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o uso da história em quadrinhos no ensino de história: “will eisner ...

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História, imag<strong>em</strong> e narrativasN o 11, outubro/2010 - ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimag<strong>em</strong>.com.brpelos autores; ou como eles gostariam que ficass<strong>em</strong> registrados para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong> (VILELA,2008, 116). As obras <strong>de</strong> Eisner pod<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como produções autobiográficas,pois, como foi <strong>de</strong>batido anteriormente, muitas <strong>de</strong>las são m<strong>em</strong>órias <strong>de</strong> infância e juventu<strong>de</strong> doautor, conforme trecho <strong>da</strong> obra “Um Contrato Com Deus & Outras Histórias <strong>de</strong> Cortiço”:Este livro contém histórias extraí<strong>da</strong>s do fluxo interminável <strong>da</strong>s ocorrênciascaracterísticas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> urbana. Algumas são ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras. Outras pod<strong>em</strong> server<strong>da</strong><strong>de</strong>iras.Nascido e criado na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York, e tendo sobrevivido e crescido lá, eucarrego comigo uma carga <strong>de</strong> l<strong>em</strong>branças, algumas dolorosas e outras alegres,que ficaram tranca<strong>da</strong>s <strong>no</strong> cárcere <strong>da</strong> minha mente. Tenho essa necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>um velho marinheiro <strong>em</strong> compartilhar meu acervo <strong>de</strong> experiência eobservações. Se quiser, po<strong>de</strong> me chamar <strong>de</strong> uma test<strong>em</strong>unha gráficaregistrando a vi<strong>da</strong>, a morte, o sofrimento e a luta incessante para triunfar... ou,pelo me<strong>no</strong>s, sobreviver (EISNER, 2007b, p. 7).O trabalho com HQs <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong>de</strong> História, neste sentido, requer alguns dosprocedimentos utilizados na leitura <strong>de</strong> outras fontes históricas: a análise <strong>da</strong>s informações arespeito do autor <strong>de</strong>stas obras (VILELA, 2008, p. 112 e 113). Algumas questões pod<strong>em</strong> serdireciona<strong>da</strong>s às histórias <strong>em</strong> <strong>quadrinhos</strong>, tais como: quando a obra foi produzi<strong>da</strong> e <strong>em</strong> queépoca e país as HQs foram produzi<strong>da</strong>s.Mesmo que implicitamente, os <strong>quadrinhos</strong> reflet<strong>em</strong> valores, i<strong>de</strong>ologias e formas <strong>de</strong> vero mundo, pois o autor po<strong>de</strong> expressar uma posição estritamente pessoal e / ou, <strong>no</strong> caso <strong>da</strong>shistórias <strong>em</strong> <strong>quadrinhos</strong>, cria<strong>da</strong>s por encomen<strong>da</strong>, que acabam reproduzindo discursos quereflitam posicionamentos políticos <strong>da</strong> editora para a qual trabalha. Entretanto, não exist<strong>em</strong>apenas obras que reproduz<strong>em</strong> um discurso dominante, há, porém, <strong>quadrinhos</strong> que tentamreproduzir representações mais favoráveis <strong>da</strong>s mi<strong>no</strong>rias étnicas, especialmente <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s negras, como o “Pantera Negra”, um dos primeiros super-heróis negros <strong>da</strong>srevistas <strong>de</strong> histórias <strong>em</strong> <strong>quadrinhos</strong>, criado <strong>em</strong> 1966, personag<strong>em</strong> inspirado, possivelmente,<strong>no</strong> movimento negro dos “Panteras Negras”, grupo atuante <strong>no</strong>s Estados Unidos nas déca<strong>da</strong>s<strong>de</strong> 1960 e 1970. O professor <strong>de</strong> História, neste sentido, <strong>de</strong>ve trabalhar com os alu<strong>no</strong>s apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber “que to<strong>da</strong> criação não é fruto apenas <strong>da</strong> imaginação do autor, mas,também, <strong>da</strong>quilo que ele viu, leu, viveu etc. Afinal, o artista não é alguém que vive isolado domundo, alheio à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que o cerca, fazendo parte <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> real, <strong>em</strong> época e lugarespecífico” (VILELA, 2008, p. 114 a 122).Além disso, os professores pod<strong>em</strong> analisar as finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s histórias <strong>em</strong> <strong>quadrinhos</strong>,pois, para Vilela, a maioria dos <strong>quadrinhos</strong> faz parte <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> “indústria do10

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