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Heron Fernando de Souza Gonzaga et al.(BECKER, 2007, p.116). Na tentativa de neutralizar tal conceito,o homem procura se ligar a um ser superior, imortal, algomais forte que ele, para buscar um significado para a vida e paraa morte (BECKER, 2007, p.118).Pierre (1998) diz que, à medida que nos conscientizamosda morte, é que podemos valorizar a vida e viver sem desperdiçarum minuto de nossa existência. Mas as experiências nos ensinama sempre buscar e obter prazer, vitórias, a ter fascínio pelo podere nunca a encarar a dor, e é assim que se estrutura nosso ego, nosmostrando o quanto somos felizes, pois ele aceita apenas o queé concreto, infinito, temendo tudo o que termine e traga dor.Afinal, aprender sobre a morte é poder ter consciência da vida,é valorizar a nossa existência, reduzindo a angústia existencial,é aprender a perder, a separar-se do outro, a desvincular-se dasconquistas e obter realmente um ensinamento (PIERRE, 1998).Montaigne (1996 apud PIERRE, 1998, p. 23) disse que “a utilidadede viver consiste não no tamanho dos dias, mas no usodo tempo. Um homem pode ter vivido muito tempo e, mesmoassim, ter vivido pouco.” (PIERRE, 1998).Entretanto, não são somente os pacientes terminais queprovocam incômodo por remeter-nos diretamente à questão damorte. Os idosos também nos trazem a idéia da morte e nãoé sem razão que isso acontece. Com o progresso da ciência nocombate à mortalidade, a associação entre morte e velhice passoua ser cada vez maior. Segundo Kastembaum e Aisenberg (1983),esse evento relega a morte a um segundo plano, algo que só acontececom o outro, o velho (KASTEMBAUM; AISENBERG,1983, p.342). Considerando a associação entre idade avançada ea morte, o que se cria, segundo Torres (1983), é uma sociedade188 |In Focus 3 - Unimar
Reflexões sobre a morte e seus vários significadosnarcísica completamente voltada para a juventude. Não há lugarpara a velhice. Consequência disso é que “... as pessoas idosas,de modo geral, não querem se conscientizar de que estão velhas,nem procurar uma orientação para velhos.” (TORRES, 1979,p.53). Isso seria como dar a si próprio, uma sentença de morte,numa sociedade em que o espaço da morte está em branco.Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), o ser humanolida com duas concepções em relação à morte: a morte do outro,da qual todos nós temos consciência, embora esteja relacionadaao medo do abandono; e a concepção da própria morte, aconsciência da finitude, na qual evitamos pensar pois, para isto,temos que encarar o desconhecido.É a angústia gerada ao entrar em contato com a fatalidadeda morte que faz com que o ser humano se mobilize para vencê-la,acionando, para este fim, diversos mecanismos de defesa,expressos através de fantasias inconscientes sobre a morte. Muitocomum é a fantasia de haver vida após a morte; da existência ummundo paradisíaco, regado pelo princípio do prazer, onde nãoexiste sofrimento; da possibilidade de volta ao útero materno,uma espécie de parto ao contrário, onde não existem desejos enecessidades. No sentido contrário dessas fantasias prazerosas,existem aquelas que provocam temor. O indivíduo pode relacionara morte com o inferno. São fantasias persecutórias que têma ver com sentimentos de culpa e remorso. Além disso, existemidentificações projetivas com figuras diabólicas, relacionando amorte com um ser aterrorizante, com face de caveira, interligadoa pavores de aniquilamento, desintegração e dissolução (KAS-TENBAUM; EISENBERG, 1983).In Focus 3 - Unimar | 189
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Reflexões sobre a morte e seus vários significadosnarcísica completamente voltada para a juventude. Não há lugarpara a velhice. Consequência disso é que “... as pessoas idosas,de modo geral, não querem se conscientizar de que estão velhas,nem procurar uma orientação para velhos.” (TORRES, 1979,p.53). Isso seria como dar a si próprio, uma sentença de morte,numa sociedade em que o espaço da morte está em branco.Segundo Kastenbaum e Aisenberg (1983), o ser humanolida com duas concepções em relação à morte: a morte do outro,da qual todos nós temos consciência, embora esteja relacionadaao medo do abandono; e a concepção da própria morte, aconsciência da finitude, na qual evitamos pensar pois, para isto,temos que encarar o desconhecido.É a angústia gerada ao entrar em contato com a fatalidadeda morte que faz com que o ser humano se mobilize para vencê-la,acionando, para este fim, diversos mecanismos de defesa,expressos através de fantasias inconscientes sobre a morte. Muitocomum é a fantasia de haver vida após a morte; da existência ummundo paradisíaco, regado pelo princípio do prazer, onde nãoexiste sofrimento; da possibilidade de volta ao útero materno,uma espécie de parto ao contrário, onde não existem desejos enecessidades. No sentido contrário dessas fantasias prazerosas,existem aquelas que provocam temor. O indivíduo pode relacionara morte com o inferno. São fantasias persecutórias que têma ver com sentimentos de culpa e remorso. Além disso, existemidentificações projetivas com figuras diabólicas, relacionando amorte com um ser aterrorizante, com face de caveira, interligadoa pavores de aniquilamento, desintegração e dissolução (KAS-TENBAUM; EISENBERG, 1983).<strong>In</strong> <strong>Focus</strong> 3 - <strong>Unimar</strong> | 189