9 8A n oT a x a d e d e s e mp r e g o ( % )2 0 0 0 5 . 72 0 0 1 5 . 32 0 0 2 5 . 12 0 0 3 5 . 12 0 0 4 6 . 12 0 0 5 6 . 22 0 0 6 5 . 72 0 0 7 3 . 82 0 0 8 3 . 5A c o a l i z ã o l i b e r a l a t u o u e m o u t r a s f r e n t e s , a l é m d ai n d i c a d a . O b t e v e m e l h o r i a n a c o m p o s i ç ã o d a i m i g r a ç ã o ,e n q u a d r a n d o - a n o s m a r c o s d a s n e c e s s i d a d e s e c o n ô m i c a s d o p a í s , ep r o c e d e u t a m b é m a u m a r e f o r m a m u n i c i p a l , t e n d o c o m o o b j e t i v oa s s e g u r a r a s o b r e v i v ê n c i a d a s p e q u e n a s u n i d a d e s .E m b o r a o q u a d r o p o l í t i c o r e c e n t e d i r e c i o n e - s e n o s e n t i d od o m o d e l o d a a l t e r n â n c i a n o p o d e r e n t r e l i b e r a i s ( c o n s e r v a d o r e s ) es o c i a i s d e m o c r a t a s , n ã o s e p o d e r i a c o n c l u i r q u e s e t r a t a d et e n d ê n c i a f i r m e . O s i s t e m a p o l í t i c o p e r m a n e c e f r a g m e n t a d o a ot e m p o e m q u e n ã o h á i n d í c i o s d e q u e o P S D t r i l h a r i a o c a m i n h o d am o d e r n i z a ç ã o , n a l i n h a d o P S D A l e m ã o e d o t r a b a l h i s m o i n g l ê s .ESPANHAA Espanha viveu sucessivas guerras civis no século XIX, não tendo sidoconseguida a institucionalização da monarquia constitucional. Em meio aos conflitosarmados, é proclamada a República em 1870. Esta, entretanto, somente perduraria porapenas dois anos. Num único ano o país chegou a ter cinco Presi<strong>de</strong>ntes da República; osgovernos não se sustentavam e algumas províncias <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> acatar a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Madrid. Em 1875 um golpe militar dissolve as Cortes, sendo restaurada a monarquia.O país não chegou a dispor <strong>de</strong> uma autêntica tradição liberal, predominando o<strong>de</strong>mocratismo que tanta influência exerceria em Portugal no mesmo período, vale dizer,tratava-se <strong>de</strong> fenômeno ibérico/francês. Os liberais aparecem como uma força minoritária.Antes do fim do século, os republicanos dispõem <strong>de</strong> uma sólida representaçãoparlamentar e entram em cena os socialistas, em cujo seio são muito fortes as tendênciasanarquistas. Entre os católicos, aparece também uma tendência radical, favorável àviolência, que iria contribuir para tornar a situação ainda mais complexa. Liberais econservadores sustentam a monarquia constitucional, mas revelam-se incapazes <strong>de</strong>promover gran<strong>de</strong>s reformas. Fracassaram as tentativas <strong>de</strong> quebrar o po<strong>de</strong>r local doscaciques e dar maior autenticida<strong>de</strong> ao processo eleitoral. Ainda assim, esse sistemasustentou-se por algumas décadas. Das várias crises que impõem a suspensão das garantias
9 9constitucionais, não resulta a quebra da or<strong>de</strong>m institucional. Contudo, a presençaanarquista acabaria levando à sua <strong>de</strong>rrocada.A Confe<strong>de</strong>ração Nacional do Trabalho organiza-se em 1911 e chegarapidamente a agrupar mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> trabalhadores. Embora tivessem uma gran<strong>de</strong>presença nessa entida<strong>de</strong>, os anarquistas formaram uma outra agremiação, a Fe<strong>de</strong>raçãoAnarquista Ibérica, que adota métodos <strong>de</strong> trabalho clan<strong>de</strong>stinos e se propõe abertamente areunir homens <strong>de</strong> ação, dispostos a mudar o curso da história pela violência. A FAIconsi<strong>de</strong>ra o assassinato político como uma forma privilegiada <strong>de</strong> luta. Em 1912, osanarquistas conseguem matar o chefe da ala esquerda do Partido Liberal, José CanalejasMen<strong>de</strong>z (1845/1912), que se notabilizara pelo combate aos extremismos, tanto anarquistacomo católico, e estivera à frente <strong>de</strong> alguns governos. A morte <strong>de</strong> Canalejas comoveu opaís, mas não trouxe maiores conseqüências. Contudo, o assassinato <strong>de</strong> Eduardo DatoIrandier (1856/1921), chefe do Partido Conservador, feriu <strong>de</strong> morte o regime.A revolta militar <strong>de</strong> 1923 levou ao estabelecimento da ditadura <strong>de</strong> PrimoRivera, que dura até 1930. A crise <strong>de</strong> 1929 trouxe graves problemas ao país; Rivera per<strong>de</strong> ocontrole da situação militar, renuncia e exila-se na França, on<strong>de</strong> viria a falecer logo <strong>de</strong>pois.Valendo-se da circunstância, os republicanos organizam um Comitê Revolucionário que,logo <strong>de</strong>pois, em 1931, <strong>de</strong>rroca a monarquia.Nas eleições parlamentares <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1931, a coalizão republicana <strong>de</strong>esquerda conseguiu larga maioria (315 ca<strong>de</strong>iras – quase 70% - num total <strong>de</strong> 466). Acoalizão era entretanto muito precária. Os comunistas tentaram apossar-se do po<strong>de</strong>r numarevolta que eclodiu em janeiro <strong>de</strong> 1932, tendo fracassado. Os anarquistas, por sua vez,mantinham inalterada sua linha <strong>de</strong> atuação política, <strong>de</strong>sinteressando-se da sorte daRepública. Em agosto era a vez da extrema direita levantar-se em armas. Os republicanosestavam assim colocados entre dois fogos.A República <strong>de</strong>u curso a importantes reformas que vinham sendo postergadas<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século passado. Aboliu-se a religião oficial. O caminho da autonomia dasprovíncias, que se revelara um dos focos da instabilida<strong>de</strong>, foi equacionado <strong>de</strong> modoconsensual. Foram abolidos os títulos <strong>de</strong> nobreza. Introduziu-se o escrutínio universal, paraambos os sexos, a partir dos 23 anos. A educação primária foi tornada secular ecompulsória.O Presi<strong>de</strong>nte da República era eleito pelo Congresso e o governo obrigado aobter maioria parlamentar. O Presi<strong>de</strong>nte dispunha da prerrogativa <strong>de</strong> dissolver oParlamento.A separação entre a Igreja e o Estado revelou-se muito complexa. Vigorava atéentão o sistema do padroado, isto é, os sacerdotes eram funcionários públicos. Além daeliminação <strong>de</strong>ssa praxe, a República dissolveu as or<strong>de</strong>ns religiosas que prestavamobediência a autorida<strong>de</strong>s estrangeiras. Permitiu-se a ingerência oficial na proprieda<strong>de</strong>eclesiástica. Como o país era majoritariamente católico e a Igreja extremamenteconservadora, criou-se uma sólida base social <strong>de</strong> oposição à República. Nas eleiçõesmunicipais <strong>de</strong> 1933, os conservadores obtêm maioria.Nas eleições parlamentares <strong>de</strong> 1933, ocorre a vitória das agremiaçõesconservadoras parte dos quais alia-se aos republicanos, permitindo-lhes formar o governo.Os agrupamentos mais radicais da esquerda reagem violentamente, conseguindo inclusiveque a Catalunha se <strong>de</strong>clare in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. O governo central reage e consegue <strong>de</strong>rrotar osinsurretos. Mas sem o apoio da esquerda e a franca <strong>de</strong>sconfiança dos conservadores, osministérios não se sustentam. Apenas no ano <strong>de</strong> 1935, alternam-se no po<strong>de</strong>r nada menos
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