leitura literária: um itinerário para formação do leitor

leitura literária: um itinerário para formação do leitor leitura literária: um itinerário para formação do leitor

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Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41281LEITURA LITERÁRIA: UM ITINERÁRIO PARA FORMAÇÃO DOLEITORMaria Aliani Dos Santos (UFRN)1. O VALOR DA LITERATURA NA INFÂNCIAA literatura, palavra lapidada, traduzindo as vivencias sociais de formalúdica, fugaz, artística e engajada com o social é uma das peças importante paraforma a mentalidade do homem de forma critica e reflexiva, além de atribuir o prazerde lê o mundo e senti-lo, a partir da sintonia entre sua experiência com o outro,presente nos textos literários possibilitando o leitor ser coautor das obras que lê, poisagi como participante ativo desse processo de leitura.No texto literário estaremos em contato com uma linguagem conativa, lúdicae plural que leva o leitor a encontra-se, imaginar, viver experiências e serem maispreparados para o enfretamento da realidade, haja vista que lendo ele aprende outrasformas de ser, por que entra num itinerário das palavras e elas vão construindonovas ideias de pensar o mundo.Através dessa percepção temos a necessidade de rompe com a formacristalizada que a literatura é “algo sem valor”, que usamos para passar o tempo, ouaté para ludibriar a prática de ensino na escola. Ela tem o seu valor, nela encontramosmatéria para adentrarmos nas situações tíbias, mascaradas e corrompíveis dasociedade nesse sentido Coelho confirma:Na verdade, desde as origens, a literatura aparece ligada a essafunção essencial: atuar sobre as mentes, nas quais se expandem asemoções, paixões, desejos, sentimentos de toda ordem... No encontrocom a literatura (ou com a arte em geral), os homens têm aoportunidade de ampliar, transforma ou enriquecer sua própria

Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41281LEITURA LITERÁRIA: UM ITINERÁRIO PARA FORMAÇÃO DOLEITORMaria Aliani Dos Santos (UFRN)1. O VALOR DA LITERATURA NA INFÂNCIAA literatura, palavra lapidada, traduzin<strong>do</strong> as vivencias sociais de formalúdica, fugaz, artística e engajada com o social é <strong>um</strong>a das peças importante <strong>para</strong>forma a mentalidade <strong>do</strong> homem de forma critica e reflexiva, além de atribuir o prazerde lê o mun<strong>do</strong> e senti-lo, a partir da sintonia entre sua experiência com o outro,presente nos textos literários possibilitan<strong>do</strong> o <strong>leitor</strong> ser coautor das obras que lê, poisagi como participante ativo desse processo de <strong>leitura</strong>.No texto literário estaremos em contato com <strong>um</strong>a linguagem conativa, lúdicae plural que leva o <strong>leitor</strong> a encontra-se, imaginar, viver experiências e serem maispre<strong>para</strong><strong>do</strong>s <strong>para</strong> o enfretamento da realidade, haja vista que len<strong>do</strong> ele aprende outrasformas de ser, por que entra n<strong>um</strong> <strong>itinerário</strong> das palavras e elas vão construin<strong>do</strong>novas ideias de pensar o mun<strong>do</strong>.Através dessa percepção temos a necessidade de rompe com a formacristalizada que a literatura é “algo sem valor”, que usamos <strong>para</strong> passar o tempo, ouaté <strong>para</strong> ludibriar a prática de ensino na escola. Ela tem o seu valor, nela encontramosmatéria <strong>para</strong> adentrarmos nas situações tíbias, mascaradas e corrompíveis dasociedade nesse senti<strong>do</strong> Coelho confirma:Na verdade, desde as origens, a literatura aparece ligada a essafunção essencial: atuar sobre as mentes, nas quais se expandem asemoções, paixões, desejos, sentimentos de toda ordem... No encontrocom a literatura (ou com a arte em geral), os homens têm aoportunidade de ampliar, transforma ou enriquecer sua própria


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41282experiência de vida, em grau de intensidade não igualada pornenh<strong>um</strong>a outra atividade. (COELHO, 2000, p.29)O seu valor não se encontra apenas no momento que se lê é transcendente eatinge o indivíduo como <strong>um</strong> to<strong>do</strong> desata os nós da “educação”, contribui <strong>para</strong> ocrescimento pessoal e intelectual. Não congela o rio da vida muito pelo contrário fazflui água <strong>para</strong> clarear as possibilidades <strong>do</strong> viver. Além disso, possibilita por meio <strong>do</strong>lúdico nomeia situações nubladas e dentro da categoria infantil permiti a criançaviver sentimentos, me<strong>do</strong>s, perdas, ou seja, experiências que ajudará a conviver comessas realidades na sua fase adulta.Portanto, quan<strong>do</strong> nos alimentamos da ficção adquirimos outra visão demun<strong>do</strong>, a literatura tem o poder de transformar o ser, embuti lhe <strong>um</strong> olhar críticoque passará a ser capaz de transgredir o sistema de conformismo e os discursos daselites <strong>do</strong>minantes afirma CULLER (1999, p.45) “a literatura é o veículo de ideologia”.Para adentramos na naturalidade da literatura infantil é preciso compreenderque a infância é a fase mais importante <strong>do</strong> homem, pois é nela que se constrói aidentidade, personalidade, gostos, desejos, os valores e capacidade de administrar asperdas. Essa época da vida necessita ser vivida de forma saudável, educativa evalorizada, já que suas marcas irão constituir toda <strong>um</strong>a vivencia de si e <strong>do</strong>s outros. Ainfância vivida em s<strong>um</strong>a essência trás ganhos frutuosos <strong>para</strong> a fase adulta de <strong>um</strong>sujeito.A criança possui peculiaridades especificas desse momento e limitações <strong>para</strong>determina<strong>do</strong>s atributos inseri<strong>do</strong>s pelos adultos como o trabalho infantil, situação quecorroí a fase mais sensível <strong>do</strong> ser, deixan<strong>do</strong>-o subjuga<strong>do</strong> na prática social. Por muitotempo a criança foi considerada segun<strong>do</strong> Cademartori (1986, p.19) “adultos emminiaturas e não tinha o direito a voz”, ou seja, sua forma de pensar era coloca amargem. Por isso, os primeiros textos <strong>para</strong> esse público foram repletos depensamentos “adultos” deixan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a lacuna <strong>para</strong> o que de fato sentia e pensava acriança confirman<strong>do</strong> essa reflexão temos:


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41283[...] os homens <strong>do</strong>s séculos X-XI não se determina diante da imagemda infância, que não tinha <strong>para</strong> eles interesse, nem mesmo realidade.Isso faz pensar também que no <strong>do</strong>mínio da vida real e não maisapenas no de <strong>um</strong>a transposição estética, a infância era <strong>um</strong> perío<strong>do</strong> detransição, logo perdida”. ( ARIÉS, 1986, p.52)Essa ideologia sem dúvida trouxe nos primeiros textos a função pedagógica eutilitária com <strong>um</strong> olhar estreitamente adulta. Entretanto o reconhecimento dainfância juntamente com as transformações sociais possibilitou: encontrar na palavra<strong>um</strong>a forma de registrar o mun<strong>do</strong> da criança. Assim, surgiu os escritores volta<strong>do</strong>sespecialmente <strong>para</strong> esse público.No Brasil a produção de textos infantis consoli<strong>do</strong>u-se a partir daProclamação da Republica, antes apenas existia as traduções adaptações <strong>do</strong>s textoseuropeus, nesse momento surgiu grandes escritores como Monteiro Lobatopreocupa<strong>do</strong> em escreve histórias <strong>para</strong> crianças com <strong>um</strong>a linguagem simples, atraentee de fácil compreensão, mas que registrasse os pensamentos e os sentimentos dainfância, contribuin<strong>do</strong> diretamente na <strong>formação</strong> da literatura infantil brasileira.A partir de Lobato intensificou a produção e vários autores de literaturainfantil surgiram como Ana Maria Macha<strong>do</strong>, Ziral<strong>do</strong>, Ruth Rocha, Lygia Bojunga,Bartolomeu Campos Queirós, Marina Colasanti entre outros, to<strong>do</strong>s sensíveis aomun<strong>do</strong> <strong>do</strong> faz de conta, <strong>do</strong> lúdico, das aspirações e conflitos das crianças nafinalidade de atrair o <strong>leitor</strong> mirim. Eles transfiguram as temáticas de forma lúdicacom <strong>um</strong>a linguagem cria<strong>do</strong>ra e muitas vezes poética que atingir a criança e levan<strong>do</strong> asentir e viver experiências <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da ficção, as quais se aproximam de seucotidiano.A literatura infantil transita entre o rio de água da criança e asincompreensões <strong>do</strong>s adultos em entende essa fase, por isso ela tem <strong>um</strong> valorgrandioso, traduzir a vida, a imaginação da infância, tornar mais frutuosa a sua


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41284época, desenvolver a mentalidade e possibilitar o encontro com si e os outros, assimcompreendemos ser <strong>um</strong>a das bases <strong>para</strong> a <strong>formação</strong> <strong>do</strong> homem.As obras infantis trazem as marcas das crianças através das palavras eimagens descortinam os preconceitos, injustiças, sonhos, insatisfações, raivas, perdas,me<strong>do</strong>s e alegrias desse esta<strong>do</strong> de vida que ainda é marginaliza<strong>do</strong>, deprecia<strong>do</strong>,massacra<strong>do</strong> por parte <strong>do</strong>s adultos (pais, professores, avôs, tios, irmãos...), os quaisficam omissos da suas responsabilidades. Portanto, é len<strong>do</strong> a literatura infantil que:[...] de maneira lúdica, fácil e inconscientes, leva seus pequenos<strong>leitor</strong>es a perceberem e a interrogarem a si mesmo e ao mun<strong>do</strong> que osrodeia, orientan<strong>do</strong> seus interesses, suas aspirações, sua necessidadede autoafirmação, ao lhes propor objetivos, ideais ou formaspossíveis ( ou desejáveis) de participação social. (PONDE, 1980, p.4)2. LEITURA LITERÁRIA: DESCOBERTA DE SI E O OUTROA <strong>leitura</strong> é <strong>um</strong>a atividade que necessita de concentração e de certa forma de<strong>um</strong> “isolamento” <strong>do</strong> sujeito e <strong>para</strong> que possa efetivar-se o <strong>leitor</strong> vivencia alg<strong>um</strong>aetapa, segun<strong>do</strong> Jouve (2002,p.17) “A <strong>leitura</strong> é <strong>um</strong>a atividade complexa, plural, que sedesenvolve em várias direções”. Compreendemos então que <strong>para</strong> ela se realizar éfundamental o desenvolvimento <strong>do</strong> aparelho visual e <strong>um</strong> apto funcionamento <strong>do</strong>cérebro, esses pontos levam ao deciframento <strong>do</strong>s signos por parte <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, esses sãoaspectos <strong>do</strong>s momentos em que a <strong>leitura</strong> se inicia.Assim, a <strong>leitura</strong> é <strong>um</strong> processo complexo de se estabelecer, pois <strong>leitor</strong> precisadesenvolver alg<strong>um</strong>as competências, a decodificação <strong>do</strong> signo, construir <strong>um</strong> senti<strong>do</strong> etrazer <strong>um</strong> significa<strong>do</strong> <strong>para</strong> sua vida. Esses estágios não são adquiri<strong>do</strong>s de maneirarápida é preciso estimulo desejo, incentivo <strong>do</strong> professor e vontade por parte <strong>do</strong>futuro <strong>leitor</strong>.Porém, ao passo que o ser infantil (<strong>leitor</strong>) consegue ir superan<strong>do</strong> essesestágios vai penetran<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> da <strong>leitura</strong>, o qual permite ir ao encontro da


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41285verdade. E len<strong>do</strong> ele consegue encontra-se dentro <strong>do</strong>s conflitos das histórias viver asaventuras, descobertas junto com os personagens e nisso adquiri <strong>um</strong> repertorio que ofaz ser outro, pois se reconheceu e viveu fatos, o quais possibilitam voltar <strong>para</strong> ocotidiano mais “pre<strong>para</strong><strong>do</strong>” <strong>para</strong> enfrentar as dificuldades, incompreensões dainfância é isso que faz segun<strong>do</strong> Cosson ( 2 006, p. 36) “ da <strong>leitura</strong> <strong>literária</strong> <strong>um</strong>aatividade de prazer e conhecimento singulares”.A <strong>leitura</strong> é <strong>um</strong> grande fenômeno simultaneamente cognitivo e social quepermite adentrar na superfície <strong>do</strong> texto, na sintonia <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> e extrai <strong>um</strong>significa<strong>do</strong> <strong>para</strong> si e o outro. Assim, a <strong>leitura</strong> <strong>literária</strong>, vida por palavras, só temsenti<strong>do</strong> se o sujeito tiver acesso ao livro, <strong>do</strong>minar os signos, se dispor a busca-la elevar essa materialidade <strong>para</strong> o contexto que vive. Ao contrário ele fica estático, ouseja, sem vida. Por isso, ela tem <strong>um</strong>a sincronia com o <strong>leitor</strong>, só é possível serconstruída na justaposição entre texto e <strong>leitor</strong>, desse mo<strong>do</strong> Cosson (2006, p, 39) “lerdepende mais <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> <strong>do</strong> que <strong>do</strong> texto”.3. LENDO LITERATURA INFANTIL NA SALA DE AULAA <strong>leitura</strong>, de forma geral, é vista como <strong>um</strong>a tortura quan<strong>do</strong> pensamos em<strong>leitura</strong> <strong>literária</strong> a problemática é bem mais intensa, pois o <strong>leitor</strong> precisa serestimula<strong>do</strong> a ter contato com os diversos gêneros literários e ler por prazer <strong>para</strong> elase realizar em sua plenitude tem de haver <strong>um</strong>a espécie de preenchimento, isto é, otexto precisa completar o indivíduo de tal maneira que ele possa nesse processoexperimentar o extra textual sanan<strong>do</strong> suas lacunas. A esse respeito Martins (1994,p.82) comenta: “[...] <strong>para</strong> a <strong>leitura</strong> se efetivar, deve preencher <strong>um</strong>a lacuna em nossavida, precisa vir ao encontro de <strong>um</strong>a necessidade, de <strong>um</strong> desejo de expansãosensorial, emocional ou racional, de vontade de conhecer mais”.Assim, é fundamental que os professores de língua portuguesa e literaturapossam desenvolver <strong>um</strong> trabalho de <strong>leitura</strong> que revele aos educan<strong>do</strong>s essa


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41286necessidade, mas esse processo de <strong>leitura</strong> dificilmente se concretiza de formasatisfatória, pois é possível nos de<strong>para</strong>rmos com professores com práticasmeto<strong>do</strong>lógicas, massacrantes, principalmente quan<strong>do</strong> se refere à <strong>leitura</strong> <strong>literária</strong>.O fato de grande parte desses <strong>do</strong>centes não serem <strong>leitor</strong>es e principalmente<strong>leitor</strong>es de literatura infantil, conhecerem poucos autores, ou quase nenh<strong>um</strong>, que sedestina a escrever <strong>para</strong> crianças, consequentemente não sabem como utilizar essestextos na sala de aula. Sobre isso Amarilha (1997, p.25) ressalta “[...] professores semprazer não podem forma <strong>leitor</strong>es desejantes”.Assim, se o professor não tem contato com esse gênero não poderá propiciara trans<strong>formação</strong> <strong>do</strong> ser pela palavra. Os alunos necessitam de alguém que lhesajudem de forma continuada e encorajem <strong>para</strong> realizarem as descobertas e o senti<strong>do</strong>de alg<strong>um</strong>a coisa, além disso, Colomer (2008, p.45) comenta: “ A escola deve ensinarmais <strong>do</strong> que literatura é ler literatura, pois a finalidade da educação <strong>literária</strong> é forma<strong>um</strong> <strong>leitor</strong> competente”. A partir dessa percepção elencamos alguns pontos quecontribuem <strong>para</strong> a <strong>formação</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> por meio da <strong>leitura</strong> <strong>literária</strong>: É preciso fazer <strong>um</strong>a <strong>leitura</strong> da obra <strong>literária</strong> antes de levar <strong>para</strong>sala de aula e pesquisar sobre o autor; Selecionar o livro a partir <strong>do</strong> tema (h<strong>um</strong>or, trágico, inespera<strong>do</strong>,drama...) e adequa-lo ao público, levan<strong>do</strong> em consideração a faixaetária das crianças; Criar <strong>um</strong> clima; Saber usar a voz e priorizar o conflito; Transmitir o seu envolvimento com a <strong>leitura</strong>; Deixar os futuros <strong>leitor</strong>es atentos e motiva<strong>do</strong>s <strong>para</strong> lerEsses pontos são caminhos <strong>para</strong> a <strong>leitura</strong> chegar ao aluno a esse respeitoacrescenta Abramovich (2009, p .16) “Claro que se pode contar qualquer história àcriança: c<strong>um</strong>prida, curta de muito antigamente ou <strong>do</strong>s dias de hoje, contos de fadas,de fantasma, realista, lendas, histórias em forma de poesia ou prosa...”.


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41287Assim, abordaremos como sugestão de <strong>leitura</strong> o romance, Bem <strong>do</strong> seuTamanho ( 1991) de Ana Maria Macha<strong>do</strong> <strong>para</strong> alunos <strong>do</strong> 5º ano <strong>do</strong> EnsinoFundamental. Ao eleger esse livro o professor deve fazer sua <strong>leitura</strong> e re<strong>leitura</strong> eestu<strong>do</strong> da narrativa e da escritora, busca o máximo de in<strong>formação</strong> <strong>para</strong> estásubstancialmente recheada de ideias <strong>para</strong> pode estimular os alunos a lerem.Inicialmente pode ser conversar sobre a ideia <strong>do</strong> tamanho, já que essa é a temáticacentral <strong>do</strong> livro, essa postura possibilita atrair o aluno <strong>para</strong> o universo bem próximoda obra a ser trabalhada. Em seguida levar <strong>um</strong>a ilustração <strong>do</strong> livro <strong>para</strong> estabelecer acuriosidade ir ao apresentar <strong>um</strong>a imagem como essa:Pode abordar <strong>um</strong>a discussão sobre o tamanho, família, atividades destinadas<strong>para</strong> homem e <strong>para</strong> mulheres, o papel da mãe e <strong>do</strong> pai, em fim possui várias ideias<strong>para</strong> serem exploradas em conversas antes de inserir o livro. Após essa etapa leva olivro <strong>para</strong> sala de aula e caso possam adquiri-lo a professora pode fazer o pedi<strong>do</strong> naeditora, caso contrário tira a cópia, embora não substitui o livro, mas é <strong>um</strong>a forma deestreita a distancia <strong>do</strong> aluno com a <strong>leitura</strong>. A cada aula lê <strong>um</strong> capítulo discutir e emseguida eles podem continuar a <strong>leitura</strong> em casa, ou até mesmo fazer a re<strong>leitura</strong>.Lembran<strong>do</strong> que o clima de curiosidade, sobre qual o tamanho real de Helena, apersonagem protagonista, deve continua, pois <strong>para</strong> o processo de <strong>leitura</strong> se realizar o<strong>leitor</strong> precisa se envolver em <strong>um</strong> jogo:Esse jogo entre o <strong>leitor</strong>-<strong>um</strong> <strong>do</strong>s charmes essenciais da <strong>leitura</strong>- estátotalmente fundamenta<strong>do</strong> na linearidade da narrativa. A dimensãolúdica <strong>do</strong> texto deve muito à <strong>leitura</strong> inocente. Como isso esse <strong>leitor</strong>conseguirá vivenciar os percursos da <strong>leitura</strong> e de “inocente ser <strong>um</strong><strong>leitor</strong> experiente. (Jouve,2002, p, 29)


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41288Esse seria <strong>um</strong> <strong>do</strong>s <strong>itinerário</strong>s <strong>para</strong> formar <strong>um</strong> <strong>leitor</strong> na sala de aula e comoconcretização da <strong>leitura</strong> os alunos podem ser dividi<strong>do</strong>s em grupo de 7 quecorrespondem a mês quantidade de capítulos <strong>do</strong> livro, cada grupo construí <strong>um</strong>amaquete de cada capítulo, trazen<strong>do</strong> suas <strong>leitura</strong>s e posicionamento <strong>do</strong> quecompreenderam, fazen<strong>do</strong> <strong>um</strong>a socialização das experiências, cada falan<strong>do</strong> da suavivência como texto literário sobre isso temos em[...] que o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto é a experiência <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> ( <strong>um</strong>a experiênciaque inclui hesitações, conjecturas e autocorreções). Se <strong>um</strong>a obra<strong>literária</strong> é concebida como <strong>um</strong>a sucessão de ações sobre oentendimento de <strong>um</strong> <strong>leitor</strong>, então <strong>um</strong>a interpretação da obra pode ser<strong>um</strong>a história desse encontro, com seus altos e baixos; diversasconvenções ou expectativas são postas em jogo, ligações sãopostuladas, e expectativas derrotadas ou confirmadas. Interpretar<strong>um</strong>a obra é contar <strong>um</strong>a história de <strong>leitura</strong>. (Culler, 1999, p.660)A partir dessa colocação os alunos interpretaram o livro Bem <strong>do</strong> seuTamanho (1991) de Ana Maria Macha<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> seu horizonte de expectativa“materializan<strong>do</strong>” a <strong>leitura</strong> através das maquetes. Além disso, o professor podeculminar essa atividade com <strong>um</strong>a exposição <strong>do</strong>s trabalhos <strong>para</strong> os pais e acomunidade da escola, a qual deixará o aluno/ <strong>leitor</strong> satisfeito e estimula<strong>do</strong> acontinuar sua trajetória de <strong>leitura</strong>.Nesse contexto podemos afirma a importância da literatura infantil nessafase da <strong>formação</strong> <strong>do</strong> aluno, pois o texto literário chama a atenção <strong>do</strong> aluno <strong>para</strong> olúdico e a criticidade das obras, fugin<strong>do</strong>, portanto, <strong>do</strong> pragmatismo que impera noslivros didáticos permite a criança a vivência <strong>do</strong> jogo, da brincadeira, <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>faz-de-conta.REFERÊNCIAS


Anais Eletrônicos <strong>do</strong> IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41289ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices, São Paulo:Scipione, 2009.AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica.Natal: EDUFRN, 1997.ARIÉS. Philippe. Sentimento de infância: História social da criança e da família.2ªed. Rio de Janeiro: 1986.CADEMARTORI, Lígia. O que é literatura infantil, São Paulo: Brasiliense, 1996.COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, São Paulo: Moderna,2000.COSSOM, Ril<strong>do</strong>. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.COLOMER, Tereza. Andar entre livros: a <strong>leitura</strong> na escola. São Paulo: Global, 2007.CULLER, Jonathan. Teoria <strong>literária</strong>: <strong>um</strong>a introdução. In: Sandra Vasconcelos(org e traduções). São Paulo: Beca, 1999.JOUVE, Vincent. A <strong>leitura</strong>. Tradução Brigitte Hervor. São Paulo: UNESP, 2002.MARTINS, Maria Helena. O que é <strong>leitura</strong>. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.PONDE, Gloria M.F Lorz. A literatura infantil abertura <strong>para</strong> a <strong>formação</strong> de <strong>um</strong>anova mentalidade. Revista tempo brasileiro, Rio de Janeiro: 63, 1980: p.4.

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