sinalizada apenas por um número limita<strong>do</strong> de agentes econômicos, em outraspalavras, aqueles os quais, como intermediários ou produtores, sãovende<strong>do</strong>res da merca<strong>do</strong>ria em questão. Além disso, essa não é a soma dasconseqüências de variações no valor de troca objetivo de uma merca<strong>do</strong>ria.Quan<strong>do</strong> o preço <strong>do</strong> carvão cai porque a produção aumentou enquanto ademanda ficou inalterada, então, por exemplo, estão em apuros aquelesvarejistas que investiram em estoques <strong>do</strong>s atacadistas ao preço antigo, masagora só podem se livrar deles ao preço novo. Contu<strong>do</strong> isso sozinho nãoresponde por todas as mudanças sociais trazidas pelo aumento da produçãode carvão. O aumento da oferta de carvão terá melhora<strong>do</strong> a posiçãoeconômica da comunidade. A queda no preço <strong>do</strong> carvão não significameramente um rearranjo de renda e propriedade entre produtor e consumi<strong>do</strong>r;também expressa um aumento no dividen<strong>do</strong> nacional e na riqueza nacional.Muitos ganharam o que ninguém perdeu. No caso <strong>do</strong> dinheiro é diferente.A causa mais importante da diminuição <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> dinheiro que devemos levarem conta é um aumento da oferta de dinheiro ao passo que sua demandapermanece a mesma, ou então cai, ou ainda, se aquela cresce, cresce menosque a oferta. Esse aumento na oferta de dinheiro, como vimos, começa com os<strong>do</strong>nos originais da quantidade adicional de dinheiro e só então se transfereàqueles que negociam com tais pessoas, e por aí em diante. Uma valoraçãosubjetiva menos intensa é então transmitida de pessoa em pessoa, porqueaqueles que se vêem em posse de uma quantidade adicional de dinheiro estãopropensos a aceitar pagar preços mais altos <strong>do</strong> que antes. Preços mais altoslevam a produção mais elevada e salários mais altos, e, porque isso tu<strong>do</strong> égeralmente considera<strong>do</strong> um sinal de prosperidade econômica, uma queda novalor <strong>do</strong> dinheiro é, e sempre tem si<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> um meioextraordinariamente efetivo de aumentar o bem estar econômico [13]. Isso éuma visão errônea, porque um aumento na quantidade de dinheiro não resultaem um aumento da oferta de bens de consumo à disposição das pessoas. Seuefeito pode muito bem consistir em uma alteração da distribuição de benseconômicos entre os seres humanos, mas de maneira alguma, exceto nacircunstância casual referida na página 138 acima, pode aumentar diretamentea quantidade total de bens possuí<strong>do</strong>s pelos seres humanos, ou então seu bem
estar. É verdade que tal resulta<strong>do</strong> será trazi<strong>do</strong> indiretamente, de tal forma quequalquer mudança na distribuição também pode afetar a produção; isto é,através daquelas classes em cujo favor a redistribuição ocorre, utilizan<strong>do</strong>-se deseu coman<strong>do</strong> adicional de dinheiro para acumular mais capital <strong>do</strong> que seriaacumula<strong>do</strong> por aquelas pessoas de quem o dinheiro foi retira<strong>do</strong> [*8]. Mas istonão nos interessa aqui. Estamos interessa<strong>do</strong>s é se a variação <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>dinheiro possui qualquer outro significa<strong>do</strong> econômico além <strong>do</strong> seu efeito nadistribuição de renda. Se não possui outro significa<strong>do</strong> econômico [*9], então oaumento de prosperidade só pode ser apenas aparente; isso uma vez que elesó pode beneficiar uma parte da comunidade as expensas de uma perdacorrespondente de outra parte. E assim é na realidade. O custo deve sersuporta<strong>do</strong> por aquelas classes ou países que são as últimas a serem atingidaspela queda no valor <strong>do</strong> dinheiro.Vamos, por exemplo, supor que uma nova mina de ouro seja inaugurada emum Esta<strong>do</strong> isola<strong>do</strong>. A quantidade de ouro suplementar que flui dali até ocomércio chega primeiro aos <strong>do</strong>nos da mina e então vai para aqueles quenegociam com eles. Se dividirmos esquematicamente toda a sociedade emquatro grupos, os <strong>do</strong>nos da mina, os produtores de bens de luxo, os produtoresremanescentes e os agricultores, os <strong>do</strong>is primeiros grupos serão capazes dedesfrutar <strong>do</strong>s benefícios resultantes da redução <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> dinheiro, o primeiromais ainda <strong>do</strong> que o último. Mas assim que o dinheiro atinge o terceiro grupo, asituação está alterada. Os lucros obti<strong>do</strong>s por este grupo como um resulta<strong>do</strong> damaior demanda <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primeiros já terão si<strong>do</strong> contrabalancea<strong>do</strong>s em algumtanto pelo aumento de preços <strong>do</strong>s bens de luxo, que já terão desfruta<strong>do</strong> deto<strong>do</strong> o efeito da depreciação quan<strong>do</strong> começarem a afetar outros bens.Finalmente, quanto ao quarto grupo, o processo to<strong>do</strong> não resultará em nadaalém de perdas. Os fazendeiros terão que pagar mais caro por to<strong>do</strong>s osprodutos industriais antes que sejam compensa<strong>do</strong>s pelos preços mais altos <strong>do</strong>sprodutos agrícolas. É verdade que no final, quan<strong>do</strong> os preços agrícolassubirem, o perío<strong>do</strong> de dificuldade econômica para os fazendeiros já terápassa<strong>do</strong>; mas não será mais possível então para eles garantirem lucros que oscompensarão pelas perdas que sofreram. Isto é, eles não serão capazes deutilizar suas receitas ampliadas para comprar merca<strong>do</strong>rias a preços
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