12.07.2015 Views

Faça o download da tese completa na versão em PDF - A Biblioteca ...

Faça o download da tese completa na versão em PDF - A Biblioteca ...

Faça o download da tese completa na versão em PDF - A Biblioteca ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-AntrilOligotiofenos e <strong>da</strong> Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> umaSuperfície de GrafiteD<strong>em</strong>étrio Antônio <strong>da</strong> Silva FilhoTese apresenta<strong>da</strong> ao Instituto deFísica “Gleb Wataghin”, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>deEstadual de Campi<strong>na</strong>s, paraa obtenção do grau de Doutor <strong>em</strong>Ciências, Área de Concentração <strong>em</strong>“Física <strong>da</strong> Matéria Condensa<strong>da</strong>”.Campi<strong>na</strong>sEstado de São Paulo - BrasilFevereiro, 2003i


Agradecimentosvi<strong>da</strong>.Agradeço a Deus pai, todo poderoso, pela oportuni<strong>da</strong>de de cumprir mais esta etapa de minhaÀ minha avó, Di<strong>na</strong> Chaves do Nascimento, por seu amor infinito e orações.À minha mãe, Iris Chaves do Nascimento, por seu amor incondicio<strong>na</strong>l, seu incentivo e apoio<strong>em</strong> todos os sentidos.Às minhas irmãs, Emmanuelle Christine <strong>da</strong> Silva e Maria Conceição Falcão <strong>da</strong> Silva Neta, porseu amor e admiração.À minha esposa, Giselle Silva Calado, pela convivência e compreensão diárias e pelo amor,diferente dos outros acima citados, mas de igual importância.Ao meu querido sobrinho, Gustavo Henrique Falcão Gouveia, a qu<strong>em</strong> terei o prazer de apresentareste trabalho um dia.Aos irmãos Lázaro de Assis Macedo Jr., Fabiano Micheletto Scarpa e Luciano Alves dos Anjos,por sua paciência <strong>na</strong> convivência diária.À nova família do IFGW, pelo convívio diário, repleto de boas idéias e muita amizade. Correndoo risco de, injustamente, ter esquecido de alguém, gostaria de deixar um agradecimentoespecial para os amigos Jeferson Ortiz, Ricardo Doretto, Vitor de Souza, Zolacir Trin<strong>da</strong>de, A<strong>na</strong>Carvalho e Luis Gregório.À minha orientadora, a Prof. Maria Cristi<strong>na</strong> dos Santos, pela orientação, motivação e muitasboas idéias.À Fun<strong>da</strong>ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela bolsa de estudosconcedi<strong>da</strong>.vi


Aos funcionários <strong>da</strong> Comissão de Pós-Graduação (CPG) e do Centro de Computação (CCJDR)do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW), que possibilitaram as condições de trabalho nesteInstituto.Ao amigo Celso Pinto de Melo e ao grupo de Polímeros Não-Convencio<strong>na</strong>is do Departamentode Física <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Per<strong>na</strong>mbuco, que certamente estão torcendo por meu sucesso.À Coorde<strong>na</strong>ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela oportuni<strong>da</strong>dede passar um ano no exterior, pelo Programa de Doutorado com Estágio no Exterior (PDEE).Ao Prof.Jean-Luc Bré<strong>da</strong>s, por ter me recebido <strong>em</strong> seu grupo <strong>na</strong> Universi<strong>da</strong>de do Arizo<strong>na</strong>,possibilitando-me uma grande oportuni<strong>da</strong>de para minha formação como pesquisador.Aos colegas Massimo Malagoli, Veaceslav Coropceanu, Chad Risko, Leslie Jones, Nadine Gruhn,Yuan-Chung Cheng, Jérôme Cornil e David Beljonne, por tantas idéias e lições <strong>em</strong> minha visita aogrupo do Prof. Jean-Luc Bré<strong>da</strong>s.Ao colega Jean-Philippe Calbert, pelas dicas sobre computadores e programas e pelo direitode usar o Zoa.Ao Prof. Osvaldo N. Oliveira e aos colaboradores Patrycja Dy<strong>na</strong>rowicz-latka e Ailton Cavalli,pela produtiva colaboração.A Profa. Kaline Coutinho, por suas boas idéias com relação a simulação de Monte Carlo e aodireito de utilizar o programa DICE.vii


ResumoO objetivo desta <strong>tese</strong> é o de aplicar métodos de Química Quântica e de Mecânica Moleculara fim de entender dois fenômenos observados experimentalmente: a fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos e a adsorção de moléculas orgânicas <strong>em</strong> uma superfície de grafite.No estudo <strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos, utilizamos o método Hartree-Fockpara otimizar a geometria do estado fun<strong>da</strong>mental e o método s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pírico ZINDO/S para obteros espectros de absorção e as proprie<strong>da</strong>des dos estados excitados. As geometrias dos estadosexcitados foram obti<strong>da</strong>s utilizamos o método CI-Singles. Os espectros de <strong>em</strong>issão foram entãosimulados, a partir <strong>da</strong> geometria dos estados excitados, novamente utilizando o método ZINDO/S.Os resultados teóricos obtidos para os espectros de absorção e <strong>em</strong>issão dos 9-antril-oligotiofenosconcor<strong>da</strong>m muito b<strong>em</strong> com a absorção experimental e a fluorescência no azul, apresenta<strong>da</strong>por estes sist<strong>em</strong>as. Com os métodos utilizados chegamos a encontrar um estado excitado comcaracterísticas s<strong>em</strong>elhantes às encontra<strong>da</strong>s experimentalmente para a <strong>em</strong>issão no vermelho, masa posição <strong>em</strong> energia não é compatível com o experimento.Para este probl<strong>em</strong>a, concluímos que a técnica CI-Singles, quando aplica<strong>da</strong> <strong>em</strong> conjunto como método ZINDO/S, pode fornecer resultados precisos para o espectro de <strong>em</strong>issão. Com relaçãoaos espectros de absorção, mais uma vez confirmamos, para as moléculas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, a confiabili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> técnica Hartree-Fock combi<strong>na</strong><strong>da</strong> com o método ZINDO/S. A impossibili<strong>da</strong>de de levarmos<strong>em</strong> conta o solvente <strong>em</strong> nossos cálculos impediu-nos de avaliar o efeito deste <strong>em</strong> um estadoexcitado que, aparent<strong>em</strong>ente, está conectado à <strong>em</strong>issão no vermelho mas, a<strong>na</strong>lisando os resultadosobtidos com os métodos citados, pud<strong>em</strong>os excluir algumas possibili<strong>da</strong>des e sugerir quaismecanismos estão envolvidos nesta <strong>em</strong>issão.No estudo <strong>da</strong> absorção de moléculas orgânicas numa superfície de grafite, utilizamos o métodode Monte Carlo para gerar configurações compatíveis com o ens<strong>em</strong>ble NVT. As configuraçõesforam a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s utilizando parâmetros geométricos específicos para ca<strong>da</strong> probl<strong>em</strong>a.Concluímos que esta simulação pode nos aju<strong>da</strong>r a entender os mecanismos de auto-montag<strong>em</strong>mas, para que tenhamos resultados confiáveis, precisamos encontrar parâmetros <strong>em</strong>píricos parao nosso potencial que melhor model<strong>em</strong> o experimento, além de relaxarmos o vínculo de moléculasrígi<strong>da</strong>s, impostas nestas primeiras simulações.viii


AbstractThis thesis was devoted to the application of methods of Quantum Ch<strong>em</strong>istry and MolecularMechanics to study two experimentally observed phenome<strong>na</strong>: the dual fluorescence of 9-anthryloligothiophenesand the adsorption of organic molecules in a graphite surface.The investigation of the dual fluorescence was carried out <strong>em</strong>ploying a combi<strong>na</strong>tion of theoreticaltechniques. Ground state geometries were optimized thought the Hartree-Fock metho<strong>da</strong>nd the first excited state geometries were obtained thought the CI-Singles method. Absorptio<strong>na</strong>nd <strong>em</strong>ission spectra were then simulated using the s<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>pirical ZINDO/S method, adoptingthe ground state conformation in the former and the excited state geometry in the later.The theoretical results for the absorption and <strong>em</strong>ission spectra of 9-anthryl-oligothiophenesagree very well with the experimental absorption spectra and the blue component of the fluorescence.We also found an excited state with similar characteristics to the one found fromexperiment, related to the <strong>em</strong>ission in the red, but the position in energy is not compatible withthe experiment.We concluded that the CI-Singles technique, when applied together with ZINDO/S method,can yield precise results for the <strong>em</strong>ission spectra. The simulated absorption spectra were alsoin agre<strong>em</strong>ent with experiments, thus confirming the reliability of the combi<strong>na</strong>tion of theoreticalmethods Hartree-Fock and ZINDO/S. The impossibility of including solvent effects in our calculationhindered us from obtaining a good characterization of the excited state responsible forthe red <strong>em</strong>ission. However, the a<strong>na</strong>lysis of our results led to the exclusion of some mechanismsinvoked to explain the red <strong>em</strong>ission and allowed us to suggest more reliable mechanisms.In the study of the adsorption of organic molecules in a graphite surface, we used the MonteCarlo method to generate compatible configurations in the NVT ens<strong>em</strong>ble. The configurationshave been a<strong>na</strong>lyzed using specific geometric parameters for each probl<strong>em</strong>.We concluded that this simulation can helpful in the understanding of the self-ass<strong>em</strong>bly mechanisms.However, in order to improve the theoretical description of the adsorption, a betterparametrization and the inclusion of terms in the classical potential to account for torsions arenecessary.ix


3.4.1 D<strong>em</strong>onstração <strong>da</strong> Equação de Hartree-Fock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303.4.2 Os Operadores de Coulomb, Troca e de Fock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333.5 As Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 363.5.1 O Teor<strong>em</strong>a de Koopmans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413.6 As Equações de Roothaan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443.7 Determi<strong>na</strong>ntes Restritos e Configurações A<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spin . . . . . . . . . . . . . . . 493.8 Determi<strong>na</strong>ntes Não-Restritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523.9 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 554 Métodos Pós-Hartree-Fock 574.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 574.2 O Método <strong>da</strong> Interação de Configuração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 604.3 Mais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset . . . . 644.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 645 Espectroscopia Molecular 695.1 Espectroscopia Molecular: Uma Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 695.2 Princípios de Espectroscopia Eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 705.2.1 Regras de Seleção, a Aproximação de Dipolo Elétrico e o Momento de Transição 765.3 Transições Radiativas e Não-Radiativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 795.3.1 Processos Radiativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 795.3.2 Transições Não-Radiativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 835.4 Cálculos Teóricos de Espectros Eletrônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 846 Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>as 866.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 866.2 Motivação <strong>da</strong> Tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 876.2.1 Os Oligotiofenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 876.3 A Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 916.4 Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>na</strong> Superfície de Grafite . . . . . . . . . . . . . . . . . 987 Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 1007.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1007.2 Caracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares1017.2.1 Estado Fun<strong>da</strong>mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101xi


7.2.1.1 Comprimentos de Ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1037.2.1.2 Ângulos Diédricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1097.3 Espectros de Absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1117.3.1 9-Antril-Tiofeno: 9A-T 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1127.3.2 9-Antril-Bitiofeno: 9A-T 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1187.3.3 9-Antril-Tertiofeno: 9A-T 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1247.3.4 9-Antril-Quatertiofeno: 9A-T 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1297.4 Efeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n . 1347.5 Caracterização do Primeiro Estado Excitado dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1517.6 Comprimentos de Ligação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1527.7 Espectros de Emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1597.8 9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1597.9 9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1667.9.1 Tentativa de Simular o Efeito do Solvente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1737.10 9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1747.11 9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1807.12 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1858 Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de Grafite 1878.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1878.2 Avaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> Adsorção . . . . . . . . . . . . . . . 1888.3 O Efeito <strong>da</strong> T<strong>em</strong>peratura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1928.4 Buscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite . . . . . . . . 1948.5 Adsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite . . . . . . . . . . 2008.6 Adsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite . . . . . . . . . 2098.6.1 Moléculas Interagentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2098.6.2 Moléculas Não-Interagentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2138.7 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2169 Conclusões 217Bibliografia 218A Artigo 1 228xii


B Artigo 2 231C Artigo 3 239D Artigo 4 246E Artigo 5 253F Artigo 6 256G Artigo 7 261H Uni<strong>da</strong>des Atômicas 273Índice 276xiii


Capítulo 1IntroduçãoEsta <strong>tese</strong> foi o resultado de parte do nosso programa de doutorado, no Departamento deFísica <strong>da</strong> Matéria Condensa<strong>da</strong>, do Instituto de Física “‘Gleb Wataghin”, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadualde Campi<strong>na</strong>s (UNICAMP). Contamos com a orientação <strong>da</strong> Profa. Dra. Maria Cristi<strong>na</strong> dos Santos ecom a colaboração <strong>da</strong> Profa. Dra. Kaline Coutinho, do Centro Interdiscipli<strong>na</strong>r de Investigação Bioquímica(Universi<strong>da</strong>de de Mogi <strong>da</strong>s Cruzes). Também fez parte do nosso programa de doutoradouma colaboração com o Prof. Dr. Osvaldo Oliveira, do Instituto de Física de São Carlos (Universi<strong>da</strong>dede São Paulo), além de um estágio no grupo do Prof. Dr. Jean-Luc Bré<strong>da</strong>s, <strong>na</strong> Universi<strong>da</strong>dedo Arizo<strong>na</strong> (Estados Unidos), pelo Programa de Doutorado com Estágio no Exterior (PDEE) <strong>da</strong>CAPES.Os resultados destas colaborações [1–7] foram citados <strong>na</strong> <strong>tese</strong> e acrescentaram muito ao trabalho<strong>em</strong> forma de experiência, muito <strong>em</strong>bora não tenham sido detalhados como foi o trabalho(Apêndice A) feito sob a orientação <strong>da</strong> Profa. Maria Cristi<strong>na</strong> dos Santos. Por este motivo, resolv<strong>em</strong>osincluir os artigos resultantes destas colaborações que já foram publicados <strong>em</strong> apêndices(Apêndices B, C, D, E, F e G).Nesta <strong>tese</strong>, procuramos apresentar os aspectos básicos dos métodos utilizados <strong>na</strong>s simulações.Apresentamos, quando necessário, as referências que dev<strong>em</strong> ser visita<strong>da</strong>s para uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong>mais detalha<strong>da</strong> do assunto.Começamos nossa exposição <strong>da</strong> teoria com uma apresentação <strong>da</strong> Dinâmica Molecular e <strong>da</strong>ssimulações de Monte Carlo (Capítulo 2).1


Capítulo 1. Introdução2Passamos então para um resumo do método Hartree-Fock (Capítulo 3), que servirá de basepara entendermos o Capítulo seguinte, onde discutimos os métodos Pós-Hartree-Fock (Capítulo4).Definidos, nos Capítulos 3 e 4, os conceitos necessários, passamos para o Capítulo 5, ondeapresentamos a Espectroscopia Molecular como uma motivação dos dois Capítulos seguintes.No Capítulo 6, apresentamos os resultados experimentais que motivaram esta <strong>tese</strong>. Emsegui<strong>da</strong>, no Capítulo 7, apresentamos o estudo teórico <strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos.A disponibili<strong>da</strong>de de métodos capazes de calcular a geometria dos estados excitados nospossibilitou o cálculo do espectro de <strong>em</strong>issão de peque<strong>na</strong>s moléculas. Como ver<strong>em</strong>os no Capítulo7, os resultados obtidos ao se acoplar o método CI-Singles [8] com o método ZINDO/S [9] , permitiunosdetermi<strong>na</strong>r, com excelente acordo com o experimento, a componente no azul do espectro de<strong>em</strong>issão dos sist<strong>em</strong>as de interesse [10, 11] .No Capítulo 8, apresentamos os resultados para a adsorção de moléculas orgânicas <strong>na</strong> superfíciede grafite. A técnica de auto-montag<strong>em</strong> t<strong>em</strong> se apresentado como uma maneira rápi<strong>da</strong> eeficiente de gerar filmes organizados de sist<strong>em</strong>as orgânicos, de espessura molecular [12] , a fim deexplorar as proprie<strong>da</strong>des de interesse destes sist<strong>em</strong>as, principalmente aquelas que depend<strong>em</strong> <strong>da</strong>ord<strong>em</strong> para ser<strong>em</strong> amplifica<strong>da</strong>s, como as proprie<strong>da</strong>des ópticas não-lineares [13] .Aplicamos a Método de Monte Carlo para gerar configurações utilizando o programa DICE [14] ,desenvolvido pela Profa. Kaline Coutinho e pelo Prof. Sylvio Canuto. Com o estudo deste métodoe a análise de algumas simulações utilizando algumas moléculas orgânicas, pud<strong>em</strong>os aprenderum pouco mais sobre os mecanismos envolvidos <strong>na</strong> adsorção e, o que é mais importante, umaindicação do que deve ser feito para melhorar nossa abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong>. Concluímos que o primeiropasso nesta direção é o de relaxar a condição de moléculas rígi<strong>da</strong>s.Fi<strong>na</strong>lmente, no Capítulo 9, apresentar<strong>em</strong>os um resumo <strong>da</strong>s conclusões desta <strong>tese</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2Dinâmica Molecular e Simulação de Monte Carlo2.1 IntroduçãoEm nossa <strong>tese</strong>, apresentar<strong>em</strong>os resultados obtidos através <strong>da</strong>s simulações de Monte Carlo,que utiliza potenciais clássicos para calcular a energia de um sist<strong>em</strong>a com muitos átomos. Nestaseção, discutir<strong>em</strong>os de maneira resumi<strong>da</strong> a teoria envolvi<strong>da</strong> nestas simulações. Para uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong>mais minuciosa do assunto, sugerimos a Referência [15].Em nossa simulação, o sist<strong>em</strong>a será representado por uma superfície fixa e uma ou váriasmoléculas que poderão se mover sobre esta superfície. Os átomos, constituintes desta superfíciee <strong>da</strong>(s) molécula(s), irão interagir segundo o potencial U, que ir<strong>em</strong>os especificar detalha<strong>da</strong>ment<strong>em</strong>ais adiante (Seção 2.3).Estes átomos serão confi<strong>na</strong>dos numa caixa, e o conjunto deposições atômicas r = (⃗r 1 , ⃗r 2 , ...⃗r N ) definirão uma configuração i, denota<strong>da</strong> por Γ i (r ).O quetentar<strong>em</strong>os apresentar aqui é como faz<strong>em</strong>os para gerar um conjunto de configurações {Γ i (r )}.Ou seja, discutir<strong>em</strong>os como fazer para passar de uma configuração Γ i (r ) (que pode ser a configuraçãoinicial) para uma configuração Γ i+1 (r ), onde os átomos <strong>da</strong>(s) molécula(s) para os quaisestamos estu<strong>da</strong>ndo a interação com a superfície, terão mu<strong>da</strong>do de posição. Ver<strong>em</strong>os que, dentreas várias configurações gera<strong>da</strong>s, não serão to<strong>da</strong>s que serão utiliza<strong>da</strong>s numa análise posterior.Sendo assim, precisamos discutir também como ir<strong>em</strong>os escolher um subconjunto {Γ ′ i+1(r )} doconjunto {Γ i+1 (r )} de to<strong>da</strong>s as configurações gera<strong>da</strong>s durante a simulação (Seção 2.5).3


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo Determinístico: Dinâmica Molecular 4Exist<strong>em</strong> dois processos para gerarmos este conjunto de configurações que comentamos anteriormente:um determinístico e um estocástico . O determinístico é o impl<strong>em</strong>entado no métodode simulação conhecido como Dinâmica Molecular. O estocástico é o impl<strong>em</strong>entado no métodode simulação conhecido como método de Monte Carlo. Ir<strong>em</strong>os expor um pouco ca<strong>da</strong> um deles(Seções 2.2 e 2.4), <strong>da</strong>ndo maior atenção ao segundo já que este é o método que utilizar<strong>em</strong>os pararealizar nossas simulações.Na Seção 2.6, comentar<strong>em</strong>os um pouco sobre a questão <strong>da</strong> ergodici<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s simulações deDinâmica Molecular e de Monte Carlo.2.2 Método Determinístico: Dinâmica MolecularNa Dinâmica Molecular Clássica, estamos interessados <strong>em</strong> resolver as equações clássicas domovimento para um sist<strong>em</strong>a de N moléculas, interagindo via um potencial U.Uma <strong>da</strong>s maneiras de escrever as equações do movimento é através <strong>da</strong> formulação de Lagrange,cuja equação principal se escreve como [16] :( ) ( )d ∂L ∂L− = 0, (2.1)dt ∂ ˙q k ∂q konde a função L(q k , ˙q k ) é chama<strong>da</strong> de Lagrangeano, que é definido <strong>em</strong> termos <strong>da</strong>s energias potenciale cinética como:L = K − U, (2.2)e, portanto, é uma função <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s generaliza<strong>da</strong>s q k e de suas deriva<strong>da</strong>s t<strong>em</strong>porais ˙q k .As equações de Lagrange pod<strong>em</strong> ser reecritas, tomando a forma de um conjunto de equaçõesmais conheci<strong>da</strong>s: as equações de Newton. Basta considerarmos que as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s generaliza<strong>da</strong>sq k são as retangulares x i (i=1,2,3), e então ter<strong>em</strong>os que a equação (2.1) será reescrita como:( ) ( )d ∂L ∂L− = 0, i = 1, 2, 3. (2.3)dt ∂ẋ i ∂x ie, portanto,Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo Determinístico: Dinâmica Molecular 5( ) ( )d ∂(T − U) ∂(T − U)−= 0, i = 1, 2, 3. (2.4)dt ∂ẋ i ∂x iMas, para um sist<strong>em</strong>a conservativo descrito <strong>em</strong> coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s retangulares, t<strong>em</strong>os que T =T (ẋ i ) e U = U(x i ), logo:∂T∂x i= 0e∂U∂ẋ i= 0, i = 1, 2, 3. (2.5)Sendo assim, a equação de Lagrange se converterá <strong>em</strong>:( )d ∂T= − ∂U , i = 1, 2, 3. (2.6)dt ∂ẋ i ∂x iRel<strong>em</strong>brando que, para um sist<strong>em</strong>a conservativo, t<strong>em</strong>os:F i = ∂U∂x i, i = 1, 2, 3. (2.7)e, como:⎛( )d ∂T= d ⎝ ∂ ( ∑ 3 mẋ 2 ) ⎞ j⎠d =dt ∂ẋ i dt ∂ẋ i 2 dt (mẋ i) = ṗ i , i = 1, 2, 3. (2.8)j=1t<strong>em</strong>os fi<strong>na</strong>lmente que:( )d ∂T= − ∂U ⇒ F i = ṗ i , i = 1, 2, 3. (2.9)dt ∂ẋ i ∂x iPortanto, as equações de Lagrange e as equações de Newton são idênticas, caso as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>sgeneraliza<strong>da</strong>s que aparec<strong>em</strong> <strong>na</strong>s primeiras sejam as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s retangulares.como:Na abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>da</strong> Mecânica Lagrangea<strong>na</strong>, pod<strong>em</strong>os escrever os momentos conjugados, p k ,p k = ∂L∂ṗ k. (2.10)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo Determinístico: Dinâmica Molecular 6como:Estes momentos pod<strong>em</strong> ser escritos através do uso <strong>da</strong>s equações de Hamilton do movimento [16]e˙q k = ∂H∂p k, (2.11)ṗ k = − ∂H∂q k, (2.12)onde H , a hamiltonia<strong>na</strong> do sist<strong>em</strong>a, é defini<strong>da</strong> pela equação:H (p k , q k ) = ∑ k˙q k p k − L(p k , ˙q k ). (2.13)Nós assumimos que pod<strong>em</strong>os escrever q k (do lado direito <strong>da</strong> Eq. (2.13) ) como alguma funçãodo momento p.As equações de Hamilton pod<strong>em</strong> assim ser escritas como 1 :er i = p im i, i = 1, 2, 3, (2.14)ṗ i = −∇ ⃗ri U = ⃗F i , i = 1, 2, 3. (2.15)Para calcular a(s) trajetória(s) <strong>da</strong>(s) moléculas que compõ<strong>em</strong> o sist<strong>em</strong>a, precisamos resolverum conjunto de 3N equações diferenciais de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong> (Eq. (2.9)) ou um conjunto equivalentede 6N equações diferenciais de primeira ord<strong>em</strong> (Eq. (2.14) e Eq. (2.15)).Como pud<strong>em</strong>os perceber, a simulação de Dinâmica Molecular é determinística, e as regrasatravés <strong>da</strong>s quais são gera<strong>da</strong>s as possíveis configurações são as equações de movimento <strong>da</strong>Mecânica Clássica.Exist<strong>em</strong> vários algoritmos que pod<strong>em</strong> ser utilizados para a solução destas equações. A idéiabásica é a seguinte: <strong>da</strong>do um conjunto de posições e veloci<strong>da</strong>des moleculares, além de outrasinformações dinâmicas num t<strong>em</strong>po t, o algoritmo escolhido deve ser utilizado para se obter as1 Note que novamente usamos a hipó<strong>tese</strong> de um sist<strong>em</strong>a conservativo e que T = T (ẋ i ) e U = U(x i ).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 7veloci<strong>da</strong>des e posições num t<strong>em</strong>po t + δt. O conjunto de equações deve ser resolvido passo-apasso,sendo δt significativamente pequeno, de modo que, num típico δt, a molécula deve an<strong>da</strong>rmenos que seu comprimento.Só a dinâmica molecular pode ser utiliza<strong>da</strong> para estu<strong>da</strong>r as dependências t<strong>em</strong>porais, mas nãosomente a Dinâmica Molecular pode ser usa<strong>da</strong> para gerar configurações. Um outro método, ométodo de Monte Carlo, também pode ser usado para gerar configurações. A vantag<strong>em</strong> desteúltimo é a veloci<strong>da</strong>de, simplici<strong>da</strong>de de impl<strong>em</strong>entação e generalização. Se não houver interesse<strong>em</strong> proprie<strong>da</strong>des com dependência t<strong>em</strong>poral, o método de Monte Carlo aparece como a melhoropção.2.3 O Potencial de Interação UNeste ponto, gostaríamos de comentar um pouco sobre o potencial de interação U, queapareceu <strong>na</strong>s equações anteriores e sobre uma aproximação, comum <strong>na</strong>s simulações de DinâmicaMolecular e de Monte Carlo, chama<strong>da</strong> a aproximação de pares do potencial de interação.A interação entre os átomos pode ser descrita por uma soma de termos que depende <strong>da</strong>coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> de um único átomo, dois átomos e três átomos, et cetera.∑∑∑v 3 (r i , r j , r k ) + . . . . (2.16)U = ∑ iv 1 (r i ) + ∑ ij>iv 2 (r i , r j ) + ∑ ij>ik>j>iO primeiro termo, v 1 (r i ), está associado ao efeito de um campo externo (incluindo, por ex<strong>em</strong>plo,as interações de um <strong>da</strong>do átomo com as paredes de um reservatório). O segundo termo, opotencial de pares, é o mais importante. Este termo depende ape<strong>na</strong>s <strong>da</strong> distância de separaçãodo par, r ij = |r i − r j |, e por isso pode ser escrito como v 2 (r ij ).O termo envolvendo três átomos é também importante, mas cálculos onde este termo é incluídoconsom<strong>em</strong> muito t<strong>em</strong>po [15] . O que se faz é incluir parte dos efeitos médios envolvendotrês corpos num potencial efetivo de dois corpos, v efet.2 (r ij ). Ou seja, <strong>na</strong> prática, as simulaçõesutilizam o seguinte potencial:U ≅ ∑ iv 1 (r i ) + ∑ i∑j>iv efet.2 (r ij ). (2.17)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 8Vale salientar que este potencial efetivo de pares pode ain<strong>da</strong> ser dividido <strong>em</strong> duas partes:uma intramolecular e outra intermolecular. O potencial intramolecular descreve as distorçõesmoleculares (vibrações), conforme ilustrado <strong>na</strong> Figura [2.1].Figura 2.1: Distorções moleculares.Um modelo clássico bastante utilizado para este potencial está descrito <strong>na</strong> equação abaixo:U intra = ∑ ( ) 2∑ ( ) 2∑ (E r rij − r eq. + E θ θij − θ eq. + E φ cos (nφij − φ eq. ) ) , (2.18)lig.âng.diéd.onde o primeiro termo do lado direito <strong>da</strong> Equação (2.18) descreve a variação harmônica <strong>da</strong> energia<strong>em</strong> função <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça do comprimento de ligação, r , a partir do comprimento de equilibrio, r eq .O segundo e terceiro termos descrev<strong>em</strong> as variações de energia equivalentes para modificaçõesdo ângulo entre três átomos ligados (ângulo de ligação, Θ) e do ângulo diedral, ou seja, o ânguloφ entre o plano formado pelos átomos 1, 2 e 3 e o plano formado pelos átomos 2, 3 e 4 (ver Fig.[2.1]).Inicialmente, <strong>em</strong> nossas simulações, adotar<strong>em</strong>os o modelo de moléculas rígi<strong>da</strong>s. As moléculasserão trata<strong>da</strong>s como átomos separados por um comprimento de ligação fixo. Não serãopermiti<strong>da</strong>s também nenhuma torção ou variação de ângulo de ligação. Exist<strong>em</strong> formas não muitocomplexas de se incluir <strong>na</strong> simulação a possibili<strong>da</strong>de de movimentos intramoleculares. Isto, noentanto, aumenta consideravelmente o número de variáveis numa simulação, tor<strong>na</strong>ndo-a maiscomplexa.No entanto, sab<strong>em</strong>os que os sist<strong>em</strong>as moleculares não são corpos rígidos. Numa simulação,nós deveríamos considerar as moléculas como um conjunto de átomos, interagindo via forçasintramoleculares e intermoleculares. Em princípio, nós não deveríamos fazer distinção algumaTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 9entre estas forças. Na prática, as forças intramoleculares são pelo menos uma ord<strong>em</strong> de magnitud<strong>em</strong>aiores que as forças atuando entre as moléculas.Quanto à interação intermolecular, uma <strong>da</strong>s maneiras de se abor<strong>da</strong>r o probl<strong>em</strong>a é atravésde cálculos puramente ab initio 2 . Esta estratégia t<strong>em</strong> sido adota<strong>da</strong> por diversos pesquisadorespara estu<strong>da</strong>r, por ex<strong>em</strong>plo, os dímeros de benzeno.Nestes cálculos, a repulsão estérica e asinterações eletrostáticas pod<strong>em</strong> ser obti<strong>da</strong>s de cálculos ab initio a nível Hartree-Fock, utilizandoum conjunto de base de tamanho moderado [17] . O cálculo <strong>da</strong>s energias de dispersão, por suavez, requer a inclusão dos efeitos de correlação eletrônica utilizando grandes conjuntos de basecontendo funções de polarização [18] . Estes cálculos são difíceis de ser<strong>em</strong> realizados mesmo parasist<strong>em</strong>as como o dímero de benzeno. É importante salientar que ca<strong>da</strong> cálculo de energia precisater o erro associado à superposição de base corrigido [19] (BSSE, do inglês, Basis Set SuperpositionError). Como resultado, não é possível impl<strong>em</strong>entar abor<strong>da</strong>gens automatiza<strong>da</strong>s para busca deconformações de menor energia. No entanto, com a disponibili<strong>da</strong>de de máqui<strong>na</strong>s ca<strong>da</strong> vez maisrápi<strong>da</strong>s, cálculos de interações intermoleculares com altíssima precisão e que consegu<strong>em</strong> reproduziros resultados experimentais têm sido realizados <strong>em</strong> dímeros de peque<strong>na</strong>s moléculas comobenzeno e <strong>na</strong>ftaleno [20] .Outra estratégia que pode ser adota<strong>da</strong> é a do uso de métodos ab initio para se calibrar potenciais<strong>em</strong>píricos. Ou seja, uma vez tendo disponível a capaci<strong>da</strong>de computacio<strong>na</strong>l de se calcular asinterações entre dímeros, pod<strong>em</strong>os utilizá-la para calibrar um potencial de pares, que servirá paraestu<strong>da</strong>r sist<strong>em</strong>as b<strong>em</strong> maiores que um dímero. Um ex<strong>em</strong>plo desta abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> está apresenta<strong>da</strong><strong>na</strong> Referência [21]. Li e colaboradores [21] utilizaram cálculos ab initio para estu<strong>da</strong>r a interação entredímeros de benzeno e montaram um potencial de pares com a forma apresenta<strong>da</strong> <strong>na</strong> Equação(2.19).Os parâmetros A mn , B mn , C mn , D mn e E mn foram obtidos a partir de cálculos ab initio(Hartree-Fock e Funcio<strong>na</strong>l Densi<strong>da</strong>de) e, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, o potencial resultante foi utilizado <strong>em</strong> simulaçõesde Dinâmica Molecular.φ = ∑m


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 10Uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhante foi adota<strong>da</strong> por Smith [17] e colaboradores. Num artigo, foi apresentadoum estudo detalhado dos dímeros de benzeno envolvendo cálculos MP2 e MP4 3 . Emsegui<strong>da</strong>, estes resultados foram utilizados <strong>na</strong> construção de um campo de força que, por sua vez,foi comparado com diversos campos de força disponíveis <strong>na</strong> literatura [22] .Numa boa parte dos casos, não pod<strong>em</strong>os utilizar nenhuma destas duas abor<strong>da</strong>gens pois, osist<strong>em</strong>a de interesse é muito grande para permitir cálculos inteiramente ab initio ou, até mesmo,a parametrização de um campo de força específico para o sist<strong>em</strong>a sob análise. Nestes casos,a solução é recorrer a um dos vários campos de força disponíveis <strong>na</strong> literatura que t<strong>em</strong> sidoestu<strong>da</strong>dos e utilizados ao longo dos anos. Ca<strong>da</strong> um destes campos de força utiliza um conjuntode parâmetros <strong>em</strong>píricos internos, que pod<strong>em</strong> ter sido obtidos a partir de experimentos ou decálculos teóricos. Existe uma série de campos de força comumente utilizados <strong>em</strong> simulaçõesde Mecânica Molecular. Pod<strong>em</strong>os citar o MM2 [23] , AMBER [24, 25] , CHARMM [26] , OPLS [27, 28] e oMMFF [29–33] .Estes campos de força acima citados levam <strong>em</strong> conta tanto as interações intramoleculares,quando as intermoleculares. Como já comentamos anteriormente, <strong>em</strong> nosso estudo estamosinteressados, inicialmente, <strong>em</strong> a<strong>na</strong>lisar ape<strong>na</strong>s as interações intermoleculares. Por isso, optamospor utilizar um campo de força contendo ape<strong>na</strong>s dois termos: O termo de van der Waals e otermo eletrostático. É sobre estes termos que discutir<strong>em</strong>os agora.Todos os átomos exib<strong>em</strong> uma atração de longo alcance proporcio<strong>na</strong>l a 1/r 6 , sendo r a separaçãoentre os átomos. Esta atração é geralmente chama<strong>da</strong> de atração de van der Walls, já queé a equação de estado de van der Walls que postula a existência deste tipo de atração universal.A orig<strong>em</strong> Quanto-Mecânica desta atração foi estabeleci<strong>da</strong> por London e, por isso, é geralmentechama<strong>da</strong> de força de London ou de forças de ão. Estas forças resultam <strong>da</strong> interação entre o dipoloinduzido que um átomo provoca no outro. Por isso, é necessário se incluir a correlação eletrônica<strong>em</strong> cálculos que pretend<strong>em</strong> descrever estas interações [34] .A distâncias suficient<strong>em</strong>ente curtas, as interações de todos os átomos são repulsivas (devidoà superposição de seus orbitais e ao princípio de exclusão de Pauli).Além do termo 1/r 6 , o potencial de longo alcance pode também incluir termos proporcio<strong>na</strong>isa 1/r 8 , 1/r 10 , e termos de ord<strong>em</strong> superior que são, <strong>em</strong> geral, desprezados. O potencial de curtoalcance é geralmente escrito como e −Cr (onde C > 0), já que a superposição de orbitais t<strong>em</strong> estaforma. Este termo pode ser descrito por um termo do tipo 1/r 12 .3 Apresentar<strong>em</strong>os a teoria de perturbação de Mφller-Plesset (MP) <strong>na</strong> Seção 4.3 do Capítulo 4.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 11Exist<strong>em</strong> várias formas para descrever a interação de van der Walls.Nós usar<strong>em</strong>os aqui ochamado Potencial 12-6 de Len<strong>na</strong>rd-Jones (ver Fig. [2.2]), que é descrito pela seguinte equação:⎡ ) 12 ( ) ⎤ 6v LJ (r ij ) = 4ɛ ⎣(σ σ− ⎦ , (2.20)r ij r ijFigura 2.2: Gráfico do potencial de Len<strong>na</strong>rd-Jones. Note o mínimo do potencial <strong>na</strong> distância 2 1/6 σe a profundi<strong>da</strong>de do mesmo, de ɛ.e t<strong>em</strong> sido utilizado com razoável sucesso <strong>em</strong> simulações computacio<strong>na</strong>is 4 . Os parâmetros ɛ e σdepend<strong>em</strong> do tipo de átomo que está interagindo e dev<strong>em</strong> ser estimados a partir de resultadosexperimentais <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s moléculas, de proprie<strong>da</strong>des termodinâmicas e de proprie<strong>da</strong>desestruturais do sist<strong>em</strong>a.4 É importante salientar que, <strong>em</strong> certas situações, a aproximação <strong>em</strong>buti<strong>da</strong> no potencial de pares pode ser b<strong>em</strong>grosseira. Consider<strong>em</strong>os, por ex<strong>em</strong>plo, o caso de sist<strong>em</strong>as metálicos. Nestes sist<strong>em</strong>as, os elétrons que participam<strong>da</strong>s ligações químicas estão deslocalizados sobre um número muito grande de átomos e a ligação entre dois átomosé obviamente dependente <strong>da</strong> vizinhança <strong>em</strong> torno deles, isto é, <strong>da</strong> coorde<strong>na</strong>ção do sist<strong>em</strong>a. Nestes casos, ospotenciais de pares não são suficientes para descrever a física envolvi<strong>da</strong> <strong>na</strong>s interações atômicas e para melhorar aaproximação precisamos incluir no potencial termos que descrev<strong>em</strong> os efeitos envolvendo mais que dois corpos.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Potencial de Interação U 12O potencial t<strong>em</strong> uma “cau<strong>da</strong>” atrativa de grande raio de ação <strong>da</strong> forma 1/r 6 , um poço deprofundi<strong>da</strong>de ɛ e uma parede repulsiva b<strong>em</strong> incli<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>em</strong> distâncias menores que r ∼ σ (ver Fig.[2.2]). Os parâmetros <strong>em</strong>píricos ɛ e σ estão catalogados para uma série de átomos distintos. Porex<strong>em</strong>plo, para o argônio líqüido, os parâmetros que produz<strong>em</strong> um potencial que melhor reproduzos resultados experimentais são, respectivamente, ɛ/k b ≈ 120K e σ = 0.34 nm. Estes númerossão obtidos ao comparar os resultados calculados pelo uso deste potencial com as proprie<strong>da</strong>desexperimentais do argônio líqüido, ou a partir de cálculos ab initio, conforme comentamosanteriormente.É importante comentar que o potencial de Len<strong>na</strong>rd-Jones não descreve as interações eletrostáticas.Para isso, precisamos adicio<strong>na</strong>r ao potencial de interação outro termo, ou seja, precisamosincluir o potencial de Coulomb:v q iq j(r ij ) =q iq j4πɛ 0 r ij, (2.21)onde q i e q j são as cargas nos íons i e j e ɛ 0 é a permissivi<strong>da</strong>de do vácuo.Nas simulações, as interações são computa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> termos dos potenciais de interação átomoátomo,concentrando <strong>na</strong>s posições dos átomos constituintes.Na Figura [2.3], ilustramos a aproximação átomo-átomo também chama<strong>da</strong> de sítio-sítio.Figura 2.3: Esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> interação átomo-átomo ou sítio-sítio.seja,A interação total é a soma <strong>da</strong>s interações de pares de sítios distintos <strong>da</strong> molécula i e j, ouonde v ij = v(r ij ).v(r ij , Ω i , Ω j ) = v 11 + v 12 + v 21 + v 22 , (2.22)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo de Monte Carlo 13Os sítios de interação são usualmente centrados <strong>na</strong>s posições dos núcleos, feito assim d<strong>em</strong>odo a reproduzir mais realisticamente os efeitos básicos <strong>da</strong> forma molecular.2.4 Método de Monte CarloNesta seção, far<strong>em</strong>os uma breve descrição do método de Monte Carlo, assim chamado devidoao papel que os números randômicos ou aleatórios têm no método [15] . Como esse é o métodoque se encontra impl<strong>em</strong>entado no código computacio<strong>na</strong>l que utilizar<strong>em</strong>os <strong>em</strong> nossas simulações,ir<strong>em</strong>os focalizar nossa atenção <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong>des deste método impl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong>s neste programa.Referimos o Capítulo 4 do livro de Allen e Tildesley [15] para informações mais gerais.2.4.1 Descrevendo a SimulaçãoA simulação de Monte Carlo é inicia<strong>da</strong> com uma configuração qualquer. No nosso caso, aconfiguração inicial é uma <strong>em</strong> que a(s) molécula(s) estão a uma certa distância <strong>da</strong> superfície eaproxima<strong>da</strong>mente no centro <strong>da</strong> mesma, como mostrado <strong>na</strong> Figura [2.4]. O único cui<strong>da</strong>do quetomamos é <strong>em</strong> posicio<strong>na</strong>r nossa superfície no fundo <strong>da</strong> “caixa de simulação”, a fim de não gerarmosconfigurações equivalentes onde ora a molécula está <strong>na</strong> parte superior <strong>da</strong> superfície, ora <strong>na</strong>parte inferior.Um passo de Monte Carlo é definido quando N moléculas do sist<strong>em</strong>a são visita<strong>da</strong>s aleatoriamente.Em ca<strong>da</strong> visita, cinco números aleatórios são gerados:1. δx, num intervalo de [-δr máx. , δr máx. ].2. δy, num intervalo de [-δr máx. , δr máx. ].3. δz, num intervalo de [-δr máx. , δr máx. ].4. Eixo, que pode ser o eixo x, y ou z.5. δΘ, num intervalo de [-15 0 , +15 0 ].Estes números defin<strong>em</strong> um movimento molecular aleatório, composto por uma translação de:δr = δxî + δyĵ + δzˆk, (2.23)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo de Monte Carlo 14(a) Superfície do grafite e molécula de metano.Visão superior.(b) Superfície do grafite e molécula de metano.Visão lateral.Figura 2.4: Configuração inicial <strong>da</strong> simulação de Monte Carlo.e uma rotação de δΘ <strong>em</strong> torno do eixo selecio<strong>na</strong>do.N<strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as configurações gera<strong>da</strong>s são aceitas. A chama<strong>da</strong> técnica de amostrag<strong>em</strong> é qu<strong>em</strong>estabelece as regras de aceitação ou rejeição de uma configuração gera<strong>da</strong> conforme dito anteriormente.Um ponto que pod<strong>em</strong>os imagi<strong>na</strong>r aqui é o fato <strong>da</strong> superfície ser finita e <strong>da</strong> molécula podercaminhar <strong>na</strong> direção <strong>da</strong>s bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> mesma, <strong>da</strong>ndo orig<strong>em</strong> a efeitos indesejáveis. Tais efeitos sãoevitados através <strong>da</strong> utilização do método <strong>da</strong>s réplicas ou <strong>da</strong>s imagens, acoplado com o uso decondições periódicas de contorno. Como o nome já sugere, este método consiste <strong>em</strong> replicar osist<strong>em</strong>a origi<strong>na</strong>l <strong>em</strong> to<strong>da</strong>s as direções, fazendo com que não tenhamos a interação <strong>da</strong> moléculaque a<strong>na</strong>lisamos com as bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> superfície n<strong>em</strong> com os limites do sist<strong>em</strong>a (o que chamamosanteriormente de caixa de simulação). Está impl<strong>em</strong>entado também um raio de corte, r c , de modoque só as moléculas separa<strong>da</strong>s por uma distância menor que esta são considera<strong>da</strong>s <strong>na</strong> interação(esta opção pode ser ativa<strong>da</strong> ou não). Ou seja, o que t<strong>em</strong>os efetivamente é uma superfície infinitainteragindo com a molécula de interesse.Em resumo, a simulação de Monte Carlo consiste dos seguintes passos, considerando quenosso sist<strong>em</strong>a é formado por uma superfície fixa e ape<strong>na</strong>s uma molécula:1. Faz<strong>em</strong>os um movimento aleatório <strong>na</strong> molécula, sorteando cinco números aleatórios comoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloMétodo de Monte Carlo 15(a) Superfície do grafite e molécula de metano(b) Superfície do grafite e molécula de metanoreplica<strong>da</strong>s. Note o raio de corte r c .Figura 2.5: Uso do método <strong>da</strong>s réplicas para evitar as interações <strong>da</strong> molécula com as bor<strong>da</strong>s <strong>da</strong>superfície.explicado anteriormente.2. Aplicamos o teste de aceitação; caso o movimento seja aprovado, a configuração é aceita.3. Como só t<strong>em</strong>os uma molécula, a aceitação <strong>da</strong> configuração marca o fim do passo de MonteCarlo. Começamos assim um novo ciclo.Ao fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> simulação, t<strong>em</strong>os uma cadeia de configurações que descreve a evolução <strong>da</strong> simulação.A evolução <strong>da</strong>s simulações é dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> dois estágios:1. A termalização2. O estágio estacionário2.4.2 A TermalizaçãoA termalização é um estágio não-estacionário onde o sist<strong>em</strong>a passa <strong>da</strong> configuração inicial,que geralmente t<strong>em</strong> uma energia U 0 muito alta compara<strong>da</strong> com a energia média, <strong>em</strong> direçãoà energia média 〈U〉. No programa utilizado, , antes <strong>da</strong> termalização pode ser utilizado umprocesso de minimização de energia, que permite uma redução rápi<strong>da</strong> <strong>da</strong> energia inicial. NestaTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Estado Estacionário 16Figura 2.6: Ex<strong>em</strong>plo de passo de Monte Carlo para o caso de uma superfície de grafite e umamolécula de metano onde o eixo para a rotação escolhido foi o eixo y.etapa, só são aceitas as configurações que diminu<strong>em</strong> a energia do sist<strong>em</strong>a. A idéia de usar estatécnica é a de diminuir rapi<strong>da</strong>mente a energia total do sist<strong>em</strong>a saindo <strong>da</strong> energia inicial para algopróximo <strong>da</strong> energia média.2.5 O Estado EstacionárioEm nossas simulações, ter<strong>em</strong>os uma caixa de simulação com volume fixo V , o número Nde constituintes do sist<strong>em</strong>a também é fixo e manter<strong>em</strong>os fixa a t<strong>em</strong>peratura T do sist<strong>em</strong>a. Istocaracteriza o ens<strong>em</strong>ble NV T .Apresentar<strong>em</strong>os agora como pod<strong>em</strong>os gerar um ens<strong>em</strong>ble NV T a partir <strong>da</strong>s configuraçõesgera<strong>da</strong>s pela técnica de Monte Carlo, e a calcular as médias de ens<strong>em</strong>ble.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Estado Estacionário 172.5.1 Técnica de Amostrag<strong>em</strong> de MetropolisNesta seção, descrever<strong>em</strong>os brev<strong>em</strong>ente a técnica de amostrag<strong>em</strong> de Metropolis. Como diss<strong>em</strong>osanteriormente, o Método de Monte Carlo pode ser usado para gerar configurações segundoas características de ca<strong>da</strong> ens<strong>em</strong>ble. Também comentamos que o Método de Monte Carlobaseia-se <strong>na</strong>s chama<strong>da</strong>s médias de ens<strong>em</strong>ble, ou seja, o valor médio de uma grandeza físicamensurável,〈F〉 ens. , será obtido através <strong>da</strong> média deste observável num conjunto ou espaço deconfigurações {Γ i }:〈F〉 ens. = 1 Z∫Fρ ens. dΓ (2.24){Γ i }onde ρ ens. /Z é a distribuição de probabili<strong>da</strong>des do ens<strong>em</strong>ble escolhido e Z é a chama<strong>da</strong> funçãode partição e entra como um fator de normalização <strong>da</strong> distribuição:∫Z = ρ ens. (Γ ) dΓ (2.25){Γ }A equação (2.24) é a<strong>na</strong>liticamente intratável para a maioria dos modelos usados para descrevero potencial de interação U.sugeriu se substituir a equação (2.24) por:A solução para este probl<strong>em</strong>a foi <strong>da</strong><strong>da</strong> por Metropolis [35], que〈F〉 ens. = 〈F〉 l = 1 ll∑F(Γ i ) (2.26)i=1onde o probl<strong>em</strong>a agora passa a ser gerar uma seqüência de configurações aleatórias Γ i pertencentesao espaço de configurações {Γ } que, ao fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> simulação, ca<strong>da</strong> configuração tenha ocorrido<strong>na</strong> proporção devi<strong>da</strong>. A solução deste probl<strong>em</strong>a é gerar uma cadeia Markovia<strong>na</strong> de configurações,que tenham como distribuição limite ρ ens. . Neste ponto, é importante fazermos umapeque<strong>na</strong> discussão sobre o que é uma cadeia Markovia<strong>na</strong>.Por definição, uma cadeia Markovia<strong>na</strong> é uma seqüência de tentativas que satisfaz duas condições:1. O resultado de ca<strong>da</strong> passo pertence a um conjunto finito de resultados {Γ 1 , Γ 2 , . . . , Γ m , Γ n , . . .},chamado de espaço de estado.2. O resultado de um passo depende ape<strong>na</strong>s do resultado do passo que imediatamente o precede.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Estado Estacionário 18Os dois estados, Γ m e Γ n , estão ligados pela probabili<strong>da</strong>de de transição π mn , que é a probabili<strong>da</strong>dede ir do estado m para o estado n. Esta matriz de transição deve ser estocástica, ouseja,π ij ≥ 0e∑π ij = 1 ∀ i, (2.27)ie que deve satisfazer a reversibili<strong>da</strong>de microscópica 5 .ρ i π ij = ρ j π ji . (2.28)As proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> cadeia de Markov são melhor ilustra<strong>da</strong>s por um ex<strong>em</strong>plo, apresentadono livro de Allen e Tildesley [15] . Suponha que a confiabili<strong>da</strong>de de um computador siga um certopadrão. Se ele estiver funcio<strong>na</strong>ndo <strong>em</strong> um dia, a probabili<strong>da</strong>de dele estar funcio<strong>na</strong>ndo no diaseguinte é de 60%. Se, no entanto, ele estiver desligado num <strong>da</strong>do dia, a probabili<strong>da</strong>de delecontinuar desligado no dia seguinte é de 70%. O espaço de estado t<strong>em</strong> duas componentes, ligado(↑) e desligado (↓), e a matriz de transição, π, t<strong>em</strong> a seguinte forma:π =↑↓⎛⎜⎝↑ ↓0.6 0.40.3 0.7⎞⎟⎠ . (2.29)Se o computador pode estar tanto desligado quanto ligado, no dia <strong>em</strong> que começa nossacadeia, a probabili<strong>da</strong>de inicial pode ser representa<strong>da</strong> por um vetor, que t<strong>em</strong> as dimensões doespaço de estado, e é <strong>da</strong>do por:ρ (1) =(↑↓0.5 0.5).(2.30)A probabili<strong>da</strong>de do computador estar funcio<strong>na</strong>ndo num segundo dia é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela seguinteequação matricial:5 Na ver<strong>da</strong>de a Eq. (2.28) não deve ser satisfeita. O que deve ser satisfeita é a equação ρ i = ∑ i≠i π ij ρ j . Porém, umaforma fácil de satisfazer esta equação é assumir uma condição muito mais forte que é a reversibili<strong>da</strong>de microscópicaapresenta<strong>da</strong> <strong>na</strong> Eq. (2.28)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Estado Estacionário 19(ρ (2) = ρ (1) π =0.45 0.55). (2.31)Isto é, existe 45% de chance do computador estar ligado no segundo dia.ter<strong>em</strong>os:No terceiro dia,(ρ (3) = ρ (2) π = ρ (1) ππ =0.435 0.565). (2.32)Se continuarmos fazendo esta evolução, notar<strong>em</strong>os que:ρ (1) (ρ (2) (ρ (3) (ρ (4) (ρ (5) (ρ (6) (0.5000 0.50000.4500 0.56500.4305 0.56950.4291 0.57080.4287 0.57130.4286 0.5714..(limτ→∞ ρ(1) π τ 0.4286 0.5714))))))),e assim ex<strong>em</strong>plificamos o significado de estado ρ e como a matriz de transição π faz a conexãoentre eles.No nosso probl<strong>em</strong>a, <strong>em</strong> que t<strong>em</strong>os um ens<strong>em</strong>ble NV T , Markov sugeriu a seguinte matriz detransição:π ij = 1 se ρ j ≥ ρ i ∀i ≠ jπ ij = ρ jρ ise ρ j < ρ i ∀i ≠ j (2.33)π ij = 1 − ∑ i≠jπ ij ∀i = j.No caso <strong>da</strong> simulação no ens<strong>em</strong>ble NV T , t<strong>em</strong>os que:1. Se uma molécula é movi<strong>da</strong> para uma nova posição e a energia do sist<strong>em</strong>a diminui (U nova


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloO Estado Estacionário 202. Se, após o movimento, a energia aumenta (U nova > U velha ) então um número aleatório ξ (entre 0 e 1) é gerado, e se este número for menor ou igual à probabili<strong>da</strong>de de transição:π nova,velha = ρ novaρ velha= e −(U nova−U velha )/kT = e −∆U/kT , (2.34)a nova posição é aceita, apesar <strong>da</strong> energia ter aumentado. Caso contrário (i.e, se ξ > e −∆U/kT )a nova posição é rejeita<strong>da</strong>.Ou seja, impl<strong>em</strong>entando estas condições <strong>na</strong> Equação (2.35), ter<strong>em</strong>os:π ij = 1 se U j < U i ∀i ≠ jπ ij = e−U j/kTe −U i/kTse U j ≥ U i ∀i ≠ j (2.35)π ij = 1 − ∑ i≠je −∆U/kT ∀i = j.Na Figura [2.7], ilustramos a região de aceitação <strong>da</strong> técnica de amostrag<strong>em</strong> de Metropolis <strong>em</strong>função de kT .RejeitadoFigura 2.7: Ilustração a região de aceitação <strong>da</strong> técnica de amostrag<strong>em</strong> de Metropolis <strong>em</strong> funçãode kT . Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [36].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloA Ergodici<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s Simulações de Dinâmica Molecular e de Monte Carlo 21Em resumo, o programa que utilizar<strong>em</strong>os nos fornecerá, ao fi<strong>na</strong>l de uma simulação, um conjuntode configurações. Nós então a<strong>na</strong>lisar<strong>em</strong>os to<strong>da</strong>s estas configurações <strong>em</strong> busca de “médias”de certas proprie<strong>da</strong>des como, por ex<strong>em</strong>plo, no caso <strong>da</strong> simulação de moléculas orgânicas sobreuma superfície, ter<strong>em</strong>os a distância “média” dessas moléculas à superfície.2.6 A Ergodici<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s Simulações de Dinâmica Molecular e de MonteCarloO ponto de parti<strong>da</strong> <strong>da</strong> discussão <strong>da</strong> equivalência entre a Dinâmica Molecular e a simulaçãode Monte Carlo é a hipó<strong>tese</strong> de que tanto o processo estocástico quanto o determinístico sãoergódicos. Da Mecânica Estatística [37] , ter<strong>em</strong>os a seguinte definição de ergodici<strong>da</strong>de:Seja a média t<strong>em</strong>poral obti<strong>da</strong> por uma observação por um longo intervalo de t<strong>em</strong>po:∫〈 〉f (p, q) τ = lim 1 ττ→∞ τ 0f ( p(t), q(t) ) dt, (2.36)e a média toma<strong>da</strong> de vários sist<strong>em</strong>as do mesmo ens<strong>em</strong>ble, todos com a mesma energiae observados de uma só vez, num mesmo intervalo t<strong>em</strong>po (média do ens<strong>em</strong>ble), <strong>da</strong><strong>da</strong>por:〈 〉f (p, q) E = 1 ∫f (p, q) dp N dq N , (2.37)Ω E=E 0onde,∫Ω = dp N dq N . (2.38)E=E OSe o sist<strong>em</strong>a for ergódico, ter<strong>em</strong>os que:〈f (p, q)〉τ = 〈 f (p, q) 〉 E . (2.39)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 2. Dinâmica Molecular e Simulação de Monte CarloA Ergodici<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s Simulações de Dinâmica Molecular e de Monte Carlo 22Na prática, o significado de um processo que gera configurações ser ergódico é que, <strong>em</strong> simulaçõesinfinitamente longas, todo o espaço de configurações acessíveis será visitado. Portanto,voltando agora para a definição anterior, a Dinâmica Molecular (cujas médias são as médias t<strong>em</strong>porais)e a simulação de Monte Carlo (cujas médias são as médias de ens<strong>em</strong>ble) são equivalentes,desde que realiza<strong>da</strong>s por um t<strong>em</strong>po infinito. Acontece que não existe t<strong>em</strong>po infinito <strong>na</strong> prática,e tudo que pod<strong>em</strong>os dispor é de um computador capaz de gerar um número muito grande deconfigurações num curto intervalo de t<strong>em</strong>po. Assim, o que é importante para nós é que estaequivalência também é váli<strong>da</strong> quando estamos tratando com simulações finitas e longas [36] .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nte3.1 Definição do Probl<strong>em</strong>aNosso principal objetivo nesta seção é o de encontrar soluções aproxima<strong>da</strong>s <strong>da</strong> equação deSchrödinger não-relativística e independente do t<strong>em</strong>po:H Ψ = EΨ, (3.1)onde H é o operador Hamiltoniano de um sist<strong>em</strong>a molecular.Vamos desenvolver neste Capítulo a conheci<strong>da</strong> aproximação ou método de Hartree-Fock.Muito <strong>em</strong>bora estejamos interessados <strong>em</strong> métodos pós Hartree-Fock, a função de on<strong>da</strong> representa<strong>da</strong>por um único determi<strong>na</strong>nte de Slater (resultado do método de Hartree-Fock) é o pontode parti<strong>da</strong> para o método que apresentar<strong>em</strong>os mais adiante neste trabalho. Por isso, resolv<strong>em</strong>osapresentar, <strong>em</strong> linhas gerais, a aproximação de Hartree-Fock.Supondo que nosso sist<strong>em</strong>a é composto de M núcleos e N elétrons, descritos por vetoresposição R A e r i , respectivamente (Ver Fig. [3.1]), o operador Hamiltoniano H , <strong>em</strong> uni<strong>da</strong>desatômicas (para uma definição de uni<strong>da</strong>des atômicas, ver o Apêndice H), é escrito como:23


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDefinição do Probl<strong>em</strong>a 24H =−+N∑i=1N∑i=1 j>i1M2 ∇2 i − ∑N∑1r ij+A=1M∑1∇ 2 A2M − ∑ NAM∑A=1 B>AM∑Z Ari=1 A=1 iAZ A Z BR AB. (3.2)Figura 3.1: Sist<strong>em</strong>a de coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s utilizado para escrever o Hamiltoniano H .Na Equação (3.2), M A é a razão entre a massa do núcleo A e a massa do elétron, e Z A é onúmero atômico do núcleo A. O primeiro termo <strong>na</strong> Equação (3.2) é o operador energia cinética doselétrons; o segundo termo é o operador energia cinética dos núcleos; o terceiro termo representaa atração Coulombia<strong>na</strong> entre os elétrons e os núcleos; o quarto e quinto termos representam arepulsão entre os elétrons e entre os núcleos, respectivamente.O Hamiltoniano acima é complicado de ser resolvido, mesmo se quisermos abor<strong>da</strong>r um probl<strong>em</strong>ade uma molécula com alguns núcleos e elétrons. Felizmente, existe uma aproximaçãosuficient<strong>em</strong>ente precisa para vários fins e que simplifica a resolução do probl<strong>em</strong>a. Abor<strong>da</strong>r<strong>em</strong>osesta aproximação <strong>na</strong> próxima seção.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Born-Oppenheimer 253.2 A Aproximação de Born-OppenheimerNa maioria dos átomos e moléculas, os elétrons mov<strong>em</strong>-se com veloci<strong>da</strong>des b<strong>em</strong> maioresque as associa<strong>da</strong>s ao movimento nuclear (as vibrações). Como resultado, os elétrons pod<strong>em</strong> seajustar “rapi<strong>da</strong>mente” ao “lento” movimento nuclear.Isto significa que pod<strong>em</strong>os desenvolverum modelo no qual os elétrons segu<strong>em</strong> “suav<strong>em</strong>ente” as vibrações e rotações dos núcleos. Est<strong>em</strong>odelo foi desenvolvido quantitativamente por Born e Oppenheimer [38] e é conhecido comoa aproximação de Born-Oppenheimer ou aproximação adiabática.Dentro desta aproximação,váli<strong>da</strong> desde que [34] (1/M A ) 1/4 ≪ 1, o segundo termo <strong>na</strong> Equação (3.2) (i.e., a energia cinéticados núcleos) pode ser desprezado e o último termo, que descreve a repulsão entre os núcleos,pode ser considerado uma constante. Qualquer constante adicio<strong>na</strong><strong>da</strong> a um operador não t<strong>em</strong>efeito sobre suas autofunções, ape<strong>na</strong>s sobre seus autovalores.Estes, por sua vez, passarão aestar acrescidos desta constante. Os termos r<strong>em</strong>anescentes formarão o chamado Hamiltonianoeletrônico, H el. , <strong>da</strong>do por:H el. = −N∑i=11N2 ∇2 i − ∑M∑i=1 A=1Z Ar ia+N∑N∑i=1 j>i1r ij. (3.3)A solução <strong>da</strong> equação de Schrödinger envolvendo o Hamiltoniano eletrônico,H el. Φ el. = E el. Φ el. , (3.4)é a função de on<strong>da</strong> eletrônica,Φ el. = Φ el. ({r i }; {R A }) , (3.5)que descreve o movimento dos elétrons e depende explicitamente <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s eletrônicas eparametricamente <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s nucleares. O mesmo vale para a energia eletrônica,E el. = E el. ({R A }) . (3.6)Por uma dependência paramétrica nós entend<strong>em</strong>os que, para diferentes arranjos nucleares,Φ el. é uma função diferente <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s eletrônicas.Mas as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s nucleares nãoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Born-Oppenheimer 26aparec<strong>em</strong> explicitamente <strong>em</strong> Φ el. . A energia total para os núcleos fixos também deve incluir otermo constante, devido à repulsão nuclear:E tot. = E el. +M∑M∑A=1 B>AZ A Z BR AB. (3.7)É interessante salientarmos que exist<strong>em</strong> casos onde a aproximação de Born-Oppenheimer nãoé váli<strong>da</strong>. Nos estados de Rydberg, por ex<strong>em</strong>plo, os elétrons de valência estão ligados por umafração de elétrons-Volts e a freqüência do movimento orbital não é muito maior que as freqüências<strong>na</strong>turais de vibração. Nestes casos, esperamos que a aproximação de Born-Oppenheimer nãoseja váli<strong>da</strong> e correções a este modelo precisam ser feitas.As equações anteriores constitu<strong>em</strong> o probl<strong>em</strong>a eletrônico, que é nosso principal objetivo nesta<strong>tese</strong>. No entanto, é interessante salientar que o passo inicial de qualquer cálculo de QuímicaQuântica é a definição <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s moleculares, ou seja, <strong>da</strong> geometria <strong>da</strong> molécula. Precisamosentão otimizar esta geometria e, para isso, precisamos resolver o probl<strong>em</strong>a nuclear.Uma vez resolvido o probl<strong>em</strong>a eletrônico, pod<strong>em</strong>os resolver <strong>em</strong> segui<strong>da</strong> o probl<strong>em</strong>a nuclear sobas mesmas hipó<strong>tese</strong>s que usamos para formular o probl<strong>em</strong>a eletrônico. Como os elétrons s<strong>em</strong>ov<strong>em</strong> b<strong>em</strong> mais rapi<strong>da</strong>mente que os núcleos, pod<strong>em</strong>os supor que os núcleos sent<strong>em</strong> ape<strong>na</strong>sum potencial médio devido aos elétrons e, portanto,H nucl. =−+= −= −M∑A=1M∑〈1∇ 2 A2M + −AA=1 B>AM∑A=1M∑A=1M∑Z A Z BR ABN∑i=11N2 ∇2 i − ∑12M A∇ 2 A + E el. ({R A }) +M∑i=1 A=1M∑A=1 B>AZ Ar iA+M∑Z A Z BR ABN∑N∑i=1 j>i〉1r ij12M A∇ 2 A + E tot ({R A }) . (3.8)A energia total, E tot. ({R A }), provê um potencial para o movimento nuclear. Os núcleos,<strong>na</strong> aproximação de Born-Oppenheimer, move-se sobre uma superfície de potencial obti<strong>da</strong> ao resolvermoso probl<strong>em</strong>a eletrônico. As soluções <strong>da</strong> equação de Schrödinger nuclear,H nucl. Φ nucl. = EΦ nucl. , (3.9)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteOrbitais e o Determi<strong>na</strong>nte de Slater 27descrev<strong>em</strong> as vibrações, rotações, translações e a geometria de uma molécula.E, que é a energia total <strong>na</strong> aproximação de Born-Oppenheimer, inclui a energia eletrônica,vibracio<strong>na</strong>l, translacio<strong>na</strong>l e rotacio<strong>na</strong>l. A aproximação correspondente para a função de on<strong>da</strong> é:Φ ({r i }; {R A }) = Φ el. ({r i }) Φ nucl. ({R A }) . (3.10)3.3 Orbitais e o Determi<strong>na</strong>nte de SlaterNesta seção, discutir<strong>em</strong>os como pod<strong>em</strong>os construir a função de on<strong>da</strong> de um sist<strong>em</strong>a d<strong>em</strong>uitos elétrons. Se olharmos para o Hamiltoniano <strong>da</strong> Equação (3.3), concluir<strong>em</strong>os que este dependeape<strong>na</strong>s <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s espaciais dos elétrons. No entanto, sab<strong>em</strong>os que para descrever<strong>completa</strong>mente um elétron, é necessário especificar o spin. Nós faz<strong>em</strong>os isto, no contexto denossa teoria não-relativística, introduzindo duas funções de spin α(ω) e β(ω), uma correspondendoao “spin para cima” e a outra ao “spin para baixo”, respectivamente, ca<strong>da</strong> uma correspondendoaos dois auto- estados de spin do operador S z . Estas funções, de uma variável de spin nãoespecifica<strong>da</strong> ω, formam um conjunto completo e ortonormal,∫dωα ∗ (ω)α(ω) =∫dωα ∗ (ω)β(ω) =∫dωβ ∗ (ω)β(ω) = 1∫dωβ ∗ (ω)α(ω) = 0.(3.11)Neste formalismo, um elétron é descrito não ape<strong>na</strong>s pelas três coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s espaciais, r, mastambém por uma coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> de spin, ω. Denotar<strong>em</strong>os a partir de agora este conjunto de quatrocoorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s por: x.Not<strong>em</strong>os que o operador Hamiltoniano não depende <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s associa<strong>da</strong>s ao spin.Assim, adotar<strong>em</strong>os a estatística adequa<strong>da</strong> a partícula de spin s<strong>em</strong>i-inteiro, fazendo o seguinterequerimento adicio<strong>na</strong>l:Uma função de on<strong>da</strong> de muitos elétrons deve ser anti-simétrica com respeito à troca <strong>da</strong>scoorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s x de quaisquer dois elétrons:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteOrbitais e o Determi<strong>na</strong>nte de Slater 28Φ(x 1 , . . . , x i , . . . , x j , . . . , x n ) = −Φ(x 1 , . . . , x j , . . . , x i , . . . , x n ). (3.12)Este requerimento é chamado de princípio de anti-simetria e é uma definição mais geraldo princípio de exclusão de Pauli. Este é um postulado “ad hoc” <strong>da</strong> Mecânica Quântica nãorelativísticae diz que uma função de on<strong>da</strong>, que descreve um sist<strong>em</strong>a de muitos elétrons, devenão somente satisfazer a equação de Schrödinger, como também deve ser anti-simétrica no sentidoapresentado <strong>na</strong> Equação (3.12).Uma vez definidos os requerimentos aos quais a função de on<strong>da</strong> deve atender, passar<strong>em</strong>osagora para a construção <strong>da</strong> mesma. No probl<strong>em</strong>a atômico, o orbital refere-se à parte espacial<strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> eletrônica (orbital atômico). Como nós estar<strong>em</strong>os s<strong>em</strong>pre envolvidos coma estrutura eletrônica molecular, nós preferir<strong>em</strong>os o termo orbital molecular ao termo orbital.No entanto, como diss<strong>em</strong>os anteriormente, precisamos incluir o termo de spin. Faz<strong>em</strong>os istomultiplicando a função de on<strong>da</strong> espacial pela função de spin α(ω) ou β(ω), já defini<strong>da</strong>s anteriormente.A função de on<strong>da</strong> do elétron, que descreve tanto sua parte espacial quanto seu spin,será chama<strong>da</strong> agora de spin-orbital, χ(x):χ(x) = Φ(r)α(ω) ou Φ(r)β(ω). (3.13)Defini<strong>da</strong> a função de on<strong>da</strong> de um elétron num sist<strong>em</strong>a molecular, precisamos agora determi<strong>na</strong>ra função de on<strong>da</strong> de um conjunto de N elétrons. Se voltarmos à Equação (3.3), ver<strong>em</strong>os que,se não existisse o terceiro termo à direita <strong>da</strong> igual<strong>da</strong>de, que é um termo envolvendo as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>sde dois elétrons, nosso probl<strong>em</strong>a se resumiria a N equações de um elétron pois poderíamosescrever:H = ∑ iO(i), (3.14)onde O(i) é um operador de um elétron que envolve os termos relativos ao elétron i nos doisprimeiros somatórios <strong>da</strong> Equação (3.3). Para ca<strong>da</strong> elétron, teríamos então uma equação de autovaloresdo tipo:O(i)χ j (x i ) = ɛ j χ j (x i ), (3.15)e a equação de Schrödinger para o sist<strong>em</strong>a molecular seria <strong>da</strong><strong>da</strong> por:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteOrbitais e o Determi<strong>na</strong>nte de Slater 29H Φ PH = ∑ iO(i)Φ PH = ∑ iɛ i Φ PH , (3.16)que é uma equação separável e, por conseguinte, permite-nos escrever Φ PH como:Φ PH = χ i (x 1 )χ j (x 2 )...χ k (x N ). (3.17)Se agora impusermos a condição de anti-simetria para a função de on<strong>da</strong>, pod<strong>em</strong>os construiruma combi<strong>na</strong>ção do produto de Hartree, Φ PH , que é a solução exata do probl<strong>em</strong>a s<strong>em</strong> repulsãoeletrônica e que satisfaz o princípio de Pauli:Φ =∣ ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣χ 1 (x 1 ) χ 2 (x 1 ) . . . χ 2K (x 1 )1 χ 1 (x 2 ) χ 2 (x 2 ) . . . χ 2K (x 2 )(N!) 1/2 .. . .. .χ 1 (x 2K ) χ 2 (x 2K ) . . . χ 2K (x 2K ). (3.18)∣A função Φ pode ser convenient<strong>em</strong>ente escrita <strong>na</strong> forma de um determi<strong>na</strong>nte, como apresentado<strong>na</strong> Equação (3.18), onde observamos que a troca de duas partículas quaisquer implica <strong>na</strong>troca de duas linhas do determi<strong>na</strong>nte, mu<strong>da</strong>ndo o si<strong>na</strong>l de Φ.Esta forma de representar a solução anti simétrica do “probl<strong>em</strong>a de Hartree” é chama<strong>da</strong> deDetermi<strong>na</strong>nte de Slater. Notamos ain<strong>da</strong> que a anti-simetria imposta não altera a “energia deHartree”.O probl<strong>em</strong>a real que precisa ser resolvido inclui o termo de repulsão Coulombia<strong>na</strong> entreos elétrons. A equação diferencial resultante não t<strong>em</strong> solução a<strong>na</strong>lítica <strong>na</strong> grande maioria doscasos. Uma solução aproxima<strong>da</strong>, proposta por Hartree, Fock e Slater (veja Ref. [34] e referênciaslá cita<strong>da</strong>s) <strong>em</strong> 1930, consiste <strong>em</strong> usar o princípio variacio<strong>na</strong>l, <strong>em</strong> que os spin-orbitais figuramcomo funções (parâmetros) variacio<strong>na</strong>is no processo de minimização <strong>da</strong> energia, como ver<strong>em</strong>osa seguir.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 303.4 A Aproximação de Hatree-FockAgora ir<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar a aproximação de Hartree-Fock. Como nosso interesse aqui é o deapresentar esta aproximação <strong>em</strong> linhas gerais, não desenvolver<strong>em</strong>os certas d<strong>em</strong>onstrações quejulgamos mais apropria<strong>da</strong>s para um texto específico sobre o t<strong>em</strong>a. Recomen<strong>da</strong>mos ao leitorinteressado por uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> mais detalha<strong>da</strong> do assunto as Referências [34] e [39].3.4.1 D<strong>em</strong>onstração <strong>da</strong> Equação de Hartree-FockDa<strong>da</strong> uma função de on<strong>da</strong> escrita como um determi<strong>na</strong>nte de Slater,|Φ 0 〉 = |χ 1 , χ 2 , . . . , χ a , χ b , . . . , χ N 〉, (3.19)a energia E 0 (= 〈Φ 0 |H |Φ 0 〉) é um funcio<strong>na</strong>l dos spin-orbitais {χ a }. Uma <strong>da</strong>s maneiras de derivarmosas equações de Hartree-Fock é minimizando E 0 [{χ a }] com respeito aos spin-orbitais, sujeitaao vínculo de que os spin-orbitais permaneçam ortonormais, isto é:∫dx 1 χa ∗ (1)χ b(1) = 〈a|b〉 = δ ab . (3.20)Em outras palavras, os vínculos são <strong>da</strong> forma:[a|b] − δ ab = 0. (3.21)Nós, portanto, consideramos o funcio<strong>na</strong>l L[χ a ] dos spin-orbitais:N∑ N∑L[{χ a }] = E 0 [{χ a }] − ɛ ab ([a|b] − δ ab ) , (3.22)a=1 b=1onde E 0 é o valor esperado <strong>da</strong> energia para o estado |Φ 0 〉, ou seja, usando o Hamiltoniano apresentado<strong>na</strong> Equação (3.3), ter<strong>em</strong>os:onde:E 0 [{χ a }] =N∑[a|h|a] + 1 2a=1N∑ N∑[aa|bb] − [ab|ba], (3.23)a=1 b=1Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 31e⎛∫[a|h|a] = dx 1 χa∗∫[aa|bb] =∫[ab|ba] =⎝ −12 ∇2 a − ∑ A⎞Z A ⎠ χa , (3.24)r aAdx 1 dx 2 χ ∗ a (x 1)χ ∗ a (x 1) 1r abχ b (x 2 )χ b (x 2 ), (3.25)dx 1 dx 2 χ ∗ a (x 1)χ ∗ b (x 1) 1r abχ b (x 2 )χ a (x 2 ). (3.26)e os ɛ ba , são multiplicadores de Lagrange. Como L é real e 〈a|b〉 = 〈b|a〉 ∗ , estes multiplicadoresde Lagrange dev<strong>em</strong> ser os el<strong>em</strong>entos de uma matriz Hermitia<strong>na</strong>, ou seja, ɛ ba = ɛ ∗ ab .A minimização de E 0 , sujeita aos vínculos, é então obti<strong>da</strong> ao minimizarmos L. Nós, portanto,variar<strong>em</strong>os os spin-orbitais de uma quanti<strong>da</strong>de infinitesimal, isto é,χ a → χ a + δχ a , (3.27)e igualamos a primeira variação de L a zero,N∑ N∑δL = δE 0 − ɛ ba δ[a|b] = 0. (3.28)a=1 b=1Como:N∑δE 0 = [δχ a |h|χ a ] + [χ a |h|δχ a ] (3.29)a=1+ 1 2− 1 2N∑a=1 b=1N∑a=1 b=1N∑[δχ a χ a |χ b χ b ] + [χ a δχ a |χ b χ b ] + [χ a χ a |δχ b χ b ] + [χ a χ a |χ b δχ b ]N∑[δχ a χ b |χ b χ a ] + [χ a δχ b |χ b χ a ] + [χ a χ b |δχ b χ a ] + [χ a χ b |χ b δχ a ],e também,Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 32N∑ N∑ɛ ba ([δχ a |χ b ] + [χ a |δχ b ]) =a=1 b=1==N∑ N∑(ɛ ba [δχ a |χ b ] + ɛ ab [χ b |δχ a ])a=1 b=1N∑a=1 b=1N∑a=1 b=1N∑ (ɛ ba [δχ a |χ b ] + ɛ ∗ ba [δχ a|χ b ] ∗)N∑(ɛ ba [δχ a |χ b ] + Compl. Conj.) .(3.30)A primeira variação <strong>em</strong> L tor<strong>na</strong>-se:δL =−N∑N∑ N∑[δχ a |h|χ a ] + ([δχ a χ a |χ b χ b ] − [δχ a χ b |χ b χ a ])a=1= 0.a=1 b=1N∑ N∑ɛ ba [δχ a |χ b ] + Compl. Conj. (3.31)a=1 b=1Definindo agora os operadores de Coulomb e troca como:e[∫J b (1)χ a (1) =dx 2 χ ∗ b (2) 1 ]χ b (2) χ a (1), (3.32)r 12[∫K b (1)χ a (1) =Poder<strong>em</strong>os reescrever a Equação (3.31) <strong>da</strong> seguinte forma:dx 2 χ ∗ b (2) 1 ]χ a (2) χ b (1). (3.33)r 12δL =N∑∫a=1dx 1 δχ ∗ a (1) ⎡⎣ h(1)χa +N∑(J b (1) − K b (1)) χ a (1) −b=1⎤N∑ɛ ba χ b (1) ⎦b=1(3.34)+ Compl. Conj. = 0.Como δχa ∗ (1) é arbitrária, dev<strong>em</strong>os requerer que a quanti<strong>da</strong>de entre parên<strong>tese</strong>s seja nula paratodo a. Portanto,Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 33⎡⎤∑ N N∑⎣ h(1) + J b (1) − K b (1) ⎦ χa (1) = ɛ ba χ a (1) a = 1, 2, . . . , N. (3.35)b=1b=1Se definirmos o operador de Fock, f (1), como:f (1) = h(1) + ∑ b[J b (1) − K b (1)]. (3.36)Reescrever<strong>em</strong>os a Equação (3.35), para os spin-orbitais, como:N∑f χ a (1) = ɛ ba χ b (1). (3.37)b=1As equações acima pod<strong>em</strong> ser simplifica<strong>da</strong>s um pouco mais. Para isso, realizarmos uma transformaçãocanônica sobre os spin-orbitais {χ a }, tal que a matriz que representa os multiplicadoresde Lagrange ɛ ba , se torne uma matriz diago<strong>na</strong>l. Ou seja, procuramos pela matriz U, tal que:χ ′ a = ∑ bχ b U ba , (3.38)de modo que ɛ ′ = U † ɛU seja diago<strong>na</strong>l.Este novo conjunto de spin-orbitais que diago<strong>na</strong>lizam a matriz ɛ são chamados de spin-orbitaiscanônicos. A equação de Hartree-Fock reduz-se portanto a:f (1)χ a (1) = ɛ a χ a (1). (3.39)3.4.2 Os Operadores de Coulomb, Troca e de FockUma vez d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong>s as equações de Hartree-Fock, apresentar<strong>em</strong>os aqui alguns comentáriosadicio<strong>na</strong>is sobre os operadores que apareceram nestas equações, pois neles está implícitoo cerne <strong>da</strong> teoria Hartree-Fock: a aproximação de campo médio.Como vimos <strong>na</strong> seção anterior, a equação de Hartree-Fock para o elétron 1 pode ser escrita <strong>da</strong>seguinte forma:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 34[− 1 2 ∇2 1 − ∑ AZ A]χ a (1) + ∑r 1A−b≠a[∫∑ [∫b≠a= ɛ a χ a (1).dx 2 χ ∗ b (2) 1 ]χ b (2) χ a (1)r 12dx 2 ; χ ∗ b (2) 1r 12 χ a (2)]χ b (1) (3.40)O primeiro termo <strong>da</strong> Equação (3.40) é o que se costuma chamar de operador Hamiltoniano docaroço, h(1), e <strong>na</strong><strong>da</strong> mais é que a energia cinética do elétron 1 e a energia potencial associa<strong>da</strong> ainteração deste elétron com todos os núcleos, ou seja, h(1) é <strong>da</strong>do por:h(1) = − 1 2 ∇2 1 − ∑ AZ Ar 1A. (3.41)O segundo termo, que envolve dois elétrons, é o chamado termo de Coulomb. Numa teoriaexata, a interação é representa<strong>da</strong> por um operador de dois elétrons r −1ij .Nas aproximaçõesde Hartree e Hartree-Fock, como a Equação (3.40) mostra, elétron (1) <strong>em</strong> χ a experimenta umpotencial de Coulomb de um elétron <strong>da</strong>do por:vacoul (1) = ∑ ∫dx 2 χ ∗ b (2) 1 χ b (2). (3.42)rb≠a12Vamos a<strong>na</strong>lisar este potencial. Suponha que o elétron 2 ocupa o orbital χ b . O potencial r −112sentido pelo elétron 1, e associado à posição instantânea do elétron 2, é então trocado por umpotencial de um elétron, obtido ao tirarmos a média <strong>da</strong> interação r −112entre os elétrons 1 e 2, sendoa integral realiza<strong>da</strong> sobre todo o espaço de coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s de spin e espaciais. Note que a densi<strong>da</strong>dede probabili<strong>da</strong>de dx 2 |χ b (2)| 2 entra como um peso nesta integral. Quando somamos sobre todosos b ≠ a elétrons, obt<strong>em</strong>os o potencial médio atuando sobre o elétron <strong>em</strong> χ a , origi<strong>na</strong>do de todosos outros (N − 1) elétrons nos outros spin-orbitais. Neste ponto aparece o operador de Coulomb,J b (1), <strong>da</strong>do por:∫|χ b (2)| 2J b (1) = dx 2 , (3.43)r 12que representa o potencial local <strong>em</strong> x 1 devido a um elétron <strong>em</strong> χ b .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteA Aproximação de Hatree-Fock 35O terceiro termo <strong>na</strong> Equação (3.40), chamado de termo de troca, surge devido à <strong>na</strong>turezaanti-simétrica <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> e não t<strong>em</strong> uma interpretação clássica simples como o termo deCoulomb. Nós definimos o operador de troca pelo seu efeito sobre um spin-orbital χ a (1), comoapresentado <strong>na</strong> equação abaixo:[∫K b (1)χ a (1) =dx 2 χ ∗ b (2) 1 ]χ a (2) χ b (1). (3.44)r 12r −112Operar K b (1) sobre χ a (1) envolve a “troca” do elétron 1 e do elétron 2 à direita do operador<strong>na</strong> Equação (3.44), com respeito à Equação (3.43), que defin<strong>em</strong> como o operador de Coulombatua sobre o spin orbital χ a (1). Diferent<strong>em</strong>ente do operador de Coulomb, o operador de trocaé um operador não-local, já que não há, associado a este operador, um potencial univocamentedefinido para ca<strong>da</strong> x 1 . O resultado <strong>da</strong> operação de K j (1) sobre χ a (1) depende dos valores de χ asobre todo o espaço, não ape<strong>na</strong>s do valor deste no ponto x 1 .Pod<strong>em</strong>os fi<strong>na</strong>lmente definir um operador que é a soma de todos os operadores que definimosaté agora. O operador de Fock é definido como:f (1) = h(1) + ∑ b[J b (1) − K b (1)]. (3.45)é interessante notar que a restrição b ≠ a que existia <strong>na</strong> Equação (3.40) desapareceu simplesmenteporque [J a (1) + K a (1)]χ a (1) = 0. Dessa forma, a equação de Hartree-Fock tor<strong>na</strong>-se:f (1)χ a (1) = ɛ a χ a (1). (3.46)Vale a pe<strong>na</strong> aqui fazer um último comentário sobre a equação. À primeira vista, a Equação(3.46) pode parecer uma equação de autovalores. No entanto, ela é melhor chama<strong>da</strong> de umapseudo-equação de autovalores, uma vez que o valor do operador de Fock t<strong>em</strong> uma dependênciafuncio<strong>na</strong>l, através dos operadores de Coulomb e troca, sobre as soluções χ a desta equação.Portanto, as equações de Hartree-Fock são equações acopla<strong>da</strong>s e precisam ser resolvi<strong>da</strong>s iterativamente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 363.5 As Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de KoopmansComo vimos anteriormente, a minimização <strong>da</strong> energia de uma função de on<strong>da</strong> do tipo Slater|Φ 0 〉 = |χ 1 , χ 2 , . . . , χ N 〉, resulta numa equação de autovalores f |χ a 〉 = ɛ a |χ a 〉 para os N spinorbitaisocupados {χ a }. O operador de Fock t<strong>em</strong> uma dependência funcio<strong>na</strong>l nestes spin-orbitaisocupados; mas uma vez que os spin-orbitais são conhecidos, o operador de Fock tor<strong>na</strong>-se umoperador Hermitiano b<strong>em</strong> definido, que terá um número infinito de auto-funções, isto é:f |χ j 〉 = ɛ j |χ j 〉 j = 1, 2, . . . , ∞. (3.47)Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s soluções |χ j 〉 <strong>da</strong> Equação (3.47) t<strong>em</strong> uma energia ɛ j . Os N spin-orbitais com asenergias mais baixas são os chamados spin-orbitais ocupados, que compõ<strong>em</strong> |Φ 0 〉, para os quaiscostumamos usar os índices a, b, . . . ,. Os “infinitos” spin-orbitais r<strong>em</strong>anescentes, são rotuladospelos índices r , s, . . .. Nosso principal objetivo aqui é obter as expressões para as energias orbitaisɛ a e ɛ r e investigar qual é o significado físico que se pode atribuir a estas energias orbitais.Ao multiplicarmos a Equação (3.47) por 〈χ i |, mostramos que a representação matricial dooperador de Fock <strong>na</strong> base <strong>da</strong>s funções de on<strong>da</strong> dos spin-orbitais é diago<strong>na</strong>l, com el<strong>em</strong>entos diago<strong>na</strong>isiguais às energias orbitais,〈χ i |f |χ j 〉 = ɛ j 〈χ i |χ j 〉 = ɛ j δ ij (3.48)Usando a expressão <strong>da</strong> Equação (3.45) para o operador de Fock, as energias orbitais pod<strong>em</strong>ser expressas como:ɛ i = 〈χ i |f |χ i 〉 = 〈χ i |h + ∑ (J b − K b )|χ i 〉b= 〈χ i |h|χ i 〉 + ∑ 〈χ i |J b |χ i 〉 − 〈χ i |K b |χ i 〉b= 〈χ i |h|χ i 〉 + ∑ 〈ib|ib〉 − 〈ib|bi〉 (3.49)b= 〈χ i |h|χ i 〉 + ∑ 〈ib||ib〉.bonde usamos as seguintes definições para os operadores de troca e Coulomb:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 37e〈χ i |J k |χ j 〉 = 〈ik|jk〉 = [ij|kk], (3.50)〈χ i |K k |χ j 〉 = 〈ik|kj〉 = [ik|kj]. (3.51)Assim sendo, ter<strong>em</strong>os então que:eN∑ɛ a = 〈a|h|a〉 + 〈ab||ab〉, (3.52)b=1Agora, como:N∑ɛ r = 〈r |h|r 〉 + 〈r b||r b〉 (3.53)b=1nós pod<strong>em</strong>os reescrever estes resultados como segue:〈aa||aa〉 = 0, (3.54)eɛ a = 〈a|h|a〉 + ∑〈ab|ab〉 − 〈ab|ba〉, (3.55)b≠aɛ r = 〈r |h|r 〉 + ∑ b〈r b|r b〉 − 〈r b|br 〉. (3.56)Vamos agora exami<strong>na</strong>r estas duas últimas expressões. A energia orbital ɛ a representa a energiade um elétron no spin-orbital |χ a 〉. Da Equação (3.55), esta energia é igual à energia cinética ea atração do núcleo (〈a|h|a〉) adicio<strong>na</strong><strong>da</strong> à energia de Coulomb (〈ab|ab〉) e troca (−〈ab|ba〉) comca<strong>da</strong> um dos (N − 1) elétrons restantes nos (N − 1) spin-orbitais r<strong>em</strong>anentes |χ b 〉, onde b ≠ a.Como vimos anteriormente, a integral 〈ab|ba〉 é não nula ape<strong>na</strong>s se os spins dos elétrons <strong>em</strong>|χ a 〉 e |χ b 〉 for<strong>em</strong> paralelos. Da maneira como montamos a formulação dos spin-orbitais, nós nãoespecificamos os spins dos elétrons, de modo que o termo genérico 〈ab|ba〉 será mantido parato<strong>da</strong>s as interações elétron-elétron, mesmo que algumas destas integrais permaneçam iguais azero.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 38O resultado para ɛ a é o que se deve esperar, mas a expressão (3.56) para a energia do spinorbitalvirtual (ɛ r ) t<strong>em</strong> um caráter distinto. Ela inclui a energia cinética e a atração nuclear deum elétron <strong>em</strong> |χ r 〉, isto é 〈r |h|r 〉, mas inclui as interações de Coulomb (〈r b|r b〉) e de troca(−〈r b|br 〉) com todos os N elétrons do estado fun<strong>da</strong>mental Hartree-Fock |Φ 0 〉, isto é, interaçõescom todos os N spin-orbitais {χ b |b = 1, 2, . . . , N}. Tudo se passa como se tivéss<strong>em</strong>os adicio<strong>na</strong>doa |Φ 0 〉 um elétron para produzir um estado com (N + 1) elétrons e ɛ r representa a energia desteelétron extra. Isto é de fato o que acontece. Nós voltar<strong>em</strong>os a este ponto mais adiante, quandodescrevermos o teor<strong>em</strong>a de Koopmans. Primeiramente, nós quer<strong>em</strong>os relacio<strong>na</strong>r a energia doorbital ocupado ɛ a com a energia total E 0 .Se nós simplesmente adicio<strong>na</strong>rmos as energias orbitais ɛ a <strong>da</strong> Equação (3.52) para ca<strong>da</strong> umdos N elétrons no estado fun<strong>da</strong>mental |Φ 0 〉, nós obter<strong>em</strong>os:N∑ɛ a =aN∑〈a|h|a〉 +aN∑aN∑〈ab||ab〉. (3.57)bO valor esperado <strong>da</strong> energia para este estado é <strong>da</strong>do por E 0reescrito como:= 〈Φ 0 |H |Φ 0 〉, que pode serE 0 =N∑〈a|h|a〉 + 1 2aN∑aN∑〈ab||ab〉 (3.58)aEstes valores são visivelmente diferentes e a energia total para o estado |Φ 0 〉 não é simplesmentea soma <strong>da</strong>s energias orbitais. A razão para isso é a seguinte: a energia ɛ a inclui as interaçõesde Coulomb e troca entre os elétrons <strong>em</strong> χ a e os elétrons <strong>em</strong> todos os outros spin-orbitaisocupados (χ b , <strong>em</strong> particular). Mas ɛ b também inclui as interações de Coulomb e troca entre umelétron <strong>em</strong> χ b e os elétrons <strong>em</strong> todos os orbitais ocupados (χ a , <strong>em</strong> particular). Portanto, quandoadicio<strong>na</strong>mos ɛ a a ɛ b , estamos incluindo as interações entre um elétron <strong>em</strong> χ a e um elétron <strong>em</strong>χ b duas vezes. Esta é a razão <strong>da</strong> existência de um fator 1 2 <strong>na</strong> expressão correta para a energia E 0<strong>em</strong> relação à soma <strong>da</strong>s energias orbitais.Como vimos, a energia total não é a soma <strong>da</strong>s energias orbitais ɛ a . Pod<strong>em</strong>os, no entanto relacio<strong>na</strong>ras energias orbitais com uma grandeza experimentalmente mensurável. A<strong>na</strong>lis<strong>em</strong>os o processode adição e r<strong>em</strong>oção de um elétron ao estado de N elétrons |Φ 0 〉 = | N Φ 0 〉 = |χ 1 , χ 2 . . . χ N 〉.Suponha que r<strong>em</strong>ovamos um elétron do spin-orbital χ c para produzir um estado representadopor um único determi<strong>na</strong>nte, <strong>da</strong>do por: | N−1 Φ c 〉 = |χ 1 , χ 2 . . . χ c−1 χ c+1 . . . χ N 〉, onde os (N − 1)spin-orbitais r<strong>em</strong>anescentes <strong>em</strong> | N−1 Φ c 〉 são idênticos aos spin-orbitais <strong>em</strong> | N Φ 0 〉. Usando o formalismo<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> quantização, pod<strong>em</strong>os escrever:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 39| N−1 Φ c 〉 = a c | N Φ 0 〉, (3.59)onde a c é o operador que destrói um elétron no orbital χ c . O potencial de ionização (PI) para esteprocesso é:PI = N−1 E c − N E 0 , (3.60)onde N−1 E c e N E 0 são os valores esperados <strong>da</strong> energia dos dois estados relevantes, e estes são<strong>da</strong>dos por:N E 0 = 〈 N Φ 0 |H | N Φ 0 〉, (3.61)e,N−1 E c = 〈 N−1 Φ c |H | N−1 Φ c 〉. (3.62)Dependendo de que orbital χ c nós retiramos o elétron, o estado | N−1 Φ c 〉 pode ou não representaro estado fun<strong>da</strong>mental de uma espécie ioniza<strong>da</strong>. Como | N−1 Φ c 〉 é um estado diferente de| N Φ 0 〉, nós não pod<strong>em</strong>os, de um modo geral, esperar que seus spin-orbitais relaxados sejam idênticosaos spin-orbitais de |Φ 0 〉. Usando hipó<strong>tese</strong> de que eles são iguais, nós pod<strong>em</strong>os calcular adiferença de energia entre estes dois estados. Das regras de Slater-Condon, obt<strong>em</strong>os:E =ocup.∑i〈i|h|i〉 + 1 2ocup.∑iocup.onde a soma é feita sobre os orbitais ocupados nos determi<strong>na</strong>ntes. Portanto,N E 0 = ∑ 〈a|h|a〉 + 1a2∑j〈ij||ij〉, (3.63)∑ ∑〈ab||ab〉, (3.64)abonde os índices a, b, . . . refer<strong>em</strong>-se aos orbitais ocupados <strong>em</strong> |Φ 0 〉.ter<strong>em</strong>os:Com esta convenção, nós∑N−1 E c =a≠c〈a|h|a〉+ 1 2∑ ∑〈ab||ab〉. (3.65)a≠c b≠cO potencial de ionização é a diferença entre estes dois resultados:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 40PI = N−1 E c − N E 0= −〈c|h|c〉 − 1 ∑〈ab||ab〉 − 1 ∑〈ab||ab〉22a[b≡c]b[a≡c]= −〈c|h|c〉 − 1 ∑〈ac||ac〉 − 1 ∑〈cb||cb〉22ab= −〈c|h|c〉 − ∑ 〈cb||cb〉. (3.66)bComparando esta definição com a <strong>da</strong> Equação (3.55), que define a energia de um spin-orbitalocupado, nós ver<strong>em</strong>os que o potencial de ionização para r<strong>em</strong>over um elétron de χ c é exatamenteo negativo <strong>da</strong> energia orbital ɛ c :PI = N−1 E c − N E 0 = −ɛ c . (3.67)Portanto, as energias dos spin-orbitais ocupados <strong>em</strong> uma aproximação de um único determi<strong>na</strong>nterepresenta a energia (com si<strong>na</strong>l oposto) necessária para r<strong>em</strong>over um elétron deste spinorbital.As energias ɛ a são geralmente negativas e os potenciais de ionização, positivos.Vamos agora considerar o processo <strong>da</strong> adição de um elétron a um spin-orbital virtual χ rpara produzir um determi<strong>na</strong>nte de (N + 1) elétrons, ou seja, | N+1 Φ r 〉 = |χ r , χ 1 χ 2 . . . χ N 〉, ondenovamente os spin-orbitais r<strong>em</strong>anentes são idênticos aos que formam |Φ 0 〉. Utilizando mais umavez o formalismo <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> quantização, escrev<strong>em</strong>os:| N+1 Φ r 〉 = a † r | N Φ 0 〉. (3.68)A afini<strong>da</strong>de eletrônica de |Φ 0 〉 para este processo é:AE = N E 0 − N+1 E r , (3.69)onde N+1 E r é a energia do determi<strong>na</strong>nte | N+1 Φ r 〉. Como no processo de ionização, os spin-orbitaisotimizados do determi<strong>na</strong>nte formado pelos (N + 1) elétrons não será, <strong>em</strong> geral, idêntico aos de|Φ 0 〉. Entretanto, usando a hipó<strong>tese</strong> que eles são idênticos, a afini<strong>da</strong>de eletrônica é facilmentecalcula<strong>da</strong>:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 41N E 0 − N+1 E r = −〈r |h|r 〉 − ∑ b〈r b||r b〉. (3.70)V<strong>em</strong>os então que a afini<strong>da</strong>de eletrônica referente à adição de um elétron num spin-orbitalvirtual χ r é simplesmente o negativo <strong>da</strong> energia orbital deste spin-orbital virtual. Este resultadoestá consistente com nossa observação anterior de que ɛ r inclui as interações com os outrosN elétrons do estado fun<strong>da</strong>mental | N Φ 0 〉 e portanto descreve um (N + 1)-ésimo elétron. Se ɛ ré negativo, | N+1 Φ r 〉 é mais estável que | N Φ 0 〉, resultando <strong>em</strong> uma afini<strong>da</strong>de eletrônica positiva.Agora pod<strong>em</strong>os apresentar o teor<strong>em</strong>a de Koopmans.3.5.1 O Teor<strong>em</strong>a de KoopmansDado um determi<strong>na</strong>nte de Slater, solução <strong>da</strong> equação de Hartree-Fock para umsist<strong>em</strong>a de N elétrons, (| N Φ 0 〉) com energias dos orbitais ocupados e virtuais iguais a ɛ ae ɛ r , respectivamente, então, o potencial de ionização para produzir um determi<strong>na</strong>ntede (N − 1) elétrons (| N−1 Φ a 〉) obtido ao se r<strong>em</strong>over um elétron do spin-orbital χ a , e aafini<strong>da</strong>de eletrônica, para produzir um determi<strong>na</strong>nte de (N + 1) elétrons, obtido ao seadicio<strong>na</strong>r um elétron ao spin-orbital χ r , são iguais a −ɛ a e −ɛ r , respectivamente.O teor<strong>em</strong>a de Koopmans fornece uma maneira de se calcular potenciais de ionização e afini<strong>da</strong>deseletrônicas. A aproximação de “orbitais congelados” assume que os spin-orbitais dos (N ± 1)estados eletrônicos permaneceram idênticos aos do estado de N elétrons. Esta aproximação desprezaa relaxação dos spin-orbitais de | N−1 Φ a 〉 ou | N+1 Φ r 〉. Ao otimizarmos os spin-orbitais dosdetermi<strong>na</strong>ntes de (N ± 1) elétrons, realizando um cálculo de Hartree-Fock para estes estados,ter<strong>em</strong>os uma diminuição <strong>da</strong>s energias N−1 E a e N+1 E r e, portanto, ao desprezarmos a relaxaçãono teor<strong>em</strong>a de Koopmans, tender<strong>em</strong>os a produzir potenciais de ionização mais positivos e afini<strong>da</strong>deseletrônicas mais negativas. Além disso, é claro, a aproximação de representar uma funçãode on<strong>da</strong> por um único determi<strong>na</strong>nte leva a erros, e os efeitos de correlação, que pod<strong>em</strong>os levar<strong>em</strong> conta ape<strong>na</strong>s usando aproximações que vão além <strong>da</strong> teoria de Hartree-Fock, produzirão correçõesadicio<strong>na</strong>is aos resultados obtidos pelo teor<strong>em</strong>a de Koopmans. Em particular, as energiasde correlação são maiores para os sist<strong>em</strong>as com maior número de elétrons. Portanto, os efeitosde correlação tend<strong>em</strong> a cancelar o erro cometido ao se desprezar a relaxação dos orbitais nocálculo do potencial de ionização, mas se adicio<strong>na</strong>m ao erro associado a relaxação no caso <strong>da</strong>Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 42afini<strong>da</strong>de eletrônica. Dessa forma, os potenciais de ionização obtidos usando a aproximação conti<strong>da</strong>no teor<strong>em</strong>a de Koopmans são comparáveis com os valores experimentais, enquanto que asafini<strong>da</strong>des eletrônicas são razoavelmente diferentes dos valores experimentalmente obtidos.Na literatura, pod<strong>em</strong>os encontrar três tipos diferentes de potenciais de ionização obtidos porcálculos de Química Quântica:1. O potencial de ionização vertical (PIV).2. O potencial de ionização adiabático (PIA).3. O potencial de ionização obtido pelo teor<strong>em</strong>a de Koopmans (PIK, <strong>da</strong>qui <strong>em</strong> diante).Com o auxílio <strong>da</strong> Figura [3.2], pod<strong>em</strong>os ilustrar os dois primeiros. Nesta figura, apresentamosa superfície de energia potencial (S.E.P.) <strong>da</strong> molécula neutra e do cátion. Nestas duas superfícies,quatro pontos específicos são marcados:• E 0/0 , que representa a energia do estado de mais baixa energia <strong>da</strong> molécula neutra (ou seja,o estado fun<strong>da</strong>mental).• E +1/0 , que representa a energia do estado <strong>em</strong> que a molécula t<strong>em</strong> carga +1 (cátion) e geometriado estado fun<strong>da</strong>mental.• E +1/+1 , que representa a energia do estado de mais baixa energia do cátion.Da Figura [3.2] concluímos que:ePIV = E +1/0 − E 0/0 (3.71)PIA = E +1/+1 − E 0/0 (3.72)Os potenciais de ionização vertical (PIV) e o experimentalmente obtido correspond<strong>em</strong>, portanto,a um cátion relaxado eletronicamente mas não geometricamente. O potencial de ionizaçãoadiabático (PIA) está associado a um cátion <strong>completa</strong>mente relaxado (i.e. eletrônica e geometricamente)e, fi<strong>na</strong>lmente, o potencial de ionização obtido a partir do teor<strong>em</strong>a de Koopmans, refere-sea um cátion que não está relaxado n<strong>em</strong> eletronicamente n<strong>em</strong> geometricamente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Energias Orbitais e o Teor<strong>em</strong>a de Koopmans 43Figura 3.2: Definição do potencial de ionização vertical (PIV) e do potencial de ionização adiabático(PIA).Os potenciais de ionização verticais (PIV) parec<strong>em</strong> ser mais positivos (por volta de 0.2 eV) queos adiabáticos (PIA). Por sua vez, os potenciais de ionização obtidos pela aproximação descrita noteor<strong>em</strong>a de Koopmans (PIK) são <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de de 1.0 eV mais positivos que os adiabáticos (PIA).Os potenciais de ionização adiabáticos (PIA) pod<strong>em</strong> fornecer resultados comparáveis com osexperimentais, quando obtidos através de métodos pós-Hartree-Fock. Veja a Tabela [3.1] parauma comparação.Tabela 3.1: Potenciais de ionização obtidos experimentalmente e teoricamente para a moléculado CH 3 OH.Potenciais de IonizaçãoExperimental [40] 11.0 eVExperimental [40] 10.9 eVKoopmans [41] (HF/6-31G ∗ ) 12.06 eVKoopmans [41] (MP2(fc)/6-31G ∗ ) 12.12 eVPIV [41] (HF/6-31G ∗ ) 9.66 eVPIV [41] (MP2(fc)/6-31G ∗ ) 10.82 eVPIA [41] (HF/6-31G ∗ ) 9.38 eVPIA [41] (MP2(fc)/6-31G ∗ ) 10.6 eVTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Equações de Roothaan 443.6 As Equações de RoothaanOrigi<strong>na</strong>lmente, os cálculos atômicos de Hartree-Fock foram feitos usando integração numéricapara resolver as equações diferenciais de Hartree-Fock, e os resultados eram apresentados comotabelas <strong>da</strong>s funções radiais para os vários valores de r . Na prática, a solução <strong>da</strong> Equação (3.40)como uma equação integro-diferencial só é possível para átomos [42] e moléculas lineares [43] paraos quais as partes angulares de χ i pod<strong>em</strong> ser separa<strong>da</strong>s exatamente <strong>da</strong> parte radial devido à simetriaaxial ou de rotação. No entanto, para moléculas não lineares, as equações de Hartree-Fockain<strong>da</strong> não foram resolvi<strong>da</strong>s utilizando esta técnica de separação de variáveis, devido à <strong>na</strong>turezatridimensio<strong>na</strong>l de χ i e dos termos associados aos potenciais <strong>em</strong> f .A contribuição de Roothaan [44] foi mostrar como, ao se introduzir um conjunto de funçõesde base, a equação diferencial pode ser converti<strong>da</strong> numa conjunto de equações algébricas e resolvi<strong>da</strong>satravés de técnicas matriciais. Roothaan propôs uma representação dos orbitais deHartree-Fock através de uma combi<strong>na</strong>ção linear de um conjunto completo de funções, chama<strong>da</strong>sde funções de base, como apresentado <strong>na</strong> Equação (3.73).χ i = ∑ µC µ,i φ µ (3.73)As funções de base comumente utiliza<strong>da</strong>s no processo de expansão dos orbitais molecularessão do tipo orbitais atômicos (também chamado de LCAO-MO, do inglês Linear Combi<strong>na</strong>tion ofAtomic Orbital-Molecular Orbital) e ca<strong>em</strong> <strong>em</strong> duas classes:• Orbitais do tipo Slaterφ n,l,m (r , θ, φ) = N n,l,m,ζ r n−1 exp(−ζr /a 0 )Y m l(θ, φ) (3.74)que são caracterizados pelos números quânticos n, l, e m e pelo expoente ζ que estáassociado à “extensão” <strong>da</strong> função de base. O símbolo N n,l,m,ζ denota a constante de normalização.• Orbitais do tipo GaussianoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Equações de Roothaan 45φ a,b,c (r , θ, φ) = N ′ n,l,m,ζ xa y b z c exp(−αr 2 ) (3.75)caracterizado pelos números quânticos a, b e c que determi<strong>na</strong>m a forma angular e a direçãodos expoentes e pelo expoente α que gover<strong>na</strong> a “extensão” radial <strong>da</strong> função de base. Porex<strong>em</strong>plo, orbitais com valores de a, b e c iguais a 1,0,0 ou 0,1,0 ou 0,0,1 são os orbitais p x ,p y e p z .Para todos os orbitais, as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s r , θ e φ diz<strong>em</strong> respeito à posição de um elétron referenteao conjunto de eixos colocados numa orig<strong>em</strong> sobre a qual o conjunto de base está definido.Muito <strong>em</strong>bora os orbitais do tipo Slater (STO, do inglês Slater Type Orbitals) são preferidos noscálculos mais fun<strong>da</strong>mentais (no apêndice A e B do livro de Simons [45] está d<strong>em</strong>onstrado que osorbitais do átomo de hidrogênio são dessa forma e que a solução <strong>da</strong> equação de Schrödingerde muitos elétrons pode ser mostra<strong>da</strong> ser dessa forma próximo aos centros nucleares) os STOsforam utilizados essencialmente nos cálculos envolvendo átomos e moléculas lineares porque asintegrais de muitos centros que aparec<strong>em</strong> nos cálculos de moléculas poliatômicas não pod<strong>em</strong> serfacilmente realizados quando os STOs são usados como funções de base. No entanto, tais integraispod<strong>em</strong> ser realiza<strong>da</strong>s com grande facili<strong>da</strong>de quando os orbitais do tipo Gaussiano (GTOs)são usados. Esta vantag<strong>em</strong> fun<strong>da</strong>mental dos GTOs sobre os STOs levaram à domi<strong>na</strong>ção destasprimeiras nos cálculos de Química Quântica.O produto de dois GTOs <strong>em</strong> centros diferentes é igual a um outro GTO no centro R ′ entreos dois outros centros origi<strong>na</strong>is. Como resultado, mesmo as integrais de quatro centros de doiselétrons, quando escritas sobre os GTOs, pod<strong>em</strong> ser escritas como, no máximo, integrais dedois centros. Esta redução no número de centros é suficiente para tor<strong>na</strong>r to<strong>da</strong>s estas integraispossíveis de ser<strong>em</strong> efetua<strong>da</strong>s de maneira computacio<strong>na</strong>lmente viável. Uma redução similar nãoexiste para os STOs porque um produto de STOs não pode ser reescrito como um novo STO <strong>em</strong>um novo centro.As funções do tipo Gaussia<strong>na</strong>s têm, no entanto, um ponto fraco: elas possu<strong>em</strong> um comportamentoincorreto próximo aos centros nucleares, isto é, suas deriva<strong>da</strong>s radiais se anulam nonúcleo enquanto que as deriva<strong>da</strong>s dos STOs não são nulas. Para resolvermos isto, é comum combi<strong>na</strong>rdois, três, e mais GTOs com coeficientes de combi<strong>na</strong>ções que são fixos e não são tratadoscomo parâmetros LCAO-MO, <strong>em</strong> novas funções que são chamados GTOs contraídos ou CGTOs.Tipicamente uma série de GTOs com valores grandes, médios e pequenos de α são multiplicadosTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteAs Equações de Roothaan 46fazer com que a deriva<strong>da</strong> no centro do núcleo seja diferente de zero. Uma descrição razoavelmente<strong>completa</strong> dos conjuntos de base encontra-se no Capítulo18 do livro de Simons [45] .Usando um conjunto de base <strong>na</strong> Equação (3.46), obter<strong>em</strong>os o seguinte:f (1) ∑ ν∑C νi φ ν (1) = ɛ i C νi φ ν (1). (3.76)νAo multiplicarmos por φ ∗ µ (1) pela esquer<strong>da</strong> e ao integrarmos, nós transformar<strong>em</strong>os a equaçãointegro-diferencial numa equação matricial,∑∫C νi dr 1 φ ∗ µ f (1)φ ∑∫ν(1) = ɛ i C νi dr 1 φ ∗ µ φ ν(1). (3.77)ννDefi<strong>na</strong>mos agora duas matrizes:1. A matriz de recobrimento S, com el<strong>em</strong>entos iguais a:∫S µν = dr 1 φ ∗ ν (1)φ ν (1), (3.78)que é uma matriz Hermitia<strong>na</strong>, real e simétrica de dimensão K × K. Muito <strong>em</strong>bora possamosassumir que as funções de base por átomo, {φ µ }, estejam normaliza<strong>da</strong>s e sejam linearmenteindependentes, elas não são <strong>em</strong> geral ortogo<strong>na</strong>is umas às outras e, portanto, existirá umrecobrimento de magnitude 0 ≤ |S µν | ≤ 1, isto é, os el<strong>em</strong>entos diago<strong>na</strong>is <strong>da</strong> matriz S sãounitários e os el<strong>em</strong>entos fora <strong>da</strong> diago<strong>na</strong>l são números menores que a uni<strong>da</strong>de. O si<strong>na</strong>ldos el<strong>em</strong>entos fora <strong>da</strong> diago<strong>na</strong>l depende do si<strong>na</strong>l relativo <strong>da</strong>s duas funções de base, <strong>da</strong>separação e <strong>da</strong> orientação relativa no espaço.2. A matriz de Fock F, cujos el<strong>em</strong>entos são <strong>da</strong>dos por:∫F µν = dr 1 φ ∗ µ (1)f (1)φ ν(1), (3.79)é também uma matriz Hermitia<strong>na</strong> (usualmente real e simétrica) de dimensão K × K. Ooperador de Fock f (1) é um operador de um elétron, e qualquer conjunto de funções deum elétron defin<strong>em</strong> uma representação matricial deste operador. A matriz de Fock é arepresentação do operador de Fock sobre um conjunto de funções de base {φ µ }.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDetermi<strong>na</strong>ntes Restritos e Configurações A<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spin 50Figura 3.3: Ilustração de um determi<strong>na</strong>nte singleto de cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>. Ilustramos também aposição do orbital ocupado de mais alta energia, HOMO (do inglês, Highest Occupied MolecularOrbital) e do orbital desocupado de mais baixa energia, LUMO (do inglês, Lowest UnoccupiedMolecular Orbital), além do gap, definido como a diferença de energia entre estes orbitais.onde, aqui, nós expandimos o determi<strong>na</strong>nte. A parte de spin desta função de on<strong>da</strong> é simplesmentea função de on<strong>da</strong> singleto de um sist<strong>em</strong>a de dois elétrons.Vamos agora considerar os determi<strong>na</strong>ntes de cama<strong>da</strong> aberta. Estes não são funções de on<strong>da</strong>de S 2 , exceto quando todos os elétrons de cama<strong>da</strong> aberta têm spins paralelos, como mostrado<strong>na</strong> Figura [3.4(b)]. Como ilustração, vamos considerar os quatro determi<strong>na</strong>ntes excitados quesurg<strong>em</strong> no modelo de base mínima para o H 2 . Neste modelo, de ape<strong>na</strong>s dois níveis, o estadofun<strong>da</strong>mental é representado pela função de on<strong>da</strong> |Φ 0 〉 <strong>da</strong><strong>da</strong> por:|Φ 0 〉 = |χ 1 χ 2 〉 = |Φ1 α Φβ 1 〉. (3.90)Os determi<strong>na</strong>ntes unicamente excitados são representados por:e|Φ1 2 〉 = |Φβ 1 Φα 2 〉, (3.91)|Φ¯21 〉 = |Φ β 1 Φβ 2 〉, (3.92)|Φ 2¯1 〉 = |Φα 1 Φα 2 〉, (3.93)(3.94)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDetermi<strong>na</strong>ntes Restritos e Configurações A<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spin 51|Φ¯2¯1 〉 = |Φα 1 Φβ 2 〉. (3.95)E o único determi<strong>na</strong>nte duplamente excitado é:|Φ 2¯21¯1 〉 = |Φβ 2 Φβ 2 〉. (3.96)(a) Dubletos restritos.(b) Tripletos restritos.Figura 3.4: Determi<strong>na</strong>ntes dubletos e tripletos restritos.Os determi<strong>na</strong>ntes de cama<strong>da</strong> aberta:e|Φ¯21 〉 = − 1 √2[Φ 1 (1)Φ 2 (2) − Φ 2 (1)Φ 1 (2)]β(1)β(2), (3.97)|Φ 2¯1 〉 = − 1 √2[Φ 1 (1)Φ 2 (2) − Φ 2 (1)Φ 1 (2)]α(1)α(2), (3.98)são autofunções de S 2 com autovalor 1(1 + 1) = 2 e portanto são tripletos. Por outro lado, osdetermi<strong>na</strong>ntes:|Φ 2 1 〉 = − 1 √2[Φ 2 (1)Φ 1 (2)α(1)β(2) − Φ 1 (1)Φ 2 (2)β(1)α(2)] (3.99)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDetermi<strong>na</strong>ntes Não-Restritos 52e|Φ¯2¯1 〉 = 1 √2[Φ 1 (1)Φ 2 (2)α(1)β(2) − Φ 2 (1)Φ 1 (2)β(1)α(2)], (3.100)não são estados puros de spin. Entretanto, ao tomarmos uma combi<strong>na</strong>ção linear apropria<strong>da</strong>destes determi<strong>na</strong>ntes, nós formar<strong>em</strong>os uma configuração a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> de spin, que será uma autofunçãode S 2 . Em particular, a configuração a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> de spin que é singleto é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:| 1 Φ 2 1 〉 = 1 √2(|Φ¯2¯1 〉 + |Φ2 1 〉 )= 1 √2[Φ 1 (1)Φ 2 (2) + Φ 1 (2)Φ 2 (1)] 1 √2(α(1)β(2) − β(1)α(2))(3.101)e a configuração de tripleto é:| 3 Φ 2 1 〉 = 1 √2(|Φ¯2¯1 〉 − |Φ2 1 〉 )= 1 √2[Φ 1 (1)Φ 2 (2) − Φ 1 (2)Φ 2 (1)] 1 √2(α(1)β(2) + β(1)α(2))(3.102)Como esperado, a parte de spin de | 1 Φ1 2 〉 é idêntica à parte de spin <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> decama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong> (Equação (3.90)), já que ambas funções são singleto.Existe uma série de métodos disponíveis para se construir configurações a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spin.Uma descrição de vários destes métodos encontra-se no livro do Paunz [47] .3.8 Determi<strong>na</strong>ntes Não-RestritosCom os spin-orbitais e determi<strong>na</strong>ntes restritos, os orbitais espaciais estão vinculados a ser<strong>em</strong>idênticos para os spins α e β. Por ex<strong>em</strong>plo, o estado fun<strong>da</strong>mental Hartree-Fock restrito para oátomo de Li, é <strong>da</strong>do por:|Φ RHF 〉 = |Φ 1s Φ 1s Φ 2s 〉, (3.103)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDetermi<strong>na</strong>ntes Não-Restritos 53como mostrado <strong>na</strong> Figura [3.5]. A descrição espacial do elétron 1sα é força<strong>da</strong> a ser idêntica a doelétron 1sβ. Este é um vínculo muito forte, já que o elétron 1sα t<strong>em</strong> uma interação de troca como elétron 2sα, enquanto que o elétron 1sβ não t<strong>em</strong>. Os elétrons 1sα e 1sβ irão experimentardiferentes potenciais efetivos, que serão obtidos por equações diferentes. Intuitivamente, nósesperamos que se este vínculo for elimi<strong>na</strong>do, ao permitirmos que os diferentes spins possuamorbitais diferentes, nós ir<strong>em</strong>os obter uma energia mais baixa. Este é, de fato, o caso. A função deon<strong>da</strong> <strong>da</strong> Equação (3.103) é um ex<strong>em</strong>plo de um determi<strong>na</strong>nte não-restrito. Esta é função de on<strong>da</strong>Hartree-Fock não-restrita para o estado fun<strong>da</strong>mental do átomo de Li.|Φ UHF 〉 = |Φ1s α Φβ 1s Φα 2s 〉. (3.104)Figura 3.5:Ilustração <strong>da</strong> relaxação de um determi<strong>na</strong>nte restrito para um determi<strong>na</strong>nte nãorestritopara o átomo de Li.Os determi<strong>na</strong>ntes não-restritos são formados a partir de spin-orbitais não-restritos. Osspin-orbitais não restritos têm diferentes orbitais espaciais para diferentes spins. Dado um conjuntode K orbitais espaciais ortonormais {Φ α i },〈Φ α i |Φα j 〉 = δ ij, (3.105)e um conjunto diferente de orbitais espaciais ortonormais {Φ β i },〈Φ β i |Φβ j 〉 = δ ij, (3.106)de modo que estes dois conjuntos não sejam ortogo<strong>na</strong>is,Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteDetermi<strong>na</strong>ntes Não-Restritos 54〈Φ α i |Φβ j 〉 = Sαβ ij , (3.107)onde S αβ é a matriz de recobrimento. Nós pod<strong>em</strong>os formar 2K spin-orbitais não restritos:eχ 2i−1 (x) = Φ α i(r)α(ω)i = 1, 2, . . . , K, (3.108)χ 2i (x) = Φ β i(r)β(ω)i = 1, 2, . . . , K. (3.109)Os 2K spin-orbitais não-restritos formam um conjunto ortonormal, indepentent<strong>em</strong>ente dofato de que os orbitais espaciais com diferentes spins não form<strong>em</strong> um conjunto ortonormal.Os determi<strong>na</strong>ntes não-restritos não são funções de S 2 . Além disso, segundo o ex<strong>em</strong>plo <strong>da</strong>do<strong>na</strong> seção anterior, pod<strong>em</strong>os inferir que não pod<strong>em</strong>os formar configurações a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spincombi<strong>na</strong>ndo um pequeno número de determi<strong>na</strong>ntes não restritos como no caso dos determi<strong>na</strong>ntesrestritos. Portanto, o estado fun<strong>da</strong>mental UHF do átomo de Li não é um dubleto purocomo no caso do estado fun<strong>da</strong>mental RHF.Se o número de elétrons com spin α, N α e o número de elétrons com spin β, N β for igual, afunção é aproxima<strong>da</strong>mente um singleto. Singletos não-restritos freqüent<strong>em</strong>ente colapsam para osingleto restrito correspondente, isto é, para o estado de cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>.Se |N α = N β | = 1, então o determi<strong>na</strong>nte não-restrito é aproxima<strong>da</strong>mente um dubleto. Umdubleto não-restrito é quase s<strong>em</strong>pre usado como uma primeira aproximação <strong>da</strong> descrição deradicais livres, com um elétron des<strong>em</strong>parelhado, como no caso do CH 3 . Um determi<strong>na</strong>nte tripletoaproximado t<strong>em</strong> dois elétrons α a mais que o número de elétrons β.Se |1〉, |2〉, |3〉, etc... são singletos, dubletos, tripletos, etc... exatos, então os estados nãorestritos pod<strong>em</strong> ser expandidos como:| 1 Φ〉 = c1 1 |1〉 + c1 3 |3〉 + c1 5 |5〉 + . . . (3.110)| 2 Φ〉 = c2 2 |2〉 + c2 4 |4〉 + c2 6 |6〉 + . . . (3.111)| 3 Φ〉 = c3 3 |3〉 + c3 5 |5〉 + c3 7 |7〉 + . . . . (3.112)Portanto, uma função de on<strong>da</strong> que é um determi<strong>na</strong>nte não-restrito está contami<strong>na</strong><strong>da</strong> porcomponentes de spin com multiplici<strong>da</strong>de superior. Se o termo principal <strong>na</strong> expansão acima éTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteConclusões 55domi<strong>na</strong>nte, pod<strong>em</strong>os então descrever, <strong>em</strong> boa aproximação, um determi<strong>na</strong>nte não-restrito comoum dubleto, tripleto, etc . . ..A despeito <strong>da</strong> contami<strong>na</strong>ção de spin, um determi<strong>na</strong>nte não restrito é quase s<strong>em</strong>pre utilizadocomo uma primeira aproximação para a função de on<strong>da</strong> de dubletos e tripletos porque estafunção de on<strong>da</strong> t<strong>em</strong> energia inferior a <strong>da</strong> correspondente função de on<strong>da</strong> restrita.Quando uma função UHF é determi<strong>na</strong><strong>da</strong>, calcula-se 〈S 2 〉 para a mesma; se o desvio de 〈S 2 〉for substancial quando comparado com S(S + 1) 2 , a função de on<strong>da</strong> é considera<strong>da</strong> “suspeita 3 ”.Vale salientar também que devido aos efeitos de contami<strong>na</strong>ção de spin, deve-se tomar muitocui<strong>da</strong>do ao se comparar os resultados de um cálculo RHF com um cálculo UHF.3.9 ConclusõesA teoria Hartree-Fock t<strong>em</strong> sido aplica<strong>da</strong> com grande sucesso <strong>na</strong> descrição do estado fun<strong>da</strong>mental<strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s moléculas. No entanto, as funções de on<strong>da</strong> exatas não pod<strong>em</strong> sergeralmente expressas como um único determi<strong>na</strong>nte. Exist<strong>em</strong> casos onde precisamos incluir maisflexibili<strong>da</strong>de à função de on<strong>da</strong> para podermos descrever com precisão certos sist<strong>em</strong>as e/ou calcularproprie<strong>da</strong>des que não pod<strong>em</strong> ser descritas por uma função representa<strong>da</strong> por ape<strong>na</strong>s umdetermi<strong>na</strong>nte.Ver<strong>em</strong>os, nos capítulos que segu<strong>em</strong>, que o espectro de absorção de um sist<strong>em</strong>a pode sersimulado quando escrev<strong>em</strong>os a nossa função de on<strong>da</strong> como uma combi<strong>na</strong>ção linear <strong>da</strong> função deon<strong>da</strong> Hartree-Fock soma<strong>da</strong> com as funções de on<strong>da</strong> onde um spin-orbital ocupado foi substituídopor um spin-orbital virtual. Ao diago<strong>na</strong>lizarmos a matriz Hamiltonia<strong>na</strong> deste probl<strong>em</strong>a, ter<strong>em</strong>osque a raíz de mais baixa energia será o estado fun<strong>da</strong>mental e as raízes seguintes, os d<strong>em</strong>aisestados excitados do sist<strong>em</strong>a, cuja função de on<strong>da</strong> associa<strong>da</strong> estará representa<strong>da</strong> por váriosdetermi<strong>na</strong>ntes associados a diferentes transições eletrônicas entre os níveis ocupados e virtuais.3 Na pág. 107 <strong>da</strong> Ref. [39], t<strong>em</strong>os o seguinte resultado:〈S 2 〉 UHF = 〈S 2 〉 Exato + N β −N∑ N∑|S αβij |2 (3.113)ijonde,assumindo que N α ≥ N β .( ) ( )N〈S 2 α − N β N α − N β〉 =− 122(3.114)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 3. Funções de On<strong>da</strong> de um Único Determi<strong>na</strong>nteConclusões 56No momento, quer<strong>em</strong>os <strong>da</strong>r um ex<strong>em</strong>plo mais simples, onde claramente pod<strong>em</strong>os verificarque a aproximação Hartree-Fock é i<strong>na</strong>propria<strong>da</strong> <strong>em</strong> certas circunstâncias. Vejamos o ex<strong>em</strong>ploapresentado no livro de Pople [48] , que discute a dissociação de uma molécula de hidrogênio <strong>em</strong>seus átomos componentes.A teoria Hartree-Fock prevê que os elétrons <strong>da</strong> molécula de hidrogênio estejam num orbitalligante com simetria σ g , <strong>da</strong>do por:1√2σ g (1)σ g (2) [α(1)β(2) − β(1)α(2)] . (3.115)Se movermos os núcleos de hidrogênio <strong>em</strong> direções opostas, provocando a dissociação <strong>da</strong>molécula, a teoria Hartree-Fock ain<strong>da</strong> continuará a tratar o movimento dos elétrons como seestivess<strong>em</strong> num orbital molecular σ g descorrelacio<strong>na</strong>do. Na descrição usando um conjunto debase mínima, a forma deste orbital a uma separação grande será <strong>da</strong><strong>da</strong> por:σ g = 1 √2[1S A + 1S B ] , (3.116)onde 1S A e 1S B são os dois orbitais atômicos 1S dos átomos de hidrogênio que compõ<strong>em</strong> amolécula.Conseqüent<strong>em</strong>ente, a parte espacial <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> será <strong>da</strong><strong>da</strong> por:σ g (1)σ g (2) = 1 2 [1S A(1)1S A (2) + 1S A (1)1S B (2) + 1S B (1)1S A (2) + 1S B (1)1S B (2)] . (3.117)De acordo com esta função de on<strong>da</strong> (Equação (3.117)), os dois elétrons passam a metade dot<strong>em</strong>po no mesmo átomo (átomo A ou B) e a metade do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> átomos diferentes (um <strong>em</strong> Ae outro <strong>em</strong> B), mesmo quando os centros estão infinitamente separados. Isto está claramenteincorreto, já que a molécula deve dissociar-se <strong>em</strong> dois átomos de hidrogênio neutros. Ou seja, ométodo Hartree-Fock não consegue prever corretamente este resultado porque a função de on<strong>da</strong>correta para o estado sigleto do hidrogênio com seus constituintes separados por uma grandedistância é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:12 [1S A(1)1S A (2) + 1S B (1)1S A (2)] [α(1)β(2) − β(1)α(2)] , (3.118)e esta função não pode ser expressa <strong>em</strong> termos de um único determi<strong>na</strong>nte. A inclusão de maisde um determi<strong>na</strong>nte de Slater <strong>na</strong> descrição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> é a base do método chamado deInteração de Configuração, que apresentar<strong>em</strong>os no próximo capítulo.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4Métodos Pós-Hartree-Fock4.1 MotivaçãoNeste capítulo, pretend<strong>em</strong>os falar sobre os métodos que vão além <strong>da</strong> aproximação Hartree-Fock, utiliza<strong>da</strong> para resolver a equação de Schrödinger como mostrado no capítulo anterior.As idéias gerais dos métodos que apresentar<strong>em</strong>os aqui foram desenvolvi<strong>da</strong>s há várias déca<strong>da</strong>satrás. O que se faz hoje é impl<strong>em</strong>entar estes métodos, ou variações deles, de modo a torná-losacessíveis para ser<strong>em</strong> aplicados nos cálculos <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des eletrônicas de átomos, moléculase sólidos. Segundo Dirac [49] , há mais de 70 anos:“As leis básicas <strong>da</strong> física necessárias para a teoria mat<strong>em</strong>ática de uma grande parte<strong>da</strong> física e de to<strong>da</strong> a química já são <strong>completa</strong>mente conheci<strong>da</strong>s e a dificul<strong>da</strong>de é ape<strong>na</strong>sque a aplicação exata destas leis levam a equações muito complica<strong>da</strong>s para ser<strong>em</strong>resolvi<strong>da</strong>s.”Este assunto pode ser motivado de diversas formas. A apresenta<strong>da</strong> por Löwdin [50] , <strong>em</strong> umartigo de revisão publicado no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 50, introduz com perfeição a necessi<strong>da</strong>de deirmos além <strong>da</strong> aproximação Hartree-Fock. Segundo Löwdin:57


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMotivação 58Até aqui, a maior parte dos probl<strong>em</strong>as quanto-mecânicos de muitas partículas foramtratados ape<strong>na</strong>s aproxima<strong>da</strong>mente, mas de forma b<strong>em</strong> sucedi<strong>da</strong>, pelo uso de um modelosimples chamado “esqu<strong>em</strong>a de uma partícula”. Este modelo é chamado de aproximaçãode Hartree-Fock, <strong>na</strong> teoria atômica e molecular; de teoria de ban<strong>da</strong>s, <strong>na</strong> física doestado sólido; e de modelo <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s, <strong>na</strong> física nuclear. A idéia básica deste modeloé simplesmente que ca<strong>da</strong> partícula move-se independent<strong>em</strong>ente <strong>da</strong>s outras partículas,<strong>em</strong> um certo spin-orbital χ i (x i ), cuja forma depende ape<strong>na</strong>s do movimento “médio”<strong>da</strong>s outras partículas. A função de on<strong>da</strong> total é então assumi<strong>da</strong> ser um simples produto(Produto de Hartree):Φ 0 = χ 1 (x 1 )χ 2 (x 2 ) . . . χ N (x N ), (4.1)e nós notamos que numa função de on<strong>da</strong> deste tipo nós desprezamos <strong>completa</strong>menteas “colisões” entre as partículas do sist<strong>em</strong>a. A fim de satisfazer o princípio de Pauliautomaticamente, nós pod<strong>em</strong>os selecio<strong>na</strong>r a componente anti-simétrica deste produto,que (a menos de um fator constante) transforma a função de on<strong>da</strong> num determi<strong>na</strong>ntede Slater:∣ ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣χ 1 (x 1 ) χ 2 (x 1 ) . . . χ N (x 1 )1 χ 1 (x 2 ) χ 2 (x 2 ) . . . χ N (x 2 )√N! . . . .χ 1 (x N ) χ 2 (x N ) . . . χ N (x N ). (4.2)∣O fenômeno de troca <strong>na</strong> Mecânica Quântica foi descoberto e investigado inicialmenteatravés desse modelo de partícula independente. Este modelo foi aplicado a átomos,moléculas, cristais e núcleos, e o sucesso foi tão grande que era tentador acreditarque havia se encontrado uma ferramenta comparativamente simples para tratar ossist<strong>em</strong>as quanto-mecânicos de muitas partículas.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMotivação 59Cálculos de alta precisão realizados posteriormente mostraram, no entanto, que afunção de on<strong>da</strong> aproxima<strong>da</strong> por um único determi<strong>na</strong>nte de Slater é usualmente umasolução um tanto grosseira <strong>da</strong> equação de Schrödinger 1 e, além disso, que tal função deon<strong>da</strong> <strong>em</strong> muitos casos não é sequer confiável como uma base para se tirar conclusõesqualitativas 2 . Concluiu-se, com estes resultados, que fenômenos dependentes dos movimentosindividuais <strong>da</strong>s diferentes partículas são tão importantes quando os fenômenosde troca, e que uma teoria mais precisa para descrever sist<strong>em</strong>as de muitas partículaspode ser obti<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s se a correlação entre o movimento individual for de algumaforma leva<strong>da</strong> <strong>em</strong> conta de maneira apropria<strong>da</strong>. O probl<strong>em</strong>a <strong>da</strong> correlação é hoje <strong>em</strong>dia de importância crucial, não ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> teoria atômica, molecular e do estado sólidomas também <strong>na</strong> física nuclear.Com esta introdução, esperamos que esteja clara a necessi<strong>da</strong>de de se investir numa teoriaque seja capaz de corrigir os resultados obtidos pela teoria Hartree-Fock. Vale salientar que nãosomente busca-se corrigir os resultados <strong>da</strong> teoria de campo médio, mas também de ir mais além,calculando proprie<strong>da</strong>des que não pod<strong>em</strong> ser obti<strong>da</strong>s pela teoria Hartree-Fock ou cujos resultadosobtidos por esta teoria são, notoriamente, i<strong>na</strong>propriados.Colocamos como ex<strong>em</strong>plo algo que estamos interessados: a geometria do primeiro estadoexcitado. Conforme a<strong>na</strong>lisamos no capítulo anterior, o método Hartree-Fock é capaz de preveras proprie<strong>da</strong>des, e por conseguinte, a geometria do estado fun<strong>da</strong>mental. Na<strong>da</strong> pode ser dito arespeito do estado excitado, no entanto, já que para isto precisaríamos ter <strong>na</strong> nossa função deon<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong>de de criar as excitações representando este estado. Como ver<strong>em</strong>os <strong>na</strong>s próximasseções, ape<strong>na</strong>s introduzindo mais esta flexibili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> função de on<strong>da</strong> pod<strong>em</strong>os descreveras proprie<strong>da</strong>des dos estados excitados.1 Para termos noção do que Löwdin quer dizer com “estimativa grosseira”, vejamos o sequinte ex<strong>em</strong>plo: A energiatotal do átomo de carbono é <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 1000 eV. Tipicamente, as energias calcula<strong>da</strong>s pelo método Hartree-Focksão incorretas por 0.5% a 1%. Isto implica que o erro cometido para o átomo de carbono é <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 5 eV. Mas asligações químicas simples têm energia <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 5 eV/molécula. Uma tentativa de calcular a energia de ligaçãotomando a diferença entre as energias Hartree-Fock de uma molécula e dos seus átomos constituintes, que estãoincorretas por alguns elétron-Volts para átomos leves, levará, de fato, a uma “estimativa grosseira”.2 Embora a teoria Hartree-Fock forneça resultados qualitativos para a curva de potencial de ligação de algumasmoléculas diatômicas, para a molécula de flúor, por ex<strong>em</strong>plo, n<strong>em</strong> um resultado qualitativo pode ser obtido. Segundoo resultado Hartree-Fock, a molécula de flúor não existe. Daí o porquê de se falar que <strong>em</strong> alguns casos ométodo de Hartree-Fock não fornece sequer uma descrição qualitativa confiável.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockO Método <strong>da</strong> Interação de Configuração 604.2 O Método <strong>da</strong> Interação de ConfiguraçãoUma função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock leva <strong>em</strong> conta as interações entre os elétrons de umamaneira média (ver Eq. (3.42)). Na reali<strong>da</strong>de, nós precisamos levar <strong>em</strong> conta as interações instantâneasentre os elétrons. Como os elétrons repel<strong>em</strong>-se uns aos outros, eles tend<strong>em</strong> a manter-seafastados uns dos outros. Por ex<strong>em</strong>plo, no átomo de hélio, se um elétron está perto do núcleonum <strong>da</strong>do instante, é energeticamente mais favorável para o outro elétron estar longe do núcleoneste mesmo instante. Fala-se de um buraco de Coulomb que cerca ca<strong>da</strong> elétron no átomo; esta éa região <strong>na</strong> qual a probabili<strong>da</strong>de de encontrar um elétron é peque<strong>na</strong>. Os movimentos dos elétronssão correlacio<strong>na</strong>dos uns com os outros e nós falamos de uma correlação eletrônica.De fato, a função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock possui algum tipo de correlação eletrônica instantâneanela <strong>em</strong>buti<strong>da</strong>. Uma função de Hartree-Fock satisfaz o requerimento de anti-simetria do princípiode Pauli; portanto, a função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock se anula quando os dois elétrons com o mesmospin possu<strong>em</strong> as mesmas coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s espaciais. Para uma função Hartree-Fock, existe umapeque<strong>na</strong> probabili<strong>da</strong>de de encontrar elétrons de mesmo spin <strong>na</strong> mesma região do espaço, d<strong>em</strong>odo que uma função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock leva <strong>em</strong> conta alguma correlação entre o movimentodos elétrons com mesmo spin.É isto que faz a energia de Hartree-Fock menor que a energia de Hartree. Fala-se, <strong>em</strong> geral,de um buraco de Fermi ao redor de ca<strong>da</strong> elétron que é descrito por uma função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock, indicando portanto, que existe uma região do espaço <strong>na</strong> qual a probabili<strong>da</strong>de de encontraroutro elétron com o mesmo spin é peque<strong>na</strong>.Definimos a energia de correlação como a diferença entre a energia exata não-relativística e aenergia Hartree-Fock.Uma <strong>da</strong>s maneiras de se fazer correções sobre a função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock é adicio<strong>na</strong>ndocontribuições associa<strong>da</strong>s aos estados excitados do sist<strong>em</strong>a, <strong>da</strong>ndo orig<strong>em</strong> ao método chamadointeração de configuração (que abreviar<strong>em</strong>os como CI, <strong>da</strong>qui <strong>em</strong> diante).A maneira mais comum de se fazer um cálculo CI num átomo ou numa molécula é usandoo método variacio<strong>na</strong>l. Começamos o cálculo escolhendo um conjunto de base de funções de umelétron {φ i }. Em princípio, esta base deve ser <strong>completa</strong>. Na prática, estamos limitados a trabalharcom bases de tamanho finito; esperamos que uma escolha apropria<strong>da</strong> do conjunto de base leve aresultados comparáveis com os que seriam obtidos através do uso de um conjunto completo.O passo seguinte é escrever os spin-orbitais como uma combi<strong>na</strong>ção linear dos el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong>base e, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, resolver as equações de Hartree-Fock para obtermos os coeficientes destascombi<strong>na</strong>ções lineares. O número de orbitais atômicos ou moleculares obtidos é igual ao númeroTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockO Método <strong>da</strong> Interação de Configuração 61de funções de base utilizados. Os orbitais de mais baixa energia são os orbitais ocupados doestado fun<strong>da</strong>mental. Os r<strong>em</strong>anescentes são os orbitais virtuais ou não ocupados.Usando o conjunto de spin-orbitais virtuais, pod<strong>em</strong>os formar funções de muitos elétrons,anti-simétricas, e com diferentes ocupações orbitais. Por ex<strong>em</strong>plo, para o átomo de hélio, cujaconfiguração do estado fun<strong>da</strong>mental é 1s 2 , nós pod<strong>em</strong>os formar configurações como: 1s 1 2s 1 ,1s 1 2p 1 , 2s 2 , 2s 1 2p 1 , e assim por diante. Ca<strong>da</strong> uma destas funções de muitos elétrons, Φ i , éum determi<strong>na</strong>nte de Slater ou uma combi<strong>na</strong>ção linear de alguns poucos determi<strong>na</strong>ntes de Slater.Ca<strong>da</strong> Φ i é chama<strong>da</strong> de uma função de configuração ou simplesmente uma configuração.O que faz<strong>em</strong>os agora é escrever a função de on<strong>da</strong> de nosso probl<strong>em</strong>a como uma combi<strong>na</strong>çãolinear <strong>da</strong>s configurações acima descritas, ou seja:Φ = ∑ iC i Φ i . (4.3)Nós então tratamos a função Φ como uma função variacio<strong>na</strong>l linear 3 . Variações dos coeficientesC i , para minimizar a integral variacio<strong>na</strong>l, levarão a uma equação secular análoga à obti<strong>da</strong>no método Hartree-Fock:|H ij − ES ij | = 0, (4.4)onde ape<strong>na</strong>s configurações com o mesmo autovalor do momento angular que o de Φ contribuirão<strong>na</strong> expansão. Pode-se d<strong>em</strong>onstrar (a d<strong>em</strong>onstração está <strong>na</strong> pág. 260 <strong>da</strong> Ref. [50]) que se começarmoscom um conjunto de base completo e incluírmos <strong>na</strong> expansão <strong>da</strong> Equação (4.4) to<strong>da</strong>s aspossíveis configurações, o cálculo ci irá fornecer função de on<strong>da</strong> exata para o sist<strong>em</strong>a considerado.Como estamos limitados a usar um conjunto de base finito, portanto incompleto, e tambémnão somos capazes de incluir to<strong>da</strong>s as configurações no cálculo ci, parte <strong>da</strong> arte de um cálculoci se encontra <strong>na</strong> escolha <strong>da</strong>s configurações que irão <strong>da</strong>r a maior contribuição.3 O fato <strong>da</strong> expansão mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> Eq. (4.3) resolver o probl<strong>em</strong>a <strong>da</strong> correlação eletrônica, parcialmente levado<strong>em</strong> conta <strong>na</strong> aproximação Hartree-Fock, pode ser entendido <strong>da</strong> maneira que segue. A função de on<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong>aproximação Hartree-Fock, representa<strong>da</strong> por um único determi<strong>na</strong>nte de Slater, é insuficiente para descrever umsist<strong>em</strong>a de elétrons e as interações entre eles. Precisamos de uma função de on<strong>da</strong> que seja suficient<strong>em</strong>ente flexívelpara permitir que os elétrons permaneçam afastados uns dos outros. Isto significa que nós precisamos de funções<strong>em</strong> regiões do espaço diferentes <strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s nos cálculos Hartree-Fock. Como as funções SCF expand<strong>em</strong> ape<strong>na</strong>so espaço ocupado, nós pod<strong>em</strong>os adicio<strong>na</strong>r diferentes regiões do espaço, por ex<strong>em</strong>plo, ao admitirmos os “orbitaisvirtuais” que estão desocupados <strong>na</strong> função SCF, <strong>na</strong> nossa nova função de on<strong>da</strong>. Esta é a maneira com a qual ométodo chamado interação de configuração introduz o efeito <strong>da</strong> correlação no probl<strong>em</strong>a.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockO Método <strong>da</strong> Interação de Configuração 62O método <strong>da</strong> interação de configuração é b<strong>em</strong> simples de ser entendido, como pud<strong>em</strong>os ver.Mas não exist<strong>em</strong> somente vantagens neste método, mas desvantagens também. Para uma moléculacom N elétrons nós pod<strong>em</strong>os construir:( 2KN), (4.5)onde K é o número de funções de base de um elétron usa<strong>da</strong>s para expressar os orbitais moleculares.Destes determi<strong>na</strong>ntes,( Nn) ( 2K − Nn), (4.6)são n-excitados, ou seja n elétrons foram excitados dos orbitais ocupados para os orbitais desocupados<strong>na</strong> função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock.Para um conjunto de base típico 6-31G ∗∗ e uma molécula peque<strong>na</strong> C 2 H 6 , K = 2(15) + 6(5) =60. Para N = 18 e K = 60, o número de configurações <strong>da</strong>do pela Equação (4.6) é igual a 1×10 21 , deonde concluímos que um cálculo CI completo usando a base 6-31G ∗∗ para o etano não é possível 4 .Poderíamos então tentar um cálculo com a base mínima STO-3G, para a qual K = 2(5)+6(1) = 16;isto <strong>da</strong>ria ape<strong>na</strong>s 4.7 × 10 8 configurações. Este cálculo é possível de ser feito, mas seria umaper<strong>da</strong> de t<strong>em</strong>po. A experiência mostra que para obtermos uma porção substancial <strong>da</strong> energia decorrelação, nós precisamos usar um conjunto de base maior.Como um cálculo CI completo é impossível de ser realizado exceto para átomos e moléculascom alguns poucos átomos e ain<strong>da</strong> assim com uma base peque<strong>na</strong>, somos levados ao cálculoCI limitado.A forma mais comum deste cálculo é o CI-SD, onde ape<strong>na</strong>s as excitações duplase simples são leva<strong>da</strong>s <strong>em</strong> conta.Só que ao fazermos um cálculo CI limitado, perd<strong>em</strong>os umaimportante virtude do método CI que é a consistência com o tamanho.Um método quantomecânicoconsistente com o tamanho é aquele para o qual a energia, e portanto o erro calculadopara a energia, cresce proporcio<strong>na</strong>lmente com o tamanho <strong>da</strong> molécula.Consistência com o tamanho é importante s<strong>em</strong>pre que moléculas de tamanhos substancialmentediferentes são compara<strong>da</strong>s, como, por ex<strong>em</strong>plo, no cálculo <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> energia numareação de dissociação A → B + C. Um caso especial <strong>da</strong> consistência com o tamanho é a consistênciacom o tamanho para sist<strong>em</strong>as infinitamente separados, que significa que o método fornecea energia de um sist<strong>em</strong>a de duas ou mais moléculas infinitamente separa<strong>da</strong>s igual à soma <strong>da</strong>senergias <strong>da</strong>s moléculas individuais.4 Estamos pensando nos recursos computacio<strong>na</strong>is disponíveis no momento <strong>em</strong> que estamos escrevendo esta <strong>tese</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockO Método <strong>da</strong> Interação de Configuração 63Para vermos que o método CI-SD não é consistente com o tamanho, basta considerarmos doisátomos de hélio infinitamente separados He a e He b . Se nós fizermos um cálculo CI-SD do He ausando um conjunto completo, nós obter<strong>em</strong>os a energia exata E a do He a , já que o cálculo CI-SDé o mesmo que o cálculo CI completo para este sist<strong>em</strong>a. De modo análogo para o He b .Agora consider<strong>em</strong>os um cálculo CI-SD com base <strong>completa</strong> para o sist<strong>em</strong>a composto dos doisátomos infinitamente separados. Este sist<strong>em</strong>a composto t<strong>em</strong> quatro elétrons e, portanto, umcálculo CI-SD não é equivalente a um cálculo CI completo. O cálculo CI-SD irá portanto forneceruma energia superior à energia exata E a + E b para o sist<strong>em</strong>a composto. Sendo assim, o cálculoCI-SD não é consistente com o tamanho.Muito <strong>em</strong>bora o método CI-SD não seja consistente com o tamanho, ele ain<strong>da</strong> é variacio<strong>na</strong>l.Ou seja, a função de on<strong>da</strong> CI-SD é variacio<strong>na</strong>l e t<strong>em</strong>os assegurado o fato de que o valor <strong>da</strong> energiaobti<strong>da</strong> por este método não pode ser inferior ao valor exato.Ao se ajustar cui<strong>da</strong>dosamente o tipo de função de on<strong>da</strong> a ser utiliza<strong>da</strong>, é possível evitar osprobl<strong>em</strong>as de extensivi<strong>da</strong>de com o tamanho para um conjunto de sist<strong>em</strong>as. Por ex<strong>em</strong>plo, umcálculo CI do Be 2 usando to<strong>da</strong>s as configurações 1 Σ g que pod<strong>em</strong> ser forma<strong>da</strong>s ao colocar quatroelétrons de valência nos orbitais 2σ g , 2σ u , 3σ g , 3σ u , 1π u e 1π g , pode resultar <strong>em</strong> uma energiaigual à duas vezes o valor <strong>da</strong> energia para um único átomo de Be, descrito pelas configurações<strong>em</strong> que dois elétrons de valência deste átomo estão colocados <strong>em</strong> orbitais 2s e 2p, de to<strong>da</strong>s asmaneiras possíveis, consistente com a simetria 1 S.Tais escolhas especiais de configurações dão orig<strong>em</strong> a o que chamamos de cálculos MCSCF ouCI de espaço-ativo-completo (CAS) [45] .Em geral, se o “monômero” usa configurações que estão n excita<strong>da</strong>s <strong>em</strong> relação a configuraçãodomi<strong>na</strong>nte, para uma descrição precisa <strong>da</strong> correlação eletrônica, um cálculo variacio<strong>na</strong>l extensivocom o tamanho sobre o “dímero” irá requerer a inclusão de configurações que estão 2n excita<strong>da</strong>scom respeito a configuração domi<strong>na</strong>nte usa<strong>da</strong> no cálculo do monômero. Para realizarmos umcálculo variacio<strong>na</strong>l e extensivo com o tamanho sobre espécies contendo M monômeros, portanto,precisamos <strong>da</strong> inclusão de configurações que estão M × n excita<strong>da</strong>s relativamente a configuraçãodo monômero (onde foram incluí<strong>da</strong>s configurações n excita<strong>da</strong>s).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset 644.3 Mais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset4.3.1 IntroduçãoEm nossos cálculos que apresentar<strong>em</strong>os a seguir, utilizamos os métodos pós-Hartree-Fock<strong>em</strong> duas situações: No estudo <strong>da</strong> geometria e <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des dos estados excitados dos 9-Antril-Oligotiofenos e no cálculo <strong>da</strong>s cargas eletrostáticas que foram utiliza<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s simulaçõesde Monte Carlo. No primeiro caso, foi importante sabermos <strong>da</strong>s características do método utilizado(o CI-Singles) e, por isso, dedicamos uma seção para este método no começo deste capítulo.No segundo caso, utilizamos a teoria de Mφller-Plesset de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong> (MP2) ape<strong>na</strong>spara obtermos um resultado (as cargas eletrostáticas nos átomos) mais confiável. Sendo assim,far<strong>em</strong>os ape<strong>na</strong>s uma peque<strong>na</strong> introdução sobre mais este método pós-Hartree-Fock e deixar<strong>em</strong>osos detalhes para ser<strong>em</strong> consultados <strong>na</strong>s referências.É importante mencio<strong>na</strong>rmos outro importante motivo de apresentarmos a teoria de perturbaçãode Mφller-Plesset: esta teoria ilustra de maneira clara como a teoria de perturbação queaprend<strong>em</strong>os nos cursos básicos de Mecânica Quântica, pode ser utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong> obtenção de proprie<strong>da</strong>deseletrônicas do estado fun<strong>da</strong>mental de sist<strong>em</strong>as de muitos átomos com a precisão que sedesejar.Os físicos e químicos desenvolveram vários métodos de teoria de perturbação para tratarsist<strong>em</strong>as de partículas interagentes (nucléons <strong>em</strong> núcleos; átomos <strong>em</strong> um sólido; elétrons <strong>em</strong>um átomo ou molécula), e estes métodos constitu<strong>em</strong> o que chamamos de teoria de perturbaçãode muitos corpos (MBPT, do inglês, Many-Body Perturbation Theory). As aplicações <strong>da</strong> teoriade perturbação de Mφller-Plesset [51] (MPPT, do inglês, Mφller-Plesset Perturbation Theory) sótiveram início <strong>em</strong> 1975, com o trabalho de Pople e colaboradores [48] e Bartlett [52] e colaboradores.Como vimos no Capítulo 3, a equação de Hartree-Fock pode ser escrita <strong>em</strong> termos do operadorde Fock como:f (1)χ a (1) = ɛ a χ a (1), (4.7)onde,f (1) = h(1) + ∑ b[J b (1) − K b (1)]. (4.8)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset 65O Hamiltoniano não perturbado <strong>da</strong> teoria MPPT é tomado como sendo a soma dos operadoresde Fock de um elétron, como apresentados <strong>na</strong> Equação (4.8):H 0 ≡ ∑ if (i). (4.9)A função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock do estado fun<strong>da</strong>mental, Φ 0 , é um determi<strong>na</strong>nte de Slater|χ 1 χ 2 . . . χ N | dos spin-orbitais. Este determi<strong>na</strong>nte de Slater é um produto anti-simetrizado dosspin-orbitais e, quando expandido, é uma soma de N! termos, onde ca<strong>da</strong> termo envolve umapermutação diferente de ca<strong>da</strong> um dos elétrons entre os diferentes spin-orbitais. Ca<strong>da</strong> termo <strong>na</strong>expressão de Φ 0 é uma auto-função do Hamiltoniano MPPT não-perturbado H 0 . Como Φ 0 é umacombi<strong>na</strong>ção linear destes termos, Φ 0 é uma auto-função de H 0 com autovalor:⎛N∑H 0 Φ 0 = ⎝i=1ɛ i⎞⎠ Φ0 . (4.10)As auto-funções do Hamiltoniano não perturbado H 0 são as funções de on<strong>da</strong> de ord<strong>em</strong> zero(não perturba<strong>da</strong>s), de modo que a função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock do estado fun<strong>da</strong>mental é umafunção de on<strong>da</strong> de order zero. Mas exist<strong>em</strong> outras auto-funções de H 0 . O operador hermitianof (1) t<strong>em</strong> um conjunto completo de auto-funções e estas são todos os possíveis spin-orbitais <strong>da</strong>molécula; os N spin-orbitais de mais baixa energia estão ocupados, e existe um número infinito deorbitais não ocupados (ou virtuais). O operador H 0 = ∑ Ni=1 f (i) é a soma dos operadores f (i),e assim as auto-funções de H 0 são todos os produtos possíveis de quaisquer N spin-orbitais.No entanto, a função de on<strong>da</strong> precisa ser anti-simétrica, de modo que precisamos anti-simetrizarestas funções de on<strong>da</strong> de ord<strong>em</strong> zero formando determi<strong>na</strong>ntes de Slater. Sendo assim, as funçõesde on<strong>da</strong> de ord<strong>em</strong> zero são todos os determi<strong>na</strong>ntes de Slater formados usando quaisquer dos Ninfinitos spin-orbitais possíveis de ser<strong>em</strong> feitas.A perturbação H ′ é a diferença entre o ver<strong>da</strong>deiro Hamiltoniano eletrônico molecular, H , eo Hamiltoniano não perturbado H 0 . Ou seja, como apresentamos no Capítulo (3):H ′ = H − H 0 =N∑N∑i=1 j>i1r ij−N∑j=1 i=1N∑[J j (i) − K j (i)]. (4.11)A primeira correção de MP <strong>na</strong> energia do estado fun<strong>da</strong>mental, E (1)0 é:E (1)0 = 〈Φ 0 |H ′ |Φ a 〉. (4.12)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset 66T<strong>em</strong>os então que:E (0)0 + E (1)0 = 〈Φ 0 |H 0 |Φ a 〉 + 〈Φ 0 |H ′ |Φ a 〉 = 〈Φ 0 |H |Φ a 〉. (4.13)Mas 〈Φ 0 |H |Φ a 〉 é a integral variacio<strong>na</strong>l para a função de on<strong>da</strong> Hartree-Fock Φ 0 , e portanto éigual á energia de Hartree-Fock, E HF . Pod<strong>em</strong>os ver isto de outra forma. Sendo H 0 a soma dosoperadores de Fock, a energia E (0)0 <strong>na</strong><strong>da</strong> mais é que a soma <strong>da</strong>s energias orbitais ɛ i . Ou seja,E (0)0 = ∑ iɛ i . (4.14)Mas E (1)0 é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:E (1)0 = 〈Φ 0 |H ′ |Φ 0 〉= 〈Φ 0 | ∑ 1|Φ 0 〉 − 〈Φ 0 | ∑ v HF (i)|Φ 0 〉ri


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset 67E (2)0 = ∑ |〈Φ 0 |H ′ |Ψ 0 〉| 2s≠0 E (0)0 − E s(0) , (4.18)onde as funções Φ 0 são todos os possíveis determi<strong>na</strong>ntes de Slater formados pelos N diferentesspin-orbitais.Seja a, b, c . . . os índices que denotam os spin-orbitais no estado fun<strong>da</strong>mentalHartree-Fock e r , s, t, . . . os índices que denotam os orbitais virtuais.Ca<strong>da</strong> função de on<strong>da</strong>não perturba<strong>da</strong> pode ser classifica<strong>da</strong> pelo número de spin-orbitais virtuais que ela contém; estenúmero é chamado de nível de excitação.Seja Φ r aum determi<strong>na</strong>nte unicamente excitado quedifere de Φ 0 ape<strong>na</strong>s por um spin-orbital ocupado χ a tendo sido substituído por um spin-orbitalvirtual χ r . Assim, Φ r sab , um determi<strong>na</strong>nte duplamente excitado, difere de Φ 0 por ter dois orbitaisocupados (χ a e χ b ) substituídos por dois orbitais virtuais (χ r e χ s ), e assim por diante.Pod<strong>em</strong>os mostrar que as integrais 〈Φ r a |H ′ |Φ 0 〉 são to<strong>da</strong>s nulas. Além disso, que 〈Φ 0 |H |Φ 0 〉se anula para todos os determi<strong>na</strong>ntes Φ 0 cujo nível de excitação é superior a três. Este resultadosegue <strong>da</strong>s regras de Slater-Condon (ver Tabela 11.3 <strong>da</strong> Ref. [34]). Então, nós necessitamos considerarape<strong>na</strong>s as funções de on<strong>da</strong> com excitações duplas Φ r sabpara encontrar E(2) 0 . Aplicando osmesmos argumentos, pod<strong>em</strong>os mostrar que também só precisamos destes determi<strong>na</strong>ntes para ocálculo <strong>da</strong> correção de primeira ord<strong>em</strong> <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong>, Φ (1)0 .A função de on<strong>da</strong> duplamente excita<strong>da</strong> Φ r sab é uma autofunção de H 0 com autovalor quedifere do autovalor de Φ 0 pela substituição de ɛ a e ɛ b por ɛ r e ɛ s . Então, E (0)0 − E s(0) é igual àɛ a + ɛ b − ɛ r − ɛ s . Usando este resultado <strong>na</strong> Equação (4.18), juntamente com as regras de Slater-Condon, obt<strong>em</strong>os que:E (2)0 = ∑ a


Capítulo 4. Métodos Pós-Hartree-FockMais um Método Pós Hartree-Fock: A Teoria de Perturbação de Mφller-Plesset 68Os cálculos MP são muito mais rápidos que os cálculos CI, e são também b<strong>em</strong> mais utilizados.Além de sua eficiência computacio<strong>na</strong>l, pode-se mostrar que os cálculos MP, truncados <strong>em</strong> qualquerord<strong>em</strong>, são consistentes com o tamanho (ver Seção 6.7.4 <strong>da</strong> Ref. [39]). Entretanto, a energiaMP não é variacio<strong>na</strong>l e pode produzir uma energia abaixo do valor exato. Só que, atualmente,auto-consistência é visto como sendo mais importante que ser variacio<strong>na</strong>l.No livro de Pople [48] , existe um conjunto de observações sobre a teoria de perturbação deMφler-Plesset que vale a pe<strong>na</strong> ser<strong>em</strong> citados aqui:1. Não foi provado que a série perturbativa MP converge para a energia exata, mas cálculosfeitos para a molécula <strong>da</strong> água e outras moléculas menores (que vão tão longe quanto MP48)apresentam convergência e indicam que “as séries de MP irão convergir para a maioria doscálculos moleculares” [53] .2. Os cálculos MP que usam conjuntos de base pequenos t<strong>em</strong> pouco valor prático. Por ex<strong>em</strong>plo,ao usar-se o conjunto de base DZ+P num cálculo MP2, <strong>em</strong> moléculas de cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>,resultam tipicamente <strong>em</strong> 85% a 95% <strong>da</strong> energia de correlação [54] e melhoram substancialmentea predição <strong>da</strong> geometria de equilíbrio e as previsões <strong>da</strong>s freqüências vibracio<strong>na</strong>is.3. A experiência mostra que <strong>na</strong> maioria dos cálculos que inclu<strong>em</strong> a correlação eletrônica, oerro associado à truncag<strong>em</strong> <strong>da</strong> base é maior que o devido ao truncamento <strong>da</strong> série. Porex<strong>em</strong>plo, quando passamos <strong>da</strong> base 6-31G ∗ para a base TZ2P, os erros nos comprimentosde ligação de equilíbrio previstos pelo cálculo MP2 são reduzidos por um fator de 2 ou3 [55] . Mas, quando vamos de MP2/TZ2P para MP3/TZ2P, nenhuma melhora <strong>na</strong> precisão <strong>da</strong>geometria é obti<strong>da</strong> [56] .4. Para sist<strong>em</strong>as de cama<strong>da</strong> aberta, o cálculo MP2 se baseia numa função de on<strong>da</strong> SCF nãorestrita,<strong>da</strong>ndo orig<strong>em</strong> ao cálculo desig<strong>na</strong>do por UMP2, UMP3, e assim por diante. Funçõesde on<strong>da</strong> não-restritas não são autofunções de S 2 (como vimos <strong>na</strong> Seção 3.7) e esta contami<strong>na</strong>çãode spin pode, às vezes, levar a sérios erros <strong>em</strong> quanti<strong>da</strong>des calcula<strong>da</strong>s usando ateoria UMP [57] .5. Uma importante limitação <strong>da</strong> teoria de perturbação MP é que a mesma não é, <strong>em</strong> geral,aplicável para o cálculo de estados excitados. Devido a estas limitações, os cálculos MP nãotor<strong>na</strong>ram os cálculos CI obsoletos.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5Espectroscopia Molecular5.1 Espectroscopia Molecular: Uma IntroduçãoNeste capítulo, ir<strong>em</strong>os apresentar alguns el<strong>em</strong>entos básicos <strong>da</strong> espectroscopia molecular. Aespectroscopia molecular é a motivação deste trabalho uma vez que estamos interessados, <strong>em</strong>primeiro lugar, <strong>em</strong> aplicar os métodos de química teórica para obter as geometrias e proprie<strong>da</strong>deseletrônicas <strong>da</strong>s moléculas de interesse, tanto para o estado fun<strong>da</strong>mental quanto para o primeiroestado excitado. Em segui<strong>da</strong>, pretend<strong>em</strong>os simular o espectro ultra-violeta - visível (UV-VIS, <strong>da</strong>qui<strong>em</strong> diante) destes sist<strong>em</strong>as, para avaliar os mecanismos envolvidos <strong>na</strong> absorção e <strong>em</strong>issão de luz.A discussão apresenta<strong>da</strong> aqui não pretende ser <strong>completa</strong>. Nosso objetivo aqui é simplesmenteo de introduzir alguns princípios <strong>da</strong> espectroscopia eletrônica e apresentar alguns fenômenosenvolvidos <strong>na</strong> absorção e <strong>em</strong>issão de luz. Para uma abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> mais <strong>completa</strong>, sugerimos asReferências [58] e [59]. É importante ressaltar que é comum utilizar a linguag<strong>em</strong> de partículaindependente (como a utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong> aproximação Hartree-Fock) <strong>na</strong> interpretação dos espectroseletrônicos, e será esta a linguag<strong>em</strong> que utilizar<strong>em</strong>os neste Capítulo.69


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 705.2 Princípios de Espectroscopia EletrônicaA espectroscopia eletrônica refere-se às transições entre estados eletrônicos. Uma transiçãomuito comum nos sist<strong>em</strong>as com os quais trabalhados é uma onde um elétron é promovido doorbital ocupado de mais alta energia, HOMO (do inglês, Highest Occupied Molecular Orbital) para oorbital desocupado de mais baixa energia LUMO (do inglês, Lowest Unoccupied Molecular Orbital).A diferença de energia entre estes orbitais <strong>em</strong> moléculas orgânicas varia tipicamente entre 1.5 eVe 6 eV, e a transição correspondente dá orig<strong>em</strong> a uma absorção <strong>na</strong>s regiões ultra-violeta e visíveldo espectro. Veja a Figura [3.3] para uma ilustração dos orbitais HOMO e LUMO e do gap.Os orbitais moleculares usualmente são descritos <strong>em</strong> termos de uma combi<strong>na</strong>ção linear deorbitais atômicos, como destacamos <strong>na</strong> Seção 3.6 do Capítulo 3. A combi<strong>na</strong>ção dos orbitais1s do hidrogênio atômico, por ex<strong>em</strong>plo, resultam <strong>em</strong> dois orbitais do hidrogênio molecular - umorbital molecular ligante, |Ψ g 〉, e outro orbital molecular anti-ligante, |Ψ u 〉, comumente denotadospelos símbolos σ s e σ s ∗ , respectivamente (Ver Fig. [5.1] para ilustração). Os orbitais ligantesformados pela combi<strong>na</strong>ção linear dos orbitais atômicos 2p x e 2p y são denotados por σ p e πp,respectivamente, enquanto que os correspondentes aos orbitais anti-ligantes são denotados porσ ∗ p e π ∗ p. Estes símbolos são comumente abreviados como: σ , π, σ ∗ , π ∗ .Outro tipo de orbital molecular que dev<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar é o orbital não-ligante. Um ex<strong>em</strong>plodeste pode ser encontrado nos compostos que contém carbonilas, onde o par de elétrons isoladosdo oxigênio está acomo<strong>da</strong>do no orbital não-ligante 2p, localizado sobre o átomo de oxigênio. Oselétrons nos orbitais não-ligantes (orbitais n) pod<strong>em</strong> ser promovidos para os orbitais σ ∗ e π ∗ d<strong>em</strong>ais alta energia.A posição relativa dos níveis de energia correspondente aos diversos tipos de orbitais moleculares<strong>na</strong>s moléculas orgânicas está ilustra<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura [5.2]. Os possíveis tipos de transiçõeseletrônicas entre estes orbitais estão representa<strong>da</strong>s por linhas verticais <strong>na</strong> Figura. A energia deum orbital não-ligante é geralmente maior que a dos orbitais σ ou π, mas menor que a dos orbitaisanti-ligantes. Entretanto, exist<strong>em</strong> casos (como o de moléculas que possu<strong>em</strong> um alto grau deconjugação) <strong>em</strong> que a energia do orbital π é maior que a do orbital n. Nestes casos, é necessáriomenos energia para promover uma transição π → π ∗ e a ban<strong>da</strong> de absorção correspondente àtransição π → π ∗ irá ocorrer num comprimento de on<strong>da</strong> maior que a <strong>da</strong> transição n → π ∗ .A maioria <strong>da</strong>s espectroscopias de absorção de materiais orgânicos instaurados está basea<strong>da</strong><strong>em</strong> transições de um elétron n ou π para o estado excitado π ∗ . Isto se deve principalmenteao fato de que os picos de absorção associados a estas transições se encontram numa regiãoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 71Figura 5.1: Orbitais moleculares formados pela combi<strong>na</strong>ção de orbitais atômicos.experimentalmente conveniente do espectro (200 - 700 nm). Estas transições precisam de umgrupo não saturado presente <strong>na</strong> molécula para prover os elétrons π.O solvente no qual as moléculas de interesse estão dissolvi<strong>da</strong>s t<strong>em</strong> um efeito importantesobre o espectro de absorção. Picos de absorção resultantes de transições n → π ∗ são, <strong>em</strong> geral,deslocados para comprimentos de on<strong>da</strong> mais curtos (deslocamento para o azul), com o aumento<strong>da</strong> polari<strong>da</strong>de do solvente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 72Tabela 5.1: Tipos de radiação juntamente com a energia e o tipo de transição por esta promovido.Tipo de Radiação Energia (eV) Tipo de TransiçãoRaios Gama > 1.2×10 6 nuclearRaios-X 1.2×10 3 - 1.2×10 6 elétrons de caroçoUltravioleta 3.1 - 1.2×10 3 elétrons de valênciaVisível 1.7 - 3.1 elétrons de valênciaInfravermelho 5.0×10 −1 - 1.7 elétron de valênciapróximovibrações molecularesInfravermelho 5.0×10 −2 - 5.0×10 −1 vibrações molecularesMicroon<strong>da</strong>s 1.2×10 −3 - 5.0×10 −2 rotações molecularesflip do elétronOn<strong>da</strong>s de rádio < 1.2×10 −3 flip do elétron do núcleoNa maioria dos casos, o inverso (isto é, o deslocamento para o vermelho) é visto para astransições π → π ∗ . Isto é causado pelas forças de polarização atrativas entre o solvente e o meioabsorvedor, proporcio<strong>na</strong>ndo a estabilização tanto dos níveis ocupados como dos estados virtuais.Este efeito é maior para os níveis virtuais e então, a diferença de energia entre os estados virtuaise os ocupados é lev<strong>em</strong>ente reduzi<strong>da</strong>, resultando num pequeno deslocamento para o vermelho(veja, por ex<strong>em</strong>plo, a Fig. [6.9], no Cap. 6).Figura 5.2: Energias relativas de orbitais moleculares e possíveis transições entre os orbitais.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 73A promoção de um elétron de um orbital de mais baixa energia para um orbital de mais altaenergia dá orig<strong>em</strong> a um estado excitado <strong>da</strong> molécula. A configuração eletrônica, no estado fun<strong>da</strong>mentale no estado excitado, <strong>da</strong> molécula de hidrogênio, por ex<strong>em</strong>plo, pode ser representa<strong>da</strong>como segue:σ 2 (s) → σ (s)σ ∗ (s)Estado Fun<strong>da</strong>mentalEstado ExcitadoSe a molécula for estável no estado excitado, isto é, se ela não se dissociar <strong>em</strong> seus átomos 1 ,então as proprie<strong>da</strong>des do estado excitado pod<strong>em</strong> ser diferentes <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des do estado fun<strong>da</strong>mental.Por ex<strong>em</strong>plo: a energia de dissociação, a separação internuclear e a freqüência <strong>na</strong>turalde vibração diferirão para os dois estados.A função energia potencial para uma molécula diatômica pode ser representa<strong>da</strong> por umacurva, como mostra<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura (5.3), para um estado excitado e para o fun<strong>da</strong>mental. O princípiode Franck-Condon estipula que a separação internuclear dos átomos não mu<strong>da</strong> durante umatransição eletrônica 2 . Uma transição do estado fun<strong>da</strong>mental para um estado excitado pode serrepresenta<strong>da</strong> por uma linha vertical conectando as curvas de energia potencial destes dois estados.A t<strong>em</strong>peratura ambiente, a energia vibracio<strong>na</strong>l de quase to<strong>da</strong>s as moléculas corresponde àenergia do mais baixo nível vibracio<strong>na</strong>l (V = 0), e transições do estado fun<strong>da</strong>mental eletrônicopod<strong>em</strong> ser considera<strong>da</strong>s como sendo origi<strong>na</strong><strong>da</strong>s deste nível. Não exist<strong>em</strong> regras de seleção geraisque gover<strong>na</strong>m a mu<strong>da</strong>nça no número quântico vibracio<strong>na</strong>l quando se passa do estado fun<strong>da</strong>mentalpara um estado excitado. As transições do nível V = 0, do estado fun<strong>da</strong>mental, para qualquernível do estado excitado são possíveis.A intensi<strong>da</strong>de de uma ban<strong>da</strong> de absorção é dependente do valor do momento de transição (queserá discutido <strong>na</strong> Seção 5.2.1) e este valor pode ser alto se a separação internuclear no instante<strong>da</strong> transição é tal que a transição ocorre entre estados prováveis <strong>da</strong> molécula. A probabili<strong>da</strong>dede uma molécula ter uma separação internuclear particular é <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo quadrado <strong>da</strong> função deon<strong>da</strong> vibracio<strong>na</strong>l do sist<strong>em</strong>a, como pode ser visto <strong>na</strong> Figura (5.3).1 No caso <strong>da</strong> molécula do hidrogênio, para primeiro estado excitado, (1σ g )(1σ u ), a curva <strong>da</strong> energia potencial<strong>em</strong> função <strong>da</strong> distância internuclear não t<strong>em</strong> mínimo (ver Fig. 13.18 <strong>da</strong> Ref. [34] e, por conseguinte, ter<strong>em</strong>os adissociação <strong>da</strong> molécula caso ela seja promovi<strong>da</strong> para este estado.2 Mais precisamente: Classicamente, a aproximação de que uma transição eletrônica é mais provável de acontecers<strong>em</strong> uma mu<strong>da</strong>nça <strong>na</strong>s posições dos núcleos <strong>em</strong> uma molécula e sua vizinhança, é chamado de princípio de Frank-Condon [60] .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 74Figura 5.3: Relação entre a função energia potencial, os níveis vibracio<strong>na</strong>is, as funções de probabili<strong>da</strong>devibracio<strong>na</strong>l e o espectro de absorção de uma molécula diatômica.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 75A separação internuclear mais provável para moléculas no nível V = 0 do estado fun<strong>da</strong>mentalestá próxima <strong>da</strong> separação internuclear, r e . Se a função probabili<strong>da</strong>de para um nível vibracio<strong>na</strong>l,no estado excitado, t<strong>em</strong> um máximo <strong>na</strong> separação internuclear correspondente igual a r e , então omomento de transição para uma transição deste tipo será grande e uma ban<strong>da</strong> intensa será observa<strong>da</strong>no espectro. O exame <strong>da</strong> Figura (5.3), onde o estado fun<strong>da</strong>mental e excitados têm a mesmaseparação internuclear, mostra que a linha vertical, representando a transição 0 → 0, conectaestados de máxima probabili<strong>da</strong>de. Portanto, a ban<strong>da</strong> no espectro de absorção representando atransição 0 → 0 terá intensi<strong>da</strong>de máxima.À medi<strong>da</strong> que o número quântico vibracio<strong>na</strong>l do estado excitado V ′ aumenta, a função probabili<strong>da</strong>deaumenta próximo aos pontos de retorno (intersecção entre as linhas horizontais e a curvade energia potencial) e decresce entre estes pontos. A separação inter-nuclear máxima, no nívelV = 0 do estado fun<strong>da</strong>mental, corresponde à região central dos níveis V ′ . Neste caso, transiçõesa partir do nível V = 0 para níveis com V ′ crescentes irá se tor<strong>na</strong>r ca<strong>da</strong> vez menos prováveis,uma vez que os estados de probabili<strong>da</strong>de máxima nos níveis V ′ irão ocorrer para separações quedifer<strong>em</strong> ca<strong>da</strong> vez mais <strong>da</strong> separação de equilíbrio internuclear do estado fun<strong>da</strong>mental. O espectrode absorção será, portanto, uma progressão de ban<strong>da</strong>s vibrônicas de intensi<strong>da</strong>de decrescente(ver Fig. (5.3a)).Quando a separação internuclear de equilíbrio no estado excitado é maior que a do estadofun<strong>da</strong>mental, as curvas pod<strong>em</strong> ser desloca<strong>da</strong>s uma com relação às outras como <strong>na</strong> Figura (5.3b).No ex<strong>em</strong>plo apresentado <strong>na</strong> referi<strong>da</strong> Figura, a linha vertical do nível V = 0 intercepta a curvade energia potencial para o estado excitado no ponto de retorno para o nível V ′ = 2. Do pontode vista clássico, a probabili<strong>da</strong>de de termos uma separação internuclear correspondente àquelaonde ocorre o ponto de retorno é um máximo, já que a molécula passa a maior parte do t<strong>em</strong>poneste ponto, ao longo de uma vibração. A linha que representa a transição de um nível V = 0para um nível V ′ = 2, portanto, conecta estados de máxima probabili<strong>da</strong>de. Isto fará com que aban<strong>da</strong> correspondente no espectro seja a mais intensa. A probabili<strong>da</strong>de de transição para outrosníveis no estado excitado irá decrescer à medi<strong>da</strong> que o número quântico vibracio<strong>na</strong>l, V ′ , cresceou decresce do valor 2. O espectro parecerá como uma progressão de ban<strong>da</strong>s vibrônicas deintensi<strong>da</strong>de decrescente <strong>em</strong> ambos os lados <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> representando a transição 0 → 2, comomostrado <strong>na</strong> Figura (5.3b).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 765.2.1 Regras de Seleção, a Aproximação de Dipolo Elétrico e o Momento de TransiçãoMuito <strong>em</strong>bora seja difícil descrever com precisão as regras de seleção para as transiçõeseletrônicas s<strong>em</strong> a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> Teoria de Grupos, tentar<strong>em</strong>os fazer aqui uma apresentação qualitativado papel destas regras. Para uma descrição mais <strong>completa</strong>, sugerimos a Referência [59].Uma transição eletrônica que conecta um estado i a um estado f é permiti<strong>da</strong> se a integral:〈Ψ i |Ô|Ψ f 〉 (5.1)não for nula; sendo Ô o operador apropriado: o operador momento de dipolo, ̂µ, para as transiçõesdo tipo E1; o operador momento de quadrupolo ̂Θ, para as transições do tipo E2; e ooperador momento angular ̂L, para as transições do tipo M1.Salientamos neste ponto que os espectros de absorção calculados teoricamente, que serãoapresentados no Capítulo 7, baseiam-se <strong>na</strong> aproximação de dipolo elétrico, sendo portanto o operadormomento de dipolo elétrico o que será considerado como operador O <strong>em</strong> nossos cálculos.As funções de on<strong>da</strong> Ψ i e Ψ f , como vimos anteriormente, pod<strong>em</strong> ser expressas como determi<strong>na</strong>ntesde Slater que, por sua vez, são montados como combi<strong>na</strong>ções lineares de orbitais atômicos(LCAO).A simetria destas funções de on<strong>da</strong> é encontra<strong>da</strong> pelo produto direto <strong>da</strong>s simetrias dos orbitais⊗ ⊗ocupados. A transição i → f será permiti<strong>da</strong> se o produto direto triplo, Γ i ΓÔ Γf , for igual oucontiver a representação totalmente simétrica [59] .Pode-se mostrar que a regra de seleção para o momento angular de spin é ∆S = 0 [59] . Isto implicaque as transições partindo de um estado singleto (tripleto) e chegando num estado tripleto(singleto) são proibi<strong>da</strong>s por esta regra de seleção.Esta regra de seleção é independente do fato <strong>da</strong> transição ser do tipo E1 ou E2, já que nenhumoperador de transição depende do spin.Apesar <strong>da</strong> existência uma regra de seleção de spin, exist<strong>em</strong> vários processos que pod<strong>em</strong> fazercom que esta regra de seleção seja viola<strong>da</strong>. Um deles é o acoplamento spin-órbita. A cor púrpurado iodo I 2 é resultante <strong>da</strong> <strong>em</strong>issão, no visível, devido a várias transições superpostas, duas delasenvolvendo o estado fun<strong>da</strong>mental, que é singleto, e os excitados tripletos. Estas transiçõessão possíveis porque o acoplamento spin-órbita mistura o caráter de alguns estados tripleto <strong>em</strong>estados singletos e vice-versa.Na aproximação de Born-Oppenheimer, as funções de on<strong>da</strong> do estado fun<strong>da</strong>mental e do estadoexcitado pod<strong>em</strong> ser escritas como o produto de <strong>da</strong>s funções eletrônica e vibracio<strong>na</strong>l:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 77Ψ g,ν ′′ = ψ g (r ; R)χ g ν ′′(R). (5.2)Ψ e,ν ′ = ψ e (r ; R)χν e ′(R). (5.3)onde a função de on<strong>da</strong> eletrônica do estado fun<strong>da</strong>mental, ψ g (r ; R), e a do estado excitado,ψ e (r ; R), depend<strong>em</strong> parametricamente <strong>da</strong> distância internuclear R, e as funções de on<strong>da</strong> vibracio<strong>na</strong>isdo estado fun<strong>da</strong>mental, χ g ν ′′, e do estado excitado, χe ν ′, depend<strong>em</strong> <strong>da</strong> função energiapotencial para estes estados, respectivamente, como vimos <strong>na</strong> Seção 3.2.O momento de transição para uma transição permiti<strong>da</strong> pelo operador momento de dipolo(E1), é calculado segundo a expressão:∫ ∫µ gν ′′ ,eν ′ = dR dr ψ g (r ; R) χ g ν ′′(R) ̂µ ψ e(r ; R) χν e ′(R). (5.4)onde o momento de dipolo, como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> equação abaixo, depende <strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>seletrônicas e nucleares:̂µ = −e ∑ ir i + e ∑ αZ α R α= ̂µ el. + ̂µ nucl. . (5.5)Consider<strong>em</strong>os inicialmente a integral sobre o segundo termo.Este termo depende ape<strong>na</strong>s<strong>da</strong>s coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s nucleares. Quando o el<strong>em</strong>ento de matriz deste operador, ̂µ nucl. , entre o estadofun<strong>da</strong>mental e o estado excitado é calculado, a função de on<strong>da</strong> eletrônica pode ser coloca<strong>da</strong> <strong>em</strong>evidência e integra<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s sobre as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s eletrônicas, para obtermos:∫dr ψ g (r ; R) ψ e (r ; R) = 0, (5.6)devido à ortogo<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de do estado fun<strong>da</strong>mental <strong>em</strong> relação ao estado excitado. Sendo assim,precisamos ape<strong>na</strong>s nos preocupar com a parte eletrônica do operador momento de transição.Diz<strong>em</strong>os que a parte nuclear não conecta dois estados de Born-Oppenheimer.Vamos inicialmente integrar sobre as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s eletrônicas e, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, sobre as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>snucleares. Sendo assim:Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularPrincípios de Espectroscopia Eletrônica 78∫ {∫µ gν ′′ ,eν ′ = dR∫=}dr ψ g (r ; R) ̂µ el ψ e (r ; R)χ g ν ′′(R) χe ν ′(R)dR µ ge (R) χ g ν ′′(R) χe ν ′(R). (5.7)O momento de transição eletrônico, µ ge (R), depende de R devido à dependência paramétrica<strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> eletrônica sobre a separação internuclear. É comum fazer a aproximação deCondon, <strong>na</strong> qual o momento de transição eletrônico para a absorção é calculado <strong>na</strong> geometria deequilíbrio do estado fun<strong>da</strong>mental:µ ge (R) = µ 0 ge ≡ µ ge (R ′′g ). (5.8)ou seja, expandimos µ ge (R) numa série de Taylor <strong>em</strong> torno de R = R ′′gprimeiro termo.e tomamos ape<strong>na</strong>s oAlter<strong>na</strong>tivamente, µ 0 ge pode ser trocado por seu valor médio, µ ge, considerando como sendouma média sobre o intervalo de separações nucleares escolhido através de uma amostrag<strong>em</strong> <strong>da</strong>função de on<strong>da</strong> vibracio<strong>na</strong>l.Qualquer uma <strong>da</strong>s aproximações t<strong>em</strong> como fim elimi<strong>na</strong>r a dependência <strong>em</strong> R do momentode transição eletrônico. Assim, pod<strong>em</strong>os reescrever o momento de transição para uma transiçãoeletrônica como:µ gν ′′ ,eν ′ = µ0 ge∫dR χ g ν ′′(R) χe ν ′(R)≡ µ 0 ge〈ν ′′ |ν ′ 〉. (5.9)Nos cálculos de espectro de absorção que apresentar<strong>em</strong>os no Capítulo 7, ir<strong>em</strong>os calcularape<strong>na</strong>s µ ge 0 , cujo módulo quadrado é proporcio<strong>na</strong>l à intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> transição, a qual chamamosde força de oscilador.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularTransições Radiativas e Não-Radiativas 795.3 Transições Radiativas e Não-RadiativasA absorção <strong>da</strong> radiação no ultra-violeta e no visível por uma molécula resulta <strong>na</strong> formaçãode estados de mais alta energia. Por ex<strong>em</strong>plo, a absorção de radiação de comprimento de on<strong>da</strong>de 500 nm corresponde a um ganho energético de aproxima<strong>da</strong>mente 2.5 eV, enquanto que aabsorção de radiação de comprimento de on<strong>da</strong> de 200 nm corresponde a um ganho energético deaproxima<strong>da</strong>mente 6.2 eV. Naturalmente, tais estados de mais alta energia têm vi<strong>da</strong> razoavelmentecurta e a molécula rapi<strong>da</strong>mente volta para o estado fun<strong>da</strong>mental através <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> energiaexcedente. Exist<strong>em</strong> dois tipos de processos de dissipação de energia pelos quais as moléculaspod<strong>em</strong> perder a energia absorvi<strong>da</strong>. Um tipo é chamado o processo radiativo, já que a energia éperdi<strong>da</strong> por <strong>em</strong>issão de energia radiante, enquanto o outro é classificado como um processo nãoradiativo,uma vez que nenhuma radiação é <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> durante a con<strong>versão</strong> de energia do estadoexcitado para o estado fun<strong>da</strong>mental. A Figura (5.4) ilustra o que acabamos de apresentar.5.3.1 Processos RadiativosA multiplici<strong>da</strong>de de um estado de uma molécula é igual a 2S + 1, onde S, o momento angularde spin <strong>da</strong> molécula. Para um estado <strong>em</strong> que todos os elétrons <strong>na</strong> molécula estão formandopares, S será igual a zero e a multiplici<strong>da</strong>de do estado será, portando, a uni<strong>da</strong>de. Tal estado édefinido como estado de singleto e atribuído o símbolo S n . Na maioria <strong>da</strong>s moléculas orgânicas,os elétrons estão <strong>em</strong>parelhados no estado fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> molécula e este estado é simbolizadopor S o .A excitação de uma molécula orgânica é geralmente acompanha<strong>da</strong> pela promoção de umúnico elétron para um estado não ocupado de energia orbital superior. A orientação do spineletrônico pode ser manti<strong>da</strong> ou reverti<strong>da</strong> após uma excitação. No primeiro caso, o estado excitado<strong>da</strong> molécula t<strong>em</strong> todos os elétrons <strong>em</strong>parelhados <strong>em</strong> orbitais, exceto dois, que estão <strong>em</strong> orbitaisdiferentes mas que têm spins opostos. Neste caso, a multiplici<strong>da</strong>de de spin ain<strong>da</strong> é igual a um, jáque a soma dos números quânticos de spin ain<strong>da</strong> é zero, e o estado é chamado um estado excitadosingleto (S 1 , S 2 , . . .). Se a orientação do spin do elétron promovido for reverti<strong>da</strong> após a excitação,então a multiplici<strong>da</strong>de será três, já que agora S é igual a uni<strong>da</strong>de, e o estado é chamado de umestado excitado tripleto (T 1 , T 2 ,. . . ). Para ca<strong>da</strong> estado excitado singleto existe s<strong>em</strong>pre um estadoexcitado tripleto de menor energia. A energia mais baixa do estado de tripleto <strong>em</strong> relação aosingleto pode ser entendi<strong>da</strong> facilmente ao olharmos para a Equação (3.50), do Capítulo 3. Destaequação fica claro que o termo de troca, 〈ab|ab〉, abaixa a energia do orbital mas ele só não éTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularTransições Radiativas e Não-Radiativas 80Figura 5.4: Mecanismos de absorção e dissipação de luz.nulo se os spins <strong>em</strong> |χ a 〉 e |χ b 〉 for<strong>em</strong> paralelos. Este é exatamente o caso do estado de tripleto.As energias relativas de estados singletos e tripletos de moléculas típicas estão mostra<strong>da</strong>s nodiagrama de níveis <strong>da</strong> Figura (5.5).Uma vez que uma molécula está num estado excitado, a possibili<strong>da</strong>de de uma transição radiativapara o estado fun<strong>da</strong>mental é possível. A <strong>em</strong>issão pode ser estimula<strong>da</strong> ou espontânea.No caso onde não existe mu<strong>da</strong>nça no número quântico de spin, ∆S = 0, a <strong>em</strong>issão espontâneaé chama<strong>da</strong> de fluorescência [59] . Para a maioria <strong>da</strong>s moléculas, que têm um estado fun<strong>da</strong>mentalde cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>, a fluorescência é uma transição de um estado singleto para outro tambémsingleto ou de um estado tripleto para outro também tripleto. A fosforescência, por outro lado,é uma <strong>em</strong>issão onde existe uma mu<strong>da</strong>nça no número quântico de spin [59] . É importante salientarTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularTransições Radiativas e Não-Radiativas 81Figura 5.5: Energias relativas dos estados de singleto e tripleto <strong>em</strong> uma molécula típica.que a fluorescência é uma <strong>em</strong>issão rápi<strong>da</strong>, enquanto que a fosforescência é uma <strong>em</strong>issão lenta.A relação entre o espectro de absorção de fosforescência e fluorescência, para uma moléculacom um estado fun<strong>da</strong>mental singleto, está ilustra<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura (5.6). Após a absorção de radiação,a molécula pode ser excita<strong>da</strong> para um nível vibracio<strong>na</strong>l superior do primeiro estado excitadosingleto ou acabar neste nível após a desativação a partir de um nível de energia superior. O excessode energia vibracio<strong>na</strong>l é rapi<strong>da</strong>mente perdido por uma desativação por colisão e a moléculafi<strong>na</strong>liza no nível vibracio<strong>na</strong>l mais baixo antes que a fluorescência seja <strong>em</strong>iti<strong>da</strong>. A fluorescênciadá-se pela à transição do nível vibracio<strong>na</strong>l mais baixo do primeiro estado excitado singleto paraos vários níveis vibracio<strong>na</strong>is do estado fun<strong>da</strong>mental. Pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura (5.6) que existe umarelação muito próxima entre o espectro de absorção e o espectro de fluorescência. O espaçamentoentre as ban<strong>da</strong>s no espectro de absorção é igual a diferença de energia entre os níveisvibracio<strong>na</strong>s do estado excitado, enquanto que entre as ban<strong>da</strong>s do espectro de fluorescência, éigual a diferença de energia entre os níveis vibracio<strong>na</strong>s do estado fun<strong>da</strong>mental.A fosforescência resulta de uma transição radiativa do estado vibracio<strong>na</strong>l mais baixo doprimeiro estado tripleto para os vários níveis vibracio<strong>na</strong>is do estado fun<strong>da</strong>mental. Como a energiado estado tripleto de mais baixa energia é menor que a do estado excitado singleto de maisbaixa energia, a fosforescência ocorre <strong>em</strong> comprimentos de on<strong>da</strong> maiores que o <strong>da</strong> fluorescência.As transições entre os estados de diferente multiplici<strong>da</strong>de são proibi<strong>da</strong>s por regras de seleção econseqüent<strong>em</strong>ente a fosforescência é geralmente menos intensa. Por outro lado, a fluorescênciaé geralmente mais intensa, já que ela corresponde a uma transição entre estados de mesma multiplici<strong>da</strong>de.Além <strong>da</strong> diferença de intensi<strong>da</strong>de, a fluorescência difere <strong>da</strong> fosforescência no fato quea fluorescência é geralmente <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> depois de 10 −12 s - 10 −9 s que a luz que excitou o sist<strong>em</strong>afoi suprimi<strong>da</strong>, enquanto que a fosforescência pode ser <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> <strong>em</strong> períodos que pod<strong>em</strong> chegarTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularTransições Radiativas e Não-Radiativas 82Figura 5.6: Relação entre o espectro de absorção, de fluorescência e de fosforescência de umamolécula.até vários segundos depois que a luz usa<strong>da</strong> para excitar o sist<strong>em</strong>a foi suprimi<strong>da</strong>.A fosforescência pode ser observa<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s se a taxa de transferência do primeiro estadoexcitado singleto (S 1 ) para o estado tripleto associado (T 1 ) for comparável ou maior que a taxa dedesativação do estado singleto S 1 para o estado singleto fun<strong>da</strong>mental S 0 .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularTransições Radiativas e Não-Radiativas 835.3.2 Transições Não-RadiativasA maioria dos compostos não exibe fluorescência n<strong>em</strong> fosforescência e para aqueles queexib<strong>em</strong>, a energia re-<strong>em</strong>iti<strong>da</strong> tanto por um processo quanto pelo outro é geralmente menor quea energia absorvi<strong>da</strong>. Obviamente, exist<strong>em</strong> outros processos através dos quais a energia pode sertransforma<strong>da</strong> de modo a retor<strong>na</strong>r a molécula ao seu estado fun<strong>da</strong>mental. São estes processosque discutir<strong>em</strong>os agora.Figura 5.7: Dissipação não radiativa de energia.Ao absorver radiação, uma molécula pode ser excita<strong>da</strong> do mais baixo nível vibracio<strong>na</strong>l doestado fun<strong>da</strong>mental para um nível vibracio<strong>na</strong>l mais elevado de qualquer estado excitado. Paramoléculas <strong>em</strong> solução, as colisões moleculares com o solvente resultam numa rápi<strong>da</strong> desativaçãodo estado excitado, provavelmente de um nível vibracio<strong>na</strong>l por vez, com a energia vibracio<strong>na</strong>lsendo transferi<strong>da</strong> para o solvente como energia cinética. Este processo é representado para umamolécula diatômica pelas setas ondula<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Figura (5.7). Se outra curva de energia potencialcruza a do estado excitado (o que chamamos de cruzamento interno) então, durante um processoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularCálculos Teóricos de Espectros Eletrônicos 84de desativação vibracio<strong>na</strong>l, a molécula, no percurso de uma vibração, passará pelo ponto deintersecção <strong>da</strong>s curvas. No ponto de cruzamento, a molécula pode mu<strong>da</strong>r para a configuraçãorepresenta<strong>da</strong> pela curva de energia potencial S ′ , ou pode ficar <strong>na</strong> configuração representa<strong>da</strong>pela curva de energia potencial representa<strong>da</strong> por S 1 . Se a molécula permanecer <strong>na</strong> configuraçãorepresenta<strong>da</strong> por S 1 , então o processo de desativação vibracio<strong>na</strong>l irá continuar até que outroponto de cruzamento seja atingido. A mu<strong>da</strong>nça de um estado excitado para outro é conheci<strong>da</strong>como “con<strong>versão</strong> inter<strong>na</strong>”. Para moléculas poliatômicas, pode existir uma série de superfíciesde energia potencial que se cruzam, e se uma destas superfícies cruzar a superfície de energiapotencial do estado fun<strong>da</strong>mental, então a molécula poderá, eventualmente, retor<strong>na</strong>r ao estadofun<strong>da</strong>mental por uma sucessão de conversões inter<strong>na</strong>s.Conseqüent<strong>em</strong>ente, a molécula pode voltar para o estado fun<strong>da</strong>mental antes que qualquer<strong>em</strong>issão de radiação aconteça. Se uma molécula for inicialmente excita<strong>da</strong> para um estado deenergia eletrônica com energia mais alta que o primeiro estado excitado, então ela quase que certamenteirá retor<strong>na</strong>r ao primeiro estado excitado antes que haja t<strong>em</strong>po de ocorrer uma <strong>em</strong>issãode radiação. Entretanto, uma vez no primeiro estado excitado, a energia r<strong>em</strong>anescente pode serperdi<strong>da</strong> tanto por processos radiativos quanto por processos não radiativos.5.4 Cálculos Teóricos de Espectros EletrônicosComo vimos anteriormente, são dois os estados importantes no mecanismo de absorção e<strong>em</strong>issão de luz: o estado fun<strong>da</strong>mental e o primeiro estado excitado. Para simularmos os espectrosde absorção, precisamos obter a configuração geométrica e eletrônica do estado fun<strong>da</strong>mental donosso sist<strong>em</strong>a. A teoria de Hartree-Fock t<strong>em</strong> sido utiliza<strong>da</strong> com sucesso para este cálculo nossist<strong>em</strong>as que não têm algum tipo de “patologia” conheci<strong>da</strong>. O probl<strong>em</strong>a maior se encontra <strong>na</strong>determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> geometria e configuração eletrônica do primeiro estado excitado. Este é um dosobjetivos desta <strong>tese</strong>: estu<strong>da</strong>r como pod<strong>em</strong>os obter a geometria e a configuração eletrônica d<strong>em</strong>oléculas <strong>em</strong> seus primeiros estados excitados.Uma vez determi<strong>na</strong><strong>da</strong> a geometria do primeiro estado excitado, pod<strong>em</strong>os usar a aproximaçãode Frank-Condon <strong>da</strong> transição vertical e assim ter<strong>em</strong>os que a absorção de energia pelo sist<strong>em</strong>a,no seu estado excitado, é equivalente à <strong>em</strong>issão de energia. Dessa forma, utilizando o mesmométodo teórico para calcular o espectro de absorção, pod<strong>em</strong>os calcular o espectro de <strong>em</strong>issão.Um ponto que dev<strong>em</strong>os salientar é que, com os métodos de Química Quântica, pod<strong>em</strong>os simularuma quanti<strong>da</strong>de muito peque<strong>na</strong> dos efeitos envolvidos no mecanismo de <strong>em</strong>issão e absorçãoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 5. Espectroscopia MolecularCálculos Teóricos de Espectros Eletrônicos 85de luz. Por ex<strong>em</strong>plo, ain<strong>da</strong> é complicado, para não dizer impossível, simular as transições nãoradiativasde um sist<strong>em</strong>a. Algo mais simples, como o efeito do solvente, t<strong>em</strong> se tor<strong>na</strong>do possívelde ser simulado por causa do aumento do poder de processamento dos computadores. No entanto,não conhec<strong>em</strong>os nenhum método, capaz de ser aplicado aos sist<strong>em</strong>as de nosso interesse,que permita a otimização de geometria e o cálculo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des de estados excitados <strong>na</strong>presença do solvente.Os resultados obtidos por métodos de Química Quântica que não levam <strong>em</strong> conta os efeitos desolvente dev<strong>em</strong> ser comparados aos resultados <strong>em</strong> fase gasosa. Em certos casos, estes resultadossão também comparáveis com experimentos <strong>em</strong> solventes apolares [61] . Para irmos mais além,pod<strong>em</strong>os tentar simular o efeito do solvente através <strong>da</strong> aplicação de um campo elétrico, porex<strong>em</strong>plo.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>as6.1 IntroduçãoNeste Capítulo, ir<strong>em</strong>os inicialmente expor a motivação do estudo dos probl<strong>em</strong>as que discutir<strong>em</strong>osnesta <strong>tese</strong>. Em segui<strong>da</strong>, apresentar<strong>em</strong>os estes probl<strong>em</strong>as: a fluorescência dupla <strong>em</strong>9-antril-oligotiofenos (9A-T n , <strong>da</strong>qui <strong>em</strong> diante) e a adsorção de moléculas orgânicas <strong>em</strong> uma superfíciede grafite.Numa peque<strong>na</strong> revisão <strong>da</strong> literatura, apresentar<strong>em</strong>os os resultados experimentais e teóricosdisponíveis sobre estes probl<strong>em</strong>as, que motivaram e nortearam nosso trabalho.Começar<strong>em</strong>os pela motivação do estudo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des eletrônicas e espectroscópicas deoligotiofenos substituídos.86


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asMotivação <strong>da</strong> Tese 876.2 Motivação <strong>da</strong> Tese6.2.1 Os OligotiofenosA era dos polímeros condutores teve início no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70, quando Alan Heeger [62]e Alan MacDiarmid [63] descobriram que o poliacetileno, ((CH) x ), sintetizado pelo método desenvolvidopor Shirakawa [64] , aumentava enorm<strong>em</strong>ente sua condutivi<strong>da</strong>de através do processo dedopag<strong>em</strong>. Durante o processo de dopag<strong>em</strong>, um polímero orgânico, que é tanto um isolante ous<strong>em</strong>icondutor e t<strong>em</strong> uma peque<strong>na</strong> condutivi<strong>da</strong>de (tipicamente no intervalo de 10 −10 a 10 −5 Scm −1 ) é convertido num polímero que está num regime de condução metálica, com condutivi<strong>da</strong>deno intervalo de 1 a 10 4 S cm −1 . É importante comentar que este processo de dopag<strong>em</strong> podeser revertido com pouca ou nenhuma degra<strong>da</strong>ção ao polímero origi<strong>na</strong>l [63] . A estrutura característicaessencial dos polímeros condutores é seu sist<strong>em</strong>a π conjugado, que se estende por umnúmero muito grande de uni<strong>da</strong>des monoméricas.Esta característica resulta num material cuja condutivi<strong>da</strong>de é altamente anisotrópica e t<strong>em</strong> suamaior componente ao longo <strong>da</strong> direção <strong>da</strong> cadeia. O poliacetileno é o modelo mais simples destaclasse e, muito <strong>em</strong>bora seja altamente instável <strong>em</strong> ambiente não controlado, t<strong>em</strong> sido bastanteexplorado teoricamente [65] <strong>na</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s.Os polieterociclos (Fig. [6.1(b)]) pod<strong>em</strong> ser vistos como uma cadeia de carbono sp 2 p z , cujaestrutura é análoga a do cis-poliacetileno (Fig. [6.1(a)]), estabiliza<strong>da</strong> por um heteroátomo (Fig.[6.1(b)]).(a) Cis-poliacetileno.(b) Polieterociclo: polipirrol se X = Nitrogênio, politiofenose X = Enxofre e polifurano, se X = Oxigênio.Figura 6.1: Comparação esqu<strong>em</strong>ática entre o cis-poliacetileno e os poli(heterociclos).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asMotivação <strong>da</strong> Tese 88Os polieterociclos difer<strong>em</strong> do poliacetileno por seu estado fun<strong>da</strong>mental não degenerado, relacio<strong>na</strong>doa duas formas mesoméricas com energias diferentes, sendo estas formas a aromática ea quinóide. Eles também são mais estáveis à degra<strong>da</strong>ção pelo meio ambiente e sua versatili<strong>da</strong>deestrutural permite a modulação de suas proprie<strong>da</strong>des eletrônicas e eletroquímicas pela manipulaçãode sua estrutura monomérica.Dentre os polímeros condutores, o politiofeno tornou-se rapi<strong>da</strong>mente alvo de interesse pois,do ponto de vista teórico, o politiofeno t<strong>em</strong> sido considerado como um modelo para o estudode transporte de carga <strong>em</strong> polímeros condutores com um estado fun<strong>da</strong>mental não degenerado,enquanto que por sua estabili<strong>da</strong>de à degra<strong>da</strong>ção, tanto de sua forma dopa<strong>da</strong> quanto de sua formanão dopa<strong>da</strong>, juntamente com sua versatili<strong>da</strong>de estrutural, conduziu a múltiplos desenvolvimentoscom enfoque <strong>em</strong> aplicações tecnológicas conforme comentar<strong>em</strong>os a seguir.Exist<strong>em</strong> vários grupos de pesquisadores no mundo que exploram a versatili<strong>da</strong>de estruturaldos politiofenos a fim de sintetizar os mais variados tipos de sist<strong>em</strong>as com as mais varia<strong>da</strong>saplicações. Um deles é o grupo al<strong>em</strong>ão do professor Franz Effenberger, que t<strong>em</strong> sintetizadosist<strong>em</strong>as muito interessantes. Um destes é um dispositivo conversor de luz molecular [66] , contendoo antraceno como um doador de elétrons, uma porfiri<strong>na</strong> como um receptor de elétrons eum oligotiofeno conjugado como uma ponte entre o doador e o aceitador. Neste dispositivo, oantraceno serviria de ante<strong>na</strong> para a absorção de luz, sendo a energia <strong>da</strong> luz absorvi<strong>da</strong> transferi<strong>da</strong>para a porfiri<strong>na</strong> via a ponte π (Veja Fig. [6.2]). Neste sist<strong>em</strong>a, o politiofeno foi utilizado como umfio molecular. Nós a<strong>na</strong>lisar<strong>em</strong>os nesta <strong>tese</strong> uma parte deste dispositivo, forma<strong>da</strong> pelo doador (oantraceno) e a ponte (o tiofeno). Outro ex<strong>em</strong>plo muito interessante de aproveitamento <strong>da</strong> versatili<strong>da</strong>deestrutural do tiofeno está ex<strong>em</strong>plificado num macrociclo de oligotiofeno (Veja Fig. [6.3])sintetizado pelo grupo de Peter Bäuerle [67] , colaborador de Franz Effenberger.Pod<strong>em</strong>os enumerar várias aplicações dos politiofenos. Uma delas, por ex<strong>em</strong>plo, baseia-se noaumento <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong>de destes materiais quando expostos à NO e NO 2 , tendo a exposição àH 2 S e NH 3 um efeito oposto. Estes resultados levaram a proposta de um sensor de gás baseado<strong>em</strong> politiofenos. Um detector de radiação também foi proposto baseado <strong>na</strong> dependência <strong>da</strong>condutivi<strong>da</strong>de com a radiação incidente, quando este material esta <strong>na</strong> presença de SF [68] 6 .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asMotivação <strong>da</strong> Tese 89Figura 6.2: Desenho esqu<strong>em</strong>ático <strong>da</strong> molécula do antraoligotienilporfiri<strong>na</strong>, sintetiza<strong>da</strong> pelo grupode Franz Effenberger. Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [66].Os heterociclos aromáticos também têm um grande potencial de aplicação <strong>na</strong> óptica nãolinear[69] . Eles não somente têm à disposição os elétrons π, aos quais estão associa<strong>da</strong> uma altahiperpolarizabili<strong>da</strong>de [70] , mas também um heteroátomo. Este heteroátomo modifica os níveisde energia do sist<strong>em</strong>a de elétrons π e também produz interações entre as moléculas, como asligação de hidrogênio.O fato de termos grande liber<strong>da</strong>de <strong>em</strong> modificar as proprie<strong>da</strong>des com a condutivi<strong>da</strong>de, aposição dos níveis eletrônicos de energia e o gap óptico, tor<strong>na</strong> os materiais orgânicos, de ummodo geral, fortes candi<strong>da</strong>tos para materiais ativos <strong>em</strong> dispositivos <strong>em</strong>issores de luz. A famíliados tiofenos, por sua vez, t<strong>em</strong> como característica adicio<strong>na</strong>l a sua estabili<strong>da</strong>de à degra<strong>da</strong>ção epor isso t<strong>em</strong> atraído a atenção de pesquisadores que já obtiveram diodos de alta eficiência [71] .Os oligotiofenos e seus derivados também têm sido utilizados como materiais ativos <strong>em</strong> dispositivosópticos não-lineares devido a sua resposta não-linear grande e rápi<strong>da</strong>. A importância dopolitiofeno <strong>em</strong> óptica não-linear se deve ao fato deste sist<strong>em</strong>a além de ter um sist<strong>em</strong>a de elétronsπ, que já é fonte de alta hiperpolarizabili<strong>da</strong>de não-linear, t<strong>em</strong> também um heteroátomo. Esteheteroátomo modifica os níveis de energia do sist<strong>em</strong>a de elétrons π e causa algumas interaçõesintermoleculares específicas, como as ligação de hidrogênio com outras moléculas [69] .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asMotivação <strong>da</strong> Tese 90Figura 6.3: Ciclo(12)tiofeno sintetizado pelo grupo de Peter Bäuerle. Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência[67].Em nossa <strong>tese</strong>, outro sist<strong>em</strong>a muito importante é o antraceno, que é uma <strong>da</strong>s sub-uni<strong>da</strong>desmoleculares que constitui o sist<strong>em</strong>a que ir<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar. O antraceno é <strong>da</strong> família dos n-acenos,gera<strong>da</strong> pela fusão de anéis de benzeno. O bi-antraceno t<strong>em</strong> a habili<strong>da</strong>de de apresentar a fluorescênciadupla. Voltar<strong>em</strong>os a comentar sobre este aspecto mais adiante. O que gostaríamosde salientar aqui é que a fluorescência dupla do biantril [72–76] é b<strong>em</strong> menos pronuncia<strong>da</strong> que ado 9-antril-oligotiofeno [77, 78] , e que é esta habili<strong>da</strong>de dos materiais orgânicos de poder<strong>em</strong> sercombi<strong>na</strong>dos que resultará num deslocamento para o vermelho muito maior que o apresentadopelo biantril. Esta combi<strong>na</strong>ção é feita unido um oligotiofeno a um antraceno.Começar<strong>em</strong>os pela discussão <strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos, verifica<strong>da</strong> experimentalmentepor Meyer e colaboradores [77, 78] .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 916.3 A Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os os resultados experimentais que identificaram o mecanismode fluorescência dupla <strong>em</strong> 9A-T n , sobre o qual ir<strong>em</strong>os propor um modelo teórico, no próximoCapítulo.A Figura [6.4(b)] contém praticamente to<strong>da</strong> a história que ir<strong>em</strong>os discutir <strong>em</strong> relação a esteprobl<strong>em</strong>a. Ir<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisá-la <strong>da</strong> direita para a esquer<strong>da</strong>, ou seja, <strong>da</strong> região onde ocorre a absorçãopara a região onde ocorre a <strong>em</strong>issão.Para facilitar esta análise, pod<strong>em</strong>os retirar os espectros de absorção dos 9A-T n <strong>da</strong> Figura[6.4(a)] e colocá-los <strong>em</strong> ape<strong>na</strong>s um gráfico, superpondo-os levando <strong>em</strong> conta a intensi<strong>da</strong>de medi<strong>da</strong>experimentalmente (Fig. [6.5(a)]) e com a intensi<strong>da</strong>de normaliza<strong>da</strong> (Fig. [6.5(b)]).Da Figura [6.5(b)], claro que, à medi<strong>da</strong> que o oligotiofeno cresce, a estrutura vibrônica doantraceno vai se perdendo dentro <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> larga de absorção do oligotiofeno. Tal efeito se tor<strong>na</strong>b<strong>em</strong> claro para n ≥ 4.O antraceno, por ser um sist<strong>em</strong>a plano, apresenta uma rica estruturavibrônica, que serve para nos indicar que no espectro de absorção do 9A-T 1 , por ex<strong>em</strong>plo, aabsorção se dá inteiramente pelo antraceno.Os espectros de absorção dos oligotiofenos nãoapresentam estrutura vibrônica [79] (Veja Fig. [7.21] extraí<strong>da</strong> do artigo citado).No caso <strong>da</strong> fluorescência, o comportamento espectral é mais complexo. Para n ≤ 3, a <strong>em</strong>issãoconsiste de duas contribuições espectrais distintas, uma “azul” e outra “vermelha” 1 . Para n = 4e n = 5, por outro lado, ape<strong>na</strong>s a componente azul é medi<strong>da</strong>, independent<strong>em</strong>ente do t<strong>em</strong>po deanálise do pulso de excitação. Na Figura [6.6], destacamos as componentes “azul” e “vermelha”<strong>da</strong> fluorescência do 9A-T 3 e ape<strong>na</strong>s a “azul” do 9A-T 5 .Quanto a estrutura vibrônica que aparece <strong>na</strong> <strong>em</strong>issão do 9A-T 4 e no 9A-T 5 , pod<strong>em</strong>os associaresta <strong>em</strong>issão a uma que parte do oligotiofeno.Como ver<strong>em</strong>os no próximo capítulo, o estadoexcitado do oligotiofeno é plano, e por isso esperaríamos uma estrutura vibrônica <strong>na</strong> <strong>em</strong>issãoque parte deste fragmento molecular.Outro resultado importante refere-se ao t<strong>em</strong>po envolvido no transiente de <strong>em</strong>issão <strong>da</strong>s duascomponentes. No caso do 9A-T 2 , a <strong>em</strong>issão azul (detecta<strong>da</strong> <strong>em</strong> 22000 cm −1 (455 nm)) revela umasubi<strong>da</strong> e decaimento rápidos: τ azul = 27 ± 5 ps. O transiente associado a componente vermelha(detecta<strong>da</strong> <strong>em</strong> 17000 cm −1 (588 nm)), por outro lado, t<strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po de subi<strong>da</strong> de τ subi<strong>da</strong>verm. = 30±6ps, e um t<strong>em</strong>po de decaimento b<strong>em</strong> mais lento, de τ verm. = 950 ± 50 ps. Estes resultados estãoresumidos no gráfico experimental <strong>da</strong> Figura [6.7].1 Definimos aqui a região do vermelho como sendo a que se encontra entre 585-780 nm e a do azul entre 440-490nm, muito <strong>em</strong>bora os limites destes intervalos seja bastante discutível.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 92(a) Moléculas a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s teoricamente. A moléculado 9A-T 5 difere <strong>da</strong> a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> experimentalmentepor duas cadeias satura<strong>da</strong>s presasao primeiro e último anel de tiofeno. Comotais cadeias não interfer<strong>em</strong> <strong>em</strong> nossas análises,r<strong>em</strong>ov<strong>em</strong>os-as <strong>em</strong> nosso estudo teórico.(b) Espectroscopia de fluorescência resolvi<strong>da</strong>no t<strong>em</strong>po dos 9A-T n , <strong>em</strong> n-hexano, a 180 K, medi<strong>da</strong>s<strong>em</strong> diferentes intervalos de t<strong>em</strong>po após opulso de excitação: (. . . ) entre 0 e 25 ps (n = 2),0 e 50 ps (n = 3), e 0 e 100 ps (n = 1, 4, 5), (—)entre 500 e 9000 ps. O espectro de absorção (a295 K) foi adicio<strong>na</strong>do para comparação. Figurareproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Figura 6.4: Moléculas a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s teoricamente e espectros de absorção e <strong>em</strong>issão experimentaisdos 9A-T n . A Figura [6.4(b)] foi reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 93(a) Espectro de absorção dos 9A-T n superpostos.(b) Espectro de absorção dos 9A-T n normalizados esuperpostos.Figura 6.5: Espectro de absorção dos 9A-T n . Dados experimentais obtidos <strong>da</strong> Referência [77].Figura 6.6: Espectroscopia de fluorescência resolvi<strong>da</strong> no t<strong>em</strong>po dos 9A-T n <strong>em</strong> n-hexano à 180 K,medi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> diferentes intervalos de t<strong>em</strong>po após o pulso de excitação: (. . . ) 0 e 50 ps (n = 3), e 0e 100 ps (n = 4), (—) entre 500 e 9000 ps. O espectro de absorção (a 295 K) foi adicio<strong>na</strong>do paracomparação. Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 94Figura 6.7: Transiente <strong>da</strong> fluorescência do 9A-T 2 <strong>em</strong> n-hexano a 180K, detectados <strong>na</strong>s regiõesespectrais do azul e vermelho. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Outro resultado relevante é o efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>na</strong> fluorescência. Para facilitar uma comparaçãoquantitativa, Meyer [77] e colaboradores calcularam o fluxo quântico <strong>da</strong>s componentesazul (Q B ) e vermelha (Q R ) e fizeram um gráfico (Fig. [6.8]) do quociente Q B /Q tot. e Q R /Q tot. ,como uma função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura para os diferentes compostos. Para T ≤ 120 K, ape<strong>na</strong>s a fluorescênciano azul é observa<strong>da</strong>. Para T> 120 K, a fluorescência no vermelho começa a aparecere a se superpor à azul, de modo que <strong>em</strong> altas t<strong>em</strong>peraturas uma troca entre Q B e Q R acontece.Por fim, um <strong>da</strong>do também importante obtido experimentalmente por Meyer [77] e colaboradoresdiz respeito ao efeito do solvente <strong>na</strong> posição do máximo de absorção <strong>da</strong>s componentesvermelha e azul. Tal gráfico (Fig. [6.9]) nos informa que a componente vermelha sofre um deslocamentopara o vermelho, linear com a polari<strong>da</strong>de do solvente, enquanto que a componente azulnão é afeta<strong>da</strong>.Este solvatocromismo indica uma mu<strong>da</strong>nça no momento de dipolo entre o estado fun<strong>da</strong>mental(µ g ) e o estado excitado relaxado.Esta variação no momento de dipolo foi calcula<strong>da</strong> <strong>na</strong> Referência [77] a partir <strong>da</strong> deriva<strong>da</strong><strong>da</strong>s curvas apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Figura [6.9], utilizando a relação de Lippert (ver Referência [77] ereferências nele cita<strong>da</strong>s):∆µ = µ ∗ − µ g =√h ∆ν2 ∆f a3 (6.1)onde h é a constante de Planck, ∆ν é o deslocamento de Stokes (ν abs. − ν <strong>em</strong>is. ), ∆f é a polari<strong>da</strong>de,e a é o raio <strong>da</strong> esfera de solvente ao redor <strong>da</strong> molécula; para a molécula do 9A-T 2 , a vale (5.8 +0.5)Å.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 95Figura 6.8: Ganhos quânticos relativos (Q B /Q tot. e Q R /Q tot. ) para as componentes azul (—)e vermelha (. . . ) como uma função <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura. O ponto de fusão do solvente n-hexano(MP = 178 K) está indicado <strong>na</strong> figura. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Figura 6.9: Posições energéticas do máximo de absorção e do centro de gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s componentesazul (B) e vermelha (R) do 9A-T 2 <strong>em</strong> solução como função <strong>da</strong> polari<strong>da</strong>de do solvente.Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 96O resultado experimental mostra que µ g = 0.3 D e disso segue que µ ∗ vale (16 + 3) D. Estevalor para o momento de dipolo do estado excitado relaxado é um valor superior, uma vez que<strong>na</strong> derivação <strong>da</strong> equação acima não se leva <strong>em</strong> conta possíveis mu<strong>da</strong>nças <strong>na</strong> conformação <strong>da</strong>molécula devido a polari<strong>da</strong>de do solvente.Recent<strong>em</strong>ente tomamos conhecimento do trabalho de Mac e colaboradores [73] , que investigaa fluorescência dupla no biantril (ver Fig. [6.10]). Eles defin<strong>em</strong> dois estados, o localmente excitado(Estado LE) e o de transferência de carga (CT).Figura 6.10: Estados localmente excitado e de transferência de carga no Biantril. Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong><strong>da</strong> Referência [73].Em outro artigo, Mac [80] e colaboradores comentam:Em solventes apolares, o espectro de fluorescência do biantril se ass<strong>em</strong>elha ao espectrodo antraceno (Emissão LE), mas apresenta uma estrutura vibracio<strong>na</strong>l menos pronuncia<strong>da</strong>e se encontra deslocado para o vermelho por 1000 cm −1 , aproxima<strong>da</strong>mente.Quando a polari<strong>da</strong>de do solvente aumenta, uma ban<strong>da</strong> adicio<strong>na</strong>l, larga e desloca<strong>da</strong>para o vermelho aparece (Emissão CT). O máximo <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> CT depende <strong>da</strong> polari<strong>da</strong>dedo solvente enquanto que a posição <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> LE é assumi<strong>da</strong> ser essencialmenteindependente do solvente.Fica claro que o que acontece com o biantril é muito parecido com o que acontece com os9A-T n . Se substituíss<strong>em</strong>os a <strong>em</strong>issão LE por <strong>em</strong>issão no azul, e a <strong>em</strong>issão CT por <strong>em</strong>issão novermelho, a comparação ficaria ain<strong>da</strong> mais fácil.É interessante também citar que enquanto que Mac [73, 80] e colaboradores já chamam a <strong>em</strong>issãono vermelho de <strong>em</strong>issão associa<strong>da</strong> a um estado de transferência de carga, Meyer [77] e colaboradoreselimi<strong>na</strong>m esta possibili<strong>da</strong>de baseando-se <strong>em</strong> alguns de seus resultados experimentais.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asA Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos 97Como ver<strong>em</strong>os no Capítulo que segue, a possibili<strong>da</strong>de de termos um estado de transferênciade carga associa<strong>da</strong> à <strong>em</strong>issão no vermelho parece-nos mais apropria<strong>da</strong>, principalmente porqueisto está mais <strong>em</strong> linha com o resultado experimental de alto momento de dipolo para o estadoexcitado já comentado anteriormente.É interessante colocar aqui o espectro de fluorescência CT do biantril (Fig. [6.11]) para podermoscomparar com a do 9A-T n . Como ver<strong>em</strong>os mais adiante, este espectro reforçará nossomodelo sobre a fluorescência dupla dos 9A-T n .Figura 6.11: Efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>na</strong> fluorescência do biantril <strong>em</strong> 2-metiltetrahidrofurano(MTHF). As linhas sóli<strong>da</strong>s representam a fluorescência normaliza<strong>da</strong> do biantril a 263(a), 283(b)e 313(c) K. As linhas soli<strong>da</strong>s mais fi<strong>na</strong>s representam o espectro de transferência de carga extraídodo espectro juntamente com seus ajustes utilizando a fórmula de Gould e Farid. A linhapontilha<strong>da</strong> representa o espectro de fluorescência do estado localmente excitado (LE). Figura reproduzi<strong>da</strong><strong>da</strong> Referência [80].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asAdsorção de Moléculas Orgânicas <strong>na</strong> Superfície de Grafite 986.4 Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>na</strong> Superfície de GrafiteNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os o segundo probl<strong>em</strong>a de nossa <strong>tese</strong>: a adsorção de moléculasorgânicas <strong>na</strong> superfície de grafite.A automontag<strong>em</strong> é uma maneira eficiente e rápi<strong>da</strong> de se obter filmes orde<strong>na</strong>dos de materiaisorgânigos de espessura molecular. Recent<strong>em</strong>ente, num artigo publicado por Effenberger [81] ecolaboradores e <strong>em</strong> outro por Bäuerle [82] e colaboradores, foram apresentados resultados d<strong>em</strong>icroscopia de tunelamento de oligotiofenos substituídos sobre uma superfície de grafite (VerFig. [6.12]).(a) Esqu<strong>em</strong>a do arranjo molecular <strong>da</strong> monocama<strong>da</strong>de quatertiofeno sobre o grafite pirolíticoaltamente orde<strong>na</strong>do. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong>Referência [82](b) Monocama<strong>da</strong> do ácido monodicarboxílicodipentilquinquetiofeno <strong>em</strong> triclorobenzeno.Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [81]Figura 6.12: Resultados experimentais <strong>da</strong> auto-montag<strong>em</strong> de derivados de tiofeno numa superfíciede grafite. Figuras reproduzi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s referências [82] e [81], respectivamente.No momento <strong>em</strong> que nosso projeto de doutorado foi escrito, a idéia desta parte do trabalhoera a de investigar se os 9A-T n possu<strong>em</strong> a proprie<strong>da</strong>de de auto-montag<strong>em</strong> sobre uma superfíciede grafite. Ou seja, se a interação intermolecular produziria padrões organizados de moléculas<strong>na</strong> superfície de grafite.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 6. Motivação <strong>da</strong> Tese e Apresentação dos Probl<strong>em</strong>asAdsorção de Moléculas Orgânicas <strong>na</strong> Superfície de Grafite 99Além disso, a idéia inicial era a de investigar de que maneira esta interação intermolecular(<strong>da</strong>s moléculas dos 9A-T n entre si e destas com a superfície de grafite) interfer<strong>em</strong> (ou não) <strong>na</strong>sproprie<strong>da</strong>des espectrais <strong>da</strong>s moléculas isola<strong>da</strong>s.Sabíamos que esta parte do projeto só poderia ser abor<strong>da</strong><strong>da</strong> utilizando métodos de mecânicamolecular, <strong>da</strong><strong>da</strong> a complexi<strong>da</strong>de e, principalmente, <strong>da</strong>do o número de átomos do sist<strong>em</strong>a, que inviabilizariaa utilização de métodos ab initio, como fiz<strong>em</strong>os <strong>na</strong> análise <strong>da</strong>s moléculas individuais.Exist<strong>em</strong> vários pacotes de Química Quântica que t<strong>em</strong> a Dinâmica Molecular e o método deMonte Carlo impl<strong>em</strong>entados. No entanto, a possibili<strong>da</strong>de de usarmos um código aberto, quenos <strong>da</strong>ria liber<strong>da</strong>de de fazer modificações apropria<strong>da</strong>s para o nosso probl<strong>em</strong>a fez-nos optar peloDICE [14] . Além disso, com este código, que foi desenvolvido pela Profa. Kaline Coutinho e peloProf. Sylvio Canuto, viria com a expertise destes professores por intermédio de uma colaboraçãoque acabou sendo estabeleci<strong>da</strong>.Na literatura exist<strong>em</strong> diversos trabalhos onde se estu<strong>da</strong> a interação de moléculas com superfícies.Citamos aqui o de Tildesley [83] e colaboradores, no qual foi apresentado um estudo <strong>da</strong>interação de moléculas de metano com uma superfície de grafite. A principal mensag<strong>em</strong> desteartigo é que pod<strong>em</strong>os construir um potencial de pares efetivo que, mesmo sendo puramenteclássico, reproduz proprie<strong>da</strong>des experimentalmente observáveis do sist<strong>em</strong>a grafite-metano. Potencialeste, como ver<strong>em</strong>os à seguir, de mesma <strong>na</strong>tureza do que está impl<strong>em</strong>entado no DICE.Nossa intenção é a de estu<strong>da</strong>r o sist<strong>em</strong>a formado por várias moléculas orgânicas e uma superfíciede grafite através do uso de potenciais clássicos e tentar reproduzir através <strong>da</strong> simulaçãoos padrões que foram identificados experimentalmente.Fiz<strong>em</strong>os então simulações de metano <strong>em</strong> grafite e de 9-antril-oligotiofenos <strong>em</strong> grafite a fimde entendermos os mecanismos de automontag<strong>em</strong> e como a técnica de Monte Carlo, alia<strong>da</strong> aospotenciais clássicos, poderiam ser utiliza<strong>da</strong>s com este fim.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos7.1 IntroduçãoNeste Capítulo, ir<strong>em</strong>os apresentar um estudo teórico <strong>da</strong> fluorescência dupla de 9-antriloligotiofenos(9A-T n <strong>da</strong>qui <strong>em</strong> diante). Estes compostos (ver esqu<strong>em</strong>a <strong>da</strong> Fig. [7.1]) foram sintetizadospelo grupo de F. Effenberger [78] e até onde t<strong>em</strong>os conhecimento, o único trabalho teóricoapresentado sobre os mesmos é de nossa autoria [10] .Figura 7.1: Estrutura molecular dos 9A-T n . A<strong>na</strong>lisar<strong>em</strong>os nesta <strong>tese</strong> os compostos com 1 n 5.100


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 101Ir<strong>em</strong>os apresentar inicialmente um estudo ab initio <strong>da</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mentaldestes sist<strong>em</strong>as e <strong>da</strong>s sub-uni<strong>da</strong>des moleculares que o compõ<strong>em</strong>, isto é, do antraceno e do oligotiofeno.Em segui<strong>da</strong> apresentar<strong>em</strong>os a análise dos orbitais moleculares e dos espectros de absorção,estes últimos obtidos utilizando a parametrização espectroscópica do método s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>píricoINDO/S (desprezo intermediário <strong>da</strong> superposição diferencial, do inglês, Intermediate Neglect ofDifferential Overlap), desenvolvido por Zerner e colaboradores [9] , <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 80, chamadoZINDO/S.Depois de apresentarmos o estudo do estado fun<strong>da</strong>mental, passar<strong>em</strong>os à análise dos estadosexcitados destes sist<strong>em</strong>as. Utilizar<strong>em</strong>os o método CI-S, desenvolvido por Pople [8] e colaboradorese impl<strong>em</strong>entado no pacote Gaussian’98 [84] , para calcular a geometria de menor energiado primeiro estado excitado e suas proprie<strong>da</strong>des. Utilizar<strong>em</strong>os novamente o método ZINDO/Ssobre estas geometrias a fim de simularmos o espectro de <strong>em</strong>issão.7.2 Caracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>desMoleculares7.2.1 Estado Fun<strong>da</strong>mentalNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os os resultados referentes à geometria do estado fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong>smoléculas de 9A-T n (1 n 5) e uma comparação com as geometrias do antraceno (A) e dooligotiofeno, T n (1 n 5) associado. Nosso objetivo com esta análise é o de entender quaissão as modificações <strong>na</strong> geometria e <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong>des eletrônicas dos oligotiofenos, causa<strong>da</strong>s pelapresença do antraceno como substituinte termi<strong>na</strong>l.As geometrias do estado fun<strong>da</strong>mental foram obti<strong>da</strong>s através do uso do programa GAMESS [85] .Requisitamos, como critério de para<strong>da</strong> <strong>da</strong> otimização, que a maior componente do gradiente foss<strong>em</strong>enor que 10 −6 Hartree/Bohr. Nenhum vínculo foi imposto sobre a geometria <strong>da</strong>s moléculas enenhuma simetria foi utiliza<strong>da</strong> no cálculo. Como ponto de parti<strong>da</strong> para o cálculo Hartree-Fock,utilizamos a geometria otimiza<strong>da</strong> por um cálculo s<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>pírico AM1 [86–91] , também utilizando oprograma GAMESS.A base escolhi<strong>da</strong> para todos os nossos cálculos ab initio foi a base 3-21G ∗ . Nesta base, desenvolvi<strong>da</strong>por Pople [92–97] e colaboradores, ca<strong>da</strong> orbital atômico <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s inter<strong>na</strong>s (1s paraLi-Ne; 1s, 2s, 2p x , 2p y e 2p z para Na-Ar; e assim por diante) são representados por uma únicaGaussia<strong>na</strong> contraí<strong>da</strong>, que é uma combi<strong>na</strong>ção linear de três Gaussia<strong>na</strong>s primitivas. Os orbitaisTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 102atômicos <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s de valência (1s para H; 2s, 2p x , 2p y e 2p z para Li-Ne; . . ., 4s e os 4p’spara K, Ca, Ga-Kr; 4s, os 4p’s, e os cinco 3d’s para Sc-Zn), são descritos por duas funções debase, uma que é uma combi<strong>na</strong>ção linear de duas Gaussia<strong>na</strong>s primitivas, e uma que é uma únicaGaussia<strong>na</strong> difusa. Além disso, adicio<strong>na</strong>-se um conjunto de seis funções Gaussia<strong>na</strong>s do tipo d <strong>em</strong>ca<strong>da</strong> átomo <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> linha <strong>da</strong> tabela periódica [34] .Vale salientar que esta base foi escolhi<strong>da</strong> <strong>em</strong> nosso estudo por dois motivos: primeiro porqueum estudo detalhado comparando as bases 3-21G ∗ e 6-31G ∗∗ , publicado por Navarrete [98] ecolaboradores, concluiu que as geometrias obti<strong>da</strong>s para o estado fun<strong>da</strong>mental utilizando ambasas bases são essencialmente as mesmas. Além deste resultado, outro de Ortí [99] e colaboradores,vai mais além e compara proprie<strong>da</strong>des geométricas e barreiras de torção utilizando HF/3-21G ∗ ,HF/6-31G ∗ e MP2/6-31G ∗ . Dos resultados apresentados neste artigo, concluímos que exist<strong>em</strong>peque<strong>na</strong>s diferenças entre as energias calcula<strong>da</strong>s pelas três diferentes combi<strong>na</strong>ções de métodose bases, no entanto, a tendência obti<strong>da</strong> é a mesma. Leclerc [100] e colaboradores citam este artigo<strong>em</strong> um de seus trabalhos e conclu<strong>em</strong> que as barreiras de potencial são relativamente insensíveis àmu<strong>da</strong>nça de base, desde que a mesma seja grande o suficiente. O segundo motivo é que cálculosexploratórios com os maiores sist<strong>em</strong>as que iríamos a<strong>na</strong>lisar d<strong>em</strong>onstraram que a base 3-21G ∗seria a maior que poderíamos utilizar. Nós fiz<strong>em</strong>os cálculos exploratórios com uma base maior, a6-31G* [101–105] , e concluímos que as proprie<strong>da</strong>des <strong>na</strong>s quais estamos interessados apresentaramvariações desprezíveis com o aumento <strong>da</strong> base.Dividir<strong>em</strong>os nossa análise <strong>em</strong> duas partes. Inicialmente, comparar<strong>em</strong>os as variações nos comprimentosde ligação, depois passar<strong>em</strong>os os ângulos diédricos. Nós não ir<strong>em</strong>os comparar os ângulosde ligação pois os mesmos não acrescentam nenhuma informação adicio<strong>na</strong>l à que pod<strong>em</strong>osobter a<strong>na</strong>lisando os parâmetros já citados.Um comentário inicial que precisa ser feito é que a presença do grupo termi<strong>na</strong>l <strong>na</strong>s moléculasdos oligotiofenos levou a uma mu<strong>da</strong>nça <strong>na</strong> simetria antes existente nos oligotiofenos. Para o estadofun<strong>da</strong>mental, os oligotiofenos com n par (T 2 e T 4 ) possu<strong>em</strong> a simetria C2 e os oligotiofenoscom n ímpar (T 3 e T 5 ) possu<strong>em</strong> a simetria CS, enquanto que todos os 9A-T n têm simetria C1.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 1037.2.1.1 Comprimentos de LigaçãoEm todos os 9A-T n a<strong>na</strong>lisados, como era de se esperar, a maior variação no comprimentosde ligação ocorreu para a ligação C-A (ver Figs. [7.2] e [7.3]), que deve ser compara<strong>da</strong> com aligação C-H do oligotiofeno correspondente. A ligação ficou mais longa por aproxima<strong>da</strong>mente0,4 Å. Outra ligação que apresentou uma variação não desprezível foi a ligação S-C mais próximaao antraceno, cuja variação foi de, aproxima<strong>da</strong>mente, 0,01 Å. Estas variações foram iguais parato<strong>da</strong>s as moléculas, o que sugere que o efeito do crescimento <strong>da</strong> cadeia do oligotiofeno nãomu<strong>da</strong> muito a interação do antraceno com o primeiro anel de tiofeno ligado a ele, no estadofun<strong>da</strong>mental. As d<strong>em</strong>ais ligações tiveram variações desprezíveis (inferior a 0,002 Å).Figura 7.2: Comprimentos de ligação do tiofeno para as moléculas do 9A-T n (1 n 3) e T n(1 n 3).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 104Figura 7.3: Comprimentos de ligação do tiofeno para as moléculas do 9A-T n (4 n 5) e T n(4 n 5).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 105Para facilitar a análise destes resultados, fiz<strong>em</strong>os gráficos dos comprimentos de ligação entrecarbonos e <strong>da</strong>s ligações carbono-enxofre. A legen<strong>da</strong> está indica<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura [7.4].Figura 7.4: Legen<strong>da</strong> para as ligações carbono-carbono e carbono-enxofre.Figura 7.5: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 1 e T 1 (estadofun<strong>da</strong>mental).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 106Figura 7.6: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 2 e T 2 (estadofun<strong>da</strong>mental).Figura 7.7: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 3 e T 3 (estadofun<strong>da</strong>mental).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 107Figura 7.8: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 4 e T 4 (estadofun<strong>da</strong>mental).Figura 7.9: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 5 e T 5 (estadofun<strong>da</strong>mental).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 108Das Figuras anteriores, pod<strong>em</strong>os concluir que:1. De um modo geral, as ligações do oligotiofeno foram pouco afeta<strong>da</strong>s pela presença doantraceno.2. A ligação carbono-enxofre mais próxima do antraceno t<strong>em</strong> tamanho característico de umaligação de um oligotiofeno não-substituído que se encontra num anel do meio, não <strong>da</strong> ponta.Por completeza, ir<strong>em</strong>os apresentar as modificações causa<strong>da</strong>s no antraceno devido à presençado oligotiofeno, <strong>na</strong> Figura [7.10].Figura 7.10: Comprimentos de ligação do antraceno substituído e do antraceno não substituído.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 109No caso do antraceno, perceb<strong>em</strong>os que a presença do oligotiofeno mu<strong>da</strong> essencialmente asligações entre os carbonos onde está preso o oligotiofeno. As d<strong>em</strong>ais mu<strong>da</strong>m muito pouco e asimetria com relação à esta ligação, não é perdi<strong>da</strong>, ou seja, a molécula do antraceno continuasimétrica <strong>em</strong> relação ao plano que divide a molécula ao meio. Isto se deve, essencialmente, aofato do ângulo diédrico entre o antraceno e o oligotiofeno ser 90 0 .7.2.1.2 Ângulos DiédricosFigura 7.11: Definição dos ângulos diédricos.Tabela 7.1: Ângulos diédricos dos 9A-T n e T n (1 n 5) para o estado fun<strong>da</strong>mental. Otimizaçãode geometria HF/3-21G ∗ .Ângulos Diédricos do Estado Fun<strong>da</strong>mental (<strong>em</strong> graus)Molécula D1 D2 D3 D4 D59A-T 1 89, 9 - - - -T 1 - - - - -9A-T 2 89, 7 148, 2 - - -T 2 - 145, 9 - - -9A-T 3 90, 0 149, 7 147, 4 - -T 3 - 146, 8 147, 0 - -9A-T 4 90, 1 149, 7 146, 3 147, 0 -T 4 - 147, 4 148, 5 146, 8 -9A-T 5 89.8 149.6 146.3 148.6 147.4T 5 - 147.4 148.9 148.9 147.4Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Estado Fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 110Figura 7.12: Ângulos diédricos entre os anéis de tiofeno e entre o antraceno e tiofeno dos 9A-T ne T n .Num estudo detalhado feito por Ortí [99] e colaboradores, o ângulo diédrico encontrado para obitiofeno através de cálculos HF e MP2 foi <strong>em</strong> torno de 145 0 . Dados experimentais de difração deelétrons <strong>em</strong> fase gasosa, publicados por Sam<strong>da</strong>l [106] e colaboradores, mostram que este ângulo éde 148±3 0 .Da Figura [7.12], concluímos que os ângulos diédricos entre os a anéis de tiofeno, tanto paraos 9A-T n quando para os T n , ficaram entre 146 0 e 150 0 . Uma diferença muito peque<strong>na</strong>, inferior a3 0 , pode ser identifica<strong>da</strong> entre os ângulos diédricos dos 9A-T n e dos T n , sendo que esta diferençadiminui a zero à medi<strong>da</strong> que nos afastamos do termi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> cadeia onde se encontra o antraceno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 1117.3 Espectros de AbsorçãoNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os os espectros de absorção calculados utilizando o método s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>píricoZINDO/S [9] . Os orbitais que apresentar<strong>em</strong>os aqui foram obtidos usando ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong> [107] . Em todos os cálculos utilizando o método ZINDO/S, os parâmetrosde escala σ − σ e π − π foram mantidos fixos <strong>em</strong> 1,267 e 0,585, respectivamente.Nos cálculos dos espectros de absorção, utilizamos s<strong>em</strong>pre n orbitais ocupados e m orbitaisdesocupados. A escolha de n e m, para ca<strong>da</strong> sist<strong>em</strong>a, foi feita de modo a incluirmos todosos orbitais π e s<strong>em</strong>pre incluirmos os orbitais que se encontravam numa determi<strong>na</strong><strong>da</strong> ban<strong>da</strong> deorbitais (Veja Fig. [7.13]). A escolha do espaço ativo do CI foi feita utilizando os orbitais do estadofun<strong>da</strong>mental. Para o espectro do estado excitado, mantiv<strong>em</strong>os o mesmo tamanho de CI.Figura 7.13: Esqu<strong>em</strong>a mostrando como fiz<strong>em</strong>os para escolher o espaço ativo <strong>na</strong> configuração deinteração (CI) usa<strong>da</strong> para o cálculo do espectro utilizando o método ZINDO/S.As transições obti<strong>da</strong>s através dos cálculos teóricos foram convoluí<strong>da</strong>s com Gaussia<strong>na</strong>s delargura a meia altura (FWHM) igual a 500 cm −1 e intensi<strong>da</strong>de igual à força de oscilador <strong>da</strong> transição.Estas Gaussia<strong>na</strong>s foram então soma<strong>da</strong>s no intervalo de 25.000 a 40.000 cm −1 . Ou seja,para uma <strong>da</strong><strong>da</strong> transição numa energia e i e força de oscilador f i , ter<strong>em</strong>os uma Gaussia<strong>na</strong> G i (e):G i (e) = f i exp[ ]−(e − ei ) 2(FWHM) 2 /4 ln 2que serão soma<strong>da</strong>s no intervalo anteriormente citado para gerar o espectro.(7.1)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 1127.3.1 9-Antril-Tiofeno: 9A-T 1Começar<strong>em</strong>os nossa análise pelo 9A-T 1 . Para o cálculo do espectro de absorção utilizamos37 orbitais desocupados e 34 orbitais ocupados. Ir<strong>em</strong>os, <strong>da</strong>qui <strong>em</strong> diante, utilizar a notação(orbitais ocupados/orbitais desocupados) para indicar o espaço ativo utilizado no cálculo doespectro de absorção. A geometria foi a obti<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> otimização do estado fun<strong>da</strong>mentalusando o método HF/3-21G ∗ . O espectro resultante está mostrado <strong>na</strong> Figura [7.14].Figura 7.14: Espectro de absorção do 9A-T 1 . Cálculo ZINDO/S [9] (37/34) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.2].Exist<strong>em</strong> vários resultados que pod<strong>em</strong>os extrair deste cálculo. Um deles é a composição dosestados excitados que contribu<strong>em</strong> para o espectro. Ou seja, qual a composição dos estadosexcitados singleto, com força de oscilador maior que 0,01 e energia dentro do intervalo queestamos a<strong>na</strong>lisando (25,000 - 40,000 cm −1 ).É importante ressaltar que as transições associa<strong>da</strong>s a um estado excitado com grande momentode dipolo são aquelas onde ter<strong>em</strong>os uma excitação que parte de um fragmento <strong>da</strong> moléculae termi<strong>na</strong> <strong>em</strong> outro. Como o ângulo entre os fragmentos é de 90 0 , a superposição <strong>da</strong>s funçõesde on<strong>da</strong> destes dois estados (de parti<strong>da</strong> e de chega<strong>da</strong>) será muito peque<strong>na</strong> e, por conseguinte, omomento de transição (Ver Eq. (5.4)) será pequeno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 113Comparando o momento de dipolo do estado fun<strong>da</strong>mental com o do estado excitado, pod<strong>em</strong>osconcluir se a excitação é de transferência de carga ou não. Outra importante informaçãodiz respeito à composição do estado excitado, ou seja, quais são os orbitais moleculares queparticipam <strong>da</strong> transição e se estes estão localizados no antraceno ou no tiofeno.Estes resultados serão explorados <strong>em</strong> uma Tabela [7.2] e <strong>em</strong> quatro gráficos (Figs. [7.14],[7.15], [7.16] e [7.17] ). Na Tabela, ir<strong>em</strong>os apresentar as informações sobre os estados excitados:sua composição, força de oscilador e momento de dipolo do estado excitado.Tabela 7.2: Estados excitados do 9A-T 1 .Cálculo ZINDO/S [9] (37/34) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debyeou força de oscilador (F.O.) maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foiassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mentalDescrição dos Estados ExcitadosN o Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)9 28.516,1 H → L+1 (0,551013) 0,0310 1,8588H-2 → L (0,413590)10 28.741,3 H → L (0,681744) 0,3131 1,840614 35.057,5 H-1 → L (0,675680) 0,0051 16,357017 36.940,3 H → L+2 (0,642485) 0,0033 13,721219 37.548,5 H-1 → L+2 (-0,677541) 0,2666 2,499822 38.891,7 H → L+1 (0,410062) 2,3355 1,8382H-2 → L (-0,553404)Com o desenho dos orbitais moleculares, pod<strong>em</strong>os concluir se as transições apresenta<strong>da</strong>s<strong>na</strong> Tabela [7.2] têm como orbital de parti<strong>da</strong> e chega<strong>da</strong> uma mesma sub-uni<strong>da</strong>de molecular ounão. Os orbitais moleculares apresentados <strong>na</strong> Figura [7.15] foram obtidos utilizando o programaHyperch<strong>em</strong> [107] .Este resultado nos leva a procurar saber qual a relação entre a energia dos orbitais molecularesdo 9A-T 1 e dos orbitais equivalentes <strong>na</strong>s sub uni<strong>da</strong>des moleculares que constitu<strong>em</strong> amolécula. Na Figura [7.16], nós apresentamos três orbitais moleculares desocupados e ocupadosde fronteira do 9A-T 1 , T 1 e A. As linhas pontilha<strong>da</strong>s indicam que um orbital molecular do 9A-T 1t<strong>em</strong> uma composição que muito se ass<strong>em</strong>elha a um orbital do T 1 , enquanto que as linhas con-Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 114tínuas indicam que um orbital molecular do 9A-T 1 t<strong>em</strong> uma composição que muito se ass<strong>em</strong>elhaa um orbital do A. É importante salientar que não estamos dizendo que estes orbitais são iguais.Ape<strong>na</strong>s pod<strong>em</strong>os identificar que eles estão mais localizados numa <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares.Ver<strong>em</strong>os que o ângulo diédrico entre o antraceno e o tiofeno t<strong>em</strong> um papel fun<strong>da</strong>mental nesta“(des)localização”, quando estu<strong>da</strong>rmos o estado excitado.Com os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Tabela [7.2] e <strong>da</strong> Figura [7.14], nós pod<strong>em</strong>os concluir que as transições comforça de oscilador maior que 0,01 são to<strong>da</strong>s transições onde os orbitais moleculares envolvidoslocalizam-se sobre o mesmo fragmento molecular (A ou T 1 ). As transições com grande momentode dipolo, part<strong>em</strong> de uma subuni<strong>da</strong>de molecular e chegam <strong>na</strong> outra. Estas transições t<strong>em</strong> baixaforça de oscilador por motivo já comentado anteriormente. É importante ressaltar que o momentode dipolo de um estado excitado que não é de transferência de carga (estados número 9,10, 19 e 22, por ex<strong>em</strong>plo) é <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 1,8 Debye.A localização dos orbitais moleculares do 9A-T 1 <strong>em</strong> suas subuni<strong>da</strong>des moleculares nos leva aprocurar saber como se relacio<strong>na</strong>m as energias orbitais desta molécula e as dos seus fragmentos.Na Figura [7.16] apresentamos as energias dos três últimos orbitais moleculares ocupados e dostrês primeiros orbitais moleculares desocupados do 9A-T 1 , T 1 e A. Neste gráfico, fica claro que asenergias dos orbitais moleculares do 9A-T 1 , localiza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> um dos seus fragmentos moleculares,é comparável, muito <strong>em</strong>bora não exatamente igual, à energia do orbital molecular equivalente nofragmento isolado. No caso do HOMO e do LUMO, por ex<strong>em</strong>plo, houve uma peque<strong>na</strong> mu<strong>da</strong>nçaentre a energia destes orbitais no A e no 9A-T 1 . Já no caso do HOMO - 1 e HOMO - 2 (b<strong>em</strong> comono LUMO + 1 e LUMO + 2) existiam dois orbitais moleculares de ca<strong>da</strong> fragmento com energiaspróximas que interagiram e se deslocaram um pouco <strong>em</strong> energia para <strong>da</strong>r orig<strong>em</strong> ao HOMO - 1 eHOMO - 2 (b<strong>em</strong> como LUMO + 1 e LUMO + 2) do 9A-T 1 .Dos resultados anteriores, poderíamos ser levados a concluir que o espectro do 9A-T 1 é umasuperposição dos espectros do T 1 e do antraceno (A). Na ver<strong>da</strong>de, esta conclusão é qualitativamente,mas não quantitativamente ver<strong>da</strong>deira. Na Figura que segue (Fig. [7.17]) nós pod<strong>em</strong>osconcluir que a soma dos espectros do antraceno (A) e do tiofeno (T 1 ) não é exatamente igual aoespectro do 9-antril-tiofeno (9A-T 1 ). Por ex<strong>em</strong>plo, no pico <strong>em</strong> torno de 28500 cm −1 : este pico,tanto no antraceno quanto no 9-antril-tiofeno, é composto por duas transições. Estas transiçõessão entre orbitais equivalentes do antraceno, mas que tiveram suas forças de oscilador aumenta<strong>da</strong>s,resultando num deslocamento do pico para o azul. Este resultado também poderia serconcluído a partir dos resultados apresentados <strong>na</strong> Figura [7.16], uma vez que nela perceb<strong>em</strong>osa mu<strong>da</strong>nça <strong>em</strong> energia dos orbitais equivalentes no 9A-T 1 e <strong>em</strong> seus fragmentos moleculares e,por conseguinte, esta mu<strong>da</strong>nça se refletirá <strong>na</strong> energia <strong>da</strong>s transições entre estes níveis.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 115(a) HOMO - 2 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do antraceno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do tiofeno.(c) HOMO do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do antraceno).(d) LUMO do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do antraceno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do antraceno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do tiofeno).Figura 7.15: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 1 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 116Figura 7.16: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 1 , T 1 e A. Cálculo ZINDO/S egeometria HF/3-21G*.Figura 7.17: Em cinza (contínuo) a soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e tiofeno (T 1 ).Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectro deabsorção do tiofeno (T 1 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antril-tiofeno (9A-T 1 ).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 117Figura 7.18: Espectro experimental (linha contínua) extraído <strong>da</strong> Ref. [77]. Espectro ZINDO/S (linhapontilha<strong>da</strong>) do 9A-T 1 <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental (HF/3-21G ∗ ).Fi<strong>na</strong>lmente, comparando com no espectro de absorção experimental, nós verificamos queo espectro de absorção do 9A-T 1 apresenta picos <strong>em</strong> torno de 27,500 cm −1 característicos doantraceno (Ver Fig. [6.4(b)]). Estes picos dev<strong>em</strong> ser comparados com o pico teórico <strong>em</strong> torno de28,500 cm −1 . Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.18], os resultados teóricos estão <strong>em</strong> bom acordocom os experimentais. É importante chamarmos a atenção para a rica estrutura vibrônica doantraceno, que dá orig<strong>em</strong> aos vários outros picos no espectro experimental e que não é simula<strong>da</strong>pelo cálculo teórico. As escalas dos dois gráficos, experimental e teórico, são diferentes porquecomparamos quanti<strong>da</strong>des distintas de intensi<strong>da</strong>de.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 1187.3.2 9-Antril-Bitiofeno: 9A-T 2Para o cálculo do espectro de absorção do 9A-T 2 , utilizamos 39 orbitais ocupados e 36 orbitaisdesocupados. A geometria foi obti<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> otimização do estado fun<strong>da</strong>mental utilizandoo método HF/3-21G ∗ . O espectro resultante, juntamente com uma indicação dos estadosexcitados com força de oscilador maior que 0,01 ou momento de dipolo maior que 10 Debye, estáapresentado <strong>na</strong> Figura [7.19]. Na Tabela [7.3], apresentamos informações detalha<strong>da</strong>s sobre es<strong>tese</strong>stados excitados. Para a<strong>na</strong>lisarmos mais a fundo os resultados apresentados <strong>na</strong> Tabela [7.3],também fiz<strong>em</strong>os um gráfico <strong>da</strong>s energias orbitais do 9A-T 2 , T 2 e A (Fig. [7.20]), b<strong>em</strong> como dosorbitais de fronteira (três últimos ocupados e primeiros três desocupados) do 9A-T 2 (Fig. [7.22]),indicando qual orbital <strong>da</strong> subuni<strong>da</strong>de molecular mais se ass<strong>em</strong>elha ao orbital <strong>da</strong> molécula inteira.Figura 7.19: Espectro de absorção do 9A-T 2 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.3].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 119Tabela 7.3: Estados excitados do 9A-T 2 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ouforça de oscilador maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foi a associa<strong>da</strong>uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mentalDescrição dos Estados ExcitadosN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)11 28.511,1 H → L+2 (0,546226) 0,0292 1,1400H-2 → L (-0,416904)13 28.819,3 H → L (-0,615000) 0,6704 1,220014 31.136,6 H-1 → L+1 (-0,612886) 0,3401 1,976016 32.499,8 H-1 → L (-0,645085) 0,0012 19,160020 35.324,3 H → L+1 (-0,602586) 0,0003 18,817023 37.663,0 H → L+3 (0,678198) 0,0128 1,149025 39.002,4 H-1 → L+4 (-0,642655) 0,1303 1,663026 39.112,2 H → L+2 (-0,395695) 2,2040 1,2170H-2 → L (-0,530897)É um fato conhecido <strong>da</strong> literatura que o aumento <strong>da</strong> conjugação diminui o gap HOMO-LUMOe, por conseguinte, está associado à um deslocamento para o vermelho do limiar de absorção 1 .Medi<strong>da</strong>s de espectro de absorção nos oligotiofenos (T n , 2 ≤ n ≤ 6) atestam este resultado,como pod<strong>em</strong>os observar <strong>na</strong> Figura [7.21].Quando calculamos os níveis de energia do 9A-T 1 , observamos que o gap <strong>da</strong> molécula eradetermi<strong>na</strong><strong>da</strong> por orbitais do antraceno. Vimos também que os orbitais HOMO - 1 e LUMO + 2pertenciam ao tiofeno.1 Há mais de meio século atrás, Kuhn [108] propôs uma equação que descrevia o gap HOMO-LUMO, ∆E, comofunção do tamanho do sist<strong>em</strong>a conjugado, L, <strong>da</strong><strong>da</strong> por:(∆E =h28mL (2DB + 1) + V 2 0 1 − 1 ), (7.2)2DBonde h é a constante de Plank, m é a massa do elétron, DB é o número de ligações duplas e V 0 é um potencialexperimentalmente determi<strong>na</strong>do.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 120Figura 7.20: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 2 , T 2 e A. Cálculo ZINDO/S egeometria HF/3-21G*.Figura 7.21: Espectro de absorção do T 2 -T 6 <strong>em</strong> dioxano. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ref. [79].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 121(a) HOMO - 2 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do antraceno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do tiofeno).(c) HOMO do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO antraceno).(d) LUMO do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do antraceno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do tiofeno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do antraceno).Figura 7.22: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 2 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 122Quando calculamos os orbitais do 9A-T 2 , observamos que estes orbitais, respectivamente oHOMO e LUMO do bitiofeno, diminuíram sua energia com relação ao HOMO e LUMO do antraceno,que continua determi<strong>na</strong>ndo o gap do 9A-T 2 .Comparando os espectros do 9A-T 2 (Fig. [7.19]) e do 9A-T 1 (Fig. [7.14]), concluímos que noprimeiro existe um novo pico, <strong>em</strong> torno de 30,000 cm −1 . Este pico está associado a uma transiçãoentre os orbitais do 9A-T 2 que se encontram localizados no bitiofeno (Ver espectro de absorçãodo bitiofeno <strong>na</strong> Fig. [7.24]).Figura 7.23: Espectro experimental extraído <strong>da</strong> Ref. [77] (linha contínua). Espectro ZINDO/S do9A-T 2 <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental (HF/3-21G ∗ ) (linha pontilha<strong>da</strong>).Os resultados teóricos mostram-se <strong>em</strong> acordo com os experimentais. Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>da</strong>Figura [7.23], no espectro experimental do 9A-T 2 , a ban<strong>da</strong> de absorção do bitiofeno, caracteristicamen<strong>tese</strong>m estrutura vibrônica, (Ver espectro experimental do T 2 <strong>na</strong> Figura [7.21]) começa aaparecer <strong>na</strong> região de 30,000 a 35,000 cm −1 , se superpondo à parte do espectro do antracenomarcado por sua rica estrutura vibrônica.Os resultados para o 9A-T 2 , quando comparados com os do 9A-T 1 , nos dão uma indicação doque vai acontecer quando aumentarmos o oligotiofeno preso ao antraceno: Os níveis de energiado oligotiofeno se aproximarão ca<strong>da</strong> vez mais do gap, estando associado a isto um deslocamento<strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de absorção do oligotiofeno <strong>na</strong> direção do vermelho. Esta ban<strong>da</strong> “entrará” ca<strong>da</strong> vezmais <strong>na</strong> ban<strong>da</strong> de absorção do antraceno até se sobrepor <strong>completa</strong>mente, fazendo com que arica estrutura vibrônica do antraceno, que antes aparecia <strong>completa</strong>mente no espectro do 9A-T 1 ,Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 123seja substituí<strong>da</strong> pela ban<strong>da</strong> de absorção do oligotiofeno, marca<strong>da</strong>mente desprovi<strong>da</strong> de estruturavibrônica. Esta conclusão está representa<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura [7.23].Figura 7.24: Em cinza (contínuo), soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e bitiofeno(T 2 ). Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectrode absorção do bitiofeno (T 2 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antril-bitiofeno(9A-T 2 ).Fi<strong>na</strong>lmente vale a pe<strong>na</strong> comentar o gráfico <strong>da</strong> Figura [7.24]. Perceb<strong>em</strong>os que para o 9A-T 2 , adiferença entre os espectros do 9A-T 2 e a soma dos espectros do antraceno (A) e do bitiofeno T 2é b<strong>em</strong> maior que a obti<strong>da</strong> para o 9A-T 1 .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 1247.3.3 9-Antril-Tertiofeno: 9A-T 3Para o cálculo do espectro do 9A-T 3 , utilizamos 39 orbitais ocupados e 36 orbitais desocupados.O espectro, juntamente com a indicação dos estados excitados com força de oscilador maiorque 0,01 ou momento de dipolo do estado excitado maior que 10 Debye estão apresentados <strong>na</strong>Figura [7.25]. Na Tabela [7.4], apresentamos uma descrição destes estados excitados, incluindoa energia de transição, sua composição, força de oscilador e momento de dipolo do estado excitado.Na Figura [7.26], apresentamos gráficos dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 3(três últimos ocupados e três primeiros desocupados).Figura 7.25: Espectro de absorção do 9A-T 3 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.4].No caso do 9A-T 3 , a transição de menor energia não é mais entre orbitais sobre o antraceno.Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.27], o HOMO do tertiofeno t<strong>em</strong> menor energia que oHOMO do antraceno e irá compor o HOMO do 9A-T 3 . Como as transições entre os orbitais moleculares<strong>em</strong> subuni<strong>da</strong>des diferentes t<strong>em</strong> força de oscilador muito peque<strong>na</strong>, devido à peque<strong>na</strong>sobreposição dos orbitais localizados nestas duas subuni<strong>da</strong>des moleculares, ao sist<strong>em</strong>a resta atransição entre os dois orbitais do tiofeno, de modo que a transição de menor energia é a transiçãoHOMO → LUMO + 1, que é entre orbitais localizados no tertiofeno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 125Tabela 7.4: Estados excitados do 9A-T 3 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ouforça de oscilador maior que 0.01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foi a associa<strong>da</strong>uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 3 - Estado Fun<strong>da</strong>mentalDescrição dos Estados ExcitadosN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)12 27.282,5 H → L+1 (-0,641642) 1,2976 2,971014 28.528,0 H-1 → L+2 (-0,545941) 0,0276 2,5280H-3 → L (0,417329)16 29.829,9 H-1 → L (-0,640172) 0,0303 2,550018 32.049,4 H → L (0,593120) 0,0010 21,5090H-2 → L (-0,318201)22 34.980,9 H → L+3 (0,384015) 0,0172 13,9840H-1 → L+1 (-0,436776)23 35.074,0 H → L+3 (0,511055) 0,0407 7,893028 37.537,9 H-2 → L+1 (0,624644) 0,0179 3,420031 39.370,1 H → L+5 (0,476334) 0,1567 2,275032 39.478,4 H-1 → L+2 (0,399907) 2,2328 2,4820H-3 → L (0,531277)34 39.917,9 H → L+5 (0,339399) 0,0218 3,2750H → L+11 (0,452206)É interessante notar que esta transição t<strong>em</strong> uma força de oscilador b<strong>em</strong> maior que a entreorbitais do antraceno, no 9A-T 1 e 9A-T 2 . Este resultado também pode ser observado experimentalmente.Na Figura [6.5], colocamos os espectros dos 9A-T n (1 ≤ n ≤ 5) sobrepostos e fica fácilobservar o grande aumento <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de <strong>na</strong> região de 22,000 a 28,000 cm −1 quando passamosdo 9A-T 2 para o 9A-T 3 . Fica claro também, comparando as características <strong>da</strong>s curvas (com ou s<strong>em</strong>estrutura vibrônica), que este aumento de intensi<strong>da</strong>de está associado à superposição <strong>da</strong> ban<strong>da</strong>de absorção do tertiofeno sobre a do antraceno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 126(a) HOMO - 2 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do tertiofeno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do antraceno).(c) HOMO do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO tertiofeno) .(d) LUMO do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do antraceno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do tertiofeno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do antraceno).Figura 7.26: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 3 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Comparando os espectros de absorção <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares com o do 9A-T 3 (Fig.[7.28] ), concluímos que t<strong>em</strong>os novamente modificações <strong>na</strong> intensi<strong>da</strong>de e energia <strong>da</strong>s transiçõesquando comparamos o espectro gerado pela soma dos espectros <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des molecularescom o do sist<strong>em</strong>a composto. Este resultado também poderia ser concluído <strong>da</strong> Figura [7.27], umavez que perceb<strong>em</strong>os as modificações <strong>da</strong>s energias orbitais <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares quandosepara<strong>da</strong>s e uni<strong>da</strong>s.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 127Figura 7.27: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 3 , T 3 e A. Cálculo ZINDO/S egeometria HF/3-21G*.É interessante comentar que para orbitais apresentados neste gráfico, as energias de orbitaisequivalentes são s<strong>em</strong>pre menores (no sentido de diminuir o gap) no 9A-T 3 que no A e T 3 . Istoindica que as transições equivalentes sofrerão um deslocamento para o vermelho quando passamosdos sist<strong>em</strong>as isolados para o ligado. Isto está claro tanto <strong>na</strong> transição <strong>em</strong> torno de 27,000cm −1 quanto <strong>na</strong> <strong>em</strong> torno de 35,000 cm −1 .Fi<strong>na</strong>lmente, comparamos o espectro experimentalmente obtido com o calculado teoricamente.Como antes, o resultado teórico concor<strong>da</strong> b<strong>em</strong> com o experimental e, neste caso, pod<strong>em</strong>os avaliarnão somente o deslocamento <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de absorção do oligotiofeno mas também o aumento <strong>da</strong>intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mesma, comparando com o que tínhamos para o 9A-T 2 .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 128Figura 7.28: Em cinza (contínuo), soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e tertiofeno(T 3 ). Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectrode absorção do tertiofeno (T 3 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antriltertiofeno(9A-T 3 ).Figura 7.29: Em preto (contínuo), espectro experimental extraído <strong>da</strong> Ref. [77]. Em preto (pontilhado),espectro ZINDO/S do 9A-T 3 <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental (HF/3-21G ∗ ).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 1297.3.4 9-Antril-Quatertiofeno: 9A-T 4Para o cálculo do espectro do 9A-T 4 , utilizamos 45 orbitais ocupados e 46 orbitais desocupados.O espectro, juntamente com a indicação dos estados excitados com força de oscilador maiorque 0,01 ou momento de dipolo do estado excitado maior que 10 Debye estão apresentados <strong>na</strong>Figura [7.30]. Na Tabela [7.5], apresentamos uma descrição destes estados excitados, incluindoa energia de transição, sua composição, força de oscilador e momento de dipolo do estado excitado.Na Figura [7.80], apresentamos gráficos dos três últimos orbitais moleculares ocupados edos três últimos orbitais moleculares desocupados e, <strong>na</strong> Figura [7.32], suas energias compara<strong>da</strong>scom as dos fragmentos moleculares.Figura 7.30: Espectro de absorção do 9A-T 4 .Cálculo ZINDO/S [9] (45/46) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.5].Para o 9A-T 4 , o último orbital molecular ocupado (HOMO) pertence claramente ao tertiofenoenquanto que o primeiro e o segundo orbitais moleculares desocupados (LUMO e LUMO + 1) seencontram deslocalizados <strong>na</strong> molécula inteira. A Figura [7.32] esclarece o porquê. Como pod<strong>em</strong>osperceber desta Figura, as energias orbitais do LUMO do T 4 e do A são praticamente idênticas d<strong>em</strong>odo que o resultado não é mais a desestabilização de um orbital e estabilização de outro, comoocorreu no 9A-T3, mas uma superposição dos dois.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 130Tabela 7.5: Estados excitados do 9A-T 4 . Cálculo ZINDO/S [9] (45/46) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ouforça de oscilador maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foi a associa<strong>da</strong>uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 4 - Estado Fun<strong>da</strong>mentalDescrição dos Estados ExcitadosN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)13 25.705,2 H → L (0,490314) 1,5550 2,2030H → L+1 (-0,428403)16 28.532,1 H-1 → L+3 (-0,547327) 0,0273 1,812018 29.462,7 H-1 → L (0,440617) 0,0823 1,8220H-1 → L+1 (0,478028)19 31.759,7 H → L+2 (0,529963) 0,0348 2,351021 32.067,3 H → L (-0,348580) 0,0015 21,3660H → L+1 (-0,388173)28 35.019,6 H-1 → L+2 (0,384500) 0,0009 17,284030 36.362,0 H → L+4 (-0,549425) 0,1554 2,4000H-2 → L+2 (0,338124)36 38.895,8 H-4 → L (-0,379371) 0,0406 2,0190H-4 → L+1 (0,338944)37 39.359,6 H-1 → L+3 (0,410338) 2,2953 1,7890H-3 → L (0,362462)H-3 → L+1 (0,406296)39 39.659,6 H → 92 (-0,332182) 0,0181 1,7640H → 95 (0,341860)42 39.994,5 H → L+6 (-0,425868) 0,0206 2,4710Este fato t<strong>em</strong> conseqüências claras. Uma delas é uma diferença ain<strong>da</strong> maior entre o espectrode absorção do 9A-T 4 e o espectro gerado pela soma dos espectros do T 4 e A. É importante notarque <strong>na</strong>s outras moléculas (9A-T 1 , 9A-T 2 e 9A-T 3 ), a transição de mais baixa energia s<strong>em</strong>pre teveintensi<strong>da</strong>de maior no espectro do 9A-T n que <strong>na</strong> soma dos espectros do T n e A. No caso do 9A-T 4 ,devido a esta mistura de orbitais do antraceno e do quatertiofeno, esta situação se inverte.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 131(a) HOMO - 2 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhante ao HOMO - 1 doquatertiofeno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhante ao HOMO doantraceno).(c) HOMO do 9A-T 4(S<strong>em</strong>elhante ao HOMO tertiofeno).(d) LUMO do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhante a superposição doLUMO do antraceno com o LUMO do quatertiofeno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhante a superposiçãodo LUMO do antraceno com o LUMO do quatertiofeno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhante ao LUMO + 1 doquatertiofeno).Figura 7.31: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 4 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 132Figura 7.32: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 4 , T 4 e A. Cálculo ZINDO/S egeometria HF/3-21G*.Muito <strong>em</strong>bora o deslocamento para o vermelho do pico de mais baixa energia do 9A-T 4 tenhasido considerável, comparando com a posição do pico <strong>da</strong> soma dos espectros do T 4 e A, perceb<strong>em</strong>osque este mesmo deslocamento foi muito maior no caso do 9A-T 2 (Ver Fig. [7.24]).O porquê desta particulari<strong>da</strong>de no caso do 9A-T 2 será entendido <strong>na</strong> próxima seção, onde a<strong>na</strong>lisar<strong>em</strong>oso efeito <strong>da</strong> variação do ângulo diédrico entre o antraceno e o oligotiofeno no espectrode absorção do 9A-T n .Nós também fiz<strong>em</strong>os cálculos para a molécula do 9A-T 5 no entanto, como nenhum resultadoadicio<strong>na</strong>l é acrescentado pelos resultados obtidos para este sist<strong>em</strong>a, não os apresentar<strong>em</strong>os aqui.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Absorção 133Figura 7.33: Em cinza (contínuo), soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e quatertiofeno(T 4 ). Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado),espectro de absorção do tertiofeno (T 4 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do9-antril-quatertiofeno (9A-T 4 ).Figura 7.34: Espectro experimental extraído <strong>da</strong> Ref. [77] (linha contínua). Espectro ZINDO/S do9A-T 4 <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental (HF/3-21G ∗ ) (linha pontilha<strong>da</strong>).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 1347.4 Efeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicasdos 9A-T nNesta seção a<strong>na</strong>lisar<strong>em</strong>os a variação <strong>da</strong> energia e de algumas proprie<strong>da</strong>des espectroscópicasdos 9A-T n (1 ≤ n ≤ 4) com a variação do ângulo diédrico que conecta o antraceno ao oligotiofeno,D1 (Ver Fig. [7.11]). A importância deste estudo ficará mais claro <strong>na</strong>s próximas seções, quandoestu<strong>da</strong>r<strong>em</strong>os as geometrias do primeiro estado excitado destes sist<strong>em</strong>as e propor<strong>em</strong>os um modelopara explicar a fluorescência dupla nestes compostos. A primeira informação que pod<strong>em</strong>osobter com as geometrias otimiza<strong>da</strong>s do estado fun<strong>da</strong>mental, é a energia necessária para fazervariar este ângulo do seu valor otimizado (∼ 90 o para todos os 9A-T n a<strong>na</strong>lisados) até quarentagraus. Para fazermos uma estimativa desta energia, pod<strong>em</strong>os proceder com uma torção rígi<strong>da</strong>do oligotiofeno <strong>em</strong> relação ao antraceno. Variar<strong>em</strong>os o ângulo diédrico de 10 <strong>em</strong> 10 graus e,para ca<strong>da</strong> ângulo, calcular<strong>em</strong>os a energia HF/3-21G ∗ do sist<strong>em</strong>a. Os valores destas energias, <strong>em</strong>relação a energia do estado fun<strong>da</strong>mental para os 9A-T n (1 ≤ n ≤ 4), estão apresentados <strong>na</strong> Figura[7.35].Figura 7.35: Barreira de torção rígi<strong>da</strong> para os 9A-T n (1 ≤ n ≤ 4). Cálculo HF/3-21G ∗ .Da Figura [7.35], concluímos que a variação <strong>da</strong> energia total do sist<strong>em</strong>a quando mu<strong>da</strong>mos oângulo diédrico é determi<strong>na</strong><strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s pela interação entre o tiofeno preso ao antraceno. Ou seja,o fato de aumentarmos o tamanho do oligotiofeno t<strong>em</strong> um efeito desprezível nesta variação deenergia.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 135Outra conclusão que pod<strong>em</strong>os tirar <strong>da</strong>s curvas <strong>da</strong> Figura [7.35] é que a energia térmicadisponível a t<strong>em</strong>peratura ambiente (∼ 0,6 kcal/mol) é suficiente para provocar variações do ânguloD1 inferiores a 20 o . Para variações superiores a 20 o , a energia do sist<strong>em</strong>a cresce muito e istose deve, principalmente, à interação entre os hidrogênios do antraceno e do tiofeno preso a ele.A 50 o as esferas de van der Walls dos referidos hidrogênios já se encontram superpostas, comopod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.36].É importante salientar que a torção rígi<strong>da</strong> dá um limite superior para os valores <strong>da</strong> energia <strong>em</strong>função do ângulo de torção. Para encontrarmos um valor mais apropriado, precisaríamos relaxartodos os outros parâmetros geométricos <strong>da</strong> molécula mantendo ape<strong>na</strong>s o diédrico sob análisefixo. Este cálculo é muito custoso do ponto de vista computacio<strong>na</strong>l e por isso o fiz<strong>em</strong>os ape<strong>na</strong>spara o 9A-T 1 (Fig. [7.37]). O fato de termos constatado a peque<strong>na</strong> influência dos anéis de tiofenomais afastados do antraceno <strong>na</strong> barreira de torção do ângulo diédrico D1 nos leva a justificarque os resultados para o 9A-T 1 pod<strong>em</strong> ser utilizados para termos uma idéia do que acontececom os outros sist<strong>em</strong>as, no que diz respeito ao que acontece com esta barreira de torção quandorelaxamos os outros parâmetros geométricos. Da Figura [7.37] v<strong>em</strong>os que nossas conclusões nãomu<strong>da</strong>m <strong>na</strong><strong>da</strong> quando permitimos ao sist<strong>em</strong>a relaxar seus parâmetros geométricos mantendo odiédrico D1 fixo num <strong>da</strong>do valor.Figura 7.36: Molécula do 9A-T 1 com D1 = 50 o . Os hidrogênios do antraceno e do tiofeno quecomeçam a interagir quando o ângulo diédrico diminui estão representados por suas esferas devan der Walls, que já se encontram sobrepostas neste ângulo.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 136Figura 7.37: Energia <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1 para a molécula do 9A-T 1 : torção rígi<strong>da</strong>e relaxa<strong>da</strong>. Cálculo HF/3-21G ∗ . Na torção relaxa<strong>da</strong>, para ângulos inferiores a 50 o , o programaGaussian’98 não conseguiu manter o vínculo no ângulo diédrico e tiv<strong>em</strong>os que parar nosso cálculono ponto anterior.Um ponto importante de investigarmos é como se comportam os primeiros estados excitadoscom a variação do diédrico D1. Ou seja, como sua composição, força de oscilador, energia e dipolodo estado excitado variam. Na tabela seguinte (Tabela [7.6]), apresentamos estes resultados. Osestados excitados nela apresentados são os seis primeiros estados singleto do cálculo ZINDO/S.As geometrias de entra<strong>da</strong> são as de um cálculo HF/3-21G ∗ do estado fun<strong>da</strong>mental, onde variamoso ângulo D1 rigi<strong>da</strong>mente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 137Tabela 7.6: Estados excitados do 9A-T 1 . CálculoZINDO/S [9] (45/46) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estadosexcitados apresentados são singletos, com dipolofi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador maior que0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foi aassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - Variando D1Descrição dos Estados Excitados9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 40 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)7 26.583,3 H → L ( 0,683399) 0,4601 2,453010 28.151,6 H → L+1 (-0,544898) 0,0272 2,3140H-2 → L ( 0,397925)13 33.492,9 H → L+2 (-0,625723) 0,0449 4,458015 35.879,3 H-1 → L ( 0,608838) 0,0092 6,722017 36.561,8 H → L+3 (-0,658098) 0,0147 3,749020 38.006,2 H → L+1 ( 0,410467) 1,9061 2,1060H-2 → L ( 0,540816)9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 50 o8 27.188,2 H → L ( 0,682956) 0,4281 2,531010 28.260,2 H → L+1 (-0,545197) 0,0294 2,2030H-2 → L ( 0,404754)13 33.899,4 H → L+2 ( 0,607594) 0,0615 4,847015 35.812,5 H-1 → L ( 0,614264) 0,0049 7,585017 36.761,1 H → L+3 ( 0,666180) 0,0152 3,184020 38.294,3 H → L+1 ( 0,411716) 2,0379 2,1730H-2 → L ( 0,549682)9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 60 o8 27.772,5 H → L (-0,682233) 0,3890 2,439010 28.364,1 H → L+1 (-0,545388) 0,0307 2,0670(Continua <strong>na</strong> próxima pági<strong>na</strong>)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 138Tabela 7.6 – (Continuação <strong>da</strong> pági<strong>na</strong> anterior)H-2 → L ( 0,408092)13 34.457,6 H → L+2 (-0,552265) 0,0774 3,702015 35.705,6 H → L+2 (-0,331261) 0,0021 7,0870H-1 → L (-0,580689)17 36.966,1 H → L+3 ( 0,669580) 0,0150 2,690021 38.534,6 H → L+1 (-0,412334) 2,1516 2,1090H-2 → L (-0,550900)9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 70 o9 28.275,3 H → L ( 0,678599) 0,3475 2,188010 28.448,2 H → L+1 ( 0,544651) 0,0343 1,9520H-2 → L ( 0,408854)13 34.986,2 H → L+2 (-0,336785) 0,0598 6,5400H-1 → L ( 0,539747)15 35.786,4 H → L+2 (-0,526948) 0,0291 2,4410H-1 → L (-0,388795)17 37.139,3 H → L+3 ( 0,671078) 0,0149 2,310021 38.717,8 H → L+1 ( 0,409808) 2,2234 1,9240H-2 → L (-0,547394)9A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 80 o9 28.497,8 H → L+1 ( 0,547875) 0,0327 1,8860H-2 → L ( 0,411740)10 28.620,4 H → L (-0,679725) 0,3214 1,929014 35.080,0 H-1 → L (-0,664312) 0,0146 15,028016 36.352,4 H → L+2 (-0,600026) 0,0693 9,742018 37.252,5 H → L+3 (-0,670229) 0,0158 2,067021 38.251,3 H-1 → L+2 ( 0,602792) 0,1982 4,77809A-T 1 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 90 o9 28.516,1 H → L+1 ( 0,551013) 0,0310 1,8580H-2 → L ( 0,413590)10 28.741,3 H → L ( 0,681744) 0,3131 1,840014 35.057,5 H-1 → L ( 0,675680) 0,0051 16,3570(Continua <strong>na</strong> próxima pági<strong>na</strong>)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 139Tabela 7.6 – (Continuação <strong>da</strong> pági<strong>na</strong> anterior)17 36.940,3 H → L+2 ( 0,642485) 0,0033 13,721018 37.313,3 H → L+3 ( 0,646343) 0,0095 1,938019 37.548,5 H-1 → L+2 (-0,677541) 0,2666 2,4990Outra análise importante é a de como varia o espectro de absorção dos 9A-T n quando variamoso ângulo diédrico D1, mantendo os outros parâmetros geométricos iguais aos <strong>da</strong> geometriaotimiza<strong>da</strong> do estado fun<strong>da</strong>mental. Como vimos anteriormente, a informação conti<strong>da</strong> nosespectros pode ser melhor a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong> se esta vier acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong>s energias dos orbitais de fronteira.Sendo assim, apresentar<strong>em</strong>os nos próximos gráficos a evolução do espectro de absorção<strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1 para os 9A-T n (1 ≤ n ≤ 4), juntamente com a evolução <strong>da</strong>senergias dos orbitais de fronteira.Figura 7.38: Espectros de absorção do 9A-T 1 obtidos através de um cálculo ZINDO/S (37/34).Apresentamos a variação de energia dos dois principais picos de absorção ao passarmos de 40 opara 90 o .O programa que usamos para calcular estes estados excitados, Hyperch<strong>em</strong>, orde<strong>na</strong>-os a partirde suas energias. No entanto, o que caracteriza um estado excitado é sua composição, força deoscilador e momento de dipolo. Pod<strong>em</strong>os perceber claramente <strong>da</strong> Tabela [7.6] que, por ex<strong>em</strong>plo,ao passarmos de 70 o para 80 o , o primeiro estado excitado (caracterizado pela transiçãoTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 140Figura 7.39: Energias dos orbitais de fronteira do 9A-T 1 <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1. CálculoZINDO/S.HOMO → LUMO) passou a ser o segundo estado excitado. Fazendo esta análise, pud<strong>em</strong>os fazero gráfico <strong>da</strong>s energias dos quatro primeiros estados excitados <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1.Adicio<strong>na</strong>mos no gráfico e tabela os seis primeiros estados excitados mas a análise do orde<strong>na</strong>mentofoi feita ape<strong>na</strong>s nos quatro primeiros por dois motivos: o primeiro é que o orde<strong>na</strong>mentose tor<strong>na</strong> dúbio quando a energia do estado cresce e segundo é que estamos interessados <strong>em</strong> estadosexcitados de energias não muito altas, e a partir do quarto estado a energia, que já é <strong>da</strong>ord<strong>em</strong> de 4,5 eV, se encontra numa região onde não ir<strong>em</strong>os encontrar os efeitos de interesse.Do gráfico apresentado <strong>na</strong> Figura [7.40] é interessante notarmos o cruzamento <strong>da</strong>s curvas <strong>da</strong>energia do estado excitado <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1. A explicação para este fenômenoé muito simples. Ao modificarmos o ângulo diédrico D1, estabilizamos alguns orbitais molecularese desestabilizamos outros. Esta (des)estabilização irá afetar os estados excitado, já que osmesmos envolv<strong>em</strong> transições entre estes orbitais, de modo a reduzir ou aumentar a energia dosmesmos.Outro ponto importante de chamarmos a atenção nos <strong>da</strong>dos apresentados <strong>na</strong> Tabela [7.6] e<strong>na</strong> Figura [7.40] é a variação no momento de dipolo de certos estados excitados ao modificarmoso ângulo diédrico D1. Também é simples de entendermos o porquê <strong>da</strong> diminuição do momentode dipolo de um determi<strong>na</strong>do estado excitado ao diminuirmos o ângulo diédrico D1. Se umTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 141Figura 7.40: Energias dos seis primeiros estados excitados do 9A-T 1 <strong>em</strong> função do ângulo diédricoD1. Cálculo ZINDO/S.estado é de carga separa<strong>da</strong>, este também terá um grande momento de dipolo caso as duas subuni<strong>da</strong>desonde se localizam as cargas estejam desconecta<strong>da</strong>s eletronicamente. No nosso sist<strong>em</strong>a,estas duas subuni<strong>da</strong>des são o antraceno e o oligotiofeno e a desconexão eletrônica se dá quandoD1 = 90 o . Quando o ângulo diminui, estas uni<strong>da</strong>des passam a ser<strong>em</strong> conecta<strong>da</strong>s e a separação decarga desaparece, diminuindo o momento de dipolo.Pass<strong>em</strong>os agora para a análise do 9A-T 2 , onde novamente ir<strong>em</strong>os apresentar o espectro deabsorção para D1 igual a 40 o e 90 o (Fig. [7.41]), as energias orbitais dos três últimos orbitais ocupadose dos três últimos orbitais desocupados para D1 variando de 40 o a 90 o <strong>em</strong> passos de 10 oe (Fig. [7.42]), fi<strong>na</strong>lmente, apresentar<strong>em</strong>os um gráfico (Fig. [7.43]) <strong>da</strong>s energias dos seis primeirosestados excitados do 9A-T 2 <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1 (40 o ≤ D1 ≤ 90 o ) juntamente comuma Tabela com as proprie<strong>da</strong>des destes estados excitados (Tabela [7.7]).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 142Figura 7.41: Espectros de absorção do 9A-T 2 obtidos através de um cálculo ZINDO/S (39/36).Apresentamos a variação de energia dos dois principais picos de absorção ao passarmos de 40 opara 90 o .Figura 7.42: Energias dos orbitais de fronteira do 9A-T 2 <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1. CálculoZINDO/S.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 143Tabela 7.7: Estados excitados do 9A-T 2 . CálculoZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria HF/3-21G ∗ . Os estadosexcitados apresentados são singletos, com dipolofi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador maior que0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foi aassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - Variando D1Descrição dos Estados Excitados9A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 40 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)9 25.584,8 H → L ( 0,668145) 0,7671 1,783012 28.084,3 H → L+2 (-0,509310) 0,0259 1,5680H-2 → L ( 0,385248)14 30.713,6 H → L+1 (-0,577908) 0,1403 2,454017 33.571,8 H-1 → L ( 0,577667) 0,0055 4,302020 36.087,1 H → L+3 (-0,321976) 0,0905 3,3380H → L+4 ( 0,349127)H-1 → L+1 (-0,429312)22 36.676,2 H → L+3 (-0,553168) 0,0256 2,9990H → L+4 (-0,317098)9A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 50 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo9 26.317,4 H → L ( 0,660741) 0,7504 1,900012 28.208,9 H → L+2 ( 0,502165) 0,0277 1,4090H-2 → L ( 0,390015)14 30.793,0 H → L+1 (-0,558484) 0,1622 2,388017 33.616,1 H-1 → L ( 0,571962) 0,0002 6,006020 36.048,8 H → L+4 ( 0,383323) 0,1078 4,6900H-1 → L+1 ( 0,495621)23 36.919,9 H → L+3 ( 0,624090) 0,0174 2,6270(Continua <strong>na</strong> próxima pági<strong>na</strong>)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 144Tabela 7.7 – (Continuação <strong>da</strong> pági<strong>na</strong> anterior)9A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 60 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo10 27.100,3 H → L ( 0,649116) 0,7265 1,938012 28.329,3 H → L+2 (-0,492514) 0,0286 1,2540H-2 → L ( 0,398000)14 30.894,6 H → L+1 ( 0,526007) 0,1922 2,278017 33.509,7 H-1 → L ( 0,568662) 0,0071 9,702020 35.838,9 H → L+4 ( 0,349952) 0,1005 8,8430H-1 → L+1 (-0,526338)23 37.190,2 H → L+3 (-0,630497) 0,0146 2,14609A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 70 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo10 27.876,2 H → L ( 0,631317) 0,6994 1,695012 28.427,4 H → L+2 ( 0,484927) 0,0303 1,1540H-2 → L ( 0,406160)14 30.997,5 H → L+1 ( 0,477341) 0,2321 2,1220H-1 → L+1 (-0,328852)17 33.200,3 H-1 → L (-0,569713) 0,0273 14,326020 35.588,9 H → L+1 ( 0,316688) 0,0613 14,2880H-1 → L+1 ( 0,497378)23 37432,0 H → L+3 (-0,621432) 0,0137 1,60209A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 80 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo11 28.480,0 H → L+2 ( 0,449808) 0,1345 1,2470H-2 → L ( 0,381068)12 28.534,6 H → L ( 0,555994) 0,5750 1,031014 31.086,4 H → L+1 ( 0,391976) 0,2897 1,9850H-1 → L+1 ( 0,448231)16 32.760,2 H-1 → L ( 0,586288) 0,0257 17,673020 35.417,3 H → L+1 ( 0,453810) 0,0189 17,8200(Continua <strong>na</strong> próxima pági<strong>na</strong>)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 145Tabela 7.7 – (Continuação <strong>da</strong> pági<strong>na</strong> anterior)H-1 → L+1 (-0,397493)23 37.599,3 H → L+3 ( 0,623070) 0,0131 1,24909A-T 2 - Estado Fun<strong>da</strong>mental - D1 = 90 oN 0 Energia Composição F.O. Dipolo11 28.511,1 H → L+2 (-0,546226) 0,0292 1,1400H-2 → L ( 0,416904)13 28.819,3 H → L (-0,615000) 0,6704 1,220014 31.136,6 H-1 → L+1 (-0,612886) 0,3401 1,976016 32.499,8 H-1 → L (-0,645084) 0,0012 19,160020 35.324,3 H → L+1 (-0,602586) 0,0003 18,817023 37.663,0 H → L+3 (-0,678198) 0,0128 1,1490Figura 7.43: Energias dos seis primeiros estados excitados do 9A-T 2 <strong>em</strong> função do ângulo diédricoD1. Cálculo ZINDO/S.No caso do 9A-T 2 , a variação <strong>na</strong> posição do pico de mais baixa energia é de 3.236,9 cm −1 , eé a maior dentre as calcula<strong>da</strong>s para o 9A-T n , com 1 ≤ n ≤ 5. Como deveríamos esperar, estavariação está associa<strong>da</strong> a uma grande variação <strong>na</strong>s energias orbitais dos níveis de fronteira. NaFigura [7.41], v<strong>em</strong>os que a variação <strong>na</strong> energia do HOMO, um orbital que quando D1 é igual a 90 oé característico do antraceno, tanto no 9A-T 1 quanto no 9A-T 2 , varia bastante.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 146Figura 7.44: Energia do primeiro estado excitado <strong>em</strong> função do ângulo diédrico D1 para as moléculasdo 9A-T n (1 ≤ n ≤ 4). Cálculo ZINDO/SSe olharmos agora para a variação dos estados excitados do 9A-T 1 e do 9A-T 2 , ver<strong>em</strong>os queos dois primeiros estados excitados têm um comportamento muito parecido. O terceiro e quartoestados excitados aparec<strong>em</strong>, no 9A-T 1 como estados de alto momento de dipolo. Para o 9A-T 2 ,ape<strong>na</strong>s o quarto é o estado de alto momento de dipolo. Isto se deve ao fato de que no 9A-T 2um estado excitado representando uma transição HOMO → LUMO do tiofeno aparece entre osestados de grande momento de dipolo e os associados a transições do antraceno. É importanteevidenciar que os dois estados de momento de dipolo alto aparec<strong>em</strong> logo <strong>em</strong> segui<strong>da</strong> no 9A-T 2 .Esta análise que fiz<strong>em</strong>os para o 9A-T 1 e 9A-T 2 também foi feita para o 9A-T 3 e 9A-T 4 , maspouca informação foi acrescenta<strong>da</strong>. Acreditamos que o que é mais relevante apresentarmos aquié a variação, <strong>em</strong> energia, do primeiro estado excitado com a variação do ângulo diédrico D1, paraos 9A-T n , com 1 ≤ n ≤ 4. Este resultado está apresentado <strong>na</strong> Figura [7.44].Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.44], à medi<strong>da</strong> que o ângulo diédrico D1 diminui, a energia doprimeiro estado excitado também diminui e isto está associado ao deslocamento do pico de maisbaixa energia para o vermelho. Desta Figura também pod<strong>em</strong>os concluir que, segundo o cálculoZINDO/S, a energia do primeiro estado excitado s<strong>em</strong>pre diminui, à medi<strong>da</strong> que diminuímos oângulo diédrico D1. Este resultado é esperado porque sabe-se que o método ZINDO/S não descreveb<strong>em</strong> as interações entre átomos não ligados e, por isso, o impedimento estérico indicado<strong>na</strong> Figura [7.36] não é levado <strong>em</strong> conta apropria<strong>da</strong>mente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 147No cálculo CI-S de otimização do primeiro estado excitado dos 9A-T n , que apresentar<strong>em</strong>os <strong>na</strong>próxima seção, ver<strong>em</strong>os que a energia deste primeiro estado excitado t<strong>em</strong> um mínimo para D1menor que 90 o para o 9A-T 1 , 9A-T 2 e 9A-T 3 , mas é superior a 45 o para todos eles.Outro ponto que vale a pe<strong>na</strong> comentarmos é que, para o 9A-T 2 , a variação de energia doprimeiro estado excitado, quando variamos o ângulo diédrico D1 de 40 o até 90 o , é maior que asvariações no 9A-T 1 , 9A-T 3 e 9A-T 4 . Associamos esta maior variação à “ressonância” entre os doisfragmentos moleculares. Como ver<strong>em</strong>os mais adiante, é no 9A-T 2 que o ângulo diédrico D1 doprimeiro estado excitado (otimizado usando a técnica CI-S) é menor. Além disso, o primeiro estadoexcitado do oligotiofeno é plano. Isto indica que, no caso do 9A-T 2 , o antraceno se comportacomo se fosse um outro anel de tiofeno e a pla<strong>na</strong>rização do sist<strong>em</strong>a está associa<strong>da</strong> a uma grandediminuição <strong>da</strong> energia, devido a esta ressonância.Um outro ponto muito importante de comentarmos aqui é que, segundo o modelo apresentadopelos experimentais, esta variação no ângulo diédrico seria a responsável pela fluorescênciano vermelho. Segundo eles [77] , a molécula absorveria energia e passaria para o seu estado excitado.A <strong>em</strong>issão vertical a partir deste estado seria responsável pela fluorescência no azul. Emsegui<strong>da</strong>, a molécula relaxaria, sendo o ângulo diédrico D1 a coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> de reação central nest<strong>em</strong>ecanismo, e esta relaxação levaria a um mínimo <strong>na</strong> superfície de energia potencial do estadoexcitado de onde o sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong>itiria no vermelho (Veja Fig. [7.45]).Se nós voltarmos ao espectro experimental do 9A-T 2 e olharmos para três pontos ape<strong>na</strong>s: opico que acreditamos estar associa<strong>da</strong> a transição vertical <strong>da</strong> absorção (simula<strong>da</strong> teoricamente),o máximo <strong>da</strong> fluorescência no azul e o máximo <strong>da</strong> fluorescência no vermelho, ter<strong>em</strong>os que odeslocamento de Stokes associado a componente no azul é de aproxima<strong>da</strong>mente 7.714 cm −1 ,enquanto que para a componente vermelha, t<strong>em</strong>os um deslocamento de Stokes de 11.604 cm −1(Veja Fig. [7.46]). Dos nossos cálculos teóricos, como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.44], o maiordeslocamento de Stokes associado à variação do diédrico D1 não supera 3.000 cm −1 , o que nosleva a concluir que este mecanismo não pode ser o responsável pela fluorescência no vermelho.Acreditamos que variação no ângulo D1 é importante para que um estado de carga separa<strong>da</strong>seja formado, pois, como ver<strong>em</strong>os a seguir, o ângulo D1 de equilíbrio para o primeiro estadoexcitado é menor que 90 o e nós só pod<strong>em</strong>os ter um estado de carga separa<strong>da</strong> (alto momento dedipolo) se este ângulo estiver próximo de 90 o .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 148Figura 7.45: Modelo teórico utilizado por Meyer e colaboradores [77] para explicar o mecanismo<strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].O grande deslocamento <strong>em</strong> energia <strong>da</strong> componente vermelha estaria associado a uma estabilização,promovi<strong>da</strong> pelo solvente, deste estado de transferência de carga.Como discutir<strong>em</strong>os <strong>em</strong> nosso modelo mais adiante, estes estados de alto momento de dipolopoderiam explicar a fluorescência no vermelho. O probl<strong>em</strong>a é aparent<strong>em</strong>ente o orde<strong>na</strong>mentodestes estados não está de acordo com o que esperávamos e o fato deles aparecer<strong>em</strong> <strong>em</strong> energiasmuito altas impede que possamos utilizá-los <strong>em</strong> nosso modelo.É importante comentar que um estado de alto momento de dipolo sofre uma influência muitogrande <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des do solvente, como vimos no gráfico experimental <strong>da</strong> polari<strong>da</strong>de do solventeversus a posição do centro de massa <strong>da</strong> <strong>em</strong>issão no vermelho (Veja Fig. [6.9]). Mas nossoscálculos foram feitos no vácuo. Possivelmente, se pudéss<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar o efeito do solvente <strong>na</strong>senergias dos estados excitados, poderíamos obter resultados mais coerentes com os experimentais.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 149Figura 7.46: Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão do 9A-T 2 . Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Referência [77].Mas deix<strong>em</strong>os claro que os estados excitados associados às componentes azul e vermelha, segundonos modelo, são distintos. Outros sist<strong>em</strong>as apresentam um comportamento s<strong>em</strong>elhante.Num artigo sobre o 4-(N,N-dimetilamino) benzonitrilo, Parusel e colaboradores [109] estu<strong>da</strong>rama formação de um estado excitado de transferência de carga utilizando a Teoria do Funcio<strong>na</strong>lDensi<strong>da</strong>de (DFT). Neste estudo, os autores tentam descrever a fluorescência dupla deste sist<strong>em</strong>acom dois estados excitados, um deles localmente excitado (LE) e outro, que envolve umatorção associa<strong>da</strong> a uma transferência de carga, gerando um estado de transferência de carga(CT). Este mesmo sist<strong>em</strong>a, juntamente com outros derivados, também foi estu<strong>da</strong>do por Tomasie colaboradores [110] , que também comentam sobre o modelo de dois estados excitados, citandoque este foi proposto inicialmente por Grabowski e colaboradores [111, 112] .Mais recent<strong>em</strong>ente, Mac e colaboradores [73] apresentaram um estudo detalhado sobre a fluorescênciadupla do biantril e, <strong>em</strong> sua análise, também fizeram uso <strong>da</strong> existência dos dois estadosexcitados, um localmente excitado (LE) e outro de transferência de carga (CT).Acreditamos que otimização de geometria e a análise dos primeiros estados excitados <strong>na</strong> presençado solvente poderá nos fornecer informações mais precisas sobre o estado excitado associadoà <strong>em</strong>issão <strong>da</strong> componente vermelha. No artigo de Tomasi e colaboradores que acabamos decitar, foram apresentados os primeiros resultados do uso <strong>da</strong> técnica CI-S <strong>na</strong> presença do solvente,simulado usando o método PCM-IEF [113] , para a molécula do 4-(N,N-dimetilamino) benzonitrilo(DMABN).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEfeito <strong>da</strong> Variação do Ângulo Diédrico D1 <strong>na</strong>s Proprie<strong>da</strong>des Eletrônicas dos 9A-T n 150Dois gráficos (Figs. [7.47(a)] e [7.47(b)]), retirados deste artigo, ilustram o efeito do solvente<strong>na</strong> variação <strong>da</strong> energia do estado excitado associado à transferência de carga no DMABN.(a)(b)Figura 7.47: Curvas de energia potencial do estado fun<strong>da</strong>mental e dois primeiros estados excitadosdo DMABN no vácuo (a) e <strong>em</strong> acetonitrilo (b) <strong>em</strong> função do ângulo de torção do dimetilamino.Figuras extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Referência [113].Métodos como este, capazes de otimizar a geometria e calcular as proprie<strong>da</strong>des dos estadosexcitados <strong>na</strong> presença de solvente ain<strong>da</strong> não estão disponíveis nos pacotes de Química Quânticaaos quais tiv<strong>em</strong>os acesso. É claro que a disponibili<strong>da</strong>de destes métodos <strong>em</strong> pacotes comerciaisnão implica que eles poderiam ser utilizados para resolver nosso probl<strong>em</strong>a pois t<strong>em</strong>os tambémque levar <strong>em</strong> conta o tamanho dos sist<strong>em</strong>as que estamos a<strong>na</strong>lisando, comparando com os queestes métodos pod<strong>em</strong> ser utilizados <strong>na</strong> prática.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosCaracterização do Primeiro Estado Excitado dos 9A-T n e de suas Subuni<strong>da</strong>des Moleculares 1517.5 Caracterização do Primeiro Estado Excitado dos 9A-T n e de suasSubuni<strong>da</strong>des MolecularesNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os a caracterização do primeiro estado excitado dos 9A-T n (1 ≤n ≤ 5). As geometrias destes estados excitados foram obti<strong>da</strong>s utilizando o método CI-S [8] , impl<strong>em</strong>entadono Gaussian’98 [84] . Nós fiz<strong>em</strong>os uma busca <strong>na</strong> literatura atrás de métodos capazesde otimizar a geometria do primeiro estado excitado, que estivess<strong>em</strong> disponíveis nos pacotesde Química Quântica aos quais tiv<strong>em</strong>os acesso. Encontramos dois possíveis de ser<strong>em</strong> aplicados<strong>em</strong> nossos sist<strong>em</strong>as: o CI-S, impl<strong>em</strong>entado no Gaussian’98 e o AM1-CI [86–91] , impl<strong>em</strong>entado noMOPAC 6.0 [114–126] . Fiz<strong>em</strong>os vários testes usando o AM1-CI, mas os resultados foram desapontadores.Além do método CI-S disponibilizado no pacote Gaussian’98, um outro método que tambémpode ser utilizado <strong>na</strong> otimização do primeiro estado excitado é a o método CAS-SCF. Este métodobaseia-se num cálculo SCF cujo espaço ativo está baseado <strong>em</strong> muitas configurações [127–132] (MC-SCF, do inglês, Multiconfiguration SCF). Um cálculo MC-SCF é uma combi<strong>na</strong>ção de um cálculo SCFcom um CI completo envolvendo um subconjunto dos orbitais. Este subconjunto é o chamado deespaço ativo.A especificação deste espaço ativo é um ponto chave. Se introduzirmos muitos orbitais,tor<strong>na</strong>r<strong>em</strong>os o cálculo inviável computacio<strong>na</strong>lmente. Se introduzirmos poucos, Não ter<strong>em</strong>os certezade que os resultados observados são confiáveis.Num cálculo exploratório, incluímos todos os orbitais π <strong>da</strong> molécula do tiofeno. Este cálculojá é grande o suficiente para ser inviável de ser executado numa máqui<strong>na</strong> 2 capaz de calcular amolécula do 9A-T 5 (CIS/3-21G ∗ ) <strong>em</strong> poucas horas.Sendo assim, resolv<strong>em</strong>os optar pelo método CI-S. Obviamente que a inclusão ape<strong>na</strong>s <strong>da</strong>s excitaçõessimples traz limitações a este método. Muitas vezes estas limitações são supera<strong>da</strong>satravés do uso de uma combi<strong>na</strong>ção de métodos. Utiliza-se o CI-S para a obtenção <strong>da</strong> geometriado estado excitado e outro método para o cálculo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des de interesse.2 A máqui<strong>na</strong> à qual nos referimos é um Pentium IV 1.8 GHz, com 512 MB de m<strong>em</strong>ória RAM.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 152Recent<strong>em</strong>ente, num artigo publicado por Ratner e colaboradores [133] , foi apresentado umestudo onde o gap óptico de uma série de sist<strong>em</strong>as orgânicos foi investigados, utilizando osmétodos ZINDO/CIS, ZINDO/RPA, HF/CIS, HF/RPA, TDDFT/ TDA, and TDDFT. As geometrias utiliza<strong>da</strong>sprovieram de cálculos AM1 e DFT/B3LYP. O resultado que eles chegaram é que a combi<strong>na</strong>çãoZINDO/CIS para o cálculo do gap sobre a geometria B3LYP DFT foram os resultados maispróximo do resultado experimental.Em nosso estudo, o método CI-S será utilizado no cálculo <strong>da</strong> geometria do estado excitado,enquanto que o ZINDO/S será utilizado no cálculo do espectro e de outras proprie<strong>da</strong>des.Na próxima seção ir<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar a geometria do estado excitado <strong>da</strong> mesma maneira quefiz<strong>em</strong>os para o estado fun<strong>da</strong>mental. Investigar<strong>em</strong>os qual a influência do antraceno <strong>na</strong> geometriado oligotiofeno quando juntamos estes dois fragmentos moleculares.Ver<strong>em</strong>os que no caso do estado excitado, para algumas moléculas, esta influência é grande. Opapel do ângulo diédrico que conecta o antraceno ao oligotiofeno nesta modificação será explicitado.7.6 Comprimentos de LigaçãoNas Figuras [7.2] e [7.3], fiz<strong>em</strong>os uma comparação entre os comprimentos de ligação do9A-T n e do T n <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental. Naquela ocasião, constatamos uma peque<strong>na</strong>mu<strong>da</strong>nça nos comprimentos de ligação do oligotiofeno devido à presença do antraceno.Comentamos que o motivo desta peque<strong>na</strong> influência do antraceno <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong>des geometriasdo oligotiofeno estava essencialmente liga<strong>da</strong> ao fato do ângulo diédrico entre estas duas subuni<strong>da</strong>desmoleculares ser de 90 o , fazendo com que estas subuni<strong>da</strong>des estivess<strong>em</strong> praticamente“desconecta<strong>da</strong>s”, do ponto de vista eletrônico.Para o primeiro estado excitado, a situação é diferente. Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong>s Figuras [7.48],[7.49], [7.51], [7.52], [7.53], [7.54] e [7.55], a variação nos comprimentos de ligação no oligotiofenopreso ao antraceno não se resume à ligação C-S mais próxima do antraceno mas se estende portodo o oligotiofeno. No entanto, isto só é ver<strong>da</strong>de para 1 n 3. Quando comparamos ossist<strong>em</strong>as para n = 4 e n = 5, as diferenças entre os comprimentos de ligação no oligotiofeno isoladoe no termi<strong>na</strong>lmente substituído pelo antraceno voltam a ser muito peque<strong>na</strong>s, sendo a maiordiferença encontra<strong>da</strong> <strong>na</strong> ligação C-S mais próxima do antraceno, como no estado fun<strong>da</strong>mental.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 153O motivo desta diferença é o ângulo diédrico entre os planos do antraceno e do anel detiofeno preso a ele. Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>da</strong> Tabela [7.8], o ângulo diédrico D1 é menor que 90 opara as moléculas do 9A-T 1 , 9A-T 2 e 9A-T 3 . Isto faz com que a conexão eletrônica entre as duassubuni<strong>da</strong>des moleculares seja maior, tor<strong>na</strong>ndo maior também as modificações no oligotiofenoassocia<strong>da</strong>s à presença do antraceno.Figura 7.48: Comprimentos de ligação do oligotiofeno para as moléculas do 9A-T n (1 n 3 ) eT n (1 n 3) no primeiro estado excitado. Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 154Figura 7.49: Comprimentos de ligação do oligotiofeno para as moléculas do 9A-T n (1 n 3) eT n (1 n 3) no primeiro estado excitado. Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 155Para facilitar a análise destes resultados, fiz<strong>em</strong>os gráficos dos comprimentos de ligação entrecarbonos e <strong>da</strong>s ligações carbono-enxofre. A legen<strong>da</strong> está indica<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura [7.50].Figura 7.50: Legen<strong>da</strong> para as ligações carbono-carbono e carbono-enxofre.Figura 7.51: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 1 e T 1(primeiro estado excitado).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 156Figura 7.52: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 2 e T 2(primeiro estado excitado).Figura 7.53: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 3 e T 3(primeiro estado excitado).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 157Figura 7.54: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 4 e T 4(primeiro estado excitado).Figura 7.55: Comprimentos de ligação carbono-enxofre e carbono-carbono para o 9A-T 5 e T 5(primeiro estado excitado).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosComprimentos de Ligação 158Tabela 7.8: Ângulos diédricos dos 9A-T n e T n (1 n 5) para o primeiro estado excitado.Otimização de geometria CI-S/3-21G ∗ .Ângulos Diédricos do Primeiro Estado Excitado (<strong>em</strong> graus)Molécula D1 D2 D3 D4 D59A-T 1 72, 2 - - - -T 1 - - - - -9A-T 2 44, 5 176, 7 - - -T 2 - 180, 0 - - -9A-T 3 66, 2 178, 9 180, 0 - -T 3 - 180, 0 180, 0 - -9A-T 4 90, 2 180, 0 180, 0 180, 0 -T 4 - 180, 0 180, 0 180, 0 -9A-T 5 90, 2 179, 9 179, 9 179, 9 179, 9T 5 - 180, 0 180, 0 180, 0 180, 0A modificação <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des do oligotiofeno devido à influência do antraceno, para as moléculascom D1 90 0 não será ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> geometria do oligotiofeno. Como ver<strong>em</strong>os <strong>na</strong>s próximasseções, as proprie<strong>da</strong>des eletrônicas, como o espectro de absorção, também serão modifica<strong>da</strong>s. Adiferença do espectro de absorção do 9A-T n (1 n 3) com a soma dos espectros do T n e Aassociados, será ain<strong>da</strong> maior.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosEspectros de Emissão 1597.7 Espectros de EmissãoComo aprend<strong>em</strong>os no Capítulo 5, após a transição vertical promovi<strong>da</strong> pela absorção de radiação,o sist<strong>em</strong>a se encontra no estado excitado. Quanto maior o deslocamento <strong>da</strong> superfície depotencial do estado excitado com relação ao estado fun<strong>da</strong>mental, maior será a energia do estadoFranck-Condon, relativamente ao mais baixo estado vibracio<strong>na</strong>l do estado excitado.A diferença de energia entre o estado de Franck-Condon e o estado vibracio<strong>na</strong>l mais baixo échama<strong>da</strong> de energia de reorganização [59] . Se a <strong>em</strong>issão ocorre antes <strong>da</strong> relaxação vibracio<strong>na</strong>l, oespectro de <strong>em</strong>issão é idêntico ao de absorção. Neste caso diz<strong>em</strong>os que ocorreu uma fluorescênciaresso<strong>na</strong>nte e tal efeito pode ser observado <strong>em</strong> peque<strong>na</strong>s moléculas (como as diatômicas) <strong>na</strong> fasegasosa.Na maioria dos casos, a <strong>em</strong>issão ocorre <strong>na</strong> escala de t<strong>em</strong>po de <strong>na</strong>nosegundos e neste t<strong>em</strong>poocorr<strong>em</strong> vários processos de transferência de energia. Diz<strong>em</strong>os que uma fluorescência relaxa<strong>da</strong>ocorre quando a <strong>em</strong>issão parte <strong>da</strong> geometria de equilíbrio do estado excitado.Para calcularmos o espectro de <strong>em</strong>issão, simulando a fluorescência relaxa<strong>da</strong>, precisamos então<strong>da</strong> geometria do estado excitado. Neste cálculo, utilizamos o método CI-S [8] , impl<strong>em</strong>entadono Gaussian’98 [84] . Uma vez calcula<strong>da</strong> a geometria do primeiro estado excitado, utilizamos novamenteo método ZINDO/S [9] para o cálculo do espectro de <strong>em</strong>issão.Nos espectros ZINDO/S que apresentar<strong>em</strong>os a seguir, utilizamos o mesmo espaço ativo noCI utilizado anteriormente no cálculo do espectro de absorção. A metodologia utiliza<strong>da</strong> para aescolha deste espaço ativo foi apresenta<strong>da</strong> <strong>na</strong> Seção 7.3.7.8 9-Antril-Tiofeno: Estado ExcitadoNesta seção, apresentar<strong>em</strong>os os resultados do espectro de <strong>em</strong>issão no 9-antril-tiofeno, 9A-T 1 .Como no cálculo do espectro de absorção, utilizamos 37 orbitais ocupados e 34 desocupados noespaço ativo do cálculo ZINDO/S. O espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 1 , juntamente com a indicaçãodos estados excitados com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador (F.O.) maior que0,01, estão mostrados <strong>na</strong> Figura [7.56].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 160Figura 7.56: Espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 1 . Cálculo ZINDO/S [9] (37/34) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados listados <strong>na</strong> Tabela [7.9]. O espectro do estado fun<strong>da</strong>mentaldo 9A-T 1 (linha pontilha<strong>da</strong>) foi adicio<strong>na</strong>do para fins de comparação e determi<strong>na</strong>ção do deslocamentode Stokes, indicado no gráfico.Figura 7.57: Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão experimental do 9A-T 1 . Um deslocamento de Stokesigual ao obtido teoricamente foi adicio<strong>na</strong>do ao gráfico para fins de comparação.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 161Tabela 7.9: Estados excitados do 9A-T 1 . Cálculo ZINDO/S [9] (37/34) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debyeou força de oscilador (F.O.) maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foiassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 1 - Primeiro Estado ExcitadoDescrição dos Estados ExcitadosN o Energia (cm −1 ) Composição F.O. Dipolo (Debye)7 23.862,5 H → L (-0,689567) 0,3672 2,04208 26.387,6 H → L+1 (-0,557949) 0,0430 1,9400H-2 → L (-0,397873)13 32.349,7 H-1 → L (-0,673737) 0,0134 14,820014 33.114,8 H → L+2 (-0,644585) 0,0265 11,287022 37.345,9 H → L+1 (-0,393595) 2,3332 1,8450H-2 → L ( 0,560804)23 38.115,8 H-1 → L+2 ( 0,392615) 0,0670 2,1440H-3 → L ( 0,447319)24 38.227,5 H-3 → L ( 0,421618) 0,0421 2,067025 38.349,4 H-1 → L+2 ( 0,525726) 0,1408 2,0430Na Figura [7.56], pod<strong>em</strong>os perceber o deslocamento para o vermelho que o espectro doprimeiro estado excitado apresenta <strong>em</strong> relação ao estado fun<strong>da</strong>mental. O primeiro estado excitadodo espectro de absorção, que aparece <strong>na</strong> Tabela [7.2], t<strong>em</strong> energia igual a 28.516,1 cm −1 ,enquanto que o do espectro de <strong>em</strong>issão, se encontra <strong>em</strong> 23.862,5 cm −1 . Isto significa que odeslocamento de Stokes é igual a 4.653,6 cm −1 (indicado <strong>na</strong> Fig. [7.56]). Se compararmos estedeslocamento com o resultado experimental (Fig. [7.57]), ver<strong>em</strong>os que o deslocamento previstopelos cálculos teóricos estão de acordo com o resultado experimental, e que a componente que ocálculo teórico prevê é a componente no azul.É importante salientar o deslocamento de Stokes para o antraceno e tiofeno isolados, calculadousando as geometrias do estado fun<strong>da</strong>mental e primeiro estado excitado e energia doprimeiro estado excitado singleto ZINDO/S, foram, respectivamente, de 4.660,1 e 6.765,8 cm −1 . Éfácil percebermos que o deslocamento de Stokes do 9A-T 1 é essencialmente igual ao do antracenoporque neste sist<strong>em</strong>a, a transição de mais baixa energia é essencialmente uma transição inter<strong>na</strong>do antraceno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 162(a) HOMO - 2 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do antraceno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do tiofeno.(c) HOMO do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do antraceno).(d) LUMO do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do antraceno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do antraceno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 1 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do tiofeno).Figura 7.58: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 1 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 163Ir<strong>em</strong>os agora a<strong>na</strong>lisar os orbitais moleculares de fronteira e suas energias, comparando-ascom as energias do tiofeno e do antraceno no estado excitado e do 9A-T 1 <strong>em</strong> seu estado fun<strong>da</strong>mental.Da Figura [7.58], pod<strong>em</strong>os perceber que não houve mu<strong>da</strong>nça do orde<strong>na</strong>mento e <strong>na</strong> forma dosorbitais moleculares quando mu<strong>da</strong>mos <strong>da</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental para a geometria doestado excitado. As energias destes orbitais, no entanto, variaram e por isto identificamos umdeslocamento para o vermelho no espectro de absorção. É interessante notar que as energias qu<strong>em</strong>ais variaram foram exatamente as dos orbitais de fronteira (HOMO e LUMO), que pertenc<strong>em</strong> aoantraceno.Figura 7.59: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 1 (estado fun<strong>da</strong>mental eprimeiro estado excitado), T 1 (primeiro estado excitado) e A (primeiro estado excitado). CálculoZINDO/S.A barreira de torção rígi<strong>da</strong> para o primeiro estado excitado do 9A-T 1 , obti<strong>da</strong> através de umcálculo CI-S/3-21G ∗ também foi calcula<strong>da</strong> e, como esperávamos, o mínimo agora não é mais <strong>em</strong>90 o mas sim <strong>em</strong> 72,2 o (Ver Tabela [7.8]). Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.61], a diferença entre aenergia a 70 o e a 90 o é de ape<strong>na</strong>s 0,29 kcal/mol, indicando que a energia térmica a t<strong>em</strong>peraturaambiente (∼ 0,6 kcal/mol) é capaz de promover esta torção.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 164Figura 7.60: Em cinza (contínuo), soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e tiofeno (T 1 ).Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectro deabsorção do tiofeno (T 1 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antril-tiofeno (9A-T 1 ).Todos os sist<strong>em</strong>as <strong>na</strong> geometria do primeiro estado excitado, obti<strong>da</strong> por um cálculo CI-S/3-21G ∗ .Figura 7.61: Barreira de torção rígi<strong>da</strong> para o 9A-T 1 . Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tiofeno: Estado Excitado 165Figura 7.62: Espectros de <strong>em</strong>issão do 9A-T 1 obtidos através de um cálculo ZINDO/S (37/34) sobrea geometria do primeiro estado excitado (CI-S/3-21G ∗ ). Apresentamos a variação de energia dosdois principais picos de absorção ao passarmos de 40 o para 90 o .Fi<strong>na</strong>lmente, utilizando a geometria CI-S/3-21G ∗ para o primeiro estado excitado, variamosrigi<strong>da</strong>mente o ângulo diédrico D1 e calculamos o espectro ZINDO/S para os ângulos de 40 o e 90 o ,a fim de compararmos o deslocamento do espectro devido a esta variação do diédrico <strong>na</strong> geometriado primeiro estado excitado (Fig. [7.62]), com a obti<strong>da</strong> <strong>na</strong> geometria do estado fun<strong>da</strong>mental(Fig. [7.38]). Desta comparação, perceb<strong>em</strong>os que o deslocamento obtido utilizando a geometriado primeiro estado excitado (1.676,2 cm −1 ) não mudou muito, <strong>em</strong> relação ao calculado com ageometria do estado fun<strong>da</strong>mental (1.695,4 cm −1 ).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 1667.9 9-Antril-Bitiofeno: Estado ExcitadoRepetimos o procedimento apresentado <strong>na</strong> seção anterior para o 9A-T 2 . Na Tabela [7.10],apresentamos os estados excitados com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador(F.O.) maior que 0,01, <strong>na</strong> Figura [7.63], o espectro de <strong>em</strong>issão e de absorção, juntamente como deslocamento de Stokes e uma indicação dos estados excitados listados <strong>na</strong> Tabela [7.10] e,fi<strong>na</strong>lmente, <strong>na</strong> Figura [7.64], uma comparação com os resultados experimentais.Figura 7.63: Espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 2 .Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.10]. O espectro do estado fun<strong>da</strong>mental do9A-T 2 (linha pontilha<strong>da</strong>) foi adicio<strong>na</strong>do para fins de comparação e determi<strong>na</strong>ção do deslocamentode Stokes, indicado no gráfico.No caso do 9A-T 2 , o deslocamento de Stokes é igual a 7.912,7 cm −1 . Para o antraceno ebitiofeno isolados, calculado teoricamente, é igual, respectivamente, a 4.660,1 e 6.897,9 cm −1 . Agrande diferença entre a soma dos espectros <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares e do 9A-T 2 faz comque o deslocamento de Stokes do 9A-T 2 seja b<strong>em</strong> diferente do deslocamento de qualquer uma<strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares que o compõe. Note que este deslocamento cresceu ao passarmosdo T 1 para o T 2 .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 167Tabela 7.10: Estados excitados do 9A-T 2 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debyeou força de oscilador (F.O.) maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foiassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 2 - Primeiro Estado ExcitadoDescrição dos Estados ExcitadosN o Energia (cm −1 ) Composição F.O. Dipolo (Debye)6 20.598,4 H → L ( 0,683232) 0,9267 0,832010 26.135,8 H → L+2 (-0,523644) 0,0425 1,3370H-2 → L (-0,347674)13 27.075,1 H → L+1 ( 0,664001) 0,0765 3,259016 28.764,5 H-1 → L ( 0,665079) 0,0529 3,848019 33.138,4 H → L+3 ( 0,599176) 0,0732 4,323021 33.765,0 H → L+4 (-0,455734) 0,0694 3,2310H-1 → L+1 ( 0,386447)25 36.164,4 H-1 → L+1 (-0,394083) 0,5207 1,106027 36.247,8 H-2 → L ( 0,449201) 0,9577 0,337029 37.753,5 H → L+8 ( 0,350629) 0,0422 1,8550H-3 → L (-0,476773)30 38.101,0 H → L+8 (-0,373277) 0,1181 1,6590Figura 7.64: Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão experimental do 9A-T 2 . Um deslocamento de Stokesigual ao obtido teoricamente foi adicio<strong>na</strong>do ao gráfico para fins de comparação.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 168A comparação do resultado teórico com o experimental no que diz respeito à <strong>em</strong>issão pareceser ain<strong>da</strong> melhor. Um ponto que dev<strong>em</strong>os ressaltar <strong>na</strong> Figura [7.64] é que tanto a <strong>em</strong>issão novermelho quanto a <strong>em</strong>issão no azul para o 9A-T 2 não apresentam estrutura vibrônica. Isto nosindica que esta <strong>em</strong>issão não t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> no oligotiofeno n<strong>em</strong> no antraceno, isola<strong>da</strong>mente, poisestes fragmentos são planos <strong>em</strong> seu estado excitado e, por conseguinte, apresentam estruturavibrônica <strong>na</strong> <strong>em</strong>issão. Na Figura [7.65], apresentamos o espectro de <strong>em</strong>issão dos oligotiofenosonde pod<strong>em</strong>os perceber claramente a progressão vibrônica, inexistente no espectro de absorção(Ver Fig. [7.21]).lFigura 7.65: Espectro de <strong>em</strong>issão do T 2 -T 6 <strong>em</strong> dioxano. Figura reproduzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ref. [79].Neste ponto ressaltar<strong>em</strong>os o comentário feito anteriormente de que uma <strong>da</strong>s conseqüênciasdo ângulo diédrico D1 ser menor que 90 o é que a diferença entre os espectros do 9A-T 2 e a somados espectros do A e do T 2 (Veja Fig. [7.66]) será maior que a obti<strong>da</strong> para o estado fun<strong>da</strong>mental,onde D1 valia 90 o .Das energias orbitais pod<strong>em</strong>os ver claramente a razão do deslocamento de Stokes obtidopara o 9A-T 2 ser superior aos d<strong>em</strong>ais. V<strong>em</strong>os <strong>na</strong> Figura [7.68] que o gap do 9A-T 2 , no estadoexcitado diminuiu bastante, tendo esta diminuição sido associa<strong>da</strong> a uma redução de energiado HOMO e do LUMO. O fato do ângulo diédrico não ser mais igual a 90 o , juntamente comuma ressonância <strong>da</strong>s energias dos orbitais <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares, faz com que tenhamosorbitais deslocalizados sobre to<strong>da</strong> a molécula.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 169Figura 7.66: Em cinza (contínuo), soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e bitiofeno(T 2 ). Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectrode absorção do bitiofeno (T 2 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antril-bitiofeno(9A-T 2 ). Todos os sist<strong>em</strong>as <strong>na</strong> geometria do primeiro estado excitado, obti<strong>da</strong> por um cálculoCI-S/3-21G ∗ .Apresentar<strong>em</strong>os fi<strong>na</strong>lmente a barreira de torção para o primeiro estado excitado do 9A-T 2e o espectro de <strong>em</strong>issão calculado quando D1 é igual a 40 o e 90 o , sendo os outros parâmetrosiguais ao do resultado <strong>da</strong> otimização CI-S/3-21G ∗ . Como pod<strong>em</strong>os perceber <strong>da</strong> Figura [7.70], estaé b<strong>em</strong> maior que a obti<strong>da</strong> para o 9A-T 1 , sendo a diferença de energia entre as conformações a37 o e a 87 o de 8,5 kcal/mol. Acreditamos que a ressonância entre o antraceno e o bitiofeno, jácomenta<strong>da</strong> anteriormente, induziu a uma super estimativa <strong>da</strong> pla<strong>na</strong>rização do sist<strong>em</strong>a.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 170(a) HOMO - 2 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do antraceno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteà soma do HOMO do bitiofenocom o HOMO do antraceno.(c) HOMO do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do antraceno).(d) LUMO do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteà soma do HOMO do bitiofenocom o HOMO do antraceno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteà soma do LUMO + 1 doantraceno com o LUMO do bitiofeno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 2 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 antraceno).Figura 7.67: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 2 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 171Figura 7.68: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 2 (estado fun<strong>da</strong>mental eprimeiro estado excitado), T 2 (primeiro estado excitado) e A (primeiro estado excitado). CálculoZINDO/S.Figura 7.69: Espectros de absorção do 9A-T 2 obtidos através de um cálculo ZINDO/S (39/36).Apresentamos a variação de energia dos dois principais picos de absorção ao passarmos de 40 opara 90 o .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 172Figura 7.70: Barreira de torção rígi<strong>da</strong> para o 9A-T 2 . Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Bitiofeno: Estado Excitado 1737.9.1 Tentativa de Simular o Efeito do SolventeComo comentamos até aqui, os cálculos de Química Quântica parec<strong>em</strong> simular <strong>em</strong> boa aproximaçãoa absorção e a <strong>em</strong>issão no azul dos 9-antril-oligotiofenos. Tanto método ZINDO/S quantoo método CI-Singles apontam para a existência de um estado excitado com grande momento dedipolo, mas cuja energia não é compatível com o resultado experimental.O fato deste estado excitado ter grande momento de dipolo implica que o efeito do solventeterá um papel importante <strong>na</strong> estabilização <strong>da</strong> energia deste estado, e por não incluirmos esteefeito <strong>em</strong> nossos cálculos, não estamos obtendo um resultado compatível com o experimento.Infelizmente, nos pacotes computacio<strong>na</strong>is aos quais tiv<strong>em</strong>os acesso, não podíamos calculara geometria e as proprie<strong>da</strong>des de estados excitados <strong>na</strong> presença do solvente. Tentamos entãosimular este efeito através do uso de um campo elétrico. O que fiz<strong>em</strong>os então foi aplicar umcampo elétrico <strong>na</strong> direção dos dois carbonos centrais do antraceno (C 1 -C 2 , veja Fig. [7.71] parauma ilustração) <strong>na</strong> molécula do 9A-T 2 e geometria do primeiro estado excitado.Figura 7.71: Ilustração <strong>da</strong> direção do campo elétrico aplicado <strong>na</strong> molécula do 9A-T 2 <strong>na</strong> tentativade simular o efeito do solvente.Calculamos, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, as energias dos orbitais e as proprie<strong>da</strong>des dos quatro primeiros estadosexcitados a fim de identificarmos alguma alteração. A presença do campo elétrico provocoualterações <strong>na</strong>s energias dos orbitais moleculares, mas estas foram muito peque<strong>na</strong>s compara<strong>da</strong>scom os deslocamentos obtidos experimentalmente.A tentativa de simular o efeito do solvente com o campo elétrico numa geometria fixa, que nãofoi permiti<strong>da</strong> relaxar, não nos forneceu resultados comparáveis com o experimento. Acreditamosque não somente precisamos otimizar nossa molécula <strong>na</strong> presença do solvente mas tambémprecisamos de um modelo mais preciso para simulá-lo.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 1747.10 9-Antril-Tertiofeno: Estado ExcitadoPass<strong>em</strong>os agora para o 9A-T 3 . Como antes, apresentar<strong>em</strong>os <strong>na</strong> Tabela [7.11] uma descriçãodos estados excitados com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador (F.O.) maior que0,01. Na Figura [7.72], o espectro de <strong>em</strong>issão e de absorção, juntamente com o deslocamento deStokes e uma indicação dos estados excitados listados <strong>na</strong> Tabela [7.11] e, fi<strong>na</strong>lmente, <strong>na</strong> Figura[7.75], uma comparação com os resultados experimentais. Os orbitais moleculares de fronteirajuntamente com suas energias estão mostrados <strong>na</strong>s Figuras [7.73] e [7.74].Figura 7.72: Espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 3 .Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.11]. O espectro do estado fun<strong>da</strong>mental do9A-T 3 (linha pontilha<strong>da</strong>) foi adicio<strong>na</strong>do para fins de comparação e determi<strong>na</strong>ção do deslocamentode Stokes, indicado no gráfico.Novamente é importante compararmos o espectro de absorção do 9A-T 3 com o de suas subuni<strong>da</strong>desmoleculares, A e T 3 , b<strong>em</strong> como os orbitais de fronteira, tanto do estado fun<strong>da</strong>mentaldo 9A-T 3 , quanto do estado excitado. No caso do 9A-T 3 , perceb<strong>em</strong>os que a energia dos orbitais<strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares não são tão próximas, mas mesmo assim os orbitais molecularessão mais deslocalizados pela molécula. Este efeito deve-se ape<strong>na</strong>s ao fato do ângulo entre osfragmentos ser menor que 90 o .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 175Tabela 7.11: Estados excitados do 9A-T 3 . Cálculo ZINDO/S [9] (39/36) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolo fi<strong>na</strong>l maior que 10 Debyeou força de oscilador (F.O.) maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> foiassocia<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 3 - Primeiro Estado ExcitadoDescrição dos Estados ExcitadosN o Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)6 19.986,1 H → L ( 0,682678) 1,5181 2,171012 26.716,8 H → L+1 ( 0,598391) 0,0068 12,046015 28.093,0 H-1 → L+3 (-0,504473) 0,0292 2,0770H-3 → L+1 ( 0,377979)18 28.909,9 H-1 → L (-0,548508) 0,0140 5,794020 30.012,3 H → L+2 (-0,609862) 0,0271 2,206021 31.358,3 H-1 → L+1 ( 0,541857) 0,0808 3,321026 33.815,1 H-2 → L ( 0,584878) 0,0621 5,853028 35.760,9 H → L+5 ( 0,603741) 0,0320 1,662033 36.751,9 H → L+3 ( 0,596327) 0,2629 21,801039 38.714,4 H → 78 ( 0,407635) 0,0397 3,676041 39.272,4 H-1 → L+3 (-0,397744) 1,6516 2,8280H-3 → L+1 (-0,374319)O deslocamento de Stokes do 9A-T 3 calculado teoricamente foi de 7.246,5 cm −1 . Os deslocamentosequivalentes no antraceno e tertiofeno foram, respectivamente, iguais a a 4.660,1 e7.246,5 cm −1 . O valor do deslocamento de Stokes para o tertiofeno aumentou, <strong>em</strong> relação ao calculadopara o bitiofeno. Este aumento é fácil de ser entendido. Tal deslocamento está associadoà relaxação geométrica que aumenta à medi<strong>da</strong> que aumentamos a molécula.A comparação do resultado teórico com o experimental para o 9A-T 3 é muito boa (Veja Fig.[7.75]). Como no 9A-T 2 , o espectro de <strong>em</strong>issão ain<strong>da</strong> não apresenta nenhuma componente vibrônica,o que indica que a molécula inteira está envolvi<strong>da</strong> <strong>na</strong> <strong>em</strong>issão.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 176(a) HOMO - 2 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do tertiofeno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteà soma do HOMO doantraceno com o HOMO do tertiofeno).(c) HOMO do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO tertiofeno) .(d) LUMO do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do tertiofeno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteà soma do LUMO do tertiofenocom o LUMO do antraceno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 3 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do tertiofeno).Figura 7.73: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 3 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Fi<strong>na</strong>lmente, ao compararmos o espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 3 com a soma dos espectros de<strong>em</strong>issão do antraceno e do tertiofeno, ver<strong>em</strong>os que a diferença entre eles é b<strong>em</strong> peque<strong>na</strong> para opico associado ao limiar de absorção (Veja Fig. [7.76]). Isto se deve ao fato do primeiro estadoexcitado do 9A-T 3 envolver agora transições do tertiofeno, que variou pouco com a substituiçãotermi<strong>na</strong>l do antraceno. Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>na</strong> Figura [7.74], a energia do LUMO do 9A-T 3 épraticamente idêntica a do T 3 , enquanto que a energia do HOMO sofreu uma peque<strong>na</strong> variação.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 177Figura 7.74: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 3 (estado fun<strong>da</strong>mental eprimeiro estado excitado), T 3 (primeiro estado excitado) e A (primeiro estado excitado). CálculoZINDO/S. Na associação dos orbitais <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des moleculares com os orbitais do 9A-T 3 ,levamos <strong>em</strong> conta qual <strong>da</strong>s subuni<strong>da</strong>des mais contribuiu.Figura 7.75: Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão experimental do 9A-T 3 . Um deslocamento de Stokesigual ao obtido teoricamente foi adicio<strong>na</strong>do ao gráfico para fins de comparação.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 178Figura 7.76: Em cinza (contínuo), a soma dos espectros de absorção do antraceno (A) e tertiofeno(T 3 ). Em preto (pontilhado), espectro de absorção do antraceno (A). Em cinza (pontilhado), espectrode absorção do tertiofeno (T 3 ). Em preto (contínuo), espectro de absorção do 9-antriltertiofeno(9A-T 3 ). Todos os sist<strong>em</strong>as <strong>na</strong> geometria do primeiro estado excitado, obti<strong>da</strong> por umcálculo CI-S/3-21G ∗ .A barreira de torção para o primeiro estado excitado do 9A-T 3 voltou a ter um valor maiscompatível com a do 9A-T 1 , sendo agora a diferença entre a energia quando D1 está próximo domínimo (D1 = 70 o ) e o ângulo de 90 o aproxima<strong>da</strong>mente igual a 0,7 kcal/mol.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Tertiofeno: Estado Excitado 179Figura 7.77: Espectros de absorção do 9A-T 3 obtidos através de um cálculo ZINDO/S (39/36).Apresentamos a variação de energia dos dois principais picos de absorção ao passarmos de 40 opara 90 o .Figura 7.78: Barreira de torção rígi<strong>da</strong> para o 9A-T 3 . Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado 1807.11 9-Antril-Quatertiofeno: Estado ExcitadoProced<strong>em</strong>os com as análises de roti<strong>na</strong> para o 9A-T 4 mas pouca coisa nova foi acrescenta<strong>da</strong>ao que já pod<strong>em</strong>os esperar, levando <strong>em</strong> conta a experiência que já adquirimos com o probl<strong>em</strong>a.Exist<strong>em</strong>, no entanto, dois pontos importantes que merec<strong>em</strong> ser destacados. O primeiro deles,diz respeito à estrutura vibrônica que passou a aparecer no espectro de <strong>em</strong>issão no azul, agora aúnica componente que é <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> pelo sist<strong>em</strong>a.Como havíamos comentado anteriormente, a presença <strong>da</strong> estrutura vibrônica nos indica quea <strong>em</strong>issão parte de um fragmento plano, e se compararmos o espectro de <strong>em</strong>issão do T 4 (VejaFig. [7.65]), com a <strong>em</strong>issão do 9A-T 4 , ver<strong>em</strong>os que eles são muito parecidos.Figura 7.79: Espectro de absorção e <strong>em</strong>issão experimental do 9A-T 4 . Um deslocamento de Stokesigual ao obtido teoricamente foi adicio<strong>na</strong>do ao gráfico para fins de comparação.Este resultado está <strong>em</strong> total acordo com os resultados teóricos, que indicam que o ângulodiédrico D1 tanto do estado fun<strong>da</strong>mental quanto do estado excitado do 9A-T4 são iguais a 90 o , eque para o 9A-T 4 a absorção e a <strong>em</strong>issão são transições associa<strong>da</strong>s ao oligotiofeno.O segundo ponto que dev<strong>em</strong>os comentar aqui é que o nosso modelo que tenta explicar odesaparecimento <strong>da</strong> componente vermelha no espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 4 envolve exatamenteo fato de que para este sist<strong>em</strong>a, não é possível a formação de um estado de carga separa<strong>da</strong>.Durante a absorção, a molécula é excita<strong>da</strong> <strong>em</strong> ambas as subuni<strong>da</strong>des, já que a ban<strong>da</strong> de absorçãodo antraceno e do oligotiofeno estão sobrepostas, e a <strong>em</strong>issão ocorre pelo oligotiofeno, cujosorbitais moleculares agora estão definindo o gap do 9A-T 4 (Veja Figs. [7.81] e [7.80]).Não existe mais a variação do ângulo diédrico D1, já que a barreira de energia deste não t<strong>em</strong>mais um mínimo num ângulo diferente de 90 o (Veja Fig. [7.83]).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado 181Tabela 7.12: Estados excitados do 9A-T 4 . Cálculo ZINDO/S [9] (45/46) sobre a geometria CIS/3-21G ∗ do primeiro estado excitado. Os estados excitados apresentados são singletos, com dipolofi<strong>na</strong>l maior que 10 Debye ou força de oscilador maior que 0,01. A composição <strong>da</strong> função de on<strong>da</strong>apresenta<strong>da</strong> foi a associa<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s componentes de spin.9A-T 4 - Estado Fun<strong>da</strong>mentalDescrição dos Estados ExcitadosN 0 Energia Composição F.O. Dipolo(cm −1 )(Debye)7 18.362,7 H → L ( 0,684121) 1,8191 1,684018 28.431,5 H-1 → L+3 ( 0,486569) 0,0208 5,0140H-3 → L+1 ( 0,377451)20 28.555,1 H-1 → L+1 ( 0,321620) 0,0305 0,2980H-2 → L ( 0,592663)21 28.707,4 H → L+1 (-0,545446) 0,0072 22,080023 29.770,0 H-1 → L+1 (-0,586638) 0,1415 1,963025 31.476,8 H-1 → L (-0,577949) 0,0000 28,1610H-1 → L+2 ( 0,323204)28 32.313,6 H → L+4 (-0,619530) 0,0781 0,560036 36.508,4 H-2 → L+2 (-0,366824) 0,1439 3,0340H-4 → L ( 0,525135)40 37.195,9 H → L+3 ( 0,627520) 0,0008 30,330047 38.803,5 H → 91 ( 0,484048) 0,0163 2,361049 39.288,8 H-1 → L+3 ( 0,408803) 2,2668 0,0860H-3 → L+1 (-0,542026)Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado 182(a) HOMO - 2 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO - 1 do quatertiofeno).(b) HOMO - 1 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO do antraceno).(c) HOMO do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao HOMO quatertiofeno).(d) LUMO do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do quatertiofeno).(e) LUMO + 1 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO do antraceno).(f) LUMO + 2 do 9A-T 4 (S<strong>em</strong>elhanteao LUMO + 1 do quatertiofeno).Figura 7.80: Orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 4 . Cálculo feito usando o ZINDO/S impl<strong>em</strong>entadono Hyperch<strong>em</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado 183Figura 7.81: Energia dos orbitais moleculares de fronteira do 9A-T 4 (estado fun<strong>da</strong>mental eprimeiro estado excitado), T 4 (primeiro estado excitado) e A (primeiro estado excitado). CálculoZINDO/S.Figura 7.82: Espectro de <strong>em</strong>issão do 9A-T 4 . Cálculo ZINDO/S [9] (45/46) sobre a geometria CI-S/3-21G ∗ . Indicamos os estados excitados <strong>na</strong> Tabela [7.12]. O espectro do estado fun<strong>da</strong>mental do9A-T 4 (linha pontilha<strong>da</strong>) foi adicio<strong>na</strong>do para fins de comparação e determi<strong>na</strong>ção do deslocamentode Stokes, indicado no gráfico.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos9-Antril-Quatertiofeno: Estado Excitado 184Figura 7.83: Barreira de torção rígi<strong>da</strong> para o primeiro estado excitado do 9A-T 4 . Cálculo CI-S/3-21G ∗ .Utilizando as geometrias CI-S/3-21G ∗ para o primeiro estado excitado, com o ângulo diédricoD1 igual a 40 o (torção rígi<strong>da</strong>) e 90 o , pud<strong>em</strong>os calcular a variação <strong>na</strong> energia do primeiro estadoexcitado obtido pelo método ZINDO/S (45/46). Esta variação de energia foi igual a 635,2 cm −1 ,que deve ser compara<strong>da</strong> com os 1.386,7 cm −1 obti<strong>da</strong> quando utilizamos a geometria do estadofun<strong>da</strong>mental.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosConclusões 1857.12 ConclusõesNeste Capítulo, apresentamos uma análise <strong>da</strong>s geometrias dos 9-antril-oligotiofenos (9A-T n ,1 ≤ n ≤ 5) <strong>em</strong> seu estado fun<strong>da</strong>mental, calcula<strong>da</strong>s utilizando o método Hatree-Fock e base 3-21G ∗ , e <strong>em</strong> seu primeiro estado excitado, calcula<strong>da</strong>s utilizando o método CI-S e mesma base.Também foi apresenta<strong>da</strong> a simulação dos espectros de absorção e <strong>em</strong>issão dos 9-antriloligotiofenos(9A-T n , 1 ≤ n ≤ 5). Os espectros de absorção, obtidos através do uso do métodos<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pírico ZINDO/S [9] , sobre as geometrias HF/3-21G ∗ , estão <strong>em</strong> bom acordo com os resultadosexperimentais [77] .Os espectros de <strong>em</strong>issão, também obtidos utilizando o método ZINDO/S, agora sobre as geometriasdos primeiros estados excitados, obti<strong>da</strong>s através do uso do método CI-Singles [8] , tambémmostraram-se <strong>em</strong> bom acordo com os resultados experimentais para a componente azul <strong>da</strong> <strong>em</strong>issãodos sist<strong>em</strong>as a<strong>na</strong>lisados.Tanto o método ZINDO/S quando o método CI-S indicam a existência de estados excitadosde transferência de carga, com alto momento de dipolo (∼ 16 Debye), <strong>em</strong> acordo com as característicasdo estado excitado associado a componente no vermelho, segundo os resultadosexperimentais.A energia deste estado, calcula<strong>da</strong> por ambos os métodos, não é compatível com o valor experimental.A nossa explicação para o fato se deve a importância <strong>da</strong> estabilização <strong>da</strong> energia desteestado promovi<strong>da</strong> pelo solvente, que não foi levado <strong>em</strong> conta <strong>em</strong> nossos cálculos.Em nosso modelo, o mecanismo <strong>da</strong> fluorescência dupla é explicado pela existência de doisestados excitados. O primeiro deles, associado a <strong>em</strong>issão no azul, seria acessado via absorçãovertical e posterior relaxação, para que possa, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, ocorrer a <strong>em</strong>issão. Este estado pôdeser calculado pela metodologia descrita anteriormente.Os experimentais refutam este modelo de dois estados excitados porque a fluorescência duplatambém é observa<strong>da</strong> <strong>em</strong> solventes apolares, que não teriam como promover a estabilização desteestado excitado de carga separa<strong>da</strong>. Acontece que é possível termos uma auto-polarização, ondeo soluto, que é polar, promoveria esta estabilização.O segundo estado, associado à <strong>em</strong>issão no vermelho, t<strong>em</strong> que ser localmente excitado paraque possamos acessar um estado de separação de carga, com alto momento de dipolo. Comovimos <strong>em</strong> nossos cálculos, este estado deve estar associado a um ângulo diédrico perto de 90 o ,para que possa existir separação de carga.Este estado excitado seria atingido a partir de um cruzamento de curvas, do estado excitadoassociado a <strong>em</strong>issão no azul.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 7. Estudo Teórico <strong>da</strong> Fluorescência Dupla <strong>em</strong> 9-Antril-OligotiofenosConclusões 186A molécula então retor<strong>na</strong>ria ao ângulo de 90 o para acessar este estado que, por ter grandeseparação de carga e grande momento de dipolo, seria estabilizado ain<strong>da</strong> mais pelos solventespolares e, por conseguinte, a <strong>em</strong>issão após esta estabilização ocorreria <strong>em</strong> um comprimento deon<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> maior.Até o 9A-T 3 é possível acessar este estado excitado, uma vez que as ban<strong>da</strong>s de absorçãodo antraceno e do oligotiofeno no 9A-T n não estão superpostas e a barreira de energia para amodificação do ângulo D1 t<strong>em</strong> um mínimo <strong>em</strong> um ângulo diferente de 90 o .Quando passamos para o 9A-T 4 , a molécula passa a absorver nos dois fragmentos ao mesmot<strong>em</strong>po, impossibilitando o acesso a um estado localmente excitado e, além disso, não há comohaver transferência de carga entre as subuni<strong>da</strong>des moleculares, já que o ângulo diédrico não éreduzido para um valor menor que 90 o quando o sist<strong>em</strong>a é excitado. Por conseguinte, a molécula<strong>em</strong>ite ape<strong>na</strong>s a componente no azul, que pôde ser identifica<strong>da</strong> como uma <strong>em</strong>issão dooligotiofeno.Acreditamos que a inclusão do efeito do solvente no cálculo CI-S de otimização de geometriados primeiros estados excitados poderá nos mostrar se este modelo está correto ou não, uma vezque poder<strong>em</strong>os calcular qual é a estabilização do estado excitado de grande momento de dipolo<strong>na</strong> presença do solvente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de Grafite8.1 IntroduçãoNeste Capítulo, ir<strong>em</strong>os apresentar resultados utilizando o método de Monte Carlo, atravésdo qual pretend<strong>em</strong>os simular a adsorção de moléculas orgânicas numa superfície de grafite. Assimulações aqui apresenta<strong>da</strong>s foram feitas utilizando o programa DICE [14] , desenvolvido pelaProfa. Kaline Coutinho (UMC) e pelo Prof. Sylvio Canuto (USP-SP).Como o programa DICE foi inicialmente concebido para a simulação de líqüidos [134–145] , fiz<strong>em</strong>osalguns testes com o programa para comparar seus resultados com os disponíveis <strong>na</strong> literatura.Em segui<strong>da</strong>, apresentar<strong>em</strong>os resultados <strong>da</strong> simulação <strong>da</strong> adsorção de moléculas orgânicas sobreuma superfície de grafite. Aumentamos gra<strong>da</strong>tivamente o número e a complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s moléculas,identificando as proprie<strong>da</strong>des de interesse e desenvolvendo as ferramentas necessáriaspara a análise <strong>da</strong>s configurações.187


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAvaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> Adsorção 1888.2 Avaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> AdsorçãoNesta seção, serão mostrados alguns testes com o DICE, simulado a interação de uma moléculade metano com uma superfície de grafite. Salient<strong>em</strong>os que o programa DICE já foi exaustivamentetestado e utilizado pelos autores [134–145] , mas <strong>na</strong> simulação de líqüidos. Como nossoobjetivo aqui é utilizá-lo para simular interação de moléculas com uma superfície, ir<strong>em</strong>os inicialmentetentar reproduzir alguns resultados disponíveis literatura, antes de passarmos a atacarnosso probl<strong>em</strong>a de interesse.Encontramos <strong>na</strong> literatura um artigo de Tildesley [83] e colaboradores, onde o mesmo usaDinâmica Molecular para estu<strong>da</strong>r a interação de uma molécula de metano com uma superfície degrafite. Nesta simulação, o autor utiliza um potencial de pares, U(r m ω m ), entre o metano e asuperfície, que é dividido <strong>em</strong> três contribuições: a interação direta (u αs ), a correção <strong>da</strong> interaçãode longo alcance com a superfície (u superf. ), e a correção <strong>da</strong> interação de longo alcance com ovolume (u vol. ). Este potencial é <strong>da</strong>do pela seguinte equação:U(r m ω m ) = u αs + u superf. + u vol.= ∑ 5∑ [ (σαs4ɛ αssa=1+ 4πn A 5 ∑+ 2πn V3α=1r αs) 12−( σαsr αs) 6][ ( σ 12 ) (αsσ 6 ) ]αsɛ αs5(zα 2 + rc 2 −) 5 2(zα 2 + rc 2 ) 25∑ [ 2ɛ αs σαs3 15α=1( σαsz α + a) 9−( σαsz α + a) 3](8.1)onde a soma <strong>em</strong> α é sobre os cinco sítios independentes de interação <strong>na</strong> molécula de metano ea soma sobre s é sobre os átomos no plano basal do grafite dentro de uma distância de corte,r c (ver Fig. [8.1]). ɛ αs e σ αs são, respectivamente, a energia e o parâmetro de comprimento dopotencial de Len<strong>na</strong>rd-Jones e n A e n V são as densi<strong>da</strong>des de superfície e de volume do grafite,n A = 0,348 Å −2 e n V = 0,114 Å −3 ; a, a separação <strong>da</strong> rede do grafite perpendicular à superfície,vale 3,35 Å. Os parâmetros ɛ e σ usados <strong>na</strong> simulação estão apresentados <strong>na</strong> Tabela [8.1].Em nossas primeiras simulações, utilizamos os parâmetros do OPLS [146–150] e, por completeza,ir<strong>em</strong>os apresentar os resultados utilizando estes parâmetros também. Para nosso sist<strong>em</strong>a,composto ape<strong>na</strong>s de carbono e hidrogênio, os parâmetros OPLS são apresentados <strong>na</strong> Tabela[8.2].Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAvaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> Adsorção 189Figura 8.1: O centro de massa <strong>da</strong> molécula de metano está a uma altura z m acima <strong>da</strong> superfície.As interações entre os sítios r αs são calcula<strong>da</strong>s explicitamente num raio de corte r c centradono hexágono abaixo do metano e que se estende no plano basal do grafite. Figura a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> dotrabalho de Tildesley [83] .Tabela 8.1: Parâmetros do potencial usado por Tildesley [83] para simular a interação do metanocom uma superfície de grafite.Parâmetros Usados <strong>na</strong> Simulação de Tildesleyɛ CmCm0, 102 kcal/mol σ CmCm3, 35 Åɛ CmHm0, 047 kcal/mol σ CmHm2, 99 Åɛ HmHm0, 010 kcal/mol σ HmHm2, 61 Åɛ CgCg0, 056 kcal/mol σ CgCg3, 40 Åɛ CgCm0, 095 kcal/mol σ CgCm3, 30 Åɛ CgHm0, 034 kcal/mol σ CgHm2, 98 ÅTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAvaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> Adsorção 190Tabela 8.2: Parâmetros OPLS [146–150] para o carbono CD com carga zero e o hidrogênio H.Parâmetros OPLS parao Carbono e HidrogênioÁtomo σ (Å) ɛ (kcal/mol)Carbono (CD) 3, 75 0, 11Hidrogênio 0, 00 0, 00No DICE, fornec<strong>em</strong>os ape<strong>na</strong>s os parâmetros ɛ CmCm, ɛ CgCg, ɛ HmHm, σ CmCm, σ CgCg, σ HmHm. Osparâmetros que descrev<strong>em</strong> a interação metano-superfície são obtidos como médias geométricas,ou seja 1 :ɛ CmCg= √ ɛ CmCm · ɛ CgCge σ CmCg= √ σ CmCm · σ CgCg(8.2)ɛ HmCg= √ ɛ HmHm · ɛ CgCge σ HmCg= √ σ HmHm · σ CgCg(8.3)e Tildesley usa a regra de Lorentz-Berthelot:ɛ CmCg= √ ɛ CmCm · ɛ CgCge σ CmCg= (σ CmCm+ σ CgCg)/2 (8.4)ɛ HmCg= √ ɛ HmHm · ɛ CgCge σ HmCg= (σ HmHm+ σ CgCg)/2 (8.5)Sendo assim, para utilizarmos os parâmetros utilizados no artigo de Tildesley <strong>em</strong> nossa simulação,usando o DICE, ter<strong>em</strong>os que seguir um dos dois caminhos: partir dos parâmetros cruzadosapresentados no artigo de Tildesley ou, simplesmente, usar os parâmetros “não-cruzados” deTildesley.Vamos apresentar o caso onde utilizamos os parâmetros “não-cruzados” utilizados por Tildesleydiretamente no DICE. Ou seja, utilizar<strong>em</strong>os no DICE os parâmetros que figuram <strong>na</strong> Tabela[8.3].1 Vale a pe<strong>na</strong> salientar que a regra de Lorentz-Berthelot também está impl<strong>em</strong>enta<strong>da</strong> no DICE.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAvaliando o Des<strong>em</strong>penho do DICE <strong>na</strong> Simulação <strong>da</strong> Adsorção 191Tabela 8.3: Parâmetros obtidos <strong>da</strong> Ref. [83].Parâmetros “Não-Cruzados” de Tildesleypara o Carbono e HidrogênioÁtomo σ (Å) ɛ (kcal/mol)Carbono (Grafite) 3, 40 0, 056Carbono (Metano) 3, 35 0, 102Hidrogênio (Metano) 2, 61 0, 010Figura 8.2: Curva de U obtido pelo DICE usando os parâmetros OPLS (Conj. 1), os parâmetros deTildesley (Conj. 2) e as energias apresenta<strong>da</strong>s no artigo de Tildesley de U(r m ω m ). Os pontosapresentados no gráfico são os mínimos dos respectivos potenciais.Como pod<strong>em</strong>os conferir <strong>na</strong> Figura [8.2], obtiv<strong>em</strong>os um potencial cujo mínimo praticamen<strong>tese</strong> sobrepõe ao obtido pelo Tildesley [83] , quando utilizamos os parâmetros deste. O nosso resultadonão é exatamente igual ao obtido por Tildesley porque, como salientamos anteriormente, opotencial por ele utilizado, muito <strong>em</strong>bora seja do tipo Len<strong>na</strong>rd-Jones, é um pouco diferente doutilizado no DICE.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteO Efeito <strong>da</strong> T<strong>em</strong>peratura 1928.3 O Efeito <strong>da</strong> T<strong>em</strong>peraturaNesta seção, ir<strong>em</strong>os avaliar o efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> nossa simulação. Nosso sist<strong>em</strong>aserá agora composto por seis moléculas de metano e uma superfície de grafite. Nosso objetivocom esta simulação é o de determi<strong>na</strong>r qual a t<strong>em</strong>peratura que usar<strong>em</strong>os <strong>na</strong> próxima etapa, ondeir<strong>em</strong>os colocar deze<strong>na</strong>s de moléculas de metano interagindo com a superfície e procurar<strong>em</strong>ospela formação de algum padrão.(a) Ilustração do sist<strong>em</strong>a a<strong>na</strong>lisado nesta seção.Visão superior.(b) Ilustração do sist<strong>em</strong>a a<strong>na</strong>lisado nesta seção.Visão lateral.Figura 8.3: Ilustração do sist<strong>em</strong>a a<strong>na</strong>lisado nesta seção. Visões superior e lateral.Para facilitar a identificação deste padrão, gostaríamos que to<strong>da</strong>s as moléculas estivess<strong>em</strong>formando uma cama<strong>da</strong> sobre a superfície e, para isso, precisamos identificar qual a t<strong>em</strong>peraturaapropria<strong>da</strong> para que isto ocorra quando utilizamos moléculas de metano <strong>em</strong> nossa simulação.Nas simulações que apresentar<strong>em</strong>os a seguir, variamos a t<strong>em</strong>peratura do sist<strong>em</strong>a de 50 a250 K, com passo igual a 50 K. Incluímos também a t<strong>em</strong>peratura de 1K, para efeito de comparação.Em to<strong>da</strong>s as t<strong>em</strong>peraturas, 30.000 configurações foram gera<strong>da</strong>s e os histogramas foramfeitos sobre 100 configurações, salvas a ca<strong>da</strong> 300 passos de Monte Carlo.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteO Efeito <strong>da</strong> T<strong>em</strong>peratura 193Figura 8.4: Efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>na</strong> distância <strong>da</strong>s moléculas de metano à superfície (calcula<strong>da</strong>como a distância do centro de massa de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s moléculas de metano à superfície dografite). Foram utiliza<strong>da</strong>s seis moléculas de metano sobre uma superfície de grafite compostapor 3 planos, como ilustrado <strong>na</strong> Figura [8.3]. Simulação de Monte Carlo feita usando o DICE.30.000 configurações foram gera<strong>da</strong>s e 100 foram salvas. Note as diferentes escalas utiliza<strong>da</strong>snos gráficos.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 194Para ca<strong>da</strong> configuração, medimos a distância <strong>da</strong>s seis moléculas à primeira superfície degrafite, medi<strong>da</strong> como a distância do centro de massa <strong>da</strong> molécula de metano ao plano formadopela superfície de grafite (Veja Fig. [8.3] para uma ilustração), e fiz<strong>em</strong>os um histograma comto<strong>da</strong>s estas distâncias. Os resultados estão apresentados <strong>na</strong> Figura [8.4].Da Figura [8.4], pod<strong>em</strong>os concluir que a 100 K, a distância mais freqüente se encontra nointervalo de 3,7 a 3,8 Å. Existe um número razoável de ocorrências de moléculas à distância de3,4 a 4,4 Å, ou seja, num intervalo de largura igual a 1,0 Å. No caso <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura igual a 50K,esta largura de intervalo cai para 0,5 Å. Ir<strong>em</strong>os escolher então a t<strong>em</strong>peratura de 50 K para nossapróxima simulação.É importante chamar a atenção para uma transição de fase que pode ser identifica<strong>da</strong> quandopassamos de 150 K para 200 K. Como pod<strong>em</strong>os perceber nos gráficos <strong>da</strong> Figura [8.4], as ocorrênciasnão desprezíveis <strong>na</strong> t<strong>em</strong>peratura de 150 K limitam-se a uma distância inferior a 6 Å,enquanto que para 200 K, t<strong>em</strong>os uma quanti<strong>da</strong>de razoável de ocorrências para distâncias tãograndes quanto 50 Å, o que indica que para 150 K, as moléculas estão se movendo b<strong>em</strong> próximasà superfície, enquanto que para 200 K, estas estão se movendo por to<strong>da</strong> a caixa de simulação.É importante salientarmos que nossa caixa de simulação t<strong>em</strong> as seguintes dimensões: L x =31, 5232Å, L y = 28, 8000Å e L z = 57, 4000Å.8.4 Buscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície deGrafiteNesta seção ir<strong>em</strong>os aumentar o número de moléculas de metano a fim de tentarmos encontraralgum padrão. Inicialmente vamos definir o que seria um padrão para este sist<strong>em</strong>a. Se nãoexistisse interações entre as moléculas de metano n<strong>em</strong> efeitos de t<strong>em</strong>peratura, a configuraçãode mais baixa energia seria a de tripé, com o átomo de carbono exatamente sobre o centro dohexágono do grafite [83] , como ilustrado <strong>na</strong> Figura [8.5]Se nós distribuíss<strong>em</strong>os pontos sobre os centros dos hexágonos do grafite e fizéss<strong>em</strong>os umhistograma <strong>da</strong>s distâncias destes pontos <strong>em</strong> relação a um deles, obteríamos o gráfico apresentado<strong>na</strong> Figura [8.6].Este histograma é fácil de ser entendido. Ele nos diz que entre 2,4 Å e 2,8 Å exist<strong>em</strong> seispontos, entre 4,0 Å e 4,4 Å exist<strong>em</strong> sete pontos, e assim por diante. O gráfico <strong>da</strong> Figura [8.7]ilustra estes intervalos e os referidos pontos dentro deles.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 195Figura 8.5: Posição mais estável para uma única molécula de metano sobre uma superfície degrafite. Ilustramos ape<strong>na</strong>s um único hexágono do grafite, imediatamente abaixo <strong>da</strong> molécula.Figura 8.6: Histograma <strong>da</strong>s distâncias dos centros dos hexágonos de uma superfície de grafite<strong>em</strong> torno de um destes centros. O intervalo de ca<strong>da</strong> barra é de 0,4 Å.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 196Figura 8.7: Distribuição dos centros dos hexágonos de uma superfície de grafite. Em destaque, ospontos que se encontram <strong>em</strong> intervalos de 0,4 Åe compõ<strong>em</strong> o histograma apresentado <strong>na</strong> Figura[8.6].Nosso objetivo agora é o de comparar resultados <strong>da</strong> simulação com esta distribuição. É importantesalientar que não estamos esperando obter o mesmo resultado, uma vez que esperamosque o efeito de t<strong>em</strong>peratura e a interação entre as moléculas fará com que a configuração maisbaixa de energia de ca<strong>da</strong> molécula não seja mais a ilustra<strong>da</strong> <strong>na</strong> Figura [8.5]. No entanto, precisar<strong>em</strong>osde alguma referência para poder entender o resultado que ir<strong>em</strong>os obter mais adiante. Estafoi a motivação deste estudo prelimi<strong>na</strong>r.Inicialmente começamos nossa simulação com uma molécula de metano a ca<strong>da</strong> 2 hexágonosde grafite, como mostrado <strong>na</strong> Figura [8.8].Após a simulação, perceb<strong>em</strong>os que a maioria <strong>da</strong>s moléculas formaram uma cama<strong>da</strong> sobre asuperfície do grafite, como esperávamos. No entanto, uma parte delas, <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> de 20 moléculas,ficaram acima desta cama<strong>da</strong> (Veja. Fig. [8.9]). Nas análises que segu<strong>em</strong>, estas moléculas serãodesconsidera<strong>da</strong>s. Só levar<strong>em</strong>os <strong>em</strong> consideração as moléculas de metano cujo centro de massaesteja a uma distância máxima de 4,2 Å, já que esta foi a distância obti<strong>da</strong> <strong>na</strong> simulação anterioronde ain<strong>da</strong> encontramos moléculas de metano (Ver Fig. [8.4]).Os resultados que mostrar<strong>em</strong>os a seguir foram obtidos encontrando a molécula central <strong>da</strong>primeira cama<strong>da</strong> e calculando a distância desta as outras moléculas que constitu<strong>em</strong> esta cama<strong>da</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 197Figura 8.8: Configuração inicial <strong>da</strong> simulação de 66 moléculas de metano sobre uma superfíciede grafite de três planos e 897 átomos.(a) Configuração 2100. (b) Configuração 21000.Figura 8.9: Duas configurações resultantes <strong>da</strong> simulação de 66 moléculas de metano sobre umasuperfície de grafite. A superfície de grafite utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong> simulação contém três planos. R<strong>em</strong>ov<strong>em</strong>osdois deles para simplificar a figura. A t<strong>em</strong>peratura usa<strong>da</strong> foi de 50K.Ir<strong>em</strong>os fazer inicialmente seis histogramas (Fig. [8.10]), de seis configurações distintas. Emsegui<strong>da</strong>, juntar<strong>em</strong>os to<strong>da</strong>s as distâncias <strong>da</strong>s moléculas de metano <strong>em</strong> relação a molécula centralpara to<strong>da</strong>s as configurações <strong>em</strong> um só histograma.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 198Figura 8.10: Histograma <strong>da</strong>s distâncias entre os centros de massa de moléculas de metano a umamolécula central de referência. T<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> simulação igual a 50K.Dos histogramas apresentados <strong>na</strong> Figura [8.10] e [8.11] concluímos que a distância mínima deseparação entre as moléculas de metano é superior a 3,0 Å.A assi<strong>na</strong>tura de uma distribuição de moléculas caracteriza<strong>da</strong> pela presença de moléculas numcerto intervalo de distâncias, depois um espaço, e mais moléculas, assim por diante, está claramentecaracterizado nos histogramas <strong>da</strong> Figura [8.10]. O efeito <strong>da</strong> t<strong>em</strong>peratura faz com que osintervalos onde não existe moléculas seja substituído por um contínuo de ocorrências que t<strong>em</strong>altos e baixos o que indica que a presença <strong>da</strong> superfície atua neste orde<strong>na</strong>mento.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteBuscando Padrões de Moléculas de Metano sobre a Superfície de Grafite 199Figura 8.11: Histograma <strong>da</strong>s distâncias entre os centros de massa de moléculas de metano a umamolécula central de referência para to<strong>da</strong>s as configurações salvas <strong>na</strong> simulação (100 ao todo).T<strong>em</strong>peratura <strong>da</strong> simulação igual a 50K.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 2008.5 Adsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de GrafiteNesta seção apresentar<strong>em</strong>os os resultados iniciais <strong>da</strong> simulação de Monte Carlo de moléculasde 9A-T 1 sobre uma superfície de grafite. Como concluir<strong>em</strong>os ao fim desta e <strong>da</strong> próxima seção,estas simulações foram importantes para identificarmos quais são os ponto que precisamos melhorar<strong>em</strong> nosso algoritmo a fim de tor<strong>na</strong>rmos as simulações mais confiáveis.Pod<strong>em</strong>os imagi<strong>na</strong>r duas situações, apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s Figuras [8.12] e [8.13]. Ou seja, no casoapresentado <strong>na</strong> Figura [8.13], a interação com o antraceno foi mais forte que a com o oligotiofeno,e no caso apresentado <strong>na</strong> Figura [8.12], a interação maior foi a com o oligotiofeno.(a) Configuração “90 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1 encontra-se perpendicular à superfície de grafite.Visão lateral.(b) Configuração “90 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1 encontra-se perpendicular à superfície de grafite.Visão superior.Figura 8.12: Configuração que privilegia a interação do tiofeno com a superfície de grafite.Uma pergunta interessante de ser feita é como o aumento do oligotiofeno irá modificar aconfiguração de maior ocorrência, uma vez que ter<strong>em</strong>os duas partes <strong>da</strong> molécula competindopara ver qual delas “sentará” no plano do grafite.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 201(a) Configuração “0 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1encontra-se paralelo à superfície de grafite com oátomo de enxofre do tiofeno numa configuraçãomais próxima desta. Visão lateral.(b) Configuração “0 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1encontra-se paralelo à superfície de grafite com oátomo de enxofre do tiofeno numa configuraçãomais próxima desta. Visão superior.(c) Configuração “180 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1encontra-se paralelo à superfície de grafite com oátomo de tiofeno numa configuração mais afasta<strong>da</strong>desta. Visão lateral.(d) Configuração “180 o ”, onde o antraceno do 9A-T 1encontra-se paralelo à superfície de grafite com oátomo de tiofeno numa configuração mais afasta<strong>da</strong>desta. Visão superior.Figura 8.13: Configuração que privilegia a interação do antraceno com a superfície de grafite.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 202Para evitar privilegiarmos quaisquer uma <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des já <strong>na</strong> configuração inicial, fiz<strong>em</strong>osa simulação com três configurações de parti<strong>da</strong>, iguais as apresenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s Figuras [8.13] e[8.12]. Chamar<strong>em</strong>os a configuração <strong>em</strong> que o antraceno está paralelo à superfície, com o tiofenomais próximo <strong>da</strong> mesma, de configuração “180 o ”; a <strong>em</strong> que o tiofeno está mais afastado, de configuração“0 o ” e a <strong>em</strong> que o antraceno se encontra perpendicular à superfície, de configuração“90 o ”.Outro cui<strong>da</strong>do que tomamos foi o de aumentar de 500 para 1000 o número de passos <strong>da</strong>dos<strong>na</strong> termalização. Aumentamos também o número de passos de Monte Carlo <strong>na</strong> simulação, de30.000 para 60.000, salvando uma configuração a ca<strong>da</strong> 200 passos. Ou seja, nos histogramas queapresentar<strong>em</strong>os <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, a proprie<strong>da</strong>de de interesse foi calcula<strong>da</strong> <strong>em</strong> 300 configurações. At<strong>em</strong>peratura utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong>s simulações foi de 100K.Estas modificações aumentaram o t<strong>em</strong>po de processamento <strong>na</strong> termalização e <strong>na</strong> simulação,mas garant<strong>em</strong> mais seguramente que a configuração inicial <strong>da</strong> simulação está com a energiaconvergi<strong>da</strong> e que as configurações a<strong>na</strong>lisa<strong>da</strong>s são suficientes.Os parâmetros que utilizamos <strong>em</strong> nossas simulações foram obtidos <strong>da</strong> Tabela do OPLS-AA [147–151] e estão destacados <strong>na</strong> Tabela [8.4].Tabela 8.4: Parâmetros σ e ɛ utilizados no DICE <strong>na</strong> simulação do 9A-T 1 sobre uma superfície degrafite.Parâmetros Utilizados <strong>na</strong> Simulação do 9A-T 1Tipo do Número Tipo do σ ɛÁtomo OPLS Atômico Átomo AMBER (Å) (kcal/mol)1 6 C 3, 750 0, 1054 1 H 0, 000 0, 00035 16 S 3, 550 0, 250No DICE, também precisamos entrar com as cargas eletrostáticas dos átomos que compõ<strong>em</strong>a molécula do 9A-T 1 . Estas cargas foram obti<strong>da</strong>s de um cálculo CHELP/MP2/3-21G ∗ sobre ageometria HF/3-21G ∗ . Note que nesta simulação utilizando ape<strong>na</strong>s uma molécula de 9A-T 1 , ascargas eletrostáticas não tiveram nenhum papel uma vez que a superfície não t<strong>em</strong> carga. Elasserão utiliza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> outra simulação, onde ter<strong>em</strong>os duas moléculas de 9A-T 1 (Seção 8.6).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 203Após a simulação, avaliamos para as 300 configurações salvas, o ângulo entre a normal aoplano do antraceno e o eixo z, e a distância média deste plano à superfície de grafite. A normalao plano do antraceno foi obti<strong>da</strong> através do produto vetorial de dois vetores gerados a partir <strong>da</strong>sposições de três átomos de carbono do antraceno, como mostrado <strong>na</strong> Figura [8.14]. A distânciamédia foi calcula<strong>da</strong> como a média <strong>da</strong>s distâncias destes três átomos, utilizados para gerar osvetores v 1 e v 2 .v 1v 2v 3Figura 8.14: Vetores utilizados no cálculo <strong>da</strong> normal ao plano do antraceno. Com os três átomosutilizados para gerar os vetores v 1 e v 2 , calculamos a distância média deste plano à superfície degrafite.No histograma apresentado <strong>na</strong> Figura [8.15], t<strong>em</strong>os a distribuição <strong>da</strong>s distâncias médias paraas três configurações de entra<strong>da</strong>. Como pod<strong>em</strong>os concluir, os resultados <strong>da</strong> simulação para astrês diferentes configurações de entra<strong>da</strong> foram consistentes, sendo a distância que apresentamais ocorrências se encontrando no intervalo de 3,80 a 3,85 Å.No histograma apresentado <strong>na</strong> Figura [8.16], t<strong>em</strong>os a distribuição de ângulos para as trêsconfigurações de entra<strong>da</strong>. Os resultados <strong>da</strong> simulação para as três diferentes configurações foramnovamente consistentes, sendo o ângulo que apresentou a maior ocorrência se encontrando nointervalo de 11 a 12 graus.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 204(a) Distribuição de distâncias para a configuração“0 o ”.(b) Distribuição de distâncias para a configuração“90 o ”.(c) Distribuição de distâncias para a configuração“180 o ”.Figura 8.15: Distribuição de distâncias para as configurações “0 o ”, “90 o ” e “180 o ”. Em todos osgráficos destacamos o intervalo onde foi registrado o maior número de ocorrências. A largura deca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 0,05 Å.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 205(a) Distribuição dos ângulos para a configuração“0 o ”.(b) Distribuição dos ângulos para a configuração“90 o ”.(c) Distribuição dos ângulos para a configuração“180 o ”.Figura 8.16: Distribuição dos ângulos para as configurações “0 o ”, “90 o ” e “180 o ”. Em todos osgráficos destacamos o intervalo onde foi registrado o maior número de ocorrências. A largura deca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 1 o .Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 206Como comentamos anteriormente, a t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> que realizamos estas simulações foi de100K. Aumentamos esta t<strong>em</strong>peratura e concluímos que precisamos aumentar algumas cente<strong>na</strong>sde graus Kelvin para ver a molécula “desligando” <strong>da</strong> superfície. Isto nos indica que os parâmetros<strong>em</strong>píricos utilizados no nosso cálculo (ɛ e σ ) pod<strong>em</strong> não ser muito realistas. Como não t<strong>em</strong>osnenhum resultado experimental para este probl<strong>em</strong>a, não t<strong>em</strong>os como modificar estes parâmetrosa fim de melhorarmos nossa simulação.O que é importante salientar aqui é que uma vez que concluímos que o potencial de Len<strong>na</strong>rd-Jones pode ser satisfatoriamente utilizado nestas simulações, a chave de uma simulação b<strong>em</strong>sucedi<strong>da</strong> está <strong>na</strong> escolha apropria<strong>da</strong> destes parâmetros.Para o 9A-T 1 , concluímos que a interação maior é entre o antraceno e a superfície. Esteresultado já era esperado porque a subuni<strong>da</strong>de molecular do antraceno contém mais átomos quea do tiofeno e, por conseguinte, será mais atraí<strong>da</strong> pela superfície.O próximo passo seria o de crescer a cadeia do oligotiofeno, a fim de investigarmos se como aumento <strong>da</strong> cadeia o oligotiofeno terá agora sua interação com a superfície privilegia<strong>da</strong>. É importanteressaltar que agora não é tão relevante a<strong>na</strong>lisarmos diversas configurações de entra<strong>da</strong>,uma vez que o zig-zag do oligotiofeno faz com que ora tenhamos átomos de enxofre apontandopara cima, ora para baixo.As configurações <strong>da</strong> simulação foram as mesmas <strong>da</strong>s utiliza<strong>da</strong>s no 9A-T 1 , ou seja, utilizamos1000 passos para a termalização e 60.000 passos <strong>na</strong> simulação, salvando 1 configuração a ca<strong>da</strong>200 passos. A t<strong>em</strong>peratura utiliza<strong>da</strong> foi de 100 K e os resultados que serão apresentados a seguirsão histogramas feitos sobre as 300 configurações salvas.Ir<strong>em</strong>os avaliar os mesmos parâmetros que antes, o ângulo entre o plano do antraceno e anormal e a distância média do plano do antraceno à superfície, calcula<strong>da</strong> a partir dos três átomosutilizados para gerar os vetores v 1 e v 2 (Ver Fig. [8.14]).Comparando os resultados apresentados <strong>na</strong> Figura [8.17] com os já a<strong>na</strong>lisados para o 9A-T 1 ,pod<strong>em</strong>os concluir que no que diz respeito à distância à superfície, esta aumentou um pouco,passando a distância mais freqüente do intervalo de 3,80 - 3,85 Å a 4,00 - 4,05 Å. O ângulo maisfreqüente passou do intervalo de 11 - 13 o para 173 - 174 o . Outro ponto que precisamos ressaltaré que <strong>na</strong> simulação do 9A-T 6 , o intervalo de ângulos e distâncias que apresentaram um númerode ocorrências não nulo foi maior que para o 9A-T 1 .Estes dois resultados pod<strong>em</strong> ser entendidos se a<strong>na</strong>lisarmos as configurações resultantes <strong>da</strong>simulação. A<strong>na</strong>lisando ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 300 configurações salvas, concluímos que inicialmente oantraceno estava interagindo fort<strong>em</strong>ente com a superfície (Veja Fig. [8.18(a)]), e à medi<strong>da</strong> quea simulação evoluiu, o antraceno passou a interagir mais com a superfície (Veja Figs. [8.18(b)],Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 207(a) Distribuição de distâncias para a simulação do9A-T 6 sobre uma superfície de grafite. A largura deca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 0,05 Å.(b) Distribuição dos ângulos para a simulação do9A-T 6 sobre uma superfície de grafite. A largura deca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 1 o .Figura 8.17: Distribuição dos ângulos e <strong>da</strong>s distâncias ara a simulação do 9A-T 6 sobre uma superfíciede grafite. Em ambos os gráficos destacamos o intervalo onde foi registrado o maior númerode ocorrências.[8.18(c)] e [8.18(d)]). Das Figuras [8.18(a)], [8.18(b)], [8.18(c)] e [8.18(d)], perceb<strong>em</strong>os claramenteque estas mu<strong>da</strong>nças de conformação variaram a distância do antraceno à superfície e a incli<strong>na</strong>çãodo plano deste com relação à normal à superfície.A avaliação <strong>da</strong>s configurações resultantes desta simulação levou-nos a uma importante conclusão:a condição de moléculas rígi<strong>da</strong>s parece ser rigorosa d<strong>em</strong>ais para este tipo de sist<strong>em</strong>a.Como já é conhecido <strong>da</strong> literatura, custa muito pouco, do ponto de vista energético, variar o ângulodiédrico entre os anéis de tiofeno. Em um artigo de Orti [99] e colaboradores, t<strong>em</strong>os que adiferença de energia entre a conformação s-trans, <strong>em</strong> que a molécula se encontra pla<strong>na</strong> (diédricoigual a 180 o ), para a conformação <strong>em</strong> que o ângulo diédrico vale 150 o , é de 0,72 kcal/mol, paraum cálculo MP2/6-31G ∗ , e de 0,33 kcal/mol para um cálculo HF/6-31G ∗ . Ou seja, com a energiatérmica a 300 K (∼ 0,6 kcal/mol) t<strong>em</strong>os energia suficiente para variar estes diédricos por algumasdeze<strong>na</strong>s de graus.Acreditamos que se estes diédricos for<strong>em</strong> permitidos variar por alguns graus, a interaçãoentre o oligotiofeno e a superfície será consideravelmente aumenta<strong>da</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de uma Molécula de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 208(a) Simulação do 9A-T 6grafite. Configuração 200.sobre uma superfície de(b) Simulação do 9A-T 6grafite. Configuração 20.000.sobre uma superfície de(c) Simulação do 9A-T 6grafite. Configuração 40.000.sobre uma superfície de(d) Simulação do 9A-T 6grafite. Configuração 60.000.sobre uma superfície deFigura 8.18: Algumas configurações <strong>da</strong> simulação do 9A-T 6 sobre o grafite.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 2098.6 Adsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de GrafiteNesta seção ir<strong>em</strong>os a<strong>na</strong>lisar os resultados <strong>da</strong> simulação de duas moléculas de 9A-T 1 e umasuperfície de grafite. Além dos parâmetros a<strong>na</strong>lisados anteriormente, ir<strong>em</strong>os apresentar tambémuma medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> distância entre as moléculas. Para isso, calcular<strong>em</strong>os o centro de massa doantraceno (obtido utilizando as coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>s ape<strong>na</strong>s dos seis carbonos que formam o anel central)<strong>da</strong>s duas moléculas e a distância entre elas será obti<strong>da</strong> como distância entre estes dois pontos.Como já dito anteriormente, <strong>em</strong> nossas simulações nós levamos <strong>em</strong> conta a interação eletrostáticaentre as moléculas. Como não consideramos cargas <strong>na</strong> superfície de grafite, até o momentoeste potencial não teve papel algum <strong>na</strong>s simulações.Como agora incluir<strong>em</strong>os duas moléculas de 9A-T 1 , para as quais considerar<strong>em</strong>os uma distribuiçãode cargas, ter<strong>em</strong>os este potencial atuando entre estas moléculas. Vale salientar que ascargas utiliza<strong>da</strong>s no DICE vieram de um cálculo CHELP/MP2/3-21G ∗ utilizando o Gaussian’98,sobre a geometria HF/3-21G ∗ do estado fun<strong>da</strong>mental otimiza<strong>da</strong> utilizando o mesmo programa.Ao procedermos com a simulação, vimos que as moléculas de 9A-T 1 formaram um “estadoligado”. Suspeitamos que este estado dependia <strong>da</strong> configuração de entra<strong>da</strong>. Ou seja, no caso<strong>em</strong> que as moléculas de 9A-T 1 foram coloca<strong>da</strong>s próximas uma <strong>da</strong> outra, o potencial eletrostático“prendia” as moléculas. Vimos que se colocáss<strong>em</strong>os as moléculas relativamente distantes uma<strong>da</strong>s outras, isto não acontecia. Sendo assim, montamos duas configurações iniciais, uma quechamamos de interagente, onde as moléculas de 9A-T 1 foram coloca<strong>da</strong>s próximas uma <strong>da</strong> outra<strong>na</strong> configuração inicial; e uma que chamamos de não-interagente, onde as moléculas de 9A-T 1foram coloca<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>s uma <strong>da</strong> outra, <strong>na</strong> configuração inicial. Vamos agora apresentar osresultados para estas duas configurações iniciais distintas.8.6.1 Moléculas InteragentesA Figura [8.19] mostra a configuração inicial para o sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> que as moléculas de 9A-T 1foram proposita<strong>da</strong>mente coloca<strong>da</strong>s uma próxima <strong>da</strong> outra.Pass<strong>em</strong>os agora para a análise dos resultados. Após visualizarmos ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s configurações,notamos que as moléculas permaneceram num “estado ligado”, durante to<strong>da</strong> a simulação.Este resultado pode ser constatado ao a<strong>na</strong>lisarmos o histograma <strong>da</strong>s distâncias entre os centrosde massa do antraceno que constitui o 9A-T 1 , calculado conforme explicado anteriormente.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 210Figura 8.19: Configuração inicial <strong>da</strong> simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentes.Figura 8.20: Distância entre os centros de massa do antraceno do 9A-T 1 para a configuraçãoinicial <strong>da</strong> simulação de duas moléculas interagentes. Indicamos <strong>na</strong> figura o intervalo onde houveo maior número de ocorrências.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 211Como pod<strong>em</strong>os ver <strong>da</strong> Figura [8.20], esta distância variou de 3,8 a 4,4 Å, tendo a distância queapareceu com mais freqüência ficado no intervalo de 4,00 - 4,05 Å.O ângulo entre a normal do plano do antraceno e a normal <strong>da</strong> superfície para a molécula queficou mais próxima <strong>da</strong> superfície (molécula 1) apresentou um padrão muito parecido com o queobtiv<strong>em</strong>os para a molécula isola<strong>da</strong>. Para o caso <strong>da</strong> molécula que ficou sobre esta (Veja algumasconfigurações <strong>na</strong> Fig. [8.21]), o padrão de distribuição dos ângulos foi b<strong>em</strong> diferente. Na Figura[8.22], apresentamos os histogramas dos ângulos e <strong>da</strong>s distâncias para as moléculas 1 e 2.(a) Simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentessobre uma superfície de grafite. Configuração200.(b) Simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentessobre uma superfície de grafite. Configuração20.000.(c) Simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentessobre uma superfície de grafite. Configuração40.000.(d) Simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentessobre uma superfície de grafite. Configuração60.000.Figura 8.21: Algumas configurações <strong>da</strong> simulação de duas moléculas de 9A-T 1 interagentes sobreuma superfície de grafite. Chamamos de molécula 1, a mais próxima <strong>da</strong> superfície e de molécula2, a mais afasta<strong>da</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 212(a) Distribuição dos ângulos para a molécula 1 (amais próxima <strong>da</strong> superfície).(b) Distribuição dos ângulos para a molécula 2 (amais afasta<strong>da</strong> <strong>da</strong> superfície).(c) Distribuição <strong>da</strong>s distâncias para a molécula 1 (amais próxima <strong>da</strong> superfície).(d) Distribuição <strong>da</strong>s distâncias para a molécula 2 (amais afasta<strong>da</strong> <strong>da</strong> superfície).Figura 8.22: Distribuição dos ângulos e <strong>da</strong>s distâncias para a simulação de duas moléculas de9A-T 1 interagentes sobre uma superfície de grafite. Em ambos os gráficos destacamos o intervaloonde foi registrado o maior número de ocorrências. A largura de ca<strong>da</strong> barra do histograma dosângulos foi de 1 o e <strong>da</strong>s distâncias a largura de ca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 0,05 Å.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 2138.6.2 Moléculas Não-InteragentesA Figura [8.23] mostra a configuração inicial para o sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> que as moléculas de 9A-T 1foram proposita<strong>da</strong>mente coloca<strong>da</strong>s afasta<strong>da</strong>s uma <strong>da</strong> outra.Figura 8.23: Configuração inicial <strong>da</strong> simulação de duas moléculas de 9A-T 1 não-interagentes.Pass<strong>em</strong>os agora para a análise dos resultados. Após visualizarmos ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s configurações,notamos que após a termalização as moléculas se localizaram <strong>em</strong> regiões distintas <strong>da</strong>superfície, e tudo se passou como se uma molécula não estivesse interagindo uma com a outra.Como pode ser constatado <strong>da</strong> Figura [8.25], a distância mínima entre os centros de massa dosantracenos foi de 13,3 Å. Os histogramas <strong>da</strong>s distâncias <strong>da</strong>s moléculas à superfície, e a distribuiçãodos ângulos <strong>da</strong> normal do antraceno com a normal à superfície, quando comparadoscom o caso de uma molécula isola<strong>da</strong>, nos aju<strong>da</strong> a concluir que a interação entre as duas moléculasfoi peque<strong>na</strong>.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 214(a) Distribuição dos ângulos para a molécula 1. (b) Distribuição dos ângulos para a molécula 2.(c) Distribuição <strong>da</strong>s distâncias para a molécula 1. (d) Distribuição <strong>da</strong>s distâncias para a molécula 2.Figura 8.24: Distribuição dos ângulos e <strong>da</strong>s distâncias para a simulação de duas moléculas de 9A-T 1 não interagentes sobre uma superfície de grafite. Em ambos os gráficos destacamos o intervaloonde foi registrado o maior número de ocorrências. A largura de ca<strong>da</strong> barra do histograma dosângulos foi de 1 o e <strong>da</strong>s distâncias A largura de ca<strong>da</strong> barra do histograma foi de 0,05 Å.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteAdsorção de duas Moléculas de 9A-T 1 sobre uma Superfície de Grafite 215Figura 8.25: Distância entre os centros de massa do antraceno do 9A-T 1 para a configuraçãoinicial <strong>da</strong> simulação de duas moléculas interagentes. Indicamos <strong>na</strong> figura o intervalo onde houveo maior número de ocorrências.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 8. Adsorção de Moléculas Orgânicas <strong>em</strong> uma Superfície de GrafiteConclusões 2168.7 ConclusõesConcluímos este capítulo destacando que o nosso objetivo com o uso do DICE foi atingido. Oprograma DICE, no qual está impl<strong>em</strong>entado o método de Monte Carlo, pode nos aju<strong>da</strong>r a entenderos mecanismos envolvidos <strong>na</strong> adsorção de moléculas orgânicas. Concluímos também que paraque nossos resultados sejam confiáveis, precisamos incluir as torções associa<strong>da</strong>s aos ângulosdiédricos, liberando assim, de maneira parcial, o vínculo <strong>da</strong>s moléculas ser<strong>em</strong> rígi<strong>da</strong>s.O uso de parâmetros <strong>em</strong>píricos mais apropriados para o sist<strong>em</strong>a sob investigação e a impl<strong>em</strong>entação<strong>da</strong>s torções aparec<strong>em</strong> como modificações necessárias para podermos simular nãosomente a interação <strong>da</strong>s moléculas com a superfície de grafite mas também entre elas.A simulação <strong>em</strong> que colocamos duas moléculas interagentes nos ensinou que a configuraçãoinicial pode influenciar bastante no an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> simulação. Além disso, precisamos investigarse não seria apropriado termos as interações entre as moléculas gover<strong>na</strong><strong>da</strong>s por parâmetros deLen<strong>na</strong>rd-Jones distintos dos que descrev<strong>em</strong> a interação destas moléculas com a superfície, a fimde compensar o termo eletrostático que age entre as moléculas mas não entre estas e a superfície.É interessante l<strong>em</strong>brar que o programa DICE foi desenvolvido para o estudo de moléculas<strong>em</strong> solventes. No capítulo anterior, vimos que a variação do diédrico que conecta o antracenoao oligotiofeno, nos 9A-T n , aparece como uma coorde<strong>na</strong><strong>da</strong> de reação chave no mecanismo de<strong>em</strong>issão. Assim, acreditamos que a impl<strong>em</strong>entação <strong>da</strong>s variações nos ângulos diédricos tambémpoderia nos aju<strong>da</strong>r a utilizar o DICE no estudo <strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-Antril-Oligotiofenos.Vale ressaltar que Zijlstra [152] e colaboradores utilizaram esta abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> para simular o efeitode diferentes solventes no estado excitado do etileno.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Capítulo 9ConclusõesConcluímos que no nosso programa de doutorado pud<strong>em</strong>os aprender várias técnicas deQuímica Quântica e trabalhar com vários sist<strong>em</strong>as, simulando proprie<strong>da</strong>des eletrônicas e ópticasque puderam ser compara<strong>da</strong>s com o experimento [1–6] .Em relação ao estudo <strong>da</strong> fluorescência dupla <strong>em</strong> 9-antril-oligotiofenos, aprend<strong>em</strong>os que este éum probl<strong>em</strong>a bastante complexo. Muito <strong>em</strong>bora este fenômeno tenha sido descoberto há mais de40 anos (Veja Ref. [109] e Referências lá cita<strong>da</strong>s), ain<strong>da</strong> é um probl<strong>em</strong>a que não se encontra totalmenteexplicado e fica clara a necessi<strong>da</strong>de de se desenvolver técnicas de Química Quântica maispoderosas para tratá-lo. Técnicas que permit<strong>em</strong> o cálculo <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des dos estados excitados<strong>na</strong> presença de solvente já estão sendo desenvolvi<strong>da</strong>s [113] , mas devido ao custo computacio<strong>na</strong>ldestas técnicas, estas são aplicáveis ape<strong>na</strong>s a peque<strong>na</strong>s moléculas [110] .No estudo <strong>da</strong> adsorção de moléculas orgânicas <strong>em</strong> uma superfície de grafite, pud<strong>em</strong>os aprenderque o método de Monte Carlo é uma ferramenta poderosa para a<strong>na</strong>lisar este probl<strong>em</strong>a eque pode fornecer resultados s<strong>em</strong> muito esforço computacio<strong>na</strong>l. Concluímos que precisamosrelaxar os ângulos diédricos <strong>da</strong>s moléculas que quer<strong>em</strong>os estu<strong>da</strong>r a adsorção no grafite para quepossamos ter resultados mais realistas, e a impl<strong>em</strong>entação desta possibili<strong>da</strong>de no código queutilizamos <strong>em</strong> nossas simulações fica como perspectiva para trabalhos futuros.217


Bibliografia[1] P. Dy<strong>na</strong>rowicz-latka, A. Cavalli, D. A. Silva Filho, P. Milart, M. C. dos Santos, and O. N.Oliveira, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 337, 11–17 (2001).[2] P. Dy<strong>na</strong>rowicz-latka, A. Cavalli, D. A. Silva Filho, M. C. dos Santos, and O. N. Oliveira, Ch<strong>em</strong>icalPhysics Letters, 326, 39–44 (2000).[3] P. Dy<strong>na</strong>rowicz-latka, K. Kita, P. Milart, A. Dha<strong>na</strong>balan, A. Cavalli, D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, M. dosSantos, and O. Oliveira Jr, Colloids and Surfaces A: Physicoch<strong>em</strong>ical and Engineering Aspects,198-200, 141–150 (2002).[4] J. L. Bre<strong>da</strong>s, J. P. Calbert, D. A. <strong>da</strong> Silva, and J. Cornil, Proceedings of The Natio<strong>na</strong>l Acad<strong>em</strong>yof Sciences of The United States of America, 99, 5804–5809 (2002).[5] N. E. Gruhn, D. A. <strong>da</strong> Silva-Filho, T. G. Bill, M. Malagoli, V. Coropceanu, A. Kahn, and J. L.Bré<strong>da</strong>s, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society (JACS), 124, 7918–7919 (2002).[6] V. Coropceanu, M. Malagoli, D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, N. E. Gruhn, T. G. Bill, and J. L. Bré<strong>da</strong>s,Physical Review Letters, 89.[7] Y. C. Cheng, R. J. Silbey, D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, J. P. Calbert, J. Cornil, and B. J. L.[8] J. B. Foresman, M. Headgordon, J. A. Pople, and M. J. Frisch, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry,96, 135–149 (1992).[9] M. C. Zerner, G. H. Loew, R. F. Kirchner, and U. T. Muellerwesterhoff, Jour<strong>na</strong>l of The AmericanCh<strong>em</strong>ical Society, 102, 589–599 (1980).218


Bibliografia 219[10] M. C. dos Santos and D. A. Silva-Filho, Synthetic Metals, 121, 1493–1494 (2001).[11] D. A. Silva-filho and M. C. dos Santos, a ser submetido para publicação.[12] Z. Gao, K. S. Siow, and H. S. O. Chan, Synthetic Metals, 75, 5–10 (1995).[13] P. N. Prasad and D. J. Williams, Introduction to Nonlinear Optical Effects in Molecules andPolymers, Wiley-Interscience, New York, 1991.[14] K. Coutinho and S. Canuto, DICE: A Monte Carlo program for molecular liquid simulation,University of São Paulo, Brazil, 1997.[15] M. P. Allen and D. J. Tildesley, Computer Simulation of Liquids, Claredon Press, Oxford,1987.[16] J. B. Marion and S. Thornton, Classical Dy<strong>na</strong>mics of Particles & Syst<strong>em</strong>s, Saunders CollegePublishing, Orlando - Flori<strong>da</strong>, third ed., 1988.[17] R. L. Jaffe and G. D. Smith, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 105, 2780–2788 (1996).[18] S. Tsuzuki, T. Uchimaru, M. Mikami, and K. Ta<strong>na</strong>be, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 252, 206–210(1996).[19] T. Van Mourik, S. L. Price, and D. C. Clary, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry A, 103, 1611–1618(1999).[20] S. Tsuzuki, T. Uchimaru, K. Matsumura, M. Mikami, and K. Ta<strong>na</strong>be, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters,319, 547–554 (2000).[21] Z. Q. Li, K. Ohno, Y. Kawazoe, M. Mikami, and Y. Masu<strong>da</strong>, Computatio<strong>na</strong>l Materials Science,4, 241–248 (1995).[22] G. D. Smith and R. L. Jaffe, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry, 100, 9624–9630 (1996).[23] N. L. Allinger, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 99, 8127–8134 (1977).[24] S. J. Weiner, P. A. Kollman, D. A. Case, U. C. Singh, C. Ghio, G. Alago<strong>na</strong>, S. Profeta, andP. Weiner, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 106, 765–784 (1984).[25] S. J. Weiner, P. A. Kollman, D. T. Nguyen, and D. A. Case, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry,7, 230–252 (1986).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 220[26] B. R. Brooks, R. E. Bruccoleri, B. D. Olafson, D. J. States, S. Swami<strong>na</strong>than, and M. Karplus,Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 4, 187–217 (1983).[27] W. L. Jorgensen and J. Tiradorives, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 110, 1666–1671 (1988).[28] J. Pra<strong>na</strong>ta and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 113, 9483–9493(1991).[29] T. A. Halgren, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 17, 490–519 (1996).[30] T. A. Halgren, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 17, 520–552 (1996).[31] T. A. Halgren, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 17, 553–586 (1996).[32] T. A. Halgren and R. B. Nachbar, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 17, 587–615 (1996).[33] T. A. Halgren, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 17, 616–641 (1996).[34] I. N. Levine, Quantum Ch<strong>em</strong>istry, Pretice Hall Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l, New Jersey, fourth ed., 1991.[35] N. Metropolis, A. W. Rosenbluth, M. N. Rosenbluth, A. H. Teller, and E. Teller, Jour<strong>na</strong>l ofCh<strong>em</strong>ical Physics, 21, 1087–1092 (1953).[36] K. Coutinho, Método Monte Carlo Aplicado à Simulação de Líquidos, Universi<strong>da</strong>de de Mogi<strong>da</strong>s Cruzes/CCET, VII Escola Brasileira de Estrutura Eletrônica, 2000.[37] B. Veytsman and M. Kotelyanskii, <strong>em</strong> http://www.plmsc.psu.edu/∼www/matsc597c-1997/introduction/Lecture2/node3.html (visita<strong>da</strong> <strong>em</strong> 13/06/2002).[38] M. Born and R. Oppenheimer, An<strong>na</strong>len der Physik (Leipzig), 84, 457 (1927).[39] A. Szabo and N. S. Ostlund, Modern Quantum Ch<strong>em</strong>istry, Dover Publications, INC., Mineola,New York, first ed., 1989.[40] R. D. Levin and S. G. Lias, Ionization Potential and Appearence Potential Measur<strong>em</strong>ents,1971-1981, Natio<strong>na</strong>l Bureau of Stan<strong>da</strong>rds, Wachington, DC, 1982.[41] E. Lewars, posted to the Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry List (CCL), Department of Ch<strong>em</strong>istry,Trent University, April 2002.[42] C. Froesefisher, Computer Physics Communications, 5, 147–152 (1973).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 221[43] P. A. Christiansen and E. A. Mccullough, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 67, 1877–1882 (1977).[44] C. C. J. Roothaan, Reviews of Modern Physics, 23, 69–89 (1951).[45] J. Simons and J. Nichols, Quantum Mechanics in Ch<strong>em</strong>istry, Vol. 1, Oxford University Press,198 Madison Avenue, New York, 10016, first ed., 1997.[46] A. Messiah, Quantum Mechanics, Vol. II, North-Holland Publishing Company, Amster<strong>da</strong>m,1970.[47] R. Pauncz, Spin Eigenfunctions, Kluwer Acad<strong>em</strong>ic/Plenum Publishers, New York, 1979.[48] W. J. Hehre, L. Random, P. V. R. Sheleyer, and J. A. Pople, Ab Initio Molecular Orbital Theory,John Wiley & Sons, New York, 1986.[49] P. A. M. Dirac, Proceedings of the Royal Society of London, 123, 714 (1929).[50] P. O. Lowdin, Advances in Ch<strong>em</strong>ical Physics, 2, 207–322 (1959).[51] C. Mφller and M. S. Plesset, Physical Review, 46, 618–622 (1934).[52] R. Bartlett, Annual Review of Physical Ch<strong>em</strong>istry, 32, 359–401 (1981).[53] N. C. Handy, P. J. Knowles, and K. Somasundram, Theoretica Chimica Acta, 68, 87–100(1985).[54] R. Bartlett, Annual Review of Physical Ch<strong>em</strong>istry, 32, 359–401 (1981).[55] E. D. Simandiras, J. E. Rice, T. J. Lee, R. D. Amos, and N. C. Handy, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>icalPhysics, 88, 3187–3195 (1988).[56] I. L. Alberts and N. C. Handy, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 89, 2107–2115 (1988).[57] K. Wolinski and P. Pulay, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 90, 3647–3659 (1989).[58] E. F. H. Brittain, W. O. George, and C. H. J. Wells, Introduction to Molecular SpectroscopyTheory and Experiment, Acad<strong>em</strong>ic Press, New York, 1970.[59] J. L. McHale, Molecular Spectroscopy, Prentice Hall, Upper Saddle River, New Jersey 07458,first ed., 1999.[60] Em http://www.iupac.org/reports/1999/7110minkin/f.html, (visita<strong>da</strong> <strong>em</strong> 18/11/2002).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 222[61] A. B. J. Parusel and S. Grimme, Abstracts of Papers of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 219,34–COMP (2000).[62] A. J. Heeger, Angewandte Ch<strong>em</strong>ie-inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Edition, 40, 2591–2611 (2001).[63] A. G. Macdiarmid, Angewandte Ch<strong>em</strong>ie-inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Edition, 40, 2581–2590 (2001).[64] H. Shirakawa, Angewandte Ch<strong>em</strong>ie-inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Edition, 40, 2575–2580 (2001).[65] D. A. Silva, C. P. de Melo, B. Kirtman, T. T. Toto, and J. Toto, Synthetic Metals, 102, 1584–1584 (1999).[66] M. S. Vollmer, F. Effenberger, T. Stumpfig, A. Hartschuh, H. Port, and H. C. Wolf, Jour<strong>na</strong>l ofOrganic Ch<strong>em</strong>istry, 63, 5080–5087 (1998).[67] G. Fuhrmann, J. Kromer, and P. Bauerle, Synthetic Metals, 119, 125–126 (2001).[68] J. Roncali, Ch<strong>em</strong>ical Reviews, 92, 711–738 (1992).[69] K. Kama<strong>da</strong>, M. Ue<strong>da</strong>, T. Sakaguchi, K. Ohta, and T. Fukumi, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 263,215–222 (1996).[70] D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, Polarizabili<strong>da</strong>des de Cadeias Conjuga<strong>da</strong>s: Sólitons <strong>em</strong> Poliacetileno eReti<strong>na</strong>l e seus Derivados (Dissertação de Mestrado), Departamento de Física, Universi<strong>da</strong>deFederal de Per<strong>na</strong>mbuco, 1998.[71] V. Fattori, M. Cocchi, P. di Marco, G. Giro, G. Barbarella, and G. Sotgiu, Synthetic Metals, 111,83–86 (2000).[72] M. Mac, P. Milart, P. Kwiatkowski, and B. Tokarczyk, Jour<strong>na</strong>l of Luminescence, 81, 199–208(1999).[73] M. Mac, P. Kwiatkowski, and U. Pischel, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 357, 440–449 (2002).[74] M. Mac, Jour<strong>na</strong>l of Luminescence, 81, 33–43 (1999).[75] M. Mac, J. Najbar, and J. Wirz, Jour<strong>na</strong>l of Photoch<strong>em</strong>istry and Photobiology A-Ch<strong>em</strong>istry, 88,93–104 (1995).[76] M. Mac, J. Najbar, and J. Wirz, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 235, 187–194 (1995).[77] D. U. Meyer, H. Port, and H. C. Wolf, Ch<strong>em</strong>ical Physics, 208, 149–163 (1996).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 223[78] P. Emele, D. U. Meyer, N. Holl, H. Port, H. C. Wolf, F. Wurthner, P. Bauerle, and F. Effenberger,Ch<strong>em</strong>ical Physics, 181, 417–424 (1994).[79] R. Colditz, D. Grebner, M. Helbig, and S. Rentsch, Ch<strong>em</strong>ical Physics, 201, 309–320 (1995).[80] M. Mac, P. Milart, P. Kwiatkowski, and B. Tokarczyk, Jour<strong>na</strong>l of Luminescence, 81, 199–208(1999).[81] R. Stecher, B. Gompf, J. S. R. Munter, and F. Effenberger, Advanced Materials, 11, 927–+(1999).[82] R. Azumi, G. Gotz, T. Debaerd<strong>em</strong>aeker, and P. Bauerle, Ch<strong>em</strong>istry-a European Jour<strong>na</strong>l, 6,735–744 (2000).[83] E. S. Severin and D. J. Tildesley, Molecular Physics, 41, 1401–1418 (1980).[84] M. J. Frisch, G. W. Trucks, H. B. Schlegel, G. E. Scuseria, M. A. Robb, J. R. Chees<strong>em</strong>an,V. G. Zakrzewski, J. A. Montgomery Jr, R. E. Stratmann, J. C. Burant, S. Dapprich, J. M.Millam, A. D. Daniels, K. N. Kudin, M. C. Strain, O. Farkas, J. Tomasi, V. Barone, M. Cossi,R. Cammi, B. Mennucci, C. Pomelli, C. A<strong>da</strong>mo, S. Clifford, J. Ochterski, G. A. Petersson,P. Y. Ayala, Q. Cui, K. Morokuma, D. K. Malick, A. D. Rabuck, K. Raghavachari, J. B. Foresman,J. Cioslowski, J. V. Ortiz, A. G. Baboul, B. B. Stefanov, G. Liu, A. Liashenko, P. Piskorz,I. Komaromi, R. Gomperts, R. L. Martin, D. J. Fox, T. Keith, M. A. Al-Laham, C. Y. Peng,A. Na<strong>na</strong>yakkara, C. Gonzalez, M. Challacombe, P. M. W. Gill, B. G. Johnson, W. Chen, M. W.Wong, J. L. Andres, M. Head-Gordon, E. S. Replogle, and J. A. Pople, Gaussian 98 (RevisionA.7), Gaussian, Inc., Pittsburgh PA, (1998).[85] M. W. Schmidt, K. K. Baldridge, J. A. Boatz, S. T. Elbert, M. S. Gordon, J. H. Jensen, S. Koseki,N. Matsu<strong>na</strong>ga, K. A. Nguyen, S. J. Su, T. L. Windus, M. Dupuis, and J. A. Montgomery, Jour<strong>na</strong>lof Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 14, 1347–1363 (1993).[86] M. J. S. Dewar and Y. C. Yuan, Inorganic Ch<strong>em</strong>istry, 29, 3881–3890 (1990).[87] J. J. P. Stewart, Jour<strong>na</strong>l of Computer-aided Molecular Design, 4, 1–45 (1990).[88] J. J. P. Stewart, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 10, 209–220 (1989).[89] J. J. P. Stewart, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 10, 221–264 (1989).[90] M. J. S. Dewar and K. M. Dieter, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 108, 8075–8086(1986).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 224[91] M. J. S. Dewar, E. G. Zoebisch, E. F. Healy, and J. J. P. Stewart, Jour<strong>na</strong>l of The AmericanCh<strong>em</strong>ical Society, 107, 3902–3909 (1985).[92] K. D. Dobbs and W. J. Hehre, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 8, 861–879 (1987).[93] K. D. Dobbs and W. J. Hehre, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 8, 880–893 (1987).[94] K. D. Dobbs and W. J. Hehre, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 7, 359–378 (1986).[95] W. J. Pietro, M. M. Francl, W. J. Hehre, D. J. Defrees, J. A. Pople, and J. S. Binkley, Jour<strong>na</strong>l ofThe American Ch<strong>em</strong>ical Society, 104, 5039–5048 (1982).[96] M. S. Gordon, J. S. Binkley, J. A. Pople, W. J. Pietro, and W. J. Hehre, Jour<strong>na</strong>l of The AmericanCh<strong>em</strong>ical Society, 104, 2797–2803 (1982).[97] J. S. Binkley, J. A. Pople, and W. J. Hehre, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 102,939–947 (1980).[98] V. Her<strong>na</strong>ndez and J. T. L. Navarrete, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 101, 1369–1377 (1994).[99] E. Orti, P. M. Viruela, J. Sanchezmarin, and F. Tomas, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry, 99,4955–4963 (1995).[100] N. Dicesare, M. Belletete, G. Durocher, and M. Leclerc, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 275, 533–539 (1997).[101] M. S. Gordon, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 76, 163–168 (1980).[102] P. C. Harihara and J. A. Pople, Theoretica Chimica Acta, 28, 213–222 (1973).[103] W. J. Hehre, R. Ditchfie, and J. A. Pople, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 56, 2257–& (1972).[104] W. J. Ditchfie, R Hehre and J. A. Pople, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 54, 724–& (1971).[105] P. C. Harihara and J. A. Pople, Theoretica Chimica Acta, 28, 213–222 (1973).[106] S. Sam<strong>da</strong>l, E. J. Samuelsen, and H. V. Volden, Synthetic Metals, 59, 259–265 (1993).[107] HyperCh<strong>em</strong> Professio<strong>na</strong>l Release 5.1, A Molecular Visualization and Simulation SoftwarePackage, Hypercube Inc., Gainesville, Flori<strong>da</strong>, 2000.[108] H. Kuhn, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 17, 1198–1212 (1949).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 225[109] A. Parusel, G. Kohler, and S. Grimme, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry A, 102, 6297–6306(1998).[110] B. Mennucci, A. Toniolo, and J. Tomasi, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 122,10621–10630 (2000).[111] Z. R. Grabowski, K. Rotkiewicz, A. Si<strong>em</strong>iarczuk, D. J. Cowley, and W. Baumann, NouveauJour<strong>na</strong>l de Chimie-new Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>istry, 3, 443–454 (1979).[112] K. Rotkiewi, G. K. H, and Z. R. Grabowsk, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 19, 315–318 (1973).[113] R. Cammi, B. Mennucci, and J. Tomasi, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry A, 104, 5631–5637(2000).[114] M. J. S. Dewar, E. G. Zoebisch, E. F. Healy, and J. J. P. Stewart, Jour<strong>na</strong>l of The AmericanCh<strong>em</strong>ical Society, 107, 3902–3909 (1985).[115] M. J. S. Dewar and J. J. P. Stewart, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 111, 416–420 (1984).[116] M. J. S. Dewar, Jour<strong>na</strong>l of Molecular Structure, 100, 41–50 (1983).[117] M. J. S. Dewar, Y. Yamaguchi, and S. H. Suck, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 59, 541–544 (1978).[118] S. B. Brown, M. J. S. Dewar, G. P. Ford, D. J. Nelson, and H. S. Rzepa, Jour<strong>na</strong>l of The AmericanCh<strong>em</strong>ical Society, 100, 7832–7836 (1978).[119] M. J. S. Dewar and C. Double<strong>da</strong>y, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 100, 4935–4941(1978).[120] M. J. S. Dewar, G. P. Ford, M. L. Mckee, H. S. Rzepa, W. Thiel, and Y. Yamaguchi, Jour<strong>na</strong>l ofMolecular Structure, 43, 135–138 (1978).[121] M. J. S. Dewar and G. P. Ford, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 99, 7822–7829(1977).[122] M. J. S. Dewar, Y. Yamaguchi, and S. H. Suck, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 50, 259–261 (1977).[123] M. J. S. Dewar and W. Thiel, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 99, 4899–4907(1977).[124] M. J. S. Dewar, S. H. Suck, P. K. Weiner, and J. G. Bergman, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 38,226–227 (1976).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 226[125] R. C. Bingham, M. J. S. Dewar, and D. H. Lo, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 97,1285–1293 (1975).[126] J. J. P. Stewart, Quantum Ch<strong>em</strong>istry Program Exchange (QCPE) Program # 455.[127] N. Yamamoto, T. Vreven, M. A. Robb, M. J. Frisch, and H. B. Schlegel, Ch<strong>em</strong>ical PhysicsLetters, 250, 373–378 (1996).[128] M. Frisch, I. N. Ragazos, M. A. Robb, and H. B. Schlegel, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 189, 524–528 (1992).[129] F. Ber<strong>na</strong>rdi, A. Bottoni, J. J. W. Mcdouall, M. A. Robb, and H. B. Schlegel, Fara<strong>da</strong>y Symposiaof The Ch<strong>em</strong>ical Society, pages 137–147 (1984).[130] H. B. Schlegel and M. A. Robb, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 93, 43–46 (1982).[131] R. H. A. Eade and M. A. Robb, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 83, 362–368 (1981).[132] D. Hegarty and M. A. Robb, Molecular Physics, 37, 1455–1468 (1979).[133] G. R. Hutchison, M. A. Ratner, and T. J. Marks, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry A, 106, 10596–10605 (2002).[134] W. R. Rocha, V. M. Martins, K. Coutinho, and S. Canuto, Theoretical Ch<strong>em</strong>istry Accounts,108, 31–37 (2002).[135] T. Malaspi<strong>na</strong>, K. Coutinho, and S. Canuto, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 117, 1692–1699(2002).[136] W. R. Rocha, K. J. de Almei<strong>da</strong>, K. Coutinho, and S. Canuto, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 345,171–178 (2001).[137] K. J. de Almei<strong>da</strong>, K. Coutinho, W. B. de Almei<strong>da</strong>, W. R. Rocha, and S. Canuto, PhysicalCh<strong>em</strong>istry Ch<strong>em</strong>ical Physics, 3, 1583–1587 (2001).[138] K. Coutinho, N. Saavedra, A. Serrano, and S. Canuto, Jour<strong>na</strong>l of Molecular Structuretheoch<strong>em</strong>,539, 171–179 (2001).[139] W. R. Rocha, K. Coutinho, W. B. de Almei<strong>da</strong>, and S. Canuto, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 335,127–133 (2001).[140] K. Coutinho and S. Canuto, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 113, 9132–9139 (2000).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Bibliografia 227[141] K. Coutinho, S. Canuto, and M. Zerner, Jour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics, 112, 9874–9880 (2000).[142] S. Canuto and K. Coutinho, Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of Quantum Ch<strong>em</strong>istry, 77, 192–198(2000).[143] K. Coutinho, D. Oliveira, M. Canuto, and S, Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of Quantum Ch<strong>em</strong>istry, 66,249–253 (1998).[144] K. Coutinho, S. Canuto, and M. Zerner, Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of Quantum Ch<strong>em</strong>istry, 65,885–891 (1997).[145] S. Urahata, K. Coutinho, and S. Canuto, Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters, 274, 269–274 (1997).[146] M. L. P. Price, D. Ostrovsky, and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of Computatio<strong>na</strong>l Ch<strong>em</strong>istry, 22,1340–1352 (2001).[147] E. K. Watkins and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry A, 105, 4118–4125 (2001).[148] R. C. Rizzo and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society, 121, 4827–4836(1999).[149] N. A. Mcdo<strong>na</strong>ld and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of Physical Ch<strong>em</strong>istry B, 102, 8049–8059(1998).[150] W. L. Jorgensen, D. S. Maxwell, and J. Tiradorives, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society,118, 11225–11236 (1996).[151] N. A. Mcdo<strong>na</strong>ld, E. M. Duffy, and W. L. Jorgensen, Jour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society,120, 5104–5111 (1998).[152] R. W. J. Zijlstra, F. C. Groz<strong>em</strong>a, M. Swart, B. L. Feringa, and P. T. Van Duijnen, Jour<strong>na</strong>l ofPhysical Ch<strong>em</strong>istry A, 105, 3583–3590 (2001).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice AArtigo 1Electronic Structure of9-anthryl-oligothiophenesM.C. dos SantosD. A. <strong>da</strong> Silva FilhoSynthetic Metals 121 (2001) 1493-1494228


Artigo 1 229Synthetic Metals 121 2001) 1493±14940379-6779/01/$ ± see front matter # 2001 Elsevier Science B.V. All rights reserved.PII: S 0379-677900)01062-6Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 1 2301494 M.C. dos Santos, D.A. Silva-Filho / Synthetic Metals 121 2001) 1493±1494Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice BArtigo 2Quantitative Treatment of Surface Potentialsin Langmuir Films From AromaticAmphiphilesPatrycja Dy<strong>na</strong>rowicz-latkaAilton CavalliD<strong>em</strong>étrio A. Silva FilhoPiotr MilartM. Cristi<strong>na</strong> dos SantosOsvaldo N. OliveiraCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 (2001) 11-17231


Artigo 2 23230 March 2001Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17www.elsevier.nl/locate/cplettQuantitative treatment of surface potentials in Langmuir ®lmsfrom aromatic amphiphilesPatrycja Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka a, *, Ailton Cavalli b , D<strong>em</strong>etrio A. Silva Filho c ,Piotr Milart a , M. Cristi<strong>na</strong> dos Santos c , Osvaldo N. Oliveira <strong>da</strong> Jagiellonian University, Faculty of Ch<strong>em</strong>istry, Ingarde<strong>na</strong> 3, 30-060 Krakow, Polandb Universi<strong>da</strong>de Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, 21949 Rio de Janeiro, RJ, Brazilc Universi<strong>da</strong>de Estadual de Campi<strong>na</strong>s ± Instituto de Fõsica Gleb Wataghin, Campi<strong>na</strong>s, SP, Brazild Instituto de Fisica de S~ao Carlos, Universi<strong>da</strong>de de S~ao Paulo, CP 369, CEP 13560-970, S~ao Carlos, SP, BrazilReceived 9 Nov<strong>em</strong>ber 2000; in ®<strong>na</strong>l form 10 January 2001AbstractIt is shown that the surface potentials of Langmuir monolayers from aromatic compounds can be interpreted using thethree-layer capacitor model of D<strong>em</strong>chak and Fort, with the same local dielectric constants <strong>em</strong>ployed for aliphaticcompounds. Based on new <strong>da</strong>ta for monolayers from an acid, amine and ester compounds with an aromatic hydrophobicpart, we show that the dielectric constant for the monolayer/water interface region is 61. Good agre<strong>em</strong>ent betweenexperiment and theory was obtained by taking the dielectric constant of the monolayer/interface as 3.00.6, which areessentially the same as those obtained for long tail aliphatic compounds. Ó 2001 Elsevier Science B.V. All rights reserved.1. IntroductionThe surface potential technique has been usedin the characterization of Langmuir monolayersfor several decades, but progress in the quantitativeinterpretation of measured values has beenrather slow. Aturning point was the publication in1974 of the D<strong>em</strong>chak and Fort DF) three-layercapacitor model [1], in which the surface potential,DV , was assumed to arise from the dipole momentsin distinct parts of the monolayer and withsuch parts possessing distinct local dielectric constants,according to Eq. 1):* Corresponding author. Fax: +48-12-340515.E-mail address: ucdy<strong>na</strong>ro@cyf-kr.edu.pl P. Dy<strong>na</strong>rowiczèaßtka).DV ˆ…1=Ae 0 †‰ l 1 =e 1 ‡l 2 =e 2 ‡ l 3 =e 3 Š; …1†where A is the area per molecule, e 0 is the vacuumpermittivity, l 1 is the vertical component of thee€ective dipole moment due to reorientation ofwater dipoles caused by the introduction of ®lmformingmolecules at the water interface, and l 2and l 3 are the vertical components of group dipol<strong>em</strong>oments in the hydrophilic and hydrophobicparts of the molecule, respectively. Each of suchdipoles is <strong>em</strong>bedded in a medium with a local dielectricpermittivity, e i .Using experimental <strong>da</strong>ta for non-ionisedLangmuir monolayers of p-terphenyls, D<strong>em</strong>chakand Fort obtained quantitative agre<strong>em</strong>ent betweentheory and experiment by assuming that the dielectricconstants were e 3 ˆ 5:3 for the air/monolayerinterface, e 2 ˆ 7:6 for the monolayer/water0009-2614/01/$ - see front matter Ó 2001 Elsevier Science B.V. All rights reserved.PII: S 0 0 0 9 - 2 6 1 4 0 1 ) 0 0 175-0Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 23312 P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17interface and that l 1 =e 1 ˆ‡0:04 D [1]. This approachwas later applied to adsorbed Gibbs)monolayers formed by small, water-soluble amphiphilicmolecules [2±6] as well as for Langmuir®lms from insoluble amphiphiles [7,8], while asimilar 2-layer model was used by Vogel andMobius [9]. Oliveira et al. [7], in particular, d<strong>em</strong>onstratedthat for aliphatic compounds the valueof e 3 ˆ 5:3 suggested by D<strong>em</strong>chak and Fort wasfar too high to explain experimental <strong>da</strong>ta fromhaloge<strong>na</strong>ted compounds. It was then shown [7]that for aliphatic compounds, agre<strong>em</strong>ent with theexperiments required the following parameters:l 1 =e 1 ˆ 0:065 D, e 2 ˆ 6:4; e 3 ˆ 2:8. It is worthmentioning that the latter value for e 3 is corroboratedby a theoretical treatment by Taylor andBayes [10]. Progress has also been made in theinterpretation of the double-layer contribution tothe surface potential in ionized monolayers, for ithas been shown [11] that at least for weakly ionizedmonolayers spread on aqueous subphaseswith monovalent ions, the simple Gouy±Chapmantheory may provide good agre<strong>em</strong>ent with experimentalresults.In summary, the monolayer surface potentialsof simple aliphatic compounds could be explainedquantitatively, but the question of whether di€erentparameters should be <strong>em</strong>ployed for aromaticcompounds r<strong>em</strong>ained. Testing the DF approachfor the latter compounds was not possible for anumber of years because surface potential <strong>da</strong>tawere not available for simple, purely aromaticcompounds for which the contributions from thegroup dipole moments could be estimated. Recently,however, we have succeeded in synthesisinga series of aromatic homologues of polyphenylcarboxylic acids from which stable Langmuirmonolayers could be obtained [12]. Comparing thee€ective dipole moments of such acids di€ering intheir hydrophobic parts, we were able to show [13]that the local dielectric constant at the monolayer/air interface, e 3 , is 3:0 0:6, i.e. essentially thesame as for aliphatic molecules 2.8 [7]). Importantfor such an achiev<strong>em</strong>ent was the possibility of estimatingthe dipole moment components for relativelylarge molecules, which is now possible usings<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>pirical quantum ch<strong>em</strong>istry methods [14].In this Letter, we present results for aromaticcompounds with head groups other than thecarboxylic acid, thus allowing us to also estimatethe dielectric constant at the monolayer/water interface,e 2 . This is done with monolayer resultsfrom 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl tail attached tothe amino ANH 2 ) or methyl ester ACOOCH 3 )head group, which were synthesised with thispurpose. Both compounds are capable of stable®lm formation at the free water surface. Thea<strong>na</strong>lysis of such experimental <strong>da</strong>ta provided acomplete picture for the interpretation of surfacepotentials for aromatic as well as aliphatic compounds.The implications of this achiev<strong>em</strong>ent arediscussed along with the limitations in the applicationof the DF approach.2. Experimental2.1. Synthesis5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylic acid,abbreviated as PTCAcompound 1, Sch<strong>em</strong>e 1)was synthesised according to the procedure describedin [15]. Methyl 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylate3) was readily obtained byalkylation of the sodium salt of the parent carboxylicacid [15] under phase transfer catalysisSch<strong>em</strong>e 2). 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-amine5) was prepared by reduction of the appropriatenitro compound, which was synthesised applyingSch<strong>em</strong>e 1. Ch<strong>em</strong>ical structure of 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylic acid, in short PTCAcompound 1).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 234P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17 13ortho of rings at 3 0 and 5 0 ); 7.76 and 8.14 2d, 4H,AA 0 BB 0 ; J ortho ˆ 8:3 Hz, protons of the ring withCOOCH 3 group); 7.80 s, 2H, protons 2 0 and 6 0 );7.82 s, 1H, proton 4 0 ).Sch<strong>em</strong>e 2. Synthetic path to methyl 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylatecompound 3).the Zimmermann and Fischer method [16]Sch<strong>em</strong>e 3).2.1.1. Methyl 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylate3)Amixture of sodium 5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-carboxylate2) 0.37 g, 1 mmol), methyliodide 0.70 g, 5 mmol), TEBA0.1 g) and dryacetone 10 ml) was stirred and re¯uxed for 4 h.After cooling to room t<strong>em</strong>perature, a smallamount of colorless material was separated by®ltration and washed with acetone. The solventwas r<strong>em</strong>oved at reduced pressure. The crudeproduct was treated with water, ®ltered o€, washedwith water and cold methanol 5 ml). It waspuri®ed by recrystallization from methanol anddried in air. Yield: 0.26 g 72%). M. p. 132.3°C.A<strong>na</strong>l.Calc. for C 26 H 20 O 2 : %C 85.67; H 5.54.Found: %C 85.87; H 5.63. IR KBr) õ [cm 1 ] 3061,2998, 2954, 2841 CH); 1718 …C@O†; 1608, 1594aromatic rings); 1276 …CAO†. 1 H NMR …CDCl 3 †d [ppm] 3.95 s, 3H, OCH 3 ); 7.40 t, 2H,J ortho ˆ 7:3 Hz, protons para of rings at 3 0 and 5 0 );7.49 t, 4H, J ortho ˆ 7:3 Hz, protons meta of ringsat 3 0 and 5 0 ); 7.69 d, 4H, J ortho ˆ 7:3 Hz, protonsSch<strong>em</strong>e 3. phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-amine compound 5).2.1.2. 5 0 -Phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl-4-amine 5)Avigorously stirred suspension of 4 0 -nitro-5 0 -phenyl-1,1 0 :3 0 ; 1 00 -terphenyl 4) 0.35 g, 1 mmol)and tin powder 0.5 g) in ethanol 10 ml) washeated to 80°C. Concentrated hydrochloric acid5 ml) was slowly added during 2.5 h. The mixturebecame almost clear. Then it was cooled to roomt<strong>em</strong>perature and ®ltered. The ®ltrate was pouredinto stirred 10% sodium hydroxide solution ca. 50ml). The separated amine was ®ltered o€, washedwith water and a small amount of cold ethanol.For further puri®cation, the crude product wassuspended in ethanol 20 ml) and re¯uxed for 30min. The colorless solid was separated and dried invacuum at 80°C. An a<strong>na</strong>lytical sample was obtainedby vacuum sublimation at ca. 1 mm Hg.Yield: 0.28 g 87%). M. p. 152.3°C. A<strong>na</strong>l. Calc. forC 24 H 19 N: %C 89.67; H 5.97; N 4.36. Found: %C89.94; H 6.05; N 4.46. IR KBr) õ [cm 1 ] 3444, 3369NH); 3029 CH); 1618 NH); 1590, 1517 aromaticrings); 1291 NH). 1 H NMR DMSO-d 6 ) d[ppm] 5.30 s, 2H, NH 2 ); 6.69 and 7.56 2d, 4H,AA 0 BB 0 ; J AB ˆ 8:5 Hz, protons of the ring withANH 2 group); 7.40 t, 2H, J ortho ˆ 7:3 Hz, protonspara of rings at 3 0 and 5 0 ); 7.50 t, 4H, J ortho ˆ7:3 Hz, protons meta of rings at 3 0 and 5 0 ); 7.73t, 1H, J meta ˆ 1:4 Hz, proton 4 0 ); 7.76 d, 2H,J meta ˆ 1:4 Hz, protons 2 0 and 6 0 ); 7.84 d, 4H,J ortho ˆ 7:3 Hz, protons ortho of rings at 3 0 and 5 0 ).2.2. Langmuir monolayersSpreading solutions were prepared by dissolvingthe investigated compound 0.5 mg/ml) infreshly distilled, spectroscopic grade chloroform.Ultrapure water from a Nanopure in®nity) coupledto a Milli-Q water puri®cation syst<strong>em</strong>…resistivity ˆ 18:2 MX cm† was used as a subphase.To obtain non-ionised ®lms, PTCAmethylester was spread on pure water, while the carboxylicacid PTCA) and amine were spread o<strong>na</strong>queous acidic 10 3 M. HCl) and basic 10 3 M.NaOH) solutions, respectively. Monolayers wereTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 23514 P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17spread on a KSV-5000 LB trough …total area ˆ730:5 cm 2 † placed on an anti-vibration table in aclass 10 000 clean room. The surface pressure ofthe monolayer was measured to an accuracy of 0.1mNm 1 with a Wilhelmy plate made of chromatographypaper, ash-less Whatman Chr 1)connected to an electrobalance. Simultaneously,the surface potential was monitored using avibrating plate located ca. 2 mm above the watersurface. The reference electrode, made fromplatinum foil, was placed in the water subphase.The surface potential measur<strong>em</strong>ents were reproducibleto 10 mV. Monolayers were usuallycompressed with a barrier speed of 25 mm/minequivalent to a compression rate of 7:5 10 17 A 2 = min) at 20°C.2.3. Characterization methodsIR spectra were recorded on a Bruker IFS48spectrometer as KBr pellets. 1 H NMR spectrawere taken at 500.13 MHz with a Bruker AMX500spectrometer using DMSO-d 6 or CDCl 3 as solventsand TMS as an inter<strong>na</strong>l stan<strong>da</strong>rd. El<strong>em</strong>entala<strong>na</strong>lyses were carried out in the Regio<strong>na</strong>l Laboratoryof Physicoch<strong>em</strong>ical A<strong>na</strong>lyses, Krakow,Poland. Melting points were determined with Mel-T<strong>em</strong>p II melting point apparatus in open capillariesand are uncorrected.3. Results and discussionFig. 1 presents surface pressure …p†, electricsurface potential …DV † and e€ective dipole moment…l ? †-area isotherms of the non-ionised ®lmsof PTCA 1), its methyl ester 3) and amine 5).The <strong>da</strong>ta for PTCAFig. 1a) have already beenreported and are reproduced from a previousLetter [13]. The potential solid line) and e€ectivedipole moment dotted line) already start to increaseat ca. 60 A 2 =molecule, when the surfacepressure <strong>da</strong>shed-dotted line) is still zero. Uponfurther compression, the surface potential and effectivedipole moment increase steeply, reach amaximum and then decrease when the surfacepressure is already non-zero. For a detailed descriptio<strong>na</strong>nd interpretation of the isotherms, thereaders are referred to [12]. The maximum in surfacepotential/e€ective dipole moment appears atthe same molecular area …36 3 A 2 =molecule†,regardless of the kind of hydrophilic head group ofFig. 1. Surface pressure …p† <strong>da</strong>shed-dotted), surface potential …DV † solid) and e€ective dipole moment …l exp? † area A) isotherms ofPTCAcompound 1), its methyl ester compound 3) and amine compound 5) spread on 10 3 M HCl aq. compound 1), watercompound 3) and 10 3 M NaOH aq. compound 5) at20°C; compression speed 25 mm/min.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 236P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17 15Table 1Comparison of experimental and calculated dipole moments of investigated aromatic amphiphilesCompound Polar group P) E€ective dipole moment, l ? [D] Dipole moments in vacuum, l [D] al calc?l exp? b l zcl x ydl totalACOOH 0.54 0.53 2.675 1.127 2.903ACOOCH 3 0.44 0.45 2.10 1.40 2.50ANH 2 0.29 0.27 1.20 1.25 1.73a Calculated with HyperCh<strong>em</strong>.b The values are given within an experimental error of 0.03.c Component of the dipole moment normal to the interface.d Component of the dipole moment parallel to the interface.the molecule. At this area, the molecules are assumedto take nearly vertical to the surface) orientatio<strong>na</strong>s the e€ective normal) dipole momenthas its maximum value. Using the D<strong>em</strong>chak andFort model and assuming that the contributionsfrom the hydrophobic group …l 3 =e 3 † and of theoriented water dipoles …l 1 =e 1 † are independent ofthe head group, the di€erence in the total, experimentallymeasured dipole moment …l exp? † can beascribed to di€erences in the contribution from thehead group of the molecule …l 2 =e 2 †. In order todetermine e 2 , pairs of Eq. 1) have to be solved formonolayers of molecules with identical hydrophobicgroup and di€erent hydrophilic heads.Assuming the same contribution from hydratedwater, the resulting equation has the followingform:…l a 2l b 2 †=e 2 ˆ l exp a? l exp b? : …2†In the above formula, the superscripts a and brefer to two distinct compounds in the pair usedfor comparison, and l exp? is the product …DVAe 0 †.The maximum values of the experimental e€ectivedipole moments for the investigated compounds…l exp? † are compiled in Table 1, which also includesthe calculated values, as discussed later. One alsoneed to estimate the dipole moment from the hydrophilicgroups, l 2 . Because the interactions withthe neighbouring dipoles and with the medium as awhole are incorporated in the dielectric constant,l 2 is the vertical component of the dipole momentin vacuum. These values may be obtained bysubtracting the C H ‡ dipole moment 0.4 D [17])from the normal component of the dipole momentof the free molecule …l z † for benzoic acid, methylbenzoate and aniline, respectively, calculated withHyperCh<strong>em</strong> 1 in the s<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>pirical AM1 AustinModel 1) parameterization [18±20]. The normalcomponents depend on whether a cis or transcon®guration is assumed for the carboxylic andester head group. Table 2 contains the values of l 2obtained using the above-mentioned procedure.Solving equations of type 2) for all threecombi<strong>na</strong>tions of pairs, the mean local dielectricconstant e 2 was found to be 6.01.0, if the ciscon®guration is assumed for both acid and esterhead groups. For trans conformation, a reaso<strong>na</strong>blevalue 6.6) is obtained only when ester and acid aresolved in pairs; in the other cases e 2 is very high14.3 and 17.7 when the acid and ester are solvedin pair with the amine, respectively). It is worthpointing out that e 2 ˆ 6:0 1:0 for the aromaticcompounds matches very well with the value of 6.4found by Oliveira et al. [7] for aliphatic amphiphiles.Using the average value of e 3 ˆ 3:0, asobtained for a series of PTCAderivatives [13], andobtaining l 3 theoretically using HyperCh<strong>em</strong>, ther<strong>em</strong>aining parameter, l 1 =e 1 , was found to be)0.065 0.015 D for good agre<strong>em</strong>ent to be obtainedwith the experimental results. Similarly to[13], l 3 was calculated by subtracting the normalcomponent of the dipole moment of the respectivehydrophilic group …l 2 † from the normal counterpartof the dipole moment of the free molecule ofPTCA, its methyl ester and amine …l z †. Table 1shows the comparison with experimental <strong>da</strong>ta,when the three average parameters were <strong>em</strong>ployed,viz. e 2 ˆ 6:0, e 3 ˆ 3:0 andl 1 =e 1 ˆ 0:065 D.1 HyperCh<strong>em</strong> Professio<strong>na</strong>l Release 5.1, AMolecular Visualizatio<strong>na</strong>nd Simulation Software Package, Hypercube, Gainesville,Flori<strong>da</strong>, 1998.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 23716 P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17Table 2Calculated values of dipole moments of free molecules of benzoic acid, methyl benzoate and anilineCompoundDipole moments in vacuum, l [D] al zbl x ycl totalBenzoic acid C 6 H 5 ACOOH cis 2.13 1.10 2.42trans 4.42Methyl benzoate C 6 H 5 ACOOCH 3 cis 1.60 1.30 2.11trans 3.89Aniline C 6 H 5 ANH 2 0.70 1.40 1.54a Calculated with HyperCh<strong>em</strong>.b Component of the dipole moment normal to the interface.c Component of the dipole moment parallel to the interface. Values presented in the table are for the cis con®guration of the hydrophilicgroup.Thus it is evident that the electrical parametersfor monolayers of aliphatic and aromatic amphiphilesare practically the same. This generality mayimply that any type of material can be a<strong>na</strong>lyzed,provided that one can estimate the group dipol<strong>em</strong>oments with some degree of accuracy. In thiscontext, the use of s<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>pirical methods, as inthis work, may allow extension of the a<strong>na</strong>lysis tolarger molecules, such as the phospholipids thatare widely investigated, and whose surface potential<strong>da</strong>ta have not been explained quantitatively i<strong>na</strong>n unequivocal way. There is one important limitation,however, in the cases where the assumptionsinherent in the DF approach are not valid.For instance, as <strong>em</strong>phasised in [13], when highlypolar groups are incorporated into the hydrophobicpart, one can no longer assume that thedielectric constant of a given medium is independentof the molecular group. Neither can one assumethat a contribution from one layer does nota€ect the other one, which is an important tenet ofthe DF model. The revised Taylor and Bayesmodel [21] clearly shows that the value of e 2 dependson the dipole species incorporated in th<strong>em</strong>olecule. They had shown earlier [10] that thelayers can be considered as non-interacting andthus treated independently which is the basic assumptionof the DF model) only for long-chainmolecules where headgroup and tailgroup dipolesare more than about 10 methylene units apart.Since it is known that the hydrophobicity of aphenylene group is comparable to that of an aliphaticfragment with 40.5 methylene groups [22],the polyphenyl compounds investigated here,whose hydrophobic part contains four benzenerings, can be treated as a<strong>na</strong>logues of alkanoicamphiphiles with 16 methylene groups. Therefore,PTCA, its methyl ester and amine are suitabl<strong>em</strong>aterials for the DF model, which justi®es thegood agre<strong>em</strong>ent between theory and experimentreported here.Iwamoto and co-workers [23±25] have also developedtheoretical models for monolayer ®lms,where it is found that the dielectric constant dependson the alignment and dipole density of thearray of dipoles assumed to represent the monolayer[23]. They did not distinguish between thecontributions from the hydrophilic and hydrophobicgroups, but rather treated the molecularmoments as point dipoles associated with tiltedrod-like molecules arranged on a hexago<strong>na</strong>l lattice[23,24]. Considering the randomizing e€ect ofthermal energy on molecular orientation and conformation,the relative permittivity of a simplelong-chain alkanoic acid monolayer was found tobe 1 in the expanded region and ca. 2 in the condensedstate, which con®rms earlier ®ndings byTaylor and Bayes [10]. Moreover, they also foundthat for the estimation of the local dielectric constantaccount should be taken of the dielectric anisotropyinherent in the monolayers owing to thesymmetry breaking at the air/water interface [25].It should be stressed that the parameters obtainedhere to input in the DF model are onlyaverage values. It is clear that small changes insuch values still lead to good agre<strong>em</strong>ent betweentheory and experiment, provided that the otherparameters are also altered. Nevertheless, one mayTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 2 238P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka et al. / Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 337 2001) 11±17 17be sure that the dielectric constants are withincertain ranges, which are between 5 and 8 for e 2and between 2 and 4 for e 3 , and these ®gures couldbe used as ®rst input in a more re®ned a<strong>na</strong>lysis,where the assumptions of the DF models are relaxed.This can be done using models such as thoseof [21,23±25], by allowing the dielectric constant tovary with the molecular group, in addition to investigatingthe in¯uence of a polar group in thehydrophobic tail on the dipole contributions of theother layers. From the experimental point of view,surface potential <strong>da</strong>ta will be required of compoundswhere the hydrophilic and hydrophobicparts are altered in a syst<strong>em</strong>atic way.Acknowledg<strong>em</strong>entsThe authors acknowledge the ®<strong>na</strong>ncial supportfrom FAPESP and CNPq Brazil).References[1] R.J. D<strong>em</strong>chak, T.J. Fort Jr., J. Colloid Interface Sci. 461974) 191.[2] P. Dy<strong>na</strong>rowicz, M. Paluch, J. Colloid Interface Sci. 1071985) 75.[3] P. Dy<strong>na</strong>rowicz, M. Paluch, J. Colloid Interface Sci. 1291989) 379.[4] P. Dy<strong>na</strong>rowicz, Coll. Surf. 42 1989) 39.[5] P. Dy<strong>na</strong>rowicz, Coll. Polym. Sci 267 1989) 941.[6] M. Paluch, P. Dy<strong>na</strong>rowicz, J. Colloid Interface Sci. 1151987) 307.[7] O.N. Oliveira Jr., D.M. Taylor, T.J. Lewis, S. Salvagno,C.J.M. Stirling, J. Ch<strong>em</strong>. Soc. Fara<strong>da</strong>y Trans. 1 85 1989)1009.[8] J.G. Petrov, E.E. Polymeropoulos, H. Mohwald, J. Phys.Ch<strong>em</strong>. 100 1996) 9860.[9] V. Vogel, D. Mobius, J. Colloid Interface Sci. 126 1988)408.[10] D.M. Taylor, G.F. Bayes, Phys. Rev. E 49 1994) 1439.[11] D.M. Taylor, O.N. Oliveira Jr., H. Morgan, Ch<strong>em</strong>. Phys.Lett. 161 1989) 147.[12] P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka, A. Dha<strong>na</strong>balan, A. Cavalli, O.N.Oliveira Jr., J. Phys. Ch<strong>em</strong> B 104 2000) 1701.[13] P. Dy<strong>na</strong>rowicz-èaßtka, A. Cavalli, D.A. Silva Filho, M.C.dos Santos, O.N. Oliveira Jr., Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 326 2000)39.[14] M.J.S. Dewar, The Molecular Orbital Theory of OrganicCh<strong>em</strong>istry, McGraw-Hill, New York, 1969.[15] J. Czapkiewicz, P. Dy<strong>na</strong>rowicz, P. Milart, Langmuir 121996) 4966.[16] T. Zimmermann, G.W. Fischer, J. Prakt. Ch<strong>em</strong> 329 1987)975.[17] J.W. Smith, Electric Dipole Moments, Butterworth, London,1955, p. 98.[18] M.J.S. Dewar, E.G. Zoebisch, E.F. Healy, J.J.P. Stewart,J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 107 1985) 3902.[19] M.J.S. Dewar, K.M. Dieter, J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 108 1986)8075.[20] J.P. Stewart, J Comp. Aided Mol. Design 4 1990) 1.[21] D.M. Taylor, G.F. Bayes, Material Sci and Engineering C-Biomimetic and Supramolecular Syst<strong>em</strong>s 8±9 1999) 67.[22] N.M. van Oss, P. Kok, T.A.B.M. Bolsman, Tenside Surf.Det. 3 1992) 175.[23] M. Iwamoto, Y. Mizutani, A. Sugimura, Phys. Rev. B. 541996) 8186.[24] C.-X. Wu, M. Iwamoto, Phys. Rev. B. 55 1997) 10922.[25] C. Wu, W. Zhao, M. Iwamoto, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 112 2000)10548.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice CArtigo 3Dipole Moments in Langmuir Monolayersfrom Aromatic Carboxylic AcidsPatrycja Dy<strong>na</strong>rowicz-latkaAilton CavalliD<strong>em</strong>étrio A. Silva FilhoM. Cristi<strong>na</strong> dos SantosOsvaldo N. OliveiraCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 (2000) 39-44239


Artigo 3 24011 August 2000Ž .Ch<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44www.elsevier.nlrlocatercplettDipole moments in Langmuir monolayers from aromaticcarboxylic acidsPatrycja Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka a,1 , Ailton Cavalli b , D<strong>em</strong>etrio ´ A. Silva Filho c ,M.C. dos Santos c , Osvaldo N. Oliveira Jr. a,)a Instituto de Fısica ´ de Sao ˜ Carlos, UniÕersi<strong>da</strong>de de Sao ˜ Paulo, CP 369, CEP 13560-970, Sao ˜ Carlos, SP, Brazilb Instituto de Biociencias, ˆ Letras e Ciencia ˆ Exatas, UNESP, Sao ˜ Jose´do Rio Preto, SP, Brazilc UniÕersi<strong>da</strong>de Estadual de Campi<strong>na</strong>s, Instituto de Fısica ´ Gleb Wataghin, Campi<strong>na</strong>s, SP, BrazilReceived 4 October 1999; in fi<strong>na</strong>l form 6 June 2000Abstractw Ž . xThe three-layer capacitor model proposed by D<strong>em</strong>chak and Fort J. Colloid Interface Sci. 46 1974 191 is <strong>em</strong>ployed torelate measured surface potentials of Langmuir monolayers from a series of polyphenyl carboxylic acids to molecular dipol<strong>em</strong>oments calculated using s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical quantum methods. The effective dielectric constant at the airrmonolayer interfaceis 3.0"0.6, very close to that estimated for aliphatic compounds. Good agre<strong>em</strong>ent between theory and experiment isobtained by adopting a dielectric constant of 6.4 for the monolayerrwater interface and a contribution from the waterreorientation of y0.064"0.006 D, which shows that the parameters in the DF model are essentially the same as foraliphatic amphiphiles, such as esters, acids, alcohols and ethers. q 2000 Elsevier Science B.V. All rights reserved.1. IntroductionIn the late 1980s considerable progress wasachieved in the interpretation of electric surface powx1 , with theoreticaltentials of Langmuir monolayersmodels being able to quantitatively relate measuredpotentials to molecular dipole moments in traditio<strong>na</strong>lamphiphilic compounds wx 2 . Such models treated th<strong>em</strong>onolayer as a 2- wx 3 or 3-layer capacitor wx 4 , with adistinct effective dielectric constant for each layer.These developments were inspired on earlier worksby Davies wx 5 and D<strong>em</strong>chak and Fort wx 6 ; they were) Corresponding author. Fax: q55-16-271-3616; e-mail:chu@ifsc.sc.usp.br1 Present address: Jagiellonian University, Faculty of Ch<strong>em</strong>istry,Krakow, ´ Poland.initially devoted to condensed monolayers, but werelater extended to explain surface potential–areaisotherms w7,8 x. More recent a<strong>na</strong>lysis of surface pow9–11x. In one oftential models may be found insuch studies, Oliveira et al. wx 4 <strong>em</strong>ployed the 3-layerD<strong>em</strong>chak–Fort model, origi<strong>na</strong>lly developed for p-therphenyl Ž aromatic.compounds, to a series ofaliphatic amphiphiles, but <strong>em</strong>ploying dielectric constantsthat differed from those proposed by D<strong>em</strong>chakand Fort. It was then suggested wx 4 that while thenew parameters gave more consistent results to <strong>da</strong>tain the literature for the aliphatic compounds, it r<strong>em</strong>ainedto be tested whether different parameterswould have to be <strong>em</strong>ployed for a<strong>na</strong>lyzing further<strong>da</strong>ta on aromatic compounds.We have now put the latter hypothesis to test, byinvestigating a series of aromatic carboxylic acids0009-2614r00r$ - see front matter q 2000 Elsevier Science B.V. All rights reserved.Ž .PII: S0009-2614 00 00726-0Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 3 24140( )P. Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka et al.rCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44especially synthesized for this purpose. The compoundsdiffer by introduction of a substituent at the4 X position, which can be hydrophobic or hydrophilic,thus allowing a variety of conditions to beprobed. The measured surface potentials for the variouscompounds are related to group dipole momentsobtained from the literature or calculated theoretiw12xwith s<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>-cally in AM1 parameterizationŽ2pirical quantum ch<strong>em</strong>istry programs HyperCh<strong>em</strong> ,MOPAC w13x and Gamess w14 x. . It is shown clearlythat the dielectric constant of the hydrophobic moietyin the aromatic compounds, at the airrmonolayerinterface, must be close to that of the aliphatica<strong>na</strong>logues, in contrast to the results of D<strong>em</strong>chak–Fortwx 6.Following Oliveira et al. wx 4 , we <strong>em</strong>ploy the D<strong>em</strong>chak–Fortmodel, in which the surface potential of aLangmuir monolayer is written as:DVsm HrŽ A´ 0 . Ž 1.where A is the area per molecule, ´ 0 is the vacuumpermittivity and m H is the so-called effective dipol<strong>em</strong>oment, which is expressed asm Hsm1r´ 1qm2r´ 2qm3r´ 3Ž 2.In Eq. Ž. 2 , m is the normal Ž to the water surface.1component of dipole moment origi<strong>na</strong>ting from reorientationof water molecules in the subphase due tothe presence of the monolayer, m is the normaldipole moment of the head groups, and m3is thenormal dipole moment of the hydrophobic part of th<strong>em</strong>olecule. Each of such dipoles is <strong>em</strong>bedded in amedium with effective dielectric constant, ´ i. Thedouble-layer contribution w15xwill not be consideredsince we shall a<strong>na</strong>lyze only non-ionized monolayers.2. ExperimentalX5 -phenyl-m-terphenyl carboxylic acid Ž PTCA.andXits 4 -derivatives Ž4 X -methyl, phenyl, p-biphenyl, p-tolyl, nitro and cyano.were synthesized according tothe method already described in Ref. w16 x, followingthe general procedure described by Zimmerman and2 HyperCh<strong>em</strong> 5.0, Professio<strong>na</strong>l version, A Molecular Vizualizatio<strong>na</strong>nd Simulation Software Package, Hypercube, Gainesville,FL, 1996.2Fischer w17 x. The spreading solution for the Langmuirexperiments was prepared by dissolving anygiven compound in spectroscopic grade chloroformwith a typical concentration of ca. 0.4 mgrmL. Thesubphase contained ultrapure water produced by aNanopure Ž Infinity.water purification syst<strong>em</strong> coupledto a Milli-Q water purification syst<strong>em</strong> Žresistiv-itys18.2 MV cm.and adjusted to pH 3 by addingappropriate amounts from a 1 M HCl stock solution.Experiments were carried out with a KSV-5000 LBsyst<strong>em</strong> Žtotal areas730.5 cm 2. placed on an antivibrationtable in a class 10 000 clean room. Surfacepressure was measured with accuracy of "0.1 mNrm using a Wilhelmy plate Žmade from chromatographypaper – Whatman Chr1.as a pressure sensor.Surface potentials were measured using the vibratingplate method to an accuracy of "10 mV. Afterspreading, the monolayers were left for 5 min for thesolvent to evaporate, after which compression wasinitiated with a barrier speed of 25 mmrmin Žequiv-17alent to 7.5=10 A˚2 rmin .. Experiments were performe<strong>da</strong>t 20"0.28C.3. Results and discussionThe prA isotherms of PTCA and 4 X -methylŽ MPTCA ., phenyl Ž PPTCA ., p-tolyl Ž TPTCA.andnitro Ž NPTCA.derivatives exhibit a broad plateauwhich has been attributed to the gradual incli<strong>na</strong>tionof molecules upon compression, which may fi<strong>na</strong>llylead to the formation of 3-D multilayer structures atXthe termi<strong>na</strong>tion of the plateau w18 x. For 4 cyanoderivative Ž CPTCA ., the plateau is hardly visible asit occurs at a very low surface pressure region Žca.0.5 mNrm. while for p-biphenyl PTCA Ž BPTCA.a‘kink’ at a surface pressure of 10 mNrm appears.Fig. 1, reproduced from Ref. w18 x, presents a typicalsurface pressure, electric surface potential and effectivedipole moment–area isotherms for the parentcompound, PTCA, which is representative for thesubstances studied here. A detailed description of theisotherms is given in w18,19 x. The effective dipol<strong>em</strong>oment along with the surface potential increasesupon compression until reaching maximum valuesjust before the start of the plateau in the prAisotherm. On further compression, both surface potentialand effective dipole moment decrease. Fig. 2shows the effective dipole moment behavior underTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 3 242( )P. Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka et al.rCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44 41Fig. 1. Surface pressure–area Ž <strong>da</strong>shed-dotted ., surface potential–area Ž solid. and effective dipole moment–area Ž dotted.isothermsof PTCA monolayer spread on 10 y3 M HCl aqueous subphase at208C; speed of compression: 25 mmrmin.film compression for all compounds investigated. Inthis paper, we have restricted ourselves only tocompounds spread on the surface of the acidic subphasei.e., to non-ionized neutral molecules, in orderto elimi<strong>na</strong>te the double layer potential that wouldhave appeared for subphases with higher pHs. Theexperimental values of effective dipole moments,m exp H , are compiled in Table 1. They were obtainedŽ.using Eq. 1 with an area per molecule in theinterval of 48"5 A ˚2, which corresponds to thetermi<strong>na</strong>tion of the pre-plateau region. The only exceptionwas CPTCA, for which an area of 20 A˚2wasadopted, since the isotherm is shifted toward smallerareas in comparison to the other compounds.If one assumes in Eq. Ž. 2 that the contributionsfrom the oriented water molecules, Ž m r´ .1 1 , andfrom the head –COOH group, Ž m r´ .2 2 , are thesame for PTCA and its derivatives, any difference inthe measured effective dipole moments should beascribed to differences in the contribution from thehydrophobic portion of the molecule Ž m r´ .3 3 . Obviously,a further assumption is that the head grouporientation is the same for all compounds which isreaso<strong>na</strong>ble for the termi<strong>na</strong>tion of the pre-plateauregion. The contributions from the groups comprisingthe aromatic hydrophobic part can be calculatedby comparing the dipole moment <strong>da</strong>ta of the variouscompounds. Interestingly, the introduction of a furtherphenyl ring to 5 X -phenyl-m-terphenyl core causesm exp H to be increased by approximately 0.07 D, sinceFig. 2. Effective dipole moment–area isotherms for the compounds investigated.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 3 24342( )P. Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka et al.rCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44Table 1Comparison of experimental and calculated dipole moments of polyphenyl carboxylic acidsCompound Abbreviation Effective dipole Dipole moments inmoment, m wDx vacuum, m wDx bRadical Ž R.m m m m mHcalc exp a c dH H z xyy total–H PTCA 0.52 0.53 2.675 1.127 2.903–CH 3MPTCA 0.63 0.63 2.998 1.119 3.200–C H PPTCA 0.59 0.59 2.895 1.103 3.0986 5–p–C H –CH TPTCA 0.70 0.70 3.216 1.075 3.3916 4 3–p–C H –C H BPTCA 0.60 0.60 2.905 1.108 3.1096 4 6 5–NO2NPTCA – y0.37 y1.796 1.445 2.305–CN CPTCA – y0.04 y0.487 1.293 1.382a The values are given within an experimental error of "0.03. b Calculated with HyperCh<strong>em</strong>. c Component of the dipole moment normal tothe interface. d Component of the dipole moment parallel to the interface.m exp of 4 X H -phenyl PTCA is higher than for PTCA,with the same applying to 4 X -p-tolyl PTCA and 4 X -methyl PTCA. While this contribution was certainlyunexpected, it is consistent with s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical dipol<strong>em</strong>oment computations in the AM1 parameterizationfor the free molecules in vacuum Ž m .. The calculationswere performed using the three methods alreadymentioned ŽHyperCh<strong>em</strong>, MOPAC andGAMESS.and gave consistent results. The geometrywas optimized on a Digital work station using theGAMESS program at the s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical AM1 level,without any symmetry restrictions. The gradient convergencetolerance was 0.000001 HartreerBohr. Wealso did the same calculations at the HF level withthe 3-21G Ubasis set using the AM1 geometry andgot similar results. We did not try HFr3-21G Uoptimizationsince the size of the molecules makes thecalculation prohibitive. As shown in Table 1, there isan increase in the theoretically calculated verticalcomponent Ž m .z of dipole moment when an addi-tio<strong>na</strong>l phenyl group is introduced, which amounts toca. 0.2 D. This is also consistent with earlier reportson the small increase in surface potentials, and consequentlyeffective dipole moments, with the lengthof the alkyl chain in fatty acid monolayers w20 x, witha 15 mV incr<strong>em</strong>ent for each additio<strong>na</strong>l pair of carbo<strong>na</strong>toms in the chain w21,22 x. However, when a subsequentphenyl group is introduced into the moleculeŽ see the results for PPTCA and BPTCA ., there ispractically no difference both in the measured effectivedipole moments and theoretical ones. In fact, asimilar phenomenon occurs in a homologous seriesof some straight-chain compounds where the dipol<strong>em</strong>oment tends to a constant value with increasingnumber of methylene groups in the chain w23 x.According to the D<strong>em</strong>chak and Fort model wx 6 , inorder to calculate ´ , one has to use pairs of Eq. Ž.32for molecules with different hydrophobic part andidentical hydrophilic groups. Assuming that the contributionof m r´ is the same, one may write:1 1Ž m ym X 3 3. r´ 3sm exp H ym expX HŽ 3.where the prime denotes the second compound in thepair used for comparison. Applying this method toV-haloderivatives of fatty acids, Oliveira et al. wx 4found ´ 3 to lie within the range 2.13–3.88, with amean value of 2.8. A similar value was obtained byDy<strong>na</strong>rowicz and Paluch w24xfor adsorbed Gibbsmonolayers Ž ´ s2.4 .3 . It should be noted that these´ 3 are close to the dielectric permittivity of paraffinŽ ca. 2.0. w25 x. In order to determine ´ 3 for thepolyphenyl carboxylic acids investigated here, onlycompounds which are supposed to have similar localdielectric permittivity, i.e. those with hydrophobicpart composed by pure hydrocarbon Žaliphatic oraromatic. were considered Ži.e. PTCA, MPTCA,PPTCA, TPTCA and BPTCA .. The r<strong>em</strong>aining compoundswill be discussed later. The dipole momentcontributions of the hydrophobic part of the moleculeTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 3 244( )P. Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka et al.rCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44 43Ž m .3 was calculated by subtracting the normal componentof dipole moment of the carboxylic groupfrom the normal counterpart of the dipole moment ofthe free molecule Ž m .z , where the latter was calcu-lated using a molecular modeling computer programŽ Table 1 .. Assuming that the configuration of thecarboxylic group for the investigated molecules isthe same, the difference Ž m ym X .3 3 corresponds toŽ m ym X .. Solving equations of type Ž 3.z zfor allpossible combi<strong>na</strong>tions of pairs of molecules, thedielectric permittivity in the vicinity of the hydrophobicgroups, ´ 3, was thus found to be 3.0"0.6.The mean value is close to the dielectric permittivityfor aromatic hydrocarbons like benzene Ž ´s2.28.or alkylbenzenes Ž for example toluene; ´ s2.4.3w23,26xand is practically the same as for monolayersof aliphatic compounds Ž2.8 according to wx. 4 .For determi<strong>na</strong>tion of the local dielectric permittivityin the vicinity of the hydrophilic groups, ´ 2,experimental values would be required of effectivedipole moments of molecules with the same hywx6 .drophobic part and different hydrophilic groupsHowever, previous att<strong>em</strong>pts w16xwere not successfulin forming stable monolayers with head groups otherthan the carboxylic group introduced either in the 4or 4 X -position into the 5 X -phenyl-m-terphenyl core.For example, aromatic compounds with the –NO 2group in the 4 position or –NO 2, –CN or –CONH 2groups in the 4 X position did not form Langmuirmonolayers. One may nevertheless resort to previwx6 or 6.4 w4,7 xously quoted values for ´ , i.e. 7.6 2;since ´ was close to that in wx37 we adopted 6.4 forestimating the theoretical dipole moment usingEq. Ž. 2 . The group dipole moment for the hydrophilicgroup Ž m .2 is the same for all compounds, butdepends on whether the carboxylic group adopts thecis or trans configuration of the hydrogen atom. Thenormal component of the carboxylic group, as calculatedusing HyperCh<strong>em</strong> for benzoic acid and theny qsubtracting the C H dipole moment Žassumed tobe 0.4 D. w27xis 1.733 D and 4.024 D, for the cisand trans configurations, respectively. We have testedboth possibilities. The contribution from reorientationof water molecules Ž m r´ .1 1 was used as a<strong>na</strong>djusting parameter, as is usually done w6,7,24 x. Consideringthe two possible conformations for theCOOH group, we found that best agre<strong>em</strong>ent betweentheory and experiment is found for the cis conformation,with a mean value of m1r´ 1sy0.064"0.006D, which is very close to the y0.065 D <strong>em</strong>ployed inRefs. w4,7 x. If we adopted the trans configuration,good agre<strong>em</strong>ent between theory and experimentwould only be obtained if the contribution due toreorientation of water molecules were very highŽ above 0.330 D ., which is physically u<strong>na</strong>cceptable.The calculated mcalcare shown in Table 1 togetherwith the experimental values. Because the parameters<strong>em</strong>ployed here are similar to those suggested byOliveira et al. wx 4 , they can also reproduce Žwithinthe dispersion.the values quoted by D<strong>em</strong>chak andFort wx 6 for aliphatic compounds, with the adde<strong>da</strong>dvantage that ´ 3 is consistent with <strong>da</strong>ta on haloge<strong>na</strong>te<strong>da</strong>cids, similar to Oliveira et al. wx 4 .We now return to the compounds with an additio<strong>na</strong>lhydrophilic group in the hydrophobic aromaticpart, e.g. –CN and –NO 2. These groups have dipol<strong>em</strong>oments pointing to the aqueous subphase, thusyielding negative contributions to the effective dipol<strong>em</strong>oment, which ultimately cause the measured surfacepotential to be negative. Taking the experimentaldipole moments for pairs of compounds includingCPTCA or NPTCA and PTCA Žfor which ´ 3 s3.0"0.6., good agre<strong>em</strong>ent with experiments would beobtained if a mean value of 7.2 for ´ 3 was adoptedfor CPTCA and NPTCA, which is difficult to justifyfor it would be larger than ´ 2. Worse still is the factthat no agre<strong>em</strong>ent with experimental <strong>da</strong>ta is obtainedusing a single adjusting parameter m1r´ 1, i.e. theDF model could not be applied to these compounds.Because the D<strong>em</strong>chak–Fort model requires use ofseveral parameters, any ‘agre<strong>em</strong>ent’ with experimentalresults is only meaningful if the hypotheses maybe justified on physical grounds Žsee for instance thecritique by D<strong>em</strong>chak and Fort of their own approachwx. 6 . Let us therefore a<strong>na</strong>lyze the limitations of theapproach and also comment upon the parameters<strong>em</strong>ployed. The first point to be justified is the selectionof the surface potential values for estimatingm exp H . We selected a potential close to the maximumvalue since we have evidence from elsewhere w18,19xthat just before the plateau transition in the surfacepressure isotherm the molecules are aligned almostperpendicularly to the water surface. The subsequentdecrease in dipole moment upon compression isattributed to a gradual incli<strong>na</strong>tion of film moleculesw19 x. We can therefore assume that the normal com-Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 3 24544( )P. Dy<strong>na</strong>rowicz-Łątka et al.rCh<strong>em</strong>ical Physics Letters 326 2000 39–44ponent of the molecular dipole moment will be m z,as assumed in the HyperCh<strong>em</strong> calculations. As forthe parameters <strong>em</strong>ployed in the calculation, theymust be considered as averages and one should payattention to trends and significant differences. Weused ´ 2 s6.4, but reaso<strong>na</strong>ble agre<strong>em</strong>ent would alsobe obtained if 7.6, the value quoted by D<strong>em</strong>chak–Fortwx 6 , was used with a different adjusting parameterm r´ . This is immaterial because one can only1 1guarantee that ´ 2 ranges say from 6 to 8. As for ´ 3,the estimated value of 3.0"0.6 is very close to thatof aliphatic compounds wx 7 , and with such similardielectric constants we might expect the adjustingparameter, m r´ , to be the same as in Ref. wx1 17 ,which actually happened.Inherent in the D<strong>em</strong>chak and Fort approach wx 6 isthe assumption that the local dielectric constantsshould not depend on the film-forming moleculargroups, the same applying to the contribution fromthe water reorientation. The failure in explainingresults for CPTCA and NPTCA shows the need tomodify parameters, especially if large differences inpolarizability are involved as already suggested byOliveira et al. wx 8 . This entirely justifies the reservaw11xas totions expressed in a recent paper by Taylorthe appropriateness of the DF approach. It is clear,however, that the <strong>na</strong>ture of the film-forming moleculesmust be taken into account. Nevertheless weconsider the approach as useful because it providesinformation that could not otherwise be obtained. Forconsidering the <strong>da</strong>ta a<strong>na</strong>lyzed in Ref. w4,8xand thepresent <strong>da</strong>ta, we arrive at several unequivocal conclusions:Ž. 1 The local dielectric constant, ´ 2, forseveral groups in aliphatic compounds and for thecarboxylic group in aromatic compounds lies between6 and 8. Ž. 2 For the hydrophobic part, at th<strong>em</strong>onolayerrair interface, the dielectric constant is 2to 3, for aliphatic as well as aromatic compounds. Ž. 3If the hydrophobic part contains a highly polar group,the DF model fails because a higher dielectric constantwould have to be <strong>em</strong>ployed for ´ 3 while theother parameters Žfrom the headgroup and waterreorientation.would also be affected.Acknowledg<strong>em</strong>entsThe authors are grateful to FAPESP and CNPqŽ Brazil.for fi<strong>na</strong>ncial support.Referenceswx 1 G.L. Gaines Jr., Insoluble Monolayers at the Liquid-GasInterface, Interscience, New York, 1966.wx 2 D.M. Taylor, O.N. Oliveira Jr., H. Morgan, J. Colloid InterfaceSci. 139 Ž 1990.508.wx 3 V. Vogel, D. Mobius, ¨ J. Colloid Interface Sci. 126 Ž 1988.408.wx 4 O.N. Oliveira Jr., D.M. Taylor, T.J. Lewis, S. Salvagno,C.J.M. Stirling, J. Ch<strong>em</strong>. Soc., Fara<strong>da</strong>y Trans. 1 85 Ž 1989.1009.wx 5 J.T. Davies, E.K. Rideal, Can. J. Ch<strong>em</strong>. 33 Ž 1955.947.wx 6 R.J. D<strong>em</strong>chak, T.J. Fort Jr., J. Colloid Interface Sci. 46Ž 1974.191.wx 7 O.N. Oliveira Jr., D.M. Taylor, H. Morgan, Thin Solid Films210r211 Ž 1992.76.wx 8 O.N. Oliveira Jr., A. Riul Jr., G.F. Leal Ferreira, Thin SolidFilms 242 Ž 1994.239.wx 9 O.N. Oliveira Jr., C. Bo<strong>na</strong>rdi, Langmuir 13 Ž 1997.5920.w10xJ.G. Petrov, E.E. Polymeropoulos, H. Mohwald, ¨ J. Phys.Ch<strong>em</strong>. 100 Ž 1996.9860.w11xD.M. Taylor, G.F. Bayes, Mat. Sci. Eng. C – BiomimeticSupramol. Syst. 8r9 Ž 1999.65.w12xM.J.S. Dewar, E.G. Zoebish, E.G. Healy, J.J.P. Stewart, J.Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 107 Ž 1985.3902.w13xJ.J.P. Stewart, Quantum Ch<strong>em</strong>istry Programme Exchange a455.w14xM.W. Schimidt, K.K. Baldridge, J.A. Boatz, S.T. Elbert,M.S. Gordon, J.H. Jensen, S. Koseki, N. Matsu<strong>na</strong>ga, K.A.Nguyen, S.J. Su, T.L. Windus, M. Dupuis, J.A. Montgomery,J. Comput. Ch<strong>em</strong>. 14 Ž 1993.1347.w15x J.T. Davies, J. Colloid Sci. 11 Ž 1956.377.w16xJ. Czapkiewicz, P. Dy<strong>na</strong>rowicz, G. Janicka, P. Milart, Coll.Surf. A 135 Ž 1988.149.w17x T. Zimmermann, G.W. Fischer, J. Prakt. Ch<strong>em</strong>. 329 Ž 1987.499.w18xP. Dy<strong>na</strong>rowicz-Latka, A. Dha<strong>na</strong>balan, O.N. Oliveira Jr., J.Phys. Ch<strong>em</strong>. B 103 Ž 1999.5992.w19xP. Dy<strong>na</strong>rowicz-Latka, A. Dha<strong>na</strong>balan, A. Cavalli, O.N.Oliveira Jr., J. Phys. Ch<strong>em</strong>. B 104 Ž 2000.1701.w20xY.K. Kuchhal, S.S. Katti, A.B. Biswas, J. Colloid InterfaceSci. 49 Ž 1974.48.w21x W.D. Harkins, E.K. Fisher, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 1 Ž 1933.852.w22x N.K. A<strong>da</strong>m, J.B. Harding, Proc. R. Soc. Ž London.A 138Ž 1932.411.w23xN.E. Hill, W.E. Vaughan, A.H. Price, M. Davies, DielectricProperties and Molecular Behaviour, Van Nostrand Reinhold,London, 1969, pp. 245, 310.w24xP. Dy<strong>na</strong>rowicz, M. Paluch, J. Colloid Interface Sci. 107Ž 1985.75.w25x R.C. Weast Ž Ed. ., CRC Handbook of Ch<strong>em</strong>istry and Physics,57th edn., CRC Press, Cleveland, OH, 1976, p. E-56.w26xC.P. Smyth, Dielectric Behavior and Structure, McGraw-Hill,New York, 1955, p. 243.w27xJ.W. Smith, Electric Dipole Moments, Butterworth, London,1955, p. 98.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice DArtigo 4Organic S<strong>em</strong>iconductors: A theoreticalCharacterization of the Basic ParametersGoverning Charge TransportJ. L. Bré<strong>da</strong>sJ. P. CalbertD. A. <strong>da</strong> Silva FilhoJ. CornilProceedings of Natio<strong>na</strong>l Acad<strong>em</strong>y of Science of the United States of 99 (9) 5804-5809 (2002)246


Artigo 4 247Organic s<strong>em</strong>iconductors: A theoreticalcharacterization of the basic parametersgoverning charge transportJ. L. Bré<strong>da</strong>s* †‡ , J. P. Calbert* † , D. A. <strong>da</strong> Silva Filho*, and J. Cornil* †*Department of Ch<strong>em</strong>istry, University of Arizo<strong>na</strong>, Tucson, AZ 85721-0041; and † Laboratory for Ch<strong>em</strong>istry of Novel Materials, Center for Research onMolecular Electronics and Photonics, University of Mons-Hai<strong>na</strong>ut, Place du Parc 20, B-7000 Mons, BelgiumCommunicated by Alan J. Heeger, University of California, Santa Barbara, CA, March 12, 2002 (received for review Dec<strong>em</strong>ber 11, 2001)Organic s<strong>em</strong>iconductors based on -conjugated oligomers andpolymers constitute the active el<strong>em</strong>ents in new generations ofplastic (opto)electronic devices. The performance of these devicesdepends largely on the efficiency of the charge-transport processes;at the microscopic level, one of the major parametersgoverning the transport properties is the amplitude of the electronictransfer integrals between adjacent oligomer or polymerchains. Here, quantum-ch<strong>em</strong>ical calculations are performed onmodel syst<strong>em</strong>s to address the way transfer integrals betwee<strong>na</strong>djacent chains are affected by the <strong>na</strong>ture and relative positions ofthe interacting units. Compounds under investigation include oligothienylenes,hexabenzocoronene, oligoacenes, and perylene. Itis shown that the amplitude of the transfer integrals is extr<strong>em</strong>elysensitive to the molecular packing. Interestingly, in contrast toconventio<strong>na</strong>l wisdom, specific arrang<strong>em</strong>ents can lead to electronmobilities that are larger than hole mobilities, which is, for instance,the case of perylene.rganic -conjugated materials offer r<strong>em</strong>arkable potentialOas active el<strong>em</strong>ents in (opto)electronic devices that exploittheir s<strong>em</strong>iconducting properties, such as field-effect transistors(FETs; refs. 1–8), light-<strong>em</strong>itting diodes (LEDs; refs. 9–13), orphotovoltaic and solar cells (14–17). Such devices are expectedto be ultimately incorporated, for instance, into all-plastic integratedcircuits for low-end and cheap electronics (7, 8, 18) an<strong>da</strong>ll-plastic light-<strong>em</strong>itting displays, where each pixel consists of anorganic LED driven by an organic FET (19, 20). In all of theseapplications, the efficiency of charge transport within the organiclayer(s) plays a key role. In light-<strong>em</strong>itting diodes, it isdesirable that the injected holes and electrons have large andsimilar mobilities to prevent electroluminescence quenching thatcan occur when charges recombine close to a metallic interface(21); high-charge mobilities favor recombi<strong>na</strong>tion processes in thebulk (where charges can be confined further by means oforganic–organic interfaces; ref. 22). In solar cells, the chargescreated upon photoexcitation of the active material have to betransported efficiently to be collected at the metallic contactsand stored under the form of electrical energy. Another challengeis to develop materials displaying high electron and hol<strong>em</strong>obilities in field-effect architectures to design complex organiccircuits.The charge-transport properties critically depend on the degreeof ordering of the chains in the solid state as well as on thedensity of ch<strong>em</strong>ical andor structural defects (23–25). Thisdependence explains why, over the last decades, the experimentalcharacterization of the transport properties in organic thinfilms or crystals has led to results that vary with sample quality.Recently, the synthesis of ultra-pure single crystals of organics<strong>em</strong>iconductors such as oligoacenes has allowed Batlogg andcoworkers (28) to d<strong>em</strong>onstrate r<strong>em</strong>arkable features that in manyinstances had been thought to be restricted to inorganic materials;for example, (i) the appearance of very high hole andelectron mobilities in the 10 4 –10 5 cm 2 V 1 s 1 range at lowt<strong>em</strong>perature (26–30); (ii) the observation of superconductivity(29); (iii) the observation of integer or fractio<strong>na</strong>l quantum-Halleffect (27); or (iv) the possibility of fabricating a solid-stateinjection laser. Because charge transport is intrinsic in highpuritycompounds, a direct comparison between experimental<strong>da</strong>ta and the results of quantum-ch<strong>em</strong>ical calculations becomespossible (31, 32).At the microscopic level, one of the key parameters fortransport in organic conjugated materials is the interchaintransfer integral t, that expresses the ease of transfer of a chargebetween two interacting chains. The transfer integral associatedwith a given electronic level is related to the energetic splittingof that level when going from an isolated chain to a syst<strong>em</strong> ofinteracting chains, as sketched in Fig. 1. In organic s<strong>em</strong>iconductors,the splitting of the highest occupied molecular orbital(HOMO) lowest unoccupied molecular orbital (LUMO) levelresulting from the interaction of adjacent chains along givendirections yields the transfer integral to be used for the descriptionof hole (electron) transport in these directions. For simplecosine-shaped bands, the higher the HOMO (LUMO) bandwidth,the higher the expected hole (electron) mobility.It turns out that, at low t<strong>em</strong>perature, the charge transport i<strong>na</strong> number of organic crystals and highly organized thin films canbe described in a band-like regime similar to that in inorganics<strong>em</strong>iconductors (33). In that case, the total widths and shapes ofthe valence and conduction bands formed by the interaction ofthe HOMO and LUMO levels of the -conjugated chains,respectively, determine the hole and electron mobilities. In atight-binding model, the total bandwidth of a one-dimensio<strong>na</strong>linfinite stack is simply equal to four times the transfer integralbetween neighbors (34); by extension, the total width can beexpressed for any molecular packing from the amplitude of thetransfer integrals between the various interacting units. Whent<strong>em</strong>perature increases, the effective bandwidths are progressivelyreduced by phonon-scattering processes; this result translatesinto a decrease in charge mobilities leading to a hight<strong>em</strong>peratureregime where the charge carriers get localized oversingle chains and transport operates by a thermally activatedhopping mechanism (33, 35). At the microscopic level, thecharge transport mechanism can then be described as involvingan electron transfer from a charged oligomer to an adjacentneutral oligomer. In the context of s<strong>em</strong>iclassical electrontransfertheory (36–38), the electron-transfer (hopping) rate,k ET, can be described to a good approximation ask ET 42h14k B T t2 exp[1]4k B T,Abbreviations: HOMO, highest occupied molecular orbital; LUMO, lowest unoccupiedmolecular orbital; INDO, intermediate neglect of differential overlap.‡ To whom reprint requests should be addressed at: University of Arizo<strong>na</strong>, Department ofCh<strong>em</strong>istry, P.O. Box 210041, Tucson, AZ 85721. E-mail: jlbre<strong>da</strong>s@u.arizo<strong>na</strong>.edu.The publication costs of this article were defrayed in part by page charge payment. Thisarticle must therefore be hereby marked “advertis<strong>em</strong>ent” in accor<strong>da</strong>nce with 18 U.S.C.§1734 solely to indicate this fact.5804–5809 PNAS April 30, 2002 vol. 99 no. 9 www.p<strong>na</strong>s.orgcgidoi10.1073p<strong>na</strong>s.092143399Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 4 248structure-transport properties relationships by a<strong>na</strong>lyzing howthese integrals are affected at the molecular level by the <strong>na</strong>ture,size, and relative positions of the interacting units. This a<strong>na</strong>lysisis done by carrying out s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical intermediate neglect ofdifferential overlap (INDO) calculations on model syst<strong>em</strong>s. Wefirst focus on oligothiophenes as prototypical compounds fororganic s<strong>em</strong>iconductors; the reason is that these oligomers aswell as the parent polymer have well characterized transportproperties and are considered as excellent candi<strong>da</strong>tes for thefabrication of high performance FETs (3, 5, 40, 41). Thefollowing sections are devoted to hexabenzocoronene, oligoacenes(from <strong>na</strong>phthalene to pentacene), and to perylene.Fig. 1. Illustration of the bonding–antibonding interactions between theHOMOLUMO levels of two ethylene molecules in a cofacial configuration; wealso illustrate the formation of the valence and conduction bands when alarge number of stacked molecules interact.where T is the t<strong>em</strong>perature, is the reorganization energy, t isthe transfer integral, and h and k B are the Planck and Boltzmannconstants. The transfer integrals reflect the strength of theinteraction between the two oligomers; the reorganization energyterm describes the strength of the electron-phonon (vibration)and can be reliably estimated as twice the relaxation energyof a polaron localized over a single unit. Eq. 1 shows that fastcharge transfer processes within a hopping regime require largetransfer integrals and a weak coupling of the charges to the(vibrations of the) conjugated backbones. We also note that thepresence of t in Eq. 1 applies to situations where the chargetransfer between the initial and fi<strong>na</strong>l states involved in thehopping process can be described from the simple considerationof molecular orbital levels, i.e., within a one-electron picture.Recent ab initio calculations describing hole transfer betweentwo benzene molecules have shown that, when theintermolecular distance is reduced, the electronic couplingscalculated at the one-electron level progressively deviate fromthose obtained by considering the full electronic wave functionsof the initial and fi<strong>na</strong>l states (39). However, the electroniccouplings are underestimated only by a factor of 2–3 at theone-electron level in a cofacial dimer made of two benzen<strong>em</strong>olecules separated by 3.5 Å, where the interactions ar<strong>em</strong>aximized because of the very small size of the interactingunits. The discrepancies between the two theoretical approacheswill be significantly smaller for the much biggermolecules involved in our study, thus making the one-electro<strong>na</strong>pproach a very efficient and simple way to estimate interchaintransfer integrals.Also, it is useful to recall that the carrier residency time, , o<strong>na</strong> given unit goes as W 2 15103 WeV s,where W is the full effective bandwidth. This means, as a generalrule of thumb, that an effective bandwidth on the order of about0.1–0.2 eV or more is needed to ensure that the carrier residencytime is smaller than the typical phononvibration times (then,the molecules do not have the time to geometrically relax andtrap the charge). These vibrations introduce a loss of coherenceamong the interacting units, leading to effective bandwidths(transfer integrals) smaller than the total values provided by ourcalculations; our results have thus to be considered as upperlimits.Thus, the transfer integrals are seen to play a central role inthe understanding of transport properties in both the band andhopping regimes. In this contribution, we seek to establishTheoretical Methodology. As detailed in previous works, the firststep in our approach consists of optimizing the geometry of anisolated oligomer molecule with the s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical Hartree-FockAustin Model 1 (AM1) Hamiltonian, which has been parameterizedto reproduce the ground-state geometry of organicmolecules (42). Then, we use the s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical Hartree-FockINDO method (as developed by Zerner and coworkers forspectroscopic purposes, refs. 43 and 44) to compute the electronicstructure of isolated molecules and of supermolecularsyst<strong>em</strong>s made of dimers or larger molecular clusters; the latterare built in various ways that will be described as we proceed(note that the intramolecular geometries are not reoptimizedwhen performing the supermolecular dimer or cluster calculations).The choice of the INDOS Hamiltonian is driven by thefact that INDO calculations have been shown to provide descriptionsof the one-electron structure of isolated and interactingconjugated molecules in excellent agre<strong>em</strong>ent with correspondingexperimental <strong>da</strong>ta (31, 32) and theoretical <strong>da</strong>taobtained at the ab initio level (45).The amplitudes of the calculated transfer integrals are ratio<strong>na</strong>lizedby an a<strong>na</strong>lysis of (i) the shape of the frontier orbitals ofthe isolated units (visualized here by means of a home-madeprogram (ZOA v.2.0, available at http:zoa.freeservers.com<strong>download</strong>.htm) and (ii) the bonding–antibonding overlap patternof the HOMO and LUMO wave functions in the clusters,which is determined by the relative positions of the interactingunits.We apply this methodology to various model syst<strong>em</strong>s to assessthe influence on the transfer integral values of the followingaspects: (i) we investigate the influence of intermolecular separationby considering a perfectly cofacial dimer of sexithienyl(6T) molecules and varying the distance between the molecularplanes in the range 3.2–5.0 Å; (ii) setting the intermoleculardistance in the sexithienyl dimer at 4.0 Å, we examine the impactof lateral displac<strong>em</strong>ents of one of the oligomers, along both thelong and short molecular axes; (iii) the role of chain length isaddressed by looking at dimers of oligothiophenes ranging in sizefrom thiophene to octathiophene; (iv) fi<strong>na</strong>lly, we evaluate theevolution of the transfer integral values as a function of thenumber of oligomers constituting a one-dimensio<strong>na</strong>l cofacial-stack, i.e., as a function of cluster size. In the following sections,we apply our approach to clusters of hexabenzocoronene, oligoacene,and perylene molecules, either in the form of a cofacial-stack or in the configuration found in the crystalline structure.Results and DiscussionAs an introduction to the issues discussed below, it is useful toconsider the simple example of a dimer made of two perfectlysuperimposed ethylene molecules. In the isolated ethylene molecule,the HOMO level corresponds to the bonding situationwhere the lobes of the same sign of the two -atomic orbitalsinteract (thus leading to the absence of node in the electronicwave function), whereas the LUMO level corresponds to theantibonding situation where lobes of opposite sign interact (thusintroducing a node in the electronic wave function; see Fig. 1).CHEMISTRYBré<strong>da</strong>s et al. PNAS April 30, 2002 vol. 99 no. 9 5805Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 4 249Fig. 2. Evolution of the INDO-calculated electronic splittings of the HOMOand LUMO levels in a cofacial dimer made of two sexithienyl molecules as afunction of the intermolecular separation.In a cofacial dimer, the interaction between the two moleculesleads to a splitting of the HOMO level and a splitting of theLUMO level, as illustrated in Fig. 1. The HOMO splitting is verylarge, 0.539 eV (for an intermolecular distance of 4 Å); thereason is that the interaction between the HOMO wave functionsof the two molecules is either fully bonding (which leads tothe much stabilized HOMO1 level of the dimer) or fullyantibonding (leading to the much destabilized dimer HOMOlevel). For the LUMO level, the splitting is found to be muchsmaller, 0.148 eV, because either direct bonding interactions arecompensated for by diago<strong>na</strong>l antibonding interactions in thedimer LUMO wave function or direct antibonding interactionsare compensated for by diago<strong>na</strong>l bonding interactions in theLUMO1 level, see Fig. 1.Thus, in the case of perfectly cofacial configurations, one canstate that, as a qualitative rule, the lower the number of nodesin the wave function of a given frontier level of an isolated chain,the larger the splitting of that level in a dimer (or larger clusters).Because in isolated -conjugated chains, the LUMO wavefunction has usually one more node than the HOMO wavefunction, the LUMO splitting is expected to be smaller than theHOMO splitting. Qualitatively, for large clusters, this differencewill translate into larger HOMO bandwidths, as will be discussedbelow. This feature is what has given rise to the conventio<strong>na</strong>lwisdom that in crystals or crystalline films of -conjugatedchains, the hole mobility is expected to be higher than theelectron mobility.Cofacial Configurations of Sexithienyl Clusters. Influence of intermolecularseparation. We first consider perfectly cofacial dimersmade of two sexithienyl molecules and examine the evolution ofthe electronic splittings of the HOMO and LUMO levels as afunction of the distance between the molecular planes. Althoughfully cofacial configurations are rarely encountered in actualcrystal structures, it is of interest to study such geometriesbecause they provide a highly symmetric reference point andlead to the largest electronic splittings (here, for instance, 0.236and 0.191 eV for the HOMO and LUMO levels, respectively, foran interchain distance of 4 Å).The results are illustrated in Fig. 2. Consistent with ourprevious discussion, the HOMO splitting is calculated to belarger than the LUMO splitting whatever the interchain separation.The amplitudes of the electronic splittings are observedto decay exponentially when the interchain distance is increased;this simply translates the exponential decay in intermolecularoverlap of the -atomic orbitals when the two oligomers arepulled apart. An important result is that the electronic splittingsvary by as much as a factor of three to four between 3.4 and 4.0Fig. 3. Evolution of the INDO-calculated electronic splittings of the HOMOand LUMO levels in a dimer formed by two sexithienyl molecules separated by4.0 Å as a function of the degree of translation of one molecule along its mainchain axis.Å, a range that corresponds to the typical intermolecular distancesfound in organic conjugated crystals and films (46, 47).Influence of relative displac<strong>em</strong>ents. In many instances, cofacialpacking involves the displac<strong>em</strong>ents of adjacent molecules alongtheir long andor short molecular axes. Fig. 3 describes theevolution of the HOMO and LUMO splittings in dimers wherethe top 6T molecule is translated along its main chain axis (whilekeeping the interchain distance fixed at 4 Å). The most interestingresult is the appearance of strong oscillations in the valuesof the splitting, with a periodicity that is different for the HOMOand LUMO splittings; it is about twice as small for the HOMOas for the LUMO. The important consequence of this differencein oscillation period is that small translations can lead tosituations where the electronic splitting is larger for the LUMOthan for the HOMO and, hence, where electrons can be expectedto be more mobile than holes. For instance, for a shift of about1.5 Å, the reversal in the relative amplitude of the splittings isvery significant: we calculate a LUMO splitting of 0.12 eV an<strong>da</strong> HOMO splitting of 0.02 eV.The calculated evolutions can be ratio<strong>na</strong>lized from the shapeof the HOMO and LUMO orbitals of a single 6T molecule. Inthe HOMO level, the distribution of the positive and negativelinear combi<strong>na</strong>tion of atomic orbital (LCAO) coefficients showsa change in the sign of the wave function every half monomerunit (see Fig. 4). This pattern leads to extr<strong>em</strong>a in the calculatedelectronic splittings for degrees of translation corresponding tomultiples of half the monomer unit size. Large electronicsplittings are domi<strong>na</strong>ted by full bonding or antibonding interactionsbetween the -atomic orbitals localized over the carbon–carbon double bonds within the thiophene rings. In contrast, th<strong>em</strong>inima are calculated for geometries where the double bonds ofFig. 4. Illustration of the LCAO bonding–antibonding pattern of the HOMO(Upper) and LUMO (Lower) levels in the sexithienyl molecule. The color andsize of the circles are representative of the sign and amplitude of the LCAOcoefficients, respectively; the <strong>da</strong>shed lines delimit half a monomer unit.5806 www.p<strong>na</strong>s.orgcgidoi10.1073p<strong>na</strong>s.092143399 Bré<strong>da</strong>s et al.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 4 250one oligomer are superimposed over the center of the thiophenerings or the inter-ring bonds of the other chain; in such configurations,the global overlap (and hence the HOMO splitting) isconsiderably reduced by the compensation of bonding an<strong>da</strong>ntibonding interactions between the double bonds of one chai<strong>na</strong>nd the two adjacent double bonds of the other chain.The evolution of the LUMO splitting also displays maximaand minima; however, for small degrees of translation, these donot reach values as low as in the situation observed with theHOMO level. This finding is explained once again by consideringthe shape of the LUMO orbital. In this case, there is no signchange along the translation axis (see Fig. 4). This patternsyst<strong>em</strong>atically leads to domi<strong>na</strong>nt bonding (antibonding) overlapsin the LUMO (LUMO1) level of the dimer, and hence tosignificant electronic splittings. Maxima (minima) are observedwhen the thiophene rings of one chain overlap the thiophenerings (the inter-ring bonds) of the second chain; the oscillationperiod of the curve is, thus, twice as large as that calculated forthe HOMO splitting.Note that there occurs an overall decrease in the HOMO andLUMO splittings for increasing translatio<strong>na</strong>l shifts. This evolutionsimply results from the progressive reduction in the overallextent of spatial overlap between the two oligomers.We now turn to the impact of translating the top oligomeralong its short axis. As expected, the HOMO splitting is found todecay progressively when the molecule is shifted by up to 3.5 Å,whereas the LUMO splitting exhibits two minima for the samelateral displac<strong>em</strong>ent. Again, these evolutions can be ratio<strong>na</strong>lizedby looking at the wave functions. The HOMO wave function doesnot change sign along the short axis; thus, the translationpreserves domi<strong>na</strong>nt bonding (antibonding) interactions in theHOMO1 (HOMO) level of the dimer; these interactionsattenuate as the translatio<strong>na</strong>l shift increases. In contrast, theantibonding character over the double bonds found in theLUMO level leads to the appearance of a minimum in the courseof the translation.Influence of ring orientation. In addition to the perfectlycofacial dimer situation where any two superimposed rings pointto the same direction, we have also examined the dimer configurationwhere one oligomer is rotated by 180° along the longchai<strong>na</strong>xis. In this case, the molecular planes are still fullyparallel, but superimposed rings point in opposite directions.Taking an interchain distance of 4 Å, we calculate for therotated geometry splittings of 0.078 and 0.142 eV for the HOMOand LUMO levels, respectively, to be compared with 0.236 and0.190 eV for the cofacial dimer. The LUMO splitting has asimilar order of magnitude in the two dimers because of the factthat the interactions between the carbon atoms in the cofacialdimer are compensated for by the interaction between the sulfuratoms and the C–C single bonds in the rotated geometry. Incontrast, the absence of electronic density on the sulfur atoms inthe HOMO level prevents a similar compensation from occurringand leads to a significant reduction in splitting when goingfrom cofacial to rotated geometry. Thus, this indicates anothertype of configuration for which electron mobilities can befavored over hole mobilities.Influence of oligomer length. To make the discussion easy, it isuseful to refer back to the case of the ethylene dimer that wedescribed at the beginning of this section and then to consideran extension of the size of the molecule to go to longer polyenes.We find that the HOMO splittings decrease with chain lengthand saturate; the LUMO splittings increase and tend to asaturated value only slightly lower than that for the HOMOsplittings.These evolutions can be ratio<strong>na</strong>lized by the fact that, as chainlength increases, the HOMO level gains an increasing number ofnodes (in the polyene with n double bonds, the HOMO has n 1 nodes); this contributes to decreasing the HOMO splitting,Fig. 5. Evolution of the INDO-calculated HOMO and LUMO splittings incofacial dimers formed by two oligothiophenes separated by 3.5 Å as afunction of the number of thiophene rings in the chains.because of the appearance of an increasing number of antibondinginteractions between the top and bottom molecules of thedimer. The situation is opposite for the LUMO level, for whichthere appears, with chain length, an increasing number (n 1)of bonds over which the LUMO wave function is bonding. At thelimit of long chains, the relative difference in the number ofnodes between the HOMO and LUMO levels becomes increasinglysmaller, hence the HOMOLUMO splitting differencesalso become smaller.The evolutions of the HOMO and LUMO splittings foroligothienylene dimers with chain lengths going from thiopheneto octathiophene are given in Fig. 5 (interchain distance fixedhere at 3.5 Å). The results are qualitatively similar to those in thepolyene dimers and have the same expla<strong>na</strong>tion.Influence of cluster size. We now discuss the evolution of thetotal HOMO and LUMO bandwidths formed by the interactionof the HOMO and LUMO levels in clusters containing from oneto six sexithienyls stacked in a perfectly cofacial configuration,with interchain separations of 4 Å. The INDO-calculated splittingsrapidly saturate with the size of the cluster. Most interestingly,the splittings follow a linear relationship when plotted asa function of cos[(n 1)], with n the number of oligomers inthe stack, see Fig. 6. Such a linear evolution is the one expectedin the framework of tight-binding models, for which the totalbandwidth for a one-dimensio<strong>na</strong>l stack is expressed as 4t cos[(n 1)]. The excellent linear match indicates that thesplittings calculated for large clusters at the INDO level aredomi<strong>na</strong>ted by interactions between adjacent neighbors. Thus, inthis context, the total valence and conduction bandwidths of aninfinite one-dimensio<strong>na</strong>l stack can be estimated from a simpledimer calculation (4t being then simply twice the total dimersplitting).Fig. 6. Evolution of the INDO-calculated HOMO and LUMO splittings incofacial stacks made of sexithienyl chains separated by 4.0 Å as a function ofcos[(n 1)], with n the number of molecules in the stack.CHEMISTRYBré<strong>da</strong>s et al. PNAS April 30, 2002 vol. 99 no. 9 5807Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 4 251Fig. 7. Illustration of the herringbone packing of pentacene molecules (fromref. 55).Hexabenzocorene. Hexabenzocoronene (HBC), C 42H 18, has recentlyreceived much attention because it displays a wide rangeof interesting structural and electrical properties (48–51). It is adiscotic molecule made of 13 fused benzene rings and it possessesD 6h symmetry; HBC molecules substituted by saturatedchains can be arranged into one-dimensio<strong>na</strong>l stacks in liquidcrystalline phases, for which r<strong>em</strong>arkable room t<strong>em</strong>peratur<strong>em</strong>obilities approaching 1 cm 2 Vs have been reported recently(52). The HBC crystal structure presents a colum<strong>na</strong>r arrang<strong>em</strong>entin which the molecules are tilted by 40° with respect to thecolumn axis (47). Within a column, the distance between twomolecular planes is 3.5 Å; this stacking is likely to induce stronginteractions between the molecules and thus good transportproperties along the columns; because the interactions betweencolumns are very weak, we focus here on a single column.The HOMO and LUMO levels of a single HBC molecule aredoubly degenerate because of the D 6h symmetry. For comparisonpurposes, we first consider a perfectly cofacial dimer (in thiscase, the degenerate levels split in the same way). For thedistance of 3.5 Å between the molecular planes, the HOMO andLUMO splittings calculated for stacks of increasing size extrapolateto valence (HOMO) and conduction (LUMO) bandwidthsthat are extr<strong>em</strong>ely high: 1.93 and 1.13 eV, respectively.We now turn to a dimer adopting the same configuration asin a column of the single crystal structure (47). With respect tothe perfectly cofacial dimer, this configuration corresponds tosliding slightly the top molecule over the bottom one. In thedisplaced case, the degenerate HOMO levels lead to markedlydifferent intermolecular interactions; the same is true for thedegenerate LUMO levels. Considering the splittings for clustersof increasing size leads to valence and conduction bandwidths of1.04 and 0.69 eV, respectively, as estimated by extrapolationfrom the evolution of the calculated bandwidths as a function ofcos[(n 1)]. Thus, going away from a perfectly cofacial stackleads to bandwidth reductions on the order of 40–45%. Despitethis result, the valence and conduction bandwidths r<strong>em</strong>ainr<strong>em</strong>arkably large; such a large valence bandwidth in the crystalis qualitatively consistent with the large one-dimensio<strong>na</strong>l mobilitiesreported for the discotic liquid crystal phases (52).Oligoacenes. The crystal structures of oligoacenes containing 2, 3,and 5 rings (i.e., <strong>na</strong>phthalene, anthracene, and pentacene) arecharacterized by a layered herringbone packing (53–55), asillustrated in Fig. 7 for pentacene. Interestingly, significantHOMO and LUMO splittings are calculated not only along thea axis but also along the diago<strong>na</strong>l axes (d1 and d2 in Fig. 7),although the molecular planes of adjacent molecules along thelatter form an angle of 50° (55). Vanishingly small splittings areobtained from interactions among molecules located in adjacentlayers (along c); this confirms that transport in oligoacene singlecrystals is mostly two-dimensio<strong>na</strong>l (26). The total widths of thevalence and conduction bands can be expressed from the transferintegrals calculated along the a, d1, and d2 directions (31).The results show that, for each compound, the total widths ofthe valence and conduction bands, and hence to a first approximation,the electron and hole mobilities, are similar. They reachvalues higher than 0.6 eV in pentacene; these are consistent withrecent experimental estimates on the order of 0.5 eV deducedfrom mobility measur<strong>em</strong>ents (26). Interestingly, in theseherringbone-packed syst<strong>em</strong>s, both the valence and conductionbandwidths increase with chain length. This result contrasts withthe trends obtained when considering cofacial stacks where thevalence bandwidth decreases with chain length. These resultsd<strong>em</strong>onstrate the subtle interplay between crystal packing andelectronic splittings and <strong>em</strong>phasize that the latter cannot beassessed simply at the mere view of the crystalline structure.Also, it is most important to realize that a simple comparisonof the overall valence and conduction bandwidths can onlyprovide a qualitative picture of the respective hole and electronmobilities. To determine the latter on a more quantitative basis,it is required to evaluate the three-dimensio<strong>na</strong>l band structuresof the crystals under investigation; the curvatures (effectiv<strong>em</strong>asses) at the top of the valence band and at the bottom of theconduction band directly impact the hole and electron mobilities.The three-dimensio<strong>na</strong>l band structures and mobilities of oligoacenesneed to be evaluated. [We note that prelimi<strong>na</strong>ry resultsfor pentacene indicate a stronger curvature at the top of thevalence band than at the bottom of the conduction band, thuspointing to a lower effective mass and higher mobility for holesthan electrons (Y. C. Chen, R. Silbey, D.A.d.S.F., J.P.C., J.C.,J.L.B., unpublished work); this is in agre<strong>em</strong>ent with the experimental<strong>da</strong>ta at low t<strong>em</strong>perature; ref. 26].Perylene. Perylene possesses a particular crystal structure in thesense that the molecules pack as displaced dimers that arrangeth<strong>em</strong>selves in a herringbone fashion (56). We have considered aperfect cofacial dimer of perylene as well as the dimer configurationpresent in the crystal structure. In the former case, theHOMO and LUMO splittings are both large (0.811 and 0.564eV, respectively), even if, as expected for such a configuration,the LUMO splitting is lesser. In the crystal dimer configuration,the molecular planes r<strong>em</strong>ain parallel, but there occur displac<strong>em</strong>entsalong both the long and short axes. These displac<strong>em</strong>entsresult in a marked reduction of the LUMO splitting and, to aneven larger extent, of the HOMO splitting; they become 0.188and 0.067 eV, respectively, with the HOMO splitting nearly threetimes as small as the LUMO splitting. Thus, as described earlier,lateral displac<strong>em</strong>ents of one dimer partner over the other canlead to the reversal of the relative HOMOLUMO splittingratio. When taking into account the herringbone packing of thedimers (details of these calculations will be presented elsewhere),we found that the conduction band is 0.55 eV wide, andthe valence band is 0.40 eV wide.Field-effect mobility <strong>da</strong>ta have been recently reported byBatlogg and coworkers (57) for ultra-pure perylene crystals. Atlow t<strong>em</strong>perature, the electron mobility is on the order of 10 2cm 2 Vs, whereas the hole mobility is about 25 times lower. Atroom t<strong>em</strong>perature, the electron transport se<strong>em</strong>s to r<strong>em</strong>ainband-like and large, 5 cm 2 Vs; the hole transport switches toa hopping regime around 250 K. Batlogg and coworkers (58)concluded that their experimental results ‘‘overthrow the dogmathat electron field-effect mobilities in organic s<strong>em</strong>iconductorsare much smaller than hole mobilities.’’ The theoretical resultsdescribed in the present work are qualitatively consistent withthe experimental <strong>da</strong>ta and provide an expla<strong>na</strong>tion of why thisdogma has indeed no reason to be valid.5808 www.p<strong>na</strong>s.orgcgidoi10.1073p<strong>na</strong>s.092143399 Bré<strong>da</strong>s et al.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 4 252ConclusionIn this work, we have illustrated how the amplitude of thetransfer integrals that govern charge transport in organic conjugatedmaterials is highly sensitive to various aspects of molecularpacking. In the fully -conjugated syst<strong>em</strong>s investigated here,the largest splittings for the HOMO and LUMO levels are foundconsistently calculated for perfectly cofacial configurations; inthis case, hole mobilities are expected to be higher than electronmobilities.However, from a detailed exami<strong>na</strong>tion of molecular orbitalshapes and interactions, it is observed that specific arrang<strong>em</strong>entscan promote higher mobilities for electrons than for holes. Thisis, for instance, the case in perylene, which confirms that one ca<strong>na</strong>bandon the ‘‘dogma’’ according to which organic s<strong>em</strong>iconductorsnecessarily have smaller electron mobilities than hol<strong>em</strong>obilities.Thus, quantum-ch<strong>em</strong>ical calculations se<strong>em</strong> to be a useful toolto characterize the intrinsic transport properties of organics<strong>em</strong>iconductors and to design materials with enhanced electro<strong>na</strong>nd hole mobilities.We thank B. Batlogg, J. H. Schön, and R. Silbey for stimulatingdiscussions. The work at Arizo<strong>na</strong> is partly supported by the Office ofNaval Research, Natio<strong>na</strong>l Science Foun<strong>da</strong>tion Grant CHE-0078819,the Petroleum Research Fund, the Department of Energy, and theIBM Shared University Research program. The work in Mons is partlysupported by Belgian Federal Government Grant PAI 411, theEuropean Commission Training and Mobility of Researchers projectLAMINATE, and Fonds Natio<strong>na</strong>l de la Recherche Scientifique(FNRSFRFC). J.C. is an FNRS Research Associate; J.Ph.C. holds ascholarship from the Fonds pour la Formahon et la Recherche pourl’Industrie et l’Agriculture (FRIA). D.A.d.S.F. is supported by theBrazilian agency Comissao de Aperfeiçoamento de Pessoal de NivalSuperior.1. Garnier, F., Hajlaoui, R., Yassar, A. & Srivastava, P. (1994) Science 265,1684–1686.2. Katz, H. E. (1997) J. Mater. Ch<strong>em</strong>. 7, 369–376.3. Horowitz, G. (1998) Adv. Mater. 10, 365–377.4. Nelson, S. F., Lin, Y. Y., GunYdlach, D. J. & Jackson, T. N. (1998) Appl. Phys.Lett. 72, 1854–1856.5. Sirringhaus, H., Brown, P. J., Friend, R. H., Nielsen, M. N., Bechgaard, K.,Langeveld-Voss, B. M. W., Spiering, A. J. H., Janssen, R. A. J., Meijer, E. W.,Herwig, P. & de Leeuw, D. M. (1999) Nature (London) 401, 685–688.6. Katz, H. E., Lovinger, A. J., Johnson, J., Kloc, C., Siegrist, T., Li, W., Lin, Y. Y.& Do<strong>da</strong>balapur, A. (2000) Nature (London) 404, 478–480.7. Bao, Z. (2000) Adv. Mater. 12, 227–230.8. Gelinck, G. H., Geuns, T. C. T. & de Leeuw, D. M. (2000) Appl. Phys. Lett 77,1487–1489.9. Tang, C. W. & Van Slyke, S. A. (1987) Appl. Phys. Lett. 51, 913–915.10. Burroughes, J. H., Bradley, D. D. C., Brown, A. R., Marks, R. N., Friend, R. H.,Burn, P. L. & Holmes, A. B. (1990) Nature (London) 347, 539–541.11. Sheats, J. R., Antoniadis, H., Hueschen, M., Leo<strong>na</strong>rd, W., Miller, J., Moon, R.& Roitman, D. & Stocking, A. (1996) Science 273, 884–888.12. Friend, R. H., Burroughes, J. & Shimo<strong>da</strong>, T. (1999) Physics World June, 35–40.13. Friend, R. H., Gymer, R. W., Holmes, A. B., Burroughes, J. H., Marks, R. N.,Taliani, C., Bradley, D. D. C., dos Santos, D. A., Bré<strong>da</strong>s, J. L., Lögdlund, M.& Salaneck, W. R. (1999) Nature (London) 397, 121–128.14. Sariciftci, N. S., Smilowitz, L., Heeger, A. J. & Wudl, F. (1992) Science 258,1474–1476.15. Halls, J. J. M., Walsh, C. A., Greenham, N. C., Marseglia, E. A., Friend, R. H.,Moratti, S. C. & Holmes, A. B. (1995) Nature (London) 376, 498–500.16. Yu, G., Wang, J., McElvain, J. & Heeger, A. J. (1998) Adv. Mater. 17, 1431–1434.17. Brabec, C. J., Sariciftci, N. S. & Hummelen, J. C. (2001) Adv. Funct. Mater. 11,15–26.18. Sirringhaus, H., Kawase, T., Friend, R. H. & Shimo<strong>da</strong>, T. (2000) Science 290,2123–2126.19. Do<strong>da</strong>balapur, A., Bao, Z., Makhija, A., Laquin<strong>da</strong>um, J. G., Raju, V. R., Feng,Y., Katz, H. E. & Rogers, J. (1998) Appl. Phys. Lett. 173, 142–144.20. Sirringhaus, H., Tessler, N. & Friend, R. H. (1998) Science 280, 1741–1744.21. Schön, J. H., Do<strong>da</strong>balapur, A., Kloc, C. & Batlogg, B. (2000) Science 290,963–965.22. Greenham, N. C., Moratti, S. C., Bradley, D. D. C., Friend, R. H. & Holmes,A. B. (1993) Nature (London) 365, 628–630.23. Laquin<strong>da</strong>num, J. G., Katz, H. E., Lovinger, A. J. & Do<strong>da</strong>balapur, A. (1996)Ch<strong>em</strong>. Mater. 8, 2542–2544.24. Gundlach, D. J., Lin, Y. Y., Jackson, T. N., Nelson, S. F. & Schlom, D. G. (1997)IEEE Electron. Device Lett. 18, 87–89.25. Fichou, D. (2000) J. Mat. Ch<strong>em</strong>. 10, 571–588.26. Schön, J. H., Kloc, C. & Batlogg, B. (2000) Science 288, 2338–2340.27. Schön, J. H., Berg, S., Kloc, C. & Batlogg, B. (2000) Science 287, 1022–1023.28. Schön, J. H., Kloc, C., Do<strong>da</strong>balapur, A. & Batlogg, B. (2000) Science 289,599–601.29. Schön, J. H., Kloc, C. & Batlogg, B. (2000) Science 406, 702–704.30. Schön, J. H. (2001) Synt. Met. 122, 157–160.31. Cornil, J., Calbert, J. P. & Bré<strong>da</strong>s, J. L. (2001) J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 123,1250–1251.32. Cornil, J., Beljonne, D., Calbert, J. P. & Bré<strong>da</strong>s, J. L. (2001) Adv. Mater. 13,1053–1067.33. Schön, J. H., Kloc, C. & Batlogg, B. (2001) Phys. Rev. Lett. 86, 3843–3846.34. Haddon, R. C., Siegriest, T., Fl<strong>em</strong>ing, R. M., Bridenbaugh, P. M. & Laudise,R. A. (1995) J. Mater. Ch<strong>em</strong>. 5, 1719–1724.35. Horowitz, G., Hajlaoui, R., Bourguiga, R. & Hajlaoui, M. (1999) Synt. Met. 101,401–404.36. Marcus, R. A. (1993) Rev. Mod. Phys. 65, 599–610.37. Sakanoue, K., Moto<strong>da</strong>, M., Sugimoto, M. & Sakaki, S. (1999) J. Phys. Ch<strong>em</strong>.103, 5551–5556.38. Malagoli, M. & Bré<strong>da</strong>s, J. L. (2000) Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 327, 13–17.39. Li, X. Y., Tang, X. S. & He, F. C. (1999) Ch<strong>em</strong>. Phys. 248, 137–146.40. Horowitz, G. & Hajlaoui, M. E. (2000) Adv. Mater. 12, 1046–1050.41. Torsi, L., Do<strong>da</strong>balapur, A., Rothberg, L. J., Fung, A. W. P. & Katz, H. E. (1998)Phys. Rev. B Condens. Matter 57, 2271–2275.42. Dewar, M. J. S., Zoebisch, E. G., Healy, E. F. & Stewart, J. J. P. (1985) J. Am.Ch<strong>em</strong>. Soc. 107, 3902–3909.43. Ridley, J. & Zerner, M. C. (1973) Theor. Chim. Acta 32, 111–134.44. Zerner, M. C., Loew, G. H., Kichner, R. F. & Mueller-Westerhoff, U. T. (1980)J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 102, 589–599.45. Newton, M. D. (2000) Int. J. Quant. Ch<strong>em</strong>. 77, 255–263.46. Li, X. C., Sirringhaus, H., Garnier, F., Holmes, A. B., Moratti, S. C., Feeder,N., Clegg, W., Teat, S. J. & Friend, R. H. (1998) J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 120,2206–2207.47. God<strong>da</strong>rd, R., Haenel, M. W., Herndon, W. C., Krüger, C. & Zander, M. (1995)J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 117, 30–41.48. Müller, M., Kübel, C. & Müllen, K. (1998) Ch<strong>em</strong>. Eur. J. 4, 2099–2109.49. Herwig, P., Kayser, C. W., Müllen, K. & Spiess, H. W. (1996) Adv. Mater. 8,510–513.50. van de Craats, A. M., Warman, J. M., Müllen, K., Geerts, Y. & Brand, J. D.(1998) Adv. Mater. 10, 36–38.51. Keil, M., Samori, P., dos Santos, D. A., Kugler, T., Stafström, S., Brand, J. D.,Müllen, K., Bré<strong>da</strong>s, J. L., Rabe, J. B. & Salaneck, W. R. (2000) J. Phys. Ch<strong>em</strong>.B 104, 3967–3975.52. van de Craats, A. M., Warman, J. M., Fechtenkötter, A., Brand, J. D., Harbison,M. A. & Müllen, K. (1999) Adv. Mater. 11, 1469–1472.53. Ponomarev, V. I., Filipenko, O. S. & Atovmyan, L. O. (1976) Kristallografiya21, 392–394.54. Brock, C. P. & Dunitz, J. D. (1990) Acta Crystallogr. B 46, 795–806.55. Holmes, D., Kumaraswamy, S., Matzger, A. J. & Vollhardt, K. P. C. (1999)Ch<strong>em</strong>. Eur. J. 5, 3399–3412.56. Camerman, A. & Trotter, J. (1964) Proc. R. Soc. London 279, 129–146.57. Schön, J. H., Kloc, Ch. & Batlogg, B. (2000) Appl. Phys. Lett. 77, 3776–3778.CHEMISTRYBré<strong>da</strong>s et al. PNAS April 30, 2002 vol. 99 no. 9 5809Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice EArtigo 5The Vibratio<strong>na</strong>l Reorganization Energy inPentacene: Molecular Influences on ChargeTransportNadine E. GruhnD<strong>em</strong>etrio A. <strong>da</strong> Silva FilhoTonja G. BillMassimo MalagoliVeaceslav CoropceanuAntoine KahnJean-Luc Bré<strong>da</strong>sJour<strong>na</strong>l of The American Ch<strong>em</strong>ical Society 124 7918-7919 (2002)253


Artigo 5 254The Vibratio<strong>na</strong>l Reorganization Energy in Pentacene: Molecular Influences onCharge TransportNadine E. Gruhn 1 , D<strong>em</strong>etrio A. <strong>da</strong> Silva Filho 1 , Tonja G. Bill 1 , Massimo Malagoli 1 , VeaceslavCoropceanu 1 , Antoine Kahn 2 , and Jean-Luc Bré<strong>da</strong>s 1 *1 Department of Ch<strong>em</strong>istry, The University of Arizo<strong>na</strong>, Tucson, Arizo<strong>na</strong> 857212 Department of Electrical Engineering, Princeton University, Princeton, New Jersey 08544RECEIVED DATE (will be automatically inserted after manuscript is accepted)Oligoacenes in general and pentacene in particular (seestructure in Figure 1) are currently the object of much interestfollowing a number of recent important discoveries by Batloggand co-workers 1-3 . In this Communication, our focus is oneluci<strong>da</strong>ting the origins of the large intrinsic carrier mobilitiesfound in pentacene single crystals 1 .In π-conjugated syst<strong>em</strong>s, a strong coupling exists between thegeometric and electronic structures which control transportproperties. 4 Charge injection or electronic excitation processeslead to geometry relaxations, which in turn modify the electronicstructure. 5 In a transport regime corresponding to hopping, suchas that often operatio<strong>na</strong>l around room t<strong>em</strong>perature in π-conjugated syst<strong>em</strong>s, 6 this coupling leads to a localization of thecharge carriers on individual molecules for a sufficient time thatthe nuclei can relax to the optimal geometry of the charged state. 7At the microscopic level, the charge transport mechanism canthen be described as involving a self-exchange electron transferfrom a charged oligomer to an adjacent neutral oligomer.In the context of s<strong>em</strong>iclassical electron transfer theory andextensions thereof, 8 there are two major parameters that determineself-exchange electron transfer rates and ultimately charg<strong>em</strong>obility: (i) the electronic coupling (transfer integral) betwee<strong>na</strong>djacent molecules, which needs to be maximized; we haverecently shown the electronic couplings to be large for pentacene,leading to electron and hole bandwidths on the order of 0.5 eV; 9and (ii) the reorganization energy λ, which needs to be small forefficient transport. The reorganization energy for self exchangeessentially corresponds to the sum of geometry relaxation energiesupon going from the neutral-state geometry to the charged-stategeometry and vice-versa. These two portions of λ are typicallynearly identical to one another. 10 We note that there have beenrecent att<strong>em</strong>pts to design functio<strong>na</strong>lized pentacenes to influencethe solid-state order and electronic coupling. 11,12Here, we discuss the reorganization energy in pentacene on thebasis of a joint experimental and theoretical study of pentaceneionization. We have carried out high-resolution gas-phasephotoelectron spectroscopy (PES) measur<strong>em</strong>ents, 13 s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>piricalINDO (Intermediate Neglect of Differential Overlap)calculations, and first-principles correlated quantum-mechanicalcalculations 14,15 at MP2 and Density Functio<strong>na</strong>l Theory levels.The vibratio<strong>na</strong>l (or inner-sphere) reorganization energy λ v of asingle molecule (with self-exchange λ ≈ 2λ v ) can be determinedby a<strong>na</strong>lysis of its gas-phase photoelectron spectrum. 16 Vibratio<strong>na</strong>lstructure present in an ionization band can be a<strong>na</strong>lyzed to providevalues of a distortion parameter (the Huang-Rhys factor, S) that isrelated to λ v by: 16*To whom correspondence should be addressed. E-mail:jlbre<strong>da</strong>s@u.arizo<strong>na</strong>.eduλ =v∑ S k h ν(1)kkwhere h is Planck’s constant and ν k is the vibratio<strong>na</strong>l frequency ofthe kth vibratio<strong>na</strong>l mode. The results of this type of a<strong>na</strong>lysis haverecently been reported for other organic molecules 17 and for theionization from a very localized metal-hydride σ bond. 18 λ v ca<strong>na</strong>lso be derived from other types of spectroscopy, 19-21 particularlyreso<strong>na</strong>nce Raman, 22,23 or from the t<strong>em</strong>perature dependence ofelectron transfer rate constants. 24,25 Compared to these methods,PES has the benefit that separating λ v from solvent reorganizationenergy is not necessary.The gas-phase photoelectron spectrum of pentacene is shown inFigure 1 with the INDO simulated spectrum; the agre<strong>em</strong>entbetween theory and experiment is r<strong>em</strong>arkable; it provides for adetailed interpretation of the experimental peaks and lendssupport for our previous use of INDO to study oligoacenes. 9Figure 1. Gas-phase photoelectron spectrum of pentacene (top); INDOenergy levels and corresponding simulated spectrum (bottom); the verticalbars refer to the calculated energies of the molecular orbitals.The first ionization corresponds to r<strong>em</strong>oval of an electron fromthe highest occupied (3b 2g ) orbital. It is measured to have avertical and adiabatic ionization energy of 6.589 ± 0.001 eV andis well separated from the other ionizations of the molecule. Thefirst ionization energy of pentacene has previously been reporte<strong>da</strong>s 6.64 26 and 6.74 eV. 27 Several ionizations contain partiallyresolved vibratio<strong>na</strong>l fine structure. A close-up of the firstionization that shows this structure in more detail is shown inFigure 2.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 5 255The <strong>da</strong>ta of Figure 2 has been deconvoluted using a series ofasymmetric Gaussians 28 to allow quantitative a<strong>na</strong>lysis of thisstructure. The first ionization band clearly exhibits a highfrequency progression (ν 2 ) of 1347 ± 33 cm -1 . The frequency of ν 2is in the region of the C-C stretching modes observed in theRaman spectrum of neutral pentacene. 29 The intensities of thisprogression res<strong>em</strong>bles a Poisson distribution:Figure 2. High resolution close-up of the first ionization of pentacene.n(2)S− sI n = en !where I n is the intensity of the n th vibratio<strong>na</strong>l band. The best fityields S 2 = 0.251. There is also contribution from one or morelower frequency vibrations that accounts for about 30% of theintegral intensity. This contribution can be modeled to fit theexperimental <strong>da</strong>ta with a frequency progression (ν 1 ) of 483 ± 61cm -1 . All the Gaussian peaks shown with light dotted line inFigure 2 that are at lower ionization energy than the verticalionization follow a Boltzmann distribution of intensities; they areattributed to hot bands resulting from the population of excitedvibratio<strong>na</strong>l levels in the ground state of the molecule at thet<strong>em</strong>peratures at which the <strong>da</strong>ta were collected (505 ± 5 K). Thebest fit to the harmonic model (Eq.2) yields S 1 for ν 1 of 0.279, butthe agre<strong>em</strong>ent is not as good as for the high frequencyprogression. This value is most likely an upper limit estimate,since non-adiabatic contributions are also possible. The structureof the ionization manifold at higher energy than the verticalionization is somewhat complicated by the fact that thevibratio<strong>na</strong>l progressions and hot bands of neighboringcomponents partially overlap.A<strong>na</strong>lysis using equation 1 and the frequencies and S valueslisted above gives a contribution to λ v from ν 2 of 0.042 ± 0.002eV, and the structure modeled with ν 1 contributes 0.017 ± 0.002eV. The total experimentally derived λ v value for pentacene isthen 0.059 ± 0.002 eV. For comparison, λ v for other organicmolecules measured in the same way 17 range from 0.158 ± 0.004eV for dibenzo[a,c]anthracene (which also contains five fusedrings similar to pentacene) to 0.180 ± 0.005 eV for 1,10-phe<strong>na</strong>nthroline (which contains three fused rings). The highersymmetry and resultant more delocalized <strong>na</strong>ture of the orbitalfrom which an electron is being r<strong>em</strong>oved from pentacene will leadto a lower λ v .The quantum-mechanical geometry optimizations at theB3LYP, BHandHLYP, and MP2 level (with 6-31G** orequivalent basis sets) provide consistent results. They indicatethat the bond-length modifications on going from neutral topositively charged pentacene are on the order of 0.01 Å withmaximum changes of at most 0.02 Å. The three methods provideλ v energies of 0.049, 0.089, and 0.023 eV (both for relaxation ofthe cation state and for relaxation of the neutral state); theseresults bracket the experimental value, with the closest matchobtained at the B3LYP level. We can compare the B3LYPreorganization energy calculated for pentacene to that calculatedfor an extensively exploited hole-transport material, TPD 10 . Thepentacene result, λ = (2 x 0.049 =) 0.098 eV, is three times assmall as that for TPD, 0.29 eV 10 . Interestingly, the B3LYP λvalues for the substituted pentacenes of Refs. 11-12 are about50% higher than in pentacene itself.Thus, the reorganization energy upon positive ionization ofpentacene is determined both experimentally and theoretically tobe r<strong>em</strong>arkably low. This is an important el<strong>em</strong>ent that, togetherwith the large electronic couplings, allows one to ratio<strong>na</strong>lize theextr<strong>em</strong>ely high hole mobilities recently measured in pentacene.Acknowledg<strong>em</strong>ents. This work has been partly supported byNSF (CHE-0078819 and DMR-0097133), ONR, NREL, PRF,and the IBM-SUR program. D.A.F. is supported by the Brazilia<strong>na</strong>gency CAPES. We thank R. Silbey, J. Cornil, J.Ph. Calbert, andX. Amashukeli for stimulating discussions.Supporting Information Available. Experimental details(<strong>PDF</strong>). This material is available free of charge via the internet athttp://pubs.acs.org.(1) Schön, J.H.; Berg, S.; Kloc, Ch.; Batlogg, B. Science, 2000, 287, 1022.(2) Schön, J.H.; Kloc, Ch.; Batlogg, B. Nature, 2000, 406, 702.(3) Schön, J.H. Kloc, Ch.; Do<strong>da</strong>balapur, A.; Batlogg, B. Science, 2000, 289,599.(4) Su, W.P.; Schrieffer, J.R.; Heeger, A.J. Phys. Rev. Lett. 1979, 42, 1698;Bré<strong>da</strong>s, J.L.; Street, G.B. Acc. Ch<strong>em</strong>. Res. 1985, 18, 209.(5) Bré<strong>da</strong>s, J.L.; Cornil, J.; Beljonne, D.; dos Santos, D.A. ; Shuai, Z. Acc.Ch<strong>em</strong>. Res. 1999, 32, 267.(6) Schön, J.H.; Kloc, Ch.; Batlogg, B. Phys. Rev. Lett. 2001, 86, 3843.(7) Duke, C.B; Schein, L. Physics To<strong>da</strong>y 1980, February, p. 42.(8) Marcus, R.A. Rev. Mod. Phys. 1993, 65, 599; Silbey, R.; Jortner, J.; Rice,S.A.; Vala, M.T. J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 1965, 42, 733.(9) Cornil, J.; Calbert, J.Ph.; Bré<strong>da</strong>s, J.L. J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 2001, 123, 1250;Bré<strong>da</strong>s, J.L.; Calbert, J.P.; <strong>da</strong> Silva Filho, D.A.; Cornil, J.; Proc. Natl.Acad. Sci. USA 2002, 99, 5804.(10) Malagoli, M.; Bré<strong>da</strong>s, J.L. Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 2000, 327, 13.(11) Anthony, J.E.; Brooks, J.S.; Eaton, D.L.; Parkin, S.R. J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc.2001, 123, 9482.(12) Anthony, J.E.; Eaton, D.L.; Parkin, S.R. Org. Lett. 2002, 4, 15.(13) See Supporting Information for experimental details.(14) The UPS spectrum is simulated on the basis of INDO calculationsaccording to the procedure detailed in Cornil, J. et al. Ch<strong>em</strong>. Mat. 1999,11, 2436; the theoretical energy scale is here compressed by a factor of1.2. To estimate the reorganization energy, we have followed th<strong>em</strong>ethodology of Ref. 10.(15) Gaussian 98 (Revision A.7), Frisch, M.J. et al. Gaussian, Inc.,Pittsburgh, PA, 1998.(16) Closs, G.L.; Miller, J.R. Science 1988, 240, 440.(17) Amashukeli, X.; Winkler, J.; Gray, H.; Gruhn, N.E.; Lichtenberger, D.L.J. Phys. Ch<strong>em</strong>. B 2002, in press.(18) Lichtenberger, D.L.; Gruhn, N.E.; Rai-Chaudhuri, A.; Renshaw, S.K.;Gladysz, J.A.; Jiao, H.; Seyler, J.; Igau, A. J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 2002, 124,1417.(19) Cornil, J.; Deljonne, D.; Heller, C.M.; Campbell, I.H.; Laurich, B.K.;Smith, D.L.; Bradler, D.D.C.; Mullen, K.; Bre<strong>da</strong>s, J.L. Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett.1997, 278, 139.(20) Gamelin, D.R.; Ran<strong>da</strong>ll, D.W.; Hay, M.T.; Houser, R.P.; Mulder, T.C.;Canters, G.W.; de Vries, S.; Tolman, W.B.; Lu, Y.; Solomon, E.I. J. Am.Ch<strong>em</strong>. Soc. 1998, 120, 5246.(21) Nelsen, S.F.; Trieber, D.A., II; Ismagilov, R.F.; Teki, Y. J. Am. Ch<strong>em</strong>.Soc. 2001, 123, 5684.(22) Kelley, A.M. J. Phys. Ch<strong>em</strong>. A 1999, 103, 6891.(23) Hupp, J. T.; Williams, R.D. Acc. Ch<strong>em</strong>. Res. 2001, 34, 808.(24) Di Bilio, A.J.; Hill, M.G.; Bo<strong>na</strong>nder, N.; Karlsson, B.G.; Villahermosa,R.M.; Malmstrom, B.G.; Winkler, J.R.; Gray, H.B. J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc.1997, 119, 9921.(25) Kobori, Y.; Yago, T.; Akiyama, K.; Tero-Kubota, S. J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc.2001, 123, 9722.(26) Clark, P.A.; Brogli, F.; Heilbronner, E. Helv. Chim. Acta 1972, 55, 1415.(27) Boschi, R.; Murrell, J.N.; Schmidt, W. Discuss. Fara<strong>da</strong>y Soc. 1972, 54.(28) Lichtenberger, D.L.; Copenhaver, A.S. J. Electron Spectrosc. Relat.Phenom. 1990, 50, 335.(29) Colangi, L.; Mennella, V.; Baratta, G.A. ;Bussoletti, E. ; Strazzulla, G. Astrophys. J. 1992, 396, 369.(29) Colangi, L.; Mennella, V.; Baratta, G.A.; Bussoletti, E.; Strazzulla, G.Astrophys. J. 1992, 396 369.Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice FArtigo 6Hole- and Electron-Vibratio<strong>na</strong>l Couplings inOligoacene Crystals: IntramolecularContributionsV. CoropceanuMassimo MalagoliD. A. <strong>da</strong> Silva FilhoTonja G. BillNadine E. GruhnJean-Luc Bré<strong>da</strong>sPhysical Review Letters 89 275503-1-275503-4 (2002)256


Artigo 6 257VOLUME 89, NUMBER 27 P H Y S I C A L R E V I E W L E T T E R S 30 DECEMBER 2002Hole- and Electron-Vibratio<strong>na</strong>l Couplings in Oligoacene Crystals:Intramolecular ContributionsV. Coropceanu, M. Malagoli, D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, N. E. Gruhn, T. G. Bill, and J. L. Bré<strong>da</strong>sDepartment of Ch<strong>em</strong>istry, The University of Arizo<strong>na</strong>, Tucson, Arizo<strong>na</strong>, 85721-0041(Received 7 June 2002; published 20 Dec<strong>em</strong>ber 2002)The hole-vibratio<strong>na</strong>l coupling is reported for anthracene, tetracene, and pentacene on the basis of ajoint experimental and theoretical study of ionization spectra using high-resolution gas-phase photoelectronspectroscopy and first-principles correlated quantum-mechanical calculations. The holevibratio<strong>na</strong>lcoupling is found to be significantly smaller than the electron-vibratio<strong>na</strong>l coupling in thecase of these oligomers; however, both quantities are predicted to converge to the same value whenincreasing the chain length.DOI: 10.1103/PhysRevLett.89.275503PACS numbers: 63.20.Kr, 31.15.Ar, 33.60.CvMolecular organic s<strong>em</strong>iconductors in general andoligoacenes, in particular, are currently the object ofmuch interest because of their potential applications in(opto)electronic devices [1,2]. Understanding the chargetransport mechanism of these materials is a key point fordevice design and performance.The experimental <strong>da</strong>ta point towards the necessity ofapplying polaronic concepts in order to ratio<strong>na</strong>lize theelectrical properties of organic s<strong>em</strong>iconductors [3,4]. Theobserved crossover from coherent bandlike charge transportat low t<strong>em</strong>peratures to incoherent hopping motion athigh t<strong>em</strong>peratures [3,5] is in line with general predictionsof the small polaron theory [6–8]. The electron-phononmechanism has also been invoked to explain the electricfield dependence of the charge-carrier mobilities [3,9].Interactions with both inter- and intramolecular vibrations,which act separately or simultaneously, have beenconsidered in the construction of polaron models. However,a detailed knowledge of the carrier-phonon couplingconstants, needed for the complete understanding of thecharge transport in oligoacenes, is still lacking.In the case of organic molecular crystals with weakvan der Waals intermolecular interactions, the contributionof intramolecular vibrations to the dimensionlesscarrier-phonon coupling constant can be estimated from[10]:X 1 @h 2e-v N E kkF4 2 M2 : (1)i i@Q iiHere, N E F is the density of states at the Fermi level (permolecule and per spin) that is determined by the intermolecularelectronic coupling between levels [10]. Thesecond term represents a summation over intramolecularvibrations; i and M i are the frequency and the reducedmass of the vibratio<strong>na</strong>l mode Q i , respectively; @h kk =@Q iis the diago<strong>na</strong>l vibronic matrix el<strong>em</strong>ent for the electron(hole) state k, which can be approximated as the lowestunoccupied molecular orbital (highest occupied molecularorbital).At the microscopic level, the charge transport mechanismcan be described as a self-exchange electron transferprocess from a charged oligomer to an adjacent neutraloligomer. In the context of electron transfer theory, thesecond term in Eq. (1) represents Marcus intramolecularreorganization energy reorg [11]. The reorganization energyessentially corresponds to the sum of the geometryrelaxation energies when going from the neutral-state1geometry to the charged-state geometry (rel) and viceversa(2rel ) [4]. These two contributions to reorg aretypically nearly identical [12]. Thus, reorg is a measureof the strength of the hole-phonon or electron-phononinteraction and provides a direct link between the geometricand electronic structure and the transport propertiesof the material.In this Letter, we discuss the strength of the holephononinteraction in anthracene, tetracene, andpentacene on the basis of a joint experimental and theoreticalstudy of the fine structure of the ionization spectrum.We have carried out high-resolution gas-phaseultraviolet photoelectron spectroscopy (UPS) measur<strong>em</strong>entsand performed first-principles correlated quantummechanicalcalculations at the density functio<strong>na</strong>l theory(DFT) level [13].The relaxation energy rel of an isolated molecule(with rel reorg =2) can be determined by a<strong>na</strong>lysis ofits gas-phase UPS spectrum [14]. The vibratio<strong>na</strong>l structurepresent in an ionization band can be a<strong>na</strong>lyzed toprovide the values of the Huang-Rhys factors, S, whichin the framework of the harmonic oscillator model arerelated to rel by:XSk h k ; (2)relwhere h is Planck’s constant.The He I gas-phase UPS spectra were recorded on aninstrument built around a 36 cm radius h<strong>em</strong>isphericala<strong>na</strong>lyzer (McPherson, 10 cm gap) with photon sources,counter interface, and collection methods that have beendescribed elsewhere [15]. The argon 2 P 3=2ionization at275503-1 0031-9007=02=89(27)=275503(4)$20.00 © 2002 The American Physical Society 275503-1Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 6 258VOLUME 89, NUMBER 27 P H Y S I C A L R E V I E W L E T T E R S 30 DECEMBER 200215.759 eV was used as an inter<strong>na</strong>l calibration lock of theenergy, and the CH 3 I 2 E 1=2ionization at 9.538 eV provide<strong>da</strong>n exter<strong>na</strong>l calibration of the energy scale. The instrumentresolution (measured as the FWHM of the argon2 P 3=2ionization) was 0.018–0.028 eV during <strong>da</strong>ta collection.The sample cell t<strong>em</strong>perature was monitored with aK-type thermocouple passed through a vacuum feedthrough and attached directly to the ionization cell. Thepentacene sample was provided by Kahn (Princeton) andused with no additio<strong>na</strong>l purification. Samples of anthracene(99 %) and tetracene (98%) were purchased fromAldrich and used as received. There was no evidence ofdecomposition or contami<strong>na</strong>tion either in the gas phase oras a solid residue for any of the samples. The <strong>da</strong>ta werecollected at 100 10 C for anthracene, 180 10 C fortetracene, and 235 5 C for pentacene. The spectra areintensity corrected according to the a<strong>na</strong>lyzer intensityfunction.The gas-phase photoelectron spectra of anthracene,tetracene, and pentacene are shown in Fig. 1. The spectraare, in general, similar to those previously reported[16,17] although the reported first ionization energiescan differ from those measured here by up to 0.2 eV.The first ionizations are measured to have vertical energiesof 7.421 eV for anthracene, 6.939 eV for tetracene,and 6.589 eV for pentacene (all vertical ionization energiesare 0:001 eV). For each molecule, several ionizations,including the first ionization, contain partiallyresolved vibratio<strong>na</strong>l fine structure. Closeups of the firstionizations that show this structure in more detail aregiven in Fig. 2. The <strong>da</strong>ta shown in this figure have beendeconvoluted using a series of asymmetric Gaussians toallow a quantitative a<strong>na</strong>lysis of the vibratio<strong>na</strong>l structures[18]; the information coming from these fits is givenin Table I.The first ionization of each molecule clearly exhibitsa high-frequency progression of about 0.17 eV( 1400 cm 1 ) which lies in the region expected forC–C stretching modes. The intensities of this progressionres<strong>em</strong>bles a Poisson distribution:S nI nn! e S ; (3)where I n is the intensity of the nth vibratio<strong>na</strong>l band. ThereFIG. 1. Gas-phase He I UPS spectra of anthracene (A), tetracene(B), and pentacene (C).FIG. 2. High resolution closeups of the first ionizations ofanthracene (A), tetracene (B), and pentacene (C). The Gaussiansused for the deconvolution are shown with a thick solidline. The thin solid lines represent the overall fit, while the dotscorrespond to the experimental <strong>da</strong>ta.275503-2 275503-2Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 6 259VOLUME 89, NUMBER 27 P H Y S I C A L R E V I E W L E T T E R S 30 DECEMBER 2002TABLE I. Vibratio<strong>na</strong>l energies, (meV), Huang-Rhys factors, S, and relaxation energies, rel (meV), obtained from the a<strong>na</strong>lysis ofthe UPS spectra of anthracene, tetracene, and pentacene. The rel values between parentheses for pentacene are explained in the text.Anthracene Tetracene Pentacene(meV) S rel (meV) (meV) S rel (meV) (meV) S rel (meV)Mode 1 42.3 0.182 7.7 40.9 0.184 7.6 59.9 0.279 16.7 (7.7)Mode 2 173.3 0.358 62.0 174.1 0.294 51.2 167.1 0.251 41.9Total 69.7 58.8 58.6 (49.6)is also a contribution from one or more lower frequencyvibrations. The spectral fits shown in Fig. 2 with thenumerical values given in Table I were performed usingone additio<strong>na</strong>l lower frequency vibratio<strong>na</strong>l mode tomodel the additio<strong>na</strong>l vibratio<strong>na</strong>l structure and hot bandsof the first ionizations [19]. For all three molecules, thelargest contribution to rel is from the higher energyvibratio<strong>na</strong>l frequency. The contribution of the secondmode is equal for anthracene and tetracene and accountsfor about 11%–13% of the total intensity; in pentacene,this contribution rises up to 30%. However, in the case ofpentacene, the fit to the harmonic model for the lowerfrequency is not as good as for the high-frequency progression;this suggests that other contributions, for instance,from no<strong>na</strong>diabatic interactions, are also present.Therefore, the reorganization energy for pentacene hasbeen corrected (values given in parentheses in Table I) byassuming the same contribution for the lower frequencymode as in anthracene and tetracene (the corrected valuesfor pentacene will be used in the r<strong>em</strong>ainder of this workas they provide very consistent results).The quantum-mechanical geometry optimizationshave been performed at the DFT-B3LYP level using the6-31G** basis sets. The bond-length modifications ongoing from the neutral to the electron- and hole-dopedoligomers show a consistent trend along the series.Anthracene shows the largest geometry relaxations, withchanges in C–C bond lengths on the order of 0.020 Å.This value is reduced to 0.015 and 0.010 Å in tetraceneand pentacene, respectively. The geometry distortions, aswell as the changes in Mulliken population, are sizeableover the whole oligomers, indicating that even for thelarger oligomer, pentacene, the molecular size is stillsmaller than the molecular polaron extension. The theoreticalestimates of the relaxation energies of the cationstate and of the neutral state as obtained from the calculationsof the adiabatic potential surfaces are collected inTable II. A second estimate, which provides as well thepartition of the total relaxation (reorganization) energyinto the contributions from each vibratio<strong>na</strong>l mode, hasbeen obtained on the basis of a normal-mode a<strong>na</strong>lysis:X22 2i M i Q 2 i : (4)relHere, Q i is the change in normal coordi<strong>na</strong>te between theneutral and ionized molecules. As seen from Table II, theresults obtained from both methods are in excellent mutualagre<strong>em</strong>ent. The normal-mode calculations furtherconfirm the experimental finding that a major contributionto the reorganization energy is provided by highfrequencymodes. In the case of anthracene, for instance,five modes in the range 150–200 meVaccount for 99% ofthe total relaxation energy.We now turn to an estimate of the dimensionless holevibratio<strong>na</strong>lcoupling h-v. Assuming the same density ofstates at the Fermi level for the three syst<strong>em</strong>s, estimate<strong>da</strong>s N E F 2 eV 1 [10], and taking the reorganizationenergy as twice the experimental value of rel, Eq. (1)yields values of 0.279, 0.235, and 0.198 for h-v in anthracene,tetracene, and pentacene crystals, respectively.Figure 3 shows that the hole-vibratio<strong>na</strong>l coupling, aspredicted in Ref. [10], is inversely proportio<strong>na</strong>l to thenumber of atoms along the -conjugated backbone.In Table II, we also present the estimates of electronvibratio<strong>na</strong>lcouplings considering an electron transferprocess from a radical anion to a neutral molecule. Asfor the hole-phonon coupling, both DFT methods,B3LYP(AP) and B3LYP(NM), provide similar resultsthat are in very good agre<strong>em</strong>ent with previous calculations[10,20]. It is important to note, however, that in thisTABLE II. Theoretical estimates of relaxation energies, rel(meV), and reorganization energies, reorg (meV), related to thehole- and electron-vibratio<strong>na</strong>l couplings for anthracene, tetracene,and pentacene.Anthracene Tetracene Pentacene1rel2relreorg1rel2relreorg1rel2relreorgHoleB3LYP (AP) a 68 69 137 56 57 113 48 49 97B3LYP (NM) b 66 70 136 57 56 113 51 49 100ElectronB3LYP (AP) a 100 96 196 81 79 160 66 66 132B3LYP (NM) b 102 100 202 77 80 157 60 65 125LDA c 166 130B3LYP d 186 154 127a This work. Values computed from a<strong>na</strong>lysis of the adiabaticpotential (AP) surfaces of the neutral and charged states [12].b This work. Values computed from normal-mode (NM)calculations.c Obtained in Ref. [10] by computing vibronic and force constantsat the local density approximation level.d B3LYP estimates from Ref. [20] using the same approach as inRef. [10].275503-3 275503-3Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 6 260VOLUME 89, NUMBER 27 P H Y S I C A L R E V I E W L E T T E R S 30 DECEMBER 2002Hole- and electron-vibratio<strong>na</strong>l couplings0.40.30.20.100 0.05 0.11/N CFIG. 3. Hole-vibratio<strong>na</strong>l coupling [-Exp, -B3LYP(AP)]and electron-vibratio<strong>na</strong>l coupling [-B3LYP(AP)] vs the inverseof the number of carbon atoms in anthracene, tetracene,and pentacene.case, in addition to high-frequency modes, there is as wella strong interaction with a low-frequency mode around30–50 meV. Assuming the same N E F as in the case ofhole transport, the calculations based on normal-modea<strong>na</strong>lysis yield 0.404, 0.314, and 0.250 for the dimensionlesselectron-vibratio<strong>na</strong>l parameter e-v in anthracene,tetracene, and pentacene, respectively. As seen fromFig. 3, the electron-vibratio<strong>na</strong>l and hole-vibratio<strong>na</strong>l couplingsexhibit similar trends as a function of conjugationlength. However, the electron-vibratio<strong>na</strong>l coupling is significantlystronger than the hole-vibratio<strong>na</strong>l coupling forthe smaller oligomers and evolves more sharply from on<strong>em</strong>olecule to the next. In the limit of infinite conjugationlength, both quantities converge to the same limitingvalue around 0.05.To summarize, we have obtained an experimental estimateof the strength of the interaction between holesand intramolecular vibrations in anthracene, tetracene,and pentacene. Our results suggest that this interaction issignificant and should be considered for the understandingof the general picture of charge transport inoligoacene syst<strong>em</strong>s. In particular, the interactions withintramolecular modes might be partially responsible forthe observed high-field effects such as velocity saturation.The coupling with intramolecular vibration could also beimportant in ratio<strong>na</strong>lizing the difference in t<strong>em</strong>peraturedependence of hole and electron mobilities due to the factthat only electrons interact with low-frequency intramolecularvibrations.This work was partly supported by NSF (CHE-0078819), ONR, PRF, and the IBM Shared UniversityResearch program.[1] C.W. Tang and S. A. VanSlyke, Appl. Phys. Lett. 51, 913(1987).[2] S. F. Nelson et al., Appl. Phys. Lett. 72, 1854 (1998).[3] M. Pope and C. E. Swenberg, Electronic Processes inOrganic Crystals and Polymers (Oxford University,New York, 1999), 2nd ed.[4] E. A. Silinsh et al., Ch<strong>em</strong>. Phys. 198, 311 (1995).[5] L. B. Schein et al., Phys. Rev. Lett. 40, 197 (1978).[6] T. Holstein, Ann. Phys. (N.Y.) 8, 343 (1959).[7] M.W. Wu and E. M. Conwell, Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 266, 363(1997).[8] V. M. Kenkre et al., Phys. Rev. Lett. 62, 1165 (1989).[9] W. Warta and N. Karl, Phys. Rev. B 32, 1172 (1985).[10] A. Devos and M. Lannoo, Phys. Rev. B 58, 8236 (1998).[11] R. A. Marcus, Rev. Mod. Phys. 65, 599 (1993).[12] M. Malagoli and J. L. Bré<strong>da</strong>s, Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 327, 13(2000).[13] M. J. Frisch et al., Gaussian 98 (Revision A.7) (Gaussian,Inc., Pittsburgh, 1998).[14] G. L. Closs and J. R. Miller, Science 240, 440 (1988).[15] J. Cornil et al., J. Phys. Ch<strong>em</strong>. A 105, 5206 (2001).[16] P. A. Clark et al., Helv. Chim. Acta 55, 1415 (1972).[17] R. Boschi et al., Fara<strong>da</strong>y Discuss. Ch<strong>em</strong>. Soc. 54, 116(1972).[18] D. L. Lichtenberger and A. S. Copenhaver, J. ElectronSpectrosc. Relat. Phenom. 50, 335 (1990).[19] N. E. Gruhn et al., J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 124, 7918 (2002).[20] T. Kato et al., J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 116, 3420 (2002).275503-4 275503-4Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice GArtigo 7Three-dimensio<strong>na</strong>l Band Structure andBandlike Mobility in Oligoacene SingleCrystals: A Theoretical InvestigationY. C. ChengR. J. SilbeyD. A. <strong>da</strong> Silva FilhoJ. P. CalbertJ. CornilJ. L. Bré<strong>da</strong>sJour<strong>na</strong>l of Ch<strong>em</strong>ical Physics 118 3764-3774 (2003)261


Artigo 7 262JOURNAL OF CHEMICAL PHYSICS VOLUME 118, NUMBER 8 22 FEBRUARY 2003Three-dimensio<strong>na</strong>l band structure and bandlike mobility in oligoacenesingle crystals: A theoretical investigationY. C. Cheng a) and R. J. Silbey b)Department of Ch<strong>em</strong>istry and Center for Materials Science and Engineering, Massachusetts Instituteof Technology, Cambridge, Massachusetts 02139D. A. <strong>da</strong> Silva Filho, J. P. Calbert, c) J. Cornil, c) and J. L. Bré<strong>da</strong>sDepartment of Ch<strong>em</strong>istry, The University of Arizo<strong>na</strong>, Tucson, Arizo<strong>na</strong> 85721-0041Received 30 August 2002; accepted 25 Nov<strong>em</strong>ber 2002Quantum-ch<strong>em</strong>ical calculations coupled with a tight binding band model are used to study thecharge carrier mobilities in oligoacene crystals. The transfer integrals for all nonzero interactions infour crystalline oligoacenes <strong>na</strong>phthalene, anthracene, tetracene, and pentacene were calculated,and then used to construct the excess electron and hole band structures of all four oligoacenecrystals in the tight binding approximation. From these band structures, thermal-averaged velocity–velocity tensors in the constant-free-time and the constant-free-path approximations for all fourmaterials were calculated at t<strong>em</strong>peratures ranging from 2 to 500 K. The bandwidths for theseoligoacenes were found to be of the order of 0.1–0.5 eV. Furthermore, comparison of thethermal-averaged velocity–velocity tensors with the experimental mobility <strong>da</strong>ta indicates that thesimple band model is applicable for t<strong>em</strong>peratures only up to about 150 K. A small-polaron bandmodel is also considered, but the exponential band <strong>na</strong>rrowing effect is found to be incompatible toexperimental power law results. © 2003 American Institute of Physics.DOI: 10.1063/1.1539090I. INTRODUCTIONThe study of charge-carrier mobilities in organic molecularcrystals has continued for more than 30 years, 1,2 butthe probl<strong>em</strong> of the best way to describe the motion of chargecarriers in the crystal has still not been fully resolved. 3,4 Recently,the realization of electronic devices based on crystallineorganic materials has renewed the interest in developingnew theoretical models to better understand this probl<strong>em</strong>, 5–7and new techniques developed for preparing ultrapure singlecrystals of these organic materials have e<strong>na</strong>bled the study ofintrinsic charge transport mechanisms. 8–11 Because the mobilityis an important factor for potential electronic applications,it is of importance that we develop a theoretical modelcapable of describing the charge transport mechanism in organicmolecular crystals.The measured intrinsic mobilities of oligoacene singlecrystals show a band to hopping transition occurs at aboutroom t<strong>em</strong>perature, 4,12,13 which e<strong>na</strong>bles us to characterize thecharge-transport mechanism in two different regimes, bandlik<strong>em</strong>echanism at low t<strong>em</strong>perature, and hopping mechanismat high t<strong>em</strong>perature. Although that this transition occurs becauseof the effect of electron–phonon coupling is widelyaccepted, a quantitative theory that can describe the chargecarrierbehavior in both regimes is still missing, especiallyfor the wider band materials, tetracene and pentacene. Thepolaron model has been applied to earlier studies on <strong>na</strong>phthalenewith some success. 12,14–16a Electronic mail: yccheng@mit.edub Electronic mail: silbey@mit.educ Permanent address: Center for Research in Molecular Electronics andPhontonics, University of Mons-Hai<strong>na</strong>ut, B-7000 Mons, Belgium.The charge transport in the bandlike regime of oligoacenecrystals is of particular interest, because relativelyhigh charge carrier mobilities, ranging from 1 to 10 cm 2 /V sat room t<strong>em</strong>perature to more than 10 2 cm 2 /V s at low t<strong>em</strong>perature,have been achieved in well orderedmaterials. 6,8,10,17 In addition, the measured mobilities followthe power law t<strong>em</strong>perature dependence T n with n1.5– 3.0 in the bandlike regime. This power law dependencesuggests a wide-band theory may be applicable inhighly purified aromatic molecular single crystals, but so farall theoretical calculations have failed to provide the correctmagnitudes and t<strong>em</strong>perature dependences of the chargecarriermobilities in organic molecular crystal syst<strong>em</strong>s. 4,18,19Karl et al. have used a stan<strong>da</strong>rd wide-band theory to describethe high, field-dependent hole mobilities observed in <strong>na</strong>phthaleneat low t<strong>em</strong>perature, and obtained a reaso<strong>na</strong>ble fit totheir field-dependent results. 8 They concluded that a classicalband-type transport model with combined acoustic- andoptical-phonon scattering in nonparabolic bands is suitablefor describing the mobilities in <strong>na</strong>phthalene at low t<strong>em</strong>perature.However, because of the lack of reliable information onthe band structure of the syst<strong>em</strong>, an important probl<strong>em</strong> aboutthe consistency of the band picture was left u<strong>na</strong>nswered intheir paper. Due to the advances of modern quantumch<strong>em</strong>icaltechniques, it is now possible to compute the bandstructure and examine the wide-band model theoretically.Therefore, an investigation based on purely theoretical parametersand modeling is essential to interpret new experimentaldevelopments and better understand the underlyingtransport mechanism.In this paper, a band model coupled with quantumch<strong>em</strong>istrycalculations is used to study the charge carrier0021-9606/2003/118(8)/3764/11/$20.00 3764© 2003 American Institute of PhysicsDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 263J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Mobility in oligoacene single crystals3765mobilities in oligoacene crystals. Recently, Cornil et al. havedeveloped a s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>pirical Hartree–Fock intermediate neglectof differential overlap INDO method which can beused to obtain good estimates of the transfer integrals in vander Waals bonded crystals. 20–22 Here we adopt this method tocalculate transfer integrals for all nonzero interactions in<strong>na</strong>phthalene, anthracene, tetracene, and pentacene crystals,and then use these parameters to obtain the band structuresand the mobility tensors for these crystals. A tight bindingmethod first proposed by LeBlanc 2 and then extended byKatz et al. 23 in the early 1960s is used to construct the bandstructure, and the velocity–velocity tensor products are averagedover the Boltzmann distribution among the energybands. In addition, in order to account for the effect ofelectron–phonon coupling under the framework of a basicband model, we discuss the polaron band theory and its applicability.Throughout this work, we focus on the behaviorof charge carriers in the low t<strong>em</strong>perature bandlike regime,and neglect the hopping regime. The goal of this investigationis to re-examine the stan<strong>da</strong>rd wide-band description ofthe mobility in oligoacene compounds based on the new parameters,and provide information about the applicability ofthe simple wide-band model.II. METHODA. Theoretical backgroundThe model adopted here for calculating the band structureand the mobility tensors for organic molecular crystalswas first proposed by LeBlanc 2 and then extended by Katzet al. 23 in the early 1960s. Note that since all the compoundsinvestigated here have a crystal structure containing twomolecules say, type and type in a unit cell, there aretwo bands arising from the symmetric and antisymmetriccombi<strong>na</strong>tions of molecular wave functions in a cell for bothexcess-electron and excess-hole. Assuming the concentrationof charge carriers is very small so that one-particle formalismis applicable, and the excess electron or hole does notsignificantly change the wave function of the molecule, thelowest unoccupied molecular orbital LUMO of a moleculecan be used as a basis for crystal electron wave functions,and the highest occupied orbital HOMO can be used forhole wave functions. In the tight binding approximation, theenergies of the two excess-electron excess-hole bands,E (k) and E (k), can be expressed in terms of the transferintegrals between molecular LUMOs HOMOs, 23E k T T 2 T 2T 2 Vk 2 . 1For crystals with inversion symmetry,T E 2•it i •cosk"r i , 2T E 2•it i •cosk"r i , 3Vk2•it i •cosk"r i , 4where k is the wave vector; T and T represent the interactionsbetween translatio<strong>na</strong>lly equivalent molecules, E and E are the corresponding molecular orbital energy onmonomer-type and , respectively; the summation in T (T ) is taken over all interacting translatio<strong>na</strong>lly equivalentmolecules; t i (t i ) is the intermolecular transfer integral betweenthe central type molecule and the type molecule at the ith unit cell. For crystals with a unit cellcontaining two equivalent molecules, E E and t i t i ;r i (r i ) is the vector from the center type molecule tothe type molecule at the ith unit cell; V(k) representsthe interaction between type and molecules, and thesummation is over all interacting translatio<strong>na</strong>lly inequivalentmolecules; t i is the intermolecular transfer integral betweenthe central molecule and the translatio<strong>na</strong>lly inequivalentmolecule at the ith unit cell, and r i is the vector connectingthese two molecules.Equations 1–4 are the necessary a<strong>na</strong>lytical equationsfor constructing the energy band structure for an excess electronor an excess hole in a crystal with two molecules in aunit cell, regardless of the details of crystal structure andintermolecular interactions. In addition, the velocity ofcharge carriers can be calculated from the band structure. I<strong>na</strong> stan<strong>da</strong>rd band-theory model, the group velocity vk of thedelocalized electron waves or hole waves is given by thegradient of the band energy in k-space,vk1/• k Ek.Although it is not possible to directly calculate the valueof the mobility tensor using a band model, we can use twosimplified models for the relaxation time to evaluate importantparameters related to the mobility tensors. 2,23,24 Given aconstant isotropic relaxation time 0 constant-free-time approximationor a constant isotropic free path constantfree-pathfor the motion of the charge carriers in the crystal,the components of the mobility tensor areand ij e 0 v i v j /kT, ij e/kTv i v j /vk,in the constant-free-time and constant-free-path approximations,respectively. Here v i is the ith component of the groupvelocity, vk, and the bracket in the equation means an averageover the Boltzmann distribution of a charge carrier inthe energy bands,dkv i v j E k ik E e E k E E e E k j k i k j 2 e E k e E k dk567,8where E (k) is the energy of the upper band, and E (k) isthe energy of the lower band, as described in Eq. 1. Integralsin Eq. 8 can be evaluated numerically to obtain thevalues of thermal-averaged velocity–velocity tensor productsv i v j and v i v j /v„k…. The two terms, v i v j andv i v j /v„k…, are the main quantities of concern here, forDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 2643766 J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Cheng et al.TABLE I. Crystal constants and structures of oligoacenes.Naphthalene Anthracene Tetracene PentaceneCrystal constants Monoclinic Monoclinic Triclinic Triclinica a 8.0980 8.4144 6.057 6.275b 5.9530 5.9903 7.838 7.714c 8.6520 11.0953 13.010 14.442 b 90.000 90.000 77.13 76.75 124.400 125.293 72.12 88.01 90.000 90.000 85.79 84.52a Units in Å.b Units in deg.they can serve as estimates of the values of the real mobilitytensors under the constant-free-time or constant-free-path approximations.B. Numerical calculationsValues of important parameters in the band equationsEqs. 1–4 can be evaluated using numerical methods. Inthis investigation, the values of site energy and transfer integralswere calculated using the INDO s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>piricalquantum-ch<strong>em</strong>ical method. 21,22,25 Using crystal structurestaken from the Cambridge <strong>da</strong>tabase, parameters for fourcrystalline oligoacenes <strong>na</strong>phthalene, 26 anthracene, 27 tetracene,and pentacene 28 were calculated by performingZINDO Refs. 20 and 29 calculations on all moleculardimers within the third nearest-neighbor shells for each crystal.The crystal <strong>da</strong>ta used in our calculations are listed inTable I. Because it is highly unlikely that molecules locatedoutside the third shell will interact with the central molecule,we expect that all nonzero interactions are included in ourcalculations. Note that special attention needs to be paid tothe phase of the macromolecule wave functions to determinethe correct signs of the transfer integrals. Once we have thesite energy and transfer integrals, a<strong>na</strong>lytical expressions ofthe energy bands as a function of the wave vector, k, can beobtained using Eqs. 1–4. In addition, the 3D total densityof states DOS can be calculated by performing a primitivehistogram calculation inside the first Brillouin zone.Because the unit cell vectors a, b, and c are not orthogo<strong>na</strong>lto each other for the crystals investigated here, a newCartesian coordi<strong>na</strong>te syst<strong>em</strong> was used to perform the groupvelocity calculations. The new coordi<strong>na</strong>te syst<strong>em</strong> is chose<strong>na</strong>s follows: the new x-axis is parallel to the a direction, they-axis is on the ab plane and points to the positive b direction,and the new z-axis is parallel to the interlayer c directionwhich is perpendicular to the ab plane. The group velocityof charge carriers in the energy band was calculate<strong>da</strong>ccording to Eq. 5 in the new coordi<strong>na</strong>te syst<strong>em</strong>, and projectedback to each unit cell direction to evaluate the velocityvector in the real space. The thermal-averaged integral Eq.8 was evaluated by applying an a<strong>da</strong>ptive Gaussian integrationmethod using a 51-point Gauss–Kronrod rule over thefirst Brillouin zone with more than 102102102 points.The estimated absolute error is 10 6 in all numerical integrationsperformed. Values of the thermal-averagedvelocity–velocity tensor products were calculated at t<strong>em</strong>peraturesranging from 1.7 K to 500 K.III. RESULTS AND DISCUSSIONA. Transfer integralsThe calculated site energies and transfer integrals for allfour oligoacenes are listed in Table II. The calculated siteenergies for type and type molecules in <strong>na</strong>phthalene an<strong>da</strong>nthracene crystals are the same because of their monoclinicTABLE II. Calculated site energy and transfer integrals units: meV.Naphthalene Anthracene Tetracene PentaceneHOMO LUMO HOMO LUMO HOMO LUMO HOMO LUMOE a 0 0 0 0 48 52 0.0 2a b b c1 0 0 0.00 0.00 0.00 0.00 29.25 33.33 49.93 48.300 1 0 38.50 11.15 48.30 29.93 0.00 0.00 0.00 0.001/2 1/2 0 36.59 41.49 47.89 56.05 68.88 70.80 97.82 81.081/2 1/2 0 36.59 41.49 47.89 56.05 61.92 47.42 72.65 81.623/2 1/2 0 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 15.88 4.61 5.743/2 1/2 0 0.00 0.00 0.00 0.00 14.56 0.0 4.75 3.221/2 3/2 0 2.99 2.99 3.40 3.26 0.00 0.00 0.00 0.001/2 3/2 0 2.99 2.99 3.40 3.26 0.00 0.00 0.00 0.000 1 1 1.49 4.08 0.0 2.31 1.08 3.53 3.12 0.01/2 1/2 1 13.60 4.21 13.87 3.80 0.00 0.00 0.00 0.001/2 1/2 1 13.60 4.21 13.74 3.80 6.82 0.00 2.43 0.001/2 1/2 1 0.00 0.00 0.00 0.00 12.63 0.0 2.29 5.331/2 3/2 1 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 7.58 0.00 1.211/2 3/2 1 1.22 1.08 1.22 1.22 0.00 0.00 0.00 2.041/2 3/2 1 1.22 1.08 1.22 1.22 0.00 0.00 0.00 0.003/2 1/2 1 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 9.33 0.0 1.723/2 1/2 1 1.63 1.63 1.63 1.49 0.00 0.00 0.00 0.003/2 3/2 1 1.63 1.63 1.63 1.49 0.00 0.00 0.00 0.003/2 3/2 1 0.00 0.00 0.00 0.00 5.13 0.00 0.00 0.00a Relative on-site energy, E E .b Unit vectors being the lattice vectors.Downloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 265J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Mobility in oligoacene single crystals3767P2 1 /a symmetry. However, in tetracene and pentacene crystals,which have a triclinic P1¯ symmetry, an energy differenceis found between type and type molecules. Thisenergy difference is due to a slight geometry difference betweentype and type molecules, and leads to a significantdifference in the band structures, as we will see in the nextsection.For all compounds investigated here, calculated intralayerinteractions are significantly larger than interlayer interactions.The important in-plane interactions found arethose along the nearest-neighbor directions, d 1 1/2, 1/2, and0 along the a, b, and c directions and d 2 1/2, 1/2, and 0along the a, b, and c directions, and short crystal axis b for<strong>na</strong>phthalene and anthracene, a for tetracene and pentacene;these results are in agre<strong>em</strong>ent with previous calculationsfor oligoacene crystals 22,24,30 and mobility measur<strong>em</strong>entspointing to two-dimensio<strong>na</strong>l transport in oligoacenecrystals. 11,31,32The evolution of the size of transfer integrals with respectto the size of oligoacene molecules, from two rings in<strong>na</strong>phthalene to five rings in pentacene, indicates that the sizeof the conjugated syst<strong>em</strong> and the structure of the crystalare both important factors determining the strength of theinteractions. 33 We find that as the size of the molecule increases,the calculated interactions for both holes and electronsalong d 1 and d 2 increase; this contrasts with the situationobserved in cofacial dimers where the HOMO splittingdecrease with increasing chain size, thus pointing to thesubtle interplay between crystal packing and calculatedtransfer integrals. 33 Interestingly, interactions between moleculeslocated in adjacent layers along the c direction decreaseas the size of the molecule increases. This result canbe attributed to the longer distance between layers in largermolecules. As the distances between the adjacent layers increase,the weak – interactions along the c direction decrease.B. Band structure and density of statesThe DOS spectra and band structures along different unitcell vectors are displayed in Figs. 1–4 for <strong>na</strong>phthalene, anthracene,tetracene, and pentacene, respectively. Shapes ofLUMO and HOMO bands along the k a , k b , k c , k d1 , andk d2 directions are plotted. Note that the values of the k vectorsare scaled such that the value at the first Brillouin zoneedge is unity. The band structures of tetracene and pentaceneare slightly different from those of <strong>na</strong>phthalene and anthracene,which can be ascribed to the different crystal structuresand the significant energy differences between type andtype molecules in the tetracene crystal. For monoclinic<strong>na</strong>phthalene and anthracene crystals, the degeneracy at theBrillouin zone edge on the ab plane due to the crystal glideplane symmetry can be clearly seen in the graph, as well asthe Van Hove singularities around the band edges. Becauseno such symmetry exists in triclinic crystals, there is no degeneracyat the zone edge in the results for tetracene andpentacene crystals. The largest contribution to the energysplitting at the zone edge is from the difference between –site energies, so that the size of the splitting is approximatelytwice the size of the site energy difference. In all cases, thedispersion along the c direction is much smaller than thosealong the other directions, and a large gap is found betweenupper and lower bands along the c direction. This is clearlydue to smaller interactions between molecules located in adjacentlayers, and is a well known result for this kind ofherringbone packing material. 22–24 As a result, we expect thecharge carrier mobilities along the c direction to be smallerthan those along other directions,The bandwidth values for all oligoacenes are summarizedin Table III. Bandwidths along the a, b, c, d 1 , d 2 directionsand the 3D total bandwidths calculated from thewidths of the continuous region in the DOS spectrum arelisted in Table III, as well as values of the gaps between theupper and lower bands in each direction. All four compoundsinvestigated here have a continuous band with widths from400 meV to 700 meV, in agre<strong>em</strong>ent with recent experimentaland theoretical results. 8,11,22,34 In addition, comparing the totalbandwidth for different oligoacenes, we find that thebandwidth increases when the size of the molecule increases,as we expect for herringbone structures. 33When the thermal populations of the charge carriers aretaken into account, a parameter other than total bandwidthshould be adopted for comparing intrinsic transport properties.For all the compounds investigated here, the bandwidthsare significantly larger than the thermal energy, i.e., WkT. This result implies that a wide band limit can be usedto describe the transport of excess holes or excess electrons,and at normal t<strong>em</strong>peratures, only the states around the energyminima of the band are populated. Note that due to the <strong>na</strong>tureof the excess charge carriers, the energy of an excesselectron is measured upward from the bottom of the lowerband, while the energy of an excess hole is measured downwardfrom the top of the upper band. That is, within thistwo-band model, the motion of the excess electrons in thecrystal are governed by the lower LUMO band, while th<strong>em</strong>otion of the excess holes are governed by the upperHOMO band.Previous theoretical investigations have often used totalbandwidths as criteria for comparing intrinsic excess electro<strong>na</strong>nd excess hole mobilities, but comparing values of totalbandwidths can be misleading. For example, in a pentacenecrystal, the total bandwidths of HOMO and LUMO bandsalong the d 1 direction which is the direction with the strongestinteraction are approximately the same 738 meV and728 meV, respectively; this could easily lead to the conclusionthat the electrons can be as mobile as holes in pentacenecrystals. However, if we consider the thermal population andcompare mobilities according to the width of the upperHOMO band for excess hole and the lower LUMO band forexcess electron 523 meV and 183 meV, respectively, theintrinsic excess hole mobility is predicted to be significantlylarger than the intrinsic excess electron mobility in a pentacenecrystal. Therefore, the width of the upper HOMO ban<strong>da</strong>ppears to be a better parameter for estimating excess hol<strong>em</strong>obility, and the width of the lower LUMO band is a betterparameter for estimating excess electron mobility. Accordingto these two criteria, we predict all oligoacenes investigatedDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 2663768 J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Cheng et al.FIG. 1. Shape of the LUMO band upperpanel and the HOMO band lowerpanel of <strong>na</strong>phthalene in the majorcrystal directions; the right panel is thecorresponding density of states.here to have higher excess hole mobilities, in agre<strong>em</strong>ent withexperimental results. 11,31C. Thermal averaged velocity–velocity tensorThe calculated thermal-averaged velocity–velocity tensorproducts in constant-free-time and constant-free-path approximationsfor <strong>na</strong>phthalene in the t<strong>em</strong>perature range from1.7 K to 300 K are presented in Fig. 5. Data for all otheroligoacene crystals have a similar t<strong>em</strong>perature dependenceand are therefore not presented here. For all four crystalsstudied here, the components V a V a and V b V b show alinear t<strong>em</strong>perature dependence at t<strong>em</strong>peratures higher than10 K, which can be ascribed to the increasing thermal populationof higher energy states. The component V c V c behavesdifferently and saturates quickly at about 100 K, whichcan be easily understood by considering the small bandwidth30 meV and the band gap along the c direction. Becauseof the small bandwidth along this direction, charge carriersquickly populate the nonparabolic part of the band as t<strong>em</strong>peratureincreases, resulting in the saturation of the groupvelocity of charge carriers. To test the result, we calculatedvalues of the other two diago<strong>na</strong>l components at higher t<strong>em</strong>peratures,no saturation behavior can be observed in V a V a and V b V b up to 1000 K, in agre<strong>em</strong>ent with the larger valuesof bandwidths along these directions.The amplitude of V c V c at low t<strong>em</strong>peratures is comparableto or even larger than the components along the aand b directions. This result se<strong>em</strong>s to be contrary to theDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 267J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Mobility in oligoacene single crystals3769FIG. 2. Shape of the LUMO band upperpanel and the HOMO band lowerpanel of anthracene in the major crystaldirections; the right panel is thecorresponding density of states.general belief that the in-plane mobilities are significanthigher than the perpendicular ones in oligoacene single crystals,and the result that the transfer integral along the cdirection is much smaller than transfer integrals on the plane.However, on closer inspection, the unexpected large value ofV c V c can be explained by considering the thermal populationof the electronic states. The states at the bottom of theband have zero velocities. Therefore, in order to obtain anynonzero velocity, states with higher energy have to be populated.If the band is <strong>na</strong>rrow, states with higher velocity can bepopulated at lower t<strong>em</strong>perature; if the band is broad, thenonly states with low velocity are populated at low t<strong>em</strong>perature.As a result, the value of V 2 is a trade-off between thewidth of the band and the population of states with highervelocity which is easier to achieve for <strong>na</strong>rrower bands.Table IV lists values of six tensor components for allfour oligoacene crystals at 50 K. Note that for crystals withmonoclinic unit cells, such as <strong>na</strong>phthalene and anthracene,the b direction is one of the three principal axes, so that thereare only four nonzero mobility components. However, theorientations of the three principal axes for the triclinic unitcells are not unique, and in general all six mobility tensorcomponents for tetracene and pentacene crystals are nonzero.Given the approximations in our model, these velocity–velocity tensor products contain the contribution to thecharge carrier mobility from the potential energy field appliedto the charge carrier. Therefore, diago<strong>na</strong>l componentsof these products can be seen as the theoretical upper boundof the charge carrier mobilities when scattering processes areomitted. Values of these tensor components again suggestDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 2683770 J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Cheng et al.FIG. 3. Shape of the LUMO band upperpanel and the HOMO band lowerpanel of tetracene in the major crystaldirections; the right panel is the correspondingdensity of states.that the excess hole mobility is higher than the excess electronmobility in oligoacene crystals, and that the mobilitiesincrease with chain length in agre<strong>em</strong>ent with the previousconsiderations. Furthermore, great variations between valuesof components along different directions indicate highly anisotropiccrystal environments in these crystals.D. Self-consistency check on the band modelThe use of a band representation to describe the motionof the charge carriers in the crystal can be justified onlywhen both the mean free path exceeds many intermoleculardistances and the uncertainty in the energy of the scatteredcarriers does not exceed the bandwidth,a 0 ,W/ 0 .For the crystals studied here a 0 5 Å and W0.5 eV, thereforethe criteria for band theory to be applicable are longerthan 5 Å and 0 larger than 10 15 s. To examine the applicabilityof the band model used in our calculations, the t<strong>em</strong>peraturedependent mean free time and mean free path werecalculated by fitting the available experimental mobility<strong>da</strong>ta 11,18 to our theoretical thermal-averaged velocity-velocitytensor products using Eqs. 6 and 7. The results in thet<strong>em</strong>perature range from 30 K to 300 K for excess hole in<strong>na</strong>phthalene crystal are presented in Fig. 6.From Fig. 6, it can be clearly seen that the above criteriaare fulfilled only at a t<strong>em</strong>perature lower than 150 K, and anyapplication of this simple band model to t<strong>em</strong>peratures higherDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 269J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Mobility in oligoacene single crystals3771FIG. 4. Shape of the LUMO band upperpanel and the HOMO band lowerpanel of pentacene in the major crystaldirections; the right panel is thecorresponding density of states.than 150 K is open to criticism. In addition, the calculatedresults along different directions are significantly different,which implies that the scattering processes are highly anisotropic.Because of possible highly anisotropic scattering processes,the use of constant-free-path or constant-free-time approximationsshould be treated with care, and a better approachwould be to consider the free time or free path as at<strong>em</strong>perature dependent tensor property of the crystal. Basically,the present model keeps the mobility anisotropy origi<strong>na</strong>tingfrom the energy band structure in the averagedvelocity–velocity tensor, and puts dy<strong>na</strong>mic effects related tothe scattering processes into the constant-free-path orconstant-free-time terms. Using only averaged free time orfree path to describe the scattering processes can only bejustified when the following conditions are all fulfilled: iThe scattering processes along the three different crystal directionsare the same; ii coupling between charge carriersand crystal phonons is small; iii molecular motions haveonly a small effect on the electronic structure of the crystal.Note that the constant-free-time and constant-free-path approximationsare very crude especially for organic molecularcrystal syst<strong>em</strong>s, because the highly anisotropic crystal environmentsand somewhat small compared to traditio<strong>na</strong>l inorganics<strong>em</strong>iconductors intermolecular interactions contradictthe basic assumptions behind these approximations. Earlyinvestigations related to bandlike mobility calculations triedto compare the predicted mobility anisotropy to the experimental<strong>da</strong>ta in order to verify the theory; 2,23,24 this should betaken with much caution because of the possible differencesDownloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 2703772 J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Cheng et al.TABLE III. Widths of excess electron and hole bands units: meV.Naphthalene Anthracene Tetracene PentaceneDirection HOMO LUMO HOMO LUMO HOMO LUMO HOMO LUMOa a 75.65 183.95 249.26 251.44 207.71 275.22 560.89 548.77a b 87.62 183.95 249.26 251.44 306.76 113.59 173.40 172.16ca gap 0.00 0.00 0.00 0.00 111.02 89.53 4.08 7.08<strong>da</strong> width 163.27 367.90 498.52 502.87 625.49 478.34 738.37 728.00b 235.65 228.58 442.46 371.17 305.13 225.15 377.76 362.64b 103.11 139.32 67.43 131.70 300.77 245.83 355.44 362.64b gap 0.00 0.00 0.00 0.00 19.59 6.26 5.17 2.72b width 266.38 367.90 509.89 502.87 625.49 477.24 738.37 728.00c 111.57 4.35 88.17 19.05 45.89 57.38 30.09 41.27c 99.59 28.30 88.17 37.55 41.54 78.06 7.78 41.27c gap 163.27 339.60 322.19 446.27 538.06 341.80 700.50 645.47c width 374.43 372.25 498.52 502.87 625.49 477.24 738.37 728.00d 1 229.67 228.58 442.46 371.17 216.50 208.50 523.09 539.88d 1 66.40 139.32 56.06 131.70 307.19 93.08 113.28 183.12d 1gap 0.00 0.00 0.00 0.00 101.79 175.66 102.00 5.00d 1width 229.67 367.90 498.52 502.87 625.49 477.24 738.37 728.00d 2 229.67 228.58 442.46 371.17 205.12 271.79 542.88 536.89d 2 66.40 139.32 56.06 131.70 306.43 93.08 191.58 160.28d 2gap 0.00 0.00 0.00 0.00 101.79 175.66 3.91 30.82d 2width 229.67 367.90 498.52 502.87 625.49 477.24 738.37 728.00Total e 409.00 372.30 509.40 508.30 625.50 502.70 738.40 728.00a Widths of the upper bands.b Widths of the lower bands.c Widths of the gaps between the upper and lower bands.d Total bandwidth along this direction.e 3D total bandwidths are calculated from the widths of thecontinuous region in the DOS spectrum.of scattering processes along different crystal directions, andconsidering the band structure effect alone is unlikely to accountfor the real anisotropy in mobilities.IV. POLARONIC EFFECTSIn order to understand the t<strong>em</strong>perature dependence of th<strong>em</strong>obilities, one should include the possibility of the formationof polaron bands. 16 Especially in the case of the oligoacenecrystals where low frequency optical modes exist,excitation of these optical modes can change the transfermatrix el<strong>em</strong>ents significantly since the transfer matrix el<strong>em</strong>entsare strongly dependent on orbital overlap in thesesyst<strong>em</strong>s. 33 In the oligoacene crystals, there are in fact lowlying libratio<strong>na</strong>l modes that will be moderately to stronglycoupled to the transfer matrix el<strong>em</strong>ents. 35 A theoretical descriptionof the effect of a strongly coupled optical mode onthe diffusion or mobility of an electron or hole in a molecularcrystal was first given by Holstein 36 and discussed further bymany other authors. 16,37–39 Here we will only use the resultsof these theoretical investigations.We assume that at least one optical mode is coupledmoderately strongly to the transfer matrix el<strong>em</strong>ents and thatthe bandwidth of this mode is much smaller than its frequency,so that we can approximate the optical mode as alocal mode. We also assume that the coupling constant ofthat local mode to the transfer matrix el<strong>em</strong>ents is approximatelyindependent of the sites involved in the transfer matrixel<strong>em</strong>ent. Fi<strong>na</strong>lly we assume that the coupling is notstrong enough to localize the electron or hole, so that thecorrect description of the transport is that of a polaron bandmodel i.e., that hopping transport, although described by theFIG. 5. T<strong>em</strong>perature dependence of <strong>na</strong>phthalene velocity–velocity tensorunder constant-free-time approximation upper panel and constant-freepathapproximation lower panel.Downloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 271J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Mobility in oligoacene single crystals3773TABLE IV. Components of thermal averaged velocity–velocity tensor product in constant-free-time and constant-free-path approximations at 50 K.Naphthalene Anthracene Tetracene PentaceneHole Elec. Hole Elec. Hole Elec. Hole Elec.V 2 a a 191.19 261.19 376.12 435.62 358.76 556.63 852.48 137.47V 2 b a 380.04 131.95 618.32 122.26 537.92 365.56 532.15 528.47V c a 199.08 52.88 351.97 158.08 312.27 416.25 251.48 355.19V a V c a 57.40 64.92 111.80 58.62 140.79 95.96 0.98 75.27V a V b a 0 0 0 0 197.94 48.06 72.68 46.81V b V c a 0 0 0 0 134.86 160.37 32.92 79.35V 2 a /V b 6.75 10.21 9.85 13.32 9.56 13.12 17.82 4.72V 2 b /V b 11.81 6.20 14.57 4.96 13.49 9.54 12.30 13.99V c /V b 6.72 2.61 9.38 6.25 8.82 10.76 6.93 10.60V a V c /V b 1.74 2.46 2.31 1.46 3.22 2.07 0.01 1.99V a V b /V b 0 0 0 0 4.29 0.80 1.55 1.18V b V c /V b 0 0 0 0 2.81 3.53 0.69 1.79a Constant free-time approximation; units: 10 10 cm 2 s 2 .b Constant free-path approximation; units: 10 5 cm s 1 .same Hamiltonian, is a small term in the t<strong>em</strong>perature rangeof interest. Under these circumstances, the effect of theelectron–optical phonon coupling is to make the effectivebandwidth t<strong>em</strong>perature dependent. As the t<strong>em</strong>perature increases,the effective bandwidth decreases.FIG. 6. T<strong>em</strong>perature dependence of calculated hole relaxation time upperpanel and hole free path lower panel for <strong>na</strong>phthalene crystal. Resultsalong the crystal a direction open circle and b direction open square arepresented.In the small polaron theory, the stan<strong>da</strong>rd form to describethe t<strong>em</strong>perature dependence of the effective transfermatrix el<strong>em</strong>ents ist eff t¯expg 2 coth/2,where g is the electron–optical phonon coupling constant, is the optical phonon frequency, and is 1/k b T. As a simpletest, we use Eq. 9 to calculate the effective transfer matrixel<strong>em</strong>ents at different t<strong>em</strong>peratures, and then use the results toconstruct the polaron band structure and calculate velocity–velocity tensors according to the procedure described in Sec.II. Several different values of both g and are used to performthe calculation, and we found that only a large andsmall g can produce a reaso<strong>na</strong>ble fit to the experimentalpower law results. However, the exponential band-<strong>na</strong>rrowingeffect described in Eq. 9 results in a exponential decreaseof mobility when k b T, contradicting the power law resultsobserved in experiments. Therefore, a full-dressedsmall polaron band theory is i<strong>na</strong>dequate for describing thecharge-carrier mobilities in oligoacene single crystals. Similarresults appear to have been obtained by Giuggioli et al.independently to the present work. 40 Given that in organiccrystals, the electron–phonon coupling constant is believedto be small to intermediate in value and the bare bandwidthis large, it is possible that the polaron band <strong>na</strong>rrowing effectdoes not obey a simple exponential form as in Eq. 9. Apolaron-band theory that includes the correct band <strong>na</strong>rrowingeffect is necessary to adequately describe charge-carrier mobilitiesin the bandlike regime.The complicated anisotropic environment as well as thesubtle interplay between crystal packing and transfer integralsmake the charge-carrier transport in molecular crystalsa complicated phenome<strong>na</strong>. The phonon modes in molecularcrystals have different frequency and bandwidth, and alsocouple to the electronic states with different mechanism andstrength. Hence, treating the transport probl<strong>em</strong> with only asingle phonon band is unlikely to be adequate. Kenkre et al.have used a band model with both acoustic and optical phononscattering to obtain a reaso<strong>na</strong>ble fit to the pentaceneexperimental <strong>da</strong>ta in the band-transportation regime. 41 Here,9Downloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Artigo 7 2723774 J. Ch<strong>em</strong>. Phys., Vol. 118, No. 8, 22 February 2003 Cheng et al.we suggest that at least a two-phonon band model, one moderatelyto strongly coupled and the other weakly coupled, isnecessary. The strongly coupled mode most likely an intermolecularoptical mode dresses the carrier and produces apolaron band, and the weakly coupled mode most likely a<strong>na</strong>coustic mode does the scattering among the polaron bandstates. As a result, the t<strong>em</strong>perature dependence of mobilitiesis due to both the t<strong>em</strong>perature dependent polaron bandwidthand the t<strong>em</strong>perature dependent scattering rate. The key issuein the success of this model is to obtain the correct form ofthe polaron band <strong>na</strong>rrowing effect.V. CONCLUSIONIn this paper, transfer integrals for four oligoacene singlecrystals are calculated using the INDO s<strong>em</strong>i<strong>em</strong>piricalmethod, and then used to construct the excess electron andhole band structures in the tight-binding approximation. Theband structure results suggest that a two-band model is necessaryto understand the trend of mobilities in different oligoacenecrystals, and the width of the upper HOMO band orthe width of the lower LUMO band is a better parameter forestimating the mobility for excess holes or electrons, respectively.Our theoretical model can be used to explain the experimentalresults that the hole mobility is higher than theelectron mobility in oligoacene single crystals and that compoundswith a longer conjugation length tend to have highermobility values.From these band structures, thermal-averaged velocity–velocity tensors are evaluated using a stan<strong>da</strong>rd s<strong>em</strong>iconductorband theory. We have compared these tensors to recentexperimental <strong>da</strong>ta. We conclude that a simple band model isu<strong>na</strong>ble to explain the t<strong>em</strong>perature dependence of the chargecarrier mobility in oligoacene crystal syst<strong>em</strong>s for t<strong>em</strong>peratureshigher than 150 K and that the approximations thatconstant-free-time and constant-free-path are isotropic areopen to criticism. In conclusion, a simple wide-band theoryis insufficient for describing charge-carrier mobilities of oligoacenesingle crystals even in the bandlike regime.A closer study of the polaron effect using the stan<strong>da</strong>rdsmall polaron <strong>na</strong>rrowing model shows that a fully-dressedsmall polaron band theory is also i<strong>na</strong>dequate for describingthe charge-carrier mobilities in oligoacene single crystals.This result suggests that the next step beyond the simpleband model will be to develop a model that can explicitlyinclude the polaronic effects, i.e., scattering processes betweencharge carriers and crystal phonons, and further understandthe mechanisms of electron–phonon interactions.ACKNOWLEDGMENTSThe work at MIT has been partly supported by the Natio<strong>na</strong>lScience Foun<strong>da</strong>tion DMR-9808941. The work atArizo<strong>na</strong> has been partly supported by the Natio<strong>na</strong>l ScienceFoun<strong>da</strong>tion CHE-0078819, the IBM Shared University ResearchProgram, the Office of Naval Research, and the PetroleumResearch Fund. J.C. is a Research Associate of theBelgian Natio<strong>na</strong>l Fund for Scientific Research, FNRS. J.P.C.holds a scholarship from the Belgian FRIA and thanks FNRSfor fi<strong>na</strong>ncial support that made his stay at Arizo<strong>na</strong> possible.D.A.F. is supported by the Brazilian agency CAPES.1 R. G. Kepler, Phys. Rev. 119, 12261960.2 O. H. LeBlanc, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 35, 12751961.3 M. Pope and C. E. Swenberg, Electronic Processes in Organic CrystalsOxford University Press, New York, 1982.4 E. A. Silinsh and V. Čápek, Organic Molecular Crystals: Interaction,Localization, and Transport Phenome<strong>na</strong> AIP, New York, 1994.5 Organic Electronic Materials: Conjugated Polymers and Low MolecularWeight Organic Solids, edited by R. Farchioni and G. Grosso Springer,New York, 2001.6 C. D. Dimitrakopoulos and D. J. Mascaro, IBM J. Res. Dev. 45, 112001.7 H. Klauk, D. J. Gundlach, J. A. Nichols, and T. N. Jackson, IEEE Trans.Electron Devices 46, 1258 1999.8 W. Warta and N. Karl, Phys. Rev. B 32, 1172 1985.9 D. Gundlach, Y. Lin, T. Jackson, S. Nelson, and D. Schlom, IEEE ElectronDevice Lett. 18, 871997.10 N. Karl, J. Vac. Sci. Technol. A 17, 2318 1999.11 N. Karl and J. Marktanner, Mol. Cryst. Liq. Cryst. 355, 1492001.12 L. B. Schein, C. B. Duke, and A. R. McGhie, Phys. Rev. Lett. 40, 1971978.13 L. Schein, W. Warta, A. R. McGhie, and N. Karl, Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 100,34 1983.14 C. B. Duke, A. Paton, W. R. Salaneck, H. R. Thomas, E. W. Plummer, A.J. Heeger, and A. G. MacDiarmid, Ch<strong>em</strong>. Phys. Lett. 59, 1461978.15 J. D. Andersen, C. B. Duke, and V. M. Kenkre, Phys. Rev. Lett. 51, 22021983.16 V. M. Kenkre, J. D. Andersen, D. H. Dunlap, and C. B. Duke, Phys. Rev.Lett. 62, 1165 1989.17 S. Nelson, Y. Lin, D. Gundlach, and T. Jackson, Appl. Phys. Lett. 72, 18541998.18 N. Karl, Organic S<strong>em</strong>iconductors, Vol. 17 in Landolt Börnstein/New SeriesGroup III Springer, Berlin, 1985, Subvol. 17i, pp. 106–218.19 N. Karl, Mol. Cryst. Liq. Cryst. 171, 311989.20 J. Ridley and M. C. Zerner, Theor. Chim. Acta 32, 111 1973.21 J. Cornil, J. P. Calbert, D. Beljonne, R. Silbey, and J. L. Bré<strong>da</strong>s, Adv.Mater. 12, 978 2000.22 J. Cornil, J. P. Calbert, and J. L. Bré<strong>da</strong>s, J. Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 123, 12502001.23 J. I. Katz, S. A. Rice, S. il Choi, and J. Jortner, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 39, 16831963.24 R. Silbey, J. Jortner, S. A. Rice, and M. T. Vala, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 42, 7331965.25 D. Beljonne, J. Cornil, R. Silbey, P. Millie, and J. L. Bre<strong>da</strong>s, J. Ch<strong>em</strong>.Phys. 112, 4749 2000.26 V. I. Ponomarev, O. S. Filipenko, and L. O. Atovmyan, Kristallografiya21, 3921976.27 C. P. Brock and J. D. Dunitz, Acta Crystallogr., Sect. B: Struct. Sci. 46,795 1990.28 D. Holmes, S. Kumaraswamy, A. J. Matzger, and K. P. C. Vollhardt,Ch<strong>em</strong>.-Eur. J. 5, 3399 1999.29 M. C. Zerner, G. H. Loew, R. F. Kichner, and U. T. Mueller-Westerhoff, J.Am. Ch<strong>em</strong>. Soc. 107, 3902 1980.30 R. M. Glaeser and R. S. Berry, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 44, 3797 1966.31 W. Warta, R. Stehle, and N. Karl, Appl. Phys. A: Solids Surf. 36, 1631985.32 N. Karl, J. Cryst. Growth 99, 10091990.33 J. L. Bré<strong>da</strong>s, J. P. Calbert, D. A. <strong>da</strong> Silva, and J. Cornil, Proc. Natl. Acad.Sci. U.S.A. 99, 5804 2002.34 R. Haddon, X. Chi, M. Itkis, J. Anthony, D. Eaton, T. Siegrist, C. Mattheus,and T. Palstra, J. Phys. Ch<strong>em</strong>. B 106, 82882002.35 H. Sumi, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 70, 3775 1979.36 T. Holstein, Ann. Phys. N.Y. 8, 325 1959.37 R. Silbey and R. W. Munn, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 72, 2763 1980.38 D. R. Yarkony and R. Silbey, J. Ch<strong>em</strong>. Phys. 67, 5818 1977.39 D. Emin, Adv. Phys. 22, 571973.40 L. Giuggioli, J. D. Andersen, and V. M. Kenkre preprint.41 V. M. Kenkre private communication.Downloaded 06 Feb 2003 to 143.106.128.205. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://ojps.aip.org/jcpo/jcpcr.jspTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Apêndice HUni<strong>da</strong>des AtômicasNesta seção vamos apresentar as uni<strong>da</strong>des atômicas que são as geralmente adota<strong>da</strong>s quandoli<strong>da</strong>mos com probl<strong>em</strong>as <strong>da</strong> Química Quântica. Essas uni<strong>da</strong>des surg<strong>em</strong> <strong>na</strong>turalmente <strong>da</strong> própriaequação de Schrödinger. Consider<strong>em</strong>os a equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio<strong>na</strong>s uni<strong>da</strong>des do Sist<strong>em</strong>a Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (SI):[− 22m e∇ 2 −e24πɛ o r]φ = Eφonde é a constante de Planck dividi<strong>da</strong> por 2π, m e é a massa do elétron, e −e é a carga do elétron.Para colocarmos esta equação <strong>em</strong> uma forma adimensio<strong>na</strong>l, vamos fazer x, y, z → λx ′ , λy ′ , λz ′ ,obtendo assim: []−2e 22m e λ 2 ∇2 −φ = Eφ4πɛ o λr(H.1)(H.2)As constantes <strong>na</strong> frente dos operadores energia cinética e energia potencial pod<strong>em</strong> agora serfatora<strong>da</strong>s, desde que nós possamos escolher λ tal que: 22m e λ 2 = e 24πɛ o λr = E a(H.3)onde ɛ a é a uni<strong>da</strong>de atômica <strong>da</strong> energia, chama<strong>da</strong> o Hartree. Resolvendo a Eq. (H.3), encontramosque λ vale:λ = 4πɛ o 2m e e 2 = a o (H.4)273


Uni<strong>da</strong>des Atômicas 274Portanto, λ é simplesmente o raio de Bohr, a o , que é a uni<strong>da</strong>de atômica de comprimentochama<strong>da</strong> Bohr. Fi<strong>na</strong>lmente, como:E a[− 1 2 ∇′2 − 1 r ′ ]φ ′ = Eφ ′ (H.5)se nós fizermos E ′ = E/E a , nós obter<strong>em</strong>os a seguinte equação adimensio<strong>na</strong>l:(− 1 2 ∇′2 − 1 r ′ )φ ′ = E ′ φ ′(H.6)que é a equação de Schrödinger <strong>em</strong> uni<strong>da</strong>des atômicas. A solução desta equação para o estadofun<strong>da</strong>mental do átomo de hidrogênio resulta numa energia igual a -0,5 uni<strong>da</strong>des atômicas ≡ -0,5Hartrees. A Tabela (H.1) fornece alguns fatores de con<strong>versão</strong> entre as uni<strong>da</strong>des atômicas e asuni<strong>da</strong>des do SI.Tabela H.1: Fatores de con<strong>versão</strong> <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des atômicas para as uni<strong>da</strong>des no SI.Quanti<strong>da</strong>de Física Fator de Con<strong>versão</strong> Valor no (SI)Comprimento a o =1(bohr) (Raio de Bohr) 5, 2318 × 10 −11 mMassa m e =1 (massa do elétron) 9, 1095 × 10 −31 kgCarga |e|=1 carga do elétron 1, 6022 × 10 −19 CEnergia = e 2 /a 0 = 1 (hartree)(duas vezes a ener- 4, 3595 × 10 −18 Jgia de ionização do átomo de hidrogênio)Mom. Ang. =1 1, 0546 × 10 −34 JsMom. de Dip. El. ea o 8, 4784 × 10 −30 CmPolariz. El. e 2 a 2 oEa−11, 6488 × 10 −41 C 2 m 2 J −1Campo Elétrico E a e −1 a −1o5, 1423 × 10 11 V /m −1Funcão de On<strong>da</strong> a −3/2o 2, 5978 × 10 15 m −3/2T<strong>em</strong>po 3 /me 4 = 1 (período de um elétron <strong>na</strong> 2,4189×10 −17 sprimeira órbita de Bohr)Veloci<strong>da</strong>de e 2 / = 1(veloci<strong>da</strong>de de um elétron <strong>na</strong> 2,1876×10 6 m · s −1primeira órbita de Bohr)Os fatores de con<strong>versão</strong> para algumas outras uni<strong>da</strong>des que não estão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao SI masque são necessários para lermos a literatura existente são os seguintes:• 1 u.a. de comprimento é igual a 0,52918 Angströms (Å).• 1 u.a. de momento de dipolo (duas cargas separa<strong>da</strong>s por uma distância de a o ) é igual a2,5418 Debyes (D).Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Uni<strong>da</strong>des Atômicas 275• 1 u.a. de energia é igual a 27,211 elétrons volt (eV), ou 627,51 kcal/mol.Fi<strong>na</strong>lmente, uma tabela com os fatores de con<strong>versão</strong> para algumas uni<strong>da</strong>des de energia.Tabela H.2: Fatores de con<strong>versão</strong> para uni<strong>da</strong>des de energia.kJ·mol −1 eV au cm −1 HzkJ·mol −1 1 1,036×10 −2 3,089×10 −4 83,60 2,506×10 12ev 96,48 1 3,675×10 −2 8065,5410 2,418×10 14au 2625 27,21 1 2,195×10 5 6,580×10 10cm −1 1,196×10 −2 1,240×10 −4 4,556×10 −6 1 2,998×10 10Hz 3,990×10 −13 4,136×10 −15 1,520×10 −16 3,336×10 −11 1Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


ÍndiceSímbolosSpin-orbital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28canônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33restrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49AAfini<strong>da</strong>de eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Aproximaçãode Born-Oppenheimer. . . . . . . . . . . . . . . . . .25de moléculas rígi<strong>da</strong>s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8adiabática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25de campo médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33de pares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7BBase, função de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Born-Oppenheimer, Aproximação . . . . . . . . . 25Buraco deCoulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60Fermi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60CCadeia Markovia<strong>na</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17CIconfiguração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61função de configuração . . . . . . . . . . . . . . . . 61Condições periódicas de contorno. . . . . . . . .14Condon, aproximação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78Configurações a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s de spin . . . . . . . . . . 49Consistência com o tamanho . . . . . . . . . . . . . . 62Contami<strong>na</strong>ção de spin . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54, 55Coorde<strong>na</strong><strong>da</strong>generaliza<strong>da</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4retangular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5Correção <strong>em</strong> segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong> <strong>na</strong> energia . . 66Coulomboperador de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34potencial de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34termo de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34DDeslocamento parao azul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71o vermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72Determi<strong>na</strong>ntede cama<strong>da</strong> aberta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50de cama<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49de Slater . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29não-restrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52276


Índice 277restrito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49Determi<strong>na</strong>ntes restritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Dinâmica molecular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4Dispersão, forças de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Dois Corpos, potencial efetivo de . . . . . . . . . . . 7Dubleto puro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54EEnergiade reorganização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159cinética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4de correlação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60de dispersão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9de ord<strong>em</strong> zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66de primeira ord<strong>em</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66do estado Franck-Condon . . . . . . . . . . . . 159eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15orbital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4rotacio<strong>na</strong>l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27transferência de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159translacio<strong>na</strong>l. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27vibracio<strong>na</strong>l. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27Ens<strong>em</strong>bl<strong>em</strong>édias de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16Equações deHamilton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4Roothaan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47Ergodici<strong>da</strong>deDefinição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Erro de Superposição de Base . . . . . . . . . . . . . . . 9Espaço ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151Estado estacionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Estado fun<strong>da</strong>mental do 9A-T 1Comparação com o espectro de absorçãodo A, T 1 e A+T 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .116Comparação com o espectro experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117Comprimentos de ligação . . . . . . . 103, 105Descrição dos estados excitados . . . . . 113Energia dos orbitais moleculares de fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116Espectro de absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . 112Orbitais moleculares de fronteira . . . . 115Estado fun<strong>da</strong>mental do 9A-T 2Comparação com o espectro de absorçãodo A, T 2 e A+T 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123Comparação com o espectro experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122Comprimentos de ligação . . . . . . . 103, 106Descrição dos estados excitados . . . . . 119Energia dos orbitais moleculares de fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120Espectro de absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . 118Orbitais moleculares de fronteira . . . . 121Estado fun<strong>da</strong>mental do 9A-T 3Comparação com o espectro de absorçãodo A, T 3 e A+T 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .128Comparação com o espectro experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128Comprimentos de ligação . . . . . . . 103, 106Descrição dos estados excitados . . . . . 125Energia dos orbitais moleculares de fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127Espectro de absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . 124Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Índice 278Orbitais moleculares de fronteira . . . . 126Estado fun<strong>da</strong>mental do 9A-T 4Comparação com o espectro de absorçãodo A, T 4 e A+T 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132Comparação com o espectro experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133Comprimentos de ligação . . . . . . . 104, 107Energia dos orbitais moleculares de fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132Espectro de absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Orbitais moleculares de fronteira . . . . 131Estado fun<strong>da</strong>mental do 9A-T 5Comprimentos de ligação . . . . . . . 104, 107Estado fun<strong>da</strong>mental do AntracenoComprimentos de ligação . . . . . . . . . . . . 108Estado fun<strong>da</strong>mental dos 9A-T nComprimentos de ligação . . . . . . . . . . . . 101Ângulos diédricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110Estado fun<strong>da</strong>mental dos T nÂngulos diédricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110Estados de Rydberg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26FFluorescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80relaxa<strong>da</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159resso<strong>na</strong>nte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159Fluorescência duplano biantril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Fock, operador de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33forma mesomérica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88aromática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88quinóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88Forçade oscilador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78Forçasde dispersão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10de London . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Intramoleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8Intrermoleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8Fosforescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80Funções de on<strong>da</strong> de ord<strong>em</strong> zero . . . . . . . . . . . 65Funções de spin α(ω) e β(ω) . . . . . . . . . . . . . 27HHamilton, equações de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6Hamiltonia<strong>na</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Hamiltonianocompleto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24eletrônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25nuclear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26Hamiltoniano eletrônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25Hartreeprobl<strong>em</strong>a de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29produto de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Hartree-Fockaproximação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30HOMOorbital ocupado de mais alta energia. .70IInteraçãode configuração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60eletrostática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9molecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9potencial de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7KKoopmans, teor<strong>em</strong>a de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Índice 279LLagrangeequações de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4formulação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4multiplicadores de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31Lagrangeano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4London, forças de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10LUMOorbital desocupado de mais baixa energia70MMatrizde Fock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46de recobrimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46de transição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Modelode partícula independente . . . . . . . . . . . . . 58Moléculas rígi<strong>da</strong>s, aproximação de. . . . . . . . . .8Monte Carlopasso de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13simulação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Métodos<strong>em</strong>i-<strong>em</strong>píricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48<strong>da</strong>s imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<strong>da</strong>s Réplicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14de Monte Carlo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4Método de Monte Carloa termalização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15NNewton, equações de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4OOligotiofenos<strong>em</strong> dispositivos ópticos não-lineares. .89como diodos <strong>em</strong>issores de luz . . . . . . . . 89como fio molecular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88como sensor de gás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88estabili<strong>da</strong>de à degra<strong>da</strong>ção . . . . . . . . . . . . . 88transporte de carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88versatili<strong>da</strong>de estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . 88Operadorde Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32de Fock . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33de troca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32Hamiltoniano de caroço. . . . . . . . . . . . . . . .34momento angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76momento de dipolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76momento de quadrupolo . . . . . . . . . . . . . . 76não local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Orbitais do tipogaussiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45gaussiano contraído. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45Slater. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45Orbital molecular, definição. . . . . . . . . . . . . . . .28PParametrizaçãode um campo de força . . . . . . . . . . . . . . . . . 10paramétrica, dependência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Paresaproximação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7potencial de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Partícula de spin s<strong>em</strong>i-inteiro . . . . . . . . . . . . . . 27Parâmetro <strong>em</strong>píricoɛ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11σ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Pauli, princípio de exclusão de. . . . . . . . . . . . .28Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Índice 280PIA, potencial de ionização adiabático . . . . 42PIK, potencial de ionização usando a aproximaçãode Koopmans . . . . . . . . . . . . 42PIV, potencial de ionização vertical . . . . . . . . 42Polari<strong>da</strong>de do solvente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71Polieterociclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Polímero orgânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Potenciais de Ionização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Potencialde Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12de curto alcance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10de Interação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7de Len<strong>na</strong>rd-Jones. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11de longo alcance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10de pares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7efetivo de dois corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7Intermolecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Intramolecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Potencial de curto alcancetermo e −Cr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Potencial de ionização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39Potencial de Len<strong>na</strong>rd-Jonescau<strong>da</strong> atrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12parâmetros <strong>em</strong>píricos σ e ɛ . . . . . . . . . . . 12poço de profundi<strong>da</strong>de ɛ . . . . . . . . . . . . . . . 12Potencial de longo alcancetermo 1/r 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10termo 1/r 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10termo 1/r 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Primeiro estado excitado do 9A-T 1Barreira de torção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164Comparação com o experimento. . . . .160Energias do orbitais de fronteira . . . . . 163Espectro de <strong>em</strong>issão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160Orbitais moleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . .162Primeiro estado excitado do 9A-T 2Barreira de torção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .172Comparação com o experimento. . . . .167Energias do orbitais de fronteira . . . . . 171Espectro de <strong>em</strong>issão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166Orbitais moleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . .170Primeiro estado excitado do 9A-T 3Barreira de torção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .179Comparação com o experimento. . . . .177Energias do orbitais de fronteira . . . . . 177Espectro de <strong>em</strong>issão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174Orbitais moleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . .176Primeiro estado excitado do 9A-T 4Barreira de torção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184Comparação com o experimento. . . . .180Energias do orbitais de fronteira . . . . . 183Espectro de <strong>em</strong>issão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183Orbitais moleculares. . . . . . . . . . . . . . . . . .182Princípiode anti-simetria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28de exclusão de Pauli . . . . . . . . . . . . . . . 10, 28Processodeterminístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ergódico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21estocástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4iterativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35radiativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79Processo de dopag<strong>em</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87RRaio de Corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Roothaan, equações de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Réplicas, método <strong>da</strong>s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Tese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho


Índice 281SSchrödinger, equação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23Seleção, regras de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76Simulaçãofinitas e longas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22caixa de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Singleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52Sist<strong>em</strong>aconservativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5Sist<strong>em</strong>a π conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Slaterdetermi<strong>na</strong>nte de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29orbitais do tipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Slater-Condon, regras de . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67equação de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10atração de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Variação harmônica <strong>da</strong> energia. . . . . . . . . . . . . .8TTeoria não relativística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27Termalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Termode van der Walls. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Transição eletrônicatipo E1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76tipo E2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76tipo M1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Transição Vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159Tripleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51Trocaoperador de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35termo de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Técnicade amostrag<strong>em</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Vvan der WallsTese de DoutoradoD<strong>em</strong>étrio A. <strong>da</strong> Silva Filho

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!