RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃO<strong>do</strong>minantemente <strong>do</strong> ecossistema Atlântico. Num <strong>de</strong>stes fragmentos, a fisionomia é combinada entrevegetação nativa e exótica (proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. Augusto Barbosa - Coor<strong>de</strong>nadas: 766584/9000156UTM), forman<strong>do</strong> um bosque; o outro, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. José Caetano, na Baixa <strong>do</strong> Jatobá (Coor<strong>de</strong>nadas:767249/8998566 UTM) a vegetação pre<strong>do</strong>minante é atlântica, porém nota-se a invasão<strong>de</strong> plantas exóticas e <strong>de</strong> Caatinga começan<strong>do</strong> a invadir o mesmo.Vegetação <strong>de</strong> Caatinga hipoxerófita arbustivo-arbórea <strong>de</strong>nsa ou espaçada,ora arbórea espaçadaFragmento <strong>de</strong> Floresta Atlântica, na <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sr. José Caetano,na Baixa <strong>do</strong> Jatobá (Coor<strong>de</strong>nadas: 767249/8998566 UTMA flora da <strong>Barragem</strong> Brejão foi representada por 97 famílias e 339 espécies. Muitas das espécies sãonativas e consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> ampla distribuição na floresta Atlântica e Caatinga como: Inga edulis(Ingá caixão), Bowdichia virgillioi<strong>de</strong>s (sucupira), Byrsonima sericea (murici), Cecropia pachystachya(imbaúba), Casearia sylvestris (caiubim), Cordia taguayensis (remela-<strong>de</strong>-velho, FIGURA 03), Cupaniaimpressinervia (Camboatã), Machaerium hirtum (Chifre <strong>de</strong> bo<strong>de</strong>), Protium heptaphyllum (amescla<strong>de</strong> cheiro), Syagrus coronata (coco-catolé, licuri FIGURA 04), Mimosa tenuiflora (jurema-preta)etc., Entretanto foi observada a ocorrência <strong>de</strong> espécies exóticas cerca <strong>de</strong> 25 espécies (6,25%),sobretu<strong>do</strong>, espécies <strong>de</strong> fruteiras <strong>de</strong> valor alimentício que foram cultivadas pela comunida<strong>de</strong> local,como coqueiro (Cocus nucifera), bananeira (Musa paradisiaca), jaqueira (Artocarpus integrifolia),graviola (Annoma muricata), etc.Fonte: Marcon<strong>de</strong>s Oliveira, 2012- Arquivo: UGP-BARRAGENS∕LecobioAs espécies registradas na <strong>Barragem</strong> Brejão apresentam usos diversifica<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> o uso ma<strong>de</strong>ireirobastante frequente. Nesta categoria <strong>de</strong> uso as plantas são utilizadas para lenha, carvão, estacaspara cerca, entre outros. O uso alimentício das plantas é também eleva<strong>do</strong>, e além das fruteirasexóticas já comentadas, <strong>de</strong>staca-se o uso das fruteiras nativas como os ingás (Inga spp.) e o cajáFonte: Marcon<strong>de</strong>s Oliveira, 2012- Arquivo: UGP-BARRAGENS∕Lecobio38Cordia taguayensis (remela-<strong>de</strong>-velho)Syagrus coronata (coco-catolé, licuri)
(Spondias sp.) Também foi registrada em proporção infinitamente baixa, cerca <strong>de</strong> 16 espécies (4 %)<strong>do</strong> ecossistema Caatinga, como, por exemplo, o mandacaru (Cereus jamacaru) que é uma espécienativa da caatinga extremamente comum nesse ambiente, e foi registrada para a ADA da barragemBrejão.A <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas da Área Diretamente Afetada foi <strong>de</strong> 1420 plantas por hectare e este valorestá <strong>de</strong>ntro da faixa registrada para áreas <strong>de</strong> mata atlântica. Muitas plantas que foram cortadasapresentam rebrota, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> extrativismo na área. A maioria das plantasapresentam altura entre 6 e 22 metros e tanto na área <strong>de</strong> Influência Direta quanto na Área Diretamenteafetada ocorriam alguns indivíduos <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> diâmetro.Foram <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s Myracrodruon urun<strong>de</strong>uva Allemão (aroeira-<strong>do</strong>-sertão) como espécie vulnerávela extinção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lista Oficial <strong>do</strong> IBAMA; o Syagrus coronata (Mart.) Beccari (coco-catolé,licuri) que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Instrução Normativa nº 147/2006 <strong>do</strong> IBAMA também passou a ser legalmenteprotegida nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e Bahia; e, Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillet (imburana-<strong>de</strong>-cheiro) como espécie rara localmente.Embora a construção da barragem tenha uma relevância social muito gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se registrar quea mesma ocasionará impactos negativos para algumas espécies vegetais, porque ainda existem algunsremanescentes com vegetação nativa. Entre os impactos é possível citar: perda <strong>de</strong> biodiversida<strong>de</strong>,aumento da fragmentação e <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> borda. Contu<strong>do</strong>, tais impactos po<strong>de</strong>m ser mitiga<strong>do</strong>sou controla<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> medidas e programas que <strong>de</strong>verão ser realiza<strong>do</strong>s durante e ou após a implantação<strong>do</strong> empreendimento, como resgate <strong>de</strong> germoplasma, plantio <strong>de</strong> mudas nos fragmentosremanescentes, controle <strong>de</strong> plantas invasoras, programas <strong>de</strong> monitoramento da flora, etc.Quais são os animais encontra<strong>do</strong>sna área da barragem?Para conhecer a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais existentes nas áreas <strong>de</strong> influência, foi realiza<strong>do</strong> levantamentobibliográfico e idas à campo para coletar os espécimes <strong>de</strong> mamíferos, aves, peixes, “répteis”e “anfíbios”. Além <strong>de</strong> animais e plantas que vivem na água.Os mamíferosPara a Classe Mammalia, que reúne vertebra<strong>do</strong>s aquáticos, terrestres e aéreos (únicos capazes<strong>de</strong> se sustentarem no ar através <strong>do</strong> voo bati<strong>do</strong>), observou-se que as meto<strong>do</strong>logias utilizadas nopresente estu<strong>do</strong> foram suficientes para produzir um mapa visual da realida<strong>de</strong> regional no que tangea comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos terrestres e ala<strong>do</strong>s associada às áreas <strong>do</strong> empreendimento <strong>Barragem</strong>Brejão, pois se i<strong>de</strong>ntificou <strong>de</strong>ntre os municípios abrangi<strong>do</strong>s pelo grupo <strong>de</strong> Bacias Hidrográficas <strong>de</strong>Pequenos Rios Interioranos I – GI-1 quais aqueles que apresentam poucos registros <strong>de</strong> mamíferosterrestres e ala<strong>do</strong>s, bem como aqueles que, ainda, representam verda<strong>de</strong>iros hiatos amostrais naregião drenada por esse grupo <strong>de</strong> bacias hidrográficas. Pois, até a presente data não dispõem <strong>de</strong>sequer um único registro formal <strong>de</strong> mamífero, seja terrestre ou ala<strong>do</strong>, os municípios <strong>de</strong> Capoeiras,Paranatama, Caetés, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Terezinha e Iati. Sen<strong>do</strong> apenas os municípios <strong>de</strong> Garanhuns(S=24 espécies), Saloá (S=16) e Bom Conselho (S=4), aqueles que apresentam algumas informaçõesreferentes à sua mastofauna. De mo<strong>do</strong> que, a caracterização da mastofauna ora apresenta nesseEIA, provavelmente está repróximo da real riqueza e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos que ocorre na região.Nas áreas Diretamente Afetada (ADA), <strong>de</strong> Influência Direta (AID) e <strong>de</strong> Influência Indireta (AII) <strong>do</strong>empreendimento da <strong>Barragem</strong> Brejão, a mastofauna esteve representada por 42 táxons, 38 gêneros,14 familias, 6 Or<strong>de</strong>ns, sen<strong>do</strong> 17 espécies <strong>de</strong> Chiroptera: Phyllostomidae (12 spp.), Molossidae(2 sp.), Vespertilionidae (1 sp.) e Noctilionidae (1 sp.), que representam 9,88% da riqueza <strong>de</strong>39