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Set-Out - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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310Ferrara DC, Calucci D, Oréfice JL, Costa RAINTRODUÇÃOAinvestigação fenotípica das doençasheredodistróficas e <strong>de</strong>generativas da retina eepitélio pigmentado (EPR) tem sido, há muito,baseada em métodos <strong>de</strong> imagem como a oftalmoscopiae retinografia bem como estudos angiográficos eeletrorretinográficos. 1 Na última década, porém, novasmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imagem como a autofluorescência <strong>de</strong>fundo (fundus autofluorescence, FAF), a documentaçãocom luz “infravermelha” (near-infrared reflectance, nIR)e a tomografia <strong>de</strong> coerência óptica (optical coherencetomography, OCT), vêm se incorporando ao arsenalinvestigativo auxiliar utilizado na caracterizaçãomorfológica e funcional da retina e EPR.Os sistemas <strong>de</strong> documentação fotográfica/angiográfica em retina divi<strong>de</strong>m-se basicamente emcâmera <strong>de</strong> fundo convencional (“retinógrafo”) e ooftalmoscópio <strong>de</strong> varredura a laser confocal (confocalScanning Laser Ophthalmoscope, cSLO). Enquanto naprimeira flashes <strong>de</strong> luz branca com filtros específicossão utilizados na excitação dos tecidos/contrastesendovenosos (fluoresceína ou indocianina ver<strong>de</strong>), lasersno comprimento <strong>de</strong> onda exato são empregados nocSLO na excitação dos pigmentos, sejam estesendógenos ou exógenos. Mais recentemente, avançostecnológicos nesta área culminaram na geração <strong>de</strong> sistemascom capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquisição simultânea <strong>de</strong> imagensem diferentes modos. Alguns aparelhos <strong>de</strong> cSLO,por exemplo, possibilitam a aquisição <strong>de</strong> imagenstomográficas <strong>de</strong> alta-resolução em alta-velocida<strong>de</strong>guiadas em tempo real pelos diferentes modos <strong>de</strong> imagemdisponíveis (nIR, FAF, angiografia comfluoresceína ou indocianina ver<strong>de</strong>) (Figura 1). 1 A correlaçãoreal e pontual <strong>de</strong> achados da morfologiaretiniana e do EPR com dados <strong>de</strong> estudos angiográficose/ou FAF e nIR vem propiciando inferências valiosassobre a fisiologia ocular in vivo. 1-5 A seguir, discutiremosbrevemente alguns aspectos dos diferentes modosque caracterizam esta nova modalida<strong>de</strong> diagnóstica,chamada <strong>de</strong> “avaliação ocular multimodal”(multimodal fundus imaging) (Figura 2). 1-3Tomografia <strong>de</strong> Coerência Óptica <strong>de</strong> Alta-Resoluçãoe Alta-Velocida<strong>de</strong> (High-Resolution High-SpeedOptical Coherence Tomography)Duas mudanças essenciais marcam a nova geração<strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> OCT disponibilizada recentemente:1) o emprego <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> luz (SLDs) <strong>de</strong> banda espectralmais larga, e 2) a adoção da tecnologia “Fourier-domain/espectral” para processamento dos sinais.A largura da banda espectral da fonte <strong>de</strong> luz(SLDs) do OCT está diretamente relacionada à resolução(axial) do aparelho; simplisticamente, quanto maiora largura da banda, maior a resolução axial. A largurada banda espectral da fonte <strong>de</strong> luz dos novos aparelhosaumentou consi<strong>de</strong>ravelmente em relação à terceira geração(Stratus OCT), com conseqüente aumento em suacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolução axial para 5~6µm (na retina).Já a resolução transversal (lateral), que sofre influência<strong>de</strong> fatores adicionais como, por exemplo, a qualida<strong>de</strong> daparte óptica do aparelho, ficou entre 14~20µm nesta novageração. Com estas características, esta geração <strong>de</strong>tomógrafos foi classificada como high-resolution (altaresolução).Para a geração <strong>de</strong> imagens bidimensionais (B-scanou tomograma) da retina (principalmente região maculare peridiscal), os aparelhos <strong>de</strong> OCT realizam análise individual<strong>de</strong> vários A-scans que compõe um <strong>de</strong>terminadotomograma. Consequentemente, a “<strong>de</strong>finição” (não “resolução”)<strong>de</strong> um tomograma (B-scan) é influenciada diretamentepelo número <strong>de</strong> A-scans que compõe esta imagem,bem como a capacida<strong>de</strong> do software em i<strong>de</strong>ntificar(e eliminar) “ruídos” e artefatos (Figura 3). Os aparelhosantigos utilizavam um princípio básico <strong>de</strong> funcionamentochamado time-domain que, por razões técnicas (movimentaçãodo espelho <strong>de</strong> referência), limitava a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> geração <strong>de</strong> A-scans em 400 A-scans por segundo.Assim, 1.28 segundo era necessário para a captura <strong>de</strong> umtomograma <strong>de</strong> alta-<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (512 A-scans) no aparelho<strong>de</strong> terceira geração. Os novos tomógrafos adotam o princípioFourier-domain para o processamento dos sinais, saindo<strong>de</strong> cena o “espelho <strong>de</strong> referência” e entrando o“espectrômetro” (razão da terminologia “spectral OCT”).Essa substituição trouxe mudanças profundas na capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> geração <strong>de</strong> A-scans pelos novos tomógrafos, elevandoas taxas para até 40.000 A-scans por segundo (aumento<strong>de</strong> 100 vezes) e possibilitando a aquisição <strong>de</strong> dadossuficientes para reconstruções tridimensionais do tecidoestudado (Figura 4).Todos os novos aparelhos disponíveis no presentemomento utilizam tanto fontes <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> banda espectralmais larga (maior resolução) bem como o princípioFourier-domain <strong>de</strong> processamento dos sinais (maior capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> geração <strong>de</strong> A-scans); são, portanto, aparelhoscom capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imagem em “alta-resolução” e“alta-velocida<strong>de</strong>”. 6,7 Na prática, essa nova tecnologiapermite melhor individualização das camadas retinianase caracterização da interface vitreorretiniana (Figura5), capaz <strong>de</strong> revelar peculiarida<strong>de</strong>s morfológicas não<strong>de</strong>tectáveis pela semiologia clínica rotineira. 6-10Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 309-17

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