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Set-Out - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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272Garcia AP, Tarcha FAG, Vitiello Neto V, Martinelle EV, Reh<strong>de</strong>r JRCLINTRODUÇÃOAcórnea contém uma das maiores concentrações <strong>de</strong> terminações nervosas nuas do corpohumano e, portanto, é um dos tecidos <strong>de</strong> maiorsensibilida<strong>de</strong> dolorosa do corpo humano. Sua inervaçãosensorial é vital para manter o epitélio íntegro, estimulara produção da glândula lacrimal e ajudar no reflexodo piscar. A perda ou redução da sensibilida<strong>de</strong> normalda córnea po<strong>de</strong> comprometer o reflexo do piscar, atrasara cicatrização epitelial, reduzir o reflexo lacrimal,favorecer o aparecimento <strong>de</strong> ceratite neurotrófica,necrose corneana estéril e ceratite infecciosa (1-3) .A inervação sensorial da córnea é feita pela divisãooftálmica do nervo trigêmeo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se ramificamos nervos ciliares longos e curtos que após penetraremno globo ocular, dirigem-se anteriormente, pelo espaçoentre esclera e corói<strong>de</strong> e na altura do corpo ciliar, dandoorigem a cerca <strong>de</strong> 60 a 80 nervos que penetram radialmentena córnea nas posições das 3 e 9 horas ao níveldos dois terços anteriores do estroma (1-5) . Como está representadona figura 1.Os receptores <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> corneana são terminaçõesnervosas nuas, e estão situados na camada basaldo epitélio e no estroma corneano. As fibras nervosas dacamada basal interligam-se e às vezes se fun<strong>de</strong>m pordistâncias pequenas, formando o plexo da camada basaldo epitélio.Do plexo basal, as fibras atravessam a membrana<strong>de</strong> Bowman e vão fazer anastomose com as fibras nervosasque terminam no estroma superficial (1,3,4) .A sensibilida<strong>de</strong> corneana diminui com o aumentoda ida<strong>de</strong>, e não é afetada pela cor da íris (1) .No procedimento do PRK a camada epitelialcorneana é removida mecanicamente, junto com suamembrana basal, seguindo-se <strong>de</strong> fotodisrupção peloexcimer laser da membrana <strong>de</strong> Bowman e porção anteriordo estroma corneano, resultando em prejuízo dasterminações nervosas no plexo dos nervos sub-epiteliaise do estroma anterior (6,7) . Na Lasik, cria-se um discosuperficial pediculado (Flap) <strong>de</strong> aproximadamente 160µm com epitélio, membrana <strong>de</strong> Bowman e estroma superficial.Somente será poupado da secção o plexo nervosoanterior que estiver no pedículo do disco. Portanto,na confecção do disco os nervos estromais superficiaissão seccionados na margem nasal e temporal se o discofor <strong>de</strong> base superior, temporal se a base for nasal e osnervos do leito estromal abaixo do disco são subseqüenteexpostos à fotoablação. Esses dois fatores, confecçãodo disco e ablação pelo laser contribuem com danos àFigura 1. Representação da Inervação Corneanainervação corneana. Kanellopoulos et al. (6) mediram asensibilida<strong>de</strong> corneana em 19 pacientes com uma média<strong>de</strong> correção <strong>de</strong> 11,7 D no LASIK e 21 pacientes comuma média <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> 7,5 D no PRK. A sensibilida<strong>de</strong>corneana foi medida <strong>de</strong> 6 a 12 meses após a cirurgia.A média da sensibilida<strong>de</strong> corneana após o LASIK foi <strong>de</strong>53,6 mm significativamente maior que aqueles tratadoscom PRK que foi <strong>de</strong> 39,2 mm. Em outros estudos (8-13) asensibilida<strong>de</strong> corneana até os 6 meses permaneceu menornos pacientes submetidos ao LASIK comparados aoPRK.O presente estudo preten<strong>de</strong> avaliar o comprometimentoda sensibilida<strong>de</strong> corneana após cirurgiasfotorrefrativas e seu tempo <strong>de</strong> recuperação.OBJETIVOAvaliar as alterações que ocorrem na sensibilida<strong>de</strong>corneana após a cirurgia <strong>de</strong>Ceratomileusis In Situ assistida por Laser(LASIK) e Ceratectomia Fotorrefrativa (PRK).MÉTODOSFoi realizado estudo prospectivo com 60 olhos <strong>de</strong>30 pacientes submetidos à técnica <strong>de</strong> LASIK bilateralsimultânea e 30 olhos <strong>de</strong> 15 pacientes submetidos à técnica<strong>de</strong> PRK também bilateral simultânea. As cirurgiasforam realizadas consecutivamente no período <strong>de</strong> abrila agosto <strong>de</strong> 2007 no <strong>Set</strong>or <strong>de</strong> Cirurgia Refrativa do Serviço<strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do ABC.Os olhos foram divididos pela técnica cirúrgicaem PRK e LASIK (Gráfico 1)Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 271-7

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