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Heron Fernando de Sousa Gonzaga et al.cada 2000 apresenta a doença (SATO, 1999). Contudo, na cidadede Natal, num estudo realizado por Villar (2003), a incidênciaencontrada foi de 8,7/100.000/ano, o que parece ser maiorque em outras partes do mundo, provavelmente em virtude dapermanente presença de luz solar com alto índice de raios ultravioleta(ARAÚJO, YÉPES, 2007).Na prática, para o diagnóstico de LES se utilizam os critériosde classificação propostos pelo “American College of Rheumatology”,em 1982, e revisados em 1997 (BORBA et. al. 2008). Odiagnóstico se fundamenta na presença de, pelo menos, 4 (quatro)dos 11 critérios descritos no Quadro 1.Quadro 1 - Critérios de classificação de LES do “American College ofRheumatology” revisados em 1997.1. Eritema malar: lesão eritematosa fixa em região malar, plana ou em relevo.2. Lesão discoide: lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticasaderidas e tampões foliculares, que evolui com cicatriz atrófica e discromia.3. Fotossensibilidade: exantema cutâneo como reação não usual à exposição àluz solar, de acordo com a história do paciente ou observado pelo médico.4. Úlceras orais/nasais: úlceras orais ou nasofaríngeas, usualmente indolores,observadas pelo médico.5. Artrite: não erosiva envolvendo duas ou mais articulações periféricas,caracterizadas por dor e edema ou derrame articular.6. Serosite: pleuris (caracterizada por história convincente de dor pleurítica,atrito auscultado pelo médico ou evidência de derrame pleural) ou pericardite(documentado por eletrocardiograma, atrito ou evidência de derramepericárdico).7. Comprometimento renal: proteinúria persistente (> 0,5 g/dia ou 3+) oucilindrúria anormal.8. Alterações neurológicas: convulsão (na ausência de outra causa) ou psicose(na ausência de outra causa).150 |In Focus 3 - Unimar
Lúpus eritematoso sistêmico com lesões anulares9. Alterações hematológicas: anemia hemolítica ou leucopenia (menor que4.000/mm3 em duas ou mais ocasiões) ou linfopenia (menor que 1.500/mm3em duas ou mais ocasiões) ou plaquetopenia (menor que 100.000/mm3 naausência de outra causa).10. Alterações imunológicas: anticorpo anti-DNA nativo ou anti-Sm oupresença de anticorpo antifosfolípide com base em:a) níveis anormais de IgG ou IgM anticardiolipina;b) teste positivo para anticoagulante lúpico; ouc) teste falso-positivo para sífilis, por, no mínimo, seis meses.11. Anticorpos antinucleares: título anormal de anticorpo antinuclear porimunofluorescência indireta ou método equivalente, em qualquer época, e naausência de drogas conhecidas por estarem associadas à síndrome do lúpusinduzido por drogas.Esses critérios foram desenvolvidos com o objetivo de uniformizaros estudos científicos da doença. A avaliação laboratorialpode auxiliar sobremaneira o diagnóstico por ocasião da constataçãode alterações hematológicas (leucopenia e/ ou linfopeniae / ou plaquetopenia e / ou anemia hemolítica) e alterações dosedimento urinário. Embora raro, é possível se haver pacientescom lúpus que não apresentem quatro dos critérios de classificação,principalmente quando apresentam anticorpo específico deLES (anti-DNA nativo em títulos moderados/altos ou anti-Sm) eapenas uma manifestação clínica. De particular importância parao diagnóstico é a pesquisa de anticorpos ou fatores antinuclearespor imunofluorescência indireta, utilizando-se como substrato ascélulas HEp-2, conforme proposta do II Consenso Brasileiro sobreLaudos de FAN. A positividade desse teste, embora não específico,serve como triagem em razão de sua sensibilidade (maiorque 95%), sendo altamente improvável a presença da doença se oteste resultar negativo. A pesquisa de anticorpos como anti-DNAnativo, anti-Sm e antinucleossomo pode contribuir para melhorcaracterização laboratorial do quadro. Nos raros casos da doen-In Focus 3 - Unimar | 151
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