In Focus 3 - Unimar

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12.07.2015 Views

Érica Flávia Motta e Patrícia Malheirosnescente do sentimento de onipotência existente na infância. Aautoestima é sustentada pelo ideal e quando esse ideal é um corpomagro e o indivíduo não consegue corresponder à sua própriaexpectativa, gera nele um sentimento de inferioridade. A percepçãodo seu corpo obeso gera sentimento de culpa e frustração,e essa evidente ameaça a autoestima faz com que o psiquismobusque meios de satisfação, muitas vezes resgatando sentimentosde felicidade primitivos ligados à amamentação.Mascarenhas (2005) explica também que a pessoa obesa éalguém que, em algum momento da vida e quase sempre na infância,sentiu que seus anseios não foram correspondidos apenaspor ser quem é, que sua simples presença não evoca paixão e,desta forma, busca na alimentação esse retorno, ou seja, o que sequer explicar aqui é que nenhuma pessoa come demais apenaspor comer, porque ela está buscando nesse alimento algo quenão conseguiu com outros recursos e essa busca pode ser porcarinho, amor, admiração, entre inúmeros outros motivos quepodem levar a pessoa a comer muito.É possível perceber, então, através do relato dos autores citadosaté aqui, que a pessoa que muito come ao ponto de ficarobesa é alguém que talvez não tenha conseguido externar todoseu potencial, que a energia que despenderia em realizar coisasa que tem propensão fica circulando dentro de si próprio, semencontrar saída, e acaba se condicionando ou se direcionandoapenas ao ato de comer.De acordo com Mascarenhas (2005), a psicanálise explicaque a pessoa que sente o desejo de viver um amor, ou de realizarum sonho, começa a desenvolver energia para a concretizaçãode seus anseios. Uma vez que eles não acontecem, essa energia250 |In Focus 3 - Unimar

Obesidade: o excesso de peso como sintomafica ociosa, ou seja, são emoções intensas que não se realizam eficam fissuradas e geram apetites intensos que não se refinam,não se tornam sofisticados e acabam encontrando resposta nosníveis primários de satisfação, como a satisfação da fome, porexemplo.É como tenta explicar Campos (1993 apud CATANEO,2005), que, em seus estudos sobre a obesidade identificou as seguintescaracterísticas psicológicas em obesos: passividade e submissão,preocupação excessiva com comida, ingestão compulsivade alimentos e drogas, dependência e infantilização, primitivismo,não aceitação do esquema corporal, temor de não ser aceitoou amado, indicadores de dificuldades de adaptação social,bloqueio da agressividade, dificuldade para absorver frustração,desamparo, insegurança, intolerância e culpa. Afirma, ainda, queas pessoas obesas são mais regredidas e infantilizadas; tendo dificuldadesde lidar com suas experiências de forma simbólica,de adiar satisfações e obter prazer nas relações sociais, de lidarcom a sexualidade, além de uma baixa autoestima e dependênciamaterna.Então, talvez seja por essas razões citadas acima, de dependênciae medo da frustração, que a pessoa tenha se condicionadoao ato de comer, pois provavelmente prefere a satisfação primáriaque o alimento traz aos seus desejos do que correr o risco derealizar outros anseios e acabar por não ser aceito, não ser amadoe se frustrar.Para Mascarenhas (1985), a pessoa obesa possui instintivamenteum apetite, um desejo enorme de viver, de concretizarseus sonhos e de desenvolver as potencialidades com as quaisjá nasceu, mas, talvez por motivos desconhecidos, não encontraIn Focus 3 - Unimar | 251

Obesidade: o excesso de peso como sintomafica ociosa, ou seja, são emoções intensas que não se realizam eficam fissuradas e geram apetites intensos que não se refinam,não se tornam sofisticados e acabam encontrando resposta nosníveis primários de satisfação, como a satisfação da fome, porexemplo.É como tenta explicar Campos (1993 apud CATANEO,2005), que, em seus estudos sobre a obesidade identificou as seguintescaracterísticas psicológicas em obesos: passividade e submissão,preocupação excessiva com comida, ingestão compulsivade alimentos e drogas, dependência e infantilização, primitivismo,não aceitação do esquema corporal, temor de não ser aceitoou amado, indicadores de dificuldades de adaptação social,bloqueio da agressividade, dificuldade para absorver frustração,desamparo, insegurança, intolerância e culpa. Afirma, ainda, queas pessoas obesas são mais regredidas e infantilizadas; tendo dificuldadesde lidar com suas experiências de forma simbólica,de adiar satisfações e obter prazer nas relações sociais, de lidarcom a sexualidade, além de uma baixa autoestima e dependênciamaterna.Então, talvez seja por essas razões citadas acima, de dependênciae medo da frustração, que a pessoa tenha se condicionadoao ato de comer, pois provavelmente prefere a satisfação primáriaque o alimento traz aos seus desejos do que correr o risco derealizar outros anseios e acabar por não ser aceito, não ser amadoe se frustrar.Para Mascarenhas (1985), a pessoa obesa possui instintivamenteum apetite, um desejo enorme de viver, de concretizarseus sonhos e de desenvolver as potencialidades com as quaisjá nasceu, mas, talvez por motivos desconhecidos, não encontra<strong>In</strong> <strong>Focus</strong> 3 - <strong>Unimar</strong> | 251

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