<strong>de</strong>s com tamanho entre 2 e 5300 ha (Tabela 27).Tabela 27: Lista <strong>do</strong>s proprietÑrios <strong>de</strong> terras no entorno <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul, cadastra<strong>do</strong>s pelaFEMA, suas respectivas Ñreas em ha e coor<strong>de</strong>nadas.Proprietário Área (ha) Coord. UTMSupermerca<strong>do</strong> Såo JosÉ 0360446-8247631Paulo Felix <strong>do</strong>s Reis 12,00 0360784-8247852Joaquim David <strong>do</strong>s Santos 0361246-8252713Silvio Lehnen 2,50 0360720-8245827JosÉ Maria da Silva 19,20 0361714-8245299Azis Lamar Junior – Zizåo 2,50 0360947-8245832EurÖpe<strong>de</strong>s B. Freitas 29,00 0360382-8248002Nival<strong>do</strong> da Silva 72,60 0376610-8252201Sergio Eduar<strong>do</strong> Silveira 2904,00 0379982-8248224Leda Terezinha Diello Borges 37,00 0359833-8246023AntÜnio Oliveira Silva 108,90 0375783-8251685Daphnis Oliveira 80,00 362796-8246174Nilo Resen<strong>de</strong> Rodrigues 726,00 0379782-8255472EurÖpe<strong>de</strong>s Carvalho 2,00 0362599-8245672Lin<strong>do</strong>mar Alves Címara 70,00 0362461-8245173Maria Aparecida Oliveira Almeida 0370598-8249076Alonso Correia da Silva 0370359-8248708Adalto <strong>de</strong> Freitas Filho 0363817-8256591Rair JosÉ da Silva 74,00 0379087-8251104Leovar<strong>do</strong> Antonio <strong>de</strong> Oliveira 0367939-8249253Dimas Firmino <strong>de</strong> Souza 2,00 0362455-8245692Joåo Gabriel 0360713-8251863Raimun<strong>do</strong> Nonato Moreira 101,64 0361576-8248729JosÉ Noberto Santos 290,40 0360588-8250295MoisÉs Lira 25,00 0362942-8245457AntÜnio Farias 5300,00 0376129-8258364Natanael Moltocaro Fiuza 20,00 0362087-8245377Joaquim B. Santos 0362495-8255397JosÉ Bispo <strong>do</strong>s Santos 10,00 0359945-8245635Pedro Oliveira da Silva 48,40 0377031-8252707EurÖpe<strong>de</strong>s Ferreira Borges 29,00 0360417-8247992JosÉ Felipe R. Guimaråes 21,00 0362629-8254496Cipriano Carvalho NetoA entrevista com os chefes <strong>de</strong> famÖlia indicou que muitas das proprieda<strong>de</strong>s ditas como rurais, que selocalizam no entorno <strong>do</strong> Parque eståo na verda<strong>de</strong> totalmente integradas no contexto urbano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Barra <strong>do</strong> Garças. Se por um la<strong>do</strong> esta facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ï Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservaçåo permite a populaçåoum contato mais direto com seus problemas e importíncia, por outro, <strong>de</strong>scaracteriza a relaçåo <strong>de</strong> ocupaçåo <strong>de</strong>muitos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Parque e APA, como <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s recursos da Ñrea que habitam.


A renda familiar <strong>de</strong>stas populações se origina principalmente <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que não estão direta ouindiretamente ligadas à exploração da área que ocupam. Em 57.14% das proprieda<strong>de</strong>s os mora<strong>do</strong>res obtêmrenda por outros meios (Figura 64). Destes 15% a renda se origina <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> como funcionário público,55% <strong>de</strong> empresários, sen<strong>do</strong> a maioria comerciantes em Barra <strong>do</strong> Garças e 30% <strong>de</strong> autônomos. A proximida<strong>de</strong>com a cida<strong>de</strong>, faz com que muitas pessoas se <strong>de</strong>svinculem das ativida<strong>de</strong>s agropecuárias e passem a utilizar asproprieda<strong>de</strong>s apenas como locais <strong>de</strong> moradia, sem explorá-las para seu sustento.42.86%57.14%proprieda<strong>de</strong>foraFigura 64: Procedência da renda familiar <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que vivem no entorno ou no interior <strong>do</strong> ParqueEstadual da Serra Azul - PESA, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>.MoradaA proximida<strong>de</strong> com o centro urbano, também se constitui em fator <strong>de</strong>terminante para o tipo <strong>de</strong>construção nestas proprieda<strong>de</strong>s, cujas residências são feitas <strong>de</strong> alvenaria em 88.57% <strong>do</strong>s casos (Figura 65). Afacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao material <strong>de</strong> construção, por meio <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> transporte, crediário e mão <strong>de</strong> obraespecializada em construção civil, torna este tipo <strong>de</strong> construção muito mais acessível aos mora<strong>do</strong>res.11.43%88.57%alvenariaoutrosFigura 65: Tipo <strong>de</strong> material utiliza<strong>do</strong> nas construções para abrigo <strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>ntes noPESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>.A proximida<strong>de</strong> com centro urbano se reflete também na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> energia elétrica e no uso <strong>de</strong> gás GLP como principal fonte <strong>de</strong> energia nacozinha. Eletricida<strong>de</strong> está presente em 74.29% das proprieda<strong>de</strong>s (Figura 66), enquantoque o GLP é utiliza<strong>do</strong> em 91.43% das residências como principal fonte <strong>de</strong> energia na


cozinha (Figura 67). Em muitas proprieda<strong>de</strong>s o GLP po<strong>de</strong> ser entregue nos <strong>do</strong>micÖliospelas reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras e a energia elÉtrica É distribuÖda pelas mesmas linhas que aten<strong>de</strong>mos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> bairros vizinhos.25.71%74.29%elétricaoutrasFigura 66: Principal tipo <strong>de</strong> energia utilizada na iluminaçåo das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong>Garças - <strong>MT</strong>.100806040200gáslenhaFigura 67: Freqëência <strong>de</strong> ocorrência da principal fonte <strong>de</strong> energia utilizada na cozinha, nasproprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças – <strong>MT</strong>.E mbora em alguns casos tambÉm se utilize a lenha como combustÖvel para cozimento<strong>de</strong> alimentos, este fato É <strong>de</strong> pouca importíncia. Um fator que contribui bastante para a poucautilizaçåo <strong>de</strong> lenha n as residências É a dificulda<strong>de</strong> em se conseguir ma<strong>de</strong>ira naquela Ñrea,principalmente nas pequenas proprieda<strong>de</strong>s mais integradas ï Ñrea urbana, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>vastaçåoda vegetaçåo nativa É total.Algumas proprieda<strong>de</strong>s ainda mantêm o consumo <strong>de</strong> lenha como u ma forma alternativa<strong>de</strong> energia, para casos em que o GLP falte ou mesmo apenas para a manutençåo <strong>de</strong>caracterÖsticas culturais, <strong>do</strong> tipo “comida em fogåo ï lenha É melhor”.A ánica forma <strong>de</strong> recurso natural, alÉm <strong>do</strong> solo, que É explorada por todas as proprieda<strong>de</strong>s É a Ñgua,que em to<strong>do</strong>s os casos É captada na prÄpria proprieda<strong>de</strong> ou nas imediaçèes <strong>de</strong>stas, sem tratamento.Nas regièes da APA e Parque, on<strong>de</strong> as caracterÖsticas <strong>do</strong> solo e vegetaçåo ainda eståo relativamentepreservadas, a utilizaçåo <strong>de</strong>sta Ñgua po<strong>de</strong> nåo <strong>de</strong>mandar nenhuma suspeita sobre sua qualida<strong>de</strong>, no entanto,nas proximida<strong>de</strong>s das Ñreas urbanas, o nÖvel <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradaçåo ambiental, seja por transformaçåo da vegetaçåonativa em pastagem ou por construçèes <strong>de</strong> fossas sÉpticas, tida como o ánico tipo <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto


<strong>do</strong>méstico nestas áreas, po<strong>de</strong> estar colocan<strong>do</strong> em risco <strong>de</strong> contaminação os mananciais <strong>de</strong>sta área, sejam elessuperficiais ou subterrâneos. Em 57,15% das proprieda<strong>de</strong>s a água utilizada nas residências se originaprincipalmente <strong>de</strong> minas <strong>de</strong>ntro das proprieda<strong>de</strong>s ou nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stas e em 5,71% das proprieda<strong>de</strong>s aágua provém <strong>de</strong> poço comum ou cisterna (Figura 68). Estes <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> captação estão altamente suscetíveisà contaminação, principalmente em função <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> animais <strong>do</strong>mésticos que circulam pela áreaou pela contaminação por fossas, presentes em quase todas a proprieda<strong>de</strong>s. Poços mais profun<strong>do</strong>s, como ossemi-artesianos, presentes em 8,57% das proprieda<strong>de</strong>s, estão menos suscetíveis à contaminação, no entantonão totalmente livres, principalmente em função <strong>do</strong> solo altamente arenoso, que compõe a maioria dasproprieda<strong>de</strong>s nas proximida<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong>. O que permite alto grau <strong>de</strong> lixiviação <strong>de</strong> substâncias contaminantesque sejam <strong>de</strong>positadas sobre o solo, como resíduos animais ou produtos químicos utiliza<strong>do</strong>s nasproprieda<strong>de</strong>s.5.71% 8.57%28.57%57.15%mina córrego poço poço artesianoFigura 68: Origem da água que abastece as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças -<strong>MT</strong>.Em 28.57% das proprieda<strong>de</strong>s a água vem <strong>de</strong> córregos. Neste caso, o controle da qualida<strong>de</strong> se tornaquase impossível, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> usuários e a falta <strong>de</strong> controle no escoamento superficial naárea. Durante os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> chuva, boa parte da precipitação retorna aos córregos carrean<strong>do</strong> para estesgran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos animais, além <strong>de</strong> outras substâncias presentes sobre o solo das proprieda<strong>de</strong>s.Este material po<strong>de</strong> se tornar importante fonte <strong>de</strong> poluição para a água <strong>de</strong>stes cursos. Portanto a utilização<strong>de</strong>stes córregos como fonte <strong>de</strong> abastecimento humano <strong>de</strong>ve merecer cuida<strong>do</strong> especial.Em pequenas proprieda<strong>de</strong>s o lixo produzi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser um <strong>do</strong>s principais problemas <strong>de</strong> poluiçãoambiental. O acúmulo <strong>de</strong>ste material no solo po<strong>de</strong> contaminar poços e córregos além <strong>de</strong> atrair animais que <strong>de</strong>alguma forma po<strong>de</strong>m ser nocivos ao homem.Nas proprieda<strong>de</strong>s associadas ao Parque, 51.43% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res têm o hábito <strong>de</strong> queimar parte <strong>do</strong>lixo <strong>do</strong>méstico (Figura 69), o que embora reduza o volume <strong>de</strong> lixo no local, não evita totalmente a poluição,já que restos <strong>de</strong> plásticos, alumínio e vidros não se <strong>de</strong>compõem por este processo e permanecem naproprieda<strong>de</strong>.


100806040200queimareciclaenterralixãoaproveitaquintalFigura 69: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>do</strong> <strong>de</strong>stino <strong>do</strong> lixo nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças -<strong>MT</strong>.A proximida<strong>de</strong> com um centro urbano, neste caso po<strong>de</strong> favorecer algumas proprieda<strong>de</strong>s, que contamaté mesmo com coleta <strong>de</strong> lixo, sen<strong>do</strong> que 28.57% das proprieda<strong>de</strong>s entregam o lixo para a coleta daprefeitura, que o <strong>de</strong>posita no lixão urbano. Não se consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito no aterro municipal, estaé a melhor <strong>de</strong>stinação <strong>do</strong> lixo que não po<strong>de</strong> ser reutiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da proprieda<strong>de</strong>, principalmente quan<strong>do</strong> setrata <strong>de</strong> lixo inorgânico.Uma característica importante verificada nas proprieda<strong>de</strong>s é que em 91.43% <strong>de</strong>stas pelo menos parte<strong>do</strong> lixo orgânico é aproveita<strong>do</strong>, principalmente para alimentação <strong>de</strong> animais. Fator que contribui<strong>de</strong>cisivamente para a diminuição da poluição local. No caso <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> suínos, em muitasproprieda<strong>de</strong>s este lixo é converti<strong>do</strong> em recursos financeiros para os proprietários.Um <strong>do</strong>s fatores mais importantes para a manutenção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s rurais é o conforto que estaspo<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sfrutar em suas proprieda<strong>de</strong>s. A proximida<strong>de</strong> com um centro urbano permite, em muitos casos, queos proprietários tenham acesso a recursos que geralmente estão disponíveis apenas para mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> centrosurbanos. Nas proprieda<strong>de</strong>s associadas ao Parque, os eletro<strong>do</strong>mésticos são comuns. 71.43% das proprieda<strong>de</strong>scontam com televisores, sen<strong>do</strong> que em 42.86% os proprietários dispõem <strong>de</strong> antenas parabólicas (Figura 70).Gela<strong>de</strong>ira e fogão à gás representam o segun<strong>do</strong> item mais cita<strong>do</strong>s entre os eletro<strong>do</strong>mésticos, e ocorrem em68.57% das proprieda<strong>de</strong>s. O rádio está presente em 60% das proprieda<strong>de</strong>s e 28.57% das proprieda<strong>de</strong>sdispõem <strong>de</strong> freezer. Este nível <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> eletro<strong>do</strong>mésticos está logicamente influencia<strong>do</strong> pelo eleva<strong>do</strong>percentual <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s que contam com energia elétrica. Isto permite entre outras coisas, que se tenhauma relativa economia com gastos em alimentação, já que gela<strong>de</strong>iras e congela<strong>do</strong>res permitem que osproprietários armazenem maiores volumes <strong>de</strong> alimento, produzi<strong>do</strong>s na proprieda<strong>de</strong> para consumo da família.


806040200gel.TVrád.parb.fog.vent.liq.free.somcond.ferroFigura 70: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> eletro<strong>do</strong>mésticos nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA,Barra <strong>do</strong> Garças-M T. gel=gela<strong>de</strong>ira; rád=rádio; parb=antena parabólica; fog=fogão;vent=ventila<strong>do</strong>r; liq=liquidifica<strong>do</strong>r; free=freezer; som=aparelho <strong>de</strong> som; cond=aparelho <strong>de</strong> arcondiciona<strong>do</strong>; ferro=ferro <strong>de</strong> passar elétrico.AlimentaçãoEm várias unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação, a caça é importante para a subsistência da população humana.No Parque Estadual da Serra Azul 97.14% <strong>do</strong>s proprietários afirmaram que a proibição da caça não afeta aalimentação da família (Figura 71). Dois fatores estão associa<strong>do</strong>s diretamente a este comportamento. Oprimeiro é a ausência <strong>do</strong> hábito <strong>de</strong> caça pela maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, que estão totalmente integra<strong>do</strong>s àsativida<strong>de</strong>s voltadas para as comunida<strong>de</strong>s urbanas, seja como trabalha<strong>do</strong>res na cida<strong>de</strong> ou como produtores que<strong>de</strong>stinam sua produção à cida<strong>de</strong>. O trabalho diário e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> alimento na cida<strong>de</strong>,mesmo como complemento para a dieta da família, torna a caça pouco usual ou mesmo extinta nestascomunida<strong>de</strong>s. O segun<strong>do</strong> fator é a própria diminuição <strong>do</strong>s animais <strong>de</strong> caça na área da APA, que atualmente jáestá muito <strong>de</strong>gradada.prejudica3%não97%Figura 71: Freqüência relativa das famílias que acham que a proibição da caça prejudica sua alimentação.Extração <strong>do</strong>s Recursos BiológicosEmbora 94.29% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s tenham afirma<strong>do</strong> que não utilizam nenhum animal silvestre naalimentação, 2.86% afirmaram que consomem vea<strong>do</strong> e queixada e 5,71% que utilizam carne <strong>de</strong> antacomo alimento (Figura 72). Estes <strong>de</strong>poimentos ocorreram em proprieda<strong>de</strong>s mais distantes da cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong>


ainda restam fragmentos <strong>de</strong> vegetação nativa em locais <strong>de</strong> difícil acesso, e que atualmente po<strong>de</strong>m servircomo importantes refúgios <strong>de</strong> animais para o Parque e APA.antaqueixadavea<strong>do</strong>nenhum0 20 40 60 80 100Figura 72: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> animais silvestres utiliza<strong>do</strong>s na alimentação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.Nas condições atuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>vastação da APA, mesmo em pequena intensida<strong>de</strong> estes animais caça<strong>do</strong>spo<strong>de</strong>m representar importantes perdas genéticas para as populações <strong>de</strong>stas espécies resi<strong>de</strong>ntes no Parque, jáque o mesmo atualmente está praticamente isola<strong>do</strong>, sem corre<strong>do</strong>res que o liguem a fragmentos vegetacionaismaiores. O isolamento se dá em função <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> entorno que se <strong>de</strong>dicam acriação <strong>de</strong> bovinos e que implantaram extensas áreas <strong>de</strong> pastagens exóticas.Vários animais silvestres foram cita<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s freqüentemente no Parque e APA(Figura 73). Os mais cita<strong>do</strong>s foram animais que estão amplamente distribuí<strong>do</strong>s no cerra<strong>do</strong>, como o tatu,cita<strong>do</strong> em 40% das entrevistas, o cateto em 28.57%, vea<strong>do</strong>, macaco e anta em 20%. A seriema e ema foramcitadas em 23.6% e outras aves foram citadas em 90%. Embora estejam amplamente distribuí<strong>do</strong>s, ospasseriformes não foram cita<strong>do</strong>s na maioria das proprieda<strong>de</strong>s. Este fato <strong>de</strong>monstra que este grupo <strong>de</strong> animaistem menor importância para os mora<strong>do</strong>res das imediações <strong>do</strong> Parque, que <strong>de</strong> forma geral, classificam comoanimais silvestres apenas mamíferos. Interessante que mesmo neste contexto, a seriema e a ema, espéciesban<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>, foram consi<strong>de</strong>radas separadamente, o que <strong>de</strong>monstra sua importância para os mora<strong>do</strong>resda área. Provavelmente pelo maior porte (ema) e canto característico que po<strong>de</strong> ser ouvi<strong>do</strong> a longas distâncias(seriema). Além <strong>do</strong> mais, o hábito <strong>de</strong> se alimentar <strong>de</strong> pequenos répteis, inclusive <strong>de</strong> serpentes, confere a essasaves um status <strong>de</strong> espécies importantes e que <strong>de</strong>vem ser preservadas pela população rural.


Figura 73: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> animais avista<strong>do</strong>s nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA,Barra <strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.9075604530150catetoemaqueixadatatumacacosucuriraposatamanduálobocobrajaguatiricateiúUma das questões abordadas no questionário foi quais animais eram mais freqüentes antes dacriação <strong>do</strong> Parque. 22.86% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s disseram que são os mesmos da atualida<strong>de</strong>, enquanto que 20%afirmaram que vea<strong>do</strong>s eram mais freqüentes antes e 11.43% citaram os macacos (Figura 74).Em relação aos animais silvestres que prejudicam a agricultura 20% indicaram o tatu como sen<strong>do</strong> omais prejudicial, já que este animal tem o hábito <strong>de</strong> se alimentar <strong>de</strong> raízes, prejudican<strong>do</strong> culturas <strong>de</strong>mandioca, citada como a mais importante entre as espécies cultivadas como fonte <strong>de</strong> subsistência pelosmora<strong>do</strong>res. 22.86% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s disseram que nenhum tipo <strong>de</strong> animal provoca dano à agricultura, entreestes mora<strong>do</strong>res estão principalmente aqueles que não exercem a agricultura ou que se <strong>de</strong>dicam àagropecuária.


3020100capivaracatetoemavea<strong>do</strong>os mesmosmacacopacaantaararaonçaloboraposaFigura 74: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> animais comuns antes da criação <strong>do</strong> Parque Estadual da Serra Azul,Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>. O item os mesmos referem-se aos que ainda são vistos na atualida<strong>de</strong>.Saú<strong>de</strong>Embora a caça não seja importante na vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, a utilização <strong>de</strong> plantas medicinais éamplamente aceita pela população e 77% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s afirmaram que as utilizam para a manutenção dasaú<strong>de</strong> da família. A utilização <strong>de</strong> recursos naturais tanto na alimentação como para a saú<strong>de</strong> é um importanteindica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> relação <strong>do</strong> homem com o ambiente. O fato <strong>de</strong> plantas serem utilizadas com finalida<strong>de</strong>smedicinais por gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res na área <strong>do</strong> Parque e APA, <strong>de</strong>monstra que ainda resta nestacomunida<strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> utilização e conhecimento ambiental importante <strong>de</strong> ser explora<strong>do</strong> para amanutenção da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação.AgropecuáriaO tipo <strong>de</strong> ocupação das áreas agricultáveis representa um <strong>do</strong>s mais importantes indica<strong>do</strong>res dasrelações homem/ambiente em comunida<strong>de</strong>s rurais. Nas imediações <strong>do</strong> Parque, uma das principaiscaracterísticas no processo <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> solo é a gran<strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s. Entre osentrevista<strong>do</strong>s, as áreas cultivadas representaram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero até mais <strong>de</strong> 1000 ha. Exceto pastagem, presentena gran<strong>de</strong> maioria das proprieda<strong>de</strong>s, as alternativas <strong>de</strong> agricultura foram poucas e a maioria <strong>de</strong> espéciesadaptadas às condições <strong>de</strong> baixa fertilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo.Mandioca esteve presente em 45.71% das proprieda<strong>de</strong>s; cana-<strong>de</strong>-açúcar em 42,86%; frutas em geralem 34,29% e hortaliças em 28,57%. Milho é planta<strong>do</strong> em 11.43% das proprieda<strong>de</strong>s (Figura 75).


604530150mandiocacanaarrozmilhofeijãofrutasbatatapequigueirobahortaliçasFigura 75: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência das principais culturas agrícolas nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra<strong>do</strong> Garças, <strong>MT</strong>.A venda <strong>de</strong> produtos agrícolas produzi<strong>do</strong>s nas proprieda<strong>de</strong>s é bastante incipiente (Figura 76).Mandioca e abacaxi são produzidas para venda em 5.71% das proprieda<strong>de</strong>s, enquanto que milho, hortaliças emaracujá foram cita<strong>do</strong>s como produtos <strong>de</strong> venda em 2.86% das proprieda<strong>de</strong>s. Alguns produtostransforma<strong>do</strong>s também foram cita<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> vendi<strong>do</strong>s na cida<strong>de</strong>, entre estes <strong>de</strong>stacam-se rapadura efarinha <strong>de</strong> mandioca, mesmo assim em pequena escala.6420milhomandiocahortaliçasrapadurafarinhamaracujáabacaxiFigura 76: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> produtos agrícolas cultiva<strong>do</strong>s por mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.Entre as famílias cujos rendimentos se originam na proprieda<strong>de</strong>, a criação <strong>de</strong> bovinos é a principalfonte <strong>de</strong> renda (Figura 77). Estes estão presentes em 85.71% <strong>do</strong>s locais visita<strong>do</strong>s. Aves ocorreram em25.71%, eqüinos em 17,14% e suínos em 14,29%. Destes, eqüinos se <strong>de</strong>stinam quase que exclusivamente aoserviço, tanto para lidar com o ga<strong>do</strong> bovino como animal <strong>de</strong> carga e transporte <strong>de</strong> pessoas.


100806040200bovinossuínosovinosavesequinospeixesFigura 77: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>do</strong>s principais animais cria<strong>do</strong>s nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra<strong>do</strong> Garças/<strong>MT</strong>.A venda <strong>de</strong> animais é praticada em 62.86% das proprieda<strong>de</strong>s e a sua criação para consumo próprioocorreu em 37.14% <strong>do</strong>s locais visita<strong>do</strong>s (Figura 78).consumo37%venda63%Figura 78: Freqüência relativa <strong>do</strong> <strong>de</strong>stino da produção pecuária nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong>Garças - <strong>MT</strong>.A gran<strong>de</strong> importância <strong>de</strong> bovinos na economia <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sta área po<strong>de</strong> ser claramente<strong>de</strong>monstrada no gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> currais para lidar com estes, presentes nas proprieda<strong>de</strong>s (Figura 79). Entreas construções para criação <strong>de</strong> animais, os currais para manejo <strong>de</strong> bovinos estão presentes em 71.43% dasproprieda<strong>de</strong>s. Instalações para criação <strong>de</strong> aves ocorrem em 51.43% e para a criação <strong>de</strong> suínos em 34.29%.


806040200gal. chiq. curr. <strong>de</strong>p. func. outrosFigura 79: Principais construções <strong>de</strong> apoio nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>. gal=galinheiro; chiq=chiqueiro; curr=curral; <strong>de</strong>p=<strong>de</strong>pósito; func=casa <strong>de</strong> funcionários;outros.O grau <strong>de</strong> alteração da paisagem nativa, principalmente na APA, po<strong>de</strong> ser avalia<strong>do</strong>pelo número <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s que apresentam pastagens cultivadas para manutenção <strong>do</strong> ga<strong>do</strong>bovino. Pastagens exóticas estão presentes em 86.11% das proprieda<strong>de</strong>s (Figura 80) e emapenas 14.29% <strong>de</strong>stas o pasto nativo é utiliza<strong>do</strong>. Assim mesmo geralmente nas mesmasproprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> já ocorre a pastagem introduzida. As áreas <strong>de</strong> pastagem nativa estãoprincipalmente em locais <strong>de</strong> difícil acesso para máquinas, como áreas <strong>de</strong> morrarias ou brejos,além <strong>de</strong> u mas poucas proprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> os <strong>do</strong>nos não dispõem <strong>de</strong> recursos financeiros para o<strong>de</strong>smatamento.nativo14%Figura 80: Freqüência relativa <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> pastagem encontra<strong>do</strong> nas proprieda<strong>de</strong>s d oPESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças-<strong>MT</strong>.planta<strong>do</strong>86%A exploração <strong>do</strong> solo, atinge nível <strong>de</strong> tecnificação relativamente alto nestas proprieda<strong>de</strong>s,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a maior parte mantém pequenas áreas <strong>de</strong> cultivo. 25,71% <strong>do</strong>s proprietários possuemtratores para o serviço (Figura 81). No entanto, o trabalho <strong>de</strong> tratores está presente em quase todas asproprieda<strong>de</strong>s, já que a implantação <strong>de</strong> pastagem exótica obriga o <strong>de</strong>smatamento e revolvimento da terra,realiza<strong>do</strong> com auxílio <strong>de</strong>stas máquinas. No entanto, a enxada ainda é utilizada como instrumentoagropecuário principal ou complementar em 77.14% das proprieda<strong>de</strong>s.


O baixo grau <strong>de</strong> utilização da terra para agricultura familiar e a preferência por manutenção <strong>de</strong>bovinos, mesmo em proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> porte muito reduzi<strong>do</strong>, é claramente uma estratégia que evita o emprego<strong>de</strong> maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra nas proprieda<strong>de</strong>s. A agricultura geralmente exige maior número <strong>de</strong>pessoas se <strong>de</strong>dican<strong>do</strong> a este tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, enquanto que a pecuária é menos exigente neste aspecto. Isto sereflete no número médio <strong>de</strong> pessoas da família que se <strong>de</strong>dicam aos trabalhos na terra, que é <strong>de</strong> 1.8 porproprieda<strong>de</strong>, para famílias resi<strong>de</strong>ntes com tamanhos médios <strong>de</strong> 4.8 pessoas.3020100tratorgra<strong>de</strong>roça<strong>de</strong>iracarroçaara<strong>do</strong> anim altritura<strong>do</strong>rm otosserraFigura 81: Freqüência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> implementos agrícolas nas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>PESA/APA, Barra <strong>do</strong> Garças - M T.Relação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res com o ParqueDe forma geral os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Parque e imediações, tem plena consciência <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> umaUnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação (Figura 82). Quan<strong>do</strong> pergunta<strong>do</strong>s sobre o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> um parque, 80% <strong>do</strong>sproprietários respon<strong>de</strong>ram que se trata <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> preservação. O que <strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> estes mora<strong>do</strong>resestão em contato com as informações divulgadas constantemente sobre esta área.


Figura 82: Freqüência relativa <strong>do</strong> entendimento <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s sobre a função <strong>do</strong> PESA, Barra <strong>do</strong> Garças -<strong>MT</strong>.Com relação à permanência na área, 71.43% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res gostariam <strong>de</strong> manter a proprieda<strong>de</strong>,enquanto que 22.86 gostariam <strong>de</strong> vendê-la. (Figura 83). Entre os que gostariam <strong>de</strong> permanecer naproprieda<strong>de</strong>, 31.43% citaram como principal motivo para a permanência o contato com a natureza e 14.29%o fato <strong>de</strong> ter sossego. Estas respostas <strong>de</strong>monstram novamente uma característica importante <strong>de</strong>sta área, o fato<strong>de</strong> muitas proprieda<strong>de</strong>s serem utilizadas principalmente como local <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso e lazer, ou mesmo moradiapermanente, mas sem caráter <strong>de</strong> exploração da terra com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> principal fonte mantene<strong>do</strong>ra dafamília.9075604530150área <strong>de</strong>pres.não sabe diversão nadaOutro fato importante é que entre os mora<strong>do</strong>res que pretendiam ven<strong>de</strong>r suas proprieda<strong>de</strong>s e se retirar<strong>do</strong> local, 11.43% citam a interferência <strong>do</strong> IBAMA e FEMA como principal motivo. Em muitos casos,inclusive citan<strong>do</strong> que a fiscalização em relação às queimadas inviabiliza seus projetos na terra.Figura 83: Freqüência relativa da opção <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, em relação a sua permanência na proprieda<strong>de</strong>.2 2.86%5.71%71.43%ficar sair sem p referên ciaUm <strong>do</strong>s pontos analisa<strong>do</strong>s foi à impressão que estes mora<strong>do</strong>res tem em relação à administração <strong>do</strong>Parque. Neste aspecto percebe-se claramente que existe um alto grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação (Figura 84). 31.43%<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ram a administração ruim, 28.57% péssima, 17.14% boa e 8.57% citaram-na comoomissa ou regular. Fica bem claro neste caso que existe uma expectativa irreal da atuação da administração<strong>do</strong> Parque sobre a vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.Muitos mora<strong>do</strong>res da APA esperam melhorar <strong>de</strong> situação, principalmente financeira, oriunda <strong>de</strong>programas governamentais implementa<strong>do</strong>s por esta administração. Muitos citaram achar a administraçãofalha, por esta não conseguir evitar que o Parque queime ou não melhorar a condição <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res


da área. Percebe-se claramente que muitos mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sconhecem totalmente a função da administração <strong>de</strong>um Parque, outros bem mais esclareci<strong>do</strong>s, parecem atribuir ao governo uma culpa que sabem que não existe,na tentativa clara <strong>de</strong> <strong>de</strong>negrir a imagem da administração junto a esta Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.403020100boaruimpéssimaomissaregularnãosabeótimaFigura 84: Freqüência relativa da opinião <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s sobre a atuação da administração<strong>do</strong> PESA, Barra <strong>do</strong> Garças - <strong>MT</strong>.


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