12.07.2015 Views

Lote Urbano - Histeo.dec.ufms.br

Lote Urbano - Histeo.dec.ufms.br

Lote Urbano - Histeo.dec.ufms.br

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O lote e a arquiteturahabitacional urbanaAna Tereza M. AzevedoFa<strong>br</strong>icia M. B. VasconcelosLidiane H. MoraisMariana Garcia


O Período Pré-Colonial : A fase do pau<strong>br</strong>asil(1500 a 1530)- Em 22 de a<strong>br</strong>il de 1500, ocorre a "chegada"dos portugueses ao Brasil. data queinaugura a fase pré-colonial.- Neste período não houve a colonizaçãodo Brasil. Os portugueses não se fixaramna terra. E logo começaram a explorar opau-<strong>br</strong>asil da mata Atlântica.- O pau-<strong>br</strong>asil tinha um grande valor nomercado europeu.- Para executar esta exploração, utilizaram oescambo.- - O Brasil foi atacado pelos holandeses,ingleses e franceses que tinham ficado defora do Tratado de Tordesilhas. O medo dacoroa portuguesa era perder o território<strong>br</strong>asileiro para um outro país.


- Para tentar evitar ataques,Portugal organizouExpedições Guarda-Costas,porém com poucosresultados.- Os portuguesescontinuaram construiramfeitorias no litoral, porémnão passavam dearmazéns e postos detrocas com os indígenas.- No ano de 1530, Portugal organiza a primeiraexpedição com objetivos de colonização. Esta foicomandada por Martin Afonso de Souza e tinhacomo objetivos povoar o território <strong>br</strong>asileiro,expulsar os invasores e iniciar o cultivo de canade-açúcarno Brasil.


A fase do Açúcar (séculos XVI e XVII )- O açúcar era um produto de grandeaceitação na Europa.- Alcançava um grande valor.- Após 1500, era utilizado de maneira cadavez mais intensa e variada. Além deadoçante, podia ser empregado comotempero, conservante, remédio e<strong>dec</strong>oração.- Opção pelo cultivo da cana acabou comouma escolha quase inevitável.- Solo argiloso e calcário, denominadomassapê, prestava-se esplendidamente aocultivo, além do clima também favorável.- maneira utilizada para começar opovoamento do Brasil.


- Entre os anos de 1534 e 1536, o reiresolveu dividir o Brasil em CapitaniasHereditárias.- Os donatários podiam explorar osrecursos da terra, porém ficavamencarregados de administrar, colonizar,proteger, desenvolver a região eestabelecer o cultivo da cana-de-açúcar.- No geral, o sistema de Capitanias Hereditáriasfracassou. São Vicente e Pernambuco foram asúnicas que apresentaram resultados satisfatórios.- Embora tenha vigorado por pouco tempo, osistema das Capitanias Hereditárias deixou marcasprofundas na divisão de terra do Brasil. Adistribuição desigual das terras gerouposteriormente os latifúndios, causando umadesigualdade no campo.


Administração Colonial- Após a tentativa fracassada de estabelecer as CapitaniasHereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil oGoverno-Geral.- O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, nomeadoem 7 de janeiro de 1549.- Missão de combater os indígenas rebeldes,aumentar a produção agrícola no Brasil,defender o território e procurar jazidas deouro e prata.- Também existiam as Câmaras Municipais,órgãos políticos compostos pelos "homensbons".Ricos proprietários que definiam osrumos políticos das vilas e cidades.- O povo não podia participar da vida públicanesta fase.- A capital do Brasil neste período foiSalvador, pois a região Nordeste era a maisdesenvolvida e rica do país.


- A base da economia colonialera o engenho de açúcar.- Mão-de-o<strong>br</strong>a africana escravae tinha como objetivo principal avenda do açúcar paraexportação.- Destacou-se também aprodução de tabaco e algodão.- Plantation, ou seja, eramgrandes fazendas produtorasde um único produto.- O Pacto Colonial imposto porPortugal estabelecia que oBrasil só podia fazer comérciocom a metrópole.A economia colonial


Invasão holandesa no Brasil (1630 a 1654)- Devido à vulnerabilidade das colônias portuguesasinstaladas no Brasil, os holandeses colocaram seus planos deinvasão em prática, invadindo a região Nordeste do Brasil nasprimeiras décadas do século XVII.- O Conde Maurício de Nassau chegou ao Brasil em 1637.- Trouxe consigo uma equipe cultural, de pintores, arquitetos,escritores, médicos...- Recife sofreu uma verdadeira reformulaçãourbana.- Mandou construir jardins, lagos e umpalácio.- Em 1639 Nassau foi mais longe,acompanhou a construção de uma cidadeinteira, denominada Cidade Maurícia,localizada ao lado de Recife.- Somente em 1654 os holandesesdeixaram definitivamente o território<strong>br</strong>asileiro.


O século do Ouro : século XVIII- Costuma-se atribuir o inicio damineração à descoberta de ourofeita por Antonio RodriguesArzão, em 1693.- Corrida do ouro começouefetivamente, em 1698.- Após a descoberta das primeirasminas de ouro, o rei de Portugaltratou de organizar sua extração.Já que o comércio de açúcarpassava por uma fase de <strong>dec</strong>línio.- O quinto, imposto co<strong>br</strong>ado pelacoroa portuguesa e correspondiaa 20% de todo ouro encontradona colônia. Co<strong>br</strong>ado nas Casasde Fundição.


- A descoberta de ouro eo início da exploraçãodas minas nas regiõesauríferas (Minas Gerais,Mato Grosso e Goiás )provocou umaverdadeira corrida paraestas regiões.- Cidades começaram asurgir e odesenvolvimento urbanoe cultural aumentoumuito nestas regiões.Vários empregossurgiram , diversificandoo mercado de trabalhona região aurífera.- Para acompanhar odesenvolvimento daregião sudeste, a capitaldo país foi transferidapara o Rio de Janeiro.


Inconfidência Mineira:- Revolta ocorrida em 1789, naentão Capitania de MinasGerais.- A Coroa portuguesaintensificou o seu controle fiscalso<strong>br</strong>e o Brasil, proibindo asatividades fa<strong>br</strong>is e artesanais naColônia e impondo altos preçosaos produtos vindos daMetrópole. Somando-se a isto,a co<strong>br</strong>ança da Derrama.- Estes fatos atingiramexpressivamente as classesabastadas que, descontentes,começaram a se reunir.


- A conspiração pretendiaeliminar a dominaçãoportuguesa das Minas Geraise criar ali um país livre.Estabelecimento de umaRepública, inspirados pelasidéias iluministas.- Os líderes do movimentoforam detidos e enviados parao Rio de Janeiro.- Tiradentes foi o únicocondenado à morte porenforcamento. Sua cabeça foicortada e levada para VilaRica. O corpo foi esquartejadoe espalhado pelos caminhosde Minas Gerais em 21 dea<strong>br</strong>il de 1792.


Corte no Brasil (1808-1822)- Em novem<strong>br</strong>o de 1807, as tropas de Napoleão Bonaparte o<strong>br</strong>igaram acoroa portuguesa a procurar a<strong>br</strong>igo no Brasil.- D. João, sua família e comitiva, distribuídos por diversos navios, chegaramao Rio de Janeiro em 7 de março de 1808.- Coroa requisitou o Convento do Carmo e a Cadeia Velha para alojar osserviçais e as melhores casas particulares. A expropriação era feita pelocarimbo das iniciais PR (de Príncipe-Regente) nas portas das casasrequisitadas.- A abertura foi acompanhada por uma série de melhoramentos introduzidosno Brasil.- Posteriormente ouve a criação da Imprensa Nacional e de uma Fá<strong>br</strong>ica dePólvora.- Tais medidas do Príncipe fariam com que se pudesse contar nesta épocaos primórdios da independência do Brasil.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraDurante o período colonial a arquitetura residencial urbanaestava baseada em um tipo de lote com característicasbastante definidas e padronizadas:A produção (construção) e o uso da arquitetura (habitação) e dosnúcleos urbanos coloniais baseavam-se no TRABALHO ESCRAVO.Por isso, seu nível tecnológico era dos mais PRECÁRIOS.As vilas e cidades apresentavam ruas de aspecto uniforme, com casastérreas e so<strong>br</strong>ados construídos so<strong>br</strong>e os alinhamentos das vias públicas eso<strong>br</strong>e os limites laterais do terreno.


O loteA propriedade do lote era definida apartir do momento em que seestabelecia a casa.Apenas a casa era a propriedade,não havendo afastamentos ao redor,o que se inspirava nos conceitosmedievais.Cidade MedievalPorto, Portugal.Essa POSSE do terreno foi queoriginou as casas rentes à fachada eaos vizinhos, as quais estabeleciamas ruas.O so<strong>br</strong>ado e o lote – uma só realidade.Centro Histórico de São Luís do Maranhão.


As ruasTestadas dos lotes alinhadas so<strong>br</strong>e as ruasGoiás Velho, GO.As ruas eram definidas pelas casas.Uma vez que as ruas ainda não tinham calçamento, nem haviam os passeios,não seria possível pensar em ruas sem prédios.As ruas sem edificações e definidas por cercas eram ESTRADAS.A RUA EXISTIA SEMPRE COMO UM TRAÇO DE UNIÃO ENTRE OS CONJUNTOSDE PRÉDIOS E POR ELES ERA DEFINIDA ESPACIALMENTE.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraNÃO havia meio-termo, as casas eram urbanas ou rurais.NÃO se concebiam casas urbanas recuadas e com jardins.MONOTONIAIMPRESSÃO DE CONCENTAÇÃONesta época eram desconhecidos os equipamentos de precisão datopografia e os traçados das ruas eram praticados por meio de cordase estacas, tornando difícil a possibilidade de serem mantidos traçadosrígidos sem a construção dos edifícios.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraA uniformidade dos terrenos correspondiaà uniformidade dos partidosarquitetônicos: as casas eramconstruídas de modo uniforme e emcertos casos tal padronização era fixadaem Cartas ou posturas municipais.Dimensões e número de aberturas, alturados pavimentos, alinhamento com asedificações vizinhas eram exigênciascorrentes no séc. XVIII, e revelavam umapreocupação com o caráter formal, cujafinalidade era, em grande parte, garantirpara as vilas e cidades <strong>br</strong>asileiras umaaparência portuguesa.Goiás Velho, GO.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraAs repetições não ficavam somente nas fachadas.Havia uma tendência espontânea por parte dosproprietários, as plantas apresentavam sempre umasurpreendente monotonia.As salas da frente e as lojas aproveitavam asaberturas so<strong>br</strong>e a rua, ficando as aberturas dosfundos, ficando as aberturas dos fundos para ailuminação dos cômodos e de permanência dasmulheres e dos locais de trabalho. Entre essas partescom iluminação natural, situavam-se as alcovas,destinadas à permanência noturna e onde dificilmentepenetrava a luz do dia. A circulação realizava-seso<strong>br</strong>etudo em um corredor longitudinal que, em geral,conduzia da porta da rua aos fundos. Esse corredorapoiava-se a uma das paredes laterais, ou fixava-seno centro das plantas nos exemplos maiores.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraAs casas mais ricasapresentavam maioresdimensões, maior número depeças, sem chagar acaracterizar um tipo distintode habitação. Seu planos,quase sempre,correspondiam a umrebatimento ou so<strong>br</strong>eposiçãodos esquemas de plantasmais simples.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraAs técnicas construtivas eram geralmente primitivas.Nos casos mais simples as paredes eram de pau-a-pique, adôbeou taipa de pilão e nas residências mais importantes empregava-sepedra e barro, tijolos ou ainda pedra (lioz ou pedra sabão) e cal.Beco de Goiás Velho commuro de adobe.O sistema de cobertura, em telhado de duas águas, geralmente em telhas de barro tipocapa-e-canal, procurava lançar uma parte da chuva recebida so<strong>br</strong>e a rua e a outra so<strong>br</strong>e oquintal, evitando o emprego de calhas ou quaisquer sistemas de captação e condução daságuas pluviais.A construção so<strong>br</strong>e os limites laterais, aliada às casas vizinhas, protegia as empenas daschuvas e garantia a estabilidade.


O lote urbano e a arquiteturacolonial <strong>br</strong>asileiraAs variações mais importantes apareciam nas casas de esquina.Outras variações correspondiam ao aparecimento de corpos elevados dotipo água-furtada ou “camarinha”.A produção e o uso da casa era proporcionadopela abundância do trabalho escravo.


As edificações característicasda arquitetura colonialOs principais tipos de habitaçãoque caracterizam a arquiteturacolonial são:Os So<strong>br</strong>adosCasas TérreasParati


Os so<strong>br</strong>adosOs so<strong>br</strong>ados se destacam na paisagem, comconstruções de até seis pavimentos.Os so<strong>br</strong>ados tinham o uso misto: no térreo funcionava ocomércio, e dependências de serviço (acomodação deescravos e animais), nos demais pavimentos o uso eraresidencial.Piso de assoalho.Designava riqueza.Nos croquis ao lado pode-se observar diversassoluções com utilização de porões altos e mirantes.


Casas térreasAs casas térreas são tipologicamente conhecidas como:Piso de “chão batido”.Designava po<strong>br</strong>eza.


Sociedade ColonialMarcada pela diferenciação social;Sociedade patriarcal;O patriarca da terra era tido como o dono de tudo;As mulheres poucos poderes, sem participação política,cuidar do lar e dos filhos;Molde da tradição herdada dos portugueses;Verdadeiro clã;Esposa + eventuais concubinas + filhos + parentes +padrinhos+ afilhados + amigos +dependentes + ex-escravos


Sociedade ColonialNão havia comunidades sólidas, sindicatos,clubes ou outros órgãos que congregassempessoas de interesses similares;Grande família patriarcal, ocupava todosesses espaços;O próprio Estado, que enquanto ordempública deveria estar acima das questõesfamiliares, esbarrava nestas quandonecessitava intervir.Governantes sabiam que essa famíliaexclusivista, solidamente organizada, eraosustentáculo do Estado, pois impedia que apopulação, se pulverizasse neste imenso país.


Sociedade ColonialA familia patriarcal era a espinha dorsal da sociedade e desempenhava ospapéis de procriação, administração econômica e direção política;A unidade da família devia ser preservadá a todo custo;Eram comuns os casamentos entre parente;A fortuna do clã e suas propriedades se mantinham assim indivisíveis sob achefia do patriarca.


Sociedade Colonial“ A própria estrutura arquitetônica da Casa-Grande expressaria omodo de organização social e política que se instaurou no Brasil,qual seja o do patriarcalismo. “ ( Freyre, Casa Grande e Senzala)• A casa-grande era a residênciada família do senhor deengenho;• O conforto da casa-gran<strong>dec</strong>ontrastava com a miséria epéssimas condições de higienedas senzalas (habitações dosescravos);


A presença do escravoO trabalho escravo era dividido em:ÌNDIOS mais utilizados até aproximadamente 1560, utilizados emlavouras menos desenvolvidas ou mais po<strong>br</strong>es.


A presença do escravoNEGROS preferencialmente utilizados a partir de 1560 comomão-de-o<strong>br</strong>a básica do Brasil durante todo o período colonial eimperial, acima de tudo pelo fato de representarem uma fonte delucro extra através do tráfico de escravos. Além disso, os índiosforam sendo exterminados e o grau de evolução das comunidadesnegras era maior, pois eles já conheciam a agricultura.


A presença do escravoDesembarque de escravos no Brasil


A presença do escravo


A presença do escravo


A presença do escravo“Por uma rês, 80 oitavas;Por um boi, 100 oitavas;Por uma galinha, 4 oitavas;Por um barrilote de água ardente, 100 oitavas;Por uma casaca de pano fino, 20 oitavas;Por uma camisa de linho, 4 oitavasPreços de escravos e cavalgaduras:Por um negro bem feito valente e ladino, 300 oitavas;Por um negro molecão, 250 oitavas;Por um negra ladina cozinheira, 350 oitavas;Por um crioulo bem oficial, 500 oitavas;Por um cavalo Sendero, 100 oitavas.”Oitava: Unidade monetaria e moeda correspondentes a 1.200 réis.


A presença do escravoSenzala• Grande alojamento que se destinava àmoradia dos escravos dos engenhos e dasfazendas no Brasil até o século XIX.• Era uma casa muito simples e resistente,telhada ou palhoça. Em sua frente tinha umgrande tronco com uma corda para enforcar esurrar negros, chamado de pelourinho.• Tinham grandes janelascom grandes grades• Dormiam em palha ou emchão duro


A presença do escravoEngenho dos Bois em Pernambuco

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!