Ludwig von Mises – Teoria do Dinheiro e Crédito (p.137 - p.145 ...
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calha em direcionar sua atenção à natureza dúbia <strong>do</strong> processo, ele nãoentende nem o porquê de seus comentários [9].Esse desprezo pelas variações no valor <strong>do</strong> dinheiro no cálculo econômicofalseia toda a contabilidade de lucros e perdas. Se o valor <strong>do</strong> dinheiro cai, acontabilidade ordinária, a qual não leva em conta a depreciação monetária,mostra lucros aparentes, porque ela equipara às somas de dinheiro recebidaspelas vendas um custo de produção calcula<strong>do</strong> em dinheiro de maior valor, eporque ela amortiza <strong>do</strong>s registros originalmente estima<strong>do</strong>s em dinheiro de valormaior itens de dinheiro com um valor menor. O que é então impropriamentetoma<strong>do</strong> como lucro, ao invés de parte <strong>do</strong> capital, é consumi<strong>do</strong> peloempreende<strong>do</strong>r ou repassa<strong>do</strong> para o consumi<strong>do</strong>r na forma de reduções depreços que caso contrário não teriam si<strong>do</strong> efetuadas ou repassadas aostrabalha<strong>do</strong>res na forma de salários mais altos, e o governo age tributan<strong>do</strong> talsoma como renda ou lucros [*7]. De qualquer forma, o consumo de capitalresulta <strong>do</strong> fato que a depreciação monetária falseia a contabilidade de capital.Sob certas condições, a conseqüente destruição de capital e aumento <strong>do</strong>consumo podem ser parcialmente contrabalancea<strong>do</strong>s pelo fato de que adepreciação também dá origem a lucros genuínos, aqueles <strong>do</strong>s deve<strong>do</strong>res porexemplo, os quais não são consumi<strong>do</strong>s mas sim coloca<strong>do</strong>s em reservas. Masisso nunca poderá mais que balancear parcialmente a destruição <strong>do</strong> capitalinduzida pela depreciação [10].Os consumi<strong>do</strong>res das merca<strong>do</strong>rias que são vendidas muito barato como umresulta<strong>do</strong> desse falso reconhecimento induzi<strong>do</strong> pela depreciação não precisamser necessariamente habitantes <strong>do</strong> território no qual o dinheiro deprecia<strong>do</strong> éusa<strong>do</strong> como moeda corrente. As reduções de preço trazidas pela depreciaçãoda moeda encorajam exportações para os países cujo valor <strong>do</strong> dinheiro ou nãoestá cain<strong>do</strong> ou ao menos não tão rapidamente quanto. O empreende<strong>do</strong>r queestá operan<strong>do</strong> em termos de uma moeda com valor estável é incapaz decompetir com o empreende<strong>do</strong>r que está prepara<strong>do</strong> para fazer praticamenteuma <strong>do</strong>ação de parte de seu capital aos seus fregueses. Em 1920 e 1921,merca<strong>do</strong>res Holandeses que haviam vendi<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>rias para a Áustria eramcapazes de comprá-las de volta muito mais barato após certo tempo, porque os