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a importância da odontologia legal na identificação em ... - CCS

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1UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIAÉRICO FRANCO FARIAS NEGREIROSA importância <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> <strong>na</strong> identificação <strong>em</strong>desastres <strong>em</strong> massa.João Pessoa2010


2ÉRICO FRANCO FARIAS NEGREIROSA importância <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> <strong>na</strong> identificação <strong>em</strong>desastres <strong>em</strong> massa.Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao Curso de Graduação<strong>em</strong> Odontologia, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>deFederal <strong>da</strong> Paraiba <strong>em</strong> cumprimentoàs exigências para conclusão.Orientadora: Patrícia Moreira Rabello, DoutoraJoão Pessoa2010


3Dissertação aprova<strong>da</strong> <strong>em</strong> ____ / ____ / 2010_________________________________________Patrícia Moreira Rabello, DoutoraOrientador – UFPB_____________________________________Bianca Marques SantiagoExami<strong>na</strong>dor – UFPB_____________________________________Maria do Socorro Dantas de AraújoExami<strong>na</strong>dor – GEMOL


4AGRADECIMENTOSÀ meu pai Negreiros e minha mãe Marimar pela vi<strong>da</strong> e pelo ex<strong>em</strong>plo depessoas que s<strong>em</strong>pre foram para mim e meus irmãos, s<strong>em</strong>pre nos guiando etentando mostrar o melhor caminho, querendo ape<strong>na</strong>s nossa felici<strong>da</strong>deincondicio<strong>na</strong>lmente.À minha orientadora, Profª. Drª. Patrícia Moreira Rabello, pelo incentivo,atenção e colaboração nos momentos que precisei.À Meus amigos <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Paraiba, por todos osmomentos de felici<strong>da</strong>de vividos, todos os sorrisos <strong>da</strong>dos juntos, e apoio nosmomentos de tristeza, por todos esses anos juntos nessa caminha<strong>da</strong>.Aos professores <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>da</strong> Paraiba, por ser<strong>em</strong> nossosmestres, e aju<strong>da</strong>r<strong>em</strong> a mol<strong>da</strong>r nosso caráter.


RESUMO5


6RESUMODesde a antigui<strong>da</strong>de houve uma preocupação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>em</strong> identificar seusmortos de maneira correta, desenvolvendo assim várias técnicas paraindividualizar as características huma<strong>na</strong>s, e com isso se chegar a realidenti<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vítima. Nos últimos anos t<strong>em</strong>os visto um aumento nos desastres<strong>em</strong> massa, tanto <strong>na</strong>s catástrofes <strong>na</strong>turais quanto os provoca<strong>da</strong>s pelo hom<strong>em</strong>,trazendo a to<strong>na</strong> uma enorme necessi<strong>da</strong>de de métodos de identificação forense,com o objetivo de acelerar o reconhecimento <strong>da</strong>s vítimas fatais. A <strong>odontologia</strong><strong>legal</strong> surgiu como um método de identificação de fácil aplicabili<strong>da</strong>de, possuindocusto baixo <strong>em</strong> relação a outros métodos de identificação, e resultadosconfiáveis. Este estudo t<strong>em</strong> como objetivo realizar um levantamentobibliográfico a respeito <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, os desastres <strong>em</strong>massa, b<strong>em</strong> como verificar os seus vários métodos de identificação. Foirealizado um levantamento bibliográfico de 1966 a 2009, no portal deperiódicos <strong>da</strong> CAPES e base de <strong>da</strong>dos Medline, Lilacs, Scielo, Wikipedia eGoogle Acad<strong>em</strong>y, tendo como descritores: <strong>odontologia</strong> forense, perícia odonto<strong>legal</strong>, desastre <strong>em</strong> massa, DNA dentário. A <strong>odontologia</strong> forense se faz de formacomparativa, fazendo o confronto entre a documentação odontológica “ant<strong>em</strong>ort<strong>em</strong>” e “post mort<strong>em</strong>”, que não seria possível se não houvesse umadocumentação de boa quali<strong>da</strong>de, que esteja s<strong>em</strong>pre atualiza<strong>da</strong>, e <strong>em</strong> bomestado, com todos os procedimentos realizados anotados, o que numacatástrofe de grandes proporções se faz de suma importância, ca<strong>da</strong> detalhesendo comparado com a suposta vítima. Através de características <strong>da</strong> arca<strong>da</strong>dentária e do crânio, pod<strong>em</strong>os estimar altura, i<strong>da</strong>de, determi<strong>na</strong>r o sexo, e asalgumas vezes, como nos casos de pessoas carboniza<strong>da</strong>s, ou então expostasmuito t<strong>em</strong>po à água salga<strong>da</strong>, o único lugar de onde se pode retirar materialgenético para exame de DNA é o dente, já que este, por ter o tecido mais durodo corpo humano, funcio<strong>na</strong> como uma câmara de proteção para materialgenético. Logo v<strong>em</strong>os que a <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> se consoli<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais, e amedi<strong>da</strong> que há essa consoli<strong>da</strong>ção, há também a evolução desses métodos,resultando <strong>em</strong> benefícios para to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong>de, e assim pod<strong>em</strong>os perceberque esta ciência se faz indispensável.Palavras-chave: Odontologia Legal. Identificação Huma<strong>na</strong>. Desastres.


ABSTRACT7


8ABSTRACTSince the antiquity, society has been preoccupied in identifying its corpsescorrectly and for it a great number of techniques have been developed in orderto individualize human characteristics and so to achieve the real identity of acertain victim. Lately there has been an increase in mass disasters, such as<strong>na</strong>tural ones and also the ones provoked by men, bringing to the surface anenormous need to recognize and identify fatal victims. Legal dentistry came outas an easy identifying method and its results are trustworthy. This study aims toa<strong>na</strong>lyze historical bibliography on <strong>legal</strong> dentistry specifically in pointing thevarious methods used in mass disasters. A bibliographic survey has been madefrom 1966 to 2009 in websites such as CAPES, Medline, Lilacs, Scielo,Wikipedia and Google Acad<strong>em</strong>y, using the following expressions: forensicdentistry, <strong>legal</strong>-dentistry inspection, dental DNA. Forensic dentistry is madecomparatively trough a confrontation between the dental <strong>da</strong>ta “ante mort<strong>em</strong>”and “post mort<strong>em</strong>”. Nevertheless this comparison is possible only if there is infact a good quality <strong>da</strong>tabase, up<strong>da</strong>ted and also with the procedures taken noteof. All these could be very useful in great proportions disasters, because eachdetail would be compared and contrasted with the victim. Though the dentalarch an cranium characteristics, it is possible to estimate height, age, sex, ansometimes when victims are carbonized, or in long exposition to salty water, theonly place where it is yet possible to extract genetic material for the DNA examis the tooth, since it is the hardest tissue of human body, taking part as aprotection chamber to genetic material. As a result <strong>legal</strong> dentistry is solidifyingeach time faster and its methods are also evolving which benefits all the societyand like that it is perceptible that this science is indispensable.Key Words: fosensic dentistry, human identification, disaster.


9LISTA DE QUADROS E TABELASQUADRO 1 – Caracterização individual de rugas palati<strong>na</strong>s conforme Santos(1946).................................................................................................................36QUADRO 2 – Diferenças crania<strong>na</strong>s do sexo masculino e f<strong>em</strong>inino.................39QUADRO 3 – Estágios de desenvolvimento dental desenvolvido por Nolla(1960).................................................................................................................42QUADRO 4 – Quadro para determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de pelo ângulo mandibularsegundo Ernestino Lopes..................................................................................46TABELA 1 – Faixa etária <strong>em</strong> meses <strong>da</strong> mineralização dos dentes..................45


10LISTA DE FIGURASFIGURA 1 – Estrutura tridimensio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> molécula de DNA..............................30FIGURA 2 – Classificação dos 4 tipos diferentes <strong>da</strong> disposição <strong>da</strong>s rugas nopalato (CARREA, 1920).....................................................................................35FIGURA 3 – Imagens radiográficas mostrando várias fases de mineralizaçãode el<strong>em</strong>entos dentários......................................................................................42FIGURA 4 – Estágios de mineralização de Nolla (1960)...................................43FIGURA 5 – Oito estágios de mineralização dos dentes propostos porNicod<strong>em</strong>o, Morais e Medici Filho (1974)...........................................................44FIGURA 6 - Variações do ângulo mandibular, conforme a i<strong>da</strong>de: <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>pra direita, recém-<strong>na</strong>scido, adulto e velho.........................................................46FIGURA 7 – Desenho esqu<strong>em</strong>ático do arco e <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> proposto <strong>na</strong> fórmula deCarrea................................................................................................................48FIGURA 8 – Radiografia panorâmica................................................................51FIGURA 9 - Confronto radiográfico periapical e interproximal entre asradiografias produzi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> vi<strong>da</strong> (2003- A e C) e as pós-morte (2006 – B eD).......................................................................................................................52FIGURA 10 - Odontograma proposto pela Interpol...........................................57


11SUMÁRIO1.INTRODUÇÃO................................................................................................132.1.HISTÓRIA DA ODONTOLOGIA LEGAL....................................................162.1.2.ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL.....................................................192.2.DESASTRES EM MASSA...........................................................................212.3.MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO...............................................................262.3.1.DNA..........................................................................................................282.3.2.RUGOSCOPIA PALATINA......................................................................342.3.3.DETERMINAÇÃO DO SEXO PELAS CARACTERÍSTICASCRANIANAS.....................................................................................................372.3.4.ESTIMATIVA DA IDADE.........................................................................402.3.5.ESTIMATIVA DA ALTURA USANDO OS DENTES...............................472.3.6.USO DA ARCADA DENTÁRIA NA IDENTIFICAÇÃO EMODONTOLOGIA LEGAL..................................................................................492.4.IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO ODONTOLÓGICA......................533.PROPOSIÇÃO...............................................................................................614.METODOLOGIA............................................................................................635.DISCUSSÂO..................................................................................................656.CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................707.REFERÊNCIAS..............................................................................................72


INTRODUÇÃO12


131. INTRODUÇÃO.Desastres <strong>em</strong> massa são considerados grande acidentes coletivos queenvolve um grande número de vítimas, fatais ou não, e que v<strong>em</strong> aumentandodevido a evolução <strong>na</strong>tural do hom<strong>em</strong> como a busca por meios de transportesmais rápidos e coletivos, ou até mesmo por desastres <strong>na</strong>turais que <strong>na</strong>s ultimasdéca<strong>da</strong>s v<strong>em</strong> aumentando até mesmo pela destruição causa<strong>da</strong> pelo hom<strong>em</strong>.Desde a antigui<strong>da</strong>de o ser humano procura confirmar a identi<strong>da</strong>de de seusmortos, e com isso houve um grande interesse <strong>em</strong> desenvolver melhorestécnicas de identificação “post mort<strong>em</strong>”, procurado as mais varia<strong>da</strong>s formas defacilitar a individualização de certas características que vão confirmar qu<strong>em</strong> écerto indivíduo.A <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> t<strong>em</strong> se tor<strong>na</strong>do ca<strong>da</strong> vez mais útil durante asidentificações feitas <strong>em</strong> vítimas de desastres <strong>em</strong> massa, o que v<strong>em</strong>acontecendo muito nos últimos t<strong>em</strong>pos, de acordo com França (2007), estesdesastres pod<strong>em</strong> ocorrer de duas formas, as de forças <strong>na</strong>turais e as causa<strong>da</strong>spelo hom<strong>em</strong>. As de ord<strong>em</strong> <strong>na</strong>turais são: terr<strong>em</strong>otos, mar<strong>em</strong>otos, enchentes,inun<strong>da</strong>ções, erupções vulcânicas e ciclones, e as decorrentes do <strong>em</strong>pregohumano como: incêndios, intoxicações coletivas, desabamentos, acidentesrodoviários, aeroviários e marítimos, eletrocução e até mesmo acidentes deirradiação ionizante (usi<strong>na</strong> de energia atômica e outras radioativas).Segundo o dicionário Aurelio (1994), a definição de identi<strong>da</strong>de é: Conjuntode caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa (nome, i<strong>da</strong>de, sexo, estadocivil, filiação etc.) (BARROSO, 1994), logo, ca<strong>da</strong> indivíduo t<strong>em</strong> suas própriascaracterísticas, mas para a identificação o que interessa são as característicasfísicas, onde t<strong>em</strong> algumas que são determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s pelo fator genético, e outrasque vão aparecendo durante a vi<strong>da</strong>, como tatuagens, cicatrizes, tratamentosdentários e outras inúmeras coisas, e isso tudo vai auxiliar <strong>na</strong> identificaçãoindividual caso seja necessário algum dia.Outro significado para identificação é que ela corresponde ao conjunto deprocedimentos diversos para individualizar uma pessoa ou objeto. Aidentificação pessoal é de suma importância <strong>em</strong> medici<strong>na</strong> forense, tanto por


14razões legais como humanitárias, sendo muito freqüent<strong>em</strong>ente inicia<strong>da</strong> antesmesmo de se determi<strong>na</strong>r a causa <strong>da</strong> morte. Por intermédio <strong>da</strong> identificação, aspessoas pod<strong>em</strong> preservar seus direitos, b<strong>em</strong> como ter<strong>em</strong> cobrados os seusdeveres, quer cíveis, quer pe<strong>na</strong>is (CARVALHO. et al, 2009).A <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> se apresenta como um ótimo método de identificaçãopor possuir características fun<strong>da</strong>mentais que são vistas como vantagens <strong>em</strong>relação a outros métodos de identificação, essas características segundo Silvaet al (2008) se dá pelo baixo custo, facili<strong>da</strong>de e rapidez <strong>na</strong> aplicação <strong>da</strong> técnicae a confiabili<strong>da</strong>de dos resultados obtidos.A identificação odonto <strong>legal</strong> se faz de forma comparativa, sendoextr<strong>em</strong>amente importante a documentação odontológica “ante-mort<strong>em</strong>”, o queauxiliará <strong>na</strong> identificação através do confronto entre os procedimentosrealizados pelo Cirurgião-Dentista, onde qualquer característica vai ser desuma importância, como tratamentos endodônticos, próteses, anomaliasdentárias, e também restaurações pela sua grande resistência até mesmo agrande t<strong>em</strong>peraturas como evidenciou Spadácio (2007) no seu trabalhoquando verificou os materiais dentários expostos a diferentes t<strong>em</strong>peraturas.No nosso dia a dia pod<strong>em</strong>os perceber a crescente necessi<strong>da</strong>de pelasmelhoras nos métodos de identificação, principalmente <strong>na</strong>s grandes catástrofesonde é importante que a identificação seja feita <strong>da</strong> forma mais rápi<strong>da</strong> possívelaté porque não há local preparado para uma identificação <strong>em</strong> massa decorpos, principalmente quando estes são achados muitas vezes ape<strong>na</strong>s <strong>em</strong>partes e também carbonizados, e o ideal é que uma equipe de identificaçãoseja reuni<strong>da</strong>, e o perito odonto <strong>legal</strong> é essencial nesse meio.Diante do exposto, este estudo t<strong>em</strong> como objetivo realizar umlevantamento bibliográfico a respeito <strong>da</strong> história <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, osdesastres <strong>em</strong> massa, b<strong>em</strong> como verificar os seus vários métodos deidentificação.


REVISÃO DELITERATURA15


162.1 HISTÓRIA DA ODONTOLOGIA LEGALO mais antigo relato de ord<strong>em</strong> <strong>legal</strong> referindo dentes encontra-se noCódigo de Hamurabi, dois mil anos antes de Cristo, <strong>na</strong> Babilônia. Samico(1953) relata que nos parágrafos 200 e 201 desse código estavamtaxativamente previstos que “se alguém romper um dente a um hom<strong>em</strong>, seupróprio dente deverá ser rompido: e quando ele for um hom<strong>em</strong> livre, deverápagar de uma a três mi<strong>na</strong>s de prata”. Visto portanto que dessa forma estesoberano legislador <strong>da</strong>va seu grau de importância aos dentes(CARVALHO,2009).Ain<strong>da</strong> <strong>em</strong> 1962, Leite, <strong>na</strong> Bahia, no segundo capítulo de sua obra“Odontologia Legal” entitulado “Resumo histórico <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>”, cita ooutro antigo documento que faz referência aos dentes, a Bíblia Sagra<strong>da</strong>, quet<strong>em</strong> <strong>em</strong> Moisés, o legislador dos hebreus, determinou que ao agente de lesõesmortais <strong>em</strong> mulher grávi<strong>da</strong> seria aplica<strong>da</strong> a severa pe<strong>na</strong> de vi<strong>da</strong> "olho por olho,dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, feri<strong>da</strong>por feri<strong>da</strong>, pisadura por pisadura"(CARVALHO, 2009).Baker (1992), <strong>em</strong> Arbor, realizou estudo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Odontologia Legalcoletando inúmeras anotações envolvendo a aplicação <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>em</strong>relação a casos históricos não só com possibili<strong>da</strong>de de obter uma chave dopassado e uma expla<strong>na</strong>ção do presente, mas tor<strong>na</strong>r melhor o preparo para ofuturo. Assim relatou que a primeira evidência de Odontologia como profissãofoi encontra<strong>da</strong> <strong>na</strong> pirâmidede Giza, no Egito. Um esqueleto deaproxima<strong>da</strong>mente 2500 anos a.C., foi encontrado com linha de ouroenvolvendo dois molares juntos.Vázquez (2005) relata o caso de Lollia Pauli<strong>na</strong>, no ano 49 d. C., <strong>na</strong> antigaRoma. Agrippi<strong>na</strong>, mãe de Nero, então com 12 anos, após matrimônio comClaudio, imperador de Roma t<strong>em</strong>ia que a rica divorcia<strong>da</strong> Lollia Pauli<strong>na</strong> poderiaser uma rival <strong>na</strong> atenção de seu marido. Assim, ordenou que matass<strong>em</strong> Lollia,trazendo-lhe para confirmar sua morte, a cabeça de Pauli<strong>na</strong>, mas com o clima


17e a grande distância que os sol<strong>da</strong>dos tiveram que percorrer, a cabeça chegou<strong>em</strong> estado de putrefação, então, ela não reconheceu a cabeça <strong>da</strong> mulher que atrouxeram, mas l<strong>em</strong>brou uma má posição dos dentes que era característica deLollia, abriu com sua mão a boca e inspecionou os dentes que tinham certaspeculiari<strong>da</strong>des, confirmando desta maneira, que a cabeça era de Lollia Pauli<strong>na</strong>.Um caso descrito por Keiser-Nielsen, considerado como um dos maisconhecidos, o caso de Carlos, o t<strong>em</strong>erário, Duque de Borgonha, <strong>em</strong> 1477,morreu <strong>na</strong> batalha de Nancy. As circuntâncias de sua identificação foramrelata<strong>da</strong>s, segundo Keiser-Nielsen, por Jean de Troyes, que escreveu umorigi<strong>na</strong>l <strong>em</strong> 1620, relatando que o corpo de Carlos o T<strong>em</strong>erário estavairreconhecível, sendo identificado primeiramente por um número de dentessuperiores faltantes perdidos <strong>em</strong> vi<strong>da</strong>, numa que<strong>da</strong> (CARVALHO, 2009).Hofmann (1882) apresentou o processo de identificação de 284cadáveres carbonizados de um total de 449 que morreram no incêndio doteatro <strong>em</strong> Vie<strong>na</strong> que ocorreu <strong>em</strong> 8/12/1871. O autor <strong>em</strong> vista ao desastre es<strong>em</strong> condições dos meios e processos de identificação solicitou aos familiares<strong>da</strong>s vítimas que fizess<strong>em</strong> uma descrição sumária <strong>da</strong>s condições dentárias <strong>da</strong>smesmas e depois as comparou com as características dos cadáveres a ser<strong>em</strong>identificados. Hofmann estimou ain<strong>da</strong> a i<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s vítimas e após isto realizou oreconhecimento, auxiliado pelos familiares (SPADÁCIO, 2007).O primeiro caso de identificação Odonto-<strong>legal</strong> <strong>em</strong> Desastre <strong>em</strong> Massa foirelatado pela literatura <strong>em</strong> 04 de maio de 1897 <strong>em</strong> Paris, mais precisamente noBazar <strong>da</strong> Cari<strong>da</strong>de, local onde a burguesia estava reuni<strong>da</strong> <strong>em</strong> torno de leilõesben<strong>em</strong>éritos. Houve um incêndio com quase 200 mortos, dos quais 40restaram s<strong>em</strong> identificação, dentre eles a Duqueza de D’Al<strong>em</strong>an e a CondessaVilleneuve. Por sugestão do cônsul do Paraguai Dr. Albert Hans, os Dentistas<strong>da</strong>quelas perso<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des foram chamados para identificar, através dos restoscarbonizados, seus supostos pacientes, o que tornou possível a identificação<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s pessoas dentre outras que também pereceram <strong>na</strong> tragédia(RADICCHI, 2005).Amoedo (1898) apresentou o processo de identificação realizado junto às126 vítimas do incêndio do Bazar <strong>da</strong> Cari<strong>da</strong>de de Paris <strong>em</strong> 04 de maio de


181897. Segundo o autor os 126 cadáveres carbonizados e alguns calci<strong>na</strong>dosforam acondicio<strong>na</strong>dos <strong>em</strong> pranchas de madeira alinhados no chão do Palácio<strong>da</strong> Indústria existente nesta ci<strong>da</strong>de. O processo inicial de reconhecimentoadotado pelo autor se deu inicialmente com o reconhecimento por parte dosparentes <strong>da</strong>s vítimas junto aos cadáveres. Restaram somente 30 corpos nãoidentificados e para promover o estabelecimento <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de, solicitou acolaboração dos Cirurgiões-Dentista <strong>da</strong>s vítimas, para que aju<strong>da</strong>ss<strong>em</strong> noreconhecimento dos corpos r<strong>em</strong>anescentes (SPADÁCIO, 2007).Os trabalhos foram coorde<strong>na</strong>dos por Oscar Amoendo. Este realizouminucioso exame <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de bucal, descrevendo cui<strong>da</strong>dosamente ascaracterísticas encontra<strong>da</strong>s nos cadáveres e as comparou com as anotaçõesofereci<strong>da</strong>s pelos CDs de 11 <strong>da</strong>s vítimas. Com este exame pode identificar oitocadáveres. Segundo o autor três documentações envia<strong>da</strong>s forneciaminformações parciais as quais não permitiram o estabelecimento <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de(SPADÁCIO, 2007).Vanrell (2002) citou mais um fato histórico que ocorreu <strong>em</strong> 1909, houveum incêndio de início duvidoso no Consulado <strong>da</strong> Legação Al<strong>em</strong>ã no Chile, eentão os bombeiros procederam com a procura <strong>em</strong> meio as ruí<strong>na</strong>s doConsulado, e foi encontrado restos de um corpo carbonizado que acreditavampertencer ao Secretário do Consulado Willy Guillermo Becker que estava atéentão desaparecido. O Cirurgião-Dentista Germán Basterrica foi chamado paraproceder a identificação do corpo, já que após várias tentativas não tiveramêxito <strong>na</strong> confirmação de qu<strong>em</strong> seria os restos mortais.Foram realizados profundos exames por Germán, que provoucientificamente que o corpo encontrado não se tratava do Secretário doConsulado, e sim do porteiro <strong>da</strong> Representação Diplomática, Ezequiel Tapia. Apartir desse momento se procedeu a procura pelo Secretário que foiencontrado tentando atravessar a fronteira Chile-Argenti<strong>na</strong> disfarçado dePadre, e com os bons resultados conseguidos <strong>na</strong> identificação através <strong>da</strong><strong>odontologia</strong>, foi concedido ao Dr. Germán Basterrica como recompensa aaprovação do projeto de criação de uma Escola de Odontologia no Chile(VANRELL, 2002).


192.1.2 ODONTOLOGIA LEGAL NO BRASIL.Segundo Arbenz (1959) no Brasil, o estudo <strong>da</strong> Odontologia Legalcomeçou muito antes <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> discipli<strong>na</strong>, Tanner de Abreu, <strong>em</strong> 3 deset<strong>em</strong>bro de 1920, i<strong>na</strong>ugurou o curso de Medici<strong>na</strong> Legal aplica<strong>da</strong> à ArteDentária, para os estu<strong>da</strong>ntes de Odontologia <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de de Medici<strong>na</strong> do Riode Janeiro. No entanto, de acordo com Leite (1962), é b<strong>em</strong> ver<strong>da</strong>de que,apesar disso, a contribuição odontológica às questões médico forenses não erade grande vulto, razão porque, passa<strong>da</strong> a on<strong>da</strong> de entusiasmo pelo papel dosdentistas <strong>na</strong> determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s vítimas <strong>da</strong>s catástrofes doBazar <strong>da</strong> Cari<strong>da</strong>de, <strong>em</strong> Paris, e <strong>da</strong> Legação Al<strong>em</strong>ã, <strong>em</strong> Santiago, opensamento rotineiro continuou a domi<strong>na</strong>r os espíritos, não se verificando umamu<strong>da</strong>nça, n<strong>em</strong> rápi<strong>da</strong> n<strong>em</strong> radical, nos velhos preconceitos(CARVALHO,2009).Rodrigues (1970) descreveu após a revolução de 1930, pelo fato de oexercício <strong>da</strong> Odontologia ser privativo dos cirurgiões-dentistas, vinham-seelevando de nuli<strong>da</strong>de as perícias odontológicas elabora<strong>da</strong>s por médicos,<strong>em</strong>bora legistas; e os odontólogos, por sua vez, não estavam capacitados paradiligências de tal responsabili<strong>da</strong>de, porque não tinham formação paraperito.Assim, como relata Arbenz (1959), de fato, o ensino <strong>da</strong> OdontologiaLegal foi instituído no Brasil <strong>em</strong> 1931, junto ao de Higiene, por força dos artigos218, 219 e 311 do decreto no 19.852, de 11 de abril. Samico (1953) diz queapós o decreto no 23.512, de 28 de nov<strong>em</strong>bro de 1933, a cadeira de Higiene eOdontologia Legal teve como seu primeiro catedrático o professor HenriqueTanner de Abreu (CARVALHO,2009).A união <strong>da</strong> Odontologia Legal com a Higiene atrasou o progresso deambas, como citou Leite (1962), porém, segundo o mesmo, as discipli<strong>na</strong>sfizeram grande progressos, a ponto de impor, <strong>em</strong> quase to<strong>da</strong>s as nossasfacul<strong>da</strong>des, a separação, para fins curriculares, do ensino de ambos. Rodrigues(1970) relatou que a partir de 1951 (lei no 1.314) ficou a cargo dos cirurgiões-


20dentistas a perícia odonto-<strong>legal</strong> <strong>em</strong> qualquer foro, manti<strong>da</strong> a regra no inciso IV,do artigo 6º, <strong>da</strong> atual lei no 5.081, de 24 de agosto de 1966. Com isso, osprogramas <strong>da</strong> discipli<strong>na</strong> tiveram de ain<strong>da</strong> mais se especializar<strong>em</strong> nos t<strong>em</strong>asodontológicos, e de estabelecer, de vez, os pontos de relação <strong>da</strong> OdontologiaLegal, com todos os ramos do Direito (CARVALHO,2009).Atualmente, seguindo a lei 5.081, através <strong>da</strong> Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Normaspara Procedimentos nos Conselhos de Odontologia, aprova<strong>da</strong> pela resoluçãoCFO 063/05, possui no seu quadro de especiali<strong>da</strong>des a Odontologia Legal, queno artigo 63, refere que é a especiali<strong>da</strong>de que t<strong>em</strong> como objetivo a pesquisa defenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que pod<strong>em</strong> atingir ou teratingido o hom<strong>em</strong>, vivo, morto ou ossa<strong>da</strong>, e mesmo fragmentos ou vestígios,resultando lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis, definindotambém suas áreas de competência e atuação. (CARVALHO,2009)As atribuições do Cirurgião Dentista foram defini<strong>da</strong>s pela lei 5.081 de1966, inclusive <strong>na</strong> área pericial, e também regula o exercício <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>em</strong>todo o território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (Brasil, 1966).A presente lei assim se expressa no seu artigo 6º:IV- Proceder à perícia odonto-<strong>legal</strong> <strong>em</strong> foro cível, crimi<strong>na</strong>l, trabalhista e <strong>em</strong>sede administrativa.IX- Utilizar, no exercício <strong>da</strong> função de Perito-Odontólogo, <strong>em</strong> casos denecropsia, as vias de acesso do pescoço e <strong>da</strong> cabeça.Mantendo sua importância <strong>em</strong> ascensão, no dia 26 de abril de 1993, oConselho Federal de Odontologia, <strong>na</strong> Seção IV, <strong>da</strong> Resolução nº 185, no artigo54, define os objetivos <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong>de:Art.54. Odontologia Legal é a especiali<strong>da</strong>de que t<strong>em</strong> como objetivo a pesquisade fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que pod<strong>em</strong> atingir outer atingido o hom<strong>em</strong>, vivo, morto ou ossa<strong>da</strong>, e mesmo fragmentos ouvestígios, resultando lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis.Parágrafo único. A atuação <strong>da</strong> Odontologia Legal restringe-se a análise,perícia, e avaliação de eventos relacio<strong>na</strong>dos com a área de competência doCirurgião-Dentista podendo, se as circunstâncias o exigir<strong>em</strong>, estender-se aoutras áreas, se disso defender a busca <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de, no estrito interesse <strong>da</strong>justiça e <strong>da</strong> administração.


21A <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> serve de excelente suporte jurídico <strong>em</strong> casos deacidentes, incêndios, estupros com achados de marcas de mordi<strong>da</strong>s,realização de perícia <strong>em</strong> tratamentos odontológicos, dentre outros (REIS Jr, etal. 2007).Desde os primórdios, antes de qualquer estudo sobre <strong>odontologia</strong>, já tinhase percebido a utili<strong>da</strong>de do uso dos dentes <strong>na</strong> identificação huma<strong>na</strong>, tanto <strong>em</strong>crimes como para identificação pós morte, tendo grande <strong>em</strong>basamento atravésde vários autores <strong>em</strong> todo o mundo.2.2 DESASTRES EM MASSA.A perícia odontológica <strong>legal</strong> é indispensável para auxiliar nos métodos deidentificação após a ocorrência de uma catástrofe de grandes proporções queenvolvam um grande número de vítimas, e aqui vão ser citados algunsdesastres <strong>em</strong> massa.EUA, NOVA IORQUE, 11 de Set<strong>em</strong>bro de 2001:Às 8h45 <strong>da</strong> manhã do dia 11 de Set<strong>em</strong>bro de 2001, o World Trade Centerse envolveu no maior atentado terrorista <strong>da</strong> história, quando a Torre Norte foiatingi<strong>da</strong> por um Boeing 767 <strong>da</strong> American Airlines. Imediatamente após ochoque, as pessoas que trabalhavam <strong>na</strong> Torre Sul receberam os avisos de<strong>em</strong>ergência para descer. Quando chegaram ao lobby, foram informados pelosseguranças do WTC que afirmavam que o predio estava seguro e que todospodiam voltar para seu serviço. Até então se acreditava que a colisão haviasido acidental e ape<strong>na</strong>s o WTC 1 corria perigo.A maioria voltou para seus escritórios esperando um novo chamado;muitos deles ligaram para seus familiares afirmando que iriam continuar <strong>na</strong>Torre Sul e que ela estava segura. No entanto, às 9h03 <strong>da</strong> manhã, o Boeing767 <strong>da</strong> United Airlines chocou-se com a Torre Sul, atingindo do 78º an<strong>da</strong>r ao83º an<strong>da</strong>r. Às 9h10, o serviço de segurança de Nova Iorque ordenou a


22evacuação total de todo o complexo. Muitas pessoas <strong>na</strong> Torre Sul morreram,pois acreditavam que seriam resgatados nos seus próprios escritórios.To<strong>da</strong>s as pessoas que ficaram nos an<strong>da</strong>res acima <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> do impacto <strong>da</strong>Torre Norte morreram, e, <strong>na</strong> Torre Sul, sobreviveram ape<strong>na</strong>s dezoito pessoas,pois acharam uma esca<strong>da</strong> intacta que levava até o lobby do prédio momentosantes do colapso de ambas as torres. O atentado resultou <strong>em</strong> 2.750 mortes(WIKIPEDIA, 2010).ESPANHA, MADRID, 11 de Março de 2004:Trata-se do mais grave atentado cometido <strong>em</strong> Espanha até à atuali<strong>da</strong>de,com 10 explosões quase simultâneas <strong>em</strong> quatro comboios as 8:00 horas <strong>da</strong>manhã. Mais tarde foram deto<strong>na</strong><strong>da</strong>s pela polícia duas bombas adicio<strong>na</strong>is quenão tinham explodido e foi desativa<strong>da</strong> uma terceira, que permitiu identificar osresponsáveis. As bombas estavam no interior de mochilas carrega<strong>da</strong>s comTNT (trinitrotolueno).Morreram 191 pessoas e mais de 1.700 ficaram feri<strong>da</strong>s. O comandoterrorista foi encontrado e cercado pela polícia espanhola poucas s<strong>em</strong>a<strong>na</strong>sdepois <strong>em</strong> Leganés. Os seus m<strong>em</strong>bros cometeram suicídio fazendo explodir oapartamento <strong>em</strong> que se tinham entrincheirado, quando os GEO iniciaram oassalto. Nesta acção morreram todos os m<strong>em</strong>bros presentes <strong>da</strong> célulaislamista e um agente do grupo policial (WIKIPEDIA, 2010).SUMATRA, 26 de Dez<strong>em</strong>bro de 2004:Nesta <strong>da</strong>ta ocorreu uma catástrofe <strong>na</strong>tural de proporções gigantescas,houve um terr<strong>em</strong>oto de 9,4 pontos <strong>na</strong> escala Richter que atingiu o norte <strong>da</strong> ilhade Sumatra, localiza<strong>da</strong> <strong>na</strong> indonésia, causando um grande tsu<strong>na</strong>mi, as on<strong>da</strong>satingiram 6 províncias, ocasio<strong>na</strong>ndo a morte de 5.395 pessoas, tambémhouveram 8.457 feridos e 2.991 desaparecidos.


23Vários corpos foram identificados por parentes de forma visual e atémesmo pelas suas vestimentas, logo depois a equipe de identificação resolveujuntamente com a Interpol usar o protocolo de identificação de vítimas usadopela própria Interpol, que inclui exames externos, fotografias, característicaspessoais, exame dental, exame patológico forense, e DNA extraído dos dentese dos ossos.Foi criado uma equipe tailandesa de identificação de vítimas de tsu<strong>na</strong>mi,que era composto pela Interpol e especialistas de vários países, entre eles umaequipe de especialistas <strong>em</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, e 7 meses após o desastre, <strong>em</strong>25 de Julho de 2005 esta equipe identificou 2.010 vítimas, faltando ain<strong>da</strong> aidentificação de 1.800 cadáveres. Das vítimas identifica<strong>da</strong>s, cerca de 61% foipor exames dentários, 19% pela <strong>da</strong>tiloscopia, 1,3% pelo exame de DNA, 0,3%por evidências físicas, e cerca de 18% dos casos por mais de um tipo deevidência (RAI, 2007).BRASIL, 29 de Set<strong>em</strong>bro de 2006:Em 29 de set<strong>em</strong>bro de 2006 um Boeing 737-800 SFP (Short FieldPerformance) <strong>da</strong> companhia brasileira Gol Transportes Aéreos, prefixo PR-GTD, com 154 pessoas a bordo, desapareceu dos ra<strong>da</strong>res aéreos às16 h 48 min enquanto cumpria a etapa de Ma<strong>na</strong>us (MAO) a Brasília (BSB) dovoo 1907.Os destroços do avião foram encontrados no dia seguinte, 30 de set<strong>em</strong>bro, <strong>em</strong>uma área densa de floresta amazônica <strong>na</strong> Serra do Cachimbo, a duzentosquilômetros de Peixoto de Azevedo, <strong>na</strong> região norte do estado de Mato Grosso.Não houve sobreviventes, o que o classifica como o segundo maior acidenteaéreo do Brasil, ultrapassando a tragédia do vôo Vasp 168, <strong>em</strong> 1982, <strong>em</strong> qu<strong>em</strong>orreram 137 pessoas no estado do Ceará; e sendo ultrapassado mais tardepelo Voo TAM 3054, <strong>em</strong> Julho de 2007, onde morreram 199 pessoas <strong>em</strong> SãoPaulo.153 corpos foram encontrados, desse total 127 foram identificados peloexame de <strong>da</strong>tiloscopia, 16 antropologia forense (sendo 2 de forma indireta e 2


24por DNA), 9 por DNA, 1 foi encontrado ape<strong>na</strong>s 40 dias depois, e 1 ape<strong>na</strong>sfragmentos (GALVÂO.M.F, comunicação pessoal, 3 de Set<strong>em</strong>bro, 2009) .BRASIL, 17 de Julho de 2007:A aero<strong>na</strong>ve Airbus A320 <strong>da</strong> TAM, vôo 3054, saiu do AeroportoInter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l Salgado Filho <strong>em</strong> Porto Alegre às 17h16 com destino aoAeroporto Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de Congonhas <strong>em</strong> São Paulo. Já era noite quando aaero<strong>na</strong>ve pousou <strong>na</strong> pista 35L, às 18h51. Com dificul<strong>da</strong>des <strong>na</strong> fre<strong>na</strong>g<strong>em</strong>, fezuma curva para esquer<strong>da</strong> e saiu <strong>da</strong> pista <strong>em</strong> seu terço fi<strong>na</strong>l, percorrendo porsobre parte de um gramado. Após cruzar sobrevoando a aveni<strong>da</strong> WashingtonLuís, que ladeia o aeroporto, a aero<strong>na</strong>ve atingiu parte <strong>da</strong> cobertura de umposto de gasoli<strong>na</strong> e <strong>em</strong> segui<strong>da</strong> chocou-se contra um prédio <strong>da</strong> TAM Express(serviço de carga <strong>da</strong> própria TAM), situados no lado oposto <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong>. Aocruzar a aveni<strong>da</strong> Washington Luís, o avião atingiu ain<strong>da</strong> a parte superior dealguns automóveis.Estavam no aparelho 187 pessoas; não houve sobreviventes. Houveoutras 12 mortes. Destes um total de 79 corpos foram identificados pela<strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, representando cerca de 40,5% de todos os corpos(GOMES.E. comunicação pessoal, 14 de Outubro, 2008).BRASIL, SANTA CATARINA, 2008:As enchentes <strong>em</strong> Santa Catari<strong>na</strong> <strong>em</strong> 2008 ocorreram depois do períodode grandes chuvas durante o mês de nov<strong>em</strong>bro de 2008, afetando <strong>em</strong> torno de60 ci<strong>da</strong>des e mais de 1,5 milhões de pessoas no estado de Santa Catari<strong>na</strong>,Brasil. 135 pessoas morreram, 2 estão desapareci<strong>da</strong>s, 9.390 habitantes foramforçados a sair de suas casas para que não houvesse mais vítimas e 5.617desabrigados.Um número de 150.000 habitantes ficaram s<strong>em</strong> eletrici<strong>da</strong>de eain<strong>da</strong> houve racio<strong>na</strong>mento de água que estava sendo leva<strong>da</strong> por caminhões<strong>em</strong> pelo menos uma ci<strong>da</strong>de devido a probl<strong>em</strong>as <strong>na</strong> purificação.


25Várias ci<strong>da</strong>des <strong>na</strong> região ficaram s<strong>em</strong> acesso devido as enchentes,escombros e deslizamentos de terra.Em 25 de nov<strong>em</strong>bro de 2008, o Prefeitode Blume<strong>na</strong>u, João Paulo Kleinübing, declarou estado de calami<strong>da</strong>de pública<strong>na</strong> ci<strong>da</strong>de, assim como feito <strong>em</strong> outros treze municípios. Além disso, sessentaci<strong>da</strong>des no estado se encontraram sob estado de <strong>em</strong>ergência. Durante ascheias, o Porto de Itajaí teve grande parte dos berços de atracação destruídos.O nível de água no Vale do Itajaí chegou a subir 11,52 m acima do nívelnormal.Os terrenos que receberam chuva equivalente a mil litros de água por m²,d<strong>em</strong>oraram pelo menos seis meses para se estabilizar. Enquanto isso, o solopermaneceu instável e sujeito a novos deslizamentos.As enchentes levaram acriação de um grupo técnico científico a fim de promover estudos para aprevenção contra novos desastres <strong>na</strong>turais no estado (WIKIPEDIA, 2010).BRASIL, 31 de Maio de 2009:O vôo Air France 447 era um voo regular de longo curso, operado pelacompanhia francesa Air France, entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-seconhecido pelo acidente aéreo ocorrido durante o voo <strong>da</strong> noite de 31 de maiopara 1 de junho de 2009, efectuado pelo Airbus A330-203, quando a aero<strong>na</strong>vedespenhou-se no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo. Ape<strong>na</strong>s 50corpos foram encontrados, destes 11 foram indentificados pela <strong>da</strong>tiloscopia, 10pelo DNA, e 20 pela <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>.Dos 50 corpos, 17 foram identificados pelo exame de DNA, 6 porpapiloscopia, 9 por <strong>odontologia</strong>, e outros corpos foram identificados por maisde uma característica, 1 por papiloscopia mais DNA, 11 por <strong>odontologia</strong> maisDNA, e 6 por papiloscopia mais <strong>odontologia</strong> (MACHADO.C.E.P, comunicaçãopessoal, 4 de Outubro de 2009).


26BRASIL, RIO DE JANEIRO, ANGRA DOS REIS, 01 de Janeiro de 2010:Angra dos Reis é Destino concorrido <strong>da</strong>s férias de verão com suas 365ilhas e mais de 2 000 praias, o município <strong>da</strong> Costa Verde entrou <strong>em</strong> 2010 sobum rastro de destruição inédito <strong>em</strong> sua história. Dois dias de chuvasintermitentes provocaram 48 deslizamentos de terra e 52 mortes. O mais letaldeles aconteceu <strong>na</strong> Ensea<strong>da</strong> do Ba<strong>na</strong><strong>na</strong>l, <strong>em</strong> Ilha Grande, e vitimou 31pessoas de sete casas atingi<strong>da</strong>s – entre elas a Pousa<strong>da</strong> Sankay. Sessenta ecinco hóspedes se salvaram, mas a filha dos donos do estabelecimento, YumiFaraci, de 18 anos, morreu junto com dois amigos.Na parte continental, o cenário era de terra arrasa<strong>da</strong>, com morrosrachados por línguas de terra, postes derrubados, crateras pelas ruas, estra<strong>da</strong>sinterdita<strong>da</strong>s e falta de energia, que <strong>em</strong> algumas partes só foi restabeleci<strong>da</strong>quatro dias depois. Um deslizamento no Morro <strong>da</strong> Carioca, no centro <strong>da</strong>ci<strong>da</strong>de, foi fatal para 21 moradores (MEDINA; BRAZ; MORAES, 2010).Logo pod<strong>em</strong>os ver a importância <strong>da</strong> Odontologia <strong>legal</strong> nos casos, o queajudou <strong>na</strong> identificação de uma grande maioria dos corpos, e num t<strong>em</strong>po maisrápido, o que é de extr<strong>em</strong>a importância <strong>em</strong> um acidente de grandesproporções, porque nenhum lugar t<strong>em</strong> a capaci<strong>da</strong>de de receber uma grandequanti<strong>da</strong>de de vítimas de uma vez.2.3 METODOS DE IDENTIFICAÇÃO.Sopher (1972) destacou a importância <strong>da</strong> Odontologia Legal quando <strong>em</strong>situações de desastres onde se faça necessário a identificação huma<strong>na</strong>. Para oautor <strong>em</strong> situações de desastres, deve-se proceder a <strong>da</strong>tiloscopia e enquantose aguar<strong>da</strong> a informação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de, deve-se realizar exames Odontolegaise Médicolegais, tais como o exame antropológico visando estabelecer, o sexo,a i<strong>da</strong>de, a raça, a estatura, e é claro procurar evidenciar a causa <strong>da</strong> morte, paratanto, pode-se usar de estudos sorológicos, tricológicos (pêlos) (SPADÁCIO,2007).


27Spadácio (2007) ressaltou a importância do estabelecimento <strong>da</strong>identi<strong>da</strong>de pelo estudo dos caracteres si<strong>na</strong>léticos presentes nos dentes, devidoprincipalmente às inúmeras combi<strong>na</strong>ções de restaurações, próteses, ausênciasdentárias, cárie, entre outros, que pod<strong>em</strong> envolver 160 superfícies dentárias.Além disso deve-se ain<strong>da</strong> ter <strong>em</strong> conta a forma <strong>da</strong>s restaurações, ostratamentos endodônticos, as características a<strong>na</strong>tômicas dos dentes e dostecidos periodontais, além do exame radiográfico odontológico. Este autoralertou aos leitores sobre a importância <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do registro dosodontogramas <strong>em</strong> vi<strong>da</strong> e afirmou que o Cirurgião-Dentista deve manter oprontuário atualizado diariamente e s<strong>em</strong> rasuras.Martins Filho (2006), cita que para que um processo de identificaçãoseja aplicável, ele deve preencher cinco requisitos técnicos el<strong>em</strong>entares:1. Unici<strong>da</strong>de, individuali<strong>da</strong>de ou variabili<strong>da</strong>de: é a condição que nãose vê repetido <strong>em</strong> outro indivíduo o conjunto de caracteres pessoais,isto é, ape<strong>na</strong>s um único indivíduo pode tê-los. Das três denomi<strong>na</strong>çõesparece melhor a primeira, pois faz referência expressa sobre o fato deque ca<strong>da</strong> indivíduo apresenta imprssões diferentes <strong>da</strong>s dos d<strong>em</strong>ais.Não exist<strong>em</strong> duas impressões iguais, n<strong>em</strong> mesmo nos diversos dedosde uma mesma pessoa.2. Imutabili<strong>da</strong>de: condição de i<strong>na</strong>lterabili<strong>da</strong>de dos caracteres por to<strong>da</strong> aexistência; ou seja, são caracteres que não mu<strong>da</strong>m com o passar dot<strong>em</strong>po. Os desenhos, com to<strong>da</strong>s as suas particulari<strong>da</strong>des,permanec<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre iguais, não são modificados <strong>em</strong> hipótesealguma, a única possibili<strong>da</strong>de é a “perturbação” de um desenho porcicatriz.3. Pereni<strong>da</strong>de ( Persistência): é a capaci<strong>da</strong>de de certos el<strong>em</strong>entos deresistir á ação do t<strong>em</strong>po. Por ex<strong>em</strong>plo, as cristas papilares e,consequent<strong>em</strong>ente os desenhos, aparec<strong>em</strong> antes do indivíduo <strong>na</strong>scer


28(sexto mês de vi<strong>da</strong> intra-uteri<strong>na</strong>) e só desaparece com adecomposição ca<strong>da</strong>vérica. Também as rugosi<strong>da</strong>des palati<strong>na</strong>s, queaparec<strong>em</strong> por volta do terceiro mês de vi<strong>da</strong> intra-uteri<strong>na</strong>, sãoabsolutamente perenes.4. Praticabili<strong>da</strong>de: é a condição que tor<strong>na</strong> o processo aplicável <strong>na</strong> roti<strong>na</strong>pericial. É, enfim, a quali<strong>da</strong>de que permite que certos requisitos sejamutilizados, como: custo, facili<strong>da</strong>de de obtenção, facili<strong>da</strong>de de registro,etc. A toma<strong>da</strong> <strong>da</strong>s impressões digitais de um indivíduo é simples,rápi<strong>da</strong> e exige um mínimo de instrumentos. No caso <strong>da</strong>s rugosi<strong>da</strong>despalati<strong>na</strong>s, a utilização é facilita<strong>da</strong> pelo baixo custo e pela facili<strong>da</strong>de decoleta.5. Classificabili<strong>da</strong>de: é a condição que tor<strong>na</strong> possível guar<strong>da</strong>r e achar,quando preciso, os conjuntos de caracteres que são próprios eidentificadores <strong>da</strong>s pessoas. Isto é, a possibili<strong>da</strong>de de classificaçãopara facilitar o arquivamento e a rapidez de localização <strong>em</strong> arquivos. Aproprie<strong>da</strong>de anterior decorre até certo ponto desta última. Realmente,de que valeria a técnica utiliza<strong>da</strong> para a identificação apresentarpersistência, imutabili<strong>da</strong>de, individuali<strong>da</strong>de, se não fosse possívelclassificar as figuras? Tanto as impressões digitais como asrugoscopias palati<strong>na</strong>s são passíveis de classificação, pois estaclassificação permite a localização racio<strong>na</strong>l desses <strong>da</strong>dos <strong>em</strong>arquivos.2.3.1 DNACom o aumento do número de desastres <strong>em</strong> massas devidos a fatoresambientais e também fatores <strong>da</strong> própria evolução <strong>da</strong> tecnologia volta<strong>da</strong> parafacilitar a vi<strong>da</strong> huma<strong>na</strong>, como desastres aéreos, t<strong>em</strong> que se lançar ca<strong>da</strong> vez


30previsto. O prêmio Nobel lhes foi outorgado <strong>em</strong> 1962. A descoberta de Crick(falecido <strong>em</strong> julho de 2004), Watson e Wilkins abriu uma nova era para aciência e, desde então, v<strong>em</strong> causando uma ver<strong>da</strong>deira revolução <strong>na</strong>investigação científica liga<strong>da</strong> às ciências <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o DNA é responsável pelatransmissão <strong>da</strong>s características hereditárias de ca<strong>da</strong> ser vivo. (Rev. Assoc.Med. Bras. 2005).Figura 1: Estrutura tridimensio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> molécula de DNA.FONTE: http://www.ocf.berkeley.edu/~bsj/images/d<strong>na</strong>.gifSegundo Moura Neto (1998), a tipag<strong>em</strong> molecular de material genéticofoi utiliza<strong>da</strong> oficialmente pela primeira vez por Jeffereys, Brookfild, S<strong>em</strong>eor(1995), <strong>na</strong> Inglaterra, para a resolução de um probl<strong>em</strong>a de imigração. E um anoapós eluci<strong>da</strong>do esse caso, <strong>em</strong> 1985, Jeffereys (Jeferreys e cols., 1985ª)coletou esperma com uma son<strong>da</strong> elabora<strong>da</strong> por ele mesmo num caso deestupro seguido de morte que também aconteceu <strong>na</strong> Inglaterra. Depois <strong>da</strong>í,repetiu o exame com amostras coleta<strong>da</strong>s dos moradores de um pequenocon<strong>da</strong>do inglês e comparou os resultados com a análise genética do espermaantes coletado chegando a prisão do culpado (SILVA, 1997). A partir destecaso, a Crimi<strong>na</strong>lística e a Odontologia Legal ganharam novo fôlego e têm<strong>em</strong>pregado a técnica de tipag<strong>em</strong> molecular de DNA como potente arma noesclarecimento de diversos delitos e <strong>na</strong> identificação huma<strong>na</strong> (MOURA NETO,1998).Nos casos de carbonização huma<strong>na</strong>, usualmente há uma limitação do<strong>em</strong>prego dos r<strong>em</strong>anescentes biológicos para estudo. Nestes casos, t<strong>em</strong>-se


31usado, por eleição, dentes para análises forenses, já que sua constituiçãoa<strong>na</strong>tômica proporcio<strong>na</strong> proteção ao material genético. Quando impressõesdigitais, verificação de marcas de mordi<strong>da</strong>, do sexo, exames antropométricos jáestabelecidos são inviáveis para proceder-se à identificação huma<strong>na</strong>; pode-se,então, utilizar-se a tipag<strong>em</strong> de um DNA para tal processo (REIS Jr, et al. 2007).A polpa dental é um dos poucos materiais orgânicos disponíveis paraanálise do DNA, <strong>em</strong> alguns casos especiais, como acidentes aéreos e corposcarbonizados ou putrefatos (POTSCH et al., 1992, apud REIS Jr, et al. 2007).Will<strong>em</strong>s (2000), relatou que pelo fato de o esmalte dentário ser a substânciamais dura do corpo humano, não é surpresa que os dentes e estruturas dentaisfrequent<strong>em</strong>ente resist<strong>em</strong> a eventos post mort<strong>em</strong> que provocam a destruição deoutros tecidos E ain<strong>da</strong> segundo Reis Jr et al (2007), a dureza do esmalte <strong>da</strong> acapaci<strong>da</strong>de do dente de agir como uma cápsula protetora <strong>da</strong>s célulasnuclea<strong>da</strong>s <strong>da</strong> polpa dentária, de onde se extrai o material genético para estaanálise. Silva (1997) relata que pelo grande grau de dureza dos dentes, sãoconferidos a eles um alto poder de preservação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de genéticaindividual, sendo portanto grande fonte de informação.EXTRAÇÃO DO DNA DENTÁRIO:Vanrell (2002) ressalta que extrair material dentário para o estudo de DNAnão é difícil, mas é preciso ter certos cui<strong>da</strong>dos, como:Trabalhar <strong>em</strong> ambiente estéril, de modo a preservar o material contra ascontami<strong>na</strong>ções;Usar parâmetro cirúrgico completo;Trabalhar, preferencialmente, <strong>em</strong> câmera estéril, com pressão positiva(ambiente adiabático);Manter a câmara no laboratório de genética que realiza osprocedimentos de exame de DNA;


32Evitar a r<strong>em</strong>essa ou envio de materiais entre o local de coleta e oprocessamento preparatório e até o laboratório <strong>em</strong> que se processará oexame de DNA.Silva (1997) ain<strong>da</strong> frisa que preferencialmente são utilizados dentesgrandes, como molares, íntegros e s<strong>em</strong> restauração, e <strong>em</strong> seu Compêndio deOdontologia Legal dá o protocolo elaborado pelo FBI <strong>em</strong> 1994 para a extraçãode DNA de el<strong>em</strong>ento dentário, segue abaixo o protocolo proposto:1. Limpar a superfície exter<strong>na</strong> do dente com álcool.2. Utilizando o motor de baixa rotação com um disco de corte novo, cortaro dente no sentido horizontal, <strong>na</strong> região <strong>da</strong> junção do c<strong>em</strong>ento e doesmalte. No caso de tratar-se de dente restaurado, esta região deve serevita<strong>da</strong>.3. (a). Se houver tecido pulpar presente <strong>na</strong> câmara pulpar, r<strong>em</strong>overcui<strong>da</strong>dosamente este tecido, utilizando instrumental endodôntico.Colocar o tecido r<strong>em</strong>ovido <strong>em</strong> tubo Eppendorf 1,5ml, adicio<strong>na</strong>r 300 µl desolução-tampão de extração stain e 7,5 µl de solução de protei<strong>na</strong>se K.Fechar imediatamente o tubo.Ou(b). Se o tecido pulpar não estiver preservado, utilizar motor de baixarotação para fazer um corte fino de secção horizontal, partindo <strong>da</strong>porção apical até encontrar o primeiro corte (it<strong>em</strong> 2).Utilizar motor de baixa rotação com disco de lixa para tor<strong>na</strong>r lisa asuperfície exterior <strong>da</strong> secção, ficando ela assim livre <strong>da</strong> impreg<strong>na</strong>ção defragmentos ou fibras.Transferir a secção do dente lixa<strong>da</strong> para um pulverizador de tecidoBessman e seu “pilão”. Com um martelo, bater continua<strong>da</strong>mente, atéque a peça seja pulveriza<strong>da</strong>.Colocar 0,02 a 0,05 g desse pó <strong>em</strong> tubo Eppendorf 1,5 ml.Adicio<strong>na</strong>r à amostra 300 µl de solução-tampão de extração stain e 7,5 µlde solução de protei<strong>na</strong>se K. Fechar rapi<strong>da</strong>mente o tubo.


33Obs.: As etapas 1, 2, e 3 dev<strong>em</strong> ser executa<strong>da</strong>s <strong>em</strong> ambiente estéril, depreferência sob fluxo lami<strong>na</strong>r.4. Submeter o tubo a vórtex <strong>em</strong> baixa veloci<strong>da</strong>de, para evitar per<strong>da</strong>s, porum segundo, seguido de microcentrifugação por dois segundos,assegurando que to<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong>de de “pó de dente” esteja <strong>em</strong> contatocom a solução de extração.5. Incubar o tubo a 56˚C por, pelo menos, duas horas ou até, no máximo,24 horas.6. Centrifugar o tubo <strong>em</strong> microcentrifuga por 2 minutos, até que o resíduose condense no fundo do tubo.7. Adicio<strong>na</strong>r 300 µl de fenol / Clorofórmio / álcool isoamílico à solução deextração. Submeter brev<strong>em</strong>ente a mistura vórtex, a baixa veloci<strong>da</strong>de,para que se obtenha a <strong>em</strong>ulsificação. Centrifugar o tubo <strong>em</strong>microcentrifuga por três minutos, objetivando a separação do resíduo edo material genético sob análise.8. A um concentrador Micrcon 100, adicio<strong>na</strong>r 100 µl de TE -4 e transferir,com auxílio de uma pipeta, a fase aquosa obti<strong>da</strong> <strong>na</strong> etapa anterior,evitando o transporte do solvente orgânico (líqui<strong>da</strong>).9. Com o concentrador adequa<strong>da</strong>mente tampado e devi<strong>da</strong>menterosqueado, centrifugar <strong>em</strong> microcentrífuga a 500 x g 19 por 10 minutos.10. R<strong>em</strong>over cui<strong>da</strong>dosamente a uni<strong>da</strong>de do concentrador e descartar ofluido presente no copo filtrador. Retor<strong>na</strong>r o concentrador à posiçãoanterior.11. Adicio<strong>na</strong>r 200µl de TE -4 ao concentrador, repetindo a etapa 9.12. Medir o volume de TE -4 , que deve estar entre 40 e 200 µl. R<strong>em</strong>over oconcentrador do copo filtrador e, cui<strong>da</strong>dosamente, invertê-lo no copo deretenção previamente identificado. Descartar o copo filtrador.13. Centrifugar <strong>em</strong> microcentrifuga a 500 x g por 5 minutos;


3414. Descartar o concentrador e tampar o copo retentor.15. Estimar a quanti<strong>da</strong>de de DNA <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> amostra por hibridização de slotblot (Aparelho que realiza quantificação do DNA extraído).16. Neste ponto DNA <strong>da</strong> amostra pode ser submetido à amplificação.O matérial deve ser guar<strong>da</strong>do a 4ºC ou <strong>em</strong> freezer. Antes de a amostraestoca<strong>da</strong> ser utiliza<strong>da</strong>, submetê-la a vórtex brev<strong>em</strong>ente e àcentrifugação por 5 minutos.2.3.2 RUGOSCOPIA PALATINA.A Rugoscopia Palati<strong>na</strong> foi proposta pelo pesquisador espanhol TroboHermosa <strong>em</strong> 1932, e foi melhor estu<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo pesquisador argentino UbaldoCarrea <strong>em</strong> 1937, que estabeleceu os critérios <strong>da</strong> "rugoestenografia palatal". Amucosa oral <strong>em</strong> sua maior parte se apresenta lisa para facilitar sua própriafunção, e a porção que reveste o terço anterior do palato é fixa e corruga<strong>da</strong> porum ver<strong>da</strong>deiro sist<strong>em</strong>a de pregas ou de rugas, fort<strong>em</strong>ente aderi<strong>da</strong>s ao planoósseo subjacente, sendo originárias do tecido conjuntivo denso <strong>da</strong> submucosa,fort<strong>em</strong>ente fibroso, que reveste o osso, confundindo-se com o periósteo, sendocerto que esta pregas conjuntivas, são ape<strong>na</strong>s recobertas pelo epitélioestratificado (VANRELL, 2002).Silveira (2009) relata que a identificação rupopalatinoscópica, tambémchama<strong>da</strong> rugoscopia palati<strong>na</strong> e rugopalatinoscopia, consiste <strong>na</strong> observação <strong>da</strong>abóba<strong>da</strong> palati<strong>na</strong>, onde logo atrás dos incisivos centrais, <strong>na</strong> linha media<strong>na</strong>,encontramos uma zo<strong>na</strong> saliente, cuja forma e dimensões variam de pessoa àpessoa, denomi<strong>na</strong><strong>da</strong> papila, palati<strong>na</strong> ou papila incisiva. Na abóba<strong>da</strong> palati<strong>na</strong>,nota-se uma linha aparecendo, saliente, que corresponde à rafe, palati<strong>na</strong>, zo<strong>na</strong>correspondente à sol<strong>da</strong>dura dos maxilares superiores. No terço anterior <strong>da</strong>rafe palati<strong>na</strong> part<strong>em</strong> de ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> linha media<strong>na</strong>, uma série de cristas, cujaforma e tamanho são variáveis e que receb<strong>em</strong> o nome de placas palati<strong>na</strong>s,dobras palati<strong>na</strong>s, rugas palati<strong>na</strong>s ou pregas palati<strong>na</strong>s. Essas rugas são


35devi<strong>da</strong>s à rugosi<strong>da</strong>des ósseas, que aparec<strong>em</strong> por ser a mucosa que as recobr<strong>em</strong>uito fi<strong>na</strong>. Essas rugas aparec<strong>em</strong> durante a vi<strong>da</strong> intra-uteri<strong>na</strong> e sãoindividuais, perenes e i<strong>na</strong>lteráveis.Silva (1997) considera a rugoscopia como um meio auxiliar deidentificação, que t<strong>em</strong> por base a análise <strong>da</strong>s cristas, dobras e pregas, ouain<strong>da</strong>, <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s plicas, encontra<strong>da</strong>s <strong>na</strong> abóba<strong>da</strong> palati<strong>na</strong>, sendo degrande valia nos casos <strong>em</strong> que o estudo <strong>da</strong>ctiloscópico não possa ser utilizado.Carrea, que foi citado por Briñon <strong>em</strong> 1983, fez uma classificação <strong>em</strong> 4tipos diferentes <strong>da</strong> disposição <strong>da</strong>s rugas no palato (Figura 2) (VANRELL, 2002):Tipo I - com rugas direcio<strong>na</strong><strong>da</strong>s medialmente (dos lados para o centro) ediscretamente de trás para frente (covergindo no rafe palatino);Tipo II - com rugas direcio<strong>na</strong><strong>da</strong>s perpendicularmente à linha media<strong>na</strong>;Tipo III - com rugas direcio<strong>na</strong><strong>da</strong>s medialmente (dos lados para o centro)e discretamente <strong>da</strong> frente para trás (covergindo no rafe palatino);Tipo IV - com rugas direcio<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>em</strong> sentidos variados.Figura 2 - Classificação dos 4 tipos diferentes <strong>da</strong> disposição <strong>da</strong>s rugas no palato proposto porCarrea.FONTE: http://www.pericias-forenses.com.br/irugosodo.htmSantos <strong>em</strong> 1946, fez uma proposta que facilita a caracterizaçãoindividual rugoscópica de um indivíduo, ao dividir as rugas palati<strong>na</strong>s,conforme a sua localização, <strong>em</strong> (SILVA, 1997):Inicial, correspondente à ruga palati<strong>na</strong> mais anterior, à direita, sendos<strong>em</strong>pre representa<strong>da</strong> por uma letra maiúscula;


36Compl<strong>em</strong>entar, corresponde às d<strong>em</strong>ais rugas, à direita, sendo certo queca<strong>da</strong> papila é assi<strong>na</strong>la<strong>da</strong> por um número;Subinicial, correspondente à ruga palati<strong>na</strong> mais anterior, à esquer<strong>da</strong>sendo representa<strong>da</strong>, também por uma letra de forma maiúscula;Subcompl<strong>em</strong>entar corresponde às d<strong>em</strong>ais rugas, à esquer<strong>da</strong>, <strong>em</strong>seqüência à subinicial, sendo ca<strong>da</strong> papila assi<strong>na</strong>la<strong>da</strong> por um número.Assim, as configurações <strong>da</strong>s cristas que aparec<strong>em</strong> no palato, para finsde classificação, se divid<strong>em</strong> <strong>em</strong> dez formas fun<strong>da</strong>mentais que se desig<strong>na</strong>mpelas letras iniciais <strong>da</strong>s figuras (P, R, C, A, Cf, S, B, T, Q, An) quando seencontram <strong>na</strong> primeira posição, e por números (de 0 a 9), quando seencontram <strong>em</strong> qualquer outra posição (Quadro 1).TIPO DE RUGALETRARUGADAPONTO P 0RETA R 1CURVA C 2ANGULOAGUDON.º DA RUGAAA 3


37Vanrell (2002) relata que a colheita <strong>da</strong>s amostras tanto pode serfeita através de mol<strong>da</strong>g<strong>em</strong> de precisão, com algi<strong>na</strong>to ou com silicone, comopor fotografia do palato com auxílio de um espelho, e uma forma de confirmara identi<strong>da</strong>de de uma pessoa poderia ser feita simplesmente com acomparação entre os modelos dos indivíduos e a fotografia arquiva<strong>da</strong> doindivíduo, e ain<strong>da</strong> cita que a viabili<strong>da</strong>de desse processo de identificação é tãobom que o Ministério <strong>da</strong> Aeronáutica exige a identificação <strong>da</strong> rugoscopiapalati<strong>na</strong> dos pilotos, como forma de facilitar a sua identificação <strong>em</strong> casos deacidentes aéreos.2.3.3 DETERMINAÇÃO DO SEXO PELAS CARACTERÍSTICASCRANIANAS.Nos desastres <strong>em</strong> massa por vezes são encontrados ape<strong>na</strong>s partes decorpos, as vezes sendo encontrados a cabeça, e por isso dev<strong>em</strong>os ter oconhecimento <strong>da</strong> a<strong>na</strong>tomia crania<strong>na</strong> a fundo para poder distinguir o crânio deum indivíduo do sexo masculino e um do sexo f<strong>em</strong>inino, e essa diferenciaçãotambém pode ser pelas diferenças a<strong>na</strong>tômicas dos el<strong>em</strong>entos dentários.O esqueleto exibe diferenças que começam ser perceptíveis a partir <strong>da</strong>puber<strong>da</strong>de, e que nos permite fazer o diagnóstico diferencial do sexo. Calculaseque no esqueleto completo, este diagnóstico possa ser feito <strong>em</strong> cerca de95% dos casos. Os ossos <strong>da</strong> mulher, <strong>em</strong> geral, são menores e mais leves. Asrugosi<strong>da</strong>des que marcam as inserções musculares no sexo masculino sãomais pronuncia<strong>da</strong>s; as extr<strong>em</strong>i<strong>da</strong>des articulares no sexo f<strong>em</strong>inino têmdimensões menores,porém os segmentos que maiores subsídios fornec<strong>em</strong> sãoo crânio, o tórax e a bacia (SILVEIRA, 2009).Silva (1997), relata que o crânio f<strong>em</strong>inino se caracteriza por umdesenvolvimento menor de suas estruturas. To<strong>da</strong>s as protuberâncias ósseas,cristas e apófises são menores e mais lisas, sendo isto ver<strong>da</strong>deiro no que dizrespeito à apófise mastóide, linhas occipital e t<strong>em</strong>poral, <strong>em</strong>inência occipitalexter<strong>na</strong> e o modelado do ângulo mandibular, sendo também menosdesenvolvi<strong>da</strong>s as cristas supra-orbitárias, por vezes totalmente inexistentes, o


38osso malar sendo áspero e irregular no seu bordo inferior, e o autortambém denota o menos desenvolvimento <strong>da</strong>s estruturas frontal e occipital,tor<strong>na</strong>ndo-se assim uma forma de identificação do crânio f<strong>em</strong>inino.No sexo masculino o contorno partindo <strong>da</strong> raiz do <strong>na</strong>riz para cima e paratraz e, <strong>em</strong> segui<strong>da</strong>, para baixo, <strong>em</strong> direção à <strong>em</strong>inência occipital, forma umacurva bastante suave e regular, interrompi<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s por depressõesinconstantes atrás <strong>da</strong> sutura frontoparietal e acima do osso occipital. Ocontorno do crânio f<strong>em</strong>inino é mais angular, sendo o frontal mais pronunciadoque no hom<strong>em</strong>, e a linha do perfil volta-se então mais abruptamente para oplano horizontal (SILVA, 1997).As colocações de Moacyr <strong>da</strong> Silva <strong>em</strong> seu Compêndio de OdontologiaLegal de 1997 são reforçados pelas colocações de Silveira (2009) querelata que os principais el<strong>em</strong>entos para o diagnóstico através do crânio são:No hom<strong>em</strong> a fronte é a mais incli<strong>na</strong><strong>da</strong> para trás e mais vertical <strong>na</strong> mulher. Aglabela é mais pronuncia<strong>da</strong> no sexo masculino. Arcos superciliares maissalientes no sexo masculino. Bor<strong>da</strong>s superciliares rombas no sexo masculino ecortantes no sexo f<strong>em</strong>inino. Mandíbula mais fortes no sexo masculino.Côndilos mandibulares mais robustos no hom<strong>em</strong>.Através de uma quadro simples mostra<strong>da</strong> por Silva (1997) <strong>da</strong> paraa<strong>na</strong>lisar de forma singela as diferenças crania<strong>na</strong>s do sexo masculino ef<strong>em</strong>inino, como poder<strong>em</strong>os ver a seguir (Quadro 2):


39Crânio/ Estrutura Sexo Masculino Sexo F<strong>em</strong>ininoFRONTE Mais incli<strong>na</strong><strong>da</strong> Mais verticalGLABELA Mais pronuncia<strong>da</strong> Menos pronuncia<strong>da</strong>ARCOSMais salientesMenos salientesSUPERCILIARESARTICULAÇÂO AngulosaCurvaFRONTONASALREBORDO SUPRA- RomboCortanteORBITÁRIOAPÓFISE MASTÓIDE Mais robusta Menos robustaAPÓFISE ESTILÓIDE Mais longa e maisgrossaCÔNDILOSMais longos e maisOCCIPITAISestreitosCÔNDILOSMais robustosMANDIBULARESQuadro 2 - Diferenças crania<strong>na</strong>s do sexo masculino e f<strong>em</strong>inino.FONTE: Silva, 1997.Mais curta e mais fi<strong>na</strong>Mais curtos e maislargosMais delicadosVanrell (2002) mencio<strong>na</strong> que cerca de 77% dos casos de diagnósticodiferencial do sexo pode ser feito utilizando os el<strong>em</strong>entos que fornece ainspeção do crânio e <strong>da</strong> mandíbula ape<strong>na</strong>s. Também é citado que há diferençatambém <strong>na</strong> morfologia dos dentes, verifica-se que os incisivos superiores sãoas peças dentárias que exib<strong>em</strong> o maior dimorfismo sexual, se apresentandomais volumosos nos indivíduos do sexo masculino, mas essas diferençassendo milimétricas.Também há diferença morfológica <strong>na</strong> relação entere o diâmetromesodistal do incisivo central, e aquele do incisivo lateral do maxilar superior,sendo menor <strong>na</strong> mulher, umas vez que os dentes <strong>da</strong> mulher t<strong>em</strong> umaregulari<strong>da</strong>de maior que no hom<strong>em</strong>, sendo mais s<strong>em</strong>elhantes ente si. Há ain<strong>da</strong>a afirmação que a dentição permanente <strong>na</strong> mulher é mais precoce que nohom<strong>em</strong>, sendo essa diferença entre ambos de aproxima<strong>da</strong>mente 4 (quatro)meses (VANRELL, 2002).


402.3.4 ESTIMATIVA DA IDADE.DETERMINAÇÃO DA IDADE PELOS DENTES.Silva (1997) destaca que o ideal para se chegar <strong>na</strong> i<strong>da</strong>de aproxima<strong>da</strong>seria a soma de vários fatores, como: estatura, peso, presença de rugas,presença e coloração de pêlos, etc. Também é ressaltado que quanto maisjov<strong>em</strong> a pessoa, mais fácil de se fazer a estimativa de i<strong>da</strong>de, expla<strong>na</strong>ndo quet<strong>em</strong> dois métodos de se fazer o exame, o método direto realizado através deexame clínico, observando o número de dentes irrompidos, a seqüênciaeruptiva, a cronologia de erupção e o estado geral dos el<strong>em</strong>entos dentários,como cáries, abrasões, exodontias, desgastes, restaurações etc. E o indireto,que é realizado por meio <strong>da</strong> análise de radiografias intra e extra-bucais,observando-se, principalmente, a mineralização dentária, tendo um melhorresultado se os dois métodos for<strong>em</strong> aplicados juntos.Dentro <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Odontologia Legal, vários estudos têm mostrado queos el<strong>em</strong>entos dentários são uma ótima alter<strong>na</strong>tiva orgânica para fornecer<strong>em</strong> osmelhores resultados para a estimativa de i<strong>da</strong>de por sofrer<strong>em</strong> menosinterferências de fatores sistêmicos e de desnutrição, que afetam desobr<strong>em</strong>aneira a maturi<strong>da</strong>de orgânica e o desenvolvimento ósseo. Há também oestudo <strong>da</strong> evolução dentária que começa seu desenvolvimento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> fetal,até os 21 anos de i<strong>da</strong>de, e até mesmo há fenômenos involutivos tanto <strong>na</strong>dentição decídua, como <strong>na</strong> permanente, somando tudo isso, t<strong>em</strong>os uma ótimaquanti<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>dos, melhorando a análise para a obtenção <strong>da</strong> i<strong>da</strong>deaproxima<strong>da</strong> de um indivíduo (SILVA, 1997).Sab<strong>em</strong>os que os el<strong>em</strong>entos dentários, sejam eles <strong>da</strong> dentição decídua ou<strong>da</strong> permanente, sofr<strong>em</strong> alterações relativas ao seu desenvolvimento e tambémde involução. Quanto mais jov<strong>em</strong> o indivíduo, maior o número de informações,<strong>em</strong> razão do maior número de dentes <strong>em</strong> formação. Conforme a maturaçãodentária vai se completando, diminui a quanti<strong>da</strong>de de informações, atérestringir-se unicamente aos últimos dentes a se desenvolver<strong>em</strong>, que são osterceiros molares (GONÇALVES; ANTUNES, 1999)


41Vanrell (2002) mostra a importância do estudo <strong>da</strong> cronologia <strong>da</strong> erupçãodentária <strong>da</strong> dentição t<strong>em</strong>porária, a qual <strong>da</strong> uma estimativa de i<strong>da</strong>de muito maisprecisa que a dentição definitiva, mas ain<strong>da</strong> chama atenção para a freqüênciade irregulari<strong>da</strong>des <strong>na</strong> erupção, resultantes de causas diversas, como:alimentação, deficiências e carências alimentares, agentes ambientais,transtornos do crescimento, doenças metabólicas, etc. E ain<strong>da</strong> é citado osprazos de erupção infantil pois que a lactação artificial pode chegar a atrasar aerupção dos dentes <strong>em</strong> meses.Porém há outros autores que afirmam que a erupção sofre interferênciade inúmeros fatores. Dentre os de ord<strong>em</strong> geral, pod<strong>em</strong>os mencio<strong>na</strong>r o sexo (asmeni<strong>na</strong>s têm a erupção mais precoce do que os meninos), arco (dentes <strong>da</strong>mandíbula erupcio<strong>na</strong>m mais cedo do que os <strong>da</strong> maxila), biótipo (os longilínios <strong>em</strong>agros têm a erupção mais precoce), alimentação (a desnutrição grave atrasaa erupção), clima (t<strong>em</strong>peraturas quentes adiantam a erupção), flúor (atrasa aerupção) etc. Quanto aos patológicos, t<strong>em</strong>os o hipo e hipertireoidismo,anodontias, per<strong>da</strong>s precoces dos dentes decíduos, Diabetes melitus, além <strong>da</strong>própria herança genética (Brauer e Bahador, 1942; D<strong>em</strong>isch e Wartmman,1957; Eveleth, 1959; Fanning, 1962; Garn et al., 1965; Likins et al., 1964; Silva,1997. apud GONÇALVES; ANTUNES, 1999).No geral, os dentes pod<strong>em</strong> servir como estimadores de i<strong>da</strong>de, mesmo <strong>em</strong>crianças desnutri<strong>da</strong>s. É provável que exista um mecanismo central d<strong>em</strong>aturação <strong>da</strong> criança como um todo, mas há, também, independência entre osdiversos setores e <strong>da</strong>í os distintos t<strong>em</strong>pos de maturi<strong>da</strong>de (cerebral, dentária,esquelética e outros). O fenômenos ligados à erupção dos dentes pod<strong>em</strong>ocorrer precoce ou tardiamente por força de vários fatores, <strong>em</strong>bora os estudos<strong>da</strong>s influências <strong>da</strong>s condições patológicas sobre a odontogênese d<strong>em</strong>onstr<strong>em</strong>ser<strong>em</strong> estes menos afetados que o esqueleto. Os dentes não são muitosafetados pelas deficiências nutritivas, o que não acontece com os ossos, pois ai<strong>da</strong>de cronológica é compatível com a i<strong>da</strong>de dentária mesmo <strong>em</strong> criançassubnutri<strong>da</strong>s, fato que não se observa no tecido esquelético (COSTA, 2001).As radiografias pod<strong>em</strong> contribuir com o trabalho <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>,aju<strong>da</strong>ndo <strong>na</strong> identificação <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de, mostrando as fases de mineralização de


42el<strong>em</strong>entos dentários (Figura 3). Nolla (1960) a<strong>na</strong>lisou radiografias anuais decinquenta crianças (vinte e cinco de ca<strong>da</strong> sexo) visando avaliardetalha<strong>da</strong>mente a mineralização dos dentes o que o levou a estabelecer 10fases de desenvolvimento, e afirmou que os dentes estão aptos a erupcio<strong>na</strong>rquando suas coroas estão totalmente forma<strong>da</strong>s e as raízes no início <strong>da</strong>formação.Figura 3 - Imagens radiográficas mostrando várias fases de mineralização de el<strong>em</strong>entosdentários.FONTE: Costa, 2001.Nolla (1960) ain<strong>da</strong> destacou que os dentes começavam a irromper <strong>na</strong>cavi<strong>da</strong>de bucal no estágio 7, quando um terço <strong>da</strong> raiz dentária estava forma<strong>da</strong>,segue abaixo o quadro 3 e a figura 4 com os estágios de Nolla:Estágio Desenvolvimento Dental0 Ausência de cripta1 Presença de cripta2 Calcificação inicial3 Um terço <strong>da</strong> coroa completa4 Dois terços <strong>da</strong> coroa completa5 Coroa quase completa6 Coroa completa7 UM TERÇO DA RAIZ COMPLETA8 Dois terços <strong>da</strong> raiz completa9 Raiz quase completa, ápice aberto10 Ápice radicular completoQuadro 3 - Estágios de desenvolvimento dentário desenvolvido por Nolla (1960).FONTE: Costa, 2001.


43Desenho esqu<strong>em</strong>ático <strong>da</strong>s fases de mineralização de Nolla:Figura 4 - Estágios de mineralização de Nolla (1960).FONTE: Costa,2001.Mas também houveram estudos com relação as fases de erupção dosbrasileiros, Nicod<strong>em</strong>o, Moraes e Medici Filho (1998) elaboraram uma tabela defases de mineralização dentária que seria mais adequa<strong>da</strong> se aplica<strong>da</strong> <strong>na</strong>estimativa de i<strong>da</strong>de dos brasileiros, essa tabela é de certa forma uma variação<strong>da</strong> tabela de Nolla (1960), so que sendo dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> oito estágios d<strong>em</strong>ineralização como pod<strong>em</strong>os conferir <strong>na</strong> figura 5 a seguir:


44Figura 5 – Oito estágios de mineralização dos dentes propostos por Nicod<strong>em</strong>o, Moraes eMedici (1998).FONTE: Batista, 2009.A tabela de Nicod<strong>em</strong>o, Moraes e Medici (1998) foi um marco para oestudo <strong>da</strong> estimativa de i<strong>da</strong>de no brasleiro, mostrando de forma simples aquanti<strong>da</strong>de mínima e máxima <strong>em</strong> meses para que um certo dente pudesseirromper <strong>na</strong> cavi<strong>da</strong>de oral, <strong>da</strong>ndo um <strong>em</strong>basamento maior do perito <strong>em</strong><strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> no Brasil para que ele pudesse realizar seu trabalho comconfiabili<strong>da</strong>de e facili<strong>da</strong>de como pud<strong>em</strong>os observar (tabela 1) a seguir:


45Tabela 1 – Faixa etária <strong>em</strong> meses <strong>da</strong> mineralização dentária proposta por Nicod<strong>em</strong>o, Moraes eMedici (1998).FONTE: http://www.fo.usp.br/departamentos/social/<strong>legal</strong>/metodos_eimineralizacao.htmInfelizmente, para a i<strong>da</strong>de de 18 anos, aquela <strong>em</strong> que a estimativa <strong>da</strong>i<strong>da</strong>de pelo exame dos dentes é de solicitação freqüente, a situação de análiseé bastante pobre, uma vez que somente os terceiros molares permit<strong>em</strong> a coletade informes no que se refere à evolução <strong>da</strong> mineralização, b<strong>em</strong> como <strong>da</strong>erupção, além do fato de que os referidos el<strong>em</strong>entos dentários n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>preestão presentes nos arcos dentários.Nessas condições, aconselha-se que operito proce<strong>da</strong> a exame minucioso <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong>de bucal, com vistas à busca deinformações de ord<strong>em</strong> clínica que possam auxiliar no esclarecimento <strong>da</strong>questão <strong>em</strong> exame (SILVA, 1997).DETERMINAÇÃO DA IDADE PELO ÂNGULO MANDIBULAR.Também pod<strong>em</strong>os usar a angulação <strong>da</strong> mandíbula para auxiliar <strong>na</strong>determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de segundo Vanrell (2002), que relata que <strong>na</strong> mandíbulapode interessar o gônio, ângulo mandibular ou ângulo goniaco, que é aquele


46formado pelo ângulo ascendente (Figura 6) e pelo ramo horizontal (cérvicofacial)<strong>da</strong> mandíbula. Vanrell (2002) ain<strong>da</strong> relata que a simplici<strong>da</strong>de epratici<strong>da</strong>de desse método faz com que alguns autores prefiram usá-lo no vivo,<strong>em</strong> vez de <strong>em</strong>pregar medi<strong>da</strong>s e técnicas mais complexas. Ernestino Lopeselaborou um quadro relacio<strong>na</strong>ndo o ângulo mandibular e a i<strong>da</strong>de <strong>em</strong> anos(Quadro 4)Mínimo Máximo Médio I<strong>da</strong>de (anos)110º 135º 130º 5 a 10110º 130º 125º 11 a 15110º 125º 120º 16 a 20110º 120º 115º 21 a 25105º 120º 110º 26 a 35105º 120º 110º 36 a 45Quadro 4 – Quadro para a determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de pelo ângulo mandibular segundo EnestinoLopes.FONTE: Vanrell, 2002.Figura 6 - Variações do ângulo mandibular, conforme a i<strong>da</strong>de: <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> pra direita, recém<strong>na</strong>scido,adulto e velho.FONTE: Vanrell, 2002.Como antes abor<strong>da</strong>do, a determi<strong>na</strong>ção de i<strong>da</strong>de não deve ser feitaape<strong>na</strong>s se baseando é um <strong>da</strong>do, um melhor resultado deve ser alcançado sehouver a soma de outros fatores para que esta estimativa se torne a maisaproxima<strong>da</strong> possível.


472.3.5 ESTIMATIVA DA ALTURA USANDO OS DENTES.Com o aumento dos desastres <strong>em</strong> massa procuramos ca<strong>da</strong> vez maisconsoli<strong>da</strong>r a eficácia dos métodos de identificação tanto <strong>na</strong> Odontologia Legal,quanto <strong>na</strong> Medici<strong>na</strong> Legal, e com a grande destruição aos corpos ocasio<strong>na</strong>dospelos desastres <strong>em</strong> massa, a identificação através <strong>da</strong> arca<strong>da</strong> dentária é umaótima opção para o perito.A identificação pelos dentes só é possível de ser verifica<strong>da</strong> graças àcomprova<strong>da</strong> alta resistência <strong>da</strong> estrutura dentária às condições maisdesfavoráveis, tais como impactos, corrosões, exposição a produtos químicos eaté mesmo altas t<strong>em</strong>peraturas, fornecendo para o odontolegista inúmeroscaracteres potencialmente viáveis para se chegar à identi<strong>da</strong>de do indivíduo,entre eles a i<strong>da</strong>de, o gênero, a etnia e a estatura (CAVALCANTI, et al 2007).A carbonização foi b<strong>em</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por Tardieu, Hofmann, Brouardel. Acarbonização t<strong>em</strong> como efeito geral a condensação dos tecidos, reduzindo oseu volume de tal maneira que ca<strong>da</strong> m<strong>em</strong>bro, ca<strong>da</strong> órgão, tomadosisola<strong>da</strong>mente se apresentam diminuídos e o conjunto do corpo se apresentareduzido à proporções singulares. A cabeça e o corpo de um adulto deestatura normal parec<strong>em</strong> de uma criança de 12 anos. Os dentes e os ossosresist<strong>em</strong> muito a ação do calor, porém pod<strong>em</strong> ser parcialmente destruídos ouapresentar<strong>em</strong>-se quebradiços. O corpo toma uma atitude s<strong>em</strong>elhante a dosboxeadores, com os m<strong>em</strong>bros superiores fletidos e os dedos <strong>em</strong> guerra(SILVEIRA, 2009).Foi pensando <strong>na</strong> diminuição <strong>da</strong> estatura do indivíduo frente a certosdesastres como incêndios que Carrea (1920) desenvolveu uma fórmula paraque pudesse ser aplica<strong>da</strong> usando a arca<strong>da</strong> dentária, mais precisamente osincisivos centrais, incisivos laterais e os caninos inferiores, atestando queatravés de um cálculo simples <strong>da</strong>ria para determi<strong>na</strong>r uma altura mínima e aaltura máxima de um certo indivíduo, ape<strong>na</strong>s por esses el<strong>em</strong>entos.


48O método mat<strong>em</strong>ático de Carrea (1920) que permite o cálculo <strong>da</strong> alturado indivíduo a partir <strong>da</strong>s dimensões dos dentes é fun<strong>da</strong>mentado pelo fato deque existe proporcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de os diâmetros dos dentes e a altura do indivíduo.Mede-se, <strong>em</strong> milímetros o "arco" de circunferência, constituído pela somatória,no arco inferior, dos diâmetros meso-distais do incisivo central, do incisivolateral e do canino inferiores (31-32-33 ou 41-42-43, como é mostrado <strong>na</strong> figura7). A "cor<strong>da</strong>" deste "arco", geometricamente falando, é medi<strong>da</strong> traçando a linhareta entre os pontos inicial e fi<strong>na</strong>l - (bor<strong>da</strong> mesial do incisivo central até a bor<strong>da</strong>distal do canino ipsilateral) - do "arco". A altura huma<strong>na</strong> deve encontrar-seentre estas duas medi<strong>da</strong>s, que hão de ser considera<strong>da</strong>s proporcio<strong>na</strong>is, umamáxima, à medi<strong>da</strong> do arco, e outra mínima, proporcio<strong>na</strong>l à medi<strong>da</strong> do "raiocor<strong>da</strong>inferior". (VANRELL, 2002).A fórmula cria<strong>da</strong> por Carrea esta a seguir:1. Altura máxima (<strong>em</strong> mm) = arco X 6 X 10 X 3,141622. Altura mínima (<strong>em</strong> mm) = raio-cor<strong>da</strong> X 6 X 10 X 3,14162Figura 7 – Desenho esqu<strong>em</strong>ático do arco e <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> proposto <strong>na</strong> fórmula de Carrea (1920).FONTE: http://www.pericias-forenses.com.br/identesodo.htmCavalcanti, Porto e Melo (2007) fizeram um estudo com cinquentaestu<strong>da</strong>ntes que foram selecio<strong>na</strong>dos e submetidos à mensuraçãoantropométrica e mol<strong>da</strong>g<strong>em</strong> do arco inferior para obtenção do modelo deestudo, nos quais foram aplica<strong>da</strong>s as fórmulas de Carrea para a obtenção <strong>da</strong>estatura estima<strong>da</strong> de ca<strong>da</strong> um, utilizando-se o método de Carrea, com


49paquímetro e fita milimetra<strong>da</strong>, e o método modificado pelos autores, comcompasso de ponta seca e régua. Foram mensurados os incisivos central elateral e o canino inferior de ambos os lados, direito e esquerdo. No método deCarrea só coincidiu 36% para o lado direito e 48% para o esquerdo, e <strong>em</strong> seumétodo a coincidência foi de 96% para ambos os lados, mostrando que ométodo modificado teve uma eficácia maior que o de Carrea.2.3.6 USO DA ARCADA DENTÁRIA NA IDENTIFICAÇÃO EMODONTOLOGIA LEGAL.Rodrigues e Malfate (2009) esclarec<strong>em</strong> que não houve, não há e nãohaverá duas pessoas com arca<strong>da</strong>s dentárias iguais, pois sua configuração éabsolutamente singular; construí<strong>da</strong> concomitant<strong>em</strong>ente ao desenvolvimentofísico, <strong>em</strong>ocio<strong>na</strong>l e mental. Exatamente porque ca<strong>da</strong> arca<strong>da</strong> dentária é umafotografia deste desenvolvimento individual. Diante disto é que nos permitimosafirmar que quando observamos uma arca<strong>da</strong> dentária, é como se estivéss<strong>em</strong>osassistindo a revelação do filme <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do indivíduo ao qual ela pertence.Spadácio(2007) realizou um trabalho para verificar a resistência dosmateriais dentários restauradores à ação do fogo e sua importância <strong>na</strong>identificação forense, chegando a conclusão de que os dentes, juntamente comos materiais restauradores, após ser<strong>em</strong> expostos ao calor ain<strong>da</strong> se faz<strong>em</strong> umótimo meio de identificação devido a alta durabili<strong>da</strong>de desses materiais e dosel<strong>em</strong>entos dentários, e ain<strong>da</strong> relata que os <strong>da</strong>dos obtidos são muitos<strong>em</strong>elhantes aos encontrados <strong>em</strong> arcos dentários de indivíduos carbonizados epermit<strong>em</strong> ao perito por comparação a determi<strong>na</strong>ção do tipo de materialrestaurador utilizado. Tal informação associa<strong>da</strong> com os <strong>da</strong>dos do confronto <strong>da</strong>documentação produzi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> vi<strong>da</strong> permitirá o estabelecimento <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>dedo cadáver.A <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> pode fazer uso <strong>da</strong>s imagens radiológicas nosprocessos de identificação. Assim, a análise de registros dentáriosacompanhados de radiografias ante-mort<strong>em</strong> e post-mort<strong>em</strong> tornou-se uma


50ferramenta fun<strong>da</strong>mental nos processos de identificação <strong>em</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>.Além disso, a partir de segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980, com o grandeavanço <strong>da</strong> informática e, por conseguinte, com o surgimento <strong>da</strong> radiologiacomputadoriza<strong>da</strong>, houve um refi<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> técnica, oferecendo maioracui<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s identificações, mesmo <strong>em</strong> indivíduos desdentados, e tambémuma maior precisão <strong>na</strong> determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de (GRUBER, 2001. apudCARVALHO et al, 2009).Os seguintes detalhes a<strong>na</strong>tômicos pod<strong>em</strong> ser usados como parâmetros:forma dos dentes e raízes, dentes perdidos e presentes, raízes residuais,dentes supranumerários, atrito ou abrasão, fraturas coronárias, degrau dereabsorção de osso decorrente de doença periodontal, lesões ósseas,diast<strong>em</strong>as, formas e linhas <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des, cáries dentárias, tratamentoendodôntico, pinos intrarradiculares e intracoronários e próteses dentárias(CARVALHO et al, 2009).A comparação é feita entre as placas de raios X feitas pelo dentista dosuposto falecido e placas dos dentes do cadáver tira<strong>da</strong>s exatamente do mesmoângulo. Essas imagens são sobrepostas <strong>em</strong> computador para aferirs<strong>em</strong>elhanças no formato dos dentes e eventuais trabalhos odontológicos, comorestaurações, ca<strong>na</strong>is, coroas e próteses. “Intervenções como essas sãoespecialmente indica<strong>da</strong>s para a identificação, pois costumam possuir umdesenho geométrico b<strong>em</strong> definido e diferenciado” afirma o médico forenseMalthus Fonseca Galvão, do Laboratório de Antropologia Forense do InstitutoMédico Legal de Brasília. De uma maneira geral, qualquer informação <strong>na</strong> fichaodontológica <strong>da</strong> pessoa pode aju<strong>da</strong>r nessa comparação – principalmenteirregulari<strong>da</strong>des como dentes tortos, encavalados ou espaçados. Outraalter<strong>na</strong>tiva é usar uma foto <strong>em</strong> que o indivíduo apareça sorrindo ou mostrandoos dentes de alguma outra forma. Essa imag<strong>em</strong> é amplia<strong>da</strong> e sobreposta auma filmag<strong>em</strong> frontal do crânio do cadáver, também para comparação doformato dos dentes (FOGAÇA, 2009).Além de ser<strong>em</strong> a estrutura mais resistente do corpo, capazes de resistir àcarbonização <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas de até 800ºC, os dentes apresentam outravantag<strong>em</strong>: é neles que fica preservado por mais t<strong>em</strong>po o material genético de


51uma ossa<strong>da</strong>. Os peritos, porém, costumam deixar esse tipo de análise <strong>em</strong>segundo plano, devido ao alto custo e à dificul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> extração do DNA dosdentes – mas isso não prejudica seu trabalho. “Consideramos a identificaçãopela arca<strong>da</strong> dentária tão confiável quanto a feita pelo DNA”, afirma Malthus(FOGAÇA, 2009).Silva et al (2008) descreve um caso de identificação que ocorreu <strong>em</strong>Agosto de 2006, onde um indivíduo carbonizado do sexo masculino foiencontrado no interior de um automóvel, se procedeu com todos os cui<strong>da</strong>dosforenses com o cadáver, e após uma investigação policial, se chegou a umaprovável vítima. A família dessa provável vítima foi orienta<strong>da</strong> a procurarqualquer tipo de documento médico e odontológico que pudesse aju<strong>da</strong>r <strong>na</strong>identificação, sendo usando o prontuário odontológico do paciente que tinhafeito tratamento ortodôntico, e nesse prontuário havia uma radiografiapanorâmica (figura 8) <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 1999, e quatro radiografias interproximais, euma periapical, <strong>da</strong>ta<strong>da</strong>s de 2003 (Figura 9).Figura 8 – Radiografia Panorâmica.FONTE: Silva et al, 2008.


52Figura 9 - Confronto radiográfico periapical e interproximal entre as radiografias produzi<strong>da</strong>s<strong>em</strong> vi<strong>da</strong> (2003- A e C) e as pós-morte (2006 – B e D).FONTE: Silva et al, 2008.Após as comparações radiográficas, foi concluído que o cadáverencontrado carbonizado realmente pertencia ao indivíduo o qual foi comparadoo prontuário odontológico.


532.4 IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO ODONTOLÓGICA.A identificação de cadáveres se faz de forma comparativa, sendo entãoextr<strong>em</strong>amente importante um correto e adequado armaze<strong>na</strong>mento doprontuário odontológico com todos os cui<strong>da</strong>dos para prolongar tal documento,não só para a importância <strong>da</strong> identificação, mas também para um controle e atémesmo planejamento ideal do procedimentos que são e serão realizados peloprofissio<strong>na</strong>l no paciente.O código do processo ético odontológico no seu Art. 4º Inc VI diz:Constitu<strong>em</strong> deveres fun<strong>da</strong>mentais dos profissio<strong>na</strong>is inscritos: ...elaboraras fichas clínicas dos pacientes, conservando-as <strong>em</strong> arquivo próprio; (Códigode Ética Odontológico, 1998).O Código de Defesa do Consumidor <strong>em</strong> seu Art. 27 – Prescreve <strong>em</strong> 5(conco) anos a pretensão à reparação de <strong>da</strong>nos causados por fato do produtoou do serviço..., iniciando-se a contag<strong>em</strong> do prazo a partir do conhecimento do<strong>da</strong>no e de sua autoria. E o mesmo código no seu Art. 177 diz – As açõespessoais prescrev<strong>em</strong> ordi<strong>na</strong>riamente <strong>em</strong> vinte anos, se reais <strong>em</strong> dez entrepresentes e, entre ausentes, <strong>em</strong> quinze, contados <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>em</strong> que poderiam tertido propostas. Isso porque qu<strong>em</strong> não t<strong>em</strong> conhecimento do defeito não podeacio<strong>na</strong>r a outr<strong>em</strong> para a reparação do <strong>da</strong>no (VANRELL, 2002)No código de defesa do consumidor, o Odontólogo é visto como umprestador de serviço, e o paciente um consumidor, com a inversão do ônus <strong>da</strong>prova, se houver qualquer acusação contra o profissio<strong>na</strong>l, não é o paciente quevai ter que provar que esta certo, são os profissio<strong>na</strong>is que vão ter que provarque não erraram, mostrando assim a importância de manter umadocumentação s<strong>em</strong>pre atualiza<strong>da</strong> e b<strong>em</strong> guar<strong>da</strong><strong>da</strong> a respeito do nossoatendimento.A seguir é exposto o modelo preconizado pelo Conselho Federal deOdontologia de como deveria ser o prontuário odontológico (Conselho Federalde Odontologia, 2004):


54O QUE DEVE CONSTAR NO PRONTUÁRIO ODONTOLÓGICO.Considerando que os registros dentários dev<strong>em</strong> ser suficient<strong>em</strong>enteabrangentes para envolver os critérios de avaliação, diagnósticos, plano detratamento e tratamento efetuado, com todos os informes que deverãoacompanhar a vi<strong>da</strong> do paciente no que concerne aos cui<strong>da</strong>dos odontológicos,constituindo-se <strong>em</strong> ver<strong>da</strong>deiro prontuário, sugere esta Comissão, adenomi<strong>na</strong>ção PRONTUÁRIO ODONTOLÓGICO , <strong>em</strong> substituição àdesig<strong>na</strong>ção simples de FICHA CLÍNICA, que não mais atende as atuaisnecessi<strong>da</strong>des pelos motivos expostos.Embora registros b<strong>em</strong> documentados não assegur<strong>em</strong> a adequação dotratamento dentário, proporcio<strong>na</strong>m, contudo, uma oportuni<strong>da</strong>de de avaliá-lo.Prontuários com registros fidedignos são essenciais para fornecer <strong>da</strong>dosrelativos ao controle de quali<strong>da</strong>de, porque a vali<strong>da</strong>de e credibili<strong>da</strong>de dequaisquer procedimentos, depend<strong>em</strong> <strong>da</strong> precisão dos <strong>da</strong>dos registrados.Com o objetivo de possibilitar o controle de quali<strong>da</strong>de, a Comissãoconstatou que, por documentar todos os aspectos no que tange aos cui<strong>da</strong>dosdispensados ao paciente, o prontuário odontológico encontra sua grandeutili<strong>da</strong>de <strong>na</strong> resposta às questões que se segu<strong>em</strong>:1 - As informações do diagnóstico eram adequa<strong>da</strong>s para identificar todos osprobl<strong>em</strong>as clínicos significativamente?2 - Foram corretos os diagnósticos, baseados <strong>na</strong>s informações disponíveis?3 - O plano de tratamento foi b<strong>em</strong> fun<strong>da</strong>mentado, baseado <strong>na</strong>s informações dediagnóstico e avaliação dos probl<strong>em</strong>as?4 - Foi o tratamento adequa<strong>da</strong>mente priorizado e executado <strong>na</strong> sequênciaapropria<strong>da</strong>?5 - Foi o cui<strong>da</strong>do integral do paciente, apropriado e adequado?


55Considerando as necessi<strong>da</strong>des constata<strong>da</strong>s, a Comissão sugere nesterelatório, o seguinte conteúdo mínimo para o Prontuário Odontológico:I - IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTEII - HISTÓRIA CLÍNICAIII- EXAME CLÍNICOIV- PLANO DE TRATAMENTOV- EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO OU TRAT. PROPRIAMENTE DITOVI- EXAMES COMPLEMENTARESVisando expor o conteúdo do Prontuário Odontológico ora sugerido,desenvolv<strong>em</strong>os, a seguir, ca<strong>da</strong> um dos itens propostos:IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE.Constará do nome completo, <strong>na</strong>turali<strong>da</strong>de, estado civil, sexo, <strong>da</strong>ta e localde <strong>na</strong>scimento, profissão, endereço residencial completo e endereçoprofissio<strong>na</strong>l completo.Quando se tratar de paciente menor ou incapaz, deverão constar tambémos <strong>da</strong>dos do seu responsável.Este it<strong>em</strong> deve conter ain<strong>da</strong>, o nome dos cirurgiões-dentistas queatenderam o paciente anteriormente com anotação do local e época doatendimento. Tal procedimento visa facilitar o acesso a esses profissio<strong>na</strong>is,caso exista alguma dúvi<strong>da</strong> sobre o tratamento efetuado, possibilitando dirimilas.


56HISTÓRIA CLÍNICA.Consiste <strong>na</strong> queixa principal, história <strong>da</strong> doença atual, história pregressa,história familiar, história pessoal e social, revisão dos sist<strong>em</strong>as e questionáriode saúde e sua interpretação, de acordo com as normas preconiza<strong>da</strong>s pelas<strong>em</strong>iologia.Considerando que os princípios e os fun<strong>da</strong>mentos do exame do pacientesegu<strong>em</strong> as mesmas normas entre as ciências de saúde, ao cirurgião-dentistaclínico ou de qualquer especiali<strong>da</strong>de, também compete a observação dopaciente como um todo e não ape<strong>na</strong>s a procura de uma alteração dentáriaisola<strong>da</strong>. Desta forma, especialista ou não, o profissio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> deveter uma visão global, humanística e ser capaz de compreender e executar umexame completo do paciente, dentro de seu campo de ação, principalmentepara diagnosticar as possíveis alterações patológicas, objetivando a prevençãoe ou a cura.EXAME CLÍNICO.O exame clínico do paciente constitui uma série de observações que oexami<strong>na</strong>dor realiza especialmente pelos órgãos do sentido. O cirurgião-dentistautiliza de forma particular, a visão, o tato, a audição e ocasio<strong>na</strong>lmente aolfação.Em <strong>odontologia</strong>, o exame clínico deve permitir o reconhecimento dossi<strong>na</strong>is ou sintomas objetivos <strong>da</strong>s alterações buco-maxilo-faciais, e ao mesmot<strong>em</strong>po, deve também conduzir o exami<strong>na</strong>dor à obtenção de <strong>da</strong>dos para aobservação <strong>da</strong>s condições gerais de saúde do paciente.Dev<strong>em</strong> ser anota<strong>da</strong>s as restaurações dentárias existentes e facesenvolvi<strong>da</strong>s, com descrição <strong>da</strong> cor e tipo de material restaurador <strong>em</strong>pregado,assim como, as próteses dev<strong>em</strong> ser minuciosamente descritas no que tange à


57sua classificação, se fixa ou r<strong>em</strong>ovível se parcial ou total, e materiais utilizadose el<strong>em</strong>entos substituídos.Visando metodizar o procedimento, as restaurações existentes deverãoain<strong>da</strong> ser registra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> odontograma específico, com a maior precisãopossível, no que tange ao contorno e dimensões. Tal conduta fornece <strong>da</strong>dosrelevantes no caso de apuração de responsabili<strong>da</strong>de profissio<strong>na</strong>l, sendo deimportância fun<strong>da</strong>mental <strong>na</strong> identificação pelas características dentárias.O modelo de odontogramas sugerido a seguir é o utilizado pela Interpol,que apresenta as cinco faces coronárias, permitindo visualização integral <strong>da</strong>srestaurações.Figura 10 – Odontograma proposto pela Interpol.FONTE: Conselho Federal de Odontologia, 2004.MODELO DE ODONTOGRAMA PROPOSTO.Deverão ain<strong>da</strong> ser anota<strong>da</strong>s e s<strong>em</strong>pre que possível registra<strong>da</strong>s noodontograma, as patologias existentes, ausência de el<strong>em</strong>entos dentários,próteses, tratamentos endodônticos, tipo de oclusão e outros <strong>da</strong>dos e critériodo cirurgião-dentista.O sist<strong>em</strong>a adotado para a identificação dos el<strong>em</strong>entos dentários será oSISTEMA DECIMAL DA FEDERAÇÃO DENTÁRIA INTERNACIONAL.


58PLANO DE TRATAMENTO.Consiste no registro detalhado <strong>da</strong> proposta de tratamento de quenecessita o paciente. Deverão ser anotados os procedimentos propostos, comdescrição minuciosa dos materiais a ser<strong>em</strong> utilizados e dos el<strong>em</strong>entosdentários e regiões orais envolvi<strong>da</strong>s.EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO OU TRATAMENTO PROPRIAMENTEDITO.É a execução do plano de tratamento proposto. Deverão serminuciosamente anotados todos os procedimentos realizados, com descriçãoprecisa dos el<strong>em</strong>entos dentários e faces coronárias ou regiões envolvi<strong>da</strong>s,materiais utilizados e <strong>da</strong>ta de execução dos procedimentos .Visando metodizar o procedimento, as restaurações executa<strong>da</strong>s deverãoain<strong>da</strong> ser registra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> odontograma específico desti<strong>na</strong>do exclusivamenteaos trabalhos executados, com a maior precisão possível no que tange aocontorno e dimensões <strong>da</strong>s restaurações. para tal propósito sugerimos autilização de um odontograma s<strong>em</strong>elhante ao proposto no it<strong>em</strong> referente aoexame clinico.Quando o prestador de serviços odontológicos se tratar de pessoajurídica, será obrigatório constar, além <strong>da</strong>queles <strong>da</strong>dos, o nome e o número deinscrição no CRO do cirurgião-dentista que executou o procedimento.EXAMES COMPLEMENTARES.Os exames compl<strong>em</strong>entares pod<strong>em</strong> muitas vezes ser necessários comorecursos auxiliares, confirmando ou não o diagnóstico clínico.


59Os testes de laboratório, <strong>em</strong> sua quase totali<strong>da</strong>de, não são consideradosde roti<strong>na</strong> <strong>na</strong> clínica odontológica, e dev<strong>em</strong> ser feitos ou pedidos somentequando precisamente indicados, dentro do campo de ação <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong>.Os exames radiográficos, contudo, constitu<strong>em</strong> indispensável recursocompl<strong>em</strong>entar para se obter o diagnóstico e orientar o tratamento.Os exames de laboratório, quando existentes, e as radiografias dediagnóstico e de controle e pesquisa de quali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong>mente rotula<strong>da</strong>s eidentifica<strong>da</strong>s, deverão ser anexa<strong>da</strong>s ao prontuário odontológico, fazendo partedo mesmo.Recomen<strong>da</strong>-se ain<strong>da</strong> anexar ao prontuário cópia carbo<strong>na</strong><strong>da</strong> <strong>da</strong>sprescrições realiza<strong>da</strong>s, e atestados odontológicos <strong>em</strong>itidos, visando eluci<strong>da</strong>reventuais dúvi<strong>da</strong>s sobre a terapêutica instituí<strong>da</strong>.As anotações sobre honorários e controle dos pagamentos efetuadosficam a critério do cirurgião-dentista fazer ou não constar do prontuárioodontológico, devendo prevalecer o sist<strong>em</strong>a adotado por ca<strong>da</strong> um, até então.Quanto ao TEMPO DE GUARDA do prontuário odontológico, o assunto éde extr<strong>em</strong>a complexi<strong>da</strong>de, se levarmos <strong>em</strong> conta as informações obti<strong>da</strong>s, quevariam <strong>da</strong> indetermi<strong>na</strong>ção até indefini<strong>da</strong>mente.Contudo, avaliando as implicações clínicas e legais já abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s edebati<strong>da</strong>s, a Comissão sugere o período de dez anos após o últimocomparecimento do paciente, ou, se o paciente tiver i<strong>da</strong>de inferior aos dezoitoanos à época do último contato profissio<strong>na</strong>l, dez anos a partir do dia que opaciente tiver completado ou vier a completar os dezoito anos.Logo, essa documentação é imprescindível para o perito odonto <strong>legal</strong> <strong>em</strong>um acidente de grandes proporções, e por isso é necessários que osprofissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> área saibam dessa necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> forense queto<strong>da</strong> essa documentação seja manti<strong>da</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> bom estado.


PROPOSIÇÃO60


613. PROPOSIÇÃOO presente trabalho t<strong>em</strong> o objetivo de ressaltar a importância <strong>da</strong><strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> para os fins de identificação nos desastres <strong>em</strong> massa,mostrando seu contexto histórico até os dias de hoje, apresentando métodosque se faz<strong>em</strong> uma ótima opção de individualização, trazendo assim,confiabili<strong>da</strong>de para o trabalho dos peritos odonto legais, considerando ain<strong>da</strong> aimportância dos profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> área <strong>em</strong> manter <strong>em</strong> bom estado adocumentação odontológica, que é de extr<strong>em</strong>a necessi<strong>da</strong>de para fins decomparação <strong>em</strong> catástrofe com um grande número de vítimas.


METODOLOGIA62


634. METODOLOGIAFoi realizado o levantamento bibliográfico e usados artigos do ano de1966 a 2009 <strong>em</strong> sites de artigos científicos através do portal de periódicos doCAPES (Coorde<strong>na</strong>ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior),especificamente pelas bases de <strong>da</strong>dos Medline, Lilacs, SciELO entre outras,também foi usado o Google acad<strong>em</strong>y e a enciclopédia mundial Wikipédia, etambém livros que obedeceram a característica de ser<strong>em</strong> relativos a<strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> e são de autores reconhecidos e consagrados no meio.A revisão literária obedeceu certos critérios, como: O assunto descrito serpertinente com o objetivo do Trabalho de Conclusão de Curso, ser fiel e claroao levantamento bibliográfico realizado e ser baseado <strong>na</strong> literatura anterior.Foram usados vários descritores <strong>em</strong> português e inglês, como:<strong>odontologia</strong> forense, pericia odonto <strong>legal</strong>, desastres <strong>em</strong> massa, identificaçãoforense, rugoscopia palati<strong>na</strong>, DNA dentário, estimativa de altura, estimativa dei<strong>da</strong>de, determi<strong>na</strong>ção do sexo ( foresic dentistry, odonto <strong>legal</strong> skill, masscasualty, forensic identification, rugoscopia). Foram selecio<strong>na</strong>dos 30 artigos e 2livros, e também foram usados <strong>da</strong>dos fornecidos <strong>em</strong> comunicação pessoal comperitos <strong>da</strong> área.


DISCUSSÃO64


655. DISCUSSÃOCarvalho (2009) fez um estudo aprofun<strong>da</strong>do dos fatos históricos e deonde começou a <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, citando que o mais antigo relato sobre apreocupação com os dentes aparece no Código de Hamurabi, 2 mil anos antesde Cristo, onde o autor diz que se alguém romper um dente a um hom<strong>em</strong> seupróprio dente será rompido, e Vasquez (2005) relata ain<strong>da</strong> o caso de LolliaPauli<strong>na</strong> <strong>em</strong> 49 depois de Cristo, onde a mesma foi identifica<strong>da</strong> por uma máposição dos dentes, então desde a antigui<strong>da</strong>de notou-se a vantagens <strong>da</strong>identificação pelos el<strong>em</strong>entos dentários, o que serviu de base para chegaronde estamos hoje.Mesmo com a preocupação com o contexto histórico <strong>em</strong> geral por váriosautores, é notado que há uma dificul<strong>da</strong>de <strong>em</strong> se pesquisar detalha<strong>da</strong>mente osfatos voltados à <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, fatos esses sendo mais aprofun<strong>da</strong>dosrecent<strong>em</strong>ente <strong>na</strong>s pesquisas de Spadácio (2007) e Carvalho (2009), antessendo encontrados ape<strong>na</strong>s <strong>em</strong> artigos mais antigos, sendo difícil encontrar nosbancos de <strong>da</strong>dos.Com a evolução histórica que pod<strong>em</strong>os ver <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> forense, aperícia odonto <strong>legal</strong> se mostra ca<strong>da</strong> vez mais eficaz <strong>na</strong> identificação de corposdos desastres <strong>em</strong> massa, como pod<strong>em</strong>os ver <strong>em</strong> alguns casos, como o dotsu<strong>na</strong>mi de Sumatra <strong>em</strong> 2004 (RAI,2007), ou a identificação <strong>da</strong>s vítimas do vôoAirbus A320-233 <strong>da</strong> TAM ocorrido no aeroporto de Congonhas <strong>em</strong> 2007(GOMES, 2008), quando a <strong>odontologia</strong> forense foi indispensável, levando a umgrande número de identificações <strong>da</strong>s vítimas.A importância <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> quando <strong>em</strong> situações de desastre sefaz de forma primordial, sendo destacado por Sopher (1972), que é citado porSpadácio (2007), onde ain<strong>da</strong> é afirmado que a identificação é feita com acombi<strong>na</strong>ção de inúmeras características e detalhes o que tor<strong>na</strong> mais fácil econfiável todo o procedimento.


66Martins Filho (2006) ain<strong>da</strong> ressalta que as condições para que umprocesso de identificação seja aplicável ele deve preencher cinco requisitostécnicos que são el<strong>em</strong>entares, que são: unici<strong>da</strong>de, individuali<strong>da</strong>de ouvariabili<strong>da</strong>de; Imutabili<strong>da</strong>de; pereni<strong>da</strong>de (persistência); praticabili<strong>da</strong>de eclassificabili<strong>da</strong>de. A <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> é superior a outros métodos, por ser maisbarata, ser de fácil aplicação e principalmente pela sua confiabili<strong>da</strong>de, noslevando a crer que a sua importância no meio forense tende a crescer ca<strong>da</strong> vezmais.Das técnicas usa<strong>da</strong>s a última a ser leva<strong>da</strong> <strong>em</strong> consideração é a de DNA,visto que ela é mais cara, e antes que ela seja feita t<strong>em</strong> outros métodos quedeverão ser levados <strong>em</strong> conta e que poderão <strong>da</strong>r a confirmação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>dede um indivíduo, a não ser nos casos de carbonização e ou de um corpoexposto por muitos dias a água salga<strong>da</strong>, visto que Vanrell (2002) e Silva (1997)afirmam que estes dois fatores levam a uma degra<strong>da</strong>ção do DNA, e que odente por ter o tecido mais duro do corpo serve de proteção para este materialgenético, sendo muitas vezes a única parte do corpo humano de onde se podeextrair o DNA.Outra técnica importante é a identificação pelas rugas palati<strong>na</strong>s, visto queelas são únicas <strong>em</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo, e Arbenz (1988), que é citado por MartinsFilho (2006) relata que dos métodos de identificação este é um deles quepreenche quase to<strong>da</strong>s a condições e requisitos necessários antes citados,principalmente o <strong>da</strong> pereni<strong>da</strong>de, por ser um tecido de grande resistênciapersistir por vários dias após a morte. No entanto, é importante que a vítimapossua o registro <strong>em</strong> vi<strong>da</strong>, através do modelo <strong>em</strong> gesso ou fotografia.Os conhecimentos a<strong>na</strong>tômicos que são <strong>da</strong>dos pela <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>também são de grande valia, já que <strong>em</strong> desastres <strong>em</strong> massa muitas vezes sãoencontrados ape<strong>na</strong>s partes de corpos, e com as características do crânio épossível se estabelecer o sexo de um indivíduo, sendo o crânio f<strong>em</strong>ininomenos desenvolvido frente ao masculino, Silva (1997) elaborou um quadro defácil comparação <strong>da</strong>s diferenças ósseas do hom<strong>em</strong> e <strong>da</strong> mulher (Quadro 2), oque tor<strong>na</strong> mais simples a verificação, e ain<strong>da</strong>, segundo Silveira (2009), essas


67diferenças do hom<strong>em</strong> e <strong>da</strong> mulher começa a ser perceptíveis ain<strong>da</strong> <strong>na</strong>puber<strong>da</strong>de, nos permitindo desde cedo um diagnóstico do sexo.Vanrell (2002) ain<strong>da</strong> relata que cerca de 77% dos casos que precisam dediagnóstico pod<strong>em</strong> ser feitos pela análise dos el<strong>em</strong>entos do crânio e <strong>da</strong>mandíbula, e ain<strong>da</strong> relata que essa diferença também pode ser feita porcaracterísticas dentárias, logo v<strong>em</strong>os a importância do conhecimentoa<strong>na</strong>tômico para os peritos odonto legais.Outra <strong>da</strong>s vantagens <strong>na</strong> perícia é a estimativa de i<strong>da</strong>de, estudo esse quecomeçou com Nolla (1960) que dividiu <strong>em</strong> 10 fases a mineralização dentária,estudo esse que levou a Nicod<strong>em</strong>o, Moraes e Medici (1974) a elaborar umatabela (Tabela 1) <strong>em</strong> meses <strong>da</strong> época <strong>da</strong> erupção dentária, baseado <strong>na</strong>erupção do brasileiro, o que foi de grande valia para a nossa área,simplificando para se chegar a uma estimativa de i<strong>da</strong>de mais assertiva <strong>na</strong>nossa socie<strong>da</strong>de. A estimativa <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> é mostra<strong>da</strong> por Vanrell (2002)pelo ângulo mandibular, o que pod<strong>em</strong>os ver b<strong>em</strong> <strong>na</strong> figura 6.O que é de grande valor também para a perícia é a estimativa de alturade um indivíduo, utilizando a fórmula de Carrea (1920), que elaborou umatécnica de estimativa de altura com as medi<strong>da</strong>s dos incisivo central, incisivolateral e canino inferior, com as medi<strong>da</strong>s do raio e <strong>da</strong> cor<strong>da</strong>, como pod<strong>em</strong>osobservar <strong>na</strong> figura 7, há vários estudos que tentam <strong>da</strong>r força a essa fórmula,mas também a diferença as vezes é muito discrepante <strong>da</strong> altura <strong>da</strong><strong>da</strong> pelocalculo e <strong>da</strong> altura real, mas ain<strong>da</strong> servindo como apoio <strong>na</strong> perícia,principalmente <strong>em</strong> vítimas carboniza<strong>da</strong>s, que tende a perder uma grandequanti<strong>da</strong>de de massa corporal (SILVEIRA, 2009).Mas a forma mais simples de identificação odonto <strong>legal</strong> é o uso <strong>da</strong> arca<strong>da</strong>dentária com comparação dos procedimentos feitos pelo dentista, mas estacomparação não seria possível se não houvesse uma documentaçãoadequa<strong>da</strong>, visto que a <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong> é uma ciência comparativa, e ca<strong>da</strong>detalhe aju<strong>da</strong> <strong>na</strong> identificação, como tratamentos de ca<strong>na</strong>is, implantes, erestaurações, o que pode se comparar a forma e <strong>em</strong> quais dentes foram feitas,l<strong>em</strong>brando que não existe no mundo mais de uma pessoa com a arca<strong>da</strong> igual(RODRIGUES & MALFATE, 2009)


68To<strong>da</strong>s as técnicas para identificação huma<strong>na</strong> não seriam possíveis se nãoconseguíss<strong>em</strong>os obter o prontuário odontológico <strong>da</strong> suposta vítima, que deveesta s<strong>em</strong>pre atualizado e <strong>em</strong> bom estado de conservação, facilitando assim acomparação feita pelo perito. O conselho Federal de Odontologia deixa claro aimportância de um bom prontuário, <strong>em</strong> 2004 elaborou o que deveria constarnesse prontuário, se tudo o que foi preconizado fosse seguido, o trabalhopericial seria extr<strong>em</strong>amente facilitado nos desastres <strong>em</strong> massa.


CONSIDERAÇÕESFINAIS69


706. CONSIDERAÇÕES FINAIS.Pod<strong>em</strong>os perceber a grande preocupação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de <strong>em</strong> identificarseus mortos, fazendo uso de vários métodos que levaram a criação <strong>da</strong><strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, porque desde a antigui<strong>da</strong>de já havia a preocupação com osdentes, e assim, <strong>na</strong> história pud<strong>em</strong>os ver casos de identificação através <strong>da</strong>cavi<strong>da</strong>de oral, o que foi o início para a história <strong>da</strong> identificação forense <strong>na</strong> áreaodontológica, e v<strong>em</strong>os a sua escala<strong>da</strong> <strong>na</strong> história para se chegar até os dias dehoje, se fazendo indispensável.Há uma constante evolução no meio <strong>da</strong> <strong>odontologia</strong> <strong>legal</strong>, e esta áreatende a ca<strong>da</strong> vez mais se concretizar como meio de identificação, também porcausa de sua gama de aplicabili<strong>da</strong>de no meio forense, podendo nos levar paraeluci<strong>da</strong>ção de fatos, servindo tanto <strong>na</strong> área cível, quanto crimi<strong>na</strong>l.Pod<strong>em</strong>os ver as ótimas características para individualizar a pessoa, tendoa vantag<strong>em</strong> de obter resultados confiáveis, aplicando técnicas de formasimples, tendo uma veloci<strong>da</strong>de rápi<strong>da</strong> de se obter tais resultados, diminuindoassim o t<strong>em</strong>po de confirmação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de de um corpo, o que é umacaracterística extr<strong>em</strong>amente louvável perante um desastre <strong>em</strong> massa, etambém através de seus métodos, a <strong>odontologia</strong> forense se mostra de customais barato e acessível.To<strong>da</strong>s essas ótimas características não adiantariam de <strong>na</strong><strong>da</strong> se nãotivéss<strong>em</strong>os uma documentação atualiza<strong>da</strong> e b<strong>em</strong> conserva<strong>da</strong> para confronto, oque ain<strong>da</strong> t<strong>em</strong> se tor<strong>na</strong>do um obstáculo no meio forense, pela falta depreocupação do odontólogo <strong>em</strong> manter um prontuário adequado, e deve sers<strong>em</strong>pre ensi<strong>na</strong>do aos profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> área que além de servir para nósmesmos de várias formas, até mesmo para nossa própria defesa, éindispensável <strong>na</strong> identificação de corpos pelos peritos odonto legais.


REFERÊNCIAS71


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