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Projeto Rondon – Ministério da DefesaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 1


Projeto Rondon – Ministério da DefesaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 2


Projeto Rondon – Ministério da DefesaCapítulo 1Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 3


Projeto Rondon – Ministério da DefesaINTRODUÇÃOAtualmente, diversas ações antrópicas vem comprometendo em gran<strong>de</strong>escala os recursos naturais, <strong>de</strong> modo que a água, o ar e o solo passam pordiversas transformações, que nem sempre favorecem a bióta presente. Como acelerado crescimento das cida<strong>de</strong>s para as zonas rurais e o fácil acesso aprodutos industrializados, os recursos hídricos sofrem essas modificações em seusconstituintes químicos, físicos e biológicos, que po<strong>de</strong>m colocar em risco a saú<strong>de</strong> dapopulação.A região Norte do Brasil é a região que possui maior abundância em baciashidrográficas a nível mundial, no entanto mostra-se <strong>de</strong>ficiente em saneamentobásico, no que implica a proliferações <strong>de</strong> vetores transportando as chamadasdoenças <strong>de</strong> veiculação hídricas. Para evitar tais doenças em regiões sem águatratada, é necessário buscar alternativas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água, que reduza oscustos <strong>de</strong> implantação e operação, oferecendo condições <strong>de</strong> saneamentosatisfatórias. Além disso, quando a água é usada para banhos, limpeza e outrastarefas domésticas po<strong>de</strong>m ser mais importantes para a boa saú<strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong>,porém quando usada para beber requer maiores cuidados.No município <strong>de</strong> Atalaia do Norte, localizado no extremo oci<strong>de</strong>nte do estadodo Amazonas, a situação não é diferente. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água consumida pelapopulação necessita <strong>de</strong> tratamentos a<strong>de</strong>quados para promover melhores condições<strong>de</strong> uso. A falta <strong>de</strong> estrutura e planejamento existente na estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>água não permite o abastecimento i<strong>de</strong>al para as residências locais, e também nãoexiste tratamento <strong>de</strong> esgoto para a região, o que complica ainda mais o fornecimento<strong>de</strong> água potável.Ultimamente, alternativas sustentáveis <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água são adotadaspara melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e assim reduzir o índice <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>veiculação hídrica. Uma das metodologias sustentáveis aplicadas ao tratamento <strong>de</strong>água no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte foi à <strong>de</strong>sinfecção Solar, conhecidomundialmente como SODIS, em que consiste na utilização da energia solar para a<strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> microrganismos patógenos, utilizando garrafas <strong>de</strong> material PET.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 4


Projeto Rondon – Ministério da DefesaOBJETIVOS CONCLUÍDOS• Levantamento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água do município;• Adaptação <strong>de</strong> palestras sobre a importância da água tratada;• Apresentação da metodologia SODIS para o município <strong>de</strong> Atalaia do Norte;• Realização <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> capacitação para professores da re<strong>de</strong> pública eprofessores indígenas, sobre a importância da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água emetodologia <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> SODIS no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte;Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 5


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA ÁGUA DO MUNICÍPIO DE ATALAIA DO NORTEA área urbana do município é abastecida pelas águas do Igarapé do rio Javari,que ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a captação até o <strong>de</strong>stino final do esgoto lançado no mesmo. Hácondições precárias no saneamento básico, ausência <strong>de</strong> planejamento estruturalquanto à localização da captação água e a disposição do esgoto. Além disso,existem ativida<strong>de</strong>s do uso da água, como a lavagem mandioca (fabricação <strong>de</strong>farinha), a pesca e o lazer, on<strong>de</strong> os habitantes migraram para o igarapé pararealização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s recreativa no balneário existente na região.Figura 1: Balneário do Município - Lazer da população.Atalaia do Norte possui uma água consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>ficiente para o consumohumano. Em visitas realizadas na estação <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água COSAMA,verificou-se a falta <strong>de</strong> estrutura para distribuir água potável nas residências. ACOSAMA realiza apenas a captação, próximo <strong>de</strong> áreas urbanas e a filtragem. Hádificulda<strong>de</strong> em analisar a água para verificar se está <strong>de</strong> acordo com parâmetros <strong>de</strong>potabilida<strong>de</strong> exigidos por legislação.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 6


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 2: Resíduos dispostos em corpos hídricos.Quando a água é distribuída à população, o cidadão precisa fazer outra etapa<strong>de</strong> tratamento para o consumo. É distribuído sulfato <strong>de</strong> alumínio e hipoclorito <strong>de</strong>sódio para a população para prover a purificação e <strong>de</strong>sinfecção da água. O Sulfato<strong>de</strong> Alumínio é usado como coagulante para remoção da turbi<strong>de</strong>z e sólidos suspensosda água, e o hipoclorito <strong>de</strong> sódio é empregado na <strong>de</strong>sinfecção patógena. Um dosmaiores problemas em realizar essas alternativas <strong>de</strong> tratamento nas residências é afalta <strong>de</strong> treinamento da população quanto à dosagem correta <strong>de</strong>sses compostosquímicos na água, e assim corre-se o risco <strong>de</strong> comprometer a saú<strong>de</strong> dos habitantesdo município.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 7


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 3: Água antes e <strong>de</strong>pois do tratamento com sulfato <strong>de</strong> alumínio e hipoclorito.Devido à falta <strong>de</strong> estrutura para tratamento <strong>de</strong> água foi necessária arealização <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> intervenção para complementar o tratamento járealizado no município. A equipe trabalhou na parte <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água voltado apequenas comunida<strong>de</strong>s e comunida<strong>de</strong>s carentes, chamado SODIS, que nada mais éque a utilização da energia solar, visando a eliminação <strong>de</strong> patógenos causadores <strong>de</strong>doenças utilizando garrafas transparentes <strong>de</strong> refrigerantes constituídas <strong>de</strong> materialPET.O SODIS utiliza dois componentes <strong>de</strong> luz solar para a <strong>de</strong>sinfecção da água. Oprimeiro, a radiação UV-A tem um efeito <strong>de</strong> germicida. O segundo componente é aradiação infravermelha que aumenta a temperatura da água, sendo conhecida comopasteurização, quando a temperatura da água é elevada a 70°C-75°C. O usocombinado entre a radiação UV-A e a produção <strong>de</strong> calor, causa um efeito emRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 8


Projeto Rondon – Ministério da Defesaconjunto que aumenta a eficiência do processo. As garrafas com água ficamexpostas à luz solar por aproximadamente 6 horas, para que haja eliminação totaldos microrganismos (PATERNIANI e SILVA, 2005).Fonte: www.inthewake.org/images/sodis.gifTratamento alternativo aplicado a pequenas comunida<strong>de</strong>s – SODISUma das soluções propostas ao problema da incidência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>veiculação hídrica foi adotar um complemento para tratamento <strong>de</strong> água na região.Existem diversos fatores que favorecem a implantação do SODIS no município<strong>de</strong> Atalaia do Norte:• Gran<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia solar durante o ano inteiro, já que o municípiolocaliza-se próximo à linha equatorial;• Tratamento da água insuficiente para o consumo;Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 9


Projeto Rondon – Ministério da Defesa• Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais, como garrafas <strong>de</strong> material PET, que po<strong>de</strong> serreutilizado, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> virar resíduo e reduzindo a problemática da região;• Metodologia <strong>de</strong> fácil aplicação para a população;• Diminuição <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica, como a diarréia, por exemplo;Constatadas essas condições, foi apresentado ao município <strong>de</strong> Atalaia doNorte o método SODIS, que consiste na <strong>de</strong>sinfecção da água utilizando energiasolar, on<strong>de</strong> garrafas <strong>de</strong> plástico, constituída <strong>de</strong> material PET são expostas com águaao sol para prover a eliminação <strong>de</strong> patógenos e assim permitir uma água commelhores condições <strong>de</strong> consumo. Esta é uma opção <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> baixo custo,ecologicamente sustentável e que não necessita <strong>de</strong> recursos tecnológicos eoperacionais significativos.Palestras <strong>de</strong> SODIS à populaçãoAs palestras SODIS, realizada no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte tiveram comoobjetivo apresentar a metodologia para a população, no intuito <strong>de</strong> incentivar aadoção da metodologia para aplicação no município. Primeiramente foi realizadauma breve introdução sobre a importância <strong>de</strong> tratar a água em relação à prevenção<strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica, dirigido principalmente para conscientizar apopulação sobre como consi<strong>de</strong>rar uma água própria para consumo. Em seguida foiapresentado passo a passo como tratar a água pelo método SODIS através <strong>de</strong>cartazes informativos e materiais recicláveis, o que auxilio para a visualização práticada metodologia.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 10


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 4: Demonstração do SODIS em palestra ao público.Os eventos foram realizados nos principais centros do município: no ginásio<strong>de</strong> esportes, em escolas e na CASAI (Casa da Saú<strong>de</strong> do Índio), para que todospu<strong>de</strong>ssem ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter informações referentes às palestras realizas.Curso <strong>de</strong> Capacitação para professores <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública e professoresindígenas – Tema SODIS.O curso <strong>de</strong> capacitação realizado no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte paraprofessores <strong>de</strong> re<strong>de</strong> publica e professor indígena visou transmitir <strong>de</strong>mais informaçõesmais específicas sobre tratamento <strong>de</strong> água e a metodologia <strong>de</strong> tratamento SODIS. Aintenção <strong>de</strong> passar essas informações aos professores aconteceu pelo fato <strong>de</strong>ssesprofissionais serem multiplicadores <strong>de</strong> informações e assim possibilitar que otrabalho seja transmitido a outras pessoas. Foi necessário separar os professores <strong>de</strong>Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 11


Projeto Rondon – Ministério da Defesare<strong>de</strong> pública dos professores indígenas para aprofundar-se na realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadacultura e assim tratar <strong>de</strong> modo mais específico cada situação.Diferente das palestras, os cursos <strong>de</strong> capacitação foram tratados <strong>de</strong> maneiramais <strong>de</strong>talhada, quanto à importância da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e as possíveis formas <strong>de</strong>tratamento. Além disso, também foi embasado o método SODIS como alternativa <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> água, com procedimentos <strong>de</strong>talhados para a aplicação do método nomunicípio.Figura 5: Curso <strong>de</strong> capacitação para professores <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública.Primeiramente ocorreu uma introdução referente às características da água, adisposição na região e os possíveis riscos que po<strong>de</strong>m ocorrer sem o seu <strong>de</strong>vidotratamento. Em seguida, foi passado como funciona a metodologia <strong>de</strong> SODIS, emrelação à eficiência do tratamento, visualizando a parte teórica do método. Alémdisso, foram enfatizadas a parte política e social para implantar essa alternativa <strong>de</strong>Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 12


Projeto Rondon – Ministério da Defesatratamento em <strong>de</strong>terminadas regiões, colocando observações e exigências para oêxito do método. Para concluir foi realizada a parte prática do SODIS, com autilização <strong>de</strong> materiais recicláveis e <strong>de</strong> fácil obtenção, <strong>de</strong> maneira que os professoresavaliem a viabilida<strong>de</strong> do método.Na finalização do curso foi colocada em questão a importância <strong>de</strong> tomaralgumas providências <strong>de</strong> como elaborar um projeto, para que a metodologia SODIS,seja realizada <strong>de</strong> maneira organizada e conjunta. Foi importante frisar a importância<strong>de</strong>sses profissionais para o <strong>de</strong>senvolvimento do município <strong>de</strong> Atalaia do Norte, poistodos os tópicos passados no curso <strong>de</strong> capacitação, nada mais foram, do que achave para que eles pu<strong>de</strong>ssem abrir novas esperanças e perspectivas ao município.Figura 6: Curso <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> professores indígenasRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 13


Projeto Rondon – Ministério da DefesaComunida<strong>de</strong> São Pedro do NorteMesmo não tendo apoio logístico no município, tivemos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>visitar uma comunida<strong>de</strong> ribeirinha chamada São Pedro do Norte, localizada a 20minutos <strong>de</strong> barco da área central do município <strong>de</strong> Atalaia do Norte. A comunida<strong>de</strong>existe há 15 anos aproximadamente, e é formada por uma mescla <strong>de</strong> peruanos ebrasileiros, on<strong>de</strong> lá o que manda é a fraternida<strong>de</strong> e a união das pessoas.Foram realizadas duas visitas à comunida<strong>de</strong> e a partir daí foi possívelconhecer, diagnosticar problemas e implantar a aplicação <strong>de</strong> trabalhos junto com osmoradores. A primeira visita ocorreu no dia 15 <strong>de</strong> janeiro, on<strong>de</strong> a equipe permaneceudurante três horas na comunida<strong>de</strong>, com uma reunião para discutir problemas locais.A partir <strong>de</strong>sse encontro foi possível confirmar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma segunda visitapara <strong>de</strong>senvolver os trabalhos dos rondonistas.A segunda visita na comunida<strong>de</strong> ocorreu no dia 19 <strong>de</strong> janeiro, composta portrês integrantes da equipe e acompanhados pelo tenente. A visita foi mais extensaque a primeira, e <strong>de</strong>sta vez, a equipe foi privilegiada para pernoitar na escola dacomunida<strong>de</strong> e assim <strong>de</strong>senvolver os trabalhos com mais calma. O interessante foiver a disponibilida<strong>de</strong>, a recepção e o interesse que os habitantes apresentaram no<strong>de</strong>correr das ativida<strong>de</strong>s.Figura 7: O nascer do Sol na comunida<strong>de</strong> S. Pedro do Norte.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 14


Projeto Rondon – Ministério da DefesaTrabalhos realizados na comunida<strong>de</strong> São Pedro do NorteA equipe ministrou palestras referentes à importância da prevenção <strong>de</strong>doenças, o gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos e a importância da qualida<strong>de</strong> da água.Na parte <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> doenças houve uma apresentação <strong>de</strong> algumas doençasmais comuns na região, métodos <strong>de</strong> prevenção e alternativas <strong>de</strong> prevenção. No casodo gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>de</strong>stacou-se a importância da disposição finaldos resíduos e orientação sobre a aplicação <strong>de</strong> resíduos orgânicos para acompostagem. Nas palestras sobre água, os habitantes foram informados sobre aimportância da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água para prevenção <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> veiculação hídricae ocorreu a apresentação da metodologia SODIS para tratamento da água.Figura 8: Demonstração <strong>de</strong> SODIS na comunida<strong>de</strong> São Pedro do Norte.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 15


Projeto Rondon – Ministério da DefesaAlém disso, realizaram-se visitas nas residências para analisar quais osmaiores problemas em comum existentes na comunida<strong>de</strong>. Verificou-se que muitascrianças não possuem certidão <strong>de</strong> nascimento, o que compromete no atendimentomédico e na inclusão <strong>de</strong> programas sociais do governo, como a bolsa família. Esteproblema acontece porque alguns peruanos fundadores da comunida<strong>de</strong> nãoconseguem adquirir documentação legal, o que também dificulta na aposentadoriapor ida<strong>de</strong> dos idosos. Um outro fator em questão observado na comunida<strong>de</strong> foi emrelação à educação. Tem apenas um único professor responsável pelo ensino dosmoradores, com apenas uma turma <strong>de</strong> 1ª à 4ª série, num total <strong>de</strong> 35 crianças.Figura 9: Foto <strong>de</strong> D. Maria, moradora mais antiga da comunida<strong>de</strong> São Pedro.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 16


Projeto Rondon – Ministério da DefesaATIVIDADES COM AS CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE ATALAIA DO NORTEAs crianças <strong>de</strong> São Pedro do NorteAs crianças <strong>de</strong> São Pedro são simples, humil<strong>de</strong>s e encantadoras. No início,observou-se muita timi<strong>de</strong>z, porém no <strong>de</strong>correr do tempo foi possível observardiversas qualida<strong>de</strong>s nelas. Houve ativida<strong>de</strong>s lúdicas, com aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhoslivres e brinca<strong>de</strong>iras recreativas, já que muitas crianças mostraram-se bastanteentusiasmadas com essas ativida<strong>de</strong>s.A interação foi geral, praticamente todas as crianças participaram dasativida<strong>de</strong>s, tanto os meninos quanto meninas, e o interessante foi observar acarência que essas crianças tem em relação ao carinho que recebemos.Os <strong>de</strong>senhos contribuíram para analisar toda a pureza existente nas crianças.Elas valorizam bastante a natureza, o lar e a religião. É importante ressaltar, queatravés dos <strong>de</strong>senhos foi possível observar que as crianças não tiveram muitainfluência da parte urbana do município. Alguns trabalhos das crianças dacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pedro foram colocados para obter melhor visualização dos<strong>de</strong>senhos:Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 17


Projeto Rondon – Ministério da DefesaDesenhos Crianças <strong>de</strong> São Pedro do Norte: Relatam a importância da natureza e a famíliaAs crianças do centro <strong>de</strong> Atalaia do Norte.As crianças do centro <strong>de</strong> Atalaia do Norte são inteligentes, humil<strong>de</strong>s e muitocarentes. A equipe <strong>de</strong> rondonistas <strong>de</strong>senvolveu com as crianças do centro diversasRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 18


Projeto Rondon – Ministério da Defesaativida<strong>de</strong>s lúdicas, como a aplicação <strong>de</strong> pinturas, brinca<strong>de</strong>iras e jogos <strong>de</strong> interação.Elas se <strong>de</strong>monstraram interessadas pelas ativida<strong>de</strong>s e toda a gratidão ao trabalhorealizado foi <strong>de</strong>volvida através <strong>de</strong> sorrisos e gestos <strong>de</strong> carinho, que <strong>de</strong> certa forma,melhor recompensa do que essa não po<strong>de</strong>ria haver.Figura 10: Ativida<strong>de</strong>s realizadas com crianças do centro.Os trabalhos foram focados em interpretar os <strong>de</strong>senhos realizados pelascrianças e através disso, po<strong>de</strong>-se observar toda influência da urbanização e datelevisão que essas crianças sofreram. Dessas imagens po<strong>de</strong>-se perceber que elasrelatam muito pouco sobre o meio ambiente, porém não <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ressaltar nos<strong>de</strong>senhos a alegria e a bonda<strong>de</strong> existente no caráter daqueles pequenos indivíduos.Abaixo, visualiza-se alguns trabalhos realizados pelas crianças do centro <strong>de</strong> Atalaiado Norte:Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 19


Projeto Rondon – Ministério da DefesaDesenhos crianças do centro: crianças influenciadas pela urbanização e a televisão.As crianças apresentaram muito interesse em <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s e vistoisso, seria necessário buscar alternativas <strong>de</strong> trabalhos, para <strong>de</strong>senvolver acapacida<strong>de</strong> que guardam, porque vonta<strong>de</strong> é o que não falta, o que precisam mesmoé mais incentivo.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 20


Projeto Rondon – Ministério da DefesaOS INDÍGENAS DO MUNICÍPIO DE ATALAIA DO NORTEAs terras indígenas do Vale do Javari estão situadas na faixa <strong>de</strong> regiãocontínua das partes mais remotas e <strong>de</strong>sconhecidas do território brasileiro naAmazônia. Situada junto à área <strong>de</strong> fronteira com o Peru, no extremo oci<strong>de</strong>ntal doEstado do Amazonas, com um total <strong>de</strong> 8.544.448 hectares na margem direita do RioJavari e por outros dois afluentes na margem meridional do rio Solimões, que são orio Jandiatuba e o rio Jutaí. O acesso a essa região é realizado quase queexclusivamente pelo curso dos rios, sendo a segunda maior área indígena do Brasil<strong>de</strong>marcada em 1999 e homologada em 2000.O município <strong>de</strong> Atalaia do Norte possui uma das maiores reservas indígena dopaís. É formadas por diferentes etnias compostas por povos Kanamary, Matis,Mayuryna, Marubo, Kulina e Kurubo, que vivem espalhadas pela região do Vale doJavari. Por mais diferentes que sejam suas culturas, esses povos enfrentam gran<strong>de</strong>sdificulda<strong>de</strong>s para sobrevivência nas al<strong>de</strong>ias, lutando contra a opressão em busca dorespeito que merecem.O índice <strong>de</strong> doenças ocorrendo nas al<strong>de</strong>ias vem aumentando ainda mais,principalmente pelo contato do indígena com a parte urbanizada do município, quealém <strong>de</strong> interferir na cultura, proliferam-se doenças que não havia nas al<strong>de</strong>ias comoas DST´s, pressão alta, diabetes, câncer, entre outras. Para complementar essarealida<strong>de</strong> existem as doenças que já havia nas al<strong>de</strong>ias, que ainda difun<strong>de</strong>m sobre astribos como a malária, tuberculose, diarréias; cuja falta <strong>de</strong> assistência dificulta aprevenção <strong>de</strong>ssas doenças dizimando ainda mais a população indígena. Todo o<strong>de</strong>scaso com a saú<strong>de</strong> do índio causa o sofrimento e a dor das famílias que ainda simnão é olhada pelas <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s para tomar providências quanto a essarealida<strong>de</strong>.Na parte <strong>de</strong> educação, existem al<strong>de</strong>ias que não possuem estrutura parafornecer ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para as crianças e jovens indígenas. As péssimascondições das escolas e a falta <strong>de</strong> materiais dificultam bastante atuar na educaçãoindígena, tanto que existem escolas que não possuem carteiras para acomodar osalunos, on<strong>de</strong> em alguns casos existem al<strong>de</strong>ias que tentam improvisar suas aulas,Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 21


Projeto Rondon – Ministério da Defesacom os alunos sentados no chão, fazendo com que o seu rendimento não sejafavorável ao aprendizado. Em muitos casos, as lousas estão envelhecidas edanificadas, sem condições <strong>de</strong> uso, comprometendo ainda mais a qualida<strong>de</strong> dasaulas. Mesmo diante <strong>de</strong>sses fatos, um dos maiores problemas relacionado àeducação indígena é a falta <strong>de</strong> professores indígenas preparados e bem treinadospara trabalhar no ensino indígena.Perante muitas outras situações que o índio vem sofrendo, e principalmentecom o contato do homem branco, o índio atual está <strong>de</strong>sorientado quanto a suacultura. Atualmente muitos saem <strong>de</strong> suas tribos para as cida<strong>de</strong>s, com esperanças <strong>de</strong>fugir dos problemas que enfrentam nas al<strong>de</strong>ias e acabam se envolvendo com oalcoolismo, drogas e prostituição, sobretudo os jovens, que, no entanto, ficam nocentro <strong>de</strong> Atalaia do Norte marginalizados, ou voltam para as al<strong>de</strong>ias transmitindodoenças, transportando drogas e bebidas alcoólicas, ou intervindo na parte culturaldas tribos.Contudo, é necessário que os governantes tenham mais atenção aos diversosproblemas dos povos indígenas do vale do Javari, justamente porque além do valorcultural, contribuindo como elementos históricos ao nosso país, também precisamser olhados como seres humanos, conseguindo ter os seus direitos na saú<strong>de</strong>,educação e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, para continuar o ciclo <strong>de</strong> vida na Amazônia Oci<strong>de</strong>ntal.FUNAI -Fundação Nacional do ÍndioA visita à FUNAI ocorreu no dia 16 <strong>de</strong> janeiro, e todas as informações foramprestadas pela secretária do administrador, Ana Beatriz, que relatou as dificulda<strong>de</strong>sque a FUNAI enfrenta no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte.A FUNAI apresenta diversos problemas com a falta <strong>de</strong> funcionários e issoacontece porque a distâncias e as precarieda<strong>de</strong>s presentes no município não atraimuitos profissionais para a região. Com isso, dificulta bastante a distribuição doatendimento em relação ao número <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ias existentes para o número <strong>de</strong>funcionários.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 22


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 11: Visita à FUNAI, reunião com Ana Beatriz.Um outro problema em questão é a falta <strong>de</strong> estrutura para aten<strong>de</strong>r o povoindígena, principalmente em al<strong>de</strong>ias mais distantes, cujo acesso não contribui para arealização <strong>de</strong> trabalhos sociais prontos atendimento médico e proteção para a<strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> territórios, que é extremamente importante colocar o índio emsegurança para vários conflitos com ma<strong>de</strong>ireiros e peruanos presentes em áreas <strong>de</strong>fronteiras.A <strong>de</strong>pendência e os gastos com combustíveis <strong>de</strong> barcos são bastanteonerosos, principalmente para chegarem às al<strong>de</strong>ias mais distantes. Essa opção <strong>de</strong>transporte além <strong>de</strong> ser muito caro, não aten<strong>de</strong> em imediatas situações <strong>de</strong> urgência,no caso <strong>de</strong> pronto atendimento hospitalar.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 23


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFUNASANo dia 17 <strong>de</strong> janeiro, a equipe <strong>de</strong> rondonistas <strong>de</strong> Atalaia do Norte teve aoportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uma reunião com os responsáveis da FUNASA, que é o órgãoque cuida da saú<strong>de</strong> indígena, on<strong>de</strong> foi relatado que o acesso às al<strong>de</strong>ias são um dosmaiores problemas para a realização dos trabalhos e atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, quandoem casos <strong>de</strong> emergência.Os atendimentos nas al<strong>de</strong>ias são divididos em equipes <strong>de</strong>nominados PóloBase, constituída por 1 enfermeiro e 2 técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Esses profissionais vãopara as al<strong>de</strong>ias em um período <strong>de</strong> 45 dias, permanecendo por esse tempo e emseguida se <strong>de</strong>slocando para outras al<strong>de</strong>ias, sempre alternando no atendimento. AFUNASA ainda possui dificulda<strong>de</strong>s na contratação <strong>de</strong> novos profissionais,principalmente na contratação <strong>de</strong> médicos com experiência, pois quandoconseguem, geralmente são recém formados.Em relação à saú<strong>de</strong> do povo indígena a FUNASA <strong>de</strong>stacou gran<strong>de</strong>sproblemas com a proliferação <strong>de</strong> doenças, como a hepatite A, B, C e Delta, que vemdizimando famílias em diversas al<strong>de</strong>ias, e assim provocando a falta <strong>de</strong> controle parao elevado número <strong>de</strong> casos na região. Outras doenças como a malária e atuberculose, ainda são bastantes presentes na região, on<strong>de</strong> muitas famílias adquiremessas doenças in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do sexo e da ida<strong>de</strong>. Nos últimos anos, têm ocorridonas al<strong>de</strong>ias muitos casos <strong>de</strong> câncer, como em 2003, seis mulheres morreram <strong>de</strong>câncer <strong>de</strong> colo no útero, ou seja, a saú<strong>de</strong> da mulher está comprometida pela partecultural e social, quanto à implantação <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> prevenção da doença.No contato direto com a parte urbana, os indígenas estão levando diversasdoenças das cida<strong>de</strong>s para as al<strong>de</strong>ias, que antigamente não existiam, po<strong>de</strong>ndoocorrer o acúmulo <strong>de</strong>ssas enfermida<strong>de</strong>s, chamando atenção principalmente asDoenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) e até mesmo correndo o risco datransmissão do vírus HIV.As al<strong>de</strong>ias também estão sofrendo com o aumento dos casos <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>infantil, e isso vem se agravando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong> 2003 e 2004, gerados pelaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 24


Projeto Rondon – Ministério da Defesa<strong>de</strong>snutrição e atingindo crianças <strong>de</strong> 0 a 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Esses casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutriçãoainda estão sendo diagnosticados, para concluir suas principais causas.CASAI Casa da Saú<strong>de</strong> do ÍndioNo dia 20 <strong>de</strong> janeiro tivemos um encontro com Ingrid Olímpio Castelo Branco,representante da CASAI (Casa da Saú<strong>de</strong> do Índio), localizada na parte urbana domunicípio <strong>de</strong> Atalaia do Norte. A CASAI tem a função <strong>de</strong> recepcionar e prestarassistência aos indígenas das al<strong>de</strong>ias que estão em tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nesseencontro tivemos algumas informações <strong>de</strong> como funciona essa assistência e tambémressaltar alguns problemas existentes, como a falta <strong>de</strong> infra-estrutura hospitalar paraque o indígena obtenha um tratamento i<strong>de</strong>al para específicos casos <strong>de</strong> doenças.Figura 12 Entrevista com Ingrid representante da Casai.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 25


Projeto Rondon – Ministério da DefesaAlguns problemas em <strong>de</strong>staques da CASAI são a falta <strong>de</strong> especialistas,principalmente na área <strong>de</strong> pediatria, ginecologia e oftalmologista, on<strong>de</strong>geralmente é freqüente o número <strong>de</strong> crianças precisando <strong>de</strong> atendimento eacompanhamento, além das mulheres para acompanhamento contra a prevenção<strong>de</strong> doenças, principalmente com o aumento <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo do útero.A conseqüência disso se dá pelo aumento das filas para marcação <strong>de</strong> consultasem outras cida<strong>de</strong>s e a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pacientes com extremaurgência.A CASAI apresenta também alguns problemas políticos sociais, quedificultam o trabalho voltado para a assistência à saú<strong>de</strong> indígena. Um dosproblemas em questão é a falta <strong>de</strong> um juiz fixo no cartório para concluir adocumentação dos indígenas em tratamento para a marcação <strong>de</strong> consultas emoutras cida<strong>de</strong>s, que no caso, existem mais <strong>de</strong> 600 documentos aguardando emprocesso para a regularização.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 26


Projeto Rondon – Ministério da DefesaREVISÃO BIBLIOGRÁFICAPATERNIANI, J. E. S. e SILVA, M. J. M. Desinfecção <strong>de</strong> efluentes com tratamentoterciário utilizando energia solar (SODIS): Avaliação do uso do dispositivo paraconcentração dos raios solares; Eng. Sanit. Amb., 1, (7-10), 2005.Sites Relacionados:• www.inthewake.org/images/sodis.gif• www.sodis.ch/files/TrainingManual_Port_sm.pdf• www.san<strong>de</strong>c.ch/WaterTreatment/Documents/SODIS_Manual_portugese.pdfRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 27


Projeto Rondon – Ministério da DefesaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 28


IntroduçãoProjeto Rondon – Ministério da DefesaAsituação dos resíduos sólidos urbanos no município <strong>de</strong> Atalaia doNorte não difere da gran<strong>de</strong> maioria dos municípios <strong>de</strong> pequeno portedo Brasil. A falta <strong>de</strong> soluções a<strong>de</strong>quadas para a questão do lixourbano, juntamente com a falta <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto e <strong>de</strong> água <strong>de</strong>abastecimento, resulta em um dos maiores problemas do nosso país, que é aquestão do saneamento básico.O lixo disposto <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada representa um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>pública, uma vez que po<strong>de</strong> atrair vetores causadores <strong>de</strong> doenças. SegundoBidone e Povinelli (1999), <strong>de</strong>ntre os vetores po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar os ratos(causadores <strong>de</strong> peste bubônica e leptospirose), as moscas (que po<strong>de</strong>m abrigaragentes transmissores <strong>de</strong> febres, cólera, tuberculose, hanseníase, varíola,hepatite, amebíase e teníase), os mosquitos (transmissores <strong>de</strong> viroses,<strong>de</strong>ngue, febre amarela, malária), as baratas (suspeita-se que veiculem o vírusda poliomielite) e as aves, como os urubus (transmissores da toxoplasmose).A disposição ina<strong>de</strong>quada do lixo po<strong>de</strong> provocar a contaminação daságuas superficiais (através do escoamento superficial <strong>de</strong> substâncias presentesno lixo, que po<strong>de</strong>m atingir rios e córregos, caso o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> lixo estejalocalizado próximo <strong>de</strong>stes) ou subterrâneos (através da percolação <strong>de</strong>contaminantes no solo, atingindo assim o lençol freático).Outro problema que não po<strong>de</strong> ser negligenciado é o risco relacionado àpresença <strong>de</strong> resíduos perigosos na massa <strong>de</strong> lixo, como por exemplo, lixohospitalar, materiais perfuro cortantes, lâmpadas, pilhas e baterias eembalagens <strong>de</strong> produtos químicos, <strong>de</strong>fensivos agrícolas, entre outros. Estesmateriais além <strong>de</strong> provocar a contaminação do solo e das águas, po<strong>de</strong>mrepresentar risco à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que eventualmente possam estarpresentes nos locais <strong>de</strong> disposição do lixo, prática relativamente comum emnosso país, on<strong>de</strong> muitos infelizmente tiram seu sustento do lixo, coletandomateriais recicláveis para venda ou mesmo alimentos.Em Atalaia do Norte a falta <strong>de</strong> estrutura para o equacionamentoa<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>sta questão é visível. Durante o período em que a Equipe atuouRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 28


Projeto Rondon – Ministério da Defesano município, foi realizado um diagnóstico da situação, que inclui umaentrevista com o Secretário <strong>de</strong> Obras do Município, o registro fotográfico <strong>de</strong>diversos pontos da cida<strong>de</strong> e visitas ao local para on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>stinado o lixocoletado, que po<strong>de</strong> ser caracterizado como um “lixão”.Além do diagnóstico foram realizadas palestras educativas comprofessores da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino e com indígenas, pois a Equipeacredita que a melhor forma <strong>de</strong> contribuir com o município <strong>de</strong>ntro docronograma do Projeto Rondon, seria através da “formação <strong>de</strong> agentesmultiplicadores”.Neste relatório são <strong>de</strong>scritas as ações empreendidas pela Equipe e sãocolocadas sugestões e propostas para a Prefeitura Municipal iniciar trabalhosno sentido <strong>de</strong> implantar um plano <strong>de</strong> gerenciamento dos resíduos sólidosurbanos, a<strong>de</strong>quadas à realida<strong>de</strong> do Município. Cabe salientar que notamos porparte da prefeitura, através do Secretário <strong>de</strong> Obras, uma preocupação comeste problema, o já é um bom começo, uma vez que em muitos municípios nãohá esta percepção.Diagnóstico da Situação dos Resíduos Sólidos UrbanosResíduos DomiciliaresO município <strong>de</strong> Atalaia do Norte é o terceiro maior em extensão noEstado do Amazonas. Na cida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a maior parte dos trabalhos da Equipefoi realizada, estima-se, segundo a Prefeitura, que existam cerca <strong>de</strong> 6.000habitantes.O serviço <strong>de</strong> varrição, coleta, transporte e disposição final do lixo érealizado por seis funcionários da Prefeitura, dos quais cinco trabalham navarrição e coleta e um como motorista do caminhão <strong>de</strong> lixo.O lixo é <strong>de</strong>positado pelos moradores em coletores <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, comomostra a Figura 1, acondicionados em sacos plásticos. A coleta do lixo,segundo informações da Prefeitura, é realizada diariamente, e abrange toda acida<strong>de</strong>. O veículo usado é um caminhão caçamba, do tipo basculante (Figura2).Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 29


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 1. Coletor <strong>de</strong> lixo.Figura 2. Caminhão fazendo a coleta.No entanto, pô<strong>de</strong>-se notar que nos dias chuvosos a coleta não érealizada, <strong>de</strong>vido às dificulda<strong>de</strong>s do caminhão chegar até o ponto <strong>de</strong>disposição final do lixo, em um trecho sem pavimentação na rodovia que ligaAtalaia do Norte a Benjamim Constant. A Figura 3 mostra o início da rodovia,logo na saída da cida<strong>de</strong> e a Figura 4 o ponto on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>positado o lixo coletado,às margens da rodovia, que se caracteriza como um “lixão a céu aberto”.Figura 3. Início da Rodovia Atalaia-Benjamim.Figura 4. Lixão <strong>de</strong> Atalaia do Norte.O caminhão utilizado para a coleta e transporte do lixo tem capacida<strong>de</strong>para 5m 3 , no entanto, em cada carga são transportados 3 m 3 <strong>de</strong> lixo, <strong>de</strong> formaa evitar perda <strong>de</strong> material durante o percurso, uma vez que a caçamba éaberta. Em condições normais <strong>de</strong> coleta, são realizadas três cargas,totalizando 9 m 3 /dia <strong>de</strong> resíduo coletado e disposto no lixão.A Equipe tentou realizar uma caracterização do lixo produzido na cida<strong>de</strong>,visando gerar dados precisos sobre a quantida<strong>de</strong> gerada e a composiçãogravimétrica e física. Estes dados são importantes para o dimensionamentoa<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> tratamento e disposição final do lixo. Entretanto,apesar <strong>de</strong> todo apoio da Secretaria <strong>de</strong> Obras da Prefeitura, que prontamentece<strong>de</strong>u o material necessário (lona plástica, tambores, pás e luvas), não foiRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 30


Projeto Rondon – Ministério da Defesapossível realizar a caracterização, pois durante todo o período nãoencontramos as condições climáticas favoráveis à realização do trabalho.A composição física (qualitativa) dos resíduos sólidos urbanos apresentaas porcentagens das várias frações dos materiais constituintes do lixo. Estasfrações normalmente se divi<strong>de</strong>m em matéria orgânica (que normalmenterespon<strong>de</strong> por 40-60% da massa total <strong>de</strong> lixo), papel, papelão, trapos, couro,plástico rígido e flexível, metais ferrosos e não-ferrosos, vidro, borracha,ma<strong>de</strong>ira e outros (BIDONE e POVINELLI, 1999). Apesar <strong>de</strong> não ter sidorealizada a caracterização dos resíduos, foi possível observar no lixão apresença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> embalagens plásticas das mais variadas,ma<strong>de</strong>iras, papel e papelão (Figura 5). Depois que estes materiais são<strong>de</strong>positados no lixão, em um intervalo <strong>de</strong> 15 a 20 dias é feita a cobertura do lixocom auxílio <strong>de</strong> um trator (Figura 6).Figura 5. Resíduos dispostos no lixão.Figura 6. Área do lixão após cobertura.De maneira geral, a literatura sugere como média representativa do pesoespecífico aparente dos resíduos sólidos brasileiros o valor <strong>de</strong> 192 Kg/m 3(BIDONE e POVINELLI, 1999). Consi<strong>de</strong>rando-se este valor e tomando-secomo base a estimativa da Prefeitura Municipal, <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> 9m 3 /dia <strong>de</strong> lixo,po<strong>de</strong>mos estimar que diariamente são <strong>de</strong>positadas no lixão aproximadamente1,7 toneladas <strong>de</strong> lixo.Há ainda que se consi<strong>de</strong>rar a gran<strong>de</strong> a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo disposta <strong>de</strong>forma ina<strong>de</strong>quada nas ruas, nas beiras ou embaixo das casas, nas margens dorio ou mesmo <strong>de</strong>ntro do rio (Figuras 7, 8, 9 e 10).Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 31


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 7. Lixo jogado próximo à residência.Figura 8. Lixo jogado próximo à rua.Figura 9. Lixo jogado às margens do rioJavari.Figura 10. Lixo jogado no rio, na área doporto.Outro fato observado é o hábito da população <strong>de</strong> queimar o lixo próximoà suas casas e nas vias públicas (Figuras 11 e 12). Esta prática, apesar <strong>de</strong> sercomum em municípios <strong>de</strong> pequeno porte no Brasil, é ina<strong>de</strong>quada do ponto <strong>de</strong>vista ambiental, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do material queimado, po<strong>de</strong>m ser produzidosgases tóxicos prejudiciais à saú<strong>de</strong> quando inalados e ainda po<strong>de</strong> representarrisco <strong>de</strong> incêndio, pois a maioria das residências é construída <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.Figura 11. Queima <strong>de</strong> lixo próximo àresidência.Figura 12. Queima <strong>de</strong> lixo próximo à rua.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 32


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA análise do lixo produzida por <strong>de</strong>terminada comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser usadatambém como indicativo dos seus hábitos <strong>de</strong> consumo. No caso <strong>de</strong> Atalaia doNorte, causou-nos surpresa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtivos alimentíciosindustrializados consumidos pela população, principalmente refrigerantes,enlatados, biscoitos e salgadinhos (Figuras 13 e 14). Este hábito, além <strong>de</strong>contribuir para o agravamento da questão do lixo na cida<strong>de</strong>, reflete a mudança<strong>de</strong> hábito cultural da população (<strong>de</strong> raízes indígenas), que vem reduzindo oconsumo <strong>de</strong> frutas e outras comidas típicas da região por alimentos trazidos <strong>de</strong>fora, e que na maioria dos casos constituem-se <strong>de</strong> alimentos com “caloriasvazias”.Figura 13. Latas <strong>de</strong> bebidas.Figura 14. Embalagens plásticas <strong>de</strong>alimentos.Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>A Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>fine Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> como “todo resíduo gerado por prestadores <strong>de</strong> assistência médica,odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições <strong>de</strong> ensino e pesquisamédica, relacionada à população humana, bem como veterinário, possuindopotencial <strong>de</strong> risco, função da presença <strong>de</strong> materiais biológicos capazes <strong>de</strong>causar infecção, produtos químicos perigosos, objetos perfuro-cortantes efetivaou potencialmente contaminados, e rejeitos radioativos, necessitando cuidadosespecíficos <strong>de</strong> acondicionamento, transporte, coleta e tratamento”.De uma forma mais simples, po<strong>de</strong>-se dizer que os Resíduos <strong>de</strong> Serviços<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> são resíduos especiais, dadas suas características e potencial <strong>de</strong>transmissão <strong>de</strong> doenças, e que requerem para tanto, um manejo diferenciadodos <strong>de</strong>mais resíduos produzidos em uma cida<strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 33


Projeto Rondon – Ministério da DefesaOs riscos potenciais associados a estes resíduos po<strong>de</strong>m ser divididosem três gran<strong>de</strong>s grupos: a) riscos ocupacionais (<strong>de</strong> quem manipula osresíduos, em todos os níveis <strong>de</strong> contato, da assistência-médica ou veterinária,até o pessoal <strong>de</strong> limpeza ou os próprios usuários dos serviços); b) aumento dataxa <strong>de</strong> infecção hospitalar (o manuseio ina<strong>de</strong>quado dos resíduos <strong>de</strong>ntro dasunida<strong>de</strong>s hospitalares po<strong>de</strong> contribuir efetivamente para a disseminação <strong>de</strong>infecções); e, c) riscos ambientais (a disposição ina<strong>de</strong>quada a céu aberto ouem cursos <strong>de</strong> água representa um fator preocupante na disseminação <strong>de</strong>doenças por meio <strong>de</strong> vetores que se multiplicam nestes locais, ou mesmo quese alimentam <strong>de</strong>stes resíduos).Atualmente no Brasil, os resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sãoclassificados segundo a Resolução CONAMA 358 <strong>de</strong> 2006, em cinco gruposdistintos:Grupo A – Resíduos Biológicos: resíduos com a possível presença <strong>de</strong>agentes biológicos que, por suas características <strong>de</strong> maior virulência ouconcentração, po<strong>de</strong>m apresentar risco <strong>de</strong> infecção.Grupo B – Resíduos Químicos: resíduos contendo substâncias químicas quepo<strong>de</strong>m apresentar risco à saú<strong>de</strong> pública ou ao meio ambiente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>suas características <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong>, corrosivida<strong>de</strong>, reativida<strong>de</strong> e toxicida<strong>de</strong>.Grupo C – Resíduos Radioativos: materiais resultantes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>shumanas que contenham radionuclí<strong>de</strong>os em quantida<strong>de</strong>s superiores aos limites<strong>de</strong> eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional <strong>de</strong> EnergiaNuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.Grupo D – Resíduos Comuns: resíduos que não apresentem risco biológico,químico ou radiológico à saú<strong>de</strong> ou ao meio ambiente, po<strong>de</strong>ndo ser equiparadosaos resíduos domiciliares.Grupo E – Resíduos Perfurocortantes: materiais como lâminas <strong>de</strong> barbear,agulhas, ampolas <strong>de</strong> vidro, lâminas <strong>de</strong> bisturi, lancetas; tubos capilares;micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; utensílios <strong>de</strong> vidro quebrados nolaboratório (pipetas, placas <strong>de</strong> Petri). Esta classificação foi proposta com oobjetivo principal <strong>de</strong> promover a “segregação” dos resíduos na fonte geradora,propiciando assim um melhor gerenciamento dos mesmos.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 34


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA referida Resolução em seu Artigo 3º diz que: “cabe aos geradores <strong>de</strong>RSS e ao responsável legal, o gerenciamento dos resíduos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a suageração até a disposição final”. No Artigo 4º, a Resolução coloca que osgeradores <strong>de</strong> RSS <strong>de</strong>vem elaborar e implantar o Plano <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong>Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – PGRSS, <strong>de</strong> acordo com a legislação,especialmente as normas da vigilância sanitária, e em seu Artigo 14, aResolução coloca como obrigatória à segregação dos resíduos na fonte e nomomento da geração, <strong>de</strong> acordo com suas características, para fins <strong>de</strong>redução do volume a ser tratado e disposto, garantindo a saú<strong>de</strong> e aproteção do meio ambiente.Em visita realizada a Hospital Municipal, foi avaliada a situação dosresíduos produzidos no estabelecimento. Os diferentes resíduos (resíduossépticos, copos plásticos, papéis, etc.), sem qualquer segregação na fonte, sãocoletados e “queimados” nos fundos do hospital (Figuras 15 e 16). Situaçãosemelhante foi observada na CASAI – Casa <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong> Indígena, on<strong>de</strong>também existe um “incinerador” semelhante ao encontrado no HospitalMunicipal.Figura 15. Resíduos hospitalares.Figura 16. “Incinerador” <strong>de</strong> resíduoshospitalares.A incineração consiste na oxidação dos materiais a altas temperaturas,sob condições controladas, convertendo materiais combustíveis (no caso osresíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>) em resíduos não combustíveis (cinzas eescórias), com a emissão <strong>de</strong> gases. Este método é consi<strong>de</strong>rado como o maisa<strong>de</strong>quado para assegurar a eliminação <strong>de</strong> microrganismos patogênicos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que sejam atendidas às necessida<strong>de</strong>s do projeto e da operação a<strong>de</strong>quadas aocontrole do processo. A principal vantagem do método é a reduçãoRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 35


Projeto Rondon – Ministério da Defesasignificativa no volume dos resíduos, que po<strong>de</strong> chegar até 90% (SCHNEIDERet al., 2004).A incineração requer o controle rigoroso <strong>de</strong> três fatores fundamentais doprocesso <strong>de</strong> combustão, que são a temperatura (que <strong>de</strong>ve ser acima <strong>de</strong> 850°Cpara garantir a <strong>de</strong>struição total da fração orgânica), o tempo <strong>de</strong> retenção domaterial <strong>de</strong>ntro da câmara <strong>de</strong> combustão e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar necessária paraa queima completa dos resíduos. Quando os fatores anteriormente citados nãosão controlados <strong>de</strong> maneira eficiente, além <strong>de</strong> não se garantir a <strong>de</strong>struição dosresíduos, ocorre a formação <strong>de</strong> gases tóxicos durante a queima. Mesmo comum controle rigoroso do processo, o incinerador <strong>de</strong>ve contar com equipamentospara o controle das emissões atmosféricas produzidas (materiais particulados,fumaça, odores e possíveis gases tóxicos).Na realida<strong>de</strong>, o “incinerador” existente em Atalaia do Norte, do ponto <strong>de</strong> vistatécnico, é um forno, on<strong>de</strong> ocorre simplesmente a queima parcial dos resíduos,on<strong>de</strong> é usado como combustível álcool comum. Como se po<strong>de</strong> notar na Figura17, esta queima não proporciona a <strong>de</strong>struição total dos resíduos, po<strong>de</strong>ndo-sei<strong>de</strong>ntificar materiais potencialmente contaminados, como seringas e agulhas,além <strong>de</strong> medicamentos vencidos. Esta situação representa um risco à saú<strong>de</strong>da população, pois este material após esta queima parcial é removido eencaminhado ao mesmo lixão on<strong>de</strong> são <strong>de</strong>positados os resíduos domiciliares.Figura 17. Resíduos parcialmente <strong>de</strong>struídos após queima.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 36


Projeto Rondon – Ministério da DefesaAções Realizadas pela Equipe UNICAMP Atalaia do NorteCom relação ao lixo, foram realizadas palestras <strong>de</strong> conscientizaçãosobre o papel do cidadão no gerenciamento dos resíduos (com o foco noreaproveitamento dos materiais sempre que possível, e na sua disposiçãosegura e a<strong>de</strong>quada), e cursos <strong>de</strong> capacitação para os professores da re<strong>de</strong>municipal <strong>de</strong> ensino e para os professores indígenas. Ainda, foi realizada umapalestra na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pedro e palestras aos indígenas que seencontravam na CASAI – Casa <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong> Indígena.Propostas <strong>de</strong> Melhoria na Área <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Domésticos e <strong>de</strong>Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Resíduos Sólidos Domiciliares Inserção <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação Ambiental na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> EnsinoAções <strong>de</strong> melhoria na área <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Domiciliares começamsempre com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> conscientização da populaçãoquanto ao seu papel na manutenção <strong>de</strong> um ambiente limpo e saudável e comtrabalhos <strong>de</strong> educação ambiental, voltados principalmente às crianças.Durante as ativida<strong>de</strong>s realizadas em Atalaia do Norte, algunsprofessores da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> ensino participaram do curso <strong>de</strong> capacitaçãoministrado. É altamente recomendável que a Secretaria Estadual <strong>de</strong> Educaçãopromova, sempre que possíveis ativida<strong>de</strong>s neste sentido, pois os professoresse mostraram extremamente interessados em apren<strong>de</strong>r coisas novas. Construção <strong>de</strong> um Aterro em ValasA forma a<strong>de</strong>quada, do ponto <strong>de</strong> vista técnico e ambiental para adisposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos (RSU) é o aterro sanitário.Segundo a ABNT – Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (ABNT, 1984),“aterro sanitário <strong>de</strong> RSU consiste na técnica <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos urbanosno solo, sem causar danos ou riscos à saú<strong>de</strong> pública, minimizando impactosambientais, utilizando princípios <strong>de</strong> engenharia para confinar os resíduos àmenor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-osRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 37


Projeto Rondon – Ministério da Defesacom uma camada <strong>de</strong> terra na conclusão <strong>de</strong> cada jornada <strong>de</strong> trabalho ouintervalos menores, se for necessário”.A construção <strong>de</strong> um aterro sanitário é antes <strong>de</strong> tudo uma obra <strong>de</strong>engenharia, on<strong>de</strong> é necessário um planejamento criterioso dos aspectostécnicos e ambientais. Um dos pontos centrais do projeto <strong>de</strong> um aterro sanitárioé a escolha da área a<strong>de</strong>quada para a implantação do mesmo. Para a escolhada área do aterro é necessário o levantamento <strong>de</strong> dados gerais (dadospopulacionais, caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos einformações sobre o gerenciamento dos resíduos no município); dadosgeológicos e geotécnicos (relevo do solo, material não consolidado,escoamento superficial e infiltração, nível das águas subterrâneas, substratorochoso, compressibilida<strong>de</strong> do solo e do material <strong>de</strong> cobertura); dados sobreáguas superficiais e sobre o clima; dados sobre legislação e dados sócioeconômicos.Uma vez escolhida a área do aterro, <strong>de</strong>ve ser executado o projeto, que<strong>de</strong>ve contemplar os seguintes pontos:a) Infra-estrutura básica do empreendimento: cerca para isolamento daárea; placa <strong>de</strong> sinalização e i<strong>de</strong>ntificação; faixa <strong>de</strong> proteção sanitária,que correspon<strong>de</strong> a uma faixa <strong>de</strong> 5 a 10 m <strong>de</strong> largura em toda a volta doterreno do aterro; guarita <strong>de</strong> controle; balança e portaria; laboratório pararealização <strong>de</strong> ensaios; pátio <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> resíduos especiais e <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; acesso às frentes <strong>de</strong> aterramento.b) Sistemas <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas pluviais;c) Sistemas <strong>de</strong> impermeabilização;d) Sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> vazamentos através da impermeabilização;e) Sistemas <strong>de</strong> coleta e tratamento dos líquidos percolados;f) Sistemas <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> gases;g) Cobertura final e,h) Poços <strong>de</strong> monitoramento do aqüífero.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 38


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA execução <strong>de</strong> todas estas etapas requeridas para a implantação <strong>de</strong> umaterro sanitário requer um investimento financeiro que muitos municípiosbrasileiros não dispõem. Além dos custos com o projeto e execução do aterro,é necessária a correta operação, para o bom aproveitamento da área egarantia <strong>de</strong> confinamento ambientalmente seguro dos resíduos. Em linhasgerais, a operação <strong>de</strong> um aterro sanitário requer a cobertura diária dosresíduos aterrados, seguida da compactação dos mesmos, que <strong>de</strong>ve serrealizada com trator <strong>de</strong> esteiras.Consi<strong>de</strong>rando todas estas dificulda<strong>de</strong>s técnicas e financeiras, e o fato <strong>de</strong>a geração <strong>de</strong> resíduos no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte ser pequena, umaalternativa para melhorar a questão da disposição dos resíduos sólidosurbanos seria a implantação <strong>de</strong> um aterro em valas.Os aterros em valas surgiram como uma proposta da Secretaria <strong>de</strong> MeioAmbiente do Estado <strong>de</strong> São Paulo para mitigar os impactos dos resíduosdomiciliares em municípios <strong>de</strong> pequeno porte no Estado. Um aterro em valasconsiste no preenchimento <strong>de</strong> valas escavadas com dimensões apropriadas (3m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e 3 m <strong>de</strong> largura, com comprimento variável <strong>de</strong> acordo coma disponibilida<strong>de</strong> do terreno), on<strong>de</strong> os resíduos são <strong>de</strong>positados semcompactação e a sua cobertura com terra é realizada manualmente (Figura18).Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 39


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 18. Esquema <strong>de</strong> um aterro em valas.Este sistema não requer a compactação dos resíduos, e pelo fato <strong>de</strong>impedir o aproveitamento integral da área a ser aterrada, não é recomendadopara a maioria das comunida<strong>de</strong>s com produção <strong>de</strong> resíduos superior a 10ton/dia. Acima <strong>de</strong>ssa produção, a sua utilização implica na abertura constante<strong>de</strong> valas, tornando-o inviável técnica e economicamente.A escavação <strong>de</strong> valas exige também condições favoráveis tanto no quese refere à profundida<strong>de</strong> e uso do lençol freático, como na constituição do solo.Os terrenos com lençol freático aflorante ou muito próximo da superfície sãoimpróprios para a construção <strong>de</strong>sses aterros, uma vez que possibilitam acontaminação dos aqüíferos. Os terrenos rochosos também não são indicados<strong>de</strong>vido às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escavação. Solos excessivamente arenosos não sãorecomendados, já que não apresentam coesão suficiente, causando o<strong>de</strong>smoronamento das pare<strong>de</strong>s das valas (SÃO PAULO, 2005).Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 40


Projeto Rondon – Ministério da DefesaO uso <strong>de</strong> equipamento só é necessário na etapa <strong>de</strong> abertura das valas,que é realizada por retro-escava<strong>de</strong>ira. As valas <strong>de</strong>vem ser estreitas ecompridas (para facilitar a cobertura), a terra removida da vala <strong>de</strong>ve seracumulada em apenas um dos lados, e será posteriormente usada para cobrira camada <strong>de</strong> lixo (Figura 19).Figura 19. Abertura das valas.O lixo é <strong>de</strong>positado em apenas um dos pontos da vala, até que esteesteja totalmente preenchido (Figura 20).Figura 20. Esquema <strong>de</strong> preenchimento da vala.À medida que são <strong>de</strong>positados, os resíduos são nivelados e cobertosmanualmente, utilizando-se a terra acumulada ao lado da vala (Figura 21). Éimportante ressaltar, que o nivelamento e a cobertura dos resíduos <strong>de</strong>vem serrealizados diariamente, tolerando-se freqüências menores apenas em casosespeciais. O atendimento a esta condição é fundamental para o bomfuncionamento do sistema <strong>de</strong> aterro em valas, caso contrário, em pouco tempoo aterro se transformará em um lixão.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 41


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 21. Esquema da cobertura da camada <strong>de</strong> lixo.É importante ressaltar que a região on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>positado o lixo doMunicípio <strong>de</strong> Atalaia do Norte é rica em solo argiloso, o que caracteriza umpotencial hidrológico muito gran<strong>de</strong>. Em função <strong>de</strong>ste potencial, é preciso prevera drenagem do chorume (líquido que resulta da <strong>de</strong>gradação anaeróbia damassa <strong>de</strong> lixo aterrada, com alto teor <strong>de</strong> contaminantes e gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong>contaminação do lençol freático). A Figura 22 mostra um esquema do aterrocom sistema <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> chorume.Figura 22. Esquema <strong>de</strong> construção do aterro em vala com sistema <strong>de</strong> filtração etratamento <strong>de</strong> chorume.Na vala on<strong>de</strong> será <strong>de</strong>positado o lixo é colocado são colocados drenos <strong>de</strong>tubos corrugados, que conduzirão o chorume até um segundo tanque <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> chorume.A vala <strong>de</strong> disposição do lixo <strong>de</strong>verá respeitar as medidas do filtro, paraque o mesmo apresente o melhor <strong>de</strong>sempenho possível, ou seja, à distânciaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 42


Projeto Rondon – Ministério da Defesado fundo da vala até a manta geotêxtil não <strong>de</strong>verá exce<strong>de</strong>r 50 cm, e ascamadas <strong>de</strong> areia não po<strong>de</strong>m apresentar dimensões superiores as <strong>de</strong> 30cm,como mostra a Figura 22.Deverão ser colocados tubos <strong>de</strong> PVC <strong>de</strong> 100 mm <strong>de</strong> diâmetroperfurados acima e ao longo da seção horizontal da 1ª camada <strong>de</strong> areia, <strong>de</strong>modo que o lixo disposto fique em cima <strong>de</strong>sta tubulação e permita a entradados gases produzidos a partir do processo anaeróbio. Esses gases serãoconduzidos para a chaminé localizada cerca <strong>de</strong> 70 cm acima do solo.O tanque <strong>de</strong> tratamento do chorume <strong>de</strong>ve apresentar uma diferença <strong>de</strong>nível (inferior) em relação ao aterro (<strong>de</strong> modo que o chorume possa escoar porgravida<strong>de</strong>). Neste tanque <strong>de</strong>vem ser colocadas macrófitas (aguapé ou murirú),que irão promover a fitorremediação do chorume, removendo oscontaminantes. O aguapé po<strong>de</strong> ser facilmente encontrados nos igarapés daregião.A tubulação <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong>ve respeitar as medidas do esboço ou seja, dabase do tubo até a lâmina <strong>de</strong> água não po<strong>de</strong>rá ter mais que 20cm <strong>de</strong>comprimento, garantindo que o chorume fique na superfície e que a água játratada fique embaixo, logo o tubo <strong>de</strong> saída para o talvegue estará a 20cmabaixo da lâmina <strong>de</strong> água garantindo que sempre esteja recebendo água játratada.O chorume tratado po<strong>de</strong>rá ser conduzido ao igarapé mais próximo. Esseprocesso <strong>de</strong>verá ser realizado constantemente até que o local <strong>de</strong> aterro outanque <strong>de</strong> disposição esteja com sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenagem completa.Após a saturação da vala, esta <strong>de</strong>verá recoberta com uma camada <strong>de</strong>argila e terra, e finalmente <strong>de</strong>verá ser feita uma cobertura vegetal (gramíneas eoutros arbustos). É importante ressaltar que não sejam plantadas árvoresfrutíferas e hortaliças, pois há o risco <strong>de</strong> contaminação das plantas,inviabilizando o consumo dos frutos.A seguir são <strong>de</strong>scritos os materiais e equipamentos necessários àconstrução <strong>de</strong>ste sistema <strong>de</strong> aterro em valas com meio filtrante.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 43


Projeto Rondon – Ministério da DefesaMateriais para a construção das valas:- Tubulações <strong>de</strong> PVC- 100mm- Tubos corrugados drenos - 100mm- Manta geotêxtil- Areia média- Argila- Aguapé ou murirúMaquinários utilizados na construção:-Retroescava<strong>de</strong>ira-Caminhão basculante Construção <strong>de</strong> um Aterro Sanitário em Sistema <strong>de</strong> Consórcio com oMunicípio <strong>de</strong> Benjamin ConstantUma outra opção para a disposição final dos resíduos domiciliares a seravaliada para o município seria a construção <strong>de</strong> um aterro sanitário em sistema<strong>de</strong> consórcio.Um consórcio intermunicipal caracteriza-se pela união <strong>de</strong> váriosmunicípios que disponibilizam recursos materiais e humanos que possuempara atingirem objetivos comuns, pois individualmente não teriam recursossuficientes para atingi-los. Para se formar um consórcio intermunicipal <strong>de</strong>vehaver interesse por parte dos po<strong>de</strong>res executivo e legislativo dos municípiosenvolvidos, bem como por parte dos munícipes. (OLIVEIRA, 2004).No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um projeto neste sentido, é fundamental que seconheça o resíduo gerado pelos municípios em relação às quantida<strong>de</strong>sgeradas, e às características dos resíduos, <strong>de</strong> forma que seja possível fazeruma projeção a médio e longo prazo.O consórcio <strong>de</strong>ve promover uma gestão regional dos resíduos, sem<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> contemplar as especificida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada consorte.Outro fator importante é proximida<strong>de</strong>, já que distâncias superiores a 30 kmRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 44


Projeto Rondon – Ministério da Defesaentre o local do empreendimento e os municípios consortes, po<strong>de</strong>m inviabilizaro projeto. Além disso, é preciso que existam rodovias a<strong>de</strong>quadamentepavimentadas que facilitem a coleta e o transporte dos resíduos até o ponto <strong>de</strong>disposição final. Além <strong>de</strong>stes fatores técnicos, o que geralmente inviabiliza aformação <strong>de</strong> consórcios é a incompatibilida<strong>de</strong> partidária e a vaida<strong>de</strong> política.Por isso é importante um processo <strong>de</strong> conscientização dos agentesenvolvidos, <strong>de</strong> forma que sejam consi<strong>de</strong>rados única e exclusivamente osbenefícios que o consórcio irá trazer à região, <strong>de</strong>ixando-se <strong>de</strong> lado possíveisdisputas políticas internas e externas (OLIVEIRA, 2004).O sistema <strong>de</strong> consórcio, conforme <strong>de</strong>scrito anteriormente apresenta-sebastante viável, uma vez que a distância entre Atalaia do Norte e o municípiovizinho <strong>de</strong> Benjamin Constant é <strong>de</strong> 30 km, dos quais, 16 km já se encontrampavimentados. Elaboração <strong>de</strong> um Plano <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong>Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>O correto gerenciamento dos Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> passapela redução ou minimização dos resíduos gerados, pela prevenção à saú<strong>de</strong>dos trabalhadores envolvidos no processo e pela garantia da manutenção daqualida<strong>de</strong> ambiental. Para tal, torna-se necessária a implantação do Plano <strong>de</strong>Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.O PGRSS <strong>de</strong>verá contemplar as quantida<strong>de</strong>s e características dosresíduos gerados, classificação, condições <strong>de</strong> segregação, acondicionamento,armazenamento temporário, transporte, tecnologias <strong>de</strong> tratamento, formas <strong>de</strong>disposição final e programas <strong>de</strong> controle na fonte (3R - Redução, Reutilizaçãoe Reciclagem), objetivando a eliminação <strong>de</strong> práticas e procedimentosincompatíveis com a legislação e normas técnicas pertinentes.O responsável técnico pelo hospital municipal e <strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>sprestadoras <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve se responsabilizar (conforme enfatiza aResolução CONAMA 358 <strong>de</strong> 2005) pela elaboração do plano <strong>de</strong> gerenciamento<strong>de</strong> resíduos. Um roteiro para a orientação na elaboração do plano <strong>de</strong>Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 45


Projeto Rondon – Ministério da Defesagerenciamento po<strong>de</strong> ser obtido no Manual <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos <strong>de</strong>Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, divulgado pelo ministério da saú<strong>de</strong>. Construção <strong>de</strong> Valas Sépticas para a Disposição dos Resíduos <strong>de</strong>Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Segundo o Ministério da Saú<strong>de</strong> (BRASIL, 2001), a disposição final dosRSS é o confinamento <strong>de</strong>stes resíduos, em aterro sanitário ou vala séptica,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haverem sido submetidos a um tratamento como a <strong>de</strong>sinfecção,esterilização ou incineração. Quando se utiliza um processo <strong>de</strong> tratamentodiferente da incineração, é conveniente, como medida <strong>de</strong> precaução, dispor osRSS em uma célula especial <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> aterro sanitário ou vala séptica.A disposição <strong>de</strong> resíduos infectantes, sem tratamento prévio, em célulasespeciais, <strong>de</strong>ve ser um sistema in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, separado dos resíduos comunse sem a utilização da técnica <strong>de</strong> compactação. Contudo, <strong>de</strong>ve ser garantido oseu recobrimento imediato com terra, seguindo uma metodologia <strong>de</strong> operaçãoe controle próprios para evitar riscos aos operadores e garantir condiçõesi<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> proteção ao meio ambiente.As valas sépticas são apontadas como uma das técnicas <strong>de</strong> engenhariapara aterramento <strong>de</strong> resíduos biológicos dos estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Umacaracterística importante <strong>de</strong>ssa técnica <strong>de</strong> disposição final é a sua utilizaçãopor pequenos municípios brasileiros, principalmente, por ser consi<strong>de</strong>rada umaalternativa simples e econômica para pequenos volumes <strong>de</strong> RSS comcaracterísticas infectantes. Essa solução é possível quando há eficiência nasegregação dos resíduos biológicos pelas fontes geradoras para que hajavolumes reduzidos <strong>de</strong> RSS a serem confinados (BRASIL, 2001).Os critérios técnico-construtivos e operacionais da técnica <strong>de</strong> disposiçãofinal em valas sépticas condicionam o projeto a avaliação <strong>de</strong> três requisitosbásicos:Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 46


Projeto Rondon – Ministério da Defesaa) LocalizaçãoNa seleção <strong>de</strong> áreas para implantação <strong>de</strong> valas sépticas, as condiçõescomumente observadas são:- Estudo da região, com preferência por terrenos altos e secos não sujeitos àinundações ou enxurrados;- Topografia plana ou pouco aci<strong>de</strong>ntada;- Evitar áreas com lençol freático aflorante ou muito próximo dasuperfície;- Preferência por áreas que apresentem solos argilosos ou terreno poucopermeável.b) Aspectos OperacionaisNa operação das valas sépticas, os critérios mínimos a seremconsi<strong>de</strong>rados são:- A disposição dos resíduos (acondicionados em sacos plásticos) nas valas<strong>de</strong>ve ser realizada sem compactação para evitar o rompimento dos sacos;- Após o preenchimento total das valas, <strong>de</strong>ve ser feito o seu recobrimento comuma camada <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> 60 cm <strong>de</strong> solo (material <strong>de</strong>ixado ao lado nomomento da escavação). Fazer uma superfície curva na cobertura final, <strong>de</strong>forma a facilitar o escoamento das águas pluviais;- Demarcar as valas com estacas permanentes e i<strong>de</strong>ntificá-las para evitarnovas escavações no local;- Manter registro das datas <strong>de</strong> abertura e fechamento das valas e também dovolume <strong>de</strong>positado na área.A Figura 23 a seguir mostra um esquema básico <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> valassépticas para a disposição final <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 47


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 23- Esquema <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> vala séptica para a disposição <strong>de</strong>resíduos infectantes.c) Infra-estrutura BásicaA infra-estrutura básica para valas sépticas consiste em:- Área totalmente cercada;- Vigilância para controle do acesso;- Acesso facilitado às frentes <strong>de</strong> confinamento, po<strong>de</strong>ndo ser usado cascalhopara pavimentação;- Sinalização na entrada e cerca com placas indicativas <strong>de</strong> perigo;- Iluminação e abastecimento <strong>de</strong> água;- Instalação <strong>de</strong> apoio para que no mínimo sejam realizadas alimentação,higiene pessoal e lavagem <strong>de</strong> utensílios pela equipe operacional.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 48


Projeto Rondon – Ministério da DefesaReferênciasABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação<strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Aterros Sanitários <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos. Rio <strong>de</strong>Janeiro: ABNT, 1984.BIDONE, F.R.A.; POVINELLI, J. Conceitos Básicos <strong>de</strong> Resíduos Sólidos. SãoCarlos: EESC/USP, 1999. 120p.OLIVEIRA, G. Consórcio Intermunicipal para o Manejo Integrado <strong>de</strong> Lixo emCinco Municípios da Região Administrativa <strong>de</strong> Bauru. Dissertação (Mestrado).Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Geografia. Rio Claro: UNESP, 2004.SÃO PAULO. Secretaria do Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente. Procedimento paraImplantação <strong>de</strong> Aterro Sanitário em Valas. São Paulo: SEMA, 2005.SCHNEIDER, V.E., EMMERICH, R.C., DUARTE, V.C., ORLANDIN, S.M. Manual<strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos Sólidos em Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. 2ª ed. rev. Caxiasdo Sul, RS: Educs, 2004.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 49


Projeto Rondon – Ministério da DefesaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 50


O DiagnósticoA populaçãoProjeto Rondon – Ministério da DefesaSegundo dados do Diretor do Hospital e Vice Prefeito, a populaçãourbana <strong>de</strong> Atalaia do Norte é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> seis mil habitantes. Ela ébasicamente formada por <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> nor<strong>de</strong>stinos e indígenas,reflexo da ocupação da região no Ciclo da Borracha. Já a população indígena éda or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> três mil habitantes, das etnias Marubo, Mayuruna, Matis,Canamary e Corubo. Algo a se <strong>de</strong>stacar é que as etnias Marubo, Mayuruna eMatis são oriundas do tronco Puno, do Peru. Nesse aspecto, quando da<strong>de</strong>marcação das fronteiras ainda no século XVIII, esses grupos acabaramsendo divididos, mas gozam <strong>de</strong> boa inter-relação e não há barreiras reais natravessia da fronteira.A livre observação nas ativida<strong>de</strong>s nos permite inferir que a pirâmi<strong>de</strong>etária da população é clássica <strong>de</strong> regiões pobres, com base larga e topoestreito. Não pu<strong>de</strong>mos avaliar a expectativa <strong>de</strong> vida da população por falta <strong>de</strong>dados disponíveis.O funcionalismo público na região é o principal mobilizador da mão <strong>de</strong>obra, empregando cerca <strong>de</strong> 90% da PEA, segundo dados da prefeitura. Oextrativismo também tem papel fundamental na cida<strong>de</strong>, principalmente naobtenção <strong>de</strong> peixes e frutos. As comunida<strong>de</strong>s ribeirinhas exercem ativida<strong>de</strong>sextrativistas <strong>de</strong> pesca, caça, coleta e produção <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> mandioca, que écomercializada principalmente no núcleo urbano.A cida<strong>de</strong> possui quatro escolas. Nossas ativida<strong>de</strong>s se basearamprincipalmente na escola Pio Veiga, inaugurada recentemente e que dispõem<strong>de</strong> boa estrutura. Existe sala <strong>de</strong> informática e uma pequena biblioteca. As salaspossuem ar-condicionado e é oferecida às crianças água tratada e <strong>de</strong> boaqualida<strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 50


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA população tem acesso à eletricida<strong>de</strong> graças a uma usinatermoelétrica. Nos horários <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> consumo, ocasionalmente ocorremapagões.Aspectos alimentaresCultura AlimentarA população tem uma alimentação relativamente equilibrada, baseadano arroz, feijão, mandioca e seus <strong>de</strong>rivados (farinha e tapioca), e no consumo<strong>de</strong> peixes e frutos da região como banana, manga, açaí, camu-camu, araçá,carambola, entre outras.Tal característica faz com que praticamente não haja obesos nacomunida<strong>de</strong>. Notadamente a população possui estatura inferior a 1,70m o quepo<strong>de</strong> estar associada ao próprio biotipo, ou à <strong>de</strong>snutrição na infância associadaàs verminoses, que são muito freqüentes.O Consumo <strong>de</strong> HortifrutiO solo da região, extremamente argiloso, é um gran<strong>de</strong> empecilho para ocultivo <strong>de</strong> hortaliças. Não notamos, ao andar pelo comércio local, a venda <strong>de</strong>artigos como alface, couve ou outros tipos <strong>de</strong> folhosos. Entretanto, há o acessoa legumes como batata, cenoura e tomate.O Consumo <strong>de</strong> CarneBasicamente o consumo <strong>de</strong> proteína animal está associado ao peixe. Osrios da região possuem abundância do mesmo e há relativa facilida<strong>de</strong> tanto napesca como na compra. Há pequena criação <strong>de</strong> bois ovelhas e até mesmobúfalos em algumas regiões do município. A carne é comercializada in natura,no próprio porto, com mínimas condições <strong>de</strong> higiene e acondicionamento. Oconsumo <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> caça, como pacas, tatus, entre outros também é<strong>de</strong>staque e o comércio se dá nas mesmas condições.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 51


Projeto Rondon – Ministério da DefesaInserção <strong>de</strong> Artigos Alimentares IndustrializadosUma rápida observação do lixo da cida<strong>de</strong> permite inferir que existe ainserção <strong>de</strong> alimentos industrializados e <strong>de</strong> pouco valor nutricional, comosalgadinhos, biscoitos e refrigerantes.Aspectos Quanto ao Comportamento SexualCulturalmente, há gran<strong>de</strong> influência indígena no comportamento sexualda cida<strong>de</strong>, no que tange há mobilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parceiros e introdução precoce àvida sexual. O papel da família está completamente <strong>de</strong>scaracterizado, já quepraticamente não há a figura do pai e as mães, ainda no início da puberda<strong>de</strong>,legam a criação muitas vezes para as avós, estas na faixa média dos 30 anos.A promiscuida<strong>de</strong> é marcante. As meninas muitas vezes não têm parceirofixo e há casos <strong>de</strong> relacionamento sexual com vários parceiros numa mesmanoite. A situação é tão discrepante que soubemos <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> relação sexualentre os próprios irmãos.Dessa forma, o campo está aberto para a prostituição infantil. Segundoas autorida<strong>de</strong>s, não existem dados, mas a questão é muito grave na cida<strong>de</strong>.O Consumo <strong>de</strong> DrogasPelo fato da proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> centros produtores como o Peru, foi-nosrelatado o amplo uso <strong>de</strong> drogas pela população jovem, tendo em vista acesso<strong>de</strong>stes pelos preços baixos. Não chegamos a presenciar cenas <strong>de</strong> consumonas ruas da cida<strong>de</strong>, mas segundo a Secretaria da Saú<strong>de</strong> o consumo é gran<strong>de</strong>.TraumaO meio <strong>de</strong> transporte principal da população é a motocicleta e não existenenhum tipo <strong>de</strong> fiscalização. O que vemos são várias pessoas, inclusivecrianças, circulando durante todo o dia, sem o uso <strong>de</strong> equipamentos básicosRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 52


Projeto Rondon – Ministério da Defesacomo capacetes. Segundo a Secretaria da Saú<strong>de</strong>, quase não existe aci<strong>de</strong>ntesentre os motociclistas, mas um alvo constante <strong>de</strong> trauma são as crianças, asquais têm parcela significativa no que tange a fraturas <strong>de</strong> membros superiorese inferiores. Outro aspecto do trauma são as quedas, principalmente <strong>de</strong>crianças, das árvores.Mesmo com a proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleções <strong>de</strong> água, não soubemos <strong>de</strong>casos freqüentes <strong>de</strong> afogamento.Doenças Prevalentes na RegiãoMalária Urbana e IndígenaDes<strong>de</strong> a epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> malária em 2001, quando foram notificados cerca<strong>de</strong> 700 casos por mês, a situação <strong>de</strong>sta en<strong>de</strong>mia está relativamentecontrolada. No ano <strong>de</strong> 2006, relatou-se cerca <strong>de</strong> 3600 casos, dos quais quase3000 ocorreram nas comunida<strong>de</strong>s indígenas. O período o ano <strong>de</strong> maiorocorrência se dá entre os meses <strong>de</strong> março e agosto, quando o nível dos rios daregião abaixa. A população tem fácil acesso ao diagnóstico e tratamento, jáque há um posto exclusivo para en<strong>de</strong>mias na cida<strong>de</strong>.HepatitesAs Hepatites na região são muito freqüentes e têm como alvo principalos indígenas. Muitos <strong>de</strong>les têm morrido, sobretudo <strong>de</strong> hepatite do tipo B e C.Pelo acesso a água sem tratamento, espera-se que os casos <strong>de</strong> hepatite Atambém sejam altos. Não tivemos acesso a dados específicos das autorida<strong>de</strong>s.Doenças das Vias RespiratóriasDurante um <strong>de</strong> nossos diálogos na Secretaria da Saú<strong>de</strong>, foi-nosinformada a alta incidência <strong>de</strong> gripe. Nem mesmo eles têm idéia <strong>de</strong> quais ascausas, mas po<strong>de</strong>mos imaginar que o clima, muito úmido associado ao hábitoda população sempre sair sem proteção nas chuvas, possa ser um fator queRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 53


Projeto Rondon – Ministério da Defesaaumente a incidência. Casos <strong>de</strong> pneumonia e mesmo tuberculose sãofreqüentes, principalmente entre os indígenas, mais uma vez associados aosaspectos culturais e algumas limitações na a<strong>de</strong>são ao tratamento. Mesmoassim, na maioria dos casos e com o apoio dos Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, otratamento tem sido eficaz.VerminosesApesar <strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> ser pavimentada, não há calçadas. Foi comumvermos crianças brincando <strong>de</strong>scalças no barro durante e após as chuvas, umambiente muito favorável para a proliferação <strong>de</strong> verminoses. Toda a sorte <strong>de</strong>vermes tem atingido principalmente a população infantil. A qualida<strong>de</strong> da águatambém facilita a disseminação <strong>de</strong> verminoses e casos <strong>de</strong> diarréia e disenteriasão muito freqüentes, tanto na população urbana quanto na indígena.DSTUm fato interessante é que com o comportamento sexual característicoda população, a maior procura quanto à DST é feita pelos homens, segundofuncionários do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Doenças como gonorréia são muito comunse há casos esparsos <strong>de</strong> HIV-AIDS, mesmo entre os indígenas. Surtos <strong>de</strong> DSTentre os indígenas se explicam quando eles vêm ao núcleo urbano e acabamcontagiados, levando as doenças posteriormente para as al<strong>de</strong>ias.O Atendimento aos EstrangeirosUm aspecto que convém <strong>de</strong>stacar é que existe uma parcela dapopulação peruana <strong>de</strong> ascendência indígena que vive na região e seus filhosnão possuem registro como Certidão <strong>de</strong> Nascimento. Ainda que hajaatendimento para todos, inclusive para os peruanos que vivem na fronteira,pu<strong>de</strong>mos perceber que o mesmo se dá com certo preconceito, já que acabaconsumindo os parcos recursos empregados na saú<strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 54


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA Estrutura do Atendimento MédicoA cida<strong>de</strong> conta com boa estrutura <strong>de</strong> atendimento médico. O posto <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> é bem organizado e aten<strong>de</strong> a população em geral durante a semana.Geralmente à tar<strong>de</strong> não há um médico disponível, mas pelas características domunicípio, o contato com o profissional costuma ser rápido.O hospital é secundário e está bem equipado. Possui os instrumentosbásicos para o atendimento, inclusive cirúrgico. O prédio foi adaptado <strong>de</strong> umaantiga residência, o que limita às vezes a mobilida<strong>de</strong> do local. O mesmo nãopossui nutricionista para o preparo das dietas e nos casos mais graves, ospacientes são encaminhados para Tabatinga ou mesmo para Manaus.O município tem 7 agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no núcleo urbano e pelo menos umem cada comunida<strong>de</strong> indígena, exceto com os Corubo, <strong>de</strong> comportamentoagressivo e mínimo contato com outras pessoas, inclusive outras etnias. OsAgentes se queixam da falta <strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> treinamento. Para eles, seriaimportante a ministração <strong>de</strong> cursos mais freqüentemente.Os Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> das comunida<strong>de</strong>s ribeirinhas e al<strong>de</strong>ias possuemacesso a medicamentos básicos e treinamento para ministrá-los à população.Não há um local específico <strong>de</strong> atendimento, o que po<strong>de</strong> causar algumaslimitações ao atendimento, inclusive das mulheres. Existe uma estruturamínima para o transporte com embarcação e motor, mas o combustível élimitado. Uma queixa <strong>de</strong>les é a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ministrarem soro viaintravenosa em alguns casos graves, o que po<strong>de</strong>ria ao menos estabilizarmelhor o quadro clínico até a chegada ao atendimento médico.Vimos embarcações da saú<strong>de</strong> ancoradas no porto, mas <strong>de</strong> acordo coma população, na maioria das vezes falta o combustível para o atendimento.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 55


Projeto Rondon – Ministério da DefesaO Impacto da Questão do SaneamentoA situação do saneamento da cida<strong>de</strong> é crítica. Um local chave na saú<strong>de</strong>da população é o Balneário da Cida<strong>de</strong>. O local é ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> palafitas e todo oesgoto <strong>de</strong>las, inclusive do quiosque no centro do balneário, cai diretamente naágua. A maior freqüência banhistas no local é aos finais <strong>de</strong> semana e apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> doenças é muito gran<strong>de</strong>. Cabe ressaltar quelogo abaixo do balneário encontra-se a estação <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água domunicípio. Tal condição favorece o aparecimento <strong>de</strong> surtos <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>veiculação hídrica na população.A águaApós a sua captação, a água é distribuída sem nenhum tratamento.Segundo nos informaram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a responsabilida<strong>de</strong> pelo tratamentopassou para responsabilida<strong>de</strong> da prefeitura, não houve mais tratamento. Apopulação recebe hipoclorito e sulfato <strong>de</strong> alumínio para o tratamento em casa,mas a divulgação é mínima, assim como o treinamento para o uso <strong>de</strong>ssesprodutos.O esgotoBasicamente não há o encanamento do esgoto, sequer seu tratamento.Muitas casas <strong>de</strong>spejam o esgoto diretamente no solo e poucas são as queutilizam fossas. Neste caso, muitas <strong>de</strong>las funcionam <strong>de</strong> forma irregular.O lixo e o soloExiste coleta <strong>de</strong> lixo na cida<strong>de</strong>, que é suspensa em dias <strong>de</strong> chuva <strong>de</strong>vidoàs condições da estrada, sem pavimentação. O lixo é jogado diretamente nosolo e ocasionalmente é coberto por uma camada <strong>de</strong> terra.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 56


Projeto Rondon – Ministério da DefesaO Impacto do Transporte na Saú<strong>de</strong>Algo a <strong>de</strong>stacar quanto ao transporte é a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aocombustível e a motores <strong>de</strong> potência consi<strong>de</strong>rável. A viagem aos pontos maisdistantes do município chega a durar até 8 dias apenas na ida. Tivemoscontato com a ASASIVAJA, uma ONG local, que fez estudos logísticos econstatou que seria mais econômica a construção <strong>de</strong> pistas <strong>de</strong> pouso e uso <strong>de</strong>aviões, no que tange ao transporte <strong>de</strong> profissionais da saú<strong>de</strong> e pacientes.Quando tivemos contato com o Diretor do Hospital local, o mesmo não achouque seria interessante esse tipo <strong>de</strong> investimento.O combustível utilizado é oriundo do Peru, com o preço mais baixo que obrasileiro. É muito comum a venda <strong>de</strong> combustível acondicionado em garrafasPET na cida<strong>de</strong>. Devido à estrutura das casas, <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e com fiação elétrica<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> discutível, um possível incêndio seria uma tragédia local, tendoem vista a cida<strong>de</strong> não possuir um corpo <strong>de</strong> bombeiros.A Questão do IndígenaAinda que contestado pelo representante dos indígenas em nossareunião na Funasa, o alcoolismo entre os indígenas é um problema muitograve. Ainda que por lei a venda aos indígenas seja proibida, na prática issonão ocorre. Foram-nos relatados casos extremos que os mesmos chegavam aconsumir gasolina, na falta <strong>de</strong> uma bebida alcoólica. Não há na cida<strong>de</strong> grupo<strong>de</strong> Alcoólicos Anônimos ou alguma entida<strong>de</strong> que proponha trabalhar com estaquestão.Na maioria dos casos, o indígena a<strong>de</strong>re bem ao tratamento quandoacompanhado pelos Agentes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e principalmente quando não é muitoidoso. Seus hábitos culturais respaldam o uso <strong>de</strong> medicamentos fitoterápicos,que são coletados diretamente da floresta. Um aspecto cultural importante éque a maioria dos indígenas interessados prefere se qualificar para serem umAgente <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, e não um pajé. Em nosso contato com a Funai, soubemosda intenção <strong>de</strong> se montar um programa para a valorização da imagem do pajénas al<strong>de</strong>ias.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 57


Projeto Rondon – Ministério da DefesaOutro aspecto que dificulta o tratamento é a rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profissionais.Na maioria das vezes quem aceita as vagas são jovens recém-formados, quetem a perspectiva <strong>de</strong> passar alguns anos e <strong>de</strong>pois ir embora. Quando hásubstituição <strong>de</strong> funcionários, leva-se tempo consi<strong>de</strong>rável até que os indígenasvoltem a confiar no profissional. Outro problema é que as comunida<strong>de</strong>s nãopossuem rádios-comunicadores, o que limita em muito a rápida mobilização <strong>de</strong>pacientes.Ativida<strong>de</strong>s RealizadasO enfoque das ativida<strong>de</strong>s relacionadas ao tema Saú<strong>de</strong> foi basicamente<strong>de</strong> formar multiplicadores nas comunida<strong>de</strong>s. Didaticamente, o trabalho compequenos grupos-alvo como os professores no nosso caso, é altamenteprodutivo. Há também o aspecto do interesse por capacitação que osprofessores da região têm.Houve algumas dificulda<strong>de</strong>s durante a evolução do projeto. A princípio,<strong>de</strong>vido a nossa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar em contato com os responsáveis daPrefeitura Municipal, não pu<strong>de</strong>mos avaliar qual o tipo <strong>de</strong> capacitação queinteressava ao professores. No caso especial do tema Saú<strong>de</strong>, tivemoslimitações, principalmente quanto a não disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>multimídia para as palestras, o que nos levou a modificar nossa abordagem econfeccionar todo o material em cartolinas. Novos temas nos foram propostos,como Tuberculose e DST-AIDS, e conseguimos montar novas apresentaçõesgraças à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma Lan House na cida<strong>de</strong>, a qual foi utilizada comos nossos próprios recursos.Outro <strong>de</strong>safio foi a disparida<strong>de</strong> entre o cronograma do Projeto Rondon eo período <strong>de</strong> vigência do recesso escolar, já que muitos professores estavamparticipando <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> capacitação em outros municípios. Devido à falta <strong>de</strong>apoio da Prefeitura, não havia um meio <strong>de</strong> que nós próprios pudéssemos entrarem contato com os professores. Mesmo assim, atingimos um publico alvo bom.A saú<strong>de</strong> preventiva foi o tema escolhido, ao abordarem-se questões <strong>de</strong>doenças prevalentes da região como Malária, Hepatite, Diarréia e Disenteria,Pneumonia e DST-AIDS. As oficinas realizadas com os professores eRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 58


Projeto Rondon – Ministério da Defesaprofessores indígenas buscaram primeiramente nivelar o conhecimento que osprofissionais já possuíam e a partir daí, compartilhar informações mais técnicase mecanismos das doenças. Materiais didáticos foram distribuídos e tambémfoi discutida a questão da transmissão do conhecimento, neste caso sobreDST-AIDS aos jovens.Curso <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> Professores da Re<strong>de</strong> PúblicaO curso foi realizado nas <strong>de</strong>pendências da Escola Estadual Pio Veiga,recém construída. Lá já ocorria um curso <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> férias paraprofessores, o que muito nos facilitou o contato.A palestra com o tema Saú<strong>de</strong> ocorreu na quarta-feira, dia 24 <strong>de</strong> Janeiro,com a duração <strong>de</strong> 1h e 30 min. O ritmo da palestra foi tranqüilo, e osprofessores estavam receptivos com o assunto. Pu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>bater sobreassuntos comuns da região. Muitos já possuíam os conhecimentos básicos dossintomas da maioria das doenças abordadas e pu<strong>de</strong>mos aprofundar mais oassunto, discutindo sobre mecanismos fisiopatológicos. Ao abordarmos o temaDST, enfocamos muito o papel do professor como um elo muito importante naeducação sexual <strong>de</strong> seus alunos e <strong>de</strong> que esse tema <strong>de</strong>ve ser passado aosjovens <strong>de</strong> forma clara e sem preconceitos.Figura 13 -Palestra sobre DSTRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 59


Projeto Rondon – Ministério da DefesaCurso <strong>de</strong> Capacitação <strong>de</strong> Professores IndígenasO curso para os professores indígenas seguiu os mesmos mol<strong>de</strong>s daqueleministrado entre os da re<strong>de</strong> pública. Também ocorreu na quarta-feira, antes docurso com os professores da re<strong>de</strong> pública, para cerca <strong>de</strong> sete pessoas.Optamos em não aprofundar muito a questão fisiopatológica das doenças, masem discutir sobre os hábitos e cultura dos povos, que muitas vezes expõemaos membros das comunida<strong>de</strong>s a comportamentos que aumentam o risco docontágio.No caso da malária, um gran<strong>de</strong> fator <strong>de</strong> risco é o horário <strong>de</strong> banho nascomunida<strong>de</strong>s, que ocorre ao amanhecer e ao anoitecer, horário <strong>de</strong> risco paraque a pessoa seja picada pelo mosquito transmissor. Para o tema hepatite, o<strong>de</strong>safio é o comportamento sexual do indígena, que admite que haja váriosparceiros, pelo menos até a cerimônia <strong>de</strong> casamento. Ainda que preservativossejam distribuídos, as limitações <strong>de</strong> transporte e os contatos ocasionais entreindígenas e outras pessoas aumentam em muito a propagação <strong>de</strong>sta doença, oque tem levado muitos indígenas à óbito.Quanto às diarréias e disenterias, os fatores <strong>de</strong> risco estão associadosao consumo da água nos mesmos locais que os índios se banham e fazemsuas necessida<strong>de</strong>s. Algumas comunida<strong>de</strong>s têm acesso a água <strong>de</strong> poços ou <strong>de</strong>nascentes, que oferece menos riscos. Entre os Matis, o problema quanto aotratamento é relacionado ao fato dos mesmos associarem a morte <strong>de</strong> algumascrianças ao uso do soro distribuído pela re<strong>de</strong> pública.Figura 14 - Palestra com professores IndígenasRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 60


Projeto Rondon – Ministério da DefesaPalestra na Comunida<strong>de</strong> Ribeirinha <strong>de</strong> São Pedro do NorteA comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pedro do Norte nos recebeu muito bem durantenossa breve estadia. Lá, tivemos nossa primeira experiência em ministrar umapalestra no Projeto.Nossa viagem para a região também não foi patrocinada pela prefeitura.No caso específico <strong>de</strong>les, sentimos certo preconceito em alguns contatos comrepresentantes do po<strong>de</strong>r municipal. Talvez pelo fato <strong>de</strong> parte da comunida<strong>de</strong>ser composta por peruanos imigrantes, muitos <strong>de</strong>les ilegais.O curso ocorreu na terça-feira, dia 23 <strong>de</strong> janeiro, às 15 horas. O temasaú<strong>de</strong> foi o último a ser abordado.A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> peruanos fazer parte <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>religiosa, ficamos surpresos por sua participação, inclusive quando abordamoso tema sobre DST-AIDS. Todos foram muito receptivos e tivemos aoportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar folhetos informativos sobre saú<strong>de</strong> e algunspreservativos.Figura 15 - Palestra para comunida<strong>de</strong> São PedroRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 61


Projeto Rondon – Ministério da DefesaPalestra para as Etnias Marubo, Mayuruna, Matis e Canamaryna CASAI.As ativida<strong>de</strong>s do tema Saú<strong>de</strong> ocorreram na quinta-feira, dia 25, pelamanhã. Na CASAI, pu<strong>de</strong>mos ter nosso primeiro contato com os indígenas daregião. Dentre as palestras, foi a que representou maior <strong>de</strong>safio. Além dalimitação natural que nos foi imposta ao apresentar a quatro grupos <strong>de</strong> línguasdiferentes, não tínhamos materiais didáticos em sua língua para serem levadosàs comunida<strong>de</strong>s. Os poucos que falavam português eram homens e foramnossos interlocutores durante a apresentação.Outro fator foi o cultural, já que a segregação entre homens e mulheresé característica daqueles povos. A platéia era composta basicamente <strong>de</strong>homens, apresar <strong>de</strong> várias estarem instaladas nas <strong>de</strong>pendências da CASAI. Eentre as poucas presentes, apenas as mulheres mais idosas pu<strong>de</strong>ramparticipar mais livremente para complementar e esclarecer dúvidas.Neste caso, optamos por apresentar um conteúdo mais básico esimples, para não cansar os presentes e não entrar em conflito com os horáriosdo estabelecimento. Mesmo assim, o ritmo da apresentação era lento, tendoem vista a tradução alternada para os quatro idiomas e os momentos <strong>de</strong>discussão paralela entre os membros das comunida<strong>de</strong>s já mencionadas.Figura 16 - Palestra na CASAIRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 62


Projeto Rondon – Ministério da DefesaPalestra para Meninas do Programa Municipal <strong>de</strong> EsportesBuscamos também uma abordagem mais específica ao ministramospalestras que tiveram como público-alvo meninas que participavam <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s esportivas. Pu<strong>de</strong>mos falar após o treino <strong>de</strong> futebol, na sexta-feira,dia 26, à tar<strong>de</strong>. Falamos para um grupo <strong>de</strong> 34 meninas. Apesar <strong>de</strong> o treinadornos informar que freqüentemente abordava esse tipo <strong>de</strong> assunto, as meninasestavam muito envergonhadas em <strong>de</strong>bater esse assunto. Falou-se sobre aprevenção <strong>de</strong> DST e especialmente sobre a questão do comportamento sexual<strong>de</strong> risco e da valorização da imagem da mulher. Também <strong>de</strong>ixamos material <strong>de</strong>apoio sobre DST-AIDS.Figura 17 - Palestra com o grupo <strong>de</strong> jovensPalestra para o Grupo <strong>de</strong> Escoteiros da Cida<strong>de</strong>A palestra aos escoteiros aconteceu no dia 27, à tar<strong>de</strong>, para um grupomisto <strong>de</strong> jovens, entre 8 e 16 anos, num total <strong>de</strong> 18 jovens.Debatemos os mesmos temas que anteriormente foram ministrados àsmeninas esportistas, só que neste caso com um maior cuidado quanto aoassunto, pelo fato <strong>de</strong> estarmos lidando com uma variação gran<strong>de</strong> quanto àRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 63


Projeto Rondon – Ministério da Defesafaixa etária. A ativida<strong>de</strong> com melhor impacto foi o treinamento quanto ao usocorreto <strong>de</strong> preservativos, que foi feito utilizando-se bananas. A palestra em sicorreu <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontraída e o resultado foi muito positivo, <strong>de</strong> tal sorte queficamos lisonjeados ao receber um diploma <strong>de</strong> honra ao mérito por parte dochefe dos escoteiros, parabenizando a nossa iniciativa.Figura 18 - Palestra com o grupo <strong>de</strong> escoteirosPalestra entre os membros da Igreja Evangélica Assembléia <strong>de</strong>DeusA iniciativa <strong>de</strong>sta palestra se <strong>de</strong>u com os contatos que fizemos com opastor durante a divulgação <strong>de</strong> nossa primeira ativida<strong>de</strong> com a população.Deixamos nossa palestra no domingo, dia 28, pela manhã, durante a EscolaDominical. Havia cerca <strong>de</strong> 40 pessoas, a maioria mulheres. A tônica do temasaú<strong>de</strong> esteve com a prevenção <strong>de</strong> doenças e para não causar polêmica ouqualquer outro tipo <strong>de</strong> constrangimento, optamos em não falar sobre DST-AIDS. Também fomos muito bem recebidos e <strong>de</strong>ixamos material didático com opastor.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 64


Projeto Rondon – Ministério da DefesaPalestra para o 8º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria na SelvaComo uma forma <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer todo o apoio do Exército nesta operação,tendo em vista nossa recepção pela prefeitura, foi ministrada uma palestrasobre DST-AIDS para os membros do 8º BIS – Batalhão <strong>de</strong> Infantaria da Selva,num total <strong>de</strong> 67 pessoas, na segunda-feira, dia 29 <strong>de</strong> janeiro.Lá finalmente dispomos <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> multimídia o que aumentou oimpacto sobre o assunto ao mostrarmos fotos <strong>de</strong> casos clínicos dos diferentestipos <strong>de</strong> DST. Fomos recebidos muito bem e pu<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>bater principalmentea questão do preconceito dos homens em se buscar tratamento.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 65


Projeto Rondon – Ministério da DefesaPropostas e Ativida<strong>de</strong>s Sugeridas• Tornar mais freqüente a capacitação dos Profissionais da Saú<strong>de</strong> eprofessores – Buscar convênios com Universida<strong>de</strong>s do Amazonas• Melhorar a oferta <strong>de</strong> combustível e o transporte <strong>de</strong> pacientes eprofissionais da saú<strong>de</strong> com aumento do investimento na compra <strong>de</strong>combustível e manutenção dos meios <strong>de</strong> transporte.• Investir em campanhas quanto à prevenção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes commotocicletas, neste caso organizadas pela Secretaria da Educaçãojuntamente com a Secretaria da Saú<strong>de</strong>.• Investir em campanhas para prevenção <strong>de</strong> DST-AIDS, gravi<strong>de</strong>z precoce ecomportamentos <strong>de</strong> risco pelas escolas.• Aumentar os investimentos para vacinação quanto à Hepatite B e adistribuição e conscientização do uso <strong>de</strong> preservativos, principalmenteentre os indígenas.• Treinamento da população quanto ao uso <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>água e maior divulgação dos meios já disponíveis.• Investir em campanhas para a prevenção <strong>de</strong> verminoses para mães comcrianças na ida<strong>de</strong> entre 0 a 10 anos.• Interdição do Balneário da Cida<strong>de</strong> e avaliação <strong>de</strong> estratégias para suareutilização.• Fazer convênios com a Funai e a Funasa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>materiais didáticos quanto a prevenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na língua dos indígenas.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 66


Projeto Rondon – Ministério da DefesaRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 67


Projeto Rondon – Ministério da DefesaANÁLISE ESTRUTURAL E SÓCIO-ECONÔMICA DOMUNICÍPIO DE ATALAIA DO NORTE/AMFigura 1 - Vista aérea da cida<strong>de</strong>Além dos problemas abordados no projeto relativos à saú<strong>de</strong> pública, falta <strong>de</strong>tratamento <strong>de</strong> água e esgoto, e gerenciamento <strong>de</strong> lixo urbano, observou-se também,diversos problemas estruturais e sociais no município <strong>de</strong> Atalaia do Norte/AM, apósvisita técnica da equipe.Um problema social <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é o consumo <strong>de</strong> bebidas alcoólicas nomunicípio em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 68


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 2 – Comércio <strong>de</strong> bebidas alcoólicas em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>Figura 3 – Comércio <strong>de</strong> bebidas alcoólicas em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>.A gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas à venda nos pequenoscomércios do município representa um alto consumo da população. Pô<strong>de</strong>-seRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 69


Projeto Rondon – Ministério da Defesaobservar também, através <strong>de</strong> visitas em eventos (festa do padroeiro, balneário dacida<strong>de</strong> e casa <strong>de</strong> forró) o elevado consumo <strong>de</strong> bebidas alcoólicas.Figura 4 – Praça on<strong>de</strong> ocorre a principal festivida<strong>de</strong> do município.Dentre os problemas <strong>de</strong> infra-estrutura, a falta <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>zoonose po<strong>de</strong>rá acarretar sérios problemas, já que há presença <strong>de</strong> muitos animaisdomésticos com doenças, como sarnas e fungos. Vale ressaltar, que várias criançasdo município tem contato com esses animais.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 70


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 5 – Cachorro doente (fungos) solto na rua on<strong>de</strong> crianças brincam e transitam.Figura 6 - Cachorro doente solto na rua on<strong>de</strong> crianças brincam e transitam.Com a presença <strong>de</strong> animais domésticos doentes juntamente com a falta <strong>de</strong>limpeza pública, a situação se agrava, já que estes animais acabam fazendo suasRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 71


Projeto Rondon – Ministério da Defesanecessida<strong>de</strong>s fisiológicas nas ruas on<strong>de</strong> crianças brincam <strong>de</strong> bolinha <strong>de</strong> gu<strong>de</strong>, tendocontato direto com a superfície, apoiando-se com as mãos e transitam <strong>de</strong>scalças.Figura 7 – Fezes <strong>de</strong> animais domésticos nas ruas on<strong>de</strong> não ocorre limpeza pública.Figura 8 – Crianças brincando com bolinhas <strong>de</strong> gu<strong>de</strong>, tendo contato direto com a superfície,apoiando-se com as mãos e transitam <strong>de</strong>scalças.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 72


Projeto Rondon – Ministério da DefesaOutra contribuição para o aumento do índice <strong>de</strong> doenças, principalmente emcrianças, é a disposição incorreta <strong>de</strong> lixo urbano <strong>de</strong>fronte às residências, pelosmoradores, o que atraem animais como cães, corvos, galinhas, ratos, mosquitos eoutros insetos. A coleta irregular do lixo urbano po<strong>de</strong> provocar seu acúmulo nasresidências.Figura 9 – Lixo disposto <strong>de</strong> forma incorreta e sacos rasgados por animais.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 73


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 10 - Lixo disposto <strong>de</strong> forma incorreta e sacos rasgados por animais.Figura 11 – Fluxo do esgoto das águas <strong>de</strong> uso doméstico <strong>de</strong>spejadas praticamentena face frontal da rua a céu aberto.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 74


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 12 – Lixo disposto no Igarapé, local on<strong>de</strong> população se banha como forma <strong>de</strong>lazer.Devido à falta <strong>de</strong> lazer e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreação no município, a populaçãofaz o uso do igarapé como forma <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> maneira anti-higiênicas, como sebanhar ou nadar no igarapé (balneário da cida<strong>de</strong>-Recanto da cida<strong>de</strong>), se expondo ariscos <strong>de</strong> contrair doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 75


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 13 – Presença <strong>de</strong> residências, <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> esgoto e lixo doméstico no igarapéutilizado pela população.Figura 14 – Crianças se banhando no igarapé como lazer.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 76


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 15 – Vista frontal do balneário da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominado Recanto da Cida<strong>de</strong>.O município apresenta problemas com a pavimentação asfáltica <strong>de</strong>vido àgran<strong>de</strong> umida<strong>de</strong> pelo solo ser muito argiloso. A pavimentação das vias públicasapresentam muitas falhas e danos, que vem requerer uma manutenção intensiva.Essas irregularida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m causar aci<strong>de</strong>ntes.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 77


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 16 – Pavimento asfáltico danificado pelo <strong>de</strong>scanso da motocicleta.Figura 17- Pavimento asfáltico danificado pela falta <strong>de</strong> suporte do leito da rua por ser<strong>de</strong> solo argiloso muito úmido e instável, alem <strong>de</strong> não possuir sistema <strong>de</strong> drenagemnem superficial nem subterrânea.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 78


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 18 – Forma <strong>de</strong> correção e remediação dos pontos <strong>de</strong> pavimento asfálticorompido, com inserção <strong>de</strong> concreto à base <strong>de</strong> cimento + areia + fragmentos <strong>de</strong>tijolos, nota-se que a base é <strong>de</strong> solo argiloso, e a capa asfáltica é <strong>de</strong> betumecom areia, <strong>de</strong>vido a não existência <strong>de</strong> jazidas <strong>de</strong> rochas apropriadas à execução <strong>de</strong>pavimentos.Figura 19 - Pavimento asfáltico danificado pela falta <strong>de</strong> suporte do leito da ruasolo argiloso muito úmido e instável (afundamento <strong>de</strong> leito), nota-se uma sobreelevaçãolateral, danificando as sarjetas.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 79


Projeto Rondon – Ministério da Defesa.Figura 20 - Forma <strong>de</strong> correção e remediação dos pontos <strong>de</strong> pavimento asfálticorompido, com inserção <strong>de</strong> concreto à base <strong>de</strong> cimento + areia + fragmentos <strong>de</strong>tijolos.Estes aci<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>m se tornar graves, visto que a maior parte dapopulação, quase que em sua totalida<strong>de</strong>, utilizam-se <strong>de</strong> motocicletas como meio <strong>de</strong>transporte. Devido à falta <strong>de</strong> fiscalização do transito e pelo hábito, os usuáriosmotociclistas não se protegem com capacete, que faz parte da exigência e norma <strong>de</strong>segurança no trânsito.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 80


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 21 - Flagrante - mototaxi com cliente: ambos sem capacete.A falta <strong>de</strong> calçadas passeio nas vias públicas, obriga a população a setransitar pelas ruas junto com o fluxo <strong>de</strong> trânsito veicular, tornando-se situação <strong>de</strong>grave e iminente risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trânsito. Como proposta, há que se implantarnormas educativas e sinalizações <strong>de</strong> transito <strong>de</strong>ntro dos padrões normalizados, bemcomo estruturalmente, construção <strong>de</strong> calçadas passeio, para proporcionar maiorsegurança aos pe<strong>de</strong>stres.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 81


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 22 - Falta <strong>de</strong> calçadas passeio nas vias públicas.Figura 23 - Guia <strong>de</strong> rua construída à base <strong>de</strong> tijolos cerâmicosDevido à localização do município e <strong>de</strong> difícil acesso (apenas porembarcação pluvial), alguns produtos tornam-se muito caro e difíceis <strong>de</strong> seencontrar. O nível sócio-econômico da população dificulta ainda mais a obtenção<strong>de</strong>sses produtos.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 82


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 24 - Ponto <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> forma ilegal perante as normas <strong>de</strong>segurança do manejo e distribuição <strong>de</strong> combustíveis.Figura 25 - Rodovia BR 307 que liga a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atalaia do Norte com BenjaminConstant em condições precárias, sem pavimentação com atoleiros.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 83


Projeto Rondon – Ministério da DefesaA poluição sonora po<strong>de</strong> causar danos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que morampróximo à usina termelétrica do município. A falta <strong>de</strong> planejamento para instalaçãoda usina fez com que fosse instalada próxima a diversas residências.Figura 26 - Usina termelétrica fonte <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia instalada próxima aresidências.FONTES DE RENDAA ausência <strong>de</strong> empresas e indústrias na região faz com que a populaçãoprocure alternativas como fonte <strong>de</strong> renda, como a pesca, a caça, colheita ecomercialização <strong>de</strong> frutos silvestres. Gran<strong>de</strong> parte da população trabalha nofuncionalismo público. Outra parte trabalha com mototaxi ou possui comércio próprio.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 84


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 27 – Fachada <strong>de</strong> um estabelecimento comercial do município.Figura 28 – Interior do comércio.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 85


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 29 – Comércio <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> trigo.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 86


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 30 – Visita da equipe à marcenaria e ma<strong>de</strong>ireira com baixa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>pedidos.Figura 31 – Vista da marcenaria e ma<strong>de</strong>ireira com tábuas em secagem.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 87


Projeto Rondon – Ministério da DefesaFigura 32 – Drogaria e perfumaria.Com a adoção <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> incentivo ao turismo na região, as alternativas<strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> renda seriam largamente ampliadas. Incentivos à implantação <strong>de</strong> hotéisgerariam novos empregos, o turismo ecológico empregaria guias locais, aumento nocomércio <strong>de</strong> peças artesanais, passeios <strong>de</strong> voa<strong>de</strong>iras (barco). Mas para o incentivoao turismo no município, seria primordial buscar soluções para os problemas queforam abordados, como por exemplo, o tratamento <strong>de</strong> água, esgoto, gerenciamento<strong>de</strong> lixo urbano, segurança pública, entre outros.Figura 33 – Loja <strong>de</strong> artesanato.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 88


Projeto Rondon – Ministério da DefesaAlém do turismo local, outra fonte <strong>de</strong> renda seria a fabricação <strong>de</strong> tijolos. Osolo argiloso (Argila tabatinga) predominante na região facilita a obtenção <strong>de</strong> matériaprima para a olaria do município. Porém, a falta <strong>de</strong> transporte e a localização domunicípio, dificultam a expansão <strong>de</strong> vendas dos produtos da olaria. Com o términodas obras <strong>de</strong> pavimentação da Rodovia BR 307, a produção e a venda dos tijolospo<strong>de</strong>rão aumentar. Mas ainda seria necessárias políticas <strong>de</strong> investimento paramo<strong>de</strong>rnizar e fabricar outros tipos <strong>de</strong> materiais como pisos e telhas no setor <strong>de</strong> olariae cerâmica.Como proposta, seria muito importante a fabricação <strong>de</strong> produtos artesanaisà base <strong>de</strong> barro argílico, o que empregaria mais mão <strong>de</strong> obra.Figura 34 – Funcionários da olaria em processo fabricação <strong>de</strong> tijolos.Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 89


Projeto Rondon – Ministério da DefesaAgra<strong>de</strong>cimentosA todos os Professores do Centro Superior <strong>de</strong> Educação Tecnológica – CESET e<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas – FCM, pelo apoio e conhecimentos a nóstransmitidos para nossa intervenção.Ao Ministério da Defesa pela logística e segurança durante toda nossa estadia noslugares em que nós estivemos.Ao povo <strong>de</strong> Atalaia do Norte por sua generosida<strong>de</strong>, carisma e hospitalida<strong>de</strong> com quenos receberam.Nossos sinceros agra<strong>de</strong>cimentos à Mario Foco pelo apoio e sugestões para aconfecção <strong>de</strong>ste relatório.Equipe Atalaia do Norte:Adriana R. Francisco – Saneamento Ambiental – <strong>Unicamp</strong>Fábio Santana <strong>de</strong> Oliveira – Medicina – FCM – <strong>Unicamp</strong>Karina Zanetti – Saneamento Ambiental – <strong>Unicamp</strong>Leonardo O. Lopes – Saneamento Ambiental – <strong>Unicamp</strong>Marcelo L. Buffon – Saneamento Ambiental – <strong>Unicamp</strong>Samuel R. dos Santos – Saneamento Ambiental – <strong>Unicamp</strong>Professora Drª Carmenlucia dos Santos – CESET – <strong>Unicamp</strong>Professor Hiroshi P. Yoshizane – CESET – <strong>Unicamp</strong>Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 90


Projeto Rondon – Ministério da Defesa“ARDUA É A MISSÃO DE LEVARMOSCONHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO ATODO BRASIL. NO ENTANTO, DIGNOS SÃOAQUELES QUE FAZEM DESTA MISSÃO UMABANDEIRA CHEIA DE CARÁTER ECIDADANIA”Samuel Ricardo dos SantosA SELVA NOS UNE!!!Relatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 91


Projeto Rondon – Ministério da DefesaApoioRelatório <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Equipe Atalaia do Norte – AM 92

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