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In Focus 3 - Unimar

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Reflexões sobre a morte e seus vários significadospode se dar de uma maneira ativa ou passiva, de um jeito diretoou indireto, ou como um ato voluntário ou não voluntário dopaciente (SOUZA, 2011).A tentativa de elucidar o significado da morte, desde osVedas (textos sagrados indianos, escritos há, aproximadamente,3 mil anos) até o atual movimento existencialista, constituiuma das tarefas centrais de alguns dos nossos principais sistemasde pensamento filosófico. A filosofia, afirmava Platão, não é senãouma meditação da morte, meditatio mortis (MARANHÃO,1985).A reprodução da pintura daDança dos mortosque ficava numdos muros doCimetière des <strong>In</strong>nocents(1424) em Paris, mostrandocada pessoa dançando com sua própria morte, simboliza a convivênciapermanente do homem com a morte. Essa convivênciasó é possível porque, além de ter em comum com os animaiso vivenciar da morte enquanto acontecimento, o homem experimentasua companhia no plano do pensamento. Essa últimaforma de vivenciar a morte é a que mais nos interessa, pois oacontecimento da morte é comum a todos os seres, mas o pensamentoda morte é exclusivo do homem. É pelo pensamentoque o homem pode vivenciar a presença da morte sem morrer defato e essa é mais uma das razões pela qual permitimo-nos falarda morte (ABBAGNANO, 1982).Segundo ARENDT (1993), pensamento é a capacidade deinterromper toda ação, todas as atividades habituais. Um objetode pensamento é sempre uma representação, isto é, a presença dealgo no espírito sem a necessidade de que esse algo esteja simultaneamentepresente na realidade. É a faculdade de pensar o meiopelo qual o homem voluntariamente se retira desse mundo.<strong>In</strong> <strong>Focus</strong> 3 - <strong>Unimar</strong> | 183

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