In Focus 3 - Unimar
In Focus 3 - Unimar In Focus 3 - Unimar
Érica Flávia Motta e Patrícia Malheirosziam referencia a corpos volumosos 2 . Portanto, a obesidade e suaevolução estão intimamente ligadas ao contexto social pois sãoprofundamente marcadas por significações culturais.A autora afirma, ainda, que a história da alimentação remetea uma sociedade que se expressa através dos hábitos alimentares,e que a atual configuração da obesidade foi influenciadadiretamente por mudanças culturais, políticas e econômicas dassociedades.Dessa forma, vale destacar os sentidos diversos da alimentaçãonas diferentes épocas. Flandrin e Montanari (1998) concluíramque, na Grécia, o principal aspecto da alimentação eraa importância dada ao banquete por sua estreita ligação com oprocesso de reprodução do corpo social, pois definia a condiçãode humano e diferenciava os gregos das demais sociedades. Assimcomo os gregos, os antigos egípcios associavam a preservaçãoda saúde à quantidade de comida ingerida.Seguindo a evolução dos tempos, Mazzini (2000) acrescentaque, na Idade Média, essas exigências passam a definir as classessociais a que cada pessoa pertence, pois a sociedade cristã ajudouna proliferação das orientações alimentares e do seu impacto social,quando associou a comida ao pecado da gula.Flandrin e Montanari (1998) afirmam que foi nos séculosXVII e XVIII que as elites permitiram um afrouxamento nasregras alimentares, favorecendo a entrada de novos alimentos nocardápio, e também uma busca pela satisfação do gosto em detrimentoda boa saúde, associando ao gosto do alimento um valor2 A autora refere-se ao fato de que a existência da obesidade, já naquela época, éressaltada artisticamente pela Vênus de Willendorf, uma estatueta de 11cm que representavaa fecundidade.222 |In Focus 3 - Unimar
Obesidade: o excesso de peso como sintomaestranho, ou seja, um sentido figurado para discernir o comestíveldo não comestível 3 .Na passagem do século XVIII ao século XIX, houve o crescimentodemográfico, o desenvolvimento das cidades e a industrialização,além da ampliação dos mercados e a conquista denovas terras. Tais fatos fizeram surgir, na figura da burguesia ascendente,a gordura como símbolo de riqueza e distinção social.É desde a antiguidade também que existe a preocupaçãocom o excesso de peso. Um dos primeiros cientistas a encarara obesidade como doença, de acordo com o INBIO (InstitutoBrasileiro Interdisciplinar da Obesidade), foi Hipócrates, quedivulgou, em seus estudos, que a morte súbita atingiria mais facilmenteos gordos do que os magros, e também que as mulheresgordas são menos férteis que as magras.De acordo com Sobreira (2008), Galeno, o maior médicoda antiguidade, identificou e descreveu dois tipos de obesidade:a moderada, uma forma natural de gordura; e a imoderada, umaforma patológica. Já os Romanos viam o obeso como uma pessoaboba ou de má índole. A medicina já reconhecia a obesidadecomo doença, porém a desprezava.No entanto, de acordo com Seixas (2009), a obesidade começoua ter maior relevância no panorama médico a partir dosanos de 1980, em função dos elevados gastos nos tratamentosdas doenças associadas à obesidade e ao sobrepeso.3 O gosto passa a “distinguir o bom do ruim, o belo do feio; é característico do ‘homemde gosto’, um avatar do homem perfeito.” Essa valorização do gosto e a vinculaçãoda comensalidade ao convívio social permitiu uma certa liberação da gula e umincipiente culto à boa cozinha. (FLANDRIN e MONTANARI, 1998, p. 549).In Focus 3 - Unimar | 223
- Page 171 and 172: Lúpus eritematoso sistêmico com l
- Page 173 and 174: Lúpus eritematoso sistêmico com l
- Page 175 and 176: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 177 and 178: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 179 and 180: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 181 and 182: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 183 and 184: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 185 and 186: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 187 and 188: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 189 and 190: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 191 and 192: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 193 and 194: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 195 and 196: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 197 and 198: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 199 and 200: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 201 and 202: Reflexões sobre a morte e seus vá
- Page 203 and 204: Estética: o papel da dentística n
- Page 205 and 206: Estética: o papel da dentística n
- Page 207 and 208: Estética: o papel da dentística n
- Page 209 and 210: Estética: o papel da dentística n
- Page 211 and 212: Estética: o papel da dentística n
- Page 213 and 214: Estética: o papel da dentística n
- Page 215 and 216: Estética: o papel da dentística n
- Page 217 and 218: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 219 and 220: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 221: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 225 and 226: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 227 and 228: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 229 and 230: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 231 and 232: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 233 and 234: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 235 and 236: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 237 and 238: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 239 and 240: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 241 and 242: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 243 and 244: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 245 and 246: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 247 and 248: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 249 and 250: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 251 and 252: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 253 and 254: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 255 and 256: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 257 and 258: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 259 and 260: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 261 and 262: Obesidade: o excesso de peso como s
- Page 263 and 264: OS AUTORESCORPO DOCENTE - UNIMARCri
- Page 265 and 266: Elida Epifanio CANALI - Odontologia
- Page 267 and 268: In Focus 3 - Unimar | 267
Érica Flávia Motta e Patrícia Malheirosziam referencia a corpos volumosos 2 . Portanto, a obesidade e suaevolução estão intimamente ligadas ao contexto social pois sãoprofundamente marcadas por significações culturais.A autora afirma, ainda, que a história da alimentação remetea uma sociedade que se expressa através dos hábitos alimentares,e que a atual configuração da obesidade foi influenciadadiretamente por mudanças culturais, políticas e econômicas dassociedades.Dessa forma, vale destacar os sentidos diversos da alimentaçãonas diferentes épocas. Flandrin e Montanari (1998) concluíramque, na Grécia, o principal aspecto da alimentação eraa importância dada ao banquete por sua estreita ligação com oprocesso de reprodução do corpo social, pois definia a condiçãode humano e diferenciava os gregos das demais sociedades. Assimcomo os gregos, os antigos egípcios associavam a preservaçãoda saúde à quantidade de comida ingerida.Seguindo a evolução dos tempos, Mazzini (2000) acrescentaque, na Idade Média, essas exigências passam a definir as classessociais a que cada pessoa pertence, pois a sociedade cristã ajudouna proliferação das orientações alimentares e do seu impacto social,quando associou a comida ao pecado da gula.Flandrin e Montanari (1998) afirmam que foi nos séculosXVII e XVIII que as elites permitiram um afrouxamento nasregras alimentares, favorecendo a entrada de novos alimentos nocardápio, e também uma busca pela satisfação do gosto em detrimentoda boa saúde, associando ao gosto do alimento um valor2 A autora refere-se ao fato de que a existência da obesidade, já naquela época, éressaltada artisticamente pela Vênus de Willendorf, uma estatueta de 11cm que representavaa fecundidade.222 |<strong>In</strong> <strong>Focus</strong> 3 - <strong>Unimar</strong>