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Composição e estrutura de bandos mistos de aves em uma área de ...

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Para um mapeamento dos <strong>bandos</strong>, cada posicionamento recebeu (2009) (~11,1), mostrando que, mesmo sendo rara a formação <strong>de</strong>sumvalor, sendo o estrato inferior (INF, n = 0), sub-bosque (SB, n = tas associações no eucaliptal, quando houve a formação, os <strong>bandos</strong>1), e o estrato superior (SUP, n =3) com valor maior <strong>de</strong>vido haver mostravam-se bastante coesos e também com muitos indivíduos.<strong>uma</strong> maior distância entre este e o sub-bosque <strong>em</strong> relação à razão Foram registrados dois tipos <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>: dossel e subsub-bosque/estrato inferior. Foram acrescidos também valores às bosque. Os <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> dossel constituíam grupos que perposiçõesdos indivíduos <strong>de</strong>ntro do bando, sendo centrais (0) e peri- corriam a copa e sub-copa dos eucaliptos, b<strong>em</strong> como o estrato supeféricos(1). Com a média <strong>de</strong> tais valores foi possível gerar um gráfi- rior das árvores mais altas do sub-bosque e, alg<strong>uma</strong>s vezes, acomco,no qual as espécies com apenas um registro não foram inseridas. panhavam os <strong>bandos</strong> do sub-bosque. A presença <strong>de</strong> espécies no dos-A frequência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> cada espécie foi estimada através sel era constante, principalmente na floração do eucalipto, e <strong>aves</strong>da divisão entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vezes que tal espécie foi registrada não registradas nos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> como psitací<strong>de</strong>os, troquilí<strong>de</strong>os e<strong>em</strong> um bando misto dividida pelo total <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> (Ghizoni-jr & alguns tiraní<strong>de</strong>os, eram vistos com frequência.Azevedo 2006). A partir disso, foram classificadas <strong>em</strong> espécies Os <strong>bandos</strong> <strong>de</strong> sub-bosque mostravam-se mais <strong>estrutura</strong>dos, comregulares nos <strong>bandos</strong> (RE), com frequência maior do que 40%; espécies nucleares mais marcadas, vocalizando constant<strong>em</strong>ente,espécies comuns (CO), com frequência <strong>de</strong> 10 a 40%; e espécies orientando s<strong>em</strong>pre, também, as espécies do estrato inferior.raras nestas associações (RR), com menos <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> frequência Foram consi<strong>de</strong>radas espécies nucleares aquelas que vocaliza-(adaptação <strong>de</strong> Machado 1999).vam com frequência, com posição central no grupo e que os integrantesdo bando se orientavam por elas. Basileuterus culicivorus eResultados e DiscussãoLanio melanops foram consi<strong>de</strong>radas as principais espécies nuclea-Apesar do estudo ser realizado entre março a <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2010, res <strong>em</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> sub-bosque, ambas <strong>em</strong>itindo diversos chasóforam obtidos resultados entre abril e agosto, meses nos quais as mados para orientação, fato também observado por Maldonado<strong>aves</strong>formaram tais associações. Isso se <strong>de</strong>ve possivelmente pela Coelho & Marini (2003). Basileuterus culicivorus foi consi<strong>de</strong>radamaioria das <strong>aves</strong> não estar no período reprodutivo, pois nessa épo- a espécie lí<strong>de</strong>r na formação dos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>, não havendo bancaas <strong>aves</strong> restring<strong>em</strong>-se mais à proximida<strong>de</strong> dos ninhos (Develey dos <strong>de</strong> sub-bosque s<strong>em</strong> sua presença, s<strong>em</strong>pre com movimentos& Peres 2000, Maldonado-Coelho & Marini 2003) apresentando conspícuos, o que é frequente na maioria dos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> on<strong>de</strong> a<strong>uma</strong> quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> e indivíduos entre abril e junho. espécie ocorre (Davis 1946, Machado 1999, Ghizoni-Jr & Azeve-Foram observados 14 <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>, contendo 196 indivíduos e do 2006), estando presente também como espécie nuclear nos ban-39 espécies, listadas na Tabela 1. Destas, 9 espécies (23 %) foram dos <strong>em</strong> que Lanio melanops <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhava a mesma função. Basiconsi<strong>de</strong>radasregulares, <strong>de</strong>ntre as quais encontram-se as espécies leuterus culicivorus foi visto coletando material para ninho <strong>em</strong>nucleares <strong>de</strong> sub-bosque, assim como também 9 espécies (23%) clas- set<strong>em</strong>bro, situação na qual não formou nenhum bando misto. Possificadascomo raras nos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>, com apenas um registro. sivelmente, todas as formações <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> sub-bosque doA quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> registrados mostrou-se muito inferior eucaliptal ocorriam somente a partir <strong>de</strong>ssa espécie.comparada a outros trabalhos <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> Mata Atlântica (Develey Já os <strong>bandos</strong> <strong>de</strong> dossel, quando não associados às espécies do1997, Machado 1999, Develey & Peres 2000, Maldonado-Coelho & sub-bosque, apresentaram duas espécies lí<strong>de</strong>r, <strong>em</strong> <strong>bandos</strong> diferen-Marini 2003, Brandt 2008, Ghizoni-jr & Azevedo 2006, Silva 2010), tes: Conirostrum speciosum e N<strong>em</strong>osia pileata. Ambas já forammas como não há estudos <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> eucaliptal, possivelmente não citadas formando <strong>bandos</strong> <strong>em</strong> eucaliptais por Willis (2002). Munnsão associações tão comuns <strong>em</strong> tais ambientes, e como no local há (1985) sugere que o número <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> copa é limitadoum sub-bosque pouco <strong>de</strong>nso, talvez não suporte muitas espécies flo- pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitat a<strong>de</strong>quado e <strong>em</strong> locais como gran<strong>de</strong>srestais. Alg<strong>uma</strong>s vezes, <strong>em</strong> 04 dias <strong>de</strong> campo observou-se apenas 01 extensões <strong>de</strong> plantio <strong>de</strong> eucalipto, certamente limitam esses banbandomisto, porém <strong>em</strong> quase todos os dias havia diversos <strong>bandos</strong> dos, quando não floresc<strong>em</strong>, pois o dossel não oferece outra fonte <strong>de</strong>heteroespecíficos, tanto no dossel quanto no sub-bosque. Estes ban- alimentação, obrigando as espécies a se <strong>de</strong>slocar<strong>em</strong> para outras áredosconstituíam simples agrupamentos, s<strong>em</strong> coesão, como foi verifi- as ou forragear<strong>em</strong> no sub-bosque.cado quando houve <strong>uma</strong> explosão populacional <strong>de</strong> lagartas e diver- As espécies mais abundantes, Basileuterus culicivorus (n= 44),sas <strong>aves</strong> se uniram para capturá-las, ou quando ocorreu floração/ fru- Tachyphonus coronatus (n =40), Lanio melanops (n=19) e Toltificação<strong>de</strong> eucalipto e <strong>bandos</strong> formavam-se para alimentação. momyias sulphurescens (n=14) (Figura 3), também estão entre asMesmo <strong>em</strong> eucaliptais, o <strong>de</strong>senvolvimento do sub-bosque po<strong>de</strong> mais frequentes (0,79; 0,79; 0,57; e 0,64%, respectivamente).fornecer às <strong>aves</strong> locais para forrageamento e até nidificação (Ma- Os insetívoros correpon<strong>de</strong>m à guilda com maior número <strong>de</strong>chado & Lamas 1996). Certamente, o sub-bosque <strong>em</strong> estágio inici- representantes (n = 21 ; 53,8%), seguidos dos frugívoros (n = 14;al <strong>de</strong> regeneração acrescido do fato <strong>de</strong> situar-se distante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s 35,9 %). Comparando-se a composição dos <strong>bandos</strong>, nota-se que afragmentos <strong>de</strong> matas, não suportaria muito essas associações, mas, relação entre frugívoros (n = 5; 21,7%) e insetívoros (n = 15;<strong>de</strong> acordo com Silva (2010), <strong>aves</strong> que dispõ<strong>em</strong> apenas <strong>de</strong> pequenos 65,2%) no sub-bosque é maior do que a mesma relação no estratofragmentos florestais quando associadas a <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> po<strong>de</strong>m superior, no qual os frugívoros (n = 11) compreen<strong>de</strong>m 40% e oster um maior sucesso na sobrevivência.insetívoros 51,8% (n = 14). Tais resultados advém dos <strong>bandos</strong> mis-Outro fator que certamente influenciou a ausência <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> mis- tos <strong>de</strong> copa e sub-copa que forrageavam <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> botões florais,tos <strong>em</strong> muitos dias foi o vento <strong>em</strong> <strong>de</strong>masia, gerado <strong>de</strong>vido ao gran- néctar, frutos, como foi possível observar e que corrobora com o<strong>de</strong> espaçamento existente entre os eucaliptos <strong>em</strong> sua sub-copa. Tal que é <strong>de</strong>scrito por Argel-<strong>de</strong>-Oliveira (1997). O estrato superior (cofenômenofazia com que as <strong>aves</strong> evitass<strong>em</strong> <strong>de</strong>slocamentos maiores pa e sub-copa) apresentou mais espécies do que os estratos inferiore realizavam poucas movimentações. Este fato foi observado <strong>em</strong> e sub-boque juntos (n= 25), sendo responsável pelo registro <strong>de</strong> 27todos os meses <strong>de</strong> estudo, mostrando-nos <strong>uma</strong> instabilida<strong>de</strong> do espécies, ou seja, 69% do total. A presença <strong>de</strong> guildas alimentaresambiente.s<strong>em</strong>elhantes <strong>em</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> reduz a competição entre espéciesHouve também gran<strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong> nos <strong>bandos</strong> (Figura 2), não que compartilham <strong>uma</strong> dieta comum e um habitat s<strong>em</strong>elhanteapresentando variações significativas entre os meses <strong>em</strong> que foram (Munn & Terborgh 1979).registrados. A gran<strong>de</strong> maioria das espécies correspon<strong>de</strong> a passeriformes (n =Os <strong>bandos</strong> possuíam <strong>em</strong> média 10,9 espécies. Tal valor é s<strong>em</strong>e- 33; 84,6 %). O segundo maior grupo, os picí<strong>de</strong>os (n = 4; 10,2%)lhante a resultados obtidos <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> mata atlântica mais ínte- foram consi<strong>de</strong>rados seguidores frequentes <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> porgras, como Stotz (1993) (~11,2), Aleixo (1997)(~10,2), Ghizoni-Jr Machado (1999). Nos eucaliptais, Veniliornis spilogaster e Picum-Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 163 - Set<strong>em</strong>bro/Outubro 2011 - www.ao.com.br45


nus t<strong>em</strong>minckii forrageavam nos troncos das árvores da mata do Ghizoni-Jr, I. R. (2009) <strong>Composição</strong> <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> no Parque Estadualsub-bosque ao sub-dossel, enquanto Celeus fl<strong>aves</strong>cens e Dryoco- das Araucárias, oeste <strong>de</strong> Santa Catarina, Brasil. Biot<strong>em</strong>as 22: 143-148.Godoy, F. I. (2009) Levantamento qualitativo e distribuição da avifauna do Solopus lineatus, apresentavam-se como espécies periféricas, forrage- Sagrado do Guarapiranga, São Paulo, SP. Monografia encaminhada à Faculandona sub-copa dos eucaliptos.da<strong>de</strong> <strong>de</strong> Biologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro, 105 pp.A figura 4 mostra-nos a distribuição das espécies <strong>em</strong> relação ao Greenberg, R. (2000) Birds of many feathers: the formation and structure of mixe<strong>de</strong>strato e posição do grupo. Horizontalmente, quanto mais próxima species flocks of forests birds. In: Boinski, S. & Garber, P. A. (eds.) On theMove. Chicago, The University of Chicago Press. 521-558.<strong>uma</strong> espécie estiver do 0 do eixo <strong>de</strong> abcissas, mais ela se situa pró- Machado, C. G. (1991) Estrutura, composição e dinâmica <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong>xima ao bando. Verifica-se que as espécies nucleares estão mais na Mata Atlântica do alto da Serra do Paranapiacaba, SP. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado,Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas, Brasil, 79pp.próximas <strong>de</strong> 0, enquanto espécies que segu<strong>em</strong> o bando perifericamente,como Ciclarhys gujanensis e Mionectes rufiventris, mosnos<strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> da Mata Atlântica do su<strong>de</strong>ste brasileiro. ArarajubaMachado, C. G. (1997) Vireo olivaceus (Vireonidae, Aves): Uma espécie migratóriatram valores mais próximos <strong>de</strong> 1. Em relação aos estratos, nota-se 1: 62-64.claramente um grupo formado por <strong>aves</strong> que forrageiam no estrato Machado, C. G. (1999) A composição dos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> na Mata Atlânticasuperior (e.g. N<strong>em</strong>osia pileata, Tangara sayaca, Conirostrum spe- da serra <strong>de</strong> Paranapiacaba no su<strong>de</strong>ste brasileiro. Revista Brasileira <strong>de</strong> Biologiaciosum, Dacnis cayana), interligando-se a um grupo <strong>de</strong> <strong>aves</strong> do 59 (1): 75-85.Machado, C. G. (2002) As espécies-núcleo dos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> da Matasub-bosque, com poucas espécies utilizando o estrato inferior. Atlântica da Serra <strong>de</strong> Paranapiacaba, no su<strong>de</strong>ste brasileiro. Sitientibus 2 (1/2):Este estudo nos mostra a importância do sub-bosque para a manu- 85-90.tenção das espécies <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> eucaliptais, o qual não é Machado, R. B. & I. R. Lamas. (1996) Avifauna associada a um reflorestamento <strong>de</strong>mantido na maioria das culturas <strong>de</strong>ssa planta, pois muitas árvores eucalipto no município <strong>de</strong> Antônio Dias, Minas Gerais. Ararajuba 4: 15-22.Machado, C. G. & Rodrigues, M. R . (2000) Alteração <strong>de</strong> altura <strong>de</strong> forrageamento <strong>de</strong>são cortadas ainda jovens, não chegando n<strong>em</strong> mesmo a florescer,espécies <strong>de</strong> <strong>aves</strong> quando associadas a <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>. In: Alves, M. A. S.;da Silva,ou são plantadas muito próximas, impedindo que outras espécies J. M. C.; Van Sluys, M.; Bergallo, H. G. & C. F. D. Rocha (eds). A ornitologia novegetais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte ali se estabeleçam. Há cada vez mais Brasil: pesquisa atual e perspectivas. EDUERJ, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Brasil, 352 pp.reflorestamentos por eucaliptos <strong>em</strong> <strong>área</strong>s da mata atlântica, mas a Maldonado-Coelho, M. & Marini, M. Â. (2000) Effects of forest fragment size andsuccessional stage of mixed-species bird flocks in southeastern Brazil. Conreduçãoda complexida<strong>de</strong> <strong>estrutura</strong>l da vegetação, como a reduçãodor 102: 585-594.do sub-bosque do eucaliptal, ocasiona <strong>uma</strong> menor riqueza <strong>de</strong> espé- Maldonado-Coelho, M. & Marini, M. Â. (2003) <strong>Composição</strong> <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong>cies (Machado & Lamas 1996). Por isso, um manejo a<strong>de</strong>quado per- <strong>aves</strong> <strong>em</strong> fragmentos <strong>de</strong> Mata Atlântica no su<strong>de</strong>ste do Brasil. Papéis Avulsos <strong>de</strong>mite que as plantações <strong>de</strong> eucalipto possam atuar como espécies Zoologia 43 (3): 31-54.Maldonado-Coelho, M. & Marini, M. Â. (2004) Mixed-species bird flocks frompioneiras na regeneração <strong>de</strong> florestas, fornecendo sombra necessá-Brazilian Atlantic forest: the effects of forest fragmentation and seasonality onria para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> árvores nativas secundárias, além <strong>de</strong> their size, richness and stability. Biological Conservation 116: 19-26.não inibir o crescimento dos outros diferentes grupos sucessionais Marterer, B. T. P. (1996) Avifauna do Parque Botânico do Morro do Baú. Riqueza,(Silva-Júnior et al. 1995, Onofre et al. 2010 ).aspectos <strong>de</strong> frequência e abundância. Fatma, Florianópolis, Brasil, 74pp.Assim como árvores <strong>em</strong> estágio mais avançado, permit<strong>em</strong> a floespecíficos<strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>em</strong> ambientes naturais do Paraná e Santa Catarina. Biote-Moraes, V. S. & Krul, R. (1995) <strong>Composição</strong> e finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agrupamentos heteroraçãoe a formação <strong>de</strong> um sub-bosque, possibilitando <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> mas 8 (2): 63-73.varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos para a avifauna (Willis 2002), sendo que a Morse, D. H. (1977) Feeding behavior and predator avoidance in heterospecificdisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento é fundamental para a dinâmica e estru- groups. BioScience 27: 332-339.tura <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> (Develey & Peres 2000).Munn, C. A. (1985) Permanent canopy and un<strong>de</strong>rstory flocks in amazonia: speciescomposition and population <strong>de</strong>nsity. in: P. A. Buckley, M. S. Foster, E. S. Mor-Os <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong>, mesmo que ainda raros <strong>em</strong> eucaliptais, po<strong>de</strong>m ton, R. S. Ridgely, and F. G. Buckley, editors. Neotropical Ornithology. Ornitsetornar fundamentais para a <strong>estrutura</strong>ção da avifauna <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> hological Monographs 36. American Ornithologists Union, Washington,reflorestamento. Por isso, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores estudos D.C., USA: 683-712.envolvendo a avifauna que utiliza sua copa e sub-bosque.Munn, C. & Terborgh, J.W., (1979) Multi-species territoriality in neotropical fora-ging flocks. Condor 81(2), 338-347.Onofre, F.F.; Engel, V.L. & H. Cassola (2010) Regeneração natural <strong>de</strong> espécies daReferências BibliográficasMata Atlântica <strong>em</strong> sub-bosque <strong>de</strong> Eucalyptus saligna Smith. <strong>em</strong> <strong>uma</strong> antigaAleixo, A. (1997) Composition of mixed-species bird flocks and abundance of flocking unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção florestal no Parque das Neblinas, Bertioga, SP Sci. For.,species in a s<strong>em</strong>i<strong>de</strong>ciduous forest of southeastern Brazil. Ararajuba 5: 11-18. Piracicaba, v. 38, n. 85, 39-52.Argel-<strong>de</strong>-Oliveira, M. M. (1997) O papel do eucalipto (Eucalyptus sp.) na alimenta- Powell, G. V. N. (1979) Structure and dynamics of interespecific flocks in a neotroção<strong>de</strong> <strong>aves</strong> urbanas <strong>em</strong> São Paulo, Brasil. In: Encuentro Boliviano para la Con- pical mid-elevation forest. 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(2007) A atração <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>em</strong> resposta ao playback <strong>de</strong> Habia rubica: forest formation in the un<strong>de</strong>rstorey of a Eucalyptus grandis plantation ininformações compl<strong>em</strong>entares sobre o papel da espécie para coesão <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology. 11, 147-152.<strong>mistos</strong> na Estação Ecológica Jureia-Itatins, SP. Atualida<strong>de</strong>s Ornit. 136.Silveira, A. B. (2006) <strong>Composição</strong>, <strong>estrutura</strong> e sazonalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>em</strong>Davis, D. E. (1946) A seasonal analysis of mixed flocks of birds in Brazil. Ecolog, um r<strong>em</strong>anescente <strong>de</strong> floresta paludosa no sul do Brasil. Dissertação <strong>de</strong> Mes-27 (2): 168-181. trado, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Brasil, 134pp.Develey, P. F. (1997) Ecologia <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>de</strong> Mata Atlântica na Esta- Stotz, D. F. (1993) Geographic variation in species composition of mixed speciesção Ecológica Juréia – Itatins. São Paulo, Brasil. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado, flocks in lowland humid forest in Brazil. Papéis Avulsos <strong>de</strong> Zoologia 38: 61-75.Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Brasil, 74pp.Terborgh, J. (1977) Bird species diversity on an An<strong>de</strong>an elevation gradient. EcologyDeveley, P. F. (2001) Os <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> nas florestas neotropicais. In: Albuquerque,58: 1007-1019.J.; Cândido-Jr, J. F.; Straube, F. C. & Roos, A. L. (Eds.). Ornitologia e conser-Whately, M.; Santoro, P.F.; Gonçalves, B.C. & Gonzatto, A.M. (org) (2008) Parvação:Da ciência às estratégias. Unisul, Tubarão, Brasil, 39-48 p.ques urbanos municipais <strong>de</strong> São Paulo. Instituto Socio Ambiental, Litokro-Develey, P. F. & C.A. Peres (2000) Resource seasonality and the structure of mixedmia, São Paulo: 120 pp.species bird flocks in a coastal atlantic forest of southeastern Brazil. Journal ofWillis, E. O. (2002) Birds at Eucalyptus and other flowers in Southern Brazil: a revi-Tropical Ecology 16: 33-53 p.ew. Ararajuba 10(1):43-66.Ghizoni-Jr, I. R. & M. A. G. Azevedo (2006) <strong>Composição</strong> <strong>de</strong> <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> florestais<strong>de</strong> sub-bosque <strong>em</strong> <strong>área</strong>s <strong>de</strong> encosta e planície da Floresta Atlântica <strong>de</strong> SantaCatarina, sul do Brasil. Biot<strong>em</strong>as 19 (2): 47-53.¹ igorfernando@hotmail.com / www.fernandoigor.weebly.com46Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 163 - Set<strong>em</strong>bro/Outubro 2011 - www.ao.com.br


Tabela 1. Espécies registradas nos <strong>bandos</strong> <strong>mistos</strong> na <strong>área</strong> <strong>de</strong> eucaliptal do Parque Anhanguera, estrato <strong>de</strong> forrageamento, frequência <strong>de</strong>ocorrência e status.Espécie Estrato Guilda FO StatusBasileuterus culicivorus SB/SUP In 0,79 RECamptostoma obsoletum SB/SUP In 0,43 RECeleus fl<strong>aves</strong>cens SB On 0,07 RRCiclarhys gujanensis SB/SUP In 0,50 RECoereba flaveola SB/SUP Ne 0,50 REConirostrum speciosum SUP In 0,36 COCranioleuca pallida SB/SUP In 0,36 CODacnis cayana SUP Fr 0,21 CODryocopus lineatus SUP In 0,07 RRDysithamnus mentalis SB/SUP In 0,36 COEuphonia chlorotica SUP Fr 0,36 COLanio melanops SB/SUP Fr 0,57 RELeptopogon amaurocephalus SB/SUP In 0,14 COMalacoptila striata SB In 0,07 RRMegarynchus pitangua SUP On 0,07 RRMionectes rufiventris INF/SB In 0,14 COMyiornis auricularis SB In 0,14 CON<strong>em</strong>osia pileata SUP Fr 0,21 COPachyramphus polychopterus SUP In 0,07 RRParula pitiayumi SUP In 0,21 COPiaya cayana SB On 0,07 RRPicumnus t<strong>em</strong>minckii SB/SUP In 0,36 COPipraei<strong>de</strong>a melanonota SUP Fr 0,21 COSittasomus griseocapillus SB/SUP In 0,43 RESynallaxis ruficapilla INF In 0,29 COTachyphonus coronatus SB/SUP Fr 0,79 RETangara cayana SUP Fr 0,14 COTangara ornata SUP Fr 0,07 RRTangara palmarum SUP Fr 0,21 COTangara sayaca SUP Fr 0,36 COThamnophilus caerulescens SB In 0,21 COThlypopsis sordida SUP Fr 0,07 RRTolmomyias sulphurescens SB/SUP In 0,64 RETroglodytes musculus INF In 0,07 RRTurdus amaurochalinus SB Fr 0,14 COTurdus leucomelas SB Fr 0,36 COTurdus rufiventris SB Fr 0,21 COVeniliornis spilogaster SB In 0,21 COXenops rutilans SB/SUP In 0,43 REAtualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 163 - Set<strong>em</strong>bro/Outubro 2011 - www.ao.com.br47

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