RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA | BARRAGEM BREJÃOLocalizaçãoO Município <strong>de</strong> Brejão está localiza<strong>do</strong> na mesorregião Agreste e na Microrregião Garanhuns, <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, ocupan<strong>do</strong> uma área total <strong>de</strong> 159,786 Km², com uma população <strong>de</strong> 8.844habitantes (IBGE, 2010) e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica <strong>de</strong> 55,35 hab/Km², limitan<strong>do</strong>-se ao norte comGaranhuns, ao sul com Lagoa <strong>do</strong> Ouro, à leste com Garanhuns, e à oeste com Terezinha.A se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município tem altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 788 metros e coor<strong>de</strong>nadas, apresentadas no sistema <strong>de</strong>projeção UTM, referenciadas ao Sistema Geodésico <strong>de</strong> Referência SIRGAS2000, no Fuso 24S, <strong>de</strong>:9.000.909,815 N e 767.298,153 E. Dista 256 km da capital Pernambucana, com acesso principalrealiza<strong>do</strong> pela BR-232/423 e pela PE-218.O acesso ao eixo barrável é feito a partir da se<strong>de</strong> <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Brejão, seguin<strong>do</strong> um percurso <strong>de</strong>aproximadamente 2,1 km pela ro<strong>do</strong>via estadual PE-218, <strong>de</strong>pois percorren<strong>do</strong> mais 4,0 km em estradacarroçável, internas a proprieda<strong>de</strong>s particulares, até o eixo da barragem Brejão, pela ombreiraesquerda. A Figura 4.2-1 apresenta o mapa <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> Município <strong>de</strong> Brejão, bem como abacia hidrográfica GI 1.Uso e ocupação <strong>do</strong> soloO uso e ocupação <strong>do</strong> solo estão representa<strong>do</strong>s como produto das relações <strong>de</strong> produção no campoe na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s habitantes e produtores no Agreste Meridional Pernambucano. Os municípios <strong>de</strong>Bom Conselho, Caetés, Garanhuns, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Paranatama e Saloá são analisa<strong>do</strong>s como áreasque serão influenciadas indiretamente. Os impactos <strong>do</strong> empreendimento serão diretos nos municípios<strong>de</strong> Brejão e Terezinha, para o entendimento <strong>de</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo. O município <strong>de</strong>Garanhuns apresenta como a principal cida<strong>de</strong> polariza<strong>do</strong>ra das analisadas, no qual, é oferta<strong>do</strong> umconjunto <strong>de</strong> serviços e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> território regional.Na AII os impactos da instalação e operação da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão atingirão indiretamente umapopulação resi<strong>de</strong>nte total <strong>de</strong> aproximadamente 239.930 habitantes (IBGE, 2010), consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>um percentual significativo <strong>de</strong>ssa população no espaço rural. Na AID e ADA apresentam uma população<strong>de</strong> aproximadamente 15.581 habitantes (IBGE, 2010), on<strong>de</strong> aproximadamente 58% <strong>de</strong>ssapopulação habitam as zonas rurais da AID. O uso e ocupação <strong>do</strong> solo nesses municípios são maisdiversifica<strong>do</strong>s nas se<strong>de</strong>s municipais on<strong>de</strong> estão situa<strong>do</strong>s os núcleos urbanos, <strong>de</strong> forma, que o uso ea ocupação são caracteriza<strong>do</strong>s por habitações, infraestruturas e equipamentos urbanos, indústriase centro <strong>de</strong>cisório representa<strong>do</strong>s por instituições públicas e priva<strong>do</strong>s.As ativida<strong>de</strong>s agropecuárias, comerciais, serviços e industriais figuram como principais usos <strong>do</strong>solo soma<strong>do</strong>s aos usos habitacionais <strong>do</strong> solo da AII e AID. A produção agropecuária na AII tem umarepresentação significativa e <strong>de</strong>staca-se no processo <strong>de</strong> formação econômica e territorial da regiãoque se constituiu a Bacia Leiteira <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.20Os núcleos urbanos <strong>de</strong> Brejão, Terezinha, Caetés, Lagoa <strong>do</strong> Ouro, Paranatama e Saloá apresentam aspectoscomuns no que tange aos equipamentos urbanos, formas <strong>de</strong> habitações, pequenos e médios estabelecimentoscomerciais varejistas, instituições governamentais e espaços públicos semelhanças eproximida<strong>de</strong>s na sua configuração e em torno <strong>de</strong> um ponto matriz central em municípios entre 10.000e 30.000 habitantes. Os núcleos <strong>de</strong> Bom Conselho e Garanhuns apresentam particularida<strong>de</strong>s frenteaos <strong>de</strong>mais municípios <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao nível <strong>de</strong> polarização, presença <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s comerciais, industriaise <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviços locais e regionais. É importante <strong>de</strong>stacar que em Garanhuns apresentam na suaconfiguração territorial e uso <strong>do</strong> solo urbano os seguintes equipamentos relevantes: Universida<strong>de</strong>s,Bancos, Agência <strong>do</strong> Trabalho, Centros Tecnológicos, principais Hospitais e serviços médicos, escolas <strong>de</strong>referências, gerencias regionais <strong>de</strong> educação e saú<strong>de</strong>, Centro <strong>de</strong> Formação Profissional <strong>do</strong> SENAC, Unida<strong>de</strong>sOperacionais <strong>do</strong> SENAI, SESC, a Unida<strong>de</strong> Técnica <strong>do</strong> PRORURAL, entre outros.
No que diz respeito à condição <strong>de</strong> utilização total da terra verifica-se que o uso da gran<strong>de</strong> parcela<strong>do</strong>s estabelecimentos agropecuários é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> produtor. Na AII, AID e ADA i<strong>de</strong>ntificaram-seas ausências <strong>de</strong> bubalinos e co<strong>do</strong>rnas no que se refere aos efetivos <strong>do</strong> rebanho e ao consi<strong>de</strong>raro respectivo efetivo constata-se que a criação <strong>de</strong> galos, frangas, frangos, pintos e galinhas,seguidas <strong>do</strong> rebanho <strong>de</strong> bovinos. Devi<strong>do</strong> ao manejo das terras para a criação <strong>de</strong>sses efetivos, oga<strong>do</strong> bovino necessitar <strong>de</strong> mais hectares o efetivo <strong>de</strong> galináceas em todas as áreas <strong>de</strong> influências eafetadas ao empreendimento aparecem em maior número.A estrutura fundiária <strong>do</strong>s municípios situam-se na região <strong>de</strong> atuação da Superintendência Regional03 (SR-03) <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Segun<strong>do</strong> o INCRA, naAII há presença <strong>de</strong> grupos étnicos – com pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> constituição negra no espaço urbanoou rural – que se <strong>de</strong>nominam consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a terra, o parentesco, o território, a ancestralida<strong>de</strong>,as tradições e práticas culturais próprias, como comunida<strong>de</strong>s quilombolas. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar aComunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Castainho, em Garanhuns, que apresenta processo <strong>de</strong> regularizaçãofundiária avançada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as informações <strong>do</strong> INCRA (2012), on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>m 206 famíliasdistribuídas em 189,77 hectares.De acor<strong>do</strong> com a classificação fundiária <strong>do</strong> imóvel rural quanto a sua dimensão, nos municípios daAII, AID e ADA o módulo fiscal varia <strong>de</strong> 35 a 45, e esse último por sua vez sen<strong>do</strong> o módulo fiscal <strong>de</strong>Lagoa <strong>do</strong> Ouro. Em to<strong>do</strong>s os municípios analisa<strong>do</strong>s o imóvel rural apresenta uma área superior a 15módulos fiscais, sen<strong>do</strong> assim, po<strong>de</strong>-se apontar para as classificações fundiárias <strong>do</strong>s imóveis ruraiscomo pre<strong>do</strong>minante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>.Na AII a condição <strong>do</strong> produtor em relação às terras figura como um espelho <strong>do</strong> uso legal da terra, ouseja, uma concentração fundiária mais significativa nos municípios <strong>de</strong> Lagoa <strong>do</strong> Ouro, on<strong>de</strong> 74,4%<strong>do</strong>s estabelecimentos possuem 92,9% da área utilizada se consi<strong>de</strong>rar os municípios que compõem aárea indiretamente influenciada pela presença da <strong>Barragem</strong> <strong>de</strong> Brejão. Outra questão significativaé que o maior percentual <strong>de</strong> ocupantes da AII encontra-se em Lagoa <strong>do</strong> Ouro, com aproximadamente18% <strong>do</strong>s produtores nessa condição em relação às terras. No geral o percentual <strong>de</strong> proprietáriosda AII entre 74% em Lagoa <strong>do</strong> Ouro e 93% em Bom Conselho.Em relação ao abastecimento <strong>de</strong> água foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s que nos municípios <strong>de</strong> Garanhuns e BomConselho o conjunto <strong>de</strong> tubulações interligadas, instaladas ao curso das vias públicas ou nos passeios,junto aos edifícios, conduzin<strong>do</strong> a água aos pontos <strong>de</strong> consumo, por meio <strong>de</strong> ligação predialsão mais significativos quan<strong>do</strong> se observa os <strong>de</strong>mais municípios da AII. As outras formas <strong>de</strong> abastecimento<strong>de</strong> água são em maior numero quan<strong>do</strong> se analisar o universo <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> <strong>do</strong>micíliosda AII. A gran<strong>de</strong> diferença entre Os principais açu<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nesse diagnóstico ambientalsituam-se no município <strong>de</strong> Garanhuns e são Cajarana e Mundaú, com capacida<strong>de</strong> máxima respectivamente<strong>de</strong> 2.594.000 m3 e 1.969.000 m3.Em relação ao escoa<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> banheiro ou sanitário <strong>do</strong>s resi<strong>de</strong>ntes permanentes da AII o município<strong>de</strong> Garanhuns apresentam aproximadamente 90% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios particulares permanentes combanheiro ou sanitários, sen<strong>do</strong> assim, configuran<strong>do</strong> um contraste com Caetés que cerca <strong>de</strong> 34% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios tem banheiro ou sanitários.Na AII foram i<strong>de</strong>ntificadas duas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduais em conformida<strong>de</strong> com o SistemaEstadual <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – SEUC (Lei Estadual 13.787/2009) nos municípios <strong>de</strong>Saloá e Lagoa <strong>do</strong> Ouro. Segun<strong>do</strong> o ICMBio/MMA no município <strong>de</strong> Saloá situa-se a Reserva Particular<strong>do</strong> Patrimônio Natural (RPPN) Reserva Natural Brejo, com uma área <strong>de</strong> 52,39 ha, localizada naFazenda Brejo com pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> bioma da Mata Atlântica e ecossistemas associa<strong>do</strong>s. No município<strong>de</strong> Lagoa <strong>do</strong> Ouro está situa<strong>do</strong> uma parcela da Reserva Biológica <strong>de</strong> Pedra Talhada com obioma da Mata Atlântico, cujo município se<strong>de</strong> da Reserva está localiza<strong>do</strong> em Quabrangulo, Alagoas.Nos municipios <strong>de</strong> Brejão e Terezinha não foram i<strong>de</strong>ntificadas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação Estaduaisem conformida<strong>de</strong> com o Sistema Estadual <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação – SEUC (Lei Estadual13.787/2009).21