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Segundo Georg Simmel, em “A Filosofia da Paisagem” - GPIT

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múltiplas combinações por superposição, substituição ou composição, a ci<strong>da</strong>de, enquantomateriali<strong>da</strong>de, é composta por várias cama<strong>da</strong>s, mais ou menos aparentes. Se as formas sealteram pela ação do t<strong>em</strong>po sobre o espaço, as funções e significados também setransformam, fazendo com que a ci<strong>da</strong>de esteja constant<strong>em</strong>ente se refazendo.Nessa construção, a paisag<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>porânea é concebi<strong>da</strong> como uma paisag<strong>em</strong> híbri<strong>da</strong>,um palimpsesto, “uma paisag<strong>em</strong> de mil folhas” que exige a convivência de váriaspaisagens, ritmos, percepções, escalas e perspectivas (LUCHIARI, 2001). Ao contrário doque nos fez acreditar o projeto de moderni<strong>da</strong>de, a natureza não está mais “fora” para serdomina<strong>da</strong>, a socie<strong>da</strong>de e a natureza agora dev<strong>em</strong> ser vistas de forma integra<strong>da</strong> e o olharsobre a paisag<strong>em</strong> nos permite esta integração e uma possibili<strong>da</strong>de de reconciliação entresujeito e objeto. Reside nesse potencial um campo de revisitação <strong>da</strong>s práticas queexerc<strong>em</strong>os e <strong>da</strong> idéia de paisag<strong>em</strong> que propagamos ao longo do t<strong>em</strong>po enquanto umarelação entre natureza e cultura.3. Apontamentos sobre o conceito de paisag<strong>em</strong>A paisag<strong>em</strong> enquanto representação resulta <strong>da</strong> apreensão do olhar, é umenquadramento, uma seleção que existe a partir do indivíduo que organiza, combina epromove arranjos de conteúdo e forma. Comporta uma plurali<strong>da</strong>de s<strong>em</strong>ântica, s<strong>em</strong>preassocia<strong>da</strong> à idéia de recorte espacial, b<strong>em</strong> como evoca o caráter de coleção e conjunto.Entretanto, sua representação também comporta aspectos subjetivos, pois r<strong>em</strong>ete aouniverso do simbólico.<strong>Segundo</strong> <strong>Georg</strong> <strong>Simmel</strong>, <strong>em</strong> <strong>“A</strong> <strong>Filosofia</strong> <strong>da</strong> Paisag<strong>em</strong>” ii , para que se adquira aconsciência para “ver uma paisag<strong>em</strong>”, precisamos que um certo conteúdo do campo devisão cative o nosso espírito e tenha, além dos el<strong>em</strong>entos, um novo conjunto, uma novauni<strong>da</strong>de. “Um pe<strong>da</strong>ço de natureza”, conforme o autor argumenta, trata-se de umacontradição, pois a “natureza não t<strong>em</strong> pe<strong>da</strong>ços, ela é a uni<strong>da</strong>de de um todo”, e ao destacarlheum fragmento, este não será mais inteiramente natureza. Assim, olhar como umapaisag<strong>em</strong> é considerar uma parcela de natureza como uma uni<strong>da</strong>de. Para <strong>Simmel</strong> o quepermite um determinado “pe<strong>da</strong>ço de natureza” constituir-se <strong>em</strong> uma paisag<strong>em</strong> é umsentimento <strong>da</strong> ord<strong>em</strong> <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> afetivi<strong>da</strong>de, ao qual o autor denominaStimmung, um estado de espírito, tom, tonali<strong>da</strong>de, sentimento pessoal.4

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