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Érica Flávia Motta e Patrícia Malheirosmente-corpo na formação de sintomas para mostrar que a relaçãode um indivíduo com seu corpo está além da noção de umcorpo biológico. Entretanto, o objetivo maior é pesquisar sobrecomo a obesidade pode ser articulada à concepção psicanalíticade formação de sintomas.A obesidade será vista aqui como resultado da alimentaçãoexagerada que pode ter, por trás dela, motivos desassociados daalimentação como forma de sobrevivência. Esse apetite exageradorepresenta, muitas vezes, os papéis distorcidos que a comidaalcança na vida de pessoas que sofrem com a obesidade.O que se pode constatar, é que, para alguns indivíduos, oalimento se transforma, ao longo da vida, em objeto das relaçõesdessas pessoas. A consequência dessa relação é que o alimentoperde seu papel essencial de nutrição e passa a servir como instrumentoque alivia os momentos de ansiedade e medo.É importante investigar o que é a obesidade em seus diversosaspectos. Atualmente é considerada uma síndrome multifatoriale, de acordo com o INBIO (Instituto Brasileiro Interdisciplinarda Obesidade), nessa síndrome, a genética, o metabolismo e oambiente interagem, assumindo diferentes quadros clínicos, nasdiversas realidades socioeconômicas.Romaneli (2006) ressaltou que, para a OMS (OrganizaçãoMundial de Saúde), a obesidade é o acúmulo excessivo de tecidoadiposo (gordura) no organismo, atingindo, hoje, cerca de umterço da população mundial. A OMS considera a obesidade umdos dez principais problemas de saúde publica do mundo e aclassifica como epidemia, sendo que suas causas são múltiplas,envolvendo fatores genéticos, metabólicos, comportamentais,emocionais, culturais e sociais, que suscitam a atenção de pro-218 |In Focus 3 - Unimar
Obesidade: o excesso de peso como sintomafissionais de diversas áreas. Embora a diferença entre a normalidadee o excesso de peso seja arbitrário, é prudente considerarcomo medida o quanto a saúde física e a saúde psicológica sãoafetadas e a expectativa de vida é reduzida em função do aumentodo peso.Diversos estudos evidenciam que, entre as pessoas que sofremcom algum tipo de obesidade, 2% apresentam causas endocrinológicas,outros 8% são diabéticos e não produzem noorganismo insulina suficiente para metabolizar os alimentos.Existem também aproximadamente 10% de pessoas com tendênciagenética à obesidade, que, portanto, herdam a gordura deseus antepassados e, provavelmente, mais uns 10% são obesos navida adulta por terem sido crianças gordas 1 . E ainda podem-secontar 10% que desenvolvem a obesidade por aspectos culturaisdecorrentes de hábitos familiares, sociais ou étnicos.Assim, os dados acima descrevem as causas de 40% daspessoas com problemas de obesidade, restando 60% das pessoasobesas que certamente desenvolveram esse problema devido acausas emocionais.A falta do entendimento clínico do por que a pessoa obesacome demais, mesmo que lhe traga sofrimento e complicações,se torna um impasse na experiência clínica. De acordo com Seixas(2009), variados métodos são utilizados para diagnosticare estabelecer tratamentos da obesidade, mas a maioria dessesmétodos está baseada em critérios científicos e fisiológicos queestabelecem, na maioria das vezes, um tratamento baseado em1Para Mascarenhas (1985), crianças que já nascem gordas e/ou engordam até os 4anos desenvolvem um numero maior de células que acumulam gordura e têm maiorpropensão a continuarem gordas na vida adulta.In Focus 3 - Unimar | 219
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