Avaliação <strong>de</strong> Sistema <strong>de</strong> Leitura Portátil (SLP) para Baixa Visão Desenvolvido no Brasil263auxílios ópticos é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, para melhorar o aproveitamentodo resíduo visual (8,9) . O SLP permitiu a leitura<strong>de</strong> palavras com até oito letras simultaneamente com tamanho<strong>de</strong> fonte doze, possibilitando melhor visualizaçãoe reduzindo as perdas <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> leitura.Na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino fundamental, não há salas<strong>de</strong> recursos em quantida<strong>de</strong> suficiente e são poucas as bibliotecasuniversitárias e públicas equipadas com as tecnologiasnecessárias que permitam a acessibilida<strong>de</strong> do paciente combaixa visão (2,5) . Devido ao seu baixo peso, po<strong>de</strong> ser transportadoem bolsas ou malas pequenas, garantindo a leitura daspessoas com baixa visão em locais públicos.O SLP com seu “<strong>de</strong>sign” funcional, aliado às facilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> manuseio e transporte, favorecerá o acesso àinformação e ao estudo e beneficiará a população combaixa visão, principalmente os estudantes, proporcionandomaior mobilida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pendência e inclusão social (10) .Uma gran<strong>de</strong> vantagem do SLP é o seu “<strong>de</strong>sign”,que gerou manifestações auto relatadas <strong>de</strong> sensação emocionalpositiva e uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração na vonta<strong>de</strong><strong>de</strong> utilização em locais públicos, escolas e bibliotecas; influênciapositiva na terapêutica e no estímulo <strong>de</strong> pessoascom <strong>de</strong>ficiência visual. Observa-se que a não utilização<strong>de</strong> recursos ópticos por escolares adolescentes ou pré adolescentespo<strong>de</strong> estar relacionada a fatores psicológicos (2,3) .CONCLUSÕESO protótipo do SLP mostrou-se um recurso alternativono processo <strong>de</strong> inclusão social das pessoas com baixavisão com diferentes níveis <strong>de</strong> resíduo visual. Também po<strong>de</strong>proporcionar incentivo psicológico, permitir conforto, mobilida<strong>de</strong>e in<strong>de</strong>pendência àqueles que necessitam <strong>de</strong> umaleitura mais prolongada e maior distância <strong>de</strong> trabalho.ABSTRACTPurpose: The proposal of this study is to test and to validateas the effectiveness and efficiency in a series of cases theprototype of a national equipment of magnification toreading. Methods: A recently <strong>de</strong>veloped of equipment ofmagnification (patent pending Brazilian Institutte of IndustrialProperty # 020050145260) was tested in a group of 30patients (age range 9 to 80 years, 17 males). A portableapparatus was <strong>de</strong>veloped with a system of capture of imagescoupled with a 5,6 inch monitor, providing an increase of 15X. The effectiveness of the visual acuity and the readingefficiency were analyzed after the use of the proposedprototype. Results: Six patients (20%) presented AV 8M, 12patients (40%) presented AV 6,0M, 7 patients (23.3%)presented AV 5M, 5 patients (16.7%) presented 4M. Theaverage of visual acuity before the utilization of SPRmeasured by LHNV-1 logMAR chart was 5,75M. After theuse of LHNV-1 logMAR chart, 100% (one hundred percent)of the patients reached the efficacy of AV J1. Conclusion:The prototype of SPR is an alternative resource in the socialinclusion process of low vision patients with different levelsof visual residue. It <strong>de</strong>monstrates psychological incentive,allows comfort, mobility and in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nce to those who needa more exten<strong>de</strong>d lecture and more distance of work.Keywords: Low vision/rehabilitation; Equipment<strong>de</strong>sign; Biomedical engineering; Reading; Quality of life; BrazilREFERENCIAS1. Resnikoff S, Pascolini D, Etya’ale D, Kocur I, PararajasegaramR, Pokharel GP, Mariotti SP. Global data on visual impairmentin the year 2002. Bull World Health Organ.2004;82(11):844-51.2. Montilha RCI, Temporini ER, Nobre MIRS, GasparettoMERF, Kara-José N. Utilização <strong>de</strong> recursos ópticos eequipamentos por escolares com <strong>de</strong>ficiência visual. Arq BrasOftalmol. 2006;69(2):207-11.3. Harrison CM. Desing for people with low vision: learnability,usability and pleasurability. In: MCCabe PT, editor. Contemporaryergonomics. New York: CRC Press; 2004.4. Castro CTM, Kallie CS, Salomão SR. Elaboração e validação<strong>de</strong> tabela MNREAD para o idioma português. Arq BrasOftalmol. 2005;68(6):777-83.5. Souza SC. Acessibilida<strong>de</strong>: Uma proposta <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong>serviços informacionais para usuários cegos e com visão subnormalem biblioteca universitária [tese]. Santa Catarina:Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina; 2004.6. Meads C, Hy<strong>de</strong> C. What is cost of blindness? Br J Ophthalmol.2003;87(10):1201-4.7. Haddad MAO, Sampaio MW, Kara-José N. Auxílios para baixavisão. São Paulo: Laramara; 2001.8. ABNT NBR 9050: 2004. Acessibilida<strong>de</strong> a edificações,mobiliário, espaços e equipamentos urbanos [Internet] 2004Maio [citado 2007 Mar 19]: [cerca <strong>de</strong> 150p.]. Disponível em:http://www.mj.gov.br/sedh/ct/CORDE/dpdh/cor<strong>de</strong>/ABNT/NBR9050-31052004.pdf.9. Beckmann PJ, Legge GE. Psychophysics of reading - XIV.The page navigation problem in using magnifiers. VisionRes.1996; 36(22):3723-33.10. Torres EF, Mazzoni AA. Conteúdos digitais e multimídia: ofoco na Usabilida<strong>de</strong> e Acessibilida<strong>de</strong>. Ci Inf. Brasília,2004;33(2):152-60.En<strong>de</strong>reço para correspondênciaVagner Rogério dos SantosRua Noel José da Silva, nº 170 - PenhaCEP 03678-030 - São Paulo (SP) - Brasilfone: (11) 2046-8678e-mail: vagner_rogerio@yahoo.com.brRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 259-63
264ARTIGO ORIGINALAvaliação da aplicabilida<strong>de</strong> e do custoda profilaxia da oftalmia neonatal emmaternida<strong>de</strong>s da gran<strong>de</strong> FlorianópolisEvaluating of the applicability and cost of theprophylaxis of the ophthalmia neonatorumin maternities of greater FlorianopolisAugusto Adam Netto 1 , Merry Elizabeth Goe<strong>de</strong>rt 2RESUMOObjetivos: Avaliar a aplicabilida<strong>de</strong> da profilaxia da oftalmia neonatal em cinco serviços<strong>de</strong> obstetrícia <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s da Gran<strong>de</strong> Florianópolis no período <strong>de</strong> março <strong>de</strong>2007. Métodos: Cinco serviços <strong>de</strong> obstetrícia <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s da Gran<strong>de</strong> Florianópolisforam visitados e questionados quanto ao método realizado na prevenção da ON, ocusto por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colírio utilizado, o conhecimento do método <strong>de</strong> Credé e a legislaçãovigente. Resultados: As soluções profiláticas utilizadas foram a iodopovidona a2,5% e o vitelinato <strong>de</strong> prata a 10%. O uso do vitelinato <strong>de</strong> prata a 10% foi predominanteentre os serviços analisados (60%) e também o <strong>de</strong> menor custo (<strong>de</strong> R$ 5,26 a R$ 7,23por frasco <strong>de</strong> 5ml), quando comparado a iodopovidona a 2,5% que apresentou custo <strong>de</strong>R$ 15,00 por frasco <strong>de</strong> 5 ml e R$ 25,40 por frasco <strong>de</strong> 10 ml. Entre os entrevistados,apenas um tinha conhecimento sobre a legislação vigente acerca da aplicabilida<strong>de</strong> daprofilaxia da oftalmia neonatal. Conclusão: A aplicabilida<strong>de</strong> da profilaxia neonatal namaioria dos serviços <strong>de</strong> obstetrícia das maternida<strong>de</strong>s da Gran<strong>de</strong> Florianópolis é realizada<strong>de</strong> maneira incorreta e não está em concordância com a legislação vigente.Descritores: Oftalmia neonatal; Conjuntivite; Profilaxia; Unida<strong>de</strong> hospitalar <strong>de</strong> ginecologiae obstetrícia ; Legislação1Professor Titular da Disciplina <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina – UFSC – Floorianópolis (SC), Brasil.2Médica graduada pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina – UFSC – Floorianópolis (SC), Brasil.Maternida<strong>de</strong> Carlos Correa; Maternida<strong>de</strong> Carmela Dutra; Hospital Universitário Polydoro Ernani <strong>de</strong> São Thiago; Maternida<strong>de</strong>Santa Helena; Hospital Regional Homero <strong>de</strong> Miranda Gomes – Florianópolis (SC), Brasil.Recebido para publicação em: 6/8/2008 - Aceito para publicação em 8/9/2009Rev Bras Oftalmol. 2009; 68 (5): 264-70