<strong>Plano</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Acção <strong>para</strong> a Inclusão <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong>Parte IIIBoa GovernaçãoPara que seja possível produzir um impacto <strong>de</strong>cisivo na erradicação dapobreza e da exclusão social é necessário garantir como o propõe o terceiroobjectivo comum “que as políticas <strong>de</strong> inclusão social são bem coor<strong>de</strong>nadase contam com o envolvimento <strong>de</strong> todos os níveis do governo e agentespertinentes (incluindo as pessoas que vivem na pobreza), que são eficientese integradas em todas as políticas públicas relevantes, <strong>de</strong>signadamente aspolíticas económicas e orçamentais, <strong>de</strong> educação e formação e os programasdos fundos estruturais (nomeadamente o FSE)”.Assim, a promoção <strong>de</strong> uma boa governação, assenta em quatro vectoreschave: 1) melhorar a coor<strong>de</strong>nação política entre os diferentes Ministériose estruturas do Estado envolvidas na concepção, implementação emonitorização das políticas com impacte na Inclusão Social; 2) simplificaras políticas e medidas existentes e promover a sua articulação coerentee eficaz; 3) reforçar a mobilização e participação <strong>de</strong> todos os actoresaos diferentes níveis <strong>de</strong> intervenção 4) melhorar o acesso à informaçãopor parte <strong>de</strong> todos os cidadãos sobre este processo e as medidas neleconsubstanciadas.No caso do PNAI <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong> estão previstos instrumentos <strong>de</strong>governação <strong>para</strong>: i) garantir a presença e intervenção do nível nacional,<strong>de</strong>signadamente através <strong>de</strong> pontos focais junto <strong>de</strong> instâncias e entida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> relação próxima com a promoção da inclusão, ii) promover a influênciada dimensão local, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os níveis mais micro aos <strong>de</strong> médio alcance iii) earticular em permanência com a socieda<strong>de</strong> civil, quer através das ONG,quer por via <strong>de</strong> peritos e investigadores no campo da exclusão sociale pobreza. Trata-se, assim, <strong>de</strong> uma lógica que se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampla e8081
<strong>Plano</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Acção <strong>para</strong> a Inclusão <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong>Parte IIIdiversificada interlocução, <strong>de</strong>bate e influência ao longo implementaçãodo plano.Processo <strong>de</strong> concepçãoConceber a estratégia <strong>de</strong> inclusão social, consubstanciada no <strong>Plano</strong><strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Acção <strong>para</strong> a Inclusão, implicou a concertação eresponsabilização partilhada entre o Estado, através dos seus organismos<strong>de</strong> âmbito central, regional e local, e os diversos intervenientes, como asentida<strong>de</strong>s privadas com e sem fins lucrativos.A coor<strong>de</strong>nação da elaboração do PNAI <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong> foi cometida aoMinistério do Trabalho e da Solidarieda<strong>de</strong> Social (MTSS), tendo sidoconstituída, por Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros nº 40/<strong>2006</strong>, umaComissão Interministerial <strong>de</strong> Acompanhamento, com representação <strong>de</strong>diversos Ministérios, dos Governos Regionais dos Açores e da Ma<strong>de</strong>ira,e do Fórum Não Governamental <strong>para</strong> a Inclusão Social enquantoobservador. Dadas as funções <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação do MTSS e a suamissão no âmbito da protecção e da solidarieda<strong>de</strong> sociais, foi tambémconstituído um Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong>ste Ministério, que engloba os<strong>de</strong>partamentos com competências e contributos nas áreas abrangidas.Tratam-se <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância nas diversas fases doprocesso: concepção, implementação, monitorização e avaliação.O Fórum Não Governamental <strong>para</strong> a Inclusão Social (FNGIS), que foiconstituído em resposta a um convite da Coor<strong>de</strong>nação nacional do PNAI2003-2005 <strong>para</strong> concretizar o 4º Objectivo Comum (Nice) do ProcessoEuropeu <strong>de</strong> Inclusão Social – “Mobilizar o conjunto dos intervenientes”.Este Fórum <strong>de</strong>u importantes contributos <strong>para</strong> a concepção do PNAI<strong>2006</strong>-<strong>2008</strong> e continuará a empenhar-se <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e críticana sua implementação.Potenciando as reuniões Inter-CLAS (i.e. reuniões que englobaramentida<strong>de</strong>s que integram os Conselhos Locais <strong>de</strong> Acção Social, <strong>de</strong> váriasre<strong>de</strong>s sociais), realizadas em todo o País, foi possível a sensibilizaçãoe explicitação das orientações do Método Aberto <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>naçãoracionalizado, que enquadram quer a concepção do PNAI, quer a suaintegração num Relatório <strong>de</strong> Estratégia <strong>Nacional</strong> <strong>para</strong> a Protecção Sociale a Inclusão Social (composto pelos três pilares relevantes – ProtecçãoSocial, Inclusão Social e Saú<strong>de</strong> e Cuidados Continuados). Neste âmbitofoi ainda possível recolher alguns contributos <strong>para</strong> o PNAI <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong>,principalmente quanto aos objectivos prioritários.Implementação, mobilização e participação dos principaisactoresMais uma vez os dispositivos institucionais, nomeadamente aCoor<strong>de</strong>nação do PNAI <strong>2006</strong>-<strong>2008</strong>, a Comissão Interministerial <strong>de</strong>Acompanhamento que, no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> governação a implementar, darálugar a “Pontos Focais” <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada Ministério, os Parceiros Sociaise o Fórum (FNGIS), possuem responsabilida<strong>de</strong>s fundamentais quer napromoção da implementação da estratégia <strong>de</strong> inclusão social, quer namobilização e participação do conjunto dos intervenientes, <strong>de</strong>correntesda coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> políticas nacionais.O Fórum Não Governamental <strong>para</strong> a Inclusão Social constitui uminterlocutor privilegiado nos esforços <strong>de</strong> mobilização e participação,nomeadamente das pessoas e grupos sociais <strong>de</strong>sfavorecidos e naimplementação da estratégia <strong>de</strong> inclusão social que os <strong>de</strong>ve implicar.As parcerias locais da Re<strong>de</strong> Social pela abrangência <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s quepossui, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>sconcentrados do Estado, às organizações <strong>de</strong>solidarieda<strong>de</strong>, outras organizações privadas e cidadãos, contribuemtambém <strong>para</strong> uma mais efectiva mobilização e envolvimento <strong>de</strong> todos osactores, aos diversos níveis locais, incluindo as populações.Ao nível da implementação, cabe a estas re<strong>de</strong>s sociais locais, emconsonância com os respectivos diagnósticos e PDS (nos quais se <strong>de</strong>vempriorizar os territórios mais excluídos), a<strong>de</strong>quar as medidas <strong>de</strong> políticanacionais às especificida<strong>de</strong>s locais, aplicando-se eficazmente o princípio“pensar global, agir local”.Como exemplo, po<strong>de</strong> referir-se a importância do reforço da promoçãodo voluntariado ao nível do apoio a pessoas idosas, sobretudo as isoladas8283