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A Questão Democrática, 2010. - Instituto de Humanidades

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5 0consultei, objetam a essa restrição que, criadas num ambiente que além <strong>de</strong> nãocon<strong>de</strong>nar a riqueza até a exalta (ao contrário do que se dá nos lares católicos),<strong>de</strong>ntre as novas gerações dali saídas, as pessoas que tiverem vocação empresarialseguirão esse curso sem hesitação. Assim, o <strong>de</strong>sfecho seria possível, não a curtoprazo. Naturalmente é muito difícil formar opinião acerca <strong>de</strong> tema tãocontroverso. Contudo, assiste-se a pouco mais que a con<strong>de</strong>nação do fenômenopela imprensa e os meios <strong>de</strong> comunicação em geral.Referência bibliográfica finalTambém a <strong>de</strong>pendência da consolidação do sistema <strong>de</strong>mocráticorepresentativo<strong>de</strong> base moral que a favoreça tem sido assinalada na bibliografiarecente. Refiro apenas um dos últimos livros <strong>de</strong> Samuel Huntington - The ThirdWave: <strong>de</strong>mocratization in the late twentieth century (1991), editado no Brasilpela Ática (1994). A exemplo do capitalismo, <strong>de</strong> igual modo a <strong>de</strong>mocracia não édada a todos. Embora Huntington siga a tradição da ciência política norteamericana,ao preferir mo<strong>de</strong>los quantificáveis, sua análise evi<strong>de</strong>ncia quedificilmente po<strong>de</strong>rá haver sistemas políticos <strong>de</strong>mocráticos na África, na quasetotalida<strong>de</strong> da Ásia e mesmo na América Latina.Mario Gondona publicou As condições culturais do <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico (Buenos Aires, 1999). Ainda que esteja preocupado sobretudo com aArgentina - caso extremo <strong>de</strong> um país que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tornar-se <strong>de</strong>senvolvidoregressou ao sub<strong>de</strong>senvolvimento - apresenta esta tipologia das teorias quepreten<strong>de</strong>m dar conta do <strong>de</strong>senvolvimento: estruturalismo, institucionalismo eculturalismo. Arrola o marxismo como estruturalista; os institucionalistasenfatizariam os aspectos políticos, referindo a Huntington e Dahl. Finalmente osculturalistas <strong>de</strong>stacariam as questões morais que buscamos enfatizar. A matrizbásica proviria <strong>de</strong> Max Weber, referindo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> autor5escontemporâneos que po<strong>de</strong>riam ser assim classificados.A Editora da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrina, que obe<strong>de</strong>ce à competentedireção <strong>de</strong> Leonardo Prota, programou a edição <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> Robert Nisbet<strong>de</strong>dicados ao tema "mudança social". Carlos Henrique Cardim, na década <strong>de</strong>setenta e começos da seguinte, incluiu Nisbet entre os autores contemporâneosque procurou divulgar n o Brasil em caráter pioneiro. Embora a Editora da UnBtenha <strong>de</strong> certa forma regressado ao seu projeto original, Nisbet não se encontraentre as reedições. Cardim havia publicado dois <strong>de</strong> seus livros: Os filósofossociais e História da idéia <strong>de</strong> progresso.Nos textos selecionados por Prota, Nisbet atribui a seu mestreFre<strong>de</strong>rick J. Teggart (1870/1946) o mérito <strong>de</strong> ter situado o <strong>de</strong>bate da mudançasocial em ternos renovadores e <strong>de</strong> comprovado valor heurístico. Irlandês <strong>de</strong>nascimento, sua família fazia parte <strong>de</strong> um contingente <strong>de</strong> emigrantes que chegouaos Estados Unidos em 1888. Concluiu a formação acadêmica em Stanford eintegrou-se ao Corpo Docente daquela Universida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> criou o Departamento<strong>de</strong> Instituições Sociais e formou um grupo notável <strong>de</strong> sociólogos.Em síntese, Teggart observou que as teorias relacionadas aos cicloshistóricos - que culminaram com Comte e Marx, passando pelas hipótesesmilenaristas do tipo da que foi formulada por Joaquim <strong>de</strong> Fiori - dissociaram-seinteiramente do próprio processo histórico, atingindo graus crescentes <strong>de</strong>arbitrarieda<strong>de</strong>. O cerne daquelas teorias consiste na hipótese <strong>de</strong> que o própriociclo histórico conteria os elementos <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> seu esgotamento esubstituição. Nisbet as reúne sob uma única <strong>de</strong>nominação, a saber: teorias do

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