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PLANO ESTRATÉGICO2010-2015FundaçãoFé e Cooperação


ÍNDICE1. Introdução 52. Sumário executivo 73. Breve história da <strong>FEC</strong> 94. Visão, Missão, Valores e Princípios 115. Cooperação para o Desenvolvimento 175.1. Educação 205.2. Capacitação Institucional 235.3. Saúde 255.4. Temáticas Transversais 275.5. Países de Actuação 295.6. Cadeia de Valor 305.7. Parcerias Estratégicas 315.8. Inovação e Iniciativas 32


1. INTRODUÇÃOOPlano Estratégico 2010-2015,cuja síntese apresentamosneste documento, resulta de umtrabalho e exercício colectivo detodos aqueles que colaboram com a <strong>FEC</strong> econtribuem, de forma directa ou indirecta,para a realização da sua missão.De facto, através de meios formais ou informais,foram muitos e diversos os contributospara este Plano Estratégico. Estes vieram de“Agora nós damos as aulas emportuguês…Eu antes da formação da <strong>FEC</strong>tinha receio em falar português, depois daformação perdi o receio…”Mário Wagna, Professor do Ensino BásicoAvaliação de Impacto da Intervenção da <strong>FEC</strong>na região de Oio, Guiné-Bissau 2009vários horizontes geográficos, institucionais e individuais: colaboradores (actuais e antigos) da<strong>FEC</strong>, parceiros nacionais e internacionais, Conselho de Fundadores, Conselho de Administração,ONG nacionais e estrangeiras, financiadores e doadores. Numa rede de diálogo, questionamentoe entusiasmo, a diversidade e pluralidade de vozes que caracteriza e envolve uma organizaçãocomo a <strong>FEC</strong> foram dando corpo a um plano comum. A todos, uma palavra de agradecimentosincero pela disponibilidade, empenho e alegria com que contribuíram para este processo e parao seu resultado final.Esperamos que este documento seja fonte de inspiração e motivação para quantos colaboramcom a <strong>FEC</strong> e que dê também a conhecer melhor o seu trabalho e dos seus parceiros. Pretende-seque, mais do que apenas uma estratégia para a <strong>FEC</strong>, este seja também um contributo pertinenteno combate contra a pobreza e em prol da justiça social. Desejamos também que, ao longo dospróximos cinco anos, o Plano Estratégico seja um instrumento de trabalho vivo e prático, queapontando uma direcção clara e fundamentando tomadas de decisão, seja simultaneamentecapaz de se adaptar a mudanças e maximizar janelas de oportunidade.Ao longo de duas décadas, a <strong>FEC</strong> tem cruzado a vida de muitas pessoas espalhadas por várioscontinentes e em contextos muito diversificados. Quando ouvimos atentamente o que nos têm adizer, na primeira pessoa como no caso do professor Mário Wagna, na zona rural do Oio, sabemosque o nosso trabalho tem um impacto real em vidas concretas. Sabemos que vale a pena continuarpara poder fazer a diferença.Setembro de 2010Jorge Líbano Monteiro(Administrador Executivo)Susana Réfega(Directora Executiva)


2. SUMÁRIO EXECUTIVOOPlano Estratégico <strong>FEC</strong> 2010-2015 tem como objectivo definir as linhas estratégicas dainstituição a médio prazo, apostando nas vantagens competitivas da <strong>FEC</strong> e dos seusparceiros.Com base num exercício colectivo e com um forte cariz participativo e consultivo, , foirealizada, ao longo de 2009, uma análise interna dos casos de sucesso da actuação da <strong>FEC</strong>, assimcomo foram retiradas lições das experiências e aprendizagens passadas. Em simultâneo, efectuouseum estudo de mercado nacional e internacional para conhecer as melhores práticas no sector.Através da identificação de áreas de intervenção prioritária, da definição de parcerias estratégicase da maximização de recursos, pretende-se assegurar um crescimento sustentável num contextoglobal em permanente mudança e de crescente competição.Com uma identidade fortemente consolidada por vinte anos de trabalho com parceiros do Sul edo Norte, a <strong>FEC</strong> apresenta-se neste Plano Estratégico com um novo nome “Fé e Cooperação”. Estenovo nome sublinha e reforça a actualização da Visão e Missão da <strong>FEC</strong> (Capítulo 4) que se centramna promoção do desenvolvimento humano integral. Os Valores e Princípios orientadores da <strong>FEC</strong>que alicerçam o trabalho a realizar são igualmente apresentados.Durante a implementação do Plano Estratégico 2010-2015, a <strong>FEC</strong> continuará a investir querno trabalho a nível internacional, através de projectos integrados de parceria no âmbito daCooperação para o Desenvolvimento, quer a nível nacional e europeu, mobilizando para umacidadania participativa no âmbito da Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social.Conscientes que para que ocorram transformações sociais duradouras são necessárias mudançasestruturais, a <strong>FEC</strong> aposta na Advocacia Social, quer no Sul quer no Norte, enquanto estratégia einstrumento de mudança.No que diz respeito à Cooperação para o Desenvolvimento (Capítulo 5), e confrontada com a realidadedas comunidades dos países em desenvolvimento, em particular dos países lusófonos, a <strong>FEC</strong> centra-seneste Plano Estratégico 2010-2105 nos direitos fundamentais da pessoa, nomeadamente no acesso àEducação e à Saúde em linha com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. A convicção de quea qualidade e durabilidade das parcerias é premissa essencial para o desenvolvimento sustentávelconduziu a <strong>FEC</strong> e os seus parceiros a apostar também na Capacitação Institucional. Pretende-se destemodo contribuir como meio de assegurar o reforço de competências das organizações da sociedadecivil. A complexidade das questões de desenvolvimento faz com que seja essencial integrar de formatransversal em todo o trabalho as questões de género, sustentabilidade ambiental, advocacia socialestreitando colaborações com a comunicação social.7


2. SUMÁRIO EXECUTIVOA intervenção no âmbito da Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social (Capítulo 6)assenta no trabalho em Rede em que a <strong>FEC</strong> assume o papel de coordenador e dinamizador comoforma de chegar de forma mais eficaz a diversos públicos-alvo. Tendo como temas transversais oVoluntariado, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, as Alterações Climáticas, a Cidadaniae Diversidade Cultural e a Justiça Social, a <strong>FEC</strong> aposta em quatro Redes que atestam a diversidadede cariz e dimensão: Rede dos Bispos Lusófonos, Rede de Voluntariado Missionário, Rede deCooperação Descentralizada e Rede Fé e Desenvolvimento. Enquanto representante portuguêsna Rede Internacional Católica CIDSE, a <strong>FEC</strong> irá ser membro pró-activo nas Campanhas deSensibilização e Advocacia Internacional, em particular no âmbito das Alterações Climáticas.Com o objectivo de assegurar um maior impacto e qualidade do trabalho da <strong>FEC</strong> junto daspopulações no Sul e no Norte, a <strong>FEC</strong> investe na Comunicação e Marketing (Capítulo 7) e definea sua estratégia de Financiamento (Capítulo 8). Finalmente procede-se também a uma Análisede Riscos (Capítulo 9) e à definição dos meios de Operacionalização, Monitorização e Avaliação(Capítulo 10) do Plano Estratégico 2010-2015.8


3. BREVE HISTÓRIA DA <strong>FEC</strong>A<strong>FEC</strong>, criada pela Igreja Católica em Portugal - Conferência Episcopal Portuguesa,Confederação Nacional dos Institutos Religiosos e Federação Nacional dos InstitutosReligiosos Femininos - surge no contexto das celebrações dos cinco séculos de acçãomissionária da Igreja Católica em Portugal, decorridas entre 1990 e 2000, no âmbito doencontro e reencontro dos povos da lusofonia e do seu relacionamento, fruto de uma históriacomum e da contínua e profunda acção desenvolvida pelos missionários ao longo de décadasjunto das populações dos países lusófonos.Numa primeira fase, a <strong>FEC</strong> esteve ligada às celebrações comemorativas, mas à medida que a décadadas Comemorações se aproximou do fim, a <strong>FEC</strong> assumiu a continuação desse relacionamentoentre comunidades e Igrejas, através de actividades e projectos de desenvolvimento nos paísesde expressão portuguesa.Em particular, no que diz respeito aos últimos 10 anos, o trabalho nos vários âmbitos foi marcadopor:2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009CooperaçãoGuiné-BissauApoio à Educação Básica (2001/2007) +Escola (2007/2010)AngolaApoio à Educação BásicaTimor LesteProjecto EduSaúdeAngolaMoxico (2008/10)Apoio a RádiosEd. Desenv.Geminação de ParóquiasPrograma Luso FoniasExposiçõesEnlacesPlataformasEncontro de Bispos LusófonosVoluntariado MissionárioRede Fé eDesenv.9


4. VISÃO, MISSÃO, VALORESE PRINCÍPIOSFundação Fé eCooperação - <strong>FEC</strong>A nova denominação da <strong>FEC</strong> – FUNDAÇÃOFÉ E COOPERAÇÃO - mantendo a mesmaidentidade, pretende sintetizar a base da acção,dando rosto à Visão e corpo à Missão.Enquanto organização católica, a <strong>FEC</strong> encontrana FÉ o sentido para a sua intervenção, a forçamobilizadora da sua acção e um instrumentoque possibilita a comunicação, o diálogo e aaproximação entre comunidades e pessoas.No mais absoluto respeito por todos os credosreligiosos e culturas, a <strong>FEC</strong> centra o fundamentoda sua forma de actuação nos valores doEvangelho e nos princípios da Doutrina Socialda Igreja.O modo de trabalhar da <strong>FEC</strong>, tanto no Sul comono Norte, sintetiza-se na palavra COOPERAÇÃO.Através de uma co-operação, materializada emparcerias sólidas, no trabalho em Rede e napartilha de competências, responsabilidades eaprendizagens, a <strong>FEC</strong> contribui para uma maiorjustiça social e para um maior envolvimentode todos na construção de uma sociedadeequitativa. Consciente da importância daparticipação de todos os actores sociais nodesenvolvimento sustentável, a <strong>FEC</strong> entende acooperação como uma forma de intervençãoque valoriza a inclusão da diversidade individuale institucional, promovendo a cidadania activa,a participação e a solidariedade.VisãoConstrução de uma novahumanidade onde cada pessoa possaviver com dignidade e justiçaA nossa Visão inspira-nos, mobiliza-nos e unenosnum objectivo comum. Sabemos quevivemos num contexto, local e global, complexoe repleto de desafios, mas acreditamos numprocesso de construção e de transformaçãosocial em que, passo a passo, cada pessoapossa encontrar o lugar a que tem direito.Numa sociedade em constante evolução emudança, acreditamos que a cada pessoapode criar futuro, ser construtor de uma “novacidade” e protagonista de uma sociedademais justa. Tendo como ponto de partida e dechegada a Visão, investimos na mobilização depessoas, comunidades, instituições e recursose apostamos em redes, iniciativas, projectosintegrados e ideias inovadoras, que conduzama uma sociedade profundamente humana.11


4. VISÃO, MISSÃO, VALORESE PRINCÍPIOSMissãoPromover o desenvolvimento humanointegral através da cooperaçãoe solidariedade entre pessoas,comunidades e Igrejas, inspirados pelopelo Evangelho e pela Doutrina Socialda Igreja Católica.A nossa Missão alicerça, estrutura e fundamentao trabalho que realizamos no quotidiano,juntamente com os nossos parceiros. Facea um número crescente de solicitaçõesnas mais variadas áreas e o surgimento demúltiplas oportunidades em vários campos,queremos que a nossa missão seja instrumentode discernimento e de tomada decisão. Ofundamento e razão de ser de cada projecto ouiniciativa serão, em última análise, a missão da<strong>FEC</strong>.Como implementa a <strong>FEC</strong> a sua missão?Enquanto organismo da Igreja Católica emPortugal, a <strong>FEC</strong> realiza a sua missão operandocomo uma ampla rede de diálogo, mobilização,cooperação e sensibilização entre pessoas,comunidades e Igrejas - em particular dos paíseslusófonos - através de duas áreas de actuação:• Cooperação para o Desenvolvimento• Educação para o Desenvolvimento &Advocacia Social12


4. VISÃO, MISSÃO, VALORESE PRINCÍPIOSO trabalho da <strong>FEC</strong> é guiado pelos seguintes valores:DignidadeAcreditamos na dignidadeintrínseca de cada pessoa humanaindependentemente do género, origemétnica, credo religiosos, político ouestrato social.Este valor está presente no nosso trabalho:• Centramos toda a lógica de intervenção napessoa e na comunidade.• Desenvolvemos projectos em queas pessoas são motor do seu própriodesenvolvimento e formação, criandocondições que permitem a sua capacitação.• Fomentamos a igualdade e equidade degénero e a promoção dos direitos humanos.Justiça SocialAcreditamos que cada pessoa deveter as suas necessidades básicasasseguradas e que a partilha dos bense recursos comuns podem ser umarealidade.Este valor está presente no nosso trabalho:• Damos prioridade ao acesso à educação e àsaúde e a outros serviços básicos.• Desenvolvemos acções de advocacia emprol da justiça social junto dos decisorespolíticos, económicos e religiosos nacionaise internacionais.


4. VISÃO, MISSÃO, VALORESE PRINCÍPIOSSubsidariedade eParticipaçãoAcreditamos que cada pessoa deveser protagonista de mudança e quea sociedade civil deve actuar embenefício do bem comum.Este valor está presente no nosso trabalho:• Desenvolvemos mecanismos de diálogocom as comunidades e parceiros,promovendo a sua participação naelaboração, implementação, monitorizaçãoe avaliação de projectos.• Promovemos projectos em que ascomunidades e parceiros exprimem as suasaspirações, e são responsáveis pela suatransformação social.• Apostamos no trabalho em rede comomodo de potenciar vontades, aspiraçõese competências. Em articulação com osnossos parceiros e com redes internacionaisasseguramos que a Igreja faça eco da vozdos mais pobres junto dos órgãos de poderlocal, nacional e internacional.Solidariedade Globale CidadaniaAcreditamos que é necessária umacrescente co-responsabilidadeentre cidadãos que se traduza emsolidariedade, mobilização social enovos estilos de vida.Este valor está presente no nosso trabalho:• Fomentamos a solidariedade junto dasociedade portuguesa e, em particular,junto da Igreja Católica.• Realizamos acções de sensibilizaçãojunto da sociedade portuguesa sobre ascausas estruturais da pobreza e injustiça,mobilizando-a para a acção.• Apostamos no voluntariado missionárioenquanto compromisso, exercício decidadania e diálogo inter-cultural.14


4. VISÃO, MISSÃO, VALORESE PRINCÍPIOSTrês princípios orientadores de base enquadram a nossa metodologia detrabalho:Parcerias e RedesAcreditamos que só num trabalho conjuntode parceria e em rede se podem percorrercaminhos de desenvolvimento.Este princípio está presente no nosso trabalho:• Construímos relações de parceria baseadas naequidade, na comunicação e na transparência.• Partilhamos recursos e responsabilidadesentre parceiros, trabalhando em rede epromovendo a aprendizagem mútua ecrescimento institucional.• Investimos em parcerias com actoresde desenvolvimento, que estãoprofundamente implementados nocontexto local, e que promovem relaçõesde proximidade, de permanência e deconfiança com as comunidades.SustentabilidadeAcreditamos que a responsabilidade económica,social e ambiental são indispensáveis paraassegurar um futuro comum.Este princípio está presente no nosso trabalho:• A preocupação com a sustentabilidade éum critério permanente na nossa tomadade decisão em todas as áreas de actuação.• Apostamos em parcerias de longaduração que possibilitem a mudança e odesenvolvimento local sustentado.• Investimos na capacitação organizacionalcomo meio de assegurar a sustentabilidadeinstitucional de actores de desenvolvimento.• Promovemos campanhas de sensibilizaçãoe advocacia social que alertem e mobilizempara a sustentabilidade ambiental eevidenciem a sua relação com a pobreza.Profissionalismo eTransparênciaAcreditamos que estar ao serviço dos maispobres exige profissionalismo e transparência.Este princípio está presente no nosso trabalho:• Somos rigorosos na gestão e administraçãode recursos numa lógica de bem-comum.Prestamos contas de forma transparente afinanciadores, doadores, parceiros, todosos que nos apoiam e público em geral.• Apostamos na formação contínuados nossos colaboradores e vemos aavaliação como uma oportunidade dedesenvolvimento e crescimento.• Investimos na aprendizagem mútua e namelhoria e demonstração do impacto donosso trabalho.15


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO“O desenvolvimento consiste naeliminação de privações de liberdade quelimitam as escolhas e as oportunidadesdas pessoas de exercer ponderadamentea sua condição de cidadão”.Amartya SenDesenvolvimento como Liberdade (2001)Aárea da Cooperação para oDesenvolvimento tem merecidoparticular destaque e investimentopor parte da <strong>FEC</strong> e dos seus parceirosnos países lusófonos. Com projectos de longaduração na Guiné-Bissau e Angola e apoioa iniciativas noutros países de língua oficialportuguesa, o trabalho da <strong>FEC</strong> é reconhecidopelo seu rigor e qualidade. Entre as mais-valiase vantagens competitivas da <strong>FEC</strong> neste âmbitoé de destacar atitude de abertura, diálogo eparceria que caracteriza a actuação da <strong>FEC</strong>.Este aspecto manifesta-se na qualidade edurabilidade das suas parcerias em países emdesenvolvimento. A <strong>FEC</strong> trabalha não só comorganizações de matriz religiosa mas tambémcom os mais diversos sectores da sociedadecivil e autoridades nacionais e locais.Assim, a <strong>FEC</strong> é uma organização que se pautapela aposta em respostas concertadas eintegradas de desenvolvimento, acreditandoque os esforços, tempo, energia e recursosinvestidos em parcerias e colaborações comactores de desenvolvimento (no seu sentidomais lato) têm retorno na qualidade dasrespostas dadas aos problemas e desafiosvividos pelas populações mais vulneráveis.OBJECTIVO ESTRATÉGICOConstruir parcerias sólidas e de longaduração que garantam a sustentabilidadedas intervenções.Este trabalho em países do Sul, realizadosimultaneamente junto das comunidades debase, dos prestadores de serviços e dos órgãosdecisores, conferiu à <strong>FEC</strong> um conhecimentoprofundo dos contextos de desenvolvimentonos países em vias de desenvolvimento.A Educação, enquanto direito e ferramenta deinclusão social e luta contra a pobreza, é emcoerência com o trabalho realizado nos últimosanos, um dos sectores prioritários dos próximoscinco anos. Do ponto de vista técnico, a <strong>FEC</strong>desenvolveu ao longo dos anos um know-howespecífico no âmbito da Educação e Formação,que é evidenciado no capital de conhecimentoe competências dos seus colaboradores, naformulação de metodologias próprias (algumasem negociação com entidades estatais paraintegrar um processo de certificação), mas deforma ainda mais expressiva, nos resultadosnotáveis e validação dos indicadores de sucessodos beneficiários dos projectos implementadosnesta área.O trabalho realizado junto de parceiros e aidentificação de necessidades organizacionaisno decorrer da implementação de projectos,conduziu gradualmente a <strong>FEC</strong>, a prestar apoiono sector da Capacitação Institucional. Esteapoio, inicialmente mais a título informal e comoconsequência de projectos em outras áreas, aos17


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTOpoucos ganhou um carácter mais estruturado eformalizado, sendo identificado no actual PlanoEstratégico como um dos sectores prioritários.possível devido à implantação da Igreja Católicanestas zonas geográficas e nomeadamentejunto das comunidades mais carenciadas.A nova aposta no sector da Saúde partiuda constatação que este continua a ser umdos pontos sensíveis na eficácia da lutacontra a pobreza. De facto, nos países emdesenvolvimento a falta de acesso a cuidadosde saúde primários, associados a pandemiascomo o HIV/SIDA, malária e tuberculose, estãoa fragilizar famílias e comunidades, deitandopor terra muito dos sucessos alcançadosnoutros domínios. Neste sector realçam-se ascompetências técnicas dos parceiros da <strong>FEC</strong>,uma vez que se trata de uma área de intervençãorelevante para a Igreja Católica.Finalmente, é ainda de referir outra característicaque tem marcado o trabalho da <strong>FEC</strong> no âmbitoda cooperação. A <strong>FEC</strong> trabalha, principalmente,em contextos rurais (por vezes mesmo emzonas de difícil acesso) onde o isolamento,a falta de infra-estruturas e comunicaçãoagravam de forma notória a situação de pobrezadas populações. Esta opção de intervençãopretende fazer com que o trabalho realizado,em zonas onde frequentemente as ONGinternacionais não estão presentes e onde osserviços públicos são inexistentes ou de fracaqualidade, possa ter um impacto significativojunto das populações mais pobres. Mas estaopção estratégica acarreta também inúmerosdesafios (ex: logísticos, falta de recursoshumanos, custos adicionais), só sendo em geralNo período de implantação do Plano Estratégicoqueremos também dar particular enfoqueà identificação, divulgação e replicação deboas práticas já existentes nos projectos emcurso e no trabalho realizado pelos nossosparceiros. Esta atenção dada às boas práticasexistentes nas mais diversas áreas conduzirá auma aprendizagem institucional e individualmais rica e mais efectiva. Estamos tambémconscientes da importância da monitorizaçãoe avaliação de impacto do trabalho querealizamos em parceria. Queremos asseguraruma monitorização contínua, que permitautilizar indicadores como instrumentos dedemonstração de impacto e de verdadeiramudança e transformação social junto dos maisvulneráveis.18


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.1. EducaçãoOBJECTIVO ESPECÍFICOReforçar o acesso à educação de qualidade,formal e não formal, das comunidades maisdesfavorecidas.Aeducação constitui um dos sectoresprioritários no desenvolvimentohumano sustentável. Direito básicode todas as pessoas, a educação é ummeio de inclusão social contra todas as formasde discriminação. As metas definidas na FórumMundial da Educação, em Dakar (2000), eretomadas nos Objectivos de Desenvolvimentodo Milénio (ODM), reforçam o papel destesector na luta contra a pobreza.No sector da educação a <strong>FEC</strong> apresenta asseguintes vantagens competitivas:VANTAGENS COMPETITIVAS:• Experiência acumulada nos últimos 10 anos.• Know-how reconhecido no sector daeducação por outros parceiros e doadores.• Capital humano e institucional comcompetências específicas no sector daeducação.• Metodologias próprias no âmbito da formaçãopedagógica e da gestão escolar.• Conhecimento de políticas de educação eexperiência de advocacia junto de decisores.Na estratégia da cooperação da <strong>FEC</strong>, a educaçãoé um dos eixos centrais da actuação nos Paísesde Língua Oficial Portuguesa. A defesa do direitoà educação é promovida em projectos quecontemplam melhorias no acesso, na qualidade,no reforço de competências dos recursoshumanos e na criação e apetrechamento deinfra-estruturas educativas. A intervenção nãose restringe ao trabalho com escolas e agenteseducativos, podendo integrar valências comoeducação para a saúde, educação para oambiente, educação para a cidadania. Paraalém do trabalho com os beneficiários directos,a <strong>FEC</strong> participa em encontros que permitam adefinição de políticas mais justas, capazes decriaram oportunidades para que a educaçãoseja para todos.No âmbito do Plano Estratégico, a <strong>FEC</strong> irácontinuar a dar um enfoque prioritário àconsolidação e extensão do Programa deEducação do Ensino Básico na Guiné-Bissau,apostando na formação e acompanhamentode Professores, com uma forte incidência noreforço da Língua Portuguesa, assim como naformação de Directores de Escola no âmbitoda Administração e Gestão Escolar. A <strong>FEC</strong>investirá também nas áreas de Educação deInfância e Educação e Formação de Adultos,aspectos cruciais para a inclusão social edesenvolvimento dos países alvo.Na Educação e Formação de Adultos (tendocom grupo alvo prioritário as mulheres), paraalém da alfabetização e reforço da literacia,são capitalizadas o aumento de competênciase auto-confiança que conduzem à criação de• Parceiros locais comprometidos ecompetentes no sector da educação.


actividades geradoras de rendimento, maiorempregabilidade, melhoria de condições devida das famílias e valorização da educaçãodas crianças (e das raparigas em particular). Poroutro lado, em países onde a paz é ainda frágile o processo de reconciliação nacional estáainda em curso, o investimento na educação eformação de jovens adultos é também premissade maior coesão e estabilidade social.apostar em respostas concertadas e estruturais,a <strong>FEC</strong> irá continuar a promover parcerias como sector educativo da Igreja Católica, actoresda sociedade civil locais e internacionais,autoridades nacionais e internacionais, meiosacadémicos (Universidades, Escolas Superioresde Ensino e Centros de Investigação), redesinternacionais de educação e entidadescertificadores de qualidade.A Educação de Infância é hoje reconhecidacomo um factor determinante na construção daidentidade da criança, assim como no (in)sucessoescolar. No entanto, pouco investimento temsido feito na formação profissional nestas áreasassim como no desenvolvimento de materiaispedagógicos adaptados aos contextos locais,áreas a que a <strong>FEC</strong> irá dar particular relevoÉ importante referir que a <strong>FEC</strong> entende oconceito de educação no seu sentido mais lato,englobando neste sector a educação formal e nãoformal, os mais variados públicos-alvo, todos osníveis de ensino e ainda a formação profissional.A <strong>FEC</strong> reconhece também a importância, nestedomínio, das especificidades de cada país noque se refere ao sistema educativo e políticasde educação. Nesse sentido, e com o intuito deOutra das opções estratégicas da <strong>FEC</strong> épotenciar os recursos humanos locais e criaroportunidades de emprego nos países-alvo.Assim, em função das possibilidades derecrutamento e da existência de competênciastécnicas específicas locais, a <strong>FEC</strong> irá concentraresforços no sentido de, sempre que possível,recrutar técnicos locais só fazendo usode expatriados quando se tratar da únicapossibilidade. Esta opção é também válidapara os outros sectores de intervenção eem harmonia com a aposta na capacitaçãoinstitucional.Enquanto organização, a <strong>FEC</strong> tem uma posiçãoprivilegiada e apresenta um capital institucionalno âmbito da Educação que poderá ser aindamais valorizado no futuro. Por um lado, a21


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.2. Capacitação InstitucionalAs organizações dos países deintervenção apresentam dificuldadesem incorporar e manterem asdinâmicas de desenvolvimentoimpulsionadas pelas iniciativas de cooperação,comprometendo parcialmente a suasustentabilidade a longo prazo. De facto, verificasenos mais variados sectores e organizações(sociedade civil, público e privado) lacunasem várias competências tais como a gestão,controlo financeiro, comunicação institucionalou ainda monitorização e avaliação. Sendoa sustentabilidade das acções uma daspreocupações centrais da <strong>FEC</strong>, a dinâmica deactuação passa directa e indirectamente pelacapacitação institucional das organizações.Nesta matéria, para além das competênciasdos recursos humanos ou da experienciainstitucional acumulada ao longo dos anos deforma transversal, a <strong>FEC</strong> conta com uma formade actuação singular, enraizada numa relaçãode confiança e de grande proximidade com osparceiros e instituições alvo das iniciativas decapacitação. Esta forma de actuação, que seenquadra bem nas necessidades e aspiraçõesdas organizações parceiras com quem a <strong>FEC</strong>geralmente trabalha, tem grande potencialao nível da replicação noutros contextos deintervenção.OBJECTIVO ESPECÍFICOReforçar os conhecimentos e competênciasdos parceiros no âmbito do ciclo doprojecto e áreas técnicas.No âmbito da capacitação intitucional, a <strong>FEC</strong>apresenta a seguintes vantagens competitivas:VANTAGENS COMPETITIVAS:• Competências técnicas alicerçadas numavasta experiência no ciclo de projecto.• Capital humano e institucional no âmbitoda formulação, monitorização e avaliçãode projectos.• Parceiros motivados e que reconhecemnecessidade de reforço institucional.• Relação de confiança e proximidade comparceiros o que permite um trabalhode consultoria fundamentado emprincípios de seriedade, aprendizagem etransparência.• Mercado em expansão nos países alvo eno seio da sociedade civil.• Possibilidade de replicação em váriospaíses e junto de diferentes públicos-alvo.23


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.2. Capacitação InstitucionalEstas fragilidades conduzem, frequentemente,a dificuldades em assegurar financiamento(nomeadamente preparação de candidaturas,apresentação de relatórios de actividades erelatórios de contas) e em tornar mais eficaza comunicação institucional. Verifica-se quecertas organizações carecem também deactualização e capacitação no âmbito decompetências técnicas sectoriais dos seuscolaboradores. Finalmente, verifica-se quealgumas instituições, com uma dimensãoimportante a nível local, continuam a ser maisreactivas do que proactivas, estando a sofrerpela falta de uma definição de estratégiainstitucional e de planeamento estratégico.No decorrer deste Plano Estratégico,iremos investir de forma maissistematizada na capacitaçãoinstitucional enquanto um sector depleno direito. A consolidação do trabalho nestesector nasce da constatação no terreno deque o reforço institucional de todos os actoresde desenvolvimento é crucial para o sucessode implementação de projectos e, em últimaanálise, para assegurar a sua sustentabilidade.De facto, verifica-se nos países em desenvolvimentoonde a <strong>FEC</strong> está presente que muitos parceirostêm competências de excelência no que respeitaà implementação de projectos nomeadamenteas dimensões de compreensão e capacidadede análise dos problemas e do contexto local,conhecimento da cultura, dinâmica da acção social,mobilização comunitária e conhecimento da redede actores sectorial. Por outro lado, apresentamfragilidades e lacunas no que respeita à gestãode projectos, gestão financeira, monitorização eavaliação entre outras.Através do trabalho de consultoria e deprojectos específicos no âmbito da capacitaçãoinstitucional, pretendemos alcançar osseguintes resultados:RESULTADOS:• Reconhecimento da <strong>FEC</strong> como parceiroprivilegiado da Igreja Católica nos paísesde actuação no âmbito da capacitaçãoinstitucional.• Prestação de serviços para actores estatais,privados e sociedade civil proporcionareceitas próprias para a <strong>FEC</strong>.• Organismos apoiados reconhecem oesforço das competências técnicas e sãocapazes de fazer uso dessas competências.24


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.3. SaúdeAsaúde é um dos factores determinantesda pobreza, sendo a doença uma dasprincipais causas de diminuição daprodução e redução do rendimentodisponível dos agregados familiares. De acordocom a Organização Mundial de Saúde (OMS),mais de 16% da deterioração da situação dosmais pobres está relacionada com a saúde,sendo causas relacionadas com a saúdetambém responsáveis por 21% do declíniodos não pobres na pobreza. De facto, a faltade acesso a cuidados de saúde é determinantepara toda a comunidade desde as crianças,aos adultos em idade produtiva e aos idosos,afectando não só o bem-estar individual comotendo também um impacto marcante em todasas dimensões sociais, económica e culturais dacomunidade. Nos países em desenvolvimento,os pobres são ainda mais vulneráveis no querespeita à saúde sendo de referir o efeito causaldos determinantes sociais de saúde e o papelcentral dos cuidados de saúde primários.Nas últimas décadas, a pandemia do HIV-SIDAteve um impacto nefasto sobre os países emdesenvolvimento, e em particular do continenteAfricano, onde muitos dos progressosalcançados nos anos 70 e 80 sofreram umretrocesso devido a esta patologia. De facto,as 3 endemias (também chamadas Doençasda Pobreza) – HIV/SIDA, Malária e Tuberculose- estão frequentemente associadas a contextosde pobreza (financeira, educacional, social)associada a uma deficiente prestação deserviços e ausência ou baixa capacitação derecursos humanos de saúde. É ainda de notarque três dos Objectivos do Milénio dizemrespeito à Saúde.OBJECTIVO ESPECÍFICOMelhorar o acesso das comunidadesmais desfavorecidas a serviços de saúdede qualidade, em particular cudados desaúde primários.Neste contexto, a <strong>FEC</strong> apresenta a seguintesvantagens competitivas:VANTAGENS COMPETITIVAS:• Parceiros com experiência significativano âmbito da Saúde (e em particular noscuidados de saúde primários).• Parceiros com serviços de saúde, recursoshumanos e infra-estruturas em zonas ruraisque servem as populações mais isoladas evulneráveis.• Recursos humanos de Saúde (através deparcerias) com experiência no âmbito daformação em países lusófonos.A Saúde é um novo sector de intervenção paraa <strong>FEC</strong>. No passado, a <strong>FEC</strong> teve apenas algumaexperiência no âmbito da Educação para a Saúde(Timor-Leste) e alguns apoios esporádicos aparceiros com projectos nesta área. A escolhada Saúde como sector prioritário deve-se àsnecessidades e solicitações de parceiros noterreno e também por acreditarmos que a <strong>FEC</strong>poderá trazer uma mais-valia, em particularjunto de parceiros da Igreja Católica, no25


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.3. Saúdesentido de uma melhor articulação com osserviços públicos e uma aposta em respostasconcertadas e de qualidade.A Igreja Católica tem um papel preponderantena prestação de cuidados de saúde em Áfricasendo responsável por uma rede de serviçosque inclui hospitais, centros de saúde, postosde saúde, laboratórios e farmácias. No âmbitoda promoção e educação para a saúde, asociedade civil tem um papel decisivo pelasua capacidade de mobilização, pela seuconhecimento da realidade cultural e social epela confiança que goza junto das populações.Neste contexto, pretendemos dar prioridadeaos cuidados de saúde primários e em particularaos cuidados de saúde materno-infantis umavez que, quer ao nível nacional quer ao nívelglobal, o compromisso político tem ficadomuito aquém das expectativas e não se temmaterializado em programas de intervençãonem numa tão esperada redução dos índicesde mortalidade materna e infantil. De facto,na maioria dos países em desenvolvimento omomento do parto é um momento de elevadorisco para a mãe e para o bebé, onde a vida ea morte estão muitas vezes em jogo. Por outrolado, o mais recente relatório anual da OMS(2008) demonstra que os cuidados de saúdeprimários são os mais centrais para inverteros índices de mortalidade nos países emdesenvolvimento.A análise realizada pela <strong>FEC</strong> leva-nos a concluirque o papel, já relevante, desempenhado pelosparceiros no âmbito da saúde, pode ainda sermelhorado através de uma maior coordenaçãoentre vários actores, uma maior capacitaçãodos recursos humanos, uma melhoria de infraestruturase equipamento e uma advocacia maiseficaz juntos dos órgãos de poder e decisão.A <strong>FEC</strong> poderá ter um papel de facilitador ecatalisador neste tipo de processos.Através da implementação de projectos, emparceria com parceiros locais, dando prioridadeaos Cuidados de Saúde Primários, RecursosHumanos em Saúde e Saúde Comunitáriapretendemos alcançar os seguintes resultados:RESULTADOS:• Reforço do financiamento externo(publico e privado) nos serviços de saúdeprestados pela Igreja em dois países deactuação.• Recursos humanos de Saúde comcompetências reforçadas.• Aumento da taxa de utilização dosserviços de saúde (em particular mulherese crianças).• Melhoria de indicadores de saúdematerno-infantil recolhidos pelosparceiros nas zonas de intervenção.26


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.4. Temáticas TransversaisAs temáticas transversais são áreas,que, não constituindo sectores deprioridade para a actuação da <strong>FEC</strong>,pela sua importância, relevância epertinência deverão ser analisadas e integradasem todos os projectos e no trabalho detodos os sectores. No âmbito do presentePlano Estratégico, a <strong>FEC</strong> definiu 4 temáticastransversais: Género, SustentabilidadeAmbiental, Cidadania e Advocacia Social eComunicação Social.GéneroA erradicação da pobreza e a justiça socialnão podem ser alcançados sem equidade degénero e universalidade dos direitos humanospara homens e mulheres. A Doutrina Socialda Igreja afirma de forma inequívoca que adignidade individual – da mulher e do homem– exige que ambos tenham a oportunidade deexercer plenamente os seus direitos humanos.A desigualdade de género traduz-se deforma clara na disparidade dos indicadoresde pobreza, na falta de acesso à educação e àsaúde e sobretudo na desigualdade no acessoa recursos e na tomada de decisão.De facto, no cerne da questão, está a partilhade poder e de tomada de decisão que, umleque complexo de determinantes sociais,culturais, religiosos, mas também institucionais,legislativos e económicos perpetuaram muitasvezes de forma desigual e injusta. Em certoscontextos, uma análise da organização sociale dos papéis atribuídos a homens e mulherespode mesmo conduzir a eleger públicos-alvomasculinos no âmbito de projectos, com ointuito de alcançar, indirectamente, níveiscrescentes de equidade em benefício demulheres e raparigas. Assim, quando tratamosa questão do género, temos que ir para alémunicamente da análise de nº de mulheres ehomens/actividade para questionar a um nívelmais profundo o que de facto mudou nasoportunidades e nas relações entre géneros.Sustentabilidade ambientalA sustentabilidade ambiental está directamenteligada ao desenvolvimento sustentável. Esteconceito determina o meio ambiente comoum campo fulcral, directamente ligado àsustentabilidade social e cultural. A ideia époder desenvolver uma utilização dos recursosnaturais sem provocar um desgaste irreversívelpara as gerações futuras.Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénioreconhecem que os destinos das pessoas e doambiente estão interligados. Os países maispobres do mundo estão muito dependentes daagricultura e são muito vulneráveis à degradaçãoambiental. Ameaças ambientais colocamsérios desafios à saúde pública e às economiaslocais. Os conflitos em torno dos recursosnaturais têm dividido algumas sociedades oque torna essencial uma gestão equilibradadestes recursos. É necessário uma apostamundial na investigação e um investimentoreal nos meios e tecnologias que permitamum desenvolvimento sustentável, não só para27


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.4. Temáticas Transversaisatingir os ODM, mas também para prevenirconflitos em torno dos recursos naturais e umadegradação ambiental irreversível.As pessoas mais pobres do mundo encontramsetambém mais vulneráveis aos efeitos dasalterações climáticas, particularmente aoefeito da degradação ambiental e à faltade acesso a energias limpas e sustentáveis.Estão mais expostas às suas consequências,são mais sensíveis às mudanças e têm menoscapacidade de adaptação e mitigação face àsnovas condições ambientais.Cidadania e Advocacia SocialA sociedade civil tem um papel emergente e cadavez mais preponderante, tanto no hemisférioSul como no hemisfério Norte. De facto, oséculo XX e a história recente, demonstram deforma eloquente que cidadãos activos, quandomobilizados e organizados, representam umaforça inigualável de transformação política esocial. Por outro lado, existe uma consciênciacada vez mais generalizada de que sãoproblemas estruturais e globais que, na maioriacausam a pobreza e injustiça social.Estes problemas, quando analisados emprofundidade, encontram as suas raízesnão só a nível local e nacional mas tambémnuma complexa arquitectura internacionalcada vez mais globalizada. Nesse sentido,a advocacia social enquanto processo quetem como objectivo contribuir para umamudança estrutural nos órgãos de decisãopolítico, económico, social e religioso é umaferramenta essencial e transversal a todo otrabalho no âmbito de cooperação. A IgrejaCatólica, quer pela voz dos seus Bispos e outroslíderes religiosos, quer através de organismoscomo as Comissões Nacionais de Justiça e Paz,são já protagonistas centrais de processos dereconciliação, construção de paz e luta pelajustiça social. Mas esta voz pode, em certoscontextos, ecoar ainda mais longe e de formamais articulada tendo um maior impacto.Comunicação SocialOs meios de comunicação social, atravésde diferentes canais, estão hoje presentesnos mais variados contextos nos países emdesenvolvimento. Estes permitem, no quadrode projectos de desenvolvimento em diferentessectores, levar mensagens educativas e desensibilização e alcançar um público-alvomais abrangente (beneficiários indirectos). Asrádios, em particular, têm um papel centralnos países em desenvolvimento, chegando azonas rurais e isoladas, veiculando não apenasinformação mas sendo frequentemente umpoderoso órgão de educação, participaçãocívica e de promoção da língua portuguesa.A <strong>FEC</strong> tem uma experiência significativa notrabalho e na promoção de intercâmbio comrádios lusófonas: Em certos contextos urbanos,a comunicação social está também a fazer usode novas tecnologias (uso website, newsletter,SMS) que são particularmente apelativas para opúblico-alvo mais jovem.28


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.5. Países de ActuaçãoOactual Plano Estratégico prevêuma fase inicial de consolidaçãoe extensão da presença na Guiné-Bissau e Angola. Após essaconsolidação, serão efectuadas visitas deprospecção, que conduzirão a uma análisedetalhada de mercado, oportunidades,desafios e riscos. Esta fase de prospecção iráconduzir a uma decisão fundamentada deexpansão para dois novos países de actuaçãona segunda metade do Plano Estratégico. Oquadro seguinte resume a abordagem:2010 2011 2012 2013 2014 2015ConsolidaçãoGuiné-Bissau |AngolaApoio à Educação BásicaProspecçãoMoçambique | Cabo Verde |São Tomé e Príncipe |Países não lusófonosExpansãoExpansão para 2 novospaíses de intervenção29


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.6. Cadeia de ValorOposicionamento da <strong>FEC</strong> na cadeiade valor no âmbito do ciclo deprojecto no contexto da cooperaçãopara o desenvolvimento foi alvode discussão a saber em que pontos dacadeia de valor deve dar particular enfoque eprioridade e quais as áreas em deve investir emtermos de competências institucionais. A <strong>FEC</strong>acredita que o desenvolvimento só é de factosustentável se alicerçado em organizaçõeslocais que sejam protagonistas do seu própriodesenvolvimento e actores dos seus projectos.Nesse sentido, cabe às ONG internacionaisapoiar as organizações da sociedade civillocais, sobretudo na capacitação e reforçoinstitucional, acompanhamento e gestãode projectos, monitorização e avaliação eadvocacia social conjunta, sem se querersubstituir a estas últimas e sem ocupar umespaço nacional que deve estar reservado àsinstituições locais.Assim iremos focalizando tendencialmentea nossa actuação nas primeiras fases dociclo do projecto e no acompanhamentoda implementação do mesmo. Esta opçãoestratégica não invalida a prossecução deprojectos de implementação directa quandoestes se apresentarem como a única formaeficaz de actuação. O esquema apresentadoem baixo mostra a especialização na cadeia devalor que a <strong>FEC</strong> quer realizar nos próximos 5anos.Identificação denecessidades /oportunidadesFormulação doProjectoIdentificação eAngariação doFinanciamentoImplementaçãoMonitorização eSupervisãoAvaliaçãoGuiné-BissauEducação AngolaAlfabetização Capacitação Guiné-Bissau30


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.7. Parcerias EstratégicasQueremos continuar a apostarem parcerias estratégicas quecomplementem a actuação da <strong>FEC</strong>,reforcem a eficácia na luta contraa pobreza e promovam oportunidades deaprendizagem mútua e a implementação deboas práticas. Com este objectivo, pretendemoster uma atitude de abertura à sociedade civil eaos outros actores de desenvolvimento (sectoracadémico, privado, etc), valorizando as suascompetências e know-how e promovendoo trabalho em rede e a formação de aliançasestratégicas. O quadro apresentado embaixo resume (não de forma exaustiva) asprincipais parcerias a serem desenvolvidas oureforçadas no âmbito da Cooperação para oDesenvolvimento.NACIONALInstituições AcadémicasEmpresasMinistériosMunicípiosONGDONG CatólicasNÃO CATÓLICACATÓLICAMinistérios e Autoridades LocaisRedes Globais de Educação e SaúdeInstituições AcadémicasSociedade CivilConferências EpiscopaisDiocesesCongregações ReligiosasINTERNACIONAL31


5. COOPERAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO5.8. Inovação e IniciativasAssente em valores e princípios sólidose respondendo às necessidadesfundamentais das populações maisvulneráveis, a <strong>FEC</strong> quer tambémestar na vanguarda da Cooperação parao Desenvolvimento, quer através de umapermanente actualização e participaçãoactiva na definição de tendências e políticasde cooperação, quer através da introduçãode metodologias inovadoras, adaptação eimplementação de boas práticas e utilizaçãode novas tecnologias no âmbito da inovaçãosocial. Algumas das áreas em que a <strong>FEC</strong>pretende investir passam pelos softwaresde georeferenciação, parcerias no âmbitoda acção-investigação-acção, divulgação ecertificação de metodologias, avaliações deimpacto participativas e inovadoras, formasinovadoras de auto-sustentabilidade dosprojectos (turismo religioso, turismo ecológicae socialmente responsável, aposta em energiasrenováveis).32


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia SocialOBJECTIVO ESTRATÉGICOSensibilizar e mobilizar a sociedadeportuguesa para a justiça social e odesenvolvimento sustentável.AEducação para o Desenvolvimento(ED) é uma ferramenta fundamental deformação cívica. Numa sociedade decrescente globalização acreditamosque é fundamental criar conhecimento esensibilizar a opinião pública. Em relação àrealidade portuguesa, é essencial sensibilizarpara as temáticas da cooperação internacional,da pobreza e do desenvolvimento sustentável,fomentando assim a participação activa nacidadania global. Por outro lado, a AdvocaciaSocial é uma das responsabilidades dasociedade civil enquanto esforço organizadopara, em nome da justiça social, influenciarinstituições e sistemas políticos, económicos,religiosos e sociais no sentido de tomaremdecisões que defendam os interesses de gruposdesfavorecidos. Nesse sentido consideramosa advocacia social uma poderosa “arma” decidadania activa e de transformação social.A acção de educação para o desenvolvimento eadvocacia social da <strong>FEC</strong> inscreve-se na política dedesenvolvimento da União Europeia, consagradano Consenso Europeu (2005) assim como na VisãoEstratégica da Cooperação Portuguesa (2006) ,que reconhecem a importância da participação dasociedade civil europeia enquanto co-responsávelpela erradicação da pobreza e cumprimento dosObjectivos de Desenvolvimento do Milénio.“Hoje a linha de demarcação entrepaíses ricos e pobres já não é tãonítida (..) .Cresce a riqueza mundialem termos absolutos, mas aumentamas desigualdades. Nos países ricos,novas categorias sociais empobreceme nascem novas pobrezas. Em áreasmais pobres, alguns grupos gozamduma espécie de superdesenvolvimentodissipador e consumista que contrasta,de modo inadmissível, com perduráveissituações de miséria desumanizadora.Continua o escândalo de desproporçõesrevoltantes”.Papa Bento XVI in Caritas in Veritate (2009)No entanto, é importante ir para além dos ODMe de outros quadros internacionais para reflectire agir sobre causas sistémicas da pobreza,desigualdade de género, alterações climáticase desequilíbrios no desenvolvimento. Éimportante reflectir e questionar se os modeloseconómicos, comerciais, sociais e estilos de vidaque temos são compatíveis com estes objectivos.É importante questionar que mudanças devemacontecer nos países desenvolvidos e nospaíses em vias de desenvolvimento.35


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia SocialNeste contexto, a <strong>FEC</strong> apresenta as seguintesvantagens competitivas:VANTAGENS COMPETITIVAS:• Reconhecimento de know-how da <strong>FEC</strong> no seioda sociedade civil portuguesa.• Nicho de actuação específico – Igreja Católicainstituição com forte enraizamento culturale social na sociedade portuguesa e comsignificativa capacidade de mobilização depessoas e grupos.• Competências e conhecimentos específicos noâmbito das questões de voluntariado.• Ampla experiência de coordenação edinamização de trabalho em rede.• Capacidade de actuação em contextosdiferentes e para diferentes públicos-alvo.• Parcerias estratégicas no âmbito da advocaciasocial (CIDSE, Objectivos do Milénio).No decorrer da implementação do PlanoEstratégico 2010-2015, pretendemos reforçar anossa actuação no âmbito da Educação para oDesenvolvimento e Advocacia Social através daanálise, enfoque e trabalho conjunto de temasque serão transversais a todo o departamento edinamizados através de todas as redes. Os temasescolhidos são: o voluntariado missionário, osobjectivos do milénio, as alterações climáticase desenvolvimento, cidadania e diversidadecultural, justiça social e desenvolvimento.Com base neste contexto, os seguintesobjectivos específicos foram definidos:OBJECTIVO ESPECÍFICOFomentar o trabalho em rede nasociedade civil como meio de potenciarcolaborações e capacitar para as questõesdo desenvolvimento.No que toca à gestão de Redes, a iremosconcentrar esforços numa maior e mais eficazmobilização através de uma gestão mista(presencial e à distância) apostando nas novastecnologias de comunicação. Através de umaclara identificação dos públicos-alvo e umprofundo conhecimento das suas expectativas,potencialidades e necessidades, a <strong>FEC</strong> irácriar ou adaptar materiais, metodologias deacção e participação específicas para cadauma das redes. As quatro redes que serãoalvo de um maior investimento por parte da<strong>FEC</strong> apresentam características e potenciaisdiferentes, assim como dinâmicas operacionaisespecíficas, a saber: a Rede dos Bispos Lusófonos;a Rede de Voluntariado Missionário; a RedeFé e Desenvolvimento e a Rede CooperaçãoDescentralizada.36


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia SocialOBJECTIVO ESPECÍFICODesenvolver acções de advocacia social ecampanhas que envolvam a sociedade civil.A <strong>FEC</strong> irá continuar a apostar numa crescenteparticipação da sociedade civil em acçõesconcretas de advocacia e mobilização através decampanhas de âmbito nacional e internacional.Através de uma participação cada vez maisactiva na rede CIDSE, a <strong>FEC</strong> irá reforçar a suaacção de lobby e advocacia, identificandooportunidades nacionais e internacionais parainfluenciar políticas e comportamentos.OBJECTIVO ESPECÍFICOMobilizar a Igreja Católica em Porugal e nospaíses lusófonos para que seja voz activa eprofética na promoção do desenvolvimento.Através do trabalho no interior da Igreja Católicae apostando em diferentes redes, públicos-alvoe estruturas eclesiais e sociais, queremos que a<strong>FEC</strong> seja um contributo para que a actuação daIgreja Católica faça eco da voz dos mais pobrese vulneráveis, seja protagonista na denúnciade injustiças sociais, seja voz inconformada eincómoda na luta pelo bem comum.OBJECTIVO ESPECÍFICOPromover o voluntariado missionário comoinstrumento de desenvolvimento, meio deencontro de culturas e agente multiplicadorna sensibilização da sociedade portuguesapara as questões do desenvolvimento.A <strong>FEC</strong> pretende trazer para a agenda nacionale para a comunicação social a importânciado voluntariado, enquanto dádiva gratuita eexpressão solidária de cidadania activa, assimcomo o valor acrescentado do voluntariadomissionário enquanto exercício de cidadania,crescimento humano e religioso e encontro deculturas. Através de uma avaliação de impactodo trabalho dos voluntários em missão, a <strong>FEC</strong> irácontinuar a sensibilizar a sociedade portuguesapara o voluntariado.RESULTADOS:• Agentes multiplicadores formados, capacitadose mobilizados para a intervenção na área daeducação para o desenvolvimento e advocaciasocial.• Voluntariado missionário valorizado como actorrelevante no âmbito da cooperação.• Voluntariado missionário como agente desensibilização da sociedade portuguesa para asquestões de desenvolvimento.• <strong>FEC</strong> é membro pró-activo da CIDSE, participa nascampanhas da CIDSE e tem voz activa nesses temasjunto dos organismos públicos portugueses.• Igreja Católica mais participativa e mobilizadora emcampanhas de sensibilização e advocacia social.• A área de Educação para o Desenvolvimentoe Advocacia Social da <strong>FEC</strong> reflecte o trabalho eparcerias estabelecidas na área de cooperação parao desenvolvimento.37


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.1. Temas TransversaisVoluntariado MissionárioObjectivos do MilénioDesignação que se generalizou em Portugalnos últimos anos e que expressa uma tipologiaespecífica de voluntariado. Estando próximodo voluntariado internacional, o voluntariadomissionário tem uma matriz religiosa, cristã, quera nível da génese de cada grupo ou entidade,da formação oferecida aos candidatos, querainda no que respeita aos parceiros com osquais os voluntários trabalham no terreno, quesão sobretudo missionários religiosos membrosde congregações religiosas. O voluntariadomissionário é uma expressão de solidariedadeglobal. Através de acções de promoçãohumana integral, de defesa dos direitos doHomem, de luta pela justiça social e equidadedistributiva e através de práticas de denúnciade corrupções, violências e opressões, procuraseque as desigualdades sejam atenuadas eque a promoção humana nas suas diversasdimensões seja efectiva.Durante a implementação do Plano Estratégico2010-2115, pretendemos aumentar o impacto daRede de Voluntariado Missionário em Portugale nos países de missão, assim como dar maisvisibilidade e maior credibilidade ao voluntariadomissionário, melhorando a comunicação externa.Em Setembro de 2000, 189 líderes de quasetodos os países do Mundo reuniram-se em NovaIorque para a Cimeira do Milénio das NaçõesUnidas. Desta Cimeira resultou a Declaraçãodo Milénio, na qual 147 chefes de Estado e deGoverno declararam a sua “responsabilidadecolectiva na defesa dos princípios da dignidadehumana, igualdade e equidade ao nível global”,e o “seu dever para com todas as pessoas domundo, especialmente os mais vulneráveis eem particular as crianças, às quais pertence ofuturo.”Estes Objectivos de Desenvolvimento doMilénio (ODM), devem ser uma prioridade daagenda política de todos e cada um dos Estadossignatários, entre os quais Portugal. Pelaprimeira vez foram estabelecidas metas globaisambiciosas, com prazos claramente definidos,que envolvem países ricos e pobres. Ao contráriodas preocupações anteriores das NaçõesUnidas que se concentraram principalmenteno crescimento económico, os ODM colocamo bem-estar humano e a redução da pobrezano centro dos propósitos do desenvolvimentomundial. O repto que atravessa todos os ODM éa erradicação da pobreza.Durante a implementação do Plano Estratégico2010-2115, pretendemos sensibilizar a sociedadecivil (em particular a Igreja Católica em Portugal)para uma mobilização conjunta em torno dosODM que passe por acções de acompanhamento39


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.1. Temas Transversaise monitorização de políticas públicas de apoioao desenvolvimento, acções de advocaciasocial assim como uma co-responsabilizaçãodos cidadãos acompanhada por alterações decomportamento e estilos de vida.Alterações Climáticas eDesenvolvimentoAs alterações climáticas representam um dosmaiores desafios que se colocam aos paísesem vias de desenvolvimento. As alteraçõesclimáticas e a pobreza devem ser consideradascomo os dois principais desafios à justiça global,estando interligados e exigindo medidas decombate simultâneas. O combate eficaz àpobreza e aos efeitos negativos das alteraçõesclimáticas requerem uma acção concertadaque inclua ambas as questões. O impacto dasalterações climáticas ameaça o cumprimentodos ODM, mas cria também a oportunidadede reforçar os esforços para atingir estas metasimperativas.É cada vez mais urgente desenvolverestratégias de adaptação e mitigação dosimpactos das alterações climáticas nospaíses pobres. As alterações climáticasestão a deitar por terra os avanços feitos naredução da pobreza e na concretização dosObjectivos de Desenvolvimento do Milénio,por isso é crucial que comecemos a abordaras alterações climáticas numa perspectivade desenvolvimento, centrada nas pessoas.As alterações climáticas são uma peça chaveno desenvolvimento, mas o seu impacto nospaíses mais pobres não tem sido devidamentereconhecido. Como cidadãos, somos desafiadosa mostrar aos políticos o nosso interesse pelotema, e o nosso desejo de que se tomemmedidas ambiciosas na redução de emissõesde gases com efeito de estufa, para o bem dasgerações futuras e dos povos mais vulneráveis.A <strong>FEC</strong> irá pressionar os órgãos de poder nosentido de se definirem metas e compromissospolíticos que tenham em consideração os paísesem desenvolvimento e as suas populações A <strong>FEC</strong>irá continuar a participar na campanha “VamosCriar um Clima para a Justiça”, organizada a nívelmundial pelas duas maiores redes de organizaçõescatólicas para o desenvolvimento, a CIDSE e aCaritas Internationalis. Esta campanha pretendealertar os governantes para a necessidade deassumirem um compromisso mundial justo sobrealterações climáticas e para a importância dedarem voz aos países mais pobres na mesa dasnegociações.Cidadania e diversidadeculturalO exercício da cidadania global activa, através deacções promotoras de desenvolvimento, envolveos indivíduos num processo de transformaçãoda realidade social e compromete-os namudança de comportamentos individuais, embenefício do bem comum. O trabalho juntode pessoas de culturas distintas, com hábitos,costumes, crenças e ritos distintos, permite ocontacto com diferentes formas de ser pessoa,respeitando cada uma na sua dignidade. Assim,a diversidade cultural deve fomentar o diálogo,a solidariedade, a abertura e o respeito entre40


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.1. Temas Transversaismembros de diversas estruturas culturais. Atroca de saberes e experiências permite que, deforma plural, cada indivíduo olhe o mundo deforma global, actuando para que todos possamviver com dignidade.Durante a implementação do Plano Estratégico2010-2115, iremos apostar na mobilização dasociedade portuguesa para uma cidadaniamais activa e mais comprometida com ascausas globais da pobreza e da injustiça social.A <strong>FEC</strong> irá promover a diversidade culturalenquanto riqueza humana, social e económica epromoverá o encontro de culturas entre cidadãos,comunidades e paróquias.Justiça Social eDesenvolvimentoA justiça está no cerne do desenvolvimentoe da luta contra a pobreza. Para que odesenvolvimento das populações se torneuma realidade, é fundamental que, nãoapenas o sistema de justiça seja uma realidadeque põe fim à impunidade vigente em tantospaíses em vias de desenvolvimento, mastambém que a noção de justiça social emerjacomo uma premissa da paz e coesão social.A noção e o reconhecimento dos direitos (ex:direitos humanos, direito de propriedade,direito à terra, direito ao trabalho) e adenúncia das suas violações são uma dasmanifestações do trabalho em prol dajustiça. Nesse sentido, é essencial questionare avaliar os modelos de governação actuais,os processos de tomada de decisão públicae colectiva, a transparência e os mecanismosde corrupção e as políticas vigentes e emelaboração.Durante a implementação do Plano Estratégico2010-2115, iremos estabelecer parceriasestratégicas com as Comissões Justiça ePaz (a nível nacional e internacional) e comorganizações da sociedade civil que trabalhama questão dos direitos humanos mas tambémas questões de governânça, transparência e lutacontra a injustiça social e a corrupção.Em todas as temáticas tratadas iremos apostarnuma abordagem que alia uma profundaanálise política, social, económica ao rigortécnico e qualidade de informação, atravésde uma actualização permanente dos dadose tendências internacionais, assim como comparcerias com organismos de referência noâmbito do desenvolvimento.41


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.2. Metodologia de intervenção - RedesDesde a sua criação que a <strong>FEC</strong> tempromovido o trabalho em rede. A<strong>FEC</strong> aposta num efeito de escalaatravés da formação, capacitação emobilização de agentes com forte potencialreplicador, tanto junto das comunidades debase, como também junto de actores com forteinfluência junto das esferas de decisão.Em simultâneo, com um enorme potencialpositivo, a <strong>FEC</strong> reconhece também que otrabalho em rede apresenta inúmeros desafiosna coordenação de organismos diversos ediferentes que para além de uma agendacomum possuem também uma agenda própria.Alguns destes desafios passam pela articulaçãode iniciativas e comunicação, definição deresponsabilidades e competências ou aindaem questões de protagonismo institucional.Ao longo dos anos, a <strong>FEC</strong> foi desenvolvendocompetências para saber ultrapassar estas eoutras dificuldades. Acreditamos que, maisdo que nunca num mundo globalizado, éurgente e necessário trabalharmos em redee constituirmos alianças efectivas. No actualPlano Estratégico, iremos apostar nas seguintesredes:A Rede dos Bispos Lusófonos é um espaçode reflexão e debate que reúne os presidentese vice-presidentes das conferências episcopaisde Angola e São Tomé, Brasil, Moçambiquee Portugal, e os bispos residentes de CaboVerde, Guiné-Bissau e Timor-Leste. À <strong>FEC</strong> cabe,desde 1996, promover e dinamizar esta Rede,nomeadamente através da realização periódicado Encontro dos Bispos Lusófonos e dapromoção de canais de comunicação, como é ocaso do Boletim Igrejas Lusófonas e do programade rádio Luso Fonias. Esta rede procura melhoraro conhecimento da realidade da Igreja entreestes países, reflectir sobre temas de interessecomum, definir acções conjuntas e intensificaro intercâmbio e cooperação entre si. Esta redeapresenta um enorme potencial enquantocanal de comunicação e meio de sensibilizaçãoe mobilização de líderes religiosos dos Paísesde Língua Oficial Portuguesa para as questõesdo desenvolvimento. A partilha de experiênciasem temáticas específicas poderá ser o ponto departida para uma acção e comunicação maisconcertada dos Bispos Lusófonos.A Rede de Voluntariado Missionárioenvolve 45 entidades portuguesas que têmem comum a identidade cristã, o trabalhoem cooperação para o desenvolvimentoe a promoção e integração de voluntáriosmissionários nas suas acções. Trata-se de um tipode voluntariado sobretudo vocacionado paraacções fora do país, designadamente em paísesem desenvolvimento, onde os voluntários seinserem em projectos de promoção humana esocial, em áreas tão diversas como a educaçãoe formação, a saúde, o associativismo, o apoiocomunitário e social, a capacitação técnica deagentes locais e a pastoral, entre outras. A <strong>FEC</strong>é responsável pela gestão desta Rede e, nessesentido, realiza anualmente um conjunto deactividades de promoção e divulgação doVoluntariado Missionário, entre as quais aformação de voluntários e de formadores, oapoio aos voluntários aquando do seu regresso,a divulgação do trabalho das entidades (querdentro da rede, quer junto de órgãos decomunicação social), a angariação de fundospara os projectos em curso e a dinamização dediversas iniciativas.42


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.2. Metodologia de intervenção - RedesA Rede Fé e Desenvolvimento temcomo objectivo, partindo dos Objectivos deDesenvolvimento do Milénio e em linha com osprincípios da Doutrina Social da Igreja, reflectir,agir e mobilizar as Dioceses Portuguesas(através de diferentes movimentos religiosose realidades locais da Igreja Diocesana) sobreo tema do desenvolvimento e luta contra apobreza, numa forma de trabalho que em simesma leva à prática o 8º ODM (fortalecerparcerias). Através desta rede, a <strong>FEC</strong> promovea sensibilização e mobilização da Igreja emPortugal para as questões do desenvolvimentoglobal, com vista a uma participação mais activa,uma cidadania responsável que conduzem aum verdadeira transformação social.Durante o período que cobre este PlanoEstratégico, a <strong>FEC</strong> pretende também investiresforços e meios na sua participação na redeCIDSE.CIDSE - Aliança internacional de 16 organizaçõescatólicas para o desenvolvimento, que partilhamuma estratégia comum de advocacia e lobbynos seus esforços pela erradicação da pobrezae pela justiça global. As áreas prioritárias deadvocacia social da CIDSE são a governânça,alterações climáticas, comércio e segurançaalimentar, políticas de desenvolvimento daUE, empresas e direitos humanos. A <strong>FEC</strong> aderiuà CIDSE em 2008, sendo a organização querepresenta Portugal nesta rede.A Rede Cooperação Descentralizada.Embora ainda não constituída formalmentetrata-se de uma rede de educação para odesenvolvimento orientada para os municípios,que visa contribuir para a formação deagentes de ED, pertencentes aos municípios eorganizações locais. O seu objectivo específicoé consciencializar, capacitar e mobilizar equipasmulti-sectoriais (constituídas por técnicosde municípios, de escolas, de organizaçõesjuvenis e da sociedade civil) para a intervençãoem ED no respectivo município, numa lógicade rede de actores, constituída e coordenadapor um município, potencialmente actor decooperação descentralizada. A Rede tomacomo quadro de fundo a relação de sinergias ecomplementaridades entre a ED e a cooperaçãodescentralizada, procurando promover umaconcertação local a favor do desenvolvimento,no que se inclui o compromisso com osObjectivos de Desenvolvimento do Milénio.43


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.3. Públicos-alvoOtrabalho em rede permite alcançaruma grande diversidade depúblicos-alvo com característicasmuito diversificadas e com requisitosespecíficos. Podemos agrupar os públicosalvoem quatro grandes categorias: gruposespecíficos, agentes multiplicadores, opiniãopública e órgãos de decisão. A dinâmicapretendida entre redes e públicos-alvo éilustrada na figura seguinte:TemasTrabalhoem RedePúblico AlvoVoluntariadoMissionárioObjectivos doMilénioAlteraçõesClimáticas eDesenvolvimentoCidadania eDiversidadeCulturalJustiça &DesenvolvimentoRede VoluntariadoMissionárioRede Fé eDesenvolvimentoRede BisposLusófonosRede CooperaçãoDescentralizadaCIDSEGRUPOS ESPECÍFICOS• Grupos de VoluntariadoAGENTES MULTIPLICADORES• Associações & Sociedade Civil• Movimentos de Igreja• Congregações Religiosas• Dioceses & ParóquiasOPINIÃO PÚBLICA• Sociedade Portuguesa (Municípios)• Igreja (Dioceses)DECISORES (Político-económicos, religiosos)• Governo• Autarquias• Comissão Europeia• Bispos e líderes religiosos• Empresas44


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.4. Cadeia de valorAanálise da cadeia de valor teve comoobjectivo, no âmbito da Educação parao Desenvolvimento e Advocacia Social,identificar as áreas de intervenção emque a <strong>FEC</strong> apresenta mais-valias relativamente aoutros actores, ou áreas em que a <strong>FEC</strong> pretendereforçar competências para se destacar nocontexto nacional da ED e Advocacia Social. Otrabalho realizado pelos colaboradores da <strong>FEC</strong>conduziu ao estabelecimento de prioridadescom base na análise interna e no potencialde cada rede. Embora, em certa medida,a <strong>FEC</strong> esteja envolvida em quase todas asetapas da cadeia de valor, iremos investir deforma particular na formação, sensibilização emobilização de agentes multiplicadores. Umanova área de intervenção para a <strong>FEC</strong> será aadvocacia e lobby, área em que pretendemosreforçar competências. A figura seguinte ilustraa análise e o estabelecimento de prioridades nacadeia de valor:Identificação denecessidades /oportunidadesFormulação doProjectoIdentificação eAngariação doFinanciamentoImplementaçãoMonitorização eSupervisãoAvaliaçãoRedeVoluntariadoMissionário Rede Fé eDesenvolvimento Lusófonos Rede BisposDescentralizada Rede Cooperação45


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.5. Parcerias EstratégicasSubjacente ao trabalho em rede estáa existência de parcerias vivas e emconstante evolução. A <strong>FEC</strong> irá continuara investir em parcerias com actoressociais que apresentem sintonia no que tocaa objectivos e ética de actuação, mas quetambém apresentem valor acrescentadoatravés de complementaridade de experienciase diversificação de competências e know-how.O quadro apresentado em baixo resume asprincipais parcerias a serem desenvolvidasou reforçadas no âmbito da Educação para oDesenvolvimento e Advocacia Social.NACIONALInstituições AcadémicasMunicípiosONGDEscolasOrganizações JuvenisONG CatólicasDiocesesEntidades Promotoras de VoluntariadoNÃO CATÓLICACATÓLICAInstituições EuropeiasRedes Globais de Educação e SaúdeRedes Internacionais de VoluntariadoRedes Internacionais de Advocacia SocialConferências EpiscopaisCongregações ReligiosasONG CatólicasINTERNACIONAL46


6. Educação para o Desenvolvimento& Advocacia Social6.6. Inovação e iniciativasUma das premissas essenciais parao sucesso da Educação para oDesenvolvimento é o dinamismo ea inovação. O trabalho no âmbitoda ED necessita não apenas de acompanharas tendências e mudanças da sociedade, sobrisco de não conseguir mobilizar a opiniãopública, mas deve também estar na vanguardada inovação social para aumentar o impactodo seu trabalho. A ED é uma área onde épossível incubar novas ideias com potencialde replicação, devendo ser esta uma dasapostas da sociedade civil que se quer maisparticipativa e mais mobilizadora. A advocaciasocial deve também, cada vez mais apreendernovas formas de comunicação, mais incisivase fundamentadas que permitam levar a suamensagem de forma clara e concreta aosórgãos decisores. Algumas das iniciativasidentificadas pela <strong>FEC</strong> incluem: avaliação deimpacto voluntariado missionário; www.facemissão.org– mapa anuário on-line da presençamissionária portuguesa no mundo, plataformavirtual de dessiminação de boas praticas darede de cooperação descentralizada.47


9“Se todos nós fizéssemos as coisas que temos capacidade para fazer,ficaríamos verdadeiramente impressionados connosco mesmos.”Thomas Edisonwww.presentessolidarios.ptPresente SolidárioPresente SolidárioPresente SolidárioPresente SolidárioAngolaKit de ConstruçãoCabo VerdePainel SolarGuiné-BissauLeiteMoçambiqueCabraPresente SolidárioPresente SolidárioPresente SolidárioPresente SolidárioBrasilKit YanomamiTimor-LesteKit Sementinha SaudávelSão Tomé e PríncipeCadeiraPortugalBolsa do VoluntárioFUNDAÇÃO EVANGELIZAÇÃO E CULTURASQuinta do Cabeço, Porta D, 1885-076 MOSCAVIDE | (+351) 218 861 710geral@presentessolidarios.pt | www.presentessolidarios.pt


7. Comunicação e MarketingNos últimos anos, a <strong>FEC</strong> fez um esforçosignificativo no reforço e na melhoriada comunicação externa. Essa apostaestá bem patente, por exemplo, nolançamento da campanha anual de PresentesSolidários, na qualidade da imagem gráfica dowebsite e na qualidade dos conteúdos da newsletter.OBJECTIVO ESTRATÉGICOSer uma organização conhecida e credíveljunto da sociedade civil, empresas edoadores.A <strong>FEC</strong> apresenta actualmente significativasvantagens competitivas:VANTAGENS COMPETITIVAS:• Experiência logística e operacional decampanhas de fundraising complexas.• Know-how no âmbito da rádioe envolvimento com órgãos decomunicação social.• Um discurso próprio com uma linguagemuniversal capaz de chegar à sociedadecivil em geral, mas também à populaçãocatólica.• Tom positivo, implicando os doadoresna criação de valor e transformando osdoadores em parceiros de pleno direito.• Existência de base de dados com mais de5000 registos.• Transparência e accountability - prestaçãode contas, relatórios de actividades,relatórios de contas, avaliações eauditorias disponíveis on-line.No decorrer da implementação do PlanoEstratégico 2010-2015, pretendemos reforçar anossa Comunicação Externa e Marketing atravésda opção estratégica que consiste em envolverparte dos recursos humanos existentes e algunsrecursos financeiros na gestão da comunicação,permitindo aproveitar o potencial já existentena organização. O mercado é favorável àsoportunidades de comunicação e marketingde actores de desenvolvimento transparentes ecom marcas credíveis, como a <strong>FEC</strong>.OBJECTIVO ESPECÍFICOAumentar o número de pessoas einstituições que confiam no trabalho da<strong>FEC</strong>.Cerca de 5000 pessoas recebem actualmenteuma newletter quinzenal da <strong>FEC</strong> e mais de 1000participaram na Campanha Presentes Solidáriosde 2009. Embora estes números sejam jásignificativos, e uma análise mais aprofundadarevele uma fidelização de pessoas que apoiam a<strong>FEC</strong>, num universo de cerca de dois milhões de49


7. Comunicação e Marketingcatólicos praticantes e 4.377 paróquias a nívelnacional existe ainda um enorme potencialpor explorar. Durante a implementação doPlano Estratégico, iremos envolver todosos departamentos, redes, colaboradores evoluntários numa aposta colectiva de tornar otrabalho da <strong>FEC</strong> mais conhecido e valorizadojunto de indivíduos e instituições. Este trabalhopassa pelo desenvolvimento de materiais decomunicação externa adaptados ao públicoalvoe divulgação através de canais decomunicação adaptados.OBJECTIVO ESPECÍFICOSer uma organização que utilizaeficazmente a comunicação social paradivulgar os seus projectos e campanhas.Continuaremos a apostar na divulgação juntoda comunicação social com uma preocupaçãocrescente de tornar conhecido a “marca” <strong>FEC</strong>associando o trabalho a uma imagem deseriedade e rigor. Para além da comunicaçãode largo público, iremos também apostar nacomunicação especializada que cobre nichosespecíficos, que poderão estar à partida maissensíveis às questões de desenvolvimento- ex: publicações religiosas, publicaçõesuniversitárias, publicações juvenis - ou aindapublicações regionais e rádios locais no casodas Redes Fé e Desenvolvimento e CooperaçãoDescentralizada. Continuaremos a produzir oprograma de rádio Luso Fonias que actualmenteé emitido em 22 rádios (incluindo a RádioSIM do Grupo Renascença) e em nove paíseslusófonos.OBJECTIVO ESPECÍFICOAumentar as receitas próprias e defundraising junto do grande público edas empresas.A <strong>FEC</strong> dispõe actualmente de uma CampanhaAnual de Fundraising (Presentes Solidários)assim como o apoio de algumas empresas.Durante o ano de 2010, a <strong>FEC</strong> irá proceder auma análise da Campanhas em curso, com oobjectivo de desenvolver novas estratégiasque possam potenciar o sucesso das mesmas.Uma possibilidade será também um maiorenvolvimento das empresas na CampanhaPresentes Solidários. Por outro lado, serárealizado um trabalho mais sistemático entreo Departamento de Cooperação para oDesenvolvimento e o Gabinete de Comunicaçãoe Marketing, no sentido de identificar, contactare fidelizar empresas que possam apoiar de formacontinuada projectos na área da Cooperação.50


7. Comunicação e MarketingAtravés do apoio técnico prestado peloGabinete de Comunicação e Marketing e emarticulação com todos os colaboradores da <strong>FEC</strong>,pretendemos alcançar os seguintes resultados:RESULTADOS:• A <strong>FEC</strong> ser reconhecida no seio da Igrejae da sociedade civil como ONGD dereferência.• 25 Empresas apoiarem a <strong>FEC</strong> no âmbitoda responsabilidade social (5 empresaspor ano, até 2015).• Aumento da percentagem de receitaspróprias.• Aumento do número de apoiantes da <strong>FEC</strong>através do trabalho com a comunicaçãosocial.Para implementar a sua estratégia iremosapostar numa diversidade de meios decomunicação e marketing ao nosso alcance.Alguns destes meios (ex: Site/Newsletter,Boletim de Igrejas Lusófonas, Luso Fonias,Campanha Presentes Solidários) estão já empleno funcionamento, mas irão beneficiar deuma análise detalhada relativamente à suapertinência, custo-benefício e estratégia. Outrosmeios (ex: realização de eventos, campanhaempresas) estão em fase de prospecção e, umavez que os recursos humanos e financeirosnesta área continuam a ser limitados na <strong>FEC</strong>,após análise será estabelecido um gradiente deprioridades. É de notar que para cada meio a serutilizado será claramente identificado qual opúblico-alvo que se pretende atingir, sendo estecritério essencial para a definição de conteúdose abordagens. Os esquemas da página seguintepretende ilustrar as diversas opções.51


Em Curso:MeiosPúblico AlvoApresentação InstitucionalBoletim Igrejas LusófonasWebsite e NewsletterCampanha Presentes SolidáriosVenda de Produtos (ex: Agenda)PublicaçõesRádio (Luso Fonias) & MediaIGREJA• Bispos• Congregações• Paróquias• Escolas / Colégios Católicos• Associações e Grupos Católicos• Católicos em geralFINANCIADORES• Doadores• Empresas• “Amigos” <strong>FEC</strong> - individuaisGRANDE PÚBLICOEm Prospecção:MeiosPúblico AlvoEventos / Prestação de ServiçosParticipação em eventos religiososRedes SociaisCampanhas EmpresasCampanha QuaresmaFóruns Virtuais (ex: rede dos Missionários)IGREJA• Bispos• Congregações• Paróquias• Escolas / Colégios Católicos• Associações e Grupos Católicos• Católicos em geralFINANCIADORES• Doadores• Empresas• “Amigos” <strong>FEC</strong> - individuaisGRANDE PÚBLICO52


8. FinanciamentoAsustentabilidade financeira éuma premissa essencial para obom funcionamento de qualquerinstituição. Nos últimos anos, a <strong>FEC</strong>iniciou, com sucesso, um esforço no sentidode diversificar as fontes de receita atravésde candidaturas a doadores institucionaisinternacionais, de prestação de serviços ecampanhas ou ainda angariação de fundosjunto de empresas ou pessoas singulares.Asduas figuras sintetizam de forma esquemática asopções da <strong>FEC</strong> relativamente a financiamento:SubsídiosProjectos& Desenvolvimento de ParceriasPatrocínios eDonativosMarketing& ComunicaçãoReceitasPrópriasConsultoriaPrestação de ServiçosTipos definanciamentoTipo de Parceiros Fontes MeiosSubsídios• Sociedade Civil• Igreja• Universidades• Autoridades Locais• Entidades Públicas• Financiadores Nacionaise Internacionais• FinanciadoresMultilaterais• Financiadores Bilaterais• Candidaturas eFinanciamentosPatrocínios eDonativos• Sociedade Civil• Igreja• Universidades• Autoridades Locais• Empresas• Entidades Públicas• Entidades Privadas• Sociedade Civil• Campanhas• Projectos deResponsabilidade Social• Acção directa e pessoalReceitasPróprias• Igreja• Sociedade Civil• Autoridades Locais• Doadores• Sociedade Civil• Entidades Públicas• Entidades Privadas• Formação• Candidaturas• Gestão de Projectos• Avaliações


9. ANÁLISE DE RISCOSNo decorrer do processo de elaboraçãodo Plano Estratégico foi tambémrealizada uma análise de risco. Estapretende reflectir sobre os principaisriscos que podem afectar a implementaçãodo Plano Estratégico, o grau de probabilidadede ocorrência do risco, o nível de impactosobre a organização e, finalmente, o planode contingência para o mesmo. Estamosconscientes que num mundo e num sectorem que a mudança é uma característicapermanente a análise de riscos deverá sermonitorizada e actualizada de forma regular.RiscoGrauProbabilidadeNível de ImpactoPlanoContingênciaPrioridades definanciamento paraoutros sectores deintervençãoMédioAlto• Maximizar áreas dereforço institucional• Alargar sectores deintervenção• Parcerias com actoresde outros sectoresGrandedependência deum só doadorMédioMédio• Aumentar o númerode candidaturas / ano• Diversificar doadoresInstabilidadepolítica na GBAltoAlto• Trabalhar comparceiros bemimplantados noterrenoParceiros locaiscom deficite decompetências degestãoMédioMédio• Apostar no reforço decompetências• Aumentaracompanhamento emonitorizaçãoFalta deenvolvimento daIgreja em PortugalMédioAlto• Mobilizar 1 ou 2bispos• Concentrar esforçosem Dioceses maismotivadas• Promoverintercâmbios comoutras realidades deIgreja


10. OPERACIONALIZAÇÃO,MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃOOPlano Estratégico será acompanhadopor planos operacionais anuais(por Departamento e Gabinete)e por cronogramas que indicamas principais actividades/ano. Estes doisdocumentos serão preparados em Novembro,durante a planificação do ano civil. Em Julhode cada ano deve ser realizada uma brevemonitorização dos resultados, actividadese indicadores apresentados nos planosoperacionais. Antes de uma nova planificaçãoserá realizada uma avaliação do ano decorrido.Serão realizados pontos de situação emonitorizações anuais do Plano Estratégico.Na segunda metade de 2012 (a cerca de meiodo quinquénio) será realizada uma avaliaçãosobre a implementação do Plano Estratégico.Na primeira metade de 2014 será realizada umaavaliação externa como ponto de partida para aelaboração de um novo plano 2015-2020.59


<strong>FEC</strong>Quintado Cabeço, Porta D, 1885-076 MoscavideTlf: +351 218 861 710 | Fax: +351 218 861 708geral@fecongd.orgwww.fecongd.org60

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