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Sandra Maria Luciano Pozzoli et al.Pesquisas na área médica atribuíram o aumento da incidênciade HIV/AIDS entre os idosos aos tratamentos hormonais,às próteses e aos avanços da indústria farmacêutica, que estãoampliando a vida sexual da população idosa. Constata-se que, deum lado, a população idosa carece de informações sobre a doença,tem preconceito contra o uso de preservativos; de outro, faltamações preventivas voltadas para esse grupo (PRILIP, 2004).Em estudo realizado pelo Instituto de Ciência da Saúde eHospital de Clínicas de Porto Alegre, em 2006, com o objetivode avaliar o conhecimento sobre HIV/AIDS em pessoas commais de 60 anos, foi demonstrado que 41,4% dos entrevistadosacreditavam que a picada de mosquito transmite o vírus daAIDS, 80% referiram não usar preservativo durante as relaçõessexuais e 37% ainda consideravam a AIDS uma síndrome restritaa grupos específicos, como homens que fazem sexo comoutros homens, usuários de drogas e profissionais do sexo (LA-ZZAROTTO et al., 2006).A representação sobre a prevenção da AIDS ainda se configuraem elementos resultantes das propagandas na mídia, masque, na prática, são contraditórias. A não inclusão desse grupoetário em campanhas de prevenção deixa essas pessoas expostasao risco de serem infectadas pelo HIV em relações sexuais(FONTES; SALDANHA; ARAÚJO, 2006).Para muitos, a ideia de contrair HIV/AIDS em uma idadeavançada não existe, porque a informação sobre prevenção é direcionadaquase exclusivamente aos jovens e a consciência sobrefatores de risco para idosos é baixa (GORINCHTEYN, 2005).De acordo com Gross (2005), em muitos casos, as pessoasidosas mais atingidas são aquelas que perderam o cônjuge. As-54 |In Focus 3 - Unimar
Envelhecimento populacional e a epidemiologia da AIDSsim, entre os idosos que se descobrem portadores do vírus há,basicamente, dois perfis clássicos: o homem casado que se infectacom uma parceira mais jovem e as viúvas que redescobrem osexo. Em qualquer dos casos, é grande o preconceito.A suposição de que os idosos não são sexualmente ativos impede,frequentemente, um diagnóstico precoce de infecção peloHIV. Os idosos podem relutar em falar com os médicos sobresua vida sexual e os médicos podem relutar em fazer perguntasdesse tipo. Isso resulta em negligenciar a possibilidade de essaspessoas terem entrado em contato com o HIV. Os profissionaisde saúde não valorizam as queixas sexuais do paciente idoso, oque seria importante para saber se a desinformação, associadaao preconceito, não está contribuindo para o desenvolvimentode prática tão incompatível com a área da saúde (GORIN-CHTEYN, 2005).Na maioria dos idosos, o diagnóstico da infecção pelo HIVé feito quando procuram o tratamento para uma doença relacionadaao vírus. Frequentemente, a ideia de que um paciente idosopossa ter contraído HIV será a última possibilidade investigada,quando todas as opções restantes forem esgotadas (GROSS,2005).Sintomas adiantados da infecção, como fadiga, perda dememória e perda de peso, podem ser confundidos com sinaisdo envelhecimento, impedindo, dessa forma, que os infectadosprocurem ajuda médica precocemente, o que os ajudaria a permaneceremsaudáveis e evitarem o risco da transmissão do HIV(PRILIP, 2004).Provinciali (2005) relata que algumas distinções podem serobservadas quanto ao enfrentamento da enfermidade ou da situ-In Focus 3 - Unimar | 55
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Sandra Maria Luciano Pozzoli et al.Pesquisas na área médica atribuíram o aumento da incidênciade HIV/AIDS entre os idosos aos tratamentos hormonais,às próteses e aos avanços da indústria farmacêutica, que estãoampliando a vida sexual da população idosa. Constata-se que, deum lado, a população idosa carece de informações sobre a doença,tem preconceito contra o uso de preservativos; de outro, faltamações preventivas voltadas para esse grupo (PRILIP, 2004).Em estudo realizado pelo <strong>In</strong>stituto de Ciência da Saúde eHospital de Clínicas de Porto Alegre, em 2006, com o objetivode avaliar o conhecimento sobre HIV/AIDS em pessoas commais de 60 anos, foi demonstrado que 41,4% dos entrevistadosacreditavam que a picada de mosquito transmite o vírus daAIDS, 80% referiram não usar preservativo durante as relaçõessexuais e 37% ainda consideravam a AIDS uma síndrome restritaa grupos específicos, como homens que fazem sexo comoutros homens, usuários de drogas e profissionais do sexo (LA-ZZAROTTO et al., 2006).A representação sobre a prevenção da AIDS ainda se configuraem elementos resultantes das propagandas na mídia, masque, na prática, são contraditórias. A não inclusão desse grupoetário em campanhas de prevenção deixa essas pessoas expostasao risco de serem infectadas pelo HIV em relações sexuais(FONTES; SALDANHA; ARAÚJO, 2006).Para muitos, a ideia de contrair HIV/AIDS em uma idadeavançada não existe, porque a informação sobre prevenção é direcionadaquase exclusivamente aos jovens e a consciência sobrefatores de risco para idosos é baixa (GORINCHTEYN, 2005).De acordo com Gross (2005), em muitos casos, as pessoasidosas mais atingidas são aquelas que perderam o cônjuge. As-54 |<strong>In</strong> <strong>Focus</strong> 3 - <strong>Unimar</strong>