12.07.2015 Views

o uso da história em quadrinhos no ensino de história: “will eisner ...

o uso da história em quadrinhos no ensino de história: “will eisner ...

o uso da história em quadrinhos no ensino de história: “will eisner ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

História, imag<strong>em</strong> e narrativasN o 11, outubro/2010 - ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimag<strong>em</strong>.com.br<strong>no</strong> futuro”, pois “o conjunto <strong>de</strong> leituras feitas configuram, <strong>em</strong> parte, a compreensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> leitor específico.” (ORLANDI, 2008, p. 41 e 43).As diferentes leituras que faz<strong>em</strong>os ao mesmo texto <strong>de</strong>pend<strong>em</strong>, segundo estaafirmação, <strong>de</strong> condições históricas e sociais, on<strong>de</strong> as práticas sociais são vivencia<strong>da</strong>s, pois“todo falante e todo ouvinte ocupa um lugar na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”, ca<strong>da</strong> um atribuindo diferentessignificados às suas leituras. Para autora, o sujeito não se apropria <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> maneiraindividual, mas <strong>de</strong> forma social (ORLANDI, 2008, p. 18 e 19).Assim, a atribuição <strong>de</strong> sentidos a um texto po<strong>de</strong> variar amplamente e, neste sentido,po<strong>de</strong> apresentar dois tipos <strong>de</strong> leituras: 1) leitura parafrástica: se caracteriza peloreconhecimento ou reprodução <strong>de</strong> um sentido que se supõe ser o do texto, estabelecido peloautor, e que procura repetir o que o autor disse e permite a produção do mesmo sentido <strong>em</strong>diversas maneiras; 2) leitura polissêmica: se <strong>de</strong>fine pela atribuição <strong>de</strong> múltiplos sentidos aomesmo texto.Segundo Orlandi, a tensão entre a leitura parafrástica e a polissêmica constitui “asvárias instâncias <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>”. Na perspectiva discursiva, esta tensão básica cria umaambigui<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornado-se peça fun<strong>da</strong>mental “entre o texto e o contexto histórico-social: porquea linguag<strong>em</strong> é sócio-historicamente constituí<strong>da</strong>, ela mu<strong>da</strong>; pela mesma razão, ela se mantém amesma” (ORLANDI, 2008, p. 12 e 20). Para Orlandi é possível i<strong>de</strong>ntificar três tipos <strong>de</strong>discurso:o tipo autoritário é o que ten<strong>de</strong> para a paráfrase (o mesmo) e <strong>em</strong> que se procuraconter a reversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (há um agente único: a reversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a zero),<strong>em</strong> que a poliss<strong>em</strong>ia é conti<strong>da</strong> (procura-se impor um só sentido) e <strong>em</strong> que oobjeto do discurso (seu referente) fica dominado pelo próprio dizer (o objetopraticamente <strong>de</strong>saparece). O discurso polêmico é o que apresenta um equilíbriotenso entre poliss<strong>em</strong>ia e paráfrase, <strong>em</strong> que a reversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> se <strong>da</strong> sobcondições, é disputa<strong>da</strong> pelos interlocutores, e <strong>em</strong> que o objeto do discurso nãoestá obscurecido pelo dizer, mas é direcionado pela disputa (perspectivaparticularizantes) entre os locutores, havendo assim a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>um sentido: a poliss<strong>em</strong>ia é controla<strong>da</strong>. O discurso lúdico, que é o terceiro tipo,é aquele que ten<strong>de</strong> para a total poliss<strong>em</strong>ia, <strong>em</strong> que a reversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é total e <strong>em</strong>que o objeto do discurso se mantém como tal <strong>no</strong> discurso. A poliss<strong>em</strong>ia éaberta. O exagero do discurso autoritário é a ord<strong>em</strong> <strong>no</strong> sentido militar, o dopolêmico é a injúria e o exagero do lúdico é <strong>no</strong>n sense [s<strong>em</strong> nexo, disparatado].Em <strong>no</strong>ssa forma <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> atual, o discurso autoritário é dominante, opolêmico é possível e o lúdico é ruptura. (ORLANDI, 2008, p. 24 e 25)Estas <strong>de</strong>finições não pod<strong>em</strong> ser compreendi<strong>da</strong>s como algo estanque, pois para Orlandinão se <strong>de</strong>v<strong>em</strong> “estabelecer relações categóricas entre os tipos.” A forma mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> é6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!